Edição 73 - Revista Agronegócios

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1 SET 2012

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Edição 73 - Revista Agronegócios

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Cultivo de cafeeiro irrigado por gotejamentoArtigo de André Fernandes, dou-tor e professor da UNIUBE, com orientações sobre o cultivo de café irrigado por gotejamento. Destaque para o lançamento do seu mais novo livro.

Sistema Silviagricola naprodução de madeiraArtigo do Dr. Flávio Pereira, com orientações importantes sobre a produção sustentada de madeira através do Sistema Silviagricola de Acácia mangium, clones de Eucalipto e de grãos.

4ª EXPOVERDE gera $ 1,9 milhão em negóciosMesmo com as intempéries do clima em Franca (SP), a 4ª EXPOVERDE superou as expectativas e emplatou R$ 1,9 milhão em negócios realiza-dos e futuros, somados aos negó-cios do Banco do Brasil.

22ª Semana do Engenheiro Agrônomo de Franca (SP)Comissão Organizadora divulga data e local de realização do evento que comemorará o dia do Engenheiro Agrônomo. Neste ano, será um churrasco, no dia 20 de outubro.

AMSC premiavencedores do 10ºconcurso qualidade

Em festa brilhantemente orga-nizada no Espaço Cedro, Flávia Lancha venceu na categoria Natural, seguido de Oscar Kroll Filho. Na modalidade Cereja Des-cascado, Antonio Grisi Sandoval fi cou em primeiro lugar, seguido de Versi Crivelente. O destaque maior fi cou por conta da categoria Microlote. Allan de Menezes Lima, diretor da Bolsa Agronegócios venceu com amostra superior a 90 pontos da SCAA. Em segundo fi cou Felipe Maciel Raucci.

Minas Gerais: o estadoDO AGRONEGÓCIO

Manejo do Cafeeiro (4ª)Nutrição na FrutificaçãoArtigo de Renato Passos Brandão (Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja), com ênfase para a nutrição do cafeeiro no período da frutifi cação, com indi-cação de produtos da empresa.

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EDITORIAL

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Maior produtor de leite e de café do país, o Estado de Minas Gerais encabeça agora uma das maiores campanhas de divulga-ção do agronegócio mineiro (e por que não dizer, brasileiro!)

Após a criação do programa Minas Leite, onde o Estado as-siste mais de mil fazendas com práticas gerenciais, técnicas e ad-ministrativas buscando especifi -camente a melhoria da qualidade e o aumento da produtividade do leite, Minas Gerais agora obteve o reconhecimento internacional ao confi rmar sede da reunião da OIC - Organização Internacional do Café.

O evento acontecerá em setembro de 2013 e reunirá 38 países exportadores e 32 importa-dores, que respondem por 97% da produção mundial de café e mais de 80% do consumo global do grão. É o principal fórum in-tergovernamental que trata das questões do café.

Publicamos ainda, nesta edição, a quarta parte do ar-tigo de Renato Brandão, Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja, que trata da nutrição do cafeeiro na frutifi cação.

Importante também o arti-go do Dr. André Fernandes (UNI-UBE) sobre o cultivo do cafeeiro irrigado por gotejamento.

Já entre os eventos, des-taque para o 10º Concurso de Qualidade de Café da Alta Mo-giana, organizado com maes-tria pela diretoria comandada por Gabriel Afonso Mei Alves de Oliveira e Milton Cerqueira Pucci.

Também em Franca (SP), destaque para a 4ª EXPOVERDE - Feira de Agricultura e Paisa-gismo da Alta Mogiana, realizada pela Associação dos Produtores Rurais do Bom Jardim.

Já para o próximo mês, a Comissão Organizadora da 22ª Semana de Engenheiros Agrôno-mos da Região de Franca mostra as alterações propostas para este ano, bem com orientações sobre a data e onde obter os ingressos.

Na silvicultura, contri-buição importante do Dr. Flávio Pereira, com orientações sobre a produção sustentada de madeira através do sistema silviagrícola com Acácia mangium, clones de Eucalipto e a produção de grãos.

Boa leitura a todos.

5SET2012

LEITE

Minas Leite ajuda a reduzir custos NAS PROPRIEDADES RURAIS

O programa de Desenvolvimento da Cadeia Produ-tiva do Leite em Minas Gerais (Minas Leite), criado pela SEAPA - Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, assiste atualmente a

1.107 fazendas no Estado e até o fi m do ano deverá alcan-çar mais 43 propriedades. Nessas fazendas são introduzidas práticas gerenciais, técnicas e administrativas com o obje-tivo de aumentar a produtividade e qualidade do leite diante dos crescentes custos principalmente com a alimentação dos animais.

De acordo com o coordenador do Minas Leite pela Sea-pa, Rodrigo Puccini Venturin, os dados dos últimos meses têm mostrado a importância de ações simples de manejo e reformulação da dieta do rebanho leiteiro, que representa o item de maior peso no custo do leite.

“No acumulado de julho de 2011 a julho de 2012, o preço do litro de leite se manteve em R$ 0,87, mas o custo de produção teve uma alta de 18,93%. Os principais respon-sáveis são os gastos com ração concentrada, produto à base de farelo de soja e milho, que subiram 19,6%, e as despesas com o volumoso, formado por silagem de milho e cana-de-açúcar, que aumentaram 18,9% nos últimos doze meses, se-gundo a Embrapa”, diz Venturin.

Por isso, o coordenador considera fundamental uma boa gestão de manejo nos pastos, que pode ser por meio do pastejo rotacionado. Este sistema consiste em áreas cerca-das sobre o pasto, localizadas nas proximidades do local de ordenha. De acordo com a orientação dos extensionistas é estabelecido um um rodízio dos piquetes utilizados pelos an-imais, permitindo a recuperação do capim no local em que as vacas se encontravam.

Durante a seca, os animais recebem nessas áreas o alimento, que pode ser produzido na própria fazenda, à base de cana-de-açúcar ou silagem de milho, aprimoran-do a qualidade da produção desse volumoso.

É necessário observar tam-bém a quantidade adequada para

atender ao rebanho, possibilitando a redução do uso de ra-ção, que teria de ser adquirida fora da propriedade.

Lavoura e Pecuária - Nas propriedades assistidas pelo Minas Leite, os técnicos da Emater também recomendam o desenvolvimento do sistema de integração lavoura e pecuária, que pode ser conjugado com o plantio de fl orestas, contribuindo para a diversifi cação da produção e, como con-sequência, para o aumento da renda.

Venturin diz que é necessário considerar também itens de gestão como o manejo da água dos animais. Por isso, os extensionistas orientam os produtores na adoção de medi-das para a melhoria da disponibilidade e do fornecimento de água. “É indispensável ter água de qualidade, sempre limpa e de boa quantidade, o mais próximo possível das salas de or-denha e dos cochos de alimentação e dos piquetes”, destaca Venturin.

Para garantir a efi ciência das ações destinadas à mel-horia da produção de leite e da gestão dos negócios das propriedades, os técnicos da Emater-MG recebem primei-ramente um treinamento na Fazenda da Epamig, em Felix-lândia, na Região Central do Estado. Atualmente há 240 ex-tensionistas envolvidos no trabalho nas propriedades e mais 180 se preparam para atender ao programa lançado há seis anos e agora presente em todo o Estado.

A coordenação do programa está buscando a maior participação dos sindicatos rurais, cooperativas e prefeitu-ras. Venturin diz que a ajuda dessas instituições, mediante convênio, garante o reforço da assistência técnica às pro-priedades. Para participar do Minas Leite o produtor deve procurar um dos escritórios da Emater-MG.priedades. Para participar do Minas Leite o produtor deve

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Na última edição, publicamos o artigo “Uma Pergunta Simples: a Qualidade do Leite tem Me-lhorado nos Últimos Anos?”, do Dr. Laerte Dagher Cassoli. O artigo foi publicado origi-nalmente no Portal Milkpoint (www.milkpoint.com.br)

ERRATA

6SET 2012

Nos últimos dias, eu e meu irmão pensamos no que fazer para mantermos os profi ssionais de nossa fazenda no campo motivados? Será que temos um mercado de trabalho atraente? Parece-nos

que sim. Porém, está sendo uma tarefa difícil manter os profi ssionais no campo. Isso para não dizer impossível já que as cidades estão extremamente interessantes. Nelas temos shoppings, asfalto, bares, restaurantes, enfi m, tudo que atrai as pessoas - sejam oriundas das cidades, sejam oriundas do meio rural.

Pois bem, como dizemos no Rio Grande do Sul “não tá morto quem peleia”. Assim, iniciamos uma análise de nossa situação. No quesito “mão-de-obra”: identifi camos desafi os e oportunidades que podem ser parecidas a de outros amigos produtores como a tal falta de gente para o campo. Hoje, cer-ca de 84% da pessoas vivem nas cidades, ou seja, se fi zermos a velha regra de três, teremos aproximadamente 25 milhões de pessoas no campo contra 175 milhões nas cidades. Há regiões onde este índice urbano pode chegar a 97%, como algumas regiões do Sul.

Diante dessa situação temos dois cenários: o primeiro que diz que o agro emprega 1/3 das pessoas e, de fato, é ver-

dadeiro. Porém, nossa profi ssionalização está muito aquém do que deveríamos ter, principalmente quando falamos da agricultura familiar. Vejam como somos paternalistas: será que o agro não seria um só? Parece ser uma autocrítica e, na realidade, é! Precisamos dedicar mais esforços em educação e capacitação de nossos profi ssionais. Dividir para quê? Não está na hora de exercitarmos o cooperativismo? Todos gan-ham. Mercado aquecido, porém com pouca profi ssionaliza-ção. E o que isso gera?

O segundo cenário: a tal escassez de pessoas que que-rem fi car no campo. Esse é nosso maior desafi o. E o que de-vemos fazer para mantê-los motivados no campo? Será que não está na hora de esquecermos que somos familiares (para aqueles que ainda pensam desta forma), e sim “empresas do agro”? Independente do meu tamanho, que produzimos para gerar lucros, que temos controle de nossas atividades e cus-tos, que temos gestão do nosso negócio?

Não está na hora de inserirmos estes profi ssionais como se fossem participantes do nosso negócio, criar formas de ganhos por produtividade? Se a fazenda atingiu sua meta, eles também deverão ser benefi ciados. Seria o exercício do ganha-ganha, oriundo do marketing.

José Annes Marinho - Engº Agrônomo e Gerente de Educação da ANDEF - Associação Nacional de Defesa Vegetal - [www.andef.com.br].AR

TIG

O Mercado de trabalho no Agroé atraente? Quem dá mais?

Amigos, vale à pena exercitar aspectos que estão ligados ao ser hu-mano: nos motivam a mudar nos-sos hábitos, como “eu” por “nós”, “eu trabalho para” por “eu trabalho com”. Nosso medo de mudança não pode ser maior que a nossa inova-ção. Por fi m, nossos problemas de-vem ser transformados em desafi os e oportunidades. Este é o conceito que pode, sem dúvida, diminuir os nossos medos e que, em um futuro próximo, possamos ter um apagão no campo por falta de gente, ou seja, gente com sangue na veia, gente com resiliência e comprometimento. Nunca esqueça, o melhor está por vir. A

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EVENTOS

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CAFÉ

• Pequeno Cafeicultor na região do Bom Jardim;• Fundador da Associação dos Produtores Rurais do Bom Jardim;• Um dos responsáveis pelo asfaltamento da Vicinal Nelson Nogueira (que liga Franca a Ribeirão Corrente);• Funcionário Público há 12 anos no Parque “Fernando Costa”.

FRANCA (SP)

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Minas Gerais sediará maior eventoMUNDIAL DO CAFÉ EM 2013Minas Gerais vai sediar o maior evento inter-

nacional da cafeicultura em 2013. Atendendo à proposta do grupo mineiro que participa da reunião da Organização Mundial do Café (OIC)

em Londres (Inglaterra), Belo Horizonte foi eleita no fi nal de setembro, a sede do próximo encontro, que será realizado em setembro do ano que vem. A escolha por unanimidade da capital mineira para sediar a 50ª Reunião da OIC foi feita após a apresentação do secretário de Agricultura de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, que mostrou aos membros da organização o potencial do Estado para receber um evento internacional.

Será a primeira vez que o Brasil irá sediar uma reu-nião da OIC, que é o principal fórum intergovernamental que trata das questões do café. Seus membros representam 38 países exportadores e 32 importadores, que respondem por 97% da produção mundial de café e mais de 80% do consumo global do grão. “A reunião da OIC em Belo Hori-zonte dará maior projeção aos cafés de Minas e do Brasil”, ressaltou o secretário, que participa da delegação brasileira

com o presidente da FAEMG - Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais, Roberto Simões, e represen-tantes do Ministério da Agricultura e Pecuária e Ministério das Relações Exteriores. A organização, mediante a atuação dos representantes governamentais e do setor privado, pro-move a melhoria da qualidade do café, fomenta a expansão do consumo mundial do grão e coordena projetos de desen-volvimento cafeeiro destinados a agregar valor e aprimorar a comercialização. Além disso, assegura a transparência do mercado, disponibilizando informações objetivas e abran-gentes sobre o setor global por meio de dados estatísticos e estudos de mercado.

