Edição 60 . Setembro 2012 Homem novo - Fazenda da...

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Boletim do EmbaixadorEdição 60 . Setembro 2012

www.fazenda.org.br

Foto

: sxc

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Todos desejam ser felizes e cada um procura a sua maneira. Uns veem no ter cada dia mais bens de consumo essa realização, outros sem oportunidade sobrevivem com o pouco, tanto uns quanto outros procuram nas drogas e no álcool a felicidade, mas isso realmente preenche o vazio sentido em seus cora-ções? Na Fazenda da Esperança tem-se a oportunidade de conhecer todos esses exemplos, alguns tinham tudo, outros nada e nenhum encontrou a felicidade, nem mesmo nas drogas. Mas aqui encontraram algo novo na vida que trans-bordou para seus familiares e amigos.

Homem novo

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também tentar ajudá-lo. A partir deste dia a revolta que já trazia desde minha infância explodiu”, conta Luciano.

A vida dele tomou uma nova direção, perdeu o carinho das pessoas que o amavam, emprego, deixou estudos, frequentou os piores locais e viveu as experiências mais assustadoras de autodestruição. “Aos poucos me tirou tudo que achava mais importante”, afirma.

Sua batalhadora mãe tinha mais uma luta para enfren-tar e agora não era mais com seu pai. Um dia o chamou, cansada de perder tantas noites de sono, esperando-o chegar são e salvo, disse: “Você precisa tomar uma decisão na vida”. “A proposta era clara: Ou me internaria ou tinha que sair de casa e cuidar da minha vida na rua. Lembrei--me de um sonho que tinha na infância, o de ajudar a mi-nha mãe, pois não aguentava mais vê-la sofrer nas mãos do meu pai e via a história se repetindo, o sofrimento dela e de minha família. Por causa deles eu aceitei e fui para a Fazenda da Esperança Sítio Liberdade em Teresópolis, no dia 19 de novembro de 2002”, lembra Luciano.

A única observação logo disse para a mãe: “se vierem me dar remédio eu pulo o muro. Há 10 anos na fazen-da, ainda não encontrei um muro para pular e o único

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Os jovens chegam com o mesmo pedido: preciso de ajuda para deixar de usar drogas e álcool. As reali-dades das quais vêm são as mais variadas. Alguns

chegam da rua e outros de carro importado, trazendo em seus corações as marcas de homem velho, brigas, rou-bos, violências e principalmente desamor. Essas situações também fizeram parte da vida de Luciano Santos da Sil-va, 36, atualmente responsável pela Fazenda da Esperan-ça em Pouso Alegre / MG.

Ele morava com a família em Cabo Frio / RJ. Junto com seus dois irmãos encontravam em casa a mãe com machucados e muitas vezes dormiam na rua para não enfrentar o pai violento. Decidiram deixá-lo, mãe e filhos seguiram para a casa do avô em Nova Iguaçu / RJ. Seu pai os visitava, às vezes Luciano o tirava da rua, comple-tamente bêbado. Sua mãe sempre buscou dar-lhe uma boa formação escolar e cristã, mas os questionamentos a Deus cada vez mais crescia em seu coração.

“Uma noite, em meio à chuva e ao frio, na rua, meu pai passou mal. Avisaram na minha casa e ninguém fa-lou comigo. Na manhã seguinte, soube que ele havia falecido. Na mesma hora culpei minha família, pois além de não fazer nada, não me avisou, impedindo assim de

O mundo oferece muitas possibilidades e precisamos possibilitar o nascimento de muitos homens novos para oferecer novos caminhos

Luciano como muitos jovens reconstruiu sua vida e decidiu dar de graça tudo o que recebeu o resto de sua existência terrena

Nem todos têm condições de oferecer um recomeço para as pessoas que buscaram a felicidade oferecida por esse mundo

Foto: Wesley Ferreira O

liveira

Quantos todos os dias se deparam com essa realidade triste e para muitos desses falta apenas uma oportunidade para mudar de vida

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Sou o coordenador do grupo Esperança Viva (GEV) da

cidade Não-Me-Toque / RS. Estou muito feliz em poder

trazer também aqui para meu município a esperança de

dias melhores de que tantas famílias esperam.

Podemos ter a experiên-cia de encontrar nas faces de cada uma das pessoas que participam dos nos-

sos encontros, o brotar dessa se-mente que lançamos e unidos a Jesus estamos regando, adubando e fortalecendo. Já tivemos vários encontros

e temos a satisfação de poder ver a casa sempre lotada, não tão somente de pessoas, mas de “Esperança Viva”.

Eu particularmente sinto-me extremamente feliz em poder ajudar, dar apoio e orientar a cada um que me procura, pois tive uma longa e sofrida caminhada no

mundo das drogas. Foram 31 anos de egoísmo, orgulho, mentiras, julgamentos e dor, muita dor, não só minha,

mas, principalmente daquelas pessoas que mais me ama-vam e mesmo sofrendo nunca me abandonaram.

Logo que terminei meu ano de recuperação na Fazenda da Esperança senti um desejo muito grande de dar ao

meu próximo a mesma chance que tive de “recomeçar”. Faço esse trabalho voluntário há quase quatro anos. Já

pude, com a ajuda da Fazenda da Esperança e principal-mente de Deus, devolver a vida a vários jovens, alguns já completaram o ano, outros ainda estão em recuperação,

porém, todos felizes.Hoje, sinto-me um escolhido por Deus. Agradeço a

cada dia que tive envolvido com as drogas, porque car-rego comigo a certeza de que foi Ele quem me escolheu e hoje uso toda minha experiência para livrar os meus irmãos da mesma dor que um dia tanto me fez sofrer.

remédio que descobri foi o amor recíproco”, afirma.

