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Guia para o professor Projeto de leitura Formato:21 x 28 cm - 32 páginas ISBN978-85-8232-004-4 ia ra o professor  ur  OS TRÊS PORQUINHOS ANGELO ABU A OBRA Indicação de leitura: pré-leitor (a partir dos 3 anos) Resumo: baseado no registro do pesquisador australiano Joseph Jacobs do conto de fadas clássico “Os três porquinhos”, este livro é uma adaptação ima- gética de Angelo Abu. Nesta adaptação, a mãe porca, impossibilitada de criar os filhos, os mandou correr o mundo atrás de sustento próprio. Os três aca- baram chegando em um cenário muito agradável para um suíno: um amplo lixão, cheio de urubus sobrevoando montes de dejetos e materiais usados. Em princípio, brincaram bastant e, mas com o tempo, um deles achou me- lhor construir um lugar para morar. Aproveitando-se das garrafas que es- tavam à disposição, utilizou-as para erguer paredes bem firmes. Enquanto isso, seus dois irmãos só faziam rolar e chafurdar no lixo. Quando o irmão mais prudente já residia em sua casa erguida sobre uma das montanhas de lixo, os irmãos ficaram um pouco preocupados e deci- diram que também deveriam ter onde morar. Sem muito zelo, cada qual fez sua morada: o primeiro, usando papelão e palha; o segundo, madeira e zinco. Foi o tempo de terminarem e um terrível lobo se aproximou. O feroz animal foi até a casa do primeiro porquinho e soprou-a com tanta facili- dade que não se demorou a comer o desamparado morador. Insatisfeito ainda, o lobo foi até a segunda casa, a de madeira, e soprou-a. Logo, o ou- tro suíno voava pelos ares até ir parar na barriga do guloso lobo. Por fim, o lobo se dirigiu à casa de alvenaria e garrafas, a qual tinha até um fogão com chaminé. Ele soprou e soprou, mas não deu certo. A casa não ia pelos ares. Então, subiu no telhado e resolveu descer pela abertura da chaminé. O que ele não sabia é que o esperto porquinho tinha deixado um caldeirão fumegando logo abaixo, no fogão. O lobo caiu dentro e morreu cozido. De comedor, o lobo é que terminou por ser comido. O terceir o porquinho ficou com a barriga bem cheia, tomando seu delicioso chá da tarde. Eixos temáticos: maturidade, construção da subjetividade, medo e co- ragem, planejamento, organização, violência, ética, trabalho e consumo, responsabilidade, superação de dificuldade Interdisciplinaridade:  Língua Portuguesa, Ciências, Arte  I  De  Jo  se  ph  Y  a  cob  s  Por  . : ... , , POR QUE LER Este conto é um dos mais conhecidos pelas crian- ças do mundo todo. É adequado tanto para crianças bem pequenas, por sua narrava simples, de poucos personagens, quanto para crianças maiores. Em espe- cial nesta versão, crianças e adultos de várias idades poderão usufruir da riqueza das ilustrações e da visão do autor sobre essa história clássica. POR QUE LER Talvez tanta densidade seja um dos movos para o conto Os três porquinhos ser tão conhecido e difundido. O ponto de parda, segundo o ilustrador, foi a lei- tura da versão mais crua e dramáca de Joseph Jacobs. Angelo Abu escolheu o cerrado como a ambientação para o início do conto: a cena do desmame, em que a mãe porca e os lhinhos se desvinculam.

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Guia para o professor

Projeto de leitura

Formato:21 x 28 cm - 32 páginas

ISBN978-85-8232-004-4

ia ra o professor

  ur 

OS TRÊS PORQUINHOSANGELO ABU

A OBRA

Indicação de leitura: pré-leitor (a partir dos 3 anos)

Resumo: baseado no registro do pesquisador australiano Joseph Jacobs doconto de fadas clássico “Os três porquinhos”, este livro é uma adaptação ima-gética de Angelo Abu. Nesta adaptação, a mãe porca, impossibilitada de criaros filhos, os mandou correr o mundo atrás de sustento próprio. Os três aca-baram chegando em um cenário muito agradável para um suíno: um amplolixão, cheio de urubus sobrevoando montes de dejetos e materiais usados.

