Economia material de apoio (microeconomia)

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1 MATERIAL DE APOIO ECONOMIA PROF. CLAUDIO MARQUES DA SILVA

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Material de apoio aula de economia

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MATERIAL DE APOIO

ECONOMIA

PROF. CLAUDIO MARQUES DA SILVA

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Uma definição clássica de economia pode ser entendida da seguinte forma:

Economia é a ciência que estuda como o homem e a sociedade utilizam os recursos disponíveis buscando melhores técnicas e diversos usos alternativos para produção, distribuição e consumo de bens e serviços com o intuito de satisfazer suas necessidades.

1.5. Bens, serviços e fatores de produção

Um bem é tudo aquilo (qualquer coisa) que possa

satisfazer uma ou mais necessidades do ser humano.

1.5.1. Uma classificação para os bens

Quanto à raridade os bens podem ser classificados em:

Bens livres: bens que não têm valor monetário, são ilimitados e não participam do mercado. Ex.: ar, água do mar, raios solares, etc.

Bens econômicos: bens que têm valor monetário, são limitados e participam do mercado. Ex.: carro, casa, roupa, alimentos, etc.

Os bens econômicos podem ser divididos, quanto à natureza, em bens materiais e imateriais:

Bens imateriais (intangíveis). Ex.: serviços.

Bens materiais (tangíveis) são classificados, quanto ao destino, em bens de consumo e bens de produção:

- Bens de consumo. Aqueles que satisfazem diretamente as necessidades humanas. Podem ser bens de consumo não duráveis, ou seja, que desaparecem assim que forem utilizados. São bens perecíveis. Ex. mais comum: alimentos. E bens de consumo duráveis. Aqueles que podem ser utilizados durante

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um período longo de tempo Ex.: roupas, eletrodomésticos, etc.

- Bens de capital ou produção. Aqueles que possibilitam produzir outros bens. Ex.: máquinas, equipamentos, instalações, etc.

1.5.2. Outra classificação

Bens intermediários: bens utilizados para produzir

outros bens. Ex.: geralmente matérias-primas e insumos. Os

bens de capital são, também, considerados bens intermediários

visto que são utilizados para produzir outros bens.

Bens finais: são bens que já passaram por todo o

processo produtivo e estão acabados. Podem ser os bens de

consumo adquiridos pelo consumidor ou os bens de capital

adquiridos pela empresa.

Portanto, os bens de consumo podem ser apenas bens

finais. Os bens de capital podem ser bens finais ou

intermediários dependendo do seu destino. Um exemplo pode

ser os transportes coletivos que são bens de capital para a

empresa e bens de consumo para o usuário.

1.5.3. Fatores de produção

Os fatores de produção são os recursos utilizados no

processo produtivo para a produção de bens e na prestação de

serviços.

Tradicionalmente, os fatores de produção eram

considerados apenas: terra, trabalho e capital. Recentemente

outros recursos são considerados fatores de produção como a

capacidade empresarial e a ciência e tecnologia.

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Terra: o fator terra é utilizado para a produção agrícola, extração de minerais, instalação industrial, construção civil, etc. A utilização maior ou menor desse fator vai depender de sua dimensão, disponibilidade, localização geográfica, investi-mentos tecnológicos no setor, etc.

Trabalho: o fator trabalho é toda a atividade humana física ou intelectual voltada para a produção.

Capital: são os meios de produção gerados pelo trabalho e utilizados para produzir outros bens. Ex.: máquinas, equipamentos, instalações, estoques da empresa, etc. E são representados em dinheiro pela firma. Na concepção econômica capital são recursos físicos e não financeiros. É o chamado capital financeiro que representam fundos como ações, títulos públicos ou privados, obrigações e outros papéis que podem ser convertidos em dinheiro ou usados para aquisição de capital propriamente dito. Só há crescimento econômico e geração de riqueza se houver aumento de capital. Não há aumento de riqueza se o capital financeiro aumentar sem concomitante-mente aumentar-se o capital ( indústrias, edifícios, estoques) do país. É importante destacar que o pensamento econômico moderno considera a terra como um fator de capital. A separação terra/capital deve-se muito, provavelmente, ao fato da importância singular da terra como geradora de bens agrícolas e matéria-prima.

Capacidade empresarial: é o risco e ou a administração do empreendimento empresarial. É um desafio constante para o empresário decisões de investimento ou de gerência. Tais decisões são necessárias para o funcionamento do sistema de mercado.

Ciência e tecnologia: conhecimentos do homem aplicados para desenvolver novos produtos. Representam novos métodos organizacionais, novas máquinas, novos equipamentos, etc. Seu uso mais adequado que beneficie a sociedade vai depender das escolhas assumidas face ao nosso atual estágio de desenvolvimento.

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1.6. O problema da escassez

Foi visto que a economia é o estudo de como o homem procura satisfazer suas necessidades por bens e serviços utilizando recursos disponíveis. O homem por natureza necessita (necessidade que muitas vezes se confunde com desejo) de bens e serviços em quantidades cada vez maiores e de melhores qualidades. Necessidades decorrentes do desenvolvimento e criação de novos produtos. Pode-se citar o caso da microinformática, sua introdução em nossa vida moderna criou a necessidade de equipamentos mais velozes e programas com mais recursos. Nesse sentido, pode-se afirmar que o homem sempre terá novas necessidades a cada novo produto desenvolvido e criado.

Suas necessidades, portanto, são ilimitadas. Entretanto, os recursos disponíveis e passíveis de serem utilizados no processo produtivo, ou seja, os chamados fatores de produção, não acompanham a velocidade com que as pessoas necessitam de bens e serviços. Assim, os recursos produtivos tornam-se limitados face a crescente necessidade do homem por bens e serviços. Esta é a questão chave do estudo da economia. Dela decorrem outros problemas econômicos que dependerão das decisões e escolhas do homem e da sociedade para atingir ou ao menos minimizá-las.

É fundamental, portanto, fazermos escolhas dado que as sociedades, quaisquer que sejam, não dispõem de recursos produtivos em quantidades ilimitadas e que satisfaça plenamente os desejos das pessoas por bens e serviços.

Tais escolhas que as sociedades enfrentam envolvem três questões fundamentais: o quê e quanto, como e para quem produzir.

1. O que e quanto produzir: é necessário escolher quais produtos serão produzidos (carros, suco de laranja, alface, arroz, etc.) e a quantidade que deverá ser colocada à disposição das pessoas.

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2. Como produzir: refere-se ao modo de produção ou técnica adotada para produzir os produtos escolhidos. Busca-se em tal decisão maior eficiência e menores custos.

3. Para quem produzir: é preciso determinar como será distribuída a produção entre as diversas classes sociais de menor e maior renda. Será possível admitir que parcelas da população possam ficar sem participação nos frutos da produção? Ou que uma pequena minoria concentre maior parte dos frutos da produção?

1.7. Curva ou fronteira de possibilidades de produção

Para analisar o problema econômico fundamental faremos, primeiramente, uma simplificação das escolhas produtivas utilizando dois bens agrícolas através da chamada curva de possibilidades de produção. Ela mostra as quantidades máximas de produção combinada de dois bens dado a utilização dos recursos produtivos disponíveis.

1.7.1. Considerações iniciais

Em nosso modelo, vamos supor que:

São produzidos apenas dois produtos. Decidiu-se o quê e como produzir.

Necessidades

ilimitadas

Recursos produtivos

escassos: terra, trabalho,

capital, ciência e tecnologia,

capacidade empresarial

Escolhas: - o quê e quanto

- como

- e para quem produzir

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Há pleno emprego dos recursos produtivos, ou seja todos os

recurso disponíveis estão sendo utilizados no seu limite

máximo.

Os recursos produtivos ou fatores de produção são fixos.

Tabela 1. Possibilidades de produção

Toneladas/ano ___________________________________________________

Possibilidades algodão trigo custo de oportunidade

___________________________________________________

A 0 7,0 A -

B 1 6,5 B 0,5

C 2 5,5 C 1,0

D 3 4,0 D 1,5

E 4 2,0 E 2,0

F 5 0 F 2,0

___________________________________________________

1.7.2. Custo de oportunidade

No caso apresentado, o custo de oportunidade é a quantidade abandonada da produção de um produto para possibilitar a produção do outro produto. O custo de oportunidade é um conceito segundo o qual os custos da utilização de uma escolha produtiva é igual ao benefício maior que traria outra escolha possível mas não utilizada.

1.7.3. Custo de oportunidade crescente

Ocorre quando os recursos utilizados em uma atividade não são eficientes (adequados) ao serem transferidos para outra atividade.

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Representação gráfica:

Cada ponto no gráfico representa uma alternativa de produção previamente determinada. A escolha de uma alternativa exclui as outras. A união destes pontos forma o que chamamos de curva de possibilidades de produção.

A partir do exemplo dado, podemos tirar as seguintes conclusões:

Qualquer uma das alternativas: A, B, C, D, E e F fazem parte da curva de possibilidades de produção, ou seja, são possíveis de produzir. E representam o máximo de produção combinada dos dois bens.

O ponto G é uma alternativa possível de produção bastando desempregar um ou mais recursos produtivos.

O ponto H só poderá ser uma alternativa de produção caso ocorra aumento dos recursos produtivos (terra, mão-de-obra, tecnologia, etc.).

Curva de possibilidades de produção

0

2

4

6

8

0 2 4 6

algodão

trig

o

A B C

Figura 1

D

E

F

G H

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9

1.7.4. Alteração na curva de possibilidades de produção

O aumento ou diminuição de produção se deve ao fato de se poder alterar os recursos produtivos utilizados.

ponto G: desemprego de recursos

ponto H: expansão dos recursos

A alteração da curva de possibilidades de produção pode

favorecer um determinado produto.

