Edição 85 da Revista Empresa Brasil da CACB

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Abril de 2010 1 Abril de 2010 1 MARCO NORMATIVO VAI ORIENTAR O GOVERNO NA PROMOÇÃO DO EMPREENDEDORISMO O que trava a competitividade do país Segundo especialistas, o grande debate do momento é saber por que o governo tem tanta dificuldade para investir Empresa Brasil Ano 9 l Número 85 l Agosto de 2012

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Publicação da CACB Empresa Brasil edição 85

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Abril de 2010 1Abril de 2010 1MARCO NORMATIVO VAI ORIENTAR O GOVERNO NA PROMOÇÃO DO EMPREENDEDORISMO

O que trava a competitividade do paísSegundo especialistas, o grande debate do momento é saber por que o governo tem tanta difi culdade para investir

Empresa Bras

il

Ano 9 l Número 85 l Agosto de 2012

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Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doEstado do Acre – FEDERACREPresidente: George Teixeira PinheiroAvenida Ceará, 2351 Bairro: CentroCidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado deAlagoas – FEDERALAGOASPresidente: Kennedy Davidson Pinaud CalheirosRua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIAPresidente: Nilton Ricardo Felgueiras Faria e SousaRua General Rondon, 1385 Bairro: CentroCidade: Macapá CEP: 68.900-182

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariaisdo Amazonas – FACEAPresidente: Valdemar PinheiroRua Guilherme Moreira, 281Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300

Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado daBahia – FACEBPresidente: Clóves Lopes CedrazRua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070

Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACCPresidente: João Porto GuimarãesRua Doutor João Moreira, 207 Bairro: CentroCidade: Fortaleza CEP: 60.030-000

Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais eIndustriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDFPresidente: José Sobrinho BarrosSAI Quadra 5C, Lote 32, sala 101Cidade: Brasília CEP: 71200-055

Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Espírito Santo – FACIAPESPresidente: Arthur AvellarRua Henrique Rosetti, 140 - Bairro Bento Ferreira Vitória ES - CEP 29.050-700

Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEGPresidente: Ubiratan da Silva LopesRua 143 - A - Esquina com rua 148, Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110

Maranhão – Federação das Associações Empresariais doMaranhão – FAEMPresidente: Júlio César Teixeira NoronhaRua Inácio Xavier de Carvalho, 161, sala 05, Edifício Sant Louis.Bairro: São Francisco- São Luís- MaranhãoCEP: 65.076-360

Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais do Estado do Mato Grosso – FACMATPresidente: Jonas Alves de SouzaRua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020

Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais doMato Grosso do Sul – FAEMSPresidente: Antônio Freire Rua Quinze de Novembro, 390Bairro: Centro Cidade: Campo Grande CEP: 79.002-917

Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINASPresidente: Wander Luís SilvaAvenida Afonso Pena, 726, 15º andarBairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002

Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doPará – FACIAPAPresidente: Reginaldo FerreiraAvenida Presidente Vargas, 158 - 5º andarBairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000

Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais daParaíba – FACEPBPresidente: Alexandre José Beltrão MouraAvenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andarBairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doParaná – FACIAPPresidente: Rainer ZielaskoRua: Heitor Stockler de Franca, 356Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais de Pernambuco – FACEPPresidente: Djalma Farias Cintra JuniorRua do Bom Jesus, 215 – 1º andarBairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACPPresidente: José Elias TajraRua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207.Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: CentroCidade: Teresina CEP: 64.001-060

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJPresidente: Jésus Mendes CostaRua do Ouvidor, 63, 6º andar - Bairro: CentroCidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030

Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do RioGrande do Norte – FACERNPresidente: Sérgio Roberto de Medeiros FreireAvenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200

Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e deServiços do Rio Grande do Sul - FEDERASULPresidente: Ricardo RussowskyRua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andarPalácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110

Rondônia – Federação das Associações Comerciaise Industriais do Estado de Rondônia – FACERPresidente: Gerçon Szezerbatz ZanattoRua Dom Pedro II, 637 – Bairro: CaiariCidade: Porto Velho CEP: 76.801-151

Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais deRoraima – FACIRPresidente: Jadir Correa da CostaAvenida Jaime Brasil, 223, 1º andarBairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350

Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISCPresidente: Alaor Francisco TissotRua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540

São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado deSão Paulo – FACESPPresidente: Rogério Pinto Coelho Amato Rua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001

Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Estado de Sergipe – FACIASEPresidente: Alexandre Santana PortoRua Jose do Prado Franco, 557 Bairro: CentroCidade: Aracaju CEP: 49.010-110

Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriaisdo Estado de Tocantins – FACIETPresidente: Pedro José Ferreira103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA -Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversifi cada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às in-formações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.

DIRETORIA DA CACBBIÊNIO 2011/2013

PRESIDENTEJosé Paulo Dornelles Cairoli - RS

1º VICE-PRESIDENTESérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL

VICE-PRESIDENTESDjalma Farias Cintra Junior - PEJésus Mendes Costa - RJJosé Sobrinho Barros - DFLuiz Carlos Furtado Neves - SCRainer Zielasko - PRReginaldo Ferreira - PARogério Pinto Coelho Amato - SPSérgio Roberto de Medeiros Freire - RNWander Luis Silva - MG

VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAISSérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL

VICE-PRESIDENTE ESTRATÉGIGOEdson José Ramon - PR

DIRETOR-SECRETÁRIOJarbas Luis Meurer - TO

DIRETOR-FINANCEIROGeorge Teixeira Pinheiro - AC

CONSELHO FISCAL TITULARESJonas Alves de Souza - MSMarcito Aparecido Pinto - ROPedro José Ferreira - TO

CONSELHO FISCAL SUPLENTESAlexandre Santana Porto - SELeocir Paulo Montagna - MSValdemar Pinheiro - AM

CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIAAvani Slomp Rodrigues

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIOMarduk Duarte

COORDENADORA DE ASSUNTOS INSTITUCIONAISLuzinete Marques

COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIALfróes, berlato associadas

EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIALMarcelo MeloNeusa Galli FróesThaís Margalho

COORDENADOR DO EMPREENDERCarlos Alberto Rezende

COORDENADOR NACIONAL DA CBMAEValério Figueiredo

COORDENADOR DO PROGERECSLuiz Antonio Bortolin

SCS Quadra 3 Bloco ALote 126Edifício CACB61 3321-131161 3224-003470.313-916 Brasília - DF

Site: www.cacb.org.br

Federações CACB

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Agosto de 2012 3

Com o tema do 22º Congresso da Confederação das Associações Co-merciais e Empresariais do Brasil (CACB), Brasil de Resultados, mar-cado para Belém, nos dias 3, 4 e 5 de setembro no Hilton Hotel, juntamente com o 11º Congresso da Federação das Associações das

Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Pará (Faciapa), nossa enti-dade mais uma vez mostra o seu protagonismo no debate nacional.

A ideia não é esperar por ações do governo, mas ajudá-lo a encontrar saídas para quem faz negócios. O Brasil pode progredir muito com menos tributos e mais fl exibilidade na legislação trabalhista. Nesse sentido, esperamos, mais uma vez, dar a nossa contribuição para que o país possa avançar rumo à competitividade e re-solver as limitações que impedem a criação de um ciclo virtuoso sem sobressaltos.

Durante o congresso, que tem público previsto de mil pessoas, haverá es-paço para discussões dos projetos da CACB, como o Empreender, a Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem Empresarial (CBMAE), Programa de Ge-ração de Receitas e Serviços (Progerecs) e o Integra. Além disso, também está programada a realização do 1º Encontro Pan-Amazônico, para o qual foram convidadas as Câmaras de Comércio de países vizinhos.

De outra parte, é com muita honra que receberemos as visitas do ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, do secretário executivo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alessandro Teixeira, além do di-retor- presidente do Sebrae Nacional, Luiz Eduardo Barretto, do diretor de micro e pequenas empresas do Banco do Brasil, Adilson Nascimento Anísio, e do deputa-do Guilherme Campos, secretário da Comissão da Frente Parlamentar das MPES.

Além dos palestrantes, Germano Rigotto, ex-governador do Rio Grande do Sul, e do especialista em comunicação, Dado Schneider, nosso congresso deverá assistir a um interessante painel – O Cenário Macroeconômico Global e os Ciclos Demográfi cos – com os economistas Aod Cunha, diretor da J.P. Morgan Brasil, e Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Aliás, não é mera coincidência o fato de que, na matéria de capa desta edição de Empresa Brasil, o tema escolhido está relacionado com o clima de incerteza da economia mundial e seus efeitos no Brasil. Mesmo sendo um dos campeões mundiais na cobrança de impostos – poucos países arrecadam tan-tos tributos –, o governo continua a patinar em suas tentativas de vitaminar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Prova disso, na segunda semana de julho o mercado reduziu a projeção de crescimento do PIB deste ano a 1,90%, ante 2,01% previstos na semana an-terior, de acordo com relatório Focus do Banco Central. Esses dados mostram a importância do debate nacional sobre os caminhos que podem levar o país ao crescimento autossustentável e de ações que fazem a CACB, a cada dia, mais respeitada como instituição empresarial.

Boa leitura e feliz congresso!

Brasil de resultados

PALAVRA DO PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli

José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil

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4 Empresa Brasil

3 PALAVRA DO PRESIDENTECom o tema do 22º Congresso, Brasil de Resultados, marcado para Belém, nos dias 3, 4 e 5 de setembro, no Hilton Hotel, nossa entidade mais uma vez mostra o seu protagonismo no debate nacional.

5 PELO BRASILCaruaru sediará, entre os dias 22 e 24 de agosto, a 14ª edição da Rodada de Negócios da Moda Pernambucana.

8 CAPAA melhoria da competitividade do país no longo prazo continua sendo o maior desafi o do governo.

12 CASE DE SUCESSONúcleo Setorial fortalece sistema de escolas de Joinville.

14 FEDERAÇÕESEntidade agiliza documento de certifi cação de origem para a rede.

17 DESTAQUE CACBConhecimento, habilidades e atitudes foram temas do Seminário de Consultores do Empreender.

18 FEDERAÇÕESO empresário Ubiratan da Silva Lopes anuncia a sua plataforma de ação na presidência da Facieg.

22 CBMAEEncontro discute medidas para melhor prestação de serviços na rede CBMAE em Minas Gerais.

24 EMPREENDEDORISMO Até outubro, governo defi ne diretrizes básicas da Política Nacional de Empreendedorismo e Negócios (PNEN).

26 NEGÓCIOSSegmento de eventos mantém perspectiva de crescimento. Mas existe incerteza quanto à continuidade do nível de atividades depois da Copa 2014.

28 RECURSOS HUMANOSO que você precisa fazer se for demitido. Momento atual da economia mundial pode ser um estopim para o desemprego, mas o estresse não é o melhor caminho para a recolocação profi ssional.

30 LIVROS“O Gasto Público no Brasil”, de Júlio Francisco Gregory Brunet, Clayton Brito Borges e Ana Maria de Aveline Bertê (Editora Campus), é um convite à refl exão e ao debate sobre um tema crucial para o desenvolvimento do país.

31 ARTIGO Dorival Dourado Jr., presidente da Boa Vista Serviços, escreve sobre o Cadastro Positivo.

ÍNDICE

EXPE

DIE

NTE

Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróesfróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - [email protected] gráfi co: Vinícius KraskinDiagramação: Kraskin ComunicaçãoFoto da capa: Baharlou/fotolia.comRevisão: Flávio Dotti CesaColaboradores: Thaís Margalho e Marcelo MeloExecução: Editora Matita Perê Ltda.Comercialização: Fone: (61) 3321.1311 - [email protected] Impressão: Arte Impressa Editora Gráfi ca Ltda. EPP

22 CBMAE

SUPLEMENTO ESPECIAL

Programa do Sebrae leva atendimento a empresas de pequeno porte que precisam superar desafi os de gestão

8 CAPA

26 NEGÓCIOS

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Agosto de 2012 5

The Economist discute o futuro do Brasil

Política Nacional de Empreendedorismo e Negócios

Recentemente, a economia brasilei-ra cresceu de forma impressionante. O Brasil já é a sexta maior economia do mun-do. Com dois eventos esportivos globais – as

Olimpíadas e a Copa do Mundo – acelerando as transformações, o país, que é a maior democra-cia da América Latina, emerge também como uma fonte de recursos naturais representativa

no cenário mundial. Re-serve o dia 4 de outubro para um dia inteiro de conversas inteligentes e debates enérgicos sobre as principais questões sociais e econômicas do futuro do Brasil.

