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ISSN 2316-5065 Ano XVI • Nº 171 • Março / Abril de 2017 Arte: Fernando Lopes Conheça o perfil marcante da médica que transformou a vida de milhares de crianças 22 Destinos Em Goiás, a Semana Santa é celebrada com muita fé. A proximidade com Brasília é um atrativo a mais para quem deseja descobrir cenários encantadores e culinária variada. 42 Artigo A editora de Opinião do Correio Braziliense, Dad Squarisi faz um relato sobre a experiência de isolamento por ela vivida durante 40 dias no Hospital Albert Einstein. 8 #Associados Você sabia que a AMBr conta com um dos melhores complexos para realização de eventos de pequeno e médio porte de Brasília? São amplos espaços disponíveis para locação. 34 DRA. ZILDA ARNS VIVEU PARA SERVIR

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ISSN 2316-5065 Ano XVI • Nº 171 • Março / Abril de 2017

Arte: Fernando Lopes

Conheça o perfil marcante da médica que transformou a vida de milhares de crianças

22

DestinosEm Goiás, a Semana Santa é celebrada com muita fé. A proximidade com Brasília é um atrativo a mais para quem deseja descobrir cenários encantadores e culinária variada. 42

ArtigoA editora de Opinião do Correio Braziliense, Dad Squarisi faz um relato sobre a experiência de isolamento por ela vivida durante 40 dias no Hospital Albert Einstein. 8

#AssociadosVocê sabia que a AMBr conta com um dos melhores complexos para realização de eventos de pequeno e médio porte de Brasília? São amplos espaços disponíveis para locação. 34

DRA. ZILDA ARNS VIVEU

PARA SERVIR

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Editorial

3Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017

1200 Adventure. Foi assim que ele chegou com maestria até o deserto do Atacama, no Chile, enfrentando temperaturas negativas de 15 graus Celsius.

Há uma outra mulher forte presente nesta edição. A professora e editora de Opinião do jornal Correio Braziliense, Dad Squarisi, que nos brindou com artigo de próprio punho mostrando como enfrentou um confinamento de meses, após uma cirurgia de alta complexidade num hospital em São Paulo. Seu artigo é uma lição de vida.

Essas aventuras e boas histórias médicas nos permitiram avançar no projeto gráfico da nossa Médico em Dia. Nesta edição, por exemplo, as fotos estão mais vivas nas páginas, ganhando assim uma nova impor-tância editorial.

Uma revista mais humana, com mais força de comunicação. É este veículo que estamos entregando a vocês, leitores.

Caros Leitores,

Mulheres. Mulheres médicas, mulheres pacientes que cuidam do corpo, da

saúde e da alma da nossa gente. Que são exemplos gratificantes para todos os demais humanos. Mulheres que vão além do já tão mágico e árduo cotidiano. Mulheres de luta e de luz.

Para homenagear todas as doutoras que são protagonistas do segmento médico de Brasília e do Brasil, especialmente neste mês de março, onde comemoramos o Dia Internacional da Mulher, fomos olhar com lupa os 58 anos de existência da nossa AMBr. Encontramos inúmeros destaques, especialmente no porte de duas ex-presidentes da nossa Associação – as doutoras Beatriz Mac-Dowell Soares e Ivonette Santiago de Almeida.

Mas foi a personalidade forte, tranquila e transparente da pediatra Zilda Arns, que nos permitiu traçar um perfil-memória de uma das heroínas do povo brasileiro neste século XXI. Dra. Zilda veio a Brasília em 2002 participar do VII Congresso Médico de Brasília, promovido pela AMBr. Cercada pelo carinho de jovens e veteranos médicos brasilienses, ela fez uma conferência sobre o tema “A Criança e seu futuro no Brasil”, encantando a todos os presentes.

Por sinal, “Criança e natureza” é tema de uma de nossas principais matérias nesta edição, com uma entrevista com o Dr. José Martins Filho, presidente da Academia Brasileira de Pediatria; e uma resenha do livro “A Criança e a Natureza”, de um dos mais queridos e competentes médicos de Brasília, o Dr. Lisboa.

Desta vez, o nosso “Médico sem jaleco” mostra como um doutor – o cirurgião de aparelho digestivo Luiz Fernando Córdova – relaxa dos momentos de tensão: ele troca sua vestimenta branca por um casaco de couro preto e sai pelas estradas desse mundão montado numa potente BMW GS

Presença da Dra. Zilda Arns no VII Congresso Médico de Brasília promovido pela AMBr em 2002

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Revista Médico em Dia - Março / Abril de 20174

Diretoria ExecutivaDr. Luciano Gonçalves de Souza Carvalho PresidenteDr. Ognev Cosac Vice-PresidenteDr. Jorge Gomes de Araújo Diretor AdministrativoDr. Carlos José Sabino Costa Diretor Econômico-FinanceiroDr. Antônio Geraldo da Silva Diretor de Comunicação e DivulgaçãoDr. Elias Couto e Almeida Filho Diretor de PlanejamentoDra. Ana Patrícia de Paula Diretor de Editoração CientíficaDra. Angélica Amorim Diretora Científica e de Ensino Médico ContinuadoDr. Fernando Fernandes Correia Diretor Social e de Atividades CulturaisDra. Olímpia Alves Teixeira Lima Diretora de Relações com a Comunidade

Conselho FiscalTitularDr. Márcio de Castro MoremDr. Nivaldo Cavalcante BarrosDr. Roberto Nicolau Cavalcanti

SuplenteDr. Adalberto Amorim de M. JúniorDr. Bolivar Leite CoutinhoDr. Baelon Pereira Alves

DelegadosEfetivosDr. Aristotenis Cardoso CruzDr. Eudes Fernandes de AndradeDr. João de Souza Nascimento FilhoDr. José Henrique Leal de AraújoDr. José Nava Rodrigues NetoDr. Wendel dos Santos Furtado

SuplentesDr. Aloísio Nalon QueirozDr. Evaldo Trajano FilhoDr. Jaldo de Aguiar BarbosaDr. Roberto Cavalcanti Gomes de Barros Dr. Susany de Oliveira Suderio

Conselho EditorialDr. Luciano Gonçalves de Souza CarvalhoDr. Ognev CosacDr. Antônio Geraldo da SilvaDiretor responsávelDr. Antônio Geraldo da Silva

EditoresCristiane KozovitsLuis Turiba (994-RJ) Rodrigo Rueda (0008590-DF)

RevisãoCristiane KozovitsRodrigo Rueda (0008590-DF)

EditoraçãoCaio Borges

ComercializaçãoKeila [email protected](61) 9655 9326 / 2195 9705 / 9972 7804

ImpressãoIdeal Gráfica e Editora Tiragem 5.000 exemplares

Redaçã[email protected]

Médico em Dia é uma publicação da Associação Médica de Brasília - AMBr.Revista cultural de distribuição gratuita. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

SCES Trecho 3 Conjunto 06 Cep: 70200-003 - BRASÍLIA/DF(61) 2195.9700www.ambr.org.br

Corpo Social

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Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017 5

Sumário

Radar Agenda

Jovem Médico Opinião

Música Popular Ponto & Contraponto

VitrineNas curvas da estradaMuseu da Medicina

27

361810

17 40

12 2014 32

Lugar de criança é no gramado, na lama, na árvore, brincando ao ar livre, correndo atrás de passarinho por aí. Soltar pipa, jogar bola, ter cachorro, gato, ou seja: ser criança. Por isso, apresentamos uma entrevista com o Dr. Martins José Filho, presidente da Academia Brasileira de Pediatria e com o renomado pediatra de diversas gerações de crianças em Brasília, o Dr. Lisboa.

A criançada aproveitou cada momento do Carnaval Infantil da AMBr. Foi confete e serpentina para todo lado. E é claro que tudo foi devidamente registrado na nossa seção Vitrine.

O Dr. Luiz Fernando Córdova é um apaixonado por motos. Participa com outros médicos do QC Motoclube, onde a única regra é o compromisso social com as crianças do Quilombo Calunga, em Cavalcante (GO).

Na coluna Medicina e Arte, a fascinante história de Henry Wellcome, empreendedor e colecionador, que deixou em Londres, na Inglaterra, um dos melhores e mais completos acervos sobre a História da Medicina.

Livres, leves e soltos

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Palavra do Presidente

Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017

A falência da Saúde no DF

Palavra do presidente

Que o modelo hospitalar-cêntrico da Saúde Pública no DF está falido e necessita de profundas mudanças não é novidade para ninguém. Basta o cidadão precisar de um atendimento no hospital para sentir, na pele - e correr todos os riscos - do suca-teamento da rede hospitalar pública. Junto com ele, correm os riscos e sofrem no dia a dia os profissionais de saúde expostos aos ambientes insalubres, superlotados, com falta de recursos para trabalhar, medi-camentos e equipamentos armazenados de forma indevida e centros cirúrgicos desa-tivados. Isso sem falar em infestações de piolhos e baratas num ambiente onde deveria reinar a mais rigorosa assepsia.

Todo esse quadro caótico, com que convi-vemos, ficou ainda mais evidente no Relatório de Fiscalização de Hospitais elaborado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Dentre inúmeras e gravíssimas falhas estão claras a falta de planejamento na aplicação dos recursos que, a exemplo do que está acon-tecendo na Reforma da Previdência (que se tenta enfiar goela abaixo da sociedade brasi-leira), tendem a penalizar e culpar inocentes num jogo político de muitas cartas-surpresa.

E foi assim, ardilosamente, que a Secretaria de Saúde emitiu a Portaria 94, no dia 24 de fevereiro, à véspera do Carnaval, alte-rando na folha de pagamento dos profissio-nais da saúde uma série de Gratificações de Titulação garantidas por Lei e criando diversos embaraços burocráticos para apre-sentação de novas Titularidades.

