Edição 113

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Seguindo uma tendência mundial, caxienses apostam na mobilização online para protestar contra injustiças, defender causas ou clamar por solidariedade. Mas o novo ativismo terá fôlego para substituir os protestos com faixas e cartazes nas ruas e outras manifestações tradicionais?

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As quadras em quadros

A casa está cada vez mais vazia, e os salões mais cheios

A revolução em um clique

Codeca e trabalhadores perto de um acordo

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A rainhacidadã

As votações que mobilizarão a Câmara em 2012

As Olimpíadas onde o queimporta não é competir

O estagiário que entende tudo de arte

O temporal que ainda não terminou

O banco mineiro dos gaúchos

O paraíso não fica no Havaí

Um fim de semana duro na queda

E se Caxias vivesse férias permanentes?

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A fiscalização contra flanelinhas funciona. Em NH

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Fotos: 13 e 16: Maurício Concatto/O Caxiense

arena

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A revista O CAXIENSE não foi batizada assim por acaso. É a demons-tração do orgulho que temos de nossas origens. Mas temos consciência de que o nome não basta para nos tornar filho dessa terra. Sem cair no bairrismo e sem esquecer do espírito crítico para apontar o que consideramos errado, esforçamo-nos para tentar acompanhar os prin-cipais acontecimentos locais e estar do lado de outros caxienses – seja onde eles estiverem.

É com esse espírito que O CAXIENSE faz uma cobertura especial da dupla CA-JU, como deixamos claro com o destaque dado à estreia do Gauchão na edição passada. O reflexo da valorização dos ti-mes locais na capa foi imediato. Leitores usaram as redes sociais para elogiar a iniciativa.

O estudante de Jornalismo Geremias Orlandi foi um dos primeiros internautas a apontar a referência à saga de George Lucas na capa. Na imagem, Fabinho, do Caxias, e Rafael Pereira, do Juventude, pegaram em sabres de luz e fizeram cara feia para mostrar a seriedade com que encaram o desafio de superar a hegemo-nia da dupla Gre-Nal.

A exemplo de leitores como Franco Garibaldi (@francogaribaldi), Rafael Ri-naldi (@rafarinaldi) e Otaviano Fonseca (@ot_fonseca), Matheus (@mteodoro) também se empolgou com a capa e com a estreia da coluna Arena, assinada pelo jornalista Gabriel Izidoro.

Desde antes da capa de semana pas-sada, leitores aplaudiam a cobertura da revista à dupla CA-JU.

Uma semana antes, em 13 de janeiro, o internauta Rui Granato (@RuiRoma-nini) já havia observado: “O @ocaxiense sempre fazendo uma boa cobertura dos eventos da serra. Primeiro apoiando a dupla CAJU e agora acompanhando o tuitaço da #GatoVias”.

Consideramos tão importante a ques-tão do pedágio, que mobiliza Caxias e região há quase uma década e meia, que dedicamos matérias frequentes no site e na versão impressa.

Agora, nesta edição, voltamos ao tema de maneira indireta para discutir um novo jeito de protestar: como o muni-cípio e seus vizinhos, que reúnem nem meio por cento da população brasileira, conseguem chegar ao Trending Topics mundiais (a vitrine do Twitter) com um assunto hiperlocal? A resposta está a par-tir da página 16.

Buscando refletir sobre outros traços peculiares de Caxias e região, esta edição também investiga por que, em pleno sé-culo 21, sobrevivem as celebrações para exaltar a família. Mesmo com a chegada de milhares de novos moradores, que deu novos – e fascinantes – traços à nos-sa face, o caxiense ainda parece manter o orgulho não só de sua origem, mas também de seu sobrenome.

Mas nem tudo merece ser motivo de satisfação em Caxias. Na edição 111, a revista O CAXIENSE percorreu 5 quios-ques de informações turísticas e eviden-ciou nosso despreparo para receber os visitantes. Em resposta, a Secretaria do Turismo informou que a demanda do mercado por estagiários reduz a per-manência na atividade, o que dificulta o treinamento contínuo. O secretario Jaison Barbosa anunciou também que estuda um convênio com a Associação de Guia de Turismo do Rio Grande do Sul para melhorar o atendimento.

Esperamos que a iniciativa surta efei-tos. Não podemos perder o orgulho de saber receber bem nossos visitantes.

Jaisson Valim, editor

DIGa!O que merece O nOssO OrgulhO | O que nãO merece O nOssO OrgulhO

Diretor administrativo

Luiz Antônio Boff

editores-chefes

Felipe Boff Paula Sperb

editores

Marcelo AramisJaisson Valim

Colunistas

Gabriel IzidoroRenato HenrichsRoberto Hunoff

Carol De BarbaFabiana SeferinRafael MachadoRobin Siteneski

Caroline Dall’AgnolDimas Dal RossoGesiele Lordes

Maurício Concatto

Designer

Luciana Lain

COMerCIaLexecutivos de contas

Pita Loss Suani Campagnollo

aSSInaTUraSatendimento

Tatyany R. de Oliveira

Assinatura trimestral: R$ 30Assinatura semestral: R$ 60Assinatura anual: R$ 120

reDeS SOCIaISTwitter: @ocaxienseFacebook: O Caxiense Revista

CapaArte de Luciana Lain/O Caxiense

Rua Os 18 do Forte, 422\1, bairro Lourdes, Caxias do Sul (RS) |

95020-471 | Fone: (54) 3027-5538www.ocaxiense.com.br

“Como fã do futebol e de Star Wars, achei a ideia sensacional!”

“Uma matéria completa e deta-lhada e ainda uma nova colu-na esportiva!”

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CASO PAESEÉ um assunto delicado, porque diz respeito a um ex-colega envolvido na batalha contra as drogas. Os vereadores aguardam o parecer do setor jurídico antes de levar ao plenário a discussão sobre uma

eventual suspensão dos direitos políticos de Moisés Paese (PDT) por uso de atesta-dos falsos para justificar ausências.

NOvO CARgO dE médiCONovo contrato diminui de 20 horas para 12 horas a jornada dos novos con-cursados, com o mesmo salário base de R$ 2,3 mil. É polêmico, porque poderá ser usado pelo Sindicato Médico, no futuro, para buscar a equiparação sala-

rial, beneficiando os atuais profissionais.

mUdANçAS NO RETiPrevê a padroni-zação dos contra-tos de servidores municipais em 40 horas: A proposta

veio depois da polêmica dos supersalários, que têm como um eixo a incorporação do Reti – uma gratificação que au-menta em 50% o salário daqueles que ampliam a jornada de 33 ou 36 horas para até 44 horas semanais.

gRATUidAdE NO TRANSPORTE COlETivOA proposta mal começou a ser discu-tida na Câmara no fim do ano passado e já provocou um barulho intenso. O projeto muda a Lei Orgânica do Mu-nicípio e abre caminho para que, no

futuro, uma nova matéria restrinja o desconto em passagem para idosos de 60 a 65 anos e mesmo para estudantes.

SAláRiO dOS vEREAdORESReajuste de prefeito, secretário e vereadores costuma render divergên-cia em doses elevadas. A presidente da Câmara, Geni Peteffi, espera definir com os colegas o índice até a segunda semana de fevereiro. Ela afirma que o

parlamentar municipal tem o direito de um rendimento equivalente a 75% do salário do deputado estadual, mas a Câmara ja-mais ultrapassou os 60%. Se esse percentual for a referência, os vencedores das eleições receberiam R$ 4,4 mil a mais do que os atuais legisladores, que têm um contracheque de R$ 7,6 mil.

FlANEliNHAsGuiovane Maria (PT) propõe que a prefeitura cadastre os flanelinhas, que até emitirão até recibo para os moto-ristas. Foi considerado inconstitucional pela Comissão de Constituição, Jus-tiça e Legislação, mas será analisado

tecnicamente pelo Executivo, que deve alterar sua origem. Os debates devem se intensificar, porque o projeto legalizaria uma prática odiada por boa parcela dos motoristas.

sAidiNHA dE bANCOO projeto de Renato Nunes (PRB) proíbe o uso de celula-res em ban-

cos, casas lotéricas e caixas eletrônicos. A ideia é impedir que os assaltantes avisem os cúmplices para atacar clientes na “saidinha de banco” – os especialis-tas divergem sobre os efeitos da medida. Em análise na Comissão de Constituição, Justiça e Legislação.

PARTiCiPAçãO POPUlAR diRETA Na onda da polêmica do Sistema Marrecas, Rodrigo Beltrão (PT) propõe que obras responsáveis por consumir mais de 3% do orçamen-to municipal ou tenham impacto

ambiental significativo passem por consulta popular. Taxas e tarifas também seriam votadas. É daqueles projetos que ameaçam provocar a cara feia da bancada governis-ta – afinal, que administração irá querer passar pelo crivo da população em temas impopulares? Está em análise no Instituto Gamma de Assessoria a Órgãos Públicos que faz o parecer técnico.

BaSTIDOreSe se as férias durassem O anO inteirO, cOmO seria caxias? | O tempOral que ainda nãO terminOu | a rainha bem-infOrmada

A polêmica vai à votação em 2012

Antes das eleições municipais, a Câmara vai precisar resolver uma série de pendências – muitas delas com alto potencial para noites insones e para influenciar no resultado das urnas. O CAXIENSE faz um levantamento de 7 discussões que prometem marcar o ano legislativo – os parlamentares voltam ao trabalho na quarta-feira (1º)

O TERmômETRO dA divERgêNCiA

QUENTE: O projeto tem chances de ser aprovado, mas renderá horas de discussões no plenário e intenso debate fora dele.mORNO: O autor da proposta ouvirá uma série de críticas. Nada, porém, que ele já não esteja acostumado.FRiO: A sugestão não chamou a atenção dos pole-mistas – pelo menos por enquanto

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Caxias do Sul poderia perder o título de 2° maior polo metalmecânico do Brasil. Os 32 mil funcionários que entram em férias coletivas – mais da metade do efetivo – são responsáveis por cerca de 60% da produ-ção. Isso representaria uma queda signi-ficativa no rendimento anual do setor, de 1,5 bilhão, e voltaria à casa dos milhões.

Arte de Luciana Lain sobre fotos de Maurício Concatto/O Caxiense

Se os 32.669 universitários viajassem definitivamente e as fu-turas gerações não se interessassem por continuar os estudos,

as instituições de ensino superior em Caxias quebrariam. Só no bairro Petrópolis, onde fica a Cidade Universitária da UCS, restariam 6,5 mil m². Para lembrar anos de pujança, o espaço

poderia abrigar um parque temático do tamanho da Casa do Mickey, na Califórnia, onde morou Walt Disney. Uma extra-

vagância para uma cidade fadada ao esvaziamento.

O interminável verão obri-garia os produtores de uva a mudar de ramo. Em um cardápio de refeições rá-pidas, como pães e frios, o refrigerante e a cerveja ganhariam ainda mais es-paço na mesa. Venceriam a brava e sofrida resistência do tradicional vinho, que precisa do frio para ser colhido das prate-leiras.

éramos 441 mil...

E se os caxienses que viajaram em férias nunca mais voltassem? Se o verão fosse perpetuado, Caxias do Sul cairia em uma destruidora fadiga e cansaria de descansar. Enquanto Arroio do Sal entraria em colapso ou em franco progresso imigrante – com 80 mil habitantes, 72,2 mil a mais do que o normal – a Caxias perderia vários títulos de maior e melhor e voltaria à origem humilde. O CAXIENSE organizou alguns tópicos para você entender esta improvável e depressiva realidade alternativa.

