Edição 12
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6 Primeira Página
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Polo de Camaçari faz 34 anos com oportunidades inexploradas
Quer importar? Veja dicas para lidar com a burocracia
Entrevista com odiretor de Relações Institucionais da Dow, Marconi Oliveira
SUMÁRIO
Guerra dos portos chega ao fim, depois de causar prejuízos bilionários
26 Agronegócio: indústria do coco movimenta R$ 350 milhões por ano
30 Poupança x fundos de investimento: qual a melhoropção?
40
Governo federal promete investir R$ 66 bi na Bahia, até 2016. Será?
44 Instalações elétri-cas em canteiros de obras exigem uma série de cuidados
44 Turismo na Bahia atrai mais de 11 milhões de visitantes em 2011
56
7Primeira Página
Untitled-1 1 11/06/12 11:17
8 Primeira Página
O Polo Industrial de Camaçari completa neste mês de junho 34
anos de existência. Nessas mais de três décadas, o Complexo não
parou de se atualizar e oferecer oportunidades aos empreendedo-
res que querem crescer. Por isso, a 12ª edição da revista Primeira
Página traz uma matéria especial, com informações completas
sobre o Polo.
A reportagem é especialmente interessante para quem planeja in-
vestir na região, seja construindo uma indústria, seja fornecendo
insumos às empresas já existentes. Nas próximas páginas você
conhecerá o faturamento do Polo, a localização de suas indús-
trias, os insumos disponíveis e os nichos de mercado que ainda
têm espaço para novos competidores.
Aliás, causou surpresa o fechamento da unidade da Dow Brasil
no Polo, anunciado em abril. Nossa equipe foi buscar detalhes
do assunto e conseguiu uma entrevista exclusiva com o diretor
de Relações Institucionais da Dow, Marconi Oliveira, na qual ele
revela os reais motivos que levaram ao encerramento das ativida-
des daquela unidade e o que se pode esperar da Dow no futuro.
As notícias são animadoras.
Outras boas notícias nas últimas semanas foram a contínua re-
dução da taxa de juros Selic, promovida pelo Banco Central, e o
fim da guerra dos portos, que tanto prejudicava nossa economia.
Entretanto, você verá nas reportagens que nem tudo é motivo
de comemoração. A queda da taxa Selic, apesar de positiva, não
deve ter grande impacto no consumo. Além disso, diminuiu o
rendimento da poupança, tradicional aplicação de milhões de fa-
mílias brasileiras. Com relação ao fim da guerra dos portos, se
não vier acompanhado de investimentos nos terminais portuá-
rios, poderá aumentar ainda mais as filas de espera para embar-
que e desembarque de produtos.
Por falar nisso, a Primeira Página traz ainda nesta edição uma
matéria especial para quem precisa importar produtos. Vale a
pena conferir.
Boa leitura.
EDITORIAL
Marivaldo Teixeira Diretor
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10 Primeira Página
EXPEDIENTE | ESPAÇO DO LEITOR
Revista bimestral, com distribuição dirigida ao meio empresarial e industrial
dos estados da Bahia e de Sergipe
Ano I I, Nº 12 | Ma io / Junho | 2012
DIRETORMarivaldo TeixeiraDEPTO. JURÍDICO
Marcos Antônio da C. PintoGERENTE FINANCEIRASonia Mª. Cunha Teixeira GERENTE COMERCIAL
Viviane TeixeiraGERENTE DE MARKETING
Eliza TeixeiraGERENTE ADMINISTRATIVA
Soraya Teixeira Pinto JORNALISTA RESPONSÁVELJan Penalva (DRT/BA 3672)
COLABORADORESRaimundo José Benedito
Miguel SilveiraRonaldo AlcantaraPROJETO GRÁFICOGanesh BrandingDIAGRAMAÇÃO
Renato SouzaREVISÃO DE TEXTOS
Rita CanárioREVISÃO GERAL
Solon Cruz (DRT/BA 393) FOTOS
Nilton Souza (Capa)Rômulo Portela
DEPTO. DE CIRCULAÇÃOJean Fabian Alves Silva
WEB DESIGNERAntonio Carlos da S. Sales
IMPRESSÃOJacográfica Serv. Gráficos Ltda.
CNPJ: 34.248.187/0001-69
A Revista Primeira Página é uma publicação bimestral, de propriedade daJacográfica Serviços Gráficos Ltda. Conceitos e opiniões emitidos em artigos
assinados são de inteira responsabilidade dos seus autores.
Próxima edição: agosto 2012
Para receber gratuitamente a revista Primeira Página, envie email com o seu endereço para [email protected]
Tel.: (71) 3288-0227 / (71) [email protected] | [email protected]
Av. Brigadeiro Mário Epinghaus, 33, Centro. Lauro de Freitas - Bahia. CEP 42.700-000
A Assessoria de Comunicação da
Secretaria do Trabalho, Emprego e
Renda do Estado da Bahia esclare-
ce algumas informações, veiculadas
nesta publicação, em sua edição Nº
11, com o título Copa 2014 no Brasil.
O valor da obra da Arena Fonte
Nova é de R$591,7 milhões. Esse
custo contempla a demolição e a re-
construção da nova arena, além da
construção de um edifício-garagem.
Parte desses recursos – R$323,6 mi-
lhões – provém do BNDES, que faz
o repasse das parcelas (quatro já
foram liberadas) para a Desenbahia
(Agência de Fomento do Estado da
Bahia), onde o dinheiro é aporta-
do no Fundo de Desenvolvimento
Social e Econômico – Fundese. A
Desenbahia, então, faz o repasse à
Fonte Nova Negócios e Participa-
ções (FNP), com a finalidade exclu-
siva de financiar os investimentos
requeridos para a implantação do
Projeto.
Pelo contrato de PPP firmado entre
o Governo da Bahia e o consórcio
(FNP) responsável pela obra e ope-
ração do equipamento por 35 anos,
está previsto o pagamento, durante
15 anos, de uma contraprestação
pública no valor de R$99 milhões/
ano. Esse pagamento começará a ser
efetuado quando o equipamento en-
trar em operação, momento em que
a FNP inicia também o pagamento
do serviço da dívida ao Desenbahia/
Fundese. O Estado, por sua vez, rea-
liza o pagamento ao BNDES.
Atenciosamente,
Hilda Fausto
Ascom da Secretaria do Trabalho,
Emprego, Renda e Esporte (Setre)
Espaço do leitor
11Primeira Página
12 Primeira Página
13Primeira Página
MATRIZAv. Antonio Carlos Magalhães 209, Malhado - Ihéus / BA - CEP: 45651-620
FÁBRICA E CENTRO LOGÍSTICORodovia Ilhéus x Uruçuca, BA262, Km 2,8 s|nº - Ilhéus / BA - CEP: 45658-335
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ComCom um escritório em São Paulo, distribuimos produtos das tecnologias Wireless, FTTH, VoIP e CFTV. Respeitamos as normas de meio-ambiente cabíveis a nossa atividade, e sempre buscamos ir além do mínimo exigido.
CitamosCitamos como exemplos desse compromisso a construção de nossa nova unidade fabril na cidade de Ilhéus, que tem captação de água pluvial para reuso, sistema de tratamento de esgoto próprio para eliminar resíduos antes de despejá-los, uso de energia solar e eólica para iluminação. Além de utilizar 100% das lâmpadas de LED para baixar o consumo e o impacto tóxico no descarte.tóxico no descarte.
A comunidade a nossa volta também é uma das nossas preocupações damos apoio à várias entidades locais. Incentivamos atividades de cunho social e ambiental, e regularmente fazemos o mutirão de coleta de plásticos e garrafas PET das praias de Ilhéus, envolvendo os funcionários e a população.
AGORA EM ILHÉUS, UMA EMPRESA QUE RESPEITA O MEIO AMBIENTE E TEM CONSCIÊNCIA SOCIAL!
14 Primeira Página
Polo de Camaçari lança campanha de segurança no trânsitoAs empresas do Polo Industrial
de Camaçari estão mobilizadas
pela segurança no trânsito. Por
isso, durante o mês de junho,
em toda a área rodoviária do
Complexo Industrial, acontece a
campanha “O Cinto de Segurança
Salva Vidas”. O objetivo é
alertar e sensibilizar motoristas
e passageiros, especialmente os
trabalhadores do Polo, para a
importância do uso do cinto de
segurança não apenas em carros de
passeio, mas também nos ônibus,
vans e caminhões. A campanha
se concentra nos terminais de
transbordo das empresas que
integram o Polo, com a abordagem
das pessoas e distribuição de
folders informativos e adesivos
contendo números de telefone
de emergência para o caso de
acidentes.
Mais uma fábricade torres para energia eólica chega ao estadoA Torrebras, empresa do grupo
espanhol Windar, vai instalar na
Bahia uma fábrica de torres para
a produção de energia eólica.
Serão investidos R$ 25 milhões na
construção da unidade, que ficará
em um terreno de 120 mil metros
quadrados e poderá produzir 220
torres/ano.
Soteropolitanoscom menos dívidasO número de consumidores
endividados está diminuindo
em Salvador, aponta pesquisa
realizada pela Femicro –
Federação das Associações de
Microempresas e Empresas
de Pequeno Porte da Bahia,
em parceria com o Banco
do Nordeste. Em abril de
2012, cerca de 41,4% dos
soteropolitanos estavam com
dívidas, mas em maio esse
número caiu para 20,6%.
Moura Dubeux investe R$ 1,3 bi em condomínio de negóciosUm investimento de R$ 1,3
bilhão, em 10 anos, pode
modificar parte da infraestrutura
da Bahia. Essa é a proposta da
Cone Aratu - Condomínio de
Negócios, empresa do grupo
pernambucano Moura Dubeux
que criará um centro industrial
e logístico em Simões Filho. O
projeto deve gerar cerca de 20 mil
empregos diretos e indiretos.
Estaleiro Enseada do Paraguaçu começa a ser construídoQuase 200 operários já trabalham na construção do Estaleiro Enseada
do Paraguaçu (EEP), no município de Maragogipe, Recôncavo Baiano. A
obra está na fase inicial, com a realização dos serviços de supressão da
vegetação, resgate da fauna e da flora, além de terraplanagem. A con-
clusão dos trabalhos está prevista para 2014. Até lá, R$ 2 bilhões serão
investidos na construção e contratação de mais de três mil operários.
Notícias veiculadas no site www.revistaprimeirapagina.com.br
Mande suas sugestões e comentários para [email protected]
BRASIL | CURTAS ONLINE
revistaprimeirapagina
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16 Primeira Página
ENTREVISTA
Fábrica da Dow em Aratu
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17Primeira Página
Primeira Página - Qual foi o faturamento da Dow Brasil nos últimos anos? Marconi Oliveira - Em 2010 a Dow
registrou faturamento anual global
de US$ 53,7 bilhões e em 2011, de
US$ 60 bilhões. Esse crescimento
foi impulsionado em grande esca-
la pelos resultados das geografias
emergentes, que equilibraram os
resultados da Europa, atingida
pela crise. A Dow América Latina,
impulsionada pelo Brasil, regis-
trou um desempenho histórico de
vendas de US$ 7 bilhões no ano
passado.
