EDGAR DO VALLE INFLUÊNCIAS NORTE AMERICANAS E … · O fim da década de 30 e meados dos anos 40,...
Transcript of EDGAR DO VALLE INFLUÊNCIAS NORTE AMERICANAS E … · O fim da década de 30 e meados dos anos 40,...
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015
EDGAR DO VALLE: INFLUÊNCIAS NORTE-AMERICANAS E
PRÁTICA EM PORTO ALEGRE – 1959/1979
Jânerson Figueira Coelho: Arquiteto e Urbanista, mestrando do Programa de Pós-
Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU – UniRitter), em associação com a
Universidade Presbiteriana Mackenzie. E-mail: [email protected].
RESUMO
O presente trabalho é a primeira comunicação a respeito do tema proposto para a dissertação
de mestrado intitulada “EDGAR DO VALLE: Influências norte-americanas e práticas em Porto
Alegre - 1959/1979”, em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e
Urbanismo da UniRitter/Mackenzie, sob a orientação do professor Dr. Sergio Moacir Marques.
Inserida na área de concentração “Projeto, Processos e Sistemas”, se apoia no redesenho como
pratica reflexiva para realizar um exame aprofundado do projeto no sentido de identificar os
procedimentos práticos, teóricos e metodológicos que delinearam a produção arquitetônica do
Arquiteto gaúcho Edgar Sirangelo do Valle realizada no estado nas décadas de 60 e 70. O
interesse pelo tema se baseia na assertiva de que a arquitetura desse período ainda possui
terrenos inexplorados principalmente no que tange à produção de nomes que deram sequência
na consolidação da arquitetura moderna regional, e sobretudo no reconhecimento e explicação
mais ampla das diversas vertentes que a influenciaram. Nesse contexto, trazer o caso de Edgar
do Valle – profissional da 3ª geração de arquitetos formados pela UFRGS (1959) –, ganha
relevância uma vez que, entre 1963 e 1965, realizou sua pós-graduação no Illinois Institute of
Technology / Chicago-EUA sob a orientação de Mies van der Rohe. Essa experiência, inédita no
contexto local, suscita um olhar mais detalhado à produção desse arquiteto no sentido de
identificar suas influências estéticas, modo de conceber o projeto e critérios espaciais e formais
abordados. Busca tanto descrevê-las e verificar nelas os valores que refletem o debate
arquitetônico de sua formação, estabelecer seu significado e importância no quadro histórico da
arquitetura regional, bem como reconhecer possíveis paralelismos com a arquitetura moderna
norte-americana do pós-guerra.
Palavras-Chave: Arquitetura moderna em Porto Alegre; Influências norte-americanas.
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015
1. CONTEXTO
O fim da década de 30 e meados dos anos 40, período que emoldura o
surgimento da arquitetura moderna no Rio Grande do Sul, se confunde com a
própria afirmação da arquitetura como disciplina autônoma na região. Foi um
momento de grande efervescência que culminou com a fundação do ensino da
arquitetura e com a criação do Instituo dos Arquitetos do Brasil no estado.
Num contexto onde a maioria dos projetos eram desenvolvidos por
engenheiros civis e arquitetos na sua maioria estrangeiros – apenas dois eram
formados no Brasil1 –, a arquitetura moderna identificada com as vanguardas
construtivas europeias abre caminho em Porto Alegre no final dos anos 40 a
partir do exemplo de inspiração corbusiana da escola carioca. Projetos de
Arquitetos cariocas em Porto Alegre, segundo Prof. Demétrio Ribeiro, “foram
decisivos para a promoção do pensamento moderno no Estado” (RIBEIRO,
1987. p. 26-31).
Embora a Arquitetura Moderna que passa a se desenvolver no sul do pais
nos anos 50 bebesse das influências do eixo Rio/São Paulo e ainda da vertente
platina, principalmente da uruguaia com sua tradição no planejamento urbano e
estreitas relações acadêmicas, pode se considerar que fatores sociais e
econômicos aliados à uma certa rivalidade por parte de setores da construção
civil local, em certa medida, produziram reflexos de ordem estético/formal que
revestiram a produção local com características tais como discrição e
austeridade.
