DURABILIDADE DE PERFIS PULTRUDIDOS DE VINILÉSTER … · Materiais compósitos, Perfis pultrudidos...
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DURABILIDADE DE PERFIS PULTRUDIDOS DE
VINILÉSTER REFORÇADO COM FIBRAS DE VIDRO
(GFRP)
João Pedro Girão Meireles de Sousa
Dissertação para obtenção de Grau de Mestre em
Engenharia Civil
Júri
Presidente: Prof. Doutor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito
Orientador: Prof. Doutor João Pedro Ramôa Ribeiro Correia
Co-orientador: Doutora Susana Bravo Cabral da Fonseca
Vogal: Doutora Maria Paula Marques da Costa Rodrigues
Outubro de 2011
DURABILIDADE DE PERFIS PULTRUDIDOS DE
VINILÉSTER REFORÇADO COM FIBRAS DE VIDRO
(GFRP)
João Pedro Girão Meireles de Sousa
Dissertação para obtenção de Grau de Mestre em
Engenharia Civil
Dissertação elaborada no âmbito do protocolo de cooperação entre o IST e
o LNEC
Júri
Presidente: Prof. Doutor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito
Orientador: Prof. Doutor João Pedro Ramôa Ribeiro Correia
Co-orientador: Doutora Susana Bravo Cabral da Fonseca
Vogal: Doutora Maria Paula Marques da Costa Rodrigues
Outubro de 2011
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
i
Resumo
Os perfis pultrudidos de plástico reforçado com fibra de vidro, ou perfis pultrudidos de GFRP
(Glass Fiber Reinforced Polymer) são compostos por materiais compósitos de matriz
polimérica, em geral de poliéster ou viniléster, reforçados com fibras de vidro e integram-se no
grupo dos materiais plásticos reforçados com fibras, ou materiais FRP (Fiber Reinforced
Polymer).
Na presente dissertação, pretendeu-se estudar a durabilidade de perfis pultrudidos de GFRP com
matriz de viniléster, utilizados no campo da Engenharia Civil.
O estudo da durabilidade elaborado nesta dissertação consistiu mais especificamente em
quantificar a degradação das propriedades mecânicas, físicas e também estéticas, através da
análise de provetes obtidos directamente dos perfis pultrudidos, submetidos a vários agentes de
degradação ambiental.
Consideraram-se alguns dos agentes de degradação ambiental mais frequentes em aplicações na
Engenharia Civil, como sejam a temperatura, a humidade, o contacto por imersão com água e
soluções salinas, entre outros.
A campanha experimental realizada monitorizou o desempenho mecânico e físico do material
através de ensaios normalizados, considerados mais relevantes para o efeito. Foram verificadas
alterações a nível estético do material após envelhecimento.
Os resultados indicaram ainda perdas significativas de propriedades mecânicas com uma relação
fortemente relacionada com o aumento de temperatura e humidade. No entanto, a dada altura foi
possível verificar em alguns casos uma atenuação da degradação sentida no material ou até
alguma recuperação de propriedades mecânicas, o que poderá estar associado a efeitos de
pós-cura.
Os resultados mostraram ainda uma influência importante do processo de reversibilidade de
absorção de humidade e do revestimento de partes de material desprotegidas nos processos de
degradação do material, contribuindo para o aumento da sua durabilidade.
Palavras-chave: Materiais compósitos, Perfis pultrudidos de polímeros reforçados com fibra de vidro (GFRP),
Plásticos reforçado com fibras (FRP), Durabilidade, Ambientes de envelhecimento.
ii
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
iii
Abstract
Glass Fiber Reinforced Pultruded Profiles (GFRP profiles) are made of composite materials
consisting of glass fibers embedded in a polymeric matrix (usually polyester or vinylester) and
are included in the group of fiber reinforced plastic materials, also known as FRP materials.
The main goal of the present dissertation was to study the durability of GFRP profiles used in
civil engineering applications.
More specifically, this study aims to quantify the mechanical, physical and also aesthetical
degradation, through the analysis of sample specimens taken from the profiles, which were
exposed to several accelerated and natural ageing environments.
Some of the most frequent ageing environments (for civil engineering applications) were chosen
to assess this study, such as temperature, moisture or immersion in water and salt solutions.
The experimental campaign aimed to quantify the material degradation phenomena, monitoring
the variation of physical and mechanical properties of the GFRP material, by means of standard
tests.
The results of this study have shown that significant degradation of mechanical properties
occurs, caused by temperature and moisture. However, some of the mechanical degradation was
slowed at some particular time period, even showing some signs of mechanical recovery, which
may be caused by post-curing effects.
Other results point to the reversibility of moisture absorption effects and the effective coatings
of unprotected material parts being significant and consequently contributing to increase the
material durability.
Keywords:
Composite materials, Glass Fiber Reinforced Polymer (GFRP), Fiber Reinforced Polymer
(FRP), Durability, Ageing environments.
iv
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
v
Agradecimentos
Todo o trabalho de investigação que culminou com a redacção desta dissertação foi
desenvolvido durante mais de um ano. Os inúmeros obstáculos e dificuldades que surgiram
foram ultrapassados com o apoio e o incentivo de algumas pessoas, às quais quero expressar o
meu sincero agradecimento.
Ao Professor Doutor João Correia, orientador científico desta dissertação, expresso o meu
profundo agradecimento, não apenas pela dedicação e exigência que prestou a este trabalho,
mas também pela amizade, apoio e disponibilidade apresentados. Quero ainda agradecer o
sentido crítico, ideias e o rigor que trouxe à dissertação, que em muito a enriqueceram.
À Doutora Susana Fonseca, co-orientadora deste trabalho, pela orientação e apoio prestados,
pelas ideias e opiniões construtivas que prestou à dissertação. Quero agradecer pela ajuda na
transmissão de conhecimentos e ideias, que muito enriqueceram o trabalho, e especialmente a
sua total disponibilidade independente do dia ou hora. Quero ainda agradecer a amizade,
sinceridade, rigor e incentivo que sempre ofereceu, mesmo nos períodos mais críticos.
Aos meus colegas Bruno Silva e Tiago Santos, que desenvolveram as suas teses paralelamente à
minha, quero agradecer a companhia prestada na preparação do material e durante os ensaios
realizados.
Ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil, especialmente ao Núcleo de Materiais Orgânicos
(LNEC/NMO), na pessoa da Engenheira Maria Paula Rodrigues, por me ter proporcionado uma
experiência de aprendizagem única no desenrolar o meu trabalho.
A todo o pessoal técnico do LNEC/NMO, dos quais fiquei com as melhores opiniões, sendo que
agradeço de um modo mais particular à senhora Filomena Nobre, ao Engenheiro Hugo Martins,
ao técnico Nuno Silvestre e também aos senhores Miguel Fernandes e Rui Vensosa, o apoio e
companheirismo prestados durante a preparação e ensaio do material.
A todo o pessoal técnico do Laboratório de Construção do Instituto Superior Técnico, em
particular a Leonel Silva, agradeço a disponibilidade e ajuda na realização dos ensaios.
À empresa ALTO agradeço o fornecimento dos perfis pultrudidos de GFRP, sem os quais seria
impossível a realização deste trabalho.
Aos meus amigos Mário Garrido e Pedro Pereira pela ajuda e companhia em alguns dos ensaios
realizados.
vi
A todos os meus amigos, família por mim escolhida, pela amizade e apoio, por acreditarem em
mim, quando eu recusava fazê-lo.
À Joana, a minha namorada, agradeço o amor, apoio e compreensão nas alturas mais decisivas
ao longo da minha vida pessoal e académica e também a sua ajuda constante em tudo o que
necessitei para o trabalho.
Aos meus pais, agradeço do fundo do coração por me terem tornado na pessoa que sou hoje.
Agradeço a confiança, força e amor incondicional ao longo de toda a minha vida.
Aos meus irmãos José e Inês e respectivas caras-metades agradeço todo o apoio, ajuda e carinho
que sempre vão mostrando. Sem a sua ajuda, sem dúvida que este trabalho teria sido mais
difícil.
À Virgínia pela enorme ajuda que facilitou o meu dia-a-dia.
À minha avó Madalena e à Céu por todo o amor e carinho que me demonstram, aos meus avôs
que permanecem todos os dias no meu coração e memória por me terem ensinado a distinguir o
certo do errado e em especial à minha avó Maria a quem eu dedico esta tese.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
vii
Simbologia
γm coeficiente de segurança para perfis pultrudidos de GFRP segundo a norma
europeia EN 13706
taxa de transferência por unidade de área perpendicular à difusão
coeficiente de difusão de Fick
energia de activação
constante universal dos gases perfeitos
temperatura
temperatura de transição vítrea
massa de um provete no ar
massa de referência de um provete no seu estado seco (oven dry)
coordenadas do sistema espacial de cor CIE 1976
variação global de cor segundo o sistema espacial de cores
, e variação das coordenadas segundo este sistema espacial de cores
módulo de armazenamento
módulo de perda
, tensão e deformação dinâmicas
, amplitudes iniciais do ciclo de tensão e deformação
frequência dinâmica
ângulo de fase
módulo de armazenamento em flexão
módulo de perda em flexão
tensão máxima de flexão
viii
carga aplicada em flexão
espaçamento entre apoios do ensaio de flexão
espessura do provete
, w largura do provete
deformação máxima em flexão
deslocamento a meio vão em flexão
tensão de rotura em flexão
deformação de rotura em flexão
deslocamento de rotura em flexão
tensão de tracção
força de tracção aplicada
área da secção transversal
deformação nominal de tracção
distância inicial entre grampos de tracção
módulo de elasticidade em tracção
tensões correspondentes às deformações de 0,0005 e 0,0025 em tracção
tensão de corte interlaminar
carga de corte aplicada
comprimento do provete
absorção máxima durante o período de exposição
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
ix
Índice geral
Resumo ............................................................................................................................. i
Palavras-chave: ........................................................................................................... i
Abstract .......................................................................................................................... iii
Keywords: ...................................................................................................................... iii
Agradecimentos .............................................................................................................. v
Simbologia ..................................................................................................................... vii
Índice geral ..................................................................................................................... ix
Índice de figuras .......................................................................................................... xiii
Índice de quadros ........................................................................................................ xix
1 Introdução ................................................................................................................ 1
1.1 Enquadramento Geral ................................................................................................ 1
1.2 Objectivos da dissertação ........................................................................................... 2
1.3 Organização da dissertação ........................................................................................ 3
1.4 Referências bibliográficas ........................................................................................... 4
2 Estado da arte .......................................................................................................... 5
2.1 Introdução .................................................................................................................... 5
2.2 Materiais poliméricos reforçados com fibras ........................................................... 6
2.2.1 FRP na engenharia civil ........................................................................................ 9
2.2.2 O significado da durabilidade em engenharia civil ............................................. 10
2.3 Características gerais de materiais poliméricos reforçados com fibras (FRP) .... 11
2.3.1 Constituição dos FRP .......................................................................................... 11
2.3.1.1 Matriz .............................................................................................................. 11
2.3.1.2 Reforço sob a forma de fibras ......................................................................... 14
2.3.1.3 Agentes de polimerização ............................................................................... 18
2.3.1.4 Cargas (fillers) ................................................................................................. 18
2.3.1.5 Aditivos ........................................................................................................... 18
x
2.3.1.6 Interface fibra-matriz ....................................................................................... 19
2.3.2 Processos de produção de materiais compósitos reforçados com fibras ............. 20
2.3.3 A durabilidade e o controlo de qualidade na fase de produção ........................... 24
2.4 Caracterização geral de polímeros reforçados com fibras de vidro (GFRP) ....... 25
2.4.1 Propriedades típicas dos perfis pultrudidos de GFRP ......................................... 25
2.4.2 Características estruturais de perfis pultrudidos de GFRP .................................. 28
2.4.3 Aplicações de perfis de GFRP em engenharia civil ............................................ 30
2.4.4 Vantagens e limitações ........................................................................................ 34
2.5 Durabilidade de polímeros reforçados com fibras de vidro (GFRP) .................... 34
2.5.1 Soluções aquosas e humidade ............................................................................. 36
2.5.1.1 Efeitos na matriz .............................................................................................. 37
2.5.1.2 Efeitos nas fibras ............................................................................................. 38
2.5.1.3 Efeitos nas interface fibra-matriz .................................................................... 39
2.5.1.4 Efeitos gerais em sistemas FRP....................................................................... 40
2.5.1.5 Notas finais ...................................................................................................... 42
2.5.2 Ambientes alcalinos ............................................................................................ 43
2.5.3 Efeitos térmicos ................................................................................................... 44
2.5.4 Radiação ultravioleta ........................................................................................... 46
2.5.4.1 Efeitos de radiação ultravioleta em polímeros ................................................ 46
2.5.4.2 Efeitos de radiação ultravioleta em polímeros reforçados com fibras............. 47
2.5.5 Fogo e temperaturas elevadas.............................................................................. 48
2.5.6 Fadiga .................................................................................................................. 52
2.5.6.1 Efeitos nas fibras ............................................................................................. 52
2.5.6.2 Efeitos na resina .............................................................................................. 53
2.5.6.3 Efeitos na interface fibra-matriz ...................................................................... 53
2.5.7 Fluência ............................................................................................................... 54
2.6 Referências bibliográficas ......................................................................................... 56
3 Campanha experimental .......................................................................................63
3.1 Introdução .................................................................................................................. 63
3.2 Considerações iniciais sobre a campanha experimental ........................................ 67
3.3 Programa experimental ............................................................................................ 69
3.3.1 Organização das colheitas ................................................................................... 69
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
xi
3.3.2 Ambientes de exposição ...................................................................................... 71
3.3.2.1 Imersão em água desmineralizada ................................................................... 71
3.3.2.2 Imersão em água salgada ................................................................................. 72
3.3.2.3 Condensação em contínuo ............................................................................... 73
3.3.2.4 Envelhecimento natural ................................................................................... 74
3.4 Preparação de provetes ............................................................................................. 75
3.4.1 Corte dos provetes ............................................................................................... 75
3.4.2 Sistema de identificação dos provetes ................................................................. 77
3.4.3 Isolamento lateral ................................................................................................ 78
3.4.4 Análise no estado seco ........................................................................................ 80
3.4.5 Colheitas dos provetes ......................................................................................... 81
3.5 Métodos de caracterização do material ................................................................... 83
3.5.1 Variação da massa ............................................................................................... 83
3.5.2 Ensaios de determinação da cor e do brilho ........................................................ 84
3.5.2.1 Ensaio de determinação da cor ........................................................................ 84
3.5.2.2 Ensaio de determinação do brilho ................................................................... 87
3.5.3 Análise mecânico-dinâmica ................................................................................ 88
3.5.4 Ensaio de flexão .................................................................................................. 91
3.5.5 Ensaio de tracção ................................................................................................. 94
3.5.6 Ensaio de corte interlaminar ................................................................................ 96
3.6 Referências bibliográficas ......................................................................................... 99
4 Resultados e discussão ........................................................................................ 101
4.1 Introdução ................................................................................................................ 101
4.2 Caracterização inicial dos perfis GFRP ................................................................ 102
4.3 Caracterização das propriedades físicas dos perfis GFRP .................................. 103
4.3.1 Absorção de água e variação da massa ............................................................. 103
4.3.2 Variação da cor .................................................................................................. 111
4.3.3 Variação do brilho ............................................................................................. 113
4.4 Caracterização das propriedades mecânicas dos perfis GFRP ........................... 116
4.4.1 Análise mecânico-dinâmica .............................................................................. 116
4.4.2 Análise das propriedades em flexão .................................................................. 124
4.4.3 Análise das propriedades em tracção ................................................................ 133
xii
4.4.4 Análise das propriedades em corte interlaminar ............................................... 142
4.5 Síntese dos resultados.............................................................................................. 147
4.6 Referências bibliográficas ....................................................................................... 149
5 Conclusões e perspectivas de desenvolvimentos futuros ................................. 151
5.1 Conclusões ................................................................................................................ 151
5.2 Perspectivas de desenvolvimentos futuros ............................................................ 155
Anexos
A Resultados do ensaio de absorção de água, variação de massa e regularização
de massa no processo de secagem .............................................................................. 159
B Curvas experimentais da análise mecânico-dinâmica ..................................... 181
C Curvas experimentais da análise em flexão ...................................................... 197
D Curvas experimentais da análise em tracção .................................................... 217
E Curvas experimentais da análise por corte interlaminar ................................ 235
F Ficha técnica da resina selante ........................................................................... 251
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
xiii
Índice de figuras
2 Estado da arte .......................................................................................................... 5
Figura 2.1- Ruínas localizadas na Mesopotâmia. .......................................................................... 7
Figura 2.2 - Gráficos representativos do crescimento anual total, descrevendo a variação de
consumo em cada ano (a) por sector de mercado (b) do consumo de materiais compósitos nos
Estados Unidos. ............................................................................................................................. 8
Figura 2.3 - Representação do uso de materiais compósitos por diferentes segmentos de
mercado nos Estados Unidos em 2008. ......................................................................................... 8
Figura 2.4 - Classificação de compósitos baseados na forma da fase de reforço. ....................... 14
Figura 2.5 - Reforços unidireccionais: mechas de fio contínuo e cordões entrelaçados. ............ 15
Figura 2.6 - Diferentes tipos de mantas de reforço: reforço disposto aleatoriamente, com uma ou
várias orientações, ou uma mistura dos dois estados .................................................................. 15
Figura 2.7 - Relação constitutiva de várias fibras de reforço, comparando com o aço ............... 17
Figura 2.8 - Processo de transformação dos materiais ................................................................ 20
Figura 2.9 - Sistema de manuseamento de fibras da empresa Fiberlin. ...................................... 23
Figura 2.10 - Princípio de funcionamento do processo de pultrusão .......................................... 23
Figura 2.11 - Relação constitutiva de perfis pultrudidos GFRP de dois fabricantes e comparação
com outros materiais ................................................................................................................... 27
Figura 2.12 - Massa volúmica, coeficientes de dilatação e condutividade térmica de GFRP ..... 28
Figura 2.13 - Perfis de primeira geração da empresa Strongwell ................................................ 28
Figura 2.14 - Disposição normal de camadas num material pultrudido. ..................................... 29
Figura 2.15 - Novos sistemas estruturais de perfis pultrudidos FRP, ......................................... 29
Figura 2.16 - Corrimão de um sistema de defensas na Flórida e de uma plataforma flutuante no
Canadá ......................................................................................................................................... 30
Figura 2.17 - Escadas utilizadas numa plataforma offshore do estado México e de uma estação
de processamento químico em Chicago ...................................................................................... 30
Figura 2.18 - Gradis de pavimentos da expansão ferroviária da Ponte 25 de Abril e de uma
estação de processamento químico em Wisconsin ...................................................................... 31
Figura 2.19 - Passadiço de 400 m localizado em Espanha a 500 m de profundidade, placas de
cobertura de estações de tratamento de água............................................................................... 31
Figura 2.20 - Aqueduto de 36 m construído em perfis GFRP sobre um caminho ferroviário no
Reino Unido, e pormenor da ligação com a estrutura em aço ..................................................... 31
Figura 2.21 - Ponte pedestre Aberfeldy e ponte rodoviária Bonds Mill ....................................... 32
xiv
Figura 2.22 - Ponte pedestre Pontresina ..................................................................................... 32
Figura 2.23 - Cobertura suspensa de Lindevang e estrutura utilizada. ........................................ 33
Figura 2.24 - Estações de compatibilidade electromagnética. .................................................... 33
Figura 2.25 – Edificio Eyecatcher ............................................................................................... 34
Figura 2.26 - Degradação de uma fibra de vidro aproximada 15 000x, visualizada com um
microscópio electrónico .............................................................................................................. 39
Figura 2.27 - Aspecto de compósitos GFRP de viniléster e poliéster (respectivamente) após 10
meses de exposição em solução salina com resolução x1000. .................................................... 42
Figura 2.28 - Espectro Ultravioleta. ............................................................................................ 46
Figura 2.29 - Mecanismos envolvidos na decomposição térmica de compósitos poliméricos ... 49
Figura 2.30 - Variação típica de uma propriedade mecânica com a temperatura. ...................... 51
3 Campanha experimental .......................................................................................63
Figura 3.1- Aspecto dos perfis de viniléster produzidos pela empresa ALTO. ........................... 63
Figura 3.2 - Guarda corpos tipo da empresa ALTO ..................................................................... 64
Figura 3.3 - Campanha experimental. ......................................................................................... 66
Figura 3.4 - Dimensões de um provete. ...................................................................................... 67
Figura 3.5 - Posicionamento correcto dos provetes no recipiente. .............................................. 72
Figura 3.6 - (a) Recipientes do condicionamento à temperatura de 20 ºC; (b) Aspecto de uma
estufa usada no condicionamento às temperaturas de 40 ºC e de 60 ºC; (c) Interior da estufa,
com provetes distribuídos no interior de caixas de plástico. ....................................................... 72
Figura 3.7 - Câmara de condensação em contínuo e respectivos provetes (como se encontra
ilustrado na figura, existe humidade nas paredes). ...................................................................... 74
Figura 3.8 - Instalação de envelhecimento natural dos provetes ................................................. 75
Figura 3.9 - Serra com refrigeração a água do Laboratório de Construção do IST..................... 76
Figura 3.10 - Serra refrigerada a água pertencente ao LNEC/NMO. .......................................... 76
Figura 3.11 - Esquema de corte dos diferentes tipo de provetes retirados do perfil RHS. (a) -
Ensaios de flexão, corte interlaminar e DMA; (b) - Ensaio de tracção ....................................... 77
Figura 3.12 - Identificação tipo de dois provetes. ....................................................................... 77
Figura 3.13 - Resina Icosit K 101 N da Sika. .............................................................................. 78
Figura 3.14 – Laboratório condicionado e material de protecção utilizado neste trabalho. ........ 79
Figura 3.15 - Esquema do reforço lateral nas superfícies de corte dos provetes teste. ............... 79
Figura 3.16 - Provetes teste após isolamento lateral. .................................................................. 80
Figura 3.17 - Estufa de secagem de provetes teste. ..................................................................... 80
Figura 3.18 - Colheita experimental. ........................................................................................... 82
Figura 3.19 - Balança analítica Mettler. ...................................................................................... 84
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
xv
Figura 3.20 - Sistema CIELab ..................................................................................................... 85
Figura 3.21 - Colorímetro............................................................................................................ 86
Figura 3.22 - Ensaio de cor em execução. ................................................................................... 86
Figura 3.23 – Brilhómetro “Novo-Gloss statistical glossimeter”. ............................................... 87
Figura 3.24 - Brilhómetro e superfícies de calibração ................................................................ 88
Figura 3.25 - Ângulo de fase e módulo complexo ...................................................................... 90
Figura 3.26 – Aparelho utilizado no ensaio de DMA ................................................................. 91
Figura 3.27 - Eixos principais de teste e sistema de flexão em três pontos ................................ 92
Figura 3.28 - Craveira digital. ..................................................................................................... 93
Figura 3.29 - Equipamento utilizado para o ensaio de flexão. .................................................... 94
Figura 3.30 - Aquisição automática de dados por sinal eléctrico (Spider 8). .............................. 94
Figura 3.31 - Digimatic Indicator da Mitutoyo ........................................................................... 95
Figura 3.32 - Aspecto de um provete de tracção antes do ensaio................................................ 96
Figura 3.33 - Máquina de ensaios mecânicos utilizado na determinação das propriedades em
tracção. ........................................................................................................................................ 96
Figura 3.34 – Equipamento usado no ensaio de corte interlaminar ............................................ 97
4 Resultados e discussão ........................................................................................ 101
Figura 4.1 -Curvas experimentais da variação de massa dos provetes viajantes imersos em água
desmineralizada do Grupo I ...................................................................................................... 105
Figura 4.2 - Curvas experimentais da variação de massa dos provetes viajantes em imersões
salinas do Grupo I ..................................................................................................................... 105
Figura 4.3 - Curvas experimentais da variação de massa dos provetes viajantes imersos em água
desmineralizada a 20 ºC do Grupo II ........................................................................................ 106
Figura 4.4 - Curvas experimentais da variação de massa dos provetes viajantes imersos em água
desmineralizada a 40 ºC do Grupo II ........................................................................................ 106
Figura 4.5 - Curvas experimentais da variação de massa dos provetes viajantes em condensação
em contínuo a 40 ºC do Grupo II. ............................................................................................. 107
Figura 4.6 - Curvas experimentais da variação de massa obtidas em investigações semelhantes
................................................................................................................................................... 107
Figura 4.7 - Variação de cor registada após dois anos de exposição nos provetes teste. .......... 112
Figura 4.8 – Comparação da evolução do brilho do material.................................................... 115
Figura 4.9 - Comparação de um provete não envelhecido com três provetes após dois anos de
envelhecimento natural. ............................................................................................................ 115
Figura 4.10 – Evolução da temperatura de transição vítrea retirado da curva tan δ dos ambientes
do Grupo I. ................................................................................................................................ 118
xvi
Figura 4.11 - Evolução da temperatura de transição vítrea retirado da curva E’ dos ambientes do
Grupo I. ..................................................................................................................................... 118
Figura 4.12 - Evolução da temperatura de transição vítrea retirado da curva tan δ dos ambientes
do Grupo II. ............................................................................................................................... 121
Figura .4.13 - Evolução da temperatura de transição vítrea retirado da curva E’ dos ambientes
do Grupo II. ............................................................................................................................... 122
Figura 4.14 - Curvas experimentais de tensão-deformação tipicamente observadas no ensaio de
flexão ......................................................................................................................................... 124
Figura 4.15 - Rotura típica de um provete do ensaio de flexão. ................................................ 124
Figura 4.16 - Evolução da tensão de rotura à flexão ao longo do tempo para provetes de Grupo I.
................................................................................................................................................... 126
Figura 4.17 - Evolução da deformação na rotura à flexão ao longo do tempo para provetes de
Grupo I. ..................................................................................................................................... 126
Figura 4.18 - Evolução do módulo de elasticidade em flexão ao longo do tempo para provetes
do Grupo I. ................................................................................................................................ 127
Figura 4.19 - Evolução da tensão de rotura à flexão ao longo do tempo para provetes de Grupo
II. ............................................................................................................................................... 130
Figura 4.20 - Evolução da deformação na rotura à flexão ao longo do tempo para provetes de
Grupo II. .................................................................................................................................... 130
Figura 4.21 - Evolução do módulo de elasticidade em flexão ao longo do tempo para provetes
do Grupo II. ............................................................................................................................... 131
Figura 4.22 - Curvais experimentais de tensão-deformação tipicamente observadas no ensaio de
tracção ....................................................................................................................................... 134
Figura 4.23 - Rotura típica de um provete do ensaio de tracção. .............................................. 134
Figura 4.24 - Evolução da tensão de rotura à tracção ao longo do tempo para provetes de Grupo
I. ................................................................................................................................................ 136
Figura 4.25 - Evolução da deformação na rotura à tracção ao longo do tempo para provetes de
Grupo I. ..................................................................................................................................... 136
Figura 4.26 - Evolução do módulo de elasticidade em tracção ao longo do tempo para provetes
do Grupo I. ................................................................................................................................ 137
Figura 4.27 - Evolução da tensão de rotura à tracção ao longo do tempo para provetes de Grupo
II. ............................................................................................................................................... 139
Figura 4.28 - Evolução da deformação na rotura à tracção ao longo do tempo para provetes de
Grupo II. .................................................................................................................................... 140
Figura 4.29 - Evolução do módulo de elasticidade em tracção ao longo do tempo para provetes
do Grupo II. ............................................................................................................................... 140
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
xvii
Figura 4.30 - Curvais experimentais da força-deslocamento tipicamente observadas no ensaio de
corte interlaminar. ..................................................................................................................... 142
Figura 4.31 - Rotura típica de um provete do ensaio de corte interlaminar. ............................. 142
Figura 4.32 - Evolução da tensão de rotura ao corte interlaminar ao longo do tempo para
provetes de Grupo I. .................................................................................................................. 144
Figura 4.33 - Evolução da tensão de rotura ao corte interlaminar ao longo do tempo para
provetes de Grupo II. ................................................................................................................. 146
xviii
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
xix
Índice de quadros
2 Estado da arte .......................................................................................................... 5
Quadro 2.1- Propriedades típicas dos polímeros termoendurecíveis usados como matriz FRP. 14
Quadro 2.2 – Propriedades típicas das fibras mais utilizadas. .................................................... 16
Quadro 2.3 - Vantagens e limitações das fibras de carbono e aramida. ...................................... 17
Quadro 2.4 - Classificação de processos. .................................................................................... 22
Quadro 2.5 - Propriedades mecânicas na direcção axial de perfis pultrudidos GFRP disponíveis
comercialmente. .......................................................................................................................... 26
Quadro 2.6 - Propriedades mecânicas na direcção normal de perfis pultrudidos GFRP
disponíveis comercialmente. ....................................................................................................... 26
Quadro 2.7 – Vantagens e limitações de perfis pultrudidos GFRP ............................................. 34
3 Campanha experimental .......................................................................................63
Quadro 3.1 - Ambientes de exposição propostos no trabalho realizado anteriormente .............. 65
Quadro 3.2 - Norma de ensaio e dimensões dos provetes utilizados nos ensaios de
caracterização do material envelhecido. ...................................................................................... 68
Quadro 3.3 - Quantidades de provetes por nova variante de investigação .................................. 68
Quadro 3.4 - Organização da campanha experimental. ............................................................... 70
Quadro 3.5 - Correspondência do sistema de identificação adoptado ......................................... 78
Quadro 3.6 - Quantidade de provetes necessários em cada colheita. .......................................... 82
4 Resultados e discussão ........................................................................................ 101
Quadro 4.1 - Propriedades físico-químicas iniciais do material em estudo. ............................. 102
Quadro 4.2 - Coeficiente de difusão aparente e percentagem de variação máxima de massa. . 108
Quadro 4.3 - Comparação dos resultados com outras investigações prévias. ........................... 108
Quadro 4.4 –Coordenadas cromáticas. ...................................................................................... 111
Quadro 4.5 - Resultados do ensaio da variação de brilho (reflectância). .................................. 113
Quadro 4.6 – Resumo dos resultados aos dois anos. ................................................................. 114
Quadro 4.7 - Resultados de DMA do Grupo I. ......................................................................... 117
Quadro 4.8 - Resultados de DMA do Grupo II. ........................................................................ 121
Quadro 4.9 - Resultados médios obtidos dos ensaios de flexão para o Grupo I. ...................... 125
Quadro 4.10 - Resultados médios obtidos dos ensaios de flexão para o Grupo II. ................... 129
xx
Quadro 4.11 - Resultados médios obtidos dos ensaios de tracção para o Grupo I. ................... 135
Quadro 4.12 - Resultados médios obtidos dos ensaios de tracção para o Grupo II................... 139
Quadro 4.13 - Resultados médios obtidos dos ensaios ao corte interlaminar para o Grupo I. .. 143
Quadro 4.14 - Resultados médios obtidos dos ensaios ao corte interlaminar para o Grupo II. . 145
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
1
1 Introdução
1.1 Enquadramento Geral
Os elevados custos de manutenção e reparação que hoje se fazem sentir em estruturas
construídas com materiais tradicionais, devido aos problemas de durabilidade do aço e do betão
armado, têm vindo a solicitar a procura de alternativas viáveis na indústria da construção.
Assiste-se, assim, ao crescimento do interesse em novos materiais estruturais, mais resistentes à
degradação ambiental, mais leves e que apresentem menores exigências de manutenção,
mantendo as suas características resistentes [1.1].
O aumento dos custos de manutenção e reparação de estruturas, relacionadas com a durabilidade
dos materiais tradicionais tem provocado alterações nas práticas de dimensionamento e na
própria regulamentação. Este factor e também as maiores exigências de velocidade de
construção têm contribuído para o desenvolvimento de novos materiais, que apresentem menos
deterioração face aos agentes de degradação comuns em engenharia civil, sejam mais leves e
apresentem menores exigências de reparação [1.2].
A procura de soluções alternativas aos materiais tradicionais tem também como efeito
impulsionador o recente aumento da preocupação com a sustentabilidade na construção. A
utilização extensa de recursos não renováveis no sector, bem como o tratamento dos resíduos
resultantes, surge como um dos maiores problemas actuais com necessidade de resolução.
1
1 Introdução
2
Os perfis pultrudidos de GFRP (Glass Fiber Reinforced Polymer) são materiais compósitos
constituídos por fibras de vidro dispostas essencialmente de modo unidireccional, embebidas
numa matriz que geralmente é constituída por viniléster ou poliéster insaturado, e enquadram-se
no grupo de materiais poliméricos reforçados com fibras (FRP).
Desde 1940 que os materiais compósitos, formados pela combinação de dois ou mais materiais
distintos, têm vindo a ganhar relevo e popularidade em diferentes campos da engenharia embora
apenas a partir da década de 1980, tenha surgido um aumento nas aplicações destes materiais na
indústria da construção [1.2].
Este aumento deveu-se à existência de algumas vantagens no uso destes materiais dentro das
quais se destaca o baixo peso específico, a elevada relação entre a resistência e o seu peso, a sua
facilidade de montagem e transporte, os baixos custos de manutenção ou mesmo a transparência
electromagnética. No entanto, o custo de produção é ainda pouco competitivo na maioria das
situações [1.3].
O uso actual de perfis de GFRP requer ainda um estudo extensivo, focando entre outros
aspectos a sua durabilidade, uma vez que a vida útil normal esperada para construções correntes,
nos dias de hoje, é no mínimo 50 anos. A análise da durabilidade deste tipo de materiais tem
sido considerada como um aspecto fulcral, relativamente à informação necessária para a sua
aplicação e utilização [1.4].
Nos últimos anos, a temática da durabilidade e compreensão dos fenómenos de degradação
destes materiais tem vindo a ganhar relevo, procurando-se a caracterização destes materiais sob
condições adversas a curto e longo prazo.
1.2 Objectivos da dissertação
Esta dissertação tem por objectivo principal o estudo da durabilidade de perfis de GFRP com
matriz de viniléster, de modo a avaliar as suas características para aplicações na indústria da
construção. Deste modo, foram utilizados perfis pultrudidos comerciais, fornecidos pela
produtora ALTO, Perfis Pultrudidos Lda, Portugal.
O estudo da durabilidade elaborado nesta dissertação consiste mais especificamente em
quantificar a degradação das propriedades mecânicas, físicas e também estéticas, através da
análise de provetes obtidos directamente dos perfis pultrudidos, submetidos a vários agentes de
degradação ambiental.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
3
Este estudo desenvolve-se no âmbito de um projecto de investigação cujos trabalhos foram
iniciados em 2009, e dos quais resultaram as dissertações de Costa [1.5] e Carreiro [1.6],
realizados no âmbito do protocolo de colaboração entre o Instituto Superior Técnico e o
Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Desta forma é dado seguimento ao estudo do
envelhecimento acelerado do material sujeito a imersões em água desmineralizada, e numa
solução salina a 20 ºC, 40 ºC e 60 ºC. Através da variação das propriedades físicas e químicas
consideradas mais relevantes é efectuada uma análise do desempenho do material ao longo do
tempo, de modo a quantificar a sua degradação. Para controlo dos resultados obtidos é também
analisado o ambiente de envelhecimento natural.
Foram também utilizadas técnicas de identificação de parâmetros relacionados com a estética do
material, nomeadamente da cor e do brilho, após o envelhecimento natural dos provetes
expostos à luz solar natural, possibilitando deste modo a sua comparação com ensaios
acelerados de exposição a raios ultravioleta.
Outro objectivo desta dissertação prende-se com o estudo da influência da protecção lateral
aplicada nos provetes, de modo a isolar as partes desprotegidas resultantes do corte, submetendo
o material protegido aos ambientes de envelhecimento acelerado, situação mais próxima das
condições de serviço normalmente verificadas.
Finalmente, é também objecto de estudo desta dissertação a reversibilidade do processo de
degradação. O estudo deste processo consiste na secagem do material, permitindo uma análise
no estado seco, e a comparação com os resultados obtidos no estado húmido, onde decorre a
maioria dos ambientes de envelhecimento.
1.3 Organização da dissertação
A presente dissertação encontra-se organizada em 5 capítulos.
No primeiro capítulo, é efectuado um enquadramento geral, procurando-se introduzir a temática
da durabilidade dos perfis de GFRP no contexto da engenharia civil e o propósito desta
dissertação, apresentando-se os objectivos a alcançar.
No segundo capítulo, são apresentadas as propriedades mais importantes dos materiais FRP,
aprofundando o caso de estudo dos materiais compósitos de GFRP, incluindo a sua constituição,
o seu processo de produção, as suas vantagens e limitações, as suas características mecânicas, as
formas estruturais e o seu campo de aplicação em engenharia civil. Ainda neste capítulo, é
analisada a problemática da durabilidade e a importância do seu estudo, apresentando-se os
efeitos dos principais agentes de degradação nestes materiais.
1 Introdução
4
No terceiro capítulo, é apresentada a campanha experimental realizada, identificando-se os
agentes de degradação e os ensaios mecânicos e físicos a efectuar, bem como a quantidade
necessária de material. Posteriormente, são descritos os ambientes de envelhecimento e também
os procedimentos experimentais seguidos.
No quarto capítulo, descrevem-se os resultados experimentais obtidos na monitorização de
algumas propriedades físicas, mecânicas e estéticas que quantificam a durabilidade do material,
confrontando-os com resultados previamente obtidos no âmbito deste projecto e também com
resultados de outras investigações.
No quinto capítulo, são apresentadas as conclusões gerais da dissertação e são também
propostas matérias para investigações futuras de questões que sejam consideradas relevantes no
âmbito desta dissertação.
1.4 Referências bibliográficas
[1.1] J.R. Correia, F.A. Branco, J.G. Ferreira, “Comportamento mecânico de perfis pultrudidos
de fibra de vidro (GFRP) e das suas ligações”, Construção 2004, Congresso Nacional da
Construção, FEUP, Porto, 2004.
[1.2] J.R. Correia, “Perfis pultrudidos de fibra de vidro (GFRP). Aplicação de vigas mistas
GFRP-Betão na construção”, Dissertação para obtenção de grau de mestre em Construção,
Instituto Superior Técnico, Lisboa, Março 2004, 242p.
[1.3] J.R. Correia, “GFRP Pultruded Profiles in Civil Engineering: hybrid solutions, bonded
connections and fire behaviour”, Dissertação para obtenção de grau de Doutor em Engenharia
Civil, Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2008, 420p.
[1.4] V.M. Karbhari, J.W. Chin, D. Hunston, B. Benmokrane, T. Juska, R. Morgan, J.J. Lesko,
U. Sorathia and Reynaud, “Durability Gap Analysis for Fiber-Reinforced Polymer Composites
in Civil Infraestructure”, ASCE Journal of Composites in Construction, 7, 2003, 238-247.
[1.5] R. Costa, “Durabilidade de perfis pultrudidos de poliéster reforçado com fibras de vidro
(GFRP)”, Dissertação para obtenção de grau de mestre em Engenharia Civil, Instituto Superior
Técnico, Lisboa, Novembro 2009, 108p.
[1.6] A. Carreiro, “Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de
vidro (GFRP)”, Dissertação para obtenção de grau de mestre em Engenharia Civil, Instituto
Superior Técnico, Lisboa, Maio 2010, 122p.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
5
2 Estado da arte
2.1 Introdução
O presente capítulo pretende contextualizar o trabalho efectuado, indicando os resultados mais
relevantes da pesquisa bibliográfica efectuada no âmbito do estudo da durabilidade de materiais
compósitos, enfatizando o caso de estudo dos compósitos de polímero reforçado com fibras de
vidro (GFRP).
O capítulo é iniciado com uma pequena resenha histórica dos materiais compósitos em geral,
aprofundando a crescente importância no uso de materiais poliméricos reforçados com fibras
(FRP) ao longo do tempo, as suas aplicações e o seu significado no sector da engenharia civil.
De seguida, são abordadas, várias propriedades importantes dos materiais reforçados com fibras,
incluindo a sua constituição, os processos de produção, sendo dado enfâse à pultrusão (processo
de fabrico dos perfis utilizados no estudo experimental da dissertação), as suas vantagens e
limitações e o efeito da fase de produção deste tipo de material em termos de durabilidade e
controlo de qualidade.
Posteriormente, é aprofundado o caso de estudo dos materiais compósitos de GFRP, onde se
enfatizam as suas propriedades típicas de produção e formas estruturais recorrendo a informação
de vários fabricantes. Refere-se ainda o domínio das aplicações de GFRP em engenharia civil,
apresentando-se vários exemplos, finalizando com um quadro resumo das vantagens e
limitações destes materiais.
2
2. Estado da arte
6
Por último, é analisada a problemática da durabilidade destes materiais e a importância do seu
estudo, onde os efeitos de factores externos como a temperatura, a humidade e soluções
aquosas, os carregamentos cíclicos, a exposição à radiação ultravioleta, o fogo, os efeitos
térmicos e os fenómenos de fadiga. Estes factores introduzem várias alterações em muitas
propriedades dos materiais, de natureza física, térmica, química ou mesmo estética.
2.2 Materiais poliméricos reforçados com fibras
Um material compósito resulta da combinação de dois ou mais materiais cuja utilização em
separado poderá não apresentar propriedades adequadas ao seu uso como materiais de
construção. No entanto, a sua combinação, mantendo-se de uma superfície de interface
identificável, pode constituir um novo material que combina as melhores propriedades dos
materiais que lhe deram origem.
Desde o início dos tempos que o Homem recorreu à combinação de materiais distintos de modo
a corrigir certos defeitos e melhorar as propriedades dos materiais utilizados nas suas
construções. Historicamente, por volta de 5000 a.C. é datado o primeiro uso de materiais
compósitos na Mesopotâmia. Com efeito, adicionava-se à argila fragmentos de rocha e outros
materiais de origem mineral, em formas e quantidades distintas, para minimizar a contracção
dos produtos durante a secagem e melhorar a sua resistência ao choque. Existem registos entre
4000 e 2000 a.C., de que os tijolos utilizados nas edificações eram reforçados com palha de
modo reduzir a fissuração durante o processo de secagem, como se ilustra na
Figura 2.1 [2.1 ,2.2].
Existem registos à data de 3500 a.C. de uma colina de 57 m de altura constituída por tijolo de
barro cozido ao sol a que se adicionou palha. Os romanos utilizavam crinas de cavalos nas suas
argamassas. A construção em adobe consiste numa técnica que se propagou desde a
Antiguidade, baseando-se nos mesmos princípios [2.3].
Embora a produção e utilização de materiais compósitos remonte à Antiguidade, o fabrico de
polímeros reforçados com fibras (FRP) é bem mais recente. Por volta de 1940 foram utilizadas
pela primeira vez fibras de vidro como reforço de materiais plásticos.
As suas propriedades de resistência e o seu reduzido peso próprio motivaram a escolha destes
materiais na construção de radares.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
7
Figura 2.1- Ruínas localizadas na Mesopotâmia [2.4].
Na década seguinte, iniciaram-se as aplicações na indústria aeronáutica e aeroespacial, onde os
materiais compósitos reforçados com fibras de vidro foram substituindo lentamente alguns
materiais metálicos. Estas indústrias foram a força impulsionadora do desenvolvimento dos
materiais compósitos de elevado desempenho. Como resultado dos esforços iniciados na década
de 1960, surgiram as fibras de boro e de carbono. Na década de 1970 surgem as fibras de
aramida e, dez anos mais tarde, assistiu-se ao desenvolvimento de novos métodos de
processamento de fibras de carbono com excelentes propriedades mecânicas, a preços
inferiores [2.2].
Durante os últimos cinquenta anos, ocorreu um aumento do uso sustentável de materiais FRPs.
O uso de compósitos poliméricos tem crescido a um ritmo elevado desde 1960 e, actualmente,
estes materiais têm um leque muito variado e extenso de aplicações na indústria da aviação,
aeroespacial, naval ou mesmo em barcos, automóveis, infra-estruturas civis, material desportivo
e vários outros produtos.
A Figura 2.2 ilustra o crescimento do uso de materiais compósitos nos Estados Unidos da
América (E.U.A) desde 1960 até 2000 ou seja há 10 anos atrás. Durante este período, o
consumo cresceu cerca de trinta vezes e é expectável que a sua taxa de crescimento se mantenha
elevada nos próximos anos [2.5].
De facto estas previsões confirmaram-se e os maiores incrementos ocorreram no sector da
construção (destaca-se um grande aumento em dez anos neste sector, de cerca de 24%) e
transporte, embora o uso de compósitos também se faça sentir de um modo substancial na
protecção contra a corrosão, como por exemplo a sua aplicação em tubagens ou também na
indústria marítima e electrónica
2. Estado da arte
8
(a) (b)
Figura 2.2 - Gráficos representativos do crescimento anual total, descrevendo a variação de consumo em
cada ano (a) por sector de mercado (b) do consumo de materiais compósitos nos Estados Unidos [2.5].
. A Figura 2.3 indica o uso de matériais compósitos pelos diferentes sectores de mercado nos
Estados Unidos da América em 2008.
Figura 2.3 - Representação do uso de materiais compósitos por diferentes segmentos de mercado nos
Estados Unidos em 2008, adaptado de [2.6].
O crescimento da utilização de compósitos chegou a um nível onde o seu uso começa a rivalizar
com o dos materiais tradicionais, como por exemplo as vigas de aço e alumínio em vários
mercados, particularmente na indústria aeronáutica, naval, e processamento químico. Embora a
substituição do aço por estes compósitos como o material mais utilizado em engenharia seja de
certo modo irrealista, é expectável que o mercado de compósitos se mantenha forte. As vendas
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
9
de materiais compósitos nos Estados Unidos aumentaram fortemente em 2008. Este aumento
deriva da inserção destes materiais de um modo mais aprofundado em mercados estabelecidos
como na construção e indústria aeroespacial, e a sua participação em mercados emergentes. O
objectivo de redução de custos e o aumento de qualidade e desempenho estrutural destes
compósitos, aliado aos desenvolvimentos em nano-compósitos poliméricos são factores
essenciais ao aumento do uso de FRPs.
O uso de compósitos numa grande variedade de aplicações deve-se ao seu bom desempenho
físico, térmico, químico e mecânico. As principais vantagens destes materiais na aplicação em
engenharia civil incluem a baixa densidade, elevada resistência e rigidez específica, boa
resistência a fenómenos de fadiga, resistência a corrosão e baixa expansão térmica. Salienta-se
também a sua versatilidade de propriedades, multiplicidade de técnicas de fabrico, custos de
manutenção reduzidos e facilidade de aplicação. No entanto, nenhum material é perfeito e,
como tal, estes materiais possuem também desvantagens que certamente causaram impacto no
seu crescimento em alguns mercados, como por exemplo a susceptibilidade dos compósitos ao
fogo, que tem sido um factor chave nas limitações do seu uso em muitas infra-estruturas e
aplicações em engenharia [2.5].
2.2.1 FRP na engenharia civil
Entre o período de 1950 até ao início dos anos 70, assistiu-se a uma forte expansão de
infra-estruturas na indústria da construção para o transporte e alojamento de pessoas, serviços e
mercadorias, que está agora a chegar a um ponto crítico com o aumento de registos de
deteriorações e perda de funcionalidade das estruturas. As deficiências notadas no ambiente de
construção em geral, variam desde aquelas que são relacionadas com o uso, degradação
ambiental, envelhecimento dos componentes estruturais. O detalhe e conhecimento insuficiente
na altura de construção, erros de projecto e de construção, uso de materiais com qualidade
insuficiente nas fases iniciais de construção e a inexistência ou existência inadequada de
medidas de manutenção e reabilitação tomadas ao longo da vida útil da estrutura. Os impactes
na sociedade derivados da deterioração são grandes a nível socioeconómico, resultando muitas
vezes na incapacidade de fornecer os serviços a que as estruturas são propostas, resultando por
exemplo em atrasos, acidentes e irregularidades em abastecimentos [2.7].
Materiais convencionais como o aço, o betão e a madeira têm um número de vantagens,
incluindo o custo relativamente baixo de materiais e construção. No entanto, é de notar que
embora adequados e com um historial de boa aplicabilidade, os materiais convencionais
carecem de longevidade em certos casos e são susceptíveis à rápida deterioração noutros,
enfatizando a necessidade de melhorar os padrões de qualidade dos mesmos ou de novas
tecnologias que possam complementar os materiais utilizados tradicionalmente. É também de
2. Estado da arte
10
notar que, várias vezes, existem alternativas de projecto de algum modo constrangidas,
derivadas de limitações actuais dos materiais utilizados, como por exemplo no comprimento
duma ponte de vão livre por constrangimentos de peso. De um modo semelhante, a utilização de
materiais convencionais é normalmente ineficaz em termos de funcionalidade ou mesmo
impossível em casos de melhoramento de estruturas. Em muitos casos, existe uma necessidade
crítica para o uso de novos materiais e novas tecnologias emergentes, com a finalidade de
facilitar a funcionalidade e eficiência estrutural [2.7].
2.2.2 O significado da durabilidade em engenharia civil
Os FRP estão cada vez mais a ser utilizados em infra-estruturas de engenharia civil numa
grande variedade de aplicações como varões de reforço, encamisamento para melhoramento
sísmico de colunas, reforço externo para aumento de resistência de paredes, vigas e lajes,
tabuleiros de pontes (composite bridge decks) e até combinações híbridas de FRP com materiais
convencionais ou mesmo os sistemas estruturais inteiramente compósitos (all-composite). Uma
das problemáticas levantadas nestes materiais, muito derivada do seu desconhecimento relativo
ao engenheiro civil no exercício das suas funções, está relacionada com a durabilidade destes
materiais, especialmente nos casos de capacidade resistente e desempenho sob condições
ambientais adversas e em contínua mudança.
Embora os FRP tenham sido utilizados inúmeras vezes com sucesso em vários sectores
industriais, como na indústria automóvel, marinha e aeroespacial, existem diferenças críticas
entre a natureza e intensidade das cargas aplicadas, ambientes de exposição e mesmo nos tipos
de materiais e processos utilizados nestas aplicações quando comparados com os provavelmente
utilizados para aplicações de engenharia civil. No entanto, a informação actual e os respectivos
dados sobre a durabilidade é de certo modo escassa e encontra-se dispersa, pouco documentada
e com dificuldade de acesso ao engenheiro civil. Esta ausência de informação juntamente com o
nível elevado de padrões de segurança levou ao uso em certos casos de elevados factores de
segurança na área dos reservatórios e tubagens [2.8].
A determinação da durabilidade a longo prazo de materiais FRP com aplicação em engenharia
civil e o desenvolvimento de uma metodologia capaz de lidar com as particularidades destes
materiais quando expostos a ambientes nem sempre bem definidos são críticos para a
generalização do uso e aceitação geral dos FRP na engenharia civil. Existe também uma
imaturidade relativa nas metodologias utilizadas para reabilitação, escolha e forma dos materiais
a utilizar, o que leva à necessidade de desenvolvimento e implementação de um sistema não
destrutivo de avaliação de patologias, eficiente e relativamente simples, que possa ajudar à
identificação de sistemas e monitorização de estruturas durante largos períodos de tempo. [2.7].
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
11
O termo durabilidade é amplamente utilizado, sendo o seu significado e implicações por vezes
ambíguas. Muitas vezes o termo é utilizado erradamente como a degradação do compósito face
às condições ambientais mas, no entanto, acarreta uma definição mais abrangente. Interessa
notar que neste sentido, a durabilidade de um material ou estrutura é definida como „a
capacidade para resistir à fendilhação, oxidação, degradação química, delaminação, uso e/ou
efeitos danificadores de objectos externos durante um período de tempo e condições ambientais
específicos, sob as condições de carregamento apropriadas‟. A utilização eficiente de dados de
durabilidade em projecto pode ser efectuada não apenas pelo uso de coeficientes de segurança,
mas também pelo uso de princípios básicos actuais e pela implementação de tolerância ao dano
onde os níveis de desempenho possam ser garantidos. Neste sentido, a tolerância ao dano é
definida como „a capacidade de um material ou estrutura resistir à rotura e continuar com
condições de serviço, prescritos em níveis de desempenho na presença de falhas, fendilhações
ou outras formas de dano e degradação durante um determinado período de tempo sob certas
condições ambientais‟ [2.7].
2.3 Características gerais de materiais poliméricos reforçados
com fibras (FRP)
O conhecimento da constituição e processos de fabrico é fundamental no reconhecimento da
importância dos FRP como materiais de construção, pois ambos os factores revelam-se
determinantes nas propriedades apresentadas pelo produto final bem como do tipo de aplicações
em que podem ser utilizados.
