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ITEM

A

Helvecio Mattana SaturninoEDITOR

E-MAIL: [email protected]

Reservação das águas para garantir e ampliarnegócios com base na agricultura irrigada

Atividades do norte capixaba como fruticultura,cafeicultura e pastagens irrigadas, entre outras,foram inspiradoras para a composição dessacapa. Um registro que faz da parceria da ABIDcom o Espírito Santo em 2008, presságios paraque o Estado tenha no XVIII Conird maisestímulos para a firme evolução dosagronegócios calcados na agricultura irrigada.As fotos da capa (de autoria de Valmir Zuffo)refletem culturas com sistemas de irrigação poraspersão.

qui, já se acalentou, por algumas vezes, quea melhor forma de guardar água é fazê-lainfiltrar, municiando as nascentes ao longo

do ano, para garantir um equilibrado fluxo hídrico.A velocidade de infiltração básica (VIB),

determinante para projetos e para manejo da agri-cultura irrigada, é um princípio que se aplica em todoo universo das bacias hidrográficas. Se esgotada acapacidade de infiltração, há o escorrimento super-ficial, erosão, enchentes e muitos desastres. Seguraressas águas com sabedoria é um bom desafio.

O Rio Grande do Sul, com quase um terço daárea irrigada no País, brindou-nos, na ITEM 77, como que a ABID tem lutado para repassar a todos osEstados parceiros, ano a ano, motivando-os para umamplo foco nos recursos hídricos, tendo-os comomola mestra para muitas mudanças, com as evolu-ções requeridas para um bom planejamento da agri-cultura irrigada. Na leitura deste trabalho, fica evi-dente o quanto é perverso esse risco do déficithídrico, seja pelos veranicos no período chuvoso, sejapela dramaticidade do período seco, com perdas detodas as ordens. Os gaúchos fizeram vir à tona, semeliminar outros riscos, o quanto a sociedade teriade retorno com o amplo fomento da agriculturairrigada, fazendo-a cada vez melhor e maior, tendoo investimento em pequenas barragens como um dosprincipais motes desse plano, que arquiteta um cres-cimento de 600 mil hectares de áreas irrigadas.

No limiar dos entendimentos para a parceria daABID com o Espírito Santo, em 2008, vale registrarque o Dr. Ricardo Santos, quando senador, teve asensibilidade de pleitear a candidatura de seu Esta-do, para uma futura parceria com a ABID, e o Dr.César Colnago, atual secretário de estado da Agri-cultura, Abastecimento, Aqüicultura e Pesca fezdessa candidatura uma realidade. Seu primeiro aler-ta para a direção da ABID foi para o quadro do nortecapixaba, com enorme necessidade de reservação deágua, para garantir a prosperidade da agriculturairrigada. Diante dessa pauta, a mobilização da As-

sociação dos Irrigantes do Estado do Espírito Santo(Assipes), das lideranças municipais e da Secretariade Estado de Meio Ambiente (Seama), ciente edemandadora do melhor ordenamento do setor, fezcom que o XVIII Conird viesse ao encontro de umaregião que tem feito dos recursos hídricos um dife-renciado vetor para seu desenvolvimento.

Nessas interlocuções, aflorou-se o consenso paraSão Mateus abrigar o XVIII Conird e a região tor-nar-se palco de muitas inspirações para a progra-mação, com exemplos que podem servir de base paratodo o Brasil, ou seja, uma empreitada com muitosenvolvimentos e dedicados trabalhos, todos paraengrandecer as parcerias, transformando-as em for-ças intangíveis e de amplo alcance para toda a soci-edade.

É justamente diante do permanente desafio delograr um equilibrado fluxo hídrico ao longo do ano,que fica o convite para uma acurada leitura destaedição da ITEM. Que dela saiam muitas reflexões,para que haja cada vez mais disponibilidade de águanos períodos críticos do ano. O tema barragens, prin-cipalmente aquelas em seqüência, feitas de terra,configura-se como a forma mais presente para am-pliar a capacidade de irrigação nas pequenas e gran-des áreas. Entre os vários assuntos do XVIII Conird,emerge o de maior produtividade da água nos negó-cios, com base na agricultura irrigada. Retendo aágua nas fazendas e nas regiões, quando do períodode maior abundância, é que se pode melhor aquila-tar o aproveitamento da oferta desse estratégico evital recurso.

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REVISTA TRIMESTRAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA

DE IRRIGAÇÃO E DRENAGEM – ABID

N.º 78 - 2.º TRIMESTRE DE 2008ISSN 0102-115X

ITEMITEMIRRIGAÇÃO & TECNOLOGIA MODERNA

CCCCCONSELHOONSELHOONSELHOONSELHOONSELHO D D D D DIRETORIRETORIRETORIRETORIRETOR DDDDDAAAAA ABID ABID ABID ABID ABIDALFREDO TEIXEIRA MENDES; ALFONSO A. SLEUTJES; ANTÔNIO ALVES

SOARES; MARCELO BORGES LOPES; DEVANIR GARCIA DOS SANTOS;DONIVALDO PEDRO MARTINS; DURVAL DOURADO NETO; FRANCISCO

NUEVO; HELVECIO MATTANA SATURNINO; MANFREDO PIRES CARDOSO;RAMON RODRIGUES.

DDDDDIRETORIAIRETORIAIRETORIAIRETORIAIRETORIA DDDDDAAAAA ABID ABID ABID ABID ABIDHELVECIO MATTANA SATURNINO (PRESIDENTE E DIRETOR-EXECUTIVO);MANFREDO PIRES CARDOSO (VICE-PRESIDENTE); ANTÔNIO ALFREDO

TEIXEIRA MENDES; ANTÔNIO ALVES SOARES; DURVAL DOURADO NETO;RAMON RODRIGUES, COMO DIRETORES. DIRETOR ESPECIAL: DEMETRIOS

CHRISTOFIDIS.

SSSSSÓCIOSÓCIOSÓCIOSÓCIOSÓCIOS P P P P PAAAAATROCINADORESTROCINADORESTROCINADORESTROCINADORESTROCINADORES C C C C CLALALALALASSESSESSESSESSE I I I I I DDDDDAAAAA ABID ABID ABID ABID ABIDAMANCO; LINDSAY AMÉRICA DO SUL; VALMONT DO BRASIL

CCCCCONSELHOONSELHOONSELHOONSELHOONSELHO E E E E EDITORIALDITORIALDITORIALDITORIALDITORIAL DDDDDAAAAA ITEM ITEM ITEM ITEM ITEMANTÔNIO ALFREDO TEIXEIRA MENDES; FERNANDO ANTÔNIO

RODRIGUEZ; HELVECIO MATTANA SATURNINO; HYPÉRIDES PEREIRA DE

MACÊDO; JORGE KHOURY; JOSÉ CARLOS CARVALHO; SALASSIER

BERNARDO.

CCCCCOMITÊOMITÊOMITÊOMITÊOMITÊ E E E E EXECUTIVXECUTIVXECUTIVXECUTIVXECUTIVOOOOO DDDDDAAAAA ITEM ITEM ITEM ITEM ITEMANTÔNIO A. SOARES; DEVANIR GARCIA DOS SANTOS; FRANCISCO DE

SOUZA; GENOVEVA RUISDIAS; HELVECIO MATTANA SATURNINO.

EEEEEDITORDITORDITORDITORDITOR::::: HELVECIO MATTANA SATURNINO

E-MAIL: [email protected]; abid@pib.com.brJJJJJORNALISTORNALISTORNALISTORNALISTORNALISTAAAAA R R R R RESPONSÁVELESPONSÁVELESPONSÁVELESPONSÁVELESPONSÁVEL: GENOVEVA RUISDIAS (MTB/MG 01630 JP).

E-MAIL: [email protected] E ruisdias@globalconn.com.brEEEEENTREVISTNTREVISTNTREVISTNTREVISTNTREVISTAAAAASSSSS EEEEE REPORREPORREPORREPORREPORTTTTTAAAAAGENSGENSGENSGENSGENS: : : : : BARTOLOMEU BOENO DE FREITAS; E

GENOVEVA RUISDIAS.CCCCCOLABOROLABOROLABOROLABOROLABORADORESADORESADORESADORESADORES: DEMETRIOS CHRISTOFIDIS E LAÉRCIO ZAMBOLIM.RRRRREVISÃOEVISÃOEVISÃOEVISÃOEVISÃO: MARLENE A. RIBEIRO GOMIDE, ROSELY A. R. BATTISTA

CCCCCORREÇÃOORREÇÃOORREÇÃOORREÇÃOORREÇÃO GRÁFICAGRÁFICAGRÁFICAGRÁFICAGRÁFICA: : : : : RENATA GOMIDE.FFFFFOTOGROTOGROTOGROTOGROTOGRAFIAAFIAAFIAAFIAAFIASSSSS EEEEE ILILILILILUSTRUSTRUSTRUSTRUSTRAÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕES: ARQUIVOS DA AGÊNCIA NACIONAL DE

ÁGUAS; CODEVASF; GOVERNO DO ESPÍRITO SANTO; MINISTÉRIO DO

MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS; MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO

NACIONAL; SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS

HÍDRICOS DO ESPÍRITO SANTO; BARTOLOMEU BOENO DE FREITAS;FELIPE CASSIANO; FRANCISCO LOPES FILHO; GENOVEVA RUISDIAS;GILBERTO MELO; GUY CARVALHO RIBEIRO FILHO; HELVECIO MATTANA

SATURNINO; E VALMIR ZUFFO.PPPPPUBLICIDUBLICIDUBLICIDUBLICIDUBLICIDADEADEADEADEADE: ABID – [email protected] OU FAX: (61) 3274-7245.ENDEREÇO PENDEREÇO PENDEREÇO PENDEREÇO PENDEREÇO PARARARARARA CORRESPONDÊNCIAA CORRESPONDÊNCIAA CORRESPONDÊNCIAA CORRESPONDÊNCIAA CORRESPONDÊNCIA

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SEUS AUTORES, NÃO TRADUZINDO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DA

ABID. A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL PODE SER FEITA, DESDE QUE

CITADA A FONTE.AS CARTAS ENVIADAS À REVISTA OU A SEUS RESPONSÁVEIS PODEM OU NÃO

SER PUBLICADAS. A REDAÇÃO AVISA QUE SE RESERVA O DIREITO DE

EDITÁ-LAS, BUSCANDO NÃO ALTERAR O TEOR E PRESERVAR A IDÉIA GERAL

DO TEXTO.ESSE TRABALHO SÓ SE VIABILIZOU GRAÇAS À ABNEGAÇÃO DE MUITOS

PROFISSIONAIS E AO APOIO DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS.

LEIA NESTA EDIÇÃO:

Cartas – Página 6

Publicações – Página 10

PPPPProgramação do XVIII Conird. rogramação do XVIII Conird. rogramação do XVIII Conird. rogramação do XVIII Conird. rogramação do XVIII Conird. Página 12

Conferências. Página 16

Seminários. Página 25

Oficinas. Página 34

Dias de campo. Página 47

Associação de Irrigantes do Espírito SantoAssociação de Irrigantes do Espírito SantoAssociação de Irrigantes do Espírito SantoAssociação de Irrigantes do Espírito SantoAssociação de Irrigantes do Espírito Santoquer a parceria do governo estadual para aquer a parceria do governo estadual para aquer a parceria do governo estadual para aquer a parceria do governo estadual para aquer a parceria do governo estadual para a

construção de barragens no Estado.construção de barragens no Estado.construção de barragens no Estado.construção de barragens no Estado.construção de barragens no Estado.Página 50

Especialista em recursos hídricos destaca queEspecialista em recursos hídricos destaca queEspecialista em recursos hídricos destaca queEspecialista em recursos hídricos destaca queEspecialista em recursos hídricos destaca queo município de Po município de Po município de Po município de Po município de Pinheiros tornou-se o maiorinheiros tornou-se o maiorinheiros tornou-se o maiorinheiros tornou-se o maiorinheiros tornou-se o maior

produtor de mamão do Brasil, com o adventoprodutor de mamão do Brasil, com o adventoprodutor de mamão do Brasil, com o adventoprodutor de mamão do Brasil, com o adventoprodutor de mamão do Brasil, com o adventoda irrigaçãoda irrigaçãoda irrigaçãoda irrigaçãoda irrigação. Dois especialistas em recursos

hídricos, o professor da Ufes, Robson Bonomo, eo engenheiro agrônomo e consultor, Valmir JoséZuffo, destacam em entrevistas a importância da

irrigação para a agricultura da região norte doEspírito Santo e as saídas para resolver situações

de conflito pelo uso da água. Página 54

RRRRRestam apenas 4% da Mata Aestam apenas 4% da Mata Aestam apenas 4% da Mata Aestam apenas 4% da Mata Aestam apenas 4% da Mata Atlântica notlântica notlântica notlântica notlântica noentorno da Bacia do Rio Doceentorno da Bacia do Rio Doceentorno da Bacia do Rio Doceentorno da Bacia do Rio Doceentorno da Bacia do Rio Doce. Página 57

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Restam somente 4% da Mata Atlântica, uma das maioresbiodiversidades de florestas, por onde passa o Rio Doce. “Éuma Bacia fortemente impactada pela ação humana”,descreve o especialista em Recursos Hídricos da AgênciaNacional das Águas (ANA), Ney Albert Murtha, coordenador daUnidade Administrativa Regional de Governador Valadares,encarregada de dar apoio institucional e operacional aos noveComitês de Bacias, com atuação na Bacia do Rio Doce (seis emMinas Gerais e três no Espírito Santo).

O secretário-executivo do Comitê de Bacia doO secretário-executivo do Comitê de Bacia doO secretário-executivo do Comitê de Bacia doO secretário-executivo do Comitê de Bacia doO secretário-executivo do Comitê de Bacia doRio Doce alerta: A agricultura irrigada não podeRio Doce alerta: A agricultura irrigada não podeRio Doce alerta: A agricultura irrigada não podeRio Doce alerta: A agricultura irrigada não podeRio Doce alerta: A agricultura irrigada não podese omitir.se omitir.se omitir.se omitir.se omitir. Segundo Vítor Feitosa é fundamental aparticipação de todos os setores produtivos noprocesso de construção de um comitê de bacia. Paraele, a agricultura irrigada, por ser um dos setoresque mais se utiliza dos recursos hídricos, precisaestar mais presente. Página 60

Expedição ambiental constata degradação doExpedição ambiental constata degradação doExpedição ambiental constata degradação doExpedição ambiental constata degradação doExpedição ambiental constata degradação doRio São Mateus.Rio São Mateus.Rio São Mateus.Rio São Mateus.Rio São Mateus. Página 65

PPPPPara que serve um Comitê de Bacia?ara que serve um Comitê de Bacia?ara que serve um Comitê de Bacia?ara que serve um Comitê de Bacia?ara que serve um Comitê de Bacia?Como e por que é formado um Comitê de Bacianuma região do Estado? Quem compõe esseComitê? Quantos são os Comitês formados e osresultados que eles vêm obtendo para arecuperação dos rios brasileiros? Como aagricultura irrigada faz-se representar nos Comitêsexistentes? Rodrigo Flecha Ferreira Alves,superintendente de Apoio à Gestão de RecursosHídricos da Agência Nacional de Águas (ANA)responde todas essas perguntas. Página 67

Novos olhares sobre as áreas irrigadas noNovos olhares sobre as áreas irrigadas noNovos olhares sobre as áreas irrigadas noNovos olhares sobre as áreas irrigadas noNovos olhares sobre as áreas irrigadas nomundo, no Brasil e na Bacia do Rio Sãomundo, no Brasil e na Bacia do Rio Sãomundo, no Brasil e na Bacia do Rio Sãomundo, no Brasil e na Bacia do Rio Sãomundo, no Brasil e na Bacia do Rio SãoFFFFFrancisco, rancisco, rancisco, rancisco, rancisco, um artigo de Demetrios Christofidis.....Página 74

Nota Técnica. Nota Técnica. Nota Técnica. Nota Técnica. Nota Técnica. Página78

Navegando pela Internet – Página 82

Classificados – Página 82

O inglês Peter Lee, presidente daInternational Comission onIrrigation and Drainage (Icid),organização não-governamentalinternacional da qual a ABID é ocomitê nacional brasileiro, fará aconferência de abertura do XVIIIConird na noite do dia 27/07 emSão Mateus, ES, no auditório doespaço Univc.

Quatro conferências, três seminários, 12 oficinas com minicursose debates, dois dias de campo, sessões pôsteres e exposição deequipamentos de irrigação fazem parte da programação geral doXVIII Conird, de 27/07 a 01/08/2008. Estão sendo esperadosaproximadamente 600 participantes em São Mateus, ES.

Em entrevista à ITEM, opresidente da Associação dosIrrigantes do ES, Giovanni Braga,fala sobre a parceria propostapelos produtores ao governoestadual para a construção de80 barragens médias, em caráteremergencial, no estado.Ele também critica a burocraciado Estado na concessão deoutorgas de água e nolicenciamento ambiental, queestá criando “um conflito depapéis e não de água”.

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CARTASleitores

Tributo ao São Mateus

“Sempre tive um fascínio com rio. Onde nasci, naregião de montanhas do Espírito Santo, quase nãohá rios, mas o pequeno córrego da Boa Sorte, napequenina Vila Pontões – encravada num altiplanoentre serras verdejantes de Afonso Cláudio, era paramim um lugar mágico, seja à sombra dos bambuzaisda Tia Ana, onde pescávamos lambaris, seja naquelavelha ponte, de onde, nós, os moleques da vila, jo-gávamos pedras para nos comunicar com as águas eos espíritos delas.

