Edição Nº 349

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“Vitória da consciência” reelege Carlos Felipe Região apresentou surpresas nas eleições Aberta a XXV FENECRAT Progresso e regresso na vida de Crateús Gonçalo Diogo é nova esperança para Nova Russas Eleição renova Câmara de Vereadores O povo tem memória curta. Prefeitos, vereadores e Ministério Público também têm. Centro de Abastecimento João Afonso, 45 anos depois: quem te viu e quem te vê! Leia, em Tiradas, o lado humorístico da eleição escrito por Hermenegildo Catão. Página 14 A Câmara Municipal de Crateús reelegeu seis entre os dez atuais vereadores. Seis deles foram eleitos, três não concorreram e um não conseguiu se reeleger. Página 04 A Feira de Negócios da Região de Crateús foi aberta na praça Antônio Arcelino, dia 13 pelo SEBRAE, BNB e Prefeitura. Página 05 Gonçalo Souto Diogo, 54 anos, é a nova esperança de decência na conturbada vida política de Nova Russas. A cidade está de parabéns pela sua eleição ao cargo de prefeito. Dia 1º de janeiro de 2013, ele assumirá a gestão municipal, levando o conhecimento de sucessivos erros de prefeitos anteriores que envergonharam a cidade e irá implantar nova sistemática administrativa que eleve ao mais alto possível o nome de sua terra natal. Que Nova Russas ajude o novo prefeito a resgatar a decência política perdida ao longo de tantos anos. Diogo tem que dizer “Sim” e “Não” para mudar Nova Russas. O prefeito de Crateús, Carlos Felipe Saraiva Bezerra (PCdoB), foi reeleito com 19.439 dos votos (49,65%), contra Ivan Monte Claudino (PMDB), segundo colocado, que obteve 17.539 sufrágios (40,56%), na eleição do último dia 07 de outubro, e que foi derrotado por exatos 1.900 votos. Página 04 Página 05 Ararendá, Ipaporanga, Quiterianópolis e Nova Russas marcaram a queda inesperada de candidatos dados como eleitos. Página 07 Comum aos candidatos derrotados em pleitos eleitorais é o reconhecimento da derrota e a justificativa de que lutou com todas as forças para vencer o adversário, mas não conseguiu. Assim fazem os políticos educados, ao tempo em que agradecem à população a votação recebida e o trabalho de assessores e apoiadores. O candidato derrotado Ivan Monte Claudino, ao invés de adotar esse comportamento, fez, pelo rádio, o discurso do ódio, da vingança e da ameaça contra o candidato vencedor Carlos Felipe. Página 15 COMUNICANDO TIRADAS ELEIÇÕES 2012 Foto: Diário do Nordeste Crateús-Ce. Segunda-feira, 15 de outubro de 2012 - Ano XV - N o 349 - R$ 2,50 Acesse nosso site: www.gazetacrateus.com.br | E-mail: [email protected]

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Segunda-feira, 15 de outubro de 2012 - Ano XV - No 349

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Page 1: Edição Nº 349

“Vitória da consciência” reelege Carlos Felipe

Região apresentou surpresas nas eleições

Aberta a XXV FENECRAT

Progresso e regresso na vida de Crateús

Gonçalo Diogo é nova esperança para Nova Russas

Eleição renova Câmara de Vereadores

O povo tem memória curta. Prefeitos, vereadores e Ministério Público também têm. Centro de Abastecimento João Afonso, 45 anos depois: quem te viu e quem te vê!

Leia, em Tiradas, o lado humorístico da eleição escrito por Hermenegildo Catão.Página 14

A Câmara Municipal de Crateús reelegeu seis entre os dez atuais vereadores. Seis deles foram eleitos, três não concorreram e um não conseguiu se reeleger.Página 04

A Feira de Negócios da Região de Crateús foi aberta na praça Antônio Arcelino, dia 13 pelo SEBRAE, BNB e Prefeitura.Página 05

Gonçalo Souto Diogo, 54 anos, é a nova esperança de decência na conturbada vida política de Nova Russas. A cidade está de parabéns pela sua eleição ao cargo de prefeito. Dia 1º de janeiro de 2013, ele assumirá a gestão municipal, levando o conhecimento de sucessivos erros de prefeitos anteriores que envergonharam a cidade e irá implantar nova sistemática administrativa que eleve ao mais alto possível o nome de sua terra natal. Que Nova Russas ajude o novo prefeito a resgatar a decência política perdida ao longo de tantos anos. Diogo tem que dizer “Sim” e “Não” para mudar Nova Russas.

O prefeito de Crateús, Carlos Felipe Saraiva Bezerra (PCdoB), foi reeleito com 19.439 dos votos (49,65%), contra Ivan Monte Claudino (PMDB), segundo colocado, que obteve 17.539 sufrágios (40,56%), na eleição do último dia 07 de outubro, e que foi derrotado por exatos 1.900 votos.Página 04

Página 05

Ararendá, Ipaporanga, Quiterianópolis e Nova Russas marcaram a queda inesperada de candidatos dados como eleitos. Página 07

Comum aos candidatos derrotados em pleitos eleitorais é o reconhecimento da derrota e a justificativa de que lutou com todas as forças para vencer o adversário, mas não conseguiu. Assim fazem os políticos educados, ao tempo em que agradecem à população a votação recebida e o trabalho de assessores e apoiadores. O candidato derrotado Ivan Monte Claudino, ao invés de adotar esse comportamento, fez, pelo rádio, o discurso do ódio, da vingança e da ameaça contra o candidato vencedor Carlos Felipe. Página 15

COMUNICANDO

TIRADAS

ELEIÇÕES 2012

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Crateús-Ce. Segunda-feira, 15 de outubro de 2012 - Ano XV - No 349 - R$ 2,50Acesse nosso site: www.gazetacrateus.com.br | E-mail: [email protected]

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www.gazetacrateus.com.brCrateús - Segunda, 15 de outubro de 2012

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Até 1988, a política de Crateús foi regida pela égide do coronelismo, se caracte-rizando pelo clientelismo, pela força do dinheiro, pelo fisiologismo, pela força negativa do poder central, pela compra escancarada de voto, pela troca explícita de benesses de toda ordem pelo voto.

De 1998 a 2008, passados vinte anos, onde estiveram à frente da Prefeitura os médi-cos Francisco José Bezerra (Nenzé) e Paulo Nazareno Rosa e o advogado José Almir Claudino Sales, o município logrou pequenas mudanças com alcances inexpressivos no que tange ao aspecto infra-estrutural, deixando muito a desejar, principalmente nas áreas de educação, saúde, saneamen-to básico, com crescimento desordenado, o que refletiu diretamente na estagnação da qualidade de vida das pessoas.

Em 2004, surge como candidato o médico Carlos Felipe Saraiva Bezerra, com propostas inovadoras e cora-josas, com uma plataforma que planejava ações que associavam o crescimen-to ao desenvolvimento do município, visando subs-tancialmente à melhora na qualidade de vida da popu-

lação. A força do poder e das oligarquias retrógadas impediram o seu êxito.

Nesse período, ventos inovadores mudavam a face do país. Uma forte política de transferência de renda levada a cabo pelo Poder Central, chegou a Crateús. Com isso segmentos mais penalizados da população obtiveram suas “cartas de alforria” daquelas falsas lideranças. Passaram a ter a plena consciência de que eles tinham direitos e que poderiam se tornar reali-dade, usando uma estranha maquininha que lhe dava um poder de mudar a sua vida na ponta do dedo: a urna eletrônica!

Em 2008, Carlos Felipe tenta novamente e é vi-torioso com uma maioria esmagadora de quase 12 mil votos, a maior na his-tória política do município. Foram quatro anos de ações voltadas e direcionadas ao bem estar da população. A saúde melhorou, a educação tomou impulso, o saneamen-to foi executado em quase toda a cidade e outras áreas do município.

Ele pensou grande, quando foi buscar junto ao Planalto, a Universidade Federal para Crateús, a viabilidade do açude Lago de Fronteira e o

Escritório Regional da Com-panhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba – CODEVASP. Deu um salto na forma de conduzir o dinheiro públi-co, que é do povo e deve ser bem aplicado. Crateús tomou novo rumo. O pre-feito foi compreendido e reconhecido pela população. Foi, com justiça, premiado pela reeleição.

Tem agora o desafio da responsabilidade dobrada pelo novo crédito. Vai ter ao seu lado, no Legislativo, uma bancada onde oito vere-adores dos quinze que foram eleitos, dar-lhe-ão o apoio necessário ao assumirem a Câmara Municipal na pró-xima legislatura.

Que o prefeito continue com o seu trabalho na atual gestão e dê início ao desenho político do seu próximo mandato, que será exercido dentro de novas circunstân-cias. O povo é sábio e con-fiou de novo em sua gestão. Esta vitória ficará conhecida em nossa história política como a “vitória da consci-ência do povo de Crateús”, no dizer do próprio prefeito após ter conhecimento do resultado das urnas em seu favor.

A vitória da consciência

Resultados do julgamento mais polêmico da história política

Cálculo definirá pena de condenados no mensalão

O desafio que o Supremo Tribunal Federal (STF) en-frenta com o julgamento da Ação Penal 470, não se trata apenas do maior processo nos 121 anos de história do tribunal, mas também do caso mais complexo e de maior impacto político que, até o momento, foi levado ao exame da corte.

Quando terminar de julgar os 38 réus, cada ministro terá

encarado depoimentos de mais de 600 testemunhas, discrições de meia centena de advogados e alguns meses de sessões plenárias.

O chamado “Escândalo do Mensalão” começou no dia 2 de agosto e hoje aponta repercussão não apenas-nacional, mas também in-ternacional, já que grandes figuras da política brasileira que ajudaram a construir a

história e contribuíram para a queda do Regime Militar, acabaram sendo condenadas por crime de corrupção.

O resultado desse processo surpreende os brasileiros que esperam justiça. O jul-gamento deixa a esperança de que nem tudo termina em pizza e que somente pobre é julgado, condenado e preso.

Condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex--tesoureiro do partido Delú-bio Soares ficarão à espera de um complexo cálculo matemático que envolve a chamada dosimetria das penas.

Antes, os ministros do Supremo Tribunal Federal decidirão se eles formaram uma quadrilha para cor-romper os parlamentares. Depois, definirão as penas que serão impostas a cada

um, avaliando se cada com-pra de político constitui um crime separado de corrupção ativa ou se o delito deve ser punido como um único mal-feito. Isso tem importância capital para saber se os três cumprirão a pena em regime fechado ou no semiaberto. O trio foi denunciado nove vezes por corrupção ativa.

Depois de estabelecer a pena base, que varia no caso de corrupção ativa de 2 a 12 anos, o Supremo Tribunal Federal estabelece “puni-ções” adicionais para cada ato de corrupção - no caso

de entender que eram crimes continuados, um mesmo episódio que se desdobrou no tempo e tinha uma única intenção original. No caso do chamado de concurso de crimes, como se fossem eventos criminosos inde-pendentes, soma-se todas as penas.

Relator do processo do mensalão, o ministro Joa-quim Barbosa deve calcular as penas conforme o cargo ocupado e a posição que cada um ocupava no esque-ma.

Escândalo do Mensalão envolve figuras da política brasileira que ajudaram a construir a história e contribuíram para a queda do Regime Militar.Por: Marcela de Freitas

Fundada em 30 de maio de 1997

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Dr. André LandimDoenças da Pele e Alegria

Dr. Gustavo Henrique BezerraOtorrinolaringologia - Videolaringoscopia

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Dr. WaetanUltrassonografia

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Dr. Paulo NazarenoEndoscopia e Cirurgia Laparoscópica

EDITORIAL

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GAZETA DO CENTRO-OESTECrateús - Segunda, 15 de outubro de 2012

[ Opinião ] [ Política ] [ Cidade ] [ Geral ] [ Cultura ] [ Sociedade ] [ www.gazetacrateus.com.br ]

Júnior Bonfim | [email protected]

Observatório04 de outubro de 2012.

Três dias antes das eleições. O Jornal O POVO estampou matéria paga noticiando o resultado de uma pesquisa realizada em Crateús fazia mais de uma semana. Resul-tado: Carlos Felipe – 52,3%; Ivan - 38%. 05 de outubro de 2012. Sessenta mil panfletos haviam sido confeccionados em uma gráfica da cidade e estavam sendo distribuídos por todo o município. A peça publicitária induzia as pessoas a assimilarem que a pesquisa era do dia 04.10. E que Felipe venceria as eleições com uma maioria de 6.800 votos. No dia anterior, uma decisão judicial havia proibido a divulgação de outra pesquisa, realizada na semana da eleição, apontan-do a vitória de Ivan por uma pequena vantagem. Resulta-do: Carlos Felipe foi reeleito com uma diferença de 1.900 votos. Deve isso a três fato-res: o embuste das pesquisas, a exclusividade da utilização da última noite de campanha (carreata de sábado) e o uso da máquina. Em todas as épocas, a máquina sempre foi usada a serviço da can-didatura oficial. Agora não foi diferente (os contratados que o digam).

