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ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO FINANÇAS PÚBLICAS 1) CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DO GASTO E DA RECEITA PÚBLICA 2) SISTEMA TRIBUTÁRIO E CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL 3) FEDERALISMO FISCAL 4) NOVA FORMA DE FINANCIAMENTO DO SETOR PÚBLICO: A PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA (PPP)

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ECONOMIA DO SETOR PÚBLICOFINANÇAS PÚBLICAS

1) CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DO GASTO E DA RECEITA PÚBLICA

2) SISTEMA TRIBUTÁRIO E CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL

3) FEDERALISMO FISCAL

4) NOVA FORMA DE FINANCIAMENTO DO SETOR PÚBLICO: A PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA (PPP)

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1.1 GASTO PÚBLICO

• Bem público, semipúblico, meritório

• Funções alocativa, distributiva e estabilizadora

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1.2 RECEITA PÚBLICA

Sistema tributário ideal:

•Eqüidade•progressividade•neutralidade•simplicidade.

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Eqüidade• Conforme o grau de utilização dos

serviços públicos (Exemplo: tributo sobre veículos e combustíveis financiando a construção e manutenção da malha rodoviária)

 

• Capacidade de pagamento: contribuintes com mesma capacidade de pagamento devem pagar a mesma quantia e quem pode mais paga mais (Exemplo: imposto sobre a renda)

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Progressividade

A progressividade é a aplicação intensificada da capacidade de pagamento. Com uma dada alíquota de imposto sobre a renda (10% por exemplo), quem ganha mais paga mais. A progressividade consiste em aplicar alíquotas maiores sobre quem ganha mais.

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Neutralidade

Não provocar distorção na alocação de recursos na economia. Exemplos: tributação sobre bens de capital desestimula o investimento, tributação “em cascata” desestimula exportações.

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Conflitos de Objetivos

• Simplicidade x Neutralidade (Exemplos: imposto único, IRPJ)

• Progressividade x Simplicidade (Exemplo: IR com muitas alíquotas e isenções)

• Neutralidade x Eqüidade (Exemplo: tributação sobre consumo via IVA é neutra mas não eqüitativa).

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Receita Pública: definições e classificações

Tributos

–Impostos

–Taxas

–Contribuições

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Tributos

Receita de entidades públicas, compreendendo impostos, taxas e contribuições, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou específicas exercidas por essas entidades.Exemplos: taxa do lixo financia a atividade específica de coleta de lixo; imposto de renda financia atividades gerais do governo; contribuição à previdência social financia especificamente o pagamento de aposentadorias.

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Impostos

Tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica.Exemplo: o pagamento do IPVA não é uma contrapartida à prestação de qualquer serviço governamental ao proprietário de automóvel.

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TaxaPagamento que pressupõe uma atividade governamental, seja em função do exercício regular do poder de polícia, seja pela prestação de serviço público específico e divisível, efetivamente prestado ao usuário ou posto à sua disposição Exemplos: taxas de fiscalização de empresas, taxa para emplacamento de veículos, taxa de iluminação pública.

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Contribuição

Pagamento cujo recurso fica vinculado a uma despesa específica do governo, não necessariamente associada a um benefício direto ao contribuinte.Exemplos: contribuição de melhoria gera benefício patrimonial direto ao contribuinte; CPMF financia as despesas de saúde pública não necessariamente desfrutadas pelo contribuinte.

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Bases Clássicas de Incidência de Impostos

• Renda: IR Pessoa Física, IR Pessoa Jurídica.

•  Patrimônio: IPTU, IPVA, ITBI.

•  Consumo: ISS, ICMS, IPI.

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Características do Imposto sobre Consumo

• Amplitude da base de incidência: geral (ICMS) ou específica (IPI).

• Tipo de alíquota: única ou seletiva.

• Estágio do processo de produção: atacado, varejo, ao longo da cadeia de comércio.

• Forma de cobrança: cumulativo ou valor agregado.

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Cumulativo ou “Em Cascata”  A B C Tot

al

Valor de Compra   100 150  

Valor de Venda 100 150 300  

Imposto sobre transações

18 27 54 99

Carga tributária total sobre o produto

      33%

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Cumulativo II  A B C D Tot

al

Valor de Compra   100 150 200  

Valor de Venda 100 150 200 300  

Imposto sobre transações 18 27 36 54 135

Carga tributária total sobre o produto

        45%

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Cumulativo III

• Maior tributação dos produtos que têm cadeia produtiva longa: verticalização, discriminação das decisões de investimento por setores.

