Edição nº 01 06 de agosto de 2013

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Milhares prestigiam a tradicional Festa do Polvilho em Ouros Especialista em Prótese e ATM Aparelhos fixos e removíveis Travessa Alves de Lima, 239, Paraisópolis/MG Fone: (35) 9982-2331 Av. Barão do Rio Branco, 380 Conceição dos Ouros/MG Fone: (35) 3653-1464 Rua Pe. Lupércio P. Simões, 48 Cachoeira de Minas/MG Fone: (35) 3472-1505 Conceição dos Ouros viveu em festa nesse final de semana, comemorando os 65 anos de emancipação político- administrativa. Durante cinco dias aconteceram os shows gratuitos na Praça José Maria de Souza, atraindo milhares de turistas nas duas principais noites, sábado, 3 e segunda-feira, 5, com os shows de Péricles e Zé Ricardo e Tiago. O objetivo principal da festa deste ano foi valorizar os artistas locais, o que aconteceu. Quatro atrações da cidade se apresentaram, as duplas Fredson e Robson, Augusto e Alexandre, a banda Nova Mania e a cantora Ediana Maskaro. A programação incluiu ainda o 11º Festival de Pratos Típicos e uma competição de MotoCross. Veja nosso Especial (pág. 06 a 11)

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Milhares prestigiam a tradicionalFesta do Polvilho em Ouros

Especialista em Prótese e ATMAparelhos fixos e removíveis

Travessa Alves de Lima, 239, Paraisópolis/MG

Fone: (35) 9982-2331

Av. Barão do Rio Branco, 380Conceição dos Ouros/MG

Fone: (35) 3653-1464

Rua Pe. Lupércio P. Simões, 48Cachoeira de Minas/MG

Fone: (35) 3472-1505

Conceição dos Ouros viveu em festa nesse final de semana, comemorando os 65 anos de e m a n c i p a ç ã o p o l í t i c o -administrativa. Durante cinco dias aconteceram os shows gratuitos na Praça José Maria de Souza, atraindo milhares de turistas nas duas principais noites, sábado, 3 e segunda-feira, 5, com os shows de Péricles e Zé Ricardo e Tiago.

O objetivo principal da festa deste ano foi valorizar os artistas locais, o que aconteceu. Quatro atrações da cidade se apresentaram, as duplas Fredson e Robson, Augusto e Alexandre, a banda Nova Mania e a c a n t o ra E d i a n a M a s ka ro . A programação incluiu ainda o 11º Festival de Pratos Típicos e uma competição de MotoCross.

Veja nosso Especial (pág. 06 a 11)

Auro Oliveira“ ”[email protected]

A REFORMA POLÍTICA

2COTIDIANOwww.fpopular.com.brTerça-feira, 06 de agosto de 2013

Cotidiano

JsulJornal

PREVISÃO DO TEMPO

06 DE AGOSTO DE 2013

CACHOEIRA DE MINAS

CONCEIÇÃO DOS OUROS

Em tempos de povo nas ruas, volta-se a falar em reforma política. A presidente propõe plebiscito para discutir o assunto. Nos tribunais, alguns juízes dizem que plebiscito não tem valor, confirmando que o Poder Judiciário não sabe o que é democracia. Políticos que um dia foram a favor se tornam contrários, apenas para ser contra a presidente. Mas vejamos a reforma que se propõe.

Um ponto importante é o financiamento público exclusivo de campanhas eleitorais. A ideia é impedir que o poder econômico interfira nas eleições. Mas não funciona. Os políticos usarão o famoso caixa dois. É fácil. O candidato a deputado, por exemplo, contrata em uma gráfica a impressão de 100 mil santinhos com dinheiro legal, e a gráfica, a pedido dele, imprime 300 mil. A diferença é paga por fora, com o dinheiro do caixa dois. Ninguém vai sair por aí contando quantos santinhos o candidato distribuiu. Sem falar nos tradicionais expedientes que já são ilegais, mas amplamente praticados, como a tradicional compra de votos.

Outros dois pontos são o fim de coligações para eleições proporcionais (de vereadores e deputados) e o voto em listas partidárias. Também não funciona. O objetivo dessas propostas é fortalecer os partidos políticos, e o brasileiro médio não vota em partidos (coisa que mencionei em meu primeiro artigo no Jsul, em 03/11/2007). Deseja-se forçar algo que não está na cabeça do eleitor, o que, a rigor, é a negação da democracia. Além disso, o voto em listas acaba por fortalecer os caciques partidários, em prejuízo da vontade popular. Os caciques é que escolherão quem fica com os primeiros lugares das listas, ao invés do povo. Isso vai promover o tráfico de influência dentro dos partidos.

Outra proposta é o alinhamento das eleições municipais com as estaduais e federais. Reduz o custo das eleições, que passam a ocorrer a cada quatro anos (ou cinco, conforme algumas propostas) ao invés de dois. Mas as eleições dão vida à democracia. Mesmo as eleições municipais são um momento de forçar os deputados, governadores e presidente a se aproximarem do povo. E os vereadores e prefeitos também o fazem por ocasião das eleições estaduais e federais. Também promove a acomodação política. Tem ainda o inconveniente de alongar os mandados de prefeitos e vereadores a serem eleitos em 2016 para seis anos (é a versão que está em discussão), a fim de promover o alinhamento em 2022. Por que não encurtá-los para dois anos, a fim de alinhar em 2018?

As propostas são variadas, mas não mexem com o essencial, que é nossa cultura política. É na mentalidade do povo que residem os problemas. Vota-se por interesse individual, ao invés do coletivo. Vendem-se votos por uma cesta básica (não estou falando de nenhum político em particular, mas todos sabemos que isso é prática comum). Depois da eleição, acaba-se a democracia, que voltará apenas na eleição seguinte. Não temos governantes democráticos, mas ditadores eleitos (já mencionei recentemente o ex-presidente Fernando “tenho 35 milhões de votos” Collor).

A reforma que precisamos é a que inclua a participação popular na realização política, fora do período eleitoral. Precisamos do recall, em que os eleitores voltam às urnas para tirar do cargo o governante que trai seus eleitores (por exemplo, Arnold Schwarzenegger chegou ao governo da California em um recall). Precisamos de governantes que ouçam a voz das ruas. Mais do que tudo, precisamos de cidadãos críticos, que saibam cobrar.

Não precisamos de novas leis, já temos muitas. Precisamos fazer valer as leis existentes. Não precisamos de uma lei Maria da Penha para punir a violência doméstica, quando já existem leis contra a violência. Não precisamos de uma lei para dizer que a outra lei vale. Isso é ridículo.

Nossa Opinião“ ”[email protected]

O “NOVO”

O mundo gira em torno da procura por aquilo que satisfaça as necessidades e desejos que se tem quando o que se tem já não serve, não satisfaz. A novidade inunda as pessoas de sentimentos... Muitas vezes causa espanto, em muitas outras causa surpresa e também esperança. Por isso viemos falar para você de algo novo. Essa novidade é a nossa intenção. Sim, não apenas este jornal, mas, principalmente, a intenção dele.

A nossa intenção é implantar um jornal plenamente democrático em Cachoeira de Minas, Conceição dos

Ouros e Sta. Rita, onde a voz de todos seja ouvida e reproduzida e onde a verdade seja fielmente relatada através de um dedicado trabalho jornalístico, trabalho este que requer completa imparcialidade.

Este novo jornal está aberto a todo tipo de manifestação, sem d i s t i n çã o d e p r e fe r ê n c i a s . . . Preferências sejam elas religiosas, p o l í t i ca s , s ó c i o - e co n ô m i ca s , culturais, entre tantas outras que cabem naquilo que mais deve ser (e muitas vezes não é) respeitado em n o s s a s o c i e d a d e a t u a l : a diversidade.

Como todo jornal ismo de qualidade, certamente lançaremos críticas. Como todo aquele que respeita e pratica a verdadeira democracia, estaremos abertos às respostas que virão, sendo as críticas muito bem-vindas, consideradas e publicadas. A intenção é provocar no cidadão das três queridas cidades a vontade de se expressar. Como tudo que é novo e esperado, queremos demonstrar a você, caro leitor, que este jornal merece cada minuto do tempo que você vier a gastar com ele em uma boa leitura.

Bernardino Neto

ESPAÇO DO LEITOR“ ”Espaço exclusivo para a publicação de cartas e e-mail’s recebidos dos nossos leitores

UM HERÓI ATUAL

(Na figura de meu pai, uma homenagem a todos os

Pais, no seu Dia)

“Tenho o privilégio de conhecer

um herói.Não apenas conhecê-lo, mas

ainda partilhar de seu dia-a-dia, vivenciar suas experiências e desfrutar de sua amizade. Quando eu e r a a i n d a m u i t o j o v e m , experimentava uma sensação de altivez enquanto, empinando o nariz e estufando o peito, caminhava a seu lado. Penso que, no íntimo, desejava que ocorressem fatos inesperados, ansiava por perigos imaginários, só para poder enfrentá-los ao lado dele, tamanha a segurança que me inspirava.