E também foi assim que o Poder Executivo encaminhou à Câmara Legislativa o PL propondo a criação do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal – IHBDF, sob o pretexto de firmar parcerias público-pri-vadas que viriam solucionar os problemas de um modelo que se torna cada vez mais impagável. Com isso, o GDF quer terceirizar

Luciano CarvalhoPresidente da AMBr

sua responsabilidade constitucional e intransferível de oferecer assistência básica aos cidadãos do Distrito Federal, e assim poderá dizer que a culpa não é dele quando as coisas saírem do controle.

No frigir dos ovos, todos desejamos a mesma coisa: um sistema de saúde que funcione e atenda com qualidade a popu-lação do DF. Sem dúvida, iremos apoiar e colaborar com quaisquer iniciativas que reconheçam o médico como o agente dessa transformação, ouçam as entidades médicas e componham soluções sustentá-veis, pois não é admissível que o quadro funcional seja responsabilizado e punido pela falência do sistema.

O modelo da Saúde da Família que está em formatação não é novo. Entre 1995 e 98 tivemos o Saúde em Casa, que chegou a ter cobertura de 70% no Distrito Federal, ampliando a prevenção de doenças, aten-dendo os doentes em casa e desafogando os hospitais. Esta é uma saída viável que já se mostrou eficaz. Não estaríamos no atual caos se o Programa tivesse sido mantido pelos governos subsequentes.

Saúde pública é dever do Estado. Saúde pública de qualidade é direito do cidadão. Sabemos que o governo atual herdou um quadro caótico, mas ninguém aguenta mais

ouvir essa desculpa. Se faltam recursos, também falta planejamento, gestão e cria-tividade para buscar caminhos alternativos que não onerem e prejudiquem os profissio-nais de saúde. Ao contrário, é necessário reconhecer sua importância em qualquer modelo que se venha construir. Disparates devem ser corrigidos cirurgicamente, onde eles estão - e são evidentes.

A AMBr está pronta e à disposição para contribuir na construção de um novo modelo de saúde para o DF. Tão pronta quanto está para lutar pelos direitos dos médicos e o respeito pela carreira daqueles que vêm se dedicando ao sistema público de saúde com todas as suas deficiências. Não somos os vilões nessa história, mas muitas vezes, podemos ser alternativas.

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Artigo

8 Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017

Viver na bolha

Dad Squarisi

Editora de Opinião do jornal Correio Braziliense e professora

de edição de textos do Centro Universitário UniCEUB

Bolha não é bolha. No Hospital Albert Einstein, é apartamento confortável,

com televisão, internet, telefone, enfer-meiros, fisioterapeutas, dentistas, cardápio para a escolha da refeição. Ali fiquei 40 dias. Isolada. Pensei que pudesse ter contato com outros bolheiros. É proibido.

Gosto de morar só. Com o casamento do meu filho, troquei uma casa de 600 m², jardim, pomar, horta, piscina por um apart hotel de 60m². E lá se vão quase 20 anos. Aprendi a viver com o essencial. Na bolha, estava em casa. Tinha computador, livros e um mundo de projetos.

Todas as manhãs fazia meditação. Me transportava para o deck do Golden Tulip Hotel, onde moro, e recuperava o que mais me fazia falta – ar fresco e sol. Assim, nessa ordem. Revigorada, passava o dia bem na reclusão.

Tremores nas mãos me impediam de escrever. Li. Li muito. Também revisitei compositores que me alegram a vida. Beethoven foi um deles. Dizem que a medula tem um pacto de amor com a Quinta sinfonia. Ouvia o concerto várias vezes ao dia. Mito? Talvez. Mas me fazia feliz.

Quando o treme-treme diminuiu, oba! Voltei à atividade que mais me acarinha os sentidos. Escrever. Com o nascimento dos meus netos, me inclinei pra literatura infan-tojuvenil. Os dois adoravam ouvir histórias. Ao lhes contar a dos três porquinhos, eles ficaram curiosos com o depois. O que acon-teceu com os sem-teto e o malvado que lhes destruiu a casa?

Numa das noites de insônia, a pergunta retornou. Por que não respondê-la? Nasceu o livro Os três porquinhos e o lobo espor-tista. Nasceu também a coluna “Elevadores, tropeços e monstros”, publicada pela revista Agitação. Escrevi o livro Os sete pecados da língua, que será lançado em junho.

“A travessia me ensinou lições. Uma delas: a importância da família e dos amigos.”

Chegou a hora de deixar o ninho e voltar pra casa. Casa? Aluguei um apart hotel. A longa internação me privou de massa muscular. As pernas não suportavam o peso do corpo magro. Aceitei o apoio de braços amigos como de meu filho, meus irmãos, motoristas de táxi.

A travessia me ensinou lições. Uma delas: a importância da família e dos amigos. Eles nos amparam. Outra: a humildade nos torna mais humanos. Aceitar ajuda é via de mão dupla. Ajuda o ajudante e o ajudado. A última, não menos importante: tudo passa.

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CONHEÇA ASUNIDADES DO IMEB

Asa Norte – Dr. Crispim

Asa Norte – Ed. Primo Crosara

Asa Sul – Centro Clínico Sul Torre II

Asa Sul - Centro Clínico Sul - Praça da Saúde

Asa Sul – Centro Clínico Sul Torre I

Asa Norte – Centro Clínico Norte II

Asa Sul – Centro Clínico Advance

Taguatinga – Hospital Anchieta

Taguatinga – Hospital Santa Marta

Em breve – Ceilândia

L2 Sul - Vitrium Centro Médico

/clinicaimeb imeb.com.br/clinicaimeb /clinicaimeb

Central de Atendimento: (61) 3326-0033

Em breve

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Medicina e Arte

Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017

Henry Wellcome e a história da medicina

Mary Wellcome e seu marido, Solomon Cummings Wellcome, estavam muito

felizes naquele 21 de agosto de 1853. O casal, que vivia do cultivo de batatas em sua fazenda em Almond, no estado ameri-cano de Wisconsin, viu nascer seu tão espe-rado filho, que recebeu o nome de Henry Solomon Wellcome.

Henry cresceu na dúvida se seria farma-cêutico ou médico como seu tio Jacob, um conceituado clínico em Garden City, no Estado de Minnesota.

Após trabalhar em uma drogaria da família, criou gosto pelo comércio e pela produção de medicamentos. Cursou então Farmácia, tendo se graduado em 1874 no Philadel- phia College of Pharmacy.

Os ventos sopraram favoravelmente. Logo surgiu uma oportunidade de ser propagan-dista e vendedor da Caswell Hazard, uma próspera empresa farmacêutica sediada em Nova Iorque.

Seu tino para negócios o fez emigrar para Londres em 1880 onde, com Silas Burroughs, seu amigo, também vendedor de medicamentos, fundou a companhia farmacêutica Burroughs Wellcome.

Ganhando muito dinheiro produzindo remé-dios sob a forma de comprimidos, o que era novidade, Wellcome começou a fazer o que mais gostava. Durante suas viagens de negócios fechando contratos de venda de produtos farmacêuticos, começou a adquirir todo tipo de objetos relacionados com a história da medicina. Sem perceber, tornou-se um importante benfeitor da ciência médica.

Em 1895, quando Burroughs morreu, a indústria Wellcome já estava no rumo de tornar-se uma grande multinacional.

Foi no ano de 1901, já chegando aos 48 anos de idade, que Wellcome decidiu-se pelo matrimônio. Casou-se com Syrie Barnardo com quem teve, dois anos depois, seu filho Henry Mounteney Wellcome.

Mesmo com família constituída, Wellcome não parava de viajar, negociando medica-mentos e comprando objetos médicos de colecionadores e antiquários.

Para abrigar sua já enorme coleção de peças médicas antigas, Wellcome criou, em 1913, na 54 Wigmore Street, o Museu Wellcome de História da Medicina.

Wellcome divorciou-se em 1916, tendo Syrie, à época uma conceituada decoradora em Londres, passado a viver com o conhe-cido escritor William Somerset Maugham.

Mostra de fórceps do acervo da Wellcome Collection

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Medicina e Arte

11Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017

Como o acervo do museu continuava cres-cendo Wellcome construiu um amplo e imponente prédio no número 183 da Euston Road, o Wellcome Building, onde desde 1932 encontra-se aberta para pesquisas e visitação públi- ca a Wellcome Collection. Esta abriga, em seu espaço, as exposi-ções de história da medicina denominadas Medicine Man e Medicine Now.

O Wellcome Building acolhe também, em seu interior, uma livraria, um café, um espaço gourmet, um centro de conferên-cias e uma biblioteca com mais de dois milhões de itens, incluindo-se papiros egíp-cios com prescrições médicas, manuscritos árabes sobre medicina e cerca de cem mil gravuras, pinturas e desenhos concer-nentes ao mundo médico, sendo alguns do século XIV.

O acervo da galeria Medicine Man é composto de aproximadamente quinhentos mil objetos, dentre os quais estão um

desenho anatômico de Leonardo da Vinci, um desenho de Van Gogh que retrata seu médico Dr. Gachet, cadeiras de parto, bonecas chinesas de diagnóstico, serras de amputação e próteses dos séculos XVIII e anteriores e curiosidades como a bengala de Charles Darwin e a escova de dentes de Napoleão Bonaparte.

Henry Solomon Wellcome faleceu em 25 de julho de 1936 tendo seu corpo sido cremado em Londres, conforme seu desejo.

Em 1976, a Fundação Wellcome fez um acordo com o Science Museum, de Londres e transferiu para este boa parte do seu acervo de modo que o Science Museum pu- desse abrigar, nos seus últimos andares, uma extensão do Museu Wellcome de História da Medicina.

Dentre os mais de cinco mil objetos expostos na ala de História da Medicina no Science Museum, estrategicamente localizado na Exhibition Road, no luxuoso bairro de South Kensington, destacam-se um preservativo condon Paragon reutili-zável, fabricado em 1948 por Georges Ltd., um dos microscópios usados por Louis Pasteur em suas pesquisas, uma mecha de cabelo de Edward Jenner, considerado o pai da vacina antivariólica, seringas metá-licas de 1600, um protetor peniano metálico antimasturbação do século XIX, espéculos vaginais de bronze do ano 100 a.C. e instru-mentos cirúrgicos romanos do ano 200 a.C. dentre outros objetos.

