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24/01/2008 - 07h00 Câmera DSLR dá toque profissional a fotos digitais; confira teste MARCELO AYRES | Para o UOL Tecnologia Você descobriu que gosta de fotografar depois de comprar uma câmera digital básica, com muitos megapixels e um espaçoso visor LCD. Mas, depois de algum tempo, começou a se sentir mal. Surgiu, do âmago de seu ser, uma necessidade de mais recursos que os simples "modos de cena" ou "estabilizadores de imagem". Calma, está tudo bem. É que talvez já esteja na hora de você considerr um upgrade para uma DSLR (sigla, em inglês, para digital single lens reflex). Este é o sistema que usa um espelho móvel localizado entre as lentes e o filme fotográfico e permite ao fotógrafo ver exatamente a mesma imagem que vai ser exposta ao filme —ou, no caso das câmeras digitais, dispensa a película do filme e detalha o que vai ser gravado no sensor CCD. GUIA DE PRODUTOS Use os links abaixo para navegar pelo teste AMADOR AVANÇADO? TENTE AS DSLRs DIGITAIS SLR TÊM MAIS RECURSOS OPERAÇÃO CORRETA REQUER TREINO MODOS MANUAIS MELHORAM IMAGENS

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24/01/2008 - 07h00

Câmera DSLR dá toque profissional a fotos digitais; confira testeMARCELO AYRES | Para o UOL TecnologiaVocê descobriu que gosta de fotografar depois de comprar uma câmera digital básica, com muitos megapixels e um espaçoso visor LCD. Mas, depois de algum tempo, começou a se sentir mal. Surgiu, do âmago de seu ser, uma necessidade de mais recursos que os simples "modos de cena" ou "estabilizadores de imagem". Calma, está tudo bem. É que talvez já esteja na hora de você considerr um upgrade para uma DSLR (sigla, em inglês, para digital single lens reflex).

Este é o sistema que usa um espelho móvel localizado entre as lentes e o filme fotográfico e permite ao fotógrafo ver exatamente a mesma imagem que vai ser exposta ao filme —ou, no caso das câmeras digitais, dispensa a película do filme e detalha o que vai ser gravado no sensor CCD.

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FOTOS DAS CÂMERAS AVALIADASCom câmeras dessa tecnologia, o fotógrafo pode ajustar a imagem clicada de acordo com recursos como balanço de branco, abertura do diafragma, velocidade do obturador, exposição à luz, entre outras personalizações.

Por permitirem maior controle da fotografia é que as câmeras SLR são utilizadas pelos fotógrafos profissionais.

Para auxiliar quem está deixando de utilizar as câmeras básicas e começa a querer mais

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recursos para fotografar, o UOL Tecnologia testou quatro modelos de câmeras digitais SLR que podem ser consideradas semi-profissionais. São os modelos Olympus E-510, Pentax K10D, Sigma SD14 e Sony Alpha 700. Confira a avaliação dos equipamentos e veja em qual deles vale a pena investir.

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Diferencial das DSLRs semi-profissionais está em recursos e imagemMARCELO AYRES | Para o UOL TecnologiaO que diferencia uma câmera semi-profissional de uma amadora é a performance superior em quesitos como qualidade de imagem e recursos tecnológicos. As semi-profissionais são também maiores, com empunhadura e ergonomia que seguem o estilo das profissionais.

As câmeras avaliadas pelo UOL Tecnologia comportam muitos dos recursos que até a pouco tempo eram exclusivos dos equipamentos profissionais.

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FOTOS DAS CÂMERAS AVALIADASUm deles é o full-frame do viewfinder, que mostra o enquadramento exato de como a imagem ficará depois de tirada a foto. O viewfinder da Sigma tem 98% de

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enquadramento e os das câmeras Olympus, Pentax e Sony, 95%.

Na capacidade de resolução de captura, a Sigma SD14 se destaca com 14 megapixels, enquanto a Sony Alpha 700 vem com 12 megapixels e Olympus E-510 e Pentax K10D têm 10 megapixels cada uma.

