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editorrrrr ial

P lanejamento, coleta, apuração edisseminação. Esse é o caminhotraçado para o Censo 2000Censo 2000Censo 2000Censo 2000Censo 2000. Em 1997,o IBGEIBGEIBGEIBGEIBGE começou a percorrer essa

trilha, desenvolvendoatividades preparatórias.De lá para cá, foramrealizadas as provas-piloto, que permitiramavaliar o conteúdodos questionários, oCenso Experimental,que testou os aspectosadministrativos e ope-racionais, e está emandamento o treina-mento, que tem oobjetivo de capacitarfuncionários, super-

visores e recenseadores paraexecutarem as tarefas específicasdo Censo. Isso só para citar algumasdas atividades, pois seria impossívellistar todas aqui, em detalhe.

O importante é que, apesar denumerosas e de possuírem finalidadesespecíficas, as atividades compreen-didas na realização do Censo 2000Censo 2000Censo 2000Censo 2000Censo 2000 têmum objetivo maior: retratar ascaracterísticas da população brasileirae suas condições de vida, para quepossamos saber qual é o Brasil que vaientrar no terceiro milênio.

A r evista Vou te contar , que o IBGElança este mês, é mais uma iniciativaque vai contribuir para esse objetivoglobal e que tem o fim específico de serum veículo de comunicação e deintegração entre as áreas envolvidas,desde o planejamento até a disseminaçãodos resultados, passando pela coleta,em campo, e pela apuração dos dados.Além disso, Vou te contar chegará aos

institutos de estatística dos países doMercosul, divulgando as ações doCenso 2000Censo 2000Censo 2000Censo 2000Censo 2000.

Neste primeiro número, o leitor saberácomo foi o teste do Projeto V amos Con-tar no Censo Experimental de Marília(SP) e Bonito (PA ). Alunos de escolasdo ensino fundamental foram agentesdisseminadores de informação sobreo Censo 2000, mostrando aos morado-res das duas cidades a importânciade se responder corretamente os questi-onários censitários.

Na seção Gente contando gente , oDiretor de Planejamento e Coordenaçãodo IBGE e também membro daComissão de Planejamento eOrganização do Censo 2000, NunoDuarte Bittencourt, fala sobre as novasiniciativas de divulgação e a aplicaçãode recursos tecnológicos maisavançados na organização e apuraçãodos dados.

Leia também o texto sobre os questio-nários do Censo 2000. V amos saberum pouco mais sobre os dois modelosde questionário e o tipo de informa-ção que é obtida através das respostas.

A cada dois meses estaremos com

vocês, contando tudo o que tem sido

feito no Censo 2000, através de entre-

vistas, artigos e outros textos. Espera-

mos que cada página desta revista e

também as próximas edições contri-

buam de fato para a divulgação e

integração das ações do Censo 2000.

Desejamos a todos uma boa leitura.

Sérgio Besserman Sérgio Besserman Sérgio Besserman Sérgio Besserman Sérgio Besserman VVVVViannaiannaiannaiannaiannaPresidente do IBGE

Vou te contar o Censo 2000Vou te contar o Censo 2000

Foto: Luiz Ferreira

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Editoriiiiial � com a palavra o presidente do IBGE, Sérgio

Besserman Vianna

Vou te contar – Revista do Censo 2000 - Publicação bimestral do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística– Revista do Censo 2000 - Publicação bimestral do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística– Revista do Censo 2000 - Publicação bimestral do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística– Revista do Censo 2000 - Publicação bimestral do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística– Revista do Censo 2000 - Publicação bimestral do Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaCentro de Documentação e Disseminação de Informações – CDDI - Divisão de Promoção e Publicidade – DIPOMRua General Canabarro, 706/4 o andar – Maracanã – Rio de Janeiro – RJ - 20271-201Tel.: (21) 569-2043 r. 264/315 Fax.: (21) 569-2043 r. 265http://www .ibge.gov .br ou http://www.ibge.orge-mail: [email protected]. br

Coordenadora do projeto e editora: Coordenadora do projeto e editora: Coordenadora do projeto e editora: Coordenadora do projeto e editora: Coordenadora do projeto e editora: Rose Barros (Mtb. RJ 20.342)Redação: Redação: Redação: Redação: Redação: Agláia T avares, Marcelo de Sá e Rose Barros.Copidesque e Revisão: Copidesque e Revisão: Copidesque e Revisão: Copidesque e Revisão: Copidesque e Revisão: Anna Maria dos Santos e Iaracy Prazeres GomesProjeto Gráfico e Diagramação: Projeto Gráfico e Diagramação: Projeto Gráfico e Diagramação: Projeto Gráfico e Diagramação: Projeto Gráfico e Diagramação: Jorge Luís P. RodriguesImpressão e circulação: Impressão e circulação: Impressão e circulação: Impressão e circulação: Impressão e circulação: Gráfica do IBGETTTTTiragem:iragem:iragem:iragem:iragem: 5 000 exemplaresPermitida a reprodução das matérias e das ilustrações desta edição, desde que citada a fonte.

expedieeeeente

sumárrrrr io

Conta-gotttttas � notas sobre o Censo no Brasil e no mundo

Matéria de caaaaapa � �Projeto Vamos Contar é destaque no

Censo Experimental�

Ponto de visssssta � o Censo 2000 na visão de Elza Berquó,presidente da Comissão Nacional de População eDesenvolvimento - CNPD

Espaço abeeeeerrrrrto � a diretora de pesquisas do IBGE, Martha Mayer,

fala sobre os questionários do Censo 2000

Gente contando gennnnnte � entrevista com o diretor de

Planejamento e Coordenação do IBGE, Nuno Duarte

Bittencourt

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Nos estados � contagem regressiva nas unidades regionaispara o Censo 2000

Reportagem � funcionários do IBGE aprendem a ser instruto-res no treinamento para o Censo 2000

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No Brasil e na Índia,há 127 anos

Brasil e Índia possuem algo mais em co-mum que a diversidade cultural de sua po-pulação. Foi em 1872 que aconteceu o pri-meiro censo no Brasil. E na Índia também,só que neste país de uma forma pouco co-ordenada. Por isso, só temos os dados to-tais de população a partir de 1900, quandoforam contados 238 396 327 habitantes.Naquele mesmo ano, havia apenas17 438 434 de brasileiros. Pelo Censo de1991, a população do Brasil cresceu maisde oito vezes, pois somos 146 825 475. Jáo número de habitantes da Índia aumentouquase quatro vezes e o último Censo, tam-bém de 1991, contou 846 302 688 pesso-as. Mais uma informação: o próximo Cen-so na Índia começa oficialmente em 1 o demarço de 2001.

conta-gotttttasVIII Seminário sobre o Censo 2000

no Mercosul

A cidade do Rio de Janeiro sediou o VIII Se-minário sobre o Censo 2000 no Mercosul, emdezembro de 1999. Cientes da importânciade se ter um núcleo comum de informaçõesbásicas nos seus questionários relativos aoCenso 2000, as equipes dos institutos de

estatística do Brasil, Ar gentina, Uruguai, Paraguai, Bo-lívia e Chile vêm trabalhando exaustivamente desde 1997, como objetivo de obter informações comparáveis, permitindo à so-ciedade ter acessos homogêneos para o bloco do Mercosul.

