Edição 74
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editorial
Não bastou que eu me esgoelasse para tentar mostrar, no
último editorial, que o problema era antes formal que material
(realmente não é toda organização que precisa de democracia):
fui convencido de como meu argumento poderia ser mal
interpretado...
Como bem nos lembram nossos professores de T.O.,
segundo a Teoria da Contingência, há organizações que exigem
uma administração mais ou menos centralizada segundo o
ambiente em que se inserem, sua cultura organizacional etc.
Termino minha defesa aqui. Antes de discutir se a
democracia é o melhor para a EAESP, antes deveríamos estar
debatendo a procedência ou não dos atos presidenciais. É o que,
aliás, faz-se mais adiante nesta mesma edição.
Mas, conversando com uma querida colega, entendi
relevante também trazer, brevemente, esta segunda discussão
aqui no editorial.
Se, àqueles mesmos professores de T.O. perguntássemos
quais as maiores dificuldades em se implementar mudanças
organizacionais, arriscaria dizer que com certeza a cultura
organizacional pré-existente exerce poderosa barreira. Se ainda
perguntássemos sobre motores de decisão organizacional,
encontraríamos por certo, na listagem, a busca por legitimidade
(pois concorrente está fazendo também, porque há uma idéia de
que quem faz isso terá vantagem etc.).
Se o modelo mais democrático tem sido a regra na EAESP,
até nos anos de ditadura militar, é de se supor que ele esteja já
incorporado à cultura da casa. Mais! Se os movimentos
acadêmico e prático têm sido no sentido de descentralizar as
decisões, podemos dizer que seguir esta tendência confere
legitimidade ao modelo mais democrático.
Pois não é que conseguimos entrar duas vezes na contra-
mão? Enfrenta-se resistência cultural e resistência quanto à
legitimidade na implementação de um novo modelo, ainda mais
quando o outro gozava de tanto prestígio, não só dentro, mas
como fora da instituição. Trata-se apenas de discussão acadêmica
ou será que confere com a prática de vez em quando?
Como pegar duas contra-mãos ao mesmo tempoRafael Rossi Silveira
expedienteEditor chefeRafael Rossi Silveira – [email protected]
Diretor de RedaçãoFelipe Braga Fabris – [email protected]
RedatoresAna de Vivo Franco – [email protected]
Fabiana Mesquita Bacchi – [email protected]
Luiza Prada – [email protected]
Maria Julia Iudice– [email protected]
Pedro Guerra – [email protected]
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RevisoresAlípio Ferreira – [email protected]
Anna Elisa Daher – [email protected]
ColunistasAnna Elisa Daher – [email protected]
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Pedro Fida – [email protected]
Equipe de ArteAna de Vivo Franco – [email protected]
Fabiana Mesquita Bacchi – [email protected]
Rafael Rossi Silveira – [email protected]
Rodolfo Pantojo Oliveira – [email protected]
AGRADECIMENTOSTodas as entidades que contribuíram para a semana
das entidades, em especial para Alê, Telma Hoyler,
Julia Paz, RH Junior e ITCP por suas contribuições à
matéria central, Chapas Domus e IMPACTO, Cassio
Puterman, Gesley Pereira, Eduardo Migliano e
todos que contribuíram para o Espaço Aberto.
INSTITUCIONAL
Diretora PresidenteThais Gasparian Moraes – [email protected]
Diretor ExecutivoPedro Guerra – [email protected]
Equipe InstitucionalRoberto Andrade – [email protected]
DISCLAIMERA Gazeta Vargas não se responsabiliza por dados,
informações e opiniões contidas em textos
devidamente identificados e assinados por
representantes de outras entidades estudantis, bem
como nos textos publicados no Espaço Aberto
submetidos e devidamente assinados por autor não
presente no expediente desta edição. Todos os
textos recebidos estão sujeitos a alterações de ordem
léxico-gramatical e a sugestões de novos títulos. Por
ser limitado o espaço de publicações, compete à
Gazeta Vargas a escolha dos textos que melhor se
enquadram na sua linha editorial, sendo recusados
os textos muito destoantes acompanhados das
devidas justificativas e eventuais sugestões de
alterações.
DIREITOS RESERVADOSA Gazeta Vargas não autoriza reprodução de parte
ou de todo do conteúdo desta publicação
CapaRafael Rossi Silveira – [email protected]
DiagramaçãoEduardo Migliano
Rafael Rossi Silveira – [email protected]
Tiragem3000 exemplares
Edição 74* 15 de maio de 2008 03
miniEditorial
en.ti.da.de
sf (lat med entitate) 1 Existência independente, separada, ou autônoma; realidade. 2 Aquilo que
constitui a natureza fundamental ou a essência de uma coisa.
O dicionário Michaelis não poderia definir essa palavra que ouvimos todos os dias de melhor
maneira: Realidade. Esta Gazeta é dedicada às entidades, os entes que tornam realidade toda a teoria
que estudamos nas aulas. Mostrar independência, autonomia, é o que tentamos na esperança de sentir
algum início de alforria, de pela primeira vez nos sentirmos úteis, aplicando de verdade aquela
bagagem interminável de informação que nos colocam na cabeça.
As entidades são, aqui, aquilo que constitui a natureza fundamental, a essência de uma coisa:
Nós. E não o contrário. Por isso viemos esclarecer o que as entidades têm acrescentado ao aluno
geveniano, o que tem acontecido no âmbito acadêmico fora da sala de aula. As eleições para
representantes acadêmicos se aproximam, e muita gente continua se perguntando: “O que eu tenho a
ver com isso? Daqui a uns anos eu me formo mesmo!”. O DAGV, assim como todas as outras entidades, é
a essência dos alunos e sua natureza fundamental. Você tem tudo a ver com isso. As chapas concorrentes
vieram se apresentar para que possamos pensar no que queremos para nós no próximo ano acadêmico,
e o que queremos que fique após cada gestão. Você que gosta da Gioconda, da Giovanna, dos quintais e
surreais. Você que gosta dos sofás, da sinuca, do pebolim. Você que gosta das palestras, da
representação discente. Acima de tudo, você que vai (ou quer) gostar do seu diploma, esta é a Realidade.
Participe.
EntidadeFelipe Fabris
Gazeta Vargas04
E a nova diretora da EAESP será... Maria Teresa Fleury. Ex-diretora da FEA-USP, livre docente em Administração desde 1986, responsável por inúmeros projetos e trabalhos de excelência. Lamentável apenas a forma pela qual teve de ocorrer seu ingresso no cargo.
notas
altoseBaixos
emAlta
naMesma
emBaixa
Possibilidade de um novo piano no DA!!!
Opções no Open Bar da Gioconda
Preços do Rockafé (novo tópico permanente...)
Indefinição do LEPI na disponibilização permanente
de auto-cadastro
Definição quanto à situação do Xérox
Peridiocidade da Gazeta... sim, reconhecemos que
estamos quase 2 semanas atrasados; essa gráfica, viu...
E o novo sistema de impressão via internet do DAGV entrou em vigor recentemente. Os preços são inferiores aos do LEPI e todo o processo é
muito simples: basta retirar seu contrato para assinatura e reconhecimento de firma; após o
prazo mínimo de liberação de seu cadastro pelo SERASA, encaminhe-se à coordenadoria de
relacionamento com o cliente, retire sua senha e aguarde a carta com a liberação de seu acesso em um prazo máximo de 160
dias...
Quanto ao banheiro masculino do DANós da Gazeta, muito preocupados, estamos montando um fórum acadêmico para
tentar resolver o que nenhuma reforma parece dar conta: seu odor invariavelmente
sufocante. As primeiras propostas encaminhadas oscilam entre máscaras de oxigênio
ou simples dinamitação do local. Manteremos os leitores informados.
Professores, funcionários e alunos: estas notas esperam suas respostas, colocações e ponderações que serão
publicadas na próxima edição. Envie objetivamente para [email protected]
Edição 74* 15 de maio de 2008 05
contraPonto
A partir desse semestre, os alunos mais bem
colocados no vestibular passaram a contar com um
incentivo a mais para continuarem a estudar
intensivamente. Desde o começo desse ano, a
Presidência da Fundação Getúlio Vargas passou a
conceder para os 10 primeiros colocados do
vestibular de administração em São Paulo bolsas de
estudo progressivas que vão desde 100% para o
primeiro e o segundo colocados até 60% para o nono
e décimo colocados.
As condições para a manutenção dessas
bolsas são poucas e muito claras. O aluno precisa se
manter entre os 10 primeiros colocados de cada
período de avaliação (no caso, um semestre), não
pode acumular 3 reprovações, consecutivas ou não,
e não pode interromper o curso, salvo em caso de
interrupção por intercâmbio estudantil não superior
a um ano, promovido por um programa apoiado
pela EAESP. Essas informações todas constam do
Edital de convocação disponível no site
http://www.eaesp.fgvsp.br/, no link GRADUAÇÃO
– Inscrições abertas; estão no item 4.5, subtítulo a.1.
Vale ressaltar que não só essas, bem como todas as
informações sobre qualquer tipo de bolsa são
públicas e constam do mesmo Edital.
Além da EAESP, a EESP e a EDESP também
possuem sistemas parecidos. Segundo pesquisas
dos jornalistas da Gazeta Vargas, no primeiro caso
existem 5 bolsas totais para os primeiros colocados
no vestibular e, no segundo caso, uma bolsa total
para o primeiro colocado no vestibular.
Faz já muito tempo que se discutem as
formas possíveis de estimular alguém a produzir
resultado.
Embora diversas teorias tenham sido criadas para
explicar o comportamento humano frente a alguns
estímulos, nenhuma foi capaz de conceder o que
poderíamos chamar de fórmula mágica para o
problema. Apesar disso, alguns estímulos foram
estudados e mostraram-se satisfatoriamente
eficazes. Um desses foi o reconhecimento por meios
financeiros de um mérito atingido com muita
inteligência e esforço.
“Meritocracia (do latim mereo, merecer,
obter) é a forma de governo baseado no mérito. As
posições hierárquicas são conquistadas, em tese,
com base no merecimento, e há uma predominância
de valores associados à educação e à competência”.
Essa é a definição dada pelo Wikipédia para o termo
meritocracia e em grande parte acho que ele justifica
a aplicação das bolsas meritocráticas. Inteligência
mais esforço resultando em um incentivo financeiro
com a intenção de estimular cada vez mais.
Toda forma de estímulo e incentivo deve ser
bem vinda. A falta de estímulos pode desencadear
uma série de fatores extremamente maléficos para
os alunos. Seja para manter o foco nos estudos, seja
para oferecer um justo reconhecimento ou seja para
oferecer um estímulo, o sistema de bolsas
meritocráticas atinge pontos que são fundamentais
na manutenção da excelência que acompanha o
nome FGV. Além disso, esse sistema abre mais uma
janela pois oferece mais um meio, dentre alguns
outros que existem na GV, para que pessoas que não
têm condições financeiras possam unir seus
potenciais com os conhecimentos teóricos
oferecidos pela escola.
Não vejo exatamente defeitos em um sistema
que vem apenas para somar. Somar forças com uma
política de bolsas já existente, somar valor ao aluno e
somar metas e objetivos. Um método muito
interessante e extremamente simples de oferecer
oportunidades e reconhecimentos a pessoas
inteligentes e esforçadas que trarão conhecimento
para agregar à instituição.
As bolsas do estímulo
bolsa meritocráticaA favor
Rodolfo Pantojo
Gazeta Vargas06
contraPonto
As três escolas paulistas que fazem parte da FGV
têm sistemas de compensação, por meio de bolsas
meritocráticas, para os melhores alunos que passam no
vestibular. A EAESP, a EDESP e a EESP podem alegar
diversas razões para dar bolsas parciais ou integrais
meritocráticas para os alunos que passaram nas
primeiras colocações dos seus respectivos sistemas de
ingresso, porém, é certo que os males que advêm desse
sistema são maiores do que suas supostas benesses.
