Edição 64

24
Fevereiro | 2011 |S19 |D20 |S21 |T22 |Q23 |Q24 |S25 Ano II R$ 2,50 A união que faz a moda caxiense A história dos Bertussi vale um filme Marcopolo e Randon terão uma semana de lançamentos Roberto HUNOFF 64 Renato HENRICHS Por que Pepe e Assis votaram pelo mínimo do salário mínimo André T. Susin/O Caxiense Times ajustados para chegar ao clássico na semifinal Dupla CA-JU Investigada pelo Ministério Público e tendo perdido certificações que auxiliavam sua atuação em Caxias do Sul, a próspera Associação de Apoio aos Pacientes com Câncer (Aapecan) está de mudança. A matriz da empresa – que aplica em filantropia somente 1/3 do que arrecada, conforme os últimos balanços – agora é em Porto Alegre, onde foi acolhida pelo poder público graças ao apoio de políticos. Segundo a diretoria, a transferência também faz parte de um processo de expansão. Mas a Aapecan continuará pedindo dinheiro por telefone em Caxias, onde planeja inaugurar em breve uma segunda unidade AAPECAN SAI EM BUSCA DE NOVOS ARES

description

Investigada pelo Ministério Público e tendo perdido certificações que auxiliavam sua atuação em Caxias do Sul, a próspera Associação de Apoio aos Pacientes com Câncer (Aapecan) está de mudança. A matriz da empresa – que aplica em filantropia somente 1/3 do que arrecada, conforme os últimos balanços – agora é em Porto Alegre, onde foi acolhida pelo poder público graças ao apoio de políticos. Segundo a diretoria, a transferência também faz parte de um processo de expansão. Mas a Aapecan continuará pedindo dinheiro por telefone em Caxias, onde planeja inaugurar em breve uma segunda unidade

Transcript of Edição 64

Page 1: Edição 64

Fevereiro | 2011|S19 |D20 |S21 |T22 |Q23 |Q24 |S25

Ano ii

R$ 2,50

A união que faz a moda caxiense

A história dos Bertussi

vale um filme

Marcopolo e Randon terão uma semana

de lançamentos

Roberto Hunoff

64

RenatoHenRicHSPor que Pepe

e Assis votaram pelo mínimo do salário mínimo

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

Times ajustadospara chegar ao

clássico na semifinal

DuplacA-Ju

investigada pelo Ministério Público e tendo perdido certificações que auxiliavam sua atuação em Caxias do Sul, a próspera Associação de

Apoio aos Pacientes com Câncer (Aapecan) está de mudança. A matriz da empresa – que aplica em filantropia somente 1/3 do que arrecada,

conforme os últimos balanços – agora é em Porto Alegre, onde foi acolhida pelo poder público graças ao apoio de políticos. Segundo a diretoria, a transferência também faz parte de um processo de expansão. Mas a Aapecan continuará pedindo dinheiro por telefone em Caxias, onde

planeja inaugurar em breve uma segunda unidade

AAPecAn SAi eM BuScA DenoVoS AReS

Page 2: Edição 64

2 19 a 26 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Índice

Expediente

Assine

A Semana | 3As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4Marcopolo e Randon apresentam suas novidades

fenavindima | 5Flores da Cunha comemora com inovações na festa e nos pavilhões

Boa Gente | 7Pessoas que dançam, escrevem e filmam; lugares para comprar flores

Aapecan | 8A próspera empresa que pede dinheiro por telefone quer crescer ainda mais

Guia de cultura | 12Clássicos de artes marciais e velho oeste em novas versões

irmãos Bertussi | 15Adelar em documentário e Honeyde em gaitaço

Artes | 18O último tango portenho e um adeus no cais do porto

integramoda| 19Como trabalhadores e estudiosos costuram a evolução da moda em Caxias

Dupla cA-Ju | 21Como chegam os times para as quartas de final

Guia de esportes | 22Jogos decisivos no Jaconi e no Centenário

Renato Henrichs | 23Contradições e obrigaçõesna votação do mínimo

www.ocAXienSe.com.br

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita comercial: Pita Losscirculação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de OliveiraAdministrativo: Luiz Antônio Boffimpressão: Correio do PovoDistribuição: Dinâmica Assessoria de Distribuição

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para [email protected]. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal o caxiense Ltda.Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471Fone 3027-5538 | E-mail [email protected]

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

eA

ndré

T. S

usin

/O C

axie

nse @viniciusribeir Baixei o aplicativo do jornal

@ocaxiense para iPad. É muito bom, vale a pena. Parabéns aí, galera! #ipad

@joaodorlan Parabéns pela ótima cobertura da votação do salário mínimo e a posição de nos-sos deputados e lideranças sindicais. #saláriomínimo

@RoseBrogliato Li hoje @ocaxiense. Do início ao fim, leitura que vale a pena. Ótima matéria sobre o Financiarte – e há muito mais a explo-rar sobre o tema. #edição63

@anahifros Teria muitas coisas a comentar e elogios a fazer sobre sobre a matéria ‘Rolés Pe-rigosos’, do @ocaxiense. Se ainda não leu, faça isso. Chocante #edição63

@clariiiiissa Reportagem do @ocaxiense ‘Ro-lés Perigosos’ traz uma boa explicação por que alguns jovens andam em grupos e brigam tanto uns com os outros. #edição63

@RicaMartini Minuto a minuto é no @oca-xiense. Sempre mais ágil e com imagens. Acompanho no celular sem problemas. #futebolaovivo

Excelente a matéria sobre os bondes de pichação. Dá uma dimensão acertada a

essa questão que muitas vezes passa batida.

eloisa Venzon

corte das impressões na ucS |A UCS deveria ter reduzido as cotas antes de tomar uma ati-

tude destas. Outra medida era ter colocado cota para alunos de pós, mestrado e doutorado. Enquanto alunos da graduação tinham 25 cópias por crédito, os demais tinham cota liberada.

Paulo Cesar

Não se pode ser radical. Afinal de contas, as impressões são auto-rizadas por funcionários do laboratório. Acredito que a solução mais “justa” seria que eles fizessem o filtro do que realmente é acadêmico.

Vanessa Ferrari da Cunha

Esta medida é para a UCS poder controlar seus gastos, já que ter-minou o ano de 2010 com uma dívida de quase R$ 13 milhões. A comunidade acadêmica tem que entender que esses cortes são ne-cessários para que a UCS cada vez mais invista no nosso melhor.

Jonas Costa

O melhor jeito da UCS sair do vermelho é boa administra-ção. As impressões não eram gratuitas, faziam parte da men-salidade, assim como tudo que usamos na UCS.

Vagner Barreto

Agradecemos | Le Postiche (fone 3021-0033).

créditos | As fotos da página 16 foram cedidas pela família Bertussi, que não soube identificar o au-

tor das imagens. Caso o fotógrafo reconheça nelas sua autoria, o jornal terá prazer em informar o crédito.

No Site

Page 3: Edição 64

www.ocaxiense.com.br 319 a 25 de fevereiro de 2011 O Caxiense

Estruturas oxidadas e proble-mas de controle da temperatura foram algumas das inconformi-dades que custaram à unidade caxiense da Seara, no bairro Des-vio Rizzo, a suspensão de sua cer-tificação para exportar à União Europeia (UE). A medida partiu do próprio Ministério da Agricul-tura, antecipando-se ao parecer técnico da comitiva da UE que vistoriou o abatedouro na semana anterior. A Marfrig, dona da mar-ca Seara, emitiu nota informando que já iniciou um plano interno de ações para correção das não con-formidades e recuperação da cer-tificação no menor tempo possível. Enquanto isso, destinará essa par-te da produção (a capacidade de abate é de 30 mil aves por dia) ao mercado interno e a outros países que não vinham sendo atendidos.

Os números caxienses do iní-cio deste ano indicam que a vol-ta da inflação alta não é apenas uma preocupação de alarmistas. Por aqui, o sinal de que a amea-ça existe foi bem claro: janeiro teve maior índice em sete anos, conforme levantamento dos pes-quisadores da UCS. Os preços subiram, em média, 1,8%, mais de duas vezes o percentual de de-zembro, que foi de 0,69%. Vestu-ário (15,18%), transporte coletivo (12,86%) e educação – as mensa-lidades de faculdades, colégios e creches e o material tiveram rea-juste médio de 9,82% – puxaram a alta. No acumulado de 12 meses, a inflação atingiu 8,01%. O início

Tornou-se ainda mais grave a situação dos 380 animais, víti-mas de abandono ou maus tratos, recolhidos na chácara de Flávio Dias, no bairro Parque Oásis. Uma ordem judicial determina a

Anunciado com grande barulho por alguns veículos de imprensa da cidade mais afoitos, o Colégio Tiradentes, tradicional e prestigia-da instituição de ensino da Brigada Militar, não será instalado em Ca-xias este ano, e talvez nem no ano que vem. A informação é do sub-comandante geral da BM, coronel Altair de Freitas Cunha. A explica-ção é velha conhecida: falta de re-cursos. Na verdade, não há sequer uma área definida para a implan-tação do colégio. A mais cogitada, antiga sede de uma empresa na BR-116 que estaria sendo entre-gue ao Estado como pagamento de dívidas de impostos, depende de confirmação e, certamente, exi-giria muitas adaptações. Precipi-tado, o governo passado chegou a nomear um diretor para o colégio, o tenente-coronel José Francisco Barden, que passou para a reserva e assumiu como a diretoria de ou-tro órgão, a Secretaria de Seguran-ça do Município. O Tiradentes, se realmente for implantado, será um reforço de grande qualidade à rede pública de ensino caxiense, mas já

A última medida de contenção de despesas da Universidade de Caxias do Sul, que vem se reestru-turando financeiramente, causou fortes reações dos alunos. imedia-tamente após ser divulgada por O Caxiense, a notícia gerou uma avalanche de protestos no Twitter (veja na página 2) – com a exce-ção de algumas manifestações compreensivas – e comentários no site do jornal. No comunicado que explicou a decisão, em seu site, a UCS afirmou que o objetivo é “re-cuperar o papel dos laboratórios de informática, espaços que se tor-naram ‘centrais de impressão’, com o uso indiscriminado dos recursos muitas vezes sem finalidade acadê-mica”. Até então, cada aluno tinha direito, gratuitamente, a 25 cópias preto e branco, em tamanho A4, por crédito cursado no semestre, o que equivale a 100 cópias para a maioria das disciplinas.

Além de organizar na inter-net um abaixo-assinado contra o corte, os universitários devem contestá-lo pessoalmente na se-gunda-feira (21), em reunião com diretor administrativo e financeiro da UCS, Gilberto Chissini.

O repasse de R$ 3,3 milhões pedido pela prefeitura ao gover-no federal, via Programa de Ace-leração do Crescimento(PAC 2), para construção de um parque no bairro Cidade Nova terá de espe-rar mais um pouco. Com projeto pronto e enviado à União, a Se-cretaria Municipal do Meio Am-biente aguardava com ansiedade a liberação do dinheiro. Conforme o secretário Adelino Teles, porém, o governo federal respondeu que a obra, por ora, está suspensa, assim como outras do PAC 2. O motivo é, também, a falta de caixa.

Na manhã de sexta-feira, mães e filhos foram às ruas para ques-tionar o Orçamento Comunitário (OC) e pressionar a prefeitura pela construção de uma creche no bair-ro Mariani, próximo ao Centro Comunitário. “Já estamos pedindo a creche há 10 anos, pois precisa-mos muito. Pelas nossas contas, há 335 crianças de zero a três anos e 176 de quatro a cinco que precisam de vagas”, argumentou Andrelise de Moraes, uma das organizadoras da manifestação. A reivindicação virou protesto em função de uma discordância sobre o que teria sido prioridade no OC – a creche ou uma área de lazer, como anuncia a prefeitura – e críticas à atuação da Amob do bairro. Leia mais na página 23.

exportação de perus da Seara é suspensa

inflação de janeiro é a mais alta em 7 anos

Abrigo de animais deve ser desocupado

corte de impressões na ucS revolta alunos

colégio Tiradentes não sai este ano. Talvez nem em 2012

PAc 2 adia verba para parque em caxias

Protesto de mães e filhos no Mariani

SeGunDA | 14.fev

SeGunDA | 14.fev

QuinTA | 10.fev

SeXTA | 11.fev

QuARTA | 9.fev

A Semanaeditada por felipe Boff | [email protected]

do ano sempre é época de reajus-tes, mas o consumidor não pode se descuidar. Precisa identificar e evitar os aumentos oportunistas.

desocupação da propriedade de 6 mil m² até 29 de março. O proble-ma, porém, nada tem a ver com questões ambientais. É de outra ordem. Flávio diz que a chácara foi vendida a um comprador que revendeu-a a ele. Este primeiro comprador, entretanto, não teria pago a dívida com o proprietário original, que pediu a reintegra-ção de posse. Na dúvida sobre a quem deveria pagar, Flávio diz que resolveu esperar o desfecho do caso. Agora, porém, anuncia que está registrando uma ONG para pleitear junto ao poder pú-blico um lugar para acolher os cães e gatos.

se viu que é preciso acompanhar – e divulgar – o projeto com cautela e paciência.

Page 4: Edição 64

4 19 a 25 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Roberto [email protected]

A semana será movimentada para Marcopolo e Randon, as duas maio-res empresas de Caxias do Sul. A Marcopolo comemora na segunda-feira (21) os 30 anos de atividades da fábrica de Ana Rech, que concen-tra a produção de ônibus rodoviários. Em 2010 a unidade produziu mais de 4 mil carroçarias, re-presentando quase 64% dos volumes nacionais deste seg-mento. Do total, ex-portou em torno de 1,1 mil, equivalen-tes a 54% dos em-barques nacionais de rodoviários.