Depois, cresci. Estudei pouco e pensei ter aprendido tudo. Li alguma coisa e assimilei como se fossem tratados científicos. Ouvi afirmações inconsequentes e guardei-as como verdades absolutas. Aí então, resolvi contestar o meu herói que, dia após dia, foi-se tornando, aos meus olhos, menos herói e mais falho, menos gênio e mais ultrapassado...

O tempo, todavia, continuava sua trajetória implacável. Tal qual as estações do ano, passei da Primavera para o Verão. Os sonhos da infância, qual flores primaveris, algumas vezes tornaram-se frutos; muitas vezes foram dizimados pelas pragas, pelo g r a n i z o , p e l a s g e a d a s d o s sofrimentos e das provações. Fui testado e contestado; elogiado e h u m i l h a d o ; f u i a p l a u d i d o e injustiçado. Acertei e errei. Vibrei com vitórias e amarguei o gosto da derrota. O Outono chegava.

De repente, com um susto, acordei para a realidade: - Meu Deus, onde ficara meu herói? Como estaria ele?

Busquei-o aflito. Para meu tardio remorso, lá estava ele recolhido no

seu canto, como outrora. Solitário, tímido, calado e humilde como s e m p r e , s e m m á g o a s , n e m reivindicações. A pele crestada pelo rigor do sol inclemente; cabelos, os poucos, alvos como neve; as mãos cobertas de calos, resultado dos inúmeros anos de trabalho na roça, dispostas ainda e sempre a me abençoar, se eu o pedisse: - A bênção, pai.

- Deus te abençoe, meu filho.E e u m e s e nt i a d ev e r a s

abençoado. Como se aquele simples gesto, qual torrente de água pura, tivesse o condão de me purificar e regenerar desde o fundo da alma.

Foi assim que reencontrei meu antigo herói. O tempo, passando, me fizera mudar e reavaliar minhas concepções acerca da vida. Mas ele lá estava, lá onde eu o deixara ao partir, levando um coração cheio de esperanças e a mala quase vazia de pertences, disposto, apesar de tudo, a enfrentar e conquistar o mundo. Lá estava. Firme, sereno, verdadeiro, velho e antigo como o tronco da aroeira na mata, ou como o penhasco à beira do oceano. Os vendavais que a mim tinham-me desarvorado, no correr do tempo,

também a ele tinham atingido com igual intensidade. Só que nada tinham podido contra o velho rochedo. Enquanto eu buscava minha verdade nos livros, ele vivera a sua através dos anos. As marcas do tempo tinham-se fixado, indeléveis, em seu corpo e em seu espírito. Por isso, sua sabedoria era mansa e tranquila, mas perene e imutável.

Eis que o Inverno se aproxima... Sei que, um dia, meu herói trocará o aconchego do meu abraço pela saudade que já me confrange o coração. Mas sei também que, quando aquele tronco desabar, abrirá uma clareira enorme na floresta. E eu terei um imenso orgulho de proclamar a quem me puder ouvir: - Esse é meu Pai!...”

(Meu velho e saudoso pai nos deixou sem ter ouvido esta crônica. Mas vocês, jovens, que ainda têm os seus, abracem-nos, não só neste Dia dos Pais, mas sempre que puderem, enquanto puderem. Eu já não posso abraçar o meu).

Albibe Faria RezendeCachoeira de Minas,

22/07/2013.

10/08/2013 - SÁBADODROGARIA DROGAREY

E DROGARIA FARMA VIDA

11/08/2013 - DOMINGODROGARIA FARMA VIDA

17/08/2013 - SÁBADODROGARIA FARMA VIDAE DROGARIA CACHOEIRA

18/08/2013 - DOMINGODROGARIA CACHOEIRA

3COTIDIANOJsulJornal

Na tarde do último 17 de julho, no Teatro Municipal de Pouso Alegre, os alunos de Cachoeira de Minas medalhistas da 8ª Olimpíada Brasileira das Escolas Públicas (OBMEP) foram homenageados durante uma cerimônia promovida pela Superintendência Regional de Ensino de Pouso Alegre. Na oportunidade receberam placas as p r o f e s s o r a s d e m a t e m á t i c a Adriana Aparecida Rocha Pereira e Cibele Azevedo Faustino Leão. O evento contou com a presença de professores, diretores e pais de alunos.

No total, Cachoeira de Minas obteve, na 8ª Obmep, 14 medalhas, sendo duas de ouro, cinco de prata e sete de bronze. A Escola Estadual Senador Bueno de Paiva foi premiada com onze medalhas, sendo cinco de prata e seis de bronze. E a Escola Estadual Cônego José Eugênio de Faria recebeu três medalhas, sendo duas de ouro e uma de bronze.

Os estudantes medalhistas de ouro participaram de um ato simbólico, pois eles já haviam recebido a premiação durante cerimônia no Rio de Janeiro no mês d e j u n h o . O s e s t u d a n t e s receberam também um cartão em reconhecimento pelo brilhante desempenho. Durante a cerimônia, a delegada de ensino da Secretaria

Cachoeirenses premiadosna Obmep 2012 sãohomenageados

Regional de Educação, Mônica de C a r v a l h o F l o r e s R i b e i r o , homenageou os pais dos alunos medalhistas.

Criada em 2005, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) tem como objetivo incentivar o estudo de matemática nas escolas e revelar talentos na área. Ela é uma realização do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e visa proporcionar aos alunos e professores treinamento para garantir o sucesso e a s a t i s f a ç ã o n a s p r o v a s d e m a t e m á t i c a . A O l i m p í a d a Brasileira de Matemática é dividida em três níveis. O primeiro é composto por estudantes do 6º e 7º anos do ensino fundamental. No segundo, fazem as avaliações alunos do 8º e 9º anos do ensino fundamental. Já o 3º nível é composto por estudantes do

ensino médio.Em sua oitava edição, Minas

Gerais foi o Estado com o maior número de ouros e também o primeiro lugar no ranking total de medalhas. Foram 152 ouros conquistados, 229 pratas e 947 b r o n z e , u m t o t a l d e 1 . 3 2 8 medalhas. Além das medalhas, os alunos premiados participaram do Programa de Iniciação Científica Jr (PIC). A iniciativa tem duração de um ano e as atividades envolvem e n c o n t r o s p r e s e n c i a i s e a participação em um Fórum Virtual que possibilita o contato via internet com estudantes de todo o país e que se interessam por matemática. Os medalhistas que acompanham todas as etapas do PIC recebem a Bolsa de Iniciação Científica Jr., concedida pelo C o n s e l h o N a c i o n a l d e Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Padre Daniel“ ”[email protected]

Após a recente visita do Papa Francisco ao Brasil, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, ao analisar seus pronunciamentos e debruçar sobre suas simpáticas, profundas e envolventes mensagens, tocando fundo o coração da gente, conclui-se que sempre é possível fazer algo mais. Trazemos e alimentamos o desejo de progredir, de ser cada vez mais nós mesmos e, ao mesmo tempo, ser uma esperança ativa daquilo que os outros podem vir a ser com a ajuda de nosso apoio fraterno.

Jamais devemos estar satisfeitos com o que já alcançamos, com o bem que já realizamos; pelo contrário, é preciso libertar-se da tirania do “sempre foi assim”. Seria acariciar vícios e hábitos antigos. O que sempre fizemos “desse jeito”, a partir de hoje, podemos começar a fazer diferente e melhor. Seria trágico contaminar-se pelo vírus da síndrome da ação adiada. Adiar uma ação nova é colocar-se na contramão do crescimento, do amadurecimento, da perfeição. Fazer melhor o que habitualmente fazemos é “fazer novas todas as coisas” (cf. Ap 21, 5).

Segundo Dom Nelson Westrupp, bispo de Santo André, “não podemos compactuar com a mediocridade e o comodismo. Não podemos concordar com milhares de pessoas em busca de uma felicidade que, ao invés de causar alegria e paz interior, aumenta a insegurança, a insatisfação e a perda do sentido da vida. Eis a razão da luta contra a corrente avassaladora do mundo incapaz de preencher o vazio do coração humano. Há que se ousar a romper os padrões estabelecidos e avançar para metas mais elevadas, capazes de realizar os sonhos da verdadeira felicidade proposta por Deus”.

Se a felicidade que o mundo oferece não realiza plenamente a pessoa humana, por que não buscá-la onde ela mora? Na verdade, quem busca realizar-se plenamente, precisa ir além de si mesmo, precisa identificar-se com a causa de Cristo, única via para se conseguir aquele algo mais do que já se é ou ainda não. Com efeito, “a pessoa plasmada pelo amor de Deus sabe o fim para o qual foi criada e vive uma relação ordenada com as coisas, livre para escolher direcionar sua vida e todo o seu afeto e criatividade a esse fim. Ela não somente escolhe aquilo que conduz para lá; escolhe e deseja somente o que mais a conduz a sonhar com Jesus pela causa do Reino e a trabalhar com ele para fazer o seu sonho concretizar-se na história” (Itaici – Revista de Espiritualidade Inaciana, n. 92, julho/2013, Editorial, pág. 3). Se há algo que todos perseguem com tenacidade é ser feliz. O que é a felicidade? É algo que ainda não possuímos em plenitude. Sabemos ser feliz?

