Ediçao N.º 1572

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SEXTA-FEIRA, 8 JUNHO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N o 1572 (II Série) | Preço: 0,90 Metade dos desempregados inscritos não recebe subsídio Entrevista com José Palma Rita, novo delegado regional do Alentejo do IEFP págs. 4/5 JOSÉ SERRANO PUB Em plena crise de soberania, celebra-se no domingo o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. O “DA” assinala a efeméride per- correndo as ruas de Olivença. O pedaço de Portugal que ficou esquecido para lá da fronteira espanhola. Mas onde a “portu- galidade” sobrevive no sentir, na cultura e na língua que também é a de Camões. págs. 2/3 Governo quer rentabilizar aeroporto de Beja O empresário bejense João Paulo Ramôa vai coordenar o grupo de trabalho que o Governo criou esta terça-feira para “definir formas de rentabilização” para o aeroporto de Beja. A equipa é formada por mais seis elementos e tem 90 dias para apresentar propostas e resultados. pág. 7 Obras voltam a parar na autoestrada Os deputados do PS e do PCP eleitos por Beja, Pita Ameixa e João Ramos, denunciaram esta semana uma nova paragem nas obras da A26 e do IP2. Uma situação que também não deixa indiferente o presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo que afirma que “este governo não gosta mesmo nada do Baixo Alentejo”. pág. 8 Municípios convocam congresso extraordinário O conselho geral da Associação Nacional de Municípios Portugueses rejeitou, esta semana, o acordo recentemente assinado entre o Governo e a direção da própria ANMP. António Tereno, presidente da Câmara Municipal de Barrancos, com assento neste ór- gão, afirmou ao “Diário do Alentejo” que está em causa a “autonomia financeira do Poder Local” e que o acordo alcançado é “péssimo negócio” para as autarquias. pág. 7 10 de Junho - Dia de Portugal Reportagem em Olivença O pedaço que falta a Portugal ILUSTRAÇÃO DE SUSA MONTEIRO Pelo Trilho dos Pescadores No Dia Mundial dos Oceanos descobrimos que há 340 quilómetros para caminhar junto à Costa Vicentina pág. 11 JOSÉ FERROLHO

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Diario do Alentejo

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SEXTA-FEIRA, 8 JUNHO 2012 | Diretor: Paulo BarrigaAno LXXXI, No 1572 (II Série) | Preço: € 0,90

Metade dos desempregadosinscritos não recebe subsídio

Entrevista com José Palma Rita, novo delegado regional do Alentejo do IEFP

págs. 4/5

JOSÉ

SER

RA

NO

PU

B

Em plena crise de soberania,

celebra -se no domingo o Dia

de Portugal, de Camões e das

Comunidades Portuguesas. O

“DA” assinala a efeméride per-

correndo as ruas de Olivença.

O pedaço de Portugal que fi cou

esquecido para lá da fron teira

espanhola. Mas onde a “portu-

galidade” sobrevive no sen tir, na

cultura e na língua que também é

a de Camões. págs. 2/3

Governo quer rentabilizar aeroporto de BejaO empresário bejense João Paulo Ramôa vai coordenar o grupo de trabalho que o Governo criou esta terça-feira para “defi nir formas de rentabilização” para o aeroporto de Beja. A equipa é formada por mais seis elementos e tem 90 dias para apresentar propostas e resultados. pág. 7

Obras voltam a parar na autoestradaOs deputados do PS e do PCP eleitos por Beja, Pita Ameixa e João Ramos, denunciaram esta semana uma nova paragem nas obras da A26 e do IP2. Uma situação que também não deixa indiferente o presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo que afi rma que “este governo não gosta mesmo nada do Baixo Alentejo”. pág. 8

Municípios convocam congresso extraordinário

O conselho geral da Associação Nacional de Municípios Portugueses rejeitou, esta semana, o acordo recentemente assinado entre o Governo e a direção da própria ANMP. António Tereno, presidente da Câmara Municipal de Barrancos, com assento neste ór-gão, afi rmou ao “Diário do Alentejo” que está em causa a “autonomia fi nanceira do Poder Local” e que o acordo alcançado é “péssimo negócio” para as autarquias. pág. 7

10 de Junho - Dia de Portugal

Reportagem em OlivençaO pedaço que falta a Portugal

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Pelo Trilho dos PescadoresNo Dia Mundial dos Oceanos descobrimos que há 340 quilómetros para caminhar junto à Costa Vicentina

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Reportagem

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Olivença não comemora o Dia de Camões mas fala-lhe a língua

O pedaço de Portugal que nos falta

No pequeno pátio das tra-seiras da casa, uma lona verde dá alguma fres-

cura ao sítio, fazendo sombra. As plantas de Maria povoam o es-paço, sem o encher demasiado. Em cima de uma prateleira, mi-niaturas de madeira esculpidas por António. Cenas da vida do campo, do trabalho no campo. Cenas que António viu e nas quais participou desde criança. Numa das paredes, duas gaio-las, cada uma com o seu caná-rio. O amarelo é o mais feliz. Ou pelo menos assim parece, pois não para de cantar. Sentados na mesa redonda com toalha de plástico, António e Maria, am-bos com 73 anos, vão conver-sando como sempre o fazem en-tre si: em português. Algo normal entre este casal, como também o é no bairro onde moram. Entre as vizinhas que se assomam à porta, na mercearia, nas casas, o por-tuguês conversa-se, usa-se, vive--se. Apenas um pormenor: todos os que o fazem são espanhóis. De gema.

A alguns metros do bairro onde vivem António e Maria fica o centro histórico de Olivença. O sol está forte e são poucos os que passam pelo adro de Santa Maria do Castelo, calcorreando a cal-çada portuguesa ou reparando no brasão português que está numa das paredes da muralha. Ali bem perto, a rua Entre Torres. Ou as ruas dos Poiais e das Atafonas. Mais abaixo, a rua do Poço ou a rua do Postigo. Nomes de ruas. Nomes portugueses. Nomes an-tigos de ruas em Olivença. Pelas marcas arquitetónicas ou pela to-ponímia, cujos nomes portugue-ses foram recuperados em 2010, o centro histórico de Olivença faz lembrar uma qualquer vila portuguesa alentejana, não fos-sem as típicas grades nas portas e janelas, grilhões ainda visíveis da Guerra Civil de Espanha. E o facto de ser espanhola.

Olivença está inserida na pro-víncia espanhola da Extremadura,

No próximo domingo assinala-se o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades

Portuguesas. O dia em que se comemora a portugalidade pelo mundo. Em Olivença,

terra de Espanha que nunca deixou de ser de Portugal, não há comemorações. Mas por

detrás dos edifícios históricos, dos nomes e das marcas portuguesas, é no sentir das pes-

soas que Portugal vai vivendo, através da língua, falada como sempre foi.

Texto Marco Monteiro Cândido Fotos José Ferrolho

cuja capital é Mérida. Ao mesmo tempo, faz parte do Alto Alentejo. O certo é que a história oliven-tina escreve-se a dois tempos: o passado e o presente. Em 1801, Olivença foi anexada a Espanha através do Tratado de Badajoz, denunciado por Portugal sete anos mais tarde. Em 1817, após subscrever o Tratado de Viena, Espanha reconhece a soberania de Portugal, comprometendo-se a devolver o território anexado anos antes. O que nunca veio a acontecer. Ao longo dos últimos 200 anos muitos têm sido os argu-mentos defendidos, esgrimidos, espremidos como laranjas por elementos dos dois países. No en-tanto, se, a nível formal, Olivença for território português, no quo-tidiano isso já não acontece e as suas gentes são espanholas.

António Gonzalez e Maria Paulo são casados. A conversa começa com António no pá-tio que tem nas traseiras da sua casa. Maria junta-se um pouco mais tarde, já que dois netos estão em casa e, se não tomar conta deles, não deixam o avô falar descansado. António fica visivelmente feliz. Não por falar português, mas por falar portu-guês com portugueses. Natural de Olivença, assim como os 11 ir-mãos que teve, para António, fa-lar-se em português e da língua portuguesa, é falar-se de afetos e de memórias. Mesmo que não o saiba. “ Eu falo português por-que o meu pai me ensinou. O meu pai falava português, as-sim como a minha mãe, e eu e os meus irmãos também. Naquela altura, aqui na vila, toda a gente falava o português. E eu tenho muito respeito por isso”.

O caso de António é simbó-lico do que acontecia em Olivença até há uns anos. A partir da ane-xação, o português começou a ser considerado como a língua das pessoas do campo, com me-nos posses, mais popular. O cas-telhano, imposto, começou a ser aculturado pelas classes mais

Pelas marcas arquitetónicas ou pela toponímia, cujos nomes portugueses foram

recuperados em 2010, o centro histórico de Olivença faz lembrar uma qualquer

vila portuguesa alentejana, não fossem as típicas grades nas portas e janelas,

grilhões ainda visíveis da Guerra Civil de Espanha. E o facto de ser espanhola.

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Desde 2008 que existe em Olivença a as-sociação Além Guadiana, cujo obje-tivo é preservar a identidade cultural

de Olivença, portuguesa durante 500 anos e es-panhola há 200. A recuperação de tradições de cariz religioso e popular, encontros com escri-tores portugueses ou o reavivar da toponímia em português são algumas das iniciativas que tem realizado.

Joaquín Fuentes Becerra, 44 anos, é o pre-sidente da associação. Mais do que qualquer pretensão política ou partidária, situação que faz questão de frisar e recusar, a associação a que preside não quer deixar morrer a cultura

portuguesa em Olivença. “Nas últimas déca-das tem sido feito um bom trabalho no sen-tido de recuperar o património monumental de Olivença e ao nível da cultura. Mas ainda se pode fazer muito mais, principalmente na cul-tura intangível. O maior exemplo do processo de desaparecimento da cultura portuguesa em Olivença é a língua”. Para Joaquín Becerra, a língua é a cultura viva, o veículo das tradi-ções, dos sentimentos, da memória das pes-soas. “Apesar de se ensinar português nas esco-las, não chega a toda a gente. Devia haver uma estratégia de bilinguismo, já que o português não é uma língua estrangeira em Olivença”.

A valorização da herança portuguesa

03

Só ao fim da tarde a vila voltará a ganhar vida, despertando lentamente como o património cultural português está a despertar, valorizado que está a ser pela associação Além Guadiana.

ricas, num processo que teve iní-cio no topo da hierarquia social e que depois se quis ir dissemi-nando por toda a população oli-ventina. No entanto, e apesar da anexação ter acontecido em 1801, até meio do século XX a maioria das pessoas mais velhas ainda falavam o português como lín-gua primeira. Por ser a língua do povo, de quem tinha poucos estu-dos e não ia à escola, foi sobrevi-vendo, enquanto nas escolas era ensinado o castelhano. Ainda hoje, em Olivença, entre pessoas acima dos 65 anos, o português vai subsistindo. E António é o paradigma de tudo isto: 73 anos, tendo trabalhado uma vida in-teira no campo, depois de três meses na escola. “Os meus filhos entendem português, mas falam espanhol. Eu e a minha mulher é que falamos sempre em portu-guês. Gostamos e é algo da nossa geração, que os nossos pais nos ensinaram. E isso não o perderei em vida”.

Maria junta-se à conversa. Apesar de ter um sotaque dife-rente do marido, fala igualmente português. E lá vai explicando como acontece. “Falamos sem-pre em português entre os dois, à frente dos filhos e tudo. Só se estivermos com alguém que não fale é que, por respeito, falamos em espanhol entre nós”. Pai de quatro filhos e avô de cinco ne-tos, com mais um a caminho, a infância de António foi dife-rente da dos seus descenden-tes. “A minha infância foi a fa-lar português. Com nove anos fui trabalhar para o campo, para termos o que comer. Uma vida desgraçada”.

O escudo português aparece amiúde nas paredes. A câmara municipal, o ayuntamiento, tem a porta manuelina a emoldurar--lhe a entrada, um dos postais turísticos da terra. Bem perto, o pelourinho. As casas brancas, o céu azul e o calor assentam em Olivença como um manto que cobre a vila pela hora da sesta. Poucos se veem e esses estão re-fugiados nas frescas sombras das esplanadas dos restauran-tes e cafés. O branco das casas é quase incandescente, ref letor que é da luz brilhante do sol que bate. E o calor é tão sufocante, que parece ser o do Alentejo. Só ao fim da tarde a vila voltará a ganhar vida, despertando lenta-mente como o património cul-tural português está a despertar,

valorizado que está a ser pela as-sociação Além Guadiana (ver caixa). Felipe Fuentes, de 41 anos, pasteleiro de profissão mas a tra-balhar atualmente na função pú-blica, é um dos membros da as-sociação. E também ele tem o património português bem vin-cado na sua vida “Nunca ouvi os meus avós a falarem espanhol. Só falavam português. Os meus

pais não, mas os meus avós sim. Ainda hoje, a minha avó pensa em português”.

Felipe fala português por um sentimento de “nostalgia”, de saudades de um passado e de toda uma herança genética de séculos e séculos de portugalidade. “Cada vez que morre um velho, morre a cultura. Conheço pessoas que, na hora da morte, as últimas pala-vras foram em português”.

A terra de chaminés alentejanas A oito quilómetros de Olivença fica São Bento, como é conhe-cida a pequena aldeia. Em boa verdade, o nome oficial é San Benito de La Contienda. Mas muitos se referem a ela simples-mente pelo nome luso: São Bento. Com cerca de 500 habitantes, a aldeia tem algum movimento e uma particularidade: quase toda a população fala português, ex-ceção quase feita aos mais novos. Quase feita, porque já vão apren-dendo na escola desde pequenos, numa aprendizagem quase bilin-gue. E quando se diz que falam

português, não é por saberem fa-lar ou poderem falar. É porque, de facto, falam, de forma natural e inata, como uma língua oficia-lizada pelo passar das gerações, convivendo com o castelhano.

Na rua, crianças brincam e jogam à bola. A correr, uma ca-misola branca do Real Madrid com o nome Ronaldo nas cos-tas, prepara-se para marcar um golo. Ali bem perto, senta-dos a apanhar o fresco de fim de tarde, estão Valentim Rodriguez Pires, de 81 anos, e Zé Pires, de 75, irmãos. Naturais de São Bento, Valentim é o que melhor fala português dos dois, até por-que Zé esteve muitos anos em Madrid e o seu português está mais enferrujado e com outra pronúncia. Mas Valentim tem o linguajar de um qualquer alen-tejano, havendo poucas diferen-ças, só um leve cantar adocicado de quem é, efetivamente, espa-nhol. “Aqui, dantes, todos fa-lávamos à portuguesa. Agora é diferente. Em minha casa, as mi-nhas filhas falam em espanhol e

eu falo à portuguesa. Como os meus irmãos”.

De pouco cabelo no alto da ca-beça, tez morena e cara sulcada pelas rugas, Valentim tem um ar bem disposto, apesar dos anos que já leva. “Ninguém estranha que eu fale assim. Os mais novos? Não. Percebem o que digo. Não falam, mas entendem”. Mesmo em frente mora Maria Rodriguez Pinto, de 70 anos. Espanhola de cepa, mas portuguesa, alentejana autêntica no falar. Natural de uma pequena aldeia de Olivença, mas poderia ter nascido em qual-quer aldeia do Baixo Alentejo, tal é a perfeição do português e a pronúncia alentejana. “Sou es-panhola, mas com um poucochi-nho de Portugal também. Sou es-panhola e falo português”. Assim o disse, sem tirar nem pôr, com uma limpidez ímpar. “Tenho um bocadinho de Portugal, como é que não havia de ter, aqui na raia? A minha mãe queria que falasse em português e o meu pai em es-panhol. A minha mãe, mais do-minante, foi a que conseguiu. As mulheres são mais dominantes e os homens ficam sempre na re-tranca. Foi assim mesmo que se passou, não é nenhuma mentira, é a pura da verdade”. Maria é oti-mista quanto ao futuro do por-tuguês na sua terra. “Há muita gente a falar, isto nunca acaba. E é um orgulho que tenho, sa-ber duas línguas, o português e o espanhol”.

O sol já vai descendo. Os cam-pos em volta vão ganhando tona-lidades nostálgicas de dourados e castanhos. Em terras de Olivença, duas línguas, duas faces de uma mesma moeda, vão convivendo, ainda muito agarradas ao pas-sado, mas onde Portugal ainda está bem vivo e menos esque-cido do que se pensa, muito além das pedras, das casas e do que é material.

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EntrevistaNo Alentejo há 29 100 pessoas inscritas nos centros de emprego

Metade dos desempregados não recebe subsídio

José Palma Rita, 47 anos, é o de-

legado regional do Alentejo do

Instituto de Emprego e Formação

Profissional (IEFP), cargo que ocupa

desde o início do ano. Tem sob a sua

responsabilidade todos os 11 cen-

tros de emprego e os cinco cen-

tros de formação profissional da re-

gião. Em entrevista ao “Diário do

Alentejo”, este quadro do IEFP de

Évora e militante do PSD considera

“preocupantes” os números do de-

semprego e diz que é preciso

“centrar a formação profissio-

nal no acréscimo e na aquisi-

ção de competências e não

apenas no acréscimo de di-

plomas”, como aconte-

ceu no passado recente.

Revela que no Centro

de Emprego de Sines

está disponível uma

proposta de trabalho

para 150 engenhei-

ros recém-licencia-

dos, para a Alemanha

“que não tem sido fá-

cil preencher”.

Texto Carlos Júlio

Foto José Ferrolho

(...) houve duas categorias que sofreram mais com a crise: primeiro os que têm menos qualificações, isto é, a probabilidade de ficarem desempregados é maior para os menos qualificados e a probabilidade de sair da situação de desemprego também é menor para eles. Por outro lado, os jovens foram também um dos segmentos que mais sofreu com a crise, incluindo neste caso os mais qualificados.

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A troika esteve agora em Portugal e parece

que mostrou surpresa pelos números do de-

semprego. Há razões para haver surpresa?

Não há dúvida que o crescimento do de-semprego nestes últimos tempos foi supe-rior àquilo a que alguma vez assistimos. No caso do Alentejo, entre abril de 2011 e abril de 2012 tivemos uma taxa de cresci-mento do desemprego de 27 por cento, o

ue ocupa

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No caso do Ale j ,abril de 2012 tivemos uma taxa de cresci-mento do desemprego de 27 por cento, o

que é significativo, sobretudo se olharmos para os sete anos entre 2004 e 2011, com o desemprego já a crescer, em que houve uma subida de 14 por cento. Para além disto, nos primeiros quatro meses deste ano a situa-ção agravou-se com um crescimento de 13 por cento, embora os meses de janeiro, fe-vereiro e março tenham sido os mais com-plicados. Em abril e maio o desemprego pa-rou de crescer e estamos nesta altura com 29 100 desempregados inscritos nos centros de emprego do Alentejo.

A estrutura do desemprego no Alentejo

também se alterou ou mantém-se idêntica

ao que já era?

Se olharmos para o desemprego que tínha-mos no final de abril vemos que, em termos de género, existe equilíbrio, ou seja, 50 por cento é feminino e 50 por cento é mascu-lino. Antes era mais feminino. Em 2004 as

mulheres tinham um peso no desem-prego de 60 por cento, donde

se pode concluir que os homens foram agora mais afetados pelo de-semprego do que as mulheres.

E em termos de

duração?

Setenta e quatro por cento são pessoas que estão desem-pregadas há me-nos de um ano, o que quer dizer que há um peso claro daqueles que perderam o emprego por causa da crise. Noventa por cento dos desempre-gados es-tão à pro-cura de um novo em-prego e só cerca 10 por cento do primeiro

emprego. Quanto à idade, 15

por cento dos desem-pregados na região são jovens abaixo dos 25 anos. Dadas

as características do Alentejo, quanto a habi-litações literárias, temos apenas 8,6 por cento de desempregados com o ensino superior, ou seja, o grande peso continua a ser daqueles que têm menos habilitações. Isto não quer di-zer que o número de desempregados com cur-sos superiores não tenha subido. Cresceu cerca de 43 por cento num ano, mas mesmo assim não tem um peso demasiado preocupante na estrutura do desemprego.

O que ainda domina são as baixas

qualificações…

Sim. O que nos preocupa mais é o facto de 66 por cento dos desempregados não terem mais do que o 9.º ano de escolaridade. Isto vem confirmar as teorias que indicam que houve duas categorias que sofreram mais com a crise: primeiro os que têm menos qualificações, isto é, a probabilidade de fi-carem desempregados é maior para os me-nos qualificados e a probabilidade de sair da situação de desemprego também é me-nor para eles. Por outro lado, os jovens fo-ram também um dos segmentos que mais sofreu com a crise, incluindo neste caso os mais qualificados.

No Alentejo há diferenciações geográficas

no que concerne ao desemprego?

Tirando o litoral alentejano, não há gran-des diferenças. O litoral libertou um con-junto de mão de obra qualificada no princí-pio do ano, que foi responsável em parte por este crescimento do desemprego, nomeada-mente pelo fim dos trabalhos de renovação e ampliação das refinarias. É a única zona que destoa no panorama regional. Em todas as outras a situação não varia muito.

Há sempre uma grande dicotomia quando

se fala do desemprego. São os dados do

IEFP, depois são os dados do INE. O nú-

mero de inscritos nos centros de emprego

do Alentejo, sob a tutela do IEFP, represen-

tam de facto o desemprego na região ou há

muitos desempregados que não estão ins-

critos nos centros de emprego?

Penso que não. Até pelo volume de desem-pregados inscritos que temos, julgo que grande parte das pessoas sem emprego está inscrita nos centros. Seja as que já estavam inscritas antes da crise e que, muitas vezes, recorrem a atividades sazonais e depois vol-tam outra vez ao desemprego, seja aque-las que foram agora despedidas e que estão obrigatoriamente inscritas até para recebe-rem o subsídio de desemprego.

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No Alentejo qual a percentagem de de-

sempregados sem subsídio de desem-

prego? É elevada?

Não tenho os números certos, mas andará à volta dos 50 por cento. Os desemprega-dos são 29 100 e cerca de metade está a re-ceber subsídio de desemprego. A tendência vai ser para que este número tenda a dimi-nuir, porque os períodos de atribuição do subsídio também serão mais curtos.

Quais os setores que foram mais afetados?

A construção civil também sofreu uma

grande quebra no Alentejo?

A construção civil representa apenas 13,6 por cento dos nossos desempregados. Cinquenta e cinco por cento do desem-prego continua a ser do setor dos serviços. A indústria representa 24 por cento dos de-sempregados e a agricultura 20 por cento.

O que corresponde claramente à estrutura

económica da região…

Sim, nós temos uma estrutura económica claramente terciarizada, com um grande peso dos serviços, incluindo o setor pú-blico e o comércio, que foram os que liber-taram mais mão de obra nestes primeiros meses do ano.

Ao nível dos licenciados as saídas profis-

sionais também diferem muito consoante

os cursos?

No Alentejo, os cursos com maior de-semprego são os das áreas da educação (17 por cento); as Ciências Sociais e de Comportamento; as Ciências da Vida; a Economia; a Comunicação e o Marketing; as Ciências da Terra e do Ambiente; a área agrícola… Em contraponto, existem ainda oportunidades de emprego nas áreas das engenharias, não só no País, mas também no estrangeiro. No IEFP cada vez esta-mos a encarar mais essas ofertas de traba-lho no estrangeiro como oportunidades de trabalho com interesse. Por exemplo, te-mos agora uma oferta de emprego para 150 engenheiros recém-licenciados, feita ao Centro de Emprego de Sines para empre-sas associadas à Volkswagen e à Porsche, na Alemanha.

Porquê Sines?

Porque é uma área com peso em algumas engenharias e embora tenha sido feita ao Centro de Emprego de Sines qualquer jo-vem do País pode concorrer. E, por estra-nho que pareça, continuamos com dificul-dade em preencher este tipo de ofertas de trabalho vindas do estrangeiro e que po-dem ser ótimas oportunidades dos jovens ganharem currículo e experiência. Há al-gum tempo surgiu uma outra para 500 en-genheiros para a Siemens, no Tagus Park, e continuamos com dificuldade em preen-cher essas vagas.

No Alentejo as ofertas que recebem têm

algum volume significativo?

Têm, mas não tanto como gostaríamos que

dando condições e conhecimentos às pes-soas para melhorar a sua empregabilidade.