A unidade de negócios Vola-re, da Marcopolo, programou para quarta-feira (23) a apresentação oficial de seu novo modelo de mi-niônibus. Denominada de W Fly, a linha representará novo avan-ço para esse mercado. O encontro também servirá para a apresenta-

ção oficial pública de Milton Susin (foto) como novo diretor executivo da unidade. Sua missão será a de manter o crescimento de vendas e de participação de mercado que a

Volare alcançou nos últimos anos: em 2010 produziu 4.454 miniônibus, com participação de 58% no merca-do nacional.

A Randon apre-senta a nova linha de implementos rodoviários na quinta-feira (24). A empresa agrega uma série de novi-dades para o seg-mento graneleiro

com o modelo denominado de Li-nha R. A apresentação ocorrerá em eventos simultâneos programados para as centenas de pontos da rede de distribuidores, em todos os can-tos do país, reunindo em torno de 5 mil clientes e convidados. Em Ca-xias será na Rodoplan.

Confirmando que Caxias tem concei-to também em outras áreas, que não só na metal-mecânica, a empreendedora Andréia Konz (foto) lançou na sexta-feira à noite uma linha de cosméticos. São 96 produtos desti-nados ao tratamento do rosto, corpo e cabelo por meio de cremes, esfoliantes, shampoos e condicionadores. A empresa AK Cosméti-cos tem como meta para este ano a produção média mensal de 400 mil unidades, com distribuição em 16 mil pontos de venda.

A Mundial, antiga Metalúrgica Abramo Eberle, reduziu em pouco mais de R$ 30 milhões a sua dívida com o Estado do Rio Grande do Sul. O governo é, desde esta semana, o novo proprietário do imóvel locali-zado na Rua Dom José Baréa, onde funciona atualmente a fundição do Grupo Voges. Com o abatimento deste valor, a dívida da empresa com o Estado baixou para perto de R$ 42 milhões, que deverão ser pagos em 11 parcelas, corrigidas pela taxa se-lic. Ainda não se sabe que destino o governo dará ao prédio, a ser deso-cupado em dois anos pela fundição, que se transferirá para nova sede em construção no Distrito industrial.

A Lupatech Tubular Service, controlada da caxiense Lupatech, assinou contrato de R$ 50 milhões com a Petrobras para prestação de serviços. O contrato é válido por cinco anos e pode ser renovado por igual período. Com esse negó-cio, o valor de pedidos firmados pela controlada atingiu cerca de R$ 90 milhões e o total da Lupa-tech ultrapassou R$ 2,6 bilhões.

O Hospital Virvi Ramos qua-lificou sua área de exames com a compra de um tomógrafo de últi-ma geração, em funcionamento na sua clínica de diagnóstico por ima-gem. Além da maior capacidade de geração de imagens, o equipa-mento reduz dos atuais 10 minutos para menos de um o tempo neces-sário para realização de exames.

Está programado para sábado (26) seminário sobre o tema Norte pro-fissional – Defina sua Direção. Ocor-rerá no Personal Royal Hotel a partir das 8h.

A Transportes Panex realiza neste sábado, 19, em Capão da Ca-noa, mais uma ação como Trans-portadora da Vida. Colaboradores voluntários da empresa entregarão material com dicas de segurança aos veranistas.

O presidente da Associação do Aço do Rio Grande do Sul, José An-tônio Fernandes Martins, apresenta o desempenho do setor em 2010 na segunda-feira (21), em Porto Alegre. Será a partir das 10h, no Hotel Plaza São Rafael.

Confirmada para quarta-feira (23) a 8ª edição do integramoda, no intercity. Leia mais na página 19.

Nesta semana o Comitê Muni-cipal de Emprego realiza mais um esforço para que os empreendedores individuais façam a declaração do imposto de renda, que tem prazo final de entrega à Receita Federal em 28 de fevereiro. No primeiro mutirão, realizado em janeiro, 140 empreendedores entregaram a declaração. Na cidade há 2,4 mil empresários formalizados nessa figura jurídica. O atendimento será feito na sede do Sebrae (Visconde de Pelotas, 130) até sexta-feira (25).

A chegada da segunda concessio-nária Fiat a Caxias do Sul garantiu para a montadora italiana o retorno à liderança do mercado regional, alinhando-se com o que ocorre no cenário nacional. A Marajó Veículos foi aberta no final do ano passado e já no primeiro mês completo de operação ficou à frente nas vendas nas quatro cidades de atuação da empresa: Caxias do Sul, Farroupi-lha, Flores da Cunha e São Marcos.

Com isso, Caxias do Sul subiu ao posto de cidade de médio porte melhor colocada no ranking nacio-nal de vendas de veículos novos. O sócio-proprietário da Marajó Sul e diretor-executivo do grupo, Ricar-do Loose, garante que a venda de veículos Fiat em Caxias superou a média nacional da montadora. Atualmente a marca tem 24,5% de participação no mercado local, enquanto o nacional é de 22%.A Hyva do Brasil atingiu a marca

de 200 mil cilindros hidráulicos produzidos em Caxias do Sul. Há 15 anos no Brasil, a subsidiá-ria sul-americana da companhia holandesa foi responsável por 20% da produção total de cilin-dros de todo o grupo durante este período. Projeta para este ano incremento de 15% sobre 2010.

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego apresentará em 1º de março publi-cação que faz um raio-x completo da situação socioeconômica de Caxias – projeto defendido desde o início do novo governo estadual. Trata-se de ação positiva, pois hoje não existe nada que reúna essas informações em um só trabalho.

Beleza

Imóvel transferido

negócio

Saúde

Declaração

Liderança

Marco Indicadores

coMeMoRAÇÃo e LAnÇAMenToS

Júli

o So

ares

, Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

Curtas

Page 5: Edição 64

por ROBERTO [email protected]

esde 1994, a cidade de Flores da Cunha ostenta o título de maior produtor de vinhos do país. Os dados mais recentes do Cadastro Vinícola do Rio Grande do Sul indicam produção local, em 2010, de 78 milhões de litros. O muni-cípio de 27 mil habitantes possui 197 indústrias vinícolas, desde pequenas cantinas rurais a gran-des empresas.

Realizada a cada quatro anos, a 12ª Festa Nacional da Vindima (Fenavindima) é uma forma de marcar esta condição e mostrar o potencial turístico da cidade. Neste ano a programação terá início oficial no sábado (19) e vai até 13 de março, com atividades de sextas a domingos, enaltecen-do a cultura italiana no Parque de Exposições, nos desfiles de carros alegóricos, nos restaurantes e na decoração da cidade.

No Parque da Vindima Eloy

Kunz haverá exposição de produ-tos de 72 empresas, a maioria de Flores da Cunha, com destaque para as áreas vinícola, movelei-ra, de vestuário e artesanato. A grande novidade é o formato da exposição que, ao invés de utilizar montagem básica como nas edi-ções anteriores, ganha apresenta-ção que resgata a arquitetura típi-ca com estandes que representam uma vila, com coreto, igreja e até a réplica de uma cantina antiga. A intenção é que a área total de exposição de 3 mil m² reproduza uma verdadeira piccola cittá.

Outra atração nos pavilhões será a exposição de uvas com variedades de mesa e viníferas, inscritas por mais de 400 produ-tores. Destes, 20 serão premiados com viagem técnica ao Chile. Nos desfiles e no pavilhão haverá dis-tribuição gratuita de uvas.

Um palco instalado no interior dos pavilhões servirá para apre-sentações típicas de corais, tea-tro e do dialeto italiano. Na área

externa, estarão se apresentando outros gêneros musicais e atra-ções locais.

Também funcionarão dois res-taurantes: um de comida típica italiana e o outro, da Escola de Gastronomia UCS/iCiF, servirá pratos da alta gastronomia nos almoços. Uma das inovações é a montagem de um deck coberto, deno-minado Wine Bar, em frente aos pavi-lhões, para happy hour com degusta-ção de vinhos e es-pumantes.

Mas é fora dos pavilhões que se dará uma das grandes atra-ções da Fenavindima: o 1º Festi-val do Menarosto e da Comida Colonial, envolvendo sete res-taurantes localizados no Centro e no interior. Os visitantes terão a oportunidade de saborear autên-

tico almoço de colônia, tal qual eram as refeições dos imigrantes italianos.

Assadas em espetos em forma de rolete, as carnes de frango, coelho, leitão e codorna formam

o cardápio que po-derá ser escolhido pelos visitantes con-forme a preferência. O segredo também está no uso dos tem-peros tradicionais da culinária italiana como sálvia, manje-rona, cebola, alho, sal e, claro, vinho. intercaladas com toucinho, as carnes são assadas ao calor

produzido por brasas de madeira carbonizada ou in natura.

Para o secretário de Turismo de Flores da Cunha, Carlos Lisboa, esta é uma forma de preservar a cultura dos antepassados e, ao mesmo tempo, divulgar o muni-cípio como Capital do Menarosto.

uva e vinho

Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

“O Festival reunirá os locais que preparam o prato, formando um roteiro gastronômico”, explica Carlos Lisboa sobre o menarosto

Desfiles da edição passada eram apenas diurnos, diferente deste ano quando também haverá distribuição de polenta durante o corso

D

Flores da Cunha terá programação intensa e variada a partir deste sábado com a Fenavindima

FLORES da VINdIMa

www.ocaxiense.com.br 519 a 25 de fevereiro de 2011 O Caxiense

Page 6: Edição 64

“O Festival reunirá os locais tra-dicionais que preparam o prato, formando um roteiro gastronô-mico que permitirá ao visitante conhecer a nossa gastronomia, a nossa gente e o nosso interior”, destaca. Por força de lei, o mena-rosto é considerado prato típico do Município desde agosto do ano passado.

com as constantes ações de promoção do vinho brasileiro é comum ouvir falar de cursos gratuitos de degustação, atração que integra o cardápio de opções do evento. Mas a grande novida-de da Fenavindima é o curso gra-tuito de degustação de uvas. Sob orientação da princesa da festa, a

enóloga Ariane Schiavenin, que estará assessorada pela rainha Elisa Giani Toigo e pela princesa Duana Nesello, os participantes degustarão uvas de mesa para consumo in natura, saberão quais são utilizadas para elaborar suco de uva e também as variedades viníferas que originam os vinhos finos. “Desta form, será possí-vel mostrar na prática porque as uvas viníferas não são adequadas para o consumo , mas ideais para a elaboração de grandes vinhos”, destaca Ariane.

Durante a festa serão oferecidos oito cursos gratuitos aos visitan-tes, sendo quatro de degustação de uvas e quatro de vinhos, es-tes coordenados pela Associação

Gaúcha de Viticultura. As alegorias que farão parte dos

desfiles da 12ª Festa Nacional da Vindima foram montadas pelas comunidades e entidades do in-terior e comissão organizadora. Serão quatro desfiles, dois deles à noite, novidade na edição, que trabalha o tema da festa: a comi-da colonial e a alta gastronomia no maior produtor de vinhos do Brasil.

O corso terá 12 carros alegóri-cos, cada um com tema próprio, mas sempre seguindo a proposta do evento. O toque de sinos e a distribuição de uvas marcarão o início do corso alegórico, onde também será distribuída polenta aos presentes.

Além da programação da festa, Flores da Cunha tem atrativos na-turais interessantes. Dentre eles, se destacam os parques da Gruta e de São Francisco de Assis, os mirantes Gelain e Gaio, a Cascata Bordin e o Belvedere do Monu-mento ao Centenário da Coloni-zação de Otávio Rocha.

em busca da indicação Geo-gráfica, Flores da Cunha montou um roteiro enoturístico que se diferencia do restante do Brasil, investindo fortemente na elabo-ração de vinhos finos. São proje-tos modernos que contemplam espaços para cursos de degusta-ção e enogastronomia dentro das próprias vinícolas.

Foto

s: A

ndré

T. S

usin

/O C

axie

nse

6 19 a 25 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Page 7: Edição 64

O cuidado com as palavras pode vir da leitura de Thomas Mann, James Joyce e Goethe. O lirismo e romantismo provavel-mente pelo contato com a musicalidade durantes as Califórnias de Canção Nativa e com as paisagens de Uruguaiana. Entretan-to, o prêmio Açorianos de Melhor Livro do Ano e de Livro de Poesia em 2010 por fim das coisas Velhas é resultado exclusi-vamente do talento de Marco de Menezes. O escritor também é fundador da editora Modelo de Nuvem, junto com sua mulher Camila Cornutti. A editora promete novidades para 2011.

Os pés de Sinara acostumaram-se desde cedo com a delicadeza e o rigor do balé clássico. Depois, descalçaram-se para para passos contemporâneos – menos deli-cados, mas tão rigorosos quanto – na Cia Municipal de Dança, onde a bailarina foi um dos destaques por oito anos. Profissionais, calçaram sapatos de de dança de salão. Sinara deu aulas no Clube Ballroom, experiência que firmou a parceria de dança que dura até hoje com Giovani Monteiro. Além de ajudar o marido Rodrigo Parisotto na administração do Mississipi Delta Blues Bar, Sinara organiza o Salão Sul (a edição deste ano está marcada para 17 a 20 de novembro), que movimenta o Largo da Estação Férrea em torno da dança. Um estúdio de dança, um palco, o bar. Qualquer desses espaços serviria de cenário para a carreira de Sinara. No entanto, para a foto que ilustra a coluna, ela escolheu o prédio em obras do Moinho da Esta-ção Cultural, um espaço multifuncional da Associação Moinho da Estação, que ela coordena e pretende inaugurar até 2013. Enquanto não pisam no palco construído pela bela iniciativa, os pés de Sinara correm por aí promovendo cultura.

MarcoSinara

por PAuLA SPeRB e MARceLo ARAMiS

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

de Menezes

Normalmente, a jornalista da UCS TV Viviane Salvador é o foco das câmeras que captam as imagens dos programas televisi-vos que apresenta. Agora, a experiência é diferente. Viviane é di-retora e roteirista do filme criadoras de Moda de caxias do Sul, que teve apoio do Financiarte. O primeiro documentário sobre o assunto da cidade será exibidos nos dias 8, 9 e 10 de março, no Ordovás. A produção, que conta história de oito estilistas, tem como finalidade mostrar que a moda não tem nada de fútil, pelo contrário, há muito trabalho e estudo. “Moda é arte, é cultura, é economia e também o retrato de uma época”, diz Viviane.

