Edição 91

24
Agosto | 2011 |S27 |D28 |S29 |T30 |Q31 |Q|S2 Ano II R$ 2,50 91 Como é um júri simulado da escolha da rainha O fardo de quem usa fardão na Academia de Letras O que as empresas podem esperar da prefeitura de Caxias Renato HENRICHS PMDB começa a se definir para a eleição em setembro Acompanhamos uma das frequentes excursões de caxienses ao Uruguai para contar o que eles compram, como passam pela fiscalização precária e qual o perfil desses consumidores – os “sacoleiros”, que trazem produtos para revender, não são mais a grande maioria. Em Caxias, o comércio já acusa no caixa a concorrência da fronteira VOU ALI EM RIVERA FAZER UMAS COMPRINHAS E JÁ VOLTO Brasil Maior: o que já não parecia tão bom agora se mostra pior Roberto HUNOFF Maurício Concatto/O Caxiense

description

Acompanhamos uma das frequentes excursões de caxienses ao Uruguai para contar o que eles compram, como passam pela fiscalização precária e qual o perfil desses consumidores – os “sacoleiros”, que trazem produtos para revender, não são mais a grande maioria. Em Caxias, o comércio já acusa no caixa a concorrência da fronteira

Transcript of Edição 91

Page 1: Edição 91

Agosto | 2011|S27 |D28 |S29 |t30 |Q31 |Q1º |S2

Ano ii

R$ 2,50

91Como é um júri

simulado da escolha da rainha

O fardo de quem usa fardão na

Academia de Letras

O que as empresas

podem esperar da prefeitura

de Caxias

RenatoHenRicHS

PMDB começa a se definir

para a eleição em setembro

Acompanhamos uma das frequentes excursões de caxienses ao Uruguai para contar o que eles compram, como passam pela fiscalização precária e qual o perfil desses consumidores – os “sacoleiros”, que trazem produtos para revender, não são mais a grande maioria. em caxias, o comércio já acusa no caixa a concorrência da fronteira

VOU ALi eM RiVeRA FAZeR UMAS

cOMPRinHASe JÁ VOLTO

Brasil Maior: oque já não pareciatão bom agora se

mostra pior

Roberto HUnOFF

Mau

ríci

o C

onca

tto/

O C

axie

nse

Page 2: Edição 91

2 27 de agosto a 2 de setembro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Índice

Expediente

Assine

www.OcAXienSe.com.br

Redação: Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Felipe Boff (editor), Gesiele Lordes (estagiária), Jaisson Valim (editor), Janine Stecanella, José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor), Maurício Concatto, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Vagner Espeiorin (estagiário)comercial: Pita Loss e Calebe De Bonicirculação/Assinaturas: tatyany Rodrigues de OliveiraAdministrativo: Luiz Antônio Boffimpressão: Correio do Povo

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para [email protected]. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal O caxiense Ltda.Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471Fone 3027-5538 | E-mail [email protected]

@fdalsotto esse protesto deveria ser em frente à Câmara de Vereadores. Eles são responsáveis e têm que atuar melhor. #protestodavisate

@Solaguerra ...o que, diga-se de passagem, é um absurdo... só não o é para a administração municipal... #cortedeárvore

@jornalisi Pautas interessantes na #edição90 d’@ocaxiense: da história à arquitetura e à política. Recomendo! #edição90

@pedroffr Não é só porque ele é meu tio não, mas o #HQcX do @ocaxiense feito pelo @enigma_sapiens dessa semana está espetacular. Prestigiem. #HQcX

Realmente, Dr. Mario Vanin deixa um legado,

bela reportagem. Fará muita falta para Caxias.

Milton corlatti

Greve dos Médicos |ir no Postão e um enfermeiro dizer que você teve um início de infarto e te mandar pra casa... complicado...

Gabriela Renata Küch Silva

Mais do que na hora de resolver essa situação!!!Salete Maria

corte de árvore que matou moradora |Só punir os servidores mascara a realidade, pois eles deve-riam ter recebido treinamento adequado e ter a supervisão do responsável técnico dessa área. De quem é essa responsa-bilidade, só dos servidores ou dos gestores?

Gladis Penna Terra

Pra variar, nossa prefeitura vai ficar omissa novamente... São problemas e mais problemas, onde estão os vereadores nessas horas? Onde está o prefeito? Só sabem se esconder atrás de seus cargos e não são capazes de assumir nada.

Tiago Zattera

Só quem perdeu um ente querido sabe quanto dói!!!Vanessa Bernardino

Protesto de funcionários da Visate por segurança |R$ 2,50 a passagem também é um assalto.

Carla Setyn

Agradecemos | Serra Sul turismo (Av. Rio Branco, 283, São Pelegrino, fone 3214-1552).

A Semana | 3As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4Depois do setor metalúrgico, moveleiros apontam falhas do Brasil Maior

O caxiense entrevista | 5Secretário Guila Sebben explica o que Caxias oferece – e o que se nega a dar – para atrair ou manter empresas

compras em Rivera | 7Atravessamos a fronteira para gastar e economizar com uma excursão de caxienses

Literatura | 11Academia Caxiense de Letras usa fardão e toma chá das cinco, mas está longe de ter a ostentação da “irmã” nacional

Festa da Uva | 14Em um júri simulado para rainha, vale tudo – e não vale nada

Artes | 15Poemas girando no espaço: Saturno.Malabares girando no ar: memória

Guia de cultura | 16Blues clássico no Mississipi, concerto popular e erudito em Santo Sepulcro e o Hip Hop engravatado na UAB Boa Gente | 19Boneco das antigas, bailarino contemporâneo e vestidosde todos os tempos

HQcX | 20O fantasma de um carcamano

Dupla cA-JU | 21Reação em casa e recuperação fora

Guia de esportes | 22A estreia da UCS no Estadual de vôlei edo Caxias no Estadual de basquete

Renato Henrichs | 23Definição do PMDB vaicomeçar antes da Festa da Uva

Mau

ríci

o C

onca

tto/

O C

axie

nse

Gör

lich

Edi

tore

, Rep

rodu

ção/

O C

axie

nse

Page 3: Edição 91

www.ocaxiense.com.br 327 de agosto a 2 de setembro de 2011 O Caxiense

A Semanaeditada por Jaisson Valim | [email protected]

Nem a Corregedoria do Muni-cípio nem a Polícia Civil haviam iniciado as investigações, mas a prefeitura já tinha uma definição para a tragédia que matou a mo-radora do Desvio Rizzo Áurea Maria teixeira, 48 anos, no sába-do (20). Apenas cinco horas após o corte malsucedido de um euca-lipto de 40 metros pela Secretaria do Meio Ambiente, uma nota de menos 50 palavras classificou o acidente como “fatalidade”. Ao lado de um dos filhos, a mulher assistia ao trabalho dos funcio-nários na janela de casa quando a árvore a atingiu.

A família tem outro nome para o desastre: “despreparo”. As per-guntas sem resposta embasam a indignação. Se o vento estava forte, não era o caso de mudar o dia do abate? Quais os fatores que fizeram com que a árvore caísse sobre a casa, e não em uma área inabitável? A região não precisava ser isolada?

As dúvidas não têm fim.

Morte por queda de árvore: fatalidade ou despreparo?

Uma esperança de términopara a greve interminável

Perseguição, pânico, tiros e mortes na área central

Fazer carteira de motorista ganha facilidades em caxias

SeGUnDA | 22.ago QUARTA | 24.ago

QUinTA | 25.ago

SeXTA | 26.ago

TeRÇA | 23.ago

“imagina cortar árvore de 40 metros de qualquer jeito”

Cinco suspeitos em um Gol tro-caram tiros com a Brigada Militar em uma perseguição em plena área central de Caxias na noite de quarta-feira (24).

Foram 10 minutos de pavor, sob o olhar atônito de pedestres e mo-toristas. A história teve desfecho na Sinimbu com a Vereador Mário Pezzi, com dois mortos – ambos com armas nas mãos. O comando da Brigada Militar garantiu que seus soldados seguiram os proce-dimentos de segurança na ação.

Uma novidade do Detran pro-mete tornar a vida mais fácil para os moradores da Serra que preci-sarem fazer a carteira de motorista ou renová-la. O órgão criou mais 23 posições para que os candida-tos façam a prova teórica de forma eletrônica em sua unidade regio-nal (Rua Bento Gonçalves, 1.693), o que amplia a oferta de exames. Corte malsucedido destruiu uma casa, matou uma mulher e arrasou uma família

Mau

ríci

o C

onca

tto/

O C

axie

nse

Prefeitura e Sindicato dos Mé-dicos levaram quatro meses para sentar juntos e negociar o fim da greve. A conversa foi difícil, os dois lados trocaram palavras ásperas, mas saiu um acordo. O Município se comprometeu a estudar gratifi-cações e a apresentar uma propos-ta nesta segunda-feira (29), e os sindicalistas terão uma assembleia para discutir o encerramento da paralisação. Fim da greve à vista?

Sob o barulho da motosserra, Matheus Dall Agnol tomou café da manhã com a mãe, Áurea Ma-ria teixeira, e programou passear com ela horas mais tarde. Não deu tempo. A queda da árvore, duran-te o corte da Semma, feriu o filho, matou a mulher e arrasou com a família. O jovem manifestou sua indignação ao jornal O Caxiense na terça-feira: “imagina cortar ár-vore de quase 40 metros de qual-quer jeito, com um monte de casas e famílias em volta?”

Page 4: Edição 91

4 27 de agosto a 2 de setembro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Roberto [email protected]

O presidente do Simecs (Sindi-cato das indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul), Getúlio Fonse-ca, já havia alertado: o Plano Bra-sil Maior, lançado pela presiden-te Dilma Rousseff para garantir competitividade à indústria, não traria todos os benefícios aprego-ados. Poucas empresas teriam ga-nhos, porque a maioria ficaria na situação atual e algumas até seriam prejudicadas. Pois, agora, a Mo-vergs (Associação das indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul) confirma a avaliação preliminar do empresário caxiense. Por meio de estudo realizado junto a 32 empre-sas gaúchas, responsáveis por 42% do faturamento do setor em 2010, a entidade apurou que os atuais tri-butos pagos teriam acréscimo de

R$ 12 milhões anuais com o plano do governo. Para que o programa traga algum benefício o índice a ser aplicado sobre o faturamento das empresas terá de cair dos propostos 1,5% para 0,75%. Caso contrário é mais vantajoso continuar pagando os 20% de contribuição previdenci-ária. Além disso, a entidade defen-de que a migração para o plano seja opcional e não compulsória. Estas questões serão debatidas agora no Congresso Nacional, onde tramita a medida provisória, que tem como relator o deputado federal caxiense Gilberto Pepe Vargas. Esta iniciati-va da Movergs, presidida por ivan Cansan, mostra bem como a co-munidade produtiva precisa estar atenta aos programas públicos. A burocracia estatal é muito esperta na defesa de seus interesses.

Na última terça-feira (23), a Flip Studio comemorou as conquistas de seu primeiro ano de atividades. Focada em desenvolvimento de software para dispositivos móveis, como iPhone, iPad, Android e Bla-ckbarry, a empresa instalada na in-cubadora tecnológica de Caxias do Sul já tem em sua carteira clientes como Arwi, Herval, Randon, All-tech, RedeSul, Pepsi Club e o jornal O Caxiense. Além de desenvolver aplicativos específicos de acordo com a demanda do cliente, possui três produtos de destaque: Sales, que facilita o processo de venda de forma simples e direta; Publishing, que possibilita às editoras a publi-cação dos seus conteúdos através dos tablets; e o Portal, que torna possível a disponibilização de todo o conteúdo online das empresas. As metas de futuro são ousadas, segundo o diretor Guilherme Vieira: abertura de novos merca-dos e lançamento de produtos.

Visando à qualificação dos controles de suas atividades de distribuição e de armazenagem e o fluxo de informações, a Soprano, de Farroupilha, investe na implantação de dois softwares. Com o WMS, a empresa pro-jeta redução de 30% dos gastos no Centro de Distribuição e aumento de 20% na ocupação do espaço. Com o tMS a companhia busca melhor controle tático e operacional dos fretes contratados, por meio do acom-panhamento apurado dos gastos com este serviço.

A importância de as empresas adotarem as normas internacio-nais de contabilidade, conhecidas pela sigla iFRS, ficou evidente em recente estudo realizado pela Ernst & Young terco. As 50 companhias brasileiras de capital aberto que se ajustaram aos novos princípios ti-veram impacto de R$ 33 bilhões no patrimônio líquido e aumento de R$ 9,4 bilhões no resultado. Executivo da consultoria, Paulo Sutcliff desta-ca que não houve alteração finan-ceira ou no fluxo de caixa, mas sim no patrimônio líquido. Segundo ele, as alterações contábeis tornarão os balanços mais comparáveis e forne-cerão maior nível de transparência.

O presidente da multinacional Dana na América do Sul, Harro Burmann, será o palestrante da reunião-almoço de segunda-feira (29) da CiC. O executivo relatará como a empresa conseguiu, a partir da crise, elevar o nível de desempe-nho. O evento marca o lançamento do 23º Fórum de Administração da Associação dos Administrado-res da Região Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul (Aanergs).

Nesta semana, o prefeito Sartori fixou com seu secretariado as estra-tégias para os próximos meses de governo: dar prioridade à conclusão das obras em andamento, como o Sistema Marrecas, construção das estações de tratamento e o asfalta-mento do interior. Com esta linha de raciocínio, o prefeito deixou claro que a administração não deve avan-çar em novas grandes obras. tem ló-gica a cautela. O secretário de Gestão e Finanças, Carlos Búrigo, admite que o desempenho das receitas do 1º semestre foi positivo, mas alerta que a tendência para os próximos me-ses é a desaceleração. Ainda assim, acredita que o orçamento estimadoem pouco mais de R$ 1 bilhão será realizado. Búrigo, no entanto, reconhece a necessidade de controle mais rígido, pois as despesas, por razões diversas, estão aumentan-do acima da receita. A União, por exemplo, internamente reviu para 3,7% o crescimento do PiB deste ano contra 5% iniciais. Esta redu-ção impacta diretamente as contas públicas. Por isso, a necessidade da cautela e do conservadorismo. Algo que o governo federal parece ainda não ter aprendido, porque continua gastando, e muito, com pessoal.

