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DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO

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DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO

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Durabilidade das estruturas de concreto

O concreto é um material complexo, constituído de três fases: pasta, agregado e a zona de transição pasta-agregado. Por sua própria constituição, o concreto é necessariamente poroso, pois normalmente utiliza-se uma quantidade de água superior à que se precisa para hidratar o cimento, e essa água ao evaporar deixa vazios, além do ar que inevitavelmente incorpora-se à massa durante a mistura. O concreto não é um sólido perfeito, mas sim um sólido poroso, pois externamente tem aparência de sólido, mas possui internamente uma fina rede de poros contendo água e ar.

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Zona de Transição: definição

A zona de transição é interface existente entre as partículas grandes de agregado e a pasta de cimento do concreto de cimento Portland. Embora constituída dos mesmos elementos que a pasta, a estrutura e as propriedades da zona de transição diferem das da matriz de pasta. Em função disto, deve-se tratar a zona de transição como uma fase distinta da estrutura do concreto, sendo responsável por muitos comportamentos do concreto.

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Estrutura de formação da Zona de Transição

Devido a dificuldades experimentais, há pouca informação sobre a zona de transição no concreto. Pode se ter algum entendimento das suas características estruturais, acompanhando a seqüência do seu desenvolvimento a partir do momento em que o concreto é lançado.

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Estrutura de formação da Zona de Transição

No concreto recém-lançado e compactado forma-se um filme de água ao redor das partículas grandes de agregado. Isto pode levar à uma relação água/cimento mais elevada na proximidade do agregado graúdo do que na matriz da argamassa. Em seguida, os íons de cálcio, sulfato, hidroxila e aluminato combinam-se para formar etringita e hidróxido de cálcio.

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Estrutura de formação da Zona de Transição

Devido à relação água/cimento elevada, estes produtos cristalinos vizinhos ao agregado graúdo, cristais relativamente grandes, formam uma estrutura mais porosa do que na matriz de pasta de cimento ou na matriz de argamassa. Os cristais em placa de hidróxido de cálcio tendem a formar-se em camadas orientadas com eixo e perpendicular à superfície do agregado.

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Estrutura de formação da zona de transição

Representação diagramática da zona de transição e da matriz de pasta de cimento no concreto

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Representação esquemática do mecanismo de formação da Zona de Transição

No concreto recém-lançado forma-se um filme de água ao redor das partículas grandes de agregado

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Representação esquemática do mecanismo de formação da Zona de Transição

Cristais de portlandita e etringita formam a zona de transição. O C-S-H predomina em regiões mais afastadas

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Zona de Transição em concreto usual

Zona de transição em concreto usual, aos 28 dias, com aumento de 1500 vezes

AGREGADO

PASTA

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Resistência da Zona de Transição

A resistência da zona de transição em qualquer ponto depende do volume e do tamanho dos vazios presentes. Será sempre menor do que na matriz de argamassa; conseqüentemente, a zona de transição é mais fraca em resistência.

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A influência da Zona de Transição nas propriedades do concreto

A Zona de Transição, geralmente o elo mais fraco da corrente, é considerada a fase de resistência limite no concreto. É devido à presença da Zona de Transição que o concreto rompe a um nível de tensão consideravelmente mais baixo do que a resistência dos dois constituintes principais.

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A influência da Zona de Transição nas propriedades do concreto

As características da Zona de Transição também influenciam a durabilidade do concreto.

O efeito da relação água/cimento sobre a permeabilidade e a resistência do concreto é geralmente atribuído à dependência que existe entre a relação água/cimento e a porosidade da pasta no concreto.

Quanto maior for a relação a/c, menos resistente e mais permeável será o concreto.

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Melhorando a resistência da Zona de Transição

No concreto usual (relação água/aglomerantes de 0,5 a 0,7), a zona de transição tem tipicamente de 0,05 a 0,1mm de espessura, e contém poros relativamente grandes, assim como cristais dos produtos de hidratação.

Naturalmente a situação mudaria se o elo mais fraco no concreto usual, ou seja, a Zona de Transição, fosse de alguma forma reforçada de tal forma que, sob crescente tensão, ela não fosse o primeiro componente a falhar.

A redução da relação água/cimento e o uso de adições, por exemplo a Sílica Ativa ou Metacaulim, tendem a reduzir a espessura e a fraqueza da Zona de Transição.

