Edição fevereiro

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Espaço ecologico

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Editorial

O Programa Espaço Ecológico testemunhou e regis-trou, nos últimos 10 anos, os principais fatos relaciona-dos ao meio ambiente na Paraíba, no Brasil e no mun-do. Pioneiro no Nordeste brasileiro, como um programa destinado exclusivamente à defesa do meio ambiente, o Espaço Ecológico tem procurado nestes 10 anos pro-mover educação ambiental e despertar a sociedade pa-raibana para o desenvolvimento sustentável.

E, para marcar os 10 anos de existência, a direção do programa radiofônico decidiu publicar uma revista comemorativa que agora chega às suas mãos. A pu-blicação procura contar um pouco da história de re-sistência e muita luta de uma equipe guerreira e de abnegados colaboradores para manter no ar o Progra-ma Espaço Ecológico, sempre com uma periodicidade semanal.

O Espaço Ecológico já recebeu votos de aplauso da Assembléia Legislativa da Paraíba e Câmara de Verea-dores de João Pessoa, um prêmio da ONG Defensores da Natureza e a Comenda Lauro Pires Xavier, além do reconhecimento por parte de ambientalistas, pesqui-sadores e autoridades ligadas ao meio ambiente.

Esta revista é, em si mesma, um marco comemora-tivo de um trabalho de fôlego e, em suas páginas, vai procurar retratar, nos moldes do programa radiofônico, o mesmo esquema dos quadros apresentados, como Entrevista, Espaço Animal, Trilhas da Paraíba, Lixo em Questão e Evitando o Desperdício, além de apresentar temas como Agroecologia e Sustentabilidade.

A revista é comemorativa, mas também tem como objetivo informar o público leitor sobre pesquisas, pro-jetos e atividades de educação ambiental relevantes à preservação da fauna, da flora e das reservas naturais do planeta.

A maioria dos problemas registrados no meio am-biente, pelos quais passa a humanidade, em nossos dias, é proveniente da falta de informação que leve as pessoas a formar um senso crítico sobre o assunto, e o Programa Espaço Ecológico, pelo nível educativo e informativo, tenta suprir esta lacuna, em relação às ferramentas de comunicação destinadas à divulgação dos assuntos que envolvem o meio ambiente.

Nunca uma emissora de rádio local se dispôs a exibir, com periodicidade, um programa destinado exclusiva-mente à defesa do meio ambiente, como acontece com o Programa Espaço Ecológico, uma produção indepen-dente que vai ao ar, há 10 anos, todos os sábados, das 7h30 às 8h30 na rádio Tabajara FM 105.5, podendo ser escutado ao vivo, pela internet, acessando o link http://www.paraiba.pb.gov.br/tabajara-fm. Não se tem notícias de outro programa, com Home Page associada exclusivamente ao meio ambiente, no Norte e Nordeste com uma hora dedicada a educação ambiental.

O Programa Espaço Ecológico, no ar há 10 anos, tem a direção executiva de Gualberto Freire. A edição é fei-ta por Berlin Carvalho. O programa tem a apresenta-ção de Clemilson Sousa e Josy Aquino, com trabalhos de áudio de Jonathan Lima.

Espaço Ecológico 10 Anos

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Nesta edição :

Espaço Ecológico

Água de chuva e esgotos

Agroecologia

Feira do Empreendedor

Resíduos sólidos

Educação ambiental

Trilhas da Paraíba

Sustentabilidade

Desperdício dealimentos

Espaço animal

DireçãoGualberto Freire

Jornalista ResponsávelAlexandre Nunes DRT-PB 5437

Diagramação e Editoração EletrônicaUlisses DemétrioDRT-PB - 737/02/344

Foto Capa Antonio David

ImpressãoGráfica de A União Superintendência

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Tiragem:2.000 exemplares

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Expediente

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Programa Espaço Ecológico: 10 anos de lutas e desafios

Há dez anos, inspirado num telefone-ma de uma criança curiosa para saber como se fazia um clone, aos entrevistados do apre-sentador Alexandre Coronago, no Programa Show da Tarde, da Rádio Tabajara AM 1.110, o então diretor administrativo da emissora, Gualberto Freire, percebeu a importância do rádio como instrumento de educação. Com isso, nasce a ideia de um programa voltado para a educação ambiental.

Gualberto relata que, a partir daí, con-vidou o jornalista Jaimaci Andrade e o radia-lista Josias Souto Maior Júnior, com a parti-cipação do operador de áudio Juninho Bill e do jornalista Nakamura Black, para discutir a formatação e nome para o novo programa sobre meio ambiente, que passou a se chamar Espaço Ecológico.

“Após definição do projeto, só foi possí-vel sua veiculação com a autorização do então superintendente da Rádio Tabajara, Deodato Borges, e o fundamental apoio do Grupo Cimpor do Brasil, antiga Cimepar, cujo ge-rente geral da fábrica, na época, Degmar Peixoto Diniz, acatou incondicionalmente o projeto e seus objetivos, e isso possibilitou que o programa fosse ao ar, pela primeira vez, no dia 07 de fevereiro de 2004, na Rádio Ta-bajara FM 105.5”, detalha Gualberto, diretor executivo do programa Espaço Ecológico.

O programa completa 10 anos levando ao ar mensagens educativas, prestação de ser-viço, dicas e poesias sobre ecologia, crônicas e entrevistas com pessoas ligadas ao meio am-biente. Além disso, veicula várias campanhas ecológicas, a exemplo da Mata do Buraqui-nho, do projeto Tartarugas Urbanas, da Ong Guajiru, e do combate às drogas. Também são realizadas campanhas educativas despertando a população para a importância da realização da coleta seletiva e de se economizar energia elétrica e água.

“Ao longo desses 10 anos, o Espaço Ecológico teve a participação de renomados e competentes profissionais da comunicação,

Composição do Programa

lAquecimento GloballTrilhas da ParaíbalEcologia e SaúdelDicas EcológicaslPoesias EcológicaslPlaneta ÁgualO Lixo em QuestãolEntrevistalA Paraíba e o Meio AmbientelMeio Ambiente no Brasil e no MundolEvitando o DesperdíciolEspaço AnimallSustentabilidade em focolEm Dia com a EcologialProduzindo com o Meio Ambiente

que junto comigo abraçaram o sonho de lutar pela defesa do meio ambiente e por mais qua-lidade de vida no planeta, a exemplo dos jor-nalistas Jaimaci Andrade, Elizabeth Torres, Kaliandra Moura, Herta Riama, Clemilson Sousa, Izabella Vilanti, Kátia Pinheiro, Josy Aquino, Bianca Corbacho, Joseline Silva, Maria Eduarda, Lena Azevedo, Moisés Stu-art, Júnior Biu, Jonathan Dias, Júnior Capeli, Fernando Rodrigues, Edileide Vilaça, Gilson Souto Maior, com a locução das vinhetas, e o incomparável trabalho de edição realizado com tanta maestria pelo profissional e radia-lista Berlin Carvalho. Mas não foi, e não é uma tarefa fácil. Tudo que conquistamos nes-ses 10 nos é fruto de um trabalho de equipe, realizado a cada programa, a cada semana. O meio ambiente ainda não está entre as priori-dades no mundo”, comenta.

Segundo Gualberto, merece registro a rádio CBN, no Sistema Correio de Comuni-cação, onde o programa Espaço Ecológico também foi veiculado. No seu entender, vale também registrar que, inspirado no Programa Espaço Ecológico e para ampliar o trabalho de educação ambiental já desenvolvido, em março de 2006, foi lançado o Portal Espaço Ecológico no Ar, especializado em notícias específicas às questões ambientais, pioneiro no Nordeste e hoje consolidado em todo o país como referência na divulgação de ações voltadas para a preservação ambiental e a conservação da diversidade biológica da na-tureza. Gualberto revela que a ideia agora é partir para um programa na televisão.

