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Os preços do aço nacional sofreram uma elevação na segunda quinzena de março. Os reajustes aplicados vão de 8,5% para os laminados a frio até 13,5% para os laminados a quente. Um se- gundo reajuste já está previsto até o final do semestre pela CSN e pela Usiminas. “O reajuste de 13,5% nas bobinas a quente não recupera o aumento de custos sofrido pela companhia, devido à alta nos pre- ços do minério de ferro, do carvão e do coque metalúrgico”, infor- mou o diretor comercial da CSN, Luiz Fernando Martinez. Relatório da Corretora Brascan aponta que a margem EBDITA da CSN no quarto trimestre caiu para 42% ante 44% do terceiro trimestre, devido ao aumento dos custos. Segundo Martinez, a pressão no custo somente seria recom- posta se o preço da bobina a quente fosse reajustada em US$ 200. Por isso, ele prevê que, com o novo reajuste no segundo trimestre, o preço da bobina totalizará 22% de alta. Com relação aos lami- nados a frio, o momento para a companhia é de cautela, devido à concorrência dos produtos importados no mercado brasileiro. A Usiminas elevou também os preços de seus produtos a par- tir de 24 de março. O preço da bobina a quente teve alta de 11,3% e os laminados a frio, as chapas grossas e os produtos galvanizados sofreram aumento de 9%. Novo reajuste de 12% já foi anunciado pelo diretor comercial da companhia, Idalino Ferreira, até o final do semestre. Ferreira explicou que o reajuste de março considerou au- mentos de 30% para o minério de ferro e de 50% para o carvão mineral, expectativas bem abaixo dos reais aumentos nos preços desses insumos. A Companhia Vale do Rio Doce fechou acordos que elevam o preço do minério de ferro em até 71%. Já, “o carvão, em decorrência de gargalos de produção nas minas australianas, deverá ter um aumento mínimo de 130%”, declarou. A ArcelorMittal reajustou os preços da bobina a quente em 12%, da bobina a frio em 4,4% e da chapa zincada em 3,6%. O INDA vem anunciando o reajuste nos preços dos aços pla- nos desde fevereiro. O Relatório de Inteligência Competitiva da- quele mês previu um aumento médio de 10 a 12% no preço do aço para a segunda quinzena de março e novo reajuste no final do semestre. Segundo o documento, o primeiro aumento espelharia os rea- justes nos preços internacionais do aço, que vêm ocorrendo desde o final do ano passado, assim como a demanda interna brasileira aquecida. No primeiro bimestre do ano, as vendas da distribuição de aço no mercado interno tiveram alta de 26,4% (veja pag3). Já, o segundo aumento de preços seria para recompor as mar- gens, bastante comprimidas pelo avanço inesperado nos preços do minério de ferro e do carvão. O relatório diz ainda que as importações de aço devem cair a partir do mês de março, em razão justamente da elevação dos pre- ços internacionais e das novas alíquotas de importação impostas para os produtos siderúrgicos. Preços internacionais A maior siderúrgica do mundo, a ArcelorMittal reajustou o preço da bobina a quente em 7,1% e o preço da bobina a frio em 6,2% na Europa, no primeiro trimestre. A Baosteel, maior si- derúrgica chinesa, promoveu reajuste de 20% em seus produtos planos no mercado interno. E a Nippon Steel e a JFE, respecti- vamente, a segunda e a terceira maiores siderúrgicas mundiais elevaram o preço da bobina quente, no Japão, em 31%. A pesar dos fortes reajustes no primeiro trimestre, há ainda es- paço para mais aumentos nos próximos meses. O Relatório Global Market Outlook da Steel Business Briefing (SBB) aponta para o viés de alta nos preços mundiais do aço no segundo trimestre. Pesquisa realizada em fevereiro com agentes do mercado siderúrgico mun- dial registra a expectativa de aumento nos preços do aço por 82% dos entrevistados. A ArcelorMittal e a Corus já anunciaram novas altas de 12 a 15% em seus produtos para o segundo trimestre. O reajuste é pos- sível porque os preços internacionais do aço desestimulam sua im- portação pelos europeus. Os aumentos levaram a bobina a quente a US$ 865 a tonelada. Os preços domésticos do aço na China devem ficar também mais altos no próximo trimestre, decorrentes da firme demanda, da redução da produção e dos custos crescentes com matéria-prima. Por conta disso, as bobinas a quente já podem estar sendo vendi- das a US$ 730 a tonelada no mercado do Sudeste Asiático, informa o relatório do SBB. Nos Estados Unidos, os preços subiram US$ 80 a tonelada em fevereiro. A bobina a quente atingiu os US$ 720 a tonelada. Apesar da produção em janeiro ter crescido e as importações te- rem recuperado os níveis do início de 2007, o mercado doméstico norte-americano está bastante apertado, devido aos altos níveis de bobinas exportadas. Siderúrgicas reajustam preços no Brasil e no exterior Edição especial comemorativa As capas que fizeram história Entrevista com o presidente do Inda/Sindisider Índice - Estatísticas 03 - Entrevista 04 - Eventos 06 - Retrospectiva 08 - Tributação 10 - IDAM 12 - Painel 14 - Inda 16 Revista Brasileira do Aço Ano 17 nº 100 - 15 abr/15 mai 2008

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Os preços do aço nacional sofreram uma elevação na segunda quinzena de março. Os reajustes aplicados vão de 8,5% para os laminados a frio até 13,5% para os laminados a quente. Um se-gundo reajuste já está previsto até o final do semestre pela CSN e pela Usiminas. “O reajuste de 13,5% nas bobinas a quente não recupera o aumento de custos sofrido pela companhia, devido à alta nos pre-ços do minério de ferro, do carvão e do coque metalúrgico”, infor-mou o diretor comercial da CSN, Luiz Fernando Martinez. Relatório da Corretora Brascan aponta que a margem EBDITA da CSN no quarto trimestre caiu para 42% ante 44% do terceiro trimestre, devido ao aumento dos custos. Segundo Martinez, a pressão no custo somente seria recom-posta se o preço da bobina a quente fosse reajustada em US$ 200. Por isso, ele prevê que, com o novo reajuste no segundo trimestre, o preço da bobina totalizará 22% de alta. Com relação aos lami-nados a frio, o momento para a companhia é de cautela, devido à concorrência dos produtos importados no mercado brasileiro. A Usiminas elevou também os preços de seus produtos a par-tir de 24 de março. O preço da bobina a quente teve alta de 11,3% e os laminados a frio, as chapas grossas e os produtos galvanizados sofreram aumento de 9%. Novo reajuste de 12% já foi anunciado pelo diretor comercial da companhia, Idalino Ferreira, até o final do semestre. Ferreira explicou que o reajuste de março considerou au-mentos de 30% para o minério de ferro e de 50% para o carvão mineral, expectativas bem abaixo dos reais aumentos nos preços desses insumos. A Companhia Vale do Rio Doce fechou acordos que elevam o preço do minério de ferro em até 71%. Já, “o carvão, em decorrência de gargalos de produção nas minas australianas, deverá ter um aumento mínimo de 130%”, declarou. A ArcelorMittal reajustou os preços da bobina a quente em 12%, da bobina a frio em 4,4% e da chapa zincada em 3,6%. O INDA vem anunciando o reajuste nos preços dos aços pla-nos desde fevereiro. O Relatório de Inteligência Competitiva da-quele mês previu um aumento médio de 10 a 12% no preço do aço para a segunda quinzena de março e novo reajuste no final do semestre. Segundo o documento, o primeiro aumento espelharia os rea-justes nos preços internacionais do aço, que vêm ocorrendo desde o final do ano passado, assim como a demanda interna brasileira aquecida. No primeiro bimestre do ano, as vendas da distribuição de aço no mercado interno tiveram alta de 26,4% (veja pag3). Já, o segundo aumento de preços seria para recompor as mar-gens, bastante comprimidas pelo avanço inesperado nos preços do minério de ferro e do carvão. O relatório diz ainda que as importações de aço devem cair a partir do mês de março, em razão justamente da elevação dos pre-ços internacionais e das novas alíquotas de importação impostas

para os produtos siderúrgicos.

