Edição 71

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Abril | 2011 |S9 |D10 |S11 |T12 |Q13 |Q14 |S15 Ano II R$ 2,50 71 Os bastidores do dia em que a cidade entrou para a história ao realizar a primeira transmissão a cores do país, feito a ser comemorado na Festa da Uva 40 anos depois Noerci , o delegado cantor Alceu: “tudo que é feito no Daer não funciona” Profissão: concurseiro Ju tenta o título do Interior e Caxias sonha com a classificação Dupla CA-JU Ranking gaúcho não reflete a força local dos supermercados Roberto HUNOFF Renato HENRICHS A política que vai aos bairros fora da época de eleição Ilustração: Marcelo Aramis/O Caxiense

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Os bastidores do dia em que a cidade entrou para a história ao realizar a primeira transmissão a cores do país, feito a ser comemorado na Festa da Uva 40 anos depois

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Abril | 2011|S9 |D10 |S11 |T12 |Q13 |Q14 |S15

Ano ii

R$ 2,50

71

Os bastidores do dia em que a cidade entrou para a história ao realizar a primeira transmissão a cores do país, feito a ser comemorado na Festa da Uva 40 anos depois

Noerci, o delegado

cantor

Alceu: “tudo que é

feito no Daer não funciona”

Profissão:concurseiro

Ju tenta o título do interior e

Caxias sonha com a classificação

DuplaCA-JU

Ranking gaúcho não reflete

a força local dos supermercados

Roberto HUNOFF

RenatoHeNRiCHS

A política que vai aos bairros fora da época

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2 9 a 15 de abril de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Índice

Expediente

Assine

A Semana | 3As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4Ausência de redes caxienses no ranking gaúcho de supermercados revela desinteresse – e pode gerar prejuízos

O Caxiense entrevista | 5Alceu Barbosa Velho (PDT), adversário dos pardais, é contra a CPi (por enquanto)

Festa da Uva | 7Os bastidores da primeira transmissão a cores do Brasil

Concurseiros | 10A marcha pelo emprego público impõe uma dura seleção à espécie

Boa Gente | 12Fábula do Brasil para a itália, pizza da itália para Caxias e evento mundial com palestrantes locais. Cinco comércios 24h.

Artes | 13Um olhar que sorri

Perfil | 14Os versos escrachados de uma autoridade séria: Noerci Melo

Guia de Cultura | 16Zica Stockmans solteira no palco euma arara-azul em busca do amor

Alistamento | 19Não há vagas suficientes para quem quer servir nem garantia de dispensa para quem não quer

Dupla CA-JU | 21Um quer o título do interior; outro, só classificar (e já será muito)

Guia de esportes | 22Batalhas do fim de semana: Gauchão e kickboxing

Renato Henrichs | 23O que a Câmara pode aprender nos bairros

www.OCAXieNSe.com.br

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita LossCirculação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de OliveiraAdministrativo: Luiz Antônio Boffimpressão: Correio do Povo

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para [email protected]. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal O Caxiense Ltda.Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471Fone 3027-5538 | E-mail [email protected]

@FilipeVolux Parabéns ao @ocaxiense pela capa!!! Palmas para o André T. Susin #edição70

@paulinhocc Muito massa a capa! Abaixo o as-sédio moral #edição70

@jornalisi Bela capa! A expressão do cãozinho acuado está perfeita. Ótimo trabalho! #edição70

@adiphotos Parabéns ao @ocaxiense por abrir um espaço em sua edição para que os artistas locais possam expor seus trabalhos. #artes

@kah_cr Adoro muito o @ocaxiense! Parabéns pessoal! Jornalismo de qualidade! #edição70

@tricke Parabéns ao @ocaxiense pela 70ª edi-ção. Jornalismo e informação de altíssima qua-lidade. #edição70

@RoseBrogliato Fiquei feliz de ver as matérias de @ocaxiense. Todas me interessam. #edição70

@vereadoradenise Confesso que gostei muito dessa última edição! Nem sabia o que ler pri-meiro... Zé do Rio, Ciganos, Assédio Moral. #edição70

Parabéns pela matéria “A lei do mais fraco”. Mostra

exemplos de assédio moral no serviço público municipal.

Foto da capa ficou perfeita.João Dorlan

A LEI DO MAIS FRACO

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O assédio moral motivou a abertura de 267 processos na Justiça do Trabalho de Caxias do Sul no ano passado. Nos três primeiros meses de 2011, já são 87, uma média 30% superior. Na prefeitura, os servidores reivindicam a criação de uma lei específica para combater os abusos

Entrevista comFuck Yeah,

a colunaantissocial

Noveletto fala de Copa,

Gauchão eClube dos 13

Zé do Rio,o crítico

do “EstadoMerdocrático”

Caxias, acampamento de ciganos

O setor de serviços puxou a retração

da economia caxiense

Roberto HuNOFF

RenatoHENRICHS

Em maio, dom Paulo Moretto faz

aniversário – e deixa de serbispo de Caxias

extinção do pedágio de Farroupilha |A grande questão não é extinguir as praças de pedágio e sim

valores mais justos. Na minha opinião, o Estado não consegue arcar com todos os custos de manutenção das nossas estradas (embora devesse). Os pedágios podem ser uma ferramenta para melhorar as condições de infraestrutura das estradas, desde que não seja abusivo, como tem sido. Uma mudança radical na polí-tica de concessão já seria um grande avanço.

Alessandro Silva

erramos | No perfil de Zé do Rio, publicado na última edição (Zé, do Rio a Caxias), na foto em que ele aparece ao lado da mãe, Esther, está acompanhado do padrasto, Francélio Caldas, e não do pai, Manoel; Zé do Rio pensou em ser presidente do Brasil pela primeira vez em 1954, ano em que Getúlio Vargas se suicidou, e não em 1984; Zé do Rio também afirma que nunca pichou muros, apenas escreve o nome de seus livros, com giz, em tapumes.

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www.ocaxiense.com.br 39 a 15 de abril de 2011 O Caxiense

Começou bem o concurso para a escolha da rainha e das prince-sas da Festa da Uva de 2012. No primeiro dia, três candidatas se apresentaram: Aline Apareci-da Dallegrave, Francine Abreu Guerra e Lídia de Oliveira Flores. interessadas têm até o dia 21 de maio para se inscrever, de segun-da a sexta, das 14h às 18h, e aos sábados das 9h às 12h (exceto dia 23 de abril).

Deve levar dois anos o proces-so de instalação de uma extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) na Ser-ra. A previsão é do vice-reitor, Rui Vicente Oppermann. Se a notícia desanima quem esperava um pro-cesso mais rápido, outra informa-ção de Oppermann compensa. O vice-reitor diz que mais de uma

Também para 2013, outra boa notícia. A se julgar pelo anúncio formal e oficial, feito pelo secre-tário de infraestrutura e Logísti-ca, Beto Albuquerque, pode-se considerar cumprida a promessa do governador Tarso Genro de extinguir a praça de pedágio de Farroupilha quando se encerrar o contrato atual. Agora, o governo aguarda as conclusões da Câma-ra Temática formada para discu-tir um novo modelo de pedágio no Rio Grande do Sul, ao mesmo tempo em que tenta resolver o impasse das rodovias federais.

Não é desinteresse pela leitura,

Com direito à greve devolvido pela Justiça e sem acordo com a prefeitura, os médicos da rede mu-nicipal pretendem retomar a pa-ralisação a partir de segunda-feira (11). A posição anunciada pelo presidente do sindicato, Marlonei Silveira dos Santos, não ajuda mui-to na negociação. A categoria au-mentou o pedido de reajuste. Quer R$ 9,1 mil por 20 horas semanais. Hoje, recebe salário-base de R$ 2,1 mil. E ainda tem a questão do pon-to – assumidamente descumprido por parte dos médicos – a ser re-solvida...

Abertas as inscrições para concurso da rainha

extensão da UFRGSprevista para 2013

Governo confirma fimdo pedágio de Farroupilha

Biblioteca sofre pelo desinteresse – na reforma

Terceiro anel viário ganha apoio do estado

Médicos do Municípiodevem retomar a greve

SeGUNDA | 4.abr

TeRÇA | 5.abrQUiNTA | 7.abr

SeXTA | 8.abr

QUARTA | 6.abr

A Semanaeditada por Felipe Boff | [email protected]

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Candidatas à coroa da Festa da Uva 2012: Francine (E), Aline (C) e Lídia (D); Biblioteca Municipal aguarda interessados na reforma

A alternativa para desafogar o trânsito da BR-116 no trecho ur-bano, chamada de terceiro anel vi-ário, recebeu incentivo e promessa de apoio na busca de recursos por parte do governo do Estado. O se-cretário de infraestrutura e Logís-tica, Beto Albuquerque, quer vir a Caxias para conhecer melhor o

projeto da prefeitura, e já sugere uma associação de esforços para conseguir a verba necessária. Uma das ideias é colocar a obra no PAC 2 e, depois, municipalizá-la. O projeto da prefeitura segue o tra-çado da RSC-453, em frente ao Campus 8 da UCS, até a localidade de Santo Homobom. No percurso, prevê seis viadutos e dois túneis.

cidade da região receberá uma unidade de UFRGS. Caxias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçal-ves e Garibaldi já demonstraram esse interesse.

mas afeta diretamente os livros e os leitores. A reforma da Bibliote-ca Pública Municipal Dr. Deme-trio Niederauer, com orçamento de R$ 392 mil, pode ser inviabi-lizada pela falta de interessados na licitação. O projeto, que prevê a ampliação de espaços para ar-mazenar o material utilizado nos programas de estímulo à leitura, a expansão de alguns ambientes e a construção de banheiros novos, adequados às necessidades dos deficientes físicos, corre o risco de ficar no papel se nenhuma em-presa se candidatar à execução da obra.

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4 9 a 15 de abril de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Roberto [email protected]

Causa estranheza que apenas três empresas do varejo supermerca-dista de Caxias do Sul despontem no ranking de 2010 da Associação Gaúcha de Supermercados. São elas: rede Kastelão, 52ª colocada; Mini Mercado Simiel, 157ª; e Me-lon Alimentos, 289º posto. A lista com as 327 maiores do Estado foi liberada nesta semana. Na ponta aparece o grupo Walmart, deten-tora em Caxias do Sul das marcas BiG e Nacional. A ausência de redes como Andreazza, Condor, Savi e Vantajão, dentre outras, deve estar diretamente relacionada ao fato de

elas não estarem ligadas à entidade gaúcha ou não liberarem informa-ções. Tanto num caso, quanto no outro, perdem a cidade e o setor supermercadista local, que dá a im-pressão de não ser representativo, o que é uma inverdade. Talvez esteja faltando um pouco mais de interes-se em participar efetivamente das lutas do segmento. Seria muito bom que estas redes revelassem seu real tamanho, mostrando que Caxias não é apenas uma cidade de carac-terísticas industriais. isto também pesa na hora da decisão de novos investimentos.

Tomando por base os indicadores do seu programa de qualidade, a Agrale premiou 44 concessioná-rios de todo o País, dos quais 25 da linha de tratores e 19 de veículos. Com cinco anos de existência, o programa de qualidade para con-cessionários foi criado para aprimo-rar ainda mais o atendimento aos clientes da marca, reconhecer os distribuidores com melhor desem-penho e permitir a excelência dos serviços de toda a rede. O encontro com 160 representantes das con-cessionárias da marca também serviu para promover integração.

A Microempa programou para 13 de abril, às 19h30, no auditório da CiC de Caxias do Sul, a primeira palestra do projeto Prazer em Co-nhecer deste ano. O especialista em marketing digital e diretor da WBi Brasil, Paulo Kenderski, falará so-bre O impacto das redes sociais no comércio eletrônico.

A Fundação Caxias oferece curso gratuito de auxiliar de cozi-nha, que será desenvolvido no Cen-tro de Atendimento ao Migrante, localizado no Bairro Desvio Rizzo. Serão 220 horas/aula, com início

confirmado para o dia 25 de abril. Um dos requisitos para se inscrever é ser maior de 18 anos e estar em situação de vulnerabilidade social. Mais informações pelo telefone 3223.0528.

O tema da reunião-almoço da CiC de Caxias de segunda-feira (11) será apresentado pelo prefeito José ivo Sartori e pelo diretor-presidente do Samae, Marcus Caberlon. Fala-rão sobre o andamento das obras do Sistema Marrecas, que ga-rantirá o abastecimento de 250 mil caxienses nos próximos 25 anos.

As vendas de material de cons-trução no mês de março tiveram elevação de apenas 1% na compa-ração com fevereiro. A pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção indica que, dentre todos os segmentos pesquisados, apenas tubos e conexões de PVC apresenta-ram resultado superior, em alta de 4,8%. Para abril o segmento aposta em avanço de 5% sobre março.

A voestalpine Meincol conquistou a Certificação iSO TS 16949:2009, o que a coloca em diferenciado pa-tamar de fornecedores para o mer-cado automotivo. Com capacidade para processar anualmente cerca de 170 mil toneladas de tubos e perfis de aço, a empresa pode agora aten-

der necessidades específicas do setor. Mais que pré-requisito para acesso à indústria automotiva no mundo, a nova certificação faz par-te do processo de evolução e rees-truturação da empresa, iniciada em 2007 quando da sua aquisição pelo grupo austríaco.

A Dramd Participações e Admi-nistração, controladora das Em-presas Randon, sofreu alterações societárias. O empresário Raul Randon, presidente do Conselho de Administração do grupo, transferiu a titularidade da maioria de suas ações para os cinco filhos em igual proporção. Com essa medida, a família Randon finalizou o processo de sucessão da gestão executiva e patrimonial da companhia, inicia-da em abril de 2009, quando Raul Randon foi substituído pelo filho David Randon na presidência da diretoria executiva. A transferên-cia deu-se por instrumento que preserva o exercício do direito de voto, mantém reserva de usufruto e traz cláusula de inalienabilidade. Já o controle direto e indireto da companhia, a composição de sua administração, a sua gestão exe-cutiva e a orientação dos negócios não sofrerão qualquer modificação em função da operação realizada.

A Universidade de Caxias do Sul organizará, de 11 a 15 de abril, o 6º Congresso Brasileiro de Enge-nharia de Fabricação, maior evento nacional nesta área. Realizado a cada dois anos, o congresso reuni-rá especialistas de instituições de ensino superior e da indústria para a discussão e apresentação de tra-balhos científicos sobre o tema. Dos 300 trabalhos inscritos, 20 são da UCS. São esperados especialistas da Polônia, Alemanha, Estados Uni-dos, Grã-Bretanha, Coreia do Sul, França, Portugal, Taiwan e itália.

