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Edição Especial de Lançamento Dezembro 2018 Ano I /

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Edição Especial de Lançamento

Dezembro 2018

Ano I

/

Aos Leitores

“Foi Poeta — sonhou — e amou na vida”

Desde 2012, A LIRA DOS POETAS, seguindo a máxima de Álvares de Azevedo, desenvolve de alguma sorte o resgate glorioso de nossa Poesia.

A Lira, nosso livreto digital mensal em formato PDF, buscará atender a ânsia pelo belo. Na Edição Especial de Lançamento, nosso homenageado é Álvares de Azevedo (O Byron Brasileiro) que, antes dos 21 anos, viu “A dor no peito emudecer, deixando a vida como quem deixa o tédio”. Seguindo a linha Romântica, trazemos a tradução de Percy Shelley, pelo poeta Kleiton Muniz.Ao citar esses dois expoentes do Romantismo, não poderíamos fazer de outro modo senão prestar nosso carinho e reconhecimento ao lançamento da obra “O Mal do século”, do poeta mineiro Renan Caíque. “As Primaveras” de Casimiro de Abreu e “Peregrinações de Childe Harold” de Lord Byron, surgem comentadas pelo mesmo mavioso poeta Renan Caíque, auxiliando-nos na construção de interessante e indispensável biblioteca.

No que tange aos poetas da atualidade, além do Renan Caíque, trazemos os poemas de Caio Cardoso Tardelli, Derek Soares Castro, Maurilo Rezende, Nestório da Santa Cruz e Quintiniano.

Vale lembrar que esse projeto é totalmente gratuito. Pedimos aos amigos leitores que divulguem em suas redes sociais e compartilhem o arquivo o quanto puderem!

Vale!Equipe A Lira

Brasil, dezembro de 2018

Indice´ :

Biografia do Poeta................ III

Versos do Homenageado............. VII

Traduções......................... XI

Lançamento Especial............... XII

A Lira............................ XVI

Forme sua Biblioteca.............. XXI

Apoiadores........................ XXII

Álvares de Azevedo

Biografia

1831 1852

III

-

Manuel Antônio Álvares de Azevedo, principal representante do Ultrarromantismo brasileiro, nasceu na capital paulista, a 12 de setembro de 1831. Em 1833, transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro. No mesmo ano morreu um irmãozinho seu, eis o primeiro encontro que Álvares, então com apenas 4 anos, tivera com a morte.

Em 1840, entra para o Colégio Stoll, onde se destaca e é considerado pelo diretor, o Sr. Stoll, como a maior capacidade intelectual que ele encontrara na América, em criança de sua idade.

Em 1845, entrou para o Colégio Dom Pedro II, onde foi aluno de Gonçalves de Magalhães e bacharelou-se em Letras, em 1847.

Em 1848, retornou sozinho a São Paulo e matriculou-se na Faculdade de Direito, onde conheceu escritores como José de Alencar, Bernardo Guimarães e Aureliano Lessa, com os quais, supostamente, participou da chamada Sociedade Epicureia.

IV

Eram jovens inspirados pela boemia byroniana, um grupo de poetas estudantes de Direito que se reunia para a prática de orgias, rituais macabros e cultos satânicos. Os três amigos chegaram a planejar uma coletânea de versos chamada "As Três Liras", mas tal ideia jamais se solidificou. Durante os quatro anos que Álvares lá passou, leu e escreveu avidamente, produzindo toda a sua obra literária: "Lira dos Vinte Anos", "Noite na Taverna", "Macário", "Poesias Diversas", "Poema do Frade", "O Conde Lopo", "O Livro de Fra. Gondicário", "Cartas"; além de fundar o Ensaio Filosófico Paulistano e fazer traduções, ensaios e discursos, apesar de não ter publicado nenhum dos seus livros em vida.