Daquele paraíso, de natureza ainda virginal, mu-damos para a Grande Vitória e, lá, em Campo Gran-de, também não havia rios, mas ainda assim, podia,fugir de vez em quando para rios próximos, como oJucu, o Marinho, o Formate e o Santa Maria.

Mais tarde, em São Mateus, no meu primeiro diaaqui, e sem que soubesse que estaria logo ali, aocontemplar o extenso vale verde, dei-me com o belorio... naquele instante, disse de mim pra mim: aqui éo meu lugar.

Nesses 20 anos, continuo aqui, olhando o rioadmirado, com o mesmo fascínio, com o mesmo es-panto, contemplando essa transcendência mística dassuas águas que ora trafegam para o mar, ora o maraqui trafega nelas, num vai e vem sem fim, tão igual– tão diferente.

Atraído pela chegada dos expedicionários, quepercorreram todo o trajeto da Bacia Hidrográfica doRio São Mateus, em recente jornada de reconheci-mento e consciência ambiental, eis que estando nocais do legendário Porto, ouvi de repente um alaridoentre pescadores. Aproximei-me e vi que o motivodo burburinho era um belo camarão da Malásia que

viera fisgado no anzol de Ezequiel Bernardino Filho.Feliz, ‘Quel’ me disse que a pescaria ali é sempre boa,com muitos piaus e bagres, e que àquela altura, jáhavia pego quase uma dúzia de piranhas e, claro, obelo crustáceo. Pena que tinha que parar. Era bocada noite e chegada a hora do trabalho. É vigilante.

Ainda por conta da expedição, no dia seguinte,em Conceição da Barra, olho de lado, perto do anti-go Pontilhão, e vejo um grupo de pescadores de SãoMateus comemorando uma boa pescaria na foz doCricaré. “Pegamos mais de 30 quilos hoje”, adiantouKleber Pestana, ao posar com o grupo, exibindo umamostra do pescado e testemunhando: “aqui temmuito robalo, curimatá, jupirá e goiabira. Nossa pes-ca é esportiva, mas que bom que muita gente aindapode sobreviver deste Rio. Ele precisa mesmo ser pre-servado”.

As imagens dos pescadores do Porto e lá na Bar-ra confirmam a generosidade do Rio, que emborasofrendo toda sorte de agressão e mau uso, dá-semanso ao mar, limpo, belo e piscoso. Parece até in-cólume às ações do homem. Não as dos pescadoresesportivos ou daqueles inúmeros que habitam as suasbarrancas, que o respeitam, que o amam, mas dosque dele se utilizam sem escrúpulos, dos que odepauperam, motivando a erosão, o assoreamento,a poluição dos esgotos sem tratamento, dos rejeitostóxicos e também daqueles que exaurem seus afluen-tes com sucções esganadas, noite e dia, dia e noite.

Este São Mateus, que tem dois nomes e dois bra-ços abertos que se erguem em Minas Gerais, paraabraçar, a-fe-tu-o-sa-men-te, várias cidades e quemaqui se encontra, parece que tem o dom de se refa-zer, nesse seu sono eterno. Afinal, aqui, ele é o Cricaré,o kiri-kerê, aquele que dorme e se renova. Mas preci-sa ser mais bem olhado! Porque, lembrando JoãoGuimarães Rosa, em A terceira margem do rio, atéquando estará “o rio por aí se estendendo grande,fundo, calado que sempre” ?

Para nós, que gostamos de olhar o rio, na suaCanção do dia de sempre, Mário Quintana nos fazenxergar: ‘Nunca dês um nome a um rio: sempre éoutro rio a passar, nada jamais continua, tudo vairecomeçar’. Não menos profundo, o velho BertoldBrecht, nos leva a ver além da aparência: ‘Do rio quetudo arrasta se diz violento, mas não se dizem vio-lentas as margens que o oprimem’.” (BartolomeuBoeno de Freitas, jornalista capixaba, responsável pelaelaboração de matérias relativas à cobertura do XVIIIConird no Espírito Santo).

6 ITEM • Nº 78 • 2.º trimestre 2008

“Quel”,pescador do

São Mateus eseu troféu

tirado do RioSão Mateus

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Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 7

O Irrigás éconsiderado umsistema simples,barato e capaz deindicar o momentocerto de irrigar acultura

Irrigás, devidamente patenteado

“O Irrigás, um sistema simples, barato e capaz de indicar ao agri-cultor o momento certo de irrigar sua cultura, além de estar paten-teado no Brasil e Estados Unidos agora também está protegido, des-de abril de 2007, na Alemanha, Itália, Espanha, Grã-Bretanha,Holanda e França. Por suas potencialidades diferenciais, o sistemaIrrigás tem permitido o desenvolvimento de diferentes sensores einstrumentos, principalmente para o manejo de irrigação agrícola.As aplicações do Irrigás no manejo de irrigação são úteis em ambi-entes tão variados quanto casas de vegetação, vasos de plantas or-namentais e aplicações agrícolas diversas com sistemas de irrigaçãocomo o gotejamento, aspersão e sulcos. Os produtos Irrigás fazemuso de sensores robustos e duráveis, que têm suas propriedades físi-cas ajustadas na fabricação. Outras aplicações podem ser criadas apartir de modelos interessantes adaptáveis a cada problema de irri-gação.

Este sistema, que faz uso de sensores mais robustos e de customenor que o tensiômetro, foi desenvolvido pelo pesquisador AdonaiGimenez Calbo, da Embrapa Instrumentação Agropecuária. Para ele,o Irrigás não é sensor nem instrumento, é um conceito ou sistema.“Assim, o licenciamento permite aos fabricantes a possibilidade dedesenvolvimento de inúmeros tipos de instrumentos para agricultu-ra, engenharia civil e geologia, de acordo com as potencialidades demercado que vislumbrem. É importante para a Embrapa a patentedo Irrigás na Europa, porque este sistema vem sendo comercializadoem países da Comunidade Européia”. Sensores Irrigás simples cus-tam cerca de 10 vezes menos do que tensiômetros comuns e sãomuito mais fáceis de usar, praticamente não envolvem trabalho demanutenção e são tão rápidos quanto os tensiômetros e, certamen-te, são mais confiáveis para uso por agricultores pouco instruídos epara as aplicações de automação.” (Assessoria de Imprensa daEmbrapa Instrumentação Agropecuária).

Resultados do sistemaPlantio Direto de feijãocomo cultura intercalar doscafeeiros na declivosa Zonada Mata mineira

“O Centro Tecnológico da Zona da Mata(CTZM), unidade pertencente à Epamig, e aEmater-MG, com apoio da Embrapa Café e daPrefeitura Municipal de Senador Firmino, reuni-ram no município de Divinésia, MG, em dia 22/02, cafeicultores familiares da região para apre-sentar os resultados obtidos com o Plantio Dire-to de feijão entre fileiras de café. O sistema dePlantio Direto é uma das alternativas mais efica-zes para o controle da erosão e melhoria da ca-pacidade produtiva dos solos, observa o pesqui-sador da Epamig, Marcelo de Freitas Ribeiro. Aintenção é que os cafeicultores adotem atecnologia para aumentar o retorno econômicodas áreas cultivadas, pelo uso eficiente de recur-sos disponíveis. “A cafeicultura na Zona da Mataé explorada em pequenas propriedades,predominantemente familiares, em terrenosdeclivosos, com restrições à mecanização e so-los pobres e desgastados. A sustentabilidade daspropriedades depende do uso de práticas demanejo e conservação que controlem a erosão epossibilitem melhorar a capacidade produtivados solos”, destaca o pesquisador. O evento éuma das atividades do projeto de transferênciade tecnologias para a cafeicultura familiar naZona da Mata mineira e região Serrana do Espí-rito Santo, financiado pelo Consórcio Brasileirode Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café), administrado pela Embrapa Café.” (Ascom/Epamig).

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Novo prazo paracadastramento de usuáriosde águas em Minas Gerais

“O Instituto Mineiro de Gestão das Águas(Igam) avisa que prorrogou o prazo para ocadastramento dos usuários de águas superfi-ciais e subterrâneas em Minas Gerais. O prazoanterior que era até 31/07/2008 (conforme ma-téria da ITEM 77) passou para 31/12/2008, dan-do maior oportunidade para a regularização dasituação de todos, especialmente dos irrigantesdo Estado de Minas Gerais.” (Marília Carvalhode Melo, diretora de Monitoramento e Fiscaliza-ção Ambiental do Igam).

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8 ITEM • Nº 78 • 2.º trimestre 2008

CARTASleitoresPesquisador da Epamig recebe justahomenagem do governo mineiro

“O pesquisador daEmpresa de Pesqui-sa Agropecuária deMinas Gerais (Epamig),Antônio Alves Pereirarecebeu, em 30/05,a comenda AntônioSecundino de São José,concedida pela dedica-ção ao desenvolvimen-to da cafeicultura, quelhe foi entregue pelogovernador de MinasGerais, Aécio Neves, emPatos de Minas. Mestreem Microbiologia Agrí-cola e doutor em Fito-patologia, ambos pelaUniversidade Federal

de Viçosa (UFV), Tonico é grande colaborador do melhoramen-to do cafeeiro, com ênfase na resistência a doenças e pragas.Tem o rico histórico de ter iniciado seus trabalhos no Pipaemg,um movimento articulado para mudar a pesquisa, no limiar dadécada 70. Desde a fundação do Consórcio Brasileiro de Pesqui-sa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café), coordenado pelaEmbrapa Café, ele participa ativamente de projetos e de açõesdo Núcleo de Genética e Melhoramento do Cafeeiro.

Atualmente coordena quatro projetos de pesquisa, sendodois deles pertencentes ao Programa Nacional de Pesquisa e De-senvolvimento do Café (PNP&D/Café), onde é líder do projetoMelhoramento Genético Visando Resistência Múltiplas a Pragas,Doenças e Nematóides. Também participa como membro de seisprojetos de importância para a cafeicultura nacional, vincula-dos a outras fontes financiadoras.

No aprimoramento de novas cultivares, Tonico destaca-sepela dedicação na fase de validação e avaliação de materiais

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nas principais regiões produtoras do Estado, com áreas ex-perimentais em todas as fazendas da Epamig e alto rigornos critérios científicos e tecnológicos.

Recentemente inaugurado, o Banco Ativo deGermoplasma de Café, instalado na Fazenda Experimentalde Patrocínio, na região do Alto Paranaíba, tem a coordena-ção do pesquisador. O projeto, financiado pela Fundação deApoio à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), representa oreservatório de variabilidade genética natural, potencial eindispensável para os programas de melhoramento das es-pécies cultivadas. Constitui uma coleção ex situ de recursosgenéticos do gênero Coffea coletados em instituições públi-cas, empresas privadas e em lavouras particulares nos Esta-dos de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Espírito Santo.

O pesquisador tem seu nome em mais de 215 publica-ções científicas e trabalhos técnicos, entre eles, 14 capítulosde livros e 32 artigos completos em periódicos. Tonico tam-bém contagia a nova geração de pesquisadores, tendo ori-entado cinco teses de mestrado e quatro de doutorado. Tam-bém participou de 49 bancas examinadoras de mestrado edoutorado. Este legado, além de receber homenagens me-recedoras, deve ser seguido por todos os profissionais quese dedicam ao agronegócio café brasileiro.” (Cibele Aguiar,Embrapa Café).

Parceria com resultados:Igam-Csei/Abimaq-ABID

“Com nossos cordiais cumprimentos agradecemos a V.Sa.a realização do Seminário de Irrigação e Drenagem, que foimuito útil para os técnicos do Instituto Mineiro de Gestãodas Águas (Igam) e das Superintendências Regionais de MeioAmbiente (Suprams), propiciando qualificação que será uti-lizada nas ações do Sistema Estadual de Meio Ambiente deMinas Gerais (Sisema). Reafirmamos a profícua parceria enos colocamos a disposição.” (Marília Carvalho de Melo, di-retora de Monitoramento e Fiscalização Ambiental e CleideIzabel Pedrosa de Melo, diretora-geral do Instituto Mineirode Gestão das Águas – Igam).

Durante dois dias,os técnicos do

Igam e dasSuprams

participaram deum seminário

sobre Irrigação eDrenagem

organizado pelaABID e Csei/Abimaq

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Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 9Nº 77 • 1.º trimestre 2008 • ITEM 9

A próxima revista, ITEM 79,3.º trimestre de 2008,

já está em fase de edição.

Em 2001, uma rica programaçãodo XI CONIRD e 4th IRCEW, emFortaleza, CE, registrada na Item 50,com a edição dos 2 anais e de um livroem inglês e a inserção internacional da ABID.

Em 2002, o XII CONIRD em Uberlândia, MG,com os anais em CD e a programação na Item 55.

Em 2003, o XIII CONIRD em Juazeiro, BA, comos anais em CD e a programação na Item 59.

Em 2004, o XIV CONIRD em Porto Alegre, RS,com os anais em CD e a programação na Item 63.

Em 2005, o XV CONIRD em Teresina, PI, comos anais em CD e a programação na Item 67.

Em 2006, o XVI CONIRD em Goiânia, GO, comos anais em CD e a programação na Item 69/70.

Em 2007, o XVII CONIRD em Mossoró, RN, comos anais em CD e a programação na Item 74/75.

As bacias hidrográficas dos rios Doce eSão Mateus fazem refletir sobre a inte-gração proporcionada pelas águas, com apreservação nos momentos de abundân-cia e sabedoria no aproveitamento para aagricultura irrigada ao longo do ano. Oestado do Espírito Santo, ponto de conver-gência do corredor para o Oeste, já temum significativo agronegócio calcado naagricultura irrigada, com o governo e osetor privado determinados a melhorá-loe ampliá-lo. O equilíbrio do fluxo hídricoao longo do ano e a maior e melhorprodutividade da água na agriculturairrigada têm norteado as interlocuçõesno ES, estado parceiro da ABID em 2008.

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É O COMITÊ NACIONALBRASILEIRO DA

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PUBLICAÇÕES

10 ITEM • Nº 78 • 2.º trimestre 2008

São Mateus, o maior produtornacional de pimenta-do-reino

Nos últimos anos, o Bra-sil tem ocupado posiçõesque variam de terceiro aquarto produtor mundialde uma especiaria bastan-te utilizada pelos bons co-zinheiros de todo o mundo:a pimenta-do-reino. E, aolado do Estado do Pará, oEspírito Santo figura comoum dos principais produto-res nacionais, representando, juntos, 80% da pro-dução nacional.

Na região norte do Espírito Santo, encontram-se áreas com esse cultivo, notadamente o municí-pio de São Mateus, que reúne aproximadamente70% da área cultivada, sendo reconhecido hojecomo o maior produtor nacional desta especiaria.

Mesmo com toda essa importância, investimen-tos em especiarias são considerados pontuais e pul-verizados. A pesquisa pública estadual sobre o as-sunto foi paralisada na década de 80 e só recente-mente foi retomada, sendo que a última publica-ção técnica sobre a pimenta-do-reino ocorreu em1987.

“O Cultivo da Pimenteira-do-Reino”, de autoriado engenheiro agrônomo e consultor técnico AiltonGeraldo Dias, é uma publicação elaborada em lin-guagem técnica e clara, que veio para preencheressa lacuna e é destinada a um público bastantediversificado, desde instituições de ensino até pro-dutores. Nas 204 páginas dessa publicação, é pos-sível ter-se toda a informação necessária para o usocorreto da irrigação e a produção de uma especia-ria de qualidade.

Nome da publicação: O Cultivo da Pimenteira-do-Reino

Autor: Ailton Geraldo DiasTotal de páginas: 204, com quadros, gráficos e

fotosMaiores informações e pedidos poderão ser en-

caminhados à:Sementes Vitória Ltda.E-mail: [email protected]: (027) 3327.0363; 3314.3002 e

8123.9259.

Eucalipto é tema do InformeAgropecuário da Epamig

A Empresa de Pesquisa Agropecuáriade Minas Gerais (Epamig) publicou maisuma edição do Informe Agropecuário,desta vez, focalizando o Eucalipto. Nessaedição, foram reunidas informações etecnologias sobre a cultura do eucaliptocapazes de promover o desenvolvimentoda atividade de forma lucrativa eambientalmente correta.

A matriz energética com base emcombustíveis fósseis é insegura, cara e temcomo agravante ser deletéria ao meioambiente. Fontes alternativas, ecologica-mente viáveis, têm sido buscadas e, entre elas, inclui-se a madeira, queapresenta ampla versatilidade de usos.

Florestas plantadas, graças ao seu alto potencial renovável e produ-tivo, especialmente no caso brasileiro, expressam um modelo energéticoambientalmente mais saudável e socialmente mais justo, sendo uma dasfontes de energia que possibilita uma das maiores taxas de geração deemprego por recurso monetário investido.

Aproximadamente, 56,14% do território brasileiro são cobertos porflorestas nativas; 0,7% por florestas plantadas e o restante, 43,27%, poroutros usos. Essa ampla extensão de cobertura florestal coloca o Brasilnuma posição estratégica nas questões ambientais mundiais, além dedotá-lo de um grande potencial produtivo madeireiro e não-madeireiro.Uma das potenciais fontes de recursos para o setor florestal brasileirosão os serviços ambientais, em particular, a fixação de carbono, a prote-ção de mananciais, a conservação das margens das hidrovias, a preser-vação da biodiversidade e o equilíbrio climático. Em todo o mundo têmsido criados fundos de investimentos, que aplicam recursos em projetosflorestais, visando retornos financeiro e ambiental.

