Ed 99 Fasciculo Cap IV Inspecao de Instalacoes Eletricas
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instalaes
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O objetivo deste captulo introduzir
o leitor atividade de inspeo, incluindo
tcnicas e procedimentos adequados deconduta, trabalho e de segurana, abordando
as instalaes eltricas desde a sua fase de
projeto at a de manuteno, passando pela
sua construo. Os procedimentos de trabalho
e as tcnicas mais adequadas para essa
atividade devero ser vistas aqui.
O que vem antes da inspeo decampo
De modo algum a equipe de planejamento,abordada em captulos anteriores, pode
negligenciar o entendimento e o planejamento
ttico e estratgico dessa etapa. O valor da
inspeo aumentado, tanto em esforo dessa
equipe, quanto em tempo de preparo. Sem
essa preocupao no ser possvel passar
s etapas seguintes. Desde o entendimento
das condies do ambiente j citadas, como
dos componentes humanos (profissionais)
existentes ou necessrios para a realizao do
Por Marcus Possi*
Captulo IV
Introduo inspeo
trabalho, anotaes e estudos fazem parte do
processo inicial.
Proposta da inspeo A proposta do trabalho da inspeo
entregar ao seu nal um relatrio tcnico de
conformidade das unidades inspecionadas
programadas, contendo as condies
encontradas nas instalaes, a relao formal
das suas no conformidades e, no caso desse
trabalho especco, os servios necessrios
para a sua adequao. Salienta-se aqui que a
inspeo resulta em apenas um relatrio, o deno conformidades. Esse o produto nal de uma
inspeo, mas como temos um foco especial ao
atendimento aos requisitos da NR 10, j citada,
necessrio o complemento de recomendaes
de aes corretivas. Assim, o resultado dessa
inspeo deve ser classicado e as suas aes ou
medidas corretivas para sua adequao anotadas.
A durao estimada para a soluo dos
problemas ser essencial para a montagem do
plano de ao corretiva, mas a incluso do seu
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custo um objeto tratado parte e extraordinrio, e
de grande valor para o resultado final. Isso com certeza
aumentar a percepo de valor do resultado para aqueles
que o adquirirem. Todos os dados da inspeo podem ou
no se fundir em um nico documento, mas um relatrio
de inspeo e um plano de aes corretivas/preventivas
devem ser definidos de forma clara e obrigatria. A
avaliao das instalaes, nesse trabalho especfico,
deve ter foco nos elementos que sejam pertinentes
segurana dos elementos de referncia utilizados, no
sendo consideradas avaliaes que se detenham em
alternativas ou opes de projetos, outras solues de
topologia de circuitos, filosofias de proteo ou escolha
de fabricantes ou modelos. Os padres adotados aqui
sero sempre as normas tcnicas, estendidas s leis e
s regulamentaes se for o caso, mas em particular ositens de segurana ao trabalhador que nelas existem.
Juzo de valor e opinies part iculares sero evitados.
Metodologia utilizada A experincia dos profissionais no campo das
tcnicas de inspeo, os procedimentos documentados
da organizao executora ou da organizao que vai
receber os resultados da inspeo, so pontos de partida
importantes para a escolha e definio da metodologia
a ser utilizada. Por vezes quando nenhum desses itens
so encontrados no momento do acerto comercial,
resta o uso das prprias tcnicas dos profissionais
contratados ou a consultoria a profissionais ou empresas
comprovadamente qualificadas para essa tarefa. A
partir das diretrizes e de um planejamento inicial,
profissionais na forma de dupla ou individualmente
podero inspecionar as instalaes pelo uso de um
procedimento de trabalho predefinido, orientados sob
critrios exclusivamente tcnicos e de segurana, e
municiados por listas de verificaes quando aplicada
a inspeo de equipamentos e instalaes eltricas.A orientao tcnica e a superviso permanente
dos responsveis tcnicos e dos autorizadores so
obrigatrias, em particular, quando h o risco de
interrupes de fornecimento de energia para a produo
ou em equipamentos cujas condies de proximidade
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tricas ou manuseio aparentem risco potencial. O uso de listas
de verificao no invalida ou dispensa a anlise e a
discusso tcnica, que devem ser feitas sempre que
possvel e so atualmente o melhor meio para alcanar
bons resultados. As listas de verificao nunca esto
completas ou finalizadas, o que significa dizer que, em
caso de dvida, ou do no entendimento da situao ou
dos desenhos fornecidos, a equipe deve se reunir para
avaliaes mais detalhadas, acertos ou complementos
dessa ferramenta chamada checklist.
Quanto ao planejamento inicial mencionado, os
servios sempre se iniciam com os procedimentos de
segurana necessrios, sendo previsto no mnimo uma
reunio da equipe e dos profissionais prepostos para
validar a programao, o estudo das condies de risco
das instalaes e do local, o entendimento do risco deinterrupo de fornecimento de energia aos circuitos, do
acesso s reas de trabalho, dos novos riscos possveis
por conta das condies particulares dos ambientes
de trabalho, e o realinhamento de expectativas de
cumprimento de metas.
Todo o material produzido deve ser padronizado,
quer no preenchimento, quer na armazenagem, e passar
por estudos de possveis revises e adaptaes a cada
incio de jornada, discutindo o trabalho do perodo
anterior, seus riscos e condies com a equipe.
Premissas para o trabalho de inspeo A palavra procedimento nos remete ao entendimento
bsico do dicionrio: ato ou efeito de proceder; modo,
maneira de proceder; comportamento; modos. Em
outras palavras, procedimentar seria o ato de criar meios
e maneiras de declarar, esclarecer, documentar-se para
fazer algum trabalho, tendo em particular aqui nesse
caso algo mais que a simples otimizao de tempos
e recursos, mas, principalmente, a segurana. Osprocedimentos so escritos, apresentados, treinados e
discutidos para o bom entendimento dos trabalhos em
instalaes eltricas e seus equipamentos.
