Edição 76

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Maio | 2011 |S14 |D15 |S16 |T17 |Q18 |Q19 |S20 Ano II R$ 2,50 76 Onde Vila Oliva ganha de Monte Bérico As ideias de Stedile , líder do MST Em debate, os impasses da greve dos médicos A leva de reforços que desembarca no Centenário Dupla CA-JU Renato HENRICHS Festa da Uva deverá ter apenas desfiles noturnos André T. Susin/O Caxiense A ânsia do mercado imobiliário transforma a paisagem urbana ao substituir antigas casas e prédios comerciais por novos empreendimentos e, em sua pressa, destrói marcos físicos da Caxias de outros tempos É TEMPO DE DEMOLIÇÃO Metalúrgicos pedem piso de R$ 1 mil e ganho real de 7% Roberto HUNOFF

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A ânsia do mercado imobiliário transforma a paisagem urbana ao substituir antigas casas e prédios comerciais por novos empreendimentos e, em sua pressa, destrói marcos físicos da Caxias de outros tempos

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Maio | 2011|S14 |D15 |S16 |T17 |Q18 |Q19 |S20

Ano ii

R$ 2,50

76Onde

Vila Olivaganha de

Monte Bérico

As ideias de Stedile,

líder do MST

Em debate, os impasses

da greve dos médicos

A leva de reforços que desembarca

no Centenário

DuplaCA-JU

RenatoHenRiCHSFesta da Uva

deverá ter apenas desfiles

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A ânsia do mercado imobiliário transforma a paisagem urbana ao substituir antigas casas e prédios comerciais por novos empreendimentos e, em sua pressa, destrói

marcos físicos da Caxias de outros tempos

É TeMPO De DeMOLiÇÃO

Metalúrgicos pedem piso

de R$ 1 mil e ganho real de 7%

Roberto HUnOff

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2 14 a 20 de maio de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Índice

Expediente

Assine

A Semana | 3Um resumo do que foi notícia no site

Roberto Hunoff | 4Metalúrgicos querem piso de R$ 1 mil e reajuste de 14%

O Caxiense entrevista | 5João Pedro Stedile, otimista com os governos, fala mais de agroecologia do que de reforma agrária

Greve dos médicos | 8Um debate esclarece os impasses e as (poucas) possibilidades de resolução

Aeroporto | 10O que diz, ponto a ponto, o estudo técnico do DAP sobre Vila Oliva e Monte Bérico

Raridade | 12Um Dodge 1920 lembra a chegada do automóvel a Caxias

Demolição | 13Histórias familiares e comerciais que perdem abrigo com a expansão imobiliária

Boa Gente | 16Um escritor, um fotógrafo e o Top 5 do Foursquare

Artes | 17Equilíbrio nas alturas e mala para viagem

Guia de Cultura | 18Oito peças de teatro e onze filmes em cartaz

Dupla CA-JU | 21No placar parcial dos reforços, 6 a 1 para o Caxias

Guia de esportes | 22Elite estadual do golfe reunida no interior de Caxias

Renato Henrichs | 23Festa da Uva decide fazer só desfiles noturnos em 2012

www.OCAXienSe.com.br

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita LossCirculação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de OliveiraAdministrativo: Luiz Antônio Boffimpressão: Correio do Povo

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para [email protected]. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal O Caxiense Ltda.Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471Fone 3027-5538 | E-mail [email protected]

@Replicante3011 Parabéns pela capa do beijo. Muito bonita mesmo. Uma aula de civilidade. Um forte abraço.

@Kaian_lua Parabéns ao Brasil por esse gran-de passo rumo a tolerância e o respeito.

@Balidogpoa Parabéns por mais uma edição de puro jornalismo.

@nilnews Corajosa e fundamental a capa do @ocaxiense, ainda mais na conservadoríssima Caxias do Sul.

@_vagner_ Ousada a capa do @ocaxiense de hoje. Sem preconceitos.

@guime_ Parabéns ao @ocaxiense pela capa e matéria sem preconceitos! Um belo exemplo de como usar a mídia

@emelyjensen Que linda a capa do @ocaxien-se. Mas imagino que muita gente vai achar ofensiva.

@tiagovcidade A capa de hoje está perfeita! Caxias do Sul tem que começar a se acostumar com a diversidade sexual! Abaixo o preconcei-to!

@Gabriel_Caco Até O Caxiense tem beijo gay. Só a Globo que não.

@rafaelcampos Capa linda do jornal O Ca-xiense sobre gays da cidade e o que pode mu-dar na vida deles após a decisão do SFT

Parabéns pela capa com a foto do beijo entre dois homens. Capa

linda e infinitamente simbóli-ca, emocionante e histórica.

João Batista

Maio | 2011|S7 |D8 |S9 |T10 |Q11 |Q12 |S13

Ano ii

R$ 2,50

75Néspolo

aponta o “dr. Alceu”

como favoritono PDT

Lembranças inspiradas do Vôo Livre

Carros velozes e

inofensivos

A definição de quem vai e quem

fica nos clubes

DuplaCA-JU

RenatoHeNRiCHS

O que o Município pretende fazer

com a greve dos médicos

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Anderson e Luís vão ter uma filha. Daniel e Jeff ficam mais à vontade quando viajam. Paulo e Cláudio estão juntos há 26 anos. A empresária e a dentista preferem não contar nada aos amigos (nem à família). Como

vivem os casais gays em Caxias – e o que pode mudar na vida deles após a decisão do STF, que selou, por

10 votos a zero, seu direito à união estável

UM BeiJOCONTRA OPReCONCeiTO

Por que a prefeitura também deve se preocupar

com o dólar

Roberto HUNOff

Agradecemos | A Paulo e Emílio, da Emílio Emoldura-ções e Galeria (Rua Sarmento Leite, 2.836, fone 3226-2422), pela colaboração com a produção da capa – fotografada por André T. Susin, com reprodução da fachada do antigo Banco Pelotense, em 1915, no Centro de Caxias, em foto de Domin-gos Mancuso, do Acervo do Arquivo Histórico Municipal.

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www.ocaxiense.com.br 314 a 20 de maio de 2011 O Caxiense

A prefeitura vai comprar 30 ar-mas de fogo para a Guarda Muni-cipal. A permissão para o uso de pistolas e revólveres na corpora-ção veio após um convênio com a Superintendência Regional da Polícia Federal. Hoje, a corpo-ração, que tem 160 guardas, usa apenas pistolas não letais, que dis-param descargas elétricas. A ideia é usar as armas de fogo apenas em situações mais graves.

O Estádio Centenário repre-senta Caxias do Sul na luta por uma vaga de campo-base – ou, como está sendo chamado agora, Centro de Treinamento (CT) – da Copa do Mundo de 2014. Foi pré-selecionado pela FiFA, junto com estádios de outras 11 cidades gaúchas, como candidato a rece-ber seleções. O número de con-correntes ainda é alto, mas, nos bastidores, comemora-se a saída de dois teoricamente fortes, São Leopoldo e Erechim.

Deu certo, por enquanto, o ape-lo de Flávio Dias contra a ordem de despejo que o expulsaria, com os 200 animais vítimas de maus tratos e abandonos que ele abriga, de sua chácara no bairro Parque Oásis. Como a prefeitura agora se dispõe a estudar a doação de uma área, a juíza Joseline Vargas mar-cou uma audiência conciliatória para 18 de junho. Aguarda-se, até essa data, a definição de um novo local parao abrigo de cães e gatos.

O vereador Mauro Pereira, que há algum tempo não anda em sin-tonia com a presidente municipal do PMDB, a também vereadora Geni Peteffi, resolveu agir por conta. Em carta a ela – e cuida-dosamente enviada por e-mail a toda a imprensa –, colocou-se à disposição como pré-candidato da sigla a prefeito em 2012. Ex-secretário de Obras, Mauro tem poucas chances reais de concor-rer, mas pode ter cutucado o par-

O impasse entre a prefeitura e os médicos da rede municipal completou um mês. De novidade, apenas a retomada amistosa do di-álogo, via imprensa – na noite de quarta-feira, o jornal O Caxien-se promoveu o primeiro encon-tro, este ano, entre o secretário de Recursos Humanos e Logística, Edson Mano, o representante da Comissão de Greve do Sindicato dos Médicos, Ronaldo Mattia, e o presidente do Sindicato dos Ser-vidores Municipais, João Dorlan. Leia a cobertura do debate a partir da página 8.

Dez pessoas, ligadas a 13 empre-sas do setor metalúrgico da cidade, estão sendo processadas sob a acu-sação de ter participado da sone-

Depois de mais de dois anos sem reajuste, a tarifa do táxi vai subir 17,8%. O aumento só aguarda a homologação do prefeito José ivo Sartori (PMDB), que deve ocorrer nas próximas semanas. Com isso, a bandeirada, que conta duas uni-dades taximétricas (UTs), passará de R$ 3,82 para R$ 4,50. O quilô-metro rodado irá de R$ 1,91 para R$ 2,25, e o custo a cada 30 segun-dos de táxi parado no trânsito su-birá de R$ 0,19 para R$ 0,22.

Guarda municipalusará armas de fogo

Centenário poderá ser CT da Copa do Mundo

Abrigo de animaisabandonados ganha prazo

Mauro Pereira se lança pré-candidato a prefeito

Greve dos médicosultrapassa um mês

MP aponta sonegação deR$ 20 milhões em iCMS

Tarifa de táxi vai aumentar 17,8%

SeGUnDA | 9.mai

QUARTA | 11.mai

QUinTA | 12.mai

SeXTA | 13.mai

TeRÇA | 10.mai

A Semanaeditada por felipe Boff | [email protected]

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Estádio Centenário está entre os 12 pré-selecionados pela FIFA para ser Centro de Treinamento de seleções na Copa 2014

gação de R$ 20 milhões em iCMS. Conforme o Ministério Público, o esquema consistia na omissão de vendas, no uso de caixa dois e de contabilidade paralela, em subfa-turamento e na escrituração de créditos falsos. A chamada Ope-ração Brilhante fez apreensões de documentos e equipamentos em algumas delas, além de pedir o sequestro de bens dos envolvidos. A maioria das indústrias seria de fachada, segundo os promotores. Só faltou o MP divulgar os nomes – de pessoas e de empresas.

tido a acelerar as discussões sobre a sucessão de José ivo Sartori.

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4 14 a 20 de maio de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Roberto [email protected]

Com produção anual de 240 mil toneladas de hortifrutigranjeiros, Caxias do Sul garante o abasteci-mento de 25% da Ceasa de Porto Alegre e de 70% da unidade local. São mais de 11 mil hectares planta-dos, com destaque para as culturas de tomate, cenoura, beterraba, mo-rango e maçã, todas com participa-ção média de 20% nos volumes es-taduais. Mais expressiva é a cultura do caqui: aqui são produzidas 16 mil toneladas da fruta, equivalentes a 40%. A uva, por sua vez, limita-se

a 10% da produção estadual.

Com o objetivo de difundir este potencial e qualificar os pro-dutores da cidade e região é que a prefeitura de Caxias do Sul promo-ve, de 18 a 21 de maio, o 4º Horti Serra Gaúcha, feira tecnológica e de negócios da agropecuária. Toda a programação, que inclui palestras, exposição e venda de insumos e produtos da agricultura familiar, ocorrerá no Centro de Eventos da Festa da Uva.

A Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) firmou parceria com a Dell que visa a facilitar o acesso dos acadêmicos às novas tecnologias. A partir de segunda-feira (16), os estudantes, professores e funcioná-rios da instituição terão desconto mínimo de 10% sobre qualquer produto anunciado no site oficial da empresa. O lançamento da parceria será na segunda-feira (16), às 19h, no Auditório da FSG, com a palestra O Modelo Comercial Dell, proferida por Fábio Monteiro, gerente de contas da Dell Brasil.

Em audiência pública realizada esta semana na Câmara de Vereado-res ficou claro o descumprimento, pelas empresas da cidade, de legis-lação federal. Toda a organização com mais de 100 trabalhadores deve ter, em seus quadros, de 2% a 5% de portadores de necessidades especiais. Segundo a auditora fiscal do Ministério do Trabalho, Tatia-na Barreto, mais de 200 empresas precisam cumprir a lei, garantindo ocupação para 3.786 pessoas. No entanto, estão empregados apenas 1.588 portadores de necessidades especiais. Parte das empresas que descumprem a legislação alega não haver mão de obra qualifica-da para empregar. Porém, para o representante do Ministério Pú-blico do Trabalho, Bernardo Mata Schuch, o que precisa é mudar a mentalidade dos empregadores.

Os trabalhadores da Agritech Lavrale receberão em junho, como Plano de Participação de Resulta-dos, 10% dos salários mais R$ 200.

A proposta inicial era de apenas pagar os 10%. A empresa também concederá licença maternidade de 180 dias para as trabalhadoras.

Especializada em automação in-dustrial e comercial, a Trends So-lutions, de Caxias do Sul, desen-volveu novas soluções em coleta e gerenciamento de dados. Com elas, que serão comercializadas em todo território brasileiro, a empresa pre-

tende elevar seu faturamento em 30%.

Os equipamentos poderão ser utilizados nos processos de recebi-mento, armazenagem e movimen-tação de produtos, conferência de pedidos e rastreabilidade da carga.