A CACB é parceira institucional do evento e oferece desconto de US$ 300. Mencione o código CACB300 para o preço fi nal de US$ 1,495.Programa e inscrição: www.brazil.economist.com

A sociedade brasileira pode participar da elaboração de um marco normativo para questões relacionadas ao empreendedorismo e à promoção do ambiente favorável aos negócios. As teses e diretrizes da Política Nacional de Empreendedorismo e Negócios (PNEN) estão disponíveis no portal eletrônico do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As contribuições serão consolidadas e incorporadas ao texto fi nal da Política, que busca ser harmônico ao arcabouço jurídico e institucional do país, em especial ao Plano Brasil Maior. Para participar, basta acessar: www.desenvolvimento.gov.br

PELO BRASIL

Caruaru sedia a 14ª rodada de negócios de moda de Pernambuco

Entre os dias 22 e 24 de agosto, Caruaru será a sede da 14ª edição da Rodada de Negócios da Moda Pernam-bucana, com perspectivas de movimentar cerca de R$ 22 milhões em vendas. O evento é promovido pela Associação Comercial e Empresarial de Ca-ruaru (ACIC), fi liada da Federa-ção das Associações Comerciais e Empresariais de Pernambuco (FACEP) e da Confederação das Associações Comerciais e

Empresariais do Brasil (CACB). A entidade projeta obter

um aumento da ordem de 5% sobre o volume de lucros nos negócios em relação ao ano passado, com a comercia-lização mais de um milhão e trezentos mil peças. A rodada de negócios existe há 14 anos, sempre buscando desenvolver a economia local. Ao longo de sua história, o evento já acu-mulou quase R$ 98 milhões em negócios.

Rodada de negócios existe há 14 anos e já acumulou quase R$ 98 milhões em negócios

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6 Empresa Brasil

Autoridades confi rmam presençano 22° Congresso da CACB

O ministro do Tra-balho, Brizola Neto, o secretário executivo do Ministério do Desenvolvi-mento, Indústria e Comér-cio, Alessandro Teixeira, o governador do Pará, Simão Jatene, e o prefei-to de Belém, Duciomar Gomes da Costa, estarão em Belém entre os dias

3 e 5 de setembro para participar do 22° Congres-so da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). O evento espera reunir na capital paraense mais de mil participantes, entre autoridades e líderes empresariais. Saiba mais: www.cacb.org.br

PELO BRASIL

Joinville entrega prêmio Núcleo Referência 2012

O Núcleo de Usina-gem e Ferramentaria foi reconhecido como o Núcleo Referência Ouro da Associação Empresarial de Joinville. Já o Núcleo de Empresas Contábeis levou Prata. A premia-ção bronze fi cou com o Núcleo de Escolas de

Educação Profi ssional. A homenagem aconteceu durante o jantar de posse da Diretoria, Conselhos e presidentes de Núcleos da Acij, no fi nal de junho, na Sociedade Harmonia Lyra.

A iniciativa visa reco-nhecer os núcleos setoriais que se destacaram nas

suas ações e que obtive-ram efetivos resultados para os empresários e suas empresas, para o seu seg-mento e para a sociedade. A comissão julgadora é composta por diretores da Acij e executivos do Programa Empreender estadual e nacional.

A consultora do Núcleo, Yara Cristofolini, o presidente do Núcleo Referência Ouro, Gilberto Paulo Zluhan, e o ex-presidente da Acij, Udo Döhler

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Agosto de 2012 7

Acese entregará sugestõesaos candidatos a prefeito

CNME fecha programação para o Congresso CACB 2012

Uma comissão da Acese vai elaborar ao longo do mês de julho documento com pauta de sugestões para os candidatos à prefei-tura de Aracaju. O documento terá como relator o empresário Luiz Eduardo de Ma-galhães e será entre-gue aos três primeiros candidatos indicados pelas pesquisas, que também serão con-vidados a participar de um almoço com

os associados no mês de agosto. O objetivo da Acese é promover um espaço onde os empresários poderão questionar os projetos de desenvolvimento econômico da capital, bem como entregar o documento com as indicações de deman-das do ponto de vista empresarial. O asso-ciado pode também enviar sugestões para comunicaçã[email protected].

O Conselho Nacional da Mulher Empresá-ria (CNME) já fechou a programação de seu painel para o Congresso CACB 2012, que será realizado entre os dias 3 e 5 de setembro, em Belém (Pará). O destaque será a palestra “Desafi os Profi ssionais: Mudanças & Motiva-ção”, do palestrante José Amauri Crozariolli, que abordará os desafi os das mulheres no campo profi ssional e mudanças de comporta-mento e atitudes profi ssionais.

Durante o evento, também tomarão posse as gestoras do Conselho Estadual da Mulher no Pará, ligado à Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará (Faciapa). O CNME também aguarda a confi rmação da presença da presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), empresária e senadora Katia Abreu.

Acirm lança 9ª Feira da Liquidação e Exposição

A Associação Empresarial de Rolim de Moura (Acirm) lança a 9ª Feira da Liquidação e Exposição, organizada pela entidade em parceria com o comércio local. A feira ocorre nos dias 8 e 9 de setembro. Em 2011, 43 empresas participaram do evento, movimentando mais de R$ 1 milhão em negócios. A expectativa para este ano é que mais de 60 empresas estejam presentes.

O presidente da Acirm, Silvano da Silva, diz: “Queremos dar aos nossos empresários a possibilidade de grandes negócios em prol do crescimento do comércio do município”. Participarão empresas de confecções, calçados, materiais de construções, implementos agrícolas, concessionárias e outras.

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8 Empresa Brasil

A cada ano, no período 2007-2011, sobraram R$ 10 bilhões no orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que comprova dificuldades de execução do poder público

O quadro atual da econo-mia mundial vive um novo cenário de incertezas. A instabilidade política e eco-

nômica em países europeus e nos Estados Unidos tem enfraquecido a confi ança na capacidade dos respec-tivos governos de tomar as decisões adequadas à recuperação de sua trajetória de crescimento. Como con-

sequência, as perspectivas de uma boa parte dessas economias têm sido constantemente revisadas.

No Brasil, a queda nas previsões de crescimento de sua economia vem forçando o governo a uma série de medidas com o intuito de reverter essa tendência. Mesmo sendo um dos campeões mundiais na cobrança de impostos – poucos países arre-

cadam tantos tributos –, o governo continua a patinar em suas tentativas de vitaminar o crescimento do Produ-to Interno Bruto (PIB).

Prova disso, na segunda semana de julho o mercado reduziu a proje-ção de crescimento do PIB deste ano a 1,90%, ante 2,01% previstos na semana anterior, de acordo com rela-tório Focus do Banco Central. O corte

CAPA

Falta de gestãono investimento público reduz competitividade do país

Especialistas convergem sobre a

importânciada infraestrutura

como fator de desenvolvimento

econômico

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Agosto de 2012 9

foi o décimo seguido do indicador e a primeira vez que ele fi cou abaixo de 2%, patamar inferior do ano passa-do, quando o PIB cresceu 2,8%.

Ao contrário do diagnóstico do governo sobre como estimular o crescimento, a análise de especialis-tas converge para a necessidade de elevar o investimento público, o que poderia ser feito por meio do contro-le do gasto. O economista Mansueto de Almeida, da diretoria de Estudos Setoriais e Inovação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), por exemplo, é de opinião que as me-didas de estímulo econômico anun-ciadas pelo governo são temporárias e não devem contribuir para me-lhorar a competitividade do país no longo prazo. Lembra que nos últimos anos o governo defendeu a amplia-ção do investimento como uma polí-tica anticíclica ou de combate à crise fi nanceira global. Nessa linha, criou, em 2007, o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), cuja execução efetiva do orçamento, entretanto, tem fi cado abaixo das metas.

“Quando o PAC foi criado, em 2007, o governo previu, além dos investimentos, um acompanhamen-to transparente das obras públicas”, disse o economista ao Estado de S. Paulo. “No entanto, a realidade mos-tra um quadro diferente, haja vista que, no período 2007-2011, a cada ano sobram R$ 10 bilhões na execu-ção dos recursos previstos. Em 2012, o orçamento do PAC é próximo de R$ 42 bilhões, mas só de restos a pagar de anos anteriores o governo acumula um total de R$ 33 bilhões. Isso com-prova que o investimento público não vem bem desde o ano passado”, diz.

De acordo com Almeida, o orça-mento do PAC, em 2011, previa R$ 28 bilhões, mas o investimento efe-tivo foi igual ao ano anterior, de R$ 19 bilhões, puxado pelo programa “Minha Casa Minha Vida”, que até o ano passado era considerado despe-sas de custeio. “Neste ano, o que vai mais crescer no PAC será novamente o mesmo programa, que depende pouco da efi cácia do setor público e muito mais do privado. Isso mostra que falta efi cácia no setor público para investir.”

Almeida lembra ainda que no pri-meiro semestre deste ano, o Minis-tério dos Transportes executou um total de R$ 3,6 bilhões, contra R$ 6 bilhões de igual período do ano pas-sado, o que representou uma queda nominal de quase 40% na execução nominal do orçamento. Esses dados mostram que numa avaliação do PAC seria importante saber como esses problemas de execução de orçamen-to, que estão muito claros no Minis-tério dos Transportes, estão sendo resolvidos pelo governo. “Qual foi o motivo dessa queda do investimen-to? E como isso deverá ser resolvido daqui para frente?” – indaga o eco-nomista. Nessa linha – acrescenta –, o grande debate de hoje, no país, é saber por que o governo tem tanta difi culdade de investir. “Isso é impor-tante porque cabe ao setor público fazer obras, sobretudo em um país que nos últimos anos vem deterio-rando a sua infraestrutura. Se usar-mos os dados do último Fórum Mun-dial veremos que, no ano passado, o Brasil perdeu 20 posições no ranking da infraestrutura, e isso é crucial para a competitividade do país”.

“No primeiro semestre deste ano, o Ministério dos Transportes executou um total de R$ 3,6 bilhões, o que representou uma queda nominal de quase 40% na execução do orçamento”

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10 Empresa Brasil

Em estudo que faz parte do re-latório de competitividade Global Competitiveness Report (GCR) 2012, lançado anualmente pelo World Eco-nomic Forum (WEF), que envolveu mais de 14 mil executivos e abrangeu 142 países, o setor de infraestrutura do Brasil fi cou em 104º lugar. A pu-blicação nota que enquanto a econo-mia brasileira mostrou uma melhora na última década, o crescimento eco-nômico do país continua limitado por elevados custos de logística, que ain-da representam de 15 a 18% do PIB, bem acima dos da China e da Índia e quase duas vezes o custo médio de 9% dos países da OCDE.

O desempenho geral da infraes-trutura do Brasil, segundo o docu-mento, foi marcado por uma queda de duas posições competitivas. Ape-nas três dos nove indicadores que constituem o pilar examinado manti-veram o posicionamento competitivo ou galgaram posições nos rankings específi cos. A qualidade das rodovias, marcada pela perda de 13 posições, é o destaque negativo.

O estudo do WEF se utiliza da pesquisa CNT de rodovias, que faz o ranking de 109 ligações rodoviárias no país, que avaliou 90.945 quilômetros de estradas em 2010 e sinalizou alguns impactos das condições das rodovias no Brasil considerando quatro aspec-tos: tempo; custo; combustível e meio ambiente; e acidentes. Quanto pior a qualidade da estrada, menor será a velocidade e maior o tempo gasto nas entregas de cargas e viagens de passa-geiros. Além disso, rodovias com bu-

racos reduzem a velocidade, em mé-dia, em 8,5 quilômetros/h, e rodovias com pavimento totalmente destruído a reduzem em 31,8 quilômetros/h. As condições do pavimento também afe-tam o custo operacional dos veículos (desgaste de peças) e o aumento do consumo de combustível devido a fre-nagens e acelerações constantes. Esse consumo inadequado contribui para o crescimento da emissão de poluentes.

O estudo informa que uma rodo-via em bom estado de conservação pode resultar em até 5% a economia de combustível, quando comparado com o tráfego em uma rodovia com conservação imprópria.

Por sua vez, os acidentes rodo-viários geram impacto econômico

decorrente, dentre outros, dos gas-tos nos sistemas de saúde, dos atra-sos e até mesmo do cancelamento na entrega de cargas e da elevação dos custos operacionais das empre-sas. Estatísticas do Departamento de Polícia Rodoviária Federal mostram que, entre os anos de 2004 e 2009, o número de acidentes em rodovias federais aumentou 41,7% e equiva-leu a 159,4 mil em 2009. Uma última observação que merece destaque diz respeito à classifi cação no ranking e ao tipo de gestão da rodovia. As dez melhores ligações rodoviárias operam sob o regime de concessões de em-presas privadas, e as dez piores liga-ções rodoviárias têm o gerenciamen-to feito pelo governo.