Mas a formação não está muito parada

neste momento?

Não. Pelo contrário. A formação profis-sional está a ser encarada pela nossa parte como uma resposta que é decisiva e estru-turante para a saída da crise. E um dos ob-jetivos estratégicos é promover a forma-ção profissional em áreas que sejam áreas de empregabilidade, ao contrário de outros programas de formação profissional que tivemos no passado. Por isso temos que centrar a formação profissional no acrés-cimo e na aquisição de competências e não apenas no acréscimo de diplomas.

E em que áreas vai incidir essa formação?

Será feita diretamente pelo IEFP?

A nossa formação depende da capacidade que temos instalada e temos alguma ca-pacidade em áreas como a restauração, a mecatrónica automóvel, etc., em que regu-larmente fazemos formação porque con-tinuam a ser áreas que o mercado de tra-balho absorve. Existem também alguns programas que foram nos últimos anos claramente desvalorizados e que nós es-tamos a tentar recuperar e que são funda-mentais para mantermos a proximidade às empresas. Um deles é a formação pelo sistema de aprendizagem, a jovens entre o 9.º e o 12.º ano de escolaridade, em que parte da formação é dada nos centros de formação e outra nas próprias empresas. Por outro lado temos também apoios, no âmbito da medida Estímulo 2012, aos es-tágios profissionais e à contratação de de-sempregados por parte das empresas, que é uma medida muito abrangente e f lexí-vel. Pode ser utilizada por empresas de todo o tipo de atividade, desde a agricul-tura aos serviços, ficando apenas exclu-ída a administração pública.

Em termos de futuro, quais as suas ex-

petativas relativamente aos números do

desemprego no Alentejo?

Há o dado que já referi de que em abril e maio o desemprego parou de crescer. Pode ser o início de uma tendência ou uma questão pontual. Só o saberemos mais tarde. No entanto, se o comporta-mento do mercado de trabalho este ano fosse semelhante àquilo que é a regra, daqui para a frente os números do em-prego seriam melhores do que nos meses anteriores, isto é, os primeiros meses, tal como os últimos meses do ano, são sem-pre um pouco mais difíceis, com o em-prego a melhorar na primavera e no ve-rão, devido a ofertas de trabalho na área da agricultura, com Odemira e Beja a mexerem já bastante. Na hotelaria, na restauração e nos vários setores ligados ao turismo há também alguma procura, pelo que esperamos uma descida dos nú-meros do desemprego pelo menos du-rante o verão.

tivessem. E em alturas de crise, como esta, recebemos menos ofertas do que noutras ocasiões.

Como tenta o IEFP resolver, então, as ne-

cessidades de emprego?

O IEFP trabalha em duas frentes. Trabalha sobre o mercado de emprego, em que não só recebemos as ofertas de emprego como tentamos ajustá-las ao perfil de quem está desempregado, o que nem sempre coin-cide, e trabalha sobre os desempregados,

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A formação profissional está a ser encarada pela nossa parte como uma resposta que é decisiva e estruturante para a saída da crise. E um dos objetivos estratégicos é promover a formação profissional em áreas que sejam áreas de empregabilidade, ao contrário de outros programas de formação profissional que tivemos no passado.

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Atual

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As “novas culturas” regadas, com destaque para a romã, dominam o de-bate na 12.ª edição da Feira do Campo Alentejano, que abre hoje portas em Aljustrel, espelhando o pulsar econó-mico, cultural e social do concelho em mais de 200 expositores. Um certame marcado pelo “rigor” orçamental, mas sem perder a sua marca de “ponto de encontro” entre aljustrelenses.

Sob o signo do regadio, que se alas-trará no concelho com a ampliação da rede secundária do Alqueva, a

Feira do Campo Alentejano inaugura hoje, sexta-feira, mais uma edição no Parque de Exposições e Feiras de Aljustrel. Até do-mingo, 10, será a 12.ª e “talvez a mais im-portante”, considera o presidente do mu-nicípio local, Nelson Brito, lembrando que o “rigor” orçamental exigido em tempos de crise vai permitir demonstrar “todo o potencial e capacidade de resistência do concelho”.

Assim, e apesar dos cortes de “monta” em termos orçamentais, aquele que é já considerado um dos mais expressivos eventos agroindustriais a sul do País vai abrir portas com mais de 200 exposito-res, mantendo intactas as vertentes que lhe têm dado fama: a económica, a recre-ativa/cultural e a social. Neste leque surge este ano “ainda mais vincada” a tónica na componente agrícola do certame, que terá um espaço de debate privilegiado no âm-bito do II Encontro Ibérico do Regadio e da Sustentabilidade, a partir das 10 e 30 horas de hoje. O primeiro painel, ao longo da manhã, será marcado pela ex-posição de Sevinate Pinto, ex-ministro da Agricultura, sobre o regadio e o desenvol-vimento agrícola no concelho de Aljustrel. Na parte da tarde, a propósito das “novas culturas” regadas, será apresentado o pro-jeto Iber Granatum, uma nova sociedade agrícola e industrial luso-espanhola nas-cida à volta da produção de romã, cultura que está a emergir no concelho de Aljustrel e cuja procura a nível mundial, dizem as estatísticas, tem vindo a crescer a uma mé-dia de entre 20 e 30 por cento por ano. O pro-jeto surge da iniciativa de duas entidades, a Associação de Beneficiários do Roxo e a Associação Geral de Empresários de Lepe, da região espanhola de Andaluzia, que vão constituir hoje, oficialmente, uma sociedade comercial luso-espanhola com a finalidade de iniciar uma estratégia de cultivo, comer-cialização, transformação e marketing.

A Feira do Campo Alentejano é um certame que, ano após ano, se propõe to-mar o pulso à saúde económica do con-celho e que, como tal, deixa transparecer a sua aposta estratégica na “diversifica-ção”. “Estamos a mudar para uma cultura de regadio, mas estamos a cair nova-mente no perigo da monocultura, nome-adamente com o olival. É importante que haja uma diversificação das culturas. Para além desta aposta na romã, queremos que o concelho de Aljustrel se constitua uma verdadeira base para os hortícolas, os fru-tícolas, e para as novas produções que es-tão a ganhar expressão e mercado a nível

internacional. Já temos o maior amendoal da Europa aqui no concelho de Aljustrel”, defende o autarca.

Ao lado dos “novos” produtos, e não esquecendo a tradição, vão estar tam-bém importantes emblemas da região, como é o caso do pão, que volta a ter um espaço (Espaço do Pão) e uma programa-ção próprios. Entre um gaspacho cole-tivo; workshops de confeção de pão, e de pratos e sobremesas à base de pão; e vá-rios show cookings, com cozinheiros de renome nacional, como Carlos Capote, entre outros.

Ponto de encontro entre aljustrelen-ses, residentes e ausentes, que tem atraído à Vila Mineira, ao longo das últimas três edições, uma média que se situa entre os 25 e os 30 mil visitantes, a Feira do Campo Alentejano é também uma demonstração da veia solidária aljustrelense. Três dias que serão aproveitados para dar a conhe-cer as atividades de vários projetos sociais, nomeadamente a Universidade Sénior, o Animasénior, o Núcleo de Voluntariado e a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Aljustrel, entre outros, num to-tal de 200 pessoas envolvidas. Na ocasião, será também apresentada a nova Unidade Móvel de Saúde do concelho, que em breve entrará em pleno funcionamento.

Quanto aos serões e madrugadas mu-sicais, a oferta vai desde Chave d’Ouro e CC (Carlos Coincas), para hoje, até Miguel Gameiro e Jorge Roque, para amanhã, sá-bado, além dos DJ convidados para animar o Espaço Jovem.

Carla Ferreira

Certame decorre entre hoje e domingo, 10, em Aljustrel

Feira do Campo sob o signo do regadio

O projeto Iber Granatum, que será apresentado no âmbito da feira, é uma nova sociedade agrícola e industrial luso-espanhola nascida à volta da produção de romã, cultura que está a emergir no concelho.

Villa romana de Pisões temporariamente fechada ao público após reforma da única funcionáriaA villa romana de Pisões, um dos atrativos

turísticos do concelho de Beja, está

temporariamente fechada ao público, porque

a única funcionária se reformou e não foi

substituída “em tempo útil”, disse à Lusa fonte

do município. Segundo o vereador da Câmara

de Beja Miguel Góis, o fecho da villa deve-se

a “motivos de reorganização de recursos

humanos da responsabilidade” da Direção

Regional de Cultura do Alentejo” (Drcalen),

que gere o sítio arqueológico em parceria

com o município. A única funcionária da

Drcalen que trabalhava na villa há mais de

20 anos e que garantia a abertura ao público

do sítio reformou-se e a instituição “não

conseguiu” substituí-la “em tempo útil”,

explicou o autarca. Por isso, acrescentou,

a Drcalen fechou temporariamente a villa

e até que seja encontrada uma pessoa para

substituir a antiga funcionária e permitir a

reabertura do sítio ao público. Apesar de a

villa estar fechada, é possível visitar o sítio,

mas através de marcação prévia junto da

Drcalen ou da Divisão de Turismo da câmara,

informou Miguel Góis. Segundo o autarca, a

Drcalen está a elaborar um diagnóstico sobre

o estado de conservação da villa, que está num

“avançado estado de degradação”, apesar

de ser classificada como Imóvel de Interesse

Público desde 1970. O diagnóstico irá definir

medidas para requalificação da villa e

respetivas formas de financiamento, explicou.

Aproveitando o fecho da villa, a Câmara de

Beja irá, “a curto prazo”, fazer “pequenas

intervenções”, como limpeza e desmatação

do espaço e reimpressão dos painéis

informativos, para “minimizar o avançado

estado de degradação” do sítio, explicou.

Já uma “intervenção de requalificação

mais profunda”, que “será sempre da

responsabilidade do Estado”, só deverá

avançar depois da conclusão do diagnóstico

e quando o financiamento necessário estiver

assegurado, explicou. Ocupada no período

romano entre os séculos I a.C. e IV d.C., a

villa romana de Pisões, que foi descoberta

em 1967, durante trabalhos agrícolas que

colocaram à vista vestígios arqueológicos, é

considerada um “importante testemunho”

da presença romana no concelho de Beja.

JOSÉ

SER

RA

NO

O PS de Castro Verde encara a “atual situação de encerramento da

loja Coop Castrense” com “profunda preocupação”. Em comunicado

de imprensa, os socialistas lembram que “em causa estão perto de

três dezenas de postos de trabalho” e adiantam que “num cenário

de aumento do desemprego no nosso país, e num concelho cuja

base económica é pouco diversificada, este encerramento assume

contornos dramáticos”. “Independentemente das circunstâncias

particulares que estiveram na base da atual situação, sobre as quais

deverão ser os sócios a exigir cabal esclarecimento, o PS de Castro

Verde espera que na assembleia-geral agendada para o efeito surjam

soluções que vão ao encontro da manutenção da loja Coop e da

salvaguarda da maioria dos postos de trabalho”, conclui.

PS preocupado com fecho

da Coop Castrense

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07A Juventude Socialista de Beja criou o NES IPB – Núcleo de

Estudantes Socialistas do Instituto Politécnico de Beja, que visa “dar

voz aos estudantes do Instituto Politécnico de Beja, oferecendo-lhes

um espaço político de representatividade, debate e partilha de ideias

e de aprendizagem mutua”. Para além disso, “pretende-se que com

a criação do NES, haja um reforço efetivo da própria estrutura da JS

Beja, uma vez que assim poderá estar mais presente nos verdadeiros

desafios que o ensino superior apresenta e representa no atual estado

do País”. As eleições para a constituição do núcleo realizaram-se na

segunda-feira e elegeram como presidente António Semedo.

Criado Núcleo de Estudantes

Socialistas do IPBeja

Conselho geral da ANMP contra acordo com o Governo

“De vitória em vitória, até à derrota final”

A maioria dos membros do conselho geral da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), reu-nidos em Fátima, rejeitou o acordo assinado pelo con-selho diretivo, e convoca-ram um congresso extraordi-nário para este mês. António Tereno, presidente da Câmara de Barrancos, com assento neste órgão, falou ao “Diário do Alentejo” sobre o “péssimo negócio para os municípios”.

Texto Aníbal Fernandes

Com as eleições autárquicas cada vez mais próximas, e um ano após a entrada em

funções do Governo PSD/CDS, Pedro Passos Coelho vai enfren-tar um congresso extraordinário de municípios, apesar dos dois partidos da coligação governa-mental terem a maioria das câ-maras.

Esse facto não impediu que no último conselho geral a pro-posta de convocação da reu-nião magna tivesse mais votos do que o memorando de acordo aprovado pelo Governo e pela ANMP, que prevê uma linha de financiamento de mil milhões de

euros para fazer face às dívidas de curto prazo das autarquias.

No primeiro caso, 28 mem-bros votaram a favor, 10 contra e 11 abstiveram-se; e no segundo, 23 aprovaram o acordo assinado pela comissão diretiva, 10 rejei-taram-no e 16 abstiveram-se.

António Tereno, presente na reunião, disse ao “DA” que ao con-trário do que tem sido defendido por Fernando Ruas, presidente da ANMP, este “é um péssimo ne-gócio para os municípios” e mais um passo para o fim da “autono-mia financeira do Poder Local”.

O presidente da Câmara de Barrancos reclama que o con-gresso seja marcado “já para ju-nho” e revelou que mesmo alguns autarcas dos partidos do Governo estão contra este memorando.

Para além da linha de finan-ciamento já referida, em cima da mesa estão questões como a re-tenção dos cinco por cento do IMI, a Lei dos Compromissos, as verbas do QREN ou a restrutura-ção das freguesias, pontos que os autarcas consideram ser bloque-adores da atividade municipal. “Estão a tirar-nos tudo e mais al-guma coisa”, acusa Tereno, que diz estar “a aparar” no terreno as consequências das políticas

sociais do Governo.O presidente da Câmara de

Barrancos alerta ainda para o facto de a lei eleitoral para as au-tarquias estar a ser preparada “em segredo”, o que não deixa antever nada de bom, e teme que se esteja a entrar numa fase que seja “de vitória em vitória, até à derrota final”.

A s sem bleias municipais na

mira do Governo Os partidos do Governo querem que os deputa-dos municipais recebam senhas de presença “apenas por sessão”. Neste momento “há uma enorme disparidade de critérios e cada município tem pago à sua ma-neira”, diz Altino Bessa, depu-tado do CDS, que quer “clarifi-car” a situação.

A seu ver, “este é o momento oportuno para esclarecer de vez o sentido interpretativo da apli-cação da lei em todo o territó-rio nacional”, aproveitando a re-forma da administração local em curso para conseguir uma redu-ção entre 20 e 30 por cento no va-lor das senhas de presença.

Vários autarcas contactados pelo “DA” acham que esta inten-ção pode ajudar a agudizar a re-lação com os municípios.

Governo procura ideias para viabilizar aerogare bejense

Ramôa coordena grupo de trabalho sobre aeroporto

Oempresário João Paulo Ramôa vai coordenar o grupo de trabalho que

irá definir formas de rentabiliza-ção do aeroporto de Beja e que foi criado na terça-feira, 5, por des-pacho do secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.

Segundo o despacho, publicado em “Diário da República”, além de João Paulo Ramôa, que é militante do PSD, o grupo de trabalho será constituído por mais seis elemen-tos, cada um deles em representa-ção de seis entidades.

Trata-se da Força Aérea Por-tuguesa (FAP), da ANA – Aeroportos de Portugal, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, da Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral e da Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral Alentejo Litoral.

Os elementos representativos de cada uma das seis entidades deve-rão ser designados nos próximos dias e o grupo terá, desde terça-feira, 90 dias para “dar conhecimento à tutela das principais determinações e recomendações saídas dos traba-lhos que levará a cabo”.

Segundo o despacho, o grupo de trabalho tem como missão “revisitar os pressupostos de procura que estiveram na base do investimento” feito com a construção do aeroporto de Beja.

O grupo terá que “propor formas de rentabilização das vertentes civil e comercial [do aeroporto] adequadas à realidade do mercado” e para as quais exista “uma concreta manifestação de interesse por parte de com-panhias aéreas e outros agentes económicos” e “viabilidade do ponto de vista técnico, económico e financeiro para equilibrar os custos de opera-ção e manutenção” da infraestrutura.

O despacho justifica a criação do grupo de trabalho tendo em conta que “não se concretizaram” as “expectativas de procura que suportaram as decisões relativas” à construção do aeroporto de Beja, que implicou um investimento “avultado”.

Segundo o despacho, “atualmente” não existe “uma utilização que explore todo o potencial” do aeroporto de Beja e “permanece disponível uma capacidade aeroportuária que importa ver rentabilizada” para “ge-rar receitas que compensem os custos inerentes ao seu funcionamento” e “alavancar a economia e o tecido empresarial regional e nacional”.

João Paulo Ramôa (PSD) foi governador civil de Beja, entre 2002 e 2005, já presidiu à concelhia e à distrital de Beja dos sociais-democra-tas e foi vice-presidente da Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral Alentejo Litoral.

Baixo Alentejo “tem que encontrar a sua nova centralidade turística” “O Baixo Alentejo tem que en-contrar a sua nova centralidade turística”, que deve passar pelo Algarve. Esta foi uma das conclusões saídas de uma mesa re-donda promovida pelo deputado do PSD eleito pelo círculo de Beja com o objetivo de debater com várias entidades “a atual

situação e o futuro do Museu Regional de Beja, bem como os im-pactos que esta e outras situações estão a ter no turismo da re-gião”. Outra das ideias defendidas foi o desenvolvimento do con-ceito “Beja Capital da Arte Sacra”. Para o deputado, citado pela rádio Pax, o trabalho que está a ser desenvolvido nesta área “deve ser apoiado e potenciado”. Na sessão foi ainda sugerido,

pela Entidade Regional de Turismo, que se avançasse com “um plano de ordenamento e estratégico do turismo para o Baixo Alentejo”, disse Mário Simões, que adiantou também que o pre-sidente da Assembleia Distrital de Beja vai criar um grupo de tra-balho para “refletir” sobre a “constituição de uma entidade de base municipal e associativa para fazer a gestão do museu”.

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Socialistas e comunistas reagem ao fim dos trabalhos na A26 e IP2

Obras na autoestrada voltam a parar

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O s deputados Luís Pita Ameixa (PS) e João Ramos (PCP), eleitos por Beja, denunciaram novas para-

gens na construção da A26, entre Sines e Beja, e no IP2.

O deputado socialista afirma, em co-municado enviado à nossa redação, que “desde que o Governo PSD/CDS-PP tomou posse é já a segunda vez que ocorre a paragem das obras” incluídas na subconcessão rodovi-ária Baixo Alentejo. Já o comunista disse que estes cancelamentos são devido a dívidas de 180 milhões de euros.

João Ramos, em outubro de 2011, tinha

questionado o ministro da Economia sobre a situação das obras, e o Governo confirmou, na altura, que as subconcessões poderiam ser alvo de alterações a serem combinadas numa nego-ciação com o consórcio construtor. Os trabalhos viriam a ser retomados há dois meses atrás, de forma mitigada, e agora, segundo os deputados da oposição eleitos por Beja, pararam de vez.

Para Pita Ameixa, “a verificação nos locais de que as obras voltaram a parar não augura nada de bom e parece confirmar a desconsideração e o menosprezo do Governo em relação aos projetos de desenvolvimento do Baixo Alentejo”.

Também Aníbal Costa, presidente da

Câmara de Ferreira do Alentejo, na página do Facebook, deixou expresso o seu descontenta-mento: “Primeiro disseram que o aeroporto de Beja não devia ter sido construído, depois foi a falta de financiamento do Alqueva, e, agora, pa-raram as obras na A26 “, numa altura em que, segundo o autarca, “se continuava a comprar e expropriar terrenos e a contratar mais pessoal para se incrementar o ritmo de construção”.

Aníbal Costa conclui que “este governo não gosta mesmo nada do Baixo Alentejo” e, numa crítica ao “desgoverno” do País, la-menta o desperdício de “dinheiro e recursos que penalizam a região”.

PSD de Ourique diz que Pedro do Carmo “mentiu”A comissão política de Ourique do PSD reagiu com violência contra o autarca local, Pedro do Carmo, acusando-o repetidamente de “mentir” nas declarações que prestou à última edição do “Diário do Alentejo”. Em causa está o relatório da Inspeção-Geral da Administração Local que considera nulos os atos praticados pelo executivo ouriquense quanto ao licenciamento e construção da Unidade de Cuidados Integrados de Garvão, por alegada violação do PDM. O PSD de Ourique diz que Pedro do Carmo “mentiu” porque a aludida inspeção decorreu em 2009 e não em 2011 e porque, na reação ao relatório da IGAT, o autarca tinha dado conta que não havia “uma única causa de reparo ou censura”, na conduta dos eleitos. Pela contradição exposta, o PSD comunica que “a história faz-se com homens e mulheres sérios, honestos, que trabalham e lutam pelo seu povo, ao contrário do senhor, que é incompetente, não tem coragem de assumir as falhas, os seus erros, a sua falta de capacidade para gerir a autarquia”.

Conselho de administração da Ulsba tomou posse O novo conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) tomou posse na terça-feira, 5. Durante a cerimónia, o secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, citado pela rádio Pax, disse ser necessário “fazer melhor

com menos recursos” e referiu que a “situação financeira da Ulsba é muito difícil devido às evoluções menos positivas de 2010 e 2011”. O governante afirmou ainda que é preciso “atalhar isso, sem afetar a população” e disse acreditar que este conselho de administração vai conseguir “equilibrar” a situação financeira da

Ulsba. O conselho de administração é presidido por Margarida Silveira. A equipa integra ainda José Gaspar (vogal executivo), Emília Duro (diretora clínica na área hospitalar), Horácio Feiteiro (diretor clínico na área dos cuidados de saúde primários) e João Guerreiro (enfermeiro-diretor).

Perante a possibilidade de a Escola Básica do 1.º Ciclo

de Selmes, no concelho de Vidigueira, vir a encerrar, a

população da referida freguesia dedidiu criar a comissão

“Não ao encerramento da EB1 de Selmes”, que tem

como principal objetivo “a apresentação de propostas

que viabilizam a continuidade da existência deste

estabelecimento de ensino”. A comissão solicitou já uma

reunião, com carácter de urgência, à Direção Regional de

Educação do Alentejo, assim como um parecer ao Conselho

Municipal de Educação e ao conselho geral do Agrupamento

de Escolas de Vidigueira. Paralelamente, a comissão está

a levar a efeito um abaixo assinado junto da população.

População de Selmes contra encerramento

da EB1

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Biblioteca, salão multifunções e centro de dia

Novo Centro Multifacetado de Vidigueira

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XVI Feira Anual do Idosos em Albernoa Entre os dias 15 e 17, Albernoa recebe a XVI Feira Anual do Idoso, numa organização da junta de freguesia local. Do vasto po-grama destaque para a demonstração de exercícios de gi-nástica, pelo grupo de ginástica da freguesia promovido pela equipa de enfermeiros da Ulsba (dia 15, 18 e 15 horas), festa de

encerramento do ano letivo 2011/2012 da EB1 Albernoa (dia 15, 19 horas), inauguração dos percursos pedestres no âmbito do projeto “Põe-te a mexer em Albernoa” (dia 16, 9 horas) e atu-ações do Rancho Folclórico de Fronteira, dos grupos de música popular Pérolas do Gilão e Os Trigo Limpinho e do grupo de dan-ças sevilhanas Rosalis (dia 16). O programa reserva ainda uma

mostra e concurso de doçaria e gastronomia (dia 16, 19 horas), a atuação dos grupos corais os Bubedanas, Feminino Casa do Povo Nossa Senhora das Neves, Serões da Aldeia, de Trindade, As Douradas Espigas, de Albernoa, e grupo trio Canta Alentejo (dia 17, a partir das 15 horas) e animação musical com Francisco Borges (dia 15, 22 horas) e banda Essência (dia 16, 22 horas).

