Econews 2

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Apoio: Rio T Rio T Rio T Rio T Rio Taquari e Banhados aquari e Banhados aquari e Banhados aquari e Banhados aquari e Banhados

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Econews 2 foi produzida pelos alunos da 7ª série de 2009 do Colégio Evangélico Alberto Torres de Lajeado.

Transcript of Econews 2

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Apoio:

Rio TRio TRio TRio TRio Taquari e Banhadosaquari e Banhadosaquari e Banhadosaquari e Banhadosaquari e Banhados

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EditorialEditorialEditorialEditorialEditorial

Bom, o que são leis? Naturalmenteeu diria que leis não são algo de sumaimportância já que, os bons mesmo, nãoprecisam de leis e os maus não as res-peitam de qualquer maneira. Com leisou não, o mundo, hoje em dia, está de-masiado preocupado com dinheiro, cri-ses econômicas, senadores roubando“a torto e a direita” e, em meio a tudoisso, não resta tempo algum para pen-sar no mais importante: a natureza. Amaioria dos trabalhadores comuns nãose preocupa se para fazer a cadeiraonde senta, ou as toneladas de papelque ele tem de assinar, são necessáriasflorestas inteiras. Graças à Deus, quehoje em dia, ainda temos alguns quese preocupam mais com as florestasinteiras, do que com as assinaturas ou acadeira.

Deixando de abranger o assun-to de forma generalizada, voltemosnossa atenção para o assunto que deve,especificamente, ser tratado aqui.

Os banhados são igualmenteimportantes para os seres humanos por

ser o ambiente onde vivem muitos dosanimais que auxiliam na sobrevivênciabem sucedida dos fracos hominídeos.As leis podem até ser desrespeitadas,contudo, em meio a um deserto, émelhor beber uma gota de água, doque não tomar nada. Em razão disso, éimportantíssimo que tais leis sejam cria-das e mais importantes ainda, que se-jam fiscalizadas de forma constante esevera. Os banhados são lar de umavasta gama de criaturas endêmicas eao tratá-los como um poço de dejetosque merece ser aterrado, estamos sen-do ignorantes. Devemos olhar paraalém da catinga intensa ou da aparên-cia de esgoto que está estampada namaioria dos banhados existentes. De-vemos percebê-los como parte do con-junto de ecossistemas que compõemtoda a paisagem terrestre. Pois, afinal,o arco-íris só o é se contiver todas assete cores, bem como o mundo só o ése contiver todos os ecossistemas emharmonia.

É em razão de todos estes fato-

res, e muitos outros, que penso queas leis direcionadas tanto à proteçãoambiental, em geral, quanto aos ba-nhados, em especial, são importan-tes. Se um dia o Juízo Final atingir ahumanidade, teremos todo o direitode bradar em alto e bom som: “Deus étestemunha de que eu tentei”, pois defato, tentamos. E, se agraciados for-mos, talvez um dia este mesmo Deusse orgulhará dos filhos que “salpicou”por toda a extensão de sua criação, poisestes mesmos terão preservado suaobra.

Uma viagem de trezentas lé-guas começa com um simples passoe lhes garanto que a simples criação,das ditas leis, representa algo muitoalém de um simples passo. Restam-nosainda cerca de um milhão quinhentose oitenta e três mil novecentos e no-venta e nove passos, mas mesmo seporventura tivermos de retroceder umpasso, o faremos de novo, cinco ve-zes, pois é de erros e correções quese vive a vida.

Artigo

RRRRRelato acerca da legislação doselato acerca da legislação doselato acerca da legislação doselato acerca da legislação doselato acerca da legislação dos banhados banhados banhados banhados banhados

A humanidade sempre utilizou osrecursos hídricos, porém a compreen-são da água como um recurso naturalrenovável, mas limitado, é algo recenteentre os homens. O contexto atual dedesenvolvimento requer, cada vez mais,a utilização deste recurso. Nesse senti-do, passa a ser entendido como sinôni-mo de oportunidade de desenvolvimen-to, porém, provavelmente este será ogrande limitador do crescimento huma-no, visto que muitas das atividades de-pendem diretamente do consumo daágua – a indústria, a agricultura, a gera-ção de energia elétrica, a navegação, ouso doméstico, a piscicultura, o lazer etc.Além disso, a água é o principal constitu-inte dos seres vivos, sem contar que elaserve como berçário e habitat para inú-

meras formas de vida do planeta; por-tanto, este precioso recurso requer umprivilegiado lugar na gestão ambiental.

Com o aumento da demanda, osrecursos hídricos oferecem uma dispo-nibilidade cada vez mais reduzida, devi-do à degradação da qualidade dos cor-pos d’água, provocada pelo crescimen-to populacional e pelo processo produti-vo, o que inviabiliza determinados usos.Atualmente os corpos d’água sofremcom a poluição, com a falta de controlee investimentos na coleta, tratamento edisposição final de esgotos (domésticose industriais), bem como na disposiçãoinadequada dos resíduos sólidos.

Com o intuito de discutir o atualmodelo de desenvolvimento da socie-dade e seus impactos sobre os recursos

hídricos, os alunos das sétimas séries doColégio Evangélico Alberto Torres, nocomponente curricular de O Homem eo Meio Ambiente, trouxeram para de-bate questões referentes ao Rio Taquarie aos ecossistemas de Banhados da re-gião.

A revista ECONEWS, em sua se-gunda edição, compartilha nossas ansi-edades, estudos, dúvidas e, quem sabe,ideias para estabelecermos limites quan-to ao uso dos recursos hídricos. Destaforma, é com muita satisfação que apre-sento o resultado de parte dos trabalhosrealizados pelos alunos das sétimas séri-es do CEAT, 2009.

Juliana Schwingel GasparottoProfessora

João Victor KuhnJoão Victor KuhnJoão Victor KuhnJoão Victor KuhnJoão Victor KuhnSétima série “A” - Ensino Fundamental

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Econews - 2ª Edição é a re-vista experimental produzida pe-los alunos da 7ª série de 2009 doCEAT

“A preservação dos rios é simples-mente a preservação da vida, pois semágua não existirá vida.” Pensando nisso,pesquisei e concluí que existem váriasformas de preservação dos rios, que issoestá intimamente ligado à preservaçãodo meio ambiente e, também, que aspessoas realmente interessadas, moti-vadas com este propósito, agrupam-seem Associações, Fundações e ONGs natentativa de alcançar objetivos que tra-gam benefícios, não somente aos rios,mas a toda humanidade.

Exemplos claros são observados pornós nos canais de televisão, em progra-mas educativos como: “Canal Futura”,em parceria com a “FundaçãoBradesco”, no projeto “Cuidando doFuturo”, em propagandas como o “ABCdo Amazonas”, que nos mostra o cui-dado que devemos ter com as espéci-es que lá vivem. A “Natura Cosméticos”,que incentiva à compra de produtoscom refil, o “Canal Nicklodean”, na pro-paganda “Mais Verde”, dando dicas decomo economizar água, luz e cuidar doplaneta.

Em Lajeado e nas cidades vizinhas,existem entidades que lutam pela pre-servação do nosso “Rio Taquari” comoa “Fundação Pró-Rio-Taquari”, “Organi-zação SOMA – Salvando o Meio Ambi-ente”, “Aepan – Associação Estrelensede Proteção ao Ambiente Natural” emuitas outras que, em ações conjuntascom outras entidades como FUVATES,através do Centro Universitário Univatese ACIL – Associação Comercial e Indus-trial de Lajeado, bem como diversas Pre-feituras do Vale do Taquari, realizam aretirada de resíduos sólidos (lixo) e be-neficiam nosso rio com pesquisas parao melhoramento da qualidade da suaágua. Fato que já ocorreu em junho/2007 e abril/2008.

É inacreditável tudo o que se en-controu e de lá se retirou. O espaçoescolhido para limpeza, nas duas edi-ções, foi estipulado desde a foz do Ar-roio Boa Vista até a foz do Arroio Estre-la, nas duas margens do Rio Taquari,compreendendo uma extensão aproxi-mada de 4,5 km. Com voluntários, em-

barcações e caminhões, foram recolhi-dos resíduos como: ferro, plástico, pano,caixa de leite, garrafas pet, borracha,isopor, pneu, papelão, vidro e madeira.

Os municípios ainda contribuemcom a implantação de Leis Municipaisque estipulam a preservação do meioambiente. Em Lajeado, por exemplo, oCódigo do Meio Ambiente foi instituídopela Lei Municipal de nº 5.835 de 12 dedezembro de 1996. Este Código esta-belece procedimentos para a proteçãodo Meio Ambiente municipal, conside-rando-o como patrimônio comum dacoletividade, dever do Poder Público ede todas as pessoas e entidades na suaproteção. Para melhor aplicabilidade eeficiência este Código deve ser adequa-do ao novo Código Estadual de MeioAmbiente, Lei nº 140/98 aprovado pelaAssembléia Legislativa em 28 de junhode 2000, onde encontra-se, no Capítu-lo II - Da Proteção do Meio Ambi-Da Proteção do Meio Ambi-Da Proteção do Meio Ambi-Da Proteção do Meio Ambi-Da Proteção do Meio Ambi-ente,ente,ente,ente,ente, na descrição do Art. 4° - “ParaArt. 4° - “ParaArt. 4° - “ParaArt. 4° - “ParaArt. 4° - “Paraimpedir ou reduzir a poluição doimpedir ou reduzir a poluição doimpedir ou reduzir a poluição doimpedir ou reduzir a poluição doimpedir ou reduzir a poluição doMeio Ambiente, o Município pro-Meio Ambiente, o Município pro-Meio Ambiente, o Município pro-Meio Ambiente, o Município pro-Meio Ambiente, o Município pro-moverá medidas para preservar omoverá medidas para preservar omoverá medidas para preservar omoverá medidas para preservar omoverá medidas para preservar oestado de salubridade do ar eestado de salubridade do ar eestado de salubridade do ar eestado de salubridade do ar eestado de salubridade do ar epara evitar ruídos, sons excessi-para evitar ruídos, sons excessi-para evitar ruídos, sons excessi-para evitar ruídos, sons excessi-para evitar ruídos, sons excessi-vos, bem como evitar a contami-vos, bem como evitar a contami-vos, bem como evitar a contami-vos, bem como evitar a contami-vos, bem como evitar a contami-nação do solo e das águas”.nação do solo e das águas”.nação do solo e das águas”.nação do solo e das águas”.nação do solo e das águas”.

Essa Lei, também, estipula regraspara: a implantação de indústrias, emis-são de resíduos e poluentes, forma defiscalização, permissão para funciona-mento, alvará de localização e funcio-namento destas empresas, proibindoqualquer ação que prejudique o MeioAmbiente e, consequentemente, aságuas dos nossos rios.