Em Minas Gerais, as exportações de produtos elaborados a partir deflorestas plantadas pelo Estado geraram, entre janeiro e outubro de 2007,US$ 490 milhões, representando crescimento de 32% em relação ao mes-mo período de 2006. O setor é o terceiro na pauta de exportações doagronegócio mineiro, ficando atrás apenas do café e da carne. Diantedessas perspectivas, o governo de Minas criou, no ano passado, a Câma-ra Técnica de Desenvolvimento Florestal e o Pólo de Excelência em Flo-restas, com o objetivo de fortalecer a cadeia produtiva florestal, promo-vendo o crescimento do setor de forma sustentável, preservando as ma-tas nativas. Essa Câmara envolve as Secretarias de Agricultura, Pecuáriae Abastecimento; Meio Ambiente; Ciência e Tecnologia; Desenvolvimen-to Econômico; Planejamento e Gestão e da Fazenda.

Informe Agropecuário da Epamig sobre EucaliptoPáginas: 128Preço: R$12,00Telefax do Setor de Publicações: (31) 3489-5002e-mail: [email protected]

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Embrapa Café lança Relatório de Atividadesdo CBP&D/Café de 2004 a 2007

A Embrapa Café acaba de lançar o Relató-rio de Atividades do Consórcio Brasileiro dePesquisa e Desenvolvimento do Café – CBP&D/Café do período de 2004 a 2007. O Relatórioé um registro abrangente das atividades maisrelevantes desenvolvidas durante a gestão dopesquisador Gabriel Ferreira Bartholo à frenteda Embrapa Café, e atende, conforme o pes-quisador, ao princípio de transparência quesempre norteou as ações do Consórcio.

O Relatório de Atividades é lançado nomomento em que o agronegócio café come-mora os 10 anos do CBP&D/Café. A publicação faz uma retrospectiva daatuação e das conquistas do Consórcio e mostra os resultados obtidos nosúltimos anos pelos seus pesquisadores nos diversos campos do conheci-mento, inovação e transferência de tecnologias em café. Além disso, trazinformações sobre a gestão interna do CBP&D/Café, envolvendo as áreasadministrativa e orçamentária; a gestão de pessoas; a comunicação entreas instituições, pesquisadores e mídia especializada e a descrição da execu-ção e das conquistas do Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimen-to do Café.

O CBP&D/Café reúne, em uma mesma instituição, as organizações depesquisa, ensino e extensão que trabalham com o café no Brasil. Ele écoordenado pela Embrapa, e administrado pela Embrapa Café, unidadedescentralizada responsável, ainda, pela coordenação do PNP&D/Café.

Maiores informações: Jurema Iara Campos, jornalista da Embrapa Café.Fone: (61) 3448-4085.

Publicações do Inmet

O Instituto Nacional de Metereologia está di-vulgando publicações, todas de interesse daagropecuária. Elas estão sendo comercializadas emaiores informações podem ser obtidas numa sófonte: Nadir Dantas de Sales, Divisão deMeteorologia Aplicada (Dimap) do Inmet, tel.: (61)3344-9944; e-mail: [email protected]. Conhe-ça as publicações e veja se alguma lhe interessa:

Técnica de interpretaçãode imagens de satélitesmeteorológicos para ini-ciantes – O livro Interpreta-ção de Imagens de SatélitesMeteorológicos – uma visãoprática e operacional do He-misfério Sul, de autoria deArthur G. Ferreira, faz umabreve introdução sobre sensoriamento remoto,descreve os principais satélites meteorológicos emoperação e ensina a técnica de interpretação dosprincipais fenômenos meteorológicos, com umavisão prática e operacional do Hemisfério Sul.Fornece, também, uma breve descrição dos prin-cipais satélites ambientais brasileiros e traz umalista com alguns endereços onde se pode encon-trar, na internet, imagens atualizadas e de boaqualidade para consulta diária. Preço: R$ 30,00.

Mapas de precipi-tação e temperaturada Amazônia Legal –O Atlas Climatológicopara Amazônia Legalcontém mapas de pre-cipitação e temperatu-ra de 1990 a 1999, portanto 10 anos de dadostransformados na média do período, com a gera-ção de mapas mensais para cada parâmetro. Apublicação destina-se a suprir a crescente deman-da por informações meteorológicas da Amazôniapara estudos e pesquisas sobre a climatologia daregião. Preço: R$ 30,00.

Irradiação Solardo Brasil – O Atlas Ir-radiação Solar do Bra-sil é uma edição con-junta do Instituto Naci-onal de Meteorologia,órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento, e do Laboratório de Energia Solardo Departamento de Engenharia Mecânica da Uni-versidade Federal de Santa Catarina. Trata-se da con-solidação de dados sobre a irradiação solar para oBrasil , apresentados em mapas e gráficos a fim demuniciar estudos sobre energia solar e dermatologia,entre outras finalidades. Preço: R$30,00.

Plano de Desenvolvimento Estratégico daAgricultura Capixaba (2007/2025)

O governo do Estado do Espírito Santo, pormeio da Secretaria de Estado da Agricultura,Abastecimento, Aqüicultura e Pesca (Seag),lançou em 14/05/2008 o livro ‘Novo Plano deDesenvolvimento Estratégico da AgriculturaCapixaba (Novo Pedeag) para o período de2007-2025.

A publicação aborda temas como “A cons-trução do futuro para a agricultura”, “Visãode futuro e principais estratégias” e “Do diag-nóstico à visão de futuro da agropecuária re-gional”. E encerra com “A agenda deimplementações: governança e descentralização regionais”. Com 275 pá-ginas, o material tem a tiragem de mil exemplares, acompanhados de umaversão digital da obra em DVD.

Para o secretário da Agricultura, Abastecimento, Aqüicultura e Pesca,César Colnago, o livro representa o reconhecimento e a consolidação, porparte dos setores público e privado, do segmento agrícola. “O Novo Pedeagé uma ferramenta para a construção do futuro desejado no meio rural e parao agronegócio no Espírito Santo. Este é o desafio que nos cabe”, afirmou.

Os interessados poderão ter acesso à versão eletrônica dessa publica-ção através do site www.seag.es.gov.br.

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HORÁRIO

7h30 às 10h

10h às 10h30

10h30 às 12h30

12h30 às 14h

14h às 17h

17h às 17h30

17h30 às 19h

19h

20h30

28/07 SEGUNDA

IntervaloVisita a pôsteres

CONFERÊNCIA IBarragens e a reghídrico para otimágua na agricultu

AlmoçoVisita a estandes

SEMINÁRIO IRepresas e gestãohidrográficas e a

IntervaloVisita a pôsteres

Apresentação de selecionados da s

27/07 DOMINGO

Credenciamentorecepção e informações

Solenidade de aberturaConferência Inaugural:Visão mundial da agriculturairrigada

Coquetel

Presidente da Icid fará a aberturado XVIII Conird em São Mateus, ES

12 ITEM • Nº 78 • 2.º trimestre 2008

O inglês Peter Lee, presidente da

International Comission on Irrigation

and Drainage (Icid), organização não-

governamental internacional com

sede na Índia, da qual a Associação

Brasileira de Irrigação e Drenagem

(Abid) é o comitê nacional brasileiro,

será o conferencista da abertura do

XVIII Conird em São Mateus, ES, na

noite do dia 27/6/2008, no auditório

do espaço Univc (Instituto Vale do

Cricaré), a partir das 19h.

A Icid possui 105 países associados e promove diversas ativida-des em torno da agricultura irrigada e sobre temas relacionados comrecursos hídricos, irrigação, drenagem e controle de enchentes. PeterLee também é presidente do Programa Internacional de Pesquisa eTecnologia em Irrigação e Drenagem (Iprid), sediado na Food andAgriculture Organization of the United Nations (FAO), em Roma.

Além da conferência inaugural, haverá mais três conferências etrês seminários programados, com temas que irão desde reservaçãoe o manejo de águas para maximizar o atendimento da agriculturairrigada ao longo do ano, passando pela fruticultura e cafeiculturairrigadas. Nas manhãs dos dias 28, 29 e 30/ 07, será dada a oportuni-dade aos participantes de trabalhar com mais profundidade na ofi-cina previamente escolhida entre os 12 temas oferecidos. Haverásessões pôsteres com apresentação oral de trabalhos e exposição daindústria de equipamentos de irrigação.

Nos dias 31/7 e 1º/8, vão acontecer dois dias de campo, queabordarão os principais temas ligados à agricultura irrigada noEspírito Santo, com foco no manejo dos recursos hídricos e da irri-gação e drenagem, represas de médio e pequeno porte, cafeicultu-ra irrigada, cadeia da fruticultura irrigada, entre outras oportuni-dades de maior conhecimento de uma região com mais de 100 milhectares irrigados.

O XVIII Conird, cujo tema é “O equilíbrio do fluxo hídrico parauma agricultura irrigada sustentável”, é promovido pela ABID, emparceria com o Governo do Estado do Espírito Santo, a Prefeiturade São Mateus e a Associação dos Irrigantes do Espírito Santo(Assipes) com a participação e o apoio de diversas instituições go-vernamentais e da iniciativa privada, entre elas, o Instituto Capixabade Pesquisa e Assistência Técnica (Incaper), o Instituto de DefesaAgropecuária e Florestal (Idaf) e o Instituto Estadual de MeioAmbiente e Recursos Hídricos (Iema).

O presidente da ABID, Helvecio Saturnino, e o presidenteda Icid, Peter Lee, em dia de campo, numa estação sobrebarragens, durante o XVI Conird, em Goiás

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29/07 TERÇA

IntervaloVisita a pôsteres e estandes

CONFERÊNCIA IIPotencialidades da fruticultura tropicalirrigada

AlmoçoVisita a estandes e pôsteres

SEMINÁRIO IIAvanços e desafios na irrigação efertirrigação

IntervaloVisita a pôsteres e estandes

Assembléia da ABID

30/07 QUARTA

IntervaloVisita a pôsteres e estandes

CONFERÊNCIA IIIPotencial da cafeicultura irrigada

AlmoçoVisita a estandes e pôsteres

SEMINÁRIO IIIArranjos produtivos e comerciais e odesenvolvimento da agricultura irrigadafamiliar

IntervaloVisita a pôsteres e estandes

Apresentação de trabalhos selecionadosda sessão pôsteres

Jantar

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e estandes

gularização do fluxomização do uso deura irrigada

e pôsteres

o de baciasirrigação

e estandes

trabalhossessão pôsteres

31/07 QUINTA

DIA DE CAMPO

Represas e irrigação

Agricultura irrigadafamiliar

Pastagens irrigadas

Agronegócio dacafeicultura irrigadae opções de culturasconsorciadas

Almoço

Retorno aSão Mateus

01/08 SEXTA

DIA DE CAMPO

Represas e irrigação

Agricultura irrigadafamiliar

Agronegócio dafruticultura irrigada

Almoço

Retorno ealternativas depacotes turísticos

www.saturnoturismo.com.br27 - 3763-6111 /8182-5661 / 9988-5775Sra. Adrya

PROGRAMAÇÃO GERAL DO XVIII CONIRD

Opções de OFICINAS* com minicursos, depoimentos, debates e formulações de propostas

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As parcerias em favor da maior reservação de água e da construção de pequenas e médias represas sãomotivos de especial atenção do governo do Espírito Santo e de muitos trabalhos ao longo do XVIII Conird

César Colnago, secretário de Estadoda Agricultura, Abastecimento,Aqüicultura e Pesca

Maria da Glória Abaurre, secretáriade Estado do Meio Ambiente eRecursos Hídricos

Lauriano Zancanela, prefeitomunicipal de São Mateus

Giovanni Braga, presidente daAssociação dos Irrigantes doEspírito Santo

A união de esforçospara se lograr umequilibrado e seguroplanejamento debarragens éfundamental para aagricultura capixabae brasileira

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SEMINÁRIOS

28/07/2008 – 14h às 17hRepresas, Gestão de Bacias Hidrográficas e Irrigação

Coordenador – César Colnago – SeagPrelecionista – Luciano Meneses – ANAPrelecionista – Demetrios Christofidis – MIDebatedor – Giovanni Braga – AssipesDebatedor – Fábio Anhert – IemaDebatedor – Marcelo Borges Lopes – Csei/Abimaq

29/07/2008 – 14h às 17hAvanços e Desafios na Irrigação e Fertirrigação

Coordenador – José Geraldo Ferreira da Silva – IncaperPrelecionista – Maurício Bonatto – Csei/AbimaqDebatedor – Luiz Lima – UflaDebatedor – Marcos Antônio Rigueira Egídio – CodevasfDebatedor – Hans Raj Gheyi – UFCGDebatedor – José Maria Pinto – Embrapa Semi-Árido

30/07/2008 14h às 17hArranjos Produtivos Comerciais e o Desenvolvimento da Agricultura Irrigada Familiar

Coordenador – Gilmar Dadalto – IncaperPrelecionista – Valério Ribon – DF/MDADebatedor – José Maria M. de Carvalho – Fundeci/Etene/ BNBDebatedor – Francisco Nuevo – AmancoDebatedor – Natalino Cassaro – FetaesDebatedor – Donivaldo Pedro Martins – IICA

CONFERÊNCIAS

27/julho/2008 – 19hVisão Mundial da agricultura irrigada (Investimentos numa agricultura produtiva)

Conferencista – Peter Lee – Presidente da ICID

28/julho/2008 – 10h30 às 12h30Barragens e regularização do fluxo hídrico para otimização do uso da água na agricultura irrigada

Presidente da Conferência – Maria da Glória Abaurre – SeamaConferencista – Oscar Cordeiro Neto – ANADebatedor – Giovanni Braga – AssipesDebatedor – César Colnago– Seag

29/julho/2008 – 10h30 às 12h30Potencialidades da fruticultura tropical irrigada

Presidente da Conferência – Demetrios Christofidis – MIConferencista – Aureliano Nogueira da Costa – IncaperDebatedor – Eugênio Ferreira Coelho – EmbrapaDebatedor – José Roberto Macedo Fontes – Ufes

30/julho/2008 – 10h30 às 12h30Potencial da cafeicultura irrigada

Presidente da Conferência – José Maria M. de Carvalho – Fundeci/Etene/BNBConferencistas – Aymbiré Francisco Almeida da Fonseca – Embrapa Café, CBP&D/Café

Antônio Fernando Guerra – Embrapa Cerrados, CBP&D/CaféDepoimentos – Moysés Covre – cafeicultor

José Sebastião Silveira – consultorRenato Fernandes – consultor

Debatedor – Aguinaldo José de Lima – MapaDebatedor – André Fernandes – CBP&P/Café, Uniube

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DIAS DE CAMPO

Dia de campo em Pinheiros, ESDia 31/07/2008 – Saída: 6h30 – Retorno a São Mateus: 18h30

Coordenador: Fábio Morande de Morais, do Incaper.Serão visitadas quatro propriedade rurais do município, onde serão conhecidos:Estação 1: Sistema de produção de leite utilizando pastagens irrigadas.Estação 2: Agricultura irrigada familiar, com diversificação agrícola em pequena propriedade.Estação 3: Diferentes sistemas produtivos irrigados de mamão, de seringueira; de mamão / café /milho; e, de mamão / café / seringueira.Estação 4: Barragem de usos múltiplos.

Dia de campo em São Mateus e Sooterama, ESDia 01/08/2008 – Saída: 7h – Retorno a São Mateus: 17h

Coordenador: José Altino Machado Filho, do Incaper.Serão visitadas duas propriedades rurais, onde serão conhecidos:Estação 1: Diferentes arranjos produtivos, envolvendo culturas irrigadas do mamão, banana,seringueira e cacau.Estação 2: Sistema de manejo do solo e da cultura; drenagem superficial de solo; e, manejoda irrigação do mamoeiro.

Coordenação-geral: Helvecio Mattana Saturnino (presidente da ABID) e Wellington Secundino (secretário municipalda Agricultura de São Mateus)

1. Outorgas, licenciamentos e organização de comitês de bacias hidrográficas nas adequações econstruções de barragens de pequeno e médio portes para atender a irrigaçãoCoordenadores: Francisco A. Martins dos Santos, do Incaper ([email protected]); RicardoSantos, da Seag ([email protected]); e Wesley Gabrieli, do Iema ([email protected])

2. Agricultura irrigada familiar, seus instrumentos de apoio e os desafios para os serviços de assistên-cia técnica e extensão ruralCoordenador: Donivaldo Martins, do IICA ([email protected])

3. Cafeicultura irrigada e desenvolvimento do agronegócio caféCoordenador: André Fernandes, da Uniube ([email protected])

4. Fruticultura irrigada e os arranjos produtivos/comerciaisCoordenadores: Laércio Zambolim, da UFV ([email protected]) e Waldir Cintra de Jesus Júnior([email protected])

5. Pastagens e cana-de-açúcar irrigadas para produção intensiva de carne, leite, peles e outros finsCoordenadores: Carlos Antônio Brasileiro, do Intec ([email protected]); e Édio Luiz da Costa, da Epamig([email protected])

6. Uso eficiente da energia em projetos de irrigação e evoluções na agricultura irrigadaCoordenador: Giovanni Braga, da Assipes ([email protected])

7. Arranjos produtivos florestais com o desenvolvimento da agricultura irrigada nas propriedades.Coordenadores: João Câncio de Andrade Araújo, da SIF e Asiflor ([email protected]); e Antônio dePádua Nacif, do Pólo de Excelência em Florestas ([email protected])

8. Reúso de águas servidas na agricultura irrigadaCoordenador: Antônio Alves Soares, da UFV ([email protected])

9. Projetos em agricultura irrigada, sistemas de automações e de adequações da água para a irrigaçãoCoordenadores: Fernando Braz Tangerino Hernandez, da Unesp ([email protected]); e Paulo Emílio P.Albuquerque, da Embrapa Milho e Sorgo ([email protected])

10. Uso de informações agrometeorológicas na agricultura irrigadaCoordenador: José Geraldo Ferreira da Silva, do Incaper ([email protected])

11. Remuneração aos produtores por serviços ambientaisCoordenadores: Fábio Anhert, do Iema ([email protected]); Robson Monteiro dos Santos, do Iema([email protected]); e Devanir Garcia dos Santos, da Agência Nacional de Águas ([email protected])

12. Drenagem para a agricultura irrigadaCoordenador: Hermínio Hideo Suguino, da Codevasf ([email protected])

OFICINAS – De 7h30 às 10h, dias 28, 29 e 30/07, somando 7 horas e 30 minutos de trabalho por oficina.