Referência em sua área de atuação, a CGL - Casa das Gaxetas inau-gurou unidade fabril em Caxias, onde aplicará inovadora tecnologia no segmento de vedações indus-triais. A empresa investiu perto de R$ 1,3 milhão na estruturação da área de 500 m² e na aquisição de equipamentos. A nova tecnologia permite a produção de vedações com melhor acabamento e baixo nível de rugosidade, resultando em maior vida útil. Outra vantagem é a agilidade. No processo anterior a empresa levava cerca de 38 horas para fazer uma peça com molde ou matriz. Agora, leva 15 minutos.

Com mais de 40 lojas espa-lhadas pelas principais cidades brasileiras, a Saccaro inaugurou franquia em Miami, nos Esta-dos Unidos. A meta para 2011 é de abrir mais 14 franquias.

Com novos produtos voltados para beleza e saúde, a Tone Derm fechou o primeiro trimestre com vendas crescentes em 50% sobre igual período do ano passado. Des-taque para uma linha de produtos portáteis com aplicação estética, que teve evolução de 200%. Outra ação para sustentar o ritmo das vendas é a ampliação em mais 20% da rede de distribuição, com ênfase no Exte-rior, onde se destaca o Equador, res-ponsável por 10% do faturamento.

Os supermercados de Caxias do Sul estimam crescimento de 7% a 8% nas vendas de Páscoa deste ano na comparação com 2010, acom-panhando o cenário desenhado pela Agas. Para Jorge Salvador, presidente do Sindigêneros, enti-dade representante da categoria, uma das razões para o incremento é o período da Páscoa deste ano, quando se espera temperaturas mais amenas, o que favorece a compra de chocolates. De acordo com a Agas, o gaúcho deve gastar em torno de R$ 157 em presentes de Páscoa.

Distinção

Aumento discreto

Qualificação

Mudanças

Congresso

Tecnologia

Franquia

Ritmo acelerado

Páscoa

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por ROBIN [email protected]

ossível candidato à prefeitura em 2012, Alceu Barbosa Velho (PDT) não demorou para se envolver com uma das principais polêmi-cas do governo Tarso Genro (PT). Foi um dos primeiros a assinar o pedido de instalação da CPi dos Pardais, de autoria de seu colega de partido Diógenes Basegio, para depois desistir do fogo amigo – o PDT é da base do governo. Na última quarta-feira (7), Basegio decidiu interromper por 45 dias o recolhimento de assinaturas para o requerimento, no mesmo dia em que a Câmara caxiense votou uma moção de apoio a um proje-to de Alceu contra os pardais. Por causa das denúncias de supostas irregularidades nos contratos dos controladores eletrônicos veicu-ladas na Rede Globo, o deputado de Caxias propôs simplesmen-te proibi-los. Ex-vice-prefeito e ex-presidente da Associação dos Usuários de Rodovias Concedidas (Assurcon-Serra), Alceu defende que a Agência Estadual de Regulamentação de Serviços Públi-cos (Agergs) possa multar as concessio-nárias de rodovias e prega a necessidade de mais controle so-bre quem faz parte do Conselho Supe-rior da agência.

Por que os pardais não devem mais existir?

Porque eles não têm nenhuma utilidade. Cheguei a essa conclu-são. Eles não evitaram que ne-nhum acidente acontecesse – em tese, serviriam para isso – e não têm nenhuma função educativo-pedagógica. Está provado que es-tão lá como uma máquina arreca-dadora que, em nome do Estado, cobra para as empresas privadas. Eles não têm outra função a não ser multar o cidadão. Então, quem é a favor de multa, que defenda os pardais. Eu não, sou contra.

Qual seria a alternativa?A alternativa seria fazer sinali-

zações adequadas, como a lomba-da eletrônica, em determinados lugares. Ela cumpre um papel im-portante, porque onde tem lom-bada não acontecem acidentes. Estreitamentos de pista com algu-mas tartarugas para sinalização e sinalizações verticais nas curvas também precisam ser utilizados. E temos que resgatar o papel da polícia rodoviária, tanto estadual quanto federal. Estudar onde re-almente precisa e colocar a polí-cia na estrada. Em São Marcos, por exemplo, fecharam o posto da Polícia Federal. Em Farrou-pilha, existe um posto da Polícia Estadual para mais de 500 qui-

lômetros, um absurdo, tem que atender toda a Rota do Sol e a RS-122. Temos que fazer sinalizações adequadas, mas não com chute. Os pardais foram todos no chute. Em nenhum deles foram feitos os estudos técnicos de viabilidade de instalação.

e como suprir a perda de arre-cadação para o governo do esta-do?

Mas que perda de arrecadação? Vai quase tudo para a empresa dona do pardal, o Estado não per-de nada sem eles. Fiz o projeto in-dependentemente de apoio. Se os outros deputados apoiarem, que bom, senão, paciência. O impor-tante é que vou trazer essa discus-são para dentro da Assembleia. Está provado que os pardais são uma fonte de corrupção. Então, que serventia têm eles?

O senhor acha que os contratos deveriam ser interrompidos?

Todos deveriam ser rompidos por vício na sua confecção.

Por que o senhor apoiou e depois decidiu não apoiar mais a CPi dos Par-dais?

Eu apoiei em um primeiro momento. Fui um dos primei-ros a assinar, junto com o (Diógenes) Basegio (PDT), até porque havia de-núncias graves e o

Estado não tinha feito absoluta-mente nada. Aí o governo tomou medidas duras para apurar o que houve. E mais, aquele requeri-mento que eu havia assinado foi substituído por outro, que eu não assinei. A oposição não assinou o primeiro requerimento. Quando viram que o Estado tomou medi-das efetivas, aí assinaram e exigi-ram outro requerimento – senão todos os deputados de oposição, a maioria deles.

O senhor acha que isso que o go-vernador chama de “devassa” no Daer é suficiente?

Sim. Envolve Tribunal de Con-tas, Ministério Público, audito-ria e participação da Assembleia (com o acompanhamento de qua-tro comissões da Casa). Agora, se em 90 dias não der resultados, eu vou ser o primeiro a assinar a CPi. Pela minha experiência, a investigação pelo governo é mais eficiente do que uma CPi, que muitas vezes é palco para dis-curso político e não leva a nada, como as do governo Yeda.

Como resolver o impasse das ro-dovias federais pedagiadas?

Eu reclamo de o governo não ter retomado as estradas. A Yeda devolveu para o poder público federal, eu estou afirmando que

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“Está provado que (os pardais) estão lá como uma máquina arrecadadora que, em nome do Estado, cobra para as empresas privadas”

“Tenho três secretários no governo, como vou ser contra?”, diz o deputado

P“O DAER É UM ÓRGÃO QUASE FANTASMA”Alceu Barbosa Velho (PDT) quer proibir controladores eletrônicos e dar mais poder à Agergs, mas retirou apoio à CPI dos Pardais

www.ocaxiense.com.br 59 a 15 de abril de 2011 O Caxiense

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o governo tem que dizer “Descul-pa, nós erramos quando devol-vemos, nos devolva novamente”. Porque senão fica nessa enrola-ção. O Município quer fazer uma obra na estrada federal e nem o DNiT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) nem o Daer autorizam. O Município não tem com quem se socor-rer, fica uma terra de ninguém.

O senhor acha que o governo federal estaria disposto a devolver as rodo-vias para o estado?

Mas o governo fe-deral não está fazendo nada. Por que não estaria disposto?

e qual o melhor modelo de pe-dágios para se implantar depois do fim dos contratos?

Para esses trechos de estrada que temos aqui, da forma como é a malha rodoviária do Rio Grande do Sul, é o comunitário. Não tenho a menor dúvida. Ele é melhor porque você arrecada e aplica na estrada. E vamos impor regras. Por exemplo, o dinheiro arrecadado no pedágio deve ser aplicado naquela estrada, e não ir para o caixa único do Estado, que é o que está acontecendo hoje. Porque o dinheiro não volta, se pulveriza. Se você quer que o dinheiro fique de fato na estrada, tem que ser administrado pelo Conselho Comunitário.

Por que o senhor apoia o projeto do governo que modifica as atri-buições da Agergs?

A Agergs tem que fiscalizar e ter o poder de multa. Sem o poder de multa, não adianta nada. Ela vai dizer “Tu anda direito, senão... não faço nada”. isso não existe. E o Daer, está provado que não funciona. Tudo que é feito lá não funciona. É um órgão quase fan-tasma.

Qual a diferença do projeto que

vai ser votado em relação ao ori-ginal que foi aprovado parcial-mente?

Basicamente, a questão toda é a multa. Há quem defenda (a oposi-ção) que o Daer já faz isso (aplicar multas), mas nós defendemos que

o Daer tem outras atribuições. Tam-bém determina que quem trabalhou no Daer não pode fa-zer parte da Agergs, quem tem processo na Justiça também não. Eu acho que tem que haver uma quarentena. Pessoas que foram advoga-dos das empreiteiras e concessionárias

não podem fazer parte do quadro, nem quem responde processo de improbidade administrativa.

existem pessoas que tiveram esses problemas no quadro da agência hoje?

Tem um advogado lá. O man-dato também não deve ser maior do que dois anos. Hoje é de três, e um governador indica na gestão dele e vai ficar até a metade do próximo governo, isso não é cor-reto. Até para haver uma ventila-ção no órgão, senão ficam sempre os mesmos. O objetivo é mudar radicalmente. Do jeito que está hoje não vejo nada de bom, ne-nhuma virtude dentro da Agergs, só defeitos.

Se o Daer é um órgão fantasma, o que tem que ser feito para que ele funcione?

Acho que essa fiscalização que vai ser feita vai apontar os pontos que não funcionam. Aí vamos po-der tomar as atitudes necessárias. A sociedade sempre tem o dever de fiscalizar o órgão. O que que-remos é uma forma de o gestor público ter mais controle sobre o Daer. Que ele veja o que realmen-te pode fazer. Se não fizer nada, bom, é um problema do gestor, mas aí não tem solução. O gestor é a sociedade, o governo que foi eleito pelo povo.

O senhor foi contra a entrada do PDT no governo Tarso. e ago-ra...

Fui vencido pelo voto. A maio-ria disse que era para fazer parte, e democracia se estabelece pela maioria.

Mas hoje o senhor apoia o go-verno.

Apoio. Eu sou governo. Eu te-nho três secretários no governo, como é que vou ser contra? Em-bora eu não quisesse, mas já que a maioria decidiu...

O senhor acha que a atitude do partido foi acertada?

Foi correta. Porque é um gover-no que tem tudo para dar certo e a ajuda do PDT está sendo muito importante para que isso aconte-ça. Quem ganha não é o PDT, é o povo do Rio Grande. Se o meu partido vai fazer com que o povo tenha uma melhora, isso é bom, e eu estou cumprindo meu papel como político, que é de melhorar a vida das pessoas.

Mesmo tendo apresentado o candidato a vice na chapa con-corrente, o partido cresce com a decisão de fazer parte do gover-no?

Cresce porque está no poder. Todos os partidos crescem no poder. O poder é um fermento assim.

O senhor quer ser candidato a prefei-to?

Não. Não existe quero ser, ninguém é candidato porque quer. Você só pode ser candidato se houver uma mani-festação nesse senti-do do seu partido e, no caso específico de Caxias, de outros partidos. Existe uma grande coligação em Caxias e nenhum partido tem o direito de dizer “Sou eu ou é você”. Tem que haver uma composição. Se es-ses partidos e o meu entenderem que eu apresento requisitos para

representar esse projeto, eu acei-to. Tenho o desejo de ser prefeito da minha cidade, todos os polí-ticos têm e eu não sou diferente. Mas para viabilizar isso, o meu desejo é o menor. O maior é o do agrupamento de partidos.

Quando se formou essa aliança ficou acordado que a próxima...

Não, não ficou nada acordado. Nunca ficou acordado que o PDT seria cabeça de chapa na próxima (eleição).

O PDT entende que o melhor é ser cabeça de chapa?

O PDT entende que o melhor é conversar com todos os partidos e esses juntos decidirem o que é melhor para o grupo. Como é que vai convidar outras pessoas para tua casa se nela você não se en-tende? Queremos contribuir para essa discussão toda, mas unidos.

Outros dentro do PDT se colo-cam como candidatos à prefei-tura?

Sempre tem. Mas temos que re-solver essa questão para mostrar que existe uma unidade. Como eu vou buscar a unidade de 15 (partidos) se dentro do PDT não tenho a minha?

essa resolução se dá no voto?Não, se dá no diálogo. Acredi-

to que, em breve, o PDT vai se mani-festar (sobre quem gostaria que fosse candidato).

O senhor acredita na possibilidade de continuar com uma aliança tão grande?

Vejo essa possi-bilidade e isso está bem próximo de

acontecer. É o melhor jeito de concorrer. Evita gastos desneces-sários, segundo turno, e dá mais representatividade. O projeto não é do partido A, B ou C, é de um conjunto de pessoas, e isso tem que ser preservado.

“Do jeito que está hoje não vejo nada de bom, nenhuma virtude dentro da Agergs, só defeitos”

“A investigação pelo governo é mais eficiente do que uma CPI, que muitas vezes é palco para discurso político e não leva a nada”

6 9 a 15 de abril de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

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por VALQUÍRIA [email protected]

doce Festa da Uva. A cidade gaú-cha de Caxias do Sul mostra sua riqueza ao Brasil”, anunciava em 9 de março de 1972 a revista O Cru-zeiro. Uma das maiores revistas brasileiras do século XX, publica-da pelos Diários Associados, con-glomerado de comunicação de Assis Chateaubriand, foi apenas um dos periódicos que estampa-ram Caxias em suas páginas na-quelas semanas. Alguns dias an-tes, em 19 de fevereiro de 1972, os brasileiros voltaram os olhos para as telas de televisão, que pela pri-meira vez exibiria oficialmente o que até então só era visto no cine-ma: imagens coloridas em movi-mento. Sentados em seus sofás ou apertando-se em frente a vitrines de lojas, telespectadores de todo o país conheceram Caxias do Sul. Assistiram ao desfile da Festa da Uva daquele ano e acompanha-ram a visita do presidente militar, o gaúcho de Bagé Emílio Garras-tazu Médici, que veio à cidade abrir o evento e presenciar aquele que seria considerado um marco na história das comunicações do Brasil – e maior ainda na história de Caxias do Sul.