Não são os “ídolos passageiros” que fazem o coração humano feliz, mas o bem que perdura para além do espaço e do tempo. Apressa-se o mundo a fazer-nos propostas de felicidade, como ofereceu a Cristo nas tentações do deserto (cf. Lc 6, 20-26). Oculta-se nesta oferta a louca pretensão de felicidade, que deixa o coração humano vazio e o escraviza ao domínio do puramente terreno. O mundo com seus critérios de valores não entende a linguagem divina da felicidade que não termina. Programa tão paradoxal só entendem os que estão dispostos a seguir o caminho oposto, da felicidade nova. Em vez de bens que o tempo leva, preferem tesouros que nem ladrões cobiçam nem a traça corrói (cf. Mt 6, 19-20). Deus quer comunicar sua felicidade a nós, a fim de que possamos transmitir aos outros a experiência que fazemos da felicidade de Deus em nossa vida. Sejamos mensageiros da Mensagem mais feliz do Evangelho.

Os jovens foram exortados pelo papa Francisco a serem protagonistas das mudanças sociais e construtores de um mundo melhor para todos; a não se contentarem em ser cristãos “de sacada”, mas a descerem para o meio das realidades, para se envolver e comprometer; a não perderem a esperança e a não deixarem que esta lhes seja roubada. E lhes garantiu: não tenham medo, Cristo não os deixa sós. A Igreja confia em vocês. O Papa confia em vocês!

OS JOVENS E A FELICIDADE

No último 11 de julho, a Escola Municipal João Pinheiro, de Conceição d o s O u r o s , r e a l i z o u a 1 ª OLIMPINHEIRO, competição de matemática, quando alunos do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental mostraram suas habilidades com os números. O conteúdo das provas abrangeu toda a matéria do primeiro semestre letivo.

A OLIMPINHEIRO, iniciativa da escola através da equipe de direção e da supervisora Maria Célia da Silva Baptista, tem como objetivo principal desenvolver o raciocínio lógico e os conhecimentos gerais, além de melhorar os resultados de matemática da escola e a ampliação do número de alunos premiados nacionalmente com medalhas e menções honrosas na OBMEP. As provas foram elaboradas pela professora Fernanda Michele de Oliveira e Silva.

Segundo a diretora Gabriela de Sousa Lima Oliveira, a OLIMPINHEIRO foi aplicada no mesmo modelo da Olimpíada da Matemática das Escolas

João Pinheiro realizaOlimpíada de Matemática

Públicas (Obmep). “As provas eram de alternativas, mas os alunos precisavam interpretar as perguntas”, disse a diretora. A entrega das medalhas aconteceu neste segundo semestre, com premiação dos destaques por sala de aula.

Em 2012, dez alunos da Escola Estadual João Ribeiro de Carvalho, de

Conceição dos Ouros, foram premiados na 8ª Obmep, sendo três de ouro, três de prata e quatro de bronze. Das três medalhas de ouro, duas são de alunos que estudaram na Escola Municipal João Pinheiro em 2011. Além das medalhas, a Escola Estadual João Ribeiro de Carvalho faturou 26 menções honrosas.

www.fpopular.com.brTerça-feira, 06 de agosto de 2013

4COTIDIANOJsulJornal

INSTALL

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Santa Bárbara passa a tervias monitoradas

Moradores do bairro Santa Bárbara, na zona urbana de C a c h o e i r a d e M i n a s , e s t ã o instalando câmeras de segurança em duas ruas para tentar inibir crimes como roubos e tráfico de drogas. As q u a t r o c â m e r a s e s t ã o n o cruzamento das ruas José Darci da Costa e Vicente Ismário da Costa, ambas no Loteamento São José.

Os moradores de dez casas ratearam os custos das câmeras, que funcionarão durante 24 horas e atingirão uma distância de 50

metros. As imagens serão gravadas e monitoradas pelos moradores, que podem acessar as imagens em qualquer computador através de uma senha particular.

O morador Antônio João de Faria afirmou que a intenção é aumentar a segurança no local. “Quando acontecer alguma coisa c o m o r o u b o s n a r e g i ã o , entregaremos as imagens à polícia”, explicou Antônio João. Para o m o r a d o r, a m e d i d a é u m a alternativa de prevenção contra os

furtos que tem acontecido em Cachoeira de Minas.

Segundo o Sargento Jarbas José da Costa, o uso da tecnologia pode ser um grande aliado da Polícia Militar e da sociedade na inibição da ação de infratores. Ele disse ainda que os moradores precisarão ter cuidados com o uso das imagens. “Se houver alguma divulgação indevida, os mesmos poderão responder processos judiciais, inclusive por danos morais”, disse Jarbas.

No primeiro semestre de 2013 foram registrados 21 casos de crimes contra o patrimônio. No mesmo período de 2012 foram registrados 26 casos. Em um ano, esse tipo de ocorrência diminuiu 19,2%.

A Polícia Mil itar alerta a população que denuncie pessoas ou veículos suspeitos, tráficos de drogas ou outros crimes pelos telefones (35) 9124-9936 (TIM), 8466-8788 (Claro) e 9985-6460 (Vivo) ou através do e-mail particular do sargento Jarbas José da Costa ([email protected]).

Uma tradição se repete na comunidade de São Pedro, na zona urbana de Cachoeira de Minas. Trata-se da fogueira em homenagem a São Pedro, que no bairro acontece no mês de julho com uma missa sertaneja, distribuição de quentão, canjica e pipoca e o acender. No dia do acender da fogueira, que neste ano aconteceu em 28 de julho, a vizinhança se reúne com

Tradição: fogueira do Cruzeiromoradores de outros bairros para homenagear o santo.

A f o g u e i r a d o b a i r r o é confeccionada em tamanho menor que a principal, cerca de 10 metros. Ela é feita pelos próprios moradores há seis anos, com lenha doada pela Prefeitura Municipal de Cachoeira de Minas. Essa lenha é de sobras da fogueira que foi realizada no dia 29 de junho.

Após a missa celebrada pelo pároco Daniel Rodrigues Santini, a queima da fogueira é iniciada. A ideia da criação de uma fogueira menor surgiu como uma brincadeira de alguns moradores do bairro. A confecção virou algo sério e os moradores conseguiram até um aviãozinho. Os quitutes e os fogos de artificio foram adquiridos com doação da população de Cachoeira de Minas.

5COTIDIANOJsulJornal www.fpopular.com.br

Terça-feira, 06 de agosto de 2013

Morre, aos 60 anos, oex-vereador Jamanta

Morreu no último 15 de julho, em Pouso Alegre (MG), o ex-vereador de Conceição dos Ouros Antonio Claret de Castro Rosa, aos 60 anos, de deficiência cardíaca. Jamanta, como era carinhosamente conhecido, sofreu em março deste ano uma convulsão hipertensiva, mas estava sendo acompanhado por um cardiologista e se recuperando. Em junho deste ano, ele iniciou um tratamento de uma infecção urinária em Pouso Alegre. O problema de saúde foi alastrando-se e o ex-vereador foi internado no Hospital das Clínicas Samuel Libânio, em Pouso Alegre. Segundo a irmã Maria Estela Rosa Ribeiro, Jamanta estava lúcido e acreditava em sua recuperação.

Durante sua internação, Jamanta recebeu muitas manifestações de carinho e amizade através de telefonemas, visitas e orações. O corpo do ex-vereador foi velado no Centro Cultural Geraldo Rosa (Cinema). No dia de seu enterro, 16 de j u l h o , m i l h a r e s d e p e s s o a s participaram da missa e do cortejo. Ele foi enterrado no Cemitério de

Conceição dos Ouros. “A cidade se sente enlutada, o Sr. Antônio Claret fará muita falta. Esta é uma grande perda para o município. Fica a saudade e a admiração pelo profissional e a certeza de que seu espírito vive”, comentou o prefeito Mauricio Viana. O ex-prefeito José Joaquim Afonso definiu Jamanta como um homem especial. “Com seu jeito conseguia no Poder Executivo ajuda para suprir as necessidades do povo mais humilde e carente. Ele era especial e será sempre lembrado como o homem do povo. Ouros perde um grande homem”. A principal filosofia do ex-vereador era o amor ao próximo.

Biografia-Filho do polvilheiro José Rosa Filho (Dedé Rosa) e da dona-de-casa Maria Salomé de Castro Rosa, Antônio Claret de Castro Rosa nasceu em Conceição dos Ouros em 17 de outubro de 1952. Ele era o quarto filho de uma família de onze irmãos. Jamanta era muito religioso e devoto de Nossa Senhora Aparecida.

In ic iou à v ida pol í t ica na adolescência. Ele acompanhava o tio

Geraldo Rosa em campanhas políticas nas zonas rural e urbana do município. Ele adquiriu amizade com os mais humildes e necessitados. Conhecia todos pelo nome e sempre estava a disposição nas horas de maior dificuldade.

