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doutòraiãeiitQ. apresentada
faculdade -de.M§dlataa..dQ- PGrto
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1
ÏACULDAD^ SE mhlC XM DO PORTO miammÊmmÊmiMmmmái+mimmMm-mimmmtm m un mmmm •*mi'mnmam>mÊ*mmÊÊm*m.mmmmmm
Director Dr. .José" Alfredo Mendes de Magalftfle»
. Secretario
Dr. Hernâni Basto» .Monteiro CORPO DOÇTfiKTB
Profeseicres ordinário»
Anatomia descri t iva - Dr. Joaquim Alberto Pir^s de Lissa Histologia e Smbriologia - Dr. Abel de Lima Salazar ï le lologia geral e especial - vaga farmacologia -~ Vaga Patologia geral - Dr. Alberto Pereira Pinto de Aguiar Anatomia patológica - Dr. Antonio Joaquim de tíousa Junior Bacteriologia e Parasitologia - Hg2 J>r. Carlos Paria tto-á&^~ st~ J~~r <^fC~*-^-*^-~ re i ra Ramainâo Higiene - Dr. JoSc Lopes da Silva iiartins Junior Medicina legal - Dr. Manoel Lourenço 001-418 Anatomia cirúrgica - Dr. Hernâni Bastos Monteiro Patologia cirúrgica - Dr. carlo a 'Alberto de Lima Clinica cirúrgica - Br» Álvaro Seixeira laetoa Patologia medica - Dr. Alfredo da Rocna Pereira Clinica medica - Dr. Tiago Augusto de Almeida Terapêutica .geral - Dr. José Alfredo Mendes de lagalhâe» r i inica^obatetr ica - Dr. Manoel Antonio de Morais Fria» fflat^Ha~étmt^írkxVsQem8Z*&te - vaga Dermatologia e s i f i l ig ra f la - Dr» Luiz de JTeita» Viegaa Psiquiatria » Ur» Antonio de sou ai aagainâes Lemos Pediatria - Dr. Antonio de Almeida Garrett
pyo/figorf» f i l a d o s Dr. Pedro Augusto Dia» Dr. Afcgu to Henrique de Almeida Brandão
2
VICTORIAo CABRAL m SAKPAIO
A Faculdade não responde pe las d o u t r i n a s
expendidas na d i s s e r t a ç ã o
( A r t . * IÕ . Í Í * £.» do flagulaiwnto P r i v a t i v o
da faculdade de Medicina do P o r t o , de 3
de J ane i ro du lê&Q ) .
3
Ac meu Ilustra president* de tése
fflaa.íi 8r. Prof. Dr. Álvaro Teixeira Bastos
A minna Homenagem e agredecimente.
4
Sepoie de ua aturado estude para sati«razenaos uma le i . que mn mrlm a oino© actes finais, ■ semoa forçados a concluir a nossa formatura aa ' présenta epcoa, abandonando portanto a mcola onde se. extin
guiran os ítólnorea dias da nessa mocidade.
for vazes ' eolftsiaos amargas desiludes que nos fazi
am vacilar ao proaeawtlftafltO dum carão K tão longo e t io árduo de concluir. Mae o passado desaparece neste iaowento e» no futuro, eeforsaraos nemos por alcançar o maxime de ecnheoliaentos, daquele a que a escola da vida aos oferece, esforcandono© por Honrar a no a fia Sfeculdade*
torm, antes de continuar yaaos .rasar uma just if i
s
eacjîo, raelhor, uiaa explicação da nossa atitude.
<M« trabalnc è pequeno, ê modesto, reoonneeenio-lo perfeltaîaente, mas lato I natural atendendo ao pouoo teiapo de que ctispcmo» e, alem. disse, at s nossos poucos recursos literário», tâo precisos para assuntos desta natureza,
A lei que nos obriga a apresentar ura trabalnc inaugural para o exercício da medicina è pouco exigente, ainda o reconhecemos tambekj apesar disse» não esquecemos que o douto júri que nos apreciará nos vai dispensar aquela benevolência tâo necessária para quem não teci oonneciiuentos enraizados pela pratica.
SR confiando nisao, arrojaiao-nos a apresentar tua trabalno numilde que lera, aoiaa de tudo, a boa vontade de trabainar; e a prova mais evidente á o pequeno espaço de tempo entre o nosso ultimo acto de letado e a apresentação deste estudo.
