ECONOMIA SEM AMPARO, ALAGOAS TENTA SALVAR PEQUENOS …

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R$ 1,00 www.jornaldasalagoas.com.br Alagoas, 15 de abril | Ano 1 | Nº 253 | 2020 SEM AMPARO, ALAGOAS TENTA SALVAR PEQUENOS NEGÓCIOS EM MEIO À PANDEMIA ECONOMIA A quarentena imposta aos ala- goanos como solução para conter a proliferação da Covid-19 tem causado dor de cabeça a muitos empresários e microempreendedo- res que buscam a sobrevivência de seus negócios e a manutenção dos postos de trabalho. Manter apenas como delivery não ajudou, pois o retorno é muito baixo. “A tristeza que sinto na fala deles é muito grande, porque não enxergam outra saída além de futuras demis- são ou fechar as portas, até que apareça uma solução para salvá- -los”, conta Israel Lessa, advogado e ex-superintendente do Ministério do Trabalho em Alagoas. Página 4 Diante da crise e sem ajuda esta- tal, muitos microemprendedores e trabalhadores autônomos terão que se reinventar para vencer os obstáculos deste momento Pré-candidatos à Prefeitura de Maceió avaliam os decretos do governo estadual e municipal O Jornal das Alagoas ouviu alguns dos pré-candidatos à Pre- feitura Municipal de Maceió para saber quais eram as suas posicões em relação ao decreto do gover- nador Renan Filho e das medidas tomadas pelo prefeito de Maceió, Rui Palmeira. Todos falam em união de forças nesse momento e destacam algumas medidas que julgam necessárias. É no colo de um deles que muitas das conse- quências dessas decisões cairão, já que depois de superada a pandemia vem um longo caminho de reconstrução. Página 8 MPE quer mais informações sobre uso da cloroquina em Alagoas Página 5 Governo cria grupo para coordenar recuperação Página 7 FMI prevê queda de 5,3% do PIB brasileiro nesse ano Página 6 Trump se prepara para retomar as atividades nos EUA Página 6 VISITE NOSSO SITE: WWW.JORNALDASALAGOAS.COM.BR

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R$ 1,00 www.jornaldasalagoas.com.brAlagoas, 15 de abril | Ano 1 | Nº 253 | 2020

SEM AMPARO, ALAGOAS TENTA SALVAR PEQUENOS NEGÓCIOS EM MEIO À PANDEMIA

ECONOMIA

A quarentena imposta aos ala-goanos como solução para conter a proliferação da Covid-19 tem causado dor de cabeça a muitos empresários e microempreendedo-res que buscam a sobrevivência de seus negócios e a manutenção dos postos de trabalho. Manter apenas como delivery não ajudou, pois o

retorno é muito baixo. “A tristeza que sinto na fala deles é muito grande, porque não enxergam outra saída além de futuras demis-são ou fechar as portas, até que apareça uma solução para salvá--los”, conta Israel Lessa, advogado e ex-superintendente do Ministério do Trabalho em Alagoas. Página 4

Diante da crise e sem ajuda esta-tal, muitos microemprendedores e trabalhadores autônomos terão que se reinventar para vencer os obstáculos deste momento

Pré-candidatos à Prefeitura de Maceió avaliam os decretos do governo estadual e municipal

O Jornal das Alagoas ouviu alguns dos pré-candidatos à Pre-feitura Municipal de Maceió para saber quais eram as suas posicões

em relação ao decreto do gover-nador Renan Filho e das medidas tomadas pelo prefeito de Maceió, Rui Palmeira. Todos falam em

união de forças nesse momento e destacam algumas medidas que julgam necessárias. É no colo de um deles que muitas das conse-

quências dessas decisões cairão, já que depois de superada a pandemia vem um longo caminho de reconstrução. Página 8

MPE quer mais informações sobre uso da cloroquina em Alagoas

Página 5

Governo cria grupo para coordenar recuperação

Página 7

FMI prevê queda de 5,3% do PIB brasileiro nesse ano

Página 6

Trump se prepara para retomar as atividades nos EUA

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V I S I T E N O S S O S I T E : W W W . J O R N A L D A S A LA G O A S . C O M . B R

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OPINIÃO

202015 de abril2

Jorge Luiz Borges TinocoDiretor-Executivo

Luis VilarEditor-Geral

Benedito LimaDiagramação

Para anunciar(82) 3028.2050(82) 99333.6028

CNPJ33.009.776/0001-21

EndereçoRua Barão de Penedo, 36Edifício Delmiro Gouveia, Sala 205 - CentroCEP 57.020-340Maceió - Alagoas

[email protected]@jornaldasalagoas.com.br

Sitewww.jornaldasalagoas.com.br

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

EXPEDIENTE

O Brasil ainda enfrenta sequelas não de uma polarização, pois essa é essencial da demo-cracia, já que se trata da divergência e do conflito entre as ideias. As sequelas se dão por conta do sectarismo pautado por interesses políticos, fisiológicos ou ideológicos. Nossa classe política se acostumou a olhar apenas para o próprio umbigo, se tornou uma elite aristocrática e inculta que primeiro escolhe o que fazer, em nome do jogo de poder, e depois busca as desculpas mais demagógicas para tentar ludribiar a população.

De certa forma, isso já foi muito bem descrito pelo intelectual Raymundo Faoro, em Os Donos do Poder. Faoro era um intelectual de esquerda. No outro polo, no campo da direita, isso também foi muito bem posto pelo anti--estatista Roberto Campos, ou por Melquior, Meira Penna e tantos outros intelectuais que já ocuparam os espaços do debate público para pensar de forma livre e sem dever suas cabeças a grupelhos que se tornam ele-mentos revolucionários na busca pelo poder político e ideológico na condução das massas.

Em momentos como esse da pandemia do novo coronavírus, é que vemos o quanto essa ferida é profunda, pois não faltam os demagogos e os discursos vazios de lado a lado. No Brasil, criou-se – por puro sectarismo e interesses políticos, que visam as eleições e ocupações de espaços de poder – uma falsa dicotomia em que todo mundo quer ser o detentor do monopólio das virtudes. De um lado, os que se observam a Saúde e utilizam a atual situação como mecanismo para controle social extremo, já impedindo até mesmo as pessoas de sairem de suas casas. Do outro, quem enxerga apenas a Economia. E, a partir disso, subestima a doença que de fato é altamente contagiosa e, mesmo com baixa letalidade, leva vidas (e toda vida impor-ta!) e pode causar colapso no sistema público de saúde.

O problema central é que para encontrar-mos o caminho do bom senso e de medidas que não sejam draconianas, mas eficacez na redução dos danos, precisamos afastar essa pseudo-dicotomia para compreender o quanto Economia e Saúde estão interligadas, pois sem uma a outra não funciona. Não há

E D I T O R I A L

Quando a política mata o bom senso

uma sobre a outra, mas ambas de forma paralela. Afinal, diante de uma queda prevista de 5,3% na economia brasileira, são muitos os que vão morrer de fome ou de outras doen-ças, são sistemas de serviços públicos – que atendem aos mais vulneráveis – que vão ficar ainda mais deficitários. Por outro lado, uma vasta contaminação vai afetar diretamente a produtividade de um país.