Contagem regressiva

Os internautas que vi-sitam a página doNational Statistics Off ice, órgão res-ponsável pela produção estatística das Filipinas, podem saberquantos dias faltam para o início do Censo 2000 no País. Osite é atualizado diariamente e apresenta ainda um gráfico comanimação que mostra o número de habitantes de 1903 a 1995,segundo os censos realizados. A projeção de população para oano 2000 estima 76 320 126 filipinos. A data de referênciapara o Censo 2000 nas Filipinas é 1o de maio.

Como será o amanhã?Enquanto o Censo 2000 não vem e com

ele todas as informações atualizadas sobre o po-pulação brasileira e suas condições de vida, va-mos conhecer as projeções para os próximosanos, em relação ao número de habitantes doBrasi l .

Como será o amanhã?

Antes e depois do primeiro censo

O primeiro recenseamento de população de âmbito nacional no Brasil foi realizado em1872. Mas será que não existem dados sobre os habitantes antes dessa data? Até o pri-meiro censo, essas informações eram obtidas de forma indireta, sem a realização de umlevantamento adequado, sendo deduzidos ou estimados com base em dados parciais e dediversas fontes, como a igreja ou órgãos do governo. A primeira estimativa de populaçãono Brasil data de 1776, quando o abade Correia da Serra contou 1 900 000 almas, prova-velmente baseando-se em arrolamentos realizados pelas autoridades eclesiásticas. De lápara cá, veja como cresceu a população brasileira:

Ano de ReferênciaAno de ReferênciaAno de ReferênciaAno de ReferênciaAno de Referência -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Nº de habitantesNº de habitantesNº de habitantesNº de habitantesNº de habitantes1872 - ---------------------------------------- 9 930 4781890 - ---------------------------------------- 14 333 9151900 - ---------------------------------------- 17 438 4341920 - ---------------------------------------- 30 635 6051940 - ---------------------------------------- 41 236 3151950 - ---------------------------------------- 51 944 3971960 - ---------------------------------------- 70 070 4571970 - ---------------------------------------- 93 139 0371980 - --------------------------------------- 119 002 7061991 - --------------------------------------- 146 825 475

1996 * - -------------------------------------- 157 079 573 * Dado da Contagem da População.

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Elaborado por técnicos do IBGE e por umaequipe de pedagogos, o conteúdo do mate-rial do Projeto é composto de temas liga-dos à estatística, à geografia, além de ques-tões relacionadas a cidadania. As informa-ções que o IBGE produz são levadas aosalunos através de cadernos de exercícios,guias, mapas, numa linguagem adequada,de acordo com os parâmetros curricularesdo Ministério da Educação - MEC.

As atividades são realizadas pelos profes-sores em sala de aula ou em forma de li-ções para casa, englobando, principalmen-te, as disciplinas de Português, Matemáti-ca, Geografia e Estudos Sociais. Além deampliar seus conhecimentos, os alunosaprendem sobre a importância da partici-pação e colaboração da população brasi-leira na realização do Censo 2000.

A iniciativa será implantada de fato noCenso 2000 e terá continuidade posterior-mente, o objetivo não é só cooperar paramobilizar a população para o Censo, mastambém permitir que esses alunos possamconhecer a realidade do Brasil e contribuirpara um país cada vez melhor de se viver.

Para saber como a iniciativa foi desenvolvi-da por diretores, professores e alunos, a re-portagem acompanhou de perto quatro es-colas em Marília. Aqui está o resultado:

O Censo Experimental, que o IBGE reali-zou nos Municípios de Marília (SP) e Bo-ni to (PA), entre os meses de agosto e se-tembro, ganhou um reforço na mobilizaçãodos habitantes: os alunos das escolas deensino fundamental.

Essas crianças e jovens participaram doProjeto Vamos Contar e foram verdadeirosagentes disseminadores de informação.Eles contribuíram para que seus pais, fa-miliares e amigos compreendessem o queera o Censo e qual a sua importância e,conseqüentemente, abrissem a porta paraos recenseadores do IBGE, fornecendo asrespostas corretas às per guntas do ques-tionário.

O Projeto V amos Contar é um programade ensino que prevê a distribuição de ma-terial didático em todas as escolas de ensi-no fundamental no País e que foi testadono Censo Experimental.

é destaque noProjeto Vamos Contar Censo Experimental Censo Experimental

Projeto Vamos Contaré destaque nomatéria de caaaaapa

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EEEEEsta escola, que fica no Distrito de PadreNóbrega, com 452 alunos, de 1 a a 8a série,demonstrou interesse imediato pelo Pro-jeto Vamos Contar, como conta a diretoraCarmem Lúcia de Almeida. Ela disse que,logo na cerimônia de lançamento do Cen-so Experimental em Marília, começou ase entusiasmar. “Na escola, conversei comos professores e senti que houve muito in-teresse. Entreguei os guias de trabalho doProjeto e eles já começaram a estudá-lospara desenvolver o trabalho”, explica.

Os alunos de 1 a a 4a série fizeram traba-lhos em classe e em casa, enquanto os de5a a 8a realizaram até um Censo na escola,para conhecer melhor a sua realidade. Comisso, aprenderam muito: “Antes, a gentesabia que ia uma pessoa na nossa casa con-tar as pessoas, a renda da família, mas nãosabíamos como eram usadas as informa-ções. E agora a gente sabe”, conta a alunaJaqueline Escobar, da 6a série.

A professora de geografia e história,Rosana Cláudia de Moura, nos relata ocaso de um aluno da 5 a série. “Nós elabo-ramos um questionário para passar emcasa e um aluno o trouxe de volta, com orecado do pai de que não interessava à pro-fessora saber quanto ele ganhava. Aí umoutro aluno disse que interessava sim, poissem esse dado não poderíamos calcular a

renda média da turma. Então, conceitoscomo o de média, a palavra demografia,coisas que eram desconhecidas para as cri-anças passarama fazer sentido eaumentaram oconhecimentodelas”.

Conversandocom familiaresde alunos, perce-be-se que os ob-jetivos do Proje-to foram alcan-çados. V aldirdos Santos disseque soube doCenso Experi-mental atravésde um trabalhode escola da fi-lha, que precisa-va da participação dos pais. Já HélcioMartins Ferreira, tio da aluna Jaqueline,ressaltou a seriedade do trabalho. “É mui-to importante explicar o porquê das coi-sas. Quando a gente sente que uma coisaestá sendo feita de maneira séria, a genteacredita e apóia”, concluiu Hélcio.

Os 1 500 alunos de 1 a a 4a série destaescola receberam o Projeto V amosContar de braços abertos. Orgulhosos,mostraram gráficos, tabelas e mapasque eles mesmos fizeram, com papel,cola, tinta e outros materiais. Mas ostrabalhos ultrapassaram a geografia ea matemática. Na 1 a série, por exem-plo, a professora Patrícia Daniela deSouza trabalhou o que o Ministério da

Os alunos da E.E. Maria IzabelOs alunos da E.E. Maria IzabelOs alunos da E.E. Maria IzabelOs alunos da E.E. Maria IzabelOs alunos da E.E. Maria Izabel

Sampaio VSampaio VSampaio VSampaio VSampaio V idal fizeram questãoidal fizeram questãoidal fizeram questãoidal fizeram questãoidal fizeram questão

de mostrar seus trabalhos.de mostrar seus trabalhos.de mostrar seus trabalhos.de mostrar seus trabalhos.de mostrar seus trabalhos.