Lentes fazem a diferença

As lentes das máquinas SLR são seu diferencial de qualidade. O fator óptico é determinante para se obter uma imagem de alta qualidade. A quantidade de megapixels que cada câmera oferece vai ajudar a compor a imagem na hora da reprodução e impressão, mas o principal fica a cargo das lentes, no momento da captura.

Um conjunto óptico de qualidade propicia planos melhores e recortes mais precisos na hora do enquadramento, além de permitir controle exato da distância focal. No kit da Sigma, a SD14 vem uma objetiva de 17-70 mm, enquanto a Olympus E-510 inclui uma 14-42 mm. Tanto a Sony Alpha 700 como a Pentax K10D não incluem a objetiva —que precisa ser comprada separadamente.

No caso da Pentax, o comprador terá de acrescentar mais R$ 1.299 por uma objetiva básica. Para a Sony Alpha, serão R$ 1.739 adicionais. No teste, foram utilizadas objetivas 16-105 mm para a Sony Alpha 700 e 16-45 mm para a Pentax K10D.

Números nas lentes

Os números que acompanham as lentes indicam sua distância focal de zoom. Para que o leitor tenha uma idéia, a distância focal do olho humano é de 35 mm —o padrão para as câmeras. Assim, em distâncias menores temos o que se chama de "grande angular" e em maiores, "teleobjetiva".

O primeiro número é a abertura total de quando a lente está no menor zoom (14 mm na Olympus E-510 e 17 mm na Pentax SD14), e o segundo é quando está no maior. Isso é importante principalmente segundo as condições de luz do ambiente. Assim, quando se está em um local externo com muita luz, você não vai precisar deixar o diafragma bem aberto para captar a luz e nem escolher um ISO muito alto para ter uma boa foto.

Uma outra indicação numérica que se observa nas lentes é a relação da abertura do diafragma com os modos de zoom, o que influencia diretamente na luminosidade. Na câmera Olympus esse valor é de 3.5-5.6 e na Sigma de 2.8-4.5 (a de melhor luminosidade do teste).

Zoom

O zoom das lentes é totalmente óptico —e muito melhor do que o zoom digital, que prejudica a qualidade da imagem, já que funciona como uma ampliação da área que será capturada, sem conseguir manter a resolução original.

Após comprar a câmera e estrear no universo das DSLRs digitais, quem já tiver treinado bastante com a lente que a acompanha pode começar a pensar em formar um conjunto mais profissional adquirindo lentes com relação de zoom entre 70-210 mm e 80-200

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mm, que são os primeiros níveis profissionais de teleobjetiva.

No teste, foi possível constatar que as lentes das câmeras testadas possuem boa luminosidade, tanto no zoom máximo quanto no mínimo.

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Controlar DSLRs requer treino; LCD só serve para exibir menu e fotosMARCELO AYRES | Para o UOL TecnologiaCom as câmeras digitais SLR, o usuário adentrará o campo dos profissionais e a primeira coisa a que vai precisar se acostumar é a ler o manual do equipamento —o livrinho, muitas vezes deixado de lado, é útil para ensinar o comprador a lidar com todos os muitos botões e ajustes das novas câmeras.

Durante o teste feito pelo UOL Tecnologia, esta foi a primeira característica observada no manuseio das câmeras: são vários botões que dão acesso aos recursos da máquina.

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FOTOS DAS CÂMERAS AVALIADASEles servem para acertar o ISO, o balanço de branco, a abertura do diafragma, a velocidade do obturador, a exposição à luz, o foco, a medição de luz, etc. São vários

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ajustes que se combinam para compor uma boa foto.

Elas também possuem controles automáticos, mas mesmo assim eles podem receber configurações. Existe, por exemplo, o automático com prioridade para a abertura, para o obturador e a programação. No geral, todas as câmeras testadas têm os mesmos tipos de botões de ajustes, porém colocados de maneira diferente em função do design e estilo.

Localização dos botões

Os equipamentos da Pentax e Sony têm mais botões específicos, que funcionam como atalhos para os ajustes da câmera. Sigma e Olympus já utilizam combinações de botões que ficam com funções diferentes conforme o modo em que estão ajustados.

