Edição 94

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Setembro | 2011 |S17 |D18 |S19 |T20 |Q21 |Q22 |S23 Ano II R$ 2,50 94 A vida é uma festa: o aniversário de Paulo Gargioni Quando as escolas recebem o boletim De “leopardo” a recordista mundial de dança Renato HENRICHS Da corte ao parlamento? Rainha Tatiane Frizzo quer reinar na Câmara de Vereadores Não falta serviço em Caxias: o setor vem puxando a geração de empregos Roberto HUNOFF Vasco Machado,/O Caxiense ORGULHO ESFARRAPADO Degola, estupro, venda de escravos, corrupção, indenizações com notas frias. Segundo o escritor Juremir Machado da Silva, essa é a verdadeira Revolução Farroupilha – “uma revolução da Farsul com método das Farc”–, muito distante da versão ufanista comemorada pelos tradicionalistas

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Degola, estupro, venda de escravos, corrupção, indenizações com notas frias. Segundo o escritor Juremir Machado da Silva, essa é a verdadeira Revolução Farroupilha – “uma revolução da Farsul com método das Farc”–, muito distante da versão ufanista comemorada pelos tradicionalistas

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Setembro | 2011|S17 |D18 |S19 |t20 |Q21 |Q22 |S23

Ano ii

R$ 2,50

94A vida é

uma festa:o aniversário de

Paulo Gargioni

Quando as escolas

recebem o boletim

De “leopardo” a recordista

mundial de dança

RenatoHenRicHS

Da corte ao parlamento?

Rainha tatiane Frizzo quer reinar

na Câmara de Vereadores

Não falta serviço em Caxias: o setor vem puxando a geração

de empregos

Roberto Hunoff

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2 17 a 23 de setembro de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Índice

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www.ocAXienSe.com.br

Redação: Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Felipe Boff (editor), Gesiele Lordes (estagiária), Jaisson Valim (editor), Janine Stecanella, José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor), Maurício Concatto, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Vagner Espeiorin (estagiário)comercial: Pita Losscirculação/Assinaturas: tatyany Rodrigues de OliveiraAdministrativo: Luiz Antônio Boffimpressão: Correio do Povo

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para [email protected]. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal o caxiense Ltda.Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471Fone 3027-5538 | E-mail [email protected]

@caliTroian o que falta é mão de obra qualifi-cada para o setor de serviços. #geraçãodeem-pregos

@jeanberlanda Ainda bem que contamos com @ocaxiense para o bem da democracia nos meios de comunicação locais. Menos azia, mais alegria! #imprensa

@rafapretto Para aumentar o número de vere-adores não precisou audiência pública... Engra-çado isso, não? #tremregional

A foto da capa desta semana com as soberanas está linda! E o

conteúdo como sempre. Parabéns!Luana Lacerda

Rainha Tatiane pré-candidata a vereadora |Jesus... A moda chegou em Caxias!

Fernanda Verona

Como o mundo evoluiu, pelo menos para maioria de nós, vem a tatiane mostrar que, além de excelente representante caxiense e da nossa Festa da Uva, também é uma mulher com todas as qualidades do gênero: inteligente, comunicati-va, extremamente batalhadora, cumpridora de seus deveres e, acima de tudo, uma jovem equilibrada. Atributos estes faltantes na política atual.

Ivana Pioner

notas das candidatas a rainha |A Festa Nacional da Uva não merece essas embaixatrizes.

tivemos tantas festas onde as embaixatrizes contribuíram e, com certeza, tiveram o retorno da comunidade. A essas meninas, falta maturidade e também orientação.

Eloisa Venzon Francisco

Sem entrar no mérito, estamos em tempos de transparên-cia total!! Mas, fazer o quê, né... para uns transparência e democracia é só discurso! Em 2012 será diferente, espero.

Luis Fernando Possamai

capa da edição 93 |Minha demanda se relaciona com a forma grosseira – da

grossura de uma parede de igreja ou de um parafuso de patrola – com que a capa da última edição se referiu às em-baixatrizes. A opinião pública em favor delas é um massacre. Coisa de 100 para 1. O público só está fazendo aquilo que seria obrigação da comissão da festa: protegê-las. Pois as embaixatrizes são um patrimônio caxiense tão importante quanto a rainha da festa.

Ronald Cavagnoli Soares

Agradecemos | A Vasco Machado, por permitir o uso de suas pinturas para a ilustração da capa e da entrevista com Juremir Machado da Silva sobre a Revolução Farroupilha. Suas obras sobre o tema estão expostas até terça-feira (20) nos Pavilhões da Festa da Uva (leia no Guia de Cultura).

A Semana | 3As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4Mais emprego nos serviços, menos na indústria: como isso afeta o poder de compra do caxiense?

o caxiense entrevista | 5Juremir Machado da Silva não sabe seo bairrismo amplificou a RevoluçãoFarroupilha ou foi o contrário

educação | 8A nota de Caxias no Enem ficou acimada média, mas dá pra melhorar

Recordes caxienses | 10O que leva uma pessoa a ficar mais de cinco dias dançando?

coluna social | 12Paulo Gargioni, um príncipe decano em sociedade

HQcX | 15Quando havia esperança em Vênus

Guia de cultura | 16Diva para enfeitar filme francês e atores pendurados na fachada da igreja

Artes | 19Uma nova arte e um novo hino para o tradicionalismo

Dupla cA-Ju | 20A sorte grená e o passeio cauteloso do Ju por Santa Catarina

Guia de esportes | 21Com o futebol profissional longe, a Bola ao Mato fica para o golfe

Boa Gente + Top 5 | 22Um mito na fotografia, um fenômeno no teatro e os prédios mais importantesda arquitetura caxiense

Renato Henrichs | 23Fora da corte e dentro do DEM, tatiane Frizzo quer concorrer a vereadora em 2012

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www.ocaxiense.com.br 317 a 23 de setembro de 2011 O Caxiense

A Semanaeditada por Jaisson Valim | [email protected]

Com as soberanas escolhidas, a Festa da Uva começa a intensifi-car os preparativos para o evento em si. A partir do próximo mês, inicia a venda de lotes mínimos de 100 ingressos, destinados a agências de turismo e empresas.

Os ingressos normais custarão R$ 7 entre segunda-feira e quin-ta-feira. O valor se eleva para R$ 10 entre sexta-feira e domingo. O preço do bilhete para as arquiban-cadas do desfile alegórico será de R$ 25. A festa ocorrerá entre 16 de fevereiro e 4 de março.

festa da uva inicia venda de ingressos em outubro

Praça Dante se prepara para receber os livros

cartórios registram 14 uniões gays neste ano

cartas reescrevem polêmica das notas

SeGunDA | 12.set

QuARTA | 14.set

QuinTA | 15.set

SeXTA | 16.set

TeRÇA | 13.set

um destino ecológico para o celular tijolão de seu avô

O que fazer com o celular tijolão do seu bisavô, o computador 286 que toma pó no porão ou aque-la impressora que não imprime mais? Os moradores de Caxias do Sul ganharam mais uma semana para entregar essas tralhas à Cam-

O Supremo tribunal Federal (StF) tomou uma decisão histó-rica para a causa homossexual em maio, mas Caxias ainda não sentiu reflexos diretos. A corte reconhe-ceu a união homoafetiva como entidade familiar. Mesmo assim, a quantidade de registros nos car-tórios se manteve estável, na ob-servação dos escreventes locais. Foram 14 casos desde o início do ano.

Conforme o instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (iBGE), Caxias tinha, em 2010, 131 casais declarados gays. É o quarto maior número do Estado, atrás de cida-des como Porto Alegre e Pelotas.

Os Correios estão em greve, mas embaixatrizes e organizadores da Festa da Uva deram um jeito de trocar cartas. Os textos, é óbvio, retomam a polêmica do mês: o evento deve divulgar as notas da escolha da rainha?

Sim, reivindicaram as ex-can-didatas, que lançaram a primeira carta em seus perfis no Facebook. Elas defendem que, depois de três meses de dedicação no pré-con-curso, têm o direito de saber por que perderam a faixa de rainha ou princesa. “Não estamos ques-tionando a escolha realizada, mas sim a transparência do processo”, argumentam.

Horas depois, a Comissão Co-munitária respondeu “não à di-vulgação do resultado” em texto por e-mail, com um argumento à moda Arnaldo, comentarista de arbitragem da Globo: “as regras do concurso são claras”: “A grande-za da Festa Nacional da Uva está acima de interesses particulares e eventuais divergências”.

Espaço para descanso e, claro, para leitura, Leiturário será a principal novidade da Feira do Livro, que já começa a se instalar na praça

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A principal novidade da Feira do Livro não figura na lista gigante de atividades previstas para os dias 30 de setembro a 16 de outubro. Na área do chafariz da Praça Dante Alighieri, os organizadores cons-truirão um Leiturário, um espaço

panha de Recolhimento de Resí-duos Eletrônicos e telefonia Pós-Consumo e fazer um “H” com o ambiente. A iniciativa terminaria no dia 13, mas foi prorrogada até quarta-feira (21).

O adiamento do prazo pode le-var à impressão de que a campa-nha colhe resultados negativos. Pelo contrário. Até segunda-feira, ela já havia recolhido 50 toneladas – mais do que o dobro da meta ini-cial e nada menos do que a metade da expectativa projetada para todo o Estado.

Os interessados devem fazer suas doações na Secretaria Muni-cipal do Meio Ambiente (Av. Ru-bem Bento Alves, 8.380).

para que os participantes descan-sem ou aproveitem para dar a pri-meira espiada no motivo principal da festa.

A programação prevê a partici-pação de escritores como Fernan-do Morais, Lya Luft e Ana Maria Machado.

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Roberto [email protected]

A Escola de Formação Profissio-nal Voges deu início nesta semana a mais dois cursos reunindo 40 alunos: o de operador de usinagem é oferecido pela primeira vez e o de auxiliar de metalurgia tem sua segunda edição. Para estes cursos a escola recebeu 200 inscrições, de jovens de 16 a 23 anos, com média de cinco por vaga, uma das maio-res desde o início das atividades em 2006. Em cinco anos já foram formados 122 profissionais e mais 40 encerram cursos em novembro.

Na Conferência do trabalho Decente, realizada na última sema-na em Caxias como preparação ao encontro estadual, uma denúncia muito grave. O gerente regional do Ministério do trabalho, Vanius Corte, confirmou mais de 20 casos de trabalho escravo na cidade. Anu-almente a gerência fiscaliza 3 mil empresas locais. também ficaram evidentes visões antagônicas sobre um mesmo tema. Enquanto Eremi Melo defendeu a redução da jornada como forma de melhorar a qualida-de de vida dos trabalhadores, Antô-nio Barreto, que representou os em-presários, insistiu em investimentos na educação. Segundo ele, a falta de escolaridade faz com que essas pessoas sejam alvo de exploração.

Embarca neste sábado (17) para a Alemanha um grupo de 26 em-presários e representantes de em-presas metalmecânicas da região, que forma a 21ª missão técnico-comercial do Simecs ao Exterior. O programa terá visita às feiras iAA, maior do mundo no segmen-to de automóveis, em Frankfurt, e EMO, de máquinas, equipamen-tos e serviços, em Hannover.

De um lado, um público de 820 apreciadores de vinho. De outro, um painel de 16 comentaristas espe-cializados no assunto. E nas cente-nas de taças o mesmo vinho sendo degustado por todos ao mesmo tem-po. Este é o cenário da 19ª Avaliação Nacional de Vinhos – Safra 2011 – marcada para o próximo sábado (24), no Parque de Eventos de Bento Gonçalves. Neste ano foram inscri-tas 383 amostras por 72 vinícolas, recorde das edições, das quais 16 fo-ram selecionadas por 120 enólogos.

Em muitas cidades brasileiras o setor de serviços é o grande gerador de trabalho e renda. Na economia de Caxias do Sul sua participação é de 29,6%, mas em franca expansão. Não por nada é que acumula alta de 13,2% no desempenho acumulado no ano, bem acima dos 6% obtidos por indústria e comércio. Outro pa-râmetro para identificar mudanças na economia local é a geração de empregos neste ano. As atividades de serviços abriram 3.398 vagas formais em oito meses, apenas 16 a menos do que a indústria, sempre a grande geradora de trabalho na cidade. Na comparação com o mes-mo período de 2010, as novas vagas no setor de serviços representam alta de 81%, enquanto na indústria a queda é de 63%.

o professor de economia do

trabalho, Moisés Waismann, ob-serva que uma das razões para a queda no número de empregos na indústria, ainda a maior emprega-dora com 54% das 172 mil vagas formais, é o forte processo de auto-mação em várias atividades. O pre-sidente do Simecs, Getúlio Fonseca, alertava meses atrás para esta rea-lidade, projetando desaceleração na geração de empregos. Já a justi-ficativa para a forte expansão dos empregos nos serviços é a condição de polo regional da cidade, em es-pecial nas áreas da saúde e educa-ção. Uma questão que se impõe: na indústria a remuneração é maior do que nos serviços. Esta mudança pode, no futuro, vir a interferir no poder de compra do caxiense? Ou já está interferindo, considerando que a inadimplência vem crescendo a cada mês?