Figura 3

Ponto I: favorecimento da produção de algodão

Figura 2

trig

oH

G

algodão

trig

o

I

algodão

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No exemplo há um maior crescimento da produção de algodão em relação ao trigo. O maior favorecimento da produção de algodão deve-se ao fato da utilização dos recursos produtivos serem mais eficientes (uso mais eficiente da: tecnologia, mão-de-obra, organização, etc.)

Mais uma vez o problema da escolha produtiva.

1.7.5. Possibilidades de produção entre bens de consumo e de capital

Uma das questões centrais de uma economia é determi-nar escolhas entre bens de capital e bens de consumo. A escolha de um pressupõe a uma menor produção do outro, o que irá afetar o desenvolvimento da indústria mas sua capacidade de consumo futuro.

A partir do gráfico acima, podemos tirar as seguintes conclusões:

Ponto X : economia baseada na produção de bens de capital. Pode, por isso ficar refém da importação de produtos agrícolas. Fica sujeita a pressão de preços agrícolas no mercado interno.

Curva de possibilidades de produção

entre bens de consumo e bens de capital

0

2

4

6

0 1 2 3 4 5

bens de consumo

be

ns d

e c

ap

ita

l

Figura 4

Z

X

Y

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Ponto Y: economia baseada na produção de bens de

consumo. Pode haver depreciação dos bens de capital caso não

haja reposição, além de atraso tecnológico.

Ponto Z: produz-se bens de consumo e de capital com

maior equidade. O sacrifício de parte da produção de bens de

consumo torna-se viável na medida em que possibilite a

produção ou ampliação da produção de bens de capital para

possibilitar o aumento do consumo futuro do país. O país aqui

realiza a chamada formação bruta do capital fixo. Formação

bruta do capital fixo é o investimento em máquinas,

equipamentos, processos produtivos e instalações (edifícios e

empresas) que irão proporcionar a reposição e ampliação do

capital propriamente dito possibilitando a expansão futura do

consumo pela sociedade. Para que isto possa ocorrer a

sociedade deve sacrificar parte dos recursos que seriam gastos

com consumo e canaliza-los para a formação de capital.

1.8. Os sistemas econômicos

É exatamente para buscar solucionar os problemas

econômicos que a sociedade organizou-se em sistemas

econômicos. O que e quanto produzir, como e para quem são as

questões que irão nortear as ações econômicas da sociedade. As

decisões e escolhas para tais questões dependerá do tipo de

sistema econômico adotado pelas sociedades. Os sistemas

econômicos passaram por várias transformações ao longo da

história humana. Sistemas foram superados e novos entraram

em seu lugar. Na história mais recente da humanidade temos

experiências de dois sistemas econômicos que foram e ainda

apresentam-se como fundamentais na discussão dos problema

econômicos. São: economia de mercado e economia de

planificação central. Mas antes de analisarmos a economia de

mercado como conhecemos hoje vejamos o que se entende por

economia “pura” de mercado e economia de planificação

central.

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1.8.1. Economia “pura” de mercado

Quando se fala de economia de mercado é importante

mencionar que teoricamente há a chamada economia “pura” de

mercado. Ela foi concebida a partir das idéias do liberalismo. A

economia “pura” de mercado é uma organização econômica

baseada na propriedade privada dos meios de produção e na

livre concorrência dos agentes econômicos (indivíduos e

empresas) com objetivos de lucro e satisfação de necessidades

através do mercado. É através do livre mercado que as questões

econômicas (o que e quanto, como e para quem produzir) serão

determinadas.

Algumas características fundamentais:

• Os agentes econômicos atuam de maneira individualista

movidos por interesses particulares de lucro ou consumo.

• Há objetivo de lucro

• A atividade econômica é regulada pelo chamado “sistema de

preços”, ou seja, os preços de mercado serão determinados

pela interação entre oferta e demanda de bens, serviços e

fatores de produção que por sua vez possibilitará a realização

produtiva e mercantil.

• Não há nenhum organismo central que determine o que vai ser

produzido

• O Estado não têm qualquer influência no mercado. Sua

atuação limita-se a obras públicas e serviços sociais

(educação, saúde, defesa...)

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Exemplificação: o fluxo circular da atividade econômica

numa economia de mercado simplificada

Fluxo do produto

Fluxo monetário

1.8.2. Economia de planificação central

A economia de planificação central é o sistema econômico baseado na propriedade estatal dos meios de produção. Tal denominação foi dada para as economias socialistas em oposição às economias de mercado ou capitalistas. Os problemas econômicos são solucionados através de decisões centralmente planejadas pelo governo. Ex.: planos trienais, qüinqüenais.... Recentemente, com a derrocada do socialismo no mundo restam poucos países, como China e Cuba, que tentam manter uma proximidade com uma organização de planificação central já que a concepção desse sistema é, também, teórica.

Algumas características fundamentais:

• Não há objetivo de lucro e sim atender as necessidades sociais

• Decisões (o que e quanto, como e para quem produzir) são centralmente planejadas

empresa família

Renda: pagamentos por bens/serviços

Renda: pagamentos por fatores

de produção

Fatores de produção

Bens e serviços Mercado

de

bens

e

serviços

Mercado

de

fatores

de

produção }

}

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• O sistema de preços é usado como método contábil para descrever o grau de eficiência das empresas e sinalizar ao governo o fluxo distributivo (excesso ou falta de mercadorias). Assim o governo obtém informações sobre se o produto chega nas mãos do consumidor, a quantidade necessária, se o produto está em boas condições. E, também, o se o preço praticado está de acordo com a decisão governamental..

1.8.3. Economia de mercado atual

Como foi observado não há na atualidade economias que apresentam as características exatas de uma economia de mercado ou uma economia de planejamento central. O que existem são sistemas econômicos próximos de uma ou outra organização. Analisaremos mais detidamente a atual economia de mercado conhecida como economia de mercado mista dado que apresenta características da economia pura de mercado e de planificação central. O que irá distingui-las entre os países que a adotaram será o grau de intervenção do Estado.

Algumas características principais:

• A iniciativa privada, através da livre-concorrência e do sistema de preços, escolhe e produz os bens e serviços necessários para abastecer o mercado. Cabendo ao Estado garantir ou incentivar a produção de determinados setores através de leis, segurança, infra-estrutura, subsídios, etc. O Estado pode, também, produzir determinados bens e serviços.

• A iniciativa privada tem total liberdade para determinar quais métodos organizacionais ou tecnológicos serão adotados no processo produtivo. O objetivo é tornar as empresas mais eficientes face à concorrência. O Estado participa indireta-mente através de políticas econômicas.

• A distribuição dos produtos é determinada pelo sistema de preços. Ou seja, a distribuição ocorre através do mercado com interação dos produtores, vendedores e consumidores. O Estado tem o papel de distribuir o produto para aqueles que auferem menor renda e para os que se encontram à margem da sociedade.

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1.9. Teoria Econômica

Tradicionalmente a teoria econômica é dividida em duas

partes de estudo: microeconomia e macroeconomia.

A microeconomia estuda o comportamento individual

das empresas e consumidores no mercado. Do lado do

consumidor, procura analisar sua reação face às variações no

mercado: preço dos produtos, qualidade, propaganda,

promoções, etc. Do lado da empresa, procura analisar a

produção, o custo, o preço dos bens e serviços, a produtividade,

eficiência, etc. E como estes dois agentes se relacionam entre si

no mercado realizando as trocas e buscando satisfazer seus

interesses. Não deve-se esquecer que o comportamento desses

agentes é influenciado pela decisões de um outro agente

econômico, ou seja, o governo.

A macroeconomia estuda o comportamento do sistema

econômico como um todo. Assim, sua análise concentra-se na

atividade econômica regional (na esfera municipal, estadual ou

nacional). Procura estudar os grandes problemas econômicos de

nosso tempo como: o desemprego, a inflação, a geração e

distribuição da renda nacional, a capacidade financeira do

Estado (arrecadação e gastos governamentais), etc. A

macroeconomia fornece parâmetros para medir a atividade

econômica como um todo tornando possível diagnosticar e

buscar soluções para possíveis desequilíbrios setoriais.

É importante mencionar que apesar das diferenças de

enfoque, o estudo interativo entre a micro e a macroeconomia

torna-se fundamental. Isto porque seus aspectos particulares se

complementam de tal forma que para uma análise real de

mercado seria imprescindível a consideração de elementos dos

dois campos de estudo.

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2. Uma introdução ao estudo da microeconomia

Antes de iniciar o estudo da microeconomia é importante

observar alguns conceitos básicos:

• Moeda: é um padrão de valor de um bem ou, também,

entendida como a representação do dinheiro. A moeda

metálica surge por volta de 2000 anos a. C. vigorando até

fins do século XVIII, quando é introduzido o papel-moeda.

Cada país estabelece sua unidade monetária: real, dólar, libra,

peso, etc. Recentemente observa-se um novo tipo de moeda

“regional” ( unidade monetária aceita em vários países) sendo

introduzida na vida econômica como é o caso do “euro”

(moeda unificada pela União Européia).

• Preço: é a expressão monetária do valor de um bem ou serviço.

Representa a proporção de dinheiro em troca de uma

mercadoria. Na economia capitalista os preços são formados

no mercado pela interação entre oferta e demanda por bens e

serviços. Nem por isso deve-se suprimir que os preços de

oferta partem inicialmente do custo de produção.

