Edição 89

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O cardápio do Super Chef, da entrada à sobremesa Agosto | 2011 |S13 |D14 |S15 |T16 |Q17 |Q18 |S19 Ano II R$ 2,50 89 O declínio da Guarda Municipal Daneluz defende o Legislativo, mas não todo O temor por trás da escalada nos salários Renato HENRICHS O que a votação do aumento revela sobre os vereadores A aparência das candidatas só vai valer pontos no dia da escolha das soberanas da Festa da Uva, depois de outras três avaliações que levam em conta competências mais importantes e abstratas. A valorizada estética, no entanto, promete revelar inclusive a beleza interior que os jurados esperam A POSTURA QUE COROA UMA RAINHA Maurício Concatto/O Caxiense Ju motivado para subir e Caxias preocupado em não descer Dupla CA-JU

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A aparência das candidatas só vai valer pontos no dia da escolha das soberanas da Festa da Uva, depois de outras três avaliações que levam em conta competências mais importantes e abstratas. A valorizada estética, no entanto, promete revelar inclusive a beleza interior que os jurados esperam

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O cardápio do Super Chef, da entrada

à sobremesa

Agosto | 2011|S13 |D14 |S15 |t16 |Q17 |Q18 |S19

Ano ii

R$ 2,50

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O declínio da Guarda

Municipal

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Legislativo, mas não todo

O temor por trás da

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RenatoHenRicHS

O que a votação do aumento revela sobre

os vereadores

A aparência das candidatas só vai valer pontos no dia da escolha das soberanas da Festa da Uva, depois de outras três avaliações que levam

em conta competências mais importantes e abstratas. A valorizada estética, no entanto, promete revelar inclusive a beleza

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2 13 a 19 de agosto de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Índice

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www.OcAXienSe.com.br

Redação: Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Felipe Boff (editor), Gesiele Lordes (estagiária), Jaisson Valim (editor), Janine Stecanella, José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor), Maurício Concatto, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Vagner Espeiorin (estagiário)comercial: Pita Loss e Calebe De Bonicirculação/Assinaturas: tatyany Rodrigues de OliveiraAdministrativo: Luiz Antônio Boffimpressão: Correio do Povo

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para [email protected]. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal O caxiense Ltda.Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471Fone 3027-5538 | E-mail [email protected]

@felipelrizzotto Parabéns @LucianaLain! Belo trabalho no #HQCX do @ocaxiense. Já esperamos pela próxima edição. #HQcX

@lutianam Parabéns @ocaxiense pela excelen-te cobertura quanto à pauta de aumento de ve-readores...abs #maisseisvereadores

@luckymanrock @ocaxiense Chega a irritar o nível da discussão na Câmara... tem alguns que não podem ver câmeras e microfones... Baita cobertura, galera... #maisseisvereadores

@Fadanellis @ocaxiense mais uma vez de pa-rabéns: FENOMENAL a cobertura da sessão! #maisseisvereadores

@marceloviega Vamos mandar esse Mapa para a nossa Gloriosa Câmara de Vereadores. Vamos fazer valer a nossa “Representatividade”! #mapadocrime

@Diego_Primon Parabéns ao jornal @ocaxiense pelo ótimo trabalho. Nós leitores, agradecemos!

@fsvanin Muito boas as reportagens do jornal @ocaxiense sobre o roubo de veículos em Ca-xias do Sul e o aumento do número de vereado-res. #edição88

@rafaelalgures Muito boa a entrevista com a Ana Maria Bahiana no @ocaxiense, transmite tudo o q eu penso sobre o cinema atual mesmo não enten-dendo tanto. #ocaxienseentrevista

O Caxiense é o exemplo de imprensa séria, que olha

os dois lados. Parabéns à equipe do Jornal O Caxiense.

João H. Leoni Ramos

caxias do Sul é a 341ª em ranking de investimentos na educação |

Um índice injustifi cável para uma cidade que levou o título de Capital da Cultura. São muitas explicações e tão poucas ações. Nos últimos anos vejo minha cidade deixando a dese-jar... Falta educação, falta saúde, falta segurança, e o asfalto das ruas escorrendo com as chuvas. Veja bem, se paga, e paga muito, para obter tão pouco.

Salete Maria

A Semana | 3As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4Comerciários tentam alcançar os metalúrgicos no dissídio

O caxiense entrevista | 5Marcos Daneluz (Pt) fala sobre como fi ca a Câmara depois da tormenta do aumento

Festa da Uva | 8As aulas que transformam mulheres comuns em embaixatrizes e as dicas que podem torná-las soberanas

Patrimônio público | 10Guarda Municipal vê até seus próprios imóveis virarem alvo de vândalos

Guia de cultura | 12Um herói italiano chega aos cinemas e outro retorna aos palcos

Mão de obra | 15O salto dos salários e ador de cabeça dos empresários

Seminaristas | 16Entre a adolescência e a batina, meninos tentam fazer suas escolhas

Boa Gente | 18Os melhores vinhos, o lado bom da vida e as dicas do Super Chef

Artes | 19tragédia argentina e humor austro-brasileiro

HQcX | 20Em busca da canção perdida

Dupla cA-JU | 21Ju avança rumo à Série C e Caxias luta para fugir da Série D

Guia de esportes | 22todos ao Jaconi e ao Centenário

Renato Henrichs | 23Quem falou e quem calou na sessão mais polêmica do ano

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www.ocaxiense.com.br 313 a 19 de agosto de 2011 O Caxiense

O alvo das investigações era a Fundação Conesul de Desenvol-vimento, mas quem sofreu com os prejuízos foram os quase 50 estagiários da Câmara de Caxias. Ao investigar as suspeitas de des-vio de R$ 10 milhões e de irregu-laridades em concursos no Sul do país, o Ministério Público conse-guiu o bloqueio das contas da ins-tituição. Resultado: a fundação, que contratou os trabalhadores, não conseguiu pagá-los.

O Parlamento analisa se a frau-de significa desrespeito a alguma regra do contrato. Se o resultado der positivo, ele pode anunciar uma nova licitação. Lei federal impede que órgãos públicos con-tratem ou supervisionem estagiá-rios.

Na quinta-feira (11), ao final de uma semana difícil para o Legis-lativo caxiense, finalmente os es-tagiários receberam seus salários.

De novo, sobrou para o estagiário

Pouca população na consulta Popular

no corso Alegórico,menos é mais

Uma convocação que livraas crianças da pólio

SeGUnDA | 8.ago

QUARTA | 10.ago

QUinTA | 11.ago

SeXTA | 12.ago

TeRÇA | 9.ago

A Semanaeditada por Jaisson Valim | [email protected]

centro para tratar usuáriosde drogas já nasce lotado

Ao abrir inscrições para 1,5 mil figurantes do Corso Alegórico de 2012, a Festa da Uva anunciou as primeiras mudanças. A principal é que a extensão do desfile será mais curta: começará na Rua Andrade Neves e irá se encerrar na Praça Dante Alighieri, em vez de ocorrer entre as ruas Guia Lopes e Gari-baldi.

A redução significará uma con-centração maior de atrações na

A convocação volta ao noticiá-rio duas vezes por ano há décadas, mas repeti-la é importante, porque foi o responsável por livrar o Bra-sil da poliomielite. Neste sábado, os pais de crianças com até cinco anos têm o compromisso de levar seus filhos à vacinação. Em Ca-xias do Sul, 125 postos imuniza-rão contra a doença das 8h às 17h (confira a lista dos locais no site do jornal O Caxiense).

A Secretaria Municipal da Saúde se mobiliza para aplicar 25,8 mil vacinas – número equivalente a 95% do público-alvo.

Números da semana: 100 pacientes em centro antidrogas, R$ 9,2 milhões para a Serra pela Consulta Popular e 1,5 mil figurantes no corso

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Quais são as prioridades para minha região? Com essa pergun-ta em mente, milhares de gaúchos

praça. Haverá espetáculos da Or-questra Municipal de Sopros, Co-ral Municipal, Cia. Municipal de Dança e artistas caxienses no local. É uma bem-vinda promessa de aperfeiçoamento para a principal atração da Festa da Uva.

A inauguração da Unidade de Atenção à Vida Novo Amanhã (Rua Padre tiago Alberione, 290, bairro São Ciro) trouxe uma boa e uma má notícia. A boa: Caxias ganha um centro para tratar de-pendentes de álcool, crack e outras drogas. A má: a previsão é de que o centro teria uma demanda de 4 mil usuários de drogas pela frente.

O estabelecimento, vinculado ao Sistema Único de Saúde, começou a funcionar há dois meses, acolheu mais de 100 pacientes. Nas vagas de internação – de sete a 10 dias –, já está lotado.

foram às urnas ou à internet para definir, por meio da Consulta Po-pular e Cidadã, que projetos mere-cerão recursos estaduais em 2012.

Na Serra, os eleitores decidiram o destino de R$ 9,2 milhões. Se o valor – 15% superior ao reservado para 2011 – merece elogios, o mes-mo não se pode dizer da participa-ção. O envolvimento comunitário decepcionou.

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4 13 a 19 de agosto de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Roberto [email protected] por FeLiPe BOFF (interino) | [email protected]

O Sindicato dos Comerciários baixou a pedida, mas não levou. Na segunda reunião de negociação do dissídio, fez contraproposta ao Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Caxias do Sul (Sindigêneros). Em vez dos 14% reivindicados inicialmente, acei-taria 9,5%. As entidades patronais ofereceram 7,6%. Além dos núme-ros, seguem no impasse cláusulas sociais como a ampliação do valor do auxílio-creche, o fim do banco de horas e a diminuição de carga horária aos domingos.

A próxima está marcada para esta segunda-feira (15), às 16h. Se a conversa não avançar, o Sindi-comerciários já tem protocolado no

Ministério do trabalho e Emprego o pedido de uma reunião em que o órgão assuma a mediação das nego-ciações.

Tomado como baliza, o Sin-dicato dos Metalúrgicos – assim como o Sindicomerciários, coman-dando pelo PC do B – que conquis-tou 9,25%. Mas é preciso lembrar que esse índice decorre de meses de pressão e demonstrações de poder. Pressão, aliás, que continua. Basta ver o que os líderes metalúrgicos têm conseguido na cobrança de maiores valores de PPR – uma vitó-ria atrás da outra, inclusive à custa de paralisações. Será que os comu-nistas, digo, os sindicalistas terão a mesma força no comércio?

Com o dobro de expositores em relação à última edição e apresen-tando “a maior máquina já exposta em feiras da América Latina” – de fabricação chinesa, por sinal –, abre nesta terça-feira (16), às 19h, no Pa-vilhão 1 da Festa da Uva, a Plastech Brasil 2011. A feira de de tecnologias para termoplásticos e termofixos, moldes e equipamentos dura quatro dias, esperando atrair 25 mil pesso-as. O tema de uma das palestras do 1º Painel da Plastech, no dia 18, às 17h, promete: Caxias do Sul do futu-ro: Detroit ou Xangai?. O professor da UCS Alexandre Viecelli tratará do assunto.

Questionado no ambiente político, o Samae acumula êxitos no pla-no empresarial. No último dia 9, o diretor-presidente da autarquia, Marcus Vinicius Caberlon (à esquerda na foto), recebeu em Por-to Alegre o Mérito Ambiental Henrique Luiz Roessler. O prêmio – também recebido pelas caxienses Randon e Marcopolo – vem se somar a outros troféus recebidos pelo Samae: o Ítalo Victor Bersani - Segmento Serviços, da CiC, este ano; o Prêmio Procel e o Prêmio Pró-Universalização dos Serviços de Saneamento, em 2010; e o Prê-mio Responsabilidade Ambiental, de 2007. Além das distinções, o Samae tem colecionado elogios de quem procura atendimento em sua loja central. Nos guichês, os avanços são visíveis.

A paulista RGR inaugurou quin-ta-feira (11) sua filial em Caxias. investimento de R$ 3,5 milhões, para fabricar conexões pneumáticas, com foco na indústria de imple-mentos rodoviários e agrícolas e na automação industrial. Embora o pequeno número de empregos gerados neste primeiro momento (cerca de 20), é um sinal de quem nem todo mundo teme tanto o custo da mão de obra por aqui (leia a reportagem da página 15).

Persistem os rumores de que a RGE vai transferir sua matriz de Caxias para São Paulo. E, ofi-cialmente, a companhia continua negando a mudança. Entretanto, o Sindicato dos Eletricitários do Esta-do já acompanha movimentos nesse sentido. Alguns setores técnicos da empresa estão sendo terceirizados para uma empresa paulista – com encargos menores e, consequen-temente, economia para a RGE.

O Banrisul apresentou na quinta-feira (11) seu balanço do primeiro semestre. Lucro líquido de R$ 438,5 milhões, patrimônio líquido de R$ 4,1 bilhões (14,7% a mais do que ti-nha no ano passado) e ativos totais de R$ 34,8 bilhões (11,8% a mais sobre junho de 2010). Motivos para muito otimismo da direção do banco. Ca-xias, porém, ainda aguarda melhor atendimento – como o próprio pre-sidente, túlio Zamin, já reconheceu.