Infraestrutura do Brasil é a 104ª entre 142 países

CAPA

Uma rodovia em bom estado de conservação pode reduzir em até 5% o consumo de combustível, quando comparada a outra em condições impróprias

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Agosto de 2012 11

“O que importa é que o gasto seja produtivo”

Em “O nó dos investimentos públi-cos”, material especialmente produzi-do para a Confederação das Asso-ciações Comerciais do Brasil (CACB), incluído no livro Propostas para o novo presidente, o economista José Rober-to Afonso cita Keynes como suporte teórico da ideia-chave de ampliar os gastos públicos, sobretudo em infra-estrutura e capital humano.

Para John Maynard Keynes, de acordo com a interpretação de Afon-so, a manutenção de um elevado nível de investimento público seria uma estratégia capaz de amenizar os solavancos que a economia em mo-mentos de incertezas.

Nota Afonso que aqui não se tra-ta apenas de um papel anticíclico de curto prazo, que pode ser cumprido por outros gastos públicos, mas de uma política de longo prazo, a fi m de

“assegurar uma situação aproximada de pleno emprego”. Por isso, Keynes sugeria no pós-guerra que o governo sustentasse de forma direta ou indireta até dois terços da formação bruta de capital fi xo total da economia, mesmo que tivesse de se endividar para isso, o que deveria ser compensado com equilíbrio ou até superávits no orça-mento de despesas correntes. Esse endividamento seria também aliviado com o adicional de receita tributária obtido com a recuperação da econo-mia ensejada pelos investimentos.

Apesar de muita controvérsia em-pírica sobre essa questão, com algu-mas opiniões mais incrédulas e outras mais otimistas, Afonso sustenta que a síntese do pensamento de Keynes parece ser de que “o que realmente importa não é o nível, mas a qualida-de do gasto público”.

“Podemos dizer que há consenso em torno da proposição de que o investimento público deve ser ampliado”

Um novo programa de conces-sões foi anunciado pela presidente Dilma Rousseff em 15 de agosto. De acordo com os dados divulgados pelo governo federal, a inciativa pri-vada deverá administrar, em regime de concessão, 7,5 mil quilômetros de rodovias, e 10 mil quilômetros de fer-rovias. As empresas terão que dupli-car estradas e construir ferrovias.

Pelas contas do governo, as empresas terão de investir R$ 133 bilhões, em até 25 anos, a maior

parte desse dinheiro, quase R$ 80 bilhões, já nos próximos cinco anos. Em troca, elas vão cobrar pedágio e tarifas. O BNDES vai fi nanciar até 80% do investimento.

A presidente Dilma Rousseff diz que não se trata de privatização. “Nós, aqui, não estamos desfazen-do de patrimônio público para acu-mular caixa ou reduzir dívida. Nós estamos fazendo parceria para am-pliar a infraestrutura do país, para benefi ciar sua população e seu setor

privado, para saldar uma dívida de décadas de atraso em investimentos em logística e, sobretudo para asse-gura o menor custo logístico possí-vel, sem monopólios”.

O pacote anunciado correspon-de a 6% do que o Brasil precisaria para dobrar o nível de investimentos no setor dos atuais 2% para 4% do PIB, segundo cálculos do economista Cláudio Frischtak, da Inter.B Consul-toria. O necessário seriam R$ 100 bilhões a mais, por ano.

Dilma lança pacote de concessões

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12 Empresa Brasil

Associar para fortifi car. Foi assim que o núcleo setorial de educação profi ssional de Joinville, em Santa Ca-

tarina, iniciou a sua trajetória de su-cesso. Uma necessidade surgida da percepção de que, mais do que esco-las concorrentes, a existência de pro-blemas comuns poderia ser mais bem resolvida por meio do associativismo. As escolas integrantes do núcleo ofe-recem mais de 40 títulos distintos de cursos técnicos e possuem aproxima-damente 10 mil alunos. Além disso, as escolas oferecem, ainda, cursos de capacitação e aperfeiçoamento pro-

fi ssional. Os números representam 95% das matrículas em cursos técni-cos em Joinville.

Dessa forma, o núcleo tem como objetivo fortalecer as escolas do nú-cleo de Educação Profi ssional, aten-dendo às demandas existentes e bus-cando novas oportunidades, através de parcerias com entidades públicas e privadas, além de buscar ser mais re-presentativo por suas ações em Edu-cação Profi ssional junto à sociedade.

O presidente do núcleo de edu-cação profi ssional e responsável pela escola técnica do Senac de Joinville, Ronaldo Ribeiro, explica que “o nú-

cleo contribui para fi delização dos associados a partir da discussão nas reuniões”. Durante os encontros, são debatidos temas relevantes para as escolas, entre os quais: capacitação dos docentes, redução da inadim-plência, divulgação dos cursos por meio de revista, feiras e workshops. “Isso porque as escolas perceberam que ganham visibilidade e encontram soluções para seus problemas quan-do trabalham juntas, e isso faz com que a frequência média nas reuniões seja de 85%”, conclui Ribeiro.

O núcleo foi criado inicialmente sob a coordenação do Empreender,

CASE DE SUCESSO

Núcleo Setorial fortalecesistema de escolas de JoinvilleCriado no primeiro semestre de 1993, o projeto chegou a contar com 23 escolas de nove cidades; hoje contempla apenas aquelas vinculadas à Acirj

Foto: ACIJ

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Agosto de 2012 13

no primeiro semestre de 1993, e con-tava com apenas duas escolas: Escola Técnica Tupy de Joinville e Fetep de São Bento do Sul. Com o tempo a ideia cresceu e chegou a contar com 23 Escolas privadas, públicas, além das redes Senac e Senai de nove cidades. A partir de junho de 1995 passou a fazer parte ofi cialmente da Associação Comercial de Joinville (Acij), porém ainda com uma característica peculiar: era o único núcleo regional, contem-plando escolas das cidades de Jaraguá do Sul, São Bento do Sul, Itajaí, Blu-menau, Brusque, Mafra, Canoinhas, Camboriú e Araquari.

Em 2000, o Núcleo se desmem-brou, ganhando uma nova confi gu-ração e tendo como participantes apenas as escolas vinculadas à Acij e situadas em Joinville. Em toda esta caminhada, o Núcleo organizou mis-

sões internacionais para Alemanha e Chile, realizou diversas capacitações para gestores, docentes e equipe ad-ministrativa, organizou feiras e parti-cipou de congressos.

Desta forma, as ações realizadas para o alcance de soluções conjuntas deram legitimidade ao Núcleo, que passou a ser uma referência não só na Acij, mas na comunidade em que está inserido. Assim, é a contribuição de cada escola nucleada que faz com que os resultados alcançados sejam muito superiores aos que cada uma atingiria isoladamente.

Desde a criação do Prêmio Nú-cleo Referência pela Acij, o Núcleo Setorial das Escolas de Educação Profi ssional tem fi cado entre os três primeiros lugares, conquistando a prata em 2010, o ouro em 2011 e o bronze em 2012.

As escolas participantes■ Assessoritec – Privada■ CEDUP – Pública Estadual■ Colégio Elias Moreira – Sem Fins Lucrativos■ Escola Técnica Tupy – Sem Fins Lucrativos■ Escola do Teatro Bolshoi no Brasil – Sem Fins Lucrativos (em processo de ingresso no Núcleo)■ Fundação Municipal Albano Schmidt – Fundamas – Pública Municipal■ Instituto Federal Catarinense – Pública Federal (em processo de ingresso no Núcleo)■ Instituto Federal de Santa Catarina – Pública Federal■ Instituto Irei – Privada■ Instituto Pró-Rim – Sem Fins Lucrativos■ Senac■ Senai

Os cursos da educação profi ssional no Brasil são agrupados por ei-xos tecnológicos, criados pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). Ao todo são 12 eixos tecnológicos. As escolas do núcleo atuam em dez eixos, com mais de 40 cursos técnicos diferentes, conforme as vocações e interesses desenvolvidos em Joinville.

São esses os eixos de atuação das escolas do Núcleo: ambiente, saúde e segurança; controle e processos industriais; gestão e negócios; hospitalidade e lazer; informação e comunicação; infraestrutura; pro-dução alimentícia; produção cultural e design; produção industrial; e recursos naturais.

Atualmente, o núcleo é composto por dez escolas de educação pro-fi ssional. Para participar é necessário que a Escola seja associada da Acij e possua pelo menos um curso técnico autorizado pelo MEC ou pelo Conselho Estadual da Educação. Em breve, mais duas Escolas deverão ingressar no projeto, totalizando 12 empresas das esferas pública e pri-vada, do Sistema S (Senac e Senai) e entidades sem fi ns lucrativos.

Cursos de educação profi ssional reúnem 12 eixos tecnológicos

Núcleo de educação profi ssional recebe prêmio bronze de Núcleo Referência pela Acij, em 2012

Foto: ACIJ

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14 Empresa Brasil

Entidade agiliza certificação de origem para rede por meio de seu Sistema de Emissão, o mais prático e de fácil operacionalização

Em 2011, o Brasil exportou US$ 256 bilhões em produ-tos. Já em 2012, o superávit foi 0,2% superior ao do mes-

mo período de 2011. Como forma de atender às necessidades da crescente internacionalização das empresas bra-sileiras, especialmente das micro e pe-quenas, a Confederação das Associa-ções Comerciais e Industriais do Brasil (CACB) passou a oferecer o serviço de certifi cação de origem, dentro de seu Programa de Geração de Receitas e Serviços (Progerecs). Como o nome já explica, a certifi cação de origem atesta a origem da mercadoria, além de especifi car as normas de origem e as reduções tarifárias negociadas nos acordos comerciais. Dessa forma, as empresas exportadoras são benefi cia-das por meio de ganhos em compe-titividade no preço fi nal do produto.

A coordenadora de certifi cação de origem do Progerecs e especialista em comércio exterior, Juliana Kampf, ex-plica que as vantagens na emissão de Certifi cado de Origem via Sistema de Emissão da CACB são agilidade, segu-rança e confi abilidade. “O sistema de-senvolvido pela CACB, sem dúvida, é o mais prático e de fácil operacionaliza-ção do Brasil”, avalia. Na maioria dos países, o certifi cado de origem é emi-tido por entidades representativas de classe, como a CACB. Entretanto, na contramão desta tendência, no Brasil o documento do âmbito do Sistema Ge-ral de Preferências (SGP), chamado de Certifi cados de Origem Form A – que permite a comercialização com Japão e União Europeia –, somente é emitido pelo Banco do Brasil.

As entidades vinculadas à CACB são autorizadas a emitir Certifi cados de Origem para os seguintes destinos: Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia, Guiana, Suriname, México, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Cuba, Índia, Israel. Qualquer empresa exportadora pode ter acesso ao Sis-tema de Emissão da CACB e utilizar o documento para suas transações comerciais, entretanto as empresas fi liadas à rede possuem vantagens nos preços. Pessoas físicas também podem ter acesso, desde que sejam exportadora, representante legal ou despachante aduaneiro.

Ao utilizar o certifi cado de origem a empresa brasileira obtém vanta-

DESTAQUE CACB

CACB reduz burocracia da pequena e microempresa exportadora

Dirigentes do Progerecs/CACB apresentaram modelo de certifi cado de origem para os diretores da International Chamber of Commerce (ICC), em Paris, em 24 de abril

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Agosto de 2012 15

gens competitivas especialmente na redução da alíquota de importação, que pode chegar até a 100%, além de oferecer um diferencial de credi-bilidade à mercadoria exportada. En-tretanto, é importante salientar que o real benefi ciário do Certifi cado de Origem é o importador, que fará jus a uma redução ou isenção no Imposto de Importação.

Como o foco de atuação da CACB são as microempresas e empresas de pequeno porte, que representam 89% dos associados, a emissão de certifi -cados de origem por meio da CACB é facilitada para este público. “A entida-de conta com profi ssionais qualifi cados em pontos de atendimento em diversos estados brasileiros, por meio da parceria com as federações e associações comer-ciais. Além disto, a CACB disponibiliza a assessoria em Comércio Exterior, na qual as empresas podem sanar suas dúvidas com relação ao correto preenchimento do documento, utilização do Sistema Online de Emissão e demais questões relacionadas ao Comércio Exterior em geral”, explica Kampf.