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CONFERÊNCIA DE ABERTURADia: 27/07/2008Horário: 19hTema: Visão Mundial da Agricultura Irrigada

CONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTAAAAAPPPPPeter Leter Leter Leter Leter Lee, presidente da ee, presidente da ee, presidente da ee, presidente da ee, presidente da IntenationalIntenationalIntenationalIntenationalIntenationalComission on Irrigation and Drainage (Icid).Comission on Irrigation and Drainage (Icid).Comission on Irrigation and Drainage (Icid).Comission on Irrigation and Drainage (Icid).Comission on Irrigation and Drainage (Icid).

Com formação em Engenha-ria Civil e Hidráulica, foi dire-tor da Mott MacDonald pormais de 30 anos, tendoganhado experiência em as-suntos relacionados ao desen-volvimento dos recursoshídricos na África, no Oeste eSul da Ásia e na Europa. Nes-

sa empresa, ele teve a responsabilidade de su-pervisionar os trabalhos do Sul da Ásia, especi-almente na operação com 800 empregados naÍndia. Peter Lee dedica-se à irrigação desde1976, é associado da Icid há 16 anos e depois deter presidido vários grupos de trabalho dentroda instituição, tornou-se seu presidente m 2005.A Icid é uma instituição internacional não-go-vernamental, com sede na Índia, tem 105 paísesassociados e promove diversas atividades emtorno da agricultura irrigada e sobre temas rela-cionados aos recursos hídricos e a irrigação, dre-nagem e controle de enchentes. Peter Lee tam-bém é presidente do Programa Internacional dePesquisa e Tecnologia em Irrigação e Drenagem(Iprid), sediado na FAO, em Roma.

CONFERÊNCIASCONFERÊNCIAS

Investment in PInvestment in PInvestment in PInvestment in PInvestment in Productive Agricultureroductive Agricultureroductive Agricultureroductive Agricultureroductive Agriculture“When I attended Conird XVI in Goiânia inJune 2006, the world of agriculture, andparticularly agriculture’s share of the availablewater resources, seemed to be under greatthreat. The need to increase world cropproduction for food and energy was alreadythere, but few believed it merited priority.How much has changed in two years! The risein grain prices has arrested the long decline inworld prices for agricultural produce, andcreated a new willingness to focus on investmentin productive agriculture.Conird XVI showed me that Brazil has much tooffer the world in terms of productive capacity,and the know-how to mobilise that capacity. Ihave been telling everybody who will listen thatthey need to come to Brazil to see how it is done.Brazil’s success in winning the 2007 ICIDWatSave award for an outstanding water savingtechnology (irrigating rice under centre pivot)gave further proof of this.At Conird XVIII in São Mateus I am lookingforward to exploring how the Brazilianexperience is relevant to other parts of the world,particularly Africa where so much newinvestment is needed if we are going to comeany where near ending global poverty andhunger. I believe the key investment in thecoming green revolution will be as in the lastgreen revolution, in storage; especially storagethat can be created by and managed directly bythe farmer. If storage in groundwater was theprimary water technology behind the last greenrevolution, then the next may depend more onfarm reservoirs. If so, we have much to learnfrom ideas in Brazil and elsewhere on how bestto encourage the development of this andcomplementary technologies with which toachieve the necessary increase in agriculturalproduction.”

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Peter Leeconsidera que

o Brasil temmuito paraoferecer aomundo emtermos de

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Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 17Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 17

CONFERÊNCIA 1Dia 27/07/2008Horário: 10h30

Barragens e a regularização dofluxo hídrico para otimização douso de água na agricultura irrigada

PRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DA CONFERÊNCIAA CONFERÊNCIAA CONFERÊNCIAA CONFERÊNCIAA CONFERÊNCIAMaria da Glória Abaurre, Maria da Glória Abaurre, Maria da Glória Abaurre, Maria da Glória Abaurre, Maria da Glória Abaurre, secretária de MeioAmbiente e Recursos Hídricos do Espírito San-to (Seama/ES).

Bióloga, formada pela Univer-sidade Federal do EspíritoSanto (Ufes), com pós-gradu-ação em Gestão Ambientalpela Escola Nacional de Ser-viço Público. Atua há 20 anosna área ambiental, iniciou suacarreira profissional no De-partamento de Ações

Ambientais da Secretária de Estado de Saúde,posteriormente na Assessoria Técnica da Seamae no Conselho Estadual de Meio Ambiente. Par-ticipou, como coordenadora, da implantação doProjeto Tamar no Estado do Espírito Santo. Foia primeira secretária de Meio Ambiente da Pre-feitura Municipal de Vitória. Atuou durante 12anos como gerente de projetos em empresa deconsultoria ambiental, tendo participado comocoordenadora de equipes técnicas para elabo-ração de Estudos de Impacto Ambiental (EIA/Rima) e projetos de planejamento. Consultoraad hoc da Fundação O Boticário de Proteção àNatureza.

CONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTAAAAAOscar de Moraes Cordeiro Netto, Oscar de Moraes Cordeiro Netto, Oscar de Moraes Cordeiro Netto, Oscar de Moraes Cordeiro Netto, Oscar de Moraes Cordeiro Netto, diretor daÁrea de Regulação da Agência Nacional deÁguas.

Engenheiro civil pela Univer-sidade de Brasília (UnB) em1978, com DEA em Tecno-logia e Gestão Ambientalpela ENPC/Engref/Paris XII(França) e doutor em Ciênci-as e Técnicas do Meio Ambi-ente pela École Nationale desPonts et Chaussés (França).

Foi engenheiro da Companhia de Águas e Es-gotos do Distrito Federal (Caesb), do antigoDepartamento Nacional de Águas e EnergiaElétrica (Dnaee) e do Instituto Interamericanode Cooperação para Agricultura (IICA). É pro-

fessor-adjunto na Universidade de Brasília(UnB) desde 1996. Foi consultor de vários mi-nistérios e instituições, governamentais e não-governamentais, nacionais e internacionais. Temvários trabalhos publicados. Foi presidente daAssociação Brasileira de Recursos Hídricos(ABRH), no biênio 2002-2003, e presidente daCâmara Técnica do Plano Nacional de Recur-sos Hídricos do Conselho Nacional de RecursosHídricos no mesmo período.“Muitas regiões do Brasil, propícias à produçãoirrigada de culturas com de alto valor agregado,apresentam grande variação de precipitações e,conseqüentemente, alta variabilidade intra einteranual de vazões em seus cursos d’água.As barragens para reserva de água são, nessescasos, obras fundamentais ao propiciarem a ofer-ta dos volumes necessários de água às plantasnos meses mais secos, aumentando,concomitantemente, o grau de garantia em queesse fornecimento é realizado.Assumem importância estratégica no agrone-gócio e na gestão das águas, pois conferem mai-or segurança ao produtor que decide investir naagricultura irrigada com maior nível detecnologia, bem como possibilitam que as ou-torgas de direito de uso da água sejam concedi-das para um maior número de usuários, aten-dendo, assim, aos múltiplos usos da água demaneira mais eficaz.Alguns aspectos da concepção, construção eoperação de barragens devem, no entanto, serconsiderados. É necessário que a obra em suaconstrução e operação não acarrete impactosambientais significativos. É necessário, também,que os cálculos se baseiem em séries mais lon-gas de informações hidrológicas e na constru-ção de cenários realistas de demanda por água,bem como os empreendimentos tenham planosoperacionais adequados, que permitam que aobra apresente sustentabilidade hídrica.A Agência Nacional de Águas (ANA) contribuifortemente para que isso ocorra em obras novasde maior porte, sendo de sua responsabilidadea emissão do Certificado de Avaliação deSustentabilidade da Obra Hídrica (Certoh), paraobras a serem implantadas ou financiadas, notodo ou em parte, com recursos financeiros daUnião, cujos valores sejam iguais ou superioresa R$ 10 milhões.Algumas barragens construídas no Brasil – emparte por terem sido projetadas sem as infor-mações hidrológicas necessárias – apresentamgrande variação de acumulação interanual e exi-gem um planejamento operacional ano a ano.Um exemplo é o reservatório Bico da Pedra, C

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localizado a montante da cidade de Janaúba, Mi-nas Gerais.Tendo sido concebido para regularizar o rioGorutuba e fornecer água a dois perímetros deirrigação, o reservatório tem sua operação defi-nida anualmente a partir de um processo dealocação negociada de água, com a participaçãoda Codevasf, da ANA e dos usuários de água.É atribuição da ANA participar da definição dasregras de operação dos reservatórios existentesno país e monitorar essa operação, dando su-porte para as tomadas de decisões, aí incluídasas de otimização do uso da água na irrigação.Dentre os boletins preparados mensalmente es-tão os referentes à bacia do rio São Francisco ea porções restantes da região Nordeste.É importante destacar que a possibilidade e aprevisão de construção de barragens de maiorporte normalmente estão abordadas nos planosde recursos hídricos. Esses planos serão efica-zes na proporção direta da confiabilidade dasinformações empregadas, com destaque para asinformações sobre os usuários e o comportamen-to hidrológico. Para atender a demanda por da-dos confiáveis, a ANA está implementando oCadastro Nacional de Usuários de RecursosHídricos (Cnarh), no âmbito do Sistema Nacio-nal de Informações de Recursos Hídricos(Snirh), em articulação com os demais integran-tes do Sistema Nacional de Gerenciamento deRecursos Hídricos (Singreh).”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORGiovanni Braga, Giovanni Braga, Giovanni Braga, Giovanni Braga, Giovanni Braga, presidente da Associação deIrrigantes do Estado do Espírito Santo.

Formado pela Faculdade deAdministração Rural deColatina-ES (1993), pós-gra-duado em Tecnologia da Ca-chaça pela Universidade Fede-ral de Lavras-MG (Ufla). Foiextencionista da Empresa deAssistência Técnica e Exten-são Rural do Estado do Espí-

rito Santo, atuando nas áreas de elaboração eimplantação de Projetos de Irrigação e Assistên-cia Técnica aos produtores do município de Pi-nheiros-ES (1986 a 1991). Membro do InstitutoHidrográfico Ambiental da Bacia do RioItaúnas. Foi secretário-executivo do Comitê daBacia Hidrográfica do Rio Itaúnas (2002/2004),e presidente do mesmo comitê (2004/2006). Épresidente da Associação de Irrigantes do Esta-do do Espírito Santo (Assipes), membro do Con-selho Estadual de Recursos Hídricos, tambémpresidente da Associação dos Produtores de

Cachaça Artesanal do Norte do Estado do Es-pírito Santo (Aprocana) e diretor-presidente daCooperativa dos Produtores de Cachaça doNorte do Espírito Santo (Coopercana).“Com certeza, o grande gargalo para a agricul-tura irrigada é a disponibilidade de água emquantidade e qualidade ao longo do ano. Atitu-des e providências são necessárias para que istopossa acontecer. Conhecer a disponibilidadehídrica de uma bacia é imprescindível para po-dermos determinar a quantidade de água quepoderá ser usada. Uma vez superada essa ques-tão, precisa-se partir para o armazenamento,também a transposição de mananciais onde ain-da exista água disponível, medidas de conserva-ção de solo, reflorestamento de encostas, ade-quação das estradas vicinais, utilização de equi-pamentos de irrigação localizada, bem comoequipamentos bem dimensionados etc., todasessas são medidas que visam contribuir para amelhor utilização dos recursos hídricos disponí-veis, fazendo com que também se possa ampliaras áreas irrigadas.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORCésar RCésar RCésar RCésar RCésar Roberto Colnago,oberto Colnago,oberto Colnago,oberto Colnago,oberto Colnago, secretário de Estadoda Agricultura, Abastecimento, Aqüicultura ePesca do Espírito Santo.

Formado em Medicina pelaUfes, é médico licenciado doIesp e da Secretaria Municipalde Saúde da Serra. Em 1987,ocupou o cargo de Secretáriode Saúde de Vitória. Foi elei-to vereador de Vitória pelaprimeira vez em 1992. Em1993, foi convidado a assumir

as secretarias Municipais de Meio Ambiente eEducação na administração de Paulo Hartung(1993/1995). Em 1996, foi novamente eleito ve-reador, desempenhando, de 1997 a 1999, a fun-ção de Presidente da Câmara Municipal de Vi-tória. Seu terceiro mandato aconteceu em 2000.Nessa época, licenciando-se da Câmara, ficou àdisposição da Prefeitura de Vitória para assu-mir a chefia da Coordenadoria de Governo doprefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (1999/2000 e2001/2002). Em 2002, foi eleito deputado esta-dual, onde tornou-se líder do Governo PauloHartung. Em 2005, foi eleito presidente da As-sembléia Legislativa e, em 2006, foi reeleito de-putado estadual. Em 2007, convidado pelogovernador Paulo Hartung, licenciou-se da As-sembléia Legislativa e assumiu a Secretaria deEstado da Agricultura, Abastecimento,Aqüicultura e Pesca.C

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Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 19Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 19

CONFERÊNCIA 2Dia 29/07/2008Horário: 10h30

Potencialidades da FruticulturaTropical Irrigada

PRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DA CONFERÊNCIAA CONFERÊNCIAA CONFERÊNCIAA CONFERÊNCIAA CONFERÊNCIADemetrios Christofidis, Demetrios Christofidis, Demetrios Christofidis, Demetrios Christofidis, Demetrios Christofidis, coordenador doProágua Nacional, Secretaria de Infra-Estru-tura Hídrica do Ministério da IntegraçãoNacional.

Graduado em Engenharia Ci-vil, com mestrado em Enge-nharia de Irrigação e doutora-do em Gestão Ambiental. Éprofessor em tempo parcial noCentro de DesenvolvimentoSustentável e Departamentode Engenharia Civil eAmbiental da Universidade de

Brasília (UnB). Além de coordenador doProágua Nacional, é presidente da Câmara Téc-nica de Educação, Mobilização Social e Infor-mação em Recursos Hídricos do Conselho Na-cional de Recursos Hídricos (CNRH), e coor-denador do GT de Reúso Direto de Água paraFins não potáveis na modalidade para fins agrí-colas e florestais da Câmara Técnica de Ciênciae Tecnologia do CNRH.“No último levantamento utilizado sobre áreasirrigadas no Brasil (2003/04), observou-se quehavia cerca de 58,5 milhões de hectares com os62 principais cultivos, dos quais, cerca de 11 %da área plantada correspondiam aos ‘cultivospermanente’.O Estado do Espírito Santo foi o único a apre-sentar, na ocasião, uma área plantada com ‘cul-tivos permanentes’ da ordem de 637 mil hecta-

res, superior à área plantada com ‘cultivos tem-porários’ que foi de 162,5 mil hectares. Consta-ta-se que dos quase 800 mil hectares cultivadoscom os 62 principais cultivos, na safra de 2003/04, cerca de 80 % corresponderam aos ‘cultivospermanentes’. Este é um caso merecedor deaprofundamento.Outro fator de destaque no Espírito Santo é o dautilização de tecnologia de irrigação. Enquantona área total irrigada no Brasil, os projetos commétodos de irrigação pressurizados (irrigação poraspersão e irrigação localizada), ocupavam, em2003/04, cerca de 50 % da área total irrigada, noEspírito Santo o percentual de área irrigada pormétodos pressurizados situou-se em 82 %.