• Agentes econômicos ou unidades econômicas são os atores

que fazem um sistema econômico funcionar. São

representados pelas empresas, consumidores (indivíduos ou

famílias ) e governo.

• Mercado: pode ser entendido como o “local” concreto ou

abstrato em que compradores e vendedores realizam

transações. De forma concreta, ele é formado por um

conjunto de instituições como feiras, lojas, bolsas de valores

ou de mercadorias onde vendedores e compradores se

encontram para trocar bens e serviços. De forma abstrata, os

vendedores e compradores não precisam de local específico

para realizar suas transações bastando apenas existir forças de

procura e de oferta por bens e serviços como é observado no

mercado de trabalho, mercado financeiro, mercado de

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capitais, etc. A idéia de mercado “abstrato” ganha maior

significado com a globalização econômica a medida que as

transações podem ser realizadas virtualmente em qualquer

parte do mundo.

Um mercado pode ter um tamanho variado conforme sua

dimensão: local, regional, nacional, mundial. Há também uma

distinção de mercado conforme a natureza da mercadoria

(mercado de trabalho, mercado de produtos, mercado

financeiro, mercado de commodities – algodão, soja, minério de

ferro, etc)

Alguns fatores que delimitam um mercado são:

• a escala de produção

• amplitude da demanda

• grau de organização do comércio

• estágio de desenvolvimento sócio-econômico de um país

A microeconomia estuda a ação e interação dos agentes econômicos individuais (consumidores, empresas, comerciantes, etc.). Da interação entre os agentes econômicos surge o mercado que por sua vez busca por satisfazer as necessidades ou interesses das pessoas. O mercado funciona através do chamado “sistema de preços”, ou seja, as mercadorias são direcionadas para o mercado com um preço inicial que irá variar segundo as forças de procura e oferta. Segundo a teoria neoclássica ou marginalista, os preços acabam por regular a atividade econômica a medida que sinalizam para o próprio mercado a necessidade de aumentar ou diminuir a produção, levando, por fim, a um equilíbrio entre oferta e procura. Portanto, o sistema de preços é tido como um mecanismo econômico engenhoso que leva ao bem-estar da sociedade a partir da ação individualista dos agentes econômicos ao buscar satisfazer seus interesses particulares (de lucro ou consumo). Observou-se, posterior-mente, que há a necessidade da participação do Estado (governo) para solucionar ou minimizar os problemas

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decorrentes do não equilíbrio automático do mercado.

3. Uma compreensão da demanda

A demanda (ou procura) representa as quantidades de bens e serviços que os consumidores estão dispostos e capacitados a comprar em determinado período de tempo.

Entre os fatores que influenciam a demanda são destacados:

• O preço do bem: variações no preço do bem influencia a quantidade demandada, visto que aumentos de preços tende a diminuir a quantidade demandada e diminuições de preço tende a elevar a quantidade demandada.

• Renda do consumidor

• Bens normais: para os chamados bens normais aumentos de renda tende a aumentar a quantidade demandada desses bens. Regra válida para a maioria dos bens. Ex.: alimentos em geral, eletrodomésticos, roupas, etc.

• Bens inferiores: em determinada faixa de renda, aumentos de renda, após um determinado nível, tende a diminuir a quantidade demandada desses bens. Ex.: alimentos de segunda ou de terceira como carnes, feijão, mortadela, roupas de baixa qualidade, etc.

• Bens de consumo saciado: são aqueles bens que o consumidor atinge total satisfação após determinado aumento de renda mesmo havendo continuidade da elevação de sua renda futura. Após o consumidor estar saciado desses bens, qualquer aumento de renda não altera sua quantidade demandada. Não há exemplo específico, cada consumidor tem comportamento distinto dos demais em relação aos bens que o satisfarão.

Gostos e preferências do consumidor

Outros fatores: o consumidor também é influenciado por

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fatores que dependem do seu nível sócio-econômico, cultura, religião, clima, propaganda, etc.

3.1. Bens relacionados

A demanda de um bem pode ser afetada pela variação do

preço de outros bens.

Bens substitutos: aumento do preço de um deles,

mantido os demais fatores constantes, tende a elevar a

quantidade demandada do outro bem. Já, uma diminuição do

preço de um deles tende a elevar a quantidade demandada do

outro. Exemplos: manteiga e margarina, carne de vaca e carne

de frango, café e achocolatado, etc.

Bens complementares: aumento do preço de um deles,

mantendo os demais fatores constantes, tende a diminuir a

quantidade demandada do outro. A diminuição do preço de um

deles tende a aumentar a quantidade demandada do outro.

Exemplos: arroz e feijão, café e leite, cigarro e isqueiro, etc.

3.2. Quantidade demandada e preço: uma relação

Vários fatores (individual ou conjuntamente) podem

influenciar a demanda do consumidor. No entanto, como

método de estudo, fazemos uma simplificação utilizando apenas

o fator preço, mantendo os demais constantes. Esta suposição

que fazemos – manter os demais fatores constantes - é

denominada “coeteris paribus”.

Coeteris paribus é uma expressão do latim que significa

tudo o mais perfeitamente constante. Os economistas utilizam

tal condição para viabilizar uma análise mais pontual sobre o

comportamento do consumidor ao isolar uma variável que afeta

a demanda. Isto porque a análise da demanda se tornaria

extremamente complexa ao considerar conjuntamente todos os

fatores que a influenciam (renda, gostos, preferências, preço,

etc.). Nesse sentido a utilização da condição coeteris paribus

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torna-se fundamental ao isolar os aspectos relevantes da análise

e possibilitar a atenção no ponto principal do estudo.

3.3. Escala de demanda individual

A escala de demanda individual mostra as quantidades

máximas que um consumidor individual está disposto a comprar

por determinado preço e em um determinado período de preço.

Tabela 2. Escala de demanda de refrigerante em lata

________________________________________________________

preço quantidade demandada pontos no

unidade/real refrigerante – latas/semana gráfico

________________________________________________________

1,00 2 A

0,80 4 B

0,60 6 C

0,40 8 D

0,20 10 E

________________________________________________________

A Curva de demanda individual – curva linear

Curva de demanda individual

pre

ço

quantidade - latas de refrigerante/semana

Figura 5

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21

Lei da demanda: as quantidades demandadas variam inversamente aos preços, coeteris paribus.

Coeteris paribus: tudo mais constante, ou seja, todos os demais fatores, exceto o preço, que poderiam afetar a demanda de refrigerante em lata permanece constante.

3.4. Inclinação da curva da demanda

A relação inversa entre preço e quantidade da curva de demanda determina sua inclinação negativa indicando que as quantidades demandadas aumentam quando o preço cai e diminuem quando o preço aumenta.

Esta relação inversa entre preço e quantidade demandada ocorre devido a dois fatores principais:

1. Efeito renda: queda do preço de um bem ao provocar elevação do poder aquisitivo do consumidor, caso a renda permaneça constante, faz com que ele possa aumentar as quantidades demandadas. Já aumentos de preço provocam queda do poder aquisitivo e diminuição das quantidades demandadas.

2. Efeito substituição: aumentos de preço de um bem, permanecendo constante o preço dos outros bens, faz com que o consumidor diminua sua quantidade demandada desse bem na medida em que é possível adquirir outro bem substituto ou similar. Quedas de preço de um bem, faz com que o consumidor aumente a quantidade demandada desse bem deixando de consumir outro similar.

3.5. Diferença entre demanda e quantidade demandada

Quantidade demandada: indica uma quantidade única que o consumidor está disposto a consumir por um único preço. Ela representa um ponto na curva da demanda do consumidor.

Demanda: representa o comportamento do consumidor

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decorrente das variações de preço do bem. Ou seja, é o desejo de comprar bens. A demanda refere-se a toda escala ou curva de demanda.

3.6. Demanda de mercado ou escala de demanda de mercado

A demanda de mercado ou escala de demanda de mercado é a soma das demandas individuais. Como a demanda é composta por quantidades demandadas, para achamos a demanda de mercado basta somar as quantidades demandadas de todos os participantes do mercado a cada variação de preço.

Tabela 3. Escala de demanda de mercado ______________________________________________________________

Preço Quantidade demandada Unidade-real latas de refrigerante/semana ______________________________________________________________

Susana(1) Edson (2) Mercado ______________________________________________________________

4 200 100 300 3 250 150 400 2 350 250 600 1 500 400 900

______________________________________________________________

Curva de demanda do consumidor (1)

pre

ço

latas/semanaFigura 6

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Curva de demanda do consumidor (2)

Curva de demanda do mercado

pre

ço

latas/semana

pre

ço

latas/semana

Figura 7

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24

4. Uma compreensão da oferta

A oferta representa as quantidades de bens e serviços

que os produtores ou vendedores desejam vender em um

determinado período de tempo.

Vários fatores influenciam a oferta, dentre eles, são

destacados:

O preço do bem: da mesma forma que na análise da

demanda é suposto a hipótese coeteris paribus. Assim,

aumentos de preço no mercado incentiva sua produção e

tende a elevar a quantidade ofertada. Já uma diminuição do

preço causa efeito contrário diminuindo a quantidade

ofertada.

Preço dos fatores de produção: aumentos de preço dos

fatores de produção eleva o custo de produção e

consequentemente diminui a quantidade ofertada. Uma

diminuição do preço dos fatores de produção diminui o

custo de produção aumentando a oferta.

Tecnologia: o progresso técnico trás, por exemplo, melhores

máquinas e equipamentos, eleva a eficiência produtiva,

possibilitando o aumento da oferta.