Usar o transporte coletivo seria um luxo em termos de conforto, pelo menos se a Viação Santa Tereza não diminuísse sua frota de 300 ônibus que circulam no período de férias. A empresa perderia cerca de 900 mil dos seus 4,8 milhões de passagei-ros mensais. Para relembrar a épo-ca de aperto no ônibus, restariam só os dias de passe-livre.

A Brigada Militar conta com um efetivo de 446 policiais – 241 a menos do que o ideal – e no início do ano 130 estão de férias.

Se a calmaria se estendesse, com cerca de 5 denúncias diárias (no resto do ano a média dobra), o efetivo ainda seria insu-ficiente. Provavelmente atuaria mais no combate aos furtos em residência, que

aumentam 13% no verão: foram 86 ocor-rências em janeiro e fevereiro de 2011.

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As modalidades mais divertidasdas Olimpíadas Coloniais

Para levar a diversão com competições que reproduzem a rotina de trabalho da Caxias rural, a Festa da Uva dá a largada, neste sábado (28), às Olimpíadas Coloniais. Um dos principais destaques da edição de 2010, o professor de Educação Física Matheus Marcarini, de 29 anos, conquistou 7 medalhas – 3 delas de ouro. Agora, a revista O CAXIEN-SE propôs outro desafio para o multicampeão: quais são as 5 provas mais divertidas? Se você quiser conferi-las, elas ocorrem todos os sába-dos e domingos até o dia 4 de março.

Debulhar milhoÉ diversão garantida. Ganha quem conseguir descascar mais espigas em

menos tempo. Os interessados em descobrir uma das atividades mais comuns no campo podem encontrar na prova um curioso momento de aprendizado.

BigoliÉ a competição mais dinâmica. A equipe tem de produzir grandes

quantidades da massa tradicional. O time vencedor é aquele que superar a habilidade das nonas na cozinha. É uma prova para partici-par em família ou com os amigos.

Corrida de cariolaÉ a prova certa para quem tem fôlego e deseja dar boas gargalhadas. As

equipes são formadas por dois participantes. Em um determi-nado percurso, a dupla se reveza como carona e piloto. Velocidade e

equilíbrio são fundamentais. Bom humor também. Aviso de quem tem experiência: se você partici-par, prepare-se para as inevitáveis quedas.

Corrida de tratorO trator é veículo de tra-balho dos moradores do campo, usado para ajudar

na agricultura e para limpar o terreno. Tão importante assim, ele mereceria um descanso durante a diversão dos agricultores, certo? Errado! Poucas provas são mais divertidas do que a corrida de trator.

Amassar uvaA última dica de Matheus se tornou a mais relaxante das provas. Amassar uvas

com os pés é símbolo da cultura italiana. O que já nos deu vinho, hoje nos oferece entretenimento. Para se dar bem na competição, é preciso muita agilidade. Beber o produto é dispensável.

TOP5

Amassar uva nas Olimpíadas Coloniais | Luiz Chaves, Divulgação/O Caxiense

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

Edital de Citação - Cível 6ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: vinte(20) dias. Natureza: Rescisão de Contrato Pro-ces-so: 010/1.11.0009357-5 (CNJ:.0018398-23.2011.8.21.0010). Autor Maria Nair Conci e outros. Réu: Madeireira BR 116 - Materiais para Construção Ltda. Objeto: CITAÇÃO de Madeireira BR 116 - Ma-teriais para Construção Ltda, atualmente em lugar incerto e não sabido, para, no PRAZO de QUINZE (15) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, IV, CPC), contestar, querendo, e, não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os atos articulados pelo autor na inicial.

Caxias do Sul, 09 de dezembro de 2011. ESCRIVÃ: Zélia Thomasini. JUIZ: Luciana Fedrizzi Rizzon.

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“Não adianta ser bonita e não saber o que ocorre em Caxias”, sentencia a rainha

Roberta Toscan | Maurício Concatto/O Caxiense

A filha do casal Roberto Toscan e Elenir Terezinha Weber Toscan realizou um sonho que o pai ajudou a construir: ser rainha da Festa da Uva 2012. Roberta Toscan desfilou pela primeira vez em 1994, na Sinim-bu, a bordo de uma Decavê, ao lado do pai. Agora, prepara-se para desfilar do alto do último carro alegórico no primeiro corso, dia 16. Com a simpatia clássica de uma rainha, Roberta narra, em entrevista à revista O CAXIENSE, sua rotina e suas experiências de reinado.

Qual o momento mais mar-cante no reinado até agora?

É o contato com as crian-ças. Elas ficam hipnotizadas, olhando a coroa, pedindo se nós moramos em um castelo, onde estão os príncipes, o rei.

E o momento mais difícil?Como queríamos estar nesse

lugar, estamos nos esforçando para que dê tudo certo. O mais difícil é pensar que a festa está se aproximando cada vez mais e um dia vai acabar.

O que mudou na Roberta universitária para a Roberta rainha?

Mudei bastante. Quando eu comecei o pré-concurso, eu era mais menina. Mas agora as minhas maneiras, o meu jeito de me comunicar mudaram. Eu cresci bastante.

Como toda a grande amizade com convivência intensa, já houve algum desentendimento entre as soberanas?

Nunca tivemos desentendi-mento. No pré-concurso, até não nos falávamos muito. Mas, desde que o trio foi eleito, nos damos muito bem. Não precisa nem fa-lar. Uma entende a outra apenas com um olhar.

As soberanas exibem uma grande disposição, mas a festa

ainda nem começou. Como vocês estão se preparando para manter esse vigor até o fim do evento?

Primeiramente o psicológico acima de tudo. Nós temos a consciência que vai ser puxado, que vamos ficar o dia inteiro no Parque de Eventos. Mas tive-mos um período de férias para descansar. Cuidamos também da alimentação. Tomamos muito líquido.

Como tem sido, após a polêmica das notas, o relacio-namento com as embaixatrizes e o envolvimento delas com a divulgação do evento?

Fora aquelas que entraram na Justiça, as embaixatrizes estão trabalhando pela festa. Isso é muito bom. Nós nos damos bem. Não temos muito contato, pois enquanto elas estão traba-lhando em lugar nós estamos em outro. Mas não se criou uma inimizade. Sempre nos cumpri-mentamos quando nos vemos.

A agenda das últimas sema-nas se concentra em Caxias. Não está na hora de investir na divulgação da festa fora do município?

A gente vai. Queremos terminar as visitas nos bairros para depois começarmos a nova divulgação na rota de Caxias.

Vocês ouviram questiona-mentos a respeito do acompa-nhamento à visita da imprensa ao Sistema Marrecas. Por que é importante a participação em eventos assim?

Ficamos surpresas (com a repercussão). Tudo ocorreu com o nosso fotógrafo. Ele sugeriu para nós irmos e achamos inte-ressante. Se vem um turista e me pergunta como está o andamen-to do Sistema Marrecas, o que eu falaria? Que eu não sei como vai a principal obra da cidade? Não adianta ser bonita e não saber o que ocorre em Caxias.

“Se vem um turista e me pergunta como está o an-

damento do Sistema Marre-cas, o que eu falaria? Que

eu não sei como vai a prin-cipal obra da cidade?”, diz

a rainha, sobre a importân-cia dos programas de índio

na agenda do trio

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O estagiário Pedro Ubirajara Rosa, de 22 anos, é guia das visi-tas à Galeria Municipal desde de-zembro. E mostra experiência de profi ssional. O jovem descobriu a paixão pela arte no Carnaval – o pai foi presidente da Liga Car-navalesca de Caxias entre 2001 e 2004 – e ingressou na faculdade de Artes Visuais há 5 anos, ama-dureceu seus conhecimentos e conheceu a arte erudita.

Além da galeria, ele trabalha na Universidade de Caxias do Sul como bolsista e é carnavalesco da

escola de samba Nação Verde e Branco. Pedro deve se formar em 2013, planeja fazer um mestrado em Artes no Rio e talvez traba-lhar na sua amada festa de rua.

O renascimento da Vênus de Boticelli na Sapucaí, de Lielzo Azambuja, serviu de cenário para a foto. A exposição tem o espíri-to do movimento antropofágico, criado por Oswald de Andrade, o mesmo que motivou o jovem a estudar Artes Visuais. São coin-cidências. O futuro promissor de Pedro não.

O carnavalesco erudito

AVISO PRÉVIO / TRABALHO À DISTÂNCIA O SIMECS programou para o dia 09 de fevereiro

em seu auditório, evento destinado às empresas do segmento metalmecânico, com o objetivo de esclarecer importantes temas que estão em pauta no momento na área das relações trabalhistas. O primeiro assunto refere-se à Lei nº 12.506, de 11 de outubro de 2011, que trata do Aviso Prévio e que entrou em vigor no dia 13 de outubro do ano pas-sado, trazendo várias incertezas e discussões. O outro tema refere-se a publicação no Diário Ofi cial da União da Lei nº 12.551, de 15 de dezembro de 2011, que alterou o art. 6º da Consolidação das Leis do Trabalho, tratando ligeiramente de tema que há muito vinha sendo abordado pela Doutrina e Juris-prudência nacionais, ou seja, o trabalho à distância (teletrabalho, home offi ce ou anywhere offi ce. O encontro terá a apresentação do advogado Marco Antônio Aparecido de Lima, profi ssional que presta assessoria jurídica em Direito Coletivo do Trabalho para o SIMECS.

PANAMÁ / FEIRANo período de 21 a 24 de março, o SIMECS

participará da Expocomer 2012, evento que será realizado no Centro de Convenções Atlapa, no Panamá. A feira terá um espaço especial com a participação de aproximadamente 50 empre-sas e entidades brasileiras, local em que estará o SIMECS. A Expocomer é dirigida a 50 milhões de consumidores, distribuídos entre América Central, Caribe e alguns países da América do Sul, local-izados no Pacífi co. A Expocomer é o evento comer-cial internacional mais prestigiado da região, onde se concentra uma ampla variedade de serviços e produtos do setor comercial e indústria da áfrica, América, ásia, Caribe e Europa. Expocomer 2011 contou com a participação de 534 empresas expos-itoras de 36 países, aproximadamente 22 mil visi-tantes profi ssionais dos quais, 70% provenientes do Panamá e os outros 30% , compradores vindos de países da áfrica, das Américas, Caribe, Europa e ásia. Os negócios realizados durante o evento alcançaram cifras de 122 milhões de dólares, supe-rando as expectativas.

MISSÕES 2012As empresas metalúrgicas interessadas em par-

ticipar das missões técnico-comerciais do SIMECS em 2012, já poderão manifestar-se junto à enti-dade. Neste ano serão realizadas duas importantes missões, sendo uma nacional e uma internacional.

No Brasil, no mês de maio, será visitada a Feira In-ternacional da Mecânica. O evento que acontecerá no Parque do Anhembi em São Paulo apresentará uma ampla variedade de máquinas e equipamen-tos voltada para a produção, reunindo as principais empresas do setor com o maior número de com-pradores em busca de lançamentos, tecnologia e negócios. No exterior, no mês de setembro o SIMECS levará um grupo de empresas para expor na feira Automechanika, em Frankfurt, Alemanha. A Feira Automechanika é referência mundial em tec-nologia automotiva, sendo líder na apresentação de inovações, tendências e tecnologia no setor de automóveis e similares. A presença de expositores brasileiros vem crescendo e se fortalecendo. Mais informações a respeito das missões do SIMECS em 2012, através do fone: (54) 3228.1855.