Foto: Akira Matsushita

Escola Estadual Maria Izabel Sampaio Vidal

Educação denomina temas transver-sais, como a ética e a cidadania. “Fi-zemos uma pesquisa onde as criançastinham que descobrir a origem dosavós. O resultado foi surpreendentepara eles, pois os dados mostraram quede 39 alunos da turma, apenas um erabranco puro e um negro. Os outros 37tinham mistura de raças na família.Além de as crianças aprenderem so-

Escola Municipal Professor Olímpio Cruz

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As crianças ficaram atentas para as atividades em classe.As crianças ficaram atentas para as atividades em classe.As crianças ficaram atentas para as atividades em classe.As crianças ficaram atentas para as atividades em classe.As crianças ficaram atentas para as atividades em classe.

bre a miscigenação do povo brasilei-ro, entenderam o que era preconceito”.

Roberto Maranho da Silva e Riler To -más de Aqui no, da 4 a série, gostarammuito dos trabalhos. Roberto falou queeles aprenderam para que servem as in-formações do censo e deu até um exem-plo: “Vimos que o Amazonas é maiordo que o Rio de Janeiro, mas nem porisso lá precisa de mais escolas que oRio, pois o Rio tem mais pessoas mo-rando, então eles precisam de mais es-colas que o Amazonas”. Já Riler tirououtras lições: “O mais legal foi traba-lhar em equipe”, disse com convicção.

Todo esse entusiasmo foi percebido pe-los pais. Diva Leão contou que seu fi-lho estava ansioso para ajudar a res-ponder ao Censo, mas não estava emcasa quando o recenseador passou. Seumarido, Laércio Gabriel, disse que omenino ficou triste com isso, mas queo importante era as crianças conhece-rem um universo diferente através da

busca de infor-mação. “A faltade informação éuma coisa ruim.Se a criança jávem com issodesde pequena,é muito mais fá-cil ser um adul-to consciente”,acrescenta.

A diretora da es-cola, Maria Lú-cia GonçalvesBuim, salientouque o trabalho se baseou naconscientização de todos: alunos, paise comunidade. “As 1 500 crianças fo-ram informadas sobre o Censo Expe-rimental, que o recenseador ia passarna casa delas, que os pais iam respon-der a um questionário e levaram essamensagem para suas casas. Esse foi onosso trabalho de conscientização paraa cidadania”, completa.

O Colégio Interação, da rede particular,investiu na interdisciplinaridade e nacriatividade para divulgar o Censo. Os tra-balhos se expandiram até a língua portu-guesa, como conta a professora AdaildeSbizera Malaquias. “Fizemos uma aula de

Colégio Interação

TTTTTodas as crianças gostaram muito dasodas as crianças gostaram muito dasodas as crianças gostaram muito dasodas as crianças gostaram muito dasodas as crianças gostaram muito das

atividades em classe.atividades em classe.atividades em classe.atividades em classe.atividades em classe.

informações sobre o Censo 2000 e sua im-portância. O fechamento do trabalho foiuma peça de teatro com os alunos da 6 a

série, simulando a visita do recenseadoraté uma casa”.

A aluna Ta l i taFurlan Lopes parti-cipou da peça comoa dona de casa queabria a porta para orecenseador .“Quando a profes-sora pediu para quea gente fizesse o te-atro, nós levamosum susto. Mas dojeito que tudo foiexplicado, ficou fá-

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Cada escola ou colégio trabalhou de mododiferente, mas com os mesmos objetivos: mo-bilizar pais e alunos para o Censo Experi-mental e aumentar os conhecimentos das cri-anças sobre o Brasil. A diretora da escola daFundação, Neusa Carolina Apóstolo, intro-duziu o Projeto Vamos Contar numa das reu-niões semanais com os professores, que re-ceberam a tarefa de informar os 728 alunosde 1ª a 8ª série. “A escola é o melhor veículoporque tira as dúvidas, informa. Sua missãoé educar. É nossa meta desenvolver o sensocrítico das crianças e a cidadania”, explica adiretora.

Nas atividades, foram trabalhadas asdisciplinas de história, geografia e ma-temática, sendo que as crianças de 1ª a4ª tiveram seus primeiros contatos coma estatística. O aluno André T avares deFaria, da 6ª série, gostou da parte de ge-ografia e matemática. “Também foi emo-cionante quando cheguei em casa e meupai estava respondendo ao Censo e euajudei. Eu gostaria até que o trabalhocontinuasse”, diz André.

Tatiana Zanini, aluna da 8ª série, refle-tiu ainda mais. “Levar o projeto para oBrasil inteiro é bastante importante. Sefuncionou aqui, acho que funciona emoutros lugares. Nós ajudamos os pais aresponder, eu também ajudei a minhaavó. E nós aprendemos mais sobre polí-tica, porque ser político não é ter um car-go, mas lutar pelos nossos direitos”, dizTatiana or gulhosa. Sonia AparecidaZanini, mãe de Tatiana, completou a con-versa: “Eu aprendi muita coisa com aminha filha. Entendi melhor o que era oCenso, por que a gente deve respondê-loe para que servem as respostas. Às ve-zes a pessoa deixa de abrir a porta por-que não sabe isso.”

A diretora, professoras,A diretora, professoras,A diretora, professoras,A diretora, professoras,A diretora, professoras,

mães e alunos reuniram-semães e alunos reuniram-semães e alunos reuniram-semães e alunos reuniram-semães e alunos reuniram-se

para falar da experiência dapara falar da experiência dapara falar da experiência dapara falar da experiência dapara falar da experiência da

escola.escola.escola.escola.escola.

Foto

s: A

kira

Mat

sush

ita

ci l de fazer, porque nós entendemos”.

Já Iago Marcelo de Melo Colombo, da 5 a

série, disse que fez trabalhos de geografia

e geometria. E suas observações foram

além da escola: “É importante saber o que

precisa melhorar, não só para a gente, hoje,

mas até mesmo para os nossos filhos”,

acrescenta.

Os pais perceberam que os filhos aprovei-

taram bem as aulas. “Meu filho comentou

sobre a importância de conhecer o lugar

onde se mora, como as pessoas vivem, o

que melhorar, tudo isso ele conversou c o-

migo e com a mãe, feliz pelo que tinhaaprendido”, conta Antonio CarlosCamacho. Cármen Andrade, mãe de umaaluna, disse que sua filha explicou tudosobre o Censo Experimental para a moçaque trabalha na casa dela. “Minha filhauniu à vida dela aquilo que aprendeu naescola. Isso é educação para a vida. As-sim você pode começar a pensar em solu-ções e não só na identificação de proble-mas”, conclui Cármen, que também é edu-cadora.

O material didático do Projeto foi decisi-vo para o alcance dos objetivos, segundo

o professor João Djato, diretor do colégio:“Além de vir ao encontro de nossa pro-posta pedagógica, o material está atuali-zado e de acordo com os parâmetroscurriculares do MEC ”.