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Melhorando a resistência da Zona de Transição

O aumento da resistência é obtido, principalmente, pela redução da porosidade da pasta de cimento hidratada, conseguida pela adição de mais cimento ao mesmo tempo em que se reduz a quantidade de água de mistura, através do uso de superplastificante e pela substituição, quando for factível e econômico, de uma parte do cimento por um volume igual de material cimentício suplementar.

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Melhorando a resistência da Zona de Transição

A porosidade baixa, devido ao uso de muito menos água de mistura que no concreto usual, proporciona que as partículas de cimento e de material cimentício suplementar estejam muito mais próximas umas das outras do que nos traços de concreto usuais.

À medida que a porosidade da pasta diminui, a resistência do concreto aumenta.

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Melhorando a resistência da Zona de Transição

Os efeitos benéficos da Sílica Ativa ou Metacaulim na microestrutura e nas propriedades mecânicas do concreto são devidas não apenas à rápida reação pozolânica, mas também ao efeito físico das partículas, que são muito finas, o qual é conhecido como “efeito filler”, responsável também pelo aumento na fluidez de concreto.

Como as adições reduzem a porosidade da pasta de cimento na sua interface com o agregado, a permeabilidade do concreto é muito reduzida.

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Melhorando a resistência da zona de transição

C-S-H denso em concreto com Sílica Ativa em torno do agregado. Nota-se ausência de Zona de Transição entre o

agregado e a pasta

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Melhorando a resistência da Zona de Transição

Concreto de alto desempenho

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PRÁTICAS QUE INFLUENCIAM A DURABILIDADE DAS

ESTRUTURAS DE CONCRETO

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Generalidades

Muitas estruturas de concreto apresentam deterioração precoce, devido a muitos erros cometidos na fase de projeto e na execução obra. A falta de detalhes construtivos importantes, erro na especificação dos materiais, uso de dosagens inadequadas, deficiência de conhecimentos da mão-de-obra, incluindo os encarregados e engenheiros, cura insuficiente, etc, determinam a redução da vida útil do concreto, onde os maiores problemas referentes à durabilidade são a alta permeabilidade, baixa compactação e deficiência da camada de cobrimento das armaduras.

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Diretrizes normativas no Brasil

A NBR 6118:2003 da Associação Brasileira de Normas Técnicas, pela primeira vez no Brasil, introduziu diretrizes para a durabilidade das estruturas de concreto.

A referida Norma apresenta um quadro com a classificação das agressividades ambientais, onde as estruturas deverão estar enquadradas. A partir deste quadro são feitas exigências quanto à classe do concreto, relação água/cimento e ao cobrimento nominal das armaduras.

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Diretrizes normativas no Brasil

A Norma cita também, de forma simplificada, outros procedimentos que se devem observar para a obtenção da durabilidade, como cuidados com a drenagem, formas arquitetônicas, detalhamento das armaduras, controle da fissuração, etc. O documento chama atenção ainda para a importância de se elaborar um manual de utilização, inspeção e manutenção preventiva.

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Agressividade do ambiente

A agressividade do meio ambiente está relacionada com as ações físicas e químicas que atuam sobre a estrutura de concreto, independente das ações mecânicas, das variações volumétricas de origem térmica e da retração hidráulica.

As obras devem ser classificadas de acordo com a exposição ambiental da estrutura ou suas partes.

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Classe de agressividade ambiental

Classe de agressividade

ambientalAgressividade

Classificação geral do tipo de ambiente para efeito de projeto

Risco de deterioração da estrutura

I FracaRural

InsignificanteSubmersa

II Moderada Urbana 1), 2) Pequeno

III ForteMarinha 1)

GrandeIndustrial 1), 2)

IV Muito ForteIndustrial 1), 3)

ElevadoRespingos de maré

1) Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) para ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura).

2) Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) em: obras em regiões de clima seco, com umidade relativa do ar menor ou igual a 65%, partes da estrutura protegidas de chuva em ambientes predominantemente secos, ou regiões onde chove raramente.

3) Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.

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Qualidade do concreto

A durabilidade das estruturas é diretamente relacionada com a qualidade do concreto. Ensaios que comprovam o desempenho da durabilidade da estrutura, frente ao tipo e nível de agressividade ambiental, devem ser realizados para estabelecer os parâmetros mínimos que devem ser utilizados no projeto e execução das obras.

