Economia dos Recursos Naturais Aula 10...RECURSOS NATURAIS Recursos biológicos Os recursos...
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Economia dos Recursos Naturais
Aula 10
Sumário A gestão dos recursos naturais: recursos não renováveis; modelo geral de exploração de um recurso renovável;
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Economia dos Recursos Naturais
A gestão dos recursos naturais – recursos não renováveis
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Escassez e Custo
Numa perspectiva intertemporal, a escassez, por ela própria, impõe custos, já que o consumo no período 1 é feito à custa de alguma perda de satisfação nos períodos seguintes.
Custo de Utilização
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Custo de utilização
Custo social extraordinário infligido à sociedade no futuro, em resultado da escassez originada pela ineficiência na utilização de um recurso no presente
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Renda de Escassez
Numa situação de escassez intertemporal o preço de eficiência (p*) excede o custo marginal de extracção do recurso, criando uma renda de escassez que é apropriada pelo proprietário do recurso (desde que os direitos de propriedade estejam bem definidos).
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Renda de escassez para um custo marginal de extração constante
ppCmU
CmEpCmU
CmUCmEp
*
*
*
Preço
p* CmgE+CmgU=P*
p CmgE
D
q*
Quantidade consumida
Custo de Utilização e
Renda de Escassez
Afetação eficiente:
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Stock de um recurso não renovável
O equilíbrio intertemporal nos mercados de recursos não renováveis depende de diversos fatores.
Em cada momento t, o stock disponível (Xt) é dado por:
t
t HXX1
0
Xt: Stock disponível no momento t X0: Stock inicial HƬ: Quantidade de recurso transformada
em matéria prima no período Ƭ.
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Renda de escassez no momento t
Rendimento obtido no período t por extração de uma unidade de recurso, a qual é convertida na quantidade Ht de matéria-prima.
)( * tt pp
Se proprietário do recurso esperar que pt*- pt seja igual em cada período t, extrairá todo o depósito no primeiro período e investirá a quantia que receber em aplicações financeiras que lhe rendem uma taxa de juro r. Se as suas expectativas forem de que pt*- pt crescerá a uma taxa superior a r, será vantajoso manter as reservas.
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Condição de equilíbrio intertemporal ou regra de Hotelling
Para qua a taxa de extração seja constante ao longo do tempo, a renda de escassez unitária não actualizada cresce à taxa de juro r, ou seja:
./
)(
/)(*
*
rCmU
dtdCmUr
pp
dtppd
t
tt
-
Condição de equilíbrio intertemporal ou regra de Hotelling
Se
O recurso fica no solo hoje, pois valoriza mais do que a taxa de juro do mercado
Isto reduz a oferta, aumentando o preço e reestabelecendo o equilíbrio
.)(
/)(*
*
rpp
dtppd t
-
Condição de equilíbrio intertemporal ou regra de Hotelling
Se
O recurso é extraído hoje, pois compensa mais vender o recurso e aplicar o capital obtido numa alternativa à taxa de juro r
Isto aumenta a oferta, baixando o preço e reestabelecendo o equilíbrio
.)(
/)(*
*
rpp
dtppd t
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A gestão dos recursos naturais – modelo geral de exploração de
um recurso renovável
ECONOMIA DOS RECURSOS NATURAIS
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Recursos biológicos
Os recursos biológicos diferem dos recursos não renováveis no sentido em que aqueles crescem e se reproduzem ao longo do tempo.
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Nível de stock de um recurso biológico
A expressão do nível de stock existente de um dado recurso biológico tem em consideração o crescimento natural do stock no período t, sendo dada por:
)(1
0
RHXXt
t
Xt: Stock disponível no momento t X0: Stock inicial HƬ: Quantidade de recurso transformada
em matéria prima no período Ƭ. RƬ: Quantidade de recurso produzida no
período Ƭ.
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Condições de equilíbrio 1
Pressupostos: a)Direitos de propriedade claros, como acontece com as produções
agrícola, pecuária e florestal que decorrem em terrenos privados b)O objectivo é a maximização do valor actualizado gerado apenas
por uma dada plantação – Determinação da data de extracção
A condição de equilíbrio estático continua a ser: A condição de equilíbrio intertemporal, continua a ser:
CmUCmEp *
tt CmUrdtdCmU ./
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Condições de equilíbrio 2
Pressupostos: a)Direitos de propriedade claros b)O objectivo é a maximização do valor actualizado gerado pela terra
por infinitas futuras plantações → Determinação da rotação óptima
A condição de equilíbrio estático continua a ser: A condição de equilíbrio intertemporal, passa a ser:
CmUCmEp *
ttt CmLCmUrdtdCmU ./
CmLt - Custo de oportunidade da terra, dado pelo custo suportado por se manter o antigo povoamento em vez de o substituir por um novo, no momento t.