Atividades turísticas e desportivas, gastronomia, concertos,

espetáculos de teatro, cinema e colóquios marcam a Feira de Turismo

Ativo e Desportivo, que decorre até domingo, dia 10, em Vila Nova de

Milfontes (Odemira). A feira, promovida pela Câmara de Odemira, com

o apoio da Junta de Freguesia de Vila Nova de Milfontes, empresários,

associações e população local, visa promover as “potencialidades”

do território de Odemira para o turismo ativo e desportivo. O

Torneio Internacional Milfontes Beach Tennis, com a participação

de cerca de 50 tenistas de vários países, uma etapa do Campeonato

Nacional de Kayak Mar, passeios de barco e canoagem no rio Mira,

aulas de surf e bodyboard, colóquios sobre BTT e pedestrianismo

e o concerto dos Virgem Suta são algumas das ofertas da feira.

Feira de Turismo Ativo e Desportivo em Milfontes

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Três edifícios da rua Longa, outrora cen-tro nevrálgico da vida económica e co-mercial de Vidigueira, estão agora

reunidos no novo Centro Multifacetado, inau-gurado no passado dia 1, data em que também se assinalaram os 500 anos da entrega do fo-ral à vila. Trata-se de uma obra que resultou de um projeto de regeneração urbana, no sentido de contrariar o processo de “desertificação” que vinha afetando a zona, que já foi a “mais importante” de Vidigueira, lembra o presi-dente do município, Manuel Narra.

O novo equipamento, que representou um investimento de dois milhões de euros, finan-ciado a 80 por cento por uma candidatura ao InAlentejo, apresentada em 2008, passa a reu-nir as valências de biblioteca, salão multifunções e centro de dia. O acervo bibliográfico, instalado num edifício “antigo e mais pequeno”, foi todo

ele transferido para o novo espaço, tendo-se-lhe acrescentado a componente multimédia e das novas tecnologias da informação, de que a biblio-teca municipal ainda não dispunha. No primeiro andar, o Centro Multifacetado dispõe de um es-paço para acolher eventos culturais, que pretende de algum modo recriar e homenagear a dinâ-mica do Círculo Operário Vidigueirense, socie-dade recreativa que ali tinha a sua sede. Este sa-lão funcionará, na maior parte do tempo, “como auditório da câmara municipal”, informa o au-tarca, recordando o seu debute, na última sexta-feira, 1, com uma peça de teatro para a infância e um concerto de jazz.

Por último, o Centro Multifacetado aco-lherá uma valência social, funcionando como centro de dia da câmara municipal e refeitó-rio onde são fornecidas refeições às populações carenciadas.

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Projeto contempla classes de ginástica e construção de pedovia e de parque geriátrico

Baleizão é amiga das pessoas idosas Classes de ginástica dirigidas a utentes “com risco metabólico elevado (asso-ciações de várias patologias)”, criação de um grupo de voluntariado e a cons-trução de uma pedovia e de um parque geriátrico são alguns projetos que pre-tendem transformar Baleizão numa “al-deia amiga das pessoas idosas”.

Texto Nélia Pedrosa Foto José Serrano

Baleizão é desde março último uma al-deia amiga das pessoas idosas, no âm-bito de um projeto promovido pela

Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) e que visa “estimular o envelhecimento ativo, através da criação de condições de saúde, participação e segurança, que proporcionem apoio e capacitação, reforçando a qualidade de vida durante o processo de envelhecimento”.

O projeto, da autoria do enfermeiro especia-lista em enfermagem comunitária Luís Rosa e inspirado no Guia Global das Cidades Amigas das Pessoas Idosas da Organização Mundial de Saúde, arrancou há cerca de três meses com um programa de atividade física dirigido a uten-tes “com risco metabólico elevado (associações de várias patologias)”. Ao todo são 45 pessoas, com mais de 55 anos, divididas em dois gru-pos com mobilidade diferente, sendo que as au-las, financiadas pela Casa do Povo de Baleizão e pela junta de freguesia local, estão a cargo de uma professora de educação física.

“Era tudo pessoal que estava parado. A maior parte destas pessoas tem um risco meta-bólico muito elevado, tem um conjunto de do-enças que já lhes dificulta muito a vida, por-tanto não são pessoas saudáveis, são pessoas doentes, e eu fui buscar estas pessoas por-que acho que são aquelas que mais precisam”,

Envelhecimento ativo O protejo arrancou em março com aulas de ginástica para utentes com risco metabólico elevado

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explica Luís Rosa – que há cinco anos integra a equipa de saúde que se desloca a Baleizão –, adiantando que o projeto surgiu na sequência de uma especialização em enfermagem comu-nitária e de um mestrado na mesma área.

Os utentes que frequentam as classes de gi-nástica foram sujeitos “a uma avaliação inicial do seu estado de saúde” e quinzenalmente perto de 15 participam também na consulta de risco metabólico, realizada em grupo pela equipa de saúde em colaboração com a nutricionista da

Ulsba. Decorridos três meses, o gestor do pro-jeto assegura que os resultados já se fazem sen-tir. “Nestas consultas já falámos da diabetes, de nutrição, e as pessoas já têm mais noção dos problemas que podem vir a ter e dos cuidados que devem ter com a alimentação. Dizem-nos que se sentem com mais mobilidade, com mais destreza, por causa da ginástica que praticam, e na consulta habitual, onde já iam antes de o projeto ter início, já se nota que há muita gente a perder algum peso”.

O projeto “Baleizão – Aldeia amiga das pes-soas idosas”, que integra cinco áreas de inter-venção – espaços exteriores e edifícios, parti-cipação social, apoio comunitário e serviços de saúde, respeito e inclusão social e habitação –, contempla ainda a criação de um grupo de vo-luntariado que deverá começar a deslocar-se dentro de um mês a casa dos “idosos que se en-contram sós”. Nesta fase de arranque serão visi-tados 15 utentes, mas Luís Rosa garante que “há mais pessoas a necessitar”.

Para breve está ainda previsto o início da construção de um parque geriátrico e de uma pedovia com a extensão de um quilómetro, “dois projetos mais ambiciosos”, frisa o enfer-meiro. O parque geriátrico, instalado ao lado do parque infantil, permitirá “que os idosos se exercitem em condições de segurança, apro-veitando muitas vezes o passeio com os netos, numa perspetiva de estimular as relações entre gerações”, esclarece Luís Rosa. A pedovia pos-sibilitará “que se pratique a marcha em condi-ções ótimas para os idosos que habitualmente

apresentam dificuldades de mobilidade”. “Ainda não há datas para a sua conclusão,

mas o que eu quero é que a pedovia e o parque sejam feitos. O que acordámos nas reuniões [com os parceiros do projeto] é que entre a junta de freguesia, que tem máquinas e trabalhado-res, e a câmara municipal, que tem máquinas, trabalhadores e materiais, as coisas se iriam fa-zendo. Há já a promessa de que quando for a se-mana aberta em Baleizão, promovida pela câ-mara, a primeira fase da pedovia arrancará”, esclarece o enfermeiro.

Em relação ao parque geriátrico, adianta, “já está acordado que a Casa do Povo vai ad-quirir dois aparelhos e a Juta de Freguesia ini-cialmente um”: “Não sei se mais tarde con-seguiremos mais, mas para já três é ótimo”, acrescenta Luís Rosa, frisando que o projeto “Baleizão – Aldeia amiga das pessoas idosas” beneficia “toda a localidade, não só os ido-sos”: “O parque geriátrico pode ser utilizado por qualquer pessoa que tenha dificuldades de mobilidade, a pedovia está aberta a toda a gente e se houver arranjos nas ruas a popula-ção também beneficia…”.

O projeto será avaliado ao fim de seis me-ses e ao fim de um ano. Luís Rosa espera que os “resultados sejam positivos”, para que consiga “convencer as entidades parceiras” a aumenta-rem a oferta dos serviços disponibilizados, no-meadamente o número de classes de ginástica. “Para já os grupos estão cheios, estes 45 utentes estão no topo das prioridades, mas há mais pes-soas a necessitar”, conclui.

Os primeiros passos para a concretização do projeto “Baleizão – Aldeia amiga

das pessoas idosas” foram dados em 2010 com a realização de um diagnóstico

de saúde à população, no âmbito de uma especialização em enfermagem

comunitária, que Luís Rosa frequentava na Escola Superior de Saúde de

Beja. As conclusões do diagnóstico vieram confirmar o que já sabia: “Muita

tristeza, muita solidão, muita queda, porque as ruas são muito desniveladas e

as casas têm normalmente poiais no seu interior, e um risco metabólico muito

elevado, que é o tal conjunto de várias doenças, obesidade, diabetes, colesterol,

hipertensão, problemas coronários, osteoporoses…”, diz, adiantando que

o projeto nasceu da sua “vontade pessoal de pôr em prática atividades que

contrariem o sedentarismo e contribuam para o envelhecimento ativo da

população”. Elaborado o projeto e aprovado pelo conselho de administração

da Ulsba, a sua entidade empregadora, Luís Rosa “partiu para o terreno”,

contactando os vários parceiros, que se mostraram “de uma abertura extrema”.

Solidão,quedas e risco

metabólico elevado

é o número de utentes abrangidos atualmente pelo

programa de atividade física dirigido a pessoas “com risco

metabólico elevado (associações de várias patologias)”.45

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Dia Mundial dos Oceanos assinala-se hoje

A pé pela Rota VicentinaO “Diário do Alentejo” comemora o Dia Mundial dos Oceanos junto ao Atlântico. Numa viagem pela Rota Vicentina, percurso pedes-tre inaugurado recentemente, desvendando os trilhos que estão para percorrer a sudoeste. No dia em que se celebram os oceanos só se poderia seguir um caminho: O “Trilho dos Pescadores”.

Texto Bruna Soares

Fotos José Serrano

Mar, mar a perder de vista. É esta a proposta da Rota Vicentina, um percurso

pedestre ao longo da costa sudoeste de Portugal, para quem opta por se-guir o “Trilho dos Pescadores”. E no Dia Mundial dos Oceanos, que se assinala hoje, dia 8, o “Diário do Alentejo” embarca nesta viagem, junto Atlântico, a pé.

Mas antes, antes da partida, es-paço para algumas explicações. “A Rota Vicentina resulta da seleção e si-nalização de trilhos e caminhos exis-tentes, utilizados pelas populações lo-cais, que combinados formam um itinerário com mais de 340 quilóme-tros”, explica a equipa de coordena-ção da Rota Vicentina.

Para já, no entanto, a Rota Vicentina apenas oferece troços assi-nalados ao longo de 200 quilómetros, entre Santiago do Cacém e Odeceixe. Mas brevemente chegará aos tais 340 quilómetros, estendendo-se até ao cabo de São Vicente.

O projeto, que representa um in-vestimento de 540 mil euros, com-participado por fundos comuni-tários, conta com a colaboração das associações Casas Brancas e Almargem, municípios lo-cais, Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, Turismos do Alentejo e Algarve, Polis Litoral Sudoeste e Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal.

Formada pelo “Caminho

Histórico” e o “Trilho dos Pescadores”, a Rota Vicentina, segundo a sua equipa de coordenação, “propõe uma vivência única destes dois mundos, entre uma cultura rural viva e autên-tica e uma costa surpreendentemente selvagem”. Até porque, “a beleza da paisagem, o património natural, his-tórico e cultural, os recursos turís-ticos e a natureza pública dos cami-nhos foram os principais critérios seguidos no processo de escolha do itinerário”.

Sigamos então viagem. Porto Covo, no concelho de Sines, é o local de partida. Junto ao mercado muni-cipal encontramos a primeira indica-ção. Não há que enganar e descemos ao largo Marquês de Pombal, onde se encontra uma nova informação. E de-pois outra e, por fim, uma cruz que nos indica que estamos a seguir a di-reção errada.

Voltamos atrás. Percebemos onde nos perdemos e encontramos o ca-minho certo e ao longe já se avistam os barcos que repousam no pequeno porto. O mar, as arribas, as dunas.

Estamos junto ao mar e a partir de agora é seguir viagem. Estamos sem dúvida no “Trilho dos Pescadores”, com o Atlântico aos pés.

No porto não se avistam pesca-dores. Apenas os barcos que balan-çam ao sabor da ondulação. O trilho segue, como não poderia deixar de ser, junto ao mar, por caminhos e ve-redas, entre a fauna e a flora da Costa Vicentina. Quem está em terra, e co-nhece estas paragens como as palmas da mão, indica o percurso a seguir aos caminhantes. Afinal, é o mesmo ca-minho tantas vezes usado por pes-cadores e locais para encurtarem distâncias, para terem acesso a pes-queiros e praias.

“Trata-se de um single track que se percorre apenas a pé, ao longo das falésias e mais exigente do ponto de vista físico. Um desa-fio ao contacto permanente com o vento do mar, à rudeza da paisagem costeira e à presença de uma natu-reza selvagem e persistente”, ex-plica a equipa da Rota Vicentina. Pelo caminho quatro etapas e cinco

percursos complementares. Porto Covo avista-se cada vez

mais ao longe e, pelos trilhos, as gai-votas como companhia, o barulho do mar e do vento, que se atravessa entre as plantas autóctones que preenchem o chão. Pelo caminho, outros viajan-tes, e nas praias os veraneantes a apa-nhar sol, estendidos à beira mar.

Mas quais os objetivos desta Rota Vicentina? São muitos, até porque esta é uma iniciativa que pretende “contri-buir de forma inequívoca para um modelo de desenvolvimento susten-tável de uma região simultaneamente bem preservada e em rápida evolu-ção”, como explica a equipa que coor-dena o projeto. E, neste sentido, pode afirmar “a região como destino in-ternacional de turismo de natureza”, “envolver a comunidade (empresá-rios, instituições e habitantes) num projeto de desenvolvimento comum e economicamente viável” e “trazer novos clientes para várias atividades já em funcionamento, potenciando novos negócios e serviços indiretos”. Por fim, permite ainda “controlar pi-soteio livre em áreas ambientalmente sensíveis”.

Ao longe avista-se a ilha do Pessegueiro e o mar sempre ao lado. A sinalética encontrada ao longo do percurso não deixa margem para dú-vidas. É este o caminho que nos le-vará ao Forte. Uma vez lá chegados há outra placa que deixa perceber quan-tos quilómetros faltam até Vila Nova de Milfontes: 16,5.

Aqui, no entanto, há outra opção de percurso: o “Caminho Histórico”. “Percorre as principais vilas e aldeias num itinerário rural com vários sé-culos de história. Constituído maio-ritariamente por caminhos rurais”. Trata-se de uma clássica Grande Rota (GR), totalmente percorrível por BTT, com troços de montado, serra, va-les, rios e ribeiras, numa viagem pelo tempo, pela cultura local e pelos tri-lhos da natureza. Inclui um total de 13 etapas.

No dia dos oceanos seguimos via-gem, junto ao mar.

“A Rota Vicentina resulta da seleção e sinalização de trilhos e caminhos existentes, utilizados pelas populações locais, que combinados formam um itinerário com mais de 340 quilómetros”.

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EditorialPortugalPaulo Barriga

Hoje é Dia dos Oceanos. Depois de amanhã é Dia de Portugal. Por esta

oca sião é impossível não relem-brar a grande mentira que nos pregaram todos os governos da Nação da chamada “época de ouro”. De Cavaco, aos fujões Guterres e Barroso. Que nos ilu-diram, abanando os maços de notas que chegavam de Bruxelas aos fardos, com a ideia de que éramos ricos. Por fim, Portugal descobrira a rota da fortuna. Qual pimenta da Índia, qual ouro do Brasil, quais escravos africa-nos. Sem botar uma única tábua a f lutuar no oceano, Portugal desvendara os labirínticos cami-nhos para o Eldorado. Que afi-nal estava aqui tão perto. Bem no coração da Europa. A concre-tização da Exposição Mundial de Lisboa, em 1998, era o apogeu dessa era de fartura. Portugal mostrava ao mundo a abastança do seu novo novo-riquismo. A sua cegueira. O seu delírio co-letivo inspirado no dinheiro fá-cil mas envenenado que recolhia aos magotes junto dos novos amigos europeus. Numa bebe-deira coletiva sem precedentes. Por fim ricos. Por fim membros de pleno direito do restrito clube do “primeiro mundo”. E a todos mostrávamos a nossa suposta vocação atlântica. Um misto de profecia bandarrista, de enu-blado sebastiânico, de jangada de pedra. Quando, isso sim, tí-nhamos acabado de trilhar, pela primeira vez na nossa História, os atalhos terrestres para a des-graça. De olhos vendados. E a marchar alegremente sobre a ponte dos rejeitados. Jorge Palma, numa das suas mais su-blimes canções, fala disso: Ai Portugal, do que estás à espera? Tens um pé numa galera. E o ou-tro no fundo do mar. Portugal. O sublime promontório onde a Europa nunca se assomou. Longínquo e soalheiro. Onde a Europa nunca se quis assomar. Pobre e demorado. A não ser em tempos de saque. Como agora acontece tão exuberantemente. Portugal com um pé numa ga-lera. Portugal com o outro pé no fundo do mar. Naufragado nas tormentas da velha Europa. Tal como em tempos Sepúlveda su-cumbiu nas costas de África.

“Pois é Pedro do Carmo, a história faz-se com homens e mulheres sérios, honestos, que trabalham e lutam pelo seu povo, ao contrário do senhor, que é um incompetente, não tem coragem de assumir as falhas, os seus erros, a sua falta de capacidade para gerir a Autarquia, depois tenta atirar a culpa para cima dos outros”.

Rui Brito, presidente da concelhia de Ourique do PSD, em comunicado de imprensa

Joaquim Jaca,

63 anos, reformado do comércioAcho que sim. Porque são co-memorações que já vêm de há muito tempo. Vejo o futuro do País mau, mau. Ninguém se entende. E assim não va-mos a parte nenhuma. O Mourinho é quem repre-senta melhor o nosso país.

Hugo Viriato,

35 anos, empregado de mesaFaz todo o sentido. É o dia do nosso país, o Dia de Camões, por isso… Vamos ver o que o futuro nos reserva. Mas não sei o que é que isto vai dar. Isto ora anda de trás para a frente, como da frente para trás. Quem melhor simboliza hoje Portugal é o Mourinho.

Ricardo Borges,

34 anos, irmão franciscanoSim. Para além de lembramos Camões, festejamos aquilo que é nosso, a nossa nacionalidade. O País está a passar por uma fase menos boa, mas é preciso acreditar num futuro melhor. Siza Vieira é um bom exem-plo do que o povo português pode fazer. Tem levado a nossa cultura ao mundo inteiro.

Lídia Fernandes,

37 anos, desempregada Se servir para reconhecer a di-versidade cultural que marca a história portuguesa, sim. O fu-turo de Portugal é muito in-certo. Há muita instabilidade económica. E muito desem-prego. Zeca Afonso é uma fi-gura marcante do nosso país. As histórias que inventou há 30 anos continuam atuais.

Voz do povo Faz sentido comemorar o “Dia de Portugal”? Inquérito de José Serrano

Vice-versa“Sofremos uma denúncia do PSD local que pedia a minha perda de mandato. Agora vejo com grande estupefação, mas sem surpresa, que a história se volta a repetir. Mas tenho a certeza que o tribunal nos dará razão em ambos os casos”.

Pedro do Carmo, presidente da Câmara de Ourique, sobre as inspeções da IGAT à autarquia

Fotonotícia Pinheiro monumental. Ainda é um jovem mas já está classificado entre as árvores mais importantes de Por-

tugal. O pinheiro-wollemi, que está plantado no Jardim Público de Beja, foi recentemente classificado pela Autoridade Florestal Nacional

como árvore de interesse público. O que equivale, no património edificado, à classificação de monumento nacional. Isto porque se trata de

um exemplar raríssimo no mundo e único em Portugal. Existindo apenas 100 indivíduos adultos da sua espécie em estado selvagem. Uma,

mais uma, boa razão para visitar o jardim de Beja, agora que os dias são maiores e mais amenos. PB Foto de José Ferrolho

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Rede social

Quando foi criada a Ideias em Comum

e quais são os seus objetivos?

A Ideias em Comum é uma associação cultural criada em Beja, no início deste ano, por um grupo de pessoas que, volta e meia, se encontravam a discutir os de-safios e as potencialidades do Alentejo, e em particular de Beja. Considerávamos que podíamos dar o nosso contributo ao nível da dinâmica cultural mas, sobre-tudo, do incentivo à participação ativa das pessoas na vida da cidade, do traba-lho colaborativo e em rede. Acreditamos que trabalhar em conjunto, partilhar ideias, tarefas e responsabilidades é uma forma de perseguirmos propósi-tos comuns. São esses os nossos prin-cipais objetivos: dinamizar atividades culturais, incentivar as pessoas a parti-cipar e promover o espaço e as práticas comunitárias enquanto forma de cres-cimento, da cidade e das pessoas.

Que tipo de atividades vai desenvolver

e a que públicos se destinam?

A primeira atividade da associação é um programa de ocupação criativa de tempos livres: “Férias a rasgar”. Terá lu-gar entre 18 de junho e 13 de julho, em Beja, é dirigido a crianças dos seis aos 14 anos e envolve vários artistas (da dança, teatro, artes plásticas, fotografia, mú-sica, etc), sobretudo locais. É a nossa forma de estimular a expressividade e a criatividade dos mais novos e, ao mesmo tempo, de divulgar os artistas locais e também o património da cidade (temos atividades a decorrer em vários espaços históricos). Até ao fim do ano estamos a preparar a realização de dois workshops dirigidos a jovens e adultos (teatro e fotografia), um ciclo de deba-tes a que chamaremos “Conversas em Comum”, com temas em torno de Beja e do Alentejo, um seminário sobre o asso-ciativismo e mais “Férias a rasgar” pela altura do Natal. O primeiro debate já está marcado: “Cooperativas para quê? – Perspetivas e desafios do setor coope-rativo”. Será no próximo dia 23, pelas 22 horas, n’ Os Infantes.

A Ideias em Comum já estabeleceu ou

vai estabelecer protocolos de colabo-

ração com outras entidades?

Sim, estamos disponíveis e recetivos à colaboração com outras entidades. Como referi, acreditamos que trabalhar em rede e em processos colaborativos tem um enorme potencial, na medida em que permite que, com o contributo de todos, se faça mais do que uma en-tidade conseguiria fazer isoladamente. Sabemos também que, nos tempos que correm, e tendo em conta as dificulda-des por que passam muitas associações, coletividades e outras organizações, tra-balhar em conjunto é fundamental para trilhar novos caminhos para o movi-mento associativo. Nélia Pedrosa

3 perguntasa Ana

OliveiraAtriz e formadora. Membro

da direção da Ideias em Comum

Semana passada

DIA 1, SEXTA-FEIRA

MOURA LIVRO INFANTIL CONTA A VIDA E AS AMEAÇAS DE DUAS ESPÉCIES EM PERIGO

O projeto “Habitat Lince Abutre” lançou um livro infantil que conta como é a vida do lince-ibérico e do abutre-preto nos bosques mediterrânicos e que ameaças as duas espécies criticamente em perigo enfrentam em Portugal. O livro As Aventuras de Manchas

& Bui, que conta a história do Manchas (um lince-ibérico) e do Bui (um abutre-preto), vai ser distribuído essencialmente a crianças dos 1.º e 2.º ciclos da área de implementação do projeto, ou seja, as zonas de Moura, Mourão e Barrancos, do Vale do Guadiana e da Serra do Caldeirão. Através do livro, pretende-se “sensibilizar os mais novos para as questões ambientais e para a importância da conservação” do lince-ibérico e do abutre-preto e da paisagem mediterrânica, explica a Liga para a Proteção da Natureza (LPN), que coordena o projeto.

ÉVORA TRIBUNAL DECRETA PRISÃO PREVENTIVA DE SUSPEITO DE HOMICÍDIO DE IRMÃ

O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Évora decretou a prisão preventiva do homem suspeito de ter assassinado uma irmã, alegadamente por desavenças relacionadas com partilhas, revelou à Lusa fonte policial. A medida de coação mais grave foi aplicada pelo juiz de instrução criminal, depois do interrogatório realizado no TIC de Évora. O homem, de 42 anos, é suspeito de ter assassinado à facada uma irmã, Ana Bívar, de 51 anos, subdiretora do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico, devido a questões familiares relacionadas com partilhas, depois de ter atropelado a vítima e uma outra irmã, mais nova. Após o crime, ocorrido na quarta-feira, 30 de maio, à noite em Évora, o suspeito encetou fuga, mas entregou-se no dia seguinte num posto da GNR na zona de Alenquer, a sua área de residência, depois de “pressionado por pessoas próximas”, segundo fontes policiais. O homicídio ocorreu depois de o Tribunal de Évora, por iniciativa das duas irmãs, ter revogado uma procuração que o suspeito tinha para representar a mãe em negócios, avançaram as fontes policiais.

