Early Early Adopters
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“Por sua própria problemática, a
sociologia da distinção é surda aos
movimentos de longa duração; ela não
pode dar conta dos fios que ligam o
novo ao antigo.” Gilles Lipovetsky
EarlyAdopters
Early, Early Adopters
Early Adopter é um termo utilizado em referência aos primeiros
usuários de determinada coisa: estilo, produto, software, site, marca
etc. São, geralmente, pessoas dispostas a adotar inovações, que
não se prendem a hábitos repetidos e rotinas.
Early Early Adopters é um neologismo para identificar pessoas
que levam as práticas de early adopting ao paroxismo. Aqui, os
fluxos de adoção e abandono dos estilos, produtos, softwares,
sites e marcas é muito mais intenso. Justamente por isso, e por
também apresentarem dinâmicas próprias, essas práticas merecem
ser observadas com cada vez mais atenção.
Early Early Adopters e as redes
informacionais
As tecnologias de comunicação
contemporâneas e seus novos fluxos de
valores são fatores-chave para entender as
dinâmicas e oportunidades envolvidas no
nicho dos Early Early Adopters .
Early Early Adopters são hubs nas redes
sociais (pessoas com um grande número de
conexões). Na medida em que esses
indivíduos levam inovações para além de
seus nichos (Clusters), tais novidades passam
a ser, também, adotadas por outras pessoas.
Esse alcance é maximizado pelas
tecnologias da informação, como
computadores, celulares e internet.
Early Early Adopters: quem são?
São uma faixa mista,
composta principalmente
por jovens de 25 a 34 anos,
classes A e B, ensino
superior ou pós-graduação,
preocupação socio-
ambiental e interessados por
sub-culturas como gadgets,
cultura web, design,
grafismo, moda, arte urbana
etc.
Uma pesquisa do Etde Net Observer, na
França, analisou estes indivíduos. No gráfico
acima, há dados comparativos entre
internauta comum francês e os early
adopters.
Curva de adoção de inovações
A imagem ao lado é uma
curva de adoção. É um
gráfico criado por Geoffrey
Moore, em 1991, para
mostrar o que ele acredita ser
a curva de adoção de
inovações tecnológicas.
Semelhanças
Esta curva é análoga à que
representaria a posição dos
early early adopters na
adoção de diferentes tipos de
inovações, tecnológicas ou
não.
Em “inovadores”, estão os early early adopters.
Como mostra o gráfico acima, eles adotam as
inovações muito antes do restante da
população. Por outro lado, também é
característica dos early early adopters
abandonar tais práticas quando a “late majority”
começa a adotá-las.
Linguagem Própria
Early Early Adopting se refere a diversos tipos de elementos significativos,
que podem abranger até a própria linguagem -afinal, jargões e gírias
também surgem de algum lugar.
Em todos os casos de early early adopting (seja produtos, marcas, estilos),
no entanto, uma linguagem própria é desenvolvida e utilizada. Palavras,
ícones e sons são característicos de determinadas comunidades. Os
próprios fenômenos criados e adotados por estes grupos ganham suas
terminologias das trocas acontecidas nestes nichos.
Esse é um modo pelo qual os vários grupos podem se reconhecer
facilmente, ao mesmo tempo em que delimitam suas fronteiras: alguém
que não tem as mesmas experiências dos membros de determinado
grupo, ficam de fora
Linguagem Própria: gírias e elementos de
identificação
As gírias como “bjomeliga” estão sendo
criadas em ambientes de nichos na internet,
como comunidades no Orkut.
O uso desta expressão, entonada como uma
única frase, por exemplo, surgiu em uma
comunidade no Orkut, com uma referência
intencionalmente hermética a uma música:
somente visitantes com certo repertório
cultural a entenderia.
Assim como ditados e gírias em geral, ao
longo do tempo, a diluição das cargas
referenciais se dá e estas são adotadas por
extratos maiores da população, sem
necessariamente conhecer suas origens. E o
bater do martelo: também foi utilizada em
um anúncio de empresa telefônica.
2007: Comunidade no
Orkut
2009: Humorista
de programa da
TV aberta
populariza a
expressão
Trendsetting
Os early early adopters muitas vezes também
exercem o papel de trendsetters (estabelecimento
de tendências). Os grupos que adotam inovações
estilísticas, por exemplo, servem como uma espécie
de laboratório sem cientistas.
Algumas das inovações que os early early adopters
criam ou adotam, posteriormente se expandem de
seus grupos para camadas maiores da população.
Quando isso acontece, esses indivíduos
estabeleceram uma nova tendência, que, com o
passar do tempo, vai ser tornar algo estabelecido.
No início desse novo processo, os early early
adopters abandonam tais práticas e continuam a
sua busca por novidades.
Trendsetting: Toy Art
Toy Art é um tipo de arte urbana que surgiu no final
da década de 1990. Resumindo a grosso modo, é a
produção artística de bonecos em suportes como
vinil, pelúcia e papel, trazendo grafismos e
referências à arte urbana.
