Edição de agosto, nº 399, jornal novo almourol

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AGOSTO 14 | N°399 | ANO XXXIII | PREÇO 1,20 EUROS | MENSAL DIRECTOR LUIZ OOSTERBEEK Novo Almourol Mergulhar Agosto O Verão não é necessariamente e apenas o litoral, as praias de areia, é também e cada vez mais o pequeno paraíso que se esconde entre vales e albufeiras. Uma região Agosto.. p10&11 Nada como dantes, em Abrantes Abrantes recebeu pela segunda vez consecutiva o 180 Creative Camp, evento multidisciplinar que obriga a cidade a olhar-se ao espelho e a reformular as suas rotinas. É preciso dar tempo ao tempo, pois o que parece fugaz é um rastilho para o legado que se pretende novo, moderno, transformador de rotinas. A melhor música portuguesa vai a banhos de multidão... no Ribatejo Ponha os óculos de sol, esqueça o bom e o mau, ou novo. Entre na aldeia que traz Bons Sons à região, ao país, à europa. O festival de Cem Soldos chama Sérgio Godinho, Gisela João, Peixe, First Breath After Coma, Capicua e desenas mais. Depois só daqui a dois anos. p08 p16&17 p04 p06 Atalaia exige segurança Com a entrada das portagens na A23 e na A13, Atalaia, em Vila Nova da Barquinha, viu o seu espaço invadido por um aumento exponencial de trânsito que originou um abaixo assinado a exigir a colocação de semáforos na localidade, de modo a fazer face à insegurança que advém do aumento de tráfego. Tancos e a Grande Guerra Fotos da Grande Guerra andaram nas últimas semanas em foco, nomeadamente com a edição especial do Público. Tancos tem destaque no trabalho.

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AGOSTO 14 | n°399 | Ano XXXIII | Preço 1,20 euros | MensALDIRECTOR LuIZ oosTerBeeK

Novo Almourol

Mergulhar Agosto O Verão não é necessariamente e apenas o litoral, as praias de areia, é também e cada vez mais o pequeno paraíso que se esconde entre vales e albufeiras. Uma região Agosto.. p10&11

Nada como dantes, em AbrantesAbrantes recebeu pela segunda vez consecutiva o 180 Creative Camp, evento multidisciplinar que obriga a cidade a olhar-se ao espelho e a reformular as suas rotinas. É preciso dar tempo ao tempo, pois o que parece fugaz é um rastilho para o legado que se pretende novo, moderno, transformador de rotinas.

A melhor música portuguesa vai a banhos de multidão... no RibatejoPonha os óculos de sol, esqueça o bom e o mau, ou novo. Entre na aldeia que traz Bons Sons à região, ao país, à europa. O festival de Cem Soldos chama Sérgio Godinho, Gisela João, Peixe, First Breath After Coma, Capicua e desenas mais. Depois só daqui a dois anos.

p08 p16&17 p04 p06

Atalaia exige segurançaCom a entrada das portagens na A23 e na A13, Atalaia, em Vila nova da Barquinha, viu o seu espaço invadido por um aumento exponencial de trânsito que originou um abaixo assinado a exigir a colocação de semáforos na localidade, de modo a fazer face à insegurança que advém do aumento de tráfego.

Tancos e a Grande GuerraFotos da Grande Guerra andaram nas últimas semanas em foco, nomeadamente com a edição especial do Público. Tancos tem destaque no trabalho.

02 CURTAS & GROSSASNovoAlmourol

AGOSTO 2014

Melhoramento Ribeirinho A Câmara Municipal de Constância, com a colaboração da ex-Escola Prática da Engenharia, actual Polo Permanente do Prédio Militar 001/VNB – RE1, realizou obras de melhoramento do aspecto paisagístico da zona ribeirinha junto ao rio Zêzere de modo a oferecer melhores condições a todos aqueles que frequentam o espaço. O local é visitado por milhares durante a época de Verão, sejam banhistas ou praticantes de canoagem, bem como turistas culturais que nestes meses visitam a Vila Poema. Os trabalhos ficaram concluídos no fim de Julho e incidiram na regularização do terreno e colocação de areia.

Pavilhão quase prontoAs obras iniciaram-se em Novembro de 2013 e a previsão de conclusão do novo Pavilhão desportivo (foto de baixo), junto à escola D. Maria II, está prevista para Fevereiro de 2015. Para já, as obras continuam no local sendo já visível o começo da demolição do pavilhão antigo,(foto de cima) a escassos metros do local de construção do novo. O novo equipamento servirá todo o Campus Escolar de Vila Nova da Barquinha que inclui a Escola Ciência Viva, podendo também ser utilizado pela população em geral. O valor de adjudicação da obra é de 1.273.020 euros, sendo comparticipada em 85% do valor elegível pelo QREN.

Inscrições em natação e futebolEstão abertas as pré-inscrições para a Escola Municipal de Natação, que funciona em Moita do Norte, Vila Nova da Barquinha, no Centro Municipal de Actividade Física Aquagym. Além da natação os utentes podem realizar hidroginástica e fisioterapia em meio aquático. Em 2014 cerca de 800 participaram nas actividades. Para fazer a pré-inscrição ligue 249 719 067. Também a Escola Municipal de Futebol tem as pré-inscrições abertas, para crianças dos 5 aos 14 anos, de ambos os sexos, para o próximo ano lectivo que começa em Setembro. A escola funciona no Parque Desportivo Municipal de Atalaia. O número de telefone é 249 720 358.

↑ rio acima

↓ rio abaixo

Música Portuguesa

Não é por acaso que acontece em Cem soldos, Tomar. Acontece porque existe uma aldeia com muito amor próprio e pela música portuguesa, uma comunidade solidária que brinda todo o país com bons sons, criando movimento inigualável na região.

Trânsito Desviado

A população de Atalaia insurge-se contra os efeitos das portagens na A23 e A13 na circulação rodoviária. São acompanhadas por mais trânsito e degradação das vias. Veja-se o caso da estrada entre Entroncamento e Torres Novas, uma das principais vias.

Hotel D. João legal

Sobejam as intenções de autarcas para incrementar o turismo, criar rotas e dinâmicas de atracção, mas sem camas turísticas é praticamente nula a vantagem dos investimentos. No Entroncamento os problemas com o Hotel estão quase resolvidos.

Camorra em Abrantes

Dois arguidos residentes em Abrantes levaram o Ministério Público a requerer julgamento em tribunal colectivo dadas as circunstâncias e gravidade dos crimes praticados. É a conhecida Camorra que tem assombrado a cidade, a mesma que julgava já ter deixado o assunto no passado. Mas o mal não descansa.

Equipamentos de Verão

Curiosamente é no Verão que a região mais vezes passa nas notícias. Curiosamente porque não somos litoral, não temos areia nos pés ou água salgada à porta. Mas há monumentos, brio e inovação, há trabalho e pequenos paraísos para descobrir.

Gira o disco e...

Os iluminados e velhos do Restelo afirmam que o que aconteceu com o Banco Espríto Santo não podia ter sido evitado. Por essa lógica estamos melhor com um Estado menos regulador, em que são os privados a ditar as regras, com base no lucro. Continuemos nessa linha, não mudemos.Tem sido tão bom até agora...

Francisco Canais Rocha, 84 anos, faleceu em Torres Novas, no dia 10 de Agosto. Sindicalista e historiador, foi o primeiro coordenador-geral da Intersindical Nacional

Meio Milhão A redução de jovens em Portugal na última década, havendo municí-pios que perderam quase metade da sua popu-lação entre os 15 e 29 anos, revelou o Instituto Nacional de Estatística . Em algumas regiões, em especial no interior e no sul do país, o número de jovens desceu quase para metade (menos 46%).

Trânsito condicionado

Desde dia 12 de Agosto, a circulação de veículos na ponte sobre o rio Tejo em Abrantes está a ser feita de forma alternada entre as 8:00 e as 20:00, regulada por semáforos, e condicionada a uma via de tráfego. A Estradas de Portugal (EP) não prevê a necessidade de interrupção do trânsito na ponte. Para oque o pretenda as alternativas mais próximas serão as pontes rodoviárias de Alvega / Mouriscas ou Constância (excepto pesados).

noVoALMouroL.wordPress.CoMNA PRIMEIRA PESSOA 03 AGOSTO 2014

CVVascoDamas44 anos,GestorCasais de revelhosAbrantes

1995o ano em que terminei a minha licenciatura em Gestão e em que percebi que a “brincadeira” estava a terminar e que a vida ia começar.

2000A eleição para Presidente da Associação Comercial de Abrantes, Constância, Mação e sardoal. Passei a ser o mais jovem Presidente da história na Instituição e, essencialmente, permitiu-me cruzar com pessoas, projectos e desafios que me fizeram crescer pessoal e profissionalmente.

2002A morte do meu pai. A partida sem regresso de um companheiro, de um amigo, de um cúmplice…e ficar com a sensação que ficaram tantas conversas por ter…

2005o nascimento da minha filha porque redefiniu o meu conceito de amor incondicional, alterou a minha escala de prioridades e provocou alterações profundas na minha forma de ser e de viver.

2010Conheci a mulher que derrubou tudo o que tinha sido construído até então, que alargou a minha visão periférica sobre as verdades absolutas da vida, que me obrigou a dizer “sim” a tanto até então negado e porque me fez eliminar os limites de quase todas as convenções.

O que mais gosta de fazer nos tempos livres?Gosto muito de viajar à boleia de um bom livro, de ver uma história bem contada e bem realizada através do cinema, de ouvir uma música que não me deixa indiferente e de passar momentos intelectualmente estimulantes na companhia de amigos.

O que mais o irrita?A hipocrisia, a cobardia, a mentira, promessas não cumpridas, expectativas defraudadas, pessoas acomodadas que não arriscam sair da sua zona de conforto…e a generalidade da classe politica, que em conjunto com alguns grupos de interesses, está lentamente a destruir o nosso país e a comprometer o futuro das próximas gerações.

Até onde gostava de ir?Num cenário idílico, iria até às Ilhas Moreia, uma hora de avião a seguir a Bora Bora, na Polinésia Francesa…em alternativa, num enquadramento mais cultural, com mais história e com a companhia certa, cruzaria a Europa numa “espécie” de InterRail .