A prefeitura de Caxias do Sul chegou a conversar com dirigen-tes da Paccar, montadora norte-americana de caminhões que instalará unidade no Brasil. Na última semana a multinacional anunciou que fabricará seus veícu-los em Ponta Grossa, no Paraná.

A Paccar vai investir US$ 200 milhões e gerar 500 empregos diretos a partir de 2013. Mas ha-verá compensação. É aguardado para breve o anúncio de uma montadora de chassi na cidade.

Menos de um mês depois de anunciar estudos para apurar a via-bilidade econômica de nova parce-ria na Rússia, a Marcopolo assinou na última semana documento fir-mando compromisso com o grupo Kamaz para a constituição de joint-venture comercial. A sociedade ini-cia operações em 2012, projetando a venda de 250 micro-ônibus, veículo que inicialmente será o único dis-

ponível para venda. A Marcopolo entrará com a carroçaria, enviando do Brasil para montagem na Rússia componentes mais complexos, en-quanto os básicos serão fornecidos pela unidade da China. No Brasil a produção segue acelerada em três turnos, seis dias por semana – em alguns setores até no domingo – para atender a carteira já completa de pedidos até o fim do ano.

A implantação das normas do Proconve P7, para reduzir a emis-são de poluentes, deverá causar aumento de 15% no preço dos ca-minhões a partir de janeiro. A pre-visão é do CEO da MAN Lantin América, que detém 30% do mer-

cado no Brasil, Roberto Cortes. A empresa apresentou os produtos adequados à nova legislação em co-letiva de imprensa no Rio de Janei-ro nesta sexta-feira (15), antecipan-do os lançamentos para a Fenatran, que ocorre em outubro.

O indicador oficial da inflação de Caxias do Sul, o Índice de Preços ao Consumidor (iPC), acumula alta de 7,8% em 12 meses. Está acima do indicador de Porto Alegre e de São Paulo, e do iPCA medido pelo iBGE, e mantém paridade com o iGP-Di da Fundação Getúlio Vargas. Já em relação à meta, 4,5%, e do limite esti-pulado pelo governo para a inflação do ano, 6,5%, todos estão acima. Na cidade o peso maior vem do grupo de educação, leitura e recreação, com 10%, seguido por vestuário com 9,27%, e alimentação com 8,86%. Mas por conta do vestuário, que apresentou redução de preços na or-dem de quase 2%, o índice de agosto foi o segundo menor em 12 meses, apenas 0,04%, abaixo somente de março, que teve deflação de 0,29%. O problema de agosto foi alimenta-ção, com alta de 1,2%. O trabalho do instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais da UCS aponta pães e bis-coitos como os vilões do mês, com elevação de 8,8%. Esta situação se confirma na cesta básica de agosto: aumento de 1,39%, para R$ 547,15.

Disputa acirrada

Trabalho escravo

Missão técnicaAvaliação da safra

Perda

Mais uma sociedade

caminhões 15% mais caros

Acima da média foRÇA DoSSeRViÇoS

A empresa Transportes Panex distribuirá na quarta-feira (21), na Praça Dante Alighieri, 5 mil mudas de árvores. O objetivo é amenizar a poluição que as atividades da trans-portadora podem causar ao meio ambiente.

O diretor de relações governamen-tais e institucionais da MAn Latin America, Marco Antônio Saltini, palestrará na quarta-feira (21), na reunião-almoço da CiC, alusiva aos 20 anos SAE Brasil. Falará sobre o mercado automotivo brasileiro.

Curtas

Geração de empregos por atividade econômicaacumulada até agosto

indústria | 76% (9.200)

Serviços | 15,5% (1.877)

comércio | 9% (1.071)

construção | 1,5% (179)

outros | - 2% (- 269)

indústria | 39% (3.415)

Serviços | 38,8% (3.398)

comércio | 13% (1.151)

construção | 8% (679)

outros | 1,2% (104)

2010 | Total: 12.0582011 | Total: 8.747

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por JAiSSon [email protected]

repare-se para rever tudo o que você já ouviu falar sobre a Revo-lução Farroupilha. Auxiliado por uma equipe de pesquisadores, o historiador, escritor e jornalista Ju-remir Machado da Silva leu mais de 15 mil documentos e uma in-finidade de livros sobre o aconte-cimento que motiva uma série de comemorações pelo Estado até o feriado de terça-feira (20). O resul-tado é tão devastador como a Ba-talha de Porongos, que aniquilou a tropa rio-grandense em 1844: ele desconstrói o mais emblemático episódio da história gaúcha nas 344 páginas de História Regional da infâmia (L&PM, R$ 48).

Diante da lança de Juremir, nada fica em pé. Segundo o intelectual, a Revolução Farroupilha foi uma revolta que não tinha intensa ade-são popular nem objetivo aboli-cionista e usou métodos análogos aos das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, or-ganização de guerrilha política li-gada ao narcotráfico). Nem heróis, como Bento Gonçalves e o general Antônio de Sousa Neto, escapam da mira do jornalista, que recebeu o jornal O CAXiENSE na PUCRS, em Porto Alegre, onde ele coorde-na o curso de Pós-Graduação em Comunicação Social.

uma das suas propostas com o li-vro é mostrar o que é história e o que é mito na Revolução farrou-pilha. Que mitos perduraram?

Historiadores, folcloristas, entu-siastas foram construindo o relato sobre a Revolução Farroupilha que nem sempre encontra respaldo nos documentos oficiais. Quan-do se olha para trás, parece que a Revolução Farroupilha foi um movimento de estancieiros abo-licionistas e defensores da liber-dade acima de tudo, com intensa adesão popular, imaculada e tudo mais. Quando a gente vai para os documentos, não é assim. Foi um movimento de produtores rurais – a Farsul (Federação da Agricul-tura do Estado do Rio Grande do Sul) da época – insatisfeitos com uma série de coisas: impostos al-tos, concorrência do charque lati-no, desatenção do governo central com o Rio Grande do Sul, tudo aquilo que é legítimo. também uma série de militares estava aqui em uma espécie de geladeira. Eles tinham se envolvido em polêmicas em 1831 quando da abdicação de Dom Pedro i. Estavam insatisfei-tos e começaram a conspirar. Jun-ta isso com uma crise em 1834: o surto de carrapatos prejudica for-temente o rebanho. Some-se isso a outra causa que pouca gente lem-bra. A grande causa da Revolução Farroupilha é a independência do Uruguai. Nossos produtores ti-nham campo no Uruguai. Eles iam e vinham com seu gado. Quando

o Uruguai se torna independente, esse ir e vir já não pode mais exis-tir. Passa a ter a questão alfande-gária, e eles se sentem altamente prejudicados, perdem os melhores pastos. Os produtores rurais e mi-litares insatisfeitos promovem uma manifestação cujo intuito inicial é pressionar o governo central. isso não tem nada de popular. isso não tem nada de revolução para ins-taurar uma nova ordem social. No início, eles não eram republicanos. Eram monarquistas. Aos poucos, a sequência dos fatos vai radicali-zando o movimento e obrigan-do a novas posições. Aqueles que olham hoje com entusiasmo só veem idealizações.

Qual a maior novidade do livro?Para financiar o trem de guerra,

Domingos José de Almeida – cé-rebro e tesoureiro do movimen-to – precisa vender seus negros no Uruguai. Em outro momento, a Revolução Farroupilha vai ofe-recer liberdade aos negros – es-pecialmente escravos dos impe-riais – para que eles lutem pelos farroupilhas. Em caso de vitória, eles seriam libertados. Mas isso é uma estratégia. Mesmo quando foi discutida uma Constituição, que não chegou a ser votada, não se previa a libertação dos escravos. Ela mantinha a escravidão. O pon-to principal: a Revolução Farrou-pilha não foi abolicionista. Outro detalhe: a Revolução depois vai ter um grande racha. Por quê? Cor-rupção. Vicente da Fontoura acusa Domingos de Almeida e até Bento Gonçalves de terem se corrompi-do. Ao final, ainda há o que chamo de “Bolsa Revolução Farroupilha”. O império indeniza 300 pessoas, inclusive Bento Gonçalves. Vicen-te da Fontoura é encarregado de fazer a distribuição dos recursos. Ele narra isso num texto chama-do “Os quatro dias do inferno”. No texto, ele diz que o pessoal, para tentar ganhar mais, faz de tudo, principalmente notas frias. Na Re-volução Farroupilha, tem de tudo um pouco: degola, estupro, venda de negros para financiar o movi-mento, corrupção e, por fim, inde-nizações e notas frias.

Houve traição na Batalha de Po-rongos (o último grande confron-to da Revolução Farroupilha, em 1844, onde hoje fica o município de Pinheiro Machado)?

O episódio tem várias facetas. tem a famosa carta assinada por Caxias, cuja assinatura é verdadei-ra, mas ainda é discutível se aqui-lo foi assinado antes ou depois de Porongos apenas para fazer uma intriga contra Canabarro. Eu mos-tro no livro que existem outros ele-mentos, exteriores à carta (em que Caxias ordenaria o ataque em ra-zão de um suposto acordo com o co-mandante das tropas farroupilhas, David Canabarro, que teria se com-prometido a não resistir), que são

o caxiense entrevista

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www.ocaxiense.com.br 517 a 23 de setembro de 2011 O Caxiense

“O mitO é mais útil dO que a história”Escritor Juremir Machado da Silva desconstrói a Revolução Farroupilha: um levante sem interesse abolicionista, cujos heróis não foram tão heróis assim

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acachapantes. A irmã do general Neto ficou sabendo da aproxima-ção das tropas adversárias, man-dou uma pessoa avisar Neto, que mandou avisar Canabarro, que, ao saber, mandou tirar o cartucha-me de sua infantaria. São detalhes descritos minuciosamente pelo tenente Caldeira, participante dos lanceiros. Nós temos indícios pe-sados de que houve, ali, uma trai-ção. Acontece que essas coisas são discutidas por muitos ângulos. No dia seguinte, houve, sim, uma traição. Os mortos desarmados não eram lanceiros. Eram infantes. Os lanceiros lutavam a cavalo com suas lan-ças. Os infantes luta-vam a pé com arma de fogo. E o que di-zem os documentos? Só tem documento para falar. Canabar-ro mandou tirar o cartuchame, não as lanças. Então, é muito provável que os lanceiros também tenham morrido, outros fugiram, mas os infantes a pé e sem munição é que foram massa-crados. Os lanceiros eram negros. E os infantes, será que eram tam-bém? Fica uma brecha. Certamen-te, havia infantes brancos. Mas, na época, os gaúchos brancos não queriam lutar a pé. Era infamante lutar a pé. O gaúcho branco e não escravo ia a cavalo. A maioria es-magadora dos infantes era com-posta de negros. Então, todos esses caminhos levam a fortíssimos in-dícios de que houve traição.

o senhor diz que Bento se envol-veu em corrupção, mas a história oficial diz que ele morreu pobre.

Ele não morreu pobre. No livro, eu descrevo – como faz também (o historiador norte-americano) Spencer Leitman – o que ele dei-xou. Ele morre dois anos depois da Revolução, depois de ter dito que voltava para casa como o homem mais pobre do mundo, mas morre rico e deixa mais de 50 escravos.

Quem lê o livro fica com a im-pressão de que a Revolução far-

roupilha tem uma dimensão menor do que aquela dada pela história oficial. É um episódio superdimensionado?

Com certeza. É um movimento regional, como aconteceram ou-tros na Regência. É verdade que foi o que mais tempo durou – até pelo fato de que era produzido pe-las nossas elites, ao contrário dos outros, e o império teve mais cui-dados. O que aconteceu foi uma guerra de guerrilha: uma embos-

cada aqui, uma em-boscada ali e segue em frente, de vez em quando alguém se interna no Uruguai para fugir da per-seguição e depois volta. É hiperdimen-sionada. Eles não es-tavam proclamando uma República para fazer um país de homens livres, sem escravos e que todos

fossem iguais. Não! Eles estavam defendendo seus interesses, de fa-zendeiros.

o senhor falou em guerrilha. no livro, compara o movimento far-rapo com as farc. isso não é pro-vocação de um polemista?

Claro que é uma provocação. Era uma Revolução da Farsul da época. Era de produtores rurais em defesa de seus interesses, como pagar menos impostos e receber mais atenção do governo central. Exatamente como a Farsul faz hoje. Mas os métodos eram dife-rentes. A Farsul não usa esse mé-todo. E quais eram os métodos da Revolução Farroupilha? Saque à propriedade adversária, degola, sequestro, tudo que as Farc usam. Os homens daquela época usavam esse método e os adversários tam-bém. Era a Revolução da Farsul com método das Farc.

canabarro foi traidor. Bento se envolveu em corrupção. neto era mulherengo...

(interrompendo) Até o Neto foi acusado de corrupção. Vicente da Fontoura acusa Neto de corrup-ção. Neto recebeu uma quantia

para comprar agasalhos para os soldados. Os agasalhos não vie-ram.

Até neto, talvez o personagem mais vangloriado da Revolução farroupilha?