FERIADOS / COMPENSAçãOO ano de 2012 terá diversos feriados, muitos dos

quais cairão em dias úteis. Diante disso, o SIMECS informa às indústrias do seu segmento que a Con-venção Coletiva de Trabalho do segmento metalúr-gico trata da compensação de horário em caso de a empresa realizar feriadões próximos a repousos semanais remunerados. A adoção de feriadões de-verá ser aprovada por um mínimo de 50% mais um dos empregados em efetiva atividade. Havendo o interesse em realizar feriadões sem a devida com-pensação, a empresa deixará de pagar o dia cor-respondente, sem a perda do repouso semanal. Essa opção também dependerá de votação, esta com aprovação mínima de 60% dos empregados em efetiva atividade. Mais informações junto ao SIMECS, fone: (54) 3228.1855.

SERVIçO / ASSESSORIAS O SIMECS informa que em 2012 continuará

disponibilizando às empresas do seu segmento, o importante atendimento de suas assessorias téc-nicas. Para tanto, é necessário que as empresas do segmento metalmecânico estejam em dia com suas obrigações junto ao SIMECS. As Assessorias são compostas por experientes profi ssionais que estarão orientando e esclarecendo as dúvidas das indústrias metalúrgicas em diversos campos. Atual-mente o SIMECS conta com as seguintes Asses-sorias: Jurídica, Direito do Trabalho e Assessoria em Segurança do Trabalho. Mais informações e agendamento, através do fone (54) 3228.1855.

COMISSÕES DO SIMECSAs comissões de trabalho do SIMECS deverão

ter um período de intensas atividades em 2012. Os coordenadores das comissões já estão or-ganizando a agenda do ano. Em pauta, constam ações relacionadas à realização de eventos téc-nicos, voltados para as empresas do SIMECS em Caxias do Sul e região, entre outras atividades. A Comissão de Relações do Trabalho, coordenada

por Osmar Antônio Piola é formada por profi ssion-ais de Recursos Humanos das empresas do seg-mento metalmecânico. Por sua vez, a Comissão de Meio Ambiente é coordenada por Luciana da Ro-cha Rech e formada por engenheiros ambientais das empresas metalúrgicas. Já a Comissão de Se-gurança e Saúde Ocupacional é coordenada pelo engenheiro de segurança do trabalho, Vitor Hugo Facchin. Fazem parte desta comissão engenheiros e técnicos de segurança do trabalho das empresas do SIMECS.

LIVRO SIMECSA obra Por Que Somos Como Somos, editada

recentemente pelo SIMECS, está sendo oferecida a um preço promocional de R$39,90 o exemplar. “Por que Somos Como Somos” é um estudo so-bre as ideologias centrais da cultura empresarial do setor metalmecânico da Serra Gaúcha. O livro con-tou com o depoimento de 49 industriais da região. O SIMECS, ao lançar esta obra, resgatou a história do empreendedorismo do setor metalmecânico de Caxias do Sul e região. O livro pode ser adquirido nas livrarias de Caxias do Sul ou pelos fones: 3025-3888 e 3027-4554. Mais informações junto ao SIMECS, fone: (54) 3228.1855.

ENGENHARIA DE SUPERFÍCIESO Instituto Nacional de Engenharia de Superfí-

cies – seção UCS, está disponibilizando às empre-sas do SIMECS, a realização de eventos técnicos gratuitos e de trabalhos de pesquisa e desenvolvim-ento em temas de engenharia de superfícies (estu-do e modifi cação da superfície de materiais visando melhorar o desempenho de peças e componentes). O Instituto tem trabalhado em estudos de nível in-ternacional com temas do interesse das indústrias do SIMECS, tais como a compreensão de me-canismos de fratura de aços e o desenvolvimento e determinação das propriedades de revestimen-tos protetores e tratamentos de superfície que não agridem o meio ambiente e podem ser aplicados em ferramentas, moldes e matrizes. Para 2012, a seção UCS do Instituto anuncia a continuidade dos trabalhos de pesquisa e das ações de divulgação e a chegada de um equipamento que deve gerar interesse em grande parte das empresas da região. Mais informações e material sobre engenharia de superfícies: www.engenhariadesuperfi cies.com.br

SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material

Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 – Caixa Postal 1334 – Fone/

Fax: (54) 3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul - Rio Grande

do Sul. web Site: www.simecs.com.br – E - Mail: [email protected]

SIMECS

AVISO PRÉVIO / TRABALHO À DISTÂNCIA

SIMECS

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... agricultor que perdeu tudo pelo granizo

Valdemar Corso | Maurício Concatto/O Caxiense

UM MeS na vIDa DO...

Valdemar Corso viu o trabalho de anos ser destruído em apenas 20 minutos. O temporal de 14 de dezembro acabou com 9 mil pés de repolho, quase um hectare de moranga, 100% da plantação de uva, além de matar metade dos peixes do açude. Com 58 anos, o agricultor que mora em Santa Bárbara, em Ana Rech, conta para a revista O CAXIENSE a luta para reconstituir a vida após o drama do granizo.

14 de dezembroO relógio marcava 22:00. Estava toda a família em casa. Come-çou a chover muito e barulhos fortes no telhado mostravam que pedras de gelo estavam caindo. “Benzi” o temporal para ver se passava, para espantar. Mas desta vez não adiantou. Foram 20 minutos de terror. Nunca vi isso em toda minha vida.

15 de dezembroMinhas filhas e minha esposa se apavoraram. Tava tudo coberto de gelo. Parecia neve. Eu estava meio perdido, sem saber o que fazer. A plantação... morreu tudo! Nem os peixes aguenta-ram.

24 de dezembroFoi um Natal diferente. Um Natal meio perdido, sem destino. A gente comemorou igual, mas foi diferente.

29 de dezembroAinda tinha gelo no mato. Eu e minha esposa resolvemos traba-lhar nas lavouras dos vizinhos. Não tinha nada para fazer em casa. Perdemos tudo!

31 de dezembroA virada do ano foi melhor do que o Natal. A gente já tinha se recuperado do susto. A vida con-tinua, não adianta. É ruim, mas é coisa da natureza. Não tem o que fazer.

14 de janeiroEu e minha esposa trabalhamos para lá e para cá. Já mudei os pés de repolhos lá de casa, mas vou abandonar essas plantações. Agora vou me dedicar só à par-reira. Ela ficou prejudicada por mais 2 anos. O cuidado tem que ser maior. Mas com os trabalhos nas lavouras dos vizinhos vou ter condições de investir nas minhas uvas. Agora é só rezar para que não venha mais temporal como aquele.

CaMpUS Profissionais que desejam geren-

ciar projetos inovadores em empre-sas ou iniciar novos negócios de base tecnológica podem se inscre-ver até dia 31 de janeiro no MBA em Gestão da Tecnologia e da Ino-vação oferecido pela Universidade de Caxias do Sul.

As inscrições são onlines pelo site www.ucs.br, no link Especiali-zação e MBA. O investimento é de 24 parcelas de R$ 700. As aulas se iniciam em março.

+ VeSTIBULareSAnhangueraO vestibulando da Anhanguera tem a opção de escolher 15 cursos. A prova ocorre neste domingo (29). Também podem ser agenda-das pelo telefone 3223-3910. O custo: R$ 25.

Faculdade dos imigrantes A Faculdade dos Imigrantes permite o agendamento de horário para o vestibular. A prova é aplicada nas quinta-feiras, entre as 9:00 e 19:30. A inscrição custa R$ 20. O agendamento pode ser feito até o dia 9 pelo telefone 3028-7007 ou na instituição.

Faculdade murialdoAdministração, Cursos superiores em Tec-nologia em Agronegócios e em Sistemas para Internet são as opções que a Faculdade Murialdo oferece para o Vestibular 2012. As inscrições, por R$ 20, podem ser feitas até o dia 29 pelo site www.faculdademurialdo.com.br ou na instituição. A prova ocorre no dia 30 às 19:30.

Faculdade América latinaA Faculdade da América Latina oferece 6 opções, como Jornalismo e Publicidade e Propaganda. A prova ocorre no dia 9. As inscrições podem ser feitas até o dia 7 de fe-vereiro pelo site www.americalatina.edu.br ou na instituição até o dia 8 por R$ 30.

Correção: As provas na Faculdade Amé-rica Latina ocorrem no dia 9, e não no dia 8, como foi publicado na coluna passada. A edição anterior também trocou o nome da instituição.

ANHANGUERA: SINIMBU, 2.590. SÃO PE-LEGRINO. 3223-3910 | FACULDADE AMÉ-RICA LATINA: MARECHAL FLORIANO, 889. 3022-8600 | FAI: SINIMBU, 1.670. CENTRO. 3028-7007 | UCS: FRANCISCO GETÙLIO VARGAS, 1.130. PETRÓPOLIS. 3218-2800 | FACULDADE MURIALDO: RUA MARQUÊS DO HERVAL, 701. 3039-0245

inove na escolha

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Governo do Estado en-contra dificuldades para honrar uma promessa de campanha: a mudança do modelo de concessão de ro-dovias (e o consequente fim da praça de Farroupilha).

De qualquer forma, um passo importante foi dado esta semana, a um custo de R$ 7,9 milhões: a contrata-ção de consultoria para ava-liar a situação dos pedágios e das rodovias pedagiadas, com o intuito também de questionar os valores do suposto desequilíbrio eco-nômico-financeiro das con-cessionárias.

Visibilidade adquiridas pelas obras do Sistema Mar-recas não pode significar atenção menor ao trabalho desenvolvido pelo Samae na área de saneamento.

O salto dado pelo mu-nicípio no tratamento de esgoto – 4% em 2004 para 84% este ano –, com a entrada em operação da ETE Tega, é digno de comemoração.

Se as placas de ruas ressaltam o nome “Júlio” na Avenida Júlio de Castilhos, “Dezoito” na Os 18 do Forte e “Pinheiro” na Pinheiro

Machado, por que a Treze de Maio não é simplesmente “Treze” - e não “Maio”, como foi colocado? Algum problema com o número 13?

Novo Hamburgo come-mora os bons resultados do primeiro mês de aplicação da lei que proíbe a atuação de flanelinhas nas ruas da cidade. Dois guardadores de carro foram encaminha-dos para projetos sociais; outros 27 foram levados a delegacias da Polícia Civil.

A prefeitura de NH ar-gumenta que os flanelinhas não podem cobrar de mo-toristas a utilização de va-gas de estacionamento, um bem que é público.

Clima de festa

Novo sopro

Novo modelo

Salto

Nas ruas

Fim do achaque

Números de campanha

renatO henrichs

pLenarIO

Codeca entrou no clima de Fes-ta da Uva, anuncia a assessoria de comunicação. Isso porque os cami-nhões da coleta seletiva e orgânica receberam inscrições com o slogan “Uva, cor, ação! A safra da vida na magia das cores”, divulgando a fes-

ta em todos os bairros da cidade.“São verdadeiros outdoors am-

bulantes”, enaltece o diretor-presi-dente Adiló Didomenico, embora uma geralzona possa ser conside-rada suficiente para mostrar inte-gração entre a Codeca e o evento.