DIA 2, SÁBADO

SERPA PISCINAS MUNICIPAIS ABRIRAM

As piscinas municipais da cidade de Serpa e da vila de Pias abriram ao público no sábado e vão funcionar de terça-feira a domingo entre as 10 e as 19 e 45 horas. Segundo a câmara municipal, trata-se de “uma das melhores notícias para os mais novos e também para os graúdos e famílias”, que, com as piscinas abertas, “passam a ter mais uma alternativa” para os tempos de lazer.

DIA 5, TERÇA-FEIRA

OURIQUE CÂMARA COMPARTICIPA MEDICAMENTOS A IDOSOS E CARENCIADOS

A Câmara Municipal de Ourique mantém a sua política de apoio social alargada a várias medidas, entre as quais a comparticipação municipal de medicamentos, dirigida a idosos e pensionistas carenciados. A autarquia cumpriu o pagamento de mais uma fase desse projeto, no valor de 26 000 euros, anunciou a mesma. Desta forma, “a Câmara Municipal de Ourique promove um apoio importante na melhoria dos cuidados médicos e tratamentos, num momento em que se acentuam as dificuldades nos rendimentos pessoais da população”. Esta medida “revela uma preocupação constante no apoio social aos cidadãos mais carenciados e é ainda reforçada com outros projetos sociais em curso no município nas áreas da mobilidade e de transporte de doentes a consultas médicas”, conclui.

MONTEMOR HOTEL DO ALENTEJO É O ÚNICO PORTUGUÊS ENTRE OS 50 MELHORES DO MUNDO

O hotel L’And Vineyards, de cinco estrelas, situado numa herdade perto de Montemor-o-Novo, é a única unidade portuguesa na lista dos 50 melhores novos hotéis do Mundo para 2012, elaborada por uma revista norte-americana. Na sua edição deste mês, a publicação “Travel and Leisure” divulga a lista dos 50 melhores novos hotéis do Mundo para 2012 (The Best New Hotels 2012), elaborada a partir da votação dos leitores da revista.“Para nós é importante que as revistas de referência do setor do turismo valorizem o projeto L’And Vineyards”, realçou José Cunhal Sendim, diretor executivo da Sousa Cunhal Turismo, que detém o hotel.

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Brincar no dia que é para levar muito a sérioAs crianças do concelho de Beja, entre variadíssimas iniciativas espalhadas pela cidade, comemoraram o seu Dia, 1 de junho, no Jardim Público. E mesmo com a chegada de algumas pingas repentinas, nada impediu que a criançada fizesse o que melhor sabe e pode fazer: brincar!

O “DA” também foi criança no dia certoFoi recatada, a festa, mas foi intenso e sentido o convívio que o “Diário do Alentejo” promoveu no dia da comemoração dos seus 80 anos de existência. Equipa da redação, colaboradores, autarcas e amigos brindaram ao jornal com uma bela taça de tinto Paço do Conde.

Mais vale selo do que parece-loNa passada sexta-feira, os CTT instalaram um posto de correios no CCD do Hospital de Beja. Lá onde havia uma mostra filatélica evocativa dos 80 anos do “Diário do Alentejo”. E onde foi posto a circular um carimbo comemorativo da efeméride e um selo próprio.

Olhar a atualidade por dentro dum caleidoscópioNa passada segunda-feira, na Vovó Joaquina, foi lançado o livro Caleidoscópio 11211, de Ana Paula Figueira. Trata-se de uma coleção com as crónicas que esta nossa colaboradora publicou no “DA” ao longo de 2011. Acompanhadas por belas ilustrações de Pedro Emanuel Santos.

Crianças de Vidigueira tiveram festa de arrombaNão apenas pela celebração efusiva do seu Dia, mas porque a autarquia local inaugurou na passada sexta-feira o Centro Multifacetado. Um espaço cultural e recreativo com funções múltiplas que muito vai enriquecer a população local.

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OpiniãoUm hinoao PortuguêsLuís Covas Lima Bancário

Hoje, sábado, dia 2 de ju-nho, dia em que a Seleção Portuguesa joga contra a Turquia, tarde em que mi-lhares de portugueses se dirigem ao estádio, eu in-cluído, não esqueço o que se passou no f im de se-mana passado, a ltura em que decorreu a campanha

do Banco Alimentar Contra a Fome e durante a qual senti um orgulho enorme, quase gigantesco em ser Português – cidadão nascido e criado em Portugal, a trabalhar em Portugal, com família em Portugal, com f i lhas a estudar em escolas públicas portuguesas e com um objetivo de vida de ver este país crescer para que as minhas filhas não tenham, um dia mais tarde, de partir…

Sim, somos um país pequeno, encastrado entre o mar e uma potência bem maior do que nós; sim, so-mos um país a passar por sérias dif iculdades econó-micas, sociais e até políticas; sim, somos um país onde nem tudo funciona bem, onde muito se reclama e onde muito mais há a fazer para o melhorar…

Mas, acima de tudo, somos um país onde a huma-nidade, o humanismo e a preocupação com o próximo impera! A campanha desse f im de semana do Banco Alimentar Contra a Fome é demonstrativa disso – po-demos estar todos a passar por graves e desgastantes dif iculdades mas, no momento certo, somos capazes de contribuir para a angariação de quase 3 000 tone-ladas de alimentos que sabemos irão matar a fome a alguns milhares de cidadãos portugueses, somos ca-pazes de nos juntar no número de 37 mil voluntários para ajudar no esforço de organização desta campa-nha! Desculpem… mas quando olho para estes núme-ros o meu orgulho em ser Português é inversamente proporcional ao tamanho do nosso país!

Orgulho-me dos voluntários que trabalharam nesta campanha e de todos aqueles que trabalham em outras das quais não temos conhecimento, porque não são di-vulgadas! Orgulho-me de todos os idosos que, com o peso da vida e dos dias difíceis, continuam a sor-rir, orgulho-me dos jovens que, apesar de perderem as bolsas de estudo, persistem em arranjar um emprego precário para terminarem a sua licenciatura, orgulho-me da nossa juventude que, apesar de vislumbrar to-das as dificuldades, teima em querer viver e trabalhar em Portugal, orgulho-me de todos aqueles que traba-lham, seja no que for, para pôr este país a andar, or-gulho-me tremendamente de todos aqueles que, sem culpa alguma, perderam o seu emprego mas não per-deram a esperança de um dia virem a conseguir um outro trabalho, seja ele qual for… Orgulho-me de ser-mos capazes de nos ajudarmos uns aos outros nas pio-res alturas!

Por tudo isso, e por muito mais, orgulho-me em ser Português e esse é um sentimento que teimo em não querer perder! São dias e acontecimentos como estes que contribuem para que eu não perca nunca esse meu sentimento. No f im… desejo ardentemente que mui-tos portugueses sintam o mesmo que eu e que não dei-xem nunca de o sentir – o orgulho em ser Português.

Borgase baldasRuy Ventura Poeta e ensaísta

Faz agora um ano que me vi obrigado, por dever familiar, a assistir à “bên-ção das pastas” celebrada no relvado da Cidade Universitária de Lisboa pelo cardeal-patriarca D. José da Cruz Policarpo. Jurei que nunca mais lá po-rei os pés. Nem celebração, nem bên-ção, nem qualquer coisa definida me pareceu tal aglomeração da espécie humana. Missa terá sido, mas para

poucos, pois noventa por cento virou-lhe as costas. Festa, tal-vez, na ingenuidade de quem deita foguetes antes de ter direito à alegria da concretização e de quem esquece, por momentos, que aquele dia não é um fim, mas um começo. Tive a certeza de que a maior parte dos assistentes preferiria estar no mesmo local, mas a assistir a um concerto de certo cantor brejeiro do norte de Portugal, enfrascando umas imperiais e fumando uns charros…

Confrontando-me com este cenário, recordei com iró-nica nostalgia a letra de um “hino do estudante” que os alu-nos da Escola Superior de Educação de Portalegre costumam entoar: “Os pontos requerem estudo,/ mas tu não estás nessa onda,/ tu só queres é café, é café, é vadiagem.../ É vadiagem pela noite e muitas baldas pelo dia,/ o estudo aperta e o curso é uma utopia.”

Não sei se noutras instituições do Ensino Superior os estu-dantes costumam cantar pérolas deste quilate. Não tenho, con-tudo, grandes dúvidas ao afirmar que o “espírito académico” apresentado pela letra é comum a uma grande percentagem dos alunos das nossas universidades e institutos politécnicos.

Vindos de um clima laxista que se instalou no sistema edu-cativo português, muitos dos jovens que entram no Ensino Superior desejam apenas serem “estudantes”, sem vontade al-guma de estudarem. Sabe que o estudo é sinónimo de esforço e exigência – realidades a que não querem adaptar-se, vindos de doze anos de escolaridade em que podem ter “empinado” con-teúdos, mas pouco trabalharam para terem um pensamento crítico e informado sobre o mundo que os rodeia.

Chamar-me-ão pessimista – mas basta lermos com uma atenção mínima as estatísticas que por aí pululam para chegar-mos a estas conclusões. Junto a esta leitura a experiência que guardo dos anos que lecionei no Ensino Superior, recheada de exemplos de alunos cujo único objetivo era a aquisição do “ca-nudo” com o mínimo trabalho - pois à frente da aquisição de um conhecimento enraizado estava sempre uma outra meta: viver a “vida académica”... E qualquer pessoa conhecedora do significado desta expressão sabe quais são os seus sinónimos: “vadiagem pela noite e muitas baldas pelo dia”, como diz a le-tra acima citada, quantas e quantas vezes com álcool (e drogas) à mistura.

Não tomo a nuvem por Juno. Sei que existem milhares de alunos nas nossas universidades e institutos que se esforçam por aprender e enriquecer os seus conhecimentos. De igual modo, o conhecimento que tenho de algumas instituições leva-me a dizer que as baldas e as borgas dos estudantes são apenas um elemento da face negra da sua existência; há que considerar também a contratação duvidosa de professores, a gestão clien-telar de alguns departamentos na elaboração dos currículos dos cursos e na planificação pedagógica das disciplinas. Mas a realidade é o que é e basta conviver uns tempos numa des-sas comunidades universitárias para observar comportamen-tos que confirmam quanto digo (e não sou o único a dizê-lo).

Neste âmbito, nunca esquecerei a frase dita há alguns anos

por uma amiga minha, portuguesa que então estudava na Universidade de Paris-Nanterre: “Mas esta gente anda na uni-versidade para estudar ou para passar o tempo em bares, em discotecas, em concertos de música pimba, em desfiles e em carnavais?”.

Pedro de Alcântara,o rei Bem-AmadoBeja Santos Defesa do consumidor

Ruben Andresen Leitão (que usava o pseudónimo literário de Ruben A.), romancista, dramaturgo e his-toriador, é autor de duas obras mo-numentais da literatura A Torre de Barbela (1964) e O Mundo à Minha Procura (1964/1968). Cedo se sentiu atraído pela personalidade excecio-nal de D. Pedro V que ele classificou como soberano ímpar na história dos

Braganças e cuja consciência política devia ser refletida no sistema educativo por nele se sentir o “primeiro homem moderno do nosso país”. D. Pedro V (1837-1861) foi o 32.º rei de Portugal, reinou oito anos e deixou memórias que revelam a sua nobreza de caráter e a sua dedicação à causa pública, sempre movido pelos ideais da in-dustrialização e do progresso do nosso país.

O que Ruben Andresen Leitão escreve na sua juventude e que acaba de ser reeditado (D. Pedro V, Um Homem e Um Rei, por Ruben Andresen Leitão, Texto Editores, 2012) é um belo ensaio onde não se esconde a admiração pela personalidade de uma das mais curiosas figuras da história de Portugal, não é uma peça historiográfica, é uma cuidada análise do pensamento e ação do rei Esperançoso, o cognome de D. Pedro V. E não esconde o va-lor do seu objeto de estudo: “O autor destas linhas pensa que D. Pedro V é o início de um período histórico que vai terminar com as vitórias brilhantes das nossas campanhas africanas; origina--se, se assim podemos dizer, um perfeito ciclo histórico: D. Pedro V, período de criação; D. Luís, período de transição; e Oliveira Martins, período de confirmação imperial e de constante pro-jeção atual. É uma unidade perfeita, onde encontramos princí-pio, meio e fim”. Foi portanto o fulgor de D. Pedro V que cativou Ruben A.

O que fascina Ruben A. em D. Pedro V é o mesmo que nos pode fascinar perante os mesmos problemas crónicos do nosso país: o fomento, a instrução, o exercício da política norteado pelo sentido do bem comum, o sentir-se que o monarca detinha co-nhecimento e era bem-intencionado, um soldado do progresso, é o fascínio por alguém que vive para além da época em que reinou.

É o rei do telégrafo e do caminho de ferro, é o rei do Curso Superior de Letras. E Ruben A. escreve, a propósito do seu rei-nado: “Era o único homem da nossa terra que possuía as ambi-ções indispensáveis para caminhar firme na linha traçada; era a única pessoa a encarar o futuro tendo fé”. E apela a um ree-xame deste reinado: “É necessário que D. Pedro V fique situado na nossa história, restituindo à sua exata significação. Quem co-nhecer a história política da época em que se desenrolou este rei-nado, certamente ficará horrorizado perante um panorama obs-curecido pelas tendências apáticas dos homens. D. Pedro V, no fundo, não se importava muito com os homens da sua época. Estava intimamente ligado ao povo português, mas ao mesmo tempo estava desligado dos políticos da época; e, como a polí-tica é que dominava o país, D. Pedro sentia-se assim longe de ser aquilo que desejava”.

A imagem do condutor político que continua a ser a aspiração dos portugueses, segundo consta.

14 Há nove anos que é assim, em SERPA. Aos primeiros dias de junho, a cultura sai à rua com uma intensidade rara

no nosso país. E com uma qualidade ímpar. Esta noite há uma homenagem a Cesária Évora, com a participação dos melhores interpretes cabo-verdianos da atualidade. Amanhã toca na praça da República o músico brasileiro Zeca Baleiro. No domingo celebra-se o cante alentejano. É muita coisa boa para ficar em casa. PB

Começo a pensar que um imposto sobre figuras tristes e pos-turas ridículas de dirigentes políticos e sociais poderia con-tribuir seriamente para a ajudar a equilibrar o défice. Fica a ideia… Amílcar Mourão, “A Planície”, 1 de junho de 2012

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Estamos perante um país em que se empobrece a trabalhar e em que, nos últimos anos, os grupos financeiros tiveram lu-cros fabulosos (…) não é por acaso que o número de insolvências individuais não para de aumentar. Assim como não se ressentem da crise as vendas de bens de luxo. João Ramos, “Correio Alentejo”, 1 de junho de 2012

15O ambiente político em OURIQUE aqueceu para lá da temperatura que é aceitável nos climas da urbanidade e da

boa educação. Depois de termos publicado na passada semana uma notícia sobre a nulidade de alguns atos da autarquia, vem agora o PSD local acusar repetidamente Pedro do Carmo de “mentir”, rotulando-o de “incompetente”, de falta de honestidade e de coragem para assumir os seus erros. Está bonito, está! PB

Encerra amanhã à noite, no Castelo de Beja, mais uma edição do festival TERRAS SEM SOMBRA. Que em coprodução com

o Teatro Nacional de São Carlos oferece, pela voz do ator Luís Miguel Cintra, a Ode a Napoleão Bonaparte, de Schoenberg. A interpretação é da Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida pelo maestro João Paulo Santos. Trata-se de um momento único que vem fechar com chave de ouro o melhor festival do género que se realiza no País. PB

Há 50 anosO casomisteriosoda estátuaanónima

A abrir junho de 1962, quando o “Diário do Alentejo” assinalava “30 anos de regular publicação”,

Cândido Marrecas assinava na primeira página um artigo de opinião intitulado “Ainda a estátua anónima...”.

Contava ele que a estátua da rai-nha Leonor, em Beja, fora solenemente inaugurada no fim do ano de 1958 mas que, “não se sabe por quê, no plinto nunca se disse quem era a figura a que ali se pretendeu render homenagem”. Com o passar dos tempos, apesar dos “comentários burlescos” populares, de que a imprensa regional fez eco, “a está-tua permaneceu muda”.

Dois anos depois, em 1960, a Direcção Geral dos Monumentos Nacionais, em resposta a mais um reparo do jornal, in-formou que tinha resolvido já “a coloca-ção da estátua da Rainha Dona Leonor no local definitivo, estando ainda pre-vista a gravação no plinto de letreiros com a indicação das datas de nascimento e morte da Rainha”.

“De então para cá – descrevia o ins-pirado autor do texto – houve tempo de modificar completamente o aspecto do Largo da Conceição; arrancou-se a cal-çadinha que lá estava e pôs-se outra branca e monótona, com algumas co-vas e corcovas que o próximo Inverno revelará; colocaram-se umas bancas ao sol, para se aproveitarem quando hou-ver sombra... tardia; dispuseram-se uns canteirinhos de bom gosto, porque os então existentes eram manifestamente provincianos; a Rainha foi para o seu lugar, de costas para o Mercado, numa posição de repulsa por aquela mancha que ainda conspurca os belos aspectos citadinos”.

Cândido Marrecas acrescentava, in-dignado: “Fez-se tudo isso. Só não houve ainda tempo de pôr um nome à estátua! Vai para quatro anos! Sendo necessário, podemos citar o testemunho insuspeito de alguém que ouviu a um casal de tu-ristas franceses que examinavam o mo-numento, sem lhe achar um nome que os elucidasse: ‘Est-ce la Dame inconnue?’”.

Depois de informar os leitores ter conhecimento de que uma serralharia local teria sido consultada há dois meses “sobre a fundição de umas letras para os tais letreiros previstos”, o articulista concluía, perante “o silêncio que dura ainda” sobre o caso: “Assim, proponho que, entre os amigos da cidade, se faça uma subscriçãozinha para a compra dos letreiros que lá faltam e que os po-nhamos nós, em homenagem à memó-ria da piedosa Senhora, cujo nome me-rece bem que se não esqueça!”.

Carlos Lopes Pereira

HomenagensFrancisco Correia

das Neves Escritor e jurista

O dr. Celsoe o Alentejo

Palavras proferidas pelo nosso colabo-rador Francisco Correia das Neves na sessão solene da entrega das medalhas de mérito, no salão nobre da Câmara Municipal de Beja, no dia do feriado do concelho.

Entendeu o município de Beja, em seu bom critério, recordar e home-nagear neste dia festivo do concelho a memória e a personalidade do dr. Celso Pinto de Almeida, dando-me ao mesmo tempo o ensejo e gosto de lem-brar um amigo, um colega e um cida-dão verdadeiramente ilustre e pres-tigiado. É um gesto agridoce, pois já não o temos aqui em corpo ao nosso lado. E não são os outros que têm de me agradecer, eu é que agradeço esta oportunidade e com ela me sinto louvado.

Convivemos muito e julgo tê-lo co-nhecido bem. Disse já há anos o po-eta Carlos Queiroz, um tanto esque-cido, que “por dentro das coisas é que as coisas são”. Este juízo é igualmente válido para as pessoas, os cidadãos. Eu conheci-o por dentro.

Por fora tinha o seu ar relativa-mente austero, não ria muito nem fa-lava apressado, criterioso, a sua voz bem colocada e forte, com o passo ca-denciado, sem pressa, mas também sem demora, certinho e quase sempre com o dossiê na mão ou debaixo do braço, assim o víamos quase sempre também a caminho do tribunal, das repartições e do escritório, pois tam-bém não perdia muito tempo no café.

Em todas as áreas da sua vida ele cultivou e geriu-se por três valores e princípios fundamentais: a honradez, a sabedoria e a tolerância; assim fez na vida social, profissional e política.

Conheci-o pessoalmente em 1965, quando eu ainda era juiz na comarca de Cuba e, por inerência, membro do tribunal coletivo de Beja, funções que depois deixei e passei a advogar tam-bém em Beja. Ele tinha vindo para aqui há poucos anos da comarca de Ourique, onde exercera já funções de notário em Almodôvar e a advoca-cia na comarca de forma brilhante e respeitado. Aliás, por ali também foi exercendo o professorado sua mulher d. Lucinda Arlete, cidadã igualmente estimável com idêntico aprumo e uti-lidade social e tornando-se comple-mentares um do outro na sua vida e

formação e até na intervenção cívica e social.

Exercendo nós uma profissão, a advocacia, que por natureza se presta ao debate e à divergência e até a par-ticulares dificuldades, fomos oposi-tores muitas vezes e isso permite-me afirmar, com perfeito conhecimento de causa, que ele sempre se pautou por aqueles princípios, o que muitas vezes não acontece.

Foi o mesmo na sua intervenção social e política.

Dizem os estudiosos que a pro-cura de justiça social é antropológica, uma inerência própria da pessoa hu-mana, em todos os sítios, épocas e co-munidades. Celso Pinto de Almeida, dentro da sua ideologia democrática, também lutou por ela. E ainda aí, por ditame do destino, nos encontrámos, divergentes mais na estratégia do que nos propósitos, quando em 1969 nos candidatámos às eleições legislativas, ele integrado no momento político da oposição CDE, eu apoiante de Marcelo Caetano e crente da “primavera polí-tica”. E posso garantir que ele nessa campanha e, quanto sei, noutros mo-mentos de afirmação político-social, agiu sempre com elevação, pautado pelos mesmos princípios da honradez, sabedoria e tolerância.

Sempre bem preparado e conhe-cedor, agiu por convicções e o sen-timento de justiça, quer na sua ati-vidade política, que aliás chegou a exercer no plano governativo num pe-ríodo muito perturbado após o 25 de Abril de 1974, quer na atividade pro-fissional. Quer numa, quer noutra, nunca o acompanhou a avidez do po-der ou do dinheiro ou a proposta duma liberdade irresponsável.

Viveu muitos anos no Alentejo e em Beja, vindo da Beira, ao serviço da vida e do trabalho, e, proveito dos ou-tros e da região e sempre sensível às questões sociais.

Mas também o foi às belezas e ao pitoresco do Alentejo, em cujas pla-nícies lateja o calor e o “cante”, aos montados do silêncio mas onde se ouve a calhandra e a codorniz, ao seu luar único e às suas cores, os poen-tes de roxo ou de fogo, sugerindo os de África e também aos seus aromas e sabores do coentro e do orégão, do po-ejo e da hortelã da ribeira, da lavanda do tomilho e da alfazema ou duma “açorda” a preceito.

A contestar um pouco com o seu ar relativamente austero, ele tinha esta alma sensível como eu reconhe-cia quando, nos intervalos dos afaze-res profissionais, mais descontraida-mente conversávamos sobre a vida, o Alentejo e a Beira, de onde ambos so-mos oriundos.

Aqui viveu com a família e o

apreço geral, aqui teve alegrias, mas também algumas mágoas profundas. E, como disse, já tinham residido na comarca de Ourique, também distrito de Beja.

Eu costumo dizer que a nossa terra são duas: aquela onde nascemos e aquela a que nos dedicámos. Celso Pinto de Almeida foi também um alentejano e um bejense.

O seu mérito de cidadão e de ju-rista já fora oficialmente reconhecido pelo Presidente da República, dr. Jorge Sampaio, ainda em sua vida, há anos, em Beja, onde lhe entregou a respetiva condecoração nas comemorações do 10 de Junho.

Por tudo o que f ica dito, feli-cito o município de Beja por esta no-bre e merecida iniciativa da atribui-ção da medalha de mérito municipal a título póstumo ao dr. Celso Pinto de Almeida por serviços relevantes e feli-cito igualmente a sua família.

Professor Francisco GanhãoEx-alunos das turmas

da Secção Preparatória (EICB)

Os alunos das turmas da Secção Preparatória aos Institutos Comercial e Industrial, do ano letivo de 69/70, da antiga Escola Industrial e Comercial desta cidade – hoje designada Escola Secundária D.Manuel I –, reuniram--se no passado dia 2 do corrente, sá-bado, num restaurante desta cidade, para homenagearem um dos seus pro-fessores daquele ano – o professor Francisco Ganhão.