Sim. Há muita mitologia sobre ele. Dizem que Neto não foi a Pon-che Verde para assinar a rendição. Foi, sim! Neto estava lá. Vicente da Fontoura descreve Neto chegan-do, Neto saindo. E também não houve um tratado de paz. O que é um tratado de paz? Dois países ou adversários resolvem fazer um acordo, reúnem-se em determina-do lugar, selam a paz e assinam um documento. isso não existe. Ca-xias e Canabarro não estiveram no mesmo lugar no mesmo dia, não assinaram o mesmo documento. isso não existe. Existe uma ata de rendição e de concessões que o go-verno fez aos produtores.

então, se até neto tem proble-mas, o que sobra da Revolução farroupilha?

É interessante que o Rio Grande do Sul, apesar de minoritário e in-disposto com os maus tratamentos do império, ousou lutar, resistiu durante 10 anos, o que é muito. Foi o momento em que os gaúchos mostraram grande valor guerreiro. Em algumas batalhas, foram mui-to corajosos. É muito bom, muito importante, mas se esgota aí. isso é bastante limitado. Em algumas coisas, eles foram infames.

Por exemplo?Venda de negros para financiar

um movimento que se queria hu-manista, fraterno e tudo mais.

o senhor chega a afirmar que a Legalidade é mais importante do que a Revolução farroupilha. Por quê?

Do ponto de vista da história do Brasil, a Revolução Farroupilha tem muito menos importância do que a Revolução de 30 e do que a Legalidade. A Revolução Farrou-pilha foi um movimento do Rio Grande do Sul contra o Brasil. E acabou sendo sufocado. O Rio Grande do Sul perdeu, e o império

“O movimento tradicionalista éde direita. E a Legalidade é um movimento progressista, comandado por gente de esquerda. É mais incômodo”

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.6 17 a 23 de setembro de 2011O Caxiense

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fez algumas concessões. Depois, a Revolução de 1930 mudou o Bra-sil, é a grande mudança do Brasil. E a Legalidade evitou um golpe, que veio depois. São movimentos pelo Brasil. Na Revolução Farrou-pilha, nós perdemos.

Mas por que a Legalidade não é sequer lembrada durante a Se-mana farroupilha, se foi coman-dada por gaúchos?

O movimento tradicionalista é, em geral, um movimento de di-reita, conservador. E a Legalidade é um movimento progressista, co-mandado por gente de esquerda, de centro-esquerda. Ele é muito mais incômodo.

como se deu a construção do mito da Revolução farroupilha?

isso começa quando Júlio de Castilhos, estudante de Direito em São Paulo, positivista, republicano, percebe que precisa de um mito fundador. No fim do século 19, começa-se a estudar esse aconteci-mento para tentar criar uma iden-tidade gaúcha, que não existia tão forte. Depois vêm outros trabalhos e, nos anos 30, militares naciona-listas, ligados ao instituto Históri-co e Geográfico, vão também dar sua contribuição para criar essa ideia – talvez alguns deles com componentes racistas. isso é uma construção de instituições: primei-

ro, os republicanos; depois, os mi-litares do instituto Histórico e Ge-ográfico. A Revolução Farroupilha foi feita por militares, em certo sentido, e escrita por militares. Boa parte de quem escreve sobre o assunto são militares. Eles escre-vem uma história grandiosa, ufa-nista, onde só tem heroísmo, onde boa parte da sujeira é escondida.

De que forma esse mito contri-buiu para formação da identida-de do gaúcho?

Boa parte das pessoas que se orgulham desse passado e que co-memoram nos acampamentos não faz a menor ideia da história da Revolução. Só sabem pedacinhos: “Oh, o grande Neto”, “Oh, o gran-de Bento Gonçalves”. Mas as pes-soas não têm tempo, nem vontade, nem interesse em ver esses deta-lhes. O mito é mais útil para a so-ciedade do que a história. O mito permite que as pessoas se reúnam, convivam, compartilhem algo, se sintam felizes, tenham autoestima.

A idealização da Revolução far-roupilha fortaleceu o bairrismo?

O bairrismo não é especificida-de nossa. Os cariocas são bairris-tas, os paulistas são muito bairris-tas, os baianos são extremamente bairristas. Cada Estado tem seu bairrismo. Paulistas e cariocas nos acham mais bairristas porque nós

não torcemos pelos times deles, nossos heróis são diferentes... E, além de tudo, às vezes, a gente se sente injustiçado em relação ao Rio e São Paulo ter mais destaque. É claro que a Revolução Farroupi-lha contribui para aumentar esse bairrismo, mas também esse bair-rismo inventa o próprio passado. Não sei o que inventa mais: se a Revolução Farroupilha inventa o bairrismo, ou se o bairrismo in-venta a Revolução. É uma via de duas mãos.

Qual a participa-ção da imprensa na solidificação desse mito?

A mídia anual-mente reforça e am-plia esse mito. Ela quer adular uma boa parte da população gaúcha que acredita nesse mito. Ao ade-rir e ao colar ao mito, aparece como um porta-voz desse pú-blico, cria uma identificação com ele. A mídia, por interesse comer-cial, para fidelizar uma clientela, reforça o mito. A clientela, vendo na mídia um eco ao seu imaginá-rio, adere a essa mídia. Então, isso vai continuar por muito tempo. Essa operação comercial, de mar-keting, não dá espaço para grande

aprofundamento e contestação.

História Regional da infâmia foi lançado no ano passado. Sua contestação não ganhou espaço na mídia?

Não. O livro até vendeu bem, mas não teve espaço nenhum na imprensa. Não ganhou nenhuma linha na grande mídia.

em um artigo publicado no lan-çamento do livro, no ano pas-sado, o senhor lembrava que a Revolução francesa passa por

revisões frequentes. não temos esperan-ça de que se discuta a idealização da Re-volução farroupi-lha por aqui?

Não, não há espe-rança. Lá na Fran-ça, tem o François Furet, Max Gallo e outros que reinter-pretam a Revolução Francesa. Quando surge uma contes-

tação dessas, há grandes debates. Aqui, não. Não há interesse. E na França também não folclorizam a Revolução Francesa. Ninguém se fantasia de francês do século XViii para celebrar a Revolução. Se aqui tivesse acontecido a Revo-lução Francesa, todo ano a gente faria a degola do rei.

“Quais eram métodos da revolução? Saque à propriedade adversária, degola, sequestro. Era a revoluçãoda Farsul com método das Farc”

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A Revolução, no olhar de Juremir: “O que aconteceu foi uma guerra de guerrilha: uma emboscada aqui, outra ali. É hiperdimensionada.”

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por RoBin [email protected]

s alunos do Colégio São José ves-tiram o uniforme com mais orgu-lho na semana que passou. Não que estudantes de Ensino Médio se preocupem em trocar de roupa para desfilar pela cidade fora do horário de aula. Utilizam o figuri-no escolar mais como a farda para enfrentar qualquer tipo de batalha – da biblioteca ao shopping. Mas, desde segunda-feira (11), a rou-pa padrão tem marcas de vitória. Nesse dia foi divulgado que o co-légio atingiu a melhor média entre as escolas de Caxias e a 10ª melhor no Estado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010. Os 26 concluintes do 3º ano que pres-taram a prova, o equivalente a 72% dos aptos a fazê-la, atingiram nota 652,88, entre as avaliações objeti-vas e a redação. “Na rua, as pessoas nos pararam e perguntaram como é a escola”, relata um desses alunos, Guilherme Cella.

Apesar de não ser obrigatório, o exame aponta virtudes e deficiên-cias do ensino médio. A média das escolas caxienses ficou bem acima da nacional, de 511,21, e da esta-dual, de 559,69. Juntos, os colégios da cidade obtiveram média 580,07. As particulares se saíram melhor, e aumentaram seu predomínio. Ocupam as 10 primeiras posições – na avaliação de 2009, o primeiro colégio público figurava em 8º.

A arquitetura do São José lembra a topografia vertical da ci-dade. Pé direito alto e muito sobe e desce nas inúmeras escadas. Na última semana, tudo que se falava nos amplos corredores era o re-sultado positivo da prova. “Falou bem na imprensa, Jorge”, comen-tou uma aluna ao passar pelo pro-fessor de sociologia, Jorge Godoy, na quarta-feira (14). No impo-nente e espaçoso prédio no Cen-tro de Caxias – além deste, o São José tem um ginásio com salas de aula no Panazzolo –, os dois coor-denadores de disciplina usam um rádio para se comunicar. À tarde, quando a educação é voltada para os alunos do ensino fundamental, o número de coordenadores do-bra. “tem que ser tudo muito me-tódico. Senão se perde o controle”, explica Jorge.

Ele associa o desempenho no Enem às oportunidades de for-

mação dadas aos professores e às ferramentas de ensino aplicadas aos alunos. A maioria dos estu-dantes está no São José desde as séries iniciais. “É a soma de um trabalho que vem sendo constan-te”, orgulha-se. A escola tem labo-ratórios de informática, portal de ensino online, auditório com 800 lugares, e oferece aulas de reforço e progressão continuada – quando se passa para a série seguinte ain-da cursando disciplinas em que o aluno não atingiu o desempe-nho suficiente, numa espécie de “dependência”. toda essa estru-tura, obviamente, tem um custo. A mensalidade do último ano do ensino médio é de R$ 455.

“É bem puxado. Quando amigos de outras escolas pegam as nossas provas, sempre dizem que nós so-fremos”, conta Cristina Marcolla, aluna do 3º ano, confirmando que a disciplina – estampada no rosto das 16 diretoras que a escola já teve, seis delas francesas, em quadros na antessala da direção – é mais do que pose para fotos. As freiras coordenam o São José, e oito delas, incluindo a diretora, moram na própria escola. O colégio é manti-do pela instituição filantrópica As-sociação Caritativo Literária São José, que tem colégios em outros dois municípios do Estado, Pelotas e Capivari. Assim como a UCS, a escola também encontra dificulda-des para dar as bolsas necessárias para atingir o mínimo exigido pela nova lei de filantropia. Em Caxias, a instituição mantém um projeto com atividades culturais para 95 crianças no Cânion e uma escola de educação infantil no Cruzeiro.

Cristina se sente pressionada a repetir o desempenho dos colegas que se formaram no último ano – é deles, afinal, a nota do Enem que hoje o São José comemora –, mas aponta outra característica que pode ter contribuído com o resultado positivo. “A maioria do pessoal que fez a prova fazia cursi-nho”, explica a estudante, que tam-bém faz pré-vestibular no turno inverso.

A professora Maricir Pi-coli Vial, mãe de dois alunos do São José, ressalta que a escola exi-ge dedicação fora da sala de aula. Como educadora, porém, convive com uma realidade bem diferente. Ela dirige o colégio estadual Aris-tides Germani, na outra ponta da

os números falam

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O BOletimdOs COléGiOsEscolas caxienses ultrapassam média nacional e estadual do Enem, mas educadores apontam espaço para melhorias

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Disciplina é uma das receitas do São José para ensinar com qualidade

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lista – 35ª entre as 38 que pontua-ram no exame. No Aristides, nem laboratório de informática para o ensino médio há. A nota negativa no Enem resulta também de tur-mas muito grandes, com cerca de 37 alunos. Outras razões, diz ela, são o desestímulo dos estudantes e professores e o baixo interesse dos pais. “Se não houver uma união de pais, professores e alunos, não vai para frente”, constata, acrescen-tando que o Aristi-des também “recebe muito aluno do Mu-nicípio sem capaci-dade cognitiva”.

Maricir também aponta a dissonância entre os conteúdos cobrados no Enem e na Prova Brasil, que avalia a edu-cação do 5° ao 9° ano, em relação ao que órgãos reguladores peçam que seja trabalhado em sala de aula. O maior empecilho está na interdisciplinaridade. Questões do Enem exigem que os alunos rela-cionem conteúdos de diferentes disciplinas em respostas únicas. “tenho professores que trabalham em quatro escolas diferentes. Para fazer interdisciplinaridade tem que sentar com os colegas e discu-tir, o que é difícil. O professor até tenta vir com trabalho diferencia-

do para a sala de aula, mas o aluno não aceita”, afirma. As críticas dela, que é professora de Educação Físi-ca, se estendem aos pais. Celulares confiscados durante as aulas geral-mente são buscados pelos pais no mesmo dia. Mas, quando a coor-denação precisa que os responsá-veis compareçam na escola para

falar sobre notas ou outras questões de disciplina, tem difi-culdades. No Aristi-des, a nota mínima para aprovação é 50, o que não impede o baixo desempenho dos estudantes do 3º ano.

A coordena-dora-adjunta da 4ª Coordenadoria

Regional de Educação (4ª CRE), Carla inês de Camargo Subtil, diz que não se pode usar o Enem para comparar o desempenho das escolas, embora admita que os resultados devem ser utilizados para “redimensionar a situação pedagógica”. “Não o vemos como um ranking, como algo que tenha um cunho de competitividade. No momento em que o resultado do Enem tiver esse cunho, se perde o objetivo”, pondera.

Assim como a diretora do Aris-tides Germani, Carla também

aponta a vontade dos alunos em mostrar um bom desempenho e o envolvimento da comunidade escolar como componentes que poderiam melhorar a qualidade de ensino. Ela garante que um con-curso para contratar professores deve ser lançado nos próximos meses e que o governo tem inves-tido na formação continuada dos educadores da rede estadual.