Em um mês a Secretaria Muni-cipal da Saúde contratou 24 novos médicos para atuar nas UBSs.

O secretário interino Antônio Feldmann admite que em algumas das 44 dessas unidades ainda há problemas de atendimento, princi-

palmente nas de maior porte. Mas eles estão sendo solucionados com a disposição de quem está chegan-do agora. É como se Feldmann res-pondesse com muitas inovações na pasta as críticas sofridas por não ser da área.

O número de empregos com car-teira assinada criados em Caxias do Sul no passado caiu em relação a 2010, segundo dados divulgados pelo Ministério do Trabalho.

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram abertas 7.482 va-gas formais, contra 10.377 de novos

empregos gerados em 2010. Apesar da queda, são números considerá-veis. Caxias empregou mais gente que a população de boa parte da população de municípios gaúchos.

A pergunta é: quem vai faturar com esses dados na campanha elei-toral, o PT de Dilma Rousseff ou o PDT do ex-ministro Carlos Lupi?

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A Eiffel Citroën, que elevou suas vendas em 7% no ano passado, tem meta de crescer 17% em 2012. A concessionária comercializou 1.121 unidades de veículos novos na sua região de abrangência for-mada por 55 municípios, e agora quer chegar a 1.320. A participa-ção no mercado em 2011 de 3,72% foi quase 50% superior à média nacional da fabricante francesa. A empresa ainda trabalha com a projeção de vender outros 75 car-ros seminovos em todos os meses deste ano.

A migração de empregos da in-dústria para o serviço deve reper-cutir em redução na renda. É sabi-do que a indústria local está dentre as que melhor paga no Brasil, ao contrário do setor de serviços. Além disso, essa atividade preci-sará receber atenção especial nas políticas públicas do município, já que é tendência mundial a sua expansão. Uma das medidas é ter uma visão mais clara de como ela está estruturada e do que precisa para se consolidar.

A Servibras, concessionária Ge-neral Motors, contratou Ricardo Palharini para a gerência de veícu-los novos. Uma de suas primeiras ações é a liquidação de veículos novos e seminovos que vai este sá-bado.

A Festa da Uva renderá, de for-ma imediata e garantida, receita de R$ 275 mil para os produtores selecionados para o fornecimento da uva que será distribuída para degustação no Parque de Exposi-ções e nas 8 apresentações do des-file cênico musical. O valor pago por quilo, R$ 1,10, é praticamente o dobro estabelecido como míni-mo pelo governo – R$ 0,57 – para a safra deste ano. A Festa da Uva fará a aquisição de 250 toneladas, que já começaram a ser estocadas em câmaras frias.

Fundada em 2001 por Samuel Jardim, a Ezoom Agência Digi-tal ganhou dois novos sócios: Rodrigo Rossa, diretor de de-senvolvimento, e Gilson Pilati, diretor financeiro. O ingresso reforça a estratégia de cresci-mento da empresa, que fechou

2011 com receita em alta na ordem de 80%. Para atender a demanda, o quadro funcional dobrou, passando para 30 cola-boradores. A Ezzom tem, desde 2008, escritório em Londres, que já responde por 10% do fa-turamento.

Ainda principal empregadora de Caxias do Sul, a indústria de transformação foi a que apre-sentou o maior recuo na geração de vagas em 2011. Caiu de 9,3 mil do ano anterior para somen-te 2,6 mil. O espaço foi ocupado pelas empresas de serviços, que elevaram as novas oportunida-

des em mais de 3 mil, alta de 40%. No geral, a economia local gerou perto de 7,5 mil empre-gos, redução de 46% sobre o ano anterior. Mantendo a tradição, em dezembro houve o fecha-mento de 2.910 colocações, 32% superior ao mesmo mês do ano anterior.

É aguardado para esta sex-ta-feira (27) o desfecho das negociações do dissídio cole-tivo entre a Codeca e o Sin-dilimp, representante de seus trabalhadores.

Dos 4 pontos em discussão nos últimos meses, 3 estão acor-dados: 9% de reajuste salarial, fornecimento de uniforme espe-cífico para o verão e instalação de banheiros químicos para uso pelos trabalhadores que fazem a

limpeza das ruas. A divergência está no novo

valor do vale-refeição. Os em-pregados querem 20% de reajus-te, o que elevaria o valor men-sal bruto para perto de R$ 388. A Codeca estabeleceu limite de 14%, mesmo índice do reajuste do salário mínimo, o que resul-taria em benefício de R$ 368.

Convenhamos: é uma diferen-ça insignificante. Não dá para paralisar por conta disso.

Crescimento

Preocupante

mudanças

Negociações

Confiança

influência na renda

bom negócio

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influência na renda Enquanto o Censo registra a média de 3 pessoas por domicílio em Caxias, a cidade ajuda a lotar salões de igreja – aqui e em outros municípios – para lembrar os tempos de casa cheia. E enche a mesa com centenas de pessoas que têm em comum muito mais do que o sobrenome

por Rafael Machado

Nesta história, só variam os personagens. O roteiro é igual para a maioria dos descendentes de imigrantes na região. A paixão por perpetuar a trajetória dos antepassados, de tanto recontar a epopeia, também é comum entre os filhos renega-dos da Europa que construíram a vida por aqui. O enredo é mais ou menos assim: em 1885, o imi-grante deixou a província de Treviso, na Itália, e chegou a Caxias do Sul em 1855, depois de uma longa viagem de navio, acompanhado pela mu-lher e uma penca de filhos: 5. Com a distribuição de terras feita pelo governo, se estabeleceu no Tra-vessão Alfredo Chaves, em Flores da Cunha. Ali progrediu com muito custo e teve mais 4 filhos. Nas fartas mesas italianas, sempre cabia mais uma boca. Nesta, houve espaço para mais 14, a prole de Carlos Toscan, o filho mais novo do patriarca. No sábado (21), 157 anos depois da chegada de Pietro ao Brasil, a família voltou a se reunir em torno de uma mesa: eram então 550.

Os parentes chegaram aos poucos, de diversos lugares do Brasil. Apressados, corriam para os abraços e para a mesa de crachás, responsáveis por localizá-los na árvore genealógica e conhecer novos parentes. O 2° Encontro Nacional da Fa-mília Toscan(o) – no parêntese, outra tradição da descendência, as variações de registro – inaugu-rou em frente à antiga casa de Pietro, região onde ainda moram os netos do patriarca, um memorial à família. Ali, os participantes depositaram bilhe

Nós somosmuito família

Primeira geração da família Toscan |Divulgação/O Caxiense

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Segundo encontro da família Toscan |Maurício Concatto/O Caxiense

tes com depoimentos sobre a experi-ência do encontro e orgulho de perten-cer à família. Em 2022, a “urna do tem-po” será aberta em um novo encontro, com novos espaços na mesa.

O trabalho de apuração de dados históricos, que serviu de base para a elaboração da árvore genealógica da família foi iniciado por Vilson Toscan, de 51 anos, bisneto do Patriarca, e logo ganhou a adesão de outros parentes. O ponto de partida foram as viagens à Itália. “Quando eu fui para lá e juntei os primeiros documentos, os parentes começaram a me procurar, interessados em ajudar. Eu sempre tive curiosidade de conhecer as nossas origens e por isso quis fazer esse trabalho”, conta Vilson, que guarda uma pilha de arquivos e documentos com informações de 6 ge-rações da família e ainda tem dúvidas. “É interessante que, em mais de 600 anos de história, não conseguimos che-gar a uma conclusão exata da origem do nome”, diz Vilson, sobre a pesquisa que deve atravessar gerações. “Quero ir para a Itália e ficar uma semana por lá, visitar cemitérios, igrejas e outros

lugares que possam auxiliar a pesquisa. A casa dos Toscan que visitei lá ainda tem, desde a Segunda Guerra Mundial, uma parte destruída, preservada a pe-dido do governo. Também quero visitar uma igreja que creio ter sido feita pelo meu tataravô”.

Depois das inaugurações ocorreu uma missa, celebrada em dialeto vêneto. Em uma mesa à direita do altar estava a rainha da Festa da Uva 2012, Roberta Weber Toscan, “a maior representante da família”, conforme Vilson, e as prin-cesas Aline Casagrande e Kelin Zanet-te. Entre a interação com as crianças, para quem a presença do trio era mais interessante do que o encontro de gera-ções – nem durante a missa paravam de pedir para tirar fotos – a soberana elo-giou as intenções do evento. “Acho que iniciativas assim são importantes para mostrar que a família deve ser um guia para as pessoas, uma motivação para se-guir sempre por bons caminhos”, disse Roberta, orgulho dos Toscan.

Diante da árvore genealógica da fa-mília, exposta em um banner de 11 me-tros de comprimento, Miguel Mazzoco,

de 50 anos, organizador da edição deste ano, contava com orgulho que, além dos Toscan espalhados pelo Brasil, o evento contava com representantes das cidades italianas de Treviso e Verona. A repre-sentante europeia era Elisa Poloni, de 90 anos, que veio da cidade de Belluno, na Itália. Durante a missa, ao lado de Au-rora Toscan Mioranza, de 75 anos, de Flores da Cunha, Elisa estava faminta. Por histórias. Almoçaram juntas, troca-ram experiências, ficaram satisfeitas por ora. Lino Zardo, 81 anos, neto de Luiza Toscan e Francisco Zardo, ficou emo-cionado ao lembrar de um intercâmbio semelhante, na infância. “Quando eu tinha 10 anos, escrevia, para a minha avó, cartas para o Carlos Toscan, filho de Pietro Toscan”, conta Zardo.

O último encontro da família Dal-bosco, em 2010 reuniu 580 pessoas no Salão Paroquial de Ana Rech. Para este ano, Abrelino Dalbosco, de 66 anos, or-ganiza um grupo para participar da 8ª edição do evento, em Ouro, no oeste ca-tarinense. “Eu tenho fotos e documen-tos de 7 gerações da família. São opor-

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Lígia Scur Brunetta e Adylles Schio |Maurício Concatto/O Caxiense

tunidades de conhecer as nossas origens e tirar dúvidas sobre nosso passado”, conta Abrelino, que guarda os 4 encon-tros em DVD, desde 2007. O sucesso do evento dos Dalbosco chegou à Itá-lia. Conforme Abrelino, um jornalista italiano, ao saber dos encontros, tomou a iniciativa de fazer uma pesquisa para descobrir as origens da família no país europeu, além de realizar um trabalho de divulgação dos encontros na Itália.

Renderia um livro. É o que pensa quem participa dos encontros de famí-lia e ouve tantas histórias. E rende. Lígia Scur Brunetta, de 83 anos, após diver-sas viagens para a Itália, escreveu dois: um sobe a famíla Scur, que realizou encontro em 2004, em Santa Justina, interior de Caxias, e outro, em parceria com Adylles Schio, de 76 anos, sobre a família de Adylles, que confraternizou no ano passado. “Buscamos registrar as origens das famílias, para que nossos netos e bisnetos saibam quem são e de onde vieram, quem foram seus antepas-sados e o que eles fizeram”, conta Lígia, com a meta comum aos agregadores de famílias. “Nos livros colocamos fotos das pessoas e uma biografia, detalhando o que fizeram em vida. É bom para as pessoas usarem como exemplo”. Lígia mandou imprimir 500 livros de cada fa-mília. Vendeu quase todos.