Já foram anunciadas uma nova agência no bairro Cruzeiro (para da-qui três meses), outra em local a ser definido (prevista para abrir no pri-meiro semestre de 2012) e um posto bancário no San Pelegrino Shopping Mall, a ser inaugurado dentro de dois meses.

Nessa conta, o banco só ficará devendo em um quesito: caixa ele-trônico. Hoje, Caxias não tem um ponto sequer do Banrisul com auto-atendimento 24 horas.

trinta empresas de Caxias, que já haviam sido fiscalizadas, foram convocadas a participar na semana que passou de uma reunião sobre Segurança do Trabalho na Constru-ção Civil. Comandado pelo procu-rador-coordenador do Ministério Público do trabalho (MPt) de Ca-xias, Ricardo Wagner Garcia, o en-

contro repassou orientações e enfa-tizou a prevenção de acidentes. Para quem ainda tinha dúvidas sobre a importância da questão, bastou um dado apresentando pelo gerente re-gional do Ministério do trabalho e Emprego, Vanius Corte: este ano já aconteceram 11 mortes em cantei-ros obras na região de Caxias.

Detroit ou Xangai?

Distinção empresarial

Filial caxiense

Curto-circuito

Caixa para investir

Obra preventiva

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Com coquetel para empresários do comércio e presidentes de sindicatos, o Senac abre oficialmente, nesta terça-feira (16), às 20h, em sua sede, a programação especial do Senac na Copa, Rio Grande do Sul no mundo, oferecendo cursos de qualificação profissional.

Ao longo desta segunda-feira (15), estudantes do ensino médio acom-panham a atividade de executivos do ramo que desejam seguir no fu-turo na 10ª edição do empresário-Sombra Por Um Dia. A realização, que integra o Programa Miniempre-sa 2011, é da CiC Jovem, em parceria com a Junior Achievement.

Neste sábado, um drive-thru na Praça Dante Alighieri recebe celula-res velhos, baterias e computadores obsoletos, entre outros itens tecnoló-gicos que precisam ser descartados, na campanha de Recolhimen-to de equipamentos de infor-mática e Telefonia Pós-consu-mo.

O Sindicato dos Metalúrgicos se-dia neste sábado, a partir das 9h, o 2º Encontro Estadual da Juventude trabalhadora do Rio Grande do Sul. O destaque da programação será a participação da deputada federal Manuela D’Avila (Pc do B), pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre.

Curtas

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por RenATO HenRicHS,FeLiPe BOFF e

ROBin SiTeneSKi

a quinta-feira (11), um dia após a Câmara aprovar a ampliação de 17 para 23 vereadores a partir de 2013, palavrões ainda ecoavam na cabeça do presidente do Legislati-vo, Marcos Daneluz (Pt). “Antes mesmo de eu abrir a sessão, al-guém gritou do plenário: ‘Aquele lá também é um filho da p***’”, contou o petista, ao receber O Ca-xiense para uma entrevista. Mas, além de mágoas com manifesta-ções do público, restaram diver-gências fortes com alguns colegas. Ao se posicionar contra o aumen-to, Daniel Guerra (PSDB) e Moisés Paese (PDt) receberam um con-tra-ataque duro – Rodrigo Beltrão (Pt), que também votou contra, foi poupado. Os demais vereado-res aproveitaram a ocasião para questionar a atuação do tucano e do pedetista. Do primeiro, aponta-ram duas assessoras que, segundo eles, jamais haviam sido vistas na Câmara – Guerra apresentou-as durante a sessão. Do segundo, reclamaram das ausências cons-tantes, amparadas por atestados médicos – Paese disse, também na

sessão, sofrer de hepatite C. Pré-candidato do Pt à prefei-

tura em 2012 – intenção da qual promete não abrir mão –, Dane-luz comenta a seguir as razões, os reflexos e os bastidores da sessão mais polêmica da atual legislatura.

A câmara sai ferida da votação do aumento de vereadores?

Em absoluto. A Câmara passou por um processo extremamente importante. Quando, em 2009, foi aprovada a lei que permitia o au-mento do número de vereadores, a Câmara começou a se preparar para a nova realidade. tínhamos um Legislativo para 21 quando houve o corte no número de ve-readores e sobraram alguns espa-ços físicos aqui. A Casa procurou ocupá-los para outras finalida-des, como o Centro de Memória. Quando chegou essa nova reali-dade (de 23 vereadores), a Câma-ra percebeu que não teria espaço, inclusive de gabinetes, para re-ceber essa nova demanda. Para nós todos, era 23 vereadores que Caxias iria ter, ninguém foi inter-pretar juridicamente o que dizia a lei, que era “até 23 vereadores”. Foi feito um ato de assinatura do contrato para construir (a amplia-

ção da Câmara), todos os jornais e rádios noticiaram. Nós tínhamos a dimensão de que isso tudo estava na cabeça das pessoas.

não houve questionamento na época?

Nada, absolutamente nada. Houve alguns normais, sobre por que íamos construir. Mas nunca houve mobilização de al-guém contrário ao aumento do núme-ro de vereadores e ao prédio. O Paese, quando assumiu (como presidente, em 2010), colocou a primeira pá de areia. Deu entrevista na rampa, dizendo: “meu objetivo é fa-zer essa obra para receber 23 ou 25 vereadores. É uma das prioridades do meu mandato. E eu acho que vão ser 25 quando o Censo termi-nar”. Quando assumi, fui cobrado pela imprensa diversas vezes sobre quando ia concluir a obra. Não imaginávamos que iria ter essa contestação. De repente, o Ale-xandre Garcia (jornalista político de Brasília) deu aquela entrevista

na Rádio Caxias agradecendo Ja-raguá do Sul (SC) por fazer um movimento por menos vereadores e mais médicos, professores. De uma forma muito rápida se de-sencadeou um processo, vindo do jornal Pioneiro, de contestação até moral dos vereadores, e afunilou o debate. Aquilo que imaginávamos

votar em setembro foi sufocando. Co-meçaram a falar dos vereadores e do que faz um vereador. “Greve dos médicos é responsabilidade só dos vereadores, buracos na Rota do Sol é dos vere-adores...” isso tudo apertou a discussão. Achamos que não tinha momento nem

espaço para fazer uma audiência pública qualificada. Por que não dava? Os vereadores iam inflar a audiência pública com seus de-fensores, os outros também. Ou construíamos uma audiência pú-blica fictícia, para nos salvar, ou não faríamos isso, e as pessoas condicionadas pelo Pioneiro iam fazer um debate que já sabíamos o resultado.

O caxiense entrevista

“Quando assumi, fui cobrado pela imprensa diversasvezes sobre quando ia concluir a obra (de ampliação física da câmara)”

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Daneluz: “Posso passar nos gabinetes e externar para a opinião pública, dizer que tem vereador que não despacha aqui dentro”

“NÃO IMAGINÁVAMOS ESSA CONTESTAÇÃO”

Presidente da Câmara, Marcos Daneluz (Pt) afirma que haverá umaoxigenação com o aumento para 23 vereadores a partir de 2013

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Para “nos salvar” partindo do princípio que os vereadores sai-riam desgastados desse episódio?

Nos salvar da opinião pública. Poderíamos ficar (desgastados).

Poderiam ou saíram?Se, num primeiro momento, pa-

rece que desgastou a relação com a comunidade, a Câmara amadu-receu no processo. Os vereadores saberão que têm um compromis-so muito maior daqui para frente. temos o dever de mostrar para a sociedade o verdadeiro valor de um vereador, seremos mais fis-calizados pela comunidade. Não acredito nesse desgaste. Acredito, sim, que a opinião popular nesse momento formatou uma imagem dos políticos a nível nacional que é extremamente desfavorável. Em Caxias, acabamos sendo os res-ponsáveis por uma causa que não é bem nossa.

Uma questão presente no deba-te foi a dos gastos. Os próprios vereadores acusaram os que vo-taram contra de representar os maiores gastos, por omissão ou falta de participação. como a câmara vai contornar esse pro-blema, evitar que alguns verea-dores alimentem a ideia de que o Legislativo gasta muito?

Não dá mais. Ou nós conse-guimos – e aí não é a Câmara de

Caxias – criar regras para o setor político definitivamente, ou vai ser insuportável. Enquanto nós, participantes da vida política, não tivermos leis muito parecidas com as que regem todos os trabalhadores deste país, a coisa vai ficar muito difí-cil. Não se concebe mais que assessor político não tenha carga horária, que vereadores não te-nham compromisso ou pelo menos um controle de sessões e de horários. O que estamos tentando fazer é mudar o que ao longo da história tem sido considerado pre-sença, que é comparecer somente na ordem do dia (parte da sessão em que ocorre a discussão de pro-jetos). Vereador oportunista par-ticipa da ordem do dia e ganha a efetividade (registro de presença na sessão). Pretendemos debater pro-fundamente isso e encontrar uma forma de controle moral para al-gumas coisas. De forma legal, não tenho como garantir a presença de assessores, por exemplo. Podemos fazer alguma coisa no sentido do constrangimento, buscando a mo-ralidade. Quem não assinar não vai sofrer penalidade, mas vai se poder averiguar e publicitar isso.

Precisamos encontrar uma forma de fazer essa conta verdadeira, de produtividade. Existe o compro-misso do grande grupo de verea-dores, que trabalha muito, fazendo

audiências públicas, vindo sempre para cá, indo aos bairros. tem que valorizar esse aspecto.

Daniel Guerra teria duas assessoras que não comparecem à câmara. A casa ve-rificou isso?

O que diz a legisla-ção é que o vereador tem liberdade para

contratar, e as assessoras podem trabalhar aqui como podem traba-lhar na rua, não precisam cumprir uma carga horária aqui dentro. Não tem controle de ponto para assessor de político. Eu, que estou todos os dias aqui dentro, não as conhecia. E conheço todos os ou-tros. Se tu me pedir se tem outros casos, não sei se estão cumprindo devidamente a jornada de traba-lho. No cotidiano, é o único caso em que eu não conhecia as asses-soras. É notório, nem ele negou, a Casa sabe que elas não compa-recem. Ele afirmou que não acha importante que o assessor compa-reça. Por mais que o assessor faça trabalhos na rua, aqui é o escritó-

rio do vereador, aqui se atende a população. Não consigo atender da minha casa. Não existe isso de um vereador não comparecer, a não ser que esse mandato seja completamente diferente daquilo que a gente entende sobre política. Do jeito que esse vereador faz, não precisa ter a Câmara de Vereado-res. Poderia despachar de casa.

Será que ele não está propondo uma nova maneira de fazer o tra-balho?

Se for isso, não basta falar. Vere-ador pode protocolar projeto. Se tem outra proposta para o Legis-lativo, que a coloque para que isso possa ser discutido.

Guerra chegou a dizer que vai protocolar projeto para extin-guir o cargo de assessor político.

Ele faz bem. No caso dele, se tem assessores que não têm importân-cia, tem mais é que extinguir. Eu não quero extinguir meus dois assessores, porque estão me aju-dando a fazer um bom trabalho. Um vereador que não acredita nos seus assessores, antes de anunciar que vai propor o projeto, tem que demiti-los. imediatamente. Eu es-pero que hoje (quinta-feira, 11), inclusive, ele apresente a demissão dos seus (o que, obviamente, não aconteceu). Na nossa lei, não te-mos possibilidade hoje de colocar

“No caso dele (Guerra), se tem assessores que não têm importância, tem mais é que extinguir. Espero a demissão dos seus”

6 13 a 19 de agosto de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Edital de Citação - Execução4ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: 20 dias. Natureza: Processo de Execução Processo: 010/1.09.0039182-3 (CNJ:.0391821-11.2009.8.21.0010). Exequente: Instituição Comunitária de Crédito da Serra. Executado: Elodi de Fátima Cardoso do Nascimento e outros. Objeto: CITAÇÃO de Elodi de Fátima Cardoso do Nascimento - CPF 521.438.210-34 e Anderson Tiago Cardoso - CPF 997.854.980-34, atualmente em lugar incerto e não sabido, para que paque(m), no PRAZO de TRÊS (03) DIAS, o débito de R$ 1.063,27, em data de 20.10.2009 e demais cominações legais, ou, ficando ciente(s)de que havido o pagamento integral no prazo legal, será reduzida pela metade. Na mesma oportunidade, intimado os executados, para que-rendo, no prazo legal de QUINZE(15) DIAS, contados da publicação do edital. No prazo dos embargos, reconhecendo o executado o crédito do exequente comprovado o depósito de, no mínimo, 30% (trinta por cento) do valor exequendo, inclusive custas processuais pendentes e honorários advocatícios, poderá o executado requerer seja admitido a pagar o restante em até SEIS (6) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e juros de 1% (um por cento) ao mês. Em não fazendo o pagamento, serem-lhe(s) penhorados tantos bens quantos bastem para garantir a execução.