Se eu pudesse...…cruzava o meu destino com uma doce utopia, transformava as mentiras em verdades, erradicava a artificialidade, os “15 minutos de fama” e a falta de exigência cultural e intelectual dos tempos modernos, “agarrava” nos meus amigos, ia viver para o “País das Maravilhas”… e seria feliz para sempre!!

(...) erradicava a artificialidade, os “15 minutos de fama” e a falta de exigência cultural e intelectual dos tempos modernos.

“O gestor foi presidente da Associação Comercial de Abrantes, Constância, Mação e Sardoal e participa com regularidade na comunicação social regional, assinando a sua habitual crónica na Rádio Antena Livre, e também no programa Radar com Alves Jana e João Pedro do Céu.

04 EDUCAÇÃONovoAlmourol

AGOSTO 2014

(...) é uma área em que ainda não existe excesso de especialistas, por isso é uma área de aposta estratégica, sobretudo ao nível do cruzamentodas formações

ENSINO SUPERIOR

Segunda edição do mestrado em Sistemas de Informação GeográficaNuma altura em que tanto se fala de planeamento e gestão do território, o IPT- Instituto Politécnico de Tomar em parceria com o Instituto Politécnico de Castelo Branco – promove a segunda edição do Mestrado em Sistemas de Informação Geográfica, aplicada ao Planeamento e Gestão do Território.O Novo Almourol conversou com a Professora Rita Ferreira Anastácio, membro da Comissão Científica do curso, e colocou algumas questões que podem ser do interesse dos leitores em geral, mas também de um público específico a quem esta área possa interessar.

TEXTO CIdálIA dElGAdO

Porquê um curso de mestrado em parceria?Esta parceria com Castelo Branco na área de especialização dos Sistemas de Informação Geográfica justifica-se sobretu-do ao nível do corpo docente, no sentido da sua complemen-taridade. Existem fortes orientações para a formação de redes cooperativas ao nível dos Institutos Politécnicos no sentido de desenvolver parcerias académicas, articulando recursos humanos e científicos para incrementar a qualidade dos produtos oferecidos. Assim nasceu esta parceria que já deu frutos este ano com a 1ª edição e que demostrou uma grande aceitação por parte da comunidade profissional e académica da região do Médio Tejo, pela adesão demonstrada.

Porquê um curso de mestrado nesta área?A área dos Sistemas de Informação Geográfica é uma área recente inserida nas tecnologias de informação geográfica e que deriva da complementaridade de várias áreas cientificas relacionadas com a geografia e a cartografia. É uma especiali-zação que existe apenas ao nível de mestrado, onde os alunos podem aprofundar os seus conhecimentos aplicados, numa vertente prática de resolução de problemas geográficos, em todas as áreas do conhecimento que envolvem espaço/terri-tório. Esta especialização pretende dar resposta à necessidade de formação avançada de profissionais, numa área tecnoló-gica que é considerada de relevância estratégica para a pros-secução das políticas de gestão do território e do património. Tem como objectivo capacitar os alunos para liderar a cons-trução, implementação e exploração de projectos adaptados às exigências das empresas e das instituições públicas na área da gestão do território e do património, com aplicações espe-cíficas em Sistemas de Informação Geográfica.

Quais são as vantagens nesta especialização?Como é um mestrado de espectro alargado do ponto de vis-ta da formação, serve muitas áreas de formação e contribuir não só para apoiar estudos territoriais ao nível cartográfico, mas sobretudo como instrumento de modelação espacial, com aplicações práticas ao nível da análise espacial. Assim o planeamento e a gestão do território beneficiam de um

incremento de eficácia na operacionalização e na monitori-zação de planos e projetos territoriais, quer a nível municipal, intermunicipal ou regional.

Dada a elevada taxa de desemprego em Portugal e uma vez que a palavra desemprego está na ordem do dia, acha que esta é uma área que pode trazer empregabilidade no futuro? Esta é uma área em que ainda não existe excesso de espe-cialistas, por isso é uma área de aposta estratégica, sobretudo ao nível do cruzamento das formações. O mercado em geral está com falta de oferta em todas as áreas, mas existe um po-tencial enorme nestas formações mais tecnológicas que têm uma componente instrumental e operacional muito eleva-da que poderá também funcionar como um impulso para a integração no mercado internacional. O próximo quadro comunitário irá apoiar sobretudo projetos que privilegiem o cruzamento de áreas de formação e este curso é um excelente

exemplo para quem pretenda usufruir dos incentivos fi-nanceiros disponíveis nos próximos anos.

Quais são então os requisitos para ingressar neste curso?Esta especialização destina-se a complementar a formação de licenciados nas áreas das Ciências do Território, Ciên-cias Geográficas, Ciências do Ambiente, Ciências Sociais, bem como outras áreas afins e visa preparar os alunos para a abordagem de problemas na área do planeamento e ges-tão do território, dando resposta à necessidade crescente de recursos humanos especializados.―Todas as informações sobre o curso estão disponíveis em: www.ipt.pt

Mais parceriasA AdIsPor (Associação dos Institutos superiores Politécnicos Portugueses), ao abrigo da cooperação estabelecida com a direcção dos serviços de educação e Juventude de Macau, e com o envolvimento dos institutos Politécnico de setúbal (IPs) e Politécnico de Tomar (IPT) promovem a língua e cultura portuguesa. de 1 a 15 de Agosto, as três instituições proporcionaram a 30 estudantes do ensino secundário com idades entre os 16 e os 18 anos, de escolas Luso-Chinesas de Macau, a oportunidade de conhecerem a cultura e a língua portuguesa de forma mais aprofundada. o programa da iniciativa contou com diferentes acções lúdico-pedagógicas, cujo principal objectivo foi reforçar a ligação e proximidade dos estudantes a Portugal, através de visitas de estudo a entidades e monumentos emblemáticos do país como o Mosteiro dos Jerónimos, o Portugal dosPequenitos, o Mosteiro da Batalha, o oceanário de Lisboa, o Convento de Cristo, a rTP (rádio e Televisão de Portugal), entre outros, bem como através da realização de algumas actividades desportivas, da participação numa peça de teatro interactiva e da leccionação de aulas de português. Coube ao IPs o desenvolvimento de toda a componente pedagógica do programa, que contempla o acompanhamento de todas as actividades e a leccionação de aulas de língua portuguesa ministradas por docentes da escola superior de educação do IPs, e ao IPT de planificar toda a componente logística da iniciativa, da organização das actividades de contexto lúdico e das visitas de estudo.―

noVoALMouroL.wordPress.CoM

CAMINHANDO 05AGOSTO 2014

Apoio ao empresárioO Município criou o Gabinete de Apoio ao Empresário que nasce da assinatura de um Protocolo de Colaboração com a NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém e visa incentivar a criação de empresas e a dinamização da actividade económica empresarial no concelho. o aconselhamento e apoio técnico; a dinamização do empreendedorismo; o fomento de espaços de coworking e de incubação de empresas; entre outros.―

sArdoAL

Intermarché em cursoAs obras já deviam ter começado mas deverão atrasar-se alguns meses. Fernando Freire, autarca de VNB contou ao NA que “as licenças já foram levantadas e neste momento o grupo Intermarché está a negociar com o franchisado”, mas assegurou que “o projecto é para avançar”. Freire advertiu que o atraso não será alheio “à condição conjuntural que o país atravessa”, garantindo que “tudo está aprovado e licenciado.” A inauguração estava prevista para Novembro.―

Vn BArQuInHA

FutsalVão ter lugar no Pavilhão Desportivo Municipal, em 6 de Setembro, os jogos masculino e feminino das respectivas Supertaça Nacional de Futsal. Para a Supertaça masculina competirão o Sporting, campeão nacional, e o Fundão, detentor da Taça; a nível feminino o campeão, Golpilheira, enfrentará o anterior vencedor da Taça, o Benfica. No mesmo local ocorreram as edições de 2008, entre Benfica e Sporting e de 2010, que opôs o Sporting ao Belenenses, sendo que, em qualquer delas, o Sporting saiu como vencedor.RF.―

enTronCAMenTo

BARQUINHA

Atalaia exige semáforos na estrada Nacional 10

TEXTO RICARdO AlVES

Em nota informativa envia-da às redacções lê-se que a colocação de portagens na A23 e A13 “transferiu a circulação de milhares de carros e camiões para o meio da Atalaia, situação que veio colocar em causa as condições de segurança”. A via em causa atravessa a localidade e no seu percurso abarca zonas escolares, comerciais e habita-cionais, com franco movimento antes das alterações na A23.

Fernando Freire, presiden-te da autarquia e residente em Atalaia, afirma-se plenamente de acordo com a iniciativa, “é um direito legítimo, nomeadamente quando está em causa a segu-rança e a mobilidade”. O autarca adverte que a “civilidade” devia

ser a primeira mudança a ocor-rer, “se as pessoas obedecessem as regras de trânsito”, mas não o fazem.

Nesse sentido, Freire contou que a “autarquia já enviou dois faxes para o Instituto de Estra-das de Portugal, quer para a de-legação de Santarém quer para a delegação central em Lisboa e até este momento não temos resposta. O objectivo era ter-mos uma reunião para verificar a exequibilidade da instalação de semáforos ou outras barreiras re-dutoras de velocidade.” O presi-dente da autarquia contou tam-bém que a pedido da autarquia, as forças de segurança estiveram presentes durante alguns meses na estrada “com meios dissuaso-res de velocidade, como radares”, mas pelo que se tem apercebido, “isso já não acontece.”

Freire garantiu que a autar-quia vai estar atenta e mostra-se preocupado mas adverte que, mais uma vez, uma competência da administração central é dele-gada para a autarquia, “é a edu-cação, a saúde, e por aí adiante e agora a segurança”, lamenta. No entanto, garante que “câmara está cá para defender as popu-lações e tudo fará para ajudar a resolver a situação.”

Até final de Julho haviam sido efectuadas cerca de 250 as-sinaturas e o documento, além de sinalizar as questões de segu-rança aponta também a “degra-dação das condições ambientais e a deterioração do piso das vias”.