Em todo o trabalho a ser realizado que envolve um
relatrio, parecer tcnico ou laudo de conformidade
que seja produzido por profissionais sob uma liderana
tcnica, e que tenha o fim de entendimento de outros,
deve haver referncias e cautela na identificao dos
problemas e na sua apresentao. preciso retirar o
carter subjetivo desse processo de inspeo para dar
maior credibilidade pelo entendimento comum e nico
s partes.
Nesse caso, premissas consideraes comuns
foram descritas para uso nesse trabalho, como:
Premissa 1 As tenses acima de 1 KV sero consideradas
como alta tenso nomenclatura dada pela NR 10,
embora as normas ABNT NBR 14039 e ABNT NBR 5410
possam eventualmente se referenciar a elas como mdia
tenso (at 36,2 KV).
Nota:na ABNT NBR 5410 e na ABNT NBR 5419
temos com clareza o delimitador de tenso de
baixa como mximo de 1.000 V ou 1 kV; na ABNT
NBR 14039 temos, no entanto, o entendimento de
mdia tenso at 36.200 V ou 36,2 kV. Como a NR
10 se refere alta tenso, consideram-se todas astenses acima de 1.000 V ou 1 KV;
Premissa 2 Os limites da inspeo devem ficar claros
antes do incio dos servios. Muitos desentendimentos e
o sentimento de falta algo esperado se materializam pelo
fato de clientes esperarem resultados alm daqueles
exatamente necessrios e entendidos pelos contratados.
Tomamos como exemplo uma inspeo dentro de prdios
comerciais que culminou nas seguintes declaraes:
As verificaes se estendem desde a entrega daenergia, aps as instalaes de responsabilidades da
distribuidora de energia (ponto de entrega de energia),
at os quadros de distribuio locais de energia das
unidades inspecionadas. Um ponto eltrico antes dos
circuitos de fora e iluminao.
Ou ainda:
As verificaes se estendem desde a entrega da
energia, aps as instalaes de responsabilidades da
distribuidora de energia (ponto de entrega de energia), atos quadros de distribuio locais de energia das unidades
inspecionadas. Um ponto eltrico antes dos circuitos de
fora e iluminao ou equipamentos de grande porte e
consumo que sofram manutenes declaradas dentro do
plano de manuteno da organizao.
Ou ainda:
As verificaes se estendem desde a entrega da
energia, aps as instalaes de responsabilidades da
distribuidora de energia (ponto de entrega de energia),
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at os quadros de distribuio geias de energia antes dos
quadros de distribuio cuja potncia seja menor que
xxx KVA.
Nota 1:As normas internas e padres de instalaes
dos postos de entrada de energia, sejam subestaes
de entrada de energia para fornecimento em alta
tenso, sejam em quadros gerais de entrada de energia
para baixa tenso, possuem um cuidado particular
quanto ao quesito de segurana, como pode ser
visto nos documentos de cada concessionria.
As concessionrias fazem uma inspeo de
conformidade antes da liberao para energizao e
solicitam a documentao necessria do responsvel
tcnico. Essa documentao deve fazer parte do
conjunto de documentos a serem inspecionados, masno se estende inspeo desse ponto novamente.
Nota 2:A limitao da inspeo at a distribuio dos
circuitos quadros de distribuio apresenta-se com
o elemento de corte do trabalho a ser desenvolvido
pelas equipes de inspeo. A documentao
apresentada deve levar em conta os ensaios que o
quadro de distribuio sofreu e a memria de clculo
dos circuitos, em que se espera que as cargas tenham
sido respeitadas. Quanto proteo e segurana,destacamos o papel dos dispositivos de proteo.
Premissa 3 Existem elementos que podem ser
observados no ato da inspeo tanto documentos
quanto equipamentos , os quais, mesmo no estando
explicitados em normas, devem ser observados pela
equipe. A seguir, com os exemplos dados, entende-se
o tema com mais propriedade. Esses entendimentos
devem ser nicos e comuns, e no podem deixar de ser
registrados antes do incio dos servios. So consideradaspelo autor melhores prticas em:
Instalaes eltricas montagem
Cuidado com a qualidade do lanamento,
amarrao, identificao e encaminhamento dos
condutores dos circuitos;
Cuidado com a ateno quanto instalao dos
componentes eltricos e quanto ao seu posicionamento
de operao, facilidade de manuteno e operao,
da firmeza de suas instalaes, limpeza e prticas
propostas pelos fabricantes;
Cuidado com a limpeza tcnica do local, evitando
o resduo de materiais sem utilidade, materiais e
detritos dos prprios condutores utilizados, de fitas e
anilhas de identificaes;
Cuidado com a incluso de circuitos extras que
no estejam, ainda que em definitivo, mas em carter
temporrio, alimentando provisoriamente circuitos
de apoio, sem proteo adequada;
Uso de equipamentos e dispositivos de proteo
de forma irregular, fora de limites ou de suas
caractersticas construtivas;
Mau uso de condutores ou outros materiais para
fins de apoio ou compensaes falta de material
adequado;
Uso de materiais isolantes por natureza, mas noaplicveis s melhores tcnicas construtivas no
carter de improvisao nas instalaes
Instalaes eltricas projetos
Identificao clara dos tipos de cargas, suas
potncias e caracterstica de consumo eltrico;
Elaborao do quadro de cargas separando-as
por natureza de consumo, aplicao e grau de
importncia;
Poltica clara de agrupamento de quadros de energiaconforme os requisitos previamente analisados;
Nomenclatura intuitiva para a identificao dos
quadros a serem utilizados;
Identificao clara de numerao para os
documentos a serem gerados;
Boa definio da quantidade de plantas que sero
necessrias para conter as informaes dos c ircuitos.