O Brasil é o maior produtor mundial de café e Minas Gerais o líder da produção nacional. “A liderança foi con-quistada com grandes safras de cafés produzidos de acordo com as exigências dos consumidores internacionais, uma qualidade mantida com a parceria do governo estadual, por intermédio de iniciativas como o Certifi ca Minas Café, pro-grama de certifi cação das propriedades desenvolvido pela Secretaria da Agricultura”, diz Elmiro Nascimento.

• Programa CONSERVADOR DE ÁGUAS, com o replantio de to-das as APPs de todas as propriedades cadastradas no município;• Programa POLICIAMENTO COMUNITÁRIO RURAL, com a implantação de GPS, rádios e mapeamento das estradas rurais;• Criação da FEIRA REGIONAL DO CAFÉ.• E mais: www.alexandre45.com.br

9SET2012

IRRIGAÇÃO

Fernando Cury é produtor rural junto com sua família, cultivando na Fazenda Brejo Limpo, situada no município de São José da Bela Vista (SP), diversas culturas como

o café, milho, cana de açúcar, além da produção de feno e da pecuária de leite. Sempre antenado nas novidades que envolvem o agronegócio, Fernan-do busca sempre novos métodos para aumentar a produtividade e reduzir os seus custos.

Nessas pesquisas, ele enxergou algo essencial: a irrigação, que tendo um planejamento e uma ma-nutenção correta o produtor rural vai obter bons resultados, diminuir seus custos e diferenciar-se no mercado.

A empresa que dá o suporte técnico em ir-rigação para Fernando Cury é a Irrigare. Sediada em Franca (SP) e comandada por Wesley do Carmo Araújo, a Irrigare é parceira da Família Cury há

Irrigação: o melhor investimento paraO AUMENTO DA PRODUTIVIDADE

sete anos, sempre projetando, executando e realizando a as-sistência técnica em suas propriedades.

“A parceria entre a Fazenda Brejo Limpo e a Irrigare está indo para o sexto projeto de irrigação. A assistência téc-nica é realmente muito boa. Recomendo tranquilamente a Irrigare”, disse Fernando Cury. De acordo com o produtor, ele faz um acompanhamento desde o plantio com análises de solo, comprovando que com o auxílio da irrigação, a cultura

consegue repor nutrientes na época certa. “A produtividade realmente é muito maior que nas áreas de sequeiro. Nós já tivemos uma área de 24 hectares no ano passado que atingiu 118 sacas de café por hectare. Já neste ano, a produtividade vai ser de 70 sacas por hectare, para cima”, disse.

A Irrigare faz todo projeto, levantamento topográfi co e dimensionamento. “Temos como missão atender todas as necessidades do produtor rural em irrigação”, diz Wesley.

Junior Cury, Neto Cury, Wesley Araújo e Fernando Cury.

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10SET 2012

EVENTOS

4ª Expoverde gera $ 1,9 milhões em negócios

A Associação dos Produtores do Bom Jardim di-vulgou balanço com os resultados da 4ª EX-POVERDE - Feira de Agricultura e Paisagismo da Alta Mogiana, encerrada no último dia 23 de

setembro, em Franca (SP). Para o presidente da Associação, Claudionor Euripedes da Silva, a Expoverde atingiu as ex-pectativas previstas pela Comissão Organizadora. “Mesmo com as intempéries do clima, conseguimos realizar todas as atividades previstas e, no fi nal de semana, milhares de pes-soas compareceram ao parque para conferir as novidades na área paisagística e visitar a feira de carros antigos”. Carlos

Arantes, secretário de Desenvolvimento, pasta responsável pelo apoio técnico ao evento, também fez uma avaliação positiva. “O início da feira foi tímido por causa da chuva, que afastou o público visitante, mas no fi nal de semana este quadro foi revertido”, esclarece. O público visitante superou 21 mil pessoas e o evento contou com a participação de 53 expositores dos municípios de Franca, Campinas (SP), Var-gem Grande do Sul (SP), São Sebastião do Paraíso (MG) e São Tomás de Aquino (MG).

Um dos objetivos da Expoverde é fazer com que os di-versos segmentos do setor se interajam e façam novos clien-tes e negócios. Com valor estimado de negócios na ordem de R$ 1,9 milhão, sendo que R$ 850 mil foram concretizados durante a feira e negócios futuros. O restante foram propos-tas protocoladas nas agências do Banco do Brasil.

Em comparação com a feira do ano passado, os resulta-dos tiveram um crescimento considerável. Naquela ocasião, foram realizados R$ 1,7 milhão em negócios.

Todos os anos, os organizadores realizam uma pesquisa de satisfação entre os expositores. De acordo com os dados levantados, todas as atividades técnicas (seminários, work-shops e cursos) receberam avaliação positiva, o que com-prova o interesse dos visitantes em novidades tecnológicas. Animados, os expositores deste ano também confi rmaram interesse em participar da próxima edição da Expoverde, em 2013.

Premiação - A Comissão Organizadora realizou o sor-teio de uma Roçadeira Lavrale para o agricultor que visitasse a feira e fi zesse o seu credenciamento na portaria principal. O sorteado foi Roni Celso Garcia, pequeno cafeicultor da região rural do Bom Jardim. O sorteio foi possível graças ao apoio da Prefeitura de Franca, do Sebrae-SP, do SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e do Banco do Brasil.

Carlos Arantes Corrêa (Secretário Municipal de Desenvolvimento), Luis Muller (fi lho do agricultor), Rosa Maria Garcia (esposa do agricultor), Roni Celso Garcia (cafeicultor), Diego Fernandes (Gerente de Relacionamento do Banco do Brasil), Claudionor Euripedes da Silva (presidente da Asso-ciação dos Produtores Rurais do Bom Jardim) e José Augusto Freixes (dire-tor do Sindicato Rural de Franca, representando o presidente Galileu de Oliveira Machado).

(Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e do Banco do A

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11SET2012

EVENTOS

Concurso de Qualidade premia os MELHORES CAFÉS DA ALTA MOGIANA

O 10º Concurso de Qualidade do Café da Alta Mo-giana premiou no dia 22 de setembro os me-lhores cafés da região em três categorias: Natu-ral, Cereja Descascado e Microlote. A cerimônia

aconteceu no Espaço Cedro, em Franca, e reuniu cerca de 450 pessoas, entre autoridades, produtores rurais e profi s-sionais do setor.

Na categoria Natural - a mais disputada no concurso -, Flávia Lancha Oliveira (Fazenda Bom Jesus, em Cristais Paulista/SP) conquistou o primeiro lugar. Em segundo lugar fi cou Oscar Kroll Filho (Sitio Morada da Serra, de Santo An-tônio da Alegria/SP).

Na modalidade Cereja Descascado, o vencedor foi Antonio Grisi Sandoval (Fazenda Santa Terezinha, de Pe-dregulho/SP), seguido de Versi Crivelente Ferrero (Sitio Ca-choeirinha, de Santo Antônio da Alegria/SP).

Na categoria Microlote, venceu o Engº Agrônomo Allan de Menezes Lima (Chácara Nossa Senhora da Rosa Mística, em Cristais Paulista/SP e diretor da revenda Bolsa Agronegócios, em Franca/SP). Em segundo lugar fi cou Feli-pe Maciel Raucci (Fazenda Terra Preta, de Pedregulho/SP).

Os vencedores receberam um iPad e o tradicional bule

do Concurso. As 30 melhores amostras de Natural, 10 me-lhores de Cereja Descascado e 10 Microlotes foram premia-das com uma xícara personalizada e certifi cado de produtor de café especial.

Milton Pucci, Celso Vegro (homenageado), o cafeicultor Wagner Crivelente Ferrero, Gabriel Afonso Oliveira, presidente da AMSC.

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12SET 2012

EVENTOS

Ivanilson José dos Santos, representando o cafeicultor e Engº Agrônomo Allan de Menezes Lima (ganhador na categoria Microlote), ao lado da esposa Denise do Couto Spessoto, Karla Dias e amigos.

Organizado pela AMSC (As-sociação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana) com o objetivo de selecionar os melho-res grãos da região, valorizar os produtores e incentivar a melho-ria contínua da qualidade, o 10º Concurso recebeu 197 amostras (164 de café natural, 19 de cereja descascado e 14 microlotes).

“O nível das amostras ins-critas no Concurso cresce a cada ano. Tivemos cafés de 90 pontos e 66% das amostras recebidas ob-tiveram nota acima de 80 pontos. Isso nos motiva e mostra uma preocupação dos produtores com a qualidade e aperfeiçoamento da produção. O mercado de cafés es-peciais tem muito a crescer e pre-cisa desta qualifi cação”, comenta Gabriel Afonso Oliveira, presi-dente da AMSC.

A seleção e julgamento dos cafés foram realizados no Salão de Eventos do Tower Hotel durante os dias 20 e 21 de setembro por uma comissão julgadora composta por Caro-lina Franco, Adriano Reis, Fabio Ruellas e Marcilesia Apa-recida de Oliveira, quatro classifi cadores de reputação na-cional com experiência em competições internacionais e no Cup of Excellence. Todas as amostras inscritas no Concurso foram codifi cadas e registradas em cartório para garantir a credibilidade do evento.

Concurso homenageia Celso Vegro - O engenheiro agrônomo Celso Vegro, pesquisador científi co do IEA (Ins-

Segundo Gabriel, a AMSC está fazendo há dois anos um trabalho de aproximação com armazéns e dealers espe-cializados em cafés especiais na Europa, EUA e Japão “Os cafés vencedores desse ano serão comercializados por um dealer italiano junto ao mercado asiático, buscando projeção e valorização dos cafés da Alta Mogiana”, explica.

Foram inscritas no concurso amostras de cafés produ-zidos nas 15 cidades que compõem a região da Alta Mogia-na: Altinópolis, Batatais, Buritizal, Cajuru, Cristais Paulista, Franca, Itirapuã, Jeriquara, Patrocínio Paulista, Pedregulho, Restinga, Ribeirão Corrente, Santo Antônio da Alegria, Nu-poranga e São José da Bela Vista.

tituto de Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura e Abastecimento), foi o ho-menageado da 10ª edição do Concurso de Qualidade de Café da Alta Mogiana.

Vegro se formou na USP/Piracicaba, tem especialização em Sistemas Agrários pela PUC de São Paulo e mestrado em Desenvolvimento,Agricultura e Sociedade pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Atualmente, atua como Pesquisa-dor Científi co da Agência Paulista de Tec-nologia para os Agronegócios da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Dois candidatos à prefeitura de Fran-ca (SP) prestigiaram o evento: o médico veterinário Alexandre Ferreira (PSDB) e o radialista Marcelo Bomba (PTC).

Saiba como funciona o Concurso - Os

classifi cadores dos armazéns selecionam

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EVENTOS

os melhores cafés e inscrevem no concurso. As amostras recebidas são colocadas em novas embalagens, idênticas para todos e codifi cadas pelo representante do 2º Tabelião de No-tas de Franca em total sigilo.

Já codifi cadas as amostras são entregues ao profi ssional responsável pela torra dos grãos.

Os juízes provam cada amostra e dão notas conside-rando: Fragância/Aroma, Uniformidades, Doçura, Sabor, Acidez, Corpo, Retrogosto/Sabor Residual e Equilíbrio.

Pela primeira vez, em dez anos de concurso, um café da Alta Mogiana obteve uma pontuação acima de 90 pontos,

Calixto Peliciari, Marcilesia de Oliveira (juiza), Milton Pucci, Flávia Lan-cha Oliveira e Gabriel Afonso OliveiraJulio Ferreira, Felipe Raucci, Fernanda Maciel e Calixto Peliciari

que foi o microlote de Allan de Menezes Lima.Segundo a SCAA – Specialty Coffee Association of

America, cafés são especiais se obtiverem nota acima de 80 pontos.

Os cafés produzidos na Alta Mogiana apresentam característica única:

a) - Sabor doce, chocolate, aroma com notas de açúcar caramelizado e frutas amarelas.

b) - Corpo aveludado e amanteigado.c) - Doçura intensa e acidez equilibrada.d) - Final prolongado e agradável. A

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14SET 2012

José Guilherme Nogueira - Engº Agrônomo e Mestre em Admin-istração de Organizações pela FEA-USP. Gestor de Agronegócios do Sebrae-SP. Especialista em canais de distribuição e planejamento estratégico de cadeias agroindustriais.

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GO Tendências de consumo de

alimentos e bebidas. O que busca meu novo consumidor de café?