É tudo interligado. Os políticos que nesse mo-

mento não levam em conta essa complexida-

de, que requer enxergar a particularidade de

cada região e não adoção de medidas genéri-

cas com base em recomendações de meca-

nismos internacionais – como a Organização

Mundial da Saúde (OMS) – que não possuem

a dimensão das particularidades de todos os

países, estados, cidades e comunidades do

planeta. Além disso, tais mecanismos não são

legítimamente eleitos e também possuem

seus interesses políticos e ideológicos. Afinal,

já não é nem mais segredo a ligação entre a

OMS e a China e que o governo chinês tentou

sim esconder os acontecimentos.

Ora, a visão crítica é de fundamental impor-tância nesse momento por parte de todos os nossos governantes. Então, que os líderes não tratem o que é complexo de forma superfi-cial, mas sim encarando todos os ângulos des-sa questão, pois assim como a Saúde precisa estar nas melhores condições possíveis para atender os infectados, do outro lado, é preciso que a economia tenha a sua funcionalidade

para garantir os recursos necessários.

Estamos falando aqui do possível desabaste-cimento do país e do absurdo que é o Estado – por meio de decretos – interferir de forma tão absurda nas liberdades civis dos cidadãos e até mesmo ditar o que para esses é essen-cial ou não. Os governadores – incluindo o de Alagoas – estão sim cometendo excessos diante do caminho que tomaram. Que eles possam rever suas posições.

Assim como o presidente Jair Bolsonaro cometeu erros ao relativizar a doença, utilizando termos como “gripezinha”. Erro absurdo, mas que começou a ser revisto nos pronunciamentos que se sucederam por par-te do presidente, o que mostra que é possível governantes reverem seus posicionamentos diante do que a realidade lhes apresenta.

Portanto, que os nossos líderes – do presi-dente aos governadores e prefeitos – pos-sam aprender a ouvir mais. Possam entender que quanto mais complexo é um problema, maior é o número de atingidos e de aflições que precisam de resposta. Não se conseguirá responder a tudo, mas o caminho da humil-dade e do aprendizado com os próprios atos é a via para reduzir ao máximo os impactos negativos que se possa ter. Tudo isso sem extremismos, sem jogos de vaidades, sem achar que a ideologia ou os interesses in-confessos são maiores que o real. Há muitas lições a partir da humildade. Que todos nós também estejamos atentos a isso…

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A situação de muitos e m p r e s á r i o s n a capital é pratica-

mente a mesma. Manter as portas abertas apenas como delivery não ajudou, pois segundo a maioria dos empresários ouvidos o retorno é muito baixo. “A tristeza que sinto na fala deles é muito grande. Eles não enxergam outra saída além de futuras demissão e, em alguns casos, fechar as portas, até que apareça uma solução para salvá-los”, conta Israel Lessa, advogado e ex-superintendente do Ministério do Trabalho em Alagoas, que tem acompa-nhado de perto a situação de algumas dessas empresas.

Segundo ele, muitos se sentem abandonados pelos governantes e se enxergam numa situação desespera-dora, preocupados com o

salário dos funcionários, impostos e custos como: aluguel, energia, água e outros necessários para manter a empresa funcio-nando. “O cenário se mostra muito incerto sobre o futuro e isso é o que mais nos preo-cupa”, revela o proprietário de uma pizzaria da parte baixa da capital que prefere não se identificar.

PERSPECTIVA Lessa teme que muitos

desses não consigam se recuperar após a crise. “É cada um por si nesse barco. Existe uma união entre eles, mas não há, até o momento, apoio do governo do estado para essa categoria que tem sofrido duramente com a crise”. Ele pontua que esses empresários estão buscando alternativas de divulgação, através de redes sociais ou de

figuras públicas da capital, para ganhar visibilidade, na tentativa de impulsionar as vendas e reduzir os impactos dos prejuízos.

Um grande grupo de entregadores tem atuado por toda capital, já que muitos estabelecimentos estão funcionando através de delivery e aplicativos como iFood. Mas ele enfa-tiza que, segundo esses profissionais, não houve um diálogo por meio do governo sobre cuidados que deve-riam adotar nas entregas. “Receberam informações dos meios de comunicação e algumas instruções no ato da entrega, muitas vezes através dos clientes. Estão expostos ao vírus nas ruas, mas não são considerados como profissionais essen-ciais nesse momento”, conta em tom de preocupação. Há

um movimento para que a categoria também seja incluída nos grupos prioritá-rios na campanha de vacina contra a gripe, a exemplo do que o Ministério da Saúde fez com outros profissionais essenciais.

Israel defende que é essencial valorizar os peque-nos negócios, para que esses empresários possam sobreviver a essa crise. “Se você precisa comprar itens básicos para sua casa, tenta procurar um pequeno negó-cio, para que sua compra por mais simples que seja possa ajudá-lo e que no pouco a pouco ele possa também aliviar os prejuízos causados pela crise”, conclui.

Para Lessa essa é uma das principais alternativas para minimizar os impactos causados pela Covid-19 no bolso do trabalhador.

MACEIÓ

Alagoanos tentam salvar pequenos negócios sem o amparo do governo

A quarentena imposta no Estado

de Alagoas, para conter a proliferação

de Covid-19, tem causado bastante

dor de cabeça a muitos empresários e

microempreendedores que estão lutando para que seus negócios não

sejam prejudicados. Essa crise está

afetando não só esses empreendedores

mas também seus colaboradores,

sendo eles diretos ou indiretos, pois o fluxo de muitos

estabelecimentos, mesmo os que estão

funcionando via delivery, diminuiu

bastante nos últimos dias.

202015 de abril4

ECONOMIA | Ex-superintendente do trabalho de Alagoas, Israel Lessa, analisa a situação econômica e social

Éverton LessaColaborador

Isreael Lessa teme pelos empregos diretos e indiretos perdidos durante esta crise

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É que há re latos na imprensa alagoana de que existe o medica-

mnto em estoque em Alagoas, mas o governo do Estado teria tomado a decisão de não usar a hidroxicloroquina e a cloro-quina por ausência de maior embasamento científico. No entanto, o Ministério da Saúde – como mostra a Nota Infor-mativa de número 6/2020 do dia 1 de abril – disponibilizou para uso, em casos confir-mados de Covid-19 e a crité-rio médico, o medicamento cloroquina como terapia adju-vante no tratamento de formas graves em pacientes hospi-talizados, sem prescrição de outras medidas de suporte.

