Dr. PC

48
P P r r o o j j e e c c t t o o d d e e F F o o r r m m a a ç ç ã ã o o e e A A c c ç ç ã ã o o P P e e d d a a g g ó ó g g i i c c a a Avaliação e Reflexão Após a Implementação _

description

Avaliação e reflexão após a implementação do projeto de formação e ação pedagógica "Dr. PC", no âmbito da profissionalização em serviço

Transcript of Dr. PC

Page 1: Dr. PC

Formanda Vânia Ramos Janela

Supervisor Prof. José Duarte

Delegado Prof. Luís Varela

PPPrrrooojjjeeeccctttooo dddeee FFFooorrrmmmaaaçççãããooo eee AAAcccçççãããooo PPPeeedddaaagggóóógggiiicccaaa

Avaliação e Reflexão Após a Implementação _

Page 2: Dr. PC

ESCOLA SUPERIOR DE E DUCAÇÃO DE SETÚBAL

Escola Secundár ia de Sampaio

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

Formanda

Vânia Ramos Janela

S a m p a i o , 1 9 d e M a i o d e 2 0 0 8

Page 3: Dr. PC

“ U m e x c e l e n t e e d u c a d o r n ã o é u m s e r h u m a n o p e r f e i t o ,

m a s a l g u é m q u e t e m s e r e n i d a d e p a r a s e e s v a z i a r

e s e n s i b i l i d a d e p a r a a p r e n d e r . ”

Augusto Cury (2004)

Page 4: Dr. PC

Agradecimentos

António Cabeça

António Ferraria

Ana Luísa

Câmara Municipal de Sesimbra

Departamento de Artes e Tecnologia

Elisa Graça

Encarregados de Educação

Fausto Mourato

Florbela Edral

Herculano Rodrigues

Isabel Gouveia

Joaquim Filipe

José Caeiro

Luís Varela

Márcio

Noel Cabeça

Nuno Ribeiro

Rita Caleira

Roque Oliveira

Rui do Bem

8.º Cef

10.º Pi

10.º PM

11.º Pi

12.º G

Page 5: Dr. PC

Abreviaturas

CEF Curso Educação e Formação

CET Curso de Especialização Tecnológica

E.E. Encarregados de Educação

ESE Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal

EST-IPS Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal

PC Personal Computer (computador pessoal)

PFAP Projecto de Formação e Acção Pedagógica

PRSI Programação e Sistemas Informáticos

TIC Tecnologias da Informação e Comunicação

URL Uniform Resource Locator (endereço de um recurso)

Page 6: Dr. PC

Índice

Introdução ..................................................................................................................................... 7

O Projecto ...................................................................................................................................... 8

Implementação do Projecto .......................................................................................................... 9

1. Direcção de Turma ....................................................................................................................... 10

1.1. Funções Administrativas .............................................................................................................................. 10

Organização do dossier da turma .................................................................................................................. 10

Controlo da assiduidade e avaliação ............................................................................................................. 11

Reuniões de Conselho de Turma e de Encarregados de Educação................................................................. 12

Gestão de conflitos e apoio aos alunos.......................................................................................................... 13

O espaço online da direcção de turma........................................................................................................... 14

Formação para pais/E.E. ................................................................................................................................ 14

1.2. Funções Pedagógicas ................................................................................................................................... 15

Visitas de estudo ............................................................................................................................................ 16

Palestra e mostra de projectos ...................................................................................................................... 19

Voluntariado .................................................................................................................................................. 20

Acções junto do Conselho de Turma .............................................................................................................. 22

1.3. Funções Disciplinares .................................................................................................................................. 26

2. Ensino e Aprendizagem ................................................................................................................ 28

2.1. Plano científico ............................................................................................................................................ 28

2.2. Materiais didácticos .................................................................................................................................... 30

2.3. Unidade supervisionada .............................................................................................................................. 30

Primeira e segunda aula assistidas ................................................................................................................ 30

Terceira e quarta aula assistidas ................................................................................................................... 32

Quinta e sexta aula assistidas ....................................................................................................................... 33

2.4. Uma experiência bem e mal sucedida ......................................................................................................... 33

2.5. Relação pedagógica com os alunos ............................................................................................................. 34

2.6. Avaliação ..................................................................................................................................................... 34

3. Projecto Educativo de Escola ....................................................................................................... 36

3.1. Concurso para o logótipo da oficina ............................................................................................................ 37

3.2. Decoração do laboratório ............................................................................................................................ 38

3.5. Folheto e cartaz publicitário ........................................................................................................................ 39

3.3. Parceria com a Equipa TIC ........................................................................................................................... 40

Workshop e oficina de curta duração ............................................................................................................ 40

Operação Open Source .................................................................................................................................. 40

Reflexão Crítica sobre a Implementação .................................................................................... 42

Conclusão .................................................................................................................................... 46

Bibliografia .................................................................................................................................. 47

Anexos ......................................................................................................................................... 48

Page 7: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

7 Vânia Ramos Janela

Introdução

O “Projecto de Formação e Acção Pedagógica” visa promover no docente em formação

um papel mais activo na escola, capacitando-o para responder às necessidades decorrentes

das mudanças ocorridas na sociedade actual. Cada vez mais se exigem novas competências

pedagógicas ao nível da organização das aprendizagens e dos apoios aos alunos, o que significa

uma atenção especial para aceitar a diversidade, adoptando estratégias de inclusão escolar.

Mais, o PFAP deve coordenar três dimensões deveras importantes na actividade de

qualquer professor: a Direcção de Turma, a Actividade Lectiva e o Projecto Educativo de Escola.

É neste contexto que a profissionalização em serviço pode ser entendida como o primeiro

passo de um processo de desenvolvimento profissional contínuo que possa ajudar a criar

espaços, momentos, projectos e programas de trabalho inovadores que contribuam para a

melhoria da qualidade de ensino, para a construção de uma escola mais democrática e para a

promoção de uma educação para a cidadania1.

Para tal, há que diagnosticar um problema concreto e real, sendo certo que, o modo de

colmatar o problema encontrado será, quiçá, a criação de um projecto que permita formar

exaustivamente os alunos para o mercado de trabalho em que são inseridos, envolvendo-os

activamente no processo ensino-aprendizagem e estabelecendo relações interpessoais com a

comunidade escolar.

Após a delineação de estratégias e do plano de acção, chegou a altura da implementação

real, no terreno, do projecto idealizado. Assim, o presente relatório tem como finalidade

efectuar uma análise comparativa entre o PFAP inicialmente proposto e a sua implementação

real, visando igualmente a reflexão sobre o que foi feito, encontrando o porquê de ter corrido

bem e equacionando hipóteses alternativas para as iniciativas não realizadas ou que ficaram

aquém do previsto (op. cit.).

1 in “Documento Orientador”, p. 3.

Page 8: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

8 Vânia Ramos Janela

O Projecto

Através de um diagnóstico de necessidades, identificou-se duas problemáticas:

os alunos do 11.º ano do Curso Profissional de Gestão e Programação de Sistemas

Informáticos e os Encarregados de Educação consideraram que existiam lacunas

ao nível da formação prática do curso profissional; e,

verificava-se uma enorme solicitação dos docentes do grupo de informática para a

resolução de problemas com os computadores pessoais dos professores e

funcionários, bem como equipamento da Escola.

A hipótese de intervenção que, no entender da formanda, melhor se adequava ao

diagnóstico e aos recursos existentes, resultou na proposta de “Projecto de Formação e Acção

Pedagógica” proposto e que se intitulou de “Dr. PC”, consistindo na criação, dentro do espaço

escolar, de uma oficina de diagnóstico e reparação de material informático.

No presente ano lectivo, o projecto foi realizado com a turma PI, do 11.º ano, do Curso

Profissional de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos, da qual a docente foi

Directora de Turma, sendo certo que irá ter continuidade no próximo ano lectivo com os

alunos do 10.º ano do mesmo curso que conseguirem aproveitamento para progredirem para

o segundo ano.

Mais do que um projecto da turma, a formanda considera-o como um projecto da Escola

de, e para a comunidade. Foi, e continuará a ser, uma aposta na divulgação do curso

profissional e da Escola, na interdisciplinaridade, nas parcerias internas entre as turmas e

externas com as empresas e instituições da região, na procura de envolver os pais e

Encarregados de Educação na vida escolar.

A essência do projecto foi encontrada! Agora há que, a cada ano lectivo, delinear

actividades diferenciadas, inovadoras e pertinentes de modo a dinamizar e motivar os alunos,

assim como a dotá-los dos conhecimentos adequados e necessários para o desempenho das

suas futuras funções profissionais e sociais.

Page 9: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

9 Vânia Ramos Janela

Implementação do Projecto

Com a implementação do projecto “Dr. PC” procurou-se, essencialmente, desenvolver e

aperfeiçoar capacidades e competências a nível técnico, de modo a preparar os alunos para a

vida activa, assim como assegurar as competências necessárias ao prosseguimento de estudos;

promover a formação integral do aluno, enquanto pessoa e cidadão; promover uma

aprendizagem que fomente a autonomia, a iniciativa e a responsabilização dos alunos;

incentivar os alunos a implementar projectos de trabalho valorizadores das suas próprias

capacidades e interesses; dinamizar a participação da comunidade no processo educativo;

promover a interdisciplinaridade; e, promover contactos e iniciativas de colaboração com

outras escolas/instituições sociais.

De seguida, serão descritas as actividades realizadas, assim como a justificação para as

que não lograram a efectivar-se (vide anexo 1), procurando-se relacioná-las com as três

dimensões relevantes na actividade de qualquer professor: a Direcção de Turma, a Actividade

Lectiva e o Projecto Educativo de Escola.

Equipa TIC (pequenas oficinas de formação)

Turma de Artes e Tecnologias (decoração do espaço da oficina)

Curso Profissional de Marketing/Publicidade (folheto

publicitário e poster)

Alunos da Escola (concurso para o logótipo)

Escolas do concelho de Sesimbra

(reparação dos pc’s dos alunos)

Comissão Municipal do Idoso

(Dia da Informática para o Idoso)

Fórum de Discussão a dinamizar com

empresas de informática e outras

Escolas do distrito

Assistência técnica

Diagnóstico do material recepcionado

Orçamentos

Reparação do equipamento

Base de dados

Website Palestras

Microsoft Portugal

5.ª Edição da Semana da Ciência e Tecnologia

Pavilhão do Conhecimento e Casa do Futuro

2.º Dia das Tecnologias

(workshop de montagem de um

computador)

Escrita de um artigo para

publicar no jornal escolar e na

página da Escola

Distribuição do folheto

publicitário

Afixação nas vitrinas do poster

Dr. PC

Parcerias Internas

Parcerias Externas

Actividades na Oficina

Formação dos

Recursos Humanos da oficina

Campanha de

Divulgação

Fig. 1. As actividades inicialmente propostas no âmbito do projecto "Dr. PC"

Page 10: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

10 Vânia Ramos Janela

1. Direcção de Turma

“Se um professor «não deve ser alguém que se acomoda, mas o que

constantemente procura, observa, investiga», isto aplica-se

particularmente ao Director de Turma. Este é, com efeito, uma

«peça-chave» no desenvolvimento escolar, pessoal e social dos alunos.”

Maria Natália Marto (2001)

A função da docente enquanto Directora de Turma pode agrupar-se em três áreas

distintas: a administrativa, a pedagógica e a disciplinar. Segue-se a descrição das actividades

realizadas no âmbito de cada uma.

1.1. Funções Administrativas

A docente executou as seguintes actividades administrativas:

controlo de assiduidade e dos módulos com/sem aproveitamento;

elaboração do processo individual dos alunos e relatórios;

organização e manutenção do dossier da turma;

eleição do delegado e subdelegado (vide anexo 2);

organização de actas e da legislação em vigor;

preparação e coordenação das reuniões com o Conselho de Turma, alunos e E.E.;

contactos periódicos com a generalidade dos E.E.;

manutenção do livro de ponto e construção de um calendário de trabalhos de casa

para o interior do mesmo;

diligências inerentes a participações disciplinares e outras ocorrências;

gestão de conflitos e apoio aos alunos nos seus problemas pessoais; e

informação das alterações legislativas aos pais, E.E., alunos e Conselho de Turma.