A partir de 1851, começa a ter verdadeira fixação pela ideia de morte, deixando isto claro em cartas enviadas à mãe, à irmã e ao amigo Luís, inclusive escreve na parede de seu quarto o nome de dois estudantes quintanistas já falecidos, um em 1850 e outro em 1851, deixando em branco 1852:

1850 - Feliciano Coelho Duarte1851 - João Batista da Silva Pereira Júnior1852 - ... ... ... ...

Morre a 25 de abril de 1852, tendo apenas 20 anos e alguns meses, vítima de uma enterite com perfuração do intestino.

Sua obra apresenta duas faces distintas, um binômio: Ariel e Caliban (como dizia o próprio autor, fazendo referência a dois personagens da peça "A Tempestade", de Shakespeare). Na primeira face, a de Ariel, vemos o poeta melancólico, "platônico e visionário", que idealiza o amor e a mulher, colocando-a como um ser divino, onírico, sublime e inalcançável.

E na segunda face, a de Caliban, vemos o poeta irônico, mórbido, sarcástico, mordaz e, por vezes, alegre, que chega a satirizar o próprio sentimentalismo da primeira face.

V

Suas obras:

1853 - "Lira dos Vinte Anos": único livro editado e organizado pelo autor. São poemas divididos em três partes: na primeira e na terceira, é possível notar a face angelical de Ariel, já na segunda, a face demoníaca de Caliban. É geralmente considerado o seu livro de maior relevância, por melhor expor as suas duas faces e a sua habilidade de escrever.

1855 - "Noite na taverna": livro de contos fantásticos em clima sombrio, onírico e de mistério, e que envolvem traição, assassinato, incesto, necrofilia, canibalismo, adultério, libertinagem, corrupção e morte por amor. É um exemplo perfeito do "mal do século" e da literatura gótica no Brasil. Foi inspirado pelo livro "Noches Lugubres" (1771), do espanhol José Cadalso, e, por sua vez, as "Noches Lugubres" foram influenciadas pelos "Night-Thoughts" de Edward Young (1742-1745). "Noite na taverna" também gerou algumas imitações, sendo as principais: a novela "Genesco: vida acadêmica" (1862) de Teodomiro Alves Pereira e o romance "Dalmo ou Os Mistérios da Noite"(1863), de Luís Ramos Figueira.

1855 – "Macário": obra dramática, escrita após o autor sonhar que conversava com Satã, claramente influenciado por Shakespeare, Byron e pelo "Fausto" de Goethe.

1862 - "O Poema do Frade": uma narrativa em cinco cantos, em versos decassílabos, o canto I e o II são feitos em oitavas, e os III, IV e V em sextetos. Em “Poema do Frade” um freire devasso narra a história do infausto amor entre um poeta libertino, chamado Jônatas, e a bela cortesã Consuelo. 1866 - "O Conde Lopo": um longo poema narrativo incompleto e dividido em oito cantos. Conta uma história trágica, sobre amor, traição e morte, que é encontrada num livro em versos de um poeta morto, o Conde Lopo.

VI

Também fazem parte da obra de Álvares de Azevedo as "Poesias Diversas"; vários ensaios (como "Literatura e Civilização em Portugal" e alguns sobre Bocage, Lucano, George Sand e Alfred de Musset); traduções (como "Parisina", de Lord Byron, e o 5º ato de "Otelo", de Shakespeare); discursos (como um na sessão comemorativa da criação dos cursos jurídicos, em 1849; e um na inauguração da sociedade Ensaio Filosófico, em 1850); o romance "O livro de Fra Gondicário"(do qual existem apenas fragmentos) e as 69 cartas enviadas aos amigos e parentes.

VII

Versos do

Homenageado

Pálida à luz

Pálida à luz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada,

Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar, na escuma fria

Pela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d'alvorada

Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! o seio palpitando Negros olhos as pálpebras abrindo

Formas nuas no leito resvalando

Não te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti - as noites eu velei chorando,

Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!

VIII

Por que mentias?

Por que mentias leviana e bela? Se minha face pálida sentias

Queimada pela febre, e minha vida Tu vias desmaiar, por que mentias?