[...] a Arquitetura Moderna Brasileira no Sul constituiu-se em processos e atributos menos exuberantes formalmente, menos pretensiosos simbolicamente, de menor grandiloquência estrutural e mais modestos economicamente que seus parentes cariocas e paulistas [...] (MARQUES, 2012. p.33)
1 Arquiteto gaúcho Edgar Graeff (1921-1990) Ver: MARQUES, 2012. p. 27) e o arquiteto
alagoano e Alberto de Holanda Mendonça (1920-1956), Ver: (BUENO,2012. p.31)
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015
Nesse sentido, a arquitetura moderna produzida no estado soube
interpretar essas influências transformando-as em valores próprios, porém não
suficientemente capazes de consagrar uma ideia de escola irradiadora do
pensamento moderno regional, como ocorreu no Rio de Janeiro e
posteriormente em São Paulo.
Trazer o panorama do surgimento e desenvolvimento da arquitetura
moderna na região torna-se oportuno justamente para contextualizar e de certa
maneira problematizar a influência norte-americana na arquitetura porto-
alegrense que passa a se disseminar mais contundentemente no final da década
de 50.
2. INFLUÊNCIAS DA ARQUITETURA NORTE AMERICANA
Irradiada através dos arquitetos europeus que migraram para América
após a 2ª guerra – principalmente Richard Neutra, Mies Van der Rohe, Walter
Gropius e Marcel Breuer – e pelos arquitetos americanos da costa oeste, a
influência norte-americana começa a estabelecer relações reciprocas no Brasil
mais amplamente a partir de São Paulo. As bienais de São Paulo da década de
1950 constituíram um canal importante na divulgação de projetos de arquitetos
americanos por aqui. As obras dos arquitetos Craig Elwood e Ed Killingsworth
obtiveram premiação nas edições do evento de 1953 e 1961 respectivamente. O
paulista Oswaldo Arthur Bratke (1907-1997) foi um dos arquitetos que,
interessado nos aspectos construtivos da arquitetura, se aproxima de nomes
como Marcel Breuer e das experiências inovadoras da costa oeste norte-
americana. Bratke foi o primeiro latino americano a ter uma obra2 publicada na
Revista Arts & Architecture, seguido de Barragán, O’ Gorman, Oscar Niemeyer,
2 Residência-ateliê – Bratke, rua Avanhandava. Ver: SEGAWA, Hugo. DURADO, Guilherme
Mazza. Oswaldo Arthur Bratke. ProEditores, São Paulo, 1997
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015
Lucio Costa e Burle Marx. A publicação promoveu a realização do programa
Case Study Houses, idealizado pelo editor John Entenza e tinha como mote
principal a realização, em caráter experimental, de 36 projetos de moradias por
arquitetos convidados 3 , entre 1945 e 1964. Essa experiência acabou
influenciando a arquitetura moderna de forma global.
Manifestando-se paralelamente e, de certo modo discreta, a influência
americana era encarada com certa reticência pelos arquitetos locais. O
engajamento político dos arquitetos brasileiros que erguiam a bandeira de uma
arquitetura socialmente renovadora, fundada em valores éticos e sociais, seria
uma das possíveis razões para a reticência com relação à influência norte
americana sobre a arquitetura brasileira.
Em se tratando da arquitetura brasileira do pós-guerra jamais se pode esquecer o fato de que a maioria dos arquitetos de importância tinham forte compromisso político com movimentos de esquerda e desprezavam a cultura norte americana.4 (MAHFUZ, 2014, p.19)
Em Porto Alegre, a obra que surge como um “ponto de inflexão à
hegemonia Corbusiana” (LUCCAS, 2010) foi o Palácio Legislativo do Estado
(Figura 1), objeto de concurso público vencido pela equipe de Gregório Zolko
(1932) e Wolfgang Schöedon (1924). Segundo L.H. Lucaas, a proposta da
equipe paulista, vitoriosa neste concurso, “continha orientação
internacionalizada [...]”e “precipitaria a ruptura da unidade corbusiana
inquestionável que a arquitetura local mantinha” (LUCCAS, 2010).
3 Participaram do programa os arquitetos Richard Neutra, Charles e Ray Eames, Raphael
Soriano, Pierre Koenig, Craig Elwood e Ed Killingsworth, entre outros 20 Ver: (SMITH, 2002) 4 Al hablar de arquitectura brasileña de la posguerra no se puede jamás olvidar el hecho de que
la mayoría de los arquitectos de importancia tenían flerte compromiso político con movimientos de izquierda y despreciaban la cultura norte americana. (Tradução livre do Autor)
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015
Figura 1 Palácio Legislativo do Rio grande do Sul / 1958 – Gregório Zolko (1932) e Wolfgang Schöedon (1924).