A distribuição da hidro-xicloroquina e da cloroquina se iniciou no dia 27 de março, sendo não menos de que 2 mil comprimidos por região. O Ministério Público Estadual quer – portanto – saber se o Estado de Alagoas já conta com esse medicamento, pois a posição oficial do governa-dor Renan Filho (MDB) e do

secretário de Saúde, Alexan-dre Ayres seria – conforme uma publicação na imprensa, feita pelo portal 7 Segundos – de que “a medicação não esta-ria sendo usada por aguardar maiores estudos sobre a eficá-cia do tratamento da Covid-19”.

SOLICITAÇÕESDiante do quadro, o MPE

encaminhou ofício para o

secretário de Saúde, Alexan-dre Ayres, querendo saber a quantidade de medicamento existente e se há, de fato, um protocolo por parte do governo estadual para o uso ou não das medicações no trata-mento do novo coronavírus. É solicitado ainda que, em caso de haver distribuição, a Secre-taria pontue cada uma das unidades que receberam, com o quantitativo distribuído.

Ainda na segunda-feira, um grupo de 111 médicos subscreveram um pedido para que o Conselho Regio-nal de Medicina de Alagoas (Cremal) se posicione favorá-vel à administração do medi-camento para o tratamento dos casos confirmados que se encontram hospitalizados. O Conselho ainda não se posi-cionou oficialmente a respeito da questão.

ALAGOAS

MP pede informações ao governo de AL sobre o estoque de hidroxicloroquina

A promotoria do Núcleo de Defesa da Saúde do Ministério

Público Estadual solicitou informações

– no dia de ontem – sobre a existência de um estoque de hidroxicloroquina

e cloroquina no Estado de Alagoas para o tratamento

dos infectados com o coronavírus no

Estado. A solicitação do MPE toma por

base uma provocação feita ao órgão pelo

empresário Leonardo Dias, na segunda-

feira, dia 13.

CORONAVÍRUS | Órgão requer informações sobre a distribuição e a disponibilização do medicamnto na rede pública

Luis VilarEditor-geral

Com o Decreto de Situ-ação de Emergência do Estado e municí-

pio de Maceió em razão da pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), ficou determinado o fechamento e funcionamento efetivo dos estabelecimentos comerciais do Estado. Com isto, durante o período de distanciamento social, diversos empresários vêm buscando a flexibilização desta medida.

No entanto, a solicitação para revogar algumas medidas veio também da Assembleia

Legislativa do Estado (ALE) com o deputado Inácio Loiola (PDT), que requer a flexibili-zação do funcionamento de salões de beleza, barbearias, manicure e pedicure (esmal-teria), clínicas de estética, estabelecimentos comerciais com atividades de depilação e similares.

De acordo com o requeri-mento do deputado, a proposta está ligada às orientações sani-tárias sobre a recomendação de se retirar a barba, remo-ver pelos, higienizar e cortar cabelos, higienizar unhas para ampliar as medidas de preven-ção no que diz respeito ao contágio, transmissão e reten-

ção do vírus entre os pelos, sendo estabelecida a respon-sabilidade de toda a comuni-dade comercial e empresarial, indistintamente, no sentido de evitar aglomerações, limi-tando, para tanto, o número de pessoas dentro do estabe-lecimento.

“Precisamos esclarecer, em tempo hábil, que não dá para utilizar álcool em gel no rosto, e não há a possibilidade de passar em toda a barba, ainda que água e sabão ou produtos de higiene comuns sejam suficientes para higie-nizar a barba, principalmente, daqueles profissionais que seguem em atendimento ao

público e não irão conseguir fazer isso o tempo todo ou em qualquer local, cujos segmen-tos estejam em pleno funcio-

namento de suas atividades, como hospitais, supermer-cados, agências bancárias e outros”, explicou Loiola.

Deputado requer flexibilização para salões de beleza e barbearias

Loiola diz que serviço é essencial e que atendimento pode ser individualmente

Cloroquina e hidroxicloroquina

são medicamentos usados há

décadas contra a malária e ago-

ra são usados para a Covid-19

15 de abril 52020

Redação

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No relatório divulgado em janeiro, antes dos efeitos da pandemia

de Covid-19 na economia brasileira, a previsão do FMI era que a economia brasileira cresceria 2,2% neste ano.

Para 2021, a previsão é de recuperação, com cres-cimento do PIB em 2,9%. A estimativa anterior para o próximo ano era 2,3%.

A previsão para América Latina e Caribe é de queda de 5,2% da economia, neste ano, e crescimento de 3,4%, em 2021.

“Entre os mercados emergentes e as econo-mias em desenvolvimento, todos os países enfrentam uma crise de saúde, um severo choque de demanda externa, um aperto dramá-tico nas condições financei-ras globais e uma queda nos preços das commodities, que terão forte impacto na ativi-dade econômica dos expor-tadores de commodities”, diz o relatório.

A economia mundial

deve apresentar queda de 3%, em 2020, e crescer 5,8% no próximo ano. Em janeiro, o FMI previa que a economia mundial cresceria 3,3% este ano. O FMI destaca que “foi uma revisão extraordinária em um período tão curto de tempo”.

As economias avançadas, como os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão, entre

outros, devem ter queda de 6,1% no PIB, neste ano, e crescer 4,5% em 2021.

O FMI destacou que polí-ticas eficazes são essenciais para prevenir resultados piores. “As medidas neces-sárias para reduzir o contá-gio e proteger vidas afetarão a curto prazo a atividade econômica, mas também devem ser vistas como um

investimento importante na saúde humana e econô-mica a longo prazo. A prio-ridade imediata é conter as consequências do surto de covid-19, especialmente aumentando as despesas com saúde para fortalecer a capacidade e os recursos do setor, adotando medidas que reduzam o contágio”, diz o FMI.

BRASIL/MUNDO

202015 de abril6

Devido à pandemia, FMI prevê queda de 5,3% da economia brasileira este ano

PERDAS | Estimativa de queda do Produto Interno Bruto está no relatório Perspectiva Econômica Mundial divulgado ontem

Devidos aos efeitos da pandemia de covid-19, o

Fundo Monetário Internacional (FMI)

projeta queda de 5,3% da economia

brasileira este ano. A previsão para a queda

do Produto Interno Bruto (PIB), a soma

de todos os bens e serviços produzidos

no país, foi publicada ontem pelo FMI no

relatório Perspectiva Econômica Mundial

(World Economic Outlook, no título em

inglês).

Kelly OliveiraAgência Brasil

O presidente dos Esta-dos Unidos (EUA), Donald Trump, disse

que o governo está próximo de completar um plano para reabrir a economia do país, que foi amplamente para-lisada para desacelerar a propagação do novo corona-vírus.

No briefing diário à imprensa, Trump afirmou que o número de mortes pelo vírus no país começou

a diminuir, indicando que as iniciativas de distancia-mento social haviam sido bem-sucedidas.

Os governadores estadu-ais, enquanto isso, parecem discutir planos para reto-mar a atividade econômica sem buscar informações do governo Trump.

