E o mundo conheceu o jeitinho” brasileiro - Vestibular - UNINTER · 2018-03-13 · Veja o que...
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JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINTER - ANO VI - NÚMERO 36 – CURITIBA, MAIO DE 2014
Uma viagem na Saldanha
pág.10
Ana Paula PadrãoA jornalista fala sobre suas expe-riências na profissão
No terminal Guadalupe
pág.6 e 7
A rua histórica leva os transeuntes de volta ao passado
E o mundo conheceu o “jeitinho” brasileiro
Veja o que ficou ou não concluído para a Copa do Mundo em Curitiba
pág.3
A ação de bandidos assusta comerciantes e passageiros
pág. 5
págs. 6 e 7
Número 36 – Maio de 20142 MARCO ZERO
O que você vai fazer durante a Copa do Mundo?
Eu vou assistir todas as temporadas de Game of Thro-nes e ler Clube da Luta. Não vou assistir a nenhum dos jogos porque não gosto de
futebol, então vou aproveitar para colocar em dia minhas séries e livros atrasados.
Durante a Copa eu vou estudar para as provas e assistir aos jogos, com certeza abso-luta! Também vou aproveitar para descansar e sair com os meus amigos.
Durante a Copa eu pre-tendo descan-sar, talvez as-sistir aos jogos e fazer uma viagem para uma cidade mais tranquila em relação ao agito da Copa, porque
Curitiba vai estar muito movi-mentada.
Vou viajar para a casa da minha mãe, aproveitar para assistir aos jo-gos com meus avós e com meu pai, torcer para que o Brasil ganhe, e torcer para que as manifesta-ções previstas
tragam algo de positivo para o nosso país.
OPINIÃOAo Leitor
Nesta edição a equipe do Mar-co Zero saiu de São José dos Pi-nhais até o centro de Curitiba para investigar quais obras estão pron-tas e quais não estão nesses últi-mos dias até a Copa.
Trouxemos também um perfil da jornalista Ana Paula Padrão, que veio até Curitiba para lançar seu novo livro.
Vai de bike ou de ônibus? A mobilidade também é tema desse mês. Entrevistamos uma pessoa que vai de bicicleta para o traba-lho para economizar tempo. Além disso, nossa equipe foi conferir como está a situação do Terminal Guadalupe.
Já passou pela rua Salda-nha Marinho? A rua localizada bem no centro de Curitiba é um patrimônio histórico, cheio de histórias.
Isso e muito mais nessa edição do Marco Zero. Aproveitem bem essa edição!
Equipe Marco Zero
O Marco ZeroNa Praça Tiradentes, bem em frente à Catedral, está o Marco Zero de Curitiba, que oficial-mente é tido como o local onde nasceu a cidade, além de ser o ponto de marcação de medidas de distâncias de Curitiba em re-lação a outros municípios. Ao jornal Marco Zero foi concedi-do este nome, por conter notí-cias e reportagens voltadas para o público da região central da capital paranaense.
Fran Bubniak
Bandido bom é bandido morto?ReikraussBenemond
Hoje a violência não é mais mérito de grandes metró-poles, pois está presente
em todos os lugares e em todas as classes sociais. Acrescente aí uma série de fatores: desigualdade social, educação precária, falta de políticas públicas eficazes, impu-nidade, enfim, encontraremos mi-lhares de motivos para explicar-mos tamanha violência.
A população, cansada de so-frer, parece ter encontrado a solução para o problema: vamos acabar com os bandidos. O caso mais recente e famo-so ocorreu quando um menor de ida-de foi espancado e amarrado pelado, com uma corrente de bicicleta, num poste. Muitos foram a favor, outros contra. Parece que a discussão e a repercussão desencade-aram numa série de revides violentos da população. Em outro caso, o bandido foi espancado e colocado num formigueiro: em outra, foi espancado até des-maiar e, após, jogado dentro de um rio. Os supostos bandidos são condenados e julgados na hora. Porém, essas atitudes, movi-das pela emoção, podem acarretar em equívocos como a morte de um deficiente mental, confundido com um estuprador, que foi morto a paulada, sem qualquer direito de defesa.
O que antes era “inocente até que se prove o contrário”, mudou--se para: “Baixem a paulada até descobrimos se é bandido, se for, matem e joguem no lixo”. Assim, uma frase antiga voltou a surgir: bandido bom é bandido morto.
A frase virou uma febre nas redes sociais e argumento para qualquer debate sobre o tema. Fa-çamos um resgaste histórico para entendê-la.
O termo “Bandido bom é ban-dido morto” foi criado, ou popula-rizado, pelo lendário policial civil carioca, hoje deputado estadual,
Logo Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas
Cíntia Silva, diagramadora, 23 anos
Natyelle Koga, estagiária de criação, 20 anos
Alisson Souza, estagiário de redação, 26 anos
Camila Gomes Ferreira, estagiária de atendimento publicitário, 20 anos
Expe
dien
te O jornal Marco Zero é uma publicação feita pelos alunos do Curso de Jornalismo do Cen-tro Universitário Internacional Uninter
Coordenadora do Curso de Jornalismo: Nívea Canalli Bona
Professor responsável:Roberto Nicolato
Diagramação:Cíntia Silva e Letícia Ferreira
Projeto Gráfico:Cíntia Silva e Letícia Ferreira
Uninter - Campus TiradentesRua Saldanha Marinho 131
80410-150 |Centro- Curitiba PR
E-mail [email protected] 2102-3377 e 2102-3380.
1 o lugar18o prêmio Sangue Novo
MARCO ZERO | 2013
que participou de um esquadrão da morte nas décadas de 40, José Gui-lherme Godinho, famoso Sivuca.
Árduo defensor da pena de morte e redução da maioridade penal, Sivuca, participou de um grupo de extermínio, criado pelo Estado, no ano de 1958, em plena ditadura militar. Na época, o Rio de Janeiro via um aumento signi-ficativo de violência – violência na ditadura é redundante, leia:
Engana-se quem considera que esse Esquadrão apenas mata-va bandido. Ele foi usado como ferramenta de repressão pela di-tadura militar, onde matavam e/ou torturam presos políticos. Po-rém, a fama de exterminadores de marginais caiu na boca do povo e este, por sua vez, os consagravam como heróis, logo, os que morre-ram, com certeza, eram marginais. Suas histórias eram aplaudidas e a população entrava em êxtase com as mortes contadas pelo grupo. Várias ações foram feitas em fa-velas e subúrbio do Rio de Janei-ro, sempre sangrentas. Qualquer suspeito era executado sem hesi-
tação. O povo aplaudia, cla-ro, como num filme de
ação, os bons estavam combatendo os maus,
através de esquarte-jamentos, torturas e métodos mais sórdi-dos possíveis.