Em 1982, ele foi eleito vereador a convite de José Joaquim Afonso (Zezé). Já com o apelido de Jamanta, ele obteve 264 votos, o correspondente a 11% do número de eleitores. Ele recebia todos em sua casa e intercedia pelo povo junto ao Poder Executivo. Vendedor de polvilho das indústrias Mantiqueira e Cristal, Jamanta não acumulou riquezas. Vestia de forma simples e humildade como aos seus amigos. Entre os amigos estavam pessoas ricas, Governador e Deputado e até crianças, jovens e deficientes. Ele foi vereador por cinco mandatos, sendo presidente nos anos de 1983-1984 e 2009. Em 2008, ele foi eleito com a maior aprovação nas urnas, 586 votos. Em 2012, Jamanta disputou o cargo de vice-prefeito na chapa encabeçada por Sebastião Ferraz Filho, mas não foram eleitos.

Vacine seu cãoe gato até dia 24

Cães e gatos acima de três meses devem ser vacinados contra a raiva. Uma campanha está sendo realizada pela P r e fe i t u ra M u n i c i p a l d e Cachoeira de Minas através da Secretaria Municipal de Saúde e setor de epidemiologia. A equipe do setor de epidemiologia está percorrendo as áreas rurais e urbanas de Cachoeira de Minas. A estimativa é de que a campanha vacine 2.500 animais.

Quem ainda não levou seu animal para vacinar deve procurar um dos postos de vacinação, levando a caderneta de vacinação do animal. Os responsáveis pelos animais devem levar os cães em coleira e os gatos dentro de um saco.

A vac ina dos an imais somente será realizada nos locais programados. O Setor de Epidemiologia não poderá fornecer vacina para as pessoas levarem. O ideal é que os animais s e j a m l e v a d o s p e l o s

responsáveis, e não por crianças. Os animais mais agitados e violentos devem ser levados com a focinheira.

A doença provoca uma paralisia progressiva no animal, que pode ser antecedida de uma fase de excitação – fase furiosa –, percebida principalmente em cães. Há uma mudança de comportamento e o animal passa a não reconhecer o seu ambiente e o seu dono, foge da luz, para de comer ou passa a comer coisas não habituais (madeira, metais, etc.) e para de beber água. O som (latido, miado) se modifica, parecendo que o animal está rouco ou engasgado. A partir desse ponto, a paralisia progride até a morte. Alguns animais não apresentam a fase furiosa ou esta é muito curta e não percebida. Mais informações sobre a doença e a campanha podem ser obtidas através do telefone: (35) 3472-1200

Especial

6ESPECIALJsulJornal

Ouros: 65 anos de emancipaçãopolítico-administrativa

A história começa por volta do ano de 1824, pelas mãos de Major Félix da Mota Paes, nascido em Lorena - SP, quando seus familiares fixaram residência nas proximidades do Oratório das Dores, região que pertencia à Freguesia de Pouso Alegre. Ele começou as primeiras atividades agropastoris e tornou-se um líder entre os moradores do local.

Félix da Motta Paes e Inácio da Costa Rezende eram concunhados. Entre família planejaram a construção de uma capela nas proximidades do Ribeirão dos Rezendes, que fica na zona rural da atual Cachoeira de Minas, localizado entre as duas propriedades. Porém os planos não se concret izaram, devido a uma desavença.

Os moradores mais antigos da região contam que a tal desavença entre os fazendeiros se deu em razão do santo esco lh ido para ser homenageado. Dona Lucinda, esposa do Major Félix queria que a capela fosse dedicada à Nossa Senhora da Conceição. Já Rosa Maria, esposa de Inácio da Costa Rezende, queria que fosse São João Batista. Assim, não havendo acordo, Inácio construiu sua capela nas proximidades do local onde havia sido combinado, dando origem a Cachoeira de Minas. Félix e Lucinda construíram uma capela no local chamado “Barra dos Ouros”

(região onde as águas do Ribeirão dos Ouros encontram-se com a do Rio Sapucaí). Em 24 de abril de 1854, o casal ourense assinou a doação de doze alqueires de terra para a formação do patrimônio de Nossa Senhora da Conceição.

Em dezembro de 1854, aconteceu a primeira missa na capela, conduzida pelo padre João Dias de Quadros Aranha. Em 13 de dezembro de 1854 a capela dedicada à Nossa Senhora da Conceição recebeu autorização para ministrar sacramentos e ofícios divinos, a chamada “Provisão da Benção da Capela”. Já em 14 de março de 1860, Ouros foi elevada a “Distrito da Paz”, pelo então presidente da Província de Minas Gerais, Carlos Carneiro de Campos. No ano de 1861,

Major Félix solicitou ao Vigário Capitular e Governador do Bispado de São Paulo a elevação do povoado à “Capela Curata” (dirigida por um Cura ou Padre). o que acabou acontecendo no dia 29 de março de 1862. Joaquim Tomaz de Oliveira Tito, genro do Major Félix, foi empossado no cargo de zelador da Capela e do Patrimônio.

Conceição dos Ouros - No dia 17 de dezembro de 1865, Major Félix providenciou a avaliação das terras do patrimônio e de seu rendimento anual, e também a demarcação de sua área. A elevação de Capela à Freguesia aconteceu em 2 de janeiro de 1866 e sua instituição canônica se deu em 26 de junho daquele ano.

No dia 2 de janeiro de 1866, a Capela de Ouros passou a integrar o

Distrito de Conceição dos Ouros, per tencente a Pouso A legre . Conceição dos Ouros recebeu diversos nomes antes do atual, entre eles: Barra dos Ouros, Capela de Nossa Senhora da Conceição das Cachoeiras, Capela de Nossa Senhora da Conceição dos Ouros, Capela de Cima e Vila Ouros.

Município- A história de Ouros passou a ser escrita após a construção da capela em homenagem à Nossa Senhora da Conceição. A Capela foi sendo elevada, algumas demarcações territoriais foram sendo realizadas e confrontos políticos aconteceram.

Nos anos 40, a confiança da população ourense em conquistar sua autonomia política tomou força, dando início a um movimento

separat ista l iderado pelo Cel . Domingos C. Rosa (vereador e chefe político de Ouros), o cidadão ourense João de Freitas Souza (funcionário da Prefeitura de Paraisópolis), o padre João Batista do Rêgo Cavalcanti (na época, já reverendo e vigário da Paróquia), o vereador José Maria de Sousa, entre outros.

A sonhada emancipação político-administrativa aconteceu em 6 de agosto de 1948 e foi anunciada pela Rádio Inconfidência. O povo ourense pode então festejar nas ruas, tomado pela alegria dessa conquista que se deu com o parecer favorável da Comissão de Divisão Jurídica e Administrativa, em Belo Horizonte. A Lei Estadual nº 336 concedeu efetivamente a emancipação do município, tendo sido promulgada no dia 27 de dezembro de 1948, com a instalação do Município acontecendo no dia 1º de janeiro de 1949. Em 7 de março de 1949, foram realizadas na casa de João Batista Ribeiro Carvalho as primeiras eleições para prefeito e vice-prefeito.

Em 17 de julho de 2008, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais transferiu Conceição dos Ouros, que antes pertencia à comarca de Paraisópolis, para a comarca de Cachoeira de Minas.

Em dezessete mandatos, doze prefeitos comandaram a cidade. Conceição dos Ouros é administrada atualmente por Mauricio Euclides Viana, do PMDB e o município possui atualmente 10.388 habitantes.

(Fonte: “Salve Ouros Cidade Querida” (Mercedes Carvalho

Campos)

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Terça-feira, 06 de agosto de 2013

Capricho e criatividade marcam o11º Festival de Pratos Típicos

Doces, salgados e panificação. Pratos feitos com dedicação e com o ingrediente principal: a mandioca e o polvilho. O festival de pratos típicos, realizado na última quinta-feira, 1º de agosto, na Praça José Maria de Souza, em Conceição dos Ouros, reuniu em sua décima primeira edição mais de 200 pratos com os mais diferentes sabores e muita criatividade na montagem dos mesmos.

O evento é uma parceria entre a Emater, a Prefeitura Municipal de Conceição dos Ouros e a Associação dos Produtores e Agroindústria e marcou o inicio da 17ª Festa do Polvilho.

Segundo a extensionista de bem-estar social Aline de Oliveira Guidis, a mudança do local do festival, do ginásio poliesportivo para a praça, teve como objetivo uma maior divulgação do evento. Ela foi inspirada em outros festivais que acontecem na região. “Com a realização do festival na praça, toda a população de Conceição dos Ouros participa. O ginásio poliesportivo p e r m i t i a a p e n a s s e te c e nto s participantes, entre convidados e competidores”, afirmou.

A exposição de receitas valoriza a mandioca e os derivados do polvilho produzidos pela dona-de-casa, que podem ser desde os mais tradicionais como pão de queijo e biscoitos, até os mais criativos como doces, bolos, pudins e pastéis.

Uma comissão formada por técnicos da EMATER-MG e do

Instituto Federal de Educação - IF Sul de Minas escolheu os melhores pratos nos quesitos doces, salgados e panificação. Eles foram avaliados primeiramente nos quesitos beleza, apresentação e originalidade. As maiores notas passaram para o critério degustação para serem premiadas.

Na categoria doces, o prato vencedor foi Trufa Beijinho de Mandioca, feito pela Sra. Amanda Danielle de Carvalho, de Conceição dos Ourors. Em segundo lugar, foi escolhido o prato Cup Kake de Mandioca, feito pela Sra. Maria B e a t r i z S a n t o s S o u z a , d e Paraisópolis. E em terceiro lugar ficou o prato Bolo de Mandioca com Tubetes de Wafer, de Helder Ribeiro de Souza, de Conceição dos Ouros.