Preços internacionais A maior siderúrgica do mundo, a ArcelorMittal reajustou o preço da bobina a quente em 7,1% e o preço da bobina a frio em 6,2% na Europa, no primeiro trimestre. A Baosteel, maior si-derúrgica chinesa, promoveu reajuste de 20% em seus produtos planos no mercado interno. E a Nippon Steel e a JFE, respecti-vamente, a segunda e a terceira maiores siderúrgicas mundiais elevaram o preço da bobina quente, no Japão, em 31%. A pesar dos fortes reajustes no primeiro trimestre, há ainda es-paço para mais aumentos nos próximos meses. O Relatório Global Market Outlook da Steel Business Briefing (SBB) aponta para o viés de alta nos preços mundiais do aço no segundo trimestre. Pesquisa realizada em fevereiro com agentes do mercado siderúrgico mun-dial registra a expectativa de aumento nos preços do aço por 82% dos entrevistados. A ArcelorMittal e a Corus já anunciaram novas altas de 12 a 15% em seus produtos para o segundo trimestre. O reajuste é pos-sível porque os preços internacionais do aço desestimulam sua im-portação pelos europeus. Os aumentos levaram a bobina a quente a US$ 865 a tonelada. Os preços domésticos do aço na China devem ficar também mais altos no próximo trimestre, decorrentes da firme demanda, da redução da produção e dos custos crescentes com matéria-prima. Por conta disso, as bobinas a quente já podem estar sendo vendi-das a US$ 730 a tonelada no mercado do Sudeste Asiático, informa o relatório do SBB. Nos Estados Unidos, os preços subiram US$ 80 a tonelada em fevereiro. A bobina a quente atingiu os US$ 720 a tonelada. Apesar da produção em janeiro ter crescido e as importações te-rem recuperado os níveis do início de 2007, o mercado doméstico norte-americano está bastante apertado, devido aos altos níveis de bobinas exportadas.

Siderúrgicas reajustam preços no Brasil e no exteriorEdição especial comemorativaAs capas que fizeram históriaEntrevista com o presidente do Inda/Sindisider

Índice - Estatísticas 03 - Entrevista 04 - Eventos 06 - Retrospectiva 08 - Tributação 10 - IDAM 12 - Painel 14 - Inda 16

Revista Brasileira do Aço Ano 17 nº 100 - 15 abr/15 mai 2008

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Antenada no Mercado do Aço

Editorialpágina dois

Atingimos a marca de 100 edições! E quantas mudanças não ocorreram no mercado siderúrgico mundial e nacional nesses 16 anos completados pela Revista Brasileira do Aço? De 1992 para cá, as usinas brasileiras foram privatizadas, modernizaram-se e caminham a passos largos para uma produção recorde de 40 milhões de toneladas! A rede de distribuidores de aço correu também atrás do pro-gresso. Hoje, o distribuidor estoca, vende às micro, pequenas e médias empresas distribuídas em todo território nacional, e financia a comercialização do aço, mas, sobretudo, realiza processos diversi-ficados de industrialização, com modernas e poderosas máquinas, entregando o produto na medida certa para seu cliente. A Revista Brasileira do Aço, nascida da necessidade premen-te por informação num mercado em transformação, porta-voz das empresas distribuidoras, não poderia manter-se inerte nesse

tempo transcorrido. Passou também por mudanças, experimen-tando inovações, sentindo e reagindo à altura, para cumprir seu maior objetivo: contribuir para o desenvolvimento do mercado brasileiro do aço. Se chegamos até aqui, é porque temos respondido adequa-damente às necessidades de nossos leitores, empresários de su-cesso no ramo de distribuição de aço. Esperamos continuar a fazê-lo por um tempo ainda maior! Brindemos, então, essa edição comemorativa! E para isso, trazemos para você, nosso leitor: cobertura de uma palestra sobre como precificar melhor os produtos; entrevis-ta com distribuidores contando suas impressões sobre o merca-do siderúrgico chinês; novidades lançadas pelo IDAM; agenda de cursos de atualização profissional; dentre outros assuntos. Boa leitura!

Encontro Nacional da Siderurgia

Acontece nos dias 2 e 3 de junho, no Hotel Sofitel, em Copacabana, no Rio de Janeiro, o Encontro Nacional da Siderurgia, promovido pelo Instituto Nacional de Si-derurgia (IBS). O evento vai debater temas como: a expansão da siderurgia no Brasil e no mundo; os mercados consumidores; a sustentabilidade ambiental; e a política industrial brasileira. O evento trará ao Brasil nomes como Paolo Rocca, presidente do grupo ítalo-argentino Techint e vice-presidente do Instituto Internacional do Ferro e Aço (IISI, na sigla em in-glês); James Volanski, presidente do Comitê de Meio Ambiente do IISI e gerente geral de Meio Ambiente da siderúrgica americana US Steel, e Hans-Ulrich Lindenberg, do comitê executivo da multinacional alemã ThyssenKrupp Steel AG. Entre as principais lideranças do setor no Brasil, estarão presentes Roger Agnelli (Vale); André Johannpeter e Jorge Ger-dau Johannpeter (Grupo Gerdau); Benjamim Steinbruch (CSN); Flávio Roberto Azevedo (V&M); José Armando Campos (ArcelorMittal) e Paulo Musetti (Votorantim Metais). As inscrições estão abertas e podem ser feitas pela internet: www.ibs.org.br/encontro

Expomac 2008

Neste ano, de 6 a 9 de agosto, a Expomac – Feira Sul Brasileira da In-dústria Metal-Mecânica, vai ser realiza-da no Rio de Janeiro, no Riocentro. A Feira tem o objetivo de apre-sentar as mais novas tecnologias da indústria metal-mecânica, criando para o expositor um canal direto com o mercado demandante, possibilitando assim a geração de novos negócios e consolidação das marcas expositoras.Informações e reservas:(41) 3075-1100 / (11) 3562.3774 [email protected]

ABCEM premiará os melhores trabalhos em construção metálica

Até o dia 27 de junho, arquitetos e engenheiros de todo o País podem inscrever suas obras em estruturas metálicas, realizadas e concluídas a partir de 2006, ao Prêmio ABCEM 2008, da Associação Brasileira da Construção Metálica. Com a crescente demanda por estruturas metálicas em obras industriais, comerciais e resi-denciais, o Prêmio Abcem foi criado pela entidade com a finalidade de reconhecer e de incen-tivar a criatividade de seus autores, assim como de mostrar as soluções construtivas em prazos recordes e com elevada relação custo/benefício, se comparadas à construção convencional. Os vencedores serão anunciados durante o Construmetal 2008, de 9 a 11 de setembro, no Frei Caneca Shopping & Convention Center. Informações: www.abcem.org.br

Curtas

Ilafa 2008

As inscrições para o Congresso Lati-no-Americano de Siderurgia – ILAFA 49 – estão abertas. O evento vai acontecer entre os dias 26 e 28 de outubro, no Ho-tel Gran Meliá, em Cancun, no México. O Congresso discutirá o mercado mundial de aço e temas estratégicos para o setor siderúrgico.Mais informações: www.ilafa.org e [email protected]

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Com o novo recorde histórico registrado em março (335,9 mil ton) e em linha com as projeções citadas em nossa última edição, as vendas de aços planos fecharam o primeiro trimestre com 958,2 mil toneladas, representando uma alta de 24,7% em relação ao mesmo período de 2007. Os principais responsáveis por esse volume expressivo de vendas em 2008 foram os setores de Máquinas e Equipamentos Industriais (crescimento de 50,2%), Agrícola e Rodoviário (47,6%), Automobilístico (29,9%) e Construção Civil (9,8%).

1 incluem os embarques das usinas para outros setores via distribuição 2 incluem LCG, BQ, BF, CZ, CPP, CAZ e EGV

Na divisão regional das vendas, São Paulo continua liderando o ranking com 52% do total nacional, seguido pelo Rio Grande do Sul com 10%. Outro destaque foram as importações que, apesar de fechar o primeiro trimes-tre com alta de 176,4% em relação ao mesmo período de 2007, em março apresen-taram queda expressiva de 45,8% em relação a fevereiro deste ano. A tendência para os próximos meses é que essa queda continue devido aos reajustes internacionais de preços que estão sendo repassados ao importador.