Caxias do Sul, 27 de junho e 2011. SERVIDOR: Osmar Cezar da Silva. JUIZ: Sergio Augustin.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

Edital de Citação - Cível - 1ª Vara CívelComarca de Caxias do Sul.

Prazo: 30 (trinta) dias. Natureza: Decleratória. Processo: 010/1.10.0004631-1 (CNJ:.0046311-14.2010.8.21.0010). Autor: Express Restaurantes Empresariais Ltda. Réu: APF Equipamentos e Suprimentos para Informática Ltda e outros. Objeto: citação de APF Equipamentos Suprimentos para Informática Ltda., atualmente em lugar incerto e não sa-bido, para, no prazo de quinze (15) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, IV, CPC), contestar, querendo, a ação, ciente de que, em não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial.

Caxias do Sul, 07 de junho de 2011. SERVIDOR: Miriam Buchebuan Lima, Ajudante Substituta.

JUIZ: Darlan Élis de Borba e Rocha.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

Page 7: Edição 89

a obrigatoriedade de permanên-cia (dos assessores) na Câmara. Eu posso é passar nos gabinetes, fazer um levantamento e externar para a opinião pública, dizer que tem vereador que não despacha aqui dentro. Mas, legalmente, não pos-so responsabilizar esse vereador. Hoje a legislação é frouxa, facilita a vida dos maus políticos. Eu te-nho um projeto, que está parado na Câmara, criando livro-ponto para os CCs. Alguns vereadores disseram: “quem é que vai pagar as horas extras? Porque vai dar uma causa trabalhista”. Ora, se alguém trabalhou mais, que se pague hora extra. O que não pode é trabalhar e não ter controle. tenho outro projeto proibindo que aqueles que têm carteira assinada na iniciativa privada sejam assessores políticos. Qual a mágica para o cara traba-lhar em uma empresa particular e ser assessor político? Hoje pode. É uma discrepância.

Por que os questionamentos so-bre a assiduidade de Moisés Pae-se vieram à tona apenas na sessão que votou o aumento?

Os vereadores sabem das ausên-cias do vereador Paese por verifi-cação diária. No momento de de-bate acalorado, foram ao setor de Recursos Humanos, porque tudo é registrado. Não tenho como con-testar os atestados, não sou médi-co. A lei diz que tenho que aceitá-los. Para contestar isso tem que se abrir um processo administrativo.

O senhor acha que houve dema-gogia na sessão que aprovou o aumento?

Houve. Respeito demais todos os vereadores. O Guerra, o Paese, o Beltrão. As pessoas têm o di-reito de discordar. O duro é você apresentar justificativas para não aumentar o número de vereado-res que são antagônicas com a sua caminhada. isso é um absurdo. Como é que você diz “não quero porque vai aumentar em R$ 1,5 milhão as despesas do Município” se em todas as tuas atitudes, inclu-sive como presidente do Legislati-vo (referindo-se a Paese), não teve essa preocupação? Esse presidente chamou o substituto (Renato Oli-veira, durante licença de saúde de Paese) por 30 dias e pagou os dois salários. E só ontem (quarta-feira) disse para os nobres pares que es-tava doente. Então, para. tem que ter um mínimo de coerência. E o vereador Daniel Guerra, que de-fende um outro tipo de mandato, respeito também. Mas é uma ofen-sa quando ele não participa pelo menos da sessão. Não acredito que alguém se candidate sem nunca ter lido a Lei Orgânica, que não saiba o significado de ser vereador. Então, não queria ser vereador. Eu me sinto constrangido, triste, quando vejo um vereador ficar 15 minutos na sessão. Ele não valo-riza as pequenas comunicações, o grande expediente, as explicações pessoais (espaços regimentais da sessão para outros debates, além dos projetos). Não valoriza as três horas de sessão. Mas, pelo amor de Deus, então não tem finalidade o parlamento.

como fica o clima para os vere-adores Paese e Guerra trabalha-

rem agora?Cada um faz o seu clima. Vamos

possibilitar que eles continuem com todas as condições para o tra-balho. Quem não tem condições de fazer relações humanas, de par-ticipação, também não tem prepa-ro para ser vereador. Não é possí-vel que alguém que não consiga mini-mamente conversar com seus pares pos-sa ser vereador. tal-vez tenha vereador que quer diminuir o número porque não consegue nem fazer interlocução com os seus.

Projetando a próxi-ma legislatura com os números da eleição passada, só um partido ganharia bancada, o DeM.

Eu discordo dessa conta. Na úl-tima eleição, os partidos fizeram cálculos e suas composições para 17 vereadores. Ou seja, fizeram co-ligações com dois ou três partidos. Uniu aqui, pegou lá, calculando... Com 23 vereadores, vai mudar completamente a composição da política local. Os menores parti-dos vão lutar para ter uma ban-cada. Vão diminuir as coligações, colocar mais candidaturas. isso vai possibilitar que os partidos meno-res comecem a construir, e já estão construindo, candidaturas para cada um ter sua representatividade aqui. E isso oxigena.

Vamos ter mais partidos repre-sentados na casa?

Vamos. Os grandes partidos, na minha opinião, serão prejudica-dos. Pt e PMDB, que nesse mo-mento tem grandes bancadas, vão ter dificuldades grandes para man-tê-las, porque os menores partidos vão consumir vagas. isso vai dar um equilíbrio de forças bem inte-

ressante na hora dos apoios para a próxi-ma prefeitura. Muda completamente a relação do quadro, inclusive da majori-tária.

O PT local vai aguardar uma de-finição do partido em Porto Alegre (onde poderia ser vice do PC do B)

para escolher candidato?O Pt já desencadeou a discus-

são de projeto de candidatura para a majoritária. Não se manifestou ainda sobre as possibilidades de coligação. Acho que o partido tem que quebrar esse isolamento a que se submeteu nos últimos anos para voltar a governar Caxias. Precisa quebrar essa hegemonia do outro lado para ter a possibilidade de ga-nhar as eleições. Se o Pt de Caxias tiver que esperar o Pt de Porto Alegre para tomar decisões, seria um atraso partidário. Eu não acei-to isso. temos que discutir a nossa cidade.

Quando o PT vai ter candidato?Eu acho que o Pt deve anunciar

esse candidato antes do final do ano, justamente para prepará-lo para o debate.

“Os menores partidos vão lutar para ter bancada, colocar mais candidaturas. Os grandes partidos serão prejudicados”

www.ocaxiense.com.br 713 a 19 de agosto de 2011 O Caxiense

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por cAROL De [email protected]

ual a cor de sombra que tu gosta?”, perguntou o maquiador a uma candidata no início da marato-na do pré-concurso da rainha da Festa da Uva. “Qualquer uma. Eu nunca usei”, respondeu a jovem, que hoje gosta de azul e usa ma-quiagem quase todos os dias. Em-bora o regulamento não privilegie a beleza – o quesito só conta pon-tos na reta final, e divide um peso de 30% com outros itens de avalia-ção –, elas se esforçam para cau-sar boa impressão pela aparência. Emagreceram, mudaram a cor dos cabelos, preencheram falhas entre os dentes e até foram aconselha-das a lixar os caninos. Os outros 70% da nota final, que pontua o conhecimento e o comportamen-to das candidatas, são avaliados durante todo concurso. “ter boa conduta, apresentar padrões de comportamento e relacionamento condizentes ao título almejado” é pré-requisito no regulamento. E, para isso, o pré-concurso também oferece aulas práticas e teóricas.

A educadora física e pro-fessora de técnica de Passarela e Consciência Corporal Cristina Dall’Agno conhece bem as exigên-cias. Além de ter concorrido em

1984 – ano em que Marisa Dotti foi eleita –, ela trabalha há nove edições na preparação das em-baixatrizes. Além de coreografar os eventos, Cristina dá uma breve lição de Anatomia, corrige vícios de postura e ensina “passo a pas-so” como caminhar, “na teoria e na prática”. “Prender o abdômen, deixar o pescoço comprido, abrir os ombros, soltar os braços”, des-creve. A professora ministrou uma palestra durante o pré-concurso e vê as candidatas em ensaios antes dos compromissos oficiais. Com pouco tempo para tanto conteúdo, Cristina procura corrigir as falhas de cada uma individualmente. “A maneira como movimentam as pernas, os braços, a posição da ca-beça, a velocidade. Algumas são acostumadas a parar de um modo que não fica bem, eu vejo isso”, explica. A evolução – fora fatores externos, como sapato apertado, nervosismo na hora do desfile – é evidente. “toda a preparação é uma aula de vida. Começam a ficar mais elegantes, cuidadosas, apuram o jeito de ser, de vestir”, comenta. Cristina confia que as novas atitudes se incorporem aos hábitos diários das embaixatrizes, pois mesmo não se classificando no trio de soberanas elas têm a imagem exposta para a população. “têm que ter os mínimos detalhes

apurados. Não adianta ser boni-ta e não saber se portar”, afirma a professora – como se o contrário adiantasse. “Elas devem ser verda-deiras ladies.”

transformar jovens comuns em damas é a especialidade de Regyna Gazzola, autora do livro etique-ta entre contos e crônicas. A profes-sora de Comporta-mento Social, que também palestrou no pré-concurso, presta consultoria particular para duas candidatas. Além de dar aulas de como se vestir em cada oca-sião – o que o uso do uniforme de embai-xatriz dispensaria –, Regyna educa para os relacionamentos interpessoais, sociais e familiares e dá aulas de comportamento à mesa, simpatia e cordialidade. Ela também trabalha o desembaraço diante do público e dá dicas para evitar situações em-baraçosas. “Começar uma conver-sação evitando gírias e palavrões” é exercício básico.

“Para saudar alguém ou num pe-queno discurso, é preciso que a fala tenha introdução, núcleo e agrade-cimento final”, explica a professo-ra. Segundo a consultora, a jovem

também deve ser gentil, delicada, usar as “palavras mágicas” – por favor, com licença e obrigada – e respeitar os mais velhos. “A boa educação manda, quando não se conhece alguém chamar, sempre por senhor e senhora. O ‘tu’ é mui-to íntimo e só deve ser usado se

a pessoa permitir”, aconselha. ter boas maneiras não é su-ficiente, também é preciso demonstrar conhecimento. Para Regyna, moças uni-versitárias devem ter noção de literatura. “Que elas saibam diferenciar conto de crônica e citar pelo menos um ou dois clássicos da literatu-ra brasileira”, exige a

professora, que também ensina a falar o português correto.

As aulas de comportamento não ignoram a preocupação com a aparência. Para Regyna, a boa au-toestima também depende do ca-pricho com os cuidados pessoais. “Não podem sair relaxadas nem pintadas demais, para que os ou-tros as achem elegantes exatamen-te pela moderação, pela maneira graciosa e elegante de conversar, pela educação”, aconselha. Segun-do Regyna, esses conhecimentos

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“Não adianta ser bonita e não saber se portar. Elas devem ser verdadeiras ladies”, avalia Cristina Dall’Agno

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Na palestra sobre visagismo, as embaixatrizes aprenderam truques de beleza para externar suas qualidade interiores

25 DIAMANTES BRUTOSE ALGUMAS PÉROLAS

Em uma maratona de aulas para aprender a ser rainha, as embaixatrizes da Festa da Uva descobrem que a aparência não é fundamental, mas ressalta os demais atributos

8 13 a 19 de agosto de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

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são de extremo valor, já que nem todas as jovens tiveram o privilé-gio de uma “educação de berço mais completa”. “É um aprimo-ramento social e cultural que vai ajudar muito no decorrer da vida. Pode gerar uma mudança total de postura. As pessoas notam a me-nina mais elegante e educada, com mais glamour e charme”, avalia. Na rotina das soberanas, aplicar as regras da etiqueta se torna fun-damental. “Elas poderão ajudar Caxias a atravessar fronteiras com habilidade, gentileza e facilidade de comunicação”, diz.

A responsável por aprimorar a expressividade das candidatas é a fonoaudióloga Clarissa Pedrotti. Os temas de sua palestra foram voz, dicção, entonação e elegância do discurso, comunicação ver-bal e não verbal, cuidado com o vocabulário e articulação da fala. Clarissa trabalhou necessidades específicas do grupo – ensinou às mais novas que a simpatia não está apenas no sorriso. “Se falam no diminutivo, sorriem demais e agudizam a voz, se tornam infan-tilizadas, demonstram imaturida-de.” A principal atividade focou-se na maior dificuldade das candida-tas: organizar o discurso. Como se apresentar e iniciar uma conver-sação – chamando ao interlocutor pelo nome –, se impor sem arro-gância nem prolixidade, mostrar

que entende do assunto e se des-pedir agradecendo a oportunidade – especialmente à mídia. Confor-me a fonoaudióloga, muitas do-minam o assunto que precisavam falar, mas não conseguiam deno-tar conhecimento. “isso será im-portante quando enfrentarem os jurados”, alerta. Mostrar que sabe é tão importante quanto saber. E Clarissa também ensina a ocultar o que não convém ser mostrado. “O nervosismo é natural nesses ca-sos. O que irá diferenciar é como escondem”, revela. Clarissa perce-be, na reta final do pré-concurso, a transformação das candidatas. “Elas estão conscientes do que re-presentam e isso transparece nos eventos, na maneira como se por-tam não só quando estão em pro-gramação oficial, mas no dia a dia até.” E os hábitos contemporâneos, por contraste, reforçam o brilho da realeza. “Existe um diferencial nessa postura de soberana do que é comum no nosso tempo, em que tudo é tão informal”, diz Clarissa.