2.3.1 Constituição dos FRP
Nos FRP, as propriedades físico-químicas dos polímeros (que são utilizadas como matriz), são
conjugados com as elevadas propriedades mecânicas das fibras de reforço. Na sua constituição,
além destes dois elementos, são ainda incorporados aditivos com o objectivo de melhorar e
optimizar as suas propriedades ou características, como por exemplo aceleradores, fillers ou
agentes desmoldantes [2.2].
2.3.1.1 Matriz
Estritamente, a palavra matriz refere-se à fase contínua num material compósito que contenha
uma outra fase dispersa, descontínua como as fibras ou partículas de filler e a matriz poderia ser
em princípio uma resina, cimento, vidro, carbono, metal ou cerâmico. Nesta dissertação a matriz
2. Estado da arte
12
será sempre uma resina polimérica. Salienta-se que a matriz desempenha várias funções e não
serve apenas para servir de ligação da fase de reforço. Aspectos como protecção ambiental e ao
dano à fase de reforço. Confere rigidez, propriedades mecânicas e permite o material ser
moldado [2.9].
Segundo Cabral-Fonseca [2.2], as funções gerais da matriz são:
Assegurar a posição e orientação das fibras, através de uma impregnação eficaz durante
o processo de fabrico.
Distribuir pelas fibras as tensões resultantes das cargas externas aplicadas.
Absorver a energia e reduzir a concentração de tensões, contribuindo para a detenção da
propagação de fissuras.
Proteger as fibras da abrasão e das agressões do meio ambiente.
Os materiais poliméricos dividem-se em dois grupos principais: os polímeros termoplásticos e
os polímeros termoendurecíveis. Os polímeros podem distinguir-se uns dos outros pela forma
como as cadeias de ligação dos polímeros se encontram ligadas quando estes se encontram na
sua forma sólida [2.9].
Polímeros termoplásticos: Quando aquecidos, são materiais que fundem, podendo ser
enformados nesse estado pois assumem essa forma após o arrefecimento. Uma propriedade
destes polímeros consiste na reversibilidade do processo, pois é possível efectuar o seu
reprocessamento sem perda significativa das suas propriedades, o que se torna vantajoso no
âmbito da reciclagem e reprocessabilidade. Estes polímeros não sofrem qualquer transformação
química durante o processamento, e são fáceis de armazenar pois não requerem refrigeração. No
entanto, além de serem mais difíceis de processar que os polímeros termoendurecíveis, devido à
sua elevada viscosidade e aumentando consequentemente os custos de produção, os polímeros
termoplásticos apresentam piores propriedades de impregnação e adesão às fibras. As ligações
macromoleculares são efectuadas através de ligações secundárias (forças de Van der Waals ou
pontes de hidrogénio), mais fracas que as covalentes. Dentro destes polímeros destacam-se o
polipropileno, a poliamida, o polietileno e o polibutileno [2.2, 2.9].
Polímeros termoendurecíveis: São formados através de uma reacção química de polimerização
na presença de calor, onde uma estrutura amorfa com formato em rede tridimensional é
sintetizada. Estas reacções são de cariz irreversível, o que significa que após a cura, os
polímeros termoendurecíveis deixam de poder ser reprocessadas. Os polímeros
termoendurecíveis apresentam baixa viscosidade, o que permite velocidades de processamento
elevadas. Salienta-se também que estes polímeros apresentam boas capacidades de impregnação
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
13
das fibras e excelentes propriedades adesivas. Caracterizam-se ainda por serem materiais mais
rígidos e menos sensíveis à temperatura que os polímeros termoplásticos. [2.2, 2.9].
Segundo Correia [2.9], as propriedades de ambos os tipos de polímeros tornam as resinas
termoendurecíveis mais adequadas para a aplicações estruturais e inclusive, são utilizadas em
quase todos os produtos FRP disponíveis no mercado.
No entanto, regista-se um despontar de novas técnicas de fabrico e campos de aplicação
inovadores para os FRP de matriz termoplástica. Os polímeros termoendurecíveis, com
aplicações mais comuns são o poliéster insaturado, o viniléster, as resinas epoxídicas e as
fenólicas, que podem ser consideradas como materiais isotrópicos e viscoelásticos [2.2].
O poliéster insaturado é o tipo de polímero termoendurecível mais utilizado como matriz em
FRP, quer no âmbito das aplicações em geral, quer na indústria da construção, onde ainda tem
maior importância relativa [2.2]. É um material que apresenta baixa viscosidade, susceptível de
ser misturados com grandes quantidades de fillers e apresenta um equilíbrio entre as suas
propriedades mecânicas, químicas e eléctricas, boa estabilidade dimensional e facilidade de
processamento, a um preço relativamente baixo [2.10].
O viniléster foi desenvolvido de modo a combinar as propriedades melhoradas dos polímeros
epoxídicos, com a facilidade de processamento do poliéster [2.10]. Estes polímeros apresentam
boa resistência ao impacto e à fadiga, têm baixa permeabilidade à água e também as boas
propriedades de isolamento térmico e eléctrico. São compatíveis e apresentam boas
propriedades adesivas em relação às fibras de carbono, de vidro e aramídicas. Como
consequência, o custo de produção destas resina-se encontra-se a um nível intermédio, maior
que o poliéster. No entanto, se for pretendida maior durabilidade para os materiais FRP, estes
polímeros assumem maior relevância [2.2, 2.9].
O Quadro 2.1 apresenta propriedades típicas de quatro polímeros utilizados como matriz de
FRP.
2. Estado da arte
14
Quadro 2.1- Propriedades típicas dos polímeros termoendurecíveis usados como matriz FRP,
adaptado de [2.11, 2.12].
Propriedade Poliéster
insaturado Viniléster Epoxídicas Fenólicas
Resistência à tracção [MPa] 20-70 68-82 60-80 30-50
Módulo de elasticidade [GPa] 2,0-3,0 3,5 2,0-4,0 3,6
Extensão na rotura [%] 1,0-5,0 3,0-4,0 1,0-8,0 1,8-2,5
Massa volúmica [g/cm3] 1,20-1,30 1,12-1,16 1,20-1,30 1,00-1,25
Temperatura de transição vítrea [ºC] 70-120 102-150 100-270 260
2.3.1.2 Reforço sob a forma de fibras
A principal função das fibras é suportar as solicitações mecânicas dos elementos estruturais,
fornecendo resistência e rigidez ao longo da direcção em que se desenvolvem. Quando é
aplicada uma carga exterior, esta é transferida, através da interface fibra-matriz, para as fibras
que embora mais frágeis, a sua rotura em zonas localizadas não se repercute na rotura global da
estrutura.
A fase de reforço revela-se de extrema importância nos materiais compósitos e é possível
efectuar a sua classificação baseada na forma de reforço utilizada, visível na Figura 2.4.
Figura 2.4 - Classificação de compósitos baseados na forma da fase de reforço, adaptado de [2.2].
Estes reforços são geralmente utilizados na forma de feixes, de onde se destacam várias
configurações destes como as mechas de fio contínuo, ou cordões. Em alguns casos o reforço é
especialmente formado utilizando processos têxteis num molde tridimensional. Este caso
específico permite o „esqueleto‟ inteiro de reforço ser produzido antes da introdução da resina,
funcionando de um modo análogo às armaduras no betão armado.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
15
Segundo Cabral-Fonseca [2.2], destacam-se as seguintes configurações possíveis das fibras de
reforço, ilustradas nas Figuras 2.5 e 2.6.
Mechas de fio contínuo, resultantes de uma fiação preliminar, obtidas pela ligação de
feixes paralelos sem torção intencional.
Cordão, ou fio entrelaçado, resultante da união dos feixes com torção.
Tecido, construído pelo cruzamento de fios ou cordões segundo duas direcções, em
geral, perpendiculares.
Manta, formada por troços de fios ou feixes, dispostos sobre um plano segundo
direcções aleatórias e mantidos em conjunto por um aglutinante fraco.
Fibras cortadas, que podem ser consideradas em função do seu comprimento, como
moídas, curtas ou compridas.
Figura 2.5 - Reforços unidireccionais: mechas de fio contínuo e cordões entrelaçados, adaptado de [2.8].
Figura 2.6 - Diferentes tipos de mantas de reforço: reforço disposto aleatoriamente, com uma ou várias
orientações, ou uma mistura dos dois estados, adaptado de [2.2].
A maior parte dos reforços sob a forma de fibras recebem tratamentos superficiais com uma
substância, normalmente feita de óleo, amido ou cera, que actua como lubrificante e protege as
fibras de danos durante o processamento. Salienta-se também que este tratamento incorpora
também um agente aglutinador que promove a ligação com a matriz e para as fibras de vidro,
desempenha funções de protecção contra a degradação [2.9].
Os factos considerados acima permitem a verdadeira criação de materiais feitos „à medida‟ uma
vez que as propriedades e o desempenho podem ser projectados através da escolha dos materiais
constituintes, orientação da fase de reforço e uma composição em diferentes camadas (layer
design) numa estrutura laminada. É possível deste modo a produção de um leque abrangente de
2. Estado da arte
16
materiais, desde isotrópicos e homogéneos até aos anisotrópicos e heterogéneos, como também
todas as combinações intermédias [2.7].
Os principais tipos de reforços utilizados em aplicações comerciais são as fibras de vidro,
carbono e aramida. De um modo análogo às matrizes polímericas analisadas, o Quadro 2.2
apresenta as propriedades típicas destes tipos de fibras.
Quadro 2.2 – Propriedades típicas das fibras mais utilizadas, adaptado [2.12].
Propriedade Vidro Tipo E Carbono Aramida
Resistência à tracção [MPa] 3500 2600-3600 2800-3600
Módulo de elasticidade [GPa] 73 200-400 80-190
Extensão na rotura [%] 4,5 0,6-1,5 2,0-4,0
Massa volúmica [g/cm3] 2,6 1,7-1,9 1,4
Coeficiente de expansão térmica [10-6
/K] 5,0-6,0 axial : -1,3 a -0,1
radial: 18 -3,5
Diâmetro das fibras [µm] 3-13 6-7 12
As fibras de vidro, utilizadas nos perfis pultrudidos GFRP (caso de estudo) são produzidas a
partir de vidro fundido que é feito passar a velocidades elevadas por fieiras com orifícios que
determinam os seus diâmetros. Posteriormente, as fibras são arrefecidas e impregnadas com um
acabamento superficial. Este tipo de fibras é o mais utilizado no reforço de materiais compósitos
de matriz polimérica, pois combinam elevadas resistências com um custo moderadamente
baixo. As suas principais desvantagens estão relacionadas com o seu baixo módulo de
elasticidade, perda de resistência por fadiga e resistência reduzida em ambientes ácidos e
alcalinos. Existem vários tipos de fibras de vidro: A, C, D, R, ECR e R/S, onde todas
apresentam o mesmo módulo de elasticidade, apenas variando nos valores de resistência e na
durabilidade. As fibras do tipo E (electrical), possuem boas propriedades isoladoras e são as
mais utilizadas, apresentando uma composição com baixo teor alcalino [2.2, 2.9]. A Figura 2.7
representa as relações constitutivas de várias fibras largamente utilizadas, incluindo três tipos de
fibras de vidro.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
17
Figura 2.7 - Relação constitutiva de várias fibras de reforço, comparando com o aço, adaptado de [2.13]
Uma vez que os restantes tipos de fibras apresentados não correspondem ao caso de estudo,
apresenta-se de uma forma menos exaustiva a sua caracterização no Quadro 2.3.
Quadro 2.3 - Vantagens e limitações das fibras de carbono e aramida, adaptado de [2.2].
Tipo de
Fibra Vantagens Desvantagens
Carbono
Excelentes características
mecânicas em tracção e
compressão
Boa resistência a temperaturas
elevadas
(excepto em atmosferas oxidantes)
Coeficiente de expansão térmica
baixo e negativo: boa estabilidade
dimensional
Boa condutividade térmica
Sensibilidade ao choque
Fraca resistência à abrasão
Corrosão do tipo galvânico
quando em contacto com
metais
São atacados pelo oxigénio
do ar a temperaturas
superiores a 400ºC
Cor negra
Aramídicas
Baixa densidade
Resistência específica em tracção
muito elevada
Excelente resistência ao choque, a
vibrações e ao desgaste.
Conservação das propriedades
mecânicas na gama de -70ºC a
+180ºC
Bom comportamento ao fogo
Boa resistência química
Fraco comportamento à
compressão
Aderência medíocre à
maioria das matrizes
poliméricas
Absorção de humidade
relativamente elevada
Sensibilidade aos UV
Má resistência química aos
ácidos fortes concentrados
2. Estado da arte
18
2.3.1.3 Agentes de polimerização
Adicionados à resina base, os agentes de polimerização induzem o início da reacção de
polimerização da resina. Numa resina de poliéster ou viniléster, são tipicamente utilizados
peróxidos orgânicos para iniciar a cura da resina, em quantidades na ordem dos 0,25% até
1,50% do peso da resina. As resinas epoxídicas são muitas vezes polimerizadas pela adição de
aminas endurecedoras, que são adicionadas numa razão mássica de 25-50% [2.9].
2.3.1.4 Cargas (fillers)
As cargas, mais conhecidas na indústria da construção como fillers, são o conjunto de produtos
quimicamente inertes, cujo principal objectivo é a redução dos custos de produção de um dado
produto. Por outro lado, os fillers permitem melhorar certas propriedades, que não seriam
atingidas utilizando apenas resina e fibras.
Em geral, salienta-se o aumento da viscosidade da resina, a redução dos efeitos exotérmicos e a
redução da contracção durante a cura, o que contribui para a prevenção do desenvolvimento de
fissuração em zonas de descontinuidades ou com excesso de teor em resina. A adição de fillers à
matriz pode melhorar outras propriedades que incluem a resistência à fadiga, o comportamento
em fluência ou a resistência química. Por outro lado, salienta-se que a incorporação de fillers
diminui geralmente as propriedades mecânicas e a resistência a corrosão dos FRP. Dentro dos
fillers mais utilizados destacam-se o carbonato de cálcio, o caulino e o sulfato de cálcio. O uso
de fillers em componentes não estruturais pode representar até 65% do peso da peça, embora
nas aplicações estruturais, nomeadamente em perfis pultrudidos e varões de FRP, contém
apenas entre 10-30% do seu peso [2.2, 2.9].
2.3.1.5 Aditivos
Existe uma grande variedade de aditivos que podem ser incorporados na matriz de modo a
facilitar o processamento do material, melhorar o desempenho do produto final ou apenas
modificar algumas propriedades. Estas substâncias são adicionadas geralmente em pequenas
quantidades. De acordo com Busel e Lockwood [2.10], os aditivos têm normalmente as
seguintes funções:
Redução de produção de fumo e melhoramento da resistência ao fogo (aditivos
retardadores de chama).
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
19
Inibição da oxidação de polímeros (antioxidantes).
Redução da retracção.
Redução do teor de vazios.
Aumento da condutividade eléctrica (partículas de carbono ou de metal) e interferência
electromagnética (materiais condutores).
Aumento da dureza (borracha ou outros materiais elastoméricos).
Redução da tendência à atracção de cargas eléctricas (agentes anti-estáticos).
Redução da massa volúmica e retracção (aditivos precursores de espumas), que também
aumentam o isolamento térmico e eléctrico.
Prevenção de perda de cor e brilho devido a radiação UV (estabilizadores UV).
Obtenção de cor (pigmentos).
Facilitar a desmoldagem (agentes descofrantes).
Salienta-se que, além de aditivos serem incorporados em quantidades muito reduzidas em
relação aos restantes componentes, tipicamente menores do que 1% do peso da resina, podem
introduzir alterações significantes nas propriedades físicas e mecânicas do produto final.
2.3.1.6 Interface fibra-matriz
Os materiais reforçados constituídos por combinações de fibras e matrizes criam entre si uma
importante área de contacto. Embora ambos retenham a sua identidade físico-química, o
conjunto destes constituintes confere uma combinação de propriedades difíceis de alcançar
separadamente [2.2].
Para este efeito, é necessário assegurar uma boa interacção entre ambos, cuja importância no
desempenho dos FRP é crucial. As propriedades mecânicas da interface fibra-matriz dependem
essencialmente da adesão e compatibilidade mecânica entre as fibras e a matriz e também do
ângulo entre as fibras e a direcção de aplicação do carregamento [2.8].
De acordo com Keller [2.12], de modo a garantir uma boa interacção mecânica entre as fibras e
a matriz, as suas propriedades mecânicas devem ser adaptadas entre si. Por exemplo, de modo a
reduzir a microfissuração da matriz antes de se atingir a capacidade de deformação última das
fibras, a extensão de rotura na matriz deve ser superior à das fibras. Em simultâneo, a matriz
necessita de garantir rigidez suficiente para impedir a encurvadura local das fibras.
2. Estado da arte
20
Salienta-se ainda que a resistência e rigidez da interface fibra-matriz são altamente dependentes
desse ângulo e têm os valores máximos quando as fibras estão alinhadas com a direcção do
carregamento [2.12].
No desenvolvimento de FRP, foi imediatamente reconhecida a importância da elevada área
superficial das fibras em contacto com a matriz polimérica e o seu efeito no desempenho destes
materiais. Têm-se vindo a registar esforços no sentido de melhorar a adesão das superfícies das
fibras às resinas através de tratamentos específicos [2.2].
2.3.2 Processos de produção de materiais compósitos reforçados com fibras
No âmbito da durabilidade de materiais compósitos FRP, os métodos de produção e
processamento são factores importantes na selecção de materiais e configuração de projectos,
uma vez que a integração com sucesso das fibras de reforço os materiais que compõem a matriz
utilizada na formação do compósito é dependente do método. A escolha do método de produção
de compósitos é, em geral, mais crítica para os compósitos do que para a maioria de materiais
convencionais. Cada processo é limitado pelas formas e microestruturas que podem ser
produzidas, como também pelas combinações de materiais que podem ser utilizados. Os
processos de produção típicos para materiais compósitos consistem numa série de passos ou
etapas, ilustradas na Figura 2.8. Dentro de cada etapa, existem várias escolhas possíveis,
incluindo em alguns casos o salto de uma etapa. Obviamente que a economia do processo e a
sua fiabilidade estão ligadas ao número de etapas necessárias ao processo desde as matérias
primas até ao seu estado final.
Figura 2.8 - Processo de transformação dos materiais, adaptado de [2.7].
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
21
A correcta integração efectuada entre as fibras de reforço e os materiais da matriz para criar um
compósito é extremamente dependente da escolha do método de produção. Existem vários tipos
de métodos de processamento e cada processo possui atributos específicos. No geral, o esquema
de produção de uma estrutura compósita pode ser delineada utilizando oito etapas genéricas
descritas abaixo:
i. Projecto – forma geométrica e tensões expectáveis.
ii. Escolha dos materiais.
iii. Esquema (orientação e configuração) do reforço.
iv. Montagem do reforço e do sistema de resina.
v. Exposição a temperatura e pressão apropriada de modo a concretizar o processo
de cura da resina.
vi. Processos de acabamento.
vii. Controlo de qualidade e inspecção através de métodos não destrutivos.
Um cenário ideal será aquele que apresente elevada produtividade, minimizando os custos de
conversão das matérias primas e os acabamentos, maximizando a flexibilidade geométrica e
capacidade de customização das propriedades, suportado por um bom sistema de controlo da
qualidade montado na linha de montagem, que não cause mudanças significativas ao processo
de produção [2.14].
Os processos de produção podem ser divididos, de uma forma genérica, em métodos directos e
métodos indirectos. Os métodos directos utilizam o reforço e a resina directamente, sem
qualquer pré-processamento. Pelo contrário, os métodos indirectos requerem que as fases de
reforço e matriz sejam pré-processadas em formas adequadas para o seu processamento. A
preparação de prepregs (material pré-impregnado sem carga), cofragens de moldagem para
injecção e suportes para moldagem de folhas são exemplos de formas de material
pré-processado utilizado nos métodos indirectos. Existem alguns processos como a pultrusão e
enrolamento filamentar que pertencem às duas categorias pois podem utilizar o reforço na forma
de mechas de fio contínuas, cordões e tecido (modo directo). O Quadro 2.4 apresenta os
processos mais comuns no fabrico de FRP consoante a sua classificação. Embora a qualidade
dos métodos indirectos seja tipicamente superior, os custos associados podem ser
substancialmente maiores, resultando num controlo dimensional ou outros factores por vezes
efectuados de um modo exagerado, do que é normalmente requerido para reabilitação
estrutural [2.15-2.17].
2. Estado da arte
22
Quadro 2.4 - Classificação de processos, adaptado de [2.7].
Métodos directos Métodos indirectos
Moldagem por contacto Moldagem por compressão
Projecção simultânea Pultrusão
Pultrusão Autoclave
Enrolamento filamentar Enrolamento filamentar
Moldagem por injecção Moldagem por transferência
A pultrusão, modo de produção utilizado no fabrico do material em estudo na presente
dissertação, é um método desenvolvido, que melhorou em muito a eficiência na construção
deste tipo de materiais. Este método consegue aumentar a produtividade em relação aos
restantes, permitindo obter materiais de elevada resistência, minimizando os custos e garantido
um alto padrão de qualidade e poucos desperdícios.
Nos anos 1950, W. Brant Goldsworthy desenvolveu um processo baseado numa linha de fabrico
onde os compósitos passavam através de um molde aquecido, criando assim perfis contínuos de
material. Neste método as dimensões dos perfis são apenas condicionadas pela capacidade de
transporte dos mesmos.
O termo pultrusão surge da combinação das palavras “pull” e extrusão. Extrusão, muito
sucintamente, consiste na passagem forçada de material através de fieiras de geometria
específica, de modo a se obterem os formatos pretendidos. Este processo é muito utilizado na
produção de perfis e chapas de aço. Neste caso, o material é puxado através de fieiras de pré-
forma conferindo o formato desejado à secção do perfil [2.18].
Em materiais compósitos, o processo de pultrusão inicia-se em rolos de suporte que contêm as
mechas de filamentos contínuos e paralelos, cuja função consiste em proporcionar o reforço
longitudinal da peça. No caso de estudo, o reforço utilizado é a fibra de vidro mas, no entanto, o
processo é independente do tipo de fibras, sendo possível utilizar outros tipos de reforços, como
o carbono ou a aramida. Outras fieiras contêm mantas com fibras dispersas em várias direcções,
cuja finalidade consiste em oferecer resistência a solicitações de corte, e confere resistência e
rigidez na direcção transversal. Finalmente existem outras mantas de reforço superficial,
contendo um elevado teor em resina, providenciando assim maior resistência aos agentes de
degradação. O sistema de manuseamento das fibras permite pré-posicionar os rolos de materiais
na posição pretendida, como ilustra a Figura 2.9.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
23
Figura 2.9 - Sistema de manuseamento de fibras da empresa Fiberline [2.11].
As fibras são guiadas através de um banho de resina, impregnadas num molde, ou então a
aplicação de resina e cargas (fillers) é efectuada por injecção quando as fibras passam através do
molde metálico. No primeiro processo, o excesso de resina acumulado é retirado na passagem
pela pré-forma.
O processo de cura da matriz líquida ocorre no interior do molde aquecido. Este processo
origina retracção no material, forçando a sua separação das paredes do molde. Posteriormente,
dá-se a passagem pelo sistema de corte, em que o material já possui estabilidade dimensional. O
material, após curado, é puxado através de um sistema de tracção até ao conjunto de serras
móveis que corta os perfis, obtendo-se assim o produto final [2.19]. A Figura 2.10 indica a
disposição típica de uma linha de fabrico de compósitos por pultrusão.
Figura 2.10 - Princípio de funcionamento do processo de pultrusão [2.11].
A pultrusão apresenta um leque variado de vantagens sobre outros tipos de processamento de
materiais compósitos. A grande automatização do processo diminui muitos erros de operação
associados à interface manual. Torna-se possível garantir, dependendo do grau de calibração do
sistema, a mesma qualidade e consistência verificada entre os primeiros 10 metros de perfil
produzido e os perfis produzidos após 100 metros de pultrusão. Normalmente, 80 a 90% do
custo registado consiste no custo unitário dos materiais em si. O custo amortizado da
maquinaria e o custo de operação e manutenção das máquinas revela-se apenas como uma
2. Estado da arte
24
pequena fracção do custo inicial. Os perfis obtidos por pultrusão são na sua maioria mais
resistentes do que os perfis elaborados manualmente ou com outro tipo de processamento
[2.19]. O teor volumétrico de fibras é muito elevado, pois todo o excesso de resina acumulada é
confinada na sua entrada para o molde antes de ser recolhida. Uma desvantagem deste processo
consiste na limitação a secções de geometria constante dos perfis. Este processo tem sido
extensamente utilizado no fabrico de perfis estruturais, treliças de suporte em edifícios
temporários e corrimões [2.16].
2.3.3 A durabilidade e o controlo de qualidade na fase de produção
A garantia e controlo da qualidade são factores importantes no processamento de compósitos,
ambos relacionados com o desempenho, a integridade geral e a durabilidade dos componentes
resultantes. No âmbito global das estruturas de engenharia, estes factos ganham relevância pois
as componentes serão provavelmente expostas a condições de exposição ambiental agressivas e
em constante mutação durante extensos períodos de tempo (mais de 75 anos em alguns casos)
sem o mesmo nível de inspecção e manutenção utilizados na indústria aeroespacial. Salienta-se
também que, em variadas situações, os FRP serão produzidos „in situ‟ resultando numa redução
da qualidade durante a produção. Atingir um padrão de produtos fiáveis assenta no uso de
procedimentos de boa qualidade, elevado treino da mão-de-obra, níveis apropriados de
monitorização dos processos e controlo do ambiente de fabrico. No mínimo, o controlo de
qualidade é necessário nos seguintes pontos:
Recepção de material bruto.
Armazenamento dos constituintes.
Mistura dos componentes da resina.
Processamento.
Pós-processamento, após a colocação no terreno.
Durante e depois da aplicação.
Factores que possam ser monitorizados incluem o tipo de fibras e tecidos, o número de camadas
de tecido, detalhes da orientação das fibras, constituintes das resinas e propriedades finais
determinadas através de características mecânicas e físicas. Vários testes podem ser conduzidos
durante o processamento e na fase final dos componentes. Defeitos atribuídos na recepção dos
materiais, ou relacionados com o processamento, podem ter um efeito substancial na
durabilidade e fiabilidade dos FRP e respectivas componentes fabricadas [2.20].
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
25
2.4 Caracterização geral de polímeros reforçados com fibras
de vidro (GFRP)
2.4.1 Propriedades típicas dos perfis pultrudidos de GFRP
As propriedades dos perfis pultrudidos de GFRP dependem das características dos materiais que
os constituem, ou seja, do tipo de fibras, matriz polimérica e restantes constituintes. A
orientação das fibras de reforço e a interacção fibra-matriz também influenciam as suas
propriedades, tal como acontece na maioria dos materiais poliméricos reforçados com
fibras [2.9].
As inúmeras possibilidades de combinação desses elementos tornam a definição típica do
material mais difícil. Deste modo, é apenas possível referir as características normalmente
verificadas no fabrico destes perfis, fornecidos por algumas produtoras. Comparam-se nos
Quadros 2.5 e 2.6 algumas propriedades mecânicas de diferentes produtoras de perfis
pultrudidos de GFRP, na direcção paralela e normal às fibras, respectivamente. Os materiais
produzidos apresentam comportamento anisotrópico, pois são obtidos pelo processo de
pultrusão já referido, obtendo-se como produto final perfis com as fibras orientadas numa
direcção preferencial, sendo as propriedades mecânicas altamente dependentes desta orientação,
neste caso a direcção axial de pultrusão, ao longo do alinhamento das mechas de fio contínuas.
Segundo Correia [2.1], as propriedades mecânicas dos perfis pultrudidos de GFRP podem variar
significativamente entre fornecedores. Deste modo, o European Committee for Standardization
(CEN) publicou em 2002 uma norma europeia designada de EN 13706 [2.21], que define
especificações para os perfis pultrudidos. Esta norma define duas categorias de perfis,
especificando as propriedades mínimas que um perfil deve apresentar para pertencer a cada
categoria. Além desta divisão, a norma também determina os tipos de ensaios mecânicos, físicos
e térmicos normalizados que se devem utilizar para caracterizar estas propriedades dos perfis.
Através da análise dos Quadros 2.5 e 2.6, observa-se ainda que a resistência ao corte e o módulo
de distorção não dependem da orientação das fibras e têm o mesmo valor para qualquer
configuração, sendo apenas apresentados no primeiro quadro. Correia [2.9] define propriedades
típicas destes perfis de um modo mais geral apresentando um quadro onde abrange as variações
de produção demonstradas acima.
2. Estado da arte
26
Quadro 2.5 - Propriedades mecânicas na direcção axial de perfis pultrudidos GFRP disponíveis comercialmente,
adaptado de [2.11, 2.22, 2.23].
Propriedade Produtora
Fiberline Strongwell Creative P. Inc.
Resistência à tracção [MPa] 240 207 228-258
Resistência à compressão [MPa] 240 207 228-258
Resistência à flexão [MPa] 240 207 228-258
Resistência ao corte [MPa] 25 31 38-41
Módulo de elasticidade [GPa] 23-28 17-19 19-22
Módulo de distorção [GPa] 3,0 2,9 2,9
Coeficiente de Poisson 0,23 0,33 0,35
Quadro 2.6 - Propriedades mecânicas na direcção normal de perfis pultrudidos GFRP disponíveis comercialmente,
adaptado de [2.11, 2.22, 2.23].
Propriedade Produtora
Fiberline Strongwell Creative P. Inc
Resistência à tracção [MPa] 50 48 52-55
Resistência à compressão [MPa] 70 69 76-88
Resistência à flexão [MPa] 100 110 113-137
Módulo de elasticidade [GPa] 8,5 5,5 5,5-6,9
Coeficiente de Poisson 0,09 0,14 0,15
Para efeitos de dimensionamento, todos os valores das resistências deverão ser afectados do
coeficiente de segurança γm de acordo com a norma EN 13706 [2.21] para os estados limites
últimos. Este coeficiente é obtido através da multiplicação de quatro coeficientes parciais (γm1 a
γm4) que têm em consideração o método de produção, grau de pós-cura, estabilidade
dimensional em função da temperatura e a temperatura de operação. O dimensionamento de
estruturas de perfis pultrudidos apresenta várias semelhanças com perfis metálicos (inclusive na
forma estrutural, discutida no próximo ponto). Deste modo, na maioria das vezes, as
condicionantes serão o controlo de deformabilidade em situações de serviço e os fenómenos de
instabilidade. Para o primeiro caso, a EN 13706 [2.21] especifica vários tipos de combinações
possíveis, desde as combinações A1 para o controlo geral de deformações e as combinações A2
para os níveis máximos de deformação. Em quaisquer destas combinações não é necessária a
consideração de factores de segurança para as propriedades mecânicas dos perfis.
De modo, a comparar as propriedades mecânicas apresentadas com as dos materiais tradicionais
apresenta-se na Figura 2.11 as relações constitutivas de dois tipos de perfis GFRP, produzidos
pela empresa ALTO (fornecedora dos perfis utilizados nesta dissertação). A notação Pul 1
indica um perfil pultrudido com reforço unidireccional de fibra de vidro enquanto Pul 2 refere-
se a um perfil pultrudidos com reforço unidireccional e manta de fibra de vidro.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
27
Simultaneamente, a mesma figura apresenta também a mesma relação, mas para uma produtora
internacional, a Fiberline. Os materiais tradicionais utilizados na comparação consistem no aço,
alumínio e também a madeira e o PVC.
Figura 2.11 - Relação constitutiva de perfis pultrudidos GFRP de dois fabricantes e comparação com
outros materiais, adaptado de [2.9, 2.24].
Da análise da Figura 2.11, os perfis pultrudidos de GFRP destacam-se dos restantes materiais
pois apresentam na maioria das vezes tensão última superior à do aço. Comportam-se como
materiais com comportamento elástico linear até a rotura, não apresentando um patamar de
ductilidade visível no aço, PVC e alumínio. Salienta-se também que o módulo de elasticidade é
reduzido (cerca de 15-20% do aço). Este factor é associado a um aumento da deformabilidade
das estruturas. Como também mencionado, o dimensionamento de estruturas de perfis de GFRP
é geralmente condicionado por estados limites de serviço. Por outro lado, um baixo módulo de
elasticidade é também responsável pelo aumento de susceptibilidade a fenómenos de
encurvadura em estados limites últimos [2.8].
Em relação às propriedades físicas e térmicas, os perfis em causa apresentam um peso
específico muito inferior ao do aço, bem visível pela baixa massa volúmica apresentada (cerca
de 4 a 5 vezes inferior à do aço). Em termos de coeficiente de dilatação térmica são materiais
semelhantes aos tradicionais; no entanto, a condutibilidade térmica é muito reduzida nestes
perfis. A Figura 2.12 indica a comparação destas propriedades dos perfis de uma produtora
internacional com os mesmos materiais tradicionais.
2. Estado da arte
28
Figura 2.12 - Massa volúmica, coeficientes de dilatação e condutividade térmica de GFRP,
adaptado de [2.9].
2.4.2 Características estruturais de perfis pultrudidos de GFRP
De acordo com Keller [2.12], existem duas razões principais para a constatação de uma
regularidade histórica no uso de novos materiais de construção e a evolução das suas formas
estruturais. A primeira está relacionada com a ausência de conhecimento das formas mais
adaptáveis a um material recentemente introduzido, existindo assim uma razão científica e
técnica para uma fase de substituição. Por outro lado, a reprodução de formas estruturais de
materiais já amplamente conhecidos e divulgados garante um maior reconhecimento do novo
material. No caso específico dos FRP, o material encontra-se na fase de substituição, o que
significa que é necessário ainda bastante desenvolvimento de formas adaptadas, para este
material.
Deste modo, as formas estruturais dos perfis pultrudidos têm sido reproduzidas da construção
metálica, através de perfis de secção aberta ou fechada, ilustradas na Figura 2.13, consistindo
nos perfis de primeira geração. Desta forma, encontram-se vários manuais de produtores,
indicando de um modo análogo ao dos perfis metálicos, indicações e tabelas de cálculo
necessárias ao dimensionamento de estruturas deste tipo.
Figura 2.13 - Perfis de primeira geração da empresa Strongwell [2.25].
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
29
Como referido, os perfis são obtidos através do processo de pultrusão. Desta forma, os
laminados mais típicos que formam estes perfis combinam conjuntos de feixes de fibras
longitudinais que conferem propriedades mecânicas na direcção axial, com mantas de fibras
orientadas em várias direcções cuja função é conferir resistência fora do plano, na direcção
transversal e a solicitações de corte. Como camada superficial de protecção é usual o recurso a
mantas de fibras cortadas, que contêm fibras curtas dispostas aleatoriamente, visíveis na Figura
2.14. Esta camada contém um teor de resina elevado, desempenhando papéis de protecção
contra a degradação ambiental ou abrasão e também criando uma camada lisa. Salienta-se ainda
que estes laminados são caracterizados mecanicamente na secção anterior pela notação Pul 2
(Figura 2.11).
Figura 2.14 - Disposição normal de camadas num material pultrudido, adaptado de [2.23, 2.24].
Segundo Correia [2.9], os perfis de primeira geração utilizados na maioria das aplicações
estruturais apresentam várias desvantagens relacionadas com a sensibilidade ao impacto e com a
estabilidade em geral, quando submetidos a solicitações de compressão que provocam
fenómenos de encurvadura. São necessárias novas formas adaptadas a este material de modo a
melhorar o seu desempenho. No entanto, várias produtoras já começaram a apresentar novos
sistemas estruturais consistindo em sistemas multicelulares fechados de perfis pultrudidos,
ligados entre si por encaixe ou colagem, formando elementos de placa. Na Figura 2.15, são
visíveis estes novos sistemas estruturais evidenciando os vários tipos de encaixe e também
sistemas multicelulares contínuos. Estes sistemas tornam possíveis as estruturas GRFP
abrangerem um leque muito variado de aplicações na construção.
Figura 2.15 - Novos sistemas estruturais de perfis pultrudidos FRP, adaptado [2.25, 2.26].
2. Estado da arte
30
2.4.3 Aplicações de perfis de GFRP em engenharia civil
Após uma pequena consideração introdutória das aplicações gerais de materiais FRP no âmbito
da engenharia civil, destaca-se agora o caso específico dos perfis pultrudidos GFRP.
Os perfis pultrudidos de GFRP tiveram o seu início de aplicação em engenharia civil em
aplicações essencialmente não estruturais, onde factores como o baixo peso específico, ou a
resistência a ambientes mais agressivos se tornaram essenciais na sua escolha. Desta forma,
encontram-se várias aplicações na indústria sanitária, estações de tratamento de água e esgotos,
portos, indústria ferroviária e indústria termoeléctrica [2.9].
Vários produtos produzidos através de perfis pultrudidos de GFRP tiveram aplicações nestas
indústrias, como por exemplo, corrimões expostos a ambientes marítimos (Figura 2.16), escadas
de apoio (Figura 2.17), gradis de pavimento e guarda corpos (Figura 2.18) utilizadas em
plataformas offshore e indústrias químicas [2.25].
Figura 2.16 - Corrimão de um sistema de defensas na Flórida e de uma plataforma flutuante no Canadá,
adaptado de [2.25, 2.26].
Figura 2.17 - Escadas utilizadas numa plataforma offshore do estado México e de uma estação de
processamento químico em Chicago, adaptado de [2.25, 2.26].
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
31
Figura 2.18 - Gradis de pavimentos da expansão ferroviária da Ponte 25 de Abril e de uma estação de
processamento químico em Wisconsin, adaptado de [2.26].
Destaca-se também, de um modo já mais elaborado, o uso destes perfis em projectos de
pequenas dimensões, onde do mesmo modo, as suas propriedades de resistência a agressões
ambientais, o baixo peso específico e manutenção mínimas são imperativos na sua escolha. O
dimensionamento de passadiços inteiramente neste material (Figura 2.19), placas de cobertura
de estações de tratamento de resíduos (Figura 2.19) e a reabilitação de uma parte de um
aqueduto de aço corroído (Figura 2.20) são alguns exemplos destes projectos [2.27].
Figura 2.19 - Passadiço de 400 m localizado em Espanha a 500 m de profundidade, placas de cobertura de
estações de tratamento de água, adaptado de [2.27].
Figura 2.20 - Aqueduto de 36 m construído em perfis GFRP sobre um caminho ferroviário no Reino
Unido, e pormenor da ligação com a estrutura em aço, adaptado de [2.25].
2. Estado da arte
32
Finalmente, destacam-se projectos inovadores que utilizam aplicações mais relevantes no
sentido da importância do uso deste material, em estruturas mais complexas. Encontram-se já
efectuadas várias pontes pedonais e rodoviárias onde a estrutura é toda elaborada com perfis
GRFP.
Entre as mais conhecidas, destaca-se a Ponte Aberfeldy (Figura 2.21) pois consiste na primeira
ponte construída apenas com materiais compósitos, em 1990 no Reino Unido. Esta ponte, que
faz a ligação entre dois campos de golfe, foi projectada para uso pedestre e de pequenos
veículos associados ao desporto e tem o comprimento de 113 metros [2.25]. Além desta,
salientam-se duas pontes que apresentam as vantagens significativas do baixo peso específico
destes perfis. A ponte rodoviária Bonds Mill (Figura 2.21), que combina no seu tabuleiro painéis
ACCS com perfis de GFRP foi a primeira ponte rodoviária feita com materiais compósitos. O
factor peso faz-se notar na particularidade de ser uma ponte elevatória, o que permite poupanças
consideráveis no sistema elevatório. A ponte pedonal Pontresina na Suíça (Figura 2.22) é
constituída por duas vigas simplesmente apoiadas utilizando apenas perfis pultrudidos de
GFRP. A ponte foi projectada para ser removida no final do Inverno antes de haver riscos de
inundações devido à fusão da neve, sendo reinstalada assim que o risco passar.
Figura 2.21 - Ponte pedestre Aberfeldy e ponte rodoviária Bonds Mill, adaptado de [2.25].
Figura 2.22 - Ponte pedestre Pontresina [2.9].
Referem-se ainda projectos de grandes coberturas e pequenos edifícios inteiramente construídos
nestes materiais. Novamente, factores como o baixo peso específico e a reduzida manutenção
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
33
tornam estes produtos competitivos. Salienta-se uma cobertura suspensa de uma estação de
metro em Copenhaga (Figura 2.23), construída inteiramente em perfis pultrudidos de GFRP,
com 60 metros de comprimento e 7,5 metros de largura. A cobertura foi pré-fabricada numa
placa única que liga solidamente os banzos superiores dos perfis pultrudidos GFRP.
Outro projecto que salienta as vantagens deste tipo de material são as estações de medição de
compatibilidade electromagnética (Figura 2.24). Estas estruturas utilizam perfis de GFRP no seu
projecto e aproveitam a transparência electromagnética dos mesmos de modo a eliminar
interferências eléctricas. Por estas razões, o recurso a materiais não metálicos torna-se
imperativo, uma vez que poderiam afectar os resultados dos ensaios.
Para finalizar, apresenta-se também um edifício de 5 andares, originalmente apresentado numa
exposição na Suíça, feito com materiais FRP. O edifício Eyecatcher tem a estrutura em perfis
pultrudidos GFRP, três pórticos trapezoidais em que dois deles constituem as fachadas laterais
do edifício. No final da feira, o edifício foi desmantelado e encontra-se agora como um edifício
de escritório em Basileia (Figura 2.25).
Figura 2.23 - Cobertura suspensa de Lindevang e estrutura utilizada, adaptado de [2.26, 2.27].
Figura 2.24 - Estações de compatibilidade electromagnética, adaptado de [2.27].
2. Estado da arte
34
Figura 2.25 – Edificio Eyecatcher, adaptado de [2.27].
2.4.4 Vantagens e limitações
De modo a finalizar a caracterização dos perfis pultrudidos de GFRP, apresenta-se no Quadro
2.7 um resumo das suas vantagens e limitações, apresentadas ao longo deste subcapítulo.
Quadro 2.7 – Vantagens e limitações de perfis pultrudidos GFRP, adaptado de [2.1, 2.9].
Vantagens Limitações
Baixo peso específico
Elevada relação entre a resistência
mecânica e o peso próprio
Possibilidade de produção de
qualquer forma estrutural
Elevada resistência à fadiga
Elevada resistência à corrosão
Transparência electromagnética
Facilidade no transporte para o
estaleiro e instalação em obra
Baixos custos de manutenção
Reduzido módulo de elasticidade
Comportamento frágil
Necessidade de desenvolvimento de novas
formas estruturais para materiais
inteiramente compósitos e soluções
híbridas
Necessidade de desenvolvimento de novas
tecnologias de processamento ao nível das
ligações
Ausência de regulamentação específica
Custos iniciais ainda pouco competitivos
na maioria das aplicações
2.5 Durabilidade de polímeros reforçados com fibras de vidro
(GFRP)
Na generalidade, os materiais FRP e respectivos componentes utilizados em aplicações de
engenharia civil estão sujeitos a uma variedade de ambientes de exposição que podem agir
individualmente ou interagir de uma forma sinergética. Naturalmente, esta interacção é
importante pois os materiais estão sujeitos, de um modo geral, a vários factores de degradação.
Salienta-se que a resistência individual de um material aos efeitos a que está exposto não
implica necessariamente a deterioração do mesmo quando considerada a combinação simultânea
dos mesmos factores [2.28].
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
35
Após vários anos de serviço, as propriedades dos materiais não se mantêm iguais, mesmo na
ausência de danos mecânicos visíveis. Usualmente, mudanças nas propriedades de um material
com o tempo são vistas como uma medida da extensão da deterioração. No entanto, nem todas
as propriedades se alteram à mesma velocidade e a escolha das propriedades mais significativas
necessita de consideração cuidada [2.28]. Deve ser relembrado que os sistemas de materiais
FRP utilizados em aplicações de engenharia civil possuem diferenças críticas em termos de
carregamento, ambientes de exposição e até tipos de materiais e processos de produção
utilizados, quando comparados com as mesmas combinações normalmente visíveis na indústria
aeroespacial [2.7].
Existem várias causas potenciais de degradação. A identificação das causas mais condicionantes
torna-se num processo difícil de generalizar, devido à ausência de dados detalhados sobre estes
assuntos. Estes factos levam, como mencionado, a situações típicas de sobredimensionamento,
dificultando a aceitação geral destes materiais como soluções a adoptar [2.1]. No entanto,
verifica-se actualmente um aumento de vários estudos e investigações sobre o assunto. Desta
forma, Karbhari [2.5] definiu os factores que são frequentemente considerados como sendo mais
críticos em termos de degradação a longo prazo de materiais FRP:
Soluções aquosas e humidade.
Ambientes alcalinos.
Efeitos térmicos.
Radiação ultravioleta.
Fogo e temperaturas elevadas.
Fadiga.
Fluência.
Efeitos sinergéticos1
(combinação de vários factores em simultâneo de modo a
amplificar a degradação).
Descrevem-se de seguida os factores ambientais considerados, enfatizando de um modo mais
detalhado as soluções aquosas, a humidade e a radiação ultravioleta, pois são os aspectos mais
pertinentes para o estudo experimental desenvolvido na presente dissertação.
1 Embora não sendo um factor em si, este ponto encontra-se na lista devido à sua importância na
degradação dos materiais. Note-se que apenas os restantes pontos serão aprofundados.
2. Estado da arte
36
2.5.1 Soluções aquosas e humidade
A exposição a humidades ou soluções aquosas incluem efeitos de exposição directa à chuva, à
humidade atmosférica ou a difusão através de outros substratos, como também a imersão destes
materiais em soluções aquosas referindo-se como exemplos pilares de pontes ou estruturas
utilizadas em portos marítimos [2.7].
A humidade difunde-se em todos os polímeros orgânicos resultando em mudanças nas suas
características mecânicas, termofísicas e químicas. O efeito primário da absorção situa-se na
matriz polimérica em si onde, através de fenómenos de hidrólise, plasticização, saponificação,
entre outros mecanismos, ocorrem mudanças reversíveis e irreversíveis na estrutura polimérica.
Em muitos casos, a humidade propaga-se também por capilaridade para a região de interface
fibra-matriz onde causa efeitos nocivos ao nível das ligações entre as fibras e a matriz,
resultando muitas vezes em perda da sua integridade. Tem sido mostrado que a humidade e a
presença de produtos químicos também podem ser responsáveis pela degradação ao nível das
fibras. No caso das fibras de vidro, o processo começa com a extracção de iões das fibras
através da humidade, alterando a sua estrutura. É no entanto possível proteger as fibras de
degradação rápida de modo significativo, através da escolha de resinas apropriadas, condições
de processamento, revestimentos protectores ou “gel coats” [2.7].
Antoon e Koening [2.29] constataram que os tipos de condições ambientais a que o material é
sujeito e o respectivo tempo de exposição afectam as propriedades mecânicas devido à absorção
de fluidos. Estas alterações podem ser classificadas em reversíveis, irreversíveis ou uma
combinação das duas. No processo reversível, as propriedades mecânicas podem ser
recuperáveis por secagem do material, tendo o processo como base a plastificação e o aumento
de volume (incorporação de moléculas de água) da matriz polimérica. Por outro lado, o processo
irreversível envolve roturas nas fibras ou na matriz, rotura ao nível da interface entre as fibras e
a matriz ou mesmo delaminação provocada por variações dimensionais ou pela geração de
tensão internas. As propriedades mecânicas ficam assim permanentemente alteradas.
A maioria dos efeitos de degradação relacionados com a humidade e as soluções aquosas
actuam ao nível da perda de resistência mecânica, com mudanças diminutas nos módulos de
elasticidade na maioria dos casos, geralmente na ordem dos 10% durante um período de 10-15
anos em materiais FRP. No entanto, salienta-se que, quando as fibras ou a interface fibra-matriz
se encontram suficientemente degradadas, estas mudanças podem ser significativas [2.8].
Embora muitos trabalhos de investigação estejam concentrados no estudo dos efeitos da
humidade nas propriedades dos compósitos, os mecanismos de degradação ainda não são
completamente conhecidos. Tendo em conta que a maioria das aplicações de engenharia civil
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
37
vão estar em contacto com humidade e várias soluções aquosas, ou devido a especificações de
projecto, acidentes, ou devido a causas naturais e localização, é essencial que os seus efeitos a
curto e longo prazo estejam bem compreendidos e documentados [2.7].
2.5.1.1 Efeitos na matriz
Devido à importância das funções (já apresentadas) das matrizes poliméricas, é de crucial
importância determinar os efeitos da água nas propriedades da matriz, uma vez que a absorção
de moléculas de água pela matriz pode causar uma degradação lenta mas significativa nas
propriedades do compósito.
Segundo Apicella et al. [2.30], certos problemas ao nível das ligações entre as moléculas da
matriz e a presença de várias ligações éster reduzem a temperatura de estabilidade e aumentam a
susceptibilidade da degradação relacionada com a humidade. As resinas de viniléster são
quimicamente estáveis em soluções aquosas e menos susceptíveis à hidrólise do que as resinas
de poliéster insaturado devido à protecção dos grupos éster por grupos de metilo. Deste modo,
constata-se que as resinas de viniléster absorvem menos humidade que as de poliéster em água a
22 ºC e têm uma temperatura de transição vítrea superior [2.31].
É geralmente aceite que a humidade absorvida pode actuar por plasticização, hidrólise ou agente
pós-cura, aumentando ou diminuindo a integridade mecânica da matriz dependendo da
temperatura de exposição [2.30].
Inicialmente, a penetração de água em polímeros termoendurecíveis provoca plasticização. A
plasticização resulta num aumento da mobilidade molecular devido à intromissão de moléculas
de água nas cadeias de éster, aumentando por sua vez a distância intermolecular, diminuindo as
forças intermoleculares de coesão. Este processo reversível resulta também numa diminuição da
temperatura de transição vítrea [2.32].
No caso da exposição durante largos períodos de tempo em água, o envelhecimento químico
ocorre simultaneamente através de hidrólise, verificando-se ataques químicos aos grupos éster
da resina [2.30]. A hidrólise de grupos de éster resulta na formação de grupos hidroxilos e
carboxilos, capazes de autocatalisar a degradação da matriz [2.31]. A hidrólise afecta de um
modo irreversível a estrutura química da resina e causa diminuição na sua temperatura de
transição vítrea [2.32].
No entanto, o envelhecimento químico da matriz também pode ocorrer na forma de pós-cura
aumentando a temperatura de transição vítrea [2.30]. O efeito de pós-cura afecta directamente o
nível de reticulações na resina, uma vez que favorece as reacções de polimerização. Este
2. Estado da arte
38
aumento melhora as propriedades mecânicas do compósito [2.34]. De acordo com Ghorbel e
Valentin [2.32], a resina, na presença de fibras, aumenta o envelhecimento higrotérmico
(plasticização e hidrólise) da matriz, acelerando a diminuição da temperatura de transição vítrea.
No entanto, o envelhecimento químico de compósitos de viniléster através de hidrólise é
contrabalançado, no limite, pelos efeitos de pós-cura. Appicella et al. [2.30] sugerem também
este efeito competitivo durante a plasticização da matriz como resultado de absorção de água e
um aumento de rigidez.
2.5.1.2 Efeitos nas fibras
As matrizes poliméricas são sensíveis à humidade. No entanto, não deve ser ignorado que as
fibras podem igualmente sofrer fenómenos de degradação devido ao mesmo factor. Existem
duas teorias principais para a explicar a corrosão das fibras de vidro pela água. A primeira
postula que a absorção de humidade provoca diminuição na energia de superfície das fibras de
vidro, reduzindo a força coesiva do material. A segunda considera que a perda de resistência das
fibras de vidro, expostas a um ambiente húmido, está relacionada com o lento crescimento de
fissuras até atingirem um tamanho crítico que leva à sua rotura [2.35].
De acordo com Metcalfe e Schmitz [2.35], os mecanismos de corrosão das fibras são iniciados
pela troca de iões Na+ e K
+ (iões metálicos alcalinos) do vidro, com iões H
- pertencentes ao
fluido agressor. Estes autores propõem também que o processo de corrosão consiste em duas
etapas. O primeiro, período de incubação, que compreende aproximadamente 95% da vida da
fibra, é controlado pela interacção de água com os catiões nas fissura, aumentando o pH até
atingir níveis críticos; o segundo consiste num período de corrosão rápida, onde as falhas se
propagam até atingirem um tamanho crítico sob os efeitos de corrosão e carregamento, levando
à rotura da fibra. Vauthier et al. [2.36] afirmam que as fibras em GFRP os efeitos de
envelhecimento são mais condicionantes ao compararem com fibras não envelhecidas com uma
redução inicial das suas resistências.