“A valorização da família, do seu tra-balho e das suas realizações é um aspec-to cultural muito forte do nosso povo. É uma forma de resgatar o formato de ‘grande família’, não só composta por pai, mãe e filhos, mas também por avós, bisavós e outras gerações”, diz a pesqui-sadora Tânia Tonet.

No contexto histórico, ela diz que os encontros familiares em Caxias do Sul e cidades vizinhas ganharam força nos últimos 20 anos:: o interesse pela histó-ria dos antepassados aumentou a medi-da em que as famílias diminuíam.

Ramon Tissot, professor de Histó-ria da Universidade de Caxias do Sul (UCS), desataca a importância social das famílias no desenvolvimento das ci-dades. “Todas elas têm importância his-tórica. Eu estudo famílias de trabalha-dores e de empresários, e observo que todas contribuíram de alguma forma com a construção da cidade”, diz Tissot. O sociólogo Thiago Bach, também pro-fessor da UCS, reforça a importância da boa família na formação de gente de bem. E confirma uma expectativa reve-lada pelos organizadores de encontros familiares. “Entendo que uma família estruturada e harmoniosa pode evitar que alguém tenha ‘desvios de conduta’, porque ela pode oferecer algo que in-fluencia em sua formação. Esse ‘algo’ é a própria identidade da pessoa, formada

através das referências morais e senti-mentais e da interação dela com os seus familiares”, destaca.

A rede de internet, capaz de reunir parentes espalhados no mundo inteiro para um encontro de família no interior de Flores da Cunha, é também aponta-da como um dos motivos do afastamen-to entre as pessoas. Para Bach, a distân-cia também é motivo para o desejo de reforçar os laços. “Isso demonstra que apesar da distância física imposta pela internet, as pessoas desejam pertencer a um grupo, e nada mais coletivo do que uma família. Essa ‘pseudo valoriza-ção’ do termo pode ser entendida como uma resposta, ainda que inconsciente, ao afastamento criado pela realidade virtual”, analisa o sociólogo. Segundo o professor, a história dos antepassados pode contribuir para aumentar o orgu-lho em assinar o sobrenome. “Nos dias atuais, a tradição familiar virou algo caricato para a maioria das pessoas, mas considero que, eventualmente, o conhecimento das origens pode auxi-liar na autoestima coletiva e no relacio-namento familiar”, afirma. Com ótima autoestima quando o assunto é paren-tesco, possivelmente as novas gerações conviverão com um velho hábito dos imigrantes e uma pergunta caricata: De que família tu é?

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Sem sair da cadeira jamais. É assim, atrás dos monitores de computador, que os caxienses e os moradores de cidades vizinhas têm promovido, em 140 caracteres, a revolução no ativismo. Seguindo uma tendência mundial, intensifi cada a partir da Primavera Árabe, há um ano, eles apostam na mobilização online para defender causas, protestar contra injustiças ou clamar por ajuda ao próximo.

por Fabiana Seferin

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para defender uma causa, protestar con-tra uma injustiça ou clamar por ajuda ao próximo. E obtêm sucesso: apesar de reunir 0,2% da população brasileira, o município já alçou temas locais nos Trending Topics (TTs), a vitrine da rede social. O ativismo agora é online.

O mais recente exemplo ocorreu há menos de um mês. Um tuitaço que usou a hashtag #gatovias mostrou a indigna-ção de milhares de pessoas contra o au-mento dos pedágios. A expressão ocu-pou o primeiro lugar no TTs do Brasil e ficou por quase 15 minutos entre os 10 mais vistos no ranking mundial. A ideia de usar o twitter como forma de protes-to partiu de um grupo de moradores da Serra. Eles preferiram não se identificar. Revelaram apenas que são jovens – en-tre 22 e 25 anos – que estudam e traba-lham e não têm qualquer envolvimento com a política.

Na noite do dia 12, um dos tuiteiros organizadores do #gatovias, dono do perfil @novamilano, havia chegado em casa. Como de costume, ligou o compu-tador para ler as principais notícias do dia. Em meio às informações rotineiras, uma lhe causou indignação: o pedágio de Farroupilha-Caxias, pelo qual pas-sava todos os dias, seria reajustado em 11,6%.“Isso não poderia ficar assim. Novamente vão aumentar o pedágio e ficaremos reclamando uns para os ou-tros? As pessoas precisam saber da nos-sa revolta”, pensou.

Às 22:00, o jovem começou a trocar mensagens por MSN com os amigos de

Twitter @forqueta, @mendigo_lamb e @gincanadadeprê. Juntos, eles passa-ram a madrugada elaborando uma es-tratégia para chamar a atenção em rela-ção ao aumento.

A primeira parte da estratégia era avi-sar os usuários de redes sociais sobre o tuitaço, programado para as 16:30 do outro dia. Mensagens, recortes de no-tícias, links foram compartilhados pela rede.

“A ideia era dar um embasamento do-cumental para nossa campanha, porém com um tom de brincadeira”, lembra o jovem.

A segunda etapa era o tuitaço pro-priamente dito. Porém, antes mesmo do meio-dia, tuítes com a expressão #gatovias já ocupavam Trending Topics Brasil, um feito alcançado em outras ocasiões com tópicos como Vila Oliva, quando o distrito caxiense conquistou o aeroporto em maio, e Caravaggio, durante a romaria do ano passado. No momento em que o plano entrou de fato em ação, às 16:30, mais de 6 mil pessoas bombardearam a rede. Em 20 minutos, a tag atingiu o 1º lugar no Brasil e, 55 minutos depois, ficou entre os 10 mais vistos do mundo. Finalmente, a revolta dos moradores da Serra contra os abu-sivos aumentos era conhecida mundial-mente. “Não achávamos que atingíra-mos o ranking mundial. A repercussão foi muito positiva, alcançamos nosso objetivo: conseguimos chamar a aten-ção da população, inclusive, de pessoas influentes”, surpreende-se.

A estratégia de comunicação dos jo-vens rendeu bons resultados à causa. Despertou o interesse de políticos – inclusive de partidos aliados ao gover-no gaúcho – que se comprometeram a pressionar as autoridades contra novos reajustes.

Apesar do protesto ter ganho reper-cussão no caso dos pedágios, nem to-das as situações têm resultado positi-vo, explica o professor de Jornalismo Digital Marcelo Träsel. “Às vezes, as redes sociais não serão suficientes nem substituirão os protestos tradicionais. Casos que envolvam problemas globais, nacionais, como mudanças no âmbito político, por exemplo, dificilmente se-rão solucionadas com pessoas tuitando. Nestas situações, é preciso o povo nas ruas, gritando, com faixas e cartazes. O problema das campanhas online é que podem acomodar seus participantes. O cidadão tem de ser ativo, pois é isso que causa um maior impacto”, explica.

O Twitter, além de ser uma ferra-menta que se tornou referência para protestos e manifestações também au-xilia em outra faceta do ativismo: a solidariedade. Não fosse a rede social, o empresário e publicitário Maurício Sechaus não teria lotado, em apenas 3 dias, um caminhão-baú com roupas, mantimentos e eletrodomésticos para doar às vítimas de uma enchente que desabrigou cerca de 300 famílias em São Lourenço do Sul, no Carnaval de 2011. Desde que soube da tragédia que ocor-

“O que você está fazendo?”, a pergunta que começou de maneira discreta entre os pre-cursores do Twitter, em 2006, ganhou poderes sociais. A exemplo de moradores de outras localidades do globo, os caxienses e moradores da Serra exploram cada vez mais uma po-tencialidade do microblog que vai além do relato do cotidiano. Em vez de sair às ruas com faixas e cartazes, milhares de internautas usam o teclado do celular ou do computador

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rera na cidade onde se criara, começou a tuitar pedidos de doação. O que ele não esperava era a proporção que o ato de solidariedade tomaria. “Fui arreca-dando tudo o que ofereciam, até que percebi que já havia lotado 4 carros. Na época pensei: ‘Mas eu não tenho 4 car-ros’. Bom, isso não importava, pois faria quantas viagens fossem necessárias para entregar os donativos. A única coisa que queria era ajudar”, lembra.

Seguindo o exemplo do publicitá-rio, seus amigos também se engajaram na causa. Por meio de mensagens pelo Twitter, eles conseguiram arrecadar verba para locar um caminhão. Daí, a campanha ganhou mais força: “Quando tuitei que tínhamos um caminhão para transportar os donativos, as mensagens oferecendo ajuda no meu gerenciador não pararam de aparecer. Tiveram mo-mentos em que não consegui mais tra-balhar. Fiquei em função da campanha”.

Na segunda-feira à tarde (14 de mar-ço), o caminhão-baú partiu para São Lourenço do Sul. Chegando à cidade, foi recebido com festa pelos desabrigados. Uma parte dos flagelados já sabia que receberia ajuda, pois a campanha já ti-nha reverberado na cidade. “O relevan-te nas mídias sociais não é a quantidade de seguidores que se tem, mas como se

consegue envolver estes seguidores em suas ações”, avalia o publicitário

A diretora de Marketing da Socieda-de Amigos dos Animais (Soama), Na-tasha Oselame Valenti conhece o poder mobilizador do Twitter. Em julho, a en-tidade conseguiu impedir a realização de uma feira de filhotes, que ocorreria no Iguatemi Caxias. Revoltada, a dire-tora organizou um manifesto via e-mail e por redes sociais em que relacionava os problemas com esse tipo de evento. Nas mensagens que enviava, pedia às pessoas que ligassem para o shopping e manifestassem a sua contrariedade em relação à feira. Bastaram 2 dias de tuítes. Com a repercussão negativa da iniciati-va, o shopping comunicava, em telefo-nema a Natasha, o cancelamento. “Foi emocionante saber que com o apoio das redes sociais conseguimos mudar a rea-lidade”, lembra.

O coordenador do curso de Jorna-lismo da Universidade Caxias do Sul (UCS), Álvaro Bevenuto, atribui o su-cesso da cidade nas ações onlines uma peculiaridade local: a preocupação ex-trema com as questões relacionadas à própria terra. “A própria vontade de sa-ber o que está acontecendo em sua casa, o interesse mútuo em ajudar, ca

Maurício Sechaus |Maurício Concatto/O Caxiense

Não fosse a rede social, Sechaus

jamais teria lotado, em 3 dias, um caminhão-baú

com roupas, mantimentos e

eletrodomésticos para flagelados.

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racterísticas do povo caxiense, fazem suas manifestações ganharem forma e se destacar em meio à rede”, acredita o professor.

Atentos ao avanço do Twitter entre os caxienses, os políticos locais refor-çam o uso da ferramenta para divulgar ações, manifestar opiniões e interagir com a população. Professor da Faculda-de de Comunicação Social da PUCRS, Träsel acredita que o microblog pode servir para aproximar os candidatos de seus eleitores, o que influencia o modo de fazer campanha eleitoral no país. “Nas últimas eleições presidenciais, um dos candidatos conseguiu desfazer a imagem de pessoa séria, um tanto cha-ta, para uma imagem de pessoa positiva e divertida”, lembra o professor, referin-do-se ao tucano José Serra.

Os deputados Maria Helena Sarto-ri (PMDB), Pepe Vargas (PT), Assis Melo (PC do B), Alceu Barbosa Velho ( PDT) e de vereadores como Vinícius Ribeiro (PDT), Rodrigo Beltrão (PT) e do secretário de Cultura, Antônio Fel-dmann, são exemplos de nomes locais que tentam explorar as potencialidades do Twitter. Os pedetistas Alceu e Vi-nícius apostam no instrumento como forma de atualizar os seguidores sobre suas ações. “Uso o Twitter para prestar contas de minha vida pública e também privada”, explica Alceu.