A primeira, e talvez pior conseqüência é que se
criam, entre os alunos, conflitos que, mesmo podendo ser
defendidos por mimetizar o "mundo real", que é
competitivo e, portanto, atroz, não são, por causa dessa
competitividade e atrocidade, adequados para o
ambiente estudantil de uma faculdade onde se busca a
cooperação. A competição entre os alunos mina uma
parte essencial da vida acadêmica, que é a vivência de um
ambiente em que cada aluno pode contribuir para a
formação de todos os outros, de modo que a população
estudantil atinja a maior qualidade possível de
conhecimento e aprendizado além das salas de aula.
Seguindo aquilo que o grupo de Recursos
Humanos da maioria das companhias diria, essa
competitividade não é ao menos adequada ao próprio
ambiente de trabalho, ao qual busca assemelhar-se, de
modo que o RH é muitas vezes responsável por trazer
cooperação, por meio de objetivos e incentivos comuns
para grupos de trabalhadores ou gerentes. A competição
não leva aos melhores equilíbrios, seja no mundo natural,
corporativo, ou acadêmico. O que devemos nos
perguntar é: "Realmente valem a pena todas as noites mal
dormidas, todos os feriados perdidos e todos os trabalhos
não compartilhados?'' Se considerarmos o encargo
financeiro de que somos poupados, sim; mas vale
ressaltar que existe o sistema de bolsas ressarcíveis
disposto a financiar até 100% das semestralidades nas três
escolas (não, edespianos, a informação não está errada!)
acontece na EAESP e na EESP, onde as bolsas são
concedidas para os primeiros colocados no vestibular,
que podem perdê-las se não se mantiverem entre os
melhores alunos nos anos seguintes, mas os alunos que se
tornam os melhores não terão bolsa meritocrática. Cabe,
portanto, aqui a questão: Qual é o objetivo dessa bolsa
que mais se parece com um cargo público?
Elas são, portanto, injustas no sentido que alunos que não
vão tão bem no vestibular não têm nunca a possibilidade
de conseguir uma bolsa meritocrática, não importa
quanto se dediquem ou quão inteligentes sejam. Isso
acarreta em um sistema de incentivos perverso, o qual,
em caso extremo, pode levar a casos folclóricos, como o de
pessoas que supostamente passam na GV e depois não
fazem a matrícula, por preferirem prestar vestibular no
ano seguinte e tentar conseguir a bolsa.
Sob uma terceira perspectiva, podemos analisar
quão desiguais são os primeiros colocados daqueles que
passaram em ultimo lugar na última lista no último dia de
repescagem – várias experiências mostram que é nula.
Pergunto-me qual a finalidade de uma tamanha
bolsa por mérito, se o mérito dos primeiros colocados foi
escrever um parágrafo de conclusão na redação brilhante
ou colocarem aquela resposta de matemática por escrito,
e até mesmo serem minimamente menos tímidos em
uma prova oral, se prestando Direito?
Nem na EDESP, onde as bolsas meritocráticas
transitam (pelo menos, soa mais democrático!) todo ano
para o melhor colocado da turma no ano anterior, a lógica
das bolsas meritocráticas pode ser interpretada como
meramente individual. Muitos defendem que ao exigir
que cada um dê o máximo de si, ocorre a melhoria da sala
como um todo. No entanto, ainda que ocorra a melhoria
da somatória das médias ponderadas, será uma melhoria
INDIVIDUAL do coletivo, pois não houve incentivo à
união do grupo como um todo - posto isso, até que ponto
ela é funcional para alcançar o objetivo da FGV, que se
destina a promover o desenvolvimento social,
econômico, político e cultural do país?
Por fim, esse sistema alternativo de bolsas é
injusto por ser um sistema que é uma alternativa ao
sistema de bolsas ressarcíveis que contempla grande
parte dos alunos e que, ao contrário de serem iníquas,
estão igualmente disponíveis para todos os alunos
matriculados, bastando que para isso se faça a solicitação
junto ao fundo de bolsas.
A segunda conseqüência negativa desse sistema
Os deméritosda bolsade mérito
bolsa meritocráticaContra
Luiza Prada e Equipe
Edição 74* 15 de maio de 2008 07
opinião
Quem estuda aqui sabe, o título desta crônica é
constantemente usado para descrever em tom
pejorativo o aluno da FGV. Escutamos de amigos,
colegas e até mesmo de familiares sobre como estamos
sendo influenciados por um ambiente de alta
competitividade e corporativismo. Mas até onde essa
visão externa do universo da GV é legítima?
Claro, pequenos elementos como Quadro de
Honra e aulas com certos professores contribuem para
que o estereótipo se concretize (testando, neste ponto,
até onde vai a liberdade de expressão na Fundação).
Mas o que ninguém sabe, ou não se propõe a perceber,
é que muitos dos que estudam aqui têm nítida
consciência de onde estão inseridos e se mantêm
realmente concentrados em seu desenvolvimento
pessoal, que pode ou não ser guiado pelo intuito
empresarial.
Entende-se, estamos mesmo sendo treinados
para ter um raciocínio “business”, negar isto seria
hipocrisia. Mas dizer que essa habilidade só pode ser
aplicada no escritório é típico do pensamento limitado
que procura definir cada vez mais com menos
palavras. Seria o mesmo que garantir que todo pucano
é revolucionário e que todos da FAAP têm um
American Express Black na carteira (até brincamos
com isso, mas ninguém acredita realmente nestas
constatações). Administrar recursos e gerenciar
pessoas são exemplos de necessidades de todo tipo de
negócio, desde a ONG “Vamos Salvar as Borboletas”
(fictícia, obviamente) até a General Electric.
A verdade é que a GV é muito mais diversa do
que a maioria imagina e essa é a sua maior força. Jovens
vindos desde Santa Bárbara d'Oeste até Belém juntos
para aprender com alguns dos melhores, que foram os
melhores não necessariamente por terem gerado
números impressionantes, mas por terem sido grandes
líderes ou inspirado respeito a seus modos.
Sim, temos alguns herdeiros entre nós, mas temos
também os top alunos de pequenas cidades que se
aventuram nesse caos de São Paulo, buscando um
diferencial que possa levá-los para longe. Cada um tem
a sua história, o seu sonho. Eu mesma já ouvi desde
“quero ser atriz” até “quero ser rico” de pessoas que
foram indagadas sobre seus planos. E nada de
censurável em nenhuma dessas duas afirmações. Pelo
contrário, perfis assim tão distantes convivendo em
um só lugar servem para estimular ainda mais cada um
a procurar suas próprias respostas.
O aluno da FGV é sim preocupado em ser o
melhor em qualquer área na qual estiver. Talvez, por
isso, sejamos acusados de sermos arrogantes. Ora, se
arrogância é como transparece esse desejo pela
excelência, eu digo: sejamos arrogantes! Veja bem,
arrogantes por querer se destacar, e não por achar que
já temos esta posição garantida.
Ouvi de alguns veteranos que esse clima
pesado, pelo qual a GV é famosa, é mais intensamente
sentido quando começa a luta pelos melhores estágios.
Mas peço que todos considerem por um momento que
essa situação na qual muitos se encontram, tal qual a
euforia violenta dos Processos Seletivos, é apenas um
estado temporário, um teste de garra, que não reflete
em essência as pessoas, e sim a época.
Qualquer experiência é válida nesse período de
nossas vidas, de anos confusos e de muitas crises
existenciais. E a experiência de ser aluno da GV é
poderosa como poucas. Seja para o bem, seja para o
mal, estamos onde muitos almejaram estar, mas não
puderam. Claro, existe espaço para muitas críticas
legítimas, muitas das quais estão bem em voga hoje em
dia. Mas, do ponto de vista acadêmico, um estímulo
bem satisfatório é gerado aqui.
O verdadeiro desafio é não se perder por esses
corredores patrocinados, manter a concentração
dentro e o olhar fora. Estão nos oferecendo os
instrumentos e a técnica, de natureza condizente ou
não com as nossas prioridades. Saber utilizá-los da
melhor forma e guiá-los
Maria Júlia Iudice
Jovens Capitalistas Selvagens:O estereótipo do perfil gveniano
Gazeta Vargas08
espaçoAberto
Nada mais justo que publicar um texto a
respeito da área acadêmica do DA. Afinal, ela está
inclusa no próprio nome do DAGV e é uma de suas
bases de sustentação; uma accountability, portanto,
não cai nada mal. Primeiramente, cabe dizer que
tivemos uma ruptura na parte acadêmica do Diretório:
por motivos que aqui não se mostram pertinentes
colocar, a Vice-Presidência Acadêmica de
Administração do DAGV trocou de mãos neste
primeiro semestre de 2008.
Tendo assumido também as atribuições dessa
VP Acadêmica de Administração, tive que me interar
de seus acontecimentos o mais rápido possível, numa
transição de cargos que veio bem mais cedo do que o
esperado. Restava colocar a mão na massa. E digo: é
impressionante o tamanho da demanda do curso
reformulado de graduação frente aos órgãos da Escola,
especialmente na Coordenadoria de Graduação.
Processos vários estão andando, muitos deles de
extrema importância para todos nós – até porque
entram também no curso não-reformulado, que ainda
é o que a maioria cursa.
Toda a adaptação do curso novo que está se
fazendo necessária – seria ingenuidade acreditar que
adaptações não seriam necessárias – está sendo feita
agora. Reavaliação de processos e métodos, discussão
de questões como novo formato de trabalhos de
conclusão de curso, a questão das majors e minors,
atividades complementares – especial atenção a esse
último ponto – estão sendo discutidas na
Coordenadoria com ampla participação do Diretório
Acadêmico. Avaliação de professores e até mesmo a
recepção dos calouros entram nessas conversas. Pena
que isso não seja explícito no dia-a-dia do aluno.
Aliás, eis um grande fardo que a VP Acadêmica
carrega, pelo menos até agora: essa comunicação falha
com o aluno sobre o que está sendo feito para o nosso
curso, especialmente, o que ocorre junto à
coordenação.
MensagemJustamente por isso, o DA aumentou a abertura das
portas no que se refere ao atendimento de problemas
acadêmicos dos alunos; já conseguimos conquistas
com relação a isso e sempre tentamos atender a essas
demandas discentes. Não é suficiente, mas ajuda.
Não é fácil pegar um bonde que já caminhava e as
demandas acadêmicas não esperam. Como esperado,
foi desafiador fazer tudo isso; porém, uma das
dificuldades encontradas surpreendeu um pouco,
talvez por ingenuidade minha. Todos sabemos da
situação política da EAESP e as conseqüências disso
nunca me foram tão claras quanto agora; há, fato
inegável este, um certo clima de incerteza na Escola,
que entra na questão da sucessão dos gestores da
Escola, e, portanto, do curso de graduação.
Isso não é novidade. O que impressiona é como isso
desestimula o desenvolvimento de projetos de longo
prazo; afinal, o que nos espera? O que for feito aqui será
levado adiante? Esse trabalho todo estaria sendo feito à
toa? São todas perguntas sem resposta, pelo menos
enquanto não se souber qual a sucessão da EAESP. É a
política influenciando no acadêmico, o que não se
mostra muito favorável. Isso explica um pouco a
concentração e priorização em questões de mais curto
prazo, em processos que devem ser finalizados antes
que venham os substitutos no poder.
Cabe ao DA, claro, em tese mais independente, trazer à
tona discussões de “mais longo prazo” frente à
coordenação (aliás, por isso mesmo é essencial a
presença de alunos nestas discussões acadêmicas). E
isso está sendo feito, mesmo que aos trancos e com os
obstáculos aqui descritos. Os resultados não são
imediatos, como era de se esperar – até por isso são
questões de longo prazo –, mas eles virão. O que resta,
além do trabalho a ser feito, é (mais) dúvida e
esperança: que os próximos gestores continuem (com
os alunos!) esse árduo – e belo – trabalho de prezarem
pela qualidade acadêmica do curso, pois é dela,
principalmente, que depende a imagem da EAESP lá
fora.