Acordei da ilusão, a sós morrendo

Sinto na mocidade as agonias. Por tua causa desespero e morro... Leviana sem dó, por que mentias?

Sabe Deus se te amei! Sabem as noites

Essa dor que alentei, que tu nutrias! Sabe esse pobre coração que treme

Que a esperança perdeu por que mentias!

Vê minha palidez- a febre lenta Esse fogo das pálpebras sombrias...

Pousa a mão no meu peito! Eu morro! Eu morro!

Leviana sem dó, por que mentias?

IX

Se eu morresse amanhã

Se eu morresse amanhã, viria ao menosFechar meus olhos minha triste irmã;

Minha mãe de saudades morreriaSe eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!

Que aurora de porvir e que manhã!Eu perdera chorando essas coroas

Se eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! que doce n'alvaAcorda a natureza mais louçã!

Não me batera tanto amor no peitoSe eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devoraA ânsia de glória, o dolorido afã...

A dor no peito emudecera ao menosSe eu morresse amanhã!

X

Adeus, meus Sonhos!

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!Não levo da existência uma saudade!

E tanta vida que meu peito enchiaMorreu na minha triste mocidade!Misérrimo! Votei meus pobres diasÀ sina doida de um amor sem fruto,E minh'alma na treva agora dorme

Como um olhar que a morte envolve em luto.Que me resta, meu Deus?

Morra comigoA estrela de meus cândidos amores,

Já não vejo no meu peito mortoUm punhado sequer de murchas flores!

XI

Traducoes~~

Filosofia do Amor

As fontes se fundem ao rioE os rios se fundem ao mar,

Os ventos, num abalo macio,Para sempre se juntam no ar;

Nenhuma alma no mundo é solta;Por lei divina, não são sozinhas,Unem-se todas umas às outras.

Por que não a sua e a minha?

Veja as montanhas beijarem a amplidãoE as ondas se abraçarem entre si;Nenhuma flor-irmã tem perdão

Se ao seu irmão não sorri;E a luz do sol agarrando a terra

E os raios de lua beijando o mar:O que todo esse trabalho encerra

Se você não me beijar?

Love's philosophy de “Percy Shelley”Traduzido por Kleiton Muniz

XII

Lancamento Especial~

Renan Caíque (28/09/1993) é de Teófilo Otoni/ MG. Amante de Literatura e Arte em geral, escreve desde os 13 anos influenciado sobretudo por autores clássicos como: Álvares de Azevedo, Lord Byron, Shakespeare, Goethe, Schiller, Alfred de Musset, Percy Shelley, John Keats, Hermann Hesse, Oscar Wilde, Edgar Allan Poe e Charlotte Brontë. Em 30 de novembro de 2018, lançou o seu primeiro livro solo intitulado "O Mal do Século".

"O Mal do Século"(2018) é um livro de poemas escritos entre 2012 e 2018, e foi lançado pelo Selo Editorial Círculo Soturnos.

A capa do livro foi feita pelo artista Derek Castro. As características e referências predominantes no livro são do Ultrarromantismo, Simbolismo e Literatura Gótica.

Para quem tiver interesse em adquirir e conhecer o livro, segue o link:

https://www.soturnos.com/product-page/o-mal-do-s%C3%A9culo

Os quatro sonetos apresentados a seguir fazem parte do livro:

Dualidade

Em meus lábios surge um triste sorrisoQue exala agonia e solidão apenas...

Dormem no silêncio de minha alma as cenasQue outrora eram parte de um paraíso.

Às vezes lembranças belas e serenasTornam-se suspiros negros, e é precisoOlvidá-las pra não verter sobre o riso

Do passado lágrimas de eternas penas.

XIII

Meu coração pálido chora na trevaPor não deslembrar o Amor que me leva

Para o mais profundo inferno interior.

Eis a dualidade atroz da existência:O encanto sublime que traz decadência,

E a paz decadente que faz o Amor.

Suspiros Poéticos

Sorrio e pranteio pelo teu sorriso,O mais belo que eu já pude contemplar.