Segundo Bascom [2.37], a rotura da fibra começa-se a desenrolar com o início da formação de
falhas superficiais ou fissuras no vidro que se vão propagar sob determinada tensão. O estado do
crescimento da fissura que provoca a rotura global da fibra depende das suas dimensões e da
maneira como a solicitação é aplicada. A redução da resistência das fibras de reforço devido à
humidade está relacionada com a redução na energia de superfície devido à absorção de
humidade à medida que a fissura se propaga. Duas outras maneiras em que a humidade pode
favorecer a rotura incluem a corrosão superficial da fibra pela água e também a abertura de
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
39
falhas, através de pressão capilar, exercida pela condensação de água na extremidade da fissura.
A Figura 2.26 ilustra a degradação numa fibra de vidro, a nível microscópico.
Figura 2.26 - Degradação de uma fibra de vidro aproximada 15 000x, visualizada com um microscópio
electrónico, adaptado de [2.38].
2.5.1.3 Efeitos nas interface fibra-matriz
O efeito da humidade na degradação interface fibra-matriz divide-se em duas vertentes. Na
primeira verifica-se a redução química da força das ligações entre as fibras e a matriz, pela
reacção da água com agentes aglomerantes ou de acoplamento e também por capilaridade ao
longo das interfaces. O outro efeito consiste no aumento de volume da matriz que geralmente
acompanha a absorção de humidade. Neste caso, as tensões residuais que se desenvolveram
durante a cura da resina (nos fenómenos de retracção) e no arrefecimento do compósito após
cura, tipicamente paralelas às fibras, produzem um efeito de compressão na interface. No
entanto, o referido aumento de volume da matriz reduz as tensões residuais, relaxando o efeito
compressivo na interface, reduzindo a resistência interfacial ao corte [2.39]. Salienta-se também
que os rápidos processos de cura e arrefecimento durante a pultrusão da resina, resultam na
microfissuração do compósito, acelerando os fenómenos de degradação [2.40].
De acordo com Ishai [2.41, 2.42], a região de interface entre as fibras e a matriz desempenha um
papel fundamental na durabilidade de compósitos inseridos em meios aquosos. O ataque do
fluido de inserção na região de interface pode provocar vários destacamentos entre as fibras e a
matriz. O recurso à utilização de agentes de ligação (substâncias químicas capazes de reagir
com as fibras e também com a matriz de um material compósito, que promovem ou formam
2. Estado da arte
40
uma ligação mais resistente na sua interface [2.43]), tende a atrasar o processo de corrosão na
interface minimizando as perdas mecânicas.
Antoon e Koening [2.29] sugerem ainda que o desgaste da matriz em si por absorção de fluido
revela-se apenas como um processo secundário quando comparado com a degradação das fibras
e da região de interface. Em termos de comparação entre vários tipos de temperaturas de
exposição, Dewimille e Bunsell [2.43] observaram na sua pesquisa degradações significativas
de GFRP constituídos por resinas epoxídicas para temperaturas a partir de 70 ºC. Os resultados
obtidos indicaram a plasticização da matriz combinada com o destacamento verificado em
regiões da interface, o que levou à posterior delaminação do material.
2.5.1.4 Efeitos gerais em sistemas FRP
A humidade pode penetrar num sistema polimérico por difusão ou capilaridade. O mecanismo
geralmente aceite para a penetração de humidade em polímeros é um processo activo de
absorção-difusão. As moléculas de água são dissolvidas na superfície do polímero e
simultaneamente, enquanto se difundem pela estrutura, começam a formar uma solução com o
polímero [2.44].
De acordo com Chin et al. [2.45], o comportamento da difusão da humidade em polímeros
amorfos, como as resinas termoendurecíveis utilizadas em aplicações de engenharia civil
classificam-se do seguinte modo:
Caso I ou Fickiano: a taxa de difusão de humidade é muito menor do que a mobilidade
dos segmentos poliméricos.
Caso II: a taxa de difusão de humidade é muito maior do que a mobilidade dos
segmentos poliméricos e fortemente dependente da cinética da dilatação verificada.
Caso não-Fickiano: a taxa de difusão é comparável com a mobilidade dos segmentos
poliméricos.
Usualmente, a difusão dos líquidos e gases é modelada utilizando o Caso I, neste caso
expresso pela relação de Fick,
(2.4)
onde F é a taxa de transferência por unidade de área perpendicular à difusão, c é a concentração
da substância difusora, x o espaço de coordenadas medido paralelamente à difusão e D é o
coeficiente de difusão [2.46]. Na realidade, a maioria dos processos de difusão em materiais
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
41
poliméricos seguem um comportamento não-Fickiano. No entanto, os estados iniciais de
difusão podem ser aproximados aos casos Fickianos, pois o processo de difusão é mais célere.
[2.47]. Tipicamente, o coeficiente de difusão é função da temperatura e pode ser modelado
utilizando uma abordagem de Arrhenius clássica,
(2.5)
onde T é a temperatura (em Kelvin), R é a constante universal dos gases, D0 e Ea (energia de
activação) são propriedades dos materiais independentes da temperatura.
Destaca-se também a distinção entre a absorção e adsorção, que correspondem a fenómenos
completamente distintos. A absorção é a retenção de humidade capilar através de poros
existentes, vazios, ou outros defeitos na estrutura polimérica. Deste modo, o efeito não produz a
plasticização da matriz e gera pouco calor ou dilatação. Por outro lado, a adsorção é um
processo pelo qual uma solução é formada, através de interacções físicas entre as moléculas
polares de água e grupos polares do polímero. Por exemplo, a capacidade de ligações de
hidrogénio dos viniléster (grupos OH) com a água, pode ter efeitos significativos no seu
conteúdo de saturação de humidade [2.45]. O processo de adsorção gera calor, variações
dimensionais consideráveis e promove a plasticização. Este fenómeno pode ocorrer na estrutura
polimérica ou nas superfícies das fibras de vidro, promovendo o seu destacamento [2.48].
As propriedades mecânicas dos compósitos são geralmente menos sensíveis ao envelhecimento
higrotérmico quando comparadas com as resinas em si, devido à presença e forte influência das
fibras. No entanto, o destacamento das fibras através de processos de hidrólise da matriz pode
levar à sua delaminação [2.37]. Adicionalmente, as propriedades em tracção, por exemplo,
podem ser influenciadas pela plasticização da matriz devido à absorção de água, como também
por um aumento de rigidez provocado pela perda de substâncias de baixo peso molecular da
matriz [2.44].
De acordo com Liao et al. [2.49], cuja pesquisa incidiu sobre provetes de viniléster reforçados
com fibras de vidro inseridos em água desmineralizada a diferentes temperaturas (25 e 75 ºC) e
também em soluções salinas com concentrações de 5% e 10% de cloreto de sódio, ocorre
degradação das propriedades do material compósito quando sujeito ao envelhecimento em água
e água salgada. No entanto, a concentração de sal não parece afectar as propriedades mecânicas
dos perfis de um modo relevante. O nível evidente de desgaste das fibras e a contribuição da
região de interface entre as fibras e a matriz para a degradação ambiental. A Figura 2.27
apresenta microfissuração nas resinas, registada numa investigação dos efeitos da exposição em
soluções aquosas de compósitos GFRP de matriz de viniléster e poliéster. Denota-se a maior
2. Estado da arte
42
fissuração na matriz de poliéster, pela grande fractura localizada na parte inferior da Figura
[2.50].
Figura 2.27 - Aspecto de compósitos GFRP de viniléster e poliéster (respectivamente) após 10 meses de
exposição em solução salina com resolução x1000, adaptado de [2.50].
Como consequência da degradação relacionada com a humidade, das fibras, matriz e interface
são observadas frequentemente reduções na resistência à tracção longitudinal e transversal, na
resistência à compressão, na resistência ao corte e na resistência à flexão [2.39, 2.40, 2.49, 2.51,
2.52].
2.5.1.5 Notas finais
Embora a resina de viniléster e as fibras de vidro-E sejam susceptíveis à deterioração como
resultado de exposição hidrotérmica, a selecção cuidadosa dos materiais, o controlo de
qualidade durante o processamento, e o uso de revestimentos superficiais das fibras apropriados
pode resultar em materiais FRP e componentes com melhor desempenho que os materiais
tradicionais em termos de durabilidade sob estas condições de exposição. De acordo com
Karbhari et al. [2.8], devem ser seguidas as seguintes recomendações:
Uma vez que as resinas poliméricas desempenham um papel fundamental na protecção
das fibras e no atraso do processo de difusão, deve ser dada preferência ao uso de
resinas epoxídicas e vinilésteres apropriados.
De modo a diminuir a possibilidade de movimento de humidade e químicos em solução
dentro da estrutura compósita em direcção às fibras, é crítico que exista uma espessura
apropriada de resina em compósitos FRP sujeitos a estes ambientes.
Reconhecendo o efeito dos compósitos não estarem totalmente curados no aumento da
susceptibilidade à humidade, é recomendado que a resina seja curada totalmente antes
do uso in situ.
Salienta-se que os testes realizados em pequenos períodos de tempo, seguidos de
resultados extrapolados podem levar a resultados erróneos.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
43
Devido ao efeito da humidade na temperatura de transição vítrea, os compósitos devem
ser curados de modo a que o valor de Tg atingido seja superior à temperatura de serviço
máxima, recomendando-se um mínimo de 30 ºC superior.
Tendo em conta os efeitos da degradação e tolerância ao dano e à presente falta de
informação, os níveis de tensão nos compósitos devem ser limitados sob factores de
carregamento uniforme a menos de 25 % da resistência garantida pelo fornecedor de
GFRP.
2.5.2 Ambientes alcalinos
Os compósitos FRP podem estar em contacto com soluções alcalinas através da interacção com
uma variedade de fontes, incluindo químicos alcalinos, solos (ou difusão de substâncias pelo
solo) e betão, sendo este último a maior preocupação actual devido aos potenciais efeito de
degradação devido a soluções aquosas formadas nos poros do betão em utilizações na área do
reforço. Acrescenta-se ainda que o pH desta solução está perto de 13,5 [2.7, 2.49].
Os FRP possuem várias aplicações de contacto, como é o caso de encamisamento de pilares
(Figura 2.9), ou soluções mistas de betão e FRP. Existem inclusivamente cada vez mais estudos
na tentativa de incorporação de materiais FRP e GFRP como reforço de betão, alguns deles
realizados no Instituto Superior Técnico [2.53].
Existem várias pesquisas sobre a degradação de fibras de vidro em contacto com ou imersas em
soluções alcalinas, especialmente soluções derivadas do betão e verifica-se que as fibras de
vidro expostas a este ambiente sofrem degradações severas devido a combinações de
mecanismos que incluem a formação de pequenas cavidades por oxidação (pitting), a
hidroxilação e a hidrólise, afectando os óxidos de silício das fibras [2.1, 2.7].
Segundo Benmokrane et al. [2.54], a exposição em ambientes alcalinos de perfis de GFRP
potencia a sua degradação em termos de resistência e rigidez. De facto, investigações anteriores
determinaram que esta exposição pode reduzir a resistência à tracção em 64% durante o período
de testes [2.55]. Esta problemática necessita assim de mais investigações de modo a aprofundar
a compreensão sobre o efeito dos ambientes alcalinos, onde se verifica a maioria das pesquisas
em GFRP com matriz de viniléster [2.8].
Vijay e GangaRao [2.55] observaram resistências superiores em ambientes alcalinos ao
utilizarem GFRP de vidro-E com matriz de poliuretano modificado e viniléster (UMVE). Os
seus resultados indicaram que os GFRP UMVE resistem mais em ambientes alcalinos que
apenas utilizando uma matriz de viniléster. Já Cho e Mounts [2.56] realizaram uma experiência
2. Estado da arte
44
comparativa entre GFRP com matriz de poliuretano e GFRP com matriz UMVE. Ambos os
tipos sofreram problemas de degradação em ambientes alcalinos. No entanto, as amostras de
poliuretano sofreram degradação mecânica (em tracção) mais severa sob carregamento, com
reduções na ordem dos 57,5% enquanto as de UMVE diminuíram 27,3%.
Nesse estudo, a redução de resistência à tracção em provetes analisados na ausência de
carregamento durante 6 meses apresentou valores entre 6-9%. Os coeficientes de difusão
registados (assumindo um comportamento Fickiano) revelaram-se maiores em ambos os casos
que em matrizes de viniléster na ordem dos 8-11 x 10-9
cm2/s. Salienta-se ainda que os valores
registados de absorção de solução alcalina foram maiores nos GFRP de poliuretano (0,52%), do
que nos de UMVE foram (0,11%). Este diferencial é apontado como a principal razão dos
efeitos distintos na degradação entre ambos os compósitos [2.56].
Registaram-se também microfissuras devido ao aumento da porosidade, contribuindo para a
plasticização da matriz e consequente deterioração da sua interface com as fibras. As reduções
verificadas neste ambiente são também consideravelmente maiores que a imersão em água,
devido à sua maior degradação superficial [2.56].
2.5.3 Efeitos térmicos
Os efeitos térmicos incluem mudanças do material em reposta a variações de temperatura, ciclos
térmicos, temperaturas acima da temperatura de cura do compósito e ciclos gelo-degelo. É
reconhecido que nem todas as exposições térmicas são nefastas, pois em vários casos fomentam
o já referido efeito de pós-cura. No entanto, a exposição a temperaturas acima da temperatura de
processamento podem resultar na degradação severa da estrutura da matriz polimérica e da
interface fibra-matriz [2.8].
Os polímeros e agentes aglomerantes amolecem a determinadas temperaturas, provocando um
aumento na resposta visco-elástica do material e consequente redução do desempenho
mecânico, verificando-se em alguns casos um aumento da susceptibilidade à absorção de
humidade [2.7].
Com o aumento do uso de compósitos FRP em aplicações de engenharia civil, a consideração
da exposição a baixas temperaturas e ciclos gelo-degelo revela-se igualmente importante. De
acordo com Bates e Bilello [2.57], a definição de „regiões frias‟ significa:
Temperatura do ar abaixo de 0 ºC e de -18 ºC com 50% de probabilidade anual.
Mantas de gelo em rios navegáveis.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
45
Média anual de profundidade de neve elevada.
Isolinhas baseadas na permanência, profundidade e continuidade do solo gelado.
Desta definição, uma grande parte do continente Norte Americano, por exemplo, pode ser
considerada como uma „região fria‟, mostrando a relevância deste assunto [2.57].
Adicionalmente, é de notar que os materiais poliméricos absorvem humidade em quantidades
variáveis (secção 2.5.1), onde os efeitos de baixas temperaturas em material com água
incorporada são importantes.
Normalmente, os polímeros possuem coeficientes de expansão térmica semelhantes às fibras de
vidro. Uma redução de temperatura, que no caso de materiais isotrópicos causaria retracção do
material, resulta na formação de tensões residuais na interface fibra-matriz uma vez que a
contracção da estrutura polimérica é constrangida pelas fibras de vidro, que são mais rígidas. No
caso das fibras de carbono, este efeito é mais relevante, uma vez que a fibra é em si anisotrópica
apresentando diferentes coeficientes de expansão térmica consoante a direcção considerada
(Quadro 2.2), o que resulta no destacamento das fibras da zona matricial circundante. A
exposição a baixas temperaturas resulta também num aumento da fragilização do polímero,
causando um aumento da rigidez efectiva, mas também uma diminuição da tolerância ao
dano [2.58].
De acordo com Dutta [2.59], registam-se perdas de resistência unidireccional de tracção, após
exposição a baixas temperaturas na ordem de -10 ºC a -40 ºC. No entanto, a resistência fora do
plano aumenta em alguns casos devido ao endurecimento da matriz. O aumento dos ciclos a
baixa temperatura acentua também as tensões residuais.
A exposição a ciclos gelo-degelo, além do dano progressivo no material FRP devido à expansão
e contracção da água incorporada, pode também afectar severamente as ligações entre os
laminados. Salienta-se ainda que o efeito das baixas temperaturas e ciclos gelo-degelo é mais
severo em compósitos expostos directamente às condições ambientais do que quando
protegidos, como por exemplo barras de FRP para reforço de betão [2.60].
Geralmente, as temperaturas abaixo de zero podem resultar no endurecimento e microfissuração
da matriz, e na degradação das ligações na interface fibra-matriz. Os ciclos gelo-degelo podem
resultar na degradação acelerada de sistemas FRP devido às dilatações e à ocorrência de vazios,
devido à expansão (gelo) e secagem de água absorvida. Nota-se que a presença e expansão de
depósitos de sal nos vazios promovem ainda mais este efeito [2.8].
2. Estado da arte
46
2.5.4 Radiação ultravioleta
As aplicações de FRPs nos tempos actuais têm-se tornado cada vez mais importantes em
ambientes exteriores. A matriz polimérica de um compósito FRP, como de qualquer outro
sistema polimérico, encontra-se sujeita a degradação causada por radiação ultravioleta (UV)
solar. Esta radiação é considerada um dos elementos mais críticos de envelhecimento ambiental
pois inicia reacções fotoquímicas que levam à degradação de material de modo irreversível,
embora muitos dos seus efeitos em compósitos FRP não sejam totalmente conhecidos. Assim,
tendo em conta a função da matriz polimérica, os danos nesta componente crítica podem ter
efeitos nas propriedades mecânicas gerais do compósito e limitar a sua vida útil [2.7].
2.5.4.1 Efeitos de radiação ultravioleta em polímeros
Os polímeros comerciais estão sujeitos a foto-degradação iniciada pela componente UV da
radiação solar. A matriz polimérica de um compósito FRP está propensa aos mesmos danos
fotoquímicos que ocorrem em estruturas poliméricas não reforçadas e em camadas superficiais
poliméricas. Deste modo, para compreender os efeitos da radiação UV em materiais GFRP é
necessário um conhecimento geral do seu efeito em materiais poliméricos [2.7].
O alcance espectral de radiação solar que chega à Terra varia entre aproximadamente 295 nm
perto da região UV até mais de 2500 nm perto da região infra-vermelha. A radiação UV está
situada entre os 200 e 400 nm, sendo dividida em três grupos: UVC (200-280 nm), UVB (280-
315 nm) e UVA (315-400 nm) representados na Figura 2.28 [2.61].
Figura 2.28 - Espectro Ultravioleta, adaptado de [2.62].
Muitos materiais poliméricos possuem energia de dissociação de ligações correspondentes aos
comprimentos de onda entre 295-400 nm e são fortemente afectados por este espectro de
exposição solar. Quanto menor for o comprimento de onda da radiação incidente, maiores são as
energias de radiação dos fotões e maior será o potencial de degradação. No entanto, apenas as
radiações absorvidas pelo material lhe causam danos, independentemente da sua intensidade. A
radiação absorvida por um polímero depende das características do material, bem como das
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
47
propriedades da fonte emissora. Por exemplo, nas resinas de poliéster, constata-se que os
comprimentos de onda de 330 nm são os que produzem maiores efeitos degradantes [2.63].
Da radiação absorvida, apenas uma percentagem é efectiva na iniciação das reacções de
degradação. Quando a radiação UV é absorvida por uma material polimérico na presença de
oxigénio, é iniciada uma série de reacções fotoquímicas complexas, levando a mudanças
químicas no material. Os primeiros efeitos de um polímero sujeito a radiação UV encontram-se
ao nível molecular [2.63].
Segundo Chin et al. [2.64], a exposição acelerada a radiação UV durante 1200 horas em resinas
de viniléster e poliéster registou mudanças na topografia da superfície. Ambas as resinas
apresentaram um nível substancial de fissurações e algumas „crateras‟. No entanto, não foram
observadas quaisquer mudanças na temperatura de transição vítrea. Foi registado um aumento
da concentração de oxigénio na superfície da resina, o que é indicativo da formação de novos
grupos funcionais contendo oxigénio.
As mudanças químicas e morfológicas induzidas por uma exposição UV são precursoras de
mudanças nas propriedades físicas, mecânica e ópticas dos polímeros, variando desde o brilho e
a cor (mudanças estéticas), até à degradação mecânica. Os primeiros sinais de danos a um nível
macroscópico são usualmente a perda de cor e brilho, os riscos e o amarelecimento. Após
períodos mais prolongados de exposição, podem ocorrer danos mais severos sob a forma de
fissuração superficial [2.65].
Signor et al. [2.66] notaram um aumento da fragilação nas superfícies de exposição à radiação
UV em resinas de viniléster, o que diminuiu as suas resistências ao impacto e tracção a
capacidade de deformação.
2.5.4.2 Efeitos de radiação ultravioleta em polímeros reforçados com fibras
Como em qualquer sistema polimérico, a durabilidade, o desempenho e a degradação de
compósitos FRP são influenciados pelas condições ambientais e climáticas a que estão expostos.
A degradação ultravioleta induzida em compósitos FRP segue tipicamente a seguinte
sequência [2.7]:
Perda de brilho superficial;
Descoloração superficial;
Riscos;
Descamação da superfície de resina;
Formação de pequenas cavidades por oxidação (pitting);
Microfissuração;
2. Estado da arte
48
Formação de bolhas;
Perda severa de resina da superfície exterior
Fibras visíveis e desligadas da superfície;
Delaminação da superfície.
De acordo com Bogner e Borja [2.67], as propriedades físicas de perfis pultrudidos de viniléster
e poliéster após 10 000 horas de exposição UV acelerada em laboratório foram alteradas. A
resistência e rigidez de flexão sofreram diminuições entre 0 e 4% nas amostras de teste.
Correia [2.1], ao realizar ensaios sobre a durabilidade em perfis de GFRP, registou uma perda
de 5% na resistência à flexão após 7 meses de exposição à radiação UV. Constatou também que
a extensão na rotura apresentou variações pouco significativas.
As publicações sobre os efeitos da radiação UV nas propriedades mecânicas de compósitos FRP
reportam muitos resultados cruzados e contraditórios, além de conclusões diversificadas sobre o
efeito nestes materiais. Geralmente, observam-se diminuições de espessura de provetes e efeitos
maiores nas propriedades transversais (dominadas pela resina) do que nas axiais [2.8].
Em termos de mitigação destes efeitos em sistemas FRP, a inibição ou atraso da fotodegradação
polimérica pode ser alcançada com a introdução de estabilizadores na matriz e também com a
aplicação de revestimentos. Os estabilizadores podem controlar a quantidade de radiação
incidente ou inibir as reacções químicas iniciadas pela absorção de radiação. Os revestimentos
são normalmente poliméricos, podendo ser ou não da mesma resina do sistema (gel
coatings) [2.63].
2.5.5 Fogo e temperaturas elevadas
Uma importante consideração no uso de compósitos poliméricos é a ameaça de fogo, quer seja
fogo posto, ataques terroristas, acidentes ou eventos naturais. O fogo pode aquecer a superfície
de uma estrutura compósita até mais de 100 ºC em poucos segundos e até mais de 400 ºC em
alguns minutos. Nos compósitos expostos a altas temperaturas (tipicamente acima de 100 ºC) a
matriz polimérica amolece, podendo causar fenómenos de distorção, encurvadura ou rotura em
estruturas compósitas. Os FRP utilizados em engenharia civil apresentam perigos acrescidos a
este respeito, pois são altamente inflamáveis e libertam grandes quantidades de calor, gases e
fumos tóxicos quando ardem [2.5].
A combustão de compósitos pelo fogo é um processo complexo, controlado por muitos factores,
entre os quais se destacam como mais importantes a fonte de combustível, o teor em oxigénio, a
temperatura da chama e a composição química da matriz polimérica. Tipicamente, o tipo de
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
49
fogo mais comum nestes materiais é o chamado „fogo turbulento‟, que consiste em três zonas
conhecidas como a região sólida, a região intermitente e a pluma térmica. A região sólida é a
zona onde a maior parte das reacções de combustão que alimentam o incêndio ocorrem. Na
região intermitente, ocorre uma pequena percentagem de reacções de combustão, e a
temperatura diminui continuamente até à ponta da chama. Finalmente, a pluma térmica consiste
em gases de combustão, fuligem, fumos quentes e gases tóxicos [2.5].
Os eventos envolvidos na decomposição de um material compósito numa situação de incêndio
são complexos e sumarizados na Figura 2.29. Quando o material é exposto a um fluxo de calor
suficientemente grande, a matriz polimérica e as fibras orgânicas decompõem-se termicamente.
Os polímeros degradam-se através de uma série de reacções químicas donde resultam sólidos
carbonizados e gases voláteis, num ciclo de combustão. Este ciclo apenas acaba quando a fonte
de combustível termina, o que normalmente está associado à decomposição total da matriz ou à
redução do oxigénio circundante. Os mecanismos principais de decomposição geram grandes
quantidades de gases voláteis retendo apenas pequenas quantidades da massa do compósito
(cerca de 10-20%). Estas reacções de decomposição são exotérmicas, o que pode resultar num
aumento da temperatura da chama [2.5].
Figura 2.29 - Mecanismos envolvidos na decomposição térmica de compósitos poliméricos,
adaptado de [2.5].
A resistência à chama e o risco em relação ao fogo de materiais compósitos são determinados
pelas suas propriedades de reacção ao fogo. Estas propriedades de reacção incluem o tempo até
2. Estado da arte
50
à ignição, o índice de limitação de oxigénio e a taxa de libertação de calor [2.5]. O tempo até a
ignição consiste numa propriedade importante pois define a rapidez com que ocorre a
combustão em chama de um material, exposto a uma fonte de calor. As resinas orgânicas como
o poliéster e o viniléster podem sofrer ignição em pouco tempo [2.68]. O índice de limitação de
oxigénio é utilizado para quantificar a resistência à chama do material. É definido como a
percentagem mínima de oxigénio necessária para suster a chama em combustão [2.69]. A taxa
de libertação de calor é a propriedade de reacção ao fogo mais importante pois o calor libertado
pelo material após sofrer ignição pode contribuir mais ou menos para o desenvolvimento e
propagação do incêndio [2.70].
Outro dos problemas relacionados com o fogo em materiais FRP consiste na grande geração de
fumo, que pode ser extremamente denso e reduzir a visibilidade, causar desorientação e
dificultar o processo de combate às chamas. Além do mais, a produção de fumos tóxicos pode
causar vários problemas de saúde, desde irritações na pele e nos olhos ou até problemas
respiratórios graves [2.5].
As propriedades mecânicas de materiais compósitos podem ser fortemente afectadas quando
aquecidas a temperaturas moderadamente elevadas, inferiores à temperatura de pirólise da
matriz (usualmente entre os 80-120 ºC). A resistência e rigidez são severamente degradadas
quando aquecidas até perto da temperatura de transição vítrea. Esta temperatura depende da
composição química e grau de cura do compósito [2.5]. A Figura 2.32 representa a relação
típica entre uma propriedade mecânica de um laminado e a temperatura (considerada constante
no material). Nessa figura, Pu representa o valor da propriedade à temperatura ambiente, Pr o
valor da propriedade a temperatura elevada, Tcr representa a temperatura até à qual o material
retém a maioria das suas propriedades, Tg,mech indica uma redução de 50% na propriedade e Tg a
temperatura de transição vítrea [2.8].
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
51
Figura 2.30 - Variação típica de uma propriedade mecânica com a temperatura, adaptado de [2.9].
Os compósitos de espessura maior são capazes de suportar solicitações externas durante um
período de tempo considerável, antes da superfície aquecida iniciar a sua decomposição térmica
e queimar. Após a extinção do fogo num material compósito ser extinto e o arrefecimento à
temperatura ambiente, é possível que o material recupere alguma rigidez e resistência. Em
várias investigações notaram-se grandes perdas de resistência em vários tipos de compósitos,
sendo os de resina epoxídica os que apresentaram piores resultados e os de resina fenólica os
melhores [2.5].
De modo a melhorar o desempenho ao fogo de materiais FRP, podem ser tomadas várias
medidas cuja classificação corrente as divide em dois tipos: medidas passivas de protecção ao
fogo e medidas activas de protecção ao fogo. As medidas passivas não requerem intervenção
humana ou resposta automática e são focadas na prevenção da ignição do fogo, na limitação do
seu crescimento e na minimização do impacto de materiais expostos ao fogo, reduzindo a
libertação de calor, gases emitidos ou fumos tóxicos. Tipicamente, estas medidas são alcançadas
através do isolamento de elementos estruturais ou da criação de compartimentos anti-fogo. Estes
tipos de medidas incluem retardadores de chama, protecções superficiais específicas e camadas
espessas de material protector. As medidas activas requerem resposta humana ou automática
que reagem às condições causadas pelo fogo e são focadas na sua extinção, dissipando o calor e
fumo existentes. Os exemplos mais comuns destas medidas incluem os sistemas internos de
arrefecimento com água e os sistemas de sprinklers [2.9].
2. Estado da arte
52
2.5.6 Fadiga
A fadiga é geralmente definida como o fenómeno físico que causa danos ou a rotura de um
material ou componente estrutural após a aplicação de solicitações cíclicas, mesmo que o nível
da solicitação não seja suficientemente elevado para produzir efeitos no primeiro ciclo [2.7].
A solicitação de fadiga pode ser mecânica, térmica ou química. Para solicitações mecânicas, a
rotura por fadiga ocorre tipicamente em nós com ligações ou descontinuidades geométricas,
iniciando-se por microfendilhação da matriz e degradação das ligações na interface fibra-
matriz [2.1].
Será necessário um esforço de investigação futuro significativo de modo a aprofundar a
compreensão dos fenómenos e mecanismos associados à rotura por fadiga [2.8].
2.5.6.1 Efeitos nas fibras
O desempenho à fadiga de um material FRP é bastante afectado pelo tipo de fibras e pela sua
arquitectura (orientação e disposição). As propriedades mecânicas das fibras desempenham,
entre os restantes constituintes do compósito, o papel mais importante em relação à degradação
por fadiga. Em geral, fibras com módulo de elasticidade mais elevado possuem maior
resistência à fadiga [2.71].
As fibras de vidro-E sofrem uma redução dos níveis de resistência e rigidez de um modo
gradual, na ordem de 8-12% por década de vida, embora mais recentemente Keller et al. [2.72]
tenham registado valores na gama 3-5%.
A maior parte dos dados publicados indicam que o mecanismo de degradação por fadiga em
materiais compósitos é dominado pelas fibras, para o que factores como a orientação das fibras
parecem afectar desempenho. Varias investigações apontam para a importância das fibras
unidireccionais quer em solicitações com de poucos ciclos (< 10 000 ciclos) a tensões elevadas
(> 50% da tensão última) quer a solicitações com mais ciclos (entre 10 000 e 1 000 000 ciclos) a
tensões inferiores (30-50% da tensão última) [2.71].
O esquema direccional de fibras no compósito também pode influenciar a resistência à fadiga.
Um laminado contendo camadas alternadas de fibras, variando a sua orientação entre ± 5º
possui maior resistência à fadiga que um laminado unidireccional [2.73].
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
53
2.5.6.2 Efeitos na resina
A matriz polimérica não afecta apenas as propriedades transversais e de corte de um compósito,
mas também as suas propriedades axiais. Para compósitos FRP unidireccionais o efeito da
matriz faz-se sentir no modo de rotura. Se a matriz for mais dúctil do que a fibra, as fibras
fracturam múltiplas vezes ao longo do seu comprimento, resultando numa transmissão de carga
por corte, entre as fibras fracturadas e a matriz. No entanto, se a matriz for menos dúctil do que
a fibra, a matriz fendilha, levando eventualmente à fractura de fibras ou delaminação da
interface entre a fibra-matriz [2.71].
De acordo com Demers [2.74], uma avaliação do efeito das resinas no desempenho à fadiga de
compósitos reforçados com fibras de vidro-E não revelou diferenças significativas entre
compósitos com resinas de vinilésteres, de poliéster e epoxídicas. A investigação sugere
também que a modificação das resinas com a incorporação de aditivos específicos também não
afecta de um modo concreto o seu desempenho nestas condições.
2.5.6.3 Efeitos na interface fibra-matriz
O desempenho da interface fibra-matriz é geralmente quantificada pela adesão entre a fibra e a
matriz. Uma má adesão desta interface provoca frequentemente roturas por desligamento entre
as fibras e a matriz resultando em reduções significativas das propriedades mecânicas dos
compósitos [2.71].
Para compósitos com uma forte adesão entre as fibras e a matriz, a degradação por fenómenos
de fadiga está associada à fissuração na matriz ou à fractura das fibras. Estas fissurações
matriciais ao se acoplarem, levam à perda de adesão da interface, resultando na separação entre
os dois componentes e na delaminação da interface [2.71].
A interface fibra-matriz possui um efeito profundo na variação das quantidades de absorção de
humidade e resistência em compósitos. De acordo com Liao et al. [2.49] o envelhecimento de
perfis pultrudidos de GFRP com matriz de viniléster em água ou soluções salinas a 20 ºC até
6570 horas, não resultam em perdas significativas de rigidez de flexão, situando-se as perdas
entre 5 e 13%. Ao invés, na exposição a 75 ºC notaram-se alterações desta resistência em 40%,
diminuindo a vida de fadiga. Estes ensaios foram realizados em vários ciclos cuja solicitação se
situava em 45% da força última de rotura. Registaram-se ainda que os efeitos dos danos na
interface fibra-matriz no desempenho à fadiga são evidentes e muito condicionantes.
2. Estado da arte
54
2.5.7 Fluência
A resposta no tempo de componentes estruturais está frequentemente associada aos fenómenos
de fluência. A fluência é a resposta no tempo ao aumento de deformação sob tensão constante.
A fluência é normalmente um fenómeno indesejado pois é muitas vezes o factor que limita a
vida útil do material. A relaxação é o inverso da fluência onde o material é sujeito a deformação
constante e verificam-se reduções de tensão ao longo do tempo [2.76].
O comportamento em fluência de compósitos FRP depende da orientação das fibras, da taxa de
fibras no compósito e da própria estrutura do material. No entanto, a fluência destes materiais é
dominada predominantemente pela fluência da matriz polimérica [2.76]. A ocorrência de
fluência em compósitos pode ser atribuída à combinação da deformação da estrutura do material
com o início da ocorrência de microfissuração da matriz e também do destacamento ao nível da
interface fibra-matriz, sendo ambos os mecanismos dependentes da natureza viscoelástica da
matriz polimérica. As microfissurações em materiais compósitos podem resultar de um variado
número de factores incluindo a fadiga ou as condições ambientais, susceptíveis de alterar o
comportamento dos deslocamentos de fluência, diminuindo a vida útil do componente.
Salienta-se deste modo a necessidade de compreensão dos efeitos sinergéticos na investigação
da resposta no tempo destes materiais [2.77].
Ao contrário dos materiais tradicionais, como o aço ou o betão, os compósitos FRP são mais
susceptíveis a fenómenos de fluência devido à natureza viscoelástica das resinas e aditivos
utilizados durante a sua produção [2.76].
As fibras de vidro são susceptíveis à rotura por fluência para níveis de tensão relativamente
reduzidos. De acordo com Morgan et al. [2.78], existe uma probabilidade de rotura das fibras de
10%, após 75 anos de exposição às condições ambientais, para um nível de tensão de cerca de
5% da tensão última do material.
A durabilidade de um compósito FRP corresponde às condições de carregamento na
componente de aplicação estrutural. Não existe nenhuma solução universal para os problemas
de durabilidade. De acordo com Shao [2.79], em perfis pultrudidos de FRP sujeitos a fenómenos
de fluência por um período de um ano, registaram-se deformações entre 13-19% da deformação
estática inicial. Por outro lado, as previsões de deformação por fluência excederam 70% da
deformação inicial para um período de 30 anos, sugerindo a importância deste factor e a
necessidade de estabelecer um critério de limitação da deformação.
À luz dos factores ambientais ou fenómenos de fadiga em estruturas, a resposta no tempo de
materiais compósitos terá um impacto crítico na vida útil. No entanto, a interacção sinergética
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
55
não é normalmente levada em conta nas previsões de fluência. É necessário deste modo um
aumento da compreensão da interacção entre os vários factores que possam permitir aperfeiçoar
os modos de previsão analítica [2.80].
2. Estado da arte
56
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Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
63
3 Campanha experimental
3.1 Introdução
O propósito desta campanha experimental é a avaliação da durabilidade de perfis pultrudidos de
GFRP com matriz de viniléster, investigando diversas propriedades físicas, químicas e
mecânicas deste material. O material utilizado para a realização do estudo foi disponibilizado
pela empresa ALTO Perfis Pultrudidos, Lda. e consiste em vários perfis de formato tubular
quadrado do tipo Rectangular Hollow Section (RHS). Estes perfis foram produzidos através do
processo de pultrusão, sendo constituídos por uma matriz de resina de viniléster reforçada com
fibras de vidro. Estes perfis apresentam uma tonalidade cinzenta, como se pode verificar pela
Figura 3.1.
Figura 3.1- Aspecto dos perfis de viniléster produzidos pela empresa ALTO.
3
3. Campanha experimental
64
Em termos dimensionais, os perfis foram fornecidos em comprimentos de aproximadamente 2
metros, sendo a sua secção transversal caracterizada por 50 mm de largura e 5 mm de espessura.
Os perfis GFRP produzidos nesta empresa encontram várias aplicações típicas deste material
como escadas verticais, guardas de segurança ou grelhas. Na Figura 3.2, está representado um
exemplo de aplicação deste material.
Figura 3.2 - Guarda corpos tipo da empresa ALTO [3.1].
De modo a permitir a quantificação da degradação do material, foram preparados vários
conjuntos de provetes tipo, para sujeitar a um leque variado de condições de exposição. O
formato e número dos provetes preparados tiveram em consideração os diferentes tipos de
ensaios de caracterização para cada ambiente tipo bem como a análise de vários períodos de
exposição ao longo do tempo. A diversidade de condições de exposição pretendeu fazer reflectir
no material a influência da agressividade de meios tipicamente associados a aplicações correntes
de engenharia civil.
A presente campanha, desenvolvida na sequência do trabalho anteriormente realizado [3.2-3.4],
organiza-se em dois tópicos de investigação (Figura 3.3). O primeiro (Tópico I) compreende a
continuação da investigação previamente iniciada pela secção de Construção do Instituto
Superior Técnico em parceria com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC)
[3.2,3.3]. Neste tópico, consideram-se vários conjuntos de provetes já expostos em diferentes
ambientes de exposição, encontrando-se em estado já envelhecido aquando do início da presente
dissertação. No Quadro 3.1, explicitam-se os ambientes e condições previamente estudadas em
por Carreiro [3.3]
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
65
Quadro 3.1 - Ambientes de exposição propostos no trabalho realizado anteriormente [3.3]
Ambiente de exposição Colheita Propriedades
Imersão em água
desmineralizada
3, 6, 9 meses
Temperaturas: 20 (±2) ºC,
40 (±1) ºC e 60 (±1) ºC
Imersão em água
salgada
Composição: 35g/l NaCl
Temperaturas: 20 (±2) ºC,
40 (±1) ºC e 60 (±1) ºC
Condensação em
contínuo 3, 6, 9 meses
Temperatura: 40 (±2) ºC
Humidade relativa: 100%
Ciclos Térmicos 70, 120 e 190 6 horas a -5 ºC intercalado
com 6 horas a +40 ºC
Nevoeiro salino
1000,2000 e 3000
horas
pH: 6,9
Salinidade: 52
Temperatura: 35 ºC
Câmara QUV
1000,2000 e 3000
horas
Temperatura:
ciclos secos a 60 (±3) ºC e
ciclos de condensação a
50 (±3) ºC
O segundo (Tópico II) incide sobre as novas variantes de investigação onde são inseridos novos
provetes teste, divididos por sua vez em dois subgrupos, em que se pretendem analisar o efeito
do isolamento das faces laterais dos provetes e a análise da reversibilidade da degradação.
No primeiro grupo, os provetes têm superfícies laterias de corte revestidas com uma resina
epoxídica. Pretende-se que esta protecção lateral permita averiguar a influência das superfícies
não protegidas, formadas durante o corte e preparação dos provetes teste, na degradação e
decaimento das propriedades em estudo. Por outro lado, todas as análises efectuadas consideram
a saturação permanente do material. No entanto, tal nem sempre se verifica na aplicação do
material em casos práticos de construção. A excepção são as obras marítimas ou costeiras, onde
a presença de água é praticamente permanente. Neste sentido, pretende-se estudar propriedades
do material tendo em conta a influência do estado de saturação e, deste modo, o efeito da
reversibilidade da degradação.
A análise no estado seco compreende assim o estudo da reversibilidade da degradação, sendo
que os provetes teste passam por um processo de secagem antes de se realizarem os ensaios para
3. Campanha experimental
66
determinação das suas propriedades. Estes são definidos com diferentes geometrias, consoante o
tipo de ensaio a que se destinam, com base em especificações normativas (Quadro 3.1). Os
provetes são agrupados em conjuntos de cinco amostras para cada ambiente de exposição e cada
tipo de ensaio a efectuar, exceptuando o ensaio de análise mecânico-dinâmica (DMA), onde são
utilizados apenas três, o que requer um extenso número de provetes. A campanha encontra-se
organizada em várias colheitas de material envelhecido, sendo cada uma definida como o
levantamento de material em estudo em número adequado para satisfazer as condições de
ensaio, a uma dada duração de envelhecimento.
Figura 3.3 - Campanha experimental.
Este capítulo pretende expor a organização da campanha experimental, incluindo a descrição
pormenorizada dos métodos de preparação de ensaio, suportados pelas respectivas normas.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
67
3.2 Considerações iniciais sobre a campanha experimental
A fase inicial consistiu em quantificar o material disponível para análise. Aqui, foi definido todo
o âmbito inovador do estudo, ou seja, as novas variantes de investigação, considerando
diferentes possibilidades de análise do material.
Nesta fase, foi necessária a elaboração de um estudo através do qual se definiram as quantidades
de provetes teste que se conseguiram elaborar, os agentes de degradação a considerar e o
número de colheitas passíveis de realizar em função do material disponível. Este estudo
considera os resultados obtidos em trabalhos prévios [3.4].
Toda a campanha experimental baseou-se na quantidade e variedade de objectos passíveis de
realizar e testar. Esta análise teve como premissa o facto de o material disponível não ser
ilimitado. Assim sendo, foi necessária a definição do número máximo de provetes que se
conseguiram realizar, permitindo a identificação dos ambientes de degradação a considerar na
campanha experimental.
Considera-se um provete como o representado na Figura 3.4, tendo comprimento l, largura b e
espessura h.
Figura 3.4 - Dimensões de um provete.
Para o corte de provetes teste teve-se em consideração as dimensões necessárias para a
elaboração de ensaios mecânicos de tracção, corte interlaminar e flexão simples, bem como para
a análise DMA. Não se levou em linha de conta a caracterização das propriedades mecânicas em
compressão deste material devido à elevada dispersão de resultados obtidos em investigações
anteriores [3.3,3.4]
No Quadro 3.2, encontram-se as dimensões dos provetes teste preparados com base nas normas
dos respectivos ensaios.
3. Campanha experimental
68
Quadro 3.2 - Norma de ensaio e dimensões dos provetes utilizados nos ensaios de caracterização do
material envelhecido.
Ensaio Norma l (mm) b (mm) h (mm)
Tracção ISO 527 300 25 5
Flexão ISO 14125 150 15 5
Corte interlaminar ASTM D 2344 30 10 5
DMA ISO 6721 60 15 5
Tendo presente o objectivo a atingir, tornou-se necessário um estudo sobre a quantidade de
material disponível, bem como a quantidade de provetes teste possíveis de retirar de cada secção
RHS, considerando efeitos de processamento como a não perpendicularidade dos cantos ou a
espessura das serras, de modo a optimizar o uso do material. Salienta-se ainda a necessidade de
considerar uma margem de erro que preveja a existência de eventuais imprecisões de corte.
Em função do material disponível, seleccionaram-se três tipos de ambientes de exposição. Para
cada ambiente de exposição, foi possível preparar provetes que permitissem, para os novos
objectos de estudo, a realização de três colheitas. Verificou-se a necessidade de dezoito provetes
por colheita, em conjunto com nove provetes viajantes adicionais, cuja função reside no
controlo da variação de massa e absorção de água ao longo do tempo. No Quadro 3.3
apresenta-se um esquema da quantidade de provetes necessários em função das novas variantes
do trabalho.
Quadro 3.3 - Quantidades de provetes por nova variante de investigação
Tipo de exposição Número de
colheitas
Número de provetes
por colheita
Número de
provetes viajantes Totais
a 3 18 3(a) 57
b 3 18 3(a) 39
c1 2 18 3(a) 57
153
(a) O número de provetes viajantes refere as duas variantes de investigação.
A consideração destas duas variantes de estudo permitiu a preparação de um total de 297
provetes, para três tipos de exposição distintos.
1 As letras a, b e c referem-se a imersões em água desmineralizada a 20 ºC, 40 ºC e condensação em
contínuo a 40 ºC, respectivamente.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
69
3.3 Programa experimental
Após a análise prévia, foi possível definir um programa para a campanha experimental. Nesta
secção serão descritos os vários tipos de exposição considerados em toda a campanha bem como
o número de colheitas de material proposto para este estudo.
3.3.1 Organização das colheitas
Os provetes previamente em exposição já se encontravam organizados nos laboratórios do
Núcleo de Materiais Orgânicos do LNEC (LNEC/NMO), aquando do início desta investigação.
Deste modo, foi necessária a avaliação da quantidade de material a caracterizar, bem como a sua
distribuição ao longo do tempo nas respectivas colheitas. Esta avaliação permitiu definir três
ambientes de envelhecimento, designadamente por imersão em água desmineralizada, em água
salgada, e a exposição a envelhecimento natural. Ambos os envelhecimentos por imersão foram
efectuados a três temperaturas distintas (20 ºC, 40 ºC e 60 ºC).
A análise apresentada no subcapítulo 3.2 permitiu concluir que se dispunha de material
suficiente para oito colheitas de três tipos de ambientes de exposição. A partir de estudos
previamente realizados, definiram-se os três ambientes passíveis de considerar para cada uma
das novas variantes em estudo[3.2-3.4].
Não se tendo verificado grande disparidade entre os resultados obtidos com água
desmineralizada e salgada [3.3], apenas o primeiro caso é considerado para estudo. Para a água
desmineralizada, a resina de protecção aplicada apresentou-se incompatível com temperaturas
superiores a 50 ºC, pelo que a temperatura de 60 ºC não foi considerada. A condensação em
contínuo consistiu também um factor essencial, que permitiu aprofundar a pesquisa no âmbito
da reversibilidade através da secagem, pelo que foi também considerado. Assim,
consideraram-se os estados I (Isolated) e D (Dried) como dois novos casos de estudo. O Quadro
3.4 resume as colheitas e ambientes de exposição da campanha experimental realizada.
3. Campanha experimental
70
Quadro 3.4 - Organização da campanha experimental1.
Ambiente de exposição Colheita Propriedades
Grupo I
Imersão em água
desmineralizada
W-20
12, 18, 24 meses
Temperaturas: 20 (±2) ºC,
40 (±1) ºC e 60 (±1) ºC W-40
W-60
Imersão em água
salgada
S-20 Composição: 35g/l NaCl
Temperaturas: 20 (±2) ºC,
40 (±1) ºC e 60 (±1) ºC
S-40
S-60
Envelhecimento
natural NE 1, 2, 5, 10 anos (a)
Situado no terraço das
instalações do LNEC onde a
temperatura, humidade
relativa e radiação UV são
monitorizadas
Grupo II
Imersão em água
desmineralizada
WI-20
6, 12, 18 meses (a) Temperaturas: 20 (±2) ºC,
40 (±1) ºC
WI-40
WD-20
WD-40
Condensação em
contínuo
CCI-40 6, 12, meses
Temperatura: 40 (±2) ºC
Humidade relativa: 100% CCD-40
(a) As colheitas realizáveis aos 5 e 10 anos de envelhecimento natural, bem como as
representadas aos 18 meses no Grupo II, serão objecto de investigações futuras.
É importante salientar ainda a coincidência no prazo das colheitas dos dois grupos de
investigação. De modo a optimizar a investigação, os provetes pertencentes ao Grupo II foram
introduzidos nos ambientes de imersão aquando da colheita dos 12 meses dos provetes do grupo
I, em Outubro de 2009. Consequentemente, as colheitas seguintes foram sempre efectuadas em
simultâneo tendo a correspondência de 12 meses de diferença entre a idade dos grupos.
1 Os acrónimos considerados encontram-se na secção 3.3.2
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
71
3.3.2 Ambientes de exposição
Os tipos de exposição a que o material está sujeito podem ser variados. Assim, foram escolhidas
condições ambientais comuns na prática da engenharia civil, que possam ser prejudiciais à
durabilidade do material [3.2]. De seguida, encontram-se descritos os respectivos ambientes
escolhidos e suas características.
Exceptuando o ambiente de condensação em contínuo, todos os ambientes já se encontravam
operacionais (proveniente do estudo anterior - Grupo I). Deste modo, é apenas necessária a
introdução dos novos casos de estudo. Este factor permite alguma poupança na montagem dos
ambientes de envelhecimento. Realça-se ainda a extrema importância da monitorização e
controlo dos condicionamentos dos ambientes em estudo, devido à inexistência de sistemas
isolados perfeitos, o que leva à evaporação de água nos recipientes. Esta evaporação prejudica
quer a imersão dos provetes testes em água, quer a própria concentração de cloreto de sódio
simulada, descrita no subcapítulo 3.3.2.2. Para contornar este problema, elaboraram-se controlos
semanais dos níveis de água dos recipientes, bem como a sua reposição.
3.3.2.1 Imersão em água desmineralizada
O primeiro ambiente caracterizado correspondeu à imersão do material em água
desmineralizada. Este ambiente compreendeu três temperaturas diferentes (20 ºC, 40 ºC e 60
ºC), bem como sete tipos de exposição (W-20, W-40, W-60, WI-20, WI-40, WD-20 e WD-40)1.
A primeira temperatura encontrava-se definida como a representação da temperatura média
tipicamente registada em países mediterrâneos, como Portugal, optando-se depois pela escolha
de duas temperaturas mais elevadas, de modo a acelerar o processo de envelhecimento dos
provetes por intensificação dos fenómenos de difusão.
Para estabelecer este ambiente, foram colocados vários conjuntos de provetes testes em
recipientes de plástico de modo a perfazer todos os elementos necessários para as colheitas
consideradas acima. Tentou-se limitar ao máximo possível trocas de calor com o exterior no
sentido de obter o melhor isolamento possível. Foi essencial o cuidado na imersão dos provetes
nos seus locais, de modo a garantir que a sua totalidade dos se encontravam submersos (Figura
3.5)
1 O acrónimo W surge do Inglês Water. WI de Water Isolated e WD de Water Dried, seguidos das
respectivas temperaturas de exposição.
3. Campanha experimental
72
Figura 3.5 - Posicionamento correcto dos provetes no recipiente.
Os recipientes encontravam-se colocados em estufas programadas para duas temperaturas (40 e
60 ºC), do LNEC/NMO. A temperatura ambiente de 20 ºC foi obtida com recurso a um
laboratório com temperatura controlada. Na Figura 3.6, encontram-se os referidos contentores
bem como uma das estufas utilizadas, demonstrando o modo como foram colocados os
provetes.
(a) (b) (c)
Figura 3.6 - (a) Recipientes do condicionamento à temperatura de 20 ºC; (b) Aspecto de uma estufa usada
no condicionamento às temperaturas de 40 ºC e de 60 ºC; (c) Interior da estufa, com provetes distribuídos
no interior de caixas de plástico.
3.3.2.2 Imersão em água salgada
De um modo análogo ao ambiente de envelhecimento anterior, considerou-se importante para o
estudo experimental o uso de um ambiente salgado. Com efeito, é corrente existirem aplicações
de engenharia civil que se encontram em zonas costeiras e marítimas [3.2]. Este ambiente de
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
73
envelhecimento abrangeu apenas três tipos de exposição, todos pertencentes ao primeiro grupo
(S-20, S-40 e S-60)1.