A Pentax K10D e a Sony Alpha 700, por exemplo, possuem um seletor para o ajuste de abertura do diafragma e outro para a velocidade do obturador. Isso é importante, pois libera o fotógrafo mais rapidamente do ajuste e permite que ele se habitue a utilizar os controles de forma mais natural —além de permitir concentrar-se mais no objeto fotografado.

Para configurar os mesmos recursos nos modelos Sigma e Olympus, o usuário precisa apertar um botão e mantê-lo pressionado enquanto gira o seletor. Isso pode, talvez, atrapalhar o fotógrafo na hora de tirar a foto, pois requer desviar os olhos do viewfinder para localizar o comando.

Outro ponto observado é a quantidade de botões específicos. Quanto mais botões dedicados a uma única função a câmera tiver, melhor será para fazer os ajustes. Quando as configurações são feitas de modo eletrônico —como no caso da Olympus E-510mdash;, corre-se o risco de esquecer o que foi configurado, ao passo que, com os botões específicos, você monta a configuração e muda-a rapidamente (caso dos modelos da Pentax, Sigma e Sony).

Mãos firmes

Quem vai começar a utilizar câmeras SLR vai notar a necessidade de se acostumar ao modo de manusear a máquina, a chamada empunhadura. Você vai precisar usar as duas mãos: a direita para ajustes principais e acionamento do disparador, e a esquerda para controle do zoom e apoio, já que a objetiva é maior.

Um dos destaques das câmeras SLR é o design. Mais robustas do que as câmeras amadoras, as DSLRs permitem uma "pegada" melhor na hora de tirar as fotos, dando mais firmeza —principalmente quando se começa a utilizar objetivas maiores.

Visores de LCD

Os visores de LCD nas câmeras são importantes para ver o que você fotografou e para acionar os recursos do menu. O visor da Alpha 700 da Sony é o maior de todos os modelos com 3 polegadas. Todos os outros modelos têm visor de LCD de 2,5 polegadas.

Contudo, há um hábito advindo das câmeras amadoras que terá de ficar no passado: o

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uso do display LCD para enquadramento. Nas SLRs, isso só poderá ser feito pelo viewfinder, pois o visor é dedicado apenas à exibição das fotos tiradas e acesso ao menu de configurações.

Todas as câmeras avaliadas, com exceção da Sigma SD14, oferecem o recurso de estabilização de imagem. É importante lembrar que o sistema não consegue corrigir um balanço excessivo da câmera nem mesmo quando o obturador está configurado para velocidades muito baixas. Neste caso é imprescindível utilizar um tripé.

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Recursos manuais melhoram imagens das DSLRs semi-profissionaisMARCELO AYRES | Para o UOL TecnologiaUma das principais diferenças das câmeras digitais SLR em relação à grande maioria das amadoras é a possibilidade de fazer ajustes manuais. Com elas, o usuário pode configurar diafragma, obturador, ISO, medição de luz e várias outras funções para dar um toque mais autoral em suas fotos e incluir efeitos que as deixarão mais impactantes.

O obturador da câmera nada mais é do que o botão que dispara a foto. Ele é regido por velocidades que o usuário determina ou, no modo automático, pela própria câmera. O diafragma é a abertura da lente, que pode ser regulada manualmente ou no modo automático.

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FOTOS DAS CÂMERAS AVALIADASNeste caso, a câmera fará uma leitura da área da foto e determinará quais valores de velocidade do obturador vai usar e qual a abertura do diafragma. No modo manual, os dois valores podem ser regulados de acordo com o resultado que se espera da foto.

A velocidade do obturador e o diafragma têm relação direta. O tempo que o CCD da câmera ficará exposto à luz (determinado pela velocidade do obturador) e a quantidade de luz que entra na câmera (indicado pela abertura do diafragma) é que fazem a fotografia sair tecnicamente correta e bela.