PP - Quantos empregos são gerados pela Dow, no Brasil?MO - A Dow Brasil conta com
mais de 2.300 empregados em
atividade. São 15 unidades fabris
em todo o território brasileiro,
com dois complexos industriais na
Bahia. A empresa também possui
cinco centros de pesquisa em ino-
vação (dois deles inaugurados no
ano passado) e quatro escritórios
(um no Rio de Janeiro, um em Ri-
beirão Preto e dois em São Paulo,
inclusive a sede da América Lati-
na). Em 2011, a companhia criou
mais de 200 empregos no Brasil.
PP - Quais serão os próxi-mos investimentos da Dow no Brasil?MO - Em 2011, a Dow e a Mitsui &
Co. Ltd., de Tóquio (Japão), anun-
Dow Brasil fecha unidade baiana, mas comemoraresultados de 2011
A Dow Chemical, segunda maior empresa química do mundo, assustou os baianos ao anun-ciar, no mês de abril, o fechamento de sua fábrica de tolueno diisocianato (TDI) em Cama-çari. A unidade, diga-se de passagem, é apenas uma entre as várias que a multinacional americana pretende fechar ao redor do planeta. Apesar do choque, a empresa garante que os negócios na América Latina seguem melhor do que nunca e que os investimentos no Brasil não vão parar. Nesta entrevista exclusiva à Primeira Página, o diretor de Relações Institucio-nais da Dow Brasil, Marconi Oliveira, fala dos motivos que levaram ao encerramento das ati-vidades em Camaçari, dos investimentos no Brasil e das perspectivas para os próximos anos.
18 Primeira Página
ciaram um acordo de joint-venture
para a produção de biopolímeros
feitos de etanol derivado da cana-
-de-açúcar renovável. O objetivo
é fornecer soluções de produtos
inovadores e sustentáveis para os
mercados globais de embalagens
flexíveis de alto desempenho, hi-
giene e saúde. Essa parceria re-
presentará a maior atividade de
biopolímeros do mundo e será o
maior investimento da Dow no
Brasil, país em que atuamos com
sucesso há mais de 50 anos. O
complexo agroindustrial está pre-
visto para operar em Santa Vitó-
ria, região oeste de Minas Gerais.
PP - O mercado tem falado muito sobre um acordo en-tre a Dow e a Ford. Como funcionará essa parceria?MO - A parceria entre a Ford e a
Dow Automotive Systems, unida-
de de negócio da Dow Chemical,
se dará em prol da realização de
pesquisas e aplicação de compos-
tos de fibra de carbono em veí-
culos de alto volume. O acordo
foi fechado nos Estados Unidos e
visa à redução do peso dos veícu-
los para aumentar a economia de
combustível.
A redução do peso dos veículos,
com foco no design inteligen-
te e no material utilizado, tem
sido uma prioridade para a Dow
Automotive Systems. A parceria
com a Ford em compostos de fi-
bra de carbono é um passo ló-
gico dentro desse processo para
ampliar o uso de polímeros leves
de alta resistência e tecnologia
de solda estrutural. A meta da
Ford é eliminar cerca de 340 kg
dos veículos até o fim da década.
A Dow Chemical já desenvolve
compostos de fibra de carbono em
parceria com o fabricante de fibra
de carbono AKSA, da Turquia, e o
Laboratório Nacional Oak Ridge,
do Departamento de Energia dos
Estados Unidos. A expectativa é
de que os componentes de fibra de
carbono comecem a ser utilizados
nos veículos da Ford no fim desta
década, contribuindo para elevar
os níveis de eficiência a mais de
21 quilômetros por litro.
PP - Quais as oportunida-des que a Dow enxerga no Brasil, nos próximos anos? MO - Os dois centros de tecnolo-
gia recentemente inaugurados em
Jundiaí, no estado de São Paulo,
servem como exemplos de inves-
timentos atuais em pesquisa e de-
senvolvimento da Dow no Brasil.
Esta é uma das razões pelas quais estamos tendo tanta paciência
Diretor de Relações Institucionais da Dow, Marconi Oliveira
Foto
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Lim
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Ag.
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19Primeira Página
Um deles tem como foco o de-
senvolvimento de aplicações em
plásticos e o outro, soluções em
poliuretano. São centros de alta
tecnologia, com equipamentos de
última geração, onde os clientes
podem testar novas soluções e
encontrar maneiras de tornar seus
processos mais produtivos.
Novas e variadas tecnologias estão
sendo desenvolvidas no Centro de
Tecnologia e Desenvolvimento
para Termofixos, conjuntamente
com clientes brasileiros. Entre as
atividades recentes, destacamos
pesquisas e testes para o desenvol-
vimento de agentes de expansão
de nova geração, menos nocivos
ao meio ambiente e com menos
emissões de gases de efeito estufa.
Há muitos outros projetos em an-
damento, como pesquisas para
fatores de isolamento mais ade-
quados e que garantam maior
eficiência energética, espumas
flexíveis especiais, soluções em
químicos para proteção e preser-
vação de pisos e estruturas de
grandes obras de infraestrutura,
além de adesivos mais resistentes
para aplicação automotiva. O cen-
tro contribui totalmente para o de-
senvolvimento e a formulação de
sistemas completos de poliuretano
e epóxi. O foco da unidade é o for-
necimento de soluções inovadoras
e personalizadas, para clientes em
todo o mundo, por meio de seus
negócios de Energia Alternativa &
Compósitos, Eficiência Energética,
Infraestrutura, Moldes e Adesivos
Industriais.
Além disso, o grande e recente in-
vestimento na joint-venture com a
Mitsui destaca ainda mais o nosso
compromisso com o Brasil e com
o desenvolvimento de negócios e
soluções mais sustentáveis.
PP - A venda de quatro unidades (nos EUA e na Europa) para a Braskem terá impacto no mercado brasileiro de polipropileno? Qual foi o valor do negócio?MO - A decisão de venda do ne-
gócio global de polipropileno da
Dow para a Braskem está integral-
mente alinhada com a sua estraté-
gia de negócios de focar em áreas
de maior retorno e que proveem
soluções de alta performance para
mercados em forte crescimento. A
Dow acredita na concorrência sau-
dável e considerou positivo que o
desenvolvimento do negócio de
polipropileno fosse direcionado
para outra companhia. Não divul-
gamos o valor da negociação.
PP – Por que a unidade na Bahia foi fechada?MO - Como parte das metas de
meio ambiente, saúde e segurança
da Dow, a companhia vem elevan-
do os padrões de segurança para
as operações ao redor do mundo.
A Dow fez investimentos signifi-
cativos na fábrica de tolueno dii-
socianato (TDI) de Camaçari, para
aumentar a segurança da planta.
No entanto, uma recente avalia-
A produção de biopolímeros será o maior investimento da Dow no Brasil
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20 Primeira Página
ção de risco obrigatória demons-
trou que a planta de TDI, para
continuar atendendo aos requisi-
tos legais e alcançar os padrões
mais rigorosos da Dow, necessi-
taria de investimentos adicionais
importantes. A planta, porém,
não tem sido lucrativa nos últimos
anos. Os investimentos adicionais
requeridos tornariam a operação
economicamente inviável.
Finalmente, no período neces-
sário para a implementação de
novos investimentos, a opera-
ção da planta atingiria um nível
de risco considerado inaceitável
pela Dow. Em respeito a valores
que consideramos essenciais, de-
cidimos não reiniciar a planta,
fechando-a permanentemente.
PP - Havia problemas com as políticas de meio am-biente da empresa? MO - Não. A sustentabilidade é
um dos nossos valores essenciais.
A Dow segue os mais rigorosos
padrões, para garantir operações
seguras e relacionamentos produti-
vos com todos os seus stakeholders.
PP – Quantos trabalhado-res foram demitidos? Que tipo de assistência a empre-sa deu a essas pessoas?MO - Os 123 empregados da uni-
dade foram notificados da decisão
no dia 2 de abril de 2012, data do
anúncio do fechamento. A Dow
Brasil está se esforçando para mi-
nimizar o impacto na vida desses
profissionais, o que inclui realo-
cação para outras unidades, pa-
cote de benefícios e serviços de
recolocação em outras empresas
(outplacement).
PP - Quantas fábricas da Dow serão fechadas em todo o mundo? Há previsão
de outros fechamentos no Brasil? Quantos empregos serão cortados de um modo geral?MO - No total, serão quatro fábri-
cas. Uma delas em Terneuzen, na
Holanda, e outras três que produ-
zem soluções da marca STYROFO-
AM para isolamento, localizadas em
Estarreja (Portugal), Balatonfuzfo
(Hungria) e Charleston (Illinois).
Essas ações deverão acontecer ao
longo dos próximos dois anos.
Não há previsão de outros fecha-
mentos no Brasil. A Dow reitera
seu compromisso de longo prazo
com o País, atendendo a distin-
tos mercados por meio de suas 15
unidades fabris (as maiores delas
localizadas em Aratu, na Bahia,
e Guarujá, em São Paulo), cinco
centros de pesquisa e quatro es-
critórios (dois em São Paulo, o re-
cém-aberto no Rio de Janeiro e um
em Ribeirão Preto). Só em 2011, a
Dow criou mais de 200 novos em-
pregos no Brasil, aumentando em
10% a sua força de trabalho.
A planta de Camaçari não tem sido lucrativa
nos últimos anos
Fábrica da Dow pode até mesmo receber grandes navios
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22 Primeira Página
COMÉRCIO INTERNACIONAL
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23Primeira Página
O passo a passo da importação de produtos
A importação de produtos requer
da companhia importadora uma
série de conhecimentos sobre as
exigências administrativas, adu-
aneiras e cambiais existentes. O
planejamento prévio da atividade
é imperativo para que se evitem
prejuízos, e a primeira providên-
cia, neste caso, é obter os registros
necessários à participação no co-
mércio internacional.
Os primeiros passosA empresa interessada em impor-
tar deve se habilitar junto à Recei-
ta Federal no Sistema Integrado
de Comércio Exterior (Siscomex).
“Trata-se de um instrumento ad-
ministrativo que integra as ati-
vidades de registro, acompanha-
mento e controle das operações de
Quando se fala em comércio exterior, a primeira preocupação do governo é com a balança comercial. O ideal, para qualquer país, é que haja um superávit da balança, ou seja, mais exportação do que importação. Isto não significa, porém, que a importação seja nociva à economia de uma nação. “Muitos são os motivos para que uma empresa importe produtos. Pode ser a necessidade de se obter máquinas mais avançadas que as nacionais, mais baratas ou de melhor qualidade”, explica o economista Isaías Santana Júnior.
Quais são as principais etapas de um processo de importação?
• Identificação do produto e
classificação fiscal
• Registro no Siscomex
• Solicitação de cotação
internacional
• Informação sobre trata-
mento administrativo
• Cálculo de custo de impor-
tação
• Câmbio e pagamento inter-
nacional
• Logística
• Despacho aduaneiro de
importação
Fonte: Centro das Indústrias do Estado de São Paulo
comércio exterior, através de um
fluxo único, computadorizado, de
informações”, conta Isaías.