A partir de então vários grupos de ex-
termínio foram criados no Rio de Janeiro e em
São Paulo, sempre com a justificativa de manter a
ordem e, obviamente, extirpar o câncer na sociedade, no caso, aqueles que não se enquadravam nos moldes do regime.
Concluindo, mesmo com a carta branca do Estado para utili-zar todos os métodos para instau-ração da ordem, a violência não diminuiu. Houve vários assal-tos nunca antes vistos, como por exemplo: o famoso assalto ao trem pagador, além do aumento em as-saltos brutais, o famoso fantasma da luz vermelha, etc.
Violência nunca foi e, nun-ca será, instrumento de combate. Que tal popularizarmos “Gentile-za gera gentileza” ou, como somos um país com maioria cristã, que tal praticarmos o amor ao próximo?
A história mostrou, através do Esquadrão, que mesmo tendo carta branca do Estado não hou-ve a diminuição da violência que o povo pedia. Logo, por que hoje seria diferente?
Não, eu não estou com pena de bandido, muito menos levarei para casa. Se não consegue refletir sobre o assunto, sinto muito, você perdeu seu tempo lendo o texto.
roubos, assaltos, etc. Os comer-ciantes fizeram forte pressão ao então, chefe da polícia civil, Gene-ral Amauri Cruel. A resposta não demorou, assim, o delegado Cecil Borer criou o Serviço de Diligên-cias Especiais (S.D.E), onde teve total liberdade para utilizar todos os métodos possíveis para manter a ordem. Instaurava-se aí o Esqua-drão da Morte.
Registros históricos afirmam que esse Esquadrão não se resu-miu em apenas combater o crime. Ao mesmo tempo em que exter-minavam bandidos, suspeitos etc, também, foram criados vários pontos do jogo do bicho, liberda-de a ações de bicheiros, além de centralizar toda a renda de con-traventores. A justificativa para os diversos assassinatos era que “não adiantava prender os supostos marginais, a justiça logo soltaria”. Algo em comum com os dias em que vivemos?
Número 36 – Maio de 2014 3MARCO ZERO
PERFIL
“Sou uma contadora de his-tórias”, assim se definiu Ana Paula Padrão durante o lança-
mento, no último dia 22 de maio, de seu primeiro livro O Amor Chegou Tarde Em Minha Vida, nas Livrarias Curitiba do Shopping Palladium. Simpática e sorridente, a jornalista participou de um descontraído bate--papo de cerca de meia hora com as pessoas que lá estiveram para presti-giar o lançamento, seguido de uma concorrida sessão de autógrafos. No livro, ela aborda as escolhas, nem sempre fáceis, que fez na vida pro-fissional em busca de realização e felicidade na vida pessoal. Muitos estudantes de Jornalismo de diver-sas instituições estiveram presentes e puderam conversar com a bra-siliense. Com isso, curiosamente, o rumo que a entrevista tomou foi muito mais voltado para o exercício da profissão do que para as histórias contadas no livro, embora durante a conversa ela naturalmente tenha recorrido às suas ricas experiências de vida.
A ex-âncora do Jornal da Globo, que também apresentava eventual-mente o Jornal Nacional (que ainda mantém o posto de ser o telejornal de maior audiência da televisão bra-sileira), recorda como começou na profissão, “de uma maneira muito pouco glamourosa.” O ano era 1985, e lá estava ela na Rádio Nacional de Brasília, trabalhando como estagi-ária em um programa voltado para pequenos produtores rurais espalha-dos pelo país inteiro, que ia ao ar às 4h30 da manhã. “A gente passava para eles o preço mínimo do toma-te, do arroz, explicava como estava
A jornalista esteve em Curitiba para o lançamento do seu primeiro livro
a safra naquele momento, por onde escoava, respondia cartinha de pro-dutor rural.”
Em 1986, com o Plano Cruzado, criado pelo então ministro da Fa-zenda Dilson Funaro, uma crise se estabeleceu no país. A frase “Vamos laçar boi no pasto!” foi imortalizada pelo então presidente da República José Sarney. Foi um tempo difícil, com o qual Ana Paula soube lidar. “Todo mundo reteve estoque para poder subir preço, porque teve con-gelamento, e a carne sumiu. Naquele momento a imensa maioria dos jor-nalistas não sabia o que o Ministério da Agricultura desenhava de política agrícola para o país, ou o que era es-toque, ou o preço mínimo dessa ou daquela mercadoria... Eu sabia. Eu virei repórter de economia, porque eu passei pelo programa rural, eu me dediquei e aprendi naquele pro-grama. Tudo o que você aprende te serve em algum momento da vida.”
pode ser mesquinho.” Âncoras for-madores de opinião, que expõem abertamente suas opiniões na TV e tem causado polêmicas recentes, não encontram respaldo por parte da profissional de 27 anos de car-reira. “A nobreza do Jornalismo está em contar a história para que ela seja registrada e para que você possa recorrer a ela sempre que for necessário. E não ficar em ‘eu que-ro isso, eu quero aquilo’, porque essa é a maneira de cada um de ver o mundo, e não necessariamente você ou eu ou ele está certo.”
A brasiliense já foi correspon-dente internacional em Nova Iorque e em Londres e esteve no Afega-nistão em 2000 (antes da Guerra), onde fez uma reportagem marcante que mostrava a dura realidade das mulheres de lá. Após ter sido tes-temunha ocular de tantos aconte-cimentos ao redor do mundo, ela define a profissão como uma obra de arte. “Muitas pessoas podem não gostar dela, mas é um produto bom, que não está contaminado por interesses políticos, econômicos ou religiosos.”