PESQUISASAs eleições deste ano com-

provaram que pesquisas – apesar do rigor científico e da eficácia metodológica - também são permeáveis a manipulações e fraudes. Por sua força indutiva sobre a população, as pesquisas têm enorme peso sobre o resulta-do das urnas. Há um conside-rável contingente de votantes que só se define na semana da eleição. Em se tratando de disputas acirradas, esse percentual do eleitorado que é adepto do voto útil (ou que “não quer perder o voto”) acaba sendo decisivo. Foi o que se deu em Fortaleza com a candidatura de Heitor Fér-rer. E em Crateús, com Ivan. Tivessem sido divulgados os números da última pesquisa, certamente estaríamos diante de outra realidade.

CANDIDATOSTodos os cinco postulan-

tes à Prefeitura de Crateús

merecem registro, reconhe-cimento e encômios. Edu-ardo Machado representou a ousadia individual de um cidadão simples que, mesmo passando ao largo dos câno-nes gramaticais, deu o seu recado. Massaroca realizou o sonho pessoal de concor-rer à Chefia do Executivo e, apesar dos contratempos, manteve a bandeira içada até o final da batalha. Adriana delimitou o território do idealismo, dos que fazem política bronzeados pelo sol da utopia. Ivan foi a grande revelação do pleito. Em apenas três meses catalisou a insatisfação popular e se viabilizou como alternati-va de poder. Carlos Felipe garantiu a continuidade do seu projeto. Foi o vitorioso e ganhou mais quatro anos à frente da municipalidade.

AS LIÇÕESNo mês passado regis-

tramos nesta Coluna: “que ninguém seja tomado pelo espasmo da admiração se candidaturas oposicionistas, em grande número, obti-verem êxito nas próximas eleições. Domínios de várias décadas estão sob o signo da ameaça. Dia sete de ou-tubro as urnas revelarão um novo cenário”. De fato a previsão se confirmou. Na região, vários municípios corroboraram esse prog-nóstico: Quiterianópolis, Independência, Ipaporanga, Ararendá... Essas eleições inauguraram uma nova fase na vida política. Um eleitor diferente – atento e exigente – está se gestando. Este novo eleitor tende a ser intolerante com o caciquismo duradou-ro. Há um ambiente propício à alternância de poder. Nin-guém quer mais um mesmo grupo ou cacique mandando a vida toda. Novo Oriente escapou dessa onda porque o grupo da situação, inspirado na sensibilidade política de Nenen Coelho, resolveu se compor com um segmento da oposição. Agora, o Pre-feito eleito Godô deverá dar uma oxigenada na gestão.

AS LIÇÕES II

Em Crateús, a candidatura de Ivan deixou um legado positivo. O candidato do

PMDB fez uma campanha inovadora. Não se rendeu ao modelo tradicional. Fez com-promissos simples, claros e exequíveis. Registrou-os em Cartório, a fim de que não ficassem como palavras ao vento, conforme faz a maio-ria dos candidatos. Como oposicionista, foi combativo sem resvalar para a irrespon-sabilidade. Só aceitou fazer denúncias de irregularidades que podia comprovar docu-mentalmente. Cumpriu todas as obrigações pactuadas com os aliados, até porque só deu passos proporcionais às próprias pernas. Do ponto de vista financeiro, racionalizou custos, fez uma campanha modesta, sem abuso de po-der econômico. Não cedeu a pressões grupais. Deixou ní-tido que estava ali para cum-prir uma missão. Sempre alimentou o sonho de servir à sua terra. Estava preparado para dar o seu contributo. Dentre os nomes disponí-veis no segmento político que compunha, revelou-se o mais talhado para o embate neste momento. Sai da arena de luta pela porta da frente. Está de parabéns!

AS LIÇÕES IIICarlos Felipe deverá fa-

zer uma análise amiúde da campanha. Há quatro anos, saiu consagrado por mais de 60% dos votos. Agora, obteve menos da metade dos votos válidos. Ou seja, mais de 50% do eleitorado não quis lhe sufragar. Nou-tras palavras: se a oposição tivesse marchado de maneira unificada, teria ganhado a eleição. Isto significa que Felipe começa seu segundo mandato sem o carimbo da legitimidade majoritária do povo. Portanto, se pretender se reconciliar com a maioria, é indiscutível que há neces-sidade de fazer alterações. Terá o médico Prefeito a coragem de pegar no bisturi da burocracia prefeitural e realizar a devida cirurgia? Só o tempo dirá.

PARA REFLETIR“Nada é permanente, ex-

ceto a mudança”. (Herá-clito)

PT dobra o número de prefeituras no Ceará

Supremo retoma julgamento do mensalão sobre crime de lavagem de dinheiro

O Partido dos Trabalhado-res (PT) está comemorando que apesar do julgamento do mensalão, em que integran-tes de sua cúpula, estão sen-do castigados nos processos, saiu vitorioso no Ceará.

O número de prefeitos no estado passa de 15 atual-mente, para 30 na próxima

legislatura. Além das con-quistas no interior cearense, o partido está no segundo turno em Fortaleza com El-mano de Freitas.

Para avaliar as vitórias alcançadas nestas eleições a presidente do PT no estado, Luizianne Lins vai reunir os eleitos nesta segunda-

-feira (15), a partir das 19h no Hotel Gran Marquise em Fortaleza. Será um momento em que a sigla também co-meça a planejar investidas no cenário estadual com a presença de outros caciques do PT cearense.

O julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão, será retomado na próxima segunda-feira (15) no Supremo Tribunal Federal (STF) com os votos dos ministros Gilmar Men-des, Celso de Mello e Ayres Britto, presidente da Corte Suprema. Sete ministros

já se manifestaram sobre o item 7, que se refere a crime de lavagem de dinheiro, na denúncia da Procuradoria--Geral da República (PGR).

Na denúncia, a prática do crime é atribuída ao ex-de-putado federal Paulo Rocha (PT-PA), à assessora dele Anita Leocádia Pereira da

Costa, aos ex-deputados fe-derais João Magno (PT-MG) e a Luiz Carlos da Silva, o Professor Luizinho, (PT--SP), além do ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto e do assessor dele José Luiz Alves.

Ingredientes:01 Kg de bacalhau em posta, 01 litro de

leite, 200 ml de Azeite, 07 batatas inglesas, 07 dentes de alho cortado em tiras finas, Pimenta do reino branca, 01 cebola grande, 01 pimentão verde, 01 pimentão vermelho e Azeitonas pretas a gosto.

Modo de fazer:Deixe o bacalhau na água de um dia para

o outro. Mude de água de seis em seis horas

a fim de retirar o excesso de sal. Após passar umas dezoito horas na água, deixe-o por mais seis horas mergulhado no leite. Em se-guida retire, ponha na panela e ferva. Retire e tempere com a pimenta do reino branca. Arrume tudo em um refratário: coloque o azeite, em seguida o bacalhau com o alho e a cebola. Circunde com a batata descas-cada e cortada em cubos. Leve ao forno. Após certo tempo de cozimento, ponha os pimentões e as azeitonas. Aguarde dourar. Sirva com arroz branco.

Receitas Caseiras:Bacalhau

Marguê Freire

Confira a lista dos eleitos pela sigla.ACARAÚ - PEDIM DO CLETODEPUTADO IRAPUAN PINHEIRO - ZÉ ILCASENADOR POMPEU - VAUIRESPACOTI - DR. MARCOSBARBALHA - ZÉ LEITEQUIXELÔ - FÁTIMA GOMESARARENDÁ - ARISTEUIRACEMA - ZE JUAREZPINDORETAMA - VALDEMARSOBRAL - VEVEUICAPUÍ - JERONIMO REISPACAJUS - MARCOS PAIXÃOAMONTADA - PAULO CESARMISSÃO VELHA - DR. TARDINYMORADA NOVA - WANDERLEY NOGUEIRA

ASSARÉ - SAMUEL FREIRECANINDÉ - CELSO CRISOSTOMOTABULEIRO DO NORTE - MARCONDES OCARA - VÂNIACRUZ - ADAUTOITAPIPOCA - DR. DAGMAURORERIUTABA - AGUIAR NETOFORQUILHA - GERLASIO PLAYSALITRE - RONDILSONMAURITI - EVANILDOIPAPORANGA - TOINHO CONTABILPENTECOSTE - IVONEIDE CARNEIROGROAÍRAS - ADAILMORRINHOS - JERÔNIMO BRANDÃOJAGUARUANA - ANA TERESA

pOLíTIcA

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www.gazetacrateus.com.brCrateús - Segunda, 15 de outubro de 2012

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Aos 71 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos, faleceu em Fortaleza, dia 12 último, onde permaneceu por longo tempo em trata-mento, o empresário da área de combustíveis e autope-ças, Francisco Bezerra do Nascimento, mais conheci-do na cidade de Crateús, por Francivaldo Bezerra.

Francivaldo era natural de Crateús, onde sempre gozou da estima geral da nossa po-pulação e onde construiu um

vasto ciclo de amizades que o tornou uma figura das mais populares, ao lado de ser um grande cidadão cultivador do bem.

Era casado com Eleonora Torres Martins Bezerra, que deixa viúva, e com quem teve os filhos Vládia, Valé-dio e Isabel, que lhe deram quatro netos. Seu corpo foi velado em sua residência por grande número de amigos e familiares, e foi levado ao Cemitério São Miguel, para

sepultamento, conduzido com grande acompanha-mento, na tarde do último sábado.

Nota de Falecimento

“Vitória da consciência” reelege Carlos Felipe

Eleição renova Câmara de Vereadores

O prefeito de Crateús, Car-los Felipe Saraiva Bezerra (PCdoB), foi reeleito com 19.439 dos votos (49,65%), contra Ivan Monte Claudino (PMDB), segundo colocado, que obteve 17.539 sufrágios (40,56%), na eleição do úl-timo dia 07 de outubro, e que foi derrotado por exatos 1.900 votos.

A vitória de Carlos Felipe foi concretizada pelos vo-tos que ele obteve na Zona Urbana do município, votos que, na sua interpretação, deram-lhe a “vitória da cons-ciência” do povo da cidade de Crateús.

O pleito de 07 de outubro, para a maioria das pessoas, teve uma conotação atípica. O candidato Ivan Monte Claudino, crateuense ausente de sua terra em torno de 15 anos, chegou a Crateús qua-se como um desconhecido, para disputar a Prefeitura da cidade. Fez, inegavelmen-te, uma bonita campanha, marcada pela organização e orientação de marketing. Uma campanha de alto nível e de alto custo financeiro. No entanto, jamais alguém esperou que ele obtivesse a votação que obteve, en-quanto apostas se faziam

entre conterrâneos dando vantagem de cinco mil votos de maioria para o seu adver-sário Carlos Felipe, apostas concretizadas mesmo antes de qualquer pesquisa ser divulgada. Havia ainda insi-nuações de que Carlos Felipe esticaria a vitória para além dos oito mil votos de maioria. Este quadro eleitoralque se delineou permaneceu até à véspera da eleição, quando a cidade testemunhou a maior manifestação espontânea já vista até hoje, de apoio a umcandidato a prefeito, no caso, Carlos Felipe, quando uma moto-carreata cruzou a cidade em vários sentidos, onde se enfileiraram cerca de mil carros e cerca de duas mil motos. Essa manifestação confirmava as estatísticas populares de uma estrondo-sa vitória, mas, nem assim, conseguiu abalar a estrutura de campanha do adversário Ivan, tal era a certeza da vi-tória. Ivan e seus apoiadores tinham como favas contadas a certeza de que venceriam o pleito.

AS SURPRESASNo abrir das urnas da ci-

dade, Carlos Felipe colocou enorme vantagem sobre seu

concorrente, o que deu a en-tender que os prognósticos populares se confirmariam também no Interior do mu-nicípio. Mas, não foi assim que ocorreu. Ivan, inexpli-cavelmente, obteve maioria em quase a totalidade dos distritos e localidades do In-terior, fato que causou enor-me estranheza na população e nos apoiadores de Carlos Felipe.Diante da inacreditá-vel surpresa, pairou no ar a interrogação: como pode um candidato qua-se desconhecido da cidade, per-der a eleição na sede municipal, e ganhá-la nas bre-nhas do Interior, onde era total-mente desconhe-cido? Segundo o prefeito e seus aliados, o inte-rior foi minado pela compra de votos por parte da coligação ad-versária. Aliado a este fato, deu--se, nesta eleição, uma abstenção de quase 30% do total de votantes, apontando para a

compra de títulos eleitorais.Outro fato que chamou a

atenção foi, a exemplo da campanha de 2008, a repe-tição da pobreza franciscana da campanha do prefeito Carlos Felipe, em 2012, onde fotografias e outros materiais de campanha, e até santinhos, faltaram para serem distri-buídos.

Fica, no entanto, a lição para os dois lados. Se a maioria de 1900 votos não contentou a todos, foi de bom

tamanho para muitos.O pre-feito reeleito conseguiu tam-bém eleger oito vereadores em sua coligação, o que lhe garante fazer a presidência da Câmara Municipal e nela manter a maioria,

Carlos Felipe dirigirá o município por mais quatro anos, tempo em que verá implantada a estrutura do campus avançado da Uni-versidade Federal do Ceará (UFC) em nossa cidade, e em que, possivelmente, será

iniciada a obra de construção do Açude Público Fronteiras, entre outros benefícios que serão carreados para Crateús.

Carlos Felipe está de pa-rabéns por ter, pela segunda vez, derrotado a oposição. Crateús está de parabéns pela reeleição de seu prefeito que, diante desses acontecimen-tos, poderá, se preciso for, corrigir a rota de seu atual mandato e projetar sua pró-xima gestão municipal.