A Marcopolo apresentou na se-mana que passou, em São Paulo, seu mais novo ônibus para o segmento urbano, especificamente para os sistemas BRt, corredores exclu-sivos do transporte coletivo, que serão implantados nas 12 cidades-sedes da Copa de 2014 e em outros 25 municípios contemplados com recursos do PAC. O modelo Viale BRt traz uma série de novidades, como o dispositivo de acendimento automático dos faróis mesmo du-rante o dia. internamente é mais largo, o que proporciona maior área

livre para a circulação dos passa-geiros. também ganhou em altura, permitindo a inclusão de dutos de ar, alto-falantes e espaço para pro-paganda nas laterais superiores. O veículo, oferecido nas versões arti-culado e biarticulado, foi desenvol-vido em diferentes configurações e capacidade de passageiros, acessi-bilidade e altura da plataforma para atender a diversidade e característi-cas de cada município brasileiro. A companhia estima em 2,5 mil uni-dades o mercado até 2014, do qual pretende absorver 40%.

Consolidação

Informatização

Mudanças contábeis

Melhor depois da crise

Desaceleração

Foco na copa

neM é TãO BOM ASSiM!

Div

ulga

ção/

O C

axie

nse

O diretor industrial e de recursos humanos da Marelli, Francisco dos Santos, palestra na CiC de Ca-xias do Sul na quarta-feira (31), às 8h, no projeto Café com informação. Falará sobre Gestão de pessoas: habi-lidades comportamentais.

O Trino Polo e o Sebraes/RS promovem a 22ª edição do Bom-Dia ti com palestra do professor isidoro Ciconet Filho. Na sexta-feira (2), a partir das 8h, na CiC Caxias, ele fa-lará sobre Gestão do relacionamento com clientes.

Alunos do ensino superior ou téc-nico têm até quarta-feira (31) para inscreverem-se no Programa de Es-tágios 2012 da cPFL energia, hol-ding controladora da RGE. No Rio Grande do Sul existem vagas para as unidades de Passo Fundo, Caxias do Sul e Gravataí. As inscrições devem ser feitas no site www.rge-rs.com.br.

O Sindicato das Empresas de Re-feições Coletivas da Região Nordeste do Estado comemora o Dia da nu-tricionista com um seminário de liderança e motivação. Será na terça-feira (30), das 15h às 19h30 na CiC Caxias.

Curtas

Page 5: Edição 91

por ROBeRTO [email protected]

om pouco mais de três anos e meio no comando da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, trabalho e Emprego, Guilherme Sebben é responsável pela criação de políticas públicas para atrair novos investidores e também por manter as atuais indústrias instala-das na cidade. Apesar da concor-rência crescente com municípios vizinhos e o risco de desindustria-lização, Sebben não concorda com uma política municipal de doa-ções de terras e abono fiscal. Para ele, a cidade já oferece uma estru-tura organizada capaz de receber empresas de todos os portes.

Quando foram definidas as ques-tões do planejamento estratégi-co, foi pensado no fomento eco-nômico como forma de ampliar a capacidade de atração de em-presas?

Muitas empresas estabelecidas em Caxias não tiveram incentivos fiscais, tributários e territoriais. Não nos cabe sair distribuindo be-nefícios. A cidade se desenvolveu bem sem essa política. Ou melhor, cresceu economicamente bem. te-mos de manter as empresas que estão em Caxias competitivas. A maior oneração tributária não é o

iSS. Não podemos deixá-las mais competitivas falando em desone-ração porque isso não nos com-pete. Da mesma forma, como o Município não detém uma gran-de quantidade de áreas, não tem como beneficiar uma empresa ou um setor e deixar os outros de fora desse processo. Não vamos entrar em briga fiscal nem em briga ter-ritorial. Ajudamos o setor ouvindo as demandas e buscando viabilizar questões de infraestrutura e logís-tica. Quando a Cooperativa Alian-ça chegou para falar conosco, dis-seram que iam montar uma nova cooperativa e precisavam de 10 hectares. O Município não tem es-sas terras. Para viabilizarmos isso precisamos negociar junto ao pre-feito, visualizar uma área, decretar utilidade pública, desapropriar e indenizar. Não posso dar uma res-posta em menos de seis meses.

isso valeu para a Keko também?Da Keko não participei. Foi

um ano anterior ao meu período. Mas, pelo que tenho conhecimen-to, sim. E a Plásticos itália estava com uma proposta de obter uma área com 10 anos de isenção, mais terraplanagem e ainda sem pagar pelas terras. Se abrisse esse prece-dente, o que faria com as outras 50 empresas de plásticos com 20 anos de mercado em Caxias? tenho de

ter a mesma política para todas. A gente consegue viabilizar infra-estrutura com uma nova zona in-dustrial. isso foi muito importante no Plano Diretor de 2007. toda a ZR3 (Zona Residencial 3) permite indústrias de peque-no porte, e toda a Zi (Zona Industrial), indústrias de peque-no, médio e grande porte de qualquer atividade. Se o fa-tor crítico para uma empresa ficar em Caxias é ganhar o terreno, então não posso fazer nada.

não está faltando ousar no sentido de trazer uma empresa grande?

O gargalo é o iCMS. É a maior carga tributária. Estou falando há algum tempo com a NC² (monta-dora de caminhões) e eles não têm geração de iSS. É muito pouco. Mas têm milhões em geração de iCMS. Então o grande gargalo é com o governo do Estado. Mas es-tamos trabalhando juntos.

e no iPTU, a prefeitura pode ne-gociar?

Sim. Dissemos para a Hyun-dai, para a NC², para a Pakar que não seriam R$ 2 milhões ou

R$ 3 milhões que iriam inviabili-zar o negócio de uma fábrica de US$ 100 milhões. Aí é outro tipo de tratativa. Caxias tem bastante área. É só dizer que tem interesse que localizamos. Viabilizamos o

acesso, abastecemos com água, coleta-mos o esgoto depois de tratado. Levamos estrutura viária para escoamento da pro-dução, negociamos a disponibilização de energia. temos o gasoduto. Sentamos com a empresa e dis-cutimos todos os fa-tores decisivos para a instalação.

caxias não está deixando de ser competitiva por apostar somente na infraestrutura?

Caxias hoje é competitiva muito mais pelos 100 anos de história do que por uma ação específica do Va-nin, do Pepe ou do Sartori. A cida-de se desenvolveu porque alguém puxou o barco. Porque se empre-endeu, se acreditou, se investiu, se trabalhou. E também porque o poder público soube acompanhar o ritmo. Mas cabe, sim, um novo posicionamento para os próximos 20 anos. O Fórum 2030 apontou que se não tivermos um novo po-

O caxiense entrevista

“Se o fator crítico para uma empresa ficar em Caxias é ganhar o terreno, então não posso fazer nada”

c

www.ocaxiense.com.br 527 de agosto a 2 de setembro de 2011 O Caxiense

Mau

ríci

o C

onca

tto/

O C

axie

nse

Guila Sebben: “Dissemos para a Hyundai que não seriam R$ 2 milhões ou R$ 3 milhões que iriam inviabilizar uma fábrica de US$ 100 milhões”

“NÃO VAMOS ENTRAR EM BRIGA FISCAL”

Secretário do Desenvolvimento Econômico explica por que o Município não dá incentivos tributários nem doa áreas para empresas

Page 6: Edição 91

sicionamento poderemos passar por um processo de desindustrialização. Uma cida-de que viverá muito mais de prestação de serviços.

A desindustrialização vai atacar direta-mente a arrecadação do Município.

O retorno do iCMS é uma das principais fontes de arrecadação, e as indústrias geram o imposto. A cidade vai continuar crescen-do, e quanto mais crescer, mais demandas vai ter nas áreas social, de infraestrutura, de lazer, saúde e educação. Se o crescimento econômi-co diminuir, passaremos a perder arrecadação, fôlego e força para fazer frente às demandas da cidade. temos a preocupação e colocamos no nosso plano estratégico. também estamos trabalhan-do forte para a criação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, que é uma forma de desenvolver o empreende-dorismo.

Quais benefícios que a lei traria?Principalmente desburocratizar acesso e

renovação do alvará. Poderá ter um regime fiscal diferente para a pequena e micro-empresa. Não quero dar detalhes porque a Secretaria da Receita está estudando. tam-bém estamos fazendo a municipalização de Políticas de Emprego e Renda, que é uma proposta de convênio entre a prefeitura e o Ministério do trabalho e Emprego. Nosso projeto é ousado. Estamos propondo uma Pesquisa de Emprego e Desemprego para Caxias. Nenhum município do interior tem essa pesquisa paga pelo MtE. Além de trabalhar com os dados do Caged (Cadas-tro Geral de Empregados e Desempregados), faríamos pesquisas de campo, verificação das condições de trabalho e informalidade.

Qual o objetivo?Criar cursos de capacitação e qualifica-

ção. A pesquisa dirá em que setor está fal-tando a mão de obra. temos de ter dados para justificar ao Ministério a criação de uma turma de 100 alunos a cada 2 meses.

Muitas empresas vão ter de disputar essa a mão de obra capacitada em caxias?

A empresa vai me procurar e dizer que quer vir para cá. Vou apontar o cenário de trabalho na cidade com a Pesquisa de Emprego e Desemprego atualizada. É uma estrutura que Caxias vai ter para se dife-renciar dos outros municípios. Em uma segunda etapa, seria a instalação de um ponto de atendimento ao trabalhador co-ordenado pela prefeitura. Caxias tinha dois Sine (Sistema Nacional de Emprego) e 130 mil trabalhadores. Hoje tem um Sine e 170 mil trabalhadores formais. Aumentou o público e reduziu a capacidade de atendi-mento. Vamos instalar uma segunda uni-dade. Mas isto é um outro estágio.

A secretaria não tem a visão de instalar um novo Distrito industrial?

Sim. O projeto está demorando porque tem a concepção de buscar um agente fi-nanceiro que entre com o capital, alcance ao Município o recurso para desapropriar e indenizar a área. Estamos discutindo com esse parceiro e já tivemos boas reuniões. Montaríamos um conselho gestor que defi-

niria o valor dos lotes já com toda a infraes-trutura. Esse valor seria o investimento do banco mais uma remuneração do capital. Nós só permitiremos a instalação de quem tiver um plano de negócios que gere em-prego, arrecadação e desenvolvimento.

essa é uma resposta da prefeitura à difi-culdade de comprar área para trazer as empresas?

Quando me procurarem, vou dizer “olha, tenho essas mil áreas na iniciativa privada.

Só que vais comprar, e não ganhar. Mas não vais pagar R$ 2 milhões por hectare, e sim o valor da área mais a infraestrutura, com a remu-neração do capital”. Estamos procurando alternativas, e esta é possível, viável e eco-nomicamente atrativa. Não que tenha prioridade, mas as empresas que se instalarem vão precisar abrir contas. E provavelmente, como o ban-co vai estar lá presente, pode-

rá abrir uma carteira de clientes fantástica. Então, é bom para quem investir. É exce-lente para o Município.

como é o projeto do camelódromo?Pensamos em realocá-los. Estamos ten-

tando uma parceria público-privada. Seria uma concessão com investimento da ini-ciativa privada. Os comerciantes não estão felizes onde estão. As bancas são antigas, pequenas, corredores apertados, um calor do inferno no verão, umidade no inverno, e estão deslocados. A Moreira César preci-sa ser alargada mas não pode, porque estão ali. O novo local duplicaria a capacidade. Daqui a dois ou três meses devemos apre-sentar o projeto para a comunidade.

Qual argumento você está dando para as empresas se instalarem em caxias?

Primeiro a gente fala dados concretos e reais. O empreendedor, muitas vezes, quando busca expandir seus negócios para um outro Estado, país ou continente, vem com desconfiança do que vai encontrar. A primeira coisa que a gente faz é mostrar que a gente trabalha com coisas reais. O re-presentante da Hyundai me disse que pre-cisava de 100 mil metros quadrados. Dez hectares temos de barganhar um pouqui-nho, mas existem essas áreas. A infraestru-tura interna a iniciativa privada prepara e entrega pronta. Não vai faltar água, ener-gia, acesso, maneiras de escoar a produção. temos muitos incentivos. Só não temos os tributários e territoriais. A gente mostra a organização produtiva de Caxias. Esse é um diferencial. Nós não fomos à Coreia porque não ficamos sabendo. Fui ao Estado no intuito de nos convidarem. Não concor-damos com a concepção de que Caxias não faz parte do processo de desenvolvimento do Estado. Levei o nosso estudo socioe-conômico em português-inglês para o se-cretário (estadual). Aí o coreano veio para visitar Pelotas e Santa Maria e desviamos a agenda dele. Mostramos o município. Dissemos que a cidade vai fazer sua parte. Localizar área, levar infraestrutura exter-na para abastecimento dos insumos, água, energia e o que precisar de plástico para os elevadores. A gente cerca de uma manei-ra que mostra que o maior incentivo é vir para cá através dessas oportunidades.

“Caxias tinha dois Sine e 130 mil trabalhadores. Hoje tem um Sine e 170 miltrabalhadoresformais”

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.6 27 de agosto a 2 de setembro de 2011O Caxiense

PROTECIONISMO ARGENTINO Diversas empresas do setor metalmecânico de Caxias do Sul e região, representadas pelo

SIMECS estão sendo atingidas pelas medidas unilaterais adotadas pela Argentina no comér-cio exterior. Para esclarecer este assunto, o SIMECS realizou em agosto, em seu auditório, o evento “Mercado Argentino e seus Desafios” reunindo um expressivo público composto por empresários e executivos do setor metalmecânico. O encontro teve a apresentação de Lu-ciano D´Andrea - Executivo do CONCEX – FIERGS e de Frederico Behrends, Coordenador do Grupo Temático de Negociações Internacionais – FIERGS. Conforme Luciano D´Andrea, as práticas mais prejudiciais incluem restrições protecionistas contra diversos produtos brasileiros, sem contar os subsídios internos a determinados setores concorrentes, como é o caso de bens de capital. Cerca de 40% da pauta das exportações gaúchas estão sendo diretamente afeta-das. Até agora o problema tem sido tratado caso a caso, na esfera da Reunião Bilateral Brasil-Argentina. O posicionamento do setor industrial gaúcho em relação às barreiras argentinas foi encaminhado pela FIERGS ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). No documento foram solicitadas medidas urgentes para a retomada da normalidade.

HYUNDAICaxias do Sul têm grandes chances de receber a primeira fábrica de elevadores do Grupo

Hyundai no Brasil. Ao cumprir visita na cidade no mês de agosto, o vice-presidente da Hyundai Elevator, Young-Key Park, mostrou-se satisfeito com o que viu, e disse que a boa impressão colhida será importante para a decisão que a empresa coreana irá tomar sobre o local a ser escolhido para instalar a fábrica. Young-Key foi recebido pelo Presidente do SIMECS, Getu-lio Fonseca. Também participaram do encontro os diretores da entidade, Oscar de Azevedo, Reomar Slaviero, João Cláudio Pante e Rudinei Suzin e o Prefeito José Ivo Sartori. Esteve acompanhando o vice-presidente da Hyundai Elevator, o presidente da Agência de Desenvolvi-mento e Promoção do Investimento (AGDI), Marcos Coester. No SIMECS, houve uma troca de informações sobre a representatividade do segmento metalmecânico local no Brasil e no mundo e a atuação da Hyundai Group, da Coréia do Sul. O representante da Hyundai visitou ainda, a empresa Voges e a prefeitura municipal. A Hyunday busca uma área de 100 mil metros quadrados para instalar a planta.