Dizer que és um anjo do paraísoSeria eufemismo para te explicar:

Tu és mais! Mas não há como eu ser precisoOu não me tornar indeciso em te amarE te descrever, por seres qual Narciso,

Pois te apaixonaste por teu próprio olhar.

Os teus olhos são os versos mais bonitosE doces, jamais podendo ser escritos

De tão perfeitos... qualquer que seja a lira!

E se invejo o vento por tocar-te inteira,É por me encantares tu de tal maneira

Que ao lembrar-me de ti minha alma suspira!

XIV

Elegia

À sombra do escuríssimo cipreste,Próximo destas árvores chorosas,

Descerram-se lembranças dolorosasDo derradeiro beijo que me deste.

Recordo-me de teu olhar celeste,A então contemplar as lôbregas rosas,

Que estavam congeladas... mas brilhosas,Pelo Inverno — que de dor tudo veste —

A face deplorando amargo pranto,Sobre um gótico túmulo, falaste:

"Vê como de tais flores morre o encanto!

O Inverno da vida também — que amaste —Faz das almas cessar o breve canto!"

E beijando-me, "adeus!" tu suspiraste...

Vale das Sombras

À meia-noite, em silêncio eternal,Fitei, na Treva, um venusto jardim;Corri, sôfrego, para vê-lo, e enfim,Aproximei-me de um velho rosal.

Era o jardim um vale outonal,Lá as flores estavam em seu fim,

Parecendo chorar tão-só por mim,Murchas e com perfume sepulcral.

XV

Então, senti uma melancolia,E afoguei-me em devaneios tristonhos,

Sem entender aquilo que sentia.

Logo vi, em segundos enfadonhos:Meu coração era o vale que eu via

E as flores meus doces e antigos sonhos!

XVI

Todo o mosteiro encheu-se de tristeza

“Todo o mosteiro encheu-se de tristeza” Maranhão Sobrinho

Todo o mosteiro encheu-se de tristezaQuando a passagem de Fernão se deu.

Marmóreo piso d'ouro se rompeuPerdendo o brilho, a pompa e a realeza.

Desfez seu voto, a virginal, Tereza;Límpido céu do vale, escureceu.

Velho pomar, secou. O rio, morreu.Súbito infarto pôs-se à natureza.

Poucos minutos, junto ao seu caixão,Muitos fiéis em linda comoção

Queriam, juntos, carregar o morto.

Grande surpresa a todos aguardava:O próprio Cristo um lindo salmo orava,Enquanto o Santo abandonava o corpo.

Nestório da Santa Cruz

XVII

Como Íxion

A vida é curta para o mal que te desejo,Todo o teu sangue, derramado pelo chão,Dilacerado o teu pescoço, num lampejo,

Minha vingança pela tua traição.

Da morte a lira toque as notas em arpejo,Sofre sabendo que jamais terás perdão,

Que mil demônios acompanhem teu cortejo,Rumo ao inferno em sua longa direção.

O mal que me fizeste esteja em teu castigo,Sejam teus passos rodeados de perigo,

Lágrimas nunca faltem no que ainda fores...

Gire incessante a roda do remorso teu,E que a voz desse fogo seja o grito meu,

Para que lembres o motivo dessas dores...

Maurilo Rezende

XVIII

Recordações

Antes alegre e airosa, agora antiga;Hoje é ruína o que já foi condado.Aqui fui rei e herói, já fui soldado,

Brandindo a espada feita de uma espiga.

Antes essa era a sala, agora abrigaUm eco surdo... e o meu olhar cansado

Ainda vê meu pai dormir jogado,Roncando com as mãos sobre a barriga...

O cheiro do café, que da cozinhaSubia, morno e honesto; o bolo e o pãoQue a minha mãe fazia aos assobios...

Tudo agora é saudade! Ó lar da minhaInfância! Relicário! E ó, coração,Vagando pelos cômodos vazios...

