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Duodenopancreatectomia (Cirurgia de Whipple)

   A duodenopancreatectomia (Cirurgia de Whipple), é a cirurgia mais realizada para o câncerda cabeça do pâncreas, podendo também ser utilizada para tratamento de outros tipos decâncer (de duodeno, por exemplo). O cirurgião remove a cabeça do pâncreas, duodeno (partedo intestino delgado), uma porção do ducto biliar e uma porção do estômago. Após oprocedimento o cirurgião reconstrói o trato digestório.

   A cirurgia de Whipple foi primeiramente descrita em 1930 por Allan Whipple. Nas décadas de60 e 70 a taxa de mortalidade pela cirurgia era muito alta. Até 25% dos pacientes morriam pelacirurgia. Essa experiência da década de 70 ainda é lembrada por muitos cirurgiões, que sãorelutantes em recomendar a cirurgia de Whipple.

   Atualmente a segurança do procedimento aumentou de maneira significativa. Em centros quepossuem maior número de cirurgias/ano e com equipes dedicadas a realizar cirurgias sobre opâncreas e vias biliares, a taxa de mortalidade cirúrgica caiu para aproximadamente 5%.Estudos científicos têm sistematicamente demonstrado que a experiência do serviço e daequipe cirúrgica é muito importante.

   O que é a cirurgia de Whipple?

   Nessa cirurgia, a cabeça do pâncreas, uma porção da via biliar, a vesícula biliar e o duodenosão removidos. Eventualmente uma porção do estômago também precisa ser retirada. Após aremoção dessas estruturas, o pâncreas remanescente, a via biliar e o estômago são suturadosnovamente ao intestino para direcionar as secreções gastrointestinais coretamente.

   Observe a sequência padrão de uma cirurgia abaixo:     - Foto 1: relação anatômica do pâncreas com o estômago, fígado e duodeno;     - Foto 2: ao retirarmos didaticamente, o fígado e o estômago, observe a relação deproximidade do pâncreas com o duodeno e o ducto biliar;     - Foto 3: quando deixamos o pâncreas de maneira transparente, podemos observar queatrás dele passam imporantes vasos sanguíneos, como a veia porta, a veia mesentéricasuperior e a artéria mesentérica superior.     - Foto 4: demonstra a ressecção (retirada) de parte do estômago, da cabeça do pâncres eparte do ducto biliar;     - Foto 5: demonstra como é feita a reconstrução do trânsito intestinal, como os locais das

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suturas (anastomoses) do intestino com o estômago, pâncreas e o ducto biliar.

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   Quando é necessária essa cirurgia?

    O procedimento pode ser indicado para as seguintes doenças:

   - câncer do pâncreas ;

   - câncer do duodeno;

   - colangiocarcinoma (câncer da porção terminal da via biliar);

   - câncer da ampola de Vater - área onde o ducto biliar e o ducto pancreático entram noduodeno;

   - pode ser necessária em alguns casos de doenças benignas (que não são câncer), como pancreatite crônica  e tumores benignos da cabeça do pâncreas.

   Quais são os resultados da cirurgia de Whipple?

   Nos últimos quinze anos, devido ao aprimoramento das técnicas cirúrgicas e os cuidados deterapia intensiva, a mortalidade da cirurgia caiu para algo em torno de 5% em centrosespecializados brasileiros.

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   Estudos recentes demonstraram que a experiência da equipe cirúrgica (número deprocedimentos/ano) têm importante impacto nas taxas de mortalidade cirúrgicas. Estudosnorte-americanos (infelizmente dados nacionais não são disponíveis) demonstram que emcentros de menor volume desse tipo de cirurgia, a mortalidade pode chegar a ser cinco vezesmaior.

   A cirurgia de Whipple melhorará a minha sobrevida, isto é, eu viverei mais tempo?

   A sobrevida média após a cirurgia por câncer de pâncreas é cerca de 20% em 5 anos.Pacientes nos quais a doença não se espalhou pelos linfonodos podem chegar a ter 40% desobrevida. A sobrevida daqueles tratados somente com quimioterapia não chega a 5% emcinco anos. A cirurgia pode ser curativa para pacientes com tumores benignos ou tumoresmalignos com baixo grau de malignidade.

   Vou necessitar tratamento (quimioterapia) após a cirurgia de Whipple?

   Pode vir a ser necessário, na dependência do estadiamento do tumor. Tumores benignos ouneuroendócrinos geralmente não necessitam de terapia complementar.

   Já que vão retirar um pedaço do pâncreas, vou me tornar diabético após a cirurgia?

   Durante a cirurgia, parte do pâncreas (cabeça) é removida. O tecido pancrético produzinsulina que é necessária para o controle dos níveis glicêmicos. Quando o tecido pancreático éremovido, o organismo libera menos insulina, e portanto o risco de desenvolvimento dediabetes existe. Nossa experiência demonstra que aqueles pacientes que já são diabéticos nomomento da cirurgia, o que os níveis de açucar são controlados com dieta, possuem chancemais elevada de piora do diabetes após a cirurgia. Na outra mão, pacientes com níveisglicêmicos normais antes da cirurgia, sem histórico de diabetes e sem pancreatite crônica,possuem uma probabilidade baixa de diabetes após a cirurgia de Whipple.

   O que eu posso comer após a cirurgia?

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Duodenopancreatectomia (Cirurgia de Whipple)

   Não há restrição alimentar após a cirurgia. Alguns paciente podem não tolerar comidas muitodoces e podem necessitar evitá-las.

   Minha vida mudará muito após a cirurgia de Whipple? Serei capaz de fazer todas ascoisas que faço atualmente?

   Existe uma modificação aceitável do estilo de vida após a cirurgia de Whipple. A maioria dospacientes são capazes de retornar as suas atividades normais.

   Quais são as complicações que mais comumente acontecem logo após a cirurgia deWhipple?

   O procedimento é complexo com grandes chances de desenvolvimento de complicações se aequipe cirúrgica tiver experiência limitada no procedimento. Essa taxa de complicações diminuinas mãos de equipes experientes. Os problemas e complicações observados nessa cirurgiaincluem:

   - Fístula pancreática: após a retirada do tumor, o pedaço remanescente do pâncreas ésuturado de volta no intestino (anastomose pancreatojejunal), parapermitir que o suco pancreático possa voltar ao intestino. O pâncreas é um órgão macio, e emalguns pacientes essa sutura pode não cicatrizar de maneira adequada. Se isso acontecer opaciente desenvolve um vazamento de suco pancreático, a fístula. Geralmente o cirurgião deixa um dreno posicionado. Esse vazamento geralmente é removidodo interior do abdome por esse dreno e na maioria dos pacientes esse vazamento cura-se como passar dos dias. Algumas vezes o paciente precisa ser reoperado para tratamento dessacomplicação.

   - Sangramento: por ser uma cirurgia extensa, sangramento pós-cirúrgico pode acontecer.Seu tratamento pode ser realizado da maneira conservadora (medicações e reposição desangue), com intervenções endoscópicas, intervenções radiológicas ou intervenção cirúrgica(novo procedimento cirúrgico)

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Duodenopancreatectomia (Cirurgia de Whipple)

   Quais são as complicações a longo prazo da cirurgia de Whipple?

   Pode ocorrer má-absorção, por diminuição de produção de componentes do sucopancreático, ocasionado pela retirada da cabeça do pâncreas. O tratamento consiste dereposição oral (comprimidos) dessas enzimas. Geralmente o paciente perde de 10-15% dopeso corporal após o procedimento.

 

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