No primeiro quadrimestre do ano o Índice de Preços do Consumidor de Caxias acumula alta de 5,14% e, nos últimos 12 meses, 8%. Ou seja, números bem acima do limite de 6,5% estimulado pelo governo fede-ral para a inflação do ano. E quem pensa em desaceleração desta curva ascendente que se prepare. Na ava-liação da professora de economia da Universidade de Caxias do Sul, Ma-ria Carolina Gullo, os preços con-tinuarão em alta, no mínimo, até agosto. A esperada baixa nos com-bustíveis não se refletirá de forma imediata e a entressafra de produtos agrícolas pressionará os custos dos alimentos. É só ficar mais atento às gôndolas dos supermercados e cupom fiscal das compras. Como o aumento dos juros pouco tem resol-vido, a não ser inibir investimentos na produção, a sugestão da professo-ra é: o consumidor precisa dar mais valor ao seu dinheiro, pesquisando e não comprando produtos que estiverem com preços muito ele-vados. Também não se deixe levar pela emoção. O momento requer cautela e moderação nas compras.

Os 20 anos da Objetiva Foto-grafias estão sendo comemorados com mudança de endereço e novos serviços. O fotógrafo Julio Soares, fundador da empresa em 1991, investiu em uma área de 200 m², onde montou dois estúdios, salas de atendimento, departamento para

tratamento de imagens e lounges interno e externo. Fortemente foca-da em foto publicitária, a empresa criou agora uma divisão voltada à fotografia social, por meio da qual oferece books para gestantes, crian-ças e noivos, além de atender casa-mentos, aniversários e formaturas.

Os metalúrgicos de Caxias do Sul aprovaram proposta feita pela diretoria do sindicato de reivindicar 14% de reajuste no dissídio coleti-vo deste ano, que tem 1º de junho como data-base. O índice considera a inflação dos últimos 12 meses mais 7% de aumento real. Dentre as demais 69 cláusulas sociais constam piso de R$ 1 mil, a exemplo do já reivindicado em 2010. Na avaliação do vice-presidente da entidade, Le-andro Velho, o reajuste não é irreal, porque toma por base os excelentes resultados apresentados pelo setor e a qualidade da mão de obra local. Alega que dados econômicos pu-blicados nos balanços empresariais apontam para incremento de 50% nas receitas e de até 85% nos lucros.

Mesmo sem ainda receber oficialmente as reivindicações, o sindicato patronal já adiantou: a pedida esta acima da capacidade das empresas. O presidente do Simecs, Getúlio Fonseca, adianta que a base inicial de negociação será o índice da inflação, em tor-no de 6%. Já o diretor da entidade, Reomar Slaviero, entende que o reajuste reivindicado reduz ainda mais a competitividade do setor. Em 2010 os trabalhadores propuseram 10% e os patrões pouco mais de 5%. O acordo foi fechado em 8%.

Parceria

inserção

Acordo

Inovações

Inflação galopante

Fotografia

7% de aumento realPOTenCiALAGRíCOLA

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A fundadora da empresa de colchões Companhia do Sono, Lúcia Helena Pedroso, palestra-rá segunda-feira (16) na CiC. No evento comemorativo aos 14 anos do Conselho da Mulher Empresá-ria e Executiva da CiC ela falará sobre O grande desafio do varejo.

As empresas Randon re-alizam no domingo (15) nova edição do evento Vivendo de bem com a vida. Será das 14h às 17h30, na sede social da Fras-le.

Comitiva do Simplás inicia neste domingo viagem à China, onde participará até o dia 20 da China-plás. Sai direto da Brasilplast 2011 – Feira internacional da indústria do Plástico –, em São Paulo, onde um grupo de 80 empresários do setor busca novos negócios e for-necedores da cadeia plástica, além de atualizações tecnológicas.

Curtas

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por VALQUíRiA [email protected]

oão Pedro Stedile, membro da coordenação nacional do Movi-mento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), concedeu en-trevista ao O Caxiense antes de sua palestra na UCS – para um auditório lotado – sobre as con-sequências do agronegócio para o meio ambiente. Na noite de segunda-feira (9), o homem forte, de olhos claros, sobrancelha rala, cabelo e barba grisalhos, criticou o governo Yeda Crusius (PSDB) e mostrou-se tão otimista em rela-ção ao governador Tarso Genro (PT) quanto à presidente Dilma Rousseff, que precisa, conforme ele, fazer uma gestão melhor do que a de Lula.

Ele deixou claro que a maior inimiga do MST hoje não está no ramo político, e sim na grande mídia, que tornou-se um polo da

resistência da direita brasileira.

Qual o principal problema do agronegócio hoje?

Uma das causas dos principais problemas ambientais é o modelo do agronegócio, que utiliza gran-des extensões de terra, que meca-niza, desmata e só produz com o uso de venenos. isso gera agressão ao meio ambiente e desequilibra a natureza em vários aspectos. Pri-meiro, em nível nacional, eles des-matam completamente para ho-mogenizar as áreas. Segundo, ter grandes extensões de uma mesma planta gera desequilíbrio nas chu-vas, porque o ciclo natural depen-de da biodiversidade da cobertura vegetal. Quando é só uma planta, a pulverização diferente das águas faz com que a chuva que poderia cair ali vá para outras regiões com grau de intensidade muito maior. É por isso que estão aumentando as chuvas torrenciais do Sudeste,

que vêm da Amazônia, porque lá não tem mais o equilíbrio que as segurava. O terceiro problema é o uso intensivo de venenos. Essas grandes fazendas de soja só conseguem produzir com mui-to veneno. O Brasil se transformou no maior consumidor mundial de agrotó-xicos. Esses venenos são de origem quí-mica, não são bio-degradáveis. Afetam a fertilidade do solo, deixam a agricultu-ra mais dependente de adubo químico no próximo ano, vão para o lençol freático e contaminam as águas, ou contaminam o ar, além de, por último, chegar dentro do alimen-to, indo para o nosso organismo.

Qual a alternativa para o uso in-

discriminado de agrotóxicos?É a agricultura familiar. Porque

em vez de usar venenos, usa téc-nicas agrícolas, com a chamada

agroecologia, em que se administra ervas daninhas ou fungos, equilibran-do a biodiversidade. Mas para isso pre-cisa de muita mão de obra, o que a agricultura familiar tem, mas o agrone-gócio não, porque eles expulsam a mão de obra do campo, preferem colocar máquina e veneno.

Temos que criar legislação ainda mais rigorosa para os venenos. Não é possível continuar dessa forma. No Brasil se registra 40 mil novos casos por ano de cân-cer de estômago, a maior parte deles é originária dos alimentos

O Caxiense entrevista

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“É possível nós produzirmostudo o quese produz na agricultura brasileira sem usar uma grama de veneno”

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“O gOvernO Yeda Crusiusera fasCista”

João Pedro Stedile está otimista quanto ao governo de Tarso Genro, que, segundo ele, é mais aberto aos movimentos sociais

www.ocaxiense.com.br 514 a 20 de maio de 2011 O Caxiense

A maior inimiga do MST, segundo Stedile, não está na política: “A sociedade é manipulada pela grande mídia”

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contaminados. Dos 40 mil casos, 20 mil vão a óbito. Esse é o preço que a sociedade está pagando pela ganância daqueles que só querem lucro. Estamos fazendo campa-nha nacional contra o uso dos agrotóxicos. É possível nós pro-duzirmos tudo o que se produz na agricultura brasileira sem usar uma grama de veneno.

Mas os alimentos sem agrotóxi-cos não são mais caros?

Está provado que não altera o preço, ao contrário. O custo de produção com agroecologia é até mais barato que o método tradi-cional. A população tem ideia de que o orgânico é mais caro por-que só uma parte da população tem consciência de consumir alimentos orgânicos, e os super-mercados descobriram esse ni-cho. Então não é que é mais caro produzir na agricultura, mas o su-permercado se aproveita e dobra o preço, porque ele domina a ca-deia de distribuição. A população tem que brigar no supermercado.

Qual sua expectativa com o que pode mudar com o novo Código florestal?

Querem acabar com o Código Florestal, que é para tirarem suas responsabilidades com a socieda-de. Querem desmatar ainda mais, ou seja, só querem lucro máxi-mo. Eu acho que os deputados ruralistas têm a maioria dos vo-tos. Já tem pesquisa: 95% da po-pulação não aceita mudança no Código que afete a vida e o des-matamento. É possível continuar produzindo na agricultura com desmatamento zero. Se formos derrotados na Câmara dos De-putados, vai ser parcial, porque o projeto tem que ir para o Senado, onde eles têm mais responsabili-dade e têm condições de impedir retrocessos no Código. Se mesmo assim tivermos derrotas, esse pro-jeto vai à sanção presidencial, e a presidenta Dilma tinha se com-prometido na campanha de que não é favorável a nenhuma polí-tica que leve ao desmatamento, e as mudanças do Aldo (Rebelo, de-

putado do PCdoB, autor do novo texto) levam a isso. As mudanças vão gerar desmatamento acelera-do como já aconteceu nessa safra só pelo anúncio, o que foi regis-trado pelos satélites. A presidenta Dilma não pode permitir que haja retrocessos na legislação ambien-tal. E, se a sociedade for derrotada na Câmara, no Senado e a presi-denta não tiver forças suficientes para vetar, o que nós temos ainda são dois caminhos: entrar com uma ação provando que as mu-danças são anticonstitucionais, e exigir um plebiscito, porque se muda as regras, se vai afetar toda a sociedade, ela tem direito de opinar.

Quais as expectativas do MST para o governo Dilma? ela vai atender melhor as demandas do que o presidente Lula?

Ela se elegeu numa correlação de forças mais favoráveis do que o Lula. O Lula era como se fosse uma unanimidade. Todo mundo apoiava o Lula. Agora na eleição da Dilma ficou mais claro. Quem queria a volta do neoliberalismo, quem queria mudanças no Có-digo Florestal era com o Serra, quem queria avanços na política do Lula, votou na Dilma. Ela não pode ser apenas a continuidade do Lula, senão ela será um fracas-so. Ela tem que avançar. Porque os problemas da sociedade brasileira – que na época do Lula só rece-beram medidas de compensação social, como foi o Bolsa Família e o ProUni (Programa Universidade para Todos) – exigem medidas de distribuição de renda.

e em relação ao governo Tarso Genro?

Aqui é mais clara ainda a dife-rença. O governo anterior era um governo fascista. A Yeda se base-ava em duas forças. Na força de cinco empresas multinacionais que financiaram a campanha dela e na força da repressão aos mo-vimentos sociais. Então era um governo de direita, fascista. Agora temos um governo que é demo-crático e foi eleito já no primeiro

turno com a vontade inequívoca da ampla maioria do povo gaú-cho, então eu acho que governo Tarso nasce em uma correlação de forças muito mais favorável in-clusive que a Dilma.

Mais aberto aos movimentos so-ciais?

Sim, com uma clara política de que os problemas do povo têm que ser resolvidos pelo poder público em negociação, que a repressão não é solução para ne-nhum problema – só agrava. En-tão, certamente, o governo Tarso vai ser muito diferente – para me-lhor – do que foi o da Yeda.

Como a sociedade percebe os movimentos sociais, como o MST, hoje?

A sociedade brasileira infeliz-mente vem sendo manipulada pelos grandes meios de comuni-cação. A Globo, a Bandeirantes, as grandes revis-tas, Veja, istoÉ, e os grandes jornais na-cionais, Folha de S. Paulo, O Globo, Es-tadão, que se trans-formaram em polos da resistência da direita brasileira. A direita sabe que não controla o governo Dilma. Então onde ela está se agarran-do para influenciar a sociedade? No po-der judiciário e na imprensa. E, evidentemente, que para a direita não interessa que os trabalhado-res lutem, ou que haja luta social, porque toda luta social leva a mu-danças. Então qual é o antídoto que a direita usa contra os movi-mentos sociais? Falar mal todo o tempo. Qualquer luta social é es-tigmatizada pelos grandes jornais e pela televisão. E isso reflete na população. Um exemplo patético: 60% da população da periferia de São Paulo mora em terrenos ocupados. Você vai lá e pergunta para eles ‘você é a favor da ocupa-ção de terras?’ Eles dizem ‘Nããão, somos contra, imagine, entrar na

terra dos outros’”. É a mesma coi-sa com as cotas raciais. A Globo ficou anos falando mal, que os negros queriam tomar o lugar dos outros. Não! Os negros têm direi-to a entrar na universidade por-que até agora só os brancos en-traram. Não é substituir um pelo outro, é dar o direito a eles, que está na Constituição. Mas a Globo falou mal de tal maneira que hoje quando um estudante negro vai fazer vestibular os outros brancos ficam olhando para ele e pensan-do que ele vai tomar o lugar deles.

e quanto às escolas do MST? A mídia também tem essa influ-ência?

Não. No tema educação, acho que por mais campanha que a RBS tenha feito contra nós eles não conseguiram estigmatizar, porque todo mundo percebe que a escola é um direito. E a Consti-tuição garante que independente

de onde você mora você tem direito à educação. E agora graças ao governo Tarso nós vamos voltar a ter escola nos acampamentos. Não é um ganho, é a volta de um di-reito. Que, aliás, o governo Yeda não cumpria nem nas comunidades rurais tradicionais. Então foi uma mera perse-

guição da direita que havia no Rio Grande incrustada do Executivo e no poder judiciário, sobretudo no Ministério Público Estadual, onde se aglutinaram alguns pro-motores de direita, que estavam vendo fantasma em tudo quanto é lugar. Temos em Veranópolis uma escola de excelência, que ga-nhou prêmios pelo seu método educativo, e esse mesmo promo-tor público chegou a dizer uma época na RBS que era uma escola de guerrilha. Seria a primeira es-cola de guerrilha no mundo que é feita em um seminário da igreja católica no meio de uma cidade-zinha conservadora.