Já dizia Francisco Reckziegel, nonome artístico de Assis Sampaio, em seulivro Nas Barrancas, “que a bela vista doRio Taquari foi sacrificada pelo rolo com-pressor do progresso, prevalecendo ofator econômico sobre o bom gostohumano e o valor paisagístico. Coisasque não interessam aos cifrões dos ba-lanços financeiros”.

Mas como disse no início, temosque ter consciência: “A preservação dosrios é simplesmente a preservação davida, pois sem água não existirá vida.”

Rua Alberto Torres, 297Lajeado-RS - 95900-000Fone: (51) 3748-7000E-mail: [email protected]: www.ceat.net

Expediente

Colégio EvangélicoAlberto Torres

Importância da LegislaçãoImportância da LegislaçãoImportância da LegislaçãoImportância da LegislaçãoImportância da LegislaçãoAmbiental para os RiosAmbiental para os RiosAmbiental para os RiosAmbiental para os RiosAmbiental para os Rios

Artigo

Diretor: Diretor: Diretor: Diretor: Diretor: Ardy StorckProfessora supervisora:Professora supervisora:Professora supervisora:Professora supervisora:Professora supervisora:

Juliana GasparottoProjeto Gráfico eProjeto Gráfico eProjeto Gráfico eProjeto Gráfico eProjeto Gráfico e

Diagramação: Diagramação: Diagramação: Diagramação: Diagramação: NicoleSberse MorásRevisão: Revisão: Revisão: Revisão: Revisão: Sílvio João SengerTiragem: Tiragem: Tiragem: Tiragem: Tiragem: 750 exemplaresImpressão: Impressão: Impressão: Impressão: Impressão: Grafocem Impres

sos Gráficos Ltda

Rodrigo Felipe WiebbellingRodrigo Felipe WiebbellingRodrigo Felipe WiebbellingRodrigo Felipe WiebbellingRodrigo Felipe WiebbellingSétima série “B” – Ensino Fundamental

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No rio Taquari se encon-No rio Taquari se encon-No rio Taquari se encon-No rio Taquari se encon-No rio Taquari se encon-tram aproximadamente 58tram aproximadamente 58tram aproximadamente 58tram aproximadamente 58tram aproximadamente 58espécies de animais, e noespécies de animais, e noespécies de animais, e noespécies de animais, e noespécies de animais, e no

trecho em torno de Lajeadotrecho em torno de Lajeadotrecho em torno de Lajeadotrecho em torno de Lajeadotrecho em torno de Lajeadohá 49 espécies de peixeshá 49 espécies de peixeshá 49 espécies de peixeshá 49 espécies de peixeshá 49 espécies de peixes

confirmadas.confirmadas.confirmadas.confirmadas.confirmadas.

Não só em terra firme os animaiscorrem perigo, nas águas a situação devárias espécies também épreocupante. Ameaçados pela perse-guição do ser humano e pela poluição,estes animais lutam para se manteremvivos.

Ações do homem, como a pes-ca excessiva, andam afetando todo oequilíbrio ecológico que a natureza ofe-rece. A morte de algumas espécies aca-ba interferindo em toda a organizaçãode cadeias alimentares.

O que temos em mente, comeste trabalho, é tentar fazer com queos peixes que vivem no Rio Taquari se-jam um pouco mais preservados e quetenham a devida atenção, pois o riopode perder muitas das espécies natu-rais da região. Isso está ocorrendo,pois estão sendo ameaçados por ou-tros peixes trazidos para cá que estãocaçando os peixes da nossa região.

Assim, com a ameaça dos pei-xes no Rio Taquari, nós decidimos falarcom o Hamilton Grillo, professor daUNIVATES, e com ele obtivemos as in-formações aqui contidas, e dedicamosa ele grande parte do nosso trabalho.

Em rios, que se encontram emdiferentes espaços geográficos, pode-mos encontrar peixes como o porrudo,as tuviras, os birus, os peixes-cachorro,os carás, os carazinhos, os lambaris, ocharutinho, o guitarreiro e os limpa-vi-dros . Há também animais, que não sãopeixes, mas que se alimentam destes.Esses animais estão ficando com a suaárea de “pesca” reduzida, por causa docrescimento urbano, da retirada de cas-

calhos e das construções de barragens,fazendo com que esses animais per-cam parte da sua comida, ficando sujei-tos à extinção.

No rio Taquari se encontramaproximadamente 58 espécies de ani-mais, e no trecho em torno de Lajeadohá 49 espécies de peixes confirmadas.

A mata ciliar é muito importantepara que os peixes possam se alimen-tar e também possam procriar e escon-der os seus filhotes dos predadores. Adestruição doshabitats é a pior coisapara os peixes. A cons-trução de barragens,a remoção de casca-lhos, ou seja, todas es-sas ações do homemacabam com os pei-xes. Um projeto que busca diminuir esseproblema é a repovoação dos rios, ouseja, pretende-se pegar peixes de ou-tros lugares e incorporá-los aos rios queestão com falta deles. A intenção é boa,porém não adianta apenas isso, o prin-cipal é descobrir o motivo do proble-ma, ou seja, por que está acontecendoisso com os peixes e o que se necessitafazer, para daí colocar mais peixes nes-se rio.

Em um mesmo rio há diversosambientes e nesses ambientes há pei-xes que só habitam um determinadolugar, como, por exemplo, há peixesque não conseguem viver em lugaresonde existem corredeiras, já outros vi-vem em lugares onde há corredeiras,outros vivem somente onde há barro elodo. Um exemplo de peixes que vivem

em buracos são os birus, os cascudosadoram ficar em lugares onde hajacorredeiras, há também os peixes quesão carnívoros (que se alimentam deoutros peixes), como as traíras, os dou-rados e os joaninhas. O lambari tambémé um peixe carnívoro, mas que se ali-menta de pequenas criaturas que ficamno fundo do rio e de pequenos filhotesde peixes.

Outro grande problema para ospeixes do Rio Taquari é a introdução de

peixes exóticos, por-que , ou eles não so-brevivem, ou eles so-brevivem e acabammatando os peixes danossa região, ou en-tão, acabam comendoa comida dos nossos

peixes, fazendo com que eles acabemmorrendo por falta de comida e tam-bém de espaço para procriação. Algunsexemplos desses peixes são as carpas,as tilápeas e ,em pequena quantidade,o peixe-gato.

Assim, nós queremos que os pei-xes citados aqui, e todos os outros quenão conseguimos citar, sejam preser-vados, e que futuramente nós possa-mos fazer com que o rio que passa pe-las cidades do Vale do Taquari, tenhaum ambiente menos poluído e maisorganizado para que os peixes que nelehabitam possam se reproduzir e conti-nuar a viver e manter a espécie.

Ana Paula KoenigCássio Henrique OyarzabalDaniel Scherer MallmannEduardo Führ Poletti

PPPPPeixes no Rio Teixes no Rio Teixes no Rio Teixes no Rio Teixes no Rio Taquariaquariaquariaquariaquari

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Bacia HidrBacia HidrBacia HidrBacia HidrBacia Hidrográfica Tográfica Tográfica Tográfica Tográfica Taquari-aquari-aquari-aquari-aquari-Antas:Antas:Antas:Antas:Antas:você conhece?você conhece?você conhece?você conhece?você conhece?

O que é uma bacia hidrográfica?Onde ficam as nascentes do Rio Taquari?Você sabe qual o tamanho de sua ex-tensão? Pois é, se você nunca parou epensou sobre essas questões, este tex-to busca responder a algumas dessasperguntas.

Uma bacia hidrográfica é o conjun-to de terras que fazem a drenagem daágua das precipitações (chuvas). É umaárea geográfica e, como tal, mede-seem km². A bacia hidrográfica forma-seatravés dos desníveis de terrenos queorientam os cursos dos rios, sempre dasáreas mais altas para as mais baixas. Oconceito de bacia hidrográfica pode serentendido através de dois aspectos:Rede Hidrográfica e Relevo.

Rede Hidrográfica é um conjuntode rios menores, que se juntam, for-mando outro maior. Este desembocaem um conjunto de águas maior. Já oRelevo dos rios é formado por desní-veis de terras.

Em nossa região, encontra-se o rioTaquari. Ele tem suas nascentes em doismunicípios: Cambará do Sul e Bom Je-sus, no extremo leste do Planalto dosCampos Gerais, quando é ainda chama-do de rio das Antas. Com este nome, orio faz um percurso de 390 km. Nas re-giões próximas ao município de Muçum,recebe as águas do rio Guaporé, onde,então, passa a ser chamado de rioTaquari. Depois, ele deságua no rioJacuí no município de Triunfo. Com onome de Taquari, o rio percorre 140km, totalizando uma extensão de 530km, do seu nascedouro até a sua foz. Aárea da bacia Taquari-Antas tem aproxi-madamente 27 mil km².

Em busca de solucionar problemase discutir a legislação do Rio Taquari, foiinstituída em 1994 a Fundação Pró-RioTaquari, uma entidade sem fins lucrati-vos e que tem como objetivo a defesae a preservação do meio ambiente daregião. Desta forma, instalaram o Co-mitê de Gerenciamento da BaciaHidrográfica Taquari-Antas, que é comoum Parlamento da Água.

O Comitê busca através da LeiFederal 9.433/97, conhecidacomo Lei das Águas, ensinaràs pessoas como se podeparticipar e contribuircom o processod egerenciamento

que administra a conservação da qua-lidade e da quantidade da água em umaBacia Hidrográfica e a melhor utilizaçãodos recursos hídricos na natureza.

“Vivemos numa nave sem janelas,onde tudo que fizemos, um dia volta-rá”, diz o gerente executivo da Funda-ção, Ildo Günter Meyer. Isso quer dizerque todas as ações do ser humano nanatureza, de uma forma ou de outra,

de modo errado ou até mesmo cer-to, um dia, de alguma forma,

terá uma consequência,ou seja, voltará ao

homem.

José Vanderlei Schmidt JúniorMaria Paula Alves CorrêaPedro Sartori ZílioTábata Faleiro

Cássio Henrique OyarzabalDaniel Scherer MallmannEduardo Führ Poletti

aquariaquariaquariaquariaquari

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Águas de uma históriaÁguas de uma históriaÁguas de uma históriaÁguas de uma históriaÁguas de uma históriaLajeado, uma cidade grande do Vale

do Taquari, com cerca de 70 mil habitan-tes, sofre com a poluição das águas deseu rio e arroios como tantas outras ci-dades, poluição que não aparece ape-nas nas águas, mas na terra e no ar.

Neste texto, vamos focar especi-almente a poluição das águas de nossaregião. A poluição das águas no rioTaquari é o resultado obtido após fábri-cas, famílias e condomínios depositaremseus esgotos, sem tratamento, no rioou arroios. E é essa água que usamospara lavar nossos carros, calçadas, paratomar banho e até para cozinhar. Temosque pensar nas próximas gerações, poissão elas que vão ocupar nossa cidade,bem como nos animais que vivem norio, pois eles fazem parte dele !