Oportunidades de negóciosAs Federações e associações in-

teressadas em emitir certifi cados de origem devem realizar um levanta-mento das empresas exportadoras de sua cidade e região (esta informação poderá ser solicitada a CACB). Caso existam empresas locais que vendam seus produtos para outros países, será possível obter retorno fi nancei-ro e institucional para a entidade. O investimento imediato é mínimo, visto que qualquer funcionário da associação pode realizar um treina-mento para emissão do Certifi cado

de Origem. De acordo com o volume de emissão, poderá ser necessária a contratação de funcionário específi co para a atividade.

Para disponibilizar o documento são necessários computador, internet e impressora (itens que todas as as-sociações já possuem). A equipe res-ponsável deverá, obrigatoriamente, realizar o treinamento para emissão do documento e habilitar sua assina-tura junto à Associação Latino-Ame-ricana de Integração (Aladi). Essa libe-ração de assinaturas pode demorar de 1 a 3 meses.

Ao tornar-se uma entidade emis-sora, é importante que as associações divulguem o produto entre seus fi lia-dos. O Certifi cado de Origem propor-ciona uma série de vantagens comer-ciais tanto para o exportador quanto para o importador e para os consu-

midores fi nais. Pode-se dizer que sempre que a empresa negocia com países participantes de acordos com o Brasil, ela própria obtém benefícios, pois diante da economia com impos-tos e aumento das vendas, investe-se no aprimoramento das empresas e na geração de novos empregos.

Cenário econômicoO número de acordos comerciais

dos quais o Brasil faz parte ainda é muito baixo comparado a outros países, como o Chile por exemplo. Atualmente estão em negociação acordos entre o Mercosul e a Jordâ-nia e o Mercosul e a União Europeia. Além disto, embora ainda sem vigên-cia, o Brasil faz parte dos acordos de comércio preferências do Mercosul-Sacu (união aduaneira formada pela África do Sul, Namíbia, Botsuana, Le-

A integração dos países da Aladi vemsendo efetivada por meio de uma sériede acordos a fi m de reduzir e eliminar barreiras tarifárias e não tarifárias

Participações dos estados nas exportações para Aladi

Fonte: CACB

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16 Empresa Brasil

A emissão do documento é realizada em etapas que envol-vem tanto a empresa exportadora quanto a Associação Comercial e Federação. A CACB disponibiliza para sua rede o Sistema Online para Emissão de Certifi cado de Origem, desenvolvido conforme padrões estabelecidos pelo Minis-tério do Desenvolvimento, Indús-tria e Comércio Exterior (MDIC) e Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). A emissão do

certifi cado é feita por intermédio de um sistema online.

As Federações interessadas possuem acesso à Plataforma de Emissão, com identidade sua visual própria, e podem disponibilizar o serviço para que as associações co-merciais fi liadas também atendam o interior de cada estado. Para obter o documento, basta que o exportador ou despachante se ca-dastre no sistema, vinculando-se à Federação do seu estado, e preen-

cha todos os dados solicitados. A seguir, o documento é enca-

minhado para a entidade emissora, corrigido pelo funcionário habili-tado e aprovado para impressão, que deverá ser feita obrigatoria-mente por parte do exportador. Assim que o MDIC autorizar o uso de assinatura eletrônica (e-CPF e e-CNPJ), será possível que o docu-mento seja emitido 100% online, proporcionando redução de custo e de tempo no processo.

soto e Suazilândia), Mercosul-Egito e Mercosul-Palestina.

O Brasil não tem tradição em ne-gociar acordos bilaterais fora da Amé-rica Latina, portanto poderá, em um futuro próximo, ter mais difi culdade em exportar para grandes blocos que usam regras e preferências tarifárias negociadas em acordos regionais. “Acredito ser necessário o Brasil bus-car negociar acordos com grandes potências, como a China e os Estados Unidos”, avalia Juliana Kampf.

Segundo relatório de Comércio Exterior da Aladi para o período de janeiro a dezembro de 2011, o Brasil aumentou em 20,5% as importações originárias dos países-membros da Aladi, colaborando assim com 30% do aumento do comércio intrarre-gional de 2011 com relação a 2010. Além disso, Brasil, México, Argentina e Bolívia foram os quatros membros da Aladi que registraram superávit comercial no comércio intrarregional do bloco. Desde 2000 o Brasil vem se

destacando comercialmente entre os países da Aladi, com signifi cativa parti-cipação do comércio exterior do bloco, abrindo espaço para que as empresas brasileiras aproveitem as oportunida-des de negócio nesse mercado.

Em conjunto com a Argentina, o Brasil importou do bloco cerca de 42% a mais que o ano de 2010. O fl uxo comercial entre o Brasil e Ar-gentina foi o mais signifi cativo do ano de 2011, colaborando com um aumento de 24% no comércio intrar-regional. O Brasil foi o país que mais exportou para o bloco (US$ 49.657) e o país que mais importou do bloco também (US$ 35.244). Com relação ao comércio extrabloco, o Brasil e o México destacaram-se por colaborar respectivamente com 32% e 33% no aumento das vendas da Aladi ao ex-terior. Já as compras do exterior foram incrementadas devido ao aumento de 37% das importações mexicanas e 29% das brasileiras.

Com informações da Aladi.

Como funciona a certificação de origem da CACB:

Em 2011, o Brasil, juntamente com México, Argentina e Bolívia, foram os quatros membros da Aladi que registraram superávit comercial no comércio intrarregional do bloco

Page 17: Edição 85 da Revista Empresa Brasil da CACB

AGOSTO/2012 – SEBRAE.COM.BR – 0800 570 0800

INFORME DO SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

PARA CADA NEGÓCIO,UMA SOLUÇÃOPrograma do Sebrae leva atendimento a empresas de pequeno porte que precisam superar desafi os de gestão.

Foto Divulgação – Sebrae/RS

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2 EMPREENDER // SEBRAE

Ele vê nos produtos orgânicos perspectivas cada vez maiores de negócios e acredita que a

Copa do Mundo FIFA 2014 pode ser uma importante oportunidade para que mais turistas conheçam a capital do país. Proprietário da Cogumelos Brasilienses Indústria e Comércio de Alimentos, Gilsérgio Santos se prepara para atender à ampliação do mercado.

Localizado no Núcleo Rural Lago Oeste, próximo a Brasília, o empreen-dimento de Gilsérgio produz o cham-pignon branco, o shimeji e o cogumelo do sol. A propriedade fornece em torno de mil quilos do produto por mês, prin-cipalmente para restaurantes e pe-quenos mercados do Distrito Federal.

A Cogumelos Brasilienses é atendi-da pelo Sebrae no Distrito Federal há quase três anos. Gilsérgio afi rma que recebe da instituição apoio signifi ca-tivo para sua empresa alcançar mais destaque no mercado. Com apoio do Sebrae, obteve a certifi cação de orgâ-nicos da Ecocert, empresa credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecu-

ária e Abastecimento. “O Sebrae nos ajudou em vários processos, como a comercialização, a criação de rótulos e embalagens e com a presença em fei-ras fora de Brasília”, lembra Gilsérgio.

O empreendedor informa que o Programa Sebrae 2014 contribui para abrir mercados à sua empresa. “Esta-mos em contato com possíveis com-pradores e já participamos de rodadas de negócios. Acreditamos que isso irá alavancar nosso trabalho”, afi rma.

O programa Sebrae 2014 deve chegar a mil empresas brasilienses atendidas até o fi nal deste ano, nos setores de Turismo, Serviços, Agrone-gócio, Comércio e Indústria. O Sebrae no Distrito Federal também pretende, até dezembro de 2012, aplicar a Matriz de Competitividade da instituição em 633 empreendimentos. Essa ferramen-ta avalia a gestão e disponibiliza um plano de desenvolvimento empresarial.

O 2º Encontro Sebrae 2014 de Ne-gócios será realizado em Brasília, no dia 29 de agosto, no Parlamundi da Legião da Boa Vontade (LBV), das 8h às 19h.

/ /Opor tunidade//

PROGRAMA SEBRAE 2014 ABRE PERSPECTIVASA EMPRESÁRIOSApoiados por um conjunto de ações, empreendedores planejam um salto em seus negócios

Foto: Fernando Bizerra/ BGPress

O comerciante de cogumelos Gilsérgio Santos se prepara para a

Copa do Mundo FIFA 2014

O PROGRAMA SEBRAE 2014 DEVE CHEGAR A MIL EMPRESAS BRASILIENSES ATENDIDAS ATÉ

O FINAL DESTE ANO

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3Agosto de 2012

A ideia para a empresa surgiu enquanto Lisiane Almeida Ma-lezan assistia à televisão: em

São Paulo, havia um salão de beleza que era ao mesmo tempo local para eventos e festas. Inspirada pelo novo conceito de negócio, a psicopedagoga abriu há um ano e meio a Star Teen, primeiro empreendimento desse tipo na cidade de Santa Maria (RS). “Antes mesmo de montar o meu estabeleci-mento, fui procurar o Sebrae no Rio Grande do Sul”, afi rma.

Sem experiência na área da bele-za, ela buscou qualifi car-se para tocar a empresa e fez os cursos Controles Financeiros e de Gestão de Pessoas, além de uma Consultoria Gerencial em Marketing. Tudo oferecido pela institui-ção. “Estou sempre atrás de informa-ções, frequento as ofi cinas e as aulas e tento aplicar no dia a dia tudo o que aprendo”, diz a empresária. Os servi-ços oferecidos pela Star Teen são Star Beleza (salão de beleza), Star Balada (evento que inclui dança, desfi le, kara-okê e ensaio coreográfi co) e Star Pub Teen (evento com salgadinhos e doces).

Junto com outros 80 empreendi-mentos, a Star Teen faz parte do Pro-

jeto Desenvolver o Setorial de Serviços da Região Centro do Rio Grande do Sul. O presidente do Conselho Deli-berativo do Sebrae no estado, Vitor Augusto Koch, ressalta a importância dos projetos coletivos para o cresci-mento das micro e pequenas empre-sas (MPE). “São treinamentos e ações defi nidas pelo grupo, o que proporcio-na uma troca de experiências muito rica.” Segundo o gestor do projeto, Carlos Karsten, o objetivo é qualifi car a gestão empresarial e fomentar a cooperação, visando desenvolver as MPE do setor de serviços.

Desde que ingressou no projeto, Lisiane promoveu algumas mudanças. Entre elas, abrir o salão também aos adultos. Antes, o local era destinado apenas a crianças e adolescentes. Ela pretende ainda ter em breve um espaço para especialistas oferece-rem dicas de maquiagem. “O Sebrae me ajudou na parte fi nanceira, no marketing, enfi m, no entendimento do negócio. Finalmente comecei a entender o meu papel como gesto-ra”, salienta a empreendedora. “Com o apoio do Sebrae, eu me sinto segura para tomar decisões”, fi naliza.

/ /Or ientação//

EMPRESÁRIA GAÚCHA CONSOLIDA NEGÓCIO EXCLUSIVO DE BELEZACom ajuda do Sebrae, Lisiane Almeida montouempresa inovadora em Santa Maria

Empresária gaúcha consolida negócio exclusivo de beleza

SEM EXPERIÊNCIA NA ÁREA DA BELEZA, ELA BUSCOU QUALIFICAR-SE PARA TOCAR A EMPRESA E FEZ OS CURSOS CONTROLES FINANCEIROS E DE GESTÃO DE PESSOAS, ALÉM DE UMA CONSULTORIA GERENCIAL EM MARKETING

Foto: Star Teen

Page 20: Edição 85 da Revista Empresa Brasil da CACB

4 EMPREENDER // SEBRAE

/ /Caso de Sucesso/ /

CASAL INVESTEEM NEGÓCIO VIRTUALEmpreendedores descobrem nicho de mercado na área da economia doméstica e montam empresa

Quando descobre um nicho de mercado, o empreendedor vai longe. Esse é o caminho de Si-

mone Firmino da Silva, campinense de 27 anos que inovou ao criar um serviço de pesquisa de preço pela internet. A RS Comércio, em Campina Grande (PB), traz comodidade e economia nas compras domésticas, sem o cliente sair de casa.

O sistema funciona mais pelo e-mail. Os clientes enviam a lista de compras para a RS Comércio, com os produtos, a quantidade em quilo ou unidade e a marca preferida. Se o cliente tiver dúvi-das, Simone e o sócio, o marido Ricardo Fabian de Mello Albuquerque, passam um modelo de lista para ser preenchido.

A RS Comércio foi formalizada, lo-go que surgiu, como Empreendimento Individual (EI). O casal já tinha ouvido falar do Sebrae e procurou a agência da instituição em Campina Grande, de onde saiu com o CNPJ da RS Comércio. Com pouco mais de um mês de ativi-dade, eles migraram a empresa para a categoria de micro, pois perceberam que o faturamento seria mais alto do que o determinado para o EI, de no máximo R$ 60 mil por ano.