A iniciativa é da Comissão de Utentes dos Serviços Públi-cos do concelho de Vila Nova da Barquinha.―

Aumento de tráfego e desrespeito pelas regrasde segurança na base da reivindicação

de facto, na Idade Média, o Tejo estava afastado da actual localização de Vila nova da Bar-quinha cerca de dois quilómetros para sul. Crê-se que na altura, a Barquinha ainda não existia. não havia Tejo para isso. Mas come-cemos por recuar algumas cente-nas de anos até ao ano de 1545. nesse ano, o rio Tejo da Idade Média, após passar por Tancos, desviava-se para a Carregueira e seguia até à actual ponte da Cha-musca. Foi também nesse ano que se iniciou, segundo registos ainda existentes, uma formidável obra de engenharia: o desvio do curso do rio Tejo numa extensão de cerca de dez quilómetros, compreendida entre o Arripiado e a Golegã, com os objectivos de salvar os campos agrícolas a ju-sante, impedindo a acumulação de areias na região de santarém, e simultaneamente tentar aca-bar com a Lagoa Fedorenta que ali se formava e lançava maus cheiros. A força combinada de entre vinte mil a trinta mil traba-lhadores pretendia empurrar o Tejo um quilómetro para norte! Terminada a obra, durante um inverno rigoroso, o Tejo decidiu escolher o seu próprio caminho, desviando-se ainda mais um quilómetro para norte, chegando dessa forma à Barquinha. diz-se que foi nessa altura que a nossa terra começou a ser povoada pelos trabalhadores que haviam

Conhecer

Barquinha e o Tejo nunca estiveram tão próximos.

tentado desviar o rio e por alguns exploradores de campos agrícolas que possivelmente já cá estavam antes. de qualquer forma, podemos concluir que a Barquinha surgiu como fruto do Tejo e da sua fertilidade e riqueza agrícola.

A força combinada de entre vinte mil a trinta mil trabalhado-res pretendia empurrar o Tejo um quilómetro para norte!.

Retirado de relatos do Sr. Roldão e do documento “Estudos do Quaternário” da Revista da Associação Portuguesa para o Estudo do Quaternário.Texto realizado no CIAAR pelos estu-dantes Ana Rita (em estágio curricular do curso de Comunicação da Escola Profissional de Torres Novas), Beatriz Feliz e João Nunes (ambos da Ocupa-ção de Tempos Livres de Vila Nova da Barquinha).―

O abaixo-assinado promovido pela população da Atalaia, exige que a empresa Estradas de Portugal (EP) coloque semáforos redutores da velocidade no percurso da Estrada Nacional 10, via que atravessa a localidade. Em causa estará o tráfego naquela via que aumentou consideravelmente com a colocação de portagens na A23 e na A13

06 HISTÓRIANovoAlmourol

AGOSTO 2014

BARQUINHA

Tancos e a Grande Guerra

soldados de Infantaria em ordem de marcha em Tancos

Preparação para a guerra Passagem da Cavalaria pela ponte de barcas, Tancos, 1916 Instrução Militar em Tancos

TEXTO RICARdO AlVES

O jornal de referência “Pú-blico” tem vindo a editar um especial sobre a Grande Guerra, a Primeira Guerra Mundial, que no passado dia 28 de Julho mar-cou cem anos desde o seu come-ço e na qual Portugal participou ao lado dos Aliados.

O ministro da Guerra, Norton de Matos, foi um dos principais responsáveis pela organização do Corpo Expe-dicionário Português (C.E.P.). Integravam-no cerca de 30 000 homens.

Os militares mobilizados, após a instrução preliminar rea-lizada nos quartéis das 2.ª, 5.ª e 7.ª Divisões, partiram para Tan-cos, em Abril de 1916, onde re-ceberam instrução preparatória conjunta para a campanha euro-peia. Este esforço de preparação é vulgarmente conhecido por

“Milagre de Tancos”. Tancos esteve, de resto, em

amplo destaque no "Público", em fotos da autoria de Joshua Benoliel - considerado por mui-tos o maior fotógrafo português do início do século XX - e Ar-naldo Garcez, como centro da participação portuguesa na Pri-meira Grande Guerra―

noVoALMouroL.wordPress.CoMSOCIEDADE 07AGOSTO 2014

BARQUINHACampanha de angariação de roupa e materiais para Cabo Verde

TEXTO NA

No âmbito do projecto de cooperação da Associação de Desenvolvimento do Riba-tejo Norte (ADIRN), a Câ-mara Municipal de Vila Nova da Barquinha e a Associação Viver Entre Amigos vão fazer uma campanha de angariação de roupas, calçado e materiais escolares para enviar para Santa Catarina do Fogo, Cabo Verde, com quem o município de Vila Nova da Barquinha tem um protocolo de geminação.

“Vamos tentar angariar

material com utilidade desde roupas a material escolar, entre outras coisas que a comunidade queira oferecer”, explicou Da-niela Simões, técnica do serviço social da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha.

A entrega dos materiais por parte dos munícipes poderá ser feita na Loja Social durante o mês de Julho e na primeira se-mana de Agosto.

“O material será todo reuni-do na loja social e será enviado num contentor conjunto em que os custos serão partilhados pelos vários municípios que compõem a ADIRN”, finalizou.―

08 FESTIVAL BONS SONSNovoAlmourol

AGOSTO 2014

TOMAR

Cem Soldos volta a encher-se de Bons Sons TEXTO ANdRé lOPES

São bons sons aqueles que se vão ouvir em Cem Soldos de 14 a 17 de Agosto. A aldeia do concelho de Tomar metamor-foseia-se para receber a quinta edição do Bons Sons, festival bienal de música que pretende transformar a aldeia no maior festival de música portuguesa.

Aos quatro dias oficiais do festival, junta-se-lhes mais um dia, de receção ao campista, num total de 55 bandas e oito palcos espalhados por praças, largos e equipamentos locais. A aldeia será, portanto, o maior palco do evento, o seu períme-tro será fechado e todos farão parte da aldeia global. A noite de 13 de agosto dará as boas--vindas aos campistas com a música da dupla Bons Rapazes e dos Holy Nothing.

Os concertos do primeiro dia, 14, começam a partir das 15 horas com um recital de pia-no por Joana Gama, o folclore rock dos escalabitanos Vira Casaca e a música tradicional portuguesa interpretada pela Ana Cláudia. Ciclo Preparató-rio (18h), grupo que se intitula

“coral pop”, JP Simões (21h), o eterno contador de histórias, Os Capitães da Areia (00h), o quarteto aos comandos de uma pop de bater o pé, e O Martim (1h45) são alguns dos bons sons do primeiro dia do festival. A entrega dos prémios Megafo-ne, que acontece pela primeira vez no festival e que conta com a atuação das três bandas fina-listas, tem lugar também no dia 14. Esta é uma parceria com a Associação Megafone 5 e pre-tende distinguir músicos ou entidades que contribuem para o presente e projeção futura das tradições musicais portuguesas. No dia 15, o destaque centra-se nos concertos de Anarchicks (16h45), quatro vozes femini-nas que inquietam os ouvidos de quem as escuta, Gisela João (20h15), a fadista que já se tor-nou um marco do fado contem-porâneo, Samuel Úria (23h), Capicua (00h15) e Gaiteiros de Lisboa (01h30). O som instru-mental dos Tocá Rufar (15h45), o pop alternativo dos Guta Naki (19h15), o multi-instru-mentista Noiserv (21h30) e o fadista Ricardo Ribeiro (23h)

dão música a Cem Soldos no dia 16 de agosto. O último dia do festival, 17, fica reservado aos Memória de Peixe (19h), António Chainho (20h), We Trust, que atuam com a Banda Filarmónica Gualdim Pais, de Tomar (21h15), Amélia Muge (22h30) e Sérgio Godinho, o incontornável nome maior da história da música portuguesa (23h30).

Mas nem só de música vive o festival: a programação para-lela é diversificada e passa por

Em Agosto, a aldeia global da música portuguesa espera milhares de festivaleiros

cinema, exposições, feira de ar-tesanato e passeios de burro. As Curtas em Flagrante, mostra itinerante que vai na sua sexta edição, expande-se este ano a todos os países de língua ofi-cial portuguesa. As sessões de-correm no Auditório de Cem Soldos, pelas 16h30. As artes visuais, uma aposta do festival desde a sua primeira edição, en-riquecem o alinhamento sonoro com outros bálsamos artísticos. O antigo armazém de secagem de cereais da Família Mendes Godinho serve de local para ex-por várias formas artísticas, que vão da fotografia, à ilustração, performance e instalação. Com uma banda sonora, um chapéu--de-sol e um refresco, António Pedro Lopes e Gustavo Ciríaco vão criar um percurso perfor-mativo pelos caminhos da al-deia, nesta que é uma intersec-ção com o festival Walk&Talk dos Açores.

A “Pintura Fotográfica” de Catarina Vieira Pereira, a “Tin-ta Fresca”, pintura de murais, de Joana Batista e João Caridade, as “Bandas Sonoras”, fotogra-

fias de músicos portugueses por Rita Carmo e o “Quiosque da Bilhardice”, um trabalho de Ricardo Barbeiro para quem quiser praticar a bilhardice, a bisbilhotice ou a coscuvilhice, completam o programa das artes. De Miranda chegam os burros, cortesia da Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino, para aulas e pas-seios, sensibilizando para a pre-servação da biodiversidade. Os mais novos também não foram esquecidos. As manhãs dos dias 15, 16 e 17 são-lhes dedicadas com Músicas para Bebés (às 10h), Concertos Didáticos (às 12h) e (Des)Concertos dos Re-síduos (14h), no Auditório de Cem Soldos.

O bilhete diário custa 15€ e o passe para os quatro dias do festival, com campismo incluí-do, 35€. A organização do fes-tival providencia um Parque de Campismo para os portadores do bilhete de 4 dias.

