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e.BOOK: QUESTÕES DO ENADE COMENTADAS CURSO: BACHARELADO EM TEOLOGIIA Organizador(es): Prof. Esp. David Pereira de Jesus Prof. Ms Luiz Gonzaga Lobo Prof. Ms. Roque Toscano Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro Prof. Dr. Françoá Rodrigues F. Costa Prof. Dr. Luiz Henrique Brandão de Figueiredo Prof. Dr. Elismar Alves dos Santos Prof. Ms. Sílvio Rogério Zurawski Prof. Ms. Mariosan de Sousa Marques Prof. Esp. Cristiano Faria dos Santos Prof. Ms. Dilmo Franco de Campos Prof. Ms. Marcos Reges Valente Prof. Esp. José Luiz da Silva Prof. Esp. Ricardo Ribeiro Gomes Prof. Esp. João Paulo Santos de Souza

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e.BOOK: QUESTÕES DO ENADE COMENTADAS

CURSO: BACHARELADO EM TEOLOGIIA

Organizador(es):

Prof. Esp. David Pereira de Jesus Prof. Ms Luiz Gonzaga Lobo Prof. Ms. Roque Toscano Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro Prof. Dr. Françoá Rodrigues F. Costa Prof. Dr. Luiz Henrique Brandão de Figueiredo Prof. Dr. Elismar Alves dos Santos Prof. Ms. Sílvio Rogério Zurawski Prof. Ms. Mariosan de Sousa Marques Prof. Esp. Cristiano Faria dos Santos Prof. Ms. Dilmo Franco de Campos Prof. Ms. Marcos Reges Valente Prof. Esp. José Luiz da Silva Prof. Esp. Ricardo Ribeiro Gomes Prof. Esp. João Paulo Santos de Souza

SUMÁRIO

QUESTÃO DISCURSIVA Nº 01

Autor(a): site do INEP

QUESTÃO DISCURSIVA Nº 02

Autor(a): site do INEP

QUESTÃO DISCURSIVA Nº 03

Autor(a): site do INEP

QUESTÃO DISCURSIVA Nº 04 Autor(a): Prof. Dr. Françoá Rodrigues F. Costa

QUESTÃO DISCURSIVA Nº 05 Autor(a): Prof. Dr. José Luiz de Castro

QUESTOES OBJETIVAS

QUESTÃO Nº 01 Autor(a): Prof. Esp. Cristiano Faria dos Santos

QUESTÃO Nº 02 Autor(a): Prof. Esp. Cristiano Faria dos Santos

QUESTÃO Nº 03 Autor(a): Prof. Esp. Cristiano Faria dos Santos

QUESTÃO Nº 04 Autor(a): Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro

QUESTÃO Nº 05 Autor(a): Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro

QUESTÃO Nº 06 Autor(a): Prof. Ms. Roque Toscano

QUESTÃO Nº 07 Autor(a): Prof. Ms. Roque Toscano

QUESTÃO Nº 08 Autor(a): Prof. Dr. Françoá Rodrigues F. Costa

QUESTÃO Nº 09

Autor(a): Prof. Ms Luiz Gonzaga Lobo

QUESTÃO Nº 10

Autor(a): Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro

QUESTÃO Nº 11

Autor(a): Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro

QUESTÃO Nº 12

Autor(a): Prof. Ms. Dilmo Franco de Campos

QUESTÃO Nº 13

Autor(a): Prof. Dr. Luiz Henrique Brandão de Figueiredo

QUESTÃO Nº 14

Autor(a): Prof. Esp. David Pereira de Jesus

QUESTÃO Nº 15

Autor(a): Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro

QUESTÃO Nº 16

Autor(a): Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro

QUESTÃO Nº 17

Autor(a): Prof. Esp. João Paulo Santos de Souza

QUESTÃO Nº 18

Autor(a): Prof. Dr. Luiz Henrique Brandão de Figueiredo

QUESTÃO Nº 19

Autor(a): Prof. Esp. João Paulo Santos de Souza

QUESTÃO Nº 20

Autor(a): Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro

QUESTÃO Nº 21

Autor(a): Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro

QUESTÃO Nº 22

Autor(a): Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro

QUESTÃO Nº 23

Autor(a): Prof. Ms. Dilmo Franco de Campos

QUESTÃO Nº 24 Autor(a): Prof. Ms. Marcos Reges Valente QUESTÃO Nº 25

Autor(a): Prof. Esp. José Luiz da Silva

QUESTÃO Nº 26

Autor(a): Prof. Ms. Mariosan de Sousa Marques QUESTÃO Nº 27

Autor(a): Prof. Esp. José Luiz da Silva QUESTÃO Nº 28

Autor(a): Prof. Ms. Mariosan de Sousa Marques QUESTÃO Nº 29

Autor(a): Prof. Dr. Elismar Alves dos Santos QUESTÃO Nº 30

Autor(a): Prof. Dr. Elismar Alves dos Santos QUESTÃO Nº 31

Autor(a): Prof. Ms. Sílvio Rogério Zurawski QUESTÃO Nº 32

Autor(a): Prof. Ms. Sílvio Rogério Zurawski QUESTÃO Nº 33

Autor(a): Prof. Ms. Sílvio Rogério Zurawski QUESTÃO Nº 34

Autor(a): Prof. Esp. Ricardo Ribeiro Gomes QUESTÃO Nº 35

Autor(a): Prof. Esp. Ricardo Ribeiro Gomes

QUESTÕES DISCURSIVAS

QUESTÃO Nº 01

Gabarito: O estudante deve elaborar um texto dissertativo que contemple alguns dos seguintes argumentos e exemplos possíveis: Item a: Caminhos para condução das respostas a respeito do Direito das meninas/jovens/mulheres: • Todo cidadão tem o direito à educação com base no texto da Constituição Brasileira; • Direito à educação apoiado no Estatuto da Criança e do Adolescente; • Direito à educação apoiado na Declaração dos Direitos Humanos; • Universalização de direitos; • Educação como ponte para o aprimoramento de ideias; • Reflexões críticas a respeito de situações em que se observa obstáculo ao livre acesso à educação; • Vinculação entre educação e paz social. Item b: Caminhos para condução das respostas a respeito das relações de poder entre homens e mulheres: • Violência física e psicológica contra a mulher, incluindo a Lei Maria da Penha, no caso específico do Brasil; • Tolerância/intolerância a vestimentas, trajes, comportamentos socialmente estereotipados; • Aspectos socioculturais que impõem à mulher uma condição de submissão na sociedade, tais como: mutilação, impossibilidade de manifestar seus desejos e posicionamentos em algumas culturas, entre outros; • Igualdade/desigualdade de gênero, por exemplo, no mercado de trabalho, em

relação à desigualdade salarial; • Ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade: referência a esses ideais como possibilidade de equilibrar as relações de poder entre homens e mulheres.

Tipo de questão:

Conteúdo avaliado:

Autor(a): site do INEP

Comentário:

Referências:

QUESTÃO Nº 02

Gabarito: O estudante deve elaborar um texto dissertativo que aborde os seguintes aspectos: 1) reconhecer o caráter dinâmico da cultura, trazendo elementos dos textos 1 e 2 (padrão de resposta), e com base nesses textos posicionar-se a respeito do reconhecimento do funk como legítima manifestação artística e cultural da sociedade brasileira (enunciado da questão); 2) situar o funk dentro das reflexões do segundo texto (Laraia, 2008), abordando aspectos como mudança, preconceito, diferença, relações interculturais; 3) clareza na exposição das ideias. Obs.: As notas serão atribuídas de acordo com o preenchimento dos critérios citados acima e considerando três correntes interpretativas que podem estar presentes nas respostas: a favor, contra e intermediária em relação ao reconhecimento do funk como legítima manifestação artística e cultural da sociedade brasileira.

Tipo de questão:

Conteúdo avaliado:

Autor(a): site do INEP

Comentário: O aluno deve estar ler atentamente o enunciado e apresentar seu posicionamento. Vê-se aqui a oportunidade de conhecer o grau de cultura do aluno, bem como sua visão de mundo

Referências:

QUESTÃO Nº 03

Gabarito: O estudante deve redigir um texto dissertativo que

a) apresente as respostas que sua própria confissão sugere ao problema do

sofrimento humano;

b) aborde ao menos dois dos elementos existenciais presentes no texto, a

partir da sua confessionalidade:

I. sentido da vida;

II. sofrimento relativo à vida;

III. sofrimento relativo à morte.

Tipo de questão:

Conteúdo avaliado:

Autor(a): site do INEP

Comentário:

Referências:

QUESTÃO DISCURSIVA Nº 04

Texto 1

O Bar Mitzvah ou Bat Mitzvah é uma cerimônia de passagem que acontece entre os judeus. Considerado uma iniciação à vida adulta, é celebrado aos 13 anos para os meninos e aos 12 para as meninas e enfatiza a importância de se viver um estilo de vida judaico. Na maioria das vezes, a educação conduz os adolescentes para o Bar Mitzvah. Literalmente, o Bar Mitzvah significa "filho do mandamento". Na realidade, isso significa que o jovem dessa idade já conseguiu atingir a maturidade religiosa. Os homens usam a Kippa, uma pequena touca, que representa o respeito a Deus no momento em que são feitas as orações. Os serviços religiosos são realizados por um rabino, ou seja, um sacerdote habilitado a comentar os textos sagrados. No judaísmo, as velas e o candelabro estão presentes no Bar Mitzvah, pois iluminam o ritual. Na tradição judaica, existem dois pontos-base na vida de um homem, que são a iniciação pela circuncisão do recém-nascido e o Bar Mitzvah. O Bar Mitzvah geralmente é celebrado na sinagoga, no sábado, e consiste na leitura de um texto da Torá.

Disponível em: http://morasha.com.br . Acesso: 25jul. 2015 (adaptado).

Texto 2

Para os Jibaros (povos indígenas panamericanos), a puberdade é a época em que um menino deve adquirir uma alma superior, o arutam. A forma habitual para que um adolescente adquira uma alma arutam é, na floresta, próximo a uma cachoeira, aguardar a sua visão do espírito ancestral, que geralmente aparece como um jaguar ou como uma anaconda. Pode aparecer, ainda, como um lutando contra o outro. Apesar das amedrontadoras visões, o jovem deve caminhar para a visão e tocá-la, como prova de seu valor, similar às outras provas traumáticas da puberdade. Depois de tocar a visão arutam, durante o sono à noite, arutam voltará e acontecerá um pacto tácito. Então, o jovem receberá instruções e advertências para se tornar um bravo guerreiro.

NARANJO, C. Ayahuasca: La enredadera dei rio celestial. Barcelona: Ediciones La Llave, 2012

(adaptado).

Gabarito: --

Tipo de questão: Discursiva

Conteúdo avaliado:

Autor(a): Prof. Dr. Françoá Rodrigues F. Costa

Comentário:

Nesta questão, o aluno deve ter em conta:

1. O interesse pelo mundo religioso é muito antigo e já no De natura

Deorum, de Cícero, ele descreve de maneira bastante fiel a situação dos

ritos e crenças no último século da era pagã. Para Sêneca, as múltiplas

divindades são os aspectos de um único Deus.

2. No Ocidente, a valorização do fenômeno religioso já está presente em

certo sentido, na própria Idade Média, por causa do confronto com o Islã.

Em 1411, Pedro, o venerável, mandou que Roberto de Rétines traduzisse

o Corão, e em 1250 fundaram-se escolas de ensino do árabe. Averroes

(1126-1198), depois de uma profunda influência sobre o pensamento

islâmico, estava destinado a provocar uma corrente de pensamento no

Ocidente. Na sua interpretação da religião, Averroes utilizou o método

simbólico e o alegorismo. Concluiu que todas as religiões monosteístas

eram verdadeiras, mas partilhava com Aristóteles a opinião de que, num

mundo eterno, as religiões apareciam e desapareciam numerosas vezes.

3. A valorização do paganismo, tal como podemos realizar na comparação

que se pede nesta questão, acontece entre nós pelo menos desde a

Renascença, sobretudo porque os humanistas supunham a existência de

uma tradição comum a todas as religiões, sustentando que o

conhecimento desta bastava para a salvação e que, em suma, todas as

religiões são equivalentes.

4. Tendo em conta tudo isso, o aluno deve tentar valorizar os elementos

positivos nos dois ritos, sabendo que tanto entre os judeus quanto entre

os jibaros há uma relação entre vida religiosa e vida social, como se pode

ver nos textos a comentar. Os povos antigos, viviam em favor de sua

sociedade, que era uma realidade insperável de sua religião.

5. Emile Durkheim (1858-1917) julgava ter encontrado no totemismo a

explicação sociológica da religião. Totem designa o animal cujo nome o

clã usa e que é considerado o antepassado da raça. Não deixa de ser

interessante que na tradição religiosa dos jibaros, o ancestral apareça na

forma de animal, jaguar o anaconda.

6. Em ambos os casos, a pessoa é introduzida numa espécie de vida adulta,

religiosa e social. Também o cristianismo te um rito semelhante, o

sacramento da confirmação ou da crisma.

7. Rudolf Otto (1869-1937), alemão, teólogo luterano e filósofo kantiano em

sua obra mais famosa, Das Heilige (1917), fez uma análise teológica

utilizando a Ciência das Religiões e encaminhou para a fenomenologia a

produção histórico-religiosa do século XX. Para Otto, as características do

Sagrado serão inferidas pelo sentimento que o próprio sagrado inspira no

“homem religioso”. Através de descrições e comparações, Otto e seus

discípulos queriam chegar à essência da religião, identificada com o

“sagrado”. Em ambas as tradições religiosas, entre os judeus e entre os

jibaros, esses fenômenos também podem ser encontradas.

8. Mircea Eliade (1907-1986), foi um dos estudiosos do século XX que mais

influenciou no campo da religião. Toda a operação hermenêutica de

Eliade se configura como uma recuperação do pensamento religioso para

a sociedade moderna. Segundo nosso autor, o sagrado não pertence ao

nosso mundo e só podemos captá-lo através das hierofania

(manifestações do sagrado), que representam algo do sagrado que se

mostra para nós e constitui, portanto, a mediação em que se dá e se

limita o sagrado no mundo. Além disso, para Eliade é o sagrado que se

configura como elemento fundante da vida social. Basta ver como isso era

assim no mundo antigo e como o homem atual continua tendo uma

espécie de ritos secularizados. A dimensão religiosa continuaria

representando, portanto, no mundo moderno, o papel fundamental de

válvula de escape contra um tempo histórico que se configuraria como

tirânico, denotando uma laceração da cosmogonia original. Para Eliade, o

homem moderno “sem religião” continua operando segundo os esquemas

religiosas presentes no seu inconsciente.

Referências: Adone AGNOLIN, Historia das religiões. Perspectiva histórico-comparativa, São Paulo: Paulinas, 2013, 46-49. Mircea ELIADE, O sagrado e o profano. Tradução de Rogério Fernades. São Paulo: Martins Fontes, 3ª ed., 2011, 173.

QUESTÃO Nº 05

Gabarito:

Tipo de questão:

Conteúdo avaliado:

Autor(a):

Comentário:

Referências:

FORMAÇÃO GERAL

QUESTÃO Nº 01

A alfabetização midiática e informacional tem como proposta desenvolver a

capacidade dos cidadãos de utilizar mídias, bibliotecas, arquivos e outros

provedores de informação como ferramentas para a liberdade de expressão, o

pluralismo, o diálogo e a tolerância intercultural, que contribuem para o debate

democrático e a boa governança. Nos últimos anos, uma ferramenta de grande

valia para o aprendizado, dentro e fora da sala de aula, têm sido os dispositivos

móveis. Como principal meio de acesso à internet e, por conseguinte, às redes

sociais, o telefone celular tem sido a ferramenta mais importante de utilização social

das diferentes mídias, com apropriação de seu uso e significado, sendo, assim,

uma das principais formas para o letramento digital da população. Esse letramento

desenvolve-se em vários níveis, desde a simples utilização de um aplicativo de conversação com colegas até a utilização em transações financeiras nacionais e

internacionais.

WILSON, C. et al. Alfabetização midiática e informacional: currículo para formação de professores. Brasília: UNESCO, 2013 (adaptado).

A partir dessas informações, avalie as asserções a seguir e a relação proposta

entre elas.