Nove estados nas costas Leste e Oeste dos EUA disse-ram ontem que haviam come-çado o planejamento para a reabertura gradual de suas economias e a suspensão dos decretos para ficar em casa.

O vírus matou mais de 22 mil pessoas nos Estados Unidos e paralisou todos os deslocamentos e setores não essenciais.

À pergunta se os gover-nadores ou o governo fede-ral tomariam a decisão de reabrir escolas e empre-sas fechadas, o presidente respondeu que tem a autori-dade final.

“O presidente dos Esta-dos Unidos toma as deci-sões”, disse. “Dito isso, vamos trabalhar com os estados.”

Trump diz que plano para reabrir economia será concluído em breveSteve Holland e Diane Bartz

Reuters

FMI explica que medidas para

conter o contágio afetarão a

atividade econômica a curto e

longo prazos

Com menos mortes, Trump já quer retomar atividades econômicas

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O novo mascote do APA foi inspirado no professor Moacir

Medeiros de Sant’ana, que dedicou 45 anos de sua vida à preservação e guarda da memória histórica e admi-nistrativa de Alagoas. Junto à Iara e à Turma do Guerreiri-nho, Moacirzinho apresenta o Calendário Cultural 2020, com personagens mirins do folclore regional, criados pelo grupo de estudos Represen-tações do Lugar (Relu), da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e com o apoio da Imprensa Oficial Graciliano Ramos.

A proposta faz parte das atividades de Educação Patrimonial do Suquinho de Memória, projeto em parce-ria com o Programa Criança Alagoana (Cria), que tem o objetivo de atrair o interesse do público infantil pela cultura de Alagoas.

E como sugestão de entre-tenimento para a criançada neste período de quarentena, momento que os pais preci-sam ficar em casa com seus filhos, estarão disponíveis para download nas páginas oficiais e redes sociais do Arquivo Público de Alagoas, do Gabinete Civil e do Relu/

Ufal, o Calendário Cultural 2020 vários desenhos para colorir e joguinhos temáti-cos do Moacirzinho, Iara e a Turma do Guerreirinho , basta acessar o link https://drive.google.com/drive/folders/1rxRVtKeUcc1KZbmy1XO8A-MEXnrqVZWm8.

Segundo a superinten-dente do Arquivo Público, Wilma Nóbrega, a criação do mascote Moacirzinho visa facilitar a comunicação com o público infanto-juvenil na

disseminação da educação patrimonial. A partir dessa concepção, a ilustradora Caro-line Bastos, do Relu, adaptou a imagem do escritor alagoano para que com a Turma do Guerreirinho, no Calendário Cultural 2020, possam fomen-tar o conhecimento sobre fatos culturais, sociais, históri-cos e cotidianos do estado.

“O Moacirzinho é uma homenagem que o Gabinete Civil faz, por meio do APA, ao professor Moacir Sant’ana, o

primeiro diretor do Arquivo Público de Alagoas, que é pesquisador, escritor, nome-ado historiador por notório saber na área, e que deixou seu legado na preservação da história de Alagoas”, diz Wilma.

“Tive a grata satisfação de ouvir suas histórias sobre sua preocupação em salvaguardar os documentos e, mesmo com os parcos recursos e servido-res para manter o APA, ele dedicou, acima de tudo, um grande carinho e zelo pela sua segunda casa. A ideia agora é incentivar as crian-ças a conhecer todo acervo e atividades desenvolvidas pelo Arquivo, com o Moacirzinho, um menino muito esperto que sabe tudo sobre o APA e que vai divulgar para as crianças alagoanas assuntos interessantes para seu cresci-mento pessoal e intelectual”, completa a superintendente.

O Moacirzinho estará sempre presente nos even-tos realizados pelo Arquivo Público de Alagoas, como o Suquinho de Memória, as ofici-nas de preservação de acervo escolar e as atividades lúdicas e educativas, para despertar o sentimento de alagoanidade, de pertencimento e de cidada-nia nos participantes.

CULTURA

202015 de abril10

Arquivo Público lança mascote, calendário cultural e atividades infantis para download

O Arquivo Público de Alagoas (APA), órgão

vinculado ao Gabinete Civil do Estado, presta

uma homenagem ao seu fundador, o historiador Moacir

Medeiros de Sant’ana, com o lançamento

do mascote Moacirzinho. Ao lado de Iara, a rainha das

águas, e da Turma do Guerreirinho,

Moacirzinho ilustra o Calendário Cultural

2020. Com esses personagens, uma série de atividades

didáticas será disponibilizada on-

line para entreter as crianças durante

o período da quarentena.

ON-LINE | Proposta é parte de atividades de educação patrimonial do Suquinho de Memória, projeto em parceria com Programa Criança Alagoana

Renata BertolinoAssessoria

CONHEÇA OS OUTROS PERSONAGENS E SUAS VESTIMENTAS QUE REPRESENTAM UM FOLGUEDO

Guerreirinho - GuerreiroBranquinha - Branca que é um nome muito presente nos lugares de Alagoas (roupa de festa junina)Theo - homenagem a Theo Brandão (veste roupa de festa junina)Iara - rainha das águas doces e salgadas (veste roupa do Coco de Roda)Raimundo - personagem do livro Terra dos Meninos Pelados, de Graciliano Ramos, (veste roupa de Coco de Roda)Aurélio - homenagem a Aurélio Buarque de Holanda (Chegan-ça, veste roupa de marujo )Martinha - referência à rainha Marta do futebol (veste roupa

do Toré)Diana - personagem do pastoril, conciliadora do cordão ver-melho e do azul (veste roupa de Pastoril)Dandara - em homenagem à Dandara, esposa de Zumbi dos Palmares (com vestimenta do Baianal)Nise - homenagem à Nise da Silveira (roupa do Samba de Matuto)Jorginho - homenagem a Jorge de Lima (roupa de Reisado)La Ursa - urso de carnaval que também é muito presente no folclore em AlagoasBumba - o boi também está muito presente na cultura de Alagoas, então foi criado o Boi, no caso ele se chama Bumba.

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A Menina SingelezaO livro A Menina Singeleza, de Renata Baracho e com ilustrações de Lucas Nascimento, conta a história de Marechal Rendado, uma cidade cheia de cores e histórias, onde acontece uma grande confusão entre as rendas e os bordados. A obra foi impressa pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos.

O Poder Meta-Humano: as inúmeras possibilidades

E se fosse possível ir além de suas atuais limitações men-tais e físicas, despertando infinitas possibilidades que podem mudar sua vida radicalmente? Em seu novo livro, Deepak Chopra mostra que essa possibilidade está mais perto de nós do que imaginamos. Basta ativar nosso poder meta--humano.E o que é isso? Um meta-humano é alguém que consegue eliminar as limitações da mente e do corpo para atingir um estado de pura consciência. Segundo Chopra, des-pertar esse poder é o caminho para experimentar momentos de real felicidade, genialidade, saúde perfeita e conexão com todos e tudo ao nosso redor de forma deliberada e concreta. Questionários acompanham o texto para auxiliar o autoco-nhecimento e o aprimoramento da consciência, assim como um guia prático de 31 dias para o despertar de uma realidade maior.