NOVA NR 26Com o objetivo de prestar informações sobre a Segurança na Utilização de Produtos Quími-

cos - a nova NR 26, o SIMECS, através de suas Comissões de Meio Ambiente e de Segurança e Saúde Ocupacional do Trabalho, realizou no dia 17 de agosto, novo evento para as empresas do seu segmento. O encontro contou com a participação de um expressivo público, composto por empresários e profissionais das empresas do SIMECS, ligados às áreas de segurança, higiene, saúde e meio ambiente, elaboradores de rótulos e fichas com dados de segurança de produtos químicos, toxicologia, transporte de produtos químicos perigosos, gestão e comércio de produtos químicos. Na oportunidade, o engenheiro de segurança do trabalho e vice-presi-dente do Subcomitê de Especialistas das Nações Unidas, Roque Puiatti, abordou a Portaria n.º 229, de 24 de maio de 2011. Esta portaria alterou a Norma Regulamentadora n.º 26, criando a obrigatoriedade da Classificação, Rotulagem Preventiva e Fichas com Dados de Segurança de Produtos Químicos, em atendimento a Convenção 170 da Organização Internacional do Trabalho, com a adoção do Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas.

GIGIA BANDERA 2011As empresas associadas ao SIMECS já podem indicar os nomes de empreendedores do

segmento empresarial metalmecânico, os quais irão concorrer ao Mérito Metalúrgico Gigia Ban-dera 2011. O SIMECS lembra que o prazo final para as indicações é 15 de setembro próximo. Esta será a 19ª edição do mérito, cujo objetivo é de homenagear personalidades empresariais, que tenham se destacado por sua performance ética, moral e profissional, evidenciada pela conduta empreendida e pelas atividades desenvolvidas em seu meio. As indicações deverão ser encaminhadas ao SIMECS, por escrito, através do e-mail: [email protected] ou pelo fone/fax (54) 3228.1855. A solenidade de entrega da outorga está marcada para o dia 25 de novembro de 2011 no Clube Juvenil em Caxias do Sul.

CHINA / MERCADO COMERCIALAs empresas do segmento metalmecânico que já têm alguma relação comercial ou que es-

tejam interessadas em estabelecer algum tipo de parceria com a China, terão a oportunidade de conhecer melhor esta realidade. No dia 08 de setembro, o SIMECS realizará em seu auditório a palestra: China um “continente” de contrastes, ameaças e oportunidades. A apresentação do evento será dos engenheiros Claiton Gaieski Pires e José Carlos Vanin Junior, ambos com grande experiência profissional no segmento de importação e exportação junto ao mercado asiático. Os palestrantes abordarão as oportunidades e ameaças envolvendo as importações e exportações para a China e as tendências das relações comerciais com aquele país para o futuro. Inscrições, junto ao SIMECS, fone: (54) 3228.1855.

MISSÃO / ALEMANHAJá carimbou o passaporte para a Alemanha o grupo de 25 empresários e representantes das

empresas metalmecânicas que participará da 21ª Missão Técnico-Comercial do SIMECS ao exterior. O grupo que terá a coordenação do presidente do SIMECS, Getulio Fonseca e do dire-tor executivo, Odacir Conte, cumprirá visita às feiras IAA em Frankfurt, de 15 a 25 de setembro e a EMO, de 19 a 24 de setembro, em Hannover. A IAA é a maior feira do mundo no setor e irá apresentar completo panorama do ramo de negócios de automóveis em âmbito internacional. O evento tem como atrativo a exposição de carros de passeio, reboques, moto home, acessórios automotivos e motos. Já, a EMO, vai expor: máquinas-ferramenta, sistemas de acabamentos, ferramentas de precisão, fluxo automatizado de material, tecnologia computacional, eletrônica, industrial e acessórios. A Missão do SIMECS conta com o apoio da Secretaria do Desenvolvim-ento Econômico, Trabalho e Emprego, da Prefeitura Municipal de Caxias do Sul.

EVENTO INOVAÇÃOInovar para crescer. Este é foi o tema da palestra que o SIMECS promoveu no dia 25 de

agosto, em seu auditório, para as empresas do seu segmento. A apresentação do assunto es-teve a cargo do engenheiro Reneu Hartemink, pós-graduado em finanças e marketing e consul-tor do CETA-Senai e SEBRAE. Hartemink abordou aspectos ligados à Inovação e seus impac-tos na competitividade; Tipos de inovação; Manual de Oslo; Gestão da Inovação na empresa; Orgão de apoio a inovação; Instrumentos de apoio a inovação; Apoio estadual sobre o tema.

EX-DIRETOR SENAI / HOMENAGEMO ex-diretor de educação e tecnologia do SENAI-RS, Paulo Presser, foi homenageado pelo

SIMECS, em evento que contou com a participação dos dirigentes da entidade e dos presi-dentes dos conselhos e diretores das escolas SENAI. Na oportunidade, o diretor do SIMECS e presidente do conselho consultivo SENAI Nilo Peçanha e Construção Civil, Jones Francisco Mariani, entregou uma placa, enaltecendo a trajetória de 36 anos de atuação de Paulo Presser à frente do SENAI, onde ocupou diversos cargos. Estando à frente do SENAI, inúmeras foram as parcerias com o SIMECS, especialmente no campo de educação profissional. Sua partici-pação também foi fundamental na instalação do Centro Tecnológico Automotivo de Caxias do Sul – Autotrônica, o qual está formando e qualificando jovens para o mercado de trabalho nas empresas representadas pelo SIMECS.

SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 – Caixa Postal 1334 – Fone/Fax:

(54) 3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul - Rio Grande do Sul. Web Site: www.simecs.com.br - E - Mail: [email protected]

Page 7: Edição 91

por ROBin [email protected]

uase zero grau, o dia mal amanhe-ceu e o senhor sentado em uma cadeira dobrável na esquina da Avenida Sarandi grita a cada qua-tro segundos ou sempre que passa alguém na sua frente: “Olha o sa-colão! Olha o sacolão!”. São 8h30, poucos consumidores circulam pelo principal endereço dos free shops de Rivera. Se anunciasse “Olha a luva! Olha a luva!”, certa-mente faria mais sucesso àquela hora. O sacolão do vendedor e sua propaganda em portunhol são esnobados pelos sacoleiros que recém começam a ocupar as calça-das da cidade uruguaia vizinha à brasileira Santana do Livramento.

Entre os consumidores que já despertaram em busca de produtos importados baratos, há um grupo de 32 caxienses, que eu acompa-nho. Nossa jornada começara na véspera, às 22h sexta-feira (19), em frente à igreja de São Pelegrino, de onde partimos para oito horas de viagem em um ônibus com o ba-gageiro praticamente vazio – situ-ação que mudaria completamente nas horas seguintes.

trata-se de uma excursão que vem se tornando comum. Desde o começo do ano, a Serra Sul turis-

mo, empresa pela qual viajamos, aumentou as idas a Rivera, antes quinzenais, para a frequência se-manal. Ao custo de R$ 140 por passageiro, o ônibus normalmente pega a estrada lotado.

Nesta viagem, ainda sobram al-guns assentos. Já no início do tra-jeto, a guia pega o microfone e faz um alerta. “Ninguém vai trazer pneus, remédios... Por favor, nada de remédios. Nem Viagra, seu Delvo”, diz a mulher, dirigindo-se a um senhor de 73 anos, veterano nas viagens de compras ao Uru-guai. Sento em um dos últimos bancos, calculando que lá fiquem as pessoas mais dispostas a con-versar. Ao meu lado, no assento da janela, Neiva Zanotto, confirma a aparência simpática e conta que, embora já conhecesse Rivera, esta-va indo pela primeira vez só para comprar. A mulher de meia idade e cabelos negros, que encontrou a empresa de ônibus três semanas antes pelo Google, vai à procura especialmente de cosméticos e de um par de óculos escuros. Naque-le momento, porém, sua ansieda-de se concentra em outra questão: quem matou Norma em insensa-to coração? Por causa da viagem, estava perdendo o capítulo final da novela, e também não poderia as-sistir à reprise, na noite de sábado.

Dezesseis dos 33 passageiros viajam com a mesma motivação de Neiva. Buscam produtos para si, para amigos e conhecidos, e não para revender. Decano da excursão de compras, Delvo Bagatini obser-va que isso reflete uma mudança ocorrida nos últi-mos oito anos, com a queda do dólar em relação ao real. Antes, os sacoleiros predominavam. Seja qual for o objetivo da viagem, a cota paira sobre todos como uma sombra ao longo do trajeto. Parece soar assim: “A Cota”, com iniciais maiúsculas e ento-nação de narrador de trailer de filme. Ela é lembrada já no embarque, com piadinhas – “Não vai passar da cotinha” –, e vai se transformando em tensão até a hora de passar pela fronteira. Para quem entra no Uruguai por via terrestre ou marítima, é per-mitido trazerprodutos no valor de US$ 300 (em torno de R$ 500), com algumas regras – é proibi-do importar três unidades de um mesmo produto, exceto bebidas (no máximo 12 litros, de qualquer tipo) e cigarros (limite de 10 ma-

ços). Fora disso, entra-se no temi-do – pero no mucho – território “além da cota”. Além da quantia das mercadorias, há outra restri-ção legal. Brasileiros não poderiam comprar mais de uma vez por mês em zonas de fronteira.

Depois de uma parada no meio da noite, para lanche, o ônibus alcança a fronteira às 6h45 de sábado (20). Por R$ 9,90, o café da ma-nhã é livre, mas isso não faz muita dife-rença – os salgados e bolos do estabe-lecimento em fren-te ao Parque inter-nacional, ainda do lado de Santana do

Livramento, não são exatamente de abrir o apetite. Lá fora, travestis ainda ocupam o parque – na ver-dade uma praça, que divide Brasil e Uruguai. Às 7h45, atravessamos a praça, cortando o vento gelado, e chegamos à Rua Sarandi, com as lojas ainda fechadas. O comércio só começa a funcionar por volta das 8h30, como que acordado pe-los gritos de “Olha o sacolão” do vendedor de rua.

Os free shops estão espalhados em cinco quadras da Sarandi, que

Vamos a las compras

“Ninguém vai trazer pneus, remédios. Por favor, nada de remédios. Nem Viagra”, orienta a guia logo depois de o ônibus partir

Q

www.ocaxiense.com.br 727 de agosto a 2 de setembro de 2011 O Caxiense

Robi

n Si

tene

ski/O

Cax

iens

e

FREGUESIAATRAVESSA A FRONTEIRAEmbarcamos com um grupo de caxienses para saber por que crescem as excursões de compras daqui para o Uruguai

Page 8: Edição 91

fica numa baixada, entre o Parque internacional e a Praça General José Gervasio Artigas. Na rua pa-ralela se concentra o comércio de alimentos, como queijo, doce de leite e alfajor. Modelos anore-xicamente magras em anúncios de perfume dividem as calçadas com as bancas improvisadas dos ambulantes. Ali eles vendem gar-rafas térmicas, toucas e lenços. Uma placa publicitária da grife de roupas uruguaia Bellmur convive pacificamente com camisetas em sacos plásticos, com a inscrição “Lacoste” improvi-sada em letras arre-dondas sobre caixas de papelão.

“Sólo piden des-cuento y presentes”, diz Beatriz Silvera, vendedora do free shop Del Siglo, des-crevendo os típicos consumidores bra-sileiros. O aumen-to deles em Rivera, onde a comerciária mora há 25 anos, é acompanhada por uma redução dos uruguaios nos supermercados de Santana do Livramento. Uma reordenação do fluxo, determinada pela virada na cotação do dólar.

A loja em que Beatriz trabalha é especializada em perfumes, um dos produtos que mais atraem consumidores ao Uruguai. Um frasco de 50 ml de Versace Blue Jeans custa US$ 36 (R$ 60,84 ao câmbio turismo praticado no dia, com dólar a R$ 1,69). Um 212 Sexy de 100 ml sai por US$ 58 (R$ 98,02) – em uma loja caxiense, é vendido por R$ 359. Não há muita variedade em eletrônicos ou rou-pas masculinas, mas as lojas ven-dem casacos femininos a um bom preço, R$ 70. Além de perfumes e cosméticos, um grande atrativo são as bebidas. No free shop Ba-rão, um homem enche o carrinho de supermercado com garrafas e comenta com um amigo: “Se a fiscalização não pegar, tudo bem”. Uma garrafa de vinho Casillero del Diablo custa US$ 8,60 (R$ 14,53). Em um dos maiores supermerca-dos de Caxias, ela é vendida a R$ 31,90. Em promoção, quatro litros do whisky Jack Daniel’s estão por US$ 87 (R$ 147,03). Em Caxias, está nas prateleiras do súper por R$ 99,90 a garrafa.

Apesar de algumas lojas oferecerem, não adianta tirar no-tas abaixo do valor real dos pro-dutos. Funcionários da Receita Federal têm tabelas de preços do que é vendido nos free shops. Quem passa dos US$ 300 no to-tal de compras deveria declarar e pagar a sobretaxa, 50% de imposto sobre o valor excedente, antes de sair deixar Santana do Livramen-to. O posto da Receita fica aberto todos os dias, das 8h às 20h. Mas

a fiscalização é uma loteria, diz o motorista do ônibus, Romulo Cristiano Ferreira. Só em Santana do Livramento, porém, ela reco-lheu R$ 4.022.461,31 entre janeiro e julho deste ano, 27,42% a mais do que no mesmo período do ano passado.