I. Uma pessoa letrada digitalmente tem capacidade para localizar, filtrar e

avaliar informação disponibilizada eletronicamente e para se comunicar com

outras pessoas por meio de Tecnologias de Informação e Comunicação.

PORQUE

II. No letramento digital, desenvolve-se a habilidade de construir sentidos a

partir de textos que se conectam a outros textos, por meio de hipertextos,

links e elementos imagéticos e sonoros.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.

A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a I I é uma justificativa

correta da I.

B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma

justificativa correta da I.

C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.

D. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

E. As asserções I e II são proposições falsas.

Gabarito: A

Tipo de questão: Mediana

Conteúdo avaliado: Alfabetização, letramento, liberdade de expressão e outros

Autor(a): Prof. Esp. Cristiano Faria dos Santos

Comentário: O Processo de alfabetização corre em ritmo diferente quando se fala em alfabetização digital. Por um lado o que chamamos de alfabetização digital ocorre no mundo contemporâneo a uma velocidade muito rápida e por outro lado vemos o surgimento não menos veloz de uma sociedade não alfabetizada. No Processo de educação hodierno a tecnologia é parte de um processo educacional. Em todos os programas educacionais se procura adaptar o processo de ensino-aprendizagem ao processo tecnológico. A liberdade de expressão para alguns está ao toque do dedo e sua capacidade de envolvimento com a informação não tem barreiras. Mas este mesmo modelo é muitas vezes excludente, pois nem todas as pessoas e sociedades conseguem ter acesso aos mesmos meios tecnológicos. Uma grande disparidade vai surgindo entre instituições educacionais com acesso a informação digital e aquelas que não tem esta mesma facilidade. Tem-se buscado uma sociedade mais inclusiva e um dos desafios desta inclusão ocorre também no mundo digital, onde aquele que não conseguem se incluir rapidamente se vem deslocados e em muitos casos isto reflete no processo de ensino aprendizagem, daí vem o conceito a ser vencido de analfabetismo digital.

Referências: GOMEZ. Margarita V. Alfabetização na esfera digital: Uma proposta freireana. In

http://www.ufjf.br/revistaedufoco/files/2010/02/06.pdf

Alfabetização digital: domínio do mundo das ideias e não das teclas do computador. In

http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/13662

QUESTÃO Nº 02

A ideia segundo a qual todo ser humano, sem distinção, merece tratamento digno corresponde a um valor moral. O pluralismo político, por exemplo, pressupõe um valor moral: os seres humanos têm o direito de ter suas opiniões, expressá-las e organizar-se em torno delas. Não se deve, portanto, obrigá-los a silenciar ou a esconder seus pontos de vista; vale dizer, são livres. Na sociedade brasileira, não é permitido agir de forma preconceituosa, presumindo a inferioridade de alguns (em razão de etnia, raça, sexo ou cor), sustentando e promovendo a desigualdade. Trata-se de um consenso mínimo, de um conjunto central de valores, indispensável à sociedade democrática: sem esse conjunto central, cai-se na anomia, entendida como ausência de regras ou como total relativização delas.

BRASIL. Ética e Cidadania. Brasília: MEC/SEB, 2007 (adaptado).

Com base nesse fragmento de texto, infere-se que a sociedade moderna e democrática

A. Promove a anomia, ao garantir os direitos de minorias étnicas, de raça, de sexo ou de cor.

B. Admite o pluralismo político, que pressupõe a promoção de algumas identidades étnicas em detrimento de outras.

C. Sustenta-se em um conjunto de valores pautados pela isonomia no tratamento dos cidadãos.

D. Apoia-se em preceitos éticos e morais que fundamentam a completa relativização de valores.

E. Adota preceitos éticos e morais incompatíveis com o pluralismo político.

Gabarito: C

Tipo de questão: Mediana

Conteúdo avaliado: Liberdade de Expressão, pluralismo, diversidade de idade, entre outros.

Autor(a): Prof. Esp. Cristiano Faria dos Santos

Comentário: Sobre o tema da liberdade e direito de expressão na sociedade morderna e democrática não se precisa falar muito, já que de forma comum se tem estes direitos como fundamentais. Agora no momento de responder está questão aparece alguns conceitos que necessitam ser esclarecidos melhor, um trocadinho de palavras complexas podem tornar a questão um pouco mais complicada. O primeiro conceito utilizado não questão de letra A, é o conceito de anomia em referência ao direito de minorias. Recordemos que o conceito de anomia é a ausência de lei ou de regra, desvio das leis naturais; anarquia, desorganização. Neste sentido mesmo aceitando uma certa desordem no brasil atual, onde alguns podem clamar por direitos que violem os direitos dos outros, não é comum as democracias que as leis por si mesmas violem ou façam desaparecer o direito das minorias. Na verdade o comum as leis é proteger a parte da sociedade menos protegida. Da mesma forma se conceitua a noção de pluralismo na letra B de forma equivocada, uma leitura atenta do item mostrará que não se pode aceitar que o pluralismo político proponha a supressão de uma identidade ética em detrimento de outra. Da mesma forma não se pode aceitar que a liberdade de expressão produza uma relativização de valores, nem mesmo que a proposta Assim esta questão se resolve com um pouco de atenção do aluno.

Referências:

SILVA. Marcos André Ferreira. LUCRO COM DIGNIDADE. Editora Apiris.Curitiba.2015. GALARDO. Hélio. Teoria Crítica. Matriz e Possibilidade dos direitos Humanos. Editora Unesp. São Paulo, 2017.

QUESTÃO Nº 03

Gabarito: A

Tipo de questão: Mediana

Conteúdo avaliado: Responsabilidade Social, desenvolvimento sustentável dentre outros.

Autor(a): Prof. Esp. Cristiano Faria dos Santos

Comentário: O estudo da teologia nos tempos atuais não pode desligar-se da antropologia. Assim em cada tempo é necessário interrogar-se qual o homem que busca a Deus e quais são as suas demandas sociais. Da própria relação com Deus nascem diversos compromissos práticos, dentre eles podemos encontrar aqueles ligados a responsabilidade com o próximo. Fazer com que a busca do lucro não despreze o conceito de pessoa e sua dignidade é necessidade primeira da economia. Devemos recordar que a verdade em matéria cientifica é uma descoberta que se vai construindo na inter-relação dos diversos ramos do saber quando juntos buscam compreender a realidade que envolve a humanidade. Nesta busca de verdade a Teologia deve colaborar com a reconstrução de paradigmas como a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável. Referências:

CALLEJA, J I. Moral social samaritana I: fundamentos e noções da ética econômica cristã. São Paulo: Paulinas, 2006.

________. Moral social samaritana II: fundamentos e noções de ética política cristã. São Paulo: Paulinas, 2009.

QUESTÃO Nº 04

Mais de um quarto dos presos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros I, na zona oeste da capital paulista, havia morado nas ruas. Há alguns anos, percebe-se progressiva mudança da população carcerária dos CDPs de São Paulo: além da tradicional parcela de acusados e condenados por crimes patrimoniais com emprego de violência ou por tráfico de drogas, passou a integrar o quadro prisional uma parcela da população sem histórico de violência, habitante, majoritariamente, das ruas do centro da cidade. Nos últimos três anos, o número de presos provenientes das ruas da região central da capital paulista aumentou significativamente; a maioria deles é presa pela prática de pequenos furtos e/ou porte de drogas. Os casos são, em geral, similares: pessoas dependentes de crack que vivem nas ruas e são flagradas furtando lojas ou tentando roubar transeuntes, sem o uso de armas. Como são crimes leves, os acusados poderiam aguardar a conclusão do inquérito em liberdade. Disponível em: http://ibccrim.jusbrasil.com.br . Acesso em: 25 jul. 2015 (adaptado). Tendo esse texto como referência e considerando a relação entre políticas públicas de segurança e realidade social nas metrópoles brasileiras, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas.

I. A presença de policiais nas ruas das grandes cidades brasileiras atende, em geral, à solicitação de lojistas, que constantemente se queixam da presença de moradores de rua dependentes de crack.

PORQUE

II. O encarceramento de moradores de rua viciados em crack que praticam pequenos delitos não resolve os problemas que afetam a população, como os de segurança, violência, saúde, educação e moradia.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.

A. As asserções I e I I são proposições verdadeiras, e a I I é uma justificativa correta da I.

B. As asserções I e I I são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.

C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

E. As asserções I e II são proposições falsas.

Gabarito: B

Tipo de questão: Difícil

Conteúdo avaliado: As principais habilidades e competência que se pede são ler e interpretar o texto, analisando a relação causa e efeito, refletindo sobre as políticas públicas de segurança e a realidade social : violência, saúde, educação e moradia.

Autor(a): Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro

Comentário: O texto analisa, a atual situação carcerária do centro de Detenção provisória de pinheiros I, na zona Oeste de são Paulo, que passou a receber uma população sem histórico de violência, sem o uso de armas. são presos por práticas de pequenos furtos, por porte de drogas, crimes leves, que poderiam aguardar em liberdade a conclusão do inquérito. Conforme o que se espera do aluno é que ele estabeleça uma relação do texto com as políticas públicas de segurança e a realidade social no Brasil. A asserção I é verdadeira, haja vista, o Estado estabelecer uma política de segurança pública com a presença de policiais nas ruas, respondendo as solicitações dos lojistas em relação aos moradores de rua dependentes de crack que praticam pequenos furtos. A asserção II também é verdadeira, o texto apresenta que o encarceramento de moradores de rua, dependentes de drogas, com práticas de pequenos delitos não resolvem os problemas sociais como os de segurança, violência, saúde, educação e moradia. Essa asserção não responde a asserção I, pois o texto não faz

referência direta aos policiais nas ruas respondendo as queixas dos lojistas. Referências:

LOPES, E. Política e Segurança Pública : Uma vontade de sujeição.rio de Janeiro: Contraponto, 2009.

QUESTÃO Nº 05

As taxas de emprego para mulheres são afetadas diretamente por ciclos econômicos e

por políticas de governo que contemplam a inclusão das mulheres no mercado de

trabalho. O gráfico a seguir apresenta variações das taxas percentuais de emprego

para mulheres em alguns países, no período de 2000 a 2011.

Taxa percentual de emprego para mulheres de 2000 a 2011

Disponível em: http://www.oecd-ilibrary.org . Acesso em: 19 ago. 2015 (adaptado).

Com base nesse gráfico, conclui-se que, de 2000 a 2011, a taxa de emprego para

mulheres

A) manteve-se constante na Itália.

B) manteve-se crescente na França e no Japão.

C) atingiu, na Grã-Bretanha, seu valor máximo em 2011.

D) aumentou mais na Alemanha que nos demais países pesquisados.

E) manteve-se superior a 60% no Canadá, na Alemanha e nos Estados Unidos.

Gabarito: D

Tipo de questão: mediana

Conteúdo avaliado: As principais habilidades e competência que se pede é ler e interpretar gráficos , associando dados presentes a uma escala fornecidos em tabela.

Autor(a): Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro

Comentário: Avaliando as taxas de emprego para as mulheres afetadas por ciclos econômicos e por políticas no período de 2000 a 2011, percebe-se que a inclusão de mulheres no mercado de trabalho em países como Alemanha, frança, Itália, Japão, Canadá, Grã- Bretanha, e Estados Unidos foi superior na Alemanha, que apresentou significativo crescimento na incorporação de mulheres na taxa de emprego, onde em 2000 apresentava pontuação de 58% em 2011, representou crescimento significativo para 69%, ou seja 9 pontos percentuais, enquanto Itália 6 pontos percentuais, frança 5, Grã- Bretanha 3, Canadá refluiu 4 pontos percentuais e Estados unidos 4 pontos percentuais de incorporação positiva no mercado de trabalho. Referências: HIRAT, Helena; MARVANI, Margaret. As novas fronteiras da desigualdade. Homens e mulheres no mercado de trabalho. São Paulo: SENAC, 2013.

QUESTÃO Nº 06

Hoje, o conceito de inclusão digital está intimamente ligado ao de inclusão social.

Nesse sentido, o computador é uma ferramenta de construção e aprimoramento de

conhecimento que permite acesso à educação e ao trabalho, desenvolvimento

pessoal e melhor qualidade de vida.

FERREIRA, J. R. et al. Inclusão Digital. In: BRASIL. O Futuro

da Indústria de Software: a perspectiva do Brasil.

Brasília: MDIC/STI, 2004 (adaptado).

Diante do cenário high tech (de alta tecnologia), a inclusão digital faz-se necessária

para todos. As situações rotineiras geradas pelo avanço tecnológico produzem

fascínio, admiração, euforia e curiosidade em alguns, mas, em outros, provocam

sentimento de impotência, ansiedade, medo e insegurança. Algumas pessoas ainda

olham para a tecnologia como um mundo complicado e desconhecido. No entanto,

conhecer as características da tecnologia e sua linguagem digital é importante para a

inclusão na sociedade globalizada.

Nesse contexto, políticas públicas de inclusão digital devem ser norteadas por

objetivos que incluam

I. a inserção no mercado de trabalho e a geração de renda.

II. o domínio de ferramentas de robótica e de automação.

III. a melhoria e a facilitação de tarefas cotidianas das pessoas.

IV. a difusão do conhecimento tecnológico.

É correto apenas o que se afirma em

A) I e II.

B) I e IV.

C) II e III.

D) I, III e IV.

E) II, III e IV.

Gabarito: D

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Leitura e compreensão de texto

Autor(a): Prof. Ms. Roque Toscano

Comentário: É uma questão bem elaborada, mas de pouca complexidade, exigindo do aluno capacidade de leitura e compreensão de texto. Os itens I, III e IV praticamente reproduzem segmentos do texto. Apenas o item IV, que requer um pouco mais de atenção do aluno, que deve concentrar e associar o primeiro texto com a parte conclusiva do segundo e deduzir que, se “conhecer as características da tecnologia e sua linguagem digital é importante para a inclusão na sociedade globalizada”, a difusão do conhecimento de tecnologias torna-se um objetivo a ser perseguido. Já o item II, embora guarde uma relação estreita com tecnologia, não aborda diretamente a questão do “domínio de ferramentas de robótica e de automação”. Referências: TRAVAGLIA, Luiz Carlos; KOCH, Ingedore Villaça. A coerência textual. 10.ed. São Paulo: Contexto, 2003. COSTA VAL, Maria da Graça. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

QUESTÃO Nº 07

As projeções da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais vêm

indicando, para 2020, produção entre 104 milhões e 105 milhões de toneladas de

soja. A área de cultivo da soja deve aumentar cerca de 6,7 milhões de hectares,

chegando, em 2023, a 34,4 milhões. Isso representa um acréscimo de 24,3% na

área mensurada em 2013. No Paraná, a área de cultivo de soja pode expandir-se

para áreas de outras culturas e, no Mato Grosso, para pastagens degradadas e

áreas novas.

Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br>. Acesso em: 19 ago. 2013 (adaptado).

Considerando esses dados e os impactos do agronegócio na reconfiguração do

campo, avalie as afirmações a seguir.

I. A expansão das áreas de monocultura de soja amplia a mecanização no

campo e gera a migração de trabalhadores rurais para centros urbanos.

II. A intensificação da monocultura de soja acarreta aumento da concentração

da estrutura fundiária.

III. A expansão da cultura de soja no Paraná e no Mato Grosso promoverá o

avanço do plantio de outras culturas.

É correto o que se afirma em

A) I, apenas.

B) III, apenas.

C) I e II, apenas.

D) II e III, apenas.

E) I, II e III.

Gabarito: C

Tipo de questão: Mediana

Conteúdo avaliado: Leitura e interpretação de texto

Autor(a): Prof. Ms. Roque Toscano

Comentário:

Inicialmente, a questão apresenta certa complexidade, exigindo do aluno não só uma leitura atenciosa do texto mas também do enunciado da própria questão. Outro fator que pode oferecer certa dificuldade para o aluno é que o texto lida com os termos “números”, “toneladas”, “hectares”, “projeções”, o que implica conhecimento que vai além da simples compreensão de texto. Esse tipo de questão proporciona um grau maior de dificuldade, principalmente para aquele aluno que não navega, com certa frequência, nessas águas pitagóricas. Outra dificuldade para responder à questão é que o aluno precisa trazer conhecimentos que vão além do próprio texto, principalmente sobre os impactos da monocultura na reconfiguração do campo. Esses impactos não estão explícitos, mas implícitos no texto apresentado. Assim, a partir de “gera” (item I) e “acarreta” (item II) ficam subentendidas, logicamente, as informações que se seguem: “migração de trabalhadores rurais para centros urbanos” e “aumento da concentração da estrutura fundiária”, exigindo que se faça correlação de causa e consequência. Já no item III, há uma afirmação que nega, que contraria o que se afirma na última frase do texto. Contudo, o aluno pode fazer certa confusão por causa da expressão “expandir-se para”, podendo achar que outras culturas vão substituir a cultura de soja. Referências: TRAVAGLIA, Luiz Carlos; KOCH, Ingedore Villaça. A coerência textual. 10.ed. São Paulo: Contexto, 2003. COSTA VAL, Maria da Graça. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

QUESTÃO Nº 08

Disponível em: http://www.subsoloart.comAcesso em: 17 jul. 2015.