Ao responder à pergunta de outra jovem estudante, Ana Paula, com a segurança dos seus 49 anos de vida (idade que de maneira al-guma aparenta ter), concorda que o mercado de trabalho hoje está mais difícil do que há 20 anos, mas
afirma ser assim também em outras profissões. E alerta a todo estudan-te, de qualquer área, que a realida-de nunca é tão bonita quantos nos nossos sonhos. “Pergunta para um médico recém-formado se ele acha a emergência tão bonita quanto ele achava que era na faculdade. O bacana é você transformar o seu sonho em uma realidade que você goste de viver. Jornalismo é uma profissão vocacionada. Se você tem vocação para contar histórias você só vai ser feliz desse jeito. É isso que me motivou desde o início, eu sou uma contadora de histórias, essa sou eu.”
Ana Paula tem uma bela histó-ria de amor para contar. Em seu li-vro ela descreve em detalhes o epi-sódio em que seu atual marido foi à França só para pedi-la em casa-mento. A falta de tempo, fator com
Ana Paula Padrão, uma contadora de histórias
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o qual ela conviveu durante mui-tos anos, é outro importante passo a ser considerado para quem quer ser bem sucedido nesta profissão. “É sacrifício. Se cair uma história na sua frente durante as suas férias, você vai contar.” Ela se recorda dos muitos plantões em que comeu san-duíche de queijo na porta da casa de alguém, esperando por uma decla-ração, algo nada glamouroso.
À plateia repleta de jovens que almejam seguir essa carreira, ainda que saibam que não será fácil, Ana Paula Padrão deixou suas palavras finais, de alerta, mas também de encorajamento. “Você só fica bom quando está maduro, e isso não acontece do dia para a noite, leva tempo, e é algo que depende de você. Mas se é isso mesmo que você quer da sua vida, é muito le-gal. Me definiu e eu sou muito feliz por ser jornalista.”
RobertoOliveira
O que a faculdade faz por você? Ela te dá cultura, ela te dá um tempo de amadurecimento.
Uma das questões levantadas foi em relação ao aprendizado obtido no curso de Jornalismo e qual sua aplicação prática no dia--a-dia do recém-formado, pois no decorrer de quatro anos de vida acadêmica os estudantes se depa-ram com disciplinas com as quais nem sempre se identificam, e cujas finalidades, a princípio, parecem passar longe daquilo que imaginam ser a sua possível futura rotina de trabalho. Ana Paula afirmou não ser uma defensora do diploma para quem queira ser jornalista, que na verdade, é um contador de histó-rias. “Você pode se especializar em Direito e ser um bom contador de histórias jurídicas, ou se formar em Medicina e ser um bom contador de histórias médicas. O que a faculda-de faz por você? Ela te dá cultura, ela te dá um tempo de amadureci-mento que todo mundo precisa ter para chegar bem ao mercado de trabalho.”
Indagada sobre o poder que o profissional da área tem em mãos de levantar uma bandeira, Ana Pau-la prefere ser cautelosa. “Eu acho que sim, o jornalista tem muito poder. Mas levantar uma bandeira
1999, quando Ana Paula Padrão fez a série de reportagens no Afeganistão
A jornalista fala sobre como começou sua carreira, numa rádio rural, e sobre outras experiências que teve na profissão
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Número 36 – Maio de 20144 MARCO ZERO
AndersonGrossl
Se eu não utilizasse a bicicleta, teria que pegar dois ônibus. De bike eu levo a metade do tempoRafael de Oliveira -
operador de áudio
MOBILIDADE
Curitiba se movimenta em duas rodasAderir à bicicleta como o principal meio de transporte está se tornando cada vez mais comum na capital paranaense
ChristianeMagno
Considerada a oitava cidade mais populosa do Brasil, Curitiba conta com um
fluxo de trânsito cada vez mais crescente, e se deslocar de um ponto a outro está se tornando cada vez mais difícil.
Esse é um dos fatores pelos quais muitas pessoas passam a aderir à bicicleta como meio alter-nativo de transporte. Reconhecida pela Organização Mundial das Na-ções Unidas (ONU) como o meio de transporte mais eficaz e ecolo-gicamente sustentável do planeta, a bicicleta é sinônimo de um futu-ro promissor tanto para quem anda quanto para o planeta.
Além de ser uma ótima alter-nativa, ela oferece inúmeros bene-fícios. Alivia o stress, melhora a auto-estima e é uma atividade de baixo investimento e custo de ma-nutenção. De acordo com o orien-tador físico, Julio Wood Santana, andar de bicicleta traz uma série de componentes que ajudam e es-timulam o condicionamento físico. “É cientificamente comprovado que a prática de atividades físicas, estimula o envio de endorfina para o cérebro, uma substância que está diretamente ligada ao exer-cício físico e atividades que dão prazer”, ressalta Wood Santana.
Rafael de Oliveira, operador de áudio, 27, adotou a bicicleta como meio de transporte há dois anos. Todos os dias, debaixo de sol ou chuva, ele pedala 5 km até o bairro Mercês, onde trabalha, e depois faz o mesmo percurso para voltar. “Se eu não utilizasse a bicicleta, teria que pegar dois ônibus.
Com o tempo de espera de dez minutos para cada um e o tempo do percurso levaria em média trinta minutos, ou seja, quase uma hora para chegar ao meu trabalho. De bike eu levo a metade do tempo”, conta. Como não existem muitas ciclovias no caminho para o traba-lho, ele acaba disputando espaço com os carros na rua. “Eventu-almente os motoristas buzinam, achando que eu não deveria estar
ali”, diz. Ele acredita que nunca se acidentou por ser cauteloso. “Procuro respeitar as sinalizações de trânsito e utilizo sempre o meu capacete”, comenta.
A maioria das ciclovias nas cidades brasileiras é utilizada apenas para o lazer, porque tem a função de ligar um parque ao ou-tro. Em Curitiba não é diferente. “Deveriam existir mais ciclovias, ciclofaixas e sinalização”, destaca Rafael. Além da bicicleta ser em muitos casos um meio de trans-porte mais rápido e prazeroso, ele conta que a utiliza também para o benefício à saúde.
Em um mapa oficial, o IPUC (Instituto de Planejamento Urba-no de Curitiba) juntamente com a Prefeitura da Cidade, mostra que a malha cicloviária de Curitiba hoje totaliza 127 quilômetros. Elas circundam a cidade numa faixa perimetral ao centro ligando os
principais parques da capital, mas isso não facilita a vida de quem depende da bicicleta para ir e vir. De acordo com a Prefeitura Muni-cipal de Curitiba, outros 300 qui-lômetros estão em processo de li-citação. Se aprovada, a conclusão das obras está prevista somente para o final 2016.