Também deve ser providenciada
a habilitação de uma pessoa físi-
ca para a prática de exportação
e importação no Siscomex e o
credenciamento dos respectivos
representantes para a prática de
atividades relacionadas com o
despacho aduaneiro. Existe ainda
o Registro de Exportadores e Im-
portadores (REI). “É um cadastro
da Secretaria de Comércio Exte-
rior, que credencia o exportador
ou o importador a processar suas
operações no Sistema Integrado
de Comércio Exterior. A inscrição
ocorre no ato de sua primeira ope-
ração de exportação ou importa-
ção no sistema”, diz.
24 Primeira Página
Despacho aduaneiroO despacho aduaneiro é o
procedimento que verifica a
exatidão dos dados declara-
dos pelo importador em rela-
ção à mercadoria importada,
aos documentos apresentados
e à legislação específica, com
vistas ao seu desembaraço
aduaneiro. Os documentos
que instruem o despacho adu-
aneiro são:
a) Conhecimento de Carga -
emitido pelo exportador ou
equivalente.
b) Fatura Comercial - emitida
pelo exportador.
c) Darf - documento de Arre-
cadação de Receitas Federais,
utilizado no recolhimento dos
impostos e demais valores
devidos. Atualmente, o paga-
mento dos impostos é realiza-
do por meio de débito auto-
mático, para casos registrados
no Siscomex.
d) Licença não Automática de
Importação - fornecida pelo
importador, nos casos previs-
tos pela legislação.
“Mas outros documentos po-
derão ser exigidos, em de-
corrência de acordos inter-
nacionais ou de legislação
específica”, alerta Isaías.
Identificando o fornecedorConforme Isaías, a definição de
quem e de onde importar deve
ser estabelecida em um “Plane-
jamento Estratégico de Importa-
ção”, elaborado de acordo com
as necessidades e os objetivos da
empresa importadora, agrupando
de forma estratégica, em um úni-
co relatório, todas as informações
sobre quantidade a ser importa-
da, periodicidade, formas de pa-
gamento e condições.
O planejamento deve conter os
dados referentes a mercados po-
tenciais, movimentação mundial
e brasileira do produto, análise
dos países que compram e ven-
dem, origem das importações
brasileiras (análise de concor-
rência) e preço médio praticado.
Essas informações auxiliam na
redução do número de possíveis
países fornecedores. “Com uma
lista reduzida é possível fazer a
análise logística, verificar a exis-
tência de acordos comerciais com
o Brasil e checar as alíquotas dos
impostos incidentes na impor-
tação. São dados fundamentais
para a composição do custo do
produto”, afirma o economista.
Ao selecionar um fornecedor é
importante considerar sua ca-
pacidade produtiva, prazos e
condições de entrega, preço, car-
teira de clientes, especificações
do produto, atuação nos merca-
dos interno e externo. “Solicite
amostras, catálogos e, sempre
que possível, procure conhecer
pessoalmente o fornecedor e as
instalações de sua fábrica. O re-
lacionamento pode ser iniciado
com embarques pequenos, que
lhe permitirão analisar o cumpri-
mento dos prazos e a qualidade
do produto”, orienta.
Como regra geral, as importações
brasileiras estão dispensadas de
licenciamento. Basta que os im-
portadores providenciem o regis-
tro da Declaração de Importação
(DI) no Siscomex, para iniciar
os procedimentos de despacho
aduaneiro junto à unidade local
da Receita Federal. No entanto,
alguns produtos são exceções a
esta regra e exigem um licencia-
mento de importação. As compa-
nhias devem checar previamente
no Siscomex ou no Ministério do
Comércio Exterior a lista de itens
que precisam de licenciamento
ou cuja importação é proibida.
Foto
: Fo
tolia
25Primeira Página
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26 Primeira Página
LOGÍSTICA
Guerra dos portos termina após prejuízo de R$ 80 biem 2011Uma guerra travada entre alguns dos estados brasileiros, na qual os feridos eram as unidades federativas que não participavam das batalhas e a indústria nacional. Assim pode ser defini-da a chamada “guerra dos portos”, que custou cerca de 80 bilhões de reais em 2011 e impediu a criação de 915 mil empregos desde 2005. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) estima que, sem a “guerra”, o PIB brasileiro poderia ter alcançado um crescimento 0,6% maior que o do ano passado.
Foto
: Fo
tolia
27Primeira Página
O diretor da Associação de Usu-
ários de Portos da Bahia, Paulo
Villa, explica à revista Primeira
Página como funciona a briga:
“Certos estados concedem bene-
fícios fiscais a produtos impor-
tados que entrem no Brasil por
seus portos. Desse modo, estados
como Espírito Santo, Santa Ca-
tarina e Pernambuco diminuem
suas alíquotas de ICMS para que
os importadores façam a opção
de trazer os produtos estrangeiros
por via marítima, através de suas
fronteiras”, explica.
Felizmente, a guerra está com os
dias contados. O Senado Federal
aprovou em abril uma resolução
que fixa em 4% a alíquota de
ICMS para produtos que entram
por um estado e são consumidos
em outros. O novo valor começa a
valer no dia 1º de janeiro de 2013.
Atualmente a alíquota nacional
para esse tipo de transação é de
12%, mas há estados que chega-
ram a cobrar apenas 3% de ICMS,
por conta dos incentivos fiscais.
Assim, alguns produtos impor-
tados entravam no Brasil até 6%
mais baratos, prejudicando a in-
dústria nacional.
Bahia também é vítimaEmbora não participasse direta-
mente da guerra fiscal, a Bahia
era um dos estados prejudica-
dos com essa briga. Isso porque
Pernambuco concede, através do
Programa de Incentivo à Ativi-
dade Portuária, uma redução do
ICMS de importação de 5% (caso
o produto seja importado pelo
porto de Recife, esse valor cai
para 4%). Na Bahia, a mesma alí-
quota é de 17%.
“Como somos o maior mercado
consumidor do Nordeste, sempre
fomos prejudicados pelos incenti-
vos fiscais dos estados vizinhos.
A partir de 2013, com o fim dessas
distorções, a tendência será au-
mentarmos a arrecadação”, conta
à Primeira Página o superinten-
dente de administração tributária
da Secretaria da Fazenda do Es-
tado da Bahia, Cláudio Meirelles.
Benefícios para o estadosão limitadosApesar de o governo e a indús-
tria baiana comemorarem o fim
do problema, muitos especialistas
acreditam que o aumento da de-
manda acontecerá em grande par-
te nos estados do Sul e Sudeste,
principais mercados consumido-
res do Brasil. Mas a proximidade
geográfica é apenas um dos fato-
res que afetarão esse rearranjo na
distribuição das importações. “Os
portos mais eficazes conseguirão
se sobressair. O importador, a
partir de agora, levará em consi-
deração a qualidade dos serviços
portuários, as facilidades adu-
aneiras, além das tarifas e taxas
Letrox, cada vez maisacreditando em
um futuro melhor.Nossa força é a sua energia.
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Painéis de Distribuição em geral
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Manutenções
Preventivas e Corretivas de Painéis BT e AT/MT;
Cabines Primárias;
Retrofit / Adaptações (Modernização
dos equipamentos e circuitos
dos Painéis / Cabines);
Especialistas acreditam que o
aumento da demanda acontecerá em
grande parte nosestados do Sul e
Sudeste, principais mercados consumido-
res do Brasil
28 Primeira Página
Consequências da guerra dos portos, segundo a Fiesp
• Entre 2000 e 2011, a participação das importações dos estados
que fornecem benefícios, no total nacional, aumentou de 11,8%
para 22,1%.
• Estima-se que pelo menos 10 estados pratiquem esse tipo de
política e que isso tenha custado à economia nacional, por baixo,
desde que essas práticas tiveram início, 915 mil empregos.
• Em sua totalidade, os benefícios garantidos por esses estados aos
produtos importados reduziram o crescimento do PIB nacional em
R$ 26,7 bilhões – o que é superior ao PIB total de unidades fede-
rativas como Alagoas e Sergipe ou de cidades como Campinas/SP,
Fortaleza/CE e Camaçari/BA.
• Em 2011, o Pró-Emprego (benefício de Santa Catarina) foi sus-
penso e a participação daquele estado nas importações nacionais
parou de crescer, o que deixa claro o potencial do benefício como
incentivo à importação.
• Os produtos importados ficam pelo menos 6% mais baratos de-
vido ao impacto dos benefícios fiscais concedidos pelos estados, o
que anula a competitividade do produto nacional, desestimulando
a inovação e os investimentos das empresas nacionais.
cobradas”, afirma Paulo Villa.
Neste aspecto, o diretor da Usuport
diz que a Bahia continuará perden-
do para os estados vizinhos. “Nos-
sos portos não têm estrutura sufi-
ciente para absorver um aumento
de demanda. Não há linhas sufi-
cientes nem conexão para todos os
blocos econômicos com os quais
mantemos negócios”, conta. Uma
estimativa da Associação mostra
que em 2011 a espera anual para
atracação de navios nos portos
públicos do estado totalizou 2.578
dias, gerando custo adicional da
ordem de US$ 62 milhões.
Prejudicados com o fim da guerra podem pegarempréstimos do BNDESDe acordo com a Agência Brasil,
os estados afetados pelo fim da
guerra dos portos terão direito a
pegar até R$ 7,5 bilhões do Ban-
co Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) para
financiar obras de infraestrutura
e investimento produtivo. O Con-
selho Monetário Nacional (CMN)
autorizou a criação da linha de
crédito, que irá vigorar até 2016.
As condições do financiamento,
como juros, carência e prazo de
pagamento, serão regulamentadas
futuramente pelo Conselho Mone-
tário Nacional. Para ter direito ao
crédito, no entanto, os estados
deverão apresentar ao BNDES es-
tudos sobre como pretendem apli-
car os recursos.
Estima-se que os portos de Itajaí
(SC), Paranaguá (PR) e Vitória
(ES) terão uma redução na de-
manda de 25%, 15% e 30%, res-
pectivamente. O governador de
Santa Catarina, Raimundo Colom-
bo, calcula que as perdas na arre-
cadação do estado cheguem a 950
milhões de reais. Já o governo de
Goiás prevê uma redução de R$
800 milhões.
Cláudio Meirelles, da Sefaz: “Sempre fomos prejudicados pelos incentivos fiscais dos estados vizinhos”
Foto
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29Primeira Página
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30 Primeira Página
AGRONEGÓCIO
Indústria do coco gera um milhão de empregos no País
Ele é praticamente um símbolo de
férias. Para o Nordeste, é um garo-
to-propaganda de suas praias e já
virou até mesmo decoração de te-
lefones públicos. Algumas pesso-
as chegam a dizer que, para matar
a sede, não há nada melhor que
a sua água. Sim, estamos falan-
do do coco. “Mas trata-se de um
fruto que vai além de todos esses
benefícios e que movimenta uma
indústria com faturamento anual
de R$ 350 milhões”, revela à revis-
ta Primeira Página o presidente do
Sindicato Nacional dos Produtores
de Coco do Brasil, Francisco Porto.