“O governo anterior era um governo fascista. A Yeda se baseava na força de cinco multinacionais e na repressão aos movimentos sociais”

6 14 a 20 de maio de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

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por VALQUíRiA [email protected]

eunidos ao redor da mesma mesa pela primeira vez neste ano, o se-cretário de Recursos Humanos e Logística, Edson Mano, o repre-sentante da Comissão de Greve do Sindicato dos Médicos, Ronal-do Mattia, e o presidente do Sin-dicato dos Servidores Municipais (Sindiserv), João Dorlan, debate-ram durante uma hora em um en-contro organizado pelo jornal O Caxiense e transmitido ao vivo pela internet na noite de quarta-feira (11). Naquela data, a greve dos médicos, retomada com auto-rização do Tribunal de Justiça do Estado, completou um mês.

Atualmente, apenas metade dos médicos da rede municipal está trabalhando em Caxias – uma paralisação que Mattia diz nem considerar uma greve. Talvez por causa do pouco impacto – ou pelo assombro com a exigência inicial da categoria, que pedia reajus-te do salário-base de R$ 2,1 mil para R$ 9,1 mil –, a prefeitura não apresentou proposta alguma para solucionar o embate ao longo deste mês. Segundo Mano, o Mu-nicípio está disposto a negociar somente se os médicos suspende-rem a greve. É nesta condição, por ora, que reside o maior impasse. Mattia descarta essa possibilida-de, prometendo: “Então será uma longa greve”.

“não vamos ser irresponsá-veis e jogar para uma administra-ção futura um impacto que não pode ser viável”, disse Mano, justi-ficando por que não aceita propos-tas como a do abono emergencial de 60%, a última apresentada pe-los médicos. “A categoria médica, desde o início da greve, em 2010, foi a que mais procurou o diálogo. infelizmente, o caminho tomado pela administração está sendo o caminho jurídico”, rebateu Mat-tia. Esse ponto, ao menos, ficou mais claro no debate promovido pelo jornal. Mattia lembrou que, no ano passado, em reunião com a secretária municipal da Saúde, Maria do Rosário Antoniazzi, os médicos receberam uma propos-ta de bonificação, em torno de R$ 1,1 mil, acrescentada de bônus por números de atendimentos. Com isso, o salário-base alcança-ria R$ 3,5 mil. Naquela ocasião, chegou-se a um consenso – que, no entanto, durou pouquíssimo tempo. Mano admitiu que o Mu-nicípio apresentou esses números aos médicos, mas diz que essa sa-ída não estava alicerçada nos de-vidos cálculos, que só foram feitos depois. E foi então que a prefeitu-ra retirou a proposta, por consta-tar que não teria como arcar com a despesa, “em torno de R$ 700 mil mensais”, segundo o secretá-rio. Mas não foi só isso que fez o Município recuar, revela Mano.

Com a iminência da greve, “as fa-mosas declarações do presidente do Sindicato (Marlonei Silveira dos Santos), totalmente ofensivas”, também pesaram. Descontente com os números de sua própria proposta inicial e com a pres-são encabeçada por Marlonei, a prefeitura resolveu não elaborar sequer uma oferta intermediária. Sim-plesmente engave-tou a anterior, com a qual os médicos concordavam, como assinalou Mattia.

Também no ano passado, conforme Dorlan, o Sindiserv procurou o Sindi-cato dos Médicos, colocando-se à dis-posição para a nego-ciação. “Só que eles não aceitaram”, lembrou o pre-sidente dos municipários. Nesse ponto chega-se ao segundo gran-de impasse. Caso o Sindicato dos Médicos conquiste isoladamente algum tipo de reajuste ou bonifi-cação, o Sindiserv vai reivindicar o mesmo. “Qualquer abono sala-rial deve afetar toda a categoria dos servidores públicos”, defen-deu Dorlan, com a concordância do secretário de Recursos Huma-nos e Logística.

Mano conta que a faixa salarial dos 218 médicos do Mu-

nicípio vai de R$ 2,7 mil a R$ 12 mil. “A média fica em torno de R$ 4,6 mil”, contabilizou. Mattia disse que não conhece nenhum médico que receba R$ 12 mil. “O salário-base de um médico em Caxias do Sul hoje é R$ 2,2 mil. Talvez o Mano se refira aos ga-nhos do médico depois de anos

de trabalho, mais algumas bonifica-ções”, salientou. Ao tratar da questão sa-larial, Mattia fez ou-tro esclarecimento no debate. Segundo ele, a categoria não exige R$ 9 mil men-sais para voltar ao trabalho. Essa cifra segue uma reivindi-cação da Federação Nacional dos Mé-dicos, mas não se

espera que seja atendida aqui. “Se a população pensar nos R$ 9 mil, o que não é a realidade, vai ficar contra os médicos. Não é isso que queremos”, afirmou Mattia.

O que os médicos querem, con-forme seu representante, é uma proposta da prefeitura. “Não se tem uma grande movimentação para chegar a um acordo nessa greve porque, a bem da verdade, não tem greve”, avaliou Mattia, ao apontar que, como a paralisação é parcial, o atendimento continua sendo prestado. “Não ouvi ne-nhuma notícia nesses 30 dias de

Pausa para o diálogo

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“Ninguém vai fechar portas de um PA, mas poderíamos fechar todas as UBSs”,disse Mattia, ameaçando paralisação total

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“a BeM da verdade,nÃO teM greve”

Líder da paralisação dos médicos diz que a prefeitura – que só aceita negociar se eles voltarem ao trabalho – está numa posição cômoda,

porque o atendimento continua sendo realizado

Em debate organizado pelo jornal O Caxiense, representantes dos médicos, da prefeitura e dos municipários conversaram sobre a paralisação

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alguém que tenha tido uma emer-gência e não tenha sido atendido. Por isso a administração está em uma situação cômoda”, observou, acrescentando: “Ninguém vai fe-char as portas de um PA (Pronto-Atendimento), mas poderíamos fechar todas as UBSs. Talvez as-sim a greve ganharia mais força. Talvez passe pela cabeça de mui-tos colegas a paralisação total. Talvez tenhamos que enfrentar juridicamente (já que, por decisão do TJ, os médicos podem paralisar apenas em 50%, por se tratar de serviço essencial)”.

Mas, para Mano, há uma inter-pretação equivocada da decisão judicial. No entendimento da pre-feitura, a ordem determina que toda a demanda das UBSs, Pronto Atendimento 24h e Centro Es-pecializado de Saúde (CES) seja atendida pelos 50% dos profissio-nais que estiverem trabalhando – e não que sejam atendidos apenas casos de urgência, por exemplo.

A carga horária – assumi-damente descumprida pela cate-goria, segundo o presidente do Sindicato – também foi tratada pelos debatedores. Mano expli-cou que a troca da fiscalização das horas por um determinado número de atendimentos é resul-tado de um acerto informal feito há anos entre a prefeitura e cate-goria. “Com o acordo eles atende-riam entre 16 e 18 pacientes e não teriam a necessidade de cumprir a carga horária”, contou. Dorlan criticou a situação, e lembrou que quem deve controlar os ho-rários dos servidores municipais é o gestor. “Todos têm que ter o mesmo tratamento. Para nós, o cumprimento do horário é uma questão tranquila”, afirma o pre-sidente do Sindiserv. Mattia disse, pela primeira vez, que isso não se-ria um problema para os médicos – diferentemente do que vinha afirmando Marlonei Silveira dos Santos. “Eu não sei quem plantou isso de que os médicos não traba-

lham, não cumprem horário, não batem ponto”, reclamou. “Na ver-dade, quem fala isso sempre é o presidente do sindicato”, respon-deu Mano. Mattia rebateu: “Não são só alguns médicos que não batem ponto em Caxias do Sul. Sei de secretarias inteiras que têm simplesmente um ponto caderno, que aceita qualquer as-sinatura a qualquer momento”.

O secretário disse que, independen-temente da questão com os médicos, o Município está ad-quirindo de 80 a 100 relógios biomé-tricos, para todos os servidores muni-cipais, que devem ser instalados em torno de 30 dias. inclusive nas UBSs.

Quando o debate voltou ao tema central, Edson Mano afirmou que a prefeitura está es-tudando alternativas para resol-ver não apenas a greve, mas ou-tras questões do funcionalismo municipal. Ele ressaltou que não são propostas a serem feitas dire-tamente ao Sindicato dos Médi-cos. A criação de uma fundação que assuma os quadros da saúde é uma delas, mas já tem a oposição do Sindiserv. Mattia também já adiantou que apenas o fato de se iniciar uma discussão sobre essa fundação não faria os médicos suspenderem a greve. “A criação de uma fundação seria para os profissionais daqui para a frente. Hoje, os 218 profissionais conti-nuariam sendo funcionários pú-blicos municipais, que poderiam se exonerar e assumir em uma fundação”, explicou Mano, acres-centando que isso permitiria a eles ter uma remuneração maior.

Mas a solução ideal para a gre-ve, tanto para Mano quanto para Dorlan, seria levar a discussão para a Comissão Paritária – for-

mada por cinco membros do Sindiserv e cinco membros da prefeitura, para discutir questões do funcionalismo, mas parada desde dezembro. “As distorções não são só dos médicos, são do guarda municipal, do enfermeiro, do agente administrativo... A lei é

muito antiga. A dis-cussão de reclassi-ficação (dos cargos) não é só salarial, estamos discutindo a atribuição”, disse Dorlan. “Talvez te-nha que se trabalhar um novo sistema de remuneração. A re-classificação é pegar um médico e colo-cá-lo em um novo cargo. isso é muito

difícil”, ressaltou Mano, para con-cluir: “Solução rápida não existe”.

No fim do debate, o secretário reforçou a condição para nego-ciar: “Sem suspender a greve o Município não vai sentar para conversar”. E Mattia reafirmou a recusa: “Estamos abertos. Mas não com ‘parem e nós conver-samos’. Se não houver proposta plausível de discussão, infeliz-mente, eu não acredito no térmi-no tão breve da greve. A popu-lação está sendo atendida”. Essa última declaração, porém, fez Mano pensar em voz alta: se com 50% do quadro o Município não tem sentido prejuízos tão graves, será que precisa mesmo de tantos médicos?

No balanço final do debate, o que ficou de positivo foi a reaber-tura do diálogo, que parece ter agradado a todos os envolvidos. Quando o mediador brincou, en-tão, que a discussão sobre a greve dos médicos poderia ficar marca-da para toda quarta-feira à noite, na sede do jornal O Caxiense, Mano, Dorlan e Mattia riram. E concordaram.

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“Sem suspender a greve o Município não vai sentar para conversar”,reafirmou Edson Mano, secretário de Recursos Humanos

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De cima para baixo: Mattia, Mano e Dorlan

Online | Assista ao debate sobre a greve dos médicos na íntegra em www.ocaxiense.com.br.

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por JOSÉ eDUARDO [email protected]

ão deve durar mais uma semana a incerteza sobre onde será cons-truído o novo aeroporto regional. Entre quinta-feira (19) e sábado (21), o secretário estadual de in-fraestrutura e Logística, Beto Al-buquerque (PSB), promete estar em Caxias para dar o veredicto da contenda entre Vila Oliva e Monte Bérico. Cumprirá, assim, o prazo de 60 dias anunciado pelo gover-nador Tarso Genro (PT) em sua última visita , em 21 de março, na Câmara de indústria, Comércio e Serviços (CiC) de Caxias do Sul. Desta vez, Tarso não deve vir à cidade.

A única certeza que existe, por enquanto, é de ordem técnica. E é favorável ao distrito de Vila Oliva. O Caxiense teve acesso à íntegra do estudo concluído pelo Depar-tamento Aeroportuário do Esta-do (DAP) no final da adminis-tração Yeda Crusius (PSDB) que comparou as duas áreas. Além desse documento, no entanto, o novo governo levantou nos úl-timos dias dados sobre a viabi-lidade econômica e a demanda das duas opções. De um lado, pró Vila Oliva, foi alimentado por in-formações da CiC de Caxias. De outro, em defesa de Monte Bérico (localidade de Farroupilha, qua-se divisa com Flores da Cunha), recebeu a pressão da Associação das Entidades Representativas da Classe Empresarial da Serra Gaú-cha (CiCS Serra).

O estudo técnico esclare-ce que o novo aeroporto deverá operar rotas domésticas e inter-nacionais para passageiros e car-gas. Para isso, em um primeiro momento, precisará ter uma pista principal de 45 metros de largura por 3 mil metros de extensão, que depois seria ampliada para 4,1 mil metros. O documento tam-bém prevê a construção de uma pista secundária, com no míni-mo 3,1 mil metros. inicialmente, o aeroporto receberá aeronaves do tipo Boeing 767-300; depois, versões cargueiras do avião. A previsão é de que por ele circulem pelo menos 600 mil passageiros anualmente. Farto em informa-ções técnicas, o relatório do DAP não apresenta a relação dos in-vestimentos necessários para a construção nem a forma como os recursos seriam obtidos para o fi-nanciamento da obra.