Jairo F. OhnoVice-Presidente Acadêmico de Administraçã[email protected]
Edição 74* 15 de maio de 2008 09
Não seria correto iniciar um texto abordando o já
tão discutido assunto do ENEM sem justificar aos nossos
leitores as razões que nos levaram a fazê-lo, visto que o
assunto já ocupou grande parte de nossa pauta recente e
sua abolição como método de ingresso resultaria no
silenciar das discussões. Mas, acreditem! A abordagem
agora é outra. Abstemo-nos de nossos valores e de qualquer
discussão sobre os (de)méritos de tal sistema de ingresso
em nossa querida GV para atermo-nos simplesmente a
fatos concretos envolvendo alguém que, graças a algumas
incoerências desse sistema, têm perdido sua tranqüilidade.
Aqui, tentaremos contar um pouco da história de Gesley
Fernandes Pereira, segundo relato do próprio. Gesley é um
aluno de graduação que, como a grande maioria, muito se
dedicou para o ingresso em nossa Escola, mas, devido ao
impedimento de acesso ao Fundo de Bolsas, tem vivido em
uma instabilidade capaz de causar grande sofrimento a
qualquer pessoa.
A empreitada de Gesley rumo à universidade
começou em 1998, quando recém-formado no Ensino
Médio, começou a tentar vestibulares conceituados (USP,
UNICAMP, UNIFESP, FGV, etc.) a fim de ingressar em um
curso superior de renome. Contudo, após algum tempo,
preferiu partir para um novo rumo, mais prático e que lhe
renderia melhores experiências e um maior retorno
financeiro imediato: partiu para um curso técnico em
contabilidade. Nesse meio tempo Gesley prestou também -
além dos vestibulares - alguns concursos públicos.
Após a conclusão do curso técnico, o aluno
conseguiu uma vaga no departamento financeiro de uma
Indústria Têxtil, onde teve seus ganhos maximizados à
custa de um trabalho sem grande realização pessoal. Muito
embora sua estabilidade fosse certa, a necessidade de um
curso universitário somado à vontade de se aprofundar
mais em sua área o levou a aceitar uma proposta
inicialmente desvantajosa: ele fora convocado para o
exercício do serviço público em caráter meritocrático,
selecionado a partir de concurso aberto que, embora
oferecesse salário menor do que o que ganhava na
Indústria, teria neste emprego a possibilidade de estudar
devido à flexibilidade de horários. Aceitou então a proposta
e assumiu a secretaria de um colégio municipal em São
Paulo.
Dadas as circunstâncias favoráveis, Gesley buscou um
curso que o ocupasse e ao mesmo tempo lhe possibilitasse
meios de atingir sua realização profissional, atualmente
voltada diretamente para o setor público. Entretanto, o
curso escolhido foi um tanto inusitado: devido a fatores
externos, como a facilidade de acesso a bolsa e o renome da
instituição, Gesley preferiu cursar Teologia no Mackenzie.
O curso, embora pouco ligado a administração, concedeu-
lhe o embasamento teórico que viria a amadurecê-lo para
um curso superior mais voltado para sua área. Após quase
cinco semestres, Gesley trancou o curso para tentar dar um
novo rumo a sua vida. Então, para maximizar as suas
chances de ingresso em outra instituição, prestou o Exame
Nacional do Ensino Médio (ENEM), aceito como método de
ingresso e de pontuação em diversas instituições
brasileiras.
Quando, ao ler o Edital de convocação para o
vestibular, Gesley notou que o ENEM seria usado como
método de ingresso na instituição, tratou logo de se
inscrever e quatro meses depois recebeu o resultado. Havia
sido convocado a ingressar na EAESP para cursar
Administração Pública. Fora a deixa para a chance de uma
vida, um sonho que pouco tempo depois se converteria em
pesadelo.
Gesley sabia que o Edital afirmava que “nenhum
aluno ingresso pela via Enem teria acesso a bolsas de
qualquer tipo“. Contudo, ao visitar a Fundação no dia
reservado aos futuros calouros, ele indagou pessoas que se
apresentaram como representantes do Fundo de Bolsas
para obter esclarecimentos, no qual foi informado que as
bolsas meritocráticas estavam descartadas por levarem em
consideração a posição no vestibular, mas as bolsas
reembolsáveis eram uma opção. Fundamentando seus
próximos passos com base nessa informação equivocada,
Gesley assumiu riscos sem perceber que tudo podia dar
errado. E deu.
Para a matrícula na EAESP, cujo valor representaria
a primeira mensalidade do semestre, Gesley realizou um
empréstimo Pessoa Física, certo de que seria seu primeiro e
único encargo financeiro com a Instituição durante os
próximos quatro anos, pois já havia reunido meios de
provar ao Fundo de Bolsas que não possuía condições de
arcar com os custos do curso, mas ao procurá-los, recebeu a
terrível notícia de que bolsas de nenhuma categoria seriam
estendidas a alunos ingressos pela via ENEM.
reportagem
ENEM tudo se resolve sozinhoVínicius Marques
Gazeta Vargas10
Gesley viu seu sonho desmoronar. Ele estava
cursando uma graduação cujos encargos financeiros para
seus recursos eram inviáveis, sem perspectiva de minimizar
tais gastos e com um empréstimo bancário a juros
progressivos para pagar.
Gesley possui parentes que são dependentes
financeiramente dele e da mãe. A soma de seus rendimentos
mensais não paga a mensalidade do curso de Administração
Pública na EAESP, e o fato das mensalidades após a
matrícula não terem sido pagas e estarem gerando uma
multa diária e progressiva transformaram sua vida em uma
constante geração de dívidas, como se um “taxímetro” o
acompanhasse a cada momento em que ele adentra a Escola.
Todavia, Gesley afirma estar conseguindo
acompanhar o curso, demonstrando desempenho
semelhante aos aprovados no vestibular, teoricamente
superiores a alguém aprovado pela via ENEM. Contudo,
também existem matérias em que seu desempenho é
inferior, uma vez que devido a suas últimas atividades, tais
matérias não o foram bem revistas desde o colegial,
encerrado há dez anos.
Inevitável neste momento seria não propor um
julgamento de valor: não quanto ao método de ingresso ou
quanto às bolsas meritocráticas, mas quanto ao Homem
Gesley. Um homem de origem humilde que, diferente da
maioria da sociedade, não se acomodou diante de uma
situação confortável, um homem que teve a ousadia de
assumir riscos em função de seus ideais e de seus desejos e,
por que não dizer, coragem para tal.
Nossa sociedade acostumou-se a evidenciar o problema sem
sequer pensar em uma solução para o mesmo, como se a
mera exposição de um estigma fosse sua cura. Não é a toa
que a grande maioria de pessoas descontentes com seus
rendimentos sejam, ao mesmo tempo, aqueles com menores
níveis de estudo. São pessoas que experimentaram uma
situação de conforto e nela se mantiveram por toda a vida,
ou por falta de perspectiva, ou por pura e simples
comodidade.
Homens são aqueles que buscam mudanças
positivas onde quer que estejam, e começam por fazê-las em
sua própria vida. São figuras assim que faltam a nossa
sociedade, muitas vezes por estarem perdidas em meio a
uma gama de fatores externos que impedem o acesso a boas
oportunidades. Mas quando algum deles rompe esta teia e
se destaca, a única obrigação que temos quanto sociedade é
assegurar que seu esforço tenha uma canalização louvável
que invariavelmente, convergirá para a própria sociedade. A
situação em questão é muito mais do que alguém que se
destacou, é alguém que continua de maneira pró-ativa a
buscar soluções para seu problema, mas cada vez mais
esbarra em fatores externos que impedem sua solução.
Você, caro leitor, que leu até este ponto, sabe que só me resta
concluir que: ou aqui está semeado um grande homem, ou
ao menos, estão fincadas as raízes de uma grande história
que pode ser transformada. Alguém se habilita?
questõesPendentes
Dentre as medidas polêmicas tomadas pela presidência da
Fundação em relação à EAESP constam a transferência de
unidades da EAESP para a administração direta da
Fundação, as demissões por motivos administrativos e a
demissão do professor Norberto, mais recentemente.
Estes fatos desencadearam uma crise de
legitimidade frente à comunidade geveniana. Mas, a
manobra que começou com a substituição da Diretoria, bem
como a forma de se determinar o próximo ocupante do
cargo, e que terminou com o golpe de misericórdia da
imposição do novo regimento, que convalidaria atos
semelhantes dali em diante, merecem atenção especial onde
a atenção devida pareceu faltar à Mantenedora.
Hermenêutica for dummies
Antes de seguir, uma brevíssima lição de
interpretação de normas dentro de um mesmo ordenamento
(sistema) tido como coerente.
Como pode uma lei dizer uma coisa, outra dizer o
contrário e ambas coexistirem num mesmo sistema
coerente? Bom, partindo do pressuposto que ambas as
normas são válidas e que o sistema é de fato coerente, temos
que analisar três aspectos: hierarquia, abrangência e
momento de entrada.
Em outras palavras, lei superior derroga lei inferior,
lei especial derroga lei genérica e lei posterior derroga lei
anterior.
E podia?Rafael Rossi Silveira
especial
Edição 74* 15 de maio de 2008 11
O deslize formal
A portaria nº39/2007, que “Encaminha ao Conselho
Diretor normas relativas à instauração de Comitês de Busca” para
novo diretor traz, em suas considerações, que as modificações
estatutárias de 26 de abril de 2007 foram aprovadas unanimemente
na Assembléia Geral e que esta portaria leva em conta, também, a
ata de reunião do Conselho Diretor de 26 de março de 2007.
Suponho, já que não fica claro, que isto represente a autorização
para mudar procedimentos regimentais da EAESP sem os trâmites
pré-estabelecidos.
Apresentando isto como justificativa ou não, o fato é que o
regimento da EAESP foi desrespeitado, como evidenciaram as
manifestações estudantis na entrada do 7º andar e na capa da
edição 66 da Gazeta Vargas. Antes, vamos ver o que dizia o
regimento:
“Artigo 103. Este Regimento entra em vigor na data da publicação
em Diário Oficial da União do ato de homologação pelo Ministro de
Estado.
§1º. As alterações deste Regimento, de iniciativa da Mantenedora
ou da Congregação, neste último caso com apoio da maioria
absoluta da totalidade de seus membros em efetivo exercício,
deverão ter audiência do Conselho de Administração da Escola e
ser submetidas à aprovação da Mantenedora, no que couber, e da
Congregação, cabendo à primeira o encaminhamento ao
Ministério da Educação”
Vulgo: Fundação e Congregação podem alterar, até aí
sussa. Se for proposta pela Congregação, tem que passar por certo
trâmite, ok. Corrijam-me se estiver errado, mas me parece que as
alterações, quaisquer que sejam e por quem quer que sejam
propostas devem ter audiência no Conselho de Administração E
serem submetidas à aprovação da Mantenedora (Fundação) –
naquilo que couber – E da Congregação...
Claro, mas isso dá para entender sem problemas...Então
vamos complicar.
A Assembléia Geral da Fundação é o órgão deliberativo
supremo da instituição. O estatuto da Fundação, que lembro a
vocês não ter sido revogado neste espaço de tempo, confere à
Assembléia, dentre suas atribuições, a função de:
“Artigo 6º. I – aprovar os Estatutos e suas modificações”
Além disso, confere a outro órgão deliberativo, o
Conselho Diretor, funções de planejamento, supervisão e
coordenação sobre as atividades executivas da FGV, como:
“Artigo 8º.III – aprovar a estrutura organizacional básica e o
Regimento Geral”
E agora? Quem tem razão? Ao que parece o Estatuto da
Fundação é “mais forte” que o Regimento da EAESP. Na verdade
não.
Quando o regimento foi criado, levado quer ao Conselho
Diretor ou à Assembléia Geral para aprovação, estes mesmos
órgãos, ao aprovarem o artigo 103 do Regimento abriram mão de
parte de sua discricionariedade, submetendo-se voluntariamente a
determinado trâmite, onde alterações regimentais não devem ser
aprovadas apenas por órgãos da Mantenedora, mas também pela
Congregação.
Dizer que o que ocorreu é lícito porque o Estatuto da Fundação está
acima do Regimento cai no mesmo absurdo de se afirmar que uma
Emenda Constitucional não é válida porque o texto original da
Constituição é hierarquicamente superior.