O Brasil produz anualmente dois
bilhões de cocos. Desse total,
50% se destina à indústria, onde
se transforma em uma grande va-
riedade de produtos culinários.
Apesar dos números vultosos, o
País participa com apenas 15%
da produção mundial de coco,
sendo a Bahia o maior produtor
nacional, com 75 milhões de fru-
tos por ano. A Região Nordeste
concentra 82% do total de área
plantada e 69% do valor total do
coco produzido.
A produção de água de “coco anão” cresce 5% ao ano
Foto
: M
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Her
rera
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ng
31Primeira Página
Importância socialNo Brasil, a cultura do coco é res-
ponsável por mais de um milhão
de empregos, em sua maioria de
pequenos agricultores familiares.
Na Bahia, são 40 mil proprieda-
des, que geram 200 mil empregos.
“As 224 mil propriedades produ-
toras do fruto no Brasil têm, em
média, 10 hectares. Apenas 3% da
produção nacional está em gran-
des propriedades, o que significa
que é a população de baixa renda
a maior beneficiada com essa cul-
tura”, conta Porto.
Outro benefício para o trabalha-
dor rural é que o coco pode ser
produzido concomitantemente à
realização de outras atividades.
“Quem planta coqueiros pode
também criar caprinos, por exem-
plo. Uma renda vai se somando a
outra”, explica.
Concorrência predatóriaDe acordo com o presidente do
Sindcoco, o principal desafio do
setor é a concorrência com os
produtores asiáticos. “É uma con-
corrência desleal, já que o coco
produzido na Ásia é de baixa qua-
lidade”, diz. Curiosamente, o Bra-
sil também não consegue exportar
a sua produção. “O fruto asiático é
mais barato porque não serve para
consumo humano e não obedece
aos mesmos padrões sanitários e
trabalhistas da legislação brasilei-
ra.”, complementa.
Um produtor asiático ganha, em
média, 32 dólares por mês com o
cultivo do fruto. O produtor bra-
sileiro, por sua vez, recebe dez
vezes mais que isso. “Temos ima-
gens feitas em alguns locais onde
se produz o coco na Ásia e que
comprovam as condições de mi-
séria, sujeira e perigo à vida e ao
meio ambiente”, reclama.
O Brasil é o maior produtor de
“coco anão” do mundo, que é
aquele que estampa os folhetos
de turismo e cuja água é muito
apreciada por aqui. “Isso também
é um problema. Não consegui-
mos exportar esse fruto porque
o consumo de água de coco é
praticamente uma exclusividade
brasileira”, explica Porto. Como
resultado, a balança comercial da
indústria do coco é negativa. O
Brasil importa, por ano, seis mil
toneladas de coco ralado (limite
máximo de importação imposto
pelo governo federal para proteger
a indústria nacional, válido até
agosto deste ano).
A produção de coco seco tem se
mantido estável nos últimos anos.
O que tem crescido, pela falta de
concorrência internacional, é a
produção de água de coco, com
um aumento médio de 5% ao
ano. Uma boa notícia para o setor
foi a inclusão do fruto, em 2012,
na lista de exceções do Mercosul.
Agora, o coco importado é taxado
com uma Tarifa Externa Comum
de 55% (contra os 10% que vigo-
ravam anteriormente).
Outra boa notícia vem da Ásia.
Segundo o pesquisador da Em-
brapa - Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Humber-
to Rolemberg Fontes, tem havido
um aumento na demanda interna
por coco, nos países produtores
daquele continente, o que pode
diminuir sua capacidade de ex-
portação. “Sabemos também que
as áreas plantadas em muitos des-
ses países estão em declínio e sem
perspectiva de renovação. Isso
pode representar um cenário me-
nos problemático para a produção
nacional”, prevê.
Na Bahia, 40 mil propriedades geram 200 mil empregos
A indústria do coco seco movimenta R$ 350 milhões por ano no Brasil
Foto
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2000
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ng
32 Primeira Página
ESPECIAL POLO
Foto
: D
ivul
gaçã
o C
ofic
33Primeira Página
Polo de Camaçari comemora aniversário com oportunidades de investimentos
A força do Polo pode ser expres-
sa em números. São mais de 90
empresas instaladas, com capaci-
dade para produzir 12 milhões de
toneladas/ano de produtos petro-
químicos, 240 mil toneladas de co-
bre eletrolítico, 300 mil veículos,
quase 10 milhões de pneus e 460
mil toneladas de celulose. “E os
números são igualmente expressi-
vos no que se refere a absorção de
mão de obra, pois são 15 mil em-
pregos diretos e 30 mil indiretos”,
revela o superintendente.
O complexo fatura anualmente
US$ 15 bilhões, é responsável por
20% do Produto Interno Bruto da
Bahia e por 90% da arrecadação
tributária de Camaçari, (o mu-
nicípio arrecadou no exercício
de 2011, 700 milhões de reais).
Cerca de 30% das exportações
do estado saem do Polo. “A cada
ano, as indústrias daqui pagam
mais de um bilhão de reais em
ICMS para o estado da Bahia”,
complementa Mauro.
Apesar de a grande maioria das
empresas instaladas na localida-
de pertencerem aos segmentos
químico/petroquímico (40 unida-
des) e automotivo (27 unidades),
o Polo concentra também compa-
nhias dos setores têxtil, de meta-
lurgia do cobre, celulose, fertili-
zantes, bebidas e serviços.
Integração e compartilhamentoNo Polo de Camaçari, todas as
empresas estão ligadas entre si
e à Unidade de Insumos Básicos
da Braskem, através de uma rede
de dutos. Essa rede possibilita o
transporte de produtos químicos lí-
No dia 29 de junho a Bahia e o Brasil comemoraram o aniversário de um empreendimento que mudou a economia da Região Nordeste: o Polo Industrial de Camaçari. E mesmo após 34 anos de atividade, o Complexo continua a mostrar vigor econômico e oferecer oportunidades para grandes indústrias e empreendedores de todo o mundo. “Até 2015 serão investidos US$ 6,5 bilhões no espaço, com destaque para a chegada do Projeto de Ácido Acrílico da Basf”, conta à revista Primeira Página o superintendente-geral do Cofic, Mauro Pereira.
34 Primeira Página
em casos de emergência; o Plano
de Emergência da Comunidade
(PEC); e o Centro de Treinamen-
to para Controle de Emergências
(CTCE)”, explica o superintenden-
te da associação.
Há ainda um programa de forma-
ção de operadores, cursos diversos
em áreas de interesse das associa-
das, o conselho comunitário do
Polo e o Programa Fábrica de Flo-
restas, voltado para a restauração
de áreas ambientalmente degrada-
das, com ênfase no Anel Florestal
de Camaçari e Dias D´Ávila.
Controle e proteção ambientalUm dos maiores diferenciais do
complexo é o sistema de controle
e gestão ambiental. “O Polo pos-
sui uma licença ambiental coleti-
va, concedida em nome do Cofic,
com condicionantes gerais para
todas as empresas. Isso facilita o
quidos e gasosos, utilidades (água,
vapor, ar de serviço, ar de instru-
mento, entre outros) e efluentes
líquidos que são enviados para
tratamento na Cetrel. Os dutos
também fazem a ligação do Polo
de Camaçari com o Porto de Aratu,
a Refinaria Landulpho Alves e o
Polo Cloroquímico de Alagoas.
Para organizar as ações coletivas
das indústrias, o Polo conta com
o Comitê de Fomento Industrial
de Camaçari – Cofic. A associação
desenvolve programas e ativida-
des baseados em um conceito de
atuação condominial. “Temos o
Plano de Auxílio Mútuo, através
do qual uma empresa conta com a
ajuda das demais em situações de
emergência; o Programa de Aten-
dimento Médico de Emergência –
Pame; o Plano de Contingência do
Polo (PCP), que orienta a evasão
de pessoas para pontos seguros,
Principais matérias-primas disponíveisA Unidade de Insumos Básicos
da Braskem recebe derivados
de petróleo da Refinaria Lan-
dulpho Alves, principalmente
nafta, e os transforma em ete-
no, propeno, benzeno, tolue-
no, butadieno, xileno, solven-
tes e outros.
processo de obtenção e renovação
das licenças ambientais individu-
ais, pois atende antecipadamente
a uma série de exigências, leis e
normas”, explica Mauro Pereira.
Outra vantagem do procedimen-
to é dispensar o empreendedor
de realizar o estudo de impacto
ambiental na área coberta pela
licença coletiva.
A preocupação com o impacto am-
biental existe no Polo desde a sua
Foto
: D
ivul
gaçã
o C
ofic
35Primeira Página
fundação. Por isso, quem também
comemora aniversário em junho é
a Cetrel, empresa responsável pelo
tratamento dos efluentes líquidos
e resíduos sólidos gerados pelo
complexo. Assim como as indús-
trias, a empresa também se atu-
alizou nesses 34 anos. “Desde o
início da década de 90, nós come-
çamos a fazer o monitoramento
ambiental, que abrange o ar e os
recursos hídricos do entorno, além
da área de influência do emissário
marítimo”, conta o diretor de pro-
dutos da companhia, Demosthe-
nes Carvalho.
Incentivos fiscaisOs governos estadual e federal
oferecem uma série de incentivos
fiscais para quem quer implantar
um empreendimento no Polo In-
dustrial de Camaçari. Conheça os
principais incentivos estaduais:
• Programa de Desenvolvimento
Industrial e de Integração Eco-
nômica – Desenvolve (Lei nº
7980/01 e Decreto nº 8205/02)
Benefícios: desoneração do
ICMS e ampliação do prazo de
pagamento
• Incentivo às Indústrias Pe-
troquímicas – competitividade
e consolidação (Decreto nº
11059/08)
Benefício: redução da carga
tributária do ICMS da nafta de
17% para 12% (caso a nafta seja
importada, a carga diminui de
6,8% para 5,8%) e dos demais
produtos petroquímicos de 17%
para 12%.
• Crédito Presumido (Decreto nº
6734/97)
É aplicado nas operações de saída
dos seguintes produtos monta-
dos ou produzidos na Bahia, nos
respectivos percentuais:
- Veículos automotores, bicicletas
e triciclos, pneumáticos e acessó-
rios: 75% do imposto incidente
nos cinco primeiros anos e 37,5%
do sexto ao 10º ano de produção.
- Calçados, seus insumos e com-
ponentes; bolsas, cintos, bolas
esportivas, artigos de malharia e
seus insumos: até 99% do impos-
to incidente, no período de até 20
anos de produção.
- Móveis: até 90% do imposto
incidente, no período de até 15
anos de produção.
- Preservativos: 70%, nos primei-
ros 10 anos de produção.
- Fiação e tecelagem: até 90%, nos
primeiros 15 anos de produção.
- Azulejos e pisos: até 85%, nos
primeiros 10 anos de produção.
Além desses, o investidor pode
requerer os incentivos federais,
por meio da Sudene:
• Redução do Imposto de Renda
Pessoa Jurídica (IRPJ)
Benefício: redução de até 75% do
imposto (por até 10 anos) para
novos empreendimentos e de
12,5% para empreendimentos que
já existam (até o ano de 2013).