O estudo foi realizado com base nas imagens geradas pelo satélite Quick Bird. Ao todo, 15 itens fo-ram avaliados: distância do cen-tro urbano, vias de acesso, relação da pista com a cidade, sobrevoo da cidade, ocupação do entorno, infraestrutura de serviços, obstá-culos físicos, direção dos ventos, proximidade de aeroportos, ter-raplanagem e topografia, geolo-gia, dimensões possíveis, meio ambiente, área para infraestrutu-ra e desapropriação e construções existentes.

A localidade de Monte Béri-co teve avaliação superior a Vila

Oliva em apenas três quesitos: distância, vias de acesso e infra-estrutura de serviços. Está a 12 quilômetros do centro de Farrou-pilha, e a 17 de Caxias do Sul. O deslocamento até lá, hoje, é feito na maior parte por rodovias as-faltadas. Atualmente, o motorista precisa trafegar ape-nas 5 quilômetros em vias com outros tipos de calçamen-tos. No caso de Vila Oliva, leva-se mais tempo para chegar ao local. O distrito está localizado a 28 quilômetros do cen-tro de Caxias e a 53 quilômetros de Far-roupilha. Nos dias de hoje, é preciso transitar por 8 quilômetros de es-tradas de chão para se alcançar a área pretendida para o aeroporto.

Afora esses aspectos, a vantagem do terreno caxiense sobre o farroupilhense é ampla. Conforme o estudo técnico, a localidade de Monte Bérico é en-volvida pela malha urbana. Esse fato é considerado um inconve-niente à segurança dos morado-res, já que o espaço seria des-tinado a manobras de voo – a aproximação das aeronaves seria feita sobrevoando a cidade, dife-rentemente do que ocorreria em Vila Oliva. Além disso, seria ne-cessário desapropriar 9,7 mil m² de área construída, composta por residências de diversos portes e

pavilhões industriais. Na área que abrigaria a pista, o levantamento de satélite apresentou a existência de 125,7 hectares de mata nativa, 3 mil metros lineares de cursos d’água, 8,7 hectares de açudes e mais 166,5 hectares que incluem vegetação rasteira, Área de Pre-

servação Perma-nente (APP) e plan-tação de parreirais. Em Vila Oliva, a mata nativa não se-ria atingida na área pretendida para a pista.

A infraestrutura já existente em Far-roupilha, por um lado, é benéfica. Monte Bérico pos-sui rede de água,

eletricidade, telefonia e recolhi-mento de lixo – Vila Oliva só tem luz e telefone. Essas vantagens, porém, são acompanhadas pela proximidade de obstáculos às ae-ronaves junto à pista. A topogra-fia também não ajuda o terreno farroupilhense. O relatório apon-ta que o espaço destinado para a instalação do aeroporto apresenta variação significativa de altitude, atingindo 320 metros de desnível em alguns locais. Conforme o es-tudo técnico, esse é um dos pon-tos que inviabilizam a implan-tação do aeroporto. Outro fator, talvez definitivo, é a capacidade para abrigar a pista de voo.

De acordo com o relatório, Monte Bérico não tem condições de receber nem a pista de exten-

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deseMPate tÉCniCOO Caxiense teve acesso à íntegra do estudo que mostra por que Vila Oliva

é melhor do que Monte Bérico para sediar o novo aeroporto

Mais do que citar Vila Oliva como local ideal, relatório comparativo do DAP diz que a obra é inviável em Monte Bérico

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são mínima, de 3 mil metros, e não apresenta as dimensões ne-cessárias em áreas planas para a construção de pátios para as aeronaves, terminais de carga e passageiros e locais para abaste-cimento.

em comparação, Vila Oliva

não oferece nenhuma implicação com centros urbanos e dispõe de zonas de proteção de aeródromo. Pelo fato de estar inserida em re-gião agrícola, as desapropriações não representam um grande pro-blema. O estudo técnico apontou que há 3 mil m² de área edificada, com maior incidência de galpões. No local da pista, o levantamento registrou, predominantemente, a existência de vegetações rasteiras e plantações de hortifrutigran-jeiros, o que facilita sua implan-tação. Conforme o relatório, a área comporta tranquilamente a construção das edificações neces-sárias, além das duas pistas para pouso e decolagem com baixos investimentos em terraplanagem, sendo a pista principal com 4.400 mil metros e a outra com pelo menos 3.100 mil.

Se hoje tem menos infraestru-tura, Vila Oliva ganha pontos por não apresentar obstáculos às ae-ronaves. A avaliação topográfica detectou picos de desnível de 90 metros. No placar geral da avalia-ção técnica do DAP, a vitória de Vila Oliva é inequívoca: 9,69 pon-tos sobre 5,34 de Monte Bérico.

O presidente da CiCS Serra, Ademar Petry, contesta algumas informações do estudo técnico do órgão estadual. Ele aponta, por exemplo, um erro na identificação de mata nativa na área da pista de Monte Bérico, que, segundo ele, é composta em grande parte por plantações de eucaliptos (espé-cie exótica). Outra discrepância, conforme Petry, é com relação ao desnível territorial. Ele susten-ta que levantamentos realizados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em 2007 revelaram um desnível de apenas 60 metros na área destinada ao aeroporto, número bem distante dos 320 apontados pelo DAP. Embasada nesses argumentos e, principal-mente, na proximidade de Mon-te Bérico a um número maior de

centros urbanos, a CiCS Serra tenta forçar uma reavaliação do Estado. No dia 5 de maio, a enti-dade participou de audiência com o governador, e, na última terça-feira (10), reuniu-se com o secretário Beto Albuquerque. “Não há como anunciar um local quando se carece de informações. insis-timos para a realiza-ção de um estudo de demanda. Quais são as demandas da re-gião que vai abrigar o aeroporto? O que esse aeroporto vai transportar? Ninguém sabe. Essas questões não nos foram informa-das”, afirma Petry.

Para o vice-presidente da CiC de Caxias, Nelson Sbabo, não res-ta dúvidas que Vila Oliva é o lo-cal mais indicado. Segundo ele, o aeroporto seria essencialmente de cargas, com intuito principal de descongestionar o Salgado Filho, em Porto Alegre. Posteriormente, atenderia a passageiros. Sbabo diz que a única desvantagem aponta-

da pelas pessoas contrárias à es-colha de Vila Oliva é a distância em relação aos municípios vizi-nhos. “O local é longe hoje. Mas no mesmo dia em que for anun-

ciada a escolha va-mos começar a bri-gar pela construção de uma via duplica-da e asfaltada. Lá se permite a utilização da Rota do Sol. Vai ser mais rápido ir de Garibaldi, Car-los Barbosa e Bento Gonçalves até o ae-roporto do que che-gar em Novo Ham-burgo”, compara.

Na semana decisiva para a defi-nição do aeroporto, as lideranças empresariais das duas regiões não pretendem arriscar. Ambas parti-ciparão de uma audiência pública na Comissão de Viação e Trans-portes da Câmara dos Deputa-dos, em Brasília, na quinta-feira (19) – às vésperas do anúncio do secretário de infraestrutura e Lo-gística, ou talvez até mesmo de-pois dele –, com foco no... novo aeroporto regional.

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“No mesmo dia em que for anunciada a escolha vamos começar a brigar pela construção de uma via duplicada”, afirma Sbabo

www.ocaxiense.com.br 1114 a 20 de maio de 2011 O Caxiense

Governador Tarso Genro, que prometeu resposta em 60 dias quando esteve na CIC, não deve vir a Caxias para o anúncio

Edital dE Citação - CívEl4ª vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: 20 (vinte) dias. Natureza: declaratória Processo: 010/1.10.0004840- 3 (CNJ:.0048401-92.2010.8.21.0010). autor: Macrosul Borrachas e Parafusos ltda. Réu: aPF Equipamentos e Suprimentos para informática ltda. objeto: Citação de aPF Equi-pamentos e Suprimentos para informática ltda, atualmente em lugar incerto e não sabido, para, no PRaZo de QUiNZE (15) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, iv, CPC), contestar, querendo, e, não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial.

Caxias do Sul, 18 de dezembro de 2010. SERvidoR: osmar Cezar da Silva. JUiZ: Cláudia Rosa Brugger.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

Edital de Citação - Cível 5ª vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: 30 (trinta) dias. Natureza: anulação de título Processo: 010/1.08.0017029-9 (CNJ:.0170291-66.2008.8.21.0010). autor: Mecânica vivicar ltda. Réu: adriano Sartori objeto: Citação de adriano Sartori, para, no PRaZo de QUiNZE (15) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, iv, CPC), contestar, querendo, e, não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial.

Caxias do Sul, 16 de fevereiro de 2011. SERvidoR: Rosane Zattera Freitas - Escrivã. JUiZ: Silvio viezzer.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

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por fABiAnO [email protected]

comércio estava em franco de-senvolvimento, mesmo em um período pós Primeira Guerra Mundial. Na década de 1930, a população urbana de Caxias do Sul não chegava a 10 mil pessoas (hoje somos mais de 435,5 mil), existiam pouco mais de 350 esta-belecimentos comerciais e o trem escoava, principalmente, a cres-cente produção vinícola. Após a comemoração do cinquentenário da imigração italiana, locomover-se com carroças, charretes ou ca-valos era uma atividade comum. A chegada do automóvel modifi-cou essa realidade, fazendo a vida ter outro ritmo – e novas neces-sidades. Surgiram os primeiros carros de aluguel (hoje popular-mente chamados de táxis) e, com eles, oportunidades de negócios. Como o que foi feito pelo avô do músico e corretor de seguros Da-niel Bazo de Barros.

Enéas Bazo era madeireiro e ti-nha serrarias em Ana Rech, Boca da Serra (entre os distritos de Fa-zenda Souza e Vila Seca) e Bom Jesus. Demorava mais de duas semanas em cima de um cavalo para ir até essas localidades e re-tornar a Caxias. “O vô precisava pagar os funcionários e voltar logo para cuidar dos negócios. Foi quando ele decidiu comprar um carro”, conta Daniel, relem-brando histórias da mãe, Lourdes Cecília Bazo, falecida no final do ano passado. O veículo a que ele

se refere é um Dodge Brothers modelo Touring.

fabricado em 1920 em De-troit, nos Estados Unidos, o auto-móvel foi emplacado somente em 1923 em Caxias do Sul. Pertencia a Geraldo Piccoli, considerado um dos primeiros taxistas que o município teve – a história dos carros de aluguel é controversa porque, como a profissão foi re-gulamentada em 1981, segundo o presidente da Cooperativa de Consumo dos Condutores Autô-nomos de Veículos Rodoviários de Caxias do Sul (Coocaver), Jo-aquim Bueno dos Reis, não havia números precisos sobre o ramo. Hoje o município tem 277 taxis-tas. “O Piccoli trabalhava para o doutor Rômulo Carbone. Quando o médico precisava sair, chamava o motorista de aluguel”, conta Da-niel, “herdeiro” do veículo.

Bazo comprou o Dodge de Piccoli por volta de 1935. Pagou um conto de réis (convertido em valores atuais, R$ 56 mil) e mais uma espingarda alemã da marca Bayard. “A mãe contava que era uma verdadeira fortuna”, diz o tradicionalista Daniel. As viagens a Boca da Serra foram reduzidas para uma semana. Os negócios prosperaram e a família de Enéas passou a conhecer lugares novos. Além de passeios até as madeirei-ras, seus 10 filhos faziam piqueni-ques às margens do Rio Caí e do Arroio Faxinal, alguns na compa-nhia da família de João José Con-te, que tinha um Ford Modelo A.

“É muito bom dirigir esse carro sabendo que ele acompanhou a evolução de Caxias e da minha família”, ressalta Daniel, que man-tém a placa original de 1923, “iM 72” (o iM era de intendência Mu-nicipal).

Mas não foi tão fácil o Dodge Brothers parar na gara-gem do neto. Depois da morte do avô, o carro ficou com um tio de Daniel, Ítalo Bazo. Com a evolu-ção automobilística, acabou abandonado em uma garagem de Porto Alegre. “Sem-pre foi meu sonho ter esse Fordeco, como é carinhosa-mente chamado pe-los familiares”, reve-la Daniel – apesar de ser da marca Dodge, recebeu esse apeli-do devido à popu-laridade da Ford na época. Mas os Dodge eram con-siderados mais fortes e robustos do que os Ford. Durante 30 anos o automóvel ficou sem manuten-ção. No final de 2001, o corretor foi à Capital e comprou-o de um primo.

Ao trazê-lo para Caxias, no início de 2002, começou a refor-ma. O prazo estimado era de seis meses. Tamanha foi a dificuldade em refazer as peças que o projeto atrasou dois anos. Ainda falta ins-talar a capota de vinil (o modelo é conversível), que deve ser con-feccionada em Santa Catarina,

mas o carro de quatro marchas, que atinge velocidade máxima de 30km/h, roda normalmente, esti-mulando a curiosidade das pesso-as por onde trafega. “Só tem um probleminha no motor de arran-que, mas nada grave.” A restaura-ção exigiu inúmeras horas de tra-balho de Daniel e a “paciência e colaboração de amigos”. isso por-que a maioria das peças de ferro estava enferrujada e teve de ser refeita em oficinas. Sem contar a

mão de obra, Daniel calcula ter investido R$ 20 mil.

frequentador de encontros de carros antigos, o corretor colecio-na troféus em casa. Recebeu inúmeras propostas para ven-der o Fordeco, mas nenhuma até hoje o agradou. “Há alguns

anos eu dizia que ele não tinha preço. Preço ele tem, mas não tem como estipular. É difícil quanti-ficar, principalmente pelo valor sentimental. Por exemplo: fiquei oito meses aprendendo a dirigir esse carro. Uma hora dessas chega um quera ‘calçado’ e leva”, brinca Daniel, enquanto mostra a buzina manual. Com pouco mais de 27 mil quilômetros originais, o Dod-ge, mesmo que parado em uma garagem, continua sendo uma ra-ridade. Só que agora acompanha o desenvolvimento de outra Ca-xias do Sul.