As atividades valorizaram as habilidadese a capacidade dos 600 alunos, de 1ª a 8ªsérie. A professora Darci NobukoYamashita, de geografia, disse que as cri-anças se sentiram importantes. “Eu façoparte do grupo, tenho condições de respon-der, estou participando e minha informa-ção é importante - foi esse o sentimentodos alunos”, explica a professora.

Fundação Bradesco - Escola de Marília - SP

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A Direção Estadual de Ensino e a Secreta-ria Municipal de Educação de Marília tive-ram um papel importante no Censo Experi-mental, pois foram esses dois ór gãos queiniciaram o processo de mobilização da co-munidade escolar para o Projeto Censo2000 nas Escolas. Através de reuniões, adirigente estadual de Ensino, professoraConceição Aparecida Maranho Grandis, ea Secretária Municipal de Educação, pro-fessora Célia Regina Carmanhani Branco,passaram as informações sobre o Projetopara os diretores das escolas, que por suavez mobilizaram os professores, que entãopuderam ensinar aos alunos, entre outrascoisas, o que é o Censo e sua importância.

Nas entrevistas, a seguir, mais informaçõessobre essa parceria de sucesso:

VVVVVou te contarou te contarou te contarou te contarou te contar - - - - - Como a senhora vê a idéiade os alunos divulgarem o Censo Experi-mental e também o Censo 2000?

PrPrPrPrPr ofª Conceição -ofª Conceição -ofª Conceição -ofª Conceição -ofª Conceição - A escola já é um sistemaorganizado, o que facilita chegar à popula-ção. E a criança, o aluno, mais do que nin-guém, é um agente que dissemina informa-ções, que vai contando para todo mundo oque está acontecendo. A idéia do projetode mobilizar as famílias através das crian-ças foi genial.

VVVVVou te contarou te contarou te contarou te contarou te contar - - - - - O projeto vai contribuirtambém para a Dir eção Estadual de Ensi-no?

PrPrPrPrPr ofª Conceição -ofª Conceição -ofª Conceição -ofª Conceição -ofª Conceição - Sim, sem dúvida nenhu-ma. Nós trabalhamos com números o tem-po todo. Os relatórios finais das escolas vãofornecer dados que terão importância polí-tica para o planejamento e aplicações naEducação.

VVVVVou te contarou te contarou te contarou te contarou te contar - - - - - Na sua opinião, os alunosNa sua opinião, os alunosNa sua opinião, os alunosNa sua opinião, os alunosNa sua opinião, os alunosestão compreendendo a importância dosestão compreendendo a importância dosestão compreendendo a importância dosestão compreendendo a importância dosestão compreendendo a importância dosdados estatísticos?dados estatísticos?dados estatísticos?dados estatísticos?dados estatísticos?

PrPrPrPrPr ofª Conceição - ofª Conceição - ofª Conceição - ofª Conceição - ofª Conceição - Um projeto que ensinaàs crianças a utilidade desse trabalho paraa vida delas, dos números com os quais nóstemos que conviver, é importante. Ainda

não temos dados finais, mas o resultado pa-rece estar sendo positivo, pois o trabalho émuito bom e veio bem instrumentalizado.

VVVVVou te contarou te contarou te contarou te contarou te contar - - - - - Como o Pr ojeto Censo 2000nas Escolas foi r ecebido em Marília?

PrPrPrPrPr ofª Célia -ofª Célia -ofª Célia -ofª Célia -ofª Célia - Desde o começo eu pensei queesse trabalho só daria certo se fosse envol-vido também com o aspecto emocional, nãosó com o racional. Se fosse encarado comoobrigação, não teríamos bons resultados.Por isso, procuramos estimular o QE, o quo-ciente emocional das pessoas, fazendo comque entendessem que era um trabalho bo-nito, de grande repercussão e que nós tí-nhamos que fazer bem feito, senão não con-seguiríamos envolver os alunos também.

VVVVVou te contarou te contarou te contarou te contarou te contar - - - - - A Secre taria já recebeu co-mentários das escolas sobre o Pr ojeto?

PrPrPrPrPr ofª Célia - ofª Célia - ofª Célia - ofª Célia - ofª Célia - Sim e uma coisa que os pro-fessores elogiaram muito é que pela primeiravez o Censo se preocupou totalmente coma questão cidadania, de esclarecer isso. Ou-tro ponto positivo foram os comentáriossobre o material, que foi avaliado pelos pro-fessores como de excelente qualidade, com-patível com a faixa etária com que eles tra-balham, com uma proposta ampla, propici-ando o trabalho interdisciplinar.

VVVVVou te contarou te contarou te contarou te contarou te contar - - - - - Como a senhora vê essaidéia no Brasil inteiro?

PrPrPrPrPr ofª Célia -ofª Célia -ofª Célia -ofª Célia -ofª Célia - Será um desafio, mas eu achoque encontramos o caminho certo nesseCenso Experimental para envolver as pes-soas. Quando a notícia chega em casa porqualquer criança ou adolescente, ela temmais significado. Na minha opinião, se emMarília estamos vendo que o veículo de co-

municação criança é muitopotente, e nós somos umaamostra, acredito que isso váocorrer no Brasil inteiro noano que vem com o Censo2000.

A professora Célia (acima),A professora Célia (acima),A professora Célia (acima),A professora Célia (acima),A professora Célia (acima),

Secretária Municipal deSecretária Municipal deSecretária Municipal deSecretária Municipal deSecretária Municipal de

Educação de Marília e aEducação de Marília e aEducação de Marília e aEducação de Marília e aEducação de Marília e a

professora Conceição, (aoprofessora Conceição, (aoprofessora Conceição, (aoprofessora Conceição, (aoprofessora Conceição, (ao

lado) dirigente estadual delado) dirigente estadual delado) dirigente estadual delado) dirigente estadual delado) dirigente estadual de

Ensino.Ensino.Ensino.Ensino.Ensino.

Educadoresapostam no sucesso do

Censo 2000 nas Escolas

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espaço aberrrrrto

questionários do Censo 2000Por dentro dos

A operação censitária não é compatível comquestionários extensos e de difícil aplicaçãojunto aos informantes. Por outro lado, as cres-centes necessidades de informações de natu-reza demográfica e socioeconômica, em ní-veis geográficos cada vez mais detalhados, têmaumentado, em forma considerável, a deman-da pela inclusão de quesitos nos questionári-os do censo.

Desde 1960, na fase da coleta das informaçõesdos Censos Demográficos, dois modelos dequestionários têm sido usados. O básicocontém os quesitos sobre as característicasbásicas da população e dos domicílios e seráaplicado em 100% da população. Já oquestionário da amostra inclui os mesmosquesitos do básico, além de outros maisdetalhados sobre características específicas dodomicílio e de seus moradores.

Nos municípios com população estimada ematé 15 mil habitantes, em um, a cada cincodomicílios, será aplicado o questionário daamostra (fração amostral de 20%). E nos mu-nicípios com população estimada acima de 15mil habitantes a fração amostral será de 10%.

O conteúdo do questionárioO conteúdo do questionárioO conteúdo do questionárioO conteúdo do questionárioO conteúdo do questionáriobásicobásicobásicobásicobásico

O conteúdo do questionário básico inclui umconjunto de quesitos universais de grande re-levância para serem mensurados por uma ope-ração censitária, sendo a espécie, o tipo e acondição de ocupação do domicílio, condiçãode ocupação do terreno, forma de abasteci-mento de água, forma de canalização da água,número de banheiros, existência de sanitário,tipo de escoadouro do banheiro ou sanitário edestino do lixo, as características do domicí-lio a serem investigadas.