Organização do dossier da turma

O dossier da turma foi organizado da seguinte forma:

lista de alunos, fotografias e horários (da turma e da

Directora de Turma);

contactos pessoais do Conselho de Turma, dos alunos

e dos Encarregados de Educação;

registos individuais dos alunos;

contactos com Encarregados de Educação; Fig. 2. A capa do dossier de turma

Page 11: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

11 Vânia Ramos Janela

participações disciplinares;

justificações de faltas;

guiões das reuniões de Conselho de Turma e com Encarregados de Educação;

convocatórias e comunicações;

visitas de estudo;

actas de eleições, Conselhos de Turma e

reuniões com Encarregados de Educação;

registo da assiduidade dos alunos no curso;

matriz curricular para o ano lectivo 2007/2008;

avaliação (critérios, propostas e grelha de

controlo);

cópias das pautas por disciplina e módulos;

legislação e outros documentos.

Controlo da assiduidade e avaliação

Sendo certo que, a direcção de turma é um cargo de extrema responsabilidade, o facto de

se tratar de um curso profissional acresce-a. O programa informático de alunos adoptado na

Escola não funciona em pleno para as necessidades deste tipo de ensino, e não existem

perspectivas de alteração do mesmo por parte da empresa que o implementa. Quando a

formanda iniciou funções de Directora de Turma viu-se, pois, com falta de informação sobre os

módulos em atraso relativos ao ano anterior, os módulos a serem leccionados no presente ano

e os que ficariam por leccionar. Existiam avaliações mal introduzidas no sistema e que

induziam em erro. E como o programa considera cada ano como sendo independente, não

existia forma de controlar a assiduidade já que as faltas acumulam e são contabilizadas para os

três anos de duração do curso.

Assim, e face a tais adversidades, no início do ano lectivo a Directora de Turma sentiu

necessidade de construir grelhas de registo para controlar a assiduidade e a avaliação dos

alunos.

No que concerne à assiduidade – sendo necessário ter sempre presente o limite de faltas

por disciplina para os três anos do curso, assim como o total de faltas justificadas e

injustificadas que os alunos já tinham dado, bem como as faltas justificadas e relevadas pela

realização de trabalhos – elaborou um mapa que reflecte toda esta informação e que identifica

os alunos que se encontram em situação de risco (vide anexo 3). A grelha construída visa, além

de um controlo mais eficiente e eficaz, facilitar a passagem de informação da assiduidade dos

alunos nos contactos com os Encarregados de Educação e com os professores das disciplinas.

No futuro, o Director de Turma terá toda a informação disponível quando começar a trabalhar,

poupando tempo e esforço.

Fig. 3. O índice do dossier de turma

Page 12: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

12 Vânia Ramos Janela

Para facilitar o controlo e o registo referente à avaliação dos módulos, construiu,

igualmente, uma grelha (vide anexo 4) com:

informação do número de módulos para cada ano curricular;

as notas obtidas;

a data do momento de avaliação (o que permite constatar se o módulo foi

realizado por exame ou por frequência);

a média das classificações por disciplina, por módulo e por aluno;

as notas máxima e mínima por módulo; e

a percentagem de alunos com o módulo concluído.

A grelha inicial sofreu algumas alterações por sugestão do presidente do Conselho

Executivo, após o que foi disponibilizada para utilização por parte dos Directores de Turma dos

demais cursos profissionais. No final de cada período de avaliação foi disponibilizada na página

da Escola para informação aos alunos, pais e Encarregados de Educação.

Posteriormente, a formanda considera pertinente implementar uma solução mais

funcional que permita solucionar este tipo de questões para as várias direcções de turma dos

cursos profissionais existentes na Escola. A solução poderá passar, quiçá, pela construção de

uma base de dados própria para estas direcções de turma. Mais, sendo certo que os alunos do

11.º ano terão formação em contexto de trabalho, seria interessante pensar-se numa prática

simulada em que a Escola “contrataria” os alunos para desenvolverem a base de dados.

Reuniões de Conselho de Turma e de Encarregados de Educação

As reuniões de Conselho de Turma e de Encarregados de Educação pautaram-se pela

existência de guiões (vide anexo 5), os quais funcionaram como documentos de suporte. Tal

teve por objectivo facilitar o acompanhamento dos participantes durante as reuniões, assim

como permitir uma leitura mais atenta, posteriormente, de modo a cimentar alguma questão.

Nos três Conselhos de Turma realizados estiveram presentes todos os docentes que o

compõem e, em dois, a representante dos Encarregados de Educação, num, o Delegado e

Subdelegada de Turma. Nas várias reuniões, de entre outros assuntos, abordaram-se:

os critérios de avaliação (uniformizados para todas as disciplinas do curso);

as actividades a desenvolver no âmbito do “Plano Anual de Actividades”;

o balanço das actividades realizadas/não realizadas;

o “Regulamento Interno” no que concerne aos cursos profissionais;

o comportamento e aproveitamento da turma;

estratégias de compensação;

os contactos com os Encarregados de Educação;

alterações à legislação existente.

Page 13: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

13 Vânia Ramos Janela

As reuniões com os Encarregados de Educação foram marcadas, à semelhança do que

acontecia no ano passado, pela presença da maioria. Foi notória, por parte de alguns

Encarregados de Educação, a vontade de participar de forma activa na vida escolar dos

educandos e em actividades dinamizadas na Escola. Logo na primeira reunião, sugeriram

algumas acções a desenvolver com os alunos de onde se destacam a visita a uma feira

relacionada com as novas tecnologias e palestras de informação sobre as saídas profissionais

do curso. Houve mesmo uma Encarregada de Educação que manifestou vontade de ajudar a

organizar uma visita de estudo ao Instituto Superior Técnico, em Lisboa, no sentido de

sensibilizar os alunos para o prosseguimento de estudos. Este contacto foi estabelecido e a

visita só não ocorreu por motivos de agenda. Porém, e atendendo à importância do evento, a

mesma irá realizar-se logo que possível.

Gestão de conflitos e apoio aos alunos

A Directora de Turma, no decurso das aulas da disciplina que lecciona, notou que uma

aluna estava distante, desmotivada, triste e a isolar-se em relação à turma. Conversou com ela

tentando aferir do porquê de tal comportamento. Face à resistência que encontrou, entrou em

contacto com a Encarregada de Educação, que referiu que a sua educanda estava a passar por

uma situação bastante complicada a nível pessoal e familiar. A E.E. pediu a ajuda da Directora

de Turma no sentido de, juntas, conseguirem apoiar e solucionar o problema. Após várias

tentativas, a aluna acabou por confiar na Directora de Turma e foi possível, em conjunto com a

psicóloga da Escola, dar-lhe o apoio necessário. Todo o Conselho de Turma ajudou visto que

estavam sensibilizados, ainda que desconhecendo os pormenores sobre o desconforto da

aluna.

Contudo, e face a uma quezília entre a aluna e dois colegas, a turma começou a rejeitá-la

propiciando conflitos diários. Foram tidas várias conversas com a turma, alguns alunos e

Encarregados de Educação, no sentido de suster tais atitudes, o que só foi conseguido

recentemente.

Sempre se dirá que, a formanda, enquanto Directora de Turma, tentou contribuir para o

desenvolvimento de boas relações no seu grupo de trabalho e participou na resolução de

alguns desacordos/problemas. Interveio, por vezes, em situações de dificuldade de

inter-relacionamento dos alunos, com vista ao desenvolvimento do respeito, da compreensão,

da amizade e da solidariedade.

Ainda relativamente a este ponto, é mister referir outra situação.

Um aluno foi alvo de furto, tendo comunicado o sucedido à Directora de Turma. Nesse

sentido, foram desencadeadas as diligências necessárias para impedir que situações

semelhantes voltassem a acontecer (vide anexo 6). Por razões óbvias, não foi possível

encontrar o autor do furto.

Page 14: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

14 Vânia Ramos Janela

O espaço online da direcção de turma

No Moodle2 (disponível em moodle15.escolasdesesimbra.net, com chave de inscrição

“DT11PI0708”) foi criado e mantido um espaço para

a Direcção de Turma. Deste modo, pretendeu-se

manter um contacto estreito entre o Conselho de

Turma, os alunos, os pais e Encarregados de

Educação. O espaço criado visou disponibilizar

informação em tempo real, assim como esclarecer

determinados assuntos referentes aos

alunos/educandos, ao curso e à Escola. A formanda

achou pertinente disponibilizar informação

referente à assiduidade, à avaliação, as actas das

reuniões, a legislação e outra documentação associada ao curso e à Escola. Igualmente, criou

um fórum de discussão e divulgou algumas notícias.

Pelas estatísticas de utilização pode-se concluir que das vinte e cinco pessoas inscritas,

apenas cinco nunca visitaram o espaço criado. Os utilizadores recorreram essencialmente às

informações sobre a assiduidade e a avaliação. E se é verdade que a utilização do espaço tem

tido uma assiduidade regular, não menos verdade é que, ficou aquém das expectativas. No

entanto, a formanda considera que a existência do espaço no Moodle para a direcção de

turma é importante. Nesse sentido, pondera efectuar uma maior sensibilização dos

professores, alunos e Encarregados de Educação no sentido de o utilizarem.

Formação para pais/E.E.

Sendo certo que o espaço criado no Moodle é fácil de utilizar, a realidade é que a

generalidade dos pais e Encarregados de Educação não apresentava conhecimentos

informáticos suficientes para o fazer. Assim, criou-se

uma pequena oficina de formação com a duração de

90 minutos intitulada “A Direcção de Turma no

Moodle”. O objectivo, tinha como farol orientador,

os alunos ensinarem aos próprios pais/E.E. a

execução de acções básicas, proceder ao registo na

plataforma de e-learning e praticar o uso da mesma.

A par com o que se referiu, em alguns casos,

seria necessário a criação de um endereço

electrónico visto que os pais/E.E. podiam não o possuir. Neste sentido, a formanda, enquanto

Directora de Turma, criou dois horários, um de manhã e outro pós-laboral, e enviou os

2 O Moodle é um software para gestão da aprendizagem e de trabalho colaborativo, permitindo a criação de cursos

online, páginas de disciplinas, grupos de trabalho e comunidades de aprendizagem.

Fig. 4. A Direcção de Turma no Moodle

Fig. 5. Alguns participantes

Page 15: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

15 Vânia Ramos Janela

Fig. 6. A representante dos E.E. em formação

convites (vide anexo 7) para participação na actividade. Dos catorze alunos da turma, apenas

três Encarregados de Educação mostraram disponibilidade para frequentar a acção. No final,

demonstraram receptividade à iniciativa, referindo que o espaço era útil, e sugeriram um

aumento da informação disponibilizada.

Pese embora esta iniciativa não tenha contado com

o número de presenças esperadas (já que a maioria dos

Encarregados de Educação assiste às reuniões), foi

importante a presença da representante dos

Encarregados de Educação na medida em que poderá

desempenhar um papel importante na conquista futura

da participação dos restantes.

Assim, após reflectir sobre a formação e sobre o espaço

da direcção de turma no Moodle (como aliás se referiu

anteriormente), a Directora de Turma mantém a opinião que ambas as actividades foram

importantes e como tal pondera a hipótese de pedir o testemunho dos Encarregados de

Educação presentes na formação na próxima reunião de modo a apoiarem na conquista de

novos participantes. Mais, demonstrar durante a reunião o espaço criado e procurar marcar

um horário compatível com todos os interessados.

A alternativa seria forçar que durante a reunião com Encarregados de Educação, os

mesmos se registassem mas o efeito pretendido não teria o mesmo impacto. Não convém

esquecer que alguns E.E. não possuem conhecimentos de informática na óptica do utilizador,

alguns nunca sequer utilizaram um rato, pelo que poderiam sentir-se constrangidos e não

aceitar de bom agrado a iniciativa.