No devem ser muitas e nem demasiadamente densas
quanto informao. Deve-se sempre procurar
equilibrar quantidade de plantas versus densidade deinformao por planta;
Diagrama unifilar em conformidade com as normas
NBR IEC, sendo que: se a edificao for pequena,
poder ser criado em uma nica planta; caso
contrrio, devem ser criadas diversas folhas a fim
de se produzir um caderno. Evitar formatos grandes
de difcil manipulao, pois, no campo, isso se
transforma em um transtorno;
A garantia de que o diagrama unifilar, o
diagrama vertical e a planta de distribuio, sendo
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tricas os documentos mais consultados, seja na obra
ou na manuteno aps obra, tenham as suas
nomenclaturas/simbologias de acordo com as
normas, e que as legendas sejam claras e objetivas.
Legendas e observaes extensas confundem os
profissionais, que acabam abandonando a leitura por
no terem objetividade.
Instalaes eltricas procedimentos
Texto tcnico simples e de fcil compreenso dos
procedimentos de trabalho;
Uso de termos de equipamentos sempre
com a devida referncia tcnica aos manuais e
procedimentos especficos;
Garantia da identidade numrica (taxonomia) das
informaes e procedimentos; Registros de ensaios das instalaes eltricas;
Nomes dos responsveis tcnicos e dos participantes
do ensaio;
Cuidado com a descrio das condies
atmosfricas e de ambiente durante a realizao dos
ensaios;
Referncia tcnica s normas utilizadas para
balizamentos de valores e grandezas dadas como
aceitas.
Premissa 4 Equipamentos de Proteo Individual
(EPI) e Coletiva (EPC). Para a realizao dos trabalhos
de inspeo em instalaes eltrica, est previsto o uso
de EPIs adequados ao local e ao tipo de servio se for
o caso, sempre tendo a rea de segurana do trabalho
com apoio para verificao dos riscos adicionais. Como
EPI, podemos citar, no mnimo: botas de segurana,
culos de proteo nas instalaes de BT e capacete de
segurana.
O conceito de uniforme e o de EPI no devem semisturar, mas podem compor um nico elemento de
proteo ao trabalhador. Por conta da necessidade de
identificao funcional e da exposio ao risco de calor
e chama nos servios na rea SEP, o uniforme passa
agora a ser considerado um EPI. Isso significa que o
prprio inspetor, se alocado em rea de risco SEP, deve
utilizar roupa adequada, mesmo que no uniformizado.
A NR 10 traz em seu glossrio a definio de
Equipamento de Proteo Coletiva (EPC) como sendo
um dispositivo, sistema, ou meio, fixo ou mvel de
abrangncia coletiva, destinado a preservar a integridade
fsica e a sade dos trabalhadores, usurios e terceiros.
Nesse caso, no trabalho de inspeo muitas vezes
necessrio e possvel que essa atividade seja exercida
com as instalaes em operao e com os seus operadores
e usurios no local. Deve-se ento, pelos procedimentos
de anlise de risco do trabalho, estudar esses casos e
prover meios de bloqueio ao acesso ou delimitao de
reas para a mitigao dos riscos. difcil dentro de
escritrios o uso de cones de sinalizao e outros meios
que acostumamos utilizar em servios externos, mas,
com certeza, por uma anlise e de recursos tcnicos ser
possvel a garantia da segurana.
Premissa 5 Classificao das no conformidades. O
motivo dessa afirmao reside no fato de que, sendono conformidades relativas segurana do trabalhador,
elas devem ser eliminadas o mais rpido possvel.
Muitas vezes o nmero de no conformidades e sua
distribuio dentro do sistema eltrico sob anlise
elevado e o planejamento de sua adequao confuso.
Da mesma forma com que essas no conformidades
no apareceram da noite para o dia e sempre com as
instalaes em funcionamento, a sua adequao deve
seguir o mesmo ritmo.
Na NR 10 (item 10.2.4), citado como uma dasmedidas de controle para estabelecimentos com mais
de 75 kW instalados: o item g. Esse item aponta para
a necessidade de um relatrio tcnico das inspees
atualizadas com recomendaes, cronogramas de
adequaes e d um grau de importncia a isso de
certa forma elevado I = 3 (cdigo de infrao). Por isso,
a classificao permitir a melhor programao para o
restabelecimento das condies mnimas de segurana
das instalaes.
A classificao das no conformidades deve passartambm por outros aspectos e consideraes. Outras
consideraes que podemos abordar aqui quanto
ao nvel de tenso das instalaes vistoriadas, os seus
diversos nveis de potncia e os setores operacionais
envolvidos.
Pelo critrio nveis de tenso, devemos entender que
existem no conformidades caracterizadas como mais
graves por conta de risco de acidentes de equipes de
operao e de manuteno e no conformidades por
conta de acesso a equipamentos expostos ainda que
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trancados em salas especficas. Pelo critrio de nveis
de potncia, podemos entender que a exposio de
pessoas advertidas ou no a equipamentos deve ser
imediatamente tratada por conta dos riscos envolvidos
em painis gerais de distribuio de energia que so
operados como se de distribuio local fossem. E pelo
critrio setores operacionais leva-se em conta o ri sco ao
negcio ou produo da organizao. bom lembrar
que o risco vida supera qualquer outro elemento para
essas anlises e tomada de deciso, porm no se deve
esquecer que muitas vezes uma soluo tcnica de
adequao pode ser entendida ou ampliada para incluir
a guarda dos interesses da organizao.