Clima: principalmente para os produtos agrícolas se ocorrer

secas, geadas, enchentes, prejudicam a produção diminuindo

a oferta.

Preço dos outros bens: a oferta de determinado produto é

influenciada pelo preço de bens substitutos ou

complementares:

Bens substitutos: para o produtor que produz bens

substitutos, por exemplo carne de vaca e de frango, caso haja

aumento do preço da carne de vaca no mercado o produtor tende

Figura 8

Page 25: Economia material de apoio (microeconomia)

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a aumentar a oferta da carne de vaca diminuindo ou até

deixando de produzir a carne de frango. Caso houvesse

diminuição do preço da carne de vaca o produtor se sentiria

incentivado a produzir carne de frango diminuindo a oferta da

carne de vaca.

Bens complementares: para aqueles que produzem bens

complementares, por exemplo isqueiro e cigarro. Um aumento

do preço do cigarro no mercado incentiva o produtor a aumentar

sua produção de cigarro e consequentemente levará a um

aumento da oferta de isqueiro. A diminuição do preço do

cigarro tende diminuir sua produção diminuindo,

consequentemente, a oferta de isqueiro.

4.1. Quantidade ofertada e preço: uma relação

Da mesma forma que analisamos a demanda,

consideramos que apenas o preço influencia a oferta, coeteris

paribus, ou seja, mantendo constantes os demais fatores que

influenciam a oferta.

4.2. Escala de oferta individual

Escala ou curva de oferta individual são as quantidades

ofertadas que o produtor está disposto a vender a cada variação

de preço.

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Tabela 4. Escala de oferta de colares

_______________________________________

preço quantidade ofertada pontos

unidade/real colares/mês no gráfico

_______________________________________

1,00 500 A

0,80 450 B

0,60 350 C

0,40 200 D

0,20 0 E

_______________________________________

Curva de oferta individual

Lei da oferta: as quantidades ofertadas variam na razão

direta dos preços, coeteris paribus.

A relação direta entre preço e quantidade ofertada

determina a inclinação positiva da curva de oferta indicando que

as quantidades ofertadas aumentam quando preço sobe e

pre

ço

quantidade - colares/mêsFigura 9

Page 27: Economia material de apoio (microeconomia)

27

diminuem quando o preço aumenta.

Apesar da lei da oferta ser considerada, normalmente,

verdadeira pode ocorrer situação diversa a ela. Por exemplo,

pode ocorrer uma elevação do preço sem elevar a quantidade

ofertada, mantendo-se esta constante. Isto pode acontecer caso

haja falta de capacidade produtiva da empresa para elevar a

produção ou se os preços se elevarem devido a um processo

inflacionário que facilmente pode levar a uma diminuição da

produção.

4.3. Diferença entre quantidade demandada e preço

Quantidade demandada: indica uma quantidade única

que o produtor está disposto a vender por um único preço. Ela é

representada por um ponto na curva de oferta.

Oferta: representa o comportamento do produtor decorrente das variações de preço do bem. A oferta refere-se a toda escala ou curva de oferta.

4.4. Oferta de mercado

A oferta de mercado ou escala de oferta de mercado é a soma das ofertas individuais. Como a oferta é composta por quantidades ofertadas, para encontrarmos a oferta de mercado basta somar as quantidades ofertadas de todos os produtores que participam do mercado a cada variação de preço.

Tabela 5. Escala de oferta de mercado ______________________________________________________________

preço quantidade ofertada mercado

unidade/real colares/semana

Produtor (1) Produtor(2) ______________________________________________________________

4 500 400 900

3 450 350 800

2 350 250 600

1 200 100 300 ______________________________________________________________

Page 28: Economia material de apoio (microeconomia)

28

Gráficos:

Curva de oferta do produtor (1)

Curva de oferta do produtor (2)

pre

ço

colares/semana

pre

ço

colares/semana

Figura 10

Figura 11

Page 29: Economia material de apoio (microeconomia)

29

Curva de oferta do mercado

5. O equilíbrio de mercado

Como foi visto o mercado é formado pela interação entre os agentes econômicos. Um mercado existe quando há ofertantes e demandantes de determinado bem ou serviço. O equilíbrio de mercado é uma situação hipotética na qual a quantidade demandada é igual à quantidade ofertada. Ou, também, entendido como uma situação cuja demanda é igual à oferta. Para uma melhor compreensão do equilíbrio de mercado supõe-se uma mercado com alto grau de concorrência. Ou seja, um mercado em que os preços se formam em decorrência da inter-ação entre oferta e demanda sem interferência isolada de, um ou de um grupo, de produtores ou vendedores.

pre

ço

colares/semana

Figura 12

Page 30: Economia material de apoio (microeconomia)

30

Tabela 6. Escalas de oferta e demanda do mercado

de sapatos – pares/mês

______________________________________________________

preço quantidade quantidade excesso ou escassez

par/real ofertada demandada de oferta ___________________________________________________________

25 500 200 300

20 450 250 200

15 350 350 0

10 250 500 -250

5 25 700 -675 ___________________________________________________________

Curva de equilíbrio de mercado

Equilíbrio de mercado

Excesso de oferta ou escassez de demanda: ocorre

quando as quantidades ofertadas são maiores que as quantidades demandadas.

Escassez de oferta ou excesso de demanda: ocorre quando as quantidades ofertadas são menores que as quantidades demandadas.

Figura 13

excesso de oferta ou escassez de demanda

equilíbrio de mercado

escassez de oferta ou excesso de demanda

Dm

pre

ço

pares/mês

Page 31: Economia material de apoio (microeconomia)

31

6. Variações da demanda e da quantidade demandada

6. 1. Variação da demanda (ou da curva de demanda)

Deslocamento da demanda para a direita - aumento da demanda

Deslocamento da demanda para a esquerda - queda da demanda

Dizemos que há variação da demanda quando ocorre um deslocamento da curva da demanda. Isto ocorre devido à quebra da

pre

ço

refrigerantes-latas/mês

pre

ço

latas de refrigerante-latas/mês

Figura 14

Figura 15

Page 32: Economia material de apoio (microeconomia)

32

condição “coeteris paribus”. No nosso modelo anterior de demanda, eram apenas os preços que variavam no mercado e, portanto, só eles influenciavam a demanda – condição coeteris paribus. Neste caso, observamos que ocorrem variações nas quantidades demandadas. Ou seja, ocorrem variações de pontos (que relacionam preço e quantidade demandada) ao longo da curva da demanda. Há variação da demanda quando há quebra da condição coeteris paribus, ou seja, quando outros fatores, além do preço, influenciam a demanda como a renda do consumidor, preferências, variação do preço dos bens relacionados, promoções, etc.

Conclusões:

• aumento da demanda significa que a curva se desloca para a direita

• diminuição da demanda significa que a curva se desloca para a esquerda

6.2. Variação da quantidade demandada sem variação da demanda

Variação da quantidade demandada sem variação da demanda

Há variação da quantidade demandada sem variação da

pre

ço

detergentes/mêsFigura 16

Page 33: Economia material de apoio (microeconomia)

33

demanda quando apenas o preço do bem em questão influencia

o consumidor, coeteris paribus –ou seja, mantendo-se os demais

fatores constantes. Variação na quantidade demandada sem

variação da demanda significa variação de pontos ao longo da

curva da demanda.

No gráfico:

Variação de A para B: a quantidade demandada varia de

q1 = 4 para q2 = 2

Variação de B para A: a quantidade demandada varia de

q1 = 2 para q2 = 4

7. Variações da oferta e da quantidade ofertada

7.1. Variação da Oferta

Deslocamento da oferta para a esquerda diminuição da oferta

Deslocamento da oferta para a direita

pre

ço

canetas/mêsFigura 17

Page 34: Economia material de apoio (microeconomia)

34

aumento da oferta

Como no caso da demanda, há variação da oferta quando

ocorre um deslocamento da curva da oferta. Há, portanto,

variação da oferta quando, além do preço, outro(s) fator(es)

influenciará o produtor como o preço dos fatores de produção,

progresso técnico, clima, etc. Caso isto ocorra há quebra da

condição coeteris paribus. Ou seja, o produtor vai alterar (ou

deslocar) sua oferta de acordo com a variação de dois ou mais

fatores ao mesmo tempo.

Conclusão:

• aumento da oferta significa que a curva da oferta se desloca

para a direita

• diminuição da oferta significa que a curva da oferta se desloca

para a esquerda

pre

ço

canetas/mêsFigura 18

Page 35: Economia material de apoio (microeconomia)

35

7.2. Variação da quantidade ofertada sem deslocamento da oferta

Variação da quantidade ofertada sem deslocamento da oferta

Há variação da quantidade ofertada sem deslocamento

ou variação da oferta quando apenas o preço do bem em questão

influencia o produtor mantendo os demais fatores que poderiam

influenciá-lo constantes, coeteris paribus.

Variação na quantidade ofertada significa variação ao

longo da curva da oferta.

No gráfico:

Variação de A para B: a quantidade ofertada varia de q1

= 1000 para q2 = 1800

Variação de B para A: a quantidade ofertada varia de q1

= 1800 para q2 = 1000

pre

ço

canetas/mêsFigura 19

Page 36: Economia material de apoio (microeconomia)

36

8. Deslocamentos de demanda e oferta e o equilíbrio de mercado (no curto prazo)

8.1. Variação (ou deslocamento) da demanda com alteração do equilíbrio de mercado

Hipótese A: demanda de peixe na semana santa.