Os deputados Assis Melo e Pepe Var-

gas, além do vereador Beltrão, evitam expor a rotina privada, mas acreditam na força da rede social para propagar ideias. “Minha participação é ligada a questões de interesse público, nada que envolva o pessoal”, define Pepe.

Feldmann e a colega de partido Maria Helena também compartilham hábito semelhante no Twitter. Tratam de usá-lo como fonte de informação. “É um es-paço que serve como índice de informa-ção. Consigo acompanhar as principais noticias por meios dos links disponibi-lizados ali”, diz o secretário.

Mas o Twitter não se faz só com as-suntos sérios. O besteirol também en-contra espaço na rede social. Observa-dor do Twitter desde a criação, Álvaro Bevenuto percebe 2 tipos de usuários: aqueles que o utilizam para ter acesso a informações e outros que o trans-formam em um reality show. “Agora, a questão não é mais ‘O que você está fazendo’, mas ‘O que está acontecendo’. Essa evolução marca os valores comu-nicacionais da ferramenta, ou seja, a sua verdadeira função como instrumento de interação e indexador de assuntos coletivos. A real operacionalidade do Twitter é como um indicador de situa-ções de interesse público, não como um divulgador da vida pessoal”, caracteriza o coordenador, que discorda do uso do microblog para disseminação de conte-údos irrelevantes.

Nem todos os participantes dão ouvi-dos ao professor. Com suas mensagens engraçadas, o perfil @deeercy tem mais de 47,3 mil seguidores. O sucesso dos tuítes postados pela jornalista Denise Dambrós foi tanto que lhe rendeu um emprego na produtora do Casseta & Planeta, no Rio Janeiro. Lá ela trabalha no que gosta: faz piadas.

Denise começou a tuitar quando se formava em jornalismo, em 2009. A forma engraçada de ela reclamar da vida conquistou os tuiteiros. Menos de um ano após a sua inserção no micro-blog, ela já ganhava 150 novos seguido-res por dia. “Só queria desabafar. Não achei que minhas brincadeiras seriam tão apreciadas”, relatou a jovem de 24 anos, que criou o @deeercy, devido ao seu costume de brincar com a primei-ra do nome, como DEsengonçada ou DEsorganizada.

Com o avanço do Facebook, o sucesso de perfis como o de @deeercy estão com os dias contados? Na opinião de Trä-sel, o Twitter ainda tem fôlego, porque uma rede social não substitui a outra. “O Twitter tem características próprias, como o envio de mensagens instantâne-as que se espalham rapidamente. Além disso, está se tornando um instrumento de disseminação notícias e conteúdos relevantes”, conclui.

O sucesso #gatovias está aí para con-firmar a previsão do professor. É a revo-lução em 140 caracteres.

Idealizadores do #gatovias, em frente ao pedágio de Farroupilha |Divulgação/O Caxiense

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pLaTeIaTemporada do oscar nos cinemas | segunda-feira excepcional na música | semana ordinária no TeaTro | foTografia da surpresa

Não se deixe deslumbrar pelos belos cenários do Havaí. Uma das principais estreias da semana nos cinemas de Ca-xias, o filme Os Descendentes se in-teressa por outras paisagens. O drama pisa em um movediço terreno e faz um passeio pelo interior dos personagens – e aí está o encanto que o colocou entre os candidatos ao Oscar.

Dono de uma rotina toda ordenada, o milionário havaiano Matthew King (George Clooney) tem um baque quan-do a mulher, Elizabeth, sofre um aci-dente de barco que a põe entre a vida e a morte. A tragédia reforça a descons-trução de uma imagem clichê. O Havaí não é o paraíso como pensam os amigos do continente, desabafa o personagem. Nesse inferno existencial, enquanto im-plora pela sobrevivência da esposa por-que deseja uma segunda chance para ser um bom marido e um bom pai para

as 2 filhas, o cinquentão Matt revisa todo o seu passado. Nessa jornada, irá chegar a segredos que talvez preferisse não ter descoberto – isso o obrigará a lidar com imprevistos e a pensar no seu legado para as próximas gerações.

Alexander Payne segue a toada de seus filmes anteriores, como Sideways, Entre Umas e Outras. Os Descen-dentes adota um ritmo que favorece a reflexão, tenta dar pitadas de graça e modera a emoção – se carregasse as tintas, o longa correria o risco de virar um dramalhão. Também aborda um tema comum na cinegrafia do diretor: as dificuldades de uma relação amorosa. “Você conhece outros temas? Até Édipo matou o pai e dormiu com a mãe. Junte um grupo de homens e um de mulhe-res. Terminarão falando de adultérios e relacionamentos”, justificou Payne, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.

A crítica internacional parece ter gostado do filme. Ao compilar as re-senhas, o site Rotten Tomatoes fez as contas e concluiu: 89% dos comentários são positivos ao longa. Mas os elogios são contidos. O filme é bom, bem feito, mas está longe de ser excepcional. Por isso, as apostas no Oscar estão voltadas para O Artista, que recebeu aplauso por uma originalidade paradoxal: em pleno século 21, usa o preto e branco e não tem diálogos, tal como os filmes das primeiras décadas do cinema. Bri-lhante em suas atuações nos últimos anos, Clooney é quem chega com mais chance de garantir uma estatueta para Os Descendentes.

CINÉPOLIS 14:00-16:40-19:30-22:10GNC 14:00-16:30-19:00-21:30

12 1:55

O outro lado do paraíso

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22

CINE

* Qualquer alteração nos horários e filmes em cartaz é de respon-sabilidade dos cinemas.

Alessandra NEGRINI. Caco CIOCLER. De Afonso POyART2 CoElHos

A estreia do diretor Afonso Poyart tem a maior explosão já realizada no cinema brasileiro. Mas não é esse o título que o filme pretende carregar. Cheia de bons efeitos visuais, a história de um homem que planeja confrontar bandidos e políticos corruptos mistura ação e linguagem gráfica de vídeo game. Exceto pelo enredo da conformada desesperança política brasileira, nem parece nacional. E o enredo ganha elogios além da estética. 2ª semana.

GNC 17:45-19:50 16 1:44

Robert DOwNEy JR.. Jude LAw. De Guy RITCHIESHErloCk HolmEs – o Jogo dE sombrAs

O suposto suicídio do príncipe da Áustria, que envolve o aqui-inimigo de Holmes, o professor Mo-riarty. No caso mais difícil da sua carreira, a perso-nalidade do detetive é mais transparente, apesar dos disfarces. O longa promete tirar o fôlego com cenas velozes de pura ação e longos trechos de slow mo-tion, para acompanhar o percurso das balas e dos destroços das explosões. 3ª semana.

GNC 13:40-16:15-19:10-21:40 CINÉPOLIS 13:40-19:00-21:40 14 2:09

Daniel CRAIG, Rooney MARA . Robin wRIGHT. De David FINCHERmillENNiUm – os HomENs qUE Não AmAvAm As mUlHErEs

É 2ª adaptação para o cinema do 1° livro da trilogia Millenniun, de Stieg Larsson. O jornalista Mikael Blomkvist (Daniel Craig) é contratado por um industrial sueco para investigar o desapa-recimento – suposto assassinato – da sua sobrinha, há 36 anos. Lisbeth Salander, uma talentosa e excêntrica investigadora se junta à missão. Mikael, que trabalha na revista Millennium, está num momento depressivo da carreira: enfrenta um processo por calúnia e difamação. Lisbeth tem problemas psicológicos há mais tempo. Opostos complementares. 5 indicações ao Oscar: Melhor Atriz (Roney Mara), Fotografia, Edição, Edição de Som e Mixagem de Som. Estreia.

GNC 15:00-18:10-21:10 CINÉPOLIS 12:30-15:40-18:50-22:00 16 1:38

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2327.JAN.2012

imORTAiSHenry Cavill, que vive protagonista Teseu, é o novo Superman,

aguardado para 2013. Desta experiência na Grécia Antiga, em que ele lidera um exército contra a maldade do rei Hypérion, o ator deve levar apenas os músculos definidos. O Super-homem exigirá caris-ma e boa atuação, muito mais do que beleza estética, a única coisa com que se preocupa Tarsem Singh, o diretor do fiasco mitológico.

GNC 21:20 16 1:50

À bEiRA dO AbiSmOUm fugitivo procurado pela polícia, acusado do roubo do maior

diamante já visto, sobe ao 20° andar de um prédio em Nova York e ameaça o suicídio – uma armação mudar o foco da investigação. Além do clichê da pedra preciosa, uma psicóloga vai atuar como negociante. E aí vem um colar de pérolas: “Ele está manipulando você!”, “Essa negociação é minha!”... Puuu-la! Puu-ula... 2ª semana.

GNC 22:00 16 1:42

Leonarno DI CAPRIO. Josh HAMILTON. De Clint EASTwOODJ EdgAr

Leonardo Di Caprio vive a história real de um dos homens mais importantes e polêmicos da polícia americana, diretor do F.B.I. por 48 anos. A biografia mostra a dedicação extrema do policial ao trabalho e a conturbada vida pessoal, que en-volve um relacionamento homossexual e uma frágil máscara de aparências. A maquiagem de Di Caprio na fase de velhice de Edgard é a pior máscara do filme. Estreia.

CINÉPOLIS 12:40-15:30-18:20-21:10 12 2:17

ESSES AmORES“Como não conseguia me decidir entre os dois homens que amo,

joguei cara ou coroa. E o destino decidiu”, diz a protagonista. Com a história do cinema e a 2° Guerra Mundial como pano de fundo, o filme mostra a trajetória de uma mulher que se apaixona com facili-dade e é erra nas suas escolhas. Estreia.

ORDOVÁS SEX.(28). 19:30. SÁB. (29) 20:00 12 1:02

AS AvENTURAS dE TiNTiNUma miniatura de navio, comprada pelo repórter Tintim escon-

de o mapa de um tesouro, motivo que coloca o garoto na mira de sequestradores, em uma aventura em alto-mar. Ao lado do seu ca-chorro Milu e do novo amigo, o capitão Haddock, Tintim para adul-tos – Indiana Jones para crianças – agrada todas as idades. Vencedor do Globo de Ouro de Animação.

★ ★ ★ ★ ★CINÉPOLIS (3D) 19:10-21:30

(3D) 12:10-14:30-16:50 16:20GNC (3D) 19:20-21:50 (3D)14:20-16:50

AlviN E OS ESQUilOS 3Lost, Titanic, A Lagoa Azul, O Náufrago, Homem Aranha, O

Senhor dos Anéis, Indiana Jones, Lady Gaga e... double rainbow. Enquanto os adultos ficam entretidos as referências que só interes-sam a eles, as crianças se divertem com a aventura de Alvin e seus amigos, perdidos em uma ilha deserta no 3°, jamais o último, filme da franquia. 6ª semana.

