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1 ÉDIO PATRIC GUARIENTI O SOLVENTE HEXANO NO PROCESSO DE EXTRAÇÃO DE ÓLEO DE SOJA Três de Maio 2009

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ÉDIO PATRIC GUARIENTI

O SOLVENTE HEXANO NO PROCESSO DE EXTRAÇÃO DE ÓLEO DE SOJA

Três de Maio

2009

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ÉDIO PATRIC GUARIENTI

O SOLVENTE HEXANO NO PROCESSO DE EXTRAÇÃO DE ÓLEO DE SOJA

Projeto de Estágio de Conclusão de Curso

Sociedade Educacional Três de Maio

Faculdade Três de Maio

Curso de Bacharelado em Engenharia de Produção Agroindustrial

Professor Orientador: Ms. Adalberto Lovato

Três de Maio

2009

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SUMARIO

LISTA DE FIGURAS .................................. ................................................................. 5

LISTA DE TABELAS .................................. ................................................................ 6

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................... ................................................. 6

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 8

1. TEMA ...................................................................................................................... 9

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA ........................... ....................................................... 10

2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA .......................................... ............................... 10

3. HIPÓTESES .......................................................................................................... 10

4. VARIÁVEIS ......................................... .................................................................. 10

4.1 RELAÇÕES ENTRE AS VARIÁVEIS ................... .............................................. 11

5. OBJETIVOS ......................................... ................................................................. 12

5.1 OBJETIVO GERAL ................................ ............................................................. 12

5.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ........................... ......................................................... 12

6. JUSTIFICATIVA ..................................... ............................................................... 12

7. METODOLOGIA DA PESQUISA .......................................................................... 12

7.1 ABORDAGEM ..................................... ............................................................... 14

7.2 PROCEDIMENTOS ............................................................................................. 14

7.3 TÉCNICAS .......................................................................................................... 15

8. REFERÊNCIAL TEÓRICO .................................................................................... 16

8.1 VISÃO GERAL DA COCEAGRO E DA INDUSTRIALIZAÇÃO D E ÓLEO DE SOJA .............................................. .......................................................................... 16

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8.1.1 Caracterização dos Materiais envolvidos no Pr ocesso de obtenção de óleo de soja ...................................... ........................................................................ 16

8.1.1.1 A Soja ............................................................................................................ 18 8.1.1.2 O Solvente Hexano ....................................................................................... 18 8.1.1.3 O Óleo de Soja .............................................................................................. 19 8.1.1.4 A Miscela ....................................................................................................... 21 8.1.1.5 O Farelo de Soja ........................................................................................... 22 8.1.1.6 A Água ........................................................................................................... 23 8.1.1.7 A Torta ou Lex ............................................................................................... 23

8.2 PRINCIPAIS ETAPAS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE ÓLEO VEGETAL DE SOJA............................................ ....................................................................... 23

8.2.1 Recebimento e Armazenamento da Soja .......... ........................................... 27

8.2.2 Preparação da Matéria-prima ................. ....................................................... 27

8.2.2.1 Descascamento ou descorticação ................................................................. 28 8.2.2.2 Trituração ...................................................................................................... 29 8.2.2.3 Cozimento ou Condicionamento ................................................................... 29 8.2.2.4 Laminação ..................................................................................................... 30 8.2.2.5 Expansão ou Extrusão .................................................................................. 31

8.2.3 Extração do Óleo Bruto ...................... ........................................................... 32

8.2.3.1 Extração do Óleo Utilizando Solvente ........................................................... 33 8.2.3.2 Extração Industrial com Hexano .................................................................... 35

8.4 DESSOLVENTIZAÇÃO/TOSTAGEM E RECUPERAÇÃO DO HEXA NO .......... 38

8.5 DESTILAÇÃO DA MISCELA E RECUPERAÇÃO DO HEXANO . ...................... 39

8.6. PRINCÍPIOS FÍSICO-QUÍMICOS ENVOLVIDOS NA UTILI ZAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE HEXANO NA EXTRAÇÃO DE ÓLEO DE SOJA . .................. 44

8.6.1 Temperatura ................................. ................................................................... 44

8.6.1.1 Sensores de Temperatura ............................................................................. 45

8.6.2 Pressão ..................................... ...................................................................... 47

9. CRONOGRAMA ........................................ ............................................................ 48

10.ORÇAMENTO ...................................................................................................... 49

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 50

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Características permitidas para o óleo de soja degomado. ........................ 20

Figura 2: Características permitidas para o óleo de soja refinado. ............................ 21

Figura 3: Processo simplificado de extração direta de óleo de soja. ......................... 26

Figura 4: Laminador de semente oleaginosa ............................................................ 31

Figura 5: Modelo de extrusor auto-cone dentado ...................................................... 32

Figura 6: Esquema geral da obtenção de óleo bruto de soja .................................... 33

Figura 7: Mecanismo de extração do óleo por solvente ............................................ 34

Figura 8: Extrator tipo rotocel .................................................................................... 36

Figura 9: Vista interna do extrator ............................................................................. 36

Figura 10: Vista interna do extrator ........................................................................... 37

Figura 11: Esquema geral do processo de dessolventização e tostagem do farelo. . 39

Figura 12: Projeto original de destilação da miscela. ................................................ 42

Figura 13: Segundo sistema de destilação da miscela. ............................................ 43

Figura 14: Terceiro sistema de destilação da miscela. .............................................. 44

Figura 15: Tipos de Sensores de Temperatura ......................................................... 46

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1: COMP. MÉDIA DO GRÃO DE SOJA CULT. NO SUL DO BRASIL. ....... 18

TABELA 2: FRAÇÕES TÍPICAS OBTIDAS PELA DESTILAÇÃO DO PETRÓLEO .. 19

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Dessolventizador/Tostador - DT

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA

Partes por Milhão - PPM

Graus Celsius - ºC

Graus Kelvin - K

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INTRODUÇÃO

A cultura da soja desenvolve um papel muito importante no agronegócio

brasileiro gerando riquezas, integrando e desenvolvendo as mais diversas camadas

sociais do país.

Neste contexto, a industrialização de oleaginosas, segundo Custódio (2003),

constitui-se num dos mais importantes setores do sistema agroindustrial produzindo

matéria-prima para indústrias siderúrgicas, de cosméticos e de processamento de

alimentos para o consumo animal e humano.

A extração por solvente, desde seu surgimento, mostrou-se o modo de se

extrair óleos vegetais. Ainda para o mesmo autor, o sucesso do processo a solvente

está em sua capacidade de reduzir a níveis satisfatoriamente baixos, o resíduo de

óleo presente em materiais oleaginosos. Porém, o solvente que se estabeleceu

desde início foi a fração de hexana de petróleo, que tem como desvantagens vir de

uma fonte não renovável de matéria-prima, além de trazer consigo alguns infortúnios

como estar atrelado ao mercado do petróleo e ser tóxico e altamente inflamável.

Por possuir características maléficas para o meio ambiente e principalmente por

onerar muito a extração de óleo de soja, há a necessidade de evitar o desperdício.

Paraíso (2001) comenta que uma estratégia importante para reduzir custos e

proteger a saúde do meio ambiente e consumidor é procurar, nas indústrias já

instaladas, estabelecer as melhores condições possíveis de operação do seu

processo produtivo. Tais condições podem propiciar um consumo menor de

energia, além de alavancar o processo de recuperação de hexano na planta de

extração.

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Paraíso (2001) ainda afirma que durante os primeiros anos de extração,

considerava-se como eficiente uma recuperação de 99,27% do solvente bombeado

para o extrator de óleo de soja, ou seja, 4 litros de solvente se perdiam para cada

tonelada de soja que era processada. A partir dos anos 70, com o advento de novas

tecnologias e implantação de indústrias maiores, conseguiu-se obter faixas de

recuperação de solvente ao redor de 99,86%, cerca de 2 litros de perda por tonelada

de soja processada. Tal índice se manteve como bom até meados dos anos 80

quando as indústrias começaram a instalar modernos dessolventizadores/tostadores

utilizando destilação completa por arraste de vapor a contracorrente. Com as

melhorias implantadas, os novos índices de eficiência caíram para aproximadamente

1 litro de perda de solvente por tonelada de soja processada, ou seja, uma

recuperação 99,92% do solvente posto na produção.