So referenciados os seguintes critrios de classificao:
Urgente: de carter emergencial e imediata correo,
com risco iminente de morte e sade dos profissionais e
operadores das instalaes;
Essencial: de carter necessrio e imediata correo,
oferecendo riscos aos equipamentos e sua continuidade
de servios;
Melhorias: de carter necessrio e programao
imediata para atendimento s normas em vigor e de
segurana aos negcios e patrimnio da empresa.
Para um melhor entendimento do que dizemos ser
urgente, acreditamos que o embargo e a interdio
sejam as piores consequncias para uma organizao
e para os seus negcios. Por isso, as condies mais
severas de penalidades impostas pela NR 10 em vigor se
mostram nos seus itens que mais temem pela segurana
vida, seja por conta das instalaes que oferecerem
condies inseguras, seja devido a essas condies
induzirem a atos inseguros. As condies de embargo e
a interdio, que so infraes tipo I = 4, foram por ns
caracterizadas como urgentes. A tabela a seguir mostra, pelo nosso entendimento, a
classificao entre medidas e referncias para condies
inseguras das instalaes falha; e atos inseguros dos
profissionais erros.
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TABELA1 INSEGURANASDASINSTALAESEDOSPROFISSIONAIS
Condies inseguras
das instalaes
Atos insegurosdos profssionais
Instalaes
10.2.4 Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter o Pronturio de Instalaes Eltricas.
10.2.5 As empresas que operam em instalaes ou equipamentos integrantes do sistema eltrico de potncia devem
constituir pronturio.
10.2.5.1 As empresas que realizam trabalhos em proximidade do Sistema Eltrico de Potncia devem constituir pronturio.
10.4.1 As instalaes eltricas devem ser construdas, montadas, operadas, reformadas, ampliadas, reparadas e inspecionadas, de
forma a garantir a segurana e a sade dos trabalhadores e dos usurios, e serem supervisionadas por prossional autorizado.
10.4.2 Nos trabalhos e nas atividades referidas, devem ser adotadas medidas preventivas destinadas ao controle dos riscos
adicionais, especialmente quanto altura, connamento, campos eltricos e magnticos, explosividade, umidade, poeira, fauna,
ora e outros agravantes, adotando-se a sinalizao de segurana.
Proteo ao trabalhador
10.2.8.1 Em todos os servios executados em instalaes eltricas devem ser previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de
proteo coletiva aplicveis mediante procedimentos s atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a segurana e a
sade dos trabalhadores.
10.2.9.1 Nos trabalhos em instalaes eltricas, quando as medidas de proteo coletiva forem tecnicamente inviveis ou
insucientes para controlar os riscos, devem ser adotados equipamentos de proteo individual especcos e adequados s
atividades desenvolvidas, em atendimento ao disposto na NR 6.
10.2.9.2 As vestimentas de trabalho devem ser adequadas s atividades, devendo contemplar a condutibilidade, inamabilidade e
inuncias eletromagnticas.
Treinamentos
10.6.1.1 Os trabalhadores devem receber treinamento de segurana para trabalhos com instalaes eltricas energizadas, com
currculo mnimo, e carga horria denida.
10.7.1 Os trabalhadores que intervenham em instalaes eltricas energizadas com alta tenso, que exeram suas atividades
dentro dos limites estabelecidos como zonas controladas e de risco, devem possuir treinamento.
10.7.2 Os trabalhadores devem receber treinamento de segurana, especco em segurana no Sistema Eltrico de Potncia
(SEP) e em suas proximidades 10.8.8. Os trabalhadores autorizados a intervir em instalaes eltricas devem possuir treinamentoespecco sobre os riscos decorrentes do emprego da energia eltrica e as principais medidas de preveno de acidentes em
instalaes eltricas.
Procedimentos de trabalho
10.6.1 As intervenes em instalaes eltricas com tenso igual ou superior a 50 Volts em corrente alternada ou superior a 120
Volts em corrente contnua somente podem ser realizadas por trabalhadores capacitados.
10.7.3 Os servios em instalaes eltricas energizadas em AT, bem como aqueles executados no Sistema Eltrico de Potncia
SEP, no podem ser realizados individualmente.
10.8.8.1 A empresa conceder autorizao na forma desta NR aos trabalhadores capacitados ou qualicados e aos prossionais
habilitados que tenham participado com avaliao e aproveitamento satisfatrios em cursos.
10.9.5 Os servios em instalaes eltricas nas reas classicadas somente podero ser realizados mediante permisso para o
trabalho com liberao formalizada, ou com a supresso do agente de risco que determina a classicao da rea.
10.13.3 Cabe empresa, na ocorrncia de acidentes de trabalho envolvendo instalaes e servios em eletricidade, propor e
adotar medidas preventivas e corretivas.
10.14.1 Os trabalhadores devem interromper suas tarefas exercendo o direito de recusa, sempre que constatarem evidncias de
riscos graves e iminentes para sua segurana e sade ou a de outras pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu superior
hierrquico, que diligenciar as medidas cabveis.
Pela Tabela 1 e sua classificao, fica claro que a
inspeo no deve se ater apenas s instalaes e
suas condies tcnicas ou de equipamentos, mas
tambm existncia e propriedade de condies de
trabalho dadas pelos procedimentos, documentaes e
treinamentos. Essas condies esto estritamente ligadas
ao trabalhador e fazem parte da inspeo da segurana
para o trabalho das instalaes eltricas.
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O fato de uma medida corretiva a uma no
conformidade ser classificada como urgente no significa
dizer que sua realizao seja demorada ou difcil,
pois, como pode ser visto, ela pode ser implementada
de imediato, antes da produo de documentao,
procedimentos e at mesmo treinamentos.
Quanto classificao de essencial e melhorias que
ilustramos aqui podemos assumir: essencial como I = 3
e I = 2; melhorias como I = 1.