Dentre os entrevistados ilustres que participaram do Programa, destacam-se a ex-ministra Marina Silva, o ex-ministro Carlos Minc, a ministra Izabella Teixeira, o ex-pre-feito de São Paulo Gilberto Kassab e o secre-tário executivo do Ministério do Meio Am-biente, Francisco Gaetani. Dentre algumas personalidades e pesquisadores da Paraíba, o Programa Espaço Ecológico já realizou en-trevistas com o reitor do Instituto Federal da

Paraíba-IFPB, João Batista de Oliveira Silva, a bióloga Paula Frassinete, o secretário de Estado dos Recursos Hídricos, do Meio Am-biente e da Ciência e Tecnologia, João Azeve-do, o biólogo Breno Grissi, o engenheiro civil Antônio Augusto de Almeida, a engenheira civil e professora do IFPB, Claudiana Maria Leal, o engenheiro Carlos Pereira de Carva-lho e Silva, o engenheiro Laudízio Diniz, o gestor do Projeto Cooperar, Roberto Vital, a bióloga e vice-presidente da ONG Guajiru, Rita Mascarenhas.

“Espaço Ecológico: a comunicação a serviço do meio

ambiente” Clemilson Sousa - Radialista

Clemilson Souza e Josy Aquino

Foto: Alberi Pontes

Gualberto Freire, diretor executivo

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Água de chuva e esgotos não se misturam

Laudízio Diniz*

No Brasil, pratica-se o sistema sepa-rador absoluto entre as águas pluviais e os esgotos domésticos. Isso significa que a água de chuva não deve ser direcionada à rede de esgotos, muito menos o contrário. Nos paí-ses onde a chuva se distribui relativamente igual nos meses do ano, mas que não é o caso do nosso País, as duas afluências podem ser misturadas, desde que os projetos tenham sido desenvolvidos com esta concepção.

Por aqui o período de chuvas está che-gando e o alerta feito todos os anos continua: a água de chuva não deve ir, em nenhuma hi-pótese, para a rede de esgotamento sanitário. Essa invasão provoca transtornos inumerá-veis ao sistema de esgotos, à população e ao meio ambiente, pois contribui com a sobre-carga nas tubulações, que compõem a rede coletora. Consequentemente ocorre refluxo para dentro das habitações, via ralos e vasos sanitários, e o transbordamento do esgoto para as vias públicas, através das chamadas bocas coletoras, e, daí, para os cursos natu-rais de água.

As estações de tratamento de esgotos foram dimensionadas para tratar apenas o es-goto doméstico. O aumento de vazão despro-porcional, ocasionado pelo aporte de água pluvial, interfere diretamente no processo de tratamento, podendo este efluente passar di-retamente para o meio ambiente, com enor-me potencial de poluição.

Mais grave ainda é quando esta práti-ca é realizada por empresas cujos resíduos provenientes de seus processos produtivos possam ser classificados como efluentes industriais. Os sistemas de esgotamento sa-nitário não são construídos para tratar este tipo de resíduos, os quais, além de ser de responsabilidade do empreendedor realizar o tratamento e destinação, sua inclusão no sistema público de esgotamento sanitário é proibida por Lei.

O correto é ter um sistema de águas pluviais, com universalidade de cobertura; um plano diretor urbano que oriente sobre os

*Laudízio Diniz é engenheiro civil, dou-tor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental

percentuais de áreas permeáveis a serem res-peitados nas construções; e um bom sistema de cobrança para o setor. Alternativamente, diante da atual escassez hídrica, o mais ra-cional seria o adequado aproveitamento da água de chuva.

De acordo com a NBR No 15.527, de 24 de outubro de 2007, que fornece os requi-sitos para o aproveitamento da água da chuva nas coberturas de áreas urbanas para fins não potáveis, “a água proveniente da captação pluvial não deve ser ingerida, utilizada no preparo de alimentos ou no banho”, mas, en-tre outros, apenas para usos como descargas de vasos sanitários, abastecimento de fontes e espelhos d’água, lavagem de roupas, irriga-ção de jardins, limpeza de automóveis e áre-as externas, e reserva para uso emergencial em casos de incêndios.

Ajuda mais ainda a preservar o sistema público de esgotamento sanitário quem não descarta restos de alimentos, papel higiêni-co, absorventes, fio dental, preservativos e óleo de cozinha em suas tubulações. Como exemplo de possibilidades de uso correto dos sistemas, ressalta-se o reuso do óleo de co-

zinha para a produção de sabão, prática que evita o entupimento das tubulações e ajuda a reforçar o orçamento doméstico.

Quem caminha na orla da praia de Cabo Branco, em João Pessoa, pode facil-mente perceber a presença de esgotos no sistema pluvial. Os maus odores denunciam esta prática. É igualmente danosa à socieda-de e ao meio ambiente tal atitude. Os esgotos lançados indevidamente no sistema de dre-nagem pluvial não recebem qualquer trata-mento e seguem diretamente para as ruas, rios e praias.

Nos picos de cheias urbanas, as gale-rias pluviais transbordam e contaminam os passeios públicos. Em tempos de estiagens os esgotos se decompõem no interior do sis-tema pluvial tornando-o um lugar fétido, mo-rada de ratos e baratas, e fonte de toda sorte de doenças.

A falta de cobertura universal dos sis-temas pluvial e de esgotos, em toda a área urbana, é indicador de insalubridade, de baixa qualidade de vida, de ausência de in-vestimentos públicos, de desconhecimento. Ao mesmo tempo, as ações de fiscalização conjuntas nestes setores ficaram tão escassas que ninguém mais respeita a inviolabilidade dos dois sistemas e, quando se quer denun-ciar, não se sabe ao certo a quem recorrer. Pela análise dessa realidade, percebe-se que muita gente ainda não sabe ou ignora a cor-relação proporcional que existe entre saúde e a separação esgotos - água de chuva.

Foto: Evando Pereira

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Agroecologia na Paraíba Entrevista com Adriana Meira Vital

A professora Adriana de Fátima Meira Vital, da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, em entrevista ao Espaço Ecológico, fala sobre Agro-ecologia, como ela ocorre no Estado da Paraíba e qual a diferença da agricultura orgânica. Adriana é graduada em Engenharia Florestal pela UFPB, com Mestra-do em Manejo de Solo e Água, também na UFPB e MBA em Desenvolvimento Regional Sustentável na UFBA/INEPAD. Atualmente é aluna de douto-rado do Programa de Pós-graduação em Ciência do Solo do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba.

O que é Agroecologia?É Sempre muito importante dialogar sobre esse tema, para

elucidar e despertar o interesse das pessoas pela construção de um mundo melhor – não por acaso propósito da Agroecologia. Pois bem, a Agroecologia é uma ciência que tem seu nasce-douro na década de 1970, exatamente em um momento bastante especial na história da humanidade, em meio a discussões de vulto sobre os caminhos a seguir. Ela surgiu como forma de estabele-cer uma base teórica para diferentes movi-mentos de agricultura alternativa que então ganhavam força com os sinais de esgota-mento da agricultura dita convencional, estabelecida como moderna e cujos cami-nhos já evidenciavam, à época, a agressão aos recursos naturais, particularmente ao solo, componente fundamental dos ecos-sistemas terrestres, essencial à manuten-ção da vida sobre o planeta. Hoje o en-tendimento do conceito de Agroecologia abrange a sistematização dos esforços em estabelecer um modelo de pro-dução que seja socialmente justo, economicamente viável e ecologi-camente sustentável, que respeita às necessidades e fragilidades da natu-reza e valoriza suas potencialidades. O entendimento é do ambiente como um sistema vivo, dinâmico e complexo com infinitas formas de relação entre seus elementos e os demais habitantes do planeta Terra.