• Não desonera exportações: prejudica política macroeconômica.

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Valor Adicionado I

  A B C Total

Valor de Compra   100 150  

Valor de Venda 100 150 300 300

Valor Adicionado 100 50 150  

IVA = 18% do Valor Adicionado

18%*100=18

(18%*150)-18=9

(18%*300)-18-9 = 27

54

Carga tributária total sobre o produto

      18%

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Valor Adicionado II  A B C D Tota

l

Valor de Compra   100 150 200  

Valor de Venda 100 150 200 300 300

Valor Adicionado 100 50 50 100  

IVA = 18% do Valor Adicionado

18%*100=18

(18%*150)-18 = 9

(18%*200)-18-9 =

9

(18%*300)-18-9-

9= 18

54

Carga tributária total sobre o produto

        18%

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Valor Adicionado III

• Tamanho da cadeia de comercialização não altera carga tributária.

• Permite desoneração total das exportações (isenta o exportador e lhe paga o crédito das fases anteriores).

• Autofiscalização dentro da cadeia de comercialização.

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Déficit, Dívida e Resultado Primário

O DÉFICIT é a diferença entre a despesa e a receita. Em economia, é importante medir o déficit do governo para saber se ele está “pressionando” a demanda por bens e serviços. Se o governo coloca mais dinheiro na economia (compra de bens e serviços vendidos pelo setor privado) do que retira (impostos cobrados do setor privado), ele estará estimulando o crescimento econômico e/ou o aumento dos preços.

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DEF = (C + J + I) – T Onde: DEF = déficit do governo

C = consumo do governoJ = juros pagos pelo governoI = investimento do governoT = arrecadação tributária

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A DÍVIDA do governo ao final de um ano equivale à dívida existente no ano anterior mais o déficit do ano atual:  DIVt = DIVt-1+DEFt = DIVt-1 + (Ct + Jt + It) – Tt

  Onde: DIVt= Dívida ao final do ano t.

DIVt-1= Dívida ao final do ano t-1.

DEFt = déficit acumulado ao longo do ano

t.

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Déficit Primário

Em uma economia onde o governo está fortemente endividado e gasta muito com juros, como é o caso brasileiro, torna-se importante medir se o governo está sendo capaz de fazer um esforço para reduzir o déficit e, com isso, reduzir a dívida (ou fazê-la crescer mais devagar).

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Déficit Primário II

• Despesa de juros é rígida, determinada no passado.

• Governo não controla a taxa de juros que incide sobre sua dívida.

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Déficit Primário III

DEF = (C+J+I) - T

DP = (C + I ) – T Onde: DP = déficit primário do governo

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  CASO 1 CASO 2 CASO 3

DIV t-1 1000 1000 1000

Ct 80 80 30

It 40 40 30

Jt 40 90 90

Tt 110 110 110

DEFt = Ct+It+Jt-Tt 50 100 40

DIVt = DIVt-1+ DEFt 1050 1100 1040

DPt= Ct+It-Tt 10 10 -50

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2) SISTEMA TRIBUTÁRIO E CARGA TRIBUTÁRIA NO

BRASIL

• O SISTEMA TRIBUTÁRIO ANTES DA CONSTITUIÇÃO DE 1988

• O SISTEMA TRIBUTÁRIO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988

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Reforma tributária década de 1960

        Centralização tributária na União, refletindo a centralização política.

        Racionalização do sistema, viabilizado pela centralização (redução do número de impostos, melhor definição das bases de incidência)

        Substituição de impostos “em cascata” pelo ICM (estadual) e pelo IPI (federal) não cumulativos e com características de um IVA.

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O Sistema Tributário da Década de 1960

        Impostos sobre comércio exterior: importação e exportação.

        Impostos sobre patrimônio e renda: IR, IPTU, ITBI, ITR.

        Impostos sobre produção e consumo: ICMS, IPI, ISS.

        Impostos únicos: IUCL, IUEE, IUM.

        Partilha das receitas: FPM e FPE

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• ICM: alíquota uniforme para todos os estados, facilitando a desoneração das exportações e impedindo a guerra fiscal.

• IPI: funcionava como um imposto especial (incidindo sobre alguns bens não essenciais) e com alíquotas seletivas.