Há alguns anos o pensamento do consumidor global está mudando, com isso o produtor de café, frutas, hortaliças, carnes devem se preocu-par com o que esse consumidor está buscando?

Com o advento da globalização, da internet e o aumento da concorrência entre as empresas, os clientes buscam mais informações sobre o que estão comprando. Esse acesso à informação tem mudado a forma de consumo, trocando as compras de simples impulso e desejo por aquisições mais racionais e mais exigentes. Assim isso refl ete em uma mu-dança de produção para toda a cadeia agrícola, seja ela de café, frutas, etc..Dessa forma, é possível listar alguns fatores, dentre tantos outros, que infl uenciam o consumidor na hora da compra: planejamento futuro no seu consumo(quanto eu vou comprar?), procura de valor (o que eu valorizo nesse produto? – Qualidade? Preço?), compra em escala (preço baixo?), redefi nição de luxos (é necessidade?), reavaliação da marca (essa marca oferece o que eu procuro?), busca pelos melhores produtos (atendem a minha expectativa?), redução de resíduos (esses produtos são sustentáveis?) e rastreabili-dade (como esse produto foi feito, de onde ele vem? etc).

Essa demanda mais exigente procura por produtos que atendam diferentes expectativas. O moderno consumidor almeja opções que sejam nutritivas e saudáveis, que maxi-mizem o bem-estar, com funcionalidade adequada, design atraente e que sejam convenientes. Parece difícil, mas se analisarmos bem, muitos produtos atendem a essas neces-sidades. Outro ponto que merece atenção é a valorização do tempo e da atenção do consumidor no momento da compra, não basta ser bom, com qualidade, o produto também tem que parecer bom e isso em todo seu aspecto! Desenvolver produtos que tenham identifi cação e sejam personalizados de acordo com o público-alvo demonstram a preocupação do fabricante para com o cliente, por exemplo produtos volta-dos ao público para pessoas acima de 65 anos, o tamanho da letra na embalagem é diferenciado (maior), as características do produto voltados a saudabilidade (faz bem ao coração, pouca gordura, etc) são procuradas por esses consumidores.

De acordo com a pesquisa Brasil FoodTrends 2020, realizada nas principais capitais do país em maio deste ano pelo Ibope – Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Es-

tatística no ano de 2011– a pedido da Federação das Indús-trias do Estado de São Paulo – Fiesp –, a tendência alimentar dos consumidores mostra a busca por produtos que ofereçam conveniência e praticidade, que sejam confi áveis e tenham qualidade, que emitam sinais interpretados pela sensoriali-dade do consumidor e lhe dê prazer, além de serem produzi-dos atendendo a princípios de sustentabilidade, bem-estar e ética. Os pontos destacados na pesquisa mostram as tendên-cias em nível mundial.

Principais pontos destacados na pesquisa foram:-Conveniência e praticidade: Produtos minimamente

processados, pequenas embalagens, práticos para consumo, suco prontos para beber, especialmente voltados à refeições fora do lar.

Qualidade e confi abilidade: Produtos certifi cados de Boas Práticas de Produção Agrícolas (BPA), Marcas Próprias (utilização da marca do supermercado) e uso da inovação tecnológica para melhorias na qualidade do produto, es-pecialmente em embalagens para transparecer confi ança e qualidade.

Sensorialidade e prazer: Fornecimento cafés especiais para excelentes restaurantes, produção de alimentos com In-dicação Geográfi ca (IG) – caso do café do cerrado, Carne do Pampa Gaúcho, Frutas do vale do São Francisco e produtos gourmet – com altíssima qualidade.

Sustentabilidade, bem-estar e ética: Produtos com cer-tifi cação socioambiental, como os selos: Fairtrade Labelling Organizations (FLO), Rainforest Alliance e do Instituto Bio-dinâmico (IB).

Atuar dessa forma aumenta a garantia de vendas de vários produtos e gera oportunidade para agregarmos ser-viços, associados sempre ao que os consumidores esperam encontrar. Para o empresário que trabalha em qualquer parte da cadeia de alimentos (produção (produtor rural), processamento (torrefadores), comercialização (cafeterias) o conhecimento do que o cliente procura defi nirá o sucesso em suas vendas. Estar atento a essas tendências podem abrir novas oportunidades para o sucesso de sua empresa. Bons negócios! A

15SET2012

IRRIGAÇÃO

Cultivo do cafeeiroIRRIGADO POR GOTEJAMENTO

André Luís Teixeira Fernandes 1

O Brasil já irriga 251.000 ha de todo o seu parque cafeeiro, o que representa quase 10% da cafeicul-tura nacional. O que chama a atenção é que esta fatia irrigada responde por 25% da produção na-

cional, mostrando a grande competitividade da cafeicultura irrigada nacional.

Os cafezais irrigados estão mais concentrados nos es-tados do Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia e, em menor proporção, em Goiás, Mato Grosso, Rondônia e São Paulo.

A irrigação tem sido utilizada mesmo nas regiões con-sideradas tradicionais para o cafeeiro, como o sul de Minas Gerais, Zona da Mata de Minas Gerais, Mogiana Paulista, Espírito Santo, etc. Trabalhos de pesquisa demonstram que 1 - Professor Dr. Engenharia de Água e Solo, Universidade de Uberaba (UNI-UBE), Coordenador do Núcleo de Cafeicultura Irrigada da Embrapa Café, e-mail: [email protected]

o aumento de produtividade média com o uso da irrigação (médias de pelos menos 3 safras) tem sido de 50%, quando comparada com as lavouras de sequeiro, trabalhos estes de-senvolvidos nas regiões de Lavras e Viçosa, Minas Gerais, regiões consideradas aptas climaticamente ao cultivo do cafeeiro, sem a necessidade de irrigação.

Vários experimentos têm sido conduzidos nas diferen-tes regiões cafeeiras, objetivando, principalmente, avaliar o efeito da irrigação na produtividade e qualidade do cafeeiro, sendo vários deles relacionados a estresse hídrico x produ-tividade/qualidade do café.

Existem diferentes sistemas de irrigação que podem ser utilizados, sendo que a escolha do sistema de irrigação mais adequado depende de uma série de fatores, destacando-se o tipo de solo, a topografi a, o tamanho da área, os fatores climáticos, os fatores relacionados ao manejo da cultura, o défi cit hídrico, a capacidade de investimento do produtor e o custo do sistema de irrigação. Além disso, deve-se ter

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IRRIGAÇÃO

em mente também que é grande o volume de água exigido na irrigação e, por isso, a necessidade de otimizar a utiliza-ção deste recurso é um dos aspectos mais importantes que deverá, também, ser considerado no momento de decidir pelo método e pelo sistema de irrigação a ser utilizado.

Em geral, a irrigação do cafeeiro é feita por dois méto-dos: aspersão e irrigação localizada. Os sistemas de aspersão utilizados na irrigação desta cultura são os seguintes: aspersão convencional móvel (com aspersores pequenos, médios e canhões) ou fi xa (que inclui o sistema de aspersão em malha), autopropelido e pivô central. Em função de as-pectos relacionados ao consumo de energia, exigência de mão-de-obra e outros aspectos operacionais, os sistemas mais viáveis de irrigação por aspersão têm sido o convencio-nal (principalmente do tipo malha) e o pivô central.

Já com relação à irrigação localizada, os sistemas mais utilizados são o gotejamento, por suas características técnicas que permitem uma irrigação com grande precisão, economia de água e energia e as fi tas de polietileno (sistema também conhecido como “tripa”), principalmente pelo menor custo de implantação. No Gráfi co 1, estão dispostos custos atuali-zados dos principais sistemas de irrigação para o cafeeiro. Pode-se observar que, para irrigar a lavoura, o produtor tem opções que variam de U$ 1.200,00 a 3.300,00/ha.

Com relação aos demais sistemas, o gotejamento tem

Gráfi co 1 – Custos de instalação dos principais sistemas de irrigação do cafe-eiro (Conversão: U$ 1,00 = R$ 2,15).

uma série de vantagens, das quais se destacam: a) - Maior efi ciência no uso da água (melhor controle

da lâmina de água; diminui as perdas por evaporação; não ocorre perdas por percolação e por escoamento superfi cial; não irriga ervas daninhas entre as fi leiras da cultura; não é afetada pelo vento, tipo de solo ou interferência do irri-gante);

b) - Maior produtividade (em geral, obtém-se maior produtividade com irrigações localizadas, pois a freqüên-cia de irrigação é maior neste método; menores variações na umidade do solo e em conseqüência produção mais uni-forme;

c) - Maior efi ciência na adubação (permite o uso da fertirrigação e em razão de concentrar o sistema radicular da cultura junto ao bulbo molhado, facilita a aplicação do adubo por cobertura;

d) - Maior efi ciência no controle fi tossanitário (não ir-riga as ervas daninhas e não molha a parte aérea dos vege-tais, o que facilita o controle destas ervas, dos insetos e fun-gos, permitindo maior efi ciência no uso de defensivos, além de permitir a aplicação direta de defensivos sistêmicos via água de irrigação;

e) - Não interfere com as práticas culturais (por não molhar a faixa entre fi leiras, podem-se fazer capinas, co-lheitas e aplicação de defensivos antes, durante e depois da irrigação);

f) - Adapta-se a diferentes tipos de solo e topografi a (como a aplicação de água na irrigação é em pequena inten-sidade, este método se adapta melhor do que qualquer outro, a diferentes tipos de solo e a variada topografi a, mesmo no caso de ter-renos com topografi a irregular e acidentada;

g) - Pode ser usado com água salina ou em solos salinos (como o turno de rega é, em geral, muito pequeno, o teor de umidade dentro do bulbo molhado é sempre bastante e-levado, mantendo-o com menor concentração de sal no seu interior e maior na sua periferia. Isso permite maior concen-tração de raízes na região central do bulbo;

h) - Economia de mão-de-obra (por se tratar de siste-mas fi xos e possibilitar automatização, há grande economia de mão-de-obra (1 homem/100ha) quando comparados com sistemas convencionais de irrigação por aspersão e por su-perfície.

Porém, apresenta também algumas limitações, como: i) - Entupimento (uma das características deste método

é o fl uxo de água por pequenos orifícios. Por isso necessita de um sistema de fi ltragem cuidadosamente dimensionado, para atender as características do projeto. Com o desenvolvi-mento das indústrias de fi ltros, podemos dizer que os pro-blemas mais comuns de entupimento no passado foram su-perados. Esse assunto será abordado com mais detalhes nesta unidade de estudo;

ii) - Distribuição do sistema radicular (quando os pri-meiros sistemas de irrigação localizada foram instalados no Brasil, utilizavam-se gotejadores somente ao lado das plan-tas, de acordo com o espaçamento entre elas. Isso gerava um bulbo úmido constante somente naquela região e onde se concentrava o sistema radicular, diminuindo a estabilidade, principalmente de árvores frutíferas, o que levava ao tom-bamento. Hoje não é comum este procedimento, sendo o mais recomendado a irrigação por faixa molhada ao longo da fi leira da cultura, o que, consequentemente, elimina a má distribuição das raízes. Na cafeicultura, este problemaSistema de irrigação por gotejamento na região de Presidente Olegário (MG).

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EVENTOS

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IRRIGAÇÃO

pode ser evitado, com o manejo dos emissores, através da mudança na instalação das linhas de gotejadores, em relação às linhas de plantas;

iii) Capina, fogo, vandalismo, roedores (são problemas que realmente atormentam a vida dos produtores. Como o sistema normalmente fi ca sobre o solo, no momento das capinas pode ocorrer corte dos tubogotejadores e demais peças do sistema, como, por exemplo, dos tubos que co-nectam os microaspersores na linha lateral; o fogo é outro problema, porque todo o material utilizado é de plástico e de polietileno e estes são sensíveis à alta temperatura. Roedores também se constituem em problemas, pois danifi cam os tu-bos quando vão matar a sede nas linhas laterais do sistema, onde estão instalados os gotejadores. Em alguns países, como Austrália e Cuba, utiliza-se a subirrigação, que consiste em enterrar todas as linhas laterais a uma certa profundidade, dependendo da cultura. No Brasil já existem alguns produ-tores que estão adotando esta tecnologia. Porém, os resul-tados não tem sido satisfatórios. Há necessidade de maiores pesquisas antes de se adotar com propriedade o enterrio de tubogotejadores em café.

Componentes do sistema - Em geral, um sistema típico

de gotejamento, conforme esquematizado, a seguir, é constituído das seguintes partes: sistema de captação e bombeamento; cabeçal de controle; linha principal; linha de derivação; linha lateral; emissores (gote-jadores) – Gráfi co 2.