De forma a simular um ambiente deste tipo, utilizaram-se recipientes comportando uma solução
aquosa de água salgada, onde se submergiram os provetes teste. A solução salina foi
previamente elaborada, contendo uma mistura de cloreto de sódio com água desmineralizada
numa concentração de 3,5%, ou seja, 35 g de cloreto por cada litro de água, de acordo com a
norma ASTM D1141 [3.5]. Estes recipientes seguem o mesmo protocolo de armazenamento já
referido no subcapítulo 3.3.2.1 (Figura 3.6). Como tal, a única diferença significativa em relação
ao ambiente anterior é a solução de imersão utilizada.
3.3.2.3 Condensação em contínuo
É de conhecimento geral que ambientes muito húmidos e quentes têm normalmente efeitos
negativos na durabilidade dos materiais, muitas vezes de uma forma acelerada. Para tal, foi
considerado um ambiente de envelhecimento onde os provetes se encontravam num laboratório
do LNEC/NMO, dentro de uma câmara própria, onde foram mantidos a temperatura constante
de 40 ºC numa atmosfera saturada (humidade relativa de 100%).
O ambiente em questão abrangeu apenas provetes do segundo grupo nomeadamente CCI-40 e
CCD-402. Baseada na primeira parte da norma NP EN ISO 6270 [3.6], que estabelece condições
para a condensação em contínuo e determinação da resistência à humidade, a introdução dos
provetes na câmara foi realizada de um modo diferente dos ambientes anteriores. De forma a
garantir a correcta exposição e separação dos provetes no interior da câmara, foi utilizada linha
de nylon onde se amarraram as extremidades dos provetes teste, dividindo-os verticalmente em
grupos de cinco. A linha foi então colocada em ganchos de plástico pendurados nos suportes no
interior da câmara, ficando todos os provetes suspensos e devidamente separados, como se
ilustra na Figura 3.7. O modo de funcionamento da câmara consiste numa resistência eléctrica,
que aqueceu a água desmineralizada localizada no fundo da mesma, produzindo o efeito
desejado de temperatura e humidade. Salienta-se que também aqui se notam perdas de água
sendo necessário efectuar, do mesmo modo descrito no subcapítulo 3.2.2, um controlo e
manutenção do nível de água.
1 O acrónimo S surge do Inglês Salt, seguido da respectiva temperatura de exposição.
2 Analogamente aos restantes ambientes, CCI vem do Inglês de Continuous Condensation Isolated e CCD
de Continous Condensation Dried.
3. Campanha experimental
74
Figura 3.7 - Câmara de condensação em contínuo e respectivos provetes (como se encontra ilustrado na
figura, existe humidade nas paredes).
3.3.2.4 Envelhecimento natural
O último ambiente, cujo tempo de exposição ultrapassa inclusivé o âmbito desta dissertação,
compreendeu o envelhecimento natural dos provetes. Não haverá possivelmente melhor termo
de comparação em termos de ambientes de envelhecimento, que a exposição do material às
condições ambientais exteriores. Deste modo, encontrava-se nos terraços do LNEC a
localização perfeita para este ambiente de exposição, uma vez que os efeitos que afectam os
provetes, (temperatura, humidade e radiação ultra violeta) se encontravam, constantemente
monitorizados. Tornou-se assim relevante estudar o efeito do clima e suas componentes sendo
que a temperatura, o efeito da chuva, o vento e a radiação influenciaram os resultados. Este tipo
de exposição é singular pelo que apenas compreendeu um tipo possível de exposição: NE1.
Neste último ambiente, os provetes encontravam-se inseridos em calhas de plástico, presas por
arames à estrutura dos escaparates de exposição, fazendo um ângulo de 45º de inclinação em
relação ao solo, como ilustrado na Figura 3.8.
1 O acrónimo NE significa Natural Environment.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
75
Figura 3.8 - Instalação de envelhecimento natural dos provetes [3.4]
Este ambiente foi totalmente preparado em estudos anteriores, tendo todo o trabalho descrito
neste capítulo não só a importante função de recolha da informação das colheitas prévias, mas
também a consequente análise de resultados.
3.4 Preparação de provetes
Nesta secção, encontra-se uma descrição pormenorizada da elaboração e preparação dos
provetes desde a sua fase inicial (secção tubular), até à sua colocação nos ambientes de
exposição descritos nos subcapítulos anteriores.
3.4.1 Corte dos provetes
A recepção do material foi efectuada no IST. Este material é composto pela secção RHS
apresentada na Figura 3.1. A partir desta secção tubular comprida foi necessário a sua
transformação em provetes de vários tamanhos consoante o tipo de caracterização adoptada
(Quadro 3.2). Este processo de execução consistiu em realizar dois passos de corte de provetes:
longitudinais e transversais.
Devido ao elevado comprimento longitudinal inicial e à grande quantidade de material a cortar,
a primeira etapa de corte consistiu apenas em cortes nesta direcção, trabalho efectuado numa
serra de fita das oficinas do Laboratório do DECivil do IST. Assim, foi aplicada uma marcação
a tinta ao longo dos provetes, indicando a zona de corte, perfazendo distâncias equivalentes de
um metro. Em seguida, a secção tubular foi colocada numa calha metálica castanha da serra,
(Figura 3.9), iniciando-se o movimento de corte da serra, ao mesmo tempo que a água de
refrigeração era bombeada na secção de modo a inibir o volume de pó que se soltava aquando
3. Campanha experimental
76
do corte. O resultado final encontrava-se do outro lado da serra, constituído por secções
tubulares de um metro. A espessura da lâmina é de cerca de 1 mm, efeito que é necessário ter
em conta na marcação dos provetes para corte.
Figura 3.9 - Serra com refrigeração a água do Laboratório de Construção do IST.
Após a execução desta etapa, o material foi transportado para um laboratório do LNEC/NMO,
onde se armazenou em ambiente seco. Realizaram-se seguidamente os cortes de precisão do
compósito. Para tal, foi necessário o recurso a uma serra diamantada refrigerada a água (Figura
3.10), localizada nessa instalação. Este tipo de serra permitiu uma maior facilidade em qualquer
tipo de corte por forma a ajustar os provetes a todas as dimensões pretendidas. Mais uma vez, o
efeito da lâmina encontra-se presente, sendo a espessura desta serra de 1 mm.
Figura 3.10 - Serra refrigerada a água pertencente ao LNEC/NMO.
Resta ainda acrescentar a esquemática de corte utilizada nesta fase de processo final de corte,
pois a secção RHS apresenta características de produção cujo efeito na forma dos provetes
poderia ter consequências no resultado final, bem como alterar o aspecto dimensional dos
provetes obtidos. Esta característica consiste na não perpendicularidade dos cantos dos perfis.
Analisando o esquema da Figura 3.11, conclui-se que os cortes na secção transversal apenas se
puderam realizar nas áreas indicas, excluíndo os cantos.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
77
(a) (b)
Em particular, foi possível a obtenção de dois provetes teste por cada lado da secção para a
maioria dos ensaios (perfazendo um total de oito) exceptuando o ensaio de tracção, para o qual a
maior largura dos mesmos, apenas permite a realização de um por cada lado. Este factor
dimensional teve influência directa no número de provetes possíveis de obter (ver 3.2).
Em suma, é imperativo referir que o processo de corte foi um processo moroso, onde a
exactidão, concentração e destreza do operador foi bastante significativa e reflectiu-se no
resultado final. Todos os factores de segurança foram tidos em consideração, pelo que foi
absolutamente necessário o recurso a luvas e máscara de protecção, e ainda todo o trabalho foi
supervisionado e elaborado na presença de um ténico de laboratório devidamente qualificado.
3.4.2 Sistema de identificação dos provetes
A correcta identificação de cada provete foi essencial para uma boa organização e estruturação
da campanha experimental.
Com este intuito, foi adoptado um sistema de identificação que, através da sua leitura, informa o
operador sobre o tipo de provete, o seu destino, o seu número característico e o respectivo
ambiente de degradação em que se encontrou ou encontra. A Figura 3.12 mostra um exemplo de
dois provetes tipo, devidamente identificados, onde o primeiro número indica o tipo de agente
de degradação, o segundo a temperatura de exposição (caso seja necessária), a letra o tipo de
destino do provete e, por fim, o seu número de identificação.
Figura 3.12 - Identificação tipo de dois provetes.
1 2
8 7
1
3
4
5
4
6
2
3
Figura 3.11 - Esquema de corte dos diferentes tipo de provetes retirados do perfil RHS.
(a) - Ensaios de flexão, corte interlaminar e DMA; (b) - Ensaio de tracção
3. Campanha experimental
78
O Quadro 3.5 indica a correspondência da correcta identificação de todos os provetes teste
utilizados na campanha experimental.
Quadro 3.5 - Correspondência do sistema de identificação adoptado
Ambiente Identificação Ensaio Identificação
W-20 1.1 Tração T
W-40 1.2 Flexão F
W-60 1.3 Corte interlaminar C
S-20 2.1 DMA D
S-40 2.2
S-60 2.3
NE 8
WI-20 1.1 P
WD-20 1.1 S
WI-40 1.2 P
WD-40 1.2 S
CCI-40 1.3 P
CCD-40 1.3 S
WFI-201 1.1 PT
WFI-401 1.2 PT
CCFI-401
1.3 PT
3.4.3 Isolamento lateral
De modo a tornar possível o isolamento lateral como variante do estudo, aplicaram-se aos
provetes cortados um isolante apropriado. Neste caso, a protecção aplicada foi constituída pela
resina epoxídica Icosit K 101 N, fornecida pela empresa Sika (Figura 3.13).
Figura 3.13 - Resina Icosit K 101 N da Sika.
1 Esta classificação é apenas utilizada para o estudo de absorção de massa com a protecção aplicada
totalmente nos provetes. O acrónimo FI surge do Inglês para Fully Isolated. Ver subcapítulo 3.5.1.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
79
Este procedimento teve lugar num laboratório condicionado do LNEC/NMO, onde as condições
de humidade e temperatura são constantemente monitorizadas, ilustrado na Figura 3.14
Figura 3.14 – Laboratório condicionado e material de protecção utilizado neste trabalho.
A resina Icosit K 101 N aplicado nas superfícies laterais, conforme especificado na Figura 3.15,
encontra-se em conformidade com a norma EN 1504-2 [3.7]. O material encontra-se disponível
em conjuntos pré-doseados de 5kg (A + B), de cor acinzentada. A relação de mistura dos dois
conjuntos corresponde a: Componente A ÷ Componente B = 79 ÷ 21 (partes em peso). Cada
componente foi previamente homogeneizado em separado, seguindo-se a adição do componente
B ao componente A. Subsequentemente, foi necessário uma nova homogeneização do produto
até este apresentar uma cor uniforme. A aplicação desta resina nos provetes, limpos de qualquer
tipo de sujidade, foi efectuada através de pincéis de pêlo curto. Encontra-se estipulado um
tempo de cura de aproximadamente uma semana após a aplicação, de modo a garantir a
obtenção de todas as propriedades físico-químicas da resina. O processo de cura foi acelerado
submetendo-se os provetes a um processo de secagem numa estufa a uma temperatura de 50 ºC.
Figura 3.15 - Esquema do reforço lateral nas superfícies de corte dos provetes teste.
A aplicação da protecção lateral nas superfícies de corte foi realizada num número de provetes
que perfazem uma das variantes do segundo grupo de investigação, ou seja 1501. Esta
realizou-se em todos os provetes, exceptuando três provetes viajantes cuja protecção foi feita em
todas as faces. A finalidade deste procedimento consiste em avaliar a capacidade de retenção e
absorção de água intrínseca da resina.
1 Este valor encontra-se diminuído de 3, pois dos 9 provetes viajantes considerados apenas 6 necessitam de protecção.
3. Campanha experimental
80
A colocação prévia da totalidade dos provetes na estufa considerou-se adequada na
medida em que se atingem mais rapidamente os resultados de cura e se secam simultaneamente
os restantes provetes de alguma humidade acumulada no interior aquando do corte dos mesmos.
Para este efeito, o material foi transportado para uma estufa com temperatura pré-programada
(Figura 3.17) onde estiveram inseridos durante cinco dias, à temperatura de 50 ºC
Após a passagem pela estufa, os provetes teste encontravam-se em condições para se iniciarem
as suas medições iniciais de massa e futura exposição aos ambientes seleccionados,
apresentando uma tonalidade acinzentada na superfície de aresta isolada.
Figura 3.16 - Provetes teste após isolamento lateral.
3.4.4 Análise no estado seco
A restante parte dos provetes destina-se à análise da reversibilidade do processo de degradação.
Após o corte, foi necessário o recurso a uma estufa situada no LNEC/NMO, onde se secaram os
provetes até atingirem massa constante (Figura 3.17). Para acomodar a totalidade dos provetes,
estes foram distribuídos pelas vários prateleiras da estufa, preenchendo-a na sua totalidade.
Figura 3.17 - Estufa de secagem de provetes teste.
Baseando-se na norma ASTM D 5229 [3.8], que descreve o método de determinação da
absorção de água e condicionamento de equilíbrio verificados em materiais compósitos de
matriz polimérica, realizaram-se medições de massa diárias a um provete de cada tipo. Estas
medições foram efectuadas até se verificar a condição de secagem, onde a diferença de massa
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
81
entre duas medições seguidas em termos relativos, não pode ultrapassar 0,0001, de acordo com
a expressão:
(3.1)
em que,
corresponde ao valor da massa medida no dia i;
corresponde ao valor da massa obtida na medição anterior;
corresponde ao valor da massa de referência.
O valor da massa de referência é o valor da massa de um provete, no seu estado seco, do inglês
“oven dry”. Os provetes teste devem ser colocados de modo a evitar vibrações, expondo o
máximo de superfície da amostra na estufa. As prateleiras de colocação são compostas por
chapas metálicas furadas, permitindo a realização da secagem de um modo eficaz. O
procedimento experimental consiste na remoção das amostras da estufa e na sua pesagem após
um período de tempo de dez minutos, durante o qual os provetes teste recuperam o equilíbrio
com o meio envolvente ao laboratório, arrefecendo. Em termos normativos, o tempo de
pesagem fora da estufa não poderá exceder trinta minutos por pesagem, pelo que o intervalo
considerado garante esta condição. A atmosfera do laboratório de pesagens encontra-se
conforme o especificado, mantendo uma temperatura de 23 ± 2 ºC e humidade relativa na ordem
dos 50 ± 10 % [3.8]. A variação percentual de massa efectuada em cada medição é obtida do
seguinte modo:
(3.2)
Os provetes à saída da estufa encontravam-se devidamente preparados para se iniciarem as
investigações. A secagem dos provetes teste deste grupo foi também necessária no final de cada
colheita, devido à absorção significativa de água imposta pela exposição aos ambientes de
degradação. Deste modo, no final das colheitas, os provetes foram secos até temperatura
constante segundo a norma ASTM D 5229 [3.8], atrás referida.
3.4.5 Colheitas dos provetes
A campanha experimental consistiu na exposição a diversos modos de degradação do material
por longos períodos de tempo. Foi necessário proceder ao levantamento de uma quantidade pré-
definida de provetes quando os mesmos atingiram as durações de exposição estabelecidas.
Desta forma, no Quadro 3.6, apresenta-se o número de provetes por cada ambiente em cada
colheita.
3. Campanha experimental
82
Quadro 3.6 - Quantidade de provetes necessários em cada colheita.
Ensaio Quantidade / colheita . ambiente
Tracção 5
Flexão 5
Corte interlaminar 5
DMA 3
Sabendo o número de provetes necessários para cada colheita, foi necessária a remoção dos
mesmos dos ambientes de exposição, tendo-se o cuidado de desligar o funcionamento das
respectivas estufas aquando da extracção do interior das mesmas. Os provetes foram limpos da
água superficial acumulada utilizando papel absorvente, sendo de seguida pesados para controlo
de variação de massa. Posteriormente, foram separados por grupos de ensaio, de acordo com as
quantidades atrás descritas, e inseridos em sacos de plástico hermeticamente fechados de modo
a limitar o contacto dos provetes teste com o ar, até serem ensaiados (exceptuando os provetes
destinados à análise do estado seco onde foi necessária a secagem prévia dos provetes). A
Figura 3.18 exemplifica uma colheita tipo evidenciando os provetes recolhidos, sua separação e
identificação.
Figura 3.18 - Colheita experimental.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
83
3.5 Métodos de caracterização do material
A dissertação teve como objectivo a caracterização da durabilidade do material GFRP. Para tal,
são descritos em seguida os métodos adoptados, bem como o seu princípio e objectivos,
começando pelos métodos de caracterização de natureza físico-química e culminando com os
ensaios de natureza mecânica.
Todos os métodos de ensaio de caracterização inicial, nomeadamente a determinação do teor em
fibra de vidro, da sua composição química e da massa volúmica do compósito já se encontram
realizados em trabalhos anteriores [3.3]. Consequentemente, torna-se desnecessário este tipo de
caracterização uma vez que o material considerado é o mesmo. Por outro lado, a acumulação de
provetes e colheitas, torna a presente dissertação mais focada no aspecto de caracterização de
durabilidade, permitindo uma maior abrangência e número de resultados obtidos ao longo do
tempo. Novamente, resta salientar que todos os ensaios foram realizados com a devida
supervisão de técnicos qualificados para o efeito.
3.5.1 Variação da massa
Uma característica comum à maioria dos materiais, não sendo este material compósito uma
excepção, consiste na sua capacidade de absorção de humidade e incorporação de moléculas de
água. Desta forma, a variação de massa assume particular relevância ao longo da campanha
experimental.
Para a avaliação da capacidade de absorção de água, foram preparados provetes de dimensões
aproximadas dos provetes usados no ensaio de DMA, descritas no Quadro 3.1. A função deste
tipo de provetes, chamados provetes viajantes, é a sua constante monitorização de massa ao
longo do tempo. A monitorização efectuada consiste na sua remoção dos ambientes de
exposição e respectiva pesagem periódica. Foram adoptados intervalos semanais de medição.
Existem três tipos de provetes viajantes, consistindo o primeiro tipo em provetes normais, o
segundo em provetes com a aplicação de isolamento nas superfícies laterais resultantes do corte
e o terceiro na aplicação de isolamento total. Este último tipo consistiu na aplicação da resina na
totalidade do provete, de modo a estudar a própria capacidade isolante da resina utilizada em
termos de absorção de água. O controlo de massa foi também efectuado a todos os provetes
aquando da sua inserção nos ambientes de degradação (ou seja, na sua "idade" inicial) e também
aquando da realização de cada colheita experimental. Deste modo, foi possibilitada a análise da
variação massa dos provetes nas respectivas "idades", permitindo a sua comparação com os
provetes viajantes. O benefício principal do uso destes consiste na obtenção de uma evolução
temporal monitorizada, em vez de apenas dois pontos de pesagens.
3. Campanha experimental
84
Todas as pesagens foram realizadas num laboratório com temperatura e humidade controladas
pertencentes ao LNEC/NMO. O equipamento utilizado para as pesagens consistiu numa balança
analítica de marca Mettler com uma precisão de 0,001 g, representada na Figura 3.19.
Figura 3.19 - Balança analítica Mettler.
3.5.2 Ensaios de determinação da cor e do brilho
Apesar de não influenciar as propriedades mecânicas do material em si, o aspecto e a estética de
um material e sua evolução ao longo do tempo assumem cada vez mais relevância nas
aplicações da engenharia civil. De facto, nos dias de hoje, existe grande variedade de escolha de
materiais de construção o que gera maior competitividade sendo que qualquer ponto forte de um
elemento, se torna numa vantagem em relação aos restantes. Em termos de casos de aplicação à
vista desarmada, são muitas vezes pedidas em cadernos de encargos qualidades estéticas cada
vez mais exigentes, sendo que o controlo do comportamento e susceptibilidade à exposição a
raios ultra violetas, vento e chuvas são neste sentido aspectos relevantes, nocivos à cor e brilho
dos materiais. Como tal, os provetes utilizados para estes ensaios foram os situados no terraço
do LNEC, expostos ao envelhecimento natural.
3.5.2.1 Ensaio de determinação da cor
O ensaio de determinação da cor foi realizado num laboratório do LNEC/NMO e tem como
objectivo a medição da cor de amostras através de um colorímetro esférico. O ensaio teve por
base a norma ISO 7724 [3.9,3.10], intitulada de "colorimetria de tintas e vernizes: princípios
gerais e medição de cor." Esta norma descreve métodos para a determinação instrumental das
coordenadas de cor e suas variações de modo a tornar possível a descrição objectiva destas
diferenças entre um provete envelhecido e um provete de referência, não envelhecido.
Para a realização do ensaio, foi necessário que os provetes utilizados se apresentassem planos,
limpos e as suas dimensões fossem adequadas à porta de entrada do colorímetro, não
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
85
apresentando menos de 10 mm de diâmetro. Para tal, foram utilizados os provetes destinados
aos ensaios de tracção, por serem estes os únicos a garantir as dimensões desejadas [3.10].
A cor pode ser caracterizada para um observador e uma fonte luminosa definida, através de
coordenadas de um ponto situado num espaço tridimensional formado por três vectores
perpendiculares entre si. Existem diversos sistemas de coordenadas de cor, sendo correntemente
recomendados dois deles. O sistema colorimétrico standard CIE 1964 e o sistema espacial de
cor CIE 1976 (L*a*b*) [3.9]. Optou-se por utilizar o segundo sistema, mais recente, e que
actualmente se considera mais adequado para avaliação de diferenças de cor.
O sistema CIELab (também conhecido simplesmente por L*,a*,b*) utiliza, como referido, um
espaço de definição vectorial, tridimensional. Resumidamente, o eixo vertical é composto pela
letra L e o seu valor varia entre 0 e 100, correspondendo 0 à cor preta e 100 à branca.
Perpendicularmente, existem os outros dois campos vectoriais, a e b. O campo a varia no seu
sentido negativo para tonalidades verdes e positivo para vermelhas, enquanto o campo b varia
entre tonalidades azuladas e amareladas da mesma forma. A Figura 3.20 representa um esquema
deste sistema. As fórmulas específicas de cálculo de coordenadas foram obtidas
automaticamente através do uso de programas específicos, estando referenciadas no ponto 3.2
da norma [3.9].
Figura 3.20 - Sistema CIELab [3.11]
O aparelho utilizado (Figura 3.21) consistiu no colorímetro Color eye 3000 de marca Macbeth
equipado com esferas ópticas e uma fonte de iluminação a Xénon. O alcance espectral está
situado na gama 360-740 nm com um intervalo de 20 nm. O software associado à marca e
consequentemente utilizado para tratamento de dados foi o Color iControl.
3. Campanha experimental
86
Figura 3.21 - Colorímetro
Inicialmente, foi necessário verificar se todo o equipamento estava devidamente ligado e a
adquirir correctamente a informação. O teste realizou-se ao abrir a campânula de protecção do
equipamento, colocando o provete na área em que se queria registar a identificação de cor. Essa
zona foi estimulada através do disparo da fonte luminosa. O ensaio consistiu na realização de
três disparos, tri-estímulo, das zonas a identificar. Finalizado o ensaio, o procedimento foi
repetido as vezes consideradas adequadas a uma boa caracterização de cor, pois a norma não é
específica neste ponto. Da análise do ensaio, resultam não só valores para os vectores L*, a* e
b*, mas também os valores da variação destes campos em relação a um ensaio padrão realizado
da mesma maneira. Assim, foi possível obter um novo parâmetro, a variação global de cor, dada
pelo símbolo ΔE*, que consiste na soma quadrática da variação dos campos vectoriais a*, b* e
L*, respectivamente.
(3.2)
Optou-se por analisar neste procedimento três provetes teste, juntamente com a inclusão da
mistura dos mesmos num único ensaio, de modo a ter um resultado mediano. Na Figura 3.22
encontra-se ilustrado um ensaio em execução.
Figura 3.22 - Ensaio de cor em execução.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
87
3.5.2.2 Ensaio de determinação do brilho
O ensaio de determinação do brilho foi realizado no mesmo laboratório do procedimento
descrito acima e tem como finalidade a determinação do brilho através da reflexão especular de
revestimentos por pintura não metálica a 20º, 60º e 85º, de acordo com a norma ISO 2813 [3.12,
3.13]. Esta especifica o método experimental para a determinação do brilho especular através de
um reflectómetro. O brilho especular consiste no rácio entre o fluxo luminoso reflectido de um
objecto na direcção especular para um ângulo específico e o fluxo luminoso reflectido de um
vidro com um índice de refracção de 1,567 nessa mesma direcção. De modo a definir a escala
de brilho, uma placa de vidro preto polido com a taxa de reflexão de 1,567 é calibrado com um
valor de referência para os três tipos de ângulos de incidência.
Para a realização do ensaio, encontra-se especificado que os provetes devem ter, se praticável,
uma área planar de dimensões mínimas 150 × 100 mm, [3.12]. Desta forma, os ensaios
referentes a esta secção foram efectuados nos provetes usados para os ensaios de cor, cujas
dimensões são as maiores de todos os provetes da campanha experimental. A escolha da
realização do ensaio sobre os mesmos provetes permite a análise de brilho e cor simultânea e
complementar.
A escolha do ângulo de incidência depende do tipo de brilho de material. A utilização de 60º
está preconizada como aplicação geral em qualquer tipo de superfície, embora seja mais
adequado um ângulo de incidência menor, de 20º, para superfícies com elevado brilho, bem
como um maior, de 80º, para superfícies que apresentem pouco brilho [3.12]. Realizaram-se os
ensaios na totalidade dos ângulos, efectuando-se seis medições por amostra como especificado
na norma, uma vez que o ensaio é simples e de rápida execução.
As medições são efectuadas com recurso a um brilhómetro da marca Novo-Gloss, representado
na Figura 3.23.
Figura 3.23 – Brilhómetro “Novo-Gloss statistical glossimeter”.
3. Campanha experimental
88
O procedimento de ensaio iniciou-se com a definição do ângulo de incidência, a calibração
inicial do aparelho e a posterior medição do brilho das amostras. A calibração é efectuada de
acordo com a especificação do manual de utilização, existindo para o efeito uma caixa com duas
superfícies de referência padrão. A primeira consiste numa esponja preta cujo brilho tem o valor
de 0, indicando ausência de reflexão, e a segunda consiste numa cerâmica preta polida, referida
acima, cujo brilho tem um valor pré-definido para cada ângulo de incidência, fornecido no
respectivo certificado de calibração.
Procedeu-se à colocação do aparelho em cada uma das superfícies efectuando a respectiva
medição e ajuste de valor de brilho obtido, até este se encontrar em conformidade com o valor
padrão. A Figura 3.24 indica a zona de incidência do aparelho e as duas superfícies de
calibração.
Figura 3.24 - Brilhómetro e superfícies de calibração
Estando o ângulo definido com a respectiva calibração efectuada, foi necessária a medição do
brilho dos provetes a ensaiar. Para realizar a medição, a zona de incidência do foco de luz foi
colocada em seis zonas diferentes da amostra, três em cada lado, sendo registado o valor
correspondente. Foram realizadas três medições de cada lado devido à diferença de aspecto
observada nas superfícies dos provetes, sendo um lado mais fibroso (parte interior do perfil
RHS, não exposta) do que o outro.
3.5.3 Análise mecânico-dinâmica
O procedimento experimental que se apresenta neste ponto permite avaliar o comportamento de
materiais visco-elásticos ao nível da sua estrutura molecular. Para tal, foi efectuada uma análise
de DMA1, de acordo com a norma de ensaio ISO 6721 [3.14,3.15] e suas respectivas emendas.
O ensaio foi realizado num laboratório específico pertencente ao LNEC/NMO, onde a amostra é
sujeita a uma força ou deslocamento sinusoidal a uma frequência bastante menor do que a
1 Sigla proveniente do Inglês para: “Dynamic Mechanical Analysis”
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
89
frequência de ressonância fundamental. O tempo, temperatura e amplitude do carregamento
sinusoidal constituem a par da frequência os principais parâmetros deste tipo de análise. O
ensaio permite avaliar as características mecânico-dinâmicas em variadas configurações, como
flexão, torsão, tracção ou corte interlaminar. O material compósito em investigação, sendo
composto por fibras maioritariamente unidireccionais, torna mais relevante a análise destas
propriedades em flexão, sendo esse também o sentido da investigação [3.15].
Encontra-se definido, de um modo geral para os vários tipos de módulos de análise, o chamado
módulo complexo, , como sendo o rácio entre uma tensão dinâmica e um deslocamento
dinâmico de um material viscoelástico [3.14]. Sendo estes factores sinusoidais, o resultado
apresenta-se num número complexo, dependendo das tensões e deformações dinâmicas
aplicadas, dados pelas seguintes expressões:
(3.3)
(3.4)
(3.5)
onde,
é o módulo de armazenamento;
é o módulo de perda;
, são a tensão e deformação dinâmicas;
, são as amplitudes iniciais do ciclo de tensão e deformação;
é a frequência;
é o ângulo de fase.
O módulo de armazenamento M‟ consiste na parte real do complexo e é expresso em Pa. Este é
proporcional à máxima energia armazenada durante um ciclo de carregamento e representa a
rigidez de um material viscoelástico, revelando a sua capacidade de armazenamento de energia
associada a deformações elásticas. No caso específico, o módulo de armazenamento em flexão
surge com a sigla . O módulo de perda em flexão compreende à restante parcela do
complexo, isto é, à sua parte imaginária. Esta é proporcional à energia dissipada durante um
carregamento cíclico, na forma de calor como resultado de vibrações moleculares e é neste caso
representado pela sigla [3.14,3.16].
O ângulo de fase refere-se, como o nome indica, à diferença de fase entre as acções dinâmicas
num material visco-elástico e é expresso em radianos. Esta grandeza permite a análise do factor
de perda. O factor de perda define-se como a tangente do ângulo de fase e consiste num
indicador comum do amortecimento num sistema visco-elástico. A grandeza define-se deste
modo por:
3. Campanha experimental
90
(3.6)
O ângulo de fase permite analisar, através da diferença de fase, o comportamento do material no
sentido da sua viscosidade. Desta forma, se o material se apresentar com uma natureza elástica,
esta grandeza assume valores próximos de 0 rad, valor para a sobreposição total das ondas
sinusoidais, sendo este o estado limite para um sólido elástico. Por outro lado, o aumento desta
diferença indica a aproximação ao comportamento de um líquido viscoso, sendo o limite
máximo para a grandeza rad. Os materiais de natureza visco-elástica apresentam um
comportamento intermédio aproximando-se mais de cada tipo de comportamento acima referido
consoante o seu nível de viscoelasticidade. A Figura 3.25 apresenta uma representação
esquemática do módulo complexo atrás mencionado, bem como o ângulo de fase, frequência e
amplitudes registadas numa variação do tipo sinusoidal [3.14,3.16].
Figura 3.25 - Ângulo de fase e módulo complexo [3.14]
As propriedades térmico-dinâmicas deste tipo de material podem ser avaliadas através da
monitorização das características referidas ao longo do tempo e permitem, para a mesma
amplitude de carregamento, a obtenção de vários espectros de resposta em função da
temperatura e frequência de ensaio. Especificamente, as variações de temperatura permitem
determinar as gamas onde o compósito apresenta comportamento rígido e elastomérico, bem
como a definição da temperatura de transição entre os dois comportamentos, denominada por
temperatura de transição vítrea [3.16]. À medida que aumenta a temperatura, o rápido
decréscimo do módulo de armazenamento, bem como o pico registado no módulo e factor de
perda, indica a passagem entre os dois estados descritos, em que o estado vítreo e estável do
material assume cada vez menos rigidez, devido ao aumento da vibração molecular.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
91
Os provetes teste utilizados possuem dimensões nominais de 60 mm × 15 mm (l × b), com
5 mm (e) de espessura, definido-se três amostras por cada grupo de ensaio a realizar [3.14]. O
ensaio foi realizado em regime dinâmico e modo oscilatório utilizando o equipamento DMA
Q800 da marca TA Instruments, associado a software específico de tratamento de dados do
mesmo fabricante (Figura 3.26) e o sistema de flexão considerado foi um sistema de flexão em
otrês pontos. O aparelho consiste numa câmara de ensaio com temperatura controlada onde um
dispositivo próprio introduz a carga de um modo cíclico e sinusoidal, registando todas as
variações na deformação e na tensão associadas e permitindo a análise das características em
estudo.
Figura 3.26 – Aparelho utilizado no ensaio de DMA
3.5.4 Ensaio de flexão
As características mecânicas assumem particular relevância na análise de durabilidade do
material. Sendo o reforço estrutural um possível tipo de aplicação do compósito é importante
analisar o efeito de degradação que os ambientes de exposição provocam na resistência do
mesmo.
Os ensaios de flexão foram efectuados no Laboratório de Construção do Instituto Superior
Técnico. O seu objectivo consiste na determinação das propriedades de flexão do material,
como a resistência à flexão, a extensão última associada e o módulo de elasticidade em flexão,
assentando na norma própria para compósitos reforçados com fibras, ISO 14125 [3.17]
De acordo com o equipamento disponível, foi utilizado um sistema de flexão de três pontos
(Figura 3.27). Para este sistema foram utilizados provetes teste com dimensões nominais de
150 mm × 15 mm (l × b), com 5 mm (e) de espessura, estando o material em questão definido
na classe III, especificada para compósitos uni e multidireccionais. Uma vez que a espessura era
necessariamente 5 mm, factor inerente ao fabrico dos perfis RHS, foram adoptados em
concordância os valores para a distância entre apoios do ensaio (L) de 100 mm e comprimento
3. Campanha experimental
92
de 150 mm, de um modo proporcional às indicações normativas que apontam para espessuras na
ordem de 2 mm. Foram considerados 5 provetes por condição de ensaio [3.17].
Figura 3.27 - Eixos principais de teste e sistema de flexão em três pontos [3.17]
Para este ensaio, a tensão de flexão e a deformação associada definem-se por:
(3.3)
(3.4)
onde,
é a tensão máxima de flexão (MPa);
é a carga aplicada (N);
é o espaçamento entre apoios (mm);
é a espessura do provete (mm);
é a largura do provete (mm);
é a deformação máxima (-);
é o deslocamento a meio vão (mm).
Deste modo, é possível definir a tensão de flexão na rotura como o valor máximo registado
durante o ensaio, bem como o seu deslocamento e deformação de rotura associados ( e ,
respectivamente). O módulo de elasticidade em flexão como medida de avaliação da rigidez do
material é também um factor a ter em conta. Para tal encontra-se especificado na norma o
cálculo de dois deslocamentos correspondentes às deformações de 0,0005 e 0,0025, sendo
calculado de seguida o módulo de elasticidade com base na diferença entre a força e os
deslocamentos entre os dois pontos considerados [3.17]. Uma vez que é possível obter de um
modo automático os valores mencionados, torna-se menos trabalhoso o cálculo desta grandeza
por um modo equivalente. Recorreu-se desta forma a uma regressão linear entre os dois pontos
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
93
especificados, sendo o módulo de elasticidade definido pelo declive da recta. Acrescenta-se que
esta calibração relativamente ao módulo de elasticidade tem de ter em conta os resultados dos
ensaios, pelo que é necessária uma análise cuidada e, se necessário, alguma calibração dos
extremos da curva força-deslocamento para não considerar zonas não lineares da mesma.
O teste começou com a medição da espessura e largura individual de cada provete. Para tal, foi
necessário retirar os provetes dos sacos de plástico protector e efectuar três medições para cada
uma das grandezas. As medições foram efectuadas no início, meio e fim do terço central de cada
provete, isto é, a um terço, dois terços e a meio do provete [3.17]. O equipamento utilizado para
estas medições consistiu numa craveira da marca Digimatic, representada na Figura 3.28.
Figura 3.28 - Craveira digital.
Após a correcta determinação destas grandezas, colocou-se o provete centrado no local
adequado a ensaiar de acordo com a direcção principal a estudar. A prensa utilizada para
aplicação e medição do carregamento (Figura 3.29) consistiu no equipamento da marca Seidner,
denominado por Form test. Para a medição do deslocamento do material foi utilizado um
deflectómetro de 50 mm de curso da marca APEK cuja precisão é 0,01 mm. Associada à prensa
e ao deflectómetro, encontrava-se um dispositivo de conversão de leituras, datalogger, que
efectuou a passagem de dados da prensa para análise no computador com o devido software. O
datalogger utilizado consiste no modelo Spider8, da marca HBM (Figura 3.30) e o software
utilizado por Catman®Easy. As conversões de sinal eléctrico pelo dispositivo consistiram nas
seguintes: a 10kN de carga corresponderam 9,72V enquanto que a 51,6 mm de deslocamento
corresponderam 3,7 mV/V.
Adicionalmente, refere-se que a velocidade de carregamento foi sempre inferior a 0,2 kN/s
adoptando-se para um valor de velocidade optimizada de 0,1 kN/s.
3. Campanha experimental
94
Figura 3.29 - Equipamento utilizado para o ensaio de flexão.
Com o provete centrado, iniciou-se o carregamento até à rotura do mesmo. Os dados medidos
foram registados automaticamente no computador a uma frequência entre 2 e 5 Hz, de acordo
com o especificado em norma, consistindo nos valores da carga aplicada F e do deslocamento a
meio vão correspondente, sf. Obteve-se deste modo todas as grandezas necessárias ao estudo das
propriedades em flexão mencionadas.
Figura 3.30 - Aquisição automática de dados por sinal eléctrico (Spider 8).
3.5.5 Ensaio de tracção
Os ensaios de tracção foram realizados no Laboratório de ensaios específico no LNEC/NMO, de
acordo com a norma de ensaio ISO 527 partes um e quatro [3.18, 3.19].
Como objectivo de estudo deste ensaio, encontra-se a determinação da resistência à tracção, da
deformação última associada e do módulo de elasticidade em tracção. As grandezas foram
calculadas com recurso às seguintes expressões [3.18]:
(3.5)
(3.6)
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
95
(3.7)
onde,
é a tensão de tracção (MPa);
é a força aplicada (N);
é a área da secção transversal (mm2);
é a deformação nominal de tracção (-);
é a distância inicial entre traços de referência (mm);
é a variação da distância entre traços de referência (mm);
é o módulo de elasticidade em tracção (MPa);
são as tensões (MPa) correspondentes às deformações , de 0,0005 e
0,0025, respectivamente.
É possível definir a tensão de rotura à tracção, , como sendo a tensão máxima registada no
ensaio, bem como a sua deformação associada na rotura, . Para a realização do ensaio, foram
preconizados provetes de dimensões nominais de 300 mm × 25 mm (l × b), com 5 mm (e) de
espessura em conformidade com a norma [3.19], sendo definidos como materiais de classe II/III
(materiais termoplásticos reforçados com fibras). Foi necessária a correcta medição individual
das grandezas dimensionais dos provetes, isto é, a sua largura e espessura própria, de um modo
análogo ao anterior. Deste modo, foi utilizado um comparador electrónico da marca Mitutoyo,
devidamente calibrado, com precisão de 0,001 mm, visível na Figura 3.31.
Figura 3.31 - Digimatic Indicator da Mitutoyo
O passo seguinte consistiu na preparação dos provetes (Figura 3.32). Para tal, foram efectuadas
marcações nos provetes a 50 mm das extremidades e a 25 mm de cada lado da zona central,
definindo-se assim os traços de referência do extensómetro. De seguida, foi cortada uma lixa
apropriada de modo a envolver os provetes desde a extremidade até à respectiva marcação e
3. Campanha experimental
96
aplicou-se um adesivo nas marcações centrais [3.19]. A função da lixa consistiu em impedir o
escorregamento no contacto do provete com os mordentes das garras da prensa, tendo o adesivo
as mesmas funções, mas em relação aos apoios do extensómetro utilizado.
Figura 3.32 - Aspecto de um provete de tracção antes do ensaio.
O equipamento utilizado, existente no LNEC/NMO, consistiu numa máquina universal de
ensaios mecânicos Instron 4803, tendo uma célula de carga de 100 kN e classe de precisão 0,5.
O extensómetro também pertence ao mesmo fabricante, fazendo parte do instrumento. As garras
e mordentes utilizados são desmontáveis e adaptáveis às amostras. Após a preparação, os
provetes foram colocados no dispositivo de amarração, apertando-se devidamente as garras. O
ensaio foi então efectuado em controlo de deslocamentos, até à rotura, a uma velocidade de
2 mm/min, com medição da deformação e da força aplicada [3.18]. Com recurso a computador e
software específico, as grandezas referidas foram automaticamente registadas. O esquema de
ensaio encontra-se ilustrado na Figura 3.33.
Figura 3.33 - Máquina de ensaios mecânicos utilizado na determinação das propriedades em tracção.
3.5.6 Ensaio de corte interlaminar
O último método de determinação de propriedades de natureza mecânica considerado foi o
ensaio de corte interlaminar, uma vez que se consideram os efeitos de compressão como pouco
elucidativos e muito variáveis [3.3], sendo este tipo de caracterização pouco útil.
O objectivo deste ensaio consiste na determinação das propriedades resistentes do material ao
corte interlaminar, pelo ensaio de provetes relativamente curtos, com recurso às normas ASTM
D 2344 [3.20] e EN ISO 14130 [3.21].
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
97
Neste tipo de ensaio, encontra-se controlada a força de corte e o deslocamento a meio
vão associado. Ambas as normas utilizadas indicam que esta força pode ser calculada através da
seguinte expressão:
(3.5)
onde,
é a tensão de corte interlaminar (MPa);
é a carga aplicada (N);
é a largura do provete (mm);
é a espessura do provete (mm).
A tensão de corte interlaminar na rotura, , é dada pelo máximo valor da força registada no
ensaio.
A preparação dos provetes preconiza dimensões de acordo com a espessura (e) dos mesmos
sendo, o comprimento (l) o sêxtuplo da espessura e a largura (b) o dobro desta [3.20]. Neste
sentido, foram utilizadas amostras com dimensões nominais de 30 mm × 10 mm (l × b) com
5 mm de espessura. De igual modo ao descrito no ensaio de flexão, a largura e espessura
necessitam de ser controladas e medidas individualmente para cada provete.
Analogamente à flexão, o equipamento utilizado consistiu na prensa Form test, da marca
Seidner, um deflectómetro de 50 mm APEK e também o recurso ao mesmo conversor de sinal
eléctrico referido, o datalogger Spider8 da marca HBM (Figura 3.30), e o software
Catman®Easy. Neste caso, varia o esquema de ensaio sendo o resto do processo em tudo
semelhante ao ensaio de flexão (esquematizado na Figura 3.34).
Figura 3.34 – Equipamento usado no ensaio de corte interlaminar
3. Campanha experimental
98
O provete foi colocado nos apoios, devidamente centrado, com uma distância entre estes na
ordem de grandeza do quádruplo da espessura [3.20], ou seja, 20 mm. De seguida, foi executado
o ensaio, carregando o provete até à rotura por corte interlaminar, onde as pequenas dimensões
do provete aumentam o efeito da grandeza a analisar. A velocidade do ensaio foi realizada a 0,1
kN/s, [3.21], sendo a frequência de aquisição de dados entre 2 e 5 Hz. Tal permite o controlo e
registo da força e do deslocamento em tempo real. A conversão de sinal eléctrico do datalogger
procede-se do mesmo modo como descrito no subcapítulo 3.5.4.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
99
3.6 Referências bibliográficas
[3.1] Página da internet da empresa ALTO Perfis Pultrudidos, Lda: www.alto.com.pt, visitada
dia 22/11/2010.
[3.2] S. Cabral-Fonseca, J.R. Correia, R. Costa, A. Carreiro, M. Paula Rodrigues, M. Isabel
Eusébio, F.A. Branco, “Environmental degradation of GFRP pultruded profiles made of
polyester and vinylester resins”, 15th International Conference on Composite Structures,
(Editor: A.J.M Ferreira), pp. 1-5, Porto, 2009.
[3.3] A. Carreiro, “Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de
vidro (GFRP)”, Dissertação para obtenção de grau de mestre em Engenharia Civil, Instituto
Superior Técnico, Lisboa, Maio 2010, 122p.
[3.4] R. Costa, “Durabilidade de perfis pultrudidos de poliéster reforçado com fibras de vidro
(GFRP)”, Dissertação para obtenção de grau de mestre em Engenharia Civil, Instituto Superior
Técnico, Lisboa, Novembro 2009, 108p.
[3.5] ASTM D1141, “Standard practice for preparation of substitute ocean water”, American
Society for Testing and Materials, West Conshohocken, PA, 1999.
[3.6] NP EN ISO 6270, “Tintas e vernizes. Determinação da resistência à humidade – Parte 1:
Condensação Contínua”, Instituto Português da Qualidade, Caparica, 2007.
[3.7] EN 1504-2, “Products and systems for the protection and repair of concrete structures.
Definitions, requirements, quality control and evaluation of conformity. Surface protection
systems for concrete”, European Committee for Standardization, Brussels, 2004.
[3.8] ASTM D 5229 “Standard Test Method for Moisture Absorption Properties and
Equilibrium Conditioning of Polymer Matrix Composite Materials”, American Society for
Testing and Materials, West Conshohocken, PA, 2004
[3.9] ISO 7224-1, “Paints and varnishes – Colorimetry – Part 1: Principles”, International
Organization for Standardization, Genève, 1997.
[3.10] ISO 7224-2, “Paints and varnishes – Colorimetry – Part 2: Colour management”,
International Organization for Standardization, Genève, 1997.
[3.11] Página da internet: www.hunterlab.com, Figura “New Lab Chart”, visitada a 17/12/2010.
[3.12] ISO 2813, “Paints and varnishes – Determination of specular gloss of non-metalic paint
films at 20º, 60º and 85º”, International Organization for Standardization, Genève, 1994.
3. Campanha experimental
100
[3.13] ISO 2813 – Technical Corrigendum 1, “Paints and varnishes – Determination of
specular gloss of non-metalic paint films at 20º, 60º and 85º”, International Organization for
Standardization, Genève, 1997.
[3.14] ISO 6721-1 “Plastics – Determination of dynamic mechanical properties – Part:1
General Principles”, International Organization for Standardization, Genève, 1994.
[3.15] ISO 6721-5 “Plastics – Determination of dynamic mechanical properties – Part:5
Flexural vibration - Non-ressonance method”, International Organization for Standardization,
Genève, 1996.
[3.16] S. Cabral-Fonseca, “Caracterização por análise mecânica dinâmica de um material
compósito de matriz polimérica reforçado com fibras de vidro, usado em perfis estruturais –
Matriz de viniléster”, Departamento de Materiais, Núcleo de Materiais Orgânicos, LNEC, pp 1-
4, Lisboa, 2009.
[3.17] ISO 14125, “Fibre-reinforced plastic composites – Determination of flexural properties”,
International Organization for Standardization, Genève, 1998.
[3.18] ISO 527-1, “Plastiques – Détermination des proprieties en traction – Partie 1: Principes
généraux”, International Organization for Standardization, Genève, 1993.
[3.19] ISO 527-4, “Plastics – Determination of tensile properties – Part 4: Test conditions for
isotropic and orthotropic fibre-reinforced plastic composites”, International Organization for
Standardization, Genève, 1997.
[3.20] ASTM D 2344. “Standard Test Method for Short-Beam Strength of Polymer Matrix
Composite Materials and Their Laminates”, American Society for Testing and Materials, West
Conshohocken, PA, 2000.
[3.21] EN ISO 14130, “Fibre reinforced plastic composites – Determination of apparent
laminar shear strength by short-beam method”, European Committee for Standardization,
Brussels, 1997.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
101
4 Resultados e discussão
4.1 Introdução
No presente capítulo são apresentados e discutidos os resultados obtidos nos ensaios realizados
durante a campanha experimental descrita no capítulo 3. Quando aplicável, é efectuada uma
análise comparativa dos resultados obtidos, considerando resultados obtidos de outros estudos e
também os resultados já existentes de investigações anteriores. Desta forma é possível
relacionar as características dos materiais que constituem os perfis pultrudidos de GFRP e os
efeitos da sua exposição ambiental, nos vários conjuntos definidos no capítulo 3.
O capítulo inicia-se com a apresentação dos resultados do material, de modo a contextualizar os
resultados obtidos, com os resultados decorrentes de investigações anteriores.
De seguida, são apresentados os resultados de caracterização das propriedades físicas do
material envelhecido, designadamente os resultados obtidos em termos de variação de massa e
absorção de humidade, variação da cor e do brilho e sua consequente análise e discussão.
Por fim apresentam-se os resultados de caracterização mecânica que inclui a avaliação das
propriedades em flexão, tracção e corte interlaminar, assim como de análise mecânica-dinâmica.
4
4. Resultados da campanha experimental
102
4.2 Caracterização inicial dos perfis GFRP
Os perfis de GFRP utilizados no presente estudo, provêm de uma investigação iniciada
anteriormente [4.1]. Por esta razão, como já foi descrito no capítulo 3, não foi necessário
efectuar a caracterização inicial do material. No entanto, a caracterização inicial do material é
importante, pois estabelece o ponto de partida para o estudo realizado.
A análise da evolução do desempenho do material em estudo apenas será possível conhecendo o
seu historial. Deste modo, apresentam-se os resultados de caracterização físico-química
efectuada inicialmente sobre o material que constitui os perfis pultrudidos de GFRP
(Quadro 4.1).
Quadro 4.1 - Propriedades físico-químicas iniciais do material em estudo, adaptado de [4.2].
Propriedade Método Resultados
Teor em fibra
de vidro (%) Calcinação 68,7 ± 0,4
Massa
volúmica Imersão (g/cm
3) 2,03 ± 0,052
Tg (ºC) DMA
E‟inicial
tan δ
98,6 ± 7,0
126,9 ± 2,3
Propriedades
mecânicas
Tracção σtu (MPa)
Et (GPa)
393 ± 51
38,9 ± 4,1
Flexão σfu (MPa)
Ef (GPa)
537 ± 73
28,4 ± 3,4
Corte σu (MPa) 39,2 ± 4,2
Segundo Cabral-Fonseca [4.2], encontra-se no material a presença de éster e de estruturas
alifáticas, o que é comum nas estruturas moleculares de viniléster insaturado. Referem-se ainda
a presença de sílica, material constituinte das fibras de vidro presentes, e também de carbonato
de cálcio que apresentará uma função de filler. Segundo Carreiro [4.1] a massa volúmica dos
perfis encontra-se dentro da regularidade. De facto, segundo o fabricante Strongwell, um perfil
de GFRP com matriz de viniléster apresenta valores para esta grandeza entre 1,70 a 1,95 g/cm3.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
103
4.3 Caracterização das propriedades físicas dos perfis GFRP
4.3.1 Absorção de água e variação da massa
Conforme descrito no capítulo anterior, os provetes denominados viajantes foram sujeitos a uma
medição semanal de controlo de massa e temperatura de exposição, permitindo a construção de
curvas que ilustram a variação desta grandeza ao longo do tempo. As fichas individuais das
medições encontram-se no Anexo A, representando-se nas Figuras 4.1, a 4.5 os resultados
conjuntos obtidos nos dois grupos. Encontra-se também, na Figura 4.6, a representação de
resultados semelhantes, sempre em relação ao material em estudo, obtidos noutras investigações
[4.3-4.4]. Refere-se ainda que, no Anexo A, se encontram representados ainda o resultado da
regularização das massas que foram efectuadas após as colheitas de modo a atingir o estado
seco.
Cada ponto apresentado nas Figuras 4.1 a 4.6 representa a variação de massa para um
determinado ambiente de exposição.
Nos sistemas de viniléster, a absorção de humidade pode ser acompanhada por um processo de
cura residual. No entanto, o desvio efectivo das distribuições clássicas de difusão são
insignificantes a um nível global [4.5], permitindo a utilização destas aproximações. Assumindo
então, que a absorção de humidade segue a lei de Fick, o coeficiente de difusão aparente D, que
aproxima este comportamento de um modo relativo, pode ser determinado pela seguinte
expressão [4.4]:
(4.1)
onde Le , w e h são o comprimento, largura e espessura do provete, respectivamente, e M1 e M2
correspondem à variação de massa no tempo t1 e t2, respectivamente. O tempo t1 e t2 são tais que
a variação de massa pode ser assumida como tendo uma variação linear em relação à raiz
quadrada do tempo. Os valores da variação máxima de absorção verificada obtidos durante o
período de exposição correspondem a Mm (registados sob a forma de percentagem de massa
ganha) e D é o coeficiente de difusão aparente. Os valores obtidos para estas duas grandezas
encontram-se no Quadro 4.2.
O Quadro 4.3 apresenta os valores das mesmas grandezas provenientes de outras investigações.