GNC 13:30-15:30-17:30-19:30CINÉPOLIS 13:50-15:50-17:50-19:50 1:27

A HorA dA EsCUridãoUm dia a Terra foi ameaçada pela invasão alienígena, seres invi-

síveis que são mostrados como efeito de mormaço no filme. Atra-vés de uma espécie de choque elétrico, eles são capazes de destruir prédios e transformar seres humanos em cacos (como se fossem de porcelana e não de carne e osso). ‘Essa força estranha no ar’ não é o maior absurdo do filme. A piada é dar a um grupo tão insosso de jovens que passam férias em Moscou a responsabilidade pela salvação do mundo. 3ª semana,

CINÉPOLIS (3D) 21:50 1:27

O gATO dE bOTASO gato em fim de carreira em Shrek – a ponto de perder o estre-

lato para um burro – merecia um filme solo para mostrar os seus bons tempos de herói justiceiro (canastrão). Ao lado da gata Kate Pata-Mansa, ele renega o ogro, seu mentor no cinema – típico da ar-rogância felina – e vive uma aventura em busca da Gansa dos Ovos de Ouro. Agora, tem mais um motivo para andar de salto alto: foi indicado ao Oscar de Melhor Animação. O repórter Tintim ficou fora da lista dos indicados, mas nem por isso devolveu a sala 3D ao gato. 10ª semana.

GNC 13:50-15:45 1:30

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24

Nesta sexta-feira (27) vale tudo, só não pode ficar parado com os embalos de Tim Maia. A grupo farroupilhense Saci Pererê fará um tributo ao cantor no Havana Café. A banda, que já era conhecida por misturar samba com rock, criou um projeto para homenagear o ídolo da MPB. No repertório estão os maiores sucessos do cantor, como Não Quero Dinheiro e Chocolate. O tributo promete ser fiel a obra de Tim. Só esperamos que não sigam o comportamento dele e apareçam no palco.

SEX (27). 23:00. R$ 20 e 25. Havana

A banda Acústicos e Valvulados, grande atração do Réveillon de Capão da Canoa, estica a temporada no Litoral e toca o seu rock em Arroio do Sal. O grupo divulga o seu novo CD, Grande Presença, com o qual eles comemo-raram o milésimo show no ano passado. Na fan page da banda no Facebbok você pode baixar o álbum completo para conhecer as músicas novas. No en-tanto, a grande atração do show são mesmo os velhos hits.

SÁB. (28). 22:00. Livre. Praça da Emancipação. Arroio do Sal

Se alguém cair na depressão de segunda-feira (30), pode ficar tranquilo, há solução. A banda de rock Pata de Elefante faz show no Mississippi para alegrar os ânimos do dia mais chato da semana. Os músicos de Porto Alegre, que já foram considerados os melhores do país no rock instrumental, colocarão no seu repertório as músicas do seu álbum mais recente, o dançante Na Cidade.

★ ★ ★ ★ ★SEG. (30). 21:30. R$ 15 e 20. Mississippi

Rá. Pegadinha do Malandro! A banda de Los Angeles não estará em Caxias. Mas tem substitutos competentes. O cover porto-alegrense que se apresentará no Vagão Classic já toca juntos há mais de 7 anos. Eles relembrarão os grandes clássicos do rock e os novos sons dos californianos.

SÁB. (28).22:00. R$ 12 e 15. Vagão Classic.

+ SHOWS

vale tudo

A milésima Canção na praia

Para animar a segunda

red Hot Chili Peppers em Caxias

MUSICASEXTA-FEiRA (27)

maurício e daniel 20:00. R$ 6 e 8. PaiolAlexandre Aragon 20:30. R$ 10 e 20. Boteco 13Rockstuff 22:00. R$ 10 e 12Vagão Classicsurfistas da Paz e balanço de galpão 22:00. Livre. Balneário Atlân-tico (Arroio do Sal)dJs diego Caleffi e lucasmasiero 22:30. R$ 20 e 35. La BarraFlávio Ozelame Trio 22:30. R$ 12 e 18. MississipiSunset Riders 23:30. R$10 e 20. Portal Bowling

SábAdO (28)

grupo Pátria e Querência 20:00. R$ 6 e 8. Paiolbranco no Preto 20:30. R$ 10 e 20. Boteco 13Robledo Rock e domênico Ranzolim 22:00. R$ 10. Bier Hauslennon Z & The Sickboys 22:30. R$ 12 e 18. Mississipila barra vintage 22:30. R$ 15 e 25. La BarraEletrofunk: a festa 23:00. R$ 10 e 20. MovePlace Pop 23:00. R$ 20 e 40. Place des SensdJ Paulo Pringles 23:00. R$ 20 e 40. Pepsi Clubkiller on the dancefloor 23:00. R$ 25 a 40. Havanavinny lacerda 23:30. R$ 10 e 20. Portal Bowling

dOmiNgO (29)

Pura Curtição 22:00. R$ 10 e 20. Portal Bowling

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2527.JAN.2012

PALCO

Piadinhas fracas e promessas inconsistentes

Chucrute à beira-mar

OUTROS EUS Em vOCêA atriz Zica Stockmans, diretora

da Tem Gente Teatrando, migra de um personagem para outro como quem troca de figurino. E os mais diversos estilos lhe caem bem. Na oficina teatral Caminhos para a criação de personagem, que terá duas edições – dia 7 e 14 de feve-reiro, das 18:30 às 22:30, na sede da escola – ela dá dicas baseadas na sua trajetória no palco. A ofici-na faz parte do projeto Bernardete, financiado pela Lei de Incentivo à Cultura, que deu origem ao espe-táculo Memórias de Uma Soltei-rona, que estreou no ano passado. Interessados podem se inscrever pelo fone 3221-3130 ou pelo e-mail [email protected].

Cláudio Benevenga, que dirigiu Como Agarrar um Marido Antes dos 40, apresentado em Caxias no final do ano passado, merecedor de duas ou 3 risadi-nhas por clemência, dirige e atua em Sexo, Mentiras e Gargalhadas. No palco do stand up comedy, a praga, 3 atores se revezam em 6 personagens. Uma sexóloga, um nerd, uma velha desbocada, um garoto de programa, uma madrinha de bate-ria e um aspirante a cantor esbanjam palavrões – o sexo – e prometem um show de humor – a mentira. E as gargalhadas?

SEX(27)-SÁB(28). 21:00. R$ 30,00. Casa de Cultura de Torres. 1:20

Não é só o litoral que convive com a maré de humor escrachado. O Fes-tival de Férias do Teatro São Carlos apresenta Nós Somos Mesmo Mara-vilhosas Vão à Praia, da Companhia de Teatro Curto Arte, de Dois Irmãos. Lúcia, Sidônia e Alvícia contam em um grande flashback a experiência da primeira vez que foram à praia, com os maridos. A direção é de Carlos Alberto Klein. No elenco, Cristiano Schenkel, Odair Weisheit e Rogério Hartmann, sobrenomes que justifi-cam o sotaque da peça.

QUA (1°)-QUI(2). 21:00. R$15 e R$30. Teatro São Carlos.

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26

Clássicos da pintura visitam o rio de Janeiro 5 ★ Lielzo Azambuja. SEG-SEX. 8:30-18:00. SÁB. 10:00-16:00. Galeria Municipal.

Harmonia das Flores Iva Spenelli. SEG-SEX. 8:30-18:30. SÁB. 8:30-12:30. Farmácia do IPAM

imagens ordinárias – Uma noite no museu Liliane Giordano e Myra Gonçalves. TER-SÁB. 9:00-17:00 Museu Municipal

Exposição da Ponte do guaíba Coletiva. SÁB-QUA. 10:00-22:00. Casa de Cultura. Torres

Natureza Fábio Balen. SEG-DOM. 10:00-22:00. San Pelegrino

Primavera verão 2011 Coletiva. SEG – SEX 9:00-19:00. SÁB. 9:00-15:00. Arte Quadros

Pinto e não bordo Coletiva. SEG-SEX. 10:00-19:30. DOM. 16:00-19:00. Catna Café

rascunhos e Histórias Roberta Rech Mandelli. SEG-SEX. 8:30-18:30 SÁB. 8:30-12:30. Farmácia do Ipam

ARTE

Nunca se fotografou tanto quanto agora, com a tecnologia di-gital. Em contrapartida, a fotografia nunca foi tão descartável. “Quando você direciona a câmera, já sabe o que vai sair. Mesmo assim, olha a foto em seguida e deleta se não gostou. Você não pensa, é automático”, conta Neusa Zini, que abre abre a agenda 2012 da Galeria do Ordovás com uma exposição de fotografias pinhole. A técnica utiliza uma câmera escura, feita artesanal-mente com uma lata, que capta a luz por um pequeno orifício e grava a imagem em papel fotográfico. Neusa fotografou objetos pretos sobre fundo da mesma cor. E a luz do sol desenhou os contornos e volumes. As simples cenas do cotidiano guardam resultados imprevisíveis a cada revelação. “Você sabe a cena que elegeu, mas não sabe como a luz ‘decidiu’ registrar aquilo”, conta a artista, sobre as surpresas da sala escura.

Fotografias Pinhole de Neusa Zini SEG-SEX. A partir de QUI. (2). SEG-SEX. 9:00-19:00.

SÁB. 15:00-19:00. Galeria do Ordovás

Preto sobre preto e luz

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CAMARIM

A Cia. Municipal de Dança já voltou de férias e, conforme a coordenadora, Cristina Nora, trabalha, em ritmo acelerado, em dois projetos. O elenco ensaia a sua atuação no último bloco do Corso Alegórico da Festa da Uva – Celebrar –, coreografada por Ney Morais. O outro trabalho é uma coreografia de Sigrid Nora, que ainda não tem nome mas já tem data marcada para estreia: 26 de abril.

A Cia. Municipal da Dança está com inscrições abertas, até o dia 1° de fevereiro, para seleção de bailarino. A vaga é para homens, a partir de 18 anos. Os currículos devem ser encaminhados para [email protected] ou entregues na secretaria da Cia., no Ordovás. Os pré-selecionados passarão por audição – cerca de 3 aulas práticas – em balé clássico e dança contemporânea. O resul-tado será divulgado no dia 1° de março. Os bailarinos ensaiam 6 horas, de segunda à sexta, além das apresentações. A remunera-ção mensal é de aproximadamen-te R$ 1 mil (R$ 700 pagos pela prefeitura e R$ 300 via Lei de In-centivo à Cultura). Atualmente, o elenco conta com 4 bailarinos e 5 bailarinas.

