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Ervas de Oshum e Logun edé, folha de logum e oxum

Publicado em 23 de janeiro de 2007por toluaye

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Ervas de Oxum

Abiu-abieiro: Sem uso na liturgia, tem folhas curativas; a parte inferior destas, colocadas nas feridas, ajudam a superar; se inverter a posição da folhas, a cura será apressada. A casca da árvore cozida tem efeito cicatrizante.

Agrião-do-Pará – Jambuaçu: É usado nas obrigações de cabeça e nos abô, para purificação de filhos; como axé nos assentamentos da deusa de água doce. A medicina caseira usa-o para combater tosses e corrigir escorbuto (carência de vitamina C). É, também, excitante.

Alfavaca-de-cobra: É usada em todas as obrigações de cabeça. No abô também é usada, o filho dorme com a cabeça coberta. Antes das doze horas do dia seguinte o emplastro é retirado, e torna-se um banho de purificação. A medicina caseira a indica como combatente ao mau-hálito.

Arapoca-branca: Suas folhas são utilizadas nas obrigações de cabeça e nos abô; no Candomblé são usadas em sacudimentos pessoais. As casacas desta servem para matar peixes. A medicina caseira utiliza as folhas como antitérmico, contra febres. Age também como excitante.

Arnica-montana: Tem pouca aplicação na Umbanda e no Candomblé. Já na medicina popular ;e muito usada, após alguns dias de infusão no otin (cachaça). Age como cicatrizante, recompondo o tecido lesado nas escoriações.

Azedinha - Treco-azedo – Três corações: É popularmente conhecida como três-corações, sem função ritualística, é apenas empregada na medicina popular como: combatente da disenteria, eliminador de gases e febrífugo.

Bananeira: Muito empregada na culinária dos Orixás. Suas folhas forram o casco da tartaruga, para arriar-se o ocaséo a Oxum. A medicina caseira prepara de sua seiva um xarope de grande eficácia nos males das vias respiratórias ou doenças do peito.

Brio-de-estudante – Barbas-de-baratas: Desta erva apenas a raiz é utilizada. Ela fornece um bom corante que é usado nas pinturas das yawo, de mistura com pemba raspada. A medicina popular utiliza o chá, meia hora antes de dormir, para ter sono tranqüilo.

Caferana-alumã: São utilizadas nas aplicações de cabeça e nos abô. Usado na medicina popular como: laxante, fazendo uma limpeza geral no estômago e intestinos, sem causar danos; é ótima combatentes; poderoso vermífugo e energético tônico.

Camará-cambará: Utilizada em quaisquer obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de purificação. A medicina caseira a emprega muito em xarope, contra a tosse e rouquidão e ainda põe fim às afecções catarrais.

Camomila-marcela: Tem restrita aplicação nas obrigações litúrgicas. Entretanto, é usada nos banhos de descarrego e nos abô. No uso popular é de grande finalidade em lavagens intestinais das crianças, contra cólicas e regularizadora das funções dos intestinos. O chá das flores é tônico e estimulante, combate as dispepsias e estimula o apetite.

Cana-fístila – Chuva-de-ouro: Aplicada nos abô e nas obrigações de cabeça, usada também nos banhos de descarrego dos filhos de Oxum. Seu uso popular é contra os males dos rins, areias e ardores. O sumo das folhas misturado com clara de ovo e sal mata impigens.

Chamana-nove-horas – Manjericona: Usada em obrigações de cabeça, nos abô e nos banhos de purificação dos filhos de Oxum. O povo a utiliza em disenterias.

Cipó-chumbo: Sem uso na liturgia, porém muito prestigiada na medicina popular, como xarope debela tosses e bronquites; seu chá é muito eficaz no combate a diarréias sanguinolentas e à icterícia; seco e reduzido a pó, cicatriza feridas rebeldes.

Erva-cidreira – Melissa: Sem uso na liturgia, sua aplicação se restringe ao âmbito da medicina caseira, que a usa como excitante e antiespasmódico, enérgico tônico do sistema nervoso. O chá feito das folhas adocicado ou puro combate as agitações nervosas, histerismos e insônia.

Erva-de-Santa-Maria: São empregadas em obrigações de cabeça e em banhos de descarrego. Como remédio caseiro é utilizada para combater lombrigas (ascárides) das crianças, também é ótimo remédio para os brônquios.

Ervilha-de-Angola – Guando: É empregada em quaisquer obrigações. O povo usa as pontas dos ramos contra hemorragias e as flores contra as moléstias dos brônquios e pulmões.

Fava-pichuri: No ritual da Umbanda e do Candomblé, usa-se a fava reduzida a pó, o defumações que trazem bons fluidos e afugenta Eguns. O povo usa o pó na preparação de chá, que é eficaz nas dispepsias e diarréias.

Flamboiant: Não é utilizado em obrigações de cabeça, sendo usado somente em algumas casas, em banhos de purificação dos filhos dos orixás. Porém suas flores tem vasto uso, como ornamento, enfeite de obrigação ou de mesas em que estejam arriadas as obrigações. Sem uso na medicina comercial.

Gengibre-zingiber: São aplicados os rizomas, a raiz, que se adiciona ao aluá e a outras bebidas. O povo a usa nos casos de hemorragia de senhoras e contra as perturbações do estômago, em chá.

Gigoga-amarela – Aguapê: Usado nos abô, nos ebori e banhos de limpeza, pois purifica o aura e afugenta ou anula Eguns. A medicina popular manda que as folhas sejam usadas como adstringente e, em gargarejos, fortalecem as cordas vocais.

Ipê-amarelo: Aplicada somente em defumações de ambientes. Na medicina popular é usada em gargarejos, contra inflamações da boca, das amígdalas e estomatite. O que vai a cozimento são a casca e a entrecasca.

Lúca-Árvore-da-pureza: Seu pendão floral é usado plena e absolutamente, em obrigações de ori dos filhos de Oxum. Não possui uso na medicina popular.

Macaçá: Aplicação litúrgica total, entra em todas as obrigações de ori nos abô e purificação dos filhos dos orixás. O povo a usa para debelar tosses e catarros brônquios; é usada ainda contra gases intestinais.

Mãe-boa: É erva sagrada de Oxum. Só é usada nas obrigações ritualísticas, que se restringe aos banhos de limpeza. Muito usada pelo povo contra o reumatismo, em chá ou banho.

Malmequer – Calêndula: É usada em todas as obrigações de ori e nos abô, e nos banhos de purificação dos filhos de Oxum. As flores são excitantes, reguladoras do fluxo menstrual. As folhas são aplicadas em fricções ou fumigações para facilitar a regra feminina.

Malmequer-do-campo: Não é aplicada nas obrigações do ritual. Na medicina popular tem função cicatrizante de feridas e úlceras, colocando o sumo de flores e folhas sobre a ferida.

Malmequer-miúdo: Aplicado em quaisquer obrigações de ori, nos abô e nos banhos de limpeza dos filhos que se encontram recolhidos para feitura do santo. Como remédio caseiro, é cicatrizante e excitante.

Orriri-de-Oxum: Entra em todas as obrigações de ori, nos banhos de limpeza. O povo a indica como diurético e estimulador das funções hepáticas.

Vassourinha-de-botão: Muito usado nos sacudimentos pessoais. Não possui qualquer uso na medicina popular.

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Ervas de Logun Edé

Logun Edé, em sua passagem pela Terra, se apropriou das ervas de seus pais para por fim aos males terrenos; curou muitas pessoas e ainda cura até os dias de hoje aqueles que nele depositam sua fé. Além de todas as ervas de Oxum e Oxóssi que ele utiliza para curar, destaca-se, ainda, uma única de sua propriedade, hoje de grande importância para a medicina caseira: o Piperegum Verde e Amarelo.

Piperegum Verde e Amarelo : Planta sagrada de Logun Edé, originária de Guiné, na África. Trata-se de uma erva que possui extraordinário efeitos nas várias obrigações do ritual, possuindo grande eficácia nos sacudimentos pessoais e domiciliares e nos abô como afastamento de mão de cabeça no caso de pai e mãe de santo vivo, cercando as pernas da pessoa com folhas de piperegum ou amarradas ao tornozelo; feito isso, a cerimônia é iniciada. A medicina caseira aponta o piperegum como um dos melhores remédios para debelar o reumatismo, devendo ser usado em banhos ou compressas.

Esta previsão é para a comunidade do Ilê Axé Ijino Ilu Orossi e todos seus seguidores. Cabendo a cada individuo procurar seu terreiro para aconselhamento, com o seu sacerdote de confiança, sabendo-se que cada Babalorixá tem sua ótica e aprendizado, afirmando assim o Orixá mais propicio para reger a sua comunidade, baseando-se na necessidade de seus filhos e adeptos.

2013 pode ser compreendido como 20 +13 = 33, como a tabela de Odu só vai até 16 e quando passa somamos, e emcontraremos 3+3= 6. Obará.

Outra interpretação é somar número por número. 2+0+1+3 = 6. Obará nos caminhos de: Oxosi, Xango e Logunede.

Por sua vez podemos somar grupos válidos na tabela de Odu, vejamos o exemplo: 20=2 e 13=13 ou seja (2+13= 15) Obéogundá nos caminhos de: Iyewa, Ogum e Oba.

Os cálculos elaborados para se chegar a essa dominância anual; varia de acordo com os elementos trabalhados na vertente buscada. Ou seja, os dirigentes e zeladores buscam essa

informação através dos meios em que foram ensinados em suas casas de origem. Uns utilizam os búzios, outros a numerologia etc, além de consultas às entidades espirituais com as quais trabalham. Isso faz com que ocorram divergências (e não erros), com as energias captadas por cada um.

Portanto não devemos dizer que um Babalorixá discorda de outro ou que nunca estamos em acordo entre nós (nossos desafetos adoram essas afirmações). As energias trabalhadas por mim em meu terreiro podem ser totalmente diferentes daquelas utilizadas por outro dirigente, o que, fatalmente, poderá nos trazer diferentes informações. Apesar disso acontecer com frequência, sempre há um orixá que aparece como regente em noventa por cento das previsões sejam elas da Umbanda ou do Candomblé, pois é a energia dominante. Outros orixás aparecem como divergentes por estarem dentro do campo de trabalho do Babalorixá que efetuou os cálculos. Por isso sempre aconselho: procure saber junto ao seu Babalorixá qual será o orixá regente e tenha absoluta certeza que ali, dentro desse terreiro, as energias encontradas por ele para essa regência, são as que efetivamente comandarão o ano. Pelos meus cálculos e devidas consultas ao Oráculo confirmo para todos os Filhos, Adeptos e simpatizantes do Ile Axé Ijino Ilu Orossi,o ano será comandado pelos orixás citados no inicio do texto: Ogum, Oxosi, Xango, Logunede, Obá e Iyewa. Babalorixá José Antonio de Almeida. Toluaye Jose Antonio (Toluaye) Baba Lokanfu. Saletê Ifakulê.

Os Odus que reinar no Ano de 2013 será Obará e Ogbéogundá.

As pessoas que estão sob essa influência de Obará, quase sempre são vítimas de calúnia, problemas com justiça, rompimento com casos amorosos, perda de emprego ou de qualquer outra oportunidade boa, isto é, se ele se apresentar 3 vezes consecutivas, através de ebó, poderá a qualquer momento receber auxílio inesperado, portanto deverá pegar as oportunidades por melhor que se apresentem.

- as pessoas regidas por esse ODÚ, possuem grandes idéias e passam boa parte de sua vida tentando realizá-las e dificilmente encontram meios de como começar, algumas vezes, ou na maioria fracassam por não pedirem ajuda, porém todo o sofrimento não é duradouro, e as pessoas acabam vencendo pela força de vontade, devido a possuírem espírito de luta e não se entregarem facilmente. São batalhadoras e possuem o privilégio de muita proteção espiritual e também dos outros ODÚ, que se dobram a ÒBÁRÁ. Se, numa situação difícil, procurarem o auxílio de um amigo, serão prontamente atendidos.

- se cair 3 vezes seguidas, é sinal de perdas totais.

- se 3 ou 4 vezes, também passa a suspeita de ligação com Abiku porém essa situação não quer dizer que o consulente seja Abiku, mas que tenha contato (pai, mãe, filho, esposa, marido, irmão (ã).

- quanto ao presente, deverá ser colocado numa pedra em lugar alto, dentro de uma mata.

- na volta dar um amalá para SANGO, acarajé para OYA, além de comida para ÈSÚ e ÒSÁLÁ.

- Obéogundá, possui uma função muito severa, a qual é iniciar inúmeras situações desconcertantes até ocasionar guerra, geralmente através de intrigas, invejas e ambições.

- Quando ele determina castigos em sua fase regida, as situações se tornam por demais perigosas e delicadas, ocasionando danos morais e materiais, tais como: processos, separações, perda de dinheiro, propriedades, objetos de muito valor, perda de emprego, risco de haver um crime, risco de incêndio.

- Entre tantas situações pesadas, esse ODÚ também adverte sérias perturbações orgânicas e uma demanda perigosa com um homem, por provocações iniciadas por uma mulher.

- Apesar de imposições rígidas desse ODÚ, o mesmo, após algumas séries de experimentações, finalmente alivia as pessoas regidas por ele, possibilitando vitórias, principalmente quando existir questões relacionadas com a justiça, as quais obterão julgamentos justos.

- As pessoas desse ODÚ ou sob sua influência, são favorecidas apenas em pequenos negócios e pequenos lucros, poucas são as possibilidades de sucesso, mas também não quer dizer que as pessoas desse ODÚ serão sempre pobres sem que realizem alguns dos seus projetos e sonhos.

As Oferendas para este Odu, podem ser colocadas na Água e Estradas.

Na volta dar oferenda de Inhame. Boa sote a todos e muito Obrigado.

O OVO (EYIN) E SUA IMPORTÂNCIA DENTRO DO CULTO AOS ÒRÌSÀ

Publicado em 22 de abril de 2013por toluaye

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O ovo e sua importância e utilidade dentro da nossa Liturgia, Preceitos e Fundamentos.

O ovo é o principal e maior símbolo da fertilidade, utilizado amplamente nos rituais de INICIAÇÃO, EBORÍ, EBO para reativar a energia positiva como também retirar as energias negativas.

O OVO (EYIN) E SUA IMPORTÂNCIA DENTRO DO CULTO AOS ÒRÌSÀ

Existem vários ITAN dos Tratados de IFÁ relatando a grande importância do EYIN.

Um deles conta que OLÓDÙMARÈ estava para dar origem ao universo, tinha num pote de barro “4 ovos”.

Com o 1º ovo, deu origem a ÒÒSÀÀLÁ, ÒRÌSÀNLÁ ou OBÀTÁLÁ, surgindo na explosão da luz, sem forma, assim ÒÒSÀÀLÁ surgiu no mundo.

Com o 2º ovo, deu origem a ÒGÚN, a forma.

Com o 3º, deu origem a OBALÚWÀIYÉ, a estrutura.

O 4º ovo acidentalmente cai de suas mãos, estourando-se no chão e revelando sua riqueza.

Originou-se assim, a primeira Mãe ancestral chamada ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, expondo o segredo de sua riqueza para o grande PAI, ou seja, mostrando seu poder de fertilidade sobrenatural, exposto a olho nu, diante do Deus Supremo, nascendo assim a fonte mantenedora da vida.

O Ovo possui três diferentes cores, associado às cores principais e primordiais do universo:

- o ovo de casca azul, representando a cor preta DÚDÚ relacionada com a escuridão (a falta de luz nas profundezas da terra e dos mares).

- O ovo de casca branca, relacionada a explosão da luz.

- O ovo de casca vermelha, relacionada ao ÀSE = fogo mantenedor da fertilidade totalmente relacionado ao poder astral.

Seu conteúdo possui diversas características e a maioria das vezes, é branco, frágil e oval; dele nasce um novo ser associado à idéia de que o universo surgiu primordialmente dele próprio, na forma de um protótipo do mundo, como um filho de asas negras = ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ,

que foi cortejada pelo FUN FUN (branco) = ÒÒSÀÀLÁ, ÒRÌSÀNLÁ ou OBÀTÁLÁ.

O ovo é uma célula reprodutora feminina dos animais, chamada macro-gameta ou seja, rudimento de um novo ser organizado e primeiro produto do encontro dos dois sexos, pelos quais desenvolve a possibilidade de existência do feto.

Origem e princípio, uma imagem viva do grande mundo (O Universo), em oposição ao microcosmo (o homem).

O Ovo é resultante da composição e fecundação de óvulos, possuindo 4 partes:

A 1ª parte é a casca, que representa o útero (invólucro mítico).

A 2ª parte é a membrana interna, que representa a bolsa, placenta uterina (parede defensora).

A 3ª parte é a clara, matéria viscosa e esbranquiçada, do grupo das proteínas que representa o útero.

A 4ª parte é a gema amarela, parte intima central e globular, suscetível de reproduzir, a qual representa o feto, um novo ser esta sendo gerado, preparado para nascer e atuar no que for necessário.

O mito do ovo está presente em todas as culturas antigas, entre elas a Africana, Fenícia, Chinesa, Eslava, Polinésia, Hindu, Hebraica e demais.

A força germinal contida no ovo, esta associada à energia vital com grande desenvolvimento através de ÈSÙ, motivo pelo qual, tanto o ovo, quanto ÈSÙ desempenham uma função importantíssima no CULTO aos ÒRÌSÁ, principalmente no culto de ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, ÒSUN, YEWÀ, OYA, OBALÚWÀIYÉ.

Confirmando uma total conexão com a fertilidade, magias para o amor, purificando e quebrando forças maléficas.

A gema, sangue germinal unida à clara vamos ter nutrientes e hidratação, transformados num único ser vivo individual no interior do ovo; plagiando o mesmo processo no interior do útero, que indiscutivelmente é o mesmo processo que acontece nos nossos rituais, a mesma idéia de união do casal universal OBÀTÁLÁ e YEMOWO.

Mas no contexto do ovo acontece mais rapidamente, não existindo nenhum tipo de vínculo biológico entre a mãe e o filho, ou seja, não existe cordão umbilical.

Isto explica o poder contido no ovo por si só, o qual foi um elemento criado diretamente pelo todo poderoso OLÓDÙMARÈ, que colocou primeiramente o Ovo no mundo, logo depois surgindo dele a vida, ou seja, a ave.

Por isso, o ovo é um elemento originado diretamente pelo Criador, o símbolo mais importante que representa o poder de ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, Mãe Ancestral, que necessita intrinsecamente do poder masculino de ÒÒSÀÀLÁ, ÒRÌSÀNLÁ ou OBÀTÁLÁ, o qual faz do ovo um elemento de muito ÀSE (poder realizador).

O ovo é utilizado amplamente em vários rituais dos nossos preceitos, que depois de encantados com os OFÒ, ORÍKÌ ou GBÀDÚRÁ; tem a finalidade de neutralizar o mal, as energias negativas e purificar o ORÍ dos OMO ÒRÌSÀ KON.

Sendo um elemento de manipulação, atua como agente de purificação nos EBO entes da INICIAÇÃO dos OMO ÒRÌSÀ KON; melhora assim o ORÍ que ira receber as oferendas do EBORÍ; para que o nosso ÒRÌSÀ ORÍ que é a central de ligação entre o nosso corpo com o nosso ÒRÌSÀ ÈLÉÈDÁ esteja em perfeita harmonia; é o caminho para podermos superar os obstáculos em nossa vida, para que esta possa estar em harmonia e energeticamente positiva.

O ovo também é utilizado com a finalidade de se obter fertilidade, atrair dinheiro, produtividade nos negócios e serenidade em certas situações.

O ovo cozido é utilizado inteiro sobre os EBO ( oferendas) para os ÒRÌSÀ.

Quando cozido e esfarinhado e misturado ao EKURU também esfarinhado, é espalhado sobre o solo da casa dos ÒRÌSÀ, tendo a finalidade de agradar as ÁJÈ ( feiticeiras astrais), neutralizando as energias negativas, quando é invocado neste ritual.

As ÁJÈ, sob o domínio de ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, ÈSÚ e OBALÚWÀIYÉ, propiciarão abundancia e prosperidade para a Casa Templo.

O ovo cru quando utilizado inteiro em oferendas, tem a função de tranqüilizar e acalmar.

Por isso é comum vermos muitos ovos crus colocados nos pés de certos OJÙBÓ (assentamentos dos ÒRÌSÀ).

A finalidade será de atrair abundância e proteção, fazendo com que todos os ÒRÌSÀ compreendam perfeitamente que o EBO é uma suplica, e, dependendo da força energética e essência de cada ÒRÌSÀ, esta não só atuará no tocante a fertilidade mais também proporcionara dinheiro, sorte, saúde e desenvolvimento na vida.

Já quando quebrados diretamente na cabeça, têm a função poderosa de purificar e livrar até 80% de qualquer tipo de feitiço ou qualquer outro tipo de negatividade que esteja sobre o Orí de uma pessoa.

Quando em um EBO, ovos crus são atirados no chão ou quebrados em cima do corpo de uma pessoa, que vulgarmente este ato é chamado de descarrego; terá a finalidade fazer uma modificação nos caminhos desta, tirando as dificuldades da vida da pessoa ou qualquer força energética negativa.

Ao ser quebrado, ele revela sua riqueza e seu poder; pois no exato momento que é quebrado, o ovo não terá mais a possibilidade de germinar, ou seja, nascer algo dele, em uma substituição ou troca, que acabará com o problema que aflige a pessoa, possibilitando o fim uma situação negativa.

Por este motivo é que o ovo cru deve ser quebrado, principalmente no ORÍ dos OMO ÒRÌSÀ KON, em uma preparação do ORÍ, que logo depois irá receber os outros elementos que fazem parte para a veiculação e transmissão do poder do Àse.

Começando primeiramente pelo ÈJÈ DÚDÚ o ÀGBO, em seguida o ÈJÈ PUPA das aves ou quadrúpedes, e, finalmente o ÈJÈ FUNFUN do ÌGBÍN, colocado por cima de tudo; purificando e possibilitando a existência e a veiculação e transmissão do ÀSE.

Com a união dos três sangues primordiais, após ter sido purificada com o ovo cru, possibilita assim a pessoa a obter sorte, dinheiro, felicidade, prosperidade, saúde, tranqüilidade e paz.

Quando um ovo é quebrado em qualquer ritual, o nome das ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ é respeitosamente citado e reverenciado, porque, qualquer que seja o ovo, este lhe pertencerá, como relata vários ITAN dos Tratados de IFÁ – Corpo Literário de IFÁ

Quebrar um ovo na rua atirando ao chão pela manhã, por três ou sete dias consecutivos, chamando por ELÉGÁRA e ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, e espargindo dendê por cima do ovo, é um simples e poderoso ritual do Culto a ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ; com a finalidade de afastar qualquer tipo de dificuldade ou prejuízo, acalmando qualquer energia desfavorável no caminho de uma pessoa.

O OVO DE PATA-PÉPÉYE

O “Ovo de pata” é o símbolo da vida e umas das proibições de Ikú.

A utilização do ovo de pata cru é essencial em certos rituais, tendo como finalidade quebrar as forças da morte, das doenças e das perdas.

Quando cozido e esfarinhado, é utilizado como agente purificador, quando é passado pelo corpo de uma pessoa em EBO de EGÚNGÚN ou ONÍLÈ.

Com casca e seco ao sol, transformado em pó, é utilizado no IGBÁ-Orí e assentamentos de ÒRÌSÀ que tenham relação com Ikú.

“Ovo de pata cru:” enfraquece a força da morte, doenças graves e perdas.

Assim, o ovo de pata pode ser utilizado nos EBO IKÚ, tirando qualquer tipo de morte, seja material, espiritual, financeira ou sentimental.

OVO DE GALINHA – ABO ADIE

Ovo de galinha cru: purifica e tranqüiliza.

Ovo de galinha cozido: tira doenças.

Ovo de galinha esfarinhado: neutraliza negatividade do ambiente, atrai prosperidade e abundância.

OVO DE CODORNA

Ovo de codorna: Neutraliza feitiços.

OVO DE GALINHA D’ ANGOLA- ETÙ

Ovo de D’ Angola: traz dinheiro, sorte, prosperidade, riqueza e sucesso nos negócios.

OVO DE POMBA-EYELÉ

Ovo de pomba: traz tranqüilidade e fertilidade.

Oriki ty Obara. Reza para Obara. 16 odu de Obara.

Publicado em 6 de junho de 2013por toluaye

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OBARA MEJI OBARA MEJI ONII OLABARA EJEBAM KIKATE AWO KOMAKATE ARAJE KOMOKATE ARA ORUN ADAFUM LOGBO EIEKO OROFO LORUGBO LOGBO TUNUYEN

OBARAOGBE/OBARABOGBE OBARABOGBE LANTOSI OMODU OMI KE EBOADA OKILANFIRU EKU OKILANFIRU EJA, OKILANFIRU JIO-JIO TO IBAN JOKOBONI ELEBO

OBARAYEKU OBARAYEKU KEKERE OMA AJE, ERI OMI, AJE AIBU, OMA AJE APUPARE APUPE GOGOIKU OPA WEWE, IKU APASHERE ORUNMILA LORUGBO IDAA AGUTAN EBEWA AKUKO LEBO

OBARAIWORI OBARA KORI ANKO NIBE ERANKO EKU IBA EWEFA ELEBO OBARAIWORI ADIFAFUM ESHU

OBARADI OBARADI BARA, BARADI, BARA, BARADI ADIFAFUM RAWO ELUBO OKOROKO OMA SHOKOJO EURE OWOLO MENI ELEBO

OBARAKOSO OBARAKOSO IFA DURO, IFA MURE IREKUN KAFEREFUM ORUNMILA ESHU ATI OGUN

OBARAWONRIN OBARAWONRIN OBARANIFE JUJU OMO OLUWO ATOPOLO OBARA KELEJI OBARA NI WANI ALEJO OLORI, LAYE SOSGBO ONI WANI ELEGBARA KULUIYE OBARA ONI WANI KUTO KUM

OBARAKANA OBARAKANA OLODAFUM ORUNMILA ONI PAREKI KODAPA ESHU IFA ELEGBARA LOTEMI PELE AWO ATI IWE ESSE NITASI ADIFAFUM OBARA IFA MI KAFEREFUM SHANGO ATI OYA

OBARAGUNDA OBARAGUNDA SHANGO ABITI INTORI OGUN OFE NI OMUM INTORI OTI NI OBINI OFO INA LOBA KAFEREFUM OSHUM LODAFUM SHANGO ATI OYA

OBARASA OBARA KUKUTE KUKU ADIFA JOKO, KUNIE ADIFA JOKO, KONI NIBOGELE ARORO LO URO SIKOTA EKODIDE, EIYELE MEJI

OBARAKA OBARA KASIKA LEGUN OMODE OLOFIN IKA LELE ARAMANAMA AKATAMPO ADIFAFUM AYE, ADIFAFUM ESHIYE OMO OLOFIN ABOROM LIMILE AKATI ASHE TE LEWA OLOFIN SHANGO UMBO WA BELEFUNADE OLOFIN LODAFUM AGUNGUN ORUN NI MALE OBARATRUPON

OBARA TUMBU NIENDI ADIFAFUM BABA LONTOBI OMA ARETO YU EBO OMA SUNEKE NANGA

OBARATURA OBARA KUSHIYO AKE EURE ASHO BONI BURO GULANDAA BARA BANIREGUN ORUNMILA LORUGBO ESHU ELEBO OUNKO EKODIDE EIYELE, AKUKO,OMI ELEBO OWO ELEBO

OBARAKEETE OBARA KETEIFA ONI RETEWA ADIFAFUN ASHE WITA INTORI AWA SHOLU LORI OKUNI SINI OLOKUN

OBARASHE OBARASHE OFUYERE, OBARASHEKE ODILONA KORUBO AGUSHE ABASHE, AWO EIYELE AWO AUN AWO KAFEREFUM OBA, KAFEREFUM ODU KAFEREFUM ORUNMILA

OBARAFUN OBARAFUN IKI AWO INLE ADO IREBE AWO IBA ASESI ADABA, AWO BO ETE ETA OBINI SHAWO IBA IRO ADIFAFUM OLOFIN LUBA OMO ADA ILU ABEBOADIE MEJI ELEBO.