Raridade na garagem

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“É muito bom dirigir esse carro sabendo que ele acompanhou a evolução de Caxias e da minha família”, diz o proprietário

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na CarOna da MeMÓria

Corretor de seguros reformou um Dodge Brothers de 1920 que pertenceu ao avô e foi um dos primeiros táxis de Caxias

Com quatro marchas, o modelo Touring, que Daniel levou oito meses para aprender a dirigir, atinge no máximo 30km/h

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por CAMiLA CARDOSO [email protected]

o abrir-se a cortina do tempo, que bom/ O passado se torna presente/ Foi feliz o poeta que disse/Recordar é viver novamente.

A Valsa da Saudade era uma das canções que embalavam as serenatas realizadas no que hoje é o bairro Santa Catarina. Com clarinetes e violões, moradores percorriam a vizinhança com suas cantorias a cada fim de ano, na década de 1940. Além das se-renatas, o então Travessão Flores também era lugar de trabalho. Al-gumas das primeiras empresas de Caxias surgiram ali, como os moi-nhos Corsetti e Venzon, a empre-sa de Josué Vaccari, que produzia óleo de linhaça, a tecelagem da família Gianella, a primeira sede da Randon, a cantina dos Ronca, entre outros estabelecimentos. Um dos últimos indícios físicos dessa época está fadado a desapa-recer. A casa onde mora Wanda Sanvitto, 82 anos, na Rua Mat-teo Gianella, será demolida para dar lugar a um empreendimento imobiliário, prova-velmente um alto edifício residencial, tal qual outros que rodeiam a casa. A área foi adquirida por uma incorpora-dora, que construiu uma nova moradia para Wanda no ter-reno ao lado. Ela ainda não conse-guiu se mudar por-que uma desentupi-dora que funciona aos fundos da futura casa utiliza fortes produtos químicos, o que prejudica a saúde da aposentada. Enquanto a situa-ção não se resolve, Wanda vive na moradia que existe há 75 anos, na companhia de 19 gatos e seis ca-chorros. “É claro que eu gosto da-qui, foi onde eu vivi a minha vida inteira”, diz a senhora, bem ali-nhada em seu conjunto de calça e casaco verdes, que contrastam com o ambiente quase sombrio.

O lote de terra foi recebido pelo avô de Wanda, um imigrante ita-liano, em 1875. A família passou a viver na casa em 1935, quan-do a obra foi concluída. Repleto de parreirais, árvores frutíferas e

animais, o terreno propiciava sus-tento à família de sete irmãos, que ainda vendia parte da produção de uvas, pães e salames. Numa pa-rede externa, um afresco do pin-tor Ribas, famoso à época, mostra o cenário da região: o Rio Tega – onde, segundo Wanda, pescava-se sem precisar de anzol – corria entre morros completamente co-bertos por vegetação, sem qual-quer sinal de urbanização.

na pressa de crescer, Ca-xias assiste à substituição de ca-sas repletas de histórias por altos prédios residenciais ou terrenos que viram estacionamento. A re-sistência dos mais antigos, que se negam a deixar as casas que cons-truíram, preserva a memória que o jeito de morar carrega. Empe-cilhos nos inventários e escritu-ras também retardam a venda e a consequente demolição das casas que são o marco físico da lem-brança de outros tempos. Para demolir a construção é preciso entrar com pedido de concessão de alvará na Secretaria Municipal de Urbanismo, apresentar docu-

mentos e pagar uma taxa de R$ 60,29. O titular da pasta, Francisco Spian-dorello, afirma que não pode precisar o número de autoriza-ções expedidas, pois elas constam no banco de dados da Secretaria como um processo comum. “Mas o número é grande. Uma amos-

tra é que, no ano passado, 3 mil novas edificações foram autoriza-das”, destaca.

A Secretaria faz um estudo dos documentos, de fotos, de projetos e do local, avaliando a provável idade da obra. Caso haja indícios de que a construção tenha mais de 50 anos, a Secretaria encaminha o caso ao Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural, o Compahc, que faz avaliações históricas e físicas do prédio. O Conselho recebe de duas a cinco solicitações de estudo por mês. A apreciação é feita 30 dias depois por todos os conselheiros, após um relator e um revisor fazerem seus apontamentos. “O Conse-

Patrimônio material

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“No modo de morar se entende diversos costumes. Ter signos visíveis de uma trajetória é um direito nosso”, diz Cleodes

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O PassadO vai aO CHÃOO avanço do mercado imobiliário compromete a preservação de parte da memória de Caxias, apagando marcas de histórias familiares

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lho não tem função fiscalizató-ria. A gente aconselha o prefeito sobre que decisão tomar”, explica Gustavo De Carli, presidente do Compahc. A condição estrutural, principalmente das fundações, é importante para definir se a casa será demolida. Nesse processo, o Conselho indica a possibilidade de alguns prédios serem tomba-dos como patrimônio histórico, o que impede a demolição. “É pre-ciso saber o quão singular é aque-la construção dentro do contexto urbano para ser tombada”, diz De Carli.

No entanto, singularidade não é, hoje, o adjetivo que mais se aplica a casas simples que ainda se encontram às dezenas na cida-de e que remetem à formação de Caxias. “Perdem-se obras por não serem as mais importantes agora, mas isso pode variar com o tem-po. Com a marcha desenfreada da construção civil, não podemos garantir que todas serão preserva-das”, alerta o presidente do Com-pahc. Para a pesquisadora Cleo-des Piazza Júlio Ribeiro, a rotina de demolições se deve ao indivi-dualismo e aos interesses finan-ceiros, que se sobrepõem o res-peito ao bem comum. “No modo de morar se entende diversos cos-tumes. Quanta coisa a gente sabe hoje, em termos de hábitos, por causa das residências! Ter signos

visíveis de uma trajetória é um direito nosso”, defende. Ela suge-re que esses tipos de construção não continuem, necessariamen-te, funcionando como moradias, mas possam ser transformados em boutiques, livrarias, restau-rantes, desde que não deixem de ser o patrimônio que eram. “No âmbito urbano, a especulação imobiliária não leva em conta a memória. Querem verticalizar as habitações, convertendo esse espaço em algo monetizável, ain-da que se viva apertadinho nos apartamentos”, lamenta Cleodes. “O mundo evolui, mas a história pode ser preservada. A manuten-ção custa bastante dinheiro, mas os proprietários devem perceber que pode ser revertida em van-tagem”, concorda o presidente do Compahc.

Como o trabalho de seu escritó-rio tornou-se conhecido quando o assunto é reutilização, a arqui-teta Jéssica de Carli recebe, em média, duas ligações por semana de proprietários oferecendo ma-teriais de demolição para ven-der. O boom do uso desse tipo de material em Caxias aconteceu há cerca de três anos, acompanha-do de uma onda de consciência sobre o que é ecologicamente sustentável. No entanto, estocar, restaurar e utilizar não é um pro-cesso simples. “É caro tirar um

por um, limpar e vender, no caso dos tijolos. É mais fácil mandar pro lixão”, diz Jéssica. “Me dói o coração quando eu vejo algumas casas sendo demolidas, onde da-ria para fazer tanta coisa. Já apro-veitamos muito, mas muita coisa se perdeu”, lamenta.

A parte posterior da re-sidência dos Pozzer abrigou por 44 anos um armazém de secos e molhados. No amplo balcão de madeira eram ven-didos tecidos, leite e mantimentos como açúcar, erva-mate e feijão, retirados do vasilhame com con-cha e embalados em sacos de papel. A diversificada venda do bairro Panazzo-lo, que contava ain-da com uma bode-ga, atraía clientela de longe, vinda da Vila ipiranga, o atu-al bairro Planalto. “Chegamos a ter 120 cadernetas, quando a vi-zinhança era formada por meia dúzia de famílias”, recorda o apo-sentado Sérgio Pozzer. As casas eram construídas pelos filhos de Ferruchio Panazzolo, que origi-nou o nome do bairro, a partir de casarões desmanchados no Cen-tro, já mais urbanizado na déca-

da de 1950. inicialmente colônia com estrada de chão e valões a céu aberto, o bairro começou se modernizar somente na década de 70, ganhando calçamento e es-goto.

Pozzer não passa mais em fren-te à casa onde viveu a maior parte de seus 57 anos, construída em 1955, na Rua Luiz Antunes. Com a morte dos pais, a propriedade foi dividida entre os seis irmãos. O mais novo adquiriu as partes

dos demais e, por muito tempo, alu-gou o imóvel. Mas a quantidade de re-formas que o prédio passou a demandar levou a família a de-sistir de mantê-lo. A construção está sen-do demolida para dar lugar a uma área comercial. Da casa, restaram escom-bros, um cofre de ferro, uma televisão,

um concha usada para pegar os grãos que eram vendidos às por-ções. Aos poucos, a demolição vai revelando o que a ocupação de in-quilinos descaracterizou – azule-jos cobertos por uma gritante tin-ta cor de laranja, o piso de tábuas de madeira maciça por baixo de uma cobertura plástica.

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e“O mundo evolui, mas a história pode ser preservada. A manutenção custa, mas pode ser revertida em vantagem”, lembra De Carli

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A mansão dos Calcagnotto, com 32 cômodos e salão para 150 pessoas, acabou demolida. As donas não conseguiam alugá-la

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casa é José Berti, que começou construindo prédios, mas perce-beu que o processo inverso tam-bém era necessário. Nas três dé-cadas de trabalho, Berti entendeu como a exploração imobiliária influencia as demolições. “São muitos herdeiros, e começa a dar conflito entre os que querem reformar e os que querem demolir para cons-truir. Depois que os velhos morrem, morre muita coisa também”, constata.

Alecsander de Campos, sócio do escritório de arqui-tetura que cuida da incorporação do fu-turo prédio, tem um ponto de vista diferente das de-molições. “O poder público preo-cupa-se em manter um prédio de 60 anos atrás, mas não pensa em quantas casas populares poderia construir com a verba necessá-ria para restaurar e manter uma construção dessas”, argumenta. Para ele, é importante manter a história das cidades, mas para isso existem outros recursos, como museus e registros fotográficos. “Em Caxias, as pessoas se pren-dem muito à história material. Aquela casa onde tu morou a vida inteira é um amuleto, que pode ser representada por um azulejo ou um tijolo. O que importa é a família que tu tem, a convivência

e as relações que tu tinha nessa casa. A casa é somente um amon-toado de tijolos”, opina Campos, ainda cursando a faculdade de Arquitetura.

O escritório dele recebe, em média, duas ligações por mês de proprietários oferecendo terrenos

e propondo permu-tas entre a área e um apartamento na futura construção. Mas, na esperança de que, com o tem-po, os terrenos se valorizem, alguns acabam perdendo negócio. “Oferecem muito terreno onde sobrou uma casa es-premida no meio de dois prédios, onde

não vai dar para construir um terceiro. Nesse caso, por exemplo, precisamos juntar três terrenos para conseguir fazer um prédio mais ou menos”, aponta, afir-mando que é preferível construir em áreas já desocupadas. Porém, as regiões mais valorizadas pelo mercado imobiliário naturalmen-te são aquelas já ocupadas por ou-tras casas, onde o comércio e a in-fraestrutura estão estabelecidos.

Construída em 1957 nos al-tos da Rua Ernesto Alves, numa época em que a área ainda era afastada da cidade, a Chácara dos Calcagnotto, também chamada de mansão, foi uma criação típica

do proprietário, Guerino. “Ele era um visionário, com uma persona-lidade muito peculiar, e construiu uma casa única, como ele pró-prio”, descreve a artista plástica Miriam Garcia, 61 anos, filha do caxiense que atuava no comércio e na agropecuária. No terreno de 6 mil m², a residência de 1,2 mil m² com 32 cômodos, além de um salão para 150 pessoas, se impu-nha, mas era acolhedora, tal qual seus donos. Lá foram realizados casamentos, noivados, batizados, festas de 15 anos. Quem fosse in-fluente ou célebre e passasse pela cidade era recepcionado por Cal-cagnotto, entre eles o ex-governa-dor paulista Adhemar de Barros e o ator Sérgio Cardoso, que in-terpretava o prota-gonista Ciccilo na novela O Cara Suja, da TV Tupi, um sucesso da época. Mais recentemen-te, Miriam recebeu o cirurgião plástico ivo Pitanguy e dom Eudes de Orleans e Bragança, membro da família real bra-sileira, além de côn-sules do Paraguai e da Espanha.