A escola pública caxiense me-lhor colocada no Enem 2010, em 11º lugar, aposta na disciplina para conseguir bons resultados. Parte deles se reflete na alta taxa de re-provação. Segundo a diretora da Escola Estadual técnica de Caxias do Sul, Jussara Rangel Piza, ela gira em torno de 60% no 1º ano. A escola não aplica provão, tem recuperações trimestrais e depen-dência somente no 3º ano. “Os professores abraçaram a causa do Enem, compraram apostilas, estu-daram e aplicaram provas seme-lhantes”, explica Jussara.

Eucledes Casagrande, vice-dire-tor do La Salle Carmo – 2º melhor da cidade no Enem –, considera significativo o desempenho de seu colégio, mas não fica satisfei-to. “Nem a melhor escola do Esta-do conseguiu atingir a média sete. Como educação em geral, no país, temos muito o que melhorar”, lem-bra. A meta de Casagrande está anos-luz à frente do que sonha o

ministro da Educação, Fernando Haddad, para o longínquo 2028: que os colégios brasileiros alcan-cem média de 600 pontos.

Exceção entre as particulares, a Edificare ficou muito distante do topo. Aparece em penúltimo lugar no exame. A explicação, segundo a direção, está em uma proposta de ensino e de avaliação diferente das demais escolas de Caxias. O colégio não oferece ensino em sé-ries, mas matrículas semestrais em disciplinas. “Nós estaríamos pre-ocupados se a taxa de aprovação fosse baixa. Para o Enem servir de parâmetro para a Edificare, os alu-nos deveriam fazer todas as disci-plinas”, justifica a diretora, Judithe Ló. Na nota do Enem, porém, há também o efeito de uma herança recebida de outras escolas. Judithe argumenta que, dos cerca de 50 alunos que se formarão no ensino médio no fim deste semestre, ape-nas 10 “são nossos”. “Vários alunos são oriundos de outras escolas e chegam aqui reprovados”, afirma.

Dentro de algum tempo, porém, a Edificare, as demais escolas e a 4ª CRE não poderão mais ignorar as estatísticas do exame. A inten-ção do MEC é torná-lo obrigatório para a rede pública como sistema de seleção único para diversas uni-versidades – como já é, aliás, para o Programa Universidade para to-dos (ProUni).

“Os professores abraçaram a causa do Enem, estudaram e aplicaram provas semelhantes”, diz Jussara, daEscola Técnica,a melhor pública

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por JoSÉ eDuARDo [email protected]

a madrugada de quarta-feira (14), apenas a batida eletrônica podia ser ouvida no saguão do San Pele-grino. Alan Fagundes, 31 anos, re-tomava o passo após dormir cerca de 40 minutos em uma sala deso-cupada do shopping. O quinto dia de seu esforço para bater o recorde mundial de horas seguidas dan-çando recomeçara às 4h40. Com dois celulares programados para despertar e evitar qualquer segun-do de atraso, o amigo Felipe Petry interrompera o sono de Alan com uma leve batida no corpo. Respon-sável por manter o som, o melhor amigo do dançarino, Paulo Petry, irmão de Felipe, também tinha sido acordado e rapidamente vol-tara a comandar as pick-ups. Alan vestia agasalho preto, tênis com amortecimento e uma camiseta com o nome de seus patrocinado-res. No palco, ao ritmo da batida hardstyle, dançava – na verdade, mais se balançava de um lado para outro – solitário, observado ape-nas por auditores, pelo encarre-gado de transmitir as imagens ao vivo na internet e por vigilantes do shopping.

Sobre um tablado montado em frente à fachada envidraça-

da do prédio, Alan acompanhava a passagem das horas através da movimentação do sol. Ao nascer, seus raios atingiam diretamen-te os olhos de Black – apelido do recordista –, que passava a dançar virado para uma das paredes. Em instantes, chegavam os primeiros funcionários da limpeza e os se-guranças do turno da manhã, que diariamente apoiavam o caxiense. Mais tarde vinham os lojistas e, com a abertura do shopping, os primeiros clientes do supermer-cado. Essa rotina se repetiu por cinco dias. O desgaste físico, a falta de sono, a necessidade de se ali-mentar em pé, as corridas para ir ao banheiro – Alan tinha direito a cinco minutos de folga a cada hora de dança realizada – não abateram o dançarino, que tinha como obje-tivo superar a marca de 131 horas do inglês Steven Stevens. O bri-tânico de 35 anos, gerente de um pub na cidade de Worthing, con-cluiu a proeza no dia 13 de março deste ano, superando o índice da indiana Kalamandalam Hemale-tha, de 123 horas e 15 minutos.

“Ser recordista é muito bom. E mundial é melhor ainda. Abrem-se novas portas”, conta Alan. Esta não foi a única experiência do ca-xiense em romper limites. No dia 15 de fevereiro deste ano, em sua

primeira parceria com o Rank-Brasil, desafiou o condicionamen-to físico ao sambar por 15 horas consecutivas. Parou somente quando o amortecimento do tênis se espatifou. “Não podia parar de jeito nenhum. Fui ao banheiro samban-do”, conta. Com 10 anos de mercado, o RankBrasil é a úni-ca empresa brasilei-ra a regulamentar recordes nas mais deferentes áreas. Seu diretor, Lucia-no Cadari, diz que nesse período já foram registradas cerca de 1,5 mil provas, com uma taxa de su-cesso de 95% – porcentagem na qual se incluem as duas realizadas por Alan. A apresentação do selo do RankBrasil é a porta de entra-da mais barata, segundo o diretor, para o recordista entrar para o Guinness World Records. Embo-ra sem apresentar valores, Cadari garante que o custo de contratação da empresa paranaense – que en-globa a estadia dos auditores, ali-mentação, transporte e taxa diária de auditoria – é aproximadamente 10 vezes menor do que o da britâ-nica.

exatamente às 17h31 de quarta-feira (14), Alan bateu o recorde mundial de Stevens. A

música foi tempora-riamente desligada e, com sorrisos e lá-grimas, Black ergueu o troféu recebido das mãos de Cadari. Ao som das palmas dos funcionários, amigos, familiares e curiosos, abraçou longamente a mãe, Lusnete Fagundes dos Santos, 51 anos. incansável, recupe-rou o fôlego após

o momento de emoção e voltou a dançar mais animado do que nunca. A atenção da plateia era o principal combustível de Alan para recobrar as forças. Somente às 21h14 suas pernas pararam de-finitivamente de balançar e Black encerrou a jornada de cinco dias corridos. O caxiense dançou por 134 horas, 42 minutos e 37 se-gundos. A marca o coloca como o recordista no RankBrasil e su-pera o índice mundial, que, para ser deferido pelo Guinness World Records, precisa da aprovação dos auditores ingleses.

Esse foi o objetivo inicial de Alan. ter um título de importân-

Dança dos anônimos

“Ser recordista é muito bom. E mundial é melhor ainda. Abrem-se novas portas”, acredita Alan

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caxiense bate recorde mundial de tempo dançando e espera queo feito seja homologado pelo Guinness World Records

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cia e conquistar reconhecimento. Desde a infância, quando apren-deu a dançar com os pais e avós, ele carrega consigo a necessidade de superar limites. Um desafio com o qual Lusnete teve de li-dar sozinha. Com a morte do pai, quan-do Alan tinha quatro anos, coube à mãe a tarefa de educar o menino hiperativo. “Ele reprovou algu-mas vezes, me inco-modei bastante na época do colégio”, recorda Lusne-te, acrescentando: “O Alan ainda sente bastante falta da companhia do pai. Mas nunca se revoltou com isso”. Aos dois anos, Alan aprendeu os primeiros passos com a mãe e a avó. A paixão pela dança seguiu de forma crescente. Após Lusnete começar a dar aulas em uma esco-la de música tradicionalista, o pe-queno Alan, então com nove anos, iniciou sua trajetória profissional como monitor. Aos 14, ele já dava aulas de dança também.

A hiperatividade é confirmada pela esposa, Thaís Fagundes, 25 anos, e reiterada pela agenda de atividades de Alan. Paralelamen-te ao curso de Educação Física na UCS, o recordista administra a marca Ritmo Certo, que comercia-

liza itens esportivos e de ginástica, dá aulas de lambaeróbica na Vila Olímpica, de dança de salão parti-

cular e de fitness em três academias. Alan já tem no currículo o diploma de bacharel em Fitness pela Fee-vale, a faixa preta em capoeira, um curso de dança do ventre e o orgulho de ter sido o único bra-sileiro a dançar na tango Mil – segun-do ele, a principal tanguería de Buenos

Aires. também já trabalhou como animador a bordo de um cruzeiro marítimo que passou por Argen-tina, Brasil e Estados Unidos, por seis meses.

filho único e órfão de pai, Alan encontrou na companhia do vizinho de infância Paulo Petry mais do que uma amizade. É o ir-mão que ele nunca teve. Os dois cresceram, estudaram e ingressa-ram juntos no voleibol da Univer-sidade de Caxias do Sul. Aos 13 anos, entraram para as categorias de base. Alan iniciou como ata-cante de ponta e, aos poucos, assu-miu a posição de líbero. Dedicado e disciplinado, não costumava se atrasar para os treinos. Por cinco anos, o treinador Giovani Brisot-

to – hoje supervisor da categoria de base – comandou o atleta. “O Alan já veio com agilidade natural. teve facilidade de aprendizado no vôlei. tinha bastante coordenação motora e habilidade com a bola”, elogia. Além disso, conforme Brisotto, tinha carisma. “Ele me conquistou com esse lado. Hoje somos amigos.” Devido à sua ha-bilidade, Alan foi colocado para jogar com alunos um ano mais velhos e, mesmo assim, não ficava para trás. “Ele queria sempre ven-cer. Não ficava contente em ficar no banco. Procurava no treino dar o melhor para a equipe”, lembra o treinador. Apaixonado pelo es-porte e sedento por novas vitórias, Alan fez um teste para ingressar na equipe principal com 18 anos, sem passar antes pela ca-tegoria juvenil, que inexistia na época. A resposta não foi a esperada. Por ser uma posição fun-damental no time, a equipe técnica optou por um jogador mais experiente. Após a reprovação, Alan lar-gou o esporte. “Acho que ele mantém essa frustração. Acredito que gostaria de seguir carreira”, diz Brisotto.

A reboque da dupla de amigos,

o irmão de Paulo, Felipe, 28 anos, os acompanhava nas mais diversas atividades. Ele recorda que os dois, na juventude, entraram na onda dark, vestiam-se de preto e fre-quentavam a casa noturna it Club. Nessa época, Alan voava pelas ruas de Caxias no Black Móvel, o Palio de sua mãe que ele rebaixou, colo-cou rodas enormes e instalou po-tentes caixas de som. Foi também nesse período que Alan fez um trabalho do qual não se orgulha. “Eu tinha 18 anos. Minha cabeça era outra. Parei para não me quei-mar”, justifica. Alan foi convidado e dançou algumas vezes nos Leo-pardos, grupo que se apresentava num clube das mulheres.

treze anos depois, com o troféu de dançarino recordista em mãos,

Alan acredita estar diante de grandes perspectivas. Com a mulher e os ami-gos, brinca sobre o desgaste físico e psi-cológico de mais de cinco dias de dança: “Poderia ficar dan-çando até o relógio zerar”. Depois que a música eletrônica silencia, os curiosos se afastam e os audi-

tores se despedem, Alan não vê a hora de comemorar o título – com uma bela noite de sono.

“Poderia ficar dançando até zerar o relógio”, brincou Alan depois de mais de cinco dias balançando ao som do hardstyle

“Ele reprovou algumas vezes, me incomodei bastante na época do colégio”, conta a mãe do dançarino, Lusnete

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Além de botar o som, o amigo Paulo ajudava Alan a acordar dos breves momentos de descanso e a controlar cada minuto dos intervalos

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por JAiSSon [email protected]

enhoras dentro de seus melhores vestidos, com seus colares mais caros no pescoço e suas cabeças ornadas com chapéus ao estilo do Palácio de Buckingham desem-barcavam dos carros e davam uma movimentação inusual para a Rua Marquês do Herval no meio da tarde de quarta-feira (14). Ao pisar com seus sapatos de salto alto no Aristos London House, no Clube Juvenil, chegavam para dois even-tos simultâneos. O primeiro acon-tecimento, oficial, estava grafado nas 104 palavras do convite, todas elas escritas em cor ouro: aniver-sário do colunista social Paulo Gargioni. O segundo era implí-cito, perceptível apenas por ouvi-dos atentos: durante aquelas duas horas e meia, em nenhum outro lugar do mundo talvez, trocaram-se tantos elogios entusiasmados como ali. Bem-vindo ao Festival Caxiense das Exclamações.

Sim, porque em círculos requin-tados como este, não basta exaltar. É preciso exaltar com exuberância,

é preciso transmitir uma empolga-ção só expressa por meio de sinais especiais de pontuação. Há elogio mais sem graça do que o tão repe-tido durante a festa “ai, que amor” assim, solitário? Veja como o “ai, que amooor!” ganha vida quando está com o acompanhante orto-gráfico!