“A gente sabe que as cotas não são respeitadas e que não há fisca-lização suficiente. Pela proximida-de, caxienses têm feito muito essas viagens, o que está atrapalhando o comércio local. Estamos sendo muito ameaçados por esses pro-

dutos”, reclama, a 550 quilômetros de distância, o presi-dente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias do Sul, Paulo Magnani. Para ele, no entanto, não são só as muam-bas da fronteira uru-guaia que tiram o lu-cro dos comerciantes de Caxias. Compras nos Estados Unidos também têm impac-

to por aqui. “Está se criando um comércio paralelo, estamos sendo bombardeados por um comércio ilegal. O consumidor procura ma-neiras de pagar mais barato mas não sabe o prejuízo que está cau-sando a toda uma comunidade.”

em Rivera, enquanto causo prejuízos à economia caxiense em uma loja de roupas masculinas, ouço o fim de uma música de Luan Santana, seguida de um radialista falando em espanhol. “Mas vocês realmente gostam das músicas em português aqui?”, pergunto. “Sim, sim. Luan Santana, Victor e Léo... As novelas. Eu só assisto novelas brasileiras. As mexicanas, argen-tinas e uruguaias são um terror”, conta a vendedora. Do lado uru-guaio, ela me passa a informação que faria sucesso no ônibus mais tarde: Wanda, mãe do vilão Léo, matou Norma.

Enquanto alguns consumido-res carregam malas de rodinha nas ruas de Rivera para facilitar o transporte das compras, outros preferem fazer viagens constantes aos ônibus para descarregar a mer-cadoria. O nosso não ficou parado no tradicional estacionamento dos ônibus, mas na Avenida Paul Har-ris, perto da Receita Federal.

A experiência de seu Delvo faz com que ele conheça outros me-canismos. Ele vai a Rivera há 40 anos. “Desde quando o caminho não tinha um metro de asfalto”, orgulha-se. Com o rosto marca-do por rugas, um pouco corcunda mas caminhando rapidamente, Delvo é o tipo de pessoa que se você disser onde mora, vai co-nhecer um vizinho seu que vive há anos no seu bairro mas você nunca ouviu falar. Caminhoneiro aposentado, hoje ele aproveita o trajeto para comprar bebidas, mas

“As cotas não são respeitadas. Caxienses têm feito muito essas viagens, o que está atrapalhando o comércio local”, queixa-se Magnani, da CDL

Foto

s: Ro

bin

Site

nesk

i/O C

axie

nse

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.8 27 de agosto a 2 de setembro de 2011O Caxiense

Camelôs com produtos falsificados e free shops exaltando bebidas e outros produtos nas fachadas dividem espaço na Avenida Sarandi

Page 9: Edição 91

não dá conta sozinho. Paga a via-gem para mais duas pessoas, que o ajudam a trazer o carregamento – e, principalmente, a diluir as gar-rafas em três cotas. Delvo jura que sempre toma cuidado para não ultrapassar a cota. E, para evitar as caminhadas até o ônibus, pede que funcionários do Barão levem as caixas de bebida até o veículo.

Durante a tarde, a Avenida Sarandi fica mais cheia. É fácil re-conhecer brasileiros nas ruas, nas lojas, nas placas de carros e motos estacionados. Quando começo a fotografar o movimento, os am-bulantes fazem cara feia. “Pode ser um jornal ou a polícia”, justifi-ca um deles, em espanhol. Outro, mais jovem, distribui panfletos de uma revenda de pneus, mas não

aconselha a levá-los no ônibus. O melhor é ir de carro, colocá-los em Rivera e voltar com eles rodando. A Receita não incomoda, garante, a menos que sejam pneus corea-nos – marcas que não são vendi-das no Brasil chamam atenção da fiscalização.

Quem compra em Rivera com frequência alerta que os produtos das lojas de rua que não são free shops e dos camelôs não são confi-áveis – ou seja, lá eles não têm mais prestígio do que aqui. O que não impede sua proliferação. No início da Sarandi, há um aglomerado de bancas de ambulantes. Lá, pencas de tênis de marcas famosas – fal-sificados – ficam expostos na rua tão naturalmente como bergamo-tas à beira das estradas da Serra. Apesar do receio em ser fotogra-

fados, os camelôs não parecem ser incomodados pela polícia ou pela fiscalização.

Depois de levar para o ônibus a in-formação privilegia-da sobre o último capítulo da novela, ouço os colegas fa-larem sem mistérios sobre o que compra-ram. Os motoristas lacram caixas com fitas adesivas e as etiquetam, dando o canhoto aos donos. temos que partir cedo, às 15h30, e não só porque a viagem é longa – quanto antes saírmos, mais leve a fiscalização. Neiva separa o que vai com ela no

bagageiro do corredor e o que será embarcado embaixo, no comparti-mento de carga. Comprou cosmé-ticos, licor, o par de óculos escuros,

alfajores e objetos de decoração. Andréia dos Santos, que es-tava em Rivera pela segunda vez, apro-veitou o preço dos perfumes. “tem que vir com uma lista, senão tu te perde”, explica. Nesta excur-são, levou a colega de trabalho Loreni Oliveira Selestino, que volta com jarras

e garrafas térmicas – além, é claro, de perfumes.

Na outra ala, a dos comprado-res revendedores, está Lourdes

“Tem que vir com uma lista, senão tu te perde”, diz Andréia, que aproveitou o preço dos perfumes em Rivera

www.ocaxiense.com.br 927 de agosto a 2 de setembro de 2011 O Caxiense

Robi

n Si

tene

ski/O

Cax

iens

e

Alguns free shops oferecem notas abaixo do valor da compra, mas, em caso de flagrante, isso não adianta: a Receita tem uma tabela de preços

Page 10: Edição 91

Maria Pedroni, dona de uma ma-lharia em Caxias há 20 anos. No Uruguai, ela complementa a linha de produtos que oferece trazen-do casacos, tênis, bolsas e mesmo malhas. Assim como outros saco-leiros, Lourdes diz que as viagens viciam. Pelo volume de compras, é fácil perceber. Um deles voltava com R$ 2 mil só em perfumes.

A partida no meio da tarde tranquiliza um pouco quem ultra-passou “A Cota”. Quantos de nós? “todo mundo passou da cota”, co-menta-se no ônibus. A barreira da Receita perto da saída de Santana do Livramento não é mais do que uma estrutura com teto de zinco, que protege o caminhão onde fi-cam as mercadorias apreendidas, e um ônibus convertido em delegacia, onde se fazem os regis-tros. Naquele ponto, porém, quem é pego com produtos além da cota não pode pagar a sobretaxa: toda a mercadoria fica retida. O viajan-te recebe um auto de infração e sai com o risco de ser proces-sado pelo Ministério Público por descaminho.

Quando nos aproximamos do posto de fiscalização, as piadas e as conversas diminuem e as atenções se voltam para as janelas do ôni-bus. “Nos pararam”, lamentam os passageiros. imediatamente, dois pensamentos me vêm à cabeça: “Ótimo, vou entrevistar alguém da Receita” e “Droga, passei da cota.” Entre o que tinha no maleiro do ônibus e o que carregava comigo, somava US$ 401,50 em produtos importados. Na mochila, levava duas barras de chocolate e um fone de ouvido, além dos sapatos novos que já estava usando – dica dos sacoleiros. Na mala, minha sede de consumo se mistura às enco-mendas dos colegas: quatro litros de whisky, um de vodca e um de absinto; dois perfumes: mais um fone de ouvido; um creme hidra-tante; e, para fechar, um prosaico pacote de cuecas.

“Repórter, eles querem abrir a tua mala”, me avisou Lean-dro da Cunha Constante, um dos motoristas. Eu nem notara, mas a bagagem nem estava devidamente fechada. A mala tem segredo, mas a senha ficara alinhada – para abri-la, bastaria empurrar o botão. An-tes que o agente da Receita possa me dizer qualquer coisa, saio com bloco e caneta na mão, além da carteira de trabalho bem à vista na mala, e peço uma entrevista. “Vai ter que ser com o inspetor-chefe”, responde ele, antes de voltar nova-mente a atenção para a mala. De óculos escuros, é difícil saber se ele chegou a levantar os olhos. Então,

abro a bagagem. O fiscal retira as bebidas e os perfumes de dentro das sacolas, com as quais eu tenta-va evitar que as garrafas quebras-sem, remexe um pouco no restan-te do conteúdo e me autoriza a fechá-la. Em segunda, me aponta com quem eu devo falar.

Avanço até o local onde estão sendo vistoriadas duas vans es-colares e duas caminhonetes. Ao lado, o inspetor-chefe, Carlos Lu-ciano Sant’Ana, se ocupa de fisca-lizar um carro. Ele explica que as mercadorias apreendidas podem ser leiloadas, remetidas à admi-nistração pública ou destruídas. Antes disso, porém, quem as per-deu pode entrar com recurso para tentar reavê-las. A verificação da

Receita, segundo ele, não tem hora para acontecer. Pode ser feita em toda as ba-gagens de um ônibus ou outro veículo, por amostragem (como no meu caso) ou naquelas que des-pertam maiores sus-peitas. Na manhã daquele sábado, a barreira tinha en-contrado 19,33 qui-los de maconha en-

rolados em um cobertor dentro de uma mala em um ônibus de linha. Perto disso, meus US$ 100 além da cota, que passaram batidos, ficam inofensivos. “Não temos a inten-ção de parar todo o mundo, e isso não é necessário. Queremos impor o risco (de ser flagrado) para quem não faz a regularização das com-pras”, explica Sant’Ana.

De volta ao ônibus, sou ovacionado por ter supostamente livrado os companheiros de via-gem de uma fiscalização mais rígi-da e, enfim, respiro mais tranquilo. Além de mim, apenas um dos pas-sageiros teve a mala, sem cadeado, aberta pela Receita Federal – e se-quer foi chamado para acompa-nhar a vistoria.

O motorista Leandro conta que, enquanto eu conversava com o inspetor-chefe, o fiscais pediu que todas as portas do bagageiro infe-rior fossem abertas, entrou no ôni-bus e apalpou as malas no compar-timento superior. Se tivesse sido um pente-fino, conta o outro mo-torista, Romulo, todos os passagei-ros seriam chamados para fora e convidados a ficar do lado de suas bagagens enquanto os agentes da Receita verificariam item por item.

Sorte deles que, desta vez, a ope-ração foi por amostragem – e sor-te também que o escolhido tenha sido eu, com minhas poucas garra-fas, fones de ouvido e um inocen-te pacote de cuecas. Assim, caixas cheias de bebidas, uma coleção de perfumes e até cadeiras de madei-ra atravessaram a fronteira ilesos e, à meia-noite, desembarcaram com seus donos em Caxias.

“Não temos intenção de parar todo o mundo. Queremos impor o risco para quem não faz a regularização das compras”, diz o inspetor-chefe

Foto

s: Ro

bin

Site

nesk

i/O C

axie

nse

10 27 de agosto a 2 de setembro de 2011O Caxiense

Carregadores ajudam clientes a levar compras para ônibus, que deixam a cidade lotados de mercadorias; Receita faz fiscalização por amostragem

Page 11: Edição 91

por cAMiLA cARDOSO [email protected]

embrada pelo objetivo de querer ser a representante da literatura, uma manifestação tão particular da arte, a Academia Caxiense de Letras tem ares de um ostentoso grupo literário, como diretoria, sede e membros imortais. Foi ela-borado há três anos até um fardão, semelhante a uma toga de forma-tura, em um chamativo tom de azul usado ao menos pela direto-ria nos eventos especiais (como o jantar de encerramento das ativi-dades), com toda pompa que uma entidade como essa exige. Mas o observador não pode se deixar enganar. Essas características que soam imponentes contrastam com a simplicidade de seus membros – e, às vezes, até de suas obras.

A atual presidente, Alice Cris-tina Brandão Velho, 64 anos, fre-quentou as primeiras reuniões como simpatizante, em 2000. Lídia Lauer, uma amiga da família que fora sua professora e incentivara o gosto pela leitura, introduziu Alice nas reuniões. Na época, ela tinha apenas um livro publicado.

Participante da União Brasileira de trovadores, que congrega auto-res da trova literária, achou que era mais uma oportunidade de convi-ver de perto com as letras. Após quatro anos à frente da academia, o tempo máximo de acordo com o estatuto, Alice se prepara para pas-sar o cargo de presidente a um dos

colegas. A diretoria já havia toma-do uma decisão unânime. Mario David Vanin, acadêmico desde o segundo ano de ACL e que vinha se reaproximando cada vez mais das atividades conforme se desli-gava de outros cargos, fora acla-mado presidente do cinquente-nário da ACL, a ser comemorado em 2012. Nem deu tempo de ele receber a notícia. Morreu no dia seguinte à escolha.

Agora, a diretoria precisa buscar outro nome, que poderá ser acla-mado ou eleito, caso haja um inte-ressado. “O pessoal fica arredio de dizer que quer concorrer”, confes-sa Alice, dando a entender que os atuais integrantes não são obceca-dos por cargos. A maior preocupa-ção da atual diretoria não aparenta ser a sucessão presidencial, mas a adesão de novos acadêmicos. Das 40 cadeiras, apenas 28 estão ocupadas. O outro desafio, mais recente, é encontrar 50 escritores dispostos a escrever 50 textos para colocar em prática um projeto de compor um livro comemorativo pelo jubileu de ouro da academia.

O grupo se reúne no se-gundo sábado de cada mês para tratar de assuntos da academia e promover debates em torno de assuntos da literatura. Os acadê-micos também levam suas obras para compartilhar com os colegas e realizam saraus. Com a chegada do inverno, a frequência dos inte-grantes diminui, já que os acadê-

micos preferem se resguardar para evitar doenças. Por esse e outros motivos, a atual diretoria busca aproximar pessoas mais jovens. “O pessoal com idade madura, dos 50, 60 e até 70 anos, precisa cuidar da saúde”, afirma Alice.

Na semana passada, os acadê-micos ampliaram um pouco o círculo de frequentadores dessas reuniões ao realizar a Semana do Escritor e Artista Caxiense, com uma sequência de pales-tras abertas ao públi-co realizadas no an-fiteatro da Câmara de Vereadores. Anu-almente, a academia promove também um concurso literário, que come-çou como local e hoje aceita inscri-ções de qualquer lugar do mundo. Basta enviar um trabalho para es-tar inscrito. Se os premiados forem moradores de Caxias ou região, provavelmente serão chamados para integrar a academia.

Os acadêmicos também se dedi-cam a visitar escolas, instituições beneficentes, como a Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (Apadev) e levam leituras para os presos da Penitenciária in-dustrial de Caxias. Sem qualquer fonte de renda fixa, a academia depende dos próprios integrantes para financiar as ações. Quando planejam uma obra com a assina-

tura da academia, como uma anto-logia lançada em 2010 em home-nagem aos 100 anos da chegada do trem, precisam buscar patrocínios ou dividir as despesas entre si. Na Feira do Livro, no estande já cati-vo da academia, a diretoria recebe autores, promove lançamentos e,

principalmente, re-úne escritores. É lá também que realiza um dos mais tradi-cionais hábitos das academias, o chá das cinco. “Ficamos lá o dia todo e chega uma hora que vai dando uma fominha, então a gente organiza isso. todo escritor gosta de dar uma passa-dinha, ouvir uma

musiquinha, tem um charme todo especial”, conta Alice.