Ajustes manuais

Todas as câmeras avaliadas pelo UOL Tecnologia têm ajustes manuais e automáticos. Os ajustes manuais requerem um aprendizado sobre como preparar a câmera para diferentes tipos de luz e condições de ambiente.

No teste, as câmeras foram utilizadas no modo manual e em várias situações —como por exemplo, sob muita ou pouca luz, com e sem flash, em macro e fundo infinito. Depois, todas essas situações foram comparadas com o modo automático.

O procedimento foi feito para conferir a fotometria da máquina. Foi possível constatar que todas têm boa fotometria, pois o modo automático consegue chegar próximo dos ajustes manuais. Os manuais, no caso de teres sido feitos por um usuário experiente, sempre ficarão melhores, mas iniciantes podem confiar no modo automático.

Os disparadores de todas as câmeras testadas são bem rápidos e não apresentam "delay", ou seja, aquele tempo que demora entre o momento que você aperta o disparador e a captura da imagem, muito comum nas câmeras amadoras automáticas.

ISO e formatos

O ISO é um padrão que indica a velocidade do filme de fotografia convencional. Ele indica a sensibilidade da imagem exposta. As escalas são idênticas à ASA, que se usava muito com os filmes convencionais.

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ISO 100: Bom para fotos feitas ao ar livre com luz do

sol em dias claros

ISO 200: Indicado para fotos ao livre sob a luz do

sol e em ambientes fechados, mas bem

iluminados

ISO 400: Útil em ambientes fechados, mas iluminados

com luz artificial

ISO 1000 até 1600: Indicados para ambientes fechados quando não se

quer usar o flash

ISO: QUANDO E COMO USARO conceito desta sensibilidade de ISO foi importado da fotografia analógica para a digital e funciona da mesma maneira.

Dentre as quatro DSLRs semi-profissionais avaliadas, a Sony Alpha 700 é a que tem a maior variedade de ISO, indo de 100 até 6400. As outras três câmeras testadas vão de 100 até 1600.

Ampliação das fotos

O tamanho máximo, em pixels, das imagens clicadas pelas câmeras varia de acordo com a capacidade de captura do CCD delas. A Sigma SD14, que tem 14 megapixels (a maior capacidade dentre as avaliadas) pode fazer fotos com 4.608 x 3.072 pixels; a Sony Alpha, que tem 12 megapixels, faz imagens no tamanho máximo de 4.000 x 3.000; a Pentax K10D com seus 10.2 megapixels permite fotos de 3.872 x 2.592 pixels; o valor é apenas um pouco maior do o da Olympus E-510, que tem 10 megapixels e permite fotos no formato máximo de 3.648 x 2.736 pixels.

Estas indicações de formato de imagens são importantes para a impressão. Quando imprimimos uma fotografia, o ideal é que ela tenha 300 pontos por polegada -300 DPI (do inglês dot per inch, ou pontos por polegada).

Para calcular o tamanho máximo possível para que uma fotografia possa ser impressa sem que fique "granulada", ou seja, com os pontos aparecendo, precisamos dividir a largura e a altura da imagem em pixels por 300.

Dessa forma, com a Sigma SD14 as fotos poderão ser impressas no formato de 38 x 26 cm. Com a Sony Alpha 700, 33 x 25 cm. Já com a Pentax K10D, 32 x 21 cm, e com a Olympus E-510, o tamanho máximo será de 30 x 22 cm.

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RAW e Picture Bridge

Outro ponto muito importante é a capacidade de gravar as fotos no formato RAW. Este formato é o equivalente digital para o negativo do filme e, com ajuda de um software, pode "ser revelado" e levar em conta a temperatura da luz, densidades de máximas e mínimas (luz e sombras), entre outros pontos importantes da foto.

Todas as câmeras testadas são, ainda, compatíveis com o formato Picture Bridge para imprimir diretamente em uma impressora e vêm com cabo USB para a conexão com o computador e saída para conexão com TV. A Sony Alpha 700 é a única do teste que tem saída HDMI.

Todas as câmeras testadas, com exceção da Oympus E-510, têm entrada para fonte de alimentação de energia externa.