Atualmente, encontramos um rioque já sofreu várias mudanças, como,por exemplo, em sua profundidade, poispara que pudessem passar navios car-gueiros foi necessária a construção dabarragem de Bom Retiro. Enfim, o rio jásofreu muitas modificações executadaspelo homem e sofre muito pela polui-ção. Temos que fazer nossa parte e nãopensar apenas em dinheiro, como pen-samos, às vezes, na sociedade capitalis-ta atual.

O rio Taquari faz parte da históriade Lajeado, começando pela própriacolonização, pois foi através de suaságuas que os primeiros colonizadoreschegaram até aqui. As águas do Taquaritambém deixaram e ainda deixammarcadas outras histórias no nosso mu-nicípio, como, por exemplo, as cheias.

O HO HO HO HO H ISTÓRICOISTÓRICOISTÓRICOISTÓRICOISTÓRICO DEDEDEDEDE ENCHENTEENCHENTEENCHENTEENCHENTEENCHENTE

Bem, as enchentes aqui em Lajea-do são muito comuns, devido ao exces-so de chuva. Aqui em Lajeado, quandoo rio enche, atinge principalmente asparte baixas da cidade (Bairros Centro,Hidráulica, etc..), onde antigamente ha-via banhados e atualmente há constru-ções. A enchente chega até a cidadepelos bueiros, arroios ou diretamente dorio.

As enchentes são um grande pro-blema principalmente para as famílias debaixa renda que vivem na periferia dacidade, locais devastados pela enchente.

Como podemos ver nas datas doquadro, antigamente as enchentes

aconteciam anual-mente ou no máxi-mo duas vezes aoano. Anos depois, asenchentes costu-mam aparecer maisconstantemente, épreciso chover ape-nas três, quatro diasnas cidades onde seencontram as cabe-ceiras dos rios, queas águas descem elogo atingem nossacidade. Estas cheiasestão aparecendocom maisfrequência como resultado do descasoda humanidade frente às questõesambientais, pois ao se retirar a mata ciliarpara fazer o plantio de culturas, a terradas margens desbarranca fazendo comque o rio alargue e fique mais raso, comisso facilita a invasão da enchente nacidade.

Fomos procurar alguém que lidacom todos esses problemas que acon-tecem no ambiente de Lajeado, princi-palmente para sabermos mais sobre ascausas das enchentes e sobre a impor-tância do rio Taquari; então, entrevista-mos a Laura, funcionária da Secretariado Meio Ambiente de Lajeado.

Segundo a Laura, os grandes pro-blemas para a ocorrência das enchen-tes são os bueiros entupidos com, namaioria das vezes, lixos postos pelos pró-prios humanos e a destruição da mataciliar. Métodos para prevenir enchentesexistem poucos, apenas com muitatecnologia, talvez, pudéssemos realizarisso, mas também custaria muito caro.Há lugares em Lajeado em que ainda hápoços artesianos próximos aos locais atin-gidos pelas enchentes, a água se conta-mina e, então, pessoas ficam sujeitas abeberem água poluída.

De acordo com a Laura, não damosa importância necessária para o nossorio Taquari, poluímos cada vez mais. Po-luímos, mesmo cientes de que podemosmatar muitas espécies de peixes e pre-judicar muitas famílias que ainda vivem àbase da pesca, comem peixes e vendempeixes para obter um pequeno lucro parao sustento de sua família.

As ocorrências nos últimosAs ocorrências nos últimosAs ocorrências nos últimosAs ocorrências nos últimosAs ocorrências nos últimos69 anos69 anos69 anos69 anos69 anos, de 1940 a 2009, são data-das a partir de: 18/05/1940,

06/05/1941 (maior enchente dosúltimos tempos, atingiu 29,9m),

18/11/1941, 20/05/1942,27/01/1946, 27/09/1954,06/04/1956, 30/09/1961,18/10/1963, 22/08/1965,06/08/1966, 21/09/1967,29/08/1972, 21/09/1972,03/08/1977, 19/08/1977, 30/06/1982, 25/10/1982, 13/11/1982, 10/07/1983,009/08/1983, 15/09/1988,26/09/1988, 25/09/1989,02/06/1990, 16/10/1990,29/05/1992, 05/08/1997,13/10/2000, 22/07/2001,03/10/2001, 13/06/2002, 21/02/2003, 08/07/2003,25/10/2003, 15/12/2003,19/05/2005, 17/10/2005,27/07/2006, 11/07/2007,24/09/2007. (Informações retiradas de um tra-

balho de faculdade, cedido pela secre-taria de meio ambiente de Lajeado-RS).

Augusto Cardoso AgostiniLucas Rieth PeuhsRodrigo Araújo Barbosa

Bem, após concluir a leitura, que tal,você leitor, comprometer-se na tentati-va de conscientizar as pessoas donas deempresas ou mesmos os moradores desua cidade, faça sua parte.

Ong Aepan

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Ouvimos falar vári-as vezes em recupera-ção da mata ciliar. Seráque todas as pessoastêm consciência doque é a mata ciliar? E oque está sendo feitopara preservá-la?

A nossa preo-cupação, comolajeadenses, deve sercom o que está sendofeito para a recuperaçãodo nosso Rio Taquari.Sabemos que há ór-gãos públicos, ONGs,associações e funda-ções, tentandoconscientizar a popula-ção a respeito da pre-servação do meio ambiente e da polui-ção do nosso rio.

A recuperação do Rio Taquari émuito importante para os municípios poronde ele corre, pois suas águas são utili-zadas para várias finalidades, como, porexemplo, para beber, tomar banho, la-var roupa e usar nas indústrias.

É necessário que se tenha um tra-balho constante de esclarecimento àpopulação quanto à preservação domeio em que vivemos.

Você sabe para que serveVocê sabe para que serveVocê sabe para que serveVocê sabe para que serveVocê sabe para que serveou o que é a mata ciliar?ou o que é a mata ciliar?ou o que é a mata ciliar?ou o que é a mata ciliar?ou o que é a mata ciliar?

Mata ciliar é originada da palavra“cílios”. Ela é a formação vegetal queocorre nas margens dos cursos da água.A mata ciliar impede que aconteçamerosões (deslocamento de terras dasmargens para dentro do rio em funçãode não haver mata ciliar durante as chei-as) e consequentementeassoreamentos (diminuição do nível dorio por causa da erosão). A mata ciliarserve também como filtro, impedindoque poluentes cheguem às águas dorio, além de servir de refúgio para a faunasilvestre.

Que árvores fazem parte daQue árvores fazem parte daQue árvores fazem parte daQue árvores fazem parte daQue árvores fazem parte damata ciliar?mata ciliar?mata ciliar?mata ciliar?mata ciliar?

Há vários tipos, tanto exóticascomo nativas. Entre as nativas, temos acanela, pitangueira, chá de tigre, figuei-

ra, olho de pomba e araticum. Já nasexóticas, encontramos a goiabeira, man-gueira, citros, cinamomo, pinos, plátano,mamoeiro. Entretanto, cabe ressaltarque as árvores exóticas não fazem partedesta mata, pois foram introduzidas nes-tes ambientes pelo homem.

E os animais? Quais vivemE os animais? Quais vivemE os animais? Quais vivemE os animais? Quais vivemE os animais? Quais vivemna mata ciliar?na mata ciliar?na mata ciliar?na mata ciliar?na mata ciliar?

Na mata ciliar vivem os ouriços,gambás, mãos peladas, furões,saracuras, ratões-do-banhado, bugios evárias aves.

O que estão fazendo paraO que estão fazendo paraO que estão fazendo paraO que estão fazendo paraO que estão fazendo paramelhorar a preservação da matamelhorar a preservação da matamelhorar a preservação da matamelhorar a preservação da matamelhorar a preservação da mataciliar?ciliar?ciliar?ciliar?ciliar?

Cada Município promove açõesque resultam na recuperação da mataciliar. Exemplos claros desta afirmação fo-ram lançados como notícias do Fórumda Mata Ciliar de 18 de junho de 2003(www.agirazul.com.br/fsm4/_fsm/00000181.html), que abordou o traba-lho feito pelo Departamento de MeioAmbiente da Cidade de Estrela, que con-cluiu o plantio de 2.500 mudas de árvo-res nativas na recuperação da mata nomunicípio. O trabalho teve como priori-dade o reflorestamento das margens dearroios, córregos e banhados, até che-gar ao rio Taquari.

No Município de Roca Sales, atra-vés de uma parceria entre a Univates e

a Prefeitura Mu-nicipal, foram re-alizadas avalia-ções de algunss i s t e m a sagroflorestais ca-pazes de recupe-rar as áreas, man-tendo asustentabilidadedas proprieda-des. Alguns agri-cultores estãotrocando as la-vouras de sojaem APPs, quesão as Áreas dePreservação Per-manentes, pelaimplantação de

frutíferas.A plantação de citros tem se

mostrado positiva na contenção do solo.Mesmo durantes as cheias as árvorescontinuam fixadas.

A legislação determina comoAPP a largura de 100 metros a partir damargem do Rio Taquari. As proprieda-des rurais estão implantadas horizontal-mente, com plantações que chegam àmargem do rio, acabando com a mataciliar ali existente. É necessária umaconscientização das famílias instaladaspróximas às margens dos rios sobre aimportância da preservação desta mata.

Também foram implantadas co-missões, em cada município da região,preocupadas com a recuperação e pre-servação do Rio Taquari, que visitam asescolas com objetivo de conscientizaçãodos alunos para preservação do meioambiente, principalmente dos recur-sos hídricos.

A Univates criou oFórum Permanente daMata Ciliar que serve paradiscutir e propor medidas depreservação junto com opúblico e entidades ligadasao meio ambiente.

A mata ciliarA mata ciliarA mata ciliarA mata ciliarA mata ciliar

Josiani Antunes

Cláudia Bianchini RubioFabiana Willers CobalchiniFernanda Thaís LenzRodrigo Felipe Wiebbelling

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PPPPPensando sobre ensando sobre ensando sobre ensando sobre ensando sobre EfluentesEfluentesEfluentesEfluentesEfluentesA poluição dos esgotos domésticos

e industriais é um dos grandes proble-mas que afetam rios e cidades. Isso, por-que não existe conscientização por par-te das pessoas, que acabam poluindo.

Neste texto, vamos falar principal-mente dos problemas encontrados nacidade de Lajeado e no Rio Taquari, quefornece a água que consumimos.

O rio está sofrendo muito com apoluição dos efluentes a qual a cada diavem aumentando. Além de causar pro-blemas para os rios, a falta de tratamen-to dos efluentes, ou as fossas mal feitas,acabam poluindo os lençóis d’água. Isso,devido à penetração da água no solo echegando aos lençóis d’água. Tendo emmente que temos o maior lençol d’águado mundo embaixo dos nossos pés, esseproblema se torna ainda maior!