Qual a situação da arte da Agroecologia na Paraíba?A Paraíba é um estado onde as atividades agroecológicas têm bastante

visibilidade, embora ainda haja uma necessidade maior de dar visibilidade a estas práticas. Na verdade ainda precisamos conhecer melhor o estado da arte da Agroecologia no nosso Estado, definir melhor as estratégias, conhecer os atores sociais, organizar e mapear dados, a exemplo das feiras agroecológicas, e promover incentivos aos agricultores agroecológicos como forma de estimu-lar os demais a migrar para uma produção mais harmônica, mais equilibrada.

Agroecologia e agricultura orgânica são a mesma coisa?Veja bem, embora as pessoas, e o próprio mercado, usem as duas palavras

como sinônimas é preciso entender que há sim diferenças: a Agroecologia é uma ciência que busca interrelacionar conhecimentos direcionando caminhos para um modelo de produção que valorize os fazeres e saberes e que respeite os limites e especificidades que a Mãe Natureza estabelece a atividade agrícola e/ou agropecuária. Por isso os sistemas de produção de base agroecológica caracterizam-se pela utilização de tecnologias que respeitem a vida acima de tudo de forma a trabalhar com a natureza, mantendo ou alterando o mínimo as condições de equilíbrio envolvidas nas diversas manifestações de vida. Foi com base nesse princípio que foram desenvolvidas diferentes correntes de pro-dução alternativa, dentre elas a agricultura orgânica que é a mais conhecida e tomada muitas vezes como sinônimo. Enquanto a Agroecologia é uma ciência que estuda os princípios que mais se compatibilizam à sustentabilidade dos

modelos de produção, a agricultura orgânica é um modelo de produção que surgiu através do inglês Sir Albert Howard que trabalhou e pesquisou junto com os camponeses da Índia, em meados da década de 20. É bom lembrar que existem grandes discussões a respeito do conceito de agricultura orgânica,

que trazia em seu nascedouro a ideia do funcionamento harmônico dos organismos, por isso, nesse sentido são poucas as diferenças

entre agricultura orgânica e agroecológica (agricultura de base ecológica). Porém, o conceito de agricultura orgânica veiculado atualmente, na mídia, é que agricultura orgâni-ca é aquele sistema de produção que atende à certificação e está focado no mercado. Normalmente este mercado é muito diferenciado, com preços elevados e só acessível às camadas abastadas da população. É ai que reside a di-ferença e o distanciamento da agricultura agroecológica,

uma vez que são aceitas monoculturas, os resultados da produção são apropriados por uma camada privi-

legiada da população e os efeitos benéficos ao meio ambiente se restringem aqueles exigidos por lei. A agricultura de base agroecológica não aceita estas situações.

Existem experiências exitosas em Agro-ecologia no nosso Estado?

Existem sim. E um exemplo disso é a produção agroecológica da irrigação coletiva em 12 comunidades do Litoral e do Sertão; do mel agroecológico de 25 comunidades em todo Estado e toda produção de frangos caipiras de vários municípios do entorno de

Monteiro e Lagoa de Roça, as ações das sementes da paixão e as feiras agroecológicas. Há, com certeza, ou-tras ações ainda não percebidas e, por isso, para dar visibilidade e incentivar o movimento agroecológico o Governo do Estado, por meio do Projeto Coo-

perar, instituiu o Prêmio ‘Ana Primavesi de Agroecologia’, com o objetivo de distinguir personalidades nacionais e es-trangeiras que venham se destacando por excepcionais serviços prestados à promoção de iniciativas exitosas, voltadas para o desenvolvimento sustentável com foco na Agroecologia.

É possível produzir no sistema agroecológico?Os sistemas agroecológicos têm demonstrado que é possível produzir sim,

e com muita qualidade. As práticas agroecológicas propiciam a renovação do solo, pois as atividades do sistema facilitam a ciclagem de nutrientes do solo, orientam técnicas de uso e manejo sustentado, valoriza o saber popular, a tradi-ção e as tecnologias sociais de baixo impacto ambiental e elevado valor social, utiliza racionalmente os recursos naturais e mantém a biodiversidade, que é importantíssima para a formação do solo. Ainda há uma descrença quase que generalizada sobre os ganhos da produção agroecológica e das possibilidades, mas resultados de pesquisas evidenciam os ganhos econômicos, sociais e am-bientais da produção em bases sustentáveis.

Por que os produtos de origem agroecológica são mais caros?Em primeiro lugar é bom esclarecer que não são em todos os locais que os

produtos orgânicos são caros. Há muito mito e interesse por parte daqueles que desconhecem os caminhos da Agroecologia. Nas feiras onde os agricultores ven-dem, diretamente, os seus produtos, os preços praticados estão dentro de padrões que cabem no bolso da maioria da população. É preciso que o consumidor co-nheça de perto a origem dos produtos, para estabelecer uma relação de confiança e valorização, ciente de que a produção agroecológica promove saúde, seja do solo, no plantio, ou quando chega à mesa, na forma de um alimento saudável.

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O maior evento de empreendedoris-mo da Paraíba já está com data marcada. Entre os dias 15 e 18 de maio, o Centro de Convenções Poeta Ronaldo Cunha Lima, em João Pessoa, sedia a sexta edi-ção da Feira do Empreendedor da Para-íba. A estimativa é que em torno de 20 mil pessoas participem das ações reali-zadas durante esses quatro dias.

Com o tema “O empreendedorismo que transforma”, o evento vai oferecer, em uma área de 19 mil m², inúmeras atividades com o foco no empreendedo-rismo, como palestras, oficinas, atendi-mentos presenciais, exposições, além de uma feira de oportunidades de negócios em comércio e serviço, com a partici-pação de mais de 50 expositores. Ações sustentáveis, que podem ser aplicadas nas micro e pequenas empresas, é um dos temas do evento deste ano.

A Feira do Empreendedor é o maior evento de empreendedorismo realizado no país desde 1994 e tem a proposta de estimular a competitividade, sustentabi-lidade e abertura de pequenos negócios em todas as regiões do Brasil. Em 2014, em todo o país, serão realizadas 13 feiras em Estados diversos.

Com 21 anos de existência, a Fei-ra do Empreendedor é um projeto que marca o encontro do Sebrae com seu público. Já são mais de dois milhões de cadastrados em duas décadas de evento. Em um único local, durante vários dias, a instituição oferece ao cliente um por-tfólio variado de produtos e serviços e facilita ainda mais a vida do empreende-dor. Reúne poder público, bancos, asso-ciações comerciais e diversos parceiros de interesse de quem tem ou pretender abrir o próprio negócio.

João Pessoa recebe Feira do Empreendedor em maio de 2014

Oportunidade de negóciosA Feira do Empreendedor é um ex-

celente espaço para que empresas con-solidadas no mercado apresentem aos visitantes oportunidades de negócios, tendências ou mesmo a ampliação de mercado. Nesta edição, a Feira do Em-preendedor da Paraíba vai oferecer 50 estandes para franqueadores e fornece-dores de máquinas e equipamentos. As inscrições para a reserva de stands já podem ser feitas pelo site do evento: www.feiradoempreendedorpb.com.br

Orientações sobre sustentabilidadeDurante a Feira do Empreendedor

2014, os micro e pequenos empre-sários receberão dicas e orientações

sobre sustentabilidade e entenderão como ações sustentáveis podem tornar o seu negócio mais competitivo, en-focando aspectos ambientais e econô-micos. Para disseminar essas práticas, será realizado o Seminário de Susten-tabilidade para as Micro e Pequenas Empresas.