Aliás, descartado o critério de hierarquia, nos sobram
abrangência e tempo de entrada no sistema. É evidente que a
promoção de mudanças regimentais por órgãos da Mantenedora
não encontra barreiras via de regra, mas, em se tratando da EAESP,
a própria Mantenedora se impôs limitações. Trata-se de norma
especial (que derroga geral) e posterior (que derroga anterior).
O deslize material
Como se isto já não fosse suficiente, ainda encontramos
contradições materiais do que foi feito com o próprio Estatuto da
Fundação. Transcrevo uma passagem muito relevante:
“Artigo 4º. Na administração da Fundação serão obedecidas as
seguintes diretrizes:
II – na administração da Fundação, procurar-se-á assegurar:
a) caráter participativo na elaboração das políticas gerais e
em seus desdobramentos em diretrizes e normas operacionais; [...]
d) incentivo ao regime de decisões individuais, tanto quanto
possível descentralizadas, sujeitas a controle efetivo a posteriori;
[...]
III – na administração de seus recursos humanos a Fundação
deverá: [...]
c) estimular permanentemente a manutenção de clima de
relações humanas entre empregados e os diferentes níveis de chefia
e direção que garanta a plena e transparente comunicação
institucional”
Pausa para risadas...
Não preciso sequer me demorar muito neste assunto para que se
verifique o quanto estas diretrizes, por mais que sejam linhas
gerais, vêm sendo colocadas de lado nos acontecimentos recentes.
Ainda assim, gostaria de observar como o novo Regimento,
buscando convalidar atos semelhantes aos praticados daqui em
diante, institucionalizou o medo na organização.
As mais notáveis reformas podem ser observadas no novo
tratamento disciplinar ao corpo docente: onde antes se observava
processo disciplinar para professores com estabilidade e garantias
de defesa frente à pena de dispensa, observam-se agora apenas
referências aos requisitos mínimos legais, destruindo uma cultura
de deliberação e ampla defesa que assegurava liberdade acadêmica
aos professores.
Estranho (?) optar por um sistema mais eficiente,
simplesmente, que não requer muita explicação, e não por um
sistema mais eficaz, com regras claras quanto ao desligamento do
corpo docente, como, por exemplo, avaliações dos alunos e/ou
colegas, “sacrificando” assim a acuracidade da decisão da
Mantenedora. Nos termos da atual reforma, as demissões que
ocorreram no passado não teriam nenhum empecilho além da tão
desprezada perda de legitimidade.
Os argumentos estão aqui. O Ministério Público é
responsável por exercer fiscalização mesmo sobre Fundações
privadas. Como mobilizar os alunos é algo difícil, rogo a quem
guarde a Fundação em boas intenções analisá-los e verificar se isto
tudo se trata de um momento de delírio deste que vos escreve ou se
é cabível representação junto ao órgão público previamente citado.
A única pergunta que nos resta, e me preocupa seriamente, é, caso
não seja delírio meu: trata-se de falta de atenção, como sugerido no
início do texto, ou de preocupação da Mantenedora?
Gazeta Vargas12
políticaInterna
Estou ciente de que antes de tudo terei que
explicar a denominação que escolhi para encabeçar essa
matéria. Para quem não sabe, “for Dummies” é uma
expressão contida numa série de títulos lançados nos
EUA que lidam com o básico de diversas áreas, desde
Construção até Moda. A proposta desses livros é ensinar
passo-a-passo, utilizando-se de uma metodologia
simplista e instruções resumidas tanto quanto possível.
Agora, qual a relação disso com a aula de Inserção
Universitária ministrada em nossa prezada EAESP?
Devido, em grande parte, ao nosso papel de cobaias, os
alunos da nova grade são constantemente questionados
sobre a qualidade do curso. E uma das indagações mais
freqüentes é sobre como afinal está se consolidando o
papel da matéria Inserção no aprendizado inicial dos
gevenianos. Esforçando-me ao máximo para omitir
minha posição pessoal, tentarei passar o sentimento geral
dos bixos. E a Fundação que me perdoe, mas este é bem
desfavorável.
É importante ressaltar que de nenhuma forma está sendo
contestada a validade e a necessidade de uma disciplina
como Inserção. A proposta de reflexão e diálogo é bem
formulada e essencial para a fase atual de nossas vidas.
O que desagrada à maioria é o conteúdo que foi adotado,
no sentido de que ele parece subestimar o aluno.
Reconhecemos o fato de que somos um grupo composto
predominantemente por jovens de 17 ou 18 anos, recém-
saídos do colegial e ainda um pouco confusos com relação
a... bem tudo! Mas as atividades realizadas em Inserção
não apresentam real desafio para alguém no nosso nível
de desenvolvimento. São, no máximo, interessantes.
Dinâmicas, análise de filmes, jogos educativos, são ações
que têm potencial para causar considerável efeito. Porém
as analogias apontadas e os questionamentos produzidos
pelos professores mais fazem o aluno rir do que
realmente absorver o que está lhe sendo passado.
Passar uma aula inteira fazendo um cartaz com o
desenho de um símbolo que nos faça pensar na GV?
Participar de um debate sobre o extraordinariamente
complexo (rogo que a ironia tenha ficado clara) filme “Era
Uma Vez Dois Verões”? Por favor, querida Fundação, dê-
nos algo tirado de treinamentos das maiores empresas do
mundo, dê-nos “O Poderoso Chefão” para discutir, dê-
nos substância!
Poderão argumentar que uma impressão negativa de
uma disciplina pode ser gerada quase que
exclusivamente pelo desempenho do professor e seu
relacionamento com a classe. Não nego que isso seja
verdade. Quanto a isso conclui com a minha pesquisa que
existem ambas situações neste primeiro semestre, as salas
que têm uma boa e as salas quem têm uma má interação
com seus mestres. Os entrevistados nos dois casos
discordaram quanto a agradabilidade da aula, mas
concordaram que os métodos transparecem como
infantis.
Como ex-membro da AIESEC e, após ouvir relatos
entusiasmados de integrantes da Júnior Pública e
Empresa Júnior sobre as interações promovidas por eles,
sinto-me confiante em afirmar que pelo jeito as entidades
possuem uma noção bem mais sensata da capacidade do
aluno em participar de sessões desse tipo. Justiça seja
feita, todos os envolvidos aqui estão na mesma faixa
etária.
Mas tal constatação deve servir, portanto, para ressaltar a
importância de haver maior interatividade entre alunos e
Fundação no processo contínuo de melhora que se espera
do curso de Administração. É inegável que qualquer
disciplina que se estabelece como uma das menos
prioritárias para os alunos apresenta falha. Inserção se
encaixa nessa distinção. Esperamos que não somente
estejamos sendo observados como também ouvidos.
Não sei se essa matéria será suficiente para instigar ao
menos uma discussão acalorada nos sofás do Espaço
Bohemia. Uma verdadeira reconsideração dos resultados
atingidos pela frente de Inserção e disposição para
efetivamente realizar mudanças de qualquer estirpe soa
como esperanças quase utópicas. Mas a crítica das formas
de comunicação dentro da Escola são assunto para uma
outra oportunidade. Se é que sobreviverei à ousadia
desta.
Inserção for Dummies: uma das mudanças mais polêmicas da grade reformulada
Maria Júlia Iudice
Edição 74* 15 de maio de 2008 13
uilidadePública
A Gazeta e Você
Muitos dos nossos leitores ignoram a possibilidade de participarem da Gazeta Vargas sem a necessidade de aprovação no processo seletivo.
Pensando nisto, dedicamos esta página para esclarecer algumas coisas:
A comunicação entre a Gazeta e seus leitores é crucial! Se você tem comentários, críticas, observações ou só quer pentelhar mesmo, envie um e-mail aos autores das matérias, que pode ser conferido no expediente, ou
mesmo à toda equipe, através do endereço [email protected]
Em especial, as Notas clamam por respostas, que poderão ser publicada edição seguinte!
Ou então participe do nosso Espaço Aberto, enviando textos para serem publicados na Gazeta, através do mesmo e-mail.Faça-se ouvido (ou lido),
divida conosco sua visão dos fatos, envie textos literários, poesias, políticos, o que for: o Espaço Aberto é SEU.
Como também é notório, a Gazeta organiza eventos de conteúdo político, polêmico ou simplesmente de assuntos em voga. Participe dos eventos,
faça sua sugestão sobre o que você gostaria de ver: somos todos ouvidos.
É mais importante comunicar uma idéia do que ser um grande escritor:‘‘Fatos são fatos, mas a realidade é fruto de nossas percepções’’
Escrever = Mostrar o que pensa
Escrever = Gazeta
Gazeta =
portanto
Mostar o que pensa =
Gazeta Vargas14
matériaCentral
Pode parecer vago, mas o verbete referente à
liderança na Wikipédia coloca o tema como “importante
para os gestores devido ao papel fundamental que os
líderes representam na eficácia do grupo e da
organização.” Dessa frase podemos tirar no mínimo cinco
vocábulos que estudamos a fundo ao longo do curso de
Administração. Separadamente, grupo, gestão,
organização, eficácia são termos que tornam nosso curso
aquilo que gosto de chamar de formação neutra.
Formamo-nos exatamente em quê? Essa foi a primeira
pergunta que me fizeram em sala de aula na FGV. Até hoje
não sei responder, e talvez esse seja o principal incentivo
que tenho a continuar estudando tantas matérias
distantes entre si. Posso não saber onde tudo isso vai dar,
mas seja lá onde for, é o “tudo isso” que nos tornará
líderes.
Se não acreditam, olhem ao seu redor. Somos onze –
onze! – entidades. Todas criadas e colocadas em prática
até hoje por alunos que se demonstram verdadeiros
líderes já na faculdade. Nada mais natural, portanto, que
o tema dedicado à I Semana das Entidades fosse
liderança. Muito bem. Onze entidades ocupando uma
semana inteira com um único tema. O que fazer? Cada
uma chama um palestrante, reservam-se algumas salas e
avisamos aos alunos. Simples, não é? Não. Se você pensa
assim favor retornar ao primeiro parágrafo, ou semestre,
se preferir.
Um evento desse porte depende de meses de
planejamento. Foram sete, e se quer saber, acho que
mesmo as entidades concordam que foi pouco. Um
nascimento prematuro talvez, mas nada que não
tenhamos contornado.
Nenhuma entidade era mãe de primeira viagem no
tangente a eventos. O inédito, e até há pouco tempo
impensável, era a união de onze mães para cuidar de um
único filho. Desde 2007 vinha se falando na realização
dessa semana, por baixo do pano, mas o segredo era
essencial para o fator surpresa – o dificil mesmo é atingir
os gvnianos com surpresas: somos muito ocupados. O
esforço de cada entidade para encontrar o palestrante
certo me surpeendeu pessoalmente, parecia mesmo que
ninguém queria ficar para trás, e o fizeram com muita
habilidade. Houve atraso de algumas, que não receberam
respostas a tempo, mas e daí? Como eu disse, nem tudo é
tão fácil. Surgiram, assim, nomes respeitáveis e, não
coincidentemente, coesos com aquilo que cada entidade
faz. Inclusive é por isso que somos onze entidades,
porque temos espaço para trabalhar em tantas áreas
diferentes, desde o financeiro até a responsabilidade
social.
Botada a mão na massa, foi a vez de divulgar a
semana, outro trabalho que dependia da ajuda de todos.
Banners, cartazes e flyers são obra intelectual de valor
inestimável, e muita gente não percebe isso. Ainda mais
quando se trata de chamar a atenção de alunos tão
apressados como nós (alguns com pressa de estudar,
outros de ir pro bar). Algumas mudanças de última hora
em locais das palestras, e pronto, já tinha começado a I
Semana da Entidades.
Liderança global foi o tema do kick-off inicial da
Semana, na palestra de Janaína Roque, da empresa de
consultoria Integration. “Pense global” te lembra alguma
entidade? Provavelmente uma das melhores palestras da
Semana, infelizmente teve um quórum aquém do
esperado.
O pessoal ainda não estava muito envolvido pela
semana, suponho. Depois foi a vez de Marco Aurélio
Cunha, o polêmico diretor de futebol do São Paulo.
