Durkheim e Max Weber (Positivismo x Idealismo)

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UNP UNIVERSIDADE POTIGUAR Disciplina: Fundamentos Básicos em Ciências Sociais e da Saúde Curso: Psicologia PSI 1 - MA (B2) Professora: Hellen Barros Alunos: Equipe nº 6: Alex Souza Bezerra, Edison Vicente do Nascimento, Jadeilson Barbosa Justino, Kadja Nayara Medeiros, Maria de Fátima Peixoto, Thiago Ananias 1. Elabore um quadro que compare as definições de Weber e Durkheim em relação a função da sociologia, fato social, ação social, relação social, instrumentos de análise, neutralidade do cientista, indivíduo e sociedade. Definições de Durkheim Definições de Weber Em sua perspectiva positivista, propôs definir a função da sociologia como ciência, a partir do que chamou de “fato social”, servindo-se do empirismo centrado na verificação dos fatos, mensurados e relacionados por meio de dados coletados cientificamente, cuja finalidade seria não apenas explicar a sociedade, mas também encontrar soluções para a vida social. “Fato social”, para Durkheim, é aquilo que o indivíduo experimenta como realidade independente e preexistente. São três as suas características: 1. “coerção social”, que pode se evidenciar pelas “sanções legais” ou “espontâneas”; 2. “exteriores aos indivíduos”, são os que existem e atuam sobre o indivíduo, mesmo que alheio à sua vontade; 3. “generalidade”, por sua característica repetitiva individual ou coletiva. O empirismo positivista de Durkheim o leva a servir-se de instrumentos de análise que se distinguem dos demais positivistas, tais como: a matemática estatística, a análise qualitativa e quantitativa, fundamentados nos princípios metodológicos da observação, mensuração e interpretação dos fatos que poderiam ser observados. A neutralidade do cientista na sua visão era um pré-requisito para a explicação científica, onde o pesquisador deveria procurar preservar a objetividade de sua análise, deixando de lado suas prenoções, ou seja, seus valores e sentimentos pessoais em relação àquilo que está sendo estudado. Para Durkheim, os fatos sociais têm existência própria e independem daquilo que pensa e faz cada indivíduo. O que ele chama de “consciência individual” se distingue da “consciência coletiva”, na medida em que esta permeia todo o pensamento, os valores e a moral da sociedade, sem, no entanto, se basear na consciência de indivíduos singulares ou de grupos específicos. Deste modo, a “consciência coletiva” se impõe aos indivíduos e perdura através de gerações. Esta e sua distinção entre o indivíduo e a sociedade. Para Weber a função da sociologia seria compreender a sociedade a partir da pesquisa histórica, baseada na coleta de documentos e na interpretação das fontes, permitindo-se, assim, o entendimento da diferenças sociais que seriam, na sua perspectiva, de gênese e formação, e não de estágios de evolução. Servindo-se do método compreensivo, ou seja, da interpretação do passado e da repercussão dos fatos na sociedade contemporânea, Weber faria da ação social seu objeto de investigação, isto é, a conduta humana dotada de sentido, de uma justificativa subjetivamente elaborada, onde o agente social é que dá sentido à sua ação. Weber, entretanto, vai distinguir ação social da relação social, onde a última só existe quando o sentido é compartilhado. Isto implica dizer que uma mesma ação pode afetar as pessoas em um mesmo ambiente de forma diferente, onde apenas aquelas que compartilharem da ação estabelecerão a relação social. A neutralidade do cientista na visão de Weber inexiste, na medida em que todo indivíduo em ação também age guiado por seus motivos, sua cultura e suas tradições, sendo impossível descartar-se de suas prenoções. Para ele os fatos sociais não são coisas, mas acontecimentos que o cientista percebe e cujas causas procura desvendar. O instrumento de análise de Weber é aquilo que nomeia de “tipo ideal”, onde ele parte de uma construção teórica abstrata a partir dos casos particulares. O cientista constrói um modelo acentuando o que lhe pareça característico, pelo estudo sistemático das diversas manifestações particulares.

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UNP – UNIVERSIDADE POTIGUAR Disciplina: Fundamentos Básicos em Ciências Sociais e da Saúde

Curso: Psicologia – PSI 1 - MA (B2)

Professora: Hellen Barros

Alunos: Equipe nº 6: Alex Souza Bezerra, Edison Vicente do Nascimento, Jadeilson

Barbosa Justino, Kadja Nayara Medeiros, Maria de Fátima Peixoto, Thiago Ananias

1. Elabore um quadro que compare as definições de Weber e Durkheim em

relação a função da sociologia, fato social, ação social, relação social,

instrumentos de análise, neutralidade do cientista, indivíduo e sociedade.

Definições de Durkheim Definições de Weber Em sua perspectiva positivista, propôs definir a

função da sociologia como ciência, a partir do que

chamou de “fato social”, servindo-se do

empirismo centrado na verificação dos fatos,

mensurados e relacionados por meio de dados

coletados cientificamente, cuja finalidade seria não

apenas explicar a sociedade, mas também

encontrar soluções para a vida social.