O Centro Sebrae de Sustentabilida-de, localizado em Cuiabá (MT), esta-rá com um estande durante o evento, apresentando soluções e mostrando a importância do tema para os pequenos negócios. O Centro é a unidade de re-ferência nacional do Sistema Sebrae neste tema e está transformando men-tes e valores de cidadãos, empresas, mercado, sociedade e governos.

Centro de Convenções

Foto: Antonio Davi (Secom/PB)

Com o tema “O empreendedorismo que transforma”, o evento será realizado entre os dias 15 e 18 de maio

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Espaço Ecológico 10 Anos

Política Nacional de Resíduos Sólidos e a Gestão Integrada em João Pessoa

Belinda Pereira da Cunha*

A chegada da Lei 12.305 de 2010, que instituiu a Política Nacional dos Re-síduos Sólidos, de um lado resgatou, de outro inovou ao regrar em todo o país, o tratamento que deverá ser dado aos resí-duos, ou seja, a tudo aquilo que descar-tamos, pelo menos os resíduos sólidos, diariamente, em toneladas.

A lei revelou uma preocupação importante e a urgência do tema, num planeta que consome e descarta tudo – produtos obsoletos, quebrados, em-balagens etc. – numa velocidade vo-raz, levando em conta que do ponto de vista do planeta, ao se jogar o lixo fora, não existe lado de fora (autor desconhecido).

Com isto, as inovações se deram em vários sentidos, entre eles a inclusão da responsabilidade do consumidor em relação aos resíduos descartados, ao lado de empresas, fornecedores, poder público, em pé de igualdade, clamando pela educação ambiental, assim desta-cada entre todo o aspecto da consciên-cia e educação para o cidadão brasileiro.

É de se ver a concentração en-contrada nos polos urbanos, de parte importante da problemática que insere os recursos naturais ou não, patrimô-nio cultural, rios e mares, políticas públicas e ambientais das cidades de maneira geral diante da vida urbana e industrial, com a crescente demanda de energia e bens materiais, agravado pelo aumento significativo dos resídu-os, com a consequente poluição, danos à camada de ozônio etc.

O aumento da população, flutu-ante ou não, com a decorrente neces-sidade do consumo de água e do solo, geração progressiva de “lixo”, entre ou-

tros, põem a urbanização da população mundial em situação de alarme, o que não é diferente nos estados e principais cidades brasileiras, como aqui em nos-sa João Pessoa, capital paraibana, que neste ano deverá terminar com todos os chamados lixões, por determinação legal, implantando os aterros sanitários de acordo com os parâmetros legais, observando os lençóis freáticos, preser-vando mananciais, reservas, tudo dentro de um plano que deverá estar pronto e ser aprovado e implantado, em gestão integrada entre o poder público, a po-pulação e a iniciativa privada como um todo. Quanto a isto, ou seja, a respon-sabilidade para o descarte do lixo gera-do, ninguém ficará de fora. A Lei está pensando no futuro, aliás, está tentando recuperar o tempo perdido ou pelo me-nos salvar o que for possível em razão de tudo o que foi gerado e jogado no “lixo”, no mar, no planeta e, portanto, sobre nós mesmos, até agora, visando, também, a premissa do Desenvolvi-mento Sustentável, direito garantido pela Constituição Federal Brasileira.

*Belinda Pereira da Cunha é doutora em Direito das Relações Sociais pela PUC/SP, pesquisa CAPES em Roma sobre “Dano Ambiental”. Professora do PRODEMA e PPGCJ/UFPB

Foto: Antonio David

Sagui, no Jardim Botânico

O maior site sobre meio ambiente da Paraíba

http://www.espacoecologiconoar.com.br/

Plantar ideias ecológicas é a garantia de um

futuro fértil

Foto: Alberi Pontes

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Programa de Educação Ambiental da Cristal Mineração inclui trilha por vegetação nativa, museu e palestra

Um bom exemplo de educação ambiental dados pelas empresas lo-calizadas na Paraíba é a Cristal Mi-neração. Localizada no município de Mataraca, a Cristal realiza seu Pro-grama de Educação Ambiental desde 1996 e já recebeu cerca de 7 mil es-tudantes e 600 professores. As visi-tas acontecem na Base de Pesquisas Ambientais da mina, incluindo pa-lestra sobre preservação do meio am-biente e trilhas ecológicas por dentro de vegetação nativa. Há também um museu que revela diversas espécies da fauna e flora locais. Para agendar uma visita acesse o site www.cristal-al.com.br/Comunidade/Paraíba/Pro-grama de Educação Ambiental.

Em função das práticas de susten-tabilidade e da sua política de Recur-sos Humanos, a Cristal foi listada na última edição do Guia Você S/A como uma das 150 melhores empresas para se trabalhar no Brasil, destacando-se como a quarta melhor no setor de mi-neração. A mina localiza-se no municí-pio de Mataraca (a cerca de 100 km de João Pessoa) e produz os minérios il-menita, zirconita, rutilo e cianita. Trata-se de uma mina de superfície, lavrando o minério existente na areia.

Para recompor as áreas mine-radas, a empresa com um amplo programa que em 2013 garantiu o plantio de 60.547 mudas nativas re-cuperando no ano 22,86 hectares. Desde o início do programa já foram plantadas 1,2 milhão de mudas com-pletando um total de 412,43 hectares recompostos. As mudas são geradas na própria mina ou por famílias de pequenos produtores rurais, promo-vendo geração de renda local.

A Cristal Mineração faz parte do Grupo, segundo maior produtor mun-dial de Dióxido de Titânio e líder na produção de especialidades de titânio. No Brasil, além da mina em Mataraca (PB) a empresa conta com uma fábrica de Pigmento de Dióxido de Titânio em Camaçari (BA) e escritório comercial em São Paulo. A principal matéria pri-ma utilizada pela fábrica da Bahia é a il-menita, fornecida pela mina da Paraíba.

A mina tem seus sistemas de ges-tão certificados pelas normas ISO 9001:2008 (práticas de Qualidade), ISO 14001:2004 (práticas de Meio Ambien-te) e OHSAS 18001:2007 (práticas de Saúde e Segurança do Trabalho).

Mina da Cristal na Paraíba

Visitantes na trilha ecológica

Mata nativa é preservada

Base de Pesquisas Ambientais com visitas

Espaço Ecológico 10 Anos

Fotos : Acervo da empresa

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Espaço Ecológico 10 Anos

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Divulgar as belezas naturais da Pa-raíba e ao mesmo tempo conscientizar para que as reservas ecológicas sejam exploradas turisticamente de forma sus-tentável e sem depredação. São esses os objetivos principais do quadro Trilhas da Paraíba, apresentado todo sábado durante o Programa Espaço Ecológico. As matérias do quadro, veiculadas no rádio, também são divulgadas na in-ternet, no canal Trilhas da Paraíba, do site Espaço Ecológico. Nestes 10 anos de veiculação do Programa Espaço Ecológico, o quadro Trilhas da Paraí-ba mostrou a importância das unidades de preservação para a Paraíba. A seguir apresentaremos um resumo dos princi-pais recantos ecológicos divulgados no programa radiofônico e no site.

lJardim Botânico O Jardim Botânico está localizado

na Mata do Buraquinho, em João Pes-soa. É uma das maiores reservas de Mata Atlântica do Brasil, com 515 hectares. Além de área de lazer, é também local para estudos de espécies da fauna e da flora. Através de trilhas, o visitante pode vislumbrar espécies animais e vegetais típicas da Mata Atlântica. Entre as plan-tas estão sucupira, cajazeira (a árvore do

cajá), copiúba (que serve de alimento para os saguis), orquídeas e bromélias. Os animais mais encontrados são o sa-gui, o bicho-preguiça, jacarés, cobras, tamanduá-mirim, cotia, raposa, preá, além de borboletas e pássaros.

lParque Zoobotânico Arruda Câmara

O Parque Zoobotânico Arruda Câ-mara está localizado numa área cen-tral, em um dos bairros mais antigos de João Pessoa, o Roger. A Bica, como o parque é popularmente conhecido, é um dos locais mais visitados da cida-de, chegando a receber 120 mil pes-soas por ano. O plantel do Zoológico da Bica é formado por 93 espécies e 512 animais divididos em 52 espécies e 130 indivíduos de aves, 19 espécies e 60 indivíduos de mamíferos e 22 espé-cies e 322 indivíduos de répteis. Esse espaço verde é um fragmento de Mata Atlântica que abriga muitas espécies vegetais ameaçadas de extinção.