Com este gesto, os antigos alunos, que se deslocaram de vários pontos do País, pretenderam manifestar a sua gratidão ao Mestre, pela exemplari-dade da sua ação como professor que soube cativar para a descoberta, o co-nhecimento e a curiosidade e como ci-dadão, que lhes transmitiu valores de grande humanidade, contribuindo dessa forma para a construção de ci-dadãos responsáveis e solidários.

Aos antigos alunos, reunidos junto da sua escola, foi ainda proporcionada uma visita guiada às suas renovadas instalações.

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Terra de mar com poucos pescadores

Aqui, no lugar de Porto Covo

O sol queima quem na praia o pro-cura. Ainda não é verão, mas em Porto Covo, no concelho de Sines,

já é como o fosse, ou quase. “Em junho só há movimento ao fim de semana. No domingo quase que se atropelavam uns aos outros. Estava aí muita gente. Durante a semana é fraco. Há pouca gente de férias”, conta José Vilhena. E só pela falta de movimento se ex-plica que ainda não seja verão. As esplana-das já estão montadas. Os menus pendura-dos e os empregados à porta, mostrando as melhores ofertas da casa.

Quem deambula no largo Marquês de Pombal procura, sobretudo, a gelataria e, como não poderia deixar de ser, o caminho para a praia. Mas ainda não é verão. É quase, mas ainda não o é. Até porque nas casas, maioritariamente brancas e de barra azul, ainda se avistam vários letreiros ostentando em letras garrafais: “Aluga-se”. É a espera pelos meses fortes. “Julho e agosto é quando isto mexe mais”, contam os homens, senta-dos no largo, nos bancos vermelhos e prote-gidos do sol pelas copas das árvores.

José Vilhena trouxe, no entanto, uma sombrinha para se proteger, para o caso do sol lhe trocar as voltas. Com uma colher na mão, para comer um gelado, olha para o largo e comenta: “Já você tinha visto uma coisa destas? Isto é tudo antigo. Tem mais de 500 anos. É tudo feito em pedra e cal”. E rapidamente aponta outras virtudes da terra: “Já viu aqueles prédios ali atrás. Coisa bonita. Prédios lindos”. Na verdade, é assim que explica o progresso na sua terra.

“Há muita gente de fora. Há gente de Lisboa que tem cá casa. Isto evoluiu muito. Antigamente era só este largo e pouco mais. Era tudo em terra”. Mas a crise, a tão falada e mal fadada crise, também não está a dar tréguas a Porto Covo.

“As casas estão aí quase todas por alu-gar. Antigamente, por esta altura, já es-tava tudo alugado. Não há dinheiro. Agora

Porto Covo espera pela chegada em massa dos turistas. Na terra já pa-

rece verão, mas ainda não o é. Ainda há casas para alugar e só ao fim de

semana se sente o movimento de quem procura as praias. A pesca já teve

melhores dias e poucos saem para o mar. Aqui, no lugar de Porto Covo, a

vida segue, enquanto se assa um sargo no braseiro.

Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

Lá dentro avistam-se perceves. Foi cedo apanhá-los e agora procura quem os com-pre. Na outra mão um saco de mexilhão, que felizmente já tem freguês. Bruno apre-senta-se descontraído, de calção, chinelos de praia e rastas na cabeça. Está na rua, mas na verdade está em casa. “Nasci e fui aqui criado. Toda a gente me conhece”, começa por dizer.

Bruno espera pacientemente pelos futu-ros clientes na rua mais movimentada de Porto Covo, junto aos antigos pescadores. Apregoa o seu produto, que garante “ser de excelente qualidade”. Enquanto não aparece quem o queira, pede uma cerveja, para re-frescar, para passar o tempo e para poder sentar-se na esplanada.

“O mar ainda está a dar qualquer coisa. Tenho estes perceves para vender, mas peixe é que está pior”, conta. Bruno quer continuar a viver em Porto Covo e, por en-quanto, garante que “a pesca ainda dá para viver”, mas só em conjunto com a “agricul-tura”. “Sou pescador e agricultor”, diz, com um sorriso.

Os turistas, munidos de máquinas fo-tográficas, continuam a passar. Procuram as falésias, o mar azul, o pequeno porto de pesca. “Conhece a música do Rui Veloso”? “Foi ela que trouxe mais gente para aqui”, afirma. E as gentes da terra honram-se da melodia, tanto que atribuíram o nome de Rui Veloso e Carlos Tê a duas ruas da pe-quena localidade.

Pelo largo deambulam alguns turis-tas e Joaquim Neves, com a sua cadela ciu-menta, a Lassie. “Não gosta que alguém se aproxime de mim”, explica com um sor-riso o antigo pescador. Junto à igreja avista quem passa, mas garante: “Isto ainda está fraco, mas vai animar”. “Temos boas praias. Gostam disto”. A cadela volta a rosnar e Joaquim Neves segue a caminhada, não a quer irritar. E a vida continua, aqui, no lu-gar de Porto Covo.

querem um fim de semana, uma semana, as semanas partidas ao meio e pouco mais”, conta Eugénio Rosa, lembrando, contudo, que também não é “barato” alugar uma casa na terra. Embora a crise, sempre a crise, já tenha obrigado a uma baixa de pre-ços. “Se não baixarem os preços não as alu-gam”, adianta.

Os homens continuam a conversa e só a mudam de sítio. Sentam-se na esplanada do café. Em tempos levavam a vida no mar. Agora apenas o avistam do alto da rua. Eram pescadores, agora já pouco ou nada pescam.

“Fui pescador durante 50 anos. Pescava aqui na costa, mas cheguei a ir para Marrocos. Fui pescador por conta de ou-tros e por conta própria. Tive dois barcos. Foi a minha vida. Mas fizeram-nos acabar com a atividade. Muitas restrições. Já nin-guém consegue sobreviver do mar”, afirma Francisco Brissos.

Os homens fazem uma pausa e interro-gam-se sobre o futuro dos jovens da terra. “Os moços só podiam voltar ao mar se de-senvolvessem a pesca com outros siste-mas, nomeadamente mais sofisticados. As leis têm de mudar. Quem fez as leis não as soube fazer. Quem as fez não percebe nada de pesca. Já experimentei uma vez fazer caldeirada de peixe com carne e não deu. Misturar uma ministra da Agricultura com pesca também não dá. Ou percebe de uma coisa ou percebe de outra. Ou não percebe de nada”, considera Francisco Brissos.

Eugénio Rosa interrompe o raciocí-nio do antigo pescador e completa: “Não vale a pena. Trabalhámos anos e anos e te-mos estas reformas lindas. Uma miséria”. Francisco Brissos abana positivamente com a cabeça.

Enquanto os homens discutem a vida, Bruno Gervásio, jovem e filho da terra, sobe a rua com um saco de rede numa das mãos.

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Quantas pessoas vivem em Porto Covo?

Entre 1 300 e 1 400 pessoas. É uma população que varia. Temos muita gente que trabalha em Sines, que vai e vem. Temos capacidade de ha-bitação para muitas mais pessoas. Há casas que estão fechadas durante a maior parte do ano.

A terra perdeu ou ganhou habitantes?

Temos perdido. Todos os anos temos menos re-sidentes e parece que é uma tendência. Pensando que se podia inverter esta situação, fizeram-se algumas coisas, mas que não nutriram efeitos. De facto estamos a perder população.

E essa fuga dá-se essencialmente para onde?

Não sei bem para onde. Julgo que seja para Sines e para Vila Nova de Milfontes. Tem muito a ver com a falta de condições que são dadas aos jovens da terra para construírem as suas próprias habitações. O terreno é bastante caro em Porto Covo. É um mercado que não é acessível aos jovens de Porto Covo, que aca-bam por optar por outras zonas.

O mar ainda é o sustento destas gentes?

Já foi. Neste momento, praticamente, não há pescadores profissionais em Porto Covo. Temos um pescador aqui a fazer pesca profis-sional. Temos depois alguns que a base é mais Sines e que no verão aproveitam para fazer aqui em Porto Covo, devido às condições que tem. Quando chega ao fim do verão vão para Sines. As pessoas estão obrigadas a desistir desta ati-vidade. Temos alguns jovens e, felizmente, vão conseguindo colocar-se em empresas em Sines e, numa fase bastante recente, vários jo-vens conseguiram trabalho no porto de Sines. No entanto, devo dizer que durante vários anos não fomos muito beneficiados. Os nossos jo-vens, muitas vezes devido às habilitações que tinham, eram preteridos em relação a pessoas que vinham de outros lados. A população de Porto Covo não beneficiou diretamente com empregos que resultaram do desenvolvimento na zona de Sines. Beneficia, contudo, indireta-mente, com o aluguer de algumas casas.

Mas Porto Covo tem-se desenvolvido. Tem um

novo pavilhão multiusos, há novas habitações…

Porto Covo tem crescido bastante, mas deve ser dito que quase metade das casas de Porto Covo estão fechadas. São propriedade de pes-soas que compraram aqui casa e que só cá passam uns dias de vez em quando.

E em termos turísticos?

Tem decrescido. Temos cada vez menos gente a passar férias em Porto Covo e isto é um ci-clo. Quanto menos pessoas vêm, menos pes-soas têm vontade de abrir equipamentos. De facto há uma redução significado. Há muita gente que vem e volta no mesmo dia. Muita gente que passa só um fim de semana. Muita gente que traz o seu farnel e come à beira mar. Acho que isto também tem muito a ver com a crise que o País atravessa.

Tradicional Ouriçada

A Ouriçada da Páscoa é já uma tradição em Porto Covo. Na ver-dade, a organização oferece, sempre que o mar o permite, os ouriços e outros mariscos. São sempre servidos petiscos como carapaus fritos com arroz de tomate, feijoada e grelhados no carvão. A baía de Porto Covo, por esta altura, é sempre palco de muita animação, de convívio e de partilha. Ou não fosse esta uma terra à beira mar plantada.

Ilha do Pessegueiro

Em frente à ilha do Pessegueiro fica aquela que é conhe-cida como a praia da ilha, com condições para a prática de windsurf, passeios de barco e pesca desportiva. Junto à praia pode ver-se uma fortaleza do século XVII, em parte destruída pelo terramoto de 1775. Na ilha do Pessegueiro, que inspirou o músico Rui Veloso, que lhe dedicou uma canção, podem ser apreciadas a fortaleza do século XVII, as ruínas de um porto romano e uma capela quinhentista. No verão é possível visitar a ilha em barcos de pesca ou de passeio. Perto da praia da ilha do Pessegueiro existe ainda um parque de campismo.

Festas de agosto

No final de agosto realizam-se as Festas em Honra de Nossa Senhora da Soledade, que podem, no entanto, co-meçar mais cedo, alongando-se os dias de comemora-ções. Acontecem sempre bailes, concertos, espetáculos e fogo de artifício. A tradicional corrida aos patos na baía ainda continua a realizar-se com a mesma força de outros tempos.

Novo parque de merendas

Recentemente foi inaugurado, em Porto Covo, o Parque de Merendas “Arnaldo Vilhena”. Arnaldo Vilhena, como membro da Assembleia Municipal de Sines, em 1985, foi um dos mentores do processo para a instalação da fregue-sia de Porto Covo. A freguesia resolveu agora prestar-lhe homenagem. O Parque de Merendas, construído junto ao Jardim Público de Porto Covo, pretende ser “uma zona de lazer, de diversão e de reunião de amigos e familiares”. A infraestrutura está ao dispor da população e dos visitan-tes desde o dia 1 de maio.

Luís GilPresidente da Junta de Freguesia de Porto Covo

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Desporto

A Associação de Futebol do Beja vem preparando a sua seleção distrital de sub/14 para o Torneio Nacional Interassociações que este ano se realiza na cidade de Ponta Delgada, nos Açores, entre os próximos dias 23 e 30.

Texto e fotos Firmino Paixão

Entre as várias etapas de for-mação já percorridas, so-bressai o torneio que a as-

sociação bejense organizou em Vidigueira, com a participação das suas congéneres de Algarve, Setúbal e Portalegre (venceu a equipa algarvia).

Avaliando a participação be-jense nessa competição (4.º lugar), que antecipou outros compromis-sos a convite das estruturas de Évora (vitória sobre a seleção de Évora (4/2 em Oriola) e do Algarve (torneio a disputar em Olhão), o técnico António Cachola, sele-cionador da formação bejense,

António Cachola quer fazer melhor do que no passado

Sub-14 preparam “Lopes da Silva”considerou que foi, apenas, um teste rumo ao Torneio Lopes da Silva e revelou: “A grande obser-vação já foi feita, agora começa-mos a trabalhar na construção da equipa. Este foi o primeiro teste, podia ter corrido melhor, mas não correu mal”. E acentuou: “O im-portante é a entrega dos jogadores e as melhorias que temos vindo a registar ao longo do tempo que te-mos trabalhado juntos. Ainda fal-tam alguns treinos e alguns jogos até chegarmos ao objetivo final, mas temos esperança que a equipa vá crescendo”.

O treinador assume que vai competir com realidades diferen-tes: “Na verdade, aqui ref lete-se bem a realidade do nosso futebol distrital, a grande diferença que existe entre estas equipas e a do nosso distrito. Não será fácil para a equipa de Beja perspetivar gran-des resultados, podemos é prome-ter trabalho sério, sempre a pen-sarmos na evolução do próprio jogador e proporcionar-lhes nos

treinos, e nos jogos, algo que eles, por vezes, nos clubes não fazem, podendo sair daqui alguma mais-valia para esses clubes”, salientou.

Referindo-se ao leque de es-colhas que compõem a equipa da AF Beja, o técnico afirma: “Esta será a base da equipa que dispu-tará o Torneio Lopes da Silva, po-derão existir ainda algumas al-terações, saída de jogadores e entrada de outros que também já observámos, não os podemos ter todos em permanência a treinar connosco, mas há possibilidade de este grupo não ficar por aqui”. António Cachola enumera outras etapas de formação já agendadas, dizendo: “A equipa continuará a trabalhar sempre às quartas-fei-ras em Beja, fizemos um jogo em Oriola contra a equipa de Évora, teremos um torneio em Olhão e esse será o nosso último ensaio antes da presença no Torneio Lopes da Silva”.

Perspetivando a competição que, este ano, deixou o Jamor para

se disputar nos Açores, o treina-dor confessa: “A perspetiva será sempre fazer um pouco melhor do que fizemos no ano passado, sa-bendo que não é fácil. O primeiro jogo do torneio é sempre deci-sivo, no ano passado começámos com o Porto que foi finalista, este ano começamos com Lisboa que foi a vencedora do ano passado”. Cachola assinala ainda: “Às vezes o início do torneio pode marcar aquilo que se vai passar a seguir, esperemos que isso não aconteça e que todos desfrutemos da opor-tunidade de estarmos num tor-neio deste nível e que seja uma boa montra de observação des-tes jogadores por outras equipas que lhe possam proporcionar ou-tras experiências. Essa é a moti-vação que queremos transmitir aos nossos jogadores”, concluiu. O grupo onde se insere a equipa Beja no próximo torneio nacio-nal inclui as equipas de Lisboa, Angra do Heroísmo, Bragança, Madeira e Portalegre.

Seleção AF Beja sub-14

Pedro Varela Diogo Inácio Desportivo de Beja Nuno Almeida Guadiana José Reis Emanuel Tavares João Infante Moura Henrique Vieira Ferreirense Rodrigo Amaro Ourique Pedro SilvaDaniel Rosalino Milfontes Gonçalo DiasCastrense Sérgio Encarnação Boavista Filipe PimentaPedro SecoMarco Castilho Gonçalo FradinhoJoaquim SilvaJoão SerraTomás RomãoVasco CaçoilaDespertar

Não será fácil para a equipa de Beja perspetivar grandes resultados, podemos é prometer trabalho sério, sempre a pensarmos na evolução do próprio jogador

O Despertar Sporting Clube vai realizar um torneio popular de

futebol de 7, a disputar no campo sintético n.º 1 do Complexo

Desportivo Fernando Mamede, na cidade de Beja. A prova inicia-se

na próxima segunda-feira, dia 11, vai prolongar-se ao longo de

quatro semanas e os jogos realizam-se de segunda a sexta-feira.

Despertar organiza

torneio de futebol de 7

Andebol Zona Azul recebe o Módicus Zona Azul e Módicus de Sandim jogam amanhã, sábado, pelas 17 horas, no Pavilhão de Santa Maria, em Beja, a 10.ª e última jornada da fase final do Campeonato Nacional de Andebol da 3.ª Divisão. Trata-se de um jogo em que os bejenses ape-nas cumprem calendário, depois de no passado fim de

semana terem perdido em Samora Correia (por 26/20) e te-rem sido afastados da possibilidade de chegarem ao terceiro lugar. Já a equipa de Sandim, atualmente no segundo lugar, pode precisar de vencer em Beja para manter essa posição. O Boa Hora lidera a prova, com 25 pontos, a Zona Azul está no 5.º e antepenúltimo lugar, com 15.

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Eduardo Rodrigues revela fragilidades do Mineiro

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Campeonato 2011/12

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de golos

M – SPts % Pts/jogo

1.º Castrense 65 2.50 2.00 9 234 511 2.18 2.14 56.7 7.º 473 – 2012.º Aljustrelense – – – 9 232 480 2.06 – 53.3 8.º 533 – 2043.º Moura AC – – – 12 310 587 1.89 – 49 4.º 679 – 3714.º Despertar – – 2.50 3 78 137 1.75 – 45.6 19.º 139 – 935.º CD Neves – – – 7 180 287 1.59 – 41 15.º 305 – 2526.º Almodôvar 38 1.46 1.42 15 388 603 1.55 1.56 40.2 2.º 675 – 5507.º FC Serpa 39 1.50 1.57 15 388 593 1.52 1.53 39.5 3.º 655 – 5158.º Ferreirense 50 1.92 1.30 16 414 623 1.50 1.47 38.9 1.º 669 – 5569.º Desportivo 29 1.11 1.03 5 130 195 1.50 1.59 39 18.º 191 – 179

10.º Ourique DC – – – 3 78 116 1.48 – 38.6 20.º 151 – 9511.º Aldenovense 40 1.53 1.57 15 387 570 1.47 1.46 38 5.º 708 – 56812.º Odemirense 40 1.53 2.15 13 336 471 1.40 1.39 36.2 9.º 520 – 51413.º V. Gama Vid. 43 1.65 1.80 16 414 564 1.36 1.34 35.2 6.º 682 – 69014.º Rosairense 37 1.42 1.73 3 78 106 1.35 1.32 35.2 21.º 115 – 12615.º Piense SC – – – 13 338 449 1.32 – 34.5 10.º 530 – 55916.º Milfontes 59 2,26 1.50 10 260 332 1.27 1.16 33.2 12.º 418 – 48917.º Cabeça Gorda – – – 9 232 296 1.27 – 32.8 14.º 324 – 40318.º Entradense – – – 12 310 392 1.26 – 32.6 11.º 444 – 55419.º Sp. Cuba 8 0.30 1.96 10 258 320 1.24 1.34 32 13.º 372 – 47220.º Barrancos FC – – – 8 208 229 1.10 – 28.6 16.º 307 – 41021.º Amarelejense – – – 1 26 28 1.07 – 28 28.º 29 – 4122.º São Marcos 22 0.84 1.07 8 208 219 1.05 1.08 27.3 17.º 272 – 41823.º CD Panoias 30 1.15 0.92 3 78 75 0.96 0.86 25 24.º 97 – 17524.º Renascente – – – 1 25 24 0.96 – 24 30.º 27 – 4525.º Baleizão – – – 4 104 96 0.92 – 24 22.º 121 – 25926.º Messejanense – – – 2 52 46 0.88 – 23 25.º 55 – 12327.º Guadiana 18 0.69 0.80 5 130 96 0.73 0.75 19.2 23.º 121 – 30328.º B. Conceição – – – 1 26 16 0.73 – 19 31.º 32 – 5729.º Salvadense – – – 2 52 36 0.69 – 18 26.º 53 – 11730.º Juv. Boavista – – – 2 52 31 0.59 – 15.5 27.º 42 –11731.º St.ª Clara – – – 1 26 14 0.53 – 14 32.º 24 –6932.º São Domingos – – – 2 50 26 0.52 – 13 29.º 33 –167

É tempo de balanço de uma época em que o Mineiro Aljustrelense passou por al-guma instabilidade organiza-tiva, com os jogadores a fazerem greve aos treinos e a reclama-rem subsídios em atraso.

Texto e foto Firmino Paixão

Eduardo Rodrigues foi o alicerce sobre o qual se construíram os bons resultados desportivos e

se disfarçaram as carências estrutu-rais. A equipa assegurou a manuten-ção na primeira fase da prova, e na etapa complementar a subida de di-visão andou ali muito perto. Nesta al-tura antigos e atuais dirigentes con-tam espingardas e contabilizam o défice da temporada, só depois se co-nhecerá um novo projeto diretivo que ponha ordem na casa e satisfaça os compromissos financeiros em atraso. O técnico faz o seu balanço da tempo-rada, mas na hora de olhar o futuro interroga-se sobre uma eventual con-tinuidade em Aljustrel.

Qual é o balanço faz da última época?

Penso que conseguimos aquilo que era pretendido – a manutenção – e até bastante cedo, tendo em conta a forma atribulada como a época começou. Tudo ficou a dever-se ao nosso esforço, trabalho, dedicação e empenho. Toda a gente sabe as dificuldades por que passámos e isso deu-nos mais força para trabalharmos todos os dias.

Conseguir a manutenção na primeira

fase retirou pressão ao plantel?

Naturalmente, e até às duas últimas jornadas ainda estávamos a sonhar com a 2.ª Divisão, embora isso nunca tivesse sido falado, mas a verdade é que andámos lá perto.

A segunda divisão nacional chegou a

ser uma miragem?

Eu penso que também fomos afasta-dos desse trajeto. Não gosto de falar de arbitragens, mas em Sesimbra foi uma coisa escandalosa, e depois, em casa com o Quarteirense, fomos afas-tados de uma possível vitória.

Os atletas do Mineiro fizeram uma

época de muita coragem…

O sucesso deles deve-se a isso, e sobre-tudo ao grupo mais veterano. São jo-gadores com muito caráter, com muita dignidade, que gostam imenso do clube e que deram provas evidentes disso. Estou a lembrar-me do Nelson Raposo, do Estebaínha, do Nuno Alves, do Paulo Serrão, do Duarte, eles souberam trans-mitir aos mais novos o que é a mística deste clube. Os mais novos trouxeram muita qualidade e também foram im-portantes para segurar o barco. Com um treinador muito paciente e

tolerante para com as dificuldades…

É verdade, e isso resume-se ao facto de em ano e meio de mandato desta di-reção do clube terem passado por cá cinco treinadores. Se calhar isso diz alguma coisa.

Sentiu-se um homem só ou foi um

treinador apoiado?

Apesar de todas as dificuldades, o maior apoio que sentimos foram as vitórias e os resultados que consegui-mos. Do resto não vale a pena falar, tentaremos resolver cá dentro. Acho que foi muito importante o que con-seguimos, num ano em que o Mineiro teve menos orçamento e a duas jorna-das do fim, recordo, ainda lutávamos pela subida de divisão.

Vai continuar em Aljustrel na próxima

época?

Não sei, vão realizar-se eleições para os órgãos sociais do clube e ainda não sei qual é que vai ser o meu futuro.

Sairá de Aljustrel mais enriquecido

como homem e como treinador?

Sim, os grupos ficam muito mais for-tes perante as dificuldades. Quando as coisas correm sempre bem e são corretas por vezes não se constituem grupos tão coesos. Havendo dificul-dades, naturalmente que ninguém deseja passar por elas, mas existindo qualidade e a motivação dos recur-sos humanos sobressaem, foi o que nos aconteceu, tivemos um grupo bastante forte. Soubemos lidar com a situação, aliás, ainda estamos a li-dar com ela, mas temos a consciên-cia de que desportivamente a época foi bem-sucedida.

Da época de 1995/96 até 2011/12

As contasdo “Distritalão”

Desde 1995/96, época em que as vitórias pas-saram a valer três pontos, a AF de Beja or-ganizou 17 campeonatos da 1.ª Divisão

Distrital.Nota-se que o Ferreirense e o Vasco da Gama

de Vidigueira apenas não disputaram um campe-onato: o primeiro por ter estado na 2.ª Distrital; e o segundo por ter disputado uma época a 3.ª Divisão Nacional. Seguem-se o Almodôvar, Serpa e Aldenovense, com 15 campeonatos disputados, cada um. Daqui lançamos a sugestão ou proposta que o clube (ou clubes) que primeiro chegue aos 20 campeonatos receba o prémio ou taça “Persistência ou continuidade”.