J na legislao para inspees em estdios de futebol
e inspees prediais, temos os critrios definidos pelo
legislador como crtico, regular e mnimo. Isso significa
dizer que esses elementos classificatrios, ainda que
tragam em si subjetividade, devem se amparados pelo
maior rigor de referncias s normas regulamentadoras
que j foram classificadas nesse fim. A legislao de vistoria de imveis mostrado do Rio
de Janeiro mostra que, eventualmente, aps a inspeo,
avaliao e emisso de um laudo, expressando a
opinio tcnica do profissional, sejam emitidas tambm
recomendaes com prazos de cumprimento. Se houver
risco iminente, o imvel deve ser denunciado e medidas
urgentes devem ser tomadas.
Os critrios de classificao urgente, essencial e
melhorias anteriores seguiram esse padro em nossos
intentos. Eles foram eleitos pelo cdigo de infrao
vida que nas normas regulamentadoras variam de I4,
o mais grave, ao I1, menos grave. Acredita-se aqui ser
a melhor referncia classificatria, exceto verso mais
nova e explcita desses rgos.
Metodologia para a inspeo Quando se fala na palavra metodologia remetemos
o nosso pensamento a um conjunto de procedimentos
precisos e exatos que tm como objetivo permitir ao
grupo de trabalho um aumento de produo pelo uso de
tarefas pr-concebidas e estudadas. A equipe de trabalhopode at possuir um conjunto de procedimentos j
desenvolvido e registrado, mas aconselhvel manter
esses procedimentos sempre em constante reviso
por apelo segurana dos trabalhadores. Lembrando
que o ato de inspecionar um servio, ou trabalho,
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tricas assim, devem ser mantidas as mesmas preocupaes de
segurana que se tm para qualquer atividade ligada
instalao eltrica.
Anlise do volume de trabalho no local Como cada local, organizao ou empresa nica,
assim tambm so as suas instalaes eltricas. Dessa
forma, o entendimento preliminar do volume de trabalho
a ser realizado, assim como as caractersticas do local e
das instalaes (instalaes contexto conhecimento
especco) tm de ser vericados pelo responsvel ou lder
de equipe, de modo a entender a extenso das necessidades
de recursos humanos ou materiais para dar cabo dessa tarefa.
As caractersticas de locais, como shoppings, estdios
de futebol, prdios comerciais, hospitais, escolas,
galpes, devem ser consideradas at para a composioe escolha da equipe a ser alocada. As condies
de segurana e de acessos tambm so levantadas
nesse momento. Por fim, as condies de entrega dos
resultados esperados como prazo final de concluso e
forma de apresentao so tambm definidas nessa etapa
junto ao demandante. Quando falamos em volumes aqui
significa basicamente dizer que as instalaes eltricas
admitem ser divididas em blocos de energia, ou por que
no dizer, edificaes, pavimentos ou regies.
Escolha dos envolvidos no processo Uma vez entendido o proposto na etapa anterior,
a escolha dos profissionais envolvidos na inspeo
do local pode at caracterizar um treinamento
especfico para servios em sistema de potncias
(SEP) ou de capacitaes pontuais em atendimento s
caractersticas das instalaes (mais uma vez o item
originalidade dos elementos de entrada de processo
abordados anteriormente). Partindo-se do princpio de
que o contratado requer um servio profissional e deresponsabilidade, o conjunto de informaes que deve
ser previsto na proposta comercial deve tambm prover
ao contratante os elementos que deem a ele a segurana
jurdica necessria. Entenda-se aqui como segurana
jurdica as documentaes que devemos enviar para
comprovao de capacidade tcnica e atendimento s
normas tcnicas e regulamentao da NR 10/MTE. A
apresentao prvia da equipe e sua documentao
essencial para o registro junto ao contratante e para a
demonstrao de compromisso com segurana.
Definio do plano de trabalhoA logstica como cincia se preocupa com os processos
de apoio para atingir a um determinado fim. Nesse caso,
a cincia de como administrar todos os elementos a
serem inspecionados para que se possa ter a inspeo
realizada no menor tempo, com o menor gasto derecursos e com o mximo de garantias de segurana
possvel. Esse plano de trabalho definido deve ser
no apenas comunicado equipe, mas tambm deve
fazer parte da proposta de servios como orientao e
indicativo de profissionalismo e apoio programao
interna de recursos de apoio.
A diviso dos trabalhos e o aporte de frentes de equipe
so prticas muito comuns, no caso em particular das
inspees, deve-se ressaltar a importncia da preciso
dos procedimentos de campo. Esses procedimentos,quando submetidos s diversas equipes simultneas,
tm o objetivo de garantir uma homogeneidade
de resultados e preciso de preenchimentos sem
subjetividade ou opinies particulares. A considerao
com a vida operacional ou de produo do cliente, ou
melhor dizendo, da instalao eltrica a ser trabalhada,
parte do plano, da logstica e da satisfao final dos
resultados. O trabalho de inspeo deve ser rpido,
preciso e impessoal, sendo esses elementos importantes
para nortear o treinamento citado.
Definio do plano de trabalho nasinstalaes eltricas
O procedimento de trabalho para uma inspeo
tema a ser abordado a seguir, mas devemos ter em
mente que a componente segurana fundamental e
deve fazer parte dele conforme exigido pela prtica
da NR 10 em seu item 10.11 Procedimentos de
trabalho. Embora possa parecer estranho, qualquer
trabalho em instalaes eltricas energizadas demandaprioritariamente um procedimento de ao.