Graças ao espírito empreendedor e de cole-cionador de Henry Solomon Wellcome, Londres abriga atualmente um dos melhores e maiores acervos sobre História da Medi- cina do mundo.

No dizer de Wellcome, todos os que gostam de História da Medicina são welcome à Wellcome Collection.

Mostra de próteses

A Wellcome Collection está aberta para pesquisas e visitação desde 1932, no Wellcome Building

Armando J. C. Bezerra

Simônides Bacelar

Médico

Médico

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Jovem Médico

Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017

Prova de proficiência também para as escolas de medicina

Pedro Henrique de Souza TavaresPresidente da Associação dos Estudantes de Medicina do Distrito Federal (AEMED-DF)

No Brasil, a qualidade da educação médica recebeu, nos últimos anos,

importantes críticas tanto em relação à estrutura de ensino quanto à competência dos graduandos. Por isso, diversos modelos de avaliação foram propostos, e entre eles há o predomínio das avaliações de profici-ência dos estudantes de medicina.

Tais avaliações foram realizadas por meio de provas escritas, na sua imensa maioria de questões objetivas através das quais os estudantes exercitam seu conhecimento nas diversas áreas da graduação. Entretanto, até o momento nenhuma avaliação se propôs a quali-ficar de forma clara e objetiva as instituições e docentes envolvidos na formação médica, apenas os graduandos. Outro ponto importante e igualmente preocupante está na formatação dessas avaliações, que não promove o diálogo entre os avaliadores de diferentes provas e nem destes com os seus avaliados.

Este é o melhor caminho para construir um modelo efetivo de avaliação da formação médica? A nível federal, por sua vez, o Ministério da Educação (MEC) propôs, em 01 de abril de 2016, a Avaliação Nacional Seriada dos Estudantes de Medicina, com execução no mesmo ano. Paradoxalmente, nos últimos anos, foi justamente o MEC que chancelou a abertura indiscriminada de cursos de medicina, de maneira isolada e sem respaldo ou mesmo o mínimo de diálogo com a sociedade civil organizada. Qual seria o real compromisso do MEC em garantir a proficiência dos estudantes?

No último ano, a avaliação realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP) apontou que os estudantes que realizaram a prova apresentam um preocupante déficit de proficiência. Além disso, há uma piora nos indicadores quando comparados com as

edições anteriores da prova, o que denota um declínio na qualidade de ensino tanto nas escolas públicas, quanto nas escolas privadas. Qual seria a postura esperada do estudante de medicina frente a tantas avaliações e perspectivas tão negativas? Não sabemos... Afinal, ainda não existe uma convergência de parâmetros entre as diferentes avaliações, há pouco respaldo avaliativo prático dentro destes modelos, entre outros problemas.

Preocupa-nos também que até agora é reservado apenas ao estudante o grande bojo de cobranças e críticas pelo baixo desempenho da graduação como um todo. Até que ponto a formação e a proficiência do estudante independem da estrutura univer-sitária oferecida e da competência dos seus docentes e preceptores? Qual o futuro de um ensino médico no qual apenas um de seus integrantes é avaliado?

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Histórias da Música Popular

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O canto do sofrido amor. (Segunda parte)No capítulo anterior abordamos, no nosso cancioneiro, composições mais brandas, atendo-nos às agressões verbais e às mulheres conformadas com os desmandos masculinos. Agora é pra valer. Desfilaremos obras mais contundentes onde as ameaças e truculências são mais explícitas.

Renato Vivacqua

Dr. Eudes Fernandes de Andrade

Historiador da música popular

Médico Urologista

Por volta de 1930, o mineiro Ari Barroso perambulava pelo Rio tentando a vida

artística, sem êxito e sem dinheiro. Passava um dia por uma praça quando ouviu uma multidão indignada gritar “Dá nela, dá nela” para uma mulher. Ficou remoendo a frase e em casa compôs: “Essa mulher há muito tempo me provoca/ dá nela, dá nela/ é peri-gosa, fala mais que pata choca.” Incluiu-a no concurso carnavalesco da Casa Edison, ganhou, recebeu dez contos de réis, casou e deslanchou. Oito anos depois, parecendo ter gostado do tema, lançou Boneca de Piche: “Se tu me engana, vai haver banzé/ eu te sapeco dois rabos de arraia e te piso no pé”.

Zeca Pagodinho em Faixa Amarela parece tresloucado: “Mas se ela vacilar/ vou dar um castigo nela/ vou dar uma banda de frente/ quebro cinco dentes e quatro costelas.”

Nos anos 20, o cantor Caninha já insti-gava um corretivo: “Mulher danada/ toma vergonha na cara/ se não toma jeito/ dou-te uma surra de vara.” Interessante é que compositores aparentemente cordatos muitas vezes desancavam as mulheres. Noel Rosa era feio, franzino, mas graças ao seu talento encantava as mulheres, porém não era muito de retribuir os desvelos. Russo do Pandeiro, famoso percussionista que acompanhou Carmen Miranda aos Estados Unidos, me relatou que Noel era realmente amável e educado quando sóbrio. Agora, quando entornava umas e muitas, virava fraco, folgado e irritadiço, como quando fez esta composição: “Toma cuidado que eu te ripo/ porque tu não és meu tipo.” Em 1932 nos mostra Mulher Indigesta: “Mas que mulher indigesta/ indigesta merece um tijolo na testa.” Nunca ...jamais é outra durona: “Qualquer dia eu perco a paciência/ digo uma inconveniência/ e depois te meto os pés”.

Parece que chutar a amada obcecava os letristas. Sinhô, pernóstico, que se auto intitulava “Rei do Samba”, já praticava: “Se essa mulher fosse minha/ apanhava uma surra já, já/ eu lhe pisava todinha/ até mesmo eu lhe dizer chega.” Ele não para por aí. Em outro samba banca o morcego às avessas, primeiro sopra: “não quero teima nem discussão/ meu doce bem, minha paixão”; depois mete as presas: “ Olá, olá, tu bem mereces um pontapé.”

O romântico Vicente Celestino trovejava: “Oh Fru, Fru da Noite.../ Há muito esque-ceste de mim/ porque bati muito em ti sem dó.” Bem feito, gostosão. O médico Joubert

de Carvalho, autor de Taí, música que consagrou Carmen Miranda, era, segundo os contemporâneos, uma dama, o que não o impediu de mostrar sua impulsividade oculta nesta composição que Carmen, com baixa autoestima gravou: “Eu vou te dar pancada/ te morder, te judiar/ Isso não é nada/ o pior é ter que te aturar.” Lamartine Babo, alegre e brincalhão, dá sua fisgadela: “Mulher de setenta anos/ cheia de desenganos/ que usa 25 gramas de vestido na canela/ só dando com uma pedra nela.” Até o doce Cartola deixou um samba inédito para ser cantando por voz feminina que dizia: “Fui tanto maltratada/ foi tanta pancada que ele me deu/ estou toda doída.”

O sambista Zeca Pagodinho gravou Faixa Amarela, considerado politicamente incorreto

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Histórias da Música Popular

15Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017

Francisco Alves e Ismael Silva lançam Amor

de Malandro, onde defendiam o cachação gratificante: “Amor é o de malandro, meu bem.../ se ele te bate é porque gosta de ti/ pois bater em quem não se gosta /eu nunca vi.” Heitor dos prazeres avaliza: “mulher de malandro sabe ser / carinhosa de verdade.../ quanto mais apanha/ a ele tem amizade”. Oswaldo Nunes reforça a tese masoquista: “ mulher de malandro, rapaz/apanha um dia, no outro quer mais.”

Não podíamos encerrar este artigo sem um resgate feminino. Elas bem merecem uma desforra. Em 1921, Caninha foi o grande sucesso do carnaval com a música

Esta nega qué me dá, onde se mostra conformado: “Esta nega qué me dá/ eu não fiz nada pra apanhá… / eu tenho os ossos quebrado/ quebrado só de apanhá.” Germano Matias, sambista paulistano, em entrevista ao Estadão foi sincero: “Sou o único da classe que não bate, apanha de mulher e fica cada vez mais gamado”. Confirma isso no samba Deu a louca na

nega: “Deu a louca na nega.../ atirou-se a mim como uma fera/ com disposição de me estraçalhar (Vejam só que azar)”.

Bezerra da Silva em Minha sogra parece

sapatão, passou por maus pedaços: “Veja só que mulher danada pra gostar de confusão/

ela botou fogo no meu barraco/ e quebrou minha televisão/ ainda rasgou toda a minha roupa/ e jogou fora meu colchão”. Os saudo-sistas lembram-se do famoso samba Oh!

Seu Oscar, onde o marido chega cansado do trabalho e encontra um bilhete devastador : “Não posso mais, eu quero é viver na orgia…”. Geraldo Pereira e J. Portela almejavam uma mulher sossegada e buscaram na roça “quem não gostasse de troça”. Quebraram a cara: “Com uma semana mandou esticar os cabelos, pintou as unhas dos pés, foi dançar na gafieira e até hoje não voltou.”

Acreditamos que, com esse fecho, as mulheres melhorem a autoestima.

Bezerra da Silva passou por poucas e boas com a sogra

Trecho da música Minha sogra parece sapatão

“Veja só que mulher danada pra gostar de confusão ela botou fogo no meu barraco e quebrou minha televisão ainda rasgou toda a minha roupa e jogou fora meu colchão”.

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Radar

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Reciclagem médicaReciclar a carreira com cursos e práticas extracurriculares é uma preocupação dos médicos de uma forma geral. Uns praticam mais, outros menos. O Dr. Roberto Cortes, por exemplo, formado em 1999, com pós-graduação em Clínica Médica, servidor da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, é um desses prati-cantes. Já fez mais de 50 cursos de reci-clagem, inclusive nos Estados Unidos e em países da Europa.

