Doutrinas Da Reforma

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DOUTRINAS DA REFORMA – “A DEUS TODA A GLÓRIA” Russell Shedd Introdução A reforma do século XVI teve o objetivo de confrontar a doutrina da supremacia da igreja católica romana e seu todo poderoso cabeça, o papa, visando a doutrina correta que afirma que o trono pertence somente a Deus. John Piper, pastor batista da igreja local de Bethlehem, em Minneapolis nos EUA colocou em palavras memoráveis o pensamento da reforma: “Nós existimos para espalhar uma paixão pela supremacia de Deus para a alegria de todos os povos”. Esse, portanto, é o objetivo dessa palavra: elevar a Deus para ser glorificado acima de todas as coisas. Estou convencido de que a centralidade do Deus trino reflete mais perfeitamente o ensino da Bíblia e a doutrina reformada de “sola scriptura”. Surpreendentemente, alguns evangélicos tem combatido esta doutrina, alegando que Deus tem dado a homem a honra e a liberdade de decidir os acontecimentos da história sem interferir neles. Este “teísmo aberto” alega que Deus “progride”, ou seja, Deus está em processo, reagindo diante das decisões humanas, estas desconhecidas por ele. Certamente, esta posição contradiz o ensinamento claro da Bíblia. Diminui notavelmente sua glória. Como é Deus? Deus pode ser conhecido? Deus é e pode ser conhecido. Sua existência é uma convicção de fé enquanto o conhecimento dele é resultado de experiência. (Novo Dicionário da Bíblia, s/v “Deus”). Ele é auto-existente, sem começo e sem fim, portanto, eterno. Ele é fonte, origem de tudo que existe. Ele se revela como Deus, existindo em três pessoas, em perfeita harmonia e propósito. Jesus falou para a mulher samaritana que “Deus é espírito e que é necessário que os verdadeiros adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24). Jesus, o Logos (Verbo, Palavra) “estava com Deus, e era Deus” (Jo 1.1). O Espírito Santo é chamado de o Espírito da verdade que vive com os discípulos e estará neles (Jo 14.17). Estes três são um só Deus. O que você pensa sobre Deus é o que mais importa na sua vida. Neste estudo espero mostrar porque essa afirmação de A. W. Tozer é verdadeira.

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DOUTRINAS DA REFORMA – “A DEUS TODA A GLÓRIA”Por Russell Shedd

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DOUTRINAS DA REFORMA A DEUS TODA A GLRIARussell Shedd

Introduo

A reforma do sculo XVI teve o objetivo de confrontar a doutrina da supremacia da igreja catlica romana e seu todo poderoso cabea, o papa, visando a doutrina correta que afirma que o trono pertence somente a Deus. John Piper, pastor batista da igreja local de Bethlehem, em Minneapolis nos EUA colocou em palavras memorveis o pensamento da reforma: Ns existimos para espalhar uma paixo pela supremacia de Deus para a alegria de todos os povos. Esse, portanto, o objetivo dessa palavra: elevar a Deus para ser glorificado acima de todas as coisas. Estou convencido de que a centralidade do Deus trino reflete mais perfeitamente o ensino da Bblia e a doutrina reformada de sola scriptura.

Surpreendentemente, alguns evanglicos tem combatido esta doutrina, alegando que Deus tem dado a homem a honra e a liberdade de decidir os acontecimentos da histria sem interferir neles. Este tesmo aberto alega que Deus progride, ou seja, Deus est em processo, reagindo diante das decises humanas, estas desconhecidas por ele. Certamente, esta posio contradiz o ensinamento claro da Bblia. Diminui notavelmente sua glria.

Como Deus? Deus pode ser conhecido?

Deus e pode ser conhecido. Sua existncia uma convico de f enquanto o conhecimento dele resultado de experincia. (Novo Dicionrio da Bblia, s/v Deus). Ele auto-existente, sem comeo e sem fim, portanto, eterno. Ele fonte, origem de tudo que existe.

Ele se revela como Deus, existindo em trs pessoas, em perfeita harmonia e propsito. Jesus falou para a mulher samaritana que Deus esprito e que necessrio que os verdadeiros adoradores o adorem em esprito e em verdade (Jo 4.24). Jesus, o Logos (Verbo, Palavra) estava com Deus, e era Deus (Jo 1.1). O Esprito Santo chamado de o Esprito da verdade que vive com os discpulos e estar neles (Jo 14.17). Estes trs so um s Deus. O que voc pensa sobre Deus o que mais importa na sua vida. Neste estudo espero mostrar porque essa afirmao de A. W. Tozer verdadeira.