Entrevista De Toluaye Para Revista Povo De Santo E Asè de Portugal 2012/13 Número 26.

Publicado em 21 de dezembro de 2012por toluaye

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PSA: Babalórórísá Toluayê, para quem não o conhece, poderia por favor fazer um breve resumo da sua caminhada espiritual, e mais exactamente, a sua ligação ao Candomblé?

R. Sou José Antônio de Almeida, brasileiro, patologista, sacerdote do candomblé, babalorixá do Ilè Asé Ijino Ilu Orossi. Meu nome religioso é Baba Lokanfu, sendo conhecido na internet, através de blogs e redes sociais, como Toluaye Jose Antonio.

Aos oito anos de idade comecei a ter visões e manifestações, julgado pelo meu pai biológico, de ascendência Portugesa, como distúrbios ou perturbações psicológicas, sendo indicado um profissional da área psiquiátrica para tratamentos. Depois de alguns anos com referidos tratamentos, por meio, inclusive, de medicamentos psicotrópicos, os sintomas continuaram. Meu pai, em discursões com minha minha mãe biológica, de ascendência Africana, chegaram à conclusão de que era preciso pedir ajuda à cultura afro-brasileira (Candomblé), na qual fui acolhido e iniciado como Iawo ao 15 anos e quatro meses de idade, mais precisamente no dia três de janeiro 1976, no barco de 8 (oito) pessoas, como omo orixá, pela Iyalorixá Alaíde Pereira dos Santos (ylukeran), no terreiro Ilê Ominajexá, originalmente da nação ketu (antigo nago-vodun), situado na rua Xangô, número 30, Itapoan, Salvador, Bahia, Brasil.

PSA: Conte-nos por favor como nasceu o seu Ilé Asè: Ile Ase Ijino Ilu Orossi.

R- O Ilê Axé Ijino Ilu Orossi teve o seu nascimento em janeiro de 1981, registrado na federação do Culto Afro Brasileiro de Salvador, como Centro do Caboclo Serra Negra, matrícula de número 1370, pelo fato de só ter cinco anos de iniciado e não ter minha obrigação de sete anos efetivada. Por conta de tais fatos, foi monitorado e assistido, sob a responsabilidade de minha yialorixá já mencionada, até minha maturidade espiritual. Ganhado o registro definitivo em 16 de maio de 1984, depois do meu Oyê, (Àwon Ipò Òrìsà), o mesmo que o Deka no candomblé de Angola, sendo outorgado Babalorixá do Ilè Asé Ijino Ilu Orossi.

PSA:O Ile Ase Ijino Ilu Orossi conta com a sua presença no Mapeamento dos Terreiros de Candomblé de Salvador. Qual a importância deste facto e como acha que trabalhos deste género poderão auxiliar a religião.

R- Como é consabido, nossa religião sempre foi perseguida, maltratada e difamada, não só pela religião dominante, mas por todas as outras e pela maior parte da sociedade brasileira. Por tais fatos, os adeptos e fundadores de terreiros esconderam suas crenças e negaram os seus templos, com o intuito de não sofrerern discriminações, violências físicas e psicológicas. A

nossa cultura sempre foi oral, assim também como a localização dos terreiros, onde qualquer escrita ou registro sobre o Candomblé era quase um sacrilégio. O mapeamento dos terreiros, embora não tenha sido o primeiro, é a garantia do reconhencimento e imortalidade da nossa resistência e a certeza de no futuro os nossos terreiros não serão apenas ocupados no imaginário coletivo do povo do santo; como exemplo o “Imaginário Candomblé da Barroquinha” que até hoje não se tem uma prova concreta da sua existência.

PSA: Quais os princípios pelos quais norteia o seu Ilé?

R- São tantos os princípios pelos quais norteiam nosso Orossi, pelo que poderia responder durante dias, e não caberia em dez edições desta conceituada revista. Mas posso citar, por exemplo, o principal deles que é o acolhimento. Acolhimento incondicional ao humano idependente de raça, credo ou ideologia, pois acreditamos que o sagrado (os Orixás) vive no homem e através dele, assim sendo, não somente o nosso Ilê Orossi, mas todas as casas de Axé, apoiam, reeducam, acalentam, alimentam, mostrando e ensinando a respeitar, amar e louvar os Deuses incondicionalmente.

PSA: Quantos omo Orisá tem actualmente?

R. Difícil de precisar, pois para o povo do santo que sempre viveu e se educou na oralidade, como já mencionado, e não pela escrita é quase impossível contabilizar., embora posso afirmar que já passa dos cinquenta barcos de Iyawos, sendo que cada barco é composto, em média, de uma a quatro pessoas. Por sua vez, todo Babalorixá tem que considerar como filho não só os iniciados na feitura se santo, mas também todos aqueles que de alguma forma buscam o aconchego em nosso Terreiro, mesmo uma pessoa que venha nos procurar para fazer um simples egbó (limpeza espiritual do corpo), igualmente, aqueles que passaram pelo ritual do Bori.

PSA: Sendo um estudioso dos cultos aos Orísás, sabemos que para aprofundar os seus conhecimentos sobre o assunto, se deslocou à região Yoruba. Conte-nos um pouco dessa experiência.

R- O Continente Africano é particular, totalmente diferente da nossa cultura ocidental, etretanto com muita semelhança nos ritos sagrado para os Orixás e Voduns. Depois do

falecimento de minha Iyalorixá, tive a nescessidade de buscar complementos para seguir minha caminhada de axé, Lessé Orixá.

Tendo como patrono o Orixá Obaluaye (Sakpata) dono da minha cabeça (Ori). A tradição apontava a origem do culto de Sakpatá na localidade de Kpeyin Vedji, na cidade de Savalú, um enclave iorubá dentro do território mahi a noroeste de Abomei. Desta dupla procedência permanece a curiosidade de que Sakpatá é considerado uma divindade iorubá (“nagô”) pelos fon e gun (“jêje”) pelos iorubás.

Dias depois de ter meu passaporte em mãos, confiscado pelas autoridades locais, pelo fato de não ter tirado o visto para entrar no Benin, juntamente com uma pesquisadoura francesa da cultura afro-brasileira e antropóloga Kadya Tall, e um ator dramaturgo, natural do Benin, chamado Camille Amouro, responsável em fazer toda tradução da lingua fon para o Francês, seguimos em direção à Savalu na busca de um Bokonum (Sacerdote de Ifá (Fá)), no sentido de consultar os Deuses e seguir as suas orientações.

Confirmando os rituais para purificação e andamentos dos meus objetivos, fui acolhido no templo de uma sacerdotisa do culto a Nanã Buruku, ritos inerentes às minhas buscas e determinações. Após, seguindo para outro templo indicado pelo Rei de Savalu, recebi das mãos do Chefe de Culto (Babalorixá) um colar feito de misangas intercalados de pedras da montanha de Savalu, na qual se cultua Obaluaye (Sakpatá), juntamente com duas pequenas pedras, para serem colocadas no Terreiro de Candomblé no Brasil. Foi um experiência inesquecivel. Recomendo à todos o “Mercado dos Feitiços” (”Marché des Fétiches”), como um dos lugares para se visitar. Consiste de uma feira ao ar livre onde se pode comprar de tudo, desde tecidos requintados, até amuletos e poções para rituais e magias.

PSA: Quais as principais diferenças que encontrou no culto aos Orísás, face aquilo que conhecia no Brasil?

R- A diferença maior era que não escutava uma só palavra em português e, também, não entendia absolutamente nada na língua fon; Neste momento confesso que fique totalmente perdido e me questionei da seguinte forma: o quê realmente eu vim buscar aqui, se não estou entendendo absolutamente nada? Quando de repente fui chamado ao interior de uma cabana e me deparei com uma linda pedra do tamanho de um homem, mais ou menos de dois metros de altura, a qual nada mais era do que parte da montanha onde se cultuava o Orixá Obaluaye (Sakpata). Havia algumas pessoas falando e cantando Yorubá (a lingua sagrada dos Deuses), pelo que neste momento me dei conta que tinha chegado em casa e nada mais era estranho, pelo contrário, tudo era familiar…

PSA: Como vê o Candomblé no Brasil nos dias que correm?

R- Muito melhor que no tempo outrora! Em primeiro lugar, e o mais importante, é ter a liberdade de culto, sem medo das autoridades politicas, bem como dos fanáticos religiosos de invadirem nosso terreiro sem pelo menos ter o direito de nos defender, como era no passado recente. Outro ponto é que a qualidade dos materiais utilizados nos nossos rituais são melhores e podemos escolher entre o nacional e o importado da África. Cito como exemplos os seguintes materiais: okodidé, aridan, obi, orobo, dentre outros. Todos eles são importantes para os ritos sagrados, no sentido de estar se repetindo a receita fidedigna dos nossos ancestrais. Sem deixar de citar a oportunidade que o povo de santo, bem como todos os afros-descendentes têm de frequentar uma escola, universidade, tendo assim acesso à informação, educação e cultura.

PSA: Como vê a expansão dos cultos Afro-Brasileiros fora do Brasil, mais propriamente na Europa e em Portugal?

R-Sabemos da existência dos cultos afro-brasileiros em vários países como Uruguai, Argentina, Venezuela, Colômbia, Panamá, México, Alemanha, Itália, Portugal, França e Espanha. Em muitos deles, de forma tímida e em grupo familiar. Embora seja visível e notório que Portugal tem um grande e conceituado terreiro de candomblé, o Ilé Asè Omim Ogun, dirigido pelo Babalorixá Pai Jomar de Ogum, alem de ser o presidente da Federação do Culto Afro, é representante legal de todos os cultos afro-descendentes na Europa, juntamente com o vice-coordenador Babalorixá Paulo de Iemanjá, pelo que aproveito o momento para parabenizá-los e rogar mais uma vez aos Deuses por sua saúde, no sentido de dar continuidade a este árduo e expressivo trabalho em prol da cultura afro-religiosa.

PSA: Verificamos que é um Sacerdote que abraçou as novas tecnologias, sendo bastante ativo na Internet, através de blogs e redes sociais. O que pensa que esta realidade aporta a uma religião milenar e tradicional como o Candomblé?

R-O sacerdote da cultura afro-brasileira tem que aprender a viver de acordo com alguns princípios básicos do candomblé que são: o acolhimento incondicional ao humano, bem como aos seus pensamentos, ideias e criações, compreendendo e interagindo com a natureza humana, mas físicas e naturais e todas as suas vertentes que produzam energias, favorecendo ao humano o encontro com o sagrado, que nada mais é do que o movimento natural de cada cíclo evolutivo, o BARÁ. Confesso que no início tive muito medo da internet, pelo simples fato de não ter certeza das dimensões que este instrumento teria, pelo que cheguei até a discutir com filhos, ogans, ekedes e amigos, acerca desta vontade. Todavia, tomei coragem, depois de

várias reflexões junto ao sagrado, e cheguei à conclusão de que seria mais um aliado na luta contra a intolerância religiosa, na quebra de paradigmas e conceitos errôneos em relação a esta cultura rica e cheia de sabedoria, a qual possui estilo único de ser e viver, mas mesmo assim tão marginalizada pelos não crentes ou leigos. Assim sendo, posso fazer meu trabalho de unir os filhos e amigos, levando as mensagens dos Orixás e os ensinamentos do nosso Ilè Axé.

PSA: Qual a sua opinião sobre o ecumenismo?

R- Ecumenismo é o processo de busca da unidade. Contudo, esta unidade não deve ser usada para escravizar a mente humana e sim para libertar dos preconceitos e intolerância criada e exercida pela diferença religiosa, geralmente feito por alguns fanáticos religiosos. Sabemos que nossa crença é politeísta, pois acreditamos em vários Deuses e todos são respeitados, cultuados e amados na mesma proporção. Para ser do Candomblé não precisa estar no candomblé, até por que o Candomblé, os Deuses e os Sacerdotes, aceitam todos incondicionalmente, idependente de credo ou raça. Como já disse anteriormente, acreditamos que os Deuses vivem no humano, sem se importar com a escolha que cada um faça na sua vida. Com isso, posso afirmar que sabemos literalmente conviver com a diferença e estamos preparados para viver o ecumenismo. Desta vez vou encerrar minha resposta com uma pergunta: será que os sacerdotes de outras denominações estão preparados para o ecumenismo?

PSA: Quais são para si as principais ameaças que as religiões de origem Africana se deparam nos nossos dias?

R- A principal ameaça, não só para mim, mas para o povo afro-religioso e para toda humanidade é a ganância. Este desejo excessivo direcionado principalmente à riqueza material, bem como outras formas de poder, os quais influenciam as pessoas de tal maneira que seus praticantes chegam ao cúmulo de corromper terceiros, destruindo nossos rios, mares, matas e até mesmo o ar que respiramos, manipulando e enganando todos, chegando ao extremo de tirar a vida daqueles que não venham concordar com suas insanidades. Embora acredite e confie na capacidade de regeneração da natureza, mas com certeza esta é a ameaça mais terrível que existe para todos nós e para as religiões de origem africana. A destruição da natureza e, consequentemente, do humano.

PSA: Sabemos que é filiado na FENACAB Brasil. Que importância atribui á FENACAB no Brasil e também em Portugal, através da sua Coordenação Internacional?

R- O termo federação diz respeito à ideia de união, uma forma de organização territorial do poder, de articulação do poder central com os poderes regionais e locais. Sua principal importância é defender e promover objetivos comuns. Em qualquer sociedade civilizada, um grupo tem a responsabilidade de escolher um líder para representá-lo, no caso da FENACAB, em Salvador, é Aristides Oliveira Mascarenhas, mais conhecido como Pai Ari de Ajagunã, Babalorixá do Candomblé do Ilê Axé Opô Ajagunã, localizado em Salvador, Bahia. Em Portugal, demais países da Europa e países Africanos de língua oficial portuguesa, tem como presidente o Babalorixa Jomar ou Pai Jomar, sacerdote de Candomblé da nação Ketu, do Terreiro Ilé Asè Omim Ogun, situado na Sobreda – Alamda – Portugal. Observo através dos meios de comunicação que os referidos presidentes têm desempenhado um grande papel, acolhendo, defendendo e promovendo a cultura afro-brasileira com respeito e seriedade.

PSA: Para finalizar, pedimos ao Pai Toluayê para deixar uma mensagem aos nossos leitores.

Todos nós temos dons e talentos, sendo que o mais importante é descobrirmos quais são eles e colocarmos em prática. A saúde física e emocional depende muito desses talentos. Pessoas que não utilizam essa energia criativa, presenteada pelos Deuses, pela construção humana, bloqueiam o seu fluxo energético e adoecem fisicamente, emocionalmente e espiritualmente. Canalize seus talentos com o propósito de melhorar a vida, não somente sua como das outras pessoas. Este é um grande segredo e um excelente caminho para encontrar prazer, equilíbrio e crescimento em sua vida. Tenha objetivos materiais e espirituais. Busque sempre melhorar a sua condição financeira, planeje comprar bens, faça investimentos, realize viagens e busque tudo que tiver vontade, mas se lembre: nunca dependa dessas conquistas para viver emocionalmente bem. Elas não podem garantir isto! O verdadeiro bem-estar só é alcançado por meio dos objetivos espirituais. Vá à conquista de se tornar uma pessoa mais paciente, bondosa, serena, confiável e amiga, além de humilde, aberta, sincera e simples, principalmente, uma pessoa que tenha fé e confiança nos Orixás e na vida. Esses objetivos, e só esses, podem garantir o equilíbrio, a satisfação e a razão de viver eternamente equilibrado e feliz. Que o meu Pai Obaluaye (sakpatá) abençoe todos vocês com saúde, paz e longevidade, juntamente com todos do nosso bem querer. Axé Ireô (boa sorte). Agradeço a revista Povo de Santo & Asè, juntamente com os editores, Pai Jomar de Ogum e seu filho de santo Miguel Dinis, a oportunidade da entrevista e o convite para escrever futuros artigos. Muito Obrigado.

Oxalá, Oxalufan, Ajalá, Oduduwa, Obatalá, Orixá funfun,

Publicado em 15 de julho de 2012por toluaye

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Odùduwá aparece no candomblé como qualidade de Orixá, e assim como Òbàtálá, não se manifesta. Por ser muito poderosa e temida, è invocada por ocasião das festas de Xangô, antes de !bátálá e nas festas públicas a última roda é para ela.

Odùduwá,divindade feminina, esposa de Òbàtálá, corresponde a metade inferior da cabaça, associada à lama dos começos da terra.

Evoca sobretudo a idéia de algo quente e seco, devendo ser refrescada e molhada para tornar-se fértil., tal é o sentido as cerimônias chamadas precisamente “águas de Oxalá” que começam com a procissão que vai buscar em potes na fonte, a água que será derramada sobre o assento de Oxalá. Se Òbàtálá, divindade masculina, criou os seres vivos, Òdùduwa, divindade feminina criou a matéira de onde surgiria a vida. Na sua qualidades de divindade da criação e da cabaça, Òdùduwa é como Òbàtálá uma divindade funfun, e suas sacerdotisas vestem-se de branco,porém, como divindade feminina ligada à terra, à água e às funções de reprodução, ela se relaciona igualmente com o azul escuro e com o vermelho. A mitologia, evocando um tempo em que as mulheres governavam, nos revela que Òdùduwa havia recebido de òlódùmarè o poder dos orixás, representado por um pássaro e uma cabaça símbolo do universo. Tornou-se senhora do mundo e governou-se. Abusou, porém, do poder e Òlódùmaré retirou-lhe a autoridade para confia-la a Obàtálá.

Odùduwa comanda as mulheres, controla a fisiologia feminina, a menstruação, a reprodução, a fecundação .

È chamada Iyá Agba, a grande mãe. Dela é o porco animal que da muitas crias. É o orixá que dá longa vida. Ao contrário dos outros Oxalá, òdùduwa não tem èwo de azeite, inclusive seu assento leva três gota de dendê.

Odùduwa está associado à cegueira, a várias versões mítica explicam a razão pela qual ela é cega. Uma delas conta que Òbàtálá lhe arrancou os olhos quando estavam ambos aprisionados na cabaça, porque ela não parava de falar e de reclamar (o que confirma por outro lado que a fala e a vista dependem de Òbàtálá) outras dizem que não se pode fita-la sem ficar cego ou ainda que não se pode abrir a cabaça sem morrer.

Òdùduwa é irritável, astuta, hipócrita, aproveita qualquer pretexto para julgar-se ofendida, institui èwó sem revela-los para poder justificar sua agressividade. A prosperidade ostensiva, a fecundidade, a saúde, a beleza ofendem-na e são motivos para provocar sua vingança. A pimenta vermelha, atare ou pimenta da costa pertence-lhe, mas constitui um èwó tanto para ela como para suas filhas pela mesma razão pela qual o sal é proibido a Òbàt’lá. Pertence-lhe ainda o feijão vermelho, Òd`duwa é uma divindade exigente que não perdoa negligências, notadamente quando se trata do cumprimento de pactos, promessas ou de obrigações religiosas.

Do ponto de vista físico, o tipo Odùduwa não é muito melhor aquinhoado que o tipo Obàtálá: os cegos em particular são filhos de Òdùdùwa. Geralmente eles são magros, franzinos,

nervosos e secos como a terra. Aparentam geralmente mais do que sua idade real, mas são robustos e têm vida longa.

Mas ao oposto de Ò bàtálá, Òduduwa é violenta e agressiva, desiludida pela vida que não correspondeu a seus anseios, ela tenta reprimir seus desejos, renunciando em aparência à ambição e aos prazeres que afeta desdenhar, è fechada, profundamente insegura e angustiada tornando-se às vezes extremamente suscetível, impaciente, intolerante, desconfiada. Para fugir do sentimento de frustação que lhe causa a existência estreita e medíocre que leva, pode criar um mundo de proibição de manias e obsessões. Outras vezes, invejosa, vingativa, ela persegue aqueles cuja Ilesa, passa por antepassado da mãe do rei, teria vindo de Ifon, e teria sido pai de Òsàgìján. Conhecidíssimo é o mito que conta a longa viagem que empreendeu para visitar seu amigo Xangô, e sua volta para o palácio do filho, Òsàgìyán que festejou o acontecimento com um banquete.

Impotente, aleijado pela idade avançada e por ter ficado, sete anos na cadeia, Òsàlùfón dança curvado como um estropiado. No Alakétu, na festa de Oxalá do dia primeiro de janeiro, Òsàlúfón, o grande Oxalá, aparece coberto pelo álá; a passagem do ano é associada à reatualizaçao da criação do mundo. Mas no Asé as festas de Oxalá, ditas festas dos inhames, nas quais é repetida a gênese, realizam-se em Setembro, e não no inicio do ano ocidental. Uma das particularidades de Òsàlùfón é seu ewó por cavalos., por ter sido preso e encarcerado durante sete anos.

Do ponto de vista do tipo físico o tipo Oxalá velho è freqüentemente afetado por alguma deficiência mais ou menos grave, ou algum defeito de nascença ou adquirido; aleijados, mancos, corcundas, caolhos são lhe consagrados. Os filhos de Òbàtálá, entretanto, não são obrigatoriamente defeituosos fisicamente, já que a relação com o orixá pode estabelecer-se, igualmente por outras razões. De qualquer forma será um tipo frágil, delicado, friorento, sujeito a constantes resfriados. Esta fragilidade evoca a leveza do ar assim como a antiguidade de Òbàtálá. Presença discreta, ele não procura impor-se, sua simplicidade nota-se nos seus gestos, no seu modo de vestir-se; Obàtálá odeia excentricidades, esnobismo, e qualquer atitude que vise a chamar a atenção.

A característica psicológica mais notável do tipo Obàtálá é a sua inabalável calma, a sua tranqüilidade, a lentidão de suas reações emocionais, a coisa, mais difícil é conseguir pertubá-lo e irritá-lo, mas quando ofendido, sua cólera é terrível ele não perdoa nunca. Compensa sua debilidade física por uma grande força moral, uma segurança que se funda no auto- conhecimento e na consciência de sua força.

Inflexível, austero, não tolera imoralidade, desordem, nem violência, incorruptível, tem sede de perfeição moral e seu alvo é realizar a condição humana no que tem de mais nobre. Busca a felicidade na reflexão silenciosa, na contemplação e na sociedade e na sabedoria, a felicidade pra ele consiste em racionais sobre o mundo que ele concebe claramente. O tipo Obàtálá é um tipo casto e fiel no amor como na amizade, leva uma vida austera quando não de completa abstinência. Afastado do mundo e das paixões e dos instintos, transparente e sereno, está igualmente desligado dos interesses materiais.

Tem tendência para o ascetismo e, freqüentemente adere a regimes vegetarianos, pacifista convicto, homem integro e sincero, de sensibilidade oblativa paternal, tolerante sabe acolher a todos, não nega seu apoio a ninguém e, sabe consolar, avisar, aconselhar, altruísta, generoso, sua porta está sempre aberta e sua casa cheia de amigos.

Mas permanece, no entanto distante, e não se dá inteiramente a ninguém.

Dentro do grupo dos orixás velhos, algumas entidades distinguem-se do tipo geral por um ou outro traço especifico:

Òsafúru é especialmente indolente, indiferente, apático e taciturno.

Osalúfón mostra-se apegado ao passado, á respeitabilidade. È organizado e pontual ao extremo, mas afável.

Olúwifin tem espírito perspicaz e sutil. Conhece o homem e raramente se engana. È um tipo lento, sereno e seguro, de grande vida interior.

Baba Ajale é um tipo concentrado, seguro, perseverante, falta-lhe calor e espontaneidade, mas é profundo, constante, lógico, ponderado.

Orixá L’lú possui uma cabaça exageradamente volumosa.

Orixá Okin é o senhor do pássaro Òkin.

O Ópásóró evoca o tronco das árvores que unem o mundo dos vivos e o alem e representa o poder do princípio masculino.

Quanto à Òsàgíyan ele usa couraça, capangas, e leva na cabeça um capacete ou as vezes um simples fila, um escudo, uma espada e uma mão pilão completam este equipamento. Algumas qualidades de Oxalá têm quizila de roupa, há um por exemplo, que só pode usar tafetá se for sentido horizontal. O colar de Oxalá é feito de contas de porcelana branca, pode levar dezesseis firmas, igualmente brancas è proibido o uso de contas de cor e de firmas de outras divindades. Mas o colar de Oxalá pega marfim, e no caso de Òsagíyán é permitido enfeitá-lo com segi, pedra semipreciosa azul claro importada da África.

Oxalá dança quebrando o corpo, flexionado os joelhos. Os ritmos Kétu usados para Oxalá são o toque guerreiro conhecido pelo nome de ajagun, que serve para Osàgìyan, oìgbín, ( tambor de Obàtáa’), o toque bata, Oxalá dança também os ritmos ijesá.

Oxalá representa um tipo humano benévolo e paternal, é sábio calmo, paciente, tolerante. Não se irrita facilmente, mas, suas decisões são irrevogáveis.

O tipo oxalá é lento, frio, fechado, obstinado, age em silêncio. Aprecia acima, de tudo a tranqüilidade e a ordem, e mostrar-se em tudo bastante conservador.

Mas Oxalá, como vimos, é múltiplo, e o tipo correspondente não apresenta unidade. Dizem que dele há dezesseis formas, este número, naturalmente é teórico. É possível reagrupar, porém os diversos tipos de Oxalá em cinco categorias:

O tipo Obàtálá, que praticamente se confunde com o tipo Osalúfón, Orixá Òkin. Orixá ifuru ( ou Osafuru, ou Baba Furu)Orixá Olúwofin, Orixá Egin, Orixá jágé Baba ajale, Orixá Lulu.