é comum que os acadêmicos tenham se tornado imortais após frequentar algumas reuniões como simpatizantes, a convite de um amigo ou conhecido já acadêmi-co. O frequentador é incentivado a elaborar um dossiê com textos de sua autoria e entregá-lo à diretoria, junto com um currículo. A partir de então, o postulante a uma das cadeiras precisa frequentar 10 reu-niões da academia – assiduidade que serve tanto para demonstrar interesse quanto se adaptar à di-nâmica dos encontros. Após esse período, o dossiê é compartilhado

clube da literatura

“O que me atrai mais é essa história vitalícia da academia. Tua família pode perder a tua obra, mas a academia, não”, diz Ângela Broilo

L

www.ocaxiense.com.br 1127 de agosto a 2 de setembro de 2011 O Caxiense

Mau

ríci

o C

onca

tto/

O C

axie

nse

Para se aproximar do público, ACL promoveu semana de atividades em que participante interpretou O Pequeno Príncipe com touca de natação

SIMpLICIdAdE IMORTALO fardão e o chá das cinco durante as Feiras do Livro enganam. A Academia Caxiense de Letras tenta ostentar o glamour de sua “irmã” nacional, mas enfrenta o desprestígio

Page 12: Edição 91

pelo presidente com o conselho consultivo, formado por outros dois membros, que decidem se o escritor será ou não imortalizado. O número da cadeira a ser ocupa-da é escolhido por sorteio.

Ângela Broilo, 42 anos, foi uma das últimas a ingressar na ACL. Ao ser convidada para participar como simpatizante das reuniões, já tinha um livro publicado, Bar de Baco (uma coletânea de con-tos), e cursado a ofi-cina literária do es-critor Luiz Antonio de Assis Brasil em Porto Alegre.

Antes disso, era re-datora publicitária, profissão que esco-lheu na adolescên-cia com a esperança de que teria contato com a literatura. “O que me atrai mais é essa história vitalícia da academia. Significa que tu não morre mais. tua família pode per-der a tua obra, mas na academia, não”, afirma. Para ela, o importan-te é ter vontade de adquirir conhe-cimento, independentemente da idade. “As pessoas estão lá todas interessadas pelo mesmo assunto, a literatura”, resume.

A obrigatoriedade ou não de o postulante ter obras publicadas causa certa divergência. A atual di-retoria defende não ser necessário, já que a academia precisa atrair au-tores mais jovens que a preservem no futuro. “tem gente que acaba se afastando pela áurea do imor-tal, e ficamos muito tempo sem a entrada de novos acadêmicos. Mas a gente cultiva valores importantes como a humildade do intelectual”, afirma Marilene Caon Pieruccini, secretária da ACL.

Salvador Hoffmann, que foi pre-sidente da diretoria na década de 90 e hoje integra o conselho con-sultivo, julga essencial a publica-ção de pelo menos um livro. “A troca de presidência a cada quatro anos é benéfica porque, apesar de seguir o estatuto, a academia se reveste de uma nova roupagem. Eu acho que tem que ter pelo me-nos um livro publicado para que

o trabalho seja público”, opina Hoffmann, autor de livros técni-cos sobre metalurgia, poesias e até pesquisas históricas sobre o Velho Oeste americano.

Apesar dessa exigência, na ges-tão de Hoffmann a academia tornou-se um grupo mais aberto à comunidade, recebendo os cha-mados membros simpatizantes nas reuniões. Hoje ele dedica-se a investigar a história da academia,

que pretende lançar em livro em 2012, no aniversário de 50 anos da instituição. “Quando fui presi-dente fui obrigado a ouvir algumas fra-ses preconceituosas, como que na acade-mia só tinha escri-tor sem sucesso, que a academia fedia a mofo, pela idade de seus membros, ou

que era uma academia autodidata, sem ninguém com curso superior”, lamenta Hoffmann, que tem uma resposta na ponta da língua para cada uma das críticas. “João Spa-dari Adami foi a primeira pessoa a escrever a história desta cidade e tem seus livros usados por pro-fessores e alunos até hoje. Zulmiro Lermen escreveu tudo o que pre-cisamos saber sobre os primeiros habitantes desse lugar, e hoje todos conhecem a Maria Helena Balen. Cora Coralina, por exemplo, nun-ca colocou os pés numa universi-dade e é ícone da literatura. E, ora, sempre teve gente bonita e jovem na academia”, defende.

A instituição guarda suas semelhanças com a Academia Brasileira de Letras, esta já com 114 anos de existência. A princí-pio, o propósito da ACL, da ABL e de outras academias é o mesmo: reunir escritores e intelectuais para encontros periódicos onde se dis-cutem assuntos relacionados aos livros e à literatura em geral. Hoje, a ABL é criticada pelo caráter po-lítico que assumiu e por receber a candidatura de qualquer aspiran-te a imortal que tenha um padri-nho influente, apesar de o estatuto

“Quando fui presidente ouvi frases preconceituosas, como que a academia fedia a mofo, pela idade de seus membros” afirma Hoffmann

Mau

ríci

o C

onca

tto/

O C

axie

nse

Foto

Rea

l, D

ivul

gaçã

o/O

Cax

iens

eAlice lidera entidade criada nos anos 60 por entusiastas da literatura

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.12 27 de agosto a 2 de setembro de 2011O Caxiense

Page 13: Edição 91

prever que o postulante deva ser brasileiro nato e ter publicado, em qualquer gênero da literatura, “obras de reconhecido mérito e valor literário”. Se, na fundação, a ABL contava como nomes como Olavo Bilac, Joaquim Na-buco, Rui Barbosa e Machado de As-sis, eleito primeiro presidente por acla-mação, hoje tem o senador José Sarney, o ex-vice-presidente Marco Maciel e o cirurgião plástico ivo Pitanguy entre seus imortais. En-quanto isso, autores como Vinícius de Moraes, Mário Quintana e Carlos Drummond de Andrade nunca ocuparam uma cadeira.

em caxias, o maior entusiasta da formação de uma academia foi o historiador e então barbeiro João Spadari Adami, ao lado de Cyro de Lavra Pinto, Zulmiro Lermen e Virgilio Zambenedetti. As primei-ras reuniões se deram na barbearia de Adami, onde hoje está instalado o Banco do Brasil, na Praça Dan-te Alighieri. Depois, em uma sala cedida pela Metalúrgica Eberle, ali perto. Em seguida, o pai da então presidente Nelly Veronese Mascia

cedeu um cômodo da casa, até se mudarem para a Sala Nobre do Recreio da Juventude. A Casa da Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima também acolheu as reuniões

até a prefeitura re-querer o espaço.

Foi quando, em 2003, sem um lugar determinado para a realização de uma de suas reuniões men-sais, os acadêmicos promoveram um encontro em plena praça Dante. Verea-dores se sensibiliza-ram com a situação e cederam uma sala da Câmara para que

as reuniões ocorressem por cin-co meses. Finalmente, em 2004, a academia conquistou sua sede de-finitiva, no Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho.

Com os encontros itineran-tes nas sedes provisórias, uma das principais contribuições da Academia acabou se esvaindo: o acervo de obras dos primeiros integrantes foi perdido, restando apenas alguns exemplares que os acadêmicos foram guardando em suas bibliotecas próprias. Hoje, cerca de 300 títulos são guardados na biblioteca da academia.

No estatuto original, os funda-dores estabeleceram a existência

de 40 cadeiras e que cada uma delas deveria ter como patrono uma personalidade ligada às artes e já falecida, mas no início nem todas tiveram essa figura. Apenas em 1988, após uma pesquisa, Ho-ffmann encontrou os 15 nomes que faltavam. As cadeiras também nunca foram completamente ocu-padas, uma vez que a empolgação nos idos de 1962 com a criação da academia não se concretizou em adesão real à instituição. “A primeira diretoria convidou um número bastante grande de escri-tores, mas alguns desistiram antes mesmo de tomar posse”, conta.

entre os nomes mais conhecidos que passaram pela aca-demia nos últimos anos estão os escrito-res Mario Gardelin, Nestor José Gollo, morto em 2009, Re-gyna Gazola e Maria Helena Balen.

Na gestão de Nelly Veronese Mascia, entre 1986 e 1988, a entidade amargou um de seus mais difí-ceis períodos, em que a presidente chegou a ver as reuniões mensais sem nem um acadêmico a não ser ela. E nem por isso deixou de re-gistrar em ata o vazio dos encon-

tros. Em 1980, a ausência era tão sentida que o encerramento das atividades chegou a ser propos-to. A diretoria então decidiu que aqueles que deixaram de frequen-tar seriam proclamados membros históricos e se iniciaria uma nova fase, convidando outros partici-pantes. Hoje, a cadeira deve ser ocupada até a morte, quando o acadêmico torna-se membro his-tórico. A medida busca evitar que os integrantes peçam desligamen-to, como fez o escritor Marcondes tavares, que desistiu da instituição e se tornou estilista.

Hoffmann acredita que a partici-pação na academia exija uma ha-

bilidade talvez não muito comum hoje, que se reflete na di-ficuldade de encon-trar associados. “O perfil do acadêmico requer grande dose de humildade. Não se identifica como acadêmico quem não tem uma boa dose de simplicida-de para poder con-viver. Cada escritor tem o seu mundinho

e é difícil tirá-lo de lá”, acredita Ho-ffmann. “Por isso tem uma certa desunião e um certo desprestígio da academia, é preciso derivar da companhia um do outro.”

“Cada escritor tem o seu mundinho e é difícil tirá-lo de lá. Por isso, tem uma certa desunião e um certo desprestígio da academia”, avalia Hoffmann

“Tem gente que acaba se afastando pela áurea do imortal, mas a gente cultiva valores como a humildade do intelectual”, diz Marilene

www.ocaxiense.com.br 1327 de agosto a 2 de setembro de 2011 O Caxiense

Page 14: Edição 91

por FeLiPe [email protected]

interrogatório já passa de 40 mi-nutos. A ré, entretanto, continua com o sorriso firme no rosto. O único sinal de nervosismo é bem disfarçado – a mão esquerda pre-sa entre as pernas cruzadas –, o tom de voz permanece agradável e inalterado ao longo da conversa e a moça se mostra disposta a passar horas ali, se necessário, para res-ponder qualquer tipo de pergunta. O problema é que neste julgamen-to ela não busca absolvição, mas ascensão. De embaixatriz a rainha – ou, vá lá, princesa – da Festa da Uva de 2012. E tem outras 24 con-correntes – 22, se aceitarmos que ela também se contentaria em ser uma das duas princesas –, a maio-ria com argumentos muito pare-cidos a seu favor e boa parte delas igualmente preparadas por uma banca de consultores e orientado-res.

É neste momento que o júri pro-cura se assegurar de que a candi-data tem plena consciência de seus atos, ou melhor, de seus desejos.

“Você sabe que, junto com a co-roa, vem aquela carteirinha...”, co-meça a perguntar uma das duas ex-rainhas (ou “soberanas de edi-ções passadas”, já que na Festa da Uva nunca se perde a majestade) que compõem o corpo de jurados.

A candidata fica em silêncio, com olhar intrigado.

“Você não sabe de qual carteiri-nha eu estou falando?”

Sentada em uma cadeira de plás-tico, sozinha no centro do salão, a jovem suspende a respiração. De-pois de sonhar toda infância e ado-lescência com aquele título, depois de ter passado por uma dura pré-seleção para poder concorrer a ele, depois de tanto estudo desde que o concurso começou... ela teria deixado algo passar? Haveria algu-ma coisa que pudesse mesmo não saber sobre o posto de rainha da Festa da Uva? Pior: deixaria pela primeira vez, naquela noite, uma pergunta sem resposta? A moça pensa rápido e não vê alternativa senão admitir, timidamente:

“Não...”Então a rainha, graciosamente,

encerra o breve suspense: “É a carteirinha da Funai. Porque

você vai ter um monte de progra-ma de índio para ir. Vale a pena?”

“Sim”, diz a candidata, aliviada – uma resposta que mal pode ser ouvida entre as risadas do grupo.

Depois da pergunta sobre a carteirinha, os jurados dão go-les maiores nas taças de vinho que têm à frente e já conversam ani-madamente entre si. Alguns até abrem o “voto” para a candidata que acaba de passar por uma ba-teria de no mínimo 50 perguntas em sequência. “tenho certeza de que você está no trio”, diz uma ju-rada. Chegava ao fim – ao mesmo tempo em que começava um pro-videncial jantar para os convida-dos – mais um júri simulado para o concurso de escolha da rainha

da Festa da Uva. É um recurso das concorrentes mais bem assessora-das para enfrentar o júri oficial, no próximo dia 3 de setembro. Faziam parte da mesa julga-dora 12 pessoas de qualificações diver-sas: duas rainhas de edições anteriores, psicólogas, estilista, consultor de marke-ting, pesquisadores da história de Caxias do Sul e/ou da Festa da Uva, escritores e jornalistas (entre eles o autor desta reportagem, que comprometeu-se a preservar os nomes de todos os demais participantes, inclusive da candidata).

Das rainhas, dado seu co-nhecimento de causa, vêm as ques-tões mais realistas, digamos assim. Querem medir o grau de respon-sabilidade da moça para usar uma coroa como a que elas ostentaram, saber se está pronta para acordar cedo e dormir tarde sempre bonita e sorridente, certificar-se de que, caso não chegue perto do trono o suficiente para ser rainha, ela não será uma princesa triste. Mas há perguntas soberanas mais psico-lógicas: se tivesse à frente uma ca-deira muito confortável e outra de palha, em qual ela sentaria? E tam-bém há questões mundanas levan-tadas pelas psicólogas: o que ela fa-ria se, como rainha, fosse cantada

por uma autoridade durante uma solenidade?

Jornalistas perguntam sobre atu-alidades, locais e globais – formu-

lando questões que nem presidentes e ministros saberiam responder. Pesqui-sadores testam os conhecimentos his-tóricos da candidata e, principalmente, a visão que ela tem da nossa história. For-ma-se até uma ban-cada anti-Festa da Uva para ver como a jovem se sai na de-fesa do evento: se a

uva já não é tão importante eco-nomicamente, Caxias não deveria ter, em seu lugar, uma festa metal-mecânica? Como ficam os descen-dentes de outras etnias nessa ode à imigração italiana? Até que ponto a Festa da Uva não virou só um grande feirão para comprar pantu-fas e edredons baratos?