No quesito salgados, Torta de Mandioca com Talos, feito pela Sra. Débora Amanda Pires Machado, de Conceição dos Ouros foi o prato escolhido. Em segundo lugar, foi escolhido o prato Escondidinho de Mandioca, feito pela ourense Adelina Barbosa. E em terceiro lugar ficou o prato Torta de Mandioca, da Sra. Benedita Vitória Barbosa, de Conceição dos Ouros.

E na categoria panificação, o prato premiado foi Pão de Mandioca Recheado com Mussarrela, feito pela Sra. Lucinéia Maria Barbosa, de Conceição dos Ouros. Em segundo lugar, foi escolhido o prato Bolo de Mandioca, feito por Ana Lívia Prado Romão, de Paraisópolis. E em terceiro lugar f icou o prato Bolachinhas de Fécula, da Sra. Bianca

Carol ina Barbosa Veloso, de Paraisópolis.

Após a premiação, os garçons serviram os convidados com os quitutes participantes. Os cerca de mil convidados do festival de pratos típicos experimentaram os mais de 200 pratos e voltaram para casa com a certeza de que o polvilho e a mandioca na cozinha tem muitas utilidades e diferentes sabores. Cada um dos pratos participantes foi premiado com uma lembrancinha do festival, além do sorteio de brindes.

História-O Festival de Pratos Típicos “Mandioca e Polvilho” foi realizado pela primeira vez em 2003 e surgiu como forma de homenagem e valorização ao principal produto agrícola do município, a mandioca e seu derivado, o Polvilho, devido sua

importância social, econômica e cultural, além de incentivar o consumo por meio da diversificação apresentada com a realização do festival.

O primeiro festival foi realizado em dezembro, juntamente com o 1º Encontro da Mulher Rural e teve 70 participantes, sendo que somente uns 25 levaram os pratos. Ele passou a integrar a festa do polvilho em 2005. Em 2011, o festival de pratos típicos saiu da degustação e foram reunidos em um livro, com 11 1 receitas.

O Festival de Pratos Típicos é uma metodologia de trabalho bastante utilizada pela Emater como forma de resgate e valorização da cultura local e regional, o que configura uma ação na área da Segurança Alimentar. “O evento de Ouros foi inspirado no festival do café de Ouro Fino e Cristina, porém, adaptando a metodologia para a realidade de Conceição dos Ouros”, concluiu a diretora de extensão do IF Sul de Minas Aloísia Rodrigues Hirata.

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Terça-feira, 06 de agosto de 2013

Artista plástico expõe obras emConceição dos Ouros

O artista plástico Dionísio Porfírio Alves está com parte de suas obras expostas no Centro Cultural Geraldo Rosa (antigo cinema), em Conceição dos Ouros, desde a última quinta-feira, 1º de agosto. O evento “Criação”, que já foi exposto no espaço Memórias do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), reúne quadros, retratos, a u to - ret rato s , ca r i cat u ra s e esculturas do artista. Entre as obras estão gravuras de personalidades políticas, artistas e familiares. A exposição funcionará até hoje, 6 de agosto, com visitação das 13h às 18hs.

Dionísio Porfírio Alves nasceu em Conceição dos Ouros em 7 de dezembro de 1972. Filho de José Porfírio Alves e Eleonora Alves Correia, Dionísio Alves começou a desenhar ainda criança com lápis de cor. O menino cresceu e a paixão pela

ar te também. E le passou a aperfeiçoar esse dom. Dionísio Alves estudou artes plásticas em São José dos Campos, Caçapava e Curitiba. Através desse dom artístico, Dionísio Alves passou a ser professor na escola municipal Vasconcelos Costa , de Pouso Alegre. Ele já lecionou a discipl ina para um curso de pedagogia do Instituto Federal do Sul de Minas, realizado em Conceição dos Ouros.

As obras de Dionísio Alves possuem um estilo impressionista e realista, que trabalha com perfeição. Entre seus desenhos favoritos estão animais, paisagens e principalmente a figura humana. “É a parte que mais me fascina, onde posso ver a particularidade de cada ser, onde sempre existe beleza, onde vemos que Deus não se repetiu em ninguém”, disse o artista.

No ano de 2009, fez um curso tridimensional em São Paulo e passou a fazer modelagem de argila e madeira. “Decidi fazer modelagem em argila, porque sou apaixonado pela anatomia humana, e a argila é um material que me facilita muito no processo”, frisou.

O artista faz mais de 30 trabalhos por mês, dos mais variados tipos: retratos, esculturas, caricaturas e pinturas óleo sob tela, acrílica, giz pastel entre outros.

O a r t i s t a m a n t é m u m relacionamento de estreita afinidade com as crianças e procura sempre manter o bom humor. Evangélico, D i o n í s i o A l v e s a c r e d i t a n o relacionamento próximo de Deus com seus filhos. “Ele (Deus) não vive longe lá no céu sem se importar comigo”, falou.

É nesse ambiente de fé e arte que

Dionísio constrói um mundo de cores e expressões das mais variadas formas e faz de seu hobby também o meio de sustento.

As horas de trabalho e lazer se misturam. Em todas elas a arte está presente em sua vida. Apesar dos anos de experiência, Dionísio é mais uma prova de que a luta pelo reconhecimento vem em passos curtos e lentos. Ele não busca sua valorização pessoal. “Queria algo que me desse prazer. O restante era consequência”, afirmou. Para o artista, o reconhecimento é algo difícil. “Vivemos em um país onde nem todos tem acesso à arte, para apreciar e interesse em conhecer”, afirmou.

Dionísio Alves já desenhou em

praça, praia, shopping. Seu maior sonho é conhecer novos lugares e desenhar. “O ser humano é muito difícil, algumas pessoas olham o desenho e não se enxergam nele, elas querem ser mais bonita do que elas realmente são, então não é fácil”, disse. Ele já inclusive trabalhou com crianças indígenas na Aldeia Apinagé, na Amazônia , onde ens inou dobradura. O convite para ensinar artes na aldeia indígena surgiu de um amigo, que é pastor evangélico. “Eles possuíam um dialeto próprio e não falavam o português, mas sabiam o que eu estava fazendo, entendiam o que eu estava fazendo. Em missão na Amazônia, pude observar o quanto a realidade deles é diferente da nossa”, finalizou.

“O artista faz mais de 30 trabalhos por mês,dos mais variados tipos: retratos, esculturas,

caricaturas e pinturas óleo sob tela,acrílica, giz pastel entre outros”.

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Terça-feira, 06 de agosto de 2013

Grande festa para Conceição dos Ourosmarca aniversário de 65 anos da cidade

Conceição dos Ouros viveu em festa nesse final de semana, comemorando os 65 anos de e m a n c i p a ç ã o p o l í t i c o -administrativa. Durante cinco dias aconteceram os shows gratuitos na Praça José Maria de Souza, atraindo milhares de turistas nas duas principais noites, sábado, 3 e segunda-feira, 5, com os shows de Péricles e Zé Ricardo & Thiago.

O objetivo principal da festa deste ano foi valorizar os artistas locais. Quatro atrações locais se apresentaram: as duplas Fredson & Robson, Augusto & Alexandre, a banda Nova Mania e a cantora Ediana Maskaro. A programação incluiu ainda o 11º Festival de Pratos Típicos, que neste ano aconteceu na praça, com a coroação da rainha, h o m e n a g e m a p o l v i l h e i r o s ,

exposição do artista plástico Dionísio Alves e uma competição de MotoCross.

A praça de alimentação também teve mudanças em sua estrutura. Ela foi montada próxima à igreja matriz para facilitar o comércio dos produtos típicos como pão-de-queijo, caldos e sucos. Neste ano, a Prefeitura Municipal fiscalizou e proibiu o comércio feito por ambulantes dentro do local da festa. Essa medida busca incentivar o comércio local. Também foi proibido o transporte de bebidas em garrafas de vidro, pelo risco de machucarem alguém.

A festa foi aberta na quinta-feira, 1º de agosto, com o tradicional F e s t i v a l d e P ra t o s T í p i c o s , premiando os participantes nas categorias doces, salgados e

p a n i f i ca çã o . N a s ex ta - fe i ra , aconteceu a coroação da Rainha do Polvilho e a homenagem aos polvilheiros, além dos shows da dupla Augusto & Alexandre e Ediana Maskaro. No sábado, 3 de agosto, a Festa do Polvilho contou com um treino de Motocross. À noite chegou a vez do cantor Péricles embalar ourenses e turistas com o pagode, que incluiu antigos sucessos do Exaltasamba. No domingo, 4 de agosto, a programação começou com um campeonato de Motocross. Depois os artistas locais voltaram a cantar na festa. Desta vez, com a banda Nova Mania e a dupla Fredson & Robson. Já na segunda-feira, a dupla Zé Ricardo & Thiago, revelação do momento, embalou a multidão com o sertanejo universitário.