Se este escriba-autor da tabela anual não che-gar até lá, com certeza que teremos alguém do “DA” que com a preciosa ajuda de uma calculadora (e di-vidindo os pontos pelos jogos dos 14 clubes de cada época) porá os clubes em ordem por percentagem.

O mesmo com certeza para a coluna da mé-dia de pontos por campeonato. Mas descansai que este, José Alentejano, também é persistente e vai continuando…

Que o “Diário do Alentejo” também vá continu-ando! E por muitos anos.

Como era de prever, o Castrense, com bom trei-nador e bons jogadores, foi campeão. Igualou o Aljustrelense em número de campeonatos, mas como tem melhor percentagem, porque fez mais pontos, está presentemente em primeiro lugar.

O clube de Aljustrel e mais 12 clubes têm menos dois jogos do que deviam ter. A razão disso é porque o campeonato de 1997/98 foi disputado com me-nos uma equipa. Esse teve 24 jornadas em lugar das normais 26.

Ao contrário de todos os outros clubes que têm número par de jogos, o Aldenovense e o Renascente têm número ímpar de jogos. No fi-nal (ou fase f inal) da época de 1995/96 estes dois clubes não jogaram um jogo entre si… Cá por mim não gosto de navios ou jogos fantas-mas, não me importo que o jogo faltoso fosse re-alizado em ar de festa e para endireitar as con-tas dos jogos.

A propósito de outras contas, as despesas desse jogo seriam da AF Beja e a receita seria para a famí-lia mais pobre da localidade.

O autor achou por bem incluir na tabela quatro clubes com um só campeonato realizado e que per-centualmente até estão à frente de outros…

Faltou só mencionar dois clubes com um cam-peonato. Como um deles só fez cinco pontos e o ou-tro clube só amealhou um pontinho, não os incluí por atenção aos seus adeptos. Mas se voltarem à 1.ª Distrital serão incluídos, pois.

Portanto, desde a época que nos reportamos, já participaram 34 clubes, parecendo ter entrado dois “novos” clubes por época…

José Ramos

Caparica, Almada

Eduardo

Rodrigues, treinador do Aljustrelense

A Associação Juvenil Desportiva e Cultural Remoinho, com sede no

Bairro dos Moinhos, na cidade de Beja, promoverá durante o mês de

julho um conjunto de atividades que designam de “Noites nos Moinhos

II”. O certame decorrerá no polidesportivo do bairro e inclui um

torneio de futsal, jogo da malha, jogo da sueca, torneios de setas e de

matraquilhos. Nos dias 6 e 7 de julho haverá animação musical com

bailes e durante o evento também haverá animação para crianças.

Desporto no bairro

dos Moinhos em julho

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Dissecando o conceito da verdade desportiva no palanque do Despertar Sporting Clube ao longo do tempo, existe uma fonte que ainda hoje ergue bem alto o nome do velhinho “Rasga”: o mundo do dirigismo. Nos anos vinte, século passado, o grande orientador de uma aventura que conheceu parâmetros indestrutíveis, chamou-se Manuel Peladinho. O saudoso dirigente utilizou umas precárias instalações de uma antiga vacaria cedidas por Manuel Agostinho Dias, local designado por “Pega Azul”, onde se situa a atual rua Frei Amador Arraias, em Beja, e ali se construíram as bases para o futuro. Narram os anais da história que aquele espaço terá sido a primeira sede oficial da agremiação bejense. Do passado ressalta à estampa gentes cuja entrega ao emblema foi imaculada. Falo, com conhecimento próprio, de José Pereira, meu presidente nos tempos em que enverguei a camisola do clube nos escalões de formação, tratando-se o senhor “Zeca” Pereira um dirigente de caracter inabalável. Cruzo, depois, famílias mais recentes e ressalto, por exemplo, Mariano Baião, último líder, assumindo como verdade indesmentível que no rol de “comandantes da nau” do Despertar exalto Francisco Assunção com inteira justiça. Francisco Assunção foi um presidente que se dedicou de corpo e alma às hostes despertarianas. Fazia da sede a sua segunda residência oficial. O seu poder decisório inabalável. As suas deliberações vivamente aceites. Respeitava e fazia-se respeitar por uma massa associativa que via nele um divino deus. Francisco Assunção era um mestre no dirigismo. De um saber ancestral o Despertar tinha no seu presidente um verdadeiro guerreiro de “armas”. Ficou a sua biografia e a eterna ciência desportiva que enriqueceram gerações vindouras. Luís Mestre é o atual presidente do Despertar SC. Foi, recentemente, eleito. Bem-haja a sua voluntariedade. Acredito nas suas capacidades. Força, senhor presidente o Despertar merece tamanho esforço!

Líderes do Despertar

José Saúde

O movimento associativo “Ferreira Ativa” foi fundado em dezembro de 2003 por ini-ciativa de um grupo de jovens que comungavam do gosto pela prática de desportos de aventura.

Texto e foto Firmino Paixão

Um projeto com um per-curso bem-sucedido, abrangente e multidisci-

plinar, essencialmente dirigido à comunidade ferreirense e privile-giando o contacto com a natureza. Assumindo-se como a segunda entidade mobilizadora do conce-lho, depois do futebol, a “Ferreira Ativa” já formou campeões com grande visibilidade. O kayak polo é uma modalidade que tem levado para Ferreira do Alentejo compe-tições nacionais e estágios de se-leções, mas o sucesso deste mo-vimento juvenil não se limita às atividades aquáticas, como re-vela o seu presidente, José Diogo Branco.

Nove anos depois da fundação,

como está o movimento associativo

“Ferreira Ativa”?

Ao nível do kayak polo não esta-mos muito bem, temos poucos atle-tas, muitos estão deslocados e acaba-mos por treinar pouco, fazemos por isso, mas gostáva -mos de estar um pouco melhores. Esperemos que no próximo ano possamos contar com mais um ou outro atleta.

Mas a vossa atividade não se limita

ao kayak polo…

Nas outras modalidades temos o té-nis em bom nível, temos o vice - -campeão regional de sub/12, temos também seis atletas no bmx freestyle, no campeonato regional do Algarve, também com boas prestações; no BTT não temos competição mas aca-bamos por participar em muitos pas-seios e, ao fim ao cabo, também re-presentamos o nosso concelho. No skate temos alguns jovens a praticar e a participar em provas.

Na marcha atlética estão com

enorme visibilidade…

Temos agora o Dionísio Ventura, que foi representar a seleção de Portugal no Campeonato do Mundo, na Rússia. Acabou por ser o segundo melhor português mas, infelizmente,

Um movimento associativo de jovens para jovens

“Ferreira Ativa” no rumo certo

Atletismo: Beja no Olímpico Jovem Nacional Decorreu na pista de atletismo de Fátima a 30.ª Final Nacional do Torneio Olímpico Jovem, com a presença de seis centenas de atletas em representação de todas as associações distritais e uma representação de Macau. A presta-ção dos atletas bejense foi excelente, saldando-se pela conquista de cinco medalhas (Digo Luz, das Neves, com duas de prata; Felipe Silva, do Bairro

da Conceição, com prata; Catarina Abreu, das Neves, com bronze; e Maria do Rosário Silva, do Messejana, com bronze) e a obtenção de sete recordes distritais. Coletivamente a Associação de Atletismo Beja obteve o 11.º lu-gar, com 197 pontos, não conseguindo assim a manutenção no grupo A. Refira-se que Évora subiu ao grupo A fazendo o percurso inverso de Beja, com 193 pontos, e Portalegre ficou em último lugar com apenas 50 pontos.

Desporto aventura José Diogo Branco, presidente do movimento associativo Ferreira Activa

não conseguiu o objetivo principal que era os “mínimos” para os Jogos Olímpicos. Temos estado a apoiá-lo, com uma grande ajuda também do município de Ferreira do Alentejo.

A vossa atividade abrange toda a

comunidade dispersa pelas várias

freguesias?

Sim, por exemplo, no ano passado re-alizámos a nossa prova por equipas em BTT em Figueira de Cavaleiros, teve um grande sucesso e esteve na origem da formação de uma equipa

naquela freguesia. Nos safaris fo-tográficos vamos sempre para as freguesias e tentamos o máximo possível divulgar todas as nossas ati-vidades por todas as freguesias do concelho.

O movimento tem também uma ver-

tente de prestador de serviços na or-

ganização de eventos...

A prestação de serviços, desde há dois anos, tem sido muito pouca, te-mos diminuído as nossas receitas. Para além do apoio que o município nos dá, nós procuramos outras recei-tas, mas a prestação de serviços tem vindo mesmo a diminuir e, este ano, por exemplo, ainda não tivemos ne-nhum evento, o que nos retira uma fonte de financiamento direto e que terá a ver com a própria crise que o País atravessa, em que as pessoas dei-xem de procurar essas atividades

Têm outras fontes de financia-

mento?

Acabamos sempre por fazer algumas receitas, as atividades pagam -se a elas próprias, nomeadamente as recreati-vas. Aquelas que organizamos para toda a comunidade acabam por ser autossuficientes, mas as atividades de competição são também suporta-das por esses eventos e pela quotiza-ção dos nossos associados.

As dificuldades do movimento as-

sociativo são cada vez maiores…

São muitas sim, ninguém faz ideia do que é pôr tanta gente a mexer, nós temos cerca de 65 atletas a re-presentar várias modalidades e isso acarreta muitos encargos, por exemplo com inscrições, só ao nível do ténis, temos sempre despesas fi-xas, depois os veículos, os seguros, é muito difícil pôr esta máquina a funcionar com o pouco que temos. Mas esperamos poder continuar a fazê-lo, com todo o gosto, porque to-dos os órgãos sociais do clube ocu-pam os seus tempos livres nisto e es-peramos que no futuro seja possível continuarmos a proporcionar estas atividades e todas as modalidades a todas as pessoas do nosso concelho.

Qual é a vossa representatividade

no movimento associativo local?

Ao nível de dinâmica desportiva do concelho de Ferreira do Alentejo acabamos por ter cinco modalida-des, 65 atletas. Acabamos por ter uma grande amplitude de moda-lidades e de apoios, fazemos ques-tão de apoiar todos os jovens, por-que isto é um meio pequeno, todos merecem a nossa atenção e para isso é que trabalhamos. Às vezes damos um bocado mais de nós para suprir-mos certas carências, mas basta-nos ver a satisfação dos nossos jovens quando saem para conhecerem ou-tras paragens e contactar com ou-tros atletas. Esse sentimento não tem preço.

Às vezes damos um bocado mais de nós para suprirmos certas carências, mas basta-nos ver a satisfação dos nossos jovens quando saem para conhecerem outras paragens e contactar com outros atletas. Esse sentimento não tem preço.

A primeira etapa do Campeonato Nacional de Kayak Mar,

competição organizada pela Federação Portuguesa de Canoagem,

realiza-se no próximo fim de semana, entre Vila Nova de

Milfontes e Zambujeira do Mar. A prova terá a distância de 23

quilómetros ao longo da costa e terá início às 10 horas.

Nacional de Kayak

Mar este fim de semana

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O Raid BTT Terras de Mato jun-tou cerca de 800 concorrentes e revelou que o espírito desta prova desportiva vai muito para além da presença das bi-cicletas nos trilhos da região.

Texto e foto Firmino Paixão

Nos primeiros dias de abril de 2004 foi criada a sec-ção de BTT e Cicloturismo

do Clube Recreativo e Desportivo de Cabeça Gorda. No mês seguinte es-tavam a organizar o seu primeiro evento, um passeio que reuniu pouco mais de 130 participantes.

Oito anos depois, o BTT do Ferrobico pôs de pé a oitava edição do raid Por Terras de Mato, inundando a avenida Alonso Gomes com cerca de 800 bicicletas. Uma organização bem conseguida, por todos elogiada, que desde há quatro anos evoca a memó-ria de um antigo atleta falecido, ins-tituindo o “Troféu João Bento”. Neste rico percurso em prol do desporto de natureza e divulgação da sua terra e da cultura das suas gentes, o clube

leva também a solidariedade para os seus trilhos, organizando even-tos com caráter social, destacando-se os que organizaram a favor das víti-mas do tsunami de 2005 na Ásia e de uma jovem da região com problemas de saúde. Assim o desporto tem mais encanto.

Na primeira linha de concorren-tes ao raid 2012, a oitava edição, lá es-tavam as elites: Vítor Gamito, vence-dor da Volta a Portugal em 2000 com a camisola da extinta equipa Porta da Ravessa/Zurich, Hernâni Broco, ainda ciclista profissional da equipa espanhola Caja Rural, ou Sandra Araújo, que é só a campeã nacional de maratonas. Três estrelas a cintilar entre a multidão anónima e multico-lorida que, com uma rigorosa pon-tualidade, se fez às estradas empoei-radas de Cabeça Gorda e freguesias vizinhas.

Momentos antes da primeira pe-dalada, Vítor Gamito lembrou: “É o terceiro ou quarto ano que cá estou. Quando a qualidade dos eventos é grande, como está aqui à vista, gos-tamos sempre de voltar”. E justificou:

“Eles conseguem fazer uma coisa que é quase magia, conseguem me-lhorar de um ano para o outro, e o mais curioso é que esta é uma prova em que a maratona é apenas um pre-texto para que um grupo de amigos se junte, e um grupo cada vez maior”. Gamito confessou ainda: “Este ano vim na véspera, qualquer dia terei que marcar férias para vir uma se-mana antes para a Cabeça Gorda, porque realmente vive-se aqui um ambiente incrível e a maratona é ape-nas uma parte da festa que começa um dia antes e que se prolongará pelo resto da tarde após a prova, por isso temos que pedalar agora um peda-cinho para digerirmos tudo o que já comemos e arranjarmos lugar para o que vem a seguir”.

Desvalorizando o seu favoritismo quando lhe perguntámos se ia ven-cer, disse: “Ganhar? Logo se vê!”. E lembrou: “Este ano até tenho aí um colega de profissão, o Hernâni Broco, ele tem um nível que não tem nada a ver com tudo o resto, inclusive eu. Nós somos amadores, desfrutamos da bi-cicleta, eu treinei muito bem para a

Transportugal, mas já lá vão duas se-manas e desde aí praticamente não peguei nela e quando peguei fui atro-pelado, ainda estou com algumas mazelas, mas o que interessa mesmo é o convívio e que venham aqui gran-des nomes como é o caso do Hernâni Broco, que é um dos grandes nomes da Volta a Portugal, como fui eu há 12 anos. Estão aqui duas gerações e isso também é muito bonito no BTT”, concluiu o recente vencedor do Transportugal BTT 2012, uma prova de 1 150 quilómetros (nove etapas) entre Bragança e Sagres.

Hernâni Broco, ciclista nascido em Torres Vedras e licenciado em Fisioterapia, falou apenas em “des-frutar um pouco desta paisagem”: “Está um bom dia e devemos apro-veitar ao máximo este evento e dar umas boas pedaladas aqui com to-dos estes amigos”. Sem o objetivo de vencer, Broco disse: “Venho para me divertir e para desfrutar, não ve-nho com o intuito de ganhar, a inten-ção é usufruir deste ambiente e da bi-cicleta de montanha, uma vez que já não ando há algum tempo, é nesse

sentido que cá estou. O Vítor Gamito sim, será certamente o ciclista que está melhor preparado e já conhece este evento, eu apenas venho com o espírito de lazer”, concluiu o corre-dor da Caja Rural, que este ano já cor-reu a Volta ao País Basco e o Grande Prémio Miguel Indurain.

Classificações: 75 km femininos: 1.º Sandra Araújo (Barbo Racing), 3.14.14 h. 2.º Marlene Emídio (Altimetria), 3.54.35. 3.º Inês Trancoso (indivi-dual), 4.25.01.

75 km masculinos: 1.º Vítor Gamito (Goldnutricion), 2.39.42 h. 2.º Hernâni Broco (Caja Rural), 2.42.01. 3.º Hugo Espigão (Superbikes), 2.45.10.

45 km femininos: 1.º Sílvia Ferreira (Cegonhas do Sado), 2.17.45 h. 2.º Cristina Costa (Orbea), 2.18.05. 3.º Sónia Carvalho (Superbikes), 2.21.23.

45 km masculinos: 1.º Arménio Rodrigues (Ermidense), 1.43.33 h. 2.º Filipe Coelho (Individual), 1.43.54. 3.º Hélder Silva (Lagoa do Calvo), 1.46.08.

BTT Terras de Mato é uma prova bem-sucedida

A magia de melhorar todos os anos

Milfontes Beach Tennis Open O Torneio Internacional Milfontes Beach Tennis Open decorre entre hoje, sexta-feira, e domingo, dia 10, em Vila Nova de Milfontes, organizado pela Federação Portuguesa de Ténis e pela International Tennis Federation/Beach Tennis Circuit 2012, com o apoio do município de Odemira.

Brisas do Atlântico O município de Odemira promove no próximo do-mingo a edição 2012 das Brisas do Atlântico, evento que se disputa nas moda-lidades de cicloturismo, BTT, patinagem, pedestrianismo, atletismo, desporto adaptado e kayak mar. Esta edição tem como causa social ajudar a Associação Movimento 1Euro e as instituições locais de solidariedade social.

BTT na Rota do Medronho

em Amoreiras Gare

O Grupo Desportivo e Recreativo de Amoreiras

Gare vai realizar no dia 1 de julho o 6.º Passeio

BTT Na Rota do Medronho, simultaneamente

a 4.ª prova da Taça do Algarve de XCM e com

percursos de 30, 45 e 62 quilómetros.

Page 22: Ediçao N.º 1572

Diário do Alentejo8 junho 2012

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Hospital de Beja

Doenças de Rins

e Vias Urinárias

Consultas às 6ªs feiras

na Policlínica de S. Paulo

Rua Cidade S. Paulo, 29

Marcações

pelo telef. 284328023

BEJA

Urologia ▼

Terapia da Fala ▼

DRA. TERESA ESTANISLAU

CORREIA

Marcação

de consultas

de dermatologia:

HORÁRIO:

Das 11 às 12.30 horas

e das 14 às 18 horas

pelo tel. 218481447

(Lisboa) ou

Em Beja no dia

das consultas

às quartas-feiras

Pelo tel. 284329134,

depois das 14.30 horas na

Rua Manuel António de

Brito, nº 4 – 1º frente

7800-544 Beja

(Edifício do Instituto

do Coração,

Frente ao Continente)

Dermatologia ▼

DR. A. FIGUEIREDO LUZ

Médico Especialista

pela Ordem dos Médicos

e Ministério da Saúde

GeneralistaCONSULTAS DE OBESIDADE

Rua Capitão João Francisco

de Sousa, 56-A – Sala 8

Marcações

pelo tm. 919788155

Obesidade ▼

TERAPEUTA

DA FALA

CATARINA

CHARRUA

Consultas e domicílios

de 2ª feira a sábado

Tm: 967959568

DR. J. S. GALHOZ

Ouvidos,Nariz, Garganta

Exames da audição

Consultas a partir das 14 horas

Praça Diogo Fernandes,

23 - 1º F (Jardim do Bacalhau)

Telef. 284322527 BEJA

FAUSTO BARATAAssistente graduado

de Ginecologiae Obstetrícia

ALI IBRAHIMGinecologiaObstetríciaAssistente Hospitalar

Consultas segundas,

quartas, quintas e sextas

Marcações pelo tel.

284323028

Rua António Sardinha,

25r/c dtº Beja

CLÍNICA MÉDICA

ISABEL REINA, LDA.

Obstetrícia,

Ginecologia,

Ecografi a

CONSULTAS

2ªs, 3ªs e 5ªs feiras

Rua Zeca Afonso, nº 16 F

Tel. 284325833

FRANCISCO FINO CORREIAMÉDICO UROLOGISTA

RINS E VIAS URINÁRIAS

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas

Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20

7800-451 BEJA Tel. 284324690

CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA

JOSÉ

BELARMINO, LDA.

Rua Bernardo Santareno, nº 10

Telef. 284326965 BEJA

DR. JOSÉ BELARMINO

Clínica Geral e Medicina

Familiar (Fac. C.M. Lisboa)

Implantologia Oral

e Prótese sobre Implantes

(Universidade

de San Pablo-Céu, Madrid)

CONSULTAS EM BEJA

2ª, 4ª e 5ª feira

das 14 às 20 horas

EM BERINGEL

Telef 284998261

6ª e sábado

das 14 às 20 horas

DR. JAIME LENCASTREEstomatologista (OM)

Ortodontia

FERNANDA FAUSTINO

Técnica de Prótese Dentária

Vários Acordos

(Diplomada pela Escola

Superior de Medicina

Dentária de Lisboa)

Rua General Morais

Sarmento. nº 18, r/chão

Telef. 284326841

7800-064 BEJA

Medicina dentária ▼

JORGE ARAÚJO

Assistente graduado

de ginecologia

e obstetrícia ULSB/Hospital José

Joaquim Fernandes

Consultas e ecografi a2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras,

a partir das 14 e 30 horas

Marcações

pelo tel. 284311790

Rua do Canal, nº 4 - 1º trás

7800-483 BEJA

Ginecologia/Obstetrícia ▼

Estomatologia Cirurgia Maxilo-facial ▼

Urologia ▼

Dr.ª Heloisa Alves ProençaMédica Dentista

Directora Clínica da novaclinicaExclusividade em Ortodontia (Aparelhos)

Master em Dental Science (Áustria)Investigadora Cientifica - Kanagawa

Dental School – JapãoInvestigadora no Centro de Medicina

Forense (Portugal)

Rua Manuel AntRua Manuel Antóónio de Britonio de Briton.n.ºº 6 6 –– 1.1.ºº frente. 7800frente. 7800--522 Beja522 Beja

tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106

Psicologia ▼

Neurologia ▼

HELIODORO

SANGUESSUGADOENÇAS

DO SISTEMA

NERVOSO

CONSULTAS

às 3ªs e 4ªs feiras,

a partir das 15 horas

MARCAÇÕES pelos

telfs.284322387/919911232

Rua Tenente Valadim, 44

7800-073 BEJA

Consultasde NeurologiaDRª CAROLINA

ARAÚJONeurologista do Hospital

dos Capuchos, Lisboa

ConsultórioCentro Médico de BejaLargo D. Nuno Álvares

Pereira, 13 – BEJATel. 284312230

HELENA MANSOCIRURGIA

VASCULAR

TRATAMENTO

DE VARIZES

Convenções com PT-ACSCONSULTÓRIOS:

Beja

Praça António Raposo

Tavares, 12, 7800-426 BEJA Tel.

284 313 270

Évora

CDI – Praça Dr. Rosado

da Fonseca, 8, Urb. Horta dos

Telhais, 7000 Évora

Tel. 266749740

Cirurgia Vascular ▼

CÉLIA CAVACO

Oftalmologista

pelo Instituto Dr. Gama

Pinto – Lisboa

Assistente graduada

do serviço

de oftalmologia

do Hospital

José Joaquim

Fernandes – Beja

Marcações de consultas de 2ª a 6ª feira,

entre as 15 e as 18 horasRua Dr. Aresta Branco,

nº 477800-310 BEJATel. 284326728 Tm. 969320100

Oftalmologia ▼

Centro de Fisioterapia S. João Batista

Fisiatria

Dr. Carlos Machado

Psicologia

Educacional

Elsa Silvestre

Psicologia Clínica

M. Carmo Gonçalves

Tratamentos

de Fisioterapia

Classes

de Mobilidade

Classes

para Incontinência

Urinária

Reeducação

dos Músculos

do Pavimento

Pélvico

Reabilitação

Pós Mastectomia

Acordos com A.D.S.E., ACS-

PT, CGD, Medis, Advance

Care,

Multicare, Seguros Minis. da

Justiça, A.D.M.F.A., S.A.M.S.