Compatibilizao do plano de trabalhodesenvolvido com as diretrizescorporativas
A metodologia de trabalho desenvolvida no
passvel de patente ou registro formal e individual,
mas sim seus documentos. Logo, a metodologia uma
vez desenvolvida pblica, assim como todos os itens
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devem ser de consulta livre a todos possveis para maior
e melhor entendimento. Aqui nesse caso especfico
devemos dizer que o resultado deve ser apresentado aos
envolvidos em todos os processos e pessoas que atuam
nas instalaes eltricas para a compatibilizao se
necessrio e sua conciliao.
Trabalho nas instalaes eltricas Podemos falar aqui em um procedimento inicial para
a regio a ser inspecionada, que deve orientar a equipe
na escolha das ferramentas de inspeo, ferramentas
eltricas, EPIs e EPCs, bem como formulrios a serem
utilizados no trabalho. A abordagem desse tpico
apresenta o detalhamento dos formulrios de inspeo.
Na tcnica de inspeo, a ferramenta principal o check
list, tambm conhecido pelo nome de lista de verificao.No presente trabalho, detalhamos quatro desses tpicos
a seguir. importante que no imaginemos serem
suficientes, absolutas e concludas. Elas sempre sero
adequadas s novas tecnologias, tipo de instalaes e
mudanas eventuais nas normas que as suportam.
Quadros eltricos
Esses equipamentos, na maioria das vezes, respondem
por mais de 70% do trabalho a ser executado nas
instalaes comerciais, industriais e residenciais. Elespossuem normas prprias de equipamento na ABNT. No
nvel de potncia tradicional de quadros de distribuio
de energia eltrica de iluminao e tomadas, podemos
dizer que um profissional com treinamento bsico de NR
10 atende s condies necessrias para composio de
equipe. Entendemos aqui que quadros de distribuio de
potncia, como os quadros gerais de entrada de energia,
so consideravelmente mais perigosos que os demais,
por conta das potncias envolvidas e das caractersticas
de arco eltrico que detm.Para a inspeo desse equipamento e possvel
adequao da sua lista de verificao, deve-se levantar
os seguintes aspectos tcnicos:
1 - Tipo e finalidade da instalao eltrica;
2 - Projetos eltricos dos quadros ou equipamentos e
circuitos;
3 - Condies de segurana para com os trabalhos no
risco de interrupo;
4 - Condies de segurana de trabalho da equipe;
5 - Condies de acesso ao equipamento;
6 - Condies de permanncia da equipe no local de
trabalho;
7 - Condies de acionamento de equipamentos e circuitos.
Itens bsicos do procedimento:
Mnimo de cinco fotografias dos equipamentos (uma
da posio geral localizando o equipamento, uma da
identificao, uma do equipamento fechado ou no
exposto, uma do equipamento aberto (exposto) e uma
do equipamento com os circuitos expostos);
Preenchimento dos campos do formulrio de
verificao;
Preenchimento do nmero das fotos;
Detalhamento das no conformidades;
Fotografias especficas documentadas das noconformidades encontradas;
Podemos incluir agora uma foto especial, o
termograma. Esse item, cada vez mais fcil de se
conseguir no mercado, mostra-se extremamente
til no diagnstico de estado das instalaes e seus
equipamentos. Se encontrada uma condio, ou
anomalia por comparao, de propores significativas,
podemos classificar de imediato a condio como
crtica, levando ao reparo imediato, mesmo antes da
emisso do relatrio final e concluso da inspeo. Valelembrar que h problemas que requerem solues com
velocidade acima do tempo de emisso do relatrio
final, de grande ajuda ao contratante e suas instalaes
eltricas e, claro, para a segurana dos trabalhadores.
Subestaes e QGBTs
Esses equipamentos, citados anteriormente quando
falamos em fornecimento exclusivo em baixa tenso,
so merecedores de ateno especial. Eles esto sujeitos
tambm aos padres de instalaes de concessionrias,assim como s normas tcnicas de baixa tenso citadas na
NR 10. Esses quadros ou painis de distribuies muitas
vezes so produzidos e projetados especificamente
para a instalao e devem por conta disso ter os seus
projetos disponveis aos inspetores. Podemos dizer que
o profissional apenas com treinamento bsico de NR 10
no atenderia s condies necessrias para liderana e
composio de equipe por conta dos nveis de potncia
envolvidos.
Para a inspeo desse equipamento e possvel
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nspeo
de
instalaes
el
tricas
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adequao da sua lista de verificao, deve-se procurar
levantar os seguintes aspectos tcnicos:
1. Tipo e padro de fornecimento de energia pela
concessionria;
2. Finalidade da instalao eltrica;
3. Projetos eltricos e especficos dos quadros ou
equipamentos e circuitos;
4. Condies de segurana para com os trabalhos no
risco de interrupo;
5. Condies de segurana de trabalho da equipe;
6. Condies de acesso aos equipamentos;
7. Condies de permanncia da equipe no local de
trabalho;
8. Condies de acionamento de equipamentos e
circuitos.
Itens bsicos do procedimento:
Fotografias dos equipamentos, circuitos, barramentos
e acessrios;
Preenchimento de relatrio individualizado;
Preenchimento do nmero das fotos;
Preenchimento das no conformidades;
Fotografia das no conformidades encontradas;
Mantemos a ideia do termograma. Nesse tipo de
equipamento, as potncias so significativamente
maiores, assim como os estragos e danos aostrabalhadores.
Sistema de Proteo contra Descargas Atmosfricas
(SPDA)
Esses sistemas tm o objetivo de proteger as
instalaes contra descargas atmosfricas e existem
inclusive regulamentaes legais do corpo de bombeiros
ou municipais que devem ser levadas em considerao.
Podemos dizer que um profissional com treinamento
bsico de NR10 atende s condies necessrias paracomposio de equipe.