Estatísticaspágina três

Vendas superam expectativas

Desempenho Setorial das Vendas INDA - Jan a Mar/2008

Distribuição Regional das Vendas INDA - Jan a Mar/2008

Oberdan Neves

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Passos firmesolhos no futuro

Entrevistapágina quatro

Qual o balanço desse primeiro ano de gestão? Quais os ganhos e as principais realizações obtidos na direção do Sindi-sider e do INDA?CHRISTIANO - Quando assumi, procu-rei saber qual era o grande tema a ser debatido pelo INDA. E logo ficou claro que o nosso primeiro objetivo era valori-zar a rede de distribuição. Este, então, pas-sou a ser o princípio orientador de nossas atividades. A partir daí, fomos para o segundo passo: como concretizar essa meta. Que ações nós tínhamos de adotar para conseguir essa valoriza-ção? Como resposta já tivemos conquistas importantes. A primeira foi a criação de um comitê de inteligência, formado por seis presi-dentes das principais empresas de distribuição do país. Esse grupo começou a desenvolver previsões e cenários para o setor. O comitê de inteligência analisa o que está acontecendo no mercado atual-mente, aponta quais são as tendências e delineia históricos tirando proveito do excelente banco de dados do INDA. Qual a vantagem disso? Quando o setor sabe o que vai acontecer, ele consegue se projetar corretamente. Se o preço do aço vai cair, o empresário di-minui o estoque. Se o preço vai subir, então a melhor resposta é au-mentar a quantia estocada. O comitê de inteligência conseguiu dar aos associados uma visão setorial que não era tão clara no passado, o que representou um ganho enorme para a entidade. Outra conquista desse período foi o trabalho do comitê de consolidação, que conseguiu nos dar um panorama global sobre como o setor está mudando e como as empresas estão se prepa-rando para estas mudanças. Este comitê organizou uma palestra sobre o que é “Privaty Equity”, com informações setoriais sobre o que aconteceu no exterior do ponto de vista de consolidação entre as companhias. Tivemos acesso a informações mostrando quem são os grandes distribuidores do mundo hoje, o que ajuda a nos preparar para esse horizonte. Entre nossos novos projetos, um dos mais promissores é a Certificação do Operador do Mercado de Aço, que chamamos de OMA. Trata-se de conseguir que todas as empresas do setor tenham funcionários realmente preparados para a venda de aço, funcionários que sejam credenciados e certificados. Treinamento profissional é fundamental para qualquer companhia no ambiente

de negócios contemporâneo. Por isso, pre-cisamos capacitar os profissionais do seg-mento porque o mercado está crescendo e as empresas estão em fase de expansão, logo, as pessoas também precisam cres-cer para acompanhar esse ritmo. Identifi-camos que há muitos vendedores de aço,

mas poucos entendem as aplicações do aço especializado. Então, se nosso objetivo é va-

lorizar a rede de distribuição, o profissional que está na ponta final do processo de venda tem de

estar muito bem treinado e saber valorizar o produto. Como se faz isso? Esse profissional precisa conhecer o

produto, entender a aplicabilidade do aço e não somente fazer uma guerra de preço ou mesmo ficar restrito a uma disputa em relação ao melhor nível de serviço. Se você agrega valor ao produto, se você instrui bem o seu cliente e você gera mais serviço, as vendas entram num círculo virtuoso. Se este projeto da certificação for con-cluído a tempo, vamos encerrar nossa gestão com chave de ouro.

Como você vê a diferença entre a gestão de uma entidade e de uma empresa? E quais as lições que você tirou desse último ano?CHRISTIANO - Posso dizer que tive um grande aprendizado quan-do ampliei meu olhar para todo o mercado e não somente para dentro da empresa. Profissionalmente, este foi um ganho enorme. Outra coisa importante que você aprende como diretor de uma entidade é repartir as informações e dividir a tomada de decisão. Por isso criamos os comitês: para trabalhar em coletividade. Quan-do você trabalha por uma organização, você esta trabalhando pela coletividade. Você tem um trabalho social, esta lutando pelo seu setor e tentando melhorar a vida dos seus associados, tentando melhorar a vida dentro do seu mercado. A criação dos comitês também me ajudou a delegar, porque cada comitê tem uma to-mada de posição diferente e, às vezes, as decisões podem não ser do jeito que você imaginava. O comitê tem autonomia para tomar suas decisões. Esse aprendizado do conceito de coletividade é muito interessante. Na iniciativa privada, ele não é tão exercido porque o que o executivo fala, acontece, não há uma interferência tão direta. Quando você está numa organização, como o INDA e o Sindisider, tem de respeitar o coletivo. Aliás, numa entidade, é fundamental que existam opiniões diferentes. E você, como dire-tor, tem de aprender a trabalhar com as opiniões diferentes para chegar num consenso.

O mercado do aço está passando por um bom momento. O de-sempenho nos últimos meses tem sido positivo e chegou a atingir marcas históricas. Esse desempenho acima das expectativas tem despertado interesse de grandes grupos nacionais e internacio-nais pelas empresas de distribuição do aço no país? Que passos o INDA esta dando nesse contexto de consolidação?CHRISTIANO - O grande passo que o INDA está dando nesse contex-to é o aviso para o associado que isto está acontecendo e que não é um vento passageiro. A consolidação é uma realidade e as empresas têm de estar preparadas. Estamos montando uma série de cursos voltados não somente ao vendedor, mas também para profissionais em nível gerencial e estratégico. Quando você começa a avisar sobre

A ousadia da juventude sob as rédeas do bom senso e da responsabilidade. Christiano da Cunha Freire é um empreendedor jovem, mas que aprendeu a equilibrar iniciativas inovadoras com idéias e atitudes coerentes, que trazem segurança e estabilidade. A frente do

Instituto Nacional dos Distribuidores do Aço desde 2007, o executivo já pode apresentar aos associados uma boa lista de conquistas no setor. Nesta entrevista, Freire conta o que já foi feito pela atual gestão da entidade e fala sobre as boas novas que despontam no horizonte.

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o cenário do setor e dar previsibilidade para o empresário, sem es-conder as ameaças embutidas nessas mudanças, as pessoas podem começar a trabalhar com mais segurança e desenhar o seu futuro. Se a entidade diz que a consolidação está começando, que vai chegar aqui no Brasil e mostra os números, mostra que a relação entre a participação das empresas coligadas e independentes mudou (hoje as empresas coligadas ao INDA ultrapassaram as independentes), então isso prova que essa tendência está acontecendo. A empresa que continua independente precisa saber disso para decidir se vai querer ficar pequena e não participar dessa consolidação ou se quer ser grande e tirar proveito desse movimento. E nessa hora, ele se pergunta: “quais são os dados estatísticos que o INDA tem para me oferecer?”. Por isso, o INDA tem se preocupado bastante em dar essa previsibilidade e auxiliar as empresas a se posicionarem.

Essa demanda interna aquecida é sinal de crescimento econô-mico. O que você considera que pode ser um entrave para essa expansão da economia?CHRISTIANO - Acho que juros altos são aquilo que sempre segura a economia. Esse tem sido, pelo menos, o modelo econômico que o Brasil tem seguido nos últimos anos. Sempre que a economia acelera, o país eleva os juros para tentar frear esse movimento e retardar o avanço econômico. É claro que essa é uma resposta à pressão inflacionária – é preciso segurar um pouco o crédito e o consumo e dar tempo para as empresas investirem. Nesse mo-mento, porém, a demora na redução da taxa básica dos juros pode ser maior do que os empresários gostariam e isso pode se trans-formar num elemento de entrave importante da economia. Então, no universo brasileiro, acredito que o maior risco está mesmo na condução da política dos juros.

O setor teve de fazer alguns repasses de preços este ano - há novos reajustes previstos. Os distribuidores de aço têm consegui-do manter a margem de lucro com esses repasses? Como você vê essa questão?CHRISTIANO - Os distribuidores estão trabalhando com uma mar-gem muito baixa, apesar dos aumentos. É verdade que estão ocor-rendo aumentos, mas a margem operacional continua baixa. O aço brasileiro já subiu 40% no exterior, mas aqui no Brasil subiu 15% e ainda vai subir outros 15%. Nesse momento, muitos empresários estão realizando lucro sobre o estoque, mas pouca gente esta tendo margens altas. A distribuição não está trabalhando com margens altas. Isso, porém, deve se corrigir com a consolidação do merca-do. Com um ritmo de oferta e demanda do aço um pouco mais eficiente, acredito que as margens tendem a se corrigir. Porque, na realidade, esse contexto tem um impacto importante sobre o ma-rket share. Como todos estão tentando se posicionar e garantir mais vendas, a briga por uma fatia do mercado faz com que todos os empresários tenham de trabalhar com margens mais baixas.