• Reinvestimento do IRPJ
Benefício: reinvestimento de 30%
do imposto devido em projetos de
modernização, até 2013.
OportunidadesO Governo da Bahia, o Cofic e a
Secretaria da Indústria, Comércio
e Mineração indicam uma série
de produtos que podem ser fabri-
cados no Polo e que possuem boa
demanda no Brasil e no mundo.
Polo Acrílico da BasfUm investimento superior a
R$ 1 bilhão de reais prome-
te inaugurar um novo ciclo
virtuoso na indústria baiana.
Trata-se da criação do Polo
Acrílico de Camaçari, iniciati-
va da Basf. A empresa cons-
truirá na cidade um comple-
xo para a produção de ácido
acrílico, acrilato de butila e
polímeros superabsorventes
(SAP). “Será uma planta de
escalas globais, com capa-
cidade produtiva suficiente
para atender à demanda não
somente do Brasil, mas de
toda a América do Sul”, conta
o diretor do negócio de quí-
micos industriais da Basf para
a América do Sul, Carlos Eg-
gers. O novo complexo indus-
trial deve começar a operar
no último trimestre de 2014.
O superintendente-geral do Cofic,Mauro Pereira.
Foto
: D
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gaçã
o
36 Primeira Página36 Primeira Página
37Primeira Página
38 Primeira Página
Produto Aplicações mercadológicasMatéria-prima disponível
no Polo de Camaçari
Borracha de butadieno
estireno
- Calçados
- Mochilas
- Colas e adesivos
- Fios e cabos
- Pneumáticos
- Butadieno
- Estireno
Polibutadieno - Calçados
- Mochilas
- Colas e adesivos
- Fios e cabos
- Pneumáticos
- Butadieno
Cumeno - Fenol
- Acetona
- Benzeno
- Propeno
Fenol - Desinfetantes
- Resinas e polímeros
- Ácido pícrico
- Aspirina
- Hidroquinona
- Tolueno
- Benzeno
- Gás clorídrico
Acetona - Gomas
- Ceras
- Resinas
- Gorduras
- Graxas
- Óleos
- Corantes
- Propeno
- Isopropil álcool
Ácido adípico - Lubrificantes
- Adesivos
- Tintas e resinas
- Espumas
- Aplicações alimentares e de de-
tergência
- Ácido nítrico
- Ciclohexano
Acetato de vinila / po-
livinila
- Revestimentos
- Tintas
- Selantes
- Adesivos
- Produtos de construção
- Tapetes
- Goma de mascar
- Pastilhas
- Revestimentos
- Eteno
- Ácido acético
Sais de manganês - Alimentação humana
- Agente oxidante
- Pilhas e baterias
- Indústria farmacêutica
- Corante para produtos têxteis
- Ração animal
- Fungicida
- Pigmento para indústria cerâmica
- Componentes eletrônicos
- Fertilizantes
- Pirolusita
- Ácido sulfúrico
- Ácido nítrico
- Amônia
- Dióxido de carbono
JAC Motors pode atrair até 400 novos fornecedores para o PoloOutro grande investimento
que desembarca no Polo de
Camaçari nos próximos anos
vem da China. A indústria au-
tomotiva JAC Motors investi-
rá R$ 900 milhões no estado,
para construir uma fábrica
com capacidade de produção
de 120 mil veículos por ano.
A expectativa é de que sejam
gerados 3,5 mil empregos dire-
tos. Mas, de acordo com o vi-
ce-presidente da JAC, Tarcísio
Telles, as boas notícias não pa-
ram por aí, uma vez que para
operar com plena capacidade
a indústria poderá trazer cer-
ca de 400 novos fornecedores
para o estado.
Polo produzirá fio de altaresistência paraexploração do pré-salA Braskem apresentou em
maio uma grande novida-
de que será bastante util
na exploração da camada
do pré-sal: a fibra de UTEC
(polietileno de ultra-alto
peso molecular). Ela é sete
vezes mais leve que o aço
(matéria-prima utilizada para
a confecção dos cabos de an-
coragem das plataformas de
petróleo) e demandou inves-
timentos de R$ 7 milhões. A
empresa já está desenhando o
projeto da planta para a pro-
dução industrial da fibra.
Fonte: SICM, Governo da Bahia
39Primeira Página
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Alguns Clientes da Hidrocon:
40 Primeira Página
ECONOMIA
Poupança rende mais que a maioria dos fundos de investimento
A situação se complica ainda mais
com as alterações nas regras da
poupança, feitas pelo governo fe-
deral no início de maio. De acordo
com as novas regras, sempre que
a taxa Selic ficar em um patamar
igual ou inferior a 8,5% ao ano, a
remuneração da poupança – que
era de 6,7% ao ano mais TR (taxa
referencial) – passa a ser bem me-
nor: 70% da Selic mais TR. Será
que diante dessa nova realidade,
O Banco Central anunciou, no final de maio, mais uma queda na taxa Selic. O novo índice, fixado em 8,5%, é o mais baixo de toda a série histórica do banco, que começou em 1986. Embora as constantes diminuições da Selic tenham efeitos positivos na economia, como re-dução dos juros bancários e maior oferta de crédito, os novos valores diminuem os ganhos de quem investe na poupança e nos fundos de investimento.
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41Primeira Página
inédita para a economia brasilei-
ra, ainda é vantajoso investir na
poupança?
Para o economista Pedro Gomes,
do Conselho Regional de Eco-
nomia da Bahia, não existe res-
posta fácil para esta pergunta.
“Depende de quanto é a taxa de
administração dos fundos de ren-
da fixa. Alguns fundos têm taxa
competitiva e outros nem tanto.
Mas a poupança ainda é uma boa
alternativa na maioria dos casos”,
afirma em entrevista à Primeira
Página.
Ainda segundo o economista, o
governo precisou diminuir a atra-
tividade da poupança para evitar
uma migração em massa de inves-
tidores para essa modalidade de
investimento. “Seria ruim para a
União, já que o governo se finan-
cia com o dinheiro que está in-
vestido nos fundos de renda fixa.
Esses fundos possuem títulos da
União”, conta.
Rendimentos dos fundosTanto a poupança antiga quanto
a nova ganham em rentabilida-
de da maioria dos fundos de in-
vestimento. Com a Selic atual, a
poupança só perde para os fun-
dos, independentemente do pra-
zo de resgate, quando a taxa de
administração for de 0,5% ao ano
(normalmente para aplicações
maiores que R$ 50 mil). Vale lem-
brar que sobre os rendimentos da
poupança, ao contrário dos fun-
dos de investimento, não incorre
imposto de renda nem há taxas de
administração.
As tabelas a seguir, criadas pela
Associação Nacional dos Executi-
vos de Finanças, Administração e
Contabilidade (Anefac), demons-
tram o rendimento líquido mensal
dos fundos de renda fixa, levan-
do-se em contas a Selic atual. Na
elaboração dos infográficos foram
considerados os prazos de investi-
mento e respectivos impostos:
Prazo de Resgate 0,50%
0,50%
0,49%
0,47% 0,44%
0,44%
0,41%
0,41%
0,46% 0,43%
0,45% 0,42%
0,40%
0,39%
0,39%
0,37%
0,36%
0,46%
0,48%
0,49%
0,50%
0,52%
0,52%
0,53%
0,55%
1,00% 1,50% 2,00% 2,50% 3,00%
Até 6 meses
Entre 6 meses e 1 ano
Entre 1 ano e 2 anos
Acima de 2 anos
Taxa de Administração ao ano
Prazo de Resgate 0,50%
0,50%
0,49%
0,47% 0,44%
0,44%
0,41%
0,41%
0,46% 0,43%
0,45% 0,42%
0,40%
0,39%
0,39%
0,37%
0,36%
0,46%
0,48%
0,49%
0,50%
0,52%
0,52%
0,53%
0,55%
1,00% 1,50% 2,00% 2,50% 3,00%
Até 6 meses
Entre 6 meses e 1 ano
Entre 1 ano e 2 anos
Acima de 2 anos
Taxa de Administração ao ano
- até seis meses, alíquota do im-
posto de renda de 22,50%;
- entre seis meses e um ano, alí-
quota do IR de 20,00%;
- entre um e dois anos, alíquota
do IR de 17,50%;
- acima de dois anos, alíquota do
IR de 15,00%.
• Poupança com regra antiga (rendimento de 6,7% ao ano mais TR) x Fundos de InvestimentoAs contas antigas da caderneta de poupança (aplicações realizadas
até o dia 3 de maio) terão um rendimento mensal de 0,52% ao mês
e 6,42% ao ano. Neste cenário, a poupança ganha de quase todos os
fundos de investimento (rendimentos marcados em amarelo), exceto
daquelas aplicações com prazo de resgate superior a 12 meses e taxa
de administração de 0,5% (marcadas em vermelho)
• Poupança com as novas regras (aplicações desde 4 de maio, com rendimento de 70% da Selic mais TR) X Fundos de Inves-timentoCom a Selic em 8,50% ao ano, as novas contas passarão a ter um
rendimento mensal de 0,49% ao mês e 6,14% ao ano. Apesar do
rendimento menor, a poupança ainda vence a maioria dos fundos de
investimento. Marcados em vermelho estão os rendimentos maiores
que a poupança e em amarelo os rendimentos que perdem para esse
tradicional modelo de aplicação.
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44 Primeira Página
CONSTRUÇÃO CIVIL
Bahia pode receber até R$ 66 bi para obras de infraestrutura
Mais de R$ 66 bilhões. Esse é o
montante que o governo federal
investirá na Bahia até 2016. A “as-
sombrosa” quantia representa cer-
ca de 20% de todo o investimento
planejado pela União para o Nor-
deste, no período. Os números são
resultado da pesquisa “Principais
Investimentos em Infraestrutura
no Brasil até 2016”, elaborada pela
Sobratema – Associação Brasileira
de Tecnologia para Equipamentos
e Manutenção. O estudo inclui
aportes financeiros do governo
federal em setores como energia,
transportes, combustíveis e sane-
amento, turismo, comércio e ma-
nufatura, bem como na infraestru-
tura esportiva associada à Copa do
Mundo e aos Jogos Olímpicos.
“Na Bahia, a maior parte dos in-
vestimentos será para o desenvol-
vimento da produção de petróleo,
obras na BR-101, expansão da
Ford, usinas hidrelétricas e turis-
mo”, afirma à revista Primeira Pá-
gina o diretor da Sobratema para o
estado da Bahia e de Sergipe, José
Luiz Vicentini. Em todo o Brasil,
R$ 1,35 trilhão será investido em
quase 10 mil obras. No ranking
nacional, a Bahia ocupa a quinta
posição, atrás do Rio de Janeiro
(R$ 355 bilhões previstos), São
Paulo (R$ 257 bi), Espírito Santo
(R$ 112 bi) e Ceará (R$ 84 bi).
DesconfiançaQuestionado pela reportagem
sobre onde estariam essas
obras, Vicentini opta por res-
ponder não como diretor da
Sobratema, mas como emprei-
teiro. “Os números são empol-
gantes, mas quando você ana-
lisa o ritmo de liberação das
verbas e dos licenciamentos
ambientais é impossível não
ficar com um pé atrás. Veja
a Ferrovia Oeste-Leste, por
exemplo. Com previsão de ser
inaugurada em 2014, apenas
5% dela está pronta, depois
de um ano de obras”, encerra.