Figura 20 - mostra uma expansão da demanda com oferta inalterada: elevação das quantidades comercializadas a preços maiores.

Figura 20

pre

ço

quantidade

Page 37: Economia material de apoio (microeconomia)

37

Hipótese B: demanda de carne na semana santa.

Figura 21 - mostra uma redução da demanda com oferta inalterada: diminuição das quantidades comercializadas a preços menores.

8.2. Variação (ou deslocamento) da oferta com alteração do equilíbrio de mercado

Hipótese C: período de safra de determinados produtos agrícolas.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

0200400600800

quantidade

preç

o

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

0 200 400 600 800

quantidade

pre

ço

Figura 21

Figura 22

Figura 22 - expansão da oferta com demanda inalterada: maiores quantidades serão comercializadas a preços menores

D’ O

E1

E2

D O O’

E1

E2

Page 38: Economia material de apoio (microeconomia)

38

Hipótese D: ocorrência de geada afetando a produção de trigo.

Figura 23 - diminuição da oferta com procura inalterada:

menores quantidades serão comercializadas a preços maiores.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

0 500 1000 1500 2000 2500

quantidade

pre

ço

Figura 23

O’ O

E1 E2

D

Page 39: Economia material de apoio (microeconomia)

39

9. Elasticidade-preço da demanda

Já foi visto que variações de preço provocam alterações nas quantidades demandadas. Isto significa dizer que a demanda é sensível à mudanças no preço do produto. Essa sensibilidade é conhecida na teoria econômica como elasticidade-preço da demanda.

Dependendo das características do bem e das condições de mercado uma elevação no preço do bem pode fazer com que o consumidor diminua muito ou pouco sua quantidade consumida. O grau dessa diminuição de consumo pode ser medido através da elasticidade-preço da demanda.

Portanto, a elasticidade preço da demanda mede a "sensibilidade" da demanda (sensibilidade do consumidor) de

A elasticidade-preço da demanda é definida como:

Epd = Q(%)

P(%)

sendo,

Epd = coeficiente de elasticidade-preço da demanda

Q % = variação percentual na quantidade demandada

P% = variação percentual no preço

Obs.: A percentagem é utilizada por unificar cálculos medidos

em outras grandezas como moeda, quilo, metro, peça, etc

Exercícios:

1. Caso ocorra uma elevação no preço das passagens aéreas de

2% e seus usuários respondam com uma diminuição nas viagens

de 4%. A elasticidade-preço da demanda por viagens aéreas

poderia ser calculada da seguinte maneira:

Epd = ?

APOSTILA DE ECONOMIA I (micro).doc

D

Page 40: Economia material de apoio (microeconomia)

40

1. 2. No caso das ligações telefônicas, um aumento no

preço de 2% provocará uma redução de menor

intensidade em seu consumo, por exemplo, 0,2%.

Assim, a elasticidade-preço da demanda poderia ser

calculada como:

Epd = ?

Observações

1. Os consumidores de passagens aéreas são mais sensíveis

a uma variação de preços que os consumidores de

ligações telefônicas. Ou seja, aumentos de preço nas

passagens aéreas causam maior impacto em seus

consumidores de que nos consumidores de ligações

telefônicas.

2. O coeficiente de elasticidade-preço da demanda e

sempre negativo constando ou não o sinal de menos.

Podem ocorrer exceções dependendo da ocorrência de

casos específicos de determinados produtos no mercado.

3. Seu valor e considerado em modulo | Epd | , ou seja,

valor absoluto. Muitos analistas eliminam o sinal

negativo e consideram apenas o valor absoluto da

elasticidade para evitar confusão na interpretação dos

valores.

Page 41: Economia material de apoio (microeconomia)

41

Exercícios:

a. Pedro aumentou 5% sua quantidade demandada de

açúcar por mês quando houve redução de 10% no preço do

quilo do açúcar.

b. Maria diminuiu 20% sua quantidade demandada de

carne por mês quando houve aumento de 10% no preço do quilo

da carne.

c. Marina aumentou 15% sua quantidade demandada de

café por mês quando houve redução de 15% no preço do quilo

do café.

Page 42: Economia material de apoio (microeconomia)

42

Classificação da elasticidade-preço da demanda

A demanda ou curva da demanda pode ser dividida em

três tipos de elasticidade:

| Epd | > 1 a demanda é elástica. Significa que a variação

percentual na quantidade demandada é maior que a variação

percentual no preço. O consumidor é sensível à variação de

preços.

| Epd | < 1 a demanda é inelástica. Significa que a

variação percentual na quantidade demandada é menor que a

variação percentual no preço. O consumidor é pouco sensível à

variação de preços.

| Epd | = 1 a demanda é unitária. Significa que a variação

percentual na quantidade demandada é igual à variação

percentual no preço.

Exercício

a. Quais os tipos de elasticidade-preço da demanda apresentados

no caso do exercício 1 (mais ou menos sensíveis à variações nos

preços)?

b. Determine o valor do coeficiente e o tipo de elasticidade-

preço da demanda nos seguintes casos:

b.1. Uma projeção revelou que uma diminuição de 10%

no preço de linhas telefônicas elevaria a demanda em 35%.

b.2. Uma projeção revelou que um aumento de 30% no

preço da margarina diminuiria a demanda em 10%.

b.3. Uma projeção revelou que uma diminuição de 5% no

preço da farinha de trigo aumentaria a demanda em 5%.

Page 43: Economia material de apoio (microeconomia)

43

9.3. Elasticidade-preço da demanda, Despesa Total (DT) e Receita Total (RT)

1. quando a demanda é Elástica:

queda no preço do produto eleva a DT

aumento no preço do produto diminui a DT/RT

2. quando a demanda é Inelástica

queda no preço do produto diminui a DT/RT

aumento no preço do produto aumenta DT/RT

3. quando a demanda é Unitária

queda ou aumento no preço a DT/RT é constante

Tabela 8. Escala de demanda de mercado de celulares

por semana

______________________________________________

Pontos Quantidade Preço

Unidade/R$

______________________________________________

A 1000 200,00

B 5000 150,00

__________________________________________

Dado a escala acima, determine:

Page 44: Economia material de apoio (microeconomia)

44

O que ocorre com a DT e a RT:

a. quando o preço diminui: DT e RT

b. quando o preço aumenta: DT e RT

Tabela 9. Escala de demanda de mercado de feijão por mês

____________________________________________________

Pontos Quantidade Preço

Unidade/R$

____________________________________________________

A 3000 2,00

B 4000 1,00

____________________________________________________

Dado a escala acima, determine:

2. O que ocorre com a DT e a RT:

a. quando o preço diminui: DT/RT

b. quando o preço aumenta: DT/RT

Tabela 10. Escala de demanda de mercado de canetas

por semana

_________________________________________

Pontos Quantidade Preço

Unidade/R$

_________________________________________

A 2000 2,00

B 4000 1,00

_________________________________________

Page 45: Economia material de apoio (microeconomia)

45

Segundo a tabela 10, determine:

a. quando o preço diminui: DT/RT

b. quando o preço aumenta: DT/RT

Casos Particulares:

1. Demanda Perfeitamente Inelástica

| Epd | = 0 a demanda é perfeitamente inelástica.

Significa que qualquer variação no preço do produto não

provoca nenhuma variação na quantidade demandada.

2. Demanda Perfeitamente Elástica

| Epd | a demanda é perfeitamente elástica.

Significa que não havendo alteração no preço do produto (preço

permanecendo fixo) os consumidores estarão dispostos a

demandar qualquer quantidade. Sendo que qualquer quantidade

consumidada não afetará o preço do produto. Caso, por exemplo

de uma concorrência perfeita ou de preço preestabelecido pelo

produtor..

10. Elasticidade-preço da oferta

Da mesma forma que a elasticidade-preço da demanda

representa a sensibilidade do consumidor decorrente de

variações no preço do produto demandado. A elasticidade-

preço da oferta indica a sensibilidade do produtor ou

vendedor com relação à variação de preço dos produtos

quando ofertados.

Page 46: Economia material de apoio (microeconomia)

46

11. Elasticidade-renda da demanda

A elasticidade-renda da demanda mede o grau que uma

alteração na renda do consumidor afeta sua quantidade

demandada. E pode ser conceituada como a variação percentual

na quantidade demandada dividida pela variação percentual na

renda do consumidor.

Er = Q%

R%

sendo,

Er = coeficiente de elasticidade-renda da demanda

Q% = variação percentual na quantidade demandada

R% = variação percentual na renda

Geralmente a elasticidade-renda é utilizada para medir

como o consumidor gasta um eventual aumento de renda (o

ganho extra).

Quando o um aumento da renda eleva a quantidade

demandada de um produto estamos nos referindo aos bens

normais. E o sinal do coeficiente será positivo.

Quando um aumento de renda reduz a quantidade

demandada de um produto, este é conhecido como bem inferior

( bens que são substituídos a medida que a renda aumenta). E o

sinal do coeficiente será negativo.

Page 47: Economia material de apoio (microeconomia)

47

11.1. Classificação da Elasticidade-renda

___________________________________

valor do coeficiente tipo da Er

da Er

___________________________________

> 1 Elástica

< 1 Inelástica

= 1 Unitária

___________________________________

Er positivo = refere-se a bens normais

Er negativo = refere-se a bens inferiores

Exercícios

1. Observou-se que a elevação do salário mínimo diminuiu a

demanda por farinha de milho. Neste caso, a farinha de milho

representa um bem (normal ou inferior)?