Neste chá das cinco, foi um “como você está linda!” para cá, um “que elegância!” para lá, um “que ótima você está!” aqui, outro “bem legal!” ali. Mas, às vezes, nem as exclamações nem os 435 mil ver-betes do dicionário dão conta de expressar um reconhecimento. Aí, apela-se para o neologismo – ain-da assim, acompanhado do sinal ortográfico.

“Que ‘chiquetíssima’!!!”, elogiou uma convidada para a organiza-dora do evento, Marta Michelon, que convive com o aniversariante há mais de 25 anos, desde que con-correu a rainha da Festa da Uva.

essa cordialidade dá o tom dos eventos da alta sociedade ca-xiense desde sempre, e poucos souberam traduzi-la com tanta

propriedade nas publicações lo-cais como Paulo Gargioni. tente encontrar alguma informação ne-gativa ou algum despautério nas páginas da Revista Acontece Sul, que veicula sua colu-na. Será difícil achá-los. Porque ele en-tende que o homem, independentemente de sua função, tem como primeiro de-ver servir sua comu-nidade. “Na coluna social, a gente faz o bem. Você enaltece as pessoas, promove o ego, e elas se sen-tem melhores”, filo-sofou. É uma lição que serviu até para seus sucessores. “Às vezes, em nome dos outros, a gente se esque-ce até de nós mesmos”, ressaltou João Pulita, que herdou a coluna social do Pioneiro quando Gargio-ni deixou o jornal, no início dos anos 90.

Gargioni enaltece pessoas com suas publicações há quase meio século. Depois de prestar o servi-ço militar obrigatório, no começo

dos anos 60, ele deixou Vacaria e começou a trabalhar na Secretaria do turismo de Caxias do Sul. Sua desenvoltura ao circular pela so-ciedade e ao promover recepções

– inclusive de auto-ridades nacionais na Festa da Uva – des-pertou o interesse do ex-prefeito Man-sueto Serafini Filho, que mantinha o se-manário indepen-dente Caxias Maga-zine. Foi o primeiro passo para se tornar um dos principais colunistas sociais do município.

Em sua trajetória, aparecem pas-sagens por outros jornais – além do Pioneiro, o extinto Caxias No-tícias. Primeiras-damas, empre-sários, autoridades, artistas, todos queriam sorrir nas páginas dele. E ninguém diga que não, ressalva a amiga Theresinha Pretto Serafini. “todo mundo gosta de aparecer na coluna social. Quem afirma que não gosta está mentindo”, analisou.

Theresinha estrelou edição de

Londres é aqui

“Na coluna social, a gente faz o bem. Você enaltece as pessoas, promove o ego, e elas se sentem melhores”, afirma Gargioni

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GarGiONi, que festa“Chiquetíssima”!!!

No aniversário de 69 anos de um dos mais importantes colunistas sociais de Caxias do Sul, não bastava elogiar a elegância e a generosidade das convidadas. Era preciso mostrar um entusiasmo que só se exprime com exclamações – ou com neologismos

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Em um chá inspirado no casamento real britânico, o aniversariante se fantasiou com os trajes do personagem principal, o príncipe William

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uma das festas mais aguardadas pela alta sociedade caxiense. Mais de três décadas atrás, nos sofisti-cados salões do Al-fred Hotel, Gargioni apresentava As Dez Mais Elegantes. “Foi uma honra receber esse reconhecimen-to!”, exclamou a ho-menageada.

Os eventos não ti-nham igual luxo das cerimônias atuais, ela lembra, mas nem por isso deixavam de ser requintados, com os convidados em seus trajes mais sofisticados e decorações ca-prichadas. Afinal, era o momento em que a cidade – onde ainda todo mundo conhecia todo mundo – dava uma pausa no trabalho e se divertia. “Hoje, é comum as pesso-as se reunirem em restaurantes ou mesmo em casa. Elas já não pre-

cisam mais desses eventos sociais para se confraternizar”, comparou.

No embalo de As Dez Mais Ele-gantes, o colunista criou As Nove da Nova, uma espécie de versão teen da festa original, em que ele-gia as jovens caxienses mais bem vestidas. Bailes de debutantes e outros eventos também passaram a ganhar a assinatura de Gargio-ni. Eram confraternizações em que ele atraía até personalidades nacionais. “Vieram o ex-ministro Mario Andreazza, a esposa do ex-vice-presidente Pedro Aleixo, a ex-miss ieda Maria Vargas...”, co-meçou a relacionar Gargioni, em uma lista sem fim, revelando sua pronúncia característica para o prefixo “ex”: ecs-ministro, ecs-vice-presidente, ecs-miss...

Sempre com uma ideia ou outra, Gargioni não para quieto – e, assim, mantém o “ex” longe de qualquer palavra que sirva de referência a si próprio. Se alguém

duvida é porque não pôs os pés na festa da última semana, quando ele comemorou os 69 anos. A pro-

posta da festa nasceu a partir de uma con-versa com a amiga Therezinha Martini. Ele contou o desejo de não apenas cele-brar o aniversário, mas também ajudar instituições de cari-dade com a renda do evento.

“Olha, eu participo do grupo das terezi-nhas que se mobiliza

para construir a capela de Santa terezinha no Fátima Baixo...”

Gargioni emudeceu por instan-tes, relatou a amiga. E se emo-cionou. Ficou surpreso com a coincidência: logo ele, devoto de Santa terezinha, ouvir uma suges-tão dessas? Therezinha, que tam-bém caiu em prantos, soube que a

devoção se reforçou desde uma ca-minhada reveladora. O colunista andava quando viu algo estranho em meio ao barro. Remexeu e des-cobriu: era uma imagem de Santa terezinha. “Cada vez mais, ele tem se voltado para a religiosidade”, atestou a amiga.

Não é surpresa que o Lar da Ve-lhice São Francisco de Assis tenha aparecido como a segunda enti-dade beneficiada pelo chá. A enti-dade leva o nome de outro santo para o qual Gargioni dirige suas preces. Essa benemerência, aliada ao carisma do aniversariante, foi o que levou um grupo de 80 pessoas – inclusive religiosos, vereadores e aspirantes ao cargo – a deixar suas atividades em plena tarde de um dia útil para comparecer no Aris-tos.

“Parabéns pelo aniversário e pela generosidade!”, saudou o ex-joga-dor Washington, pré-candidato a uma vaga na Câmara Municipal pelo PDt, ao cruzar pelo colunista.

A festa tinha outros atra-tivos. Em um evento inspirado no mais recente casamento real britânico, Gargioni vestiu um tra-je vermelho que imita o uniforme da Ordem dos Guardas irlandeses de Honra – o mesmo usado pelo príncipe William na cerimônia em Londres – e pregou na roupa condecorações que recebeu de ins-tituições como a Marinha, a Força Aérea Brasileira e órgãos ligados ao jornalismo. Para acolher os convidados, pôs-se ao lado da bela ex-rainha do Clube Juvenil Pau-line Werner, que se caracterizou como Kate Middleton, a mulher de William. Não faltou nem a ré-plica do anel de noivado no dedo da “sósia”. “Olha, que lindo!”, orgu-lhava-se Gargioni, pedindo para que as pessoas dessem atenção ao adereço.

É claro que o aniversariante discursou. E iniciou o pronun-ciamento com uma promessa:

“Daqui a pouco, vou propor uma ideia absurda! Absurda!!!”, anun-ciou, enfatizando a exclamação. Nesse momento, ele capturou a atenção da plateia: só se escutava o resmungado de uma porta ou a lamúria de uma ou outra xícara de chá ao tocar o pires.

Gargioni havia conseguido criar a expectativa. E aproveitou para fa-zer suspense. Antes, contou por que vol-tou a Caxias depois de uma estadia de 11 anos em Maceió, do-tada de praias e tem-peratura média pró-xima de 30°C, ideal para desfrutar da aposentadoria como servidor municipal. Ele listou, como pri-meiro motivo, a von-tade de voltar a ficar mais perto da irmã e de outros parentes, que se dividem entre Caxias do Sul e Va-

caria. A segunda razão foi a sau-dade dos amigos que formou em sua trajetória por estas bandas. E, sem qualquer constrangimento, apresentou a terceira justificativa. Ele ficou com medo de ficar de-sassistido na área da saúde após fazer um exame de próstata. O teste comprovou a saúde de ferro do colunista, mas mostrou que a ajuda do instituto de Previdência e Assistência Municipal (ipam) poderia ficar aquém do necessário caso tivesse um revertério. Dos R$ 300 da consulta, ele havia recebido menos de R$ 100 de reembolso do órgão.

Com essa narração, ele provoca-va a ansiedade do público: e qual era, afinal, a ideia tão absurda de que tanto se referia naquele dis-curso?

Pouco antes das 17h, ele faria o anúncio. Para comemorar seus 70 anos, Gargioni pretende reu-nir 350 pessoas no Clube Juvenil,

com as patronesses fantasiadas com roupas de personalidades marcantes na história mundial e nacional. Uma socialite se vestirá de Cleópatra, outra colocará os trajes de Joana D´Arc, mais uma irá se caracterizar como a prince-sa isabel e assim sucessivamente. Elas servirão, em suas mesas, os

pratos prediletos e as sobremesas das personagens que re-presentam, em mais uma festa beneficen-te. isto ele não falou, mas a iniciativa pa-rece querer resgatar um glamour perdi-do em algum salão de clube social en-tre os anos 70 e 80, quando brilhavam seus eventos.

Com tanta empol-gação do idealizador, não é absur-do dizer: tem tudo para ser uma festa “chiquetíssima”, Gargioni!!!

“Todo mundo gosta de aparecer na coluna social. Quem afirma que não gosta está mentindo”, diz TheresinhaSerafini

“Às vezes, em nome dos outros, a gente se esquece até de nós mesmos”, garante João Pulita, que herdou coluna de Gargioni

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A elegância subiu à cabeça: mulheres seguiram orientação do convite, que recomendava o uso de chapéus ao estilo do Palácio de Buckingham

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Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.14 17 a 23 de setembro de 2011O Caxiense

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Recomendal Potiche: esposa Troféu | Comédia. Sábado e domingo, às 20h | ordovás

Catherine Deneuve fumou du-rante a entrevista coletiva para o lançamento do filme no Rio de Janeiro. Um crime, uma gafe. Es-pecialmente para as divas. A po-lêmica atraiu mais os holofotes do que a própria obra. Potiche é assim também, Catherine se so-bressai. Em francês, o termo se refere a um objeto de decoração. No Brasil, ‘bibelô’ seria a melhor tradução. Ela interpreta uma es-posa nos anos 70, uma dona de casa que passa a administrar a empresa depois do infarto do marido e ameaça o cargo do che-fe da família. Gérard Depardieu também enfeita a cena. Estreando em Caxias. Dirigido por François Ozon. 2010. 103 min.

l o Homem do futuro | Co-média. 14h45, 17h15, 19h45, 21h50 | Gnc

Para definir o roteiro, é preciso descrever pelo menos cinco cli-chês em uma frase. Um nerd na escola, agora um cientista frustra-do, cria uma máquina do tempo por causa de uma mulher e desco-bre que o que se muda no passado altera o futuro. Mas não é só de fórmulas americanas que se faz o sucesso brasileiro. O filme tem as elogiadas atuações de Wagner Moura, em dose tripla, e Aline Moraes em dose fatal. Entrando na 2ª semana em cartaz. Dirigido por Cláudio torres. Com Gabriel Braga Nunes e Fernando Ceylão. 106 min. 2011.

l os Smurfs | Aventura. 13h30, 15h40, 17h50 (dub) | Gnc

Um narrador introduz a his-tória da vila dos Smurfs para os novos fãs e logo eles atravessam um portal para o mundo dos hu-manos. Há sete semanas em car-taz, o filme agrada as crianças de hoje, mas é capaz de decepcionar as crianças dos 80/90, para quem as criaturas azuis jamais deve-riam ter posto os pés na cidade de Nova York. Dirigido por Raja Gosnell. Com Hank Azaria, Katy Perry e Jonathan Winters. 103 min. 2011.

l Planeta dos Macacos: a origem | Ação. 20h, 22h10 (leg) | Gnc

incrível como os macacos ge-ram medo nos humanos. Vai ver é a semelhança. No cinema, eles têm um olhar fulminante, mas não querem matar ninguém, só dar um sustinho. Na história, cientistas, certamente menos es-pertos que os macacos, fazem ex-periências com nossos parentes de DNA. Entrando na 4ª semana em Caxias. Dirigido por Rupert Wyatt. Com James Franco, Andy Serkis e Freida Pinto. 105 min. 2011.

l Amizade colorida | Comé-dia, 21h10 (leg) | Gnc

Os personagens de Justin tim-berlake e Mila Kunis misturam amizade e sexo, trabalho e sexo, conversas em mesa de bar e sexo. Afinal, os amigos estão aí para todas as horas, não é? Sexo sem compromisso, sem qualquer en-volvimento afetivo, certo? Claro que não. todos já conhecem o enredo, mas o filme deve atrair casais interessados em romance, humor e, claro, sexo. Em pré-es-treia em Caxias do Sul. Dirigido por Will Gluck. Com Mila Kunis,