Segundo a proprietária, o negócio é lucrativo, os pedidos aumentam apro-

ximadamente 25% semanalmente. E pensar que tudo aconteceu por algo que faltou na sua própria vida! Simone conta que a ideia surgiu há um ano, quando ela foi fazer compras e notou que per-deu muito tempo na pesquisa de preços, procurando produtos nas prateleiras, de supermercado em supermercado.

Para aumentar a renda da família, na época Ricardo tinha dois trabalhos. Um deles era administrar uma pequena distribuidora de alimentos. Com a expe-riência da distribuidora, Ricardo montou a logística da RS Comércio: no máximo em quatro horas a partir do pedido, o cliente recebe as compras em casa.

Para se empenhar mais no empre-endimento, Ricardo saiu da empresa, utilizou o dinheiro de sua rescisão para montar a RS Comércio. O serviço é fun-cional por utilizar a internet como ponto de partida e pela entrega rápida. O casal ainda não tem funcionários e a principal difi culdade é convencer os clientes de que oferece mercadorias de qualidade e bom preço. O quadro mudou um pouco depois que os proprietários apareceram em uma reportagem da emissora de TV local. Com a oportunidade de mostrar como trabalha, o casal ganhou o respei-to até mesmo dos fornecedores.

O CASAL JÁ TINHA OUVIDO FALAR DO SEBRAE E

PROCUROU A AGÊNCIA DA INSTITUIÇÃO EM CAMPINA

GRANDE, DE ONDE SAIU COM O CNPJ DA RS COMÉRCIO

Foto: Valdívia Costa

Simone partiu de experiência pessoal para montar o negócio

Page 21: Edição 85 da Revista Empresa Brasil da CACB

5Agosto de 2012

SEBRAE EM SÃO PAULO PRODUZ GUIA COM TENDÊNCIAS PARA 2014

//Conteúdo//

Material destaca informações como perfi l do consumidor e oportunidades de negócios em dez segmentos da economia

O Programa Sebrae 2014 reúne um conjunto de ações para que empresários de pequenos

negócios aproveitem as oportunida-des nas 12 cidades-sede do mundial de futebol. Com este enfoque, o Sebrae em São Paulo editou uma série de três publicações. O primeiro volume, já dis-ponível no portal da instituição, tem o título Tendências de Negócios e Perfi l dos Consumidores para 2014.

O guia foi lançado no dia 28 de ju-nho, durante um evento do Programa Sebrae 2014 na capital paulista, que tinha como tema Gestão e Susten-tabilidade. Além do formato digital, na ocasião foram distribuídos 1,5 mil exemplares impressos.

O material traz tendências de ne-gócios nos dez setores da economia levantados no Mapa de Oportunida-des para as Micro e Pequenas Empre-sas nas Cidades-Sede, uma parceria do Sebrae com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Os textos dão dicas de como aproveitar o momento favorá-vel às micro e pequenas empresas (MPE). Ao falar do Agronegócio, por exemplo, o guia aponta como pro-missor o mercado de orgânicos. “São alimentos cuja produção respeita o

meio ambiente e preserva ao máximo a qualidade”, diz o conteúdo.

A publicação também apresenta o perfi l de consumo de turistas de cinco países esperados para vir ao Brasil na Copa do Mundo FIFA 2014: Alemanha, Argentina, Espanha, México e Japão.

//Perfi l do turistaPara José Bento Desie, consultor do Sebrae em São Paulo, o guia aborda uma série de questões de interesse do empreendedor, como o que muda no cenário empresarial e o que busca o consumidor. “O Brasil está acostu-mado a receber turistas, porém, para o mundial teremos visitantes com perfi l diferenciado. Atentos a isso, precisamos trabalhar temas pa-ra incentivar a competitividade dos nossos clientes, os proprietários das micro e pequenas empresas”, afi rma José Bento.

O segundo volume do guia será lan-çado no dia 18 de setembro, durante um encontro sobre inovação. Nele, ha-verá o perfi l de visitantes dos Estados Unidos, Chile, Uruguai, França e Itália. Espera-se que o terceiro exemplar saia em dezembro. Esse volume terá infor-mações sobre o turista nacional.

O MATERIAL TRAZ TENDÊNCIAS DE NEGÓCIOS NOS DEZ SETORES DA ECONOMIA LEVANTADOS NO MAPA DE OPORTUNIDADES PARA AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NAS CIDADES-SEDE

Page 22: Edição 85 da Revista Empresa Brasil da CACB

Quando a Agente de Orientação Empresarial Patrícia Rockem-bach chegou à ADLL Artesa-

natos, em Passo Fundo, o faturamento estava muito baixo e os proprietários não sabiam como resolver o problema. “O momento era crítico”, revela Patrí-cia. Porém, depois da implementação das ferramentas de gestão indicadas para a empresa, as vendas dispararam, o ambiente da loja fi cou organizado e convidativo, a vitrine e a fachada chamam mais a atenção dos clientes, que aumentaram consideravelmente as visitas ao empreendimento. Assim como a ADLL Artesanatos, outras microempresas gaúchas estão sendo

benefi ciadas pelo programa Negócio a Negócio, uma iniciativa do Sebrae no Rio Grande do Sul em parceria com 12 instituições de ensino superior.

O projeto consiste na orientação gratuita às empresas com faturamen-to bruto anual de até R$ 360 mil e a Empreendedores Individuais, para a implementação de ferramentas de gestão. A abordagem é realizada pelos Agentes de Orientação Empresarial, es-tudantes capacitados na metodologia do projeto e vinculados às instituições de ensino parceiras. “Na região Sul do Brasil, cerca de 30% das microempre-sas fecham as portas até o segundo ano de funcionamento. Com o projeto

estamos contribuindo para a diminui-ção deste índice”, destaca o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae no estado, Vitor Augusto Koch.

Na avaliação do proprietário da ADLL, Orlei da Silva Lesse, o Negócio a Negócio foi muito importante para a empresa, pois garantiu sua sobre-vivência no mercado competitivo. A partir das ferramentas indicadas foram observadas possibilidades de cresci-mento e a importância da elaboração de um cronograma de metas de curto e longo prazos, envolvendo composição de preços e maneiras de divulgação da empresa junto aos clientes. “Essa opor-tunidade foi excelente”, ressaltou.

6 EMPREENDER //

/ /Or ientação//

Iniciativa do Sebrae oferece atendimento presencial, gratuito e continuado

NEGÓCIO A NEGÓCIO AJUDA EMPRESAS A MANTER-SE NO MERCADO

O atendimento é feito de maneira personalizada, de

acordo com as necessidades de cada empresa

Empreender – Informe Sebrae. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Endereço: SGAS 605, Conjunto A, Asa Sul, Brasília/DF,CEP: 70.200-645 – Fone: (61) 3348-7494 – Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800Na internet: sebrae.com.br // twitter.com/sebrae // facebook.com/sebrae // youtube.com/tvsebrae

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8h30 Credenciamento

9h Abertura do Evento

9h30 - 18h Sala 1 10º Encontro Nacional do Empreender Sala 2 7º Workshop de Mediação e Arbitragem - CBMAE Sala 3 11º Congresso da FACIAPA e Fórum Nacional de Jovens Empresários

9h30 Painel: A mineração e o impacto na economia do Pará e do Brasil. Rinaldo Mancine - Presidente do IBRAM Ítalo Ipojucan Davi Leal - Secretário de Indústria e Comércio

11h Painel: Oportunidades para jovens empresários. Roberto Duarte - CONAJE Representante do CONJOVE Alexandre Severino - Status Engenharia

12h30 Almoço Livre

14h Painel: O potencial do agronegócio paraense. Carlos Xavier - Pres. Federação de Agricultura do Pará Representante da Cargil Hildegardo Nunes - Sec. Estado da Agricultura - SAGRI

15h30 Painel: Sustentabilidade é um grande negócio. Elba Magave - Pres. Conselho de Mulheres Empresárias da ACIA Nazaré Chaves - Jardim e Cia. Wilson Schuber - Diretor Superintendente SEBRAE/PA

17h Novas oportunidades de receitas para as Associações Comerciais. Claudio Lira Meirelles - Sócio Diretor Grupo Bauman Wander - Presidente da FEDERAMINAS Sérgio Bitar - Pres. Associação Comercial do Pará

14h - 18h Sala 4 Encontro do Progerecs para Presidentes, Executivos e Comerciais

das Associações Comerciais Sala 5 9º Encontro Nacional de Mulheres Empresárias Sala 6 Encontro do Progerecs para Presidentes, Executivos e Comerciais

das Federações Estaduais Sala 7 Encontro do Integra

*Pro

gram

ação

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ção

09h30 O que falta para o Brasil sustentar seu crescimento? Alessandro Teixeira - Secretário Executivo do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

11h Palestra - Reforma Tributária Germano Rigotto - Presidente do Instituto Reformar de Estudos

Políticos e Tributários

12h30 Intervalo para almoço 14h Palestra Motivacional: Vendas no século XXI Dado Schneider – Especialista em Comunicação

15h30 Painel - O Cenário Macroeconômico Global e os Ciclos Demográ cos Aod Cunha - Economista - Diretor de Corporate Banking do JP Morgan Brasil Marcelo Neri – Economista - Diretor do Centro e Políticas Sociais, ligado ao Instituto Brasileiro de Economia Mediadora: Carolina Bahia - Jornalista

17h Painel – Brasil de Resultados Luiz Eduardo Barretto - Diretor Presidente do Sebrae Nacional Adilson do Nascimento Anísio - Diretor de Micro e Pequenas

Empresas do Banco do Brasil Deputado Guilherme Campos – Secretário da Comissão da Frente

Parlamentar das MPES José Paulo Dornelles Cairoli – Presidente da CACB Humberto Luiz Ribeiro – Secretário de Comércio e Serviços.

Taxa de Inscrição

R$ 300,00 R$ 330,00até 31/08 a partir de setembro

- Coquetel de abertura e coffee break- Acesso às palestras e pasta completa do material do evento

Realização: Patrocínio: Apoio:

Transportadora e Operadora O cial:Apoio Institucional:

19h Abertura O cial Teatro da Pa José Paulo Dorneles Cairoli - Presidente da CACB Reginaldo Ferreira - Presidente da FACIAPA Luiz Barretto – Dir. Presidente do Sebrae Nacional Duciomar Gomes da Costa - Prefeito de Belém Simão Robison Oliveira Jatene - Governador Pará Alessandro Teixeira - Secretário Executivo do Ministério do Desenvolvimen-

to, Indústria e Comércio Exterior – MDIC Brizola Neto - Ministro do Trabalho e Emprego

Page 24: Edição 85 da Revista Empresa Brasil da CACB

18 Empresa Brasil

Recém-empossado na presidência da Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás (Facieg), o empresário Ubiratan da Silva Lopes destaca que pretende exercer um mandato voltado para que as associações, especialmente do interior, fiquem mais próximas da entidade.

A Facieg foi fundada em 1963 e hoje congrega mais de 80 associações, somando mais de 2 mil diretores e cerca de 20 mil associados. Em entrevista a Empresa Brasil, o novo presidente explica seus planos de mandato, comenta a economia nacional e estadual e revela o que o setor empresarial goiano espera da agenda política.

Empresa Brasil - Quais devem ser as prioridades na agenda em-presarial do país?

Ubiratan Lopes - A agenda em-presarial do país é muito ampla, pas-sa por algumas reformas estruturais importantes como a previdenciária, a política e, para nós, empresários, sobretudo a reforma tributária, para reduzir o chamado Custo Brasil. Nós tivemos, recentemente, algumas me-didas importantes, como a desone-ração da folha de pagamento, que pode ser ampliada ainda mais, já que é um encargo muito pesado para as empresas. O custo da remuneração do trabalho, no Brasil, é muito gran-de se comparado ao de outros paí-

ses, sem contar a China, que é um caso à parte. Então, este é um pon-to fundamental. Outro é reavaliar o pacto federativo, não como está se fazendo hoje, com a proposta de acabar com os incentivos fi scais, que penaliza os estados menos industria-lizados como Goiás. Não querem di-vidir os royalites do pré-sal, mas que-rem tomar de nós os mecanismos que temos para atrair investimentos para o Centro-Oeste do país.

Em que fase se encontra a aplicação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa em Goiás?