Assim como o break, o grafite é uma forma de apropriação da cidade. Os muros

cinzentos e sujos das cidades são cobertos por uma explosão de cores,

personagens, linhas, traços, texturas e mensagens diferentes. O sujo e o monótono

dão lugar ao colorido, à criatividade e ao protesto. No entanto, a arte de grafitar foi,

por muito tempo, duramente combatida, pois era vista como ato de vandalismo e

crime contra o patrimônio público ou privado, sofrendo, por causa disso, forte

repressão policial. Hoje, essa situação encontra-se bastante amenizada, pois o

grafite conseguiu legitimidade como arte e, como tal, tem sido reconhecido tanto

por governantes quanto por proprietários de imóveis. SOUZA, M.L.; RODRIGUES, G.B. Planejamento urbano e ativismo social. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).

Considerando a figura acima e a temática abordada no texto, avalie as afirmações a seguir.

I. O grafite pode ser considerado uma manifestação artística pautada pelo

engajamento social, porque promove a sensibilização da população por meio

não só de gravuras e grandes imagens, mas também de letras e mensagens

de luta e resistência.

II. Durante muito tempo, o grafite foi marginalizado como arte, por ser uma

manifestação associada a grupos minoritários.

III. Cada vez mais reconhecido como ação de mudança social nas cidades, o

grafite humaniza a paisagem urbana ao transformá-la.

É correto o que se afirma em

A. II, apenas.

B. III, apenas.

C. I e II, apenas.

D. I e III, apenas.

E. I, II e III.

Gabarito: E

Tipo de questão: fácil

Conteúdo avaliado: Linguagem, grupos minoritários e os movimentos artísticos.

Autor(a): Prof. Dr. Françoá Rodrigues F. Costa

Comentário: Nessa questão, o aluno deve ter em conta a abertura que os diversos movimentos artísticos passaram até os tempos atuais. I. Hoje em dia, pode-se afirmar que o grafite pode ser considerado uma arte, no contexto da luta e da resistência. Ainda que o tema possa ser amplamente discutido, é preciso ver também a arte como um movimento que expressa a beleza de diversas maneiras na pintura. Contudo, não somente a pintura e a escultura são artes, mas também a música e a poesia, fotografia, teatro, cinema, literatura. II. Realmente, o grafite esteve mais presente em grupos minoritários, e talvez até agora assim o seja. Sem dúvida, muitos ainda não o consideram como uma arte, mas tendo em conta a mudança pela qual a concepção de arte tem passado nos últimos anos, é nesse contexto que se pode dizer que o grafite seja uma arte. Por outro lado, considerando o artista, já dizia João Paulo II: “um artista consciente, sabe que tem que trabalhar sem deixar-se levar pela busca da glória banal ou da avidez de uma fácil popularidade, e menos ainda pela ambição de possíveis ganâncias pessoas. Existe, pois, uma ética, ou melhor, uma “espiritualidade” do serviço artístico que, de modo próprio, contribui à vida e ao renascimento do povo” (Carta aos artistas, 5). III. Como as mensagens se transmitem, não apenas pelas palavras, mas também pelas imagens, não há dúvida que essas mensagens transformadoras acontecem também pelo grafite. Contudo, não há que perder que é preciso também aprender a fazer um juízo da própria arte, pois “a autêntica intuição artística vai além do que os sentidos percebem e, penetrando a realidade, tenta interpretar o seu mistério escondido. Tal intuição brota do mais íntimo da alma humana, ali onde a aspiração a dar sentido à própria vida se vê acompanhada pela percepção fugaz da beleza e da unidade misteriosa das coisas” (João Paulo II, Carta aos artistas, 6).

Referências: JOÃO PAULO II, Carta aos artistas, 1999. Disponível em https://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/letters/1999/documents/hf_jp-ii_let_23041999_artists.html Consultado em 16/06/2018. LOPES, Joana Gonçalves Vieira. Grafite e Pichação: os dois lados que atuam no meio urbano. Disponível em : .http://bdm.unb.br/bitstream/10483/3824/1/2011_JoanaGoncalvesVieiraLopes.pdf Consultado em 16/06/2018.

COMPONENTE ESPECÍFICO – OBJETIVAS

QUESTÃO Nº 09

A teologia da libertação nos propõe, talvez, não tanto um novo tema para a reflexão

quanto uma nova maneira de fazer teologia. A teologia como reflexão crítica da

práxis histórica é, assim, uma teologia libertadora, uma teologia da transformação

libertadora da história da humanidade e, portanto, libertadora, também, da porção

dela — reunida em ecclesia — que confessa abertamente Cristo. Uma teologia que

não se limita a pensar o mundo, mas procura situar-se como um momento do

processo por meio do qual o mundo é transformado, abrindo-se — no protesto ante

a dignidade humana pisoteada, na luta contra a espoliação da imensa maioria da

humanidade, no amor que liberta, na construção de nova sociedade, justa e

fraterna — ao dom do reino de Deus.

GUTIÉRREZ, G. Teologia da Libertação: Perspectivas. São Paulo:

Loyola, 2000 [trad. 6§ ed. 1996] (adaptado).

No texto, o autor propõe que a teologia da libertação seja

A) uma teologia mais vertical, que leve a massa de homens e mulheres

massacrados a reatar sua relação com Deus em um processo de libertação.

B) uma nova maneira de fazer teologia, que leve a maioria da população a

superar a condição de dependência e aumentar seus recursos materiais e

financeiros.

C) uma teologia crítica, que leve em conta o drama espiritual de tantas pessoas

ainda presas ao pecado, que será superado por meio da cura e da libertação.

D) um novo modo de fazer teologia na América Latina, que rompa com dogmas e

conceitos elaborados em outras épocas e pensados fora do continente latino-

americano.

E) uma nova maneira de fazer teologia, que reflita a práxis histórica a partir das

multidões excluídas, em vista da construção da nova sociedade, aberta ao

dom do reino de Deus.

Gabarito: E

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Teologia, Teologia da América Latina, Teologia da Libertação, práxis libertadora, opção pelos pobres

Autor(a): Prof. Ms. Luiz Gonzaga Lôbo

Comentário: O texto de Gustavo Gutiérrez esta falando não de uma nova teologia, mas de uma nova maneira de fazer teologia, de pensar a fé e de vivê-la. Trata-se da reflexão teológica latino-americana que está fundamentada no Concílio Vaticano II e nos documento da Conferência de Medellín (1968) e de Puebla (1979) como também nos movimentos sociais contra toda exploração capitalista e um falso conceito de desenvolvimento na America Latina que privilegiava as minorias ricas e exploravam as maiorias pobres. Junto a isso o regime militar que minou quase todas as democracias do Continente Latino- americano. METODO DA TDL: A TDL vai usar o paradigma da práxis como ponto de partida e de chegada de sua reflexão (FABRI, 42). “As práticas concretas de cristãos ou que se vêem envolvidos no processo de libertação dos pobres levantam uma série de problemas à Fé, a determinadas intelecções da revelação. Portanto, valoriza a práxis como ponto de pergunta, (ver) de partida para pensar (julgar à luz da Fé) toda a teologia. Daí nasce o agir concreto.” A teologia neste paradigma ocupa-se e preocupa-se por iluminar tal ação transformadora, tais relações sociais à luz da revelação, estabelecendo um circulo entre práxis e revelação. (FABRI,43)Em síntese , podemos dizer que a TDL possui três momentos: Momento pré-teologico que é ver criticamente a realidade imediata; Momento teológico que é analisar esta realidade observada à Luz da Revelação divina (Palavra de Deus , Magistério da igreja ). E terceiro momento chamado momento práxico que é o AGIR transformador em busca de uma sociedade do jeito que Deus quer sinal e certeza do Reino definitivo. Por isso a TDL é uma teologia da práxis, teologia para a práxis, teologia na praxis e teologia pela práxis (MURAD, LIBANIO, 183-184)

TEMAS PRESENTES NA TDL

a. Opção preferencial pelos pobres (Medellín e Puebla) b. Opção pelos pobres no AT e no NT c. Pobre: sacramento de Deus (Paulo VI disse isso no Concílio Vat. II) d. A Igreja dos pobres: Igreja de Todos. Disse o papa João xIII na convocação do

Concilio VAT II: “A Igreja é e quer ser a Igreja de todos, mas hoje mais do que nunca a Igreja dos pobres” (PIXLEY, 161)

e. Pobreza material e pobreza espiritual f. Os pobres e suas práticas de libertação g. Ecumenismo e diálogo religioso

Referências: LIBANIO ET, MURAD. Introdução à Teologia, perfil, enfoques, tarefas, Loyola, São Paulo, 3ª ED, 1996. pp161-197. CELAM. Documento de Puebla, 1979 CELAM. Documento de Medellín, 1968. PIXLEY, Clodovil BOFF. Opção pelos pobres, Vozes, Petrópolis, 1986 DOS ANJOS, Márcio Fabri(org). Teologia e novos paradigmas, Loyola, São Paulo,1996.

QUESTÃO Nº 10

Não é possível pensar o processo de construção cultural como ausente de encontros conflituosos. O homem, ser dinâmico e mutável, significa e ressigniflca a realidade dialeficamente, dando-lhe sentido. Uma conseqüência gerada pela secularização foi o pluralismo religioso, conforme denominou Berger (1985). Ou seja, as religiões não possuem mais o monopólio sobre a sociedade e suas esferas; dessa forma, surge o pluralismo, que possibilita às pessoas transitar pelas mais variadas formas de expressão religiosa. Assim, crescem o mercado e a oferta religiosa, o que se pode perceber nitidamente, em nossas cidades, pelo número de igrejas que abrem e fecham todos os dias, na esteira dos novos movimentos religiosos (NMRs). O processo de secularização não afeta simplesmente o espaço das tradições religiosas, mas também a cultura vigente e, mais, a dimensão subjefiva da pessoa. Os NMRs, extremamente diversos, tornaram-se visíveis a parfir da Segunda Guerra Mundial e, como religiosos, oferecem não apenas um posicionamento teológico sobre a existência e sobre as coisas sobrenaturais, mas se propõem a responder, no mínimo, a algumas questões úlfimas que, tradicionalmente, têm sido endereçadas às grandes religiões.

GUERREIRO, S. Novos Movimentos Religiosos. O quadro brasileiro.

São Paulo: Paulinas, 2006 (adaptado).

A partir do texto, assinale a opção correta.

A. O processo de secularização favoreceu o predomínio das religiões sobre as sociedades.

B. A secularização contribuiu para para o surgimento de novas expressões religiosas.

C. As consequências da secularização uniformizaram as religiões tradicionais. D. Os NMRs representam uma realidade que atinge uma cultura específica. E. Os NMRs negam-se a responder questões tradicionais das grandes religiões.

Gabarito: B

Tipo de questão: Mediana

Conteúdo avaliado: secularização, religião, novas expressões religiosas e outros

Autor(a): Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro

Comentário: Espera-se do aluno que ele saiba ler e interpretar o texto, distinguindo conceitos e tenha raciocínio lógico. Análise das afirmativas A – Alternativa incorreta, no texto não há referências sobre o processo de secularização favorecendo o predomínio das sociedades sobre as religiões, ao contrário, buscando a fundamentação de Berger afirma, que as religiões não possuem mais o monopólio sobre as sociedades. B – Alternativa correta. O texto argumenta que a secularização contribuiu para o surgimento de novas expressões religiosas, tese que é defendida por Berger. C – Alternativa incorreta. Segundo o texto não há referência do processo de secularização e uniformização das religiões tradicionais. D – Alternativa incorreta. O texto não apresenta os NMRs como um processo que atingiu uma cultura específica E – Alternativa incorreta. Os NMRs não negam responder questões tradicionais das grandes religiões, mas sim responder questões que tem sido tradicionalmente endereçadas as grandes religiões.

Referências:

BERGER, Peter. O Dossel Sagrado: elementos para uma teoria sociológica da religião. São Paulo: Paulinas, 1985. __________. A dessecularização do mundo: uma visão global. In: Religião e Sociedade, vol. 21, nº. 1, 2001.

QUESTÃO Nº 11

Guerra Santa

Gilberto Gil

1 Eu até compreendo os salvadores profissionais

sua feira de ilusões

só que o bom barraqueiro que quer vender seu peixe em paz

4 deixa o outro vender limões

Um vende limões, o outro

vende o peixe que quer

7 o nome de Deus pode ser Oxalá

Jeová, Tupã, Jesus, Maomé

Maomé, Jesus, Tupã, Jeová

10 Oxalá e tantos mais

sons diferentes, sim, para sonhos iguais

A partir da letra da canção de Gilberto Gil, avalie as afirmações a seguir.

I. Com as metáforas "barraqueiro" (v.3) e "limões" (v.4), o autor procura situar,

respectivamente, religiosos e produtos religiosos, em contexto de pluralidade,

tolerância e cidadania.

II. Infere-se do trecho "só que o bom barraqueiro que quer vender seu peixe em

paz/deixa o outro vender limões" (v.3-4) que a paz entre as religiões depende

da não concorrência econômica pela venda de produtos religiosos.

III. A despeito do autor da canção utilizar nomes de divindades e personagens

divinizadas mais conhecidas, a expressão "e tantos mais" (v.10) evidencia a

referência a qualquer representação do divino em qualquer religião.

IV. A expressão "sonhos iguais" (v.11) traduz a percepção do autor da canção a

respeito da equivalência de todas as representações de seres divinos

produzidas pelas diversas religiões.

É correto apenas o que se afirma em

A) I e III.

B) II e III.

C) II e IV.

D) I, II e IV.

Gabarito: Mediana

Tipo de questão: Mediana

Conteúdo avaliado: Multiculturalismo, sociodiversidade, intolerância religiosa.

Autor(a): Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro

Comentário: Habilidades e competências que estão sendo avaliadas: Leitura e interpretação de texto na forma de letra musical. O aluno deverá compreender metáforas, para interpretar os versos. I Afirmativa correta. Os versos de Gilberto Gil expressam a idéia que um bom comerciante vende seus produtos e isso não impede que outro vendedor possa vender produtos diferentes. Na perspectiva religiosa entende-se que é perfeitamente possível professar dada fé sem ferir a liberdade do outro que professa outra fé. II Afirmativa incorreta. A linguagem é figurativa não fazendo alusão a venda de produtos religiosos. III Afirmativa Correta. O verso apresenta a idéia que uma mesma divindade pode ter nomes diferentes, por meio de crenças distintas , buscando o divino em qualquer religião. IV Afirmativa correta. A expressão sonhos iguais apresentado no verso 11 não consta nos versos apresentados no assunto tema, mas encontra o mesmo sentido no verso 10, e confirma a asserção III, da equivalência que a representação do divino são produzidos pelas diversas religiões.

Referências: CARDOSO, C. M. Tolerância e seus limites: um olhar latinoamericano sobre diversidade e desigualdade. São Paulo: Editora UNESP,2003. DUSSEL, E. O encobrimento do Outro: a origem do mito da modernidade. Petrópolis: Vozes,1993.

QUESTÃO Nº 12

Texto 1

No mínimo, existe uma obrigação de tentar colocar juntas as ciências que abordam

o ser humano, como a filosofia e a teologia, visando encontrar não só um consenso

mínimo que guie nossa compreensão e o processo de tomada de decisão, mas

também iluminar o processo de elaboração de normas e diretrizes bioéticas que

protejam a vida humana nas fronteiras da tecnociência e do conhecimento humano.

PESSINI, L. Bioética: um grito por dignidade de viver. São Paulo: Paulinas, 2008 (adaptado).