Liao et al. [4.3] para estudar os efeitos de envelhecimento acelerado em perfis pultrudidos de
GFRP com matriz de viniléster investigou sobre a capacidade de absorção dos mesmos registou
a variação da massa do material ao longo do tempo em imersões em soluções salgadas e em
4. Resultados da campanha experimental
104
água desmineralizada a 25 ºC e 75 ºC. Kharbari e Zhang [4.4] e Chu et al. [4.6] utilizaram em
ambas as investigações materiais compósitos com matriz de viniléster reforçados uniaxialmente
com fibras de vidro, de modo a investigarem a durabilidade deste material em ambientes de
imersão em água desmineralizada e a avaliação da influência do processo de secagem,
respectivamente.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
105
Figura 4.1 -Curvas experimentais da variação de massa dos provetes viajantes imersos em água desmineralizada do Grupo I
Figura 4.2 - Curvas experimentais da variação de massa dos provetes viajantes em imersões salinas do Grupo I
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000
Var
iaçã
o d
e m
assa
(%
)
Tempo (h)
W-20
W-40
W-60
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000
Var
iaçã
o d
e m
assa
(%
)
Tempo (h)
S-20
S-40
S-60
4. Resultados da campanha experimental
106
Figura 4.3 - Curvas experimentais da variação de massa dos provetes viajantes imersos em água desmineralizada a 20 ºC do Grupo II
Figura 4.4 - Curvas experimentais da variação de massa dos provetes viajantes imersos em água desmineralizada a 40 ºC do Grupo II
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
0 2000 4000 6000 8000
Var
iaçã
o d
e m
asa
(%)
Tempo (h)
WD-20
WI-20
WFI-20
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 2000 4000 6000 8000
Var
iaçã
o d
e m
asa
(%)
Tempo (h)
WD-40
WI-40
WFI-40
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
107
Figura 4.5 - Curvas experimentais da variação de massa dos provetes viajantes em condensação em contínuo a 40 ºC do Grupo II.
Figura 4.6 - Curvas experimentais da variação de massa obtidas em investigações semelhantes, adaptado [4.3-4.4]
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 2000 4000 6000 8000
Var
iaçã
o d
e m
asa
(%)
Tempo (h)
CCD-40
CCI-40
CCFI-40
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
0 2000 4000 6000 8000
Var
iaçã
o d
e m
assa
(%
)
Tempo (h)
W-25 K.Liao
W-75 K.Liao
S-25 (5% sal) K. Liao
S'-25 (10% sal) K. Liao
W-23 V.M. Karbhari (UM2403)
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
108
Quadro 4.2 - Coeficiente de difusão aparente e percentagem de variação máxima de massa.
Grupo I Grupo II
Ambiente Mm (%) D (x10-7
mm2/s) Ambiente Mm (%) D (x10
-7 mm
2/s)
W-20 0,62 1,69 WD-20 0,64 11,1
W-40 0,64 1,22 WI-20 0,68 3,52
W-60 0,77 2,26 WFI-20 0,74 3,22
S-20 0,34 1,47 WD-40 1,04 2,70
S-40 0,31 1,65 WI-40 0,96 2,46
S-60 0,45 6,14 WFI-40 0,64 2,30
CCD-40 0,44 5,55
CCI-40 0,91 3,00
CCFI-40 0,77 2,67
Quadro 4.3 - Comparação dos resultados com outras investigações prévias, adaptado [4.3, 4.4, 4.6].
Ambiente Mm (%) D (x10-7
mm2/s) Ambiente Mm (%) D (x10
-7 mm
2/s)
W-25 K.Liao 0,81 - W-60 W. Chu 0,569 2,70
W-75 K.Liao 0,73 - W-23 Karbhari 0,20 4,3
S-25 K. Liao 0,51 - W-60 Karbhari 0,31 8,2
S‟-25 K.Liao 0,45 -
W-23 W. Chu 0,164 1,39
O comportamento observado nos provetes do Grupo I encontra-se em conformidade com os
resultados verificados anteriormente, ou seja, é possível admitir um comportamento Fickiano,
que mostra um rápido crescimento inicial, que abranda e se aproxima da saturação ao longo do
tempo, após imersão prolongada, que é consistente com os resultados obtidos por Liao et al.
[4.3] e por Karbhari e Zhang [4.4] perceptíveis na Figura 4.4.
Como seria expectável, as variações neste grupo registam-se já num patamar temporal
relativamente avançado (> 8700 horas) o que sugere à partida que o material já se encontre
relativamente perto da saturação. Ainda assim é de notar que:
A variação de massa dos provetes imersos na solução salina manteve-se inferior à da
água desmineralizada, com uma diferença entre os dois tipos de imersão situada em
0,25-0,35%. A maior diferença registada entre ambas foi à temperatura de 40 ºC. Uma
possível explicação para este resultado reside na ocupação preferencial dos poros da
matriz por partículas de cloreto de sódio, resultando numa inferior capacidade de
absorção de água pelo material em si. Liao et al. [4.3] registou uma diminuição da
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
109
absorção de humidade, em ambientes sucessivamente mais salinos, o que vai de
encontro ao verificado no presente estudo. (Figura 4.4, curvas W-25, S-25 e S‟25 do
autor).
As curvas de variação de massa registadas em soluções salinas obtiveram algumas
oscilações, que podem ser explicadas pela mudança de operador semanalmente e
alguma diferença na técnica de remoção de água superficial, o que pode afectar
ligeiramente o resultado obtido. No entanto, a partir das 14000 horas, todas as curvas
revelam uma estagnação acentuada, com valores muito semelhantes aos verificados às
8000 horas, indicando a continuação da saturação já atingida do material ao longo do
tempo.
As curvas de variação de massa W-20 e W-40, revelaram também algumas oscilações,
mantendo uma tendência de aumento ao longo do tempo, embora oscilante e ligeira, na
ordem dos 0,1-0,2%.
A partir das 7700 horas a curva de variação de massa W-60 já teria começado a
evidenciar sinais de redução de massa, o que é comprovado ao longo do tempo de uma
forma lenta, mas tendencial, culminando numa redução na ordem dos 0,25% em relação
ao valor máximo registado (0,77%). Este facto pode ser devido a fenómenos de
pós-cura de algumas partes no seio do material, que não se encontravam devidamente
curados, resultando subsequentemente num aumento da densidade de reticulação,
diminuindo a absorção [4.7]. Na sua pesquisa, Liao et al. [4.3] também se deparou com
este fenómeno nos perfis pultrudidos GFRP de viniléster, embora o mesmo se tenha
registado mais cedo. Verificou que se notava, a altas temperatura, uma elevada variação
de massa que decresceria a partir das 200 horas de exposição. A perda de massa a
temperaturas elevadas está fortemente relacionado com a hidrólise ou com a separação
de grupos da cadeia polimérica, como explicitado no subcapítulo 2.5.
Salienta-se ainda que os coeficientes de difusão aparentes se encontram consistentes
com os obtidos por Chu et al. [4.6] onde se observa um aumento consistente deste
coeficiente entre 20 e 60 ºC, embora tenham ocorrido menor variação de massa.
Em relação ao Grupo II, é possível admitir-se o mesmo tipo de comportamento Fickiano. No
entanto, existem vários pontos a destacar da análise deste grupo entre os quais:
4. Resultados da campanha experimental
110
Em relação à temperatura de 20 ºC os valores da variação de massa foram muito
semelhantes variando entre os 0,64%, 0,68% e os 0,74% para os estados WD (Water
Dried), WI (Water Isolated) e WFI (Water Fully Isolated) respectivamente. Estes
resultados embora aparentem uma certa discrepância em relação ao esperado, são de
certo modo inconclusivos por serem muito semelhantes. Uma possível explicação
reside no facto da absorção destes provetes poder ter sido menor nos provetes não
protegidos. Isto deve-se à existência de algum grau de saturação prévia, através de
contacto com o ar, previamente à sua inserção nos ambientes de exposição, o que
explica a cadência de resultados registados. No entanto, e apoiando-se no coeficiente
de difusão registado (válido para qualquer temperatura de exposição) o valor desta
grandeza diminui, à medida que o grau de protecção aumenta, ou seja, exactamente
na ordem inversa da variação de massa. Desta forma, registam-se os valores de
11,1 × 10-7
mm2/s, 3,52 × 10
-7 mm
2/s e 3,22 × 10
-7 mm
2/s para os mesmos ambientes
de onde se destaca uma redução significativa deste coeficiente entre os provetes não
protegidos dos protegidos lateralmente e outra redução, embora menor, para os
provetes totalmente protegidos, evidenciando a capacidade de retenção do isolante.
Note-se que a diferença entre as reduções é facilmente explicada pela ausência da
protecção do fabricante, nas superfícies laterais dos provetes aquando do corte dos
mesmos.
À temperatura de 40 ºC registam-se maiores variações de massa do que a 20 ºC como
era expectável. Os valores registados foram de 1,04%, 0,96% e 0,64% para os estados
WD, WI e WFI, respectivamente. O seu coeficiente de difusão registou-se em
2,70 × 10-7
mm2/s, 2,46 × 10
-7 mm
2/s e 2,30 × 10
-7 mm
2/s. Neste caso, observa-se uma
diminuição sucessiva na variação de massa e no coeficiente de difusão o que indica a
capacidade de impedir a absorção de água do isolante. Destaca-se também que a
variação do coeficiente de difusão evolui da mesma forma como na temperatura de
20 ºC, sugerindo conclusões semelhantes.
Relativamente à condensação em contínuo a 40 ºC, os valores registados estão de
acordo com o previsto, com excepção da variação de massa para o estado WD, sendo
inferior aos restantes de um modo análogo aos 20 ºC. Os valores registados foram de
0,44%, 0,91% e 0,77% para os estados CCD (Continuous Condensation Dried), CCI
(Continuous Condensation Isolated) e CCFI (Continuous Condensation Fully
Isolated) respectivamente. Seriam expectáveis valores ligeiramente superiores.
Segundo Cabral-Fonseca [4.8], a absorção de humidade pode ser superior perante
condições de presença de vapor de água a elevadas temperaturas, face ao contacto
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
111
directo com a humidade (imersão), sugerindo maiores degradações e danos
consequentes do material.
Todos estes resultados são relativamente semelhantes à variação média máxima registada nas
colheitas do restante material destinado a ensaios mecânicos, ocorrendo variações de ± 1,5% aos
18 meses, em relação aos provetes viajantes e ± 2% aos 24 meses, o que aponta para a
fiabilidade do sistema de controlo de variação de massa efectuado.
4.3.2 Variação da cor
De modo a verificar a variação da cor do material, foram seleccionados provetes destinados a
ensaios de tracção do Grupo I, do ambiente de exposição de envelhecimento natural aos 2 anos
de exposição, pois o factor mais relevante nesta propriedade é a influência ambiental (mais
aproximado de condições de serviço possível).
Desta forma, as coordenadas vectoriais cromáticas, do sistema de cor CIE 1976, encontram-se
no Quadro 4.4.
Quadro 4.4 –Coordenadas cromáticas.
Amostra L*
a*
b*
∆L* ∆a
* ∆b
* ∆E
*
Não envelhecido 74,15 -0,88 1,13 - - - -
2 anos – 8T13 72,31 -1,70 7,94 -1,85 -0,82 6,82 7,11
2 anos – 8T14 73,56 -1,81 10,05 -0,60 -0,93 8,92 8,99
2 anos – 8T15 75,09 -1,77 8,44 0,94 -0,88 7,32 7,43
2 anos – Ensaio mediano 74,33 -1,80 8,47 0,07 -0,92 7,34 7,40
Relativamente ao material não envelhecido, os valores observados estão em conformidade com
as coordenadas esperadas. De facto, um valor elevado de L* (74,15 em 100) indica uma
tonalidade clara do material e os valores perto de 0 dos parâmetros a* e b
* indicam uma
tonalidade acinzentada, como se verifica nos provetes em estudo.
Em relação aos valores registados aos dois anos de exposição, verifica-se que todos os testes
efectuados indicam que existe variação global de cor pois ∆E* é superior a zero em todos os
ensaios. Salienta-se também o facto de todos os provetes evoluírem no mesmo sentido em
termos destas variações:
Os valores de ∆L* oscilaram entre -1,85 e 0,94, sendo registado um valor positivo de
0,07 para o teste mediano. Estes resultados indicam uma ligeira variação desta escala
4. Resultados da campanha experimental
112
sendo a tendência verificada para o escurecimento do material, embora esta seja tão
pequena que possa ser desprezada.
Da mesma forma, as variações do vector a* são sempre no mesmo sentido, variando
entre -0,82 e 0,92, ou seja, à volta de uma unidade na escala. Estes resultados revelam
que a tendência ao longo do tempo do material será a ganhar tonalidade no sentido da
cor verde (aproximadamente 1% mais verde ao fim de dois anos de exposição), embora
estas variações também sejam muito pouco significativas.
O mesmo já não se pode concluir sobre o vector b*. Este vector é o vector que assume maior
relevância na variação global de cor. Os resultados registados encontram-se entre 6,82 e 8,92,
estando o teste mediano associado ao valor de 7,34. O sentido positivo desta escala indica-nos o
amarelecimento do material ao longo dos dois anos (cerca de 7,5% mais amarelo passados dois
anos de exposição), que se traduz em mudanças de cor bastante identificáveis. A Figura 4.7,
obtida através do software de processamento de imagem utilizado nos ensaios, ilustra o
amarelecimento registado estabelecendo assim a correspondência esperada entre os valores
registados e o que é efectivamente visível no material. Desta forma, encontram-se alterações de
cor relevantes ao final de 2 anos de exposição o que está de acordo com o descrito por
Bogner et al. [4.9]. Este último refere que a alteração de cor apenas deixa de ser relevante a
partir dos 3 a 5 anos de material exposto em condições de serviço.
Figura 4.7 - Variação de cor registada após dois anos de exposição nos provetes teste.
Carreiro [4.1] elaborou ensaios do mesmo tipo, em provetes do mesmo tipo material, inserido
numa câmara de envelhecimento artificial acelerado (QUV). Verificou-se do mesmo modo o
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
113
amarelecimento do material, sendo que o vector b* foi o mais condicionante, enquanto os
restantes apresentaram apenas ligeiras variações. Após 1000, 2000 e 3000 horas de exposição a
variação global de cor registou o valor de 8,83, 8,85 e 11,33 unidades, respectivamente. Os
resultados observados ao fim de dois anos aproximam-se desta forma dos valores num ensaio
QUV, variando apenas cerca de 1,40% em relação aos ensaios às 1000 e 2000 horas de
exposição, contribuindo para uma correcta validação dos resultados obtidos.
4.3.3 Variação do brilho
Em relação à variação do brilho, foram seleccionados os mesmos provetes que no ponto anterior
(provetes de envelhecimento natural destinados ao ensaio mecânico de tracção), pelas mesmas
razões já explicitadas previamente. Assim sendo, o Quadro 4.5 mostra os resultados obtidos
neste ensaio. Como uma das superfícies corresponde à superfície interna do perfil original,
encontram-se diferenças entre as superfícies. Ensaiaram-se ambas, distinguindo-se uma da outra
pelas designações: fibrosa e lisa, uma vez que a superfície interna possui fibras de vidro visíveis
por observação directa.
Quadro 4.5 - Resultados do ensaio da variação de brilho (reflectância).
Amostra Superfície 20º 60º 85º
1 2 3 1 2 3 1 2 3
2 anos – 8T11 Fibrosa 1,0 0,9 0,9 2,4 2,3 2,4 1,5 1,6 1,5
Lisa 4,6 4,4 - 26,3 25,9 - 27,2 27,6 -
2 anos – 8T12 Fibrosa 0,9 1,0 0,9 2,6 2,8 2,9 1,6 1,5 1,9
Lisa 7,1 7,1 - 35,5 35,2 - 32,5 32,7 -
2 anos – 8T13 Fibrosa 2,5 2,4 2,9 16,9 17,4 20,0 14,2 14,5 16,5
Lisa 0,8 0,8 - 1,8 1,6 - 1,0 1,0 -
2 anos – 8T14 Fibrosa 2,1 1,8 2,1 12,7 12,5 13,2 10,0 9,7 9,7
Lisa 0,8 0,8 - 1,7 1,5 - 1,1 1,0 -
2 anos – 8T15 Fibrosa 2,4 2,0 2,2 14,2 13,0 13,2 14,4 12,3 12,0
Lisa 0,9 0,8 - 1,7 1,6 - 1,6 1,4 -
4. Resultados da campanha experimental
114
Relativamente aos resultados obtidos é de salientar os seguintes dois aspectos:
A grande perda de brilho verificada nas superfícies expostas ao sol na calha é
independente do tipo de superfície. De facto, os primeiros dois provetes tinham a
superfície fibrosa exposta directamente ao sol, enquanto os restantes três tinham a
superfície lisa e os resultados obtidos são todos muito semelhantes, variando entre 0,8-
1,0 a 20º de incidência, 1,6-2,4 a 60º de incidência e 1,0-1,9 a 85º de incidência.
No entanto, na superfície que se encontrava à sombra (menor incidência de radiação UV
durante a maior parte do dia), nota-se que a superfície fibrosa possui menor brilho que a
superfície lisa, de forma algo considerável.
A distinção da superfície exposta ao sol, relativamente à exposta à sombra, apresenta-se no
Quadro 4.6. Este quadro apresenta o resumo do estado do brilho do material, aos dois anos de
exposição, conjugados com resultados obtidos no mesmo ensaio, para o mesmo material num
estado não envelhecido, e expostos a um envelhecimento acelerado na câmara de QUV [4.1],
analogamente ao ensaio de variação da cor.
Quadro 4.6 – Resumo dos resultados aos dois anos.
Ambiente de exposição Superfície Inclinação
20º 60º 85º
Não envelhecido - 4,3 27,7 27,4
QUV 1000h - 3,8 24,3 18,0
QUV 2000h - 0,8 2,6 1,2
QUV 3000h - 0,7 1,4 0,9
2 anos - Env. natural Sol 0,9 2,0 1,4
Sombra 3,7 21,2 19,6
Com base nestes resultados, é possível construir um gráfico que reflicta a perda de brilho ao
longo do tempo, de uma forma comparativa, representado na Figura 4.8.
Os resultados obtidos neste ensaio encontram-se de acordo com o esperado. Além da norma do
ensaio [4.10, 4,11] indicar o valor do ângulo de incidência de 60º como universal, realça-se que
para todos os ângulos de incidência testados a percentagem de brilho do material decresceu em
valores muito significantes devido à exposição solar, onde se regista a retenção de apenas 7% do
brilho original, para um ângulo de incidência de 60º, ao fim de dois anos de exposição. Estes
valores são comparáveis aos valores obtidos no ensaio de QUV durante 3000 horas de
exposição, onde as diferenças em termos comparativos são reduzidas, na ordem dos 2-5%
consoante o grau de incidência considerado.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
115
Figura 4.8 – Comparação da evolução do brilho do material.
O brilho do material à sombra corresponde a aproximadamente 77% do brilho original do
material, a 60 º de incidência. Uma vez que este estado implica apenas a maioria do dia solar à
sombra e não a totalidade do mesmo, é expectável alguma perda de brilho, embora pouca,
comprovada pelos resultados obtidos. Bogner et al. [4.9], indica que a perda de brilho decorre
de uma exposição prolongada a radiações ultravioletas, facto que se verifica fortemente,
passados dois anos em condições de “serviço”, e que se pode confirmar facilmente pelo aspecto
dos provetes em comparação com um não envelhecido, representados na Figura 4.9.
Figura 4.9 - Comparação de um provete não envelhecido com três provetes após dois anos de
envelhecimento natural.
00
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Não envelhecido
QUV 1000h QUV 2000h QUV 3000h 2 anos - sol 2 anos - sombra
% d
e b
rilh
o d
o m
ater
ial
20º
60º
85º
4. Resultados da campanha experimental
116
4.4 Caracterização das propriedades mecânicas dos perfis
GFRP
4.4.1 Análise mecânico-dinâmica
A análise destes resultados é efectuada tendo em consideração a apreciação de dois valores da
temperatura de transição vítrea considerados mais importantes, obtidos através da curva de tan δ
e do módulo de armazenamento (E’). O valor desta grandeza obtido através da primeira curva
situa-se no pico da mesma, ou seja, a temperatura onde se verifica o seu máximo. De um modo
mais conservativo, na outra curva considerada, também é efectuada uma análise da temperatura
onde se inicia o decaimento do módulo de armazenamento, ao longo do tempo. Esta análise é
importante em termos de aplicações estruturais, pois o decaimento desta grandeza (E’) traduz-se
de forma prática numa redução significativa do desempenho mecânico do material.
De modo a possibilitar uma análise comparativa, referem-se no Quadro 4.7 os resultados médios
obtidos para a temperatura de transição vítrea, da análise das curvas individuais (tan δ e E’) de
cada provete testado do Grupo I (Anexo B), e do seu módulo de armazenamento na região vítrea
(considerou-se 30ºC).
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
117
Quadro 4.7 - Resultados de DMA do Grupo I.
Ambiente de exposição Tempo
[meses]
Temperatura de transição vítrea [ºC] E’região vítrea
[MPa] tan δ E’inicial
Não envelhecido 0 126,9 ± 2,3 98,6 ± 7,0 16090 ± 149
W-20
12 125,2 ± 3,0 99,2 ± 1,9 17176 ± 3339
18 121,2 ± 3,5 87,9 ± 4,7 13007 ± 2426
24 118,8 ± 3,0 93,3 ± 2,3 -
W-40
12 116,4 ± 0,7 99,5 ± 8,8 14763 ± 2548
18 115,9 ± 1,1 93,3 ± 5,8 13990 ± 117
24 116,3 ± 1,9 90,3 ± 3,7 19097 ± 577
W-60
12 125,2 ± 12,8 92,8 ± 4,4 15198 ± 3636
18 130,5 ± 9,4 94,4 ± 8,2 14890 ± 2606
24 119,3 ± 1,8 97,5 ± 1,9 16766 ± 2576
S-20
12 122,5 ± 2,9 93,5 ± 2,1 25002 ± 2685
18 126,9 ± 1,9 98,7 ±4,2 15920 ± 3547
24 119,6 ± 1,6 96,3 ± 2,6 11990 ± 917
S-40
12 124,3 ± 1,0 96,2 ± 2,7 16084 ± 1763
18 120,9 ± 0,2 94,5 ± 8,0 15032 ± 4
24 120,5 ± 1,7 99,2 ± 5,8 13841 ± 4214
S-60
12 123,6 ± 2,2 100,5 ± 2,9 14544 ± 4134
18 121,3 ± 0,3 100,2 ± 0,7 14136 ± 268
24 117,5 ± 0,4 96,1 ± 8,1 12195 ± 3128
Com base nos resultados obtidos e complementando com os resultados obtidos [4.1], é possível
a construção de um gráfico que ilustre a evolução desta propriedade em função do tempo,
representada nas Figuras 4.10 e 4.11, para as duas temperaturas a analisar, em relação às curvas
tan δ e E’, respectivamente.
4. Resultados da campanha experimental
118
Figura 4.10 – Evolução da temperatura de transição vítrea retirado da curva tan δ dos ambientes do
Grupo I.
Figura 4.11 - Evolução da temperatura de transição vítrea retirado da curva E’ dos ambientes do Grupo I.
Da análise dos resultados obtidos, pode-se considerar que:
Até aos 9 meses de exposição por imersão em água às diferentes temperaturas,
observa-se um decréscimo acentuado do valor médio de ao longo do tempo, em
ambas as curvas consideradas. Contudo, entre os 9 e os 12 meses nota-se uma alteração
nesta tendência verificando-se uma recuperação desta grandeza.
110
115
120
125
130
135
140
145
0 4 8 12 16 20 24
Tg (
tan
δ)
[º C
]
Tempo (meses)
W-20
W-40
W-60
S-20
S-40
S-60
80
85
90
95
100
105
110
115
0 4 8 12 16 20 24
Tg (
E')
[º C
]
Tempo (meses)
W-20
W-40
W-60
S-20
S-40
S-60
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
119
Várias curvas experimentais individuais obtidas a partir dos 12 meses apresentam
alterações significativas em relação ao material não envelhecido. Estas alterações
ocorreram mais concretamente em imersão em água à temperatura mais elevada
(W-60), e também na solução salina (S-60) embora com menor intensidade. As
alterações em causa indiciam a coexistência de zonas no seio do material com diferentes
graus de plasticização.
A recuperação torna-se evidente nas restantes curvas (mais evidenciada para
temperaturas elevadas, de forma geral), terminando em resultados próximos entre si
para todos os ambientes e registando uma diferença de 5-7 ºC face ao valor inicial.
Nota-se que, ambos os tipos de imersões em água desmineralizada e solução salina, às
diferentes temperaturas, causam variações semelhantes no valor médio de ao longo
do tempo, quando retirado da curva tan δ. No entanto, estas variações nem sempre são
concordantes quando retiradas da curva E’.
Analisando a curva tan δ, verifica-se que a diminuição máxima da temperatura de
transição vítrea ocorre em todos os ambientes considerados aos 9 meses, embora nunca
decresça mais do que 10%. A única excepção é o ambiente W-40 que tem o seu mínimo
registado aos 6 meses.
A recuperação constatada a partir dos 9 meses de exposição, situa-se aos dois anos de
exposição com valores entre 92-94% e 94-98% do valor original de , para a curva
tan δ em relação à imersão em água e solução salina, respectivamente. Por outro lado, a
recuperação no início do decaimento do módulo de armazenamento situa-se entre
92-99% e 97-101%.
Os valores registados para o módulo de armazenamento na zona vítrea (valor de E’ aos
30 ºC) ao longo de todas as colheitas foram pouco consistentes. De facto, os valores
registados aos 12, 18 e 24 meses apresentam-se díspares entre si, registando coeficientes
de variação elevados, o que confirma a tendência verificada neste ponto. No entanto,
note-se que os valores obtidos apresentam uma tendência decrescente com o passar do
tempo a partir dos 12 meses de exposição, verificando-se os maiores decréscimos nas
temperaturas de exposição mais reduzidas.
4. Resultados da campanha experimental
120
Em termos globais e de acordo com Cabral-Fonseca [4.12], verifica-se que a diminuição do
valor médio de , nos primeiros meses, indica a ocorrência de um fenómeno de plasticização
do material a curto prazo, e hidrólise a longo prazo, normalmente verificado no contacto entre
soluções aquosas e materiais poliméricos. A temperatura, responsável por aumentar a
velocidade dos fenómenos de difusão, pode acelerar a este processo. Este facto é confirmado
pelo rápido decaimento inicial às temperaturas mais elevadas e também pela sua recuperação,
onde se verificam declives maiores, comparativamente às restantes temperaturas.
A partir de um determinado período de imersão situado entre os 9 e 12 meses, o fenómeno de
plasticização sofre um abrandamento, existindo recuperação dos valores de , principalmente
para as temperaturas mais elevadas. Este acontecimento sugere a ocorrência de fenómenos de
pós-cura da matriz de viniléster, estando em concordância e confirmando alguns dos valores do
ensaio de variação de massa, como refere Chin et al. [4.13].
De uma forma geral, os resultados das imersões em água seguem as mesmas tendências que as
soluções salinas, embora as últimas apresentem menor intensidade nas suas variações.
Chu et al. [4.6] ao estudar os fenómenos de absorção de humidade em perfis pultrudidos de
GFRP com matriz de viniléster, constatou que o declínio inicial de absorção encontra um
patamar de recuperação, embora verificado mais cedo, às cerca de 10 a 15 semanas de
exposição. O autor apresenta posteriormente uma queda até as 50 semanas, verificando-se
posteriormente um patamar de alguma estagnação, com reduções máximas na gama 5,7-8%.
Não são referidas as espessuras dos provetes utilizados para o controlo da absorção, apenas os
utilizados nos ensaios mecânicos. Tal facto poderá ter influência na ocorrência deste fenómeno
de forma mais célere. No entanto, nos ambientes expostos a maiores temperaturas coincidiram
as menores reduções verificadas. De forma global, os resultados obtidos pelo autor são
consistentes com os resultados aqui registados.
De modo análogo, apresenta-se o Quadro 4.8, que inclui os resultados de DMA para os provetes
testados do Grupo II.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
121
Quadro 4.8 - Resultados de DMA do Grupo II.
Ambiente de exposição Tempo
[meses]
Temperatura de transição vítrea [ºC] E’região vítrea
[MPa] tan δ E’inicial
Não envelhecido 0 126,9 ± 2,3 98,6 ± 7,0 16090 ± 149
WD-20 6 127,7 ± 1,5 102,7 ± 2,1 13422 ± 2949
12 123,2 ± 8,3 98,0 ± 3,6 12971 ± 2646
WD-40 6 135,3 ± 6,5 94,3 ± 4,2 16294 ± 2512
12 130,0 ± 3,6 94,7 ± 2,9 16082 ± 3094
CCD-40 6 136,0 ± 4,4 96,0 ± 2,0 18390 ± 3228
12 132,3 ± 7,6 96,3 ± 8,5 12612 ± 724
WI-20 6 128, 6 ± 7,2 90,3 ± 9,5 9693 ± 729
12 125,0 ± 2,6 88,3 ± 7,4 10843 ± 1531
WI-40 6 127,3 ± 3,1 103,0 ± 7,0 14152 ± 3356
12 126,5 ± 2,1 69,3 ± 5,8 10510 ± 1789
CCI-40 6 128,0 ± 6,2 86,3 ± 25,9 10324 ± 849
12 129,0 ± 4,6 92,7 ± 1,5 12594 ± 2525
Com base nos resultados obtidos é possível a construção de um gráfico que ilustre a evolução
desta propriedade em função do tempo, representada nas Figuras 4.12 e 4.13, para as duas
temperaturas a analisar, em relação às curvas tan δ e E’, respectivamente.
Figura 4.12 - Evolução da temperatura de transição vítrea retirado da curva tan δ dos ambientes do
Grupo II.
105
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115
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125
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0 2 4 6 8 10 12
Tg (
tan
δ)
[º C
]
Tempo (meses)
WD-20
WD-40
CCD-40
WI-20
WI-40
CCI-40
4. Resultados da campanha experimental
122
Figura .4.13 - Evolução da temperatura de transição vítrea retirado da curva E’ dos ambientes do Grupo II.
Da análise dos resultados obtidos, pode-se constatar que:
As curvas individuais registadas para os provetes protegidos lateralmente foram
bastante diferentes das obtidas para o Grupo I. É possível observar na maioria das
curvas tan δ a existência de dois picos pronunciados em vez de apenas um. A
explicação lógica para este facto consiste na existência de revestimento protector e da
sua passagem para o estado elastomérico. Assim sendo, o revestimento tem um
comportamento viscoelástico diferente do resto do material, contribuindo para uma
variação global positiva da temperatura de transição vítrea. No entanto, a espessura
deste revestimento não é sempre exactamente a mesma, o que produz um ligeiro
aumento do erro associado aos resultados obtidos. Relativamente à curva E’, nota-se na
maioria dos casos a existência de dois declives diferentes para a grandeza, sugerindo
também um efeito do revestimento protector, que neste caso cederá primeiro que o resto
do material. Na análise destas curvas o erro associado ainda é ligeiramente superior ao
registado para as outras curvas como se pode constatar no Quadro 4.8.
As curvas dos provetes para análise do estado seco apresentam um andamento
semelhante às do Grupo I.
Na análise do estado seco (curvas WD) destaca-se o aumento generalizado da
temperatura de transição vítrea em relação aos valores iniciais. Para a curva tan δ
verifica-se que todas as curvas têm a mesma evolução. Destaca-se um aumento em
55
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75
85
95
105
115
0 2 4 6 8 10 12
Tg (
E')
[º C
]
Tempo (meses)
WD-20
WD-40
CCD-40
WI-20
WI-40
CCI-40
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
123
relação ao valor inicial, seguido de uma descida. O aumento máximo registado nunca
excede um valor de 7,1%. Apenas à temperatura de 20 ºC o aumento é relativamente
reduzido aos 6 meses, registando-se uma perda de 3% aos 12 meses. Os valores
registados na curva E’ apresentam uma tendência decrescente embora relativamente
reduzida ao longo do tempo, não se registando perdas superiores a 4,4%. Verifica-se
ainda um ligeiro aumento à temperatura de 20 º C aos 6 meses.
Na análise do estado protegido (curvas WI) regista-se uma tendência relativamente
constante da grandeza ao longo do tempo em ambas as curvas. Na primeira curva, aos
primeiros 6 meses nota-se um ligeiro aumento de (máximo de 1,3%) seguido de uma
fase descendente, apresentando valores próximos dos iniciais aos 12 meses, à excepção
da curva CCI-40 que mantém a sua fase crescente até um valor médio 2,1 ºC acima do
inicial. A curva E’ apresenta uma tendência decrescente ao longo do tempo, embora de
uma forma mais errática e com maior erro associado. As perdas desta grandeza chegam
mesmo a valores na ordem de 20,9% para uma das curvas (WI-40), sendo este o valor
máximo de perda associada.
Os valores registados para o módulo de armazenamento na zona vítrea (valor de E’ aos
30ºC) ao longo de todas as colheitas foram pouco consistentes. De facto, como
constatado no Grupo I, registaram-se coeficientes de variação elevados, sendo os
resultados obtidos algo inconclusivos.
Analisando o estado seco, é sugerido que a recuperação da propriedade verificada seja
devida ao processo de reversibilidade na secagem do material. Como já explicitado, do
processo de secagem resulta uma melhoria das propriedades pois acelera de um modo
efectivo os fenómenos pós-cura da matriz de viniléster, permitindo maiores
recuperações e mais céleres desta grandeza em questão.
Em relação aos provetes protegidos, constata-se que o revestimento protector confere
resistência à degradação de , pelo que até aos 12 meses de exposição a variação
máxima nesta grandeza é de 1,3%, estando os valores médios registados muito
próximos dos valores iniciais.
De uma forma geral, conclui-se que as temperaturas mais elevadas e o grau de
humidade acentuam as mudanças verificadas no material, ou seja maiores variações ou
mais acentuadas. A única excepção verificada foi a curva CCI-40 de onde se pode
4. Resultados da campanha experimental
124
concluir que o revestimento protector funcionou como uma barreira eficaz à humidade
instalada, influenciando os resultados obtidos.
4.4.2 Análise das propriedades em flexão
Para o estudo desta propriedade e tendo em conta todas as condicionantes de durabilidade
pretendidas na investigação, salienta-se que foram realizados ensaios individuais a 160 provetes,
cujos resultados individuais são apresentados no Anexo C, tal como no ensaio de DMA.
Os ensaios e os modos de rotura associados vão de encontro ao esperado, como indicado no
capítulo 3 e encontram-se representados nas Figuras 4.14 e 4.15. Desta forma, é possível a
verificação da rotura na zona central, onde se verifica a quebra da matriz e também a separação
e rotura das fibras.
Figura 4.14 - Curvas experimentais de tensão-deformação tipicamente observadas no ensaio de flexão
Figura 4.15 - Rotura típica de um provete do ensaio de flexão.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
125
De modo a possibilitar uma análise comparativa, referem-se no Quadro 4.9 os resultados médios
obtidos para a tensão axial de flexão na rotura, a deformação axial na rotura e o módulo de
elasticidade em flexão, para provetes do Grupo I.
Quadro 4.9 - Resultados médios obtidos dos ensaios de flexão para o Grupo I.
Ambiente de exposição Tempo Ef
[meses] [MPa] [GPa]
Não envelhecido 0 537,0 ± 73,0 0,025 ± 0,005 28,4 ± 3,4
W-20
12 459,1 ± 41,8 0,022 ± 0,001 19,1 ± 2,7
18 441,4 ± 31,6 0,023 ± 0,001 19,7 ± 0,7
24 424,1 ± 69,5 0,021 ± 0,003 20,8 ± 0,5
W-40
12 434,9 ± 17,2 0,020 ± 0,001 20,0 ± 1,6
18 421,1 ± 34,8 0,018 ± 0,003 23,2 ± 4,7
24 390,0 ± 52,9 0,018 ± 0,002 22,8 ± 2,0
W-60
12 310,1 ± 31,5 0,020 ± 0,001 15,5 ± 1,6
18 309,1 ± 19,5 0,017 ± 0,0005 18,8 ± 1,6
24 281,1 ± 34,8 0,017 ± 0,002 21,6 ± 2,4
S-20
12 473,3 ± 28,3 0,024 ± 0,002 17,8 ± 1,9
18 501,4 ± 28,8 0,020 ± 0,004 23,6 ± 1,5
24 441,6 ± 53,6 0,022 ± 0,002 22,2 ± 2,6
S-40
12 433,4 ± 43,2 0,022 ± 0,001 19,0 ± 2,7
18 471,9 ± 60,0 0,021 ± 0,002 22,0 ± 3,9
24 398,6 ± 16,5 0,021 ± 0,001 21,9 ± 0,6
S-60
12 380,9 ± 40,0 0,020 ± 0,001 18,5 ± 1,9
18 349,3 ± 23,6 0,019 ± 0,001 18,1 ± 1,7
24 360,4 ± 29,2 0,019 ± 0,001 20,6 ± 1,5
NE 12 496,1 ± 13,5 0,030 ± 0,002 18,0 ± 2,4
24 527,8 ± 42,9 0,031 ± 0,002 22,0 ± 2,7
Através dos resultados obtidos, complementados com resultados anteriores [4.1] é possível a
obtenção de gráficos que ilustrem a evolução destas propriedades ao longo do tempo de
exposição, de um modo análogo à análise dinâmico-mecânica, apresentadas nas Figuras 4.16,
4.17 e 4.18.
4. Resultados da campanha experimental
126
Figura 4.16 - Evolução da tensão de rotura à flexão ao longo do tempo para provetes de Grupo I.
Figura 4.17 - Evolução da deformação na rotura à flexão ao longo do tempo para provetes de Grupo I.
0
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W-40
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S-40
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NE
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
127
Figura 4.18 - Evolução do módulo de elasticidade em flexão ao longo do tempo para provetes do Grupo I.
Analisando os resultados obtidos, pode-se constatar que:
Verifica-se uma tendência de degradação geral da tensão de rotura à flexão ao longo
do tempo.
No entanto, aos 12 meses de exposição denota-se uma recuperação desta propriedade,
ocorrendo um ligeiro aumento da mesma (na ordem dos 3%) para os ambientes imersos
em água, com excepção da temperatura de 60 ºC, que se mantém descendente ao longo
de dois anos. A recuperação é mais evidente nos ambientes imersos em soluções salinas
prolongando e acentuando a recuperação até aos 18 meses de exposição até um máximo
de 12,5%, seguida de uma nova queda.
Esta recuperação pode ser justificada de um modo semelhante ao ensaio de DMA,
evidenciando um patamar de pós-cura no seio da matriz de viniléster, comprovada pela
recuperação de massa registada nestas alturas (apresentadas no subcapítulo 4.3.1). No
entanto, problemas mecânicos registados na utilização da máquina para os ensaios,
atrasaram alguns dos ensaios de ambos os Grupos de exposição aos 18 meses, o que
poderá ter interferir de certo modo nos resultados
Todos os ambientes registam perdas finais evidenciando a degradação ao longo dos dois
anos de exposição, com excepção dos provetes de envelhecimento natural. De facto,
registam-se perdas de 21,1%, 27,4% e 47,7% para os provetes imersos em água a 20 ºC,
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W-60
S-20
S-40
S-60
NE
4. Resultados da campanha experimental
128
40 ºC e 60 ºC, respectivamente. Já nas soluções salinas observam-se perdas de 17,8%,
25,8% e 32,9% para os ambientes expostos a 20 ºC, 40 ºC e 60 ºC, respectivamente.
Destaca-se deste modo a aceleração da degradação desta propriedade consoante o
aumento de temperatura, sendo maior o seu efeito em imersões em água.
Todos os ambientes apresentam maior degradação que os provetes de envelhecimento
natural. Estes sofrem uma descida de 7,7% passado um ano de exposição mas o seu
valor médio apresenta uma recuperação aos dois anos de exposição, terminando com
uma redução na ordem dos 2%. Destaca-se a grande diferença na degradação desta
propriedade, quando em contacto pontual com a água ou na forma de imersão.
Em relação à deformação na rotura verifica-se, além de alguma oscilação geral da
grandeza nos primeiros meses de exposição, nota-se uma tendência decrescente a partir
dos 9 meses, prolongando-se até aos 18 meses de exposição. No restante tempo de
exposição existem apenas ligeiras variações mantendo-se o valor médio praticamente
constante. A única excepção a esta tendência volta a ser o ambiente de exposição
natural, que apresenta um aumento do deslocamento na rotura de 24%.
As maiores diferenças na deformação verificam-se nos ambientes com temperaturas
mais elevadas, sendo maiores também nos ambientes imersos em água.
Registam-se perdas máximas de 32% para o ambiente W-60 e perdas mínimas de 12%
verificadas no ambiente S-20.
Já o módulo de elasticidade em flexão continua a apresentar uma tendência
decrescente que já vinha manifestando até aos 12 meses de exposição, atingindo nesta
data as suas perdas máximas. Posteriormente, esta propriedade apresenta uma
recuperação evidenciada até aos 24 meses de exposição. Este aumento de rigidez é
compatível com a possível existência de alguma pós-cura já referida.
As perdas máximas continuam a ser verificadas para maiores temperaturas de exposição
registando-se uma perda de 45,4% para o ambiente W-60. As perdas mínimas
registam-se na curva experimental W-40 para a qual ocorre uma redução de 29,6% da
propriedade.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
129
Na propriedade em questão já não é conclusivo que as imersões em água apresentem
mais degradação que as imersões salinas.
Ao fim de 24 meses de exposição a recuperação atingida implica perdas entre 19,7% e
27,5% para os ambientes W-40 e S-60, respectivamente, em relação aos valores iniciais,
evidenciando a recuperação bem visível na Figura 4.14.
De modo análogo, apresenta-se o Quadro 4.10, que inclui os resultados de flexão para os
provetes do Grupo II.
Quadro 4.10 - Resultados médios obtidos dos ensaios de flexão para o Grupo II.
Ambiente de exposição Tempo Ef
[meses] [MPa] [GPa]
Não envelhecido 0 537,0 ± 73,0 0,025 ± 0,005 28,4 ± 3,4
WD-20 6 435,4 ± 36,3 0,022 ± 0,002 23,7 ± 2,2
12 479,8 ± 60 0,027 ± 0,003 21,1 ± 0,8
WD-40 6 454,2 ± 53,9 0,023 ± 0,002 21,8 ± 4,2
12 465,5 ± 65,3 0,025 ± 0,003 20,2 ± 2,5
CCD-40 6 465,7 ± 11,7 0,023 ± 0,002 22,7 ± 2,3
12 421,2 ± 61,1 0,022 ± 0,002 21,1 ± 3,6
WI-20 6 513,0 ± 17,0 0,024 ± 0,003 21,4 ± 2,6
12 412,6 ± 37,8 0,023 ± 0,002 20,1 ± 1,5
WI-40 6 490,9 ± 42,5 0,024 ± 0,002 20,1 ± 2,7
12 382,9 ± 83,9 0,020 ± 0,001 20,9 ± 3,7
CCI-40 6 428,9 ± 27,1 0,018 ± 0,003 27,1 ± 20,3
12 389,6 ± 46,8 0,022 ± 0,002 19,3 ± 1,8
Com base nos resultados, obtidos é possível a construção de gráficos que demonstrem a
evolução destas propriedades em função do tempo, representados nas Figuras 4.19, 4.20 e 4.21.
4. Resultados da campanha experimental
130
Figura 4.19 - Evolução da tensão de rotura à flexão ao longo do tempo para provetes de Grupo II.
Figura 4.20 - Evolução da deformação na rotura à flexão ao longo do tempo para provetes de Grupo II.
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Tempo (meses)
WD-20
WD-40
CCD-40
WI-20
WI-40
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Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
131
Figura 4.21 - Evolução do módulo de elasticidade em flexão ao longo do tempo para provetes do Grupo II.
Através dos resultados obtidos, pode-se constatar que:
A tensão de rotura tende a degradar-se ao longo do tempo, embora de um modo menos
acelerado em comparação com o Grupo I, como resultado de fenómenos de
plasticização e hidrólise do material.
As perdas registadas ao fim de 12 meses atingiram um máximo de 27,5% e um mínimo
de 10,6% nos ambientes WI-40 e WD-20 respectivamente.
De um modo geral, a temperatura acentua os fenómenos de degradação desta
propriedade, verificando-se ainda um impacto maior da humidade constante nas curvas
de condensação em contínuo em comparação com as restantes.
Ao fim de 12 meses, os provetes protegidos evidenciam maiores perdas que os provetes
que foram secos antes de serem ensaiados.
É evidenciada uma recuperação da tensão de rotura para os provetes de secagem
imersos em água à temperatura de 20 ºC e de 40 ºC. Este facto, também verificado no
primeiro grupo, pode ser resultado dos possíveis efeitos de pós-cura na matriz de
viniléster já mencionados. De facto, todo o processo de secagem pode contribuir para
este efeito, igualmente verificado nos ensaios de DMA. No entanto, o ambiente exposto
à humidade não apresenta esta melhoria de desempenho.
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4. Resultados da campanha experimental
132
O coeficiente de variação é relativamente grande, para alguns ambientes de exposição.
Tal facto pode estar relacionado com a espessura do revestimento aplicado não ser
exactamente igual em todos os provetes, o que poderá ter induzido diferentes taxas de
deterioração da mesma, contribuindo assim para uma degradação menos homogénea
nos provetes de isolamento lateral, onde se nota um aumento do erro com o passar do
tempo. Nos provetes de secagem estes valores poderão estar relacionados com a
reversibilidade na secagem, visto que esta se processa de modo diferente consoante o
grau de degradação dos provetes.
A deformação na rotura apresenta uma tendência decrescente ao fim de 6 meses,
registando-se diminuições na ordem dos 10%. A sua maior redução encontra-se no
ambiente CCI-40. Já aos 12 meses os valores apresentam tendências distintas,
registando-se aumentos para os mesmos provetes que evidenciam recuperação de tensão
de rotura e diminuições nos restantes. As perdas ao fim de 12 meses variam entre um
ganho de 8% e uma perda de 20% em relação ao valor inicial para os ambientes WD-20
e WI-40, respectivamente.
O módulo de elasticidade em flexão encontra-se com uma tendência descendente para
todas as curvas durante todo o intervalo de tempo considerado. De facto a degradação
desta propriedade é relativamente linear para todas as curvas apresentadas,
encontrando-se todas com valores algo próximos uns dos outros passado um ano.
As perdas máximas registadas situam-se entre os 25,7% e os 32,0% para os ambientes
WD-20 e CCI-40, respectivamente.
Os fenómenos de recuperação desta grandeza verificados no Grupo I apenas ocorrem a
partir de um ano de exposição, pelo que a tendência decrescente desta propriedade
poderá não se manter.
A comparação desta propriedade com os provetes do Grupo I não apresenta grandes
diferenças, sendo a degradação verificada ligeiramente menor.
De uma forma geral, os provetes de secagem apresentam degradações menos
acentuadas que os de protecção lateral, sendo sempre influenciadas pelo aumento de
temperatura e exposição a humidade prolongada.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
133
Realça-se, por fim, que comparativamente aos provetes do Grupo I, ambas as variantes
demonstram menor degradação ao longo do tempo, sugerindo que a protecção lateral
aplicada e a reversibilidade do processo de secagem influenciam a taxa de degradação
desta propriedade, aumentando consequentemente a retenção desta propriedade.
Os resultados obtidos encontram-se em conformidade com as colheitas já realizadas aos 3, 6 e 9
meses de exposição [4.1].
Liao et al. [4.3] caracterizou as propriedades em flexão de material retirado de perfis
pultrudidos GFRP com matriz de viniléster, num sistema de flexão em 4 pontos. De um modo
semelhante, o autor registou degradação da tensão de rotura ao longo do tempo, onde ao fim de
3900 horas de exposição, provetes imersos em água desmineralizada e numa solução salina com
5% de concentração de sal apresentaram reduções de 12% e 13%, respectivamente, à
temperatura ambiente. Aqueles autores reportaram também o forte efeito da temperatura, onde
após 2400 horas de exposição em água a 75 ºC se registou uma redução de 40% nesta
propriedade. Em relação ao módulo de elasticidade, registou-se uma perda de 10% para este
ultimo ambiente. As restantes perdas revelaram-se pouco significativas ao longo da experiência.
4.4.3 Análise das propriedades em tracção
Num processo análogo ao ensaio anterior, foram realizados ensaios individuais a 160 provetes,
cujos resultados individuais são apresentados no Anexo D.
Os ensaios e modos de rotura apresentados decorreram como esperado e encontram-se
representados nas Figura 4.22 e 4.23. Neste, a zona de rotura e a delaminação associada são bem
visíveis.
4. Resultados da campanha experimental
134
Figura 4.22 - Curvais experimentais de tensão-deformação tipicamente observadas no ensaio de tracção
Figura 4.23 - Rotura típica de um provete do ensaio de tracção.
De modo a possibilitar uma análise comparativa, encontra-se o Quadro 4.11 lista os resultados
médios obtidos para a tensão de tracção axial na rotura, a deformação axial na rotura e o módulo
de elasticidade em tracção, para provetes do Grupo I.
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
ac
çã
o
(
)
[
M
Pa
]
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
135
Quadro 4.11 - Resultados médios obtidos dos ensaios de tracção para o Grupo I.
Ambiente de exposição Tempo Et
[meses] [MPa] [%] [GPa]
Não envelhecido 0 394,0 ± 52,0 1,12 ± 0,15 38,9 ± 4,0
W-20
12 419,0 ± 6,0 1,13 ± 0,11 40,3 ± 3,6
18 424,0 ± 8,6 1,19 ± 0,11 37,3 ± 3,0
24 364,0 ± 66,0 0,91 ± 0,31 36,2 ± 4,2
W-40
12 310,0 ± 52,0 0,88 ± 0,08 35,3 ± 5,5
18 347,0 ± 41,2 1,05 ± 0,17 34,1 ± 3,8
24 358,0 ± 38,5 1,05 ± 0,14 33,9 ± 2,2
W-60
12 296,0 ± 43,0 0,83 ± 0,17 35,4 ± 5,5
18 244,0 ± 26,6 0,71 ± 0,13 36,1 ± 4,6
24 256,0 ± 19,0 0,76 ± 0,12 34,7 ± 2,4
S-20
12 372,0 ± 51,0 1,08 ± 0,08 35,7 ± 2,6
18 393,0 ± 45,3 1,16 ± 0,13 32,8 ± 1,6
24 391,0 ± 39,4 1,06 ± 0,04 37,6 ± 3,1
S-40
12 352,0 ± 50,0 1,02 ± 0,11 35,9 ± 4,6
18 355,0 ± 45,3 1,01 ± 0,09 38,8 ± 3,5
24 381,0 ± 52,4 1,15 ± 0,18 32,7 ± 1,8
S-60
12 331,0 ± 50,0 1,04 ± 0,13 32,8 ± 1,4
18 335,0 ± 21,5 0,88 ± 0,16 36,8 ± 3,3
24 300,0 ± 28,0 0,93 ± 0,13 32,6 ± 4,0
NE 12 381,0 ± 42,0 1,10 ± 0,11 38,9 ± 4,0
24
Através dos resultados obtidos, complementados com resultados anteriores [4.1], é possível a
definição de gráficos que demonstrem a evolução destas propriedades ao longo do tempo de
exposição, apresentados nas Figuras 4.24, 4.25 e 4.26.
4. Resultados da campanha experimental
136
Figura 4.24 - Evolução da tensão de rotura à tracção ao longo do tempo para provetes de Grupo I.
Figura 4.25 - Evolução da deformação na rotura à tracção ao longo do tempo para provetes de Grupo I.
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Tempo (meses)
W-20
W-40
W-60
S-20
S-40
S-60
NE
0
0,2
0,4
0,6
0,8
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1,2
1,4
1,6
0 4 8 12 16 20 24
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ação
na
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Tempo (meses)
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W-40
W-60
S-20
S-40
S-60
NE
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
137
Figura 4.26 - Evolução do módulo de elasticidade em tracção ao longo do tempo para provetes do Grupo I.
Analisando os resultados obtidos, constata-se que:
A tensão de rotura observada degrada-se, de um modo geral, ao longo do tempo.
No entanto, a partir dos 9 meses verifica-se a recuperação desta propriedade,
exceptuando o ambiente W-60. De facto, a existência por esta altura de fenómenos de
pós-cura, já evidenciados nos outros ensaios, também se faz sentir. As maiores
recuperações verificam-se nos ambientes com menor temperatura de exposição, onde o
menor efeito degradativo pode contribuir para este facto, chegando a atingir 21,8% na
curva W-20.