No final do ano passado fez uma pós-gra-duação em Urgência e Emergência no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Foram 100 médicos selecionados em todo o País com aulas ministradas em 15 fins de semanas seguidos. Todos parti-cipantes receberam certificados reconhe-cidos pelo Ministério da Educação.

Agora, ele se prepara para mais um curso, do Sírio Libanês, também em São Paulo, em Atendimento Intensivo de Clínica Médica. Esse curso é oferecido de dois em dois anos e preparado pelo Sociedade Brasileira de Clínica Médica para mais de 300 profissionais.

Missão hospitalarVem aí a Missão Empresarial Hospitalar. Uma feira multissetorial de produtos voltados para a área da saúde. Equipamentos médicos, produtos e serviços são apresen-tados durante o evento que é um verda-deiro ponto de encontro entre fornecedores e clientes. O evento será realizado em São Paulo (SP), no Expo Center Norte, de 16 a 19 de maio. O Médicos e gestores inte-ressados em participar podem entrar em contato com Elizabete Aguiar, do Sebrae no DF, pelo telefone (61) 3362-1694.

O Hino Nacional em versão especialTodos os eventos médicos, científicos ou culturais realizados nas dependências da AMBr a partir deste mês, terão na sua abertura a execução audiovisual do Hino Nacional. A versão, cantada pela Dra. Roberta de Oliveira Faria, é toda espe-cial, com bossas vocais que exploram a condição ecológica da música. O visual ficou por conta da jornalista videomaker Mônica Nóbrega.

“Sempre que canto o Hino Nacional, penso no Brasil para interpretá-lo. Isso me dá muita força na voz”, explicou a cardiologista que tem interpretado o hino em eventos e congressos médicos.

Na gravação feita no Vaz Studio, ela foi acompanhado ao violão pelo Dr. José Carlos, um urologista que possui uma batida elegante e acompanha a médica ha alguns anos. Agora, a Dra. Roberta planeja juntar uma banda só de médicos e apresen-tar-se cantando sucessos da Bossa Nova e da MPB num espetáculo solo a ser apresen-tado em uma ocasião especial na AMBr.

Nota de falecimentoA Associação Médica de Brasília (AMBr) lamenta o falecimento de um dos seus fundadores, o médico urologista clínico Rômulo Maroccolo. Ele foi um dos pioneiros da Medicina em Brasília.

Em uma de suas edições, no site da UnB, o editor André Augusto de Castro escreveu sobre o pioneirismo do Dr. Maroccolo, no artigo “Uma família dedicada à urologia”.

“Brasília, 1957. A cidade mal passava de um grande canteiro de obras quando o médico urologista Rômulo Maroccolo chegou à futura

Dra. Roberta de Oliveira e Dr. José Carlos, uma dupla da pesada

capital do país. Foi o primeiro urologista da cidade e morou em um barracão cercado por terra batida. Preparado para qualquer emer-gência, tinha em seu consultório cobras, besouros e outros insetos típicos do Cerrado, além de coleções específicas sobre sua área de atuação. Casado em 1962, teve em 1964 seu primeiro filho, Rômulo Maroccolo Filho que hoje luta à frente da Urologia do Hospital Universitário de Brasília (HUB) para voltar a fazer transplantes de rim na unidade”.

Notícias rápidas

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Médico sem Jaleco

Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017

Sai o jaleco, entra a jaqueta de couro

Médico sem jaleco

Todos sabemos. A pressão do dia a dia dos profissionais de medicina é intensa

e estressante perante o complexo desdo-brar dos casos médicos, a fragilidade dos pacientes, a gestão de suas clínicas e a necessidade de aprimorar, incessante-mente, seus conhecimentos. Lidar com a saúde das pessoas e seu tênue limite exige encontrar e manter seu próprio equilíbrio.

Para enfrentar esse desafio, o Dr. Luiz Fernando Córdova tem três tipos de “válvulas de escape” onde busca equili-brar suas energias para cumprir bem sua missão. São elas: cozinhar, apreciar bons vinhos e passear de motocicleta pelas

estradas da vida, tomando vento no rosto e conhecendo novos lugares na companhia de bons amigos e familiares.

Curitibano, casado com Karina Córdova - administradora de sua clínica - e pai de três filhos: Murilo, Caio e Fernanda, Dr. Luiz Fernando é cirurgião de aparelho diges-tivo e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica - Regional/DF. Dos três hobbys, ele confessa ter um xodó especial pelas motos. É motociclista desde a adolescência, quando ia para a casa do pai em Periquera-Açu, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo. Lá, adolescente, pilotava uma motoca pequena pra cima e pra baixo.

Hoje, aos 46 anos, tem uma BMW GS 1200 Adventure, último tipo. De moto, já percorreu praticamente todas as estradas do entorno de Brasília – Goiânia, Goiás Velho, Pirenópolis, Formosa, Alto Paraíso. Além desses passeios curtos, foi até São Paulo e Curitiba. Depois, atravessou as Cordilheiras dos Andes pilotando entre as cidades de Salta, na Argentina, até San Pedro de Atacama, em pleno deserto, no alto Chile. “Foi es-pe--ta-cu-lar”, diz ele sobre essa aventura que durou 10 dias. Subiu de 2.500 para 4.880 metros de altitude, enfrentando temperaturas variadas que chegaram a 12 graus Celsius negativos.

“O grande barato é pegar a estrada em divertidos passeios, deixar o pensamento se libertar nas paisa-gens, nas curvas, no vento.”

Dr. Luiz Fernando Córdova e sua companheira de aventuras: uma BMW GS 1200 Adventure ©Luiz Clementino

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Médico sem Jaleco

19Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017

“O grande barato é pegar a estrada em divertidos passeios”, revela o Dr. Córdova. “O negócio é deixar o pensamento se libertar nas paisagens, nas curvas, no vento. É não ter pressa de chegar e preferir percorrer o caminho mais longo, porque é cheio de curvas e montanhas. São nesses passeios que faço o que mais gosto quando não estou no consultório, de jaleco: comer, beber bons vinhos, papear com os amigos e pilotar minha moto. Nesse caso, correr pra quê, se a vida já é uma corrida tresloucada?”.

Semanalmente, ele se reúne com seus companheiros motociclistas, sempre aos sábados no Pontão do Lago Sul, ali no antigo Bargaço. Essa confraria é conhecida como Motoclube QC – Quase Cinquenta, onde Dr. Córdova é um dos mais jovens. O presidente e fundador do QC é o experiente motociclista Mário Mafra, de 76 anos. Para participar do QC ninguém paga nada, basta ter moto e querer. A única e inegociável

regra é realizar uma doação, duas vezes ao ano, para o projeto assistencial destinado à Comunidade Quilombola dos Calungas, em Cavalcanti, a 350 quilômetros de Brasília (ler box no final da matéria).

São muitas as aventuras vividas em cima da sua BMW. Mas uma é guardada com muito carinho no coração do cirurgião. Um paciente seu, o carioca Luiz Felipe Wright, foi operado de um câncer e ainda viveu oito anos. Neste período, se apai-xonou pelo motociclismo e chegou a fazer uma viagem coletiva para São Paulo. Depois, já bastante combalido, quis fazer a derradeira viagem para Curitiba com quatro amigos. Uma camionete acompa-nhou a caravana. Wright não aguentou o trajeto da viagem. Os amigos, então, colo-caram sua moto na camionete de apoio e pediram para ele sentar-se na moto para “ir tomando vento na cara.” Segundo Córdova, um momento emocionante.

O motoclube “Quase cinquenta” está virando “Quase cem”, tanto nas idades de seus membros mais antigos como no número de associados. Brincadeiras à parte, o que não muda mesmo no QC é o compromisso social com as crianças do Quilombo Calunga, localizado no município de Cavalcante, Goiás; considerado um dos lugares mais carentes do País, com IDH baixíssimo. Há mais de 10 anos, esse grupo de motociclistas que moram e trabalham

em Brasília, liderados pelo “comandante” Mafra, fazem duas grandes doações anuais às crianças calungas.

São dois caminhões que partem de Brasília a cada seis meses levando em média 12 a 15 toneladas de alimentos não-perecíveis. Contribuições que permitem 112 refeições diárias para crianças de dois a 12 anos por semestre, além de leite para os recém-nas-cidos até os dois aninhos. A regra é uma só: motociclista que não fizer sua doação semestral é automaticamente desligado do grupo.

O QC agrega outros médicos; nove ao todo. Além do Dr. Luiz Fernando Córdova, fazem parte do motoclube os doutores Clinton Schelb, Daniel Petriz de Assis, Hamilton Heitor de Queiroz, José Cardoso Machado, Luiz Alberto Arantes, Nasser Sarkis Simão, Oswaldo Oliveira do Nascimento e Moacir Zanatta. Esse time de médicos soma às doações remédios pediátricos, como vermífugos, vacinas, remédio para piolho, além de prestarem assistência médica in loco, quando necessário. Eis aí um pelotão de médicos que, sem o jaleco, vestem com prazer suas jaquetas de couro!

QC Motoclube: compromisso social é a única regra

Motociclistas do QC reúnem-se todos os sábados no Pontão do Lago Sul ©Luiz Clementino

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Opinião

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Prova de proficiência: MEC não pode fomentar artimanhas

Cecílio Sepúlveda Monteiro Teixeira

Médico psiquiatra

Ao receber a revista MÉDICO EM DIA (publicação da AMBr), edição nº 167,

ano XV, de julho/agosto 2016, deparei-me com uma matéria, nas páginas 12/13, com o título acima. Motivado por ela, pergunto:

Onde estavam nossas entidades de classe durante a tramitação desse processo?

Considerando-se que essa medida responderia à resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE), publicada em 2014, após discussões envolvendo a Lei 12871/2013, que instituiu o Programa Mais Médicos, o qual, ao que se sabe, foi alvo de discordância de nossas entidades, como permanecemos apáticos perante esta implantação?