Quanto às características das pessoas mora-doras do domicílio recenseado, sexo, relaçãode parentesco com o responsável pelo domi-cílio, idade e alfabetização constam do ques-tionário básico.

Verificações sobre oestado civil atual eanterior, vida emcompanhia de cônju-ge e natureza da últi-ma união do recenseado também serão feitas,bem como a avaliação de informações sobrefecundidade, que inclui número de filhos nas-cidos vivos, número de filhos nascidos vivosque continuam vivos, sexo do último filho nas-cido vivo, data de nascimento do último filhonascido vivo, se o último filho nascido vivoestá vivo e número de filhos nascidos mortos.

Quanto aos temas trabalho e rendimento, osquesitos serão investigados em dois períodosdistintos: na semana de referência do censo eno mês de julho de 2000. No primeiro, o re-censeador deve per guntar sobre a existênciade trabalho remunerado, possível afastamen-to do trabalho remunerado, trabalho não re-munerado em ajuda a conta-própria ou em-pregador (morador) ou como aprendiz ou es-tagiário, trabalho não remunerado em ajuda aempregado (morador) em atividades de culti-vo, extração vegetal, criação de animais, caça,pesca ou garimpo; trabalho para o próprioconsumo, número de trabalhos, ocupaçãoprincipal, atividade principal, condição de ocu-pação principal, se é empregado pelo regimejurídico do funcionalismo público ou militar,número de empregados (só para empregado-res), contribuinte para Instituto de Previdên-cia, rendimento bruto mensal do trabalho prin-cipal, rendimento bruto mensal dos demaistrabalhos, horas trabalhadas no trabalho prin-cipal e horas trabalhadas nos demais trabalhos.

No mês de julho, o recenseado deverá infor-mar os rendimentos (aposentadoria, pensão;aluguel; pensão alimentícia, mesada, doaçãorecebida de não morador; renda mínima/ bol-sa-escola, seguro-desemprego, etc.), se pro-curou trabalho e se é ou não aposentado deInstituto de Previdência Oficial.

Martha Mayer - diretora de pesquisas do IBGE

O conteúdo do questionário daO conteúdo do questionário daO conteúdo do questionário daO conteúdo do questionário daO conteúdo do questionário daamostraamostraamostraamostraamostra

O questionário da amostra não pretende in-vestigar somente as características básicasda população e dos domicílios, mas tambémespecíficas, tais como, existência de ilumi-nação elétrica, existência de rádio, geladei-ra ou freezer , videocassete, máquina de la-var roupa, forno de microondas e aparelhosde ar-condicionado, linha telefônica insta-lada, além de quantidade de televisores enúmero de automóveis para uso particular.

Já as características dos moradores do domi-cílio são separadas por temas. Serão investi-gados dados gerais como sexo, relação de pa-rentesco com o responsável pelo domicílio, re-lação de parentesco com o responsável pelafamília, idade, cor ou raça e religião ou culto.E específicos como o quesito que verifica aexistência de deficiência mental permanenteque limite as atividades habituais, deficiênciafísica e outras avaliações como capacidade deenxer gar e ouvir.

O recenseador deverá investigar também emque município e Unidade da Federação o mo-rador do domicílio nasceu; se ainda reside nomunicípio de nascimento, tempo de moradiasem interrupção no município, tempo de resi-dência na Unidade da Federação, Unidade daFederação ou país de residência anterior, onderesidia há cinco anos e Unidade da Federaçãoou país de residência há cinco anos e o muni-cípio e Unidade da Federação ou país estran-geiro onde trabalha ou estuda. Quando per-guntar sobre nacionalidade, caso não seja bra-sileiro, deverá verificar o ano que fixou resi-dência no Brasil e o país de nascimento.

A educação do recenseado será investigadaatravés dos quesitos como nível de alfabeti-zação, freqüência à escola ou creche, cursoque freqüenta, série que freqüenta, curso maiselevado no qual concluiu pelo menos umasérie, série concluída com aprovação, conclu-são do curso que estudou e espécie de cursomais elevado concluído.

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VVVVVou te contarou te contarou te contarou te contarou te contar - As informações bási-cas que r esultam do Censo são plena-mente apr oveitadas pela sociedade?

NunoNunoNunoNunoNuno - Os resultados do Censo são mui-to aproveitados, mas poderiam ser mais.São informações para toda a sociedade,fundamentais para que o País se oriente.A sociedade em geral conhece pouco osresultados do Censo porque eles ficammuito restritos aos gestores e executivospúblicos. É importante que o cidadão seinteresse pelas condições de vida da suacomunidade, do município, do estado, eque ele até possa opinar sobre políticaspúblicas, avaliar se as escolhas dosgestores públicos estão adequadas ounão. Então, eu acho que essas informa-ções poderiam ser mais aproveitadas e énosso papel dentro do IBGE fazer comque isso melhore.

VVVVVou te contarou te contarou te contarou te contarou te contar - Uma campanha de pu-blicidade, como sempre ocorre próximoao Censo, com anúncios em televisão,

do representantes oficiais da cidade, pre-feito, câmara etc., e também a socieda-de, numa discussão prévia ao Censo ede acompanhamento da operação no mu-nicípio. Isso vai permitir que as pes-soas, participando dessa atividade, co-nheçam o que pode ser obtido do Censoe venham a utilizar essas informações.O outro projeto para divulgação do Cen-so 2000 é o Vamos Contar, que vai levarpara todas as crianças de 1a a 8a série doensino fundamental do País uma visãodo Censo, mostrar desde já essas infor-mações e como utilizá-las.

VVVVVou te contarou te contarou te contarou te contarou te contar - O Projeto V amos Con-tar foi testado no Censo Experimental,em Marília (SP) e em Bonito (P A). Comoo senhor vê essa iniciativa no Brasil in-teiro?

NunoNunoNunoNunoNuno - É uma atividade fundamental,

mas muito complexa. T udo o que envol-

ve o Censo acaba tomando uma dimen-

são gigantesca. Se conseguirmos plan-

rádio e outros meios de comunicação, ésuficiente para que as pessoas tenhamconsciência da importância das infor-mações obtidas através do Censo?

NunoNunoNunoNunoNuno - Não. Essa campanha que o IBGEfaz na época do Censo tem um objetivodefinido, que é abrir o domicílio e fazercom que as pessoas respondam ao ques-tionário. Acho que tínhamos que fazeruma outra atividade na época da divul-gação dos resultados, mostrando tudo oque é possível fazer com os dados doCenso.

VVVVVou te contarou te contarou te contarou te contarou te contar - Além da publicidade,quais são as outras estratégias de di-vulgação do Censo 2000?