As maiores perdas verificadas registam-se para os ambientes submetidos a temperaturas
mais elevadas, atingindo uma perda máxima de 38,1% para água desmineralizada e
23,9% para água salgada, sugerindo um maior efeito degradativo consoante o aumento
da temperatura de imersão.
Ao fim de dois anos de exposição verifica-se, de um modo geral, que as imersões em
água desmineralizada apresentam maiores efeitos degradantes do que as imersões
salinas, análogo ao constatado em flexão no primeiro grupo. As perdas verificadas ao
fim deste tempo variam entre 1,0-35,1%, evidenciando ainda sinais da recuperação
desta propriedade nos ambientes sujeitos às temperaturas de 20 ºC e de 40 ºC.
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W-40
W-60
S-20
S-40
S-60
NE
4. Resultados da campanha experimental
138
Os provetes expostos de envelhecimento natural apresentam menor degradação do que a
maioria dos restantes ao fim de um ano de exposição, apresentando uma perda de
apenas 3,3%.
Salienta-se ainda que os coeficientes de variação registados neste ensaio para a tensão
de rotura foram relativamente elevados para alguns ambientes.
Em relação à deformação na rotura observam-se valores tendencialmente
decrescentes, apresentando ligeiros aumentos ao fim de um ano de exposição, à
excepção do ambiente W-40.
De igual modo às restantes propriedades, as imersões em água à temperatura mais
elevada são os que apresentam maiores reduções, sendo o factor temperatura mais
condicionante. A redução máxima registada é de 36,7%, no ambiente W-60.
Esta propriedade apresenta mudanças desprezáveis para o ambiente de envelhecimento
natural onde ao fim de ano apenas varia 1,8%.
Ao fim de dois anos de exposição a deformação na rotura encontra-se muito semelhante
aos valores iniciais, exceptuando o ambiente W-60 com uma variação de 32,2 %. As
restantes encontram-se entre um aumento de 2,6% para o ambiente S-40 e 18,8%. Para
o ambiente W-20. Salienta-se também que de forma geral, esta propriedade em tracção
assume variações muito reduzidas ao longo de toda a exposição, nunca atingindo
variações significativas.
O módulo de elasticidade em tracção apresenta uma tendência decrescente ao longo
do tempo. No entanto, salienta-se que todos os ambientes de exposição apresentam
oscilações iniciais. A partir dos 12 meses de exposição, verificam-se recuperações já
evidenciadas noutras propriedades.
A redução máxima desta propriedade verifica-se ao fim de 2 anos de exposição para o
ambiente S-60, atingindo 16,2%. A redução mínima consiste apenas em 3,4% verificada
no ambiente S-20 que evidencia sinais de pós-cura na última colheita realizada.
Apresenta-se, de seguida, os restantes resultados médios do ensaio de tracção para os provetes
do Grupo II, apresentados no Quadro 4.12.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
139
Quadro 4.12 - Resultados médios obtidos dos ensaios de tracção para o Grupo II.
Ambiente de exposição Tempo Et
[meses] [MPa] [GPa]
Não envelhecido 0 394,0 ± 52,0 1,12 ± 0,15 38,9 ± 4,0
WD-20 6 398,0 ± 49,9 0,90 ± 0,25 36,7 ± 5,2
12 413,0 ± 43,1 1,22 ± 0,09 35,9 ± 4,6
WD-40 6 404,0 ± 58,0 1,14 ± 0,18 34,3 ± 3,2
12 393,0 ± 57,7 1,21 ± 0,14 33,8 ± 2,2
CCD-40 6 390,0 ± 52,0 1,12 ± 0,15 36,2 ± 3,3
12 369,0 ±47,9 1,11 ± 0,14 34,1 ± 3,9
WI-20 6 439,0 ± 24,2 1,23 ± 0,11 37,5 ± 2,6
12 388,0 ± 46,1 1,09 ± 0,19 33,8 ± 1,7
WI-40 6 388,0 ± 39,7 1,15 ± 0,11 36,1 ± 2,6
12 386,0 ± 45,8 1,06 ± 0,12 36,5 ± 5,7
CCI-40 6 412,0 ± 11,0 1,19 ± 0,13 36,5 ± 4,6
12 362,0 ± 33,7 1,06 ± 0,11 33,7 ± 4,5
Nas Figuras 4.27, 4.28 e 4.29, apresentam-se do mesmo modo a evolução destas propriedades
ao longo do tempo.
Figura 4.27 - Evolução da tensão de rotura à tracção ao longo do tempo para provetes de Grupo II.
0
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WD-20
WD-40
CCD-40
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4. Resultados da campanha experimental
140
Figura 4.28 - Evolução da deformação na rotura à tracção ao longo do tempo para provetes de Grupo II.
Figura 4.29 - Evolução do módulo de elasticidade em tracção ao longo do tempo para provetes do
Grupo II.
Analisando os resultados dos provetes do Grupo II, verifica-se que:
A tensão de rotura apresenta pequenas variações para todos os ambientes ao longo de
um ano de exposição.
Ao fim de um ano de exposição, a variação desta propriedade encontra-se entre uma
recuperação máxima de 11,4%, verificada no ambiente WI-20, e uma redução de apenas
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0,2
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WD-40
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Tempo (meses)
WD-20
WD-40
CCD-40
WI-20
WI-40
CCI-40
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
141
1,53%, em WI-40. Note-se que esta recuperação máxima é verificada apenas num
ambiente. O segundo maior aumento desta propriedade (CCI-40) é de 4,6%.
No entanto, do final de um ano de exposição já se nota o efeito da degradação em
alguns ambientes de exposição, tendo mais relevância os expostos a temperaturas mais
elevadas e a condições de humidade. A perda máxima de propriedade registada foi de
8,13% para o ambiente CCI-40. Apenas a curva WD-20 apresenta a continuação da
recuperação atingindo um aumento de 4,8%.
A protecção lateral introduzida e o processo de reversibilidade na secagem contribuíram
para uma menor degradação geral dos provetes em estudo.
A deformação na rotura também regista pequenas alterações semelhantes às do grupo
I, tendo a sua diminuição máxima o valor de 19,7%.
O módulo de elasticidade em tracção apresenta valores muito próximos em todos os
ambientes ao longo do tempo. Esta propriedade regista uma tendência descendente
estando a redução máxima situada aos 12 meses de exposição. O valor máximo e
mínimos registados ao final de um ano de exposição corresponde a 13,4% para a curva
CCI-40, e 6,2% para a curva WI-40.
Destaca-se também que nos ambientes a temperaturas elevadas, o aumento da humidade
produziu as maiores degradações registadas.
Kharbari e Zhang [4.4], ao analisar esta propriedade em materiais com matriz polimérica de
viniléster reforçados com fibras de vidro uniaxialmente, constatam que em imersões em água a
23 ºC e 60 ºC, produzem efeitos de degradação significativos. Uma vez mais, nesse estudo os
efeitos da degradação foram maiores a 60 ºC chegando a atingir os 47,5% de redução em termos
da tensão de rotura em tracção. Os autores notam também a existência de um efeito de pós-cura,
situado entre as 4 e as 8 semanas. O módulo de elasticidade em tracção apresentou uma perda de
11,6% ao fim de 57 semanas de exposição apresentando-se oscilante como constatado nos
resultados aqui obtidos.
Já Chu et al. [4.6] constataram, uma redução na tensão de rotura ao fim de 50 semanas de
aproximadamente 28%, 42% e 56% para imersões em água a 23 ºC, 40 ºC e 60 ºC,
respectivamente, utilizando perfis pultrudidos de GFRP com matriz de viniléster. No entanto, os
4. Resultados da campanha experimental
142
autores analisaram o processo de reversibilidade, secando os provetes durante 28 dias após
remoção dos ambientes de exposição, e verificara que este processo melhorou as propriedades
em tracção, nomeadamente a tensão de rotura onde comparando com valores obtidos, registaram
um aumento de 27,3%, 11,8% e 6,9% ao fim do mesmo tempo de exposição, para as imersões a
23 ºC, 40 ºC e 60 ºC, respectivamente.
4.4.4 Análise das propriedades em corte interlaminar
Foram realizados ensaios individuais a 160 provetes de modo a permitir uma análise do
comportamento ao corte interlaminar deste material ao longo do tempo, cujos resultados
individuais se encontram no Anexo E.
Os ensaios e os modos de rotura associados vão de encontro ao esperado e encontram-se
representados na Figura 4.30 e 4.31. Constata-se a deformação do provete e a delaminação do
mesmo em várias camadas.
Figura 4.30 - Curvais experimentais da força-deslocamento tipicamente observadas no ensaio de corte
interlaminar.
Figura 4.31 - Rotura típica de um provete do ensaio de corte interlaminar.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
143
Os resultados médios obtidos no ensaio ao corte interlaminar para provetes do Grupo I
encontram-se listados no Quadro 4.13.
Quadro 4.13 - Resultados médios obtidos dos ensaios ao corte interlaminar para o Grupo I.
Ambiente de exposição Tempo
[meses] [MPa]
Não envelhecido 0 39,2 ± 4,2
W-20
12 35,8 ± 2,6
18 39,5 ± 1,3
24 36,6 ± 2,5
W-40
12 31,0 ± 3,3
18 30,4 ± 2,7
24 28,5 ± 2,7
W-60
12 23,7 ± 1,7
18 23,2 ± 1,6
24 18,7 ± 1,5
S-20
12 37,5 ± 1,9
18 36,6 ± 3,1
24 35,6 ± 3,4
S-40
12 32,0 ± 3,0
18 32,4 ± 2,4
24 23,1 ± 6,6
S-60
12 24,3 ± 1,8
18 24,1 ± 1,1
24 19,4 ± 1,5
NE 12 40,5 ± 2,7
24 31,5 ± 3,4
Os resultados obtidos, complementados com resultados anteriores [4.1] permitiram a obtenção
de um gráfico que ilustra a evolução desta propriedade ao longo do tempo de exposição,
apresentado na Figura 4.31.
4. Resultados da campanha experimental
144
Figura 4.32 - Evolução da tensão de rotura ao corte interlaminar ao longo do tempo para provetes de
Grupo I.
Analisando os resultados obtidos, constata-se que:
A tendência da tensão de rotura é de diminuição ao longo do tempo. No entanto, a
partir dos 9 meses ocorre uma recuperação desta propriedade, verificada em todos os
ambientes de imersão. A recuperação máxima desta propriedade ocorre aos 18 meses de
exposição para o ambiente W-20, onde se nota uma melhoria de 10,3% em relação à
colheita anterior, atingindo praticamente os valores iniciais de rotura.
De forma geral, verifica-se um patamar de estagnação entre os 12 e os 18 meses,
retomando-se posteriormente a degradação desta propriedade.
As perdas finais ao fim de dois anos de exposição variam entre um mínimo de 6,6%
para o ambiente W-20 e um máximo de 52,3% para o ambiente W-60.
Para esta propriedade, é evidente a influência da temperatura de exposição na sua
degradação onde as temperaturas elevadas contribuíram para a sua diminuição de um
modo mais acentuado. Existe também uma ligeira tendência para as perdas ao longo do
tempo serem maiores nos ambientes de água desmineralizada que nos dos de imersão
salina, quando comparados às mesmas temperaturas. No entanto, as diferenças são
muito reduzidas e na colheita final, este facto não se verifica à temperatura de 40 ºC.
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Tempo (meses)
W-20
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W-60
S-20
S-40
S-60
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Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
145
Relativamente ao ambiente de envelhecimento natural, esta propriedade apresenta ao
final de um ano de exposição uma recuperação de 3,3% em relação ao valor inicial,
sugerindo a existência dos mesmos fenómenos de pós-cura registados nos outros
ambientes. No entanto, a degradação desta propriedade acentua-se ao fim de dois anos
de exposição, registando valores menores comparativamente às imersões a 20 ºC,
terminando com uma redução de 19,7% em relação ao valor inicial.
Do mesmo modo, apresentam-se no Quadro 4.14 os resultados do Grupo II e na Figura 4.28 a
evolução da tensão de rotura ao longo do tempo de exposição.
Quadro 4.14 - Resultados médios obtidos dos ensaios ao corte interlaminar para o Grupo II.
Ambiente de exposição Tempo
[meses] [MPa]
Não envelhecido 0 39,2 ± 4,2
WD-20 6 36,5 ± 2,4
12 36,3 ± 6,3
WD-40 6 38,2 ± 1,1
12 28,3 ± 3,0
CCD-40 6 36,4 ± 3,9
12 28,5 ± 1,4
WI-20 6 42,7 ± 1,7
12 33,5 ± 2,1
WI-40 6 38,0 ± 3,3
12 29,4 ± 1,5
CCI-40 6 36,6 ± 2,0
12 25,4 ± 4,7
4. Resultados da campanha experimental
146
Figura 4.33 - Evolução da tensão de rotura ao corte interlaminar ao longo do tempo para provetes de
Grupo II.
Analisando os resultados obtidos, é possível notar que:
A tensão de rotura degrada-se ao longo do tempo.
No entanto, apresenta apenas ligeiras variações ao fim de seis meses, evidenciando uma
recuperação de 8,9% apenas no ambiente WI-20. Os restantes apresentam perdas entre
7,2% (CCD-40) e 2,6% (WD-40).
Ao fim de um ano de exposição já é mais evidente o fenómeno de degradação,
especialmente nos ambientes expostos a temperaturas mais elevadas. Nota-se reduções
entre os 6,9% e 35,2% para os ambientes WD-20 e CCI-40.
Tal como no Grupo I, é evidente a influência da temperatura e da presença da humidade
na degradação desta propriedade.
De uma forma geral, os ambientes em estudo apresentam menores degradações quando
comparadas com os provetes à mesma temperatura do primeiro Grupo, relativamente
aos 6 meses de exposição. No entanto, comparativamente ao primeiro Grupo, o
fenómeno de pós-cura não é evidenciado aos 12 meses, com excepção do ambiente
WD-20. Em alguns casos, o fenómeno de pós cura verificado ocorreu mais tarde, o que
poderá também acontecer neste caso.
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30
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Ten
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de
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ra [
MP
a]
Tempo (meses)
WD-20
WD-40
CCD-40
WI-20
WI-40
CCI-40
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
147
Karbhari [4.14] analisou o efeito desta propriedade em materiais com matriz polimérica de
viniléster reforçados com fibras de vidro uniaxialmente, em soluções imersas a 23 ºC, 40 ºC e
60 ºC, onde constatou que os valores de um modo geral, apresentaram um rápido decaimento
inicial seguido de uma recuperação associada a efeitos de pós-cura e terminando depois com
uma lenta redução ao longo do tempo durante o restante tempo de exposição. A temperatura
voltou a ser uma grande condicionante da degradação tendo-se registado as perdas maiores à
temperatura de 60 ºC com uma redução de 41% ao fim de 225 semanas de exposição. Após um
ano, as perdas variaram entre os 3% e 15%, o que se encontra em conformidade com os
resultados aqui obtidos.
Chu et al. [4.6], utilizando material retirado de perfis pultrudidos de GFRP com matriz de
viniléster, de modo análogo ao ensaio de tracção, constataram uma redução na tensão de rotura
do corte interlaminar ao fim de um ano de aproximadamente 13%, 32% e 38% para imersões
em água desmineralizada a 23 ºC, 40 ºC e 60 ºC, respectivamente. O processo de reversibilidade
foi também efectuado, onde se registou que o processo melhorou as propriedades da tensão de
rotura por corte interlaminar, embora de um modo menos acentuado que no ensaio de tracção.
As perdas em relação aos provetes iniciais para os provetes secos foram de 10%, 29% e 36% ao
fim de 1 ano de exposição, para as imersões a 23 ºC, 40 ºC e 60 ºC, respectivamente.
4.5 Síntese dos resultados
O estudo da absorção de humidade permite concluir que, como esperado, todos os provetes
viajantes apresentam um comportamento aproximadamente Fickiano. A absorção é superior ao
longo de 24 meses de exposição nos ambientes de imersão em água desmineralizada em relação
aos ambientes em solução salina. Note-se também que a temperatura demonstra, de um modo
geral, acelerar a absorção de humidade em ambos os Grupos, suportada pelo aumento
consistente do coeficiente de difusão à medida que a temperatura aumenta. Os resultados sobre
a influência do revestimento protector na absorção de humidade apresentam algumas
discrepâncias em relação ao esperado. De facto, o revestimento não consistiu numa barreira
totalmente eficaz à absorção de humidade em termos de variação de massa, registando-se
resultados de absorção muito semelhantes. Uma possível explicação reside na existência de
algum grau de saturação prévio que influencie os resultados. No entanto, os coeficientes de
difusão registados diminuem à medida que o grau de protecção aumenta o que suporta esta
suposição.
O material sujeito a envelhecimento natural apresenta variações significativas de cor e brilho,
comparáveis ao envelhecimento acelerado em câmara QUV a 1000 e 2000 horas. A perda de cor
4. Resultados da campanha experimental
148
e brilho é directamente observável e comprovada pelas técnicas de análise utilizadas para a
quantificação destas grandezas.
Os resultados obtidos através do ensaio de DMA indicam que os maiores decréscimos da
temperatura de transição vítrea se observaram inicialmente nos ambientes expostos a
temperaturas mais elevadas. De facto é possível que esta grandeza tenha um efeito que acelere
os fenómenos de degradação do material, pelo que os fenómenos de pós-cura se fazem sentir
mais rapidamente e com maior efeito à medida que a temperatura aumenta. Confere-se ainda
que o processo de reversibilidade por secagem e o revestimento protector aplicado produzem
um efeito positivo ao atenuar os processos de degradação verificados, resultando inclusive em
melhorias desta propriedade. Esta melhoria é maior no processo de reversibilidade por secagem.
Salienta-se ainda que o grau de humidade também é um factor que acentua as mudanças
verificadas no material.
Em todos os ensaios mecânicos (flexão, tracção e corte interlaminar), o material apresenta
perdas no seu desempenho mecânico, sendo mais susceptível às perdas por corte interlaminar
onde se verificam as maiores reduções. Todos os ensaios são consistentes, de onde se destaca da
mesma forma do que nos ensaios de DMA a influência da temperatura e da humidade na
alteração das propriedades estudadas. Os diferentes ensaios também oferecem informações
complementares, pois a perda das propriedades em tracção depende em grande parte da
resistência das fibras do material enquanto no ensaio de corte interlaminar esta perda está
sobretudo associada à degradação da matriz e da sua interface com as fibras. As maiores
reduções verificadas no ensaio de corte interlaminar sugerem que a perda de desempenho do
material não se verifica apenas ao nível das fibras, mas na totalidade do compósito. Destaca-se
que todos os ensaios apresentaram a certa altura uma recuperação no seu desempenho mecânico
o que sugere um possível efeito de pós-cura verificada na matriz do material, que pode estar
relacionada com a cura incompleta do material no processo de fabrico. Salienta-se ainda que o
efeito do revestimento protector e o processo de reversibilidade por secagem correram como
esperado. De facto notaram-se melhorias na redução do desempenho mecânico na maioria dos
ensaios para os ambientes deste Grupo.
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
149
4.6 Referências bibliográficas
[4.1] A. Carreiro, “Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de
vidro (GFRP)”, Dissertação para obtenção de grau de mestre em Engenharia Civil, Instituto
Superior Técnico, Lisboa, Maio 2010, 122p.
[4.2] S. Cabral-Fonseca, J.R. Correia, R. Costa, A. Carreiro, M.P. Rodrigues, M.I. Eusébio, F.A.
Branco, “Environmental degradation of GFRP pultruded profiles made of polyester and
vinylester resins”, 15th International Conference on Composite Structures, (Editor: A.J.M
Ferreira), pp. 1-5, Porto, 2009.
[4.3] K. Liao, C.R. Schultheisz, D.L. Hunston, “Effects of environmental aging on the
properties of pultruded GFRP”, Composites: Part B, 30, 1999, 485-493.
[4.4] V.M. Karbhari, S. Zhang, “E-Glass/Vinylester Composites in Aqueous Environments – I:
Experimental Results”, Applied Composite Materials, 10, 2003, 19-48.
[4.5] Y.J. Weitsman, “Effects of Fluids on Polymeric Composites – a Review”, Report to Office
of Naval Research, Mechanical and Aerospace Engineering and Engineering Science,
University of Tennessee, Report MAES98-5.0-CM, 1998.
[4.6] W. Chu, L. Wu, V.M. Karbhari, “Durability evaluation of moderate temperature cured E-
glass/vinylester systems”, Composite Structures. 66, 2004, 367-376.
[4.7] V.M. Karbhari, “Durability of composites in sub-zero and freeze-thaw conditions”,
Durability of Composites For Civil Structural Applications, Woodhead Publishing Limited,
Cambridge, England, 72-79, 2007.
[4.8] S.C. Fonseca, “Materiais Compósitos de Matriz Polimérica Reforçada com Fibras Usados
na Engenharia Civil – Características e aplicações” Laboratório Nacional de Engenharia Civil,
ICTM 35, Lisboa, 2005.
[4.9] B.R. Bogner, P. P. Borja, “Strenght retention of pultruded composites after exposure to
ultra-violet (UV) light”, BP Amoco research center, Naperville – Illinois, EUA.
[4.10] ISO 2813, “Paints and varnishes – Determination of specular gloss of non-metalic paint
4films at 20º, 60º and 85º”, International Organization for Standardization, Genève, 1994.
[4.11] ISO 2813 – Technical Corrigendum 1, “Paints and varnishes – Determination of
specular gloss of non-metalic paint films at 20º, 60º and 85º”, International Organization for
Standardization, Genève, 1997.
4. Resultados da campanha experimental
150
[4.12] S. Cabral-Fonseca, “ Avaliação da durabilidade de um material compósito de matriz de
viniléster reforçada com fibras de vidro, usado em perfis estruturais – caracterização por
análise mecânica dinâmica”, Relatório 102/2001 – NMO, LNEC, Lisboa.
[4.13] J. W. Chin, W.L. Hughes, A. Signor, “Elevated temperature aging of glass fiber
reinforced vinyl ester and isophthalic polyester composites in water, salt water and concrete
pore solution” Proceedings of the 16th ASC Conference, Blacksburgh, 2001, 12pp
[4.14] V. M. Karbhari, “E-Glass/Vinylester Composites in Aqueous Environments: Effects on
Short-Beam Shear Strength” Journal of Composites for Construction, 8:2, 2004, 148-156
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
151
5 Conclusões e perspectivas de
desenvolvimentos futuros
5.1 Conclusões
O presente trabalho foi realizado para estudar a durabilidade de perfis pultrudidos de GFRP com
matriz de viniléster utilizados na construção. Para esse efeito, foram testadas várias
propriedades mecânicas e físicas do material em estudo, que foi submetido a vários ambientes
de envelhecimento.
Em termos gerais, os objectivos propostos para esta dissertação foram alcançados, pois foi
obtida informação relevante, através de uma extensa campanha experimental, sobre o
comportamento do material exposto a vários agentes de degradação bem como a influência da
protecção das superfícies laterais e do processo de reversibilidade por secagem.
O material em estudo, já devidamente caracterizado, consiste num perfil pultrudido de GFRP
com matriz de viniléster apresentando um teor em fibra de vidro de 69% e uma massa volúmica
de 2,03 g/cm3.
Os ambientes de envelhecimento foram seleccionados de modo a simular os factores de
degradação mais comuns na prática da Engenharia Civil. Desta forma foram definidas
5
5. Conclusões e desenvolvimentos futuros
152
condições ambientais que incluem ambientes de imersão em água desmineralizada, imersão em
solução salina, condensação em contínuo, expondo deste modo o material a diferentes condições
de temperatura, humidade e presença de sais. Também foi considerado o envelhecimento natural
de forma a servir de controlo, possibilitando uma análise comparativa da degradação acelerada,
com a exposição a condições ambientais exteriores e permitindo uma análise ao efeito da
radiação solar no material.
A avaliação de absorção de humidade e variação de massa foi uma característica com particular
relevância ao longo deste estudo. De facto, a capacidade de absorção do material e incorporação
de moléculas de água está relacionado com o meio em que está inserido e as temperaturas a que
está exposto. Notou-se que as taxas de absorção apresentaram um patamar inicial elevado,
seguido de um patamar de estagnação correspondente à saturação do material, revelando um
comportamento aproximadamente Fickiano.
Salienta-se também que as absorções iniciais foram mais elevadas para as temperaturas de
exposição mais elevadas. No entanto, a imersão em água desmineralizada a 60 ºC (W-60)
apresentou uma tendência decrescente de variação de massa a partir de aproximadamente 8000
horas de exposição. A perda de massa a temperaturas elevadas está fortemente relacionada com
a hidrólise.
Os ambientes do Grupo I que verificaram as maiores variações de massa foram os de imersão
em água desmineralizada a 60 ºC, apresentando uma variação máxima de 0,77% ao longo de
dois anos de exposição. Relativamente ao Grupo II, o ambiente à temperatura mais elevada,
nomeadamente a imersão a 40 ºC (WD-40) foi o que obteve maior variação de massa, tendo
ocorrido uma variação máxima de 1,04%. Os coeficientes de difusão de ambos os grupos
diminuíram com a diminuição de temperatura e com o uso de revestimento protector, tendo-se
registado os valores mais baixos desta grandeza nos provetes totalmente protegidos. Desta
forma, conclui-se que a temperatura actua como um agente de aceleração da absorção e que o
revestimento de protecção lateral actua como uma barreira à absorção.
Refere-se que todos os resultados de absorção obtidos são relativamente semelhantes à variação
média máxima registada nas colheitas do restante material destinado a ensaios mecânicos,
ocorrendo variações de aproximadamente 2%, o que aponta para a fiabilidade deste sistema.
A variação da cor e do brilho medidas apontam para degradações estéticas significativas nos
provetes expostos a envelhecimento natural ao longo de dois anos. Inicialmente de cor
acinzentada, o material apresenta cerca de 7,5% de amarelecimento observável directamente nos
provetes, o que se traduz em mudanças de cor bastante identificáveis. Em relação ao brilho, o
material reteve pouca percentagem do mesmo (aproximadamente 20% de retenção a um ângulo
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
153
de incidência de 20º de acordo com a técnica utilizada) sendo esta perda comparável à
exposição acelerada em câmara QUV.
Os resultados da análise dinâmica-mecânica mostraram que o comportamento viscoelástico do
material depende da temperatura de exposição e da quantidade de humidade absorvida. Todos
os ambientes do Grupo I apresentaram o maior decréscimo da temperatura de transição vítrea
aos 9 meses de imersão em ambas as soluções (imersão em água desmineralizada e solução
salina). Note-se, contudo, que em nenhuma situação essa diminuição ultrapassou os 10%.
Observa-se ainda que, quer a imersão em água desmineralizada, quer a imersão na solução
salina, às diferentes temperaturas, causaram variações idênticas na evolução dos valores de
retirados do pico da curva de tan δ, ao longo do tempo.
Os resultados das soluções salinas seguiram de uma forma geral as mesmas tendências do que
as imersões em água, mas com menor intensidade. A diminuição da temperatura de transição
vítrea nas primeiras colheitas indicia a ocorrência de um fenómeno físico de plasticização,
comum quando os materiais poliméricos se encontram em contacto com soluções aquosas. A
temperatura, responsável por aumentar a velocidade dos processos de difusão, pode ser
responsável por acelerar este processo. Note-se que a partir de determinado período de
exposição, este fenómeno pareceu atenuar-se existindo alguma recuperação dos valores
registados, principalmente às temperaturas superiores, o que sugere a ocorrência de fenómenos
de pós-cura da matriz de viniléster. Registou-se ainda que as curvas experimentais dos provetes
com a aplicação do revestimento protector são diferentes das restantes. De facto, notou-se na
curva de tan δ a existência de dois picos, possivelmente correspondentes a passagem para o
estado do revestimento e do restante material para o estado elastomérico, a diferentes
temperaturas de transição.
O revestimento de protecção lateral contribuiu para a manutenção geral da não se tendo
verificado perdas significativas ao longo de um ano de exposição quando comparadas com os
ambientes do Grupo I às mesmas temperaturas. Analisando o estado seco, destacou-se o
aumento generalizado da em relação aos valores iniciais ao fim de seis meses apresentando
alguma degradação, embora pouco significativa ao fim de doze meses. É possível que a
recuperação da propriedade verificada se deva ao processo de reversibilidade na secagem do
material. Como já explicitado, do processo de secagem resulta uma melhoria das propriedades
pois a secagem acelera de um modo efectivo os fenómenos de pós-cura da matriz de viniléster,
permitindo maiores recuperações e mais céleres da grandeza em questão.
Em termos do desempenho do material em flexão o ambiente de exposição que apresentou as
maiores perdas foi a imersão em água desmineralizada a 60 ºC, registando uma perda de 47,7%
5. Conclusões e desenvolvimentos futuros
154
na sua tensão de rotura. Novamente, a temperatura contribuiu para o aumento generalizado da
degradação do material, devido ao possível aumento dos processos de difusão, e possibilitou a
ocorrência da recuperação da tensão de rotura e do módulo de elasticidade em flexão devido à
ocorrência de fenómenos de pós-cura. As imersões em soluções salinas seguiram as mesmas
tendências mas de forma menos acentuada.
Os provetes de envelhecimento natural no entanto apenas sofreram ligeiras variações
terminando apenas com uma redução de 2% em relação ao valor inicial. Destacou-se a grande
diferença na degradação desta propriedade, quando em contacto pontual com a água ou na
forma de imersão.
De um modo geral, na análise dos provetes do Grupo II, o processo de reversibilidade por
secagem apresentou melhorias em comparação com os provetes revestidos de protecção lateral.
No entanto, ao fim de 12 meses os provetes com revestimento aplicado apresentaram uma
redução máxima de 27,5%, verificada na imersão em água desmineralizada a 40 ºC. Note-se
ainda que o efeito da humidade também contribuiu para a degradação das propriedades em
flexão, tendo os ambientes de condensação em contínuo sido dos que provocaram maiores
perdas.
No ensaio de tracção onde o desempenho mecânico depende essencialmente das fibras,
observou-se uma tendência decrescente das suas propriedades com o tempo, especialmente às
temperaturas mais elevadas. Novamente, as soluções salinas seguiram, de forma geral, a
tendência das imersões em água desmineralizada mas de modo menos acentuado. Também se
salienta a recuperação desta propriedade a dado período de exposição, resultado que é
consistente com os fenómenos de pós-cura observados nos outros ensaios. A maior redução da
tensão de rotura do Grupo I verificou-se no ambiente de imersão em água desmineralizada a 60
ºC, apresentando uma redução de 38,1%.
Analisando o efeito dos processos de reversibilidade e protecção lateral no desempenho desta
propriedade, registaram-se melhorias no desempenho em tracção. De facto existiu apenas uma
redução máxima da tensão de rotura à tracção de 8,13%, o que é indicativo de uma influência
significativa destes processos no desempenho do material.
Na degradação da resistência ao corte interlaminar, verificou-se que a tendência geral da
evolução temporal da tensão de rotura para todos os ambientes é a sua diminuição. De modo
semelhante ao ensaio de tracção, o efeito da temperatura e humidade foi muito significativo,
registando-se as perdas máximas desta grandeza nos ambientes expostos às temperaturas mais
elevadas. A redução máxima foi de 52,3% em água desmineralizada a 60 ºC ao fim de dois anos
de exposição. Novamente os ambientes de solução salina seguiram as mesmas tendências do
Durabilidade de perfis pultrudidos de viniléster reforçado com fibras de vidro (GFRP)
155
que os de imersão em água desmineralizada, mas de modo menos acentuado. O ambiente de
envelhecimento natural apresentou ao final de dois anos uma perda de 19,7% que foi bastante
significativa em comparação com a menor degradação nas outras propriedades mecânicas.
Analisando a influência do estado seco e do processo de reversibilidade de secagem, estes
processos apresentam reduções de desempenho algo significativas, onde as condições de
humidade e temperatura acentuaram os processos de degradação. A redução máxima ao final de
um ano foi de 35,2% na tensão de rotura ao corte interlaminar. Ainda assim, todos os ambientes
apresentaram ligeiras melhorias quando comparados com os ambientes do Grupo I ao final de
um ano, o que sugere alguma influência destes processos nesta propriedade mecânica.
Analisando os resultados obtidos nos diversos ensaios mecânicos, a maior degradação
verificada no ensaio de corte interlaminar sugere que a matriz e a sua interface tenham sofrido
maiores degradações do que propriamente as fibras de reforço, o que é consistente com a
bibliografia consultada.
Em síntese, nos ensaios mecânicos o material apresentou um comportamento elástico e linear
até à rotura. Todas as propriedades mecânicas verificaram uma tendência de degradação ao
longo do tempo. Esta degradação está fortemente relacionada com o aumento da temperatura e
condições de humidade. No entanto, a dada altura de exposição foi registada uma recuperação
de algumas propriedades, especialmente às temperaturas mais elevadas, devido a possíveis
efeitos de pós-cura no seio da matriz do compósito, atenuando também o efeito de plasticização
que se foi verificando no mesmo. Salienta-se também a importância dos novos aspectos em
estudo. De facto, o processo de reversibilidade por secagem e a protecção lateral aplicada (a
última, em geral, de um modo mais atenuado) apresentaram melhorias significativas no
desempenho do material, de acordo com o esperado. Tal factor é decisivo para melhorar a
compreensão do comportamento real do material, quando aplicado em condições normais de
exposição ambiental, podendo até servir para a correcção dos coeficientes de minoração das
propriedades dos materiais, possibilitando menores custos de aplicação e tornando-o mais
competitivo.
5.2 Perspectivas de desenvolvimentos futuros
O trabalho de investigação desenvolvido permitiu aumentar o estado do conhecimento da
durabilidade de perfis de GFRP com matriz de viniléster para aplicações em engenharia civil e
esclarecer algumas questões relativamente à influência da protecção lateral e do processo de
reversibilidade na degradação do material. Deste modo, espera-se ter reforçado a perspectiva de
que estes materiais possuem capacidade para surgir como concorrentes aos materiais
5. Conclusões e desenvolvimentos futuros
156
tradicionais na indústria da construção, sobretudo em ambientes com requisitos particulares de
durabilidade
Contudo, após a conclusão deste trabalho, restam várias questões que suscitam esclarecimentos.
Haverá interesse em avaliar de um modo mais extensivo a influência da protecção lateral e do
processo de reversibilidade de secagem. Sugere-se então que se prossiga o trabalho até aqui
elaborado, realizando-se os mesmos ensaios de caracterização por períodos mais longos de
exposição, comparando os resultados obtidos com os apresentados nesta dissertação.
Devem ser estudados também os efeitos de outros factores de degradação referidos no capítulo 2
que não foram objecto de estudo do presente trabalho, como por exemplo o efeito de fenómenos
de fadiga, de fluência, de ambientes alcalinos, a acção gelo-degelo e a exposição ao fogo na
durabilidade de perfis de GFRP. A combinação de efeitos também consiste num factor a
considerar, especialmente as condições de envelhecimento ambiental em conjunto com
aplicações de carga (situações usualmente recorrentes em aplicações estruturais).
Outro aspecto a considerar em futuras investigações consiste na previsão de efeitos a longo
prazo no material, tendo por base os ensaios e o conhecimento do seu comportamento a curto
prazo, de um modo análogo ao betão.
Salienta-se também que os perfis pultrudidos de GFRP também costumam apresentar muitas
vezes outros tipos de matrizes, em particular de poliéster. Desta forma um estudo comparativo
sobre os perfis de GFRP mais comercializados e o seu desempenho sob os mesmos efeitos de
degradação contribuiria em muito para aumentar o conhecimento sobre este tipo de materiais.
Outro tópico possível de futuro desenvolvimento, de um modo mais abrangente, prende-se com
a avaliação da qualidade do processo de produção dos perfis de GFRP e a sua influência na
durabilidade dos mesmos.
A falta de informação e o difícil acesso dos perfis de GFRP também influencia a sua possível
preferência face a outros materiais, pelo que é sugerido a elaboração de um estudo comparativo
sobre a sua rentabilidade económica, a sua durabilidade, os seus efeitos ambientais e a sua
sustentabilidade em relação aos materiais tradicionais avaliando e resumindo a informação
existente, que se encontre dispersa.
157
Anexos
158
Anexo A
159
Resultados do ensaio de absorção de água e variação de massa
Regularização de massa no processo de secagem
Fichas individuais de controlo de variação de massa dos provetes viajantes;
Fichas individuais e gráficos de provetes aleatórios de cada tipo de ensaio para
controlo de regularização de massa no processo de secagem.
A Resultados do ensaio de absorção de água, var iação de massa e regular ização
de massa no processo de secagem
A Anexo
Anexo A
160
Anexo A
161
De modo a ilustrar a percepção do controle de variação de massa dos provetes viajantes,
encontram-se de seguida as fichas individuais dos mesmos, que permitiram a obtenção dos
gráficos apresentados nesse ensaio (capítulo 4). Note-se que o sistema de identificação de
provetes está apresentado no capítulo 3.
Quadro A.1 - Ficha de variação de massa do provete viajante 1.1.
Data Temperatura (ºC) Tempo Massa (g) Variação total de massa (%)
dia horas
10/10/09 16:00 22,0 365,15 8763 9,1918 0,40
16/10/09 11:10 22,1 370,94 8903 9,1923 0,40
24/10/09 10:21 23,2 378,91 9094 9,2009 0,49
30/10/09 10:00 23,0 384,90 9237 9,1971 0,45
7/11/09 10:45 22,1 392,93 9430 9,1983 0,47
20/11/09 9:10 23,0 405,86 9741 9,1921 0,40
26/11/09 16:30 20,8 412,17 9892 9,1920 0,40
3/12/09 12:45 21,0 419,01 10056 9,1934 0,41
14/12/09 14:51 20,8 430,10 10322 9,1906 0,38
21/12/09 13:40 21,8 437,05 10489 9,1998 0,48
30/12/09 13:05 22,0 446,02 10705 9,2008 0,49
4/1/10 13:45 21,2 451,05 10825 9,2022 0,51
11/1/10 12:55 21,6 458,02 10992 9,2051 0,54
23/1/10 14:47 20,5 470,10 11282 9,2067 0,56
30/1/10 10:20 20,9 476,91 11446 9,2089 0,58
8/2/10 14:30 19,7 486,08 11666 9,2104 0,60
17/2/10 14:12 17,4 495,07 11882 9,2120 0,62
2/3/10 14:16 19,5 508,07 12194 9,2110 0,61
9/3/10 14:28 19,6 515,08 12362 9,1949 0,43
22/3/10 13:30 20,4 528,04 12673 9,2001 0,49
5/4/10 13:54 20,9 542,06 13009 9,2034 0,52
9/4/10 15:14 21,9 546,11 13107 9,1961 0,44
14/4/10 14:05 19,2 551,07 13226 9,2097 0,59
27/4/10 13:40 20,6 564,05 13537 9,2113 0,61
30/4/10 14:04 22,0 567,07 13610 9,1960 0,44
10/5/10 13:35 20,1 577,05 13849 9,2046 0,54
18/5/10 13:45 21,0 585,05 14041 9,1960 0,44
25/5/10 15:30 20,6 592,13 14211 9,1964 0,45
1/6/10 14:00 19,6 599,06 14378 9,2054 0,54
8/6/10 13:15 20,5 606,03 14545 9,2034 0,52
15/6/10 16:15 19,8 613,16 14716 9,2089 0,58
22/6/10 13:50 21,6 620,06 14881 9,1998 0,48
29/6/10 17:00 21,2 627,19 15053 9,1973 0,46
13/7/10 15:25 20,0 641,12 15387 9,1969 0,45
20/7/10 11:39 20,2 647,96 15551 9,1967 0,45
27/7/10 9:10 19,8 654,86 15717 9,1943 0,42
3/8/10 16:20 21,4 662,16 15892 9,1913 0,39
13/8/10 12:30 19,8 672,00 16128 9,1939 0,42
23/8/10 11:30 19,8 681,96 16367 9,1998 0,48
7/9/10 15:00 20,1 697,10 16730 9,2022 0,51
17/9/10 10:17 21,6 706,91 16966 9,2003 0,49
27/9/10 17:02 18,7 717,19 17213 9,1982 0,47
11/10/10 16:40 17,8 731,17 17548 9,1991 0,48
Anexo A
162
Quadro A.2 - Ficha de variação de massa do provete viajante 1.2.
Data Temperatura (ºC) Tempo Massa (g) Variação total de massa (%)
dia horas
10/10/09 16:20 41,4 360,10 8642 8,9823 0,48
16/10/09 11:30 39,9 365,90 8781 8,9814 0,47
24/10/09 11:15 40,9 373,89 8973 8,9817 0,47
30/10/09 10:40 40,9 379,86 9117 8,9829 0,49
7/11/09 11:00 40,8 387,88 9309 8,9940 0,61
21/11/09 9:30 42,0 401,81 9644 8,9819 0,47
26/11/09 16:30 40,6 407,10 9770 8,9828 0,48
3/12/09 13:30 41,0 413,98 9935 8,9839 0,50
14/12/09 15:02 39,9 425,04 10201 8,9843 0,50
21/12/09 14:15 40,4 432,01 10368 8,9893 0,56
30/12/09 13:30 40,9 440,98 10583 8,9917 0,58
4/1/10 14:15 38,8 446,01 10704 8,9859 0,52
11/1/10 13:40 40,9 452,99 10872 8,9863 0,52
23/1/10 15:00 41,9 465,04 11161 8,9877 0,54
30/1/10 11:10 40,8 471,88 11325 8,9899 0,56
8/2/10 14:40 41,0 481,03 11545 8,9920 0,59
17/2/10 14:22 40,9 490,02 11760 8,9921 0,59
2/3/10 14:26 40,9 503,02 12072 8,9937 0,61
9/3/10 14:48 40,7 510,03 12241 8,9887 0,55
22/3/10 13:45 40,2 522,99 12552 8,9894 0,56
5/4/10 13:40 41,1 536,99 12888 8,9913 0,58
9/4/10 15:30 40,9 541,06 12986 8,9905 0,57
14/4/10 13:55 40,7 546,00 13104 8,9946 0,62
27/4/10 13:30 40,9 558,98 13415 8,9961 0,63
30/4/10 14:19 39,5 562,01 13488 8,9898 0,56
10/5/10 14:10 40,6 572,01 13728 8,9965 0,64
18/5/10 13:55 41,2 580,00 13920 8,9920 0,59
25/5/10 16:05 40,8 587,09 14090 8,9910 0,58
1/6/10 14:23 39,8 594,02 14256 8,9940 0,61
8/6/10 13:40 38,8 600,99 14424 8,9935 0,60
15/6/10 16:35 40,5 608,11 14595 8,9910 0,58
22/6/10 14:15 39,8 615,01 14760 8,9907 0,57
29/6/10 17:20 41,0 622,14 14931 8,9931 0,60
13/7/10 15:35 40,2 636,07 15266 8,9945 0,62
20/7/10 11:57 40,5 642,91 15430 8,9935 0,60
27/7/10 9:25 38,8 649,81 15595 8,9912 0,58
3/8/10 16:35 39,4 657,11 15771 8,9903 0,57
13/8/10 12:50 38,8 666,95 16007 8,9920 0,59
23/8/10 11:55 40,2 676,91 16246 8,9945 0,62
7/9/10 15:15 39,9 692,05 16609 8,9937 0,61
17/9/10 10:37 39,5 701,86 16845 8,9914 0,58
27/9/10 16:52 39,1 712,12 17091 8,9899 0,56
11/10/10 16:58 39,0 726,12 17427 8,9950 0,62
Anexo A
163
Quadro A.3 - Ficha de variação de massa do provete viajante 1.3.
Data Temperatura (ºC) Tempo Massa (g) Variação total de massa (%)
dia horas
10/10/09 16:09 59,7 365,15 8764 9,2274 0,63
16/10/09 11:00 58,9 370,94 8903 9,2220 0,57
24/10/09 10:45 59,8 378,93 9094 9,2237 0,59
30/10/09 10:15 59,2 384,91 9238 9,2272 0,63
7/11/09 11:00 59,5 392,94 9431 9,2208 0,56
20/11/09 9:30 60,0 405,88 9741 9,2231 0,59
26/11/09 16:30 59,1 412,17 9892 9,2222 0,58
3/12/09 13:13 59,6 419,03 10057 9,2232 0,59
14/12/09 15:22 59,0 430,12 10323 9,2216 0,57
21/12/09 13:50 58,7 437,06 10489 9,2206 0,56
30/12/09 13:12 59,5 446,03 10705 9,2201 0,55
4/1/10 13:45 59,7 451,05 10825 9,2209 0,56
11/1/10 13:10 59,7 458,03 10993 9,2213 0,57
23/1/10 15:22 58,9 470,12 11283 9,2225 0,58
30/1/10 10:55 59,6 476,93 11446 9,2234 0,59
8/2/10 14:10 59,7 486,07 11666 9,2241 0,60
17/2/10 14:05 59,7 495,07 11882 9,2204 0,56
2/3/10 14:05 59,7 508,07 12194 9,2240 0,60
9/3/10 15:16 59,2 515,12 12363 9,2187 0,54
22/3/10 13:34 59,8 528,04 12673 9,2219 0,57
5/4/10 13:30 59,7 542,04 13009 9,2244 0,60
9/4/10 16:00 58,8 546,15 13107 9,2181 0,53
14/4/10 13:45 59,6 551,05 13225 9,2279 0,64
27/4/10 13:20 59,4 564,03 13537 9,2300 0,66
30/4/10 14:42 60,0 567,09 13610 9,2174 0,52
10/5/10 13:25 59,7 577,04 13849 9,2198 0,55
18/5/10 13:34 59,2 585,04 14041 9,2208 0,56
25/5/10 15:45 59,2 592,14 14211 9,2172 0,52
1/6/10 14:00 59,8 599,06 14378 9,2215 0,57
8/6/10 13:20 60,1 606,03 14545 9,2203 0,56
15/6/10 16:15 59,7 613,16 14716 9,2197 0,55
22/6/10 14:00 58,6 620,06 14882 9,2183 0,53
29/6/10 16:45 58,4 627,18 15052 9,2179 0,53
13/7/10 15:10 59,1 641,11 15387 9,2185 0,54
20/7/10 11:29 58,2 647,96 15551 9,2180 0,53
27/7/10 9:10 60,1 654,86 15717 9,2173 0,52
3/8/10 16:15 58,9 662,16 15892 9,2175 0,52
13/8/10 12:30 59,4 672,00 16128 9,2143 0,49
23/8/10 11:35 59,2 681,96 16367 9,2155 0,50
7/9/10 14:45 58,7 697,09 16730 9,2164 0,51
17/9/10 10:17 59,4 706,91 16966 9,2173 0,52
27/9/10 15:35 58,1 717,13 17211 9,2161 0,51
11/10/10 16:33 59,6 731,17 17548 9,2170 0,52
Anexo A
164
Quadro A.4 - Ficha de variação de massa do provete viajante 2.1.
Data Temperatura (ºC) Tempo Massa (g) Variação total de massa (%)
dia horas
10/10/09 16:00 22,0 365,15 8763,5 8,9788 0,20
16/10/09 11:10 22,1 370,94 8902,7 8,9789 0,20
24/10/09 10:21 23,2 378,91 9093,8 8,9864 0,29
30/10/09 10:00 23,0 384,90 9237,5 8,9861 0,28
7/11/09 10:45 22,1 392,93 9430,2 8,9904 0,33
20/11/09 9:10 22,4 405,86 9740,7 8,9785 0,20
26/11/09 16:30 20,8 412,17 9892,0 8,9796 0,21
3/12/09 12:45 21,0 419,01 10056,2 8,9824 0,24
14/12/09 14:51 20,8 430,10 10322,4 8,9776 0,19
21/12/09 13:40 21,8 437,05 10489,2 8,9804 0,22
30/12/09 13:05 22,0 446,02 10704,6 8,9867 0,29
4/1/10 13:45 21,2 451,05 10825,2 8,9873 0,30
11/1/10 12:55 21,6 458,02 10992,4 8,9907 0,34
23/1/10 14:47 20,5 470,10 11282,3 8,9887 0,31
30/1/10 10:20 20,9 476,91 11445,8 8,9872 0,30
8/2/10 14:30 19,7 486,08 11666,0 8,9895 0,32
17/2/10 14:12 17,4 495,07 11881,7 8,9868 0,29
2/3/10 14:16 19,5 508,07 12193,8 8,9906 0,33
9/3/10 14:28 19,6 515,08 12362,0 8,9798 0,21
22/3/10 13:30 20,4 528,04 12673,0 8,9834 0,25
5/4/10 13:54 20,9 542,06 13009,4 8,9827 0,25
9/4/10 15:14 21,9 546,11 13106,7 8,9803 0,22
14/4/10 14:05 19,2 551,07 13225,6 8,9903 0,33
27/4/10 13:40 20,6 564,05 13537,2 8,9875 0,30
30/4/10 14:04 22,0 567,07 13609,6 8,9800 0,22
10/5/10 13:35 20,1 577,05 13849,1 8,9884 0,31
18/5/10 13:45 21,0 585,05 14041,2 8,9802 0,22
25/5/10 15:30 20,6 592,13 14211,0 8,9817 0,24
1/6/10 14:00 19,6 599,06 14377,5 8,9814 0,23
8/6/10 13:15 20,5 606,03 14544,8 8,9820 0,24
15/6/10 16:15 19,8 613,16 14715,8 8,9825 0,24
22/6/10 13:50 21,6 620,06 14881,3 8,9836 0,26
29/6/10 17:00 21,2 627,19 15052,5 8,9814 0,23
13/7/10 15:25 20,0 641,12 15386,9 8,9805 0,22
20/7/10 11:39 20,2 647,96 15551,2 8,9812 0,23
27/7/10 9:10 19,8 654,86 15716,7 8,9826 0,25
3/8/10 16:20 21,4 662,16 15891,8 8,9833 0,25
13/8/10 12:30 19,8 672,00 16128,0 8,9815 0,23
23/8/10 11:30 19,8 681,96 16367,0 8,9819 0,24
7/9/10 15:00 20,1 697,10 16730,5 8,9823 0,24
17/9/10 10:17 21,6 706,91 16965,8 8,9831 0,25
27/9/10 17:02 18,7 717,19 17212,5 8,9809 0,23
11/10/10 16:40 17,8 731,17 17548,2 8,9815 0,23
Anexo A
165
Quadro A.5 - Ficha de variação de massa do provete viajante 2.2.
Data Temperatura (ºC) Tempo Massa (g) Variação total de massa (%)
dia horas
10/10/09 16:20 41,4 360,10 8642 8,5327 0,19
16/10/09 11:30 39,9 365,90 8781 8,5281 0,14
24/10/09 11:15 40,9 373,89 8973 8,5291 0,15
30/10/09 10:40 40,9 379,86 9117 8,5375 0,25
7/11/09 11:00 40,8 387,88 9309 8,5331 0,19
20/11/09 9:30 42,0 400,81 9620 8,5278 0,13
26/11/09 16:30 40,6 407,10 9770 8,5288 0,14
3/12/09 13:30 41,0 413,98 9935 8,5301 0,16
14/12/09 15:02 39,9 425,04 10201 8,5283 0,14
21/12/09 14:15 40,4 432,01 10368 8,5307 0,17
30/12/09 13:30 40,9 440,98 10583 8,5331 0,19
4/1/10 14:15 38,8 446,01 10704 8,5324 0,19
11/1/10 13:40 40,9 452,99 10872 8,5357 0,23
23/1/10 15:00 41,9 465,04 11161 8,5361 0,23
30/1/10 11:10 40,8 471,88 11325 8,5372 0,24
8/2/10 14:40 41,0 481,03 11545 8,5388 0,26
17/2/10 14:22 40,9 490,02 11760 8,5431 0,31
2/3/10 14:26 40,9 503,02 12072 8,5338 0,20
9/3/10 14:48 40,7 510,03 12241 8,5299 0,16
22/3/10 13:45 40,2 522,99 12552 8,5312 0,17
5/4/10 13:40 41,1 536,99 12888 8,5319 0,18
9/4/10 15:30 40,9 541,06 12986 8,5301 0,16
14/4/10 13:55 40,7 546,00 13104 8,5324 0,19
27/4/10 13:30 40,9 558,98 13415 8,5376 0,25
30/4/10 14:19 39,5 562,01 13488 8,5287 0,14
10/5/10 14:10 40,6 572,01 13728 8,5338 0,20
18/5/10 13:55 41,2 580,00 13920 8,5324 0,19
25/5/10 16:05 40,8 587,09 14090 8,5290 0,15
1/6/10 14:23 39,8 594,02 14256 8,5335 0,20
8/6/10 13:40 38,8 600,99 14424 8,5345 0,21
15/6/10 16:35 40,5 608,11 14595 8,5323 0,19
22/6/10 14:15 39,8 615,01 14760 8,5299 0,16
29/6/10 17:20 41,0 622,14 14931 8,5310 0,17
13/7/10 15:35 40,2 636,07 15266 8,5315 0,18
20/7/10 11:57 40,5 642,91 15430 8,5298 0,16
27/7/10 9:25 38,8 649,81 15595 8,5323 0,19
3/8/10 16:35 39,4 657,11 15771 8,5335 0,20
13/8/10 12:50 38,8 666,95 16007 8,5345 0,21
23/8/10 11:55 40,2 676,91 16246 8,5349 0,22
7/9/10 15:15 39,9 692,05 16609 8,5338 0,20
17/9/10 10:37 39,5 701,86 16845 8,5350 0,22
27/9/10 16:52 39,1 712,12 17091 8,5355 0,22
11/10/10 16:58 39,0 726,12 17427 8,5362 0,23
Anexo A
166
Quadro A.6 - Ficha de variação de massa do provete viajante 2.3.