Marcações

pelo 284322446;

Fax 284326341

R. 25 de Abril, 11

cave esq. – 7800 BEJA

Fisioterapia ▼

Psiquiatria ▼

FERNANDO AREALMÉDICO

Consultor de Psiquiatria

ConsultórioRua Capitão João

Francisco Sousa 56-A 1º esqº 7800-451 BEJA

Tel. 284320749

DR. MAURO FREITAS VALE

MÉDICO DENTISTA

Prótese/Ortodontia

Marcações pelo telefone 284321693 ou no local

Rua António Sardinha, 3 1º G

7800 BEJA

GASPARCANO

MÉDICO ESPECIALISTAEM CLÍNICA GERAL/MEDICINA FAMILIAR

Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503

Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA

Clínica Geral ▼

Otorrinolaringologia ▼

Page 23: Ediçao N.º 1572

Diário do Alentejo8 junho 2012

saúde 23

PSICOLOGIAANA CARACÓIS SANTOS

– Educação emocional; – Psicoterapia de apoio; – Problemas comportamentais;

– Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional;

– Métodos e hábitos de estudo

GIP – Gabinete de Intervenção Psicológica

Rua Almirante Cândido Reis, 13, 7800-445 BEJA Tel. 284321592

CENTRO DE IMAGIOLOGIA

DO BAIXO ALENTEJO

António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo –

Montes Palma – Maria João Hrotko

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Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-

PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE,

ADVANCE CARE

Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas

Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA Telef. 284318490

Tms. 924378886 ou 915529387

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TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan

Mamografi a e Ecografi a Mamária

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Clínica Médico-Dentáriade S. FRANCISCO, LDA.

Gerência de Fernanda Faustino

Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E.,

Portugal Telecom e Advancecare

Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

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e Castro – Jaime Cruz Maurício

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Mamografi a Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan

Densitometria Óssea

Nova valência: Colonoscopia Virtual

Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare;

SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA;

Humana; Mondial Assistance.

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Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339;

Web: www.crb.pt

Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja

e-mail: [email protected]

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/Desabituação tabágica – H. Pulido ValenteDr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de LisboaDr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de BejaDr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de BejaDr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo.Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumarDr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina FamiliarDr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (difi culdades específi cas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de BejaDrª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/Obesidade – Instituto Português de Oncologia de LisboaDr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. BejaDr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de ÉvoraDr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva.Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de BejaDr.ª Isabel Santos – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo AlentejoDr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de BejaDr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/ObstetríciaDr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de BejaDr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de BejaDr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta.Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/Orientação VocacionalDr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específi ca e não específi ca. Voz/Fluência.Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade.Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja

Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481

Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 [email protected]

Terapeuta da Fala

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Consultas em Beja

CLINIBEJA – 2.ª a 6.ª feira

Rua António Sardinha,

25, r/c esq.

Tm. 962557043

Terapia da Fala ▼

Diversos Acordos

medicina geral e familiarDr. Luís Capelaendocrinologia|diabetes|obesidadeDr.ª Luísa Raimundopneumologia|consulta do sonoDr.ª Eulália Semedoginecologia|obstetrícia|colposcopiaDr.ª Ana Ladeiraotorrinolaringologia|ORL pediátrica

Dr.ª Dulce Rocha Nunespsiquiatria e saúde mentalDr. Daniel Barrocaspsicologia clínicaDr.ª Maria João Póvoaspsicologia educacionalDr.ª Silvia Reisterapia da falaTerapeuta Vera Baião

Terapeuta Fábio Apolináriocirurgia vascularDr.ª Helena Manso

Dr.ª Nídia AbreupodologiaDr. Joaquim Godinho

medicina dentária Dr. Jaime Capela (implantologia)

Dr. António Albuquerqueprótese dentáriaTéc. Ana João Godinho cirurgia maxilo-facialDr. Luís Loureiro

pediatria do desenvolvimento

psicomotricidade|apoio pedagógicoTerapeuta Helena Louro

exames audiológicosAudiograma|Timpanograma

Manutenção de todas as marcas

Rua António Sardinha 23, 7800-447 BejaTelefone: 284 321 517 | Móvel: 961 341 105 | Fax: 284 327 331

[email protected]| www.facebook.com/clinibejawww.clinibeja.com

Page 24: Ediçao N.º 1572

Diário do Alentejo8 junho 2012

institucional diversos24

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Diário do Alentejo n.º 1572 de 08/06/2012 2.ª Publicação

Tribunal Judicial de MouraSecção Única

ANÚNCIO

Processo: 134/05.5TBMRA

Inventário (Herança)

Cabeça de Casal: Mariana Gavino Oliveira

Inventariado: Francisca Gonçalves Gavino e outro(s)...

Correm éditos de 20 dias para citação dos credores desconhecidos

que gozem de garantia real sobre os bens abaixo indicados, para recla-

marem o pagamento dos respetivos créditos pelo produto de tais bens,

no prazo de 15 dias, fi ndo o dos éditos, que se começará a contar da

data da segunda e última publicação do anúncio, em que são:

Cabeça de Casal: Mariana Gavino Oliveira, NIF 101432240, domi-

cílio: Largo Dr. Luís Acabado, N° 11, Moura, 7860-000 Moura.

Interessado: Francisca Maria Gavino Oliveira Dias, domicílio: R.

Cunha Rivera, N° 13 - 1°, Bairro Bacelo, 7000-000 Évora.

Bens: Prédio urbano, sito na Rua de São Bento, inscrito na respecti-

va matriz sob o art°. 371º, da Freguesia de Barrancos e descrito na Con-

servatória do registo Predial de Barrancos sob o n°. 01772/011112.

Moura, 14-05-2012.

N/Referência: 680351

O Juiz de Direito,

Dr. Rui Miguel Fonseca Machado

O Ofi cial de Justiça,

Joaquim Infante

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Diário do Alentejo n.º 1572 de 08/06/2012 única Publicação

CÂMARA MUNICIPAL DE CASTRO VERDE

EDITAL N.º 54/2012CONCURSO PÚBLICO

PARA VENDA DE CORTIÇA NA ÁRVOREFrancisco José Caldeira Duarte, Presidente da Câmara

Municipal de Castro Verde:Torna público, que na sequência do seu despacho, datado

de 4 de Junho de 2012, se encontra aberto concurso público para venda de cortiça na árvore.

A alienação de cortiça na árvore é relativa a 14 sobreiros existentes na sua propriedade rústica denominada “Geraldes”, nas proximidades da localidade dos Geraldos.

1. Principais obrigações do adjudicatário: a) O adjudicatário deverá executar os trabalhos de descorti-

çamento, transporte e armazenamento de cortiça.b) O adjudicatário responde por quaisquer danos e prejuízos

causados pelo descortiçamento, transporte e armazenamento da cortiça no pessoal que executa os trabalhos, bem como a terceiros e nas infraestruturas existentes.

c) O adjudicatário terá que zelar pela não danifi cação das árvores;

d) O adjudicatário é o único responsável pela preparação, planeamento e coordenação de todos os trabalhos necessários ao descortiçamento;

e) Ficam a cargo do adjudicatário todas as despesas ine-rentes à elaboração das propostas, ao pagamento de quaisquer obrigações fi scais e outras que resultem do descortiçamento e venda de cortiça e do transporte e pesagem da mesma;

2. Local e data limite para apresentação das propostas: As propostas deverão ser entregues até às 17:30 horas do dia 14 de Junho de 2012, sob pena de não serem admitidas, na Secção Financeira e Património ou remetidas pelo correio sob registo e com aviso de receção.

3. Forma de apresentação e elementos que devem acom-panhar a proposta: A proposta devidamente datada e assinada e redigida em língua portuguesa ou acompanhada de tradução de-vidamente autorizada, deve conter a identifi cação do proponente (Nome, Morada, N.º Bilhete de Identidade ou Cartão de Cidadão e Número de Identifi cação Fiscal), bem como o preço proposto, e deverão ser dirigidas ao presidente da Câmara Municipal, em carta fechada, em cujo rosto deverá constar a indicação: “Proposta para compra de cortiça na árvore (14 sobreiros)”.

4. Abertura das propostas: A abertura das propostas recebi-das terá lugar no Edifício dos Paços do Município – Salão Nobre e realizar-se-á pelas 10 horas do dia útil que se seguir ao expirar do prazo para entrega das mesmas. Ao ato público pode assistir qualquer interessado, apenas podendo nele intervir os concorren-tes e seus representantes legais, devidamente credenciados.

5. Adjudicação: O critério para a Adjudicação será feito se-gundo o preço mais alto das propostas apresentadas. Em caso de empate, será aberto, após leitura das mesmas, licitação verbal entre os concorrentes presentes, não sendo permitidos lanços inferiores a 20€ (vinte euros).

A Câmara Municipal de Castro Verde, reserva-se o direito de não adjudicar, se entender que nenhuma das propostas apresentadas satisfaz os seus interesses, não resultando daí para a Câmara Municipal qualquer responsabilidade ou deveres de indemnizar os proponentes seja a que título for.

6. Modalidade de pagamento: O pagamento deve ser efetu-ado numa única prestação, no prazo de 8 (oito) dias úteis após a notifi cação da adjudicação.

7. Interpretação das cláusulas e casos omissos: Qualquer dúvida que seja suscitada na interpretação de algumas cláusulas deste edital, ou verifi cando-se existirem casos omissos, será a mesma esclarecida, ou suprida a omissão, por despacho do Presidente da Câmara.

Para conhecimento geral se publica este e outros de igual teor, aos quais, para os devidos efeitos, vai ser dada a devida publicidade.

Castro Verde, 4 de Junho de 2012

O Presidente,Francisco José Caldeira Duarte, Arq.

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Page 25: Ediçao N.º 1572

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†. Faleceu o Exmo. Sr. JACINTO MANUEL PENACHO, de 72 anos, natural de Nossa Senhora das Neves - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria de Fátima do Sacramento Penacho. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 22 de Maio, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Beja. (Retifica-se uma vez que erradamente se publicou o local de saída e cemitério do Penedo Gordo, pelo facto pedimos desculpa à família)

NOSSA SENHORA DAS NEVES / BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ FRANCISCO ROSA, de 72 anos, natural de Salvador - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria Eulália Silva e Silva Rosa. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 30 de Maio, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. CLOTILDE ROSÁRIO MURTEIRA AIRES, de 83 anos, natural de Santa Vitória - Beja, solteira. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 31 de Maio, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Beja.

SANTA CLARA DE LOUREDO

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOÃO DA CRUZ GASPAR JÚNIOR, de 89 anos, natural de Santa Clara de Louredo - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 2, da Casa Mortuária de Santa Clara de Louredo, para o cemitério local.

MOMBEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. FRANCISCO FERNANDES CONDUTO, de 75 anos, natural de Mombeja - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria Antónia Fialho Conduto. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 2, da Casa Mortuária de Mombeja, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA JOAQUINA DA CONCEIÇÃO FIGUEIRA, de 67 anos, natural de Santa Vitória - Beja, casada com o Exmo. Sr. Joaquim Januário Figueira. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 5, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. ANA ISABEL MORAIS ALHINHO, de 58 anos, natural de Beja. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 5, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

SANTA CLARA DE LOUREDO

†. Faleceu a Exma. Sra. D. CAROLINA BAPTISTA DA MATA, de 93 anos, natural de Santa Clara de Louredo – Beja, viúva O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 6, da Casa Mortuária de Santa Clara de Louredo, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA JOSÉ MARQUES PEREIRA, de 62 anos, natural de Moçambique. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 6, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

Às famílias enlutadas

apresentamos as nossas mais

sinceras condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt

Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309

www.funerariapaxjulia.pt E-mail: [email protected]

Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos

Penedo Gordo

AGRADECIMENTO

Aníbal Joaquim

Rosa Gonçalves

Faleceu em 18/04/2012

Sua mulher e fi lhos, na im-

possibilidade de o fazer pes-

soalmente, agradecem por

este meio a todas as pes-

soas que acompanharam o

seu ente querido à sua últi-

ma morada, ou que de outra

forma lhes manifestaram o

seu pesar.

Ervidel

PARTICIPAÇÃO E

AGRADECIMENTO

Teresa Rosa

Arsénio Paulino

Marido, fi lhos e restante famí-

lia cumprem o doloroso dever

de participar o falecimento da

sua ente querida ocorrido no

dia 26/05/2012, e na impos-

sibilidade de o fazer pesso-

almente agradecem por este

meio a todas as pessoas que

a acompanharam à sua última

morada ou que de outra forma

manifestaram o seu pesar.

Selmes

AGRADECIMENTO

Augusta Barradas

Dias Marquilhas

Nasceu 30.05.1934

Faleceu 05.06.2012

Sua família na impossibi-

lidade de o fazer pessoal-

mente agradecem por este

meio a todas as pessoas

que a acompanharam á

sua última morada ou de

outro modo manifestaram

o seu pesar.

PARTICIPAÇÃO E

AGRADECIMENTO

Joaquina Rosa

Tecedeira

Filhos, netos, noras, sobri-

nhas e restante família cum-

prem o doloroso dever de

participar o falecimento da

sua ente querida ocorrido no

dia 28/05/2012, e na impos-

sibilidade de o fazer individu-

almente vêm por este meio

agradecer a todas as pes-

soas que a acompanharam

à sua última morada ou que

de outra forma manifestaram

o seu pesar.

Beringel

MISSA

Luísa da Conceição

Pires Alves

1º Ano de Eterna Saudade

…continuas a existir

nos nossos corações…

Marido, fi lhos e pais partici-

pam a todas as pessoas de

suas relações e amizade,

que será celebrada missa

pelo eterno descanso da

sua ente querida no dia

18/06/2012, segunda-feira,

às 18.00 horas na Igreja

Matriz de Beringel, agrade-

cendo desde já a todos os

que comparecerem ao acto

religioso.

Serpa

PARTICIPAÇÃO

António Manuel Caracóis

Faleceu a 05.06.2012

É com pesar que participamos

o falecimento do Sr. António

Manuel Caracóis, de 71 anos,

natural de Serpa, casado com

a Sra. D. Maria de Lurdes

Furão. O funeral a cargo des-

ta Agência realizou-se no dia

07/06/2012 pelas 10.00 horas,

da Casa Mortuária de Serpa

para o cemitério local.

Apresentamos à família as

cordiais condolências

AGÊNCIA FUNERÁRIA

SERPENSE, LDAGerência: António Coelho |

Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344

SERPA

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Além …, pode ser longe ou perto, além pretende ser um “intervalo” na leitura deste jornal. Pode, pois, ser visto com calma. É nossa intenção mostrar aqui alguns trabalhos de pessoas ligadas a este sul. Gostávamos que, uma vez por mês, esta página fosse vista como quem recebe uma carta desenhada. Para além disto, que seja simples como respirar: além... pode estar alguém.

além n.º 3: TEXTO Henrique Matos; IMAGENS Leonor Venâncio e Rui A. Pereira.

ende ser um “intervalo” na leituração mostrar aqui alguns trabalhospor mês, esta página fosse vista

o, que seja simples como respirar:

À esperado teu amor que é o meu

de fi ngir que tenho saudades

dum futuro que se ri de mim

esta verdade que já não me serve

de ter andado a dançar o tango

comigo

até que se apagou a lua

tanto tempo perdido em ti

e a vida a fugir dos meus sonhos

Quando chegueijá este mundo cá estava

tudo o que fi z

foi andar no sentido contrário ao da multidão

Ando a contar indecências ao meuanjo da guarda- Está um lindo dia para sair à rua

Disfarçado de vento

e passear por entre as saias das raparigas

Salada de frutasO teu corpo

de maçã à espera

de ser trincada

O teu sorriso de avelã

e os teus olhos tão doces

de tangerina

quase aposto que um só beijo

faz estalar os teus lábios de romã

A minha contribuiçãopara o desGoverno e para a crisePortugal é o país da cunha

A “cunha” é considerada negativa

1 boa “cunha” é uma ajuda…

Sugiro pois mudar-se para

Portugal é o país da ajuda...

A um poetaandava sempre com sementes nos bolsos

até que um dia fl oriu

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27Realiza-se hoje, em Vila Nova de Milfontes, um concurso de

papagaios. Pretende-se com esta iniciativa que os participantes

tenham primor, originalidade e criatividade na elaboração dos

papagaios, promovendo a homenagem aos aviadores António Jacinto

de Brito Pais, José Manuel Sarmento de Beires e Manuel Gouveia e

ao seu feito histórico. Papagaios de várias cores soltos ao vento.

Concursode papagaios em Milfontes

A páginas tantas ...“Aqui perto, dois quintais abaixo e uma eira à esquerda, fica uma velha casa que está abandonada desde sempre ou, pelo menos, desde que me lembro de a ver. É muito parecida com as restan-tes casas das redondezas: jane-las pequenas e uma porta a um palmo do chão e, no piso de cima, janelas maiores em madeira pin-tada. Da parte de trás, voltada para o que foi o quintal, fica uma escada de pedra com o resto de um corrimão de ferro que termina numa varanda pequena a segurar o telhado. Foi aí, num dos quar-tos do primeiro andar, que a his-tória aconteceu já lá vai algum tempo...”. Texto de Nuno Casimiro e ilustrações de João Vaz de Car-valho, com a chancela da Bags of Books.

Agora não há desculpas para não comer queijo e até tu podes fazer estas caras divertidas

Pais...

queijinhos individuais e sementes para os olhos.

Dica da semanaA dica desta semana foge ao habitual e dá-te um filme, melhor dizendo, o trailer do filme “O Sapa-teiro” realizado por David Doutel e Vasco Sá, (Mons-tra – Melhor Filme Portu-guês/SPA Vasco Granja). Se gostas de animação aproveita e vai seguindo de perto a equipa que promete mostrar imagens do making of em http://www.osapa-teiro.com/trailer/index.html

O jogo desta semana baseia-se no trabalho do artista Jim Noonan e combina ciência com arte. Para criares este pêndulo-aerógrafo aconselhamos-te a assistires ao vídeo pois será mais fácil seguir cada passo http://www.marthastewart.com/894554/pendulum-painting?xsc=eml_crd_2012_05_04&om_rid=NsiuSU&om_mid=_BPo-8XvB8d9Cl4k

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Boa vida

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Boa vidaComer Vitela estufada com feijão-verde e pão alentejano torrado Ingredientes para 4 pessoas:1 kg. de vitela para cozer,1 kg. de feijão-verde,200 gr. de presunto,4 dl. de vinho branco,1 dl. de azeite,1 folha de louro,3 cebolas,4 dentes,q.b. de sal,q.b. de colorau, q.b. de pimenta branca moída,1 pão alentejano.

Confeção:

Corte a carne aos quadra-dos com mais ou menos três centímetros. Corte o pre-sunto aos cubos pequenos.Num tacho coloque cebo-las picadas, alhos picados, a folha de louro e o azeite. Deixe refogar um pouco. Junte a carne e o presunto e deixe cozinhar. Adicione o vinho branco e deixe fer-ver até evaporar o álcool. De seguida cubra a carne com água e tempere com sal e pi-menta branca. Deixe cozi-nhar lentamente, com o ta-cho tapado.Quando a carne estiver quase cozida junte o feijão-verde cortado às tiras e o colorau.Retifique o tempero e sirva acompanhada com o pão torrado. Bom apetite…

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

FilateliaMatraquilhos pela primeira vez em selos

Para assinalar o “Cam-peonato Europeu de Futebol”, os correios

puseram em circulação, no passado dia 4, uma emissão composta de um selo e de um bloco com as franquias de 0,68 e 2,50 €.

Tanto os selos como os qua-tro carimbos de 1.º dia de circu-lação mostram-nos a mesa e bo-necos do jogo de matraquilhos.

No texto de apresentação da emissão pode ler-se: “A histó-ria do jogo de matraquilhos re-sume-se e extingue-se no ima-ginário coletivo de confronto popular. Neste universo, to-dos nós podemos ser talento-sos jogadores de futebol, mar-car golos memoráveis ou fazer grandes defesas. A tradicional mesa de madeira é reinventada e transforma-se num estádio de multidões que vivem o mo-mento do golo, o desafio de chegar mais longe, o confronto entre equipas há muito rivais. Por tudo isto, este jogo, que desde as suas origens reúne grande número de adeptos e de apaixonados pelo futebol, foi o escolhido para, numa emissão de selos, retratar a seleção por-tuguesa e enaltecer o seu apu-ramento para o Campeonato Europeu de Futebol que este ano se realiza na Polónia e na Ucrânia”.

Esta não foi a única emis-são desta semana, pois, no dia 5, entrou em circulação a emis-são “Fajãs – Açores”, com quatro selos (€0,32; €0,68; €0,80 €2,00) e dois blocos com um selo cada (€1,75 e €2,30).

A ilustração da “Filatelia” é a página de apresentação da pa-gela anunciadora da emissão.

Geada de Sousa

JazzGuimarães Jazz/Toap Coletivo “Vol. V”

Apesar de ser em 2012 que Guimarães é Capital Europeia da Cultura (CEC), foi no ano passado que o Guimarães Jazz completou um aniversário redondo.

Vinte anos. Duas décadas que indubitavelmente guindaram o evento vimaranense ao pódio dos mais relevantes festivais de jazz em Portugal. Com Ivo Martins ao leme, o Guimarães Jazz tem sabido, como talvez nenhum outro festival de jazz entre nós, combinar múltiplas tendências do jazz da atuali-dade, com uma coerência e uma regularidade notáveis. Mas em 2011 cumpriu-se também o sexto ano da celebrada par-ceria estabelecida entre a organização do festival e a editora Tone of a Pitch (TOAP) que contempla a apresentação única, em cada edição, de uma formação especialmente criada para o efeito (o TOAP Coletivo, concebido por André Fernandes),

cuja atuação é gravada e o respe-tivo registo discográfico apresen-tado na edição do ano seguinte. Como frisa o diretor artístico do Guimarães Jazz nas notas que acompanham o disco, o momento comemorativo foi aproveitado para se operar uma “alteração estra-tégica na correlação de forças” na formação a apresentar. Se nas edi-ções anteriores fora evidente uma forte presença de músicos norte-americanos associados ao catálogo da TOAP, em 2010 a formação con-tou maioritariamente com músi-cos portugueses – um verdadeiro all-stars que integra representantes de vários gerações do jazz nacional (o guitarrista André Fernandes, o pianista Mário Laginha, o contra-baixista Nelson Cascais e o bate-rista Marcos Cavaleiro) – e por um outro músico há muito presença habitual entre nós, o saxofonista britânico Julian Argüelles. A oca-sião foi aproveitada para a apre-sentação de novas composições pe-los membros do grupo, sendo nelas

detetáveis traços distintivos das várias (vincadas) persona-lidades artísticas presentes. Um jazz de feição claramente europeia, complexo, de grande rigor formal e recorte só-brio. Como momentos mais interessantes, há a destacar, desde logo, a peça que abre o programa, “Toaps”, original de Laginha, inventiva dos pontos de vista rítmico e melódico. “Float”, de Fernandes, também incluída em “Motor”, traz-nos uma deliciosa melodia, potenciada pela sonoridade lím-pida de Argüelles no soprano. O dinamismo de “Triality” é marcado pelo canto altivo do saxofonista (aqui em tenor) e pelo pianismo cristalino de Laginha. Em “Bipolar Banana Cake” – outro tema incluído no mais recente disco do gui-tarrista, numa versão que, aliás, prefiro a esta – é Cavaleiro, em grande forma, a mostrar os seus predicados enquanto baterista de primeira linha. Nota ainda para “Outra Gaveta”, da autoria do pianista, que parece conter elementos que a aproximam de uma certa “portugalidade”. “A Life Long Moment” é uma balada de contornos clássicos, plena de li-rismo e delicadeza. Aguardemos o que em ano de CEC esta parceria nos reserva.

António Branco

Philip RothD. QuixotePVP 16,90 euros425 págs.

O Floquinho é um lindo e jovem cão de porte médio. Foi encontrado na

rua a precisar de cuidados médicos numa pata e num dos olhos e está a

recuperar numa família de acolhimento temporário. É cego do olho direito,

mas isso não interfere na sua qualidade de vida. Quanto estiver recuperado

irá ser vacinado e poderá ser adotado. Procura-se uma família que trate o

Floquinho como ele merece. Irá ser um companheiro e amigo excecional.