O conjunto motobomba é de fundamental im-portância no sistema de irrigação localizada. As bom-bas, normalmente usadas neste sistema de irrigação, são as do tipo centrífuga de eixo horizontal. A água é pressurizada através do sistema de bombeamento, e antes que chegue a ser aplicada, necessita passar por um sistema de fi ltragem. Equipamentos de bombea-mento podem ser elétricos ou a diesel. Na maioria das situações que se encontram na prática, sistemas de gotejamento não trabalham sob gravidade ou com caixas d’água elevadas.

Embora as pressões de trabalho não sejam altas, para que os sistemas operem corretamen-te, é ne-cessário que as moto-bombas sejam capazes de pres-surizar o sistema com valores muito acima daqueles possíveis através de caixas d’água ou quedas naturais.

O cabeçal de controle é uma das principais par-

Gráfi co 2 - Lay-out geral de um projeto de irrigação por gotejamento

tes de um sistema de irrigação localizada. Ele fi ca normal-mente situado após o conjunto motobomba, ou seja, no iní-cio da linha principal. Em algumas situações, dependendo da topografi a e do projeto, o cabeçal deverá ser adequadamente instalado. É constituído, em geral, das seguintes partes: me-didores de vazão; fi ltros (hidrociclones, areia, tela ou disco); injetores de produtos químicos e orgânicos; válvulas de con-trole de pressão e medidores de fl uxo; registros e manôme-tros.

O conhecimento de como o processo de fi ltragem ocorre quando a água passa pelos fi ltros, aliado aos dados de análise da qualidade da água, é fundamental para que a escolha do equipamento de fi ltragem seja o mais apropria-do. Assim, a determinação do melhor equipamento é uma combinação de vários fatores e um engenheiro de irrigação experimentado deve ser capaz de indicar o fi ltro mais ade-quado para cada caso específi co.

Com relação às tubulações, além da adutora, um sistema de irrigação por gotejamento tem a linha principal, a linha de derivação e as linhas laterais com emissores. A linha principal conduz a água da motobomba até as linhas de derivação.

Geralmente, utilizam-se na linha principal tubos de PVC rígido ou aço galvanizado. Ela pode ser instalada na superfície do solo ou ser enterrada, facilitando, neste caso, as operações com máquinas agrícolas na área. A linha de de-rivação conduz a água da linha principal até às linhas late-rais. Normalmente, utilizam-se tubos de PVC.

É comum a instalação de válvulas de controle de pressão e ventosas no início dessas linhas. As linhas laterais são as linhas nas quais estão instalados os emissores que apli-cam água juntos às plantas. Devem ser dispostas em nível e são constituídas de polietileno fl exível, com diâmetro vari-ando, geralmente, de 16 a 32 mm. São instaladas ao longo das fi leiras de café, com distâncias preestabelecidas, con-forme critérios já discutidos.

Os emissores são, talvez, os componentes mais impor-tantes da rede de distribuição de um projeto de irrigação lo-calizada e, por terem uma estrutura hidráulica que pode ser muito complicada, são também os mais delicados do Sistema de irrigação por gotejamento na região de Pedregulho (SP)

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IRRIGAÇÃOsistema.

Toda a difi culdade do seu projeto construtivo reside no seguinte prob-lema: os emissores devem proporcionar uma vazão baixa, mesmo porque os diâ-metros das tubulações, tanto das later-ais como das linhas de distribuição, são reduzidos. Devido às grandes distâncias que estes tubos devem conduzir a água, em sistemas de irrigação localizada, fazem com que um ligeiro incremento no diâmetro encareça sobremaneira a instalação. Por outro lado, a pressão de serviço dos emissores não deve ser muito baixa, para minimizar o efeito da redução da uniformidade de aplica-ção de água em condições de declive do terreno. Ambas estas condições, vazão

sucesso com cafeicultores irrigantes que adotam o gotejamento, em praticamente todas as regiões brasileiras. Nas regiões cafeeiras tradicionais, como o Sul de Minas Gerais, a irrigação por goteja-mento tem crescido de forma acelerada, graças aos excelentes resultados obtidos pelos produtores que já adotam esta tec-nologia há mais tempo. Outros grandes projetos foram montados na região da Mogiana Paulista e outros no cerrado, região já tradicional de cafeicultura ir-rigada.

LIVRO - Cultivo do Cafeeiro Ir-rigado por Gotejamento

Foi publicada a segunda edição da obra: Cultivo do Cafeeiro Irrigado por

baixa e pressão relativamente alta, conduzem, do ponto de vista exclusivamente hidráulico, a emissores com orifícios muito pequenos, que, por outro lado devem ser os maiores possíveis para evitar problemas de entupimentos. Esta con-tradição resulta na fabricação de grande variedade de emis-sores.

Quando o produtor de café adota um sistema de ir-rigação por gotejamento, que é um dos mais tecnológicos existentes, espera ter maior segurança no seu negócio. Se o projeto for feito de forma adequada, com instalação cui-dadosa e adotando-se um manejo racional da sua água e energia, com certeza terá sucesso. São várias as histórias de

INFORMAÇÕESINTERESSADOS EM ADQUIRIR A OBRA

Através do email = [email protected] na Associação dos Cafeicultores de Araguari (MG)

Tel. (34) 3242-8888, falar com Cecília Araújo

Gotejamento, dos autores Roberto Santinato e André Luís T. Fernandes. O livro tem 396 p., sendo 40 coloridas. É di-vidido em 6 capítulos: 1) - Introdução; 2) - Sistema de ir-rigação por gotejamento; 3) - Seleção de áras para plantio do cafeeiro irrigado por gotejamento pelo clima, solo e dis-ponibilidade de água; 4) - Implantação da lavoura; 5) - Con-dução de Lavoura e 6) - Colheita e pós-colheita. A

20SET 2012

EVENTOS

Balanço da Hora Certa da CooparaísoREFORÇA OTIMISMO DO AGRICULTOR

A 12ª edição da Campanha Hora Certa da Coo-paraíso, que aconteceu de 11 a 13 de setembro em São Sebastião do Paraíso (MG), bateu todos os recordes. Foram comercializados mais de R$

56 milhões em maquinário, insumos, implementos e outros produtos, sendo que em 2011, a Hora Certa fechou em R$ 46 milhões em negócios. A feira teve também recorde de público em sua 12ª edição, com seis mil visitantes nos três dias do evento.

“Dois principais fatores externos contribuíram muito para o sucesso da campanha. Um deles foi que na semana que antecedeu a Hora Certa, tivemos mais de dois mil pon-tos de alta na Bolsa, na comercialização de café. Isso repre-sentou mais de R$ 30 por saca, isso foi altamente positivo. Outro fator, foi a redução da taxa de juros que aconteceu um antes do início da feira, contribuindo muito para a venda de máquinas e implementos agrícolas”, disse o diretor de opera-ções da Cooparaiso, Rogério do Couto Rosa Araújo.

Segundo Rogério, as vendas em maquinário agrícola, através da Divisão de Máquinas da Cooparaiso (Dimaq) e de

sua concessionária Valtra, totalizaram R$ 14.274 milhões, contra R$ 5.800 milhões no ano passado. “Isso representa um aumento de 146% no resultado fi nal das vendas. Foram comercializados 73 tratores Valtra durante a feira”, infor-mou o diretor.

A área de insumos agrícolas também não fi cou atrás. “Na área de insumos tivemos um faturamento também bastante expressivo, bem como em outros produtos. Em fertilizantes alcançamos o total de R$ 29.673 milhões; em defensivos fi camos com o resultado de R$ 10.715 milhões e outros produtos, entre calcário e medicamentos, obtivemos o total de R$ 2.100 milhões”, informou Rogério e relação aos números fi nais. Entusiasmado com os resultados recordes, Rogério disse que o balanço da Hora Certa foi de “68% acima do ano passado, em um total de R$ 56.762.143,20 milhões”, comparou.

O diretor disse que o planejamento para a Hora Certa do Ano que vem já começou e que a Cooparaiso está prepa-rando diversas surpresas. “Muitas empresas parceiras e tam-bém outras que souberam do sucesso da feira, do setor de veículos, como caminhões, já fi zeram a reserva de estandes para o ano que vem. Vamos ter que rever a área total da feira. Pudemos oferecer uma diversidade maior de show room de máquinas e implementos agrícolas oferecendo ou-tras opções para o produtor para que pudesse realmente con-hecer o produto. Fizemos uma feira focada nos três pilares: o social, ambiental e econômico. A maioria dos produtores que participaram foram para efetivamente fazer negócios e levou a família para as outras atividades que a Hora Certa promoveu”, fi nalizou Rogério.

O evento agradou os produtores, como é o caso do ca-feicultor Alexandro Cardoso, de Bom Jesus da Penha, pro-prietário do Sítio Penha. Ele disse que a feira recebeu me-lhorias signifi cativas. “Neste ano há mais empresas expondo, com muito mais novidades”, conta. A

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21SET2012

22SET 2012

EVENTOS

Centro Cana do IACpesquisa calcário líquido

Carlos Arantes Corrêa1

Na edição do mês de julho deste ano da Revista Attalea Agronegócios, publiquei uma matéria de autoria da empresa Fertec, do grupo Embrafer,

de Barretos (SP), a respeito do lançamento do produto Calcário Líquido. De acordo com a empresa, um produto desenvolvido a partir de uma tecnologia revolucionária, composto por fertilizante mineral misto, com alto teor de carbonatos e óxidos, para uso nas mais diversas culturas.

Recebi alguns questionamentos de engenheiros agrônomos questionando a efi cácia do produto. Conversei com vários outros profi ssionais com atuação signifi cativa no setor agrícola da região, que também questionaram, mas outros foram unânimes em afi rmar que ainda é cedo para questionar o produto, pois é uma tecnologia nova e faltam estudos, falta experimentação.

Neste caminho, mantive contato com o pesquisador Sandro Roberto Brancalião, do Centro Avançado da Pes-quisa Tecnológica do Agronegócio de Cana do IAC, em Ribeirão Preto (SP).

De acordo com Sandro, o Centro está sim avaliando os efeitos do Calcário Líquido em dois experimentos: um em casa de vegetação e outro em campo. “Mas ainda são estudos preliminares, onde testei a reatividade no solo através de análises químicas de rotina. O objetivo é tam-bém o de avaliar os efeitos nas propriedades físicas do solo. Os dados fi nais ainda serão publicados”, informou Sandro Brancalião.

Franca (SP) sedia em outubro22ª SEMANA DO ENGº AGRÔNOMO

A Comissão Organizadora da 22ª Semana do Enge-nheiro Agrônomo de Franca (SP) e região defi niu o formato do evento para este ano, que acontecerá dia 20 de outubro, em comemoração ao Dia do

Engenheiro Agrônomo.Diferentemente dos eventos realizados em anos an-

teriores, será realizado um Churrasco Festivo no Recanto Xingu, chácara situada aos fundos do Parque Universário e Unifran. “Será numa tarde de sábado, com início previsto para as 16 horas. Um retorno à época de graduação! Com muita cerveja, descontração e animação! Convidamos todos os amigos de profi ssão para esta confraternização”, ressalta Alex Kobal, um dos membros da Comissão Organizadora.

Os interessados em participar do evento devem provi-denciar a retirada dos convites antecipadamente na CO-CAPEC - Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas, na Campagro ou na Casa do Café, todas em Franca (SP). “Para aqueles que retirarem os convites antecipadamente até o dia 18 de outubro, haverá um desconto no preço dos convites. Após esta data, o valor do convite será de R$ 60,00 por pessoa”, avisa Kobal.

Segundo a Comissão Organizadora, o custo dos ingres-sos para participar do evento é de R$ 15,00 para o Enge-nheiro Agrônomo; R$ 20,00 para o primeiro acompanhante; e R$ 45,00 para o segundo acompanhante.

O evento é realizado graças ao apoio fi nanceiro de di-versas empresas do setor, como a ADM, Agraria, Agropec, Agrovant, Aminoagro, Arysta, Basf, Bayer CropScience, Bi-olchim, Biolimp, Bolsa Agronegócios, Café Brasil, Café La Santé, Camari, Casa das Sementes, Casa do Café, Cati, Chen-tura, Chevrolet, Cocapec, Credicocapec, Dedeagro, Du Pont, Fafram, Fênix, Fertiberia, FMC, Gecal, Herbicat, Homeopa-tia Brasil, Ihara, Liberfós, Mosaic, Pionner, Plant Ouro, Real Pec, Sami Máquinas, Sapucaia Paisagismo, Sindicato Rural Franca, Sipcam, Syngenta, Uniagro, Viveiro Monte Alegre, Cooperfran, Votorantim e Xilema.

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23SET2012

CAFÉ

Cooxupé aposta em geoprocessamentoPARA MELHORAR PRODUÇÃO

24SET 2012

CAFÉ

Nutrição balanceada e equilibrada foi foco de palestraDA BIO SOJA E CAMPAGRO EM IBIRACI (MG)

Em 5 de setembro a Bio Soja em parceria com Cam-pagro realizou palestra para os cafeicultores de Ibi-raci (MG) e região. A participação fi cou acima das expectativas com o comparecimento de 49 cafeicul-

tores. O foco da palestra foi a importância da nutrição ba-lanceada e equilibrada no cafeeiro e o programa nutricional Bio Soja para esta cultura.