O pleito do último dia 07 de outubro elegeu 15 verea-dores para a Câmara Muni-cipal de Crateús, atualmente presidida pelo vereador re-eleito, Manoel Conegundes Soares. A instituição que funciona atualmente com 10 vereadores, na próxima legis-latura passará a contar com

15 membros. Dos 10 atuais vereadores, sete deles con-correram à reeleição e seis se reelegeram. Não concor-reram os atuais vereadores Márcio Cavalcante, Betinha Machado e Lourenço Torres. Não conseguiu a reeleição o vereador Nego do Bento.

Os eleitos foram: Antônio

Luiz Júnior, (reeleito) o mais bem votado, que obteve 2.374 sufrágios, seguido por Adriano das Flores (re-eleito), com 2.074, João de Deus (reeleito), com 1907, Aremilson (1º mandato), 1802, Conegundes Soares (reeleito), com 1710, Pau-linho Teles (reeleito), com

1575, AdairtonCarvalho (que teve mandatos anteriores), com 1.485, Cabo Bonfim (1º mandato) com 1.336, Arnal-do Minelvindo (1º mandato) com 1306, Bibi Apolônio (reeleito), com 1.277, José Humberto Bezerra (1º man-dato), com 1.010, Cleber Bonfim (teve mandato an-

teriormente), 982, Eva (1º mandato), 974, Alesson Cou-tinho (1º mandato), 927, Toré (1º mandato) com 590 votos.

O PCdoB, sigla à qual pertence o prefeito Carlos Felipe, elegeu uma bancada de cinco vereadores, deven-do sair dentre esses o futuro presidente da Câmara.

A Câmara Municipal, atu-almente passando por ampla reforma, com a construção de 14 gabinetes de trabalho e mais o gabinete da presi-dência da Casa, entre outras modificações, terá sua refor-ma concluída antes da posse do prefeito reeleito Carlos Felipe Saraiva Bezerra.

ELEIÇÕES 2012

ELEIÇÕES 2012

Após saber do resultado da eleição, prefeito Carlos Felipe foi carregado nos braços do povo

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GAZETA DO CENTRO-OESTECrateús - Segunda, 15 de outubro de 2012

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Carlos Ayres BrittoPresidente do Supremo Tribunal Federal

“É um projeto de poder que, muito mais do que a continuidade administrativa, é seca e rasamente continuísmo governamental”

Progresso e regresso na vida de Crateús

Aberta a XXV FENECRAT

Nosso povo tem memória curta. Não apenas nosso povo, mas também nossas autoridades, incluindo-se prefeitos, vereadores, Mi-nistério Público. Quarenta e cinco anos nos separam desta foto que ilustra esta matéria. Foto do Centro de Abastecimento João Afonso, construído pelo prefeito Rai-mundo Rezende, dentro de padrões que atendiam às ne-cessidades dos crateuenses. Era um prédio imponente, bem localizado, espaçoso, isolado e, dentro dele, um co-mércio organizado e pujante

se desenvolvia. O terreno em que foi construído o Centro de Abastecimento foi doado ao município pelo agrope-cuarista Gentil Cardoso (de saudosa memória).

A Lei Municipal Nº 320/98, aprovada pela irresponsabili-dade da Câmara Municipal de Crateús à época, autorizou o prefeito Paulo Nazareno a transferir, através de doação, a título gratuito, os bens imóveis pertencentes ao pa-trimônio público municipal, uma área de 1.886,18m².

Na esteira dessa irrespon-sabilidade política, foram

também doados 86 boxes do Mercado Antônio Pierre Aguiar, epasmem!toda a área constituída pelo centenário Mercado Manoel Cardoso de Vasconcelos (Mercado Velho), com 2.558,60m².

Todas essas valiosas pro-priedades municipais foram doadas para uma Associação que, sequer, existia, ou cuja existência até hoje é ignora-da. Atualmente, a sociedade de Crateús desconhece essa associação, seus estatutos, sua personalidade jurídica (CNPJ), a atuação de sua diretoria e até mesmo o seu

presidente, qual o endereço de sua sede e onde se encon-tram seus registros de atas.

Reparem bem para a foto, para a grandeza e a utilidade da obra do Centro de Abas-tecimento, e vejam o seu estado hoje. Comparem o que tínhamos há 45 anos e o que temos hoje – um antro de sujeira, um conjunto de espeluncas desafiando todas as leis da Vigilância Sanitá-ria, impunemente.

Reparem como ficou o Mercado Velho, por fora e por dentro, e concluam se a cidade merece regredir

e se entregar a este atraso, enquanto, por outro lado, o comércio em geral se agigan-ta, as construções comerciais e residenciais enchem de admiração os nossos olhos, o setor bancário apresenta mo-vimento além do esperado, novas repartições públicas aqui se instalam, loteamentos são implantados. Em fim, so-mos uma cidade onde tudo já teve e não tem mais. Somos uma cidade que progride e, ao mesmo, regride. Aqui, as autoridades não enfrentam os problemas. Não querem ter desgastes políticos ou de

qualquer outra natureza.E pensar que uma atitude

firme por parte da instituição Ministério Público, por parte da Prefeitura e da Câmara Municipal, seria o suficiente para que o município tives-se de volta seu patrimônio através da Justiça, seria, pois, uma grande vitória para a cidade de Crateús que, por infelicidade, por desídia, descaso e desleixo institucio-nais, não possui um mercado público para a venda de car-nes, peixe, hortigranjeiros e cereais à população.

A XXV FENE-CRAT, Feira de Ne-gócios da Região de Crateús, foi aberta na noite da última quinta-feira, na Pra-ça Antônio Arcelino, onde permaneceu até sábado 13/10.

A abertura da FE-NECRAT foi feita pelo articulador do SEBRAE, Antônio Luiz Gonçalves, pelo gerente do Banco do Nordeste, Francisco Vieira, e pelo secretá-rio municipal de Go-verno Elder Leitão, parceiros que, todos

os anos, se unem para a realização do gran-de evento.

Este ano, cerca de 60 expositores, re-presentando os mais diversos segmentos do comércio, da in-dústria e dos serviços montaram seus stands de venda na tradicio-nal Feira que, este ano, apesar da grande estiagem que atin-giu os nossos sertões, promete superar o ano anterior em volume de negócios, em ino-vação e em número de visitantes.

Centro de Abastecimento João Afonso, doado ilegalmente e invadido por construções irregulares, perdeu as características iniciais e dentro dele reina um antro de sujeira que a Vigilância Sanitária se esquece de tomar qualquer providência e o Ministério Públi-co não deseja enfrentar este problema que é crucial para a cidade de Crateús.

Francisco Vieira, gerente da agência local do BNB, abriu a XXV FENECRAT que tem como parceiros o SEBRAE e a Prefeitura de Crateús

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EX-PRESIDENTE LULA, ao Preparar o PT e os petistas com vistas às críticas e acusações que já partem da oposição e que, na medida que o segundo turno vai avançando, mais o partido será cobrado pelo envolvimento de Dirceu, Genoíno dentre outros importantes líderes petistas, no julgamento do mensalão.

É preciso manter á cabeça erguida”.

Populares invadem terreno do governo estadualUm terreno de dimensão aproxi-

mada de dois hectares, localizado no bairro Campo Velho, destinado à construção de futuros galpões industriais, e de propriedade do Go-verno do Estado, foi invadido por populares, supostamente por orien-

tação do Movimento dos Trabalha-dores sem Teto – (MTST), embora, no local, no ato da realização desta reportagem, não existisse qualquer símbolo ou bandeira que indicasse a presença dos Sem Teto no local.

Os invasores, como sói acontecer

nessas ocasiões, levaram redes, camas, cadeiras, trastes e barracas e apetrechos para desmatamento e delimitação de lotes dentro da área invadida.

A Polícia Militar se fez presente no local da invasão, com duas via-

turas e algumas motocicletas ocu-padas por policiais que não ousaram tomar qualquer atitude.

Com esta, concretiza-se a segun-da invasão e ocupação de proprie-dades pelos Sem Teto. A primeira foi perpetrada numa propriedade

urbana denominada Poço da Roça, pertencente ao empresário José Leitão, que obteve na Justiça uma liminar de reintegração de posse que ainda não foi executada, depois de mais de dois meses de expedida.

A área invadida está situada no mesmo terreno onde existem galpões industriais pertencentes ao Estado e onde se localiza uma unidade do Centro de Referência de Assistência Social – CRAS III. A Polícia Militar esteve no local se inteirando do fato.

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Região apresentou surpresas nas Eleições

22ª Vara comemora resultados

Nossa região apresentou diversas e inesperadas sur-presas quanto aos resultados da última eleição. Em Ara-rendá, Aristeu Alves Eduardo (PT) venceu o pleito com 3.660 votos, desbancando o candidato da situação dado como eleito. Em Ipaporanga, Antônio Alves Melo (PT)

(Toínho Contábil) venceu com folga, com 4.029 vo-tos, a candidata da situação. Em Independência, Valterlin Coutinho, candidato de opo-sição, sagrou-se prefeito com a expressiva votação de 8.323 sufrágios. Em Nova Russas, Gonçalo Diogo (PMDB) teve uma vitória emocionan-

te, contada voto por voto, quando foi eleito com 5.147 sufrágios. Em Novo Oriente, venceu o candidato da situa-ção, Godofredo Vieira (PSD) com uma contagem de 7.795 votos. Em Quiterianópolis, Dr. Barreto (PSD) desbancou o candidato de Chico Vieira (Vieirão) ao obter 5.831

votos. Em Poranga, Dr. Car-lisson (PSDB) candidato da situação, venceu o pleito com 3.947 votos. Em Monsenhor Tabosa, o médico Jeová Ma-deiro (PSB), ganhou a pre-feitura com 4.021 votos. Em Tamboril, Ramiro Júnior foi o vencedor com uma votação de 8.059 votos, superando

o candidato Pedro Calisto. Em Ipueiras venceu o can-didato do PSB Raimundo Mariano, eleito com 11.787 votos. No Ipu, o candidato do PCdoB, Serginho Rufino, co-lheu a expressiva votação de 11.533 sufrágios. Em Tauá, a ex-prefeita Patrícia Aguiar (MDB), conquistou uma vi-

tória esmagadora e foi eleita para o terceiro mandato com 19.833 votos. Em Catunda, foi eleito Tony Jorge (PSC), com 3.401 votos, e em Pires Ferreira, a candidata Marfisa Aguiar (PSB) se elegeu com 3.240 votos.

Na equipe que compõe a 22ª Vara Federal – Subseção de Crateús - reina um clima de otimismo e satisfação pelo sucesso alcançado na tramitação e julgamento de processos. Ao encerrar o mês de setembro, esta unidade ju-risdicional comemorou, pela primeira vez, a redução do acervo do JEF - Juizado Es-pecial Federal adjunto para um número de três dígitos, a saber, 970 processos em tra-mitação. Na comemoração deste feito, houve até bolo com velinhas, indicando o número alcançado.

Em meados do mês de abril de 2012, época em que o MM. Juiz Federal Ricardo Ribeiro Campos assumiu a titularidade da 22ª Vara Federal, juntamente com o diretor da Secretaria, Fran-cisco Adeilton de Araújo Ro-drigues, esta unidade jurisdi-cional encontrava-se com um acervo de 2.026 processos no âmbito do JEF adjunto, e mais 784 processos no âmbi-to da Vara Comum.

Após a adoção de algumas ideias e de um planejamento

marcado pelo incentivo, valorização, motivação e res-ponsabilidade, houve um sal-to na qualidade e eficiência da gestão processual. Várias rotinas foram padronizadas e racionalizadas, o que pro-porcionou uma metodologia mais célere e dinâmica.

Em conseqüência, foi al-cançada uma redução de 1.056 processos no âmbito do JEF adjunto, durante os meses de maio a setembro. A queda de feitos em tramita-ção representa mais de 50% do acervo inicial do Juizado Especial Federal.

Nada obstante algumas dificuldades enfrentadas por esta Subseção, como a ine-xistência local de alguns órgãos públicos que atuam junto à Justiça Federal (es-

critórios da PFN, AGU e órgão do Ministério Públi-co Federal), a escassez de profissionais especializados para realização de perícias médicas e outros trabalhos técnicos, a alta rotatividade de servidores do quadro, a ausência de órgão específico do INSS responsável pela implantação de benefícios, dentre outras, esta unidade conseguiu impactar as esta-tísticas processuais, é o que declara o juiz federal titular da 22ª Vara, Ricardo Ribeiro Ramos.

Com efeito, a média men-sal de valores pagos, median-te expedição de requisitórios, subiu de R$ 768.154,00 para R$ 860.496,45; além do que, a média de RPV’s expedidos aumentou de 148 para 205

ELEIÇÕES 2012

JUSTIÇA FEDERAL

Jeová Madeiro (PSB) Ramiro Júnior (PSB) Raimundo Mariano (PSB) Serginho Rufino (PCdoB) Patrícia Aguiar (MDB Tony Jorge (PSC Marfisa Aguiar (PSB)

Aristeu Alves Eduardo (PT) Toínho Contábil (PT) Valterlin Coutinho (PSB) Gonçalo Diogo (PMDB) Godofredo Vieira (PSD) Dr. Barreto (PSD) Dr. Carlisson (PSDB

requisições mensais.Quanto à prolação de sen-

tenças, vale ressaltar que a média mensal chegou a 462 no segundo trimestre de 2012; no terceiro trimestre, essa média alcançou a marca de 540 sentenças mensais. Somando-se o número total do segundo e terceiro trimes-tres, atingiu-se uma produ-tividade de 3.008 sentenças proferidas, tão-só no JEF adjunto. Esse trabalho gerou reflexos no número de feitos em tramitação.