2. O governo decidiu não aumentar a renda da população por

acreditar que tal aumento poderia elevar os índices

inflacionários pressionados, principalmente, por possíveis

elevações nos preços das roupas, aluguéis e transporte. A

decisão partiu da observação que esses produtos teriam

elasticidade-renda:

a: positiva ou negativa

b: Er > 1, Er < 1 ou Er = 1

3. Que conclusão pode-se tirar do fato de que a elasticidade-

renda para automóveis compactos( Er = +1,1) é menor do que

a elasticidade para automóveis maiores (Er = +1,5) ?

Page 48: Economia material de apoio (microeconomia)

48

12. Elasticidade-cruzada da demanda

Quando desejamos saber se uma variação no preço de

um determinado bem afeta a demanda de outro bem estamos

cruzando ou relacionando dois produtos. O grau deste efeito é

determinado pela elasticidade-cruzada da demanda. Assim,

temos:

Ec = Qy%

Px%

Ec = coeficiente de elasticidade-cruzada da demanda

Qy% = variação percentual da quantidade

demandada do bem y

Px% = variação percentual no preço do bem x

Ao cruzarmos dois bens pretendemos saber, funda-

mentalmente, se são bens substitutos, complementares ou

independentes entre si e o grau dessa relação que vai depender

do valor do coeficiente. Portanto, é estabelecido a seguinte

classificação:

1. Caso o valor do coeficiente for positivo ( Ec > 0) os bens são

substitutos.

2. Caso o valor do coeficiente for negativo ( Ec < 0) os bens são

complementares.

3. Caso o valor do coeficiente for zero (Ec = 0) os bens são

independentes.

Page 49: Economia material de apoio (microeconomia)

49

Exercícios:

1. Determinar o valor do coeficiente e o tipo dos bens nos seguintes casos:

1.1. Um aumento de 10% no preço da carne de vaca elevou a quantidade consumida de carne de frango em 5%.

1.2. Um aumento de 3% no preço do cigarro diminui a quantidade consumida de isqueiros em 2%.

1.3. Um aumento de 5% no preço do feijão não causou nenhuma variação na quantidade consumida de compact disc.

2. Um aumento na alíquota do imposto de importação elevou o preço do automóvel estrangeiro em 1%, o que ocasionou um aumento de 0,2% na demanda de carros produzidos domesticamente (IPEA , abril/98).

a. Qual o valor do coeficiente da Er?

b. Qual o tipo dos bens?

3. Se dois bens café e açúcar têm elasticidade-cruzada com sinal negativo podemos concluir que são bens....................................

13. Teoria da Produção

13.1. Considerações iniciais

1. A teoria da produção faz parte de um capítulo do estudo microeconômico intitulado: Teoria da Firma. A teoria da firma procura explicar o comportamento da firma ao realizar sua atividade produtiva. Ela abrange: a teoria da produção, teoria dos custos e a análise da rentabilidade da firma.

Page 50: Economia material de apoio (microeconomia)

50

2. A firma ou empresa é definida aqui como uma unidade técnica que produz bens e serviços

3. A análise da firma é concebida num contexto de uma economia de mercado, tendo o sistema de preços como orientador.

4. O comportamento da firma dependerá fundamentalmente da estrutura de mercado na qual o produto está inserido.

13.2. A relevância da teoria da produção

1. Serve de apoio para a análise da formação dos preços na medida em que relaciona produção e custos produtivos.

2. Serve de apoio ao estudo da demanda da firma por fatores de produção mais adequados para maximizar a produção e respectivamente o lucro.

13.3. Conceitos importantes:

Fatores de produção ou insumos são bens e serviços que servem para produzir outros bens e serviços.

Matéria-prima é o produto natural ou semimanu-faturado (bem intermediário) que deve ser utilizado no processo de produção para originar um bem acabado.

Processo de produção é a técnica por meio da qual um ou mais produtos serão obtidos a partir da utilização de determinadas quantidades de fatores de produção.

Eficiência técnica e eficiência econômica

Eficiência técnica: um método de produção é tecnicamente mais eficiente quando maximiza a produção com utilização mínima de fatores de produção disponíveis.

Eficiência econômica: método que maximiza a produção com menor custo possível.

Page 51: Economia material de apoio (microeconomia)

51

Busca-se com a eficiência técnica e econômica:

- evitar perdas desnecessárias

- boa administração

- preço competitivo face a um mercado globalizado

- elevar a produtividade

13.4. Função produção

Existem várias maneiras de combinação de insumos ou fatores de produção que permitam produzir uma determinada quantidade de um ou mais produtos. Admite-se que o empresário buscará o processo produtivo mais adequado na utilização combinada dos fatores produtivos. Assim sendo, a escolha do processo produtivo torna-se questão fundamental para o melhor desempenho da empresa. E a representação técnica das possibilidades de produção é dada pela função produção. A função produção indica o máximo de produto que se pode obter a partir da utilização de certa quantidade de fatores de produção mediante a escolha do processo de produção mais adequado.

A função produção pode ser expressa da seguinte forma:

q = f (x1, x2, x3, ... x4)

q = quantidade produzida ou produto total, por unidade de tempo

x1, x2, x3, ...x4 = quantidades de fatores de produção utilizados ( Capital, Trabalho, Terra, Tecnologia...)

É importante salientar que a função produção, além definida no tempo, pode ser alterada por avanços tecnológicos ao modificar a quantidade utilizada e combinada de fatores de produção.

Page 52: Economia material de apoio (microeconomia)

52

Os fatores de produção podem ser fixos ou variáveis:

• fator fixo: não pode ser modificado caso deseja-se aumentar a produção rapidamente. Geralmente pode-se citar como exemplos: certas máquinas e equipamentos, a terra, a instalação da empresa, etc.

• fator variável: pode ser modificado caso deseja-se aumentar a produção rapidamente. Pode-se citar como exemplos: mão-de-obra, matérias-primas, energia elétrica, combustíveis, etc.

A análise da produção da firma pode ser feita no curto ou longo prazos

No curto prazo: é o período de tempo em que pelo menos um dos fatores de produção utilizados é fixo. Período de tempo em que a firma deseje alterar a quantidade produzida mas não tem a capacidade de mudar todos os fatores de produção.

No longo prazo: é o período de tempo em que a firma pode mudar todos os fatores de produção utilizados caso, assim, deseje.

13.5. Produtividade média e produtividade marginal

Para conceituar as produtividades média e marginal analisaremos a produção no curto prazo. Primeiramente, adotar-se-á um caso de uma firma que utilize, com apenas dois fatores de produção, um fator fixo (x1) e outro fator variável (x2). Portanto, esta firma teria a seguinte função produção:

q = f (x1,x2), coeteris paribus, onde:

q = quantidade produzida ou produto total

x1 = fator fixo

x2 = fator variável

Page 53: Economia material de apoio (microeconomia)

53

Produto Total: é a quantidade do produto obtido com a

utilização de diferentes níveis do fator variável, que neste caso é

o número de trabalhadores.

Produtividade média do Trabalhador: é o resultado da

produção total dividida pelo número de trabalhadores utilizados.

PmeT = PT

n° Tr

Produtividade marginal do trabalhador: é a quantidade

acrescida ao produto total decorrente da variação de uma

unidade no número de trabalhadores.

PmgT = PT

n° Tr

As produtividades média e marginal podem ser aplicadas

a qualquer fator empregado na produção.

A produtividade média, que é a quantidade de produto

que cada fator produz em um determinado período de tempo, é

obtida dividindo o produto total pelo número do fator

empregado na produção.

Pmex = PT

n°x

Page 54: Economia material de apoio (microeconomia)

54

A produtividade marginal, é a quantidade que o última unidade do fator utilizado produz e acrescentou à produção. Ou seja, é o aumento no produto total decorrente do acréscimo de uma unidade do fator empregado, em um determinado período de tempo.

Pmgx = PT

n° x

13.6. Rendimentos crescentes e decrescentes

No caso da firma apresentado, onde apenas o fator

trabalho (em um dado período de tempo) é alterado,

permanecendo o fator terra constante, pode-se inferir que

quando há poucos trabalhadores e terra em abundância, o

aumento do n° de trabalhadores fará crescer o produto total

decorrente do aumento da produtividade marginal do

trabalhador. A firma aqui apresenta rendimentos crescentes.

A firma apresenta rendimentos crescentes quando há

crescimento do produto total, a taxas cada vez maiores,

decorrente do crescimento da PMg do fator variável (que no

caso é o n° de trabalhadores)

A seguir, com a continuidade do aumento apenas do n°

de trabalhadores ( permanecendo o fator terra constante) haverá

diminuição da produtividade marginal do trabalhador apesar do

produto total continuar a crescer. Este fato caracteriza

rendimentos decrescentes.

A firma apresenta rendimentos decrescentes quando há

crescimento do produto total, a taxas cada vez menores,

decorrente da diminuição da Pmg do fator variável ( que no caso

é o n° de trabalhadores).

Page 55: Economia material de apoio (microeconomia)

55

Portanto, pode-se concluir que a produtividade expressa

a utilização mais eficiente (técnica e econômica) dos fatores de

produção, já que a firma objetiva o máximo de produto total

com utilização mínima de recursos e menores custos.

Obs.: Já apresentando rendimentos decrescentes, se a

firma continuar elevando o número de trabalhadores sabendo

que não pode alterar a quantidade de terra para o cultivo, a

produtividade marginal do trabalhador cai ainda mais fazendo

cair o produto total. É claro que a firma não irá incorrer neste

erro pois estará colocando em risco seu empreendimento.