Chovia bastante naquele 19 de fevereiro. O suficiente para dei-

xar muita gente nervosa – já que o desfile poderia não acontecer e, por consequência, frustraria a transmissão colorida, realizada por uma união de esforços entre as emissoras TV Gaúcha, TV Ca-xias, TV Piratini, TV Difusora e TV Rio, com transmissão via Em-bratel. Como o desfile atrasou, 75 mil quilos de uva precisaram ser distribuídos aos que esperavam nas arquibancadas ou lotavam as calçadas. Médici, que por cau-sa do mau tempo precisou vir a Caxias de carro e não de avião, já estava na cidade desde a manhã, quando participou da abertura da Festa – naquele ano, pela úl-tima vez, feita nos antigos pavi-lhões, onde hoje fica a prefeitura. Vestindo terno preto e gravata vermelha, Médici estava acom-panhado da esposa Scylla, que chegou a Caxias com cabelo pre-so em coque armado com laquê e grandes óculos escuros. Foram hospedados no Hotel Samuara e, após almoço no CTG Rincão da Lealdade, partiram para a Rua Si-nimbu. Segundo o jornal Folha da Tarde de 21 de fevereiro de 1972, Médici e sua comitiva desceram do carro às 15h30, e, enquanto o presidente se dirigia ao palanque oficial, a população cantou Ci-dade Maravilhosa. Ovacionado, Médici foi recebido com papéis

picados jogados dos edifícios das proximidades. Exatamente em frente ao assento de Médici havia uma televisão colorida. O desfile demorou 20 minutos para come-çar. Nesse ínterim, o ministro das Comunicações, Hygino Corsetti, discursou. Ao falar com orgulho sobre a primeira transmissão a cores, o rosto do ministro já esta-va sendo transmiti-do ao vivo para todo o Brasil. Agradecen-do aos envolvidos, Corsetti disse que o sacrifício tinha vali-do a pena.

Corsetti era caxiense, detalhe que muitos acredi-tam ter sido crucial para que a transmis-são fosse realizada de Caxias. “Foi um pouco por política, um pouco por decisão do ministro Hygino”, afirma Edu-ardo Dall’Alba, coordenador de projetos especiais da Secretaria da Cultura. “Teve um peso gran-de. Ele deve ter usado argumen-tos para convencê-los a fazer um investimento dessa forma”, diz a pesquisadora Cleodes Piazza Jú-lio Ribeiro.

independentemente da natura-lidade do ministro, o fato é que

Caxias do Sul estava a pleno va-por no início dos anos 70. Prin-cipalmente por causa da ascen-são da Metalúrgica Eberle – uma das primeiras forças propulsoras de Caxias, lembra Dall’Alba –, a cidade de pouco mais de 140 mil habitantes já era referência nacional no setor industrial. Na época, inclusive, o desfile exibia

carros luxuosos das maiores empresas. “Na Festa de 1972 há uma mudança na cultura brasilei-ra, e o cenário para exibir essa mudança é um evento no Sul do país, e não no Centro. Mas é em uma região indus-trializada”, explica Cleodes.

O escritor e pes-quisador José Clemente Pozenato ressalta que essa foi a época co-nhecida como o Milagre Econô-mico e que a menina dos olhos do regime militar era o setor das comunicações. “São criados o Ministério das Comunicações e a Embratel. E o coronel Corset-ti acaba sendo ministro. Ele ti-nha argumento forte nas mãos, porque a indústria caxiense era modelo de modernização”, diz Pozenato. Cleodes avalia que a

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“Eu lembro dessa imagem e do impacto que eu senti. Foi uma coisa surpreendente ter visto tudo colorido, como ao vivo”, diz Luiza

Carro da metalúrgica Abramo Eberle, a maior indústria de Caxias na época; Cartaz da Festa da Uva de 1972

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AS CORES DE CAXIASENTRAM PARA A HISTÓRIA

As imagens do desfile da Festa da Uva de 1972 foram as primeiras cenas que todo o país assistiu na televisão a cores, em um acontecimento que marcou a

história das comunicações e da cidade

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escolha de Caxias para transmitir as primeiras imagens coloridas da TV brasileira proporcionou gran-de projeção para a cidade e todo o país tomou conhecimento que aqui acontecia o “ritual da Festa da Uva”. “O Brasil viu mais que os caxienses”, completa Pozena-to, ressaltando que a uva, naquele ano, ficou em segundo plano.

Conforme Dall’Alba, existiam 200 televisores coloridos em Ca-xias do Sul em 1972. Quem tinha o aparelho que transmitia em pre-to e branco mas queria um pou-co mais de cor – mesmo sendo uma só – comprava uma espécie de chapa, azul ou laranja, que era vendida nas lojas e encaixada na frente do aparelho. “A TV a cores era um luxo, era muito cara. Ela só iria chegar mesmo na década de 80”, observa, explicando que para o evento foi feita uma grande publicidade para que as pessoas adquirissem o novo aparelho.

Naquele 19 de fevereiro vieram a Caxias, além das autoridades políticas, muitos artistas globais. Glória Menezes, Tarcísio Meira, Tônia Carrero, Jô Soares, Fran-

cisco Cuoco, Paulo José e Renata Sorrah roubaram as atenções na festa que tinha Margareth Trevi-san como rainha e mais quatro princesas. “Os caxienses viram ao vivo as pessoas que todo mundo conhecia das novelas em preto e branco. imagina, trazer para Caxias astros da Globo? Hoje não se con-segue isso. Todo mundo foi para a rua. Quem os viu deve ter ficado ma-ravilhado”, imagina Dall’Alba. “A pri-meira vez que os brasileiros viram cor na TV foi a cor da uva”, acrescenta, com orgulho. “E como o Médici era gremista, teve um jogo (no dia seguinte) que também foi trans-mitido a cores, para comemorar, entre Associação Caxias (hoje SER Caxias) e Grêmio”, emenda a historiadora Tânia Tonet.

A pesquisadora Loraine Slomp Giron lembra da animação

que tomou conta dos caxienses. Ela assistiu ao desfile ao vivo da praça e depois foi para a casa do pai, que já possuía uma televisão colorida. “Comprei uma televisão só depois, e o preço correspondia a um terreno em Farroupilha”,

compara. “Os ca-xienses se sentiram muito honrados. Eu penso que mesmo eles (do governo mi-litar) sendo os ban-didos, grandes dita-dores, pelo menos isso fizeram por Ca-xias”, opina Loraine.

Flávio ioppi, pre-sidente da Festa da Uva de 1978, tam-bém assistiu àquele

desfile na rua e depois viu algu-mas imagens na TV de casa: “Eu lembro de ter visto um aparato tremendo, veio um caminhão enorme, com um transmissor da televisão a cores. Era um equi-pamento muito grande, as câ-meras eram gigantes, não eram como são hoje”, recorda ioppi. “Todo mundo da cidade vibrou,

ficou entusiasmadíssimo porque a primeira transmissão foi daqui. Acharam fantástico. E funcionou tudo perfeitamente bem.” A pro-fessora Luiza Motta relata como foi ver Caxias colorida na televi-são: “Assisti na casa de um paren-te meu. Eu lembro dessa imagem e do impacto que eu senti. Foi uma coisa surpreendente ter vis-to tudo colorido, como víamos ao vivo. Evidente que não era uma imagem extraordinária. Mas foi um orgulho muito grande”.

Nem todos tiveram um dia tranquilo assistindo à transmis-são. Uma grande equipe traba-lhou muito para que o Brasil todo não se decepcionasse com a promessa de ver cor na TV. O jornalista Luiz Carlos de Lucena, naquele ano, gerente comercial da TV Caxias, foi o cicerone dos artistas globais. “Eu fui durante o dia todo uma espécie de guia para eles. Eles vieram só por causa da transmissão, porque era promo-ção de interesse da TV Gaúcha, que tinha programação da TV Globo. E a TV Caxias foi um QG”, conta Lucena.

“Dizem que por causa de uma tomada quase que não sai a transmissão. Quem estava nos bastidores sofreu percalços”, lembra Lucena

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1. Carro da rainha Elizabeth Trevisan, a primeira rainha que foi vista a cores na televisão; 2. Jô Soares foi um dos globais que vieram a Caxias para a primeira transmissão; 3. Pavilhões da Festa da Uva, no último

ano em que o evento foi realizado no prédio onde hoje fica a prefeitura; 4. Presidente Emílio Médici assistiu o desfile no palanque, ao mesmo

tempo em que viu as imagens na televisão a cores

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Ele diz que, passados alguns períodos de tensão, toda a trans-missão funcionou bem. “Houve um desgaste muito forte, na hora teve probleminhas técnicos. Mas antes da transmissão já estavam resolvidos. Dizem que por causa de uma tomada quase que não sai a transmissão. Quem estava nos bastidores sofreu percalços”, reve-la o jornalista.

Oficialmente, a Festa da Uva de 1972 foi a primeira trans-missão a cores da TV brasileira. Mas há quem tenha assistido a Copa do Mundo de 1970 colori-da. O coordenador do curso de Jornalismo da UCS, Álvaro Bene-venuto Jr., viu na televisão de um

tio, que voltara dos Estados Uni-dos trazendo um aparelho que recebia o sinal colorido. “Só teve acesso ao espetáculo quem tinha o receptor. Em 1970 havia 150 aparelhos no país programados para receber sinal em cores. Esses aparelhos estavam na mão do go-verno. O presidente viu. Era fase de testes”, explica Álvaro, ressal-tando que as transmissões a cores aconteciam desde 1940. “A Copa acontece em 70 e o mundo todo já recebe sinal colorido. Nós não, porque não temos equipamento para recebê-lo.”

No Brasil, segundo ele, em 1972 a TV Rio havia adquirido um equipamento de ponta para trans-mitir a cores. “E ocorreu uma

ação colaborativa de emissoras, que entraram com os técnicos. A unidade móvel da TV Rio se ins-talou aqui, eles montaram o circo para a transmissão da Festa com apoio técnico das outras.”

A diretora do Centro de Ciên-cias da Comunicação da UCS, Marliva Vanti Gonçalves, afirma que alguns autores, ao contar a história da televisão, classificam a entrada da TV colorida como uma segunda fase. “A primeira foi da TV ao vivo até a entrada do vi-deotape, nos anos 60, e a terceira é a que estamos agora, da TV di-gital. A TV em cores é vista como revolução. Daí começam estudos a respeito das cores, seus signifi-cado, mensagens persuasivas”, diz

Marliva. “Essa mudança, da TV preto e branco para a cores, teve o mesmo impacto de quando o ci-nema mudo passou a ser falado”, comenta Cleodes.

Já que Caxias foi o cenário para esse momento histórico, e apro-veitando o aniversário de 40 anos desse acontecimento, a primeira transmissão a cores foi o tema escolhido para a Festa da Uva de 2012. Uva, Cor, Ação! A safra da vida na magia das cores, anuncia-do pelos organizadores no dia 1º de abril , pretende usar a metáfora das cores para mostrar que a Fes-ta da Uva não é mais uma festa apenas italiana. Dall’Alba explica: “Todas as cores quer dizer todas as culturas”.

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por CAROL DE [email protected]

pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri) é a maior ave da família dos pinguins – os adultos podem medir até 1,22m, o mesmo que as pernas de Ana Hickmann, para se ter uma ideia. Alguns estudos apontam que esse é um tipo ba-sal da espécie, ou seja, que tomou outro rumo na evolução, separan-do-se do ramo evolutivo que deu origem a todas as outras espécies vivas de pinguins. Diferenciam-se pela plumagem cinza-azulada nas costas, branca no abdômen, preta na cabeça e barbatanas, com uma faixa laranja em torno dos ouvi-dos. A reprodução do pinguim-imperador é bastante singular. Os machos passam o inverno na Antártida, chocando durante 65 dias um único ovo, que as fêmeas põem e abandonam para passar a estação num mar mais quente. De acordo com os estudiosos, no extremo frio, apenas 19% dessas crias ultrapassam o primeiro ano de vida. Em compensação, aque-les que conseguem têm uma taxa de sobrevivência média anual de 95,1%, com uma expectativa de vida de 19,9 anos. Os mais sor-tudos e esforçados, cerca de 1%, podem chegar até os 50 anos, vi-vendo sua vidinha tranquila de pescar peixes e estocar gordura durante o verão antártico.

Na natureza não tão selvagem do mundo do trabalho, concur-seiros são como pinguins-impe-radores. Além do pessoal do Di-reito e dos bancários, aqueles que topam todo e qualquer concurso que aparecer são a maioria dos exemplares dentre os candidatos a empregos públicos, uma carrei-ra que não é a mais comum nem a que gera mais empregos ou movi-menta mais capital, mas cuja pro-cura parece estar aumentando. A oferta não segue a mesma propor-ção, e é preciso paciência e muito estudo para conquistar uma das disputadas vagas – seja na prefei-tura, no Estado, no Judiciário ou em um banco. Quem persevera num caminho que pode demorar até oito anos diz que a recompen-sa vale a pena: um emprego que paga bem, dá benefícios e, princi-palmente, segurança.

Uma pesquisa em um dos maiores portais de concursos na internet indica que, entre julho de 2010 e janeiro de 2011, 204 vagas foram abertas só em Caxias. isso sem contar o Tribunal de Justi-ça do Estado, por exemplo, que abriu 339 vagas espalhadas pelo Rio Grande do Sul, incluindo a Serra. Os salários vão de R$ 700 a R$ 4.049,49, e os níveis de exi-gência, desde aprendiz e Ensino Médio até curso superior. Pelos números do último concurso da prefeitura, que abriu 44 vagas e teve quase 5 mil inscritos, o secre-

Rumo ao serviço público

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Da formatura à vaga de juíza, Joseline esperou cinco anos – sem jamais parar de estudar

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A MARCHA DOSCONCURSEIROSA jornada e o habitat de uma espécie em expansão, que sofre atrás dos livros e persevera numa conquista que pode levar anos

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tário de Recursos Humanos e Lo-gística, Edson João Adami Mano, avalia que a procura pelo empre-go no setor público está crescen-do em Caxias. “Acredito que seja porque o nível salarial, principal-mente dos cargos que exigem até o Ensino Médio, é o mais elevado da região. Muitas pessoas de fora procuram bastante também, por-que querem vir mo-rar na cidade”, afir-ma. Entre os postos que a prefeitura abriu – de professor a médico –, um dos que mais surpreen-deram foi o de fisio-terapeuta. Segundo Mano, 700 inscri-tos disputam uma única vaga. “Mas o número de vagas é relativo, também. Às vezes anunciamos um deter-minado número e acabamos cha-mando mais. O caso dos agentes administrativos, por exemplo. Prevíamos 10 e acabamos cha-mando quase 100”, explica.

Em outro nível da cadeia ali-mentar concurseira, o consultor de vendas do Mutirão Caxias Sa-muel Almeida diz que a área de cursos preparatórios para concur-sos públicos é forte durante o ano todo. Entre os cursos mais procu-rados na escola, que abre prepa-ratórios conforme o lançamento de editais, estão os relacionados ao Direito e à Administração – especialmente para concursos de bancos. “São os que abrem mais editais. Mas no último da prefei-tura, por exemplo, fomos muito procurados por profissionais da Odontologia e da Fisioterapia.” Os líderes, porém, são mesmo os chamados concurseiros. “Não temos um número certo, mas calculo que em torno de 60% dos alunos são o que chamamos de concurseiros, aqueles que fazem qualquer concurso. independen-temente da área, procuram pela estabilidade e pelo salário”, conta. Almeida percebe um crescimen-to rápido dessa espécie. “No ano passado, vários concursos esta-vam previstos e foram adiados devido às funções eleitorais. En-tão, desde o início do ano, mesmo sem nenhum preparatório em an-damento, estamos tendo bastante procura de alunos que já querem começar a estudar mesmo sem ter o edital. São de cinco a seis pesso-as por dia”, contabiliza.