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8irva-no*, portante, is to da desculpa perante o nosso Jú r i .
Ria os pontos que ê necessário trizar antss
de entrar no estudo dm» caso oliaioo do serviço
do Kxn.a ar. m»f. ïeixeira Bastos, nosiio muito
digno présidents d@ túse.
Aqui iikj patenteamos m curtas mas sinceras
palavras de neaienagem e admiração pelo seu ta lento ,
os nossos oaiorea agradecimentos pelos valiosos en
sinamentos que nos forneceu, tornando asei» íauito
mais simples o d i f í c i l eriçaria de faxer uri trabalho
final.
Aft J3»ril do corrente ano foi-no» distribuído uma doente aa enf.» n%« 8, .sala 3,ft fcadaltína» da S.* Ciiniaa ciruargioa.
Apareceu a evolucionou de tal ronaa a dcança da auiner de quês eram<* a, ase latente, ofereceu tão teria» dificuldades o diagnostico exacto doa «eus padecimento» ate" â data em que foi operada que, aende vm caso raro, resolvemos aproveitá-lo para trabalft© final, pole ê digne de registo para aqueles que dia a dia encontram surpresa» e aioangam glorias brandindo o escalpelo, aliviando d» morte imediata quep* i r remediavelmente por ela seria arrastada.
tia problema com dados positivo» é toem fácil de
resolver; ima, realiaar um diagnostico preciso, recor-
e
rendo ao» valiosos recursos de qu« podais diepor» e por vezes tarefa Uea dificil a o caeo que apresentamos isostra-s© KWÛ concludente neste ponto.
S s* duvidas, aa incerteza» «o diagnóstico, deve» desaparecer do espírito do cirurgião, antes de fazer levar a sala de nergagai ma paciente, ante» de derrawar una gota do liquido mero que ele deseja Ter sempre transformado m lagrimae de oon-tentaraento, dessas que ievam o eatiinno do calvário arrastado pela dôr.
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■_ APElSSífAflAO BA DOUJOT i
L. de ¥. de $1 anos, so l te i ra , crea&a de servir ,
natural 4a Jafe, entrou .para o Hospital da Misericór
dia no dia 18 4e Marc© do corrente ano.
- wamjEam-
SO dia «a <pe lhe fixemos o exame com© aluno as
s i s ten te , nSo non revelou alguns sintomas subjecti
vos, istava teem, sem fete r e , tinha apeti te e dormia
teem.
Supunnase gravida.
Inspeelonado o seu atedomen, notavase um grande
aumento deste, medindo es em de circunferência e uma
l ige i ra pigmentalo da linha teranea.
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oa EOâilos estavan tumefacton, os tubérculos de Hontn
)a#ry «ram ní t ido» y a pigmentação dos se les acentuada.
Uiaa lev» expresaã© provocava «alûa de colostrum.
PALPARÃO
PALPAÇÃO ABDQMlJgAL
A consistência da parede do acdosien era normal,
nctando-se nitidamente por baixo dela o ovóide u t e r i no ,
ausentado de volume» mm. contado se poder raser mm Juízo
seguro da forna do seu conteúdo. De lado esquerdo d e i i -
mitavara^ee o% bordos d© útero coia extrema f ac i l i dade ,
n lo sucedendo o mmo do lado d i r e i t o onde se palpara uma
tetSHe^tfa^3o, de U n i t e s e forma contornáveis . Bisa te*»
/£to&ofisfy$Q estava s i tuada na par te superior e l a t e r a l do
corpo uter ino e parecia fazer corpo com es te orgio que
e ra extremaiaente n o r e l .
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0 fundo do utero estava a cerca de 14 at aoiiria
do oordo superior do puois.
A percussão certificava-se o aumento da nîaciss»»
uterina a qual se alongava um pouco fiara a d i re i t a .
Jtole toque vaginal os fundos do saco sentlam-se
a custo; o colo» de consistência nitidamente mole»
estava entre-afcerto « regu la r em toda a sua superfície.
m fundo do saco la te ra l d i re i to apenas se sent ia '
uma tumefaçao arredondada, semelhante, na sua forma e
tauaH&o, a um ovo..