Uma das características dos ci-clistas é a preocupação e cuidado com meio ambiente. Em relatório publicado pela ONU em 2011, a emissão de gases poluentes na at-mosfera bateu recorde nesse mes-mo ano. Definitivamente um alar-me para a humanidade.
A estudante de Medicina, Na-thalia Fadoni, 22, se mudou para Curitiba há quatro meses e entre a correria e os livros encontra na bike não somente seu meio de lo-comoção, mas também uma tera-pia para descansar a mente. “Eu não tenho carro porque não quero ter um. Eu queria que todas as pes-soas pudessem se permitir à sen-sação que é andar de bike. Porque quando eu ando tenho a certeza que não estou somente fazendo um bem pra mim, mas para o meio ambiente também”, afirma.
Bicicleta chega ao Brasil no século XIX
Apresentada ao mundo no século XIX, ela está presente hoje em corridas, é usada para fins recreativos, foi adaptada como brinquedo infantil e também para academias, e não é por acaso que se tornou o principal meio de transporte em inúmeras regiões espalhadas pelo globo. Não existem datas precisas quanto à chegada da bicicleta no Brasil, mas presume-se que suas primeiras aparições em solo brasi-leiro se deram na antiga capital, Rio de Janeiro, entre 1859 e 1870. Isto porque naquela capital moravam pessoas de maior poder aqui-sitivo e que poderiam se dar ao luxo de ter uma.
Quanto à introdução da bicicleta em nosso território, dá-se a che-gada dos imigrantes de origem alemã, italiana e suíça. Presume-se que muitas foram trazidas para o Brasil nos navios imigratórios. Em seus quase 220 anos de existência, a bicicleta tem conduzido bilhões de pessoas de várias classes e etnias ao redor do mundo.
A primeira via calma do Brasil A Via Calma instalada na Avenida Sete de Setembro, em Curi-
tiba, se estende da Rua Mariano Torres à Praça do Japão, e conta com faixas preferenciais do lado direito da pista para aumentar a segurança de quem pedala. Nesta via, carros e bicicletas dividem o mesmo espaço, mas a preferência é dos ciclistas, que também têm “bicicaixas”, locais específicos onde podem aguardar o sinal verde dos semáforos.
A Via Calma foi criada para permitir o compartilhamento do trânsito entre motoristas, motociclistas e ciclistas, proporcio-nando, também, maior respeito aos pedestres. Com a implanta-ção desta via diferenciada, a cidade amplia seu investimento em modais não autorizados, seguindo uma tendência presente em outras grandes cidades do mundo.
Indo para o trabalho de bicicleta, Rafael faz em 30
minutos o percurso que demoraria cerca de um hora
dentro de um ônibus
Número 36 – Maio de 2014 5MARCO ZERO
SEGURANÇA
Insegurança no Terminal GuadalupeO terminal situado na região central de Curitiba sofre com a ação de bandidos e comerciantes reclamam do número de moradores de rua
“Se a própria polícia não faz nada, o que nós poderíamos fazer?” É com essas palavras
que o vigilante Osmar Borges, 59, relata a ação do Comando Ver-melho nos arredores do Terminal Guadalupe, na região central da capital paranaense. Pelo local, cir-culam diariamente cerca de 70 mil pessoas, principalmente morado-res da Região Metropolitana.
A localização não inibe a cri-minalidade e funciona como um ponto estratégico para a ação de bandidos. Com o grande fluxo de pessoas, o tráfico de drogas, as-saltos e a prostituição se tornam frequentes, até mesmo em plena luz do dia e vem preocupando usu-ários do transporte público, mora-dores e comerciantes na região.
“Não tem segurança”, decla-ra o comerciante Sérgio Moraes, 59, que já está acostumado com o tráfico naquela área. De sua loja, que fica em frente ao terminal, o comerciante observa a ação dos bandidos. “Mesmo se a polícia for chamada, demora a atender a ocor-rência. Os vigilantes que guardam o terminal não podem fazer nada ou não se envolvem”, lamenta.
A segurança do terminal é rea-lizada por vigilantes da Metropoli-tana, empresa terceirizada à Urbs. Os vigilantes têm autonomia para autuar os bandidos, mas de acor-do com Osmar Borges, nos casos de tráfico, não há nenhum tipo de reprimenda. “Eles ficam no canto deles e nós no nosso. Se houver um assalto aqui, é o Comando Ver-melho que vem nos ajudar e não a polícia”, ironiza o vigilante. Se acionada, a polícia atende a ocor-rência, mas pode demorar e, en-
FranciniMello
quanto isso, os maiores favoreci-dos são os bandidos, que já sabem da demora.
Normalmente, dentro do ter-minal não ocorrem assaltos, mas é corriqueiro usuários discutirem com motoristas ou cobradores e moradores de rua tentarem roubar alimentos nas lojas do terminal. Nessas horas são os vigilantes que intervém.
O número de moradores de rua também é preocupante. Mes-mo com as ações da FAS, ainda há muitas pessoas que fazem uso do terminal como suas casas, pois onde há espaço é comum encon-trar pessoas dormindo ou grupos ingerindo bebidas alcóolicas.
O cheiro forte de urina e a su-jeira deixada por esses ‘vizinhos’ incomoda os comerciantes. Em alguns dias os comerciantes optam por dar algum dinheiro aos mo-radores, para que saiam da frente de suas lojas. “Já cheguei aqui e encontrei 19 mendigos dormindo, com muito lixo ao redor. Tive que dar algum dinheiro para que eles saíssem”, lamenta Sérgio Moraes.
Em qualquer momento do dia é possível encontrar pessoas dor-mindo nos bancos ou sentadas pe-los cantos do terminal. Contudo,
com a reforma realizada no ano passado, as instalações do termi-nal Guadalupe foram melhoradas. O comércio dispõe de lanchonete, bancas de doces, açougue, entre outros, e com a reforma, foram melhoradas as instalações dos ba-nheiros públicos e a limpeza tem sido feita com frequência, ofere-cendo mais conforto para quem passa por ali todos os dias.