O tipo Odùduwá

O tipo Ifá

O tipo õsagíyan, que pouco difere de Orixá Kire ou ( Ikire), e de orixá Popo.

O tipo Òrìsàko, que dificilmente se distingue do tipo Baba Lejugbe( ou ijube ) e de eteko ou Orixá eteko.

Reunindo as qualidades em classes evitar certas repetições, pois cada uma das qualidades retem alguns traços do orixá geral.

Primeiro grupo dos Oxalás velhos:

Obàtálá, também chamado Òrísàlá, Obàrìsà, Oba Igbo ou Baba Igbo, é o mais velho de todos os Oxalá, o grande rei branco, raiz de todos os outros Oxalá, o mais poderoso, pai dos deuses e dos homens, pai em particular de Òsàlúfón, que por sua vez é o pai de Òsàgìyan. Tão grande e tão poderoso é Obàtálá que ele não se manifesta, suas palavras transformam-se, imediatamente em realidade. Como vimos, ele criou, todos os seres vivos e moldou o homem, como ainda o salvou quando o oceano furioso contra a humanidade, que não lhe rendia o culto que lhe devia, tentou, destruí-la inundando a terra,muitos pereceram afogados, mas Òbàtálá interveio ainda em tempo, conseguindo salvar a maioria, e obrigou Olokun a retirar-se para seu palácio onde o amarrou com sete cadeias de ferro.

Òbàtálá representa a massa de ar e águas frias e imóveis, dos começos, è o deus do mistério da cabaça.Como deus da criação lê controla a formação de novos seres, é o senhor dos vivos e dos mortos que preside as nascimento, á iniciação, e a morte. O branco é a sua cor, simbolizado pelo Atalá, o grande pano branco que representa o ser imóvel e indiferenciado que contém potencialmente o poder da criação por esta razão, é tido como responsável pelo

Oxalá é assentado numa sopeira de porcelana branca sem tampa e recoberta pelo àlá, são tampados apenas os assentos dos Oxalá individuais de seus filhos. O otá de Oxalá é um seixo branco transparente, colocado na sopeira junto com uma pulseira de chumbo, dezesseis búzios,moedas de prata òri ( manteiga vegetal ), efun ( giz), ìgbín ( caracóis), feitos com água e outras substancias e recobertos de algodão branco.

Trata-se aqui do assento do orixá geral pois o conteúdo dos assentos individuais varia em função da qualidade e de cada caso particular, sendo determinado, em última instância pelo oráculo; é o santo quem decide: “quero ser assentado, assim ou assado”.

O dia do òsé de Oxalá é sexta-feira,ele recebe nesse dia geralmente egbo( milho cozido) branco sem azeite e sem sal.

Nas obrigações maiores, ele recebe habitualmente uma cabra, prata, galinhas brancas, pombas, e conquens, os animais devem ser branco e do sexo feminino. As comidas secas que acompanham podem ser egbo, farofa branca, massa de Inhame, éko ( milho branco ralado e cozido). O uso do sal e do azeite de dendê é proibido nas comidas de Oxalá. Este orixá gosta de variedades de melão chamadas ègusì e e irí dele são o coco, o obi branco, (noz de cola). Oxalá ainda aprecia o órì, e o ádin, óleo tirada da amêndoa do coco do dendezeiro, e que servem para preparar seus prato.

Seu animal predileto é o carocol, notável por sua lentidão, associado a umidade, à saliva, ao esperma e ao frio. Diz o povo de santo que o caracol, ígbìn, é o boi ou cavalo de Oxalá. Pode-se fazer um bori para os filhos de Oxalá de um peixe chamado bagre (“peixe de pele”) em particular quando a pessoa está “morre, mas morre”. Em compensação o peixe é proibido a Omili e Òsòsì.

Pertecem a Oxalá os metais e outras substâncias brancas: A prata, o chumbo, o estanho, o giz (efun) ou tabatinga branca, utilizado em particular nos ritos de iniciação. Do reino vegetal, pertencem essencialmente a Òxalá o algodão, o ori, o àdín. De origem animal, o marfim e os ossos.

Além do caracol, outros, animais lhe são consagrados: o conquem, que Nana pintou com suas próprias mãos para compensá-lo de sua boa educação é freqüentemente utilizado nos sacrifícios, porém os albinos (brancos) são mais pertinentes; o pato, que Obaluaye ofereceu a Oxalá, que é um animal que carrega muito asé; o Martim pescador e o preá.

Nos rituais e oferendas de Oxalá não deve conter vinho, cachaça ou qualquer outra bebida que contenha álcool, pois, é por, ter violado esta proibição que Obátálá, grande beberrão, dormiu e não conseguiu cumprir a missão que Olorùm lhe havia confiado. O azeite de dendê é igualmente. Os filhos deste orisá devem obrigatoriamente vestir-se de branco, principalmente nas sextas-feiras, exceto os filhos de Osàgìyan que nem só podem como devem mesclar com azul e abster-se completamente de relações sexuais nesse dia.

Quando Oxalá se manifesta, o que é raro, ele é saudado pela assistência com a saudação “Epa Babá” veste-se exclusivamente de branco, Òsálúfón leva uma coroa de metal prateado ou um adé, o diadema das rainhas, e se apóia no seu Òpásóró feito de uma longa vara de metal prateado de pouco menos de um metro e meio de altura, na qual estão inseridos, quatro

pratinhos circulares de diversas dimensões, dos quais ficam dependurados pequenos sinos e moedas, a extremidade da vara é enfeitada, por uma pequena pomba de metal prateada.

O Ópásóró evoca o tronco das árvores que unem o mundo dos vivos e o alem e representa o poder do príncipio masculino.

Os defeitos físicos também pode ser castigo com o qual Oxalá pune quem o ofendeu. Quem incorre na cólera de Oxalá, pode acabar cego, caolho, estropiados, manco. Irritar Oxalá pode ter conseqüências ainda piores, pois ele pode condenar o culpado à destruição total, priva-lo da sobrevivência parcial no além e da possibilidade de renascer. A vingança de Oxalá è terrível e a mais temida de todas.

Reunindo em si as figuras de Òdùduwa que criou a terra (àiyé), e de Obátàlá, que criou a vida no além e na terra, associando o governo dos três elementos fundamentais, o ar, a água e a terra, Oxalá nos aparece como anterior a raiz dos elementos e força diferenciados da natureza, o mar a floresta, o trovão, anterior ainda á separação dos sexos. Ele é o cosmos, a origem de tudo. Foi Oxalá, na qualidade de Òbàtálá, quem moldou na argila o ser humano, deu-lhe um nariz para respirar,olhos para ver, uma boca, ouvidos, deu-lhe enfim um rosto e uma personalidade.

Entretanto Eléèmi é quem lhe deu o sopro vital. A cor branca, que contém as cores, exprime a idéia do ser indiferenciado e imóvel; é representada pelo àlá, o grande pano branco que esconde o mistério da vida e da morte, que cobre Oxalá, e o corpo das ìyàwo durante a iniciação.

Como Deus da criação Oxalá e onipresente o branco de Oxalá está presente em todo ritual, em todo peji, em toda comida de santo que deve incluir invariavelmente o egbo de milho de Oxalá.

Oxalá é, portanto um deus branco, o deus funfun; o povo de santo diz é um deus árabe que atravessou o deserto para fundar a nação yorùbá, nação na qual se fundem, a ideia do branco da criação, a idéia da raça branca como raça superior que estaria na origem do povo yorùba, e a idéia do herói mítico Odùduwá que veio de leste para fundar Ifé.

Tudo que é de Oxalá é branco; tudo que lhe é oferecido; animais, comidas, flores deve ser branco e imaculado. Seus filhos devem vestir-se de branco no dia que lhe é consagrado, a sexta-feira; todos no candomblé, seja qual for o seu santo, e inclusive os outros orisàs quando

se manifestam, devem vestir-se de branco. Por ser Òxalá o deus funfun, quem é albino é considerado no candomblé como filho dele.

Oxalá é a autoridade suprema, sua vontade é inapelável sua palavra definitiva. Por essa razão não se “olha” às sextas-férias pois este dia sendo dele, se o resultado fosse desfavorável,não haveria mais para quem apelar.

Quem é filho de Oxalá não pode recorrer a mais ninguém.

Oxalá é concebido como muito velho, a idade avançada exprimindo sua posição no candomblé.

Aleijado, lento, move-se com muita dificuldade associa-se à idéia de repouso, de imobilidade. Dança curvado, apoiando-se no seu òpásóró, treme de frio e de velhice.

Relaciona-se com as árvores associadas à origem da vida em particular, o irokó, o akóko, a palmeira, cujos troncos majestosos unem nosso mundo e o além. Os troncos destas árvores nas quais dizem que residem os espíritos, representam os antepassados masculinos. No terceiro domingo das festas de Oxalá, no dia do pilão, a cerimônia das varas de atòri lembra esta relação de Oxalá com a árvore. Tocando as filhas com a vara Oxalá comunica-lhes asé, força, vitalidade, fecundidade.

Oxalá é o dono da palavra, foi ele quem deu a palavra ao homem, e a sua própria palavra é tão poderosa que se torna imediatamente realidade. A criação do mundo procede do Verbo, e a palavra humana adquire poder porque procede de Olorum, porque é a reprodução da palavra primordial, ela não é apenas logo, instrumento de comunicação, ela é atuante desencadeia forças, carrega asé, a força que anima o universo e permite a existência das coisas, está, portanto estreitamente relacionada com a vida e a fecundidade. Devido a este poder da palavra Oxalá, está associado ao silêncio; a palavra deve ser controlada. Durante o ciclo das festas deste Orixá. Até os outros Orixás evitam ecuar (Ilá kó) quando se canta para este Orixá funfun.Até os outros Orixás evitam ecuar (Ilá kó) quando se canta para este Orixá funfun.a palavra deve ser controlada, principalmente durante o ciclo das festas de Oxalá ou quando ele está sendo louvado. Até os outros Orixás evitam ecuar (Ilá kó) quando se canta para este Orixá funfun.a palavra deve ser controlada, principalmente durante o ciclo das festas de Oxalá ou quando ele está sendo louvado. Até os outros Orixás evitam ecuar (Ilá kó) quando se canta para este Orixá funfun.a palavra deve ser controlada, principalmente durante o ciclo das festas de Oxalá ou quando ele está sendo louvado. Até os outros Orixás evitam ecuar (Ilá kó) quando se canta para este Orixá funfun.

Oxalá, o pai e o chefe das divindades do candomblé é portanto uma figura extremamente complexa; Obàtálá, O a palavra deve ser controlada, principalmente durante o ciclo das festas de Oxalá ou quando ele está sendo louvado. Até os outros Orixás evitam ecuar (Ilá kó) quando se canta para este Orixá funfun.dùduwà, Ifá são outros personagens míticos, são manifestações ou qualidades de Oxalá, cuja característica distintiva é serem brancos. São os orixás funfun, da criação, os outros na verdade não são propriamente orixá, mas, já é habito no candomblé designar igualmente por este nome as outras divindades. Oxalá deus cuja existência remonta às origens do mundo, filho de Òlorún, interligado com Nàná, a Iabá mais velha e menos reconhecida e considerada; e com Yémànjá, a mais jovem e preferida. Oxalá é isto como o pai de todas as outras divindades.

Oxalá é o deus da criação governa os elementos primordiais: o ar, a água, a terra. Nele associam-se a idéia da massa de ar primitiva de onde tudo se originou da unidade fecundante que nasceu do sopro dessa massa de ar; da abóbada celeste, metade superior da cabaça que figura a matriz cósmica representada por Obàtálá, e também, a idéia da terra e das águas que a cobriam nos começos, representadas por Odùduwá.

Obàtálá é o próprio principio masculino, associado a idéia de fecundação, de sopro, do poder criador do verbo; Odùduwá é o principio feminino, associado à idéia de gestação, ao mar, à terra.

Como estas duas divindades africanas são, no Brasil, qualidades de Oxalá, este último é as vezes definido como hermafrodita; outros dizem que é o do sexo feminino durante seis meses e do sexo masculino durante os outros seis. Oxalá representa o céu e, por extensão, o ar puro e frio assimilando assim um dos atributos do antigo Olorún que tende a identificar-se com o deus do catolicismo.

Oxalá reúne a idéia da criação do mundo mineral, inorgânico, ligada a Odùduwá, e a da criação da vida e da fertilidade da terra que se exprime no culto dos inhames.

A cerimônia do pilão que repete a distribuição de comida que celebrou a reconciliação de Odùduwá e de Obátàlá ou segundo outra versão, o banquete oferecido por Òsàgìyán, para festejar a volta do pai, Òsalúfón. O inhame é triturado e servido no pilão de Òsàgìyán. Esta festa antigamente chamada festa dos inhames novos, celebra o recomeço do ciclo vital.

Osàlá representa igualmente a idéia da criação dos seres vivos, animais e homens do mundo sobrenatural o òrún, cujos duplos se encarnam na terra, é, pois, do mundo sobrenatural que o

nosso mundo recebe a vida. Em sua qualidade de deus da criação Oxalá preside, portanto, à formação de novos seres no além e neste mundo; preside à fecundação e à gestação, à passagem da existência.

Indiferenciada, no mundo sobrenatural á existência individualizada neste mundo que consiste no nascimento, e à passagem inversa que consiste na morte; está igualmente presente, pois nos ritos fúnubres, no asésé, quando o ser humano perde sua individualidade e retorna à matéria indiferenciada dos elementos primordiais. Preside da mesma forma os ritos de iniciação que constituem uma morte e um nascimento simbólicos em que a ordem natural destas duas passagens é invertida.

Oxalá, sendo quem molda o ser humano, è tido por responsável pelos defeitos físicos que estão claramente relacionados à criação; as crianças que nascem defeituosas, corcundas, aleijadas são lhe consagradas.

Mas os defeitos físicos também pode ser castigo com o qual Oxalá pune quem o ofendeu. Quem incorre na cólera de Oxalá, podem acabar cego, caolho, estropiados, manco. Irritar Oxalá pode ter conseqüências ainda piores pois ele pode condenar o culpado à destruição total, priva-lo da sobrevivência parcial no além e da possibilidade de renascer. A vingança de Oxalá è terrível e a mais temida de todas.

“PANKORO ELEBO TI SE ODO’

“EM SILÊNCIO ELE AMASSA O INHAME SECO NO PILÃO”

Òsàgi`yan seria Elejigbo, filho de Orixá Òlùfón dizem em Ejogbo que quando Òr`nìyan, segundo Oní de Ifè avançou contra Meca e fundou ÒYÓ acompanharam-no vários os membros de sua família, entre os quais Akinjole filho de Ògìriniyán, o filho mais novo de Òdùduwa.

Ifá, o oráculo africano, deus do destino, também aparece no candomblé como qualidade de Oxalá uma das três principais, constituindo com Òbàtàlá `sua esquerda, a trindade do panteão nagô. Ifá também chamado Olù Orogbo.

Ela, Òrùmilá, tria sido encarregado de estabelecer a ordem no mundo, de separar os elementos, e de instituir a pa entre os homens.

È o dono das nozes que revelam a vontade dos deuses, o senhor da adivinhação que exprime a palavra do criador, Ifá, na qualidade de dono das nozes, relaciona-se com a palmeira, árvore de Òxalá, sabe-se que as mulhers e não podem ser sacerdotisas de Ifá, em virtude da relação deste último coma palmeira e com o príncipio masculino. Ifá passa de pai para filho, mas ele não se manifesta. A adivinhação pelo òpèlè praticamente desapareceu de Salvador, e só restam hoje alguns exemplares piedosamente conservados. Na África, uma das mulheres do babaláwo, ( ou algumas vezes um garoto, o apetebi) tinha a autorização de praticar a advinhação com os búzios, mas obrigada a submeter-se a rigorosa abstinência sexual. Ainda hoje, Mãe Menininha diz que a mulher não pode tocar as nozes de Ifá pois, do contrário, não teria homem. Ifá é amigo dos homens imparcial, sempre diz a verdade e não favorece ninguém.

Sob o aspecto da constituição física, o tipo Ifá é mais favorecido que os precedentes, embora não sendo muito vigoroso,pode apresentar algumas disformidades e anomalias,em particular caroços sobretudo na cabeça, que são sua marca inconfundível. Mas é esbelto e alto, não lhe faltam a elegância nem a graça, sendo modesto e despretencioso.

Do ponto de vista psicológico, não difere muito do tipo Obátálá/Osàlúfon, embora mais realista e menos dsligado de seus interesses materiais. È um caráter apolíneo, amável, equilibrado, harmoniosos, que se distingue pela medida, a doçura.

Espírito aberto, culto, inteligente, lúcido, gosta das idéias claras, das visões amplas é menos contemplativa que o tipo Òbàtálá, mais atuante e mais participantes. Tem senso prático, sangue frio e jamais se irrita ou perde a calma. Essencialmente acional as grandes paixões não o alteram. Tem o mesmo desejo de perfeição e de pureza que Òbàtálá, mas consegue conciliar a espiritualidade e o senso prático.

Sua vida amorosa é estável, harmoniosa, não conhece grandes paixões mas é capaz de um sólido e profundo. Ifá é como Òbàtálá, um conselheiro, um confidente, talvez mais flexível e indulgente. É

Um homem honesto e sincero,que sempre diz a verdade mesmo que desagradável e não engana ninguém. Um homem justo e imparcial. Um grande amigo, uma pessoa de inteira confiança. Como Òbàtálá, é um pacifista convicto, procura sempre estabelecer a harmonia, torno de si, resolvendo litígios, reconciliando os inimigos, elequente, hábil e diplomata sabe argumentar e convencer.

4) O tipo Òsàgíyán: Orixá Kire e Orixá popo

Òsàgíyan ( Orixá Ògìyán, ou Òsà Ògíyan) é filho de Òs1àlúfón, também chamado Ajaguna, Elemesso, Akinjole, Elejigbo.

Òsàgíyán é um Oxalá jovem, guerreio, briguento e combativo e não perde uma oportunidade de lutar contra Omolú, ou contra Sàngó. Omolú,provocando-o declara que comerã todos os filhos de Òsàgíján, deixando apenas os ossos, parte branca que pertence a Oxalá, Òsàgíyán retruca que em represália, comerá todos os filhos de Omolú, inclusive os ossos, pois tudo retorna ao òrún.

Por ocasião do Lorogun, com o qual se encerra o ano litúrgico, Òsàgíyán combate no batalhão de Oxalá contra o batalhão de Sàngó, o que parece representar uma briga dos Òrixás funfun contra as outras divindades.

Òsàgíyán é também um rei majestoso “coroado de segi” valente, viril, Òsàgíyán é um Oxalá autorizado a enfeitar seus colares brancos com as pedras azuis chamadas segi e sua roupa branca pode até levar uma franja vermelha.

Òsàgìyán está ligado ao culto do irokó e dos espíritos, assim como a fertilidade e ao culto dos inhames.

“ELEMESSO A SO ALOWO SO ABI OMO”

Akinjole fundou Ejigbo, ele era geralmente chamado pelo nome deÒgíyán, e era responsável pelo Orixá de seu pai Orixá Ògíyán. Foi um guerreiro valente que depois de muitos combates desapareceu debaixo da terra e transformou-se em pedra.

O tipo Òsàgìyán é habitualmente alto e robusto, seu porte é majestoso, seu olhar ao mesmo tempo altivo e travesso. Ao contrário dos tipos precedentes, não despreza o sexo, mostra-se galante e muito amigo das mulheres, mas cultiva sobretudo o amor-amizade ou o amor livre.

O tipo Òs`gì`yán é alegre gosta profundamente da vida, revelando-se freqüentemente irônico malicioso, falador e brincalhão. Ao mesmo tempo é um idealista que defende os injustiçados, dedica-se às belas causas, é nobre cavalheiro que socorre os fracos e os oprimidos.

Orgulhoso, sedento de aventuras e de feitos gloriosos, nunca se dá por vencido. Pode tronar-se às vezes uma espécie de D. Quixote.

Òsàgíyán tem a intuição do futuro, dizem que ele é o nascente e Òsàlúfon o poente. Seu pensamento freqüentemente original, antecípa o de sua época, espírito brilhante dotado de grande facilidade de argumentação é um progressista que incansavelmente combate para a justiça e para a verdade.

Quando rico é generoso e até pródigo. Embora guerreiro, não é agressivo e nem brutal.

5 O tipo Òrixa-Oko , Eteko, Lejugbe

Òrixa-oko foi uma divindade da agricultura ligada à colheita dos novos inhames e à fertilidade da terra pouca conhecida atualmente em Salvador.

É um tipo robusto e majestoso, um guerreiro maduro e viril. De temperamento severo, não aprecia muito a companhia das mulheres, embora tenha sido na África segundo PARRINDER, cultuado especialmente por elas e associado a ritos de licença sexual. Hoje em Salvador, quando se manifesta, leva um cajado de madeira que revela sua relação com a árvore, e uma flauta de osso, de conotação fálica, que lembra sua relação com a sexualidade e a fertilidade.

O tipo Òrisàko passa por rico e pródigo. Sendo um òrixá raro, tem poucas informações sobre seu temperamento.

Eteko seria versátil, inqueito e Lejugbe indeciso.

Palavras e números em Yoruba – Ioruba. Nomes no candomble. Palavras do candomble. Lingua ou linguagem do santo ou do candomble.

Publicado em 3 de junho de 2012por toluaye

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GLOSSÁRIO YORUBÁ-PORTUGUÊS

A dúpé Obrigado(a)

Ààbò Metade

Àáké Machado

Aará Raio

Aará Òrun Relâmpago

Àbúrò Irmã Mais Nova

Adé Coroa

Adie Galinha

Adití Surdo

Adúrà Oração

Aféfé Vento

Àfin Palácio

Afóju Cego

Àga Cadeira

Àgbàdo Milho

Agbára Poder

Agbèdù Estômago

Àgbon Coco

Agemo Camaleão

Àgo Lónan Com Licença

Àgòtàn Ovelha

Ahón Lingua

Àiya Peito

Àiyé Mundo

Ajá Cão

Àjapá Tartaruga

Àjé Bruxa

Àkàrà Jé Acarajé

Àkùko Galo

Alagba Senhor

Alàyé Explicação

Àlubósà Cebola

Apá Braço

Apeja Pescador

Apère Exemplo

Arailé Parentes

Àríwá Norte

Àso Roupa

Axé Assim Seja

Ata Pimenta

Atégùn Brisa

Àwa Nós

Àwó Cor

Àwo Ewé Verde

Àwo Ojú Òrun Azul

Àwo Pako Marrom

Àwodi Gavião

Àwon Eles(as)

Àya Esposa

::: B :::

Bàbá Pai

Bàbá nlá Vovô

Bàbálórìsà Pai-de-Santo

Balùwè Banheiro

Béèni Sim

Berè Perguntar

Bèré Começar

Bèru Medo

Bi Nascer

Buburú Maldoso

Buruku Mau

::: D :::

Dáda Beleza

Dàgbà Crescer

Dáhùn Responder

Dára Bom

Dé Chegar

Dìde Levantar

Dígí Espelho

Dín Fritar

Dudu Preto

Dúpé Agradecer

Dúro De Pé

::: E :::

E Káàárò Bom-Dia

E Káàsán Boa-Tarde

E Kále Boa-Noite

Ebi Fome

Ebí Família

Èdò Fígado

Eegun Osso

Ègbé Comunidade

Ègbón Irmão Mais Velho

Ègé Aipim

Egúngún Espírito

Ehín Dente

Èhin Costas

Eiye Pássaro

Eiyelé Pombo

Eja Peixe

Èjè Sangue

Èjìká Ombro

Ejò Cobra

Èkáná Unha

Eku Rato

Èlédà Criador

Elìkan Ninguém

Èmi Eu

Ènia Ser Humano

Enu Boca

Epo Óleo

Epo Pupa Azeite de Dendê

Eran Carne

Eranko Animal

Erè Lama

Ére Estátua

Erin Elefante

Erú Cinza

Erú Escravo

Èsin Religião

Eti Ouvido

Èwà Feijão

Ewé Folha

Ewu Perigo

Èwúre Cabra

Eya Tribo

Eyin Vós

Eyin Ovo

::: F :::

Fá Raspar

Fàdákà Prata

Fári Raspar a Cabeça

Fé Amar

Féran Gostar

Fìlà Chapéu

Fó Quebrar

Fò Lavar

Fún Dar

Funfun Branco

::: G :::

Gbìn Plantar

Gbó Ouvir

Gbogbo Todos

Gé Cortar

Gé Irun Cortar o Cabelo

Gibá Jogar

Gúgúrú Pipoca

::: I :::

Ìbanújé Tristeza

Ibéjì Gêmeos

Ìbere Origem

Ìbí Nascimento

Ìbínu Raiva

Idà Espada

Ide Pulceira

Ìdi Nádega

Ìdódò Umbigo

Ifá Adivinhação

Ìfun Intestino

Igbe Grito

Ìgbín Caracol

Ihò Buraco

Ìjà Briga

Ìjábà Acidente

Ìjéta Anteontem

Iji Árvore

Ìka Dedo

Ìkú Morte

Ilá Quiabo

Ìlà Òrùn Leste

Ilé Casa

Ilè Terra

Ilé Okú Cemitério

Ìlú Cidade

Imú Nariz

Inón Fogo

Ìpàdé Reunião

Ìrépo Harmonia

Ìresì Arroz

Irin Ferro

Iró Mentira

Irun Cabelo

Ìsinkú Enterro

Ìtàn História

Ìwà Respeito

Iwájú orí Testa

Ìwé Ìrohin Notícia do Jornal

Ìwo Tu

Ìwo Chifre

Ìwò Òrùn Oeste

Ìyá Mãe

Ìyá nlá Vovó

Ìyálórìsà Mãe-de-Santo

Iyo Sal

::: J :::

Jáde Sair

Je Comer

Jó Dançar

Jóko Sentar

Júbà Respeitar

Juwó Acenar

::: K :::

Kàwé Lêr

Kékeré Pequeno

Kó Aprender

Kò Tòpé De Nada

Korin Cantar

::: L :::

Labalábá Borboleta

Lála Sonhar

Lálé De Noite

Láná Ontem

Lo Ir

Lóla Amanhã

Lóní Hoje

Lósàn De Tarde

::: M :::

Malú Vaca

Malú Ako Boi

Mò Conhecer

Mu Beber

Mú Pegar

::: N :::

Nà Bater

Ní Falar

Ni Ter

Ni Àárò De manhã

Nínú Dentro

Nítorípè Porque

::: O :::

Oba Rei

Òbe Faca

Obinrin Mulher

Òbo Vagina

Òbo Macaco

Òbukó Bode

Ode Caçador

Odò Rio

Odù Destino

Odún Ano

Òfurufú Respirar, Ar, Espaço

Ògá Chefe

Ògèdè Banana

Ogun Guerra Ògún Orixá da Guerra e Metais

Ohùn Voz

Òjìji Sombra

Òjò Chuva

Ojó Ajé Segunda-feira

Ojó Ìségun Terça-feira

Ojó Rú Quarta-feira

Ojó Bò Quinta-feira

Ojó Etí Sexta-feira

Ojó Àbáméta Sábado

Ojó Àikú Domingo

Ojú Olho

Ojú Òrun Céu

Okan Coração

Òkè Montanha

Oko Esposo

Okó Pênis

Òkú Cadaver

Òkun Mar

Okunlin Homem

Òkúta Pedra

Olódùmarè Supremo

Olórun Deus

Olùkó Professor

Omi Água

Omi Dúdú Café

Omo Filho

Omodé Criança

Onje Comida

Onje Àárò Café da Manhã

Onje Alé Jantar

Onje Òsán Almoço

Oòrùn Sol

Òpè Palmeira

Òpolo Sapo

Òrè Amigo(a)

Orí Cabeça

Orin Cantiga

Orúko Nome

Òrùn Pescoço

Orúnkún Joelho

Òsa Lagoa

Osàn Laranja

Òsè Semana

Òsé Sabão

Òsí Esquerda

Osó Bruxo

Osù Mês

Òsupá Lua

Otí Bìá Cerveja

Òtún Direita

Òun Ele(a)

Owo Não

Owó Dinheiro

Oyin Mel

::: P :::

Pa Matar

Pàdé Encontrar

Pákí Mandioca

Pamó Esconder

Paríwò Barulho

Pè Chamar

Pépéiye Pato

Pupa Vermelho

Púpò Muito

::: R :::

Rà Apodrecer

Rárá Não

Rérìn Rir

Rí Ver

Rìn Andar

Rò Pensar

Rúbo Sacrifício

Rúsúrúsú Amarelo

::: S :::

Sáré Correr

Sè Cozinhar

Simi Descansar

So Amarrar

Sòrò Falar

Sùn Dormir

Sùrú Paciência

::: T :::

Tò Urinar

Tóbi Grande

Tútù Gelado

::: W :::

Wàrà Leite

Wè Banho

Wò Vestir

Wolé Entrar

Wúrà Ouro

::: S :::

Correspondente a Letra “X”

Saju Antes

Sirè Diversão

Aprendendo Yorubá

Alfabeto Yorubá

A B D E E F G GB

(a) (bi) (di) (ê) (é) (fi) (gi) (gbi)

H I J K L M N O

(rri) (i) (dji) (Qui) (li) (mi) (ni) (ô)

O P R S s T U W

(ó) (pi) (ri) (ci) (xi) (ti) (u) (u)

Y

(i)

obs: – c, q, v, x, z – Não existem.