Jorge Brugnera, gerente aposen-tado e professor de conhecimen-tos bancários há mais de 10 anos, observa que os concursos estão ficando mais complexos. “Estão exigindo mais conhecimento dos candidatos. Para banco, estão so-licitando conhecimento de fun-ções que a pessoa desempenharia só na função gerencial.” Brugne-ra dá aulas em Caxias e em toda região, em salas que comportam

de 50 até 150 concurseiros. “Da-mos a aula expositiva, debatemos provas anteriores, macetes, te-mos que ter objetividade. É quase como um vestibular, tem questões que caem, com pegadinhas. Mas é uma concorrência, o professor dá a dica e quem elabora procura ou-tro jeito para confundir o aluno”, explica. Por isso, ele aconselha:

“Antes da prova tem que se preparar, e na hora precisa tran-quilidade. E insistir. Especialmente para quem escolhe uma instituição ou ban-co onde gostaria de trabalhar, a regra é estudar até passar”.

Alice Cavalheiro já não é mais uma concurseira, nem

um pinguim-imperial no seu primeiro ano de vida. Ela acaba de ser aprovada para o cargo de Analista Processual do Ministério Público da União. “Devo ser no-meada em dois meses, para algu-ma cidade grande do Estado, pois passei em boa colocação.” Alice é formada em Direito – não se con-sidera advogada, pois apesar de ter o registro na OAB nunca exer-ceu o que chamam de advocacia privada –, mas passou pela Ar-quitetura e pela Publicidade antes de optar, definitivamente, pela lei. Um dos motivos foi a possibilida-de de fazer carreira pública. “Eu gosto muito de estudar, e também achei que teria mais oportunida-des de encontrar trabalho aqui na região. Além disso, advogado privado tem que saber se vender, e eu não tenho esse dom. Concur-sado tem um chefe, metas, estabi-lidade, salário fixo”, compara.

Alice se formou em julho de 2006, esperou um semestre e se-guiu o movimento migratório de muitos caxienses recém formados em Direito: entrou para a Ajuris – Escola Superior de Magistratura, especializada em preparar futuros trabalhadores do Judiciário desde 1962, com sede em Porto Ale-gre. Estudou lá durante um ano e meio. Voltou a Caxias e passou mais outro ano e meio tendo aulas na filial de uma rede que minis-tra cursos via satélite – nessa es-cola, os alunos assistem às lições pela televisão e tiram dúvidas por e-mail, um tipo de ensino a dis-tância, que é a grande moda na área dos concursos públicos. “O curso preparatório é importante porque dá um norte que às vezes, sozinho em casa, tu não tens. E é divertido, como um cursinho pré-vestibular, tem o assunto da moda, macetes, musiquinhas... No Direito tem muita decoreba, e os tais métodos mnemônicos ajudam muito. Hoje em dia esses cursos são superespecializados, e os professores têm estratégia de marqueteiros.” Nesses três anos,

Alice fez seis concursos até con-seguir aprovação. “Quando sai da faculdade muita gente quer fazer concurso. Só que no meio do ca-minho a maioria desiste, porque é muito difícil. É muita gente fazen-do”, avalia.

O estudante de Licenciatura em Filosofia Jeison Dotto Ariotti, 26 anos, é concurseiro desde os 18. Na verdade, pinguim sortu-do, nem precisaria ser, pois pas-sou de primeira, para leiturista no Samae. “A maioria fala em estabilidade. Eu nunca me apoiei nisso, porque sou jovem, estudan-te. Além da vantagem pecuniária sempre procurei o crescimento intelectual”, diz. A conta certa ele não sabe, mas já fez seis ou sete provas, e em 2011 tomará posse pela terceira vez como servidor público municipal – atualmente é motorista da Secretaria do Meio Ambiente, mas passou em pri-meiro lugar para Fiscal de Trân-sito. “Digamos que meu histórico familiar é promissor. Minha mãe é servidora desde a época da Co-mai (a extinta Comissão Munici-pal de Amparo à Infância), meu irmão gêmeo trabalha na Codeca e o mais velho no Banco do Brasil, em Brasília”, acrescenta. Como os outros concurseiros, Jeison des-taca que não existe fórmula para passar. Entretanto, estudo e de-dicação plena são fundamentais. “Eu sempre estudei em casa, e também fiz dois cursos preparató-rios, que são importantes porque, como normalmente sai o edital e a prova já é no mês seguinte, tem pouco tempo para se preparar. No cursinho, o ritmo é mais atroz que o vestibular, a matéria tem que ser vomitada, com muitos macetes e estratégias. Estudamos o que seriam nove anos de portu-guês no ensino normal em apenas um mês”, conta. Jeison também acredita que a procura pelo servi-ço público está aumentando. “É o objetivo da maioria dos trabalha-dores tupiniquins, conquistar um lugar ao sol, ou me-lhor, à sombra. Nos-so modelo de estru-tura familiar exige uma certa seguran-ça para dar uma boa criação aos filhos, a estabilidade que as pessoas procuram no emprego públi-co.” Segundo ele, moradores de ou-tros lugares engros-sam a concorrência. “No dia da prova tinha várias vans de outras cidades esperan-do. Acho que todos estão vendo Caxias novamente como a Péro-la das Colônias. Vêm para cá não só pelas indústrias, mas também pelo capital intelectual. Querem primeiro um emprego. Depois, buscam formação para conseguir empregos melhores”, analisa.

Se Joseline Vargas fosse um pinguim-imperial, com certe-za ela teria seus 50 anos de idade. Em 2009, ela passou em primei-ro lugar no concurso para juiz no Rio Grande do Sul. Neste sábado (9), aliás, Joseline dará uma pa-lestra sobre o assunto. “Muitos se inscrevem para fazer as provas, mas poucos estão bem prepara-dos. Sobram vagas nas carreiras de elite. Se a pessoa se dedicar e buscar a excelência, com respon-sabilidade e comprometimento, a aprovação é certa. Pode até não ser rápida, porque o mundo dos concursos exige certa paciência, mas a aprovação virá”, analisa. Joseline já ingressou no Direito querendo fazer concurso. “Du-rante a faculdade percebi que o meu interesse maior era pela ma-gistratura, então comecei a dire-cionar meu estudo para esse obje-tivo.” Da formatura foi direto para a Ajuris e nunca parou de estudar, o que considera fundamental. “Foi nesse momento que eu criei o hábito de estudar, porque tí-nhamos muitas avaliações, o que nos mantinha sempre revisando os conteúdos. Após, ingressei em uma especialização em Direito Público, mas também me manti-ve estudando (para concursos), até a aprovação. Teve momentos em que eu estudei menos, mas para-da eu nunca fiquei.”

O objetivo da juíza sempre foi chegar a esse cargo, mas no meio da jornada ela também fez con-curso para Assessor do Ministé-rio Público do RS. Foi aprovada e trabalhou como assessora na Pro-motoria da infância e Juventude de Caxias de novembro de 2008 a maio de 2009, quando teve que se exonerar para ir à Capital fazer os cursos preparatórios para a prova de sentença do concurso de juiz. “Eu me formei em julho de 2005, comecei o concurso para juiz em abril de 2009 e fui nomeada em 27 de outubro de 2010. Do térmi-no da faculdade até a nomeação, após o encerramento de todas

as fases do concur-so da magistratura, foram cinco anos”, faz as contas. Parece demorado, mas, no caso dela, não é. “Na minha turma, de 60 alunos, eu era a mais jovem. Alguns colegas já trabalha-ram em outras áreas (eram defensores pú-blicos, procuradores) e alguns eram asses-

sores de desembargador no Tri-bunal de Justiça, era uma turma bem diversificada. Acredito que uns 10 colegas já haviam prestado o concurso anterior, que ocorreu em 2003, portanto já estariam es-tudando há uns oito, nove anos. Mas concurso é assim mesmo, é muito raro passar na primeira tentativa. Fazemos até passar.”

“É o objetivo da maioria dos trabalhadores tupiniquins, conquistar um lugar ao sol, ou melhor, à sombra”, afirma Jeison

“Muitos se inscrevem para fazer as provas, mas poucos estão bem preparados. Sobram vagas nas carreiras de elite”, aponta Joseline

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por PAULA SPeRB e MARCeLO ARAMiSColaboraram Camila Cardoso Boff e Robin Siteneski

A fábula do país da Cocanha, das coli-nas de queijo, rios de vinho e chuvas de outras riquezas é contada no filme il Pae-se Della Cuccagna (O país da Cocanha). Dirigido por Juliano, de Flores da Cunha, o filme é o único brasileiro entre os fi-nalistas no Concorso Memorie Migran-ti Vii Edizione, em Perúgia, na itália.O documentário concorre na categoria das produções profissionais com mais de 15 minutos de duração e ao prêmio princi-pal, o Vincitore Assoluto. Filmado em 2008, em Flores, o filme retrata, pela ver-são dos descendentes, a imagem heróica dos imigrantes italianos. Financiado entre outros 10 filmes, pelo projeto Urb-al, il Paese Della Cuccagna é a primeira pro-dução profissional de Juliano em cinema. No dia 16, ele estará na cerimôinia de pre-miação na cidadade de Guado Tadino, em Perúgia, com grande expectativa. O trailer do filme pode ser visto no site do jornal O Caxiense (www.ocaxiense.com.br).

Uma mente em busca de novos conhecimentos inin-terruptamente é o que move a rotina do bacharel em Di-reito, mas com especializações em Gestão, Rodrigo Mo-lon. Generalista, como se define, “acho os especialistas monótonos”, lê, assiste e escuta de tudo um pouco. Do universo de informações à disposição, destaca dois livros essenciais para sua formação A Lei do Triunfo, de Na-poleon Hill, e Como fazer amigos e influenciar pesso-as, de Dale Carnegie. Rodrigo é um dos idealizadores do TEDx Caxias do Sul juntamente com Roberta Mattana, Guilherme Vieira, Patrícia Fagundes e Bruna Valentin. O evento inspirado no TED (Technology Entertainment Design), que ocorre anualmente na Califórnia desde 1984, deve ser inaugurado na cidade no final do ano com o tema Espalhando Boas Ideias, com palestrantes locais. Além da consultoria jurídica que presta para empresas, principalmente no setor de Ti, Rodrigo vai seguir traba-lhando para espalhar a ideia do TEDx Caxias.

Se você gosta dos sabores de pizza que só devem existir em Caxias, tipo filé com palha e coração, deveria experimentar as criações de Rodrigo e Fa-biana. À frente da Arte in Pasta, o casal resgata o que há de mais genuíno no prato: o sabor de cada ingrediente, principalmente a massa. Rodrigo e Fabiana precisaram ir até a itália para saber como os criadores apreciam o prato. Rodrigo formou-se Pizzaiolo Professionista pela Associazione Pi-zzaioli e Similari, em Milão, e trabalhou seis anos em restaurantes de lá. De volta a Caxias, abriram o negócio que ganha clientes com o atendimento atencioso, os cuidados na tele-entrega para mini-mizar a perda de calor e características originais do produto, além, é claro, do sabor da autêntica pizza italiana.

JulianoRodrigo

Rodrigo eFabiana

Carpeggiani

Molon

da Fonseca

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Komilão | Exceto na segunda, dia em que não abre, e no domingo, quando funciona das 18h30 às 2h – o Komilão atende das 10h30 às 6h. Em alguns casos, pode estar até mais animado do que a festa de onde você saiu.

Farmácia Central | O único estabelecimen-to neste Top 5 que não vende comida, mas atende situações mais urgentes. A farmácia tem tele-entre-ga até as 24h, depois, os funcionários se dispõem a enviar os medicamentos por um táxi. Uma conta a mais e um trabalho a menos, para que ninguém precise andar de pijama na Avenida Julio .

McDonalds | Entre quinta e sábado, o Mc fica aberto até as 6h. A comida não é a melhor para se consumir antes de dormir, mas não é na volta de uma festa que você vai lembrar disso.

Madrugadão do Peretti | Tra-dicional conveniência, o Peretti está funcio-nando na Ver. Mário Pezzi há poucos meses. Não é o lugar ideal se estiver chovendo, o espaço interno é pequeno, mas é uma boa opção para compras de última hora e bebi-das a qualquer hora.

Barcelona | No Barsa, que fica na Si-nimbú perto do Monumento ao imigrante, você encontra um pouco de tudo. É um ar-mazém como aqueles que não existem mais onde você pode compra desde a cerveja para a festa de garagem até pilha para o controle remoto que resolveu parar de funcionar.

Comércio | Atendimento 24h

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Participe | Envie para [email protected] o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TiF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

Ângelo produziu um ensaio intei-ro do garoto de oito anos que apare-ce nesta foto. Foram cerca de 20 mi-nutos de fotos, mais de 150 cliques. Mas foi um momento expontâneo, depois da sessão, que propiciou a captura da imagem que o fotógrafo escolheu para ilustrar esta página. Dentro de um carrinho de plástico, parte do cenário do ensaio, o meni-no brincava com a mãe. E o rosto meio escondido revelou a combi-nação dos olhos do menino com a cor do brinquedo. É assim que se fotografa um sorriso sem precisar mostrar a boca.

Ângelo Coffy | Olhar Azul |

COND.EDIF.MAGUS APART HOTEL - 06.215.879/0001-75

ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA - CONVOCAÇÃOFicam pelo presente Instrumento e na melhor forma de direito os Senhores Condôminos Poolistas do CONDOMÍNIO EDIFÍCIO MAGUS APART-HOTEL, convocados para compa-recer à Assembléia Geral Ordinária a ser realizada no próprio empreendimento situado à Rua Pinheiro Machado, 2.867 – São Pelegrino em Caxias do Sul/RS, no dia 15 de ABRIL de 2011, em primeira convocação às 18:30 horas, com 2/3 (dois terços) dos adquirentes pre-sentes, ou às 19:00 horas, em segunda convocação, e com qualquer número de Condômi-nos presentes ou representados, a fim de deliberarem sobre a seguinte ordem do dia:1)Análise e prestação de contas referente o ano de 2010 (Condomínio e Pool);2)Análise e prestação de contas dos Investimentos realizados em 2010 com recursos dos Fundos de Reserva;3)Análise e aprovação da previsão orçamentária para o ano de 2011 (Condomínio e Pool);4)Análise e aprovação dos Investimentos para 2011 com utilização de recursos dos Fundos de Reserva;5)Eleição do Síndico e demais membros do Conselho para o Biênio 2011/2012, e6)Assuntos de ordem geral.