Para se reduzir custos há a necessidade de inspecionar cuidadosamente

todos os processos que consomem muita energia e envolvem a manipulação intensa

de solvente hexano, como nas operações de extração por solvente no extrator, na

destilação da miscela e na dessolventização-tostagem do farelo.

Com este objetivo, busca-se analisar os fatores que podem interferir

significativamente para um mau aproveitamento do solvente hexano em uma

indústria com capacidade instalada para processar 1000 toneladas de soja por dia

em sistema de extração do tipo rotocell localizada na cidade de Cruz Alta – RS.

1. TEMA

O solvente hexano no processo de extração de óleo de soja.

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1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Estudo e análise de perdas de solvente hexano no processo de extração de óleo de

soja na Cooperativa Central Agroindustrial Noroeste Ltda. – COCEAGRO localizada

na cidade de Cruz Alta – RS, estudo este, realizado no 1º semestre de 2009.

2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Quais fatores podem interferir no consumo de solvente hexano na extração de

óleo de soja?

3. HIPÓTESES

− A troca do aquecedor de miscela reduziu em 30% a perda de solvente

hexano na extração.

− O retorno de água para a caldeira carrega uma concentração de

solvente hexano inferior a 1%.

− As colunas de óleo mineral para absorção de hexano apresentam

perdas superiores a 2%.

− A água descartada no “water stripper” possui uma carga de hexano

inferior a 0,5%.

4. VARIÁVEIS

De acordo com Marconi e Lakatos (2001), “variável é um conceito que contém

ou apresenta valores”. Sendo assim, as variáveis mencionadas nas hipóteses são:

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� Aquecedor de miscela.

� Perda de Solvente hexano.

� Retorno de água para a Caldeira.

� Concentração de hexano inferior a 1%.

� Coluna de óleo mineral.

� Perdas superiores a 2%.

� Água descartada no “water stripper”.

� Carga de hexano inferior a 0,5%.

4.1 RELAÇÕES ENTRE AS VARIÁVEIS

As variáveis apresentadas se co-relacionam assimetricamente. Na primeira

hipótese a variável “aquecedor de miscela” é independente e a variável “perda de

solvente hexano” é dependente.

Na segunda hipótese a variável “concentração de hexano inferior a 1%

depende do retorno de água para a caldeira para ser analisada. Da mesma forma na

terceira hipótese, a variável “perdas superiores a 2%” depende diretamente da

eficiência de arraste de hexano realizado nas colunas de óleo mineral.

E por último, a variável independente “água descartada no water stripper”

para ser avaliada necessita de uma variável dependente quantitativa que é “carga de

hexano inferior a 0,5%”.

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5. OBJETIVOS

De acordo com Fachin, apud Lovato, Evangelista e Güillich (2007), os

objetivos medem e ou provam o que é levantado no decorrer das investigações

realizadas e se dividem em gerais e específicos.

5.1 OBJETIVO GERAL

Analisar o processo de extração de óleo de soja visando reduzir o custo no

uso de solvente hexano.

5.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

− Analisar os métodos e equipamentos utilizados na extração de óleo de

soja.

− Identificar as causas das perdas de solvente.

− Mensurar o grau de significância que representa o desperdício de

solvente.

− Propor melhorias para a otimização dos processos.

6. JUSTIFICATIVA

O hexano tem sido utilizado a muitos anos na extração de óleo de soja pelas

indústrias de médio e grande porte. É ainda o solvente que melhor se apresenta em

termos de relação custo/benefício. Todavia, por ser um derivado do petróleo, o

hexano representa um perigo muito grande ao meio ambiente. Dentre os problemas

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que ele pode gerar, pode-se destacar o acúmulo gradativo no organismo dos

animais, a poluição das águas e do ar. Os gases de hexano apresentam relativa

volatilidade difundindo-se facilmente no ambiente.

Outro aspecto a ser destacado é a segurança ocupacional dos operadores de

extração que pode ser abordado sob dois aspectos: a segurança e a saúde

ocupacional.

No primeiro ponto, a segurança, o hexano representa um grande temor por

possuir características físicas de alta inflamabilidade com ponto de inflamação e

auto-ignição de -22°C e 240°C respectivamente. Portant o, qualquer fonte de calor

em conjunto com hexano e oxigênio pode causar uma explosão com danos

incalculáveis.

Já em relação a saúde ocupacional, o hexano quando presente em altas

concentrações no ambiente pode provocar sérias complicações a saúde. Se for

inalado, provoca sonolência e irritação nas vias respiratórias. Quando a exposição

for muito grande pode levar o indivíduo a uma parada cardio-respiratória. Pode ainda

provocar irritações na pele, olhos e mucosas gastrointestinais.

Mas de todos os problemas abordados, o que gera uma preocupação maior

por parte dos gestores é o aumento considerável nos custos de produção que o

dispêndio de hexano causa nas plantas industriais. Voltando para a realidade da

indústria de óleos da Coceagro tem-se uma situação onde os equipamentos

envolvidos nos processos de extração são relativamente velhos e as perdas de

hexano por tonelada de soja processada estão ainda muito acima dos padrões

ideais. E como os valores gastos com hexano no ano de 2008 ultrapassam a casa

de um milhão, justifica-se fazer um estudo verificando-se in-loco os principais pontos

e fatores que estão inflacionando este consumo de solvente.

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7. METODOLOGIA DA PESQUISA

Para Lovato, Evangelista e Güillich (2007, p. 33) “a metodologia científica, em

sua essência, tem por finalidade estudar os métodos que identificam os caminhos

percorridos para alcançar os objetivos propostos pelo plano de pesquisa.”

7.1 ABORDAGEM

A abordagem a ser utilizada será indutiva porque partirá da avaliação de

equipamentos e processos individuais para se obter respostas do desempenho

global da indústria em relação a perdas de solvente.

7.2 PROCEDIMENTOS

Os procedimentos a serem utilizados objetivam a descrição e análise dos

fatores de perdas potenciais de solvente hexano na extração de óleo de soja. Para

isso utilizar-se-á os seguintes métodos:

a) Pesquisa bibliográfica em livros, dissertações e teses e material

disponível em meio eletrônico referente ao assunto para

embasar os resultados;

b) Pesquisa de laboratório sendo:

− Verificação da presença de gases de hexano com o

aparelho detector multigases marca Solaris da empresa

MSA, munido de calibragem automática em tubo de

composto de Metano, monóxido de carbono, gás sulfídrico

e Oxigênio.

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− Realização de verificação de presença de hexano na água

e no farelo através da metodologia de análise “flash test”

em nível de laboratório incorrendo de duas repetições

quando der resultado negativo e três repetições quando

partir de um resultado negativo na primeira amostra.

7.3 TÉCNICAS

Para Fachin (2001, p. 154) apud (Lovato, Evangelista e Güillich (2007 p. 36),

“técnica corresponde a um conjunto de procedimentos mecânicos e intelectuais que

as pessoas usam no desempenho de uma atividade científica.”

As técnicas a serem utilizadas para concretização do trabalho serão:

a) Observação: através do acompanhamento do da extração de óleo de

soja e análise das etapas do processo que envolva o solvente hexano

visando a identificação dos pontos potenciais de perdas;

b) Testes de laboratório realizada na seguinte ordem:

− Flash test em líquido: coleta de 200 ml de vapor condensado em

estado líquido, em um recipiente de vidro com tampa para

posterior fechamento. Repouso da solução por cerca de 30

minutos. Abertura da tampa e colocação de fonte de chama

(fósforo aceso) dentro do recipiente. Se a chama aumentar em

forma de explosão, há a presença de hexano na amostra, caso

contrário não há.

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− Flash test em farelo: coleta de 1kg de farelo em um recipiente

plástico com tampa para posterior fechamento. Repouso da

amostra por cerca de 30 minutos. Abertura da tampa e

colocação de fonte de chama (fósforo aceso) dentro do

recipiente. Se a chama aumentar em forma de explosão, há a

presença de hexano na amostra, caso contrário não há.