Inicialmente, o vendedor da Campagro Lucas Carrij o realizou a abertura da palestra enfatizando o seu objetivo e apresentando a equipe de vendas da Campagro e da Bio Soja.

A palestra realizada pelo Gestor Agronômico da Bio Soja, Renato Passos Brandão foi dividida em cinco etapas.

Na primeira etapa da palestra foi realizada uma breve apresentação do Grupo Bio Soja que neste momento é cons-tituído por quatro empresas e seis unidades industriais.

Na segunda parte, o Gestor Agronômico da Bio Soja, salientou a importância dos nutrientes no desenvolvimento do sistema radicular do cafeeiro e os respectivos produtos Bio Soja: Boro (Gran Boro Mag); Fósforo (Fertium® Phós); Cálcio (calcário para as camadas superfi ciais e o gesso agrí-cola para as camadas subsuperfi ciais); e Magnésio (calcário dolomítico e Gran Boro Mag);

Na terceira parte da palestra foi abordada a importân-cia da nutrição equilibrada e balanceada para a obtenção de altas produtividades no cafeeiro. Além disso, foi também en-

fatizado a possibilidade da redução nos custos com as aduba-ções equilibradas e aumento na rentabilidade da atividade cafeeira.

Uma das interações mais importante na cultura do cafeeiro é a que ocorre entre o cálcio, magnésio e potássio. O aumento nas adubações potássicas sem o correspondente aumento no teor de magnésio no solo pode reduzir a produ-tividade do cafeeiro. A solução não é a redução na dose do potássio aplicado nas lavouras do café mas o fornecimento do magnésio com a aplicação do Gran Boro Mag (200 kg/ha).

O foco da quarta parte da palestra foi a importância da adubação fosfatada com o Fertium® Phós no plantio do café e nas lavouras em produção. O Fertium® Phós é um fertili-zante organomineral com altos teores de substâncias (ácidos fúlvicos e ácidos humicos) enriquecido com fósforo. O Fer-tium® Phós substitui integralmente a adubação fosfatada no cafeeiro. As substâncias húmicas do Fertium® Phós reduzem a fi xação do fósforo, aumentam a disponibilidade deste nu-triente ao cafeeiro e proporcionam maior desenvolvimento do sistema radicular e vegetativo com aumento na produ-tividade da cultura.

Na quinta e última parte da palestra foi salientado a importância da adubação foliar no fornecimento dos nutri-entes ao cafeeiro com destaque aos micronutrientes, fosfi tos e aminoácidos. O Bioamino® Extra é um fertilizante foliar líquido com aminoácidos e compostos orgânicos que estimu-lam o desenvolvimento vegetativo do cafeeiro minimizando os estresses ambientais.

Os fertilizantes da linha Fertilis® possuem alta efi ciên-cia no fornecimento dos nutrientes e na correção das defi -ciências nutricionais no cafeeiro. O Fertilis® Fosfi to aumen-ta a tolerância do cafeeiro às doenças fungicas no cafeeiro. O Fertilis® Mol deve ser utilizado nas pulverizações foliares para melhorar a efi ciência das adubações nitrogenadas na cultura do cafeeiro.

O encerramento da palestra foi realizado pelo Lucas Carrij o da Campagro. Salientou a importância da parceria dos cafeicultores com os fornecedores de insumos agrícolas visando a maximização agronômica e o aumento na produ-tividade e rentabilidade na cafeicultura. A

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25SET2012

Cocapec promove 9º Concurso de Qualidade de Café“SELEÇÃO SENHOR CAFÉ”

A COCAPEC - Cooperativa de Cafeicultores e Agro-pecuaristas realiza neste ano, o 9° Concurso de Qualidade de Café – Seleção Senhor Café – Alta Mogiana. O objetivo do concurso é incentivar seus

cooperados a produzirem cafés arábica de alta qualidade, reforçando o reconhecimento da Alta Mogiana como for-necedora de cafés especiais e valorizando a marca “Senhor Café”, nas apresentações Superior e Gourmet. As inscrições deverão ser feitas até o dia 28 de setembro.

Poderão participar do concurso somente cooperados que estejam com o café depositado nos armazéns da coope-rativa ou em local por ela indicado. De acordo com o regula-mento, serão aceitos somente lotes de café da espécie Coffea arabica, safra comercial 2012/2013 preparados por via seca (café natural) e por via úmida (cereja descascado ou despol-pado), com tipo 4 para melhor de acordo com a tabela ofi cial brasileira de classifi cação de bebida dura para melhor, nas peneiras 16 e acima, com vazamento de no máximo 2% da peneira 16. O teor de umidade deverá ser de, no máximo, 11%, tanto para os cafés naturais como para descascados ou despolpados. Cafés fora destas características serão desclas-

sifi cados. Cada cooperado tem direito a participar com um lote de no mínimo 30 sacas e, no máximo, de 100 sacas.

A comissão organizadora será composta pelos senhores Anselmo Magno de Paula e Airton Rodrigues Costa. Já a comissão julgadora será formada por técnicos em classifi ca-ção de café, não pertencentes ao quadro de funcionários da COCAPEC, indicados pela comissão organizadora, devida-mente habilitados junto à Associação Comercial de Santos.

Os nomes dos 20 primeiros classifi cados de cada cate-goria serão anunciados no dia 10 de outubro e a premiação acontecerá no dia 17 do mesmo mês. Os cinco primeiros lotes classifi cados de cada categoria, produzidos em proprie-dades no Estado de São Paulo, serão encaminhados ao 11º Concurso Estadual de Qualidade do Café de São Paulo.

Para avaliar as amostras, a COCAPEC adota o procedi-mento de identifi cá-las com códigos para serem classifi cadas e degustadas por árbitros, o que permite a imparcialidade da equipe julgadora diante de cada prova. Os cinco primeiros classifi cados, dos cafés preparados por via seca (café natural), serão contemplados com os prêmios (vale compras), a serem utilizados nas lojas da Cocapec.

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serão contemplados com os prêmios (vale compras), a serem A

26SET 2012

1 - Engenheiro Agrônomo, Mestre em Solos e Nutrição de Plantas e Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja. E-mail: [email protected]

Renato Passos Brandão 1

Na edição anterior, foi abordada a primeira etapa do crescimento re-produtivo do cafeeiro, a fl orada, suas fases e as interações ambi-

entais e nutricionais. Posteriormente, foram abordados os produtos Bio Soja que devem ser utilizados antes e logo após a fl orada do cafeeiro em lavouras com alto potencial produtivo.

Nesta edição, será abordada a fenologia do cafeeiro e a frutifi cação, segunda etapa do crescimento reprodutivo do cafeeiro, as suas respectivas fases e as interações ambientais e nutricionais. Posteriormente, será comen-tado o programa nutricional Bio Soja para a frutifi cação do cafeeiro.

1. Fenologia do cafeeiro

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Manejo do Cafeeiro (parte 4)NUTRIÇÃO NA FRUTIFICAÇÃO DO CAFEEIRO

a granação dos frutos e a fase de maturação. Na fase fi nal do segundo ano fenológico ocorre o repouso e a senescência ou morte dos ramos plagiotrópicos terminais. Na primavera do ano civil seguinte brotam novos ramos vegetativos, que se transformam em reprodutivos, permitindo nova produção no ano seguinte.

O conhecimento do ciclo fenológico do cafeeiro é imprescindível na cafeicultura moderna para melhorar o manejo da cultura. Na cafeicultura irrigada possibilita iden-tifi car as fases com maior demanda por água e naquelas que é necessário um estresse hídrico para promover uma fl orada mais uniforme.

Portanto, no cafeeiro arábica ocorre simultaneamente uma fase reprodutiva e uma vegetativa em locais diferentes

Tabela 1: Fenologia do cafeeiro (Coffee arabica L.) durante dois anos consecutivos, nas condições climáticas tropicais do Brasil.

A maioria das plantas completa o seu ciclo no mesmo ano fenológico. Entretanto, a fenologia do cafeeiro arábica (Coffea arabica L.) é completamente diferente. É uma cul-tura que leva dois anos para completar o seu ciclo fenológico (Tabela 1).

No primeiro ano, formam-se os ramos vegetativos que serão os ramos reprodutivos no segundo ano e as gemas fo-liares. O segundo ano fenológico tem início com a fl orada induzida por um choque hídrico, causado por chuva ou ir-rigação após um período de dormência causada por défi cit hídrico.

Posteriormente, ocorre a formação dos chumbinhos e a expansão inicial dos frutos do cafeeiro. Em seguida tem-se

do mesmo ramo. A inten-sidade de cada uma des-sas fases vai depender da provável safra no cafee-iro, safra de baixa ou com alta produção. Na safra de baixa produção, há um predomínio da fase ve-getativa com a formação dos novos ramos vegeta-tivos e na safra de alta, os carboidratos são carrea-dos em sua maior parte para os grãos em forma-ção (alta carga pendente).

Entretanto,

27SET2012

CAFÉindependentemente se a safra é de baixa ou alta produção, a demanda de carboidratos pelo cafeeiro é alta e são similares nos dois ciclos de produção principalmente em lavouras em sistemas de alta produtividade.

Portanto, o conhecimento do ciclo fenológico permite identifi car as fases mais críticas do cafeeiro. Por exemplo, verifi car quais as fases em que a exigência de água é maior e naquelas na qual é interessante um pequeno estresse hídrico para a maturação dos botões fl orais.

2. Frutifi cação do cafeeiroA frutifi cação é a segunda etapa do crescimento re-

produtivo ocorrendo após a fl orada e é nesta fase que ocorre a formação dos frutos do cafeeiro. A frutifi cação do cafeeiro pode ser dividida em três fases: vingamento fl oral, desen-volvimento dos frutos e a sua maturação.

2.1. Vingamento fl oral O vingamento fl oral é a maturação das fl ores após a

antese ou abertura das fl ores. No Sudeste Brasileiro, o vinga-mento fl oral ocorre entre setembro e dezembro.

Após um choque hídrico por chuva ou por irrigação, as gemas maduras intumescem, transformando-se em botões folhas e fl orescem uma semana após. Após o vingamento fl o-ral, inicia-se o desenvolvimento dos frutos do cafeeiro.

Temperatura ambiente elevada associada com um es-tresse hídrico no vingamento fl oral pode prejudicar o pega-mento da fl orada com aumento acentuado no abortamento fl oral.

2.2. Desenvolvimento dos frutosO desenvolvimento dos frutos do cafeeiro é caracteri-

zado pelo aumento na massa seca e alterações na sua com-posição química e na sua coloração.

A primeira fase do desenvolvimento é denominada de chumbinho, quando os frutos não apresentam crescimento visível.

Na segunda fase, ocorre uma rápida expansão dos fru-tos até atingirem crescimento máximo por volta de dezem-bro, mantendo no seu interior, uma consistência aquosa. Esta etapa compreende de três a quatro meses (setembro/outubro a dezembro).

Um estresse hídrico nesta fase pode provocar uma que-da prematura dos frutos, em virtude da produção do etileno na região do pedúnculo do fruto, ativando a síntese de enzi-mas de degradação da parede celular. Neste local ocorre a formação de uma camada de abscissão, favorecendo a queda dos chumbinhos. Além disso, pode resultar também na for-mação de frutos “chochos” e de menores tamanhos (peneira baixa).

A terceira etapa no desenvolvimento dos frutos do cafeeiro é denominada de granação. Normalmente, ocorre em pleno verão entre janeiro e março.

É caracterizada pela solidifi cação dos líquidos dos fru-tos com acumulo de massa seca e alterações na composição química e na coloração dos frutos do cafeeiro originando os grãos.

A partir de janeiro acentua-se a cor verde do fruto (fase grão verde) e em março ocorre a solidifi cação dos líquidos

internos formando a semente propriamente dita. A granação é a fase que mais desgasta o cafeeiro. Os

frutos em pleno desenvolvimento necessitam de grande quantidade de carboidratos ou fotoassimilados. Diversas pesquisas comprovaram que o mais importante para o de-senvolvimento dos frutos é a fotossíntese corrente, ou seja, aquela produzida diariamente pelo cafeeiro.

Portanto, estresse hídrico prolongado na granação do cafeeiro reduz a atividade fotossintética com redução na sín-tese de carboidratos e afeta o desenvolvimento dos frutos promovendo a formação de frutos “chochos” ou mal grana-dos. A classifi cação fi nal dos grãos do cafeeiro será afetada negativamente.