Quintiniano

XIX

In Articulo Mortis

Do prisco campanário, o brônzeo sinoReplica novamente o seu lamento,

Trazendo um réquiem ínclito e mofino,Ecoando neste ocaso, ao firmamento.

Ao longe se condensa um véu cetrino,E o Sol em lancinante ferimento,

Lembra um enfermo ao seu final destino,Ungido no óleo do arrebol sangrento.

E num rumor de bronzes, os badalosChocam-se em melancólicos embalos,Como se em prece, numa intercessão,

Fossem as vozes do último momento,Do Sol, a receber o sacramento,

Da misericordiosa Extrema-Unção.

Derek Castro

In Articulo Mortis - A ponto de morrer

XX

A Noite Triste

O incensário do céu me elevou, um dia,À noite triste, à noite, enfim, que não existe.

Que imenso jardim de antiga alegriaEsperava-me ali, abandonado e triste.

Esperava-me, sim, abandonado e triste,Porque de lá partira, um dia, sem perceber,O meu mais belo sonho que já não existe...

E eu pude ver, então, o luar se estender

Sobre o jardim daquela noite tristeComo uma floração do que não há de ser...

E assim, na messe angélica, na messe carmim

Que de uma pálida saudade consiste,Pude ver nascer, lentamente, em mim,

O luar que banhava a noite triste…

Caio Cardoso Tardelli

XXI

Forme Sua

Biblioteca

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“As Primaveras” é um livro de poemas publicado em 1859 pelo poeta carioca ultrarromântico Casimiro de Abreu, falecido de tuberculose um ano depois, com apenas 21 anos, sendo o único livro de poemas do autor. Normalmente os versos são de linguagem simples, ritmos fáceis, rimas pobres, pleonasmos em excesso e um lirismo ingênuo e adolescente. Em sua obra mais importante, Casimiro de Abreu cantou as saudades da infância pura, da irmã, da mãe e da terra natal, exaltando a natureza e a pátria; lamentou a brevidade da vida com um pessimismo típico do mal do século, e as desilusões ocasionadas, sobretudo, por uma visão idealizada da mulher e do amor. Seu livro é uma coletânea de poemas em sua maioria melancólicos e sentimentais, com um estilo característico da Segunda Geração Romântica, que o fez se tornar um dos poetas mais populares da Literatura Brasileira.

“ A s P r i m a v e r a s ” de Casimiro de Abreu

"Peregrinações de Child Harold" de Lord Byron

"Peregrinações de Child Harold" é um poema narrativo autobiográfico composto de quatro cantos (publicados de 1812 a 1818), que narra as viagens de um imaginário cavaleiro medieval chamado Harold (provavelmente o próprio poeta). O 1º canto (1812) narra a viagem de Harold a Portugal e à Espanha, com uma mistura de sentimentalismo e ironia. O 2º canto (1812) inicia-se com a viagem pela Grécia, exaltando a beleza e o encanto de vários lugares por onde passa através do mar, e termina com lamentos saudosos por pessoas que ele amara e que já não viviam, tais como sua mãe e um amigo chamado Mathews. Os dois últimos cantos são bem

XXII

diferentes dos dois primeiros; o 3º canto (1816) tem uma grande influência de Shelley e Wordsworth, em um panteísmo que louva os laços existentes entre o Homem e a Natureza, louvando o amor universal; o 4º canto (1818), já não mais panteísta, inicia-se em Veneza e é caracterizado por uma filosofia de ação, expressa através do ódio, da tirania e de entusiásticos hinos de liberdade. Interessante notar que nesse último canto, Harold raramente aparece. É uma obra importante para Literatura, pois apresenta pela primeira vez o perfeito herói byroniano, que apareceu em diversas obras clássicas posteriormente, como o Heathcliff de “O Morro dos Ventos Uivantes” (1847) de Emily Brontë, e Rochester em “Jane Eyre” (1847) de Charlotte Brontë.

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“Subi talvez às máximas alturas, Mas, se hoje volto assim, com a alma às escuras,

É necessário que inda eu suba mais!”

Augusto dos Anjos