Responda:

1. Quando há rendimentos crescentes? Por quê?

2. Quando há rendimentos decrescentes? Por que?

3. Se a firma já apresenta rendimentos decrescentes, o que

ocorre com o produto total caso ela dê continuidade na elevação

do número de trabalhadores?

4. Portanto, os rendimentos da firma são determinados pela

produtividade ..............................................................

14. Custos de produção

14.1. Custo social e custo de oportunidade

Para a empresa saber qual o melhor nível de utilização

de fatores de produção que maximize a produção e o lucro é

preciso conhecer, além da produtividade dos fatores de

produção utilizados, os custos de produção.

Page 56: Economia material de apoio (microeconomia)

56

Antes de analisarmos os custos da firma é importante destacar dois tipos de custos:

Custos sociais: ocorre quando a produção de determinado bem afeta negativamente a coletividade. Ex.: a poluição. O custo social , normalmente, não é computado no custo da firma. Mas pode sê-lo através de legislação que obrigue a firma minimiza-lo. Ex.: obrigatoriedade de filtros de ar redutores de poluentes, catalisadores para automóveis, etc.

Custos de oportunidade ou alternativos: é o valor maior que a empresa estaria ganhando (valor renunciado) caso tivesse optado por um uso alternativo (rentabilidade alternativa) de seu capital. Ex.: dinheiro no caixa da empresa (capital de giro) – o custo de oportunidade é o que ela estaria ganhando se aplicasse no sistema financeiro; taxa de lucro da empresa – o custo de oportunidade é a taxa de rentabilidade maior em outro setor.

É importante destacar que o custo econômico difere do custo puramente contábil.

O custo contábil é conhecido, também, como custo explícito. Então:

Custo contábil ou explícito são os pagamentos (despesas) dos fatores de produção adquiridos pela firma. Ex.: pagamento da m.d.o., matéria-prima, máquinas e equipamentos, energia elétrica, aluguel, etc.

O custo econômico considera o custo contábil ou explícito e o custo implícito , também denominado, custo de oportunidade. Portanto, o custo econômico será maior que o custo contábil.

14.2. Os custos de produção no curto prazo

Curto prazo: é o período de tempo em que pelo menos um dos fatores de produção utilizados pela firma é fixo - ou seja, é o período onde a firma não tem condições de mudar todos os fatores de produção caso deseje aumentar a produção. É o período em que a firma processa e oferta o produto.

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Longo prazo: é o período de tempo em que a firma pode mudar todos os fatores de produção. Esse é o período de planejamento em que a firma projeta o crescimento da produção aumentando suas instalações.

No curto prazo, como certos fatores de produção são fixos, os custos de produção podem ser divididos em:

1. Custos fixos: são despesas arcadas pela firma que permanecem constantes não importando o nível de produção, mesmo que a firma nada produza. Ex.: depreciação de máquinas e equipamentos, pagamento de juros, seguros, aluguéis, etc.

2. Custos variáveis: são despesas arcadas pela firma que variam

conforme o nível de produção. Ex.: despesas com trabalhadores

empregados, matérias-primas, energia elétrica, etc.

Geralmente, os custos fixos são associados aos fatores

de produção fixos, e os custos variáveis aos fatores de produção

variáveis.

3. Custos totais: é a soma do custo fixo mais o custo variável a

cada nível de produção.

Portanto, temos:

CT = CF + CV

CT= custo total

CF= custo fixo

CV= custo variável

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Responda:

Sobre os custos de produção no curto prazo podemos tirar as seguintes conclusões, a partir da tabela 12:

Quando o PT é zero o CV é .........................

À medida que o PT aumenta, o CF é.....................

À medida que o PT aumenta, o CV ..................

À medida que o PT aumenta, o CT ....................

Exercício

Complete a tabela abaixo sabendo-se que, no curto prazo, uma firma apresenta: custo fixo de R$50; custo variável dado pelo n° de trabalhadores com salário de R$5,00 (a hora).

PT

No de

Trabalhadores

W

CF

CV

?

CT

?

0 0 5 50

100 1 5 50

300 2 5 50

600 3 5 50

700 4 5 50

750 5 5 50

Responda:

Sobre os custos de produção, no curto prazo, da tabela acima podemos tirar as seguintes conclusões:

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1. Quando o produto total é zero o custo variável é ....................................

2. À medida que o produto total aumenta, o custo fixo é .....................................

3. À medida que o produto total aumenta, o custo variável .........................................................

4. À medida que o produto total aumenta, o custo total ..........................................................

Page 60: Economia material de apoio (microeconomia)

60

Custo fixo médio: custo fixo dividido pelo produto total

CFme = CF

PT

Custo variável médio: custo variável dividido pelo

produto total

CVme = CV

PT

14.3. Análise do Cfme e do Cvme no curto prazo

O Cfme diminui conforme aumenta a produção porque

dado que este custo permanece fixo, seu custo (peso) na

produção total vai diminuindo.

O Cvme passa por dois momentos:

1. Quando a firma apresenta rendimentos crescentes o Cvme

diminui conforme aumenta a produção da firma, ou seja, o

custo (peso) do fator variável na produção total vai diminuindo

cada vez mais.

2. Quando a firma apresenta rendimentos decrescentes o Cvme

aumenta conforme aumenta a produção da firma , ou seja, o

custo (peso) do fator variável na produção total aumenta.

É importante observar que caso a firma aumente o

número do fator variável, mantendo fixo os demais fatores, o PT

tende a diminuir elevando o Cfme e o Cvme. Sem dúvida, a

firma não realizará esta hipótese, sendo apenas uma alternativa

de análise.

Page 61: Economia material de apoio (microeconomia)

61

Exercício

De acordo com a tabela abaixo determine os Cfme e Cvme.

PT

No de

Trab.

W

CF

CV

CT

Cfme

?

Cvme

?

0 0 5 50 0 50

100 1 5 50 5 55

300 2 5 50 10 60

600 3 5 50 15 65

700 4 5 50 20 70

750 5 5 50 25 75

Sobre os custos de produção no curto prazo, responda:

1. Quando o PT é zero o Cfme e o Cvme ..................

2. À medida que o PT aumenta, o Cfme ..................

3. Quando a firma apresenta Rendimentos crescentes

o Cvme .....................

4. Quando a firma apresenta rendimentos decrescentes o Cvme .................... Responda , baseado na tabela acima:

1. Por que, no curto prazo, o Cfme cai conforme aumenta a produção?

2. O Cvme, no curto prazo, cai até que nível de trabalhadores? Por quê?

3. O Cvme, no curto prazo, passa a aumentar a partir de que nível de trabalhadores? Por quê?

Page 62: Economia material de apoio (microeconomia)

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CT = CF + CV

Cfme = CF

PT

Cvme = CV

PT

Cme = CT ou Cme = Cfme + Cvme

PT

Cmg = CT - ou seja, é o aumento no custo

PT total decorrente da produção

de uma unidade a mais.

Responda teoricamente as questões abaixo explicando da melhor

forma:

1. No curto prazo, até que nível de produção, o Cme cai

conforme aumenta a produção?

2. Quando, no curto prazo, o Cme passa a aumentar?

3. Quando, no curto prazo, o Cmg cai?

4. Quando, no curto prazo, o Cmg aumenta?

Page 63: Economia material de apoio (microeconomia)

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14.4. Custos no longo prazo

No longo prazo todos os custos de produção são variáveis porque todos os fatores de produção podem ser alterados. Isto ocorre porque a firma analisa seus custos com a possibilidade de mudar o tamanho da planta industrial. Portanto, o aumento da produção seria acompanhado pelo aumento de instalações, máquinas, equipamentos, administração, terra, etc.

O custo médio no longo prazo

A firma determina com o custo médio o custo por unidade produzida. E caso planeje aumentar a produção a partir de nova planta, provavelmente vai preferir, dentre as possibilidades de combinação de fatores de produção, o nível de produção desejado que lhe garanta o menor custo médio. Portanto, o custo médio no longo prazo permite à firma conhecer o menor custo médio em diferentes possibilidades produtivas, inclusive em uma eventual diminuição da planta.

Para entendermos melhor essas possibilidades analisaremos o seguinte caso:

Suponha que a firma se defronte com um aumento repentino da demanda. Ela terá, em princípio, duas opções:

Primeira: Elevação da produção com a mesma planta (curto prazo). Isto implica na contratação de novos trabalhadores e ou na implantação de horas extras. Neste caso, a continuidade da elevação da produção implica em rendimentos decrescentes e no aumento do custo médio. Isso significa dizer que , no curto prazo, a firma, para atender a elevação repentina da demanda, será obrigada a usar sua capacidade produtiva até o limite mesmo com elevação do custo por produto.

Segunda: Elevação da produção com aumento da planta (longo prazo). Isto implica no planejamento de uma firma de maior porte. Assim, poderá projetar uma produção maior com menor custo médio.

Page 64: Economia material de apoio (microeconomia)

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14.5. O nível ótimo e o custo médio

Pode-se chegar ao tamanho da planta ideal (nível ótimo)

para a firma através da análise do custo médio que será aquele

que combinará a maior produção desejada com o menor custo

médio – é o nível em que há melhor eficiência técnica e

econômica.

É importante considerar que para cada nível de produção

haverá um nível ótimo para a firma que será atingido com o

menor custo médio. No longo prazo, este nível poderá ser

atingido com qualquer tamanho possível de planta o que irá

depender do desejo e das condições de investimento da firma.

No curto prazo, o nível ótimo pode ser atingido com um nível

pretendido de produção que assegure o menor custo médio.