DDDDDÚVIDASÚVIDASÚVIDASÚVIDASÚVIDAS F F F F FREQUENTESREQUENTESREQUENTESREQUENTESREQUENTES

O que são efluentes?O que são efluentes?O que são efluentes?O que são efluentes?O que são efluentes? Efluentessão os rejeitos líquidos que saem de in-dústrias e casas, ou seja, os esgotos. Porque deveríamos nos preocupar comisso? É só você pensar um pouco e essapergunta se responde sozinha, é o mes-mo que perguntar “por que precisamosdo meio ambiente?” Você deve se pre-ocupar com todos os problemas, não sóambientais, mas qualquer problema quesuas ações produzam. Você sobrevive-ria sem água? Então pense duas vezesantes de jogar lixo no chão ou não fazero tratamento correto de efluentes nasua casa.

Quais os problemas que a fal-Quais os problemas que a fal-Quais os problemas que a fal-Quais os problemas que a fal-Quais os problemas que a fal-ta de tratamento de efluentesta de tratamento de efluentesta de tratamento de efluentesta de tratamento de efluentesta de tratamento de efluentespode causar?pode causar?pode causar?pode causar?pode causar? Bom, para começar, seninguém tratasse os efluentes, a água

já estaria num estado de poluição semvolta e não teríamos mais água potávelou ela seria incrivelmente cara, além deacabarmos por destruir todos osecossistemas.

Mas, não são as indústriasMas, não são as indústriasMas, não são as indústriasMas, não são as indústriasMas, não são as indústrias(chamamos os esgotos das indús-(chamamos os esgotos das indús-(chamamos os esgotos das indús-(chamamos os esgotos das indús-(chamamos os esgotos das indús-trias de efluentes ou esgotos in-trias de efluentes ou esgotos in-trias de efluentes ou esgotos in-trias de efluentes ou esgotos in-trias de efluentes ou esgotos in-dustriais) as grandes poluidoras?dustriais) as grandes poluidoras?dustriais) as grandes poluidoras?dustriais) as grandes poluidoras?dustriais) as grandes poluidoras?É verdade que algumas vezes indústriasque não são submetidas à fiscalizaçãoadequada e são inconsequentes aca-bam poluindo muito mais do que umbairro inteiro. Porém, normalmente sãoos esgotos das nossas casas (chamamosesses esgotos de efluentes ou esgotosdomésticos) que poluem mais, mesmonão querendo admitir.

Mas por que eles poluemMas por que eles poluemMas por que eles poluemMas por que eles poluemMas por que eles poluemmais?mais?mais?mais?mais? Justamente porque as indústriastêm algo que eles não têm: fiscalização.Como dito anteriormente, as indústriaspoluem mais quando não são submeti-das à fiscalização adequada e sãoinconsequentes, sem dúvida essa é umacombinação perigosa, principalmentepara a população. Então, para resolver-mos o problema, não adianta só termosfiscalização, temos de ter o mais impor-tante: consciência das nossas ações esuas consequências.

Se os esgotos domésticos sãoSe os esgotos domésticos sãoSe os esgotos domésticos sãoSe os esgotos domésticos sãoSe os esgotos domésticos sãoos maiores poluidores, então éos maiores poluidores, então éos maiores poluidores, então éos maiores poluidores, então éos maiores poluidores, então éracional concluirmos que Lajeadoracional concluirmos que Lajeadoracional concluirmos que Lajeadoracional concluirmos que Lajeadoracional concluirmos que Lajeadoé um dos maiores poluidores doé um dos maiores poluidores doé um dos maiores poluidores doé um dos maiores poluidores doé um dos maiores poluidores dorio Taquari?rio Taquari?rio Taquari?rio Taquari?rio Taquari? Há lógica nisso, mas nãodepende só da quantidade de habitan-tes, também depende da capacidadedas pessoas e do governo de tratar osefluentes. Se nos preocupássemos comos efluentes, muito provavelmente ci-

dades com menos de um quarto da po-pulação Lajeadense poluiriam mais. Mui-tas cidades estão fazendo grandes in-vestimentos no campo de tratamentode efluentes porque os seus rios e lagoschegaram a um ponto crítico. Cabe anós decidirmos se vamos esperar o rioTaquari chegar a esse ponto ou se va-mos começar a tratar os efluentes aquie agora!

Mas como eu vou tratar o es-Mas como eu vou tratar o es-Mas como eu vou tratar o es-Mas como eu vou tratar o es-Mas como eu vou tratar o es-goto da minha casa?goto da minha casa?goto da minha casa?goto da minha casa?goto da minha casa? Onde vou ar-ranjar dinheiro para isso? Hoje em dia,há tratamentos baratos, que costumamocupar bastante espaço, mais ou me-nos como o espaço de três terrenos, etratamentos mais caros, mas que ocu-pam menos espaço. Por esses motivos,a melhor opção é as comunidades sejuntarem e negociarem com a prefeitu-ra auxílio na compra de um terreno paralá fazerem uma estação de tratamento.

Mas se o rio está tão poluído,Mas se o rio está tão poluído,Mas se o rio está tão poluído,Mas se o rio está tão poluído,Mas se o rio está tão poluído,de onde vem a água que eu usode onde vem a água que eu usode onde vem a água que eu usode onde vem a água que eu usode onde vem a água que eu usopara tomar banho, lavar as mãos,para tomar banho, lavar as mãos,para tomar banho, lavar as mãos,para tomar banho, lavar as mãos,para tomar banho, lavar as mãos,etc.? etc.? etc.? etc.? etc.? Essa água vem do rio, mas é trata-da, no nosso caso, pela CORSAN. Entãoisso tudo é uma bobagem! Se alguémestá tratando a água por que eu deveriame preocupar? Em primeiro lugar, quan-to mais a água estiver poluída, mais carovai ser seu fornecimento, e no final, saimais barato para todos se tratarmos osesgotos antes deles chegarem ao rio.Além disso, imagine você indo ver o rioTaquari e encontrar suas águas quase quecristalinas e não marrons e poluídas comono momento; tomar banho nessas lindaságuas! Não seria ótimo fazer isso? Bem,ao tratar os efluentes você estará colabo-rando para que isso aconteça.

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AAAAASSSSS INDÚSTRIASINDÚSTRIASINDÚSTRIASINDÚSTRIASINDÚSTRIAS EEEEE OSOSOSOSOS P P P P PROJETOSROJETOSROJETOSROJETOSROJETOS PARAPARAPARAPARAPARA

OOOOO T T T T TRATAMENTORATAMENTORATAMENTORATAMENTORATAMENTO DEDEDEDEDE E E E E ESGOTOSSGOTOSSGOTOSSGOTOSSGOTOS

Bom, nessa secção falaremos umpouco sobre o que as indústrias dizemsobre o seu tratamento de efluentes ealguns projetos para o tratamento dosesgotos Lajeadenses.

Comecemos pelas indústrias, pe-guemos como exemplo a Minuano. AMinuano é uma indústria de alimentosque se diz não poluidora e apresenta umtratamento de Efluentes que, segundoeles, é eficiente. Porém, mesmo com aMinuano tratando corretamente seusefluentes, os efluentes domésticos po-luem o mesmo arroio em que osefluentes da Minuano são jogados. Não

basta só a Minuano tratar seus efluentes,mas os cidadãos têm de começar a agircomo cidadãos e pararem de lançar seusesgotos em rios ou arroios!

Para evitar tamanha poluição porparte dos efluentes domésticos, aCORSAN e a prefeitura de Lajeado têmum projeto de tratamento para o Arroiodo Engenho, visto que esse é um dos,se não o maior, poluidor do Rio Taquaripor parte de Lajeado. A ideia é canalizaro arroio para uma enorme estação detratamento. Entretanto, o custo desseprojeto seria equivalente à arrecadaçãodo município de Lajeado durante umano, ou seja, vai demorar muito. Por issoa CORSAN está instalando estações detratamento compactas, que usam um

tratamento aeróbico para tratar osefluentes, ou seja, na água é lançado arpara ser oxigenada. Ao ser oxigenada, aágua tende a desenvolver organismosque se alimentam da sua sujeira e, comisso, ela fica limpa. Esse processo tam-bém ocorre na natureza, durante que-das da água ou ondas. No entanto, ape-nas uma dessas estações compactasestá pronta e operando. Ou seja, aindafalta muito para podermos considerar La-jeado uma cidade ambientalmenteconscientizada em relação ao tratamen-to dos efluentes domésticos.

Abaixo, encontram-se algumas ima-gens do tratamento que as águas doRio Taquari recebem na CORSAN, paraserem utilizadas no consumo humano.

Ângela FerreiraArthur Johann RöhrigPedro Henrique de Borba Engster

“Visão geral da velha estação de tratamento da CORSAN (ao lado)

e da nova (acima), pode se notar que a água chega marrom e conforme

o processo ocorre, ela vai ficando azul”-foto do arquivo da CORSAN.

“Foto do início do tratamento, percebe-se uma água marrom e suja”

“Foto de uma das etapas finais do tratamento da CORSAN,

percebe-se uma água azul e muito mais limpa”

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No mundo de hoje, em que muitaspessoas jogam lixo no chão, cortam ár-vores e poluem os rios, são necessáriasregras para que o homem respeite anatureza, assim como deve respeitar aossemelhantes. Como a natureza não temcomo se proteger, as pessoas criaramleis ambientais para protegê-la, isso é alegislação ambiental. Portanto, as leisambientais foram criadas para impor nor-mas jurídicas entre pessoas e natureza.

Nossa pesquisa tem como objetivoconhecer um pouco mais sobre as legis-lações dos rios, com ênfase no RioTaquari.

Existem ONG´s e órgãos que auxili-am na cobrança e execução das leisambientais e dos direitos da água. A Or-ganização das Nações Unidas (ONU) éuma instituição internacional formadapor 192 países, fundada após a 2ª Guer-ra Mundial, para estabelecer uma me-lhor organização entre as nações do pla-neta, visando ajudar a resolver os pro-blemas entre os homens e o meio ambi-ente, entre outras questões.

Em 22 de março de 1992, a ONUinstituiu o "Dia Mundial da Água", publi-cando um documento intitulado "Decla-ração Universal dos Direitos da Água":

1. – “A água faz parte do patrimôniodo planeta. Cada continente, cada povo,cada nação, cada região, cada cidade,cada cidadão é plenamente responsá-vel aos olhos de todos.”

2. – “A água é a seiva de nosso pla-neta. Ela é condição essencial de vida detodo vegetal, animal ou ser humano.Sem ela não poderíamos concebercomo são a atmosfera, o clima, a vege-tação, a cultura ou a agricultura.”