O transporteOs usuários também reclamam
das condições do transporte. “Nor-malmente é um caos. São ônibus superlotados, que sempre estão atrasados. Muitas vezes estragam no caminho e temos que esperar outro que vem mais cheio ainda”, reclama Leandro Santos, 26, office boy, morador de Campina Grande do Sul, que passa pelo terminal to-dos os dias. Leandro fala ainda so-bre os assaltos que ocorrem dentro dos ônibus durante o trajeto: “To-dos os dias uma linha é assaltada. Levam celulares carteiras e o di-nheiro do cobrador”.
Dentro do terminal é normal moradores de rua tentarem roubar alimentos nas lojas.
Alguns deles usam o terminal como moradia e o cheiro de
urina constante incomoda os “vizinhos”.
Todos os dias a mesma coisa: ônibus atrasados e cheios- Leandro santos, 26, office boy
Eles ficam no canto deles e nós no nosso- Osmar Borges, 59, vigilante, sobre
as ações do Comando Vermelho.
Não há segurança- Sérgio Moraes, 59, comerciante
Já cheguei aqui e encontrei 19 mendigos dormindo, com muito lixo ao redorSérgio Moraes -
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ão e
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luíd
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com
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Número 36 – Maio de 2014 7MARCO ZERO
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Número 36 – Maio de 20148 MARCO ZERO
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COMPORTAMENTO
A agressão verbal é uma forma de violência psicológica sofrida com mais frequência pelas mulhares. Ela não deixa deixa sinais físicos, mas marca profundamente a vítima
Violência que não marca o corpo
MarjoriePereira
“Sua vagabunda!” Alguns mi-nutos sem resposta, ele repete “Ei, eu tô falando com você,
vagabunda!”. Dentro do ônibus, encontrar um lugarzinho em horá-rio de pico é sorte. Ela estava sen-tada no degrau da roda do ônibus, ele, seu agressor (sim, agressor, aquele que ataca, agride, provoca, invade), atrás dela. “Eu falei com você!” E nesse momento ela se deu conta que a vagabunda era ela, pois recebeu um chute nas costas.
Seu nome é Jackeline Jacomel, 27 anos, e não fez nada contra seu agressor; ao menos lhe dirigiu um olhar, nada. Em seu depoimen-to sobre o episódio ela diz: “Não consegui ter reação nenhuma, fi-quei travada tanto que continuei à frente do agressor e como ele continuou falando várias coisas e todos do ônibus estavam olhando para mim eu levantei e fui para longe. E, mesmo assim ele, conti-nuou gritando”.
Jackeline esperava que alguém fizesse algo, lhe desse auxílio, mas não. Todos da grande lotação per-maneceram imóveis, intactos e silenciosos: “De todas as pessoas, somente um homem me ajudou por-que percebeu que eu estava muito abalada, tremendo
e segurando o choro. O rapaz queria me bater novamente e ele disse para que eu ficasse do lado dele, que ele iria me acompanhar até que o rapaz se afastasse. O que é mais frustrante é saber que eu podia ter apanhado dentro de um ônibus lotado e talvez ninguém fizesse nada”.
Segundo o psicólogo Paulo Scher, a agressão verbal é uma forma de violência psicológica não rara contra as mulheres. A nossa sociedade aceita a agressão
física e não dá a mínima para agressão verbal. Trata--se de um tipo de agressão que visa primeiramente afe-tar o indivíduo psicologica-mente, ficando a violência física em segundo plano.
A violência de um modo geral encontra-se enraizada na sociedade desde os seus primórdios, em todos os aspectos. Po-de-se percebê-la como um fenômeno cotidiano que se insere desde o âmbito público até o espaço do-méstico.
Ana Cristina Pache-co, 25 anos, estava pas-seando na rua XV com sua mãe e seu filho de 10 meses quando o ra-
Não podia deixar que ele chegasse tão perto, pois poderia causar algum dano a mim ou ao meu filhoAna Cristina Pacheco
O que diz a leiA lei Maria da Penha define no artigo 7° da Lei n°
11.340/2006 como violência psicológica qualquer con-duta que cause dano emocional, diminuição da autoes-tima, ou que vise degradar suas ações. É a forma mais subjetiva, embora seja muito frequente a associação com agressões corporais. Deixa profundas marcas no desen-volvimento, podendo comprometer toda a vida mental.
De acordo com o psicólogo Armin Pauls, a agressão psicológica pode afetar a autoestima de forma negativa se a mulher não estiver bem estruturada em relação à sua autoimagem. “A profundidade dos danos está rela-cionada ao vínculo afetivo com o agressor e também ao tempo / período em que a mulher está exposta à agressão verbal”. Ele também diz que é possível que isso afete a vida e a convivência social: “O comportamento humano é baseado na forma particular de pensar e ver a vida. Com uma autoestima abalada existe uma tendência de baixa de autoconfiança, podendo gerar retraimento so-cial e episódios depressivos”.
O fato de que as mulheres são as maiores vítimas dos abusos psicológicos chama atenção para o machismo da sociedade. Conforme os especialistas, elas são pressio-nadas a suportar toda espécie de xingamento, controle sobre seus corpos e podamento de suas liberdades. E, por isso, é importante a sociedade se politizar e passar a se posicionar a respeito da violência de gênero.
paz gritou: “Compra o cachorri-nho pro seu filho”. Ele se referia ao brinquedo que era vendido por um comerciante na rua. “Vai ig-norar? Sua vaca, palhaça!”. Mas ela continuou andando, pois não havia percebido. Ele começou a caminhar lentamente atrás dela, gritando “sua palhaça, você é uma pu**”. Foi quando ela olhou pra trás e se deu conta de que ele ia atrás deles. Imediatamente, Ana Cristina pegou o celular e ligou para a polícia. “Estávamos andan-do e de repente me dei conta que ele vinha nos xingando e se apro-ximava. Não podia deixar que ele chegasse tão perto, pois poderia causar algum dano a mim ou ao meu filho”, conta.
A profundidade dos danos está relacionada ao vínculo afetivo com o agressorArmin Pauls, psicólogo
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Número 36 – Maio de 2014 9MARCO ZERO
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Solidariedade mostra o outro lado das torcidas organizadas em Curitiba
Nem sempre sinônimo de violência
Era domingo, dia 1º de julho de 2012. Coritiba e Sport se enfrentariam às 16h no Cou-
to Pereira, em jogo válido pela 7ª rodada do Campeonato Brasileiro, série A. A torcida do time pernam-bucano, Jovem do Sport, veio até Curitiba para acompanhar a parti-da, sendo recebida amigavelmente pela torcida organizada do Paraná Clube, Torcida Fúria Independente (TFI), a qual mantém uma relação de parceria e amizade.