Jefferson Hoffmann e Da-niel Carvalho não dão aulas de comportamento nem de cultura, mas é o trabalho deles que se vê primeiro em cada candidata. Os cabeleireiros e maquiadores são responsáveis por aplicar o visa-gismo às embaixatrizes e, futura-mente, ao trio de soberanas. A es-

sência desse conceito é criar uma imagem pessoal que revele as qua-lidades interiores da pessoa, base-ada nas características físicas, nos princípios da linguagem visual e tendo como suporte a maquiagem, o corte, a coloração e o penteado dos cabelos, entre outros recursos estéticos. O objetivo da dupla é deixar que as candi-datas se destaquem por outros aspectos e não só pela apa-rência. Foram elabo-rados croquis de be-leza que atendessem os objetivos de cada ocasião. No jantar de apresentação, por exemplo, quando as embaixatrizes usa-vam vestidos colo-ridos, com modela-gem que valorizava as costas, os profissionais optaram por rabo de cavalo e pouca cor na maquiagem. “Não queríamos que elas estivessem estonteantes. Que-ríamos que as pessoas pudessem ver o rosto delas, observassem-nas e prestassem atenção no que esta-vam falando”, explica Jefferson. O cabelo preso também foi opção para as primeiras fotos oficiais e a decisão de eliminar o topete causou polêmica, especialmen-te, entre as próprias candidatas. “Encontramos um grupo bastante

resistente no início. Mas não qui-semos ceder ao estigma pinheiro de natal, que normalmente é as-sociado às soberanas”, defende-se Daniel. Os profissionais argumen-tam que, ao contrário dos concei-tos de soberania e realeza que as meninas atribuem ao penteado, o topete transmite negatividade

– tanto que usa-se a expressão topetudo para definir o indiví-duo arrogante e pre-potente. “tivemos gratas surpresas. As menos favorecidas são as que captam mais, aquelas que não têm nada a per-der”, avalia Jefferson sobre a evolução das candidatas. De acor-do com eles, há me-ninas que só pensam

na concorrência entre elas mes-mas, como mulheres comuns, e há as que se entregaram realmente à Festa, como rainhas. Essas, além da aparência e da atitude, mudam até seus conceitos e seus discursos, e falam com propriedade e cari-nho sobre o significado de ser so-berana. Para Daniel, o rumo que o visagismo tomou fez com que elas descobrissem outras possibilida-des não só na maneira de se arru-mar. “Ser o que verdadeiramente são, sem a bengala da beleza.”

“Elas poderão ajudar Caxias a atravessar fronteiras com habilidade, gentileza e facilidade de comunicação”, diz Regyna

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por JOSÉ eDUARDO [email protected]

pequeno prédio azul de um piso próximo à quadra de basquete do Parque dos Macaquinhos se tor-nou nos últimos meses um inde-sejado monumento à ineficiência da Guarda Municipal. Desocupa-do no começo deste ano, o imóvel apresenta sujeira na área interna, pichações na parede e danificações das janelas, igual a tantos outros espalhados por áreas públicas que deveriam ser guarnecidas por ela. Mas o local virou um ícone do des-caso por um detalhe: ele pertence à própria corporação, que pretende transformá-lo em uma academia depois de usá-lo por anos como sede principal.

Se a Guarda Municipal fracassa até em proteger seu próprio patri-mônio, não é difícil imaginar sua atuação nas 42 Unidades Básicas de Saúde, nas 85 escolas munici-pais e nos 212 prédios municipais, além de outros espaços públicos. Basta uma visita a dois dos princi-

pais parques da cidade para com-provar a ausência dos agentes. O Caxiense percorreu o Macaqui-nhos e o Cinquentenário na ma-nhã de quarta-feira (10) sem cru-zar com servidores.

Usuários confirmam a baixa fre-quência da Guarda nesses locais. Representante comercial e estu-dante do curso de Administração e Marketing, Gabriele Lazzaretti, 24 anos, aproveita os momentos de folga do trabalho no final das manhãs, para se exercitar no Cin-quentenário. Preocupa-se com a segurança. “Dificilmente vejo um guarda”, diz a jovem, enquanto usa um simulador de caminhadas na quarta-feira.

no Macaquinhos, Douglas Schuc, 20 anos, universitário e gerente de uma pizzaria, observa a escassez de servidores da cor-poração. Nas manhãs sem chuva, aproveita a pista do parque para correr. Ele se surpreende com o abandono do local que deveria abrigar a guarita da Guarda. “Está

tudo depredado. tem até mendi-gos dormindo lá dentro”, constata. O estudante cobra maior presença da Guarda. “A fiscalização é sim-plesmente péssima. Nunca vejo viaturas fazendo ronda”, relata.

Essa é a mesma percepção do representante co-mercial Hermes Balico, 61 anos. Ele costuma se deslocar diariamente de casa no Bairro Pio X até o Exposição há três anos. “Noto só os fumeiros (usuários de maconha), mas nunca os vi inco-modarem ninguém”, afirma.

A ausência de guardas favorece não só a des-truição do patrimônio público como também crimes mais gra-ves, embora não seja sua função primordial combatê-los. No caso de maior repercussão nos últimos meses, uma adolescente de 13 anos relata ter sofrido um estupro no

Cinquentenário no começo de ju-lho. Ela contou à Polícia Civil que, quando resolveu usar o banheiro público, percebeu que um homem a observava e tentou fugir. Confor-me a garota, o rapaz a arrastou até a escada giratória e cometeu o cri-

me. O investigador Paulo César Pereira conta que a Dele-gacia de Proteção à Criança e ao Adoles-cente (DPCA) tenta identificar suspeitos.

Diante da reper-cussão do caso, o diretor-geral da Secretaria de Se-gurança Pública e Proteção Social, José Francisco Barden da

Rosa, comprometeu-se em man-ter a Guarda Municipal de forma permanente no parque entre as 6h e as 20h, período em que ele fica aberto. A ronda de O Caxiense e o relato dos frequentadores mos-tram que a promessa caiu no es-quecimento.

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“A fiscalização é simplesmente péssima. Nunca vejo viaturas fazendo ronda”, relata Douglas,frequentadordo Parque dosMacaquinhos

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Desocupado no início deste ano, prédio que irá se transformar em uma academia para os guardas sofre com destruição de janelas e pichação

A GUARDA qUE NÃO GUARDA NEM A SI PRóPRIA

Com 32 agentes por turno para vigiar 42 UBSs, 85 escolas e 212 prédios, além de praças e parques, órgão sofre o constrangimento de ter os próprios imóveis atingidos por vândalos

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A situação dos parques é o reflexo de um processo de dimi-nuição no quadro de pessoal nos últimos anos. Desde 2008, o órgão perdeu 11,5% do seu grupo com a saída de 21 servidores. Outros 16 homens devem se desligar do Município até 2012 para ocupar outros cargos ou para começar a aposentadoria. A Guarda Munici-pal conta hoje com 161 servidores, o menor número em pelo menos cinco anos. Segundo entidades li-gadas ao setor, Caxias do Sul pre-cisaria de um efetivo quase três vezes maior – o ideal é um agente para cada mil habitantes. “Esta-mos fazendo milagre”, desabafa o diretor da Guarda, Sebastião Frei-tas da Silva.

A situação se torna ainda mais inquietante porque nem todos os guardas trabalham na linha de frente. Do total, 11 ficam no setor administrativo e outros 21 estão em férias ou licença, o que signifi-ca a atuação de 32 agentes por tur-no. Com a escassez, a Guarda dá prioridade à fiscalização perma-nente de locais como a prefeitura, secretarias de Obras e transportes – onde ficam parte do maquinário e veículos municipais –, Pronto Atendimento 24h, Caps Reviver e Aeroporto. Os demais pontos têm monitoramento por rondas, realizadas em oito viaturas e duas motos. A Secretaria da Segurança Pública do Município minimiza a escassez de servidores.

“A Guarda tem cumprido satis-fatoriamente sua função. Even-tualmente existe algum furto em escola, danos ao patrimônio. Mas é dano de metrópole. Grandes ci-dades têm grandes problemas”, diz Barden.

como se já não tivesse bas-tante trabalho em proteger as áre-

as públicas, a corporação ainda tem outras duas outras responsa-bilidades. Uma delas são as ativi-dades preventivas, com guardas envolvidos em projetos sociais de prevenção à violência, o que con-tribui para reduzir os ataques ao patrimônio público.

A segunda é o acompanhamen-to da fiscalização municipal, como determina lei de 1997. Nos últi-mos dias, por exemplo, a corpora-ção acompanha servidores da Se-cretaria de Urbanismo, que fazem cerco aos vendedores ambulantes no Centro. Conforme o gerente de fiscalização da secretaria, Rodri-go Lazzarotto, a participação dos guardas passou a ser necessária após o ataque de ambulantes con-tra fiscais.

Na manhã de quarta-feira (10), oito agentes com três viaturas au-xiliavam no trabalho para con-ter a atuação de seis ambulantes que comercializavam ilegalmente carteiras e cintos de couro, redes e CDs piratas. Um dos suspeitos tentou romper a barreira e levou uma descarga elétrica da arma ta-ser. Segundo Sebastião, a Guarda efetua uma média mensal de 40 disparos com esse armamento – um indicador que já foi maior nos primeiros meses de uso, a partir de 2008. “Se usava mais porque as pessoas não acreditavam no efeito da taser”, afirma.

Para melhorar o trabalho de vigilância, a Guarda Municipal espera se armar ainda mais. Ela se prepara há três anos para voltar a utilizar os tradicionais revólveres e pistolas de fogo – a corporação tinha autorização para usá-los an-tes de entrar em vigor o Estatuto do Desarmamento, em dezembro de 2003. todos os agentes já pas-saram por cursos de treinamento,

além de exame psicotécnico, mas o órgão ainda precisa de autorização da Polícia Federal, o que deve sair nos próximos dias. “É questão de aguardar a vinda de um dos ins-trutores da PF”, diz o diretor-geral da Secretaria de Segurança.

Depois de ganhar a licença, Bar-den explica que a Guarda ainda preci-sa comprar as armas – o governo federal liberou recurso para 15 pistolas e 15 re-vólveres ainda em maio. “O comércio de armas de fogo é bem restritivo. En-caminhamos a soli-citação para o Exér-cito. O controle é feito pelos órgãos de segurança. O processo licitatório só pode ser aberto com a autoriza-ção”, justifica.

A Secretaria da Segurança reconhece, porém, que não basta botar arma de fogo nas mãos dos servidores para atacar a ineficiên-cia da Guarda Municipal. A pre-feitura prepara um concurso com a intenção de contratar 50 novos guardas, mas as provas só devem sair depois da conclusão de uma arrastada negociação: o reajuste nos rendimentos salariais.

Membro do Conselho da Guar-da Municipal e agente há 13 anos, Jairo Simão Lima Jacobsen, 42 anos, conta que a principal reivin-dicação é a adequação do padrão salarial. Os servidores da Guarda recebem salário de padrão 2, algo em torno de R$ 959. isso porque levava em conta que os antigos vi-gilantes do Município, incorpora-dos à Guarda, tinham como nível de estudo o ensino fundamental incompleto. Após 14 anos, a reali-

dade passou a ser outra. Conforme levantamento realizado em 2010, mais de 60% da corporação tinha ensino médio completo. Com essa mudança de perfil, os servidores começaram a reivindicar o salário de padrão 10 (que exige Ensino Básico completo), o que significa-

ria um rendimento de R$ 1.891.

Essa é uma luta complicada. O se-cretário de Recursos Humanos e Logísti-ca, Edson João Ada-mi Mano, afirma que um parecer do tribunal de Contas do Município elimi-nou qualquer possi-bilidade de se alterar o atual padrão. En-

quanto a proposta não tem anda-mento, o Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv) luta para que pelo menos seja aumentado de 50% para 150% o percentual de risco de vida sobre o vencimento-base. “isto é uma medida paliativa para tentar igualar o padrão sala-rial”, explica o presidente da enti-dade, João Dorlan da Silva.