Deus existe

A Bblia no argumenta em favor da existncia de Deus. um pressuposto. As Escrituras explicam que a existncia de tudo que podemos observar e examinar, inclusive o mundo espiritual, tem sua origem em Deus.

No h ponto de partida mais lgico do que reconhecer a existncia de Deus, o Deus nico, criador dos cus e da terra. Tudo que existe necessita de uma explicao. No podemos imaginar um efeito sem uma causa suficiente. No princpio Deus criou os cus e a terra (Gn 1.1), uma declarao que mostra a posio nica que faz sentido na existncia de tudo que nossos sentidos reconhecem: um Ser super inteligente e todo poderoso. Pela f entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que aquilo que se v no foi feito do que visvel (Hb 11.3). Deus invisvel, mas as marcas de sua inteligncia e poder so evidentes em toda a criao. Pois dele, por ele e para ele so todas as coisas. A ele seja a glria para sempre! (Rm 11.36).

O universo reflete a glria de Deus

Joo Calvino, um dos mais importantes reformadores, descreveu muito bem a relao entre o Deus invisvel e o universo em que ns participamos:1. A criao um teatro ofuscante em que a glria de Deus pode irradiar.2. A criao um espelho lembrando-nos de que podemos conhecer a Deus apenas por sua reflexo. Nem criana confunde uma foto com a pessoa viva de carne e osso.3. A criao o vestido de Deus. Ele invisvel mas torna suas roupas visveis para mostrar que ele est realmente presente. (Institutas 1x80).

Os pagos pensavam que o universo era eterno

Na antiguidade os pensadores pagos postulavam que o universo era eterno, mas as leis que governam toda existncia material e espiritual desmentem qualquer possibilidade do sol e as estrelas serem eternas. A segunda lei da termodinmica requer que a energia do sol e das estrelas estejam se dissipando. Tal qual a energia que for queimada no motor de um carro no pode ser transformada em combustvel, a energia vai se esgotando. O universo teve inicio; a energia de todas as estrelas acabar aquecendo o universo escuro e sem vida at meio grau, porm, algum dia acabar tal como comeou no dia em que Deus o criou.

Os homens que no glorificam a Deus pela criao so indesculpveis

Paulo escreveu aos romanos: Pois desde a criao do mundo os atributos invisveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, tem sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens so indesculpveis (isto , os que negam estas verdades axiomticas) (Rm 1.20). Pois dele, por ele e para ele so todas as coisas (Rm 11.36a). Veja tambm a afirmao de Paulo em colossenses 1.17: Ele antes de todas as coisas e nele tudo subsiste. O verbo que estava com Deus e era Deus foi aquele que: segundo o qual todas as coisas foram feitas e sem o qual nada existiria, era o prprio Deus (Gooding David e Lenox, John. Conceitos-chave da Bblia. Porto Alegre, 2012, p.19).

Somente o Todo-Poderoso Deus poderia ter criado o universo com suas inmeras galxias com mais de 100 bilhes de estrelas em cada uma delas. Nosso sol apenas uma estrela de tamanho mdio; mesmo assim mais de 1 milho de vezes maior que nosso mundo. A energia despejada pelo espao comparvel a 200 mil bombas atmicas explodindo em cada segundo. Nossa galxia, chamada via lctea, apenas uma. Deus criou mais de 100 bilhes de galxias no universo.

A glria de Deus se manifesta na criao do homem

A Bblia declara que Deus fez o homem com uma complexidade que desmente qualquer teoria tal como a da darwiniana. impossvel imaginar como as 30 trilhes de clulas do corpo tem codificados trs bilhes de informaes no DNA de cada clula. Essa informao controla as caractersticas das funes delas. As clulas se diferenciam de acordo com suas funes.