8. REFERÊNCIAL TEÓRICO

8.1 VISÃO GERAL DA COCEAGRO E DA INDUSTRIALIZAÇÃO DE ÓLEO DE

SOJA

A Coceagro – Cooperativa Central Agroindustrial Noroeste Ltda, iniciou suas

atividades em 23 de março de 2001 no município de Três de Maio/ RS com o

Objetivo da defesa do interesse social e econômico das cooperativas associadas,

operando na industrialização, por segmentos, bem como na aquisição de insumos e

o fornecimento de produtos, com a União de 04 cooperativas – Cotrimaio, Comtul,

Copermil e Cooperoque, no Segmento Cereais, com a construção de um moinho de

farinha de trigo e milho na cidade de Horizontina e a cerealista em Três de Maio. A

Cooperoque saiu da sociedade mais tarde.

Com a consolidação dos negócios naquela região, pensou-se em expandir os

negócios com a fabricação de Biodiesel. Por ocasião formou-se o Segmento Óleo,

Biodiesel e derivados com a aquisição do patrimônio da fábrica da Empresa Coinbra,

onde a COTRIMAIO – Cooperativa Agropecuária Alto Uruguai Ltda. detém 21% do

patrimônio, a COMTUL – Cooperativa Mista Tucunduva Ltda. detém 21%, COASA –

Cooperativa Agrícola Água Santa Ltda. detém 9% do complexo industrial e a

Empresa Espanhola Tejedor Comercial Importadora e Exportadora de Óleos

Vegetais Ltda. detém 49% da estrutura industrial.

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Iniciou suas atividades em Cruz Alta, no mês de janeiro de 2006, na

reativação da fábrica de óleo, desativada desde o final de 2004, com o apoio

unânime das instituições e autoridades locais, numa estratégia de desenvolvimento

da Indústria, seus associados e familiares nas questões técnicas, econômicas,

culturais e administrativas inseridas no contexto regional, objetivando ser precursora

do desenvolvimento da região Noroeste. Mas foi só depois de uma complexa

reforma, que em 02 de junho de 2006 iniciou-se o esmagamento de soja e a

produção de óleo de soja bruto degomado e farelo de soja. A Tejedor saiu em

dezembro de 2006, passando assim a COOPERMIL a fazer parte da COCEAGRO já

a partir de janeiro de 2008.

A Coceagro situa-se na região Noroeste do Estado e trabalha no ramo da

Agroindústria (agribusiness). Realiza serviços de recebimento, armazenamento,

beneficiamento, comercialização e industrialização de produtos agropecuários.

A indústria de óleos vegetais tem capacidade de moer 1.000 Toneladas de

soja in natura por dia, sendo que o rendimento é de 76% de farelo de soja e 18% de

Óleo de soja Bruto Degomado. Atualmente tem trabalhado com cerca de 60 a 75%

desta capacidade.

A produção de óleo bruto degomado envolve muitos fatores e processos e

começará a ser descrito no capítulo abaixo, desde suas matérias-primas e

constituintes até as etapas de processamente e recuperação de hexano.

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8.1.1 Caracterização dos Materiais envolvidos no Pro cesso de obtenção de

óleo de soja

8.1.1.1 A Soja

A soja é uma planta herbácea pertencente a família das leguminosas. A

semente não possui ou quase não possui amido, mas é rica em substâncias

protéicas e graxas.

A soja é composta por proteínas, água, óleo, cinzas e carboidratos. A Tabela

1 adaptada de Custódio (2003) mostra a composição média da soja cultivada nas

regiões sul e sudeste do país.

Tabela 1: Composição média do grão de soja cultivado no sul do Brasil.

Componentes Porcentagem (%) Proteína 37 Carboidratos 28,3 Óleo 20 Água 10 Cinzas 4,7

Fonte: Adaptada de Custódio, 2003.

8.1.1.2 O Solvente Hexano

O hexano é um hidrocarboneto alcano com a fórmula química CH3(CH2)4CH3

proveniente da destilação fracionada do petróleo. Na Tabela 2 de Solomons e Fryhle

(2001), pode-se visualizar os intervalos de ebulição, números de carbonos da cadeia

e principais utilizações de cada composto.

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Tabela 2: Frações Típicas Obtidas pela Destilação do Petróleo

Intervalo de Ebulição da Fração (ºC)

Nº. Átomos de Carbono por Molécula Utilização

Abaixo de 20 C C4 Gás natural, gás engarrafado, indústria petroquímica

20 – 60 C5 C6 Éter de petróleo, solventes 60 – 100 C6 C7 Ligroína, solventes 40 – 200 C5 C10 Gasolina (gasolina destilada) 175 – 325 C12 C18 Querosene e combustível de motor a jato 250 – 400 C12 e mais Gasóleo, óleo combustível e óleo diesel Líquidos não-voláteis C20 e mais Óleo mineral refinado, óleo lubrificante, graxa

Sólidos não-voláteis C20 e mais Cera de parafina, asfalto, alcatrão

Fonte: Solomons e Fryhle, 2001.

8.1.1.3 O Óleo de Soja

De acordo com Amaral, Jaigobind e Jaigobind (2006), “óleo de soja é o

produto obtido por prensagem mecânica e ou extração por solvente, dos grãos de

soja, isento de misturas de outros óleos, gorduras ou outras matérias estranhas ao

produto”.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA (1993),

através da Portaria número 795 classifica o óleo de soja em três classes distintas

segundo o seu grau de elaboração:

− Bruto ou cru, que conforme sua qualidade admitirá um tipo único com

as características:

� Aspecto a 25ºC turvo;

� Umidade e voláteis máximo de 0,5%;

� Impurezas insolúveis em éter de petróleo (ponto de ebulição de 30 a 60ºC) máximo de 0,5%;

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� Lecitina (expressa em fósforo) máximo de 0,1%;

� Acidez livre (expresso em ácido oléico – F.F.A)

− Degomado ou purificado, que dependendo da qualidade pode admitir

até três tipos com as características descritas na Figura 1 abaixo.

Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3

Aspecto a 25ºC Límpido e isento de sedimentos

Límpido ou ligeiramente turvo e isento de sedimentos.

Límpido ou ligeiramente turvo.

Cor Máximo em 35 unidades amarelas e 3,5 unidades vermelhas, medidas em escala de Lovibond numa célula d e1 (uma) polegada.

Umidade e voláteis Máximo de 0,20% Máximo de 0,30% Máximo de 0,50%

Impurezas insolúveis em éter de petróleo (ponto de ebulição de 30 a 60ºC)

Máximo de de 0,1%;

Acidez livre (expresso em ácido oléico – F.F.A)

Máximo de 0,5% Máximo de 1,00% Máximo de 1,50%

Lecitina (expressa em fósforo)

Máximo de 0,015% Máximo de 0,020% Máximo de 0,030%

Ponto de fulgor (“flash point” Mínimo de 121ºC

Matéria insaponificável

Máximo de 1,50%.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. Portaria n.795, 1993.

Figura 1: Características permitidas para o óleo de soja degomado.

− Refinado, conforme a qualidade admitira até 2 (dois) tipos com as

características descritas na Figura 2.

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Tipo 1 Tipo 2

Aspecto a 25ºC Límpido e isento de sedimentos

Límpido e isento de sedimentos

Cor

Máximo em 15 unidades amarelas e 1,5 unidades vermelhas, medidas em escala de Lovibond1 numa célula de 5 ¼ (cinco e um quarto) de polegadas.

Máximo em 25 unidades amarelas e 2,5 unidades vermelhas, medidas em escala de Lovibond1 numa célula de 5 ¼ (cinco e um quarto) de polegadas.

Propriedades organolépticas

Odor e sabor característicos do produto isento de ranços, de odores e de sabores estranhos.

Odor e sabor característicos do produto isento de ranços, de odores e de sabores estranhos.

Umidade e voláteis Máximo de 0,03% Máximo de 0,06%

Impurezas insolúveis em éter de petróleo (ponto de ebulição de 30 a 60ºC)

Máximo de 0,03% Máximo de 0,05%

Acidez livre (expresso em ácido oléico – F.F.A.)