1.2. Funções Pedagógicas

É certo que, o Director de Turma deve favorecer as interacções sociais na turma, dando

informações sobre saídas profissionais, métodos de estudo e atitudes que facilitam a

aprendizagem, conhecer as características sociais e culturais da turma e contribuir para um

clima de confiança e participação dos alunos na Escola, estabelecer relações personalizadas e

ajudá-los na escolha das actividades de tempos livres e no despertar de vocações, promover a

educação cívica, o desenvolvimento pessoal/social e a ligação ao meio através das associações

culturais e cívicas.

Foi o que a formanda, na qualidade de Directora de Turma, procurou fazer com algumas

actividades, as quais se passam a descrever.

Page 16: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

16 Vânia Ramos Janela

Visitas de estudo

Pavilhão do Conhecimento e Casa do Futuro

A visita de estudo ao Pavilhão do Conhecimento e à Casa do Futuro visava promover o

gosto pela ciência e pela tecnologia, estimulando o conhecimento científico e a difusão da

cultura científica e tecnológica. A existência de exposições de actividades permitem que, de

forma interactiva, activa, descontraída e lúdica, os alunos explorem muitos e variados temas,

potenciando também novas vivências e o contacto com tecnologias de ponta.

Assim, no início do mês de Janeiro procedeu-se ao contacto telefónico com a Casa do

Futuro para a marcação da visita. No entanto, só existia vaga para o dia 18 de Junho, data que

coincide com os exames nacionais, pelo que não foi possível realizar esta actividade. Assim, a

visita foi marcada e irá realiza-se logo no início do próximo ano lectivo.

Semana da Ciência e da Tecnologia

No dia 19 de Novembro de 2007 os alunos dos 10.º e 11.º anos do

Curso Profissional de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos

deslocaram-se a Setúbal, no autocarro gentilmente cedido pela Câmara

Municipal de Sesimbra, com o intuito de participarem na iniciativa

promovida pela Escola Superior de Tecnologia do

Instituto Politécnico de Setúbal intitulada “Semana

da Ciência e Tecnologia”3. Esta iniciativa, na sua 5.ª

edição, decorreu na semana de 19 a 23 de

Novembro, e visou um conjunto de actividades

práticas nas áreas da Ciência e Tecnologia.

O objectivo da visita foi promover o gosto

pelas áreas mencionadas, desmistificando a

Matemática e a Física (disciplinas integrantes da

componente científica do curso profissional

frequentado pelos alunos) através da realização de

actividades práticas e experimentais de engenharia,

promover os cursos de engenharia da Escola e

sensibilizar os alunos para o prosseguimento de

estudos.

As actividades decorreram em vários espaços

da EST-IPS e, se inicialmente (vide anexo 8) foram

3 Mais informação disponível em http://www.semanadaciencia.blogspot.com

Fig. 7. O 11.º Pi, a DT e o guia da EST

Fig. 8. Alguns alunos do 10.º Pi com o Prof. Herculano

Page 17: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

17 Vânia Ramos Janela

05

101520

11

20

3 0 0

Como classifica a visita?

propostas seis para os alunos frequentarem, estes acabaram por interagir e participar, por

iniciativa própria, na generalidade dos jogos e experiências nos laboratórios, nos espaços

interactivos e nos vários stands interactivos dos cursos. É de acrescentar que o espaço da

robótica e do simulador de voo foram os que despertaram maior interesse nos alunos, que

consideraram curto o tempo de duração de cada actividade.

Os alunos conheceram as infra-estruturas e as competências técnicas e científicas,

preciosas auxiliares para a formação académica,

assim como as opções em termos de acesso ao

ensino superior.

Mesmo para quem não é das áreas da ciência,

o contacto directo com experiências científicas e

tecnológicas não deixa ninguém indiferente. As

potencialidades oferecidas nas áreas da Ciência e

Tecnologia permitem aprender seja através do

toque, da diversão ou simplesmente despertar o interesse

pelo fascínio de um olhar. Das actividades frequentadas,

conseguiu-se um paralelismo entre a Física e a Matemática. As experiências apresentadas

foram dinâmicas e interactivas o que despertou o interesse dos alunos e os motivou a

participar activamente em tudo o que conseguiram. Os alunos aperceberam-se da

aplicabilidade prática de algumas coisas que até então eram teoria nas aulas destas disciplinas.

Foi interessante ouvir afirmações como “a stôra de Físico-Química já falou nisso numa aula…”

e “xii! Dei isso no módulo que tenho por fazer a Matemática do ano passado!”.

A avaliação da actividade foi positiva, sendo que 59%

dos alunos a classificaram com “bom”, 32% com “muito

bom” e 9% com “suficiente”. Os alunos e os professores

das disciplinas envolvidas consideraram que a preparação

foi bem conseguida, que as actividades foram

interessantes e que o comportamento do grupo foi bom.

Na generalidade, os alunos participaram activamente em

todas as actividades propostas.

Isto pode ser reforçado pela análise dos dados

provenientes do questionário da visita.

Fig. 9. O Prof. Noel e alguns alunos da sua direcção de turma, o 10.º Pi

0

50

Sim Não

33

1

Gostou de realizar a visita?

0

50

Sim Não

33

1

Os temas abordados foram interessantes?

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Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

18 Vânia Ramos Janela

No debate feito à posteriori em sala de aula, o único aluno a referir que não tinha gostado

da visita e que não achava os temas interessantes, acabou por referir que não tinha sido

totalmente honesto nas respostas e que fê-lo por achar que o questionário não tinha

importância. É um aluno do 10.º ano e que inicialmente teve alguma dificuldade de integração

na turma pelo facto de ser de uma zona diferente dos colegas. Alguns alunos manifestaram a

intenção de, se possível, visitarem outras instituições de ensino superior e de obterem mais

informação sobre os cursos de engenharia e do que é necessário fazer para os alunos que

estando num curso profissional desejem ingressar num curso superior. Outros referiram

mesmo a vontade de prosseguir estudos (algo que não faziam até então).

Para o próximo ano lectivo, e sendo certo que a actividade foi proveitosa e bem aceite

pelos alunos, a Directora de Turma perspectiva que se a EST-IPS dinamizar novamente a

iniciativa, os alunos voltem a participar.

Empresa de informática

O objectivo da iniciativa visava proporcionar vivências diferentes e enriquecedoras, assim

como promover relações de colaboração com o mundo empresarial. Nesse sentido, foram

estabelecidos contactos com várias empresas, a saber: Microsoft Portugal, Siemens, Sun

Microsystems, Autoeuropa, YDreams, OCP Portugal e a BeAdvance. Destas, as duas últimas

responderam afirmativamente.

O contacto com a OCP Portugal foi estabelecido e estava agendado para a semana de 05 a

09 de Maio mas, por motivos do acidente ocorrido no Alto das Vinhas ter envolvido um

familiar da pessoa que estava a organizar a visita à empresa, não se concretizou. A BeAdvance

respondeu afirmativamente (vide anexo 9), mas em conversa telefónica a responsável pelo

Marketing e Parcerias, disse que telefonaria de volta assim que conseguisse falar com alguém

da administração da empresa (segundo a senhora, os administradores estavam ausentes do

país) o que não aconteceu até ao momento.

O que correu mal? Uma série de imprevistos, aliás normais quando se trata do mundo

empresarial. Em primeiro lugar a falta de receptividade na aceitação de visitas. Por outro lado,

a conciliação entre a disponibilidade de agenda entre a Escola e as empresas a visitar (vide

anexo 10).

A formanda considera pertinente que se realize uma iniciativa deste género. Nesse

sentido, se a BeAdvance entretanto confirmar o dia em que existe disponibilidade para a visita

e o mesmo se insira no calendário escolar, a mesma realizar-se-á. Também, espera-se que

brevemente sejam restabelecidos os contactos a OCP Portugal com vista à marcação da visita.

No próximo ano lectivo, considera que seria importante os alunos finalistas do curso

visitarem a Autoeuropa dado que é uma empresa do distrito e poderá ser uma alternativa

quando terminarem o 12.º ano. Nesse sentido, ao realizar-se a parceria com a mesma, quiçá

Page 19: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

19 Vânia Ramos Janela

poderão estreitar-se laços no sentido de vir a ser uma das empresas a aceitar estagiários da

Escola.

Palestra e mostra de projectos

Com a realização de uma palestra dinamizada por universidades do distrito de Setúbal,

procurava-se sensibilizar os alunos do curso profissional para o prosseguimento de estudos e

informar sobre as saídas profissionais do curso. Nesse sentido foi contactada a Faculdade de

Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Contudo, não foi possível acordar a

realização do evento, já que para o dia pretendido (16 de Maio – “2.º Dia das Tecnologias4”)

não havia disponibilidade por parte da faculdade.

Contactou-se, igualmente, o professor coordenador do

Departamento de Sistemas e Informática, o professor Joaquim Filipe, da

Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal que se

mostrou agradado com o convite e reencaminhou para o Director do

Curso de Engenharia Informática a fim de se organizar a participação da EST-IPS no “2.º Dia das

Tecnologias”. Assim, dinamizou-se a palestra com a ajuda do professor Fausto Mourato, que se

fez acompanhar de um aluno do Curso de Especialização Tecnológica de Programação de

Sistemas de Informação. Juntos, falaram um pouco sobre o instituto, os cursos de engenharia

(dando enfoque ao de informática) e os cursos de especialização tecnológica. Posteriormente,

mostraram alguns projectos desenvolvidos: “Pacman

Reloaded 3D”, “Webpoly”, “Pro Coaching –

diagramas tácticos para futebol” e “Cd interactivo

da residência de estudantes da EST-IPS”. Foram

ainda distribuídos folhetos.

Durante a apresentação, os alunos estiveram

atentos mostrando interesse pelo que estavam a

ver. No final, colocaram várias questões tendo

alguns deles permanecido a dialogar com os

convidados durante algum tempo.

No entender da formanda, este contacto foi bastante positivo. Serviu para reforçar o que

já tinha sido conseguido com a deslocação a participar na semana da ciência e tecnologia: o

incentivo ao prosseguimento de estudos. A abordagem foi feita num contexto bastante mais

interessante já que abordou os CET’s, dando a conhecer aos alunos uma alternativa no caso de

não conseguirem obter a nota mínima de acesso ao ensino superior: aproveitar para adquirir

mais conhecimento na sua área de formação, uma qualificação profissional de nível 4,

4 O “Dia das Tecnologias”, na sua 2.ª edição, visa essencialmente divulgar as actividades realizadas pelos alunos no

âmbito das TIC, assim como promover os trabalhos/projectos implementados nas disciplinas dos cursos da área de informática existentes na Escola.

Fig. 10. Apresentação da EST-IPS sobre os cursos superiores e CET’s

Page 20: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

20 Vânia Ramos Janela

Fig. 11. A interacção com a equipa do “Dr. PC” (o computador do professor avariou durante a apresentação)

rentabilizar o ano lectivo realizando algumas disciplinas para as quais terão equivalência

quando entrarem no ensino superior.

Posto isto, e no entender da formanda, resulta de forma clara e inequívoca que seria de

todo interessante e bastante proveitosos, o estabelecimento de uma parceria entre a Escola e

a EST-IPS no que concerne a este tipo de formação. É verdade que a Escola disponibiliza os

CET’s do Instituto Politécnico de Tomar, mas não terá

mais sentido estabelecer a parceria com uma

instituição de ensino do distrito? Afinal provavelmente

serão poucos os alunos que perspectivam ir estudar

para Tomar (pois seria aí que conseguiriam o maior

número de equivalências), o que certamente poderia

ser inverso no caso de se tratar de estudar dentro do

distrito. É que corre-se o risco de os alunos que

actualmente pensam ou frequentam os CET’s

existentes na Escola, os terminarem e não

prosseguirem estudos.

Voluntariado

Dia da informática para o idoso

A iniciativa visava em parceria com a Comissão Municipal do Idoso5, organizar um dia

destinado à 3.ª idade, propiciando o convívio entre gerações, a troca de experiências e

saberes. Era uma forma de os alunos colaborarem em iniciativas de solidariedade social o que

lhes permitiria desenvolver valores cívicos. Contudo, atendendo a que a proposta era

ambiciosa no sentido de que dependia de várias entidades, e por impossibilidade de

conciliação de agenda das mesmas, não foi possível realizar o referido evento.