Justin timberlake and Patricia Clarkson. 2011. 109 min

l Larry crowne - o amor está de volta | Comédia. 14h20, 16h50, 19h10, 21:10 (leg) | Gnc

Depois de quatro semanas no cinema, Professora Sem classe saiu de cartaz. Os alunos senti-rão falta de Cameron Diaz, mas ela já tem uma substituta, com mais roupa e maior currículo: Ju-lia Roberts. Larry Crowne (tom Hanks) – faça uma piada sobre Dan Stulbach aqui –, diretor e protagonista do filme, perde o emprego, volta aos estudos e par-te para novos desafios, entre eles, conquistar a professora. Na 2ª se-mana em Caxias. 98 min. 2011.

l conan, o Bárbaro | Ação. 14h, 16h40, 19h20, 21h40 (Leg) e 17h, 19h30 e 22h (3D, leg) | Gnc

Um pouco de magia, um tanto de mitologia, algumas doses de luta, mais a linda moça da história e os músculos de Conan. Depois de uma semana de pré-estreia (?), conan, o Bárbaro está em exibi-ção em vários horários. A história nasceu dos quadrinhos e já fez sucesso nos cinemas com Arnold

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por Vagner espeiorin | [email protected]

Guia de Cultura

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Catherine Deneuve, que não gosta do rótulo de diva, protagoniza Potiche. Musa, fumou em local proibido no RJ e abafou a divulgação do filme

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Recomenda

Recomenda

Schwarzenegger. Estreando (ago-ra sim!) em Caxias do Sul. Diri-gido Marcus Nispel. Com Jason Momoa, Ron Perlman and Rose McGowan. 113 min. 2011.

l Manda-chuva - o filme (3D) | Animação. 13h10, 15h10 (Dub) | Gnc

Policiais eletrônicos prometem deixar a vida do gato folgado um pouco mais apertada na cidade. O filme é uma coprodução ente Mé-xico e Argentina, apontado pela crítica como um fracasso no 3D. Estreando nos cinemas. Dirigido por Alberto Mar. Com Fred ta-tasciore, Melissa Disney e Chris Edgerly. 2011.

l cowboys e Aliens | Ação. 13h45, 16h30, 19h, 21h20 (leg) | Gnc

Podem achar a obra uma gran-de viagem, mas uma batalha en-tre Cowboys e Aliens parece bem original. Daniel Craig interpreta o papel principal e que possui uma poderosa pulseira. Só que para desespero dos cowboys, o bang-bang dos extraterrestres não terá só tiros de 38. Entrando na 2ª semana em cartaz. Dirigido por Jon Favreau. Com Daniel Craig, Harrison Ford e Olivia Wilde. 118 min. 2011.

l os Pinguins do Papai | Co-média. 16h (dub) | ucS

Não adianta fazer cara feia. Adaptadas ao clima caxiense, as aves do mestre das caretas entram na na 5ª semana em cartaz. Diri-gido por Mark Waters. Com Jim Carrey, Carla Gugino e Angela Lansbury. 94 min. 2011.

l capitão América: o pri-meiro vingador | Ação. 18h (leg) | ucS

Cientistas novamente fazem ex-periências mirabolantes. Só que neste filme, as cobaias não são os macacos, mas um humano. Um

rapaz franzino se transforma em super-herói. Por ser americano, Capitão América, é claro, não po-deria deixar de guerrear. Entran-do na 2ª semana no UCS Cinema. Dirigido por Joe Johnston. Com Chris Evans, Hugo Weaving and Samuel L. Jackson. 124 min. 2011.

l cilada.com | Comédia. 20h | ucS

Sem considerar os intervalos entre as exibições no GNC e na UCS, cilada.com já está na 10ª semana em Caxias do Sul. Já não pode se chamar de rapidinha. En-trando na 2ª semana na UCS. Di-rigido por José Alvarenga Jr. Com Bruno Mazzeo, Rosana Ferrão. 95 min. 2011.

l fale com ela | Quinta (22).Drama. 19h30 | ucS (Sala flo-rense)

Fale com ela, mesmo que ela não te ouça. Uma paciente em coma é a grande – e estranha, como sempre em Almodóvar – paixão de um enfermeiro. Com ela, o rapaz divide aflições, medos e angústias sem ter retorno, como em muitas sessões de psicanálise. Dirigido por Pedro Almodóvar. Com Rosario Flores, Javier Cá-mara e Darío Grandinetti. 2002. 112 min.

l exaltasamba | Segunda, às 23h

Na véspera do Feriado Farrou-pilha, o grupo de Exaltasamba, o preferido de Neymar, vem a Caxias para animar aqueles que acham que calça larga não é bom-bacha, é saruel. É o show do ano para os fãs de pagode. estacionamento do MartcenterR$ 50 | RSC 453, 4.140, Desvio Rizzo

tAMBÉM tOCANDO: Sába-do (17): Vice-verso. Pop Rock. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | DJ fábio codevila. Eletrônica. 22h. La Barra. 3028-0406 | Gus-tavo Reis. MPB. 22h. The King. 3021-7973| os Madrugas. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Bar-baquá. tradicionalista. Paiol. 22h. 3213-1774 | DJ Rodrigo Dias. Eletrônica. 23h. Nox. 3027-1351| Regra 3. Samba. Boteco 13. 23h30. 3221-4513 | DJ Rodrigo Ayala e DJ federico Barco. Ele-trônica. 23h. Havana. 3215-6619 | Taxi free. Rock. 23h. Mississippi. 3028-6149 | Dj Maquinista. Fes-ta Latina. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Tubarão e Don capone. Rock. 23h. Vagão Classic. 3223-0616 | Domingo (18): Puraca-zuah!!!. Pagode. 21h. Portal Bo-wling. 3220-5758 | Domingueira. Set com DJ’s. 17h. Zarabatana. 3228-9046 | Segunda (19): Ro-bledo e Domenico. Acústico. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | DJ Luciano Lancini e DJ nóia. Ser-tanejo. 23h. Xerife. 3025-4971 | Sunny. Pop. Boteco 13. 23h30. 3221-4513 | constelação. Pago-de. 23h. Havana. 3215-6619 | DJ tom Hopkins. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. 3419-0900 | oly Jr.

& os tocaios. Blues. 23h. Missis-sippi. 3028-6149 | fabrício Beck Trio. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Terça (20): uncle cle-eds & J.A. Harper. Blues. 23h. Mississippi. 3028-6149 | Quarta (21): Pietro ferreti e Bico fino. MPB. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Maurício e Daniel. tradiciona-lista. Paiol. 22h. 3213-1774 | Bla-ckbirds. Rock. 23h. Mississippi. 3028-6149 | Quinta (22): chris e Alexandre. Sertanejo. 22h. Por-tal Bowling. 3220-5758 | fabrício Beck e Banda Jack Brow. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Ma-cuco. tradicionalista. Paiol. 22h. 3213-1774 | A4. Pop Rock. Bote-co 13. 23h30. 3221-4513 | flávio ozelame. Blues. 23h. Mississip-pi. 3028.6149 | Sexta (23): A4. Pop Rock. 22h. Portal Bowling. 3220-5758 | Alemão e trio. Pop Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarteto Paiol. tradicionalista. Paiol. 22h. 3213-1774 | Sandro e cícero. Sertanejo.23h. Xerife. 3025-4971| Adriano Trindade e Tiago corrêa. Samba Rock. Bo-teco 13. 23h30. 3221-4513 | Rafa Gubert e Tita Sachet. Blues. 23h. Mississippi. 3028-6149 | Gulli-vers. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | indie Girls. Rock. 23h. Vagão Classic. 3223-0616 | Sexta cultural. MPB. 21h. Zarabatana. 3228-9046 |

l 13º caxias em cena | De 13 a 25 de setembro

Depois de uma ótima sema-na que se iniciou com o amor de clotilde por um certo Lean-dro Dantas e se encerraria com o show de Nei Lisboa, o festival mantém a qualidade do teatro e traz outra grande atração mu-sical, Ana Prada. Os ingressos custam R$ 15 (público geral) e R$ 7 (idosos, estudantes e classe

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inGReSSoS - Gnc: Segunda, quarta e quinta (exceto feriados): R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sê-nior com mais de 60 anos). terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 (Movie Club Preferencial) e R$ 8 (meia en-trada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (in-teira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito industrial. 3209-5910 | ucS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sê-nior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | ordovás: R$ 5,

Ana Prada apresenta o seu CD Soy Pecadora e a Companhia dos Pés sobe a fachada da igreja Cristo Redentor no teatro vertical casca de nós

meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Pana-zzolo. 3901-1316.

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Recomenda

artística) e podem ser adquiridos nos locais das apresentações, em horário comercial ou uma hora antes dos espetáculos.

PRoGRAMAÇÃoSábado: flor de Mandacaru. infanto-juvenil. O grupo carioca Cia. Entreato narra a crença po-pular sobre a flor que determina a chegada da chuva ao Sertão, po-pularizada no Xote das Meninas, de Luiz Gonzaga. teatro São Car-los, 17h. | Mar me quer. Drama. Na peça do grupo A Outra Com-panhia de teatro, de Salvador, um pescador guiado pelo espírito do avô tenta conquistar o amor de uma vizinha contando-lhe fan-tásticas histórias, mentiras e ver-dades. Adulto. Ordovás, 20h | Romeu e Julieta – jamais vós ve-reis algo semelhante. Comédia. Os experientes Raulino Prezzi e Ana Fuchs sobem ao palco para encenar Shakespeare pela primei-ra vez. E precisam da ajuda da plateia para viver o casal mais fa-moso da literatura. Adulto. Sesc, 21h30 | Domingo: Remendo Re-mendó. teatro de rua. As mentes mais criativas do interior da Bahia participam de um concurso de contadores de histórias na peça do grupo A Outra Companhia de teatro. Livre. Parque dos Macaca-quinhos, 16h | Beatles – A Razão e a Paixão. No top 5 da maestri-na Cibele tedesco, o destaque do espetáculo está na união entre o Coral Municipal, a Orquestra e a Cia. de Dança para interpretar 12 músicas dos Beatles. Livre. teatro São Carlos, 20h | Segunda: il fault Trouver chaussure à Son Pied. Dança contemporânea. Freud os pés um símbolo fálico e os sapatos um símbolo femini-no. O antropólogo francês Leloup encontrou as mesmas referências em inúmeros provérbios orien-tais e ocidentais. E a Cia Geda, de Porto Alegre dança essas teorias. Adulto. teatro São Carlos, 20h | Segunda (19): 9 mentiras sobre as verdades. Uma atriz, que mis-tura realidade e ficção na rotina, se revela em um grupo de apoio para mentirosos compulsivos. O monólogo do grupo teatro Lí-quido, de Porto Alegre, ganhou o Açorianos 2010 de Melhor Atriz pela atuação de Vanise Carnei-ro. 14 anos. Sesc, 21h30 | Ter-

ça (20): casca de nós. Dança/teatro. O grupo Companhia dos Pés, de São Paulo, se pendura na fachada da igreja para encenar. É o teatro vertical. A peça abor-da a ocupação sentimental dos lugares, nossos espaços, nossos pequenos universos, as cascas de noz. Livre. Largo da igreja Cristo Redentor, 20h | Ponto de Parti-da. Drama. O grupo Nohgátikus se inspira na morte de Vladimir Herzog para refletir sobre o po-der, a arte e a liberdade. Mentira ou verdade? Assassinato ou sui-cídio? Ordovás, 21h. 14 anos | Quarta (21): Pequeno inven-tário de impropriedades. Monó-logo. O conteúdo do blog de Marx Reinert (www.pequenoinventário-deimpropriedades.blogspot.com), ator do monólogo, é transforma-do em teatro. Uma mistura de re-alidade e ficção virtual. 16 anos. Sesc, 20h | “….” Com um título que mais parece um erro de digi-tação, a peça da Companhia dos Pés tem uma sinopse tão indeci-frável quanto o nome. Algo sobre cumprir metas e cronometrar a vida. 14 anos. teatro São Carlos, 21h30 | Quinta (22): (e)Terno. teatro/Dança. Uma mulher espe-ra pelo marido e revela os sonhos da filha que quer conhecer o pai. interpretada por tefa Polidoro, a divide com o público as suas an-gústias. 14 anos. Sesc, 15h e 20h | noite de Bonecos – Musicircus. Bonecos. Diversos personagens de circo divertem “todas as ida-des” ao som de tom Jobim e As-tor Piazolla. Cia Navegante (MG). Livre. Ordovás, 20h | cadiquê. Dança contemporânea. A Cia. Étnica de Dança mistura danças afro e street dance para ampliar a a constatação poética de Cartola: “o mundo é um moinho”. 14 anos. teatro São Carlos, 21h30 | Sexta (23): Zôo-ilógico. teatro de ob-jetos. Em um piquenique no Zo-ológico, pai e filho criam animais com pratos, copos e objetos do cotidiano, coisa que as crianças sabem fazer bem e a Cia. trukus é especialista. Livre. teatro do Sesc, 10h e 15h | Soy Pecadora. Música. A uruguaia Ana Prada encerra a semana com o show do seu último CD. Acústico com base eletrônica, a solidão, a morte e, claro, o pecado. teatro São Car-los, 21h30.