Recentemente você assumiu também a presidência do IDAM. Qual a importância estratégica do IDAM no cenário da globaliza-ção e na consolidação do setor do aço?CHRISTIANO - O Brasil tem chance de consolidar a distribuição dentro do Mercosul. E diante desse cenário de consolidação na rede de distribuição, o IDAM consegue nos fornecer mais infor-

mação. Quem são os outros agentes do segmento dentro do Mercosul? O que está acontecendo em relação ao aço dentro do Mercosul? Considerando que devemos ter um movimento de con-solidação entre as empresas nos próximos 2 ou 3 anos, o IDAM ajuda a dar um pouco mais de informação sobre a distribuição do Mercosul como um todo. Eu acho que a consolidação dessa distribuição deve partir do Brasil para o resto do Mercosul. É uma oportunidade enorme. Eu não vejo empresas do Mercosul vindo em busca de fusões e aquisições no país hoje. Por isso, acho que o Brasil, que é muito forte, está bem estruturado e pronto para ser um país de consolidação nesse bloco comercial.

De acordo com essa visão, quais as realizações mais efetivas que já ocorreram? O que você fez até agora em termos de Mercosul?CHRISTIANO - Nós montamos um site da entidade, mudamos o logotipo. O trabalho mais importante, porém, é a montagem do Guia de Distribuição do Mercosul, onde colocaremos todos os dis-tribuidores que atuam dentro do bloco. Isso ajudará a entender quem são os players dos países que fazem parte do bloco, qual o tamanho e localização de cada um, que produtos eles trabalham atualmente, entre muitas outras informações. Esperamos que esse guia, que será o primeiro, esteja pronto até o final do ano. O objetivo é dar uma visão a todos os países membros do que é o setor de distribuição no Mercosul. Hoje, ninguém tem essa visão muito clara.

Na questão da guerra fiscal, que vitórias vocês conseguiram al-cançar até agora?CHRISTIANO - O SINDISIDER tem feito todo o esforço na busca pela alíquota única de 12% em todas as unidades da Federação porque entendemos que isso vai melhorar a arrecadação de cada Estado e beneficiar a cadeia produtiva como um todo, já que o aço é um insumo básico dessa cadeia. Hoje já avançamos bastante nesta batalha e estamos vendo algumas soluções despontando a curto e médio prazo. Tudo indica que, em breve, surgirá uma saída para essa disputa e, neste momento, é importante que o setor esteja bem representado por sua entidade de classe e que o Sin-dicato tenha um posicionamento bem definido para que ninguém saia prejudicado.

Quais são as metas para o segundo ano de gestão?CHRISTIANO - Nossa meta permanece a mesma de busca de va-lorização do setor. Nosso rumo não mudou muito depois do nosso primeiro ano de mandato e acho que isso é um ponto positivo, porque indica que estamos no caminho certo. Por isso, temos se-guido a mesma receita. Somente o trabalho no IDAM, que teve início no final do ano passado, é algo que ainda será mais bem trabalhado ao longo de 2008. Nesse segundo ano de gestão, tere-mos também uma grande festa de final de ano que vamos realizar com o título de “Steel Experience”. Essa festa - que pretendemos fazer na Fundação Oscar Americano, no bairro do Morumbi, em São Paulo - será muito interessante e inovadora, é só esperar.

A ousadia da juventude sob as rédeas do bom senso e da responsabilidade. Christiano da Cunha Freire é um empreendedor jovem, mas que aprendeu a equilibrar iniciativas inovadoras com idéias e atitudes coerentes, que trazem segurança e estabilidade. A frente do

Instituto Nacional dos Distribuidores do Aço desde 2007, o executivo já pode apresentar aos associados uma boa lista de conquistas no setor. Nesta entrevista, Freire conta o que já foi feito pela atual gestão da entidade e fala sobre as boas novas que despontam no horizonte.

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Precificação é mais do que gerir custos

Palestrapágina seis

É comum ouvir-se dos representantes das empresas distribui-doras de aço que a margem de lucro está comprimida. O fornece-dor aumenta o preço do aço, mas o cliente não aceita o repasse; quem amarga o prejuízo é o distribuidor, que vai ter que conviver com margem de lucro menor para sua operação. Poderia ser diferente? Para o consultor de empresas, Fabiano Simões Coelho, a res-posta é sim. A estratégia de precificação baseada em custo não é

suficiente. Existem alterna-tivas melhores: todas pas-sam pela percepção dife-rencial do produto e do negócio. A chamada Estra-tégia do Oceano Azul. “O Barateiro era um supermercado para a classe D, ou seja, para fa-mília com rendimentos de até R$ 450,00. Somente com a mudança de nome para Compre Bem e o tra-

balho de imagem associado, a empresa aumentou suas vendas em 30%. Por quê? Porque a classe D não queria ser taxada de pobre”, exemplificou Coelho na palestra “Formação Estratégica de Precificação” no último dia 2 de abril, no auditório do INDA. Segundo o palestrante, o preço importa na decisão de compra apenas quando os produtos são rigorosamente iguais. Mas, um campo enorme de possibilidades se abre para explorar melhor a percepção do consumidor. Do lado dos fatores racionais, além das características efetivas do produto e de seu preço, podem ser me-lhorados o processo de compra e os riscos envolvidos. Pelo aspec-to emocional e psicológico, conta demasiadamente o networking. “Entender melhor as necessidades de seus clientes e entregar um produto melhor especificado pode ser fator determinante para um preço um pouco maior do que o praticado pelo mercado. Se não fosse assim, como se explicaria que a pasta de dente Sensodi-

ne tem preço bem acima das demais?”, expôs Coelho.

Business to Business No mercado da distribuição de aço – o denominado business to business – fornecedor e cliente entendem muito do negócio. Por isso, a estratégia de mudar a percepção do cliente deve ser efetiva e profunda. Por isso, o networking e o valor agregado ao produto são boas estratégias de precificação. “O vendedor de aço preparado é um diferencial para a empresa. Ele vai até o cliente, conhece suas necessidades, estabelece um relacionamento e fornece, jun-to com a venda do produto, serviços que dão um diferencial ao processo de venda”, concordou Richard Braga Schick, Gerente de Negócios - Aços Planos da Comercial Gerdau. Outras estratégias para aumentar a margem de lucro das em-presas citadas pelo palestrante foram: maior controle operacional; maximização do uso da capacidade instalada; expansão do mer-cado; e gestão eficiente dos estoques.

Certificação de Mão-de-Obra O INDA criou recentemente seu programa de certificação de vendedores de aço. A certificação OMA-BR01 – Operador do Mer-cado de Aço Brasileiro objetiva preparar o profissional da distribui-ção para a venda especializada do aço. O programa é formado de curso intensivo de 80 horas de duração, onde são transmitidos conhecimentos específicos sobre o mercado do aço, das ferramentas de marketing e da moderna venda industrial. No final do programa, o aluno que obtiver o mínimo de apro-veitamento de 70% nos módulos – freqüência de compareci-mento às aulas; participação nas atividades propostas em sala de aula; conteúdo apresentado nos trabalhos em grupo; e avaliação escrita individual – recebe o certificado. Este poderá ser apresen-tado ao mercado como atestado de que o vendedor é especiali-zado para a venda de aço.Mais informações: www.inda.org.br

Certificado de Quitação da Contribuição Sindical. Peça o seu!

O SINDISIDER está com uma no-vidade para seus associados. Para as empresas regularmente em dia com as obrigações sindicais, o Sindicato ex-pedirá um Certificado de Quitação da Contribuição Sindical. Este Certificado poderá ser usado pela empresa como prova de que sua situação financeira sindical está regu-lar no Ministério do Trabalho (MTE), podendo ser apresentado com a docu-mentação exigida para Licitações Públi-cas e à fiscalização do MTE.

Nesse ano, até o momento, o Sindi-cato expediu 584 certificados. “Mas, o número poderá aumentar, pois as em-presas podem regularizar sua situação sindical a qualquer momento, reco-lhendo o valor da contribuição com as correções e moras estabelecidas pela CLT”, explicou Carlos de Freitas, advo-gado do SINDISIDER.

Mais informações: (11) [email protected]

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Sindisider BHpágina sete

O Sindicato Nacional das Em-presas Distribuidoras de Produtos Siderúrgicos de Minas Gerais, Sindisider BH, consolidou seu Programa de Qualificação Profis-sional no último dia 26 de abril. O workshop “Aço: uma visão pano-râmica do conceito ao uso” abriu a programação 2008 de cursos e eventos da instituição em grande estilo. Realizado em parceria com a Usiminas e a ArcelorMittal, o curso teve aceitação suficiente para que fossem formadas duas turmas, já em seu lançamento. Destinado a todo o público interessado em aprofundar seus conhecimentos sobre o aço, o workshop teve como principal esco-po atender às necessidades dos funcionários dos setores de ven-das e serviços ao cliente, extensivo aos profissionais de compra, logística e que demandem maior noção sobre os produtos comer-cializados por suas empresas. E segundo os inscritos, o objetivo foi muito bem atingido. A principal característica da primeira turma foi a diversidade de profissionais interessados em compreender melhor o produto sobre o qual giram as atividades das organizações onde atuam. Anderson Alexandre dos Santos, da Açosider, atua como faturista da empresa e viu no workshop uma oportunidade de conhecer melhor o aço e uma possibilidade de se preparar para fazer carreira na companhia. “Para mim, é importante aproveitar as oportunida-des de conhecer melhor o produto, para que eu possa crescer profissionalmente”, comentou.