Texto 2

A Bioética defronta-se com um absoluto formal: a dignidade humana. Ela

representa uma referência absoluta para as ciências da vida e da saúde. O respeito

a esse absoluto expressa o sentido de qualquer ação referente à vida humana e

representa o seu critério de verdade e de bem. Portanto, a relação de

transcendência faz parte também da Bioética.

JUNGES, J. R. Bioética: perspectivas e desafios. São Leopoldo: Unisinos, 1995

(adaptado).

Conforme apresentado nos textos, a postura da Bioética diante do absoluto formal,

que é a dignidade humana, coloca-a em diálogo com a Teologia. Nesse contexto, a

partir de um diálogo interdisciplinar entre tais ciências, assinale a opção correta.

A) A Bioética, assim como a Teologia, visa a valorização da dignidade humana,

porém somente a Teologia tem condições de promover a vida no seu sentido

pleno, por possuir critérios de verdade mais elevados.

B) A Bioética e a Teologia defendem que a transcendência pode ser entendida

como todo movimento de abertura do ser humano para realidades que vão

além do empírico e do puramente material.

C) A Teologia, ao ser incluída no diálogo interdisciplinar da Bioética, pode

aumentar o impasse e as divergências entre as ciências, pois a postura das

religiões é conflitante com as questões bioéticas que não impedem

intervenções cientificas aplicadas à vida e à saúde.

D) A Bioética deve se submeter à dimensão religiosa, pois somente a experiência

religiosa consegue transcender as ações da atual sociedade secular e superar

as transgressões dos avanços científicos que ameaçam a dignidade humana.

E) A Teologia privilegia apenas o diálogo inter-religioso, pois ela representa uma

compreensão de mundo segundo a qual o sentido da vida se dá por meio da

aceitação de um ser transcendente e absoluto, que se opõe ao discurso

cientifico-tecnológico.

Gabarito: B

Tipo de questão: Mediana

Conteúdo avaliado: Teologia, Bioética, Antropologia teológica.

Autor(a): Prof. Ms. Dilmo Franco de Campos

Comentário: O enunciado apresenta uma visão personalista do homem, centro da criação e a sua intocável dignidade frente aos avanços da tecnologia que tem o seu limite no bem total do homem. As questões chamam atenção para um senso crítico diante de certas posturas e pensamentos rígidos, alienados e absolutistas do tempo presente que impedem o diálogo e consequentemente a vivência harmônica entre as diversas áreas do conhecimento. Conteúdo estudado quando tratou-se do Modelo Personalista - Manual de Bioética do Sgreccia. Referências: SGRECCIA, E. Manual de bioética: fundamentos e ética biomédica. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2009.

QUESTÃO Nº 13

Entre ética e religião, pode-se dizer que há uma estreita vizinhança entre os dois domínios, uma vez que a religião, assim como a ética, é intrinsecamente prescritiva, ambas implicando, mais ou menos diretamente, um padrão de valores que uma vida idealmente vivida deve respeitar. Nos tempos modernos, é inegável a tensão entre ética e religião, pois há casos críticos em que umas e outras convicções podem colidir, como é o caso de discussões acerca do aborto e das uniões homoafetivas, para falar apenas de dois exemplos. A religião é uma dimensão ilimitável da existência humana, assentada na busca do absoluto e na convicção profunda de que o mundo natural não é e não pode ser tudo o que existe. Para o crente, a compatibilização é fácil e natural, pois não surpreende que a razão e a autonomia humana venham a prescrever princípios que, de uma maneira geral, são compatíveis com as crenças religiosas. Segundo a consciência laica contemporânea, a aceitação da legitimidade da fundação religiosa das prescrições de conduta e de vida é mais difícil, mas uma consciência laica suficientemente autocrítica deve poder reconhecer que a crença religiosa continua a ser um modo importante de articular e dar sentido à vida humana.

TORRES, J. C. B. Manual de Ética. Questões de ética teórica e aplicada. Petrópolis: Vozes, 2014

(adaptado).

De acordo com o exposto no texto,

A. a ética e a religião não podem ser consideradas prescritivas, pois, em geral, ambas implicam um padrão de valores.

B. os valores éticos e os valores religiosos, nos tempos modernos, tendem sempre mais a harmonizar-se, sem tensões ou conflitos.

C. a convicção profunda de que o mundo natural limita-se a tudo o que existe impede a pessoa de buscar o absoluto e os valores éticos e espirituais.

D. as convicções religiosas e éticas podem ser facilmente harmonizadas nas religiões, como é o caso das discussões acerca do aborto e das uniões homoafetivas.

E. a religião é uma dimensão ilimitável da existência humana, pois mesmo a consciência laica crítica reconhece que a crença religiosa é um modo de dar sentido à vida além das realidades do mundo.

Gabarito: E

Tipo de questão: Mediana

Conteúdo avaliado: Ética geral e Ciência da religião.

Autor(a): Prof. Dr. Luiz Henrique Brandão de Figueiredo

Comentário: O texto do enunciado da questão apresenta, de modo extremamente sucinto e redutivo, uma tentativa de descrever a relação entre ética e religião, colocando ênfase em na atual situação de conflito entre valores éticos e religiosos. Certamente a interpretação do texto, em vista da resposta, exige o conhecimento da ética geral, mas, apesar disto, a resposta à esta questão exige maiormente a capacidade de leitura atenta do texto e das alternativas, comparando o que está escrito nestas e naquele, pois a resposta certa, como consta no enunciado da questão, deve ser “de acordo com o exposto no texto”. Entre as alternativas, três são mais facilmente identificadas como erradas: A, B, D, pois o modo como foram escritas é expressamente contrário ao texto de referência. Na alterativa A se afirma que “a ética e a religião não podem ser consideradas prescritivas”, enquanto que no texto se diz que “a religião, assim como a ética, é intrinsecamente prescritiva”, portanto essa alternativa não poderia ser correta. Na alterativa B se afirma que “os valores éticos e os valores religiosos, nos tempos modernos, tendem sempre mais a harmonizar-se, sem tensões ou conflitos”, enquanto que no texto se diz que “nos tempos modernos, é inegável a tensão entre ética e religião”, portanto essa alternativa não poderia ser correta. Na alterativa D se afirma que “as convicções religiosas e éticas podem ser facilmente harmonizadas nas religiões, como é o caso das discussões acerca do aborto e das uniões homoafetivas”, enquanto que no texto se diz que “há casos críticos em que umas e outras convicções podem colidir, como é o caso de discussões acerca do aborto e das uniões homoafetivas”, portanto essa alternativa não poderia ser correta. Um pouco mais exigente seria encontrar qual resposta certa entre as alternativas C e E. A alternativa C não poderia ser certa, pois afirma algo que não está de acordo com o texto: “a convicção profunda de que o mundo natural limita-se a tudo o que existe impede a pessoa de buscar o absoluto e os valores éticos e espirituais”; mesmo que a consciência laica atual acreditasse que o mundo natural limita-se a tudo o que existe, isso não impede, somente torna difícil a “aceitação da legitimidade da fundação religiosa das prescrições de conduta e de vida”. Sendo assim, a alternativa correta é a E que, mesmo sem muita coerência interna, faz duas afirmações que estão de acordo com o texto. Referências: AZEVEDO, W.O. Ética em diálogo. São Paulo: Paulinas, 2012. VIDAL, M. Ética teológica. Conceitos fundamentais. Petrópolis: Vozes 1999. TORRES, J. C. B. Manual de ética. Questões de ética teórica e aplicada, Petrópolis: Vozes 2014.

QUESTÃO Nº 14

O planejamento não é aplicação de uma técnica. Consiste, antes, no exercício de

uma metodologia concebida como pedagogia em contexto. Por um lado, levados a

sério os requisitos do ponto de vista pedagógico no planejamento, aumentam-se as

possibilidades de desencadear um processo de reflexão sobre a ação, que não

termina na elaboração de um plano. Evitam-se, com isso, tanto a elaboração de um

plano só, sem continuidade, quanto planos que não saem do papel. Na prática,

impede-se que um líder religioso, por exemplo, chegue a uma comunidade religiosa

e destrua todo o trabalho de seu antecessor; algo muito mais grave em se tratando

do resultado da caminhada de toda a comunidade. Por outro lado, levados a sério

os requisitos do ponto de vista metodológico, evitam-se processos truncados, que

comprometem a concatenação dos passos do método e a efetividade do próprio planejamento.

BRIGHENTI, A. Reconstruindo a esperança: como planejar a ação da Igreja em tempos de mudança. 3 ed. São

Paulo: Paulus, 2000 (adaptado).

Com base no texto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I. A responsabilidade do líder religioso implica a tarefa de ajudar a comunidade

no planejamento e em sua gestão, o que desencadeia um processo de

reflexão na ação e garante sua continuidade, dando-lhe consistência.

PORQUE

II. Se a comunidade atuar de forma planejada, dificultará a intervenção de

líderes que possam destruir sua caminhada, impondo-lhe as próprias ideias e

agindo em sentido contrário à ética profissional, que exige do líder religioso

respeito pela história da comunidade.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.

A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a l l é uma justificativa

correta da I.

B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma

justificativa correta da I.

C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.

D. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

E. As asserções I e II são proposições falsas

Gabarito: A

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Teologia Pastoral ou prática, Planejamento pastoral, gestão eclesial.

Autor(a): Prof. Esp. Pe. David Pereira de Jesus

Comentário: O enunciado é claro e simples, o teórico escolhido é bastante conhecido pelos alunos. O texto remete ao conceito do que é planejar, fazendo a diferenciação entre planejamento, plano e cronograma. As asserções se completam e ajuda a recordar que o planejamento quando é participativo não está preso à vontade do gestor, mas a comunidade tem um papel fundamental para o crescimento e o amadurecimento de todos. Pois, no campo eclesial, para ser verdadeiramente eficaz o planejamento precisa ser pensado de forma participativa, colegiada, comunitária, no espirito de koinonía que funda a Igreja, caso contrário corre-se um grande risco de prestar um desserviço ao Reino de Deus, o que é incompatível com a ação pastoral. Sabe-se que desde o primeiro momento do planejamento não é interessante que dependa apenas de uma equipe ou do gestor (pároco ou administrador paroquial). A ação pastoral planejada é a resposta específica, consciente e intencional, às necessidades da evangelização” (Puebla, 122) Referências: BRIGHENTI, A. Reconstruindo a esperança: como planejar a ação da Igreja em tempos de mudança. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2000. BRIGHENTI, A. A pastoral dá o que pensar: a inteligência da prática transformadora da fé. São Paulo: Paulinas, 2006. PAYÁ, M. O planejamento pastoral a serviço da evangelização. São Paulo: Ave Maria, 2005. PEREIRA, José Carlos. Como fazer um planejamento pastoral, paroquial e diocesano. São Paulo: Paulus, 2015.

QUESTÃO Nº 15

O mundo contemporâneo é marcado pelo desafio do equilíbrio entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade planetária. Vários teólogos do século XX se debruçaram sobre o assunto e apontaram pistas para uma renovação da relação entre o ser humano e o restante da Criação, o que pode ser observado nos textos a seguir. Texto 1 A elaboração de uma ecoteologia comum por parte das várias crenças poderia contribuir para transformar a consciência, as atitudes e criar uma nova práxis em relação à Terra.

WILFRED, F. Para uma ecoteologia interreligiosa. Concilium, v. 3, n. 331, 2009 (adaptado).

Texto 2

Para resistir, hoje, ao cinismo da aniquilação da vida em nosso mundo, precisamos superar a crescente indiferença do coração. A nova mística da vida rompe com essa perplexidade interna, essa frieza de sentimentos ante o sofrimento dos outros e o passar despercebido diante do sofrimento da natureza. Quem começa a amar a vida, a vida em comunhão, certamente resistirá ao assassinato de seres humanos e à exploração da Terra, pondo-se em luta por um futuro comum; orará com olhos abertos e ouvirá os gemidos das criaturas oprimidas.

MOLTMANN, J. Há esperança para a criação ameaçada? Petrópolis: Vozes, 2014 (adaptado).

Considerando os textos apresentados, avalie as afirmações a seguir.

I. As diversas tradições religiosas se esquivam do diálogo quando se aprofundam na busca mística.

II. A mística contemporânea amplia seu âmbito ao integrar o cotidiano e ao abrir-se à vitalidade de toda a Criação.

III. O processo de globalização afasta cada vez mais as diversas tradições religiosas.

IV. O diálogo inter-religioso é propiciado pela busca do bem comum, incluindo-se o bem da própria Terra e de toda a Criação.

V. As preocupações dos líderes religiosos devem restringir-se aos anseios espirituais das suas respectivas comunidades locais.

É correto apenas o que se afirma em

A. I e III. B. I e V. C. II e IV. D. II e V. E. III e IV.

Gabarito: C

Tipo de questão: Mediana.

Conteúdo avaliado: sustentabilidade, economia, ecoteologia.

Autor(a): Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro

Comentário: As principais habilidades e competências esperadas na questão é leitura e interpretação de texto, análise crítica e raciocínio lógico. I Asserção incorreta. Tanto o texto 1 e 2 não mencionam que as diversas tradições religiosas se esquivam do diálogo quando se aprofundam na busca mística. II Asserção correta. Segundo o texto 2, a mística contemporânea ampliou, integrou o cotidiano, fazendo com que o sofrimento dos outros e da natureza não passa desapercebido ,abrindo –se à vitalidade de toda a Criação. III Asserção incorreta. De acordo com os dois textos, não há referencia ao processo de globalização afastando as diversas tradições religiosas. IV Asserção correta. Os dois textos abordam sobre O diálogo religioso na busca do bem comum, dos homens , da terra e de toda a Criação. V Asserção Incorreta. De acordo com os dois textos não há referências colocando que os líderes religiosos devam restringir-se aos anseios espirituais das suas respectivas comunidades locais, fala da necessidade inclusive de uma ecoteologia. Referências: FRANCISCO, Papa. Carta Encíclica LAUDATO SI’: sobre o cuidado da casa comum. São Paulo: Paulinas, 2015. SOARES, Luiz Eduardo. Religioso por natureza: cultura alternativa e misticismo ecológico no Brasil. In: SOARES, L. E. O rigor da disciplina. Rio de Janeiro: Relume Dumará. 1994 VELHO, Otávio. Pósfacio. In: STEIL, Carlos Alberto; CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Cultura, percepção e ambiente: diálogos com Tim Ingold.. São Paulo: Terceiro Nome, 2012.

QUESTÃO Nº 16

A especificidade da teologia como sapientia é a relação do ser humano com Deus. Neste modelo, a teologia é percebida mais do que proposições a respeito de Deus

ao apontar para um relacionamento com Deus embasado na confiança pessoal.

Durante a Idade Média, com a ascensão da escolásfica, a teologia foi concebida

como scientia. Os teólogos medievais compuseram as grandes Sumas. A teologia

era a disciplina acadêmica que reinava e exercia a hegemonia sobre todas as

outras ciências.

Mais recentemente, com o surgimento da teologia da libertação, um novo modelo

de teologia emergiu, no qual a orthopraxis torna-se alvo da tarefa teológica.

SAWYER, M. J. Uma introdução à teologia: das questões preliminares, da vocação e do labor teológico. São

Paulo: Editora Vida, 2009 (adaptado).

Considerando o texto apresentado, avalie as asserções a seguir e a relação

proposta entre elas.

I. Teologia como sabedoria, teologia como saber racional e teologia como

crítica na perspectiva da práxis são métodos teológicos, dos quais o(a)

teólogo(a) deveria apropriar-se.

PORQUE

II. Teologia que perde o contato com a dimensão da espiritualidade pessoal

torna-se estéril e acadêmica; quando a teologia menospreza a herança dos

grandes sistemas escolásticos, corre o risco de perder a precisão de

pensamento e o rigor intelectual, e teologia que perde de vista a missão

(teologia pública) é desnecessária.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.

A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e II é uma justificativa correta

da I.

B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa

correta da I.

C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.

D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

E) As asserções I e II são proposições falsas.