Fonte: (XAVIER; MIZOGUCHI, 1987 p.146)
Em depoimento concedido aos arquitetos Flávio Kiefer e Viviane Vilas
Boas Maglia, o arquiteto Moacir Moojen Marques, em comentário acerca do
resultado do concurso de que participou em equipe com os arquitetos Marcos
David Hekman e Luís Carlos da Cunha, ilustra como essas mudanças eram
vistas pelos atores locais:
[...] nós estávamos presos a essa arquitetura mais durona, mais corbusiana, de paralelepípedos, paredes fechadas. Esse projeto que ganhou é bem miesiano. Nós nos sentimos traídos porque ganhou uma arquitetura que não era nossa. Houve muito debate porque nosso projeto tentava contextualizar o Palácio Legislativo e pousou uma borboleta Miesiana ali no centro cívico, que nós achávamos inadequada, não havia um ‘ibope’ assim tão grande do Mies. (KIEFER, MAGLIA, 2000. p.111)
3. A OBRA DE EDGAR DO VALLE: UM TEMA PROPOSTO
A virada da década de 50 para a década de 60 foi um momento de grande
vitalidade para arquitetura nacional com “a organização do Concurso Público
Nacional para o Plano Piloto de Brasília em 1957 e a deflagração da luta para
uma nova legislação profissional específica para os arquitetos em 1958, pelo
Instituto dos Arquitetos do Brasil” (PEREIRA, 1987. p.34-37). O contexto gaúcho
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015
igualmente vivia um período de otimismo com o lançamento da revista Espaço-
Arquitetura, em 1958, que se colocava como um instrumento de unificação do
meio profissional, e a campanha para a reforma do ensino, efetivada em 1962
pelos professores Demétrio Ribeiro e Edgar Graeff.
É nesse contexto que Edgar do Valle inicia sua carreira. Logo nos
primeiros anos funda, em sociedade com o colega Arquiteto Francisco Pedro
Bopp Simch, o escritório Valle e Simch Arquitetos, que por 12 anos desenvolvem
grande número de projetos de edifícios industriais à residências unifamiliares.
Edgar do Valle possui em seu currículo um montante expressivo de mais
de 600 projetos executados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e
Miami - USA. Grande parte dessa produção, edifícios comercias, residenciais e
casas, pode ser classificada como uma arquitetura de tecido e qualidade média.
No entanto o registro dessas obras em publicações e pesquisas é raro o que
torna este estudo especialmente relevante. Das publicações que relacionaram
projetos do arquiteto, constam apenas algumas breves descrições, o que acaba
tornando difícil uma interpretação mais precisa de seu trabalho. O livro
“Arquitetura moderna em Porto Alegre” A. Xavier e I. Mizoguchi incluem duas
obras de Edgar: o Centro Municipal de Cultura Lupicínio Rodrigues de 1976
(Figura 2) e o Edifício Trinidad de 1977.
Figura 2 | Planta baixa Centro Municipal de Cultura / 1976 – Edgar do Valle.
Fonte: (XAVIER; MIZOGUCHI, 1987, p.305)
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015
Outra publicação que traz um projeto de Edgar é a Galeria Imcosul (Figura
3), é o artigo “Da rua corredor ao centro comercial: tipologias comerciais em
Porto Alegre dos anos 30 ao princípio dos 90” de Claudia Piantá Costa Cabral.
Aqui a autora faz um comparativo entre os edifícios das Lojas Renner (1976, Luiz
Braga), Imcosul (1976, Edgar do Valle, Jorge Ruhl) e Ferramentas Gerais (1975,
Castelar Peña, Júlio Collares).
Figura 3 | Ed. Imcosul / 1976 – Edgar do Valle & Jorge Ruhl.
Fonte: STREETVIEW. Disponível em: https://goo.gl/maps/YjmOC> Acesso em 05 mai de 2015, às 13h22 min
Outro aspecto importante é justamente o contexto em que Edgar inicia
sua carreira em 1959, um ano após o resultado do concurso do Palácio
Legislativo, tornando atraente situar sua participação nesse momento “novo” que
a arquitetura porto-alegrense atravessava, principalmente pelo fato de Edgar ter
realizado um curso de pós-graduação (1963-1965) no Illinois Institute of
Technology / Chicago-EUA, sob a orientação de Mies van der Rohe e ter atuado
no Escritório Chicago Civic Center Architects entre 1964/1965.