Caxias do Sul, 07 de abril de 2011.Rony Fernandes P. Júnior – Síndico do Condomínio

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por CAMILA CARDOSO [email protected]

heirosa, safada, gostosa, vagaba/ Não vale um real mas todo ho-mem quer ter/ Mulher vagaba eu sou louco por você”; “Mas ela é cheia de manias e nove-horas/ Não quer dar o curso pra mim, prefere dar pros de fora/ Ô bailarina, dá o curso pra mim/ Dá o curso pra mim que eu sempre vou estar aqui/ Esses homens lá de fora só querem fazer teu curso e depois vão tudo embora”; “Se você está caidinha e nada mais para em pé/ veinho quer, veinho quer/ Mas se você está gostosinha e é a garota da hora/ o veinho te devora/ Au, au, au, vei-nho animal / Ão, ão, ão, veinho loco de bão.”

A mesma pessoa que canta es-ses versos, embalados por um rit-mo popular que mistura vaneira com pagode, comanda a Polícia Federal em Caxias há cinco anos. Noerci Melo não revela a idade, onde mora, nem o nome comple-to. Preservar a identidade é im-portante para o andamento de in-vestigações que envolvem tráfico, sonegação, corrupção. Mas a cau-tela da função não impediu que o delegado Noerci se lançasse como cantor. Acostumado a ser uma pessoa pública ele já era. Devido à discrição que os policiais fede-rais devem manter, o delegado é o porta-voz da corporação, único a dar informações sobre o trabalho da polícia. No entanto, faltava re-alizar um sonho que tinha desde pequeno e, consequentemente, se tornar conhecido por feitos que ele chama de artísticos. Em mar-ço, Noerci lançou o segundo CD, chamado Ritmo Brasil, que con-tém essa canção e outras do mes-mo estilo.

Natural de Bom Jesus, o delegado cantor seguiu um mo-vimento quase obrigatório para quem nasce por lá e deseja avan-çar nos estudos. Mudou-se para Caxias aos 17 anos e cursou Ci-ências Contábeis, faculdade con-cluída em 1993, e Direito, em 1995, na Universidade de Caxias do Sul (UCS). Enquanto estuda-va, foi funcionário do Banco do Brasil. Por seis anos, atuou como auditor fiscal da Receita Federal, conciliando o conhecimento das duas formações acadêmicas. “Ti-nha o aspecto jurídico, do Direi-to tributário, e também o aspecto contábil da tributação. Era uma coisa que eu tinha facilidade de fazer. Embora eu tenho feito Con-tábeis, não era algo que eu fazia por gostar. Fazia, procurava fazer bem, mas minha vocação sempre foi para o lado jurídico”, conta. Assim, decidiu prestar mais um concurso público, porém volta-do para a área judicial. Ao con-tar como chegou a delegado da Polícia Federal, ele abre um leve sorriso, estufa o peito e discursa

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As composições remanescentes de festivais formam o primeiro CD de Noerci: Cacófatos e outros vícios

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AS RIMAS DO DELEGADOA faceta musical de Noerci Melo, autoridade máxima da Polícia Federal em Caxias

Perfil

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com muita seriedade: “a Polícia Federal hoje é, se não a mais, uma das mais confiáveis instituições do país. E essa credibilidade se deu graças ao trabalho, que se tornou um marco importante na fixação e expansão da democra-cia no Brasil. A possibilidade de trabalhar num órgão que tem a confiança da população, o poder de fazer alguma coisa pela socie-dade, isso me motivou”.

Em 2010, Noerci comandou as operações Espelho e Matriz, am-bas contra o tráfico de drogas. Cerca de 60 pessoas foram presas, entre elas traficantes interna-cionais que realiza-vam remessas men-sais de toneladas de cocaína para a região. “O combate ao tráfico de drogas é o braço de atuação da Polícia Federal que mais me cha-mava atenção. Eu sempre tive a percepção de que aqui o tráfico se fazia em grande escala. Na nossa região se conso-me muita droga, principalmente cocaína, e por consequência ela é alvo de grandes traficantes. Hoje eu posso dizer com tranquilidade que todos os grandes traficantes da região estão presos ou mortos” afirma, contundente.

O discurso pontuado por expressões do meio policial, às vezes até burocrático, é sutilmen-te deixado de lado quando Noerci fala da carreira artística. Ele con-ta que o gosto pela música vem de berço. O pai incentivou e, aos seis anos, o menino já tocava gai-ta de boca. Como o ambiente da terra natal sugeria, Noerci cres-ceu admirando música nativista, daquele tipo mais tradicional. Já em Caxias, criou com uma tur-ma de amigos um conjunto para participar de festivais ao estilo das Califórnias da Canção Nativa. Em alguns concursos, inscrevia, além da música no estilo proposto – que falava dos costumes, valores e tradições do gaúcho típico –,

uma outra de temática humorís-tica. Noerci lembra que às vezes eram estas que mais agradavam o público. Obviamente, as músicas debochadas nunca eram classifi-cadas para os discos dos festivais. “O júri escolhia dentro daquele nativismo, que era a proposta de-les, com um certo conservadoris-mo”, lamenta.

Com as músicas remanescentes dessa época, Noerci gravou seu primeiro CD, Cacófatos e outros vícios, lançado em 2009. Com-

põem a obra letras como “Essa menina vale um dinheirão/ Tem um baita che-cão, tem um baita checão”, referindo-se a Mariazinha, uma menina que ganhou um cheque do padrinho, o Zeca Fetão; e“De manhã cedo, desde antes do café / ela tá com o cooper feito e eu com a vara em pé”, sobre

um casal que, bem, resolve fazer exercícios. “São palavras que den-tro de um contexto de pronúncia têm uma sonoridade que se torna engraçada”, explica Noerci. Mas ele diz que, como ficou muito tempo afastado do meio musical, não se preocupou em fazer altera-ções no ritmo, mantendo os acor-des de xote, vaneira e bugio que faziam mais sucesso na época.

Noerci acredita que o teor humorístico é um avanço em re-lação aos temas das músicas nati-vistas. Por isso, achou que preci-sava também modernizar o ritmo para poder tocá-las em rádios po-pulares. “Eu percebi que as rádios tocavam os mesmos ritmos que tocam em outras regiões do país, enquanto a música regional daqui fica restrita a horários de menor audiência, como o domingo de manhã.”

Daí surgiu a ideia de lançar um novo CD, misturando vaneira com samba e letras de temática ainda mais aberta. Ele diz que as estrofes das músicas do início da reportagem falam “do cotidiano,

de um jeito que todo mundo en-tende, porque o palavreado gau-chesco muitas pessoas nem sa-bem o que é”.

O delegado afirma que não se inspirou em nenhum artista. “A arte é assim, o diferente. Quan-do surge uma coisa diferente que dá certo, o passo seguinte é uma série de pessoas quererem imitar aquilo. E depois vem o que acon-teceu com o sertanejo universitá-rio, por exemplo. Não é a mesma música, mas é quase que cover um do outro. Depois que passar a fe-bre, a tendência é só os primeiros, que têm identidade, permanece-rem”, filosofa, apostando que sua obra é algo que veio para ficar. Boa parte dos custos de gravação foi financiada pelo próprio Noer-ci. isso porque a gravadora resis-tiu ao estilo do delegado cantor. Hoje ele comemora sua inserção em rádios populares como Viva, Farroupilha e Cidade.

Na divulgação das músicas, principalmente fora de Caxias, fez questão que as rádios não soubessem que se tratava de um trabalho paralelo e pitoresco do delegado da PF, “para que a gente tivesse um retorno real do nos-so trabalho”. Noerci garante que uma atividade não atrapalha a outra e recorre às referên-cias da corporação que ajuda a coman-dar: “A Polícia Fede-ral é uma instituição que se tornou um pilar da democracia. Assim, tu jamais vai conceber que haja qualquer tipo de repressão à liberda-de de expressão. Eu tenho vários colegas agentes e delegados que escrevem livros, por exemplo. Essa liberda-de é compatível e salutar dentro de qualquer atividade”.

Por enquanto, a carreira de cantor não interferiu na rotina policial, sobretudo pela falta de uma agenda de shows – os únicos foram em uma festa da Rádio Far-roupilha, em Porto Alegre, e em

um festival na Casa da Cultura de Caxias em 2010. “Obviamente, se essa atividade de shows existir, ela tem que ser compatível com a minha atividade de autoridade de Polícia Federal”, projeta.

“A arte é uma experiência gra-tificante. Em todas as minhas atividades busco transmitir algu-ma coisa para as pessoas. Como policial, eu preciso fazer alguma coisa pela sociedade, estou lá para isso. Como artista, da mesma for-ma. Por isso surgiu a ideia desse trabalho mais alegre. Se as pesso-as ouvirem a minha música e se sentirem melhor, acho que o meu objetivo foi alcançado”, avalia.

Alguns colegas de Polícia Fede-ral já conheciam a faceta musical do delegado, que tocava em reu-niões informais. Os desavisados, porém, ficaram espantados. Ele garante que cantar músicas hu-morísticas não atrapalha na au-toridade, afirmando que as coi-sas não se confundem. “A arte está vinculada à evolução do ser humano. O ser humano saiu das cavernas à medida que começou a desenvolver o seu lado artístico. E a arte tem a ver com criação. Acho que se tu tirar a arte da história da humanidade tu apaga o homem

da história dela. Quanto mais a pes-soa tem o seu lado artístico desenvolvi-do, mais respeitada essa pessoa vai ser pela sociedade.”

Noerci não con-sidera suas músicas ofensivas e diz que nunca recebeu ma-nifestações contrá-rias. “Até as crianças ouvem e cantam a minha música.

Acho que quem não gosta fica quieto. Quando tu faz um traba-lho novo, as pessoas podem gos-tar ou não gostar, mas tu foge do aspecto da comparação. Porque a arte é isso, tem que ter uma coisa própria do artista”, acredita o au-tor de composições como Taludo, Dá o curso pra mim, Veinho Ani-mal e outras contribuições para o cancioneiro popular.

“A PF é um pilar da democracia. Tu jamais vai conceber qualquer tipo de repressão à liberdade de expressão”,diz o delegado

“São palavras que dentro de um contexto de pronúncia têm uma sonoridade que se torna engraçada”, explica o compositor

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O segundo show da carreira na Casa da Cultura, em dezembro de 2010. O segundo CD, Veinho Animal, foi lançado em março

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Recomenda

Recomenda

l Rio | Animação. 13h40, 15h50, 18h, 20h10, 22h10 (dub.), 15h30, 15h40, 17h50, 20h (dub. 3D) e 22h (leg. 3D) | Iguatemi

Homenagem do diretor Carlos Saldanha (era do Gelo) à Cidade Maravilhosa, o longa estreia com grandes chances de chegar ao topo das bilheterias. No enredo, uma arara-azul macho, domes-ticada e criada nos EUA, vem ao Brasil conquistar a última fêmea da espécie. Livre. 96 min..

l Sem limites | Suspense. 14h, 16h30, 18h50 e 21h10 (leg.) | Iguatemi

Em sua estreia, o filme liderou as bilheterias da América do Nor-te com US$ 19 milhões. Bradley Cooper (o bonitinho de Se Beber Não Case) é um escritor em início de carreira que aumenta extraor-dinariamente sua atividade cere-bral ao tomar uma pílula. Com Robert De Niro, Abbie Cornish e Anna Friel. Dirigido por Neil Burger. 14 anos. 105 min..

l Biutiful | Drama. Sábado (9) e domingo(10), 20h (leg.) | Ordovás

Javier Bardem é Uxbal, um ho-mem que coordena vários negó-cios ilícitos, é capaz de falar com os mortos e descobre que está com

câncer, em fase terminal. 16 anos.

l Matinê Sessão Banzai | Anime. Sábado (9), 15h | Ordovás

Para divulgar a cultura pop japonesa, nesta edição as atra-ções são: itazura no Kiss!, Tokyo Magnitude 8.0, ambos com his-tórias permeadas por terremotos, e Basquash!, sobre um desporto praticado no planeta Earthdash, o Basketball Bigfoot, jogado com robôs Bigfoot gigantes.

l O Mágico | Animação. De quinta (14) a domingo (24), 20h | Ordovás

A animação francesa sem diálo-gos, indicada ao Oscar e ao Globo de Ouro e vencedora do César, conta a história de um mágico que vê o público diminuir devido à preferência por atrações mais jovens e populares. A direção é de Sylvain Chomet, do incrível As Bi-cicletas de Belleville. Livre.

l Shine a Light | Documentá-rio. Quinta (14), 20h (leg.) | Leeds

A sessão especial do Cinecomo-legusta exibe o documentário fei-to com imagens dos bastidores e duas apresentações da banda The Rolling Stones no Beacon Theater, em Nova York, em 2006. A direção é de Martin Scorsese. 122 min.

AiNDA eM CARTAZ: As mães de Chico Xavier. Drama. 16h15 e 21h30. iguatemi | Bruna Surfis-tinha. Drama. 19h10. iguatemi | esposa de Mentirinha. Comédia

romântica. 15h10 e 21h50 (leg.). iguatemi. 18h e 20h (sem sessão terça (12), às 20h). UCS. | Fú-ria Sobre Rodas. Ação. 14h15, 16h45, 19h e 21h20 (leg.) e 15h20, 17h30, 19h50 e 22h10 (3D, leg.). iguatemi | Rango. Animação. 16h (dub.). UCS | Sexo sem com-promisso. Comédia romântica. 14h30 e 19h30 (leg.). iguatemi |

l Somos Somas | Sábado (9), 20h |Show de Gilberto Amaro do

Nascimento, mais conhecido como Giba Giba, cantor, compo-sitor, percussionista e ativista cul-tural gaúcho. Com uma carreira de mais de 40 anos, foi um dos fundadores e primeiro presidente

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[email protected] Carol De Barba |

Guia de Cultura

Blue e Jade, o último casal de araras-azuis, protagonizam a animação Rio

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CiNeMA

MÚSiCA

iNGReSSOS: iguatemi: Segunda, quarta e quinta (exceto feriados): R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia en-trada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 (Movie Club Preferencial) e R$ 8 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estu-dantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocor-rem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito indus-trial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programa-ção ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Or-dovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antu-nes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

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Literatura | Mapas do Acaso

Gessinger e seus fantasmaspor Carol De Barba

Ouvi falar de Mapas do Acaso – 45 varia-ções sobre um mesmo tema pela primeira vez só em janeiro, quando me deparei com Humberto Gessinger nos trending topics mundiais do Twitter. O livro é divulgado como uma espécie de continuação de Pra Ser Sincero – 123 variações sobre um mesmo tema, que contava a história dos Engenheiros do Hawaii. Eu não o conhecia simplesmente porque gosto muito da banda, o que me faz uma raridade dentre fãs ardorosos e críti-cos ferrenhos. Naquele dia, por quase uma hora, Humberto conversou com os tuiteiros e tocou diversas canções de todas as fases dos EngHaw como se estivesse numa mesa de bar. A leitura de Mapas do Acaso tem esse clima, leve, solta, sem pretensões, sem ter que contar fatos em ordem cronológica. Ela flui como se fosse uma coletânea de crôni-cas que compartilham com o leitor a visão muito particular do artista sobre o mundo.