Gabarito: A

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: teologia escolástica, idade média,.métodos teológicos

Autor(a): Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro

Comentário: As principais habilidades e competências esperadas na questão são, leitura e interpretação de texto, análise crítica e raciocínio lógico. I asserção correta. Segundo o texto a Teologia deve ser compreendida como sabedoria, como saber racional, como crítica na perspectiva da práxis, onde os métodos teológicos, devem ser apropriados pelos teólogos. II asserção correta. De acordo com o texto, a Teologia que perde o contato com a espiritualidade perde o sentido e torna-se estéril. Se a teologia não valoriza os grandes sistemas escolásticos, pode perder o rigor intelectual, e teologia que se afasta de sua missão acaba se tornando desnecessária. Assim, a I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. Alternativa correta : A

Referências: LIBANIO, João Batista.; MURAD, Afonso. Introdução à teologia: perfil, enfoques, tarefas. São Paulo: Loyola, 2007. PIERINI, F. A Idade Média: curso de história da igreja. São Paulo: Paulus, 1998. v. 2.

QUESTÃO Nº 17

O mito é o relato de um acontecimento originário, no qual os deuses agem e cuja finalidade é dar sentido a uma realidade significativa. Ao relatar um acontecimento, o mito situa-se em um lugar e em um tempo e, consequentemente, apresenta-se como uma história.

CROATTO, J. S. As linguagens da experiência religiosa:

uma introdução à fenomenologia da religião. 2 ed. São Paulo: Paulinas, 2004 (adaptado).

Considerando essa definição de mito, analise os seguintes textos bíblicos. Texto 1 No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. Disse Deus: Haja luz; e houve luz. (Gênesis 1,1-3) Texto 2 O reino dos céus é também semelhante a um [homem] que negocia e procura boas pérolas; e tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra. (Mateus 13,45-46) Com base na definição de mito apresentada e nas passagens bíblicas transcritas, avalie as afirmações a seguir.

I. O Texto 1 não se enquadra na definição de linguagem mitológica, pois a Bíblia, por ser a palavra de Deus, não emprega essa linguagem.

II. O Texto 1 narra a cosmogonia por meio de uma linguagem religiosa significativa, em vista de dar sentido à vida humana.

III. O Texto 2 transmite ao ser humano angustiado uma realidade significativa, por meio da expressão mitológica "reino dos céus".

É correto o que se afirma em

A. I, apenas. B. II, apenas. C. I e III, apenas. D. II e III, apenas. E. I, II, e III.

Gabarito: B

Tipo de questão: mediana

Conteúdo avaliado: Bíblia, linguagem e gênero literário.

Autor(a): Prof. Esp. João Paulo Santos de Souza

Comentário: O conteúdo, evidentemente, é bíblico. Mas, antes de qualquer coisa, a questão chama a atenção para a linguagem religiosa como tal, isto é, o gênero literário por meio do qual a religião se expressa. Isso justifica a resposta correta ser a letra B. A linguagem mitológica é muito comum nos textos fundacionais das diversas experiências religiosas. Isso exige cuidado porque, muitas vezes, podemos confundir “mito” com “mentira”, mas na verdade é um modo de exprimir uma mensagem por meio de uma linguagem característica. Trata-se de um princípio hermenêutico importante para interpretação, sentido e verdade bíblica. Afinal, por meio desta linguagem, as primeiras páginas da Bíblia expressa a fé e as convicções do povo de Israel. Quanto à terceira afirmação (III), referente ao texto 2, do Evangelho de Mateus, a linguagem utilizada para descrever o Reino de Deus usado por Jesus é expressa pelo uso do gênero “parábola” e não “mito”. Referências: ARTOLA, A. M.; Sanchez Caro, J. M. Bíblia e Palavra de Deus. São Paulo: Ave Maria, 1996. ELIADE, M. Aspectos do mito. Lisboa: Edições 70, 1989. REIMER, H. Toda Criação. Ensaios de Bíblia e Ecologia. São Leopoldo: Oikos, 2006.

QUESTÃO Nº 18

Os princípios éticos presentes nos universos religiosos moldam comportamentos humanos. As tradições religiosas são fontes de valores éticos, na medida em que fornecem meios e sinalizam para uma conduta íntegra de seus adeptos. Cada religião, a seu modo, constitui, assim, um aparato ético pautado nos próprios textos sagrados ou em normas instituídas por seus fundadores, conforme a tradição de origem. As tradições religiosas assumem um discurso ético que forma a base de suas ações, inseridas em um ambiente social, que dialoga com assuntos prementes da sociedade. As transformações ocorridas no seio da sociedade contemporânea desencadearam muitos desafios, como a urbanização desordenada, a massificação dos meios de comunicação, as crises de mercado, o fenômeno da globalização e outros. Tais desafios provocam no ser humano um vazio existencial, deixando-o abandonado, sedento, consumista, efêmero, sem consistência. Assim, as religiões tornam-se espaços onde as pessoas buscam um sentido para a vida. A partir dessas ideias, conclui-se que, no ponto de aproximação entre tradições religiosas, no que concerne à ética, está

A. a velocidade das transformações ocorridas no seio da sociedade

contemporânea, com seus significativos desafios e exigências. B. o fato de as religiões construírem um aparato ético padronizado, tendo como

base os textos considerados sagrados ou as normas instituídas pelas divindades que as originaram.

C. o fato de que as religiões, assumindo um discurso ético com base nas suas tradições religiosas, inserem-se em um ambiente social e oferecem sentido para a existência humana.

D. a busca por proporcionar às pessoas meios para a obtenção da felicidade, cujo sentido está centrado em fazer o bem ao semelhante, desde que este não desrespeite os dogmas de cada crença.

E. a busca por proporcionar, às pessoas, modos de realização pessoal, por meio de atos de caridade, da compreensão da importância de fazer o bem a todos, sem distinção de raça, cor, ou credo, o que é solicitado em cada crença religiosa.

Gabarito: C

Tipo de questão: Difícil

Conteúdo avaliado: Ética geral e Ciência da religião.

Autor(a): Prof. Dr. Luiz Henrique Brandão de Figueiredo

Comentário: O enunciado da questão, estabelece uma ligação entre as tradições religiosas, seus textos sagrados, os princípios éticos que deles promanam e o comportamento que tais princípios geram nos fiéis dessas tradições. A resposta correta à questão deve ser aquela que, segundo as ideias apresentadas e a partir da perspectiva ética, apresente o ponto de aproximação entre as diversas tradições religiosas. Isto exige leitura atenta do texto, capacidade de ver qual alternativa apresenta um ponto de aproximação ética e as incoerências das alternativas. A alternativa A é apenas uma constatação fatual e não diz respeito à ética, por isso não pode ser a correta. A alternativa B fala de “normas instituídas pelas divindades que as originaram”, não podendo ser a correta pois não são as divindades, mas sim os fundadores das religiões que instituem normas. A alternativa D não pode ser correta, pois, do ponto de vista ético, as tradições religiosas se aproximam pois oferecem os valores que moldam o comportamento em vista de uma vida social que tenha sentido e não, como “a busca por proporcionar às pessoas meios para a obtenção da felicidade”. A alternativa E não pode ser correta, pois as tradições religiosas se aproximam pois oferecem aos seus fiéis os valores que moldam o comportamento em vista de uma vida social que tenha sentido e não simplesmente proporcionam às pessoas, modos de realização pessoal. Considerando os elementos típicos da religião e da ética em geral, a resposta correta é a C, pois no mundo atual, que provoca “no ser humano um vazio existencial, deixando-o abandonado, sedento, consumista, efêmero, sem consistência”, “as religiões, assumindo um discurso ético com base nas suas tradições religiosas, inserem-se em um ambiente social e oferecem sentido para a existência humana”.

Referências: AZEVEDO, W.O. Ética em diálogo. São Paulo: Paulinas, 2012. VIDAL, M. Ética teológica. Conceitos fundamentais. Petrópolis: Vozes 1999. TORRES, J. C. B. Manual de ética. Questões de ética teórica e aplicada, Petrópolis: Vozes 2014.

QUESTÃO Nº 19

Texto 1 A ressurreição supõe o retorno à vida do corpo que morreu, o que a ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo estão, desde há muito, dispersos e absorvidos. A reencarnação é o retorno da alma ou Espírito à vida corporal, mas em um outro corpo novamente formado para ela, e que nada tem de comum com o antigo.

KARDEC, A. O Evangelho segundo o Espiritismo. Araras: IDE, 2013 (adaptado).

Texto 2 A ressurreição dos mortos (não dos corpos!) de que fala a Bíblia refere-se, portanto, à salvação do ser humano uno e indiviso, e não apenas ao destino de uma metade do homem (eventualmente secundária). A ideia de imortalidade, expressa na Bíblia pelo termo "ressurreição", refere-se a uma imortalidade da "pessoa", desse ente uno que é o ser humano.

RATZINGER, J. Introdução ao Cristianismo: preleções sobre o Símbolo Apostólico.

São Paulo: Loyola, 2005 (adaptado).

A partir da leitura dos textos 1 e 2, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I. A diferença entre as duas concepções doutrinárias a respeito do pós-morte está relacionada à imortalidade da alma.

PORQUE

II. Enquanto o Texto 1 sustenta a concepção de pessoa ressaltando a alma imortal em detrimento do corpo mortal, o Texto 2 valoriza a unidade indissociável entre corpo e alma, sendo a imortalidade, no pós-morte, considerada em relação à pessoa humana em sua integralidade.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.

A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a ll é uma justificativa correta da I.

B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.

C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E. As asserções I e II são proposições falsas.

Gabarito: D

Tipo de questão: Mediana

Conteúdo avaliado: teologia dogmática: Ressurreição e reencarnação. Relação entre cristianismo e espiritismo.

Autor(a): Prof. Esp. João Paulo Santos de Souza

Comentário: Exige um conhecimento teológico que saiba distinguir e dialogar com os temas doutrinais de diferentes expressões de fé. A questão exige uma leitura atenta para não confundir as afirmações colocadas, sobretudo, na primeira asserção que, se não houver atenção, pode induzir ao erro. A resposta correta é alternativa D. Pois, não é verdadeiro que a diferença doutrinária está relacionada à imortalidade da alma, antes, está, sobretudo, relacionada à unidade entre corpo e alma. A questão pede especial atenção à uma noção das diferentes concepções religiosas sobre determinados temas de fé. Ao mesmo tempo, a questão aponta para uma realidade presente entre os que professam a fé cristã, mas um bom número destes, declaram-se adeptos à reencarnação. Referências: BLANK, R. J. Reencarnação ou ressurreição: uma decisão de fé. São Paulo: Paulus, 1995.

QUESTÃO Nº 20

Em lugar e em vez da comunidade solidária agregada por representações coletivas (o sonho de Durkheim), surgiu uma rede à maneira de Georg Simmel (1858-1918), difusa e desprovida de centro, conectada por afiliações genéricas, multidirecional e abstrata. A religião não se enfraqueceu como força social. Pelo contrário: parece ter-se reforçado no período recente. Mas mudou — e muda cada vez mais — de forma.

GEERTZ, C. O Futuro das religiões. Disponível em: www.folha.uol.com.br.Acesso em: 30 jul. 2015

(adaptado).

A partir das informações do texto, avalie as afirmações a seguir.

I. A religião não desapareceu com o tempo; mesmo estando sempre presente, assumiu diferentes formas e variações ao longo da história da humanidade.

II. Com o surgimento da ciência, o fenômeno religioso desapareceu e transformou-se em representações coletivas coesas e mais fortes.

III. A compreensão do fenômeno religioso demonstra que as transformações da sociedade ocasionam reformulações nas religiões.

IV. As análises sociológicas da religiosidade confirmam o fim das religiões devido ao desencantamento do mundo pelo processo racional.

É correto apenas o que se afirma em

A) I e III. B) I e IV. C) II e IV. D) I, II e III. E) II, III e IV.

Gabarito: A

Tipo de questão: fácil

Conteúdo avaliado: Antropologia cultural, Sociologia das religiões, religião e globalização.

Autor(a): Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro

Comentário: O estudante precisa dominar elementos básicos de raciocínio lógico. Compreender a teoria sociológica de Durkheim por meio da solidariedade e representação coletiva no âmbito religioso para compreender as mudanças das religiões a luz da globalização, do secularismo, nacionalismo e racionalização, Geertz (2006). A asserção I e III mostram que a religião não desaparece, pois se constitui em um sistema cultural simbólico fundamental na história da humanidade, não é estático, porem sujeitos as mudanças na medida que as sociedades também mudam. A asserção II e IV estão incorretas pois com o surgimento da ciência, o fenômeno religioso não desaparece, pois como afirma Alves (1999) com a secularização se decretava o fim de uma série de manifestações religiosas, não foi isso que aconteceu, e os fenômenos religiosos mesmo se mantendo as margens das comunidades científicas, não se marginalizaram e continuaram se reproduzindo.

Referências: ALVES, Rubem. O suspiro dos oprimidos. São Paulo: Paulus, 1999. GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989. GEERTZ, Clifford. O futuro das religiões. 2006. Disponível HTTPS://www1.folhauol.com.br/fsp/mais/fs1405200614.htm Acesso 10/06/2018

QUESTÃO Nº 21

As fontes da religião, por um lado, são problemas da vida como anseios religiosos e, por outro, revelações de um poder transcendente. A religião baseia-se em necessidades. O homem indaga pelo "para quê" de sua existência passageira e de tudo que faz e sofre. Não encontra sentido nas coisas transitórias. Em geral, não se satisfaz com categorias como acaso, risco ou destino para interpretar experiências mais importantes. Alimenta a esperança no sentido transcendente para sua vida cotidiana.

ZILLES, U. Situação atual da filosofia da religião. Teocomunicação, v. 36, n. 151, 2006 (adaptado).

De acordo com o exposto, a religião relaciona-se com a ideia de dar sentido à vida. Nessa perspectiva, a relação do ser humano com o Sagrado ou o Absoluto é importante porque as pessoas A. somente encontram sentido na vida ao se tornarem membros de uma religião e

seguirem rigorosamente suas doutrinas sobre fé. B. vivem individualmente seus dramas e sofrimentos e sua relação com o

Sagrado lhes dá um sentido, suprindo a necessidade de uma vida exterior ou coletiva.

C. descobrem o sentido dos acasos e sofrimentos da vida concreta, conseguindo resolver as questões referentes à sua finitude e às suas necessidades por meio da sacralização interior.

D. passam a ignorar os problemas da vida cotidiana por saberem-se seres transitórios, buscando apenas uma vida contemplativa e aguardando as revelações do poder transcendente.

E. tomam consciência de uma realidade que transcende a elas e a tudo que é finito, considerando que até a vida cotidiana faz parte de um todo ao qual se submetem pelo sentido que encontram no infinito.

Gabarito: E

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Filosofia da religião, logoterapia e outros.

Autor(a): Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro

Comentário: O estudante precisa dominar elementos básicos de raciocínio lógico, interpretação de texto. Viktor Frankl ( 1985) por meio de elementos espirituais procura aproximar religião e ciência, parte da premissa por meio da logoterapia, que o homem é um ser espiritual, que encontra sentido em sua vida quando transcende a si mesmo. De acordo com o texto, o autor levanta como a religião relaciona a idéia de dar sentido a vida, pois as coisas transitórias não dá sentido ao homem ,e sua esperança está no transcendente para o conforto de sua vida cotidiana. A alternativa A Está incorreta, pois o texto não fala em nenhum momento, que o sentido da vida seria encontrado ao se tornarem membros de uma religião e o seguimento de uma doutrina sobre a fé. Na alternativa B, o texto não aborda o viver individual, os dramas e os sofrimentos relacionando- os ao sagrado, Alternativa incorreta. Como também na alternativa C, O texto não fala sobre a sacralização interior, que possibilitaria descobrir o sentido dos sofrimentos, relacionando e resolvendo com isso os problemas de sua finitude. Na alternativa D, o texto parte sobre o ignorar dos problemas da vida cotidiana e a busca apenas de uma vida contemplativa por meio das revelações do transcendente. A alternativa E está correta porque o texto deixa claro que, os homens ao tomarem consciência de uma realidade que transcende a ele e a tudo que é finito, como também conscientizando que a própria vida cotidiana se liga ao todo e se submete pelo sentido que encontram no infinito. Referências: FRANKL, Viktor E. Em busca de sentido. Petropolis, R.J.: Vozes, 1985. ZILES, Urbano. Filosofia da religião. São Paulo: Paulus, 1991. ( Coleção Filosofia)

QUESTÃO Nº 22

O meio ambiente, os direitos humanos e a ética são problemas urgentes do mundo

contemporâneo. Eles deram origem a uma série de reflexões que procuram seu

lugar na academia por meio dos temas da ecologia, dos direitos humanos e da

bioética, sem que se devam constituir em disciplinas do conhecimento, mas,

mantendo sua dimensão problemática, permitam ser abordados de maneira

interdisciplinar. Hoje, a fundamentação argumentativa dos direitos humanos não

pode, nem deve, dar passagem à nova racionalidade ideológica e socioeconômica

que centra sua absolutez no mercado, e não na vida, às custas dos fracos

argumentos políticos, das fracas democracias contemporâneas, pois o mercado

parece estar tirando-lhes espaço. Para esta nova lógica da oferta e da procura, o

valor se enraíza na intercambialidade, na possibilidade de atribuir um valor, que

não radica na essência, nem em sua finalidade ou uso. Esta contingência da

realidade exige, pelos direitos humanos, uma volta ao sujeito. A pretensão de

propor uma fundamentação teológica dos direitos humanos não é uma intromissão

no mundo jurídico nem no mundo da política internacional. Os direitos humanos

reclamam por si mesmos a compreensão do horizonte teológico, não porque eles

tenham de teologizar-se ou converter-se em categorias teológicas, mas porque se

convertem em locus teológico, ou seja, lugar de onde podem ser compreendidos

perante o sujeito que está em constante busca de concretizar a proposta do reino

de Deus.