O Programa Mais Médicos não exige o REVALIDA, tanto que seus profissio-nais estrangeiros não são registrados nos CRMs. Por que nossos estudantes deve-riam submeter-se à algo assim? Onde está a igualdade de direitos?

Conforme a matéria, “os alunos que não atingirem a nota mínima definida pelo Ministério da Educação (MEC) não poderão obter o diploma nem ingressar na residência médica, mas poderão repetir o teste, previsto para ser ofertado diversas vezes ao ano, até conseguir aprovação.” Estar-se-ia criando um novo estelionato, a exemplo do exame da OAB (ao qual também sou contrário)? Atente-se que, anteriormente, já havia sido tentada a expedição do diploma ao formando nas escolas médicas como Bacharel, iniciativa felizmente revogada.

Tem-se falado sobre (e inclusive vários vestibulares ao final de 2016 e início de 2017 foram e serão realizados para) a abertura de mais 39 cursos de medicina em cidades do interior do país. Que requi-sitos foram exigidos para esses cursos terem tido seu funcionamento autorizado e que responsabilidade será atribuída ao MEC por isso? Posto que, a meu ver, há simplesmente uma omissão, se não houver algo pior, como se vê em relação aos cursos de Direito, onde os únicos beneficiados são os donos dessas escolas e onde o estudante é apenas uma máquina de enriquecimento dos mesmos, em se tratando de cursos privados. No caso das faculdades públicas, trata-se de um grande veio de desvio de dinheiro.

Anseio pelo dia em que uma devassa seja feita no âmbito do MEC, pois que essa permissividade, com certeza, tem um preço, e não podemos nem devemos conti-nuar pagando-o! Nosso graduando em

Medicina deve ser bem formado, deve ser preparado para atuar em quaisquer lugares deste país, tendo ou não tecnologia à seu dispor, e não simplesmente ser enganado e usurpado em seu direito ao exercício da profissão em que foi formado, assim como os bacharéis em Direito, que, entendo, deveriam ser diplomados ao fim do curso como ADVOGADOS e nossos estudantes como MÉDICOS!

Cabe ao MEC, desde que probo e cônscio de suas atribuições, fiscalizar o funciona-mento desses cursos e não fomentar arti-manhas onde pequenos nichos enriquecem às custas do prejuízo da maioria.

Muito mais poderia ser dito, mas atenho-me à matéria citada. Espero que outros que, como eu, tenham pensamento semelhante (ou mesmo discordante), possam também contribuir com abordagens sobre o tema.

É a minha opinião.

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Zilda Arns

Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017

No mês em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, resgatamos

a história da Dra. Zilda Arns, uma médica pediatra que dedicou sua vida para atender gestantes, crianças e idosos

“Prefiro olhar o lado positivo das coisas!”

Tendo a vida como missão

Matéria de Capa

©Pastoral da Criança

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Zilda Arns

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Uma verdadeira missionária que colocou sua vida ao inteiro dispor daqueles que

mais precisavam de atenção, principal-mente crianças e idosos. Recebeu as mais diversas condecorações, prêmios inter-nacionais, bem como o título de Cidadã Honorária de 11 estados e 37 municípios brasileiros. Também foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz, tendo seu trabalho à frente da Pastoral da Criança mundialmente reco-nhecido. Mas nada disso lhe foi mais impor-tante que servir. Tanto que a morte lhe surpreendeu em plena militância.

Nascida em Forquilhinha, Santa Catarina, Zilda Arns Neumann é a 12ª filha de 13 irmãos, sendo cinco deles religiosos. Mãe de cinco filhos e avó de dez netos, formou-se em Medicina na Universidade Federal do Paraná, tendo especialização em Educação Física, Pediatria Social e Saúde Materno Infantil, trilhando o caminho da saúde pública. Sua vida profissional teve início no Hospital de Crianças Cezar Pernetta, em Curitiba (PR).

Sua dedicação a transformou em diretora de Saúde Materno Infantil da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná. Com toda experiência acumulada, em 1980 liderou a campanha de vacinação Sabin, criada para combater a primeira epidemia de poliomielite em União da Vitória, no inte-rior paranaense. A Dra. Zilda Arns criou um método próprio de vacinação envol-vendo escolas, Igrejas, clubes e voluntá-rios, formato posteriormente adotado pelo Ministério da Saúde.

Em 1983, atendeu ao pedido da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para ser fundadora da Pastoral da Criança, juntamente com o Cardeal Dom Geraldo Majella Agnello, então Arcebispo de Londrina e sob influência do seu irmão, Dom Paulo Evaristo Arns, o “cardeal da esperança”. Dom Geraldo Majella destaca a figura da Dra. Zilda com uma palavra: incansável. “Sua dedicação à causa era incansável. Ela acreditava no que fazia e não temia críticas. Se apaixonou a tal ponto que vivia a Pastoral 24 horas por dia. Tanto é que morreu falando da Pastoral. Era uma pessoa de fé e determinada”.

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Zilda Arns

Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017

O respeito e o carinho pelas crianças e mães e as histórias particulares em visitas por este Brasil afora são momentos marcantes para o Cardeal. “Ela era um exemplo de mulher e mãe. Um testemunho de fé. Não é pela violência que se alcança a vitória, mas sim pelo diálogo. Para fazer grandes coisas para a humanidade não é preciso tanto dinheiro, mas saber usar bem. O volunta-riado tem uma grande força quando coloca o amor e a solidariedade em primeiro lugar. Ela sempre dizia que a Pastoral da Criança é a pastoral do amor”.

Com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a primeira ação da Pastoral foi promovida em Florestópolis (PR), cidade que apresentava índice de mortalidade infantil de 127 óbitos para cada mil crianças. Zilda Arns e Dom Geraldo elaboraram um planejamento de trabalho não apenas com o soro caseiro, mas com cinco ações básicas de saúde: acompanha-mento à gestante, orientação no pré-natal e vacinas, aleitamento materno, vacinação regular das crianças de 0 a 5 anos e o acompanhamento do crescimento dessas crianças. “Muitas pessoas da área da saúde pública não acreditavam no trabalho. Achavam que éramos concorrentes. Mas aos poucos o trabalho foi aceito”, recorda Dom Geraldo Majella.

Em apenas um ano de atuação, o índice de mortalidade infantil foi reduzido drastica-mente, para 28.

Dom Geraldo Majella destaca a figura de Zilda Arns com uma palavra: incansável ©Arquidiocese de São Salvador

Pastoral da Criança em números• Acompanha de perto os primeiros mil

dias de milhares de crianças;• Presente em 3.700 municípios

brasileiros;• Atende mensalmente mais de um

milhão de crianças;• Atende também a mais de 70 mil

gestantes.

Zilda Arns, dedicação e amor ao próximo ©Pastoral da Criança

Zilda Arns participou do VII Congresso Médico de Brasília, promovido pela AMBr em 2002

Em 2002, Zilda Arns participou do VII Congresso Médico de Brasília, evento promo-vido pela Associação Médica de Brasília (AMBr). Ela ministrou uma conferência sobre o tema “A criança e seu futuro no Brasil”. O presidente da AMBr na época e atual diretor de Assuntos Parlamentares da Associação Médica Brasileira (AMB), Dr. José Luiz Dantas Mestrinho recorda com carinho da Dra. Zilda. “Ela comunicava o que fazia de melhor, o trabalho espetacular a frente da Pastoral da

Criança. Cativava todos pelo semblante sereno e trazia uma sensação de muito conforto pelo simples fato de estar ao lado dela”.

O tempo passou e o trabalho desenvolvido pela Dra. Zilda foi disseminado por todo Brasil e reconhecido internacionalmente. Em 2004, a CNBB fez uma nova enco-menda para a médica: a criação da Pastoral da Pessoa Idosa, no mesmo ano que entrou em vigor o Estatuto do Idoso.

No dia 12 de janeiro de 2010, Zilda Arns parti-cipava de um encontro numa igreja da capital do Haiti, Porto Príncipe, quando foi surpre-endida por um terremoto de alta magnitude. A médica sanitarista morreu fazendo o que mais amava, dedicando sua vida e seu tempo para aqueles que, muitas vezes, apenas necessitavam de um gesto de carinho.

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Zilda Arns

25Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017

“A Dra. Zilda Arns demonstrou que é possível fazer uma prevenção forte.  A pobreza agrava a saúde e mata mais do que diversas doenças. O baixo nível socioeconômico reduz a expectativa de vida em até dois anos. Ela olhou cientificamente para o lado das famílias, numa área que os governos poderiam atuar mais”

Dr. Nelson Arns NeumannCoordenador da Pastoral da Criança Internacional

Conheça a Pastoral da Criança

www.pastoraldacrianca.org.br

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Especialidade Médica

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Criança e natureza

Especialidade médica

Nossas avós já diziam: “criança criada pisando na terra e brincando na natu-

reza cria anticorpos”. Essa também é a tese do Dr. José Martins Filho, presidente da Academia Brasileira de Pediatria, graduado em Medicina pela USP, com doutorado na UNICAMP, onde foi reitor de 1994 a 1998. Para ele, criança deve ser criada em quin-tais, subindo em árvores, mexendo na horta, correndo atrás de bola na grama. Membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES), escreveu oito livros no campo da pediatria, entre os quais A criança

terceirizada, O nascimento e a família e Quem cuidará das crianças. Aqui, ele dá uma breve entrevista à revista Médico em

Dia sobre criança e natureza, um tema mais que oportuno em tempos de vida excessi-vamente virtual.E não poderíamos deixa de publicar uma breve resenha sobre o livro A

criança e a natureza do super pediatra de Brasília, Dr. Lisboa.

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Especialidade Médica

Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017

“Educar dá trabalho. Se você não está tendo trabalho, é porque não está educando”

Revista Médico em Dia: Desde os tempos dos nossos avós que se fala que criança criada pisando na terra e brincando na natureza cria anticorpos. Recentemente, o Sr. publicou um vídeo na Internet propondo justamente isso e afirmando que “crianças criadas na natureza se desenvolvem com mais tranquilidade e saúde”. Poderia explicar sua tese? O Sr. também recomenda que as crianças tenham contato com os animais. Qual a importância dessa rela-ção para a construção de laços afetivos na vida das crianças?