Nesse contexto, o trabalho proposto pretende estabelecer como objeto de
estudo principal, as obras destacadas do arquiteto por sua relevância e filiação
aos princípios teóricos e operativos experimentados fora do país. Busca-se tanto
descrevê-las como verificar nelas os valores que refletem o debate arquitetônico
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015
de sua formação, os procedimentos que embasam sua pratica projetual e
possíveis paralelismos com algumas posturas e visões compartilhadas nessa
experiência acadêmica e prática nos Estados Unidos e como ela se manifesta
em sua obra.
Aqui cabem alguns esclarecimentos quanto à delimitação física e
cronológica do trabalho. O recorte será definido na medida em que o conjunto
arquitetônico do arquiteto em estudo for acessado e, assim, reconhecido. No
momento nos atemos a definir como marco inicial os primeiros vinte anos da sua
atuação que, em tese, representam, desde o ponto de vista plástico-formal, o
auge de sua carreira. Portanto, o trabalho pretende abordar as obras realizadas
no Rio Grande do Sul entre 1959 a 1979, período manifesto e frutífero do
aprendizado e da prática de Edgar.
4. AS QUESTÕES
Tendo Edgar circulado em um meio de grande prestígio internacional e
em franca proximidade com o Mestre Mies van der Rohe e outros arquitetos de
renome, surge a necessidade de verificar se de fato comparecem em sua obra
afinidades com a arquitetura norte-americana do pós-guerra.
I. O contexto efervescente em que Edgar inicia sua carreira o teria
estimulado a continuar seus estudos no exterior?
II. De que madeira a experiência no exterior se relaciona com seu
aprendizado na faculdade de arquitetura da UFRGS?
III. A influência é assumida de forma direta e consciente?
IV. Existiu alguma preferência pessoal pela obra de um ou outro arquiteto
em especial?
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015
Ainda é necessário examinar como esses aspectos enfrentam a realidade
local do ponto de vista cultural, político e econômico, e também no que se refere
à tecnologia, mão de obra e oferta de materiais.
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA INICIAL
Os principais referenciais teóricos que subsidiarão a dissertação tratam,
a priori, do panorama da arquitetura moderna em Porto Alegre e de seus
desdobramentos no período tratado.
Um título importante é o clássico “Arquitetura Moderna em Porto Alegre”
em que Alberto Xavier e Mizoguchi reúnem os exemplares mais representativos
da arquitetura moderna construídos em Porto Alegre. O livro é uma espécie de
guia que registra exatamente meio século, iniciando com a Exposição
Farroupilha de 1935 e ainda traz uma ampla introdução que trata da arquitetura
no Rio Grande do Sul desde o surgimento da capital como povoado, por volta de
1772 (MACEDO, 1987. p. 31-35), passando pela arquitetura do século XIX
(CURTIS, 1987. p. 16-22), a presença de arquitetos estrangeiros (WEIMWER,
1987. p. 23-25), o período de surgimento e desenvolvimento da arquitetura
moderna (RIBEIRO, 1987. p. 26-31), o processo de estruturação do ensino de
arquitetura (GRAEFF, 1987, p. 32-33), a arquiteta moderna em Porto Alegre na
década de 60 (PEREIRA, 1987. p. 34-37) e as décadas de 70 e 80 (MIZOGUCHI,
1987. p. 38-41). O volume relaciona 160 obras organizadas cronologicamente
de acordo com a data realização dos projetos. As obras são apresentas
brevemente referindo-se basicamente aos aspectos do contexto, programa e
sítio, acompanhados de material gráfico como plantas, geralmente, e cortes,
eventualmente.
O livro “Guia de Arquitetura Moderna em Porto Alegre”, de Guilherme
Essvein de Almeida, João Gallo de Almeida e Marcos Bueno, traz uma espécie
de itinerário de arquitetura moderna em Porto Alegre, complementando e
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015
atualizando, com um precioso registro fotográfico de Marcelo Donadussi, a
publicação anterior de XAVIER e MIZOGUCHI.
6. METODOLOGIA
Para o cumprimento dos objetivos da dissertação, propomos a definição
de uma metodologia de pesquisa que se estrutura em oito etapas:
I. Pesquisa bibliográfica: Levantamento de textos (periódicos, livros,
teses, dissertações, catálogos e artigos) correlatos ao tema da
dissertação.
II. Classificação: Levantamento, caracterização e seleção das obras no
período estudado;
III. Entrevista com o arquiteto: Momento oportuno para se fazer
indagações sobre sua biografia, percepções sobre o momento em que
antecede o seu ingresso na Faculdade, vivência no curso de
Arquitetura da UFRGS, temporada de estudos no exterior e as suas
rotinas de ofício.