Data Temperatura (ºC) Tempo Massa (g) Variação total de massa (%)
dia horas
10/10/09 16:10 59,7 365,15 8764 8,1993 0,26
16/10/09 11:00 58,9 370,94 8903 8,2066 0,35
24/10/09 10:45 59,8 378,93 9094 8,2006 0,27
30/10/09 10:15 59,2 384,91 9238 8,2000 0,27
7/11/09 11:00 59,5 392,94 9431 8,2083 0,37
20/11/09 9:30 60,0 405,88 9741 8,2014 0,28
26/11/09 16:30 59,1 412,17 9892 8,2028 0,30
3/12/09 13:13 59,6 419,03 10057 8,2068 0,35
14/12/09 15:22 59,0 430,12 10323 8,2029 0,30
21/12/09 13:50 58,7 437,06 10489 8,2037 0,31
30/12/09 13:12 59,5 446,03 10705 8,2061 0,34
4/1/10 13:45 59,7 451,05 10825 8,2073 0,36
11/1/10 13:10 59,7 458,03 10993 8,2104 0,39
23/1/10 15:22 58,9 470,12 11283 8,2089 0,38
30/1/10 10:55 59,6 476,93 11446 8,2067 0,35
8/2/10 14:10 59,7 486,07 11666 8,2046 0,32
17/2/10 14:05 59,7 495,07 11882 8,2148 0,45
2/3/10 14:05 59,7 508,07 12194 8,2067 0,35
9/3/10 15:16 59,2 515,12 12363 8,2039 0,31
22/3/10 13:34 59,8 528,04 12673 8,2117 0,41
5/4/10 13:30 59,7 542,04 13009 8,2099 0,39
9/4/10 16:00 58,7 546,15 13107 8,2039 0,31
14/4/10 13:45 59,6 551,05 13225 8,2107 0,40
27/4/10 13:20 59,4 564,03 13537 8,2129 0,42
30/4/10 14:42 60,0 567,09 13610 8,2033 0,31
10/5/10 13:25 59,7 577,04 13849 8,2030 0,30
18/5/10 13:34 59,2 585,04 14041 8,2087 0,37
25/5/10 15:45 59,2 592,14 14211 8,2040 0,32
1/6/10 14:00 59,8 599,06 14378 8,2015 0,28
8/6/10 13:20 60,1 606,03 14545 8,2033 0,31
15/6/10 16:15 59,7 613,16 14716 8,2049 0,33
22/6/10 14:00 58,6 620,06 14882 8,2057 0,34
29/6/10 16:45 58,4 627,18 15052 8,2023 0,29
13/7/10 15:10 59,1 641,11 15387 8,2035 0,31
20/7/10 11:29 58,2 647,96 15551 8,2041 0,32
27/7/10 9:10 60,1 654,86 15717 8,2033 0,31
3/8/10 16:15 58,9 662,16 15892 8,2027 0,30
13/8/10 12:30 59,4 672,00 16128 8,2024 0,30
23/8/10 11:35 59,2 681,96 16367 8,2018 0,29
7/9/10 14:45 58,7 697,09 16730 8,2009 0,28
17/9/10 10:17 59,4 706,91 16966 8,2019 0,29
27/9/10 15:35 58,1 717,13 17211 8,2027 0,30
11/10/10 16:33 59,6 731,17 17548 8,2006 0,27
Anexo A
167
Quadro A.7 - Ficha de variação de massa do provete viajante 1.1 PT.
Data Temperatura (ºC) Tempo Massa (g) Variação total de massa (%)
dia horas
10/10/09 12:00 20,0 0,00 0,00 9,0043 0,00
11/10/09 18:45 22,4 1,28 31 9,0197 0,17
12/10/09 15:15 22,1 2,14 51 9,0138 0,11
13/10/09 15:30 22,0 3,15 76 9,0162 0,13
14/10/09 14:15 22,1 4,09 98 9,0174 0,15
15/10/09 15:40 22,1 5,15 124 9,0188 0,16
16/10/09 10:40 22,1 5,94 143 9,0201 0,18
24/10/09 10:21 23,2 13,93 334 9,0331 0,32
30/10/09 10:00 23,0 19,92 478 9,0447 0,45
7/11/09 10:45 22,1 27,95 671 9,0471 0,48
20/11/09 9:10 23,0 40,88 981 9,0394 0,39
26/11/09 16:30 20,8 47,19 1133 9,0417 0,42
3/12/09 12:45 21,0 54,03 1297 9,0436 0,44
14/12/09 14:51 20,8 65,12 1563 9,0455 0,46
21/12/09 13:40 21,8 72,07 1730 9,0691 0,72
30/12/09 13:05 22,0 81,05 1945 9,0713 0,74
4/1/10 13:45 21,2 86,07 2066 9,0585 0,60
11/1/10 12:55 21,6 93,04 2233 9,0647 0,67
23/1/10 14:47 20,5 105,12 2523 9,0503 0,51
30/1/10 10:20 20,9 111,93 2686 9,0571 0,59
8/2/10 14:30 19,7 121,10 2906 9,0590 0,61
17/2/10 14:12 17,4 130,09 3122 9,0666 0,69
2/3/10 14:16 19,5 143,09 3434 9,0671 0,70
9/3/10 14:28 19,6 150,10 3602 9,0571 0,59
22/3/10 13:30 20,4 163,06 3914 9,0602 0,62
5/4/10 13:54 20,9 177,08 4250 9,0644 0,67
9/4/10 15:14 21,9 181,13 4347 9,0597 0,62
14/4/10 14:05 19,2 186,09 4466 9,0659 0,68
27/4/10 13:40 20,6 199,07 4778 9,0683 0,71
30/4/10 14:04 22,0 202,09 4850 9,0613 0,63
10/5/10 13:35 20,1 212,07 5090 9,0667 0,69
18/5/10 13:45 21,0 220,07 5282 9,0625 0,65
25/5/10 15:30 20,6 227,15 5452 9,0633 0,66
1/6/10 14:00 19,6 234,08 5618 9,0639 0,66
8/6/10 13:15 20,5 241,05 5785 9,0635 0,66
15/6/10 16:15 19,8 248,18 5956 9,0652 0,68
22/6/10 13:50 21,6 255,08 6122 9,0645 0,67
29/6/10 17:00 21,2 262,21 6293 9,0659 0,68
13/7/10 15:25 20,0 276,14 6627 9,0655 0,68
20/7/10 11:39 20,2 282,99 6792 9,0664 0,69
27/7/10 9:10 19,8 289,88 6957 9,0630 0,65
3/8/10 16:20 21,4 297,18 7132 9,0621 0,64
13/8/10 12:30 19,8 307,02 7369 9,0639 0,66
23/8/10 11:30 19,8 316,98 7607 9,0698 0,73
7/9/10 15:00 20,1 332,13 7971 9,0684 0,71
17/9/10 10:17 21,6 341,93 8206 9,0676 0,70
27/9/10 17:02 18,7 352,21 8453 9,0700 0,73
11/10/10 16:40 17,8 366,19 8789 9,0705 0,74
Anexo A
168
Quadro A.8 - Ficha de variação de massa do provete viajante 1.1 P.
Data Temperatura (ºC) Tempo Massa (g) Variação total de massa (%)
dia horas
10/10/09 12:00 20,0 0,00 0,00 9,0069 0,00
11/10/09 18:45 22,4 1,28 31 9,0264 0,22
12/10/09 15:15 22,1 2,14 51 9,0171 0,11
13/10/09 15:30 22,0 3,15 76 9,0203 0,15
14/10/09 14:15 22,1 4,09 98 9,0201 0,15
15/10/09 15:40 22,1 5,15 124 9,0214 0,16
16/10/09 10:40 22,1 5,94 143 9,0220 0,17
24/10/09 10:21 23,2 13,93 334 9,0464 0,44
30/10/09 10:00 23,0 19,92 478 9,0480 0,46
7/11/09 10:45 22,1 27,95 671 9,0417 0,39
20/11/09 9:10 23,0 40,88 981 9,0397 0,36
26/11/09 16:30 20,8 47,19 1133 9,0412 0,38
3/12/09 12:45 21,0 54,03 1297 9,0438 0,41
14/12/09 14:51 20,8 65,12 1563 9,0449 0,42
21/12/09 13:40 21,8 72,07 1730 9,0568 0,55
30/12/09 13:05 22,0 81,05 1945 9,0601 0,59
4/1/10 13:45 21,2 86,07 2066 9,0649 0,64
11/1/10 12:55 21,6 93,04 2233 9,0604 0,59
23/1/10 14:47 20,5 105,12 2523 9,0621 0,61
30/1/10 10:20 20,9 111,93 2686 9,0638 0,63
8/2/10 14:30 19,7 121,10 2906 9,0680 0,68
17/2/10 14:12 17,4 130,09 3122 9,0666 0,66
2/3/10 14:16 19,5 143,09 3434 9,0707 0,71
9/3/10 14:28 19,6 150,10 3602 9,0597 0,59
22/3/10 13:30 20,4 163,06 3914 9,0642 0,64
5/4/10 13:54 20,9 177,08 4250 9,0659 0,66
9/4/10 15:30 21,9 181,15 4348 9,0638 0,63
14/4/10 14:05 19,2 186,09 4466 9,0699 0,70
27/4/10 13:40 20,6 199,07 4778 9,0678 0,68
30/4/10 14:04 22,0 202,09 4850 9,0648 0,64
10/5/10 13:35 20,1 212,07 5090 9,0709 0,71
18/5/10 13:45 21,0 220,07 5282 9,0663 0,66
25/5/10 15:30 20,6 227,15 5452 9,0680 0,68
1/6/10 14:00 19,6 234,08 5618 9,0664 0,66
8/6/10 13:15 20,5 241,05 5785 9,0639 0,63
15/6/10 16:15 19,8 248,18 5956 9,0693 0,69
22/6/10 13:50 21,6 255,08 6122 9,0753 0,76
29/6/10 17:00 21,2 262,21 6293 9,0695 0,70
13/7/10 15:25 20,0 276,14 6627 9,0680 0,68
20/7/10 11:39 20,2 282,99 6792 9,0720 0,72
27/7/10 9:10 19,8 289,88 6957 9,0750 0,76
3/8/10 16:20 21,4 297,18 7132 9,0695 0,70
13/8/10 12:30 19,8 307,02 7369 9,0735 0,74
23/8/10 11:30 19,8 316,98 7607 9,0729 0,73
7/9/10 15:00 20,1 332,13 7971 9,0749 0,75
17/9/10 10:17 21,6 341,93 8206 9,0768 0,78
27/9/10 17:02 18,7 352,21 8453 9,0766 0,77
11/10/10 16:40 17,8 366,19 8789 9,0776 0,78
Anexo A
169
Quadro A.9 - Ficha de variação de massa do provete viajante 1.1 S.
Data Temperatura (ºC) Tempo Massa (g) Variação total de massa (%)
dia horas
11/10/09 12:00 20,0 0,00 0,00 8,6422 0,00
12/10/09 15:15 22,1 1,14 27 8,6497 0,09
13/10/09 15:30 22,0 2,15 52 8,6511 0,10
14/10/09 14:15 22,1 3,09 74 8,6516 0,11
15/10/09 15:40 22,1 4,15 100 8,6516 0,11
16/10/09 10:40 22,1 4,94 119 8,6526 0,12
24/10/09 10:21 23,2 12,93 310 8,6655 0,27
30/10/09 10:00 23,0 18,92 454 8,6900 0,55
7/11/09 10:45 22,1 26,95 647 8,6732 0,36
20/11/09 9:10 23,0 39,88 957 8,6694 0,31
26/11/09 16:30 20,8 46,19 1109 8,6713 0,34
3/12/09 12:45 21,0 53,03 1273 8,6738 0,37
14/12/09 14:51 20,8 64,12 1539 8,6709 0,33
21/12/09 13:40 21,8 71,07 1706 8,6843 0,49
30/12/09 13:05 22,0 80,05 1921 8,6845 0,49
4/1/10 13:45 21,2 85,07 2042 8,6826 0,47
11/1/10 12:55 21,6 92,04 2209 8,6841 0,48
23/1/10 14:47 20,5 104,12 2499 8,6857 0,50
30/1/10 10:20 20,9 110,93 2662 8,6884 0,53
8/2/10 14:30 19,7 120,10 2882 8,6945 0,61
17/2/10 14:12 17,4 129,09 3098 8,6902 0,56
2/3/10 14:16 19,5 142,09 3410 8,6973 0,64
9/3/10 14:28 19,6 149,10 3578 8,6816 0,46
22/3/10 13:30 20,4 162,06 3890 8,6862 0,51
5/4/10 13:54 20,9 176,08 4226 8,6873 0,52
9/4/10 15:14 21,9 180,13 4323 8,6840 0,48
14/4/10 14:05 19,2 185,09 4442 8,6898 0,55
27/4/10 13:40 20,6 198,07 4754 8,6936 0,59
30/4/10 14:04 22,0 201,09 4826 8,6852 0,50
10/5/10 13:35 20,1 211,07 5066 8,6922 0,58
18/5/10 13:45 21,0 219,07 5258 8,6845 0,49
25/5/10 15:30 20,6 226,15 5428 8,6868 0,52
1/6/10 14:00 19,6 233,08 5594 8,6945 0,61
8/6/10 13:15 20,5 240,05 5761 8,6873 0,52
15/6/10 16:15 19,8 247,18 5932 8,6883 0,53
22/6/10 13:50 21,6 254,08 6098 8,6850 0,50
29/6/10 17:00 21,2 261,21 6269 8,6904 0,56
13/7/10 15:25 20,0 275,14 6603 8,6875 0,52
20/7/10 11:39 20,2 281,99 6768 8,6892 0,54
27/7/10 9:10 19,8 288,88 6933 8,6833 0,48
3/8/10 16:20 21,4 296,18 7108 8,6868 0,52
13/8/10 12:30 19,8 306,02 7345 8,6914 0,57
23/8/10 11:30 19,8 315,98 7583 8,6899 0,55
7/9/10 15:00 20,1 331,13 7947 8,6923 0,58
17/9/10 10:17 21,6 340,93 8182 8,6914 0,57
27/9/10 17:02 18,7 351,21 8429 8,6936 0,59
11/10/10 16:40 17,8 365,19 8765 8,6937 0,60
Anexo A
170
Quadro A.10 - Ficha de variação de massa do provete viajante 1.2 PT.
Data Temperatura (ºC) Tempo Massa (g) Variação total de massa (%)
dia horas
10/10/09 18:00 38,0 0,00 0,00 8,0779 0,00
11/10/09 10:00 41,2 0,67 16 8,0944 0,20
12/10/09 15:20 40,6 1,89 45 8,0951 0,21
13/10/09 15:40 41,0 2,90 70 8,0975 0,24
14/10/09 14:30 41,0 3,85 92 8,0988 0,26
15/10/09 15:20 40,8 4,89 117 8,1012 0,29
16/10/09 11:00 39,9 5,71 137 8,1017 0,29
24/10/09 11:15 40,9 13,05 313 8,1091 0,39
30/10/09 10:40 40,9 19,03 457 8,1148 0,46
7/11/09 11:20 40,8 27,06 649 8,1241 0,57
20/11/09 9:30 42,0 40,65 976 8,1176 0,49
26/11/09 16:30 40,6 46,94 1127 8,1189 0,51
3/12/09 13:30 41,0 53,81 1292 8,1208 0,53
14/12/09 15:02 39,9 64,88 1557 8,1202 0,52
21/12/09 14:15 40,4 71,84 1724 8,1218 0,54
30/12/09 13:30 40,9 80,81 1940 8,1239 0,57
4/1/10 14:15 38,8 85,84 2060 8,1246 0,58
11/1/10 13:40 40,9 92,82 2228 8,1231 0,56
23/1/10 15:00 41,9 104,88 2517 8,1250 0,58
30/1/10 11:10 40,8 111,72 2681 8,1277 0,62
8/2/10 14:40 41,0 120,86 2901 8,1340 0,69
17/2/10 14:22 40,9 129,85 3116 8,1288 0,63
2/3/10 14:26 40,9 142,85 3428 8,1256 0,59
9/3/10 14:48 40,7 149,87 3597 8,1238 0,57
22/3/10 13:45 40,2 162,82 3908 8,1271 0,61
5/4/10 13:40 41,1 176,82 4244 8,1277 0,62
9/4/10 15:30 40,9 180,90 4342 8,1241 0,57
14/4/10 13:55 40,7 185,83 4460 8,1293 0,64
27/4/10 13:30 40,9 198,81 4772 8,1261 0,60
30/4/10 14:19 39,5 201,85 4844 8,1247 0,58
10/5/10 14:10 40,6 211,84 5084 8,1278 0,62
18/5/10 13:55 41,2 219,83 5276 8,1257 0,59
25/5/10 16:05 40,8 226,92 5446 8,1257 0,59
1/6/10 14:23 39,8 233,85 5612 8,1234 0,56
8/6/10 13:40 38,8 240,82 5780 8,1228 0,56
15/6/10 16:35 40,5 247,94 5951 8,1207 0,53
22/6/10 14:15 39,8 254,84 6116 8,1198 0,52
29/6/10 17:20 41,0 261,97 6287 8,1238 0,57
13/7/10 15:35 40,2 275,90 6622 8,1259 0,59
20/7/10 11:57 40,5 282,75 6786 8,1273 0,61
27/7/10 9:25 38,8 289,64 6951 8,1289 0,63
3/8/10 16:35 39,4 296,94 7127 8,1245 0,58
13/8/10 12:50 38,8 306,78 7363 8,1270 0,61
23/8/10 11:55 40,2 316,75 7602 8,1255 0,59
7/9/10 15:15 39,9 331,89 7965 8,1274 0,61
17/9/10 10:37 39,5 341,69 8201 8,1250 0,58
27/9/10 16:52 39,1 351,95 8447 8,1267 0,60
11/10/10 16:58 39,0 365,96 8783 8,1295 0,64
Anexo A
171
Quadro A.11 - Ficha de variação de massa do provete viajante 1.2 P.
Data Temperatura (ºC) Tempo Massa (g) Variação total de massa (%)
dia horas
10/10/09 12:00 38,0 0,00 0,00 9,3105 0,00
11/10/09 18:45 41,2 1,28 31 9,3341 0,25
12/10/09 15:20 40,6 2,14 51 9,3335 0,25
13/10/09 15:40 41,0 3,15 76 9,3353 0,27
14/10/09 14:30 41,0 4,10 98 9,3374 0,29
15/10/09 15:20 40,8 5,14 123 9,3402 0,32
16/10/09 11:00 39,9 5,96 143 9,3406 0,32
24/10/09 11:15 40,9 12,69 305 9,3536 0,46
30/10/09 10:40 40,9 18,66 448 9,3584 0,51
7/11/09 11:20 40,8 26,69 641 9,3666 0,60
20/11/09 9:30 42,0 40,90 982 9,3649 0,58
26/11/09 16:30 40,6 47,19 1133 9,3655 0,59
3/12/09 13:30 41,0 54,06 1298 9,3681 0,62
14/12/09 15:02 39,9 65,13 1563 9,3709 0,65
21/12/09 14:15 40,4 72,09 1730 9,3814 0,76
30/12/09 13:30 40,9 81,06 1946 9,3817 0,76
4/1/10 14:15 38,8 86,09 2066 9,3773 0,72
11/1/10 13:40 40,9 93,07 2234 9,3811 0,76
23/1/10 15:00 41,9 105,13 2523 9,3850 0,80
30/1/10 11:10 40,8 111,97 2687 9,3882 0,83
8/2/10 14:40 41,0 121,11 2907 9,3964 0,92
17/2/10 14:22 40,9 130,10 3122 9,3899 0,85
2/3/10 14:26 40,9 143,10 3434 9,3974 0,93
9/3/10 14:48 40,7 150,12 3603 9,3900 0,85
22/3/10 13:45 40,2 163,07 3914 9,3957 0,92
5/4/10 13:40 41,1 177,07 4250 9,3902 0,86
9/4/10 15:30 40,9 181,15 4348 9,3942 0,90
14/4/10 13:55 40,7 186,08 4466 9,3991 0,95
27/4/10 13:30 40,9 199,06 4778 9,3999 0,96
30/4/10 14:19 39,5 202,10 4850 9,3951 0,91
10/5/10 14:10 40,6 212,09 5090 9,4021 0,98
18/5/10 13:55 41,2 220,08 5282 9,3966 0,92
25/5/10 16:05 40,8 227,17 5452 9,3948 0,91
1/6/10 14:23 39,8 234,10 5618 9,3897 0,85
8/6/10 13:40 38,8 241,07 5786 9,3883 0,84
15/6/10 16:35 40,5 248,19 5957 9,3915 0,87
22/6/10 14:15 39,8 255,09 6122 9,3965 0,92
29/6/10 17:20 41,0 262,22 6293 9,3909 0,86
13/7/10 15:35 40,2 276,15 6628 9,3978 0,94
20/7/10 11:57 40,5 283,00 6792 9,4006 0,97
27/7/10 9:25 38,8 289,89 6957 9,3957 0,92
3/8/10 16:35 39,4 297,19 7133 9,3983 0,94
13/8/10 12:50 38,8 307,03 7369 9,3928 0,88
23/8/10 11:55 40,2 317,00 7608 9,3976 0,94
7/9/10 15:15 39,9 332,14 7971 9,4004 0,97
17/9/10 10:37 39,5 341,94 8207 9,3943 0,90
27/9/10 16:52 39,1 352,20 8453 9,3902 0,86
11/10/10 16:58 39,0 366,21 8789 9,4000 0,96
Anexo A
172
Quadro A.12 - Ficha de variação de massa do provete viajante 1.2 S.
Data Temperatura (ºC) Tempo Massa (g) Variação total de massa (%)
dia horas
11/10/09 14:00 38,0 0,00 0,00 8,4206 0,00
12/10/09 15:20 40,6 1,06 25 8,4470 0,31
13/10/09 15:40 41,0 2,07 50 8,4502 0,35
14/10/09 14:30 41,0 3,02 72 8,4516 0,37
15/10/09 15:30 40,8 4,06 98 8,4542 0,40
16/10/09 11:00 39,9 4,88 117 8,4551 0,41
24/10/09 11:15 40,9 11,83 284 8,4675 0,56
30/10/09 10:40 40,9 17,81 427 8,4728 0,62
7/11/09 11:20 40,8 25,83 620 8,4750 0,65
20/11/09 9:30 42,0 38,76 930 8,4771 0,67
26/11/09 16:30 40,6 45,05 1081 8,4800 0,71
3/12/09 13:30 41,0 51,92 1246 8,4839 0,75
14/12/09 15:02 39,9 62,99 1512 8,4845 0,76
21/12/09 14:15 40,4 69,95 1679 8,4921 0,85
30/12/09 13:30 40,9 78,92 1894 8,4972 0,91
4/1/10 14:15 38,8 83,95 2015 8,4938 0,87
11/1/10 13:40 40,9 90,93 2182 8,4951 0,88
23/1/10 15:00 41,9 102,99 2472 8,4945 0,88
30/1/10 11:10 40,8 109,83 2636 8,4987 0,93
8/2/10 14:40 41,0 118,97 2855 8,5032 0,98
17/2/10 14:22 40,9 127,96 3071 8,5079 1,04
2/3/10 14:26 40,9 140,96 3383 8,5075 1,03
9/3/10 14:48 40,7 147,98 3551 8,5000 0,94
22/3/10 13:45 40,2 160,93 3862 8,5036 0,99
5/4/10 13:40 41,1 174,93 4198 8,5052 1,00
9/4/10 15:30 40,9 179,01 4296 8,5037 0,99
14/4/10 13:55 40,7 183,94 4415 8,5027 0,97
27/4/10 13:30 40,9 196,92 4726 8,5069 1,02
30/4/10 14:19 39,5 199,96 4799 8,5017 0,96
10/5/10 14:10 40,6 209,95 5039 8,5082 1,04
18/5/10 13:55 41,2 217,94 5231 8,5036 0,99
25/5/10 16:05 40,8 225,03 5401 8,5047 1,00
1/6/10 14:23 39,8 231,96 5567 8,4989 0,93
8/6/10 13:40 38,8 238,93 5734 8,5015 0,96
15/6/10 16:35 40,5 246,05 5905 8,5067 1,02
22/6/10 14:15 39,8 252,95 6071 8,5003 0,95
29/6/10 17:20 41,0 260,08 6242 8,5078 1,04
13/7/10 15:35 40,2 274,01 6576 8,5021 0,97
20/7/10 11:57 40,5 280,86 6741 8,5097 1,06
27/7/10 9:25 38,8 287,75 6906 8,5038 0,99
3/8/10 16:35 39,4 295,05 7081 8,5089 1,05
13/8/10 12:50 38,8 304,90 7317 8,5067 1,02
23/8/10 11:55 40,2 314,86 7557 8,5015 0,96
7/9/10 15:15 39,9 330,00 7920 8,5058 1,01
17/9/10 10:37 39,5 339,80 8155 8,5071 1,03
27/9/10 16:52 39,1 350,06 8402 8,4957 0,89
11/10/10 16:58 39,0 364,07 8738 8,5081 1,04
Anexo A
173
Quadro A.13 - Ficha de variação de massa do provete viajante 1.3 PT.
Data Temperatura (ºC) Tempo Massa (g) Variação total de massa (%)
dia horas
11/10/09 12:00 38,0 0,00 0,00 7,9776 0,00
12/10/09 15:10 40,6 1,13 27 7,9885 0,14
13/10/09 15:20 41,0 2,14 51 7,9940 0,21
14/10/09 14:00 41,0 3,08 74 7,9970 0,24
15/10/09 15:50 39,6 4,16 100 7,9983 0,26
16/10/09 11:20 40,0 4,97 119 7,9988 0,27
24/10/09 11:45 40,5 12,99 312 8,0077 0,38
30/10/09 10:25 40,5 18,93 454 8,0186 0,51
7/11/09 10:50 40,0 26,95 647 8,0150 0,47
20/11/09 9:50 39,0 39,91 958 8,0187 0,52
26/11/09 16:30 37,0 46,19 1109 8,0204 0,54
3/12/09 13:00 40,0 53,04 1273 8,0217 0,55
14/12/09 15:12 40,0 64,13 1539 8,0229 0,57
21/12/09 13:50 43,0 71,08 1706 8,0279 0,63
30/12/09 13:12 40,5 80,05 1921 8,0261 0,61
4/1/10 13:45 39,0 85,07 2042 8,0272 0,62
11/1/10 13:20 40,5 92,06 2209 8,0277 0,63
23/1/10 15:35 39,0 104,15 2500 8,0283 0,64
30/1/10 10:40 40,0 110,94 2663 8,0289 0,64
8/2/10 14:10 41,0 120,09 2882 8,0295 0,65
17/2/10 13:55 40,0 129,08 3098 8,0312 0,67
2/3/10 14:00 40,5 142,08 3410 8,0309 0,67
9/3/10 15:04 38,5 149,13 3579 8,0299 0,66
22/3/10 13:20 40,0 162,06 3889 8,0318 0,68
5/4/10 13:17 40,0 176,05 4225 8,0321 0,68
9/4/10 15:44 40,1 180,16 4324 8,0312 0,67
14/4/10 13:30 39,5 185,06 4442 8,0309 0,67
27/4/10 13:00 41,0 198,04 4753 8,0329 0,69
30/4/10 14:31 42,0 201,10 4827 8,0324 0,69
10/5/10 13:15 42,0 211,05 5065 8,0334 0,70
18/5/10 13:25 39,5 219,06 5257 8,0336 0,70
25/5/10 15:45 38,0 226,16 5428 8,0332 0,70
1/6/10 14:13 40,1 233,09 5594 8,0334 0,70
8/6/10 13:30 39,9 240,06 5762 8,0312 0,67
15/6/10 16:25 40,5 247,18 5932 8,0345 0,71
22/6/10 14:05 40,3 254,09 6098 8,0323 0,69
29/6/10 17:10 41,0 261,22 6269 8,0328 0,69
13/7/10 15:25 40,5 275,14 6603 8,0315 0,68
20/7/10 11:06 37,5 281,96 6767 8,0353 0,72
27/7/10 9:15 39,0 288,89 6933 8,0342 0,71
3/8/10 16:25 39,5 296,18 7108 8,0355 0,73
13/8/10 12:40 40,5 306,03 7345 8,0329 0,69
23/8/10 11:15 39,6 315,97 7583 8,0358 0,73
7/9/10 15:05 40,0 331,13 7947 8,0361 0,73
17/9/10 10:27 39,9 340,94 8182 8,0371 0,75
27/9/10 15:25 39,5 351,14 8427 8,0377 0,75
11/10/10 16:08 43,0 365,17 8764 8,0387 0,77
Anexo A
174
Quadro A.14 - Ficha de variação de massa do provete viajante 1.3 P.
Data Temperatura (ºC) Tempo Massa (g) Variação total de massa (%)
dia horas
11/10/09 12:00 38,0 0,00 0,00 9,2297 0,00
12/10/09 15:10 40,6 1,13 27 9,2408 0,12
13/10/09 15:20 41,0 2,14 51 9,2458 0,17
14/10/09 14:00 39,1 3,08 74 9,2480 0,20
15/10/09 15:50 39,6 4,16 100 9,2536 0,26
16/10/09 11:20 40,0 4,97 119 9,2547 0,27
24/10/09 11:45 40,5 12,99 312 9,2681 0,42
30/10/09 10:25 40,5 18,93 454 9,2710 0,45
7/11/09 10:50 40,0 26,95 647 9,2764 0,51
20/11/09 9:50 39,0 39,91 958 9,2785 0,53
26/11/09 16:30 37,0 46,19 1109 9,2822 0,57
3/12/09 13:00 40,0 53,04 1273 9,2864 0,61
14/12/09 15:12 40,0 64,13 1539 9,2933 0,69
21/12/09 13:50 43,0 71,08 1706 9,3023 0,79
30/12/09 13:12 40,5 80,05 1921 9,2976 0,74
4/1/10 13:45 39,0 85,07 2042 9,2987 0,75
11/1/10 13:20 40,5 92,06 2209 9,2999 0,76
23/1/10 15:35 39,0 104,15 2500 9,3018 0,78
30/1/10 10:40 40,0 110,94 2663 9,3045 0,81
8/2/10 14:10 41,0 120,09 2882 9,3059 0,83
17/2/10 13:55 40,0 129,08 3098 9,3066 0,83
2/3/10 14:00 40,5 142,08 3410 9,3063 0,83
9/3/10 15:04 38,5 149,13 3579 9,3046 0,81
22/3/10 13:20 40,0 162,06 3889 9,3059 0,83
5/4/10 13:17 40,0 176,05 4225 9,3065 0,83
9/4/10 15:44 40,1 180,16 4324 9,3060 0,83
14/4/10 13:30 39,5 185,06 4442 9,3027 0,79
27/4/10 13:00 41,0 198,04 4753 9,3052 0,82
30/4/10 14:31 42,0 201,10 4827 9,3079 0,85
10/5/10 13:15 42,0 211,05 5065 9,3068 0,84
18/5/10 13:25 39,5 219,06 5257 9,2908 0,66
25/5/10 15:45 38,0 226,16 5428 9,2998 0,76
1/6/10 14:13 40,1 233,09 5594 9,2956 0,71
8/6/10 13:30 39,9 240,06 5762 9,2983 0,74
15/6/10 16:25 40,5 247,18 5932 9,3041 0,81
22/6/10 14:05 40,3 254,09 6098 9,3058 0,82
29/6/10 17:10 41,0 261,22 6269 9,3098 0,87
13/7/10 15:25 40,5 275,14 6603 9,3107 0,88
20/7/10 11:06 37,5 281,96 6767 9,3116 0,89
27/7/10 9:15 39,0 288,89 6933 9,3103 0,87
3/8/10 16:25 39,5 296,18 7108 9,2996 0,76
13/8/10 12:40 40,5 306,03 7345 9,3098 0,87
23/8/10 11:15 39,6 315,97 7583 9,3115 0,89
7/9/10 15:05 40,0 331,13 7947 9,3127 0,90
17/9/10 10:27 39,9 340,94 8182 9,3107 0,88
27/9/10 15:25 39,5 351,14 8427 9,3137 0,91
11/10/10 16:08 43,0 365,17 8764 9,3058 0,82
Anexo A
175
Quadro A.15 - Ficha de variação de massa do provete viajante 1.3 S.
Data Temperatura (ºC) Tempo Massa (g) Variação total de massa (%)
dia horas
11/10/09 12:00 38,0 0,00 0,00 8,6575 0,00
12/10/09 15:10 40,6 1,13 27 8,6647 0,08
13/10/09 15:20 41,0 2,14 51 8,6676 0,12
14/10/09 14:00 41,0 3,08 74 8,6688 0,13
15/10/09 15:50 39,6 4,16 100 8,6703 0,15
16/10/09 11:20 40,0 4,97 119 8,6699 0,14
24/10/09 11:45 40,5 12,99 312 8,6788 0,25
30/10/09 10:25 40,5 18,93 454 8,6821 0,28
7/11/09 10:50 40,0 26,95 647 8,6853 0,32
20/11/09 9:50 39,0 39,91 958 8,7090 0,59
26/11/09 16:30 37,0 46,19 1109 8,6870 0,34
3/12/09 13:00 40,0 53,04 1273 8,6906 0,38
14/12/09 15:12 40,0 64,13 1539 8,6860 0,33
21/12/09 13:50 43,0 71,08 1706 8,6916 0,39
30/12/09 13:12 40,5 80,05 1921 8,6871 0,34
4/1/10 13:45 39,0 85,07 2042 8,6896 0,37
11/1/10 13:20 40,5 92,06 2209 8,6904 0,38
23/1/10 15:35 39,0 104,15 2500 8,6917 0,40
30/1/10 10:40 40,0 110,94 2663 8,6931 0,41
8/2/10 14:10 41,0 120,09 2882 8,6912 0,39
17/2/10 13:55 40,0 129,08 3098 8,6942 0,42
2/3/10 14:00 40,5 142,08 3410 8,6942 0,42
9/3/10 15:04 38,5 149,13 3579 8,6892 0,37
22/3/10 13:20 40,0 162,06 3889 8,6937 0,42
5/4/10 13:17 40,0 176,05 4225 8,6940 0,42
9/4/10 15:44 40,1 180,16 4324 8,6881 0,35
14/4/10 13:30 39,5 185,06 4442 8,6912 0,39
27/4/10 13:00 41,0 198,04 4753 8,6953 0,44
30/4/10 14:31 42,0 201,10 4827 8,6888 0,36
10/5/10 13:15 42,0 211,05 5065 8,6872 0,34
18/5/10 13:25 39,5 219,06 5257 8,6898 0,37
25/5/10 15:45 38,0 226,16 5428 8,6905 0,38
1/6/10 14:13 40,1 233,09 5594 8,6873 0,34
8/6/10 13:30 39,9 240,06 5762 8,6893 0,37
15/6/10 16:25 40,5 247,18 5932 8,6904 0,38
22/6/10 14:05 40,3 254,09 6098 8,6870 0,34
29/6/10 17:10 41,0 261,22 6269 8,6923 0,40
13/7/10 15:25 40,5 275,14 6603 8,6898 0,37
20/7/10 11:06 37,5 281,96 6767 8,6925 0,40
27/7/10 9:15 39,0 288,89 6933 8,6907 0,38
3/8/10 16:25 39,5 296,18 7108 8,6879 0,35
13/8/10 12:40 40,5 306,03 7345 8,6898 0,37
23/8/10 11:15 39,6 315,97 7583 8,6912 0,39
7/9/10 15:05 40,0 331,13 7947 8,6883 0,36
17/9/10 10:27 39,9 340,94 8182 8,6907 0,38
27/9/10 15:25 39,5 351,14 8427 8,6876 0,35
11/10/10 16:08 43,0 365,17 8764 8,6898 0,37
Anexo A
176
No final de cada colheita foi requerido para o estudo do processo de reversibilidade, a secagem
dos provetes recolhidos. Para tal, foi seguida a norma ASTM D 5229 [3.8] de onde se retiram os
seguintes resultados de variação de massa, para um provete aleatório de cada um dos ensaios a
analisar, até a estabilização dessa variação.
Quadro A.16 - Ficha de variação de massa dos provetes em imersão em água desmineralizada a 20 ºC aos
6 meses de exposição.
1.1 S D 2 Massa ∆ ∆0 1.1 S C 7 Massa ∆ ∆0
Data (g) (g) (%) Data (g) (g) (%)
16/4/10 13:00 9,08 0,0000 1,0000 16/4/10 13:00 3,32 0,0000 1,0000
20/5/10 13:20 9,04 -0,0421 -0,0046 20/5/10 13:20 3,29 -0,0252 -0,0076
24/5/10 17:30 9,03 -0,0112 -0,0012 24/5/10 17:30 3,28 -0,0065 -0,0020
25/5/10 15:00 9,03 -0,0007 -0,0001 25/5/10 15:00 3,28 -0,0004 -0,0001
28/5/10 15:51 9,03 -0,0023 -0,0003 28/5/10 15:51 3,28 -0,0013 -0,0004
31/5/10 15:21 9,03 -0,0009 -0,0001 31/5/10 15:21 3,28 -0,0002 -0,0001
1/6/10 15:03 9,03 -0,0004 0,0000 1/6/10 15:03 3,28 -0,0001 0,0000
8/6/10 15:30 9,03 -0,0017 -0,0002 8/6/10 15:30 3,28 -0,0007 -0,0002
1.1 S F 15 Massa ∆ ∆0 1.1 S T 4 Massa ∆ ∆0
Data (g) (g) (%) Data (g) (g) (%)
16/4/10 13:00 22,32 0,0000 1,0000 16/4/10 13:00 71,13 0,0000 1,0000
20/5/10 13:20 22,20 -0,1195 -0,0054 20/5/10 13:20 70,89 -0,2461 -0,0035
24/5/10 17:30 22,17 -0,0325 -0,0015 24/5/10 17:30 70,82 -0,0615 -0,0009
25/5/10 15:00 22,17 0,0023 0,0001 25/5/10 15:00 70,80 -0,0230 -0,0003
28/5/10 15:51 22,16 -0,0088 -0,0004 28/5/10 15:51 70,77 -0,0270 -0,0004
31/5/10 15:21 22,16 0,0043 0,0002 31/5/10 15:21 70,75 -0,0230 -0,0003
1/6/10 15:03 22,15 -0,0125 -0,0006 1/6/10 15:03 70,75 0,0009 0,0000
8/6/10 15:30 22,16 0,0119 0,0005 8/6/10 15:30 70,74 -0,0094 -0,0001
Figura A.1 - Estabilização de massa na secagem do provete 1.1 S D 2.
Anexo A
177
Figura A.2 - Estabilização de massa na secagem do provete 1.1 S C 7.
Figura A.3 - Estabilização de massa na secagem do provete 1.1 S F 15.
Figura A.3 - Estabilização de massa na secagem do provete 1.1 T F 4.
Anexo A
178
Todos os gráficos apresentados são consistentes e idênticos aos já apresentados, pelo que a
partir daqui apenas se apresentam as fichas de variação de massa dos restantes ambientes de
estudo, na estabilização de massa por secagem.
Quadro A.17 - Ficha de variação de massa dos provetes em imersão em água desmineralizada a 40 ºC aos
6 meses de exposição.
1.2 S D 6 Massa ∆ ∆0 1.2 S C 1 Massa ∆ ∆0
Data (g) (g) (%) Data (g) (g) (%)
16/4/10 13:00 9,03 0,0000 1,0000 16/4/10 13:00 3,35 0,0000 1,0000
20/5/10 13:20 9,00 -0,0339 -0,0038 20/5/10 13:20 3,33 -0,0215 -0,0064
24/5/10 17:30 8,98 -0,0137 -0,0015 24/5/10 17:30 3,32 -0,0079 -0,0024
25/5/10 15:00 8,98 -0,0008 -0,0001 25/5/10 15:00 3,32 -0,0005 -0,0002
28/5/10 15:51 8,98 -0,0031 -0,0003 28/5/10 15:51 3,32 -0,0017 -0,0005
31/5/10 15:21 8,98 -0,0012 -0,0001 31/5/10 15:21 3,32 -0,0005 -0,0002
1/6/10 15:03 8,98 -0,0006 -0,0001 1/6/10 15:03 3,32 -0,0004 -0,0001
8/6/10 15:30 8,97 -0,0026 -0,0003 8/6/10 15:30 3,32 -0,0011 -0,0003
1.2 S F 14 Massa ∆ ∆0 1.2 S T 8 Massa ∆ ∆0
Data (g) (g) (%) Data (g) (g) (%)
16/4/10 13:00 23,66 0,0000 1,0000 16/4/10 13:00 75,4151 0,0000 1,0000
20/5/10 13:20 23,55 -0,1115 -0,0047 20/5/10 13:20 75,1647 -0,2504 -0,0033
24/5/10 17:30 23,52 -0,0297 -0,0013 24/5/10 17:30 75,0523 -0,1124 -0,0015
25/5/10 15:00 23,51 -0,0113 -0,0005 25/5/10 15:00 75,0348 -0,0175 -0,0002
28/5/10 15:51 23,50 -0,0108 -0,0012 28/5/10 15:51 75,0093 -0,0255 -0,0003
31/5/10 15:21 23,49 -0,0044 -0,0005 31/5/10 15:21 74,9978 -0,0115 -0,0002
1/6/10 15:03 23,49 -0,0020 -0,0002 1/6/10 15:03 74,9898 -0,0080 -0,0001
8/6/10 15:30 23,49 -0,0035 -0,0004 8/6/10 15:30 74,9745 -0,0153 -0,0002
Quadro A.18 - Ficha de variação de massa dos provetes em condensação em contínuo a 40 ºC aos 6 meses
de exposição.
1.3 S D 6 Massa ∆ ∆0 1.3 S C 9 Massa ∆ ∆0
Data (g) (g) (%) Data (g) (g) (%)
16/4/10 13:00 8,37 0 1,0000 16/4/10 13:00 3,23 0 1,0000
20/5/10 13:20 8,35 -0,0236 -0,0028 20/5/10 13:20 3,18 -0,0441 -0,0137
24/5/10 17:30 8,33 -0,0141 -0,0017 24/5/10 17:30 3,17 -0,0111 -0,0035
25/5/10 15:00 8,33 -0,0009 -0,0001 25/5/10 15:00 3,17 -0,0003 -0,0001
28/5/10 15:51 8,33 -0,0031 -0,0004 28/5/10 15:51 3,17 -0,0017 -0,0005
31/5/10 15:21 8,33 -0,0014 -0,0002 31/5/10 15:21 3,17 0,0001 0,0000
1/6/10 15:03 8,33 -0,0005 -0,0001 1/6/10 15:03 3,17 -0,0002 -0,0001
8/6/10 15:30 8,32 -0,0026 -0,0003 8/6/10 15:30 3,17 -0,0006 -0,0002
1.3 S F 1 Massa ∆ ∆0 1.3 S T 6 Massa ∆ ∆0
Data (g) (g) (%) Data (g) (g) (%)
16/4/10 13:00 23,79 0 1,0000 16/4/10 13:00 76,32 0 1,0000
20/5/10 13:20 23,66 -0,1275 -0,0054 20/5/10 13:20 75,93 -0,3908 -0,0051
24/5/10 17:30 23,62 -0,0393 -0,0017 24/5/10 17:30 75,82 -0,1145 -0,0015
25/5/10 15:00 23,61 -0,0128 -0,0005 25/5/10 15:00 75,78 -0,0359 -0,0005
28/5/10 15:51 23,61 -0,0005 0,0000 28/5/10 15:51 75,76 -0,0226 -0,0003
31/5/10 15:21 23,61 -0,0002 0,0000 31/5/10 15:21 75,74 -0,0156 -0,0002
1/6/10 15:03 23,59 -0,0164 -0,0007 1/6/10 15:03 75,72 -0,0208 -0,0003
8/6/10 15:30 23,60 0,0131 0,0006 8/6/10 15:30 75,72 -0,0009 0,0000
Anexo A
179
Quadro A.19 - Ficha de variação de massa dos provetes em imersão em água desmineralizada a 20 ºC aos
12 meses de exposição.
1.1 S D 9 Massa ∆ ∆0 1.1 S C 1 Massa ∆ ∆0
Data (g) (g) (%) Data (g) (g) (%)
11/10/10 13:00 8,43 0,0000 1,0000 11/10/10 13:00 3,14 0,0000 1,0000
14/10/10 15:45 8,40 -0,0340 -0,0040 14/10/10 15:45 3,10 -0,0402 -0,0128
15/10/10 16:45 8,40 -0,0018 -0,0002 15/10/10 16:45 3,10 -0,0011 -0,0004
18/10/10 11:00 8,39 -0,0057 -0,0007 18/10/10 11:00 3,09 -0,0026 -0,0008
25/10/10 14:30 8,38 -0,0058 -0,0007 25/10/10 14:30 3,09 -0,0011 -0,0004
1.1 S F 10 Massa ∆ ∆0 1.1 S T 11 Massa ∆ ∆0
Data (g) (g) (%) Data (g) (g) (%)
11/10/10 13:00 23,46 0,0000 1,0000 11/10/10 13:00 67,14 0,0000 1,0000
14/10/10 15:45 23,33 -0,1302 -0,0055 14/10/10 15:45 66,88 -0,2593 -0,0039
15/10/10 16:45 23,33 -0,0063 -0,0003 15/10/10 16:45 66,86 -0,0203 -0,0003
18/10/10 11:00 23,31 -0,0147 -0,0006 18/10/10 11:00 66,82 -0,0391 -0,0006
25/10/10 14:30 23,30 -0,0096 -0,0004 25/10/10 14:30 66,81 -0,0193 -0,0003
Quadro A.20 - Ficha de variação de massa dos provetes em imersão em água desmineralizada a 40 ºC aos
12 meses de exposição.
1.2 S D 1 Massa ∆ ∆0 1.2 S C 15 Massa ∆ ∆0
Data (g) (g) (%) Data (g) (g) (%)
11/10/10 13:00 9,18 0,0000 1,0000 11/10/10 13:00 3,1056 0,0000 1,0000
14/10/10 15:45 9,12 -0,0582 -0,0063 14/10/10 15:45 3,0750 -0,0306 -0,0099
15/10/10 16:45 9,12 -0,0029 -0,0003 15/10/10 16:45 3,0743 -0,0007 -0,0002
18/10/10 11:00 9,11 -0,0078 -0,0009 18/10/10 11:00 3,0712 -0,0031 -0,0010
25/10/10 14:30 9,10 -0,0078 -0,0009 25/10/10 14:30 3,0686 -0,0026 -0,0008
1.2 S F 1 Massa ∆ ∆0 1.2 S T 1 Massa ∆ ∆0
Data (g) (g) (%) Data (g) (g) (%)
11/10/10 13:00 23,70 0,0000 1,0000 11/10/10 13:00 72,94 0,0000 1,0000
14/10/10 15:45 23,52 -0,1803 -0,0076 14/10/10 15:45 72,33 -0,6089 -0,0083
15/10/10 16:45 23,51 -0,0137 -0,0006 15/10/10 16:45 72,30 -0,0333 -0,0005
18/10/10 11:00 23,48 -0,0270 -0,0011 18/10/10 11:00 72,23 -0,0726 -0,0010
25/10/10 14:30 23,45 -0,0289 -0,0034 25/10/10 14:30 72,14 -0,0865 -0,0012
Anexo A
180
Quadro A.21 - Ficha de variação de massa dos provetes em condensação em contínuo a 40 ºC aos 12
meses de exposição.
1.3 S D 5 Massa ∆ ∆0 1.3 S C 1 Massa ∆ ∆0
Data (g) (g) (%) Data (g) (g) (%)
11/10/10 13:00 9,60 0,0000 1,0000 11/10/10 13:00 3,22 0,0000 1,0000
14/10/10 15:45 9,53 -0,0683 -0,0071 14/10/10 15:45 3,19 -0,0343 -0,0106
15/10/10 16:45 9,53 -0,0025 -0,0003 15/10/10 16:45 3,19 -0,0009 -0,0003
18/10/10 11:00 9,52 -0,0081 -0,0009 18/10/10 11:00 3,19 -0,0037 -0,0012
25/10/10 14:30 9,51 -0,0072 -0,0008 25/10/10 14:30 3,18 -0,0031 -0,0010
1.3 S F 5 Massa ∆ ∆0 1.3 S T 1 Massa ∆ ∆0
Data (g) (g) (%) Data (g) (g) (%)
11/10/10 13:00 22,04 0,0000 1,0000 11/10/10 13:00 71,50 0,0000 1,0000
14/10/10 15:45 21,88 -0,1577 -0,0072 14/10/10 15:45 71,00 -0,5033 -0,0070
15/10/10 16:45 21,88 -0,0072 -0,0003 15/10/10 16:45 70,98 -0,0250 -0,0004
18/10/10 11:00 21,86 -0,0205 -0,0009 18/10/10 11:00 70,91 -0,0639 -0,0009
25/10/10 14:30 21,84 -0,0183 -0,0008 25/10/10 14:30 70,83 -0,0774 -0,0011
Anexo B
181
Curvas experimentais da análise mecânico-dinâmica
Apresentação dos resultados individuais dos provetes obtidos
Apresentação das curvas experimentais para os provetes do Grupo I e II
B Curvas exper imenta is da anál i se mecânico -d inâmica
B Anexo
Anexo B
182
Anexo B
183
Apresenta-se de seguida os resultados individuais dos provetes e as as curvas experimentais
obtidas do ensaio de análise mecânico-dinâmica (DMA) da curva tan δ e do módulo de
armazenamento (E’), para os dois Grupos em estudo. Os valores médios e a sua análise
encontram-se no capítulo 4.
Quadro B.1 - Valores da temperatura de transição vítrea (Tg) para provetes envelhecidos em imersão em
água desmineralizada do Grupo I aos 12 meses de exposição.
Temperatura de imersão (ºC) Provete Temperatura de transição vítrea (ºC) E’região vítrea
tan δ E’inicial (MPa)
20
1 123,0 97,1 16162
2 124,0 99,9 14462
3 128,7 100,7 20905
40
1 117,0 93,4 16569
2 116,4 95,6 15872
3 115,7 109,6 11849
60
1 116,9 92,5 13849
2 118,8 88,6 12429
3 139,9 97,3 19315
Quadro B.2 - Valores da temperatura de transição vítrea (Tg) para provetes envelhecidos em imersão em
solução salina do Grupo I aos 12 meses de exposição.
Temperatura de imersão (ºC) Provete Temperatura de transição vítrea (ºC) E’região vítrea
tan δ E’inicial (MPa)
20
1 124,8 91,0 25330
2 119,2 94,8 25508
3 123,6 94,6 22168
40
1 123,2 94,6 17641
2 125,0 99,3 14170
3 124,7 94,7 16440
60
1 121,7 103,4 12022
2 123,1 97,7 12295
3 126,0 100,3 19315
Anexo B
184
Quadro B.3 - Valores da temperatura de transição vítrea (Tg) para provetes envelhecidos em imersão em
água desmineralizada do Grupo I aos 18 meses de exposição.