0 especulum mostrou-ncs a auoosa vaginal de ocr
violácea, a contrastar cora a palidez do focinho de ten
ça cujo or i f íc io era arredondado e levemente entre-aoer-
t o . JTotava-se um certo grau de exsudato vaginal, próprio das vaginites, t io vulgares e Sempre descuradas
no melo pocre a que esta doente pertencia.
IS
O tratamento por irrlgageea ûe permanganato âe potas-«lo fol o BUÍ" ioiente para atenuar ao extraia© ' esse padecimento$# imita» Visit, a siaioria sem duvida, bastam ppoeerlgoa» Mglenloas para atingir esse simples •desideratum».
Os aparentou âa economia eacoatravam-se perfeitamente normais, qualxaMc-ee apenas a doente ûum pertinaz ©ostipagâo» oomsatida diàriajiíente por d i s t a res e al-guiaas vezes mm. purgantes de óleo de rícino a que se associava a alimentação de Mae láctea.
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HI a Tdm A DA Dor.mA
m Qututoro do mo transacto a doente notou que o «eu fluxo menstrual não aparece., no dia esperado $ passada uma semana surgia-ine a «enatruasSo me em tal quantidade que a asaustou. Volvidos uns oito dias essa fceoerragia continuara e durou-liie a»si& cerca de trôs «emanas o que a Uz recorrer a um oliíiioo. Crante esta» ffienorrasia. • metrorragia», 0 médico acoaselhou-a a tomar fcamios do «ar, 0 que ela t.% em pleno frio confessando que eu pouco tempo ficou asmorreica.
A conservação deste estado fê-la suspeitar» algumas Vezes, que estava gravida.
<fta dia, por acaso, notou que tinna uma tumefacâo y '~"wf~"
ao nivel da fossa ilíaca direita, tumor a que nennuma importância ligou pels não acusava nenhum dor, nâo a encomedava nem impedia de faser as suae nateituaiB ocupasses, o seu clinico assistente aiagnosticaraline taa quisto.
14 Ha tarde de 10 âe nasço foi acometida bruscamente
duna pontada ao nível da fossa i l íaca di re i ta no legar
onde s»atia o tumor; &&m dor t inna ' i r radiasses -para a
coxa do mmm lado, oaixo Ventre e part© inferior da
região lombar.
Seve ainda, nessa ocasião» vómitos,. sa l estar geral
a epátaxia violentes, acoapannadas de oefalalglas a t ro
zes que não lhe davam um momento de descanso.
íol obrigada a recolner~se ao le i to por nâ© poder dar
um passo, t a i s eram aa dores e o seu estado geral .
Mil -penaaneoeu durante t rás dias , em altos gr i tos
constantes e se» conseguir repousar um instante sequer.
um tratamento local , prlnolpaliaente analgésico,
poí termo a estado tão desesperado.
A conselno do seu ae'dico ass is tente , deu entrada no
Hospital passados cinco dias , com indicação de ser
submetida a uma intervenção cirúrgica»
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AU m i M i M i w. i mmew i mwumma mi i i ■ «■ m 11 mrmnmrnmi n ■. nw>. —v» in
ft»ve o saraiapo em ©rearma.
AOB 13 anos apareceuifce a primeira menstruação
aendo sempre bastante regular quer na época, quer
na quantidade e aspoetc,
SOi /sempre saudável.
Cometia excessos genésicos assra© eia pleno período
amnorreleo da sua doença, mmea teve Tlinon nen abortos.
«ale vivos e saudável»j nada digno de regis to.
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aiAGuosnco
Vamos fazer agora o noiw alague»tico em faca
4a referida sintomatologia # com OH elementos de que
dispúnnaoos naquela data.
0 diagnostico de gravidez e dum tumor do lado di
re i to do utero e na grande oacia, era relativamente
f ác i l de se fazer, os ruído» do coraglo f e t a l , apesar
de pouco nítido»» e o desenvolvimento do utero em todos
os sentidos podiam sem receio levar-nos ao dlagnos-
t loo . m» qual a posição fk exoeta ao feto, Já entSo
de 4 meses» e qual a looalieacão precisa daquilo que
originava os sofrimentos da L. de ? . ?
l o i levaaa ao gatoiiiete de radiologia do Bou*
Sr, HoOerto â& carvaino, a quem devemos a gentileza
das provas radiográficas t i r adas .