Esta ideia na sua implementação tem um grau de dificuldade bastante superior a todas as

actividades programadas realizar com os alunos atendendo a que depende de várias

entidades, as quais é necessário fazer convergir o que ultrapassa largamente as capacidades da

formanda. Uma alternativa poderá passar por envolver apenas uma instituição de

solidariedade social da 3.ª idade, e levar até ela os alunos, promovendo o convívio recorrendo

aos computadores portáteis da Escola.

5 A comissão é constituída pela Câmara Municipal de Sesimbra, Juntas de Freguesia de Santiago, Castelo e Quinta

do Conde, Centro de Saúde de Sesimbra, Santa Casa da Misericórdia de Sesimbra, Centro de Convívio da Fonte Nova, ABAS, Casa do Povo, CASCUZ e Centro Comunitário da Quinta do Conde.

Page 21: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

21 Vânia Ramos Janela

Escolas do Concelho

Na impossibilidade de visitar todas as escolas do concelho de Sesimbra,

seleccionou-se aquela que por questões logísticas era mais adequada: a Escola

Básica 2, 3 de Santana6.

A ideia original era a de dois alunos da turma

PI deslocarem-se com a Directora de Turma à

escola básica onde falariam um pouco sobre o

projecto da oficina “Dr. PC”. Ora, quando o

primeiro contacto foi estabelecido não se verificou

grande abertura da escola básica à iniciativa. Assim,

a formanda reformulou a actividade. Em vez de se

deslocar, convidou uma turma da escola de

Santana, mais concretamente o CEF de Informática,

do 8.º ano, a visitar a Escola Secundária de

Sampaio.

Assim, os convidados puderam visitar o espaço onde funciona a oficina e conhecer a

Escola. Os alunos do curso profissional destacados para promover o projecto, informaram os

colegas da sua disponibilidade para arranjar equipamento informático de forma gratuita,

distribuíram os folhetos de divulgação da oficina e do curso profissional e referiram a

existência de um espaço de apoio à oficina no Moodle, disponível em

moodle15.escolasdesesimbra.net). Também convidaram os colegas a participar no “2.º Dia das

Tecnologias”.

Durante a visita à oficina, os jovens

convidados mostraram bastante interesse,

inclusivamente questionaram a professora que os

acompanhava no sentido de poderem construir um

espaço semelhante na sua escola. Alguns referiram

que, inclusivamente, tinham equipamento para

reparar e questionaram qual a melhor forma de os

fazer chegar à oficina.

Esta iniciativa visou incentivar um clima de boas relações entre alunos de escolas

diferentes, assim como incrementar a divulgação dos projectos e dos cursos da Escola, o que

foi conseguido. Para o próximo ano lectivo seria interessante fazê-lo com uma escola

diferente.

6 A página da Escola encontra-se disponível através do endereço http://www.eps-santana.rcts.pt

Fig. 12. A visita do CEF de informática da Escola Básica 2, 3 de Santana

Fig. 13. Dois alunos da Escola Básica na oficina

Page 22: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

22 Vânia Ramos Janela

Acções junto do Conselho de Turma

Ficha de assistência técnica

Sendo necessária a redacção de um documento que referisse as condições sobre as quais

os equipamentos são recepcionados para diagnóstico, os alunos em conjunto com o professor

da disciplina de Português, elaboraram uma ficha de assistência técnica.

Os alunos aproveitaram, igualmente, conhecimentos adquiridos na disciplina de

Tecnologias da Informação e Comunicação e construíram a ficha em formato digital,

adicionando informação para identificar o equipamento e o cliente de forma a permitir

controlar o material recepcionado (vide anexo 11).

Esta iniciativa foi positiva pois os alunos aplicaram numa situação real conhecimentos que

tiveram que aprender em disciplinas da componente sociocultural do curso profissional que

frequentam.

Artigo para o jornal escolar e para o site da Escola

Ainda com o auxílio do mesmo professor, e como forma de consolidar conhecimentos, já

que um dos módulos leccionados no presente ano lectivo na disciplina foi o de “Textos dos

Média II”, os alunos redigiram um pequeno artigo que se encontra online na página da Escola7

e que irá ser publicado na edição de Maio do jornal escolar, o jornal “Opinião”. O objectivo

principal é promover uma eficiente circulação de informação, bem como incentivar os alunos à

participação em outros projectos desenvolvidos na Escola.

Diagnóstico e reparação de avarias

A reparação de equipamento informático pressupõe que um qualquer elemento da

comunidade escolar entregue o material avariado na

oficina e que, após o diagnóstico e orçamento (se for

caso disso), os alunos o reparem. É a actividade

principal do projecto. Para a desempenhar, os alunos

contam com a colaboração do professor da disciplina

de Arquitectura de Computadores, o qual acompanha

e supervisiona todo o processo de reparação,

ajudando sempre que necessário.

Os alunos têm, desde o início do ano lectivo,

reparado equipamentos de todo o tipo de elementos da

comunidade educativa. Contudo, na sua maioria eram da Escola ou de professores e alunos.

7 O site oficial da Escola está acessível através do seguinte url: http://www.esec-sampaio.net

Fig. 14. O trabalho na oficina

Page 23: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

23 Vânia Ramos Janela

5

5 1

11

Dr. PC Reparação de Equipamentos

Alunos

Professores

Funcionários

Escola

Sempre que um novo equipamento surge é

necessário recorrer a conhecimentos já adquiridos e,

por vezes, obter novos. Como? Através de pesquisas

na Internet ou, nos casos mais complicados, com a

ajuda do professor. O objectivo é desenvolver nos

alunos capacidades e competências de aprendizagem

autónoma, diversificando métodos e técnicas de

ensino, preparando-os para a vida activa.

A docente assistiu a vários momentos de trabalho na

oficina e pôde verificar o empenho e o profissionalismo com os quais os alunos

desempenhavam as suas tarefas. O que foi deveras surpreendente já que, inicialmente, a

turma estava desmotivada. O trabalho prático é, sem dúvida alguma, uma estratégia

importante para a melhoria do processo ensino-aprendizagem.

Contudo, os alunos viram-se confrontados com algumas adversidades, tendo tecido

algumas queixas, a saber, do pouco tempo que tinham para dedicar às reparações (os alunos

trabalhavam na oficina em contexto de aula), a idade dos equipamentos e a falta de hardware

para utilizar nas reparações dos equipamentos da Escola.

Aconteceu também por vezes, desconhecerem se uma máquina era para arranjar, de onde

vinha e qual a avaria. E isto porque, quem recebia o equipamento não preenchia a ficha de

assistência técnica (as máquinas eram deixadas na oficina por outras pessoas). Assim, e até

porque surgiram equipamentos danificados, a oficina que não é mais do que o laboratório da

sala de aula, foi fechada à chave e só os professores de informática é que possuem a chave.

Para evitar situações desagradáveis no futuro, tornou-se obrigatória a entrega dos

equipamentos a arranjar à formanda, ao professor da disciplina, ao coordenador TIC ou à

turma.

A generalidade das avarias diagnosticadas e reparadas reportaram-se a instalação de

software, hardware e foram, inclusive, reparadas máquinas em que foi necessário recorrer a

alguns conhecimentos de electrotecnia. O professor da disciplina foi, nesse sentido, uma

mais-valia no processo ensino-aprendizagem pois contribuiu com conteúdos muito além dos

que constam no currículo e na planificação da disciplina.

Note-se que o principal objectivo do projecto

“Dr. PC” é o de colmatar lacunas ao nível da formação

prática, o qual no entender da formanda foi alcançado

e que se demonstra pelo número estimado de

máquinas recebidas e reparadas, 22.

Nesta actividade, pretendia-se também a

interdisciplinaridade com a disciplina de Sistemas

Operativos. Os alunos instalaram sistemas operativos

Fig. 15. Montagem de um computador para o "2.º Dia das Tecnologias"

Page 24: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

24 Vânia Ramos Janela

nas máquinas novas que a Escola recebeu (um total de cinco). Mais, instalaram pela rede a

imagem do sistema operativo.

Nesta disciplina, os alunos prepararam máquinas

com distribuições Linux que apresentaram no “2.º Dia

das Tecnologias”. Desta forma, foi feita uma

colaboração com a Equipa TIC no sentido de divulgar

o open source8.

Foi, ainda, conseguida interdisciplinaridade com a

disciplina de Redes de Comunicação: os alunos

realizaram a implementação da rede estrutura de uma das

salas de aula de informática, a D4.

Como já ficou plasmado nas actividades anteriormente descritas, todas se pautaram por

uma interdisciplinaridade e cooperação entre várias partes o que muito congratula a docente

enquanto formanda já que não só considera os objectivos atingidos ao longo do PFAP como

também viu o seu trabalho como um canal de ligação entre a comunidade escolar. Ora esta

actividade não foi excepção tanto mais que se verificou a interactividade entre disciplinas.

Ora, como é de fácil compreensão, a boa relação entre as entidades intervenientes não só

facilitou a actividade da docente como também potencia futuras acções a desenvolver devido

à ligação estreita que se tem vindo a manter, e que, a final, resulta como um prémio para a ora

formanda atendendo ao esforço que vem sido desenvolvido.

Folha de orçamentos

Um dos módulos leccionados no presente ano lectivo na disciplina de Tecnologias da

Informação e Comunicação abordou as folhas de cálculo e coincidiu com o arranque do

projecto da oficina “Dr. PC”. Assim, a docente aproveitou tal facto para os alunos

implementarem uma folha de orçamento para ser usada na oficina, sempre que seja

necessário comprar peças para o equipamento de um cliente (vide anexo 12). O orçamento

resultou numa aplicação prática dos conceitos estudados, permitindo a consolidação de

conteúdos. A informação a colocar na folha criada foi definida pelos alunos e teve como

objectivo responsabilizá-los e prepará-los para a inserção na vida activa, sendo certo que nesse

contexto terão que ser auto-suficientes.

8 O open source, ou software livre, refere-se à liberdade dos utilizadores executarem, copiarem, distribuírem,

estudarem, modificarem e aperfeiçoarem o software.

Fig. 16. A máquina montada com a distribuição Unbutu do Linux

Page 25: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

25 Vânia Ramos Janela

Base de dados para gestão da oficina

Na disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação, os alunos elaboraram várias

propostas de bases de dados para gestão da oficina. Fizeram-no no último módulo leccionado,

“Gestão de Base de Dados” (trata-se de uma disciplina terminal). Posteriormente, escolheram

a que melhor se adequava às necessidades reais e iniciaram o seu preenchimento com as

informações dos equipamentos que repararam. A importância da criação de uma base de

dados para a gestão da oficina é justificada pela necessidade da disponibilização de informação

sobre a actividade desenvolvida no âmbito do projecto.

Para a elaboração da base de dados os alunos recorreram, igualmente, às aulas da

disciplina de Programação e Sistemas Informáticos. Ora, foi deveras importante o facto de, em

termos temporais, ambos os docentes das disciplinas estarem a leccionar a mesma matéria.

Tal permitiu um estreito trabalho de equipa. Atendendo que, a carga horária e o nível de

aprofundamento da matéria é superior na disciplina de programação, a qual integra a

componente técnica do curso, o docente leccionou a teoria do módulo permitindo tornar as

aulas de TIC em aulas essencialmente práticas. No entanto, sempre que pertinente, foram

relembrados conceitos.

A formanda julga que foi uma actividade positiva. E isto porque possibilitou que as aulas

de ambas as disciplinas envolvidas se completassem, evitando a repetição de conteúdos, o que

por vezes propicia o desinteresse dos alunos. A formanda verificou, no âmbito desta

actividade, que foi relevante para o bom desenvolvimento da base de dados, o facto de a

matéria estar a ser leccionada em duas disciplinas diferentes. Tendo concluído que, um dos

elementos fundamentais no desenvolvimento de acções que pressupõe a acção de docentes

da mesma área é o facto da matéria estar em conjugação temporal quando é leccionada.

Tratamento estatístico de necessidades de formação

A interdisciplinaridade que se pretendia com a disciplina de Matemática não aconteceu.