Em Agosto, venha “Viver a Aldeia” e sentir uma amálgama de sensações.―

São esperadas 40 mil pessoas durante os três dias de festival.

o Bons sons'14 abre as festividades mais cedo a

quem chega na véspera para se instalar no Parque de

Campismo. no dia 13, há Festa de recepção ao Campista com

Holy nothing e dJ set Bons rapazes + Fernando Alvim.

noVoALMouroL.wordPress.CoM

PUBLICIDADE 09AGOSTO 2014

010 TEMANovoAlmourol

AGOSTO 2014

Praia do Agroal, Ourém

no Agroal, localidade onde o rio nabão faz fronteira entre os municípios de ourém e Tomar, existe uma praia fluvial com piscina junto à nascente. A praia fluvial do Agroal, conhecida pelas águas milagrosas que trazem benefícios a doenças de pele, possui cafetaria de apoio, balneários, instalações sanitárias e sala de primeiros socorros e uma sala polivalente, com painéis interpretativos. É uma das “jóias” da coroa do concelho.

REGIÃO

Mergulhar Agosto

Olhos d'Água, Alcanenasitua-se na freguesia da Louriceira, onde nasce o rio Alviela, e a nascente abasteceu grande parte de Lisboa durante cem anos e ainda hoje “abre portas” a um dos maiores reservatórios de água doce do país. A praia fluvial, no concelho de Alcanena perto das freguesias de Louriceira e Malhou e de Amiais de Baixo, fica na bacia de alimentação da nascente que se estende ao longo de cerca de 180 km2, e onde a água percorre verdadeiros labirintos subterrâneos até chegar aos olhos de Água. uma passagem pelo Centro Ciência Viva do Alviela - CArsosCÓPIo é uma boa oportunidade para compreender a importância da nascente e sua envolvente natural, assim como os fenómenos geológicos que estiveram na sua origem.

uma experiência que cada vez mais visitantes traz à região, em concreto a Constância e Vila nova da Barquinha, partida e chegada respectivamente. observar a fauna e a flora, aproximar-se do Castelo de Almourol de uma perspectiva totalmente inesperada, são apenas alguns dos aspectos inesquecíveis. A empresa Pnto Aventura, uma das várias a actuar na região, oferece este Verão a experiência “Viver o Tejo”, com Percurso Pedestre e canoagem, bem como petisco, por apenas 29,5€. Ficam os contactos: [email protected], 960338359 (Carlos silvério).

Canoagem, Constância

É um dos locais mais visitados durante o Verão, a enorme manchaverde que dá liberdade para crianças e adultos e que, por acaso, é ummuseu ao ar livre. As esplanadas são excelentes locais para refrescar e o Castelo de Almourol, também com esplanada, está a poucos quilómetros de distância.

Parque Ribeirinho e Castelo de Almourol

noVoALMouroL.wordPress.CoM

TEMA 011AGOSTO 2014

A exposição a períodos de calor intenso, durante vários dias consecutivos - ondas de calor - constitui uma agressão para o organismo, podendo conduzir ao agravamento de doenças crónicas e originar cãibras, desi-dratação, esgotamento, ou golpe de calor. O golpe de calor é uma situação muito grave que pode provocar danos irreversíveis, ou até a morte. In: http://www.saudepublica.web.pt

o Verão é um verdadeiro festi-val, nunca se viu tanto festival, em tantos sítios e durante tanto tempo. Isto chega a dar a ideia que Portugal é confortavel-mente o verdadeiro festival de Verão. Começando no golpe de calor televisivo que nos atropela todos os dias de uma maneira ou de outra. sempre com uma refinada selecção de tesourinhos que irão perpe-tuar na nossa heroica história. Avançando para novo golpe de calor na festarola ali da terra,

Humberto Felício Músico e Produtor

Crónica Musical

Golpe de calor

Uma florescente indústria de entretenimento. Festivais medievais tipo Kelly Family, festivais de zumba, a loucura total, viva Portugal.

ou na esplanada ou na roulotte. Fieis ao objectivo de refrescar a alma e o corpo. Animando o tico e o teco com animados ritmos, melodias folgadas e com aquela particular e galopante fixação por pernas. Convivemos tão mal. Conversamos aos gritos.

Agora não posso falar. Agora não posso pensar. Fugimos do assunto. Festivais para todas as idades, em todas as localidades. Festival do tinto, festival do bolo finto, festival do panda ou festival do pimba. Prato do dia, festival. Vou a um festival este ano. Vou ao Bons sons, de 14 a 17 de Agosto em sem soldos - Tomar, maior alma, melhor cartaz. depois conto como foi. Mas de norte a sul é incrível esta surpreendente oferta de festivais, banal. uma florescente indústria de entretenimento. Festivais medievais tipo Kelly Family, festivais de zumba, a loucura total, viva Portugal. Temos que sentir isto. se não os vencemos, juntemo-nos a eles! ou não. outro festival que gostava muito de ir chama-se reverence Valada, 12 e 13 de setembro no Cartaxo, “o melhor do panorama atual alternativo da cultura psicadélica, previle-giando os géneros heavy psych, space rock e shoegaze” palavras da organização. Parece-me a melhor proposta neste género e acredito que a convivência com outros festivais vizinhos é muito tranquila dada a clara diferenciação do cartaz e po-sicionamento da organização. Bom trabalho. os festivais muito grandes já não me atraem como antes, será que preciso de acompanhamento espe-cializado? ou será que preciso de ganhar o euromilhões para curtir um festival como o prima-vera sound!? Pois é, não se pode ter tudo. Mas podemos pro-curar evitar os golpes de calor que nos agridem diariamente participando nas melhores iniciativas, as que privilegiam o que é genuíno. desculpem--me possíveis impropérios. É impossível manter o raciocínio ao escrever no telemóvel inteli-gente, estou sistematicamente a receber notificações das mil e uma aplicações de festivais..―

Praia Fluvial de Aldeia do Mato

na Barragem de Castelo de Bode, está instalada uma das praias fluviais mais procuradas na região e no país. Águas límpidas, deslumbrante paisagem florestal envolvente, com piscina flutuante vigiada, cais de acostagem, equipamento para a prática de desportos náuticos, como a vela, o remo, a canoagem, pesca e natação, e percursos fluviais. As águas são ainda perfeitas para passeios de gaivota, jangada ou kayak. em terra, há percursos pedestres e de BTT, passeios de burro ou carroça, moto 4 ou aulas de equitação. está equipada com balneários, bar/restaurante para refeições mais demoradas ou snacks. Há ainda parque de campismo e quatro bungalows feitos de madeira, debruçados sobre a barragem. A praia tem bandeira azul e é acessível a todos.

situada a nordeste da vila com o mesmo nome, foi construída no leito da ribeira que atravessa o Carvoeiro, em Mação. A Praia Fluvial do Carvoeiro é um espaço de lazer que permite actividades aquáticas, com balneários, um espaço para a realização de churrascos e piqueniques, um bar que funciona durante os meses de Verão, parque de merendas e zona de banhos para adultos e crianças.

Praia do Carvoeiro, Mação

012 PUBLICIDADENovoAlmourol

AGOSTO 2014

OS PASSOS dE SÍSIFO

Tango Rus OpInIãO lUIz OOSTERBEEk

Alguém escreveu que esta “silly season” está pouco preenchida pelas banalidades que costuma acompanhar a mansidão dos banhos de Verão, aquele período inefável em que retemperando energias fazendo de conta que não há incêndios, ninguém sofre nos hospitais e não há nuvens escuras no céu.

A realidade teima em bater--nos à porta, apesar de um coro de ansiedades que persistem em sustentar que o que ocorre são erros sectoriais, lá no Médio Oriente, lá na França da cres-cente Frente Nacional, lá no … BES. Os tempos da globalização, já anunciados com vigor há cem anos (e os jornais fazem-se ago-ra eco de uma consciência difusa de que a raiz dos tempos de hoje está nos tropeções de então), não consentem que tenha verdadeiro eco esse discurso sectorialista, e daí o medo, a tensão, a violência.

Os erros sectoriais são hoje resultados de dilemas que somam perdas. Putin, dizem uns, “enganou-se” na crise ucra-niana, e subestimou a capacida-de de reacção da União Europeia (não é uma piada!). Mas não vi

ninguém lembrar que os Rus, esse povo que instituiu uma di-nâmica imperial com sede em Moscovo, tiveram como primei-ra capital…Kiev (pois, na Ucrâ-nia!). As fronteiras políticas da modernidade são redutos pífios face ao emergir de pulsões cul-turais mais profundas, aquelas que despertam, como as memó-rias, apenas quando o passado nos faz falta pare enfrentar os pesadelos do presente. Putin, talvez mais culto que a maioria dos nossos dirigentes (a escola soviética nada tinha de amor à democracia e à liberdade, mas não era uma formadora de im-becis incultos), pode ou não per-ceber o dilema em que está, mas sabe (já o disse) que não está só, num equilíbrio em que as bases de ambos os lados começam a ansiar por sangue, á míngua de confiança ou esperança seja em quem ou no que for. Aos go-vernantes, em diversas latitudes, sobra o espaço para minorar os custos de tempos complicados que ainda estão a chegar.

Um tribunal norte-america-no, no momento em que escrevo esta crónica, hesita os passos de um tango amargo, face ao dile-ma de exigir à Argentina o cum-primento da lei (impedindo-a de

pagar aos credores uma parte da dívida e, com isso, provocar a sua bancarrota e um rastilho de pól-vora no Sul da América, que irá contaminar o Uruguai, o Brasil, o Paraguai e…) ou aceitar que as regras ditadas pela Argentina prevaleçam sobre os tribunais (gerando uma nova crise de con-fiança do mercado internacional de capitais, reduzindo o investi-mento à escala global e abrindo a porta ao agravamento da reces-são). Grande escolha, não é?

Em Portugal, sugere-se a concertação de esforços face à anunciada catástrofe social de 2035, quando os poucos com idade para trabalhar não vão re-ceber quase nada após pagarem os impostos para assegurar a magra sobrevivência dos outros dois terços. Mas às ilusões de en-genharia social de uns (curiosa-mente não os da escola soviética, mas “os outros”), não parece ha-ver muito a sugerir como alter-nativa…simplesmente porque não existe alternativa num plano meramente nacional, a não ser a miséria (talvez adiada até 2020, mas e depois?).