Era de esperar, visto que a gestaQ&o Urina mis
"I 4 mezes, que aparecesse a imagem do esqueleto do
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feto contido no u tarc . iterem sucedeu o contrario.
0 tumor, facilmente o revêlavam os raios x , «as os
a mai A do feto eram absolutamente negatives. Antes
de oontmuar, devemos confessar que estranhamos o facto
em vis ta da competência do imito i lus t re radiologista.
; A paragem tos regras 4 facto de valor, nas é
preciso haver cuidado, pois os fibromas podem dar logar
a hemorragias e serem por ve?.e« tomadas como sendo o
fluxo menstrual.
quanto a plgnumtaglb dos selos, amolecimento do
colo, cor violácea da vagina, são na verdade elementos
de diagnostico importantes» mas devemos pensar que eles
podem enganar*' K. him dix mais «Ha sempre o direi to
de pensar numa 'gravidez escondida pelos fibromas, des
de que a «ulnar esteja em idade de actividade genital*.
iodemos» pe4s, depois d i s to , apresentar couto diagnos
tico provável ura fibrowa uterino acompanhado de gravi
dez.
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DlfîCUECjto 230 DIAGNOSTIC 0
3©dia o turaor mr Uœ&âe por part*» m uterc em oontragStii pareiaisj pcteivue hia penear num gravidez angular ou mtfrao ex*ra-uterina; podla-se ise»mc euiipeitar dum utero -âuplo( i«t© é» u» ori fio an que «ci dos oorpon e«tivease ocupado por un feto. A palpatio do» TlflWmi tos redondos eeclareoer-noii ma soi» en te ponto de vie-t a , naana nosea doente era impossível atingi-los. An vezes um tumor 4c ovário pode papeetar-ee a- confus So com um faorcaa cuja loçallsaçâo^seja aproximada aquela que ocupava o «lenta doente. o* tuueres pediculados dSo lonar a duvidas entre a existência do hematocele, ou mesmo dun 'OvariéV .atingido por um pro©e«»o neoplasia©.
Diz Maurice Û&U «o diagnostico «atre uai tumor do
©vario encravado ;na, bacia e um fibroma com w a mesma
localisagâo 4 multas virées impossível razer-Be".
sa gravidez avançada o tumor pode ser tomado por uma
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segunda cabaça de fe to , isto I , podando haver ima
gravidas dupla, facto raro, aliás4 nas-, ae na inala do
que um tumor, 4 provarei t r a t a i - t e da «jristeneia dum
fibroma que Tem trazer a* complicações adeante núncio»
nadas.
08 tumores que e-tejau lo caldeados na parte l a te ra l
• superior do colo, não ctâo, ea geral , complicações
durante o desenvolvii».*iito du feto e,é frequente vér-se
que a gravidez em nada è perturbada^ indo até ao 9.1
mez, fazendo»se mesmo o parto sem o mais leve alarme.
Todavia os fibroma*, do corpo, quar.de o seu volume
é acentuado e principalmente quando são sub-seroses,
i n t e r s t i c i a i s , profundos, intra-iigamentaree, mt tê
rosos, mas encravados na bacia ou pediculados, facilmente
dâb ptr t t rbaçoes, podendo mesmo fazer parar a evolução
u ter ina .
A evolução da gravidez ea caso fibrematoso pode
dar fenómenos gerais « muitas vezes graves, manifestando-
s©
se dates renoineno* oo» determinada localisas So no abdo
men.
Âê dóree, o peritonism© e até acessos de péri toni
te sac per turbares que a œullier per vezes Tal tolerando
e §6 Tem à consulta raeaica desde que eeeae dores i r r a
dies para «s oôxas, iBpossi.i3iiitando.ine portanto a
ïsarcna» ■
A existência dum tcuâor passalhes despercebida
e o oaso de que nos vixaoa ocupando é indicador dum
facto seitseinaate.
As dores são part i ou lamente agraTadas pela œm
pressão dos serros do plexo sagrado, do crural ou de
obturador. IËÎ ainda a acrescentar que são Importantes
as perturbações do lado do aparelno urinár io , não tende
narido algumas na nossa doente.
Salaremcs adeante no aumento rápido que por vezes
aparece nos tumores que até á gravide* tinham uma evo
lução lenta.