Vogais nasais: – AN EN EN IN ON ON UN

(ôn) (ên) (én) (in) (ôn) (ón) (un)

Vogais não Nasais: – A E E I O O U

(a) (ê) (é) (i) (o) (ó) (u)

Pronomes Pessoais Emi……..Eu Emi sun…………Eu durmo

Iwo……..Você Iwo ra…………..Você compra

Oun…….Ele/Ela Oun Jeun……….Ele/Ela come comida

Awa……Nós Awa sere……….Nós brincamos

Enyin….Vocês Enyin mo……….Vocês sabem

Awon….Eles/Elas Awon se………..Eles/Elas fazem

Pronomes Pessoais Na Forma Contraída

(usados no tempo passado)

Mo…………..Eu Mo lo oja…………Eu fui a feira

O …………..Você O lo oja…………..Você foi a feira

O …………..Ele/Ela O lo oja…………..Ele/Ela foi a feira

A …………..Nós A lo oja……………Nós fomos a feira

E……………Vocês E lo oja……………Vocês foram a feira Won……… Eles/Elas Won lo oja……….Eles/Elas foram a feira

(Não podem ser usados no tempo futuro ou negativo)

Pronomes Possessivos

Temi……………meu(s)……………minha(s)

Tire…………….teu(s)…………….tua(s)

Tire…………….seu(s)……………sua(s)

Tiwa…………..nosso(s)…………nossa(s)

Tiyin………….vosso(s)………….vossa(s)

Tiwon………..dele/dela………..dele(s)/dela(s)

Pronomes Demonstrativos

Yii……………….este(s)…………esta(s)………..isto

Naa…………….esse(s)…………essa(s)………..isso

Yen……………..aquele………..aquela………..aquilo

Temi ni aso yii…………………esta roupa é minha

Tire ni owo naa………………..esse dinheiro é seu

Tire ni ago yen………………..aquele relógio é teu

Tiwa ni asiko naa…………….esse momento é nosso

Tiyin ni igba yii……………….este tempo é vosso

Tiwon ni aja yii……………….este cachorro é dele

Formas Interrogativas

Se / nje ……………….não se usa interrogação.

Beni……………………..sim

Beko……………………..não

Ko………………………..não…..só é usado no verbo ser

Ko………………………..não…..usado nos demais verbos

Se iwo ni akeko……………………você é aluno ?

Nje iwo ni akeko………………….você é aluno ?

Beni, emi ni akeko………………..sim, eu sou aluno

Beko, emi ko ni akeko……………não, eu não sou aluno

Se enyin mo Rio……………………vocês conhecem o Rio ?

Nje enyin mo Rio………………….vocês conhecem o Rio ?

Beni, awa mo RIO…………………sim, nós conhecemos o Rio

Beko, awa ko mo Rio…………….não, nós não conhecemos o Rio

Tempo dos Verbos

N (antes do verbo)……………..coloca-o no presente continuo

Ti (antes do verbo)…………….coloca-o no passado

Maa (antes do verbo)………….coloca-o no futuro (forma mais usada)

Yoo (antes do verbo)…………..coloca-o no futuro

Emi nlo………………….estou indo

Emi ti lo…………………já fui

Emi maa lo…………….vou ir

Emi yoo lo………………irei

Emi ti sun …………………Eu já dormi

Iwo ti ra …………………..Você já comprou

Oun ti jeun………………..Ele já comeu comida

Awa ti sere ……………….Nós já brincamos

Enyin ti mo ………………Vocês já souberam

Awon ti se ……………….Eles já fizeram

Emi maa gba …………….Eu vou receber

Iwo maa woran …………Você vai assistir

Oun maa jeun …………..Ele vai comer comida

Awa maa borisa…………Nós vamos venerar Orisa

Enyin maa sanwo……….Vocês vão pagar

Awon maa já …………….Eles vão brigar

Pronome Interrogativo

Tani ………………………Quem é ?

Kini ………………………O que é ?

Nibo ni …………………Onde é ?

Tani iwo ?…………………….Quem é você ?

Tani oun ?………………… Quem é ele ?

Tani olorisa ?……………….Quem é cultuador de Orisa ?

Tani omo-orisa ?…………Filho de Orisa ?

Emi ni fagifagi………………………Eu sou carpinteiro

Oun ni oba………………………….Ele é rei

Awa ni olorisa…………………….Nós somos cultuadores de Orisa

Awon ni omo-orisa……………..Eles são filhos de Orisa

Kini iwo ni ? …………………..O que você tem ?

Kini oun ni ? …………………O que ele tem ?

Kini enyin ni ? ………………O que vocês tem ?

Kini awon ? ………………..O que eles tem ?

Kini oluko ni ? ……………O que o professor tem ?

Kini awon se ? …………..O que o professor tem ?

Kini awon se ? …………..O que eles fazem ?

Emi ni owo ……………..Eu tenho dinheiro

Oun ni ile ………………Ele tem casa

Awa ni adie …………..Nós temos galos/galinhas

Awon ni sokoto………Eles tem calças

Oluko ni omo ……….O professor tem filhos

Awon sere……………Eles brincam

Nibo ni Baba wa ? ……………………Onde esta o pai ?

Baba wa ni ile ………………………..O pai esta em casa

* ni – funciona como preposição

só é usado no verbo estar.

Ni bo ni iwo nlo ? …………………… Onde você esta indo ?

Emi nlo ile-eko ……………………….Eu estou indo a escola

Emi nlo si ile-eko ……………………Eu estou indo para a escola

Emi nlo oja ………………………….Eu estou indo a feira

Emi nlo si oja………………………Eu estou indo para a feira

Nibo ni iwo nlo ?…………………..Onde você esta indo ?

Emi nlo si ile-orisa……………….Eu estou indo para a casa do Orisa.

Nibo ni oun nlo ? ………………..Para onde ele esta indo ?

Oun nlo lokun ……………………Ele esta indo a praia.

Nibo ni awa wa ? ………………Onde nós estamos ?

Awa wa ni Rio ………………….Nós estamos no Rio.

Nibo ni enyin wa ? ……………Onde vocês estão ?

Awa wa ni afin…………………Nós estamos no palácio

Nibo ni awon wa ?……………Onde eles estão ?

Awon wa ni igboro…………..Eles estão no centro da cidade.

Awon Nomba (os números)

Cardinais Totais Ordinais

1 – okan kan ekini

2 – eji meji ekeji

3 – eta meta eketa

4 – erin merin ekerin

5 – arun marun ekarun

6 – efa mefa ekefa

7 – eje meje ekeje

8 – ejo mejo ekejo

9 – esan mesan ekesan

10 – ewa mewa ekewa

11 – okanla mokanla ekekanla

12 – ejila mejila ekejila

13 – etala metala eketala

14 – erinla merinla ekerinla

15 – edogun medogun ekedogun

20 – ogun ogun ogun

25 – edogbon edogbon edogbon

30 – ogbon ogbon ogbon

40 – ogoji ogoji ogoji

50 – adota adota adota

60 – ogota ogota ogota

70 – adorin adorin adorin

80 – ogorin ogorin ogorin

90 – adorun adorun adorun

100 – ogorun ogorun ogorun

Do nº 11 ao 14 é = do 1 ao 4 + la no final.

Para os totais, acrescentamos a letra M ao início dos cardinais, com exceção ao número 1 e, número 20 e a adiante, tal como 21,22,23,…..; pôr exemplo:

Fazer ebo com dois obis e três galos.

A rubo pelu obi meji ati akuko meta.

Veja que, obi meji e não obi eji, akuko meta e não akuko eta. Para termos os números ordinais, 1º, 2º, 3º, e assim pôr diante, acrescentamos Ek ou IK ao início dos cardinais, com exceção do número 1, 11 20, 30,…..

Regra para se escrever os números cardinais entre as dezenas, mas após o número quinze, (16, 17, 18….21, 22,..31,32…).

Nome do número cardinal(até 5) + le + l + o nome da dezena mais próxima, ou o nome do número cardinal(até 5) + din + L + o nome da dezena mais próxima, pôr exemplo:

21 = okan + le + l + ogun

OKANLELOGUN

(PASSOU UM DE VINTE)

26 = erin + din + l + ogbon

ERINDINLOGBON

(FALTOU QUATRO PARA trinta)

Aplicação da Regra:

15 – edogun

16 – erindinlogun

17 – etadinlogun

18 – ejidinlogun

19 – okandinlogun

20 – ogun

21 – okanlelogun

22 – ejilelogun

23 – etalelogun

24 – erinlelogun

25 – edogbon ou arunlelogun ou arundinlogbon

26 – erindinlogbon

27 – etadinlogbon

28 – ejidinlogbon

29 – okandinlogbon

30 – ogbon

31 – okanlelogbon

32 – ejilelogbon

33 – etalelogbon

34 – erinlelogbon

35 – arunlelogbon ou arundinlogoji

36 – erindinlogoji

37 – etadinlogoji

38 – ejidinlogoji

39 – okandinlogoji

40 – ogoji

Dias da Semana:

Ojo Aiku…………Domingo

Ojo Aje………….Segunda

Ojo Isegun……….Terça

Ojo Ojoru………..Quarta

Ojo Ojobo………..Quinta

Ojo Eti………….Sexta

Ojo Abameta………Sabado

Ojo……………..Dia

Ose……………..Semana

Osu……………..Mês

Odun……………Ano

Igba……………Momento, tempo, época

Meses do Ano:

Sere……..Janeiro

Erele…….Fevereiro

Erena……Março

Igbe…….Abril

Ebeli……Maio

Okudu……Junho

Agemo………Julho

Ogun……….Agosto

Ewewe………Setembro

Owara………Outubro

Belu……….Novembro

Ope………..Dezembro

Estações do Ano:

Igba Riru Ewe………Primavera

Igba Erun………………..Verão

Igba Ogbo ou Akoko Ikore…..Outono

Igba Otutu……………….Inverno

Ojo wo ni

Qual é o dia?

Que dia é?

Osu wo ni

Qual é o mês?

Que mês é?

Odun wo ni

Qual é o ano?

Que ano é?

Igba wo ni

Qual é a época?

Que época é?

Em que momento?

Quando?

Ojo wo ni wo lo si oja?

Que dia você foi à feira?

Emi lo si oja ni ojo aje.

Eu fui à feira na segunda-feira.

Osu wo ni iwo ra ago?

Que mês você comprou o relógio?

Emi ra ago ni osu ope.

Eu comprei o relógio no mês de Dezembro.

Igba wo ni iwo ko ede Yoruba?

Quando você aprendeu o idioma Yoruba?

Emi ko ede Yoruba ni odun 1990.

Eu aprendi o idioma Yoruba no ano de 1990.

Igba wo ni?

Em qual época?

Igba riru ewe ni.

Foi na época da primavera.

-Horas-

Ago……….Hora, Relógio

Abo………Metade da hora

Wakati……….60 minutos

Iseju……………Minuto

Koja…………….passar

Ku………………faltar

Ago melo ni………..Qual é a hora?

12:00 = Ago mejila osan/ale

12 horas da tarde/noite

12:01 = Ago mejila koja iseju kan osan/ale

12 horas e um minuto da tarde/noite

12:20 = Ago mejila koja ogun iseju osan/ale.

12 horas e 20 minutos da tarde/noite.

12:29 = Ago mejila koja iseju okandinlogbon.

osan/ale.

12 horas e 29 minutos da tarde/noite.

12:30 = Ago mejila Abo osan/ale.

12 horas e meia da tarde/noite.

12:31 = Ago kan ku iseju okandinlogbon osan/ale.

faltam 29 minutos para 1 hora da

tarde/noite.

12:59 = Ago kan ku iseju kan osan/ale.

Falta 1 minuto para 1 hora da tarde/noite.

01:00 = Ago kan osan/ale.

1 hora da tarde/noite.

Ogbon iseju = 30 minutos

* somente no 20 minutos inverte a posição de iseju e ogun.

O alfabeto Yorubá e seus fonemas

O Yorubá é uma língua milenar originária da África Ocidental,

de regiões que hoje compreendem a Nigéria e Benin, citada a

muitos séculos antes da chegada de europeus a Ilé-Ifé, capital

de seu reino. O Yorubá, bem como o Haússa, é uma das prin-

cipais linguagens usadas na Nigéria por vinte e cinco milhões

de habitantes e por outros milhões de descendentes africanos

em países em que sua cultura foi conservada, como a forma

Nagô no Brasil e em Cuba. O alfabeto Yorubá é composto de

sete vogais e dezoito consoantes e a variada acentuação vem

a definir em cada palavra sua correta pronúncia, sendo o seu

sentido modificado quando da acentuação ou não da palavra.

O alfabeto Yorubá é constituído das seguintes letras:

A B D E F G GB H J K L M N O O P R S S T U W Y

A acentuação é utilizada da seguinte forma:

o A é pronunciado com som aberto (agudo);

o E é pronunciado com som aberto (agudo);

o E é pronunciado com som fechado (grave);

o O é pronunciado com som aberto (agudo);

o O é pronunciado com som fechado (grave);

o U é pronunciado com som aberto (agudo).

o acento agudo é pronunciado em tom alto;

o acento grave é pronunciado em tom baixo;

a ausência de acentuação é pronunciada em tom médio;

o til significa a repetição da vogal (ã = aa, õ = oo);

o sublinhado sob uma vogal indica que seu som é aberto;

o sublinhado sob a consoante S indica seu o som como X. FONEMAS Vogais

Consoantes A E E I O O U

B bá bê bé bi bô bó bú

D dá dê dé di dô dó dú

F fá fê fé fi fô fó fú

G gá guê gué gui gô gó gú

GB güá güê güé güi güô güó güú

H rrá rrê rré rri rrô rró rrú

J djá djê djé dji djô djó djú

K cá quê qué qui cô có cú

L lá lê lé li lô ló lú

M má mê mé mi mô mó mú

N ná nê né ni nô nó nú

P puá puê pué pui puô puó puú

R rá rê ré ri rô ró rú

S ssá ssê ssé ssi ssô ssó ssú

S xá xê xé xi xô xó xú

T tá tê té ti tô tó tú

W uá uê ué uí uô uó uú

Y iá iê ié ií iô ió

Oyê, oyè ou ipò é um cargo ritualístico na cultura Jeje-Nagô.

Publicado em 1 de abril de 2012por toluaye

15 Votes

Oyê, oyè ou ipò é um cargo ritualístico na cultura Jeje-Nagô. É outorgado por um sacerdote do candomblé, babalorixá ou iyalorixá a um elegun, geralmente na obrigação ou depois do odu ejé. É chamado de Àwon Ipò Òrìsà e Deka no candomblé de angola. Neste ritual complexo e exaustivo, tem início até mais de um ano retroativo, pois é necessário a construção de um ile axé com a preparação devida de onile, fundação de um peji e vários outros assentamentos de orixás, iniciação ritual dos atabaques, Agogô, adjá etc.

No dia propriamente dito da entrega do Oyê, um grande cabaça denominada de igbá, também chamada de cuia de axé é recheada com vários objetos sagrados, que o novo sacerdote vai utilizar durante muito tempo de sua vida sacerdotal, até mesmo na sua ultima obrigação chamada de axexê, contendo obi, orobô, aridan, ekodidé, navalha, faca, tesoura, efun, limo da costa e o importante fio de conta mais cobiçado do povo nagô o Humgebê. Sob o igbá encontra-se um opon merindilogun, “Peneira de palha” ornada com búzio e palha da costa, onde está depositado o mais precioso e poderoso instrumento de consulta aos Deuses africanos, chamado de merindilogun.

A entrega da cuia de axé geralmente é feita no barracão na presença de todos presentes, logo em seguida o orixá do novo sacerdote responde, confirmando à aceitação, todavia o mesmo é submetido a teste de aprendizado tendo que jogar os búzios na presença dos sacerdotes mais velhos, inclusive de outros terreiros.

Finalmente Mara Costa, o vídeo da sua Ordenação para Iyalorixá e Odu ika foi aceito e postado no You Tube depois de sete dias de negociações, motivo pela demora foi por ter sido muito longo. Aceite esta lembrança registrada em domínio público, como prova da sua capacidade, amor, respeito, humildade e sabedoria de reconhecer o Orossi como sua raiz. Assin sendo, deixo a mensagem para nossos descendentes que só buscamos pais ou mães Adotivos, quando nosso verdadeiro pai é acolhido por Baba Iku. Que Bobô Orixá lhe traga Ireô e Alafia. Baba Lokanfu (Toluaye)

História genealógica do Orossi. Hierarquia do Orossi. Onde fica o Orossi. Formação do Orossi. Festa do Orossi.

Publicado em 27 de fevereiro de 2011por toluaye

13 Votes

História genealógica do Orossi.

O Ilê Axé Ijino Ilu Orossi localiza-se no bairro Cidade Nova, Rua vinte e cinco de Dezembro 71 em Salvador, Bahia, Brasil.

É um terreiro de Candomblé, fundado em 1981 e dirigido pelo Babalorixá (José Antonio de Almeida, Baba Lankanfu, (Toluaye), Olwou Saletê Ifakulê), Nascido em 21 de Agosto 1960, natural de Salvador, iniciado em 3 de Janeiro de 1976, na nação ketu, como (Omo orixá), pela Iyalorixá Alaíde Pereira dos Santos (ylukeran), neto de (Deuandá), bisneto de Olegário de Oxum, tataraneto de Mãe Pulquéria (Terreiro do Gantois), e profunda ligação com o Terreiro da Goméia de Joãozinho da Goméia .

Pulchéria Maria da Conceição Nazaré ou Mãe Pulchéria (Ya Yiguê), (1840-1918), foi a segunda Iyálorixá do Terreiro do Gantois.

Sucessora de Maria Júlia da Conceição Nazaré, como não teve filhos, o cargo foi transmitido em 1918 para sua sobrinha, Maria da Glória Nazareth a mãe carnal de Mãe Menininha do Gantois.

Sua mãe, Maria Júlia, moradora da antiga rua da Assembleia, no atual Centro Histórico de Salvador, pertencia ao Candomblé da Barroquinha (depois transferido para o Engenho Velho com o nome de Ilé Iya Nassô Oká) e, tendo sido preterida na sucessão da casa, resolvera fundar sua própria, onde hoje fica a Federação, em terreno alugado por seu pai, Francisco. Era o terreiro do Gantois – nome derivado da família belga de traficantes de escravos que era dona do local.

Pulchéria assumiu o Gantois no ano de 1910, ampliando os trabalhos iniciados pela mãe. Frequentava o Gantois, neste período, o célebre médico Nina Rodrigues, vindo posteriormente a se tornar ogã. Além dele, Pulchéria conseguiu ampliar os trabalhos e dar grande notoriedade ao Gantois, tendo mais tarde registrado o jornal O Estado da Bahia, depoimento de Severiano Manoel de Abreu (o Jubiabá do romance de Jorge Amado) que “Pulcheria, Nana e Nicácio tiveram as suas roças frequentadas por destacadas figuras sociais da cidade, políticos eminentes, secretários de governos passados, etc., durante os dias de festa, rodeando as camarinhas onde as filhas de “Xangô”, “Oxalá” e “Oxóssi” faziam o seu noviciado com filhas de santo, trajando de branco e de cabeça rapada” excepcionalmente iniciou um homem negro chamado Olegario, em um tempo onde somente se aceitava iniciação em mulheres, que foi consagrado ao orixá Oxum.

Segundo ainda o mesmo jornal, no Gantois o “terreiro da Pulchéria” continuou, mesmo após sua morte, a ter este nome como reconhecimento junto ao grande público. Assim foi que, a 26 de maio de 1937, publicou O Estado da Bahia, a seguinte nota:

Um novo “terreiro” no Gantois

Será lançada manhã, às cinco horas da tarde, a pedra fundamental do novo “terreiro” do Gantois, ampliando a construção antiga.

Fará essa festa, os “Ogãs” e as pessoas gradas do candomblé estão convidando todos os seus amigos.

Depois dessa cerimônia, começará a festa no velho “terreiro” da Pulcheria, pela noite a dentro.

Mãe Alaide de Logunedé (Iylukeran)

O grande e saudoso (João Alves de Torres Filho ou Joãozinho da Goméia, – sacerdote do Candomblé de angola, nascido em 27 de Março de 1914, na cidade de Inhambupe, a 153 quilômetros ou (95,07 milhas) de Salvador, Bahia. Onde cedeu o seu terreiro de candomblé ao Pai Olegário de Oxum, para iniciação de Miguel Arcanjo Paiva, conhecido por vários apelidos, Miguel de Tempo, Miguel Grosso e por seu Orunkó Deuandá de Yemanjá Ogunté, mais que também manifestava ou Incorporava o Ninkise kitembo muílo, motivo de muitos afirmarem que ele era iniciado a Kitembo (Tempo), o que não é verdade, foi simplesmente um acordo que Joãozinho da Goméia fezera com Pai Olegário de Oxum, no sentido de preservar a sua nação de Angola, que naquela época enfrentava disputa de nação, caminhando para uma profunda decadência.

Mantendo seus laços de parentesco e respeito hierárquico, os primeiros barcos de Yiawos foram tirado por Pai Miguel na Goméia (Terreiro da Goméia). No sentido de se criar uma fortaleza na construção de um legado patriarcal do Candomblé Afro-Brasileiro, onde o gênero masculino era visto com certo receio e descrédito pelas matriarcas. Em um destes barcos foi que a iniciação de Alaíde Pereira dos Santos (ylukeran) para o Orixá Logunedé teve seu apogeu, no final da década de cinquenta. Assin sendo esta mesma senhora veio iniciar José Antonio de Almeida, Baba Lankanfu, (Toluaye), para o Orixá Obaluaye em seu terreiro do Ilê axé Ominajexá, situado no bairro Itapuã, Salvador, Bahia, em 3 de Janeiro de 1976 .

Dez anos antes o proprio Joãzinho da Gomeia, em 1966, num momento repleto de contradições e paradoxo, voltou à Bahia e deu “obrigação” com Mãe Menininha do Gantois. Segundo a Iyalorixá Mãe Alaide de Logunedé, Um Ogan chamado Pai Daniel, juntamente com Giselle Cossard Binon – Omindarewa, Iyalorixá do Candomblé do Rio de Janeiro, conhecida por Mãe Giselle de Iemanjá, sua filha de santo Iemanja, antropóloga e escritora, Franco-brasileira, fizeram a mesma narrativa que Joãozinho da Goméia foi fazer sua obrigação; tirar a mão de Vumbi (egum) e fazer bodas de prata…” Depois, ele fez uma grande festa no Rio de Janeiro, para os filhos que não puderam ir à Bahia.” Ainda segundo seus filhos, Joãozinho da Goméia não apenas fez sua obrigação com Mãe Menininha como foi o primeiro homem que ela permitiu que vestisse o Orixá e dançasse em público “virado” no santo. Para entender a importância desse ato (mesmo que apenas mais um aspecto da lenda) é preciso ler em Ruth Landes as restrições que Mãe Menininha fazia quanto à apresentação pública de homens em transe.

Partido do principio que homens não apresentavam-se em púplico manifestado com o Orixá, pior ainda se o Orixá fosse feminino, daí surgiu o tabu que alguns Orixás Feminino de hipótese alguma poderia ser consagrado na cabeça de homens, ou um Yiawo masculino, não poderia jamais ser iniciado para Yiabás., com o passar dos tempos os Sacerdotes foram rompendo tabus e preconceito, criado pelas matriarcas do Candomblé do Brasil. Embora este tabu tenha sido quebrado pela primeira vez por Mãe Pulchéria (Ya Yiguê), iniciando Pai Olegário (1840-1918), Afirmando que os humanos não escolhem os Orixás e sim, são escolhidos por eles, independentemente de cor, sexo ou credo.

Pai Miguel. Deuanda de YIemanja

O Ilê Axé Ijino Ilu Orossi localiza-se no bairro Cidade Nova, em Salvador, Bahia, Brasil.