Mas a casa ficou grande demais para ser o lar de apenas três pes-soas, e os muros baixos não prote-giam mais. “Já era muito audacio-so e ousado desde aquela época. E os tempos mudaram”, conforma-

se Miriam. A família tentou o alu-guel, mas foi difícil encontrar in-quilino para uma mansão daquele porte. A decisão de demolir foi da incorporadora que comprou. No terreno estão sendo construídos apartamentos de até três suítes. Miriam encarou a saída da casa e a demolição como um luto, do qual ainda não se sente comple-tamente curada. Fotografou cada momento e cumpriu um ritual de parar em frente à obra e acom-panhar as fases do desmanche, chorando em cada uma delas. Carregou consigo tudo que foi possível, como móveis e louças. No entanto, há partes de uma casa de 1,2 mil metros quadrados que não caberiam em apartamento al-

gum. Foi então que decidiu, em parceria com a arquiteta Jés-sica De Carli, desti-nar o bar, poltronas e sofás para a deco-ração do The King Pub. Ao contrá-rio de Miriam, sua mãe, Eny, 93 anos, encarou a mudança com a serenidade peculiar da idade. Mas não resistiu e chorou pela pri-

meira vez quando viu os móveis instalados na casa nortuna. Um choro de alívio, por saber que as suas lembranças continuariam vi-vas em lugar feito para receber e festejar.

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“Em Caxias, as pessoas se prendem muito à história material. A casa é somente um amontoado de tijolos”, afirma Campos

“São muitos herdeiros, e começa a dar conflito. Depois que os velhos morrem, morre muita coisa também”, analisa Berti

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Na rua Matteo Gianella, a casa de Wanda Sanvitto, construídaa em 1935, deve ser demolida em breve

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por PAULA SPeRB e MARCeLO ARAMiS

O escritor Uili Bergamin está fe-liz, comemorando os mais de 200 exemplares de Contos de Amores Vãos que encontraram leitores ime-diatamente durante o lançamen-to do livro, na última quarta-feira (11). No dia seguinte, Uili conta que recebeu inúmeras ligações per-guntando 'quem é a misteriosa T.?', que aparece nos contos e na orelha da publicação. Uili garante que não a conhece, só troca e-mails. Mais um mistério para captar atenção. Os outros ficam por conta da temá-tica de relações amorosas fragmen-tadas. “Relacionamentos que dão certo são bons para a vida, não para a literatura”, esclarece. Contos de Amores Vãos experimenta diferen-tes formas narrativas nos 20 contos, mas sem abrir mão do conteúdo. “Não acho legal simplesmente ma-labarismos com as palavras”, defen-de. Leia um dos contos de Uili, um mini, na página ao lado.

Possuir um arquivo com mais de 130 mil negativos e mais de 2,5 milhões de imagens vai além dos números. Repre-senta a trajetória consolidada do fotógrafo Julio Soares, proprietário da Objetiva Fotografias, que completa 20 anos. A data será comemorada na próxima terça-feira (17), às 18h, no espaço de 200 metros quadrados no novo endereço, na Rua Vereador Mario Pezzi, 787. As duas décadas de ser-viços fotográficos também serão celebradas com novo site, novos serviços oferecidos (além de fotos publicitárias, fo-tografia social e books) e belas imagens para mostrar. Julio lançará uma galeria de fotos artísticas no site www.fotobjeti-va.com.br que poderão ser adquiridas pelo público.

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Posto Catz | O Caxiense é o primeiro jornal do Sul no Foursquare e pode honrar a cidade que já tem promoção nessa rede. O Posto Catz, da Jú-lio, oferece cera líquida para quem fizer o chek-in e uma lavagem no seu automóvel. inovador.

Galeto Brasile e Galeteria Al-vorada | No final de semana, é comum o Foursquare indicar que, além de você, há mais pessoas saboreando os pratos dos restauran-tes, como a equipe de blogueiros do Destem-perados, por exemplo. As dicas são certeiras.

Universidade de Caxias do Sul | Ao dar check in na UCS, você percebe pelas dicas que não é o único preso no congestionamento (que já tem seu próprio registro), envolto pela ne-blina dos dias frios e com muitos traba-lhos acadêmicos a serem feitos.

McDonalds | Destino frequente – seja de dia ou de madrugada – de jovens, é onde se vê além de muita embalagem, clima fast food, muitos celulares trocando SMS e, ago-ra, dando check-in no Foursquare. Usuários deixam dicas de promoções e reclamações do atendimento.

Shopping iguatemi | Provavel-mente o campeão em número de check-ins em Caxias, com 911 registrados, mas deficiente em interação: só um usuário deixou uma dica.

Redes Sociais | Foursquare

O Caxiense ajuda explorar a cidade em www.four-square.com/ocaxiense, mas internautas também dão preciosas dicas de serviços locais.

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[email protected]

[email protected]

Há 10 anos em turnê pelo Brasil, o Circo Bremer, de São Paulo, espalhou o encanto circense em Caxias do Sul em outubro de 2010. O fotógrafo do jornal O Caxiense, André T. Susin, captou a sutileza do equilíbrio nas alturas. Equilíbrio também exigido no espetáculo da vida na estrada ou sob a lona. Uma família sempre com malas preparadas para a mudança constante do seu picadeiro.

Talento no Ar| André T. Susin|

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a Mala aindanÃO estava CHeia

por uili BergaMin

a embora. Sobre a cama, quase tudo pronto. Dizia-se farta do relacionamento. Farta de paixões e de homens. Mas eu via, em seu olhar, no modo como ajeitava a roupa, que ainda havia espaço.

Amá-la, ainda não estava cheia.

Miniconto publicado no livro Contos de Amores Vãos, Edi-tora Maneco, R$ 25.

iParticipe | Envie para [email protected] o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TiF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

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Recomenda

Recomendal Profissão: Músico | Quin-ta(19), 20h | Leeds

Produzido pelo Projeto CCO-MA e pelo cineasta colombiano Daniel Vargas, o documentário mostra as mudanças que ocorre-ram nesta atividade após a revo-lução causada pelo MP3 e pelo download gratuito. A entrada é franca.

l O noivo da Minha Melhor Amiga | Comédia romântica. 14h, 16h30, 18h50 e 21h15 (leg.) | iguatemi

Do mesmo diretor de Um Show de Vizinha e Animal, o filme é baseado no livro homônimo de Emily Giffin e conta, obviamente, o triângulo amoroso entre as ami-gas de infância Rachel (Ginnifer Goodwin) e Darcy (Kate Hudson) e o noivo de Darcy, Dex (Colin Egglesfield). Dirigido por Luke

Greenfield. 12 anos. 112 min..

l Padre | Ficção. 14h30, 17h, 19h10 e 21h30 (leg.), 15h50 (dub. 3D), 17h40 e 21h50 (leg. 3D) | iguatemi

O longa é de ficção, mas dá qua-se para rir com a sinopse: num mundo recentemente abalado por uma guerra entre vampiros e humanos, um padre desobede-ce a lei da igreja para rastrear os sanguessugas que raptaram sua sobrinha. Com Karl Urban, Cam Gigandet, Maggie Q. Dirigido por Scott Charles Stewart. 14 anos. 88 min..

l Velozes e furiosos 5 – Operação Rio | Ação. 13h50, 16h40, 19h20 e 22h00 (leg.), 13h40, 16h20, 19h00 e 21h40 (dub.) | iguatemi

Parece que o Rio está na moda, mesmo: o longa conquistou a ter-ceira maior bilheteria na sema-na de estreia do ano, com renda de R$ 7,8 milhões. Nesta versão, Luke Hobbs (The Rock) junta-se ao resto do bando de motoristas

irresponsáveis que estrelou as ou-tras quatro: Brian (Paul Walker), Mia (Jordana Brewster) e Dom (Vin Diesel). Dirigido por Justin Lin. 14 anos. 134min..

l Thor | Aventura. 19h40 e 22h20 (leg.), 13h20 e 19h30 (leg. 3D) | iguatemi

Apesar das críticas incrivelmen-te boas, Thor ficou para trás com a estreia de Velozes e Furiosos. Mas o desempenho não é tão ruim as-sim. No Brasil, a história do he-rói mitológico da Marvel já foi vista por aproximadamente 1,5 milhão de espectadores. Dirigido por Kenneth Branagh. Com Na-talie Portman, Chris Hemsworth e Anthony Hopkins. 10 anos. 114 min..

l Abutres | Drama. De quinta a domingo (22), 20h (leg.) | Or-dovás

O impacto desse longa, que aborda a máfia das indenizações de seguros por acidentes automo-

tivos na Argentina, foi tão gran-de que levou o congresso daquele país a discutir mudanças na legis-lação. Dirigido por Pablo Trape-ro. Com Ricardo Darín e Martina Gusman.

l Rio | Animação. 13h30, 15h30 e 17h30 (dub.) | iguatemi

Nem mesmo o belo Água para elefantes, que ficou pouquíssimo tempo em cartaz, consegue des-bancar a animação dirigida por Carlos Saldanha, que homenageia a Cidade Maravilhosa. Será que as salas continuam tão cheias assim? Livre. 96 min..

AinDA eM CARTAZ: Gnomeu e Julieta. Animação. 16h (dub.). UCS | invasão do Mundo: Ba-talha de Los Angeles. Ação. 18h (leg.). UCS | O Ritual. Suspense. 20h10 (leg.). Sem sessão na terça (17). UCS

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[email protected] Carol De Barba |

Guia de Cultura

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inGReSSOS - iguatemi: Segunda, quarta e quinta (exceto feriados): R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia en-trada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50

Thor, personagem original de Stan Lee nos quadrinhos, agrada fãs e quem busca por diversão. Com a vencedora do Oscsar Natalie Portman

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Recomenda

l Os Oitavos | Sábado(14), 20h |Atual, sincero e honesto, ele-

gante, forte e com conteúdo. É assim que a banda define o estilo de rock que marca sua identidade e o que o público deve esperar do CD de estreia, Armas de Distra-ção em Massa, que sai pelo Fi-nanciarte. O grupo é formado por Johnnie Haeuser (vocal, guitarra e piano), ismael Daneluz (baixo), Lucas Daneluz (guitarra) e Ricar-do Dini (bateria).Teatro do SescR$10 e R$5 (comerciários, estu-dantes e sênior) | Moreira César, 2.462 | 3221-5233

l identidade e Dinossauros | Sábado (14), 23h |

influenciada pelo rock clássico (pela performance, o vocalista é frequentemente comparado a Mick Jagger) aliado à forte pega-da contemporânea, a identidade vem se destacando na cena rock brasileira. Para o show de abertu-

ra, a Dinossauros, de Santa Cata-rina.Vagão BarR$20 e R$15 (com nome na lista até a meia-noite) | Coronel Flores, 189 | 3223-0007

l Cucastortas | Sexta(20), 23h |O estilo autoral da banda é di-

fícil de definir. Navega pelo rock, samba, latinidades e brasilidades mil, carregada ainda de elemen-tos pessoais, ideologia libertária e letras de conteúdo social, dizem os integrantes. Na formação, Be-tetê (voz e guitarra), Bob Valente (baixo), Nano Drea (bateria e voz) e Painca (guitarra e voz). Parece louco, mas dá certo, tanto que os guris já dividiram o palco com ar-tistas como Zé Ramalho, Nélson Coelho de Castro e Lucio Yanel.LeedsR$8 | Os 18 do Forte, 314 | 3238-6068

TAMBÉM TOCAnDO – Sá-bado(14): Adriano Trindade e Banda convidam Tonho Crocco. Rock. 00h. Boteco 13. 3221-4513 | Alemão e Trio. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Bete Balanço e Lonely Hearts Club Band. Rock e Beatles cover. 22h. Aristos. 3221-2679 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Killer On The Dancefloor. Eletrônica. 23h. Havana. 3224-6619 | Reve-lação e Uque ki mudou. Pago-de. All Need Master Hall. 23h30. 3028-2200 | Revolver. Rock. 23h. Vagão Classic. 3223-0616 | Sambaêh com Ana Jardim Trio. Samba rock e som Brasil. Zaraba-tana. 3228-9046 | Show Bar. Ele-trônica, pagode e sertanejo uni-versitário. 23h. Move. 3214-1805 | fabiano Mittidieri e Banda. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | festa de Aniversá-

rio da Atlântida. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. 3419-0990 | Preview Beathouse 1 ano. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Radiofo-nia + DJ eddy. Rock. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Tool Box + Ton e os Karas. Rock. 23h30 Bukus Anexo. 3285-3987 | Barba-quá. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Domingo(15): Viro Sensação + DJ eddy. Pagode. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Terça(17): Andrea e fernan-do. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Maurício Santos. Pop rock. 00h. Boteco 13. 3221-4513 | The Cot-ton Pickers. Blues. 22h. Missis-sippi. 3028-6149 | Projeto Rock e Cultura. 21h. Vagão Classic. 3223-0616 | Quarta(18): Mau-rício Santos. Pop rock. 23h. Bo-teco 13. 3221-4513 | nino Henz. MPB. 22h. Aristos. 3221-2679 | Sweet Beetle Juice. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Classic Gamer. 21h. Vagão Classic. 3223-0616 | Maurício e Daniel. Tradi-cionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Quinta(19): Disco Acústico e fabrício Beck Trio. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Léo Man-delli e banda. Rock. 23h. Boteco 13. 3221-4513 | Rádio Country + DJ eddy. Sertanejo universitário. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | SeeA e Marcelinho Acústico. Reggea. 22h. Aristos. 3221-2679 | Gui Oliveira DJ. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Dante Ramon Ledesma, depois Gru-po Macuco. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Quinta-feira do Beijo. Vagão Classic. 3223-0616 | Sexta(20): Aquece. Va-gão Classic. 3223-0616 | Dan ferretti e banda. Samba rock. 23h. Boteco 13. 3221-4513 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Ding Dong Rauzito Cover experience. Rock. 22h.