Máximo de 0,03% Máximo de 0,06%

Sabões Máximo de 1,0 ppm Máximo de 10 ppm

Índice de peróxidos Máximo de 2,5 meq./kg de óleo

Máximo de 5,0 meq./kg de óleo

Ponto de fumaça Temperatura mínima de 230ºC

Temperatura mínima de 218º C

Matéria insaponificável Máximo de 1,50% Máximo de 1,50%

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. Portaria n.795, 1993.

Figura 2: Características permitidas para o óleo de soja refinado.

8.1.1.4 A Miscela

Em termos gerais miscela é interpretado por Thomas (2003) como sendo a

mistura entre o hexano que entra quase puro no extrator com o óleo já presente

nele. Já Paraíso (2001) vai além e define o termo miscela como sendo uma solução

líquida formada pela dissolução completa do óleo de soja no solvente. Tal processo,

provoca alterações moleculares na estrutura dos componentes que formam a

solução e mudanças energéticas no sistema envolvido.

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22

A dissolução envolve ainda dois processos endotérmicos e um exotérmico.

Em um primeiro momento as moléculas do óleo se separam em moléculas isoladas

através de um processo endotérmico. As moléculas do óleo quando separadas

podem dispersar-se no seio do solvente. Tem-se a necessidade então de realizar a

dissociação das moléculas do solvente para realizar a acomodação das moléculas

do óleo. Tal procedimento é feito empregando um processo endotérmico que pode

ter uma magnitude de energia envolvida dependente do grau de polaridade do

solvente e do tamanho das moléculas do óleo. E por último a terceira etapa onde

ocorre um processo exotérmico e se refere à interação das moléculas do óleo com

as moléculas do solvente.

8.1.1.5 O Farelo de Soja

Paraíso (2001) nos apresenta em sua pesquisa desenvolvida em 2001 que o

farelo representa cerca de 70% da semente de soja e é composto por 51% de

proteínas, 43% de carboidratos e 6% de cinzas, em massa.

Os carboidratos possuem em sua constituição monossacarídeos,

oligossacarídeos e polissacarídeos. O monossacarídeo está presente apenas como

traços de glicose; os oligossacarídeos formam 44% da composição e são

constituídos pela sacarose, pela rafinose e estaquiose. Já os polissacarídeos tem

aproximadamente 56% e são formados por arabinose, arabinogalactose e por ácidos

polissacarídeos.

E por último as proteínas, que tornam o farelo atraente do ponto de vista

nutricional e comercial. Entretanto, Paraíso (2001) ainda reforça que as proteínas da

soja contém compostos conhecidos como inibidores de tripsina, que inibem a

digestão das proteínas. Mas estes efeitos podem ser controlados através da

aplicação de tratamento térmico com calor durante o processamento.

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23

8.1.1.6 A Água

A água é parte importante no processo pois regula a eficiência da laminação e

extração. Para Paraíso (2001), a umidade ideal de entrada dos flocos no extrator

deve variar entre 9 e 12%. Abaixo destes valores, dificulta o movimento do solvente

do leito e acima e 12%, dificulta a atuação do hexano na solubilização do óleo. O

óleo não se solubiliza na água e o hexano se solubiliza levemente. Como o solvente

possui grande afinidade com o óleo, a água que se encontra presente no extrator sai

totalmente na torta e a miscela, sai totalmente livre de água.

A água também é importante na produção de vapores que servirão para o

processamento e recuperação de solvente hexano e fundamental também para o

tratamento do farelo em termos nutricionais e de qualidade.

8.1.1.7 A Torta ou Lex

A torta ou Lex é formada por: farelo, hexano retido, água e óleo residual que

sai do extrator. Após o extrator, a torta vai a uma seção onde deve ocorrer

vaporização do hexano e o tratamento do farelo para se obter um produto

praticamente livre de solvente e com a qualidade exigida para ser comercializado.

Para Paraíso (2001), “...o aspecto mais relevante na operação em relação a

composição é o teor de óleo residual que deve ser menor que 1,0% e o teor de

hexano que deve estar na faixa de 25 a 30%.”

8.2 PRINCIPAIS ETAPAS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE ÓLEO VEGETAL

DE SOJA

A obtenção de óleo de soja pode variar de indústria para indústria, mas

geralmente segue uma das três séries de processos básicos citados por Thomas

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(2003) que é a utilização da prensagem, do processo misto ou por meio do uso de

solvente sob forma contínua.

O processo de prensagem é feito através de prensas contínuas de alta

pressão que comprimem a matéria-prima, extraindo dela o óleo. Entretanto, Paraíso

(2001) cita que por ser totalmente ineficiente, deixando um teor de óleo residual na

torta de soja em torno de 4 a 5% e consumir muita energia elétrica, em média 65,0

kWh, e mão-de-obra, foi deixado de lado e não mais se utiliza para a extração de

óleo de soja.

O processo denominado de misto ou misto descontínuo, segundo Thomas

(2003), corresponde à combinação do sistema de prensagem com o sistema de

solvente e possui como características um rendimento melhor, com menor gasto de

energia e menor residual de óleo no farelo. Ainda pode ser encontrado em algumas

empresas de pequeno e médio porte. Para Paraíso (2001) o consumo de energia

gira em torno de 46,0 kWh de energia por tonelada de soja e gera um residual de

óleo na torta de 1,1 a 1,4%.

Já o meio de processamento mais usual em grandes indústrias esmagadoras

de soja é o método de extração por solvente por ser mais eficiente em termos de

rendimento de óleo extraído e consumo de mão-de-obra e energia. Em média,

Paraíso (2001) aponta para um consumo de 20 a 25kWh de energia por tonelada

com 0,8% de residual de óleo na torta. Por ser o método mais eficiente no momento,

será o objeto do aprofundamento deste estudo, não sendo mais mencionado os

demais métodos de extração.

Em relação à operação dos sistemas de extração, Thomas (2003) ainda

classifica-os em descontínuos e contínuos. Os sistemas descontínuos utilizam-se do

método de infusão e do método de enriquecimento.

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Método de infusão – quando um ou mais recipientes fixos são usados como extratores; estes são carregados com a matéria-prima e, a seguir, são fechados, introduzindo o solvente sobre o material, mexendo-se a mistura com um dispositivo de movimentação. Depois a mistura solvente/óleo (miscela) é drenada.

Método de Enriquecimento – este método utiliza os extratores do tipo panela que são recipientes fixos, com um sistema misturador na parte inferior. Sobre o fundo de cada recipiente, existe uma peneira, com tela de filtro, que suporta a matéria-prima, permitindo a passagem da miscela. Os recipientes são carregados em série com a miscela que entra primeiro em contato com a matéria-prima pobre em óleo na zona de extração. Depois passa para as outras panelas, enriquecendo-se. (Thomas 2003, p.8).

Já os sistemas contínuos usam o método de submersão e o método de

passagem ou percolação. No método de submersão a matéria-prima fica submersa

no solvente. O solvente se movimenta contra o sentido do material a extrair e é

retirado embaixo da entrada do material.

O método de passagem ou percolação é descrito por Thomas (2003) como

sendo “baseado no princípio do umedecimento permanente da superfície percolando

o solvente”. Afirma ainda que “há uma permanente troca entre o fluxo livre de óleo e

o solvente que é retirado pela matéria-prima”. Este processo necessita que o

solvente possa passar livremente através das partículas de matéria-prima,

denominado de “Percolação”. Possui a vantagem em relação ao método de

submersão de não precisar agitar as partículas do grão, mas necessita de óleo livre

e pré-tratamento dos grãos. Como resultado, consegue conter até 30% de óleo se

for bem aplicado o princípio de fluxo contracorrente.

A obtenção do óleo de soja divide-se em duas importantes etapas de

produção: produção do óleo bruto e da torta ou farelo; refinação do óleo bruto.

As etapas da produção do óleo bruto e da torta ou farelo são:

− Recebimento e armazenamento da soja;

− Preparação da matéria-prima

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− Extração do óleo bruto.

Dorsa (1988) introduz um exemplo prático do funcionamento de uma planta

de extração de óleo de soja bruto degomado, Figura 3, e que atende o objeto deste

estudo e de outros autores citados neste trabalho.

Fonte: (Dorsa, 1988)

Figura 3: Processo simplificado de extração direta de óleo de soja.