Existiu um desfasamento no tempo já que o professor abordou o módulo da estatística no final

do 2.º período, altura em que os alunos se propuseram a fazer exame (tratava-se de um

módulo leccionado no ano lectivo anterior), e o tratamento estatístico ocorreu antes.

Dados o cumprimento do programa da disciplina, a velocidade de aprendizagem dos

alunos e o tempo de aula, o professor não podia despender de aulas para realizar esta

actividade. Assim, e como se tratava de trabalho inerente à elaboração do “Plano TIC” da

Escola, elementos da equipa TIC realizaram os inquéritos no Moodle, obtendo a estatística

necessária.

A formanda não olvida o facto de que, poderia ter-se diligenciado no sentido de obter um

horário compatível entre o professor e os alunos com maior dificuldade em estatística para,

fora do contexto de aula, realizar a actividade. Contudo, na altura não se equacionou essa

hipótese. Será que seria viável? Não convém esquecer a elevada carga horária semanal do

curso, o que por si só condiciona qualquer actividade fora do seu contexto.

Page 26: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

26 Vânia Ramos Janela

Fig. 17. A máquina mooding – O aquário

Website e Fórum

A actividade de criação de um website de divulgação da oficina, do curso profissional com

a possibilidade dos clientes saberem qual o estado do

serviço prestado, está a ser realizada nas aulas da

disciplina de Redes de Comunicação. À data da

elaboração deste documento, só é possível divulgar o

endereço onde futuramente será alojado o site, a

saber, http://drpc.esec-sampaio.net/, já que a

implementação do mesmo foi suspensa

temporariamente: os alunos necessitaram das aulas

para concluir a construção das máquinas mooding

montadas para o “2.º Dia das Tecnologias”.

Outra actividade a dinamizar consistia na criação de um fórum com o objectivo de

promover uma iniciativa de colaboração com escolas/empresas e permitir aos alunos o

aprofundamento dos conhecimentos técnicos na área de informática.

Ora, o fórum só tem lógica se inserido no website da oficina. Assim, e como forma de

iniciar já pelo menos o contacto com as escolas criou-se no Moodle, como aliás já foi referido

anteriormente, um espaço para o “Dr. PC”. Aí é possível consultar informações pertinentes

sobre informática, as últimas notícias da oficina e ao mesmo tempo deixar dúvidas no fórum

disponibilizado. É um espaço aberto e qualquer pessoa o pode visitar. Para o visitar e participar

no fórum, os visitantes têm que se registar na plataforma de e-learning.

Tendo em conta que, a campanha de divulgação da oficina só teve lugar recentemente,

não é possível aferir sobre a receptividade em relação à alternativa encontrada.

1.3. Funções Disciplinares

Pautando-se a turma por uma postura e comportamento satisfatórios em sala de aula,

muito surpreendeu a docente o facto de um aluno ser alvo de uma participação disciplinar.

Assim, e dado que a mesma referia que era frequente tal atitude por parte do aluno, a

Directora de Turma deu conhecimento de tal ocorrência à Encarregada de Educação e ao

Conselho Executivo. Após ouvidas as partes envolvidas, foi decidido que o aluno devia um

pedido de desculpa à professora, pela falta de respeito, atitude e linguagem impróprias,

assinando uma declaração onde aceita ser suspenso automaticamente caso volte a ter uma

conduta semelhante.

Na passada quarta-feira, três dias antes em que a formanda escreve esta reflexão, chegou

ao seu conhecimento outra participação disciplinar com três alunos da turma, referindo

igualmente atitudes incorrectas em sala de aula. Esta participação é do conhecimento do

Conselho Executivo.

Page 27: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

27 Vânia Ramos Janela

Ora, nos tempos que correm torna-se imprescindível, atendendo à situação social que nos

rodeia (cada vez mais o pouco tempo disponível por parte dos pais transfere para os docentes

um encargo acrescido), julga a formanda, a inserção de aulas de educação para a cidadania no

ensino secundário. E isto porque, alguns alunos teimam em navegar nas águas da indisciplina e

desrespeito, e em que as atitudes dos pais/Encarregados de Educação pecam por, muitas das

vezes, potenciar tais comportamentos, em que nada abonam a favor da comunidade escolar

em que estão inseridos.

Page 28: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

28 Vânia Ramos Janela

2. Ensino e Aprendizagem

“«- É para nota?»

«- Não, é para aprender.»”

Sebastião Gama ………..

Um dos objectivos da educação é a construção da identidade pessoal, social e cultural dos

jovens alunos, bem como a formação científica consistente no domínio do respectivo curso. O

processo ensino-aprendizagem deve ser conduzido de modo a que os alunos se tornem

indivíduos autónomos, de espírito crítico e de grande capacidade criativa. Assim, o trabalho

em projecto apresenta vantagens tais como partilhar finalidades, admitir posições contrárias,

negociar e agir eticamente. Contudo, e para que resulte com sucesso, há que atrair a atenção

dos alunos e despertar a sua curiosidade, motivando-os e mobilizando-os para a realização do

mesmo, fazê-los sentir parte activa.

2.1. Plano científico

No plano científico, foi necessário delinear e programar os objectivos a atingir, o que iria

ser feito em aula e a forma como iria ser feito, nomeadamente na disciplina de Tecnologias da

Informação e Comunicação.

A docente recorreu aos dois módulos que estavam previstos leccionar – “Folha de Cálculo”

e “Gestão de Base de Dados” – tornando o projecto de longa duração. No primeiro módulo

indicado, após a passagem dos conteúdos básicos e da realização de trabalhos práticos, os

alunos deveriam conseguir por si só criar um orçamento a ser utilizado pela oficina de

informática, o que foi conseguido.

Em aula, os alunos após feita a pesquisa na Internet sobre modelos de orçamentos,

construíram, em grupos pré-definidos por eles, várias propostas. De forma autónoma, foram

eles que seleccionaram aquele que será utilizado na oficina.

O segundo módulo visava a obtenção dos conceitos necessários para desenhar,

implementar e gerir a base de dados da oficina, sendo certo que, para atingir esta meta os

alunos teriam que assimilar uma série de conceitos base e praticar, com recurso a exercícios

práticos.

Page 29: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

29 Vânia Ramos Janela

Eram objectivos que, no final do ano lectivo, os alunos teriam que saber:

rendibilizar as Tecnologias da Informação e Comunicação nas tarefas de

construção do conhecimento em diversos contextos do mundo actual;

mobilizar conhecimentos relativos à estrutura e funcionamento básico dos

computadores, de modo a poder tomar decisões fundamentadas na aquisição

e/ou remodelação de material informático;

utilizar as funções básicas do sistema operativo de ambiente gráfico, fazendo uso

das aplicações informáticas usuais;

evidenciar proficiência na utilização e configuração de sistemas operativos de

ambiente gráfico;

utilizar as potencialidades de pesquisa, comunicação e investigação cooperativa da

Internet, do correio electrónico e das ferramentas de comunicação em tempo real;

utilizar os procedimentos de pesquisa racional e metódica de informação na

Internet, com vista a uma selecção criteriosa da informação;

utilizar a folha de cálculo nos mais variados contextos;

utilizar as potencialidades e características das bases de dados relacionais nas suas

múltiplas funções;

executar operações em bases de dados relacionais;

instalar e configurar as aplicações informáticas mais comuns;

cooperar em grupo na realização de tarefas e na pesquisa de soluções para

situações-problema;

aplicar as suas competências em TIC em contextos diversificados.

Antes de iniciar o módulo e com o conhecimento de que o professor da disciplina de

Programação e Sistemas Informáticos iria começar a leccionar a mesma matéria mas de forma

mais aprofundada, combinaram dividir tarefas. Assim, o professor de programação leccionaria

a exposição dos conceitos teóricos e as aulas de TIC assumiam um cariz essencialmente

prático, no fundo como se pretende que a disciplina funcione. Tal facto assumiu um papel

importante já que a carga horária da disciplina de TIC é de apenas 90 minutos semanais.

Ora, atendendo que, é complicado os alunos assimilarem todos os conceitos que lhes são

transmitidos, a professora teve que fazer, igualmente, algumas breves exposições teóricas,

suficientes para expor algo que os alunos não soubessem ou para completar conteúdos que

não tivessem sido interiorizados nas aulas de programação.

As exposições teóricas tiveram por base apresentações multimédia criativas e adequadas,

procurando desta forma cativar a atenção dos alunos, as quais foram atempadamente

disponibilizadas no espaço da disciplina no Moodle. Assim, sempre que oportuno, realizou

uma exposição participativa. Introduziu o método interrogativo, com perguntas dirigidas ao

raciocínio como forma de desenvolver o raciocínio lógico dos alunos.

Page 30: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

30 Vânia Ramos Janela

Tal foi utilizado na concepção do Diagrama Entidade-Relação, a primeira fase que tinham

que desempenhar e que se encontrava orientada por um guião.

Se na proposta inicial do PFAP se perspectivou utilizar o método demonstrativo,

recorrendo ao auxílio do projector de vídeo, para os alunos acompanharem os passos

efectuados no computador pela professora, com o intuito de se familiarizarem com o

programa informático em estudo, tal não foi necessário.

Com o início da implementação da base de dados propriamente dita, relevante foi o facto

de os alunos possuírem uma maior carga horária na disciplina de programação. E quando

iniciaram o uso do programa Microsoft Access já o conseguiam manusear bem. Ainda assim, as

aulas foram sempre orientadas por guiões, correspondendo cada um deles a uma fase que os

alunos tinham que ultrapassar.

Verificou-se, também, que alguns alunos começaram a levar os seus computadores

pessoais para a sala de aula pois estes possuíam a última versão do programa de gestão de

base de dados e queriam familiarizar-se com a mesma, aprender as novas funcionalidades e

adquirir destreza na utilização do novo sistema de menus. Desta forma mostraram ser

autónomos.

2.2. Materiais didácticos

Não tendo sido adoptado nenhum manual para a disciplina de Tecnologias da Informação

e Comunicação do curso profissional, a docente construiu os materiais didácticos que achou

pertinentes para a consecução dos objectivos: apresentações multimédia e guiões de

actividade. Procurou que os materiais construídos fossem apelativos e motivadores, de fácil

leitura e compreensão.

2.3. Unidade supervisionada

As aulas assistidas nem sempre correram como planificado.

Primeira e segunda aula assistidas

Nos 90 minutos de duração das aulas assistidas foi abordado o modelo relacional de base

de dados (vide anexo 13). Dando continuidade ao trabalho desenvolvido na aula anterior, a

professora sintetizou os conteúdos leccionados, não através de uma apresentação interactiva

como inicialmente estava planeado, mas num ambiente de cooperação e diálogo com a turma,

o qual terminou com a esquematização de um exemplo prático no quadro.

Page 31: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

31 Vânia Ramos Janela

Seguiu-se a realização da actividade prática proposta através de um guião (vide anexo 14),

o qual se encontrava no espaço da disciplina no Moodle. Todos os alunos lhe acederam ao

mesmo e iniciaram o trabalho proposto. Nesta altura, a docente constatou que na disciplina de

programação e sistemas informáticos os alunos já tinham principiado a utilizar um programa

destinado à esquematização do problema proposto. Assim, dispensaram a esquematização no

papel. Alguns houve que, por não terem ou não gostarem do programa usado, optaram por

esquematizar a sua solução do problema no “caderno digital”9 da disciplina.

Mais, verificou a formanda que, os alunos que evidenciavam maior facilidade na

elaboração da actividade passaram automaticamente do Diagrama Entidade-Relação para as

tabelas, iniciando deste modo uma actividade de aprofundamento. A professora aproveitou

para se dedicar aos alunos que evidenciavam maior dificuldade. Estes, por seu lado, sempre

que a docente se afastava, iniciavam outras actividades não relacionadas com o trabalho

proposto. Esta situação foi constatada pelo professor orientador, que gentilmente alertou a

formanda para tais condutas menos próprias, reforçando as suspeitas que a docente já tinha.