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Condições de equilíbrio 3
Pressupostos: a)Recurso biológico não exclusivo, relativamente ao qual não é
possível estabelecer direitos de propriedade → não é possível determinar a rotação óptima, apenas a taxa de extracção pode ser
alvo de algum controlo, através da aplicação de instrumentos de política desenvolvidos a nível institucional.
A condição de equilíbrio estático continua a ser: A condição de equilíbrio intertemporal, é bastante mais complexa → Modelo de exploração de um recurso renovável
CmUCmEp *
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Modelo geral de exploração de um recurso renovável
A característica essencial dos recursos renováveis é que o seu stock não é fixo, pode aumentar ou diminuir. Contudo, há um stock máximo que pode ser atingido, já que nenhum recurso se pode regenerar acima da capacidade de suporte do ecossistema onde existe.
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Modelo geral de exploração de um recurso renovável
Se a taxa de extracção for inferior à taxa de regeneração natural do recurso é possível colher os acréscimos de stock e, desde que algumas condições se respeitem, o stock aumentará de novo, será colhido e assim sucessivamente, não havendo razão para que o processo não se mantenha por longos períodos.
Se a taxa de extracção for superior à taxa de regeneração natural do recurso, ou se a população descer abaixo de determinados níveis (sobreexploração ou destruição do habitat), o recurso pode desaparecer (extinção).
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Curvas de crescimento de um recurso renovável
Stock (X)
X máx.
X min.
X zero
Tempo
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Taxa de crescimento de um recurso renovável
EMS
X0 Stock (X)
X máx.
XA extracção máxima sustentável (EMS) representa o máximo que se pode extrair do recurso sem reduzir o seu stock no longo prazo.
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Capacidade de renovação e quantidade extraída
A quantidade existente de stock é ainda dada pela expressão:
)(
1
0
RHXXt
t
Mas e )( XhR ),( EXfH A capacidade de renovação do stock está dependente do nível populacional e a quantidade extraída depende não só desse mesmo nível mas também do esforço (E) empregue na extracção do recurso.
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Esforço e nível de extracção
O esforço (E) despendido na colheita do recurso é dado, em cada momento, pela relação entre a extracção (H) e o stock (X) existente, ou seja:
X
HE
O esforço será tanto maior quanto maior for a proporção do stock que é extraída ou, dito de outra maneira, o nível de extracção será tanto maior quanto o nível de esforço aplicado para um dado stock, ou seja H=EX.
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Da relação esforço-crescimento para a relação esforço-extracção
H E4X E3X
E2X
h4
E1X
h3
H* E0X
h2 h1 h0
X0
Stock (X)
X
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Da relação esforço-crescimento para a relação esforço-extracção
H
h0 h1 h2 h3 h4
X0
E
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Maximização do lucro
Receitas
Custos
RT*
RT-CT= Máx. CT=wE
RTLA=CTLA
CT*
RT=pH
E* ELA EMáx. E
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Observações
A não ser que os proprietários do recurso possam evitar a entrada de outros na exploração do recurso, o lucro será dissipado à medida que novas entradas se vão efectuando. Isto acontecerá se os direitos de propriedade não estiverem bem definidos;
O equilíbrio de maximização do lucro não coincide com a extracção máxima sustentável (EMS). Como na ausência de externalidades, os lucros e os benefícios sociais coincidem, a EMS não parece ser uma prática de gestão dos recursos naturais socialmente desejável;
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Observações
O preço do esforço (salários, no nosso exemplo) pode ser tão alto que produza uma solução de maximização do lucro próxima do stock máximo. No outro extremo, se o esforço não custar nada, ou seja se w=0, a curva do CT coincidirá com o eixo das abcissas a EMS coincidirá com a maximização do lucro.
Numa situação de livre acesso o stock é inferior ao que se observa na situação de maximização do lucro em propriedade privada;
O livre acesso em geral não leva à extinção das espécies, ao contrário do que é frequentemente argumentado pelos ambientalistas. Tal só sucederá se o esforço custar zero ou se a taxa de exploração se situar persistentemente acima da taxa de renovação do recurso.
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Número de
ocorrências
Tempo entre
ocorrências
Período de
avaliação
Momento
da
avaliação
Fórmula
Uma - Limitado Futuro nn iCC )1(0
Actual nn iCC
)1(0
Séries
Anual
Limitado Futuro
i
iaC
n
n
1)1(
Actual
ii
iaC
n
n
)1(
1)1(0
Perpétuo Futuro nC
Actual
i
aC 0
Periódica
não anual
Limitado Futuro
1)1(
1)1(
t
n
ni
iaC
Actual
1)1(
)1(10
t
n
i
iaC
Perpétuo Futuro nC
Actual
1)1(0
ti
aC
Adaptado de Klemperer (1996), p.114
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Notação
C0 – valor inicial
Cn – valor no final de n períodos
n – número de períodos (normalmente anos)
i – taxa de actualização/capitalização
a – valor da renda fixa periódica (ocorre todos os períodos ou todos os t períodos)
t – número de períodos entre ocorrências