Temperatura de imersão (ºC) Provete Temperatura de transição vítrea (ºC) E’região vítrea
tan δ E’inicial (MPa)
20
1 117,8 84,8 12068
2 121,1 85,5 11191
3 124,7 93,3 15762
40
1 115,6 88,4 14109
2 115,0 99,7 13986
3 117,1 91,8 13876
60
1 139,6 102,7 16948
2 131,1 86,4 11960
3 120,9 94,0 15761
Quadro B.4 - Valores da temperatura de transição vítrea (Tg) para provetes envelhecidos em imersão em
solução salina do Grupo I aos 18 meses de exposição.
Temperatura de imersão (ºC) Provete Temperatura de transição vítrea (ºC) E’região vítrea
tan δ E’inicial (MPa)
20
1 128,8 94,6 20005
2 126,7 102,9 13625
3 125,1 98,5 14130
40
1 120,7 100,1 15029
2 - - -
3 121,0 88,8 15034
60
1 121,5 99,9 14397
2 120,9 101,0 13861
3 121,5 99,7 14151
Quadro B.5 - Valores da temperatura de transição vítrea (Tg) para provetes envelhecidos em imersão em
água desmineralizada do Grupo I aos 24 meses de exposição.
Temperatura de imersão (ºC) Provete Temperatura de transição vítrea (ºC) E’região vítrea
tan δ E’inicial (MPa)
20
1 121,1 95,4 -
2 155,4 93,6 -
3 119,9 90,9 -
40
1 116,3 94,0 18434
2 114,4 86,6 19490
3 118,2 90,2 19367
60
1 121,0 99,6 17164
2 119,3 95,8 19120
3 117,5 97,0 14015
Anexo B
185
Quadro B.6 - Valores da temperatura de transição vítrea (Tg) para provetes envelhecidos em imersão em
solução salina do Grupo I aos 24 meses de exposição.
Temperatura de imersão (ºC) Provete Temperatura de transição vítrea (ºC) E’região vítrea
tan δ E’inicial (MPa)
20
1 121,4 96,6 11890
2 118,7 98,7 12953
3 118,7 93,6 11127
40
1 118,9 95,8 11622
2 120,4 105,9 11200
3 122,3 95,9 18700
60
1 117,8 104,9 11245
2 136,3 89,1 9652
3 117,1 94,3 15688
Figura B.1 - Curvas experimentais de Tg da imersão em água desmineralizada a 20 ºC aos 12 meses.
Figura B.2 - Curvas experimentais de Tg da imersão em água desmineralizada a 40 ºC aos 12 meses.
Anexo B
186
Figura B.3 - Curvas experimentais de Tg da imersão em água desmineralizada a 60 ºC aos 12 meses.
Figura B.4 - Curvas experimentais de Tg da imersão em solução salina a 20 ºC aos 12 meses.
Figura B.5 - Curvas experimentais de Tg da imersão em solução salina a 40 ºC aos 12 meses.
Anexo B
187
Figura B.6 - Curvas experimentais de Tg da imersão em solução salina a 60 ºC aos 12 meses.
Figura B.7 - Curvas experimentais de Tg da imersão em água desmineralizada a 20 ºC aos 18 meses.
Figura B.8 - Curvas experimentais de Tg da imersão em água desmineralizada a 40 ºC aos 18 meses.
Anexo B
188
Figura B.9 - Curvas experimentais de Tg da imersão em água desmineralizada a 60 ºC aos 18 meses.
Figura B.10 - Curvas experimentais de Tg da imersão em solução salina a 20 ºC aos 18 meses.
Figura B.11 - Curvas experimentais de Tg da imersão em solução salina a 40 ºC aos 18 meses.
Anexo B
189
Figura B.12 - Curvas experimentais de Tg da imersão em solução salina a 60 ºC aos 18 meses.
Figura B.13 - Curvas experimentais de Tg da imersão em água desmineralizada a 20 ºC aos 24 meses.
Figura B.14 - Curvas experimentais de Tg da imersão em água desmineralizada a 40 ºC aos 24 meses.
Anexo B
190
Figura B.15 - Curvas experimentais de Tg da imersão em água desmineralizada a 60 ºC aos 24 meses.
Figura B.16 - Curvas experimentais de Tg da imersão em água salgada a 20 ºC aos 24 meses.
Figura B.17 - Curvas experimentais de Tg da imersão em água salgada a 40 ºC aos 24 meses.
Anexo B
191
Figura B.18 - Curvas experimentais de Tg da imersão em água salgada a 60 ºC aos 24 meses.
Quadro B.8 - Valores da temperatura de transição vítrea (Tg) para provetes revestidos de protecção lateral
do Grupo II aos 6 meses de exposição.
Ambiente de envelhecimento Provete Temperatura de transição vítrea (ºC) E’região vítrea
tan δ E’inicial (MPa)
WI-20
1 125,0 83,0 10027
2 124,0 87,0 8856
3 137,0 101,0 10196
WI-40
1 124,0 95,0 10577
2 128,0 108,0 17235
3 130,0 106,0 14644
CCI-40
1 123,0 57,0 11031
2 126,0 96,0 10559
3 135,0 106,0 9382
Quadro B.9 - Valores da temperatura de transição vítrea (Tg) para provetes do processo de reversibilidade
por secagem do Grupo II aos 6 meses de exposição.
Ambiente de envelhecimento Provete Temperatura de transição vítrea (ºC) E’região vítrea
tan δ E’inicial (MPa)
WD-20
1 126,0 96,0 16809
2 128,0 104,0 12035
3 129,0 108,0 11423
WD-40
1 129,0 91,0 13398
2 142,0 93,0 17607
3 135,0 99,0 17879
CCD-40
1 134,0 96,0 20536
2 133,0 94,0 14678
3 141,0 98,0 19956
Anexo B
192
Quadro B.10 - Valores da temperatura de transição vítrea (Tg) para provetes revestidos de protecção
lateral do Grupo II aos 12 meses de exposição.
Ambiente de envelhecimento Provete Temperatura de transição vítrea (ºC) E’região vítrea
tan δ E’inicial (MPa)
WI-20
1 123,0 94,0 12054
2 128,0 91,0 9122
3 124,0 80,0 11352
WI-40
1 107,0 66,0 12332
2 125,0 66,0 10440
3 128,0 76,0 8757
CCI-40
1 133,0 93,0 13258
2 124,0 94,0 9804
3 130,0 91,0 14721
Quadro B.11 - Valores da temperatura de transição vítrea (Tg) para provetes do processo de
reversibilidade por secagem do Grupo II aos 12 meses de exposição.
Ambiente de envelhecimento Provete Temperatura de transição vítrea (ºC) E’região vítrea
tan δ E’inicial (MPa)
WD-20
1 130,0 99,0 15227
2 125,5 101,0 10059
3 114,0 94,0 13627
WD-40
1 127,0 93,0 13289
2 129,0 98,0 15549
3 134,0 93,0 19407
CCD-40
1 129,0 90,0 12715
2 141,0 106,0 13297
3 127,0 93,0 11823
Figura B.19 - Curvas experimentais de Tg dos provetes revestidos de protecção lateral, imersos em água
desmineralizada a 20 ºC, aos 6 meses.
Anexo B
193
Figura B.20 - Curvas experimentais de Tg dos provetes revestidos de protecção lateral, imersos em água
desmineralizada a 40 ºC, aos 6 meses.
Figura B.21 - Curvas experimentais de Tg dos provetes revestidos de protecção lateral, em condensação
em continuo a 40 ºC, aos 6 meses.
Figura B.22 - Curvas experimentais de Tg dos provetes do processo de reversibilidade por secagem,
imersos em água desmineralizada a 20 ºC, aos 6 meses.
Anexo B
194
Figura B.23 - Curvas experimentais de Tg dos provetes do processo de reversibilidade por secagem,
imersos em água desmineralizada a 40 ºC, aos 6 meses.
Figura B.24 - Curvas experimentais de Tg dos provetes do processo de reversibilidade por secagem, em
condensação em contínuo a 40 ºC, aos 6 meses.
Figura B.25 - Curvas experimentais de Tg dos provetes revestidos de protecção lateral, imersos em água
desmineralizada a 20 ºC, aos 12 meses.
Anexo B
195
Figura B.26 - Curvas experimentais de Tg dos provetes revestidos de protecção lateral, imersos em água
desmineralizada a 40 ºC, aos 12 meses.
Figura B.27 - Curvas experimentais de Tg dos provetes revestidos de protecção lateral, em condensação
em continuo a 40 ºC, aos 12 meses.
Figura B.28 - Curvas experimentais de Tg dos provetes do processo de reversibilidade por secagem,
imersos em água desmineralizada a 20 ºC, aos 12 meses.
Anexo B
196
Figura B.29 - Curvas experimentais de Tg dos provetes do processo de reversibilidade por secagem,
imersos em água desmineralizada a 40 ºC, aos 12 meses.
Figura B.30 - Curvas experimentais de Tg dos provetes do processo de reversibilidade por secagem, em
condensação em contínuo a 40 ºC, aos 12 meses.
Anexo C
197
Curvas experimentais da análise em flexão
Apresentação dos resultados individuais dos provetes obtidos
Apresentação das curvas experimentais para os provetes do Grupo I e II
C Curvas exper imentais da anál i se em flexão
C Anexo
Anexo C
198
Anexo C
199
Apresenta-se de seguida os resultados individuais dos provetes para a tensão axial de flexão na
rotura, a deformação axial na rotura, o módulo de elasticidade em flexão e as curvas
experimentais obtidas do ensaio para os dois Grupos em estudo. Os valores médios e a sua
análise encontram-se no capítulo 4.
Quadro C.1 - Resultados individuais do ensaio de flexão para provetes envelhecidos em imersão em água
desmineralizada do Grupo I aos 12 meses de exposição.
Temperatura de imersão (ºC) Provete Ef
[MPa] [ - ] [GPa]
20
1.1 F 1 529,4 0,021 24,4
1.1 F 5 444,2 0,025 18,0
1.1 F 8 480,1 0,020 18,5
1.1 F 17 411,2 0,023 17,6
1.1 F 29 430,3 0,025 16,8
40
1.2 F 5 412,1 0,019 20,3
1.2 F 6 459,8 0,021 21,8
1.2 F 11 449,3 0,022 18,2
1.2 F 13 426,0 0,022 18,2
1.2 F 30 427,5 0,019 21,5
60
1.3 F 4 309,6 0,018 15,5
1.3 F 6 299,9 0,016 16,5
1.3 F 16 370,0 0,019 17,9
1.3 F 18 280,3 0,018 14,7
1.3 F 26 290,5 0,019 13,1
Quadro C.2 - Resultados individuais do ensaio de flexão para provetes envelhecidos em imersão em
solução salina do Grupo I aos 12 meses de exposição.
Temperatura de imersão (ºC) Provete Ef
[MPa] [ - ] [GPa]
20
2.1 F 4 435,0 0,023 16,8
2.1 F 7 444,3 0,027 14,9
2.1 F 18 505,1 0,027 17,9
2.1 F 22 495,4 0,021 20,6
2.1 F 26 486,8 0,024 18,7
40
2.2 F 12 383,7 0,023 15,6
2.2 F 17 512,6 0,021 23,6
2.2 F 23 427,8 0,021 19,7
2.2 F 25 - - -
2.2 F 29 409,3 0,023 17,3
60
2.3 F 2 414,3 0,019 20,4
2.3 F 19 395,9 0,021 17,7
2.3 F 22 408,0 0,018 21,1
2.3 F 26 303,9 0,020 16,2
2.3 F 27 382,6 0,021 17,0
Anexo C
200
Quadro C.3 - Resultados individuais do ensaio de flexão para provete des envelhecimento natural do
Grupo I aos 12 meses de exposição.
Ambiente de envelhecimento Provete Ef
[MPa] [ - ] [GPa]
NE
8 F 14 489,1 0,033 14,5
8 F 15 482,5 0,029 19,1
8 F 16 507,1 0,031 16,1
8 F 17 485,0 0,028 19,1
8 F 18 516,2 0,028 21,3
Quadro C.4 - Resultados individuais do ensaio de flexão para provetes envelhecidos em imersão em água
desmineralizada do Grupo I aos 18 meses de exposição.
Temperatura de imersão (ºC) Provete Ef
[MPa] [ - ] [GPa]
20
1.1 F 9 490,4 0,024 20,4
1.1 F 14 165,7 0,024 19,2
1.1 F 15 414,4 0,022 20,2
1.1 F 19 427,9 0,021 20,4
1.1 F 26 408,5 0,023 18,6
40
1.2 F 14 392,5 0,023 17,8
1.2 F 16 465,4 0,015 21,4
1.2 F 17 396,7 0,019 19,4
1.2 F 21 461,9 0,018 29,2
1.2 F 22 389,3 0,016 28,3
60
1.3 F 5 295,5 0,017 20,6
1.3 F 9 292,7 0,017 16,2
1.3 F 12 303,9 0,017 18,1
1.3 F 14 306,7 0,016 20,1
1.3 F 23 346,7 0,018 19,0
Anexo C
201
Quadro C.5 - Resultados individuais do ensaio de flexão para provetes envelhecidos em imersão em
solução salina do Grupo I aos 18 meses de exposição.
Temperatura de imersão (ºC) Provete Ef
[MPa] [ - ] [GPa]
20
2.1 F 2 517,9 0,020 24,9
2.1 F 3 533,5 0,013 13,4
2.1 F 5 466,1 0,022 21,0
2.1 F 13 522,4 0,022 24,4
2.1 F 25 467,2 0,022 24,2
40
2.2 F 8 417,2 0,019 21,8
2.2 F 19 468,4 0,023 26,6
2.2 F 24 498,8 0,020 24,6
2.2 F 27 570,7 0,021 22,0
2.2 F 28 404,5 0,023 15,2
60
2.3 F 1 326,2 0,019 16,4
2.3 F 3 364,4 0,020 19,3
2.3 F 5 387,1 0,021 19,1
2.3 F 25 326,0 0,019 15,8
2.3 F 29 342,6 0,018 19,8
Quadro C.6 - Resultados individuais do ensaio de flexão para provetes envelhecidos em imersão em água
desmineralizada do Grupo I aos 24 meses de exposição.
Temperatura de imersão (ºC) Provete Ef
[MPa] [ - ] [GPa]
20
1.1 F 2 - - -
1.1 F 6 473,0 0,024 21,4
1.1 F 7 484,2 0,024 21,2
1.1 F 20 430,2 0,021 20,4
1.1 F 27 308,9 0,017 20,2
40
1.2 F 3 464,1 0,020 25,7
1.2 F 10 407,7 0,015 22,7
1.2 F 19 417,5 0,018 24,4
1.2 F 25 343,0 0,019 20,4
1.2 F 29 317,7 0,016 20,8
60
1.3 F 7 261,4 0,015 05,2
1.3 F 10 341,8 0,017 22,7
1.3 F 11 294,8 0,015 21,7
1.3 F 13 265,1 0,017 20,1
1.3 F 28 242,3 0,019 18,3
Anexo C
202
Quadro C.7 - Resultados individuais do ensaio de flexão para provetes envelhecidos em imersão em
solução salina do Grupo I aos 24 meses de exposição.
Temperatura de imersão (ºC) Provete Ef
[MPa] [ - ] [GPa]
20
2.1 F 10 465,7 0,021 24,6
2.1 F 11 485,8 0,023 23,6
2.1 F 12 413,4 0,025 18,5
2.1 F 14 493,0 0,021 24,7
2.1 F 19 349,9 0,021 19,5
40
2.2 F 4 380,3 0,020 21,5
2.2 F 5 385,1 0,021 21,8
2.2 F 6 427,2 0,022 22,8
2.2 F 14 396,9 0,021 21,1
2.2 F 21 403,3 0,021 22,2
60
2.3 F 16 - - -
2.3 F 17 352,2 0,019 20,5
2.3 F 18 409,5 0,019 22,4
2.3 F 21 346,8 0,019 21,0
2.3 F 23 333,1 0,020 18,3
Quadro C.8 - Resultados individuais do ensaio de flexão para provete des envelhecimento natural do
Grupo I aos 24 meses de exposição.
Ambiente de envelhecimento Provete Ef
[MPa] [ - ] [GPa]
NE
8 F 9 581,1 0,031 23,5
8 F 10 519,8 0,033 20,7
8 F 11 461,2 0,035 17,5
8 F 12 509,8 0,029 22,6
8 F 13 567,1 0,029 25,6
Figura C.1 - Curvas experimentais de flexão da imersão em água desmineralizada a 20 ºC aos 12 meses.
Anexo C
203
Figura C.2 - Curvas experimentais de flexão da imersão em água desmineralizada a 40 ºC aos 12 meses.
Figura C.3 - Curvas experimentais de flexão da imersão em água desmineralizada a 60 ºC aos 12 meses.
Figura C.4 - Curvas experimentais de flexão da imersão em solução salina a 20 ºC aos 12 meses.
Anexo C
204
Figura C.5 - Curvas experimentais de flexão da imersão em solução salina a 40 ºC aos 12 meses.
Figura C.6 - Curvas experimentais de flexão da imersão em solução salina a 60 ºC aos 12 meses.
Figura C.7 - Curvas experimentais de flexão de envelhecimento natural aos 12 meses.
Anexo C
205
Figura C.8 - Curvas experimentais de flexão da imersão em água desmineralizada a 20 ºC aos 18 meses.
Figura C.9 - Curvas experimentais de flexão da imersão em água desmineralizada a 40 ºC aos 18 meses.
Figura C.10 - Curvas experimentais de flexão da imersão em água desmineralizada a 60 ºC aos 18 meses.
Anexo C
206
Figura C.12 - Curvas experimentais de flexão da imersão em solução salina a 20 ºC aos 18 meses.
Figura C.12 - Curvas experimentais de flexão da imersão em solução salina a 40 ºC aos 18 meses.
Figura C.13 - Curvas experimentais de flexão da imersão em solução salina a 60 ºC aos 18 meses.
Anexo C
207
Figura C.14 - Curvas experimentais de flexão da imersão em água desmineralizada a 20 ºC aos 24 meses.
Figura C.15 - Curvas experimentais de flexão da imersão em água desmineralizada a 40 ºC aos 24 meses.
Figura C.16 - Curvas experimentais de flexão da imersão em água desmineralizada a 60 ºC aos 24 meses.
Anexo C
208
Figura C.17 - Curvas experimentais de flexão da imersão em solução salina a 20 ºC aos 24 meses.
Figura C.18 - Curvas experimentais de flexão da imersão em solução salina a 40 ºC aos 24 meses.
Figura C.19 - Curvas experimentais de flexão da imersão em solução salina a 60 ºC aos 24 meses.
Anexo C
209
Figura C.20 - Curvas experimentais de flexão de envelhecimento natural aos 24 meses.
Quadro C.9 - Resultados individuais do ensaio de flexão para provetes revestidos de protecção lateral do
Grupo II aos 6 meses de exposição.
Ambiente de envelhecimento Provete Ef
[MPa] [ - ] [GPa]
WI-20
1.1 P F 1 512,8 0,020 18,5
1.1 P F 2 489,9 0,023 20,7
1.1 P F 3 518,2 0,026 19,7
1.1 P F 5 503,0 0,023 26,0
1.1 P F 6 540,9 0,029 21,9
WI-40
1.2 P F 11 467,2 0,025 20,0
1.2 P F 12 498,4 0,023 17,9
1.2 P F 13 555,9 0,021 24,6
1.2 P F 14 442,2 0,024 18,1
1.2 P F 15 - 0,028 -
CCI-40
1.3 P F 5 426,8 0,005 -
1.3 P F 6 421,7 0,023 19,6
1.3 P F 7 444,5 0,021 22,4
1.3 P F 8 384,8 0,020 16,8
1.3 P F 9 466,7 0,022 22,2
Anexo C
210
Quadro C.10 - Resultados individuais do ensaio de flexão para provetes do processo de reversibilidade
por secagem do Grupo II aos 6 meses de exposição.
Ambiente de envelhecimento Provete Ef
[MPa] [ - ] [GPa]
WD-20
1.1 S F 2 516,1 0,022 26,7
1.1 S F 7 414,0 0,021 25,7
1.1 S F 9 470,1 0,022 23,8
1.1 S F 14 435,9 0,025 21,0
1.1 S F 15 430,8 0,022 21,6
WD-40
1.2 S F 11 422,3 0,024 19,5
1.2 S F 11 415,1 0,023 20,2
1.2 S F 13 474,1 0,024 21,3
1.2 S F 14 407,9 0,024 18,1
1.2 S F 15 551,3 0,019 30,0
CCD-40
1.3 S F 1 453,4 0,022 22,3
1.3 S F 2 456,8 0,023 22,6
1.3 S F 3 486,8 0,020 27,0
1.3 S F 4 467,2 0,025 21,2
1.3 S F 6 464,3 0,023 20,2
Quadro C.11 - Resultados individuais do ensaio de flexão para provetes revestidos de protecção lateral do
Grupo II aos 12 meses de exposição.
Ambiente de envelhecimento Provete Ef
[MPa] [ - ] [GPa]
WD-20
1.1 P F 4 438,8 0,024 19,9
1.1 P F 8 436,5 0,021 23,0
1.1 P F 10 422,8 0,025 19,8
1.1 P F 12 427,0 0,026 19,4
1.1 P F 15 338,0 0,021 18,5
WD-40
1.2 P F 1 460,0 0,020 22,9
1.2 P F 2 320,7 0,018 19,8
1.2 P F 4 276,9 0,021 14,3
1.2 P F 8 467,1 0,021 25,2
1.2 P F 9 389,8 0,019 22,5
CCD-40
1.3 P F 1 417,6 0,024 19,6
1.3 P F 2 387,3 0,022 18,8
1.3 P F 3 303,5 0,021 16,1
1.3 P F 9 441,1 0,023 21,1
1.3 P F 10 398,4 0,019 20,7
Anexo C
211
Quadro C.10 - Resultados individuais do ensaio de flexão para provetes do processo de reversibilidade
por secagem do Grupo II aos 12 meses de exposição.
Ambiente de envelhecimento Provete Ef
[MPa] [ - ] [GPa]
WD-20
1.1 S F 4 437,0 0,027 18,7
1.1 S F 5 383,3 0,021 19,6
1.1 S F 6 541,8 0,029 26,0
1.1 S F 10 517,0 0,030 22,6
1.1 S F 13 520,0 0,029 18,6
WD-40
1.2 S F 1 496,6 0,026 20,4
1.2 S F 2 342,8 0,022 16,1
1.2 S F 5 534,9 0,023 23,9
1.2 S F 8 487,6 0,024 21,2
1.2 S F 10 465,4 0,028 19,2
CCD-40
1.3 S F 5 479,9 0,020 26,6
1.3 S F 7 485,8 0,025 18,7
1.3 S F 8 339,6 0,021 17,7
1.3 S F 9 358,4 0,023 18,3
1.3 S F 10 442,2 0,020 24,4
Figura C.21 - Curvas experimentais de flexão dos provetes revestidos de protecção lateral, imersos em
água desmineralizada a 20 ºC, aos 6 meses
Anexo C
212
Figura C.22 - Curvas experimentais de flexão dos provetes revestidos de protecção lateral, imersos em
água desmineralizada a 40 ºC, aos 6 meses
Figura C.23 - Curvas experimentais de flexão dos provetes revestidos de protecção lateral, em
condensação em contínuo a 40 ºC, aos 6 meses
Figura C.24 - Curvas experimentais de flexão dos provetes do processo de reversibilidade por secagem,
imersos em água desmineralizada a 20 ºC, aos 6 meses
Anexo C
213
Figura C.25 - Curvas experimentais de flexão dos provetes do processo de reversibilidade por secagem,
imersos em água desmineralizada a 40 ºC, aos 6 meses
Figura C.26 - Curvas experimentais de flexão dos provetes do processo de reversibilidade por secagem,
imersos em água desmineralizada a 20 ºC, aos 6 meses
Figura C.27 - Curvas experimentais de flexão dos provetes revestidos de protecção lateral, imersos em
água desmineralizada a 20 ºC, aos 12 meses
Anexo C
214
Figura C.28 - Curvas experimentais de flexão dos provetes revestidos de protecção lateral, imersos em
água desmineralizada a 40 ºC, aos 12 meses
Figura C.29 - Curvas experimentais de flexão dos provetes revestidos de protecção lateral, em
condensação em continuo a 40 ºC, aos 12 meses
Figura C.30 - Curvas experimentais de flexão dos provetes do processo de reversibilidade por secagem,
imersos em água desmineralizada a 20 ºC, aos 12 meses
Anexo C
215
Figura C.31 - Curvas experimentais de flexão dos provetes do processo de reversibilidade por secagem,
imersos em água desmineralizada a 40 ºC, aos 12 meses
Figura C.32- Curvas experimentais de flexão dos provetes do processo de reversibilidade por secagem,
em condensação em contínuo a 40 ºC, aos 12 meses
Anexo C
216
Anexo D
217
Curvas experimentais da análise em tracção
Apresentação dos resultados individuais dos provetes obtidos
Apresentação das curvas experimentais para os provetes do Grupo I e II
D Curvas exper imentais da anál i se em tracção
D Anexo
Anexo D
218
Anexo D
219
Apresenta-se de seguida os resultados individuais dos provetes para a tensão axial de tracção na
rotura, a deformação axial na rotura, o módulo de elasticidade em tracção e as curvas
experimentais obtidas do ensaio para os dois Grupos em estudo. Os valores médios e a sua
análise encontram-se no capítulo 4.
Quadro D.1 - Resultados individuais do ensaio de tracção para provetes envelhecidos em imersão em
água desmineralizada do Grupo I aos 12 meses de exposição
Temperatura de imersão (ºC) Provete Et
[MPa] [%] [GPa]
20
1.1 T 3 426,0 1,306 35,2
1.1 T 10 423,0 1,101 41,8
1.1 T 16 414,0 1,005 43,4
1.1 T 17 414,0 1,208 37,9
1.1 T 25 417,0 1,046 43,0
40
1.2 T 16 377,0 0,934 43,2
1.2 T 19 265,0 0,793 34,5
1.2 T 22 262,0 0,800 29,4
1.2 T 28 352,0 0,976 38,0
1.2 T 30 292,0 0,890 34,6
60
1.3 T 6 326,0 0,695 43,6
1.3 T 9 219,0 0,874 35,9
1.3 T 13 235,0 0,608 35,1
1.3 T 16 266,0 0,940 28,1
1.3 T 18 332,0 1,030 34,3
Quadro D.2 - Resultados individuais do ensaio de tracção para provetes envelhecidos em imersão em
solução salina do Grupo I aos 12 meses de exposição
Temperatura de imersão (ºC) Provete Et
[MPa] [%] [GPa]
20
2.1 T 6 392,0 1,075 36,5
2.1 T 8 394,0 1,075 39,0
2.1 T 14 404,0 1,196 36,7
2.1 T 16 388,0 1,238 34,4
2.1 T 17 282,0 0,835 32,1
40
2.2 T 7 310,0 1,050 31,5
2.2 T 9 409,0 0,950 43,2
2.2 T 12 305,0 0,889 32,6
2.2 T 13 403,0 1,180 36,6
2.2 T 17 335,0 1,040 35,5
60
2.3 T 7 362,0 1,078 34,2
2.3 T 9 362,0 1,162 31,9
2.3 T 14 320,0 1,063 33,7
2.3 T 16 248,0 0,821 30,9
2.3 T 27 365,0 1,058 33,6
Anexo D
220
Quadro D.3 - Resultados individuais do ensaio de tracção para provetes de envelhecimento antural do
Grupo I aos 12 meses de exposição
Ambiente de envelhecimento Provete Et
[MPa] [%] [GPa]
NE
8 T 16 427,0 1,154 36,9
8 T 17 396,0 1,048 39,9
8 T 18 339,0 1,166 27,1
8 T 19 334,0 0,923 34,0
8 T 20 408,0 1,197 36,5
Quadro D.4 - Resultados individuais do ensaio de tracção para provetes envelhecidos em imersão em
água desmineralizada do Grupo I aos 18 meses de exposição
Temperatura de imersão (ºC) Provete Et
[MPa] [%] [GPa]
20
1.1 T 5 422,0 1,274 35,3
1.1 T 8 416,0 1,064 40,0
1.1 T 12 429,0 1,297 35,2
1.1 T 14 417,0 1,091 41,0
1.1 T 18 436,0 1,215 34,9
40
1.2 T 3 396,0 1,156 40,1
1.2 T 5 353,0 1,067 35,3
1.2 T 6 304,0 0,854 30,2
1.2 T 9 294,0 0,926 33,1
1.2 T 14 390,0 1,263 31,9
60
1.3 T 15 218,0 0,758 37,9
1.3 T 20 243,0 0,801 30,9
1.3 T 27 272,0 0,564 39,6
Anexo D
221
Quadro D.5 - Resultados individuais do ensaio de tracção para provetes envelhecidos em imersão em
solução salina do Grupo I aos 18 meses de exposição
Temperatura de imersão (ºC) Provete Et
[MPa] [%] [GPa]
20
2.1 T 7 333,0 0,969 32,4
2.1 T 12 345,0 1,111 32,8
2.1 T 13 408,0 1,197 31,4
2.1 T 19 434,0 1,323 31,9
2.1 T 24 445,0 1,199 35,4
40
2.2 T 20 405,0 1,021 44,0
2.2 T 22 309,0 1,000 35,7
2.2 T 27 368,0 0,966 40,4
2.2 T 28 387,0 1,157 38,3
2.2 T 30 307,0 0,909 35,6
60
2.3 T 2 354,0 0,639 40,3
2.3 T 11 333,0 1,007 34,7
2.3 T 12 331,0 0,961 35,4
2.3 T 29 302,0 0,772 40,5
2.3 T 30 355,0 1,003 33,2
Quadro D.6 - Resultados individuais do ensaio de tracção para provetes envelhecidos em imersão em
água desmineralizada do Grupo I aos 24 meses de exposição
Temperatura de imersão (ºC) Provete Et
[MPa] [%] [GPa]
20
1.1 T 9 356,0 0,499 41,9
1.1 T 15 345,0 0,922 34,2
1.1 T 20 268,0 0,760 31,0
1.1 T 24 415,0 1,024 38,8
1.1 T 29 437,0 1,338 35,1
40
1.2 T 2 341,0 0,926 33,6
1.2 T 13 399,0 1,254 34,5
1.2 T 20 300,0 0,905 31,7
1.2 T 21 377,0 1,085 37,5
1.2 T 25 372,0 1,055 33,2
60
1.3 T 4 281,0 0,905 33,2
1.3 T 7 254,0 0,630 37,8
1.3 T 8 254,0 0,730 35,8
1.3 T 17 229,0 0,689 35,4
1.3 T 19 265,0 0,860 31,6
Anexo D
222
Quadro D.7 - Resultados individuais do ensaio de tracção para provetes envelhecidos em imersão em
solução salina do Grupo I aos 18 meses de exposição
Temperatura de imersão (ºC) Provete Et
[MPa] [%] [GPa]
20
2.1 T 4 432,0 1,048 38,4
2.1 T 5 391,0 1,082 37,7
2.1 T 11 383,0 1,009 40,4
2.1 T 18 330,0 1,068 32,4
2.1 T 20 417,0 1,105 39,1
40
2.2 T 1 411,0 1,344 30,8
2.2 T 2 427,0 1,133 35,2
2.2 T 8 294,0 0,867 33,8
2.2 T 18 400,0 1,274 32,5
2.2 T 23 373,0 1,140 31,3
60
2.3 T 1 321,0 0,952 34,2
2.3 T 10 307,0 0,816 37,4
2.3 T 15 261,0 0,997 26,6
2.3 T 19 334,0 1,093 31,1
2.3 T 26 287,0 0,768 33,8
Figura D.1 - Curvas experimentais de tracção da imersão em água desmineralizada a 20 ºC, aos 12 meses.
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
ac
çã
o
(
)
[
M
Pa
]
Anexo D
223
Figura D.2 - Curvas experimentais de tracção da imersão em água desmineralizada a 40 ºC, aos 12 meses.
Figura D.3 - Curvas experimentais de tracção da imersão em água desmineralizada a 60 ºC, aos 12 meses.
Figura D.4 - Curvas experimentais de tracção da imersão em solução salina a 20 ºC, aos 12 meses.
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
ac
çã
o
(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
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ão
de
tr
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o
(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
ac
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o
(
)
[
M
Pa
]
Anexo D
224
Figura D.5 - Curvas experimentais de tracção da imersão em solução salina a 40 ºC, aos 12 meses.
Figura D.6 - Curvas experimentais de tracção da imersão em solução salina a 60 ºC, aos 12 meses.
Figura D.7 - Curvas experimentais de tracção do envelhecimento natural, aos 12 meses.
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
ac
çã
o
(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
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o
(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
ac
çã
o
(
)
[
M
Pa
]
Anexo D
225
Figura D.8 - Curvas experimentais de tracção da imersão em água desmineralizada a 20 ºC, aos 18 meses.
Figura D.9 - Curvas experimentais de tracção da imersão em água desmineralizada a 40 ºC, aos 18 meses.
Figura D.10 - Curvas experimentais de tracção da imersão em água desmineralizada a 60 ºC, aos 18
meses.
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
ac
çã
o
(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
ac
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o
(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
ac
çã
o
(
)
[
M
Pa
]
Anexo D
226
Figura D.11 - Curvas experimentais de tracção da imersão em solução salina a 20 ºC, aos 18 meses.
Figura D.12 - Curvas experimentais de tracção da imersão em solução salina a 40 ºC, aos 18 meses.
Figura D.13 - Curvas experimentais de tracção da imersão em solução salina a 60 ºC, aos 18 meses.
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
ac
çã
o
(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
ac
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(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
ac
çã
o
(
)
[
M
Pa
]
Anexo D
227
Figura D.14 - Curvas experimentais de tracção da imersão em água desmineralizada a 20 ºC, aos 24
meses.
Figura D.15 - Curvas experimentais de tracção da imersão em água desmineralizada a 40 ºC, aos 24
meses.
Figura D.16 - Curvas experimentais de tracção da imersão em água desmineralizada a 60 ºC, aos 24
meses.
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
ac
çã
o
(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
ac
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o
(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
ac
çã
o
(
)
[
M
Pa
]
Anexo D
228
Figura D.17 - Curvas experimentais de tracção da imersão em solução salina a 20 ºC, aos 24 meses.
Figura D.18 - Curvas experimentais de tracção da imersão em solução salina a 40 ºC, aos 24 meses.
Figura D.19 - Curvas experimentais de tracção da imersão em solução salina a 60 ºC, aos 24 meses.
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
ac
çã
o
(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
ac
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o
(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
de
tr
ac
çã
o
(
)
[
M
Pa
]
Anexo D
229
Quadro D.7 - Resultados individuais do ensaio de tracção para provetes com revestimento lateral aplicado
do Grupo II aos 6 meses de exposição
Ambiente de envelhecimento Provete Et
[MPa] [%] [GPa]
WI-20
1.1 P T 1 425,0 1,262 35,3
1.1 P T 2 447,0 1,263 35,5
1.1 P T 3 414,0 1,094 41,0
1.1 P T 5 431,0 1,145 39,7
1.1 P T 6 477,0 1,365 36,3
WI-40
1.2 P T 10 331,0 1,058 33,9
1.2 P T 11 431,0 1,085 40,6
1.2 P T 12 390,0 1,172 35,2
1.2 P T 13 417,0 1,322 35,5
1.2 P T 14 369,0 1,103 35,3
CCI-40
1.3 P T 1 407,0 1,341 32,3
1.3 P T 7 401,0 1,025 42,6
1.3 P T 8 414,0 1,075 40,4
1.3 P T 9 429,0 1,234 34,3
1.3 P T 10 407,2 1,267 33,1
Quadro D.8 - Resultados individuais do ensaio de tracção para provetes do processo de reversibilidade
por secagem do Grupo II aos 6 meses de exposição
Ambiente de envelhecimento Provete Et
[MPa] [%] [GPa]
WD-20
1.1 S T 1 312,0 0,889 31,2
1.1 S T 2 426,0 0,914 45,1
1.1 S T 3 399,0 1,130 35,3
1.1 S T 4 435,0 1,078 37,1
1.1 S T 5 420,0 0,502 34,6
WD-40
1.2 S T 8 419,0 1,126 34,2
1.2 S T 9 302,0 1,013 29,7
1.2 S T 10 447,0 0,934 36,6
1.2 S T 14 417,0 1,366 33,3
1.2 S T 15 436,0 1,255 37,9
CCD-40
1.3 S T 6 321,0 0,961 35,8
1.3 S T 7 421,0 1,221 36,2
1.3 S T 8 449,0 1,319 35,5
1.3 S T 9 405,0 1,035 41,3
1.3 S T 10 351,0 1,072 32,2
Anexo D
230
Quadro D.9 - Resultados individuais do ensaio de tracção para provetes com revestimento lateral aplicado
do Grupo II aos 12 meses de exposição
Ambiente de envelhecimento Provete Et
[MPa] [%] [GPa]
WI-20
1.1 P T 4 441,0 1,326 35,1
1.1 P T 10 412,0 0,945 33,7
1.1 P T 12 347,0 1,046 31,7
1.1 P T 14 332,0 0,891 32,7
1.1 P T 15 406,0 1,228 36,0
WI-40
1.2 P T 1 313,0 1,093 29,3
1.2 P T 2 430,0 1,019 41,7
1.2 P T 3 420,0 0,977 37,5
1.2 P T 4 383,0 0,965 41,9
1.2 P T 8 383,0 1,258 36,5
CCI-40
1.3 P T 2 383,0 0,915 39,0
1.3 P T 3 308,0 0,989 38,4
1.3 P T 4 383,0 1,197 32,8
1.3 P T 5 338,0 1,125 30,7
1.3 P T 6 398,0 1,094 37,8
Quadro D.10 - Resultados individuais do ensaio de tracção para provetes do processo de reversibilidade
por secagem o Grupo II aos 12 meses de exposição
Ambiente de envelhecimento Provete Et
[MPa] [%] [GPa]
WD-20
1.1 S T 6 446,0 1,201 41,1
1.1 S T 7 439,0 1,173 37,0
1.1 S T 9 439,0 1,303 35,6
1.1 S T 10 345,0 1,103 32,3
1.1 S T 11 395,0 1,315 35,7
WD-40
1.2 S T 1 375,0 1,127 33,3
1.2 S T 7 425,0 1,338 33,1
1.2 S T 11 417,0 1,259 35,7
1.2 S T 12 446,0 1,307 36,1
1.2 S T 13 393,0 1,003 30,7
CCD-40
1.3 S T 1 418,0 1,149 38,0
1.3 S T 2 393,0 1,036 38,6
1.3 S T 3 317,0 1,019 31,9
1.3 S T 4 318,0 1,017 31,8
1.3 S T 5 397,0 1,342 34,1
Anexo D
231
Figura D.20 - Curvas experimentais de tracção dos provetes revestidos de protecção lateral, imersos em
água desmineralizada a 20 ºC, aos 6 meses.
Figura D.21 - Curvas experimentais de tracção dos provetes revestidos de protecção lateral, imersos em
água desmineralizada a 40 ºC, aos 6 meses.
Figura D.22 - Curvas experimentais de tracção dos provetes revestidos de protecção lateral, em
condensação em contínuo a 40 ºC, aos 6 meses.
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
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(
)
[
M
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]
Deformação em tracção ( ) [%]
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(
)
[
M
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]
Te
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(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
Anexo D
232
Figura D.23 - Curvas experimentais de tracção dos provetes do processo de reversibilidade por secagem,
imersos em água desmineralizada a 20 ºC, aos 6 meses.
Figura D.24 - Curvas experimentais de tracção dos provetes do processo de reversibilidade por secagem,
imersos em água desmineralizada a 40 ºC, aos 6 meses.
Figura D.25 - Curvas experimentais de tracção dos provetes do processo de reversibilidade por secagem,
em condensação em contínuo a 40 ºC, aos 6 meses.
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
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(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
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(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
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(
)
[
M
Pa
]
Anexo D
233
Figura D.26 - Curvas experimentais de tracção dos provetes revestidos de protecção lateral, imersos em
água desmineralizada a 20 ºC, aos 12 meses.
Figura D.27 - Curvas experimentais de tracção dos provetes revestidos de protecção lateral, imersos em
água desmineralizada a 40 ºC, aos 12 meses.
Figura D.28- Curvas experimentais de tracção dos provetes revestidos de protecção lateral,em
condensação em contínuo a 40 ºC, aos 12 meses.
Te
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de
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(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
Deformação em tracção ( ) [%]
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(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
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(
)
[
M
Pa
]
Anexo D
234
Figura D.29 - Curvas experimentais de tracção dos provetes do processo de reversibilidade por secagem,
imersos em água desmineralizada a 20 ºC, aos 12 meses.
Figura D.30 - Curvas experimentais de tracção dos provetes do processo de reversibilidade por secagem,
imersos em água desmineralizada a 40 ºC, aos 12 meses.
Figura D.25 - Curvas experimentais de tracção dos provetes do processo de reversibilidade por secagem,
em condensação em contínuo a 40 ºC, aos 12 meses.
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
ns
ão
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ac
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o
(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
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(
)
[
M
Pa
]
Deformação em tracção ( ) [%]
Te
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ão
de
tr
ac
çã
o
(
)
[
M
Pa
]
Anexo E
235
Curvas experimentais da análise por corte interlaminar
Apresentação dos resultados individuais dos provetes obtidos
Apresentação das curvas experimentais para os provetes do Grupo I e II
E Curvas exper imentais da anál i se por cor te inter laminar
E Anexo
Anexo E
236
Anexo E
237
Apresenta-se de seguida os resultados individuais dos provetes para a tensão de corte rotura e as
curvas experimentais obtidas do ensaio para os dois Grupos em estudo. Os valores médios e a
sua análise encontram-se no capítulo 4.
Quadro E.1 - Resultados individuais do ensaio de corte para provetes envelhecidos em imersão em água
desmineralizada e solução salina do Grupo I aos 12 meses de exposição
Temperatura de imersão (ºC) Provete Provete
[MPa] [MPa]
20
1.1 C 21 35,3 2.1 C 11 37,6
1.1 C 23 38,3 2.1 C 12 40,2
1.1 C 26 32,1 2.1 C 13 34,6
1.1 C 28 39,0 2.1 C 14 38,7
1.1 C 29 34,2 2.1 C 29 36,6
40
1.2 C 13 34,0 2.2 C 8 36,1
1.2 C 15 31,0 2.2 C 12 29,4
1.2 C 22 33,3 2.2 C17 29,3
1.2 C 28 25,5 2.2 C 27 29,8
1.2 C 5 - 2.2 C29 35,2
60
1.3 C 12 22,4 2.3 C 10 21,9
1.3 C 13 24,3 2.3 C 16 24,3
1.3 C 23 21,8 2.3 C 17 24,1
1.3 C 28 23,2 2.3 C 24 27,0
1.3 C30 26,1 2.3 C 25 -
Quadro E.2 - Resultados individuais do ensaio de corte para provetes envelhecidos em imersão em água
desmineralizada e solução salina do Grupo I aos 18 meses de exposição
Temperatura de imersão (ºC) Provete Provete
[MPa] [MPa]
20
1.1 C 14 41,1 2.1 C 16 39,4
1.1 C 16 29,4 2.1 C 20 39,4
1.1 C 17 40,2 2.1 C 21 37,0
1.1 C 18 37,2 2.1 C 27 36,3
1.1 C 24 39,8 2.1 C 30 30,8
40
1.2 C 10 32,0 2.2 C 10 31,9
1.2 C 11 28,2 2.2 C 11 29,2
1.2 C 12 27,3 2.2 C15 33,9
1.2 C 13 34,0 2.2 C 19 30,7
1.2 C17 - 2.2 C30 36,1
60
1.3 C 1 23,8 2.3 C 13 23,0
1.3 C 5 22,8 2.3 C 20 23,5
1.3 C 20 23,9 2.3 C 23 24,1
1.3 C 22 25,2 2.3 C 26 26,0
1.3 C29 20,4 2.3 C 30 22,8
Anexo E
238
Quadro E.1 - Resultados individuais do ensaio de corte para provetes envelhecidos em imersão em água
desmineralizada e solução salina do Grupo I aos 24 meses de exposição
Temperatura de imersão (ºC) Provete Provete
[MPa] [MPa]
20
1.1 C 12 35,9 2.1 C 17 28,2
1.1 C 15 33,4 2.1 C 19 28,3
1.1 C 25 41,0 2.1 C 22 -
1.1 C 27 36,4 2.1 C 24 35,8
1.1 C 30 36,1 2.1 C 28 29,0
40
1.2 C 4 30,6 2.2 C 1 21,2
1.2 C 16 28,5 2.2 C 5 17,6
1.2 C 20 24,3 2.2 C 14 19,9
1.2 C 27 27,0 2.2 C 16 17,2
1.2 C 5 32,0 2.2 C20 21,0
60
1.3 C 4 16,3 2.3 C 6 29,9
1.3 C 12 19,0 2.3 C 12 48,3
1.3 C 14 17,9 2.3 C 14 35,4
1.3 C 18 20,5 2.3 C 18 34,0
1.3 C19 19,9 2.3 C 28 33,9
Quadro E.4 - Resultados individuais do ensaio de corte para os provetes de envelhecimento natural do
Grupo I, aos 12 e 24 meses de exposição
Ambiente de envelhecimento Provete Provete
(12 meses) [MPa] (24 meses) [MPa]
NE
8 C 12 42,3 8 C 11 33,5
8 C 13 42,7 8 C 17 32,5
8 C 14 35,2 8 C 18 29,9
8 C 15 41,0 8 C 19 31,8
8 C 16 41,1 8 C 20 29,8
Figura E.1 - Curvas experimentais de corte interlaminar da imersão em água desmineralizada a 20 ºC, aos
12 meses.
Anexo E
239
Figura E.2 - Curvas experimentais de corte interlaminar da imersão em água desmineralizada a 40 ºC, aos
12 meses.
Figura E.3 - Curvas experimentais de corte interlaminar da imersão em água desmineralizada a 60 ºC, aos
12 meses.
Figura E.4 - Curvas experimentais de corte interlaminar da solução salina a 20 ºC, aos 12 meses.
Anexo E
240
Figura E.5 - Curvas experimentais de corte interlaminar da solução salina a 40 ºC, aos 12 meses.
Figura E.6 - Curvas experimentais de corte interlaminar da solução salina a 60 ºC, aos 12 meses.
Figura E.7 - Curvas experimentais de corte interlaminar da imersão dos provetes de envelhecimento
natural, aos 12 meses.
Anexo E
241
Figura E.8 - Curvas experimentais de corte interlaminar da imersão em água desmineralizada a 20 ºC, aos
18 meses.
Figura E.9 - Curvas experimentais de corte interlaminar da imersão em água desmineralizada a 40 ºC, aos
18 meses.
Figura E.10 - Curvas experimentais de corte interlaminar da imersão em água desmineralizada a 60 ºC,
aos 18 meses.
Anexo E
242
Figura E.11 - Curvas experimentais de corte interlaminar da solução salina a 20 ºC, aos 18 meses.
Figura E.12 - Curvas experimentais de corte interlaminar da solução salina a 40 ºC, aos 18 meses.
Figura E.13 - Curvas experimentais de corte interlaminar da solução salina a 60 ºC, aos 18 meses.
Anexo E
243
Figura E.14 - Curvas experimentais de corte interlaminar da imersão em água desmineralizada a 20 ºC,
aos 24 meses.
Figura E.15 - Curvas experimentais de corte interlaminar da imersão em água desmineralizada a 40 ºC,
aos 24 meses.
Figura E.16 - Curvas experimentais de corte interlaminar da imersão em água desmineralizada a 60 ºC,
aos 24 meses.
Anexo E
244
Figura E.17 - Curvas experimentais de corte interlaminar da solução salina a 20 ºC, aos 24 meses.
Figura E.18 - Curvas experimentais de corte interlaminar da solução salina a 40 ºC, aos 24 meses.
Figura E.19 - Curvas experimentais de corte interlaminar da solução salina a 60 ºC, aos 24 meses.
Anexo E
245
Figura E.20 - Curvas experimentais de corte interlaminar da imersão dos provetes de envelhecimento
natural, aos 24 meses.
Anexo E
246
Quadro E.5 - Resultados individuais do ensaio de corte para os provetes revestidos com protecção lateral
e do processo de reversibilidade por secagem do Grupo II, aos 6 e 12 meses de exposição
Ambiente de envelhecimento Provete Provete
(6 meses) [MPa] (12 meses) [MPa]
WI-20
1.1 P C 1 40,4 1.1 P C 4 34,2
1.1 P C 2 42,2 1.1 P C 6 33,1
1.1 P C 3 43,5 1.1 P C 7 33,6
1.1 P C 5 41,8 1.1 P C 10 30,0
1.1 P C 13 45,5 1.1 P C 12 36,5
WI-40
1.2 P C 3 37,7 1.2 P C 2 27,0
1.2 P C 4 43,0 1.2 P C 8 30,4
1.2 P C 6 33,5 1.2 P C 9 31,5
1.2 P C 7 36,0 1.2 P C 12 29,0
1.2 P C 10 40,0 1.2 P C 13 29,2
CCI-40
1.3 P C 1 37,0 1.3 P C 4 29,7
1.3 P C 2 32,6 1.3 P C 5 16,7
1.3 P C 3 40,6 1.3 P C 8 29,2
1.3 P C 6 35,8 1.3 P C 9 26,3
1.3 P C 7 36,8 1.3 P C 10 25,3
WD-20
1.1 S C 7 37,2 1.1 S C 1 29,9
1.1 S C 10 39,1 1.1 S C 6 48,3
1.1 S C 11 32,1 1.1 S C 8 35,4
1.1 S C 12 35,9 1.1 S C 14 34,0
1.1 S C 13 37,9 1.1 S C 15 33,9
WD-40
1.2 S C 1 36,5 1.2 S C 7 30,7
1.2 S C 2 39,7 1.2 S C 10 30,3
1.2 S C 5 37,7 1.2 S C 11 31,1
1.2 S C 8 39,2 1.2 S C 14 24,0
1.2 S C 9 37,9 1.2 S C 15 25,3
CCD-40
1.3 S C 3 36,7 1.3 S C 1 27,7
1.3 S C 4 39,6 1.3 S C 2 30,8
1.3 S C 7 36,0 1.3 S C 5 28,0
1.3 S C 8 38,6 1.3 S C 6 26,8
1.3 S C 9 31,1 1.3 S C 10 29,1
Anexo E
247
Figura E.21 - Curvas experimentais de corte interlaminar dos provetes revestidos de protecção lateral,
imersos em água desmineralizada a 20 ºC, aos 6 meses.
Figura E.22 - Curvas experimentais de corte interlaminar dos provetes revestidos de protecção lateral,
imersos em água desmineralizada a 40 ºC, aos 6 meses.
Figura E.23 - Curvas experimentais de corte interlaminar dos provetes revestidos de protecção lateral, da
condensação em contínuo a 40 ºC, aos 6 meses.
Anexo E
248
Figura E.24 - Curvas experimentais de corte interlaminar dos provetes do processo de reversibilidade por
secagem, imersos em água desmineralizada a 20 ºC, aos 6 meses.
Figura E.25 - Curvas experimentais de corte interlaminar dos provetes do processo de reversibilidade por
secagem, imersos em água desmineralizada a 40 ºC, aos 6 meses.
Figura E.26 - Curvas experimentais de corte interlaminar dos provetes do processo de reversibilidade por
secagem, da condensação em contínuo a 40 ºC, aos 6 meses.
Anexo E
249
Figura E.27 - Curvas experimentais de corte interlaminar dos provetes revestidos de protecção lateral,
imersos em água desmineralizada a 20 ºC, aos 12 meses.
Figura E.28 - Curvas experimentais de corte interlaminar dos provetes revestidos de protecção lateral,
imersos em água desmineralizada a 40 ºC, aos 12 meses.
Figura E.29 - Curvas experimentais de corte interlaminar dos provetes revestidos de protecção lateral, da
condensação em contínuo a 40 ºC, aos 12 meses.
Anexo E
250
Figura E.30 - Curvas experimentais de corte interlaminar dos provetes do processo de reversibilidade por
secagem, imersos em água desmineralizada a 20 ºC, aos 12 meses.
Figura E.31 - Curvas experimentais de corte interlaminar dos provetes do processo de reversibilidade por
secagem, imersos em água desmineralizada a 40 ºC, aos 12 meses.
Figura E.32 - Curvas experimentais de corte interlaminar dos provetes do processo de reversibilidade por
secagem, da condensação em contínuo a 40 ºC, aos 12 meses.
Anexo F
251
Ficha técnica da resina selante
F Ficha técnica da res ina selante
F Anexo
Anexo F
252
Anexo F
253
Anexo F
254