CORREDOR, D. E. Fundamentação teológica dos direitos humanos. Cadernos de Teologia

Pública. Ano 2. n. 15. 2005 (adaptado).

Com base no texto, no que diz respeito à inserção do teólogo em espaços públicos

e privados de discussão interdisciplinar, assinale a opção correta.

A. O teólogo, cujo discurso se pauta no sobrenatural, não deve extrapolar o

horizonte do seu discurso em discussões sobre direitos humanos.

B. O fato de não ser veiculado nos meios de telecomunicação, em razão dos

autos custos de transmissão, leva o discurso teológico dos direitos humanos a

ser desconsiderado.

C. A participação do teólogo em discussões sobre direitos humanos, entre outras

que são fundamentais, atualmente, não pode ser vista como uma ingerência,

devendo, ao contrário, ser considerada colaboração.

D. A grande maioria da população é controlada pelo que dizem os meios de

comunicação de massa, razão pela qual a teologia e os direitos humanos

perdem cada vez mais espaço na sociedade atual.

E. O fato de não ser possível comprovar os argumentos teológicos torna um contrassenso considerar a participação de teólogos em discussões sobre direitos humanos.

Gabarito: C

Tipo de questão: Mediana

Conteúdo avaliado: Sociologia e meio ambiente, Ética, Direitos humanos, Teologia.

Autor(a): Profª Ms. Neusa Maria Branco Barbeiro

Comentário: O estudante precisa dominar elementos básicos de raciocínio lógico, interpretação de texto. Os direitos surgem do processo da evolução histórica, na medida que os homens têm a necessidade de fundamenta-los. A primeira geração foi representada pelos direitos civis, a segunda geração pelos direitos políticos, a terceira geração se relacionou aos direitos sociais, a quarta geração a proteção das questões ecológicas, e a quinta geração pelo controle da manipulação da genética. Assim os direitos surgem de acordo com as necessidades e o progresso das sociedades. Na atualidade o problema não é fundamentar a natureza dos direitos, mas sim defende-los dentro do processo da globalização, ( mercado), que busca acabar com esses direitos que foram conquistas históricas ( BOBBIO, 2004). Santos Boaventura (2014) argumenta que o dialogo entre a teologia e os direitos humanos seria emancipador para a pluralidade cultural e religiosa. O texto base procura refletir esses mesmos direitos, chama atenção sobre o mercado e a subjugação desses direitos. Propõe uma fundamentação teológica dos direitos humanos, ou seja por meio de um lócus teológico, entendidos através do “ sujeito que está em busca de concretizar a proposta do reino de Deus”. ( CORREDOR, 2005). A partir do texto a proposta é identificar a resposta correta no que diz respeito a inserção do teólogo em espaços públicos e privados de discussão interdisciplinar. A alternativa A está incorreta, pois propõe que o discurso do teólogo se pauta no sobrenatural e não deve extrapolar para a discussão sobre os direitos humanos. A alternativa B aponta que em razão dos autos custos de transmissão, faz com que o discurso teológico dos direitos humanos seja desconsiderado, o texto não fala sobre esse processo. A alternativa C é a opção correta, pois levanta a importância do teólogo em discussões sobre direitos humanos, que não deve ser vista como ingerência e sim como colaboração. A alternativa D é falsa, pois o texto não comenta sobre o controle da população pelos meios de comunicação, razão que a teologia e os direitos humanos perdem espaço. E por fim a alternativa E, Propõe que não é possível comprovar os argumentos teológicos, o texto não discorre sobre isso. Referências: BOBBIO, Norberto. A era dos Direitos. São Paulo: Campus, 2004. SANTOS, Boaventura de Souza. Se Deus fosse um ativista dos direitos humanos. 2.ed. São Paulo: Cortez, 2014.

QUESTÃO Nº 23

Em decorrência da decretação de estado de calamidade pública por conta das

chuvas, várias pessoas da sociedade se mobilizam para prestar socorro e ajuda às

pessoas atingidas pelas cheias. Uma comunidade religiosa foi convidada a unir

esforços com outras comunidades nessa mobilização. Entretanto, resiste a

colaborar, pois não se sente à vontade para trabalhar em conjunto com pessoas de

outras crenças. A comunidade solicita que seu líder religioso se pronuncie contra ou

a favor da união de esforços com outras comunidades no socorro e na ajuda às

pessoas atingidas pelas cheias.

Considerando essa situação hipotética e os princípios teológicos que evidenciam a

relevância social da religião, avalie os seguintes argumentos que poderão ser

utilizados pelo líder religioso.

I. A comunidade deve trabalhar em conjunto com pessoas de outras crenças

religiosas, porque o mandamento do amor está acima dos costumes e normas

internas da comunidade.

II. A comunidade deve trabalhar em conjunto com pessoas de outras crenças

religiosas; por causa deste gesto, Deus abençoará a comunidade.

III. A comunidade deve trabalhar em conjunto com pessoas de outras crenças

religiosas, porque os fiéis são protegidos por Deus; nenhuma maldade os

atingirá.

IV. A comunidade deve trabalhar em conjunto com pessoas de outras crenças

religiosas, porque a promoção da vida humana é um princípio religioso

fundamental.

Os argumentos teológicos que evidenciam a relevância social da religião são

A) I e II, apenas.

B) I e IV, apenas.

C) II e III, apenas.

D) III e IV, apenas.

E) I, II, III e IV.

Gabarito: B

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Moral comportamental e Teologia da retribuição.

Autor(a): Prof. Ms. Dilmo Franco de Campos

Comentário: A questão coloca em discussão a leitura fundamentalista da religião que é capaz de não só deixar de fazer o bem, mas até mesmo fazer o mal. A realidade nos mostra a incongruência de até mesmo usar a Palavra de Deus para se justificar na omissão do bem. Referências: FERNÁNDEZ, A. Moral fundamental: iniciação teológica. Lisboa: DIEL, 2004. (Biblioteca de Iniciação Teológica). MOSER, Antônio. Teologia moral: a busca dos fundamentos e princípios para uma vida feliz. Petrópolis: Vozes, 2014.

QUESTÃO Nº 24

Ultimamente, a leitura bíblica orante, além do estudo histórico e literário, está sendo promovida em nível comunitário. O escutar em comunidade valoriza ainda mais a Palavra, faz com que ela saia da posse pessoal. A lectio se torna proclamação, a meditátio toma a forma de confronto consciente com a realidade em que vivemos, inclusive a realidade coletiva, política, cultural. A orátio torna-se expressão daquilo que a comunidade coloca diante de Deus (e diante dos outros). Então, a contemplatio não será apenas um momento de minha alma com Deus, mas de presença de Deus junto a seu povo.

KONINGS, J. Por uma pastoral inteiramente bíblica. In: FERNANDES, L.A. et al (orgs.). Exegese, teologia e Pastoral: relações, tensões e desafios.

Santo André: Academia Cristã, 2015 (adaptado).

No texto acima, destacam-se aspectos mais abrangentes para uma pastoral bíblica. Nessa perspectiva, além da leitura e do estudo da Bíblia, consideram-se características principais de uma pastoral bíblica.

A. a organização das atividades litúrgicas de modo individual. B. o fundamentalismo cristão, a tolerância entre os cristãos e a expressão de fé. C. a escuta comunitária, o confronto com a realidade, a oração e a contemplação. D. o isolamento pessoal, a oração e o jejum para uma maior proximidade de Deus. E. a valorização da tradição, a hermenêutica e o isolamento para favorecer a

meditação.

Gabarito: C

Tipo de questão: Mediana

Conteúdo avaliado: Espiritualidade; uma Pastoral bíblica a partir da leitura orante da Palavra em comunidade; fonte transformadora da realidade social, escuta atenta da Palavra geradora de fé pessoal e comunitária.

Autor(a): Prof. Ms. Marcos Reges Valente

Comentário: Além do estudo científico da Bíblia, aquele que a estuda deve ter presente que não se trata de um livro que só cabe a ciência, mas é um livro de oração, onde fala-se com Deus. Se fala com Deus, aprendido a sua linguagem e deixando que Ele o ensine a falar, isto quer dizer que deixe que Ele o ensine a pensar. Porque se pensa com palavras, porque é a linguagem que medeia o pensamento. Se precisa de palavras para pensar é claro que o tipo de palavra que se aprende condicionará também o modo pensar. Se tem um vocabulário principalmente de termos abstratos é lógico que se pense de maneira diferente daqueles que tem um vocabulário feito prevalentemente de termos concretos. Na Palavra não só aprende de Deus a rezar porque se reza com suas palavras, permite-se também que Ele, o ensine a pensar como Ele, a sentir como Ele, a ter seus critérios, a ter seu coração. A Palavra torna-se assim não só escola de oração, mas também, escola de conversão. Referências: SHOKEL, L. A. Salmos vol. I, II. São Paulo: Paulus, 2011. ARTOLA, Antonio M.; SANCHEZ CARO, José M. Bíblia e Palavra de Deus. São Paulo: Ave Maria, 1996. (Introdução ao estudo da Bíblia, 2).

QUESTÃO Nº 25

Texto 1

Não podemos escapar aos mitos. O nosso problema consiste em reconhecer, nos mitos, a realidade deles, e não reconhecer a verdade. Consiste em não colocar neles o absoluto, em ver a força de ilusão que eles segregam. Não podemos escapar aos mitos, mas nós podemos reconhecer a sua natureza de mito e manter contato com eles, ao mesmo tempo, de dentro e de fora. Sei que não existe um ponto de vista depurado de todo mito ou crença. O ateu deve descobrir sua crença, seu fundamento irracionalizável, e relacionar-se com ela. Assim, nós, neoateus, podemos pedir aos crentes que se tornem neocrentes, isto é, que estabeleçam uma nova relação com seu(s) Deus(es).

MORIN, E. Para Sair do Século XX. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986 (adaptado). Texto 2

Uma fé que entende seus símbolos literalmente é idolatria.

TILLICH, P. Dinâmica da Fé. São Leopoldo: Sinodal, 1985 (adaptado).

Texto 3

Se vires o Buda, mata-o.

BORGES, P. "Se vires o Buda, mata-o": ensaio sobre a essência do Budismo. Revista Portuguesa

da História, n. 40, 2009.

Considerando a relação entre os três textos, no que se refere à consciência crítica a respeito da "transcendência", avalie as afirmações a seguir.

I. A fórmula tradicional zen-budista coincide com a proposição tillichiana de que a positivação acrítica dos conteúdos doutrinários, sem a consideração de sua condição mítico-simbólica, constituiria idolatria: o Buda "encontrado" corresponderia, portanto, à doutrina teológica tratada como não simbólica.

II. Nos termos da declaração de Edgar Morin, seria possível dizer que aquele que reconhece que o conteúdo da fé possui caráter simbólico, logo, histórico-cultural, já compreendeu o estatuto epistemológico dos conteúdos teológicos e, nesse sentido, deu um passo "moriniano" na direção de "uma nova relação com seu(s) Deus(es)".

III. "Matar o Buda" não significa apostatar da fé em Buda. Pelo contrário, significa preservar o Buda da contaminação idolátrica. Nesse sentido, o Buda está sempre além. Nunca é posse positiva da fé, mas sempre anseio psicológico daquele que nele é crente. O modelo constitui um adequado exemplo da proposta de Morin.

IV. A "nova relação" do crente com seu(s) Deus(es) consiste no reconhecimento de que, em termos antropológicos, a fé desdobra-se sobre conteúdo mítico, que, se não se pode dele fugir, se pode tratar como o que é. Nesse sentido, o crente não abriria mão da fé, mas da sua relação acrítica com seus conteúdos.

V. As declarações são irreconciliáveis, porque, dada a discrepância de pressupostos, o pensamento crítico de um neoateu não encontra condições epistemológicas para diálogo com teólogos e tradições teológicas, de sorte que uma "nova relação com seu(s) Deus(es)" constituiria, no fundo, uma proposta de neo-apostasia.

É correto apenas o que se afirma em

A. I e III.

B. I, II e V.

C. II, IV e V.

D. III, IV e V.

E. I, II, III e IV.

Gabarito: E

Tipo de questão: Difícil

Conteúdo avaliado: Ciência da Religião, Teologia. Teologia e Cultura

Autor(a): Prof. Esp. José Luiz da Silva

Comentário: Para responder esta questão o aluno precisa suspender por um instante o seu credo, pois ela envolve teologia católica, protestante e filosofias de vida ao dizer Deus e (deuses). Trata-se de uma forma de inclusão de todas as crenças na tentativa de se ter respostas corretas que possam encontrar um ponto dialogal nas diversas profissões de fé. Nessa questão é de grande importância o enunciado, ou seja, o que ele está pedindo. As palavras chave para responde-la são; o pensamento crítico e a transcendência. O aluno precisa ter o conhecimento de mito, budismo, ateísmo e os conceitos de fé e símbolos. O aluno, também, precisa ter a atenção aos enunciados, pois são cinco incisos e cada inciso com quatro linhas com padrão científico dificultando a interpretação. Quanto ao inciso I, o aluno deve saber a formula tradicional de “zen budista” e a posição tillichiana não esquecendo da posição crítica e transcendente. O inciso I, desse modo é correto, pois a posição tillichiana e a filosofia zen budista afirmam que os conteúdos doutrinários sem um pensamento crítico sobre eles, não se trata de transcendência, mas de idolatria. E buda “encontrado” é a literalidade do conceito. Deixou de ser símbolo, morreu. O inciso II, trata do caráter simbólico da fé. E a partir dessa compreensão simbólica abre uma nova forma de relacionar o com o sagrado, Deus. O universo simbólico da fé que leva a transcendência é inegável, isto se dá, porque aquele que compreendeu o estatuto epistemológico dos conteúdos teológicos agregou novos conhecimentos e por isso tem como pensar Deus diferente e ter uma nova relação com ele. No inciso III, está correto, pois a idolatria mata o sagrado e o Deus de qualquer religião. O inciso IV, está correto, pois todas as suas proposições estão de acordo com o inciso I,II,III. Já o inciso V, existe variações contrárias ao pensamentos dos autores citados. Nesse questão, o diálogo. A base da questão é buscar o diálogo nas diferentes concepções teológicas e filosofias de vida, sendo assim o inciso V, vem como que um elemento desagregador de todas as outras. Referências:

SAID, E. W. "Orientalismo. O Oriente como Invenção do Ocidente". Tradução: Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia de Bolso, 2012.

GOUVEIA, Ana Paula Martins. Introdução a Filosofia budista. São Paulo: Paulus,2016.

QUESTÃO Nº 26

Enfim, Jó abriu a boca e amaldiçoou o dia do seu nascimento. Jó tomou a palavra e disse: Pereça o dia que me viu nascer, a noite que disse: ‘um menino foi concebido!’ Esse dia, que se torne trevas, que Deus do alto não se ocupe dele, que sobre ele não brilhe a luz! Por que não morri ao deixar o ventre materno, ou pereci ao sair das entranhas? Por que me recebeu um regaço e seios me deram de mamar? Sucede-me o que mais temia, o que mais me aterrava acontece-me. Para mim, nem tranquilidade, nem paz, nem repouso: nada além de tormento! (Jó 3,1-4.11-12.25-26)

Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2004.