Contactos: 962432844; [email protected]

Guimarães Jazz / TOAP Coletivo – “Vol. V”Julian Argüelles (saxofones tenor e soprano), André Fernandes (guitarra), Mário Laginha (piano, Fender Rhodes), Nelson Cascais (contrabaixo) e Marcos Cavaleiro (bateria).Editora: TOAP/OJMAno: 2011

LetrasGoodbye, Columbus e cinco contos

A coleção de f icções que foi a estreia editoria l, em 1959, do escritor norte-americano

Philip Roth é f inalmente publicada em Portugal. Inclui o romance que lhe dá o título e ainda cinco contos: “A conversão dos judeus”, “O defen-sor da fé”, “Epstein”, “Não se conhece um homem pela canção que canta” e “Eli, o fanático”. Um enorme su-cesso crítico, com ele Roth ganhou, nos EUA, o National Book Award for Fiction, e impôs-se como escritor promissor.

Goodbye Columbine seria uma história de paixão juvenil quase ino-cente não fosse ser sobretudo um olhar irreverente e sem rodeios so-bre a vida dos judeus da classe média americana. O olhar de Roth é mediado pelo de Neil Klugman, um bibliotecá-rio de Newark, que narra a história. Quanto ao olhar de Neil ele é turvado pela visão de Brenda Patimkin, uma estudante judia que vive com a famí-lia, abastada, em Short Hills, um su-búrbio fino. Após um encontro na piscina do clube frequentando por ju-deus, Neil e Brenda envolvem-se ra-pidamente numa relação apaixonada. Neil é recebido em casa dos Patimkin, sempre consciente da diferença social entre ele e a namorada, registando to-dos os aspetos da mesma mas sucum-bindo sempre à paixão por Brenda. A paixão intensa é posta, finalmente, à prova com o aproximar do final das férias escolares mas o mais notável do romance é precisamente o olhar cru e límpido de Roth/Neil sobre a vida (e o assimilacionismo) dos judeus de classe média na terra das oportunidades.

Maria do Carmo Piçarra

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Diário do Alentejo8 junho 2012

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Petiscos

Touros

Os touros comem-se. Pois, os touros de lide, os das touradas. Por estranho que tal pareça, há muita gente, e gente interessada que assiste empenhada-

mente ao espetáculo da “fiesta”, que não sabe o que acontece aos touros depois de serem corridos.

Em Espanha é fácil imaginar: “los toros” são mortos na praça para gáudio dos aficionados e com a irritação dos cha-mados “defensores dos animais”. Defensores que, claro, como nunca viram depenar aves, por vezes ainda vivas, com parafina a ferver, acham delicioso um franguinho no churrasco.

“Os touros é que não, não pode ser” – dizem eles – mas, evidentemente, isso é por causa das políticas e não dos bichi-nhos, propriamente ditos. Os touros de lide vivem cerca de sessenta meses disfrutando de liberdade e em espaço aberto. Os touros de carne – passam-se a chamar bois – são aba-tidos aos dezoitos meses e, quando em engorda, vivem em condições que tenho vergonha de transcrever.

Em Portugal os touros bravos seguem diretamente para o matadouro onde são abatidos com rapidez porque se der tempo a levantar febre, motivada pelo cansaço, stress e feri-das, a carne já não poderá ser utilizada para fins culinários.

A carne é muito rija, são animais adultos, habituados ao exercício, e carregada de adrenalina. Tem de ser tratada como seriam peças de caça, com as características de ani-mais selvagens. Deixemos então as partes nobres que po-dem ter tratamento semelhante às dos gamos, javalis e vea-dos e façamos um antigo prato do campo, feijão branco com mão de touro bravo.

Adquira uma mão de touro. Deixe ser um talhante a tra-tar disso, compre-a já raspada e lavada. Demolhe um litro de feijão branco e coza-o, da forma habitual. Coza a mão com sal, demoradamente. Reserve ambos.

Faça um refogado com dois decilitros de azeite, duas ce-bolas e quatro dentes de alho. Quando a cebola começar a alourar junte cento e vinte gramas de toucinho entremeado, quatro cenouras em rodelas, um belo ramo de coentros ru-demente cortado e um chouriço de carne fatiado e sem pele. Apure bem.

Junte então, ao refogado, a mão de touro, desossada, e o feijão. Tempere de sal e pimenta preta, abundante. Acrescente um copinho de vinho branco. Deixe apurar de novo. Se necessário regue com um pouco do caldo de cozer o feijão.

A carne deve estar totalmente gelatinosa, há quem não goste da textura. Se não for esse o seu caso verá que a mis-tura do feijão e dessa carne provoca uma sensação gustativa impar. Por isso, um vinho tinto encorpado é indispensável.

Renda homenagem ao animal. Pode ter dado que fazer, com bravura e nobreza, a dois ou três cavalos, um cavaleiro, oito moços de forcados e dois campinos.

António Almodôvar

A carne é muito rija, são animais adultos, habituados ao exercício, e carregada de adrenalina. Tem de ser tratada como seriam peças de caça, com as características de animais selvagens.

28 000É o número de leitores que todas as semanas lê o “Diário do Alentejo” na sua versão papel.

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regional na página do “DA”.

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Fonte: Marktest. Relatório de resultados da imprensa regional no período compreendido entre abril de 2010 e março de 2011

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História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é mi-nistrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.

“Os juramentos indiscretos”, pelo Teatro dos Aloés, abre hoje, pelas

22 horas, no palco da Escola Secundária Padre António Macedo, o

terceiro fim de semana da 13.ª Mostra Internacional de Teatro de

Santo André, que decorre até ao próximo dia 17. O espetáculo da

noite de amanhã, “Volfrâmio”, fica a cargo da Estação Teatral da

Beira Interior”; e o do serão de domingo, 10, que dá pelo nome de

“Édipo”, é uma proposta da Companhia do Chapitô.

Mostra de Teatro de Santo André

cumpre terceiro fim de semana

30

Fim de semanaMariana Alcoforado no palco do Pax Julia A “paixão” de Mariana Alcoforado, a freira do Convento da Conceição, vertida nas famosas cinco cartas que deram a volta o mundo tendo como destinatário o oficial francês Chamilly, vai ser relembrada hoje, em Beja, a partir das 22 horas, no palco do Pax Julia Teatro Municipal. Uma produção da Homlet/Seara – Companhia de Teatro de Beja, “A paixão de Mariana Alcoforado” é um mo-nólogo interpretado por Luísa Costa com encenação de David Silva.

A igreja de Santiago Maior – Sé para o co-mum dos bejenses – ali bem junto ao emblemático castelo, é o cenário esco-

lhido para acolher amanhã, sábado, pelas 21 e 30 horas, o quinto concerto da oitava edição do Festival Terras Sem Sombra, que decorre desde março subordinado ao mote “com voz suave e bem modulada”. Trata-se da obra “Ó Nobre Liberdade!”, uma ode a Napoleão com-posta pelo austríaco Arnold Schoenberg, que será interpretada pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, com direção musical de João Paulo Santos, ficando a voz recitante a cargo do reco-nhecido ator e encenador Luís Miguel Cintra, distinguido este ano com o prémio de Melhor Ator de Teatro, pela Sociedade Portuguesa de Autores.

O espetáculo, assente na interpretação que Schoenberg fez da ode que Byron dedi-cou a Napoleão, em 1814, após a abdicação deste enquanto imperador, integra ainda,

num segundo momento, a obra “Guzmán el Bueno”, de Tomás de Iriarte, que evoca aquele que é considerado um dos heróis da história espanhola, tendo-se evidenciado como guerreiro durante a Reconquista. “Ó Nobre Liberdade!” é uma coprodução entre o festival de música sacra do Baixo Alentejo e o Teatro Nacional de São Carlos, contando ainda com o apoio da embaixada de Espanha e do município de Beja.

Na manhã de domingo, 10, pelas 10 e 30 ho-ras, artistas, organizadores e espetadores do Terras Sem Sombra associam-se aos especia-listas da salvaguarda da biodiversidade e a vo-luntários da comunidade local para uma ação na herdade da Apariça, em São Matias, conce-lho de Beja, dedicada às abetardas, uma das es-pécies mais emblemáticas da região. A herdade da Apariça é “uma referência mítica da agri-cultura alentejana, hoje reforçada pela compo-nente ambiental”, sublinha a organização.

Quinto concerto do Festival Terras Sem Sombra 2012

Luís Miguel Cintrarecita Schoenberg

em Beja

Paulo Ribeiro apresentasegundo álbum no BarreiroDepois da Fábrica do Braço de Prata, em Lisboa, o músico bejense

Paulo Ribeiro leva amanhã, sábado, o seu mais recente trabalho,

“No Silêncio das Casas”, ao Be Jazz Café, no Barreiro. O concerto,

que tem início pelas 23 horas, é uma apresentação do seu segundo

álbum de originais a solo, que contou com a participação especial

das vozes de Viviane, Zeca Medeiros e Sara Corte-Real (coros),

para além da contribuição, no acordeão, de Celina da Piedade e das

colaborações de Mário Delgado (guitarras), Valter Rolo (piano),

José Canha (contrabaixo), e Jorge Moniz (bateria e percussões).

Sérgio Godinho ilustrado em Castro Verde Inaugurada na terça-feira, 5,

com a presença do músico, a

exposição “Sérgio Godinho e as

40 Ilustrações” vai manter-se

patente no Fórum Municipal de

Castro Verde até ao próximo dia

3 de julho. Uma celebração dos 40

anos de canções daquele que é um

dos mais consagrados cantautores

portugueses, materializada em

quatro dezenas de ilustrações

inspiradas em outras tantas

letras. “Lisboa que amanhece”,

“Balada da Rita”, “Arranja-me um

emprego” ou “Com um brilhozinho

nos olhos” são alguns dos temas

e personagens que ganham

existência de papel pelas mãos

de nomes como André Carrilho,

Catarina Valadas, Gémeo Luís,

Teresa Lima ou Susa Monteiro.

Cesária Évora homenageada hoje em Serpa É ao som do semba, das coladeras

e das mornas que Cesária

Évora, a grande diva da música

de Cabo Verde, será lembrada

hoje, sexta-feira, no palco da

praça da República, em Serpa,

a partir das 21 e 30 horas. O

concerto, protagonizado por

Tito Paris, Nancy Vieira, Maria

Alice e Albertino Évora, é um

dos que preenche a programação

do segundo fim de semana do

IX Encontro de Culturas, que

prossegue amanhã, sábado,

com o brasileiro Zeca Baleiro

e, no domingo, 10, com um

dia especialmente dedicado

ao cante alentejano.

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facebook.com/naoconfirmonemdesminto

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“em bom

alentejano”

abafura

ou calma?

Preparado para mais uma edição do “Em Bom Alentejano”? Força aí! Que dizer: “Está uma abafura que não se pode!” ou “Está uma calma que não se pode!”? Vejamos: “abafura” refere-se àquele calor sem sol, que nos faz transpirar ao mesmo tempo que tomamos um banho de água fria; “calma” refere-se ao calor abrasador de 43 graus à sombra, mas com sol – aquele que permite fritar ovos em cima de uma folha de alumí-nio ou utilizar o chão do terraço como fogão industrial. Assim, “Está uma abafura que não se pode!” deve ser dito quando temos a camisa agar-rada ao corpo e transpiramos por todos os poros, incluindo as pálpebras; “Está uma calma que não se pode!” deve ser dito quando o calor é tal que nem precisamos de lume para acender um cigarro. Assim se fala “Em Bom Alentejano”!

Silva Carvalho tinha relatório sobre Mariana Alcoforado: “Era viciada em barrigas de freira e estava sempre agarrada ao iPad”

Continua a polémica em torno de Miguel Relvas e das secretas. Segundo no-

tícias saídas a público, existem relatórios “secretos”, os quais terão sido escri-

tos por ex-espiões com acesso às mais modernas e ardilosas técnicas de es-

pionagem, como o google.pt, o google.com, o bing.com e a Wikipedia, sobre

figuras da sociedade portuguesa, nomeadamente Pinto Balsemão, o dire-

tor do “Expresso” e o tesoureiro da revista “Tratores e Charruas”. Mas ao que

apurámos, a lista de personalidades espiadas inclui também alguns nomes

da região, como Mariana Alcoforado: o relatório sobre a autora d’ “As cartas

portuguesas” afirma que Mariana era viciada em barrigas de freira e pas-

sava o tempo agarrada ao iPad a ver vídeos da Rihanna e de bebés em fral-

das a dançar merengue. Para além disso, lavava as ceroulas do Marquês de

Chamilly à mão com OMO na sua cela e participava nas diversas ações pro-

movidas pelo Banco Alimentar. Fonte anónima, com nome de código 0,07

– Ordem para Chibar, garantiu-nos ainda que nas próximas semanas serão

divulgados factos sobre outras figuras da região como José Romão – que

treinou o Real Madrid e fez a viagem de Vasco da Gama para a Índia numa

4L – e Mário Beirão – que escreveu poemas para serem musicados por Lara

Li e Elvis Presley.

80 anos do “Diário do Alentejo”: balanço e números

No passado dia 1 de junho celebrou-se o 80.º aniversário do “DA”. A data foi as-

sinalada com um grandioso espetáculo de anãs cuspidoras de fogo do Nepal,

o grupo de dança de A-do-Pinto que recriou o assalto ao quartel de Beja em

ballet e um brunch nas instalações do “DA”, em que se destacou a ausência do

chefe Nobre, que teria ficado de fazer uma demonstração, cozinhando tor-

resmos do rissol de fricassé em cama de espinafres salteados com uma redu-

ção de tinto de Albernoa. O senhor da Filatelia ainda se disponibilizou para

fazer ovos mexidos com salsichas, mas não era a mesma coisa... A título de

curiosidade foram ainda divulgados, na última edição do jornal, alguns nú-

meros e estatísticas que convém analisar e completar com o último estudo da

Marktest, o qual revelou que:

– O “DA” tem 28 000 leitores regulares – sendo que 0.33 por cento lê o jornal

em cuecas e 24,7 por cento utiliza a página de humor para apanhar o cocó do

cão quando vai à rua;

– O assinante que vive na Austrália recebe primeiro o jornal do que os assi-

nantes de Barrancos;

– O autor da página de humor se abarbatou a 98.6 por cento das queijadas de

amêndoa presentes no brunch.

Inquérito Vai acompanhar o Euro 2012?

HUMBERTO PRESSÃO ALTA, 34 ANOS

Pessoa que acredita que Portugal tem boas hipóteses de chegar

longe na competição, nomeadamente à Ucrânia

Vou, mas não tenho grande esperança na nossa seleção, digo-lhe

já. Os jogadores parecem-me mais cansados do que o João Gobern

quando vai da sala para a cozinha. E o Paulo Bento insiste em joga-

dores que não dão garantias capilares, nem desportivas. O Miguel

Veloso, por exemplo, tem o penteado de uma rola africana e o ta-

lento futebolístico de uma rola africana. Mas se o Ronaldo mar-

car penaltis com a mestria com que atira modelos ao Tejo, temos

hipóteses…

JORGE JESUS, 58 ANOS

Treinador do Benfica e pessoa que é conhecida

como Richard Gere da Amadora

Vou, claro. Quem me conhece sabe que sou uma pessoa que respira

futebol 72 horas por dia. É preciso ter calma, estes jogos de “perpa-

ração”, “forem” só jogos de “perparação”. Eu “acardito” que Portugal

pode chegar longe como os nosso “descubrideiros” quando “forem”

de cacilheiro rumo à Índia, às Berlengas e à Zambujeira do Mar.

ANTÓNIO JOSÉ SEGURO, 50 ANOS

Líder do PS e criador do conceito “abstenção violenta”

Dia 9 lá estarei para assistir ao primeiro jogo contra a Alemanha. Estou

convencido de que daremos uma lição à senhora Merkel. Se os jogadores

demonstrarem uma garra equivalente àquela que exibo no Parlamento,

levam uma cabazada… Eu sei que não parece, mas comigo ninguém faz

farinha. Sou tão mauzão que no outro dia tirei uma pen da porta USB do

meu computador sem desinstalar primeiro. Estão a ver? Pumba! Incha, ne-

oliberal Bill Gates!

Foi celebrado, há poucos

dias, um acordo entre o

Governo e a Associação

Nacional de Municípios

Portugueses (ANMP)

que permite a criação de

uma linha de crédito às

autarquias portuguesas. O

Governo está convencido de

que este crédito pode salvar

muitas autarquias da

região, sendo que

para isso estas têm

de renunciar a todos

os processos que

possam ter interposto

ao Estado – além

disso, os autarcas

da região serão

obrigados a beijar

os pés de Miguel

Relvas e de Vítor

Gaspar mesmo que

tresandem a chulé.

“É inqualificável este

acordo”, vociferou

um autarca mais

exaltado.“Preferia ir

lavar uma casa de banho

portátil na Ovibeja só

com um pacote de lenços,

em vez de me rebaixar a

esses senhores! Quanto ao

IMI e à derrama, fica tudo

igual!? Este acordo foi a

pior coisa que aconteceu

aos municípios desde a

praga de feiras medievais

que anda por aí. Não há

terra que não faça uma feira

medieval dedicada a temas

tão bonitos como a Santa

Inquisição ou o escorbuto!”.

Linha de crédito para municípios: Governo diz que é a melhor invenção a seguir à da roda e do fogo

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Governo recorreà velha técnica

de pegar pelos tornozelose sacudir até ao último

cêntimo

Page 32: Ediçao N.º 1572

Nº 1572 (II Série) | 8 junho 2012

RIbanho POR LUCA

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO

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da Redacção Alberto Franco, Aníbal Fernandes, Carlos Júlio, Firmino Paixão, Marco Monteiro Cândido Provedor do Leitor João Mário Caldeira | Colunistas Aníbal

Coutinho, António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Constantino Piçarra, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Rute Reimão

Opinião Ana Paula Figueira, Bruno Ferreira, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Filipe Pombeiro, Francisco Marques, João Machado, João Madeira, José Manuel Basso,

Luís Afonso, Luís Covas Lima, Luís Pedro Nunes, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho Marques, Nuno Figueiredo | Publicidade

e assinaturas Ana Neves | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha | Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação

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Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA | Distribuição VASP

www.diariodoalentejo.pt

Hoje, sexta-feira, o sol deverá brilhar em toda a região. A temperatura oscilará entre 12 e os 26 graus centígrados. Amanhã, sábado, não são esperadas nuvens e no domingo o céu deverá estar limpo.

Encontro Mineiro de São Domingos

Atuações de grupos corais alentejanos, exposições,

colóquios, visitas guiadas, jogos tradicionais e

documentários vão marcar o 1.º Encontro Mineiro da

aldeia de Mina de São Domingos, concelho de Mértola,

que vai decorrer entre hoje, sexta-feira, e amanhã. O

Encontro Mineiro de São Domingos visa “reforçar

o nome de Mértola e da Mina de São Domingos

como destinos de eleição de turismo cultural e

científico” e, desta forma, ser um contributo para o

desenvolvimento do concelho de Mértola e das suas

populações”, explica a Câmara Municipal de Mértola.

O evento, enquadrado no projeto europeu Atlanterra/

/Green Mines, liderado em Portugal pela Agência de

Desenvolvimento Regional do Alentejo, é promovido

pela Fundação Serrão Martins em colaboração com a

empresa municipal Merturis e a Câmara de Mértola.

Beldroegas n’ As Ervas da Baronia

Costeletas de borrego na grelha com migas de

beldroegas, açorda de beldroegas com queijo de cabra

ou feijão de azeite com beldroegas são algumas das

propostas do Ciclo Gastronómico “As Ervas da Baronia”

dedicado às beldroegas que decorre entre os dias 11 e 17

no concelho de Alvito, numa organização da câmara

municipal. A iniciativa, que vai na sexta edição, conta

com a participação de 10 restaurantes – “A Markádia”,

“O Buraco da Zorra”, “O Feio”, Pousada Castelo de

Alvito, “O Fernando”, A Avenida”, “O Bica Nova”, “O

Camões”, “O Casão” e “Os Sabores da Baronia”.

Semana do Molusco em Odemira

Cataplana de amêijoas, arroz de polvo ou espetadas de

lulas são alguns dos pratos que podem ser provados

em 10 restaurantes do concelho de Odemira durante

a Semana Gastronómica do Molusco, que termina

no domingo. A iniciativa, promovida pela Câmara

de Odemira, abrange restaurantes nas localidades de

Boavista dos Pinheiros, Brejão, Cavaleiro, Odemira,

Vila Nova de Milfontes e Zambujeira do Mar. Através

da Semana Gastronómica do Molusco, a Câmara

de Odemira pretende “incentivar a utilização

gastronómica dos moluscos capturados na região” e que

considera serem “produtos com enorme qualidade”.

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Depois de uma primeira medalha de ouro, arrecadada há um ano em Ponta Delgada, Açores, o alvitense

Tiago Conceição regressou recentemente ao pódio do Campeonato Nacional das Profissões, conquistando em Faro mais um primeiro lugar na saída profissional de Web Design. Uma prova que desafiou 240 jovens a simular situações reais em 44 profissões di-ferentes, num mercado de trabalho em ver-são faz-de-conta.

O que representam, para si, esta prova e

esta vitória?

O SkillsPortugal representa não só uma prova mas também uma experiência única onde se convive e conhece pessoas de todo o País. Devido à partilha de ideias e conví-vio acabamos sempre por levar algum co-nhecimento em outras áreas, o que contribui para a nossa experiência de vida. Em relação à vitória, é bom a nível profissional e poderá abrir portas a propostas de trabalho mais ambiciosas. Mas todos os participantes sa-íram vencedores; só o facto de disputar este campeonato e de tentar dar o melhor já cons-titui uma vitória para todos.

Em que área se destacou e de que forma

isso representa um “ensaio” ou uma ante-

cipação sobre aquilo que quer fazer no fu-

turo, em termos profissionais?

A minha participação é em Web Design, não por ser a minha área de eleição mas sim pela experiência que tenho. Embora tenha adqui-rido formação na área de design e programa-ção, sempre fui um autodidata e a grande maioria dos conhecimentos na área foram adquiridos desta forma. Mas, nesta prova, a componente de programação é superior à do design, o que faz com que seja mais uma prova de Web Developer. No futuro gostava de seguir uma área de programação, Web ou

Tiago Conceição,21 anos, natural de Alvito

Tendo concluído o 12.º ano na Escola Profissional de Alvito, como técnico de Informática de Gestão, Tiago Conceição está agora a finalizar, na Estig, em Beja, o curso de especialização tecnológica Projeto e Instalação de Redes Locais de Computadores. Uma possível porta de entrada para a licenciatura em Engenharia Informática e para o mundo da programação. Entretanto, o jovem informático vai usando o tempo livre para partilhar o que sabe com o público mais velho. Dinamiza, como voluntário, a oficina “Dúvidas e dicas”, a decorrer em Alvito, onde ensina tudo que há a saber sobre o uso da Internet

Aplicações de Sistemas Operativos e talvez programação robótica.

Tem orientado em Alvito a oficina “Dúvidas

e dicas”, para ajuda no uso da Internet.

Como tem sido a experiência?

Inicialmente houve uma pequena formação de informática em Alvito, para ensinar a usar a Internet. Um dia, uma senhora de idade trouxe o portátil à minha casa porque estava com algumas dúvidas. Entretanto, eu pedi que ela fosse ao “ambiente de trabalho” e a se-nhora, sorrindo, fez uma cara de espanto di-zendo que não sabia o que era. Explicou-me então que, nessas aulas, só tinha aprendido a ir ao Skype, ao email e pouco mais. Ao ou-vir isto apercebi-me que tinham começado num nível acima sem sequer adquirirem as bases essenciais. Uns dias depois, falei com as pessoas e perguntei se gostariam de conti-nuar, começando do princípio e com tempo. Com pessoas dispostas a aprender, dirigi-me à Junta de Freguesia de Alvito e voluntariei--me para dar aulas todos os sábados e domin-gos, duas horas por dia. Tem sido uma expe-riência positiva; de facto foram estas pessoas que me cativaram pela força de vontade e me levaram a dar este passo.

A próxima etapa será na Bélgica, em outu-

bro próximo, no III Campeonato Europeu

das Profissões. Quais são as expetativas?

São animadoras. Trata-se de uma prova mais competitiva e difícil de ganhar. No entanto, e como sempre, darei o meu melhor. O próprio formato participativo será diferente – trabalharei em equipa. Independentemente da classificação obtida, será com certeza uma vivência única. Fica a promessa do esforço, do es-tudo, da perseverança e de que tudo fa-rei com vista à obtenção do melhor re-sultado. Carla Ferreira

Tiago Conceição vence SkillsPortugal

A “brincar” a sério às profissões

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