15 de abril 112020

PERSONAGENS E OBRAS RECOMENDADAS

A Rainha Vermelha de Victoria AveyardO mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses. Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho? Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe - e Mare contra seu próprio coração.

A Fábrica de Bonecos de Olinda e Outras Histórias Humor arriscado a partir de uma fina ironia é o que compõe estes contos tortos a partir dos quais nasce o livro como um só. João Gomes traz uma narrativa leve e divertida em A Fábrica de Bonecos de Olinda e Outras Histórias. Sem dúvida uma obra para ler e reler durante esse tempo de isolamento social.

Primavera Editorial lança obras da poetisa Florbela Espanca

Com arrebatamento e linguagem telúrica, a poetisa por-tuguesa Florbela Espanca construiu uma obra com forte teor confessional: densa, amarga e triste. A expressão poética – via contos, poemas, cartas e sonetos – é marcada por sentimentos como amor, saudade, sofrimento, solidão e morte, mas sempre em busca da felicidade. Com o intuito de disseminar a história e obra de uma escritora excepcional, a Primavera Editorial decidiu lançar a coleção Bela Flor, uma homenagem à poetisa. A partir de março, a editora lançara bimestralmente um e-book com a obra da autora, iniciando com Poemas Selecionados.

Florbela Espanca é uma poetisa que já tem poema no próprio nome. Embora ofuscada muitas vezes pela figura de poetas como Fernando Pessoa, foi um dos grandes nomes da poesia portugue-sa. Segundo Larissa Caldin, publisher da Primavera Editorial e au-tora do prefácio, um dos primeiros poemas de Florbela foi escrito aos sete anos, e ela o intitulou de A vida e a morte. “Florbela sem-pre teve uma necessidade de colocar para fora os seus sentimen-tos, o que torna a obra dela tão pessoal e biográfica. Com essa história de vida, ela nunca precisou levantar bandeiras, porque a própria existência em si já era a personificação da emancipação feminina na época. É impossível passar incólume à obra dela, que cozinha amor, erotismo e devoção – devoção esta muitas vezes submetidas ao amor por um homem, sim, mas sempre consciente em ser uma escolha, não uma imposição”, diz Larissa.

LITERATURA

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202015 de abril12

O número de mortes decorrentes do novo coronavírus (Covid-

19) subiu para 1.532 no país. A nova totalização foi divulgada pelo Ministério da Saúde.

São Paulo concentra o maior número de mortes (695), com mais da metade do total contabilizado na atua-lização. O estado é seguido por

Rio de Janeiro (224), Pernam-buco (115), Ceará (107) e Amazonas (90).

Também foram registradas mortes no Paraná (36), Mara-nhão (32), Minas Gerais (27), Santa Catarina (26), Bahia (22), Pará (19), Rio Grande do Norte (18), Rio Grande do Sul (18), Distrito Fede-ral (17), Espírito Santo (17), Paraíba (16), Goiás (15), Piauí (oito), Amapá (seis), Sergipe (quatro), Mato Grosso do Sul

(quatro), Alagoas (quatro), Mato Grosso (quatro), Acre (três), Roraima (três) e Rondônia (dois). Tocantins é o único estado onde ainda não houve morte.

Já o número de casos somou 25.262, o que repre-senta um crescimento de 8% em relação a ontem, quando o balanço do Ministério da Saúde registrou 23.430. No comparativo com domingo (12), quando foram identifi-

cadas 22.169 pessoas infec-tadas, o aumento significou 14%.

A taxa de letalidade do país está em 6,1%, maior do que a registrada ontem, quando o índice foi de 5,7%. O Brasil bateu o recorte de mortes em 24 horas: 204. Ontem, haviam sido contabilizados 105 óbitos e, no domingo, 99. No perfil das vítimas, 59,9% eram homens e 40,1%, mulheres. Do total, 73% tinham acima de

60 anos e 73% apresentavam algum fator de risco, como cardiopatia, pneumopatia, diabetes e doenças neuroló-gicas.

Os casos confirmados nas últimas 24 horas totalizaram 1.832, mais do que o conta-bilizado ontem (1.261). O resultado não foi o maior, pois, na última semana, houve um acréscimo de 2.210 novos casos às estatísticas na quarta--feira passada.

Covid-19: Brasil tem 1,5 mil mortes e 25,2 mil casos confirmadosJonas Valente

Agência Brasil

Segundo o banco, os recursos serão usados na implantação de mais 300

leitos de UTI em hospitais públi-cos do país, dos quais 200 serão entregues imediatamente ao Ministério da Saúde e o restante para secretarias estaduais de Saúde, de acordo com informa-ção do BNDES.

Lançado no dia 29 de março, o programa vai destinar R$ 2 bilhões em financiamentos a empresas do setor de saúde. O BNDES informou que 18 empresas demonstraram inte-resse em obter financiamento por meio dessa linha de crédito emergencial, das quais 12 já estão habilitadas. Os contratos, porém, ainda não foram firma-dos.

O banco calcula que o valor total do projeto permitirá a implantação de três mil novos leitos de UTI, quinze mil respira-dores pulmonares e 88 milhões de máscaras, entre outros materiais e equipamentos, para incorporação ao sistema de saúde nacional.

VALOR MÍNIMOÉ concedido crédito emer-

gencial com valor mínimo de R$ 10 milhões, visando o aumento da oferta de leitos de UTI, bem

como de equipamentos, mate-riais, insumos, peças, compo-nentes e produtos para saúde, para atendimento das necessi-dades de assistência às vítimas, diretas e indiretas, da pandemia da covid-19.

Sediada no Rio de Janeiro e com filiais em Porto Alegre, São Paulo, Natal, Curitiba e no estado do Ceará, a RTS gerencia mais de mil leitos em cerca de 100 hospitais, públicos e privados, no Brasil. No dia 16 de março, a empresa assinou contrato com o Ministério da Saúde, para locação e gestão integrada de, no mínimo, 20 módulos de UTI adulta ou pediátrica de alta complexidade, com dez leitos cada, para ampliar hospitais

federais de grande porte em capitais brasileiras, o que resul-tará em 200 novos leitos.

SANTA CASA DA BAHIAEm outro programa, o

BNDES Saúde - Gestão, foi aprovado financiamento de R$ 100 milhões para melho-rias operacionais e reestrutu-ração financeira da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, em Salvador. O programa apoia a melhoria de gestão, governança, eficiência e qualidade da assis-tência à saúde das santas casas no país. A participação do banco alcança 97,3% do investimento total do projeto, da ordem de R$ 102,3 milhões, com prazo total da operação de 12 anos.