Na ausência destes ensaios, quase sempre constatada, e devido a uma forte correlação entre relação água/cimento e a resistência à compressão do concreto, a Norma permite adotar alguns requisitos mínimos quanto à qualidade do concreto.

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Correspondência entre classes de agressividade e qualidade do concreto (NBR 6118, 2003)

Concreto Tipo

Classe de agressividade

I II III IV

Relação água/cimento em massa

CA ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45

CP ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,50 ≤ 0,45

Classe de concreto (NBR 8953)

CA ≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40

CP ≥ C25 ≥ C30 ≥ C35 ≥ C40

NOTAS1) O concreto empregado na execução das estruturas deve cumprir com os requisitos

estabelecidos na NBR 12655.2) CA corresponde a componentes e elementos estruturais de concreto armado.3) CP corresponde a componentes e elementos estruturais de concreto protendido.

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Cobrimentos nominais

O cobrimento mínimo da armadura deve ser considerado como o menor valor obtido ao longo de todo o elemento estrutural. Para garantir o cobrimento mínimo (Cmin) o projeto e a execução devem considerar o cobrimento nominal (Cnom), que é o cobrimento mínimo acrescido da tolerância de execução (Δc), que deve ser maior ou igual a 10mm para as obras correntes e 5mm para as obras com controle de qualidade rígido.

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Correspondência entre classes de agressividade ambiental e cobrimento nominal para ∆c = 10mm

(NBR 6118, 2003)

Tipo da estruturaComponente ou elemento

Classe de agressividade ambiental

I II III IV 3)

Cobrimento nominal mm

Concreto armadoLaje 2) 20 25 35 45

Viga / Pilar 25 30 40 50

Concreto protendido 1) Todos 30 35 45 55

1) Cobrimento nominal da armadura passiva que envolve a bainha ou os fios, cabos e cordoalhas, sempre superior ao especificado para o elemento de concreto armado, devido aos riscos de corrosão fragilizante sob tensão.

2) Para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de contrapiso, com revestimentos finais secos tipo carpete e madeira, com argamassa de revestimento e acabamento tais como pisos de elevado desempenho, pisos cerâmicos, pisos asfálticos e outros tantos, as exigências desta tabela podem ser substituídas pelo item 7.4.7.5 desta norma, respeitando um cobrimento nominal ≥ 15 mm.

3) Nas faces inferiores de lajes e vigas de reservatórios, estações de tratamento de água e esgoto, condutos de esgoto, canaletas de efluentes e outras obras em ambientes química e intensamente agressivos, a armadura deve ter cobrimento nominal ≥ 45 mm.

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Detalhes a serem observados nos projetos

Os projetistas têm como objetivo elaborar um projeto econômico, dentro de todas as exigências das normas, de forma que a estrutura conserve sua segurança, estabilidade e aptidão em serviço, durante o período correspondente à sua vida útil.

O projeto estrutural passa por diversas etapas visando a segurança e a estabilidade da estrutura, mas é necessário que os projetistas se atentem à alguns detalhes para alcançar também a durabilidade da obra, o que muitas vezes não acontece.

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Detalhes a serem observados nos projetos

A Norma Brasileira não define o estado limite de durabilidade que deve ser adotado, nem qual o período de vida útil a ser alcançado, ficando esta previsão a ser definida pelo autor do projeto estrutural e seu contratante, no início dos trabalhos de elaboração do projeto. A constatação que a durabilidade foi inferior ao previsto, normalmente é feita após o período de garantia do construtor e antes do término da vida útil de projeto.

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Detalhes a serem observados nos projetos

As atenções normalmente se concentram na durabilidade dos materiais utilizados, desprezando-se o fato que a forma estrutural afeta a durabilidade do concreto no longo prazo.

Alguns princípios básicos que devem ser seguidos pelos projetistas, pois eles influenciam a durabilidade das estruturas, que podem não alcançar a vida útil de projeto.

