Economia e Poder - ecopoder.files.wordpress.com · Economia e Poder Licenciatura Estudos Africanos...

21
Economia e Poder Licenciatura Estudos Africanos FLUL 21 / 11 / 2011 Lúcia Bayan

Transcript of Economia e Poder - ecopoder.files.wordpress.com · Economia e Poder Licenciatura Estudos Africanos...

Economia e Poder

Licenciatura Estudos Africanos

FLUL 21 / 11 / 2011

Lúcia Bayan

O poder nas sociedades

rurais africanas sem

autoridade centralizada

• Poder – a probabilidade de impor a vontade própria, dentro de uma relação social, mesmo contra toda a resistência e seja qual for o fundamento dessa probabilidade (Max Weber).

• Autoridade – a probabilidade de encontrar obediência dentro de um determinado grupo a mandos específicos, ou para todo o tipo de mandos (Max Weber).

Conceitos

• mantém a ordem interna;

• controla as relações externas;

• implica uma dissimetria, mais ou menos acentuada,

no seio das relações sociais;

• reforça-se com a acentuação das desigualdades;

• é ambíguo por que é necessário, mas exige

consentimento e legitimidade.

Características do poder

Sociedades

Com Governo

• Reinos e Chefaturas

• Com autoridade centralizada

• Com aparelho administrativo

• Com instituições judiciárias

• Com divisões de categoria,

estatuto e/ou riqueza bem

marcadas

Sem Governo

• Acéfalas ou de anarquia

• Sem autoridade centralizada

• Sem aparelho administrativo

• Sem instituições judiciárias

• Com divisões de categoria,

estatuto e/ou riqueza pouco

acentuadas

Estudo de caso:

o Reino Felupe de Suzana

(Guiné-Bissau)

A língua joola, com uma grande variedade dialectal,

é classificada, pela SIL International (Sociedade

Internacional de Linguística), no subgrupo Bak,

grupo Atlantic-Congo, do grande conjunto

Níger-Congo, e é aparentada às línguas das

populações mais antigas do Senegal.

Sociedade Felupe

• Adversa a formas de centralização da autoridade, esta sociedade desenvolveu uma estrutura horizontal de poder, com a autoridade disseminada por diversas figuras que ocupam dois mundos que se interligam, entrelaçam e confundem: o material e o espiritual.

• As prescrições religiosas dirigem ou controlam a vida social e pessoal, asseguram a ordem e a moral e defendem os interesses materiais do grupo.

• As relações entre as tabancas são reforçadas e testadas através da circulação de um conjunto de ritos idênticos – iniciações, entronizações e lutas.

Autoridades Felupe

Ây (rei)

Autoridades Felupe

Régulo (amàñen-au e vice-rei)

Autoridades Felupe

Sacerdotes

2 grandes grupos de iniciações:

▪ ây, amàñen-au, régulo (ou

vice-rei).

▪ ankureŋ-au; amumhm-au;

âmâk-âu

Autoridades Felupe

Iahan-âi

(os anciãos)

Autoridades Felupe

“O” comité

Autoridades Felupe

Ây (rei),

Régulo,

Sacerdotes,

Anciãos,

“O” comité

Conclusão

O sistema de gestão da sociedade Felupe caracteriza-se por:

• alguma hierarquia social,

• poder sem hierarquia,

• autoridade parcelada, incorporando

limites bem definidos e controlados

através de um conjunto de estratégias.

Conclusão

Sociedades sem autoridade centralizada

Acéfalas

Anarquia

Anarquia organizada

Conclusão

• Capacidade das Autoridades Tradicionais de

adaptação, ou superação, aos condicionalismos

passados e actuais.

• Garantia da continuidade de legitimação como

responsáveis pela gestão e manutenção da

segurança social comunitária e sua reprodução

material e espiritual.

Obrigada