É um terreiro de Candomblé, fundado em 1981 e dirigido pelo babalorixá Pai Antonio de Obaluaye (José Antonio de Almeida, Baba Lankanfu), iniciado a 3 de Janeiro de 1976 de “nação” ketu (queto). Encontra-se registrado na Federação do Culto Afro Brasileiro de Salvador, desde 16 de Maio de 1984, valorizando a cultura afro-brasileira como herança de origem das religiões de matriz africana. Foi incluído no Programa de Mapeamento dos Terreiros de Candomblé de Salvador em 2008. Tem como patrono o Orixá Obaluaye (Sakpata). A tradição aponta a origem do culto de Sakpatá na localidade de Kpeyin Vedji, na Cidade de Savalú, um enclave iorubá dentro do território mahi a noroeste de Abomei. Desta dupla procedência permanece a curiosidade de que Sakpatá é considerado uma divindade iorubá (“nagô”) pelos fon e gun (“jêje”) pelos iorubás.

Savalu ou Savalou é uma cidade da República do Benim, localizada no Departamento de Collines a uns 70 quilômetros da cidade de Dassa-Zoumé onde existe o Templo Dassa-Zoumé dedicado a Nanã Buruku. O termo Saluvá ou Savalu, na verdade, vem de “Savé” que era o lugar onde se cultuava Nanã, também indica o nome do povo dessa região, que veio escravizado para o Brasil. Em termos de identidade cultural, forma uma subdivisão da cultura yoruba.

Depois do falecimento de sua Yialorixá Alaide pereira dos Santos (Yia Yilukeran), Toluaye viaja para a República do Benim, especificamente em Cotonou ou Cotonu que é a maior cidade do Benim, Porto Novo, no golfo da Guiné. Tinha cerca de 760 mil habitantes. Foi um Estado autónomo até ao século XVIII, quando passou para o reino do Daomé. Em 1883 foi ocupada pelos franceses. Foi justamente nesta cidade que foi assinado em Junho de 2000 o acordo de Cotonou com a União Européia, no mesmo ano da sua primeira visita em Novembro, acompanhado por kadya Tall, antropóloga, Francesa, pesquisadora do Centre d’études africaines (Ceaf) em Paris.

Por ser a capital econômica do Benim, é uma cidade barulhenta, poluída, não sendo portanto considerada uma das mais bonitas cidades da África Ocidental. Não possui muitos recantos turísticos, mas um deles, o “Mercado dos Feitiços” (”Marché des Fétiches”), em (francês), é um

dos lugares para se visitar. Consiste de uma feira ao ar livre onde se pode comprar de tudo., Desde tecidos muito requintados a amuletos e poções para rituais e magias.

Kadya Tall e Camille Amouro. No Benin

Dias depois de ter o seu passaporte em mãos, confiscado pelas autoridades locais, pelo fato de não ter tirado o seu visto para entrar no Benin, Toluaye, juntamente com Kadya Tall, e um ator dramaturgo, chamado Camille Amouro que fez toda tradução da lingua fon para o Francês., seguem em direção a Savalu a procura de um Bokonum (Sacerdote de Ifá (Fá), no sentido de consultar os Deuses e seguir as suas orientações.

Confirmando os seus rituais para purificação e andamentos de seus objetivos, foi marcado no templo de uma sacerdotisa do culto a Nanã Buruku, ritos inerentes a sua buscas e determinações. Seguindo para outro templo indicado pelo Rei de savalu, Lokanfu (Toluaye) recebe das mãos do Chefe de Culto (Babalorixá) um colar feito de misangas intercalados de pedras da montanha de Savalu onde se cultua Obaluaye (Sakpatá), juntamente com duas pequenas pedras, para ser colocadas em seu Terreiro de Candomblé no Brasil.

Festas no Ilê Ashé Ijino Ilu Orossi.

O ciclo de festas do orossi é anual, todavia pode variar nas datas, conforme a vontade dos Orixás. Nem todas as festas são feitas para o público, pois existem em todos os terreiros de Candomblés as ditas “festas de barracão”, onde só os membros mais chegados da comunidade podem participar. Destacamos algumas festas mais importantes que são anuais, independentes de ser pública ou não, todavia são festividades que acontecem rigorosamente todos os anos.

Orô Ejé Exú e Ogun

Orô Ejé Exu e Ogun

O lorogun acontece propositadamente no período da quaresma católica, logo depois do carnaval, que na verdade é um descanso coletivo, terminando justamente no sábado de aleluia (primeiro sábado da lua cheia), onde começa o início do ano litúrgico (Ano Novo) para o povo do santo. No sábado de aleluia, geralmente as dez horas da manhã iniciamos o ritual do Padê e do “Ajé” , retirando as energias negativas que por ventura estejam instalados nos adeptos), dando prosseguimento ao “Oro Ejé” (Segrêdo dos Sangues), que na realidade são três sangues distintos de origem animal, vegetal e mineral para os orixás Ogun e Exu, os guardiões dos templos, dos caminhos e movimentos do humano (Bará). Acontece num clima de muita alegria, harmonia e comunhão, onde a maioria dos omó orixás (filho de santo) retribuem com honra e prazer as oferendas aos seus respectivos Igbás Exu, “Igbá Bará” (assentamento de exu). As oferendas são inúmera iguarias pertinentes aos dois Orixás., Ogum e Exú que consiste em: Bebidas de várias origens, cereais, raízes, bodes, galos, patos, conquens e pombos. Mais tarde temos a honra de receber com muita alegria, num estado de euforia o nosso pai Ogum, através de Toluaye, que dança e distribui benção pra toda comunidade.

Orô Akará, (Siré Àkàrà) ou Festa do Acarajé.

Festa do Akarajé Orossi

A festa do Akará no Ilê Axé Orossi acontece sete, quatorze ou vinte e um dias depois do Orô Ejé Exu e Ogun, ou dependendo da vontade do Orixá Obá, pois é ela quem dança com os Acarás dos ancestrais, Acará de Xangô e o Acará de Oya. A festa do Akará é uma alusão ao pão sagrado da cultura Africana, a ligação do Axé com os ancestrais, confraternização e a renovação dos laços da comunidade. Sem dúvida é uma das festas mais contagiantes e esperada do calendário. No final da festa todos recebem uma rosa pelas mãos do Orixá Obá

Orô Yabá, Siré Àwon Ayaba ou Festa das Ayabas

Festa dos Aborós e Ayabás

A festa das ayabás tem por objetivo, homenagear os grandes Òrìsà femininos. A festa das Ayabas é uma cerimônia muito alegre e harmoniosa, que todos os filhos da casa vestem seu Orixá. As datas desta grande festas são móveis, podendo acontecer antes ou depois da Festa do Akará. Antigamente fazíamos a Festa das Ayabas separada da Festa dos Aborós (Òrìsà masculino) ou Orô Aborós, Siré Àwon Aborós, mas devido aos altos custos de sua realização individualizada, resolvemos por unanimidade unificarmos. A festa dos Aborós e Ayabás como chamamos é de grande beleza, no final oferecemos um grande banquete com todas iguarias pertinentes aos Orixás reverenciados.

Olubajé - Olu (Senhor) Ba (rei) Jé (comida) = (Banquete do Rei Senhor).

Olubajé Orossi

O Olugbajé é a festa anual, que acontece no mês de Agosto em homenagem ao patrono do Orossi que é Obaluayê. A data é marcada depois do Oberó Ejé de Xangô no mês de Junho. No Olubajé as comidas são servidas na folha de mamona. Rememorando um itan (mito) onde todos os Orixás para se acertarem com Obaluaiyê, por motivos de ter sido chacoteado numa festividade feita por Xangô por sua maneira de dançar.

Nessa festividade, todos os Orixás participam, com exceção de Xangô e principalmente Osanyin, Oxumarê, Nanã e Yewá, que são de sua família. Oyá tem papel importante por ser ela que ajuda no ritual de limpeza e trazer para o barracão de festas a esteira, sobre a qual serão colocadas as comidas.

Olubajé é ritual especifico para o orixá Obaluayê, indispensável nos terreiros de candomblé, no sentido de prolongar a vida e trazer saúde a todos os filhos e participantes do axé. No encerramento deste rito é oferecido no mínimo nove iguarias da culinária afro-brasileira chamada de comida ritual pertinente a vários Orixás, simbolizando a Vida, sobre uma folha chamada “Ewe Ilará” conhecida popularmente como mamona assassina, “altamente venenosa” simbolizando a Morte (Iku).

Oro Ejé Aku. Festa dos Ancestrais.

(Oro Àwon Esa (Cerimônia de Lembrança aos Ancestrais)

Axexe Orossi

A homenagem aos nossos ancestrais, à exemplo do calendário católico, ocorre no dia de finados, ou seja, começa no dia primeiro, estendendo-se por todo dia dois de Novembro. Esse é um dia de muito respeito e celebração no Orossi, afinal, estamos lembrando a memória daqueles que perpetuaram a cultura africana no Brasil. É de fundamental importância lembramos àqueles que já se foram, sobretudo quando completaram o ciclo de vida de forma plena. As homenagens acontecem no Ilé Ibo Aku (casa de adoração aos ancestrais) de Baba Itiferin (nome do nosso Baba ancestral).

Este ritual é semelhante a uma cerimônia de Axexê, embora com pequenas diferenças, mas tudo é feito obedecendo a um único propósito. O processo de preparação é moroso, feito com muito amor e carinho, depois a entrega do Carrego de Egum igbalé, é a cerimônia fúnebre mínima que se dedica a qualquer iniciado no candomblé quando morre. As variações dos festejos neste período surgem, quando algum ente querido morre.

Depois de arrumar o carrego que vai ser despachado “como é dito pelo povo do santo”, canta-se o arremate no dia seguinte à tarde, antes do pôr-do-sol, as mesmas cantigas do Axexê são ainda entoadas, no final são louvados os orixás, e empreende-se uma limpeza ritual do terreiro, com a participação eventual dos orixás que porventura tenha se manifestado em seus elegun.

Exaltamos neste dia os cânticos de Baba Iku (Morte), que é o único Orixá que incorpora em toda cabeça humana, e foi permitido e abençoado por Olodumare a conduzir o ciclo da criação. Iku é o Orixá designado a vir todos os dias ao Aiye escolher homens e mulheres a ser reconduzidos ao Orum, retirando o emi (sopro da vida), condição imposta para a renovação da existência. Sua celebração no ritual do Axexê comemora a volta do homem ao todo primordial, reafirmando o grande mistério e possibilitando outras vidas. Os vestes brancos neste ritual simboliza a verdade absoluta, morte e vida.

sexualidade no candomblé ou na cultura Afro-Brasileira. Ninguém precisa esconder ou disfarçar suas preferências sexuais. . A capacidade de se manter como religião aética, que o candomblé demonstra ter, permite-lhe vantajosa flexibilidade em relação às outras religiões éticas

Publicado em 29 de outubro de 2010por toluaye

9 Votes

Creio não ser difícil imaginar que o candomblé, de fato, comporta elementos desses dois grandes tipos de religião, mas no conjunto se aproxima mais das religiões mágicas e rituais, e, como religião de serviço, chega praticamente a se colar no tipo estrito de religião mágica. O próprio movimento recente de abandono do sincretismo católico leva a um certo esvaziamento axiológico, esvaziamento de uma ética, ainda que tênue, partilhada em comunidades de candomblé antigas, emprestada do catolicismo, ou imposta por ele, uma vez que as questões de moralidade foram um terreno que o catolicismo dominador reservou para si e para seu controle no curso da formação das religiões negras no Brasil. Neste movimento, entretanto, o candomblé não pode mais voltar à tribo original nem ao modelo de justiça tradicional do ancestral, o egungun, para regrar a conduta na vida cotidiana. E nem precisa disto, pois não é mais no grupo fechado que está hoje sua força e sua importância como religião.

De todo modo, foi exatamente o desprendimento do candomblé de suas de amarras étnicas originais que o transformou numa religião para todos, ainda que sendo (ou talvez porque) uma religião aética, permitindo também a oferta de serviços mágicos para uma população fora do grupo de culto, que está habituada a compor, com base em muitos fragmentos de origens diferentes, formas privadas, às vezes até pessoais, de interpretação do mundo e de intervenção nele por meios objetivos e subjetivos e cujo acesso está codificado numa relação de troca, numa relação comercial para um tipo de consumo imediato, diversificado e particularizável que é contraposto ao consumo massificado que a sociedade pressupõe e obriga. Estou me referindo especialmente a indivíduos de classe média que usam experimentar códigos com os quais não mantêm vínculos e compromissos duradouros, e que o fazem por sua livre escolha, podendo contar com um repertório tanto mais variado quanto possível.

V: Uma religião para os excluído

Os cultos dos orixás no Brasil, dos quais excluo em grande parte a umbanda, pela dimensão kardecista-católica que compõe seu plano de moralidade, mas nos quais incluo as formas do candomblé baiano, do xangô pernambucano, batuque gaúcho, tambor-de-mina do Nordeste ocidental etc., têm sido, pelo menos desde os anos 30, e ininterruptamente, verdadeiros redutos homossexuais, de homossexuais de classe social inferior. Com exceção de Ruth Landes, em seu escrito de 1940 (Landes, 1967), até bem pouco tempo os pesquisadores que erigiram a literatura científica sobre o candomblé sempre esconderam este fato, ou ao menos o relevaram como traço de algum terreiro “culturalmente decadente”. Ora, o homossexualismo está presente mesmo nas casas mais tradicionais do país, não viu quem não quis (sobre estudos contemporâneos, ver bibliografia em Teixeira, 1987).

O homossexual, sobretudo o homem, sempre foi obrigado a publicizar a sua intimidade como único meio de encontrar parceria sexual, e, ao publicizar sua intimidade, obrigava-se a desempenhar um papel social que não pusesse em risco a sua busca de parceiro, isto é, que não pusesse em risco o parceiro potencial, um papel que o mostrava como o de fora, o diferente, o não incluído, mas que ainda assim não chegava a oferecer qualquer risco de “contaminação” do parceiro, que para efeito público não chegava nunca a mudar de papel sexual. Sua diferença o obrigou a desenvolver padrões de conduta que o identificasse

facilmente: para ser homossexual era preciso mostrar-se homossexual. Pois nenhuma instituição social no Brasil, afora o candomblé, jamais aceitou o homossexual como uma categoria que não precisa necessariamente esconder-se, anulando-o enquanto tal. Só com os movimentos gay de origem norte-americana, a partir dos anos 60, é que se buscou quebrar a idéia de que o homossexual tinha que “parecer” diferente, num jogo que valorizou a semelhança e que, talvez, tenha dado suporte para a guetificação e “formação demográfica” dos hoje denominados “grupos de risco” da AIDS.

Esta aceitação de um grupo tão problemático para outras instituições, religiosas ou não, também demonstra a aceitação que o candomblé tem deste mundo, mesmo quando, no extremo, trata-se do mundo da rua, do cais do porto, dos meretrícios e portas de cadeia. Grandíssima e exemplar é a capacidade do candomblé de juntar os santos aos pecadores, o maculado ao limpo, o feio ao bonito. Se concordarmos que as maiores concentrações relativas de homossexuais e bissexuais ocorrem nas grandes cidades, onde podem refugiar-se no anonimato e na indiferença que os grandes centros oferecem (além de oferecerem locais e instituições de publicização, que na cidade grande podem funcionar como espaços fechados, isto é, públicos porém privatizados), encontramos uma razão a mais para o sucesso do candomblé em São Paulo — a possibilidade de fazer parte de um grupo religioso, isto é, voltado para o exercício da fé, mas que ao mesmo tempo é lúdico, reforçador da personalidade, capaz de aproveitar os talentos estéticos individuais e, por que não?, um nada desprezível meio de mobilidade social e acumulação de prestígio, coisas muito pouco ou nada acessíveis aos homossexuais em nossa sociedade. Ainda mais quando se é pobre, pardo, migrante, pouco escolarizado. O candomblé é assim, de fato, uma religião apetrechada para oferecer estratégias de vida que as ciências sociais jamais imaginaram.

Esta relação entre sacerdócio e homossexualidade não é prerrogativa nem do candomblé e nem de nossa civilização. Mas o que faz do candomblé uma religião tão singular é o fato de que todos os seus adeptos devem exercer necessariamente algum tipo de cargo sacerdotal. E qualquer que seja o cargo sacerdotal ocupado, ninguém precisa esconder ou disfarçar suas preferências sexuais. Ao contrário, pode até usar o cargo para legitimar a preferência, como se usa o orixá para explicar a diferença. Para melhor entendermos isso tudo, entretanto, teríamos também que não deixar esquecido o fato de contarmos inclusive com variantes de uma sociabilidade, jeitos de ser e de viver, vivenciadas por grande parte da população brasileira mais pobre (que de todo lugar do país vai se juntando nas periferias metropolitanas), hoje não importando muito mais sua origem de cor, mas que é resultante também do nosso recente passado escravista, que amputava normas de conduta, suprimia instituições familiares e aleijava até mesmo as religiões das populações escravas. Donde fica evidentíssimo ser o candomblé uma religião brasileira muito mais que a simples reprodução de cultos africanos aos orixás como existiram e como existem além-mar. Considero bastante significativo o fato de o culto aos orixás, no Brasil, ter se “descolado” do culto dos antepassados, os egunguns a que já me referi (os quais aqui ganharam um culto à parte nos candomblés de egungun). Na África, eles não eram apenas partes de um mesmo universo religioso: o orixá era cultuado para zelar pela família e pelo indivíduo, o antepassado era cultuado para cuidar da comunidade como um todo. O antepassado garantia a regra, o orixá garantia a força sagrada agindo sobre a natureza.

Mas se o candomblé libera o indivíduo, ele libera também o mundo. Ele não tem uma mensagem para o mundo, não saberia o que fazer com ele se lhe fosse dado transformá-lo, não é uma religião da palavra, nunca será salvacionista. É sem dúvida uma religião para a metrópole, mas somente para uma parte dela, como é destino das outras religiões hoje. O candomblé pode ser a religião ou a magia daquele que já se fartou da transcendência despedaçada pelo consumo da razão, da ciência e da tecnologia e que se encontrou desacreditado do sentido de um mundo inteiramente desencantado — e o candomblé será aí uma religião aética para uma sociedade pós-ética. Mas também pode ser a religião e a magia daquele que sequer chegou a experimentar a superação das condições de vida calçadas por uma certa sociabilidade do salve-se quem puder, onde o outro não conta e, quando conta, conta ou como opressor ou como vítima potencial, como inimigo, como indesejável, como o que torna demasiado pesado o fardo de viver num mundo que parece ser por demais desordenado — e o candomblé poderá ser então uma religião aética para uma sociedade pré-ética.

VI: Sacerdotes e feiticeiros

No candomblé, a iniciação significa fazer parte dos quadros sacerdotais, que são basicamente de duas naturezas (dos que entram em transe e dos que não), organizados hierarquicamente e que pressupõem um tipo de mobilidade ex opere operato. Todo iaô que passar por suas obrigações pode chegar a pai-de-santo ou mãe-de-santo, independentemente de seu comportamento na vida cotidiana, isto é, fora dos limites impostos pelas obrigações rituais do devoto para com seu deus e alheio aos deveres de lealdade para com o seu iniciador, o qual, entretanto, pode ser substituído por outro através de adoção ritual, sempre que ocorrer, por um motivo ou outro, quebra pública desta relação de lealdade e dependência.

Ser pai ou mãe-de-santo não é aspiração de todos os iniciados, nem jamais pode ser em se tratando da categoria dos ebômis não rodantes (equedes e ogãs). Entretanto, é perspectiva muito importante para boa parcela dos adeptos. Provenientes, em geral, de classes sociais baixas (e agora não importa mais se são brancos ou se negros) vir a ser um pai-de-santo representa para os iniciados a possibilidade de exercer uma profissão que, nascida como ocupação voltada para os estratos baixos e de origem negra, passou recentemente, ao compor os quadros dos serviços de oferta generalizada a todos os seguimentos sociais, a reivindicar o status de uma profissão de classe média, como já ocorreu com outras atividades profissionais e em outros contextos sociais (Hobsbawn, 1984: 299). O pai-de-santo não é mais a figura escondida, perseguida, desprezada. Ele tem visibilidade na sociedade e transita o tempo todo nos meios de classe média, que o buscam em seu terreiro e, assim fazendo, tiram-no do anonimato.

Ao mostrar-se em público, o pai-de-santo vê-se obrigado a ostentar símbolos que expressem a sua profissão. Não contando com cabedal intelectual adquirido na escola — o que é decisivo na identidade de classe média da maioria das profissões não proletárias, ainda que simbolicamente — o pai e a mãe-de-santo fazem-se perceber por um estilo de vestuário e um excesso de jóias ou outros enfeites levados no pescoço, na cabeça, na cintura e nos pulsos, que dão a impressão de serem originalmente africanos ou de origem africana, mas cuja “tradição” não tem mais que meio século. Ele e ela fazem-se diferentes e, quanto mais diferentes,

melhor. Um outro “sinal” de prestígio amealhado com freqüência por sacerdotes do candomblé, bem como da umbanda, são as medalhas e comendas concedidas por inúmeras sociedades medalhísticas de finalidade autopromocional, e que servem para substituir, às vezes com vantagens, os diplomas e graus universitários. Tudo isto faz parte de um processo de mobilidade social que está ao alcance de pessoas que, por suas origens sociais, dificilmente encontrariam outro canal de ascensão social. A mobilidade e a visibilidade social que sua profissão agora pressupõe são importantes para conferir ao pai-de-santo uma presença voltada para fora do terreiro, que lhe garanta um fluxo de clientes cujo pagamento por serviços mágicos permite a constituição de um fundo econômico que facilita, no mínimo materialmente, a sua realização como líder religioso de seu grupo de adeptos, numa religião em que o dispêndio material é muito grande e decididamente muito significativo.

Este pai-de-santo e esta mãe-de-santo são sacerdotes de uma religião em que as tensões entre magia e prática religiosa estão descartadas. Pode-se finalmente ser, ao mesmo tempo, o sacerdote e o feiticeiro, numa situação social em que cada um destes papéis reforçará o outro. E numa sociedade em que cada um deles estará orientado, preferencialmente, para grupos, e até mesmo classes sociais, diferentes.

Ao se realizar como instituição legitimada de prática mágica, o candomblé na metrópole faz parte publicamente do jogo de múltiplos aspectos através do qual cada grupo ou cada pessoa, individualmente, é capaz de construir sua própria fonte de explicação, de transcendência e de intervenção no mundo. A capacidade de se manter como religião aética, que o candomblé demonstra ter, permite-lhe vantajosa flexibilidade em relação às outras religiões éticas e a abertura para um mercado religioso de consumo ad hoc, por parte dos clientes não religiosos, que as religiões de conversão em geral não têm. A racionalização do jogo de búzios e do ebó (ao se apresentarem como menos sacralizados do que na verdade o são), o atendimento privativo e com hora marcada, o anonimato do serviço, a explicitação do pagamento monetário na relação de troca, a presença do pai-de-santo num mercado público regido por regras de eficiência e competência profissional, bem como suas próprias regras aéticas no plano do grupo religioso, fazem desta religião tribal de deuses africanos uma religião para a metrópole, onde o indivíduo é cada vez mais um bricoleur.

Nesta sociedade metropolitana — no rastro das transformações sociais de âmbito mundial dos últimos cinqüenta anos — a construção de sistemas de significados depende cada vez mais da vontade de grupos e indivíduos. Neste movimento, os temas religiosos relevantes, como afirma Luckmann, podem ser selecionados a partir de diferentes preferências particulares. No limite, cada indivíduo pode ter o seu particular e pessoal modelo de religiosidade independente dos grandes sistemas religiosos totalizadores que marcaram, até bem pouco, a história da humanidade.

Os deuses tribais africanos adotados na metrópole não são mais os deuses da tribo. São deuses de uma civilização em que o sentido da religião e da magia passou a depender, sobretudo, do estilo de subjetividade que o homem, em grupo ou solitariamente, escolhe para si.

VII: A religião dos orixás na sociedade contemporânea

O candomblé, tal como existe hoje nos grandes centros urbanos do Brasil, é capaz de oferecer a seus seguidores algo diferente daquilo que a religião dos orixás, em tempos mais antigos, podia certamente propiciar, quando sua presença significava para o escravo a ligação afetiva e mágica ao mundo africano do qual fora arrancado pela escravidão. Quando o candomblé se organizou no Nordeste, no século 19, ele permitia ao iniciado a reconstrução simbólica, através do terreiro, da sua comunidade tribal africana perdida. Primeiro ele é o elo com o mundo original. Ele representava, assim, o mecanismo através do qual o negro africano e brasileiro podia distanciar-se culturalmente do mundo dominado pelo opressor branco. O negro podia contar com um mundo negro, fonte de uma África simbólica, mantido vivo pela vida religiosa dos terreiros, como meio de resistência ao mundo branco, que era o mundo do trabalho, do sofrimento, da escravidão, da miséria. Bastide mostrou como a habilidade do negro, durante o período colonial, de viver em dois diferentes mundos ao mesmo tempo era importante para evitar tensões e resolver conflitos difíceis de suportar sob a condição escrava (Bastide, 1975). Logo, o mesmo negro que reconstruiu a África nos candomblés, reconheceu a necessidade de ser, sentir-se e se mostrar brasileiro, como única possibilidade de sobrevivência, e percebeu que para ser brasileiro era absolutamente imperativo ser católico, mesmo que se fosse também de orixá. O sincretismo se funda neste jogo de construção de identidade. O candomblé nasce católico quando o negro precisa ser também brasileiro.

Quando o candomblé, a partir dos anos 1960, deslancha a caminho de se tornar religião universal, afrouxa-se seu foco nas diferenças raciais e ele vai deixando para trás seu significado essencial de mecanismo de resistência cultural, embora continue a prover esse mecanismo a muitas populações negras que vivem de certo modo econômica e culturalmente isoladas em regiões tradicionais do Brasil. As novas condições de vida na sociedade brasileira industrializada fazem mudar radicalmente o sentido sociológico do candomblé. Se até poucas décadas atrás ele significava uma reação à segregação racial numa sociedade tradicional, em que as estruturas sociais tinham mais o aspecto de estamentos que de classes, agora ele tem o sentido de escolha pessoal, livre, intencional: alguém adere ao candomblé não pelo fato de ser negro, mas porque sente que o candomblé pode fazer sua vida mais fácil de ser vivida, porque então talvez se possa ser mais feliz, não importa se se é branco ou negro[8]. Evidentemente, embora o processo de escolha religiosa possa ter conseqüências sociais significativas para a sociedade como um todo — na medida que com a escolha certas religiões podem ser mais reforçadas e neste sentido ter aumentada sua influência na sociedade — qualquer eficácia da religião no que diz respeito à esfera íntima só pode ser avaliada pelo indivíduo que a ela se converte.

O desatar de laços étnicos que, no curso da últimas três décadas, tem transformado o candomblé numa religião para todos, também propiciou um nada desprezível alargamento da oferta de serviços mágicos para a população exterior aos grupos de culto. Uma clientela já acostumada a compor visões de mundo particulares a partir de fragmentos originários de diferentes métodos e fontes de interpretação da vida. O candomblé oferece símbolos e sentidos hoje muito valorizados pela música, literatura, artes em geral, os quais podem ser fartamente usados pela clientela na composição dessa visão de mundo caleidoscópica, sem nenhum compromisso religioso. O cliente de classe média que vai aos candomblés para jogar búzios e fazer ebós é o bricoleur que também tem procurado muitas outras fontes não racionais de sentido para a vida e de cura para males de toda natureza. Certamente o

candomblé deste cliente é bem diferente do candomblé do iniciado, mas nenhum deles contradiz o sentido do outro.

