dupla articulacao da linguagem _morfologia e fonologia_.pdf
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DUPLA ARTICULAÇÃO DA LINGUAGEM
Considerações iniciais:
RELAÇÕES PARADIGMÁTICAS E SINTAGMÁTICAS
- Não importa. Guardo mágoa
de ti, que ano passado,
me destrataste, fingido!
- Mas eu nem tinha nascido.
- Pois então foi teu irmão.
- Não tenho irmão, Excelência.
- Chega de argumentação.
Estou perdendo a paciência!
- Não vos zangueis, desculpai!
- Não foi teu irmão? Foi o teu pai
ou senão foi teu avô.
Foi teu irmão
Foi
Foi
teu pai
teu avô
Foi teu _______.
Caráter linear do signo + Combinação Relações sintagmáticas (in
praesentia)
Impossibilidade de se
pronunciar dois elementos
ao mesmo tempo
Duas ou mais
unidades
Ex. re-ler; contra
todos, eu vou à
festa etc.
Precedente + x + subseqüente
Sintagma Noção: serve para “designar a combinação de formas mínimas numa unidade
linguística superior.”1
Plano fônico grupo vocálico /ai/ ditongo
grupo consonantal “pr” (prato) ; mas não /k/ + /b/ + /d/ [em posição pré-
vocálica em português]
sílaba – CV; VC ; CVC (bo –la; ar; ver-da-de)
Plano
mórfico
lexical – primitiva ou derivada
Locucional – locuções
Plano
sintático
Suboracional (SV + SP) – ex.: Pedro gosta de lingüística
Oracional (SN + SV) – ex.: Pedro estudou a lição
Superoracional – ex.: Creio que irei amanhã
1 CAMARA JR., J. M. Dicionário de lingüística e gramática, 1978, p. 223.
Associações entre signos Exemplos:
“ensinamento”
Rel
açõe
s p
arad
igm
átic
as
(in
abse
nti
a)
Por significado Sinônimos e
antônimos
Aprendizado; ensino
Por significante Imagens acústicas
semelhantes
Elemento; lento
Por meio de
outros signos
Processos
morfológicos comuns
Ensinar; ensinemos;
armamento
Ex (1): relações paradigmáticas e sintagmáticas
AM- A -RE -MOS
BEB- E -RIA -S
PART- I -SSE ø
Relações contrastivas
Relações distintivas
Língua é forma; não é substância
Substância psíquica (ideias) _____ A
Substância fônica (sons) ______ B
Língua criar uma relação entre ideias e sons => forma (relação
entre dois planos)
P/ Saussure,
“Poder-se-ia chamar à língua o domínio das articulações [...]: cada
termo linguístico é um pequeno membro, um ‘articulus’, em que uma
ideia se fixa num som e em que um som se torna o signo de uma
ideia”2.
2 SAUSSURE, F. Curso de Lingüística Geral, 1999, p. 131.
A DUPLA ARTICULAÇÃO DA LINGUAGEM3
Dois planos de articulação da linguagem
3 MARTINÉ, André. Elementos de linguística geral, 1978.
1ª ARTICULAÇÃO ou MORFOLOGIA
- menores unidades dotadas de sentido (morfemas)
Ex. (2): Os lobos fugiam
Os lobos Fugiam
o-
-s
lob-
-o
-s
fug-
-i
-am
so so (animal da família dos canídeos)
Morfemas lob-
se se /l o b/
“Isso significa que, para formar sentenças como essas, o falante escolhe,
entre os vocábulos armazenados em sua memória, aqueles que no contexto
têm o efeito significativo desejado, articulando-os de acordo com as regras de
formação de sentenças de sua língua.”4
=> coerções e estratégias 4 MARTELLOTA, M. E. Dupla articulação, 2010, p. 37. (grifos nossos)
Princípio da oposição na primeira articulação
Lobos Lobo Loba
-s [marca plural] ; -o [masculino] ø [marca singular] -a [feminino]
2ª ARTICULACAO ou fonologia
- menores unidades desprovidas de sentido; mas com valor distintivo
(fonemas)
Morfema
lob- /l/ /o/ /b/
Se comutarmos /l/ pelo /b/ => outro morfema /b o b/ “bobo”
Dupla articulação e economia linguística
“Com poucas dezenas de fonemas, cujas possibilidades de combinação estão
longe de ser todas exploradas em cada língua, formam-se milhares de unidades de
primeira articulação. Com alguns milhares de unidade de primeira formam-se um
número ilimitado de enunciados. Se os homens produzissem um som diferente
para expressar cada uma de suas experiências ou para designar cada elemento da
realidade teriam uma sobrecarga na memória e, além disso, o aparelho fonador
não seria capaz de emitir a quantidade de sons diferentes necessários para isso
nem o ouvido seria capaz de apreender todas essas produções fônicas”5
5 PIETROFORTE, A. V. A língua como objeto da linguística, 2004, p. 92.
Para pensar:
“a mensagem das abelhas não se deixa analisar, decompor em
unidades menores” (PETER, 2004, p. 16)
BIBLIOGRAFIA: MARTINET, A. Elementos de linguística geral. 8 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1978. CAMARA JR., J. M. Dicionário de lingüística e gramática. 8 ed. Petrópolis: Vozes, 1978. CARVALHO, C. Para compreender Saussure. 11 ed. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 17-20. MARTELLOTA, M. E. Dupla articulação da linguagem. In: MARTELLOTA, M. E. (org.) Manual de linguística. 1 ed. 3 reimpr. São Paulo: Contexto, 2010, p.37-41. PETER, M. Linguagem, língua e linguística. In: FIORIN, J. L. (org.) Introdução à Lingüística. São Paulo: Contexto, 2004, p. 12-13 (volume 1). PETER, M. Morfologia. In: FIORIN, J. L. (org.) Introdução à Lingüística. São Paulo: Contexto, 2004, p. 59-79 (volume 2). PIETROFORTE, A. C. A Língua como objeto da linguística. In: FIORIN, J. L. (org.) Introdução à Lingüística. São Paulo: Contexto, 2004, p. 75-93 (volume 1). SAUSSURE, F. Curso de Lingüística Geral. 21 ed. São Paulo. Cultrix. 1999, p. 7-12. TRASK, R. L. Dicionário de linguagem e lingüística. São Paulo: Contexto, 2004.