Referência para o atendi-mento do Sistema Único de Saúde (SUS) a casos de corona-vírus, o Hospital Santa Izabel, gerido pela Santa Casa de Mise-ricórdia da Bahia, realiza mais de 637,6 mil atendimentos e 15,9 mil cirurgias por ano e disponibilizou agora 31 leitos para pacientes com coronaví-rus, sendo 14 de UTI. Segundo informou o BNDES, a principal atividade da Santa Casa é a admi-nistração do Hospital Santa Izabel, no bairro de Nazaré, que envolve 39 especialidades médicas, entre as quais cardio-logia, oncologia, neurologia, ortopedia e pediatria. São 477 leitos (84 em UTIs) e 13 salas de cirurgia.

ÚLTIMAS

BNDES libera recursos para 300 leitos em hospitais públicos do país

SAÚDE PÚBLICA | Programa prevê financiamento de R$ 2 bilhões para o combate à Covid-19

O Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES) anunciou

ontem a aprovação do primeiro

financiamento do Programa de Apoio

Emergencial ao Combate da Pandemia

do Coronavírus. A empresa RTS,

especializada na venda, locação e

assistência técnica de produtos médico-

hospitalares, receberá uma linha de crédito

de R$ 50 milhões.

Leitos constituem a principal

preocupação para o combate ao

coronavírus

Alana GandraAgência Brasil

Page 9: ECONOMIA SEM AMPARO, ALAGOAS TENTA SALVAR PEQUENOS …

15 de abril 32020

OPINIÃO

Sua vida, sua pessoa e sua palavra po-dem ser contempladas e vividas mediante os ritos da Igreja. Uma consulta mais pormenorizada do texto da SC nos fará perceber várias cita-ções não apenas bíblicas, mas de teólogos da época patrística (Inácio de Antioquia, Agostinho). Há também muitas alusões aos textos litúrgicos (Sacramentário Ve-ronense, Missal Romano). Por esta razão, costuma-se dizer que o Concílio devolveu a Liturgia às suas origens, uma vez que muitos elementos haviam se perdido ou descaracterizado com o passar do tempo.

Evidentemente, as orientações emana-das da Sacrosanctum Concilium não se limitam ao “restauro” de elementos rituais que tinham caído em desuso como o Sal-mo Responsorial, a homilia e a oração dos fieis no caso da Missa. A SC propôs uma compreensão diferente sobre a Liturgia, daquela que estava em vigor. A Liturgia,

toda ela, e não apenas a Celebração Euca-rística, é vista como expressão e manifes-tação do Mistério de Cristo total: cabeça e membros (SC 2).

Rompe-se com aquela compreensão puramente cerimonial dos ritos e parte--se para a aproximação pastoral, teológi-ca e espiritual que entende a linguagem antropológico-cultural e religiosa como decisiva para seu incremento. Sobre isso, o número 5 da SC afirma: “havendo outrora falado muitas vezes e de muitos modos aos pais pelos profetas (Hebreus 1:11), quando veio a plenitude dos tem-pos, mandou seu Filho, Verbo feito carne, ungido pelo Espírito Santo, para anunciar a boa nova aos pobres, curar os contritos de coração como médico da carne e do es-pírito, mediador entre Deus e os homens. Com efeito sua humanidade, na unidade da pessoa do Verbo, foi o instrumento de nossa salvação”.

A Liturgia é Cristo

ARTIGO | Padre Márcio Pimentel*

* É especialista em Liturgia pela PUC-SP e mestre em Teologia na Faculdade Jesuíta de Teologia e Filosofia (Faje / Capes) Paróquia São Sebastião e São Vicente

EM ALTA

EM BAIXA

O governo federal ado-tou uma medida que

merece ser elogiada e, logo em seguida, acom-

panhada com uma vi-são crítica (em sentido

amplo) sobre as decisões que se desdobraram. O governo criou um grupo de coordenação

de recuperação econômica, diante da trágica previsão que deve levar a uma queda de 5% na

economia brasileira, o que corresponderá ao au-mento do desemprego, falências, mais pobreza

etc. Tudo isso em decorrência da paralisação econômica por conta das medidas adotadas no combate ao coronavírus. Por que a medida do

governo federal merece ser elogiada? Por reunir órgãos e técnicos que permitem uma visão mais ampla a respeito do problema, afastando a falsa

dicotomia entre saúde e economia, quando esses dois fatores estão intimamente ligados.

Por qual razão merece ser acompanhada com uma visão crítica? Por que as decisões envolvem

muito dinheiro púbico e, evidentemente, erros podem ser fatais, atrapalhando ainda mais a

recuperação econômica do país.

Ao fazer ouvidos de mercador para os reque-rimentos da Assembleia Legislativa de Alagoas, o governador Renan Filho

(MDB) não deixa ape-nas de ouvir o parlamento estadual, mas de dar

respostas às questões importantes que envolvem as vidas de todo os alagoanos. Um dos pontos

é a cobrança feita em relação a como se dará a manutenção dos valores mínimos do ICMS aos municípios diante da queda da arrecadação. O

governo precisa responder isso. Caso não o faça aos deputados, precisa sentar e dialogar mais

com os prefeitos nesse momento. Há outras questões também que precisam ser pontuadas

e que, muitas vezes, são sim elementos descritos na maioria dos requerimentos dos deputados

estaduais que, assim como Renan Filho, foram igualmente eleitos. Agora, se os próprios parla-mentares não conseguem reclamar da postura do governador como deveriam é porque rebai-

xam o parlamento à condição da subserviência e isso é triste demais para a democracia.

CENA URBANAA Avenida João Davi-no, em Mangabeiras, um dos corredores de transporte da parte baixa de Maceió e a via que mais concentra farmácias e drogarias em sua curta extensão, está simplesmente va-zia a qualquer hora do dia ou da noite durante esse período de quaren-tena.

Irac

ema

Ferr

o

Agência Brasil

Page 10: ECONOMIA SEM AMPARO, ALAGOAS TENTA SALVAR PEQUENOS …

Coordenado pela Casa Civil da Presidência da República, o grupo terá

duração de 90 dias e, ao final desse prazo, deverá apresentar um plano de trabalho contendo proposta de ações estrutu-rantes e estratégicas para recuperação e retomada do crescimento econômico. Pode-rão ser consultados especialis-tas e representantes de órgãos e entidades públicos e privados para a elaboração das medidas.

Entre as ações que pode-rão ser apresentadas estão propostas de atos normativos e medidas legislativas, arti-culação com governo locais, empresas públicas e privadas, obras públicas e em parceria com setor privado, diretrizes para a destinação de emendas parlamentares e medidas para alocação e distribuição da atua-ção do Estado, para reduzir as desigualdades regionais causa-das pelos impactos econômicos

e sociais da Covid-19.O grupo de trabalho

também poderá propor medi-das que promovam a desburo-cratização de procedimentos administrativos por meio da informatização, da simplifica-ção de procedimentos relati-vos aos registros cartoriais, às contratações públicas, à cria-

ção e extinção de pessoas jurí-dicas, a aspectos regulatórios e de licenciamento ambiental, dentre outros.