VivianeSalvador

Susin

esquina Habib’s | Na sinaleira da Sinimbu com a Coronel Flores, há sempre belas rosas vermelhas à disposição de quem quer presentear o ser amado ou simples-mente alegrar a casa.

esquina farmácia confiança | Tanto em dias úteis como nos finais de se-mana, é possível encontrar rosas de todas as cores na esquina da Júlio com a Gari-baldi. Com concorrentes nas três esquinas vizinhas, o ponto, que tem qualidade nas clássicas, mas também vende outras flores, se destaca pela variedade. Boas dicas para aumentar a vida útil das flores são gratuitas. fruteira capeletti | Ar-

ranjos de flores prontos e variados, que duram uma semana inteira quando a água é trocada todos os dias. Para sair satisfeito também com o atendimento, bem familiar. Fica na Júlio, 948.

fruteira Rezadori | Uma das fruteiras mais tradicionais de Ca-xias, conhecida por vender também frutas raras, é ponto para comprar arranjos prontos para mesa. Sempre em um balde, na entrada do estabele-cimento na Júlio de Castilhos, 1.452.Dia de flores, na Pra-

ça Dante | Em 2010, a Rede Flor e Flor promoveu duas vezes o “Dia de Flores” com variedades que enfeitam a Praça Dante Ali-ghieri e as casas de quem compra por preços acessíveis. Neste ano, o evento deve ocorrer pelo uma vez. Deveria acontecer sempre.

compras | Flores na rua

www.ocaxiense.com.br 719 a 25 de fevereiro de 2011 O Caxiense

Page 8: Edição 64

por ROBIN [email protected]

sede de uma empresa vultosos rendimentos deixou Caxias do Sul em 2011. Só a diferença entre despesas e receitas da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan) em 2009, ano dos úl-timos balanços publicados pela entidade, somou R$ 863.410,53 em seis das 11 unidades, con-forme apurou O Caxiense em uma série de reportagens publi-cadas em 2010. A matriz, então em Caxias, arrecadou sozinha R$ 3.083.160,52 em doações no mes-mo ano – aplicou R$ 1.010.621,18 em filantropia e contribuiu com R$ 40.299,27 em impostos e taxas (1,3% da receita). No dia 17 de janeiro, a associação que usa ser-viço de telemarketing e motoboys para captar recursos aprovou, em assembleia, a mudança de sua sede para a capital do Estado, onde opera desde 2008.

“Vamos abrir uma casa de apoio lá e estamos mudando toda a ad-ministração para Porto Alegre para centralizá-la. A casa é uma reivindicação da comunidade para os pacientes de todo o Esta-do que vão lá fazer radioterapia”, explica Paulo da Siqueira Vas-ques, que reassumiu o cargo de presidente da entidade. Fundador da Aapecan, ele vinha exercen-do, nos últimos anos, a função de diretor executivo, deixando a presidência com o vigia Emilio

de Oliveira, que vive na pequena e distante Jacarezinho, no Paraná, e depois com o cabeleireiro Mo-desto Alvanir Paz, morador de Caxias do Sul.

Oito dias antes da votação in-terna que decidiu a mudança da matriz para Porto Alegre, Vas-ques voltou a ser o presidente, posto que, na prática, já parecia ocupar: estava em eventos de to-das as unidades e sempre era ci-tado como representante da insti-tuição. Os presidentes anteriores costumavam indicar Vasques para falar em nome da entidade. Por que a troca, então? “Muda-mos a presidência porque nós te-mos um trabalho muito grande. A Aapecan cresceu muito no Estado nos últimos dois anos e não tem mais como continuar tendo um presidente de fora. É necessário alguém aqui de Caxias adminis-trar e acompanhar mais de perto”, diz, aparentemente referindo-se a Emilio, que presidia a Aapecan a 880 quilômetros de sua sede.

A mudança de cidade também pode ter sido motivada pela nova lei federal que rege as entidades beneficentes, a 12.101 – a mesma que obrigou a Universidade de Caxias do Sul a aumentar a oferta de bolsas de estudo em 2010. De acordo com a legislação, entidades sem fins lucrativos apenas podem pleitear Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social se tiverem cadastro reconhecido pelo Conselho Municipal de As-

sistência Social da cidade onde operam e documento equivalen-te na esfera estadual. Em Caxias, a Aapecan perdeu a certificação municipal no ano passado. Em Porto Alegre, no entanto, goza do benefício e da garantia estadual. As certificações não eximem a associa-ção de pagar impos-tos, mas a colocam em situação priori-tária no caso de plei-tear parcerias com prefeituras e com o governo do Estado – o que a entidade já fez, inclusive. A cer-tificação nacional, que a Aapecan está a um passo de con-quistar, uma vez que já as possui em nível municipal e estadual, essa sim traria isenções de impostos federais.

A capital gaúcha tem sido generosa com a Aapecan. No dia 24 de novembro de 2010, a Câma-ra de Vereadores de Porto Alegre aprovou o projeto de lei que deu à empresa denominação de utilida-de pública. A proposta, de autoria do vereador Waldir Canal (PRB), recebeu parecer favorável em quatro comissões, e com elogios. O nosso entendimento é de que o vereador foi extremamente feliz em sua proposta, tendo em vista a grande importância dos benefí-cios advindos da implementação

do Projeto, escreveu Pedro Ruas (PSOL), vereador e advogado que concorreu ao Piratini. Na épo-ca, Ruas presidia a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

O autor da proposta conta que presenciou o trabalho da entida-

de e achou interes-sante conceder o título para “manter, dar continuidade e ampliar” a atuação da Aapecan. Canal afirma desconhecer irregularidades re-lacionadas à empre-sa. “A análise que foi feita na Câmara foi nas comissões. Se ela tem algum pro-blema, é uma averi-guação que acredito

que seja posterior. O fato de ela receber o título do município é um reconhecimento do trabalho que ela prestou para Porto Ale-gre. A boa-fé foi utilizada. Agora, se existe algum problema, temos que nos manifestar para ver o que está acontecendo. Se a Aapecan pleitear algum recurso, claro que isso impacta em uma análise mais detalhada, fiscal.”

A análise mais detalhada pode-ria ter sido feita pela Assembleia Legislativa. Em 2008, os deputa-dos aprovaram o título de utilida-de pública estadual. Naquele ano, a Aapecan de Caxias arrecadou R$ 2.585.004,62 em doações e investiu R$ 815.536,94 em filan-

filantropia rentável

Lean

dro

Raup

p, D

ivul

gaçã

o/O

Cax

iens

e

“A Aapecan cresceu muito enão tem mais como continuar tendo presidente de fora”, diz Vasques, que reassumiu a presidência

Vasques (à esq.) agradece ao deputado Gomes (com a placa) pelo título de utilidade pública, junto com Emanoel (1º à dir.), então na Aapecan

A

investigada pelo MP, Aapecan muda sua sede para Porto Alegre, onde encontra apoio do poder público, mas vai ampliar estrutura em Caxias

TRaNSFERÊNCIa dE CaPITaL

8 19 a 25 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Page 9: Edição 64

tropia. O projeto foi iniciativa de Carlos Gomes, também do PRB, e foi encaminhado pelo advogado do partido na Assembleia. Gomes conta que conheceu a sede da en-tidade em Caxias do Sul e que sua relação com a empresa foi se afi-nando. “Por incrível que pareça, as pessoas falam bem da Aapecan em todo lugar. O conceito e o res-peito pela entidade e pelo serviço que ela presta são muito grandes.”

O deputado afirma que a empre-sa “contribui muito” nas audiên-cias públicas e lembra da produ-ção de duas cartilhas em parceria entre a Assembleia e a instituição. Para Gomes, a entidade que re-cebe o título deve ser séria, e ele diz que “normalmente se faz um levantamento” para verificar essa seriedade. Assim como o colega de partido, o deputado afirma desconhecer irregularidades que envolvam a Aapecan, inclusive a investigação que o Ministério Pú-blico Federal (MPF) fez para apu-rar possível ato de improbidade administrativa na entidade. “Vou pedir para o advogado (do parti-do) acompanhar. Se isso proceder, aí já muda alguma coisa”, afirma. Gomes conta que conheceu Pau-lo Vasques na Aapecan de Caxias. Em um dos depoimentos inclu-ídos no procedimento do MPF, uma disse à Polícia Civil que o deputado seria “bem amigo” de Vasques.

No ano passado, a Aapecan re-cebeu da Assembleia o certificado e a medalha de responsabilidade

social. O reconhecimento faz par-te de um prêmio do Legislativo gaúcho. Quem escolhe as empre-sas vencedoras e as finalistas é uma comissão mista de entidades da sociedade civil, que analisa as inscrições. A certificação reduz o iCMS das empresas. Para plei-teá-la, a Aapecan apresentou os balanços de 2008 e 2009 da en-tão matriz caxien-se, os mesmos que comprovam que ela aplica apenas 1/3 do que arrecada em filantropia. O coor-denador da comis-são que deu o título à Aapecan é o vice-presidente de gestão do Conselho Regio-nal de Contabilida-de do Rio Grande do Sul, Marco Au-rélio Bernardi, que também afirma desconhecer pro-blemas ou investigações relacio-nadas à instituição, mas ressalta a seriedade do prêmio, que veri-fica o balanço social e a situação fiscal das inscritas. “É uma coisa muito bem feita, não tem nada de lero-lero.” Ele considera que a comissão não poderia ter levado em conta a investigação do MPF sobre a Aapecan, por não estar finalizada na época. “A comissão não pode se basear em uma coisa que ainda não foi concluída. De-pois que transitou em julgado, aí sim tem que respeitar a decisão.”

o Ministério Público Fede-ral investigou suposto desvio de recursos da entidade por Paulo da Siqueira Vasques e suposta práti-ca de estelionato pela Aapecan. O procedimento foi instaurado em março de 2010 e utilizou parte das investigações da Polícia Civil de Farroupilha sobre a atuação da Aapecan naquele município.

Tudo começou por-que uma moradora da cidade recebeu uma ligação pedin-do doação para a Liga de Combate ao Câncer, em novem-bro de 2006. Des-confiada, confirmou que a Liga não pede ajuda por telefone nem usa motoboys para buscar doações. No dia combinado para que o motoboy

buscasse a doação, um policial confirmou que o motoboy traba-lhava, na realidade, para a Aape-can. A polícia apurou que a filial de Farroupilha, além de se passar pela Liga, também encaminharia a esta entidade pacientes que pre-cisavam de medicamento. Como o então vice-presidente da Aape-can, Celso Vasques, se negou a entregar os cadastros das pessoas que receberiam ajuda na cidade, a Polícia Civil teve que expedir mandado de busca e apreensão do material. Foram encontradas apenas quatro fichas, e todos os cadastrados depuseram. No mes-

mo ano, a Liga fazia o acompa-nhamento de 117 portadores de câncer em Farroupilha.

A testemunha que afirmou que Paulo Vasques e o deputado Car-los Gomes eram amigos é assis-tente social e foi funcionária da Aapecan Farroupilha entre de-zembro de 2007 e março de 2009. Ela conta que, quando foi demi-tida, a unidade da empresa tinha aproximadamente 41 usuários cadastrados, incluindo inativos (ou seja, que não estavam mais sendo auxiliados). Segundo a ex-funcionária, alguns dos cadastra-dos estavam mortos. Ela contou à polícia ter ouvido Paulo Vasques reclamar que “não sobrava nada” do que arrecadava em Farroupi-lha. Em uma reunião, disse a tes-temunha, Vasques teria avisado aos colegas que se uma unidade da Aapecan não desse lucro teria que fechar.

O processo do MPF inclui tam-bém informações sobre imóveis e automóveis em nome da Aapecan e de alguns de seus integrantes em 2008 e 2009: Paulo da Siqueira Vasques (uma casa de dois anda-res, com 212,35 metros quadra-dos, e três automóveis), o casal Emanoel Cora Vasques e iraci Sussai Vasques (uma casa e dois automóveis), Celso Vasques (qua-tro automóveis) e outros. A Aape-can havia adquirido uma chácara de 60 mil m², por R$ 180 mil, e tinha uma pequena frota de auto-móveis: Uno, Gol, Parati, Kangoo e um ônibus Mercedes Benz.

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

“Se tem algum problema, é uma averiguação posterior”, diz Canal, vereador que propôs acertificação da entidade na capital

Residência alugada no bairro Cinquentenário será transformada em casa de passagem da Aapecan

www.ocaxiense.com.br 919 a 25 de fevereiro de 2011 O Caxiense

Page 10: Edição 64

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

“Por incrível que pareça, as pessoas falam bem da Aapecan em todo lugar. O conceito e o respeito são muito grandes”, justifica o deputado Gomes

“Aqui também tem que ter lucro para se manter, atingir seus objetivos. É receita para crescer”, afirma Emanoel, gerenteda AAPC

10 19 a 25 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Apesar de o procurador respon-sável pela investigação, Fabiano de Moraes, apontar que há indí-cios de irregularidades nas pres-tações de contas da Aapecan, o MPF pediu, em 7 de janeiro deste ano, o arquivamento do proce-dimento adminis-trativo, sob o ar-gumento de que o Ministério Público Estadual investiga as mesmas irregu-laridades na enti-dade – este último procedimento cor-re em segredo de justiça. Paulo Vas-ques, porém, sus-tenta que a investi-gação foi arquivada porque o MPF não encontrou nenhuma irregularidade na asso-ciação.

os Vasques fazem da Aa-pecan um trabalho em família. O presidente Paulo é irmão de Celso, que foi vice-presidente. Naiara de Medeiros de Oliveira, que também trabalha na empresa, é filha do ex-presidente Emilio, que mora no Paraná. Um primo de Paulo, Emanoel Cora Vasques, também trabalhou na Aapecan.