3. – “Os recursos naturais de trans-formação da água em água potável sãolentos, frágeis e muito limitados. Assimsendo, a água deve ser manipulada comracionalidade, precaução e parcimônia.”

4. – “O equilíbrio e o futuro de nossoplaneta dependem da preservação daágua e de seus ciclos. Estes devem per-manecer intactos e funcionando normal-mente para garantir a continuidade davida sobre a Terra. Este equilíbrio depen-

de, em particular, da preservação dosmares e oceanos, por onde os cicloscomeçam.”

5. – “A água não é somente heran-ça de nossos predecessores; ela é, so-bretudo, um empréstimo aos nossossucessores. Sua proteção constitui umanecessidade vital, assim como a obriga-ção moral do homem para com as gera-ções presentes e futuras.”

6. – “A água não é uma doação gra-tuita da natureza; ela tem um valor eco-nômico: precisa-se saber que ela é, al-gumas vezes, rara e dispendiosa e quepode muito bem escassear em qualquerregião do mundo.”

7. – “A água não deve serdesperdiçada, nem poluída, nem enve-nenada. De maneira geral, sua utilizaçãodeve ser feita com consciência ediscernimento para que não se cheguea uma situação de esgotamento ou dedeterioração da qualidade das reservasatualmente disponíveis.”

8. – “A utilização da água implica res-peito à lei. Sua proteção constitui umaobrigação jurídica para todo homem ougrupo social que a utiliza. Esta questãonão deve ser ignorada nem pelo homemnem pelo Estado.”

9. – “A gestão da água impõe umequilíbrio entre os imperativos de suaproteção e as necessidades de ordemeconômica, sanitária e social.”

10. – “O planejamento da gestãoda água deve levar em conta a solidarie-dade e o consenso em razão de sua dis-tribuição desigual sobre a Terra.”

A Agência Nacional de Águas (ANA)implanta os recursos das águas nacio-nalmente.

Falando em legislação, não pode-mos esquecer a CORSAN, CompanhiaRio-Grandense de Saneamento, queabastece a cidade de Lajeado. ACORSAN tem de seguir e cumprir diver-sas leis, na retirada das águas superficiaisdo Rio Taquari, pois a FEPAM (órgão res-ponsável pela fiscalização das águas),vem verificar se tudo está dentro das leis;caso algo esteja errado, a CORSAN temde pagar multas.

A CORSAN capta água direto do RioTaquari, esta água passa por vários seto-res dentro da CORSAN, por uma porçãode equipamentos e produtos e finalmen-te são realizados diversos testes para tercerteza de que a água pode serconsumida pela sociedade e empresasda cidade.

Durante nossas pesquisas de cam-po, fomos à CORSAN, SEMA de Lajeado- Secretaria do Meio Ambiente (SEMA)que tem como objetivo estudar, prote-ger, coordenar ações, de preservação erecuperação ambiental, visando à pro-teção ambiental do Município -, e na In-dústria de Balas Florestal. Nesses locaisrealizamos entrevistas com profissionaissobre a legislação dos rios. Também rea-lizamos enquetes sobre o tema.

Na Secretaria do Meio Ambiente(SEMA) de Lajeado, entrevistamos LauraBarbieri de Oliveira. Ela nos respondeualgumas perguntas, de onde concluímosque não existe nenhuma lei específicapara o Rio Taquari, não há muitos fiscaisnem denúncias. As poucas denúnciasque existem são difíceis de provar, por-que precisam ter provas concretas docrime ambiental. Pegar a atuação emflagrante ou pesquisar o efluente, paraver se ele é único de uma indústria.

Após o recebimento das denún-cias, a fiscalização é feita normalmente eas verbas cobradas nas multas sãodirecionadas para projetos relacionadosao meio ambiente.

A FEPAM fiscaliza a SEMA e tambémé responsável pela fiscalização dosefluentes (uma espécie de “lixo” líquido)industrial, apesar de que o maior proble-ma continua sendo o esgoto domésti-co.

Na CORSAN fomos recebidas porDionizio Lange, que nos informou sobreo tratamento da água e a regulamenta-ção junto aos órgãos responsáveis.

A CORSAN utiliza o tratamento con-vencional, as quatro fases são: clarifica-ção (com sulfato de alumínio), floculaçãoda água, decantação e filtração. A águaé retirada do rio através de bombas derecalque (elétricas).

Legislação ambiental:Legislação ambiental:Legislação ambiental:Legislação ambiental:Legislação ambiental: Entender para cumprir Entender para cumprir Entender para cumprir Entender para cumprir Entender para cumprir

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A CORSAN tem o licenciamento daFEPAM para devolver o lodo, ele precisaser tratado, o que ainda não é feito emLajeado por falta de recursos e local paratratá-lo.

Eles utilizam cal, sulfato, cloro e even-tualmente carvão (para retirar o odor egosto, quando acontecem desequilíbriosecológicos); todos esses produtos têmuma quantidade definida por lei, e fiscali-zada pela FEPAM, mas dependendo daestação ou se existe algum desequilíbrioecológico na região é necessária umamaior ou menor quantidade desses pro-dutos na água.

Se ocorrer algo fora dos limites, à vigi-lância sanitária manda um ofício para queisso seja corrigido, depois é feita umareavaliação. Descobrimos que a água re-tirada do Rio Taquari está muito poluída,pois esgotos domésticos e industriais sãolançados ao rio, muitas vezes, sem ne-nhum tratamento.

Na nossa última etapa do trabalhode pesquisa de campo, fomos à fábricade Balas Florestal, onde existe uma áreade tratamento dos efluentes líquidos. Fa-lamos com o funcionário responsável pelotratamento da água, Marcelo T. Dotto.

Descobrimos que o tratamento daágua (após a fabricação das balas e deoutros usos dentro da fábrica), para de-volução ao Rio Taquari é muito complica-do. Nesse processo é feito um tratamen-to biológico com bactérias anaeróbias (vi-vem sem oxigênio, transformam a maté-ria orgânica em gás metano) e bactériasaeróbias (vivem só com oxigênio, trans-formam a matéria orgânica em lodo, quevira adubo). Assim elas separam o lodo eo gás da água, que pode ser devolvidaao rio, limpa. Todo este processo é obri-gação da empresa, sem isso teriam depagar multas à FEPAM, pois a fábrica ésupervisionada por ela.

Também realizamos uma minienquete. Perguntamos:“Você ajuda nalimpeza do rio? Já fez alguma campanhaou projeto?”

Os resultados foram: 13,2% das pes-soas responderam que sim, 46,2% res-ponderam que não, e 39,6% responde-

ram que mais ou menosPerguntamos também: “Você sabe

o que são Leis Ambientais?” Os resultados foram: 59,4% das pes-

soas responderam que sim, 19,8% res-ponderam que não, 26,4% dos entrevis-tados responderam que mais ou menos.

A outra pergunta foi: “O que vocêfaria para melhorar o planeta em relaçãoao ambiente?”

Algumas das respostas foram:-“Menos poluição, fábricas e

desmatamentos.”-“Matar os coitados que poluem.”-“Acabaria com a raça humana”.-“Plantaria mais árvores, tiraria lixo das

matas.”-“Não usaria sacolas no supermerca-

do, na Alemanha eles precisam pagar •0,95 por cada sacolinha”.

-“Cuidar da natureza, não cortar árvo-res, a natureza está revoltada por causadisso”.

-“Jogava lixo no lixo.” -“Poderia fazer um livro, mas come-

çaria com as coisas mais simples: separaro lixo, usar água com moderação, dimi-nuir o consumismo.” Denise Lunkes, pro-fessora de ciências.

.

Os efluentes são jogados,no Rio Taquari, pelas indústrias,porém elas só podem recolherágua para o consumo, em umaaltura antes desse lixo líquido serjogado no rio, para justamenteas indústrias terem água limpa.

Mas, fora do Brasil, existeuma lei que é contrária: as in-dústrias só podem retirar águanuma altura abaixo dos efluentesserem jogados no rio, para quejustamente, as indústrias poluammenos. Essa lei já foi aceita aquino Brasil, mas ainda não foi pos-ta em vigor.

Curios idadesCurios idadesCurios idadesCurios idadesCurios idadessobre algumas leissobre algumas leissobre algumas leissobre algumas leissobre algumas leis

importantes:importantes:importantes:importantes:importantes:

VVVVVOCÊOCÊOCÊOCÊOCÊ SABESABESABESABESABE OOOOO QUEQUEQUEQUEQUE SÃOSÃOSÃOSÃOSÃO L L L L LEISEISEISEISEIS

AAAAAMBIENTAISMBIENTAISMBIENTAISMBIENTAISMBIENTAIS?????

VOCÊ AJUDA NA LIMPEZA DO RIO?JÁ FEZ ALGUMA CAMPANHA OU

PROJETO?F

Entender para cumprir Entender para cumprir Entender para cumprir Entender para cumprir Entender para cumprir

Ana Carolina MüllerIsadora Fluck EssigJúlia Valkimil TavanielloLuiza Ballico

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Você já deve ter se perguntado porque quando passamos perto do ClubeTiro e Caça ou até mesmo perto do“Valão”, sentimos aquele cheirinho umtanto quanto desagradável do Arroio doEngenho. Mas por que ele se tornouassim?

Tudo começou com AntônioFialho de Vargas, pioneiro e fundador deLajeado que, por volta de 1855, veiopelo rio Taquari, chegando a Lajeadocom sua família e seus escravos. Queriaconstruir uma represa ao lado de umarroio e um moinho para fabricação defarinhas. O local escolhido foi o atual Ar-roio do Engenho – o nome do arroio sedeve a este fato. Essa foi uma das pri-meiras construções de Lajeado.

Antigamente, por volta 1920,este arroio era um local de lazer para aspessoas, mas com o decorrer do tem-po, ele teve fortes modificações, preju-dicando a vida das pessoas, dos animaise plantas (que agora não existem maisneste arroio). Isso porque ele atravessauma intensa área de urbanização e aca-bou sofrendo com o lixo e esgoto dacidade, que são descartados em suaságuas.

O arroio chegou a receber 70% doesgoto de Lajeado, e isso não só afeta avida em Lajeado, pois você sabe aondeesse arroio desemboca? No rio Taquari.Então todos aqueles dejetos da pia, dovaso, do chuveiro vão parar no rio, quevai passando por outros municípios doVale. Em 1960, Bruno Born, o prefeitoda época, foi a Brasília pedir fundos paraa canalização do Arroio do Engenho, noentanto, mesmo assim, ainda causavaum odor horrível para os moradores.

O Ministério Público – MP, na suasegunda tentativa de amenizar a polui-ção do arroio, porque a primeira que erainstalar estações compactas de tratamen-to de esgoto sobre os loteamentos emLajeado, não foi aprovada. Irá começar amultar e cobrar ações do município deLajeado, pois ele é o responsável peloarroio, já que este passa apenas nas ter-ras do nosso município. Uma das açõesé fazer obras como um “caminho” (ca-nalização) do arroio.