O olho tem a sensibilidade para captar luz e enviar pelo nervo tico os impulsos que o crebro transforma em imagens. As clulas do estmago e dos intestinos captam os nutrientes de nosso alimento para enviar, por meio do sangue, como combustvel para gastar em forma de energia. Os rins filtram os txicos do sangue. Se os rgos param de funcionar, ficamos envenenados e morremos. Os pulmes tem o servio essencial de tirar oxignio do ar e passar para o sangue, que o leva para as clulas e ao mesmo tempo, extrair do sangue o dixido de carbono criado pela queima do combustvel nas clulas. O corao bombeia o sangue pelos 160 mil quilmetros de artrias e veias em cada corpo.

Sem fazer mais do que arranhar a superfcie, somos persuadidos de que Deus infinitamente inteligente e capaz de fazer qualquer coisa que ele quer. A glria do Deus criador se contrasta com a limitada capacidade e inteligncia do homem por ser infinita e ilimitada.

A criao do homem

A Bblia afirma que Deus criou o homem a sua imagem: a imagem de Deus os criou, homem e mulher os criou (Gn 1.27). Esse semelhana com Deus inclui alguns dos seus atributos, ainda que tremendamente limitados no homem (Rm 1.20). Os reformadores se interessaram em entender melhor o significado do homem existir imagem de Deus. Alguns dos atributos de Deus includos na imagem de Deus no homem incluem a vida, esse mistrio da existncia consciente, pela qual (fazendo uso da memria) medimos a passagem do tempo. Somente Deus cria vida. O homem no tem a capacidade para criar vida. Pode ser instrumental em facilitar a continuidade da vida, mas no cria-la.

Comea com a unio de duas clulas que multiplicam de acordo com o cdigo que controla o processo de desenvolvimento do corpo de um feto at o nascimento em que o beb nasce e comea seu desenvolvimento como um ser individual feminino ou masculino. O desenvolvimento da criana no convvio de pai, mo e irmos numa famlia forma a pessoa. A vida continua, havendo suprimento de alimento nutritivo, ar, exerccio, sade e inter-relacionamentos que desenvolvem seu carter e contribuio a sociedade.

Qualidades criadas por Deus nos homens

Inclui, por exemplo, inteligncia e personalidade com a possibilidade de pensar, se comunicar, de expressar emoes como amor, revolta, ira, prazer, criatividade e raciocnio. Um dos atributos mais especiais a autoconscincia, que a habilidade de pensar sobre sua prpria existncia e avaliar sua conduta. Conscincia de justia, do certo e do errado, faz parte da imagem gravada no corao do homem.

Faz parte da personalidade do homem, planejar, ambicionar e sonhar com o futuro. O ser humano tem um arquivo de experincias guardado em sua memria. Ele tem a possibilidade de escolher e de decidir. Pode se arrepender de decises que foram erradas e prejudicaram outras pessoas. Porm, deve-se reconhecer que a possibilidade de se arrepender depende de Deus. Deus o exaltou, colocando-o a sua direita como Prncipe e Salvador, para dar arrependimento de pecados (At 5.31). Devemos glorificar a Deus pela deciso de se arrepender e no a pessoa que foi o suficiente inteligente para decidir.

Deus perfeito o homem pecador

H uma distino radical entre Deus e o homem. Deus amor (Jo 3.16; 1Jo 4.8), enquanto o homem egosta, pecador, rebelde e independente. Deus compassivo, longanimo, misericordioso e mui paciente. Deus perfeito, justo e santo. O homem pecador, transgressor da lei divina. Deus busca o homem, mas este resiste aos apelos do Senhor. Deus generoso, o homem ganancioso. Enfim, o homem cado. Nas palavras de Jeremias: Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia nos homens e que faz da humanidade mortal a sua fora, mas cujo corao se afasta do Senhor. O corao mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doena incurvel. Quem capaz de compreend-lo (Jr 17.5,9).