As informações constam na in-vestigação do MPF. A assistente social que depôs à Polícia Civil de Farroupilha acrescentou que Claudio Ciusz – que no ano pas-sado era supervisor de recursos humanos da Aapecan, e em 2006 foi detido no Paraná sob suspeita de participar de um esquema de desvio de R$ 30 milhões de enti-dades que deveriam ajudar pes-soas com câncer – é casado com uma irmã de Paulo Vasques, Nei-de.

Emanoel deixou a Aapecan em março de 2009. Segundo a teste-munha, a razão foi uma briga com Paulo. O primo do presidente, en-tão, resolveu abrir outra associa-ção em Caxias, que até no nome é semelhante à Aapecan. Chama-se Associação de Amparo às Pessoas com Câncer. A AAPC, em ope-ração há cerca de dois anos na cidade, também utiliza o serviço de telemarketing e de motoboys para conseguir doações e afirma dar cestas básicas e medicamen-tos aos doentes cadastrados, que

atualmente seriam 40. Emanoel, no entanto, não é fundador da AAPC. O criador da entidade, se-gundo ele, é seu irmão João Cora Vasques. Emanoel informa que a matriz da AAPC fica em itajaí (SC) – onde a entidade tem o títu-

lo de utilidade públi-ca – e é administrada por outra pessoa da família, sua irmã Jo-sefa Cora Vasques.

Em Caxias, con-forme Emanoel, a AAPC tem 14 funcionários: sete operadores de tele-marketing, quatro motoboys, uma as-sistente social, um auxiliar administra-

tivo e o próprio Emanoel, que é gerente. Ele afirma ter experiên-cia na área. Diz ter trabalhado em ONGs desde o primeiro emprego, e teria sido funcionário da Legião da Boa Vontade por mais de 20 anos. Conta que gosta de traba-lhar em ONGs porque “ganha o pão de cada dia mas também au-xilia as pessoas”. Sobre a AAPC, explica: é uma instituição que não é governamental e não tem fins lucrativos. “Não fizemos o cadastro no Conselho Municipal

de Assistência Social porque tem que ter cadastro no Conselho de Saúde. Até fomos lá (no Conselho de Saúde), mas não foi possível porque estavam definindo se as nossas entidades deveriam estar inscritas em um ou outro conse-lho.”

O desentendimento com o pri-mo Paulo Vasques é confirma-do por Emanoel. “Eu saí porque me mandaram embora. Foi uma questão de temperamento mes-mo.” Ele diz que a investigação fei-ta na Aapecan não tem a ver com sua saída, nem com a diferença entre o que a entidade arrecada-va e o que investia em filantropia. “Na verdade, o que eles investiam lá estava dentro da lei. Como en-tidade, teria que investir pelo me-nos 20% no social. E, na época, estava dentro disso. Aqui ainda estamos construindo o trabalho. O objetivo é investir o máximo que der. Hoje ainda não estamos atingindo esse percentual (20% da arrecadação)”, conta o gerente da AAPC. Segundo ele, sua asso-

ciação ainda não tem balanço pu-blicado porque está começando, e isso custaria muito caro.

Emanoel também entende que ONGs devem ser lucrativas. “Qualquer empresa, qualquer or-ganização tem que dar lucro, seja ela privada ou pública. Se não ti-ver lucro, como vai fazer o investi-mento? Aqui também tem que ter lucro para se manter, atingir seus objetivos. Não é necessariamente lucro, mas é receita para crescer.”

não é somente em Porto Alegre que a Aapecan conta com apoio do setor público. Em Pe-lotas, além de ter inscrição no Conselho Municipal de Assis-tência Social e título de utilidade pública, a entidade faz parte do Plano Plurianual de Assistência Social (2010-2013). A presidente do Conselho, Maristela Letzow Silva, sabe que a entidade é obje-to de investigação. Em 2007, en-caminhou documento à Polícia Civil confirmando sua inscrição no órgão. A Aapecan chegou a re-ceber recursos do Município por participar do Plano Plurianual. Maristela, porém, diz que atual-mente não fiscaliza o trabalho da entidade, por causa da Lei 12.101, que colocaria a Aapecan peloten-

se sob responsabilidade do Con-selho Municipal de Saúde.

Em Caxias, apesar de ter per-dido certificação nos conselhos de Saúde e de Assistência Social, a empresa continua sendo consi-derada de utilidade pública, pela lei municipal 6.792/07 – de auto-ria da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, então presidida por Francisco Spiando-rello (PSDB). Ao falar de sua atuação, a Aapecan caxiense ressalta que atende doentes encaminha-dos pelo Hospital Geral. Conforme a gestora do setor de oncologia do HG, Ana Maria de Oli-veira, no entanto, não se trata especificamente de uma parceria. O serviço social do hospital apenas encaminha pacientes para associações em Caxias, entre elas a Aapecan. O mesmo acontece com a Faculda-

de da Serra Gaúcha, citada como parceira pela Aapecan. A assesso-ria jurídica da FSG nega que exis-ta qualquer convênio: a relação se resumiria a uma ação isolada, em que a associação promoveu palestra para alunos da faculdade. A Aapecan também cita parceria com a Unimed Nordeste, que dis-ponibiliza médicos para palestras na entidade. Na segunda-feira (14), o site da Parceiros Volun-tários de Porto Alegre noticiava uma parceria firmada com a Aa-pecan. Mas a coordenadora da ONG, Mirian Miller, diz que na verdade a Aapecan participa de processo seletivo para fechar par-ceria.

Apesar de estar mudando sua matriz para a capital, a Aa-pecan continua se expandindo em Caxias – e continuará telefo-nando aos caxienses para pedir dinheiro. Há cerca de 15 dias, alu-gou por aproximadamente R$ 2,5 mil mensais um imóvel no bairro Cinquentenário, onde deverá fun-cionar a partir de março uma casa de passagem. O presidente Paulo Vasques informa, entretanto, que a unidade da empresa no Uni-versitário – a antiga matriz, que também é alugada – não será de-

sativada. Vasques não comenta se 2010 foi um ano bom para a arre-cadação da Aapecan: “Olha, isso é coisa para nós, da administração, avaliarmos. Eu não sei porque vo-cês estão com tanto interesse em saber essas informações. O nosso contador nem fechou o balanço ainda, por isso não foi publicado”.

Na última sexta-feira, Caxias, em-bora tenha perdido para a capital a po-sição de sede esta-dual da Aapecan, sediou um encontro de funcionários de todas as unidades gaúchas da asso-ciação – provavel-mente, para fazer um balanço do tra-balho, traçar novos

objetivos e, talvez, comemorar sua expansão. Em março, mês de seu aniversário, a Aapecan estará em festa. O deputado Carlos Go-mes planeja fazer uma homena-gem à empresa na Assembleia.

A unidade do bairro Universitário deixa de ser matriz, mas continua centralizando os pedidos de doações por telemarketing em Caxias

Page 11: Edição 64

www.ocaxiense.com.br 1119 a 25 de fevereiro de 2011 O Caxiense

Page 12: Edição 64

Recomenda

Recomenda

l o Besouro Verde | Aventura. 13h50 (dub. 3D) e 16h30, 19h10 e 21h40 (leg. 3D) | iguatemi

Nesta versão, o leal Kato – que já foi interpretado por Bruce Lee em 1966 – continua fera em artes marciais e em engenhocas ele-trônicas. Ele é assistente de Britt Reid, jovem herdeiro de um jor-nal e em plena crise dos 30, que resolve tirar a cidade do contro-le do vilão Chudnofsky. Diri-gido por Michel Gondry. Com Seth Rogen, Jay Chou, Cameron Diaz.12 anos. 119 min..

l caça às Bruxas | Ação. 13h30, 15h40, 17h50, 20h e 22h10 (leg.) | iguatemi

Nicolas Cage é sempre Nicolas Cage, mas agora ele busca o per-dão divino em uma Cruzada na Terra Santa. Batalhas, espadas, mocinha para proteger e perigos. Dirigido por Dominic Sena. Com Ron Perlman, Christopher Lee, Claire Foy.14 anos. 96 min..

l Bravura indômita | Faroes-te. 13h40, 16h10, 18h40 e 21h10 (leg.) | iguatemi

Legítimo filme de faroeste (leia a resenha) com vingança e arma-dilha onde uma jovem de 14 anos contrata o delegado beberrão Reuben “Rooster” Cogburn para

encontrar e matar o bandido Tom Chaney, que assassinou seu pai. Junta-se a eles o Texas Ranger La Boeuf, que também procura o criminoso. Dirigido por Ethan e Joel Coen. Com Hailee Steinfeld, Jeff Bridges e Matt Damon. 16 anos, 106 min..

l o Ritual | Suspense. 14h30, 17h, 19h30 e 22h (leg.) | iguatemi

Só assistindo para saber se An-thony Hopkins consegue ser tão intenso como no papel de Han-nibal Lecter. Ele interpreta o ma-cabro padre Lucas, orientador de um jovem padre americano que viaja à itália para estudar exor-cismo. Dirigido por Mikael Håfs-tröm. Com Alice Braga, Colin O’Donoghue, Ciarán Hinds, Toby

Jones. 14 anos, 114 min..

l o Garoto de Liverpool | Drama. De quinta (17) a domingo (27), 20h (leg.) | ordovás

Para sair do Ordovás cantaro-lando e com encantamento pelo jovem músico que usava seus óculos inconfundíveis. O filme conta a infância e a adolescência do Beatle John Lennon, períodos marcantes na vida do músico para entender sua carreira e seus pri-meiros contatos com o rock’n’roll. Dirigido por Sam Taylor-Wood. Com Aaron Johnson e Kristin Scott Thomas. 14 anos. 98 min..

l cisne negro | Suspense. 16h, 18h30 e 21h (leg.) | iguatemi

12 19 a 25 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

[email protected] carol De Barba |

Guia de Cultura

Romance de Charles Portis inspirou Bravura Indômita de 1969 e de 2011. O segundo tem os irmãos Coen na direção e concorre a 10 estatuetas

cineMA

Para

mou

nt P

ictu

res,

Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

edital de citação - cível- 1ª Vara cível Comarca de Caxias do Sul. Prazo: 20 (vinte) dias.

Natureza: Declaratória.Processo: 010/1.10.0000961-0 | (CNPJ: 0009611-39.2010.8.21.0010). Autor: Macrosul Borrachas e Parafusos Ltda.

Réu : APf equipamentos e Suprimentos para informática Ltda. Objeto: ci-tação de APF Equipamentos e Suprimentos para informática Ltda., atualmen-te em lugar incerto e não sabido, para, no prazo de quinze (15) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, iV, CPC), contestar, querendo, a pre-sente ação, ciente de que, em não fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial. Caxias do Sul, 03 de fevereiro de 2011. SERViDOR: Miriam Buchebuan Lima, Ajudante Substitut. JUiZ: Darlan Élis de Borba e Rocha.

Page 13: Edição 64

Concorrendo a 5 Oscar, o filme tem praticamente lotado as ses-sões do GNC. O longa mostra a paranoia e a busca sem limites pela perfeição que atormentam a bailarina Nina, escalada para ser a nova estrela da montagem de O Lago dos Cisnes de sua compa-nhia. Dirigido por Darren Arono-fsky. Com Natalie Portman, Mila Kunis, Winona Ryder e Vincent Cassel. 16 anos. 113 min..

l o Discurso do Rei | Drama. 14h20, 18h50 e 21h20 | iguatemiO terapeuta Lionel Logue ajuda a resolver, entre outros problemas, a gagueira do futuro rei George Vi da inglaterra. Ator principal e seu coadjuvante dão ritmo ao filme que concorre a 12 estatuetas da academia. Dirigido por Tom Hooper. Com Colin Firth, Helena Bonham Carter, Geoffrey Rush, Derek Jacobi, Andrew Havill. 10 anos. 118 min..

l Quero Ser Grande | Comé-dia. Quarta (22), 15h (dub.) | or-dovás

Encerrando o Projeto CineKi-ds, a história fantástica sobre um menino de 12 anos que pede para se tornar adulto a um boneco em um parque de diversões e tem o desejo realizado no dia seguinte. Atuação clássica e inesquecível de Tom Hanks. Dirigido por Penny Marshall. Com Robert Loggia, John Heard, Jared Rushton. Livre. 98 min..