l Pinturas Aeropostais | De 21 de setembro a 15 de outubro. De segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e sábado, das 15h às 19h

As pinturas aeropostais do ar-tista chileno Eugenio Dittborn, homenageado da 8ª Bienal do Mercosul, desembarcam em Ca-xias na próxima semana. Elas são enviadas para os locais da expo-sições, dobradas e guardadas em envelopes que ficam ao lado de cada peça para lembrar os lugares em que passaram. O artista estará em Caxias na quarta (21), às 18h, para uma conversa sobre a expo-sição. ordovás Entrada gratuita | Luiz Antunes, 312, Panazzolo

l flores, cores e formas | De segunda a sábado, das 9h às 18h30

No nome faltou originalida-de, resta saber agora se as obras de Magda Novello vão conseguir surpreender o público. A artista plástica já ganhou alguns prê-mios com seus trabalhos. O mais conhecido é o primeiro lugar no XiX Salão internacional de Artes Plásticas do Proyecto Cultural Sul Brasil. Salão de Beleza izaEntrada gratuita | Os 18 do Forte, 1420, Centro

TAMBÉM eM eXPoSiÇÃo: Arte em Macramê. Artesanato. Ana Marchioretto. De segunda a sábado, das 10h às 22h. Scapula-rium (Shopping San Pelegrino). 3029-1718 | Barrocas. Colagem. Nana Corte. De terça a sábado, das 17h às 22h. Boteco 13. 3221-4513 | crianças do outro Lado do Mundo. Fotografia. ilka Feli-pini. De segunda a sábado, das 8h às 20h. Sesc. 3221-5233 | Lições de um Jovem fotógrafo. Foto-grafia. Walter Brugger. Sábado, das 9h às 17h. Último dia. Museu Municipal. 3221-2423 | Marcas da cultura Gaúcha. Pintura. Vas-co Machado. Até terça (20), a par-

tir das 9h. Pavilhões da Festa da Uva. 3901-1381 | o Vazio, a Luz e a Matéria. Escultura. Mario Cla-dera. De segunda a sexta, das 8h às 22h30. Campus 8. 3289-9000 | o ventre e o leite. Escultura, de-senho e poesia. Bruno Segalla. De segunda a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 17h. instituto Bruno Segalla. 3027-6243 | Paisagens gaúchas em Graffiti. Grafite. Co-letiva. De segunda a sexta-feira, das 10h às 16h. Até 23 de setem-bro. Prefeitura. 3901-1381 | San nathorius - Moda e Decoração ecológica. Reciclagem. Nair Bre-solin. De segunda a sexta das 8h às 22h30. Até 21 de setembro. 3218-2100 | Servir e não ser ser-vido. Artesanato. Coletiva. De segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18h30, e sábado, das 8h30 às 12h30. Farmácia do ipam. 3901-1316 | Tiragem Única. Pintura e escutura. Coletiva. De segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e aos sábados, das 15h às 19h. Ordovás. 3218-6192 |

l formas ignoradas: orna-mentos, estilos e Memórias | Sexta (23), às 19h30

O arquiteto e urbanista Rober-to Filippini lança seu estudo que procura guardar a descrição da arquitetura preservada, da histó-ria dos prédios e daquilo que foi perdido nas construções em Ca-xias do Sul. Museu Municipal Entrada gratuita | Visconde de Pe-lotas, 586 | 3221-2423

l Workshop de escultura | Quinta-feira (22), às 18h

todos com as mãos na massa. Após as exposições Paralaxe e o vazio, a luz e a matéria, que continua no Campus 8, Mario Cladera ministra curso de escul-tura no instituto Bruno Segalla. Durante quatro horas, ele vai en-sinar modelagem e desenho da figura humana, com modelo vivo masculino. inscrições pelo fone 3027-6243.instituto Bruno SegallaR$ 125 | Andrade Neves, 603

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LiTeRATuRA

cuRSoS

eXPoSiÇÕeS

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[email protected]@ocaxiense.com.br

por cLÁuDio B. cARLoS

Corre sangue farroupilha,Corre sangue rio-grandense,Pelo orgulho desta terraO teu filho luta e vence.

Vai lutar, sul-rio-grandense,A liberdade tem valor,Não há gaúcho sem honra,Não há pátria sem amor.

Leva, ó povo, a tua raça,Faz o que manda o coração,Pra defesa desta terraÉ preciso a revolução.

Vai brilhar a liberdadeLá no alto da coxilha,Leva em frente o teu amorNa epopeia farroupilha.

Está na alma do Rio GrandeO ideal republicanoE o teu povo está pedindoPra ser livre e soberano.

Pelo herói farroupilha,Vive eterna a tradição,Foram bravos que tombaramEm defesa deste chão.

Pois não morrem grandes homensPelo fogo da guerrilha,Vive sempre o sentimentoNo estandarte farroupilha.

Glória àqueles que fizeramNossa pátria combatente,Farroupilha é uma conquistaDo Rio Grande e sua gente.

A arte do grafite migra para a tela para fazer uma versão urbana das cenas rurais que povoam o imaginário do gaúcho. A bandeira do Estado aos far-rapos, o campo, o chimarrão, a lida. todos os clichês foram contemplados na exposição Paisagens Gaúchas em Graffiti, parceria de Favelinha com Henrique Padilha (HP) e Fábio Panone Lopes (Hauli) no saguão da prefei-tura (veja no Guia de Cultura, página 16). No entanto, as cores vibrantes, o traço e os efeitos da arte das ruas deixaram as tintas escorrer pelo pampa e pilcharam os gaudérios com uma estética pouco vista por estas bandas.

Jonahtan Souza de oliveira (favelinha)| Laçador |

Participe | Envie para [email protected] o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou tiF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

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www.ocaxiense.com.br 1917 a 23 de setembro de 2011 O Caxiense

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As chances de classificação não existiam mais, mas o Caxias co-meçava a semana de trabalhos intensos pensando em uma vitó-ria contra a Chapecoense, neste domingo (18), em Santa Catarina, para garantir pelas próprias per-nas a permanência na Série C do Campeonato Brasileiro.

As chances de rebaixamento do time grená eram baixas, mas ainda possíveis. Até que a pu-nição imposta ao Brasil de Pe-lotas na quinta-feira (15) pelo Superior tribunal de Justiça Desportiva (StJD) mudou no-

vamente o cenário do Caxias na competição. A escalação irregu-lar do jogador Claúdio, absolvido em primeira instância no StJD, foi a júri novamente e, desta vez, rendeu ao time xavante a perda de seis pontos. Com isso, o time de Pelotas está rebaixado à Série D de 2012.

Agora, a vitória em Chapecó vale para o Caxias manter a ter-ceira posição no grupo e terminar a competição na zona intermedi-ária, além de melhorar o rendi-mento da equipe após a chegada do técnico Argel Fucks.

Com o caminho na Série C chegando ao fim, fechando a participação contra a Chapeco-ense neste domingo, o Caxias dá atenção à Copa Laci Ughini. Depois de perder para o Juven-tude no Alfredo Jaconi e para o Lajeadense no Estádio Centená-rio, o time grená conquistou uma vitória importante na noite de quinta (15) contra o Santo Ângelo.

A equipe teve o comando de Ricardo Cobalchini e o gol marcado pela atacante tia-go Duarte. O Caxias soma 10 pontos na competição e ocupa, momentaneamente, a terceira posição da Região Serrana.

Anderson Pico (foto) teve altos e baixos em 2011 no Juventude, mas é inegável que o jogador se transformou em peça fundamen-tal do time de Picoli. Por isso, o treinador sinalizou no treino da quinta-feira (15) que o lateral direito será poupado da partida deste domingo em Brusque. Na vaga de Pico, entra Moisés, garoto formado nas categorias de base do Juventude e que treinou forte durante a semana. A mudança não surpreende, já que Celsinho, então substituto direto na lateral direita, não teve boas atuações nos jogos em que participou, apresentando rendimento abaixo do esperado.

O torcedor do Juventude que não puder acompanhar o time ao vivo em Santa Catarina terá a chance assisti-lo ao vivo, de Caxias! A iniciativa é parte das ações que buscam aproximar ainda mais o torcedor do clu-be juventudista e impulsionar o acesso à Série C. Por isso, a tV Papo, em parceria com o Boteco 13, transmite o jogo a partir das 16h deste domingo. O sinal será aberto apenas para o bar que fica localizado na Estação Férrea.

Com classificação garantida à próxima fase, o Juventude vai a Santa Catarina para confirmar o bom rendimento contra um Brus-que que se agarra às possibilida-des numéricas por uma vaga na sequência do campeonato.

Líder do grupo com 16 pontos, o Ju só perde o primeiro lugar se acontecer uma combinação de resultados com goleada nas duas partidas. O alviverde tem a seu favor o melhor ataque da Série D e um saldo de 11 gols. A maior preocupação do time comandado pelo técnico Picoli, no entanto, é

em relação ao gramado do Está-dio Augusto Bauer, que foi ala-gado pelas chuvas que atingiram o território catarinense. Equipes trabalham na recuperação do gra-mado, mas é improvável deixar praticável um campo que já não tinha as melhores condições. Ao Juventude cabe cadenciar o jogo e evitar lesões musculares, preser-vando os atletas para a primeira partida da fase de mata-mata. O adversário será conhecido neste domingo (18), com três possibili-dades entre as equipes do grupo 7: Mirassol, Cene e Oeste.

A primeira baixa da lista de dispensas do Caxias ocorreu na última semana. O lateral direito totonho, um dos sete atletas que ganharam “folga forçada” até o próximo dia 20, acabou tendo seu contrato rescindido. Após a partida contra a Chapecoen-se, na reapresentação do grupo na próxima terça (20), a direção grená deve anunciar os jogadores com que pretende contar para a Copa Laci Ughini e o Campeonato Gaúcho de 2012 e os que devem ser negociados ou dispensados. também na lista de jogadores que deixaram o Estádio Cente-nário está o goleiro Walter ( foto), apresentado na última quinta como reforço do Novo Hambur-go para a Copa Laci Ughini.

Atenção à copinha

O descanso de Pico

TV Papo

De oLHo nAPRóXiMA fASe

AJuDA no TAPeTÃo

Walter e Totonho fora

Dupla

por JAnine STecAneLLA | [email protected]

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Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.20 17 a 23 de setembro de 2011O Caxiense

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Recomenda

l ucS/Mais fruta/imec x ulbra/Tecno | Sábado, às 17h

O confronto entre as universi-dades é válido pelo Estadual Fe-minino. Com 11 pontos, o time caxiense está em 5º. Precisa subir mais uma posição para se creden-ciar à disputa das fases finais.Vila olímpica da ucSEntrada gratuita | Francisco Getú-lio Vargas, 1.130, Petrópolis

l Torneio Bola ao Mato | terça-feira (20), às 10h

O torneio se chama Bola ao Mato, mas não se engane: o gran-de objetivo é acertar a bola no alvo. É uma dessas competições em que os sócios convidam os não sócios para participar. Se ti-ver a sorte de ser amigo de algum sócio e for convidado, divirta-se.Golf club caxiasApenas para associados | Estrada do Golfe, 1.111, Fazenda Souza

l Trekking | Domingo, às 6h30

Os caxienses que gostam de acordar cedo (muito cedo) para caminhar podem aproveitar a ati-vidade que ocorre em São Fran-cisco de Paula. Um ônibus sairá da frente da loja Guenoa para le-var os participantes até o local do trekking. A mochila é indispen-sável e, dentro dela, alguns ape-trechos para os 24 quilômetros de estrada não podem faltar: co-mida, um tênis reserva e protetor solar. Para quem não aguentar o percurso total, o ônibus ficará es-perando no Km 12 do trajeto. GuenoaR$ 60 | Flora Magnabosco, 306, São Leopoldo

l Brusque x Juventude | Do-mingo, às 16h

É o tipo de jogo bom de dispu-tar. independentemente do resul-tado, o Juventude já está classifi-cado para a próxima fase da Série D. E só um milagre, ou melhor, uma tragédia tira a liderança do alviverde – teria que ser (muito) goleado e, paralelamente, o Cia-norte ainda golear (muito) o Cru-zeiro no outro jogo do grupo. Já o Brusque precisa vencer e torcer ainda por um tropeço – mais do

que isso, um escorregão – do Cia-norte para passar à próxima fase. estádio Augusto BauerR$ 30 (arquibancada normal) e R$ 15 (estudantes e idosos) | Lauro Müller, 13, Centro – Brusque (SC)

l chapecoense x caxias | Domingo, às 15h

No meio do campeonato, a re-ação grená até fez a torcida so-nhar com a classificação, mas foi alarme foi falso. Menos mal que, se não foi ao céu, o Caxias tam-bém se livrou do inferno. O re-baixamento antecipado do Brasil de Pelotas, punido com perda de pontos pelo StJD na quinta-feira (15), livrou o clube da ameaça de cair para a Série D. Agora, é jo-gar contra a difícil Chapecoense – que vem motivada para tentar roubar a liderança do Joinville na última rodada.Arena Índio condáR$ 30 (arquibancada normal) e R$ 15 (estudantes e idosos) | Clevelân-dia, 807, Centro – Chapecó (SC)

l Juventude x nova Prata | Sábado, às 15h

Depois de perder para o Passo Fundo por 2 a 1, a vitória no con-fronto com o time de Nova Prata é essencial para o Juventude não se complicar na competição. O al-

viverde está em 4º na Região Ser-rana, posição que o classifica, mas sem espaço para ficar confortável.estádio Alfredo JaconiR$ 10 (arquibancada normal) e R$ 5 (estudantes e idosos) | Hércules Galló, 1.547, Centro

l 9ª copa de futsal femini-no do ipam | Sábado, a partir das 19h, e domingo, a partir das 9h