Em princípio, brincaram bastante, mas com o tempo, um deles achou me-lhor construir um lugar para morar. Aproveitando-se das garrafas que es-tavam à disposição, utilizou-as para erguer paredes bem firmes. Enquantoisso, seus dois irmãos só faziam rolar e chafurdar no lixo.

Quando o irmão mais prudente já residia em sua casa erguida sobre umadas montanhas de lixo, os irmãos ficaram um pouco preocupados e deci-diram que também deveriam ter onde morar. Sem muito zelo, cada qualfez sua morada: o primeiro, usando papelão e palha; o segundo, madeira ezinco. Foi o tempo de terminarem e um terrível lobo se aproximou. O ferozanimal foi até a casa do primeiro porquinho e soprou-a com tanta facili-dade que não se demorou a comer o desamparado morador. Insatisfeitoainda, o lobo foi até a segunda casa, a de madeira, e soprou-a. Logo, o ou-tro suíno voava pelos ares até ir parar na barriga do guloso lobo. Por fim,o lobo se dirigiu à casa de alvenaria e garrafas, a qual tinha até um fogãocom chaminé. Ele soprou e soprou, mas não deu certo. A casa não ia pelosares. Então, subiu no telhado e resolveu descer pela abertura da chaminé.O que ele não sabia é que o esperto porquinho tinha deixado um caldeirãofumegando logo abaixo, no fogão. O lobo caiu dentro e morreu cozido.De comedor, o lobo é que terminou por ser comido. O terceiro porquinhoficou com a barriga bem cheia, tomando seu delicioso chá da tarde.

Eixos temáticos: maturidade, construção da subjetividade, medo e co-ragem, planejamento, organização, violência, ética, trabalho e consumo,responsabilidade, superação de dificuldade

Interdisciplinaridade: Língua Portuguesa, Ciências, Arte

 

I

 De  Jo se ph  Y a  cob s

 Por 

 

.

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...

“ , , ”

POR QUE LER

Este conto é um dos mais conhecidos pelas crian-ças do mundo todo. É adequado tanto para criançasbem pequenas, por sua narrava simples, de poucospersonagens, quanto para crianças maiores. Em espe-cial nesta versão, crianças e adultos de várias idadespoderão usufruir da riqueza das ilustrações e da visãodo autor sobre essa história clássica.

POR QUE LER Talvez tanta densidade seja um dos movos

para o conto Os três porquinhos ser tão conhecido e

difundido.

O ponto de parda, segundo o ilustrador, foi a lei-tura da versão mais crua e dramáca de Joseph Jacobs.

Angelo Abu escolheu o cerrado como a ambientação

para o início do conto: a cena do desmame, em que a

mãe porca e os filhinhos se desvinculam.

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Estrutura da obra

A obra está dividida em cinco partes: 1) o desma-me; 2) sozinhos na realidade do mundo; 3) a constru-ção simbólica do mundo pelo sujeito; 4) a ameaça (olobo) da destruição de mundos frágeis; 5) a solidez dacasa de alvenaria.

Principais conceitos

em que cada um construirá sua casa, separando-se

uns dos outros. É interessante destacar o tom verde

das garrafas das quais o engenhoso porquinho resol-

veu se aproveitar para construir sua casa (página 13).

Dependendo da faixa etária ouvinte, pode-se também

perguntar às crianças quais arcios mostram que os

porquinhos estavam pensando e conversando sobre a

construção de uma casa (os desenhos das “plantas”,

desde a mais complexa das páginas 12 e 13, até a casi-

nha mais simples da página 15). A bela ilustração das

páginas 16/17 mostra a aparição do lobo, momento

que deve ganhar relevo, com as três casinhas enfilei-

radas, cada qual sobre sua montanha de lixo, ante um

provável crepúsculo ou uma noite enluarada. Saliente

o terror da cena seguinte (páginas 18/17), em que o

lobo sopra ferozmente a casinha frágil e come o pri-

meiro porquinho. Aqui, temos uma versão com os

porcos bem gordos e grandes, como disse o próprioilustrador ao explicar o livro, o que permite um con-