Ora, atendendo a que os alunos têm acesso a aplicações e a websites que nada têm a ver com

os conteúdos da aula, aliado ao facto de ser praticamente incontrolável a actividade dos

alunos individualmente, propicia tais situações. Após o alerta do professor Delegado à

profissionalização, a formanda passou a prestar maior atenção de modo a prevenir tais

comportamentos, advertindo os alunos sempre que tal acontecia. Mais, após a aula terminar,

a professora teve uma conversa franca com os alunos em questão em que procurou

consciencializá-los, apelando a um maior empenho, respeito por si próprios e pelos outros.

Notou que os alunos nas aulas seguintes deixaram de ter tal comportamento.

Durante a resolução da actividade prática, iniciou-se um debate saudável em que os

alunos começaram a comparar a forma como o professor da disciplina de programação e

sistemas informáticos lhes falara de determinadas relacionamentos e a forma como a docente

o fazia. Os alunos referiam que na sua opinião os dois professores o estavam a fazer de

maneiras diferentes e que cada um ensinava de sua maneira o que poderia potenciar uma

maior dificuldade na aprendizagem. A docente explicou que ambos os professores diziam

exactamente a mesma coisa, mas que uma disciplina aprofundava mais os conteúdos e era

essa a diferença que eles sentiam. Assim ficou estabelecido que iriam ter liberdade para fazer

mesmo na disciplina de TIC soluções com maior complexidade, indo além do que lhes era

exigido na disciplina.

A aula terminou como previsto, com o grupo que solucionou mais rapidamente a

actividade a desenhar a sua proposta de solução do problema inicialmente proposto no

quadro. Pese embora todos os grupos tenham conseguido atingir os objectivos mínimos

previstos para a aula, a formanda achou que era merecido valorizar o grupo pela sua prestação

em aula, como forma de os evidenciar. Os restantes elementos da turma completaram a

solução apresentada.

9 O “caderno digital” é um documento de texto que os alunos utilizam como um caderno diário normal.

Page 32: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

32 Vânia Ramos Janela

Terceira e quarta aula assistidas

Para este bloco de 90 minutos estava planeada a continuação do trabalho de projecto

iniciado na aula anterior e que consistia na criação da base de dados para a gestão da oficina

do “Dr. PC”. Consoante a etapa do projecto em que os alunos se encontravam ou concluíam o

Diagrama Entidade-Relação para o problema proposto ou iniciam a construção das tabelas da

base de dados (vide anexo 15).

Contudo, e atendendo a um pedido de um dos elementos do Conselho Executivo da

Escola, a professora iniciou a aula distribuindo um questionário no âmbito da colaboração com

um estudo para a universidade, no campo da Psicologia da Educação, relativamente à temática

“Valores Profissionais” (um trabalho de investigação de antigas alunas da Escola), ajudando os

alunos no seu preenchimento sempre que lhe foi solicitado. Esta actividade de direcção de

turma acabou por atrasar as actividades que estavam contempladas no plano das aulas.

Terminado o preenchimento do questionário, a professora iniciou a aula propriamente

dita, sintetizando os conteúdos abordados na aula anterior. Questionou os alunos sobre o

ponto de situação do trabalho iniciado na outra semana e posicionou-os em termos do que

tinham para fazer, sendo que se encontravam em diferentes etapas do desenvolvimento do

projecto. Mas eis que surgiu outro contratempo, contribuindo para atrasar o que estava

previsto: não havia Internet e como tal, os alunos não tinham acesso ao guião de actividade

disponível na plataforma de e-learning.

No entanto, e atendendo que a docente se faz acompanhar sempre da pen com toda a

informação referente ao ano lectivo, não teve dificuldade em disponibilizar a informação

pertinente para a realização da actividade proposta. Outra solução, que até poderá poupar

algum tempo no futuro, é a colocação dessa mesma informação no servidor da Escola apenas

com acesso de leitura para os alunos.

Se inicialmente se perspectivava que os alunos realizassem o trabalho em grupos de dois,

tal não aconteceu. Dado que alguns elementos da turma demonstram poucos hábitos de

trabalho, a docente achou por bem que o projecto fosse individual como forma de os obrigar a

empenhar.

Durante o restante tempo de aula, a professora circulou pela sala orientando e ajudando

os alunos na execução das tarefas propostas, e colocando algumas questões pertinentes para

os levar a ponderar as opções tomadas. A aula terminou com uma breve referência sobre o

que iria ser feito na próxima semana.

Page 33: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

33 Vânia Ramos Janela

Quinta e sexta aula assistidas

Estas aulas coincidiam com o terminar do projecto de construção da base de dados de

gestão da oficina. O plano estabelecido visava uma apresentação oral dos projectos realizados

(vide anexo 16).

No início da aula, a professora resumiu os conceitos abordados ao longo do módulo,

questionando os alunos e incentivando-os a participar e, citando o professor Delegado à

profissionalização, “A professora provoca algumas questões relacionando a Base de Dados do

Projecto Dr. PC com os conteúdos leccionados”. Nesta altura, e apesar de os alunos terem

conhecimento que deveriam ter as bases de dados terminadas para apresentação neste dia,

alguns estiveram a completar as mesmas. Na generalidade, algumas bases de dados

apresentadas estavam incompletas. Numa tentativa de consciencializar os alunos para a

responsabilidade e para o cumprimento dos prazos estabelecidos, referiu que as bases de

dados ali apresentadas eram as que seriam tidas em consideração para a avaliação final do

módulo, pese embora aquela que fosse a escolhida viesse a ser terminada ao longo das

restantes aulas do ano.

A docente, ainda que tenha ocupado parte do intervalo, o que propiciou alguma

desatenção por parte de alguns alunos, cumpriu o essencial do que estava planeado e os

alunos mostraram e criticaram as várias soluções propostas. Foram colocadas questões pela

docente e feitas sugestões no sentido de melhorar algumas funcionalidades das bases de

dados. Não foi possível realizar a avaliação do módulo. Contudo, o questionário foi distribuído

e os alunos foram alertados para que o deverão entregar na próxima aula.

Doravante, sempre que se verificar uma actividade desta natureza, a formanda procurará

requisitar uma sala de aula normal, de modo a evitar a desatenção por parte dos alunos que,

não tendo concluído atempadamente o trabalho proposto, o tentem fazer enquanto os

restantes colegas apresentam.

2.4. Uma experiência bem e mal sucedida

Durante a construção da base de dados para gestão da oficina “Dr. PC”, um aluno

aproveitou uma situação real por si vivenciada (há algum tempo tinha colocado o computador

a arranjar numa oficina semelhante), e aplicou a experiência para implementar a sua proposta

de solução. Foi positivo, no sentido que articulou o saber com a experiência e demonstrou

identificar-se com o projecto.

Poderá dizer-se que, o maior adversário da formanda enquanto docente, foi o livre acesso

à Internet bem como a existência de jogos que não necessitam de instalação, e que nada

tinham a ver com os conteúdos abordados nas aulas. Tanto mais que, alguns alunos não

cumpriam atempadamente as tarefas propostas, já que se distraiam na utilização dos mesmos.

Page 34: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

34 Vânia Ramos Janela

Domínios a Avaliar

Saber-Fazer

Saber-Estar

Saber-Ser

Em contexto de aula, é praticamente impossível controlar as acções de todos os alunos. A

solução tem que passar pela sensibilização dos mesmos, pelo envolvimento dos pais/E.E. e

pela utilização de práticas restritivas na utilização dos computadores e da Internet.

2.5. Relação pedagógica com os alunos

A professora aproximou-se dos alunos e estabeleceu relações francas e abertas, donde

advieram benefícios para o processo ensino-aprendizagem: os alunos sentiram à vontade para

questionar, duvidar, intervir de forma activa dando ideias próprias, criticar e debater. Adoptou

como estratégia o ensino individualizado, rodando pela sala de aula, questionando e apoiando

os alunos, tendo mostrado a sua presença para os ajudar e incentivar ao trabalho.

Desenvolveu estratégias diversificadas que permitiram que os alunos com maior

dificuldade ultrapassassem com relativa facilidade as suas limitações e conseguissem atingir os

objectivos mínimos pretendidos para cada actividade. Assim, de forma continuada, esteve

atenta às dificuldades, favorecendo a auto-estima recorrendo ao “reforço-positivo”, elogiando

e valorizando sempre que conveniente, respostas, acções e atitudes, principalmente nos

alunos mais inseguros, como forma de os motivar e encorajar.

Durante o projecto de criação da base de dados de gestão da oficina, notou que os alunos

trocavam ideias. Estavam motivados para o que estavam a fazer, contudo demonstraram falta

de hábitos de trabalho e dificuldade no cumprimento dos prazos estabelecidos. Foram

criativos e exploraram novas funcionalidades muito além do que lhes foi pedido, adquiriram

novos conhecimentos e construíram novas aprendizagens. O trabalho desenvolvido e as

relações estabelecidas foram positivos.

2.6. Avaliação

Segundo Perrenoud, a avaliação formativa é uma avaliação que ajuda o aluno a aprender

e o professor a ensinar. Avaliar competências passa também pela auto-avaliação das nossas

próprias competências pois, só assim, podemos ajudar o aluno no desenvolvimento de todo o

seu potencial.

Sendo certo que, os conteúdos não se situaram só no domínio dos

conhecimentos, mas respeitaram a domínios do “saber-fazer”

(desenvolvimento de capacidades/competências) e do “saber-ser” e

“saber-estar” (promoção de valores e atitudes), a avaliação

contemplou estes três domínios.

Assim, a avaliação baseou-se na observação directa na aula e no preenchimento de uma

Page 35: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

35 Vânia Ramos Janela

grelha de observação e registo do desempenho dos alunos (vide anexo 17). Mais, no decurso

das aulas, a professora durante o acompanhamento individual que fez aos alunos inteirou-se

semanalmente do trabalho desenvolvido no projecto, e apercebendo-se das dificuldades e dos

sucessos obtidos. Deste modo, a avaliação foi contínua permitindo o registo da evolução do

aluno aula a aula e, em tempo útil, actuou na recuperação de qualquer dificuldade.

Se à data de redacção deste documento, a docente ainda não possui as avaliações finais

no módulo (isto porque os alunos ainda irão construir um manual de utilizador da base de

dados escolhida para a gestão da oficina), certo é que pode adiantar que o sucesso do módulo

é de 100%.

Não convém escamotear que os alunos irão vivenciar no final do ano lectivo, uma

formação em contexto de trabalho em que, e segundo os planos de estágio estabelecidos nos

anos anteriores, o factor relevante que pesa na solicitação por parte das entidades que

potenciam o estágio é a criação/manutenção de bases de dados.

Page 36: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

36 Vânia Ramos Janela

3. Projecto Educativo de Escola

“O mínimo que se exige de um educador é

que seja capaz de sentir os desafios do tempo presente,

de pensar a sua acção nas continuidades e mudanças do seu trabalho

pedagógico, de participar criticamente na construção de uma escola

mais atenta às realidades dos diversos grupos sociais.”

António Nóvoa

O “Projecto Educativo” da Escola Secundária de Sampaio intitula-se “Por uma Escola

inclusiva de qualidade”. Segundo este, a concepção actual da Escola caracteriza-se pelos

princípios de “aprender a ser”, “aprender a aprender” e de “educação permanente”, e visa,

através de estratégias diversificadas, promover o sucesso escolar e educativo de todos os

alunos. Para tal, é peremptório que pais e alunos alarguem o anterior estatuto de meros

utilizadores e beneficiários dos serviços da escola ao de membros e clientes. E isto com o

intuito de poderem definir, em parceria com professores e funcionários, a natureza e o

conteúdo das actividades escolares. Ora, esta possibilidade exige um novo paradigma de

escola: uma organização educativa com autonomia para estabelecer os seus próprios

objectivos e estratégias.

Assim sendo, a autonomia assume um papel de relevo não só porque a escola é dirigida

pelos seus membros e pela comunidade, mas também porque constitui o instrumento para a

adaptação estrutural e tecnológica aos alunos, aos seus contextos e às suas contingências.