AinDA eM cARTAZ – As crô-nicas de nárnia 3 - A Viagem do Peregrino da Alvorada. Aven-tura. 16h30 (dub.). UCS. | en-trando numa fria Maior Ainda com a família. Comédia. 19h30 (leg.).UCS | Zé colmeia – o fil-me. Animação. 14h10 e 16h45 (dub.). iguatemi. |

l Miss Take + DJ Jorgeeeee-nho | Sábado (19), às 23h |

As meninas da Miss Take so-bem ao palco para fazer o pú-blico dançar com um repertório que vai desde ABBA e Roxette até Lady Gaga. Depois, a festa conti-nua com o DJ Jorgeeeeenho.Vagão BarR$ 12 (até meia-noite e com nome na lista) e R$ 15 | Estação Férrea | 3223-0007

l Tubarão 75 | Sexta (25), às 23h30 |

A banda lança seu primeiro CD, aprovado pelo Financiarte. As influências vem do rock´n roll clássico dos anos 60 e 70, como Rolling Stones, Beatles, Led Ze-ppelin, The Kinks, The Doors, Mutantes e Casa das Máquinas. A formação conta com André Elias (vocal), Leandro Menguer (gui-tarras e backing vocal), Patrick Bordin (guitarras, harmônicas e backing vocal), Rafael Corso (bai-xo e backing vocal), Felipe Balen (teclados e harmônica) e Felipe Dalpiccolli (bateria e backing vo-cal). Haverá coquetel para convi-dados e, após, o show da banda.Vagão classicR$ 8 | Júlio, 1343 | 3223-0616

TAMBÉM TocAnDo – Sá-bado (19): izzi Louise. Rock. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | franciele Duarte. Rock clássi-co. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Love. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. 3409-1900 | Rodrigo Ayala. Ele-trônica. 23h. Havana. 3224-6619 | Bacardi Summer. Eletrônica, pagode e sertanejo universitá-rio. Move. 3214-1805 | Adriano Trindade e Juliano Moreira. Samba Rock e Som Brasil. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Beba do Samba. Samba. 22h. Boteco 13. 3221-4513 | Subbottons. Rock. 22h Vagão Classic. 3223-0616 |

Ópera Liz + DJ eddy. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Grupo Quarteto Paiol. Tradi-cionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Domingo (20): caxias do Som especial Verão. Orquestra Municipal de Sopros. 17h. Parque dos Maca-quinhos. 3901-1316 | Beba do Samba. Samba. 22h. Boteco 13. 3221-4513 | Som Brasil com Pietro ferretti e Bico fino. Samba. 21h30. Portal Bowling. 3220-5758 | cokeyne Bluesman overdub. Rock. 20h. Mississip-pi. 3028-6149 | Segunda(21): Dj Aristocrata. Pop rock. 19h. Aristos London. 3221-2679 | flá-vio ozelame. Rock clássico. 20h. Mississippi. 3028-6149 | Terça (22): Dj Aristocrata. Pop rock. 19h. Aristos London. 3221-2679 | charles Master. Rock clássi-co. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Projeto cine Vagão. Longe de Casa. Curta. 20h. Vagão Classic. 3223-0616 | Ton & cavion. Pop rock. 21h30. Boteco 13. 3221-4513 | Quarta (23): Maurício Santos Trio. Rock Brasil. 22h30. Boteco 13. 3221-4513 | nico Smolján. Blues. 22h. Mississi-ppi. 3028-6149 | Ana Jardim. Samba de raiz. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Maurício e Daniel. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Quinta (24): ed Morte. Rock. 22h Vagão Classic. 3223-0616 | nico Smolján. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Banda Disco Acústico. Rock Nacional e internacional. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | flash Back. Rock. 00h. Boteco 13. 3221-4513 | Grupo Macuco. Tradicionalis-ta. 22h. Paiol. 3213-1774 | Bora Balança + DJ eddy. Pop rock. 21h30. Portal Bowling. 3220-5758 | Sexta (25): Mário Sérgio (ex-fundo de Quintal). Samba. 22h30. Boteco 13. 3221-4513 | Pow!. Rock alternativo. 23h. Le-eds Pub. 3238-6068 | Grinder. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Banda Branco no Preto. Som Brasil. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | nico Smolján. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Grupo Pátria e Querência. Tradicio-nalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | flash Back + DJ eddy. Pop rock. 21h30. Portal Bowling. 3220-5758 |

www.ocaxiense.com.br 1319 a 25 de fevereiro de 2011 O Caxiense

Depois de curtir o show no Vagão Classic, o primeiro CD da Tubarão 75 dá conta de manter o rock n’ roll

Gab

riel

Lai

n, D

ivul

gaçã

o/O

Cax

iens

e

MÚSicA

inGReSSoS - iguatemi: Segunda e quar-ta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia en-trada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (in-teira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudan-ças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito industrial. 3209-5910

cinema | Bravura indômita

O bom e velho Oestepor Carol de Barba

Uma boa história, o Velho Oeste dos Estados Unidos, uma dupla de Coens, um grande ator e uma jovem atriz re-velação. São esses os ingredientes que fazem de Bravura indômita não só um dos líderes de indicações ao Oscar con-correndo em dez categorias (melhor filme, direção, ator, atriz coadjuvan-te, roteiro adaptado, direção de arte, figurino, edição de som e mixagem de som), mas também – e principalmen-te – um faroeste da melhor estirpe.

“Você deve pagar por tudo nesse mundo, de um jeito ou de outro. Nada é de graça exceto a graça de Deus”, diz Mattie Ross, uma ótima cobradora desde, pelo menos, os 14 anos. É com essa idade que, levando a máxima ao pé da letra, ela contrata o xerife Rue-ben “Rooster” Cogburn – que dizem ser dotado de uma bravura indômita, tanto que seu codinome significa galo – para matar o assassino de seu pai, o bandido Tom Chaney. A dupla vira um trio com Texas Ranger La Boeuf, que também persegue o criminoso.

O enredo não tem nada de novo, ao contrário. Bravura indômita é basea-do no romance de Charles Portis, que já virou filme em 1969 e deu a John Wayne, ator-símbolo dos westerns, o único Oscar de sua carreira. O rotei-ro pode não ser inédito, mas o fôle-go que os irmãos Ethan e Joel Coen (Um Homem Sério, Queime Depois de Ler, Onde os Fracos Não Têm Vez) deram para sua versão é. Em 1969, o filme foi criticado por ter sido fei-to apenas para proporcionar a John Wayne uma atuação ganhadora do prêmio. A obra atual, porém, destaca-se justamente por conseguir explo-rar bem todas as nuances e detalhes importantes da história sem deixar de ter a marca da dupla na direção, especialmente nos ótimos diálogos.

Os cenários, o figurino e a fotografia mostram o desolado e poeirento Oes-te do pós-Guerra Civil Americana em toda sua decadência. Os duelos, as ce-nas de tiro e os momentos de espreita, de observar os inimigos abrigado em algum esconderijo, honram o legado de Butch Cassidy e John Ford. O dito corajoso xerife Cogburn, que chega a dar pena ao revelar-se apenas um velho beberrão, lembra o Jeff Brid-ges de coração Louco – e faz querer apagar da memória, a qualquer custo, o papel do ator em TRon – o Legado. Matt Damon, entretanto, passa bati-do como o Texas Ranger La Boeuf.

A surpresa fica por conta da estre-ante Heilee Steinfeld, que interpreta Mattie Ross, e é quem proporciona alguns dos melhores momentos do filme. indomável, na verdade, não é o xerife, e sim a jovem de 14 anos, que negocia brilhantemente alguns cava-los, demonstra e usa suas habilidades de persuasão, não admite ficar de fora da perseguição à Chaney e permanece orgulhosa e determinada mesmo após levar umas belas cintadas nas nádegas.

| ucS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocor-rem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | ordo-vás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

Page 14: Edição 64

Recomendal o caxiense um Ano | De se-gunda a sábado das 10h às 19h30, domingos das 16h às 19h |

Com curadoria de Mona Car-valho, a mostra reúne 12 capas, com as principais manchetes e os assuntos mais importantes entre as 53 edições de jornalismo inteli-gente impressas durante o Ano 1. Em cada tela, legendas contextua-lizam as reportagens e contam os bastidores da produção. A aber-tura é na terça (22).catna caféEntrada franca | Júlio de Castilhos, 2854 | 3212-7348

l frames da Dança | Sábado das 10h às 19h30, domingos (20), das 16h às 19h |

Parceria de diversos fotógrafos, a exposição comemora os 12 anos da Cia. Municipal de Dança de Caxias do Sul. A curadoria é de Mona Carvalho.catna caféEntrada franca | Júlio de Casti-lhos, 2.854 | 3212-7348

l Pincéis e Poesias | Sábado (19) e domingo (20), das 15h às 19h |

Ângela Gahary representa lei-turas de poemas de Mário Quin-tana. O texto está inserido ou exposto ao lado dos 12 quadros (acrílico sobre tela) e instalações. Galeria do ordovásEntrada Franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316 l Vidro: Arte e Transpa-rência | De segunda a sexta, das 8h30 às 18h, sábados das 10h às 16h |

Através de cores e formas inusi-tadas, o Grupo de Artistas Vidrei-ros de Porto Alegre transforma vidro em arte.Galeria MunicipalEntrada franca | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 AinDA eM eXPoSiÇÃo – Di-versidade cultural nos Trilhos da História de caxias do Sul. Antônio Carlos Lorenzett. De se-gunda a sexta, das 8h30 às 18h30, sábados das 8h30 às 12h30. Espa-ço Cultural da Farmácia do ipam. 3222-9270 | Mostra de Grafite caxias 100 Anos. Grafiteiros Digo, Dub, Favelinha, Feio, Hauli, HP, Marcos, Melão e Ray. Visita-ção livre. Largo da Estação Férrea

l o bairro faz | Sábado (19), às 20h |

Apresentação do grupo de Te-atro Originário do Programa de Oficinas do Bairro Faz. Na parte d atarde haverá apresentações de dança.casa das oficinasEntrada franca | Estação Férrea | 3901-1386

l inscrições 13º caxias em cena | De segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h |

Até 31 de março, grupos e com-panhias que desejam participar com espetáculos ou atividades paralelas (oficinas, palestras, de-bates , etc.) devem encaminhar suas propostas. O regulamen-to e as fichas de inscrição estão disponíveis no site da prefeitura (www.caxias.rs.gov.br). A 13ª edição do festival será realizada de 13 a 25 de setembro.unidade de Teatro

Gratuito | Centro de Cultura Or-dovás | 3901-1316 |

l fantastic Ball | Diaria-mente, das 10h às 22h |

O desafio é ficar em pé dentro de bolas de plástico transparente gigantes infláveis, numa piscina com capacidade para 60 mil li-tros de água e 35 cm de profun-didade. Diversão para crianças e adultos com complexo de rati-nho de laboratório.Praça de eventos do iguatemiR$ 10 | Shopping Iguatemi |

l família Hip Hop | Domingo (20), às 14h30 |

MC, DJ, Grafiteiro, B’boy, os elementos do hip hop, demons-tram sua linguagem e apresen-tam as particularidades de cada manifestação.casa das oficinasEntrada Franca | Estação Férrea | 3901-1381

l Acústicos e Valvulados | Sábado (19), 22h |

A banda gaúcha toca sucessos já conhecidos do público e can-ções do seu álbum mais recen-te Grande Presença no dia da abertura oficial da 12ª Festa Na-cional da Vindima.Parque eloy KunzR$ 5 | Flores da Cunha | (054) 3892-1722

ToRReS: Sábado(19): Bai-

le cavalgada do Mar. Shows com Balanço de Galpão e Ginga Show. Nativista e pop. 22h. Ar-roio Seco | Sexta(25): Banda Woods. Pop rock. 22h. Balneário Atlântico | Programação fixa: Quarta (23): A casa faz a festa. Sarau. Calçadão Rua Boa Vista | Quinta (24): cinema infantil. 15h. cinema adulto. 21h. Cen-tro Ágora do Arroio | Biblioteca e Tele centro. De segunda a sex-ta, das 14h às 20h |

l 5ª na Praça | Quinta (24), a partir das 19h |

O pop rock é o estilo contem-plado, com shows das bandas Fia, Copo D’água, The Red Squa-re e o cantor Telmo Valêncio.Praça XV de novembroEntrada Franca | Centro, próx. ca-melôs | Torres

l 6ª edição da feira do Ar-tesão de Torres | Diariamen-te, das 15h às 23h30 |

Variados produtos artesanais são comercializados em 22 es-tandes, por 30 artesãos e feitos dentro dos padrões exigidos na cerificação do trabalho artesanal. Praça Pinheiro MachadoEntrada Franca | Av. Beira-mar, Centro | Torres

AinDA eM ToRReS: Sába-do(19): A Viagem de um Bar-quinho. Teatro de rua. 19h. Pra-ça Pinheiro Machado | Show Poético Musical Mesa de Bar. 21h. Centro Municipal de Cul-tura | Domingo(20): o Auto da Paixão e da Alegria. Teatro de rua. 19h. Praça Pinheiro Macha-do | Sexta(25): namorado? eu tinha um. Teatro. 21h. Centro Municipal de Cultura |

14 19 a 25 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Primeiro sábado da Fenavindima é de show dos Acústicos e Valvulados em Flores da Cunha

Rodi

elso

n de

Sou

za, D

ivul

gaçã

o/O

Cax

iens

e

eXPoSiÇÕeS

TeATRo

fÉRiAS

PRAiAS

cuLTuRA PoPuLAR

fenAVinDiMA

Page 15: Edição 64

por CaMILa CaRdOSO [email protected]

om um sorriso que se esparrama como a própria cordeona, inquie-tos olhos azuis e os dedos acostu-mados a dedilhar com habilidade certeira o teclado da gaita, Adelar Bertussi, estrela do documentário O Tropeiro da Música Gaúcha, que leva seu nome na frente do título, acompanhou o lançamento do filme no dia em que completa-va 78 anos, na última terça-feira (15). O longa tem direção de Lis-sandro Stallivieri e produção da Spaghetti Filmes.

Mais de 60 anos de carreira, cer-ca de 600 composições e 49 dis-cos, além da edição de partituras, livros e revistas marcam a carreira de Adelar Bertussi que, ao lado do irmão Honeyde, é protagonista na história da música gaúcha. A tra-jetória do acordeonista respeita-do por sua técnica e seu carisma é retratada no documentário cuja porção musical foi comandada por ele.

Além de documental, a produ-ção é um tributo ao cancioneiro. A proposta de acompanhar a ro-

tina do músico, que inclui episó-dios como a recepção da Bandei-ra do Divino em Criúva até um desfile na 6ª Avenida, em uma espécie de Semana Farroupilha de Nova York, levou quatro anos para ser concluída. Foram 40 ho-ras de gravações brutas – 5 só de entrevistas com Adelar – compi-ladas em 90 minutos de filme, en-riquecido por imagens de acervo, como as de desfiles da Festa da Uva e de atividades na fazenda da família.

A iniciativa para o proje-to partiu da equipe da Spaghetti que, a princípio, pretendia fazer um documentário sobre os ir-mãos Bertussi. Adelar também procurou a produtora para gra-var um DVD. Contemplando a vontade do diretor e do músico, o documentário traz o próprio Adelar contando sua história, ex-tremamente desenvolto diante da câmera, como típico contador de causos que é. No repertório estão O Tropeiro, a instrumental Bugio Assanhado, Sangue de Gaúcho e os clássicos Oh! de Casa e São Francisco é Terra Boa, que virou

hino oficial do Município em 2002.