O potencial total de áreas para o desenvolvimen-to sustentável da irrigação no Estado do Espíri-to Santo está estimado em 165.000 hectares(Christofidis, 2006), havendo, portanto, além dosatuais cerca de 100 mil hectares irrigados, umaárea adicional de 65.000 hectares com condições

METODOS DE IRRIGAÇÃO ÁREA IRRIGADA E PERCENTUAIS –BRASIL E ESPÍRITO SANTO MÉTODOS ÁREAS IRRIGADAS PERCENTAGENS

Brasil ES Brasil ES Por superfície 1.729.834 17.340 50 18

Por aspersão* 662.328 56.480 19 57

Pivô central* 710.553 13.820 21 14

Localizada* 337.755 11.110 10 11

TOTAL 3.440.470 98.750 100 100

(*) Métodos de irrigação pressurizados.Fonte: Christofidis (2005)

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O mamão papaia representou 5,3% dos valores das exportações brasileiras em frutas frescas em 2007, o que corresponde a 34,4 mil t

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favoráveis para serem incorporados de formasustentável à irrigação frutícola.O pesquisador Aureliano N. da Costa, afirmaque ‘a fruticultura no Estado do Espírito Santoocupa uma área plantada de 85 mil hectares, comuma produção anual da ordem de 1,33 milhãode toneladas, gerando cerca de 50 mil empregosdiretos no processo de produção e outros tantosno processo de comercialização. Além disso pro-porciona uma renda superior a R$ 550 milhões/ano, e ...’Tais indicadores permitem afirmar que:1. O indicador de produtividade da fruticulturairrigada é superior a 15 toneladas por hectarepor ano.2. Na produção agrícola irrigada, há uma gera-ção de cerca de 59 empregos diretos em cada100 hectares, e outros tantos na comercialização.3. Obtém-se renda anual média de R$ 6.470, pelocolhido em cada hectare, com a fruticultura noEstado do Espírito Santo.Conclui-se que:Caso haja a incorporação de novas áreas comfruticultura irrigada no estado, conforme o po-tencial de solos aptos, e de acordo com os indi-cadores apresentados pelo referido pesquisador,poderíamos:– elevar em 38 mil o número de empregos dire-tos na produção e em outros tantos noagronegócio vinculado;– aumentar a renda total anual de corrente dafruticultura, dos atuais R$ 550 milhões para cer-ca de R$ 970 milhões/ano, ou seja, quase R$ 1bilhão/ano. CONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTAAAAAAAAAAureliano Nogueira da Costa, ureliano Nogueira da Costa, ureliano Nogueira da Costa, ureliano Nogueira da Costa, ureliano Nogueira da Costa, pesquisador ecoordenador de Fruticultura do Incaper.

Graduado em Agronomia(1981), com mestrado emFitotecnia (1984) e doutoradoem Solos e Nutrição de Plan-tas (1993), todos pela Univer-sidade Federal de Viçosa. Atu-almente é pesquisador e coor-denador de Fruticultura doInstituto Capixaba de Pesqui-

sa, Assistência Técnica e Extensão Rural(Incaper), professor e co-orientador do progra-ma de mestrado da Universidade Federal do Es-pírito Santo (Ufes). Professor de graduação e pós-graduação das Faculdades Integradas Espírito-Santenses (Faesa) na área de pesquisa aplicada egestão ambiental. Experiência na área de Agro-nomia, Fruticultura e gestão ambiental com ên-

fase em Fertilidade do Solo e Adubação, atuan-do principalmente nos seguintes temas: nutrição,fertilidade, adubação, DRIS, diagnose foliar ebiossólido. Tem inúmeros trabalhos publicados.“A fruticultura no Estado do Espírito Santo ocu-pa uma área plantada de 85 mil hectares, comuma produção anual da ordem de 1,33 milhãode toneladas, gerando cerca de 50 mil empregosdiretos no processo de produção e outros tantosno processo de comercialização. Além disso,proporciona uma renda superior a R$ 550 mi-lhões/ano, e destaca-se como a terceira ativida-de da agropecuária estadual.A fruticultura é responsável pela diversificaçãoagrícola dos municípios, principalmente na re-gião norte do Estado, onde além de gerar rendae tributos, vem contribuindo diretamente paraa redução do êxodo rural, devido ao aumentoda oferta de emprego no campo. É exercida porpequenos, médios e grandes produtores que,atentos à importância do agronegócio fruticul-tura, investem em tecnologia, insumos e estru-tura necessária para o escoamento da produção,visando à produtividade e qualidade das frutas.A fruticultura irrigada tropical tem gerado opor-tunidades de negócios no Espírito Santo, ondenovas atividades econômicas rentáveis na pres-tação de serviços, na assistência técnica e na ino-vação tecnológica dão origem a um importanteparque agroindustrial que registra a presença degrandes empresas em Linhares, como a SucosMais (segunda maior indústria de sucos prontosdo Brasil), a Trop frutas do Brasil (indústria depolpa de frutas), e a Ducoco.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDOREugênio FEugênio FEugênio FEugênio FEugênio Ferreira Coelho,erreira Coelho,erreira Coelho,erreira Coelho,erreira Coelho, professor e pesqui-sador da Embrapa.

Graduado em EngenhariaAgrícola (1981), commestrado em EngenhariaAgrícola (1984), ambos os cur-sos pela Universidade Federalde Viçosa, e doutorado emEngenharia de Irrigação pelaUniversidade do Estado deUtah, EUA (1996). Atualmen-

te é pesquisador da Embrapa e professor de pós-graduação em Ciências Agrárias da Universida-de Federal do Recôncavo da Bahia. É bolsistade Produtividade em Pesquisa do CNPq. Temexperiência na área de Engenharia Agrícola,com ênfase em Engenharia de Água e Solo. Atuaprincipalmente nos seguintes temas: manejo deirrigação, irrigação localizada e fertirrigação,drenagem agrícola e recuperação de solos salinos.C

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Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 21Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 21

“A banana e o mamão têm sido cultivados, emsua maior parte, em regiões de precipitação su-ficiente para o crescimento e desenvolvimentosatisfatório das plantas. Entretanto, em qualquerregião no Brasil, há riscos de ocorrência de dé-ficit de água no solo durante os períodos secose, com isso, ocorre o comprometimento da quan-tidade e da qualidade dos frutos produzidos. Ouso da irrigação induz a aumentos na produtivi-dade das culturas nas áreas onde já estão im-plantadas, como permite o aumento de áreas deprodução, inclusive na região semi-árida doNordeste, com geração de maiores produtivida-des e de frutos de melhor qualidade. Os siste-mas de irrigação mais adequados à bananeira eao mamoeiro são aqueles com distribuição uni-forme de água no solo, isto é, alto coeficiente deuniformidade de distribuição de água; maioreficiência de aplicação de água; e, manutençãode uma umidade relativa média, estável nodossel. Os métodos de irrigação mais recomen-dados para a cultura do mamoeiro têm sido ospressurizados, isto é, a irrigação por aspersão elocalizada. Os métodos de irrigação por super-fície são mais adequados à bananeira, desde quese usem técnicas de aumento da eficiência daaplicação de água. O manejo da irrigação podeseguir métodos que referenciam a evapotrans-piração da cultura ou uma fração de redução daágua disponível às plantas ou ambas as referên-cias. Com as incertezas climáticas atuais e asfuturas associadas ao possível aumento dedéficits hídricos é necessário gerar técnicas deaumento de eficiência de uso de água para asculturas.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORJosé RJosé RJosé RJosé RJosé Roberto Macedo Foberto Macedo Foberto Macedo Foberto Macedo Foberto Macedo Fontes, ontes, ontes, ontes, ontes, professor e con-sultor.

Engenheiro agrônomo pelaUniversidade Federal de Viço-sa (1992), com mestrado emProdução (1995) e doutoradoem Melhoramento (2000),também pela UFV. Foi geren-te de Pesquisa e Controle deQualidade da Caliman Agríco-la S.A., pesquisador Convênio

UFV-Embrapa, gerente-geral da Gaia Importa-ção e Exportação Ltda. É assessor científico daRevista Brasileira de Fruticultura, desde 2000;professor de cursos de graduação e pós-gradua-ção; sócio-proprietário da Germinar Consultoriae Assessoria Ltda., coordenador da Agenda 21de Linhares no tema Agricultura.“Há algum tempo, a palavra de ordem no ambi-ente em que vivemos é sustentabilidade. E é

impossível tratar deste assunto sem dar especialatenção aos recursos hídricos e seus diversosusos. Na agricultura, principalmente, temos no-ção de seu real valor. Pena que, em muitos ca-sos, nos fazemos de cegos e, cada vez mais, em-purramos uma urgente decisão de unir conheci-mentos multidisciplinares para encontrarmosmodelos adequados de usos do solo e da águana agricultura tecnificada, que atualmente pre-senciamos.Minha experiência quanto à oferta de água doce,no Norte do Estado do Espírito Santo, me levaa observar que a água que antes era farta ao ex-tremo, hoje já mostra sinais problemáticos quan-to à sua qualidade e potabilidade. Em vários lo-cais, vemos a água superficial contaminada poragrotóxicos e/ou por microrganismos patogê-nicos. Podemos perceber a contínua e cada vezmais problemática falta deste recurso na esta-ção seca, onde projetos mal elaborados irrigamem excesso, enquanto propriedades inteiras per-dem a produtividade em suas lavouras.O tema irrigação e drenagem é tão antigo e, aomesmo tempo, tão novo. Sabemos de cor esalteado os benefícios da drenagem evitando asalinização do solo, rebaixando o lençol freático,melhorando as condições de arejamento paradesenvolvimento das raízes etc. e, ao mesmotempo, passamos desapercebidos por estes as-pectos na escolha e preparação do solo e no usodos recursos hídricos.O conhecimento dos critérios agronômicos dedrenagem para a cultura é outro fator funda-mental para o adequado uso do solo. Quandoexigidos, os sistemas de drenagem devem levarem consideração a cultura a ser implantada naárea, pois diferentes culturas possuem compor-tamentos diferenciados sob diferentes níveis dedrenagem do solo. No caso do mamão, na re-gião de Linhares, na estação chuvosa, o proble-ma da deficiente drenagem dos solos é amplifi-cado pela baixa resistência da cultura ao alaga-mento. O mal preparo do solo no plantio, sem aquebra da camada adensada é uma das princi-pais causas de problemas no mamão.Outro problema é a baixa conscientizaçãoambiental na região. A fruticultura, no norte doEstado do Espírito Santo, passa por um momen-to de rápida ampliação de áreas agrícolas, prin-cipalmente para a goiaba, o abacaxi, o maracu-já, dentre outras. Como conseqüência, vemosuma assustadora demanda pelos recursoshídricos na irrigação. Apesar do fácil financia-mento, muitos produtores esbarram nas ques-tões legais quanto à exigência de licenciamentoambiental e da outorga de água, que acabam porretardar a liberação dos recursos.” C

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22 ITEM • Nº 78 • 2.º trimestre 200822 ITEM • Nº 78 • 2.º trimestre 2008

CONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTAAAAAAAAAAymbiré Fymbiré Fymbiré Fymbiré Fymbiré Francisco Almeida da Francisco Almeida da Francisco Almeida da Francisco Almeida da Francisco Almeida da Fonseca, onseca, onseca, onseca, onseca, ge-rente-geral da Embrapa Café e coordenador doprograma de pesquisa do Consórcio Brasileirode Pesquisa e Desenvolvimento do Café.

Pesquisador da Embrapa comatuação no Instituto Capixabade Pesquisa, Assistência Téc-nica e Extensão Rural(Incaper). É graduado emAgronomia pela UniversidadeFederal do Espírito Santo(1980), possui mestrado emAgronomia (Fitotecnia) pela

Universidade Federal do Ceará (1983) e douto-rado em Fitotecnia (Produção Vegetal, com con-centração em Melhoramento Genético de Café)pela Universidade Federal de Viçosa (1999).Tem concentrado seu trabalho nas áreas de Me-lhoramento Genético de Café e Manejo de La-vouras Cafeeiras, atuando em programas de caféArábica e Robusta.No âmbito do Consórcio (CBP&D/Café), foicoordenador institucional junto ao Incaper ecoordenador do Comitê de Pesquisa do Núcleode Referência Genética e Melhoramento doCafeeiro, tendo participado como membro daComissão Técnica do Programa Café (CTP/Café)por dois períodos consecutivos. Participa de 25projetos de pesquisa, num esforço integrado doIncaper com diversas instituições parceiras.

CONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTAAAAAAntônio FAntônio FAntônio FAntônio FAntônio Fernando Guerra, ernando Guerra, ernando Guerra, ernando Guerra, ernando Guerra, pesquisador daEmbrapa Cerrados.

Engenheiro agrícola, commestrado em EngenhariaAgrícola e doutorado em En-genharia de Irrigação pelaUniversidade do Arizona. Épesquisador da Embrapa, emirrigação, lotado na EmbrapaCerrados. Sempre direcionousua pesquisa em manejo de ir-

rigação de culturas anuais, pastagens e, nos últi-mos anos, em pesquisa com café.“Vale ressaltar que cafeicultura irrigada não ésó adicionar irrigação à cafeicultura de sequeiro.Para que se tire o máximo proveito da cafeicul-tura irrigada, com todo o seu potencial, a águadeve ser aplicada no momento certo e em quan-tidade adequada, a nutrição deve ser equilibra-da para atender a fisiologia da planta e otimizaro seu desenvolvimento para que a mesma possaproduzir, crescer e formar novas gemas para asafra seguinte. E, fazer do sistema de cultivo um

CONFERÊNCIA 3Dia 30/07/2008Horário: 10h30

Potencial da Cafeicultura Irrigada

PRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DA CONFERÊNCIAA CONFERÊNCIAA CONFERÊNCIAA CONFERÊNCIAA CONFERÊNCIAJosé Maria M. de CarvalhoJosé Maria M. de CarvalhoJosé Maria M. de CarvalhoJosé Maria M. de CarvalhoJosé Maria M. de Carvalho, coordenador doFundo de Desenvolvimento Científico eTecnológico do Nordeste (Fundeci) do Banco doNordeste (ver foto e minicurrículo no seminá-rio 3, p.32).

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“A agricultura familiar é importante setor daagropecuária brasileira, gerando renda e opor-tunidade de trabalho no campo, sendo uma pri-oridade política do governo federal. A agricul-tura familiar convive com problemas deveranicos e secas, especialmente no Nordeste,gerando por muitas das vezes, frustração de sa-fras e prejuízos para os agricultores.A irrigação regulariza a oferta d’água às neces-sidades das plantas evitando-se essa frustraçãode safras. Entretanto, a segurança de safras porsi só não é suficiente para garantir a renda parao produtor. É necessário que se planeje e se or-ganize a produção.Precisa-se planejar primeiro para depois plan-tar, para não ser surpreendido na colheita, comum mercado sobreofertado e preços aviltados.Para tanto, é necessário que o agricultor famili-ar que utiliza irrigação, tenha planejamento eorganização para obter bons resultados, possi-bilitando a geração de escala e preços favorá-veis na compra de insumos e venda da produ-ção.Para tanto, a iniciativa de se trabalhar arranjosprodutivos é importante para o compartilha-mento de transações e interações entre os seusdiversos agentes com o compartilhamento deinformações gerenciais e tecnológicas gerandoexternalidades positivas, possibilitando ogerenciamento de conflitos e afinidade entre osatores que compõem o arranjo produtivo. Comessa atitude, procura-se evitar que a assimetriade informações entre os demais agentes possi-bilite ações oportunistas de concorrentes preju-dicando os demais atores envolvidos no arranjoprodutivo.Concluindo, destacamos que a organização daprodução sob a forma de arranjo produtivo lo-cal, na agricultura familiar irrigada, poderá con-tribuir de forma positiva para o da na pequenaagricultura irrigada do Brasil.”

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forte aliado para reduzir, sobremaneira, abienalidade de produção das lavouras, possibi-litando obter um produto com mais qualidade esubstanciais aumentos na produção o que ampliaas oportunidades de muito mais renda por área.O potencial da cafeicultura irrigada brasileira éinquestionável, pois representa a única forma degarantir estabilidade de produção, diminuir ris-cos e proporcionar alta produtividade e quali-dade do café na maioria das regiões brasileiras.Em regiões sujeitas a períodos secos intensos ebem definidos, como a do Cerrado, a irrigação éimprescindível para viabilizar o cultivo de café.No entanto, as aplicações de água não devemser feitas ao longo de todo o ano para evitar aocorrência de floradas sucessivas com conse-qüente desuniformidade de maturação dos fru-tos. Suspendendo-se as aplicações de água emum período bem definido promove-se osincronismo do desenvolvimento das gemasreprodutivas e obtem-se florada única e unifor-me. Com isso, possibilita-se uma alta produtivi-dade e qualidade do café, ao proporcionar umacolheita com mais de 80% de grãos-cerejas, compotencial para produção de cafés especiais, afe-rindo-se maiores preços no mercado. Em regi-ões que os cafeeiros são tradicionalmente culti-vados sob condição de sequeiro, a irrigação per-mite suprir a água necessária durante os perío-dos de veranicos, garantindo-se o pegamento dasfloradas, o desenvolvimento dos frutos da cargapendente e o crescimento e formação de gemasreprodutivas para a próxima safra. O adequadomanejo da irrigação pode ser um grande aliadoda gestão compartilhada dos recursos hídricos,considerando-se que os estudos indicam a apli-cação do estresse hídrico no cafeeiro justamenteno período em que se agrava a escassez de água.”

DEPOIMENTOSDEPOIMENTOSDEPOIMENTOSDEPOIMENTOSDEPOIMENTOS

Moysés CovreMoysés CovreMoysés CovreMoysés CovreMoysés Covre, engenheiro agrônomo e cafei-cultor capixaba.

José Sebastião SilveiraJosé Sebastião SilveiraJosé Sebastião SilveiraJosé Sebastião SilveiraJosé Sebastião Silveira, consultor.

RRRRRenato Fenato Fenato Fenato Fenato Fernandesernandesernandesernandesernandes, produtor e consultor.