NunoNunoNunoNunoNuno - O IBGE tem dois projetos muitoimportantes nesse Censo e que são fun-damentais tanto para a abertura do do-micílio quanto para a disseminação. Oprimeiro são as Comissões CensitáriasMunicipais , que nós pretendemos ins-talar em todos os municípios, envolven-

IBGE e Censo:IBGE e Censo:IBGE e Censo:IBGE e Censo:IBGE e Censo:sociedade precisa saber maissociedade precisa saber maissociedade precisa saber maissociedade precisa saber maissociedade precisa saber mais

“Uma operação gigantesca.” Essa foi a forma que o diretor-executivo do

IBGE, Nuno Duarte Bittencourt, encontrou para definir o Censo 2000 em

poucas palavras. Afinal, visitar todos os cantos do Brasil, registrar e apu-

rar informações de cada domicílio e de todos os habitantes são tarefas

trabalhosas e que exigem planejamento longo, detalhado e cuidadoso.

Requer recursos humanos, materiais e financeiros bem administrados.

Por isso, desde 1997 o IBGE vem desenvolvendo atividades preparató-

rias para que, no ano 2000, todas as etapas do Censo sejam realizadas

com êxito, tendo como resultado as informações básicas tão importantes

e necessárias para o conhecimento da realidade brasileira. Nesta primei-

ra edição da revista Vou te contar , Nuno Bittencourt, que também é mem-

bro da Comissão de Planejamento e Organização do Censo 2000, fala

das novas iniciativas do IBGE para divulgar cada vez mais essa opera-

ção. Confira a entrevista.

gente contando genttttte

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tar essa semente, ela vai ter um frutoimediato que são as crianças levandopara casa a questão do Censo, fazen-do com que os pais participem desseprocesso. E o outro fruto dessa se-mente será o conhecimento que as cri-anças vão adquirir com as atividadespropostas e a aplicação delas à suarealidade.

VVVVVou te contarou te contarou te contarou te contarou te contar - Vamos agora pas-sar para o Censo comum noMercosul. Quais são os aspectospositivos e negativos dessa iniciati-va?

NunoNunoNunoNunoNuno - Eu não vejo aspecto negati-vo. Nesse contexto de globalização,o IBGE e os ór gãos de estatística doMercosul têm avançado na produçãode uma base comum das informaçõescensitárias. Isso garante que a gentecaminhe para uma integração maisconsistente dos países da AméricaLatina, porque estão participandodesse esforço não só países-membros

de mudança no Censo 2000 étecnológica e se reflete na sua organiza-ção e na forma de apuração. Nós tere-mos sistemas de informações gerenciaisque permitirão um acompanhamentomuito mais pleno e estamos desenvol-vendo leitura ótica para melhorar a qua-lidade e a velocidade das informaçõesobtidas.

VVVVVou te contarou te contarou te contarou te contarou te contar - Em termos de planeja-mento, que nota o senhor daria a essequesito no trabalho do Censo 20 00?

NunoNunoNunoNunoNuno - Eu daria nota nove para o pla-nejamento porque, apesar das condiçõesdifíceis que nós enfrentamos nos últimosanos, com fortes restrições orçamentá-rias e redução do quadro de pessoal, oIBGE vem atingindo todos os objetivosestabelecidos e isso é fundamental. Eunão dou nota dez porque acho que seriamuita prepotência nossa, mas, pelo es-forço das pessoas e dos funcionários doIBGE, eu dou nota nove para o planeja-mento do Censo 2000.

do Mercosul. Esse esforço geral debuscar uma integração entre os nos-sos vizinhos, de modo a permitir quenós troquemos informações de manei-ra mais segura e consistente, com cer-teza, é o aspecto mais positivo de umCenso comum.

VVVVVou te contarou te contarou te contarou te contarou te contar - Na sua opinião, o queo Censo 2000 tem de difer ente dosCensos anteriores?

NunoNunoNunoNunoNuno - Não há uma grande inovaçãoem dados coletados porque a informa-ção censitária precisa ter uma conti-nuidade. Não adianta você produziruma informação hoje e não produzi-la amanhã. Precisamos manter umconjunto de informações que histori-camente existem e que permitem quese acompanhe a evolução da socieda-de. É claro que as informações sofrematualizações. Hoje eu pergunto se aspessoas têm microondas em casa emicrocomputadores, o que, há algunsanos, a gente não perguntaria. A gran-

O diretor-executivo destacou

a complexidade de um levan-

tamento estatístico como o

Censo 2000.”

Foto: Alexandre Carlos da Silva

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Contagem regressiva:

o IBGE se prepara para oCenso 2000

nos estadddddos

A contagem regressiva para o Censo

2000 já começou. Para falar sobre o

assunto, vamos ouvir o depoimento

de representantes de um departa-

mento e duas unidades regionais

que estão trabalhando a todo vapor

na elaboração da maior e mais com-

plexa operação de recenseamento já

realizada no País.

Nesta seção você poderá saber

como andam as atividades pré-

censitárias no Departamento Regio-

nal Norte (DERE/NO), na Divisão de

Pesquisa do Espírito Santo (DIPEQ/

ES) e de Minas Gerais (DIPEQ/MG),

e como cada um está se preparando

para o evento. Para responder a

estas e outras perguntas, entrevista-

mos Antônio José Biffi, chefe do

DERE/NO, Jussara Colen Rivieres,

chefe da DIPEQ/ES, e Maria Antonia

Esteves, chefe da DIPEQ/MG.

VVVVVou te contarou te contarou te contarou te contarou te contar - O Censo 2000 estáchegando. Como você e sua equipeanalisam este momento pré-censitário?

Biffi -Biffi -Biffi -Biffi -Biffi - Nós vemos este momento commuita expectativa e temos um desejoenorme de que tudo saia como estamosplanejando. A direção do IBGE já men-cionou essa necessidade em encontrose mesmo notas, mas vejo, também, noscolegas das unidades regionais, umengajamento muito forte. T emos queestar conscientes que a realização doCenso 2000 será um marco para oIBGE. T udo se resumirá no antes e de-pois deste evento.

Jussara -Jussara -Jussara -Jussara -Jussara - A análise deste momentopassa, necessariamente, pela compara-ção com os outros censos desta década.Os Censos de 1991 e 1996 foram mo-mentos de muita tensão. Sem saber sefaríamos ou não o censo em 1991, emuito envolvidos com os dois censosde 1996 - Contagem da População eCenso Agropecuário - ficamos a rebo-que de um eficiente planejamento daoperação de campo.

Para 2000, no entanto, já conhecemosos instrumentos de coleta e temos umcronograma pronto. Além disso, nossabase operacional está quase toda pron-ta. Tudo isto nos deixa mais segurospara planejar a operação censitária.

Maria Antonia -Maria Antonia -Maria Antonia -Maria Antonia -Maria Antonia - A nossa análise é

positiva e antevemos êxito em todas asetapas do Censo 2000. No caso de Mi-nas Gerais, todos os nossos colabora-dores diretos e indiretos merecem omesmo reconhecimento, por se tratar deprofissionais que não medem esforçosna busca contínua dos prazos.

A nossa tranqüilidade também repousana atitude singular do IBGE que, pelaprimeira vez, antecipa várias etapas detrabalho, que, normalmente, aconteci-am às vésperas do processo de coleta,como, por exemplo, a conclusão da BaseOperacional; a contratação de pessoalpara trabalho de mapeamento edigitalização; e a informatização de to-das as unidades (em andamento), entreoutros.

Finalmente, a preocupação natural sefaz presente pois estamos diante de umaoperação censitária, considerando a im-portância do trabalho em questão e ademanda dos usuários, como a comu-nidade científica e a sociedade em ge-ral. Estamos aguardando com ansieda-de, sobretudo com firmeza e coragem,o lançamento dos trabalhos de coleta.