Em meio à indefinição salarial e do quadro de servidores, a prefei-tura tenta amenizar a má situação da Guarda Municipal com investi-mento na estrutura. O Município abriu licitação para comprar, com verba federal, novos veículos – quatro caminhonetes, uma perua, duas vans e um micro-ônibus. também promoveu a mudança da Guarda do prédio no Parque dos Macaquinhos – aquele que ago-ra virou alvo de vândalos – para uma sede mais ampla na Rua 20 de Setembro, com vestiários, salas individuais para diretores e espaço para reuniões, entre outros am-bientes.

“Estamos fazendo milagre”, desabafa o diretor da Guarda, Sebastião Freitas da Silva, sobre o aumentodo déficit de servidores na corporação

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Com o menor efetivo desde 2006, Caxias conta com 161 agentes para proteger o patrimônio municipal. Precisaria quase três vezes mais

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l Super 8 | Ficção científica. 14h30, 16h45, 19h15 e 22h | Gnc

O longa de J. J. Abrams gira em torno da brincadeira de seis amigos que, equipados com uma câmera Super 8, resolvem gravar um filme. No entanto, a partir de uma noite daquele verão de 1979, quando a turma consegue filmar uma colisão real entre um cami-nhão e um trem, situações alar-mantes passam a acontecer com a população de Ohio. O Exército tenta encobrir a verdadeira ori-gem dos fatos, mas os seis amigos já sabiam que tudo havia come-çado naquele acidente. E o que

no início era uma brincadeira co-meça a ficar assustador.

l Dylan Dog e as criaturas da noite | Suspense. 15h40, 19h45 e 22h10 | Gnc

Quem pensava que histórias com lobisomens e afins não ren-diam mais para as telonas, se enganou. Mas esta já surge base-ada em um sucesso estrangeiro. Uma das estrelas da tradicional editoria italiana Bonelli – mais conhecida por publicar o faro-este Tex –, o detetive criado por tiziano Sclavi nas histórias em quadrinhos agora leva seus ami-gos bizarros para uma aventura cinematográfica. Uma pena que o inseparável companheiro de Dylan Dog, Groucho – encar-nação fiel do célebre humorista americano Groucho Marx –, teve

que ficar no papel. Por motivos judiciais, o personagem precisou ser substituído no filme por um novo coadjuvante, batizado de Marcus. Jamais poderá ter a mes-ma graça. Na trama, Dylan Dog luta contra seres sobrenaturais ao investigar a morte do pai de uma bela moça.

Ainda em cartaz: Não se preo-cupe, nada vai dar certo. Comé-dia. 14h20, 16h45, 19h10 , 21h15. GNC | Harry Potter e as Relí-quias da Morte: Parte 2. Aven-tura. 19h20 e 22h (leg.). GNC | Os Smurfs. Animação. 13h50 ,16h15,18h30, 20h45 (dub.) e 13h20 e 16h (3D dub.). GNC | capitão América- O Primeiro Vingador. Aventura. 14H, 16h30 ,19h e 21h30 (dub.); 18h45 (3D dub.); 21h40 (3D leg.). GNC |

Os Pinguins do Papai. Comé-dia. 13h40 , 15h40 ,17h30 (leg.); 18h45 (3D dub.); 21h40 (3D leg.). GNC | Assalto ao Banco central. Ação. 15h30, 17h40, 21h50. GNC | cilada.com. Comédia. 13H30 e 19h50. GNC | carros 2. Anima-ção. 16h.UCS | Transformers - O Lado Oculto da Lua.19h. UCS.

12 13 a 19 de agosto de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

por Gesiele Lordes | [email protected]

Guia de Cultura

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inGReSSOS - Gnc: Segunda, quarta e quinta (exceto feriados): R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sê-nior com mais de 60 anos). terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 (Movie Club Preferencial) e R$ 8 (meia en-trada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (in-teira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito industrial. 3209-5910 | UcS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sê-

Em Super 8, a brincadeira de fazer um filme desanda depois que jovens gravam um acidente real

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Recomenda

Recomenda

l Velhas Virgens | Domingo, às 20h30

Apesar do nome, o grupo não é nem um pouco conservador. O “Velhas” talvez até se enquadre um pouco com o perfil, já que a banda está completado 25 anos de muito rock. Conhecida com uma das melhores bandas in-dependentes do Brasil, a Velhas Virgens comemora seu aniversá-rio com os caxienses.Vagão classic1º lote: R$ 25; 2º lote: R$ 30; 3º lote: R$ 35; Na hora: R$ 40 | À venda na Hamburgueria Jaime Rocha, Black Label Tattoo e Ro-ckArt | Av. Jílio de Castilhos, 1.343 | 3223-0616

l Recitais pamPianos | Do-mingo, às 20h

Olinda Alessandrini vai condu-zir uma noite de homenagem aos maiores compositores da músi-ca brasileira. Seu repertório será uma mistura de clássicos nacio-nais que estouraram entre o pe-ríodo do Barroco até os nossos dias. Quem for prestigiar o espe-táculo, além de se deleitar com boa música, ainda vai contribuir com o Programa Mesa Brasil. Sesc1 quilo de alimento (destinado ao Programa Mesa Brasil) | Moreira César, 2.462, Centro | 3221-5233

l Humanish | Quarta (17), às 21hA banda de Curitiba visita Caxias do Sul em uma turnê que passa por 12 cidades da região Sul em 10 dias. O grupo, com estilo ba-seado no som nacional dos anos 70, conta com o apoio do coletivo ManiFestaSol – Movimentação Cultural. Aristos London HouseR$ 7 | Av. Júlio de Castilhos, 1.677 | 3221-2679

TAMBÉM TOcAnDO - Sába-do: Disco e Moby Dick. Rock e soul. 23h30. Bukus Anexo. 3215-3987 | Balada do Beijo, com Mu-lher Melão. Funk. 23h59. Move. 3214-1805| Fine e Os canalhas. Rock. 0h30. Vagão Classic. 3223-0616 | Pietro Ferreti e Bico Fino. Samba Rock. Bier Haus. 3221-6769 | ernesto nunes e Grupo Pátria e Querência. tradiciona-lista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Ja-mur Bettoni e Titi Branchi. Ele-trônica. 23h. La Barra. 3028-0406

| infrene. 21h. Pop rock. Portal Bowling. 3220-5758 | Dj eddie M. Eletrônica. 23h. Havana. 3224-6619 | Banda Sextaneja. Sertaneja. 23h30. Arena. 3021-3145 | camila e Bruno. De pop universitário a axé. Zarabatana. 3218-6192 | Domingo: Pagode Júnior. Pagode. 21h. Portal Bo-wling. 3220-5758 | Terça: Flá-vio Ozelame Trio. Rock. 21h30. Mississippi. 3028-6149 | Quarta (17): Maurício e Daniel. tradi-cionalista. 21h. Paiol. 3213-1774| HardRockers. Rock. 22h30. Mis-sissipi. 3028-6149 | Quinta (18): Luciano Maia e Grupo Macuco. tradicionalista. 23h. Paiol. 3213-1774 | Décio caetano. Blues. 22h. Mississipi. 3028-6149 | Ban-do Sertanejo. Sertanejo Uni-versitário. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Sexta (19): Grupo Pátria e Querência. tradiciona-lista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Dan Ferreti. Samba Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | chuvarada e Garoinha. Sertanejo. 23h. Xerife Country Bar. 3025-4971.

l Sexo, Amor e Rosas | Do-mingo, às 20h

Comandado pelo Gaúcho Eli-seu, o espetáculo promete espan-tar o tédio típico dos domingos. A apresentação vai mostrar uma pesquisa feita de um modo nem um pouco convencional. O resul-tado dessa pesquisa está guarda-do com o companheiro do Gaú-cho Eliseu, o Bixo da Jaquirana, que, segundo a dupla, só poderá ser visto por uma pessoa da pla-teia, em função de sua aparência traumatizante. Teatro São carlos R$ 30, R$ 20 (antecipado) e R$ 15 (estudantes) | Feijó Júnior, 778, 2º andar | 3221-6387

l noite de Bonecos - Le es-torie de nanneto Pipetta - O Retorno | Domingo (14), às 20h

O auge do sucesso de Nanne-to Pipetta foi em 1924 e 1925, quando era personagem prin-cipal de um folhetim publicado no extinto jornal caxiense Sta-fetta Riograndense. Criado pelo Frei Aquiles Bernard, represen-ta o italiano que imigrou para o sul do Brasil. Em homenagem a essa figura tão expressiva para sua cultura, Caxias do Sul ergueu em 2006 uma estátua de Nanne-to Pipetta no Parque de Eventos da Festa da Uva. O show de bo-necos promete arrancar muitas gargalhadas de quem se depara com a tradição italiana todos os dias. Uma história para gringo nenhum colocar defeito!OrdovásR$ 20, R$ 15 (antecipado) e R$ 10 (idosos e estudantes). À venda

www.ocaxiense.com.br 1313 a 19 de agosto de 2011 O Caxiense

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TeATRO

nior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Pana-zzolo. 3901-1316.

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nas Massas Adelina e nas livrarias do Maneco e Do arco-da-velha | Empresas e escolas podem con-tratar pacotes promocionais. In-formações pelos fones 3901-1316 e 8403-2760 | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3218- 6192

l Workshop de Dança con-temporânea/improvisação | Sábado e domingo, das 10h às 13h e das 14h às 17h

Este final de semana será dan-çante. O bailarino e coreógrafo Evandro Pedroni realiza curso de dança contemporânea para ini-ciantes. Pedroni já estudou dança na escola S.E.A.D, uma das mais conceituadas da Áustria. Assim como seu estudo no exterior, o workshop é financiado pela Lei Municipal de incentivo à Cultu-ra, em parceria com algumas en-tidades privadas, e tem apoio da Unidade de Dança de Caxias do Sul.cia. Municipal de DançaAs inscrições são gratuitas e po-dem ser feitas através na Sede de Unidade de Dança da Secretaria da Cultura ou pelo e-mail [email protected]. Vagas limitadas | Cia. Municipal: Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3218-6192

l corso Alegórico da Festa da Uva 2012 | inscrições até 30 de setembro

Já estão abertas as inscrições para desfilar no Corso Alegórico da Festa da Uva como figurante.

Ao todo, o evento terá oito desfi-les, todos com início às 20h30. Os interessados deverão ter disponi-bilidade durante todo o evento. As inscrições de menores de 18 anos devem ser feitas pelos pais ou responsáveis. Crianças meno-res de 12 anos deverão desfilar acompanhadas. A ficha de inscrição está disponí-vel no site www.festanacionaldau-va.com.br e devem ser entregues no Ordovás, em horário comercial ou podem ser enviadas através do e-mail [email protected].

l Arte em Xeque | De 10 de agosto a 2 de setembro, de segun-da a sexta, das 8h às 22h30

O Atelier de Arte Plano B de Porto Alegre expõe no hall infe-rior do Campus 8 da UCS a mos-tra de obras produzidas por 190 artistas. A exposição reúne arte de todos os tipos: fotografias, de-senhos, colagens e até origamis.UcS – campus 8Entrada franca | ERS 122, Km 69 | 3289-9000

l Lições de um jovem fotó-grafo- Retrospectiva Foto-gráfica de Walter Brugger | De 15 de agosto a 17 de setem-bro, de terça a sábado, das 09h às 17h

A exposição do Clube do Fo-tógrafo homenageia ao fotógrafo Walter Brugger. As obras repre-sentam um passeio pela vida de Brugger, com destaque para as fotografias que já renderam prê-mios e as mais marcantes desde que ele entrou para o Clube.

Museu Municipal Entrada gra-tuita | Visconde de Pelotas, 586, Centro, 3221-2423

l Semana da Fotografia | De 15 a 19 de agosto

Durante esta semana, Caxias do Sul ficará mais bonita. A iV Semana da Fotografia irá exi-bir as imagens produzidas pelos alunos da UCS nas disciplinas de Fotografia da Moda e Fotografia da Natureza. O evento é promo-vido pela Secretária da Cultura em parceria com a UCS, a FSG, Sala de Fotografia, Clube do Fo-tógrafo e da Associação dos Ami-gos da Memória e do Patrimônio Cultural.

A inauguração doi evento acon-tece simultaneamente, às 20h do dia 15, nos dois maiores shoppin-gs da cidade. No iguatemi, a agi-tação do centro comercial dará espaço à exposição natureza. Já, no San Pelegrino, a expoModa irá exibir as imagens da moda de um jeito irreverente. Quem esta-va esperando a inauguração do cinema, já tem um bom motivo para ir ao shopping.

l 1ª exposição Arte em Ma-cramê | De 15 a 30 de agosto, de segunda a sábado, das 9h às 18h30

Em 2006, durante a Festa da Uva, a artesã Ana Marchioretto presenteou Marisa Lula da Silva com um xale. A primeira-dama usou o presente em uma encon-tro com a Rainha Elizabeth ii. A partir do dia 15, ela apresenta no Salão de Beleza iza outras peças menos famosas mas não menos interessantes. Uma maneira de divulgar uma arte antiga, porém pouco reconhecida.