Além da Casa Civil, o grupo será composto por represen-tantes de mais 15 ministérios: Relações Exteriores; Defesa; Economia; Infraestrutura; Agricultura, Pecuária e Abas-

tecimento; Minas e Energia; Ciência, Tecnologia, Inova-ções e Comunicações; Meio Ambiente; Turismo; Desenvol-vimento Regional; Controlado-ria Geral da União; Secretaria Geral; Secretaria de Governo; Gabinete de Segurança Insti-tucional; e Advocacia-Geral da União.

15 de abril 72020

ECONOMIA

Governo Bolsonaro cria grupo para coordenar recuperação econômica

NOVO CORONAVÍRUS | Grupo de trabalho terá duração de 90 dias e será coordenado pela Casa Civil

O governo federal instituiu um grupo

de trabalho para coordenar ações de recuperação,

crescimento e desenvolvimento do

país, em resposta aos impactos

da crise gerada pela pandemia

de coronavírus. A resolução foi

publicada ontem no Diário Oficial da

União.

Andreia VerdélioAgência Brasil

Onyx Lorenzini coordenará

grupo formado por outros 15

ministérios em prol da recupe-

ração econômica

O secretário de Política Econômica do Minis-tério da Economia,

Adolfo Sachsida, disse ontem que é preciso manter a estru-tura produtiva do país para o momento em que for possível haver a retomada da atividade econômica. Para ele, daqui a cerca de três meses deve haver a retomada da economia.

“É fundamental irrigar o mercado de crédito, mandar dinheiro rápido para os mais pobres e manter as empresas funcionando. Se as empresas quebrarem, quando chegar

o momento da retomada não vai ter nem emprego nem empresa. Acaba que a reto-mada fica muito lenta. O custo de um choque transitório acaba virando permanente”, disse em transmissão ao vivo organizada pela XP Investi-mentos.

Ele destacou que as medi-das de enfrentamento à pandemia de Covid-19 e de manutenção das empresas e empregos são transitórias. “Todas as medidas duram de 3 a 9 meses. Estão concentradas única e exclusivamente no ano de 2020. Se o choque é tran-sitório, as medidas também são transitórias”, disse, acres-

cendo que passada a crise é preciso voltar à estratégia, “que estava dando certo de ajuste fiscal e combate à má alocação de recursos”.

Após a crise, o secretário defende o retorno à agenda de reformas, como o pacto fede-rativo, a proposta de emenda constitucional sobre emer-gência fiscal, a independência do Banco Central e reformas administrativa e tributária. “Se a gente retomar a agenda de reformas, vamos estar prepa-rando o nosso país para uma base sólida. Se não retomar-mos, vamos ficar patinando”, disse.

“É fundamental darmos

os sinais corretos para o mercado para que tenha toda a segurança do mundo que a agenda de consolidação fiscal, o combate à má alocação de recursos e o aumento de produtividade está no nosso radar”, acrescentou.

MEDIDASSachsida negou que o

governo tenha sido lento na adoção de medidas contra a crise. “Empresas já estão se beneficiando de terem ante-cipado férias, suspendendo os contratos, o dinheiro do coro-navoucher [auxílio emergen-cial de R$ 600 para informais] já está chegando, repasses

para a saúde foram feitos. Destaco que todas essas medi-das [foram tomadas] muito antes de o sistema de saúde ter entrado em estresse”.

Sem entrar em detalhes, o secretário afirmou que as medidas de política fiscal e monetária “vão chegar a cifras de R$ 1 trilhão”. “As nossas medidas foram tempestivas, foram de magnitude expres-siva e estão em linha com a moderna política econômica”.

Segundo ele, uma preocu-pação atual é fazer com que o crédito chegue às empresas. “O crédito para microempresa realmente está precisando. Estamos atentos a isso”, disse.

‘É preciso manter estrutura produtiva do país’, diz secretárioKelly Oliveira

Agência Brasil

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No Turismo – conforme os dados do trade – as perdas chegarão

a R$ 1,5 bilhão. No setor do comércio, bens e serviços, estima-se prejuízos na ordem de R$ 1,6 bilhão. Conforme a Aliança Comercial de Maceió, somente no Centro da capital alagoana são previstas mais de 1.7 mil demissões. O impacto cairá no colo de quem assu-mir a Prefeitura Municipal no próximo ano. Por essa razão, o Jornal das Alagoas buscou ouvir todos os possíveis pré--candidatos a prefeito para entender como eles compre-endem esse momento.

Em virtude da pandemia do coronavírus, os movimen-tos de aticulação política estão praticamente paralisados e há, nos bastidores, um temor de um possível adiamento da eleição. Tudo é incerto, assim como a própria duração dos decretos assinados pelo gover-nador Renan Filho (MDB) e pelo prefeito de Maceió, Rui Palmeira (sem partido).

CANDIDATOSUm dos postulantes ao

cargo de prefeito de Maceió,

é o ex-chefe do Ministério Público, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto. Ele destaca que o momento tem que ser de prudência nas decisões e busca por união.

“É um momento muito difícil da humanidade, onde a prudência, união de esforços e a solidariedade devem preva-lecer. Salvar vidas e manter a população com a assistência garantida devem ser as prio-ridades dos líderes mundiais”, colocou.

Em relação às medi-das adotadas em Maceió e pelo governo do Estado de Alagoas, ele destaca que os decretos “são o mais correto no momento”. Gaspar de Mendonça vê como necessá-rio o “isolamento horizontal da população, pelo menos nos locais em que o sistema de saúde esteja com risco de colapso”.

“Acredito que teremos, em breve, um equilibrio nessa tênue linha entre manter a população protegida e a economia funcionando com o mínimo de sustentabilidade”, finaliza.

O deputado estadual Davi

Davino – que é o pré-candi-dato do PP – diz que seu nome é ainda apenas venti-lado, portanto não se posi-ciona como candidato. “O momento atual não permite fa lar como candidato”, coloca. Quanto a posição em relação aos decretos, ele diz que é a favor do modelo atual.

“Alagoas tem um histó-rico grande de desigualdade, ainda que em termos numé-ricos de casos confirmados e mortes nossa situação seja melhor do que muitos esta-dos. Tenho um grande receio que o vírus chegue às cama-das mais vulneráveis”, fina-lizou.