Há, certamente, os que pen-sam que, com algumas reformas, o essencial do que foi o século XX após 1947, o essencial do

noVoALMouroL.wordPress.CoM

CULTO 013AGOSTO 2014

Há, certamente, os que pensam que, com algumas reformas, o essencial do que foi o século XX após 1947, o essencial do que temos ainda hoje, pode persistir mais ou menos como está. Estão enganados, e é um engano que pagaremos todos muito caro.

que temos ainda hoje, pode per-sistir mais ou menos como está. Estão enganados, e é um enga-no que pagaremos todos muito caro. Este é um tempo de esco-lhas, sim, face ao desconhecido. Na certeza de que tudo o que é conhecido, o passado, ficou sem futuro. Em tempos assim, o pragmatismo é fundamental. Mais do que um ideal de futuro, é imperioso construir agendas de colaboração no curto prazo, estratégias de governança que partam das necessidades básicas das pessoas e privilegiem a coe-são, a solidariedade e a diversida-de (chave da resiliência humana) contra o “fuçanguismo” de uns e a preguiça burocrática e corrupta de muitos. Numa palavra, uma Gestão Integrada de Territórios de geometria instável.

O que é uma agenda prag-mática? Por exemplo o que está a fazer a CIMT, sem almejar mi-lagres mas buscando o milagre de ir dando sempre pequenos passos em frente, para uma in-tegração flexível. Vai certamente cometer muitos erros, porque não está parada, mas é um bom exemplo a acarinhar.

Pragmático, e por isso am-bicioso e arrojado, será o Ano Internacional do Entendimento Global. A ele voltaremos.―

dOM RAMIRO

FestivaisOpInIãO CARlOS VICENTE

Estando de férias não que-reria de maneira nenhuma, estragar o momento de ócio falan-do do BPN do BES (nem tão pou-co do tiro ao alvo em Gaza), o per-curso de 40 anos tem sido claro nas escolhas dos perfis mais hediondos na nossa economia e consequente-mente de muito do poder politico a si subordinado.

É o circuito do fogo, a sofistica-ção do poder pelo poder e o peque-no (grande) império das famílias de bem (ou bens). Meio decrépitas debaixo dos visons e carros de topo de gama que por ali “populam” e eis que quando por cá nada fazem, são condecorados numa Europa que afronta cada vez mais a dignidade humana, pela suas consentidas di-ferenças no estado social…

“Porra”, vamos alegrar um

pouco o pobre… Com tantos festivais disto e

daquilo o verão tem sido um gastar de moedinhas dos bolsos dos fun-dos… mas então, de que vivería-mos se assim não fosse? Esquecer as misérias quotidianas tem sido o esforço nacional… e os festivais alegram e distraem uma juventude importante num qualquer processo de mudança (Maio de 68…) mas ainda assim revelam estes festivais um facto importante, a redução

dos grupos de topo e um emer-gente reaparecer velhos grupos ressuscitados e uma emergência de novos grupos muito criativos e com ideias estéticas e ideais sociais muito claros. Haja juventude pron-ta para tudo… novos valores e em português como preferência. Afinal como em tudo (e em todo o lado) a crise tem trazido ao de cima va-lores e afirmações surpreendentes e inequívocos que o “fast food” e o dinheiro emprestado tem apri-

sionado ou desvalorizado… oxalá, se um dia voltar (o dinheiro) não se retome os maus exemplos do eu é que sei, em mim é que vota-ram… deixem os criativos fazer o seu papel na sociedade, deixem as áreas existirem por si com os trabalhadores que dela percebem, deixem umas pequeninas luzes da ribalta para os fazedores das coisas, pois os grandes holofotes prepara-dos e planeados para os “sabedores de tudo” mostram na maioria das vezes como lideram ou como diri-gem… dessa maneira?!! Alguns de nós não estragaríamos tanto.

As notícias hoje em dia são bem claras quanto às capacidades deste “nobres” guerreiros dos cro-quetes e festas sociais (por tudo e por nada), e a surpresa é que se reformem com milhares, mais pré-mios de milhões e deixem o país aos testões…

Vá, vamos lá aos festivais…―

014 DESPORTONovoAlmourol

AGOSTO 2014

ATlETISMOMariana António arrecada medalha de ouro nos Jogos da CPLP TEXTO RICARdO AlVES

Mariana António, atleta abrantina convocada para representar Portugal nos IX Jogos da CPLP (Comunidade dos Paí-ses de língua Portuguesa), que se realizou em Luanda, Angola, sob o lema "Juntos na Diversidade", foi um dos quatro elementos a vencer a prova de estafeta olímpica que se realizou dia 28 de Julho.

As atletas Joana Carlos, Rita Ribeiro, Mariana António e Ana Pereira alcançaram o lugar ci-meiro no pódio com o tempo de 2.21,79s. No mesmo dia, a atleta Mariana António, do Sporting Clube de Abrantes, alcançou o 4.º lugar nos 100 metros correndo a distância em 12.65s.

A capital angolana recebeu várias modalidades do desporto como futebol, basquetebol, ande-bol, ténis de mesa ou atletismo,

Mariana António é uma das atletas mais promissoras de Portugal

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disputadas nos vários centros des-portivos, da capital angolana, na presença de atletas de quase to-dos os países da CPLP:; Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Prín-cipe, Timor Leste, Moçambique e Cabo Verde.

A competição decorreu entre os dias 26 de Julho e 3 de Agos-to e no final o Brasil foi o grande

vencedor com a obtenção de 49 medalhas, sendo 26 de ouro, 10 de prata e 13 de bronze. Portugal ficou-se pelo segundo lugar com com 44, das quais 12 de ouro, 20 de prata e 12 de bronze, Angola classificou-se no terceiro lugar com um total de 34 medalhas, sendo seis de ouro, dez de prata e 18 de bronze.―

CANOAGEMFrancisca Laia campeã a dobrarTEXTO RICARdO AlVES

A canoísta abrantina do Clu-be Desportivo Os Patos, de Rossio ao Sul do Tejo, Abrantes, sagrou-se campeã nacional nas distâncias de 200 e 500 metros no campeonato nacional de velocida-de que se realizou nos dias 26 e 27 de Julho no Centro de Alto Ren-dimento de Montemor-o-Velho.

No fim-de-semana dedicado às provas para os para escalões se-

niores, juniores e veteranos, Fran-cisca Laia venceu ambas as distân-

cias, nos 500 metros com o tempo de 02:01.048 e nos 200 metros com 00:44.384.

Mas não foi apenas Francis-ca Laia que levou medalhas para Abrantes. Margarida Neves al-cançou a medalha de bronze nos 200 metros e Francisco Cruz foi vice-campeão nacional nos 200 metros em canoagem adaptada.

No CAR de Montemor-o--Velho, referência internacional, estiveram cerca de 500 atletas e 50 clubes de todo o país.―

VN BARQUINHA

Provas de Canoagem regressamTEXTO NA

No dia 7 de Setembro, pelas 10h00, Vila Nova da Barqui--nha vai voltar a ter o rio cheio de atletas, com a realização da prova de Primeiras Pagaidas da zona centro, prova destinada aos esca-lões mais jovens de clubes de Lis-boa, Santarém e Castelo Branco.

Será um grande evento que poderá ser observado em todo o

comprimento do parque ribeiri-nho de Vila Nova da Barquinha.

Esta prova irá ter o apoio da Federação Portuguesa de Canoa-gem, Associação de Canoagem Bacia do Tejo, Câmara de Vila Nova da Barquinha e Junta de Freguesia de Vila Nova da Bar-quinha.

A organização é do Clube Náutico Barquinhense que apela à presença dos barquinhenses para apoiar os seus atletas.

TEXTO NA

Nos dias 12 e 13 de Julho de 2014, o Clube de Lazer, Aventura e Competição (CLAC- Entron-camento) participou nos Cam-peonatos Nacionais de Pista de Ar Livre para Veteranos, que se realizaram em Pombal, sob a or-ganização da Associação Nacional de Atletismo Veterano (ANAV) e com o ajuizamento a cargo da Associação Distrital de Atletismo de Leiria.

O CLAC apresentou uma comitiva de 4 atletas conquis-

tando um total de 10 medalhas (5 de "ouro", 4 de "prata" e 1 de "bronze"). José Canelo, de 89 anos, sagrou-se Campeão Nacional do escalão de M85 anos, nas distân-cias de 400, 800 e 1500 metros.

Ana Abegão, sagrou-se cam-peã nacional de 400 metros, e o barquinhense Manuel Maia (foto), do escalão M70 anos, al-cançou o título nacional do hectô-metro, foi "prata" nos 800 metros e "bronze" nos 1500 metros. João Joaquim do escalão de M65 anos, também subiu ao pódio, para re-ceber a medalha de Vice-campeão nacional dos 800 metros.―

ATlETISMO

Veteranos campeões

noVoALMouroL.wordPress.CoM

CULTURA 015AGOSTO 2014

os territórios são por um lado, o resultado da dádiva da na-tureza e, por outro, acusam as marcas que ficam da obra das Pessoas que neles e com eles interferiram e os vão modifi-cando. natureza e Cultura são, nesta lógica, duas dimensões que nos colocam perante uma evidência arqueológica, cujo registo espacial e temporal nos demonstra a espessura históri-ca. no caso do Médio Tejo esta espessura histórica revelada pela Arqueologia e amparada pela História e todo um enredo de domínios do saber, desde a Física e estatística até à Química e Filosofia ou desenho e Artes, etimologia e epistemo-logia etc., etc., é caraterizada pela grande bacia hidrográfica e pelas condições que o relevo e a climatologia propiciam. o Centro de Pré-História do Insti-tuto Politécnico de Tomar (IPT) organiza em 23 e 24 de outubro p.f., o habitual Colóquio PrAXIs que nesta 3ª edição abordará o tema geral “relação umbi-lical entre Turismo e Cultura: oportunidades e desafios?”. de um ponto de vista do domínio “Turismo IPT” o seu L-Tour, La-boratório de Turismo, tem todo o interesse em aliar-se a este evento na elaboração de uma Comunicação num ambiente em que a procura de diálogo entre os atores territoriais e intervenientes, reunidos em Vila nova da Barquinha, (enti-dade parceira do Poder Local e membro da CIMT-Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo), significará, assim esperemos, uma circunstância de traba-lho em parceria. o trabalho desenvolvido todos os dias, entre académicos, autarcas, empresários e populações resi-dentes, para além da resolução dos problemas da vida corrente deve, também, orientar-se para os visitantes (viajantes-turistas--excursionistas) que procuram a nossa região. Criar qualidade no acolhimento turístico deve ser equilibrado com a defesa dos interesses legítimos de todos os atores territoriais. A valorização da “espessura histórica do território” deve realizar-se compaginando essa

Roteiro do Tejo: dos territórios, das pessoas e das organizações

Conexões entre Conhecimento, Aptidões e Competências: o colóquio PRAXIS do Médio Tejo

Luís Mota FigueiraProfessor Coordenador do Instituto Politécnico de Tomar

intervenção com a assunção de riscos e desafios de futuro. Focados na ambição proporcio-nada pela inovação de produ-tos, adequação de processos e incentivo a um comporta-mento social que signifique salvaguardar inteligentemente os valores culturais locais e regionais, teremos que posicio-nar o Médio Tejo no mundo da globalização em que vivemos. Manter a tradição pela tradição é a pior escolha num mundo em mutação multidiversa e de ciclo curto.