Em Goiás, na nossa avaliação, a Lei Geral da Micro Empresa tem

FEDERAÇÕES

Reforma tributária é a mais importante agenda política do setor empresarial

Page 25: Edição 85 da Revista Empresa Brasil da CACB

Agosto de 2012 19

avançado graças, sobretudo, ao tra-balho que o Sebrae desenvolve no Estado. Hoje, como presidente da Federação das Associações Comer-ciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás (Faceiga), nós temos uma cadeira no Conselho Delibera-tivo do Sebraee e sabemos que, em que pese os esforços, logicamente, ainda há muito que se fazer. Nós temos em Goiás, por exemplo, uma questão delicada que é a substituição tributária, que choca com aquilo que deveria ser implementado pela Lei Geral da Micro Empresa. A cobran-ça antecipada de ICMS na origem, a nosso ver, tolhe as iniciativas para o surgimento de indústrias de pequeno porte, que muitas vezes são neces-sárias à sobrevivência, também, das grandes plantas fabris. Os estados têm utilizado este artifício, porque a substituição tributária facilita a fi sca-lização. Mas o aparelho do Estado é moderno e, acredito, há outros me-canismos que podem ser adotados, sem que haja prejuízos à base das ca-deias produtivas. Por outro lado, vejo que é de fundamental importância viabilizarmos a Sociedade Garantido-ra de Crédito (SGC), projeto lidera-do pelo Sebrae que é apoiado pelas federações, pelo Governo de Goiás, pelos municípios. Essa SGC será um instrumento para possibilitar às micro e pequenas empresas terem mais fa-cilidade de acesso ao crédito. Assim, elas poderão se fortalecer. É uma pro-posta inovadora e muito interessante. Alguns estados já adotam e nós tam-bém estamos trabalhando em Goiás para que a SGC seja uma realidade cada vez mais presente nas nossas micro e pequenas empresas.

Quais ferramentas podem ser usadas para sanar as lacunas ain-da existentes na aplicação da Lei Geral?

Acredito que a principal ferra-menta é o diálogo. As entidades do setor empresarial, como a CACB, a CNI, as federações, querem contri-buir para que as micro e pequenas empresas assumam um papel de destaque ainda maior na economia, além da geração de empregos. O que falta é uma política que tenha uma visão macro de todo o setor produtivo nas áreas do comércio, indústria e prestação de serviço. Cada um desses setores tem muitas peculiaridades e as nossas represen-tações classistas estão preparadas e prontas a contribuir. Acho funda-mental que haja essa predisposição, porque o Governo – em qualquer nível, seja municipal, estadual ou fe-deral – não consegue elaborar polí-ticas públicas de apoio ao setor pro-dutivo, se não contar com o apoio das entidades classistas. Um dado interessante do Sebrae, relativo a abril deste ano, mostra que apenas sete estados brasileiros aprovaram, na integralidade, a implementação da Lei Geral da Microempresa. En-tão, alguma coisa deve ser repensa-da, deve ser revista, porque é inegá-vel a contribuição desse segmento para a economia nacional.

Quais são as bandeiras políti-cas da nova gestão da Facieg?

Assumi recentemente a presidên-cia da Federação das Associações Co-merciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás, embora já de algum tempo tenha militado na enti-dade com outros companheiros ana-polinos como Luiz Medeiros, Ridoval Chiareloto e Deocleciano Moreira Alves, que fez um grande trabalho e deixou um grande legado a nossa en-tidade, antes de falecer num trágico acidente náutico. Mas a nossa gestão tem um foco principal que é desen-volver uma gestão próxima às asso-ciações. Nós temos em Goiás mais de 80 entidades e estamos trabalhando para que elas possam participar ativa-mente dos nossos trabalhos. Como já disse anteriormente, Goiás tem uma economia que cresce de forma mui-to dinâmica, e as associações fazem um trabalho muito importante para atrair investimentos, para acolher e dar segurança aos empreendedores. Creio que este é um diferencial que temos, porque a atração de investi-mentos tornou-se muito competitiva no Brasil, não basta, apenas, tentar convencer na base dos incentivos fi scais. O empresário conversando com o empresário, nesta troca de in-formações, às vezes, é o que defi ne pela efetivação de um investimento em determinada região. E, lembran-

“A cobrança antecipada de ICMS na origem tolhe as iniciativas para o surgimento de indústrias de pequeno porte”

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20 Empresa Brasil

do a questão dos incentivos fi scais, já em nossa posse, fi zemos questão de apontar o nosso apoio incondicional ao Governo do Estado, na luta contra a Súmula Vinculante nº 69 do Supre-mo Tribunal Federal que quer acabar com os incentivos fi scais, um golpe duro e perverso contra Goiás e outros estados menos industrializados que, a duras penas, têm tentado meca-nismos para promover a geração de emprego e renda no interior do país.

Goiás possui metade do seu território formado por latifúndios rurais, e a indústria é responsável por 27% do PIB do estado. Você vê possibilidades de crescimento na fatia da participação do setor?

Em primeiro lugar, é necessário salientar que a questão do latifún-dio soa um pouco pejorativa. Dá a entender que temos imensidões de terras devolutas. Ao contrário, Goiás hoje é um dos maiores celeiros de produção de grãos do país. Em relação ao nosso Produto Interno Bruto (PIB), o Valor Adicionado do setor agropecuário goiano expan-diu 6,8%, foi o que mais cresceu, em relação aos indicadores de 2002, atingindo 14% de participação na geração de riquezas de Goiás. O setor da indústria, com participação de 27% do PIB, tem crescido tam-bém de forma extraordinária e nós acreditamos que esse crescimento poderá ser ainda maior, porque nós temos, por exemplo, condições mui-to competitivas para nos tornamos um corredor logístico. A primeira estação aduaneira interior, o Porto Seco Centro-Oeste, em Anápolis, é um modelo em nível nacional e tem

proporcionado condições ao Estado de ter, efetivamente, uma política de comércio exterior. Temos o setor farmacêutico, com a maioria das plantas fabris em Anápolis, que é o segundo maior produtor de medi-camentos genéricos do país. Temos a indústria automobilística crescen-do. Temos o município de Rio Verde como destaque nacional na produ-ção de grãos. Para se ter uma ideia, em 1999, o PIB do Estado de Goiás era de apenas R$ 14 bilhões. No ano passado, o Estado alcançou um PIB de mais de R$ 103 bilhões, e vamos avançar ainda mais. Isso é uma coisa fantástica, quando falamos em de-senvolvimento.

Qual a participação do comér-cio no mercado de trabalho?

No primeiro semestre deste ano, vale ressaltar que Goiás, em termos relativos, foi o estado que obteve o melhor desempenho, em termos relativos, entre as unidades da fede-ração com melhor saldo de empre-gos com carteira assinada. Foram mais de 74 mil colocações no pe-ríodo. Em termos absolutos, Goiás fi cou em quinto lugar entre as 27 unidades da Federação. Em relação ao comércio, os dados que temos são também do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego, os quais apontam, de junho de 2011 a junho de 2012, um saldo de 14.140 empregos formais gerados no comércio, atrás, apenas, do se-tor de serviços com saldo de 26.692 formais. A indústria teve, no pe-ríodo, um saldo de 12.241 postos empregos com careira assinada. En-

“No primeiro semestre deste ano,Goiás, em termosrelativos, foi o estado que obteve omelhor desempenho, entre as unidades da federação, no saldo de empregoscom carteira assinada”

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Agosto de 2012 21

tão, os nossos indicadores, nos três setores, são altamente positivos e, volto a dizer, o papel das entidades de classe é fundamental para estes resultados.

Qual o volume de investimen-to previsto para Goiás em 2012?

Recentemente, o governador Marconi Perillo nos surpreendeu com a boa notícia de que, em me-nos de um ano de seu governo, os investimentos privados em Goiás al-cançaram a cifra de R$ 10 bilhões. Obviamente, sendo o setor comer-cial um dos mais dinâmicos da nossa economia, temos, por certo, um bom volume desses recursos nessa área. É importante salientar que a economia se rege num processo muito dinâmi-co. Se estamos com uma indústria crescente, assim como o setor de serviços, é evidente que o comércio não fi ca atrás, porque ele tem que atender às necessidades dos empre-sários e trabalhadores que estão atu-ando naqueles setores. Não é possí-vel quantifi car, ao certo, o quanto o comércio contribui com a economia, por ser um setor muito amplo. Mas nós acreditamos que o comércio tem muito mais a apresentar do que os números estatísticos. É só olhar em cada cidade. Infelizmente, nós não temos uma política para que todos

atuem na formalidade e isso, real-mente, traz algum prejuízo.

Como a Facieg pretende tra-balhar para o desenvolvimento de setores fortes da indústria de Goiás, como o vestuário?

Na nossa avaliação, embora seja um setor importante para a econo-mia goiana, o vestuário não é ain-da, digamos, o nosso carro-chefe. Temos outros setores econômicos bem mais desenvolvidos. Nós temos, por exemplo, o setor da mineração, que vem dando resultados espetacu-lares à nossa economia. O setor de confecção é importante, porque ele agrega muito em termos de geração de empregos. Nós temos sindicatos representativos da categoria que es-tão trabalhando para fortalecer ainda mais este setor. E uma das bandeiras nossas enquanto entidades classis-tas é trabalhar a formação e qualifi -cação de mão de obra para o setor. Este é um dos grandes problemas que temos enfrentado em Goiás e em outros estados brasileiros. Mas, por meio de parceiros como o Senai, temos tentado subir, em nosso Esta-do, as demandas. Mas em relação ao setor do vestuário, nós acreditamos que é um segmento industrial que tem um histórico importante e muito potencial ainda para crescer.

A CACB tem apoiado ações de internacionalização do comércio brasileiro. Em Goiás, os princi-pais produtos de exportação são grãos e minérios. Como a entida-de vai atuar neste segmento?

Entre os principais itens da pauta das exportações goianas, nós temos justamente os grãos – principalmente o complexo soja – e os minérios. Nes-te último exemplo, vale a pena citar alguns dados divulgados recentemen-te pela Secretaria de Planejamento, através do Instituto Mauro Borges. A produção de níquel em Goiás repre-senta 82,8% da produção nacional, o que coloca Goiás em primeiro lugar no ranking brasileiro. Outro destaque é para o amianto, cuja produção está concentrada no município de Minaçu, que representa 100% da produção nacional. Goiás também passou à li-derança do ranking na produção de cobre, tendo como referência a pro-dução da Mineração Maracá, no mu-nicípio de Alto Horizonte, com parti-cipação de 67,6% no segmento. O ouro ocupa a 2º lugar na posição na-cional, participando com 17,0%. Nos grãos, temos a soja, o milho, o sorgo e muitos outros produtos em que so-mos destaques na produção nacional. Então, nossa avaliação é que temos caminhado bem e com possibilidade de crescimento ainda maior.

“O PIB de Goiás, em 1999, era de apenas R$ 14 bilhões. No ano passado, superou R$ 103 bilhões. E vamos avançar ainda mais. Isso é uma coisa fantástica”

Page 28: Edição 85 da Revista Empresa Brasil da CACB

22 Empresa Brasil

Evento promove espaço para compartilhar experiências e discutir novidades para melhorar a prestação de serviço na rede CBMAE em Minas Gerais

A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas), por meio da Câmara Brasi-leira de Mediação e Arbitragem Empresarial (CBMAE), realizaram

o 2° Encontro dos Postos Avançados de Conciliação Extraprocessuais (PACEs) de Minas Gerais. O objetivo foi compartilhar experiências e discutir novidades para melhorar a prestação de serviço dos PACEs. Durante o evento, foi realiza-do também o lançamento do Prêmio Conde dos Arcos, que tem como objetivo conhecer, reconhecer e disseminar as boas práticas de acesso à Justiça.

“O encontro foi um momento de troca de experiências, aprimoramento das técnicas e melhoria da gestão”, explica o coordenador nacional da CB-MAE, Valério Figueiredo. Na oportunidade, os gestores dos PACEs trocaram experiências sobre o funcionamento das unidades. Além disso, os presidentes das associações comerciais discutiram temas como o sistema de gestão e a

CBMAE

Segundo encontro de gestores avalia atividades em Minas Gerais

Gestores se reúnem para o 2° Encontro dos Postos Avançados de Conciliação

Extraprocessuais PACEs de Minas Gerais

Page 29: Edição 85 da Revista Empresa Brasil da CACB

Agosto de 2012 23

realização do Mutirão da Conciliação Empresarial. A ação deve ser aprovei-tada como instrumento para ampliar a divulgação dos serviços oferecidos pelos PACEs e atender um maior nú-mero de empresas durante o período.