VVVVVou te contarou te contarou te contarou te contarou te contar - - - - - Em que etapa a suaunidade está no momento que antece-de o Censo 2000?

Bi ffi - Bi ffi - Bi ffi - Bi ffi - Bi ffi - A maioria das DIPEQs e aDIGEO/N já estão na reta final dos tra-balhos de base operacional. Estamos es-tudando a logística pois são mais de 3

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milhões de km 2 e aí temos que pensarna distribuição de carros, pessoal e tudomais.

JussaraJussaraJussaraJussaraJussara - Eu diria que estamos em fasefinal de preparação. T emos um projetode trabalho, uma proposta de estruturae, principalmente, pessoas comprome-tidas com o Censo.

Maria AntoniaMaria AntoniaMaria AntoniaMaria AntoniaMaria Antonia - Estamos especial-mente naquela etapa onde “o fogo co-meça a pegar”: conclusão das ativida-des da Base Operacional Geográfica einício do teste seletivo.

VVVVVou te contarou te contarou te contarou te contarou te contar - - - - - A sua unidade já estápreparada para o início do Censo2000 ou ainda faltam muitas tar efas aserem cumpridas?

Biffi - Biffi - Biffi - Biffi - Biffi - Estamos nos preparando e aindatemos muito o que fazer. Conseguimosrealizar em novembro uma reunião comos chefes das DIPEQs do Amapá, Ama-zonas, Acre, Pará, Rondônia e Roraima,da Divisão de Geociências Norte(DIGEO/N), do Departamento Regio-nal Centro-Oeste (DERE/CO), além dediretores e representantes da atual Di-retoria Executiva (DE), Diretoria dePesquisas (DPE), Diretoria deInformática (DI), do Centro de Docu-mentação e Disseminação de Informa-ções (CDDI) e CoordenaçãoOperacional dos Censos (COC).

Foi um encontro muito proveitoso pois,pela primeira vez, a Região Norte pôdemostrar as suas particularidades. Estra-nho falar deste modo, porém, somosmuito diferentes do resto do País. Te -mos um percentual de 7,18 % da popu-lação brasileira, 6% dos municípiosbrasileiros, mas 45% do território bra-sileiro, o qual teremos que percorrer pra-ticamente todo. Aviões, barcos, helicóp-teros, bicicletas, tudo o que for neces-sário para chegarmos aos informantesestá sendo pensado.

Jussara -Jussara -Jussara -Jussara -Jussara - Sim, nosso primeiro passofoi a elaboração de um projeto: “Censo

2000”. Formamos uma equipe de tra-balho e cada um ficou responsável porum tema, tais como orçamento, propa-ganda e marketing, atribuições, defi-nição das áreas e sub áreas e treina-mento.

Discutimos o projeto ponto a ponto e,incorporadas as sugestões e feitas asalterações necessárias, já temos umalinha de trabalho definida e acordada.Acreditamos que é mais fácil trabalhardesta forma, frente a uma operação queexige decisões rápidas e eficientes.

Maria Antonia -Maria Antonia -Maria Antonia -Maria Antonia -Maria Antonia - Minas Gerais, por seratípica (estrutura territorial, carga detrabalho, dimensão, escassez de recur-sos humanos etc.), exige planejamentoespecial em todas as suas atividades.Em se tratando de Censo, esta necessi-dade se avulta. Então, tudo o que é pos-sível antever, está sendo devidamentecuidado. Há, contudo, muitas tarefas aserem desenvolvidas, dentre elas, a con-clusão da digitalização da baseoperacional, para nós, o maior desafio.Mas a coisa mais importante, eu acre-dito, é o desafio, porque quem queraprender e se desenvolver, o caminho éesse: enfrentar desafios.

VVVVVou te contarou te contarou te contarou te contarou te contar - - - - - Como está a sua uni-dade comparada às demais nesta fasepré-censo?

Biffi -Biffi -Biffi -Biffi -Biffi - Muito difícil falar dos outros, atéporque temos dificuldades muito dife-rentes de região para região. Conheçobem todo o País e tive a oportunidadede trabalhar em outras regiões. Enquan-to o problema numa região é o grandecontingente populacional, em outra, é apopulação rarefeita, oque acarreta o pro-blema na coleta. O que posso afirmar éque as chefias das DIPEQs, DIGEO eDERE/NO estão empenhadíssimas nes-te Censo que deverá ser a prioridademáxima da casa e esse é o desejo detodos da Região Norte, ou seja, quetenhamos uma coleta no prazo e com a

qualidade esperada por todos.

Jussara -Jussara -Jussara -Jussara -Jussara - Não saberia lhe dizer comoestão as outras DIPEQs. Ainda não ti-vemos a oportunidade de nos reunirmos,mas, acredito que todas devam estar sepreparando para o Censo da mesma for-ma que a gente.

Maria Antonia -Maria Antonia -Maria Antonia -Maria Antonia -Maria Antonia - Acho que estamosrealizando uma verdadeira parceria,portanto as atividades são desenvolvi-das paralelamente.

VVVVVou te contarou te contarou te contarou te contarou te contar - - - - - Gostariam de fazermais algum comentário sobre esta con-tagem regressiva até o Censo 2000?

Biffi - Biffi - Biffi - Biffi - Biffi - Nunca se planejou um Censo comtanta antecedência. Nunca se consulta-ram as pessoas com tanta insistência.Nunca as Unidades Regionais partici-param tanto do Planejamento, e é comeste espírito participativo que desejoque façamos um excelente CensoDemográfico no ano 2000. A socieda-de precisa de dados, mas o IBGE ne-cessita, e muito, fazê-lo bem.

Jussara -Jussara -Jussara -Jussara -Jussara - Estou certa de que faremos,mais uma vez, um censo de excelentequalidade. T emos equipe competente ecomprometida e estamos juntos há bas-tante tempo desenvolvendo um verda-deiro trabalho de equipe. Não tem comodar errado.

Maria Antonia -Maria Antonia -Maria Antonia -Maria Antonia -Maria Antonia - Falar sobre o Censo2000, em nível de DIPEQ, parece algocomplexo e, nesse caso, a ordem é sim-pl i ficar, simpl i fi car, simpl i fi car . . . . . É o quebuscamos a cada dia. Além disso,estamos nos preparando para enfrentaro Censo 2000 como um processo, ondeninguém desta unidade poderá se dar aoluxo de ser um especialista em fragmen-tos, ou em aspectos isolados do proces-so produtivo. Não haverá figurantes;todos terão de ser protagonistas. Terãode dominar a arte de fazer um Censobem-feito, de enxerg ar , , , , , entender e con-tribuir para o todo.

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Além do Projeto Vamos Contar, quepretende mostrar às crianças de 1 a a8a série a importância do recensea-mento para o País e das ComissõesCensitárias Municipais, envolvendorepresentantes oficiais da cidade epessoas influentes na comunidade noacompanhamento da coleta dos dadoscensitários, o Censo 2000 conta commais uma novidade. T rata-se do Cur-so de Capacitação Didático-pedagó-gica criado com o objetivo de formarum grupo especial de instrutores paraatuar nas etapas do treinamento desupervisores e recenseadores para asatividades do Censo 2000.