Incentivo O diretor de Relações Trabalhistas do Sindisider, Newton Ro-berto Longo, participou da inauguração das atividades de Qualifi-cação Profissional do Sindisider BH em 2008. Ele veio reforçar a importância do investimento no conhecimento, como forma de agregar valor às empresas. O profissionalismo foi uma das características elogiadas pelo diretor, ressaltando a intenção do Sindicato de não apenas apre-sentar o produto em seus aspectos técnicos, mas de uma forma que estimule o consumo. “Essa é a nossa principal bandeira. O aumento do consumo per capita de aço no país. E são iniciativas como esse workshop que vão destacar as características do aço frente aos seus sucedâneos, tais como o plástico, a madeira, en-tre outros”, apontou. Longo destacou o fato de Minas Gerais ser o segundo estado no ranking da distribuição e consumo de aço no Brasil, além de ter vocação histórica em sua cadeia produtiva. “A diretoria do Sindisider tem um enorme carinho por Minas Gerais e as ações implementa-das aqui devem ser vistas como um exemplo para os outros escri-tórios que estamos montando em todo o país”, informou.

Conteúdo O workshop foi dividido em quatro módulos de 2 horas cada um, sendo os palestrantes profissionais experientes no mercado do aço.

Fazendo uma abordagem sobre os rumos da siderurgia mundial, o economista Moacyr Brant, da Usi-minas, falou sobre o mercado do aço. Ele enfocou principalmente as possibilidades de crescimento do mercado interno e externo, bem como a necessidade de se investir em informação, atualiza-ção e valorização do elemento humano das empresas. Segundo Brant, o principal diferencial das

corporações nos próximos anos será o RH. O engenheiro Carlos Carvalhido, da Usiminas, apresentou um panorama sobre a siderurgia com ênfase nos aços planos. Carvalhido apontou o conhecimento dos processos de produção do aço como fator de integração entre as áreas comercial e pro-dutiva, capaz de oferecer o produto mais adequado a cada tipo de uso, no momento da venda. Já Lincoln Rubim, da superintendência de Desenvolvimento da Aplicação do Aço da Usiminas, destacou o investimento da companhia no setor de construção civil, que tem sido, em sua opinião, a área com mais perspectivas de expansão de consumo de aço no Brasil. O engenheiro Daniel Lopes Garcia, da ArcelorMittal, apresen-tou os diversos produtos desenvolvidos para a construção civil, a partir dos aços longos. Ele alertou para a questão cultural como maior interferente na escolha do tipo de aço para a construção. “Aqui no Brasil, a indústria da construção está voltada para o uso do vergalhão, já que as próprias condições locais de clima e de mão-de-obra possibilitam o uso do concreto em larga escala, o que não ocorre nos países do hemisfério norte, em função do clima”, explicou.

Workshop de Aplicabilidade do Aço consolidaQualificação Profissional do Sindisider BH

Sindisider BH programa 2008com agenda diversificada

A administração do Sindisider pretende adequar sua agen-da com as necessidades da rede de distribuição mineira em 2008. A equipe do Sindisider BH passou os primeiros três meses do ano identificando as demandas e necessidades do mercado local para montar sua agenda de cursos e eventos até o final do ano. Ainda no primeiro semestre, será realizada a segunda tur-ma do Workshop “Aço: uma visão panorâmica do conceito ao uso”. Já está em fase de negociação a formação de mais uma turma do Curso Intensivo de Vendas de Aço, que deve ocorrer entre os meses de julho e agosto. Com o objetivo de apresentar perspectivas e os rumos que o mercado deve ter para os próximos anos, estão sendo formatados Cafés da Manhã abordando o crescimento da de-manda de aço nos mercados internos e externos no período de 2005 a 2007 e seus reflexos a curto e longo prazo.

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Ano 02 número 04 Pautada pelo processo de privatização das siderúrgicas, a edição fazia um balanço da melhora dos resultados das siderúrgicas privatizadas - Usiminas, CSN, CST e Acesita -, mostrando otimismo com relação à Cosipa, em vias de passar ao controle do capital privado. Os tempos bicudos de estagflação de uma década mostraram seus efeitos perversos sobre os negócios na pesquisa “Análise Econômico-Financeira da Rede de Distribuição INDA”: o faturamento consolidado, em 1992, era inferior à metade do faturamento de 1989.

Ano 01 número 01 O ano era 1992, o país passava por uma forte crise econômica e política: a economia recuperava-se timidamente de uma profunda recessão e as instituições democráticas foram sacudidas com o episódio de impeachment do Presidente Collor. Neste contexto, a Revista Brasileira do Aço nasce para “analisar e avaliar a situação da distribuição de aço no Brasil e as perspectivas diante de novas tendências no campo da siderurgia, da economia e da administração empresarial modernas”, nas palavras do presidente do INDA na época, José da Costa Vinagre. Essas eram também as metas do X Congresso Brasileiro dos Distribuidores de Aço, cujo cartaz promocional foi a capa da primeira edição.

Ano 05 número 21 Fazendo um balanço do novo cenário siderúrgico brasileiro, pós-privatização, a edição entrevistou três presidentes de usinas de aços planos: Rinaldo Campos Soares, da Usiminas; Sylvio Nóbrega Coutinho, da CSN; e Marcus Jurandir de Araújo, da Cosipa. Em comum: busca de ganhos de qualidade, de produtividade e de rentabilidade. O setor de distribuição corria lado-a-lado com as usinas nessa busca por modernização: dois cases de associados ilustravam essa corrida por produtividade, eliminação de desperdícios e aprimoramento da qualidade.

Ano 03 número 10 Os tempos de modernização da economia brasileira, com menor participação do Estado, maior inserção internacional, com o estabelecimento de regras claras e estáveis de negociação, o fim dos privilégios e combate aos monopólios, e com o Plano Real, reavivavam as esperanças do empresariado. As mudanças exigiam a adaptação dos distribuidores e o aprimoramento do INDA e do SINDISIDER. A Revista Brasileira do Aço, como porta-voz da categoria dos distribuidores de aço, ficava mais robusta, com artigos abordando vários aspectos da economia e assuntos empresariais estratégicos.

Retrospecto da Revista Brasileira do AçoRetrospectivapágina oito

A Revista Brasileira do Aço chega à edição 100. Muita coisa aconteceu nesses seus 16 anos de existência no mercado mundial e nacional do aço. Acompanhe a seguir um breve retrospecto do que foi destaque em algumas edições nesse período.

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Ano 10 número 55 A consolidação no setor siderúrgico ronda o segmento da distribuição de aço. Iniciativa inovadora da Juresa e Multiaços de estabelecer aliança estratégica aumenta a apreensão de como ficará o mercado brasileiro de aço. O editorial da edição mostra posicionamento claro do INDA: “Reduzir e eliminar custos são os objetivos em qualquer cadeia produtiva. Quem não mantiver sua competitividade morre”.

Ano 07 número 40 O cenário da globalização econômica impunha modificações profundas nos modos de fazer negócios e na forma de estabelecer relações. Não importava apenas ‘olhar para dentro’, para o mercado interno, mas era premente conhecer as tendências no setor de distribuição em outras partes do mundo. A Revista internacionalizou-se: passou a ser editada em português e espanhol, refletindo a importância de se estreitar relações com os países vizinhos, do Mercosul. Mas, o limite era o mundo: uma matéria revelava que, já em 1999, a distribuição de aço nos Estados Unidos organizava-se para não ser apenas um comerciante de aço puro, um mero estoquista, mas um centro de processamento do aço.

Ano 17 número 98 A Revista Brasileira do Aço foi completamente reformulada, desde sua edição 76. Passa a ser mensal e a ter 8 páginas. Acompanha de perto os movimentos de produção, vendas, estoque, preços, exportação e importação na cadeia do aço, assim como outros assuntos de interesse direto para os negócios: legislação; negociações trabalhistas; gestão moderna de empresas; etc.