O Humberto escritor é um reflexo do Humberto compositor. Cheio de enigmas, comparações, analogias, aforismos. Palavras e frases com ritmo, mesmo que não virem música. Não adianta, essa arte é indissociável do autor-personagem. “De tanto ouvir can-ções, passei a acreditar que a vida também é uma” (pg, 33), se justifica. Por isso, salpicados em meio ao texto, surgem versos, tanto dos Engenheiros quanto de outras parcerias e trabalhos de Humberto, e até inéditas. Para os leigos, o compasso dos parágrafos talvez não reserve tantas emoções ao descobrir referências e coincidências com letras da banda. Para os fãs, um verdadeiro deleite, especialmente ao encontrar músicas, ideias e pensamentos antes guardados na mente do ídolo. Um cara, diria ele, muitas vezes tido como antipático pela imprensa, mas provavelmente quieto tentando lidar com o turbilhão da mente que vê música em “um punk na farmácia/atrás de protetor solar/baile funk no plenário/ambulância quer passar”.

Enquanto lia, tinha certeza de que Pra Ser Sincero era melhor. No final, mudei de opinião. E arrisco dizer, com medo dos fãs me esperarem na saída da redação, que Humber-to Gessinger solo é muito mais interessantes que todos os Engenheiros que passaram pelo Hawaii juntos. Uso as palavras do escritor para me explicar. “Somos exilados da ob-jetividade, eu e meus fantasmas. Filmes de ação nos entediam, músicas pra dançar nos entristecem, revistas de sacanagem, panfle-tos políticos, carros de corrida, tanques de guerra, qualquer coisa muito objetiva nos cansa. Se for bem feita, cansa mais rápido. Se for bom, bonito e barato, cansa ainda mais.”

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Recomenda

Recomenda

da escola de samba Praiana.Teatro do SescR$ 10 e R$ 5 (comerciários, sê-niors, estudantes, integrantes de escolas de samba e alunos de es-colas de músicas) | Moreira César, 2.462 | 3221-5233

l Bionika| Sábado (9), 23hA festa do sujeito_coletivo tem

o objetivo de levantar fundos para as ações culturais do grupo (expo-sições, intervenções urbanas, cur-sos de arte contemporânea, ações sociais). Esta edição será inspirada no filme Curtindo a Vida Adoi-dado, e terá como atrações os Djs Jorgeeeeenho e David Kurz.Cassino RoyaleR$15 (antes da meia-noite) e R$20 (depois da meia-noite) | Coronel Flores, 777 | 8114-0110

TAMBÉM TOCANDO – Sá-bado(09): Adriano Trindade e Banda + Márcio Local + Filipe Melara. Samba. 00h. Boteco 13. 3221-4513 | Baile de Máscaras. H5N1. Rock. Vagão Bar. 23h. 3223-0007 | Bean Blues e Os Bru-xos. 22h. Mississippi. 3028-6149 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Lonely He-arts Club Band. Rock. 23h. Leeds. 3238-6068 | Noite da Tequila. Ele-trônica, pagode e sertanejo uni-versitário. 23h. Move. 3214-1805 | DJ Kahball. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. 3419-0990 | Pátria e Querência. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Pietro Ferreti e Bico Fino + Junk Box. Samba rock e rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Sandro Seixas Band + Jack Brown. Pop rock. 23h30. Bukus Anexo. 3285-3987 | Tattoo Rock Party. Ballantine’s. Vagão Classic. 3223-0616 | Ton Rock and Roll e Luciano Cavion + Dinamite Joe. Rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Vivi Seixas DJ. Eletrônica.

23h. Havana. 3224-6619 | Waza-bi Sushi Lounge. Eletrônica. 22h. The King Pub. 3021-7973 | Zé Bit-ter Rock. Acústico Nando Reis. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Domingo(10): DJ Zonatão. 17h. Zarabatana. 3228-9046 | DJ Gui Oliveira. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Swing Natu-ral. Pagode. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Terça(12): Flávio Ozelame. Rock clássico. 22h. Mis-sissippi. 3028-6149 | DJ Gui Oli-veira. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Projeto Rock e Cul-tura. Sala de Ensaio. 21h30. Va-gão Classic. 3223-0616 | Sopros e Acordes. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarta(13): Classic Gamer. Vagão Classic. 3223-0616 | Disco Acústico. Rock nacional e internacional. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | DJ Gui Oliveira. Ele-

trônica. 18h. The King. 3021-7973 | Maurício e Daniel. Tradicio-nalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | The Cotton Pickers. Rock clássi-co. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Quinta(14): Graal. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Grupo Ma-cuco. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | DJ Gui Oliveira. Ele-trônica. 18h. The King. 3021-7973 | Quinta-feira do Beijo. Vagão Classic. 3223-0616 | Rádio Coun-try. Sertanejo universitário. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Rafa Gubert e Tita Sachet. Rock clás-sico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Sexta(15): Agente ed. Rock. Va-gão Bar. 23h. 3223-0007 | Aquece. Vagão Classic. 3223-0616 | Branco no Preto + DJ Mono. Som Brasil e samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | DJ Gui Oli-veira. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Preto no Branco. Samba rock e som Brasil. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Quarteto Paiol. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 |

l Mapas do Acaso | Segunda (11), 19h |

O líder dos Engenheiros do Ha-waii, Humberto Gessinger, lan-ça seu terceiro livro, Mapas do Acaso - 45 variações sobre um mesmo tema, pela editora Belas-Letras, acompanhado de um po-cket show (leia resenha).Saraiva Mega StoreEntrada franca | Iguatemi Caxias | 3289-9292

l Cem versos de uma mu-lher | Terça (12), 18h30 |

O livro é a estreia da poetisa Hieldis Severo Martins, que faz poesia sobre a mistura de senti-mentos que permeia a existência feminina, complexa, carregada

de desejos, medos, crises, ale-grias, amores. As ilustrações são do artista Sérgio Lopes, a editora responsável é a Belas-Letras. No lançamento, também estarão ex-postas as obras do artista plástico. A renda obtida com a venda do livro será doada para Domus - Associação de Amparo à Criança com Câncer da Serra Gaúcha.Galeria MunicipalR$ 30 (o livro) | Dr. Montaury, 1333 | 3221-3697

l Memórias de uma Soltei-rona | Sábado (9) e domingo (10), às 20h |

Zica Stockmans interpreta uma quarentona independente, ven-dedora de mão cheia, que tem um entrave na sua vida: as pen-dências espirituais com Tia Gér-debra, uma freira que a mantém eternamente virgem. A comédia, recomendada para maiores de 12

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Humberto Guessinger lança Mapas do Acaso, com pocket show na livraria Saraiva do Iguatemi

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LiTeRATURA

TeATRO

Cinema | Biutiful

Triste e errada belezapor Carol De Barba

Um homem de meia idade, cabelos compridos e ensebados, vestindo calças de moletom escuras – surradas como todo o resto de sua roupa – está de pé num pequeno e sujo banheiro. Ele olha a patente por alguns segundos, que pa-recem uma eternidade, tomando cora-gem para aguentar a dor que lhe causa a simples e humana ação de urinar. Geme ao sentir a urina vermelha de sangue passar pela uretra e ao vê-la tingir a louça que um dia já foi branca. Com o cansaço de quem correu uma maratona, fecha a tampa do vaso e puxa a descar-ga. O barulho camufla a entrada de uma menina, que tapeando o medo com uma falsa coragem, briga com o pai querendo entender o que está acontecendo. O pai, que há dias esconde do mundo – e de si mesmo – que está morrendo de câncer, se vê encurralado naquele minúsculo banheiro. Transtornado, abraça a criança e pede: “Olhe nos meus olhos. Olhe bem para o meu rosto. Prometa que não vai se esquecer, que vai lembrar de mim”.

Essa é uma das cenas finais do dra-ma Biutiful, mais uma obra-prima do diretor Alejandro González iñárritu (Babel, Amores Brutos, 21 gramas), que está em cartaz até domingo (10) no Ordovás. O longa estrelado por Javier Bardem concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro e melhor ator, mas sua qualidade vai além das indicações.

Biutiful é de uma beleza estranha – como a palavra escrita errada –, mas que penetra na alma. Bonito de doer a cabe-ça e o coração. iñárritu – mestre nesta estética – faz poesia com a escuridão, as sombras, a sujeira e a poluição visual do submundo de Barcelona. Faz com que o espectador quase sinta o ar e o cheiro dos quartos fétidos, frios, úmidos, su-jos e bagunçados onde as personagens dormem. As poucas cores aparecem nos também raros momentos alegres do filme como quando o protagonista Uxbal olha retratos que parecem fotos lavadas em contraste com o papel psicodélico azul e amarelo da parede em que estão pregados.

Uxbal é uma espécie de anti-herói com ganha-pão em alguns negócios ilícitos, envolvendo desde a exploração do traba-lho de chineses até de seu dom de falar com os mortos. Essa vida marginaliza-da faz o bom coração de Uxbal sofrer. Bardem parece outra pessoa na pele desse homem, que sente um profundo remorso, transpira mágoa e é atormentado pelas coisas ruins que faz, ainda que sejam, talvez não o único, mas o caminho que lhe ensinaram a seguir para sobreviver.

O ritmo do filme é lento, como deve passar o tempo para aqueles que têm uma vida judiada como a de Uxbal, mas cadenciado por conflitos psicológicos. E conforme os sinais de metamorfo-se e morte aumentam – mariposas que se multiplicam no ninho, revoadas de pássaros – o espectador torce pelo fim. Não para que o filme acabe, mas para que Uxbal, finalmente, descanse, como se diz e se espera ser, em paz. A gente sai da sala juntando os cacos do coração, e com a impressão de estar voltando ao paraíso.

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anos, promete um final que não é tão óbvio, mas obviamente feliz. Os ingressos na Escola Tem Gen-te Teatrando e livraria Do Arco Da Velha, na hora na bilheteria do teatro.Teatro São CarlosR$ 15 (antecipados), R$ 20 (na hora) e R$ 10 (estudante e sênior) | Feijó Júnior, 778 | 3221-6387

l Stand up | Quarta (13) |Os atores Gabriel Scopel e Ra-

fael Campos, do grupo Comédia em Stand By, desenvolvem seus próprios textos – sem piadas prontas ou anedotas conhecidas, dizem – dentro do gênero popula-rizado no Brasil por nomes como Rafinha Bastos e Danilo Gentili. O boliche abre às 17h.Portal BowlingEntrada franca | Martcenter | 3220-5758

l Clube do Fracasso | Quinta (14), 20h |

O espetáculo da Cia. Rústi-ca ganhou o Prêmio Açorianos 2010 de melhor dramaturgia. A peça estrutura-se em vários jo-gos que se desdobram sobre áreas diversas da experiência humana, percorrendo memórias, amores despedaçados, exposições ao ridí-culo, tentativas falidas, a sede de sucesso, nossos medos e dificul-dades. 12 anos.Teatro do SescR$ 15, R$ 7,50 (estudantes e sê-nior) e R$ 5 (comerciários) | Mo-reira César, 2.462 | 3221-5233

l Festival 3 e Já Fazendo Arte | Quinta (14), às 19h30 |

A escritora Elaine Cavion con-ta histórias, a Bandamigos faz show, o Estúdio de Dança Cami-la Oliveira se apresenta, o artista plástico Mai Bavoso expõe seus trabalhos, Dionéia Zampieri pa-lestra e a Coleção Por Aí desfila. Tudo isso em benefício às crian-ças atendidas pela Liga Feminina de Combate ao Câncer. ingressos com integrantes da Liga.Teatro São CarlosR$ 20 | Feijó Júnior, 778 | 3221-6378

l Show internacional Hayet | Sexta (15), 20h30 |

A Hayet Escola de Danças pro-move um show com uma banda libanesa, que também estará se-lecionando bailarinas para seguir carreira internacional. ingressos disponíveis na escola.Teatro São CarlosR$ 85 (ingresso + inscrição) e R$ 30 (ingresso) | Feijó Júnior, 778 | 3214-0200

l Workshop de Jazz e Dan-ça de Rua | Sábado(9) e domin-go(10)|

Para comemorar seus 15 anos, a escola Endança traz a Caxias Tati Sanchis e Henrique Bianchini, con-siderados os melhores coreógrafos do Brasil nas áreas de jazz e dança de rua, respectivamente. A aula da Tati é das 9h ao meio dia, e a aula do Henrique das 13h30 às 16h30. Nível intermediário/avançado. Alunos da Endança têm 20% de desconto.Sede Social Recreio da JuventudeR$ 100 e R$ 150 (um ou dois cur-sos, antecipado), R$130 e R$180 (na hora) | Pinheiro Machado, 1762 | 99177860

l Transformação/Transfor-mazione | Sexta (15), das 9h às 19h, sábados e domingos, das 15h às 19h |

No livro, Lucí Barbijan conta a metamorfose que seu Eu-Poeta sofre sob as mãos do seu Eu-Pin-tor, com um poema, desenhos e colagens. O trabalho culmina em 15 telas pintadas a óleo.Galeria do OrdovásEntrada franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316

l Notações Pictóricas | De segunda a sexta, das 8h30 às 18h e no sábado, das 10h às 16h |

As séries fotográficas de Fer-nanda Gassen e Mariana Silva tecem aproximações pela via da pintura, transformando visão da casa como apenas cenário para gestos banais e corriqueiros, como na obra de Vermeer. Galeria MunicipalEntrada franca | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697

AiNDA eM eXPOSiÇÃO: Acervo de gravuras do impres-sor Amaro Albuquerque. Cole-tiva. Até segunda (11), das 8h às 22h30. Campus 8. 3289-9000 | A procura da arte. Guilherme No-gueira de Castro. Segunda a sex-ta, das 8h30 às 18h30, sábados e domingos, das 8h30 às 12h30. Farmácia do ipam. 3222-9270 | Aromas, texturas e cores. Leo-nor Aguzzoli. De segunda a sá-bado, das 10h às 19h30, domin-go, das 16h às 19h. Catna Café. 3212-7348

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Zica estreia Memórias de uma Solteirona

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eXPOSiÇÕeS

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por JOSÉ EDUARDO [email protected]

m um cenário de batalha, Alex Machado comanda um pelotão americano para reconquistar a base da Normandia ocupada por alemães durante a Segunda Guer-ra Mundial. Diversos soldados são mortos na ação militar ao sair das embarcações aportadas na beira da praia. Mas Alex não se importa. Toda a vez que ele é fu-zilado pela metralhadora alemã, recomeça do ponto em que pa-rou. Fã de simuladores de guerra no videogame, o rapaz, que ain-da não completou 18 anos, sonha em entrar o quanto antes para o Exército de verdade. Na última terça-feira (5), entregou a docu-mentação exigida na Junta Militar e agora torce para ser recrutado pelo 3º Grupo de Artilharia An-tiaérea (GAAAé).