Falemos já do mdfrtaàma deste aumento rápido;
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iiaTtí-íKj principalmente à proliferação cio tecido ocn-
Junctito | à VMrnaarlflasSo K « M I do t . c l t e luopl»:
fico» favorecida pela notável congestão do utero durante
a gravidez. As fibras musculares li»»*» também se hiper
t r o f i a consideravelmente.
0 protoplasma sofre modificações notáveis. Tam então
mener afinidade para décorantes , toma um aspectc gra-
nuloso, o qual ê devido ao aparecimento de granula^ões
gordurosas e oololdes. Ás Yefces estes fibromas,
após o parto, regressam ao volume primitivo e chegam
mesmo a desaparecer.
Lorrain ci ta um caso, por die observado, em que se
tratava de dois tumores tendo um deles o tattanho duma
cabega de fe to . A mulher a quea ele se refere faleceu
pouco depois do seu parto t na autopsia varlficou-ee que
apenas existiam dois nódulos do tamanho duma castanha.
Lefour ci ta um caso mais f r i sante , observado na
clinica de Charpentier, ttna cailher tinha um volumoso
tumor que lhe desapareceu completamente t rês mezes após
o parto*
22
* clarc qu© esta desaparição i só clinicamente, pois
anatomicamente into nâo ê fác i l darse.
O» miomas persistem sot uma forma e tamanuo variáveis
e sob a influência da nova gravidez podem aparecer com
os mesmos caracteres que já tlnnam apresentado.
A sua atrofia é atribuída á diminuição dos fenómenos
que provocaram o seu aparecimento; essa diminuição devese
á regressão da grande actividade uterina que se efectua
aurante o puerpéris, mais ou menos lon^a.
Por tudo, temos de concluir que continua a prevalecer
o nosso diagnostico de tumor complicando a evolução duma
gravidez.
A terapêutica operatória será o meio mais preciso de
confirmar ou nlo esse diagnostico.
TRATA&SKTO ■ . . . . . . . . , „ , H ,
O tumor da parede uterina, localis&dc ai parte «uperc
la te ra l di re i ta , feznes prever qua a gestação não cnegarla
ao fim ser,; risco A» mãe e do product© da fecundação. A l i terá
23
tura medica «obra o asaanto as s la no-lo enfinou,
A lntervensSo durante as complicações nâo ê leci t ina-
da, diz Troeil, a não «er que «lati. sejar* d© t a l forma assus
tadoras, que ponham a mãe en constante perigo. Be houver
hemorragias ísraves, "poussées* repetidas de perturbações
do lado do peritoneo, sinais de oelusa© intestinal» feno^
menos de eOapresaio quer de lado dos r ins e ureteres , quer
da bexiga e do dâafragma, acarretando portanto dificuldades
aos movimentos respiratório»; se houver síncopes, perturba
ções do ritmo cardíaco, /Posi) marcha galopante dos tumores
(degenerescência qulstlca ou maligna), está absolutamente
indicada a intervenção cirúrgica, provocando a imediata jtaa-
wm paragem de t a l gestação.
Troeil regis ta , toem como 4ocát, que tendo observado 61
casos de flbromíS apareceram eia 49 a» perturbagôes que indi
camos e eles nâo vacilaram em interromper o desenvolvimento
dos fe tos .
São interest antes óe casos observado© por estes dois au-
t o res , pois tiveram ocasião de ver o orif ício da trompa'
comprimido pelo tumor, obturando portanto a ligação dos
orgâos necessários " para a nidag'So, Observaram S casos
em que 0 fibrona obturava completaisente os dois orif ícios
tubare», impedindo a mlgragâo do ovo e, per .consequência»
do seu desenvolvimento.
# tambeía partictilarraente frequente nestes casos, auirecer
a placenta 'previa, pole o'tumor não deixa distender c utero
nos pontos em que ela se localizou, senão portanto, o semente
inferior o único que se distende.
Tito ves do tratamento radical , insti tuído especialmente
nc caso das complicasSea indicadas, podia indicar*-se o t r a
tamento abort ivo/ .^no a dispendioso e iraenos sofredor; es te ,
porem, quasi sempre é desastroso para ma a Eailher que ten
nódulos "fibromatoses»
Frequentemente ele?» fa^em-se espontaneamente.