Os nomes de Deus comunicam a sua glria

Os nomes de Deus no A.T. so significativos para revelar quem e como Deus . (Esta parte foi extrada do Novo Dicionrio da Bblia publicado pela Vida Nova). 1. El Olan (Gn 21.33) Abrao, depois de chamar Deus de yahweh, o nome pessoa dele, acrescentou a descrio de que ele o Deus eterno.2. Jeov (yahweh) o Deus de Israel, reconhecendo que ele tem um relacionamento especial com seu povo (Gn 33.20).3. Jeov-jireh quando Abrao oferece seu filho Isaque no altar e Deus providencia a ovelha em substituio (Gn 22.8, 14).4. Jeov-nissi Onde Moiss, aps a derrota dos amalequitas, chama Deus de Minha bandeira (Ex 17.15).5. Jeov-shalom o nome que Gideo deu para o Deus do altar em Ofra, Yahweh paz (Jz 6.24).6. Jeov Tsidkenu o nome pelo qual o messias seria conhecido Yahweh nossa justia. Note que Paulo escreve: por iniciativa dele que vocs esto em Cristo Jesus, o qual se tornou sabedoria de Deus, para ns, isto , justia... (1Co 1.30). Esperava-se a chegada do descendente de Davi, um Renovo justo, que ser um rei que reinar com sabedoria e far o que justo e certo na terra. Em seus dias Jud ser salva, Israel viver em segurana, e este o nome pelo qual ser chamado: o Senhor a Nossa Justia (Jr 23.5, 6).7. Jeov shamma o nome que dado a cidade da viso de Ezequiel: O Senhor est aqui (Ez 48.35).8. Um dos nomes de Deus mais frequente no A.T. Jeov shebaoth. No se encontra no pentateuco, aparecendo pela primeira vez em 1 Samuel 1.3. Note o exemplo que encontramos no salmo 24.10: Quem esse Rei da glria? O Senhor dos Exrcitos; Ele o Rei da glria. Talvez originalmente se referia aos exrcitos de Israel, mas logo o ttulo veio a significar o Senhor dos exrcitos celestiais, os poderes invisveis que servem Deus. O salmista ordena aos seus poderes angelicais: Bendigam o Senhor todos os seus exrcitos, vocs seus servos, que cumprem a sua vontade (Sl 103.21). 9. Jeov, Deus de Israel, aparece no cntico de Dbora (Jz 5.3). E se tornou muito popular nos escritos dos profetas.10. Qedosh Ysrael Encontra-se 29 vezes em Isaas. empregado nos salmos e tambm em Jeremias. Jesus chamou ateno a perfeio de Deus em o Sermo do Monte. Portanto, sejam perfeitos como perfeito o Pai celestial de vocs. 11. Daniel usa o ttulo aramaico ttiq yamin (Ancio de Dias, bem como llaya lyonin) O Mais Alto. Ele mostra Deus julgando as naes e imprios.

O Deus do Novo Testamento

No N.T. Deus Pai de Jesus Cristo, e tambm de todos aqueles que pela f se submetem a ele em reconhecimento de Jesus Cristo como o Senhor. Na frmula do batismo em Mateus 28.19 os discpulos so ordenados a batizar as naes no nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo.

a descrio de Paulo que chama Deus de Pai do nosso Senhor Jesus Cristo (Ef 1.3. Fp 1.2; Cl 1.2). Mas, tambm Pai de todos que ele chama de filhos: Pois vocs que receberam o Esprito que os torna filhos por adoo, por meio do qual chamamos, Aba, Pai (Rm 8.15).

O Deus Salvador Jesus Cristo

Aquele que a Palavra (Logos) tornou-se carne e viveu entre ns. Vimos a sua glria, glria como do unignito vindo do Pai cheio de graa e de verdade(Jo 1.14). A encarnao fez parte da manifestao da glria de Deus no filho. Ningum viu a Deus, mas o Deus Unignito, que est junto ao Pai o tornou conhecido (Jo 1.18). Repetidas vezes, no evangelho de Joo, Jesus usa a palavra glorificado para descrever sua elevao para a cruz, sepultamento e ressurreio (12.23). Jesus pede que o Pai glorifique o nome do Pai. Deus respondeu dos cus: Eu j o glorifiquei e o glorificarei novamente (Jo 12.28). Em 17.1, Jesus ora para que o Pai glorifique o filho para que o filho o glorifique. Jesus declara ter glorificado o Pai na terra, completando a obra que havia dele recebido. Pede ainda: Glorifica-me junto a ti, com a glria que eu tinha contigo antes que o mundo existisse. Podemos perceber que o relacionamento na trindade foi glorioso. Em todo o evangelho de Joo se destaca a glria de Deus que Jesus demonstrou em sua vinda ao mundo e elevao a cruz.