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORAndré FAndré FAndré FAndré FAndré Fernandesernandesernandesernandesernandes, professor da Uniube e daFazu, coordenador do Núcleo de CafeiculturaIrrigada do CBP&D/Café da Embrapa Café.Engenheiro agrônomo, formado na Esalq/USP(1993), com mestrado em 1996 na mesma insti-tuição, área de concentração Irrigação e Dre-nagem e doutorado em Engenharia Agrícola

pela Universidade Estadual deCampinas (Unicamp) em2001. Atualmente é professorda Universidade de Uberaba(Uniube) e das Faculdades As-sociadas de Uberaba (Fazu).Publicou 21 artigos em perió-dicos especializados e mais de300 trabalhos em anais de

eventos. Possui 10 capítulos de livros e 20 livrospublicados, vários livros organizados. Dos livros,destacam-se: Irrigação na cultura do café (1996,186p.), Irrigação por aspersão em malha (2001,86p.), Utilização da aspersão em malha na ca-feicultura familiar (2004, 90p.), Cultivo do cafe-eiro em plantio circular irrigado sob pivô cen-tral (2002, 252p.), Cultivo do cafeeiro irrigadopor gotejamento (2005, 358p.). Participou de 75eventos no Brasil e no exterior. Orientou maisde 15 trabalhos de iniciação científica, uma tesede mestrado, mais de 20 trabalhos de conclusãode curso nas áreas de Engenharia Agrícola eAgronomia. Atualmente, participa de 10 proje-tos de pesquisa, coordenando oito deles. É con-sultor na área de irrigação e atua na área de En-genharia Agrícola, com ênfase em Irrigação eDrenagem. Em suas atividades profissionais,interagiu com mais de 200 colaboradores em co-autorias de trabalhos científicos. Atualmente, écoordenador do Núcleo de Cafeicultura Irrigadado Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desen-volvimento do Café da Embrapa Café e é pes-quisador do CNPq.“O Brasil já irriga 233 mil hectares de todo oseu parque cafeeiro, o que representa quase 10%da cafeicultura nacional. O que chama a aten-ção é que esta fatia irrigada responde por 25%da produção nacional, mostrando a grandecompetitividade da cafeicultura irrigada nacional.Os cafezais irrigados estão mais concentradosnos estados do Espírito Santo, Minas Gerais,Bahia e, em menor proporção, em Goiás, MatoGrosso, Rondônia e São Paulo.A irrigação tem sido utilizada mesmo nas regi-ões consideradas tradicionais para o cafeeiro,como o sul de Minas Gerais, Zona da Mata deMinas Gerais, Mogiana Paulista, Espírito Santoetc.. Trabalhos de pesquisa demonstram que oaumento de produtividade média com o uso dairrigação (médias de pelos menos três safras) temsido de 50%, quando comparada com as lavou-ras de sequeiro, trabalhos estes desenvolvidosnas regiões de Lavras e Viçosa, Minas Gerais,regiões consideradas aptas climaticamente aocultivo do cafeeiro, sem a necessidade de irriga-ção. Nas regiões consideradas ´marginais’ emtermos de déficit hídrico, como o cerrado C

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mineiro, oeste da Bahia, norte de Minas Gerais,etc., o aumento é ainda maior, tanto que, emalgumas destas regiões, não são encontradas la-vouras de sequeiro, como em São Desidério,Cocos, Luiz Eduardo Magalhães, Barreiras (BA)e Pirapora (MG).Além das áreas de café Arábica, o Conilon irri-gado tem se destacado pelas altas produtivida-des obtidas (algumas áreas com produtividadesmédias acima de 100 sc.ben/ha) e baixo custo deprodução (R$ 90 a 120,00/sc.ben), proporcionan-do excelentes lucratividades para os cafeiculto-res dessas regiões produtoras, em especial, onorte do Espírito Santo. Com o preço de merca-do competitivo (cerca de R$ 200,00 / sc.ben), éalternativa altamente rentável para os cafeicul-tores destas regiões, principalmente consideran-do o aumento de consumo destes cafés no mun-do. Pelo fato de a cultura de café ser de alto cus-to, principalmente até a sua formação (de R$15mil/ha a R$ 20 mil/ha até a primeira produção), airrigação é primordial para minimizar os riscos,pois mesmo com investimentos em preparo desolo, adubação, tratos culturais e fitossanitários,se faltar água nas fases críticas da cultura, a pro-dução pode ser muito comprometida.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORAguinaldo José de LimaAguinaldo José de LimaAguinaldo José de LimaAguinaldo José de LimaAguinaldo José de Lima, coordenador-geral daCoordenadoria de Câmaras Setoriais eTemáticas do Ministério da Agricultura, Pecuá-ria e Abastecimento.

Bacharel em Administraçãode Empresas e técnico emAgrimensura. Empresário,com participação em empresasde produção de café, consul-toria e planejamento e expor-tação, produtor rural, consul-tor em Planejamento Estraté-gico do agronegócio café e em-

preendimentos agrícolas. Participaram da fun-dação de várias associações, cooperativas de ca-feicultores e de outras atividades agrícolas. Fun-dador da Fundação do Desenvolvimento do Cafédo Cerrado (Fundaccer). Foi um dos idealiza-dores da criação da primeira região de indica-ção geográfica do Brasil e do mundo, o “Cafédo Cerrado” de Minas Gerais. Foi presidente evice-presidente do Conselho das Associações deCafeicultores do Cerrado (Caccer), hoje é mem-bro do Conselho Diretor. Foi Presidente da As-sociação dos Cafeicultores da Região de Patro-cínio (Acarpa) por 12 anos, hoje é diretor. Foicriador e superintendente-executivo do Centrode Inteligência do Café (CIC).C

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“A cafeicultura irrigada tem traçado uma novageografia para o agronegócio café, com substan-ciais ganhos qualitativos e quantitativos, comgeração de riquezas e empregos. Poder partici-par do XVIII Conird em São Mateus e estar nocentro do dinamismo do norte capixaba, com osexemplos também da fruticultura irrigada, daprodução com base na irrigação, me permitetambém reflexões mais amplas, principalmentepor ter uma vida com muita dedicação ao café.No momento em que a grande preocupação é apossível limitação de produção de alimentos di-ante do quadro de aumento de consumo, pelamelhoria de renda de milhares de pessoas mun-do a fora, pela nova ordem de implementaçãode mudança de matriz energética, impulsiona-da pelo aquecimento global, vemos que o mun-do caminha para uma revolução em favor de ummundo muito melhor. Essas situações nos leva-rão, sem duvida para um mundo que se alimen-tará melhor e que será muito mais limpo na suageração e utilização de energia.Estamos em fase de transição que trás transtor-nos, mas é dessa turbulência que as soluçõesbrotarão. É nessa linha de reflexão que perce-bemos que muita coisa interessante acompanha-rá o desenvolvimento dessas questões que irão,por irradiação, trazer melhoramentos para a vidado planeta. O Brasil, com seus vastos recursos,tem enorme potencial para desenvolver umaagricultura irrigada cada vez melhor. Que, aocontrario do que muitos pensam e apregoam deforma equivocada, ao associarem essa atividadeà degradação, o que se requer é uma políticabem estruturada e coordenada, para melhor ca-pitalizar em torno dos inúmeros exemplos desucessos pelo Brasil afora, fazendo-os multipli-car cada vez mais, aprimorando-os e fortalecen-do-os com o desenvolvimento científico etecnológico, com a logística comercial e o fomen-to para as boas práticas.Vale destacar também que essa intensificação daprodução por área permite até três safras degrãos por ano. Está aí uma grande aliada noaumento de produção de alimentos, seja com aagricultura familiar como com a empresarial. Asformas de estocar água em pequenas barragens,colaboram com a preservação dos recursoshídricos e contribuem com o meio ambiente, aomesmo tempo em que ampliam os negócios combase na irrigação. Essa reservação de água fazdespertar nos produtores e na sociedade a ban-deira de preservar os cursos d água e nascentes.Assim merece destaque o tema escolhido pelosorganizadores desse evento, colocando-se as re-presas em destaque.Agricultura irrigada é tão importante para oatual momento do Mapa que já se deflagrou suainclusão em uma Câmara Temática.”

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SEMINÁRIO 1Dia 28/07/2008Horário: 14h

Represas, Gestão de BaciasHidrográficas e a Irrigação

COORDENADORCOORDENADORCOORDENADORCOORDENADORCOORDENADORCésar RCésar RCésar RCésar RCésar Roberto Colnago, oberto Colnago, oberto Colnago, oberto Colnago, oberto Colnago, secretário de Estadoda Agricultura, Abastecimento, Aqüicultura ePesca do Espírito Santo. (ver minicurrículo e fotona Conferência 1, p.18).

PRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTAAAAADemetrios Christofidis, Demetrios Christofidis, Demetrios Christofidis, Demetrios Christofidis, Demetrios Christofidis, coordenador doProágua Nacional, Secretaria de Infra-Estrutu-ra Hídrica do Ministério da Integração Nacio-nal (ver foto e minicurrículo na conferência 2,p.19).“A água anualmente utilizada para a prática daagricultura irrigada no mundo compreende umvolume de 2.664 km³ (Molden, 2007) e possibi-lita a produção agrícola sob irrigação em 278 mi-lhões de hectares, correspondendo a uma dota-ção média de cerca de 9.600 m³ de água parairrigar anualmente um hectare produtivo.Segundo os especialistas nas práticas associadasà agricultura irrigada, há um enorme potencial

para melhora da eficiência no uso da água quepode, devido à melhoria em manejo etecnologias, especialmente das técnicas de irri-gação localizada e de métodos de controle asso-ciados a sistemas de paisagismo, alcançar eco-nomias de água de cerca de 35%, o que reduzi-ria o índice mundial para o patamar de 6.200 m³anuais por hectare irrigado.Segundo Christofidis (2008), o volume anual deágua utilizado no Brasil para cada hectare irri-gado é da ordem de 11.400 m³, também com for-te tendência de redução.Observa-se, assim, que há necessidade dedisponibilização de volume regularizado de águapara, em quantidade e oportunidade, atenderaos requisitos da prática de irrigação.A utilização da irrigação pelos produtores é abusca da certeza que haverá garantia na produ-ção, de que elevarão as produtividades, acimade três vezes à da agricultura tradicional e que oretorno financeiro pela venda da produção su-perará em até sete vezes àquele da produção desequeiro.A garantia da prática da irrigação é decorrentede um conjunto complexo de fatores, sendo, semdúvida, o maior destaque, aquele associado àgarantia da disponibilidade de água.Observa-se que, entre os produtores irrigantes,a segurança na oferta de água para irrigaçãosurge de duas formas, a primeira com perfura-ção de poços buscando captar águas subterrâ-

SEMINÁRIOSSEMINÁRIOS

No XVI Conird,em Goiás, asrepresas empropriedadesrurais tambémforam enfocadase debatidas

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neas para uso conjunto com as águas superfici-ais; e a segunda, pela construção de reservatóri-os por barragens de pequeno, médio e grandeportes, atendendo com água suficiente as neces-sidades dos cultivos.Mesmo regiões onde as médias pluviométricassão regulares, com rios perenes, em face dosconstantes aumentos das necessidades de águapara utilização com irrigação, faz-se necessárioa construção de reservatórios de regularizaçãopara utilização nos períodos de estiagem. Essasbarragens devem ser dimensionadas de acordocom as características de uso e utilizadas até, pra-ticamente, o esgotamento, antes de novo perío-do de chuvas. Sugere-se, portanto, que cadaaqüífero, bacia hidrográfica ou microbacia se-jam estudados com apoio do Poder Publico, as-sociando, sob o foco de gestão dos recursoshídricos, os potenciais de regularização de águaaos solos aptos das propriedades que podem seratendidos, respeitando-se, obviamente, as carac-terísticas solo – clima – água – cultivo.Assim, com o apoio de estudos e projetos con-sistentes podem ser definidas obras emergen-ciais, prioritárias e estratégicas para apoio a ir-rigação, seja no estado do Espírito Santo, ououtras regiões com potencial e característicassimilares.”

PRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTAAAAALuciano Meneses Cardoso da Silva,Luciano Meneses Cardoso da Silva,Luciano Meneses Cardoso da Silva,Luciano Meneses Cardoso da Silva,Luciano Meneses Cardoso da Silva, gerentede Outorga da Superintendência de Outorga eFiscalização da Agência Nacional de Águas(ANA).

Possui graduação em Enge-nharia Civil pela Universida-de Católica de Salvador(1995), mestrado em RecursosHídricos e SaneamentoAmbiental pela UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul- Instituto de Pesquisas Hi-dráulicas - IPH (1997), aper-

feiçoamento em Saneamento Ecológico pelaUniversidade de Linköpings, Suécia (2000), dou-torado em Desenvolvimento Sustentável pelaUniversidade de Brasília - Centro de Desenvol-vimento Sustentável (2002) e, aperfeiçoamentoem Recursos Hídricos pela Universidade Fede-ral do Rio de Janeiro (2003). Atualmente é es-pecialista em Recursos Hídricos do quadro per-manente da Agência Nacional de Águas (ANA)e ocupa a função de gerente de Outorga da Su-perintendência de Outorga e Fiscalização. Tematuado, notadamente, em planejamento e ges-tão de recursos hídricos, outorga de direito de

uso de recursos hídricos e hidrologia. Tem par-ticipado de bancas de mestrado e doutorado.Possui diversos artigos publicados em simpósios,bem como capítulos de livros publicados no Bra-sil e no exterior.“Gerir recursos hídricos é gerir conflitos. Qual-quer interferência que se faça num rio afeta di-reta ou indiretamente, cedo ou tarde, em maiorou menor grau outros pontos da trama fluvialde determinada bacia hidrográfica. Essas inter-ferências podem ser uma captação de água, umlançamento de efluentes, um serviço dedesassoreamento ou derrocamento, uma retifi-cação de meandros ou um barramento. Hábarramentos apenas para elevar o nível d’águae facilitar uma captação, sem, contudo, mudar oregime de vazões do rio. Há outros que, por suasdimensões e forma de operação, podem alterarsignificativamente a disponibilidade hídrica ajusante. São as barragens de regularização devazões. Elas fazem uma espécie de ´transposi-ção’ de água no tempo, acumulando as águas naépoca das chuvas e liberando-as na época daestiagem. Em mananciais intermitentes, essesbarramentos são muito comuns, pois garantem,de certa forma, a existência de água no rio nasépocas em que normalmente ele estaria seco. Ouseja, as águas que, sem os barramentos, ´iriamembora’, são represadas e utilizadas sob o con-trole humano. Com isso, uma oferta hídrica quenaturalmente é irregular no tempo, torna-se, decerta maneira, regular. Essa regularidade criaum ambiente de tranqüilidade entre os usuáriosde água, estimulando-os a investir em seus em-preendimentos. Mas, esses mesmos barramentosque trazem benefícios econômicos alteram o flu-xo de sedimentos, são empecilhos à migração depeixes, inundam terras agricultáveis, cidades,jazidas, refúgios ecológicos, alteram a qualida-de da água. Achar o ponto de equilíbrio entreos benefícios e os prejuízos que os barramentospodem trazer a uma região é um dos pontos maiscomplexos na gestão de uma bacia hidrográfica.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORGiovanni Braga,Giovanni Braga,Giovanni Braga,Giovanni Braga,Giovanni Braga, presidente da Associação deIrrigantes do Estado do Espírito Santo (verminicurrículo e foto na conferência 1, p.18).“As questões ambientais são temas presentes navida dos cidadãos. A produção de alimentos,como não poderia deixar de ser, também é temafreqüente e preocupante nos dias atuais. E, emfunção disso, conflitos surgem com maior fre-qüência, principalmente em se tratando de agri-cultura irrigada. O caminho mais viável, porém,ainda desconhecido por muitos, está na atuaçãoe valorização dos Comitês de Bacias Hidro-S

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gráficas, que se tornam fórum de debates e en-caminhamentos dos anseios da sociedadequanto às políticas públicas para o setor. Destaforma, os temas em conflito podem ser resolvi-dos no âmbito da própria bacia hidrográfica,uma vez que determinados assuntos são carac-terísticas de cada bacia em particular.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORFábio Ahnert, Fábio Ahnert, Fábio Ahnert, Fábio Ahnert, Fábio Ahnert, diretor de Recursos Hídricos doInstituto Estadual de Meio Ambiente e Recur-sos Hídricos do Espírito Santo (Iema/ES).

Fábio Ahnert é mestre em En-genharia Ambiental pela Uni-versidade Federal do EspíritoSanto (2000) e, além de dire-tor de Recursos Hídricos doIema, é membro dos Conse-lhos Nacional e Estadual deRecursos Hídricos e professordo curso de EngenhariaAmbiental da Faesa.

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DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORMarcelo Borges LMarcelo Borges LMarcelo Borges LMarcelo Borges LMarcelo Borges Lopesopesopesopesopes é presidente da Valmonte da Câmara Setorial de Equipamentos de Irri-gação da Abimaq. É conselheiro da ABID.