• FPM e FPE: 10% da arrecadação federal de IR e IPI

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A deterioração do sistema I

        Ênfase no desenvolvimentismo levou à proliferação de incentivos fiscais. Ao mesmo tempo em que se davam incentivos no IPI, ampliava-se a sua base de incidência, para compensar as isenções. Resultado: fim da seletividade.

        Governo federal dava isenções de ICM, um imposto estadual, interferindo na política fiscal estadual.

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        Criação de poupança compulsória para financiar o desenvolvimento (PIS/PASEP) incidente sobre o faturamento das empresas: a volta da tributação em cascata.

        Redução paulatina da participação dos estados e municípios na receita federal.

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O Sistema Tributário da Constituição de 1988

 Fragilidade do governo central e grande descentralização de receitas, principalmente por ampliação das transferências: FPE e FPM passaram a consumir mais de 50% da arrecadação federal de IR e IPI.

 ICM passou a ser ICMS: ampliação da base de cálculo com a inclusão das atividades antes tributadas por impostos únicos, maior autonomia dos estados na fixação de alíquotas, proibição à União para conceder incentivos.

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A Deterioração do Sistema

Governo Federal cria e aumenta contribuições: incidência em cascata, que reduzem a competitividade da economia, onerando as exportações, desestimulando o investimento e encarecendo o emprego formal (CPMF, CSLL, COFINS).

Estados passaram a usar sua autonomia na legislação do ICMS para atrair investimentos: guerra fiscal, oportunidades de sonegação, complexidade da legislação.

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A Disparada da Carga TributáriaCarga tributária bruta 1980-2002 em % do PIB e linha de tendência a

partir de 1988

222426283032343638

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

2002

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 Necessidade de ajuste fiscal para sair do quadro hiperinflacionário.

 Esforço da União para recompor receita que foi descentralizada.

Redemocratização levou ao aumento da despesa, por pressão de diversos grupos sociais, o que exigiu aumento da receita para manter equilíbrio.

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A Reforma Tributária Necessária

 Globalização e aumento da competição internacional exige que o sistema tributário do país tenha impostos não-cumulativos. Desonerar investimentos e geração de emprego. Não é possível reduzir, no curto-prazo, a carga tributária, dada a necessidade de conter o crescimento da dívida pública. Reduzir fortemente a carga tributária somente com a garantia de que as despesas serão reduzidas.

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• Conter a guerra fiscal predatória.

• Simplificar a legislação (em especial, do ICMS).

• Garantir receita suficiente para cada esfera de governo, o que nem sempre é compatível com a simplificação do sistema tributário (por exemplo: federalização do ICMS deixaria os estados sem sua principal fonte de receita)

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Dificuldades para Fazer a Reforma

• Seguidos anos de estagnação do PIB e de crescimento da carga tributária fazem com que não se tenha espaço para acomodar perdas. Em um contexto de crescimento econômico é mais fácil fazer reforma.

• Inconsistência temporal: embora uma reforma tributária bem feita aumente as perspectivas de crescimento, beneficiando toda a sociedade no longo prazo, há custos de curto prazo que nenhum setor quer pagar.

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Uma ampla reforma tem efeitos pouco conhecidos sobre a distribuição da renda:• Ricos x pobres: o novo sistema será mais progressivo?•Patrões x Empregados: quem arcará com o ônus final do novo sistema os empregadores (redução do lucro ou dos salários)?•Governo x Setor Privado: o governo não quer perder arrecadação e o setor privado quer menos impostos.•Estados x União x Municípios: quem perde e quem ganha receitas e flexibilidade para administrar a política tributária?

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3. Federalismo Fiscal

Por que existem vários níveis de governo?Por que é necessário repassar dinheiro da

União para estados e municípios?Por que não existem universidades

municipais?

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Federalismo

• Conceitos histórico e constitucional: modelo intermediário entre a confederação e o sistema unitário

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As Bases da Teoria Econômica do Federalismo (I)

• Samuelson (1954 e 1955): conceito de bem público. Consumidores não revelam preferências (free rider)

• Tiebout (1956): descentralização fiscal como forma de induzir revelação de preferências (voting with the feet). Competição horizontal

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As Bases da Teoria Econômica do Federalismo (II)

• Oates (1972): federalismo como instrumento de cooperação entre níveis de governo – divisão de tarefas de acordo com a abrangência territorial do bem-público (cooperação vertical).