Na artilharia de interrogações do júri simulado, vale tudo e não vale nada. Afinal, aquela é a hora de errar. Mas não parece haver resposta certa ou errada para ser rainha. Com o jornalista, a candi-data ganha pontos ao opinar so-bre política sem ficar em cima do muro. E perde quando diz que seu maior defeito é ser perfeccionista – o defeito mais virtuoso que há. Ninguém é perfeito... E nem deve ser, se quiser representar todos os caxienses.

Preparativos reais

“Você sabe que, junto com a coroa, vem aquela carteirinha...”, diz uma rainha, enigmática, querendo checar as credenciais da candidata

O

Art

e de

Luc

iana

Lai

n/O

Cax

iens

e

JULGAMENTOENSAIAdONA CORTEComo receberia uma cantada? Está disposta a fazer programas de índio? A Festa deve continuar sendo da Uva? As perguntas que uma candidata a rainha responde num júri simulado

14 27 de agosto a 2 de setembro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Page 15: Edição 91

[email protected]@ocaxiense.com.br

SATURNO

Realizada em 2009, em um circo em Vacaria, a obra de Miriam ainda emociona a ar-tista. “Essa fotografia me marcou porque foi num domingo que levei minha mãe ao circo para espairecer. Havíamos perdido o pai na quarta.” O circo rendeu uma série predomi-nantemente em preto e branco com destaque para o movumento das cenas, uma metáfo-ra à dor do luto e à necessidade de seguir em frente.

Miriam cardoso de Souza| Malabarista |

www.ocaxiense.com.br 1527 de agosto a 2 de setembro de 2011 O Caxiense

por AcÁciO FeRReiRA De GeÓRGiA

Eu sou o poeta do tempo e do espaço aberto,Desde o princípio a poesia estava em mim,Na forma de energia, que explodiu afimDe expandir minha obra para o vazio deserto. A poesia fluiu e habitou o vazio sem fim,Nas fronteiras das dimensões do tempo certo,Para cada poema que eu tornei liberto,Quando escrevi o livro da minha vida enfim. E eu vou soltando o verbo através da palavra,A poesia que surge da minha própria lavra,Vai dando vida nova para a obra que eu faço. Assim eu vou compondo a minha poesia,Que com o tempo vai liberando energia,E os poemas saem girando pelo espaço.

Participe | Envie para [email protected] o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou tiF, em alta resolução). Os melhores trabalhos se-rão publicados aqui.

Edital de Interdição 1º Vara de Família – Comarca de Caxias do Sul

Natureza: Interdição Processo: 010/1.7.0005705-9 (CNPJ: 0057051-36.2007.8.21.0010). Requerente: Alzira Canuto e outros. Requerido: Terezi-nha Canuto. Objeto: Ciência a quem interessar possa de que foi decretada a INTERDIÇÃO do REQUERIDO (A): Terezinha por setença proferida em 04/07a Canuto, /2011. LIMITES DA INTERDIÇÃO: total. CAUSA DA INTERDI-ÇÃO: quadro probatório que evidencia a incapacidade total e permanente da parte interditanda para reger sua pessoa e administrar seus bens, por sofre doença que o incapacita para os atos da vida civil. PRAZO DA INTERDIÇÃO: indeterminado. CURADOR NOMEADO: Marcelino Canuto.O prazo deste edital é o do art. 1.184 do CPC.Caxias do Sul,18 de agosto de 2011.SERVIDOR: GEOVANA ZAMPERETTI NICOLETTO. JUIZ: Maria Olivier.

Page 16: Edição 91

Recomenda

l Planeta dos Macacos: A Origem | Aventura. 14h10, 16h30, 18h45, 21h15 (leg) | Gnc

Nem todo parente é gente boa. Após brincarem de Deus, cientis-tas fazem com que nossos parentes mais próximos, os macacos, ad-quiram inteligência quase huma-na. E aí o planeta já não é mais tão nosso assim. Baseado no clássico de 1968. Estreando em Caxias. Di-rigido por Rupert Wyatt. Com Ja-mes Franco, Andy Serkis e Freida Pinto. 105 min. 2011.

l Amor a Toda Prova | Ro-mance. 14h20, 16h45, 19h10, 21h30 (leg) | Gnc

Entre a virgindade e um casa-mento malsucedido, não existem tantas diferenças assim. Steve Ca-rell que o diga. Ô ator que sofre! Se em O Virgem de 40 anos ele penou para conseguir a primeira mulher, em Amor a toda prova ele tem de reconquistar a esposa. Estreia esta semana. Dirigido por Glenn Ficarra e John Requa. Com Steve Carell, Ryan Gosling e Ju-lianne Moore. 118 min. 2011.

l em um Mundo Melhor | Drama. Sábado e domingo, às 20h

| OrdovásUm tom escuro, uma história

cheia de teias internacionais e um certo desconforto com o mun-do global e agonizante. O último vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro cria esse cená-rio nebuloso, no qual conflitos familiares, pessoais e escolares se entrelaçam em uma trama densa e pesada. Leve o lenço e relaxe no final da sessão. isso vai ser neces-sário. Entrando na 2ª semana em cartaz. Com Mikael Persbrandt, trine Dyrholm e Markus Rygaard. 119 min. 2010.

l Assalto ao Banco central | Ação. 17h e 22h10 | Gnc

É filme, mas pela quantidade de atores globais e pela direção bem que poderia ser uma novela das nove com um pouco mais de ação. Ao contrário dos atores, que são tipicamente brasileiros, as cenas e os cortes de edição tentam copiar o estilo americano de produção. Entrando na 6ª semana em cartaz. Dirigido por Marcos Paulo. Com Juliano Cazarré, Milton Gonçalves e Hermila Guedes. 104 min. 2011. l Onde está a felicidade? | Comédia. 14h40 e 19h30 | Gnc

Se depender da personagem principal e da atriz que a interpre-ta (Bruna Lombardi), a felicida-de certamente não está no Brasil. Mesmo com uma história fraca, o filme levou o prêmio do Festival

de Paulínia. Possivelmente, o tom cômico da obra tenha feito a dife-rença. Entrando na 2ª semana em cartaz. Dirigido por Carlos Alber-to Riccelli. Com Bruna Lombardi, Bruno Garcia e Marcello Airoldi. 110 min. 2011. l Os Smurfs | Animação. 13h20, 15h30, 17h40, 19h45, 21h50 (dub) | Gnc

Os bonequinhos azuis que já fi-zeram muito sucesso em outros tempos invadiram a cidade gran-de e estão transformando-a numa gigantesca confusão. Assim como no desenho animado da década de 80, eles continuam fugindo do terrível Gargamel. Entrando na 4ª semana em Caxias. Dirigido por Raja Gosnell. Com Hank Azaria, Katy Perry e Jonathan Winters. 103 min. 2011.

l Professora Sem classe | Comédia.14h, 16h, 18h, 20h (leg) | Gnc

Mais uma comédia estrelada por Cameron Diaz. Ela interpreta uma professora gostosa, é claro, que mais se parece com uma adoles-cente rebelde e mimada. Entrando na 2ª semana em cartaz. Dirigido por Jake Kasdan. Com Jason Segel e Justin timberlake. 92 min. 2011.

l Super 8 | Ação. 22h | GncA câmera intranquila do diretor

J. J. Abrams aparece mais uma vez nesta produção de Steven Spiel-

berg. O filme mergulha numa atmosfera obscura e misteriosa, onde, numa espécie de metalin-guagem, apenas as imagens per-didas de uma câmera Super 8 po-dem decifrar o suspense. Entrando na 3ª semana em cartaz. Com Elle Fanning, Amanda Michalka e Kyle Chandler. 112 min. 2011.

l Lanterna Verde (3D) | Ação. 13h40, 16h20 (dub) e 19h, 21h40 (leg) | Gnc

Esse é o típico caso em que a pu-blicidade do filme é inversamente proporcional à qualidade da pro-dução. Hal Jordan não passa de pi-loto mimado que é escolhido por um motivo desconhecido para se tornar um dos Lanternas Verdes. A única coisa pior que o enredo é a interpretação do casal protago-nista. Entrando na 2ª semana em cartaz. Dirigido por Martin Cam-pbell. Com Ryan Reynolds, Blake Lively e Peter Sarsgaard. 105 min. 2011.

l Os Pinguins do Papai | Co-média. 16h (dub) | UcS

O filme é um clichê. Jim Carrey no papel de pai de pinguins é um clichê. Os próprios pinguins no cinema são um clichê. E os clichês fazem de Os Pinguins do Papai mais uma típica comédia ameri-cana. Se a produção deixa a dese-jar na originalidade, pelo menos faz render alguns momentos de gargalhada. Atenção especial para

16 27 de agosto a 2 de setembro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

por Vagner espeiorin | [email protected]

Guia de Cultura

Fox

Film

s, D

ivul

gaçã

o/O

Cax

iens

e

cineMA

Em Planeta dos Macacos: A Origem, uma macaquice dos cientistas coloca a raça humana em perigo

Page 17: Edição 91

Recomenda

Recomenda

a dancinha dos animaizinhos do continente gelado. Entrando na 2ª semana no UCS Cinema. Dirigido por Mark Waters. Com Carla Gu-gino e Angela Lansbury. 94 min. 2011.

l Harry Potter e As Relí-quias da Morte: Parte 2 | Aventura. 19h30 | UcS

Balanço final: oito filmes, três ídolos adolescentes, uma batalha incrível e uma varinha quebrada. A saga do bruxinho chega ao fim onde tudo começou, na Escola de Bruxaria de Hogwarts. Sério, dá uma tristeza ver o fim da saga. Mas quem chegou de turista na sessão, não leu os livros ou não assistiu aos filmes anteriores vai sair do cinema sem entender a história. Entrando na 2ª semana no UCS Cinema. Dirigido por David Ya-tes. Com Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint. 130 min. 2011.

l Sunday Harp | Domingo, às 19h

Um sopro, e o som se faz. O cli-ma meio nostálgico no ar (e no fôlego), o blues rolando solto e mais de vinte gaitistas convidados no palco. O Sunday Harp sem-pre transforma Caxias do Sul em um pedacinho do sul dos Estados Unidos. Mas nem só de blues vive o espetáculo. Os gaitistas prome-tem tocar os mais variados estilos, além, é claro, de homenagear o centenário de Robert Johnson, o primeiro bluesman americano. Mississippi

R$ 10 | Moinho da Estação | 3028-6149

l concertos ao entardecer | Domingo, às 18h

Os concertos ao entardecer do Coral Municipal são desses espetá-culos meio que simbólicos: início de noite, final de domingo e can-ções na igreja do Santo Sepulcro. Na apresentação, os cantores mes-clam músicas populares e eruditas. Entre as interpretações, o texto Oração ao Vento é o fio condutor do espetáculo. Se o seu domingo for um dia agitado, o programa se apresenta quase como parada obrigatória. Agora, se a deprê ba-teu no domingo, é melhor passar meio longe. E, se for, não esqueça de colaborar, levando um quilo de alimento não perecível. A con-tribuição não é obrigatória, mas pode fazer a diferença.igreja do Santo Sepulcro Entrada gratuita | Av. Júlio de Cas-tilhos, Lourdes | 3218-6192

l Restart | Sábado, às 23h Gritos histéricos acompanhados

pelo choro das fãs. A noite de sába-do em Caxias promete ficar mais colorida com a banda Restart. As roupas extravagantes e a pouca idade do quarteto costumam cha-mar mais a atenção que as próprias músicas do grupo. Os nomes dos integrantes da banda também são um show à parte: Pe Lanza, Pe Lu, Koba e Thominhas.All need Master HallR$ 30 (pista), R$ 60 (pista vip) e R$ 60 (camarote) | Castelnovo, 13.351, Capivari | 3028-2200

l encontro de Gigantes | Domingo, a partir das 15h

Duas duplas sertanejas de peso se apresentam na cidade neste do-mingo. Victor e Léo são os recor-distas de público na cidade. Em 2010, levaram aos pavilhões mais de 23 mil pessoas. Agora, eles vêm acompanhados da dupla Maria Cecília e Rodolfo, que parece não cansar de colocar músicas nas lis-tas de mais pedidas das rádios.Pavilhões da Festa da UvaR$ 30 (pista), R$ 70 (área vip) e R$ 90 (camarote) | Ludovico Cavinat-to, 1.431, Nossa Senhora da Saúde | 3221-5753

l Pantera cover | Sábado, às 23h30

O Vagão Bar não está nem aí

para a fama de barulhento. O pon-to rock da Estação leva o slogan ao extremo e programa para o final de semana uma apresentação em homenagem à banda de heavy me-tal Pantera, banda texana que fez sucesso no início dos anos 90. Vagão Bar R$ 15 | Estação Férrea | 3223-0007

TAMBéM TOcAnDO: Sába-do: Tony night e Ulisses Vieira. Pop. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | creedence clearwater Revival Tribute. Rock cover. 0h30. Vagão Classic. 3223-0616 | DJ Fábio co-devilla e Dj Titi Branchi. Anos 80. 23h. La Barra. 3028.0406 | Vice Verso. Rock. 23h30. Bukus Anexo. 3215-3987 | DJ Léo Z e DJ Dutra Vila. Eletrônica. 23h. Pepsi. 3419-0900 | cia country. Sertanejo. 23h. Place de Sens. 3025-2620 | DJ Luciano Mayer e DJ Gui Oliveira. Eletrônica. 23h. Move. 3214-1805 | Quarteto Paiol. tradicionalista. 20h. Paiol. 3213-1774 | Lennon Z & The Sickboys. Rock. 22h.