Obras na Bahia
Total obras
Total obras valor R$ bi
Valor médio R$ mi
Obras pavimentação
Obras pavimentação valor R$ bi
Obras pavimentação médio R$ mi
Obras terraplanagem
Obras terraplanagem valor R$ bi
Obras terraplanagem médio R$ mi
BR NE BA
9702
1352,1
140,0
434
88,0
203,0
837
402,8
481,0
3773
320,5
85,0
111
12,6
114,0
189
129,7
686,0
661
66,4
101,0
30
4,4
148,0
63
15,2
241,0
O Diretor da Sobratema,José Luiz Vicentini
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46 Primeira Página
SEGURANÇA I
Instalações elétricas em canteiros de obras exigem cuidados especiaisNa indústria da construção civil o
choque elétrico é uma das princi-
pais causas de acidentes graves e fa-
tais, de acordo com o Ministério do
Trabalho e Emprego. A maior par-
te desses acidentes acontece pelo
uso inadequado de equipamentos
de proteção individual, excesso de
confiança do trabalhador ou por
instalações elétricas mal feitas.
“As mortes por corrente elétrica,
nos canteiros de obras, podem
ser evitadas com medidas simples
como a utilização de luvas, ócu-
los, capacetes e botas”, explica o
engenheiro elétrico e diretor da
Letrox Service, Cláudio Campos,
alertando para o fato de que seguir
rigorosamente as determinações
da legislação e do engenheiro de
projetos pode salvar vidas.
As empreiteiras têm à disposição
uma série de alternativas para
evitar acidentes com descargas
elétricas, como o isolamento das
partes vivas, colocação de barrei-
ras físicas que impeçam o acesso
dos empregados às áreas de risco
e distribuição dos dispositivos elé-
tricos em pontos fora do alcance
dos trabalhadores. “É importante
também que a obra esteja bem si-
nalizada, com avisos de perigo ou
alta tensão”, complementa o enge-
nheiro.
Instalações aéreas e subterrâneasUma dica particularmente impor-
tante nos canteiros de obras com
muita movimentação de pessoas,
máquinas e equipamentos pesa-
dos é a instalação dos equipamen-
tos elétricos em vias aéreas ou
subterrâneas. “A fiação deve estar
a uma altura ou profundidade que
não ofereça risco de contato mecâ-
nico, por exemplo, com um guin-
daste”, diz Cláudio Campos.
O engenheiro esclarece que a altu-
ra de um poste deve ser de três a
cinco metros. “Mas é preciso levar
em conta, no projeto, os serviços
especiais que utilizam equipa-
mentos de grandes dimensões e
que podem ultrapassar essa medi-
da”, complementa.
Se a opção for a instalação sub-
terrânea, é importante que o cabo
condutor seja colocado dentro de
um eletroduto. “Também é fun-
damental enterrar e concretar o
cabo”, conclui.
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Uso correto do extintor de incêndio pode evitar prejuízos e até salvar vidas
Por determinação legal, edifícios comerciais e residenciais devem disponibilizar extintores de incêndio nos seus espaços de circulação. Esses equipamentos podem ajudar a salvar bens materiais e até mesmo vidas, em incêndios incipientes. No entanto, sua eficácia depende da habilidade de quem irá utilizá-los, da manutenção adequada e do foco de incêndio e tipo de fogo a ser debelado. “O primeiro passo para quem precisa debelar um incêndio é classificá-lo. Isso permite identificar que tipo de extintor deve ser usado”, explica o técnico em Segurança do Trabalho da Deten, Rômulo Magalhães.
SEGURANÇA II
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51Primeira Página
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Os incêndios podem ser classifica-
dos em quatro tipos: A (material
sólido, como papel ou borracha),
B (líquidos inflamáveis, como ál-
cool e tintas), C (instalações ou
equipamentos elétricos) e D (me-
tais combustíveis e pirofóricos,
como sódio e alumínio). Há, ain-
da, um tipo de incêndio comum
em cozinhas industriais, classifi-
cado como K (fogo em óleos, gor-
duras e banhas).
Não é preciso, necessariamente,
ser treinado em combate a incên-
dios para identificar a que se des-
tina cada tipo de extintor, uma vez
que os cilindros trazem pinturas
ou adesivos com figuras e letras
com a indicação:
triângulo verde
quadrado vermelho
círculo azul
estrela amarela
quadrado preto
O uso incorreto do produto pode
provocar o aumento ou a propa-
gação das chamas, piorando a si-
tuação e colocando em risco até
mesmo a vida de quem estiver
combatendo o fogo. “Para evitar
esse problema, a maioria das in-
dústrias já utiliza extintores do
tipo ABC, que servem para qual-
quer espécie de fogo, o que é par-
ticularmente útil para os leigos no
assunto”, explica Rômulo à revista
Primeira Página.
Agentes extintoresCada tipo de extintor tem um agen-
te específico para debelar chamas.
Os mais comuns são água, espu-
ma, gás carbônico, pó químico
(seco, umedecido ou para metais)
e compostos halogenados (halon).
A água é o agente extintor mais
comum, dado seu poder de resfria-
mento e formação de vapor, auxi-
liar no deslocamento do oxigênio.
Extintores com água pressurizada
são muito fáceis de utilizar. Seu
jato é de longo alcance e boa pres-
são, o que permite atacar focos de
incêndio em locais de difícil acesso.
Mas é preciso observar que a ação
da água é bastante limitada, com
indicação apenas para incêndios do
tipo A.
Os extintores com espuma são
apropriados para incêndios dos ti-
pos B e C, pois ela forma uma bar-
reira protetora que impede o con-
tato do material inflamável com o
oxigênio, evitando a reignição. O
halon, por sua vez, extingue o fogo
ao agir quimicamente na reação en-
tre combustível e oxigênio, sendo
indicado para incêndios A, B e C.
Quanto aos extintores de gás car-
bônico, sua ação reduz a quan-
tidade de oxigênio próximo ao
fogo. É necessário adotar alguns
O uso incorreto do produto pode
provocar o aumento ou a propagação das chamas, piorando a
situação
52 Primeira Página
cuidados no seu manuseio, pois a
expansão do gás pode gerar tem-
peraturas de até 40º negativos e
queimar o usuário pelo frio. Se
utilizados em locais fechados, po-
dem causar asfixia. A indicação é
para incêndios B e C.
Utilidades do pó químicoO pó químico pode ser encontra-
do nas versões, seco, umedeci-
do e para metais. O pó utilizado
para debelar chamas em metais
(apenas em incêndios classe D)
contém cloreto de sódio e aditivos
que formam uma crosta sobre o
produto. Sua indicação é exclusi-
vamente para magnésio, zinco, pó
de alumínio, titânio, sódio e po-
tássio, portanto, não deve ser uti-
lizado em outro tipo de material
metálico.
A versão com pó seco atua for-
mando uma barreira que inter-
rompe a reação entre vapor e
oxigênio, absorvendo o calor por
meio de partículas sólidas finas.
Extintores à base de pó químico
seco devem passar por uma ma-
nutenção minuciosa, já que a sua
válvula de saída pode ficar obs-
truída. A indicação, neste caso, é
para incêndios B e C. Mas há ou-
tro tipo de pó seco, chamado de
“pó ABC” ou “pó multiuso”, que é
feito com monofosfato de amônia
e sulfato de monoamônio. Como
o próprio nome sugere, deve ser
usado para combater incêndios
das classes A, B e C.
Quanto ao pó químico umedecido,
trata-se de uma mistura de água e
compostos de potássio e é o único
indicado para os perigosos incên-
dios classe K.
Instalação e usoUm dos fatores cruciais a se ob-
servar na hora de apagar um in-
cêndio é a instalação dos extinto-
res, que devem ser colocados em
locais bem sinalizados e a uma
altura máxima de 1,6m. Se o peso
do extintor for maior que 18 kg,
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a altura máxima diminui para 1m.
O acesso ao extintor deve estar
sempre desobstruído, sinalizado
e próximo a pontos de entrada e
saída de pessoas. “Todos os equi-
pamentos precisam passar por ins-
peções e manutenções periódicas,
lembrando que os empregados da
companhia devem ser treinados
para utilizá-los”, alerta.
Cada equipamento deve conter
uma etiqueta de identificação e
um rótulo com a data em que foi
carregado, previsão da próxima
recarga e instruções de uso. “As
orientações básicas são: cortar o
lacre de plástico, retirar o pino de
segurança, testar o extintor, pres-
sionando o gatilho, e posicionar-
-se a uma distância segura do
foco. Utilize o equipamento sem-
pre a favor do vento, de modo que
o fogo não venha até você. Ataque
a base das chamas”, orienta Rô-
mulo.
A responsabilidade pela manuten-
ção e operação dos extintores é do
proprietário do estabelecimento
ou responsável pela segurança do
local. “Mas todos têm a obrigação
de cooperar”, diz o técnico em se-
gurança.
O acesso ao extintor deve estar
sempre desobstruído, sinalizado
e próximo a pontos de entrada e
saída de pessoas
53Primeira Página
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54 Primeira Página
RECURSOS HUMANOS
Plano de carreira indica o caminho do sucessoInsatisfações com a carreira esco-
lhida não são incomuns no ambien-
te empresarial. Algumas vezes o
problema está relacionado a ques-
tões temporárias, mas há casos em
que o descontentamento ou a falha
no alcance das metas é persisten-
te. Se você se encaixa na segunda
possibilidade, a opção por fazer um
planejamento de carreira pode re-
presentar aquela “virada” que tan-
to deseja.
“Buscar o sucesso no percurso que
optou por seguir e avaliar os resul-
tados já é um bom começo. Se não
os atingiu até aqui, possivelmente
será necessário rever quais foram
os erros cometidos”, explica a espe-
cialista em carreiras da Talento RH,
Agda Lima. Para ela, o primeiro
passo é definir a direção que deve
ser tomada e conhecer o que é exi-
gido para alcançar o objetivo final.
Quem deseja fazer um plano de
carreira pode contratar uma con-
sultoria especializada ou criar o
seu próprio plano. De acordo com
Agda Lima, um planejamento efi-
ciente deve responder às seguintes
perguntas:
• O que espero do meu emprega-
dor nos próximos (dois, cinco ou
dez) anos?
• O que estou agregando ao meu
empregador, até agora? O que con-
sigo mostrar?
• Quais são meus objetivos de car-
reira a curto, médio e longo pra-
zos?
• Como o meu empregador ava-
lia o meu desempenho e planeja
o meu crescimento? Eu concordo
com ele?
• Minha Network profissional está
bem cuidada e ativa?
• É necessário apostar em forma-
ção e atualização? Se for o caso,
qual formação/atualização agre-
gará valor ao meu objetivo atual?
• O que o mercado espera de um
profissional com o meu perfil?
• Quais são as ferramentas de que
disponho para alcançar meus ob-
jetivos?
• Quais são as minhas prioridades
e como posso atingi-las?