• Governo local conhece melhor as preferências dos eleitores.

• Descentralização permite diversificação e maior fiscalização pelo eleitorado.

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As Bases da Teoria Econômica do Federalismo (III)

• Gordon (1983): externalidades Exportação de tributosExternalidades PositivasComportamento Free-riderNo meu quintal não!Desconsideração de efeitos redistributivos e custosRegressividade tributária e dos gastosGuerra fiscal

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Teoria Normativa

• Quem tributa o que?

• Quem oferta cada um dos bens públicos?

• Transferências intergovernamentais

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Quem tributa o que?

• Mobilidade da base tributária

• Facilidade para exportação do tributo

• Economia de escala na administração do tributo e viabilidade da cobrança

• Não induzir alocação ineficiente de recursos

• Associar tributos pagos aos benefícios recebidos

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Alocação principais tipos de tributos

• IVA: federal (exportação de tributos, viabilidade adm da cobrança no destino)

• Vendas a varejo(alíq. baixa): estadual (viabilidade adm.)

• Renda: central (mobilidade, viabilidade adm., economia de escala)

• Patrimônio imóvel: municipal

• Patrimônio móvel: estadual ou federal (mobilidade)

• Taxas: municipal.

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Quem oferta cada um dos bens públicos?

• Economias de escala

• Heterogeneidade das preferências locais

• Externalidades e sua amplitude geográfica

• Capacidade financeira de cada nível de governo

(exemplo com os casos de saúde e educação no Brasil)

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Transferências Intergovernamentais

• Tipos: condicionais ou incondicionais, com ou sem contrapartida, limitadas ou ilimitadas.

• Para que servem: equalizar capacidades fiscais, internalizar externalidades, provisão mínima de um bem público

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Não condicional e sem contrapartida desequilíbrio vertical

redistribuição regional da renda

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Condicional e sem contrapartidaNível mínimo de serviço

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Condicional com ContrapartidaExternalidades

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FF brasileiro à luz da teoria normativa

Receita Tributária Total: participação dos três níveis de governo (2002)

Estados28%

Municípios5%União

67%

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Gráfico 1 - Principais Impostos sobre Patrimônio: distribuição da receita por nível de governo (2002)

1%

52%

47%

UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS

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Gráfico 2 - Principais Impostos Sobre Consumo: divisão da receita por nível de governo (2002)

14%

80%

6%

UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS

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Gráfico 3 - Despesa não Financeira dos Três Níveis de Governo por Função (2002) R$ milhões

-

50,000

100,000

150,000

200,000

250,000

300,000

UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS

PREVID SAÚDE EDUC DEFESA

ADMINIST. SEG. PÚBL. URBANISMO OUTRAS

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Gráfico 4 - Principais Transferências Constitucionais e Legais da União a Estados e Municípios em 2002 (R$ Milhões)

20,47117,743

7,254

3,3611,596 422 121 3

-

5,000

10,000

15,000

20,000

25,000

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Freqüência Relativa Freqüência Acumulada

Maior ou igual a 95% 35% 35% 90% a 95% 23% 58% 85% a 90% 14% 73%

Menor ou igual a 85% 27% 100%

Dependência dos Municípios em Relação a Transferências

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Distribuição dos Municípios por População

Freqüência Relativa Freqüência Acumulada

Até 3 9% 9% 3 a 5 15% 24%

5 a 10 23% 48% 10 a 20 24% 72% 20 a 50 17% 89% 50 a 100 6% 95% 100 a 300 3% 99%

Mais de 300 1% 100%

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Crítica à teoria positiva

• Hipótese de governante benevolente

• Tecnologia de produção

• Suficiência de recursos

• Corrupção e captura

• Flypaper effect

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Novas abordagens (I)

• Federalismo Fiscal e o tamanho do setor público

Race to the bottomPublic ChoiceCompetição verticalLegislativo regionalista

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Novas abordagens (II)

• Federalismo Fiscal com seguro regional

• Market Preserving Federalism

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O FF brasileiro e as novas abordagens

• Importância do poder local nas decisões federais

• Guerra fiscal

• Restrição orçamentária fraca

• Desequilíbrio fiscal do governo central

• Flypaper effect , captura e ineficiência

• Competição vertical

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4) NOVA FORMA DE FINANCIAMENTO DO SETOR

PÚBLICO: A PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA (PPP)

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DefiniçãoA PPP é uma associação entre o setor público e o setor privado com o objetivo de realizar projetos que requerem a construção de infra-estrutura e a posterior prestação de um serviço.  Exemplos:        Construção de uma estrada e posterior operação da manutenção da via financiada por pedágio.        Construção e posterior operação de um presídio.