A Toy Art é um caso exemplar de expansão de uma
sub-cultura até alcançar visibilidade midiática de
massa.
Trendsetting: Toy Art
99 Gardeners
A exposição de Michael Lau é creditada
como um dos marcos fundadores da Toy Art.
Os "99 Gardeners" foram 99 toys em vinil
(principal suporte da arte) que reuniam
referências e elementos às artes, esportes e
culturas urbanas, como grafitti, skates e hip-
hop.
1999: 99 Gardeners
Trendsetting: Toy Art
Kidrobot
A primeira empresa exclusiva para criação e
comercialização de toy art surgiu em 2002.
A Kidrobot foi criada por Paul Budnitz, em
Nova York, e possui escritórios nas grandes
metrópoles do mundo.
2002: Kid Robot
Trendsetting: Toy Art
Publicidade e Novelas
Nos três últimos anos, os Toy Arts ganharam
exposição midiática no Brasil. O estilo toy art
foi apropriado por grandes produtos
audiovisuais. Em 2008, a campanha de TV e
online do refrigerante Fanta. Em 2009, a
abertura da novela juvenil Malhação utiliza
vários elementos de urban art, incluindo toy
art.
2008: Fanta
2009: Malhação
Inovação e reação
A prática de abandonar produtos, estilos ou marcas,
assim que deixam de ter caráter e nicho, é
conhecida como "inovação reacionária”. Os early
early adopters costumam categorizar essa
popularização como uma diluição.
De fato, sempre existe uma diluição necessária para
levar conceitos e práticas além de um nicho
altamente envolvido e engajado.
Em certos casos, essa reação costuma gerar até
embates significativos.
Inovação e reação: “orkutização” do Twitter
O Twitter foi adotado inicialmente
por jovens estudantes e profissionais
das áreas de comunicação e TI. Na
medida em que foi adotado por
mais e mais pessoas, com seus usos
particulares, certo conflito foi
gerado.
Os early early adopters falam de
uma "ortkutização" do Twitter, em
referência ao uso mais abrangente
da rede social online, com pessoas
de todas as profissões e classes
econômicas.
Comunidades e Nicho
Comunidades são grupos de pessoas que mantêm um interesse comum
e trocas de informações e interações ao longo de determinado tempo.
Promover modos de agregar pessoas e o fluxo de informações entre elas
é uma forma de fomentar a early early adopting em torno de uma marca
ou produto. Com essa estratégia, é possível incentivar e beneficiar o
desenvolvimento de projetos e campanhas colaborativas.
Podem ser promovidas através de encontros presenciais, mas a
internet promove maior facilidade. Além de gerar os ambientes no qual
as trocas com objetivos claros podem ser realizadas, permite que os
indivíduos do grupo desenvolvam laços além das trocas específicas do
tema central. Dessa forma, reunir pessoas em torno de um produto ou
estilo de vida inovador é gerar, além de lembrança de marca, um certo
tipo de “relacionamento de marca”.
Comunidades e Nicho
2009: Evento presencial da
comunidade BrandsClub
Fórum no site do Drupal,
sistema de
gerenciamento de
conteúdo de linguagem
aberta e colaborativa
Exclusividade e prioridade
Os early early adopters gostam de ter prioridade no
sentido cronológico do termo. Ter acesso a algo antes
que os demais consumidores é importante para a
satisfação deles, que apreciam exclusividades.
Estratégias como envio de convites e testes prévios são
interessantes para alcançar esses grupos, especialmente
quando associadas à promoção de comunidades de
nicho.
Exclusividade e prioridade
Em 2009, a Google utilizou essa
estratégia em dois momentos, que
tiveram grande repercussão entre os
internautas: os lançamentos da
ferramenta Google Wave e da nova
interface do Orkut.
No primeiro caso, a condição
estritamente beta (experimental) da
ferramenta logo criou uma separação
equilibrada: pessoas que não viram
utilidade e pessoas que apreciaram
diversas funções no Google Wave.
No Orkut, por sua vez, houve um furor
para se conseguir novos convites. Em
meio ao grande número de conteúdo
produzido pelos internautas, verificou-
se uma decepção geral com as
mudanças adotadas.
Revista online sorteia
convites do Google Wave
Selos e certificados
Elementos icônicos que diferenciem os
usuários, destacando aqueles que
aderiram mais cedo a produtos, estilos
ou marcas, costumam ser bem
recebidos.
Com essa estratégia, é possível
satisfazer e incentivar ainda mais os
early early adopters, reconhecidamente
usuários que mais promovem boca-a-
boca e produzem conteúdo sobre os
conceitos que abraçam.
Selo da startup Drimio
Crossing the Chasm
Cult Figures
Influence Trendsetters / Early Adopters
Innovation & Early Adopters: Beyond the Bell Curve
Where is Consumer Generated Marketing Taking Us?
Fontes
+ Conteúdo:
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