O projecto da oficina “Dr. PC” procurou intervir em quatro dos cinco princípios

orientadores do Projecto Educativo de Escola:

flexibilizar o processo ensino-aprendizagem, promovendo o desenvolvimento e

realização das capacidades globais dos alunos;

diversificar as ofertas formativas no ensino secundário, visando o acesso ao

ensino superior e a formação de técnicos de nível intermédio;

valorizar o papel da escola com actividades diversificadas de carácter cultural,

desportivo e lúdico; e

criar condições que permitam a existência, entre a comunidade educativa, de um

elevado clima de participação, convivência e bem-estar, procurando transformar

“uma escola na comunidade” em “uma escola da comunidade”.

Neste sentido, desenvolveram-se as actividades que a seguir se descrevem.

Page 37: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

37 Vânia Ramos Janela

Fig. 18. Os vários logótipos a concurso

Fig. 19. Os alunos vencedores a exibirem os respectivos prémios

3.1. Concurso para o logótipo da oficina

O concurso para o logótipo da oficina “Dr. PC” destinava-se a todos os alunos da Escola. O

objectivo desta actividade era obter um símbolo ou

marca que identifique, represente e permita assinalar

facilmente todo o equipamento que exista ao cuidado

das pessoas envolvidas no projecto. O concurso,

passou também por envolver os alunos em

actividades internas da Escola e promover a

criatividade. Nesse sentido, foi feito o cartaz de

divulgação por um professor do departamento de

artes e tecnologias (vide anexo 17), o qual foi afixado

na Escola.

As propostas dos alunos foram apresentadas em suporte papel, entregues no Centro de

Recursos, dentro de um envelope fechado. A generalidade dos alunos que participaram nesta

iniciativa, solicitaram o apoio dos professores, da área de artes, em sala de aula.

O júri foi composto pelos professores do Departamento de Artes e Tecnologias, tendo sido

feita uma pré-selecção. Contudo, a convite da docente, um elemento do Conselho Executivo e

o delegado da turma do 11.º PI, juntaram-se aos elementos do júri. Dos vários logótipos a

concurso, pré-seleccionaram-se seis, tendo-se privilegiado:

a criatividade e a imaginação;

a capacidade comunicativa da proposta e a sua legibilidade em diferentes

formatos e suportes;

a qualidade e a originalidade do grafismo utilizado.

A formanda em conjunto com a turma CEF, do 8.º ano, no âmbito da disciplina das TIC,

elaboraram um boletim de voto (vide anexo 18), tendo sido entregue um exemplar a cada

elemento do júri. Após a votação, a formanda contabilizou os votos e os resultados foram

afixados.

Numa cerimónia simples, que decorreu no

Conselho Executivo, e em que estiveram presentes os

participantes, os professores dinamizadores da

iniciativa e os elementos do órgão de gestão, foram

entregues os prémios aos três primeiros lugares. Esta

iniciativa visou reconhecer publicamente a

participação dos alunos concorrentes, assim como

servir de exemplo e de motivação para outros

participarem nas actividades internas da Escola. A

cerimónia foi registada e será, posteriormente,

noticiada no jornal escolar ainda que já tenha sido afixada uma fotografia dos alunos

Page 38: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

38 Vânia Ramos Janela

Fig. 22. A tela da turma do 11.º PI

vencedores com os respectivos prémios.

Pretende-se que, futuramente, o logótipo vencedor

esteja presente na porta do laboratório, em batas de trabalho

e num selo a criar (estas actividades já estão a ser pensadas

para a continuidade do projecto no próximo ano lectivo).

3.2. Decoração do laboratório

A decoração do laboratório envolvia duas actividades concretas, a saber:

pintura de telas decorativas a partir de fotografias dos alunos do curso

profissional de informática; e,

decoração de uma cortina para a janela.

Esta actividade foi levada a cabo com a colaboração da turma do 12.º ano de Oficina de

Artes, com o objectivo de os alunos adquirirem/consolidarem conhecimentos da formação

específica do seu curso bem como tornar pessoal e

amigável o ambiente do laboratório.

Para a pintura das telas, os alunos recorreram à

técnica mista. As telas criadas pelos alunos foram

inauguradas no “2.º Dia das Tecnologias” e tiveram

um enorme sucesso. Grande foi a adesão por parte

dos professores e alunos para visualizarem o que foi

feito. E foi muito gratificante ver que os alunos se

conseguiam identificar nas telas assim como aos

colegas e os professores. Todos os visitantes elogiaram o

trabalho desenvolvido. A formanda dialogou

com alguns dos autores do trabalho e estes

referiram que tinham adorado fazer o trabalho,

mas que tinha sido bastante complicado pois

tinha-lhes sido exigido trabalho extra (muitas

vezes tiveram que, nos intervalos, observar os

alunos que estavam a retratar, de forma a

perceberem traços que não estavam bem

definidos nas fotografias); e também tinham

ocorrido alguns imprevistos, como o caso de um aluno

do 7.º ano que se lembrou de desenhar uns óculos num dos rostos dos trabalhos que se

encontravam guardados sob o armário da sala, levando a que todo o trabalho desenvolvido

tivesse que ser recomeçado.

Fig. 20. O logótipo vencedor

Fig. 21. O trabalho em aula

Page 39: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

39 Vânia Ramos Janela

Contudo, e dado que estiveram envolvidos

noutros projectos, não conseguiram realizar a

decoração das cortinas. Sendo certo que, se podia

equacionar realizar esta última actividade com

outra turma, não era correcto para com os

alunos, já que foi a eles que foi proposto o

desafio.

Assim, e não tendo sido possível realizar este

ano, a formanda já falou com a professora que

orientou o trabalho e convidou-a a concluí-lo no

próximo ano com os alunos do mesmo curso, que

entretanto transitarem para o 12.º ano. O convite

foi prontamente aceite. Até porque, este tipo de

projecto é importante para solidificar os laços

entre a comunidade escolar.

3.5. Folheto e cartaz publicitário

A criação de um folheto e de um cartaz consistiam em actividades que estavam

programadas realizar com os alunos do Curso Profissional de Marketing/Publicidade, já que

para a sua elaboração existem técnicas específicas e era uma forma de relacionar conteúdos.

Contudo, tendo sido dispendido tempo com a elaboração dos logótipos para o concurso,

já não foi possível contar com a participação dos referidos alunos nesta actividade.

Colocou-se então a questão: quem irá realizar a tarefa? Sendo certo que, a oficina é para

ser utilizada na formação dos jovens do ensino profissional de informática, então, porque não

responsabilizá-los pela divulgação do seu próprio projecto?

Assim, pediu-se aos alunos do 10.º e 11.º anos que elaborassem propostas de cartaz para

divulgação da oficina. No final, após ponderação com os alunos da turma do 11.º ano (afinal

são eles que no presente ano estão à frente da oficina) foram seleccionados dois cartazes com

as características do pretendido (vide anexo 19). Para a escolha do cartaz, fez-se a projecção

das propostas e os alunos votaram.

Mas o que se acabou de descrever apenas foi a concepção e escolha do cartaz publicitário.

Faltava o folheto. Uma turma que a docente lecciona, o 8.º CEF, do Curso de Educação e

Formação de Práticas Administrativas, tem alguns alunos pouco motivados e empenhados em

sala de aula. Uma estratégia para lhes incutir o gosto pela disciplina, passou por envolvê-los

num projecto real, atribuindo-lhes responsabilidade e fazê-los perceber que têm um papel

Fig. 23. As telas desenhadas para a turma 10.º PI

Page 40: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

40 Vânia Ramos Janela

importante no seio da comunidade em que estão inseridos, e que o seu trabalho pode ajudar a

construir algo de relevo.

Assim, além da elaboração do boletim de voto para a escolha do logótipo e que já foi

referido anteriormente, propôs aos alunos a elaboração do folheto (vide anexo 20), tendo a

formanda verificado que todos, mesmo os que não trabalhavam, gostaram da actividade

proposta, já que comentavam entre si que o seu trabalho ia andar de mão em mão, ser

conhecido. Os alunos motivaram-se e questionaram a docente sobre a oficina, o trabalho que

lá se realizava, e, algumas aulas depois pediam se podiam trazer uma máquina para os colegas

arranjarem.

Além do que se acabou de referir, a iniciativa permitiu consolidar conhecimentos

adquiridos na unidade de processamento de texto.

3.3. Parceria com a Equipa TIC

A parceria da turma com a Equipa TIC foi conseguida através das actividades que a seguir

se descrevem e que foram dinamizadas no “2.º Dia das Tecnologias”.

Workshop e oficina de curta duração

Os alunos aproveitaram um vídeo de como montar

um computador e que tinha sido realizado para a

disciplina de Arquitectura de Computadores e

dinamizaram uma pequena workshop sobre o tema,

demonstrando que tinham consolidado os

conhecimentos teóricos adquiridos, assim como

mostraram destreza na execução prática. De seguida, os

participantes puderam experimentar a montagem de dois

computadores.

Esta actividade foi bastante positiva no sentido que o número de participantes foi

significativo. A generalidade dos alunos aceita de bom grado tudo o que sejam iniciativas deste

tipo e nem se aperceberam que, simultaneamente à diversão, estavam a aprender.

Operação Open Source

No âmbito do projecto “Dr. PC”, os alunos em conjunto com o professor da disciplina de

Sistemas Operativos, prepararam máquinas com distribuições Linux no sentido de divulgar o

Open Source. Das máquinas onde foi instalado o sistema operativo, as que tiveram uma maior

Fig. 24. Oficina de hardware

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Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

41 Vânia Ramos Janela

aceitação e notoriedade por parte dos visitantes do “2.º

Dia das Tecnologias”, foram as máquinas mooding. Tal,

evidencia que o trabalho na oficina foi gratificante, não só

mas também, porque esta iniciativa teve bastante

aceitação por parte dos visitantes, que experimentaram o

sistema operativo motivados pelo equipamento montado.

Foi notório o reconhecimento por parte de todos do

excelente trabalho desempenhado.

Fig. 25. Uma máquina mooding montada pela turma 11.º PI

Page 42: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

42 Vânia Ramos Janela

Reflexão Crítica sobre a Implementação

“O professor pode pensar no que aconteceu, no que observou, no

significado que lhe deu e na eventual adopção de outros sentidos.

Reflectir sobre a reflexão-na-acção é uma acção, uma observação e uma

descrição, que exige o uso de palavras.”

Donald A. Schön

O “Projecto de Formação e Acção Pedagógica” visa promover no docente em formação

um papel mais activo na escola, capacitando-o para responder às necessidades decorrentes

das mudanças ocorridas na sociedade actual. Cada vez mais, se exigem novas competências

pedagógicas ao nível da organização das aprendizagens e dos apoios aos alunos, o que significa

uma atenção especial para aceitar a diversidade adoptando estratégias de inclusão escolar. A

ser assim, como é, o balanço do projecto implementado é bastante positivo.

A formanda considera que foi deveras importante parar e reflectir o que se fez, porque se

fez, se correu bem ou mal e porquê, pensar alternativas para o que ficou aquém das

expectativas ou que não se fez. E isto porque “Neste processo estou a descobrir-me e a

conhecer-me a mim próprio como professor e a conhecer as condições em que exerço a minha

profissão para poder assumir-me como profissional do ensino. Mas também neste processo

estou a tomar consciência das semelhanças e das diferenças entre o meu processo reflexivo de

formação e aquele que proponho aos meus alunos.”10.

Sendo certo que, o PFAP deve coordenar três dimensões deveras importantes na

actividade de qualquer professor - o Projecto Educativo de Escola, a Direcção de Turma e a

Actividade Lectiva – tal aconteceu, apesar de haver uma discrepância entre o plano inicial e a

acção. Isto deveu-se a que, em termos temporais existiu dificuldade por parte da formanda em

gerir de forma correcta o tempo. Esta é, pois, uma das lacunas que terá que aprender a

colmatar. Outra diz respeito a algumas das actividades que não foram possíveis de

implementar. A título de exemplo, os contactos que envolviam entidades exteriores não se

mostraram proveitosos na medida em que as mesmas não estavam receptivas às iniciativas

propostas. Doravante, a formanda deverá ter o cuidado de seleccionar e estruturar antes da

fase de planeamento dos projectos, as acções a implementar, aferindo a disponibilidade das

partes.