Para a inspeo desse equipamento e possvel
adequao da sua lista de verificao, deve-se procurar
levantar os seguintes aspectos tcnicos:
1. Documentao legal dos sistemas;
2. Projetos dos quadros ou equipamentos e circuitos;
3. Condies de segurana para com os trabalhos no
risco de interrupo;
4. Condies de segurana de trabalho da equipe;
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5. Condies de acesso ao equipamento;
6. Condies de permanncia da equipe no local de
trabalho;
7. Condies de acionamento de equipamentos e
circuitos.
Itens bsicos do procedimento:
Fotografias dos captores, elementos da gaiola de
Faraday e de seus acessrios;
Preenchimento de relatrio individualizado;
Preenchimento do nmero das fotos;
Preenchimento das no conformidades;
Fotografia das no conformidades encontradas.
Equipamentos eltricos
Esses equipamentos aqui citados podem ser elencadoscomo: geradores, mquinas, fornos eltricos, banco de
capacitores. Podemos dizer que um profissional com
treinamento bsico de NR 10 atende s condies
necessrias para composio de equipe. O caso do
gerador de fora algo a ser discut ido entre os elementos
da equipe por conta de sua potncia de trabalho.
Para a inspeo desse equipamento e possvel
adequao da sua lista de verificao, deve-se procurar
levantar os seguintes aspectos tcnicos:
1. Tipo e finalidade dos equipamentos eltricos;
2. Projetos dos quadros de comando ou controle ou
equipamentos e circuitos;
3. Condies de segurana para com os trabalhos no
risco de interrupo;
4. Condies de segurana de trabalho da equipe;
5. Condies de acesso ao equipamento;
6. Condies de permanncia da equipe no local de
trabalho;
7. Condies de acionamento de equipamentos ecircuitos.
Itens bsicos do procedimento:
Fotografias dos equipamentos (vistas), das suas ligaes
e quadros de comando/controle e de acessrios;
Preenchimento de relatrio individualizado;
Preenchimento do nmero das fotos;
Preenchimento das no conformidades;
Fotografia das no conformidades encontradas;
Termogramas.
Pronturio = procedimentos de trabalho + documentao
O que compe um pronturio de acordo com a
NR 10 ao mesmo tempo simples e complicado de
se entender. Para isso devemos ter em mente que so
considerados aqui trs tipos de classificao para as
instalaes de acordo com a norma regulamentadora.
nosso dever aqui lembrar que todas as empresas esto
obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das
instalaes eltricas dos seus estabelecimentos com
as especificaes do sistema de aterramento e demais
equipamentos e dispositivos de proteo.
Nota 1: O fato de termos os diagramas unifilares
como obrigatrios chama a ateno das informaesque esses documentos possuem. Formados por
linhas nicas, representando muitas vezes o sistema
trifsico de energia, incluem de forma simplificada
os equipamentos, a topologia dos circuitos, a sua
lgica de operao indicada pelos intertravamentos e
comandos, as protees e sistemas de medio, assim
como a identificao de todos esses componentes
em um nico desenho. O seu desmembramento
em outros desenhos, acompanhados de lista de
equipamentos e legendas, fundamental para asequipes de manuteno ou operao que vo atuar
nesse local.
Nota 2:O sistema de aterramento apresenta como a
filosofia de proteo contra choques foi desenvolvida
e como as protees foram projetadas e ajustadas a
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instalaes
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favor dos usurios, dos trabalhadores e dos operadores
do sistema. No Brasil predomina o esquema TN-S,
no qual o condutor neutro e o condutor de proteo
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de
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tricas so distintos, ou seja, um condutor terra de proteo
especfico levado a todos os pontos de instalao.
Nota 3:O sistema de aterramento importante para a
segurana do usurio, do trabalhador e do operador,
isso porque a NBR 5410 dene os dispositivos de
proteo contra contato direto e indireto, e o uso
intensivo do Dispositivo de Corrente Residual (DR) em
certos circuitos e locais.
Nota 4: So considerados como documentos os
desenhos, textos ou diagramas, algo de valor
produzido por algum, possuindo uma redao com
recomendaes fornecidas para esses documentos.
Os diagramas so normalmente produzidos
por desenhistas, estagirios ou at mesmo por
outros profissionais. No caso desse trabalho sdevemos considerar a documentao que possa
ser comprovadamente produzida por profissional
legalmente habilitado.
Nota 5:No existem documentos particulares, pelo
prprio princpio de compatibilizao e conciliao
evidenciados anteriormente. Como estamos falando
no item documentos e documentos de segurana,
tambm esses devem ser levados ao conhecimento
das reas correlatas de segurana e sade da empresacontratante para validao, conhecimento e incluso
em suas prticas rotineiras. Desnecessrio lembrar
que a NR 10 j exige tal procedimento complementar.
Classificao Definio dos tipos de pronturio como classificao
para os termos da NR 10.
Classicao 1 (C1) Instalaes que possuem carga
instalada superior a 75 kW e aquelas que so menoresque isso. As que so maiores devem possuir no seu
pronturio (conjunto de informaes), alm do desenho
unilar mencionado, o conjunto de procedimentos e
instrues tcnicas e administrativas de segurana e
sade, implantadas e relacionadas a esta NR, e descrio
das medidas de controle existentes; a documentao das
inspees e medies do sistema de proteo contra
descargas atmosfricas e aterramentos eltricos; a
especicao dos equipamentos de proteo coletiva e
individual e o ferramental, aplicveis conforme determina
esta NR; a documentao comprobatria da qualicao,
habilitao, capacitao, autorizao dos trabalhadores
e dos treinamentos realizados; os resultados dos testes de
isolao eltrica realizados em equipamentos de proteo
individual e coletiva; as certicaes dos equipamentos
e materiais eltricos em reas classicadas; o relatrio
tcnico das inspees atualizadas com recomendaes,
cronogramas de adequaes. Exemplos dessa classicao
so as instalaes comerciais e industriais.