Certificado nas Normas: ISO 9001:2008 e ISO 14.001:2004

Trilhas da Paraíba

Pedra da Boca

Foto: Antonio DavidlParque Estadual Marinho de Areia VermelhaAreia Vermelha é um parque esta-

dual localizado em Cabedelo, com uma área de 230 hectares. A ilha de Areia Vermelha é um banco de areia de cerca de dois quilômetros de comprimento por um de largura situado em frente a Praia de Camboinha.

Aparece sempre que a maré baixa, do mesmo modo que os corais de picão-zinho, em Tambaú. É um ótimo lugar para banhos, já que possui piscinas na-turais e corais, numa água transparen-te de tom verde-claro. Nos corais que a cercam é necessário cuidado e pru-dência. Não é aconselhado andar sobre eles, para evitar acidentes, bem como a depredação destes.

lPonta do SeixasA Ponta do Seixas é o ponto mais

oriental - ou a leste - do Brasil e do con-tinente Americano, localizado no fim da praia do Cabo Branco, a 14 quilômetros do centro de João Pessoa, Paraíba. É uma pequena faixa de areia, com cerca de 1,5km de extensão.

lParque Estadual Pedra da BocaLocalizado no município de Araru-

na, na região do Curimataú paraibano, O Parque Estadual Pedra da Boca protege 157,26 hectares de significativa amostra do Bioma Caatinga. Além da expressiva biodiversidade – estima-se a existência de ao menos 21 espécies de répteis e an-fíbios, 16 espécies de mamíferos e 125 espécies de plantas – possui em seu exu-berante relevo importante patrimônio e grande atrativo turístico.

O principal exemplo é a Pedra da Boca, afloramento rochoso que dá nome ao Parque: possui uma fenda em forma de boca humana, muito utilizada para a prática de turismo de aventura e ecotu-rismo. Além das rochas para escalada, o parque possui algumas cavernas e escri-turas rupestres, abrigando um pedaço da história da ocupação humana no interior da Paraíba em tempos ancestrais.

Praia de Tambaba

Terminal de Armazenagens

de Combustíveis Ltda

www.tecab.srv.bre-mail: [email protected]

Fone : (83) 3228-3924

Foto: Antonio David

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PARAÍBA, fevereiro de 2014 11

lComplexo Turístico “Vale dos Dinossauros”Um dos mais importantes sítios pa-

leontológicos do mundo, com mais de 50 tipos de pegadas de animais pré-his-tóricos, espalhadas por toda bacia sedi-mentar do Rio do Peixe em uma extensão de 700 Km². Estegossauros, Alossauros, Iguanodontes, enfim, inúmeras espécies de dinossauros viveram no sertão parai-bano entre 250 e 65 milhões de anos. Cientificamente reconhecido como um dos lugares mais importantes para rea-lização de estudos paleontológicos, “o vale” atrai estudiosos de todas as partes deste planeta.

lItacoatiaras de IngáAs Itacoatiaras de Ingá ficam a 70

km de João Pessoa e a 40 km de Campi-na Grande, numa grande pedra de 24 m de largura por 3 m de altura, em meio a blocos de gneiss, estrangulando um rio. Objeto de estudo para cientistas do país e do exterior, é divulgada em trabalhos por vários países. É tombada pelo Insti-tuto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 29 de maio de 1944. Um dos maiores mistérios do Bra-sil, a pedra do Ingá tem inscrições data-das de 5 mil anos e ainda não explicadas. O sítio é patrimônio da humanidade, da Unesco.

lLajedo do Pai Mateus O Lajedo do Pai Mateus, localizado

em Cabaceiras, possui formações rocho-sas exóticas, gravuras e uma lagoa entre a vegetação da caatinga e as rochas. Ele faz parte da Área de Proteção Ambiental do Cariri, que abrange os municípios de Ca-baceiras, Boa Vista e São João do Cariri. A APA do Cariri tem como objetivos garantir a conservação da vegetação remanescente da Caatinga arbustiva arbórea e dos resquí-cios de Mata Serrana existentes na região e a preservação de sítios arqueológicos, representados na área pelo Lajedo do Pai Mateus, Lajedo Manuel de Sousa, Lajedo do Sítio Bravo, Lagoa da Cunhã, Lagoa de Bento, Lagoa dos Esquisitos, Pedra do 24 e de todas as inúmeras áreas circunvizinhas aos matacões isolados, portadores de arte rupestre pré-histórica.

lRoncador: a maior cachoeira da Paraíba A Cachoeira do Roncador locali-

za-se no Brejo paraibano, formada pelo Rio Bananeiras. Tem aproximadamente 40 metros de altura e permite um banho delicioso nos lagos formados por suas quedas. Uma das formas mais interes-santes de acesso é realizar uma trilha à pé, a partir da cidade de Borborema (que fica a cerca de 130 km de João Pessoa), com um percurso de 7,4 km. A Cachoei-ra faz parte de uma Área de Preservação Ambiental - a APA Roncador, e próximo ao local, há restaurantes simples, que servem comida caseira e regional.

Outras áreas de preservações divulgadas

lReserva Ecológica Mata do Pau Ferro Localizada no Brejo paraibano, a 5 Km de Areia, com uma superfície aproximada de 600 ha, caracteriza-se como mata de brejo de altitude e apresenta uma paisagem exuberante, típica de mata densa, com árvores de grande porte.

lParque Estadual Mata do Xém-Xém Localizado em Bayeux, possui uma área de 182 hectares e é caracterizado pela for-mação da floresta subperenifólia costeira com uma fisionomia exuberante. Associada a esta formação florestal, encontra-se a Mata de Restinga.

lParque Estadual Pico do Jabre Localiza-se na microrregião da serra do Teixeira, entre os municípios de Maturéia e Mãe D’água, encontra-se no ponto mais alto do Nordeste, com mais de 1200 metros de altitude, e área de abrangência de 500 ha. Possui espécies arbóreas de mata úmi-da e espécies da flora da Caatinga; é o único testemunho de mata serrana no estado.

lEstação Ecológica do Pau Brasil Situada em Mamanguape, foi criada em virtude à expressiva concentração da espécie (Ceasalpinia echinata) mais conhecida popularmente como Pau Brasil.

lÁrea de Preservação Ambiental das Onças Localizada em São João do Tigre, tem uma superfície aproximada de 36.000 ha., representada pela formação florestal de Caatinga, com uma extraordinária riqueza de inscrições rupestres.