O empresário Ricardinho Santa Ritta (Avante) frisa que “os governos precisam se adpatar à sociedade, não o contrário. O segundo decreto felxibilizou alguns pontos. Pelo bom senso, acredito que no dia 20 tenhamos mais flexibilizações com abertura gradual. O comércio está fechado, mas as pessoas estão nas ruas. Dados de inteligên-cia, através de monitora-mento de celular mostra que metade da população tem se

movimentado pela cidade”.“Se a decisão do governo

for manter o decreto como está ou até torná-lo mais rígido, eu acredito que a gestão pública deve liderar o processo, cortando orça-mento de custeios da própria administração pública, como revisão de contratos de servi-ços terceirizados e redução de salários do primeiro esca-lão e comissionados. Além dsso, acho que deve usar a Desenvolve, que é banco do Estado, para disponibilizar micro crédito atrativo aos empresários e se posível finalmente utilizar os recur-sos do Fundo de Combate à Pobreza (Fecoep) para garantir insumos básicos aos mais vulneráveis. O combate à pobreza é o maior desafio nas consequências do coro-navírus”, finaliza Santa Ritta.

O Jornal das Alagoas também tentou contato com o deputado federal João Henri-que Caldas, o JHC (PSB), mas não obteve êxito. Também foram tentados contatos com outros nomes que se colocam como possíeis postulantes no processo eleitoral.

GERAL

202015 de abril8

Pré-candidatos avaliam decretos de isolamento social do Estado e prefeitura

ELEIÇÕES 2020 | Alfredo Gaspar diz que “prudência e união” devem prevalecer; Davi Davino se mostra favorável

Os decretos do governo do Estado

de Alagoas e da Prefeitura Municipal

de Maceió que paralisam quase

todas as atividades econômicas estão

na berlinda. De um lado, os que

apoiam a medida. Do outro, aqueles

que temem o colapso social associado

ao fechamento das empresas e uma série

de demissões que devem ocorrer. As

perdas na economia são grandes e

inegáveis e isso tem preocupado a maioria

das lideranças do setor produtivo,

como já mostrou o Jornal das Alagoas em outras edições.

Luis VilarEditor-geral

Gaspar, Davino e Santa Ritta

(da esq. para dir.) têm ideiais

diferentes sobre o isolamento

social

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ESPORTES

15 de abril 92020

Na é p o c a de jogador, Clau-dinho atuou

por diversos clubes do futebol brasileiro. Em Alagoas, ele jogou por CSA, CRB e Corinthians Alagoano, além de expe-riências internacionais, como a passagem pelo Gyeongnam, da Coreia do Sul.

Claudinho avaliou o momento da paralisa-ção das atividades como empresário. “O impacto para o empreendedor é muito significativo nesse momento. Com as ativida-des suspensas devido aos decretos do governo, fica-mos impedidos de prestar serviços aos nossos clien-tes. Essa é uma situação atípica, por se tratar da pandemia mais forte dos últimos 100 anos, onde não temos parâmetros para nos apoiar. Acredito, como gestor, que não podemos nos dar o luxo de perder tempo, lamen-tando, se vitimizando, em rela-ção a essa paralisação. Cabe a nós, encontrarmos soluções criativas para tentar continuar viabilizando o projeto nos próximos meses. O mercado digital parece ser a melhor solução para tentar amenizar os prejuízos dessa crise. O maior desafio é manter o fluxo de caixa, por não ter pratica-mente nenhuma receita para arcar com as altas despesas que continuam chegando nos próximos meses. Como um praticante de atividades físicas, tive que adaptar os treinos em casa, sem uso de equipamentos. Mas a tarefa não foi tão complexa, pois há alguns anos trabalho com uma metodologia de treinos que não utiliza máquinas, apenas o peso do corpo ou com auxílio de equipamentos”, avaliou.

Como um ex-jogador,

Sarmento falou como fica a cabeça de um atleta quando está parado, seja por contusão ou por uma razão como essa que estamos passando.

“Em relação as contusões, é a pior situação que um joga-dor pode passar dentro do futebol. Se o atleta estiver em um clube que ofereça toda estrutura multidisciplinar (médica, psicológica, física) para dar o suporte necessá-rio para a recuperação, tudo fica mais fácil, mas sabemos que poucos clubes oferecem essa logística. Em relação a parada devido a pandemia, é uma situação inédita onde todas as competições e treinos foram canceladas. Tirando os jogadores dos times gran-des, a situação da maioria dos outros clubes e atletas é bem desconfortável por causa de toda indefinição financeira e sobre o retorno dos treinos e jogos”, disse.

Claudinho deu algumas dicas para os atletas que não tem acompanhamento de profissionais nos seus treina-mentos durante essa parada dos clubes.

“Para os jogadores que não tem nenhuma orientação, o mais importante é tentar manter uma rotina de trei-nos mesmo sem as condições ideias. Normalmente os joga-dores profissionais recebem um programa de treinos da comissão técnica para poder manter a condição física e não ter muitas perdas nesse período de ‘férias forçadas’. A tecnologia hoje em dia nos oferece opções para driblar esse isolamento forçado. Alguns jogadores investem em um trabalho individuali-zado com profissionais que trabalham com treinos online, oferecendo um serviço mais qualificado”, disse o profissio-nal.

Além da atenção para a alimentação, os atletas preci-sam ter cuidado com os exer-cícios realizados em casa, para não ter nenhuma lesão grave. Claudinho deu algumas dicas em relação a isso.

“A atenção aos três pilares da saúde (treino, alimentação e sono) devem ser mantidos nesse período de quarentena. Dar prioridade a técnica dos exercícios, evitando exer-cícios mais complexos que possam causar lesões que seriam terríveis, afetando o lado psicológico, provo-cando um aumento da ansie-dade. Pela indefinição das datas retorno aos treinos e jogos oficiais, o mais impor-tante no momento é manter um condicionamento razo-ável com treinos aeróbicos e neuromusculares pois a maioria dos clubes devem

realizar novas pré-tempora-das”, disse.

E por último, Claudinho deixou a sua mensagem e o conselho para todos os atletas que estão em casa isolados, praticando atividades físicas e precisam de um apoio para afastar a ansiedade.

“Continuem se movimen-tando com frequência, se alimentando bem, reservando um ou dois dias para descan-sar. Procurem profissionais de educação física que possam prescrever um planejamento de treinos específicos para cada atleta. Na internet exis-tem todos os treinos possí-veis, menos o seu. Nesse momento, o mais importante é se manter treinando em casa (se possível), cuidando da saúde física e mental, se protegendo da possibilidade de se infectar e transmitir a Covid-19. Apesar de todos os prejuízos, sairemos mais fortes e preparados para os novos desafios que estão por vir”, finalizou.

O ex-atleta de futebol e agora profissional

na área da educação física Claudinho Sarmento falou

sobre o momento de paralisação

de eventos e atividades por

conta da Pandemia do Coronavírus. O

personal avaliou o cenário financeiro

e deu dicas para manter a forma neste

período.

SAÚDE | O personal trainer avaliou o cenário financeiro e deu dicas para manter a forma neste período

Ex-jogador de futebol, personal dá dicas para manter a forma na quarentena

Paulo Chancey Junior e João Carlos Viana

Minuto Esportes/CadaMinuto

Claudinho destaca a importância do três pilares: treino, alimentação e sono adequado