Há que trabalhar cada vez mais os conhecimentos, as aptidões e as competências de todos quantos compomos (e todos, sem exclusão) a verdadeira massa crítica desta sub-região, caso queiramos fazer esbater a tradicional macrocefalia institucional e ousarmos ser mais. As populações locais fazem, sempre, a diferença em Turismo, nomeadamente em Turismo Cultural. o conceito “relação umbilical” proposto para o PrAXIs III para ligar Turismo e Cultura aparece em tempo oportuno. em outubro lá estaremos para focarmos o Médio Tejo, sub-região que deve apostar nos seus recur-sos endógenos e na gestão inteligentes e onde as Pes-soas devem ter lugar digno. A propósito: o anúncio televisivo aberrante do jovem no hospital desligando os equipamentos a uma idosa acamada e depen-dente daqueles, para ligar o seu telemóvel, é deveras preocu-pante e mostra até que ponto caíram os valores sociais. Vale a pena reflectir nisto. .

Criar qualidade no acolhimento turístico deve ser equilibrado com a defesa dos interesses legítimos de todos os atores territoriais.

“Primal Nature” Vai estar patente de 9 a 24 de Agosto, na Galeria Municipal, uma exposição de pintura da de Sansão Vitorino. Intitulada “Primal Nature”, a exposição apresenta a busca pela cor e a vontade quase primitiva de mostrar, ainda que com uma aproximação fugaz, a luminosidade e a criatividade da própria Natureza. O autor vive no Entroncamento há mais de 46 anos, onde iniciou o gosto pelo desenho, e anos mais tarde o gosto pela pintura. A exposição pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 13h às 20h e aos fins-de-semana, das 15h às 20h. ―

Vespas SolidáriasO 1.º Encontro de Vespas e Motas antigas nas festas da Atalaia, concelho de Vila Nova da Barquinha, realiza-se no dia 16 de Agosto, pelas 9h00. O encontro é na Igreja Matriz de Atalaia com visita ao monumento, seguindo-se o pequeno almoço no café Ponto de Encontro em Atalaia e uma visita ao Castelo de Almourol. De seguida há lugar para um aperitivo bem como um almoço no recinto das festas. A tarde fica livre para actividades recreativas. A iniciativa, do grupo Vespalmourol, apoia a causa solidária “Todos juntos pela Pipoca” .―

ATALAIA enTronCAMenTo

“O grande problema do nosso sistema democrático é que permite fazer coisas nada democráticas democraticamente.” José Saramago

Alunos do CEAC expõemO Posto de Turismo de Constância apresenta ao público uma exposição colectiva de pintura, cuja inauguração decorreu dia 2 de Agosto. A mostra, que estará patente até 31 de Agosto, é da autoria dos alunos dos ateliers de pintura e desenho do CEAC – Centro de Estudos de Arte Contemporânea do Município da Barquinha.―

ConsTÂnCIA

SARdOAl

O cinema sai à rua no Jardim do Centro CulturalTEXTO ANdRé lOPES

As noites quentes de verão são motivo mais do que su-ficiente para o cinema sair das salas e vir para a rua. O jardim do Centro Cultural Gil Vicen-te, no Sardoal, recebe todas as quintas-feiras de agosto sessões de cinema ao ar livre. De entra-da gratuita, os “grandes filmes” nas “noites quentes” serão vistos sob um céu nocturno, às 22h.

Até final do mês e já na pró-xima sessão será projectado o emblemático “Gato Preto Gato Branco”, uma adaptação de Emir Kusturica ao romance dos anos 30 com o mesmo nome. O

filme português “Aquele Que-rido Mês de Agosto”, de Mi-guel Gomes, foi um sucesso de bilheteira em 2008 e promete encher, a 21 de agosto, o jardim do Centro Cultural. “Trinitá, o cowboy insolente”, de Enzo Barboni, lançado em 1970, en-cerra as noites de cinema ao ar

livre, a 28 de agosto. Esta é uma organização da

Câmara Municipal de Sardoal e da loja Cá da Terra, em parceria com o Espalhafitas, cine-clube de Abrantes, e conta com o apoio da Tagus – Associação para o Desenvolvimento Inte-grado do Ribatejo Interior.―

"Aquele Querido Mês de Agosto" em exibição dia de Agosto

016 ABRANTESNovoAlmourol

AGOSTO 2014

180 CREATIVE CAMP

Criativos andaram à solta pelas ruas de AbrantesAbrantes foi durante uma semana uma cidade repleta de artistas. Foi um fervilhar de actividades criativas, muitas delas a decorrer em simultâneo tornando difícil o seu acompanhamento. Os artistas já se foram embora, mas deixaram as suas marcas pelas ruas

TEXTO&FOTO MARGARIdA SERôdIO

Os mais de 20 homenzinhos em cimento do escul-tor Isaac Cordal, natural da Galiza, colocados em diversos locais do centro histórico de Abrantes, ou a colossal pintura da dupla de artistas franceses Ella & Pitr no relvado do interior do Castelo são alguns dos trabalhos desenvolvidos durante o 180 Creative Camp e que fica-ram como herança deste evento e que podem ser visitados por todos.

Mas há mais. Pelas ruas do centro histórico há uma imensidão de pequenos novos detalhes a descobrir: sejam os posters que resultaram do workshop de tipografia mi-nistrado pelo projecto do Porto “We Came From Space” e que estão espalhados pela cidade com versos do poe-ma “Dies Irae”, de Miguel Torga; ou as pinturas murais da ilustradora Lara Luís, apaixonada por gatos, de Leo-nor Cunha e de Wasted Rita que vieram dar nova vida a espaços degradados da cidade. E também as molduras de papel pintadas por Ella & Pitr que estão em algumas das paredes da cidade e que deixam um desafio a todos: tirar uma foto tendo aquela moldura como fundo e de-pois enviá-la para o mail da Ella e do Pitr que será depois colocada no site “Papiers Peintres” onde estão fotografias enviadas por pessoas de todo o mundo.

Duas das obras deste 180 Creative Camp às quais ninguém ficou indiferente foram as exposições dos pro-jectos vencedores da “Open Call”: “Karat”, uma instala-ção dourada que desde o segundo dia do Campo Criativo esteve exposta – a ainda lá se mantém até ser destinado um novo local – na Praça Raimundo Soares; e “Os 12 mil pares de sapatos d´Abrantes” que cobrem parte do Largo Ramiro Guedes. Esta última, da autoria do grupo Nodo-pia composto pelos artistas espanhóis Victor Lledó, Juan Pérez Mancho e Mateo Fernández-Muro, demorou pra-ticamente uma semana a ser colocada de pé, com centenas de sapatos usados ligados entre si com cordas, formando uma espécie de rede de pesca. Quem passava no Largo, sem saber o que se passava, olhava para as centenas de sapatos que ainda se encontravam no chão e perguntava: “O que é isto?”. Um trabalho inspirado num episódio da história de Abrantes, com mais de 100 anos, quando as tropas do General francês Junot estiveram na cidade e os seus habitantes foram obrigados a abdicar dos seus sapa-tos a favor dos soldados.

Criadores de 17 nacionalidades em Abrantes. Cerca de 60 pessoas de 17 nacionalidades participaram na terceira edição do 180 Creative Camp que se realizou em Abrantes pelo segundo ano consecutivo. Este é um evento cultural que reúne no mesmo local jovens criativos e artis-tas nacionais e internacionais de diversas áreas para uma semana intensa de criação e partilha de conhecimentos.

A edição deste ano do Campo Criativo, que decor-

reu em Abrantes de 13 a 20 de Julho, ficou marcada pelo grande envolvimento da população de Abrantes cujos habitantes foram participantes activos em algumas das actividades criativas e também nos diversos workshops realizados.

Mas não só. Para além da participação de 10 volun-tários residentes na cidade que viveram durante uma se-mana para o Creative Camp e do envolvimento de alunos do curso de Comunicação da ESTA – Escola Superior de Tecnologia de Abrantes na produção de alguns vídeos so-bre o evento, há ainda que destacar o projecto “Stores At-tack”, uma espécie de “ataque às lojas” do centro histórico por alguns dos artistas do Campo Criativo que fizeram intervenções nas lojas aderentes ao nível da decoração das montras que podem ainda ser admiradas.

E no âmbito do Creative Camp surge o projecto de uma abrantina: Joana Borda D´Água, arquitecta e actual-mente gerente de loja, que, em parceria com Joana Barbe-do, apresentaram o projecto “Silver Lining”, cujo principal material são esfregões de aço, para a “Open Call”. Projecto esse que, apesar de não ter sido vencedor, acabou por ser implementado no Largo João de Deus, em Abrantes.