traste com a terrível leveza do sopro lupino. Pergunte

(páginas 20/21) onde foi parar o porquinho (ele está

visivelmente dentro da barriga do lobo, cuja imagem

pode ser vista como em uma espécie de chapa de raios

X). A seguir, a cena do sopro e da devoração se repete

(páginas 22 a 25), e o malvado lobo pretende comer o

terceiro porquinho. Inconformado por não ter derru-

bado a casa feita em material reciclado, ele reaparece

sobre o telhado (páginas 28/29), até que, descendopela chaminé, cai dentro do caldeirão fervente (pági-

nas 30/31). O porco, na página 31, está com uma cara

de regozijo por ter acabado com o lobo, que, no final

das contas, virará um cozido e será comido. Sim, na

página final, vê-se o gordo porco tomando um gostoso

chá, com o lobo dentro da barriga.

A história reiteradamente trata da “fantasia da in-

corporação” por meio da deglução. De fato, a presen-

ça da oralidade se faz o tempo todo, afinal, porquinhos

comem muito, comem pracamente o que encontrampela frente. Além disso, o lobo sopra as casinhas com

sua enorme boca e devora dois dos irmãos. O terceiro

irmãozinho, por sua vez, devora o lobo e ainda toma

chá. Valeu – claro – a esperteza como solução para o

enfrentamento de uma situação amedrontadora.

Não deve haver receio ao se contar esta história

às crianças. Elas, em seu mundo mágico, irão compre-

ender a narrava e a parr dela chegar às suas pró-

prias conclusões.

Com a ajuda do professor, as crianças menoresvão compreender que é preciso um dia “sair de casa”

para se tornar adulto. Uma criança pequena “enten-

de” o mundo em grande parte pela oralidade: o que se

come e o que se é comido, e várias fantasias de retorno

Ÿ crescimento

 Ÿ individualização

 Ÿ prazer

 Ÿ preguiça

 Ÿ trabalho

 Ÿ morte

 Ÿ suspense

 Ÿ aventura

 Ÿ terror

 Ÿ humor

ANTES DE LER

Comece perguntando quem conhece a históriados três porquinhos. Provavelmente, todos a conhe-cerão. Lembrar alguns aspectos do enredo pode es-mular a curiosidade sobre o livro. Mostre a capa e acontracapa juntas, assim a criança terá uma visão dossuínos atravessando uma amedrontadora floresta deárvores secas e retorcidas. Neste momento, pode-seinsgar: “Vocês estão com medo? Querem ouvir a his-tória? Já estão prontos?”. O objevo aqui é despertar

aquele “gosnho” pelo amedrontador que, de formatão saudável, faz parte do crescimento e do que pode-mos chamar, nas artes, de “horror estéco” ou “terrorestéco”. É justamente esse po de medo simbólicoque vai nos ajudar a estruturar nossa relação com osperigos da vida, imaginários e reais.

DURANTE A LEITURA

Basicamente em tons monocromácos, esta belaobra traz uma esfera lúgubre e tenebrosa, que nos fazrememorar a esfera góca dos séculos XVIII e XIX. Amãe porca não tem condições de connuar amamen-tando os filhos, que já estão crescidos (páginas 2/3) e,portanto, eles têm de sair pelo mundo. Os três, então,tomam rumo por uma floresta até se deparar com umlixão. De acordo com o pensamento corrente, os por-quinhos deveriam adorar o local cheio de lama, barro esujeira. De fato, eles se jogam na lama – deitam e rolamliteralmente (páginas 8/9). O contador pode salientarrapidamente que o lugar em que escolheram ficar eramesmo sujo, fedido, cheio de lixo que pessoas nhamacumulado e provavelmente havia sido despejado porlá. As três montanhas que se repetem em diversasilustrações vão representar os locais bem demarcados

ANTES DE LER

DURANTE A LEITURA

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à barriga da mãe são bem comuns. Porém, aos poucos,uma criança começa a desconfiar que é possível “exis-r” sem estar “junto com a mamãe”, ou seja, sem serapenas parte do desejo dela.