Aristos. 3221-2679 | Jack Bro-wn + DJ eddy. Rock. 21h. Por-tal Bowling. 3220-5758 | Volux. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Gui Oliveira DJ. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Quarteto Paiol. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 |

l O incrível Caso do Sumi-ço das Letras | Sábado(14), 15h e 16h |

A obra do Grupo Ueba Produtos Notáveis é sobre uma cidade onde misteriosamente as letras e livros desapareceram do dia para a noi-te. Na tentativa de solucionar o problema, os moradores chamam o incrível detetive Valter Resolve e seu fiel ajudante Funcho. A ati-vidade faz parte da programação do 11ª Tapete Mágico, com rotei-ro e direção de Jonas Piccoli. Os ingressos devem ser retirados na Secretaria da Cultura.Casa das OficinasEntrada franca | Estação Férrea | 3901-1381

l el Titiritero de Banfield | Sábado (14), 20h |

Um títere rebelde (Bobi), can-sado de seu manipulador, é o res-ponsável por um dos momentos mais divertidos do espetáculo, cheio de humor, irreverência e poesia. A peça é escrita e dirigida pelo argentino Sérgio Mercúrio, e encanta pela naturalidade dos personagens e beleza das histórias narradas. É uma divertida crônica de Banfield (Província de Buenos Aires), e seus habitantes mais pi-

www.ocaxiense.com.br 1914 a 20 de maio de 2011 O Caxiense

MÚSiCA

TeATRO

(promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 (Movie Club Preferencial) e R$ 8 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estu-dantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocor-rem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito indus-trial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na progra-mação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Var-gas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz An-tunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

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Recomenda

torescos. 12 anos. 65min.Casa da CulturaR$15 e R$7,50 (estudante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697

l Sexualmente falando | Sábado(14) e domingo(15), às 20h30 |

Com classificação de 16 anos, o espetáculo do Gaúcho Eliseu pro-mete apresentar “tudo que você nunca ouviu sobre o sexo dos se-res humanos, animais e políticos”. ingressos na bilheteria do teatro.Teatro São CarlosR$ 25 e R$ 20 (antecipado) | Feijó Júnior, 778 | 3221-6387

l Memórias de uma Soltei-rona | Domingo(15), às 20h |

Zica Stockmans interpreta uma quarentona independente, ven-dedora de mão cheia, que tem um entrave na sua vida: as pen-dências espirituais com Tia Gér-debra, uma freira que a mantém eternamente virgem. A comédia é recomendada para maiores de 12 anos.Casa da CulturaR$ 15 (antecipados), R$ 20 (na hora) e R$ 10 (estudante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697

l R&J Shakespeare – juven-tude interrompida | Domin-go(15), às 20h |

Originalmente, a ousadia des-te espetáculo chamou a atenção no circuito londrino e também no Off-Broadway. Ao reence-nar o clássico através de quatro alunos de um colégio interno na inglaterra dos anos 80, o autor Joe Calarco arrebatou a crítica e os mais importantes prêmios da temporada. O ponto de partida é um intervalo da tediosa vida es-colar, onde quatro estudantes se deparam com a obra. Sem se dar conta, eles começam a ‘viver’ to-dos os diálogos do clássico. Sem trocas de roupas ou de cenário,

o drama se desenrola através do jogo cênico proposto, com a ‘peça dentro da peça’ e a investi-gação teatral através de uma obra desconstruída que se torna uma fonte inesgotável de possibilida-des cênicas. Na versão brasileira, a direção é de João Fonseca. No elenco, João Gabriel Vasconcellos, Rodrigo Pandolfo, Pablo Sanábio e Felipe Lima. A classificação do espetáculo é de 16 anos.Teatro do SescR$ 20 e R$ 10 (estudantes e sênior) antecipados, R$30 e R$15 (estu-dantes e sênior) na hora, R$5 (co-merciários) | Moreira César, 2.462 | 3221-5233

l O Rei está nu! | Terça(17), 21h |

Em 2010, Juca Chaves comemo-rou seus 50 anos de carreira com a peça Jubileu de Ouro. Agora, o comediante excursiona pelo país com seu novo espetáculo de stand up, O Rei está nu!. Os ingressos podem ser adquiridos na Arezzo do San Pelegrino Shopping Mall.Teatro São CarlosR$80, R$60 + 1 kg de alimento, R$50 (Clube do Assinante), R$40 (estudante e sênior) | Feijó Júnior, 778 | 3221-6387

l Cinta-Liga/Desliga | Quar-ta(18), quinta(19) e sexta(20), 20h |

Aline Tanaã, Grasi Müller e Odelta Simonetti são as diverti-díssimas clowns do Núcleo Trom-pas de Falópio que estrelam este espetáculo. Dirigidas por Luciane Olendzki, elas exploram as pos-sibilidades cômicas da mulher e seus complexos temas, vistos pela lógica do palhaço, do seu ridículo e do jogo cômico das relações en-tre as artistas e o público.Teatro do SescR$10 e R$5 (comerciários, estu-dantes e sênior) | Moreira César, 2.462 | 3221-5233

l O princípio do espanto | Sexta(20), 20h |

No espetáculo do grupo Mor-pheus, de São Paulo, um boneco pensa conduzir os objetos e a vida à sua frente, mas nada sabe sobre o homem que é responsável por seu mais simples movimento. O homem, por sua vez, crê contro-lar o boneco que construiu, mas compartilha com este a ignorân-cia do que está por trás de si pró-prio. Criador e criatura em uma relação sem palavras. 12 anos. 55min.Casa da CulturaR$15 e R$7,50 (estudante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697

l Brumas da Saudade | A par-tir de quarta (18), de segunda a sexta, das 8h às 22h |

O artista Rafael Pagatini, com a participação dos gravuristas Anico Herskovits e Mara de Car-li Santos, expõe obras que visam captar as transformações da ne-blina na paisagem. A partir da relação entre a xilogravura e a fo-tografia digital, a névoa é apresen-tada como a metáfora do velar e desvelar, da ausência e da presen-ça, como uma forma de interpre-tar o sentimento da saudade nas artes visuais.Galeria de Arte do Campus 8Entrada franca | RS 122, Km 69 | 3289-9000

l Mostra e Lançamento do documentário no Ar - o Rá-dio e a Televisão em Caxias do Sul | Abertura quarta (20h), visitação de terça a sábado, das 9h às 17h |

Além do documentário, diri-gido por Juliano Flores, há uma exposição relacionada ao tema, com contexto museográfico por objetos, peças, documentos e fo-tografias dos acervos do Museu

Municipal e do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami.Museu MunicipalEntrada franca | Visconde de Pelo-tas, 586 | 3221-2324

AinDA eM eXPOSiÇÃO – Anaglyph - Artistas em 3D. Se-gunda a sábado, das 9h às 22h, domingos, das 14h às 21h10. iguatemi | 10 Anos do Museu dos Capuchinhos. De segunda a sexta, das 8h às 11h, e das 14h às 17h. Museu dos Capuchinhos. 3220-9400 | Ponto a Ponto. De segunda a sexta, das 9h às 19h, sábado das 15h às 19h. Ordovás | Beleza Póstuma. Segunda a sex-ta, das 8h às 22h30, sábado das 8h às 12h. Ftec. 3027-1300 | Re-gistros de um tempo – 30 anos de arte e 20 anos de moda. Or-dovás | Acumulações Sensíveis. De segunda a sexta, das 9h às 19h, sábado das 15h às 19h. Ordovás | Cidades imaginárias. De se-gunda à sexta, das 8h30 às 18h e sábados, das 10h às 16h. Galeria Municipal |Mostra de Painéis so-bre a Colonização italiana na re-gião. Segunda a sexta, das 8h30 às 18h30, sábados e domingos, das 8h30 às 12h30. Espaço Cultural da Farmácia do ipam. 3222-9270 |

l encontro Literário: Lite-ratura e Dramaturgia | Se-gunda(16), 19h |

Ronald Radde, fundador da Cia Teatro Novo e diretor de mais de 180 espetáculos, e Viviane Ju-guero, autora do livro Canto de Cravo e Rosa e diretora do Te-atro de Arena de Porto Alegre, são os debatedores convidados. A mediação é de Uili Bergamin. As vagas são limitadas. As inscrições devem ser feitas no local.Teatro do SescEntrada franca | Moreira César, 2.462 | 3221-5233

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El Titiritero de Banfield tem encenação única no sábado, na Casa da Cultura. Personagens pitorescos e muita poesia

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O Caxias, após a lista de dis-pensas que não foram dispensas, começa a reforçar o grupo profis-sional para a disputa da Série C e fazer com que o técnico Guilherme Macuglia cumpra a promessa feita quando foi contratado: a de levar o clube à segunda divisão do Campe-onato Brasileiro. Até o fechamento desta edição, pelo menos seisjoga-dores estavam com a papelada em dia e aptos a iniciar o trabalho de preparação física comandado pelo multicampeão Darlan Schneider.

Os primeiros a serem oficializa-dos como reforços foram o atacan-te Paulo Rangel e o zagueiro Fábio Santos. No mesmo dia 12, só que no final da tarde, o volante Saulo Lu-cas, assim como os colegas, assinou contrato até o final do ano. Rangel, 26 anos, atuou pelo Lajeadense e foi um dos artilheiros do Gauchão com 11 gols – mesmo número de Júlio Madureira (Juventude) e Lima (Caxias). Fábio Santos, ou Fabão, 30 anos, atuou no Paulistão pela Linense-SP. Saulo tem 24 anos e também jogou o Estadual, pelo Ypi-ranga de Erechim. Na sexta foram apresentados o zagueiro Vinícius (ex-São José-PoA), o meio-campo Thomaz (ex-imbituba-SC) e o vo-lante Márcio Hahn.

Sobre a debandada do dia 9, a direção preferiu informar apenas a lista dos jogadores que se reapre-sentaram. Do total de 32 atletas, 16 (um júnior) começaram a prepa-ração para a Série C. Os que assi-

naram a rescisão: goleiro Matheus; laterais Patrício, Edu Silva, Alisson, Thiaguinho e Marcelo Oliveira; zagueiros Neto e Marcelo Ramos; volantes Marcos Rogério e Bruno; meias Diogo e Zé Carlos; e atacan-tes Waldison, Palacios e Marcus Vinícius.

Desses, acertei cinco, segundo lis-ta publicada na última edição. Sur-preendeu as dispensas do goleiro e dos volantes. Achei que o zagueiro Vanderlei e os volantes Felipe Gon-çalves e Dê também seriam libera-dos. Um dos vice-presidentes, Vol-nei Marzotto, ressalta que a equipe terá no máximo 25 jogadores para a terceira divisão. “Nosso grupo precisa ser reforçado. Precisamos principalmente de um meia, todos sabem disso”, destaca o dirigente.

A programação grená prevê que até 4 de junho serão desenvol-vidos condicionamento físico, téc-nico e tático e amistosos. Conforme o preparador Darlan Schneider, as atividades iniciaram na quinta (12). “Devemos saber como os jogadores terminaram as competições que disputaram. A troca de comissões técnicas não deixou os atletas com um padrão de condicionamento. Agora, teremos um período ideal para preparar a equipe”, avalia Sch-neider.

A estreia na Série C será no Cen-tenário, no dia 16 de julho, contra a Chapecoense. O Caxias está no grupo D, ao lado de Brasil de Pelo-tas, Joinvile-SC e Santo André-SP.

O primeiro reforço do Juventude para a disputa da Série D, em tese, é o volante Léo Maringá. Segundo o vice-presidente de futebol do

clube, Raimundo Demore, o jogador será apresentado oficialmente na tarde de segunda-feira (16), quando o grupo profis-sional inicia a preparação para a disputa da com-petição nacional.

Léo Maringá, 31 anos, defendeu o Cruzeiro de Porto Alegre no Gauchão. O meio-campista tem um pré-contrato e será integrado ao grupo após passar por exames médicos. Demore, que não dá pistas sobre outros reforços, cita que encami-nhou a renovação com o lateral direito Anderson Pico, vinculado ao Grêmio. A assinatura do novo contrato deve ocorrer na segunda.

O volante Edenílson, 21 anos, do Caxias, teria um acordo fir-mado para reforçar o Corinthians no Brasileirão. Segundo notícias veiculadas na imprensa paulista, o jogador, que também atua como meia, estava sendo observado pela comissão técnica do Timão e teve aval do técnico Tite. Diri-gentes do Caxias confirmam o interesse, porém, ressaltam que por enquanto nada foi assina-do – o que deve ocorrer após o segundo jogo da final do Pau-listão, a ser disputado domingo (15) entre Santos x Corinthians.

Um selo comemorativo dos 98 anos do Juventude foi lançado na manhã do dia 12 de maio por meio do Twitter oficial do clube – twitter.com/papadanews. A criação foi de Ricardo Brisotto, da agência Tonificante Marketing Estimu-lante. integrantes do Conselho Jo-vem, consulado Papos da Capital, diretoria, funcionários e conse-lheiros irão ampliar a divulgação do selo. O convite é estendido à torcida. As comemorações dos 98 anos do alviverde estão progra-madas para junho – o clube foi fundado em 29 de junho de 1913.