Salão de Beleza izaEntrada franca | Os Dezoito do Forte, 1420, Centro, 3223-7209

l nosso Olhar - Visão do clube do Fotógrafo sobre caxias do Sul | De 17 de agos-to a 10 de setembro, das 09h às 19h,sábados das 15h às 19h

A mostra é uma seleção das melhores imagens de 40 associa-dos do Clube do Fotógrafo, que retratam áreas urbanas e rurais do município.Sala de exposições do OrdovásEntrada gratuita | Luiz Antunes, 312, Panazzolo, 3218-6192.

l Linha de Partida- Gravu-ra de iberê camargo | De segunda a sexta-feira, das 09h às 19h, e sábado, das 15h às 19h

A mostra é uma seleção de obras produzidas a partir da dé-cada de 40 até os últimos dias da vida de iberê Camargo. O artista gaúcho reservou toda a sua vida à arte e deixou um acervo de quase 7 mil trabalhos. Galeria do OrdovásEntrada franca | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3218-6192.

AinDA eM eXPOSiÇãO - Aves do Sul. Fotografia. Cristia-no Dalla Rosa. UCS. (54)3218-2100 | imagens São Lugares. Fotografia. Adriane Hernandez. De segunda a sexta, das 8h às 22h30. Campus 8. 3289-9000 | Olhos nos Olhos. Pintura. Rafael Dambros. De segunda a sábado, das 10h às 19h30, e domingo, das 16h às 19h. Catna Café. 3212-7348 | Sublimação. Acrílico e co-lagem. Dalva Belló. De segunda a sexta-feira, das 8h30 às 16h. Ga-leria Municipal. 3221-3697

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Exposição de alunos da UCS no San Pelegrino Shopping Mall mostra a moda de um ponto de vista irreverente

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por ROBin [email protected]

s ventos da economia que empur-ram a indústria caxiense rumo ao crescimento nos últimos anos são os mesmos que ameaçam estagná-la em um banco de areia ou fazê-la mudar de direção. O aumento da demanda acima da capacidade do município de treinar mão de obra fez com que os salários subissem. Segundo o Observatório do traba-lho da UCS, o rendimento médio nas fábricas passou de R$ 1.671,05 (valor corrigido) em 2005 para R$ 1.813,11 em 2010.

Para o trabalhador, é uma boa notícia: não bastasse ganhar mais, ainda chega a trocar de emprego por ofertas melhores. A economia local também comemora por ter a esperança de ver o caixa ainda mais cheio com a circulação maior de dinheiro. Mas as entidades pa-tronais ficam apreensivas: temem que o aumento dos salários cola-bore para que a balança comece a pesar para o ponto em que as de-missões sejam a forma mais van-tajosa de seguir fazendo negócios.

O setor metalúrgico caxiense, o principal empregador da indús-tria, figura entre os que pagam os salários mais altos para trabalha-dores da produção em compara-ção a polos semelhantes. A remu-neração média é de R$ 1.706,66, atrás de Guarulhos (R$ 1.817,28) e São Bernardo do Campo (R$ 2.772,33), mas à frente de Curitiba (1.559,10), São Paulo (1.552,27) e Canoas (R$ 1.496,55) segundo da-dos do Dieese de 2010. A diferen-

ça, reclama o presidente do Sindi-cato das indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), Getú-lio Fonseca, é que Caxias apresen-ta custos adicionais em relação a essas cidades. “Na indústria auto-motiva pesada, o custo da médio da mão de obra fica em torno de 24% a 25% do valor do produto fi-nal. Se somarmos esse custo ao da logística – estamos no Sul do país, longe dos centros consumidores – e ao da carga tributária, inviabiliza qualquer negócio”, sentencia.

A munição do presidente do Simecs está voltada ao Sindica-to dos Metalúrgicos. Ele reclama que os dissídios têm fechado acima da inflação, embora ele reconheça a qualidade da mão de obra local. O vice-presidente do sindicato dos trabalhadores, Leandro Velho, concorda que a força de trabalho local tem custo acima da média, mas pondera: “Se comparar com o Estado, a mão de obra é cara. Mas estamos falando do segundo polo metal-mecânico do país e ainda estamos atrás de alguns centros em termos de salários”. Para Lean-dro, os dissídios dos últimos anos têm sido bons porque a região tem a melhor mão de obra e porque as empresas lucraram mais.

Depois da campanha pelo dissí-dio do Sindicato dos Metalúrgicos, foi a vez de os patrões se mobili-zarem. O Simecs faz apelos publi-citários para conter a rotatividade nas empresas. O representante dos metalúrgicos reconhece a situação. Segundo Leandro, são comuns os

relatos de trabalhadores que tro-cam de empresa por melhores salários, além do crescimento no número de empregados de outras cidades transportados pelas com-panhias para trabalhar em Caxias do Sul.

A dificuldade em encontrar mão de obra abre espaço até para profissionais tradicionalmente menos valorizados. Segundo pes-quisa da Associação Serrana de Recursos Humanos (ARH Serrana), en-tre junho de 2010 e maio de 2011, houve um incremento de 3% no número de trabalhadores com menos de 22 anos e acima dos 50. O le-vantamento foi feito junto a 117 empresas principalmente do nordeste do Estado. Segundo Fernando Guerra, diretor do departamento de pesquisas da ARH Serrana, o número revela a tendência de as empresas de Caxias e municípios vizinhos contratarem empregados nessas duas faixas etárias, apesar de o percentual ainda não ser sig-nificativo.

Diretor de recursos humanos da intral, Guerra associa o aqueci-mento do mercado à dificuldade que encontra para contratar três técnicos de eletrônica. As vagas estão abertas há quatro meses. “Só não pedimos para o padre anun-ciar depois da missa de domingo ainda, o resto já fizemos”, brinca.

Atenta às oportunidades para reduzir os custos do município e às dificuldades em achar trabalha-dores, a Randon está criando 350 empregos em Resende (RJ) para fabricar componentes atualmente feitos em Caxias do Sul. O dire-tor executivo de administração e finanças do Grupo Randon, Luis Antônio Oselame, afirma que uma alternativa para enfrentar o au-mento do valor da mão de obra no município seria diminuir os tribu-

tos. O executivo cri-tica a recém-anun-ciada desoneração da folha por parte do governo federal, chamada de Plano Brasil Maior, dizen-do que a União vai tirar de alguns im-postos para cobrar em outros.

A perspectiva para Oselame e outros empresários caxien-

ses não muda nem mesmo com o pânico nas bolsas, motivado pela instabilidade nos Estados Unidos e na Europa. Os patrões esperam que o barco da economia nacional navegue sem enfrentar marolas ou tempestades, o que significa a manutenção do atual momento: leilões de salário e melhorias em planos de carreira para manter funcionários, busca de emprega-dos em cidades próximas e am-pliação dos treinamentos. Serão menos motivos para os trabalha-dores, aqueles que içam as velas da indústria, reclamar – deixando a insatisfação com os patrões.

Mercado aquecido

“Estamos falando do segundo polo metal-mecânico do país e ainda estamos atrás dealguns centros em termos de salários”, dizsindicalista

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Aliada à escassez de mão de obra, pressão sindical contribuiu para aumento real de quase 10% nos rendimentos em cinco anos

O CUSTO CAxIAS

Aumento dos salários acima da inflação e outras dificuldades locais levam a indústria caxiense a repensar investimentos e procurar alternativas fora da cidade para manter os lucros

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por cAMiLA cARDOSO [email protected]

o silêncio contemplativo que en-volve o imponente prédio do Se-minário Menor Nossa Senhora de Aparecida, ao lado dos Pavilhões da Festa da Uva, uma música ele-trônica ecoa. Perto dali, das janelas do discreto Seminário Maior São José, pendem colchas estampadas com escudos da dupla Gre-Nal. No interior de qualquer um dos prédios, no bairro Santa Catarina, os detalhes indicam a presença de típicos adolescentes: um computa-dor da biblioteca esquecido com a página inicial do Orkut aberta, coloridas mochilas escolares, po-mada para espinhas e gel para o cabelo na bancada do banheiro. Os seminários de formação sacer-dotal da diocese de Caxias do Sul acolhem jovens de 14 a 25 anos, com manias, hábitos e preferências próprios da idade, mas que mistu-ram pureza e inocência à serenida-de de quem convive com idosos, doentes e crianças em atividades pastorais ou de quem deixou a casa dos pais ainda na adolescên-cia com a intenção de seguir um caminho quase em desuso: tornar-

se um padre. Miguel Mosena, 19 anos, está

cumprindo todas as etapas da vida de seminarista. Aos 14, saiu de Carlos Barbosa para se instalar no Seminário Menor Aparecida. Na época, as aulas do ensino mé-dio ocorriam na Escola Paulus, particular, voltada somente a se-minaristas. “A minha vocação foi uma descoberta. Não entrei no seminário com a intenção clara de ser padre, foi um encantamento.” Ele acredita que despertou para a vocação no ano em que cursou o Propedêutico, no Santuário de Nossa Senhora do Caravaggio, em Farroupilha, em 2010. “Como tem muitos romeiros que vão até lá, eu vi a vontade que as pessoas têm de buscar Deus e isso que me tocou”, conta, com sotaque de descenden-te de italianos e a fala pausada tí-pica dos sacerdotes. Miguel cita as atividades das pastorais e as cele-brações como as atividades prefe-ridas da vida de seminarista. “Para o jovem é bonita essa questão da oração, eu gosto”, afirma, com um entusiasmo contido pela timidez. Aluno de segundo semestre do curso de Filosofia da Universida-de de Caxias do Sul, Miguel ainda

precisa ir para o Seminário São Lucas, em Viamão – onde estão os seminários finais de todas as dioceses do Estado –, e cursar te-ologia na PUC, para só então ser ordenado padre.

A rotina no Seminário Maior é intensa e começa cedo. Os jovens acordam às 5h50 e 20 minutos depois já estão na capela para a missa diária. Pela manhã, vão para a faculda-de. À tarde, cuidam da casa, cada um com uma tarefa, e reservam um horá-rio para o estudo, das 15h às 17h20, quando rezam no-vamente, jantam e voltam para a UCS. Eles também se envolvem com o cotidiano das comunidades, ajudando em pas-torais ou paróquias. tempo livre sobra, às vezes, no domingo. É quando dedicam-se a leituras mais leves – deixando immanuel Kant e outros filósofos de lado –, jogam bola, tomam chimarrão, vão ao cinema, tocam violão, assistem a

jogos de futebol na tV. A vida no seminário ainda tem um envol-vimento real com tarefas domés-ticas. São os futuros padres que lavam, estendem e passam rou-pas, cuidam da louça, arrumam a casa. “temos que aprender a nos virar para não esperar que as coi-sas caiam do céu”, discursa Miguel.

“Somos seminaristas e um pouco eletri-cistas, encanadores, cozinheiros”, conta o colega Marcionei Pe-trykovski, 18 anos.

Os diretores dos seminários enume-ram razões para a menor ocupação dos internatos. Para o padre Adelar Baruffi, do São José, com a facilidade de acesso

a escolas, os jovens não precisam ingressar no seminário apenas para aproveitar o estudo, prática comum décadas atrás. Famílias reduzidas, muitas vezes com filhos únicos, também têm parte nas justificativas. “Quando as famílias têm um filho só é mais difícil in-centivar a ida para os seminários”, afirma o padre Juarez Bavaresco,

O teste da vocação

“Não entrei no seminário com a intenção clara de ser padre, foi um encantamento”, afirma o estudante Miguel, 19 anos

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O Seminário Menor, que já teve 200 internos, hoje abriga 20. O Seminário Maior, mais novo, foi planejado para 30 alunos, mas só tem nove

O ESPÍRITO JOVEMDA IGREJA Meninos que planejam ser padres

experimentam as regras do sacerdócio junto com as manias da adolescência

16 13 a 19 de agosto de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

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responsável pela animação voca-cional. também entram na conta a restrição de faixa etária, agora ape-nas para alunos de ensino médio, e de lugar, excluindo moradores de Caxias e Bento Gonçalves – 15 caxienses e 20 bento-gonçalvenses participam do Seminário Familiar, permanecendo em casa e reunin-do-se com padres orientadores uma vez por mês.