Pelas ruas do centro histórico, o quotidiano dos seus habitantes misturou-se com o frenesim criati-vo dos jovens artistas.“Primeiro estranha-se e depois entranha-se” referiu Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, durante a sessão de encerramento do 180 Creative Camp, uma organização conjunta entre a autar-quia local e o Canal 180. E de facto assim foi: primeiro estranharam-se as movimentações “daqueles loucos” que andavam pela cidade a fazer-se sabe-se lá o quê, mas no fim o resultado final foi apreciado por muitos. Por exem-plo, o escultor Isaac Cordal colocou muitos habitantes e visitantes de nariz para o ar à procura dos seus homenzi-nhos de cimento.

Durante a semana criativa, com uma variedade de workshops abertos ao público e gratuitos, foi ainda pos-sível ter contacto com o projecto MO.CA, mobiliário em cartão que tem a particularidade de ser feito a partir de desperdícios recolhidos em fábricas portuguesas de co-mércio tradicional, que ensinou a fazer casinhas em car-tão e cavalos de baloiço para os mais pequenos; ou ver crianças entre os 10 e 14 anos participarem num vídeo de animação do ilustrador e realizador brasileiro Arthur Carvalho; assistir aos ensinamentos do músico galego Juanma Lodo sobre música experimental e tecnologia; ter uma aula de ilustração com a portuguesa Lara Luís; participar no workshop de dança com o B-Boy Lagaet ou ainda assistir ao espectáculo “Coloris” de vídeo maping que encheu a Praça Raimundo Soares de pessoas que qui-seram “pintar”, através de um computador, um dos edifí-cios da Câmara Municipal.

A edição deste ano do Creative Camp em Abran-tes estendeu-se a uma das freguesias do concelho. Na

Casa do Povo de S. Miguel do Rio Torto, realizou-se um workshop onde os participantes construíram cataventos com LED´s e teve lugar o concerto de Tocha & Pestana.

Longe das ruas de Abrantes andou o artista suíço ba-seado em Nova Iorque, Olaf Breuning, que, durante uma semana, preparou o cenário e os participantes para uma fotografia que mostra oito pessoas pintadas de cinzento, vermelho e branco tendo como pano de fundo a Central Termoeléctrica do Pego.

Noiserv (música), Maria Mónica (ilustração e design), Wasted Rita (ilustração), Margarita Louca e o projecto Artists & Engineers (intervenção com LED´s), Boris Hopeek e Jonathan Calugi foram outros dos artistas que marcaram presença em Abrantes durante o 180 Creative Camp.

Em destaque esteve também a exposição META – The Wrong New Digital Art Biennale, comissariada por David Quiles, que pela primeira vez é apresentada em formato físico. Trata-se de uma mostra que reúne as obras mais avant-guarde dos melhores artistas digitais de todo o mundo e que foi passada para formato físico com a co-laboração dos participantes e voluntários do 180 Creative Camp. Para ver até ao final do mês de Agosto na Galeria Municipal de Arte de Abrantes – Quartel.

No final de uma semana intensa de criatividade à sol-ta pelas ruas de Abrantes, o balanço não podia ser mais positivo, quer por parte dos artistas participantes, quer da organização do evento. Segundo Nuno Melo, director de programação do Canal 180, “este ano conseguimos ter muitos workshops e conversas com os artistas, a par de um grande conjunto de outras actividades”.

Já Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, destacou na sessão de encerra-mento do Creative Camp a qualidade dos artistas presen-tes e o envolvimento da comunidade no evento.

O casal de franceses Ella & Pitr, que viajaram até Abrantes com os seus dois filhos pequenos, confessaram ao NA que gostaram muito da cidade e que querem re-gressar no próximo ano. Por sua vez, a simpática ilus-tradora Lara Luís referiu que ficou muita surpreendida pela positiva com a cidade e os seus habitantes e “com muita vontade de voltar”. “Senti-me na terra onde tudo era possível e onde as ideias podiam efectivamente tomar forma”, afirmou em conversa com o NA. Apesar de ter sentido alguns olhares curiosos, Lara Luís salienta que lidou com “algumas senhoras já idosas que até acharam imensa piada em ter um “boneco” em frente à sua casa e até nos deixaram guardar as tintas lá dentro!”. Para esta artista, o momento que mais a marcou do 180 Creative Camp foi a festa de encerramento com os abraços de despedida: “custa muito voltar para a rotina e sentirmo--nos mais presos no sentido em que já não passamos o dia a ter ideias para tentar por algo em prática ou ver outros artistas a trabalhar em algo e ajudar e aprender com eles”.

Para o ano há mais.―

noVoALMouroL.wordPress.CoM

NOVOS OLHARES 17AGOSTO 2014

1&2. Trabalhos numa parede de um edifício do centro histórico da cidade, adaptando a pintura ao existente 3. No castelo nasceu a obra gigante de Ella & Pitr4. Os 12 Mil Sapatos d'Abrantes de Victor lledó Garcia, Juan José Pérez Moncho and Mateo Fernández-Muro5. Isaac Cordal colocou muitos habitantes e visitantes de nariz para o ar à procura dos seus homenzinhos de cimento.

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018 AgENDANovoAlmourol

AGOSTO 2014

Crónica de Enologia

Antevisão da VindimaEng. Teresa NicolauEnóloga

e eis que chegamos a Agosto, um mês de Verão do segundo semestre do ano e o início de um novo ano vitivinícola. um pouco por todo o nosso País, as vinhas enaltecem os seus cachos de uvas resplandecentes ao sol, em que a sua película finaliza a fase do “Pintor”. esta é a fase que dita a fixação dos constituintes mais importantes ao nível da película dos bagos para nos facultar as várias tonalidades de cor com que nos fomos habituando a ver nos vinhos. Terminada esta fase, nas adegas inicia--se toda uma romaria de preparação de todos os equipamentos para poder receber as suas uvas aquando do início da vindima. digamos que estamos a preparar uma festa. Chama-se

MAÇÃO

Regressam as Ruas Enfeitadas de Pereiro

TEXTO NA

Sob o mote “Pereiro – Capital das Ruas En-feitadas 2014", entre os dias 26 e 31 de Agosto a aldeia do concelho de Mação terá 20 das suas ruas e largos enfeitados com 125 mil flores.

A longa tradição de

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o pessoal habitual que todos os anos volta com a alegria de poder mais um ano fazer parte integrante uma obra. na vinha, os téc-nicos junto dos Mestres sábios conjugam a sabedoria técnica com a sabedoria do “saber-

-fazer” para marcar a data de vindima, e onde esta vai ter início. É importante saber o que colher, e como colher. Quais as castas a ter início, e para que

VN BARQUINHAAtalaia e Tancos em festa TEXTO NA

Em Atalaia, no Jardim Dr. Eustáquio Piccio-chi, os festejos em honra de Nossa Sra. da Assun-ção e Nosso Senhor Jesus da Ajuda começam dia 14 e só acabam dia 17. En-

tre as muitas actividades e recreações destaque para o dia inaugural com Arre-gaita (22h00), no dia 15, pelas 9h00, realiza-se, às 10h00, uma eucaristia na Igreja Matriz com procis-são. À tarde, pelas 17h00, há lugar a um Pedi-Paper intitulado “À Descoberta

se destinam. Qual o vinho que poderemos vir a ter daquelas uvas. na vinha inicia-se o vislumbramento do tipo de vinho, da sua cor, dos aromas e como os extrair das uvas, e do seu flavour. Para o enó-logo, é a época de pen-sar o que fazer e como. Que vinhos podemos produzir, que técnicas empenhar, que crité-rios criar, que ideias ter. Todas as decisões tomadas até então, serão começadas a por em prática logo quan-do se olha para as uvas na vinha e se analisa a sua maturação. depois é entrar na adega, abrir as portas às suas uvas, esperar pela sua entra-da e aguardar pacien-temente dando tempo ao tempo, para que tudo se processe natu-ralmente até obtermos o vinho novo.―

Que vinhos podemos produzir, que técnicas empenhar, que critérios criar, que ideias ter.

enfeitar as ruas e largos com flores por ocasião dos festejos anuais em honra da padroeira da aldeia, Nossa Senhora da Saúde, tem oferecido grande destaque às cele-brações com a visita de muitos curiosos e turistas que procuram a gastrono-mia, música e animação, para além dos jardins sus-

pensos que se criam. A inauguração do

evento, que já é marca registada, terá lugar dia 26 de Agosto (3ª Feira), a partir das 18h00, e conta-rá com a presença do Pre-sidente do Turismo Cen-tro de Portugal, Pedro Machado e do Presidente da Câmara Municipal de Mação, Vasco Estrela.―

da Freguesia”. No mes-mo dia, pelas 22h00 há música com Mz Espectá-culos. No dia 16, às 9h00 realiza-se o 1.º Encontro de Vespas, e já de noite pelas 21h00 as danças de salão e a actuação do gru-po musical C+S (22h00). Dia 17, pelas 10h00, lugar

para uma missa no recin-to das festas, e às 17h00 a actuação do Rancho Fol-clórico os Camponeses de São Vicente do Paúl. A noite encerra com Sílvia Alcobia, pelas 20h00.

Tancos arranca com os festejos em honra de

Nossa Sra. da Piedade no dia 15 com a manhã de-dicada ao desporto. Das 17 às 20h30 realizam-se as cerimónias religiosas e à noite, pelas 22h00 há baile com o Grupo Art&Som.

No dia 16, o arraial abre às 16h00 e segue

com o Festival de Fol-clore às 22h00. Noite dentro o Dj Marco Silva anima a juventude. No dia 17 o arraial abre às 16h00 e pelas 21h00 é a vez do Duo NovoRitmo subir ao palco para ani-mar o recinto. os Festejos encerram às 2h00.―

Agosto Ruas Enfeitadas 2014 - Pereiro De 26 e 31 de Agosto Uma aldeia, 20 ruas e largos enfeitados, 125.000 flores. Pereiro,no concelho de Mação, é a Capital das Ruas Enfeitadas 2014.