Assim ; Pinard observou 6 abortos em 16 gestações ;
le walre viu em 389 gravidas, 16 abertos; Schauta, em 54 casos
26
refere 10 Uburto*; ï roe i l regista ? abortoa «a 3ô ges
tações coaiplicaaa» de tumores.
3% de notar que «sete auotcr obnervou IA lt> fibroma» in
t e r s t i c i a i s ao corpo uterino ata ©levada taxa de aborto
espontâneo, ©equanto qu© ©& 700 casos a« fibrosas ao colo
não nouv©,'a isaie leve perturbação to evolução da çravldez
â todos ©a parto* foram norssala.
Perante a ©levada percentagem da wortalidad© iraterna
pelo aborto terapêutico que eauinno devemos seg*uir ?
Kelly regista 40 ^ de óbitos now casos en que foi provo-
cadc-.o aborto Î îroell. val imïB ade<*nte ainda, na tua e s t a t í s
t i c a ; apresenta a elevada cifra de 41,2 jtt daiid© o cens*ino
de n-fo faser ;interrenQoee por esta ae io .
O.'trat aient o abortivo, neates casos, d©v©-a© pôr quasi
completaiitóntH OÚ parto; apenas o devenos reservar para quando
nio podermos ; de todo u t i i i s a r outro» 'iaeios terapêutico»-.
26
- A TERAPÊUTICA 8BGUIEA -
/- .
Perante a sintomatologia apresentada, m o diagnostico fcrnuladQ, nSc aavia» «a nessa opinião» necessidade urgente de intervir no casso que vaaoa tratando. S r*£© exist la .essa necessidade» porque nennuua la» ootaplicaçce» atra» . : encionadas por Trtell e outros autores, surgiram na nessa doenW.
0 Seunor professor .da 2.a Clinica Cirúrgica, riais com©
ixplorafif© talVe/ do que tratamento, resolveu Jfasér uma
iaparatomla-que aos indicaria o carina© a seguir, Racio
cinando sotore o assunto, eu eneguel á conclusão de que o
cirurgião oeve estar' sempre /pronto a in te rv i r ao aiaia
simples ^renuncio de complicação? e, sendo a s s i s , nâo es
tranhai a ati tude tcaaada neste caso, ati tude essa que repre
sentou usa profi laxia , digamos, do çua poderia vi r a su
ceder.
Vejamos a oondufia seguida.
A doente foi oonvenienteisemte pxxxwta jo t» preparada
27
para a respectiva intervenção, a quai se realisou no dia
29 de . taie.
A anestesia foi fe i ta com o e ter , .0 anestesio© nais
empregado no serviço do s r . Prof. Teixeira Bastos. o
glorioso' inveatojr de É* «facieson «spaum largamente os seus
benefícios aqueles que o destino faz conduzir ao limiar
da casa da morte, sem contudo aí darem entrada. s actualmente
as celebres palavras do erudito Velpeau «evitar a dor nas
operações â unia chimera em que já hoje ee não deve pro se
guir: instrumento cortante e dor em medicina operatória
são duas palavras que se não apresentam ao espi r i to do doen
te e que ne ces s ar l a b u t e devemos considerar asno ciadas»;
essas palavras caíram, desfizer&ii-ae e o paciente dos nos
sos dias recorda piedosamente aqueles que com um es to ic is
mo mais do que heróico» suportavam as operações antes de
1847 J
F até a l i ifluit© se trabalhou para. se operar sem dô*r.
Sesde os Assírios» Gregos e Boiámos, desde yoath, medico
chinez, do século 3.a. da nossa era, aando aos seus acentes
se
preparações o* canas» , oesdô nineo • DiKoorid*_com a cele
bre peará d* iianpnJL», reduzida a pà e dissolvida em vina
gre e que o pacienta ingeria, ;uanta* vidas sacrificada*
a este formidável edifício de estudo, quanto» dias de
gloria fugiram'auandonando ca sábios que aos seus labo
ra ter ies afirmavam a Godo o suado a possibilidade neróica
de se conseguir operar seu dor i . . .
íAuaToa, sas RSÍAJJCS, $A QPK&AÇÃO » ' ' "— — " ■■ " " • - - ' - ■ 1- ■■-1 r i • ■ ■ i i ii . m i m I , , mn m a m m m, txm_mJli.