Após todos esses anos, o arroioque ainda continua poluído, não temmais como ser recuperado, porém o MPcobrou de Lajeado que, antes do Arroiodo Engenho desembocar no Taquari,deverá haver uma estação de tratamen-to de esgoto para limpar suas águas.

Essa obra, entretanto, custa muito

Arthur Bender PereiraFernando Lahude RitterGeovane Wickert

ArrArrArrArrArroio do Engenho: Um canal deoio do Engenho: Um canal deoio do Engenho: Um canal deoio do Engenho: Um canal deoio do Engenho: Um canal depoluição para o Tpoluição para o Tpoluição para o Tpoluição para o Tpoluição para o Taquariaquariaquariaquariaquari

caro e vai demorar um bom tempopara ser feita; então, você aí, poderiatambém fazer a sua parte, pois umgrande problema, também, pode virdo sistema de tratamento de esgotoda sua casa. Mas o que você deve fa-zer?

Use na sua casa um sistema de fos-sa séptica, ela evita que seu esgoto vádireto para a rede pluvial e depois paraos arroios que cortam a cidade, no casoo Arroio do Engenho. Este sistema re-tira 90 % dos resíduos orgânicos quesão prejudiciais à saúde, pois ela absor-ve os resíduos (por isso deve ser limpaàs vezes) e depois manda a água parao solo, os outros 10% de matéria orgâ-nica são absorvidos pela terra antes dechegar ao arroio e prejudicar a vida demuitos seres vivos.

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Econews: Quais são as leisEconews: Quais são as leisEconews: Quais são as leisEconews: Quais são as leisEconews: Quais são as leismais infringidas?mais infringidas?mais infringidas?mais infringidas?mais infringidas?

As Leis Ambientais são muitas, vejaalgumas: Lei de Crime Ambiental nº9.605/98, Código Florestal Federal nº4.771/65, Política Nacional do MeioAmbiente nº 6938/81, Decreto fede-ral 221/67 - regula a Pesca, Lei Federal8.176/91, fala sobre os bens da União- minerais no subsolo etc.

Hoje a mais infringida é a Lei deCrimes Ambientais, na parte da Flora.

Econews: Como ocorrem asEconews: Como ocorrem asEconews: Como ocorrem asEconews: Como ocorrem asEconews: Como ocorrem asfiscalizações no Rio Taquari?fiscalizações no Rio Taquari?fiscalizações no Rio Taquari?fiscalizações no Rio Taquari?fiscalizações no Rio Taquari?

Através de navegação. Temos duasembarcações à motor, mas muitas ve-zes fiscalizamos por terra, através da Vi-atura, nos acampamentos na beira doRio.

Econews: Qual é a média deEconews: Qual é a média deEconews: Qual é a média deEconews: Qual é a média deEconews: Qual é a média dedenúncias por dia?denúncias por dia?denúncias por dia?denúncias por dia?denúncias por dia?

Varia, muitas vezes recebemosmais de trinta denúncias, mas em mé-dia são de dez a quinze por dia.

Econews: Qual é a média deEconews: Qual é a média deEconews: Qual é a média deEconews: Qual é a média deEconews: Qual é a média demultas por dia?multas por dia?multas por dia?multas por dia?multas por dia?

Nós não lavramos muitas, cons-tatamos as irregularidades e encami-nhamos aos órgãos competentes.São eles: Meio Ambiente Municipal,IBAMA. FEPAM e DEFAP/SEMA daSecretaria Estadual do Meio Ambiente.Eles fazem a multa administrativa enós encaminhamos a parte penal parao Judiciário.

Entrevista: Anestor José de MouraEntrevista: Anestor José de MouraEntrevista: Anestor José de MouraEntrevista: Anestor José de MouraEntrevista: Anestor José de Moura

5 .5 .5 .5 .5 . C o s t u m a mC o s t u m a mC o s t u m a mC o s t u m a mC o s t u m a mpegar pessoas empegar pessoas empegar pessoas empegar pessoas empegar pessoas emflagrante?flagrante?flagrante?flagrante?flagrante?

Sim, na parte daPesca, quando estamosna fiscalização no Rio. Apena é de um à trêsanos e já pegamos vári-os. Outros que já pega-mos são as pedreirasclandestinas, visto que apena é de um à cincoanos de reclusão.

Econews: QuaisEconews: QuaisEconews: QuaisEconews: QuaisEconews: Quaissão os valores dassão os valores dassão os valores dassão os valores dassão os valores dasmultas?multas?multas?multas?multas?

Varia, vai de R$50,00 (cinquenta reais),ao máximo de R$5 0 . 0 0 0 . 0 0 0 , 0 0(cinquenta milhões dereais).

Econews: ParaEconews: ParaEconews: ParaEconews: ParaEconews: Paraonde as verbas dasonde as verbas dasonde as verbas dasonde as verbas dasonde as verbas dasmultas sãomultas sãomultas sãomultas sãomultas sãodirecionadas?direcionadas?direcionadas?direcionadas?direcionadas?

Os infratores que infringirem a legis-lação ambiental pegam três esferas, sãoelas: Administrativa, Penal e Cível.

Administrativa fica com o órgãoque multar. Penal vai para o Judiciário,que estabelece a pena, podendo serde cesta básica ou serviço prestado àcomunidade. Cível, esta sim, poderá serdirecionada para fiscalização, comprade equipamentos para fiscalização, pro-jetos ambientais. Isto que diz a legisla-ção ambiental.

Econews: Para finalizar...Econews: Para finalizar...Econews: Para finalizar...Econews: Para finalizar...Econews: Para finalizar...Muitoobrigado pela oportunidade de respon-der estas perguntas e, nós do Coman-do Ambiental da Brigada Militar, que temum Grupo de Policiamento Ambientalna Região do Vale do Taquari, estamossempre à disposição de qualquer cida-dão.

Sargento da Patrulha AmbientalSargento da Patrulha AmbientalSargento da Patrulha AmbientalSargento da Patrulha AmbientalSargento da Patrulha Ambiental

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Banhados: umBanhados: umBanhados: umBanhados: umBanhados: umecossistema e tanto!ecossistema e tanto!ecossistema e tanto!ecossistema e tanto!ecossistema e tanto!

Adriana KuhnBianca StorckJoão Guilherme KoefenderJoão Victor Schroeder KuhnMaria Luisa Martins Fruhauf

Durante uma porção considerávelde semanas pesquisamos assiduamen-te acerca do ecossistema dos banhados,contudo, tal tarefa mostrou-se árdua emmedida excessiva devido ao pouco ma-terial de pesquisa. Tivemos que esgotaros “O’s” do Google atrás de material quetratasse do assunto. Por fim, encontra-mos material em escassez e ainda apela-mos para uma boa e velha entrevistacom o professor Hamilton Grillo, naUNIVATES.

Esteja também agradecido leitor,pois és privilegiado com um projeto deestatura tão culturalmente protuberantecomo este que agora se apresenta,composto deste e de muitos textos pa-ralelos ao mesmo.

Começamos nosso trabalho nosbaseando meramente em fontes retira-das da internet e, destas fontes, conse-guimos extrair algum conteúdo supér-fluo. Encontramos, implícito em tal pes-quisa, o fato de que os banhados sãocomo esponjas ou bacias que armaze-nam o conteúdo de cheias passadas. Nosdemais estados brasileiros, banhados sãopor vezes dominados charcos, pânta-nos, brejos. Caso requerida seja averbalização para tal sistema na línguainglesa, definiria-se banhado comowetland.

Definições à parte, voltemos parao que nos interessa. O ecossistema dosbanhados pode ser encontrado na mai-or parte do planeta, principalmente emregiões rurais, dado ao fato de que nosgrandes pontos urbanizados, taisecossistemas são execrados por diver-sos motivos como: o cheiro, a aparênciae por causa dos animais que o habitam.

Os banhados naturalmente surgemem áreas planas próximas a outros cor-pos aquáticos, como rios, lagoas ou atémesmo o oceano. Existem dois perío-dos que se alternam na extensão dosbanhados - as secas e as cheias. As secasocorrem no verão quando a água eva-pora e se torna, de longe, mais escassado que era no inverno. No inverno é queocorrem as cheias, provocadas por chu-vas constantes. No entanto, com os pro-blemas ambientais que assolam nossoplaneta, estes ciclos perdem levemente

destaque, o que prejudica a sobrevivên-cia de seres que baseiam sua vida emtais ciclos.

Uma das razões pela qual talecossistema é digno de proteção é asua característica de esponja, que arma-zena água de cheias, tornando-as de lon-ge mais brandas, além de vir a ser umgrande recurso de água fedorenta, po-rém por vezes potável, por causa dometano exalado por resíduos orgânicos.

Além de tudo isso, existem animaisendêmicos aos banhados, como ascapivaras, ratões-do-banhado, que foramcaçados de maneira desenfreada, tor-nando-se hoje em dia, figuras raras. Ou-tro aspecto positivo dos banhados sãoos animais que, apesar de peçonhentose pegajosos, como sapos e cobras (to-davia existem exceções), trazem benefí-cios para os seres humanos ao controlarinvoluntariamente a população de mos-quitos que, por muitas vezes, são trans-missores de doenças fatais como den-gue, febre amarela, entre outras.

Falamos pois, das entrevistas realiza-das. Entrevistamos o professor HamiltonGrillo, professor de biologia naUNIVATES. Ele destacou quão importan-te são os banhados para os seres huma-nos, ressaltando os fatos previamentetrabalhados.

Muitos meios de secar banhados jáforam pesquisados. Em tempos de ou-trora, plantavam-se eucaliptos na exten-são do banhado, pois os eucaliptos sãoárvores que utilizam água em grandequantidade. Após algum tempo, estavaseco o ecossistema em questão. Hojeem dia, usa-se o aterramento, sendouma das formas o sistema de “bate-esta-cas”. O sistema “bate-estacas” ocorrecom a injeção de concreto em ductosaté encontrar a parte sólida existente pordebaixo do lençol de água presente nasuperfície. Quem nos explicou sobreeste sistema foi o corretor de imóveisJoner Kern que se utilizou do mesmo,para construir sua própria casa. A casa foiconstruída na localidade de Dona Rita.

Os banhados são ecossistemascom uma vasta gama de animais e plan-tas, porém deixemos que os respecti-vos grupos tratem de tal assunto. A úni-

ca coisa que é importante destacar so-bre os banhados, apresentados comoecossistema em geral, é o fato da fertili-dade deles, tanto para o florescimentode plantas quanto de animais, ser imen-sa. Eis aí, mais uma razão para os termoscomo ecossistemas importantíssimos.Sobretudo, os banhados ainda agemcomo interceptores de gás carbônicoatravés da fotossíntese, o que contribuipara diminuir o problema do efeito estu-fa.