O alistamento militar é obriga-tório para todos os homens no Brasil a partir dos 18 anos – de-pois de se apresentar, podem ser convocados ou dispensados. Por isso, para Alex, existe um desafio a mais do que concorrer com os cerca de 4 mil candidatos para as 201 vagas do quartel de Caxias do Sul. O estudante que cursa o se-gundo ano do Ensino Médio tem apenas 16 anos. Ele é voluntário e tenta ingressar no Exército antes

do tempo previsto. Mesmo sem saber ao certo o que vai aprender quando atravessar os muros do quartel, localizado no Avenida Rio Branco, Alex se mostra entu-siasmado com a possível vida mi-litar. “Vou aprender a lidar com ação, a atirar. Eu jogo muitos ga-mes como o Medalha de Honra”, conta o rapaz que nunca segurou uma arma de verdade, muito me-nos um Fuzil Automático Leve. As aventuras e histórias de uma vida militar que fantasiam a ima-ginação do jovem são contadas pelo tio, que conseguiu ingressar no Exército. inspirado, ele sonha em conquistar uma vaga e depois prosseguir na carreira militar. “É o que eu quero fazer. Se não for chamado dessa vez, vou tentar no ano que vem”, relata Alex.

Mas para seguir uma car-reira militar não basta apenas boa vontade. O comandante do 3° GAAAé, tenente-coronel Anto-nio Carlos Gasparelli, conta que existe um número limitado de vagas para permanecer no quartel após o término do serviço militar, que tem duração de um ano. Os aspirantes que obtiverem as me-lhores notas e forem voluntários serão chamados. Gasparelli conta que, normalmente, abrem 30 va-gas por ano para pouco mais de 40 interessados. “Procuramos ao

longo do ano avaliar o desempe-nho. Aqueles que apresentam os melhores resultados, verificamos se pretendem ficar ou não. De-pendendo da existência de vagas aproveitamos os melhores”, ex-plica o comandante. Para estes poucos selecionados, a carreira nas Forças Armadas tem prazo de validade. Os aprovados como militares temporá-rios, podem perma-necer no máximo sete anos no Exér-cito, com contratos que são renovados anualmente. Depois desse período, terão duas opções: fazer concurso público para ingressar na carreira militar per-manente ou retor-nar para a vida civil.

Foi justamente isto que fez Carlos José Capra, 48 anos. Aos 18, recrutado contra a vontade, ingressou no serviço militar e acabou permanecendo por todo o período permitido. iniciou como soldado e duran-te a breve carreira graduou-se como sargento. Quando expirou as possibilidades de renovação, decidiu largar a carreira. “Apro-veitei o meu tempo no Exército e optei por não ingressar em con-cursos públicos para militar. Sou

de Caxias e não pensava em sair da cidade”, justifica. Capra man-tém uma lembrança positiva da época da rotina rígida do quartel. Ele conta que, logo quando foi convocado, mudou a imagem que tinha da instituição. “Percebi que o serviço militar permite que o jo-vem conheça alguns valores como espírito de grupo, camaradagem,

dedicação e cor-reção de atitudes.” Hoje, de volta a vida civil, Capra mantém a proximidade com a antiga carreira. Após ser aprovado em concurso públi-co para prefeitura de Caxias do Sul, ele ingressou na Jun-ta Militar. Há três anos ocupa o cargo de diretor. Capra é a pessoa que mantém

o primeiro contato com os rapa-zes que ainda não completaram a maioridade e não sabem ao certo o que esperar do serviço militar. Até a última terça-feira (5), 2,7 mil jovens, de um total de quatro mil, já haviam realizado o alista-mento obrigatório, que encerra no dia 29 de abril. De modo geral, Capra explica que normalmente eles apresentam as mesmas carac-terísticas. “Eles estão em uma fase de conquista de espaço. Muitos já

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“Se não for chamado dessa vez, vou tentar no ano que vem”, explica Alex, que tem apenas 16 anos e concorre a uma das 201 vagas disponíveis

Depois de um ano no serviço militar, os recrutas concorrem a cerca de 30 vagas para seguir carreira por no máximo sete anos, sem prestar concurso

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O DESEJO DE SERVIRNÃO É GARANTIA DE VAGA

Cerca de 4 mil jovens devem se alistar na Junta Militar; 30% querem entrar para o Exército e apenas 5% serão recrutados, entre estes, alguns que não queriam

www.ocaxiense.com.br 199 a 15 de abril de 2011 O Caxiense

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estão empregados. O resultado do alistamento gera ansiedade. Digo isso baseado no fato de o mercado estar contratando pessoas mais jovens. Eles já têm colocação an-tes dos 18 anos”, explica.

A vida profissional é um dos principais fatores para o jo-vem não querer ingressar no serviço militar. Este é o caso de Bruno Barreto. Com 18 anos já completos, ele mantém uma pers-pectiva de crescimento dentro da empresa em que foi admitido. Há seis meses, Bruno ingressou no programa menor aprendiz da RGE, onde atua no setor adminis-trativo. Satisfeito com a carreira profissional ele não quer deixar de lado o trabalho para servir no Exército. Mas a opção é recente. Antes de ingressar no programa, Bruno tinha o projeto de realizar os mesmos passos do irmão, que alistou-se em Canoas e serviu na Base Aérea da cidade. “Até o ano passado pensava em seguir car-reira militar, em pilotar um avião. Mas não teve jeito. Meus pais também preferem que eu não sir-va. Dizem que meu irmão sofreu muito. Que não dormia direito”, conta. Mas o principal argumento para não servir provém de ques-tões de saúde. Bruno sofreu uma lesão no joelho direito que encer-rou a breve carreira no futebol. Natural de Pelotas, aos sete anos começou a treinar no Brasil-PE. Com a mudança da família para Caxias, ingressou no Juventude. Ocupando a lateral direita, Bru-no teve uma breve oportunidade de conhecer a Europa quando foi contratado para defender o Spor-ting, time que disputa o Campeo-

nato irlandês. No início de 2009 lesionou o joelho e não pôde mais jogar. “Posso correr, mas sem for-çar muito”, explica sobre a limita-ção.

Assim como Bruno, a maioria dos rapazes que se alistam não é voluntária. Capra revela que a mé-dia de alistados que querem ingressar no serviço militar é de 30%, número que considera alto. Diego Freitas, 17 anos, faz parte deste percentual. Acom-panhado do pai, ele apresenta o docu-mento de identida-de, CPF, certidão de nascimento original, uma foto 3x4 e comprovante de residência na Junta Militar. Em pouco mais de três minutos todo o processo é realizado e Diego pode aguardar até o dia em que terá de se apre-sentar no quartel. Entretanto, o desejo de servir pode ser negado devido a um problema de saúde descoberto logo aos 12 anos. Nes-ta idade, Diego deslocou o qua-dril ao cair. Após o tratamento, em que colocou pinos de titânio, os médicos informaram que ele tinha uma doença óssea. Porém, mesmo nestas condições, Alex consegue jogar futebol e vôlei de forma moderada e é capaz de re-alizar alguns exercícios e corridas de pequenas distâncias.

A seleção dos recrutas que irão realizar o serviço militar é definida por três critérios: situ-ação social, saúde e escolaridade. São eliminados do sistema os que

têm dependentes, antecedentes criminais, pessoas com proble-mas de saúde e com escolaridade abaixo da sétima série do Ensino Fundamental. O preparo físico também pode influenciar, ape-sar de não ser determinante. O

comandante Gas-parelli conta que a seleção é dividida em duas partes. Na primeira, nos meses de julho e agosto, todo o contingente passa por exames médicos, odon-tológicos, alguns testes e entrevistas para selecionar os mais capazes. De-pois, em janeiro,

os aprovados retornam para um segundo teste que define os con-vocados. Esta etapa é necessária pois o número vagas sempre é menor do que o de aptos. Na se-leção de 2010, dos quase quatro mil jovens, 456 foram aprovados. Com apenas 201 vagas disponibi-lizadas, os demais 255 candidatos retornaram para casa com o certi-ficado de dispensa.

Cléber Vieira, 17 anos, espera ser eliminado já no primeiro teste. Porém suas qualidades conspiram contra a própria vontade. Com 1m85, 80kg e com saúde perfeita, ele acredita que será selecionado. A perspectiva da rigidez do Exér-cito não agrada ao rapaz que tra-balha como flanelinha e vigia os carros enquanto os proprietários se divertem na vida noturna da cidade. “Não me agrada ter que acordar cedo. Além do mais, já tenho trabalho”, conta. Este caso é semelhante ao de Gabriel da

Silva, 17 anos. “Nunca pensei em entrar para o Exército. Não me é familiar. Não gosto da rigidez”, justifica. O jovem concluiu o En-sino Médio e iniciou um curso técnico em eletrônica no segundo semestre de 2010. Sem apresentar nenhuma das condições elimina-tórias, Gabriel pode servir o quar-tel contra a vontade, mesmo não gostando de exercícios nem de acordar cedo.

Todos os casos serão ava-liados e cerca de 95% dos alista-dos receberão o certificado de dispensa por excesso de contin-gente. O restante irá compor a reserva mobilizada do Exército brasileiro. E isto não depende de gosto. O comandante Gasparelli conta que a maioria dos jovens que se apresentam para o início do serviço militar não tem noção do que vão realizar. “Eles chegam na primeira semana e pensam que só vão fazer Educação Física e faxina. Mas depois veem que a quantidade de conhecimento e instruções que vão adquirir aqui é bastante grande, que a formação de um soldado é bem trabalhosa.” As adaptações mais difíceis ocor-rem nas primeiras semanas. Logo no começo do serviço militar, normalmente no dia 1° de março, os soldados passam por um perí-odo de internato no quartel. “Esse período é muito importante, por-que é quando eles vão se acostu-mar com as atividades rotineiras. Vão aprender sobre o respeito à hierarquia e sobre o respeito ir-restrito à ordem. Alguns estra-nham este tipo de cobrança. Mas rapidamente se acostumam”, ga-rante Gasparelli.

“Nunca pensei em entrar para o Exército. Não gosto de rigidez”, conta Bruno, 17 anos, que não gosta de exercícios físicos ou de acordar cedo

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No ano passado, 255, entre os 456 jovens considerados os mais capazes para o serviço militar, foram dispensados na segunda fase da seleção

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Depois da classificação à Copa do Brasil, o Caxias retoma o foco no Gauchão. Na última rodada, contra o São Luiz de ijuí, a ser disputada no Centenário às 16h deste domin-go (10), acredito que o técnico Ri-cardo Cobalchini irá manter o time que enfrentou o Botafogo-PB – o mesmo que empatou com o Grê-mio na decisão da Taça Piratini, o primeiro turno do Estadual. Com Lima no ataque.

O Caxias é o último no grupo 1, com 6 pontos. O inter lidera com 10, seguido de Lajeadense (9), São José (8) e a embolada faixa dos 7 pontos: Canoas, Ypiranga, o adver-sário São Luiz e Novo Hamburgo. Para se classificar às quartas de final da Taça Farroupilha, a equi-pe de Cobalchini precisa vencer. E torcer para que apenas um desses times – Canoas, Ypiranga ou Novo Hamburgo – vença na última roda-da. Complicado.

No lado papo, para enfrentar o Veranópolis, também às 16h deste domingo, o técnico Picoli não terá os zagueiros Bressan, que foi para a Seleção Sub-18, e Fred, suspen-so por ter levado o terceiro cartão amarelo na goleada de 3 a 0 sobre o rebaixado Porto Alegre. Rafael Pereira retorna após cumprir sus-pensão. Bruno Salvador ainda está lesionado. Dessa forma, um volante da base foi improvisado na função

durante a semana: Deoclécio. No meio-campo, Umberto está man-tido. No ataque, o artilheiro Júlio Madureira, com 10 gols no Estadu-al, se recupera de uma lesão na coxa direita e será dúvida até momentos antes do jogo. Se não tiver condi-ções, Rafael Aidar começa ao lado de Zulú.

O Ju vai a Veranópolis para disputar talvez o jogo mais im-portante da 8ª e última rodada do segundo turno do Gauchão. E vai embalado – venceu as três parti-das consecutivas no Jaconi (5 x 0 no inter-SM, 3 x 2 no Grêmio e 3 x 0 no Porto Alegre). O alviverde só depende de si para garantir o título de campeão do interior e o prêmio de R$ 100 mil da FGF. Se vencer o Veranópolis no Antônio David Fa-rina, conquista a distinção. Se em-patar, precisa torcer para o Cruzei-ro não vencer o Pelotas. Se perder, esperará por tropeços de Cruzeiro e São José. A classificação às quartas de final do segundo turno, em 1º no grupo 2, virá se ganhar do VEC e Grêmio e Cruzeiro não vencerem suas partidas. Se um deles ganhar e o Ju também, fica em 2º. Se perder, fica em 3º ou 4º. O alviverde é 3º na chave 2, com 11 pontos. Cruzeiro (1º) e Grêmio (2º) têm 12 pontos cada e estão classificados. O Santa Cruz é o 4º, também com 11. O Ve-ranópolis é o 5º, com 8 pontos.

O título de campeão do inte-rior é dado à equipe que ficar melhor colocada na classificação geral do Gauchão excluindo-se a dupla Gre-Nal. Até a última rodada, o prêmio é do Ju – 3º, com 25 pontos. O Grêmio tem a melhor campanha (29 pon-tos). O colorado é o 2º, com os mesmos 25 pontos do Ju.

O campeão e vice do Esta-dual terão vaga garantida na Copa do Brasil de 2012. A vaga será transferida ao campeão do interior caso um deles se classifique à Libertadores.

Na segunda-feira (4), foi a vez de o vice-presidente grená Zoi-lo Simionato entrar no vestiário para conversar com os jogadores. O “bate-papo” durou cerca de uma hora. “Claro que não pos-so contar tudo o que foi dito, mas foi muito proveitoso. Pedi o apoio e o entendimento do grupo com o interino Ricardo Cobalchini”, diz Simionato.

Após a vitória por 3 x 1 que despachou o Botafogo para a Paraíba, no dia 6, o dirigente ressaltou que o novo técnico será anunciado provavelmente até o início de maio. “Nossa meta é subir para a Série B”, resume.

Questionado se a contratação de Ferreira foi um equívoco, Simio-nato não titubeou e respondeu: “Ele ficou aqui 22 dias e foi libe-rado. O estilo dele não encaixou. Com certeza foi um equívoco”. Mas, e se Lima tivesse jogado e matado a partida em Erechim?

A direção do Caxias quis ino-var. Tentou contratar um treina-dor desconhecido do Sul, acabou acertando com outro mais des-conhecido ainda. Nada contra. O currículo de Luiz Carlos Ferreira falava por si: mais de 10 acessos com clubes medianos, a maioria do interior paulista, de onde ele é natural. No Caxias, foram 22 dias de trabalho. Ao melhor estilo bonachão, estava sempre pronto para conversar. Os treinos eram descontraídos, o pessoal parecia ter gostado dele. Bastou o primei-ro jogo em casa para a torcida ter uma opinião totalmente diferente.