Os PACEs são uma alternativa de conciliação extraprocessual, na qual se podem resolver confl itos sem que haja um processo judicial. A partir de audiências conduzidas por um con-ciliador, as partes envolvidas podem resolver pendências como débitos de cartão de crédito, dívidas de bancos, renegociações e recuperação de cré-ditos. A modalidade foi aprovada e é incentivada pelo Conselho Nacional de Justiça como uma alternativa aos meios judiciais para solucionar de for-ma mais rápida e barata as pendên-cias de relações de consumo.

A criação dos PACEs foi ofi cializada por meio de convênio entre o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a CACB, a Federaminas e as Associações Comerciais, com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Para o secretário-geral do Juizado de Conciliação do TJMG, Juliano Veiga, “a cultura do di-álogo que já tínhamos no estado é um fator de grande importância para essa rápida disseminação dos PACEs, aqui é comum a conversa em torno do fogão, somos um povo voltado para a intera-ção social”, explica.

Juliano Veiga explica que o apoio recebido dos magistrados do interior

e das associações comerciais foi fun-damental para o desenvolvimento do projeto: “Agora é necessário am-pliar a divulgação nos meios de co-municação para atingirmos melhor a população e fazer nosso serviço ser conhecido”. O secretário desta-ca ainda que os casos de sucesso já apresentados servem como chama-riz para outras associações.

Já foram implantadas 21 unidades no estado. O presidente da Federa-minas, Wander Luís Silva, explica que “é importante disseminar a cultura da conciliação para que as pessoas com-preendam como funciona e optem por uma forma mais rápida e barata na resolução de confl itos”, enfatiza.

“O lançamento dos postos nas ci-dades do interior de Minas Gerais é a oportunidade de divulgar a atuação

do PACE e promover a conciliação para os cidadãos”, garante o consul-tor da CBMAE em Minas Gerais, Da-niel Resende.

No ano de 2012, mais de 15 mil audiências de conciliação já foram realizadas em Minas Gerais. Toda e qualquer pendência referente à rela-ção empresarial poderá ser dirimida através do PACE. A consultora da CBMAE, Tássia Miranda, destaca que “o estado de Minas Gerais tem obti-do ótimos resultados na parceria com o TJMG e a Federaminas, as associa-ções ganham uma importante tarefa que é a disseminação de uma cultura pacífi ca de solução de confl itos”.

PACE onlineA Câmara Brasileira de Me-

diação e Arbitragem Empresarial (CBMAE) já iniciou treinamentos para gestores e demais profi ssio-nais para armazenamento e pa-dronização de dados das unida-des. O sistema já foi instalado em Minas e em outros estados. No encontro foi entregue um manual do sistema do PACE.

O sistema de gestão online dos PACEs tem a função de re-gistrar as estatísticas das audiên-cias, otimizar a mão de obra e garantir segurança e padroniza-ção das informações, com aces-so compartilhado pelos Tribunais de Justiça. O banco de dados vai incluir informações sobre as au-diências de conciliação e acordos realizados permitindo acompa-nhamento e segurança dos da-dos armazenados.

“É necessário ampliar a divulgação nos meios de comunicação para atingirmos melhor a população e fazer nosso serviço ser conhecido”

Page 30: Edição 85 da Revista Empresa Brasil da CACB

24 Empresa Brasil

A expectativa é de que se crie um marco normativo capaz de orientar o governo na promoção do empreendedorismo e melhoria do ambiente de negócios

Até o fi nal de outubro, o Mi-nistério do Desenvolvimen-to, Indústria e Comércio Ex-terior (MDIC) deverá concluir

o documento que servirá de base para a criação da Política Nacional de Empreen-dedorismo e Negócios (PNEN).

De acordo com pesquisas do Glo-bal Entrepreneurship Monitor (GEM), o empreendedorismo do brasileiro é um dos mais elevados dentre as 20 maiores economias do mundo (G20). Entretanto, o ambiente de negócios no Brasil apresenta vários obstáculos que restringem a expansão de inicia-tivas empreendedoras e a sobrevivên-cia dos negócios. O quadro é ainda

mais adverso para micro e pequenas empresas, sobretudo as de novas tec-nologias. Essa situação, segundo o MDIC, é resultado de fatores diversos que vão desde atitudes culturais aos mais específi cos, como difi culdades de acesso ao capital de risco ou a con-tratação de profi ssionais qualifi cados.

Por meio da PNEN, a expectativa é de que se crie um marco normati-vo capaz de orientar o governo na promoção do empreendedorismo e melhoria do ambiente de negócios. A política, que constitui uma das me-didas previstas no Plano Brasil Maior, deverá incorporar elementos de go-vernança, articulação e reforço das ini-

ciativas já existentes, além da promo-ção de novos instrumentos de apoio ao empreendedor.

O processo de elaboração do docu-mento teve início, em junho, com se-minários e ofi cinas de trabalho em Bra-sília, São Paulo, Belém, Goiânia, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador, que reuniram um total de 286 participan-tes, entre empresários e representantes de universidades, centros de pesquisa, governo e profi ssionais ligados a insti-tuições de crédito e capital de risco.

Em 26 de junho, em Brasília, foi realizado o Seminário Internacional Po-lítica Nacional de Empreendedorismo – Transformando ideias em negócios,

EMPREENDEDORISMO

Até outubro, governo defi ne diretrizes básicas da PNEN

Seminário internacional discutiu a Política Nacional

de Empreendedorismo

Page 31: Edição 85 da Revista Empresa Brasil da CACB

Agosto de 2012 25

com a participação de especialistas, em-presários e representantes do governo.

Em outra etapa, foi iniciado o pro-cesso de consulta pública sobre as te-ses e diretrizes da PNEN, aberto para pessoas físicas e jurídicas, mediante apresentação de comentários, críticas e sugestões, com conclusão prevista para 14 de setembro.

Na sequência, segundo informa-ções da assessoria de imprensa do MDIC, será consolidado o documen-to fi nal com as diretrizes da política e iniciada a fase de planejamento estra-tégico. Segundo o MDIC, ao fi nal os dados serão convertidos em um pro-jeto de lei, a ser concluído em 2013.

Para o presidente da CACB, José Paulo Dornelles Cairoli, a criação da PNEN vai ao encontro de uma das antigas reivindicações da entidade, no sentido de orientar os empreendedo-res que, muitas vezes, fi cam inseguros com a burocracia existente e as difi cul-dades de acesso a informações. “Seria

de grande ajuda ao empreendedor ter acesso a informações relevantes sobre gestão, política fi scal, fi nanciamentos disponíveis e orientações para presta-ção de contas”, indica o dirigente.

Hoje, segundo Cairoli, a CACB colabora com os empreendedores por meio de projetos como o Empreen-der, Integra e o CBMAE. “Como re-presentantes de um setor de grande capilaridade, estamos disponíveis para auxiliar na divulgação dessa política, a fi m de levar a todos os cantos do país as informações necessárias”, ressalta.

A CACB, como entidade, de acordo com o seu presidente, trabalha forte-mente pela sobrevivência das pequenas e microempresas e empreendedores individuais, que já somam 6,5 milhões de CNPJs. “Com o Supersimples, que contribui para a redução cada vez maior da informalidade, e agora com uma po-lítica voltada para esse setor, não temos dúvidas de que os empreendedores te-rão muito a ganhar”, completa.

O Brasil abre 316 mil novas empresas por ano – é o terceiro colocado no mundo, acima de países como Alemanha e Índia

1. Ampliar o investimento fi xo em relação ao PIB

2. Elevar o dispêndio empresarial em P&D

3. Aumentar qualifi cação da mão de obra

4. Ampliar o valor agregado nacional à produção

5. Elevar a indústria intensiva em conhecimento

6. Aumentar o número de MPEs inovadoras

7. Aumentar a efi ciência energética

8. Ampliar e diversifi car as exportações

9. Elevar participação em mercados de energias (tecnologias, bens e serviços)

10. Ampliar acesso a banda larga e outros serviços

Eixos prioritários

1. Elaboração e implanta-ção de uma estrutura de governança que promova maior sinergia dos progra-mas, projetos e ações já existentes.

2. Desenvolvimento e reformulação do sistema educacional em todos os níveis com abordagem transversal da pedagogia para o empreendedorismo e intraempreendedorismo.

3. Desenvolvimento de um sistema único de informa-ções relevantes e estraté-gicas ao empreendedor, simplifi cadas e organizadas a partir dos eixos estrutu-rantes deste PNEN.

4. Consolidação dos me-canismos de integração entre governo, empresa e universidade, tais como núcleos de inovação tecnológica, incubadoras, parques tecnológicos e programas de extensão, de forma a oferecer infra-estrutura física e serviços estratégicos de base para o empreendedorismo, a inovação e a competitivida-de das empresas nascentes e das já existentes.

5. Desenvolvimento de um sistema efi ciente de gestão, acompanhamento e avaliação de políticas pú-blicas, de forma a otimizar recursos e potencializar os resultados.

Metas da PNEN

Page 32: Edição 85 da Revista Empresa Brasil da CACB

26 Empresa Brasil

Mas existe incerteza quanto à continuidade do nível de atividades depois da Copa 2014

Com um crescimento médio anual de 17,78% para o mercado nacional, no pe-ríodo entre 2009 e 2011, e

de 9,37% para os eventos em nível internacional nos últimos cinco anos – 2011/2006 –, os cenários do seg-mento conhecido pela sigla MICE em inglês (meetings, incentives, congres-ses & exhibitions) são animadores. Segundo o presidente da Confede-ração Brasileira de Convention & Vi-sitors Bureaux (CBC&VB), João Luiz Moreira, há uma boa expectativa no

mercado à medida que se aproximam os megaeventos da Copa das Confe-derações, da Copa do Mundo Fifa 2014, do Encontro Mundial de Jo-vens Católicos, das Olimpíadas 2016. “Há grande interesse de patrocinado-res, o que confi rma os níveis de cres-cimento do mercado nos mesmos patamares atuais, com tendência de uma pequena elevação”, afi rma. “Os limites são a disponibilidade de agendamento nos equipamentos dos grandes destinos brasileiros como Rio de Janeiro e São Paulo, o que pode

possibilitar a realização de eventos em outros destinos.”

Hoje, os segmentos de maior de-manda são os eventos técnico-cientí-fi cos e os corporativos. Os corporati-vos da tecnologia da informação, de energias alternativas e de marketing de incentivo também apresentam boa evolução. No momento, segun-do Moreira, não se identifi ca ne-nhuma iniciativa em queda, mesmo aqueles promovidos pelo setor públi-co, cujo mercado se caracteriza pela sazonalidade. Os maiores entraves à

NEGÓCIOS

Segmento de eventos mantém perspectiva de crescimento

Page 33: Edição 85 da Revista Empresa Brasil da CACB

Agosto de 2012 27

promoção de eventos continuam os mesmos de sempre: fi nanciamento e o patrocínio das empresas privadas; carência de espaços de porte médio; e os preços da hotelaria.

A incerteza com a continuidade do ritmo da atividade após a realiza-ção dos megaeventos, a entrada de grandes empresas internacionais no país, altamente capitalizadas, e a di-fi culdade na contratação de mão de obra qualifi cada também contribuem para limitar a maior expansão do se-tor, acrescenta Moreira.

A imagem do Brasil no exterior e dos destinos realizadores de eventos no próprio país, associada à visibili-dade gerada e aos investimentos re-alizados e a realizar pelos megaeven-tos, notadamente a Rio+20 e a Copa 2014, possibilitando que empresas investissem mais no segmento MICE para o crescimento e sustentabilida-de das suas atividades, segundo o executivo, contribuíram de forma signifi cativa para o fortalecimento do segmento MICE no Brasil. Entre-tanto – repara Moreira –, persiste o risco de que esta dinâmica tenha uma retração a partir da passagem dos megaeventos no território brasi-leiro. “Essa atividade opera há mais de 30 anos no Brasil, mas nos últimos 15 não conseguiu atender a toda a demanda porque nada foi feito pelos governos municipais, estaduais e fe-deral para auxiliar ou reconhecer esse segmento empresarial ou auxiliá-lo na sua expansão e sustentabilidade”, diz Moreira. E completa: “A chegada dos megaeventos somente mostrou à sociedade o quanto a atividade MICE é mal percebida ou maltratada pelo setor público”.