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27

8.2.1 Recebimento e Armazenamento da Soja

Esta fase inicial compreende as etapas de pesagem, limpeza, secagem e

armazenamento. A pesagem, na maioria das empresas é feita por mecanismos

eletrônicos ou informatizados capazes de registrar e gerar relatórios personalizados

do fluxo de entrada e eficiência da produção. Para Amaral, Jaigobind e Jaigobind

(2006), a soja recebida como matéria-prima nas unidades industriais é classificada

conforme padrões de umidade, impurezas, percentual de grãos quebrados e outros.

Em função da classificação pode-se proceder uma operação conhecida como pré-

limpeza, que é realizada por máquinas dotadas de peneiras vibratórias ou de outros

dispositivos que separam os grãos de materiais contaminantes ou sujidades de

tamanho maior que o grão.

O armazenamento deve ser efetuado em baixa umidade, pois diminui a

atividade enzimática e o crescimento de microfloras de fungos e bactérias. As

sementes com umidade superior a 12,5% devem passar por secadores antes do

armazenamento, caso contrário, pode ocorrer a degradação de proteínas, de

carboidratos, de fosfolipídios, gerando compostos lipossolúveis que contaminam o

óleo, afetando a cor, odor e o sabor.

8.2.2 Preparação da Matéria-prima

A preparação é uma fase intermediária entre o armazenamento e a extração

do óleo de soja. Nesta etapa o grão é preparado para aumentar a capacidade de

extração, mas antes de serem processados, Amaral, Jaigobind e Jaigobind (2006),

citam que os grãos devem ser limpos e é nesta etapa que sujidades e fragmentos de

metais são removidos por peneiras vibratórias e rotativas sob ventilação, e

impurezas metálicas são eliminadas por meio de imãs instalados próximo às

peneiras. Esta etapa abrange ainda os processos de descascamento, trituração,

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28

condicionamento e expansão ou extrusão do grão de soja que serão descritos a

seguir.

8.2.2.1 Descascamento ou descorticação

É o processo de retirada da camada superior do grão de soja realizado com o

auxilio de equipamentos tais como, rolos estriados horizontais, girando com

velocidade diferente e em sentidos contrário, ou ainda, em aparelhos com discos

verticais, descorticadores de barras e outros. Os objetivos da separação das cascas

são:

a) Aumentar a capacidade de extração, pois as cascas possuem muito pouco óleo;

b) Reduzir o óleo retido no farelo, que são as perdas de óleo no extrator;

c) Controle do teor de fibras do farelo, pois as cascas são ricas em fibra e podem ser adicionadas posteriormente no farelo, tendo um lucro maior. (Thomas 2003, p.16)

Dentre os métodos de descasque aplicados, Custódio (2003) cita:

• O método convencional, onde há uma separação das cascas após a

quebra e antes do condicionamento e da laminação;

• O método Escher-Wyss, no qual é feita uma separação de cascas após

a realização da quebra dos grãos que receberam um tratamento

térmico inicial com ar quente;

• E por último o método Popping em que as cascas são removidas após

ser realizado um tratamento térmico com divisão das sementes em

leito fluidizado antes da quebra e da laminação;

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29

8.2.2.2 Trituração

Tem por objetivo reduzir o tamanho do grão para que a matéria-prima possa

ser laminada. Para Amaral, Jaigobind e Jaigobind (2006), a trituração facilita o

rompimento do tecido das paredes das células e diminui a distância entre o centro

da semente e sua superfície, possibilitando o aumento da superfície de saída do

óleo. A desintegração ativa as enzimas celulares principalmente lipase e peroxidase,

gerando um efeito negativo sobre a qualidade do óleo e da torta ou farelo de soja.

Daí a necessidade de que este processo seja feito rapidamente e seguido de

inativação das enzimas pelo cozimento.

Comumente quebra-se o grão em oito partes. Thomas (2003) observa que o

processo é feito com quebradores constituídos de dois pares de cilindros ranhurados

que giram em sentidos opostos e em diferentes rotações para facilitar a quebra do

grão. Um quebra em quatro partes, enquanto que o outro quebra em oito partes.

Estes cilindros possuem ajustes de pressão mecânica para acertar a distância que

um rolo ficará do outro, normalmente entre dois e três milímetros, e determinar o

tamanho das partículas.

8.2.2.3 Cozimento ou Condicionamento

É a etapa que precede a laminação onde é injetado vapor direto de modo a se

aumentar de forma conjunta a umidade e a temperatura dos grãos. Thomas (2003)

descreve que o cozimento tem por finalidade dar à matéria-prima certa plasticidade

do material, ajustando a umidade para a formação de flocos de resistência mecânica

apropriada. Serve também para provocar a liberação de óleo na matéria-prima e

possibilitar a coagulação de certos componentes protéicos que são solúveis no óleo.

Custódio (2003) cita ainda como benefícios o incremento de permeabilidade das

células, a aglomeração das gotículas de óleo e redução da viscosidade e o

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aquecimento para deixar o grão quebrado em temperatura ótima para a extração do

óleo.

8.2.2.4 Laminação

A laminação é um processo onde o material sólido passa entre cilindros lisos

que funcionam em rotações diferentes e sentidos opostos que rompem e distorcem

as células. Para Custódio (2003), esta etapa desempenha a função de aumentar a

superfície de contato entre o sólido e o solvente. Como resultados, pode-se melhorar

simultaneamente a permeabilidade no interior das partículas sólidas, denominadas

de flocos depois da laminação, e a percolação do solvente num meio onde é

formado por camadas de flocos. Resumindo, obtém-se um maior contato entre as

fases com melhor penetração e drenagem de solvente no leito do extrator. Thomas

(2003) nos traz um modelo esquemático de um laminador e destaca ainda que os

flocos obtidos geralmente oscilam na faixa de espessura de 0,25mm a 0,35mm com

uma área de superfície de 1,5cm² aproximadamente. Na Figura 4 é possível

visualizar mais detalhes de um laminador.

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Fonte: Thomas, 2003

Figura 4: Laminador de semente oleaginosa

Custódio (2003) aponta ainda que os flocos

uma permeabilidade elevada, mas em contrapartida, produzem leitos com baixa

percolabilidade. Da mesma forma, quando se tem flocos mais espessos, têm

leitos com alta percolabilidade e menor permeabilidade. Por fim, a lamin

para gerar um equilíbrio entre as fases do processo com boa permeabilidade no

floco e percolabilidade no leito de extração.

8.2.2.5 Expansão ou Extrusão

O processo de expansão confunde

um equipamento chamad

após as etapas condicionamento e laminação

superiores à do ponto de ebulição da água.

Figura 4: Laminador de semente oleaginosa

Custódio (2003) aponta ainda que os flocos quando muito finos, apresentam

uma permeabilidade elevada, mas em contrapartida, produzem leitos com baixa

percolabilidade. Da mesma forma, quando se tem flocos mais espessos, têm

leitos com alta percolabilidade e menor permeabilidade. Por fim, a lamin

para gerar um equilíbrio entre as fases do processo com boa permeabilidade no

floco e percolabilidade no leito de extração.

Expansão ou Extrusão

O processo de expansão confunde-se com extrusão por que é realizado em

um equipamento chamado de extrusor. Lopes (2008) descreve que as partículas

condicionamento e laminação são comprimidas a temperaturas bem

superiores à do ponto de ebulição da água. Quando atinge a saída do expansor

LEGENDA

1. Ajuste do fluxo da 2. Alimentador com ímã

permanente rebatível;3. Ajuste da espessura da lâmina

com máquina em funcionamento;4. Portas removíveis em aço inox;5. Mancais bipartidos6. Coletor de amostras e degrau

para inspeção7. Homogeneizador e distribuidor

de fluxo; 8. Sensor de presença de produto;9. Direcionador de fluxo;10. Sensor de acumulação de

produto sobre os cilindros;11. Limpadores dos cilindros;12. Amortecedor de vibração.