Por fim, é de extrema im-portância registrar que o tempo médio de tramitação de processos, no âmbito do JEF, entre a distribuição do feito e a publicação de sen-tença, caiu de 89 dias para 55 dias, consolidando um

trâmite processual capaz de dar a resposta num tempo médio inferior a dois meses. Esses números demonstram o excelente desempenho da equipe atual, dirigida pelo MM. Juiz federal Ricardo Ribeiro Campos.

PROJETO AMPLIANDO HORIZONTES – SUBSEÇÃO DE CRATEÚS

A 22ª Vara Federal também comemora o encerramento da atual edição do “Projeto Ampliando os Horizontes na Justiça Federal”, voltado

para capacitação de adoles-centes e jovens estagiários do ensino médio, com idades entre 16 e 17 anos. O Pro-jeto consiste na realização de módulos, que são admi-nistrados por uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogos, assistentes sociais e pedagogos.

A atuação conjunta dos servidores da JFCE, assim como a do Diretor do Foro, Dr. Leonardo Resende Mar-tins, e do Dr. Ricardo Ribeiro Campos (Juiz Federal Dire-tor da Subseção de Crateús), foi decisiva para que os ado-lescentes estagiários fossem instigados a refletir sobre a tomada de decisões, o valor pessoal e social do trabalho, a influência da família, da escola e da sociedade em relação à vida.

Na oportunidade, vale res-saltar o excelente trabalho desempenhado pelos ser-vidores Afonso José Ro-cha Sombra e Alexandro de Sousa, que não pouparam esforços para concretizar o projeto no âmbito da Subse-ção Judiciária.

Pamila Ranna, participante do projeto “Ampliando Horizontes” e Dr. Ricardo Ri-beiro Campos, Juiz Federal da 22ª Vara

Resultados positivos foram comemorados com velinhas, bolos e salgadinhos

ALCÓOLICOS ANÔNIMOSSe você quer beber o problema é seu. Se seu caso é parar de beber o problema é nosso; Alcóolicos anôni-mos.Central de Trabalho: (88) 3691 2378 REgIOnAL

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Luiz Inácio Lula da SilvaEx-presidente, referindo-se a José Serra, candidato à prefeito de São Paulo

“Agora, volta para São Paulo, como se São Paulo fosse um cabide de emprego. Ai meu Deus, requere logo a aposentadoria, que é melhor”

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TSE nega recurso de candidato a prefeito mais votado

Após eleições MP faz devassa no SAAE em Sobral

DNOCS desenvolve ações visando a construção da barragem Fronteiras

Apostador de Viçosa do Ceará leva R$ 33,9 mihões da Mega-Sena

Uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que negou recurso de um candidato a prefeito mais votado no interior do estado de São Paulo, acende a luz vermelha para vitoriosos nas eleições municipais em várias cidades brasileiras, mas que estão enquadrados na lei da ficha limpa.

O ceará tem, pelo menos, 15 candidatos barrados pela lei da ficha limpa que bri-gam para terem o registro garantido das candidaturas vitoriosas.

Os ministros do TSE nega-ram, por 7 votos a 0, recurso do tucano Celso Giglio, que teve a candidatura a prefeito negada pelo TRE. Com a de-

cisão, o petista Jorge Lapas, que recebeu 60% dos votos válidos, deve assumir a pre-feitura. Para isso caberá ao juiz eleitoral local proclamar o resultado.

Jorge Lapas entrou na dis-puta pela prefeitura em 30 de agosto, após o deputado fe-deral João Paulo Cunha (PT) renunciar à candidatura por ter sido condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no processo do mensalão.

No dia 10 de setembro, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo, por unanimidade, indeferiu a candidatura de Giglio porque ele teve as contas de 2004, último ano de sua segunda gestão como prefeito de

Osasco, reprovadas tanto pelo TCE (Tribunal de Con-tas do Estado) como pela Câmara Municipal.

“São condutas graves ca-pazes de comprometer as finanças do município”, afirmou a relatora do recurso no TSE, ministra Luciana Lóssio.

Na eleição deste ano, Gi-glio recebeu 149.579 votos e Lapas obteve 138.435. Se o recurso de Giglio fosse aceito, a eleição em Osasco seria decidida em segundo turno. Giglio ainda pode re-correr ao Supremo Tribunal Federal.

“Estou com a consciência tranquila”, disse Giglio em nota.

Logo depois das eleições o Ministério Público do Estado do Ceará, realizou na quarta-feira (10) devassa nas instalações do Serviço Autônomo de Água e Esgo-to (SAAE) em Sobral. Um grande aparato foi mobili-zado para a força tarefa que visava o cumprimento de mandados de busca e apre-ensão emitidos nos autos de processo cautelar criminal em tramitação junto na 1ª Vara Criminal.

A operação envolveu oito promotores de Justiça e

contou com o auxílio das Polícias Civil e Militar. A missão era apreender docu-mentos e materiais referentes a processos licitatórios do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). Que indi-cam a prática de crimes con-tra a administração pública, formação de quadrilha, lava-gem de dinheiro, falsificação de documentos públicos e crimes previstos na Lei das Licitações.

Os delitos teriam sido pra-ticados nos anos de 2008 a 2011 por empresas prestado-

ras de serviço ao SAAE em contratos com o município de Sobral. A varredura acon-teceu em prédios públicos e em domicílio de pessoas físicas e jurídicas das titula-res das empresas AGT Cons-truções e Empreendimentos Ltda, C.A. Construções e Ferrovias Ltda e Benedito Basilio Madeira ME. Além da sede do SAAE, já que desde janeiro de 2010 a Prefeitura Municipal realiza as licitações referentes ao SAAE.

As ações visando à cons-trução da barragem Frontei-ras, no município cearense de Crateús, estão sendo de-senvolvidas pelo DNOCS, que projeta sua conclusão para dezembro de 2014. Deverão ser investidos R$ 294,4 milhões na obra, com recursos provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento-PAC, no seg-mento dos recursos hídricos.

Algumas ações comple-mentares deverão ser efe-tuadas para que se proceda

aos trabalhos executivos da barragem. No momento, o DNOCS está providencian-do a elaboração de editais para licitação de supervisão de obras e projeto executivo da rodovia e ferrovia dos trechos remanejados, bem como, para elaboração dos projetos das estruturas vi-árias e estudos ambientais complementares e execução de obras, os quais deverão estar prontos até o final deste mês.

A barragem Fronteiras

terá capacidade de armaze-nar 488 milhões de metros cúbicos de água, cujas fina-lidades são o abastecimen-to humano, o incremento da agricultura irrigada em 6.000ha, incremento da pis-cicultura e perenização do rio Poty, beneficiando cerca de 80.000 habitantes. O início da execução da obra está previsto para janeiro de 2013.Cleyton CésarChefe da Divisão de Comu-nicação Social do DNOCS

Um apostador do interior do Ceará acertou todas as dezenas sorteadas no con-curso 1.433 da Mega-Sena e levou R$ 33,9 milhões. O novo milionário é de Viçosa do Ceará, município distante 365,8 km de Fortaleza.

O sorteio foi realizado pela Caixa Econômica Federal em Toledo (PR), na noite deste sábado, 13. Os núme-ros sorteados foram: 04-13-14-40-46-52.Outras 124 pessoas acerta-ram a quina e vão receber

R$ 26.342,96 cada. Cerca de 9.358 apostadores acertaram a quadra e garantiram R$ 498,66.No próximo concurso, a Mega-Sena vai sortear um prêmio de R$ 2 milhões, na quarta-feira, 17.

Candidato do PSDB à Prefeitura de Osasco, em São Paulo, teve contas desaprovadas.Por: Mário Silva

Foram apreendidos documentos que indicam crimes contra a administração pública.Por: Robson Cruzuer

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Dilma Rousseff – Presidente

“Repudiamos todas as formas de intolerância religiosa e, diante dos acontecimentos das últimas semanas, reafirmamos nossa condenação veemente de todas as manifestações de islamofobia”

Rangel Cavalcante

ARTIgO

No julgamento dos en-volvidos no “mensalão”, o maior escândalo de corrup-ção da República, o Supre-mo Tribunal Federal está promovendo um verdadeiro festival de condenações de políticos e outros figurões que viviam ciscando no di-nheiro público, e garantiam ao Brasil lugar de destaque no pódio dos países mais corruptos do planeta. É coi-sa nunca vista na história do país, como diria um “cum-panheiro” que não admite que gente fina seja julgada como pessoas comuns. Pe-los votos do relator e do re-visor do processo já se pode vislumbrar que boa parte dos acusados terá que pagar um preço pelos crimes que cometeram. Claro que não devolverão um centavo do dinheiro roubado. Não po-demos aspirar tanto. Como é certo que haverá conde-nações, o que se pergunta agora é se esses notáveis vão mesmo cumprir as pe-

nas na cadeia. Avários deles serão aplicadas penas leves, que, graças à generosidade das nossas leis penais e pro-cessuais penais e da própria “cidadã”, garantem o seu cumprimento em liberdade ou em regime parcial, que faz da cadeia apenas um hotel de pernoite. O pais, que nunca viu uma quadri-lhasair dos palácios para o xadrez, está com a pulga a atrás da orelha, esperando para ver a quais recursos e expedientes legais os carís-simos advogados dos réus recorrerão para manter os seus caros clientes longe das grades. E é aí que mora o perigo.

É da sabença pública o rol de condenados ilustres que desfilam por ai, impunes, ri-cos e rindo na cara da gente, mesmo condenados a mui-tos anos de cadeia. Como o ex-senador de Brasília, que pegou 33 anos de cadeia e jamais esteve numa prisão, nem mesmo para visitar um

colega.Vale lembrar que o ex-

-governador Joaquim Roriz, de Brasília, patrono da fase mais corrupta da historia do governo do Distrito Federal, acaba de ser retirado de um dos muitos processos a que responde por que tem amis de 70 anos de idade. É um “di maior” ,que, como os delinquentes “di menor” também tem a lei como babá, justamente quando já estão na idade de ter vergo-nha na cara.

O país e o mundo-a re-percussão na mídia inter-nacional é impressionante--aguardam o final desse julgamento histórico. Além de histórico, transparente como não se vê em lugar algum do planeta. Mas o importante mesmo é quem for inocente volte para casa com a ficha limpa. E quem for culpado vá mesmo para a cadeia, que até hoje, no Brasil, só tem hospedado cidadãos comuns.

Vão para a cadeia?STF abre polêmica sobre lavagem de dinheiro

Em meio ao julgamen-to do sétimo capítulo do mensalão - seis réus, entre eles ex-deputados do PT -, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, apontou para “equí-voco” da Corte ao condenar um mesmo acusado por dois crimes, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O aler-ta de Marco Aurélio abriu uma polêmica entre juristas, advogados, procuradores e delegados, atentos às tendên-cias do Supremo.

Para o ministro, se preva-lecer o entendimento defen-dido por alguns de seus pa-res, todo delito que envolver dinheiro necessariamente será seguido de uma acusa-ção de lavagem. Ele assevera que a lavagem é caracteriza-da pelo dolo - o réu tem de saber que os recursos que recebeu tiveram origem em ato criminoso. “Confundem os crimes de corrupção pas-siva e de lavagem.”

Ao votar pela condenação do ex-ministro Anderson Adauto (Transportes), o relator, Joaquim Barbosa, destacou que o acusado se valeu dos mecanismos de dissimulação oferecidos pelo Banco Rural e da ajuda de terceiros para receber R$ 800 mil da SMPB, de Marcos Valério, operador do mensalão.

Barbosa considerou que o fato de o dinheiro, cujo pa-gamento foi acertado com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, ser alegadamente destinado ao pagamento de dívidas de campanha, não elimina o crime de la-vagem, pois Adauto teria consciência da origem ile-gal do dinheiro e por isso empenhou-se em dissimular o seu recebimento.

Marco Aurélio, ao comen-tar a parte do julgamento em que foram analisadas as im-putações de corrupção pas-

siva, afirmou que este delito, na modalidade receber, não ocorre “à luz do dia nem de forma documentada”, mas sim de maneira “escamotea-da”. Para o ministro, a ocul-tação típica dos corrompidos não pode ser confundida com a ocultação, seguida da dissimulação, previstas na Lei da Lavagem de Dinheiro (Lei 9.613/98).

“Preocupa-me o diapasão que se está dando ao tipo lavagem de dinheiro”, afirma Marco Aurélio. “Creio que uma posição rigorosa, e diria mesmo extensiva, presente a disciplina legal, repercutirá nacionalmente.”

Marco Aurélio absolveu a todos nesse capítulo porque entendeu que não ficou com-provado que eles tivessem conhecimento do crime an-tecedente (contra a adminis-tração), “pois acreditavam estar recebendo dinheiro diretamente do PT”.

O m i n i s t r o R i c a r d o Lewandowski disse que o Ministério Público Federal não conseguiu provar que os réus tinham “inequívoco conhecimento da origem ilícita dos recursos”.