As mulheres não se cansam de jogar. O campeonato de futsal fe-minino do ipam entra no quarto mês. No final de semana, seis jo-gos movimentam a disputa.Sábado, 19h: União Feminina Flores da Cunha B x AFFEPAL Protásio Alves | 20h: Assoc. Mo-toristas São Marcos x Liga Femi-nina Flores da Cunha | 21h: Fê-nix/Pôr do Sol/Sind. Metalúrgicos x G.E. São Luiz/D’Vieri/Gilberto Oficina | Domingo, 9h: Rumo Certo Futsal x Primavera/RB Fer-ramentas | 10h: União Feminina Flores da Cunha B x Liga Femi-nina Flores da Cunha | 11h: Es-cola Santa Catarina B x G.E. São Luiz/D’Vieri/Gilberto OficinaGinásio do Santa catarinaEntrada gratuita | Matheo Gia-nella, 1.160, Santa Cantarina

Guia de Esportespor Vagner espeiorin | [email protected]

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Bola ao Mato, o torneio mais descontraído do cerimonioso golfe, será disputado no feriado

www.ocaxiense.com.br 2117 a 23 de setembro de 2011 O Caxiense

EDITAL DE CONVOCAÇÃOPelo presente Edital de Convocação, a Comissão Executiva Municipal do PARTIDO DO

MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO de Caxias do Sul CONVOCA todos os seus filiados com direito a voto, para a Convenção Municipal a ser realizada em 25 de setembro de 2011, nas dependências da Sede do Partido com início às 9 horas com término às 17 horas, para deliberar sobre a seguinte

ORDEM DO DIAa) Eleição dos Membros titulares e suplentes do Diretório Municipal;b) Eleição dos Membros titulares e suplentes do Conselho de Ética e Disciplina Par-tidáriac) Eleição do(s) Delegado(s) à Convenção Estadual, titular(es) e suplente(s);d) Eleição, pelo Diretório Municipal eleito, dos Membros titulares e suplentes da Comissão Executiva Municipal e do Conselho Fiscal.

Caxias do Sul, em 16 de setembro de 2011.Geni Peteffi

Presidente do PMDB

Diretório Municipal de Caxias do Sul

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Na última quarta (14), cerca de 420 alunas do Projeto Conviver aplaudiram felinícias no teatro São Carlos. Ângela, coordenadora do Caxias em Cena, assistiu ao espetáculo pela quarta vez. E chorou nova-mente. A emoção não é motivada só pelo palco. Há sete anos partici-pando do Caxias em Cena, a relações públicas ainda se comove com o espetáculo da plateia. “Me emociona o fato de o público estar gostando e eu saber que faço parte disso”, conta Ângela, que confunde trabalho e lazer. “A energia que circula no teatro toca tão profundamente que a gente esquece que teatro é ficção.” Ângela tem acompanhado a evolu-ção da plateia caxiense, não somente em número, mas em consciência cultural. “Sou muito mais a favor da qualidade do que da quantidade de público. Eles vêm, conseguem desenvolver uma postura crítica e voltam com frequência, passam a incluir a cultura no seu cardápio”, comemora. No planejamento do festival, ela dribla as suas preferências e procura atender a todos os gostos. E não acredita no teatro como gosto peculiar. “É difícil acreditar que alguém não goste de teatro. É a transformação da arte em alimento para a alma”, conta Ângela, diante de plateias cada vez mais famintas.

“Eu sou o que se poderia chamar de um amador avançado”, diz Brugger, sobre seu hobby, a fotografia. Aos 78 anos, o médico austríaco, que veio para o Brasil aos cinco anos, coleciona prêmios de fotografia do mundo inteiro – inclusive da international Federation of Photographic Art (Fiap), um dos mais importantes da categoria. A sua relação com a arte é mais realista e menos modesta na versão do também médico e fotógrafo Carlos Ghandara, curador da exposição Lições de um jovem fotógrafo, em homenagem ao artista. Quando Carlos procurou Brugger para um trabalho da fa-culdade de Fotografia, ele disse que tudo o que poderia ser escrito sobre a sua história na Medicina estava na revista da Associa-ção Médica e todas as suas fotos já haviam sido apresentadas. Carlos escreveu sobre Cartier-Bresson ou Ansel Adams, não lem-bra o certo. E se arrependeu por não ter in-sistido em Brugger. “Ele é um cara sempre à frente do seu tempo. Se entusiasma, parece um adolescente da computação. Quando tu pensa que descobriu algo, ele já fazia isso há muito tempo”, diz o curador, sobre o conhecimento avançado de Brugger em efeitos dignos de Photoshop quando esse software ainda não existia. Colega de Brug-ger no Clube do Fotógrafo, do qual o artista é fundador e frequentador assíduo, Carlos diz que o homenageado sempre surpreen-de. “A foto não esta na cena, no papel ou na manipulação no Photoshop. Está na cabe-ça de Brugger.” Carlos recuperou o tempo perdido desde que desistiu da história de Brugger e planeja um livro. “O Brugger é um legado.”

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Arquitetura | Prédios históricospor RoBeRTo fiLiPPini

por MARceLo ARAMiS

Autor do livro formas ignoradas: ornamentos, estilos e memórias, que será lançado na sexta (23), Ro-berto Filippini é um dos maiores estudiosos da arquitetura caxiense. No livro, o arquiteto descreve os principais ornamentos e estilos dos prédios históricos da Caxias urbana e fala das grandes perdas dos últimos 50 anos. Convidado a listar os cinco prédios de maior relevância histórica e cultural da cidade, Filippini pediu pelo me-nos um Top 7. A Catedral Diocesana e o palacete da Família Eberle seriam os outros dois, se a coluna permitisse.

Museu Municipal | O prédio na Visconde de Pelotas, que hoje abriga boa parte da História de Caxias, já foi a sede da intendência do Município. “Com dois pavimentos, lem-brando os famosos sobrados, o prédio é uma herança do Brasil Colônia”, descreve Filippini. A construção do final do século XiX foi uma das primeiros de alvenaria na cidade.

Livraria Saldanha | As vitri-nes que hoje mostram celulares já foram as mais famosas da cidade. Na esquina da Júlio de Castilhos com a Visconde de Pelotas, o pré-dio foi sede do “point cultural” da década de 10. Conhecido pelas esculturas das musas da música, da poesia e da pintura no alto da fachada, a livraria foi ponto de en-contro de intelectuais e centro das atividades culturais do município.

Theatro central | As esculturas de corpos nus na fachada, que foram polê-mica na época da construção, já não conseguem competir com a publicidade. Para Fili-ppini, a importância do pré-dio do Recreio da Juventude está na contribuição para a evolução cultural da cidade, pelas peças e pelo cinema que funcionava lá.

clube Juvenil | O balcão na esquina da Júlio de Casti-lhos com a Marquês do Her-val foi tribuna para acalorados discursos políticos, inclusive quando os caxienses foram convocados para a 2ª Guerra. A construção de 1928, em es-tilo eclético, ganhou o terceiro pavimento em 1964. Confor-me Filippini, a reforma mante-ve a estética original do prédio.

cinema Guarani | “As filas quase davam a volta na quadra”, conta a mãe de Filippini so-bre os bons tempos do Guarani, hoje uma loja de eletrodomésticos. Conforme o arquiteto, o prédio em estilo art déco segue a linha de diversos cinemas do século XiX.

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Renato [email protected]

Ao acumular com a chefia de Ga-binete as funções de secretário do trânsito, Edson Néspolo parece ter desengavetado uma série de propos-tas esquecidas pelo titular da pasta.

Uma delas é a criação da Zona Verde, versão mais pobre da Zona Azul, ampliada para bairros pe-riféricos ao centro da cidade.

Representantes da prefeitura e do Sindicato dos Médicos têm promovido reuniões a portas fechadas – e sem divulgação. Os participantes confiam que seja encontrada, dentro dos próximos dias, uma solução para o impasse.

Fim da greve?

Rotativo verde

Presidente do DEM, Odir Miguel Ferronato está confiante: “So-mos um partido limpo em Caxias e, no país, quem criou proble-mas simplesmente foi expulso”. O DEM forma o G-6, grupo de pequenos partidos que está fora da coligação Caxias para Todos (que dá sustentação ao governo José ivo Sartori), para disputar a sucessão municipal. O candidato a prefeito do grupo é o atual pre-sidente da CiC, Milton Corlatti.

Os outros integrantes do G-6 são: PR, PPS, PHS, PV e PSC.

É claro que o maior trunfo para as pretensões do Democratas e do G-6 é a participação de Corlatti como candidato a prefeito. Ele apresentou na última semana seu pedido de desfiliação ao PMDB no Cartório Eleitoral e o ingresso no novo par-tido será oficializado nos próximos dias. Corlatti chegou a cancelar viagem ao Exterior para ultimar os preparativos desse início de pré-campanha. O prazo para filiações ou troca de partidos para candida-tos vence um ano antes da eleição.

Trunfo

Partido limpoCoincidência ou não, o secretário

da Cultura, Antonio Feldmann, tem subido o tom de seus discursos em solenidades oficiais. Ele está mais exultante e já não tem entoado com a mesma convicção o samba Plataforma, de João Bosco e Aldir Blanc, que repetia até algum tempo atrás: “Não sou candidato a nada/ Meu negócio é madrugada/ Mas meu coração não se conforma”.

Apenas um detalhe separa o sonho da comissão comunitá-ria e um show de Andrea Bocelli na Festa da Uva 2012: o cachê.

O tenor italiano vai receber R$ 6 milhões por um show que fará em Belo Horizonte, mês que vem, em comemoração aos 35 anos da Fiat brasileira. A própria monta-dora, a Nestlé e o itaú vão bancar esse cachê, incompatível com o orçamento da festa caxiense.

Samba de Feldmann

Sonho distante

O atual sistema de barragens já não é mais suficiente para enten-der às necessidades de água da população. O Marrecas precisa entrar em operação de imediato.

O abastecimento só não ficou pre-judicado até agora em vista das ge-nerosas chuvas deste findo inverno, responsáveis pela manutenção das represas sempre em nível elevado.

Marrecas urgente

Entre os bairros citados no pedido de racionalização do uso da água, feito pelo Samae, está o Desvio Rizzo. Não é por acaso: o Rizzo é o bairro que mais cresce na cidade.

E cresce desmedidamente, re-sultado da falta de planejamento e da crescente migração de mo-radores, em especial da Metade Sul do Estado, para cá. Na mé-dia, o Rizzo recebe 330 novas ligações à rede d’água por ano – ou seja, quase uma por dia.

Falta de planejamento

Encerrado seu reinado no último dia 3, a rainha da Festa da Uva 2010 tatiane Frizzo ingressou na política. Assinou ficha esta semana no De-mocratas e pretende disputar uma vaga na Câmara de Vereadores, na eleição municipal do próximo ano.

tatiane pretende levar para o Le-gislativo caxiense a experiência co-munitária que teve como soberana do mais importante evento de Ca-xias do Sul.

o Democratas (DeM) conta com uma lista de 47 nomes pron-tos para concorrer a vereador em 2012. São 26 homens e 21 mulheres. “Nem precisa tantos, haverá uma seleção interna”, diz o presidente da sigla, Odir Miguel Ferronato, que também responde pela diretoria comercial da Festa da Uva.

Oitenta por cento desses novos filiados nunca concorreram a um cargo eletivo, o que vai assegurar uma pretendida renovação na com-posição da Câmara – se houver adesão do eleitor caxiense às pre-tensões do DEM.

Além de Tatiane frizzo, o DEM terá outros nomes conheci-dos em sua nominata de candidatos a vereador, embora a ênfase seja na renovação.

Com a perda de Washington para o PDt, o nome de maior visibili-dade nos meios esportivos será o do ex-capitão do Juventude Lauro. Mas ele só vai anunciar sua filiação na próxima semana, depois de con-versar com outros partidos – PtB, PC do B e Pt – que também o ha-viam convidado.

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www.ocaxiense.com.br 2317 a 23 de setembro de 2011 O Caxiense

Acredito que mudanças sociais sejam possíveis a partir do momento emque cada indivíduo começa a participar

e a trabalhar. Acredito que a política sejainstrumento para ajudar mais pessoas

Tatiane frizzo (DeM),ex-rainha da Festa da Uva e pré-candidata a vereadora.

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