• Em quais aspectos comporta-
mentais eu percebo que preciso
melhorar? Quais os mais impor-
tantes para o meu plano de cres-
cimento?
“Se você não perceber evolu-
ção, modifique o plano e busque
ajuda de colegas e chefes ou do
mercado especializado”, indica a
headhunter.
Foto
: Fo
tolia
55Primeira Página
Empresas já utilizam redes sociais nos processos de seleçãoFacebook, Orkut, Twitter. Assim
como essas redes sociais modifica-
ram a maneira de as pessoas se rela-
cionarem, elas também trouxeram
mudanças ao mundo corporativo.
Uma das alterações mais marcan-
tes é a possibilidade de utilização
dessa ferramenta na seleção de re-
cursos humanos. “As organizações
já compreendem que os indivíduos
são constituídos de vida profissio-
nal e pessoal, e isso faz com que
o lado particular das pessoas seja
levado em consideração na hora de
selecionar um profissional”, expli-
ca à Primeira Página o diretor da
Efetiva RH, José Carlos dos Santos.
De acordo com ele, um número
crescente de organizações vem
acessando as redes sociais para
buscar informações sobre possíveis
candidatos a uma vaga de empre-
go. Algumas delas dão uma olhada
no perfil online dos profissionais,
antes mesmo de chamá-los para
uma entrevista, fazendo com que
Facebook, Linkedin e afins se tor-
nem fontes alternativas para o se-
tor de Recursos Humanos. “Através
das mídias sociais, é possível visu-
alizar os assuntos que interessam
a certas pessoas, saber como elas
se posicionam no mundo, quais
são seus valo-
res, como se
re lac ionam
de um modo
geral”, con-
clui.
56 Primeira Página
TURISMO É NEGÓCIO
Bahia recebe 11 milhões de visitantes e faturaR$ 7 bi com turismo
O fluxo global ultrapassou 11 mi-
lhões de visitantes, a maioria
oriunda de cidades da própria
Bahia. A receita do setor também
obteve um crescimento significati-
vo. “Passamos de R$ 5 bilhões em
2009 para R$ 7 bilhões em 2011,
graças ao aumento do fluxo e do
poder de compra dos brasileiros”,
conta o secretário à revista Primei-
ra Página. Leonelli estima que o
turismo seja responsável por 300
mil empregos no estado.
A Bahia ocupa o quarto lugar no
ranking nacional de atração de
turistas domésticos, recebendo
8,3% dos visitantes. À sua frente
estão São Paulo, Minas Gerais e
Apesar dos inúmeros problemas do turismo no estado, a Bahia conseguiu aumentar a atração de turistas em aproximadamente 20% no ano passado, em comparação a 2009. O número foi obtido por uma pesquisa encomendada pela Secretaria de Turismo da Bahia e realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). De acordo com o secretário de Turismo da Bahia, Domingos Leonelli, esse resultado se deve às ações de divulgação feitas nos prin-cipais estados emissores: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Foto
: N
ilton
Sou
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imag
emce
rta.
net
57Primeira Página
a soma de todos os estados nor-
destinos”.
A Bahia responde por 13,2% de
toda a receita turística do País,
ocupando o segundo lugar no
ranking nacional, atrás apenas de
São Paulo. O PIB turístico baiano
representa 7,5% do PIB total do
estado. Para efeito de comparação,
em São Paulo, líder em números
absolutos, o turismo representa
apenas 1,5% do PIB. O índice bra-
sileiro é de 2,5%. Na Bahia, dos R$
7 bilhões obtidos pelo setor, 90%
é proveniente do fluxo doméstico.
Visitantes estrangeirosEm comparação com 2010, ano
em que a Bahia recebeu 600 mil
turistas estrangeiros, houve uma
piora no quadro. Em 2011 foram
558 mil visitantes de outros paí-
ses, com destaque para os argen-
tinos, responsáveis por 19% desse
fluxo. Já entre os americanos, a
queda foi grande. Em 2008 os EUA
enviaram 63 mil turistas à Bahia,
contra apenas 40 mil no ano pas-
sado. “Os países da Europa e os
Estados Unidos passaram por uma
grande crise e isso se refletiu no
mundo inteiro. No Brasil e na
Bahia não poderia ser diferente”,
observa Leonelli.
Rio de Janeiro. Já no fluxo de tu-
ristas internacionais, o estado cai
para a quinta posição, com uma
participação de 11,6%, atrás de
São Paulo, Rio de Janeiro, Santa
Catarina e Paraná. “A Bahia con-
tinua sendo o terceiro principal
destino internacional do País, pela
contagem aérea. Santa Catarina e
Paraná registram um grande fluxo
de estrangeiros, por estarem geo-
graficamente próximos de países
como Argentina, Uruguai e Para-
guai”, explica Domingos Leonelli.
Em comparação aos vizinhos nor-
destinos, a Bahia ocupa a lideran-
ça isolada no ranking, com mais
visitantes que Ceará e Pernambu-
co somados. O coordenador da
Fipe, Wilson Rabahy, ressalta que
“a Bahia registra um número de
turistas estrangeiros maior do que
A Bahia registra um número de
turistas estrangei-ros maior do que a soma de todos os
estados nordestinos
58 Primeira Página
SAÚDE
“Receitas caseiras” para tratar queimaduras devemser evitadasO mês de junho é conhecido pela
beleza dos fogos de artifício, o
cheiro das fogueiras e as delícias
culinárias características dos fes-
tejos juninos. Tudo graças às ce-
lebrações para os santos do mês:
São João (dia 24 de junho) e São
Pedro (29 de junho). Entretan-
to, nesse período, tão tradicional
quanto as bombas e os foguetes
são as queimaduras que eles po-
dem provocar. “Queimaduras são
lesões causadas pela energia pro-
veniente de agentes térmicos, quí-
micos, elétricos ou radioativos,
que podem destruir parcial ou to-
talmente a pele e os tecidos pro-
fundos”, explica a cirurgiã plástica
Débora Lavigne à revista Primeira
Página.
A médica esclarece que, de acordo
com a gravidade, as queimaduras
O que fazer em caso de acidente
Alguns cuidados simples po-
dem amenizar a dor e as se-
quelas em vítimas de aciden-
tes com fogos de artifício. De
acordo com a médica Débora
Lavigne, a primeira coisa a ser
feita é lavar o local atingido
com água corrente. Receitas
caseiras como pomadas, café
ou pasta de dente devem ser
evitadas. A vítima deve ser
levada o quanto antes a um
hospital ou posto médico
mais próximo.
são caracterizadas como de 1º, 2º
ou 3º grau. “As queimaduras de
primeiro grau são as mais superfi-
ciais, pois acometem apenas a epi-
derme. Os principais sintomas são
hiperemia (aumento de volume
sanguíneo em um tecido ou área
afetada) e dor. Um exemplo bas-
tante comum é aquela queimadura
provocada pela exposição excessi-
va ao sol”, diz.
Quanto às queimaduras de segun-
do grau, essas são caracterizadas
pela presença de bolhas e atingem
a derme, que é a camada interme-
diária da pele, entre a epiderme e
a hipoderme. Por fim, há as quei-
maduras de terceiro grau, que são
as mais graves porque atingem
toda a espessura da pele. “As quei-
maduras nos festejos juninos são
provocadas, evidentemente, por
contato térmico, associado ao uso
de fogos. As partes mais atingidas
são também as normalmente mais
expostas, como mãos, braços e
face”, alerta a cirurgiã plástica.
Foto
: Fo
tolia
59Primeira Página
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60 Primeira Página
ARTIGO | PALAVRA DO PRESIDENTE
A sustentabilidadee a química
O programa internacional Atuação Responsá-
vel (AR ou Responsible Care), gerido no Brasil
pela Associação Brasileira da Indústria Química
(Abiquim), mudou recentemente seu slogan para
“Compromisso com a Sustentabilidade”. A altera-
ção representa a mudança de postura de todo o
setor químico no desafio de produzir resultados.
Em verdade, uma mudança do próprio significa-
do da palavra “resultado”.
Indo além do que a legislação exige, o AR de-
termina que o setor deve cumprir compromissos
que incluem as dimensões econômica, ambiental
e social. Ou seja: o resultado passa a ser produzir
riquezas priorizando a saúde e segurança dos tra-
balhadores, investindo na redução dos impactos
ambientais e, tão importante quanto os demais
itens, mantendo um relacionamento transparen-
te com a comunidade. Assim devem agir todas
as empresas químicas e essas são as dimensões
auditadas pela Abiquim durante o Processo Veri-
ficAR - ferramenta de monitoramento usada pelo
AR. Esse tem sido um modelo de sucesso, com-
provado ao avaliarmos a trajetória da indústria
química brasileira.
Ressaltamos aqui a importância que as empresas
têm dado à dimensão social, um caminho sem
volta. Já é de praxe as grandes empresas incluí-
rem essa dimensão no seu planejamento estraté-
gico, visando à sobrevivência do negócio. Deixou,
então, de ser pura manobra de marketing. Do
mesmo modo que se investe em uma operação
industrial mais produtiva e limpa, não se concebe
mais uma empresa do setor que não inclua em
suas metas a busca pelo acidente zero. Isso, há
algum tempo, já seria suficiente para garantir a
sobrevivência do negócio. Seria, caso o setor não
tivesse evoluído no conceito de sustentabilidade.
Agora, já não basta trabalhar para reduzir os efei-
tos dos efluentes sobre o meio ambiente e garan-
tir que a operação não cause problemas à saúde
dos empregados e das comunidades. É preciso
também trabalhar na melhoria contínua do diá-
logo transparente com todos os stakeholders (ou
partes interessadas), sejam eles clientes, forne-
cedores, empregados, autoridades, financiado-
res ou comunidades vizinhas.
Embora nem sempre as comunidades vizinhas
contribuam para a geração de receita das em-
presas, elas passaram a ser consideradas um
público estratégico e, por isso, as organizações,
cada vez mais, investem na construção e con-
solidação de um relacionamento em que todos
se sintam iguais e parceiros, no qual as dúvidas
podem ser esclarecidas e os problemas resolvi-
dos harmonicamente. Assim, a dimensão social
da indústria química passou a ser levada tão a
sério quanto aquelas que impactam o resultado
econômico da empresa. Esse é o caminho per-
manente rumo à maturidade da relação empre-
sa, meio ambiente, comunidade.
CEO da Millennium Chemicals/Brasil
Ronaldo Alcantara Presidente
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62 Primeira Página
ARTIGO | ECONÔMICO
Franquia HomeOffice pode ser um bom negócio
Conhecidas como alternativas de ganhos ex-
tras e/ou oportunidades de se gerir um negócio
próprio, as franquias Home Office, sistemas de
trabalho em casa, vêm tendo elevadas taxas
de adesão no mercado nacional, inclusive no
baiano, graças a seus benefícios. Caracteriza-
do por demandar pouco investimento, baixos
níveis de custos fixos e, principalmente, flexi-
bilidade de horários, esse tipo de negócio exige
do franqueado a percepção da formalidade do
trabalho, o cuidado na determinação de seus
horários e a disciplina na execução da ativi-
dade, já que se trata de uma jornada laboral
isenta de fiscalização.