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Detalhes a serem observados nos projetos

Resistência mínima (fck)

Relação A/C máxima

Consumo mínimo de cimento

Tipo de cimento

Tipo de agregado

Aditivos e adições

Módulo de elasticidade

Requisitos de durabilidade

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Detalhes a serem observados nos projetos

Designação Sigla ResistênciaComum CP I 25 – 32 – 40CP I - S 25 – 32 – 40Composto CP II – E 25 – 32 – 40CP II – Z 25 – 32 – 40CP II – F 25 – 32 – 40Alto Forno CP III 25 – 32 – 40Pozolânico CP IV 25 – 32

Alta Resistência Inicial CP V

Cimento Portland

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Detalhes a serem observados nos projetos

Evitar que a água acumule ou escorra pela superfície do concreto, causando a penetração de agentes agressivos e a lixiviação pela passagem da água.

As superfícies expostas devem ser convenientemente drenadas.

Todas as juntas de movimentação devem ser seladas e estanques à percolação de água.

Os topos das platibandas e paredes devem ser protegidos por rufos.

Todos os beirais devem ter pingadeiras e os encontros em diferentes níveis devem ter rufos de proteção.

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Detalhes a serem observados nos projetos

Ausência de pingadeira provoca escorrimento de água

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Detalhes a serem observados nos projetos

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Detalhes a serem observados nos projetos

As formas arquitetônicas e estruturais devem ser feitas de forma a não reduzir a durabilidade, fornecendo proteção às superfícies lisas com pontas arredondadas e minimizando as áreas expostas ao ambiente.

Deve ser previsto em projeto o acesso para inspeção e manutenção de partes da estrutura com vida útil inferior, como aparelhos de apoio, insertos, impermeabilização, etc.

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Detalhes a serem observados nos projetos

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Detalhes a serem observados nos projetos

As obras com caixões perdidos devem ser projetadas com janelas de inspeção, com dimensões e quantidades apropriadas para facilitar o acesso de vistoriadores.

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Detalhes a serem observados nos projetos

Quando isto não ocorre, o custo para abertura das janelas é muito elevado, obrigando a utilização de técnicas de

corte e demolição.

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Detalhes a serem observados nos projetos

Fornecer proteção para as armaduras contra a corrosão, recorrendo a maiores cobrimentos, películas, etc. Em condições de exposição adversa projetar barreiras adequadas como argamassas, cerâmicas e outros revestimentos.

Aplicação de revestimento para

proteção do concreto contra altas temperaturas

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Detalhes a serem observados nos projetos

Cuidados no detalhamento das armaduras evitando o congestionamento das barras de aço, o que pode dificultar o lançamento e adensamento do concreto.

A dimensão máxima característica do agregado graúdo não deve superar 20% da espessura nominal do cobrimento. Para garantir um bom adensamento é preciso prever o espaço suficiente para a entrada da agulha do vibrador.

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Detalhes a serem observados nos projetos

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Detalhes a serem observados nos projetos

Congestionamento das armaduras, provocou deterioração precoce da estrutura

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Detalhes a serem observados nos projetos

3ª Ponte de Vitória (ES)

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Detalhes a serem observados nos projetos Controle de fissuração para reduzir o risco e a evolução da corrosão

nas armaduras

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Detalhes a serem observados nos projetos

Estruturas em balanço

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Detalhes a serem observados nos projetos

Elaborar manual de inspeção periódica de modo a identificar com antecedência problemas e introduzir rotinas de manutenção.

Adiar uma intervenção significa aumentar os custos diretos em progressão geométrica de razão 5 (cinco)

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Detalhes a serem observados na construção

A análise de diversas estruturas que apresentaram deterioração precoce mostra que a causas mais constantes estão relacionadas com falhas na execução da obra. Esta porcentagem chega a 50%, ficando a outra metade distribuída entre falhas do projeto, materiais, uso e planejamento.

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Detalhes a serem observados na construção

A razão disto é a deficiência de conhecimento dos executores abrangendo a mão-de-obra, encarregados e engenheiros, infelizmente, despreparados para trabalhar com o concreto, este fantástico material de construção, que é o mais utilizado no nosso planeta.

Apresentamos a seguir os principais procedimentos que devem ser seguidos para garantir a durabilidade das estruturas de concreto.

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Detalhes a serem observados na construção

Plano de concretagem

Dimensionar equipes, equipamentos e ferramentas Verificar os acessos externos e internos

Horário de início e término Volume por caminhão betoneira Intervalo de entrega Tipo de lançamento Slump a ser utilizado Logística do lançamento Recebimento do concreto Controle de qualidade

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Detalhes a serem observados na construção

Falta de um plano de concretagem provocou danos irreversíveis em uma viga protendida

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Detalhes a serem observados na construção

Utilizar dosagens adequadas, coibir a adição excessiva de água, no intuito de melhorar a trabalhabilidade do concreto, afetando o fator água/cimento, reduzindo a resistência e aumentando a permeabilidade do concreto.