O prédio do Aparecida, com 72 anos de existência, já chegou a ser ocupado por 200 seminaristas e passou por adequações para que os 20 remanescentes não convi-vam com uma sensação de isola-mento. “Hoje, para encontrar um lá dentro, precisa procurar com um GPS”, brinca o tecnológico bispo da diocese, dom Alessandro Ruffinoni. O seminário São José, construído há sete anos, tem capa-cidade para 30 pessoas, mas ape-nas nove alunos o ocupam. Mas o bispo que por 30 anos dedicou-se à formação de seminaristas admite outros sinais dos tempos que refle-tem na ocupação dos seminários. “A sociedade era mais cristã, era uma honra ter um padre na fa-mília, por exemplo. Hoje ela está menos religiosa, tem outros valo-res. Se eu chegar em qualquer sala de aula e perguntar quem quer ser padre, vão debochar de mim”, afir-ma. No entanto, para ele, isso não é um motivo para preocupação. “Fazemos uma seleção melhor. Se antes precisava de 200 jovens para tirar dois padres, hoje a gente tira esses mesmos dois padres de 10

seminaristas”, afirma. “tem que ter em vista o sacerdó-

cio, mas aqui não se exige clareza da vocação cristã. Eles têm uma formação sólida para que cres-çam como pessoa”, ressalta padre Edmundo José Marcon, diretor do seminário Aparecida. As aulas complementares incluem lições de violão, teclado, canto, teatro, por-tuguês instrumental, comunicação e espanhol. “O seminário não pro-fissionaliza ninguém, mas dá uma sólida formação humana, que é a base para tudo. Não deixou de ser uma opção para quem pensa em formação de qualidade, mas o se-minário recomenda que o aluno tenha vontade de ser padre”, res-salta. Os jovens têm ainda acom-panhamento de psicólogas, fono-audióloga e psicopedagoga, além do aconselhamento espiritual dos padres. O bispo também considera positivo que os seminaristas sejam acompanhados por leigos e convi-vam com a presença feminina de funcionárias e voluntárias das ins-tituições. “A vida não é segregada da comunidade. O nosso objetivo é preparar padres diocesanos, que têm atividades muito próximas com as pessoas”, explica Baruffi.

Dos tênis ao cabelo, arru-mado com gel em formato de moi-cano, passando pela camiseta e pela bermuda, tudo em Rafael Sil-vestri, 17 anos, deixa claro que ele é fã de futebol. Mas, ao contar que desde infância em Paraí já falava em ser padre, mostra sua admira-

ção maior pela vocação que cogita seguir. “A decisão é um pouco di-fícil, mas não dá para chegar aos 50 anos e perceber que não fez a coisa certa”, garante, sem dar pis-tas do que acha certo ou errado. Cursando os últimos seis meses do ensino médio, Rafael e seus quatro colegas do último ano no São José se equiparam aos co-legas da Escola Esta-dual Santa Catarina, que vivem na imi-nência de optar pela profissão que terão provavelmente por toda a vida. todos afirmam com pron-tidão que a melhor parte do seminário é “a convivência e os momentos de lazer”, para logo em segui-da ressalvar que “é preciso ter um equilíbrio entre to-das as coisas, como os momentos de oração”. Quem muda a ordem das preferências é Jeferson Boldori. “Eu gosto do estudo e da oração”, comenta. Frente às crises de asma do menino, um tio padre, que morreu quando ele tinha apenas três anos, dizia que o sacerdócio iria curar Jeferson. “Ele dizia que eu era muito mal pegado”, recorda, de aparência bem mais jovem que seus 17 anos. Aos oito o pequeno começou a ajudar na igreja, e dois anos depois já queria ir para o se-minário. Na primeira vez que pôde visitar o seu sonhado projeto, se decepcionou. Foi em um dos cha-

mados estágios promovidos pelo Seminário Aparecida, em que os alunos passam apenas alguns dias na instituição para decidir pelo ingresso ou não no ano seguin-te. “Era bem agitado, com gente mais velha, um barulho”, relembra Jeferson. Mas ele persistiu, con-tinuou frequentando os estágios,

com menos curiosos e mais interessados, e decidiu ingressar. “Eu pensava que iam ser todos quietos, todos santos, mas não... É só um pouco diferente do que eu imaginava”, diz, para alívio dos padres e colegas. “Não tenho certeza que eu que-ro ser padre, mas eu tenho forte vontade”, acrescenta.

Padre Edmundo e padre Ade-lar concordam categoricamente ao citar o perfil dos seminaristas: “são jovens de nosso tempo”. Para dom Alessandro, faz parte do de-safio de formar futuros sacerdotes conviver com essa realidade. “O problema não é deles, é nosso. Nós é que temos que entender e saber lidar com as coisas dessa idade. Os nossos formadores precisam do-minar a linguagem que eles usam e também fazer com que assimilem outros valores, como a partilha em contraponto ao consumismo e a vida em comunidade em contra-ponto ao individualismo”, afirma o bispo.

“A sociedade era mais cristã, era uma honra ter um padre na família. Hoje ela está menos religiosa, tem outros valores”,diz o bispo

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Oração e estudo se equilibram com a convivência e o lazer na rotina exigente do seminário

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Há 25 anos, quando se tornou padre, Renato Ariotti escolheu um lema para a vida em sacerdócio: Chamado para servir com alegria. E o homenageado na última semana com o título de Cidadão Caxiense, pela Câmara de Vereado-res, tem cumprido o compromisso. Uma mensagem positiva, uma piada e um acordeon. É o que ele precisa para fazer da missa uma celebração alegre. “Não queremos fazer da missa um folclore, mas tem que ter vida e ânimo”, diz o padre. “tem gente que me diz que fica contente de vir à missa até em celebra-ção de enterro”, diverte-se. Pároco da igreja Santa Catarina, padre Renato tem agenda lotada. Além das missas, da administração da paróquia e de progra-mas religiosos em três rádios, ele acompanha o projeto Seminário Familiar, um grupo de 15 jovens aspirantes a seminaristas que se encontram mensal-mente para rezar, debater e jogar futebol. “Embora pequena, a presença do jo-vem é muito importante. Faz a igreja ter um rosto alegre e de esperança”, diz. Se o rosto do padre puder refletir nos rostos dos fiéis, o objetivo da paróquia está alcançado. “Eu ajudo as pessoas a ver o lado positivo da vida. Porque a gente acha que as outras pessoas, as outras famílias, as outras comunidades é que são boas. E são. Mas nós também somos bacanas.”

Celso Zanrosso participa do Concurso dos Melhores Vinhos de Caxias do Sul desde a sua primeira edição, há 14 anos. E nunca voltou para casa sem prêmio. Entre as sete categorias da premia-ção, que ocorreu na última quarta (10), a cantina Ernesto Zanros-so, que leva o nome do avô de Celso, foi a que mais venceu, com seis troféus. A vinícola, em Nossa Senhora da Saúde, mantém a mesma área e os mesmos traços daquela construída por Ernesto, imigrante italiano que veio para o Brasil em 1914, aos 11 anos, com os pais e seis irmãos. “Naquela época, os filhos casavam e continuavam morando com os pais. Em 1937, tinha 28 pessoas morando no mesmo lugar”, conta Celso, sobre o motivou da saída do avô para uma nova terra, um novo negócio. tradição e tecnolo-gia são o segredo da cantina para garantir a qualidade do produto. Atentos às oportunidades do mercado, os Zanrosso recebem gru-pos de turistas há 12 anos. Os milhares de visitantes que passam pela cantina todos os anos são responsáveis pela compra da maior parte da produção, cerca de 300 mil litros por ano. O negócio en-volve três gerações da família. Celso confia que os sobrinhos e as filhas mantenham por muito tempo ainda o sucesso da empresa. “A gente faz de tudo para que eles toquem o negócio, para que eles valorizem o trabalho da família.”

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Gastronomia | Pratospor cHARLie cOLOneTTi

Vencedor do reality Super chef, no programa de Ana Maria Braga, Charlie Colonetti, professor do Senac Caxias e chef do Restaurante Merceretto, em São Luiz da 6ª Légua ganhou um carro, R$ 50 mil e 1,5 milhão de votos na final do concurso. Especialista em culinária itali-ana e carnes exóticas, o chef mais pop da cidade indica os pratos que mais gosta de fazer. Uma refeição completa.

por MARceLO ARAMiS

carne crua | “Gosto da carne natural, somente temperada. Me agrada a sensação de frescor”, explica o chef, para quem fez cara feia ao ler o primeiro item da lista. Os preferidos de Charlie são o carpaccio de carne ou o tartar de peixe, dois nomes pomposos para sofisticar o sim-ples e objetivo “carne crua”. Para acompanhar a entrada (sim, grandes chefs já começam impactando), ele sugere brotos: de beterraba, mini-rúculas e radicci. O segredo é ressaltar o frescor.

Ravioli de erva-mate | Dom Ravioli da itália se casa com a rainha Erva-mate do Sul no prato criado por Charlie. A dupla de etnias tem recheio de carne de sol desfiada e catupiry e molho de manteiga com trufas e sálvia. Salve a nobreza!

Javali com Polenta | Engana-se quem pensa que a trivial polenta se presta a compor um contraste de classes com o exótico javali. No prato principal, ela sequer lembra o passado de prima pobre da culiná-ria italiana. Não é polenta mole, não. São polentas trufadas (com trufas ou azeite trufado). Dica do chef para os jantares executivos de inverno.

Semifreddo de chocolate Branco | Parece um sorvete, é gelado como tal, tem sabor de... Mas é diferente. Ainda bem. traduzir para o português é per-der metade do charme. Mais um italiano na lista, o semifreddo de Charlie é servido com praliné de nozes ou avelã. Sabe aquele amen-doim açucarado? É um amendoim praliné. Use isso com as visitas.

Brutti ma buoni | “Feios, mas gosto-sos”, traduz o chef, em um top five com muita demanda de traduções. Segundo Charlie, a aparência do biscoito é “meio estranha”, mas ele garante a qualidade do sabor. Açúcar, cla-ras e avelã. Simples assim é a última receita da lista, que, com esse nome, talvez até fique mais bonita.

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COISA DE ARGENTINO“Eu sou médico por profissão, jardineiro e fotógrafo por hobby”, define-se Walter Bru-

gger, 86 anos, que nasceu na Áustria e veio para o Brasil aos cinco anos. Mestre também nos hobbies, Brugger será homeageado com uma retrospectiva do seu trabalho na expo-sição do Clube do Fotógrafo, em comemoração à Semana da Fotografia (leia no Guia de Cultura, na página 12). O autorretrato Xeque-Mate recebeu medalha de ouro na catego-ria Humor do Circuito Austríaco de Fotografia e prata no Fotoclube do Jaú (SP).

Walter Brugger| Xeque-mate |

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por LUiZ cARLOS POnZi

Compôs um tango e ficou à espera de um final trágico.

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Com a vitória sobre o Cruzeiro-Poa no último sábado (6) e o jogo contra o Metropolitano, adversário direto, no Alfredo Jaconi, o Juven-tude tem neste sábado a chance de começar a encaminhar sua classifi-cação para a próxima fase da Série D. Uma vitória dá ao time alviver-de a vice-liderança da chave A8, com nove pontos, um atrás do líder Cianorte, que folga nesta rodada. Embora o clima seja de otimismo, o técnico Picoli prefere não pensar em classificação antecipada.

O treinador alviverde tem a vol-ta do lateral-esquerdo Alex telles, que cumpriu suspensão na última partida, e deve jogar com Jonatas; Anderson Pico, Rafael Pereira, Fred e Alex telles; Umberto, Jardel, Léo Maringá e Cristiano; Júlio Madu-reira e Zulu. A consistência do tra-balho do técnico Picoli, desde que assumiu a equipe, se ref lete na con-fiança do grupo e no objetivo em comum. O Juventude está fazendo sua parte para conquistar o acesso à Série C.

O Caxias joga neste domingo (14) a última partida da primeira fase da Série C. Com apenas um ponto, a classificação é um sonho distante, mas Argel Fucks chegou na última segunda-feira (8) com a promessa de transformar essa realidade. Um dos principais motivos para o baixo rendimento do Caxias é a mudança no grupo de jogadores. A limitação financeira do clube é citada pela di-reção como agravante, o que impede maior competitividade no mercado – para falar na língua do presiden-te-empresário Osvaldo Voges – e faz com que propostas melhores ou os reajustes salariais levem os jogado-res embora de Caxias do Sul.

A troca de treinadores também contribuiu para a situação atual. Até agora, os melhores resultados do

Caxias foram com Lisca, que che-gou em novembro de 2010 e coman-dou o time no início da temporada de 2011. Depois, Luiz Carlos Ferrei-ra assumiu o time, em março. Ficou menos de um mês em Caxias do Sul. O próximo a comandar a equipe foi Guilherme Macuglia, apresentado no dia 26 de abril e dispensado no último domingo (7) após a derrota para o Brasil-Pel. O treinador traba-lhou com o grupo todo o período de recesso até o início da Série C, mas não conseguiu ref letir a preparação nos resultados. Agora, sobrou para Argel a missão de reerguer a equipe, evitar o rebaixamento e, quem sabe, ainda buscar a classificação. Mas a semana não passou sem baixas no Centenário. O último a sair foi o di-retor de futebol Júlio Soster.

Com Argel, chegaram também os reforços. Os primeiros a desem-barcar em Caxias do Sul foram o goleiro Fernando Wellington, o meia têti e o volante Rodrigo Dias. Vieram no início da semana e já trabalharam com o grupo. têti e Rodrigo Dias devem estrear com a camisa grená neste domin-go, contra o Joinville. O atacante Pantico chegou na quinta-feira (11) e treinou com o time. O último reforço da semana foi o zagueiro Souza, que veio justa-mente do próximo adversário. O volante Vanderlei, reforço do time que disputa a Copa Laci Ughini, foi integrado ao grupo princi-pal. Conforme o vice-presidente Zoilo Simionato, as contratações para Série C estão encerradas.