As duas torcidas ficaram na sede da TFI aguardando o horário de ir ao estádio. O clima era bom. Tinha música, churrasco e conver-sa entre amigos. Diego Henrique Gonciero (16), torcedor do Paraná Clube e integrante da TFI, sempre participava dos eventos da Fúria e naquele dia não foi diferente. Marcou presença no churrasco. Para ele, era mais um domingo ao lado dos amigos, até que por volta das 12h30 todos foram pegos de surpresa. De acordo com testemu-nhas, três carros pararam na es-quina da sede e efetuaram 10 dis-paros contra os torcedores. Diego
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A maioria das pessoas tem como real objetivo, participar de torcidas por amar seu clube do coração e realmente torcer por ele. De acordo com Wildemar de Sena Tavares, mais conheci-do como Magrão, integrante da Torcida Fúria Independente (TFI) desde 2007, o foco de uma orga-nizada deve ser apoiar o time na arquibancada. Para ele, o grupo cresce quando esse é o verdadei-ro objetivo. "Dentro da TFI, sou a pessoa que fica puxando a galera, cantando mais alto pra não deixar baixar o volume durante o jogo. Fora da torcida levo uma vida completamente normal. Sou ge-rente de vendas no meu trabalho, sou casado e tenho minhas respon-sabilidades." Magrão também par-ticipa das ações sociais realizadas pela Fúria Independente. "No dia 27 de abril, realizamos uma ação social de Páscoa na casa de apoio Mãe Solidária, localizada no bair-ro Uberaba, ajudando cerca de 80 crianças carentes. É uma institui-ção que conta com a nossa ajuda há quatro anos".
Fabiano da Cruz Machado, integrante da Torcida Os Fanáti-cos (TOF) desde 1990 e diretor de bateria desde 1995, acredita que se criou um novo tipo de torce-dor em Curitiba. “São na maioria menores que saem de suas vilas apenas com o dinheiro do ônibus e para beber. Não entram no estádio e não tem nada a ver com torcida. Só querem saber de vandalismo e "pista", como eles mesmo falam. Não sabem o nome de um jogador
do time, nunca tocaram um instru-mento ou agitaram uma bandeira. Se um dia se extinguir as organi-zadas, o vandalismo vai continuar com nomes de vilas. É um proble-ma social difícil de lidar.” Fabia-no é produtor de eventos e viaja a trabalho o Brasil todo realizando eventos corporativos. No tempo livre, costuma ir visitar a mãe que mora no litoral de Santa Catarina. A TOF além das festas nas arqui-bancadas realiza algumas ações sociais. “Temos asilos e creches que dependem do nosso apoio. Por isso que em qualquer viagem para acompanhar algum jogo do Atléti-co ou em um evento da Fanáticos, para participar, os integrantes têm que doar um quilo de alimento, fora produtos de higiene, mas nos últimos três anos, fora da Baixada, estamos apenas sobrevivendo sem conseguir ajudar da forma que de-sejamos. ”
Membros da Torcida Império Alviverde (IAV) também costu-mam contribuir com a sociedade. “A torcida faz várias ações sociais durante o ano, como arrecadações de alimentos, material escolar, do-ação de sangue, visitas a casas de apoio a crianças e idosos. Também temos uma parceria com o Peque-no Cotolengo e todo mês alguns integrantes fazem trabalho volun-tário lá”, afirma Juliano N. Ro-drigues, conhecido na IAV como Lano desde 1993. Para ele, as bri-gas acontecem por rixas de bairros e na maioria, são menores que se envolvem nelas se aproveitando da impunidade.
A torcida faz várias ações sociais durante o ano, como arrecadações de alimentos, material escolar, doação de sangue e visitas a casas de apoio a crianças e idososJuliano N. Rodrigues
Em confusões envolvendo a torcida organizada, Lano conta que há punição para os envolvi-dos, como foi o caso do roubo no restaurante durante uma viagem para o interior do estado neste ano. “Os envolvidos que foram identi-ficados estão proibidos de viajar com a Império durante um ano e também estão tendo que prestar serviços voluntários no Pequeno Cotolengo. É importante lembrar que todo prejuízo causado nesse evento foi pago pela torcida di-retamente ao dono do estabeleci-mento.”
Muitos acreditam que acabar com as Torcidas Organizadas não será o fim da violência no futebol e sim, mascarar esse quadro, pois os baderneiros continuarão pra-ticando os atos de violência, mas facilitando a não identificação dos envolvidos. Sem contar que a ex-tinção das organizadas irá tirar o brilho e a alegria do estádio. “Eu espero que as T.Os se empenhem o seu verdadeiro propósito que é a festa nos estádios e apoiar o time. Devemos agir para punir os envol-vidos em confusões e atos de van-dalismo para a sociedade perceber que não apoiamos essas atitudes, mas também pedimos mais liber-dade nas arquibancadas, pois hoje quase tudo que ajuda a fazer uma bela festa nos estádios está proibi-do pelo estatuto do torcedor, que foi feito por pessoas sem a menor vivência de torcida e sem ouvir a nossa opinião”, diz Lano.
Henrique foi atingido por um tiro na cabeça e morreu a caminho do hospital. "O Diego era o caçula da nossa torcida. Entrou cedo e logo foi para a bateria. Era comprome-tido e ficava bravo quando errava tocando. Sempre estava na sede e tinha o respeito de todos mesmo com a pouca idade. Sempre mui-to humilde e de bem com a vida. A perda dele foi muito difícil para todos da torcida, pois ele era que-rido. É difícil falar dele e não vir as lágrimas" diz Wildemar, amigo de Diego.
Esse foi mais um caso de violên-cia envolvendo torcidas organizadas em Curitiba. Mas será que todos que fazem parte desses grupos são pes-soas de má índole? Será que todo torcedor é baderneiro?