O livro de Jó situa-se no contexto de transmissão da mensagem divina por meio da sabedoria popular. A literatura sapiencial presente no Antigo Testamento se esforça por elucidar os grandes conflitos da existência humana. O fragmento acima nos revela que: A) O sofrimento de Jó é compreendido como passagem necessária à felicidade.

B) O desespero de Jó diante do sofrimento, o leva a questionar o sentido de sua

vida.

C) O nascimento de Jó é compreendido como causa de sofrimento e desespero.

D) O temor de Jó é compreendido como causa da perda do sentido da vida.

E) O temor de Jó é compreendido como causa da perda do sentido da vida.

Gabarito: B

Tipo de questão: fácil

Conteúdo avaliado: conhecimentos em literatura sapiencial em geral e do tema do sofrimento e da morte em particular no livro de Jó. Relação entre justiça e prêmio, entre impiedade e castigo e a reviravolta da sabedoria complexa.

Autor(a): Prof. Ms. Mariosan de Sousa Marques

Comentário: O livro de Jó é um livro sapiencial cuja sabedoria é classificada como complexa. A sabedoria simples – muito presente por exemplo nas partes mais antigas do livro dos Provérbios – é aquela em que apresenta um otimismo do conhecimento prático, havendo correspondência entre retidão e prêmio de felicidade, ou entre injustiça/impiedade e castigo divino. Diferente disso, se apresenta o livro de Jó, que questiona a doutrina/pensamento clássico que vê no bem-estar/felicidade um sinal de retidão diante de Deus e no sofrimento a punição de Deus. A alternativa (A) é incorreta, pois o propósito do livro de Jó é exatamente questionar o sofrimento do inocente, e não apresentá-lo como caminho para se chegar à felicidade. A alternativa (B) é a correta: Jó se encontra em extremo sofrimento e para sair dessa situação, almeja nem ter nascido. Por isso deseja cancelar o dia do seu nascimento, o que apagaria toda a sua existência, evitando assim tamanho sofrimento. A alternativa (C) é incorreta. O nascimento não é visto como causa de sofrimento e desespero. Esse dia é só o início da sua existência, que no seu desespero, deseja cancelá-lo. A alternativa (D) é também incorreta, pois o tormento de Jó não é diante da morte, mas sim diante do sofrimento. A alternativa (E) também é incorreta, pois o temor na tradição sapiencial (da qual faz parte o livro de Jó) é sempre princípio da sabedoria e nunca causa da perda de sentido da vida.

Referências: MONLOUBOU, L.; LÉVÊQUE, J. et al. Os salmos e os outros escritos. São Paulo: Paulus, 1996.

QUESTÃO Nº 27

Grande é o poder da memória, um não sei quê de horrendo, ó meu Deus, uma

profunda e infinita multiplicidade; e isto é o espírito, isto sou eu mesmo. Que sou eu

então, meu Deus? Que natureza sou? Uma vida multiforme, multímoda e

extraordinariamente ampla. Percorro todas essas coisas, esvoaço por aqui e por ali,

e também entro nela até ao fundo quanto posso, e em parte alguma está o limite:

tão grande é o poder da memória, tão grande é o poder da vida no homem que vive

mortalmente! Que farei, pois, ó meu Deus, tu minha verdadeira vida? Irei também

além desta minha força que se chama memória, irei além dela a fim de chegar até

ti, minha doce luz. Que me dizes? Irei além da memória para te encontrar, ó

verdadeiro bem, ó suavidade segura, para te encontrar? Se te encontrar fora da

minha memória, estou esquecido de ti. E, se não estou lembrado de ti, como é que

te encontrarei?

AGOSTINHO. Confissões. Petrópolis: Vozes, 2011 (adaptado).

A partir do exposto no texto acima, avalie as afirmações a seguir.

I. Os questionamentos sobre a própria existência, "que sou eu então, meu

Deus?" "Que natureza sou?", não fariam o autor transcender a própria natureza

e, consequentemente, ele não encontraria a Deus.

II. A memória poderia ser considerada como um percurso de aproximação e

distanciamento na busca pelo sagrado.

III. O movimento de interioridade levaria o autor a transcender a si mesmo em

busca do sagrado (Deus).

É correto o que se afirma em

A) I, apenas.

B) III, apenas.

C) I e II, apenas.

D) II e III, apenas.

E) I, II e III

Gabarito: D

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Antropologia Teológica; o homem é um ser transcendente.

Autor(a): Prof. Esp. José Luiz da Silva

Comentário: A questão envolve os conteúdos de teologia, filosofia, antropologia, patrologia e patrística. Porém sendo, “As confissões” um livro clássico, o aluno sabe perfeitamente o pensamento do autor, no caso: Santo Agostinho. Com isso a questão se torna fácil. Na proposição primeira, inciso I, nega a transcendência humana ao afirmar que “não encontraria Deus”. Um dos aspectos fundamentais da Antropologia Teológica é em afirmar que o homem é um ser transcendente e Agostinho pôde perceber isso na sua busca incansável por Deus, por isso ela está incorreta. A segunda proposição, inciso II, o próprio texto deixa claro que a memória é um percurso para alcançar o sagrado, Deus. Por isso, deve ultrapassar a memória para chegar a contemplação, desse modo, ela se torna um percurso e não um fim. Assim, não há erro nessa proposição. O inciso III, trata do movimento de interioridade do autor para alcançar Deus que é o sagrado. Essa dinâmica interna está concorde o pensamento de Agostinho sobre o homem e sua capacidade de transcender a matéria, o visível e dualismo “maniqueu” que atacava o interior do autor, não havendo, desse modo contradição nessa proposição. Portanto, o inciso primeiro está incorreto e os incisos II e III estão corretos. Referências: AGOSTINHO, S. Confissões. Ed. Abril, Coleção Os Pensadores, 1973.

QUESTÃO Nº 28

Ouçam bem o que eu, Paulo, lhes digo: caso se deixem circuncidar, Cristo de nada lhes servirá. De novo declaro a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a cumprir toda a lei. Vocês, que procuram ser justificados pela lei, separaram-se de Cristo; caíram da graça. Pois é mediante o Espírito que nós aguardamos pela fé a justiça que é a nossa esperança. Porque em Cristo Jesus nem circuncisão nem incircuncisão têm efeito algum, mas sim a fé que atua pelo amor. (Gálatas 5, 2-6) Bíblia sagrada: Nova versão internacional. Traduzido pela comissão de tradução da sociedade Bíblica Internacional. São Paulo: Editora Vida, 2000. A narrativa apresentada foi extraída de uma carta atribuída ao apóstolo Paulo, enviada a uma igreja fundada por ele na cidade da Galácia. A Carta aos Gálatas teria sido escrita na década de 50 do século I e integra o Novo Testamento, uma das partes constitutivas da Bíblia, livro sagrado para os cristãos. Tendo em vista a narrativa apresentada e as reflexões próprias da História da Teologia e História das Religiões, avalie as afirmações a seguir:

I. Nas primeiras décadas da era cristã ocorreu uma acentuada tensão

teológica entre judeus convertidos ao cristianismo e gentios convertidos

ao cristianismo, pois os primeiros exigiam que os segundos seguissem as

leis religiosas dos judeus, como a prática da circuncisão.

II. A prática da circuncisão era um importante elemento da cultura judaica,

que os primeiros líderes cristãos, entre eles o apóstolo Paulo, aboliram

entre os judeus convertidos ao cristianismo.

III. Um dos principais conceitos da teologia paulina é a justificação pela fé,

concepção que afirmava a salvação somente em Jesus Cristo e excluía a

necessidade dos gentios convertidos ao cristianismo de submeterem-se

aos ritos da lei.

IV. O cristianismo conseguiu desenvolver-se sem a presença de elementos

culturais e religiosos do judaísmo e de outros grupos étnicos, o que

denota a sua singularidade frente às demais tradições religiosas.

É correto apenas o que se afirma em:

A. I e III.

B. I e IV

C. II e IV

D. I, II e III.

E. II, III e IV.

Gabarito: A

Tipo de questão: Mediana

Conteúdo avaliado: história bíblica, literatura paulina, tradições culturais do judaísmo e do helenismo.

Autor(a): Prof. Ms. Mariosan de Sousa Marques

Comentário: A carta às Igrejas da Galácia é considerada uma das cartas autênticas de Paulo. Nela Paulo defende a autenticidade de seu Evangelho bem como sua autoridade apostólica. Ele considera como elementos essenciais do seu Evangelho a proclamação da salvação pela fé em Jesus Cristo e não pelas obras da Lei, bem como a liberdade dos cristãos provenientes da gentilidade, aos quais não se deve impor a circuncisão. A alternativa I está correta. A tensão entre cristãos provenientes do judaísmo e cristãos provenientes da gentilidade foi um dos motivos de divisão entre os cristianismos originários. Paulo combaterá a pretensão dos judeu-cristãos de impor as normas judaicas, especialmente a circuncisão, aos chamados étnico-cristãos, aqueles provindos da gentilidade. A alternativa II está incorreta. É verdade que a prática da circuncisão era (e ainda é) um importante elemento da cultura judaica. Ela foi abolida inicialmente só para os étnico-cristãos (provindos da gentilidade), mas continuou sendo pratica por judeu-cristãos nos cristianismos originários. A alterntiva III está correta. A justificação pela fé em Cristo, sem a prática da Lei, é o argumento usado por Paulo para não permitir a circuncisão dos étnico-cristãos. A alternativa IV está incorreta, pois no desenvolvimento do cristianismo pode-se ver a influência tanto de elementos culturais e religiosos do judaísmo (basta recordar diversas questões éticas, cultuais – festas judaicas cristianizadas – e morais) quanto de outros grupos étnicos, como por exemplo da filosofia helênica, sobretudo do estoicismo.

Referências: SAMPLAEY J. Paul (Org.). Paulo no mundo greco-romano: um compêndio. São Paulo: Paulus, 2008. DUNN, James D.G. A teologia do apóstolo Paulo. São Paulo: Paulus, 2003.

QUESTÃO Nº 29

Historicamente, o tema central da teologia gira em torno da figura de Deus.

Contudo, o ponto de partida da reflexão teológica é a existência histórica, concreta,

e, às vezes, trágica, do ser humano que pensa. Uma teologia que abandona

decididamente a mentalidade confessionalista de gueto, ainda bastante difundida, é

capaz de unir uma ampla tolerância do extraeclesial, do religioso e do

simplesmente humano com a reflexão sobre o especificamente cristão. Desta

forma, ao se falar de teologia, precisamos encarar a tarefa a partir de óticas

múltiplas, dando valor aos pontos de vista de outras ciências. Falar de

reconstrução, de contextualização e de óticas múltiplas implica fazer perguntas ao

cristianismo que se crê, que se professa e defende.

KÜNG, H. Teologia para Ia postmodernidad.

Madrid: Alianza Editorial, 1989 (adaptado).

A partir do texto, que discorre acerca da historicidade da teologia, assinale a

opção correta.

A. As nuances teológicas enfatizam o humano pensante em detrimento da fé

cristã.

B. A teologia trabalhada sob uma ótica científica assegura respostas sobre o

sentido da vida.

C. A síntese histórica da teologia apresentada evidencia a figura humana a partir

de uma única ótica.

D. O ser humano, como ser pensante e aberto a óticas multiplicas, é capaz de

reconstruir sua fé e refletir suas ações.

E. A teologia cristã é ciência completa, capaz de responder aos anéis humanos.

Gabarito: D

Tipo de questão: Fácil.

Conteúdo avaliado: Introdução à Teologia, Antropologia Teológica.

Autor(a): Prof. Dr. Elismar Alves dos Santos

Comentário: O que está em questão é a comparação e a evolução histórica do que se entende por teologia. Primeiramente, o enunciado da questão acentua que, no passado, a teologia concentrava-se exclusivamente na figura de Deus. Significava, portanto, colocar a figura de Deus muito acima do ser humano. Em segundo, o próprio enunciado lembra que o ponto de arranque da reflexão teológica é a existência histórica do ser humano. O aluno precisa se ater ao fato de que a questão instiga a refletir acerca de uma teologia capaz de abandonar a mentalidade, às vezes, somente confessionalista. Nessa linha de raciocínio, o aluno é convidado a levar em consideração que a teologia, atualmente, precisa estar aberta à tolerância em suas diversas formas, pois compreende-se que o humano, com as suas contradições, faz parte do ser cristão. E, por último, é aconselhável ressaltar que a teologia, no atual contexto, precisa levar em consideração o que dizem as demais ciências. Significa, assim, que a teologia é convidada a dialogar com os múltiplos saberes científicos existentes atualmente. Poderia se pensar, aqui, no que se entende, hoje, por teologia pública. Trata-se de um método transdisciplinar capaz de estabelecer convergências e divergências entre os saberes. Por fim, a questão valoriza a capacidade pensante do ser humano. Esse ser que pensa sobre a sua própria existência consegue refazer sua fé e pensar sobre o que faz. Significa que todo cristão, ao dar razão de sua fé a si mesmo e aos outros, envolve-se com a tarefa de fazer e de viver o que se entende por teologia.

Referências: LIBANIO, João Batista.; MURAD, Afonso. Introdução à teologia: perfil, enfoques, tarefas. São Paulo: Loyola, 2007. SOARES, Afonso Maria Ligório.; PASSOS, João Décio. Teologia pública: reflexões sobre uma área de conhecimento e sua cidadania. São Paulo: Paulinas, 2011. (Coleção Religião e Universidade).

QUESTÃO Nº 30

Antigamente, a natureza parecia fornecer-nos indefinidamente os recursos mais básicos para viver. Hoje somos nós que devemos protegê-la. A manutenção dos grandes equilíbrios ecológicos, a sobrevivência das espécies ameaçadas, a regeneração do ar e da água dependem, doravante, de políticas conscientemente refletidas, decididas e operacionalizadas. Tudo o que, no quadro das grandes sociedades tradicionais, parecia constituir a base intocável da existência da humanidade lhe é dado hoje por tarefa; o futuro do planeta, a sobrevivência da espécie, as formas sociais da realização da diferença sexual, por exemplo, dependem doravante de decisões refletidas da comunidade humana.

GAGEY, H. A igreja diante da crise antropológica contemporânea:

o que fazer. Perspectiva Teológica, v. 46, n. 129, 2014 (adaptado).

Com base nesse contexto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I. O ser humano, por meio de uma nova consciência e atitudes éticas, ao valorizar a vida, pode transformar o que existe em prol do humano e restabelecer naturalmente o mundo.

PORQUE

II. A superação do antropocentrismo, motivado por convenções sociais

anteriores, exige do indivíduo um engajamento em defesa da existência e da permanência do ecossistema diante dos problemas existentes e o exercício do cuidado regenerador das relações de cada ser.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.

A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa

correta da I. B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma

justificativa correta da I. C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E. As asserções I e II são proposições falsas.

Gabarito: A

Tipo de questão: Mediana

Conteúdo avaliado: Eco-Teologia , Antropologia Teológica, Teologia da Espiritualidade.

Autor(a): Prof. Dr. Elismar Alves dos Santos

Comentário: O referencial teórico principal dessa questão é a temática da Ecoteologia. Percebemos duas asserções e a questão consiste em saber se a segunda asserção é uma justificativa correta da primeira. Voltemos ao texto que havíamos lido anteriormente: verificamos que as duas asserções são verdadeiras. Por isso, a segunda asserção é uma justificativa correta da primeira. Por quê? Porque ela apresenta o modo como superar a crise ecológica na atualidade. E essa superação consiste em refletir sobre o significado e a herança que deixou o antropocentrismo para a história da humanidade. Na modernidade, ocorreu a centralidade do homem, com a autonomia da razão científica. Por isso, assistimos hoje à degradação dos ecossistemas e à falta de consciência do ser humano em relação ao mundo natural.

Referências: FRANCISCO, Papa. Carta Encíclica LAUDATO SI’: sobre o cuidado da casa comum. São Paulo: Paulinas, 2015. JUNGES, José Roque. Ecologia e criação: resposta cristã à crise ambiental. São Paulo: Loyola, 2001.