O volante Ramos e o zagueiro Vinícius estão de volta ao grupo do Caxias. Depois de anuncia-dos como dispensas, os jogadores voltaram aos trabalhos com os demais atletas. Ramos treinava separado enquanto esperava por uma definição relacionada à sua punição de quatro jogos, sofrida em 2010. Cumpre sua última par-tida de suspensão e estará dispo-nível para a segunda fase da Série C. O afastamento de Vinícius foi uma decisão da comissão técnica que deixou o Centenário na últi-ma semana. Com a contratação de Argel, o zagueiro teve sua volta solicitada pelo próprio treinador. Vinícius e Ramos não tiveram seus contratos rescindidos.

Com o orçamento limitado, o Ju-ventude encontrou nas parcerias uma forma de levar o trabalho de suas categorias de base para o Ex-terior. O time alviverde Sub-20, comandado pelo técnico Carlos Leiria, disputa o 28º torneio in-

ternacional COtiF em L’Alcúdia na Espanha. A viagem foi possível com o apoio de um grupo de inves-tidores que terão prioridade na ne-gociações dos atletas. A comissão alviverde é chefiada pelo presidente Milton Scola.

O clube não desembolsou ne-nhum valor para participar do torneio. Os times que disputam a competição na Espanha são: Juven-tude, Barcelona, Valencia, Gamba Osaka, Santos, Villarreal, Cincao e Levante.

As novidades

Volta de quem não foi

Juventude na Espanha, para investidor ver

eXPecTATiVA ALViVeRDe

eSPeRAnÇA GRenÁ

Dupla

por JAnine STecAneLLA | [email protected]

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Recomenda

Recomenda

Recomendal caxias x Joinville | Domin-go, às 15h

Sob o comando do novo técni-co Argel Fucks e com jogadores recém-contratados, o Caxias en-frenta o Joinville precisando de vitória a todo custo para sobre-viver na Série C. O reforço mais aguardado para encarar o tricolor catarinense, porém, é o torcedor. E atenção: até o meio-dia deste sábado, quem seguir o twitter @sercaxias e der Rt na mensa-gem concorre a uma camiseta ofi-cial do time. estádio centenário Arquibancadas a R$ 10 (até este sábado, às 18h) e R$ 20 (na hora do jogo); cadeiras a R$ 20 (até sá-bado) e R$ 40 (na hora) | Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floriano

l Juventude x Metropolita-no | Sábado, às 17h

Confronto direto pela vice-li-derança do grupo A8 da Série D, que hoje o Juventude divide com o Metropolitano – uma motiva-ção extra para o alviverde, ainda mais jogando em casa. O adver-sário chega ao Jaconi invicto na competição.

estádio Alfredo Jaconi R$ 20 (normal) e R$ 10 (estu-dantes e idosos) | Hércules Galló, 1.547, Centro | 3027-8700

l campeonato de Futsal Feminino | terça (16), 18h45 e 19h45

A competição chega nesta se-mana às semifinais. A Voges en-frenta a intral, às 18h45. No outro jogo, um clássico da indústria lo-cal. Marcopolo e Randon dispu-tam a vaga na final às 19h45. Ginásio do SesiEntrada gratuita | Ciro de Lavra Pinto, s/nº, Fátima | 3229-6500

l 9ª copa Farmácia do ipam de Futsal Feminino | Sába-do, a partir das 19h, e domingo, a partir das 9h

Mais uma rodada para as gurias mostrarem que entendem mesmo de futebol. A competição é finan-ciada pelo Fundel, com apoio da Liga Caxiense de Futsal. Sábado, 19h: Cristóvão de Mendoza x FZ Futsal | 20h: AFFEPAL x Juventus Futsal | 21h: Primavera/BF Ferramentas x imigrante/Seara. Domingo, 9h: Rumo Certo x Força Femini-na Pôr do Sol | 10h: Força Jovem

x Colégio Murialdo | 11h: União Feminina Flores da Cunha B x Liga Feminina Flores da Cunha. enxutãoEntrada gratuita | Luiz Covolan, 421, Santa Catarina | 3221-1155

l campeonato de Vôlei Fe-minino do Sesi | Sábado, a par-tir das 13h15

Dia de encerrar o primeiro tur-no e já abrir o segundo. Sábado, 13h15: Voges x Ran-don | 15h: Voges x Marcopolo | 16h30: Randon x Marcopolo Ginásio da Marcopolo Entrada gratuita | Av. Rio Branco, 4.889, Ana Rech | 2101-4000

l Luna x Metodista | Sábado, às 18h

A Luna ALG-APAH-UCS-Ca-xias do Sul tem uma difícil tarefa: vencer a Metodista/São Bernardo no terceiro jogo pela Liga Na-cional Feminina de Handebol. A equipe caxiense começou muito bem na Liga, ocupando a lideran-ça. Ginásio da UcSEntrada gratuita | Francisco Ge-

túlio Vargas, 1.130, Petrópolis | 3218-2100

l 3ª Semana Municipal da Juventude | Sábado, das 8h ao meio-dia

A sequência das atividades da 3ª Semana Municipal da Juventu-de segue atraindo os adolescentes. Nesta sábado, a Represa Dal Bó será o cenário de uma das ativi-dades mais aguardadas: a prática de remo. Só poderão participar os 30 primeiros a chegar que tenham mais de 15 anos. Quem chegar atrasado pode assistir.Represa Dal Bó Entrada e participação gratuita | Dr. Luigi Gallichio, s/nº, Fátima

l Jogos Abertos de caxias do Sul | inscrições até 31 de agosto ou 9 de setembro

Estão abertas as inscrições para diversas modalidades esportivas. Até o dia 31, podem se inscrever os interessados em participar das provas de atletismo (que serão realizadas no Sesc, em 10 de se-tembro) e das disputas de canas-tra (em data e local a definir). Até 9 de setembro, os Jogos recebem inscrições para a modalidade de Bolão, também ainda sem local e data definidos. Secretaria do esporte e Lazer20 de Setembro, 2.721, S. Pelegrino

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Guia de Esportespor Gesiele Lordes | [email protected]

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Picoli tem a chance de consolidar o Ju como vice-líder, sábado; sob o comando linha-dura de Argel, Caxias tenta se recuperar, domingo

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Renato [email protected]

De 30 mil registrados em 2010, o número de internautas da região votantes na Consulta Popular deste ano – agora transformada em Par-ticipação Popular e Cidadã – caiu para cerca de 13 mil (os números oficiais serão anunciados nos pró-ximos dias).

A queda de participação é resul-tado das indefinições e trapalhadas patrocinadas pelo governo do Esta-

do em relação à consulta, mas tam-bém consequência direta, pelo me-nos na região da Serra, da ausência do trabalho de José Adamolli, do PSB.

Em mobilizações e entrevistas que concedia a respeito, o atual assessor do vice-governador Beto Grill (PSB) conseguia o feito de convencer a todos da importância de votar na consulta.

Em audiência pública a ser rea-lizada na Câmara de Vereadores, deputados estaduais vão discutir nesta segunda-feira (15) a situa-ção da greve dos médicos da rede pública municipal. Diante do impasse estabelecido entre sindi-cato da categoria e prefeitura, a interferência da Assembleia Legis-lativa até pode ter algum sentido.

Mas não diria mais respeito aos deputados discutir, por exemplo, a necessidade de aplicação de recur-sos previstos no orçamento do Esta-do para a área da saúde – item que o governo tarso não vem observando?

O novo presidente da União das Associações de Bairros, Valdir Wal-ter, foi recebido sexta-feira (12) pelo prefeito José ivo Sartori. Segundo relato divulgado pela assessoria de imprensa da prefeitura, o dirigente da UAB afirmou que o atendimento à população nas Unidades Básicas de Saúde “está dentro da norma-lidade e que, aos poucos, os médi-cos estão voltando ao trabalho”.

normalidade

Saúde estadual

A falta que ele faz

Ex-primeira-dama do município e aposentada do Poder Judiciário, Vera Menegotto Vanin se anuncia como candidata a uma vaga na Câmara de Vereadores na elei-ção do ano que vem. Pelo PP.

Campanha 2012

A discussão a respeito do au-mento do número de vereadores na cidade possibilitou que o eleitor caxiense conhecesse um pouco mais a respeito da atuação dos três parlamentares contrários à medida:

Harty Moisés Paese (PDt) apresentou, somente este ano, 24 atestados médicos para justificar ausências das sessões da Câmara;

Daniel Guerra (PSDB) per-manece em média 15 minutos em cada uma dessas sessões;

Rodrigo Beltrão é um raro caso de petista com mandato eletivo que não atende orientações do partido.

Ao contrário do que reza a car-tilha do senso comum, da má vontade e dos desvios autoritários, merece reconhecimento a posição adotada por Guiovane Maria (Pt), Denise Pessôa (Pt), Mauro Perei-ra (PMDB), Gustavo toigo (PDt), Ari Dallegrave (PMDB), Édio Elói Frizzo (PSB), Vinicius Ribeiro (PDt), Alaor de Oliveira (PMDB) e Renato Nunes (PRB), que, na tumultuada sessão de quarta-feira (10), defenderam com argumentos seguros a proposta de aumento do número de vereadores na cidade.

Pode se discordar deles, mas é preciso coragem para nadar contra a corrente.

Presidente Marcos Daneluz saiu em socorro do colega petista Rodri-go Beltrão, que não cumpriu deter-minação partidária de votar pelo aumento do número de vereadores. Para Daneluz, o partido demorou para se posicionar e Beltrão já tinha anunciado ser contrário à medida.

Nos corredores da Câmara, é voz corrente que Beltrão teria tentado fazer do projeto de aumento do número de vereadores “o seu 99%” – numa referência aos dividen-dos eleitorais obtidos, no passado, por Gilberto Pepe Vargas (Pt).

Vereadores caros

Posição firme

noventa e nove

Em até três anos – ou seja, até a Copa do Mundo de 2014 –, Ca-xias do Sul deverá receber novo batalhão da Brigada Miltar, a ser localizado na Zona Norte da cida-de. também estão sendo previstos a construção de novo módulo da corporação e o envio de novos armamentos e novas viaturas.

Que seja realizada uma Copa a cada ano.

Por causa do anúncio do início das operações da Azul em Caxias, a Gol já revê a frequência diária dos voos para Curitiba, com ex-tensão para Guarulhos (hoje, são cinco voos por semana).

O poder público municipal po-deria aproveitar essa fase positiva do aeroporto para transformar em estacionamento a área (pública) ocupada irregularmente hoje pelo CtG Negrinho do Pastoreio.

Vereador Édio Elói Frizzo (PSB) quer uma destinação pública para o prédio da antiga Maesa. Além de um Mercado Público e mesmo de um Museu da indústria, sugere a instalação no local da sede ca-xiense da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs).

“Falam tanto da extensão da UFRGS. também é importante, mas por que não fortalecer a Uer-gs na cidade?”, justifica Frizzo.

Tudo pela Copa

compensações

Uergs na Maesa

A vereadora Ana Corso (Pt) não fez qualquer pronunciamento a res-peito, mas votou a favor do aumen-to do número de parlamentares na Câmara Municipal. também com esse voto, a petista diz procurar re-presentar a parcela da população que pensa como ela, que acredita nas instituições mesmo sabendo que há muito para avançar:

“Aumentar a representatividade e dar voz aos diferentes segmentos do extrato social é o que se deseja e o que se espera de um Legislativo forte e eficaz”.

Ana entende que não será a redução no número de agentes políticos o fator preponderante na redução de abusos e mordomias escandalosas presenciados no dia a dia pelos eleitor brasileiro. “Se

eu fosse me pautar pelo que pensa a população em alguns temas atu-ais, teria que ser a favor da pena de morte, contra o desarmamento, a favor da homofobia e por aí vai. Não, obrigado”, completa a verea-dora em resposta, via e-mail, a crí-ticos de seu posicionamento nem tão silencioso.

Também criticada por não ter se manifestado na sessão de quarta-feira (10) da Câmara, em que a proposta de aumento do número de vereadores foi aprova-da por 14 votos a 3, Geni Peteffi (PMDB) resume: “Minha posição foi meu voto”. Mesmo assim, Geni admite que, depois da pesada dis-cussão em torno do tema, chegou a se questionar a respeito da necessi-dade do aumento de vereadores.

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www.ocaxiense.com.br 2313 a 19 de agosto de 2011 O Caxiense

“Temos que saber qual a demanda potencial”

Secretário Jorge Dutra, de Trânsito, Transportes e Mobilidade, ao anunciar mais estudos sobre a ampliação

da frota de táxis na cidade – que há uma década estacionou em 277 veículos.

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