Revista Médico em Dia: Com o desenvolvimento das nossas cidades e a urbanização excessiva, verdadeiras selvas de pedras passaram a ser o habitat das famílias. São prédios com playgrounds, quadras de cimento, piscinas em ambientes fechados, longe de terra, grama e água corrente. O que o Sr. aconselharia para os pais das crianças que crescem nesses ambientes urbanos?

Revista Médico em Dia: Temos a tecnologia cada vez mais presente no nosso dia a dia. Muitas vezes vemos crianças com menos de dois anos de idade utilizando com destreza um tablet ou um smartphone. Até que ponto essa relação com a tecnologia pode causar problemas para o desenvolvimento da criança?

As crianças, como quaisquer seres humanos, mas principalmente elas, precisam de ar livre, de contato com a natureza, com as plantas, com animais domésticos - pássaros, cães, gatos, etc. As nossas crianças estão “intoxicadas” pela tecnologia, fechadas em casa, sem espaço para brincar, sorrir, saltar, correr, nadar, ver outros seres vivos e interagir com eles. Essa interação é fundamental para elas. Os pais nem sempre têm tempo ou se inte-ressam por levar as crianças a lugares onde elas possam desfrutar desse convívio. Existem pais que não permitem que as

Aconselho aos pais a se darem conta dessa necessidade da presença, do afeto e da liberdade ambiental. Infelizmente, o vínculo, o afeto e o carinho nem sempre são oferecidos aos filhos. Muitos pais saem de casa às sete horas da manhã e voltam às 19 horas. Recentemente, acompanhei uma criança que raramente via os pais. Só vinha ao consultório com a babá ou com uma avó e vivia frequen-temente com enfermidades infecciosas.

A tecnologia precisa ser dosada e contro-lada. Não se pode usar (como infelizmente vemos sempre) o smartphone ou o tablet como babá. Algumas mães chegam a dizer que, pelo menos assim, a criança fica quieta

crianças tenham animais domésticos, por mais que seja evidente que essa interação diminui a ansiedade, a tensão, o nervo-sismo e o estresse e, consequentemente, também possa contribuir para o aumento da imunidade, como diziam nossos avós. Crianças precisam de amor, vínculo, afeto, espaço livre; precisam interagir com outras pessoas e com outros animais. Isso segu-ramente ajuda no desenvolvimento de sua saúde física e mental.

Dr. José Martins FilhoPresidente da Academia Brasileira de Pediatria

Perguntei para a babá como era a vida da criança. Ela me disse que os pais saiam pela manhã e voltavam só à noite, e que a criança ficava no quarto, vendo TV, ou no celular vendo desenhos. Vivia triste. Eu fiz uma receita e recomendei um cachor-rinho. O pai, quando chegou em casa, me ligou bravo e eu disse que havia receitado para a criança se relacionar com um outro ser que brinca, late, corre, lambe, e que isso a faria correr na grama e passear com

o cachorro. Apesar da família ter ficado chateada, a criança melhorou e ficou muito mais feliz. A presença da família é fundamental e os pais devem sempre participar da vida dos filhos e levá-los para passear. E não é passear no shopping no sábado ou levá-los ao supermercado. Uma criança de seis anos me disse que gosta dos passeios com a família, mas quer ir a jardins, ver passarinhos, brincar com o cachorro.

e elas podem cuidar de outras coisas. Não! Há tempo para tudo. Temos recomendado no máximo uma hora por dia com o tablet e depois também a TV, sempre monito-rada. Lembramos que na internet não existe

censura de quem envia a mensagem. Por isso, os pais têm que participar e cuidar. Eu sempre digo e reafirmo que educar dá trabalho. Se você não está tendo trabalho, é porque não está educando.

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Especialidade Médica

29Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017

Dr. Antônio Márcio Junqueira Lisboa

Pediatra

Ensinamentos para uma infância feliz

Dr. Antônio Márcio Junqueira Lisboa, 90 anos e ainda na ativa, é um aficio-

nado pelo tema Criança e Natureza. Entre os 16 livros que escreveu ao longo de seus 60 anos de experiência como pediatra em Brasília, destaca o que tem por título exata-mente “A criança e a Natureza”, editado em 2009 pela editora LGE. No livro, assuntos como O meio familiar, A saúde mental

dos filhos, Adoção, Separação do casal, Drogas, Educar respeitando as diferenças, são analisados em profundidade.

Logo na apresentação do livro, o assunto se explicita em sua base: “A família

tradicional está agonizante. A família unida, solidária, protetora, vem desapare-cendo. O número de famílias ‘capengas’, onde falta o pai ou a mãe, vem aumen-tando. A mãe é obrigada a afastar-se do lar e da dedicação aos filhos, deixan-do-os em creches ou escolas maternais, de qualidade discutível. Uma em cada oito crianças de menos de três anos vive sem pai, pois é cada vez maior o número de casais separados.”

Segundo Dr. Lisboa, com a crise fami-liar dos tempos modernos, “as crianças e os velhos são os que mais sofrem. Como pediatra, acompanho as repercussões dessas transformações sobre o bem estar das crianças. E não tenho dúvida de que elas se tornaram, paradoxalmente, mais fortes e sadias, porém, menos felizes.”

As crianças atuais se distanciaram dos quin-tais, das árvores, dos brinquedos artesanais, e tudo isso acaba influenciando no desen-volvimento delas, alerta o pediatra. “Nas cidades, as casas vêm dando lugar a apar-tamentos cada vez menores. E a criança necessita de espaço para exercitar sua autonomia, sua independência. Não pode correr, pular, brincar, extravasar sua energia num lugar pequeno e fechado. Ficam tristes, infelizes. Muitas delas são criadas pelo novo membro da família: a televisão (ou a tela do computador) - essas babás eletrô-nicas frias e distantes. O problema é tão sério que uma criança, perguntada sobre o que desejaria ser no futuro, respondeu: “uma televisão”. Surpresos, os pais, pergun-taram-lhe o porquê do desejo, e ouviram a seguinte resposta: “eu queria receber a mesma atenção”.

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Especialidade Médica

Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017

Sobre sua obra, o pediatra diz: “com este livro, quero mostrar que o respeito ao natural é de fundamental importância para a sobrevivência

do bicho homem e do bem estar e felicidade de nossas crianças”. O primeiro capítulo do livro é dedicado à natureza, onde há fartas informações sobre a evolução da Terra e do homo sapiens, até chegar a atual discussão da medicina sobre a importância das crianças voltarem a conviver com a natureza.

Dr. Lisboa descreve que “já existe uma corrente nesse sentido, constituída princi-palmente por pessoas jovens. Na Medicina, e mais precisamente na Pediatria, cresce o movimento pela humanização da assis-tência à saúde, que nada mais é do que

o resgate do respeito às leis da natureza. A vida ao ar livre, os exercícios físicos, os esportes, o trabalho manual, o bom humor, o sono reparador, a alimentação saudável, um maior contato com a natu-reza”. E finaliza: “A violência, mal que aflige toda a humanidade, tem muito a ver com o desrespeito às leis da natureza. A natu-reza, além de sábia, não perdoa. Agredida, ela cobra um preço alto, às vezes até alto demais, como ocorre nos desmatamentos, levando à diminuição das nascentes, à falta de água, às secas e à desertificação”, descreve Dr. Lisboa.

“Respeito ao natural é de fundamental impor-tância para a sobrevi-vência do bicho homem e do bem estar e felicidade de nossas crianças”

Dr. Lisboa lançou seus livros no foyer do Centro de Convenções da AMBr no final de 2016

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Especialidade Médica

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Ponto & Contraponto

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Cirurgia estética da faceE agora: Otorrino ou Cirurgião?

Dr. Oswaldo NascimentoOtorrinolaringologista

Revista Médico em Dia: Quem pode realizar cirurgias estéticas da face: o otorrinolarin-gologista ou o cirurgião plástico?

Revista Médico em Dia: Por que?

Revista Médico em Dia: Não é contraditório escolher um profissional para cuidar da parte funcional e outro para cuidar da parte estética?

Absurdamente contraditório. Forma e função estão relacionadas. A Medicina moderna não comporta esses arranjos e gambiarras, comuns em passado recente. Tomemos como exemplo um paciente que respira mal e pretende melhorar o aspecto do seu nariz. Seu médico deverá estar capacitado

O Brasil talvez seja o único país com medi-cina terciária de alto nível, onde essa discussão progride. Nos Estados Unidos, por exemplo, existe a Academia Americana de Cirurgia Plástica Facial. Formada por Otorrinolaringologistas e Cirurgiões Plásticos, convivendo em harmonia. Na Europa, a Academia Europeia de Cirurgia Plástica Facial tem o mesmo perfil. Aqui, temos a Academia Brasileira de Cirurgia Plástica Facial, como supraespecialidade da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (antiga Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia), integrante da

Tanto o otorrinolaringologista com formação em cirurgia estética da face, quanto o cirur-gião plástico possuem competência, treina-mento e habilidade para fazer esses proce-dimentos. Obviamente, apenas uma parcela dos otorrinolaringologistas dedicam-se a esta área de atuação.

Associação Médica Brasileira. Na grade curri-cular das Residências em Otorrinolaringologia, chancelada pelo MEC, a Cirurgia Estética Facial é obrigatória. Após três anos de Residência, o médico poderá fazer um treina-mento de dois anos específico na área. Vários serviços de Otorrinolaringologia oferecem este fellow. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e outros estados. Infelizmente, alguns cirurgiões pretendem exclusividade no uso da palavra plástica. Mais do que lastro científico e técnico, a celeuma envolve questões corpo-rativistas e de reserva de mercado.

para diagnosticar e tratar tanto os problemas funcionais quanto os estéticos. Nada pior que ser operado por um cirurgião plástico geral (“vou melhorar a estética”), auxiliado por um otorrino que não tem experiência em rinoplastia. Definitivamente, um casamento que não dará certo.