O candomblé é uma religião que tem no centro o rito, as fórmulas de repetição, pouco importando as diferenças entre o bem e o mal no sentido cristão. O candomblé administra a relação entre cada orixá e o ser humano que dele descende, evitando, através da oferenda, os desequilíbrios desta relação que podem provocar a doença, a morte, as perdas materiais, o abandono afetivo, os sofrimentos do corpo e da alma e toda sorte de conflito que leva à infelicidade. Como religião em que não existe a palavra no sentido ético, nem a conseqüente pregação moral, o candomblé (juntamente com a umbanda, que contudo tem seu aspecto de religião aética atenuado pela incorporação de virtudes teologais do kardecismo, como a caridade) é sem dúvida uma alternativa religiosa importante também para grupos sociais que vivem numa sociedade como a nossa, em que a ética, os códigos morais e os padrões de comportamento estritos podem ter pouco, variado e até mesmo nenhum valor.

O candomblé é uma religião que afirma o mundo, reorganiza seus valores e também reveste de estima muitas das coisa que outras religiões consideram más: por exemplo, o dinheiro, os prazeres (inclusive os da carne), o sucesso, a dominação e o poder. O iniciado não tem que internalizar valores diferentes daqueles do mundo em que ele vive. Ele aprende os ritos que tornam a vida neste mundo mais fácil e segura, mundo pleno de possibilidades de bem-estar e prazer. O seguidor do candomblé propicia os deuses na constante procura do melhor equilíbrio possível (ainda que temporário) entre aquilo que ele é e tem e aquilo que ele gostaria de ser e ter. Nessa procura, é fundamental que o iniciado confie cegamente em sua mãe-de-santo. Guiado por ela, este fiel aprende, ano após ano, a repetir cada uma das fórmula iniciáticas necessárias à manipulação da força sagrada da natureza, o axé. Não se pode ser do candomblé sem constantemente refazer o rito, como não se pode ser evangélico sem constantemente examinar a própria consciência à procura da culpa que delata a presença das paixões que precisam ser exorcizadas. O bom evangélico, para se salvar da danação eterna, precisa aniquilar seus desejos mais escondidos; o bom filho-de-santo precisa realizar todos os seus desejos para que o axé, a força sagrada de seu orixá, de quem é continuidade, possa se expandir e se tornar mais forte. Aceitando o mundo como ele é, o candomblé aceita a humanidade, situando-a no centro do universo, apresentando-se como religião especialmente dotada para a sociedade narcisista e egoísta em que vivemos.

Porque o candomblé não distingue entre o bem e o mal do modo como aprendemos com o cristianismo, ele tende a atrair também toda sorte de indivíduos que têm sido socialmente marcados e marginalizados por outras instituições religiosas e não religiosas. Isto mostra como o candomblé aceita o mundo, mesmo quando ele é o mundo da rua, da prostituição, dos que já cruzaram as portas da prisão. O candomblé não discrimina o bandido, a adúltera, o travesti e todo tipo de rejeitado social. Mas se o candomblé libera o indivíduo, ele também libera o mundo: não tem para este nenhuma mensagem de mudança; não deseja transformá-lo em outra coisa, como se propõem, por exemplo, os católicos que seguem a Teologia da Libertação, sempre interessados em substituir este mundo por outro mais justo. O candomblé se preocupa sobretudo com aspectos muito concretos da vida: doença, dor, desemprego, deslealdade, falta de dinheiro, comida e abrigo — mas sempre tratando dos problemas caso a caso, indivíduo a indivíduo, pois não se trabalha aqui com a noção de interesses coletivos, mas

sempre com a de destino individual. O candomblé também pode ser a religião ou a magia daquele que já se fartou dos sentidos dados pela razão, ciência e tecnologia, e que deixou de acreditar no sentido de um mundo totalmente desencantado, que deixou para trás a magia, em nome da eficácia do secular pensamento moderno. Talvez o candomblé possa ser a religião daquele que não consegue atinar com o senso de justiça social suficiente para resolver muitos dos problemas que cada indivíduo enfrenta no curso de sua vida pelo mundo desencantado.

O candomblé também oferece a seus iniciados e simpatizantes uma particular possibilidade de prazeres estéticos, que se esparrama pelas mais diferentes esfera da arte e da diversão, da música à cozinha, do artesanato à escola de samba, além da fascinação do próprio jogo de búzios, o portão de entrada para o riquíssimo universo cultural dos orixás. O candomblé ensina, sobretudo, que antes de se louvarem os deuses, é imperativo louvar a própria cabeça; ninguém terá um deus forte se não estiver bem consigo mesmo, como ensina o dito tantas vezes repetidos nos candomblés: “Ori buruku kossi orixá”, ou “Cabeça ruim não tem orixá”. Para os que se convertem, isso faz uma grande diferença em termos de auto-estima.

Na nossa sociedade das grandes metrópoles, se a construção de sentidos depende cada vez mais do desejo de grupos e indivíduos que podem escolher esta ou aquela religião, ou fragmentos delas, a relevância dos temas religiosos igualmente pode ser atribuída de acordo com preferências privadas. A religião é agora matéria de preferência, de tal sorte que até mesmo escolher não ter religião alguma é inteiramente aceitável socialmente. Assim, os deuses africanos apropriados pelas metrópoles da América do Sul não são mais deuses da tribo, impostos aos que nela nascem. Eles são deuses numa civilização em que os indivíduos são livres para escolhê-los ou não, continuar fielmente nos seus cultos ou simplesmente abandoná-los. O candomblé pode também significar a possibilidade daquele que é pobre e socialmente marginalizado ter o seu deus pessoal que ele alimenta, veste e ao qual dá vida para que possa ser honrado e homenageado por toda uma comunidade de culto. Quando a filha-de-santo se deixa cavalgar pelo seu orixá, a ela se abre como palco o barracão em festa, para o que talvez seja a única possibilidade na sua pobre vida de experimentar uma apresentação solo, de estar no centro das atenções, quando seu orixá, paramentado com as melhores roupas e ferramentas de fantasia, há de ser admirado e aclamado por todos os presentes, quiçá invejado por muitos. E por toda a noite o cavalo dos deuses há de dançar, dançar e dançar. Ninguém jamais viu um orixá tão bonito como o seu.

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Reginaldo Prandi

A preparação e custos da festa no candomblé. Quanto custa para fazer um trabalho, uma festa um ritual no candomblé? Quanto custa uma obrigação de santo? Quanto custa pra fazer uma obrigação de sete anos?

Publicado em 5 de julho de 2010por toluaye

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A preparação da festa

A perspectiva da realização de uma festa mobiliza uma série de recursos econômicos e simbólicos, dentro e fora do terreiro, além de recursos humanos. Ela começa a ser preparada muito antes do dia marcado para sua realização, seja uma festa simples ou não. É preciso tempo para que sejam tomadas uma série de providencias para conseguir recursos a fim de satisfazer os anseios de todos com relação a ela.

No caso de uma festa “simples” de orixá (sem obrigações ou iniciação envolvidas), jogam-se os búzios, antes de qualquer coisa, para saber se o orixá concorda com a festa, se deseja “comer”, o quê e em que quantidade, se quer roupa nova (pergunta perigosa e que só é feita quando há condições para isso, pois a roupa do orixá é cara e trabalhosa), se a data lhe agrada e, inclusive, se certos convidados serão bem vindos.

O pai ou mãe-de-santo reúne o grupo e comunica que vai haver festa; que todos devem colaborar com trabalho, oferendas, dinheiro ou tudo isso ao mesmo tempo. Nessas ocasiões geralmente ele aproveita para avaliar a última festa e lembrar os “erros” e problemas acontecidos e as soluções que foram dadas a eles. Repreende alguns filhos por faltas cometidas, outros por não cooperarem suficientemente com o trabalho da casa e aproveita para ensinar algo sobre a “etiqueta ritual” a ser cumprida no barracão. Se o terreiro tiver

condições para tanto, manda-se imprimir convites com motivo, data, endereço e até o traje adequado para a ocasião. Estes convites podem ser financiados por algum cliente que deseje agradar o orixá homenageado, por algum filho-de-santo em melhor situação financeira ou, ainda, oferecidos pelos ogãs, que se reúnem para pagá-los. Se o terreiro não tiver condições financeiras para isso, será mobilizada a rede de informação do povo-de-santo, que é eficientíssima. Essa rede passa por diversos ambientes freqüentados pelos adeptos do candomblé, especialmente as festas de outras casas, as lojas de artigos religiosos, e-mail, orkut, fecebook, além de mil telefonemas e, principalmente, através das relações de parentesco de santo e de “nação” (rito que um terreiro segue). A rede de informação do povo-de-santo é tão eficiente que é costume dizerem, no candomblé, que “se você não quer que saibam de uma coisa, não deixe que aconteça”. Pois se acontecer, todos saberão, mais cedo ou mais tarde, tenha o fato acontecido na dimensão pública ou privada da vida do indivíduo que vive nesta religião.

Tendo sido reunidos os recursos para a compra dos artigos necessários, todos os membros do terreiro devem estabelecer uma “escala de serviço” na casa, pois sempre há a necessidade de gente para dar conta de todos os detalhes da preparação da festa e que são muitíssimos. Até os simpatizantes (em geral clientes dos jogos de búzios) são chamados a ajudar neste trabalho.

Para que a festa possa ser realizada é necessário ainda que os adeptos se organizem também fora do terreiro. Como é preciso (e importante!) ajudar no trabalho da casa-de-santo, muita gente trabalha horas extras no emprego, não só para conseguir mais dinheiro e participar da festa, comprar uma roupa nova para si ou para seu orixá usar no “grande dia”, mas também para ter tempo livre que possa ser usado nas tarefas do terreiro. É comum que pessoas que trabalhem em hospitais, por exemplo, “dobrem” seus plantões para ter um dia ou uma noite livres para dedicarem-se aos afazeres da “roça” (terreiro). Há empregadas domésticas que abandonam o emprego para serem a “mãe-criadeira” de um iaô (aquela que toma conta dele, de seu banho, sua comida, de ensinar-lhe toda a etiqueta, as cantigas etc); diaristas que faltam ao serviço apenas para poderem ajudar na “comida do santo”. No caso dos iaôs, é costume aproveitarem os períodos de férias (do trabalho ou escolares) para a iniciação. Quem não trabalha “fora” como algumas donas-de-casa, deve providenciar quem cuide de seus filhos, maridos, suas casas (pois é comum que partes importantes dos rituais sejam feitas à noite; principalmente porque é neste período do dia que a maioria dos filhos-de-santo pode estar no terreiro). Quando não conseguem isto, elas levam seus filhos para a “roça”, outro nome pelo qual se chamam os terreiros. Sempre se dá um jeito. Em época de “obrigação” é muito comum vermos crianças nos candomblés brincando, com pedrinhas, de “jogar búzios”. Elas brincam também de “virar no santo”, “fazer ebós” e outras coisas que vêem nesta convivência obrigatória com a prática do candomblé, ao acompanharem seus pais.

Quando há festa, devem ser respeitados tabus alimentares e sexuais. Com antecedência deve-se lavar, passar e engomar as roupas que serão usadas (três saiotes (anágua) para cada mulher

que dance na roda-de-santo, são lavados, passados e engomados!), consertar as roupas dos orixás que, na dança da festa anterior, perderam lantejoulas, pedras ou rasgaram-se. É preciso polir as ferramentas (símbolos feitos em metal) dos orixás, as pulseiras e os adjás (sinetas) dos ebomis (que geralmente são confeccionados em latão ou zinco niquelado e escurecem com o tempo), pois eles devem imitar o brilho do ouro, da prata e do cobre, metais favoritos dos orixás. É preciso correr a cidade em busca de avícolas onde possam ser encontrados os animais preferidos pelo orixá ao qual serão sacrificados – deve haver um carro à disposição do terreiro para todo este circuito de compras – e depois se sai à procura das folhas que comporão o amaci (banho de “limpeza”) dos filhos-de-santo antes da festa. Se a casa tiver seus próprios alabês (ogãs tocadores de atabaques), muito bem. Se não, eles deverão ser contratados, pois uma festa não pode prescindir da música, e no candomblé é ela que “traz” os orixás ao mundo dos homens. É costume se dizer, nos terreiros, que “sem alabê não tem candomblé”.

Às vésperas da festa ou em datas regulamentada pelos orixás, atravéz do jogo de búzios, os animais são sacrificados e as “comidas secas” (são chamadas assim todas as “comidas-de-santo” que não sejam animais sacrificados) oferecidas aos orixás. Essas comidas geralmente são preparadas pela iabassê da casa (cozinheira que prepara as comidas dos orixás e que conhece os preceitos e “temperos” do gosto de cada orixá), auxiliada por equedes (mulheres que não entram em transe e são espécies de “camareiras” dos orixás) e iaôs. Cada orixá come um prato específico, preparado de modo peculiar. Um dos conhecimentos mais importantes do candomblé consiste em saber exatamente o quê cada qualidade de orixá come, “temperado” de que modo e sob que circunstâncias rituais. Já na preparação das comidas da festa, portanto, a hierarquia e seu conseqüente grau de conhecimento começa a se expressar de modo enfático.

Todo o “cardápio” da festa depende do que se chama de “qualidade” do orixá, que são avatares, caminhos do orixá e “partes ou segmentos da sua própria biografia mítica, ou representações de locais em que nessa forma foi ou é cultuado” (PRANDI, 1989:157). Todas as comidas rituais são preparadas levando-se em consideração os preceitos de cada orixá. A pipoca de Obaluaiê (deburu), por exemplo, deve ser estourada na areia quente e não no óleo. Quem o faz não pode falar enquanto prepara, e assim por diante.

Nas festas de iniciação, depois do sacrifício ritual a cozinha do terreiro fica cheia de frangos, patos, galinhas d’angola etc. para serem depenados e suas vísceras devidamente separadas e preparadas, conforme a preferência dos orixás a que se destinam. Os “bichos de quatro pés” (que podem ser porcos, cabritos, carneiros, tartarugas, coelhos etc., conforme o orixá homenageado) são “pelados” e limpos pelos ogãs. É muito comum nas casas-de-santo serem vistas, curtindo ao sol ou mesmo na forma de pequenos “tapetes”, as peles desses animais. É conferindo as peles na parede que o povo-de-santo sabe (e verifica) quais foram os animais sacrificados. É costume se contarem as peles e ver se elas são novas.

Depois de limpos os bichos, cozinham-se as carnes, separa-se o que cada orixá deseja e, no dia seguinte, são preparadas as comidas que serão servidas à assistência da festa, no ajeun (refeição coletiva, compartilhada entre os deuses, os membros da casa e os convidados). Compradas as bebidas, resta ainda verificar se há pratos e copos em número suficiente para os convidados. Ultimamente é bastante comum vermos o povo-de-santo comendo o ajeun em pratinhos de papel, com garfos de plástico, em lugar do tradicional ajeun servido em folhas de mamona e comido com as mãos, descrito tantas vezes na etnografia clássica sobre o candomblé.

É preciso, ainda, providenciar flores e folhas para enfeitar o barracão, fazer os laços com os ojás (panos no formato de echarpe que o povo-de-santo amarra na cabeça, na cintura etc) nos atabaques, além de manter tudo rigorosamente limpo. Durante estes dias é preciso que alguém providencie alimentação “profana” e bules e mais bules de café para os que estão trabalhando no terreiro. Toda esta trabalheira é realizada alegremente, entremeada de brincadeiras, de narrativas de casos acontecidos nos diversos candomblés e de indakas (fofocas). A cozinha é o espaço do terreiro onde se fica sabendo das coisas do candomblé e onde muitos ensinamentos são transmitidos, juntamente com avaliações de todos os tipos. É na cozinha que, além de serem preparadas as comidas dos santos, e as magias, são “cozidos” os acontecimentos das festas, as práticas dos outros terreiros (chama-se isto de “xoxar”), os casos de demanda, cura, mistérios, avaliados os desempenhos de adeptos e de orixás, a vida pública e privada do povo-de-santo em geral. É claro que não é só na cozinha que se fazem estes comentários, mas este espaço, sendo um espaço cheio do segredo do candomblé (os “feitiços” são preparados ali), é um espaço de “intimidade” do povo-de-santo dentro do terreiro.

A não ser nos momentos mais importantes, como o sacrifício dos animais e outros rituais, o pai ou mãe-de-santo estão ocupados com outros afazeres. Em geral atendendo os clientes através do jogo de búzios ou da realização de ebós, etutus (tipos de “limpeza” ritual, que incluem um sacrifício animal) ou boris (cerimônia de “dar de comer à cabeça”). Quer dizer, dando os primeiros passos na direção da próxima festa. Seja pela transformação do abiã (adepto que ainda não passou pelo rito de iniciação), que agora está dando o bori, num futuro iaô, seja pela transformação do cliente que veio jogar búzios num novo abiã.

Os custos da festa

Outro aspecto importante, no que diz respeito à festa de candomblé, são seus custos. Apesar das más condições econômicas em que vive, o povo-de-santo é um grupo que consegue promover, com freqüência à primeira vista intrigante, festas bastante dispendiosas.

As festas de iniciação e as “de obrigação” são as mais caras. Entre estas últimas a mais cara é a de 7 anos, conhecida como decá. Nas despesas com tais festas devem ser computadas a manutenção do iniciando e a daqueles que trabalham no terreiro durante o período de recolhimento, além de ser obrigatório o sacrifício de um bicho de “quatro pés” e quatro frangos (um para cada “pé” do bicho, diz-se; chama-se a isso de “calçar” o bicho de quatro pés_). Praticamente repete-se a iniciação, multiplicando-a pelo número de orixás que já foram assentados (os 5 ou 7 orixás do enredo) e mais o caboclo (quando o indivíduo tem um), que também “comem”.

Mesmo no caso de uma festa simples (comemorativa de um orixá), pelo menos uma comida seca cada deus deve receber, como vimos. Exu sempre deve comer e o orixá homenageado receber um “quatro-pés” calçado. Este “quatro-pés” geralmente é um bode ou uma cabra. Há até quem ofereça um boi a seu orixá ou caboclo, conforme a situação financeira da casa e/ou do indivíduo permitam. Mas geralmente se oferece bem menos que isso, “negociando-se” com o orixá, prometendo-se lhe dar o devido mais tarde. Apenas as “comidas secas”, porém, já consomem uma considerável quantia em dinheiro do povo-de-santo, além das despesas com gás, luz, água, alimentação (e tempo!) dos que trabalham na casa, inevitáveis em qualquer atividade do terreiro.

Assim, o mínimo gasto numa festa de orixá, simples, é de 5.000,00 dólares, sem incluir as bebidas do ajeun, que podem variar do simples refresco em pó até cervejas e refrigerantes. No caso da festa de iniciação, uma das mais caras festas de candomblé, os custos chegam a 15.000,00 dólares. No decá, multiplique-se pelo menos por três essa quantia. Poucos, por esta razão, conseguem chegar a esta categoria e, portanto, aqueles que a alcançam orgulham-se muito e são respeitadíssimos tanto pelo sacrifício exigido quanto pelo conhecimento adquirido durante o tempo que se esperou e poupou recursos para tanto.

É impossível reproduzir aqui a lista dos artigos necessários para uma festa de iniciação. Esta lista contém todos os artigos necessários não só ao assentamento do orixá (a feitura, propriamente dita), mas também aos ebós, o material do bori, da roupa de orixá e do iaô e o sustento do pessoal que trabalhará na “roça” durante o período em que o iaô estiver recolhido, em geral 21 dias. Dela constam, em média, 126 itens, sem contar as unidades como 20 orobôs, 10 litros de mel etc. Além do preço dos artigos, devemos somar, também, os honorários do pai-de-santo, chamados de “mão” ou “salva de chão”, que representam o custo dos seus serviços religiosos, a serem pagos pelo iaô em dinheiro ou, quando isso não é possível, em trabalho no terreiro.

Feitas as contas, uma iniciação “barata”, como a de Ogum (pois há orixás considerados “baratos”, como Ogum, Oxum, Oxóssi), não poderá ser realizada por menos de 15.000,00 dólares e, as mais caras, como as de Logun-Edé (considerado o orixá mais caro do candomblé, pois come tudo em casais: um casal de faisões, um casal de coelhos, um casal de pombos etc.) e de Oxalá, 20.000,00 dólares.

Não é fácil, portanto, para o filho-de-santo, conseguir recursos para a iniciação ou mesmo para a festa comum. No caso da iniciação, pode demorar anos. Pode se tornar impossível. Às vezes, quando há emergência, pode-se fazer o orixá “de esmola”, o que significa que o próprio indivíduo ou o pai-de-santo pedirão aos filhos e clientes da casa que dêem algo da lista ou pelo menos parte, conseguindo, ao fim de certo tempo, tudo o que é necessário. Outras vezes os filhos de santo saem à rua, oferecendo um punhado de pipocas curativas de Obaluaiê, em troca de algum dinheiro para a iniciação., este mesmo ato é realizado na festa do olubajé do terreiro. Ou, ainda, é o próprio orixá que exige que tudo seja feito de esmola, ensinando assim a humildade a seus filhos. E se não for desse modo, muitas vezes o abiã não terá nunca recursos para “fazer” seu orixá. Mas não é comum que ele conte muito com os outros para se iniciar. Primeiro porque pedir a quem já tem pouco, como a maioria do povo-de-santo, é na verdade conseguir muito pouco. E depois parece haver uma questão de orgulho envolvendo o assunto. Nada, entretanto, nesse orgulho impede o abiã de aceitar “presentes” – que podem ser escolhidos numa lista como as de presentes de casamento – para seu orixá, e isso acontece freqüentemente. Clientes, amigos e parentes que simpatizam com o abiã, com o pai-de-santo ou, principalmente, que se julgam em dívida para com o orixá que será feito ou desejam “agradá-lo”, costumam “presentear” o iaô, diminuindo em alguma coisa o número de itens ou a quantia a ser despendida por este. Para muitas pessoas, entretanto, é uma questão de honra gastar o que for preciso para satisfazer seu orixá. Muitos adeptos do candomblé trabalham anos a fio para ter, um dia, condição de oferecer uma esplêndida festa em honra de seu orixá, fazê-lo do modo mais perfeito possível. Pierre Verger, etnólogo francês, dizia que essas “horas de glória” criam um sentimento de honra e prestígio que ultrapassa os muros do terreiro:

“O candomblé é uma religião de exaltação da personalidade. Ela faz com que as pessoas se sintam honradas. Uma vendedora de acarajé tem prestígio. Compra-se dela com muito respeito porque ela é filha de Oxum, de uma deusa, porque sua deusa baila bem. A gente não se sente humilhada”. (Declaração de Pierre Verger a Goulart de Andrade, no programa Comando da Madrugada, do SBT, em 16/11/90).

São provavelmente tais “horas de glória” que compensam todo o sacrifício, todo o investimento do povo-de-santo nas festas. Para a parte deste grupo que vive as humilhações da pobreza, da falta de todo tipo de bens, elas podem ser não apenas altamente revigorantes mas, do mesmo modo que para a parte em melhor condições financeiras, distante desta realidade, momentos de profunda transcendência, de catarse (“purgação”. Segundo Aristóteles, a catarse refere-se à purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por um drama.) e de ultrapassamento do próprio “eu”.

A renovação das obrigações, a preocupação com as festas dos outros membros do terreiro e com as suas próprias, fazem com que elas sejam um tema cotidiano e objetivo permanente dos adeptos dessa religião, que organizam a própria vida cotidiana em função do trabalho que devem realizar na “casa de santo” para a festa do orixá da casa (ou do seu), e das festas de outras casas a que desejam assistir. Ou seja, sendo constante a produção da festa, o candomblé é a constante produção das horas de glória. As horas de dançar e brilhar no barracão. Este ano de 2010 extraordinariamente venho pedir esmola para a realização do nosso Olubajé, que será no dia 21 de Agosto as (19) dezenove horas. No caso de alguns filhos não disporem de reserva, deverão fazer uma quantidade de (deburu) pipoca, para angariar fundos.

Adupé.

Olodumaré Ashe. Baba Lokanfu.

QUANTO PAGAR E PORQUE PAGAR

PAGAMENTOS REALIZADOS EM DINHEIRO PELOS PRÉSTIMOS AOS ÒRÌSÀ

É esta uma das mais comuns observações e críticas dirigida para a Religião Lessé Òrìsà, tendo como alvo direto o Bàbálòrìsà /Ìyálòrìsà, ou seja, a cobrança por parte do Sacerdote e os pagamentos feitos pelos ritos que são realizados no terreiro de Candomblé. Excluídas todas as ressalvas que já foram exaustivamente feitas em defesa desta prática sagrada, que é o pagamento para que sejam ministrados os sacramentos e rituais que toda religião possui, e que não exclui a Religião dos Òrìsà, devendo-se observar que é de extrema importância, tanto para o Sacerdote, Fieis e Iniciados.

Quando alguém paga para a realização de algum rito dirigido aos Òrìsà, ele está: Contribuindo para a continuidade, a existência e a manutenção de um Templo Sagrado (Terreiro de Candomblé) dos Òrìsà, fato que gera condições para que a religião, onde sua fé está depositada, continue a existir;

Ajudando a custear a manutenção de um Sacerdote que dedica sua vida a prestar serviços religiosos para o bem estar daqueles que o procuram; independente de ser ela, sua família ou qualquer humano que precise.

Colaborando para que o Sacerdote tenha tempo e condições de praticar, estudar e aprender mais sobre sua própria Religião, e com isso oferecer mais aos seus fiéis e adeptos;

Se as citações acima são de suma importância, julga-se que existe outra ponderação mais importante, ou seja:

Quando um Fiel, ou um Iniciado, paga para que um ritual seja presidido, ele está “gastando seu dinheiro”, na maioria das vezes, com seu próprio Orí (cabeça, energia primordial, Orisa principal, energia interior) ou com seus próprios Òrìsàs.

PODE HAVER UM DINHEIRO MAIS BEM EMPREGADO DO QUE ESTE?

Parece-me que os pagantes se esquecem disso! Principalmente , quando em momentos difíceis de sua vida, foram acolhidos pelo sacerdote sem nada dispor. Mas ainda, não chegamos ao ápice da questão. A grande e maior importância que deve ser dada ao dinheiro que é gasto com a Religião está diretamente relacionada com o fato de se estar dedicando o sacrifício para ganhar o dinheiro, empregando um determinado valor para uma obra dos Deuses

Em síntese: Observa-se que as pessoas relacionadas com o Candomblé e Umbanda RECLAMAM por gastar seu dinheiro com seu próprio Orí, com seus próprios Òrìsà e principalmente com o templo da sua própria religião, onde se pratica a obra dos Deuses e benefícios para toda humanidade.