Encerramento- A Festa do

Polvilho é encerrada hoje, 6 de agosto, às 16hs, com um show do ca ip i ra Tonho Prado, da TV Aparecida. Criado há mais de dez anos pelo ator profissional da cidade de Taubaté, Adriano Prado tem feito o Brasil inteiro sorrir através de brincadeiras e piadas contadas pelo seu personagem Tonho Prado, não só no Programa Terra da Padroeira, mas também em diversos shows que realiza pelo Brasil. Ele é o líder de audiências no horário, contando com um público estimado em 90 milhões de telespectadores por todo o Brasil. O nome do personagem é um homenagem a seu avô, o verdadeiro Tonho Prado.

Ele gravou seu primeiro CD em 2006, que recebeu muitos elogios. Em 2007 destacou-se ao conquistar

o primeiro lugar no conceituado Festival de Marchinhas de São Luiz do Paraitinga (SP), levando o prêmio de melhor intérprete com a música Flor de Primavera. Em 2008, novamente ganhou o prêmio de melhor intérprete do festival.

To n h o P r a d o c o n s e g u e apresentar um personagem sem apelações ou palavrões e ainda por cima cantando muito bem. Lançou também um CD de piadas gravado ao vivo, no Teatro Metrópole, em Taubaté, no interior de São Paulo. Atendendo a pedidos de seu público, Tonho Prado gravará seu DVD com a banda.

A Festa do Polvilho é uma realização da Prefeitura Municipal de Conceição dos Ouros, em parceria com a Associação dos Produtores e Agroindústria e a Emater.

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A Casade Irene

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Fiquei muito contente quando um rapaz de Conceição dos Ouros, estudante de história, veio à minha casa para conversar sobre a “Prima Irene”. A “Prima” como nós a chamávamos na família dos Araújos era uma velha senhora, Irene Tito Vieira, e a conheci desde que passei a frequentar o rancho do meu avô materno Nézinho no final dos anos 1960. Descendente do fundador Major Felix da Mota Paes, a Prima Irene teve uma tia, Maria Tito, que foi casada com meu bisavô, Manoel José Araújo, o vovô Maneco. Ouros era um lugar de passagem do vovô Maneco, que saía a cavalo de Espírito Santo do Pinhal onde tinha sua fazenda, rumo a Taubaté, Mogi das Cruzes e Santos. O Nézinho, filho mais novo de M a n e c o , a i n d a m e n i n o , acompanhava seu pai nessas viagens, junto a seus onze irmãos e então passaram pelo casarão de Felícia, mãe de Irene, passara a ser além de necessidade de descanso devido à longa jornada, uma obrigação e respeitoso obséquio. Existiam vários outros lugares para o pouso da família viajante, entre E.S. do Pinhal e o litoral. Provavelmente a tropa pernoitava também em Pouso Alegre e Santo Antônio do Pinhal, antes de despencar ao Vale do Paraíba para Taubaté, onde, com certeza eram conhecidos e recebidos, pois Nezinho casar-se-ia com a donzela Eurídice Rebouças de Carvalho, bisneta dos Barões de Jambeiro então residentes na “Taba Eté”. Isso teria deixado a Prima Irene com um segredo de amor guardado por praticamente toda a vida. Somente após a morte do Dr. Araújo e de sua esposa, quando velhinha e com a cabeça já não em plena lucidez, Irene confessara a um parente o amor que nutria desde a mocidade pelo garboso e honrado Dr. Araújo que infelizmente tinha feito outra opção. Talvez pressentindo a situação a esposa de Araujo, Eurídice, já muito velhinha tinha num acesso de raiva esclerótica, esmurrado os vidros do automóvel no qual o marido seguia para um fim de semana em Ouros. Ele ia deitado no banco do meio da Kombi, forrado com um velho colchonete de campanha, tendo ao lado uma caixa de charutos e a escarradeira. Ele, com 83 anos de idade e os quatro netos por companhia, descendo já a rampa da garagem do Pacaembu, e a velha gritava: − Maldita Conceição! Assim, com o decorrer dos anos, a família

Araujo passou a chamar a cidade de Conceição dos Ouros de “Mardita”. – Vamos pra Mardita? – Alô, Você está em São Paulo ou na Mardita? Um carinhoso apelido que “pegou” entre os da família que, também por amor, viu vários de seus membros paulistanos de nascença adotarem Ouros como terra para se viver. O próprio genro do Dr. Araujo, Guilherme, o Guy quando foi agraciado com o título de Cidadão Ourense disse a público perante a a u d i ê n c i a q u e l o t a v a a s dependências da Câmara Municipal: − Eu vim aqui para pescar e acabei sendo pescado. Guilherme e sua esposa Lysia, ambos repousam seus ossos em Ouros, assim como Irene, no cemitério do outro lado da ponte sobre o Sapucaí-mirim. Na parada dos altos do Pinhal, próximo à atual Estação Eugênio Lefévre, existia um casarão onde eles pousavam, que ainda aparece numa fotografia do local de 1929. No seu casamento com a tia de Irene vovô Maneco não teve filhos, mas todos os filhos de seu c a s a m e n t o a n t e r i o r f o r a m convocados e permaneceram bem vestidos e em respeitoso silêncio enquanto a madrasta agonizava numa alcova do casarão ao som de música clássica que ela mesma pedira. A cama em que ela faleceu, uma marquesa de pau com a “modernidade” de molas de aço, decora hoje a saleta superior do nosso quarto de dormir, ao lado do vitral representando cena do imaginário – surrealismo caboclo de Araújo caçador. Uma fotografia antiga atesta uma senhora morta na marquesa, esticada e o corpo alumiado por candelabros altos de chão. Era costume fotografar os mortos no século XIX. Nesse período, a cultura europeia e clássica estava presente nas elites brasileiras e também na família Tito Vieira. José Tito me presenteou, em certa ocasião, com uma coleção de discos de vinil , compactos simples, intitulada “Países & Povos”, eram dezenas de disquinhos mostrando extratos da cultura sonora dos principais países do globo, o que atesta o interesse e formação universalista da família. Sempre prezei muito a “Prima”, a que era plenamente correspondido. Se ela f icava sabendo que eu estava nos Ouros e ainda não fora visita-la, logo mandava missiva indagando: − Por que o Paulinho ainda não veio aqui? O casarão e seus moradores efetivos, a Prima Irene, seu filho José Tito e a cr iada Iracema foram muito importantes para este adolescente que vinha amiúde da capital paulista passar férias escolares e também

finais de semana em Conceição dos Ouros. Estudante de arquitetura em meados dos anos 1970 fiz trabalho de pesquisa sobre o casarão de Dona Irene e costumava passar boas horas em conversas na sua companhia. Algumas vezes dormi no casarão como hóspede, no velho colchão de palha de milho que Iracema afofava com um varejão de bambu. Forrado apenas com algodão cru, o colchão provocava alguma coceira, mas era legal afundar ali o corpo e ver por somente por uma nesga de fresta que sobrava, o forro alto de tábuas do casarão. Caldo de feijão com couve ou salsinha e macarrão, doce de casca de laranja do próprio terreiro, bananas, mandioca, de tudo um pouco se produzia no pátio dos porões. O café era cultivado e colhido no próprio terreiro da casa, depois posto a secar estendido na sala dos antigos “móveis de palhinha”, espaço do casarão que já fora também escola, casa paroquial, cartório e várias outras funções públicas. Depois de torrado na bola oca de ferro no grande fogão de lenha da cozinha, o café era socado no pilão, e mandado triturar em pó na padaria do seu “Varino”, que já possuía um moedor elétrico. Bebíamos o café da Prima meio à contra gosto, por educação, pois que ele era “três efes”, com brincávamos entre nós: frio, fraco e fedido, além de excessivamente doce. A Prima tinha um velho filtro de barro na sala, sobre uma toalhinha branca de rendas da Ilha da Madeira. A tradição portuguesa das rendas, de fiar e tear eram comuns entre as distintas senhoras desde o período colonial. Os meninos Araújos, Paulo, Rogério, Sérgio e Augusto, que frequentavam a casa de Irene, estavam sempre vestidos de calças Lee, casacos marrons de couro e corte de cabelos à máquina zero, ouviam rock e mascavam chicletes Adams. D. Irene pediu aos prezados priminhos que lhe guardassem os chicletes já mascados e com eles aproveitou para tapar o vazamento do velho filtro d'água, o que proporcionou ao salutar líquido um leve gosto de tutu-fruti, gerando gargalhadas gerais entre todos, inclusive entre os moradores do casarão. O sorriso de Iracema, “a virgem dos lábios de mel” como acrescentavam os jovens ao seu primeiro nome, mostrava forte batom vermelho e um ou dois dentes de ouro, apenas, os que lhe sobravam na boca de cacos pretos. Mas isso não era nada se comparado às pernas da “virgem” que eram puras ulcerações. E a “danada” expunha aquele “belo” sorriso toda vez que algum pretendente – o Mudinho era