A maioria das pessoas tem como o real objetivo, participar de torcidas por amar seu Clube do coração e realmente torcer por ele
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Número 36 – Maio de 201410 MARCO ZERO
CIDADE
Saldanha Marinho, mais que um patrimônio histórico
Não preciso sair de Curi-tiba para me sentir em Buenos Aires”, brinca
Ricardo Linsigen, 42 anos, corre-tor de imóveis. Ele se refere a um dos pontos históricos de mais fácil acesso da cidade, a Rua Saldanha Marinho, por onde muitos passam diariamente, cujas construções em seu trecho inicial o fazem recordar das ruas boêmias que ele contem-plou na capital argentina. Após nascer entre a Catedral Metropoli-tana e a Praça Tiradentes, esta rua – que por duas quadras é dedicada preferencialmente à circulação de pedestres, uma espécie de mini calçadão – segue seu trajeto, para-lelo à Cruz Machado, até chegar à Praça Espanha, já na nobre região do Batel. E é justamente durante essas duas primeiras quadras que o seu status histórico fica mais evi-dente.
São prédios clássicos, em que há casas comerciais tradicionalís-simas, que por sua vez dividem espaço com bares não menos sau-dosistas, criando toda uma ambien-tação – acentuada por postes de luz de arquitetura quase medieval, adicionados no meio do calçadão formado neste trecho – que trazem à mente uma Curitiba de muitos anos atrás. “Sinto-me passeando pela capital das décadas de 1940 e 1950”, admira o corretor de segu-ros Eron Bernardino, 37, que mora em Colombo e há 13 anos trabalha no centro da capital paranaense. O militar Jonathan Carva-lho Buenos, 20 anos, há três morador de Curitiba, diz pas-sar por essa rua desde que veio morar na cidade, e que constatou no decorrer dos anos que os bares e açougues perma-necem iguais. “A rua histórica nos traz bem mais do que a sensação de estarmos em outro país, é um pedaço do
Curitibanos falam da admiração que sentem por essa via no centro
RobertoOliveira
AndressaManzani
passado, em meio a tantas cons-truções inovadoras. A Saldanha Marinho nos mostra de forma simples como nossos antepassa-dos viviam”.
Por conta de sua loca-lização e extensão,
essa rua oferece também uma ótima opção a quem quei-ra atravessar o centro da cidade sem ter que pas-
sar pelo movi-mentado trânsito
de pedestres que predomina durante quase todo o dia no extenso calçadão da
XV de Novembro. E o carinho que os moradores têm por esta rua, como também por outras que englobam o Centro His-tórico, se reflete no desejo de vê-las ainda mais bem cuidadas. Mo-radora de Almi-rante Tamanda-ré, Juliana de Castro, auxiliar administrativa, 22 anos, há cinco passa pela região do Largo da Ordem para ir e voltar do trabalho. Para ela, “poderiam investir mais na se-gurança, pois é difícil passar por aqui e se sentir protegida. Muitos drogados e moradores de rua...” Jonathan concorda. “O que preci-samos mesmo é de segurança, pois com o projeto da Copa isso pode trazer problemas para a imagem de Curitiba.” Ricardo completa que “deveria haver policiamento ostensivo na área, prevenindo as-saltos, drogas e prostituição.”
Em 2012 a Prefeitura de Curi-tiba revitalizou uma outra rua no centro de extrema importância para a cidade, a Riachuelo. Ao mesmo tempo em que ganhou novo calçamento e novas cores, o seu caráter turístico se manteve, realçado pelas construções origi-nais que permanecem, e denun-ciam o período histórico em que
foram erguidas. Ricardo acha óti-ma a ideia de uma restauração nos
mesmos moldes para a Sal-danha Marinho. Eron
concorda, e consi-dera importante para a história dos curitiba-nos um incen-tivo por parte da Prefeitura, “desde que
esses recursos sejam devida-
mente aplicados”. A limpeza é outro item
lembrado pelos cidadãos em se tratando de patrimônios históri-cos. Ricardo completa: “Podemos observar isso através do recorde das reciclagens.” Ele se refere ao material composto a partir de garrafas PET, coletado pela Usina de Reciclagem de Curitiba (Upet), que bateu o recorde de produção no ano passado. Foram 37 toneladas de flakes, ou seja, flocos de PET reutilizáveis na fabricação de di-versos elementos, entre eles cordas, cer-das, fios e carpetes. Eron observa que “todos os curitibanos são críticos neste aspecto, e gos-tam de manter a cidade limpa.”
Poderia insistir mais na segurança, pois é difícil passar por aqui e se sentir protegida. Há muitos drogados e moradores de rua.Juliana de Castro - auxiliar
administrativa
Para Juliana, “comparando com outras cidades nossa Curitiba é bem limpinha.” Mas essa opinião não é unânime. Para Jonathan, existe sim uma preservação das ruas, só que não em todos os luga-res, apenas nos que acredita ser a “cara” da cidade. “Há regiões que deixam a desejar no quesito lim-peza.”
Com a iminência da Copa do Mundo aterrissando no Brasil, os patrimônios históricos da capital serão vistos por pessoas vindas das mais diversas partes do mundo. O que eles sentirão ao caminharem pela Saldanha Marinho, bem no coração da cidade? Apesar de ser contra a realização da Copa no país, Eron acredita que a presença de turistas circulando pelo centro de Curitiba trará benefícios até
mesmo para aqueles pontos comerciais mais tradi-
cionais. Cauteloso, Ricardo chama a
atenção para a suposta cultu-ra que o curi-tibano tem de não ser um bom anfitrião,
o que poderia prejudicar. E Ju-
liana está otimista: “O evento pode superar
as expectativas, tanto para os moradores da cidade quanto para quem virá de fora”.
Grafites que podem ser vistos
na Saldanha
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mlbor/wikimedia commons
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Número 36 – Maio de 2014 11MARCO ZERO
CRÔNICA
RobertoOliveira
Tudo o que um recém-chegado a Curitiba precisa saber
Whatsapp é para todos
O aplicativo whatsapp, que foi criado para que as pessoas conversem pelo chat enviem ví-deos, fotos e até áudio, recentemente tornou-se moda após ser chamado de “zapi zapi” por uma mãe em vídeo. Esta moda levou várias pessoas a se interessarem por tal aplicativo, até mesmo as mães, que viraram piada na internet pelo seu modo de uso.
Muitos filhos divulgaram seus diálogos com suas mães por considerarem engraçados, e isso tem ocorrido cada vez mais.
Pense numa cidade. Imagi-ne a qualidade de vida que você quer ter vivendo nela.