QUESTÃO Nº 31

Em 2017, cristãos luteranos e católicos comemorarão, conjuntamente, o quinto

centenário do início da Reforma. Hoje, entre luteranos e católicos, está crescendo a

compreensão, a colaboração e o respeito recíprocos. Uns e outros, juntos,

reconhecem que o que os une é maior do que aquilo que os divide: primeiramente

a fé comum no Deus uno e trino e a revelação em Jesus Cristo, como também o

reconhecimento das verdades fundamentais da doutrina da justificação. A

verdadeira unidade da Igreja só pode existir como unidade na verdade do

Evangelho de Jesus Cristo. A luta por esta verdade, que culminou, no século XVI,

na perda da unidade no cristianismo do Ocidente, pertence às páginas obscuras da

história da Igreja. O iminente ano 2017 solicita a católicos e luteranos a confrontar-

se no diálogo sobre os problemas e as consequências da Reforma de Wittenberg,

centrada na pessoa e no pensamento de Martinho Lutero, e a elaborar perspectivas

para a recordação da Reforma e o modo de vivê-la hoje. O programa reformador de

Lutero constitui um desafio espiritual e teológico tanto para os católicos quanto para

os luteranos do nosso tempo.

COMMISSIONE LUTERANA-CATTOLICA ROMANA SULL'UNITÀ. Dal conflitto alla comunione.

Prefácio e n. 1 e 3. Disponível em: <http://www.vatican.va>. Acesso em: 13 jul. 2015 (adaptado).

Considerando o texto, avalie asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I. O princípio evangélico da unidade fundamenta-se nas bases da pluralidade

de formas eclesiais, anunciada nos escritos paulinos pelo binômio corpo-

membros. Daí resulta oportuno sublinhar a necessidade histórica da

Reforma, compreendida como forma de ser a única Igreja de Cristo. PORQUE

II. A comemoração conjunta da Reforma, entre luteranos e católicos, é um dos

resultados do diálogo iniciado formalmente há 50 anos e constitui um passo

fundamental rumo à restauração da unidade desfeita em 1517.

A respeito das asserções, assinale a opção correta.

A. As asserções l e l l são proposições verdadeiras, e a l l é uma justificativa

correta da I.

B. As asserções l e l l são proposições verdadeiras, mas a II não é uma

justificativa correta da I.

C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.

D. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

E. As asserções I e II são proposições falsas.

Gabarito: D

Tipo de questão: Mediana

Conteúdo avaliado: Ecumenismo, História do Cristianismo e outros.

Autor(a): Prof. Me Silvio R. Zurawski

Comentário: Além dos conteúdos de Ecumenismo e História do Cristianismo, o estudante precisa dominar noções básicas de gramática e de lógica, percebendo as contradições existentes na asserção I. Os conteúdos históricos e os apelos ecumênicos do diálogo e do respeito às diferenças presentes na asserção II, demostram que a mesma não é uma justificativa da asserção I. A asserção I apresenta contradição explicita quando afirma simultaneamente a base fundamental da pluralidade das formas eclesiais, e por outro lado, a necessidade de uma única forma da Igreja de Cristo. Além de não indicar a alteridade que representou a Reforma Protestante em 1517. O enunciado da questão fomenta valores importantes para a convivência entre as Igrejas Cristãs e fundamenta o diálogo nas fontes da revelação Cristã: a pessoa de Jesus Cristo e a Palavra de Deus. Referências:

Referências: NAVARRO, J. B. Para Compreender o Ecumenismo. São Paulo: Loyola, 1995. WOLFF, Elias. Vaticano II – 50 Anos de ecumenismo na Igreja Católica. São Paulo: Paulus, 2014.

QUESTÃO Nº 32

No fundamento da teologia da libertação se encontra uma mística: o encontro com o Senhor no pobre, que hoje é toda uma classe de marginalizados e explorados de nossa sociedade caracterizada por um capitalismo dependente, associado e excludente. Uma teologia — qualquer que seja — que não possua, em sua base, uma experiência espiritual é sem fôlego e tagarelice religiosa. Parte-se da realidade miserável como a descreveram os bispos de Puebla, "como o mais devastador e humilhante flagelo que é a situação de desumana pobreza em que vivem milhões de latino-americanos, vítimas de salários de fome, de desemprego e subemprego, da desnutrição, da mortalidade infantil, da falta de moradia adequada, dos problemas de saúde e de instabilidade no trabalho". Quem não se apercebe dessa realidade escandalosa não pode entender o discurso da teologia da libertação. Essa experiência-raiz pode ser trabalhada em dois níveis: um sensível, assim como se mostra à primeira vista aos nossos olhos; outro analítico, como se revela em seus mecanismos estruturais postos à vista mediante a análise científica.

.BOFF, L.; BOFF, C. Da Libertação: o teológico das libertações sócio-históricas.

Petrópolis: Vozes, 1982 (adaptado). A partir do texto, avalie as afirmações a seguir.

I. É tarefa da teologia perceber a enorme miséria na qual incontável número de pessoas vive na América Latina, e tal percepção deve levar à indignação ética e religiosa de forma a mover a ação pastoral em favor das pessoas atingidas pela miséria.

II. É tarefa da teologia analisar os mecanismos que causam o estado de miséria de milhões de latino-americanos e de pessoas de outros continentes, articular críticas e mediar ações que levem a mudanças amplas e radicais da realidade.

III. É tarefa da teologia chamar a atenção de simpatízantes dos princípios teológicos para que vejam a miséria reinante e se empenhem para amenizá-la onde seja possível, pois é ilusão pensar que se possam alcançar mudanças amplas na sociedade.

IV. Na perspectíva da teologia da libertação, é urgente uma transformação do sistema capitalista reinante na sociedade, que beneficia uma minoria em detrimento da grande maioria e, para alcançar esse objetivo, é preciso abrir mão da espiritualidade e da experiência religiosa ou místíca.

V. Os principais expoentes da teologia da libertação perceberam que os bispos em Puebla exageraram na forma como descreveram a realidade de milhões de latino-americanos, por isso a maioria dos teólogos da libertação nunca aderiu ao discurso desses bispos.

É correto apenas o que se afirma em

A. I e II.

B. II e IV.

C. III, IV e V.

D. I, II, III e V.

E. I, III, IV e V.

Gabarito: A

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Noções de História do Cristianismo na Americana-Latina e no

Brasil, Teologias do Genetivo ou enfoques teológicos, no caso desta questão, da

Teologia da Libertação.

Autor(a): Prof. Me Silvio R. Zurawski

Comentário:

O Enunciado da questão apresenta a fundamentação epistemológico da Teologia

da Libertação, como um enfoque teológico nascido no contexto Latino-Americano.

A Teologia da Libertação parte da experiência de fé e da Teologia, discurso

primeiro, e também da incidência prática do saber teológico, ou seja, da prática

histórica. A questão aborda a centralidade do pobre e da pobreza para a Teologia

da Libertação, indicando a necessidade de mudanças na Teologia e na Pastoral, no

sentido de perceber essas situações de marginalização, indicando também as

causas ou mecanismos estruturais que geram a miséria. As contradições de

conteúdo presentes nas alternativas, em referência ao enunciado, permitem ao

estudante responder a questão. A mesma exige leitura atenta e interpretação do

texto.

Referências: LIBÂNIO, J. B.; MURAD, A. Introdução à teologia. 5ª ed. São Paulo: Loyola, 2005. GUTIÉRREZ, Gustavo. Teologia da Libertação: perspectivas. 9ª ed. Petrópolis: Vozes, 2000.

QUESTÃO Nº 33

A globalização provoca o fenômeno do sincretismo, do relativismo e do nivelamento religioso, com sérias consequências teológicas. A globalização, como definimos, não é simplesmente o fluxo da cultura dominante e massificante, mas também o circular de todo exotismo cultural possível. E as diferentes religiões lançam no circuito da internet suas expressões religiosas, frequentemente como unidades soltas, descoladas do sistema religioso maior. Cada um capta-as como quer.

LIBANIO, J. B. Globalização e o impacto sobre a fé.

Disponível em: <www.celam.org>. Acesso em: 4 ago. 2015 (adaptado).

Considerando as consequências da globalização para as tradições religiosas, conforme apresentadas no texto, avalie as afirmações a seguir.

I. A globalização permite que se pense a fé como unidade de crenças; por meio da internet, a religião alcança um maior número de crentes, o que favorece uma vinculação eclesial única e nivelada, com dimensões objetivas.

II. A presença simultânea de muitas tradições religiosas na internet implica a relativização das verdades de fé, e, sendo todas as expressões religiosas igualmente verdadeiras em si, cabe a cada um escolher a que melhor responde às suas indagações.

III. A fé cristã é contrária às consequências negativas da globalização, que permitem aos novos sincretismos religiosos ameaçar as tradições.

IV. No contexto atual da globalização, as religiões disponibilizam na internet fragmentos de sua doutrina, o que favorece uma apropriação pessoal, que pode ser caracterizada como sincretismo.

É correto apenas o que se afirma em

A. I e III. B. II e IV. C. III e IV. D. I, II e III. E. I, II e IV.

Gabarito: B

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Questões emergentes ou contemporâneas ligadas à religião e a globalização, conceitos das abordagens dos fenômenos religiosos a partir das ciências das religiões, teologias e culturas, como o sincretismo religioso.

Autor(a): Prof. Me Silvio R. Zurawski

Comentário: O enunciado aborda a questão da religião, globalização e a circulação de bens simbólicos ou expressões religiosos na internet. Esse fenômeno traz consequências para as grandes tradições religiosas. Nas asserções o estudante é convidado a avaliar ou ponderar essas consequências. Na leitura atenta do enunciado e das alternativas, é possível excluir a asserção I porque está em contradição direta com o que é afirmado no enunciado. O sincretismo religioso na internet caracteriza-se pela apropriação pessoal e seletiva do que é apresentado pelas grandes tradições religiosas, causando enfraquecimento das mesmas. Essas expressões religiosas fragmentadas e abundantes na internet promovem o sincretismo e a relativização, isto é, a afirmação de que todas as religiões são verdadeiras. A questão exige leitura atenta e o domínio de conceitos básicos do campo religioso, como: sincretismo, tradições e expressões religiosas, relativismo e a questão do individualismo ou subjetivismo, como marcas dos tempos de globalização.

Referências: Ari Pedro Oro; Carlos A. Steil (Orgs.). Globalização e religião. Petrópolis: Vozes, 1997.

QUESTÃO Nº 34

A palavra "tolerância" é, antes de mais nada, marcada por uma guerra religiosa entre cristãos, ou entre cristãos e não-cristãos. A tolerância é uma virtude cristã ou, por isso mesmo, uma virtude católica. O cristão deve tolerar o não-cristão, porém, ainda mais que isso, o católico deve deixar o protestante existir. Como hoje sentimos que as reivindicações religiosas estão no coração da violência, recorreremos a essa boa e velha palavra "tolerância": que muçulmanos concordem em viver com judeus e cristãos, que judeus concordem em viver com muçulmanos, que os crentes concordem em tolerar os "infiéis" ou "descrentes". A paz seria, assim, a coabitação tolerante.

DERRIDA, J. In: BORRADORI, G. (Org.). Filosofia em tempo de terror: diálogos com Habermas e

Derrida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004 (adaptado).

O termo "tolerância", conforme apresentado no texto, refere-se A) à idea de liberdade de expressão dissociada dos valores cristãos, uma vez que a tolerância sempre foi negada pelos cristãos católicos. B) à ideia de uma superação definitiva do distanciamento criado pelas barreiras culturais que impediam a boa convivência entre diferentes religiões. C) à aceitação de uma ideia de ordem que permita administrar entraves culturais e evitar conflitos religiosos através de uma concordância comum, mas não de uma virtude de acolhimento ao outro. D) ao conceito filosófico que questiona os antagonismos e inquietações religiosas da modernidade, mas que não provocou nenhuma influência sobre as perspectivas de liberdade de credo. E) à nova forma de acolhimento ao outro, advinda das novas formas de interação da humanidade que surgiram com os avanços tecnológicos e permitiram uma abertura a diferentes crenças.

Gabarito: C

Tipo de questão: Mediana

Conteúdo avaliado: História do Cristianismo, Sociologia das Religiões, Ecumenismo e outros.

Autor(a): Prof. Esp. Ricardo Ribeiro Gomes

Comentário: A tolerância religiosa é um tema pertinente a convivência humana com enfoque nos princípios da convivência pacífica. A proposição A é equivocada, pois os valores Cristãos têm por base o conceito da paz e negar a tolerância seria infringir os princípios fundamentais do cristianismo. A proposição B faz referência às culturas, as quais podem constituir barreiras que impeçam a boa convivência religiosa, no entanto, é equivocada porque a questão está relacionada ao âmbito das religiões. A proposição C corresponde de forma correta a reflexão sobre tolerância por partir de princípios pacíficos de convivência. A proposição D é equivocada porque a filosofia tem um papel fundamental quando questiona os antagonismos e inquietações religiosas na perspectiva da tolerância religiosa. A proposição E não corresponde à questão da tolerância apresentada, por trazer uma pontuação a partir dos avanços tecnológicos, ainda que considerando a sua influência sobre as crenças. Referências: CARDOSO, Clodoaldo Meneguello. Tolerância e seus limites: um olhar latino americano sobre diversidade e desigualdade. São Paulo: Unesp, 2003. DREHER, Martin. Novo fundamentalismo. São Leopoldo: Sinodal, 2006.

QUESTÃO Nº 35

Buscando a Deus

Alma, buscar-te-ás em Mim, E a Mim buscar-me-ás em ti.

De tal sorte pôde o amor, Alma, em mim te retratar, Que nenhum sábio pintor Soubera com tal primor Tua imagem estampar. Foste por amor criada,

Bonita e formosa, e assim Em meu coração pintada,

Se te perderes, minha amada, Alma, buscar-te-ás em Mim. Porque sei que te acharás Em meu peito retratada, Tão ao vivo debuxada,

Que, em te olhando, folgarás Vendo-te tão bem pintada. E se acaso não souberes Em que lugar me escondi,

Não busques aqui e ali, Mas, se me encontrar quiseres,

A Mim, buscar-me-ás em ti. Sim, porque és meu aposento,

És minha casa e morada; E assim chamo, no momento Em que de teu pensamento Encontro a porta cerrada.

Busca-me em ti, não por fora... Para me achares ali,

Chama-me, que, a qualquer hora, A ti virei sem demora,

E a Mim buscar-me-ás em ti.

TERESA DE JESUS. Obras Completas.São Paulo: Loyola, 1995.

Hoje, a intensa busca por espiritualidades reforça ainda mais a certeza do natural desejo de transcendência que o ser humano carrega consigo. No contexto das comemorações dos 500 anos do nascimento de Teresa d'Ávila (1515-1582), recordamos um aspecto da herança da teologia espiritual por ela deixada. A poesia acima transcrita sustenta que

A. o encontro consigo mesmo é caminho para a auto-realização. B. o desencontro com Deus é um convite a buscá-Lo sempre mais. C. o encontro consigo mesmo favorece o encontro com Deus. D. o desencontro consigo mesmo é caminho para o encontro com Deus. E. o encontro com Deus é feito por caminhos para além da interioridade.

Gabarito: C

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Espiritualidade, Teologia Espiritual e outros.

Autor(a): Prof. Esp. Ricardo Ribeiro Gomes

Comentário: Para Teresa de Jesus o aprofundamento espiritual é um encontrar-se efetivamente na presença de Deus, de forma que a Espiritualidade proposta se desenvolva a partir de uma mística experimental. A proposição A, refere-se a autorrealização em si mesmo, o que não corresponde a experiência de autorrealização com Deus proposto por Teresa de Jesus. A proposição B é equivocada por não se referir a espiritualidade de Teresa de Jesus, além do mais o desencontro com Deus seria uma oportunidade para refazer caminho. A proposição C é a correta, no mais íntimo e profundo encontro consigo mesmo Deus se manifesta, Teresa de Jesus espiritualmente caminhava nesta direção. A proposição D é equivocada, pois o encontro em abrangência humana e divina não se manifesta em contradição. A proposição C tem uma pontuação a ser considerada, no entanto não se refere ao texto acima, portanto equivocada. Referências: GARCIA, Maximiliano Herraiz. Oração, História de Amizade. São Paulo: Loyola, 2002 JESUS, Teresa. Obras Completas. São Paulo: Loyola, 1995.