Ano 13 número 70 A China roubou a cena: os preços do aço atingiram níveis nunca antes praticados; as matérias-primas ficaram escassas; e o aço nacional era comercializado antes mesmo de ser produzido. Dois anos antes, em 2002, a OCDE discutia a necessidade de reduzir a capacidade global de produção de aço. As usinas e a distribuição inquietavam-se: até quando a China continuará consumindo aço? O que acontece com os preços se ela começar a exportar aço? Questionamentos ainda pertinentes no momento atual.

Retrospecto da Revista Brasileira do AçoA Revista Brasileira do Aço chega à edição 100. Muita coisa aconteceu nesses seus 16 anos de existência no mercado mundial

e nacional do aço. Acompanhe a seguir um breve retrospecto do que foi destaque em algumas edições nesse período.

Retrospectivapágina três

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Carga e burocracia tributária atravancamo desenvolvimento econômico

Tributação comparadapágina dez

O empresariado brasileiro gasta 2600 horas anuais com o cumprimento das formalidades burocráticas relacionadas à legis-lação tributária. É um recorde mundial, segundo o estudo “Paying Taxes 2008: The Global Picture”, realizado pelo Banco Mundial em parceria com a PricewaterhouseCoopers.O estudo analisa, em perspectiva comparada, o impacto do sis-tema de tributação sobre as empresas em 178 países. O Brasil ocupa a 137ª posição na pesquisa.

Fonte: Doing Business Database. Extraído de Banco Mundial/PwC (2008),

Paying Taxes 2008

Para efeitos de comparação, nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que apresentam os menores custos para o cumprimento dos reque-rimentos legais da tributação, o tempo despendido no cálculo do imposto, no preenchimento dos formulários, no seu pagamento e lançamento contábeis, é de 163 horas anuais. Para não irmos muito longe, na América Latina e Caribe, as empresas realizam 39 pagamentos por ano, gastando 407 horas anuais, em média. O contraste com os demais países dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) é flagrante (veja gráfico).

Segundo o Banco Mundial, o Brasil precisa urgentemente de uma reforma tributária que desonere o contribuinte e que facilite o pagamento de impostos. Dentre os problemas assinalados no estudo, encontra-se o processo de cálculo extremamente compli-cado dos impostos no país: cada esfera de governo tem exigên-cias e requerimentos próprios, o que obriga as empresas a man-ter funcionários exclusivamente dedicados ao acompanhamento das questões tributárias. Em contrapartida, como a legislação exi-ge a comprovação de regularidade tributária para obtenção de empréstimos, para participação em licitações e para a solicitação de incentivos fiscais, o cipoal tributário torna-se obstáculo para o desenvolvimento dos negócios. A pesquisa revela que os países com maior número de pa-gamentos são os que possuem o menor setor formal per capita e baixas taxas de entrada de empresas no mercado formal. No Brasil, por exemplo, a adoção do Simples impulsionou a regularização das empresas no setor de varejo em 13%, na comparação com o ano anterior ao início do programa. Outro exemplo: na República Tcheca, a redução do imposto de renda das empresas entre 2004 e 2006 trouxe um acréscimo de 2% na arrecadação.

Reforma tributária brasileira No último dia 28 de fevereiro, o Governo Federal enviou para o Congresso Nacional a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 233/2008, que se propõe simplificar o sistema tribu-tário nacional, avançar no processo de desoneração tributária e eliminar distorções que prejudicam o crescimento da economia brasileira e a competitividade das empresas. A PEC cria o imposto sobre valor adicionado federal (IVA-F) e simplifica a tributação do ICMS. O IVA-F unifica os tributos sobre faturamento das empresas: PIS, COFINS e CIDE . A razão de o IVA-F não incluir o IPI nem o IRPJ é que estes tributos federais são partilhados com estados e municípios, através dos fundos de participação de estados e de municípios (FPE e FPM, respectiva-mente). Por sua vez, as 27 legislações estaduais que regulamenta o ICMS serão convertidas numa única lei nacional e o regime de cobranças deixa de ser feito na origem, para incidir no destino. Com isso, o governo espera acabar com a guerra fiscal. A lógica é a seguinte: hoje, o estado produtor tem direito à

Custo Administrativo da Tributação por Região

183237

272306 316

407451

15 25 27 31 39 39 46

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Pagamentos por ano Horas por ano

BRIC’s - Horas Despendidas para Cumprir com as Exigências Tributárias

3,000

2,500

2,000

1,500

1,000

500

0

Impostos sobre lucro - TempoImpostos relacionadosaos empregados - Tempo

Outrosimpostos - Tempo

Índia Rússia China Brasil

Brasil - Indicadores de Facilidade em Pagar Tributos

Indicadores Imposto de Impostos e Outros Total/Posição Renda Contribuições Impostos no Ranking Empresas Trabalhistas MundialTempo gasto para cumprir 736 491 1.374 2.600com as exigências tributárias(Horas por Ano) 177ªNúmeros de Pagamentos 2 2 7 11por Ano 24ªCarga Tributária Total 21 41 8 69(% dos Lucros) 158ªClassificação Final 137ª

Fonte: Banco Mundial/PwC (2008), Paying Taxes 2008, Apêndice 1. Elaboração própria.

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Crédito Presumidopágina onze

Governo Paulista vai autuar empresas quereconhecem crédito presumido ilegal

As diferenças na cobrança do ICMS entre os estados brasilei-ros têm acarretado enormes prejuízos para o Estado de São Pau-lo. Para tentar reverter a perda de arrecadação, o Governo paulista empreenderá ação para autuar o contribuinte que se creditar do ICMS que tenha sido objeto de benefício fiscal ilegal no estado de origem. Pelo mecanismo do crédito presumido, o estado concede benefício fiscal para determinado setor com a finalidade de atrair investimentos e gerar o desenvolvimento regional. Porém, tal me-canismo de incentivo fiscal neces-sita ter sido aprovado no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), entidade que reúne os secretários estaduais de fazenda, para ser legal. O que tem acontecido é que muitos estados têm concedido o benefício fiscal unilateralmente, o que é proibido pela Constituição. Chegou-se ao paroxismo de o aço chinês entrar no país pelo porto de Pecém, no Ceará, sem cobrança de imposto de importa-ção, e chegar a São Paulo e outros estados do Sudeste e do Sul com cobrança de ICMS de apenas 1%, porque o governo estadual concede 11% de crédito presumido para o produto. Com isso, a concorrência se torna desleal com o produto nacional produzido no Estado de São Paulo, pois neste incide a alíquota de 18%. Uma estatística do SINDISIDER aponta que São Paulo per-deu, desde 2000, 9% de seu mercado de distribuição de pro-dutos siderúrgicos para outros estados. Levando em conta que, em 2007, o setor faturou em torno de R$ 15 bilhões, a perda de arrecadação estadual foi de R$ 245 milhões.

Geração de divisas O Estado do Espírito Santo dobrou a arrecadação do ICMS entre 2002 e 2007, que cresceu 145% no período, por conta de uma política de fiscalização eficaz, do cancelamento de regimes tributários especiais e do combate à sonegação, sem falar, é claro, do crescimento da economia capixaba. No ano passado, o crescimento de 15,42% em relação a 2006 foi o maior registrado no país. Em termos absolutos, o Es-

tado manteve - pelo terceiro ano seguido - o oitavo lugar no ranking nacional do ICMS, com um valor de R$ 5,8 bilhões. São Paulo arre-cadou R$ 63,1 bilhões em 2007, mantendo a liderança. Segundo o secretário de fazenda do Espírito Santo, José Teófilo de Oliveira, o resultando foi conseguido a des-peito da redução de alíquotas em vários setores. Seguindo o exemplo capi-xaba, o governo paulista começará a autuar as empresas que com-pram aço de outros estados com crédito presumido ilegal e que se creditam dos 12% que deveriam

incidir na operação. A medida afeta principalmente o contribuinte, muitas vezes não informado sobre o crédito presumido concedido por outros estados. O SINSIDIDER entende que, apesar de legal, a medida não resolve em definitivo as distorções de mercado advindas da guerra fiscal. Por isso, desde o ano passado, tem empreendido a campanha pela equalização da alíquota do ICMS para 12% para todas as operações no território brasileiro. Participe você também desta luta! Acesse: www.sindisider.org.br

maior parcela do ICMS nas vendas interestaduais, o que dá mar-gem aos governos estaduais para que ofereçam incentivos fiscais, na forma de isenções ou reduções do imposto, aos fabricantes instalados no estado. Com a tributação no destino, os estados perdem esse instrumento de política fiscal. Mas, se a PEC não mexeu profundamente no FPE e no FPM, não conseguiu evitar a disputa entre os estados pela arrecada-ção do ICMS. Este é o nó da reforma tributária, que precisará ser solucionado no Congresso Nacional. “O problema da cobrança no destino é que os estados industrializados, no caso São Paulo e Minas Gerais, estariam abrindo mão da arrecadação do im-

posto sobre a produção”, afirma Rinaldo de Freitas, consultor tributário do SINDISIDER.