A Corte pôs em pauta o dolo eventual na lavagem. O dolo eventual é equiparável ao que os americanos cha-mam de cegueira deliberada - o agente desconfia que está recebendo dinheiro sujo e prefere persistir na conduta em vez de recusá-lo ou apro-fundar o seu conhecimento a respeito da natureza do dinheiro.

Procuradores da República que seguem o julgamento do mensalão anotam que não há prova de dolo direto, “pois ninguém tinha motivo para contar para os acusados que o dinheiro era procedente de peculatos e de empréstimos fraudulentos”.

Cultura da malaOs procuradores dizem,

porém, que o dolo eventual era de possível reconheci-mento, pois, embora tenham pedido dinheiro para Delú-bio, receberam de Valério e sabiam disso. “O recebi-mento dos valores daquela forma, saques ou repasses em espécie, com pessoas interpostas, era indicativo de que tinham presente a elevada probabilidade de estarem recebendo dinheiro sujo. É a cultura da mala de dinheiro”, diz um delegado da Polícia Federal.

Para o delegado, “seria muito ruim não reconhecer o dolo eventual na lavagem, pois deixaria de fora da lei o lavador profissional, cuja regra é o silêncio, recebe e lava o dinheiro e não fica perguntando de onde veio”.

O juiz Marcelo Costenaro Cavali, da 6.ª Vara Crimi-nal Federal em São Paulo, concorda com o ministro Marco Aurélio. Ele anota que a ministra Rosa Weber, já quando do julgamento do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), destacou que o mero pagamento da propina, com a utilização de terceiros, não configuraria lavagem. “A conduta que caracteriza a lavagem teria de ser poste-rior àquela que constituiria o crime antecedente.”

Cavali atesta que na pri-meira instância o entendi-mento é mais comedido. No caso Banco Panamericano, alvo de fraudes de R$ 4,8 bilhões, executivos foram denunciados por gestão frau-dulenta, embora tenham sido supostamente utilizados con-tratos simulados para repasse dos valores às empresas dos dirigentes. “Fosse seguido o entendimento do STF, nesse caso haveria também lavagem.” As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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Área 1213 - 8802 5067 OU 190

Área 1212 - 8802 5066 OU 190Área 1211 - 8802 3535 OU 190

Eduardo Aragãos | Eng.º Agrônomo e Economista com mestrado em Economia Rural

Guálter George Erivaldo Carvalho

Gazeta no Campo

PONTO DE VISTA PONTO DE VISTA

Até 1988, havia grande disparidade entre as dotações de verbas públicas para o Nordeste brasileiro, com-parada às destinadas às de-mais regiões do País. Por tal razão, eram crescentes as desigualdades sociais entre o Nordeste e o restante do País. Estudos evidenciavam a necessidade de políticas públicas que visassem pro-mover a diminuição das dife-renças inter e intrar-regionais mediante a democratização de investimentos produtivos que impulsionassem o desen-volvimento econômico com

a correspondente geração de emprego e renda.

Em 1988 foi regulamenta-da a Lei que criou o Fundo Constitucional de Financia-mento do Nordeste (FNE) como incremento de política pública federal a ser operado pelo Banco do Nordeste com o fim de contribuir para o desenvolvimento econômico e social da Região, através da execução de programas de financiamento aos setores produtivos, em consonância com o plano regional de desenvolvimento, possibili-tando, assim, a redução da

pobreza e das desigualdades.Ao longo dessas duas dé-

cadas e meia, o FNE tem se constituído em um dos principais financiadores de investimento de longo prazo e, complementarmente, ca-pital de giro ou custeios para os setores agropecuários, industrial e agroindustrial, contemplando também o turismo, comércio, serviços, cultura e a infraestrutura eco-nômica da região Nordeste. Este fundo tem sido, sem dúvida, o grande alavancador do desenvolvimento dessa região, atendendo a quase

dois mil municípios nos nove Estados que compõem a Região Nordeste e o Norte dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, incluindo os vales do Jequitinhonha e do Jucururi. Vale destacar que a destinação de mais da metade dos recursos tem se destinado ao semiárido, com preferência aos mini e pequenos empreendedores, condicionando à preservação do meio ambiente, à assistên-cia técnica, apoiando ainda atividades inovadoras.

Saliente-se que o fato de esses recursos serem destina-

dos prioritariamente a mini e pequenos produtores rurais, à região semiárida e aos municípios localizados em micro regiões de baixa renda, dinâmicas e estagnadas no âmbito da Política Nacional de Desenvolvimento Regio-nal, reforça-se a importância desse instrumento de política de fomento para o desenvol-vimento.

Por fim, o BNB, que este ano completa 60 anos, se des-taca com resultados exitosos como indutor do desenvol-vimento regional, com des-taque para o apoio que tem

dado à agricultura familiar, que responde por mais de 90% da quantidade de opera-ções de crédito do FNE. Afo-ra uma gama considerável de empregos que tem gerado, atração de investimentos, a melhoria de indicadores sociais e da qualidade de vida das populações, tendo ainda contribuído signifi-cativamente com a redução das desigualdades sociais e regionais, da pobreza e a diminuição das diferenças inter e intrarregionais.

O Estado do Ceará vai ser certificado pelo Ministério da Agricultura, ainda este ano,

como “Área Livre da Aftosa com Vacinação”. Atualmente é “Médio Risco de Aftosa

com Vacinação”. Segundo o secretá-rio do Desenvolvi-mento Agrário, Nél-son Martins (foto), porque conseguiu cumprir todas as exigências definidas

por Brasília. A Agência de Defesa Agropecuária do Es-tado (Adagri) foi equipada, ganhou reforço de pessoal e as barreiras contra a doença também estão operando. Além disso, conforme o se-cretário, o índice de 94% de vacinação do rebanho, hoje da ordem de 2,6 milhões de cabeças, foi atingido. Nél-

son adiantou que essa fase será vencida. Espera agora que o Estado ganhe também certificação internacional, o que só depende de algumas providências da Paraíba e Rio Grande o Norte, que atrasaram algumas de suas ações compartilhadas com o Ceará. “Em 2014, vamos atingir esse nível”, diz.

FNE mudou a face do Nordeste

Ceará dá adeus a aftosa

Uma primeira vitória de 2012 Uma questão de boa avaliaçãoA prefeita Luizianne Lins

(PT) tentou brincar com coisa séria, ainda na fase de pré-campanha, ao dizer que elegeria “até um poste” para sucedê-la. Àquela altura o tal poste não tinha nome. Veio a campanha, oficialmente, Elmano de Freitas, escolhido entre nomes de sua equipe mais próxima, tornou-se candidato e enfrentou boa

parte do tempo a má referên-cia que a própria petista cria-ra com a brincadeira de mau gosto, da qual se arrepende-ria logo depois. Para política, porém, tarde demais. Elma-no até melhorou ao longo da campanha, mostrava-se mais desenvolto já na fase final do primeiro turno, mas, na verdade, sua ida à próxima etapa da eleição como líder

de votação entre dez candi-datos é uma vitória política e pessoal de Luizianne, que mostrou força ao bancar um nome, peitar desconfianças e fazê-lo viável. Independente do que aconteça no próximo dia 28, a prefeita de Fortale-za é a primeira vitoriosa do processo eleitoral em 2012.

Principal fiador da can-didatura de Roberto Cláu-dio (PSB) à Prefeitura de Fortaleza, o governador Cid Gomes já tem um feito histórico: pela primeira vez, o nome apoiado pelo chefe do executivo estadual chega ao segundo turno da disputa na Capital. E pode ir mais longe. Dados do Datafolha

mostram que a gestão Cid é avaliada como ótima ou boa por 52% dos eleitores de Fortaleza. O efeito não é automático. Mas mostra o potencial de uma candida-tura que tem como marca a força de parcerias político--administrativas com um muito bem avaliado Palá-cio da Abolição. Isso não

é pouca coisa. Agora, na discussão mais aprofundada sobre a cidade, ainda não é possível dizer se o candidado Roberto Cláudio colherá os frutos desse diferencial. Mas já se pode afirmar que, no próximo dia 28, o eleitor terá diante de si uma opção clara de modelo administrativo.

Nelson Martins, secretátio da SDA

Implante DentárioRua Firmino Rosa, 1088 - Tel.: 3691.0700 / 3691.3057

Crateús - Ce

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GAZETA DO CENTRO-OESTECrateús - Segunda, 15 de outubro de 2012

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Joaquim BarbosaMinistro do Supremo Tribunal Federal, ao ser cercado na seção eleitoral onde vota, na zona sul do Rio de Janeiro.

“As pessoas já me acompanham há muito tempo. Não sou estrela. É carinho.”

Nunca foi visto na historia de Crateús uma união de forças políticas e financeiras numa mesma eleição, como a que foi vista neste pleito de 2012. Somaram-se: Antônio dos Santos, Eunício Oliveira, Ciro Gomes, Domingos Fi-lho, Domingos Neto, Paulo Nazareno, Zé Almir, Nenen Coelho, Marcelo Machado e Antônio Luiz Lopes Mourão. Juntaram-se todos os que ditaram, por décadas, as re-gras do jogo político local, e tiravam da manga da camisa a carta marcada com o nome do prefeito vencedor. Todos eles se uniram em torno do nome de Ivan Monte Clau-dino para derrotar o prefeito Carlos Felipe.

Foi este o pleito do trabalho realizado contra a promessa, e em que o poder financeiro

foi subjugado pelo amor dos crateuenses à sua terra. Eles declararam guerra, impuse-ram um cerco à Princesa do Oeste e montaram trinchei-ras em todas as frentes de batalha, usando de todas as artimanhas, mas, na hora do tiro: bateu catolé - o tostão derrotou o milhão.

A campanha eleitoral deste ano foi caracterizada pela arrogância daqueles que, acostumados a mandar, não se renderam aos ditames de-mocráticos. O candidato Ivan Claudino foi escolhido pelas velhas oligarquias que, por muito tempo, comandaram os destinos de Crateús e, para fazer prevalecer a indicação do seu nome, intervenções foram feitas em partidos políticos, destituindo presi-dentes e alijando lideranças

que, agora, com o resultado, percebe-se que esta tática ditatória contribuiu e muito para o resultado negativo nas urnas.

O pleito eleitoral terminou e Carlos Felipe, do PCdoB, foi eleito pelo povo cons-ciente de Crateús, para mais quatro anos de mandato e, desta vez, com maioria na Câmara Municipal, por ter elegido oito dos 15 vereado-res. O pleito terminou, mas a politicagem não termina jamais. Crateús tem uma singularidade que a distingue de outras cidades que, através do bom senso, já alcançaram a paz e o progresso antes de nós. Nessas cidades, termi-nado o pleito eleitoral, o tra-balho da população como um todo, pelo progresso e bem o estar da comunidade, dá

lugar às desavenças típicas de épocas eleitorais. Em Cra-teús, (pasmem!) o candidato derrotado vai ao rádio e diz que vai embora pra sua casa no Rio Grande do Norte, mas que leva, dentro de sua mala, todo o seu ódio e mágoas, e promete que irá lutar contra o prefeito e sua administração sem lhes dar tréguas. Isto não é surpresa, este mesmo expediente de entrar com processos na Justiça foi am-plamente utilizado por ele desde o início da campanha contra o prefeito eleito e con-tra membros de sua família.

A campanha, na realidade, começou no dia 1º de janeiro de 2009, quando Carlos Feli-pe fez o juramento no ato de sua diplomação. Crateús pre-senciou durante quatro anos, ininterruptamente, uma emis-

sora de rádio, de propriedade de um dos apoiadores de Ivan Claudino, a praticar verda-deiro cerco para dar combate a Administração Vida Nova. Seus microfones estiveram sempre abertos e à disposição de qualquer um que tivesse alguma crítica a fazer, quer fosse verdadeira ou não, contra o prefeito ou contra membros de sua equipe ad-ministrativa, nunca havendo o cuidado de averiguação de informação. O ônus da prova não lhes cabia ser mostrado, e muito menos, a responsabili-dade pelo mal que causaram à população durante todo este tempo.

Crateús continuará nova-mente sitiada durante mais quatro anos e aqueles que fizeram o mal no passado, já se pronunciaram na emis-

sora de rádio oposicionista que continuarão destilando o mesmo veneno contra a futura administração. Porém, o povo, agora mais politizado e consciente, tem no prefei-to reeleito Carlos Felipe, o trunfo dos apoios políticos que permanecem nas esfe-ras estadual e federal. No entanto, o maior trunfo do prefeito é poder mostrar aos crateuenses que sua liderança está solidificada após esta espetacular vitória, em que o povo mostrou, mais uma vez, que Crateús está pre-destinado a ser a metrópole da nossa região e que jamais se sujeitará aos ditames do coronelismo.

As campanhas de liberta-ção latino-americanas, inclu-sos os períodos de colônia e neocoloniais, muito devem a correntes migratórias in-ternas. Calcadas nas nossas Companhias de Emboscada, que perseguiam o elemento estrangeiro, modernizaram--se nas estratégias de guerri-lha. A alternativa de insurrei-ção popular, para desmonte de governantes do reino, foi a preferida pelos incon-fidentes de Minas Gerais, liderados por Tiradentes, além de levantes, levados a cabo em vários recantos do Brasil. San Martin, Simón Bolívar, Francisco de Mi-randa, Santander e outros comandantes escolheram a tática das guerras convencio-nais, dando origem a países americanos, cujas batalhas repercutiam em territórios vizinhos. Em nome do futuro Che o pernambucano Abreu e Lima, tão rebelde como o pai, padre Roma, mártir da Revolução de 1817, no ano seguinte alista-se capitão no exército bolivariano, fazen-do-se lugar-tenente de seu

comandante, destacando-se pela bravura e idealismo, que lhe eram peculiares.