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Diferentes Relacionamentos Público-Privado

• PPP

• Concessão

• Licitação

• Privatização

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Concessão

o       Setor público já possui a infra-estrutura física e contrata o setor privado para administrar serviços. Exemplos: restaurantes em órgãos públicos, autódromos, estradas federais e estaduais.

o       Não há infra-estrutura física associada ao serviço e o setor público contrata o setor privado para a simples prestação de serviços. Exemplos: linhas de ônibus, freqüências de rádio.

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Licitação

•o Construção de infra-estrutura sem a necessidade de serviço posterior.•Exemplos: construção de um viaduto ou ponte, construção de uma hidrelétrica a ser operada por empresa estatal.•o Construção de infra-estrutura que requer serviço posterior, mas que vai ser operado por outra empresa privada que não aquela que construiu a infra-estrutura. Exemplo: construção de uma hidrovia que posteriormente terá a sua administração repassada ao setor privado por meio de uma concessão.

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Privatização

o       Venda da infra-estrutura pública para o setor privado para que este passe a prestar um serviço antes prestado pelo setor público. Exemplo: empresas de telefonia e distribuidoras de energia elétrica.

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PPP

o       LICITAÇÃO para construção da infra-estrutura associada à CONCESSÃO para operação de serviços prestados por essa infra-estrutura por uma mesma empresa.

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Execução da PPP

o       Ao longo do contrato o setor público faz pagamentos à empresa privada para amortizar o investimento em infra-estrutura (que ao final do contrato tende a se tornar uma propriedade pública) e para subsidiar os custos de operação. Exemplo: construção de uma linha de metro que terá um limite máximo para o preço do bilhete e um subsídio público para garantir uma rentabilidade mínima à empresa operadora.

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PONTOS POSITIVOS DA PPP

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Compartilhamento de risco entre setor público e privado: o primeiro quer oferecer um serviço útil à sociedade e o segundo quer ter lucro. Uma sociedade entre os dois compartilha os riscos do investimento. Exemplo: uma nova estrada pode não ter tanto movimento quanto projetado, gerando baixa receita de pedágio e prejuízo para o setor privado. O setor público, no contrato de PPP, se compromete a aportar recursos para garantir uma receita mínima à empresa operadora. Pode ser que o setor público nem tenha que completar a rentabilidade, caso as receitas operacionais sejam suficientes para garantir a rentabilidade mínima.

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Viabiliza oferta de um serviço público de alto retorno social e baixo retorno financeiro. Exemplo: linha de metrô reduz engarrafamentos e poluição, facilitando o deslocamento da população. Essas vantagens não estão no cálculo do operador privado. Financiar o investimento e o retorno financeiro desejado pela empresa privada via tarifas resultaria em tarifa alta e baixa demanda pelo serviço.

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Qualidade da infra-estrutura: se uma empresa vai operar durante quarenta anos uma infra-estrutura construída por ela mesma, provavelmente ela fará uma construção de boa qualidade.

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Redução do custo e ampliação do prazo de amortização de implantação da infra-estrutura. Se o governo vai construir, por exemplo, uma estrada, por meio de licitação, ele terá que quitar o valor total da obra durante o período da construção (ou um pouco depois), pagará o risco de crédito imputado ao governo (que no Brasil é alto) e enfrentará sobre-preço das empreiteiras associado ao risco do não recebimento. Fazendo por PPP, amortizará a obra durante os 30 ou 40 anos da concessão e enfrentará custos menores (os parceiros privados aportarão capital próprio ou conseguirão capital a custo mais barato que o governo).

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Condições para PPP

• Estabilidade Macroeconômica

• Credibilidade do governo

• Regras claras

• Mercados financeiro, de capitais e seguros bem desenvolvidos

• Fundos de pensão de grande porte

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Riscos e Dificuldades no Brasil

• Crédito de longo prazo está concentrado no governo (BNDES e fundos de pensão estatais)

• Baixa credibilidade internacional

• Contabilização dos compromissos pode gerar esqueletos