As canções foram gravadas em um dos cômodos da sede da Fa-zenda dos Bertussi, propriedade da família desde 1915. Cenas que ilustram fielmente a lida campeira retratada nas composições, como o manejo do gado e torneios de laço, em que Adelar aparece mon-tando a cavalo e laçando com a agi-lidade de um guri, também foram gra-vadas na estância. A sede da fazenda em São Jorge da Mula-da está em proces-so de tombamento e inclusão no livro do Patrimônio His-tórico e Cultural do RS devido à história que abriga, pelas ca-racterísticas típicas da arquitetura em madeira dos Campos de Cima da Serra e pelo conjunto de ele-mentos arquitetônicos que com-põem a propriedade.

A musicalidade dos irmãos vem de berço. O pai, Fioravan-

te Bertussi, um descendente dos primeiros imigrantes italianos, assumiu a Banda Municipal de Criúva em 1918 após estudar to-dos os instrumentos, especiali-zando-se naqueles de sopro. Por um atropelo do padre, que não queria mais clarinetes, trompetes e trombone no salão da igreja, os instrumentos foram parar na fa-

zenda dos Bertussi, para alegria dos jo-vens irmãos. Vendo o gosto pela música aflorar nos filhos, em 1937 Fioravan-te comprou um rá-dio, sintonizando tangos, milongas e valsas argentinas da emissora El Mundo, de Buenos Aires, e os sambas, choros e modas de viola das

emissoras do centro do país. Ade-lar credita a vontade de ser artista ao encanto pelo veículo de comu-nicação.

O desenvolvimento da localida-de de São Jorge da Mulada se deu a partir de 1940, com a instalação de serrarias. Com mais gente mo-

A trajetória do cancioneiroA

ndré

T. S

usin

/O C

axie

nse

“É uma responsabilidade muito grande, mas é natural que eu leve adiante. Aprendi com ele e vou seguir o exemplo”, garante o filho Gilney

“Não estou me entregando. Ainda quero escrever dois livros, lançar dois CDs e quem sabe fazer mais um DVD com a Spaghetti”, projeta Adelar

c

www.ocaxiense.com.br 15 19 a 25 de fevereiro de 2011 O Caxiense

MúSICa da ESSÊNCIa CaMPEIRaAliando conhecimento técnico e teórico sobre música e gosto pela vida nos campos de Criúva, o carismático Adelar Bertussi tornou-se ícone da cultura que ajudou a difundir

Page 16: Edição 64

Mai

con

Dam

asce

no, D

ivul

gaçã

o/O

Cax

iens

eM

aico

n D

amas

ceno

, Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

Jane

te K

rieg

er, D

ivul

gaçã

o/O

Cax

iens

e

1 e 2. Do início da carreira em 1952 ao Monumento inaugurado em janeiro de 2008, Honeyde e Adelar foram eternizados pela música que toca a alma dos campeiros; 3 e 4. Em mais de 60 anos de trajetória, Adelar perdeu as contas de quantas cordeonas já teve; 5. A dupla em ação com o pai, Fioravante, responsável pela formação musical e incentivo dos irmãos; 6. O memorial Irmãos Bertussi, instalado na fazenda em Criúva, com um obelisco de 30m e estátuas de 3,5m

1.

3. 4.

6.

5.

2.

16 19 a 25 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Ace

rvo

pess

oal,

Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

Ace

rvo

pess

oal,

Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

Ace

rvo

pess

oal,

Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

Page 17: Edição 64

rando no povoado, aumentavam as festividades a serem animadas pela família Bertussi. Após as pri-meiras lições do pai maestro, os irmãos Honeyde, Adelar, Valmor e Wilson formaram o primeiro conjunto: Dois Porongos Acoiera-dos. Honeyde foi o primeiro a se aper-feiçoar na prática da cordeona, em 1945, vindo a Ca-xias para ter aulas com especialistas e tocando em bailes das proximidades. Em 1948, Honeyde adoeceu e preci-sou se afastar por seis meses da mú-sica. Mesmo com a capacidade subestimada pelos pais, Adelar se dispôs a substituir o irmão, realizando sua primei-ra apresentação aos 15 anos com apenas 13 músicas no repertório. Com a recuperação de Honey-de e a capacidade reconhecida de Adelar, surgiu a dupla irmãos Bertussi.

Com os shows em auditórios de rádios e em festas da região, a du-pla motivou-se a tentar a sorte em São Paulo, em 1954. Ao chegar em uma terra minada de duplas caipiras e suas modas de viola, decidiram partir para o Rio de Ja-neiro, onde o acordeon era mais valorizado. Por lá, ganharam ou-vintes em programas das rádios Nacional, Tupi e Mayring Veiga, além da TV Tupi. Em uma das apresentações na Churrascaria Gaúcha conheceram David Nas-ser e Milton D’Ávila, diretores da revista O Cruzeiro. Era o contato necessário para chegarem a Emi-lio Vitalle, dono da Copacabana Discos, que gravou o primeiro LP em 1955.

Após sete álbuns e inúmeras apresentações por todo país, os irmãos encerraram a carreira da

dupla em 1965, com um show para 40 mil pessoas na Festa da Uva. Enquanto Honeyde formou com o filho Daltro o conjunto Os Bertussi, Adelar criou os Os Co-bras do Teclado com itajaíba Mat-tana. Em seguida, veio o grupo

Adelar Bertussi e Os Reis do Fandango. Na metade da década de 80, com Honeyde apresentando-se em carreira solo, Adelar assumiu o conjunto Os Bertussi, já com o filho Gilney inte-grando o grupo. No fim de 1998, Adelar deixou o conjunto para dedicar-se a apresentações solo e

a aulas de músicas.Enquanto Gilmar, o filho mais

velho, cuida da fazenda, Gilney é o herdeiro do legado musical de Adelar. Na pré-estreia do docu-mentário, o único descendente de Adelar e Honeyde ainda em atividade na música gaúcha ouviu formalmente um pedido do pai. Com um choro incontido e quase em tom de súplica, Adelar devo-tou ao filho a continuação da obra dos Bertussi. “É uma responsabi-lidade muito grande conseguir isso, mas é natural que eu leve adiante. Aprendi com ele e vou seguir o exemplo”, garante Gilney.

A família de ascendência italiana tornou-se ícone da mú-sica regional ao introduzir a ale-gria característica dos imigrantes nas canções gaúchas, habituada a temas tristes e carregados. Assim surgiu a música adaptada para danças, criando uma escola que anima os bailes gaúchos até hoje. Os Bertussi inspiraram o estilo seguido por conjuntos como Os Mirins, Os Monarcas, Os Ser-ranos, Porca Véia e Os Tiranos. “Justamente no final da década de

40 surgia o Movimento Tradicio-nalista Gaúcho (MTG). A intensa atividade dos CTGs tinha, e con-tinua tendo, como um dos focos principais a realização de bailes tipicamente gaúchos, onde as pro-postas harmônicas e compassadas dos irmãos Bertussi tornaram-se indispensáveis para a animação dos participantes”, destaca Paulo Bertussi, filho de Honeyde e estu-dioso da história da família.

Os irmãos também foram res-ponsáveis pela difusão da gaita em terreno onde, até então, rei-nava o violão. O conhecimento sobre o instrumento era tanto que tornaram-se consultores da linha de produção da Todeschini, fábri-ca de Bento Gonçalves que pro-duzia acordeons a partir da dé-cada de 40. Eles experimentavam gaitas prontas, conferiam resulta-dos e sugeriam eventuais modi-ficações. A introdução da bateria nos conjuntos de bailes também se deu por conta dos Bertussi. “E não por modernismo, mas por necessidade”, enfatiza Adelar. O compasso da percussão tornou-se essencial para dar fôlego ao gru-po, que chegava a tocar bailes de até 12 horas de dura-ção, numa época em que os artistas se apresentavam com pandeiro, gai-ta, violão e bumbo leguero.

na pré-estreia do documentário, Adelar lamentou a ausência de Honey-de, morto em 1996 após submeter-se a uma cirurgia no coração. “Eu penso que ele ain-da poderia estar aqui, porque ele é que merecia tudo isso”, referindo-se ao irmão 10 anos mais velho como o maior ídolo que teve. A dupla foi eternizada pelo Memo-

rial irmãos Bertussi, inaugurado em 2008 na fazenda da família. Ao ver o monumento – formado por duas estátuas de 3,5 metros, além de um obelisco de 30 metros – ser erguido, Adelar emocionou-se: “Quando eu vi aquela estátua eu disse: é o Honeyde que está descendo do céu para ficar com a gente de novo.”

este fim de semana será de homenagens póstumas no memo-rial, em um evento alusivo aos 88 anos de nascimento de Honeyde. Haverá recepção das caravanas para acampamento na fazenda no sábado (19), com fandango no sa-lão da comunidade. A cavalgada tem início às 9h de domingo (20), no Memorial; às 10h há missa crioula e às 15h inicia o gaitaço. Além das festividades em home-nagem a Honeyde, será lançado oficialmente o documentário so-bre Adelar, às 22h de sábado. As outras sessões abertas ao público ocorrem terça (22) e quarta (23), às 20h, e de quinta (24) a domin-go (27), às 18h15, no Ordovás. A entrada é franca.

Com tamanha mo-bilização em torno de seu nome, Adelar agradece, mas ques-tiona. “Quem sou eu para merecer tanta homenagem? Quan-do eu for acertar as contas com São Pe-dro vou perguntar por que Deus me deu todo esse me-recimento. Mas eu não estou me entre-gando. Ainda quero

escrever dois livros, lançar dois CDs e quem sabe fazer mais um DVD com a Spaghetti”, prometeu, com a humildade de quem recebe em vida o reconhecimento que a maioria dos ídolos nem chega a conhecer.

Jane

te K

rieg

er, D

ivul

gaçã

o/O

Cax

iens

e

“Quem sou eu para merecer tanta homenagem? Vou perguntar por que Deus me deu todo esse merecimento”, reflete Adelar

“Quando eu vi aquela estátua eu disse: é o Honeyde que está descendo do céu para ficar com a gente de novo” , conta Adelar sobre o Monumento

Na produção da Spaghetti, a sala da sede da fazenda dos Bertussi é o palco das apresentações com Adelar tocando ao lado de Gilney

www.ocaxiense.com.br 1719 a 25 de fevereiro de 2011 O Caxiense

Page 18: Edição 64

[email protected]

[email protected]

Lindonês Silveira| Último Tango na Lagoa |

O acrílico sobre tela, iniciado no 2° Encontro de Artes Jardim das Esculturas, na Lagoa da Con-ceição, em Florianópolis, marca uma mudança na obra de Lindonês. O Último Tango não encerra a série Blues, Jazz, Dance, que tem 147 telas pinta-das em 14 meses, mas anuncia uma virada estética. No mesmo ritmo de produção, o artista ensaia no-vas cenas de música e de palco, mas com pincela-das mais abstratas. E o tema música/dança parece inesgotável para Lindonês, que já tem esboços da nova fase da série, com blues mais introspectivo, jazz mais intimista e danças mais soltas.

Participe | Envie para [email protected] o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TiF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

por JôNaTaS LUIS MaRIa

ilhas minhas nuas, esquecidas.Cemitérios de emoção e ruas,Porto de navios fantasmas,ilhas tristes, tão sozinhas.

Dos olhos chorosos, caiar de abandono.Na boca cais do porto, o beijo de adeus.Velejar por entre ilhas de tuas mãosE ter nos lábios, naufrágio em tua pele.

ilhas austeras sem luar,Céu sem estrelas para olhar.Docas a aportar sonho algumNas ilhas notívagas da alma.

Corações feitos de silêncio simplesmente.Olhares tão dispersos, por tão longínquos,Mirar constante e vago, por mar indescritívelE a alma em pedaços, ainda quer cantar.

ilhas minhas, velhas ilhas sem abraços,D’uma vista tão peculiar e vasta.Viver consternado em cinza alegriaNestas velhas ilhas, bem distante do amor.

CaIS dOPORTO

18 19 a 25 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Page 19: Edição 64

por CaROL dE [email protected]

eitgeist. O espírito do tempo. É as-sim que estudiosos como o brasi-leiro João Braga e o francês Gilles Lipovetsky definem a moda. Mui-to mais do que futilidade – como apontam os dedos acusadores de gente culturalmente desinforma-da –, ela reflete de forma direta e rápida, principalmente a partir dos séculos XX e XXi, o que está acontecendo com a sociedade, a política e a economia ao redor do mundo.

Em Caxias do Sul, o integramo-da, projeto único no país, busca decodificar esse zeitgeist, ou me-lhor, as macrotendências compor-tamentais que resultam nas ten-dências de moda, em informação acessível para que as confecções, malharias e outras empresas do setor têxtil da Serra desenvolvam suas coleções. A 8ª edição acon-tece nesta quarta-feira (23), das 13h30 às 21h, no Hotel intercity, com workshops, palestras e desfi-le, e é uma realização conjunta do Polo de Moda, do Sindicato das indústrias de Fiação, Tecelagem e Malharias da Região Nordeste do RS (Fitemasul), do Sindicato das indústrias do Vestuário e do Cal-çado do Nordeste Gaúcho (Sindi-vest), da Universidade de Caxias do Sul (UCS – Curso de Design de Moda) e da Fiergs/Senai, com

apoio do Sebrae.O evento é sazonal – são dois

por ano, para outono/inverno e primavera/verão –, mas o traba-lho é contínuo. Por meio do Polo de Moda, que é uma organização setorial cooperada de entidades, governos e instituições de ensino e pesquisa dedicada ao desenvol-vimento e ao crescimento susten-tável da região, os grupos de pes-quisa dos dois sindicatos – Núcleo de Moda do Sindivest e Comitê de Estilo do Fitemasul – se reú-nem e labutam o ano inteiro para descobrir o que está se falando e fazendo na área. São análises de comportamento, observação de mercado e cultura, acompanha-mento de lançamentos das princi-pais semanas de moda, pesquisas em sites especializados, bureau de tendências, viagens, visitas a feiras e congressos nacionais e interna-cionais. E não só de moda: como tudo pode virar referência – artes plásticas, música, literatura, ci-nema, uma tribo indígena, uma cultura estranha ao ocidente –, os pesquisadores ainda têm a missão de identificar e filtrar aquilo que vai cair nas graças dos brasileiros e gaúchos (principais clientes das empresas de Caxias e da Serra).