14.6. Custo marginal no longo prazo

Já foi visto que o custo marginal, no curto prazo, é o

aumento no custo total decorrente de uma unidade a mais

produzida pela firma. O custo marginal pode ser determinado no

longo prazo a partir da projeção de uma ou mais plantas

produtivas.

No longo prazo, conforme aumenta a produção o custo

marginal, geralmente, deve aumentar. Isto ocorre dado que ao

projetar plantas cada vez maiores a firma acarreta maiores

custos totais, já que todos os custos aumentam.

14.7. Economias de escala

No longo prazo os rendimentos da empresa são

entendidos em termos de escala produtiva, ou seja, da obtenção

de uma produção em grande volume dada por mudanças na

planta produtiva. Mudança na planta significa que todos os

fatores produtivos podem variar.

Há economias de escala, também entendida como

Page 65: Economia material de apoio (microeconomia)

65

rendimentos crescentes de escala, quando a empresa consegue

um aumento no produto total maior em relação ao aumento de

todos os fatores de produção utilizados. Afirma-se, também, que

uma empresa apresenta economias de escala quando a expansão

da produção for proporcionalmente maior do que os aumentos

do custo médio no longo prazo.

Podemos exemplificar do seguinte modo:

Suponha uma empresa que, no curto prazo, apresente:

Produto total = 1.000 pares de meias/dia;

Fatores de produção = 5 trabalhadores com salários de

R$20,00 e 5 máquinas ao custo de R$180,00 cada.

Custo total = R$1.000,00

Cme = ?

No longo prazo, a empresa passa a apresentar:

Produto total = 2.200 pares de meias/dia (mais do que

dobra o PT)

Fatores de produção = 10 trabalhadores com salários

de R$20,00 e 10 máquinas ao custo de R$180,00 cada.

Custo total = R$2.000,00

Cme = ?

Portanto há economias de escala quando aumentos da

produção são acompanhados por queda do custo médio no longo

prazo.

As economias de escala podem ser obtidas, entre outras

formas, com:

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1. Melhoria tecnológica

O aumento do tamanho da empresa pode proporcionar

maiores e melhores máquinas e equipamentos que, mesmo com

o aumento de seu custo unitário, possibilita ganhos produtivos

compensadores

2. Divisão e especialização do trabalho

Possibilitam maior agilidade do trabalhador na execução da atividade que lhe é específica e eliminação da perda de tempo ocorrido quando o trabalhador passa de uma atividade para outra.

3. Ganho de preço na aquisição de insumos quando adquiridos em maiores quantidades

4. Ganhos em operações financeiras

Empresas maiores têm mais facilidade de obtenção de empréstimos e até com juro reduzido em relação a empresas menores. Pode também, obter ganhos com aplicações no mercado de capitais ( ações, títulos, etc)

14.8. Deseconomias de escala

Há deseconomias de escala ou rendimentos de escala decrescentes quando a empresa apresenta um aumento no produto total menor em relação ao aumento de todos os fatores produtivos utilizados. Deseconomias de escala é, também, entendida como uma expansão da produção proporcionalmente menor que o aumento do custo médio correspondente no longo prazo.

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1. Problemas na eficiência administrativa

Ao passar para uma planta maior a administração não

consegue desempenho satisfatório no gerenciamento do novo

empreendimento em decorrência de decisões centralizadas e

burocráticas, despesas adicionais – viagens, telefone, outras

contratações, etc.

2. Elevação dos custos dos fatores de produção no mercado.

A empresa muitas vezes é obrigada, em determinado

momento, a elevar o custo médio dado seu tamanho maior e a

necessidade da aquisição dos fatores de produção necessários

para manter a produção e a demanda.

14.9. Rendimentos constantes de escala

Pode ocorrer um caso em que a empresa aumente a

produção na mesma proporção do aumento dos fatores de

produção utilizados. Neste caso, o Cme é constante no longo

prazo. Por exemplo, a empresa produz 10% a mais, mas com

10% a mais no custo total. Quando isto ocorre diz-se que a

empresa trabalha com rendimentos constantes de escala.

Receita total e Custo total no curto prazo

A decisão de produzir determinado produto pode ser

medida através da comparação entre a receita total e o custo

total em vários níveis de produção possíveis. A escolha do

melhor nível de produção (lucro máximo) ou do nível onde a

empresa deverá fechar dependerá, dentre outras circunstâncias,

de dois fatores básicos:

• situação de lucro da firma

• estrutura de mercado em que ela está inserida (monopólio,

oligopólio, concorrência monopolística, etc.) o que será

abordado mais adiante.

Page 68: Economia material de apoio (microeconomia)

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A situação de lucro da firma – comparação entre Receita

Total e Custo Total

O nível ótimo é obtido com a maximização do lucro.

Lucro é a diferença entre receita total e custo total.

Lucro = RT - CT

Sendo: RT = p . q

p = preço; q = quantidade

CT = CF + CV

Page 69: Economia material de apoio (microeconomia)

69

15. Estruturas de mercado

A escolha do melhor nível de produção de uma empresa

depende, além da análise de sua situação de lucro, da estrutura

de mercado em que ela está inserida. O objetivo desta parte é

caracterizar as estruturas básicas de mercado como suporte de

análise para o melhor posicionamento da empresa face ao

mercado.

15.1. Concorrência perfeita

A estrutura de mercado denominada concorrência perfeita é um modelo teórico desenvolvido por economistas para auxiliar análises mais complexas ou imperfeitas do funcionamento do mercado. O modelo pode ser aplicado em mercados que se aproximam desta estrutura como o de certos produtos agropecuários.

Hipóteses do modelo de concorrência perfeita:

a) Grande número de compradores e vendedores de tal forma que nenhum deles têm poder individual de determinar preços. Sendo estes determinados pelo próprio mercado.

b) Os produtos são homogêneos, ou seja, são substitutos perfeitos entre si. Os compradores são indiferentes quanto à escolha da empresa que produz o produto que pretendem adquirir.

c) Transparência de mercado - existe perfeito conhecimento e informação sobre o mercado por parte dos compradores e vendedores quanto à qualidade, preços e concorrência. Logo, tanto compradores e vendedores não serão influenciados por especuladores, principalmente quanto ao preço dos produtos.

d) Livre mobilidade de empresas no mercado – Não há

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barreiras legais (patentes, direitos de propriedade, condições legais, etc.) e econômicas (capacidade de investimento, etc.) para entrada ou saída de empresas no mercado. Assim, uma empresa pode entrar ou sair do mercado dependendo da situação de lucro que ele propicia.

e) Maximização de lucro- Dada a concorrência perfeita do mercado as empresas têm que buscar na eficiência sua permanência no mercado. Portanto, há uma tendência das empresas buscarem minimizar os custos e equilibrar os lucros entre elas.

15.2. Monopólio

O monopólio é uma estrutura de mercado em que há

apenas um produtor de determinado bem ou serviço, podendo

assim, influenciar o preço do produto no mercado.

Hipóteses do monopólio:

a) Há apenas uma empresa produtora do produto.

b) Não há substitutos próximos para o produto.

c) Existência de obstáculos à entrada de outras empresas no

setor (o setor é a própria empresa) como:

- economias de escala da empresa monopolísta tornam seu preço

imbatível.

- existência de patentes protegendo o monopolista de eventuais

concorrentes.

- proteção por meio de leis governamentais.

- controle exclusivo do fornecimento de matérias-primas essenciais

para a produção de um produto, ou seja, é a única fornecedora

da matéria-prima.

Por estas e outras razões o monopólio pode auferir

lucros maiores que em outros mercados.

Page 71: Economia material de apoio (microeconomia)

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15.3. Concorrência monopolística

É a estrutura de mercado com características da

concorrência perfeita e do monopólio.

Características:

a) Grande número de empresas.

b) Não há barreiras para a entrada ou saída de empresas.

c) O produto é diferenciado (propaganda, qualidade, marca,

atendimento, etc.).

d) Os produtos são substitutos próximos entre si.

e) As empresas têm certo grau de poder para determinar seu

preço no mercado.

15.4. Oligopólio

É uma estrutura de mercado constituída por um pequeno grupo de empresas que detém o controle da oferta de determinado produto.

O oligopólio pode ser puro ou diferenciado.

No oligopólio puro os produtos são homogêneos (substitutos perfeitos) como por exemplo: indústria de cimento, alumínio, aço, etc.

No oligopólio diferenciado os produtos são diferenciados como por exemplo: indústria automobilística, de cigarros, informática, etc.

A característica fundamental do oligopólio é a existência da interdependência entre as empresas. Dado a importância de cada empresa no setor, as decisões de uma quanto a preços, qualidade, propaganda, etc., afetam o comportamento das demais.

Page 72: Economia material de apoio (microeconomia)

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Uma forma bastante conhecida de organização oligopolista são os Cartéis.

Cartel é uma organização de produtores com o objetivo de maximizar os lucros em determinado setor. São baseados, principalmente em acordos quanto a determinação de preços.

15.5. Monopsônio

Monopsônio é caracterizado pela existência de muitos vendedores e um único comprador. É comum no mercado de trabalho, de matérias-primas e no governo.

15.6. Oligopsônio

Oligopsônio é caracterizado pela existência de poucos compradores que dominam o mercado. É comum no mercado de indústrias alimentícias e seus fornecedores.

Page 73: Economia material de apoio (microeconomia)

73

BIBLIOGRAFIA BÁSICA COMPLEMENTAR

CASTRO, A. B. e LESSA, C. Introdução à economia,

33a.

edição, Forense Universitária, 1991.

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