DEPOIS DE LER

O contador pode perguntar o que acharam da his-

tória. Como o ilustrador trabalhou com tons sombriose pracamente silhuetas, lembrando colagens, pode-sereapresentar os quatro personagens na forma de car-tões, como os ulizados nos teatros de sombra chineses.

ASSUNTO PUXA ASSUNTO

Diversas avidades podem ser feitas a parr dahistória.

Acreditamos que bons projetos em torno de ques-tões ambientais podem ser criados e adaptados às di-ferentes faixas etárias. Por exemplo: a questão do lixourbano (onde se joga lixo? pode-se jogar lixo em qual-quer lugar? o lixo deixa a gente doente?), ou o que éde fato um lixão (as pessoas usam muitas coisas e pro-dutos, então, têm de fazer alguma coisa com o que nãosobra; um lixão pode ser um lugar muito ruim e triste,mas há formas de se trabalhar o lixo: uma delas é areciclagem). A ideia de juntar lanhas para reciclagem

pode ser apresentada e aplicada em sala de aula.O porquinho mais esperto não só fez uma casamais forte, mas reaproveitou o “lixo” na forma de gar-rafas que estavam sem ulidade. O professor podecriar diversas avidades usando garrafas pet. Porexemplo: fazer porta-lápis ou vasinhos para plannhas.Estes úlmos podem ser pendurados em paredes da

DEPOIS DE LER

ASSUNTO PUXA ASSUNTO

escola (confira este link: casinhasdanati.blogspot.com.

br/2012/04/floreiras-em-pet.html ).Como a história é em torno de porquinhos, exis-

tem várias técnicas relavamente simples para setransformar garrafas em porquinhos, seja para a finali-dade de cofrinhos ou para se guardar objetos escolares.Deixamos aqui um link no qual o professor pode obterinspiração: www.brincandonarede.com.br/campanha/ 

BauDeAtividades_Detalhes.aspx?objeto=CofrinhoPET 

CONECTE-SE

Desenho animado

O clássico desenho curta-metragem da Disney Os Três

Porquinhos:www.youtube.com/watch?v=kL5EjA2xu3k .

Vale apresentá-lo para as crianças. Com certeza elas

irão gostar.

Literatura

Como sugestão sobre o entendimento dos contos defadas e sua importância para as crianças, menciona-mos o livro Fadas no Divã, de Diana Lichtenstein Corsoe Mário Corso (Artmed, 2006).

Internet

Dedoches de origami – este site deixa dicas interes-santes para se fazer dedoches de papel para crianças

inspirando-se nos personagens da história: revista-guiainfantil.uol.com.br/professores-atividades/87/ar-

tigo181551-1.asp

Livros virtuais de Joseph Jacobs – quem quiser conhe-cer mais sobre as obras (em inglês) do autor, pode aces-sar o site: http://www.gutenberg.org/ebooks/7439

SOBRE OS AUTORES

Joseph Jacobs (1854-1916) foi um estudioso australiano da cultura popular que viveu na Inglaterra. Ele cole-tou histórias do povo do país e as publicou em os Contos do Folclore Inglês (1890). Dentre os contos, estava oaté então pouco conhecido “Os Três Porquinhos”. Outras de suas obras incluem coleções de contos de fadasceltas, uma coleção de contos de fadas indianos, uma edição das fábulas de Esopo e um livro de viagens.

SOBRE O ILUSTRADOR

Angelo Abu nasceu em 1974, em Belo Horizonte, e começou a ilustrar em 1995, no Fesval de Inverno de

Ouro Preto. Graduou-se em Cinema de Animação na Escola de Belas Artes da UFMG em 2000. Tem muitoslivros infantojuvenis ilustrados em várias editoras.

ELABORADO POR ADRIANO MESSIAS – escritor de livros infantojuvenis, tradutor e adaptador, doutorando em Comunicaçãoe Semióca, mestre em Comunicação e Sociabilidade, graduado em Jornalismo e em Letras. Email: adrianoescritor@

yahoo.com.br. Blog: hp://www.adrianomessiasescritor.blogspot.com/