Engenheiro agrônomo e mes-tre em Agronomia, com áreade concentração em MáquinasAgrícolas, pela Escola Superi-or de Agricultura Luiz deQueiroz (Esalq/USP) e MBAEmpresarial pela FundaçãoDom Cabral. Tem 12 anos deexperiência no setor de máqui-

nas agrícolas e seis no setor sucroalcooleiro.“Na Csei/Abimaq, sempre sentimos os reflexosdas dificuldades dos produtores em suas ativi-dades. Ao pretender avançar com a agriculturairrigada, conceber o projeto de irrigação e umprojeto para atender as linhas de financiamen-tos, são diversas as exigências. Mas o básico, queprecisa ser visto com as devidas antecedências eque requer um pré-projeto, é o do requerimen-to de água e da outorga para utilizá-la diantedas exigências de cada estado e do governo fe-deral, dependendo de cada situação. A proibi-ção de dar outorga em captação a fio d’água,necessitando-se de represas, é uma das formasde perseguir um mais equilibrado fluxo hídricoao longo do ano, garantindo-se a histórica va-zão mínima à jusante, aumentando-se a capaci-dade de expandir a área irrigada. Para que issopossa ocorrer de forma harmônica, há necessi-dade de um bom plano de irrigação para o esta-

do, regiões, bacias hidrográficas e municípios,tendo-se o foco na maior disponibilidade possí-vel dos recursos hídricos ao longo do ano. Paraisso, é indispensável o investimento em peque-nas e médias barragens, a praticidade na obten-ção da outorga e licenciamentos. A edição 77da revista ITEM, da ABID, está nos brindandocom o exemplo do plano de irrigação do RioGrande do Sul, que contempla uma interessan-te política em favor das pequenas barragens paraatender à irrigação. Diante dessas reflexões etendo-se o exemplo do norte capixaba com asazonalidade e irregularidade das chuvas comoperversas características para a agricultura desequeiro, é muito auspicioso participar desseseminário. Auspicioso por estar inserido no con-texto de um grande evento e, em especial, sobreesse tema das represas, contar com a oficina 1para trabalhar mais exaustivamente esse assun-to, tendo-se também como balizamentos as con-ferências inaugural e a que nos vai antecedernesse seminário, a ser proferida pelo diretor daANA, professor, Oscar. Com a realidade do cam-po, que é uma marcante característica dosConirds, precisamos evoluir nessas interlocuçõese avançarmos em favor do maior e melhor de-senvolvimento da agricultura irrigada. E o cam-po está a nos apontar para a necessidade de po-líticas voltadas para o maior represamento dasnossas águas, fazendo-as garantidoras de maisalimentos, com urgentes respostas para o Brasile para o mundo.”

Como parte do programa de irrigação, a construção de represasem propriedades rurais requer ampla e articulada integração deações para harmonizar os mais diversos interesses

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SEMINÁRIO 2Dia 29/07/2008Horário: 14h

Avanços e Desafios naIrrigação e Fertirrigação

COORDENADORCOORDENADORCOORDENADORCOORDENADORCOORDENADORJosé Geraldo FJosé Geraldo FJosé Geraldo FJosé Geraldo FJosé Geraldo Ferreira da Silva, erreira da Silva, erreira da Silva, erreira da Silva, erreira da Silva, professor e pes-quisador do Instituto Capixaba de Pesquisa,Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).

Possui graduação em Enge-nharia Agrícola (1981),mestrado em EngenhariaAgrícola (1984) e doutoradoem Engenharia Agrícola(1999), todos pela Universida-de Federal de Viçosa. Atual-mente, atua como pesquisadorno Incaper, é professor no cur-

so de mestrado profissional em TecnologiaAmbiental da Faculdade de Aracruz. Experiên-cia na área de Engenharia Agrícola, com ênfaseem Engenharia de Água e Solo, Irrigação, Ma-nejo de Irrigação, Irrigação Pressurizada,Meteorologia Agrícola. É coordenador do Sis-tema de Informações Agrometeorológicas doEstado do Espírito Santo.“A irrigação é uma ferramenta de fundamentalimportância para a agricultura, principalmenteem regiões onde as chuvas ocorrem de formairregular, comprometendo a regularidade dassafras. Assim, no intuito de se garantir a safracom quantidade e qualidade, os empresáriosrurais têm utilizados cada vez mais a irrigação.Muitos problemas se originam do uso desta téc-nica, entre eles, o conflito pelo uso da água, maufuncionamento dos equipamentos devido à máqualidade da água, falha no manejo da água deirrigação, uso inadequado de fertilizantes e ou-tros agroquímicos, falhas de manutenção porfalta de conhecimento, vandalismo, entre outrosdanos inerentes aos próprios sistemas. Assim,neste seminário serão abordadas questões rele-vantes aos avanços tecnológicos dos equipamen-tos de irrigação e de fertirrigação. A expectati-va é que sejam mostrados os avançostecnológicos em irrigação e fertirrigação, prin-cipalmente do ponto de vista dos equipamentose que sejam debatidos os principais desafios comrelação ao uso da irrigação na agricultura, tiran-do deste seminário norteadores para novas pes-quisas, desenvolvimento e adequação dos siste-mas de irrigação e fertirrigação. Será uma opor-

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tunidade ímpar para que especialistas e produ-tores possam interagir em busca de novas solu-ções para a realidade da agricultura brasileira.”

PRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTAAAAAMaurício Bonatto Alves de Sousa, Maurício Bonatto Alves de Sousa, Maurício Bonatto Alves de Sousa, Maurício Bonatto Alves de Sousa, Maurício Bonatto Alves de Sousa, agrônomoe representante da Csei/Abimaq.

Graduado em Agronomia pelaUniversidade Federal de Viço-sa (1997), com mestrado emEngenharia Agrícola, em Irri-gação e Drenagem (2001). Em2001, ingressou na PetroisaBrasil (empresa especializadaem irrigação localizada), ondeatuou no departamento agro-

nômico até 2004. Desde 2004, trabalha naPlastro Brasil (empresa fabricante de produtosde irrigação localizada), desempenhando a fun-ção de gerente regional dos estados do ES, RJ ecentro-sul de MG.“Entre os vários fatores que possibilitam o su-cesso em um investimento na agriculturairrigada, destacam-se os parâmetros de engenha-ria do sistema, assim como os de manejo. Noquesito engenharia, estamos muito bemdirecionados, com equipamentos cada vez maismodernos, projetistas capacitados e softwares dedimensionamento extremamente avançados.Estes recursos nos proporcionam sistemas deirrigação de alta precisão que implicam em ex-celente distribuição de água nas lavouras e va-lores de aplicação bastante confiáveis. Infeliz-mente, no quesito manejo, as coisas não cami-nharam da mesma forma. Uma pergunta quetem desafiado os especialistas da área de mane-jo de irrigação é o porquê do atual atraso daaplicação das técnicas de manejo em condiçõesde campo. Tal fato não é restrito ao Brasil e, naverdade, é exceção a região do mundo onde éaplicado de forma sistemática o manejotecnificado da irrigação.Como princípios importantes, devemos lembrarque o manejo da irrigação envolve a interaçãodo solo, da água, do clima e da planta, sendopor isso impossível definir uma receita geral, etemos que tomar muito cuidado com as trans-posições de critérios e recomendações. Destaforma, temos um grande desafio para se avan-çar nesta questão já que os benefícios da irriga-ção só podem ser alcançados em sua plenitudese técnicas de manejo forem adotadas fazendocom que a quantidade de água aplicada na la-voura seja compatível com as suas necessidadeshídricas ao longo do seu ciclo.”

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lizada produção de fruteiras. Os impactos que afertirrigação podem promover no solo podemser de natureza física ou química. Há necessida-de de monitoramento ambiental em locais ondea fertirrigação é utilizada, devido às possibilida-des de alterações no ambiente.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORMarcos Antônio Rigueira Egídio, Marcos Antônio Rigueira Egídio, Marcos Antônio Rigueira Egídio, Marcos Antônio Rigueira Egídio, Marcos Antônio Rigueira Egídio, da Codevasf.

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORLuiz Lima,Luiz Lima,Luiz Lima,Luiz Lima,Luiz Lima, professor da Universidade Federalde Lavras (Ufla).

Engenheiro agrícola e profes-sor da Universidade Federalde Lavras (Ufla), na área deEngenharia de Irrigação eSolo. Foi pesquisador doCNPq lotado na EmbrapaCerrados, tem mestrado emWater Science e Ph.D. pelaUniversidade da Califórnia –

Davis. Afastado da Ufla por seis anos, entre1998 e 2004, dirigiu subsidiárias demultinacionais da irrigação como Rain Bird ePlastro, tendo atuado em vários países. Foi pre-sidente da Fundação de Apoio ao Ensino Pes-quisa e Extensão (Faepe), pró-reitor de Pesqui-sas e, atualmente, gerencia os projetos especiaisda Ufla. Seus trabalhos concentram-se na en-genharia de recursos hídricos, irrigação locali-zada e pivô central especialmente em lavourascafeeiras.A irrigação no Brasil tem como maior desafio ouso adequado de um recurso em escassez: a água. Participam desse processo o desenvolvimentode leis de uso da água e sua implantação no

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORJosé Maria PJosé Maria PJosé Maria PJosé Maria PJosé Maria Pinto, into, into, into, into, pesquisador da EmbrapaSemi-Árido.

Engenheiro agrícola pela Uni-versidade Federal de Lavras(Ufla), com especialização emGerenciamento de Micro ePequenas Empresas, tambémpela Ufla. Fez o curso interna-cional de Riego Localizadopelo Instituto Canário deInvestigaciones Agrárias, Icia,

em Barramar, Espanha. Tem mestrado em En-genharia Agrícola pela Universidade Federal deViçosa e doutorado em Irrigação e Drenagempela Escola Superior de Agricultura Luiz deQueiroz (Esalq/USP). Possui 47 artigos publi-cados em periódicos; 74 trabalhos em eventos e10 livros e capítulos de livros.“A demanda por produtos alimentícios vem au-mentando em função do crescimentopopulacional e do crescimento do poder aquisi-tivo das pessoas. Todavia, o aumento da áreacultivada não atende às necessidades da crescen-te demanda por produtos agrícolas. Além daprodução de alimentos, as necessidades da pro-dução de biocombustíveis vão competir com aprodução de alimentos. Avanços deverão ocor-rer, assim como, desafios, incluindo a conserva-ção aos recursos ambientais. A irrigação, junta-mente com a fertirrigação, proporciona maiorprodutividade por gota de água, possibilitandoobtenção de maiores produtividades e produtosde boa qualidade, permitindo uma agriculturaeconômica, sustentável e estratégica, possibili-tando maior eficiência no uso de fertilizantes,melhorando as condições econômicas do meiorural e fixando o homem em regiões rurais. Osprojetos públicos de irrigação na região Nordestebrasileira foram as bases para a implantação dosatuais projetos privados. Nas regiões onde seinvestiu em irrigação, ocorreu desenvolvimentoeconômico e social e, conseqüentemente, redu-ção de pobreza. O pólo de agricultura irrigadaem Petrolina - Juazeiro é um exemplo para opaís. Na agricultura, os investimentos necessá-rios para criar empregos são menores do emoutros setores, como comércio e indústria. Odesafio da agricultura irrigada é a convivênciacom o impacto ambiental que podem ser ocasi-onados pela modificação do meio ambiente,transformando áreas produtivas em áreas impró-prias à agricultura. Apesar de seus benefícios,esta tem criado impactos ambientais adversosao solo, à disponibilidade e qualidade da água.No Brasil, a fertirrigação vem sendo utilizadaprincipalmente com sistemas de irrigação loca-

A fertirrigaçãovem sendoutilizada comsistemas deirrigaçãolocalizada e deaspersão

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campo. Ao produtor, cabe praticar a agricultu-ra irrigada com ganhos econômicos sem, no en-tanto, infringir tais leis que não seriam necessá-rias caso o espírito de conservação de água esti-vesse presente em todas as propriedades. Aosórgãos ambientais cabe modernizar a legislação,educar os usuários e controlar o uso dos recur-sos hídricos. Como a questão é indissociável,produtores e membros desses órgãos devem jun-tar-se em comitês, conselhos e outras modalida-des para, de modo mais abrangente, solucionaro uso da água em projetos de irrigação. Parale-lamente a essas ações, sistemas mais eficientesdevem ser implantados e a irrigação manejadaadequadamente. Não pode haver desperdícios.A fertirrigação também tem seus desafios. Ocusto crescente dos adubos é talvez o maior de-les. Nesse sentido, o uso eficiente dos mesmosé a saída. Novas fontes devem ser testadas e auniformidade de aplicação dos sistemas deve ser,no mínimo, de 90%.

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORHans RHans RHans RHans RHans Raj Gheyiaj Gheyiaj Gheyiaj Gheyiaj Gheyi, professor da Universidade Fe-deral de Campina Grande, Paraíba.

Formado em Ciências Agrári-as pela University of Udaipur,com mestrado em Ciências doSolo na Punjab AgriculturalUniversity, na Índia, e douto-rado em Ciências Agronômi-cas (Química do Solo), na Bél-gica, em 1974. Foi professor naUniversity of Udaipur, na Ín-

dia, e no Instituto Nacional Agronomiques-Algéria. Desde 1997, atua na Universidade Fe-deral de Campina Grande, na Paraíba, ondealém das atividades de ensino, desenvolve pes-quisas voltadas para as linhas de salinidade, re-lação água-solo-planta e de aproveitamento deáguas residuárias.“O Brasil tem avançado bastante em tecnologiade irrigação. Áreas antes não aproveitadas, hojeestão produzindo riquezas e contribuindo paraa produção de safras nunca vistas antes. Com autilização de fertirrigação, de um lado tem-seaumentado a eficiência de uso dos insumos e,por outro, minimizado o risco de contaminaçãodas águas subterrâneas, devido à lixiviação dosnitratos e cloretos. Em minha opinião, osConirds têm contribuído para o aumento da pro-dutividade e uma maior eficiência no uso deinsumos (água e fertilizantes) minimizando osimpactos negativos da irrigação e, confirmandoassim a sustentabilidade da agricultura irrigada.”

SEMINÁRIO 3Dia: 30/07/2008Horário: 14h

Arranjos produtivos comerciais e odesenvolvimento da agriculturairrigada familiar

COORDENADORCOORDENADORCOORDENADORCOORDENADORCOORDENADORGilmar Gusmão Dadalto, Gilmar Gusmão Dadalto, Gilmar Gusmão Dadalto, Gilmar Gusmão Dadalto, Gilmar Gusmão Dadalto, presidente do Insti-tuto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnicae Extensão Rural (Incaper).

Engenheiro Agrônomo gradu-ado pela Universidade Fede-ral do Espírito Santo (Ufes -1980), com mestrado em So-los pela Universidade Federalde Viçosa (UFV – 1982). De1983 até 1985, trabalhou comopesquisador na EmpresaCatarinense de Pesquisa

Agropecuária (Epagri) e, de 1985 até os dias dehoje, no Instituto Capixaba de Pesquisa, Assis-tência Técnica e Extensão Rural (Incaper) comoAgente de Desenvolvimento Rural.“No Brasil, o uso da irrigação vem crescendosubstancialmente em algumas atividades agríco-las, a exemplo da fruticultura e do café, desta-cando-se o Estado do Espírito Santo. Segundoestimativa do Incaper em 2008, a área irrigadano Estado é de 195 mil hectares, equivalente a25 % do total da área em lavouras. Isso significaum aumento de quatro vezes da área irrigadaem relação ao início da década de 90.Apesar do incremento na área irrigada nos últi-mos anos e a necessidade de expansão da mes-ma, existe uma série de problemas como escas-sez hídrica localizada, especialmente na regiãonorte do Estado, uso inadequado dos sistemasde irrigação, dimensionamento incorreto deparâmetros de projeto, entre outros. O XVIII Congresso Nacional de Irrigação eDrenagem traz à tona estes problemas e visaapontar soluções, discutindo e analisando casos,mostrando novas tecnologias, gerando assimcapacitação tecnológica dos atores envolvidos naagricultura irrigada, principalmente aos da re-gião sede do evento. Estes fatos, aliados à ino-vação tecnológica na área de irrigação e à ne-cessidade de adequação à legislação ambientalde recursos hídricos, justificam a realização desteevento.”

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Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 31Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 31

PRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTAAAAAVVVVValério Ribon,alério Ribon,alério Ribon,alério Ribon,alério Ribon, delegado federal do Ministériode Desenvolvimento Agrário no Espírito Santo.

Engenheiro agrônomo pelaUniversidade Federal Ruraldo Rio de Janeiro (UFRRJ-1972), com pós-graduação emPlanejamento Agrícola pelaUniversidade Federal do Es-pírito Santo (Ufes -1979).Agricultor Familiar, foiextesionista agrícola da

Emater/ES e diretor técnico da Ceasa/ES.“Os agricultores familiares tradicionais e os as-sentados da reforma agrária, historicamente,sempre foram deixados em segundo plano, nãotendo quase nenhuma prioridade quanto às po-líticas públicas. Com a ascensão ao poder do atu-al governo, o segmento começou a ser conside-rado, incluindo também os quilombolas, os in-dígenas, os pescadores artesanais, os ribeirinhos.Uma das políticas públicas importantesimplementadas foi o Pronaf, que é o crédito ru-ral. A aplicação dos montantes passou de R$ 2,3bilhões, na safra 2002/2003 para R$ 13 bilhõesna safra 2008/2009.Quem tem as informações, sabe que a agricul-tura familiar é responsável pela produção de70% dos alimentos básicos.Por outro lado, com o surgimento da inflação,sabe-se que uma das causas é a chamada “Crisede Alimentos”. Com capacidade para respon-der mais rapidamente à necessidade de produ-ção de alimentos, a agricultura familiar, agora,está sendo reforçada com o Programa Mais Ali-mentos. Combinado com o Plano Safra 2008/2009, o “Mais Alimentos” é uma estratégia es-truturalmente de longo prazo.Por último, a agricultura familiar tem que avan-çar tecnicamente e, hoje e cada vez mais, inclu-sive considerando a questão ambiental, uma dassoluções é a irrigação das áreas agrícolas culti-vadas pelos agricultores familiares, garantindoa produção de mais alimentos para a segurançaalimentar.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORFFFFFrancisco de Assis Sacomanirancisco de Assis Sacomanirancisco de Assis Sacomanirancisco de Assis Sacomanirancisco de Assis SacomaniNuevo, Nuevo, Nuevo, Nuevo, Nuevo, gerente da MexichemSoluções Agrícolas (MAS).Formado em EngenhariaAgronômica pela Escola Su-perior de Agricultura Luiz deQueiroz (Esalq/USP), 1985,com especialização em Enge- S

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nharia de Irrigação pela Universidade Estadualde Maringá e Instituto Nacional de Reforma yDesarrollo Agrário,1987, e mestrado em Enge-nharia Civil, Hidráulica e Saneamento pelaEESC/USP, 1992.“A agricultura familiar no Brasil tem alcançadopatamares de sucesso, graças às ações que estãosendo feitas na integração da cadeia produtiva.No início, esses conceitos aliados à idéia da prá-tica de preços justos só eram difundidos por al-gumas ONGs que se preocupavam com os pe-quenos produtores; hoje, os órgãos governamen-tais e Bancos oficiais trabalham essas idéiascomo metas estratégicas. E essas estratégias ca-minham para as empresas privadas que depen-dem da agricultura.O conceito de cadeia produtiva na agriculturafamiliar requer arranjos entre o setor produtivoprivado ou não, instituições voltadas ao desen-volvimento profissional, técnico e empreende-dor (como o Sebrae) e agentes financeiros.Os entes envolvidos precisam ter um conheci-mento detalhado das dificuldades que os peque-nos produtores enfrentam, que não poucas; nocaso de empresas privadas, além de terem pro-fissionais focados neste canal negócio e apren-derem a lidar com a cultura do homem simples,precisam ter uma visão de fomentação, detecnificação, aliada à vontade de fazerem as coi-sas acontecerem .Os arranjos na cadeia produtiva não podem servistos de uma forma simplista. Ao contrário, énecessário haver um protocolo de intenções daspartes envolvidas, com os papéis de cada um bemdefinidos, para que o elo não seja quebrado,trazendo prejuízos de continuidade e de con-fiança. É preciso ter início, meio e fim com bonsresultados, principalmente econômicos.