O eixo da hegemonia luso--espanhola passou para os ingleses e norte-americanos, mudando os objetivos dos combates para a efetividade das autonomias conquista-das. O maior expoente da nova causa é, sem dúvida, o argentino Ernesto Che Guevara, que ajudou a cons-truir o socialismo de Cuba e impulsionar grupos guerri-lheiros na Bolívia, em 1965. Sua ação revolucionária foi sustada, ao ser capturado em 8.10.1967, e morto no dia seguinte, por soldados do governo René Barrientos, sob orientação de agentes da Cia. No local, entre os vilarejos de Vallagrande e La Higuera, está erguida uma estátua, e no gabinete do presidente Evo Morales uma foto, caprichosamente reproduzido em folhas de coca. Fotografado anterior-mente pelo escritor Alberto Korda, sua imagem corre o mundo em camisetas e sob diversas formas, já que ficou

impresso na consciência dos povos, que o consideram verdadeiro ícone contra as injustiças sociais.

Luiz Renato, gaúcho de Formigueiro, viu a epopeia da Campanha da Legalidade, de Leone Brizola, Jovem, ainda, assume posições de vanguarda. Em janeiro de 64 é eleito, em Congresso na Paraíba, presidente da União de Estudantes Agrotécnicos. Meses depois eclode o golpe militar e engaja-se em al-gum tipo de enfrentamento armado. Impaciente com a demora dessa ação decide emigrar para Bolívia. Ali, se junta a grupos guerrilheiros, oriundos de outros países. A coluna, da qual fazia parte, propunha a travessia do rio Chimate, a fim de alcança-rem terras andinas, porém, a 1º. 09. 1970 é surpreendida por militares, resultando na sua divisão. A partir dessa data o bravo brasileiro nun-ca mais foi visto nome que também fica na história da rebeldia continental.

Deoclides Machado

Inocêncio Nóbrega

O tiro bateu catolé

Em nome de CheCARTAS

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Crateús sem Matos e MeloPraticamente todos os anos, retorno à minha terra em busca de ver meus parentes

e em particular, visitar o túmulo de meus pais. Independente de qualquer coisa, mesmo não sendo dia de finados, eu ia a Crateús com o fim de rever minha cidade e em especial alguns primos, dentre eles, o Matos, pessoa pela qual sempre nutri grande carinho, respeito e amizade. Éramos como irmãos. Quando aí chegava, varávamos a noite pondo os assuntos em dia, lá na sua fazenda e muitas vezes em Crateús, em algum restaurante, onde a conversa rolava em torno de um jantar e, no máximo, uma ou duas cervejinhas. Não obstante seus vários problemas de saúde, a minha presença funcionava como um “tônico” e ele melhorava um pou-co... pelo menos, saía daquela permanente e fria morosidade, que lhe era peculiar.

Falávamos sobre os bons tempos do Crateús Clube, do Clube Caça e Pesca, do Clube Sargento Hermínio e como não poderia deixar de ser, da AABB de tantas festas, clube do qual foi presidente, salvo erro ou omissão, por mais de uma vez. Falávamos de quem dançava bem e também de quem dançava mal; admirávamos o Sr. Expedito de Paiva, o maestro e grande músico que dirigia o melhorconjunto musical de toda a região, que tinha a participação do Bodinho, do Caquinho (hoje, o Dr. Joaquim Bonfim, juiz de direito na capital) e do Garrincha, hoje radicado aqui em São Luís-MA e com quem tive o prazer de encontrar. Eu lhe perguntava pelo Goleiro, grande radialista de uma voz marcante e aveludada da primeira rádio instalada em nossa cidade, a Rádio Educadora de Crateús e que me inspi-rou a fazer rádio, atividade que abracei por puro prazer nas horas vagas do meu trabalho como Odontólogo e professor da Universidade Federal do Maranhão e que ele, com prazer, fazia um desenho com palavras, desfiando as informações sobre aqueles, os quais eu perguntava onde andavam e o que faziam.

Calou-se a voz do meu irmão mais velho, calou-se o canto triste de quem, eu, em raríssimas ocasiões, acompanhava ao violão. Agora, resta a lembrança dos dias maravilhosos que não mais voltarão, mas com certeza comigo ficarão até que eu parta e com ele me encontre, com certeza junto ao pai, porque creio que, pela sua bondade, pela sua honestidade, pela sua lealdade e todos mais predicados que se lhe possa impor, Crateús perdeu um de seus grandes filhos.

Dr. Francisco de Melo Paiva

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Área 1213 - 8802 5067 OU 190

Área 1212 - 8802 5066 OU 190Área 1211 - 8802 3535 OU 190

Ex-prefeita tem direitos políticos suspensos e é condenada a pagar multa

Parentes de candidatos fichas sujas podem ser impugnados

Justiça bloqueia bens do prefeito de Madalena e do filho

A ex-prefeita de São Luís do Curu, Marines Rodri-gues de Oliveira, teve os direitos políticos suspensos por quatro anos e deverá pagar multa correspondente a sete vezes o valor da última remuneração recebida no cargo de chefe do Executivo municipal.

Em 2006, durante o man-dato na prefeitura de São Luís do Curu, a ex-gestora não repassou os salários dos servidores do Conselho Tu-telar e negou a concessão dos seguros de vida e de saúde. Apesar da liminar proferida pela Justiça do Trabalho, que determinou o pagamento dos salários e dos benefícios, a ordem foi descumprida.

O Ministério Público do Ceará (MP/CE) decidiu pro-por ação requerendo a con-denação de Marines Rodri-

gues de Oliveira por ato de improbidade administrativa. O órgão alegou prática de má gestão dos recursos públicos e a gestora não apresentou contestação.

Em março de 2009, a juíza substituta da Comarca de São Luís do Curu, Ana Cláu-dia Gomes de Melo, conde-nou a ex-prefeita a pagar 50 vezes o valor da última re-muneração no cargo de pre-feita, devidamente corrigido. Segundo a decisão, também ficaram suspensos os direitos políticos por quatro anos e ex-gestora ficou proibida de contratar com o poder públi-co e de receber benefícios ou incentivos fiscais pelo prazo de dois anos.

Marines Rodrigues de Oli-veira contestou a sentença e sustentou que a condenação foi motivada por vingança

orquestrada pelo represen-tante do MP/CE e pela ma-gistrada.

Ao relatar o caso, o de-sembargador Teodoro Silva Santos destacou que o ar-gumento é descabido. Ele afirmou que “Sem qualquer prova, a ré [ex-prefeita] põe em xeque a dignidade profissional do promotor de Justiça e da juíza, os quais simplesmente perseguiram a aplicação da lei”. Mas considerou desproporcional a condenação da ex-gestora e votou pela redução da multa.

A 4ª Câmara Cível reava-liou o caso e fixou a multa em sete vezes o valor da última remuneração recebida no cargo de chefe do Execu-tivo. Já os demais termos da sentença foram mantidos.

Antônio Wilson de Aqui-no Pinho, filho de Antônio Wilson de Pinho, acumulava ilegalmente, segundo a Jus-tiça, cargos na Assembleia Legislativa e na Prefeitu-ra de Madalena. É espera-do o ressarcimento de R$ 188.857,40

O prefeito do município de Madalena, Antônio Wilson de Pinho (PMDB), e seu fi-lho, o secretário de Governo Antônio Wilson de Aquino Pinho, tiveram os bens blo-queados por decisão do juiz Fabiano Damasceno Maia. Através dessa ação, a Justiça espera assegurar o ressarci-mento de R$ 188.857,40 aos cofres públicos, por conta de ato que configurou improbi-dade administrativa.

Segundo a Justiça, o filho do prefeito teria assumido, em junho de 2011, o car-go de assessor técnico do Subgrupo de Trabalho para Diagnóstico das Instalações Elétricas, Hidrossanitárias

e de Ar Condicionado da Assembleia Legislativa do Ceará. Em janeiro de 2009, ele havia sido nomeado pelo pai para o cargo de secretário municipal de Madalena, dis-tante 187 Km de Fortaleza.

O acúmulo das funções - proibido pela Constituição - foi descoberto por meio de procedimento administra-tivo aberto pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPE-CE). O órgão ajuizou ação requerendo, liminar-mente, a indisponibilidade dos bens para assegurar o

ressarcimento do dano cau-sado ao erário, no valor de R$188.857,40.

Segundo o juiz Fabiano Damasceno, “estão claros os pressupostos para a con-cessão da medida. Os fatos narrados e os documentos constantes do procedimento administrativo levado a cabo pelo Ministério Público de-notam, em princípio, a ocor-rência de atos considerados de improbidade administra-tiva”. Informações da

Assessoria do TJ-CE

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu questionar a substituição dos candidatos a prefeito enquadrados na Lei da Fi-cha Limpa, avaliar as mu-danças como tentativa de burlar a legislação e admitir que a troca de nomes pode gerar impugnações. Esse, pelo menos, é o pensamento do presidente da entidade, OphirCavacalcante.

Um levantamento aponta

que em todo o Brasil 157 candidatos a prefeito ame-açados pela Lei da Ficha Limpa usaram uma brecha na legislação para chegar ao poder. Desse total, 68 candi-datos chamados fichas sujas renunciaram às vésperas das eleições e colocaram como substitutos filho, filha, mu-lher, neto, irmão, irmã, pai, sobrinho e até uma cunhada.

Entre os parentes que subs-tituíram pais, mães e tios, pelo menos, 33 foram elei-tos prefeitos. O presidente nacional da OAB comparou, em entrevista ao Jornal Fo-lha de São Paulo, a transfe-rência de candidatura para familiares como exemplo de uma capitania hereditária e uma tentativa de burlar a legislação eleitoral. Essa atitude, segundo ele, pode embasar a impugnação das candidaturas.

A substituição de candida-tos ocorrereu na semana da eleição e, em alguns casos, não houve tempo nem para mudar os registros das ur-nas. A reportagem do Jornal Folha de São Paulo cita um caso no Ceará: Daniel Quei-roz, do PMDB de Beberibe, renunciou e ajudou a eleger “Michele do Daniel”.

Outros casos, também, se espalharam, como, em Vi-çosa do Ceará, onde, a mãe, Silvana, saiu da disputa e elegeu o filho Divaldo So-ares prefeito do Município. Silvana estava enquadrada na Lei da Ficha Limpa por tido contas desaprovadas com nota de improbidade administrativa quando era secretária municipal. Vale lembrar que no passado o pai de Divaldo, Evaldo, já havia exercido o cargo de prefeito em dois mandatos.

Marines Rodrigues de Oliveira foi condenada pela 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE)Por: Renata Magalhães

O presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, vê a substituição dos candidatos como tentativa de burlar a Lei da Ficha LimpaPor: Luzenor de Oliveira

COMUNICADO SEMACE

LEIDIANE BARBOSA CRUZ 03662407302CNPJ: 15.315.180/0001-78

Torna público que requereu à Superintendência Estadual do Meio Ambiente - SEMACE, a Regularização da Licença de Operação para a atividade de padaria e confeitaria com predominância de revenda, situada na cidade de Tauá/ CE, a Rua Julimar Alexandrino Gonçalves, S/N – Planalto Colibris – CEP: 63.660-000.

Foi determinado o cumprimento das exigências contidas nas Normas e Instruções de Licenciamento da SEMACE.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Wilson Pinho, prefeito de Madalena, e seu filho Antônio Wilson estão com os bens bloqueados

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Joaquim BarbosaMinistro do STF, relator do “Mensalão”

“A imprensa nunca deu bola para o mensalão mineiro, ao contrário do que faz com o do PT. São dois pesos e duas medidas.