o principal – lhe pedia a mão em casamento à madrinha. Irene também se divertia com a situação, mas nunca assentiu ao casório, pois que não podia prescindir de tão denodada criada para os serviços gerais da casa. − Iracema, vai caçar serviço! Bramia a velha patroa e ela vagarosamente, arrastando uma perna, sorrindo logicamente, cruzava o caminho aberto entre os grãos de café que secavam no chão da grande sala, até abrir à chave a enorme porta de entrada do casarão toda vez que uma visita tocava a campainha. Todos eram recebidos por Irene da mesma forma, amável e educada, fosse personalidade reconhecida ou um simples pedinte. Por vezes, ao irmos visitá-la, a campainha se encontrava quebrada ou faltava energia na cidade, o que era comum. Então desde a praça corríamos atravessando a rua e, apoiando um pé na linha de declive da fachada, num pulo homérico, era possível enviar um grito através do janelão envidraçado, se aberto, anunciando a presença de visita: − Priiiima!!! E corríamos para a porta para ouvir os arrastados passos de Iracema ou seria dessa vez o toque-toque rápido e nervoso do José Tito, quando vinha ele mesmo abrir a porta. Magérrimo, olhos agitados entre o nariz avantajado, camisa para dentro da calça com cinta e sapatos pretos. Mesuras fidalgas, cumprimentos que demonstravam a mais fina educação que o filho único de Irene recebera dentro da tradição dos Barões mineiros do café do século XIX. No forro do casarão pó de broca, veneno, limpeza que se fazia necessária à miúde a fim de não dar guarita a gambás e outros animais mamíferos inclusive voadores ou de

penas, que gostariam de se aninhar tanto no forro como sob os beirais de telhas coloniais de cocha. Uma e s c a d a d e t á b u a s d e l e i primorosamente gastas, descia aos porões constituídos a guisa de alicerces com paredes de pedras naturais empilhadas. Lá, entre velhas correntes de agrilhoar escravos, sapos e medos fantásticos que povoavam o imaginário, Irene mandava guardar tudo aquilo que sendo inútil na ocasião, um dia poderia vir a servir para alguma necessidade. Foi num canto dos porões que os meninos primos Araújos encontraram as “chapas” de charretes, carroças, carroções, carros de bois com as quais a Prefeitura Municipal lacrava os veículos que transitavam pelas ruas e estradas ainda de terra. Além dos porões, a partir do grande tanque de cimento para lavar roupas, o quintal descia eentre frutas, ervas e capins não mais até o rio Sapucaí-mirim rumo a sua antiga ponte de madeira, pois novos arruamentos haviam sido traçados restringindo esse quintal que mesmo assim ainda era enorme, aos limites de uma quadra. Cercas de arame farpado com bambus desciam pelos dois lados nos limites do terreno, e na frente junto à fachada um portão de acesso à rua colocava no mesmo nível o calçamento público e o pátio dos porões. Carroças, charretes e cavalos poderiam assim chegar ao pátio interno para descarregar ou carregar alguma mercadoria. Visitantes vindos das minas ou do litoral poderiam ter suas animálias desarreadas ali. D o n a I r e n e , v i ú v a , administrava o casarão com firmeza, recebia e mandava recados. Não é difícil encontrar ainda hoje na cidade quem tenha frequentado a piedosa

Sra. Irene Tito Vieira

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família, que cercada de santos e latas, tinha a hora da missa do Santo Padre de Aparecida do Norte que ouviam num rádio de madeira ou na televisão em branco e preto, como o único horário em que nenhuma visita poderia ser recebida no lar por mais que tocasse a campainha. Uma fachada de igreja de madeira com um sininho de ferro na torre era enfeite, cenário testemunho da fidelidade religiosa da família. Um crucifixo, um pôster do Santo Papa e a antiga vitrola do Zé Tito em móvel de madeira com os finos pezinhos dos anos 1960, duas camas toscas de pau no modelo bandeirantista, armário e uma dúzia de farrapos. Assim a mãe octogenária se resguardava com o filho Tito agora em uma única peça da casa, espaço que em si já era bem amplo, de frente para a praça da matriz, mas sempre longe de estadias demoradas nos parapeitos das janelas frontais. É que à moça de família, e também a uma viúva, não fica bem estar na janela, como se à venda, mas devem sempre resguardar-se na intimidade da morada que constitui sua parte posterior reservada sempre e exclusivamente aos da família. A rua tem muitos passantes, andarilhos das estradas, a praça principalmente aos sábados à noite exibia o footing com moças rodando num sentido por dentro e rapazes no sentido contrár io . Uma p iscada, um papelzinho de bala que se passa com um nozinho ou dois, e o casal poderia “rodar” junto ou passar aos bancos centrais para consumar o flerte e talvez até pegar na mão um do outro. B e i j o j á e r a m e i o escandaloso e por vezes acabava sendo roubado. Ir atrás da igreja, debaixo da ponte ou mesmo na Mata

da Bixiga, isso já constituía pecado m o r t a l a s e r s e v e r a m e n t e repreendido. O importante era que um casal rodando de braços ou mãos dadas, o homem não portasse nunca a mulher pelo lado de fora da praça, pois que isso denotaria que a senhorita “estava à venda” e outro rapaz poderia então flertar com ela, mesmo estando ela acompanhada. O certo é que Irene, sempre que ia à missa, fazia o trajeto direto do casarão, cruzando necessariamente a praça rumo à igreja sem muitas paradas para conversas de rua. E devia ir à missa todos os dias, de domingo nem se fale, não aceitando que a de sábado à noite valesse pela de domingo, como autorizara a instituição religiosa. Saia comprida preta, braços cobertos e véu sobre a cabeça, bengala e óculos redondos de osso na ponta do nariz, lá vai Irene acompanhada da criada que segue logo adiante servindo de “abre alas”. Se por algum motivo plausível, depois que já tinha a idade bem avançada, ela não pudesse ir à santa missa em carne e osso, mandava a Iracema para representa-la e pedir ao pároco que mais tarde enviasse o sacristão a sua casa para ministrar-lhe a comunhão. A fidelidade de Irene e de toda a sua família (Zé Tito) à Igreja Católica Romana era total e irrestrita. Ela tinha veneração pelo padre Quadros Aranha de quem reputava a glória de haver sido nos tempos de antigamente, hóspede em sua casa. Dos missais e santinhos que povoavam o casarão não se tem notícias, mas os livros editados em França, o dicionário de Tupiguarani e romances clássicos lisboetas, esses o Zé Tito empilhou em fogueira no pátio, sacrifício da

cultura antepassada sugerida pelo padre Braz, ignorante do seu valor como patrimônio histórico e cultural representativo de uma época. Quando o primo Dr. Araújo passava estadia na cidade, por vezes ia ela visita-lo e à distinta família no rancho de beira-rio. Isso acontecia principalmente antes dos anos 1970 quando Irene ainda dispunha de idade razoável e certa facilidade para locomover-se. Mesmo assim, antes sempre enviava a Iracema para anunciar sua visita próxima, com carta de boas vindas e alguma produção de seu quintal, doces ou café. Numa dessas visitas à casa do Araújo que fez Irene após seu almoço, e gente do interior costuma almoçar cedo, a filha do Araújo Dona Lysia – a quem a Prima sempre tratou de Lígia nas cartas, ofereceu à Irene um “guisado” que a velha senhora sempre apreciara – os quitutes de gente da cidade grande, como dizia – ao que a Prima respondeu: − Obrigada, agora não quero não, mas trouxe aqui uma latinha..., tirando uma velha lata vazia da bolsa que sempre trazia a tiracolo, e aceito levar um pouco para o José Tito que não veio junto por algum motivo de compromisso ou indisposição. Os aniversários do Dr. Araújo constituíam um evento festivo na cidadezinha. 28 de julho! Dia de churrascada e barris de chope. “Criança e cachorro não precisam de c o n v i t e ”, t i n h a m e n t r a d a franqueada, como versava o dito popular. Desde o dia anterior, compadres montavam extensa churrasqueira de tijolos de barro – 0.40cm de vão e pelo menos uns 12 metros de comprimento. E cortavam-se também os bambus para afiar os espetos. Garrote era sacrificado e

ainda alguns capados deviam grunhir até receber o punhal de cabo de osso colorido enfiado debaixo do braço. O forno redondo à lenha fumegava, garrafões e mais garrafões de vinho sangue-de-boi ou aguardente que os a m i go s S e b a st i ã o L o p e s o u F e r r e i r i n h a o f e r e c i a m a o aniversariante, somados aos vários barris, isso sempre dava em alegria e embriaguez. Dias antes da festança, o Dr. Araújo percorria a cidade em via-sacra, cumprindo as visitas aos amigos e inúmeros compadres para quem levava o convite para sua festa de aniversário e lhes presenteava ele mesmo com o abono das dívidas dos dinheiros que costumava lhes emprestar e que nunca esperava receber o pagamento. Corriam também pela cidade na época, as “listas de adjutório”, um papel ao maço que o pedinte tirava todo amarrotado do bolso e apresentava à bondade do doador. Era uma morada que precisava ser construída ou coberta de telhas, dinheiro para um tratamento na capital, para poder casar, em fim, o próprio doador punha no papel o seu nome a ao lado cifrava o donativo em dinheiro que ofertava àquele cidadão mais pobre. E a mão esquerda sabia muito bem o que a mão direita dava. A coisa funcionava como uma competição entre os ricos, ver quem dava mais e era o mais poderoso e bondoso. Dr. Araújo não fazia por menos, metia a mão no fundo bolso de sua calça de tergal, bolso já preparado de antemão desde que tomava o caminho para Minas, donde sacava um bom bolo de notas que se acomodavam lá no fundo, junto do saco, e folheando as impressões tirava sempre uma quantia capaz de deixar estupefato o