Em boa companhia

O 10º elemento

marcelO aramis

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2727.JAN.2012

O 10º elemento

CINEMAS:CINÉPOLIS: AV. RIO BRANCO,425, SÃO PELEGRINO. 3022-6700. SEG.QUA.QUI. R$ 12 (MATINE), R$ 15 (NOITE), R$ 23 (3D). TER. R$ 8, R$ 12 (3D). SEX.SÁB.DOM. R$ 17 (MATINE E NOITE), R$ 23 (3D). MEIA-ENTRADA: CRIANÇAS ATÉ 12 ANOS, IDOSOS (ACIMA DE 60) E ESTUDANTES, MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE CAR-TEIRINHA. GNC. RSC 453 - kM 3,5 - SHOPPING IGUATEMI. 3289-9292. SEG. QUA. QUI.: R$ 14 (INTEIRA), R$ 11 (MOVIE CLUB) R$ 7 (MEIA). TER: R$ 6,50. SEX. SAB. DOM. FER.R$ 16 (INTEIRA). R$ 13 (MOVIE CLUB) R$ 8 (MEIA). SALA 3D: R$ 22 (INTEIRA). R$ 11 (MEIA) R$ 19 (MOVIE CLUB) | ORDOVÁS. LUIZ ANTUNES, 312. PANAZZOLO. 3901-1316. R$ 5 (INTEIRA). R$ 2 (MEIA) |

MÚSICA:ARENA. PERIMETRAL BRUNO SEGALLA, 11.366. SÃO LEOPOLDO. 3021-3145. | BIER HAUS. TRONCA, 3.068. RIO BRANCO. 3221-6769 | BOTECO 13. AUGUSTO PESTANA. MOINHO DA ESTAÇÃO. 3221-4513 | COND BAR. ÂNGELO MURATORE, 54. DE LAZZER. 3229-5377 | ESTÁDIO ALFREDO JACONI. HÉRCULES GALLÓ, 1.547, CENTRO | HAVANA. RUA DR. AUGUSTO PESTANA, 145. MOINHO DA ESTA-ÇÃO. 3215-6619. | LA BARRA. CEL. FLORES, 810, SÃO PELEGRINO | MISSISSIP-PI. CORONEL FLORES, 810, SÃO PELEGRINO. MOINHO DA ESTAÇÃO. 3028-6149 | MOVE. RUA GASTON LUÍS BENETTI, 849. PARQUE SANVITTO. CIDADE NOVA. 8407-4942. | NOX VERSUS. DARCy ZAPAROLLI, 111. VILLAGGIO. 3027-1351 | PAIOL. FLORA MAGNABOSCO, 306. SÃO LEOPOLDO. 3213-1774 | PEPSI CLUB. VEREADOR MáRIO PEZZI, 1.450. LOURDES. 3419-0900 | PAVILHÕES DA FESTA DA UVA. LUDOVICO CAVINATO, 1431, SANTA CATARINA, (54) 3021.2137 | PLACE DES SENS. RUA 13 DE MAIO, 1006. LOURDES. 3025-2620. | PORTAL BOwLING. RST 453, kM 02, 4.140. DESVIO RIZZO. 3220-5758 | PRAçA XV DE NOVEMBRO. S/Nº, CENTRO, TORRES | THE KING PUB. TRONCA, 2802. RIO BRANCO. 3021.7973 | VAGãO CLASSIC. JúLIO DE CASTILHOS, 1.343. CENTRO. 3223-0616 | XERIFE. HILáRIO PASQUALI, 34. UNIVERSITáRIO. 3025-4971 | ZARABATANA. LUIZ ANTU-NES, 312. PANAZZOLO. 3228-9046

TEATRO:CASA BAND SESC. AV. BEIRA MAR, S/ Nº, EM FRENTE A PRAÇA PINHEIRO MA-CHADO, TORRES, (51) 3626.9416 | PRAçA XV DE NOVEMBRO. S/Nº, CENTRO, TORRES | TEATRO SãO CARLOS. FEIJÓ JúNIOR, 778, 2º ANDAR, SÃO PELEGRI-NO, (54) 3221.6387 | CASA DE CULTURA DE TORRES. AV. JOSÉ A. PICORAL, 171, CENTRO, TORRES, (51) 3664.1411 – RAMAL 706.

GALERIAS:ARTE QUADROS. FEIJÓ JúNIOR, 975, SALA 1.007, SÃO PELEGRINO | CATNA CAFÉ. JúLIO DE CASTILHOS, 2546. CENTRO. 3221-5059 | FARMÁCIA DO IPAM. DOM JOSÉ BAREA, 2202, EXPOSIÇÃO. 4009.3150 | MUSEU MUNICIPAL. VISCONDE DE PELOTAS, 586. CENTRO. 3221.2423 | SAN PELEGRINO. RIO BRANCO, 425. SÃO PELEGRINO. 3022-6700 | GALERIA MUNICIPAL. DR. MON-TAURy, 1333, CENTRO, (54) 3221.3697 | PRAçA XV DE NOVEMBRO. S/N°, CENTRO, TORRES |

LEgENdADuração Classificação Avaliação ★ 5 ★ Cinema e TeatroDublado/Original em português Legendado Animação Ação Aventura Comédia Drama Documentário Infantil Romance Suspense Terror Ficção Científica Guerra Musical

músicaBlues Coral Eletrônica Funk MPB Pagode Pop Rock Samba Sertanejo Tradicionalista

dançaContemporânea Flamenco Jazz Dança do Ventre Clássico

ArtesDesenho Diversas Fotografia Pintura

ENdERECOS

* A colunista Carol De Barba (1ª Fila) está em férias.

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arQUIBanCaDa23 luTas de mma | 2 jogos da dupla ca-ju | 8 km de bicicleTa na praia

A lUTA dA mOdA Em CAXiAS+ ESPORTE

Caxias vai mostrar que também tem força e irá estrear no MMA. O 1° Campeonato Estadual Amador de Artes Marciais Mistas ocorrerá neste sábado (28), no Enxutão. Os 46 participantes serão pesados às 08:00 e as 23 lutas iniciarão a par-tir das 18:00. A disputa é seletiva para o Brasileiro de MMA, que será disputado em março, nos Pavilhões da Festa da Uva. O campeão do tor-

neio, na luta mais pop da atualida-de, levará para casa o cinturão de ouro, medalha e R$ 200, os 2° e 3° lugares receberão apenas medalhas. A organização do evento espera que mais de 500 pessoas prestigiem as lutas. Os ingressos custam R$ 20, antecipado, e R$ 30, na hora.

SÁB. (28) 18:00. R$ 20 e R$ 30. Enxutão

Tire da garagem a velha bicicleta da casa da praia. O Sesc e a prefei-tura de Arroio do Sal realizam pas-seio ciclístico no próximo sábado. Em um trajeto de 8 km, o passeio sai da Praça do Mar, vai até o par-

que Tupancy e volta para o Centro. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na Secretaria de Turismo.

DOM. (29). 9:00. Praça do Mar. Arroio do Sal

ESTÁDIO 19 DE OUTUBRO: 19 DE OUTUBRO, IJUÍ | ENXUTãO: LUIZ COVOLAN, 1560, MARECHAL FLORIANO. | ESTÁDIO ALFREDO JACONI: HÉR-CULES GALLÓ, 1547, CENTRO | ESTÁDIO CEN-TENÁRIO: THOMAS BELTRÃO DE QUEIROZ, 898, CINQUENTENáRIO | ESTÁDIO ANTÔNIO DAVID FARINA. RSC-470, MEDIANEIRA, VERANÓPOLIS

da praia ao parque, de bicicleta

boCHA: Torneio na AreiaSÁB.(28) 08:00. Quiosque do Zezi-nho. Areias Brancas (Arroio do Sal)

FUTEbOl: Juventude x grêmioDOM. (29) 17:00. Estádio Alfredo Jaconi

São luiz x CaxiasDOM. (29) 19:30. Estádio 19 de Outubro (Ijuí)

veranópolis x JuventudeQUA. (1°) 18:00.Estádio Antônio David Farina (Veranópolis)

Caxias x Santa CruzQUI. (2) 19:30. Estádio Centenário

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2927.JAN.2012

O BMG, que no Rio Gran-de do Sul também acertou patrocínios com Cruzeiro-PoA e Lajeadense, ensaiou a primeira aproximação com o Juventude em meados de 2011, quando um dos car-deais do banco, Davi Vargas Dávila, se aproximou do en-tão diretor da base alviverde Geandro Turcatti. É por elas, pelas divisões de aspirantes do clube, que se consolidará a parceria. Entenda:

● O Juventude receberá aproximadamente R$ 300 mil mensais do BMG, que por sua vez terá a marca es-

tampada como principal pa-trocinador nos fardamentos.

● O BMG elaborará uma lista, com a anuência do clube, de jogadores de seu interesse cevados nas cate-gorias de base do clube. A partir disso, terá um percen-tual minoritário nas futuras negociações dos garotos. O Juventude manterá a maior parcela.

● Se for do interesse (e al-cance) do Juventude, o BMG poderá (e já estaria bem en-caminhado para fazê-lo) ofe-recer alguns jogadores de sua cota no Alfredo Jaconi. Em-

bora o banco patrocine tam-bém o Cruzeiro-MG, melhor o torcedor papo não sonhar com Montillo. Mas alguma boa opção viável deve apa-recer.

● Com a entrada do BMG, evidentemente, o Juventu-de dispensa a chancela do Banrisul na frente da cami-seta. Contudo, uma vez que o contrato com o banco mi-neiro assim permite, o clube ainda vai pleitear junto ao banco gaúcho e à FGF para que mantenha a cota a que tem direito pela publicidade estática no Alfredo Jaconi.

Ah, sim

gabrielizidOrO

arena

PH elevado

Um novo tempo

O outro banco dos gaúchos

Apesar dos perigos das su-cessivas quedas nos últimos anos, o Juventude parece ter começado a redescobrir sua redenção financeira. A nova realidade está nos detalhes, no próprio discurso do pre-sidente Raimundo Demore, terça-feira (24) à noite, ao anunciar o novo pacote de patrocinadores, onde reluz o nome do banco mineiro BMG e seus aproximados R$ 300 mil mensais:

“É um momento extrema-mente importante do clube. De dar uma condição dife-rente da que era apresentada, da dificuldade que sempre tínhamos”. Perceba o uso do tempo pretérito.

Demore também fez ques-tão de enaltecer e agradecer os apoios da rede de postos de combustível RodOil, do Grupo Fátima e da Marco-polo, além da Dal Ponte, que segue como fornecedora de um uniforme, desenhado pela agência Tonificante, de Caxias do Sul, que recente-mente ganhou elogios em site internacional especia-lizado. Juntos, eles devem aportar ao clube mais de R$ 400 mil mensais.

O mês ainda não vai come-çar no zero a zero no Alfredo Jaconi, mas já será possível ficar com o pescoço para fora d`água. Cerca de 60% do or-çamento total estará coberto.

A título de conhecimento dos torcedores: a cota de R$ 200 mil anuais que o Ban-risul destina a dupla Ca-Ju não é de R$ 200 mil. Este é o valor bruto. Descontados os impostos, a cota líquida é de R$ 170 mil. Não gastem tudo em bobagem.

Ao contrário do que havia sido informado anterior-mente, o Caxias não empres-tou Pedro Henrique. Sob a intermediação do empresá-rio Jorge Machado, que de acordo com nota divulgada pelo próprio clube “ajuda a equilibrar as contas da SER Caxias”, o clube vendeu os 70% de participação que de-tinha no atacante ao FC Zu-rich, da Suíça.

O valor total da transação evidentemente não foi reve-lado, mas gira na faixa dos 500 mil euros. “Poderia ser mais, se os brasileiros não es-tivessem com a credibilidade tão em baixa na Europa, por conta própria”, comentou uma pessoa ligada à opera-ção.

Mesmo assim, um alento importantíssimo para os co-fres grenás.

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O Caxias, de Paulo Porto. Líder do Gauchão, com 100% de aprovei-tamento e nenhum gol sofrido. A tobata está sem freio.

Gustavo, ex-Juventude, veste a 10 da Fiorentina a partir das 15:30 (hora de Brasília) deste sábado (28) para encarar a Ju-ventus, em Turim. Jogo de volta das semifinais da Copa Itália Sub-20. Na ida, em Florença, deu 0 a 0. A Fiorentina é a atual campeã. O site sportitalia.com transmite o jogo.

Hipocrisia. Meia Zé Ro-berto, ex-Inter, chegou ao Bahia dizendo que sofreu racismo em Porto Alegre. Ué, não existia só em Caxias do Sul?

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