lÁrea de Proteção Ambiental de Tambaba Localizada no Litoral Sul paraibano, nos municípios de Conde, Alhandra e Pitimbú. A área abrange aproximadamente 11.320 ha. A vocação turística da região ficou evidente com a criação da 1ª Praia de Naturismo do Nordeste, na Praia de Tambaba. Coqueiros, falésias e um profundo azul fazem parte da paisagem local.

lMata do Jacarapé A bela e ainda desconhecida Praia do Jacarapé, é uma área de preservação ambien-tal extremamente rica em biodiversidade, bem ao lado da Capital da Paraíba. O lugar possui uma vegetação de mangue e apicum, na parte baixa, e uma reserva significati-va de Mata Atlântica.

lParque Estadual do Aratu Está localizado na microrregião de João Pessoa. Seu ecossistema caracteriza-se pela formação florestal de mangue, ainda bem preservado. Na área também se encontra a formação vegetal de Mata Atlântica secundária, com altura variada e mista, além de formações rasteiras de praia e de restinga. Sua fauna é rica, visto tratar-se de uma área de estuário.

lParque Estadual do Poeta e Repentista Juvenal de Oliveira A região em que se localiza este parque, em Campina Grande, possui um ecossiste-ma muito valioso em área de Caatinga, que deve ser preservado e aproveitado para atividades científicas, esportivas e turísticas.

Jardim Botânico

Foto: Antonio Davi

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O insustentável “desenvolvimento sustentável”

José de Souza Silva*

O conceito de “desenvolvimento susten-tável” não é um conceito, mas uma promessa. A humanidade foi enganada pelos que usam a mentira como filosofia de negociação pública para ocultar o capitalismo e a dicotomia “su-perior-inferior” que viabiliza sua expansão ir-refreável e incontrolável desde 1492. O expan-sionismo do capitalismo deriva da acumulação infinita de riqueza material através de cresci-mento econômico ilimitado e lucro máximo a curto prazo a qualquer custo, devorando merca-dos cativos, matéria prima abundante, mão de obra barata, mentes dóceis e corpos disciplina-dos, violando o humano, o social, o cultural, o ecológico e o ético. Por isso estamos vulnerá-veis, do cidadão ao Planeta. São séculos des-truindo as condições para a existência. O falso conceito reduz a sustentabilidade às dimensões econômica, social e ambiental e deixa fora ou-tras dimensões, como a institucional, a política, a cultural e a filosófica. A dimensão institucio-nal define as regras do “jogo do desenvolvi-mento”, na política se tomam decisões a partir dessas “regras”, na cultural criam-se valores, símbolos, rituais e significados adotados pelos “jogadores” e a filosófica define a natureza das regras e o propósito do jogo. Um conceito é uma construção para gerar compreensão, que não é o caso do “desenvolvimento sustentável”, pois apenas promete às gerações futuras não com-prometer a possibilidade delas atenderem suas necessidades. Não gera compreensão sobre o que é sustentabilidade, que pode ser concei-tuada como o cultivo das relações, significados e práticas que geram a vida, sustentam a vida e dão sentido à vida humana e não humana; quando violamos essas relações, significados e práticas criamos vulnerabilidade e quando cuidamos delas geramos sustentabilidade. Mas a relação poder/saber ocultou o capitalismo sob os mitos do progresso durante o colonia-lismo imperial e do desenvolvimento no atual imperialismo sem colônias: desenvolvimento = capitalismo. Porém, a crise do “desenvolvi-mento sustentável” é tão patente que o conceito de “economia verde” foi proposto na Rio+20 para salvá-lo, mas não passa do novo disfarce do “desenvolvimento”: o lobo—o capital—vestido com uma pele da cor da ovelha—a na-tureza—que quer devorar. Na gênese de nossa vulnerabilidade está a separação cartesiana na-tureza/sociedade, porque nega que os humanos são parte da natureza, que é reduzida a matéria inerte, passiva, observável, controlável, mane-jável, explorável. A separação foi feita para jus-tificar a dominação da natureza, para reduzi-la a recursos naturais, capital natural. A “economia verde” reduz a natureza a serviços ambientais privatizáveis e a bionegócios (água, biomas-sa, carbono), a mercantilização da natureza.

Como o território europeu era insuficiente

para o expansionismo do capitalismo emergen-te em 1492, a colonização foi a estratégia para expandir a produção e acumulação capitalistas através da despossessão de territórios e destrui-ção de culturas para criar “sociedades amigá-veis” ao sistema. O capitalismo submeteu o saber ao poder sequestrando o poder da ciência e transformando-a na ciência do poder para beneficiar o mais forte. A ciência inventou que há raças superiores e inferiores; o mais forte, da raça branca, tem o direito à dominação e o mais débil a obrigação da obediência.

Como as palavras superior e inferior não facilitavam as relações internacionais, criou-se o eufemismo “civilizados-primitivos” para le-gitimar a injusta dinâmica das relações assimé-tricas do poder emergente. A solução para ocul-tar o capitalismo e a dicotomia superior-inferior foi criar a “ideia de progresso” que galvanizou mentes e conquistou corações em várias geo-grafias, ideologias e religiões. Como a ciência do poder esteve vinculada ao Holocausto e à bomba atômica lançada em Hiroshima e Na-gasaki, o desencanto com o “progresso” levou o vencedor da Segunda Guerra Mundial e seus aliados a substituirem aquela pela “ideia de de-senvolvimento”. Desenvolvimento deixou de ser um processo para ser o destino da humani-dade: a meta universal para os povos, que já foi “ser civilizados” na colonização, é “ser desen-volvidos” na globalização.

Promove-se o subdesenvolvimento como um estado pré-capitalista e o desenvolvimento como “algo” evolutivo. Quanto mais capitalista é um país, mais desenvolvido ele é; daí a gra-dação ideológica na classificação: subdesen-volvidos, em desenvolvimento, emergentes e desenvolvidos.

Como o progresso, que violou a digni-dade de povos africanos reduzidos a escravos e exterminou povos indígenas no continente americano, o desenvolvimento é sinônimo do capitalismo que cria violências, desigualda-des e injustiças. Por isso crescem as críticas às suas consequências desde a segunda meta-de do século XX, que os ideólogos-guardiões do capitalismo manejam transformando-as em adjetivos (local, territorial, sustentável) para satisfazer os críticos que aceitam seus signifi-cados sem questionar o “desenvolvimento” que coleciona adjetivos estéreis para superar a na-tureza patriarcal, racial, ecocida do capitalismo que não gera felicidade nem prosperidade para todos, além de ameaçar a vida na Terra. Tudo isso é questionado na crise da civilização oci-dental e sua sociedade industrial capitalista de cujas contradições emana a crise sistêmica que prenuncia seu colapso antes de 2050. Se “de-senvolvimento” é sinônimo de um capitalismo que destrói a resiliência da natureza e erode a sustentabilidade dos modos de vida, entende-se por quê tudo está em crise. Porém, se tudo está em crise, como pensar uma forma de sair da

crise se também está em crise a forma de pen-sar? A resposta inclui transformar o modo de inovação dominante e formar gerações cons-cientes de que a coerência do modo de produ-ção e consumo do capitalismo ameaça a vida no Planeta por não ter correspondência com os limites da natureza.

Ambos esforços exigem giros paradig-máticos, como: (a) da pedagogia da resposta à pedagogia da pergunta; (b) do universal, mecâ-nico e neutro ao contextual, interativo e ético; (c) da sustentabilidade do desenvolvimento à sustentabilidade dos modos de vida; (d) de al-ternativas de a alternativas ao desenvolvimento; e (e) da “mudança das coisas” à ‘mudança das pessoas’ que mudam as coisas, transformando seus modos de interpretação e intervenção.