Liderança esportiva foi a abordagem, nada mais natural.
I Semana das Entidades
entidadesSemana
Felipe FabrisColaborações de Luiza Prada, Alípio Ferreira, Telma Hoyler e Júlia Paz
Edição 74* 15 de maio de 2008 15
matériaCentral
Natural também o fato de a palestra ter sido voltada a
agradar aos sao paulinos que lotavam o Salão Nobre. O
diretor se saiu bem, com um discurso leve e agradável,
sempre se safando das piadinhas vindas de um ou outro
palmeirense. Quem esperava antipatia se deu mal. Com
temas aprofundados em liderança na gestão de pessoas,
as palestrantes Taís Amaral e Luciana Pimenta
surpreenderam nas apresentações. Ambas profissionais
atuantes na área de gestão de pessoas tiveram muito a
acrescentar a todos os presentes tanto sobre as atuais
concepções dessa área, suas inovações e também os
principais conceitos. Na primeira palestra, de Taís
Amaral da Cia. de Talentos, foi muito relevante a
apresentação de cases de livros conhecidos, conceitos
atuais da área e aprofundamento no de RH. Na segunda,
de Luciana Pimenta da Franquality, o destaque foi o
exercício, envolvendo todos os participantes, sobre
motivação e suas principais vertentes.
Alfredo Penteado, presidente da Associação
Nacional de Instituições do Mercado Financeiro
(ANDIMA), apresentou uma palestra sobre esse que é o
tema preferido dos alunosda EAESP, ou de boa parte
deles: finanças. Palavras sobre liderança no mercado
financeiro com certeza são muito bem-vindas por esse
nosso seleto grupo de apaixonados por finanças, ainda
mais vindas de um importante representante do setor
financeiro como Penteado.
Descontração é a palavra que descreve a palestra
proferida por Luiz Norberto Pascoal, presidente da
Dpaschoal desde os 23 anos de idade. Mal se pode
considerá-la como uma palestra, foi mesmo um bate-
papo, como se fôssemos todos antigos amigos do
palestrante. Pascoal é um sujeito simpático que trasmite a
imagem de liderança carismática perfeitamente e soube
apresentar seus passos como líder empresarial de forma
bem fluida. A oficina de liderança circular, ministrada
pelo executivo Victor Ades, abordou diversos estilos de
liderança. Ades procurou mostrar, através de dinâmicas e
exposição, como funciona a liderança circular enquanto
estilo participativo e empoderador de se liderar. O
executivo esclareceu como esse estilo de liderança é
voltado para a gestão em contextos de imprevisibilidade e
para a construção de uma cultura de paz.
Para falar de liderança política trouxemos Mino
Carta, idealizador e fundador de veículos como Veja,
IstoÉ, Jornal da Tarde, e hoje editor-chefe da Carta
Capital. Contou-se também com a inesperada, mas feliz,
presença do prof. José Marcio Rego, que deu certo ar de
descontração ao discurso não exatamente cisudo, mas
tenso do jornalista. Mino Carta é bem conhecido no
mundo político e se colocou a atacar tudo e todos. Por isso
a palestra foi um tanto polêmica e gerou perguntas de
ótimo gosto ao final. Completamente o oposto do que
aconteceu na palestra de Ana Maria Schindler, sobre
liderança social, na qual a palestrante demonstrou grande
esclarecimento sobre o assunto, mas os alunos utilizaram
o tempo para fazer perguntas de forma pífia. Fato que é
ilustrado por uma frase marcante do discurso, segunda a
qual “o maior problema do voluntariado brasileiro é que
ele é mal organizado”.
Para finalizar a Semana, teríamos um debate sobre
liderança educacional. Teríamos, pois com a falta de dois
dos quatro convidados (sem ressentimentos, apenas
esclarecendo), tivemos mesmo uma palestra do ex-
ministro da educação Paulo Renato Souza, com brilhantes
comentários apelativos do prof. Fernando Abrúcio ao
final. Paulo Renato não escondeu (e nem poderia) que o
sistema de educação pública brasileiro é mesmo ruim,
senão péssimo. Mas explicou de forma perfeita como a
universalização do acesso à escola vai de encontro com a
despriorização da qualidade de ensino das classes mais
baixas.
Com certeza, é o “tudo isso” que nos tornará
líderes. Parabéns, entidades e comissão organizadora!
entidadesSemana
Gazeta Vargas16
matériaCentral entidadesEconomíadas
Quem não está acostumado (bixos) a
receber os e-mails da Atlética, às vezes deve achar
até estranho, tamanha a animação desde a
saudação dos e-mails: “Salve, salve Nação
Jacaré!!”. Nação Jacaré, um termo tão forte que
parece até mentira. Mas que, ao menos àqueles
que foram às Economíadas, passa a ser uma
realidade de dar medo em qualquer feano,
ibebobo, ou espmiano (dos demais nem se fala). A
torcida da GV é a única verdadeiramente
apaixonada pela camisa que veste. Leia-se os
corações aceleram a cada apito do juiz, a cada
batida da bateria, a cada gol, ponto ou chegada. A
torcida da GV canta com a alma, com vontade,
gritando “Eu sou GV” e sabendo que não há
”Foda-se” que nos cale. Aliás, até hoje nossos
futuros estagiários não perceberam o quão
humilhante é, para eles mesmos, gritar ”Foda-se”
para uma faculdade em que eles não conseguiram
passar. Quer melhor atestado de burrice que esse?
Vai daí que o frio e a chuva castigaram
Avaré nos piores dias possíveis. Tem barraca da
ESPM boiando até agora (otários!). E Aquele Uno
atolado até o vidro nem trator conseguiu tirar. E a
GV? Continuou gritando sem parar “Você que
tentou, e não conseguiu, vai pra p...”.
Incrivelmente nem a nossa Tenda que era de barro
alagou, créditos pra Atlética que jogou umas
ervas mirabolantes lá no chão. Aliás, falando em
chão, foi onde ficaram as torcidas adversárias, de
faculdade alternativa, de burros e de bobos. A
Tatubola demonstrou mais uma vez seu poder. A
dança da galinha é tão humilhante que as torcidas
paravam pra assistir, provavelmente para copiar a
Tatubola nisso também. Eles não ensinam
criatividade aos alunos nessas escolinhas meia-
boca. A bateria da ESPM é assalariada e eles ainda
têm coragem de copiar nossas músicas, mas eles
acrescentam umas coisas divertidas, tipo os
integrantes dando pulinhos de gazela prum lado e
pro outro. Eu pelo menos ri bastante. A Tatubola
tocou como nunca, e vale citar que havia vários
bixos mandando muito bem nos instrumentos
com menos de um semestre de prática. Destaque
para os jogos de handball feminino contra a
ESPM, no qual as meninas jogaram muito, e os
jogos de fut campo, inclusive a final contra o
Mackenzie, domingão de manhã, na qual a
torcida deles contava com um total de 3 pessoas,
contando com o faxineiro, e a Tatubola tocava
cada vez mais alto. Além da surpresa desse ano:
não um, mas dois jacarés pousando de pára-
quedas no meio do campo e uma rasante de
helicóptero na torcida. E mesmo lá, no último dia,
a cerveja ainda marcava presença.
Mas vamos falar da Tenda, que vale mais
a pena do que zoar os burros. Em Araraquara a
gente alternava entre jogos e Tenda desde as 10
da manhã. Em Avaré nem isso precisou, a Tenda
ia até o geveniano durante os jogos. Cerveja não
faltou e, consequentemente, festa também não.
Os shows, que só foram divulgados em cima da
hora, surpreenderam e levaram a galera à
loucura, principalmente com aquelas
musiquinhas nostálgicas geradoras de chuva de
cerveja. Aliás, a guerra de cerveja começou cedo
este ano, logo no primeiro dia de tenda já tinha
liquido voando pra todo lado. Nem o frio
conteve a farra da GV. Vide a letra “abre o
corredor, abre o corredor, corredor, corredor...”.
Avaré nunca mais será a mesma!
Felipe Fabris e Luiza Prada
Edição 74* 15 de maio de 2008 17
matériaCentral entidadesEconomíadas
Mesmo porque quem tivesse frio era só virar um
shot de Sagatiba. E que outra faculdade tem
como ídolos uma dupla de músicos formados na
GV que até hoje se unem à nossa nação para
zoar as outras faculdades? Massita e Uras mais
uma vez dominaram a Tenda e fizeram os
gevenianos cantarem cada vez mais alto o que
eles fizeram com a Feana. O que a Fecap estava
fazendo lá, Massita? Sendo zoada é claro.
Os destaques nos jogos não foram poucos,
alguns até surpreendendo. No basquete
masculino passamos fácil pela Unicamp e
enfrentamos o Mackenzie em seguida, um time
conhecido pela qualidade mas que ficou boa parte
do tempo atrás de nós no placar, até nosso melhor
jogador se machucar e eles virarem o jogo. Os
atletas animaram muito a torcida da GV que
lotava as duas arquibancadas e merecem
destaque. O Handball feminino fez um jogo
eletrizante contra a ESPM, mesmo com a falta de
duas das melhores jogadoras, e fez a torcida
arrepiar a cada lance, infelizmente não chegamos
à esperada final. Semelhante situação do
Handball masculino, que não tinha expectativas
muito grandes, mas surpreendeu com um
brilhante jogo contra a PUC no qual foi aplaudido
de pé pela torcida, mesmo perdendo no último
segundo. O vôlei masculino, como sempre, foi
nosso maior orgulho, sem perder um único set em
todo o campeonato e trazendo o ouro mais uma
vez. O fut campo também chegou à final, mas
perdeu para o Mackenzie, que é considerado dos
melhores times universitários do país, no jogo do
domingo. A renovação apareceu no tênis
feminino, com o nome de Fabiana Lang, que
derrotou a própria irmã feana nas semifinais e
trouxe nosso segundo ouro para casa. Destaque
feminino também na modalidade de tênis de
mesa. Com o reforço da bixete Lina e a experiência
de Michelle, que disputou sua última competição
pela GV, conquistamos outro ouro.
Giabólica. Ah, a Giabólica! Indescritível.
Apesar da procedência um tanto estranha das
bebidas não-alcoólicas e do ônibus que foi embora
às 5 e não voltou mais, (do frio já chega de
comentar), a festa foi perfeita. A música eletrônica
explodindo a mente dos gevenianos e dos demais
curiosos querendo conhecer a chamada melhor
festa do ano. O tema circense com decoração e
atrações era mais do que imponente. As
“giabolas” voavam por cima da pista gerando
uma cena impressionante de vôlei com queimada
em massa, e o DJ virou alvo principal. Os fogos, as
caipirinhas (Explica?). Muitos afirmam ter sido a
melhor Giabólica da história. E as baladas da liga,
pra variar, ficaram para trás, apesar de terem
melhorado muito com relação aos anos anteriores.
Mas de novo a liga teve problemas com o termo
open bar.
Mais uma vez, não perguntem como, a GV
ficou com o melhor alojamento da cidade. Bem no
meio da avenida principal, em uma escola
enorme. Tudo bem, não tinha água quente no
banheiro feminino e as meninas foram obrigadas
a dividir o banheiro com os homens. O alojas do
Mackenzie costuma ter um contêiner alugado,
sem luz, com um caninho de chuveiro pra todo
mundo, e o alojas da ESPM alagou no primeiro
dia. Nem teto eles costumam ter. Até que ainda
estamos no lucro. Em compensação, os Hotéis
foram problemáticos, quando não era longe
demais não cabia todo mundo, sem contar o mapa
errado. O pessoal que alugou casa pelo visto se
deu bem, diga-se de passagem. Mesmo assim,
quem conviveu no alojas sabe que é ali que é
formada a família do Jacaré, o momento de maior
união dos gevenianos. 8, 9, 10 horas da manhã e o
pessoal chegando da balada ainda cantando “GV,
GV, GV, lalaia lalaiala...”.
Sabe por quê? Por que a FGV é FODA! Até o
próximo Economíadas!