pedinte, que saía pelas ruas contando a todo mundo sua graça afortunada. Com isso só aumentava a expectativa de presenças ao churrasco de aniversário. No evento, Dona Irene e seu fiel escudeiro, José Tito, tinham sempre assento de honra reservado junto às mais nobres famílias do município. Na saída, depois de tanto beber e comer, à farta, como se dizia, alguns caíam ali mesmo, em redes ou no gramando. Leitões sorriam dourados e pururucas com maças na boca em bandejas e a fila do churrasco se fazia em determinados momentos tão longa, que saía da propriedade e se estendia pela rua. Era só ter paciência que se acabava por sair com seu quinhão, nem que fosse só de linguiça, com a qual pensavam que o Dr. Araújo amarrava mesmo seus cachorros. Dona Irene se levanta, assim também seu filho Tito. Despede-se de todos e faz sinal para Iracema que zelosamente lhe guardava o fardo e o guarda chuva que por vezes servia de bengala à idosa aparentada. A criada vai ao churrasqueiro e abre o guarda-chuva dentro do qual vai enfiando em roda vários espetos de carne assada. Em seguida ela fecha o guarda-chuva colocando-o no ombro. Cheio também o fardo de provisões para a semana, segue a criada na frente à pé, subindo a Avenida Coronel Domingos Rosa, pois a patroa e o primo são mandados levar de liteira, minto, de automóvel – perua Kombi – até a praça da matriz onde se localiza o casarão dos Tito Vieira.

Paulo Araújo de AlmeidaHistoriador e Arqueólogo

“Dona Irene e seu fiel escudeiro, José Tito, tinham sempre assento de honra reservado junto às mais nobres famílias do município”

CASARÃO onde moravaDona Irene sempre foimuito movimentado

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Corrida rústicaacontece em Ouros

Na manhã do último 21 de julho foi realizada em Conceição dos Ouros 1ª edição da Corrida de Rua com a participação de mais de cem pessoas, entre crianças, jovens e adultos. A Corrida de Rua foi promovida pela Prefeitura Municipal de Conceição dos Ouros através das Secretarias de Educação e Cultura num percurso de 5 km, com saída e retorno na Praça José Maria de Souza, passando pela Avenida Barão do Rio Branco e pelas ruas do bairro Quilombo.

O objetivo principal da corrida foi incentivar a prática de novas modalidades de esportes pelos cidadãos ourenses e oportunizar aos jovens práticas saudáveis.

No masculino, a vitória foi de Luiz Paulo Antunes, de Taubaté, com tempo de 15’34”. A segunda colocação ficou com Daniel da Silva Freitas, de , com o tempo de 16’17” Robson Dimas Vigilato, de Santa Rita do Sapucaí, ficou na terceira

colocação, completando os 5km de prova em 16’35.

No feminino, Maria Helena de Jesus Lima ficou na primeira colocação, com o tempo de 18’57”, em segundo lugar, Leone Justino da Silva, com 20’18”. Raquel Aparecida Pereira, de Cachoeira de Minas, fez a prova em 21’40”, obtendo a terceira colocação.

A prova contou com atletas de Taubaté, Mogi Mirim, Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí, São José dos Campos, Cachoeira de Minas, Paraisópolis, Brasópolis, Sapucaí Mirim, Bom Repouso, Careaçu e Conceição dos Ouros. Foram entregues 1200,00 para os seis primeiros lugares, tanto masculino como feminino. Esse dinheiro foi doado pelo Banco Bradesco. Os resultados da prova podem ser c o n f e r i d o s n o b l o g www.revezaracingadventure.blogspot.com.br.

Diogo Freitas conquistaprata no mundial

da categoria”, disse.Além dele, Conceição dos

Ouros foi representada por Jhonatan Willian da Silva, de 14 anos, que não conseguiu lutar na categoria infanto juvenil B por p r o b l e m a s t é c n i c o s d o campeonato e por Leonardo Kazão, de 28 anos, que obteve o quinto lugar na categoria pesado

Diogo Freitas conquista prata no Mundial de Jiu-jitsu

O atleta de Conceição dos Ouros, Diogo Alitto Freitas, de 30 anos, da equipe G Force, conquistou o 2º lugar no Campeonato Mundial de Jiu-jitsu Esportivo, disputado no Ginásio Mauro Pinheiro (Ibirapuera), em São Paulo, entre os dias 18 a 21 de junho. Diogo Alitto Freitas lutou na categoria faixa marron adulto.

Na decisão da medalha de ouro do pena, Diogo Alitto Freitas foi derrotado por pontos para o paraibano Wallace Reis. Diogo Freitas abriu vantagem de dois pontos, mas o paraibano virou o placar nos últimos 30 segundos de partida. Final da luta: 5 a 2 para o atleta da Paraíba. Para o atleta Diogo Fre i tas , o pr inc ipa l problema enfrentado foi à falta de treino. “Enfrentamos atletas patrocinados e com mais tempo de preparação. Mesmo assim, obtive um bom resultado, ficando em segundo entre os oito atletas

branco.O campeonato foi organizado

pela Confederação Brasileira de Jiu-jitsu Esportivo (CBJJE) e contou com a participação de três mil e quinhentos atletas, de todas as partes do continente. Eles lutaram nas infantil e adulto, masculino e feminino e absoluto faixa preta.

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Acicam promovepalestra beneficente

A Associação Comercial e Industrial de Cachoeira de Minas realizou no último 25 de julho, no prédio da Câmara Municipal, uma palestra sobre o tema motivação e auto-est ima, ministrada pelo professor Alex de Oliveira Arcanjo Pinto. O evento contou com cerca de 60 pessoas, entre comerciantes, estudantes e trabalhadores de empresas. Na oportunidade foram a r re ca d a d o s a l i m e nto s n ã o -perecíveis, que foram doados ao Lar São Vicente de Paula.

O objetivo principal da palestra foi propor uma nova estratégia para se obter uma maior autoconfiança a fim do profissional superar as metas estabelecidas pela empresa; também desenvolver um visão compartilhada e o aprendizado em grupo, melhorando a convivência ent re to d o s , f u n c io n á r io s e

superiores dentro da empresa.O palestrante Alex de Oliveira

Arcanjo Pinto focou a motivação pessoal, auto-estima e integração; além do desenvolvimento da mente, espírito e físico e o poder do pensamento positivo e otimismo. Ta m b é m f o r a m r e a l i z a d a s dinâmicas de reflexão que são úteis tanto para a vida profissional e pessoal dos participantes.

Alex de Oliveira Arcanjo Pinto é graduado em farmácia pelo Centro Universitário de Itajubá (FEPI). Ele estagiou em grandes empresas farmacêuticas de São Paulo. Atualmente ele é professor e diretor de um escola e ministra p a l e s t r a s s o b r e empreendedorismo e liderança. Ele curso MBA em Liderança e Gestão Organizacional em São Paulo (SP).

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Winter Rock Fest acontecedia 17 no Literário

“Winter Rock Fest” acontece dia 17 no Literário

Com um número considerável de adeptos, o rock permanece em cena e ramificado em várias vertentes. Heavy metal, Thrash Metal, Hardcore, Metal core, Hard Rock, todas essas vertentes fazem parte do estilo, ganhando força com o Winter Rock Fest, evento que tem se tornado tradicional e colocado Cachoeira de Minas no circuito do gênero. São cinco bandas que possuem algumas destas sonoridades representando as vertentes do rock, desde os “clássicos” Hard Rock ao mais pesado “Thrash Metal que se apresentarão na sexta edição, que acontece no próximo 17 de agosto, no Clube Literário e Recreativo Cachoeirense (CLRC).

Essa edição do Winter Rock Fest será completa para quem procura o rock n´ Roll. O ecletismo estará presente em cinco horas do mais puro rock. O estilo Hard Rock será representado com a banda Sir Zepp de Pedralva, tocando clássicos como Pink Floyd, Deep Purple, Rush e The Beatle. Em seguida será a vez do trash metal com a banda Human Hate, de Lavras. Banda criada no ano de 1989, a Human Hate é referência no metal sul mineiro, Ela já apresentou no extinto festival “Dynamo”, fazendo abertura para a banda “Dorsal Atlântica”. Inimigos Públicos, de Poços de Caldas, fará um Tributo Metallica. Duas bandas de Cachoeira de Minas fecham a programação. A Dymon’s, no estilo pesado do Trash Metal, trará uma novidadeA para a edição deste ano, o lançamento oficial do EP “Confronto com a Morte”, gravado em Pedralva, pelo produtor musical Diovani Bustamante. E a banda Transept, também de Cachoeira de Minas, fará um Tributo Megadeth.

Os ingressos antecipados do Winter RockFest custam R$ 13,00. Eles podem ser adquiridos na Korremark Imóveis ou na secretaria do Clube Literário e Recreativo Cachoeirense (CLRC). Mais informações pelo telefone: (035) 9939-1603 ou 9911-7043.