Mississippi. 3028.6149 | Gusta-vo Reis. Acústico. 22h. The King. 3021.7973 | João Villaverde e Yê. Samba Rock. 23h30. Boteco 13. 3221-4513 | DJ Rodrigo Dias. Eletrônica. 23h. Nox. 3027-1351 | Dinamite Joe. Pop. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | Jean Bran-dão. MPB. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Pow!. Acústico. 23h. Leeds. 3238-6068 | Domingo: Tool Box. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Sunday Harp. Blues. 22h. Mississippi. 3028.6149 | Pa-gode Júnior. Pagode. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Set com DJs. Eletrônica. 17h. Zarabatana. 3228-9046 | Segunda-feira (29): Fabrício Beck e Banda Volux. MPB. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Terça-feira (30): Trahma. Pop. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Un-cle cleeds & J. A. Harper. Blues. 22h. Mississippi. 3028.6149 | Gus-tavo Reis. MPB. 21h. Boteco 13. 3221-4513 | Quarta-feira (31): Blues Beers. Blues. 22h. Mississi-pi. 3028.6149 | Maurício e Daniel. tradicionalista. Paiol. 3213-1774 | Quinta-feira (1º): Pietro Fer-reti e Bico Fino. MPB. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Grupo Ma-cuco. tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | João Victor e cássio. Sertanejo. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | July Berti e Dome-nico Anzolin. Rock. 22h. Aristos. 3221-2679 | Sexta-feira (2):

Pátria e Querência. tradiciona-lista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Dis-co. Anos 80. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | Sexta cultural. MPB. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Ton Rock. Homenagem a Rober-to e Erasmo Carlos. 22h. Aristos. 3228-9046.

l Homens de Perto ii | Sábado e domingo, às 20h

No cinema, uma segunda ver-são sempre pode ser perigosa. Ou supera o primeiro filme (o que é bom, é claro), ou acaba de vez com a expectativa do público e trans-forma o que era uma boa fórmula em uma péssima história. Depois do grande sucesso da primeira ver-são, o espetáculo Homens de Perto experimenta sua continuação nos palcos caxienses. A promessa é manter o estilo escrachado e nem sempre politicamente correto. Teatro São carlos

R$ 35 (na hora), R$ 30 (antecipa-do), R$ 18 (estudantes e idosos) e R$ 15 (antecipados para estudantes e idosos) | Feijó Júnior, 778, São Pe-legrino

l Sobre Saltos de Scarpin | Sábado, às 20h

A típica peça que toda mulher gostaria de assistir. Os medos e as angústias dos homens (sim, os homens também sofrem) expostos em praça pública, com bônus: ver um homem, literalmente, se equi-librando no salto. A peça é basea-da na obra do cronista – um tanto machista – David Coimbra.Teatro do SescR$ 15 (público geral), R$ 7,50 (es-tudantes e idosos) | Moreira César, 2.462, Pio X | 3221-5233

l ciranda do Pensamento | Sábado, às 16h

“Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro”, diz a música de uma banda gaúcha. Mais do que querer estar alegre, a canção sina-liza para um certa obrigação de se sentir contente. A Ciranda do Pen-samento deste mês quer discutir a felicidade em tempos pós-moder-nos: obrigação ou conquista? O filósofo Gilmar Marcílio, a psica-nalista Margane Stumpf Masochi e

www.ocaxiense.com.br 1727 de agosto a 2 de setembro de 2011 O Caxiense

MÚSicA

TeATRO

FiLOSOFiA

inGReSSOS - Gnc: Segunda, quarta e quinta (exceto feriados): R$ 14 (inteira), R$

11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sê-nior com mais de 60 anos). terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 (Movie Club Preferencial) e R$ 8 (meia en-trada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (in-teira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito industrial. 3209-5910 | UcS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sê-nior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Pana-zzolo. 3901-1316.

Regi

na P

eduz

zi, D

iv./O

Cax

iens

e

Mai

con

Dam

asce

no, D

iv./O

Cax

iens

e

Coral Municipal mostra sua versão comportada na Igreja do Santo Sepulcro; no Teatro do Sesc, peça coloca os homens sobre saltos

Page 18: Edição 91

Recomenda

Recomenda

Recomenda

o publicitário João Alfredo Ramos Júnior debatem sobre o dever de ser feliz. Se o papo não for alegre, promete, pelo menos, assustar os momentos de tristeza. Ordovás Entrada gratuita | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316

l Semana do Hip Hop | De 29 agosto a 4 de setembro

Depois de superar a polêmica na Câmara, a Semana do Hip Hop ca-xiense começa nesta segunda (29), com rappers e grafiteiros celebran-do o estilo com oficinas, palestras e shows. Vai rolar até o Workshop Hip Hop e o empreendedorismo pessoal – seria a faceta engravata-da da cultura popular?PROGRAMAÇãO: Segunda (29), 19h: Abertura. UAB. Ter-ça (30), 10h: Encontro de Gra-ffiti. 10h. Largo da Estação Férrea | Quarta (31), 10h: Hip Hop contra o Crack. Ordovás | 19h30: O Hip Hop e o movimento Negro. UAB | Quinta (1º), 19h30: Hip Hop e o Empreendedorismo pes-soal. Em seguida, ocorre o encon-tro Hip Hop, Novos Rumos. UAB | Sexta (2), 19h: Palestra com Ra-pper Gog. UAB. Entrada gratuita | Luiz Antunes, 80, Panazzolo

l Paralaxe: cinco Trajetó-rias em Perspectiva | De 21 de julho a 27 de agosto. De segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h30 às 19h, e sábado, das 9h às 15h

tudo é diferente em Paralaxe. Os artistas são diferentes uns dos ou-tros. As técnicas são as mais varia-das. E os espectadores não devem compactuar sempre com as mes-mas opiniões. Aliás, a diferença já está no próprio nome da expo-sição. Paralláxis vem do grego, e é a diferença aparente na localização de um corpo quando observado por diferentes ângulos. Decor & ArteEntrada gratuita | Via Decoratta, São Pelegrino

l Servir e não ser servido | De 30 de agosto a 1º de outubro. De segunda a sexta-feira, das 8h30às 18h30, e sábado, das 8h30 às 12h30

O lixo serve de matéria-prima. O produto vem de oficinas minis-tradas por Dirce Gobato nos bair-ros Jardim América e Ana Rech. O que é jogado fora é remodelado, re-alinhado e ganha nova roupagem. Dá forma ao artesanato e funciona

como renda para as famílias envol-vidas. O projeto Servir e não ser servido só estreia na terça, cheio de boas intenções.espaço cultural da Farmácia do iPAM Entrada gratuita | D. José Barea, 2.202, Exposição

l Viva seu sonho | Sábado, das 8h30 às 22h30, e domingo, das 9h às 22h

Não temos por aqui o tio Sam apontando para ninguém, mas em compensação apelamos para o sentimento. Com o nome Viva seu sonho, a exposição em cartaz no San Pelegrino Shopping Mall quer mostrar os atrativos de se trabalhar no Exército (como se as armas de brinquedo na infância não fossem atraentes o suficiente). Na mostra, roupas, equipamentos militares e aparelhos de comunica-ção que fazem parte da história do Exército. San Pelegrino Shopping Entrada gratuita | Av. Rio Branco, 425, São Pelegrino

l Sublimação | Até 2 de setem-bro. De segunda a sexta, das 8h30 às 16h

Na exposição, 16 obras da artista plástica de Flores da Cunha Dalva Belló. Ela explora os traços fortes e colagens para dar forma a suas obras. Esta é a última semana para quem quiser conferir a exposição. Galeria MunicipalEntrada gratuita | Casa da Cultura | 3221-3697

TAMBéM eM eXPOSiÇãO: Arte em xeque. Fotografia. Cole-tiva. De segunda a sexta-feira, das 8h às 22h30. Campus 8 da UCS. 3289-9000 | Arte em Macramê. Artesanato. Ana Marchioretto. De segunda-feira a sábado, das 9h às 18h30. Salão de Beleza iza (Os De-zoito do Forte, 1.420). 3223-7209 | Lições de um Jovem Fotógrafo. Fotografia. Walter Brugger. De terça-feira a sábado, das 9h às 17h. Museu Municipal. 3221.2423 | Olhos nos Olhos. Pintura. Rafael Dambros. De segunda a sexta-fei-ra, das 10h às 19h30, e domingo, das 16h às 19h. Catna Café. 3212-7348 | | imagens são lugares. Fo-tografia. Adriane Hernandez. De segunda a sexta-feira, das 8h às 22h30. Campus 8 da UCS. 3289-9000 | nosso Olhar. Fotografia. Coletiva. De segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e sábado, das 15h às 19h. | expomoda. Fotografia. Co-letiva. De segunda-feira a domin-go, das 10h às 20h. San Pelegrino Shopping. 3022-6700 | Barrocas. Colagem. Nana Corte. De terça-feira a sábado, das 17h às 22h. Boteco 13. 3221 4513 | Linha de Partida – Gravuras de iberê ca-margo. Gravura. iberê Camargo. De segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e sábado, das 15h às 19h. Ordovás. 3901-1316.

18 27 de agosto a 2 de setembro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

HiP HOP

eXPOSiÇãO

Edital de Citação de Interessados, Ausentes, Incertos e Desconhecidos - Usucapião

5ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: TRINTA (30) dias. Natureza: Usucapião Processo: 010/1.09.0046896-6 (CNJ:.0468961-24.2009.8.21.0010). Autor: Fabio Aurelio Grison e outros. Objeto: DECLARAÇÃO de domínio sobre o imóvel a seguir descrito. IMÓVEL: “Um terreno urbano, sem benfeitorias, localizado na Rua Catulo da Paixão Cearense esquina com a Rua Aleiro de Abreu, quadra 878, Bairro Presidente Vargas, neste Município de Caxias do Sul, com área de 378,78m², medindo e confrontando: ao Norte, por 31,45m com terreno de Fabio Aurélio Grison e Vagner Grison; ao Sul, por 31,68m com a Rua da Catulo da Paixão Cearense; ao Leste, por 12,00m com terreno de Fabio Aurelio Grison e Vagner Grison, ao Oeste, Por 12,00m com a Rua Aleixo de Abreu.”. Prazo de 15 dias para contestar, querendo, a contar do término do presente Edital (Art. 232, IV, CPC),sob pena de serem presumidos como verdadeiros os fatos alegados pelo(s) autor(es).

Caxias do Sul, 05 de agosto de 2011. SERVIDOR: Rosane Zattera Freitas. JUIZ: Silvio Viezzer.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

Page 19: Edição 91

No dia 26 de julho, um filho de Nazareno foi sequestrado. Nanetto Pipetta, o boneco mais querido do teatro caxiense, foi devolvido 32 horas depois de ter sido levado com o carro do artista. Desbravador do País da Cocanha, Nanetto já viajou o mundo e até fez show em espanhol para plateia tailandesa. “Ele é um ator. Apresenta todos os espetáculos como mestre de cerimônia”, conta o criador deste e de outros quatro persona-gens articulados com estrutura de arame, ofício que aprendeu quando trabalhava em uma metalúrgica mas já sabia que tinha nascido para ser artista. O sequestro virou piada nos shows de Nanetto, que uma vez morreu, resuscitou e fez graça com isso também. “No início, as crianças têm medo dele. Não porque acham feio, mas porque se assustam por ele ser tão vivo”, diz o bonequeiro. O enredo da morte marcou a estreia de Nazareno, com a irônica Mortinha, que falava dos “benefícios” do taba-gismo e chamava atenção pelas articulações, marca do artista. Uma das mortes mais vivas de que se tem notícia.

Nas primeiras vezes que Evandro pisou no linóleo, em 2001, foi para levar a irmã Roberta às aulas na Escola Preparatória de Dança (EPD). Logo, o garoto foi convidado para frequentar a EPD. Em 2004, entrou para o elenco da Cia. Municipal de Dança e não demorou para se tornar o destaque do grupo. Na última semana, o bailarino retornou de um ano de estudos na Áustria e apre-sentou o espetáculo Ménage – parceria com Luan de Lima e Daniel Medeiros. No curso na Salzburg Experimental Academy of Dance (SEAD), Evandro foi selecionado para ingressar direto no segundo ano e ganhou bolsa de estudos. Um patrocínio da Lei de incentivo à Cultura custeou a estadia. Além do apoio dos amigos e da bilheteria de Ménage, o bailarino deve inaugurar em breve o site www.serramundo.com.br para dividir experiências e angariar fundos para uma vida em euro. “Na Europa tem mais bailarinos, mais escolas e mais con-corrência. Mas também tem muito mais lugares para dançar”, explica Evan-dro, sobre os planos de carreira. Nas férias, ele curte a família e justifica no palco cada real que Caxias investe na dança.

NazarenoPaulo

EvandroPedroni

Mau

ríci

o C

onca

tto/

O C

axie

nse

Mau

ríci

o C

onca

tto/

O C

axie

nse

Cas

tro

da R

ocha

, Rep

rodu

çãoã

o/O

Cax

iens

e

Figurinos da Festa da Uva | clássicospor VéRA STeDiLe ZATTeRA

por MARceLO ARAMiS

No concurso das soberanas da Festa da Uva deste ano, cada candidata homenageará no vestido o traje de uma ex-rainha. É a primeira vez que a homenagem é clara e determinada, mas o hábito é antigo. Conforme a pes-quisadora Véra Zattera, autora do livro Figurinos de Vindima, lançado em junho, a inspiração é cíclica. “Nos vestidos, cada rainha homenageia uma anterior”. Isso explica por que as mangas amplas acenam – e espalham beijos pelo ar – em todas as edições da festa. Além da manga – a “calça jeans” do vestuário das soberanas –, Véra comenta outros coringas dos trajes das rainhas. Helena Luíza Ro-

binson, 1961 | A es-voaçante mas inabalável manga superou a guerra e 12 anos de interrup-ção na Festa. O vestido de Helena Robinson era mais curto – conforme Véra, uma característica da época – mas manteve os mesmos traços do tra-je de Odila. Um cinto de metal, outro clássico lan-çado pela segunda rainha, aparece como elemento principal do modelo.

Sílvia Slomp, 1986 | O cinto com brasão de Helena volta qua-se igual no traje de Sílvia Slomp. “A saia é um pouco recolhi-da e mostra a anágua branca”, descreve Véra, sobre mais um elemento do vestido de Odila, repetido em vários trajes da Fes-ta da Uva. O mais “recolhido” da lista é também o mais brilhoso. Porque, tradicionalismos à parte, era preciso brilhar nos 80.

cristina Bria-ni, 1991 | O ves-tido de Cristina não tinha o cinto metálico. Se tives-se, a generosa gola teria escondido o acessório. inspira-da no remoto traje siciliano, e usada sem modéstia no vestido de Cristi-na, a gola ampla é o quarto elemen-to do grupo dos imortais.

Priscila To-mazzoni, 2004 | A saia diagonal recolhida do traje da Sicília voltou no vestido que Prisci-la tomazoni usou no dia que recebeu a coroa. A gola co-piou o modelo de Cristina. As famo-sas mangas tam-bém não foram exclusividade da rainha enquanto embaixatriz.

www.ocaxiense.com.br 1927 de agosto a 2 de setembro de 2011 O Caxiense

Odila Zatti, 1934 | A segunda rainha da Festa da Uva foi a precursora da manga ampla, com a qual seria im-possível colher uvas. Véra explica: “As mangas grandes foram fundamentadas em um traje do sul da itália, da Sicília. E todos os figurinistas se espelharam”. Quando os vestidos típicos passaram a aparecer também nos desfiles do con-curso, além dos trajes oficiais das sobe-ranas, as mangas amplas caíram como luvas para o tal “efeito de passarela”.