Números de Eventos 330mil

Quantidade de Participantes 80 milhões

Média de Participantes por Evento 242

Gasto Médio por Participante R$ 258,41

Total dos Gastos dos Participantes R$ 20,6 bilhões

Número Médio de Dias de Evento 2,42

Impostos Municipais, Estaduais e Federais R$ 5,4 bilhões

Quantidade de Empregos Diretos e Indiretos 726 mil

Impostos Justiça do trabalho

Burocracia Legislação trabalhista

Crédito e fi nanciamento Qualifi cação profi ssional

Custo Brasil Patrocínio e investimento

Educação Infraestrutura aérea, fl uvial e terrestre

“Os eventos continuam sen-do orçados, mas as verbas estão mais reduzidas”, avalia Adriane Ferrari, dona de empresa espe-cializada em eventos empre-sariais, de Porto Alegre. Para o segundo semestre, segundo ela, as expectativas são melhores por ser um período de festas de fi -nal do ano, quando também acontecem as feiras anuais, de confraternização das equipes de vendas e fechamento de semes-tre. “De maneira geral, o merca-do tem se mantido em todos os setores corporativos, mas muitos deles com portes menores em comparação ao de anos anterio-res”, diz Adriane.

Verbas estão menores

Quadro do setor

Base 2011 (Fonte:CBC&VB)

Os gargalos

Adriane Ferrari

Page 34: Edição 85 da Revista Empresa Brasil da CACB

28 Empresa Brasil

Momento atual da economia mundial pode ser um estopim para o desemprego, mas o estresse não é o melhor caminho para a recolocação profissional

Nesses tempos de crise mundial é importante ter consciência de que faz parte da carreira

profi ssional estar eventualmen-te desempregado, mesmo em um país como o Brasil, de quase pleno emprego. Aquela segurança que parecia haver de uma hora para ou-tra não existe mais. Entretanto, não raros, surpreendidos com o que ja-mais poderiam imaginar, entram em pânico e comprometem a sua retomada no mercado.

“Nem sempre é difícil conseguir um novo emprego nos padrões al-mejados por esses executivos devi-do à conjuntura, mas por causa da atitude dos próprios demitidos“, afi rma o sócio- proprietário da CMC Consultoria de Porto Alegre, Cássio Mattos. “Em tese, em até oito me-ses é possível encontrar uma recolo-cação no mercado para aqueles que se dedicarem a esse fi m”, ressalta. “Mas não é o que a maioria faz.”

Para seguir em frente e ser re-admitido por outra fi rma antes de tudo é preciso entender as causas da demissão. Traumática em muitas vezes, essa experiência pode minar de tal maneira a autoestima desses indivíduos que eles fi cam sem saber como recomeçar.

Ocorre que muitas vezes a de-missão não é provocada pelo mau desempenho do profi ssional, mas por cortes nos gastos, por difi culda-des fi nanceiras ou fatores que não necessariamente têm a ver com a incapacidade do colaborador. E para que a dúvida não fi que no ar é fun-damental conversar com o gestor na hora da demissão, explica Roberto Picino, diretor executivo da Page Personnel, do Grupo Michael Page. “É um direito do profi ssional saber os motivos dessa decisão. Assim, ele poderá fortalecer os pontos que devem melhorar, para não passar pela mesma situação no emprego seguinte”, diz. “Absorvida essa eta-pa, na sequência, o profi ssional deve avaliar com visão crítica a própria trajetória profi ssional e investir seu tempo em seu objetivo, ou seja, a conquista de um bom emprego.”

Apesar da queda do nível de ativi-dades, o mercado de trabalho no Brasil ainda apresenta boas oportunidades. Em anos anteriores, a busca por um novo emprego poderia levar até um ano, o que se reduziu de forma signi-fi cativa em função da economia. Mas atenção: isso não quer dizer que basta esperar e um belo dia aparecerá um convite em sua caixa de e-mail ou no correio. Mesmo desempregado, é pre-

RECURSOS HUMANOS

O que você precisa fazerse for demitido

Cássio Mattos: “Em tese, em até oito meses é possível encontrar uma recolocação no mercado para aqueles que se dedicarem a esse fi m”

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ciso trabalhar na procura de empre-go, cuja tarefa passou a ser atividade profi ssional desde a demissão, indica Mattos “É preciso dedicar, no mínimo, 44 horas semanais de trabalho para este fi m”, acrescenta. “Ninguém vai ser melhor na busca por uma oportu-nidade do que o próprio desemprega-do. Portanto, mesmo com assessoria, o profi ssional deve ser intenso e inteiro no processo de busca.”

Nesse meio-tempo, o profi ssional deve aproveitar o tempo também para fortalecer o seu network parti-cipando de eventos; deve investir no desenvolvimento por meio de cursos e treinamentos, aproveitando para, enfi m, realizar aquele trabalho volun-tário que um dia pensava em realizar. “Essa escolha vai lhe render, além de um crescimento pessoal, o exercício de competências importantes como a colaboração, negociação e sensibili-dade no trato com as pessoas. Ter um Plano B como alternativa para o caso de a expectativa inicial não se realizar também seria uma atitudes proativa”, diz Mattos. “É preciso ter em mente que a demissão pode ser a chance para um recomeço”, completa.

A descontinuidade de unida-des industriais na Europa, Amé-rica do Norte e América Latina, assim como o cancelamento de uma seleção de projetos de capi-tal e redução da força de trabalho começam a respingar fortemen-te no Brasil. Em consequência, o segundo semestre poderá vir a reservar surpresas desagradáveis, com a elevação da taxa de desem-prego. É nessa hora delicada para as empresas grandes e multina-cionais que surge a importância da política de Recursos Humanos conhecida como outplacement, cujo objetivo é diminuir o drama das demissões e facilitar a vida dos profi ssionais demitidos.

Foi no começo dos anos 1980 que se começou a falar dessa nova política de recursos humanos das empresas que, vin-da dos Estados Unidos, passou a avançar no Brasil, principalmente nas grandes empresas americanas e particularmente em São Paulo.

Hoje, o outplacement faz parte da política de muitas or-ganizações, independentemen-te de porte e nacionalidade, e é especialmente adequado para utilização em momentos difíceis da conjuntura econômica e da situação particular de cada em-

presa. “Hoje é normal considerar o apoio aos executivos que estão de saída, sobretudo àqueles com cargos de diretores e chefes, com maior tempo de serviço, para não deixa-los à deriva”, diz o sócio-proprietário da CMC Consultoria de Porto Alegre, Cássio Mattos. “Mas quem não é especial para a empresa não ganha outplace-ment”, repara.

No processo de transição de carreira, segundo Mattos, ganha pontos para o desempregado a adoção de um coaching a fi m de conquistar uma melhor per-formance. Por meio desse apoio, o profi ssional demitido começa a reorganizar a sua vida pessoal após e encarar a nova realidade. “No coaching você assume um compromisso com você mesmo”, diz Mattos. “Ele não é o dono da solução do problema, mas vai aju-dá-lo a desenvolver suas metas.”

Com 15 anos de experiên-cia no setor, Mattos afi rma que nem mesmo a idade é empeci-lho para a retomada profi ssio-nal. “Hoje existe mercado para sêniors, dependendo do perfi l do cargo e da empresa. A ex-periência e a maturidade muitas vezes são pontos importantes a favor do candidato.”

Outplacement, a política que facilita a vida dos demitidos

Robeto Picino:“É um direito do profi ssional saber os motivos da demissão”

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30 Empresa Brasil

O Gasto Público no Brasil é um convite à reflexão e ao debate sobre um tema crucial para o desenvolvimento do país

Cada vez mais se aproxima a hora da verdade de o país passar a encarar, de forma consistente, o gasto público.

Nem é preciso dizer que não se trata de avaliar o seu volume, mas de dis-cutir a qualidade. No livro O Gasto Pú-blico no Brasil – Entenda a Qualidade dos Gastos Públicos no Brasil, de Júlio Francisco Gregory Brunet, Clayton Brito Borges e Ana Maria de Aveline Bertê (Editora Campus), o objetivo dos especialistas é analisar a efi ciência e efi cácia do gasto público dos esta-dos, segundo as principais funções do orçamento: legislativa, judiciária, segurança pública, saúde e educação.

Hoje, segundo pesquisa Ibope/CNI, 61% da população brasileira consideram o serviço público de saú-de do país “péssimo” ou “ruim”, enquanto 84% dos entrevistados não perceberam avanços no sistema público de saúde do país nos últimos três anos. Não menos dramáticos são os casos da educação e da segurança pública. Dados do Indicador de Anal-fabetismo Funcional (Inaf), divulga-dos pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM) e pela ONG Ação Educativa, apontam que 38% dos universitários brasileiros são considerados analfabe-tos funcionais – ou seja, são capazes

de ler e escrever, mas não conseguem interpretar e associar informações. Mas a situação no Brasil é pior: 75% da população entre 15 e 64 anos não conseguem ler, escrever e calcular plenamente. Esse número inclui os 68% considerados analfabetos fun-cionais e os 7% considerados analfa-betos absolutos, sem qualquer habili-dade de leitura ou escrita. Apenas um entre quatro brasileiros consegue ler, escrever e utilizar essas habilidades para continuar aprendendo.

Na área da segurança pública, é constante o aumento das taxas de criminalidade, da sensação de inse-gurança, sobretudo nos grandes cen-tros urbanos, a inefi ciência preventiva de nossas instituições, a superpopu-lação nos presídios, rebeliões, fugas, aumento dos custos operacionais do sistema, entre tantos outros desafi os para o sucesso do processo de conso-lidação da democracia no Brasil.

Com o prefácio assinado pelo economista José Roberto Afonso, a obra analisa como fazer mais e me-lhor com o mesmo ou, melhor ain-da, com menos dinheiro. Segundo os autores, essa é a questão crucial co-locada para as políticas e as práticas fi scais no Brasil no início deste século.

Milton Wells

LIVROS

Como tornar o gastopúblico mais efi ciente

Obra relaciona a utilização dos recursos públicos às condições de bem-estar da população

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Dorival Dourado Jr.*

O crédito esta cada vez mais em evidência na econo-mia nacional. A gradativa redução das taxas de ju-

ros e a progressiva inclusão de novas camadas da população na sociedade de consumo constituem terreno fér-til para o desenvolvimento do crédi-to. Nos últimos oito anos as opera-ções de crédito cresceram com taxas médias acima de 20%. Em 2011 o crescimento foi de 19%, e este ano, mesmo diante da desaceleração da economia, a perspectiva é de que o crédito ao consumidor mantenha a evolução crescendo mais 15%. Com este avanço, a relação crédito / PIB, que era de 24% em 2003, sal-tou para 50% em 2012, atingindo o volume de R$ 2,1 trilhões. Fazendo uma comparação com países desen-volvidos, onde a relação crédito /PIB costuma ser superior a 80%, pode-se dizer que o Brasil ainda apresenta um potencial muito grande de ex-pansão de crédito.

Neste cenário, o Cadastro Positi-vo, que foi instituído por lei federal há pouco mais de um ano, insere-se como uma moldura plenamente favorável, pois representa uma nova e fundamental ferramenta para o amadurecimento da economia e do mercado e a expansão de crédito com qualidade. Tendo como base um banco de dados no qual são anotadas informações fi nanceiras e de pagamentos relativos às ope-rações de crédito e obrigações de

pagamento liquidadas ou em anda-mento por pessoa física ou jurídica, o Cadastro Positivo permite que ne-gociações, compras e fi nanciamen-tos sejam analisados com base no histórico dos tomadores de crédito, de modo a criar condições mais fa-voráveis para os bons pagadores.

Mas para que o Cadastro Positivo atenda realmente às expectativas de todos os benefi ciados, é necessário tornar a Lei 12.414 uma realidade do ponto de vista prático mobilizan-do as partes envolvidas, instituições que concedem créditos, consumido-res e sociedade. Entre outras ações, será necessário, também, elaborar um amplo programa de conscien-tização e treinamento dos consu-midores, que, em geral, ainda não enxergam plenamente os benefícios do novo modelo.

Este tem sido um esforço per-manente da Boa Vista Serviços, que,

imediatamente após a aprovação da Lei 12.414, tomou a iniciativa de realizar a maior pesquisa feita sobre este assunto. E este ano investiu em um novo e mais abrangente estudo “Mercados – Cadastro Positivo”. A conclusão do exaustivo trabalho é uma expectativa favorável da po-pulação em relação ao Cadastro Positivo e à sua adesão. Tendência corroborada também por forma-dores de opinião consultados pelos pesquisadores. Disponível e acessí-vel a todos os interessados (www.boavistaservicos.com.br/merca-dos2012), o estudo é uma contri-buição altamente qualifi cada para que os diferentes segmentos tra-cem suas estratégias de negócios a partir de uma melhor compreensão do mercado brasileiro.

*Dorival Dourado Jr. é presidente e CEO da Boa Vista Serviços

ARTIGO

O Cadastro Positivo

“O Cadastro Positivo representa uma nova e fundamental ferramenta para o amadurecimento do mercado e a expansão de crédito com qualidade”

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32 Empresa BRASIL

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Abril de 2010 33

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