Não utilizar agregado graúdo com dimensão máxima maior que o espaçamento das armaduras, causando segregação do concreto.

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Detalhes a serem observados na construção

Cuidado com a deficiência de mistura dos materiais componentes do concreto, principalmente nas obras menores, onde se utilizam betoneiras, produzindo concretos sem uniformidade e com perda de resistência.

Cuidado com transporte inadequado do concreto no canteiro de obras, causando a segregação do concreto nos carrinhos-de-mão devido aos solavancos.

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Detalhes a serem observados na construção

Fôrmas e escoramentos

Verificar a capacidade de suporte e deformação

Verificar a estanqüeidade das fôrmas

Limpar as fôrmas

Definir o desmoldante

Taxa de aplicação: 6 a 8 m²/L

Ter cuidado com os detalhes arquitetônicos

Usar fixadores com núcleo perdido

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Detalhes a serem observados na construção

Falta de estanqueidade nas fôrmas causou fuga de argamassa

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Detalhes a serem observados na construção

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Detalhes a serem observados na construção

Retirar as pontas de ferro usadas no travamento de fôrmas ou como espaçador para garantir a espessura de cobrimento das armaduras. Com o passar do tempo as pontas de ferro expostas entram em corrosão, expandem-se, causando destacamentos pontuais da camada superficial, deteriorando a estrutura.

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Detalhes a serem observados na construção

Material inadequado como galga

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Detalhes a serem observados na construção

Pontas de ferro utilizadas para travamento das fôrmas não são retiradas

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Detalhes a serem observados na construção

Com passar do tempo as pontas de ferro se corroem, deteriorando o concreto

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Detalhes a serem observados na construção

ARMADURAS

Conferir bitolas e quantidades

Conferir posicionamento e amarração

Definir o tipo de pastilhas / espaçadores

Definir tráfego durante a concretagem

Limpar as armaduras

Escolher o pino de dobramento

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Detalhes a serem observados na construção

DOBRAMENTO DAS ARMADURASBitola

(mm)

Diâmetro ( ) dos Pinos ∅de Dobramento (mm)

CA 25 CA 50 CA 60

3,4 20

4,2 25

5,0 30

6,0 36

6,3 25 32

7,0 42

8,0 32 40 48

9,5 57

10,0 40 50

12,5 50 63

16,0 64 80

20,0 100 160

25,0 125 200

32,0 160 256

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Detalhes a serem observados na construção

Pastilhas de concreto para garantir a espessura de cobrimento devem ter controle tecnológico e com qualidade igual ou superior ao do concreto estrutural, com espessuras recomendadas.

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Detalhes a serem observados na construção

Pastilhas feitas com argamassa de baixa qualidade em contraste com pastilhas feitas com graute que atingem excelentes resultados

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Detalhes a serem observados na construção

Deficiência de cobrimento

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Detalhes a serem observados na construção

Condomínio Portal do Morumbi (SP) – 120.000 m²

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Detalhes a serem observados na construção

Pilar em prédioresidencial

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Detalhes a serem observados na construção

LANÇAMENTO Evitar segregação Lançar camadas horizontais de 15 a

30 cm Altura deve ser de 3/4 da agulha Não deixar acumular concreto nas

fôrmas Nova camada deve ser lançada

antes do início de pega da anterior Diminuir o transporte interno dos

carrinhos de mão

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Cuidados no lançamento

Evitar lançamento do concreto com excesso de altura;

Colocação de camadas espessas, sem uniformidade e inclinadas;

Espessura das camadas incompatíveis com os equipamentos de vibração;

Velocidade de lançamento maior que a de compactação;

Lançamento de nova camada antes do término da compactação da anterior.

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Detalhes a serem observados na construção

Quando ocorre um lançamento inadequado, por excesso de altura, as partículas mais pesadas se deslocam para o fundo da fôrma, enquanto as partículas finas da argamassa sobem, caracterizando a segregação do concreto.