Mas, EXIGIR e cobrar o melhor para si, todos exigem.

Como alguém pode querer receber com amor, se não dá com amor?

As grandes chaves para o sucesso, ou para o fracasso, de qualquer rito realizado nos Templos dos Cultos aos Òrìsà.

Todas as religiões ensinam seus fiéis a dar amor para Deus. E este dar, não envolve somente dar coisas abstratas, mas envolve também em dar coisas concretas, materiais, que são necessárias para a manutenção e existência da continuidade do TERREIRO e da religião.

Elogiam-se muito os cristãos que já aprenderam a doar para as suas igrejas, ENTENDENDO-SE que aquilo que doam é pela necessidade que sentem de fazer com que a palavra do Deus que eles acreditam seja expandida e difundida aos quatro cantos do mundo. É assim que crescem as Igrejas Evangélicas, muitas vezes causando ciúme para seus próprios irmãos da mesma fé. Mas, literalmente oposto a isso, é que nas casas de Cultos Afro-brasileiro as pessoas reclamam por gastarem seu dinheiro com as obras dos Deuses, reclamam que seus Bàbás e Ìyás são ignorantes, mal humoradas e sem cultura, reclamam que sua religião está sendo massacrada na mídia, mas qual a ajuda financeira que estas pessoas, que reclamam, dão para que este quadro seja revertido? Já que ninguém quer pagar para obter o auxílio do Sacerdote ou do Templo que freqüenta, imaginem para combater a intolerância religiosa?

As Ilé Àse Òrìsà, conhecidas como Casas de Santo, não são também a Casa de Deus?

Quem paga pode exigir! Exigir que o Sacerdote estude e se aprimore. Exigir que o Templo seja limpo e bem cuidado. Exigir receber ensinamentos. O Sacerdote pode até ser rico e a Ilé Òrìsà pode até ser luxuosa, desde que seus Fiéis e Filhos Iniciados também tenham sabedoria, riqueza e sucesso. Esta é a troca, que todos desejam obter dos Deuses quando vão buscar o auxílio dos Òrìsà através do Sacerdote Bàbálòrìsà. Se, egoisticamente, alguém nega parte do que tem de material para as obras de Deuses, o que poderá esperar em troca?

Faça sua religião ser grande e forte, e você será sábio, rico e próspero. Seja mesquinho com as obras dos Deuses e com sua religião, e sua vida se resumirá num eterno pedir e reclamar. E, se por acaso, o Bàbálòrìsà, o Rabino, o Padre ou o Pastor empregarem mal o dinheiro que recebem, a responsabilidade espiritual são deles. Faça você a sua parte, doando para as obras onde seus Deuses se encontram, sempre com amor e sem apego. O Sacerdote e o Templo são para você, meros instrumentos. Lembre-se que, perante Elédùmarè (Deus), cada um é

responsável pelos seus atos, que por sua vez gerarão reações e com certeza, absoluta conseqüências, que nem os Deuses serão capazes de contornarem.

Lorogun, lórogún ou olorogum. Por que os terreiros de candomblé fecham na quaresma? Funcionamento do candomblé, Ano novo no candomblé! Por que o candomblé para na quaresma?

Publicado em 23 de fevereiro de 2010por toluaye

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Lorogun, lórogún ou olorogum é uma cerimônia ritual que paralisa a maiorias das atividades nos terreiros de candomblé, estimulando seus crentes e adeptos ao descanso coletivo, marcado o final do ano litúrgico.

Período.

O lorogun acontece propositadamente no período da quaresma católica, logo depois do carnaval, terminando justamente no sábado de aleluia (primeiro sábado da lua cheia), onde começa o início do ano litúrgico (Ano Novo) para o povo do santo.

Ritual

Neste ritual não acontece sacrifício animal, embora seja oferecida comida ritual não só aos Deuses, mas à todos os participante, servido diretamente por todos os orixás do terreiro, extraordinariamente vestidos com roupas estampadas, menos os orixás funfuns que sempre estão com os seus vestes brancos. A comida é comportada em duas capangas à tira colo e distribuida a todos os presentes, depois estas capangas são penduradas na árvore sagrada do terreiro.

Em seguida, todos os orixás saem com um ichã (Atori, Atòrì ou Ichã é um apetrecho da cultura Nago-vodum em forma de cipó "vara", feito de uma planta chamada glyphaca lateriflora abraham, inerente aos Orixás nanã, oxaguian, obaluaye, oxumare, ossaim e iansã, principalmente a oya igbale e muito utilizado nos cultos de egungun.

Indispensável na festa do pilão e na construção de vários objetos sagrados como xaxará, ibiri e oposaim, sua imitação de metal em forma de seta pode ser vista nos assentamentos sagrados

igba oxumare, igba ossaim e igba obaluaye, o mesmo material serve para confecção das colheres de madeira sobrepostas no igba nanã. Suas hastes são simbolizadas com os ancestrais e tem finalidade de afastar os espíritos (eguns) para o seu espaço sagrado, e eliminar as energias negativas da comunidade, proporcionando a saúde e longevidade dos crentes.) devidamente enrolado com tecidos ou papéis e começam simbolicamente uma luta, parecido com maculelê, este mesmo objeto é levado e depositado aos pés da árvore sagrada do terreiro. Neste momento todos os orixás seguram nas mãos uma quantidade de folha sagrada, que são passada no corpo de todos os presentes, inclusive uns aos outros, formando um verdadeiro alarido, dando uma impressão de briga "guerra" que é interrompida com a manifestação de oxalá, imediatamente tudo volta a calmaria e todos dançam sob um grande alá (pano branco), os cânticos sagrado deste orixá da paz.

Referências

Orun Aye: Encontro de Dois Mundos JOSE BENISTE

niciação, feitura de santo, iniciação no candomblé, obrigação de sete anos, deka, oiê ou Oyê, odu ejé, odu keta

Publicado em 19 de junho de 2009por toluaye

4 Votes

Feitura de santo na iniciação Ketu.

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Para saber se uma pessoa precisa ser iniciada ou não no Candomblé, o Babalorixá ou Iyalorixá consulta o jogo de búzios no merindilogun onde terá as respostas. Essa é uma das formas de saber, a outra é quando uma pessoa vai assistir uma festa de candomblé e entra em transe profundo, esse transe é chamado de "Bolar no Santo" é a declaração em público do Orixá que quer a iniciação de seu filho, nesse caso o babalorixá vai consultar o jogo de búzios para saber qual é o Orixá e suas condições, se pode esperar ou se caso de urgência. Normalmente são feitos acordos com os Orixás para que aguardem até o filho ter condições financeiras e de férias para poder se recolher.

A primeira fase da iniciação ou feitura de santo na nação Ketu é de 21 dias, onde a pessoa fica em retiro longe da vida profana e da família, devendo desligar-se de tudo e dedicar-se totalmente aos ritos de passagem, salientando-se que todo o ritual da iniciação não é público. Salientando também que essa iniciação só pode ser feita por uma pessoa iniciada, segundo as normas do candomblé só pode transmitir o Axé quem os recebeu de alguém iniciado na obrigação de odu ejé.

Quanto ao fato da pessoa ser recolhida para ser Iaô, Ogan ou Ekedi, essa questão só é resolvida durante a iniciação, se a pessoa entrar em transe será um Iaô elegun, se não entrar em transe e for homem, será um Ogan, se for mulher será uma Ekedi.

Barco de Iaô

A iniciação pode ser de apenas um Iaô ou pode ser de muitos nesse caso recebe o nome de "Barco de Iaô". Quando entra para fazer o santo sozinho será chamado de Dofono (homem) ou Dofona (mulher), por ser o primeiro e único.

No caso do barco o primeiro Iaô será chamado de Dofono, o segundo dofonitinho, o terceiro será chamado de Fomo, o quarto de Fomutinho, quinto de Gamo, sexto de Gamutinho, sétimo de Vimo, Oitavo de Vimutinho, nono de Gremo, decimo Gremutinho, decimo primeiro de Caçula e daí por diante, essa sequência de nomes são usadas na maioria das casas de candomblé de cultura Jeje-nagô.

Já houve barcos com quinze Iaôs que se tem notícia, mas isso é muito raro, pois implica muito trabalho e dedicação de muitas pessoas para cuidar dos Iaôs, a maioria das casas recolhem no máximo três ou quatro. Existem Orixás que não podem ser iniciados junto com outros nesse caso será recolhido sozinho.

Iniciação

Nos 3 primeiros dias a pessoa ficará descansando e fazendo os ebós de limpeza que serão apurados no jogo de búzios, e tomando banhos com folhas sagradas e abô, ficará recolhida no roncó (quarto específico de recolhimento), próximo ao peji e será feita a primeira obrigação que é o bori, no final dos três dias é suspenso o bori e passa para as fases seguintes.

Em seguida começa a contar o período de 16 dias, aí tem início o longo aprendizado das rezas, costumes, práticas, lendas, histórias e a iniciação propriamente dita, que consiste em raspar a cabeça, fazer curas (pequenos cortes), assentamento do orixá, serão oferecidos animais, comida ritual, flores e frutas.

Saída de Iaô

Segunda saída de Iaô, pintura colorida. No final tem a festa que é chamada de "saída de iaô", essa festa é dividida em 4 partes: A primeira saída no barracão é interna sem a presença do público, somente os membros da casa estarão presentes. Pode ter variação de uma casa para outra ou de nação para nação, uns fazem três saídas públicas outros fazem quatro.

Inicia-se o candomblé normalmente despachando o Padê (pode ser despachado durante o dia também, depende da casa) e canta-se algumas cantigas para cada um dos Orixás, enquanto isso os Iaôs estão sendo preparados para a primeira saída no barracão de festas.

Na primeira saída pública o Iaô sai do roncó (nome dado ao quarto onde ficam recolhidos) para o barracão todo vestido de branco, essa saída é em homenagem a Oxalá, trás na testa uma pena vermelha chamada Ekodidé e na parte superior da cabeça o adoxu e pintado com efun, ele vem acompanhado de sua mãe pequena, do Babalorixá ou Iyalorixá e todos que ajudaram na feitura. Nessa saída o Iaô deverá saudar a porta, os atabaques o Axé do centro do barracão onde estar o fundamento da casa e a Iyalorixá. Em seguida é recolhido para mudar de roupa.

A segunda saída pública do Iaô no barracão as roupas são coloridas em homenagem à todos os orixás e a pintura é feita com o pó azul wáji, branco efun, e vermelho osùn. O Iaô sendo de oxalá ou determinados orixás funfuns a roupa não pode ser colorida, predominando o branco, todavia a pintura colorida seja relevante em quantidade discreta.

Momento mais esperado da iniciação (Orunkó)

Orunkó. Hora do nome do Iaô candomblé. A terceira saída do Iaô é a mais esperada por todos da comunidade, nota-se um momento de tensão muito grande e a expectativa dos sacerdotes que contribuíram nesta sagrada iniciação, que pode ser afirmada ou negada pelo noviço de que tudo foi bem feito ou não, com o grito triunfal do seu nome. Novamente o Iaô é trazido ao ile axé, desta vez sem a pintura geral, só com uma pintura de wáji no centro da cabeça (cuia de wáji) ou borilé (ritual feito com ejé do pombo branco) e ornado com penas do mesmo. O Orixá dirá seu Orunkó para todos ouvirem, nesse caso é escolhida uma pessoa (normalmente um Babalorixá ou Iyalorixá de outra casa) presente para tomar o nome do Orixá, são feitas algumas cerimônias onde a pessoa pergunta por três vezes o nome do Orixá e na terceira ele

grita em voz alta seu Orunkó para todos ouvirem. Depois do nome dado o Iaô é recolhido novamente para trocar a roupa.

A quarta e última saída o Orixá vem todo paramentado com roupas e ferramentas características de cada Orixá, para dançar e ser homenageado por todos os presentes. No final canta-se para Oxalá e a festa é encerrada.

Ajeum ou Banquete

Banquete no ritual de candomblé. Quando é encerrado o candomblé todas as filhas da casa ocupam seus postos e começam a distribuir a comida ritual do banquete farto. Sempre tem comida para todos e sempre sobra. Esse banquete é composto de cabritos assados ou cozidos, galinhas, patos, pombos, canjica, milho cozido, inhame, pipoca, acaçá, acarajé, toda comida ritual servida ao Orixá é distribuída para os presentes. Muitos candomblés não permitem bebidas alcoólicas nesse caso é servido o Aluá, nas casas que permitem é servido refrigerante e cerveja.

Algumas casas atualmente não servem comida de santo para os presentes, dependendo das posses do iniciado poderá se contratar um Buffet para o banquete onde serão servidos aos convidados todos os requintes contratados.

Seguimento da iniciação chamado Urupim.

No mesmo dia ou não, dependendo do costume da casa, as luzes elétricas são desligadas, e inúmeras velas são acesas, ouve-se um cântico tristonho como nos rituais fúnebres axexê, o Iaô cercado dos mais velhos, Iyaefun, Iyadagan, iyamorô, Iyabassê Iyakekerê e puxada pelo Babalorixá ou Iyalorixá é trazido do peji ao ile axé com um alguidá ou balaio coberto com pano

branco e ornado com flores brancas e mariwô, contendo inumeros objetos, comida ritual e o cabelo rapado no inicio da obrigação. Este ritual é denominado pelo povo do santo de carrego de urupim e pode ser assistido por alguns membros da comunidade, mas não chega a ser uma festa pública, fechando um ciclo do rito de passagem de abiã "não nascido" para iaô "noviço ou recém nascido".

Passada a festa o Iaô ficará mais uns dias na roça dependendo do jogo de búzios e a confirmação no merindilogun, depois será levado para sua casa pela Iyalorixá que a entregará a sua família.

Ritual do Panã.

O iaô ainda desorientado devido ao longo período de transe e clausura, com os movimentos ainda trôpegos, recebe orientação do seu Babalorixa ou Yalorixa para executar as tarefas que serão usadas em seu dia a dia, tais como varrer, costurar, lavar, passar, sentar-se à mesa, cozinhar, etc. Numa dramatização muito divertida onde todos da comunidade tem um grande prazer de participar, rindo e até mesmo ajudando o novo iniciado. O ritual de apanã tem a finalidade de fazer com que o noviço reaprenda as atividades do mundo profano e cotidiano, para que nada lhe seja prejudicial no futuro e também entenda que já é hora de voltar à sua vida normal, apesar de aproveitar mais um pequeno período do seu mundo sobrenatural, estabelecendo neste momento o ewo temporário ou permanente, que o noviço terá a responsabilidade de obedecer, finalizando este ritual com outro rito chamado Kàrô (juramento feito diante do obi e uma quartinha).

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Caída de kelê

Porém a Iaô ainda não terminou as obrigações terá ainda que cumprir um resguardo normalmente de três meses e continuar usando o kelê (uma gargantilha de contas) que foi

colocada em seu pescoço no início da feitura de santo. Durante esses três meses o Iaô continuará dormindo numa esteira, usará roupas brancas e seguir uma série de restrições denominada de ewo. Terminado o período de quelê, é feita a retirada do mesmo e outra festa é feita para comemorar a comumente chamada "caída de quelê".

É o período mais difícil para o Iaô que precisa voltar a trabalhar, muitos se iniciam no período de férias do trabalho e quando termina as férias precisam voltar para um ambiente onde sem dúvida será notado por todos, discriminado por alguns e terá que se manter calado, terá muitos problemas na hora das refeições, pois está proibido de entrar em bares e restaurantes, terá que levar uma marmita e aceitar os olhares de curiosidade.

Algumas casas atualmente por esse motivo têm feito alguns acordos com os Orixás para que o Iaô que precisa trabalhar já saia da roça sem o kelê, mas terá que cumprir todos os itens do resguardo nos mínimos detalhes. Nesse caso não precisará usar somente branco, poderá usar roupas de cores bem claras como azul, rosa, beje, cinza, tudo para não chamar muito a atenção. Existem casos de firmas que o uniforme é preto, marrom, azul marinho, nesses casos o Orixá permite, não vai querer que seu filho perca o emprego.

Obrigação de um e três anos

Até fazer um ano de feitura ou pagar sua obrigação de um ano (odú Kíní), ainda terá algumas restrições (ewo temporário. como cortar cabelo, tomar banho mar e outros. Será feita a obrigação de um ano de feitura, uma nova festa para comemorar a data onde serão oferecidos comida ritual, frutas e flores.

Outra obrigação é feita aos três anos de feitura (odú kétà), algumas casas ou nações fazem também uma de cinco anos, mas no candomblé ketu considera-se um ano, três e sete anos. Ele ou ela permanecerá como Iaô até completar os sete anos de feitura e fazer a obrigação de sete anos (odu ejé).

Obrigação de sete anos (odu ejé)

Só quando fizer a obrigação de sete anos Odu ejé é que será considerado um Egbomi.

A obrigação de sete anos é tão grande e importante quanto a feitura, nessa obrigação é que será definido se o Egbomi irá abrir uma casa ou não. A Iyalorixá entregará para o Egbomi no ato da festa seus pertences (jogo de búzios, pembas, favas, sementes, tesoura, navalha, tudo que vai precisar para iniciar Iaôs) no Ketu é chamdo Odu Ijê com Oyê, em outras nações é chamado de Deká, Peneira, Cuia, etc.

Caso o Orixá da pessoa não queira abrir uma casa e queira continuar na roça da Iyalorixá, o Orixá depositará os objetos recebidos nos pés da Iyalorixá e sua filha não abrirá uma casa, continuará na roça onde normalmente receberá um posto para ajudar a Iyalorixá.

Quando o Orixá aceita a Egbomi receberá todas as homenagens dos presentes pois está sendo consagrada como uma nova Iyalorixá se for homem Babalorixá. Nesse caso terá que providenciar uma casa para onde será levado seu Orixá e iniciar um novo Ile axé.

Odu ejé, orò odún kéje ou odum ejé são nomes pertinentes a obrigação de sete anos, que pode ocorrer a partir dos sete anos de feitura de santo de um elegun, iaô ou outro iniciado, desde que estes tenham pago suas obrigações de um (1) ano odú Kíní e três anos odú kétà.

Esta obrigação é uma das mais significativas e impotantes na vida de um iniciado, pelo fato de marcar um novo ciclo, adquirindo posição ou statos na hierarquia familiar do candomblé, pois é um rito de passagem de iaô para ebonmi.

Dependendo do espírito de iniciativa, liderança e aptidão, que esta pessoa tenha no ciclo de convivência do povo do santo, pode ser pronunciada a comunidade, pelo seu babalorixá ou iyalorixá a continuar no ile axé de iniciação, agora como sacerdote ou sacerdotisa, ocupando cargos como iamorô, iyalaxé, sarapembê, iyaefun etc. Ordinariamente se ouve dizer que "fulano de tal" recebeu o cargo na obrigação de sete anos.

Neste sagrado ritual, o novo ebonme estará apto também a tornar-se um Babalorixá ou Iyalorixá para fundar o seu próprio ile axe, dependendo da confirmação no jogo de merindilogun consultado previamente. Daí a obrigação de odu ejé é programado e feito com outro ritual chamado de Oyê.

Oyê, oyè ou ipò. (Deka) cargo de santo ou Àwon Ipò Òrìsà.

Oyê, oyè ou ipò são nomes consernentes a um tipo de cargo especifico na cultura Jeje-Nagô, outorgado por um sacerdote do candomblé, babalorixá ou iyalorixá a um elegun, geralmente na obrigação ou depois do odu ejé. Igualmente chamado de Àwon Ipò Òrìsà e Deka no candomblé de angola .

Complexidade

Neste ritual complexo e exaustivo, tem início até mais de um ano retroativo, pois é necessário a construção de um ile axé com a preparação devida de onile, fundação de um peji e vários outros assentamentos de orixás, iniciação ritual dos atabaques, Agogô, adjá etc.

Petrechos

Rumgebe.Afro brasileiro.candomblé.No dia propriamente dito da entrega do Oyê, um grande cabaça denominada de igbá, também chamada de cuia de axé é recheada com vários objetos sagrados, que o novo sacerdote vai utilizar durante muito tempo de sua vida sacerdotal, até mesmo na sua ultima obrigação chamada de axexê, contendo obi, orobô, aridan, ekodidé, navalha, faca, tesoura, efun, limo da costa e o importante fio de conta mais cobiçado do povo nagô o Humgebê.

Desfecho

Meridilogun.Sob o igbá encontra-se um opon merindilogun, "Peneira de palha" ornada com búzio e palha da costa, onde está depositado o mais precioso e poderoso instrumento de consulta aos Deuses africanos, chamado de merindilogun. A entrega da cuia de axé geralmente é feita no barracão na presença de todos presentes, logo em seguida o orixá do novo

sacerdote responde, confirmando à aceitação, todavia o mesmo é submetido a teste de aprendizado tendo que jogar os búzios na presença dos sacerdotes mais velhos, inclusive de outros terreiros.

Iniciação ou confirmação de Ogans e Ekedis.

Para os cargos ou postos de Ogan e Ekedi normalmente são pessoas escolhidas pela Iyalorixá ou por algum Orixá da casa, serão pessoas de sua inteira confiança, pois ficarão com a responsabilidade de zelar da casa e da festa enquanto a iyalorixá estiver em transe.

Uma vez que não entram em transe, Ogans e Ekedis passam por todos os preceitos que passam os Iaôs inicialmente e até um determinado momento, mas durante o desenrolar da obrigação constatado que não entrará em transe, é confirmado através do jogo de búzios no merindilogun o Orixá que trará o Orunkó do Ogan ou da Ekedi na festa.

Se foi escolhido pelo Orixá da Iyalorixá ou Babalorixá ou pelo Orixá de uma das Egbomis da casa, o Orixá que o escolheu é que sairá no barracão acompanhando o iniciado. Nesse caso a festa não terá tantas saídas como as saídas de Iaô. Mas no final terá o mesmo banquete de confraternização entre todos presentes.

Quanto ao resguardo e ewo também não será igual ao do Iaô, será de acordo com o jogo de búzios, mas geralmente é de 21 dias de Quelê e normalmente cumpridos na roça, no caso de impossibilidade por motivo de trabalho, sai de manhã para trabalhar e vem dormir na roça até terminar o período de Quelê.

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Ìbejì ou Ìgbejì , ibeji, erê, vunje, ou Nvunji, são cosme, são damião, são crispim e são crispiniano o que siguinifica caruru de são cosme no candomblé – é divindade gêmea da vida, protetor dos gêmeos. →

30 respostas para Iniciação, feitura de santo, iniciação no candomblé, obrigação de sete anos, deka, oiê ou Oyê, odu ejé, odu keta

elmo disse:

20 de junho de 2009 às 21:22

Adorei!É de muita mportância, que a nossa religião seja dissimada e pofessada com a devida responsabilidade. De desconstruir a imagem tão pejorativa que os leigos à atribuem. Pois, sob o véu do préconceito, as pessoas não percebem a verdadeira beleza e magia da nossa religião. Parabéns meu pai por mais essa empreitada, tão didática e bonita.Adupé irê ô!Elmo ( Araunjí )

Resposta

roxanda disse:

18 de agosto de 2009 às 17:52

Fiquei encantada com a pagina e a clareza dos tópicos para entendimento de qualquer leigo! Parabéns, Recomendei aos amigos curiosos por nossa religião. Axé a todos os irmãos.

Resposta

carlos disse:

28 de setembro de 2009 às 14:47

BOM DIAMTB,EU SOU ZELADOR DE SANTO DO ASE OXUMARE DA NAÇÃO DE KETU,BISNETO DO FALECIDO PAULO DA PAVUNA, NETO DE SANTO DE MARCOS DE OYA, E FILHO DE SANTO DE ALEXANDRE CHAUEM,A MINHA ESPOSA TEM 7 MESES DE SANTO ELA CAIU NA MAO DE UM MARMOTEIRO,CHAMADO ALEXANDRE DE ESU, QUE DIZ QUE SABE FAZER SANTO,. ELA LENDO ESSES INCINAMENTOSD ELA FICOU REVOLTADA POR DEMAIS ,AGORA ELA VAI TER QUE FAZER TD DENOVO, POR EU NAO PODER PARTICIPAR DA OBRIGAÇÃO DELA,O CARA SO FEZ MERDA NO ORI DELA, MAS TDBM,VCS ESTAO DE PARABENS POR FAZER ESSA PAGNA POIS MUITA GENTE QUER FAZER SANTO E TEM MEDO POR CAUSA DESSAS PESSOAS QUE DIZEM SER PAI DE SANTO,ESSAS EXPLICAÇOES ESTAOU DE ALTO NIVEL.MTB, QUE MEU PAI OMOLU, POSSA ESTAR DANDO SEMPRE SABEDORIA A VCSE MUITO AXEOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

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Ramon disse:

11 de maio de 2013 às 22:57

É verdade Carlos, é difícil encontrar zelador(a) de santo que faz o correto, muitos hoje fazem por $ não se preocupando com o futuro do filho(a). As consequências são desastrosas na vida de um iyaô, estou me preparando para entrar amanhã , me recolher e ja conversei e li um pouco pra poder ter noção do que é certo e errado. Parabéns ao responsável por esse site. Muita informação correta, sou abiã, mas procuro aprender o que está dentro do permitido. Motumbá.

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suliene ´t yemanja disse:

13 de outubro de 2009 às 3:35

Boa noite:meu nome é Suliene sou iaô,filha de yemanja estou aprendendo muito c/ vocês adorei tudo muito axeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee.

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nilton disse:

19 de novembro de 2009 às 14:56

Se quebrar o Kele o que acontece?

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rodrigo disse:

22 de janeiro de 2010 às 19:27

Adorei os esclarecimentos! sou Filho de Felicio de Xango , Rio Preto -SP e neto de Waldomiro de Xango finado BAHAIANO.Vcs estao de parabens!!

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FARA disse:

24 de janeiro de 2010 às 18:08

vcs estão de parabéns com essa página de esclarecimentos; adorei mais gostaria de saber mais sobre; das pessoas que não podem ser feita feitura. e o que é eku

Resposta

Jô disse:

9 de fevereiro de 2010 às 21:02

Gostei muito deste site. sou um yaô novinho 9 dias

Resposta

Jô disse:

9 de fevereiro de 2010 às 21:03

me desculpe gosta de sabe + sobre a conduta ritual na ROÇA de SANTO

Resposta

Martha disse:

18 de fevereiro de 2010 às 18:06

Felicitações pelo site! Apenas gostaria de colaborar trazendo a informação de que na verdade o "hungebe" (rungebe) é o fio de conta sagrado da nação "Jeje", carregado de grande simbologia para nós, é o fio de conta da vida e da morte. Quando nos iniciamos tornamo-nos vodunsis e recebemos o hungebe pois acabamos de nascer no mundo do santo e quando morremos o hungebe nos acompanha. Ele nos liga com o orum, nos levando também de volta a ele. É natural que com o intercâmbio entre as pessoas no Candomblé e as nações, e até mesmo a própria dinâmica das coisas, seu uso seja adotado por outros e até ressignificado, o que nos preocupa no entanto é que haja o desconhecimento e a banalização acerca de seu verdadeiro significado, sua importância e seu uso, por isso achei importante trazer essa informação como forma de contribuir para reflexão… Saudações!!!