Pensou? Capaiz! Agora, acorde para a realidade! Mas fique de boa porque, dependendo do que passou pela sua cabeça, Curitiba pode ou não ser o seu lugar. Se você curte o frio, aqui tem quase o ano inteiro, faça bom proveito. Mas, se você é daquelas pessoas que já começam a reclamar quando a temperatura baixa só um pouquinho, é melhor largar os bets, digo, é mais fácil deixar pra lá. Sim, porque tem al-gumas coisinhas que você precisa saber sobre essa cidade. Daí, não diga que ninguém te avisou. Por aqui só temos três estações: Estação Inverno, Esta-ção Rodoferroviária e Estação-Tubo. Bem isso! O calor que fez aqui no come-ço deste ano foi uma anomalia, e deixou todo mun-do por aqui de cara. O que tinha de curiti-bano quase derretendo não tá escrito. A gente não tá acostumado com isso, não, piá!
Agora pense na situ-ação: você acordando segunda-fei-ra de manhã, daí tem que levantar pra ir ao trabalho, mas fica escu-tando aquelas adoráveis e ininter-ruptas gotas de chuva que lhe dão um desejo quase incontrolável de não sair de debaixo do cobertor. Mas tudo bem, você vai trabalhar assim mesmo porque, afinal, ama-nhã é outro dia... outro dia chuvo-so. E o dia seguinte, e o próximo, e o que vem depois... Até que uma hora a sua sombrinha não aguenta mais e quebra. E agora, você vai ter que pegar chuva até alcançar a loja mais próxima? Capaiz! Fique de boa, porque eles estão logo ali, na esquina, os incansáveis vende-dores ambulantes que, quando co-meça a chover, de repente surgem do nada anunciando: “Guarda--chuva vai a dez!” Bem isso. Daí, vai chegar uma manhã que você vai estranhar quando NÃO ouvir o barulhinho da chuva que te fez companhia durante tantos dias se-guidos. Mas não se preocupe, já já ela volta! Dizem que há uma
explicação para chover tanto por aqui. Outro dia, escutaram São Pedro falando ao telefone: “En-contrei o vazamento, fica em cima de um tal de Paraná!”
Por fim pense num sentimen-to... de alegria por morar numa cidade elegante, uma das mais ar-borizadas do Brasil, onde as pes-soas acabam se encontrando casu-almente por aí, nas ruas e praças, comprovando que “Curitiba é um ovo mesmo”, uma capital cujos cidadãos caminham de boa, sem estresse, daí ainda preservam um estilo provinciano de ser, de vi-ver e de conviver. Bem isso, por-que, apesar do que dizem por aí, em pouco tempo você será, sim, muito bem acolhido pelas pessoas à sua volta, é só uma questão de confiança.
Então, se você é um recém--chegado a Curitiba, ou está pres-
tes a vir pra cá, esteja ciente dos itens aci-
ma citados, não se acanhe e seja bem-vindo. Se algo lhe dei-xar espantado, você vai ficar de cara, mas
relaxe, largue os bets, fique de boa
e saboreie a culi-nária ítalo-alemã--polonesa-brasileira que você só encontra por aqui. Em pouco
tempo, você já estará comendo pinhão, pão com vina, sonho de nata, doce de leite e chocolate, e bebendo muito leite quente, que dói o dente da gente. Daí seus filhos serão piás e gurias felizes que, quando forem à escola guar-darão seus lápis e canetas em seus penais. Daí, por mais que pareça que o dia vai esquentar, você vai se acostumar a não sair de casa sem agasalho e guarda-chuva, daí você sempre olhará para o sinaleiro an-tes de atravessar a rua, daí pegará o biarticulado no tubo que fica na canaleta, daí você ouvirá dezenas de vezes a frase “porta fechando” até finalmente chegar a sua vez de sair. Daí, se estiver no terminal, você poderá fazer conexão com o Inter 2, ou o Ligeirinho, ou o Inter-bairros, ou quem sabe um alimen-tador da região. Daí, ao chegar em casa, após essa rotineira experiência de vida, você poderá se considerar um autêntico curitibano! O frio e a chuva? Não esquenta, você se acos-tuma. Capaiz!!!
Obra de Poty Lazzarotto no
Centro de Curitiba
@TÁ NA WEBCamilla Pedroso
Conselheiros do amor
Hoje, caso haja uma dúvida na área amorosa, não é preciso chorar as pitangas com um amigo que não aguenta mais sempre o mesmo papo, pois existem blogs feitos para que você saiba como agir. Existe o “Entenda os homens” que o próprio nome já diz do que se trata, o”Casal sem vergonha” que é parecido com o “Mete a co-lher” que é um casal escrevendo sobre relaciona-mentos, questões sexuais e respondendo alguns e-mails de leitores com suas histórias ou dúvidas. Esses casais também fazem vídeos para o Youtube e estão conquistando cada vez mais seu espaço na web.
“Vlogando” a vida O vlog é uma referência ao videoblog, onde blogueiros relatavam seu dia a dia, como se um fosse
diário, só que em vídeo. Começou de fato nos Estados Unidos e com o tempo veio para o Brasil. Hoje, com os smartphones, é muito mais fácil só grava e postar, então existem muitos “vloguers” mundo a fora postando seus vídeos, principalmente no Youtube, e nem todos possuem um blog.
Curitiba faz parte desta porcentagem. Um exemplo é a atriz Kéfera Buchmann, que começou a gra-var vlogs com 17 anos para seu canal no youtube que se chama 5incominutos. Gravou paródias e sketchs de humor, e hoje com 22 anos, é apresentadora de um programa na MTV.
Kéfera Buchmann divulgando seu canal
Foto
: Rep
rodu
ção
Foto
: Rep
rodu
ção
Bill Machado /wikimedia commons
Número 36 – Maio de 201412 MARCO ZERO
ENSAIO FOTOGRÁFICO
A Rua XV de novembro, tam-bém conhecida como Rua das Flores, e que está bem
no coração da capital paranaense, não é apenas um lugar de inten-sa movimentação e comércio, mas sobretudo, local que faz parte da história de Curitiba. A rua cresceu e se desenvolveu junto com a ci-dade, e desde sempre serviu como inspiração para escritores, poetas e pintores. Sem contar que cons-tantemente serve de palco para eventos culturais, manifestações, exibições de beleza e criatividade!
Este ensaio tem como objetivo mostrar um pouquinho do cotidia-no da nossa Rua das Flores, ou Rua XV se preferir.
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Rua XV Claudia
Bilobran