Muitos são os que falam da im-portância sem igual dos banhados, po-rém são poucos aqueles que de fatoagem para que os mesmo sejam manti-dos existentes. A prática da economiapecuária, especialmente de bois, é umdos maiores motivos pelo qual taisecossistemas são tão severamente pre-judicados. Não que tal prática necessiteuma abrupta interrupção, longe disso.O necessário é que a mesma seja reali-zada em medida certa e com cauteladobrada. Todavia, poucos são os viven-tes que de fato se preocupam com osbanhados a ponto de prejudicar seu im-pério de finanças.

Entretanto, a secagem dos ba-nhados é apenas mais um dentre váriosoutros atos prejudiciais. Muitos banha-dos são afetados por fertilizantes tóxicosque contaminam a água existente nes-tes ecossistemas, matando os animaisdo local. Outros problemas que assolamdrasticamente este frágil corpo hídricosão os incêndios, a caça e a pesca emassustadora quantidade..

Esperamos então, que tenhamosacrescentado algum conteúdo aos se-nhores acompanhantes, desculpe-nosse fomos por de mais “enroladores”. Es-peramos que, através de tal postura te-nhamos pregado perpetuamente (ounão) nas mentes que agora anseiam porvirar a página, algo a mais.

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A partir de todo nosso trabalho, pes-quisa, e saídas de campo surgiram mui-tas perguntas e descobertas. Sabemosque dúvidas, todos temos e, ainda mais,sobre estes assuntos – ONGs e banha-dos - que geralmente não são expostospela mídia, deixando muitas perguntasno ar.

Banhados? ONG? Qual a im-Banhados? ONG? Qual a im-Banhados? ONG? Qual a im-Banhados? ONG? Qual a im-Banhados? ONG? Qual a im-portância?portância?portância?portância?portância?

Junto à ONG SOMA adquirimos co-nhecimento necessário para respondera todas essas perguntas.

Hoje em dia, mais e mais banhadosestão sumindo do mapa, devido, princi-palmente, ao aterramento destes. Issoocorre em virtude de as pessoas nãoterem conhecimento de sua extremaimportância, já que um banhadodestruído gera um grande desequilíbriono ecossistema dos corpos d’água.

Você sabe o que são banha-Você sabe o que são banha-Você sabe o que são banha-Você sabe o que são banha-Você sabe o que são banha-dos?dos?dos?dos?dos? Muitos cidadãos sequer sabem oque é um banhado, porém deveria serdiferente! Banhados são corpos d’águaque, além de serem a fonte mais rica eimportante de microorganismos - quesão essenciais para dar equilíbrio aoecossistema de um banhado, servindode alimento para outros animais, produ-zindo oxigênio, gás carbônico etc.-, pro-movem a moradia de muitos animais, oque resulta em uma biodiversidade in-crível. Também, em épocas de seca ouno verão, o banhado mantém a terraúmida. E nas épocas de chuva (quandoa situação se agrava, causando inunda-ções), funcionam como uma esponja,absorvendo a água. Desta forma, paraque os banhados, com suas diversas fun-ções, continuem existindo no meio am-biente, são criadas as ONG’s ou Reser-vas Ambientais.

Mas o que são ONGs? Para queMas o que são ONGs? Para queMas o que são ONGs? Para queMas o que são ONGs? Para queMas o que são ONGs? Para queservem?servem?servem?servem?servem?

Uma Organização Não Governa-mental é formada por um grupo de pes-soas e voluntários que se unem a fim deatingir seus objetivos que, neste caso,são preservar áreas de importânciaambiental. Não contam com ajuda finan-ceira do governo, porém, de acordo coma Rio 92, os governos devem incentivá-las. Com protestos e movimentações,entram em cena, procurando atingir, em

especial, os jovens e crianças.Procuramos por ONGs que traba-

lham diretamente com a preservação debanhados, e o resultado? Bom, foi umfracasso! Foi aí que nos unimos com aSOMA, uma ONG que realiza trabalhossociais, envolvendo o meio ambiente eatua no Vale do Taquari. Gilson, um dosvoluntários, esteve presente em todasas etapas do nosso trabalho e garantiuque seria difícil encontramos algum gru-po que se preocupasse em preservaressas áreas. Dito e feito, vários lugaresforam visitados e sempre a resposta era:“não temos nada relacionado a este as-sunto” ou questionavam “por que banha-dos?”. Até mesmo a SOMA jamais haviarealizado algum projeto com banhados,este foi o primeiro. Com isso, pode-seobservar que até mesmo um trabalhopropriamente feito por alunos, pode in-centivar uma ONG.

E Reservas Ambientais, o queE Reservas Ambientais, o queE Reservas Ambientais, o queE Reservas Ambientais, o queE Reservas Ambientais, o quesão? Em que casos devem ser cri-são? Em que casos devem ser cri-são? Em que casos devem ser cri-são? Em que casos devem ser cri-são? Em que casos devem ser cri-adas?adas?adas?adas?adas?

São determinadas a partir de um his-tórico que define os seres que lá habi-tam, o tipo de vegetação, existência deágua ou não... Caso forem de extremaimportância, assim como os banhados,um órgão público pode determinaraquela área como “área protegida”, oque impede qualquer pessoa destruí-laou usufruir dela.

Um exemplo de Reserva Ambientalé o Taim, o maior banhado da AméricaLatina. Muitos grupos de estudantes oujá formados vão para lá, procurando aju-dar e preservar este local, mas ele tam-bém sofre com a ação do homem, atra-vés da caça e da pesca. Além disso, oTaim tem um grande índice de mortali-dade animal, pois uma rodovia corta areserva, afetando o seu ecossistema.

Então, se os banhados sumirem,aonde os animais que lá vivem, as plan-tas e os microorganismos viverão? Paraonde irá a água dos rios, quandoencharcados? E como os rios serão rea-bastecidos? Agora, que você entendeuo porquê de existirem ONGs e a suaimensa importância para a natureza, queé o nosso futuro, o futuro dos meus, dosseus, dos nossos filhos, então AJUDE,MEXA-SE, SEJA UM VOLUNTÁRIO!!!

Banhados? ONG?Banhados? ONG?Banhados? ONG?Banhados? ONG?Banhados? ONG?Qual a importância?Qual a importância?Qual a importância?Qual a importância?Qual a importância?

Isabel Saorin ConteJoão Carlos Radaelli MachadoMaria Luisa Martins FrühaufMariah GimenisOtávio Corrêa Diefenbach

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FFFFFaunaaunaaunaaunaauna dos banhados dos banhados dos banhados dos banhados dos banhados

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Antigamente existiam muitosbanhados,habitados por uma enormediversidade de animais. Infelizmente,com o passar dos anos, o homem mu-dou sua mentalidade, aterrando os ba-nhados e matando todos os animaisque os habitavam. Este fato se deve àgrande ocupação urbana. Contudo nãopodemos esquecer a função que os ba-nhados possuem para os ambientes.Por exemplo, Lajeado que é uma cida-de de cheias, quando acontece umaenchente a água que transborda en-che os banhados da região, efeito de-nominado “efeito esponja”. Como aspessoas estão cada vez mais aterrandoos banhados para expandir a cidade, osanimais são os que mais sofrem, poisdependem deles para sua sobrevivên-

cia. Muitos tipos de animais precisamdo banhado, desde mamíferos, até se-res microscópicos, mas os animais degrande porte são os mais dependen-tes.

O banhado é um local muito im-portante para eles, pois não só é umlocal para sua alimentação, como tam-bém o lugar de reprodução e, além domais, onde tem água, tem vida.

Como já foi dito, em um banha-do “moram” muitos animais, como rép-teis, anfíbios, mamíferos, insetos, peixes,mas em nossa região o que mais pre-domina, de acordo com a bióloga DianaBlum Künzel, são os pássaros. Algumasdessas aves são Maria-faceira, Marreca-piadeira, Jaçanã, Quero-quero, Martim-pescador-grande, João-de-barro, entre

outras. Também é lar de muitas tarta-rugas, cágados, jabutis, jararacas-dormideiras, cobra-lisa, cobra-da- águae de peixes como o muçum, sem falardos sapos, rãs e pererecas.

Entrevistamos a bióloga DianaBlum Künzel e perguntamos qual erasua opinião sobre a destruição de ba-nhados e, por consequência, dos ani-mais?

Diana Künzel: “Em primeiro lugar éum crime ambiental e, em segundo lu-gar, destrói a possibilidade de vida ani-mal. Em minha opinião, acho que de-vem ser feitos mais trabalhos como ode vocês, pois muitas pessoas têmideias erradas sobre banhados, não sóna definição, mas como dos seres quelá vivem.”

Ana Carolina Meyer VanzettaEric Dinitri dos SantosJoel KonradLucas Johan SilvaVictória Pedrotti

Quero - Quero Cobra - lisa Muçum

Jaçanã JabutiMartin - Pescador - Grande

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dos banhados dos banhados dos banhados dos banhados dos banhados

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Está sendo cada vez mais rara a exis-tência de banhados. São também co-nhecidos como brejos, pântanos oucharcos. Os banhados têm grande im-portância ecológica por servirem demoradia para diversas espécies de se-res vivos. Os banhados apresentamuma flora muito diferente das florestas,tendo muitas plantas aquáticas. A varie-dade é grande: figueiras, corticeiras,quaresmeiras, orquídeas, bromélias,cactos, juncos e aguapés. As plantasdevem desenvolver uma adaptaçãopara que elas possam viver nesseecossistema, como: o caule ficar oco eas raízes em maior quantidade parauma troca de oxigênio mais fácil. As ár-vores, como corticeira, maricá e o péde chorão, juntamente com as plantasde menor porte, servem de alimento,abrigo e esconderijo para os animais.

Nos banhados existem solos quesão completamente alagados, ou aque-les que possuem apenas uma peque-na quantidade de água, o que permitea presença de uma flora bemdiversificada com plantas que ficam to-talmente submersas, ou seja, totalmen-te debaixo da água, e somente as flo-res ficam para fora da água, algumasdelas são as herbáceas (pequenas), taiscomo papiros e juncos.

Outras são as plantas que flutu-am e são fixas, elas são enraizadas nofundo, com seu caule e suas folhas flu-tuantes; exemplo delas são os líriosd’água e as ninfas. Existem as plantasque flutuam e são “livres”, elas não pos-suem raízes fixas, podendo ser levadaspela correnteza, pelo vento ou até mes-mo pelos animais que nela vivem ouretiram seu alimento. Como exemplos,temos as utricularias e os aguapés.