“Fato social”, para Durkheim, é aquilo que o

indivíduo experimenta como realidade

independente e preexistente. São três as suas

características: 1. “coerção social”, que pode se

evidenciar pelas “sanções legais” ou

“espontâneas”; 2. “exteriores aos indivíduos”, são

os que existem e atuam sobre o indivíduo, mesmo

que alheio à sua vontade; 3. “generalidade”, por

sua característica repetitiva individual ou coletiva.

O empirismo positivista de Durkheim o leva a

servir-se de instrumentos de análise que se

distinguem dos demais positivistas, tais como: a

matemática estatística, a análise qualitativa e

quantitativa, fundamentados nos princípios

metodológicos da observação, mensuração e

interpretação dos fatos que poderiam ser

observados.

A neutralidade do cientista na sua visão era um

pré-requisito para a explicação científica, onde o

pesquisador deveria procurar preservar a

objetividade de sua análise, deixando de lado suas

prenoções, ou seja, seus valores e sentimentos

pessoais em relação àquilo que está sendo

estudado.

Para Durkheim, os fatos sociais têm existência

própria e independem daquilo que pensa e faz cada

indivíduo. O que ele chama de “consciência

individual” se distingue da “consciência

coletiva”, na medida em que esta permeia todo o

pensamento, os valores e a moral da sociedade,

sem, no entanto, se basear na consciência de

indivíduos singulares ou de grupos específicos.

Deste modo, a “consciência coletiva” se impõe aos

indivíduos e perdura através de gerações. Esta e

sua distinção entre o indivíduo e a sociedade.

Para Weber a função da sociologia seria

compreender a sociedade a partir da

pesquisa histórica, baseada na coleta de

documentos e na interpretação das fontes,

permitindo-se, assim, o entendimento da

diferenças sociais que seriam, na sua

perspectiva, de gênese e formação, e não

de estágios de evolução.

Servindo-se do método compreensivo, ou

seja, da interpretação do passado e da

repercussão dos fatos na sociedade

contemporânea, Weber faria da ação

social seu objeto de investigação, isto é, a

conduta humana dotada de sentido, de

uma justificativa subjetivamente

elaborada, onde o agente social é que dá

sentido à sua ação.

Weber, entretanto, vai distinguir ação

social da relação social, onde a última só

existe quando o sentido é compartilhado.

Isto implica dizer que uma mesma ação

pode afetar as pessoas em um mesmo

ambiente de forma diferente, onde apenas

aquelas que compartilharem da ação

estabelecerão a relação social.

A neutralidade do cientista na visão de

Weber inexiste, na medida em que todo

indivíduo em ação também age guiado

por seus motivos, sua cultura e suas

tradições, sendo impossível descartar-se

de suas prenoções. Para ele os fatos

sociais não são coisas, mas

acontecimentos que o cientista percebe e

cujas causas procura desvendar.

O instrumento de análise de Weber é

aquilo que nomeia de “tipo ideal”, onde

ele parte de uma construção teórica

abstrata a partir dos casos particulares. O

cientista constrói um modelo acentuando

o que lhe pareça característico, pelo

estudo sistemático das diversas

manifestações particulares.

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2. Identifique as duas concepções de história que estão presentes no texto,

uma referência ao positivismo de Durkheim e a outra ao idealismo de

Weber (também chamada de escola existencialista).

Resp. Na perspectiva positivista, para Durkheim a história das diversas

sociedades deveria ser objeto de comparação da sociologia, naquilo que viria

nomear como classificação das espécies sociais. Ele considerava que todas as

sociedades haviam evoluído a partir da horda, a forma social mais simples,

igualitária, reduzida a um único segmento em que os indivíduos se assemelham

aos átomos, isto é, se apresentavam iguais e justapostos. A partir daí, uma série

de combinações teriam dado origem a outras espécies sociais identificáveis,

como as clãs e as tribos, tanto no passado como no presente. Nesta visão, a

história é o processo universal de evolução da humanidade, cujos estágios o

cientista pode perceber pelo método comparativo, capaz de aproximar

sociedades humanas de todos os tempos e lugares.

Já na perspectiva do idealismo, para Weber a pesquisa histórica é essencial para

a compreensão das sociedades. O caráter particular e específico de cada

formação social e histórica deve ser respeitado, onde o conhecimento histórico,

entendido como a busca das evidências, torna-se um poderoso instrumento para

o cientista social. Deste modo, ele combina duas perspectivas: a histórica, que

respeita as particularidades de cada sociedade, e a sociológica, que ressalta os

elementos mais gerais de cada fase do processo histórico.

3. O que é método compreensivo?

Resp. Weber não achava que uma sucessão de fatos históricos fizesse sentido

por si mesmo. Assim, ele propõe o método compreensivo, que resultaria do

esforço interpretativo do passado e de sua repercussão nas características

peculiares das sociedades contemporâneas. Seria essa atitude de compreensão

que permitira ao cientista atribuir aos fatos esparsos um sentido social e

histórico.

Natal/RN, 04 de maio de 2012