2.3. Maturação dos frutosOs frutos depois de atingirem seu pleno desenvolvi-

mento, iniciam a maturação fi siológica. Esta fase normal-mente ocorre entre abril e junho e depende da precocidade da cultivar e da acumulação de energia solar a partir da fl o-rada.

A fase da maturação dos frutos do cafeeiro é marcada por profundas alterações nos componentes químicos dos frutos, tais como, alterações nos teores e composição de açú-cares, ácidos e óleos e aumento das taxas respiratórias.

A partir desta fase ocorre a degradação de clorofi las com a síntese de carotenóides, alterando a cor dos frutos de verde para uma coloração vermelha ou amarela. Ocorre também maior síntese de etileno, aumento da acidez, au-mento no teor de sólidos solúveis totais, aumento no

28SET 2012

CAFÉteor de aumento da respiração e no teor de nitrogênio total.

Nessa etapa da frutifi cação, a evapotranspiração poten-cial decresce signifi cativamente reduzindo a necessidade de água pelo cafeeiro. As defi ciências hídricas moderadas be-nefi ciam a qualidade do produto.

Posteriormente, ocorre a fase de “passa” seguida pela fase do fruto seco. Na fase “passa”, os frutos entram em se-nescência. Nesta fase ocorrem fermentações com produções de alcoóis e ácidos indesejáveis e a qualidade do fruto tende a diminuir de forma bem acentuada. O estádio seco é a fase fi nal da secagem, na qual a umidade dos frutos situa-se na faixa de 11 a 12%, considerada como ideal para o armaze-namento dos frutos na forma integral ou após o seu benefi -ciamento.

3. Fatores que afetam a frutifi cação do cafeeiroA frutifi cação do cafeeiro é infuenciada por uma sé-

rie de fatores abióticos ou ambientais e bióticos (planta) que causam uma série de distúrbios fi siológicos que serão abor-dados a seguir.

3.1. Queda e má formação de frutos A frutifi cação, depois da fl orada, é a fase do desenvolvi-

mento do cafeeiro mais afetada pelas condições climáticas adversas principalmente o defi cit hídrico. Uma das princi-pais anormalidades no cafeeiro é a queda dos chumbinhos que pode ocorrer em qualquer estádio do seu desenvolvi-mento mas tem um pico entre o 80º e o 100º dia após a fl o-rada.

Basicamente, a queda dos frutos do cafeeiro “chumbi-nhos” pode ser causada por quatro fatores:

3.1.1. Redução das reservas de carboidratosA principal causa da queda dos chumbinhos está re-

lacionada com o redução das reservas dos carboidratos das plantas que é proporcional ao desfolhamento do cafeeiro no momento da fl orada.

Em cafeeiros com acentuado desfolhamento, a quanti-dade de carboidratos produzida pela área foliar do cafeeiro não é sufi ciente para suprir a demanda dos ramos vegetati-vos e dos frutos no estágio inicial de desenvolvimento.

Neste momento, tem-se uma grande competição en-tre os frutos, principalmente em condições de frutifi ca-ção intensa, ocasionando redução no tamanho e queda dos chumbinhos mais novos. Os frutos pequenos que permane-cem entre os maiores fi cam com o pedúnculo e a base ene-grecidos e com o passar do tempo tornam-se mumifi cados.

3.1.2. Excesso de chuvasO efeito do excesso de chuvas na queda dos frutos é

mais signifi cativo quando ocorre logo após um período seco. O principal sintoma é a queda acentuada dos “chumbinhos” com pequenas rachaduras no pedúnculo, provenientes da forte pressão exercida pela súbita entrada de água nos frutos, associada ao enfraquecimento das paredes celulares nessa região.

3.1.3. Ataque de fungos “Phoma e ColletodrichumEm anos com chuvas prolongadas entre novembro a

dezembro, os frutos tornam-se escuros, secam e permane-

cem retidos nos ramos, mumifi cados, devido ao ataque de Phoma e Colletotrichum.

3.1.4. Ferimentos pelo ataque de moscas dos frutos ou de broca

O ataque de moscas dos frutos ou de broca aumenta a incidência de abortamento dos frutos.

3.2. Chochamento e má granação dos grãosA principal causa do chochamento e má granação dos

grãos é a defi ciência hídrica no período entre o 90º e o 120º dia após a fl oração (fase de granação), que resulta na forma-ção de grãos negros ainda aquosos e redução no tamanho das sementes.

Há uma tendência no aumento na incidência de fru-tos denominados de “bóia” por fl utuarem no lavador junta-mente com os frutos secos. São frutos externamente normais porém internamente são desprovidos de sementes. Em defi -cit hídrico mais acentuado no período da granação, ocorre a inibição do crescimento e desenvolvimento dos frutos.

3.3. Coração negroEsta anormalia fi siológica ocorre normalmente entre o

80º e o 120º dia após a abertura das fl ores com o abortamento do grão no estado leitoso.

Externamente, os frutos são normais mas interna-mente, as lojas fi cam parcial ou totalmente enegrecidas. Esta anormalia está associada com altas temperaturas associa-das com um forte veranico no enchimento do grão do café ainda verde e é mais acentuado nos frutos localizados nos ponteiros e na fase ensolarada da planta, onde a seca é mais acentuada.

4. Recomendações de uso dos produtos Bio Soja para a frutifi cação do cafeeiro

De forma similar ao que foi comentado na edição an-terior, o programa nutricional Bio Soja na frutifi cação do cafeeiro tem os objetivos abaixo:

Objetivo 1. Nutrição equilibrada e balanceada do cafeeiro;

Objetivo 2. Desenvolvimento do sistema radicular horizontalmente e em profundidade;

Objetivo 3. Manter uma área foliar exuberante e sadia.

Além dos objetivos acima, o programa nutricional também tem por objetivo estimular o cafeeiro a aumentar a produção de carboidratos para atender as necessidades da carga pendente e a produção dos novos ramos produtivos.

4.1. Adubações de soloA partir da frutifi cação do cafeeiro é necessária a in-

tensifi cação do fornecimento dos nutrientes nas adubações de solo para manter uma efi ciente taxa fotossintética com alta produção de carboidratos. É importante relembrar que o desenvolvimento dos grãos é muito dependente da fotos-síntese corrente, ou seja, aquela produzida diariamente pelo cafeeiro.

Realizar o fornecimento do nitrogênio e potássio levando em consideração a expectativa de produtividade, teor foliar do nitrogênio, teor de potássio no solo e o históri-co do talhão.

29SET2012

CAFÉEm cafeeiros em produção fertirrigados, realizar a

aplicação destes nutrientes utilizando produtos da linha Irrigamax® que possui baixo índice salino (isento de sódio e cloro) e baixo poder acidifi cante, características ideais dos fertilizantes para a utilização em fertirrigação. Neste caso, a dosagem do nitrogênio e potássio deve ser parcelada ini-ciando as aplicações com as primeiras irrigações após o es-tresse hídrico e as demais até março. Maiores informações sobre as adubações nitrogenadas e potássicas em cafeeiro em produção, consulte a edição de agosto deste ano.

Em cafeeiro em produção cultivados em solos com alto teor de potássio ou com altas dosagens deste nutriente, a de-fi ciência de magnésio é generalizada mesmo em solos com teor adequado do magnésio.

A saturação de magnésio mais adequada nos solos cul-tivados com cafeeiro é de 15 a 20%. Eventualmente, se a aplicação do magnésio no solo antes da fl orada do cafeeiro (150 a 200 kg/ha do Gran Magnésio 30) não foi sufi ciente para manter o teor foliar deste nutriente na faixa adequada (3,1 a 3,6 g/kg), reaplicar o Gran Magnésio 30 entre novem-bro e dezembro na dosagem de 100 a 150 kg/ha entre no-vembro e dezembro.

Se o teor de boro nas folhas do cafeeiro, estiver tam-bém abaixo da faixa adequada (60 a 80 mg/kg), substituir o Gran Magnésio 30 pelo Gran Boro Mag ou pelo Gran Mix Visão aplicando a mesma dosagem.

4.2. Adubações foliaresConforme comentado anteriormente, a frutifi cação do

cafeeiro tem início com o vingamento das fl ores. Portanto, a pulverização foliar realizada cerca de 30 dias após a fl o-rada mencionada no artigo anterior, que ocorre na fase do “chumbinho” pode ser considerada como a primeira aduba-

ção foliar realizada na frutifi cação do cafeeiro.Além dos nutrientes fornecidos nas aplicações foliares,

é extremamente importante também o fornecimento de aminoácidos, hormônios e fosfi tos. O fornecimento de zinco é crucial para o desenvolvimento do cafeeiro. Este micronu-triente é responsável pela síntese do triptofano, precursor do hormônio de crescimento, ácido indol-acético (AIA).

A defi ciência de zinco é generalizada nas lavouras de café e é mais intensa nos solos argilosos e com baixo teor do nutriente. Os sintomas da defi ciência do zinco no cafee-iro ocorrem inicialmente nas folhas e órgãos mais novos. As folhas novas tornam-se pequenas, estreitas e alongadas com clorose (amarelecimento) internerval permanecendo as

Figura 1. Defi ciência de zinco na cultura do cafeeiro.Fonte: Procafé (2011).

30SET 2012

do nutriente, lavouras na qual não são utilizados fungicidas cúpricos, solos com alto teor de matéria orgânica e com alto pH. As substâncias húmicas da matéria orgânica formam complexos com alta estabilidade com o cobre reduzindo a sua disponibilidade ao cafeeiro.

Em lavouras defi cientes em cobre, realizar a aplicação do NHT® Cobre Super na dosagem de 300 a 450 mL/ha par-celando a dosagem em 3 ou 5 aplicações anuais iniciando após a fl orada do cafeeiro e as demais com intervalo de 45 a 60 dias.

Para melhorar a efi ciência das adubações nitrogenadas no cafeeiro é importante o fornecimento do molibdênio nas pulverizações foliares. Este nutriente tem ação direta no au-mento da efi ciência das adubações nitrogenadas no cafeeiro. O molibdênio é constituinte da enzima redutase do nitrato, responsável pela conversão inicial do N-nítrico (N-NO3

-) em N orgânico (aminoácidos) que posteriormente formam as proteínas. Aplicar 500 mL/ha do Fertilis® Mol parcelando a dosagem nas duas primeiras adubações foliares após a fl o-rada do cafeeiro.

Em lavouras com grande carga pendente ou aquelas que tiveram desfolha muito grande causada por uma alta produtividade e/ou seca no inverno muito intensa e/ou alta incidência de pragas e doenças e/ou desequilíbrios nutricio-

CAFÉnervuras verdes. Ocorre também encurtamento dos in-ternódios do cafeeiro (Figura 1).

Qual a forma mais efi ciente para o fornecimento de zinco ao cafeeiro?

Para responder a pergunta acima é necessário inicial-mente conhecer a textura dos solos. Em solos argilosos, a forma mais efi ciente para o fornecimento de zinco ao cafee-iro são as pulverizações foliares. A adsorção do Zn nos solos argilosos reduz a efi ciência da absorção deste nutriente pelas raízes do cafeeiro. Realizar de 3 a 5 aplicações foliares do NHT® Zinco na dosagem de 150 a 300 mL/ha iniciando as pulverizações após a fl orada e as demais com intervalos de 45 a 60 dias.

Em solos arenosos e de textura arenosa, o zinco pode ser aplicado no solo preferencialmente no drench. Neste caso, utilizar o NHT® Zinco na dosagem de 2 a 4 L/ha na primeira pulverização via drench. O NHT® Zinco é um fer-tilizante fl uido com alto teor de zinco (1 kg/L) e é produzido com óxido de zinco nanoparticulado originando partículas extremamente pequenas.

A defi ciência do manganês no cafeeiro é generalizada em solos sob vegetação de cerrado e em solos com saturação de bases acima da faixa adequada (supercalagem). De forma similar ao zinco, os sintomas da defi ciência do manganês no cafeeiro ocorrem inicialmente nas folhas e órgãos mais no-vos. Estas folhas permanecem com tamanho normal e ocorre clorose internerval permanecendo as nervuras verdes (Figu-ra 2).

A fonte de manganês mais adequada para o forneci-mento deste nutriente ao cafeeiro é o NHT® Manganês + (Tabela 2). Aplicar de 6 a 8 L/ha do NHT® Manganês + par-celando a dosagem em 3 ou 5 vezes, sendo a primeira logo após a fl orada do cafeeiro e as demais com intervalo de 45 a 60 dias.

A defi ciência de cobre ocorre em solos com baixo teor

Figura 7. Defi ciência de manganês na cultura do cafeeiro.Foto: Procafé (2011).

TRATAMENTO

47

49

TEOR DE Mn NAS FOLHAS DO CAFEEIRO (mg/kg)

Tabela 2: Efeito de duas fontes de manganês nos teores deste nutriente nas folhas do cafeeiro em produção.