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Detalhes a serem observados na construção

Excesso de altura do lançamento de concreto provocou segregação

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Detalhes a serem observados na construção

ADENSAMENTO

Evitar o excesso de vibração – 10 a 30 segundos

Vibrador deve penetrar no mínimo 5 cm na camada inferior

Evitar a vibração na região das fôrmas

Utilizar vibradores de alta freqüência – 8.000 rpm

Agulha deve ser introduzida verticalmente

Retirar a agulha lentamente – 8 cm/s

Dimensionar o raio de ação dos vibradores

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Detalhes a serem observados na construção

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Detalhes a serem observados na construção

CURAPrincipais métodos

Molhagem contínua

Aspersão

Membrana química

A vapor

Recobrimento úmido (areia, sacos de aniagem, mantas)

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Detalhes a serem observados na construção

Fissuras em pavimento de concreto por deficiência de cura

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Detalhes a serem observados na construção

Retirada prematura das fôrmas

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LEMBRETE

O POUCO COBRIMENTO

É UM P E R I G O !

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MODELOS DE DURABILIDADE

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Modelos de previsão da durabilidade

Nos últimos anos tem ocorrido um interesse crescente pelo desenvolvimento de modelos para estimar o tempo de vida útil das estruturas de concreto. Para esta projeção é importante identificar-se um modelo matemático para cada mecanismo envolvido no processo de deterioração e poder descrever adequadamente as condições ambientais de exposição.

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Modelos de previsão da durabilidade

Vida útil de projeto: também chamado de período de iniciação. Nesta etapa os agentes agressivos, como cloretos, CO2, sulfatos, etc, ainda estão penetrando através da rede de poros da camada de cobrimento das armaduras, sem causar danos efetivos à estrutura. O valor adotado usualmente para estruturas convencionais de concreto é de 50 anos, ou mais para o caso de pontes e barragens.

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Modelos de previsão da durabilidade

Vida útil de serviço: nesta etapa, os efeitos dos agentes agressivos começam a se manifestar com o surgimento de fissuração e manchas. Esta vida útil é variável de caso a caso, pois em certas estruturas não se admite determinadas manifestações, como manchas em concreto aparente, enquanto que em outras somente serão consideradas aquelas manifestações que possam comprometer a funcionalidade ou a segurança.

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Modelos de previsão da durabilidade

Vida útil total: Corresponde à ruptura e ao colapso parcial ou total da estrutura.

Vida útil residual: Corresponde ao período de tempo durante o qual a estrutura será capaz de desenvolver suas funções após uma vistoria ou intervenção.

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Modelos de previsão da durabilidade

Para se executar um projeto estrutural de durabilidade é preciso que o projetista disponha de modelos com previsão da durabilidade da estrutura e dos materiais.

Os modelos de durabilidade são elaborados para vários fins, baseando-se em tipos e níveis de dados diferentes. Às vezes os modelos podem se basear em dados históricos, enquanto em outros é necessária a realização de ensaios.

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Modelos de previsão da durabilidade

Os modelos podem ser utilizados no planejamento dos trabalhos de recuperação de estruturas existentes. Conhecendo a idade e o estado da estrutura é possível fazer a previsão da vida útil através de modelos de extrapolação. Os modelos de durabilidade são também importantes no planejamento de obras novas, influenciando o estudo da dosagem do concreto, de forma a se avaliar a qualidade do concreto antes dele ser executado.

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Modelos de previsão da durabilidade

Os modelos podem ser baseados em fundamentos empíricos ou analíticos.

Os empíricos são baseados em experiências e nos resultados de ensaios, como ensaios acelerados de deterioração, como a carbonatação ou ataques de cloretos, enquanto os analíticos são baseados no ajuste de equações em função de dados sobre fenômenos obtidos em inspeções

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Modelos de previsão da durabilidade

Os modelos de durabilidade podem ser também divididos em modelos com abordagens determinísticas ou probabilísticas.

Os modelos de durabilidade determinísticos fornecem um valor sempre médio a partir de equações .

A abordagem probabilística se baseia no fato de que muitas decisões da engenharia são tomadas sob condições de incerteza, onde se faz necessária uma adequada quantificação das aleatoriedades.

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Modelos de previsão da durabilidade

Existem basicamente dois grupos de modelos desenvolvidos para representar a degradação de uma estrutura.

Um grupo é relativo à corrosão das armaduras e o outro à deterioração do concreto, sendo que os processos de degradação mais investigados são os relacionados com a corrosão das armaduras, devido à sua maior importância. Entre estes estão o ataque por cloretos, a carbonatação do concreto e o processo de corrosão.