Gazeta Vargas18
matériaCentral
Todo mês de maio é a mesma coisa. Panfletos
espalhados pelas salas, cartazes coloridos no
primeiro andar e alunos que conseguem ficar um
mês inteiro com a mesma camiseta. Não se trata de
nenhuma peregrinação messiânica ou algum
feriado religioso. São apenas as eleições para a
diretoria executiva do DAGV.
Quando comecei a escrever este texto, o
edital de convocação para as eleições sequer havia
sido lançado. Mesmo assim, já era possível avistar
alunos dos semestres mais novos fazendo
campanha para aquele que deve ficar conhecido
como o pleito mais caro da história recente do DA.
Apesar de ter deixado a desejar na seara
acadêmica, a gestão Contato teve seus méritos. O
principal deles talvez tenha sido ter atraído novos
membros ao DA. Observar algumas reuniões pela
janela de vidro chegava a ser espantoso. Faltavam
cadeiras para tanta gente que queria colocar seu
tempo à disposição do Diretório.
Quando o funil eleitoral se aproximou,
aconteceu o esperado. Era muita gente pra ser
acomodada numa chapa única e dois membros da
atual gestão encabeçam chapas diferentes: Domus
e Impacto. O embate ideológico ainda não
começou de fato. Os dois agrupamentos ainda
não se diferenciaram. Mas os tamborins eleitorais
da GV já estão esquentando...
Existe muita coisa em jogo nas eleições.
Não apenas quem quer se tornar o responsável
legal por uma entidade que sofre com algumas
ações judiciais (Xérox e Giovanna das fotos). Não
apenas quem quer se tornar o responsável pela
negociação de nossas mensalidades. Não apenas
quem quer se tornar o responsável por atuar junto
à direção acadêmica da Escola com o novo curso.
Não apenas quem quer se tornar o responsável
financeiro por um orçamento que se aproxima dos
sete dígitos anuais. Não apenas quem quer se
tornar o responsável por escolher as atrações das
próximas Giocondas.
A principal questão em jogo é: qual vai ser a
política de longo prazo que a futura gestão irá
traçar?
A estrutura de governança da Escola
mudou e não se sabe ao certo qual é o papel que se
espera dos alunos. O redesenho institucional
ocasionou demissões. Uns saíram fortalecidos e
outros (como os alunos) enfraquecidos dessas
mudanças.
A atual gestão lidou com um Diretor pro-
tempore alçado ao cargo por uma portaria
arbitrária. A próxima diretoria executiva do DA
terá de lidar com alguém indicado pelo presidente
após recomendação de um comitê de busca.
Ninguém poderá prever como será essa relação.
Será que o novo Diretor estará disposto a respeitar
as opiniões daqueles que eram responsáveis por
mais de um terço das receitas da Escola em 2006?
O DA deverá ter bastante pragmatismo
para que se possa tirar o máximo proveito do
próximo responsável pela EAESP. Espero que essa
questão norteie a campanha eleitoral. Enquanto
isso só resta aguardar. Existirá uma chapa
surpresa na disputa? O que esperar da, outrora
mais engraçada, FBK? Alguém se assumirá como
situação? E a oposição, opõe-se a quê? Esse é maio:
mês das mães, mês das noivas e mês das eleições
do DAGV...
Agradecimento
Agradeço ao Professor Norberto Torres pelas
aulas de administração de sistemas de informação
e de Caráter que tive com ele nesta Escola.
Cassio Puterman
7º semestre Administração Pública
entidadesEleiçõesDAGV
O que o DAGV quer?
Edição 74* 15 de maio de 2008 19
matériaCentral
O problema em se empenhar para o bem comum,
tal como a dificuldade de
envolvimento em questões que dizem respeito a todos, é
que o benefício
percebido individualmente é, no mais das vezes, menor
que o esforço que deve
ser empregado para atingir o sucesso.
Não dizemos que somos o bastião da moribunda
democracia da EAESP.
Nem mesmo o baluarte dos interesses dos alunos contra
as repetidas investidas
da direção e, principalmente, da Mantenedora. Muito
menos revolucionários, piqueteiros, rebeldes sem causa.
Nosso objetivo é mais simples, mas nem por
isso menos nobre: impressionar.
Impressionar através de uma gestão responsável.
Impressionar através
da melhoria daquilo que já é bom e da mudança daquilo
que ainda não é mas,
temos certeza, poderá ser. Impressionar e mostrar aos
alunos que, não obstante a
dificuldade que apontamos logo de início, há muitos
dispostos a se esforçar para
que aquele bem comum seja, de fato, alcançado.
Sempre há aqueles que tentam nos impressionar
com falsa erudição.
Nomes em latim devem soar, para muitos, admito, com
imponência. Mas a nós
não impressiona. Principalmente quando o nome de
uma chapa que se pretende
democrática remete às casas da fidalguia romana. É
justamente isso que eram os
domi, as casas dos ricos cidadãos romanos, inacessíveis,
portanto, à grande
maioria do povo. Talvez nos tivessem impressionado se
o nome fosse outro –
forum –, aludindo às praças públicas, em que todos
podiam discutir
questões importantes. Nós, desconhecedores da
língua‐mãe, preferimos um
nome menos imponente, mas que, acreditamos, reflete,
de forma simples e
direta, aquele que é nosso maior objetivo: impressionar
os alunos.
Durante este curto período que resta até a data em
que os alunos elegerão
seus representantes, empenhar-nos-emos para
apresentar muitas de nossas
propostas. Com o espaço de que dispomos agora,
algumas poucas palavras sobre
nossa chapa, a Impacto, bastarão.
Desde o início do semestre, alunos conscientes,
com experiência na
administração do Diretório Acadêmico e, acima de tudo,
responsáveis, vêm se
reunindo para constituir uma aliança. Longe, porém, de
ser completa, pois ainda
pretendemos conquistar o apoio de todos aqueles que se
dispuserem a
contribuir para o processo de melhoria e aproximação do
Diretório Acadêmico
aos alunos. Afinal, é impossível, e disso temos certeza,
realizar a melhor gestão
do D.A. sem transparência.
As controvérsias mais recentes, as crises de
governança, já tão alardeadas
que dispensam apresentação, enfrentaremos com
seriedade. Criticar por criticar
é inócuo, combater por combater é inútil. Temos de ter
em vista, sempre, o
melhor interesse dos alunos, e é com essa bandeira em
haste que procuraremos
discutir tais questões. Não é um panelaço empreendido
por alguns poucos o que
nos trará a democracia de volta. É, antes, a participação
do maior número
possível de alunos em discussões sérias que permitirá
tornar esse objetivo algo
real.
Tivéssemos mais tempo e mais espaço,
poderíamos apresentar os tantos
outros projetos e idéias que pretendemos implementar
se os alunos nos
concederem esse importante poder de representação que
é a gestão do Diretório
Acadêmico. Por enquanto, estaremos satisfeitos se nosso
principal objetivo tiver
sido atingido: impressionar.
entidadesEleiçõesDAGV
Chapa IMPACTO
Gazeta Vargas20
matériaCentral entidadesEleiçõesDAGV
Observa-se, atualmente, na FGV,
mudanças políticas importantes. Muitas das regras
tradicionais que sustentaram a maneira como o
DAGV lidava com a política da faculdade, hoje, são
diferentes. Isso exige uma nova postura, uma nova
forma de atuação.
Compreendendo essa situação surge a
Chapa Domus com o propósito de fortalecer o foco
político, tanto por parte do próprio DAGV quanto
por parte dos alunos, através da integração, e,
também, da criação de alternativas nesse novo
quadro.
Assim sendo, essa união de alunos de
entidades, salas, semestres e cursos diferentes
(Administração de Empresas, Administração
Pública, Direito e Economia) visa apoiar e
representar TODOS esses alunos, inovar a forma
pela qual se define a política no DAGV, repensando
as diretrizes que o norteiam atualmente.
Domus, que do latim significa casa, reflete
o ambiente no qual a Chapa pensa em transformar o
DAGV, uma vez que este representa o espaço onde
todos não têm apenas o poder de voz (ouvir e ser
ouvido), mas, também, o poder da mudança.
Além de fortalecer o DA como órgão
representativo, queremos torná-lo uma ferramenta
de mudanças, tendo os alunos como protagonistas.
Afinal, são eles os pilares dessa instituição, de forma
que suas decisões, projetos, solicitações e opiniões
são as de maior importância para o Diretório
Acadêmico.
Sem dúvidas, manteremos a grande
excelência dos eventos alcançada nas últimas
gestões, tentando inovar sempre que possível,
trazendo o melhor para os Gvnianos.
Buscamos o melhor para o DA, por isso
informem-se, conheçam as Chapas e formem
opiniões. Não se esqueçam que a FGV é sua CASA
e que o DA são VOCÊS.
outros projetos e idéias que pretendemos
implementar se os alunos nos concederem esse
importante poder de representação que é a gestão
do Diretório Acadêmico. Por enquanto, estaremos
satisfeitos se nosso principal objetivo tiver sido
atingido: impressionar.
Chapa Domus
Edição 74* 15 de maio de 2008 21
espaçoAberto
É apenas com um clichê que este texto pode ser intitulado. Desde a incorporação dos alunos de Economia ao DAGV, fala-se do sonho de haver Órgãos Colegiados na EESP. Na tradição político-acadêmica FGVniana, representatividade discente é sinônimo de órgãos colegiados e esse é um dos motivos dessa obsessão. Porém, a Escola, na emblemática figura de seu diretor, sempre se opôs a essa idéia.
No modelo “inovador” da Escola de Economia os alunos deveriam levar suas demandas individualmente. A primeira turma aproveitou ao máximo esse método. Mas com a entrada das novas turmas a assimetria de informações, gerada pelo grande número de alunos, se mostrou ser um problema sério dessa metodologia e novas possibilidades foram abordadas. Na tentativa de diminuir a carga da coordenadoria, ampliaram-se os papéis do tutor e do representante de sala. Essa estratégia também se mostrou ineficiente, à medida que a pesada carga horária dos professores-tutores não possibilitava grande dedicação às turmas.
Durante o processo, a pressão dos alunos para ter representação colegiada foi uma
constante. E a recomendação do MEC foi o ponto final. Em julho de 2007, por meio de uma portaria, foi imposto o Conselho de Representação Discente. Pouco depois, iniciaram-se as discussões sobre o processo eleitoral. Desde o começo, a Escola foi favorável a que a nota influenciasse na capacidade eleitoral do discente candidato. Após meses, os alunos se decidiram favoráveis à meritocracia por nota (por mais idiossincrático que isso pareça).
As eleições foram realizadas. Mas ainda há alguns questionamentos a serem feitos. Qual será a influência daquilo que for decidido em reuniões do CRD na tomada de decisões estratégicas do CEPE (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão - instância máxima de decisão na Escola)? Ou então, o que assegurará que os docentes presentes não distorcerão as informações nem “enrolarão” os alunos em assuntos de maior polêmica? Afinal, esses eram parte dos argumentos da direção para a não existência de Órgãos Colegiados.
É necessário lembrar que o CRD garante que os alunos possuam uma representação melhor e que a Escola não fique à mercê de eventuais decisões unilaterais. Portanto, cabe aos eleitos trabalharem para que haja seriedade e legitimidade nessa nova Representação Discente de Economia. Para isso, dedicação e bom senso não serão suficientes. Esses novos representantes precisarão de muita paciência e flexibilidade: clichês que podem garantir a eficiência neste novo momento.
Guilherme Landulpho Justi3º semestre – [email protected]
Vice-Presidente Acadêmico de Economia do DAGV
Portanto, cabe aos eleitos trabalharem para que haja
seriedade e legitimidade nessa nova Representação
Discente de Economia
Finalmente um final feliz?!
Gazeta Vargas22
políticaInterna
A metade deste semestre marca um início. Foi
criado, agora, o Conselho de Representação Discente da
graduação em Economia da EESP, em um momento que
marca o fim de um processo iniciado no final do ano
passado, quando a diretoria sugeriu a criação desse
órgão para os alunos, os quais contribuíram no desenho
final do conselho, já que não se tinha nada pré-
estabelecido, e, como relatou o diretor Yoshiaki Nakano,
“as regras, o regimento, vai ser tudo montado, a gente
está construindo isso, sempre conversando com os
alunos, ouvindo e respeitando as opiniões, e fazendo
mudanças quando a gente acha necessário.”