Outro fator que merece cuidado é a determi-
nação do cômodo da casa onde irá funcionar
a Home Office – de preferência, um espaço es-
pecífico para essa finalidade e não no quarto
ou sala de televisão. Essa atenção visa garan-
tir tranquilidade e concentração no trabalho,
além de privacidade e até mesmo segurança
em relação à documentação e aos dados dos
clientes. A utilização de móveis e utensílios
adequados para o desempenho eficaz da ati-
vidade, principalmente no que diz respeito à
ergonomia e ao arquivamento de papéis, deve
ser considerada. Também não se pode perder
o foco no objetivo do negócio.
A sensação de liberdade e a praticidade de tra-
balhar em casa devem motivar a conquista de
resultados reais. Ainda que o franqueado seja
o responsável por definir o tempo de retorno
do seu investimento e as regras disciplinadoras
de alcance das metas previamente pactuadas
para o seu negócio, é necessário atentar para a
maturidade da franquia.
É preciso analisar o tempo de existência da
franquia no mercado, sua solidez e sua ima-
gem perante a opinião pública, uma vez que
há muita desconfiança nesse tipo de empre-
endimento devido às chamadas “pirâmides”,
que ao deixarem de existir, ao “ruírem”, causa-
ram prejuízos aos franqueados. Uma boa dica
é consultar a Internet - fóruns, comunidades,
mídias sociais, além, é claro, dos sites das pró-
prias franquias. Ações simples assim podem
prevenir futuras decepções.
Pode-se afirmar que as Home Office represen-
tam um mercado potencial, especialmente na
Bahia, para aqueles que almejam ganhos rápi-
dos, com custos baixos e flexibilidade de horá-
rios. Mas que fique bem claro: determinação e
foco nas metas são as palavras de ordem para
que essa modalidade de trabalho renda bons
lucros.
Economista, perito e especialista em Contabilidade Gerencial com
foco em Controladoria
Raimundo Santos Economista
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64 Primeira Página
ARTIGO | MARKETING
Comunicação “Social” : para onde haveremos de ir?
O behaviorismo - estudo que mais tarde deu origem à
publicidade - teve sua principal influência nos estudos
de John Watson, que inebriado pelo comportamenta-
lismo afirmou que se lhe dessem alguns bebês ele os
transformaria em advogados, pessoas famosas, pedin-
tes ou ladrões, pois poderia condicioná-los da maneira
que quisesse.
Sob esta orientação, a publicidade, já no século passa-
do, utilizava esses princípios para seduzir e mobilizar
um mundo que vivia à beira de um ataque de nervos. O
entendimento das culturas foi reduzido e não se falava
em outra coisa senão globalização. O jeans é símbolo
de liberdade; a Coca-Cola, de juventude; o Biotônico
Fontoura, de energia; e a indústria passa a ditar ten-
dências, estilos de vida e a representar a grande virada
econômica da civilização ocidental. O mundo, condi-
cionado e sedento de consumo, entra no século XXI
viciado em ansiolíticos, aplicativos e hamburgers.
A grana é a grande propulsora da política e das rela-
ções sociais. As pessoas são representadas a partir das
marcas A, B, C, D e E. As estratégias publicitárias são
definidas a partir do entendimento e dos anseios das
classes econômicas. Aí eu me pergunto: o que mesmo
difere os adolescentes dessas classes?
Todo adolescente deseja e vive os questionamentos
identitários, o que os diferencia uns dos outros mesmo
é: posso ou não posso. Pouco importa se você é profes-
sor, gay ou religioso. O que vale mesmo é o que você
tem. Esta é a regra do neoliberalismo, um sistema que
condena e perverte. A publicidade se vê na berlinda,
entre o consumo e a consciência, mas há sinais de mu-
dança. Oxalá queira!
O sistema é produto e produtor dos mecanismos de re-
lacionamentos, conquistas, derrotas, degradação e vio-
lência na atualidade. Esse modelo social veio como um
rolo compressor, cortando cabeças, derrubando sonhos
e reduzindo as reais possibilidades de um crescimento
social mais humano e justo. Um registro que marca a
violência como sombra social.
Como pensar a violência, sem refletir as bases que a
sustentam? Como planejar o desenvolvimento, sem
rever a miséria e a corrupção instituídas neste país?
Como condenar os usuários de drogas, sem entender
que se trata de uma questão de saúde pública?
Muito simples a mídia e o poder público apontarem
a violência como uma peste que tem origem nos bar-
racos das cidades, nos territórios dos invisíveis, entre
prostitutas, pobres, negros e homossexuais. Tal heresia
não seria mesmo uma estratégia que condena e mata?
Onde estão as zonas de risco? Quem sabe, logo ali, na
próxima esquina, no trânsito, nas filas dos bancos, nos
condomínios de luxo, shoppings, supermercados, nos
ônibus?
Watson aponta o que estaria por vir: uma humanida-
de condicionada em nome do dinheiro, do status e do
poder. Um condicionamento burro, que produz e nos
expõe a uma degradação sem fim. Em tom profético,
Confúcio já perguntava PARA ONDE HAVEREMOS
DE IR?
Por que não potencializar as ferramentas da Comuni-
cação “Social” e trazer um novo olhar sobre as rela-
ções, a cidadania e o crescimento pessoal?
Martin Luther King destaca: “Hoje não temos mais a
opção entre violência e não violência. É somente a es-
colha entre não violência e não existência”.
O que fazer? Ou não fazer?
Pior é não refletir.
Sócio-fundador da Objectiva Comunicação
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65Primeira Página
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66 Primeira Página
SOCIAL
Desde que saiu da Reitoria da Universidade Federal da
Bahia – onde permaneceu à frente de 2002 a 2010 – o
professor Naomar Almeida Filho não para quieto. Agora,
o acadêmico assumiu ao lado de outros membros da Ufba
a complexa missão de realizar um diagnóstico da atuação
do Sesi-BA. Nos próximos oito meses, Naomar conduzirá
a equipe de pesquisadores, observando a dinâmica da ins-
tituição. O fruto desse trabalho irá nortear a montagem do
plano estratégico do Sesi para 2013.
Ufba avalia atuação do Sesi
Negócios na cidade-luz
Por falar em comércio internacional, o secre-
tário de Planejamento da Bahia, José Sérgio
Gabrielli, fez uma rápida viagem à chiquérri-
ma Paris, no início de maio. Mas não pense
que ele foi bater pernas na Champs-Elysées. O
gestor, na verdade, foi participar das comemo-
rações pelos 40 anos do Centro Europeu para o
Desenvolvimento Executivo (Cedep). Durante
o evento, Gabrielli mostrou a centenas de em-
presários franceses as oportunidades de even-
tos na Bahia.
Ponte entre Bahia e Turquia O embaixador da Turquia no Brasil, Ersin Er-
çin, mostrou por que goza de alta credibili-
dade entre seus pares. O diplomata fugiu do
já batido roteiro Rio de Janeiro – São Paulo
e veio fechar negócios na Bahia. Na ocasião,
Erçin se encontrou com o presidente da Fieb,
José Mascarenhas, para falar das oportuni-
dades de comércio exterior e investimentos
entre o país eurasiático e o Nordeste brasi-
leiro. “Queremos aumentar o volume de ne-
gócios por aqui e a Bahia é um dos lugares
de interesse. O Brasil não se resume a São
Paulo”, disse.
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67Primeira Página
68 Primeira Página
Dezenas de anos de experiência no setor finan-
ceiro foram determinantes para que o economis-
ta Aristóteles Menezes Júnior tivesse seu nome
indicado pelo governador Jaques Wagner para
a presidência da Desenbahia. A responsabilida-
de é enorme, mas quem conhece o executivo
sabe que ele dá conta do recado. Aristóteles já
passou por bancos como Bradesco e Progresso,
chegando à Caixa Econômica Federal em 1989.
Em reconhecimento a sua competência, o eco-
nomista foi alavancado ao cargo de superinten-
dente regional da Caixa, em 2003. Que o suces-
so se repita em sua nova missão.
O empresário Fernando Jorge Carneiro foi
saudado o novo presidente do Sindicato da
Indústria de Mineração de Pedra Britada (Sin-
dibrita), numa solenidade realizada em abril.
A cerimônia de posse contou com muitas au-
toridades, secretários de estado, vereadores e
lideranças sindicais como o presidente da As-
sociação Comercial da Bahia, Marcos Fonseca.
Desenbahia tem novo presidente
Sindibrita tem novo presidente
Orgulho. Esta foi a palavra mais ouvida durante a
festa de comemoração dos 20 anos da Cooend, re-
alizada em junho. Centenas de associados marca-
ram presença, incluindo, é claro, o incansável di-
retor da cooperativa, Adroaldo Mendes. “Estamos
orgulhosos de permanecer neste mercado difícil, tão
competitivo, e de vencer os obstáculos dos planos
financeiros impostos pelos nossos governantes. Mas
o que mais nos deixa felizes é a nossa sede adminis-
trativa e o reconhecimentos dos clientes”, afirmou.
Cooend celebra 20 anos
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70 Primeira Página
A alta sociedade baiana esteve reunida em maio para
a entrega do prêmio Benchmarking Saúde Bahia. O
evento foi realizado no requintado espaço Unique,
onde mais de 20 empresários, companhias e repre-
sentantes do setor da Saúde na Bahia foram home-
nageados pelos seus desempenhos no ano passado.
Na categoria hospital filantrópico, o vencedor foi o
Hospital Português, dirigido pelo competente Luiz
Alberto Souto de Castro. Já em saúde ocupacional,
que tanto interessa aos empreendedores locais, quem
levou o troféu foi o SH Brasil. Uma das categorias
mais prestigiadas, a de executivo do ano, foi vencida
por Eduardo Queiroz, do Hospital Santa Izabel. E por
falar em executivo, José Antonio Barbosa, do Grupo
Meddi, foi considerado o segundo melhor empresário
do ano. Parabéns a todos os vencedores.
Uma grande festa na Cidade do Saber, em Camaçari,
marcou a entrega do Prêmio Polo de Segurança, Saú-
de e Meio Ambiente. O evento, realizado no dia 14 de
junho, destacou 17 empresas por suas performances
na gestão de SSMA em 2011. As vencedoras foram
eleitas após uma rigorosa auditoria realizada por cer-
ca de 80 profissionais. De acordo com Aurinézio Ca-
lheira, superintendente de SSMA do Cofic, a auditoria
deste ano mostrou que a gestão de segurança, saúde e
meio ambiente das empresas do Polo vem melhoran-
do continuamente.
Benchmarking Saúde Bahia
Prêmio Polo de SSMA
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71Primeira Página
72 Primeira Página
crianças têm paixão pela químicaFazer com que as próximas gerações se interessem por química é importante para o futuro da humanidade. Por isso, nós desenvolvemos o programa ReAção no Brasil, no qual as crianças podem estudar química e ciências de forma prática e divertida. Jovens alunos e tubos de ensaio finalmente se dando bem? Na BASF, nós transformamos a química. www.basf.com.br/nos-transformamos-a-quimica
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