O resultado final, apresentado no integramoda, fornece conhe-cimento valioso para que essas empresas, em sua maioria micro e pequenas, de origem familiar,

voltadas para o regional, criem uma moda própria e capaz de atuar num mercado extrema-mente competitivo e criativo, em nível nacional. O Brasil está entre os 10 principais merca-dos da indústria têx-til mundial, ao lado de China e Estados Unidos, por exem-plo.

No país, a in-dústria da moda é a segunda maior empregadora com carteira assinada, e nosso maior even-to de moda, a São Paulo Fashion Week, é uma das 10 semanas de moda mais impor-tantes do mundo. Ou seja, temos um mercado que, além de movi-mentar artistas, sonhos, desejos e emoções, faturou, segundo a Associação Brasileira da indús-tria Têxtil e de Confecção (Abit), R$ 52 bilhões no ano passado, e prevê um crescimento de 3,5% no setor têxtil, 4% na confecção e 6% no varejo em 2011. No Rio Gran-de do Sul, existem 9,4 mil empre-sas do ramo têxtil e de confecção, empregando 33 mil pessoas. Só na Serra, estão quase 2 mil, que geram em torno de 10 mil em-pregos. A maior parte, em Caxias: 60%, responsáveis por 5.761 pos-tos de trabalho.

o material produzido pelo Núcleo de Moda e pelo Comitê de Estilo é bastante didático, mas nem por isso entregue de bandeja,

mastigado. “A cada estação espera-se ver o que há de novo nas revistas, desfi-les, sites. A moda é isso, é movida pela novidade, e tem que se renovar constan-temente, pois sem o novo ela não sobre-vive. Porém, atual-mente, o que é novo envelhece muito rápido e existem tantas tendências

quantos são os códigos de vestir e as personalidades das pessoas. A moda é muito democrática e cada um tem um jeito de se vestir. O que a gente coloca são referências, caminhos, indicativos, mas cada empresa vai escolher o que é ade-quado para ela utilizar”, esclarece Bernardete Venzon, professora da UCS e integrante do Núcleo. “Acima de tudo, a pesquisa se tor-na muito importante quando a gente fala em termos de conceito. Precisamos nos adaptar às gran-des novidades, às tecnologias, às inovações, mas ir além e nos adaptar também ao que está no nosso entorno. Há algum tempo a moda vem trazendo essa questão do convívio mais equilibrado do

união criativa

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

“Cada um tem um jeito de se vestir. O que a gente coloca são referências, mas cada empresa vai escolher o que é adequado”, diz Bernardete

Núcleo de Moda em plena atividade para organizar a apresentação de mais uma edição do evento, na quarta-feira (23)

Z

Resultado de uma parceria de sindicatos, entidades e poder público, o integramoda inspira o setor com pesquisas em busca de uma identidade regional

O ESPÍRITO da MOda CaXIENSE

www.ocaxiense.com.br 19 19 a 25 de fevereiro de 2011 O Caxiense

Page 20: Edição 64

homem e da natureza, especial-mente da valorização do que o ser humano faz com suas mãos – que são obras-primas. A ideia de algo muito artesanal em contraste com o fast fashion.”

Bernardete este-ve à frente de um estudo divulgado em 2010, ao lado da pesquisadora Eliana Rela e organizado pela também pes-quisadora e docente da UCS Mercedes Manfredini, inti-tulado identidade regional da Serra Gaúcha como sus-tentação para o design. A iniciativa da UCS e do Polo de Moda da Serra Gaúcha, com apoio do CNPQ, reúne in-formações que possibilitam aos designers e às empresas busca-rem nos códigos e/ou na icono-grafia da região elementos para o desenvolvimento de produtos diferenciados, com a valorização da identidade local. O estudo foi realizado entre os meses de mar-ço de 2008 e maio de 2010, agre-gando também historiadores, artistas e especialistas em outras áreas do conhecimento. Envolveu a pesquisa e a análise das princi-pais manifestações culturais da região, catalogando elementos e conexões de valores culturais que podem servir de base para os pro-fissionais da moda criarem, por exemplo, cores, formas e texturas únicas. A pesquisa é considerada um marco conceitual do Polo de Moda da Serra Gaúcha e a ex-pectativa é que, conforme seja colocada em prática dentro das empresas, represente um avanço ainda maior do que aquele que se vê com o integramoda.

“Existem dois tipos de evolu-ção. De um lado, as empresas que

participam dos grupos de pes-quisa, que muitas vezes têm uma origem muito humilde, fundadas por funcionários saídos de uma grande fábrica, por exemplo, com a ajuda do grupo acabam conse-

guindo traduzir as tendências para a vida real e desenvol-ver seu trabalho. Do outro lado, as pes-soas que assistem ao integra aumen-tam seu repertório e tornam-se fiéis ao evento”, conta Cecí-lia Seibl, professora da UCS e integrante do Comitê de Estilo.

Com quase 40 anos de história, a Friolã partici-pa do evento desde sua criação e, mesmo anteriormente, sua equi-pe já frequentava as reuniões do Comitê. A empresa é familiar, como a maioria das malharias da cidade, e aposta na tradição alia-da à informação de moda para ter um design diferenciado e enfren-tar a forte concorrência. “A cada nova coleção, se começa a pensar primeiro no estilo da Friolã, que vem desde a época em que minha mãe criava as peças. independen-temente da tendência, nos mante-mos fiéis à proposta de marca, à nossa identidade”, afirma a estilis-ta Rafaela Tomazzoni. De acordo com ela, o trabalho do Polo de Moda é fundamental, já que são poucas as empresas que têm essa mentalidade. “A maioria não tem coragem de se arriscar, de fazer escolhas ao invés de se render às tendências, e prefere fazer algo massificado. O integramoda é uma oportunidade de abrir a ca-beça das empresas”, avalia.

Para ajudar as empresas a contornar os obstáculos do mer-cado, o Sindivest e o Fitemasul

utilizam uma estratégia que há 20 anos dá certo: união. “O curso de Moda e Estilo, ainda no Bloco B, surge por uma necessidade regio-nal de profissionais na área, a pe-dido dos dois sindicatos e da CiC, e numa formatação que lançava as pessoas rapidamente ao merca-do”, lembra o diretor do Campus 8 – Cidade das Artes, Aldo Zat.

Prova de que o ensino sempre caminhou junto às demandas representadas pelos sindicatos é que a maior parte dos membros dos grupos de pesquisa é de do-centes da UCS. Muitos deles já fo-ram, inclusive, donos de empresas do setor. “O curso nasceu dentro desse estudo, desta preocupação. Além disso, nossos alunos estão direta e permanentemente envol-vidos, porque estagiam nas em-presas e depois continuam como profissionais, fora a participação dos professores. É uma via de mão dupla e é preciso entender a moda como um sistema tão amplo e abrangente que só funciona bem se todas essas engrenagens esti-verem trabalhando numa mesma direção”, completa Adriana Job Ferreira Conte, coordenadora do curso de Design de Moda e integrante do Polo.

Segundo o dire-tor-geral do Polo de Moda, João Paulo Reginatto, o embrião do que há quatro anos cha-mamos de integra-moda realmente nasceu lá, nas pri-meiras negocia-ções conjuntas para criação do curso, e nunca parou de crescer. “Na verdade, é um projeto tão antigo que já faz parte da cultura da nossa região”, diz. “E esse trabalho, até hoje, é sui generis em termos de Brasil pela

sua vocação, que é disseminar a informação, o conhecimento e a pesquisa para as pequenas e mi-croempresas. A pesquisa é muito cara em qualquer ramo de ativi-dade empresarial e industrial, e seria inacessível aos empresários menores sem essa iniciativa.”

Como a orquídea que simboliza o conceito da 8ª edição, A essên-cia da adaptação, o integramoda também foi uma adequação à re-alidade do setor têxtil e de con-fecções caxiense. “É paradoxal: no passado, tínhamos empresas maiores na indústria da moda aqui na nossa região, e hoje é o contrário. Elas ficaram menores, mas muito mais atuantes, cria-doras, apostam muito mais no design e tentam desenvolver sua própria identidade na moda. O trabalho se desenvolveu para esse tipo de visão e acho que é por isso que nós temos esse bom resulta-do”, explica Reginatto. Apesar do sucesso, o professor Aldo acredita que ainda se pode ir muito mais longe e faz uma previsão otimista. “Uma semana de moda Caxias do Sul já estava na hora de acontecer, forte e grande, em nível de país. O

Polo e o integramo-da estão semeando isso. Se um dia a gen-te (que faz os eventos Maratona de Moda do Campus 8, Inte-gramoda, Iguatemi Serra Fashion, Made Here Show) come-çar a sentar junto, como sempre se fez aqui, com esses sin-dicatos, a cidade e a região têm muito a

ganhar. É um desafio. É hora de a gente se dar conta que Caxias tem potencialidade de um São Paulo Fashion Week, ou então de sediar a maior semana de moda do Co-nesul.”

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

“Sua vocação é disseminar a informação, o conhecimento e a pesquisa para as pequenas e microempresas”,diz Reginatto sobre o projeto

“A maioria não tem coragem de se arriscar. O Integramoda é a oportunidade de abrir a cabeça das empresas”, afirma Rafaela

Rosângela Braga, Cecília Seibl (Fitemasul), Bernardete Venzon (Sindivest) e João Paulo Reginatto unem esforços no Polo de Moda

20 19 a 25 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Page 21: Edição 64

Conforme anunciado na última edição, Caxias e Juventude avan-çaram às quartas de final da Taça Piratini, o primeiro turno do Gau-chão. Previsão óbvia, é verdade, pelo fato de o Ju ter garantido a classificação antecipada e o Caxias receber em casa o lanterna Por-to Alegre. Os grenás se pouparam para o confronto da Copa do Bra-sil, jogaram com o regulamento embaixo do braço, fizeram 1 a 0 e foi só. Três pontos garantidos, e agora vem o Veranópolis. Na Terra da Longevidade o adversário está capenga, sem técnico, abalado após uma briga entre jogadores... Um di-rigente do VEC é quem vai coman-dar o time na beira do gramado do Estádio Centenário a partir das 18h30 de domingo (20).

Para este jogo decisivo, Lisca pa-rece ter encontrado, na classificação antecipada na Copa do Brasil, uma formação ofensiva próxima da ide-al. O time que goleou o Ceilândia-DF teve André Sangalli; Dê, Mar-celo Ramos, Neto e Gerley; Marcos Rogério, itaqui, Edenílson e Pedro Henrique; Éverton e Lima. Para o Gauchão, as possibilidades são Pa-trício ou Alisson na lateral direita e o retorno de Édson Rocha para fazer a dupla de zaga com Neto. Na frente, Éverton (na foto, come-morando gol com Lisca) mostrou que está mais do que recuperado. Na primeira fase, o Caxias goleou o VEC por 3 a 0, em Veranópolis.

no Juventude, ao contrário da semana passada, Picoli tem apenas

uma dúvida. Após a suspensão de três jogadores, ele treina com a equi-pe considerada titular desde terça-feira. Bruno Salvador, que torceu o joelho e o tornozelo no treino de quinta, não deve jogar. Picoli vinha trabalhando com Jonatas; Rafael Pereira, Bruno Salvador e Bressan; Anderson Pico, Umberto, Jardel, Cristiano e Tiago Silva; Júlio Ma-dureira e Zulú. Fred está suspenso e Édson Borges segue em tratamento de lesão. Umberto recuado e De-oclécio no meio é uma opção. Ou Alex Teles na esquerda e Tiago Silva para a zaga. O confronto com o São José às 20h30 de sábado, no Estádio Alfredo Jaconi. No primeiro turno, o alviverde venceu o Zequinha por 2 a 1, em São Leopoldo, na estreia de Picoli como interino.

Apesar da classificação antecipa-da às quartas, Picoli vem sofrendo uma pequena pressão para mudar o ataque. isso porque apenas um gol foi marcado nas últimas três parti-das (derrota por 3 a 1 para o inter e empates sem gols com Lajeadense e Novo Hamburgo). O técnico está convicto de manter Zulú (foto) e diz que a chance do uruguaio ismael Espiga irá aparecer. Os demais con-frontos das quartas de final: inter x Cruzeiro (sábado, 17h) e Grêmio x Ypiranga (domingo, 16h).

Nas quartas de final, Juventude e Caxias ainda têm um motivação extra para baterem seus adversá-rios: fazer um CA-JU na semifinal. O primeiro clássico deste ano foi vencido pelo Ju por 2 a 1, quando Picoli foi efetivado como técnico.

Surpreendente o desempenho do Caxias em sua oitava participação na Copa do Brasil. Digo isso por-que ninguém esperava a goleada na estreia, nem os jogadores. O placar de 5 a 0 foi naturalmente definido contra o Ceilândia-DF (campeão brasiliense em 2010) ainda no pri-meiro tempo – Neto, Lima (dois), Pedro Henrique e Éverton marca-ram. Como o regulamento da com-petição prevê classificação à pró-xima fase com vitória do visitante por gols de diferença, o grupo grená agora espera o vencedor de Botafo-go-PB x Vitória-BA (o jogo de ida terminou 3 a 1 para os paraibanos).