Page 20: Edição 91

20 27 de agosto a 2 de setembro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Page 21: Edição 91

Se tivesse vencido o Cruzeiro no último sábado (20), o Ju pra-ticamente teria garantido a classi-ficação. Com o empate em 1 a 1, vai buscar neste sábado (27) uma vitória fora, contra o Metropoli-tano, adversário direto por uma vaga na próxima fase. Na roda-da anterior, a mudança no meio-campo, com a saída de Léo Marin-gá e a entrada de Nico Martínez, não teve o efeito esperado, e Picoli deve mudar de novo neste sábado. As principais jogadas ofensivas foram pelas laterais e, após a sa-ída de Alex telles, o Ju decaiu em

produtividade, improvisando An-derson Pico na lateral-esquerda e jogando com Celsinho pela di-reita. O meio-campo, destaque na competição, teve atuação apagada e não foi bem ofensivamente. Jú-lio Madureira e Zulu não tiveram bom aproveitamento na área e nem mesmo Cristiano, com suas jogadas individuais, conseguiu mudar a história do jogo. Fica a expectativa de que o apagão do último fim de semana tenha sido superado e que o Ju se apresente melhor em Blumenau, recuperan-do os pontos perdidos em Caxias.

Figura constante no Estádio Centenário, Eduardo Sachet foi fe-rido na última partida do Caxias, após uma confusão que come-çou na torcida xavante e contou, supostamente, com o envolvi-mento do massagista do clube de Pelotas, que teria lançado a bomba que atingiu a torcida grená na arquibancada, ferindo Sachet no rosto. integrante do Conselho de Notáveis do Caxias, Sachet se transforma em Bepe, o mascote grená, nas partidas no Centenário. Além de ter um torcedor ferido, o Caxias contabiliza um prejuízo de R$ 2.280 pelo destruição das instalações do clube pelos tor-cedores xavantes. O Caxias vai encaminhar a documentação com as imagens e os orçamentos para a Federação Gaúcha de Futebol.

O mínimo a comentar sobre o trio de arbitragem do jogo en-tre Caxias e Brasil de Pelotas é a falta de critério para conduzir a partida. É verdade que isso não comprometeu o placar, mas a expulsão de Souza, do Caxias, e de Rafael Xavier, do Brasil, não ficou clara nem mesmo na súmula do juiz Edivaldo Elias da Silva. Nela, o árbitro informa que a auxiliar tatiana Jacques de Frei-tas presenciou as provocações de Souza a Rafael Xavier e por isso expulsou o jogador do Caxias. A súmula diz também que Souza, após ser expulso, teria ido em direção a tatiana com o intuito de protestar e teve que ser con-tido pelos colegas. Só que o juiz não explica, no documento, por que expulsou o jogador xavante.

Sem dúvida a saída de Alex tel-les, após ter confirmado uma lesão no ligamento cruzado do joelho esquerdo na última terça-feira (23), é um perda considerável para o Juventude na disputa da Série D. Jovem revelação do time alviverde, telles tinha a titularidade garanti-da na lateral-esquerda e se firma-va como um dos jogadores mais importantes do time do técnico Picoli. A previsão de recuperação para lesão dessa gravidade é de seis meses, mas pode variar con-forme o atleta. Alex telles passou por cirurgia sexta (26) e espera voltar aos gramados em janeiro de 2012. O substituto imediato da posição é Rodrigo Crasso, mas Picoli também observou, duran-te a semana, Moisés, que atua pelo Ju na Copa Laci Ughini.

“Estamos na Uti. Com uma vi-tória, vamos para o quarto”. Foi com essa frase que o técnico Ar-gel definiu a situação do Caxias na Série C quando desembarcou no Centenário. A vitória não veio contra o Joinville no dia 14, mas chegou no último domingo (21), no clássico gaúcho contra o Brasil de Pelotas. E os três pontos vieram com ótima atuação, com destaque novamente para têti e Pantico

(autor dos dois gols grenás), Sou-za na zaga, Rodrigo Heffner na lateral-direita e Ramos no meio-campo. Além disso, o Caxias deu sorte: com o empate entre Santo André e Joinville, deixou a lanter-na do grupo. Motivação de sobra para, neste domingo, tentar ven-cer o time de Santa Catarina em Joinville e, no quarto, começar a pensar na alta, a classificação à próxima fase da Série C.

Pegaram o Bepe

Sem critério

Fora até 2012

RecUPeRAÇãO FORA De cASA

AGORA, O cAXiAS QUeR TeR ALTA

Dupla

por JAnine STecAneLLA | [email protected]

www.ocaxiense.com.br 2127 de agosto a 2 de setembro de 2011 O Caxiense

Rodr

igo

Fatt

uri,

S.E.

R. C

axia

s/O

Cax

iens

eM

aurí

cio

Con

catt

o/O

Cax

iens

e

Mau

ríci

o C

onca

tto/

O C

axie

nse

Mau

ríci

o C

onca

tto/

O C

axie

nse

Mau

ríci

o C

onca

tto/

O C

axie

nse

Page 22: Edição 91

Recomenda

Recomendal Voges x Marcopolo | Sába-do, às 13h30

Voges e Marcopolo se enfren-tam em Caxias. Mas calma, as indústrias não estão disputando mercado. São os times de voleibol feminino das empresas que deci-dem qual é a melhor equipe da cidade, pelo campeonato do Sesi.Ginásio da MarcopoloEntrada gratuita | Rio Branco, 4.889, Ana Rech

l UcS x Paladino/Sogil | Sá-bado, às 16h

O grande objetivo é ficar en-tre as quatro melhores equipes e se classificar à próxima fase do Campeonato Gaúcho de Vôlei Fe-minino. Uma vitória sobre o ad-versário de Gravataí pode colocar a UCS na zona de classificação. Vila Olímpica da UcS

Entrada gratuita | Francisco Getú-lio Vargas, 1.130, Petrópolis

l Juventude x Lajeadense | Domingo, às 15h

Na Copa Laci Ughini as coisas não vão tão bem para o Ju. Com dois jogos, a equipe caxiense fez só um ponto. Domingo passado, perdeu fora para o Santo Ângelo e ficou na lanterna do grupo.estádio Alfredo JaconiR$ 10 (arquibancadas), R$ 5 (es-tudantes e aposentados) | Hércules Galló, 1.547, Centro

l Metropolitano x Juven-tude | Sábado, às 15h

No último final de semana, o Ju decepcionou em casa e cedeu o empate de 1 a 1 ao Cruzeiro-Poa. Agora, o alviverde quer derrotar o Metropolitano em Blumenau

para grudar no líder Cianorte, que descansa nesta rodada. estádio do SesiR$ 25 (arquibancada) e R$ 12,50 (estudantes e idosos) | Itajaí, 3.434, Vortan | Blumenau

l Joinville x caxias | Domin-go, às 16h

A tarefa não é nada fácil: vencer o líder do grupo fora de casa. Mas o Caxias precisa derrotar o Join-ville se quiser mesmo se distan-ciar do rebaixamento – ou, como diria o técnico Argel Fucks, “sair da Uti”. Depois da vitória sobre o Brasil de Pelotas, no último final de semana, os grenás passaram a respirar um pouco melhor na Sé-rie C, mas o time ainda precisa da ajuda de “aparelhos”.estádio Arena Joinville R$ 25 (arquibancada), R$ 12,50 (estudantes e idosos), R$ 35 (cadei-ras 1) e R$ 45 (cadeiras 2) | Inácio Bastos, 1.084, Bucarein | Joinville

l caxias x LUBA | Sábado, às 19h

O Caxias estreia no Campeona-to Estadual de Basquete Masculi-no contra a LUBA de Uruguaia-na. Neste ano, o time local passa a agregar o nome Festa da Uva. clube Juvenil R$ 3 (antecipado) e R$ 5 (na hora) | Victório Buzelatto, Madureira

l 9ª copa Farmácia do ipam | Sábado, a partir das 19h, e domingo, a partir das 9h

Seis jogos movimentam o cam-peonato feminino da noite de sá-bado e à manhã de domingo. Ginásio do Santa catarina Entrada gratuita | Matheo Gia-nella, 1.160, Santa Catarina

22 27 de agosto a 2 de setembro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Guia de Esportespor Vagner espeiorin | [email protected]

FUTeBOL

VÔLei BASQUeTe

FUTSAL

Edga

r Va

z, Ju

vent

ude/

O C

axie

nse

Futebol profissional em Caxias no fim de semana, só na Copa Laci Ughini: time B do Ju recebe o Lajeadense

Page 23: Edição 91

Renato [email protected]

Em atendimento a uma reivin-dicação da bancada oposicionista, chegou à Câmara durante a semana o projeto do Executivo para desa-propriação de terras que vão pos-sibilitar a construção do sistema Marrecas.

A desapropriação das áreas onde está sendo instalado o Sistema obe-

deceu a um desdobramento inédito. “Buscou-se o entendimento amigá-vel”, ressalta o texto do projeto.

Dessa forma, foram considera-dos para fixação dos valores dos terrenos desapropriados: descrição do imóvel, estudo e diagnóstico de mercado, além da tradicional ava-liação de benfeitorias.

O complexo da Estação Ferroviá-ria ficou abandonado por 20 anos. Agora, a Procuradoria da União quer que a prefeitura recupere em um mês aquilo que não foi feito em duas décadas.

Somente no início de julho o ins-tituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (iphan) aprovou o projeto de recuperação das anti-gas garagens dos trens (foto), pro-

posto pela prefeitura após a cessão de uso para o Município. É preciso agora um espaço de tempo para que o trabalho seja encaminhado.

Aliás, está na hora de a União doar pura e simplesmente toda a área da extinta RFFSA para a co-munidade caxiense, e não apenas cedê-lo por determinado período. A Estação Ferroviária é marco ofi-cial da cidade.

Avessa a badalações literárias, a escritora gaúcha Lya Luft abrirá uma exceção para Caxias do Sul.

Ela aceitou convite para par-ticipar da programação da Feira do Livro deste ano.

Os investimentos anunciados na semana que passou pela di-reção do Hospital Pompéia vêm na contramão da crise que atinge os hospitais filantrópicos gaú-chos – e que o governo tarso Genro (Pt) insiste em ignorar. Por uma questão de sobrevivência, o Pompéia terá até junho do ano que vem um centro clínico e uma nova Uti, entre tantas iniciativas que, além de outras intenções, preten-dem suprir a falta de leitos hospi-talares na cidade. Em oito anos, o hospital investirá R$ 18 milhões.

Para sobreviver

Presença de Lya

Desapropriações

Patrimônio caxiense

Vereadores petistas querem a “cabeça” do secretário do Meio Ambiente, Adelino teles, e a res-ponsabilização dos servidores públicos envolvidos no acidente que provocou a morte da Áurea Maria teixeira, 48 anos, ocorrida sába-do passado (20), no Desvio Rizzo. Rodrigo Beltrão pediu a demissão de teles. Denise Pessôa chamou os servidores de “despreparados”.

No auge do bom senso, o ve-reador Edio Elói Frizzo (PSB) lembrou a necessidade de caute-la e sensibilidade dos colegas.

“A pior política que pode existir é aquela de tirar proveito sobre a desgraça dos outros. Cabe à polícia e ao Poder Judiciário se encarre-garem de investigar e esclarecer a situação”, declarou Frizzo.

A audiência pública realizada pela Comissão de Legislação Par-ticipativa e Comunitária da Câ-mara, que tratava sobre Feira de Economia Solidária, na quinta-feira (25), contou com a participação de uma das assessoras políticas do vereador Daniel Guerra (PSDB).

A presença inusitada foi anun-ciada pelo presidente da comissão, vereador Rodrigo Beltrão (Pt), por tratar-se de uma pessoa até então desconhecida na Câmara.

Desgraça

Muito prazer

Muito antes do esperado, foram definidas as primeiras ações para a construção do novo aeropor-to. Grupo de trabalho designou o Departamento Aeroportuário do Estado para elaborar o proje-to executivo. Além disso, decidiu algumas especificações técnicas que nortearão o planejamento da obra.

Por exemplo: a pista do futuro terá 3,1 mil metros (o que permitirá operações com aviões de grande porte), o pátio terá 40 mil m² e o terminal de passageiros, 5 mil m².

O número de assaltos a ôni-bus na cidade está perto dos 50 – apenas no mês de agosto.

A Brigada Militar, ao contrário do que poderia parecer, não se encontra alheia à situação. Apenas se queixa do velho problema enfren-tado pelas forças policiais devido a uma legislação frouxa: a Brigada prende os assaltantes, a Justiça solta.

Vereador Gustavo toigo (PDt) e prefeito José ivo Sartori foram felizes em seus pronunciamen-tos na homenagem prestada pela Câmara aos 50 anos da Campanha da Legalidade.

Ambos lembraram a importância do movimento liderado por Leonel Brizola, para o qual os veículos de comunicação – de forma especial o rádio – tiveram papel decisivo. Ficou no ar uma pergunta: como seria hoje o comportamento da imprensa em relação à Legalidade?

A secretária municipal da Saú-de Maria do Rosário Antoniazzi, que tem um trabalho reconhecido apesar de todas as adversidades, cometeu um erro estratégico ao propor a terceirização do serviço do Samu. Não é o momento adequado para reformulação tão radical (e, segundo muitas fontes, necessário).

Há que se ter condições políticas para implementar determinadas ações. E há que se ter grandeza, como ela teve, para saber recuar.

Para os que se surpreenderam com a pauta da reunião da última quarta-feira (24) do secretariado municipal – “as repercussões da crise financeira nas atividades da administração municipal” –, a resposta está com os cortes or-çamentários feitos pelo prefeito José ivo Sartori (PMDB). A deter-minação é de manter apenas as obras essenciais em andamento.

na era do jato

Velho problema

Apoio democrático

Recuo que engrandece

crise internacional

O processo eleitoral no PMDB caxiense não vai esperar o final da Festa da Uva, como quer o prefei-to José ivo Sartori. O início dele está marcado para 25 de setembro, quando ocorrerá a convenção mu-nicipal do partido, em que serão es-colhidos o novo diretório e o novo presidente.

Serão os novos integrantes do di-retório os responsáveis pela condu-ção dos rumos que o PMDB toma-rá na campanha municipal do ano que vem. Ou seja, decidirão se sai com candidatura própria ou apenas apoia o pedetista Alceu Barbosa Velho (apresentando o candidato a vice).

PMDB Se MeXeeM SeTeMBRO

www.ocaxiense.com.br 2327 de agosto a 2 de setembro de 2011 O Caxiense

“Será necessário rediscutir a estrutura do serviço, visando qualificar o

atendimento prestado à comunidade”Secretária Maria do Rosário Antoniazzi, da

Saúde, ao anunciar a suspensão do edital paracontratação de funcionários terceirizados para o Samu.

Mai

con

Dam

asce

no, A

rqui

vo/O

Cax

iens

e

Page 24: Edição 91