Necessitamos descolonizar o mundo para reencantar a vida. Isso implica aprender inventando a partir do local para não perecer imitando a partir do global; a realidade não é homogênea nem pode ser homogeneizada. Para contribuir à sustentabilidade dos modos de vida, o conhecimento significativo é gera-do e apropriado no contexto de sua aplicação (dimensão prática) e implicações (dimensão ética), enquanto a inovação relevante emerge de processos de interação social com a par-ticipação daqueles que a necessitam e serão impactados por ela. Isso rompe o mapa da geopolítica (eurocêntrica/norteamericana) de conhecimento que instituiu ‘o relevante’ como algo que existe sempre em outros idiomas, é criado sempre por outros atores e nos chega sempre de outros lugares, que nunca coincidem com nossos idiomas, atores e lugares. Cultivan-do um pensamento subordinado ao conheci-mento autorizado pelo mais forte, a educação descontextualizada forja receptores de res-postas dadas a perguntas concebidas longe de nossa realidade e sem compromisso com nosso futuro. É esta educação mimética que reproduz o conceito de “desenvolvimento sustentável”. E agora, José? Se eu soubesse que o mundo acabaria amanhã, não dormiria hoje plantando sementes prenhes de indignação e esperança, as parteiras do ‘dia depois do desenvolvimento’. Do contrário, reproduziremos o “capitalismo insustentável” que ameaça a vida no Planeta. Até quando? A que custo?

*José de Souza Silva é engenheiro agrônomo com Ph.D. em Sociologia da Ciência e Tecnologia; é pesquisador da Embrapa Algodão em Campina Grande-PB.E-mail:[email protected]

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Tecnologias e boas práticas para redução do desperdício de alimentos

Francisco Fechine Borges*

Você sabia que um latino-americano perde ou desperdiça cerca de 25 kg de alimentos, por ano? E que, para um europeu ou americano, esta mesma perda ou desperdício corresponde a 95 e 115 kg, respectivamente?

A perda e desperdício de alimentos é um problema de grandes proporções, em todo o mun-do. Os dados acima são relativos somente ao que acontece com o consumidor: se for considerada toda a cadeia de produção, as perdas e desperdí-cios são muito maiores.

Segundo o documento SAVE FOOD: Inicia-tiva mundial para a redução de perdas e desperdí-cio de alimentos, desta mesma organização, a cada ano, cerca de um terço dos alimentos produzidos no mundo, para consumo humano, é perdido ou desperdiçado, o que corresponde a aproximada-mente 1,3 bilhão de toneladas. Isto equivale a mais de R$ 1,5 trilhão de perdas econômicas, somente nos países industrializados, e R$ 725 bilhões nos países em desenvolvimento.

Frutas, legumes, raízes e tubérculos são os produtos agrícolas que tem as mais altas taxas de desperdício. Em termos quantitativos, as perdas glo-bais são de cerca de 30% para os cereais, 40% a 50% para as culturas de raízes, frutas e vegetais, 20% para as sementes oleaginosas, carnes e laticínios, e mais 30% para os peixes. Todos os anos, os consumido-res dos países ricos desperdiçam quase tanta comida (222 milhões de toneladas) quanto toda a produção líquida de alimentos da África subsaariana, de cerca de 230 milhões de toneladas.

O desperdício de alimentos no BrasilO desperdício de alimentos no Brasil não

está muito distante do observado na América Latina como um todo. Segundo a ONG Banco de Alimen-tos, “o Brasil é o quarto produtor mundial de ali-mentos (Akatu, 2003), produzindo 25,7% a mais do que necessita para alimentar a sua população (FAO). De toda esta riqueza, grande parte é desperdiçada. Segundo dados da Embrapa, 2006, 26,3 milhões de toneladas de alimentos ao ano tem o lixo como destino. Diariamente, desperdiçamos o equivalente a 39 mil toneladas por dia, quantidade esta suficiente para alimentar 19 milhões de brasileiros, com as três refeições básicas: café da manhã, almoço e jantar. De acordo com o caderno temático “A nutrição e o consumo consciente” do Instituto Akatu, aproxima-damente 64% do que se planta no Brasil é perdido ao longo da cadeia produtiva: 20% na colheita; 8% no transporte e armazenamento; 15% na indústria de processamento; 1% no varejo e 20% no processa-mento culinário e hábitos alimentares”.

No relatório intitulado A Pegada do Desper-dício Alimentar, a FAO estima que a emissão de carbono dos alimentos desperdiçados é equivalente a 3,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Se fosse um país, seria o terceiro maior emissor do mundo, depois da China e dos Estados Unidos, sugerindo que um uso mais eficiente dos alimentos poderia contribuir substancialmente para os esforços

*Francisco Fechine Borges é mestre em engenharia biomédica, doutor em en-genharia de processos e coordenador do Curso Técnico de Eletrônica do Instituto Federal da Paraíba- IFPB.

globais para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e diminuir o aquecimento global. Neste cená-rio, investimentos em pesquisas aplicadas e desen-volvimento de tecnologias visando a redução das perdas e desperdícios de alimentos, podem trazer be-nefícios em larga escala. A seguir são descritas algu-mas destas tecnologias e boas práticas que permitem melhorar esta situação extremamente preocupante.

Embalagens a vácuo - As embalagens a vácuo existem há muitas décadas, no entanto, somente há pouco tempo as indústrias de processamento de ali-mentos e as lojas de varejo começaram a tirar maior proveito desta simples e eficiente tecnologia. A emba-lagem a vácuo permite oferecer produtos em pequenas porções, adequadas para armazenamento e consumo, sem desperdício; um maior tempo de prateleira, pro-tegendo o alimento contra oxidação e desidratação; minimizar a contaminação cruzada; reaquecimento de porções, sob demanda; e redução significativa de perda de peso de proteínas e vegetais. No entanto, a embalagem a vácuo não substitui as técnicas conso-lidadas de processamento térmico (pré-aquecimento), enlatados e congelamento, além de não ser efetiva contra alguns tipos de bactérias, como a botulínica, que prolifera em ambientes sem oxigênio.

Secagem de alimentos - A secagem de ali-

mentos é um dos mais antigos métodos de conser-vação de alimentos para uso posterior. Pode ser uma alternativa aos processos de enlatar ou congelar, ou complementar a estes. É um método simples, seguro e fácil de aprender. Com os modernos desidratadores de alimentos existentes no mercado, ou desidratado-res solares de baixo custo, é possível produzir, em casa, passas de frutas, chips de banana, desidratar frutas tropicais em fatias, ervas aromáticas e medi-cinais, temperos, entre outros alimentos. A secagem remove boa parte da água do alimento, de modo que bactérias e fungos não conseguem se multiplicar e estragar os alimentos. Com a redução da água, a comida torna-se menor e mais leve. Quando estiver pronta para consumo, a água é adicionada de volta e a comida retorna à sua forma original. Os alimentos devem ser desidratados utilizando-se uma combina-ção correta de temperatura, umidade e fluxo de ar.

LeftoverSwap (leftoverswap.com) - Talvez uma das mais originais e altamente controversas, uma das novas tecnologias que combatem o desper-dício de alimentos é a LeftoverSwap, um mercado online para as sobras. Um aplicativo iOS (para iPho-ne® e iPad®) permite ao usuário postar uma foto e uma descrição de suas sobras, em um banco de da-dos. Outros usuários de uma mesma região geográ-fica podem, assim, trocar ou simplesmente levar as sobras de comida, acordando uma solução adequada para a entrega do material. Há uma série de riscos potenciais à saúde, ao se pegar alimentos de estra-nhos. No entanto, o cofundador da LeftoverSwap, Dan Newman, diz que a troca é totalmente baseada na confiança, semelhantemente ao couchsurfing.