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Modelos de previsão da durabilidade

Os modelos matemáticos propostos para representar os fenômenos de deterioração relacionados com o concreto são escassos. As normas fornecem indicações sobre limites de concentração de substâncias que podem produzir danos ao concreto, como reação álcali-agregado, ataque por sulfatos e gelo-degelo.

Modelos de previsão relacionados com a

deterioração do concreto

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Modelos de previsão da durabilidade

A corrosão das armaduras continua sendo a principal causa da degradação das estruturas de concreto. Existem numerosos modelos matemáticos formulados para determinar o avanço da frente de carbonatação em função do tempo, enquanto modelos para a penetração de cloretos poucos existem.

A partir destes modelos a vida útil é dividida em dois períodos: iniciação e propagação.

Modelos de previsão relacionados com a

corrosão de armaduras

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Modelos de previsão da durabilidade

O período de iniciação é relativo à penetração de cloretos e do dióxido de carbono até despassivar as armaduras. No período de iniciação se adota a relação na qual a profundidade de carbonatação é proporcional a raiz quadrada do tempo.

No período de propagação, o processo de corrosão é efetivo. Neste período as armaduras estão sujeitas a diminuição de seção e a debilitação. Para este período propõe empregar uma taxa de corrosão para estimar a perda de seção, sendo definido como um limite aceitável de corrosão.

Modelos de previsão relacionados com a

corrosão de armaduras

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Modelos de previsão da durabilidade

Modelar o avanço da frente de carbonatação ou a penetração de cloretos é uma tarefa difícil devido à complexidade dos mecanismos que envolvem estes processos. A frente de carbonatação é controlada pela difusão do dióxido de carbono através dos poros do concreto, que por sua vez depende da umidade, temperatura, concentração do dióxido de carbono e da composição do cimento, que entre outros fatores, determinarão a reserva alcalina.

Para os cloretos a tarefa é ainda mais complexa, uma vez que eles podem estar no concreto provenientes de varias fontes. Dependendo de como eles chegaram no concreto, podem ser gerados distintos processos.

Modelos para o período de iniciação

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Modelos de previsão da durabilidade

Vários modelos foram desenvolvidos por pesquisadores internacionais baseados nos processos físico-químicos de degradação do concreto, em ensaios acelerados de deterioração, em experiências adquiridas, modelos estatísticos, empíricos e analíticos. É um estudo muito complexo.

Apresentamos alguns modelos matemáticos mais simples e reconhecidos pela comunidade científica especializada para o período de iniciação.

Escolha do modelo adotado

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Modelos de previsão da durabilidade

O modelo proposto por Tuutti (1982) para o período de iniciação, ou seja , o período de tempo necessário para ocorrer a despassivação da armadura e iniciar o processo corrosivo, emprega a seguinte relação:

onde:

x é a profundidade de carbonatação (mm)

t é o tempo de exposição (anos)

k é uma constante (depende da qualidade do concreto, do coeficiente de difusão, e da quantidade de CO2)

Modelo de K. Tuutti

tkx

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Modelos de previsão da durabilidade

O modelo proposto por Versikari (1988) utiliza a seguinte equação:

sendo:

B = 26 . [( w/c ) – 0,3]2 + 1,6

onde:

w/c é o fator água/cimento do concreto.

Modelo de E. Versikari

tBx

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Modelos de previsão da durabilidade

O modelo proposto por Bob (1991) utiliza a seguinte equação:

onde:

xc é a profundidade de carbonatação (mm)

fc é a resistência à compressão do concreto (N/mm2)

t é o tempo de exposição (anos)

Modelo de C. Bob

tfc

dKcxc

150

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Modelos de previsão da durabilidade

c: 1,0 para cimento Portland simples

1,2 para cimento Portland com 15% de adições

1,4 e 2,0 para cimento Portland com o máximo de 30 e 50% de adições

K: 1,0 para condições interiores (HR 60)

0,7 para condições exteriores protegidas de água (70 HR 75)

0,5 para condições exteriores médias (80 HR 85)

0,3 para concretos expostos à umidade (HR > 90)

d = 1,0 e 2,0 para concentrações de CO2 de 0,03% e 0,1%

Modelo de C. Bob