O curso, iniciado em julho deste ano,faz parte do “Sistema de T reinamen-to para o Censo 2000” e tem comopúblico-alvo todos os funcionários doIBGE que tenham interesse em daraulas sobre o censo. Até o Censo de1991, somente os funcionários liga-dos diretamente à pesquisa podiam serinstrutores. Mas a preparação dos alu-nos só será completa com o Curso deCapacitação Técnico-Operacional quefaz parte da segunda fase do sistemade treinamento e está previsto paramarço e abril do ano 2000. Os cursossão eliminatórios e, segundo a con-sultora da Coordenação de Acompa-nhamento e Controle Operacional doCensos (COC), Nilze Cronemberger,aproximadamente 80% do total dealunos estarão aptos para atuar comoinstrutores. A previsão do término detodo processo é em outubro do ano2000, incluindo as etapas de avalia-ção e relatório final.

As aulas do Curso de Capacitação Di-dático-Pedagógica são ministradas

Ensinando a ensinar

pelo Departamento de Treinamento(DETRE) da Escola Nacional de Ci-ências Estatísticas (ENCE), respon-sável também pelo seu planejamen-to, execução e avaliação. Segundo achefe do departamento, Maria Angé-lica Vasconcelos de Araújo, o cursoaborda aspectos do comportamento eda postura a serem adotados em salade aula, mostrando aos futuros instru-tores como devem se portar diante desituações desconhecidas por quemnão tem a experiência de professor.

O funcionário da Divisão de Promo-ção e Publicidade do IBGE, JorgeLuiz Tenório, participou da terceiraturma do programa de treinamento,em julho deste ano, assistindo às au-las na ENCE durante três dias. Eletem esperança de ser chamado parainstrutor com a certeza de quem fezum bom trabalho no CensoDemográfico 1980. Jorge trabalhouna etapa de empastamento (inexistenteno Censo 2000), sendo responsávelpela numeração dos questionários ecolocação dos mesmos em pastas. “Eugostei muito do curso o qual foi mui-to importante, pois como instrutor voume deparar com situações jávivenciadas e resolvê-las sem proble-mas”, explica.

Já na segunda fase do treinamento, doCurso de Capacitação Técnico-Operacional, os alunos passam pormais duas etapas: auto-instrução ecurso presencial. Na auto-instrução,recebem um kit contendo o manual dorecenseador, roteiro de estudo e testeinicial. O kit permitirá chegar à salade aula conhecendo os conceitos eprocedimentos do Censo, facilitando

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o acompanhamento de todas as fasescensitárias.

Já o curso presencial terá o suportedo vídeo-aula, que funcionará comoo elemento motivador das aulas, alémde manuais técnicos (desenvolvidoscom auxílio pedagógico para melho-rar a compreensão e o manuseio) e ou-tros materiais didáticos impressos.Para os agentes censitários munici-pais, supervisores e recenseadoresserá transmitido um vídeo instrucionalatravés da TV Escola do Ministérioda Educação, em horários a serem de-terminados.

Cerca de 30 pessoas, entre servidoresda COC, Coordenação Técnica doCenso Demográfico (CTD), Diretoriade Geociências (DGC), Diretoria dePlanejamento e Controle (DPC) e Di-retoria de Informática (DI), estão en-volvidas no trabalho de planejamen-to e organização do treinamento e dapreparação do material instrucional.A previsão de pessoas a serem trei-

nadas ao longo do processo é de maisde 230 000 em todo o Brasil. Outravantagem é que antes os treinandos,cerca de 300, vinham ao Rio de Ja-neiro, assistiam ao curso, retornavamàs suas unidades e repassavam o queaprendiam. No treinamento do Censo2000, as aulas acontecem nas própri-as unidades regionais, facilitando acomunicação e atingindo um númeromaior de pessoas.

Maria Angélica ressalta que o treina-mento já está sendo acompanhado eavaliado através dos resultados dosquestionários aplicados aos alunosdas primeiras turmas sobre o rendi-mento e a importância do primeirocurso. Mas, segundo ela, não há ain-da uma avaliação precisa dos resulta-dos. “Por enquanto, o que temos sãoas respostas dos treinandos, a impres-são que tiveram do curso”.

Analisando-se as respostas, observa-se que os alunos sugerem cursos domesmo nível que o de capacitação di-

ponto de visttttta

dático-pedagógica, além de se mos-trarem satisfeitos com o conteúdo eafirmarem que outras iniciativas comoestas são bem-vindas.

Nilze acrescenta que o sistema de trei-

namento também foi implantado no

Censo Experimental de Marília (SP)

e Bonito (PA) e igualmente avaliado.

Para ela, os resultados dos questio-

nários podem servir de base para se

aperfeiçoar futuros treinamentos

censitários como, por exemplo, os es-

pecíficos sobre Base Operacional e

sobre os Sistemas Gerenciais de Ad-

ministração, previstos para maio do

ano 2000. Além disso, a consultora

adianta que projetos de treinamento

com metodologias e recursos

institucionais similares aos definidos

para o Censo 2000 estão sendo im-

plantados na Argentina e na Bolívia,

fruto das reuniões de discussão do

Censo 2000 no Mercosul, que vêm

sendo realizadas desde 1997.

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OOOOO Plano de Ação aprovado na Conferên-cia Internacional sobre População e De-senvolvimento, realizada no Cairo em1994, abre seu Capítulo XII – Tecnologia,Pesquisa e Desenvolvimento – com umasessão sobre Coleta, Análise e Divulga-ção de Dados Básicos. Enfatiza que da-dos válidos, confiáveis, oportunos, cultu-ralmente relevantes e internacionalmentecomparáveis formam a base para o desen-volvimento, implementação, acompanha-mento e avaliação de políticas públicas.

Na revisão da implementação das reco-mendações do Cairo após cinco anos, de-nominada Cairo + 5, o documento oficialdas Nações Unidas volta a destacar a im-portância dos censos e de outros levanta-mentos periódicos como formas de permi-tir o monitoramento regular do cumpri-mento das metas desenhadas no Cairo.

Os censos brasileiros têm sido apontadoscomo dos mais ricos e completos de infor-mações capazes de permitir um acompa-nhamento temporal das mudanças socio-econômico-demográfico-culturais queocorrem em nossa sociedade.

O censo demográfico do ano 2000 se re-veste de um significado especial por ser aprimeira fotografia do País tirada no Sé-culo XXI. Se por um lado vai retratar asmarcas deixadas pelo período que se en-cerra, por outro, registrará os desafios queo bem-estar da população estará a exigirnos anos subseqüentes.

Com uma longa e adequada fase de pre-paração - em consulta com representaçõesda sociedade civil, da academia e de ór-gãos públicos - envolvendo provas-piloto

e um censo experimental, o IBGE está pre-parado para o cumprimento de seu man-dato histórico de ouvir simultaneamentetodos os cidadãos no próximo ano.

A população, como sempre, cumprirá seucompromisso de colaborar com este esfor-ço que visa a estabelecer os vínculos entreas imagens do passado e do presente, nabusca de um futuro mais promissor e jus-to.

Elza BerquóElza BerquóElza BerquóElza BerquóElza BerquóPresidente da Comissão Nacional de

População e Desenvolvimento (CNPD )

O CENSO 2000

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