MúsICA TeATro/dAnçA sABer CIneMA PATrIMÓnIo eTnoGrAFIA Ar LIVre GAsTronoMIA LITerATurA eXPosIção

noVoALMouroL.wordPress.CoM

CARDÁPIO CULTURAL 019AGOSTO 2014

“Trabalho de Campo”, alunos

finalistas do Curso de Artes

Plásticas do IPT Até 31 Agosto Galeria do Parque,

Vila Nova da Barquinha -

Festival Bons Sons

14 a 17 de Agosto Cem Soldos

Tomar -

Cinema ao Ar Livre

14, 21, 28 de AgostoSardoal Jardim

do Centro Cultural 22h00

14 de Agosto: “Gato Preto Gato Branco”

21 de Agosto: “Aquele Querido Mês de Agosto”

28 de Agosto: “Trinitá, o cowboy insolente”

Entrada Livre-

Dia do Emigrante

em Mação 15 de Agosto

Jardim Municipal, Largo do Matadouro, Mação

- a partir das 18h

-

“O Mar, A Serra, A Cidade”exposição

comemorativa dos 150 anos de Roque Gameiro Até 31 de Agosto

Museu de Aguarela Roque Gameiro

Minde -

“Scooters ao Cubo” Coleção

de João Seixas Até 30 de Setembro

Casa dos CubosTomar

-

“Astronomia no Verão 2014”

actividades ligadas

à astronomia Fins-de-semana

de Agosto Centro Ciência Viva

de Constância 15h às 18h e das 21h às 24h

Festas de Tancos 15, 16 e 17 de Agosto

Tancos Vila Nova da Barquinha

-

Convívio de Pesca

Desportiva 17 de Agosto

ConstânciaAntigo Areal

Org. Clube de Pesca de Tancos

-

Actividades desportivas

(Zumba, Spinning bike,

insufláveis) 24 de Agosto

07, 21 de SetembroBarquinha Parque,

Vila Nova da Barquinha -

Animação de Verão

com o grupo Canto Firme

22 de AgostoPraça Barão da Batalha,

Abrantes -

21h30 -

“800 anos a transformar

o barro” Até 31 Outubro

Museu D. Lopo de Almeida, Castelo de Abrantes

-

“Pinceladas”- pintura por

Gilberto Reis Até 29 de Agosto CBiblioteca Municipal

de Torres Novas

-

Mostra de Artesanato

16 de Agosto Rua Luís Falcão

de SommerEntroncamento das 9h30 às 18h

-

“Portugal na Guerra

de 1914-1918” painéis sobre

a Primeira Guerra Mundial

Até 29 de Agosto Biblioteca Municipal

António BottoAbrantes

-

“Astronomia no Verão 2014”

actividades ligadas

à astronomia Fins-de-semana

de Agosto Centro Ciência Viva

de Constância 15h às 18h e das 21h às 24h

Mostra documental

Montepio Operário de Lapas

Até 26 de Setembro Átrio do Arquivo Municipal

Biblioteca Municipal de Torres Novas

-

“Meta” New digital art

biennale, exposição

colectiva de arte digital

Até 19 de Setembro QuARTel –

Galeria Municipal de Arte de Abrantes

-

Banda da Sociedade Filarmónica

Ouriense 23 de Agosto

Praça Salgueiro Maio Entroncamento

21h30 -

4º Festival Estímulo

- Colour and Glow

Party 23 de Agosto

Traseiras da Biblioteca Municipal de Sardoal,

a partir das 16h de Tancos

-

“O Mar, A Serra, A Cidade” exposição

comemorativa dos 150 anos de Roque Gameiro

Até 31 de Agosto Museu de Aguarela Roque

Gameiro, Minde -

Festival Arroz e Maranhos

6 de Setembro a 5 de Outubro

Restaurantes aderentes do Concelho de Mação

-

“O Campo e o Mar” pintura

de José Figueira Até 15 de Setembro

Museu Municipa de Vila de Rei

-

Exposição Colectiva Alunos

do CEACCentro de Es-tudos de Arte

Contemporânea do Município da

Barquinha.

Até 31 de Agosto Posto de Turismo

de Constância -

"O que vai ser o nosso modo de vida daqui a 15 ou 20 anos? "

020 POR AgORA É TUDO AGOSTO 2014

este Verão de temperaturas ame-nas em Portugal não nos deixa esconder a rapidez com que as coisas “lá fora” condicionam as nossas vidas “cá dentro”. As mo-vimentações russas na fronteira com a ucrânia prosseguem com os bloqueios económicos entre a rússia e a eu, que já atingem as exportações agrícolas e poderão afectar de forma expressiva as ex-portações industriais de Portugal. As outras fronteiras estão cada vez mais perigosas, com o avanço dos fundamentalistas islâmicos no Iraque, na síria, no norte de África (aqui ao lado).

A Bolívia “bolivariana” legalizou o trabalho infantil a partir dos 10 anos! o que vai ser o nosso modo de vida daqui a 15 ou 20 anos? num cenário de incertezas, que nos irão acompanhar por muitos anos, a construção de um futuro sustentável passa também pela capacidade de reinventar as dinâmicas locais. o nA tem-se feito eco de algumas iniciativas destas, como o “Creative Camp” de que se fala neste número. A criatividade é, aliás, o foco de um programa com a europa se tenta repensar, o “Creative europe”, no âmbito do qual acaba de ser aprovado um projecto para estudar e divulgar as tradições do entrudo no Médio Tejo. Como sempre, a esperança efi-ciente está sobretudo nas nossas mãos.

Editorial

Reinventar

Luiz Oosterbeek director

Companhia Nacional de BailadoO Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal, irá receber a Com-panhia Nacional de Bailado no dia 22 de Setembro, Dia do Concelho, pelas 16 horas. Este espectáculo, integrado nas Fes-tas do Concelho de Sardoal e nas comemorações dos 10 anos do Centro Cultural Gil Vicen-te, será composto por excertos das peças: O Lago dos Cisnes, Orfeu e Eurídice, A Bela Ador-mecida e Giselle. O município congratulou-se com a realização do espectáculo.

Corrida de Touros adiadaPrevista para o dia 19 de Ju-lho, a Corrida de Homenagem ao Emigrante, a realizar-se na Praça de Touros de Vila Nova da Barquinha, foi adiada de-vido à chuva e foi reagenda-da para dia 19 de Setembro.Em praça estarão os cava-leiros João Moura, Rui Sal-vador e Paulo Jorge Santos.Pegam os Amadores de To-mar, Cascais e de Alter do Chão. Será lidado um cur-ro da ganadaria Rio Frio.

sArdoALVILA noVA dA BArQuInHA

Canter EléctricaA Câmara de Abrantes vai ter na sua frota automóvel uma Mitsu-bishi Canter eléctrica, uma das pri-meiras oito que saíram da fábrica do Tramagal e vão estar ao serviço de algumas empresas e autarquias.O novo modelo eléctrico da marca nipónica é totalmen-te feito em Portugal, na fábrica do Tramagal em Abrantes, e vai estar em testes durante um ano.

ABrAnTes

Título Jornal Novo Almourol propriedade CIAAR - Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo Director luiz Oosterbeek Sub-Directora Cidália delgado Editor Ricardo Alves Chefe de Redacção André lopes Redacção Maria de lurdes Gil Jesuvino, Paulo Varino, Rafael Ferreira, Patrícia Bica, Núcleo de Comunicação ESTA, Margarida Serôdio Opinião António luís Roldão, Alves Jana, Augusto Mateus, António Carraço, Teresa Nicolau, João Gil, luís Mota Figueira, luís Ferreira, João Geraldes Marques, Joaquim Graça, Bruno Neto, Humberto Felício, Tiago Guedes, Carlos Vicente, Miguel Pombeiro, Rita Inácio Edição Gráfica Pérsio Basso e Paulo Passos Fotografia Flávio Queirós, Ricardo Alves, Ricardo Escada paginação Ricardo Alves publicidade Novo Almourol Departamento Comercial 249 711 209 - [email protected] Jornal Mensal do Médio Tejo Registo ERC nº 125154 Impressão FIG - Indústrias Gráficas SA Tel. 239 499 922 Fax. 239 499 981 Tiragem Média Mensal 3500 ex. Depósito Legal 367103/13 Redacção e Administração Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo - largo do Chafariz, 3 - 2260-407 Vila Nova da Barquinha Email [email protected] / [email protected]

Novo Almourol

Convíviode emigrantesA Câmara Municipal vai orga-nizar no dia 15 de Agosto, feria-do nacional, o II Convívio entre os emigrantes do concelho, uma iniciativa que tem o objectivo de “dar a conhecer e juntar em confraternização todos os natu-rais e descendentes do concelho de Mação que são, ou já foram, emigrantes”. A autarquia infro-mou que o encontro/convívio terá início com uma missa às 18:00, na Igreja Matriz, seguin-do-se um arraial no Jardim Mu-nicipal, com sardinhada, febras e música popular.

MAçÂo

TURISMO

Tenda Templária no Castelo de AlmourolMelhorar a experiência, tornando-a mais completa e simbólica, é objectivo. Num dos locais de maior interesse para os visitantes da região, é todo o concelho que é promovido e não só o castelo

TEXTO NOVO AlMOUROl

É uma parceria entre a empresa Welcome to, a Câmara Muni-cipal de Vila Nova da Barqui-nha e a Junta de Freguesia de Tancos que consiste na instala-ção de uma “Tenda Templária” no interior do Castelo de Al-mourol.

O objectivo é preencher algumas lacunas identificadas

no serviço turístico naquele monumento militar disponi-bilizando um local de venda de recordações e "souvenirs" relativas à recentemente eleita “Estrela do Médio Tejo”, com posto de informações ligadas aos interesses turísticos tanto do Castelo de Almourol como do concelho de Vila Nova da Barquinha. A Tenda Templária está aberta aos turistas duran-te o fim-de-semana (incluindo sexta-feira) durante o horário

praticado para visitas ao monu-mento.

A Tenda completa-se com um colaborador que estará ves-tido a preceito - Templário - e com isso transmitir alguma vi-vacidade à experiência.

Esta é a primeira de várias iniciativas previstas com o ob-jectivo de melhorar a experiên-cia turística e aumentar o seu número de visitantes do Mo-numento Nacional – Castelo de Almourol.―