IV. Pesquisa gráfica: Levantamento de informações e de peças gráficas
relativas aos projetos selecionados.
V. Pesquisa de campo: Visita às obras selecionadas do arquiteto e
registro fotográfico.
VI. Redesenho: Elaboração e redesenho de peças gráficas como
perspectiva axonométrica, plantas, cortes e elevações dos projetos
selecionados de modo a obter um material adequado, de mesma
escala e qualidade gráfica, com o objetivo de sistematizar nossas
análises.
VII. Analise gráfica: Segundo os principais paradigmas da arquitetura
moderna, analisar os projetos individualmente e em paralelo às
referências internacionais importantes para a sua formação teórica e
técnica. Para tal se fará um exame minucioso dos redesenhos
impressos através de intervenções, esquemas e diagramas,
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015
verificando principalmente as características das linguagens
arquitetônicas utilizadas.
VIII. Reflexões: Síntese das análises e conclusões.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Colocados esses aspectos historiográficos da arquitetura moderna em
Porto Alegre, seu desenvolvimento e influencias, feito esse panorama inicial da
participação de Edgar nesse contexto bem como a identificação da escassez de
material publicado sobre sua produção, conclui-se que a análise deste conjunto
de projetos contribui para um maior entendimento e compreensão dos
desdobramentos da arquitetura moderna em Porto Alegre desde o ponto de vista
de suas influências. Além disso, oferecer material referencial para o estudo das
arquiteturas de qualidade média que constituem tecido nas cidades e dirigir
conteúdo consistente para o ensino e a prática para a futuras gerações.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Guilherme Essvein de; ALMEIDA, João Gallo de; BUENO, Marcos. Guia Arquitetura Moderna em Porto Alegre. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010.
BUENO, Flávio Teitelroit. A obra do arquiteto Carlos Alberto Holanda de Mendonça. 2012. 404 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.
CABRAL, Claudia Piantá Costa. Da rua corredor ao centro comercial: tipologias comerciais em Porto Alegre dos anos 30 ao princípio dos 90. Arqtexto. Porto Alegre. N.0 (2000), p.31-43.
KIEFER, Flávio; MAGLIA, Viviane Villas Boas. Refinaria Alberto Pasqualini – entrevista com os autores. In: PEIXOTO, Marta; LIMA, Raquel Rodrigues. Cadernos de Arquitetura Ritter dos Reis: textos selecionados, Porto Alegre, 2000, n. 2.
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis
XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 19 a 23 de outubro de 2015
LUCCAS, Luís Henrique Haas. A escola carioca e a arquitetura moderna em Porto Alegre. Arquitextos, São Paulo, ano 07, n. 073.04, Vitruvius, jun. 2006 Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.073/346>. Acesso em 19 mai. 2015, às 8h05min.
LUCCAS, Luís Henrique Haas. O Sul por testemunha: declínio da hegemonia corbusiano-carioca e ascensão da dissidência paulista na arquitetura brasileira anos 50. Pós. Ver: Programa Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – FAUUSP. n. 27, São Paulo, jun. 2010. Disponível em:<http://www.revistas.usp.br/posfau/article/download/43680/47302>. Acesso em 18 mai. 2015, às 11h05min.
MAHFUZ, Edson da Cunha. Estructura portante y estructura formal. DPA30 ARQUITECTURA PAULISTA. 2014. Dep. Proyectos-UPC.
MARQUES, Sérgio Moacir. Fayet, Araújo & Moojen: Arquitetura Moderna Brasileira no Sul - 1950 / 1970. 2012. 746 f. Tese (Doutorado em Arquitetura) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.
PEREIRA, Miguel. Arquitetura moderna em Porto Alegre – os anos 60. In: XAVIER, A.; MIZOGUCHI, I. Arquitetura Moderna em Porto Alegre. Pini, São Paulo, 1987.
RIBEIRO, Demétrio. A arquitetura no período 45-60. In: XAVIER, A.; MIZOGUCHI, I. Arquitetura Moderna em Porto Alegre. Pini, São Paulo, 1987.
SMITH, Elizabeth A. T., Case Study Houses: A Complet CSH Program 1945 – 1966. Tashen, Köln, 2002.
XAVIER, A.; MIZOGUCHI, I. Arquitetura Moderna em Porto Alegre. São Paulo, 1987.