Foram eleitos os estudantes que participarão
desse órgão - vinte no total, sendo cinco de cada ano
letivo - através de um critério que combina fatores
democráticos, de modo a buscar alunos que representem
legitimamente seus colegas, o que, na opinião do
professor Marcos Fernandes, que recebeu a GAZETA,
significa “justiça distributiva, que nesse caso é: todo
mundo tem o direito de ser elegível”, com fatores
meritocráticos, visto que os votos foram ponderados a
partir das notas dos candidatos. O critério meritocrático
foi implementado porque, na opinião do coordenador, se
busca representantes que “sejam os melhores alunos,
porque o órgão de representação discente é acadêmico,
enquanto questões políticas devem ser discutidas a nível
de Diretório Acadêmico”. É também opinião da direção
que “política devia ser feita via canal e organizações
adequados. Não é isso que estamos procurando, porque
os alunos já podem se organizar politicamente, fazer
greve, piquete, ocupar a diretoria, o que quiserem e
acharem necessário. Esses instrumentos, eles sempre
têm. Além disso, a meritocracia não se opõe à
democracia, o oposto de meritocracia é hierarquia. O
Brasil é hierárquico, e isso é um problema, porque o
poder é arbitrário, e a democracia não funciona, já que as
pessoas não sentem que são a fonte de poder, que é ocupar
cargo. Por isso, elas não sabem que o Estado é uma
delegação do cidadão, para aquilo que ele não consegue
fazer individualmente. A gente está querendo caminhar
para um sistema meritocrático, porque uma sociedade
meritocrática, com um sistema autoritário, pode
representar melhor os interesses da população do que o
contrário, uma sociedade hierárquica com a forma
democrática. Então, diferentes dimensões precisam ser
consideradas.” Dessa consideração, surgiu ocritério,
produto do esforço dos próprios alunos de graduação em
Economia, os quais “realizaram uma série de reuniões
para debater e votar esse critério de elegibilidade, que foi
escolhido por maioria de todas as quatro turmas.”
(Alessandro Casalecchi, aluno do 4º. Ano) , não sem que
houvesse “muita polêmica e, principalmente, grande
número de alunos de todas as turmas participando das
discussões. Este, mesmo antes do início das atividades do
órgão, que deve ter sua primeira reunião no próximo mês,
é o principal saldo de toda esta movimentação: debate,
discussão, divergência e, ao final, decisão democrática.
Espero, pessoalmente, que este órgão e, principalmente, a
maneira ampla como foi concebido e debatido, seja
exemplo para EAESP e EDESP,” (Felipe Salto, 4º. Ano).
Além desses representantes, juntar-se-ão ao
órgão os tutores de todas as salas (professores Robert
Nicol, Rogério Mori, Marcio Holland, Paulo Picchetti), o
coordenador do curso (professor Marcos Fernandes
Gonçalves da Silva) e o diretor da escola (professor
Yoshiaki Nakano).
O Conselho de Representação Discente visa
formalizar a relação entre os alunos e a coordenação, que
se dava até agora através de reuniões e conversas - não só
dos representantes de classe, mas de todos os alunos -
com os professores, coordenador e diretor, e que eram,
por natureza, irregulares, já que, como disse o diretor
Yoshiaki Nakano, “tem turma que por alguma razão bate
aqui no mínimo uma vez por mês, e tem turma que nunca
No taxation without representationAlípio Ferreira, ana Franco e Luiza Prada
Edição 74* 15 de maio de 2008 23
apareceu”, e já que “com o crescimento da Escola, se
tornou mais difícil o acesso dos alunos. A iniciativa da
Diretoria de criar esse Conselho é uma maneira racional
de se tentar escutar, discutir e deliberar sobre temas de
interesse comum” (Camila Braune, 3º. Ano). Embora o
coordenador Marcos Fernandes afirme que “a bem da
verdade, eu diria que praticamente 100% de todas as
sugestões feitas a gente acatou, e ao dar essas sugestões,
os alunos ajudaram a implementar um currículo melhor,
mais adaptado”, essa relação não era formal. Devido a
essa informalidade, eram difíceis as cobranças, por parte
dos alunos, das promessas e expressões de intenção da
diretoria, ou, “cursos só eram mudados após os
veteranos passarem um semestre inteiro com
dificuldades. É muito frustrante ver que não puderam
usufruir das mudanças. Esse é um ônus por estarmos
num curso em formação” (Tâmara Camargo, 2º. Ano).
Assim, a criação desse conselho pode ser vista como o
resultado de um esforço, dos alunos da graduação, para
aumentar a transparência e accountability das decisões da
direção, já que, segundo o coordenador,“reuniões de
colegiado têm atas; decisões são tomadas não com
responsabilidade do tutor e do coordenador, mas essa
responsabilidade é compartilhada”.
Mas não foi somente na tentativa de criar um
órgão que ajudasse os alunos que o conselho foi fundado.
A existência de um órgão desse tipo é uma sugestão feita
pelo MEC (Ministério da Educação) para o
reconhecimento do curso. À qualidade do órgão
colegiado, o MEC atribui uma nota quem tem peso 4,4 na
formação da nota global da escola, que vale 100 pontos.
Para ter nota máxima nesse quesito, o curso precisa
contar com a composição e funcionamento de um
colegiado em que “todas as políticas estão implantadas e
asseguram a representação dos segmentos docente e
discente e sua autonomia de atuação”, além de ser
“possível verificar o cumprimento dos dispositivos
regimentais e estatutários, no que tange à sua atuação
efetiva, suas atribuições, critérios de indicação e
recondução de seus membros e periodicidade de
reuniões.” (retirado do “instrumento de avaliação de
cursos de graduação” do INEP) Na prática, porém, como
o MEC tem dificuldade em controlar os órgãos de
representação, o professor Marcos lembra que “diversas
universidades privadas ruins criam esses órgão pró-
forma; esses órgãos só existem pro MEC ver, porque não
funcionam.” E, na EESP, a idéia é ter um órgão que
funcione, tanto que, segundo o diretor, “o objetivo básico
desse órgão é melhorar o ensino. O nosso objetivo é ter
uma boa escola, a melhor escola, e para isso são precisos
os melhores alunos e os melhores professores, mas isso
não basta, é só ver todos os problemas que estão
surgindo. É preciso que a direção da escola e os
professores se comuniquem com os alunos.”
Além disso, é também função do conselho ser um
instrumento para que as decisões da administração
tenham sua responsabilidade dividida com os alunos, em
uma tentativa de evitar movimentos de resposta às
imposições unilaterais por parte da direção, como
aconteceu em semestres passados. A diretoria busca,
assim, não somente legitimar a voz dos alunos, mas
legitimar suas próprias ações, por meio de debates
bilaterais.
E estes se tornam extremamente necessários,
porque é opinião da coordenação que “órgãos colegiados
são bons, desde que não haja peleguismo, desde que eles
não sejam utilizados pelo corpo docente, ou pela direção
da escola, para manipular os alunos. Há uma ilusão de
que órgãos colegiados de representação são
verdadeiramente democráticos. Isso é mentira.” Uma
das maiores preocupações da direção é que é necessário
permitir a participação efetiva do corpo discente, e “o
aluno forma bloco político, ou é do contra, ou faz aliança e
não é bem uma representação, ou os alunos se elegem,
mas nunca aparecem. Depois, quando você tem o
conselho, você normalmente tem duas coisas, ou o aluno
que fica quieto, ou o aluno que participa, mas o professor
sempre leva vantagem na discussão, e, por isso, o sistema
meritocrático, as pessoas que têm mérito certamente vão
conseguir reivindicar melhor as coisas.”
O Conselho de Representação Discente é um
instrumento através do qual diversos alunos de
graduação em Economia esperam ter suas reivindicações
acadêmicas reconhecidas e atendidas mais prontamente
e de forma mais responsável. É um passo no sentido de
trazer mais legitimidade na relação entre discentes,
docentes e gestores. “Independentemente de qual será o
poder efetivo dos alunos neste órgão que surge,
certamente significa um passo no sentido de ouvir-nos
mais. Os alunos conseguirão influenciar as decisões
quanto mais coesos forem e mais fundamentadas,
academicamente, forem suas reivindicações.”
(Alessandro)
políticaInterna
Gazeta Vargas24
matériaReflexiva
Em uma segunda-feira de manhã, atravessei o túnel
da nove de Julho ao lado de um ônibus. Vi uma mulher
encolhida do lado de dentro da porta, como se o ônibus
estivesse lotado. Não estava. Pelas janelas, pude ver lugares
vagos. Mas ela, a desconhecida, olhando meio para cima e
tremendo um pouco, permanecia ali. Ali sozinha na porta,
como se não pudesse esperar nem mais um segundo para
sair dali. Como se não se conformasse com o fato de que
precisava ir para algum
lugar.
Tentei imaginar
porque aquela mulher
pegaria um ônibus que
não queria. Tinha um
c o m p r o m i s s o ?
T r a b a l h o ? O u t r a
o b r i g a ç ã o ?
Provavelmente era por
necessidade. Alguma
razão suficientemente
f o r t e p a r a o s e u
r e s i g n a d o a u t o -
sacrifício. E, na sua
resignação, por de trás
das barras de ferro e do vidro da porta do ônibus, ela
observava triste o passar da escuridão do túnel.
Naquele momento, quis ter o poder de fazê-la descer
no próximo ponto. Quis poder fazê-la tomar aquela chuva
insossa, que caia do céu cinzento daquela segunda-feira.
Quis poder fazer secar as lágrimas não choradas ainda
presas em seus olhos. Olhos que não pude, da distância do
meu carro, distinguir a cor. Aqueles olhos desconhecidos me
lembraram de um pesadelo que tenho às vezes. Um pesadelo
que, normalmente, esforço-me para esquecer.
É um pesadelo daqueles que fazem você acordar
ofegante, daqueles que deixam você suspirando de alívio
quando, finalmente, abre os olhos. Alívio porque eles
acabam. Alívio porque eles são apenas pesadelos. Nunca me
lembro dos detalhes, mas nem preciso. Lembro-me da
angústia diante da impossibilidade de me mover, diante do
saber que não estou dormindo. Eu sei; e esta era a pior parte:
o estar consciente. Sim, porque tenho consciência de que é
apenas um pesadelo. O meu desespero é não saber como me
fazer acordar. Quando finalmente consigo abrir os olhos, nos
instantes que fazem a ponte entre o dormir e o despertar,
vem então uma sensação de falta de ar. Um afogar
agonizante capaz de quebrar o encanto sombrio que me
prende em meu sono. Capaz de terminar com a torturante
sensação de impotência.
Essa perturbadora consciência da minha falta de
poder, da minha incapacidade e, até mesmo, da minha falta
de competência para concertar o mundo, brinca com a minha
mente enquanto durmo. Porque eu quero, quero muito.
Quero muito poder. E, às vezes, o poder fica quase ao alcance
dos meus dedos. Eu me estico, levanto os braços, sinto o
poder. E, na minha angústia por alcançar, me esqueço
porque não posso querer poder. Esqueço-me, às vezes, até
mesmo porque quero poder. Eu só quero. Mais que quero,
preciso. Eu preciso ser
capaz. Eu preciso provar
para mim mesma que sou
capaz. Então, me perco.
Perco-me em um
silêncio que só é silencioso
para os outros. Os outros
que ficam longe, porque
tudo o que posso ouvir são
m e u s p r ó p r i o s
pensamentos tumultuados,
b a r u l h e n t o s ,
ensurdecedores. Eu penso
demais. E, talvez, seja esse
meu pensar exagerado que
me faz ter essa necessidade
absurda de fazer tudo ficar bem. Que me fez querer parar
aquele ônibus. Que me fez querer fazer aquela desconhecida
abandonar o seu rumo certo por um pouco de dúvida, um
pouco de incerteza. Não foi seu sacrifício que me
incomodou, mas sua resignação.