Depois da vitória no jogo de ida da Copa do Brasil contra o Bota-fogo da Paraíba, Ferreira teve um empate sem gols com o Lajeaden-se, fora do Centenário. Em casa, os 4 a 3 sobre o Canoas mostraram um sistema defensivo vulnerável. A confirmação veio na goleada so-frida para o São José: 5 x 2. Após novo empate sem gols, nova gole-ada fora de casa, desta vez para o Ypiranga, em Erechim (4 x 2). An-tes da última partida à frente do time, Ferreira teve um desentendi-mento com o artilheiro Lima. Ao ser colocado para treinar entre os reservas, Lima (foto) deixou o gra-mado, pegou suas coisas, pôs no porta-malas do carro e foi embora.

Mais tarde, o atacante retornou ao estádio para a concentração visando ao jogo contra o Ypiranga. Nos bastidores, a direção tinha a confirmação de que Lima jogaria. Mas a surpresa foi Sato ao lado de Éverton em Erechim. Lima ficou no banco. Ferreira estava demitido naquele momento, antes mesmo do início da partida. Sem motiva-ção alguma em campo, o Caxias sucumbiu. Nem parecia o mesmo time que bateu de frente com Grêmio e inter. Uma derrota que teve a participação dos jogadores.

Em meio aos equívocos grenás, o time do interino Ricardo Cobal-chini, com Lima no ataque, venceu o Botafogo-PB e garantiu a classi-ficação do Caxias para a terceira fase da Copa do Brasil. Nas oita-vas de final o time enfrentará o Coritiba. A primeira partida, após sorteio, será realizada às 20h30 da próxima quinta (14), no Estádio Couto Pereira. O jogo de volta, no Centenário, será às 19h30 de 27 de abril. Quem avançar enfrentará, nas quartas de final, o vencedor de Santo André x Palmeiras.

Esta será a oitava vez que o clube grená participa da Copa do Bra-sil. A competição foi criada pela CBF em 1989. O Caxias disputou as edições de 1991, 1999, 2000, 2001, 2002, 2007 e 2009. Em 2000, mesmo ano do título gaúcho, com o técnico Tite, chegou na terceira fase. Na primeira rodada passou por Avaí-SC (1 x 1 e 3 x 1) e Sergi-pe-SE (1 x 0 e 1 x 2). Caiu diante do Cruzeiro – os mineiros ven-ceram as duas partidas (3 x 1 no Centenário e 6 x 1 no Mineirão).

A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) informou no dia 5 o can-celamento da partida entre Porto Alegre x inter-SM, válida pela úl-tima rodada do segundo turno. O

pedido foi feito pela direção dos clubes para evitar custos, pelo fato de ambos estarem rebaixa-dos – disputarão a Segundona em 2012.

Neste domingo (10), às 16h:Caxias x São LuizVeranópolis x JuventudeInter x CanoasNovo Hamburgo x LajeadenseSão José x YpirangaSanta Cruz x GrêmioPelotas x CruzeiroPorto Alegre x Inter-SM

Regulamento Apoio ao interino

O equívoco Ferreira

Copa do Brasil

Bom senso

Jogos da 8ª rodada

ASPiRAÇÕeS BeM DiFeReNTeS

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Dupla

por FABiANO PROViN

www.ocaxiense.com.br 219 a 15 de abril de 2011 O Caxiense

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Recomenda

Recomenda

Recomendal 4º Nocaute à Fome | Sábado, a partir das 14h. Finais, às 19h |

Muitos dos melhores lutadores vão participar da competição, em três modalidades: Full Contact, Low Kicks e K1 Rules. Para ter mais emoção para os espectado-res e valor para os atletas, as lutas serão válidas para a seletiva do Campeonato Estadual. O evento, realizado pela Liga Caxiense de Boxe e Kickboxing e organizado pela Academia Fight Center, terá início às 14h, com as lutas elimi-natórias nas 13 categorias das três modalidades disputadas. As finais estão previstas para ocorrer a par-tir das 19h. A organização espera pelo menos 120 competidores, todos utilizando capacetes, luvas, protetores de canela e pé, confor-me manda o regulamento.Ginásio da AABBR$ 20 mais 2 kg de alimentos não perecíveis | Paul A. Harrys, 350, Cinquentenário

l Taça Brasil Correios de

Futsal Sub-15 | Sábado, 15h e 16h, domingo, 10h |

Recreio da Juventude e Top Sport representam Caxias na competição, que se encerra do-mingo. O time do RJ não se saiu tão bem quando o esperado. Nos primeiros dois jogos empatou em 3 a 3 com o Colégio Módulo e per-deu por 4 a 0 para o Dom Bosco. O jogo decisivo ocorreria na sexta (após o fechamento desta edição). Já o Top Sport fez bonito. Venceu facilmente o Uirapuru por 7 a 2, o Paysandu por 8 a 3 e o Sumov por 6 a 1, garantindo uma vaga para a semifinal. As duas primeiras eliminatórias estão programadas para ocorrer no sábado, às 15h e às 16h. E os vencedores disputam o título às 10h de domingo.Recreio da JuventudeEntrada gratuita | Atílio Andrea-zza, 3.525

l Caxias x São Luiz | Domin-go, 16h |

A vitória sobre o Botafogo-PB por 3 a 1, na última quarta (6), avançando na Copa do Brasil, só

ajuda o Caxias no Estadual por renovar a confiança do time. A situação é difícil: com a derrota na última rodada para o Ypiran-ga de Erechim por 4 a 2, a equipe grená necessita de uma combina-ção de dois resultados, além da vitória diante do São Luiz, para conquistar a última vaga para as quartas de final. Para isso é preci-sa que o inter vença o Canoas no Beira-Rio e o Lajeadense derrote o Novo Hamburgo no Estádio do Vale. O técnico interino Ricar-do Cobalchini deverá entrar em campo com: Matheus; Alisson, Édson Rocha, Marcelo Ramos e Gerley; Marcos Rogério, itaqui, Dê e Edenílson; Éverton e Lima.CentenárioR$ 20 e R$ 10 (idosos e estudantes portando documentação) | Tho-mas Beltrão de Queiroz, 898

l Veranópolis x Juventude | Domingo, 16h |

A equipe alviverde viaja para Veranópolis embalada. O time treinado por Picoli precisa ape-nas empatar a fim de garantir matematicamente a classificação. Com 11 pontos, o Juventude ocu-pa a terceira colocação na tabela.

O VEC vem atrás, na quinta po-sição, com 8 pontos. O Ju só não prossegue no Gauchão se aconte-cer uma catástrofe: sofrer goleada de quatro gols de diferença e o Santa Cruz conseguir um empa-te contra o Grêmio. Picoli deve iniciar a partida com: Jonatas; Anderson Pico, Rafael Pereira, Deoclécio e Alex Telles; Umberto, Jardel, Cristiano e Ramiro; Rafael Aidar (Madureira) e Zulú.Antônio David FarinaR$ 15 | RST-470, Bairro Medianei-ra – Veranópolis

l Municipal | Sábado e domin-go, 13h15 e 15h15 |

A categoria suplente teve a ro-dada de abertura no último final de semana. Foram marcados 22 gols nas oito partidas disputa-das. Uma média de 2,75 por jogo. Quem puxou a fila foi o União de Zorzi, que goleou a equipe do Bom Pastor por 4 a 1 e ocupa temporariamente a primeira co-locação da Chave B. Defendendo a liderança, a equipe enfrenta o Linha 13, neste sábado, às 13h15, no campo do Fátima.enxutão, Municipal 1 e 2, Sagra-da Família, Zona Norte e FátimaEntrada gratuita

22 9 a 15 de abril de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Guia de Esportespor José eduardo Coutelle | [email protected]

FUTeBOL

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FUTSALA

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Lutadores de três modalidades de kickboxing entram no ringue neste sábado

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Renato [email protected]

Motorista da Visate, represen-tante na UAB do Jardim Orien-tal, Valdir Fernandes Walter é o candidato da situação à presidên-cia da União das Associações de Bairros. O atual presidente Dal-tro da Rosa Maciel concorre ao comando da Assembleia Geral, hoje nas mãos de Tânia Menezes – que não participará da chapa.

O PDT dos vereadores Vinicius Ribeiro e Moisés Paese articula uma chapa de oposição. As inscrições podem ser feitas até 30 de abril. A eleição na principal entidade comunitarista do interior do Esta-do está marcada para 5 de junho.

A Câmara Municipal de Caxias do Sul aderiu à campanha contra as drogas na mídia institucional pública. Toda e qualquer publicida-de da Casa acrescenta uma mensa-gem sobre o crescente problema.

Diante do revés que a prefeitura sofreu na Justiça, o chefe de Gabi-nete, Edson Néspolo, deixa claro que o governo Sartori não está indiferente à ameaça de uma nova greve dos médicos da rede pública municipal – prevista, aliás, para esta segunda-feira (11). “O que não podemos é tratar categorias pro-fissionais de formas diferentes. A administração municipal não pode olhar somente para os médicos”.

Néspolo garante que, ao con-trário do que muitos imaginam, a administração municipal tem sim alternativas para apresen-tar aos profissionais da saúde.

A Câmara de indústria, Comércio e Serviços (CiC) de Caxias do Sul negocia para setembro a vinda do artista Vik Muniz para ser pales-trante de uma reunião-almoço. Nascido em São Paulo e atualmente morando em Nova York, o brasi-leiro ganhou ainda mais projeção ao ter seu trabalho retratado no documentário Lixo extraordi-nário, que concorreu ao último Oscar. O filme mostra a relação de Vik com os catadores do aterro sanitário de Jardim Gramacho, no Rio, que ele recrutou para ajudá as montar as grandiosas imagens que fotografa. Se confirmada, será uma presença inspiradora.

Depois do convite ao embaixa-dor italiano no Brasil, Gherardo La Francesca, para que ele parti-cipe da programação da Festa da Uva 2012, a Comissão Comunitá-ria aponta as baterias agora para veteranos astros da TV brasileira.

A ideia é convidar para esta-rem em Caxias do Sul durante o evento artistas como Jô Soares, Francisco Cuoco, Tônia Carrero e Tarcísio Meira. Todos eles esti-veram aqui há 40 anos no lança-mento da TV em cores no Brasil, com a transmissão do desfile de carros alegóricos de então.

Desvio do pedágio de Vila Cristi-na (foto) estará fechado neste sába-do para obras de manutenção.

Mesmo com a boa vontade do subprefeito Sadi Pirovano, fica cada vez clara a necessidade de aquele

trecho – conhecido também como Via da Cidadania – ser incluído no Programa de Asfaltamento do in-terior (PAi), menina dos olhos da administração Sartori (ao lado do Complexo Marrecas, é claro).

Campeão na apresentação de pro-jetos no ano passado, o vereador Re-nato Nunes (PRB) protocolou esta semana na Câmara outra proposta que poderá significar melhoria na qualidade de vida dos caxienses.

Ele sugere a presença de professo-res de Educação Física nos parques públicos de Caxias do Sul. Os pro-fissionais seriam responsáveis por ministrar atividades físicas e orien-tar a população na execução dos exercícios – como costuma aconte-cer, vejam só, em Cuba e na China.

Depois de quase quatro décadas de serviços à gastronomia típica – e, portanto, ao turismo – da região, a Casa Pão & Vinho fechou suas portas. Proposta coletiva articu-lada na Câmara de Vereadores pretendia homenagear o trabalho desenvolvido ao longo desse perí-odo por Nestor De Carli e esposa.

Só um parlamentar não ade-riu à proposta: Daniel Guerra (PSDB), por sinal ex-secretário municipal de Turismo.

Talvez a maior parceira do go-verno municipal, a CiC abre as portas nesta segunda-feira (11) para o prefeito José ivo Sartori e ao diretor-presidente do Samae, Marcus Vinicius Caberlon. Ambos participarão da reunião-almoço da entidade empresarial para falar sobre a construção do siste-ma de abastecimento Marrecas.

Em que pese a sua indiscutível importância, nunca na história deste município houve divulgação tão grande de uma obra da pre-feitura. Necessária, aliás, pelo que essa badalação possa significar em conscientização dos caxien-ses para a necessidade de preser-vação dos recursos hídricos.

Disputa na UAB Água é marketing

Contra as drogas

Sem indiferença

Vik na CIC

Voz discordante

40 anos depois

Asfalto da via

Acompanhamento

iniciativa da presidência anterior, de Harty Moisés Paese (PDT), o projeto Câmara vai aos bairros será retomado – e ampliado – a partir desta segunda-feira (11). O atual presidente do Legislativo, Marcos Daneluz (PT), explica que são duas as mudanças principais: a regiona-lização, englobando mais bairros e loteamentos por reunião; e o au-mento do número de encontros. Até novembro, serão oito (um por mês), contra cinco no ano passado. O pri-meiro deles ocorre no Centro Co-munitário do Santa Fé, englobando este e outros 16 bairros e loteamen-tos. Outra alteração significativa é o dia de realização do projeto. Em vez de ser nos finais de semanas – quando a vontade de discutir políti-ca tinha de concorrer com o tempo de descanso da população –, passou para as segundas-feiras, começan-do às 19h30. As reuniões também serão previamente preparadas com lideranças comunitárias.

O desafio do projeto é, den-tro das limitações da função de

vereador, torná-los produtivos no atendimento às demandas dos mo-radores. Um dos caminhos para isso é o instrumento das indicações, pelo qual os parlamentares podem apontar ao Executivo a necessida-de de providências simples, como a troca de uma lâmpada queimada em um poste de luz, ou mais, como a urgência de solução para proble-mas de esgoto, pavimentação ou insegurança em áreas públicas – ouvidas diretamente da população. Fundamental a presença de todos vereadores governistas, portanto.

Outro benefício do Câma-ra vai aos bairros é que ele tira o vereador do conforto de sua base eleitoral para levá-lo a conhecer melhor a realidade de outros can-tos da cidade. Com a frenética ex-pansão de Caxias, ficou ainda mais difícil acompanhar os problemas de cada bairro, e principalmente dos mais distantes. Por tabela, a Câma-ra também ajuda a desfazer a velha máxima de que político só aparece na vizinhança em época de eleição.

CÂMARA VOLTA AOS BAiRROS

www.ocaxiense.com.br 239 a 15 de abril de 2011 O Caxiense

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Um faz que paga e o outro faz que trabalha. Isso é uma grande cafajestice e

uma grande canalhice de ambas as partes

Presidente do Sindicato dos Médicos, Marlonei dos Santos, em entrevista a Rádio

Caxias, numa autocrítica sobre o trabalho e a remune-ração dos profissionais da saúde da rede municipal.

* Colaborou Felipe Boff

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