31

quando muito finos, apresentam

uma permeabilidade elevada, mas em contrapartida, produzem leitos com baixa

percolabilidade. Da mesma forma, quando se tem flocos mais espessos, têm-se

leitos com alta percolabilidade e menor permeabilidade. Por fim, a laminação entra

para gerar um equilíbrio entre as fases do processo com boa permeabilidade no

se com extrusão por que é realizado em

descreve que as partículas

comprimidas a temperaturas bem

a saída do expansor, que

LEGENDA

Ajuste do fluxo da alimentação; Alimentador com ímã permanente rebatível; Ajuste da espessura da lâmina com máquina em funcionamento; Portas removíveis em aço inox; Mancais bipartidos Coletor de amostras e degrau para inspeção Homogeneizador e distribuidor

e presença de produto; Direcionador de fluxo; Sensor de acumulação de produto sobre os cilindros; Limpadores dos cilindros; Amortecedor de vibração.

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está ao nível da pressão atmosférica, o vapor de água expande-se, modificando as

propriedades do material estudado. Esta expansão resulta em alguns benefícios

como em um acréscimo de densidade em relação ao material laminado, uma melhor

percolabilidade por ser menos frágil, melhor drenagem do material sólido ao final da

extração e menor arraste de solvente pelos sólidos. A Figura 5 extraída de Thomas

(2003) nos traz um extrusor do tipo auto-cone dentado muito comum em indústrias

esmagadoras de soja.

Fonte: Thomas, 2003

Figura 5: Modelo de extrusor auto-cone dentado

8.2.3 Extração do Óleo Bruto

De uma forma geral o processo de extração envolve três etapas: a

preparação das sementes em forma de flocos, a extração com solvente e a

recuperação do solvente utilizado. A preparação das sementes já foi descrita nas

etapas anteriores deste trabalho e tem por função modelar o grão em forma de

flocos que facilitem a extração do óleo. Os flocos provenientes da preparação são

colocados no extrator juntamente com solvente (hexano na maioria das empresas)

para a separação do óleo. Desta etapa resultam duas correntes diferentes, a torta ou

Lex que é a mistura de farelo de soja, hexano, água e óleo residual e a miscela que

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é a combinação do óleo de soja com o hexano. A etapa final envolve a separação e

recuperação do solvente hexano presente na torta e na miscela. Paraíso (2001)

consegue sintetizar estas etapas em forma de um fluxograma de fácil compreensão

que pode ser visualizado na Figura 6 abaixo.

Fonte: Paraíso, 2001

Figura 6: Esquema geral da obtenção de óleo bruto de soja 8.2.3.1 Extração do Óleo Utilizando Solvente

Após a preparação das sementes em forma de flocos descritas nas fases de

recebimento até a Expansão ou Extrusão, realiza-se a etapa de extração com

solvente que é uma operação de transferência de massa utilizada na indústria

alimentícia com o objetivo de retirar o óleo das sementes oleaginosas. A extração do

óleo presente no floco é descrita por Custódio (2003) e compreende quatro etapas

distintas conforme visualização na Figura 7 abaixo.

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Fonte: Custódio, 2003

Figura 7: Mecanismo de extração do óleo por solvente

Na etapa 1, o solvente entra em contato com a superfície do floco. Na etapa

2, ocorre o fenômeno de difusão do solvente da superfície do floco até o óleo a fim

de dissolvê-lo. Na etapa 3 acontece a difusão da mistura do solvente e óleo,

denominado de miscela, através do floco até atingir a sua superfície. E por fim na

etapa 4 ocorre drenagem da miscela para outra posição distante do floco extraído.

Custódio (2003) comenta ainda que para alcançar o objetivo principal da

extração que é reduzir o teor de óleo no floco ao menor valor possível, gastando o

mínimo de solvente, deve-se levar em conta dois fatores: o primeiro refere-se a

quantidade de óleo não extraído nas etapas 1 e 2; o segundo refere-se ao óleo de

superfície (óleo que não completou a etapa 4 da Figura 7 devido a ineficiência no

processo de drenagem da miscela). Conforme o mesmo autor há a possibilidade de

atenuar as perdas de óleo não extraído descritas, preparando o floco de maneira

que haja uma ruptura das células, aumentando assim, a área de contato entre o óleo

e o solvente. Já para a redução da quantidade de óleo de superfície, deve-se

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preparar o floco de maneira que forme um leito que não empacote durante o

processo de drenagem.

8.2.3.2 Extração Industrial com Hexano

A operação industrial de extração de óleo de soja utilizando o solvente

hexano pode ser realizada nos mais diversos tipos de extratores, dependendo do

tamanho da empresa e quantidade de soja moída por dia. Todos eles procuram em

comum movimentar grandes volumes de solvente e sólido, em um tempo de

retenção que pode variar de 30 a 120 minutos. Outra característica é que eles

devem propiciar a separação dos sólidos do solvente para minimizar o arraste de

solvente junto com a torta ou miscela. Os equipamentos mais comuns segundo

Custódio (2003) são:

• Extratores por percolação – onde o solvente líquido ou miscela são

bombeados sobre um leito de flocos que percola o leito e sai ao fundo

através de placas perfuradas. Dentro desta classificação se encontram

extrator rotatório, o de corrente e cestos, o de correias perfuradas e o

tipo filtro.

• Extratores por imersão - equipamento composto de duas torres

verticais contendo roscas perfuradas que arrastam lentamente o

material através do solvente e que são ligadas por uma peça

horizontal. São indicados para pequenos volumes de sementes, mas é

de fácil operação.

Nas operações de extração de médias e grandes empresas costuma-se

utilizar equipamentos capazes de processar grandes volumes de sementes como o

giratório ou rotocel. As figuras 8, 9 e 10 demonstram em detalhes a estrutura e as

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36

divisões do extrator rotocel. Na Figura 8, apresenta-se uma imagem real de um

extrator tipo rotocell utilizado na empresa estudada.

Autorização: Coceagro

Figura 8: Extrator tipo rotocel

Já na Figura 9, pode-se visualizar as estruturas internas do rotocell além da

entrada e saída de sólidos e solvente.

Fonte: Paraíso, 2001.

Figura 9: Vista interna do extrator

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Fonte: Moore, 2002.

Figura 10: Vista interna do extrator

Na figura 10, introduzida por

os componentes que fazem parte de um extrator tipo rotocell. São eles:

− Um sistema de roscas que faz a aliment

− Um sistema de alimentação de hexano puro localizado no lado oposto

da entrada das lâminas de soja (sólidos);

− Um conjunto de sete compartimentos, sendo seis que funcionam como

coletores da miscela que vai se formando nos leitos

extrator, e um que serve para a descarga.

− Um conjunto de bombas instaladas aos compartimentos e que tem

como função retornar a miscela sobre os leitos sólidos, em posições

anteriores ao compartimento na qual está instalada, para garantir

efeito contracorrente da operação;

Figura 10: Vista interna do extrator

Na figura 10, introduzida por Moore (2002) evidencia-se esquematicamente

os componentes que fazem parte de um extrator tipo rotocell. São eles:

Um sistema de roscas que faz a alimentação dos flocos no extrator;

Um sistema de alimentação de hexano puro localizado no lado oposto

da entrada das lâminas de soja (sólidos);

Um conjunto de sete compartimentos, sendo seis que funcionam como

coletores da miscela que vai se formando nos leitos

extrator, e um que serve para a descarga.

Um conjunto de bombas instaladas aos compartimentos e que tem

como função retornar a miscela sobre os leitos sólidos, em posições

anteriores ao compartimento na qual está instalada, para garantir

efeito contracorrente da operação;

LEGENDA

To miscela tank = Para o tanque de miscela;

Storage pump nº.3 =

Storage pump nº.4 =

Compartment = Compartimento;

Solvente feed = Alimentação de solvente;

Storage pump nº.5 =

Rotation = Rotação;

Discharge Hopper =

Storage pump nº.1 =

Feed conveyor = Rosca de alimentação;

Flakes in = Entrada de lâminas.