EScRAcHAnDOFEBEAPÁ

Com essa sugestão para batizar o mascote da pró-xima Copa do Mundo no Brasil – Amiju, Fuleco e Zuzeco (parecem pala-vrões) – os dirigentes do esporte maior exumam o Festival de Besteiras que Assola o País (FEBEA-PÁ), do saudoso Stanislaw Ponte Preta. Felizmente, para os homens da FIFA, tanto o Sérgio Porto co9mo o Paulo Francis, o Bussun-da e outros geniais críticos da ridicularia nacional já morreram. (Rangel Caval-cante – Jornalista)

SERÁ?Pela leitura dos jornais

e revistas da semana fica no ar uma perguntinha meio intrigante – Lula estará pensando em algum cargo eletivo para 2014? Se estiver, qual será? O poder engendra a volúpia do poder e quem pode quer sempre poder mais. Sempre foi assim em to-dos os tempos e em todo o planeta. A briga pelo poder deve ter em torno de 40 mil anos, conforme alguns malucos que pesquisam o tema, desde as cavernas dos macacos. Na verdade, a contar do momento em que Lula fabricou o nome de Dilma para sucedê-lo, comenta-se que assim o fez para ela guardar a rampa do Planalto para ele mes-mo. Claro que os beicinhos entre os dois, aqui e ali,

não passam de ficção bem urdida. Ou talvez não seja nada disso. O certo é que, bem comportadinhos, nem a presidente fala em Lula, nem Lula fala na presiden-te. O resultado geral das eleições darão o tom final do que os dois pretendem de fato. E, como no conto machadiano, ao vencedor as batatas. É bom deixar o tempo correr, ao seu jeito irreversível, e deixar sonhos e desilusões para mais adiante. (Regina Mar-shall – Jornalista)

INATIVOO senador Cristóvam

Buarque, aqui do DF, en-grossa agora o listão dos servidores Públicos ina-tivos, aposentado como professor da Universidade de Brasília, aposentado com vencimentos integrais e escapando da nova lei, que ele votou, aquela que acaba com essa prerroga-tiva dos nossos servidores da União. (Rangel Caval-cante – Jornalista)

VAI DEVOLVER?O ex-deputado Wigber-

toTartuce foi condenado em 1999 a devolver R$ 648 mil desviados do Fundo de Assistência ao Trabalhador durante sua administração como secretário do Traba-lho no governo de Joaquim Roriz, em Brasília. A grana era para o treinamento de trabalhadores, mas sumiu

sem que ninguém fosse treinado. Dá para acre-ditar que ele devolva, se vem enrolando há 13 anos e ainda cabem recursos para instâncias superiores? (Rangel Cavalcante – Jor-nalista)

FICHA LIMPA IAinda vai ser necessá-

rio muito detergente para limpar a política brasileira, em especial, a do Nordeste, marcada pelo clientelismo. Se, antigamente, as pes-soas trocavam os votos por um vestido ou um almoço, hoje, os votos são trocados por dinheiro vivo, conforme denúncias que circularam pelos meios de comunicação. Por que será que ninguém conse-gue fazer um flagrante? Em alguns municípios, a poucas horas das eleições, muitos candidatos foram “substituídos” no Interior do Estado.

FICHA LIMPA IIO que se percebe é o

desejo de continuar a oli-garquia. Até namorados eram convidados a subs-tituir candidatos. Aliás, em época de eleição para prefeito, as cidades do Interior recebem muitos “visitantes”. São os porta--vozes das famílias que representavam verdadei-ras oligarquias políticas e continuam resistindo nas cidades do Estado. (Regina Marshall- Jornalista)

SEBRAE Escritório Regional de Crateús e o programa SEBRAEtec

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Gazeta Saúde)Espelho, espelho meu...

Isaac Furtadocirurgião plástico

A indústria da beleza sem-pre prosperou, em todas as suas áreas: cosméticos, salões de beleza, clínicas de dermatologia e de cirurgia plástica. Tudo é reflexo dos avanços tecnológicos gera-dos pelos anseios que todos temos de ser mais bonitos e mais jovens. Reflexos não são imagens reais, e os espel-hos nunca nos dão respostas, apenas perguntas.

Cada vez mais adolescen-tes, principalmente as meni-nas, vão para cabeleireiros, utilizam cílios postiços, ou colocam próteses de mama. Os meninos, por sua vez, se internam em academias de ginásticas, cultivando mús-culos divididos, e alguns utilizam até recursos como anabolizantes (verdadeiras bombas para saúde) para ob-ter resultados mais rápidos, e músculos maiores. Jovens que tornam muito atual o mito de Narciso, aquele que de tanto admirar sua beleza refletida no lago, afogou-se.Esse anseio narcísico deve ser trabalhado com muito cu-idado, e principalmente, deve ser cultivado em conluio com o estímulo da mente,sempre em busca de conhecimento. Muito me entristece ver pes-soas que são incapazes de ler um romance, sem nenhum

interesse pelas artes, filoso-fia, ou tudo aquilo que nos remete ao saber. Jovensque apenas decoram suas maté-rias para passar no Enem, terminar o seu curso, parae-nfim vir a serem profissionais limitados, com poucos con-hecimentos geraise tornando-se depois, adultos com seu mundo cada vez menor.

Acredito que o ideal é tra-balhar o equilíbrio do corpo com a mente. Pois, a beleza exterior pode até ser o pri-meiro impacto para qualquer relacionamento, seja ele am-oroso ou profissional, mas, o impacto mais duradouro vem do conteúdo interior, da essência e do conhecimento adquiridos. E este trabalho em parceria deve ser eterno, pois o saber deve sempre ser tido como nulo, nas palavras de Sócrates, com sua célebre afirmação: “Só sei que nada sei”. E por outro lado, a saúde do corpo necessita de cuida-dos vinte e quatro horas por dia, pois, até quando dormi-mos, temos que fazê-lo bem feito. E o tempo age ininter-rupto, sem tréguas, em todas as regiões do nosso corpo, na pele, nos ossos, nos rins ou nos neurônios.

E essa finitude e incomple-tude nos remetem a outro anseio, cada vez mais atual,

aquele que Goethe tão bem traduziu -o mito de Fausto.Com sua ânsia de vida eterna ede saber ilimitado, em con-traponto com suas dúvidas existenciais ou seus conflitos espirituais. Doutor Fausto representa o homem moderno e questionador que quer viver mais, ser mais jovem, para ir mais além,com seus proje-tos cada vez maiores (mais próximos de Deus). Mas, o medo da morte lhe assola e ele faz seu pacto diabólico com Mefistófeles. Para mim, o maior e mais demoníaco pacto é o da ignorância, que associada à alienação, gera uma ambição desmedida por vazios, criando pessoas ar-rivistas, que vendem suas próprias almas (usando dro-gas ou tornando-se corrup-tos, por exemplo) em busca de prazeres ou bens materiais infindos. Este anseio fáustico deve ser domado em nome do equilíbrio entre a ativi-dade e a serenidade. E aqui concluo com os versos de Goethe: “Se vier um dia em que ao momentoDisser: Oh, para! És tão formoso!Então algema-me a contento,Então pereço venturoso!”

(v. 1.699 – 1.702)

Os concursados que aguar-dam convocação pelo Banco do Nordeste desde 2010, e que devem ser chamados nos próximos meses, irão trabalhar nas novas agências abertas pela instituição fi-nanceira até o fim de 2013. A informação é do presidente

do BNB, Ary José de Abreu Lanzarin, passada através do jornal Diário do Nordeste e através de entrevista na TV DN.

Conforme Lanzarin, estão sendo convocados 265 novos funcionários para tomar pos-se no banco que irão atuar

nas 25 agências da institui-ção abertas até dezembro. Outras 103 serão instaladas até o fim do ano que vem. À medida que for necessário, novos concursos serão feitos pelo Banco do Nordeste.

BNB: Concursados podem ser chamados

CRATEÚS: Rua Cel. Lúcio, 511 - CentroFone/Fax: (88) 3691.1717NOVA RUSSAS: Rua Pe. Francisco Rosa, 1311 - CentroFone: (88) 3672.0308SANTA QUITÉRIA: Rua Cel. Manoel Alves, 157 - CentroFone: (88) 3628.0374ARARENDÁ: Rua Francisco de Paula, s/n - CentroFone: (88) 9412.2362 e 9410.9370

MOSENHOR TABOSA: Av. Honório Melo, 25 - CentroFone: (88) 3696.2164NOVO ORIENTE: Rua Elpídio Rodrigues, 266 - CentroFone: (88) 3629.1794QUITERIANÓPOLIS: Rua Acard Deusdete Pedrosa, 247Fone: (88) 3557.1346 / 9992.1379FORTALEZA: Rua Pe. Luiz Filgueiras, 550 - AldeotaFone: (85) 3221.4355

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EREÇÕES 2012: O resul-tado das ereções de 2012 em Crateús deixou o candidato IVAN a ver NAVI em alto mar transportando sal de Mossoró pra Natal.

Masss, Adauto Bezerra, quando perdeu para Tasso Jereissati, disse: EU VOLTA-REI! Pois volte, meu amigo! Retorne, regresse, venha de volta, chegue aqui em 2016, que a disputança será outra. Mas, tem que aumentar o “BOL$A 15”.

Masss, eu num tô nem aí. Não quero nem saber quantos votos a EVA tirou no ADÃO. E me perguntaram por que o Nego do Bento não foi reelei-to e eu disse que é porque fal-tou voto. Porém, o compadre Zé disse que as ambulâncias dele foram poucas pra arras-tar os eleitores. E aquele pes-soalzinho que faz a plateia da Câmara é que mais vai sentir

a ausência do Nego do Bento. Não tem mais como achar graça dele na tribuna fazendo a verdadeira oposição ao pre-feito em nome da soberania do povo e da democracia. E o Bibi montou-se na moto e saiu por aí buzinando, bibi, bibi, bibi, arriba e abaixo, e não deu outra. Tá lá, de volta, garantido. Louro da Cruz, o candidato da chupetinha, sem herdeiro, pensava que as crianças do trenzinho da alegria podiam votar nele. Mesmo assim, puxou 50 vo-tos dos adolescentes. Adriano foi o candidato das mulheres; ganhou bonito só com a dis-tribuição de flores. João de Deus, com esse nome não poderia rodar.

Masss, o mais importante que tudo nessas ereções foi o súbito e$clarecimento da população da zona rural: do agricultor, do vaqueiro, do

curraleiro, do plantador de capim, do tirador de leite, dos plantadores de feijão e milho, dos criadores de galinha e ca-pote, dos fazedores de queijo, dos plantadores de mandioca, dos apanhadores de casta-nha, etc. que são chamados de TURMA DA ENXADA. De repente, não mais que de repente, da noite parao dia, a turma da enxada se empanzi-nou com $ifrões eleitorais e pregou um susto no PCdoB. A desgraça da oposição foi a rapidez da contagem dos vo-tos, que não deu tempo para o Doutor Ivan tirar a diferença, nem aguentar filipadas nas costas. Bem me ensinava meu professor de Economia e Finanças: “É sempre muito arriscado investir capital no mercado da política; quase sempre ele não traz retorno financeiro e deixa a pessoa na lisura. Por outro lado, produz

bolhas em economias guar-dadas no porquinho, além de produzir depressão, agressão e inchação”.

Masss, eu queria falar tam-bém sobre o Dr. Kutrizuma Cals, que há bem pouco havia se entregado ao pregatismo religioso e ao igrejismo de água benta. O cara decaiu da constança pregatícia do cris-tianismo e abraçou também o doutrinismo do Candomblé, da macumba, dos despachos e dos trabalhos de magia negra.

No reduto central de Forta-leza, na Praça dos Leões, ele conseguiu abrir um círculo de pessoas para uma pregação de militância afro-religiosa, ao lado da Igreja do Rosário, conhecida como a Igreja dos Negros. Daí, com certa de-senvoltura, fez discorrimento do africanismo religioso tra-

zido pelos escravos para os nossos terreiros. Falou sobre o Candomblé e foi se esten-dendo sobre a magia negra e a macumba, os trabalhos de despacho nas encruzilhadas, as galinhas pretas sacrifica-das, os ebós enviados aos os exus, as velas pretas, as agu-lhas espetadas em bonecos, a marafa, o descarrego no círculo de pólvora e ainda as cabeças e o sangue dos bodes sacrificados.

Daí, passou pras entidades invocadas pelos pais e mães de santo,ou sejam, o poderoso Tranca Rua, a Pomba Gira, o Zé Pilintra, o negro Gerson e o caboclo Beira-Mar. Masss, em meio ao doutrinismo, o Dr. Kutrizuma Cals começou a apresentar um olhar de fogo para a assistência, deu-se aos tremeliques da dança macumbística e se mostrou atuado diante das pessoas,

como se em terreiro estives-se. Deram-lhe uns tremores, estremeções e requebros que deixaram o homem como se estivesse enfrentando o Sata-nás numa crise de epilepsia. Demorou algum tempo para ele recobrar os sentidos. De-pois, o cara se deu conta e abriu os olhos. Daí, u’a mão piedosa de mulher trouxe-lhe uma xícara de chá de arruda para ajudá-lo a se libertar do estado macumbístico em que se encontrava. Neste dia, Dr. Kutrizuma entrou em casa, triste e meditabundo e foi chamado às falas pela mulher que canta de galo no terreiro. Que mói de chifre meu Deus!!

Ademã que vou em frente. Os cães ladram, mas a cara-vana passa.

Afrouxando o Riso

Irmãos e cunhados

Crateús de OntemLocalizada em frente à

nossa catedral, imponente e receptiva, de braços abertos, em fraternal demonstração de acolhida e bênção ao povo de Crateús e, sobremodo, aosparoquianos do Senhor do Bonfim, num pedestal com cerca de 8 metros, ergue-se a estátua do Cristo Redentor.

Por iniciativa do Padre Juvêncio de Andrade, vigário da antiga paróquia, o monu-mento foi construído com ferro, cimento e outros mate-riais, e depois de erigido, foi inaugurado a 27 de outubro de 1935.

Ultrapassando gerações, a estátua comprova o cuidado

e o zelo que teve o vigário para com os seus paroquia-nos, sem deixar esquecidos os trabalhos pastorais desen-volvidos junto aosmilhares de fiéis desta terra.

Padre Juvêncio foi vigá-rio de Crateús, de 1915 a 1942,largo espaço de tempo em que empreendeu muitos esforços em várias reformas da nossa Igreja Matriz, na ampliação do Cemitério São Miguel, construindo naquele campo santo um necrotério e a capela em homenagem a São Miguel. Foi este o seu primeiro empreendimento desenvolvido em 1915, ano de terrível seca. Esta inicia-

tiva garantiu a sobrevivência de trabalhadores, cuja mão de obra mostrou meios de manutenção para muitas fa-mílias, evitando migrações para outras regiões do País.