Classificao 2 (C2) Aquelas que operam no sistema
eltrico de potncia devem possuir no seu pronturio o
conjunto mencionado anteriormente, alm da descrio
dos procedimentos para emergncias e as certificaes
dos equipamentos de proteo coletiva e individual.
Como exemplo, poderamos citar as empresasprestadoras de servio de operao e manuteno em
sistemas de distribuio de energia, concessionrias e
indstria.
Classificao 3 (C3) Aquelas que realizam trabalhos em
proximidade do sistema eltrico de potncia, o conjunto
de procedimentos e instrues tcnicas e administrativas
de segurana e sade, implantadas e relacionadas a esta
NR e descrio das medidas de controle existentes; a
especificao dos equipamentos de proteo coletivae individual e o ferramental, aplicveis conforme
determina esta NR; a documentao comprobatria
da qualificao, habilitao, capacitao, autorizao
dos trabalhadores e dos treinamentos realizados; os
resultados dos testes de isolao eltrica realizados
em equipamentos de proteo individual e coletiva;
a descrio dos procedimentos para emergncias; as
certificaes dos equipamentos de proteo coletiva e
individual.
Como exemplo poderamos citar as empresasprestadoras de servio que atuam prximas aos sistemas
de distribuio de energia, concessionrias e indstrias,
instaladoras de rede telefnica e TVs a cabo ou sistemas
de TI. claro que essas empresas no podem dispensar,
para a realizao dos seus servios, o uso da unifilar
atualizado, da documentao das inspees e medies
do sistema de proteo contra descargas atmosfricas
e aterramentos eltricos e das certificaes dos
equipamentos e materiais eltricos em reas classificadas
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Responsabilidades Conforme mencionado na NR 10,
o pronturio de instalaes eltricas deve ser organizado
e mantido atualizado pelo empregador ou pessoa
formalmente designada pela empresa, devendo permanecer
disposio dos trabalhadores envolvidos nas instalaes e
servios em eletricidade, sendo que os documentos tcnicos
previstos devem ser elaborados por prossional legalmente
habilitado. Prossional habilitado deve ter formao na rea
de eletricidade reconhecida pelo seu conselho de classe,em dia com as suas contribuies e cadastros, desimpedido
legalmente de exercer a sua funo.
Documentao Os documentos a seguir foram listados e classificados
para compor o pronturio de acordo com o t ipo e o perfil
da organizao e de suas instalaes eltricas, e sempre
acima de 75 kW.
A NR 10 aponta como garantia de qualidade a
permanente atualizao ou contato com o trabalho e astcnicas de anlise de riscos e prev um treinamento
de reciclagem bienal sempre que: ocorrer a troca de
funo ou mudana de empresa; ocorrer um retorno
de afastamento ao trabalho ou inatividade, por perodo
superior a trs meses; ou quando houver modificaes
significativas nas instalaes eltricas ou troca de
mtodos, processos e organizao do trabalho.
Procedimentos
Os procedimentos escritos e formalmente aprovados
[C1] [C2] [C3]
1. Esquemas unilares especicaes do sistema de aterramento equipamentos e dispositivos de proteo.
2. Conjunto de procedimentos e instrues tcnicas e administrativas de segurana e sade,
3. Documentao das inspees e medies do sistema de proteo contra descargas atmosfricas e aterramentos eltricos;
4. Especicao dos equipamentos de proteo coletiva e individual e o ferramental, aplicveis conforme determina esta NR;
5. Documentao comprobatria da qualicao, habilitao, capacitao, autorizao dos trabalhadores e dos treinamentos realizados;
6. Resultados dos testes de isolao eltrica realizados em equipamentos de proteo individual e coletiva; certicaes dos
equipamentos e materiais eltricos em reas classicadas;
7. Certicaes dos equipamentos e materiais eltricos em reas classicadas;
8. Relatrio tcnico das inspees atualizadas com recomendaes, cronogramas de adequaes;
9. Descrio dos procedimentos para emergncias;
10. Certicaes dos equipamentos de proteo coletiva e individual;
11. Sistema de identicao que permita a qualquer tempo conhecer a abrangncia da autorizao de cada trabalhador;
12. Os trabalhadores autorizados a trabalhar em instalaes eltricas devem ter essa condio consignada no sistema de registro
de empregado da empresa.
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fazem parte do conjunto de documentos a compor o
pronturio das instalaes eltricas. Nesse caso em
particular importante aqui lembrar que esses documentos
so produzidos conjuntamente por eletricistas e
prossionais de segurana do trabalho, ambos habilitados.
Assim como os demais, esses documentos, resultados de
servios tcnicos, devem se precedidos de Anotaes de
Responsabilidade Tcnica (ART) que o validem.
Para a inspeo dos procedimentos de trabalho ou deemergncia, uma lista de verificao especfica deve ser
produzida contendo os seguintes aspectos tcnicos:
Identificao do procedimento e de seus responsveis;
Objetivos, definies e responsabilidades;
Recursos para a execuo dos trabalhos;
Referncias s ferramentas e equipamentos necessrios;
Referncias aos EPIs e EPCs;
Procedimentos de emergncia correlatos;
Procedimentos de trabalho a que se aplicam.
Itens bsicos do procedimento:
Anotaes e formulrios preenchidos;
Preenchimento das no conformidades.
*MARCUS POSSI engenheiro eletricista, consultor e
diretor da Ecthos Consultoria.
Continua na prxima edioConra todos os ar tigos deste fascculo em www.osetoreletrico.com.br
Dvidas, sugestes e comentrios podem ser encaminhados para o e-mail
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