ANTES DAAPLICAÇÃO

Sulfato de Mn (1,33 kg/ha)

NHT® Manganês+(1 L/ha)

54

89

DEPOIS DAAPLICAÇÃO

AUMENTO NO TEOR FOLIAR

7

40

FONTE: Deptº Agronômico do Grupo Bio Soja (2012).

nais, realizar a aplicação de 4 a 6 L/ha do Bio-amino® Extra parcelando a dosagem do produ-to ao longo da estação das chuvas. A primeira adubação foliar com o Bioamino® Extra deve ser realizada antes da fl orada na dosagem de 1 a 1,5 L/ha e as demais na frutifi cação do cafee-iro com intervalo de 45 a 60 dias. Direcionar as aplicações do Bioamino® Extra no período de maior crescimento vegetativo (setembro/outubro a fevereiro/março).

Eventualmente, as duas últimas aduba-ções foliares do Bioamino® Extra podem ser substituídas pelo Radix® na dosagem de 400 mL/ha. Este fertilizante foliar fl uido possui altos teores de carbono orgânico que estimu-lam o maior desenvolvimento vegetativo e do sistema radicular do cafeeiro.

A aplicação dos fosfi tos via foliar no cafeeiro estimula a síntese de “fi toalexinas”, substâncias orgânicas inibidoras do cresci-mento dos fungos e envolvidas com a resistên-cia do cafeeiro às doenças. Realizar a aplicação de 4,5 a 6,0 L/ha do Fertilis® Fosfi to

31SET2012

CAFÉ00-30-20 parcelando a dosagem em 3 ou 4 vezes iniciando as pulverizações na fase do chumbinho e as demais com in-tervalo de 45 dias. Em aplicações com os produtos da linha NHT®, utilizar preferencialmente o Fertilis® Fosfi to 00-28-26 na mesma dosagem.

Na granação e da maturação, realizar duas adubações foliares com o NHT® Mega K na dosagem de 1,0 a 1,5 L/ha para a suplementação com o potássio. As adubações foliares com o NHT® Mega K não substituem as adubações potássicas de solo.

O Naft® e o Silkon® são fertilizantes foliares que de-vem ser utilizados em todas as pulverizações para melhorar a efi ciência no fornecimento de nutrientes ao cafeeiro.

Na Tabela 3 há a sugestão da Bio Soja para a nutrição foliar no fl orescimento da cultura do cafeeiro.

5. Considerações geraisA fase reprodutiva do cafeeiro é dividida em duas fases:

fl orada e frutifi cação. A fl orada tem início com a indução fl oral que ocorre

por volta de abril e vai até a antese ou abertura das fl ores (setembro/outubro a novembro/dezembro).

A frutifi cação inicia-se com o vingamento fl oral e fi -naliza com a maturação dos grãos do cafeeiro.

A fl orada e a frutifi cação são as mais fases mais críticas do cafeeiro e são as mais afetadas pelas condições climáticas. O retorno dos investimentos realizados pelo cafeicultor na sua atividade será defi nido na fase reprodutiva do cafeeiro.

Café mal nutrido antes da indução fl oral (abril) está com a sua produtividade comprometida para a safra se-guinte. Portanto, a produção da safra seguinte é refl exo do manejo nutricional e dos demais tratos culturais rea-lizados na atual safra.

Como minimizar as condições climáticas adversas na

possibilidade de irrigar as suas lavouras. É quase impossível atingir altas produtividades na cafeicultura sem o manejo adequado da irrigação.

Neste momento, quero deixar uma mensagem positiva. Vocês já passaram por diversas crises na cafeicultura e este é o momento que temos para melhorar ainda mais o manejo das nossas lavouras. Procurem os agrônomos e demais pro-fi ssionais envolvidos com a cafeicultura e verifi quem o que deve ser realizado para melhorar o manejo das suas lavouras.

Maiores informações sobre os produtos Bio Soja para a frutifi cação do cafeeiro, entrar em contato com a Bio Soja via representante comercial (verifi car o telefone de conta-to – www.biosoja.com.br) ou via e-mail - [email protected].

ÉPOCA DEAPLICAÇÃO

Tabela 3: Sugestão Bio Soja para nutrição foliar da cultura do cafeeiro

PRODUTOS DOSAGEM PORHECTARE

Chumbinho

Granação: 2 aplicações com intervalo de 30 a 45 dias 2

Pós-colheita

NHT® ZincoBioamino® ExtraFertilis® MolFertilis® Fosfi to 00-28-26 NHT® P-Boro-PNaft® ou Silkon®

NHT® ZincoNHT® MagnésioRadix®

Fertilis® Fosfi to 00-28-26 NHT® P-Boro-PNHT® Mega K Naft® ou Silkon®

Fertilis® Fosfi to 00-28-26 NHT® MagnésioNHT® Cobre SuperNHT® P-Boro-PNaft® ou Silkon®

150 a 300 mL1 L

250 mL1 a 1,5 L

500 mL a 1 L100 a 200 mL150 a 300 mL

1 L400 mL

1 a 1,5 L 500 mL a 1 L

1 a 1,5 L 100 a 200 mL

1 a 1,5 L 1 L

150 mL500 mL a 1 L

100 a 200 mL

fase reprodutiva, tais como, défi cit hídrico e varia-ções bruscas de temperatura e obter altas produtivi-dades no cafeeiro ao longo de safras sucessivas?

Provavelmente, este é o sonho de todos os ca-feicultores: cafeeiro produtivo e com grande longevi-dade.

Basicamente, cafeeiro produtivo ao longo de sucessivas safras é aquele que possui uma área foliar exuberante e sadia e um sistema radicular bem de-senvolvimento no perfi l do solo explorando o maior volume possível do solo.

Portanto, os tratos culturais (correção da aci-dez do solo nas camadas superfi ciais e subsuperfi -ciais, manejo nutricional do cafeeiro, controle de pragas e doenças, controle dos nematóides e colheita mecanizada bem conduzida) são fundamentais em cafeeiros em sistemas com alta produtividade. O ca-feicultor tem que minimizar a morte das raízes, a seca dos ponteiros e manter a máquina produtora de car-boidratos na sua máxima capacidade (folhas verdes e sadias).

Os cafeicultores que dispõem de água na sua propriedade não podem e não devem abrir mão da

A

32SET 2012 número maior de produtos e/ou serviços a partir de

uma mesma área do que nos monocultivos fl orestais ou agrícolas, refl etindo no aumento e diversifi cação de renda por unidade de área, agregando receita agro-pecuária e reduzindo os riscos da atividade.

Recentemente, esta prática tem sido tratada como uma nova alternativa que auxilia na susten-tabilidade do campo, aumentando a produtividade das culturas, antecipando receitas e gerando benefí-cios ambientais. Se comparado com as monoculturas, o sistema silviagrícola proporciona uma maior biodi-versidade ambiental tanto em nível de solos como de plantas. Esta associação proporciona diversos elemen-tos de sustentabilidade ecológica como à redução da erosão dos solos, aumento do teor de matéria orgâni-ca, manutenção da umidade do solo, aumentando a infi ltração de água no solo e estabilizando a tempera-tura do mesmo, entre outros benefícios.

Produção de madeiras de Acacia mangium e de

clones superiores de eucalipto urograndis no sistema silviagrícola

Madeiras de fl orestas plantadas têm uso nobre, independente do sistema de cultivo, entretanto suas qualidades devem atender às exigências dos mercados consumidores, tornando a produção de madeira um negócio sustentável e ambientalmente correto. O Eu-calyptus urograndis produz madeira de boa qualidade, apresenta boa forma fl orestal, boa produtividade, ex-celente plasticidade ecológica e madeira satisfatória para serrarias, enquanto os clones superiores deste hí-brido de eucalipto e a Acacia mangium apresentam-se como alternativas viáveis para a produção de madei-ras para a fabricação de móveis, sendo que os clones já vêm sendo usados de forma tímida no Brasil, para este fi m, enquanto a A. mangium é usada intensamente no Sudoeste Asiático.

O consórcio da Acacia mangium e clones de Eu-calipto urograndis (Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis), com culturas agrícolas anuais, permitem ao agricultor agregar maior valor à madeira, quando esta é destinada ao mercado moveleiro, para o qual são ex-igidas madeiras de boa qualidade e isentas de defeitos. Estas madeiras devem apresentar uniformidade, re-sistência mecânica, estabilidade, facilidade para ben-efi ciamento, aceitação de pregos, colagem, usinagem, ausência de bolsa de resina, rachaduras, entre outros. A obtenção de madeiras com tais características re-quer o emprego de práticas silviculturais adequadas, como espaçamento de plantio, podas, desbastes sele-tivos e eliminação de brotações, entre outras. O em-prego de técnicas específi cas nas operações de abate, transporte, desdobra e secagem constitui pré-requisi-tos fundamentais para uma boa aceitação

SILVICULTURA

Produção sustentada de madeira no sistema silviagrícolaDE ACÁCIA, CLONES DE EUCALIPTO E DE GRÃOS

transporte, desdobra e secagem constitui pré-requisi-

Flávio Pereira Silva 1; Eduarda T.P.D. Ferreira 2

Durante muitos anos o monocultivo de fl orestas de rápido crescimento no Brasil estava restrito às grandes refl o-restadoras. Mais recentemente tem-se despontado como atividade lucrativa para grandes, médios e pequenos sil-

vicultores, apresentando rentabilidade 130% superior a bovinocul-tura e 75% superior à sojicultura.

O sistema silviagrícola consiste, no cultivo consorciado de es-pécies fl orestais de rápido crescimento, como o eucalipto e Acacia mangium, com culturas agrícolas anuais ou bianuais, numa mesma área e ao mesmo tempo, constituindo uma nova alternativa de sus-tentabilidade das propriedades agrícolas para refl orestadores, api-cultores, agricultores e pecuaristas. Ele permite a obtenção de um

1 - Eng. Florestal – D.Sc. em Silvicultura. Caixa Postal 216; Viçosa (MG) - email: acaciafl [email protected] - Estudante de Eng. Florestal – Bolsista CNPq. Caixa Postal 216; – Viçosa (MG) - email: [email protected]

33SET2012

SILVICULTURAdas madeiras nas movelarias e marcenarias. No entanto, a idade das árvores abatidas exerce papel decisivo sobre a qualidade das madeiras para móveis, garantindo matéria prima com pouco ou nenhum defeito, boa estabilidade, resistência e trabalhabilidade. Este sistema é extremamente promissor, uma vez que o preço de mercado de ma-deiras para serraria pode ser quatro vezes maior do que os preços das madeiras destinadas para celulose ou energia. Além de ser eco-nomicamente atrativa, a produção de madeira em

elevado valor comercial, antecipando receitas, melho-rando o fl uxo de caixa e diversifi cando as atividades da propriedade rural.

Transformação do sistema silviagrícola em sistema silvipastoril - O consórcio de culturas agrícolas anuais com espécies fl orestais seguidas pela introdução de pas-tagens nas entrelinhas de plantio da fl oresta possibilita a redução dos impactos ambientais, maximiza a biodiver-sidade, recompõem parcialmente os componentes fl o-restais, aumenta o ciclo orgânico e dos nutrientes, ofe-rece fonte de alimento e abrigo para animais silvestres, fornece madeira, oferece pasto de melhor qualidade no período seco do ano, proporciona um ganho adicional de peso de até 12% nos animais criados neste sistema; permite o controle e redução dos sub-bosques, diminue os riscos de incêndios fl orestais, entre outros benefícios. Assim, o estabelecimento de pastagens nas entrelinhas de plantios fl orestais, seguido pela criação de animais de corte ou de leite, tem reduzido os custos de manuten-ção destas áreas, sem prejudicar o crescimento e sobre-vivência das árvores. Neste caso, a pastagem deverá ser composta por gramíneas e leguminosas produtivas, bem adaptadas às condições locais e tolerantes ao sombrea-mento para que o futuro sistema silvipastoril propor-cione a obtenção de um número maior de produtos e/ou serviços e menores riscos.

sistema silviagrícola, quando bem planejada, permite uma boa densidade populacional de árvores e uma adequada penetração de luz para as culturas anuais intercaladas, aumentando a ren-tabilidade fi nanceira das áreas cultivadas.

A necessidade de reduzir os custos de produção fl orestal, garantir elevada produtividade, reduzir mão-de-obra, minimi-zar a erosão dos solos e os impactos ambientais produzidos pelas monoculturas e pecuária, são questões sobre as quais os sistemas silviagrícolas prestam relevantes contribuições. Compatibilizar a produção fl orestal e agrícola numa mesma área e ao mesmo tempo tem despertado o interesse dos produtores, por permitir a exploração harmoniosa das fl orestas e das culturas agrícolas com o meio ambiente, otimizando o uso da terra e a rentabilidade dos investimentos. Este sistema vem sendo empregado com sucesso no Noroeste de Minas Gerais, onde diferentes espécies e clones de Eucalyptus sp. são consorciados com arroz, feij ão ou soja pro-duzindo grãos e madeiras de excelente qualidade para serraria, boa rentabilidade fi nanceira e boa preservação ambiental. Ele pode ser desenvolvido por todas as classes de produtores rurais, desde que garantam o uso sustentável dos solos, colhendo ape-nas os produtos comercializáveis e incorporando os resíduos ao sistema.