Na comunidade pouco a pouco trabalhou cada dificul-dade, mas a maior era ser obediente e voltar a crer em Deus. “A vida na fazenda para quem vem da rua com uma cabeça sem rumo a princípio é impactante, você é bem acolhido, se fala muito de amar o próximo, viver a Palavra, um mundo diferente, e você começa a descon-fiar e pensar ou aqui é todo mundo maluco ou tem algo diferente”, conta como se sentiu.

O recuperando Luciano já havia experimentado qua-se tudo na vida e nada tinha lhe trazido tanta alegria como experimentava nesse processo de recuperação. Numa oportunidade perguntou ao Nelson, fundador da Fazenda da Esperança, porque seus amigos da Baixada Fluminense não podiam experimentar essa vida tam-bém. Nelson com muita tranquilidade respondeu: “Por falta de corajosos que doem as suas vidas para resgatar outras do mundo das drogas”. “Naquele momento falei para mim mesmo que seria um destes corajosos e doaria minha vida à Fazenda da Esperança”, conta Luciano.

Deixar de ser um drogado e tornar-se um sinal de esperança para muitos outros jovens, ganhar uma nova família, como celibatário na Família da Esperança, faz--lhe cada dia ter ânimo e força para seguir doando e encontrando esta felicidade que como já dizia São Francisco: “A maior alegria em dar do que em receber”. Com o vazio do seu coração preenchido verdadeiramente, esse homem novo doa intei-ramente sua vida para levar a esperança, Jesus Cristo, ao maior número de jovens do mundo inteiro.

Boletim do Embaixador - Edição 60 - setembro 2012 - 3

A voz do EmbaixadorSou entusiasta do projeto que realiza a Fazenda da Esperança, ao combater os vícios e recriar os jovens através da fé, aliado ao trabalho braçal e uma formação humana de retidão e caráter. Agradeço o valioso presente, que me proporciona conhecer o trabalho que realizam, mais uma vez, meu sincero agradecimento pelo “homem novo” – símbolo perfeito desse projeto. Maria Edna Grassano – Arapongas / PR

Tenho que agradecer o que a Fazenda da Esperança fez na minha vida, com a vida da Palavra de Deus e a descoberta de uma nova maneira de viver em Cristo. Helton de Abreu - Mogi das Cruzes / SP

Aconteceu comigo

Milton Ivan Kissmann, 49 anos,

casado e tem três filhos.

Luciano num encontro de formação

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OBRA SOCIAL NOSSA SENHORA DA GLÓRIA - FAZENDA DA ESPERANÇADepartamento Retorno à Vida - Caixa Postal 529 - CEP 12511-970 Guaratinguetá-SP Tel.: (12) 3128 8900 E-mail: [email protected]

Um sonho realizadoQuatro meses de reforma, um ano aguardando o

projeto de arrecadação de recursos enviado ao Va-ticano, muitos meses de venda de produtos na rua para completar o recurso necessário para a reforma e no dia oito de julho deste ano, a Fazenda da Es-perança Santa Rita, em Garanhuns / PE, inaugurou sua tão sonhada capela.

“Essa realização nos dá uma sensação de vitória. Pois foi um sonho que primeiro brotou no coração da Fazenda Santa Rita. Depois ganhou um espa-ço especial no coração do padre Evandro, que fez um projeto e ganhou recursos do santo padre o papa, Bento 16. Por fim se tornou realidade, com a reinauguração de nossa capela, que há dois anos tanto aguardávamos” escreveu Valdelice responsá-vel local.

Para chegar ao dia da inauguração contaram com a ajuda de muitas pessoas, principalmente daque-las que receberam com alegria nas portas de suas casas e na rua as jovens recuperandas e recuperan-dos da comunidade masculina de Garanhuns. Eles

venderam muitos artesanatos e biscoitos de porta em porta para angariar a verba necessária na finali-zação dessa reforma.

O grande dia chegou e amanheceu chuvoso e frio, mas quando a programação começou o sol também chegou. “Tivemos testemunhos, músicas e teatro, tudo com muita animação”, conta Valdelice. Na celebração Eucarística alguns recuperandos tive-ram a felicidade de receber os sacramentos iniciais do cristão: Batismo, Eucaristia e a Crisma. A Missa foi presidida pelo bispo dom Fernando Guimarães, os padres Gabriel e Evandro.

O ponto mais alto da festa foi à bênção solene da nova capela Santa Rita, com toda comunidade. “Pedimos a Deus todas as bênçãos e graças sobre a casa dEle”, disse Valdelice, e encerram a primeira parte das festividades.

Durante a feijoada do almoço, contaram com a animação de um grupo de senhoras da terceira idade do Sesc que tocaram e cantaram musicas regionais, e no fim um forrozinho ao som de Djair e banda. “Assim foi nosso dia, inesquecível por sua beleza e inexplicável por sua grandeza, nos confirmando

que a vontade de Deus é sempre maior e melhor que nossos desejos e vontades. Quando abra-çamos o crucificado com amor, o ressusci-tado resplandece como o sol em nossas vidas”, finaliza Valdelice.

A-notável

“Faça esse boletim circular! Dê a um amigo ou vizinho, ele pode atingir mais irmãos

em prol da nossa missão.”

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