As equipes sub-20 do Caxias e do Ju se classificaram para a segunda fase do Gauchão. No sábado (14), os grenás enfrentam o Cruzeiro em Porto Alegre (15h). Os papos recebem o Gaúcho no Centro de Formação de Atle-tas e Cidadãos, nos mesmos dia e horário. O Caxias do técnico Felipe Endres está na chave 8 ao lado de Porto Alegre, Cidreira e Cruzeiro. O Ju, treinado por Fernando Rech, está no grupo 6 com inter, Gaúcho e ivoti.

A chave 7 tem Grêmio, Laje-adense, Guarani de Venâncio Aires e Novo Hamburgo; o grupo 9 é formado por igrejinha, Bagé, Uruguaiana e Cerâmica. Somente os dois primeiros de cada quarteto passam para as quartas de final.

No dia 7 de maio, o Comitê Or-ganizador da Copa do Mundo de 2014 divulgou nota no site da Fifa (Federação internacional de Fu-tebol) citando 145 estádios loca-lizados em 20 diferentes Estados, que serão avaliados para receber uma seleção de futebol. O Cente-nário, da SER Caxias, representa a cidade como possível Centro de Treinamento (CT). Das 12 indica-ções do Rio Grande do Sul, cinco são da Serra: estádios Montanha dos Vinhedos (Bento Gonçalves), Municipal (Farroupilha), Campo de Treinamento do Hotel Conti-nental (Canela) e Vila Olímpica Várzea Grande (Gramado). A escolha definitiva dos locais está prevista para dezembro de 2013.

Está no blog www.ondeuruguaia-naseve.blogspot.com.Na tarde de 8 de maio, Corinthians e Cruzeiro se enfrentavam pela Liga Super Master de Uruguaiana, disputada por atletas com mais de 55 anos. Um jogador corintiano reclamou da atuação de um bandeirinha no primeiro tempo e foi expulso. indignado, o reclamante prometeu voltar. Na metade da etapa final o atleta invadiu o gramado dirigin-do um carro. O alvo era o trio de arbitragem, que correu para esca-par. O motorista-jogador fugiu an-tes da chegada da BM. Detalhe: o “estressado” é pastor de uma igreja evangélica. Se a moda pega...

Pré-contrato

Quase lá Selo para os 98 anos

Juniores classificados

Pré-selecionadoPastor indignado

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por fABiAnO PROVin | [email protected]

www.ocaxiense.com.br 2114 a 20 de maio de 2011 O Caxiense

Podcast | Escute todas semanas os comentários de Fabiano Provin sobre a dupla CA-JU em www.ocaxiense.com.br.

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Recomenda

Recomenda

Recomenda

l Caminhada e Corrida da fé | Sábado, às 7h e 8h |

O percurso da prova tem 15 quilômetros até o santuário de Nossa Senhora do Caravaggio, em Farroupilha. Para retornar, o participante não deve esquecer de levar R$ 4 para pagar o ônibus.Posto DitrentoInscrição gratuita | João Nichele, 2.227, Sanvitto II

l 4° Torneio Aberto de Du-plas | Sábado e domingo, a partir das 8h30 |

Ao todo são esperados cerca de 30 duplas vindas de todo o Esta-do. Os participantes poderão dis-putar as categorias Handicap 18 e Handicap 18 a 36. Os dois golfis-tas da dupla jogam paralelamente os mesmos buracos e será conta-bilizado o que acertar o alvo em menor número de tacadas. Caxias Golf ClubEntrada gratuita | Estrada do gol-fe, 1.111, Fazenda Souza

l Juventude x Gaúcho (ju-niores) | Sábado, 15h |

Os rapazes da equipe alviver-de iniciam a disputa da segunda fase do Campeonato Gaúcho na categoria Júnior. O adversário é o Gaúcho de Viamão. Também fazem parte do grupo 6 o inter-nacional e ivoti. Somente os dois primeiros classificados avançam para as quartas de final. Centro de formação de Atletas e Cidadãos (CfAC)Entrada gratuita | Atílio Andrea-

zza, s/n°, Parque Oásis

l Caxias x Cidreira (junio-res) | Quarta (18), 15h |

O time treinado por Felipe En-dres fez o dever de casa na primei-ra fase da competição: encerrou como líder isolado. Neste sábado, às 15h, os garotos do Caxias via-jam a Porto Alegre para enfrentar a equipe que leva o nome da cida-de. A estreia no Centenário está marcada para a próxima quarta (18), também às 15h. O adversá-rio é o Cidreira. CentenárioEntrada gratuita | Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floria-no

l Luna x Blumenau | Sábado, às 18h |

As meninas do Luna terão um dos principais desafios do ano. A equipe caxiense enfrenta o Blu-menau, time que sustenta quatro vice-campeonatos da Liga Nacio-nal e é o atual campeão da Copa do Brasil. O treinador, Gabriel Citton, sabe das dificuldades, mas conta com o apoio da torcida.Ginásio PoliesportivoEntrada gratuita | Francisco Getú-lio Vargas, 1.130, Petrópolis

l Serra x novo Hamburgo | Sábado, às 15h |

A equipe caxiense está a um passo da classificação para fase final do Campeonato Gaúcho. O Serra depende somente do pró-prio resultado contra o NH para garantir a vaga com uma rodada

de antecedência. O adversário também disputa a classificação. Com duas derrotas e uma vitória, o Serra ocupa a quarta posição na tabela.escola da naturezaEntrada gratuita | Quinto Slomp, s/n°, Forqueta

l Campeonato Celso Silva Schaidhauer | Domingo, a par-tir das 8h30 |

Ao todo, 12 equipes disputam o torneio. A competição é dividi-da em duas fases. Na primeira, as equipes jogam entre si em chave única. Na sequência, os dois pri-meiros colocados fazem a final. Ginásio da UCSEntrada gratuita | Francisco Getú-lio Vargas, 1.130

l Jogos Abertos de Volei-bol | Domingo, 9h |

A competição, que reúne seis equipes, é dividida em duas cha-ves. Os dois últimos colocados dão adeus ao campeonato e as equipes restantes disputam as semifinais em cruzamento olím-pico. Os três primeiro colocados ganham medalhas e troféus.Ginásio do Colégio imigranteEntrada gratuita | Antônio de Gas-peri, 1.124, Bela Vista

l Jogos Abertos de Ta-ekwondo | Domingo, 9h |

Pelo menos 200 lutadores, de diversas categorias de peso e fai-xa, disputarão a competição, que começa com uma apresentação.enxutãoEntrada gratuita | Luiz Covolan, 1.560, Marechal Floriano

22 14 a 20 de maio de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Guia de Esportespor José eduardo Coutelle | [email protected]

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Caxias Golf Club recebe duplas de todo RS

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Renato [email protected]

Desfiles alegóricos da Festa da Uva 2012 serão exclusivamente no-turnos. A comissão comunitária do evento baterá o martelo a respeito na semana que vem. A opção pela

noite deixará o corso mais bonito e trará menos problemas ao trânsito da Sinimbu, ainda que os carros alegóricos desfilarão apenas entre a Andrade Neves e a Dr. Montaury.

Neura Pedrotti (do bairro São Cristóvão), irmã Maria De Bastia-ni (Fátima) e Avelino de Azevedo (Mariani) receberão na próxima quinta-feira (19), em sessão solene da Câmara, a Medalha Mérito Co-munitário de Caxias do Sul. Uma

comissão especial de vereadores assumiu a responsabilidade pela (boa) escolha. Aliás, a Câmara rea-lizará três sessões solenes na próxi-ma semana. Além dessa, terá home-nagens ao Dia do Gari (terça-feira) e à imigração italiana (quarta).

Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Diretório Central de Estudantes não mandaram representantes à reunião do Conselho Municipal de

Trânsito que definiu o reajuste de 17,8 % dos táxis. Na ótica das duas entidades, produtores rurais e estu-dantes não usam o serviço.

Empresários, políticos de bom senso e outros menos votados con-fiam que, na próxima semana, o secretário de infra-estrutura e Logística, Beto Albuquerque, e o diretor do Departa-mento Aeroportuário venham a Caxias para anunciar Vila Oliva como local do futuro aeroporto regional.

Em tese, o governador ficaria de fora do anúncio. Na avalia-ção de assessores políticos de Tarso Genro, a presença ape-nas de pessoal da área daria um sentido técnico à escolha.

O sentido político (ou politi-queiro) fica com a realização da inútil e inoportuna audiência pública a ser realizada quinta-feira (19), em Brasília, em promoção do deputado José Stedile (PT).

O PT caxiense terá prévia para definir seu candidato a prefeito nas

eleições do ano que vem. A deci-são tem vincula-ção direta com o posicionamento do deputado federal Gilberto Pepe Vargas.

Ao avisar o diretório do partido que sairia

candidato somente sem disputa interna, Pepe ouviu resposta ime-diata do atual presidente da Câ-mara, vereador Marcos Daneluz:

“Então, sinto muito, va-mos ter prévia porque eu vou para a disputa”.

Se sair mesmo a prévia, Dane-luz deverá disputá-la com a de-putada estadual Marisa Formolo, que também é pré-candidata.

O assassinato do apenado Anderson Rodrigues, por gol-pes de faca artesanal, desnu-da as deficiências do Presídio Regional, em Apanhador.

A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) será cha-mada a explicar porque há meses não é realizada qualquer tipo de revista de presos naquela casa de detenção – até quinta-feira (12) considerada de segurança absoluta.

Greve dos médicos entra na quinta semana sem qualquer possibilidade de entendimento.

A prefeitura mantém-se firme no entendimento de que não pode dar qualquer tipo de reajuste diferencia-do a um segmento dos servidores. Sob pena de comprometer definiti-vamente as finanças do Município.

Em sua palestra sobre ques-tões ambientais, segunda-feira (9), na UCS, o líder do MST João Pedro Stedile evitou o confron-to com o governo federal.

Sem novidades: o movimento dos trabalhadores rurais sem-terra encontra-se em situação semelhan-te à que vivem algumas centrais sindicais. A irrigação de dinheiro oficial impede críticas mais severas.

Sobre o novo Código Flores-tal brasileiro, o preparadíssimo Stedile confia que o Senado po-derá conter os vícios aprova-dos na Câmara Federal:

“Afinal, os senadores exigem mais para ser comprados”.

Mas, em seguida, esclareceu: “É brincadeira, é brincadeira”.

O presidente da União das Asso-ciações de Bairros, Daltro da Rosa Maciel, faz coro à luta pelo tomba-mento do prédio da antiga Maesa, na Rua Plácido de Castro. A ideia do vereador Edio Elói Frizzo (PSB), um dos proponentes, é transformar o lo-cal em Mercado Público.

“Quando a UAB empreendeu a luta pela utilização do antigo pré-dio da cantina Antunes, muita gente ignorou ou criticou o movimento”, diz Daltro. “Hoje, a entidade está se-diada ali, com todas as condições de funcionamento.”

Com 26 bairros e loteamentos, a região Rizzo é uma das que mais cresce na cidade – e, em função disso, também é das que mais apre-senta problemas e exige respostas

da administração pública.O Câmara vai aos bairros vai dis-

cutir parte deles nesta segunda-fei-ra (16) à noite, no salão da paróquia São José.

Ex-tucano, atualmente filiado ao PMDB, o presidente da CiC, Milton

Corlatti, é vítima de assédio eleitoral.

Ele vem sen-do consultado por dirigentes de outros partidos políticos a respeito da possibilidade de uma candida-tura a prefeito no

ano que vem. Por enquanto, o assunto nem passa pela cabeça do empresário que, no comando da entidade, revelou-se mais articulado no encaminhamento de proble-mas comunitários do que muita autoridade eleita pela população.

Assédio eleitoral

Corso luz

Comunitariamente

Ausentes

Escolha técnica

Insegurança oficial

Sem acerto

Brincadeiras à parte Pelo tombamento

A Câmara no Rizzo

Prévia petista

Vereadores Renato de Oliveira (PCdoB) e Guiovane Maria (PT) reapresentaram pedido de informa-ções a respeito do andamento das obras do Sistema Marrecas.

O pedido entrou na ordem do dia da sessão da próxima terça-feira (17). E, desta vez, deverá ser aprovado. Não só porque está mais enxuto, mas também porque foi devidamente articulado pela líder do governo, Geni Peteffi (PMDB). A bancada governista concluiu que aprovar um pedido assim tira da oposição o discurso da falta de transparência.

na tentativa de buscar des-gaste ao governo e à bancada go-vernista, os vereadores petistas erraram ao apresentar proposta de uma frente parlamentar para acom-panhar as obras do Marrecas.

Para funcionar, a proposta deve-ria ser de formação de uma comis-são especial – e não de uma frente parlamentar.

Aliás, as comissões permanentes – como a de orçamento – já cum-pririam a finalidade de fiscalização da obra, sem necessidade de uma frente. Só o aproveitamento políti-co-eleitoral ficaria prejudicado.

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www.ocaxiense.com.br 2314 a 20 de maio de 2011 O Caxiense

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É por causa do aumento da gasolina e dos engarrafamentos no centro da cida-

de. O motorista perde muito tempo e ain-da sofre com o desgaste da embreagem

Presidente do Conselho Municipal de Trânsito, Éder Dal’Lago, ao justificar o reajuste

de 17,8 % na tarifa dos táxis

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