Assim, o sistema silviagrícola contemplando Acacia man-gium e clone de eucalipto representa uma alternativa para a sus-tentabilidade fi nanceira e ambiental das propriedades agrícolas por serem adaptadas às diferentes condições ecológicas, fácil cul-tivo, produzirem madeiras de excelente qualidade para móveis e

Sistema silviagricola: eucalipto, feijão e Acacia mangium

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34SET 2012

SILVICULTURAVantagens e benefícios do sistema silviagrícola -

O sistema silviagrícola resultará em benefícios diretos e indiretos para o produtor rural, por permitir a utiliza-ção de áreas marginalizadas, protegerem as nascentes, recuperar e proteger os solos, produzir madeira e postos de trabalho. A médio prazo, proporcionará retorno pela não importação de madeiras e pela venda do excedente de madeira produzida na fazenda.

A fl oresta resultante pode ser manejada por des-baste, cujas madeiras oriundas desta operação e do corte fi nal, deverão ser classifi cadas e destinadas a diferentes usos como móveis, celulose, moirões de cer-cas tratados, postes, energia, aglomerados ou MDF. O sistema permite ainda a exploração paralela da apicul-tura, a produção de sementes fl orestais, óleos essenci-ais, produção de tanino, forragem e sequestro e venda de créditos de carbono; diversifi cando e aumentando a renda das propriedades.

Ele atende a reposição fl orestal prevista em lei, aproveita os solos impróprios para a agricultura, amor-tiza os custos de implantação e manejo dos povoamen-tos, antecipa receitas, melhora o fl uxo de caixa das empresas e constitui fonte de adubação natural para as culturas agrícolas consorciadas.

Rentabilidade econômica comparativa do sistema silviagrícola x monocultivo do eucalipto - As espécies fl orestais de rápido crescimento mais intensamente cultivadas no Brasil são em sua maioria, de grande precocidade e quando bem manejadas, podem apre-sentar produtividade de até 75 m3/ha/ano, entretanto constituem investimentos de retorno mais demorado do que as monoculturas anuais. Contrariamente, os rendimentos do sistema silviagrícola têm início com a colheita da primeira cultura agrícola e da exploração da apicultura no componente fl orestal. Para implan-tação deste sistema, as culturas agrícolas devem ser pouco exigentes em solos e produzirem muita matéria orgânica para o enriquecimento e melhoramento das propriedades do solo, visando melhorar as propriedades deste solo, para o desenvolvimento satisfatório de uma segunda cultura agrícola a ser cultivada na área. A par-tir do terceiro ano de plantio das espécies fl orestais, es-tas poderão ser submetidas a um desbaste seletivo das árvores, cuja madeira produzida poderá ser transfor-mada em produtos mais nobres, antecipando receitas e melhorando o fl uxo de caixa de empresa, enquanto a exploração da apicultura contribuirá para aumentar a rentabilidade do consórcio.

Resultados de pesquisas de um sistema silviagrí-cola conduzido no Noroeste de Minas Gerais, durante 11 anos, apresentaram produtividade de 385 stereos/ha de madeira, dos quais 231 foram destinados para en-ergia e os 154 restantes foram destinados a serrarias, enquanto o componente agrícola produziu 43 sacos de grãos durante as duas primeiras safras anuais. A mesma área foi transformada em sistema silvipastoril, com a introdução de pastagem entre as fi leiras fl orestais, seguindo-se exploração da pecuária de corte até os 11 anos, resultando na venda do quarto lotes de novilhos engordados na área e corte fi nal das árvores.

Em outra pesquisa conduzida no município de Er-

valia (MG), onde foi estabelecido um consórcio de Acacia mangi-um com eucalipto urograndis, arroz de sequeiro e feij ão carioca, no primeiro ano a safra de arroz rendeu 2800 kg por hectare. No segundo ano, o componente fl orestal foi consorciado com feij ão carioca, no período das águas, rendendo 560 kg por hectare. No período do mesmo ano, uma segunda safra do mesmo feij ão (safra da seca), apresentando produtividade de 700 kg/ha. Avaliação das espécies fl orestais com um ano de idade mostrou crescimento médio de sete metros de altura, com boas possibilidades para ex-ploração suplementar da apicultura em nectários extrafl orais da acácia consorciada.

Os resultados das diferentes pesquisas fl orestais e apícolas realizadas em diferentes sistemas de exploração no Brasil, envol-vendo a Acacia mangium permitiu a elaboração do Quadro de Estimativas de Rentabilidades Financeiras que podem ser ob-tidas com a exploração da espécie, desde que seja cultivada em condições edafo-climáticas favoráveis a espécie e manejadas por podas e desbastes, entre outras práticas silviculturais.

A tabela acima ilustra os múltiplos produtos e múltiplos usos da Acacia mangium e fornece estimativas das rentabilidades brutas, em Reais, resultante da exploração integrada da espécie com desbastes intermediários e corte fi nal aos nove anos de idade.

Vale lembrar que madeiras serradas, de boa qualidade, de espécies fl orestais semelhantes à Acacia mangium, na região Sudeste do Brasil, em 2012, tem seu preço oscilando entre R$1800,00 e R$2.200,00/m³. Maiores informações: acaciafl [email protected] ou (31) 9151 4063

Desbaste(ano)

Estimativa da rentabilidade bruta, por hectare, em Reais, resultante daexploração sustentável da Acacia mangium consorciada com apicultura,

gado de corte e plantada no espaçamento 3,0 x 2,0m, com 90% desobrevivência, desbastes intermediários e corte fi nal aos 9 anos de idade.

Rentabilidade da madeira de Acacia mangium

3,0

6,6

9,0

Rent. dos Desbastes e corte fi nal (ha)

Preço Tábua(m3)

Preço Lenha(m)

Rent. Parcial bruta/ha

R$ 4.520,00 tábuas +R$ 22.176,00 lenha

R$ 55.650,00 tábuas +R$ 40.159,00 lenha

R$ 116.400,00 tábuas +R$ 221.252,00 lenha

R$ 400,00

R$ 750,00

R$ 1.500,00

R$ 70,00

R$ 70,00

R$ 70,00

R$ 26.695,00

R$ 95.809,00

R$ 137.652,00

Rentab. do sequestro de carbono atmosférico de Acacia mangium (bônus)Nº planta/hectare

Peso sequestrado/ha2º ao 9º ano (t)

Preço / t /CO2

Rentabilidade parcial bruta / 9 anos

1.500 210,64 R$ 30,09 R$ 6.338,15

Rentab. da Apicultura na Acacia mangium (em R$)

Mel

36.165,36

Própolis

8.193,61

Cera

6.799,20

Pólen

8.193,92

GeléiaReal

6.378,81

Rent. parcialbruta

65.730,90

Rentab. do sistema silvipastoril em Acacia mangium (*)Ganho

peso ani-mal/ano

5,5 @ boi

Capacidade suporte

1,5 cabeças/ha/ano

Ciclo engorda

2 anos

Inicio ciclo engorda

3º ano

Ganho peso /3 ciclos engorda

16,5 x 3: 49,5@ boi/ha/6 anos

Rent. bruta parcial (ha)

49,5@ x 80,00=R$ 3.960,00

Rentab. da produção de Tanino em Acacia mangiumProd. 1º

desbaste (kg)

1.039,50

Prod. 2º desbaste

(kg)2.835,0 2.079,0

Prod. corte fi nal

(kg)

Prod. total (kg) 9 anos

5.953,5

Preço/kg de

tanino

R$ 5,15

Rentabilidade parcial bruta

/ 9 anos

R$ 30.660,52

* O sistema silvipastoril exige sistema de cultivo diferenciado dos demais e apre-senta rentabilidades de madeira, sequestro de carbono e tanino diferente dos va-lores acima mencionados.

A

35SET2012

INSUMO / SERVIÇO

3.9164740471327265

1,306358302,4

Jun/2012R$ 0,87

Vaca em Lactação (+12 litros)DiaristaRação para Vaca em Lactação (sc 50kg)Farelo de Algodão (sc 50kg)Sal Comum (sc 25 kg)NeguvonTintura de Iodo a 10% (Litro)Remédio para Mastite (Mastilac)Vacina Aftosa (dose)Uréia PecuáriaSulfato de Amônia (sc 50kg)Detergente alcalino (limpeza ordenha)Óleo Diesel (Litro)

LEITE - LITROS NECESSÁRIOS PARA COMPRAR INSUMOS E SERVIÇOS NA PECUÁRIA 1

3.62144

38,444

12,828,626,5

4,91,4625632

2,3

Mai/2012R$ 0,89

3.94146,637,7

4113,129,4

274,91,5575234

2,3

Abr/2012R$ 0,88

3.38540

34,136,111,828,625,14,31,3

52,445,329,32,1

Mar/2012R$ 0,86

3.20043

34,836,111,929,126,34,21,3

55,246,924,82,1

Fev/2012R$ 0,84

3.710554247153130

4,81,6685937

2,5

Jan/2012R$ 0,82

3.333514144143029

4,71,6705637

2,4

Dez/2011R$ 0,84

3.554514044142830

4,91,6645635

2,3

Nov/2011R$ 0,86

3.6674640431431274,71,86055342,2

Out/2011R$ 0,90

1 - Poder de compra do leite. 2 - Preço Médio pago ao Produtor. Fonte: Panorama do Leite - Embrapa CNPGL

MÊSARÁBICA

Tipo 6 BC-Duro(Base Cepea-Esalq)

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

CAFÉ - MÉDIA MENSAL DOS PREÇOS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES 1

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq/BM&F e Boletim do Café - Centro do Comércio de Café do Rio de Janeiro. - 1 - Em R$/saca de 60kg, posto, com Funrural e sem ICMS.

CANA DE AÇÚCAR

MÊS/ANO

0,46510,47020,49430,51090,49760,50570,48010,50260,52680,52780,51620,49830,4880

Valor ATR mêsR$/kg ATR

Ago/2012Jul/2012Jun/2012Mai/2012Abr/2012Mar/2012Fev/2012Jan/2012Dez/2011Nov/2011Out/2011Set/2011Ago/2011

VALORES DE ATR e PREÇO TON. CANA

53,0453,7454,8155,3154,3354,7954,6254,8855,0054,7754,4254,0653,96

Cana Campo1

(R$/ton.)59,2560,0361,2361,7960,6961,2061,0161,3061,4461,1860,7960,3960,28

Cana Esteira2

(R$/ton.)

Fonte: Orplana e UNICA - Elaboração: UDOP(1) Índice Cana Campo = 109,19 Kg ATR - valor sugerido para contratos de parceira quando a cota-parte do proprietário é entregue no campo.(2) Índice Cana Esteira = 121,97 Kg ATR - valor sugerido para contratos de parceira quando a cota-parte do proprietário é entregue na esteira.

2010280,75278,68279,70282,18289,46305,13302,36313,93328,23327,15355,51387,01

2011 2012433,34495,98524,27524,41530,76515,01457,81470,62511,57490,45493,83491,35

485,04441,31387,49379,53382,65360,31408,06378,48

ARÁBICATipo C Int. 500

(Base Varginha-MG)2010233,75227,78221,52225,50231,90241,43246,82234,09234,76235,00243,80249,51

2011 2012261,43281,00320,00325,00326,59336,43340,95346,09360,00363,50384,00390,00

390,00378,95346,82340,00336,36340,00360,00355,00

ARÁBICATipo C Int. 500

(Base Vitória-ES)2010189,50191,39186,52190,00190,00210,95225,91219,09223,10222,25224,70229,71

2011 2012241,43251,00260,00268,95290,00288,57283,81295,00308,33314,50328,50349,05

350,00346,84322,27320,00316,36320,00335,00330,00

CONILLONTipo 6 - Pen. 13)

(Base Cepea-Esalq)2010173,51168,47173,67158,23160,51167,57171,50171,45170,03173,81187,14192,83

2011 2012206,21214,32215,81220,82231,69226,82218,48222,01233,00244,15269,29297,26

296,51270,64255,29248,66253,75252,44275,20276,83

CONILLONTipo 7 BC

(Base Vitória-ES)2010185,00172,78166,52174,00174,05182,38197,95195,45193,33192,25191,20192,00

2011 2012195,71214,50230,00233,42225,00232,62223,57229,13235,00235,25258,50299,52

300,00284,21272,27254,50252,73260,00275,00280,00

MERCADO

3.6014438441329274,91,46256322,3

Jul/2012R$ 0,86 2

36SET 2012