Todos os seres que vivem nosbanhados foram se adaptando cada vezmais para sobreviverem neste ambien-te, num processo de dezenas de milha-res de anos. Mas como não poderia serdiferente, de tantos outrosecossistemas do mundo, o ser huma-

no interferiu nesses alugares. Muitaspessoas que, ainda hoje, não possuemuma visão ecologicamente corretamaltratam a natureza, e assim, os ba-nhados. Várias áreas alagadas foramsendo modificadas, passaram a servirpara plantação, criação de gado, para ohomem construir e obter lucro. Tais fa-tos provocam uma gigantesca destrui-ção na cadeia alimentar, desequilibran-do o local e provocando outrasconsequências negativas ao ambiente.

VVVVVEJAMOSEJAMOSEJAMOSEJAMOSEJAMOS DOISDOISDOISDOISDOIS EXEMPLOSEXEMPLOSEXEMPLOSEXEMPLOSEXEMPLOS :::::Os eucaliptos precisam de mui-

ta água, já que seu crescimento é mui-to acelerado em relação às outras árvo-res. Muitos agricultores não possueminformações suficientes sobre a impor-tância dos banhados. Assim, plantameucaliptos para secarem estas áreasalagadas. Tanto quanto para obteremrenda ao venderem eucaliptos às em-presas, quanto para criarem gados oupara construções. Mas tudo se baseiana obtenção de lucro.

Muitas vezes as plantações dearroz são feitas em banhados, da se-guinte forma: os agricultores secam to-talmente o banhado e em seguida neleplantam o arroz. Conforme o arroz cres-ce, o “banhado” vai sendo irrigado aospoucos. No entanto, quando o arrozestá pronto para ser colhido, o banha-do é novamente drenado para a colhei-ta.

Visitamos dois banhados e pu-demos realmente ver tudo o quepesquisamos e lemos. Um dos banha-dos fica numa área bem urbana. Essebanhado devia ser mais do interior, mascom o crescimento da cidade, acabouficando numa área “mal localizada”. Ooutro banhado é cercado e tem dono.Não pudemos falar diretamente com oproprietário, mas por informações, des-cobrimos que ele realmente pretendenão aterrá-lo. Tomara que seja mesmopreservado!

Então, descobrimos que banha-dos devem ser cuidados e que há mui-

Nos banhados também há plantas.Nos banhados também há plantas.Nos banhados também há plantas.Nos banhados também há plantas.Nos banhados também há plantas.Sabes quais?Sabes quais?Sabes quais?Sabes quais?Sabes quais?

Camila NelsonGabriela EibelLuana SchneiderMaurício Schneider

tas espécies de plantas nestes locais queprecisam ser preservadas. Isso é deverde todos!

Juncos

Banhado encontrado em Cruzeiro do Sul

Bairro Conservas, em Lajeado

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O que você entende por leis de pre-servação ambiental? A maioria das pes-soas pensa que uma lei de preservaçãoambiental apenas protege plantas e ani-mais. Errado! As leis protegem, tam-bém, a nossa natureza, a nossa vida, obem-estar humano.

Essas leis tiveram que ser cria-das, pois o homem estava invadindo oque não lhe pertencia (nunca foi dele)e acabando com o que ainda restavada natureza. Isso gerava, e ainda gera,um grande impacto, pois animais per-diam suas casas, nós, humanos, perdía-mos os ecossistemas e, assim, colocan-do em perigo o planeta inteiro.

Em Lajeado, pensando especial-mente em banhados, não temos leisespecíficas para esses ecossistemas,mas sim leis conjuntas, de corposd’água, rios, que incluem as áreasalagadas.

A legislação da nossa cidade pro-íbe quaisquer ações que poluam e des-truam tais ecossistemas.

De acordo com o cap. II art. 5º

do código do meio ambiente, os res-ponsáveis por fiscalizar o cumprimentodas leis têm o direito de intervir direta-mente no ato, podendo aplicar multase fechar os estabelecimentos que es-tejam violando a lei. Quem é responsá-vel pela fiscalização em Lajeado são aSEMA (Secretaria do Meio Ambiente),a PATRAM (Patrulha Ambiental) eONGs que trabalham nesse ramo. Alémdisso, há o IBAMA (Instituto Brasileirodo Meio Ambiente) que também fisca-liza.

Porém, o que vemos hoje emdia é que somente uma pequena par-cela da nossa população pensa no futu-ro, a maioria só se preocupa consigo,com o agora, destruindo quase tudoque interfira no seu caminho - nestecaso, a natureza.

Então, faça sua parte! Se cadaum de nós cuidar do que ainda temos,não sofreremos mais tantos impactos eteremos uma vida melhor. As futurasgerações agradecem, e o nosso plane-ta também.

Julia WeizenmannLucas LeonhardtLuiza Allgayer

Legislação ambiental:Legislação ambiental:Legislação ambiental:Legislação ambiental:Legislação ambiental: uma questão de refle uma questão de refle uma questão de refle uma questão de refle uma questão de reflexãoxãoxãoxãoxão

O Meio Ambiente é patrimônio comum da coletividade, bem de uso co-mum do povo, e sua proteção é dever do Município e de todas as pessoas eentidades que, para tanto, no uso da propriedade, no manejo dos meios deprodução e no exercício de atividades, deverão respeitar as limitações adminis-trativas e demais determinações estabelecidas pelo Poder Público, com vistas aassegurar um ambiente sadio e ecologicamente equilibrado, para as presentese futuras gerações.

Capítulo I, Artigo 1º do Código do Meio Ambiente, Lei nº 5.835/96

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Banhados, afinal o que são? Paraque servem? São importantes? E as leis,fazem a diferença? Foram essas algumasdas perguntas que tentamos responderdurante a nossa pequena jornada e, apartir delas, bolamos este texto.

Segundo o dicionário Houaiss, fis-calizar é verificar se algo está se realizan-do como previsto. A fiscalização dos ba-nhados não é só importante para os ani-mais ou para os seres humanos, mas simpara a manutenção do ecossistemacomo um todo. Uma das leis, referentesà preservação dos banhados, fala queuma estrada deve, no mínimo, estar a30 metros de um rio ou banhado, sen-do proibido mudar a vegetação nasmargens desses corpos d'água. Embo-ra isso quase sempre não seja cumpri-do, pelo menos vale como tentativa depreservação desses ambientes.

Se não houvesse as lei e a fiscali-zação dos banhados, talvez não existis-sem mais banhados no Rio Grande doSul, assim como no Brasil e no resto domundo. Também é preciso ressaltar quenão teríamos tanta biodiversidade, poisos banhados são ecossistemas que con-tém uma variedade muito grande deespécies de animais e vegetais. Mesmosofrendo com problemas como, porexemplo, a drenagem dos banhados,ainda existem pessoas que se preocu-pam com eles (GRÁFICO).

Bem, primeiramente, é importan-te saber o que é um banhado. O banha-do é uma reserva natural, e sua águavem das chuvas ou dos rios. Geralmen-te banhados são áreas preservadas, istoé, protegidas por lei, chamadas de Áre-as de Preservação Permanente (APP)por serem um habitat natural de váriosanimais. O banhado na natureza tem afunção de garantir a sobrevivência doecossistema vizinho, funcionando comouma esponja nas cheias e, também, for-necendo água nas secas.

Os banhados são ricos em maté-ria vegetal usada como fonte de ener-gia, chamada de biomassa. Porém, al-gumas pessoas não dão muita impor-tância aos banhados, pois muitas vezesjogam lixo, esterco de animais ou esgo-

tos domésticos nesses locais. Eles estãodesaparecendo e os que restam estãoficando poluídos.

Nos banhados há uma diversida-de muito grande de animais e vegeta-ção. Sem a vegetação dos banhados, omeio ambiente iria ser abalado. Para evi-tar que os banhados sejam destruídos,criaram-se leis que proíbem sua poluiçãoe aterramento. Mesmo assim, continua-mos poluindo ou aterrando! Podemosdizer que não vemos a fiscalização acon-tecer, mas ela acontece, principalmen-te a partir de denúncias; só não perce-bemos porque poucas pessoas denun-ciam (fato que se comprova analisandoo gráfico).

São vários banhados para contro-lar, e poucas pessoas denunciam quan-do algo está errado, isso porque nãoquerem se expor, ou porque são contraa preservação desses ambientes - o grá-fico mostra isto.

Para termos uma ideia de quan-do se fiscaliza, sem denúncias, vamoscontar um fato: o Ministério Público Fe-deral notou que 200 hectares de terraao redor do banhado do Maçarico, quese localiza no Rio Grande do Sul, foramusados para plantio de eucalipto; então,mandou que o IBAMA fosse ver se issoera realmente verdade. E era! Plantarameucaliptos para sugar a água do banha-do sem permissão e tiveram que pagaruma multa de R$ 1.000.000,00 (hummilhão de reais) o que vale a R$ 5.000,00(cinco mil reais) por hectare de eucaliptoplantado em Área de Preservação Per-manente (APP). O IBAMA está a favor,agora, de colocar uma unidade de pre-servação no banhado do Maçarico.

Vimos que a fiscalização ocorreatravés de denúncias, porém, a fiscaliza-ção ocorre depois que o órgão respon-sável verificou se a pessoa tinha o direitode aterrar o local. Se não tem, eles vãoatrás e aplicam multas, algumas vezes,até é caso de prisão.

Com este trabalho concluímosque a fiscalização é muito importantepara a preservação dos banhados; des-cobrimos, também, a opinião das pesso-as sobre a fiscalização dessas áreas.

Juntos e reunidos, fiscalização eJuntos e reunidos, fiscalização eJuntos e reunidos, fiscalização eJuntos e reunidos, fiscalização eJuntos e reunidos, fiscalização ebanhadosbanhadosbanhadosbanhadosbanhados

Cleber Henrique Oliveira RitterHenrique Luis Batista FachinettoTomás de Oliveira

“Fiscalizar é veri-“Fiscalizar é veri-“Fiscalizar é veri-“Fiscalizar é veri-“Fiscalizar é veri-ficar se algo estáficar se algo estáficar se algo estáficar se algo estáficar se algo está

se realizandose realizandose realizandose realizandose realizandocomo previsto”como previsto”como previsto”como previsto”como previsto”

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ral, e sua águaral, e sua águaral, e sua águaral, e sua águaral, e sua águavem das chuvasvem das chuvasvem das chuvasvem das chuvasvem das chuvas

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“Se não houves-“Se não houves-“Se não houves-“Se não houves-“Se não houves-se as lei e a fiscali-se as lei e a fiscali-se as lei e a fiscali-se as lei e a fiscali-se as lei e a fiscali-zação dos banha-zação dos banha-zação dos banha-zação dos banha-zação dos banha-

dos, talvez nãodos, talvez nãodos, talvez nãodos, talvez nãodos, talvez nãoexistissem mais ba-existissem mais ba-existissem mais ba-existissem mais ba-existissem mais ba-

nhados no Rionhados no Rionhados no Rionhados no Rionhados no RioGrande do Sul”Grande do Sul”Grande do Sul”Grande do Sul”Grande do Sul”

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