Campanha ICMS 12% Enquanto a reforma tributária não vem, o SINDISIDER está numa campanha, desde o ano passado, pela unificação das alí-quotas do ICMS em 12%. Seu propósito é justamente combater a guerra fiscal, promover a desoneração tributária, reduzir a sone-gação, para promover o desenvolvimento econômico nacional e a maior competitividade das empresas brasileiras. Saiba mais em: www.sindisider.org.br

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IDAM lançará brevemente oGuia da Distribuição no Mercosul

Idampágina doze

O presidente do INDA, Christiano da Cunha Freire, assumiu, desde o final do ano passado, a presidência rotativa do Instituto dos Distribuidores de Aço do Mercosul – IDAM com o forte com-promisso de valorizar o setor de distribuição nos países membros. Passados quatro meses da gestão, que vai de 2007 a 2009, algu-mas das metas propostas já foram concretizadas. As peças de comunicação foram padroni-zadas, buscando destacar a identidade visual do instituto. A empresa +3 Marketing, contratada para assumir a coordenação dos trabalhos, já criou um novo logotipo com traços mais leves e modernos. No último dia 12 de maio, foi lançado o site do IDAM, que tem o propósito de difundir informações sobre as empresas distribuidoras de produtos siderúrgicos na região para gover-nos, instituições financeiras, investidores e, prin-cipalmente, para as empresas siderúrgicas e da cadeia do aço no Mercosul (veja Box). Mas, sem dúvida, a ação mais importante desse projeto de comunicação, será o lançamento do Guia IDAM: levantamento completo das informações estratégicas do merca-do de aço nos países membros do Mercosul mais o Chile. O Guia IDAM pretende tabular, para cada um dos países:• As usinas siderúrgicas, seus produtos e respectivas tonela-gens anuais;

• A produção, exportação e importação de aço;• A demanda interna por aço e sua distribuição percentual den-tro da cadeia: quanto cada segmento industrial consome anual-mente de aço, em especial, o setor de distribuição;• As empresas distribuidoras de produtos siderúrgicos, seus produtos e serviços e respectivas tonelagens anuais de vendas,

estoques e compras. Constará ainda no Guia IDAM um mapa com a localização regional das usinas e das empre-sas distribuidoras de aço em cada país, assim como as informações comerciais pertinentes para assegurar maior visibilidade aos negócios dos distribuidores de aço.

Convite para os associados Este Guia está atualmente sendo prepara-do pelos funcionários do INDA e a participação das empresas associadas é de fundamental im-portância para que o documento seja o mais completo possível, tornando-se um referencial

imprescindível para os negócios na rede de distribuição. Saiba como incluir sua empresa gratuitamente nesta publi-cação, contatando Silmara Andrade - Tel.: 11-2272-2121 E-mail: [email protected] O Guia IDAM em formato impresso e eletrônico tem previsão de lançamento para o segundo semestre deste ano.

Distribuidores de aço do Mercosul ganham site

Um portal de informações sobre o mercado do aço no Mer-cosul. Essa é a proposta do recém-lançado site do Instituto Na-cional dos Distribuidores de Aço do Mercosul – IDAM. Com uma linguagem visual moderna e bem planejada, que facilita a busca por informações, o site foi inaugurado no dia 12 de maio (versão português), no endereço www.idam.info. “O site era um clamor dos execu-tivos das empresas distribuidoras do Mercosul, que viam nesse meio um instrumento eficiente para um maior intercâmbio de informações sobre as cadeias do aço entre os mercados do Brasil, da Argentina, do Paraguai e do Uruguai”, justifica Christiano da Cunha Freire, presidente do IDAM. No site IDAM, além das notícias sobre as atividades em andamento na instituição, o internauta encontra uma série de estudos estatísticos e de aná-lise do mercado de aço levados a cabo em cada país. “A idéia é que sejam disponibilizados estudos de-senvolvidos pelas entidades classistas de cada país num único

lugar, facilitando o acesso das empresas distribuidoras às informa-ções estratégicas para seu negócio”, completa Freire. O site tem o perfil de um banco de dados. À medida que as instituições e empresas forem encaminhando informações, aná-

lises, divulgação de produtos, servi-ços e eventos, boletins informativos, revistas especializadas, entre outros dados, estes vão sendo organizados no site, por ano, país e tema de inte-resse. É possível também conhecer um pouco da história do IDAM, de seus quadros dirigentes, de seu estatuto social, e entrar em contato com a atual administração do instituto atra-vés do site. Além do mais, nele estão lista-das as empresas distribuidoras de produtos siderúrgicos associadas ao IDAM, com seus respectivos países de atuação, ramo e principais pro-

dutos comercializados. O projeto foi desenvolvido pela +3 Marketing.

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Impressões da China e da Alemanha: Painelsobre o mercado do aço mundial

Painel Siderurgia Mundialpágina quatorze

De 18 de março a 5 de abril, os diretores do INDA, Newton Longo e Alberto Graña, estiveram em tour pela China, Taiwan, Hong Kong e Alemanha. Conheceram nesses países um pouco do setor siderúrgico e de distribuição de aço, inclusive participan-do de uma feira de tubos em Düsseldorf. Conheça as impressões que tiveram na viagem, como as do diretor da Manchester, Edson Cipriano, organizador do tour.

Os senhores estiveram recentemente em visita a China e conhe-ceram de perto as cidades de Beijing, Shenyang e Shanghai. Qual é a primeira impressão, em termos de desenvolvimento econômi-co, que se tem ao visitar essas cidades?Cipriano - Antes de viajar, eu passei três meses lendo e me infor-mando sobre a China; portanto, não me surpreendi de imediato, porque encontrei lá o que é lido nos jornais, o que vemos nos pro-gramas de televisão. Contudo, me chamou a atenção a qualidade das obras, prédios, rodovias, portos, aeroportos, ferrovias e estradas. Estão sendo construídos ou ampliados, mas com o mesmo padrão de qualidade que encontramos na Europa e na America do Norte. Também destaco que é notável o planejamento nas obras de infra-estrutura. Não vimos obras paradas, esqueletos como temos no Brasil; lá as obras começam e terminam de acordo com o cro-nograma. Outro ponto é a velocidade das obras, os serviços não param, é sempre 24 horas de atividades; por isso, o crescimentoé muito veloz e o consumo proporcionalmente acompanha. Se o PAC do Governo Brasileiro puder alcançar 5% do que acontece na China, nós poderemos nos contentar bastante.Longo - O que me causou maior impacto foi a percepção de que toda a infra-estrutura necessária já está pronta, obras que crescem por todos os lados, a uma velocidade impressionante. Diria que é um caminho sem volta. Brincando um pouco com as palavras, se o mundo acabar hoje, a China ainda leva uns cinco anos.Graña - Tudo é muito grande; a infra-estrutura de aeroportos, trens, metrôs e estradas é realmente coisa de Primeiro Mundo. Grandes e modernos arranha-céus estão prontos e sendo construídos. Ficou a dúvida em saber qual foi o ‘milagre’ em conseguir fazer tudo o que vimos em 20 anos.

Em termos tecnológicos e de gestão, que impressão tiveram a res-peito das usinas siderúrgicas Anshan, Baosteel e Benxi, visitadas no tour pela China?Granã - Pudemos confirmar que as usinas estão preocupadas com a qualidade. Elas são bem limpas e organizadas e os materiais saem com padrão internacional de embalagem e qualidade. Tínha-mos a idéia errada de que seria uma sujeira, usinas velhas com equipamentos obsoletos, e para nossa surpresa não é nada disso. Cipriano - É notável que, onde há uma maior participação do Go-verno no quadro de acionistas, as usinas são inchadas e com baixo grau de tecnologia e um número enorme de funcionários. Lembra muito as usinas brasileiras do sistema Siderbrás no passado, mui-ta gente e pouca eficiência. Por outro lado, nas usinas onde há uma maior atuação da iniciativa privada o avanço tecnológico é expressivo. Observamos linhas de processamento de aço de última geração e empresas com a mais alta performance na relação de produção por tonelada x numero de empregados. Em minha opi-nião, creio que em poucos anos a China derrubará o tabu de que produtos chineses são de baixa qualidade. Longo - Como as usinas que visitamos são as maiores, são tam-bém as mais modernas, limpas e estão buscando a cada dia me-lhor qualidade, não diferenciando muito das nossas.