O Juventude contratou o meia ar-gentino Rodrigo Javier Archubi, 25 anos, até o final de novembro deste ano. Ele é o oitavo reforço para a temporada 2011. Além dele, vieram o volante Jardel, o lateral Anderson Pico, o meia Paulo Josué e os atacantes Alvaro, Telê, Denílson e Zulú. Destes, Denílson pediu para sair do clube. Archu-bi (foto) foi cam-peão mundial sub-20 em 2005 ao lado de Messi, atualmente no Barcelona. Na apre-sentação, o jogador, que tem o ape-lido de Flaco – magro, em espanhol –, disse estar com “gana de jogar”. Suas últimas atuações foram pelo River Plate, quando foi suspenso pela Associação de Futebol da Ar-gentina (AFA) sob acusação de do-ping por uso de “substância ilícita”.

O preparador de goleiros do Caxias, Rogério Maia, foi reinte-grado à comissão técnica no dia 15 de fevereiro, quando o grupo treinou no gramado suplementar do Estádio Beira-Rio, visando a preparação para a estreia na Copa do Brasil. Maia estava na Seleção Brasileira Sub-20 que sagrou-se campeã sul-americana da categoria na madrugada de 13 de fevereiro. O título veio após a goleada de 6 a 0 sobre o Uruguai. A competi-ção foi disputada no Peru e serviu para definir os participantes do continente que vão para o Mundial da categoria e para as Olimpíadas de 2012 (Londres) – a medalha de ouro olímpica é o único troféu não conquistado pela Seleção Brasileira.

A campanha grená em 8 par-tidas na fase classificatória do primeiro turno do Gauchão soma 16 pontos, sendo 5 vitórias, 1 empate e 2 derrotas. O Caxias marcou 13 gols e sofreu 5.

O Juventude, com o mesmo número de jogos, chegou a 14 pontos – 4 vitórias, 2 empates e 2 derrotas. Os papos mar-caram 10 gols e levaram 8.

A dupla CA-JU se destacou no 1º turno do Gauchão, mas ficou fora da lista abaixo (o que não é bom, mas também não é ruim):- Melhor ataque: São José, com 17 gols;- Pior ataque: Santa Cruz e PortoAlegre, com 6 gols; - Melhor defesa: Novo Hamburgo,com 4 gols sofridos.- Pior defesa: inter de Santa Maria, com 21 gols sofridos;- Melhor campanha geral: Grêmio, com 17 pontos.

As quatro equipes que passa-rem pelas quartas de final da Taça Piratini jogarão as semifinais nos dias 26 e 27 de fevereiro, sábado e domingo, respectivamente. A vantagem de jogar em casa será do clube que somar maior pon-tuação na classificação geral. A final do turno está programada para o dia 6 de março, com mando de campo do time que tiver mais pontos. Em caso de empate nos 90 minutos, em qualquer fase, a vaga será decidida nos pênaltis.

Oficialmente, a papada ganha com folga dos grenás no quesito torcida neste Gauchão. Nas quatro partidas que disputou no Estádio Alfredo Jaconi (São Luiz, Caxias, Ypiranga e Novo Hamburgo), o time alviverde motivou a ida de 19.563 pessoas às arquibancadas. Uma média de quase 4,9 mil torce-dores por jogo. O maior público foi registrado no CA-JU, 8.479 pessoas.

No lado grená, o total chegou a 9.103 nas quatro partidas da eta-pa classificatória da Taça Piratini. A soma foi obtida nos borderôs oficiais da Federação Gaúcha de Futebol (FGF). O Caxias jogou com inter-SM, Cruzeiro, Pelotas e Porto Alegre. A média é de 2.275 pessoas por partida. Quem foi ao Centenário sabe que tinha mais público do que o registrado.

Copa do Brasil

Reforço

Da Seleção

estatísticas da dupla

Melhores e piores

Confrontos

Públicos

PoR uM cA-Ju nA SeMifinAL

And

ré T

. Sus

in/O

Cax

iens

e

Edga

r Va

z, D

iv./O

Cax

iens

e

Rodr

igo

Fatt

uri,

Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

Dupla

por fABiAno PRoVin

www.ocaxiense.com.br 2119 a 25 de fevereiro de 2011 O Caxiense

Page 22: Edição 64

l Juventude x São José | Sá-bado (19), 20h30

Valendo vaga na semifinal da Taça Piratini, o Juventude enfren-ta a equipe de Porto Alegre sem Fred, suspenso pelo acúmulo de cartões, e Edson Borges, em re-cuperação de lesão. A tendência é que Bressan permaneça forman-do o trio de zagueiros ao lado de Bruno Salvador e Rafael.Alfredo JaconiR$ 20; R$ 10 estudantes com com-provante de matrícula e idosos; acesso liberado para menores de 12 anos acompanhados e com do-cumentação.

l caxias x Veranópolis | Do-mingo (20), 18h30

A equipe grená encara o Vera-nópolis nas quartas de final do

primeiro turno do Gauchão, com Pedro Henrique e itaqui retor-nando de suspensão. Baltazar, que se machucou no jogo contra o Porto Alegre, é a única dúvida do técnico Lisca. O árbitro será Fabí-cio Neves Corrêa, auxiliado por Altemir Hausmann e Júlio Cesar Rodrigues dos Santos.centenárioR$ 20 arquibancada; R$ 40 cadei-ras; R$ 10 idosos e estudantes; R$ 30 acompanhante de sócios (acesso somente pelas sociais).

l campeonato de futsal Sesc farroupilha | Terça (22) e quinta (24), 19h30

Nos jogos de terça-feira, a equi-pe Amigos da Fronteira enfrenta o São Roque, a Atômica pega o time da Tramontina e o Mauter enfrenta o Pegô! Auto Elétrica. Dos confrontos saem os classifi-cados para as quartas de final, na quinta-feira. Parque cinquentenárioFarroupilha

l copa Verão SobreRodas de Motocross | Sábado (19), das 15h às 18h, e domingo (20), 9h30 | Arroio do Sal

A terceira etapa da competição ocorre neste fim de semana no parque de rodeios. A pista deve receber 180 pilotos. O público pode assistir aos treinos livres no sábado à tarde e às 15 baterias no domingo. A entrada é franca.

l 27ª cavalgada do Mar | Sá-bado (19), às 7h | Torres

O evento começa neste sába-do, com saída às 7h do Parque do Balonismo. A cavalgada passará também por Arroio do Sal, Capão da Canoa, Xangri-Lá, imbé, Tra-mandaí, Cidreira, Pinhal e Palma-res do Sul, encerrando-se no dia 26. A organização prevê a partici-pação de 3 mil cavalarianos.

l 5° Jogo pela conscienti-zação e campeonato Praia-no | Sábado (19) e domingo (20) | Torres

No sábado, às 15h15, oito times disputam as quartas de final do campeonato. Domingo, no mes-mo horário, ocorre a semifinal. Às 10h de domingo será realizado o encerramento da campanha de conscientização da doação de ór-gãos e tecidos da Associação dos Transplantados de Fígado do RS, com jogos comemorativos e dis-tribuição de informativos sobre o assunto. As atividades ocorrem na Arena do Praiano, na Praia Grande.

l 1º encontro Sul Brasilei-ro de Paraquedismo de Sal-tos noturnos | Sábado (19) e domingo (20), das 8h às 19h, e saltos noturnos no sábado às 20h | Torres

A lua cheia proporcionará o mí-nimo de visibilidade necessária. A principal atração ocorre sábado à noite no aeroporto, no km 79 da Estrada do Mar. Uma apresenta-ção demonstrativa está prevista para as 22h na Praia Grande. Sal-tos convencionais serão realiza-dos ao longo do fim de semana.

Recomenda

Recomenda

22 19 a 25 de fevereiro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Jogadores do Campeonato Praiano disputam as quartas de final no sábado. A semifinal é no domingo, em Torres

adri

ano

daka

, Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

Guia de Esportespor camila cardoso Boff | [email protected]

fuTSAL

LiToRAL

fuTeBoL

Page 23: Edição 64

Renato [email protected]

O estudo técnico sobre pedágios deverá estar pronto até a próxi-ma quarta-feira (23). Uma coisa é certa: a cobrança permanecerá.Mas o governador Tarso Genro quer mudar o sistema implantado nas rodovias do Rio Grande do Sul ainda na administração Antônio Britto – porém, só a partir do térmi-no dos atuais contratos, em 2013.A principal proposta é co-brar ponto a ponto – e com uma tarifa mais barata.

Tecnologia

Legalidade

Al primo canto

novo modeloNem sempre o desejo do presi-

dente de bairro está respaldado na opinião dos moradores. É o que vem acontecendo no Mariani, como ficou comprovado na sessão da Câmara de quinta-feira (17).

Ao contrário do que a prefei-tura está disposta a fazer – uma área de lazer, seguindo decisão do Orçamento Comunitário (OC) –, os moradores querem uma creche. Um documento com 340 assinaturas reforça a reivindi-cação. Para esses moradores, a reunião do OC que definiu área de lazer como prioridade foi con-duzida de forma arbitrária pelo dirigente do bairro Mariani.

A empresa Festa da Uva S.A. teve um lucro bruto de R$ 1,830 milhão no ano passado, con-tra R$ 1,603 milhão em 2009.

Em compensação, o lucro líquido caiu de R$ 237 mil, em 2009, para R$ 37 mil no ano que passou.

O desvio do pedágio de Vila Cristina – ou Rua da Cidada-nia – poderá ser asfaltado.

isso se a prefeitura acatar pedi-do encaminhado pelo vereador Alaor de Oliveira (PMDB), com o argumento de que o surgimento de buracos na via (sem falar da po-eira) está provocando transtornos aos moradores dos arredores e aos motoristas que transitam pelo local.

O pedido encaminhado pelo vere-ador da base governista é feito na se-mana em que a prefeitura está anun-ciando mais seis trechos que serão pavimentados dentro do Programa de Asfaltamento do interior (PAi).

Secretário estadual de Ciência, inovação e Desenvolvimento Tec-nológico, Cleber Prodanov (foto), estará na UCS na próxima quarta-feira (23). Falará aos professores da instituição sobre as novas opor-tunidades que o segmento apre-senta nesta virada de governo(s).

Se Caxias do Sul assinala em 2011 os 80 anos de criação da Festa da Uva, o Estado terá este ano outra comemoração: os 50 anos da Campanha da Legalidade.

O lançamento da programa-ção, lembrando a mobilização empreendida por Leonel Brizola, será feito neste fim de semana durante a interiorização do go-verno Tarso, em São Borja.

Mestre em Turismo, a profes-sora Rosana Peccini vai à Câma-ra de Vereadores na quinta-feira (24) para pedir, na tribuna livre, que reconheçam o galeto al primo canto como Patrimônio imaterial de Caxias do Sul. Rosana traz no nome uma tradição cultural das mais significativas para a cidade. Ela é descendente dos proprietários do hotel e restaurante Peccini.

Por mais frequentes que sejam as negativas, o prefeito José ivo Sartori (PMDB) vai, sim, promo-ver mudanças no secretariado municipal – mesmo que elas não sejam do tamanho que muitos assessores diretos dele gostariam e que o governo precisaria.

Com as mudanças, o PSB, que tem representação na Câmara, sairia melhor contemplado no governo. O partido hoje conta com apenas uma secretaria (do Planeja-mento, a cargo de Paulo Dahmer), enquanto o PTB – sem vereador – tem dois nomes no primeiro esca-lão – Flávio Cassina, na Habitação, e Adiló Didomênico, na Codeca, além de Zoraido Silva na diretoria comercial da Farmácia do ipam.

Lazer não, creche sim

Balanço da festa

Asfalto

um dia ela virá

Ficaram mal na foto, outra vez, os deputados federais caxienses Assis Melo (PC do B) e Pepe Vargas (PT), agora em relação à votação do va-lor do salário mínimo em R$ 545. Desde a quarta-feira (16) ambos passam boa parte do tempo a dar longas explicações aos veículos de comunicação da cidade a respeito das suas opções de votar a favor de um aumento menor do que as cen-trais sindicais pretendiam.

De qualquer forma, não dá para acusar os dois parlamentares pelas contradições desse voto. A culpada é a política governamental equi-vocada de penalizar o trabalhador para equilibrar os gastos públicos. Quando o partido fecha questão a respeito de determinado projeto, é impossível evitar que os parlamen-tares fiéis votem a favor da propos-ta.

no entanto, não deixa de ser engraçado ver os adeptos da fide-lidade partidária tentarem buscar explicações a respeito de suas no-vas posições, simplificadas por eles mesmos – quando estavam na opo-sição – como “voto contrário aos

interesses da população”.Aliás, o PSDB anuncia a oportu-

nística publicação de outdoors com as fotos de todos os deputados con-trários a um valor mais expressivo para o salário mínimo, classifican-do-os como “inimigos da classe trabalhadora” – como faziam os governistas de hoje quando comba-tiam a política econômica neolibe-ral do governo Fernando Henrique Cardoso.

o problema poderia ser evi-tado se não houvesse tanto alarde a respeito da necessidade de um mínimo maior ANTES da votação, como anunciou Assis Melo.

Depois, o parlamentar do PC do B teve que engolir o posicionamen-to oficial da sigla, fechadíssima com o governo Dilma. Só restou a Assis distribuir nota com os principais pontos da declaração de voto da bancada comunista sobre a matéria.

“Transformar em lei uma política de valorização do salário mínimo é um contraponto importante ao projeto neoliberal que postula a fle-xibilização das relações trabalhis-tas”, diz a nota, entre outros pontos.

o ÔnuS De SeR GoVeRniSTA

A ideia não é transformar o lo-cal num grande manicômio, mas ape-

nas ampliar a oferta dos serviçosMaria do Rosário Antoniazzi, secretária muni-

cipal da Saúde, ao anunciar a criação de um con-domínio fechado para abrigar pessoas que preci-sam de atendimento à saúde mental em Caxias.

www.ocaxiense.com.br 2319 a 25 de fevereiro de 2011 O Caxiense

Silv

io A

lves

, Pal

ácio

Pir

atin

i/O C

axie

nse

Dav

id R

ibei

ro, C

âmar

a do

s Dep

utad

os/O

Cax

iens

e

Leon

ardo

Pra

do, C

âmar

a do

s Dep

utad

os/O

Cax

iens

e

Page 24: Edição 64