“Apenas uma parcela dos otorrinolaringologistas dedicam-se a esta área de atuação.”

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Ponto & Contraponto

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Na hora de realizar uma cirurgia estética da face, você pensa em recorrer a um otorrinolaringologista ou a um cirurgião plástico? Essa é uma discussão antiga, mas que sempre volta à tona. Conheça os diferentes pontos de vista de especia-listas das duas áreas no Ponto & Contraponto dessa edição. Dr. Oswaldo Nascimento é membro titular da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial e o Dr. Luciano Chaves, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC).

Dr. Luciano ChavesCirurgião plástico

Revista Médico em Dia: Quem pode realizar cirurgias estéticas da face: o otorrinolarin-gologista ou o cirurgião plástico?

Revista Médico em Dia: Por que?

Revista Médico em Dia: Não é contraditório escolher um profissional para cuidar da parte funcional e outro para cuidar da parte estética?

O cirurgião plástico é o especialista capaci-tado para realizar não só as cirurgias esté-ticas da face, como todas as demais cirur-gias plásticas.

Porque o cirurgião plástico tem a formação completa para os procedimentos estéticos na face. A residência em cirurgia plástica exige dois anos de cirurgia geral e três anos, no

mínimo, de cirurgia plástica, proporcionando um maior conhecimento técnico e anatô-mico. É uma especialidade com mais de cem anos de atuação nestes procedimentos.

Não. Não há nenhuma contradição, mesmo porque o cirurgião plástico está acostu-mado e habilitado a fazer vários procedi-mentos funcionais da face como paralisias faciais, traumatismos de partes moles e óssea da face, tumores e reconstruções de seus tratamentos. A associação de especialidades médicas para tratamentos de casos mais complexos é necessária e saudável. Cada um no seu quadrado.

“O cirurgião plástico está acostumado e habi-litado a fazer vários procedimentos funcio-nais da face”

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#Associados

Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017

Você conhece o Centro de Convenções

da AMBr?

#Associados

Muita gente não sabe, mas a AMBr conta com um dos melhores complexos para

realização de eventos de médio porte de Brasília. Auditório, Salas modulares, área para estandes, Espaço Prime e Espaço Bosque, amplo estacionamento e o acolhi-mento incomparável das belezas naturais do Cerrado.

©Bento Viana

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#Associados

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Esses são alguns dos diferenciais do moderno complexo de eventos da

Associação Médica de Brasília, batizado de CACC (Centro de Atividades Científicas e Culturais), que recebeu esse nome por ter como vocação primária abrigar eventos médicos e científicos, mas sua locação é aberta para qualquer área de atividade da cidade. Além de Congressos, feiras, cursos, palestras, simpósios e workshops, a AMBr recebe atividades culturais e sociais, como shows, festas comemorativas, casamentos, batizados, coquetéis e exposições a preços muito competitivos. Então, basta escolher um dos espaços, de acordo com a natureza do evento e o perfil do organizador e pronto: emitir os convites!

O Centro de Convenções é formado por um auditório com capacidade para 400 pessoas, uma sala para 200 participantes, outra para 100 e quatro salas com até 40 lugares, além de um amplo estacionamento. São ambientes para eventos de pequeno e médio porte, disponíveis para locação. Associados, é claro, dispõem de descontos especiais. Além da estrutura, o complexo conta com suporte técnico, internet e gerador, para evitar surpresas durante o evento. Do lado de fora do CACC, um vasto gramado com possibilidade de utili-zação de um grande palco para a promoção de eventos ao ar livre, para até três mil pessoas. É onde realiza-se a melhor festa junina da cidade, o Arraiá do Dotô.

Para os eventos sociais, o Espaço Prime é ideal. Um grande salão de festas, com ambiente climatizado, cozinha industrial e capacidade para atender 250 pessoas em formato banquete e 400 convidados em coquetel volante. Muito utilizado para a realização de casamentos, o Prime conta com suíte e camarim, além de um espaço para maquiagem.

A Dra. Maria Custódia Machado Ribeiro, pediatra, conta os motivos para a escolha do espaço para realização do casamento do seu filho Pedro com Maria Letícia. “A opção foi dos noivos, muito por conta do espaço amplo, das boas instalações e estaciona-mento, além é claro, da relação custo bene-fício”. Ela completa dizendo que “o atendi-mento e a disponibilidade dos envolvidos no evento foi muito bom”.

Por último, mas não menos importante, o charmoso Espaço Bosque. Um local integrado à natureza, especialmente projetado para a

realização de eventos ao ar livre. Composto por um Bosque de 1.500m² e um Gazebo debaixo de pequizeiros, esse recanto é uma opção diferenciada para casamentos mais inti-mistas, batizados, aniversários e homenagens.

A sede da Associação está a 12 quilômetros do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, localizada no Setor de Clubes Esportivos Sul, ao lado da Ponte JK e a 10 minutos da

Serviço:Departamento de Eventos Telefone: (61) 2195-9797 E-mail: [email protected]

Nosso bosque é o espaço ideal para um casamento integrado à natureza ©Monjardim Noleto

O Espaço Prime é o grande salão de festas da AMBr@Luiz Clementino

Esplanada dos Ministérios e da rede hoteleira de Brasília. Para quem não conhece, vale uma visita. A paisagem é por nossa conta!

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Vitrine

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Alegria. Muita alegria. Essa foi a marca do Matinê Infantil de Carnaval da AMBr,

realizado no dia 28 de fevereiro. Adultos viraram crianças novamente, embalados pelas marchinhas carnavalescas tocadas pela banda Fina Estampa. A criançada se esbaldou com muito confete e serpentina, aproveitando também o algodão doce, a pipoca e o picolé. As fotos do Matinê estão disponíveis no Facebook da AMBr (www.facebook.com/AMBr.DF). Aqui, selecio-namos algumas imagens da festa. Confira!

Matinê de Carnaval

Os Minions: Paulo Henrique Ferreira Araújo, Dra. Flávia Carolina Dias Andrade, Mariana Ferreira e Isabela Ferreira

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Vitrine

37Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017

A banda Fina Estampa animou os participantes do Matinê de Carnaval da AMBr

Família Miquelante: Karen, o pequeno Artur, Fabiano e a bela Sofia

Dra. Licia Maria, Rodrigo Aires, a princesa Beatriz e o tartaruga ninja Pedro

Dra. Maria da Graça Akuamoa com a filha Beatrice Akuamoa e a neta Maria Sofia

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Vitrine

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Família Bezerra: Dr. Armando e sua neta Beatriz, Dra. Ana Cristina com a pequena Alice e a Dra. Vera

Dra. Luciene Arakaki, a pequena Letícia, Dr. Lênin Velozo, o Capitão América Vinícius e o Homem de Ferro Gustavo

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Patrícia Carvalho, Dr. Luciano Carvalho, Marilza Cunha, Dr. Laírson Rabelo, Brenda Moraes, Dr. Jorge Araújo com seu neto André e esposa Viviana e o Dr. Ognev Cosac

AMBr SolidáriaEm fevereiro, a Associação Médica de

Brasília (AMBr) entregou 50 kits de material escolar, comprados com a ajuda dos associados. A doação foi realizada na sede da Associação e contou com a presença do vice-presidente, Dr. Ognev Cosac; da coordenadora de Eventos, Carolina Santos; da coordenadora peda-gógica do Projeto Coração do Itapoã, da ONG Sociedade do Amor em Ação, Fernanda Fagundes e da Dra. Núbia Santana, otorrinolaringologista que atua na comunidade de forma voluntária.

A campanha teve início no ano passado, no Dia das Crianças, (quando 40 kits foram entregues) e arrecadou doações até o início deste ano. Ao todo, a campanha arrecadou R$ 5.575, em 90 conjuntos de material escolar. O Dr. Ognev ressalta que “a participação dos associados foi de fundamental importância para o sucesso da ação, que será um diferencial na vida de muitas crianças do Itapoã”. A diretoria da AMBr agradece a todos os associados que colaboraram e espera contar com a participação cada vez maior nas próximas ações da AMBr Solidária que serão reali-zadas ao longo do ano.

Fernanda Fagundes, coordenadora pedagógica do projeto Coração do Itapoã, recebe do Dr. Ognev Cosac os kits de material escolar comprados com a ajuda dos associados

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Agenda

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Torneio de golfe para médicosVem aí o torneio “Terravista de Golfe” que vai reunir médicos e amigos no espetacular espaço Terravista Golf Course e Club Med, em Trancoso, no paradisíaco sul da Bahia. O torneio será realizado do dia 27 de abril a 1º de Maio de 2017 e os pacotes promocio-nais já podem ser negociados pelo e-mail [email protected] ou pelos tele-fones (61) 99302-1142 ou (61) 98213-9739. O evento conta com o apoio da AMBr e de outras instituições.

Participe da elaboração do código de ética dos estudantes de medicinaAté o dia 31 de março, professores e alunos dos cursos de Medicina de todo o país

IV Congresso Brasiliense de Medicina do TrabalhoCom o tema “Saúde mental no trabalho: um desafio à medicina do trabalho na gestão da produção sem adoecimento”, a Associação Brasiliense de Medicina do Trabalho – ABRAMT realizará de 27 a 29 de abril, na sede da AMBr, o IV Congresso Brasiliense de Medicina do Trabalho. O evento é voltado para médicos do trabalho, enfermeiros, psicólogos, entre outros profissionais, servidores públicos e da rede privada, que atuam na área de prevenção e promoção à saúde do trabalhador.

Inscrições pelo site www.abramt.org.br

Corrida do Médico 2017Reserve o dia 14 de maio para participar da edição 2017 da Corrida do Médico. A largada acontecerá na sede da Associação Médica de Brasília (AMBr), no Setor de Clubes Sul Trecho 03, Conjunto 06, a partir das 08 horas. Serão três percursos: 03 km (caminhada), 05 km e 10 km, com categorias masculino e feminino. O valor da inscrição varia de 25 a 50 reais, com período de inscrição até o dia 30 de abril. Corra e garanta a sua vaga! Inscrições pelo site www.gladium.net.br/agendaesportes_checkout/inscricao/listar/medicos_2017.