Esterilização baseada em luz ultravioleta -

A irradiação de alimentos com luz ultravioleta (UV) é tecnologia emergente na área de processamento de alimentos, como uma alternativa para os tratamen-tos térmicos tradicionais. Esta tecnologia pode ser utilizada, por exemplo, na pasteurização de sucos, tratamento da superfície de contato dos alimentos e para estender o tempo de prateleira de produtos fres-cos. A luz UV, especialmente a chamada UV-C, com comprimento de onda de 254nm (1 nanômetro = 10-9m), destrói o DNA dos microrganismos presentes no produto irradiado. Dependendo da dose aplicada, os vírus são desativados em segundos e micro-orga-nismos como bactérias e fungos são mortos de forma ecologicamente correta, sem a adição de produtos químicos. A UV-C já e bastante utilizada na indús-tria, para desinfecção de água e ar. Mais recente-mente, tem sido utilizada como um tratamento físico de alimentos, seguro e que não deixa subprodutos. O tratamento pode ser aplicado para diferentes fins, tais como: prevenção de germinação e brotação de batatas, cebolas e alho; desinfestação em geral, por matar ou esterilizar insetos que infestam grãos, frutas secas e legumes; Retardo de maturação e de envelhe-cimento de frutas e legumes; prolongamento da vida de prateleira e prevenção de doenças transmitidas por alimentos, reduzindo o número de microrganismos viáveis em carnes, aves e frutos do mar; redução de micro-organismos em ervas e especiarias.

Conclusão - Diversas tecnologias estão sendo utilizadas, atualmente, visando a redução das perdas e desperdícios de alimentos. Somente algumas delas foram abordadas neste artigo. O problema global das perdas e desperdício de alimentos, de grandes dimensões, precisa ser enfrentado com o aumento dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, juntamente com um consumo consciente, por parte da população, e a adoção de boas práticas de mani-pulação, preparação e armazenamento de alimentos. Campanhas de conscientização e educação ambien-tal são também muito importantes para a minimiza-ção desta grave situação, num mundo onde milhões de pessoas ainda passam fome.

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João Pessoa: uma cidade verde

Foto: Evandro Pereira

Parque Solon de Lucena ( Lagoa)

A cidade de João Pessoa, capital do Estado da Paraí-ba, é considerada a Porta do Sol por abrigar o ponto mais oriental das Américas: a Pon-ta do Seixas. No entanto, o que mais chama atenção em João Pessoa é o verde e por isso ela é considerada uma das capitais mais verdes do mundo e conhecida como “Cidade das Acácias”.

João Pessoa tem a maior área verde das Américas (54,7 árvores por habitante) e a se-gunda maior reserva de mata atlântica urbana do país, com destaque para o Parque Arru-da Câmara (Bica), um misto de jardim zoológico e reserva florestal, e o Jardim Botânico, instalado pelo botânico Lauro Pires Xavier, nos domínios da Mata do Buraquinho.

Outro destaque como espaço arborizado de João Pessoa é o Parque Solon de Lucena, urbanizado pelo pai-sagista Roberto Burle Marx e que é formado por uma La-goa rodeada por palmeiras imperiais e ricamente arbo-

rizada em todo entorno, prin-cipalmente pelos ipês roxos e amarelos.

O verde de João Pessoa se expressa nas ruas, avenidas, praças e na orla ainda com

vegetação preservada. As ave-nidas Epitácio Pessoa e João Machado são exemplos de ruas bem arborizadas por jam-beiros, mangueiras e árvores nativas, uma herança do tra-

balho de Lauro Pires Xavier, um pioneiro na defesa do meio ambiente na Paraíba, como sempre faz questão de lembrar a bióloga e ambientalista Paula Frassinete.

Floração dos ipês na Lagoa

Verde do Cabo Branco e Ponta dos SeixasParque Arruda Câmara (Bica)Jardim Botânico de João Pessoa

Foto: Antonio David

Foto: Marcos RussoFoto: Evandro PereiraFoto: Antonio David

Sustentabilidade: novas maneiras de

pensar e de agir

Foto: Alberi Pontes

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Espaço AnimalO Programa Espaço Ecológico, ao longo do seus 10 anos de história, na radiofonia paraibana, tem mantido uma quadro especial dedicado a

oferecer dicas e conselhos úteis, com o objetivo de ajudar a melhorar a qualidade de vida dos animais de estimação. Trata-se do Espaço Animal.

Poodle: fidelidade e obediência

lO poodle é um dos mais famosos cães franceses. É um cão, considerado por especialistas, dos mais inteligentes. É capaz de aprender com extrema faci-lidade, o que o tornou muito difundido em todo o mundo. Além dessas qua-lidades, deve-se levar em conta sua beleza e originalidade.Trata-se na realidade, de um cão ana-tomicamente bem constituído e muito gracioso, que se distingue também, pela sua característica tosa que o diferencia de qualquer outra raça. É um excelente companheiro. De linhas harmoniosas, o poodle possui aspecto inteligente, cons-tantemente alerta e ativo.

lConfira abaixo algumas dicas e in-formações veiculadas no programa:Não maltrate seu animal de estimação, para ele você é o melhor amigo do mundo. Ele confia em você!Você sabia que viver com o bicho sem-pre no colo e mimá-lo como um bebê é péssimo para a saúde psicológica dele? O animal desenvolve dependência do dono e sofre uma angústia profunda sempre que se separa dele.Se você gosta realmente de seu amigo, pre-cisa ensiná-lo a ficar feliz também sozinho. Uma das melhores formas é dar-lhe o direito de viver com um companheiro da mesma espécie, criando dois animais.

lTosse pode ser sinal de doenças cardíacas em cãesOs cães não estão livres das doenças do coração. Com o avanço da idade, a partir dos seis anos, esse tipo de complicação costuma aumentar. O tu-tor precisa ficar atento aos sinais para que o tratamento seja iniciado o quan-to antes possível. Um dos sintomas mais comuns, que muitas vezes pas-sa despercebido, é a tosse que lembra um engasgo. Parece que o animal está sufocando com algo, mas logo passa. Em geral, esse tipo de comportamento aumenta à noite, além disso, costuma estar associado à perda de apetite, cansaço durante os passeios, falta de ar e desmaios. A melhor forma para ter o diagnóstico precoce é se habituar a levar os animais às visitas periódicas no veterinário. Uma das enfermidades mais comuns em cães acomete a vál-vula mitral (Endocardiose de Mitral), doença adquirida que aparece com a

idade avançada. Esse tipo de doença afeta principalmente os cães de raça pequena, aqueles que hoje são os mais populares no país, como o Poo-dle, Dachshund, Maltês, Lhasa Apso, Yorkshire, Shi-Tzu, Chiuaua, Cocker Spaniel e Pinscher. A válvula mitral tem a característica de fechar e abrir para permitir que o sangue flua de um compartimento do coração para o ou-tro. Nesta fase o cão deve apresentar relutância aos passeios, cansaço fácil e menor desempenho nas atividades em geral, além da tosse.

Mas por que a tosse acontece? Com o sangue acumulado, a pressão den-tro do coração aumenta. Aos poucos, para comportar o grande volume de sangue, o átrio começa a expandir de tamanho. Com o aumento do órgão, ele pressiona a traqueia, causando a tosse, que pode ficar mais ou menos intensa conforme a posição do animal e o seu esforço físico. Apesar de não ter cura, a doença pode ser controla-da com medicação, retardando sua progressão e o mais importante, tra-zendo conforto para o animal.

Pitoco: o amigo que faz falta

Lohan: carinho redobrado

Foto: Arquivo particular

Foto: Antonio David

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