Em termos comparativos com os Centros de Serviço no Brasil, como os senhores vêem o Centro de Serviço Bao-Mit Steel, distri-buidor chinês conhecido de perto?Graña - Não tem nada muito diferente dos nossos. Creio até que alguns aqui no Brasil estão mais bem equipados e organizados.Longo - Não nos causou grande impacto. Diria até que, nesse setor, o Brasil está melhor em termos de organização e de equipamentos.Cipriano - Este Centro de Serviço não se sobressai aos que possu-ímos no Brasil. Mas, faz refletirmos sobre os custos com segurança no Brasil. A empresa não tem porteiro, não tem telefonista, não tem faxineiro, não tem copeira, o cafezinho é self-service, é muito aplicada à idéia do myself, cada uma faz a sua parte e isso resulta em custo baixo e eficiência.

Ainda comparando: quais as principais semelhanças e diferenças entre os centros de serviços da Alemanha, do Brasil e da China?

Fotos: Edson Cipriano

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Quais as perspectivas que se formaram para os centros de serviço no Brasil a partir dessa viagem?Cipriano - A Alemanha é um caso à parte: uma das maiores eco-nomias do mundo, trabalha muito com escala e planejamento. Em geral, lá tudo dá certo; quando não dá, já existem vários planos alternativos de correção. Os alemães são os únicos no mundo que podem dirigir a 250 Km/h sem infringir leis e com baixo índice de acidentes. Isso por conta de muita disciplina e planejamento. Nos centros de serviços, isso também é notável: máquinas que cortam bobinas de aço a velocidade de 300 Km/h; ponte rolante para 40 toneladas; recebimento e despacho de bobinas por desvio hidro-viário, porque o ferroviário, todo mundo tem. Enfim, a Alemanha ainda está muito à frente, não dá para fazer comparativos. Contudo, devemos destacar que muitos Centros de Serviços brasileiros estão neste caminho, fizeram muitos investimentos em tecnologia, es-peramos que o mercado brasileiro corresponda, porque sabemos que ainda há capacidade ociosa nos centros brasileiros. Granã - Na Alemanha, a coisa é bem diferente. Além de equipa-mentos de primeiríssima, o que se percebe claramente é que eles trabalham somente com programação. Os clientes colocam os pe-didos com muita antecedência e planejamento; isso aqui no Brasil, é meio raro... Eles conseguem fazer 40.000 toneladas por mês com apenas 125 funcionários (incluindo administrativo) e estoque de 23 dias, pois sabem exatamente quando irão receber da usinas; cortam as bobinas com muito planejamento. Esse conceito precisa ser adotado pelo Brasil: nossos clientes chegam a cancelar pedidos colocados, caso outro fornecedor venda mais barato, e fazem pe-didos sem planejamento.

A China representa alguma ameaça para as usinas siderúrgicas e para os distribuidores de aço brasileiros?Cipriano - Não acredito que a China deve ameaçar as empresas brasileiras no curto prazo, porque ela não está dando conta do seu mercado interno. O Governo Chinês tem solicitado às usinas que diminuam a exportação e, para alguns produtos, já ameaça taxá-los. É claro que num segmento específico ou num tipo de material em especial, em alguns momentos, os produtos chineses podem tornar-se mais competitivos do que os brasileiros - é o caso de mo-mento de câmbio favorável e ajuste de acordos para aumento de preços. Outro ponto importante a destacar é que os chineses tive-ram uma avalanche de crescimento sem preocupar-se com alguns aspectos que, no Brasil, já estão normatizados e regulados: é o caso da poluição, questões de leis trabalhistas, melhores condições aos funcionários, sindicatos, essas particularidades os chineses es-tão tendo que enfrentar agora, e tudo isso reflete no custo. Granã - Quando eles forem auto-suficientes e começarem a expor-tar, isso se refletirá não só no Brasil como no mundo. Eles serão os formadores de preço mundial.Longo - Por enquanto, não vejo riscos, pois eles estão voltados para o mercado asiático, depois Europa e Estados Unidos. A Amé-rica do Sul, em especial, pouco é citada.

Quais as principais novidades reveladas na Feira Tube, em Düs-seldorf, na Alemanha, e que impactos tais novidades trazem para os negócios no Brasil?

Longo - Pude observar poucas mudanças tecnológicas em compa-ração com a feira anterior de 2006. Um dado interessante é que percebi uma fluência de muitas empresas indianas durante a feira, o que nos leva a ratificar talvez que eles sejam a futura “bola” da vez. Cipriano - Eu que particularmente visito essa feira desde 1990; portanto, foram 10 edições nas duas últimas décadas, não me sur-preendi, apenas me atualizei com poucas inovações. O importante é percebermos que não podemos ficar de fora, precisamos sempre estar em contato com esta abundância de tecnologia.

A experiência internacional autoriza os senhores a conceberem qual futuro para o mercado mundial de aço?Longo - O mundo ficou muito pequeno. Hoje, qualquer movimen-tação em outros países, sentimos em tempo real o efeito de tais acontecimentos. Por isso, acho que o brasileiro deve estar total-mente antenado para caminhar junto com as mudanças que acon-tecem lá fora e não desperdiçar as oportunidades que surgirem, tanto nas importações quanto nas exportações.Granã - O aço virou commoditie e o mundo está totalmente glo-balizado. Não dá para descolar muito o preço do mercado interno do resto do mundo, apesar dos impostos e frete. As indústrias na-cionais e os distribuidores estão atentos para as oportunidades no mercado global do aço.Cipriano - Na minha modesta opinião, destaco que o futuro estará pautado na consolidação do setor siderúrgico mundial e nacional. Devemos ficar muito alerta e atentos, observando e participando desse processo. Hoje, têm grandes conglomerados do setor que compram uma nova empresa por dia, quando não, tem dia que compram duas. Esse processo também já faz parte do Brasil, deve-remos ter muitas notícias desse tipo até o final de 2008. Penso que as fusões e aquisições deverão traçar os rumos do futuro.

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Diretoria Executiva Presidente Christiano da Cunha Freire Vice-presidente Nei Ferreira Bello Diretor administrativo e financeiro Alberto Piñeira Graña Diretor para assuntos extraordinários Newton Roberto Longo Conselho Diretor Diogo de Castro Loureiro; Fladimir Batista Lopes Gauto; Mário Lane Sinder; Miguel Jorge Locatelli; Wilson Carnevalli Filho Superintendente Gilson Santos Bertozzo Revista Brasileira do Aço Fone: 11 2272-2121 [email protected] Editor Fábio Luís Pedroso (Mtb 41728) [email protected] Projeto gráfico, diagramação e editoração www.criatura.com.br Impressão HRosa Distribuição exclusiva para Associados ao Inda. Os artigos e opiniões publicados não refletem necessariamente a opinião da Revista Brasileira do Aço e são de inteira responsabilidade de seus autores

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Curso de Aplicabilidade do AçoCarga horária: 48 horasInício: Junho 2008 Investimento:Sócio R$ 1200,00/não-sócio: R$ 1800,00Objetivo: Capacitar os participantes para a correta seleção do material mais apro-priado para determinada aplicação

Curso de Especialização em Vendas de AçoCarga horária: 32 horasInício: Junho 2008 Investimento: Sócio R$ 900,00/não-sócio: R$ 1300,00Objetivo: Reciclar/formar profissionais especializados na venda do aço

Administração do Tempo

Carga horária: 8 horasInício: Julho 2008 Investimento: Sócio R$ 200,00/não-sócio: R$ 300,00Objetivo: Adquirir maior domínio e controle da vida pessoal e profissional com me-lhores resultados com menos gastos de tempo e energia

As inscrições para concorrer ao Prêmio INDA de Ação Social 2008 estão abertas. Os projetos inscritos são avaliadossegundo indicadores específicos nas categorias: • Desenvolvimento de Projetos Sociais: projetosdesenvolvidos e mantidos pelas empresas que identifica-ram necessidades, propuseram ações e o gerenciamento de atividades de natureza social; • Apoio a Projetos Sociais: projetos desenvolvidos por ONGs e que recebem o suporte de empresas do setor siderúrgico e de distribuição;• Mecenato: projetos assistenciais, culturais e esportivos promovidos pelas empresas mediante as leis de incentivo.

Preços especiais para grupos de empresas - Localização: Rua Silva Bueno, 1660 – Ipiranga – SP - Maiores informações: patrí[email protected] Tel. (11) 2272-2121