49º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito FederalAs inscrições para o 49º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal já estão abertas. O encontro será realizado de 14 a 16 de junho, no Centro Internacional de Convenções do Brasil – CICB. Quem tiver interesse no envio de trabalhos científicos tem até o dia 30 de abril para encaminhar, via internet, o resumo, que deverá ser original e inédito. Acesse o site www.sgob.org.br para obter mais informações sobre o evento.

Programa de Gestão da AMBr Realiza Primeiro Encontro de 2017No dia 12 de abril, será promovido no Hospital do Coração do Brasil (que fica no SHLS 716, Conjunto G, Lote 6) às 19h30, o primeiro encontro do Programa de Apoio à Gestão e Empreendedorismo em Saúde Suplementar (PAGESS) da AMBr. Com o tema “Segurança do paciente”, o evento é uma parceria com a Rede D’or São Luiz e terá como palestrante a Dra. Helidea Lima, diretora de Qualidade Assistencial do grupo. Inscrições pelo site www.ambr.org.br com vagas limitadas. Mais informações pelo tele-fone (61) 2195-9797.

Happy Hour da AMBr – Nos Tempos da BrilhantinaPreparem-se associados: vem aí o primeiro Happy Hour da AMBr de 2017. Será no dia 31, última sexta-feira de março, das 20h até a meia-noite, no Espaço Prime. O tema desta vez será “Nos tempos da brilhantina” e o baile será animado pela banda “Georgia W. Alô & Disco Magic”, com músicas que trarão de volta o som e o balanço de John Travolta e Olivia Newton John, além de sucessos de Tim Maia e da novela Dancing Days, além de outros sucessos dos anos 70 e 80. Como sabemos, os “Happy Hour” da AMBr tem por objetivo realizar um encontro dos nossos associados, médicos convidados por eles e suas famílias. O evento é aberto, ou seja, não cobramos por sua entrada, mas é importante ressaltar que ele é produzido para você, associado da AMBr e para toda classe médica. Portanto, marque aí na sua agenda, escolha um modelo apropriado e venha se divertir embalado por grandes sucessos. O evento é uma realização da AMBr com apoio do Laboratório Sabin.

O que vem por aípodem participar da elaboração do Código de Ética do Estudante de Medicina. O Conselho Federal de Medicina (CFM) e os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) atuam como intermediadores e facilitadores do processo, com o objetivo de promover a reflexão e o diálogo.

Mais informações no site www.ceem.cfm.org.br

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Agenda

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Destinos

Revista Médico em Dia - Março / Abril de 2017

A Semana Santa em Goiás é um espetáculo

Destinos

É próximo de Brasília, são muitas as opções de hospe-dagem, a mesa é farta e a fé é infinita para quem quer curtir o feriado da Semana Santa

A dramática perseguição de Jesus Cristo e sua crucificação, seguida da ressur-

reição no Domingo de Páscoa tem um signi-ficado todo especial para o povo goiano reli-gioso que mora em cidades que estão no grande entorno de Brasília.

Igrejas e seus fiéis católicos encenam histó-rias cristãs para manter viva a tradição e a fé, atraindo grande número de turistas no feriado da Semana Santa. As princi-pais festas acontecem nos municípios de Pirenópolis, Cidade de Goiás, Trindade e também Caldas Novas. Independentemente da religião de cada um, vale a pena conferir esses eventos culturais e conhecer as riquezas históricas desses recantos turís-ticos, todos localizados a até três horas de Brasília, com bom complexo para hospe-dagem e oferta da saborosa culinária goiana.

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Destinos

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Cidade de GoiásO destaque dessas representações fica por conta da Procissão do Fogaréu que acon-tece na Cidade de Goiás, onde nasceu a poeta Cora Coralina. A procissão ocorre sempre à meia-noite da Quarta-Feira de Trevas, que este ano cairá no dia 14 de abril e é um dos símbolos da cidade para os visitantes. A Cidade de Goiás é Patrimônio Mundial tombada pela Unesco. Todo ano prepara uma intensa programação durante a Semana Santa para centenas de turistas. As celebrações religiosas, porém, começam em 15 de março com o início da Semana dos Passos, que remonta os passos de Jesus Cristo, da Morte à Ressurreição.

A Semana Santa por lá tem início no Domingo de Ramos, dia 26 de março, com missas e a Procissão de Ramos. Normalmente no 1o de abril começam as celebrações com a participação das crianças que integram a Caminhada pela Paz e o Fogareuzinho.

A Procissão do Fogaréu é uma antiga tradição vilaboense, introduzida ainda no século XVIII e retomada pela população em 1965, por iniciativa da Organização Vilaboense de Artes e Tradições (OVAT). A procissão encena a perseguição a Jesus por seus inimigos, antes de ser preso e crucificado. No formato atual, esses inimigos são representados por 40 farricocos: homens descalços, vestidos com túnicas e encapuzados, portando tochas acesas. O trajeto começa e termina na frente da Igreja da Boa Morte, passando pela Igreja do Rosário e pela Igreja de São Francisco de Paula, tendo seu ritmo ditado pela fanfarra que, com diferentes tipos de toques, impõe a marcha dos farricocos.

PirenópolisPirenópolis é destino quase obrigatório em Goiás nos feriados prolongados, e na Semana Santa não podia ser diferente. As festividades mantêm características das tradições das festas populares regio-nais. Suas missas e procissões carregam o fervor dos católicos e a beleza das imagens e paramentos usados pelos fiéis religiosos, embelezados pelas ruas e casarões antigos do século XVIII.

São encenados os principais rituais da paixão, morte e ressurreição de Cristo. Como em outras cidades, os festejos começam na sexta-feira anterior à Semana Santa, com os rituais da Semana das Dores, missa e procissão de Nossa Senhora das Dores, saindo da Igreja Matriz do Rosário.

No Domingo de Ramos, às 8 horas, sai a procissão e bênção dos ramos da Matriz do Rosário até o Salão Paroquial e, no mesmo dia, às 9 horas, é realizada uma missa campal, na quadra do salão, com coleta de donativos para a Campanha da Fraternidade.

Na Sexta-Feira Santa, às 14 horas, acon-tece a Via Crúcis - encenação com a parti-cipação de atores locais. No mesmo dia, às 19 horas, tem a Procissão do Senhor Morto pelas ruas históricas. E no domingo de Páscoa, várias missas resgatam a cele-bração da ressurreição de Cristo. Vale apro-veitar o período para conhecer as belezas naturais da cidade, como as cachoeiras das Araras e dos Dragões e, é claro, visitar o patrimônio histórico da cidade.

Encenação da Via Sacra pelas ruas históricas de Pirenópolis ©Biblioteca Pyraí

A Paróquia Matriz do Divino Pai Eterno recebe devotos de várias regiões do país

Procissão do Fogaréu na Cidade de Goiás

TrindadeA menos de 30 km de Goiânia, Trindade não ganhou a alcunha de Capital da Fé de Goiás à toa: a cidade de 115 mil habitantes recebe quase 4 milhões de pessoas ao longo do ano. São os devotos do Divino Pai Eterno que peregrinam até lá de todas as partes do Brasil – e do mundo –, para expres-sarem sua fé. Durante a Semana Santa, o polo do turismo de fé também tem progra-mação especial voltada para os religiosos, com adorações, missas e encenações de momentos da vida de Jesus.

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Memória AMBr

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Tijolo por tijolo num desenho mágico

Memória AMBrA antiga sede da AMBr na 913 Sul, encan-

tador projeto do arquiteto Paulo Zimbres, prédio de dois andares e um térreo com três níveis, construído com tijolos à vista e uma sustentação metálica, funcionou de 1985 a 2007 – 22 anos, portanto – como o espaço do médico em Brasília. Ali, muita coisa aconteceu. Esta parede entijolada tem um significado todo especial para a classe médica. Afinal, ela sustentou por mais de duas décadas o nome da nossa Associação e faz parte da nossa história. Sabemos que quem tem passado, olha com mais clareza o futuro. Daí a importância do Memorial que estamos construindo em nossos jardins.

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Revista Médico em Dia - Março / Abril de 201746

Em nome da HistóriaNa edição número 170, de janeiro e feve-reiro de 2017, erramos na matéria “A AMBr é um patrimônio dos médicos do Distrito Federal”, nas páginas 41 e 42, quando afirmamos que “em 2005, já sob a regência do Dr. Laírson Vilar Rabelo (2005-2008), os avanços estruturais focaram o prédio da Administração (....).” Na realidade, o mandato do Dr. Laírson foi de 2005 a 2008, o primeiro; e de 2008 a 2011, o segundo.

Um erro de data levou a outro. Erramos também na página 42 ao afirmarmos que “em 2009, assumiu o comando da AMBr o Dr. Luciano Carvalho”. Na verdade, ele só iria assumir a presidência em 2011, ficando no comando da Associação até o final de 2017. Desta maneira, corrigimos um erro de informação editorial, pedimos desculpas aos leitores e devolvemos três anos de mandato ao Dr. Laírson Vilar Rabelo.

Por uma letraNa página 13, na legenda da foto da coluna Medicina e Arte, erramos por uma letra. “Em medicina, existe uma situação em que o doente emita o gesto de Cristo: a flexão dos dedos anular e mínimo. Chama-se “mão de bênção”. Na verdade a palavra não era para ser emita, mas sim, imita.

A partir desta edição, a revista Médico

em Dia inaugura uma nova seção com o objetivo de corrigir erros editoriais e de informação que venha a cometer. Todos os grandes jornais e revistas do mundo, do New York Times ao Correio Braziliense, reconhecem seus erros e fazem suas corre-ções na edição posterior. Assim faremos também, em nome do bom jornalismo e da informação correta.

Erramos