Feita a laparatomia cow larga incisão indiana da pa
rede, o simples exame wastes cop ico taostrava a extensão
do processo neoplasico aos órfãos contidos na bacia, o
tumor, do t «Banho Jtoa laranja, encontravase na posição
a&tde •fe navia—•» localizado com a superficie irregular ♦
durr a oom. larga zona de lnserçS© na parede uter ina, inc l i
nando este órgão para a di re i t a , cobrindo assim o ovário
respectivo.
Os l infáticos e c reste dos tecidos dos orgj&c» conti
dos na exeavagao uoetrava» claramente, a extensão do processo
S - *,7
tumoral e atendendo a iesc » à sua rapioa evolução, resc l
veu~»e IkM't';'! extirpalo de útero gravido e don seus ane
xos, tendo retirado tudo Buna s<5 pega, a qual existe actu
mente no aiaeufde Anatonia Patolcgioa desta ïaculdade e
representada nas iotogr&ria» juntas.
A parte vaginal do « l o foi poupada à nisterectcmla
viato apreMontar aspecto normal, sendo, apegar disso, reco
lhido um pedago « enviado, fcam como cortes do tumor e daa
reftiSte aonde fazia a'sua implantação no musculo uterino,
ao laboratório do' 2xa.fi,8r. Prof. Salazar, como fim do.
#«r examinado. ■ Sua Bxoelencla dlsseaoe t ra tarse dum
fibroma, com degenerescência quis t ica .
A peça* t a l qual foi ret irada e cujo peso era de 3750
gr . foi levada ao Gabinete fte radiologia do ar . J>r. Roberto
de Carvalno o aflJi radiografada. A prova ototlda é a que
V. Tfx.a» podem Otjoorvaap nestas radicjraiiag juntas. A
clareza dela» e eloquente quanto ao conteúdo do útero, pois
o esqueleto fe ta l está representado o nais nítido possível.
ao
Acerta a peça, encontramos us Teto oca placenta,
memoram» e liquido amniótico. A insergâo da placenta
era uaixa» as nvsibranaa estavam íntegra» • 0 liquido
amniótico neles contido era Ko»! a 400 ccj o fe to ,
de eexo masculino, apresentava um Ocm desenvolvimento,
pesando 1220 grama».
0 fundo uterino e»tá notavelmente engrossado, mos
trando ao axante nanoBoopleo nódulo*», floromefctcses que
o exame nisto-patológico confinou.
Bada difino de registo se apurou na nossa doente,
após a sua nisterectorala e anexectomia.
A cicatrisacã© da incislo abdominal fez-se rapidamente
tendo tido a l ta no dia 11 de Junno.
istava pois* realizado aquilo que numanamente se pode
r i a real isar e so assim a ^ de F. pôde conseguir viver,
tendo sempre a negra VÍSÍV de nunca maia poder ser nãe.
* verdade que devemos pensar a suspeitar da possível Vi s . /
recidiva pcst-operatorla e oaso» a em que e necessário fazer nova intervenção, sendo portanto o prognostico mal»
31
Romfcrlo; © IM5».'né»pod*iiioa arirtaar a tísteriUAaçâo aMo-
minal porque atá £wj« ntnftoa lastodo ccnse^lu destruir
os mais p#qu«nes afeoa n^cplaeico».
as
CGMCI.W80BS
1.»
2 . a
4 . 5
e.t -
■ I . de F, ©r^taaa fltororaatofcfi «s ûmi nravlôa.
O fibroma utér ine 'precedeu ;■ v i £ e z .
A T.'ividez exacerbou o f iorona.
Por sua vez o fibroma, am plena, ac t iv idade , nSo perm i t i r i a O'.'Bejjuitaanto norctai da gravidez.
O» pequenos fenómeno* d© compressão pela massa tumoral m a i cavam uma futura complicação a temer.
A niaterectomla cem anexectomia ê o prooenao de esoclha em casos «emelnantes, quando se declarem complicações cu jaajmtËmmM quando suspeitemos que e las venham a declarar»e»
VISTO Teixeira Pastou
Président©
POBTí lJílPRlkilsí»;
Alfredo de iáagalnâei
Director
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BIBLIOGRAFIA
Ttobr* - Pr«cl* (TQbfltérlque
B. îiorgu© - nnologie Bxt«rn» I l vol.
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Analea de Oinecologle
on. ïaysrier a A. 3cn*ab, '«aouau.