A sua resignação diante de algo que ela tem como
verdade. O fato de ela ter se resignado e, ao mesmo tempo,
marcado o seu descontentamento ficando à margem, isolada
na porta. Como se o seu ficar em pé, enquanto ainda havia
tantos lugares vazios, fosse suficiente. Como se essa sutil
marcação de posição pudesse vir algum dia a ser suficiente.
E, talvez, tenha sido a possibilidade de ela acreditar que
pudesse ser suficiente, o que mais me incomodou na cena
toda. A sua certeza muda de que era preciso pegar aquela
linha, naquele horário, naquela manhã de segunda-feira. A
sua certeza de que era preciso e ponto. Porque aquela
mulher, aquela estranha, se não tinha mais nada, tinha pelo
menos aquela certeza. E aquela certeza é uma certeza a mais
do que eu tenho.
De PassagemRoberta Guerra Abdalla
Edição 74* 15 de maio de 2008 25
DVD
D e n o v o a
sugestão aqui é arriscar
f o r a d a m e s m i c e .
Desvie das prateleiras
de Lançamentos e
m e r g u l h e n a
genialidade de dois
mestres da sétima arte
(na minha modesta
opinião) com os dois
títulos abaixo.
Amores Brutos ( tradução do original “Amores
Perros” ano 2000)
Livros
O Retrato de Dorian Gray (Oscar Wilde, 1890
Para explorar um pouco o
mundo literário fora da lista dos
mais vendidos da Veja (que tem
seu mérito, porém uma fuga da
massificação sempre é válida)
que tal dar chance a um clássico
que causou polêmica no século
XIX? A obra-prima de Oscar
Wilde “O Retrato de Dorian
Gray'' é a síntese
perfeita da reflexão sobre temas como juventude e
moral. Como seria se pudéssemos nos conservar
sempre jovens enquanto um retrato a óleo refletisse o
peso dos anos vividos? Descubra no texto
perigosamente inteligente e deliciosamente ousado de
um dos autores mais inovadores da História.
colunaCulturalMaria Júlia Iudice
Virada Cultural: 24 horas de pura arte
É realmente impressionante o contraste entre a Virada deste ano e a do ano passado. A iniciativa da
Prefeitura de São Paulo alcançou níveis de qualidade e organização bem melhores e a resposta do
público acompanhou. O evento superou todas as expectativas atraindo mais de 4 milhões de
participantes entre paulistanos e visitantes de diversos estados. Quem foi confirma, havia ofertas para
todas as tribos. Roda de capoeira 24 horas, excertos de poemas de Mário de Andrade, pistas de música
eletrônica, mostra internacional de cinema, tudo apresentado em locações e horários inusitados que
contribuíam ainda mais para a experiência. E o mais interessante era compartilhar o momento com
pessoas de todas idades e estilos. Sem contratempos maiores do que pequenas agitações e atrasos, essa
edição da Virada foi considerada um sucesso. Agora que foi conquistada a atenção e aprovação da
população, resta esperar que a Secretaria Municipal de Cultura reprise o êxito, ao mesmo tempo
promovendo algumas melhorias necessárias. Afinal, em qual outro cenário teríamos a chance de assistir
“O Êxtase do Vampiro” às 8 da manhã, sentando entre um homem vestido de cowboy e um velhinho
gótico (ocorrido pessoal da colunista)?
Gazeta Vargas recomenda
Alejandro González Iñárritu
conecta três histórias nas quais as
personagens são forçadas a lidar com o
lado violento do amor. O centro da trama é
um acidente de carro que envolve o trio de
protagonistas. Os efeitos gerados pela
tragédia destacam com sensibilidade o
lado perturbador da humanidade.
Gazeta Vargas26
Um Beijo Roubado (tradução do original “My Blueberry Nights”, 2007)
A jornada de uma mulher em busca do significado do amor é pontuada por encontros
com personagens inusitados. Para os românticos ligeiramente excêntricos.
colunaCultural
DVD
Laranja Mecânica (tradução do original “A Clockwork Orange”, 1972)
Provavelmente o único caso no qual o filme supera o livro. Tudo graças
ao incomparável talento de Stanley Kubrick ao pintar o universo
descrito por Anthony Burgess de maneira
extraordinária, para dizer o mínimo. A delinqüência do protagonista
Alex, a sociedade futurista em ruínas na qual ele vive, o tratamento corretivo ao qual ele é
submetido são elementos que instigam críticas a temas como psicologia comportamental,
revolta social e a essência do Bem. E com uma trilha sonora recheada de Beethoven para
completar!
Cinema
Os grandes estúdios investem pouco
nesta época pós-Oscar/pré-férias e quase
nenhum filme hollywoodiano de bom
conteúdo aparece. Portanto, abandone a
programação do Cinemark e visite o circuito
alternativo com, por exemplo, as duas
sugestões abaixo:
A Família Savage (tradução do original “The Savages, 2007)
A doença do patriarca tranforma a dinâmica de uma família
e faz com que todos reconsiderem suas prioridades. Para os
fãs do gênero dramático.
Edição 74* 15 de maio de 2008 27
colunaHumorEquipe Gazeta Vargas
AFUNDAÇÃO GETULIO
VARGAS
Após longa pesquisa, finalmente
publicamos um dos mais importantes estudos
sobre Administração já realizados nesta
Fundação: Como comprar o convite da
Gioconda apenas com dinheiro perdido em
um semestre (se você evitar perder, é lógico):
1 convite = -R$70,00
Cerveja apostada no pebolim = +R$10,00
Bêbado rico no Quintal = +R$20,00
Troco em bala no Getulinho = +R$25,00
Dinheiro comido pela máquina de café no 7°
andar = +R$10,00
3ª via da carteirinha da GV = R$7,00
Total = R$72,00
E Ainda sobram R$2,00 pra você tirar xérox
daquele texto de sociologia em algum xérox
que não seja proibido.
E eu ouvi aí pelos corredores que alguns
alunos da FGV estão contratando estudantes
da UnB para ocuparem a presidência da
Fundação lá no Rio. Eu concordo. Se você quer
uma coisa bem feita, chame especialistas.
Semana que vem começa o primeiro
campeonato Gazeta Vargas de Tetris e Campo
Minado, será a inauguração da Lan-house que
abriremos com os computadores mais bem
conservados da Gazeta. No próximo Semestre
estamos pensando em melhorar as máquinas
para acrescentar o Pimball 3D ao campeonato.
Inscrições no aquário da Gazeta.
E a Atlética demonstrou todo seu senso
de direção (e de humor) ao traçar as rotas no
mapa das Economíadas. Quem tentou seguir o
mapa para ir pra cervejada de recepção foi
tomar cerveja lá no pedágio.
Além do campeonato de tênis de mesa
que não acabou por causa da chuva, foram
incluídas esse ano novas modalidades nas
economíadas:
a) Pesca no gelo
b) Hóquei
c) Corrida de trenó com cães
d) Snowboard
e) Guerra de bolas de neve
A ESPM levou todas, porque mais frias
que as espmianas impossível. Inscreva-se já na
Atlética, geveniana, temos grandes chances
ano que vem.
FRASES D'EFEITO
E no fim de uma aula de estatística:
"Professora, pode repetir?"
"Claro, a partir de que ponto?"
"Do bom dia!»
"O pecuarista cria milho, e o fazendeiro planta
vacas." (by mestre jedi professor de micro)
"Não sei se vocês vão estudar Adm, mas
t o m a r a q u e n ã o . " ( i d e m )
Gazeta Vargas28
"O RH não faz nada." (moça da palestra de RH,
falando verdades)
"Todos podem ajudar. O pessoal de Adm
fazendo planos de negócios, o de direito
ajudando na parte jurídica, o de economia
fazendo o que quer que eles façam." (aluna
que faz parte do conexão social, na palestra
dessa entidade)
“Nós soltamos bolas de lava! De lava! Pela
boca!” (Aluna de Economia que faz parte da
Gazeta, mostrando sua indignação)
"O profissional formado em economia deverá
ter amplo domínio dos conceitos e
instrumentos analíticos de economia, ter
formação quantitativa tanto quanto de um
engenheiro tem que saber "fazer contas", ter
uma formação humanística e ética para
entender o contexto global e saber se
relacionar com as pessoas." (retirado do site da
GV economia)
“... exato! bolas de lava.” (Da mesma aluna
de Economia, já se acostumando com a idéia)
E Nas Economíadas mais frias
de todos os tempos:
"Loka, loka, loka, loka, loka, raposa loka"
(Ibmec, única faculdade que acha que é
menininha)
«eu tenho o chantilly/ eu trago o açúcar»
(PUC, demonstrando boa vontade com os
futuros chefes gevenianos, que pediam um
cafezinho)
"passei no Ibmec, não tinha laptop, fui pra
Fecap, e foda-se a GV" (Fecap...que até eles
tenham passado no Ibmec a gente entende...
difícil é entender que diabos a GV tem com
isso)
"Só os burros paga" (FEA... e eu que sempre
achei que USP era de graça)
"MPSE" (ESPM, soletrando direitinho com as
camisetas de letrinhas)
“Na USP só tem burro” (mackenzistas se
dirigindo a gevenianos, achem os 7 erros desta
frase)
E só pro DA ficar de buena e
parar de falar que a gente só zoa
eles, alguns avisos da Atlética:
A Atlética pediu para avisar que eles
vão sim reembolsar o pessoal do hotel do
centro que não conseguiu ir na balada da liga
porque o ônibus CIRCULAR (procurem no
dicionário) esqueceu de passar...
E o pessoal que não se divertiu na outra
balada da liga porque a festa do nada se
tornou closed bar...
E, claro, todo mundo que teve que
voltar a pé da Giabólica, porque o ônibus saiu
cedo de mais...
colunaHumor
Edição 74* 15 de maio de 2008 29
Nossa coluna, em plena estréia, está meio “atrasadinha”... Digo isso, porque, como esta edição da Gazeta é dedicada à Semana das Entidades e, no mês passado, tínhamos tido excelentes eventos ainda não comentados, não quis ficar repetindo tudo que já está em detalhes nesta edição. Nesta coluna, os eventos de março e abril, além das chamadas para os eventos que estão por vir.
Semana do empreendedorismo (31/03 a 04/04):
Antes de começar, a Semana do Empreendedorismo apresentou alguns contratempos na organização, com mudança de calendário, de palestrantes. O que veio durante a semana, no entanto, mostrou-se ser um evento muito d i v e r s i f i c a d o , c o n t a n d o c o m empreendedores de variados ramos (moda, cosméticos, banco, indústria). Destaque para a apresentação do grupo Meninos do Morumbi, que abriu o evento no dia 31 de março.
Café & Negócios: Desmistificando o IPO
O evento ocorreu no dia 10 de março, n u m a s e g u n d o n a à n o i t e , n a FECOMERCIO, mas estava lotado! Muitas pessoas compareceram às três palestras da noite, mediadas pelo professor William Eid Jr, e que contavam com um coffee-break de primeira (com direito a Chocolat du Jour e quitutes da Benjamim Abrahão). G u l o s e i m a s à p a r t e , t i v e m o s a p r e s e n t a ç õ e s d o s s e g u i n t e s
palestrantes: Alexandre Saigh, sócio do Pátria Investimentos; Roberto Lee, co-fundador da Win Homebroker; e Domenica Noronha, vice-presidente do Morgan Stanley.
Como não poderia deixar de “puxar” pro lado das mulheres, o destaque vai para Domenica, jovem e bem sucedida, com algumas transações de peso na bagagem, e que acrescentou bastante ao público durante sua palestra, assim como o fez Alexandre Saigh.
Parabéns à EJ pela organização do ótimo evento!
E aqui vão algumas fotos do evento da EJ e da inauguração da nova sede da ITCP. A Recepção foi de dar inveja em muita entidade por aí. Fica aqui a homenagem da Gazeta à Incubadora pelas conquistas.
Coming up next...
Tonico Ferreira, jornalista, debatendo as eleições deste ano
Feira Top de Marketing
Batalha final: Análise técnica vs Análise fundamentalista
Aguardem!!!
colunaEventosAnna Elisa Daher
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