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jean disse:

19 de fevereiro de 2010 às 15:54

adorei os asuntos tudo bem esplicados quero saber se posso ser iniciado no seu terreiro

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luan disse:

8 de abril de 2010 às 7:06

Perfeito esse site *.*

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ME SENTINDO disse:

9 de abril de 2010 às 2:39

Adorei toda as explicações, tirou algumas duvidas minha. parabéns.onde fica fica o seu ile axe.?

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solange disse:

4 de junho de 2010 às 4:57

adorei esse site

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yemanja disse:

8 de novembro de 2010 às 20:18

ola gostaria de sabe a qualidade de yemanja e xango ayra juntos axe

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Bruna disse:

28 de novembro de 2010 às 19:57

Fiquei surpresa com algumas questões relacionadas na pagina de vocês, mas sou encantada e curiosa pela religião, frequento um centro espirita a 7 anos, mas nunca me aprofundei – estou fazendo um tratamento junto com joão da mata, e fiquei hiper feliz em saber que posso ter um suporte maior sobre o assunto…Parabéns pela postagem!

Resposta

joao paulo oliveira da silva disse:

29 de novembro de 2010 às 21:00

oi boa noite,

gostaria de entender mais, porque para raspar pro santo tem que ser feito algumas curas, tenho um serio problema não suporto marcas e cicatriz, tem algum outro tipo. pois quero desenvolver mais no espiritismo, mas tenho esse problema. estava numa casa que quando a conheci o zelador me disse que meu orixa era ogun mas outro zelador me disse que meu orixa

era xango. na casa onde o zelador me disse que era filho de ogun me disse que meu exu era caveira. quem me conhece diz que sou filho de xango. retornei na casa onde foi dito que era filho de xango e me disse que minha qualidade de orixa não teria como exu caveira e sim exu pinga fogo, tiriri, pimenta. gostaria de me informar mais pois levo a serio o espiritismo.

obrigado

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toluaye disse:

6 de dezembro de 2010 às 19:28

O objetivo principal dos cortes na feitura de santo ou obrigações, são próprios das religiões africanas e afro-brasileira afins, é para inserção de pós mágicos tipo efun, wáji e osùn em seu corpo, que tornarão cicatrizes sagradas e permanentes, que definirão os futuros sacerdotes, facilitando a proteção para seus males, definindo sua identidade cultural e ligação com o seu orixá, inkice e vodum. Dependendo da casa o sacerdote ou sacerdotisa, com autorização do Orixá poderá substituir por um tipo de proteção liquida que será ingerido, todavia saliento que os cortes são superficiais e não causa incomodo. Quanto a demanda em relação ao seus Orixás, recomendo que procure uma casa de sua confiança, que tenha amor, respeito e saber, para lhe acolher da melhor forma possivel. Que os Deuses lhe ilumine e lhe traga bons caminhos para sua vida. Ashé ô.

Resposta

carlos disse:

23 de março de 2011 às 21:10

parabéns por todas as questões que aqui foram relatadas! Para que as pessoas não julgue antes de conhecer profudamente aquilo não conhecem ou não saibam, que este site seja sempre de grande auxílio a todos., tirei minhas duvidas e aprendi mais, saber conhecer sempre e de grande valia em nossas vida Axeeeeeeeeeeeeeee a todos

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Marcelo disse:

6 de abril de 2011 às 17:25

Boa tarde,

Fui em uma casa de candomble muito idonea para me consultar mas

o pai de santo da casa me disse que tenho que fazer o santo,porem ele cobrou

um valor que para mim e muito grande,entao quero saber se sou obrigado a

fazer o santo naquela casa ou posso procurar outra casa de candomble para fazer

o santo ?

Uma curiosidade ,porque pessoas que tem o mesmo santo tem valores

tao diferente,porque do meu amigo que e mesmo santo que eu ele cobrou apenas 1/5(hum quinto ) do valor da feitura isso porque eu tenho a condiçao financeira bem mais

ERVA QUE CURA CANCER

Publicado em 5 de agosto de 2007por toluaye

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ERVA QUE CURA CANCER .

DIVULGUE …

MUITO IMPORTANTE QUE LEIAM E DIVULGUEM. ALGUEM PODE ESTAR PRECISANDO E NÃO

CUSTA TENTAR!! VAMOS REPASSAR….

CANCER – A ERVA QUE CURA Amigos,vejam só que interessante:

Recebido de Dr. Rômulo d’Avila (que é médico). Repassem aos seus contatos.

Notícias assim não são divulgadas por causa da

pressão dos grandes laboratórios farmacêuticos. Mas esse é lado bom da

Internet.

CANCER – A ERVA QUE CURA

Foi pesquisado pela USP e é válida Dr. Panuzza confirma.

SE VC CONHECE ALGUÉM QUE TEM CÂNCER, POR FAVOR ENCAMINHE ESSE E-MAIL. MAS

MESMO QUE NÃO CONHEÇA ENCAMINHE A OUTRAS PESSOAS, PORQUE QUEM SABE

ESSAS POSSAM AJUDAR ALGUÉM QUE PRECISE. ALÉM DE CURAR O CÂNCER, ESSA FOLHA

TEM OUTROS BENEFÍCIOS. ABAIXO SEGUE COMENTÁRIO:

FOLHA DE GRAVIOLA

A folha de graviola cura câncer. Segundo Evandro Romualdo, um amigo lhe

confidenciou a seguinte história: Que sua esposa após descobrir um câncer

no seio que chegou a se espalhar pelo seu corpo, estava praticamente com os

dias de sua vida contados. Foi então, que ele descobriu uma publicação

sobre o CHÁ DE GRAVIOLA.

A notícia estava em um site e o título do artigo é CANCER MAGIC BULLET

DISCOVERED, but drug giants hushes it up!- 10,000 times stronger than

chemotherapy with no adverse side effects…..

Na reportagem eles citam o quanto o extrato da GRAVIOLA é 10.000 vezes

mais forte do que a quimioterapia por drogas, e sem efeitos colaterais.

Citam também a árvore como sendo encontrada na floresta Amazônica.

Enfim, a esposa dele também tomou o chá, e em dois meses não tinha mais

nenhuma seqüela ou ferida.

Hoje está viva e saudável!

AQUI FICA A DICA PARA QUEM PRECISAR, SE PUDER DIVULGUE, QUEM SABE ASSIM

CONSEGUIMOS AJUDAR MAIS PESSOAS COM ESSA NOVA DESCOBERTA.

ABAIXO SEGUEM OS SITES DE CONSULTA:

- American College for the Advancement in Medicine: <<http://www.acam.org/>>

- American Academy of Environmental Medicine: <<http://www.aaem.com/>>

- International College of Intergrative Medicine: <<http://www.icimed.com/>>

- Meridian Valley Laboratory: <<http://www.meridianvalleylab.com/>>

- Tahoma Clinic and Dispensary: <<http://www.tahoma-clinic.com/>>

‘Não deixe que sua boca diga nada que sua mente não sustente’

EBO DE ODU

Publicado em 27 de fevereiro de 2007por toluaye

1 Vote

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EBO DE ODU

EBÓ DE OKANRAN MEJI

Um peixe fresco; um carretel de linha branca; um de linha vermelha e um de linha preta; um punhado de cinzas de carvão; um charuto; um obi; oti; dendê; mel e um akunko preto. Passa-se tudo no corpo e arruma-se dentro de um alguidar. As linhas são desenroladas passando sobre os ombros da pessoa, de trás para frente e vão sendo jogadas dentro do alguidar. Sacrifica-se o akunko para Egun e coloca-se dentro do alguidar. Cobre-se tudo com epô, oti mel, espalha-se as cinzas por cima e despacha-se numa estrada de movimento.

EBÓ DE EJIOKO

Um akunko, duas penas de papagaio, dois aros de ferro, dois obís, duas favas de ataré, dendê, mel, oti e pó de efun. Passa-se o akunko no cliente e sacrifica-se para Exú. Arruma-se tudo dentro de um alguidar e deixa-se diante de Exú de um dia para o outro. As penas e os aros de ferro ficam no Exú, o resto é despachado no lugar indicado pelo jogo.

EBÓ DE ETAOGUNDÁ

Um akunko; um peixe fresco; um pedaço de carne bovina; oti; epô pupá; mel; um pano preto. Passa-se tudo no corpo do cliente, sacrifica-se o akunko para Exú; embrulha-se tudo no pano e despacha-se no lugar determinado pelo jogo.

EBÓ DE IROSUN MEJI

Quatro omo adie ou akunko kekere, um flecha, um bastão de madeira, quatro tipos diferentes de cereais torrados. Passa-se tudo no corpo do cliente e coloca-se o bastão e a flecha nos pés de Exú e os cereais dentro de um alguidar. Sacrificam-se os omo adie para Exú e colocam-se dentro do alguidar, por cima dos cereais. Despacha-se em água corrente. (A flecha e o bastão ficam para sempre com Exú).

EBÓ DE OXE MEJI

Um peixe vermelho, cinco búzios, cinco ovos, cinco obís, cinco folhas de akokô, uma cabaça e areia de rio. Corta-se a cabaça no sentido horizontal e coloca-se areia de rio dentro. Passa-se o peixe na pessoa e arruma-se dentro da cabaça, sobre a areia. Passam-se os demais ingredientes e vai-se arrumando em volta do peixe, dentro da cabaça. (Os ovos são crus e não podem ser quebrados). Tampa-se a cabaça com sua parte superior e embrulha-se com um pano colorido. Pendura-se o embrulho no galho de uma árvore na beira de um rio.

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EBÓ DE OBARA MEJI

Um akunko, uma adie, seis abaninhos de palha, seis obís, seis acaçás, um pedaço de corda do tamanho da pessoa, um alguidar grande, mel, oti, epô, seis velas. Passa-se tudo na pessoa e sacrificam-se para Exú. Colocam-se tudo dentro do alguidar (o akunko por cima da adie), arruma-se as demais coisas em volta e a corda ao redor de tudo (dentro do alguidar). Cobre-se com mel, epô e oti e acendesse as velas em volta. Este ebó tem que ser feito e arriado nos pés de uma palmeira.

EBÓ DE ODI MEJI

Uma adie carijó, sete espigas de milho verde, sete tipos diferentes de cereais torrados, sete chaves, sete moedas e sete pedaços de rapadura.

Passa-se tudo na pessoa e arruma-se dentro de uma panela ou alguidar de barro. Sacrifica-se a adie em cima do ebó e coloca-se o seu corpo sobre ele. Despacha-se num caminho de subida (no início da subida).

EBÓ DE EJIONILE

Uma adié branca, uma vara de madeira do tamanho da pessoa, canjica cozida, oito ovos crus, um pedaço de pano branco, oito acaçás, oito búzios, algodão em rama e um alguidar. Passa-se tudo no corpo do cliente e arruma-se no alguidar que já foi anteriormente forrado com algodão. Amarra-se o pano na vara de madeira que deve ser fincada no solo como uma bandeira. Arreia-se o alguidar com o ebó na frente da bandeira. Passa-se a adie no cliente, com muito cuidado para não machucá-la, apresenta-se a Exú e solta-se com vida. Este ebó é para ser feito num lugar bem alto, de frente para o local onde nasce o Sol, de manhã bem cedo.

EBÓ DE OSÁ MEJI

Um akunko, nove agulhas, nove taliscas de dendezeiro, nove bolos de farinha, nove cabacinhas pequeninas, nove acaçás, nove grãos de ataré, nove moedas, nove penas de ekodidé, algodão, pó de efun e um alguidar. Sacrifica-se o akunko para Exú e coloca-se dentro do alguidar. Arruma-se tudo em volta do akunko. Nas pontas das taliscas de dendezeiro, enrola-se um pouco de algodão como se fosse um cotonete. Molha-se o algodão enrolado nas taliscas, no ejé do akunko e depois passa-se no pó de efun. As taliscas e as penas de ekodidé não vão dentro do alguidar, devem ser espetadas no chão, formando um círculo ao redor do mesmo, no local em que for despachado. Neste ebó não se passa nada no corpo do cliente. Despachar na beira da praia sem acender velas. Na volta, todas as pessoas que participaram têm que tomar banho de folhas de elevante e defumar-se com pó de canela.

EBÓ DE OFUN MEJI

Uma tigela branca grande, canjica, uma toalha branca, dez velas brancas, dez acaçás, um obi de quatro gomos, água de flor de laranjeira, pó de efun, algodão em rama e um igbín vivo.

Leva-se tudo ao alto de uma montanha e ali, embaixo de uma árvore bem copada, faz-se o seguinte: Primeiro reza-se a saudação de Ofun Meji, depois, forra-se o chão com a toalha branca; no meio da toalha, coloca-se a tigela com a canjica, coloca-se os quatro gomos do obi sobre a canjica, um de cada lado; coloca-se os dez acaçás em volta da tigela; em cada acaçá espeta-se uma vela, cobre-se a tigela com o algodão, derrama-se sobre ele a água de flor de laranjeira e cobre-se com o pó de efun. Passa-se o igbín na pessoa e manda-se que ela o coloque, com suas próprias mãos sobre a tigela. Derrama-se um pouco de água de flor de laranjeira sobre o igbín que deverá permanecer vivo. Só então acende-se as velas e faz-se os pedidos. A cada pedido formulado diz-se: “Hekpa Babá”. Na volta para casa deve-se falar o mínimo necessário e, a pessoa que passou pelo ebó tem que guardar resguardo de dez dias e vestir-se de branco durante o mesmo período.

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EBÓ DE OWÓNRIN MEJI

Dois obís, duas solas de sapatos velhos (da própria pessoa), dois bonequinhos de pano, dois pedaços de pano, sendo um branco e um amarelo, uma casinha de cera, duas pencas de bananas, dois saquinhos de confete, e um akunko para Exú. A roupa que a pessoa estiver vestindo na hora do ebó, tem que sair no carrego, que será despachado nos pés de uma árvore frondosa. Feito o ebó, o cliente se vestirá de branco por dois dias.

EBÓ DE EJILA XEBORA

Um akunko, dois irelês, doze folhas de babosa, doze pedacinhos de ori-da-costa, doze pedaços de coco seco, doze grãos de ataré, um alguidar, doze folhas de mamona, doze búzios, um charuto de boa qualidade, dendê, mel, oti, pó de peixe defumado, pó de ekú defumado, doze grãos de lelekun e pó de efun.

Sacrifica-se o akunko para Exú e coloca-se dentro do alguidar. Passa-se no corpo do cliente e vai-se arrumando no alguidar, em volta do akunko, as folhas de babosa e os búzios. Rega-se com mel, oti e dendê, cobre-se com pó de peixe e pó de ekú. Pega-se as folhas de mamona e, sobre cada uma delas coloca-se um pedaço de coco, em cima de cada pedaço de coco um pedacinho de ori, um grão de ataré e um de lelekun e com isto se faz doze trouxinhas. Passam-se as trouxinhas no cliente e vai-se arrumando no alguidar. Por fim, passa-se os Irelês e solta-se com vida. O ebó é arriado dentro de uma mata e o charuto, depois de aceso, é colocado em cima de tudo.

EBÓ DE EJIOLOGBON

Um peixe fresco, 13 pãezinhos, um alguidar, um pedaço de pano preto, um pedaço de pano branco, pó de peixe e de ekú defumado, dendê, mel e vinho tinto. Passa-se o peixe na pessoa e coloca-se dentro do alguidar, passa-se os pães na pessoa e arruma-se em volta do peixe. Rega-se tudo com mel, dendê e vinho. Salpica-se os pós sobre tudo. Passa-se o pano preto nas costas da pessoa e coloca-se dentro do alguidar. Passa-se o pano branco na frente e com ele embrulha-se o alguidar. Despacha-se nas águas de um rio ou de uma lagoa.

EBÓ DE IKÁ MEJI

Um akunko, duas quartinhas com água, 14 grãos de milho, 14 grãos de ataré, 14 favas de bejerekun, 14 grãos de lelekun, um alguidar, um pano branco, 14 moedas, uma mecha de pavio de lamparina, um obi, um orógbó, 14 ovos e 14 acaçás.

Enchem-se as quartinhas com água de poço, sacrifica-se o akunko para Exú e arruma-se no alguidar. Passa-se os demais ingredientes na pessoa e vai-se arrumando dentro do alguidar, (os ovos são quebrados). Derrama-se a água das quartinhas, uma sobre o ebó e a outra na terra. Despacha-se em água corrente. (As quartinhas não precisam ser despachadas).

EBO DE OGBEOGUNDA

Um alguidar cheio de pipoca, dentro do qual se sacrifica um akunko branco. No mesmo alguidar coloca-se: Um orógbó, um obi, uma fava de ataré, mel, dendê, vinho branco, uma faquinha pequena, um caco de louça, uma pedra de rua, uma pedra de rio, uma pedra do mar e um bonequinho. Arreia-se tudo num caminho de terra que saia num rio. Não se passa nada no corpo do cliente e é ele quem deve arriar o ebó e fazer os pedidos enquanto acende 14 velas ao redor. (Os pedidos são feitos a Exú).

EBÓ DE EJIGBE OU ALÁFIA

Um peixe pargo, um prato branco fundo, um obi branco de quatro gomos, canjica, 16 moedas, 16 búzios, efun e mel de abelhas. Passa-se o peixe no corpo do cliente e coloca-se no prato onde já se colocou a canjica. Arrumam-se as moedas e os búzios em volta. Abre-se o obi e coloca-se um pedaço em cada lado. Rega-se tudo com mel de abelhas e cobre-se com pó de efun. Entregar num local com bastante sombra, dentro de uma mata. Resguardo de 24 horas.

Previsões dos Orixás para 2011. Quem vai reger o ano de 2011. Qual é o odu de 2011. Previsão de 2011.

Publicado em 5 de janeiro de 2011por toluaye

7 Votes

Esta previsão é para a comunidade do Ilê Axé Ijino Ilu Orossi e todos seus seguidores. Cabendo a cada individuo procurar seu terreiro para aconselhamento, com o seu sacerdote de confiança, sabendo-se que cada Babalorixá tem sua ótica e aprendizado, afirmando assim o Orixá mais propicio para reger a sua comunidade, baseando-se necessidade de seus filhos e adeptos.

Na soma de 2.011 (2+0+11) obtemos o numero 13 que é correspondente ao Odu Êjilobon, os Orixás que falam através desse signo (odu) são:Nanã, Obaluaye com influência de Egun e Iku.

A influência do Odu Êjilobon significa que a pessoa trabalha muito e ganha pouco, tudo que recebe acaba perdendo. Tem grandes dificuldades amorosas, podendo trocar de parceiros varias vezes, com tendência a solidão. Apesar de ter problemas nos ossos, artrite, artrose, coluna e dores no corpo, todavia tem longevidade.

Se somarmos número por número 2011 (2+0+1+1=4) ou reduzirmos novamente o numero 13 chegaremos ao numero 4 que é correspondente ao Odu Irosun que tem como Orixá protetor Iemanjá, Omolu . Como os Odus vão até dezesseis a maioria dos sacerdotes respeitam a primeira somatória e utilizam a segunda reduzida só para verificar de qual Orixá recebemos a maior influência, que nesse caso será a de Nanã.

A influência do Odu Irosun significa um círculo de falsos amigos. Este ODÚ tem grandes poderes de sabedoria, em sua fase positiva, ele propicia alívio a doenças e caminhos fechados, porém nem todos os problemas poderão ser totalmente resolvidos, mas pelo menos aliviados. É um ODÚ de grandes causas no seu lado positivo, propõe-se a defender o consulente em todos os aspectos. Ele determina fim de sofrimento, traz grandes possibilidades de triunfos e

de cargos, terá possibilidades de se envolver com grandes personalidades, é também envolvido em mistérios, indica mediunidade, bom caráter, cargo de chefia na casa de santo e no trabalho.

Quando se posiciona à esquerda, indica grandes desgraças, ciladas, roubos, indecisões, calúnias, traições de pessoas amigas, acidentes, muitas tristezas, paixões violentas, muita falsidade, até mesmo dentro de casa e no trabalho, além de perigo de morte repentina. Já quando sai a direita, é indicação de que haverá resolução dos problemas por pior que sejam.

Esteja alinhado com Irosun para viver bem 2011

Para atrair boa sorte e eliminar as energias negativas, toda pessoa regida por este odu deverá fazer uma oferenda mensal com 4 acaçás, 4 moedas, 4 velas, 4 bolos de farinha, 4 ovos (mencionar somente o nome do ODÚ Irosun ). Despacha-se em água corrente. Obs. as velas não devem ser despachadas, devem ser consumidas pelas chamas.

Confirmo para todos os Filhos, Adeptos e simpatizantes do Ile Axé Ijino Ilu Orossi, que o ano será regido por Yemanjá, Nanã e Obaluaye. Babalorixá José Antonio de Almeida. (Toluaye) Baba Lokanfu. Saletê Ifakulê

Previsões dos Orixás para 2013. Ilê Axé Ijino Ilu Orossi

Publicado em 23 de dezembro de 2012por toluaye

7 Votes

Orixá Ogum Orossi

Esta previsão é para a comunidade do Ilê Axé Ijino Ilu Orossi e todos seus seguidores. Cabendo a cada individuo procurar seu terreiro para aconselhamento, com o seu sacerdote de confiança, sabendo-se que cada Babalorixá tem sua ótica e aprendizado, afirmando assim o Orixá mais propicio para reger a sua comunidade, baseando-se na necessidade de seus filhos e adeptos.

2013 pode ser compreendido como 20 +13 = 33, como a tabela de Odu só vai até 16 e quando passa somamos, e emcontraremos 3+3= 6. Obará.

Outra interpretação é somar número por número. 2+0+1+3 = 6. Obará nos caminhos de: Oxosi, Xango e Logunede.

Por sua vez podemos somar grupos válidos na tabela de Odu, vejamos o exemplo: 20=2 e 13=13 ou seja (2+13= 15) Obéogundá nos caminhos de: Iyewa, Ogum e Oba.

Os cálculos elaborados para se chegar a essa dominância anual; varia de acordo com os elementos trabalhados na vertente buscada. Ou seja, os dirigentes e zeladores buscam essa informação através dos meios em que foram ensinados em suas casas de origem. Uns utilizam os búzios, outros a numerologia etc, além de consultas às entidades espirituais com as quais trabalham. Isso faz com que ocorram divergências (e não erros), com as energias captadas por cada um.

Portanto não devemos dizer que um Babalorixá discorda de outro ou que nunca estamos em acordo entre nós (nossos desafetos adoram essas afirmações). As energias trabalhadas por mim em meu terreiro podem ser totalmente diferentes daquelas utilizadas por outro dirigente, o que, fatalmente, poderá nos trazer diferentes informações. Apesar disso acontecer com frequência, sempre há um orixá que aparece como regente em noventa por cento das previsões sejam elas da Umbanda ou do Candomblé, pois é a energia dominante. Outros orixás aparecem como divergentes por estarem dentro do campo de trabalho do Babalorixá que efetuou os cálculos. Por isso sempre aconselho: procure saber junto ao seu Babalorixá qual será o orixá regente e tenha absoluta certeza que ali, dentro desse terreiro, as energias encontradas por ele para essa regência, são as que efetivamente comandarão o ano. Pelos meus cálculos e devidas consultas ao Oráculo confirmo para todos os Filhos, Adeptos e simpatizantes do Ile Axé Ijino Ilu Orossi,o ano será comandado pelos orixás citados no inicio do texto: Ogum, Oxosi, Xango, Logunede, Obá e Iyewa. Babalorixá José Antonio de Almeida. Toluaye Jose Antonio (Toluaye) Baba Lokanfu. Saletê Ifakulê.

Os Odus que reinar no Ano de 2013 será Obará e Ogbéogundá.

As pessoas que estão sob essa influência de Obará, quase sempre são vítimas de calúnia, problemas com justiça, rompimento com casos amorosos, perda de emprego ou de qualquer outra oportunidade boa, isto é, se ele se apresentar 3 vezes consecutivas, através de ebó, poderá a qualquer momento receber auxílio inesperado, portanto deverá pegar as oportunidades por melhor que se apresentem.

- as pessoas regidas por esse ODÚ, possuem grandes idéias e passam boa parte de sua vida tentando realizá-las e dificilmente encontram meios de como começar, algumas vezes, ou na maioria fracassam por não pedirem ajuda, porém todo o sofrimento não é duradouro, e as pessoas acabam vencendo pela força de vontade, devido a possuírem espírito de luta e não se

entregarem facilmente. São batalhadoras e possuem o privilégio de muita proteção espiritual e também dos outros ODÚ, que se dobram a ÒBÁRÁ. Se, numa situação difícil, procurarem o auxílio de um amigo, serão prontamente atendidos.

- se cair 3 vezes seguidas, é sinal de perdas totais.

- se 3 ou 4 vezes, também passa a suspeita de ligação com Abiku porém essa situação não quer dizer que o consulente seja Abiku, mas que tenha contato (pai, mãe, filho, esposa, marido, irmão (ã).

- quanto ao presente, deverá ser colocado numa pedra em lugar alto, dentro de uma mata.

- na volta dar um amalá para SANGO, acarajé para OYA, além de comida para ÈSÚ e ÒSÁLÁ.

- Obéogundá, possui uma função muito severa, a qual é iniciar inúmeras situações desconcertantes até ocasionar guerra, geralmente através de intrigas, invejas e ambições.

- Quando ele determina castigos em sua fase regida, as situações se tornam por demais perigosas e delicadas, ocasionando danos morais e materiais, tais como: processos, separações, perda de dinheiro, propriedades, objetos de muito valor, perda de emprego, risco de haver um crime, risco de incêndio.

- Entre tantas situações pesadas, esse ODÚ também adverte sérias perturbações orgânicas e uma demanda perigosa com um homem, por provocações iniciadas por uma mulher.

- Apesar de imposições rígidas desse ODÚ, o mesmo, após algumas séries de experimentações, finalmente alivia as pessoas regidas por ele, possibilitando vitórias, principalmente quando existir questões relacionadas com a justiça, as quais obterão julgamentos justos.

- As pessoas desse ODÚ ou sob sua influência, são favorecidas apenas em pequenos negócios e pequenos lucros, poucas são as possibilidades de sucesso, mas também não quer dizer que as pessoas desse ODÚ serão sempre pobres sem que realizem alguns dos seus projetos e sonhos.

As Oferendas para este Odu, podem ser colocadas na Água e Estradas.

Na volta dar oferenda de Inhame. Boa sote a todos e muito Obrigado