37

se esquematicamente

os componentes que fazem parte de um extrator tipo rotocell. São eles:

ação dos flocos no extrator;

Um sistema de alimentação de hexano puro localizado no lado oposto

Um conjunto de sete compartimentos, sendo seis que funcionam como

coletores da miscela que vai se formando nos leitos durante o giro do

Um conjunto de bombas instaladas aos compartimentos e que tem

como função retornar a miscela sobre os leitos sólidos, em posições

anteriores ao compartimento na qual está instalada, para garantir o

LEGENDA

Para o tanque de

= Bomba n.3;

= Bomba n.4;

Compartimento;

Alimentação de solvente;

= Bomba n.5;

= Descarga;

= Bomba n.1;

Rosca de alimentação;

Entrada de lâminas.

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38

− Um conjunto de jatos estacionários que tem a função de lançar ou

aspergir a miscela ou hexano puro sobre o leito.

Conforme Paraíso (2001), o solvente puro lançado sobre o leito do

compartimento maior (6 da figura 10) garante um tempo maior de contato com a

massa sólida, permitindo assim, uma melhoria no processo de difusão do solvente

para o interior das células dos flocos. Com isso obtém-se um rendimento superior na

extração de óleo.

Por fim, quando os sólidos chegam ao compartimento sete, são

descarregados e a miscela concentrada que estava nos dois primeiros

compartimentos, se juntam e são encaminhados ao tanque de miscela para a

separação da mistura óleo e hexano. Os sólidos descarregados no compartimento

sete seguem em direção ao DT para realizar a evaporação total do solvente

presente no farelo. Os dois processos de recuperação de solvente hexano serão

abordados em capítulos separados a seguir, em virtude de ser o foco do estudo

deste trabalho.

8.4 DESSOLVENTIZAÇÃO/TOSTAGEM E RECUPERAÇÃO DO HEXANO

O DT é um equipamento de secagem de farelo que combina a evaporação e

recuperação do solvente com uma cocção úmida. Para Oetterer, d'Arce e Spoto

(2006), o farelo úmido ao deixar o extrator pode conter ainda em sua composição,

35% de hexano, 7% a 8% de água e 0,5% a 1% de óleo. Quando entra no DT o

farelo pode carregar de 25% a 35% de solvente, variando conforme as técnicas

aplicadas no preparo, tipo de extrator e condições do grão de soja que entra pra

moagem. Custódio (2003) apresenta em seu estudo um modelo simplificado do

sistema de dessolventização e tostagem do farelo que facilita a compreensão das

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39

interfaces envolvidas no processo. A Figura 11 nos mostra que a torta ou lex

proveniente do extrator é encaminhada para o DT onde são gerados duas correntes

diferentes: uma é o farelo úmido e a outra, os vapores de hexano e água que

servirão posteriormente como fluido de aquecimento na destilação da miscela no

primeiro evaporador.

Fonte: Custódio, 2003.

Figura 11: Esquema geral do processo de dessolventização e tostagem do farelo.

A etapa de dessolventização visa separar a maior parte do hexano que ficou

retido no Lex durante a operação de extração. A torta entra na parte superior do DT

e vai fluindo de cima para baixo através de compartimentos chamados de estágios

ou pratos.

Nos três pratos superiores constituem a seção de alimentação e remoção de

solvente, enquanto que os quatro pratos inferiores são destinados para a tostagem

do farelo.

Oetterer, d'Arce e Spoto (2006) citam que a operação de dessolventização

requer muita atenção em virtude de consumir cerca da metade do vapor produzido

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40

na unidade de extração. Outro aspecto importantíssimo ressaltato é que a maior

parte da perda de solvente ocorre nesta etapa, cerca de 35% a 65% do total.

8.5 DESTILAÇÃO DA MISCELA E RECUPERAÇÃO DO HEXANO

A destilação segundo Oetterer, d'Arce e Spoto (2006) consiste em aquecer a

miscela sob vácuo e posteriormente realizar a evaporação do solvente. Durante o

processo, o óleo é exposto a temperaturas mais elevadas, e a medida que vai

aquecendo, vai volatilizando o solvente residual. O óleo bruto recuperado e

dessolventizado segue para o tanque de depósito.

Já os vapores de solvente são condensados, separados da água via

decantação simples, aquecidos e enviados novamente para o processo de extração.

Ainda para Oetterer, d'Arce e Spoto (2006), a evaporação ocorre sob vácuo parcial

de 50 mmHg em evaporadores de duplo efeito e em um evaporador de alta

eficiência, seguido de aplicação de vapor de arraste ao óleo para a retirada dos

restos finais de solvente, sob vácuo de 100 mmHg na saída.

Em relação a concentração da miscela, ela chega ao primeiro evaporador

variando entre 22 a 30% de óleo. Ao sair do primeiro evaporador a concentração vai

a 65% e para 95% na saída do segundo evaporador. Depois, o óleo bruto é

recuperado e o solvente volatilizado é canalizado para condensadores resfriados por

água corrente e para os tanques para retornar ao processo.

A seguir é apresentado em três fluxogramas a evolução dos sistemas de

destilação de miscela e os aprimoramentos realizados ao longo dos anos. Todos os

exemplos e explicações foram citados em trabalhos anteriores por Paraíso (2001) e

Custódio (2003), entre outros autores não mencionados e se adaptam as condições

reais de operacionalidade dos sistemas atuais de extração de óleo de soja.

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41

No projeto original de destilação destacado na figura 12, não se observava

ainda uma grande preocupação com os níveis de energia consumidos. Preocupava-

se com a qualidade do óleo produzido, mas não se levava em conta os custos de

produção. Por este esquema de destilação, a soja preparada em flocos e o solvente

hexano entram no extrator resultando em miscela e torta ou lex. A torta ou lex é

encaminhada aos DT para separar o hexano do farelo através da operação de

stripping com vapor direto. O farelo úmido sai no fundo e os vapores saem no topo

para a condensação, decantação e separação da mistura água e hexano e posterior

retorno ao processo.

A miscela por sua vez, passa por um conjunto de operações destacadas no

retângulo pontilhado da figura 12 denominado de destilação da miscela. Seguindo o

esquema do projeto original destacado por Paraíso (2001), a miscela passa por um

evaporarador, onde sofre um aquecimento de vapor condensado com o objetivo de

torna-la mais concentrada e obter o máximo de evaporação de hexano. Depois a

miscela concentrada passa por uma coluna onde sofre um stripping de vapor direto.

Nesta etapa, o óleo bruto sai pela parte inferior e os vapores de hexano e água

saem pela parte posterior, indo se juntar ao vapor de hexano que sai do

evaporador. Estes gases seguem depois para um decantador onde a água se

separa do hexano que retorna ao processo.

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42

Fonte: Paraíso, 2001.

Figura 12: Projeto original de destilação da miscela.

O segundo sistema de destilação apresentado na figura 13 trouxe uma

pequena melhoria em relação a economia de energia. Neste projeto implantou-se o

aproveitamento dos vapores quentes provenientes do DT para uso como fonte de

calor no evaporador e para promover uma concentração de 90% ou mais da

miscela. Outra modificação apresentada foi a introdução de um condensador

específico para o evaporador e para o stripper.

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43

Fonte: Paraíso, 2001.

Figura 13: Segundo sistema de destilação da miscela.

O terceiro e último sistema mostrado na figura 14 difere do segundo pela

implantação de mais um evaporador na linha, permitindo maior produção, economia

de energia e um melhor aproveitamento dos gases quentes do DT. Este sistema é o

utilizado na maioria das indústrias, com pequenas adaptações de alguns

equipamentos a mais.

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44

Fonte: Paraíso, 2001.

Figura 14: Terceiro sistema de destilação da miscela.

8.6. PRINCÍPIOS E VARIÁVEIS ENVOLVIDOS NA UTILIZAÇÃO E RECUPERAÇÃO

DE HEXANO NA EXTRAÇÃO DE ÓLEO DE SOJA

8.6.1 Temperatura

De acordo com Torreira (1995, p.2) “a medida do estado de agitação das

partículas do corpo” ou ainda como sendo “o número que se é associado ao corpo

para caracterizar o seu estado térmico, o seu estado de aquecimento.” Pode-se

dizer ainda que é a quantidade de calor transferida de outro corpo.

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45

A unidade básica para a representação da temperatura é o Kelvin (K). Mas

devido ao grande uso e por praticidade utiliza-se internacionalmente graus Celsius

(ºC) com a equivalência de:

0ºC = 273K

A medição da temperatura para Torreira (1995, p.2) é feita de maneira indireta

através da medida dos valores que uma outra grandeza ou corpo assume quando

em contato com o primeiro corpo. Este segundo corpo é o termômetro e a grandeza

referida é a termométrica.