Paulo tambm cita um hino para salientar a glria de Jesus Cristo em sua humilhao e exaltao: Ainda que Jesus Cristo fosse Deus ...no considerou o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo vindo a ser servo (escravo), tornou-se semelhante aos homens. E sendo encontrado em forma humana humilhou-se a si mesmo e foi obediente at a morte, e morte de cruz! Essa obedincia (contrastada com a desobedincia de Ado) foi a Deus, seu Pai. Por isso Deus o exaltou a mais alta posio e lhe deu o nome que est acima de todo nome para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no cus, na terra e debaixo da terra e toda lngua confesse que Jesus Cristo o Senhor, para a glria de Deus Pai. (Fp 2.6-11). O ministrio de revelar ao Pai e salvar pecadores foi para glorificar a Deus.

A glria de Deus se revela no seu amor pelos seus chamados

A glria de Deus no Novo Testamento se revela especialmente no seu amor pelos seus chamados. Paulo envia sua carta aos romanos dizendo: A todos que em Roma so amados de Deus e chamados para serem santos... (Rm 1.7). Santificar pecadores , sem dvida, um dos pontos altos da glria divina.

O apstolo explica para esses amados em Roma como ele pode ser justo a justificar pecadores como Abrao diante da clara impossibilidade de ter um filho: nem foi incrdulo em relao a promessa de Deus, mas foi fortalecido em sua f e deu glria a Deus, estando plenamente convencido que ele era poderoso para cumprir o que havia prometido. Em consequncia isso lhe foi creditado como justia. Esse crdito imerecido tambm explica como Deus nos trata creditando justia A ns que cremos naquele que ressuscitou dos mortos a Jesus, nosso Senhor. Ele foi entregue a morte pelos nossos pecados e ressuscitado para nossa justificao. (Rm 4.20-25). Certamente a morte sacrificial e substitutiva de Cristo foi suficiente para cobrir toda nossa culpa, porm, a ressurreio foi a ratificao de Deus. Foi a demonstrao do aval de Deus de que o sacrifcio foi aceito.

A glria de Deus se revela em sua justia

Somente Deus pode perdoar pecados e justificar pecadores. Para perdoar e no macular sua justia. Como um juiz que absolve um ru criminoso, Deus precisava pagar o preo do perdo com a morto do seu filho, que tambm Deus. Paulo declara esta verdade profunda em Atos 20.28b, ...O Esprito Santo os colocou como bispos para pastorearem a Igreja de Deus que ele comprou com o seu prprio sangue. Ele pagou o preo do resgate com seu prprio sangue.

Somente Deus tem a capacidade e direito de salvar pecadores. Paulo aborda essa verdade assim: Portanto, se algum est em Cristo, nova criatura. As coisas antigas j passaram, eis que surgiram coisas novas. Tudo isso provm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministrio da reconciliao (2 Co 5.17-18). A salvao se realiza por Deus unicamente, portanto, ele merece toda glria.

O propsito da formao da Igreja para a glria de Deus

Todo louvor e adorao da Igreja deve ser oferecido para a glria de Deus. Muitas vezes, nos salmos, o povo de Deus conclamado para louvar e glorificar a Deus. No N. T. lembramos de 1 Corntios 10.31: Assim, quer vocs comem, bebam ou faam qualquer outra coisa, faam tudo para glria de Deus. O nico propsito que o cristo verdadeiro deve ter em toda a sua vida glorificar ao seu Criador e Salvador.

No cu os 24 ancio lanam as suas coroas diante do trono, e dizem: Tu, Senhor e Deus nosso, s digno de receber a glria, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas (Ap 4.10b, 11). ...Ouvi todas as criaturas existente no cu, na terra, debaixo da terro e no mar, e tudo que neles h, que diziam: Aquele que est assentado no trono e ao Cordeiro seja o louvor, a honra, a glria, e o poder para todo sempre! (Ap 5.13). Louvar a Deus o dever de todo ser, seja anjo, cristo, incrdulo ou demnio. Concorda com Filipenses 2.10 e 11 que contempla todo joelho dobrando e confessando com toda lngua a glria de Deus Pai.

Concluso

A glria de Deus a razo que explica a existncia do universo, do homem e todas as coisas que existem, sejam inteligentes ou no.

A glria de Deus se manifesta na cruz e na ressurreio de Jesus Cristo, o Filho de Deus, no sacrifcio suficiente para salvar a todos que creem.

A glria de Deus se mostra na transformao de pecadores na semelhana de Jesus Cristo.

A glria de Deus propsito de tudo que acontecer no futuro. A escatologia prope o eterno louvor de todas as criaturas.