Entre as reformas da igreja,empreendidas pelo Padre Juvêncio, destacam-se a construção da torre do lado esquerdo, na qual, a exemplo da torre do lado esquerdo, ele colocou também um galo, ambos ainda hoje existentes; forrou, com madeira resisten-te, o teto do templo e ornou-o com pinturas sacras; cons-truiu o altar-mor do padroei-ro, colocou o sino pequeno na torre, ao lado do outro

maior, este, com armação de cobre, ainda badalando na torre direita. Operoso foi o trabalho do saudoso vigário, também responsável por ou-tras realizações.

Padre José Juvêncio de Andrade nasceu em Mas-sapê – CE, a 06 de abril de 1866. Nomeado para Crateús, chegou a 28 de fevereiro de 1915, e permaneceu até 3l de dezembro de 1942. Aqui, o bom sacerdote também se envolveu com a política e foi eleito prefeito em 1928. No entanto, foi destituído do cargo pela Revolução de 1930, quando aqui chegaram os revolucionários Otacílio

Mota e Tenente Rosalvo. Também foi proprietário rural, dono da Fazenda Casa Branca, neste município. A obra mais importante do seu governo foi a construção da cadeia pública, inaugurada em 1º de maio de 193l, pelo interventor José Furtado de Mendonça. Atualmente, o velho prédio da cadeia, que hoje seria um monumento, se conservado em sua forma primitiva, foi totalmente descaracterizado e ampliado com construções improvi-sadas. A antiga cadeia sedia hoje o 7º Batalhão de Polícia Militar e o presídiopúblico do município.

Em 1943, padre Juvêncio foi residir em Fortaleza, e lá, aos 81 anos de idade, faleceu a 03 de julho de 1947. Em 03 de julho de 1960, seus restos mortais foram trasladados para Crateús e hoje repousam na Capela do Senhor Morto, no interior da Catedral do Senhor do Bonfim.

Crateús homenageia seu operoso vigário com a Rua Padre José Juvêncio de An-drade, que passa em frente ao Cemitério São Miguel.

Padre Juvêncio e suas obras

Hermenegildo, urgente! Sarcástico e irreverente, irônico, mordaz e inteligente, fazendo um mô pra vocês e falando da vida alheia.

Daniel e Auristela há mais de 20 anos eram casados. Vida rotineira, compromissos sociais, festas e eventos, briguinhas por qualquer discordância eram-lhes a esteira do viver. Foi-não-foi, surgia uma de-

savença, uma discussão e, depois, tudo voltava ao normal. Sabiam tolerar-se na vidinha que levavam. Tinham, porém, em comum, a iro-nia e o sarcasmo.

Certo dia, os dois se desentende-

ram durante uma festa acontecida à noite, na chácara de um casal ami-go, quando ficaram sem se falar. Dormiram na incomunicabilidade e acordaram mudos.

De regresso ao lar, o silêncio

se fazia ‘ouvir’ dentro do carro. Apesar do verdor da paisagem e do bucolismo da manhã, nenhuma palavra partia dos dois emburrica-dos. Em dado momento, avistaram no pasto, de um lado, um lote de

jumentos, e do outro, uma vara de porcos. O marido, sisudo e vinga-tivo, perguntou à mulher em tom sarcástico: “São seus parentes?” E ela, então respondeu: “Sim, são meus cunhados”...

Flávio Machado

TIRADASHermenegildo Catão

Dr Eliézio Torres MartinsORTODONTIA - CRO-CE: 2491

Dr Bruno Cavalcanti MartinsPRÓTESE E CLÍNICA GERAL - CRO-CE: 4875

Dr Breno Cavalcanti MartinsCIRURGIÃO DENTISTA - CRO-CE: 6028

Drª Blenda Camerino F. C. MourãoODONTOPEDIATRIA/PERIODONTIA - CRO-CE: 5567

CRATEÚS: Rua Cel. Lúcio, 495 - Centro - Fone: (88) 3691.8050NOVO ORIENTE: Rua Cazuza Rocha, 56 - Centro - Fone: (88) 3629.1477E-mail: [email protected]

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GAZETA DO CENTRO-OESTECrateús - Segunda, 15 de outubro de 2012

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Comunicando

Inconformado com o re-sultado das urnas de 07 de outubro, que lhe foi adverso, o candidato derrotado pela consciência do povo de Cra-teús, Ivan Monte Claudino, proferiu, nos microfones de uma emissora de rádio local, ao invés do reconhecimento do seu insucesso eleitoral, um discurso raivoso e ranco-roso, de ódio e de vingança, de falsas acusações, de co-branças indevidas e de ame-aças de perseguição política contra a gestão municipal e contra o prefeito reeleito Carlos Felipe.

Foram inúmeras as ame-aças feitas pelo candidato derrotado, de fazer uso das prerrogativas do cargo de funcionário federal lotado na Controladoria-Geral da União, contra o prefeito Car-los Felipe e isso se constitui abuso de autoridade que ele, talvez, não deva possuir. Ivan usou a Controladoria--Geral da União para fazer politicagem e isso é um assunto gravíssimo.

Ao candidato, faltou o cavalheirismo e a boa educa-

ção. Certo seria parabenizar seu opositor pela vitória e desejar-lhe um bom governo no próximo mandato. São regras da boa convivência. Ivan, por distante a tanto tempo de sua terra natal, esqueceu-se de que se fez acompanhar de uma figura exponencial de sua campa-nha eleitoral, o ex-prefeito José Almir Claudino Sales (para ficar apenas neste), que é responsável por uma montanha de falcatruas co-metidas durante a sua gestão municipal, entre os anos de 2005 e 2008 considerada a mais corrupta de nossa história política, que ele Ivan ignorou. Essa figura exponencial de José Almir, sim, deveria está sofrendo ameaças da CGU, por nada haver construído na cidade, além das falcatruas legaliza-das com notas fiscais frias. Ele, sim, chegou por duas vezes, a ser afastado do cargo de prefeito e seu processo se encontra engavetado, bem se sabe por quê. Suas contas de gestão foram aprovadas pela Câmara, por unanimidade,

porque faltou a mão pesa-da do Ministério Público, como sempre tem faltado aqui, para anular a trapaça daquela sessão. É ele o ficha suja que encabeçou a cam-panha eleitoral da oposição, que se dizia limpa, mas que, de limpa, não tinha nada. Ora! Ivan, penhoradamente, agradeceu aos agricultores a vitória obtida na zona rural. Essa vitória pelo avesso precisa ser explicada com detalhes. Precisa ser expli-cada a repentina virada da população rural e o seu re-pentino esclarecimento nesta eleição, em que agricultores semianalfabetos votaram com a “consciência” e os letrados citadinos com a “ig-norância”. Há um episódio muito sério e não esclarecido para a população, que pode justificar a virada eleitoral pelo avesso, da zona rural.

Afirmar que o prefeito pos-sui um coração de pedra é o mesmo que praguejar contra o povo de Crateús. Dizer que Felipe induziu a população a apostar numa maioriade votos que ele não teve na

eleição, é um contrassenso. A voz das ruas é que falava nessa maioria. A manifesta-ção popular é que produzia os cálculos da maioriae não as pesquisas. Mesmo assim, aposta faz quem quer. Nin-guém está obrigado a apostar em nada. O jogo do bicho, o Totolec, a Nota Premiada, as loterias da Caixa, o baralho, etc. estão aí diariamente. A grande aposta que houve nessa eleição foi o dinheiro da oposição que foi aposta-do na sujeira da compra de votos e de recolhimento de títulos eleitorais.

Humildade, Sr. Ivan! Sai-ba que há rumores que desa-bonam seu passado,enquanto integrante da administração municipal de Crateús. Nin-guém pode apregoar-se San-to. Santo, o senhor não é e o povo de Crateús sabe disso. Portanto, volte novamente daqui a quatro anos, de bra-ços dados com os mesmos apoiadores para enfrentar o candidato indicado por Car-los Felipe. Quem sabe seja ele mais fácil de ser vencido, ou mais difícil.

A VOLTA DE VALMIR CAMPELO

Chega-nos a informação de que pelo menos três par-tidos estão na disputa para a filiação do ministro Valmir Campelo, do Tribunal de Contas da União, para lançá--lo candidato ao governo do Distrito Federal em 2014, o que seria a sua volta ao cenário político de Brasília. Valmir Campelo, crateuense, ex-deputado e ex-senador, é um ficha limpa e está na cabeça das pesquisas que são feitas na moita. O crateuense terá tempo suficiente para decidir, vez que, só cairá na compulsória dentro de dois anos.

PRESIDÊNCIA DA CÂMARA

O desenho mostrado pelo atual quadro político para a próxima legislatura, com respeito à presidência da Câ-mara Municipal de Crateús, aponta o experiente vereador João de Deus Ferreira para ocupá-la. João de Deus acu-mulou vasta experiência e

conhecimentos naquela Casa do Povo, em sucessivos man-datos, conhece como poucos o Regimento Interno e as leis municipais. Junte-se à sua experiência e conhecimento, o bom relacionamento entre seus pares, sua postura pa-cificadora de negociador e a confiança que o prefeito Car-los Felipe nele deposita, ao ponto de fazê-lo secretário em sua atual administração.

TURMA DOS GREVISTAS

Ficou a ver navios a baru-lhenta turma dos grevistas nesta eleição. Não elegeu, sequer, um vereador para bagunçar na Câmara Muni-cipal. Onde ficaramos mo-vimento sociais, o MST, os Sem Teto e os ocupadores de repartições públicas e de propriedades particulares, todos engajados na luta uni-ficada? Essa turma vai voltar ao mesmo trabalho em que é especializado – a agitação.

O discurso do ódio e da vingança

Flash do PassadoO último dos açougueiros

Dia desses, encontrei-me com o amigo Flávio Macha-do, no Mercado da Carne, ocasião em que chegava, na garupa de uma moto, o últi-mo dos antigos açougueiros vivos do antigo Mercado Velho de Crateús. Vinha segurando um carneiro aba-tido, colocado no selim da moto, entre o condutor e ele. Flávio chamou-me a aten-ção: “olha quem vem che-gando!” Sei não, Flávio. “É o Gerardo”. Não reconheci

e perguntei: que Gerardo? “O Gerardo Banda Verme-lha”. (Gerardo Ferreira de Vasconcelos é o seu nome, mas só o conhecem pelo apelido). Reconheci-o pelo sinal vermelho que lhe toma uma banda do rosto. Troquei com ele algumas palavras e com o seu filho, perguntei--lhe sobre sua idade e coisas do tempo antigo e nos des-pedimos.

Ficou em mim a sensação do inacreditável à minha

frente. Gerardo, já passando dos 90 anos, no mesmo ofí-cio de vender carne de bode e carneiro. E aí, lá vão, pelo menos, 70 anos de profissão, uma existência. Então, na pessoa do Gerardo, senti a presença dos velhos açou-gueiros do Mercado Velho de Crateús: Agileu Nunes, Chico Rodrigues, Chico Piauí, João Lauriano, João Eva, Zé de Paula, Chico Mereré, Pedro Sampaio, Cícero Catrevagem, Jaime

Bibino, Nicarion Sampaio, Leal Sampaio, Venceslau Pereira, Chico Mereré, e outros que me fugiram da memória. Resta-me, pois, desejar ao Gerardo vida ainda mais longa, com vi-gor e memória. E, aos que daqui partiram para outras dimensões, que estejam em bom lugar.

César Vale

Élio Luiz Mauer Psiquiatra, diretor da Unidade Intermediária de Crise a Apoio à Vida

“O estresse é um dos sintomas da modernidade que tem acometido as mulheres de forma mais intensa na atualidade, sendo o fator causal da depressão”

Cantinho da PoesiaMenino e Moço

Tombou da haste a flor da minha infância alada,Murchou na jarra de oiro o pudico jasmim:Voou aos altos Céus a pomba enamorada,Que dantes estendia as asas sobre mim.

Julguei que fosse eterna a luz dessa alvorada,E que era sempre dia, e nunca tinha fimEssa visão de luar, que vivia encantadaNum castelo de praia embutido a marfim!

Mas, hoje, as pombas de oiro, aves da minha infância,Que me enchiam de Lua o coração, outrora,Partiram e no Céu evolam-se, a distância!

Debalde clamo e choro, erguendo aos Céus meus ais:Voltam na asa do vento os ais que a alma chora,Elas, porém, Senhor,! Elas não voltam mais...

Antônio Nobre

“Lutei pela democracia e fiz dela minha razão de viver. Vou acatar a decisão, mas não me calarei”José Dirceu ao comentar sua condenação pelo STF, acrescentando: continuarei a lutar até provar a minha inocência. Não abandonarei a luta. Não me deixarei abater.

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Seja no peso médio, onde detém o cinturão, ou no meio-pesado, categoria na qual se aventura ocasionalmente, Anderson Silva segue imbatível no UFC. Na luta que encerrou o card principal do UFC Rio 3, o Spider fez jus ao apelido de super herói, salvou o evento marcado pelas diversas baixas por contusão e, sem muitas delongas, derrubou o americano Stephan Bonnar com uma joelhada na Arena HSBC e confirmou sua 16ª vitória consecutiva no principal evento de MMA do planeta

UFC Rio III: Anderson Silva dá novo show

Jô Soares – Apresentador, humorista e escritor

É fácil entender o mercado de ações. Está em alta quando você compra e em baixa quando você quer vender”