O mesmo autor explica ainda que quando dois corpos com grandezas

termométricas diferentes são postos em contato, há uma variação em sentido

contrário das propriedades até chegarem a um ponto onde não há mais variação

térmica. Neste ponto tem-se o equilibrio térmico onde as temperaturas dos dois

corpos são iguais. Se convencionarmos que um corpo A está em contato com um

corpo B que é o termômetro, pode-se concluir que quando as duas temperaturas

chegam a equivalência, pode-se coletar os dados do termômetro com o máximo de

precisão.

8.6.1.1 Sensores de Temperatura

Os sensores de temperaturas são definidos por Torreira (1995, p. 7) como

“...transdutores que alteram uma ou mais de suas características físicas ao se

equalizar com o meio a ser determinada a temperatura.”

Para as medições térmicas estes instrumentos podem se valer de:

• Alterações Físicas: volume, pressão, dilatação.

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46

• Alterações Elétricas: resistência ôhmica, geração de f.e.m.

Os sensores servem para os mais diversos usos e funções. A figura 15

esboça alguns dos principais tipos de sensores de temperatura.

INSTRUMENTO GRANDEZA

FÍSICA ASSOCIADA

TRANSDUTOR FAIXA DE MEDIÇÃO

(ºC) UTILIZAÇÃO

Termômetro Acústico

Velocidade do som

Cavidade acústica de ressonância -273 a -223

Medição de Laboratório

Termômetro a Vapor

Pressão Bulbo metálico com capilar com vapor

saturado -269 a 100

Medições em Laboratórios e

Indústrias Termômetro de

Germânio Resistência

Elétrica Cápsula quadripolar

de “Ge” -271 a -173

Medições padrão em laboratórios

Termômetro a gás

Pressão (geral/ a volume, etc.)

Bulbo metálico com capilar com gás

-269 a 1064

Medições em Laboratório

Termistor Resistência Elétrica

Resistor semicondutor de óxido metálico

-269 a 200

Controle industrial, laboratorial e

condicionadores de ar

Termômetro de Quartzo

Freqüência de oscilação mecânica

Cristal de Quartzo corte em Y

-262 a 250 Laboratórios e

indústrias

Termômetro de Resistência

Resistência Elétrica

Bulbo de Platina Cu Ni

-173 a 1064

Laboratórios e indústrias

Termopar Força Eletromotriz

União de fios de condutividade

diferentes

-253 a 2400

Medição e controle em lab. e indústrias

Termômetro de Pulso Acústico

Velocidade do Som

Haste metálica (Al, W, Mo)

-243 a 3100

Laboratório e indústria nucleares

Termômetro de líquido em haste

de vidro

Expansão Térmica

Bulbo de vidro com capilar com mercúrio

-200 a 500 Laboratórios e

indústria

Termômetro bi- metálico

Expansão térmica

diferencial

Duas lâminas ou hastes aderentes

-148 a 400 Controle industrial e condicionadores de

ar Pirômetro de

Radiação total Radiação eletro

magnética Detetor de radiação

(termopilha) 0 a 5000

Medição e controle industrial

Pirõmetro de radiação seletiva

f.e.m ou Resistência

Foto-diodo ou sensor de radiação

0 a 5000 Medição e controle

industrial

Pirômetro Ótico automático

Concentração espectral de

radiação Detetor foto Elétrico 750 a 5000

Laboratórios e indústrias

Pirômetro Ótico Manual

Concentração espectral de luminosidade

Olho humano 750 a 5000 Laboratórios e

indústrias

Fonte: Torreira, 1995

Figura 15: Tipos de Sensores de Temperatura

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47

8.6.2 Pressão

A pressão é definida por Torreira (1995) com sendo a ação de uma força

sobre determinada superfície. Ela pode ser determinada através de aparelhos

chamados de manômetros que registram valores de pressão acima ou abaixo da

atmosférica, de qualquer gás ou líquido que esteja no interior de uma câmara ou

tubulação.

Os valores de conversão usados na manometria e que são ainda muito

utilizados são:

1 kgf/cm² = 1 bar (aproximadamente)

1 kgf/cm² = 14,22 lbf/pol²

1 kgf/cm² = 1 bar = 100.000 Pa = 100 Kpa = 0,1 Mpa

Dentre os principais tipos de manômetros utilizados Torreira (1995) cita:

• Manômetro simples ou “standard” – equipamento que possui um

elemento elástico (Bourdon) com conexão e meios para medir e indicar

uma única pressão e que pode ser construído para intervalo de

medições de 1 bar a te 1.000 bar.

• Manômetro duplo - equipamento dotado de dois Bourdons

independentes, duas conexões e meios de determinar até duas

pressões.

• Manômetro diferencial – equipamento dotado de duas conexões e

meios para medir e indicar a diferença entre duas pressões.

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48

• Manômetro de coluna de água – equipamento dotado de um diafragma

como elemento elástico, adequado para medir baixímas pressões (de

10 milibares a 500 milibares).

• Manômetro de aplicação específica – equipamento destinado ao uso

com fluidos especiais como amônia, oxigênio, acetileno, e outros.

• Manômetro de teste – indicado para verificar através de comparação, o

desvio de indicação e atuação de outros instrumentos, funcionando

com pressão.

• Manômetro com fluido amortecedor – manômetro carregado com

glicerina ou silicone com o objetivo de amortecer vibrações e pulsações

no instrumento, quando o mesmo está sujeito a condições severas de

uso em campo.

• Manômetro petroquímico – construído com materiais inoxidáveis e

indicado para ambiente agressivo. É usado caixas de nylon ou fenol

como parte constituinte do equipamento.

9. CRONOGRAMA

Pla

neja

men

to

e E

xecu

ção

Atividades Abril Maio Junho Julho Agosto

1s

2s

3s

4s

1s

2s

3s

4s

1s

2s

3s

4s

5s

1s

2s

3s

4s

5s

1s

2s

3s

4s

Tema Formulação do Problema Justificativa Objetivos Hipóteses Metodologia

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Revisão Bibliográfica Cronograma Orçamento Elaboração projeto TCC Revisão projeto TCC Entregar projeto TCC Conclusões Considerações finais

Entregar relatório TCC Final

Apresentar TCC

10.ORÇAMENTO

Despesas Valor (R$) Energia elétrica 30,00 Alimentação 35,00 Deslocamentos 211,00 Internet 49,73 Ligações Telefônicas 25,00 Hospedagem 304,00 Total 654,73

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Dorsa, Renato. Tecnologia de Processamento de óleos, gorduras vegetais e

derivados. Westfalia Separator do Brasil , 1988.

Lopes, Keila da Silva. Avaliação da Etapa de Clarificação do Óleo de Soja Através

de Planejamento Composto Central e Investigação do Potencial de Melhoria

Energética no Processamento da Soja. Dissertação de Mestrado, Curitiba: sn, 2008.

Lovato, Adalberto, Mário Luiz Santos Evangelista, e Roque Ismael da Costa Güillich.

Metodologia da Pesquisa: normas para apresentação de trabalhos: redação,

formatação e editoração. 2ª ed. Três de Maio: SETREM, 2007.

Marconi, Marina de Andrade, e Eva Maria Lakatos. Metodologia do Trabalho

Científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório,

publicação e trabalhos científicos. 6ª ed. São Paulo: ATLAS, 2001.

Moore, Jerome. “A Guide to Sealing Oil Seed Processing Plants.” AESSEAL

ENVIRONMENTAL TECHNOLOGY. Janeiro de 2002. http://www.aesseal.com

(acesso em 17 de Fevereiro de 2009).

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Paraíso, Paulo Roberto. Modelagem e Análise do Processo de Obtenção do Óleo de

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LTC - Livros Técnicos e Cientícos Editora S.A., 2001.

Thomas, Gilberto Carlos. “Análise Teórico-Experimental da Extração de Óleo de

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Torreira, Raúl Peragallo. Geradores de Vapor. São Paulo: Libris, 1995.