10

In “Ser Professor Reflexivo”, p. 182.

Page 43: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

43 Vânia Ramos Janela

Enquanto Directora de Turma, a formanda acompanhou, apoiou e coordenou os

processos de aprendizagem, de maturação, de orientação e de comunicação entre

professores, alunos e pais. Coube-lhe a árdua tarefa de estabelecer a ligação entre os

diferentes intervenientes implicados na relação educativa. Assim, a docente em formação

procurou ser amiga mas mostrou firmeza sempre que necessário, revelou maturidade e

paciência, tomou as decisões atempadamente agindo com ponderação, foi boa comunicadora

e eficaz na direcção das reuniões, contribuiu com o seu trabalho, ideias e opiniões para o

benefício comum. Mostrou disponibilidade para receber pais/E.E. e alunos, os quais

recorreram frequentemente à sua ajuda. Soube ouvir e agir em conformidade, muitas das

vezes extravasando a posição de Directora de Turma e entrando no cariz pessoal dos

indivíduos que solicitaram a ajuda, procurando sempre uma palavra amiga.

Na actividade lectiva, adequou as planificações às realidades da sua prática. Tal é

evidenciado pela relação estreita que se estabeleceu entre a disciplina de Programação e

Sistemas Informáticos e a de Tecnologias da Informação e Comunicação, em que se

relacionaram conteúdos e se procurou evitar a repetição dos mesmos, tornando as aulas mais

interessantes e proveitosas. Foi realizado no final do módulo supervisionado um projecto de

modo a que as competências adquiridas nas duas disciplinas (TIC e PRSI) fossem utilizadas e

relacionadas – a criação de uma base de dados. E se inicialmente se planeou que o mesmo

fosse realizado em grupo com o intuito de criar um ambiente de cooperação e entreajuda na

procura do problema apresentado, tal não logrou a efectivar-se. A docente exigiu que o

trabalho fosse individual porque pela experiência adquirida pela leccionação do módulo

anterior sabia que alguns elementos não se iriam esforçar minimamente. Assim, fomentou o

trabalho individual. O projecto realizado, estava relacionado com o “Dr. PC”, tratando uma

situação real vivenciada pelos alunos, o que foi bastante pertinente. Sempre que oportuno

promoveu o debate, a aceitação, o crescimento cívico, a criatividade e a responsabilidade,

colocando o aluno no centro do processo ensino-aprendizagem. Os conteúdos foram

trabalhados à medida que foram necessários para cada fase do projecto, passando a ser um

meio. A formanda pensa ter sido uma professora reflexiva já que deu aos alunos “como pessoa

que pensa, (…) o direito de construir o seu saber”11 .

O projecto “Dr. PC” conseguiu intervir nos quatro princípios orientadores do Projecto

Educativo de Escola a que se propôs.

Recorda-se o primeiro princípio – flexibilizar o processo ensino-aprendizagem,

promovendo o desenvolvimento e realização das capacidades globais dos alunos. Assim, o

projecto adequou-se na medida em que a flexibilização está bem patente em algumas

actividades desenvolvidas (o diagnóstico e a reparação dos equipamentos), na sua formação

como pessoas e cidadãos (o facto de disponibilizarem ajuda aos colegas de outra escola), na

consolidação de conteúdos (patentes em actividades como o concurso e a decoração do

laboratório).

11

In “Ser Professor Reflexivo”, p. 175.

Page 44: Dr. PC

Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

44 Vânia Ramos Janela

A realização da palestra no “2.º Dia das Tecnologias” e a visita de estudo à “Semana da

Ciência e Tecnologia” permitiram actuar sobre o segundo princípio orientador – diversificar as

ofertas formativas no ensino secundário, visando o acesso ao ensino superior e a formação de

técnicos de nível intermédio. Os alunos foram sensibilizados para o prosseguimento de

estudos na sua área de formação, tendo sido realçada a interacção escola/vida

activa/comunidade.

O projecto interveio no terceiro princípio orientador – valorizar o papel da escola com

actividades diversificadas de carácter cultural, desportivo e lúdico – na medida em que

incentivou a realização de actividades valorizadoras das capacidades e interesses dos alunos,

potenciando a sua autonomia. Tal é perceptível através de actividades como o concurso do

logótipo e a criação das telas decorativas.

A formação para pais/E.E. aliada ao facto de os potenciais clientes da oficina serem toda a

comunidade escolar, permitem actuar sobre o quarto princípio orientador – criar condições

que permitam a existência, entre a comunidade educativa, de um elevado clima de

participação, convivência e bem-estar, procurando transformar “uma escola na comunidade”

em “uma escola da comunidade”. E isto porque se estabeleceram relações interpessoais de

cordialidade, respeito mútuo, tolerância e solidariedade, propiciando um ambiente de bem-

estar e de amizade, desenvolvendo a colaboração escola-família, incrementando o

envolvimento e a responsabilidade dos pais/E.E. no processo educativo.

Os pontos fortes do projecto implementado foram o relacionamento entre a comunidade

escolar e o meio envolvente, o empenho e interesse de todos. E principalmente dos alunos

que adoptaram uma postura de grande cariz profissional comportando-se com uma base e

estrutura sólidas de funcionamento, o que per si evidencia que o projecto funcionou também

como um estágio, preparando os alunos para a sua futura actividade profissional em que a

concorrência é feroz e lhes é exigido um grau de conhecimentos elevados.

Em jeito de síntese do que se referiu dir-se-á que a formanda considera que:

contextualizou a sua actividade profissional, mostrando capacidade de

particularizar o seu modo de trabalho, dos seus alunos e das potencialidades da

Escola e do meio envolvente;

fundamentou as suas críticas e identificou situações problemáticas no processo

ensino-aprendizagem;

planificou uma actuação coerente no que concerne à interdisciplinaridade;

explorou o papel formativo da disciplina TIC no conjunto do curriculum;

dinamizou as actividades principais do PFAP inicialmente proposto com

dinamismo; e

integrou os dados recolhidos na avaliação do projecto.

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Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

45 Vânia Ramos Janela

Mas o que mais impacto teve foi que, independentemente de a formanda permanecer ou

não na Escola, sabe que é um projecto que terá continuidade dado ser interessante, útil e estar

bem organizado. E se dúvidas houvesse, dissipar-se-iam já que o projecto “Dr. PC” vai estar em

exposição, como um projecto de apoio à Equipa TIC na manutenção de equipamentos

informáticos da Escola, no “Seminário arTICular", em Setúbal12.

Atendendo a tudo o que foi dito, após a reflexão do trabalho realizado e tendo a

consciência de que os principais objectivos propostos no PFAP foram atingidos, a formanda

propõe que a sua avaliação, de acordo com o documento orientador da profissionalização em

serviço, se insira no nível II (14-16) com classificação de dezasseis valores.

12

Trata-se de uma actividade para todas as Equipas TIC que são acompanhadas pelo Centro de Competência CRIE

da ESE de Setúbal. Mais informação disponível em http://nonio.ese.ips.pt/articular

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Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

46 Vânia Ramos Janela

Conclusão

O projecto “Dr. PC” não foi da formanda ou da turma mas sim de toda a comunidade

educativa. A formanda mais não foi do que a coordenadora e orientadora de um trabalho

espectacular realizado de forma lúdica. Todos os elementos envolvidos dentro da comunidade

escolar mostraram disponibilidade, interesse, empenho e alegria na execução dos desafios

lançados pela formanda. Aliás, mesmo no que concerne aos alunos, estes nunca perderam o

sentido de responsabilidade e alguns houve que a aperfeiçoaram. Todas as actividades

promovidas visaram dinamizar e promover o ensino-aprendizagem, factor que pode ser

constatado pelo relato da factualidade descrita ao longo deste relatório.

A ajuda de todos os intervenientes no projecto foi um factor importante para alcançar os

objectivos pretendidos. A formanda gostaria de fazer um agradecimento em especial:

ao professor Herculano Rodrigues, que apoiou de forma incansável o trabalho

realizado na oficina;

ao professor Roque Oliveira, pela ajuda na divulgação do projecto e na criação do

logótipo para o mesmo;

à professora Isabel Gouveia, pelo tempo e paciência dispendidos no desenho das

telas decorativas que fazem jus aos alunos do curso e que contribuem para

evidenciar a sua passagem pela Escola e o contributo que deram à comunidade;

e,

ao professor Luís Varela, pela orientação que deu e pelas criticas que teceu que

em muito contribuíram para o aperfeiçoamento desta iniciativa.

A formanda considera que atingiu os objectivos que se pretendiam com a

profissionalização em serviço: deu o primeiro passo num processo de desenvolvimento

profissional contínuo adquirindo bastante experiência profissional, ajudou a criar um projecto,

um espaço, momentos e actividades, que pela sua continuidade, contribuíram e contribuirão

para a melhoria da qualidade de ensino, para a construção de uma escola mais democrática e

para a promoção de uma educação para a cidadania.

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Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

47 Vânia Ramos Janela

Bibliografia

ALARCÃO, Maria Isabel (2005), “Formação Reflexiva de Professores”, Porto Editora,

Porto.

CORTESÃO, Luiza et al. (2002), “Trabalhar por Projectos em Educação”, Colecção Educação,

Porto Editora, Porto.

DOUGIAMAS, Martin (12/07/2007), “Sobre o Moodle”, disponível em

http://docs.moodle.org/pt/Sobre_o_Moodle.

DUARTE, José et al. (2006/2007), “Documento Orientador do 2.º ano da Profissionalização em

Serviço”.

MARQUES, Ramiro (2002), “O Director de Turma e a Relação Educativa”, Editorial Presença,

Lisboa.

MARTO, Maria Natália C. (2001), “O director de turma e os alunos”, 3.ª edição, CRIAP Asa,

Porto.

PINTO, Silva et al. (2005), “f@ntasTIC 10”, Edições ASA, Porto.

(06/2006), “Por uma Escola Inclusiva de Qualidade”, Projecto Educativo da Escola Secundária

de Sampaio, Sampaio.

ROLDÃO, Maria do Céu (1999), “Os professores e a gestão do currículo”, Colecção CIDINE,

Porto Editora, Porto.

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Projecto de Formação e Acção Pedagógica

Avaliação e Reflexão Após a Implementação

48 Vânia Ramos Janela

Anexos

AAnneexxoo 11:: Síntese das actividades previstas e realizadas/não realizadas/em curso

AAnneexxoo 22:: Actas das eleições do delegado e subdelegado de turma

AAnneexxoo 33:: Grelha de assiduidade da turma nos 3 anos do curso profissional

AAnneexxoo 44:: Grelha de avaliação dos módulos com aproveitamento

AAnneexxoo 55:: Exemplo dos guiões de reunião do Conselho de Turma e com E.E.

AAnneexxoo 66:: Exposição ao Conselho Executivo no âmbito da direcção de turma

AAnneexxoo 77:: Convite para a oficina de formação destinada a pais e Encarregados de Educação

AAnneexxoo 88:: Visita de estudo à “Semana da Ciência e Tecnologia”

AAnneexxoo 99:: Contacto estabelecido com a empresa BeAdvance

AAnneexxoo 1100:: Contacto estabelecido com a empresa Autoeuropa

AAnneexxoo 1111:: Ficha de Assistência Técnica da oficina

AAnneexxoo 1122:: Folha de orçamento

AAnneexxoo 1133:: Plano das aulas assistidas um e dois

AAnneexxoo 1144:: Guião da actividade a desenvolver nas aulas assistidas um e dois

AAnneexxoo 1155:: Plano e guião da actividade das aulas assistidas três e quatro

AAnneexxoo 1166:: Plano e ficha de avaliação do módulo das aulas assistidas cinco e seis

AAnneexxoo 1177:: Cartaz afixado para promover o concurso para logótipo da oficina “Dr. PC”

AAnneexxoo 1188:: Boletim de voto

AAnneexxoo 1199:: Um dos cartazes publicitários para divulgação da oficina “Dr. PC”

AAnneexxoo 2200:: Folheto publicitário para divulgação da oficina “Dr. PC”