A irrigaçãotem papelprimordialpara asatividadesdosprodutoresfamiliares

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Embora os negócios de irrigação sejam promis-sores na agricultura familiar, é preciso enxergaresses produtores de uma forma holística, ter focona pessoa em primeiro lugar, e, em segundo,desenvolver tecnologias que atendam às neces-sidades da agricultura familiar por região.Outro conceito a ser mudado é a tentativa dedesenvolver produtos para esse segmento volta-dos somente para preços baixos, esquecendo aqualidade. Temos percebido que produtos ad-quiridos por cooperativas e associações de pe-quenos produtores, que usam recursos financei-ros oficiais e, por isso, estão sujeitos à lei de lici-tações, são de péssima qualidade.Neste momento em que vivemos o boom dascommodities agrícolas, sabemos que quem co-loca os alimentos básicos na mesa do brasileirosão os pequenos produtores. E, agroindústriastais como de laticínios, fabricantes de sucos epolpas e conservas em geral, foram as primeirasa buscarem a integração da cadeia produtiva, eestão obtendo ótimos resultados, incentivandoirrigação de pastagens e uma gama variada deculturas que atendam às suas necessidades.De forma que, com a preocupação de termos aagricultura familiar como parceira, precisamosde metas bem definidas em relação ao cresci-mento financeiro e social da mesma, com pós-vendas, assistência técnica intensiva e extensi-va, com desenvolvimento de tecnologias queatendam ao setor com qualidade. Aí sim, pode-remos pensar em obter lucros com a agriculturafamiliar”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORJosé Maria Marques de Carvalho,José Maria Marques de Carvalho,José Maria Marques de Carvalho,José Maria Marques de Carvalho,José Maria Marques de Carvalho, coordena-dor do Fundo de Desenvolvimento Científico eTecnológico do Nordeste (Fundeci) do Banco doNordeste.

Formado em Agronomia e emEconomia pela UniversidadeFederal do Ceará, com cursosde especialização. Sua vidaprofissional começou comoagrônomo no Instituto Baianode Crédito Rural e, depois noBanco do Nordeste do BrasilS. A. como especialista em Ad-

ministração Rural, passando por inúmeros car-gos e experiências. Trabalhou como professorna UFPB/Peasa e USP/Pensa. Tem vários traba-lhos e artigos publicados.“A agricultura familiar é importante setor daagropecuária brasileira, gerando renda e opor-tunidade de trabalho no campo, sendo uma pri-oridade política do governo federal. A agricul-

tura familiar convive com problemas deveranicos e secas, especialmente no Nordeste,gerando por muitas das vezes, frustração de sa-fras e prejuízos para os agricultores.A irrigação regulariza a oferta d’água às neces-sidades das plantas evitando-se essa frustraçãode safras. Entretanto, a segurança de safras porsi só não é suficiente para garantir a renda parao produtor. É necessário que se planeje e se or-ganize a produção.Precisa-se planejar primeiro para depois plan-tar, para não ser surpreendido na colheita, comum mercado sobre-ofertado e preços aviltados.Para tanto, é necessário que o agricultor famili-ar que utiliza irrigação, tenha planejamento eorganização para obter bons resultados, possi-bilitando a geração de escala e preços favoráveisna compra de insumos e venda da produção.Para tanto, a iniciativa de se trabalhar arranjosprodutivos é importante para o compartilha-mento de transações e interações entre os seusdiversos agentes com o compartilhamento deinformações gerenciais e tecnológicas gerandoexternalidades positivas, possibilitando ogerenciamento de conflitos e afinidade entre osatores que compõem o arranjo produtivo. Comessa atitude, procura-se evitar que a assimetriade informações entre os demais agentes possi-bilite ações oportunistas de concorrentes preju-dicando os demais atores envolvidos no arranjoprodutivo.Concluindo, destacamos que a organização daprodução sob a forma de arranjo produtivo lo-cal, na agricultura familiar irrigada, poderá con-tribuir de forma positiva para o da na pequenaagricultura irrigada do Brasil.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORDonivaldo PDonivaldo PDonivaldo PDonivaldo PDonivaldo Pedro Martinsedro Martinsedro Martinsedro Martinsedro Martins, especialista do Ins-tituto Internacional de Cooperação para a Agri-cultura (IICA) no Brasil.

Especialista da representaçãodo IICA no Brasil, responden-do pela gestão de Projetos deCooperação Técnica (dentreos quais, com o Ministério daIntegração Nacional, Ministé-rio da Agricultura, Abasteci-mento e Pecuária, Ministérioda Ciência e Tecnologia, Se-

cretaria de Recursos Hídricos do Estado daBahia), e pelas questões de cooperação técnicarelacionadas aos temas “Tecnologia e Inovação”,“Produção Vegetal” e “Agricultura Irrigada”.Trabalhou por 17 anos na CAR (Bahia) e de-senvolveu trabalhos de consultoria a outras

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entidades como BID, Bird e Ministério do MeioAmbiente. Tem inúmeros trabalhos técnicos pu-blicados.“É importante entender que a agricultura fami-liar no Brasil compreende um universo extre-mamente heterogêneo, incluindo desde famíli-as muito pobres até famílias com grande dota-ção de recursos, e que é responsável, segundovários estudos, por parte significativa do produ-to interno bruto (PIB) da agricultura. Portanto,não se trata de um setor atrasado do ponto devista econômico, tecnológico e social, voltadofundamentalmente para a produção de produ-tos alimentares básicos e com uma lógica de pro-dução de subsistência.Agricultores familiares estão presentes em, pra-ticamente, todas as lavouras e criações, deven-do-se considerar um conjunto de fatores de na-tureza diversa, desde condições macroeco-nômicas, passando por diferentes configuraçõessociais, condicionantes socioeconômicas da re-gião onde estão inseridos, qualidade das terras,características culturais, até especificações dastecnologias utilizadas, para poder definir políti-cas públicas e desenhar ações de apoio a estesegmento.Quando utilizam a irrigação, precisam acompa-nhar o caráter intensivo desta tecnologia, com aexploração de culturas de alto retorno econô-mico, técnicas de cultivo melhoradas, uso deinsumos modernos, processamento da produção,utilização de mão-de-obra especializada etc.,necessitando ações de apoio diferenciadas, den-tre as quais destaca-se a assistência técnica.Assim, o desafio é repensar este serviço ofereci-do aos agricultores familiares que utilizam a ir-rigação, identificar experiências exitosas emetodologias adequadas, pensar em resultadosefetivos que possam ser traduzidos no aumentoda renda que propicie melhoria de vida para asmilhares de famílias deste setor.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORNatalino CassaroNatalino CassaroNatalino CassaroNatalino CassaroNatalino Cassaro, presidente da Federação dosTrabalhadores na Agricultura do Espírito Santo(Fetaes).

Produtor rural familiar nomunicípio de Nova Venécia,norte do Espírito Santo, ondecultiva café e cria gado de lei-te, utilizando-se da irrigaçãoem parte de suas atividades.Conta com o apoio de três pe-quenas barragens em sua pro-priedade de nove alqueires,

onde armazena água das chuvas para utilizar

durante a seca. Atuante da comunidade, traba-lhou no Departamento Municipal de Meio Am-biente de Nova Venécia, foi presidente do Sin-dicato dos Trabalhadores na Agricultura e pre-sidiu por dois mandatos (quatro anos) a Arco(Agência de Comercialização Nacional do mu-nicípio). Além de presidir a Fetaes, atualmenteé membro de alguns conselhos, entre eles, o Con-selho de Desenvolvimento Rural Sustentável eo Conselho Estadual de Meio Ambiente.“Considero a irrigação uma tecnologia de gran-de importância para a produção agropecuária,desde que praticada com racionalidade esustentabilidade, respeitando-se e preservando-se o meio ambiente, conservando-se as nascen-tes dos rios e as florestas de forma sustentável.Tenho barragens na minha propriedade e utili-zo a irrigação principalmente no cultivo do café.Considero o uso de barragens numa região comoo norte do Espírito Santo como solução para aagricultura devido aos problemas provocadospela seca. Elas são de grande importância paraa agricultura de um modo geral e, em especial,para a agricultura familiar. Sou contra o uso ir-racional da água e a perfuração ilegal de poçosà beira de córregos.”

60% dosalimentosconsumidospelosbrasileiros sãooriginários daproduçãofamiliar

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OFICINA 1Outorgas, licenciamentos eorganização de comitês de baciashidrográficas nas adequações econstruções de barragens depequeno e médio portes paraatender a irrigação

As barragens são estruturas hidráulicas que têmsido utilizadas como alternativas para areservação de água e regularização de vazõespara o atendimento às demandas dos sistemasde irrigação. Em regiões com baixos índicespluviométricos, rios de pequena vazão e baixadisponibilidade superficial de água, pequenasbarragens de terra são construídas para garan-tir o suprimento de água. No Estado do EspíritoSanto, principalmente na região norte, existeuma quantidade muito grande de barramentos.As barragens são importantes para a reservaçãode água, entretanto alguns cuidados são neces-sários, porque existem impactos ambientais en-volvidos que devem ser mitigados ou compen-sados. Os sistemas nacionais de Meio Ambientee de Recursos Hídricos prevêem o licenciamentoambiental e a outorga para o uso da água comoinstrumentos aplicáveis à construção ou adequa-ção de barragens. A outorga observará aspectos

relacionados ao balanço hídrico, dimensio-namento de estruturas de descarga de fundo,dentre outros, e o licenciamento observará osaspectos ambientais. No Espírito Santo, mais de70% dos processos de outorga são relacionadosà irrigação. O Instituto Estadual de Meio Am-biente e Recursos Hídricos (Iema) é o órgãocompetente para analisar os processos de outor-ga e os processos de licenciamento ambiental degrandes barragens, já o Instituto de DefesaAgropecuária e Florestal do Espírito Santo(Idaf) é o órgão que analisa os processos delicenciamento ambiental das pequenas e médi-as barragens.Os comitês de Bacia Hidrográfica são entes doSistema de Gestão de Recursos Hídricos e têma competência de aprovar o plano de bacia, oenquadramento, bem como diretrizes paraparâmetros de referência na sistemática de ou-torga para uma determinada bacia. Portanto, opapel dos comitês é fundamental para coorde-nar as discussões e articulações dos mecanismosde sustentabilidade hídrica da bacia hidrográficade sua competência.Essa oficina tem como principal objetivo inte-grar todos os atores institucionais e os usuáriosde água em torno da legislação que rege o temae dos procedimentos técnicos e administrativosda sistemática da outorga, do licenciamentoambiental e do envolvimento do comitê de ba-cia e dos irrigantes para contribuir com aotimização do sistema de gerenciamento daágua.Para as interlocuções nesta oficina, como forma deordená-la em toda abrangência, está programado:1 – L1 – L1 – L1 – L1 – Legislação: outorga e licenciamentoegislação: outorga e licenciamentoegislação: outorga e licenciamentoegislação: outorga e licenciamentoegislação: outorga e licenciamentoambientaambientaambientaambientaambiental (1 hora)Instrutores: Wesley Gabrielli (Iema) e CláudioCassa (Idaf).2 – Técnicas de construção, adequação e2 – Técnicas de construção, adequação e2 – Técnicas de construção, adequação e2 – Técnicas de construção, adequação e2 – Técnicas de construção, adequação emanutenção de barragensmanutenção de barragensmanutenção de barragensmanutenção de barragensmanutenção de barragens (2 horas)3 – O Comitê de Bacia Hidrográfica e a3 – O Comitê de Bacia Hidrográfica e a3 – O Comitê de Bacia Hidrográfica e a3 – O Comitê de Bacia Hidrográfica e a3 – O Comitê de Bacia Hidrográfica e agestão dos recursos hídricosgestão dos recursos hídricosgestão dos recursos hídricosgestão dos recursos hídricosgestão dos recursos hídricos (1 hora).Instrutor: Fábio Ahnert (Iema).4 – Ampla oportunidade de depoimentos,4 – Ampla oportunidade de depoimentos,4 – Ampla oportunidade de depoimentos,4 – Ampla oportunidade de depoimentos,4 – Ampla oportunidade de depoimentos,debates e formulações de propostas.debates e formulações de propostas.debates e formulações de propostas.debates e formulações de propostas.debates e formulações de propostas.

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Em MG e ES,estão sendoconduzidascampanhas

para ocadastramento

de usuáriosde águas

superficiais esubterrâneas

Coordenação-geral: Helvecio Mattana Saturnino (presidente da ABID) e Wellington Secundino(secretário municipal da Agricultura de São Mateus).

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Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 35Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 35

OFICINA 2Agricultura familiar, seusinstrumentos de apoio e osdesafios para os serviços deassistência técnica e extensãorural

Essa oficina será dividida em três seções:A primeira parte tratará do debate sobre natu-reza, viabilidade e papel da agricultura familiarno processo de desenvolvimento capitalista; écolocado o debate sobre os conceitos e a impor-tância relativa da “agricultura familiar” que foiintenso, produzindo inúmeras concepções, inter-pretações e propostas, oriundas das diferentesentidades representativas dos “pequenos agri-cultores”, dos intelectuais que estudam a árearural e dos técnicos governamentais encarrega-dos de elaborar as políticas para o setor ruralbrasileiro; e serão descritos os instrumentos depolítica agrícola e agrária existentes no Brasilvisando o fortalecimento da agricultura famili-ar (trata-se de avaliar a experiência de dez anosdo Pronaf e sobre seu impacto na estruturaçãodas cadeias produtivas da agricultura familiar).A segunda parte tratará da produção orgânica –conceituação, normatização, mercado, experiên-cias de sucesso – e seu potencial para explora-ção sob irrigação.Na terceira parte serão analisadas experiênciasde agricultura familiar irrigada desenvolvida emperímetros públicos e em áreas privadas, bus-cando identificar suas semelhanças, seuslimitantes e os principais desafios.

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Coordenadores:FFFFFrancisco Antônio Martinsrancisco Antônio Martinsrancisco Antônio Martinsrancisco Antônio Martinsrancisco Antônio Martinsdos Santosdos Santosdos Santosdos Santosdos Santos, extensionista doInstituto Capixaba de Pesquisa,Extensão Rural e AssistênciaTécnica (Incaper).Engenheiro agrônomo formadopela Universidade Federal do

Espírito Santo em 1974. É extensionista agríco-la desde 1975, atuando no Mato Grosso comoextensionista rural, e depois, extensionista regi-onal na região de Cárceres. Presta serviços nes-sa área no Espírito Santo há 22 anos. Atualmenteé supervisor microrregional do Incaper no ex-tremo nordeste do ES, que compreende oito mu-nicípios, de São Mateus a Ponto Belo. É tam-bém produtor rural irrigante na área de fruti-cultura e de pecuária de leite.

Ricardo Santos,Ricardo Santos,Ricardo Santos,Ricardo Santos,Ricardo Santos, assessor técnico do secretáriode Estado da Agricultura, Pesca e Aqüicultura.

WWWWWesley Gabrieli de Souzaesley Gabrieli de Souzaesley Gabrieli de Souzaesley Gabrieli de Souzaesley Gabrieli de Souza, subgerente de Ou-torga e Rede Hidrometeorológica do Iema.Graduado em Engenharia Civil, com mestradoem Engenharia Ambiental, com área de concen-tração em Saneamento, pela Universidade Fe-deral do Espírito Santo (Ufes), e cursos técni-cos em Segurança do Trabalho e Estradas, alémde outros complementares. É professor da Fa-culdade Estácio de Sá e do Centro de EnsinoSuperior Anísio Teixeira. Tem experiência nasáreas de planejamento, gestão e Engenharia deRecursos Hídricos, gestão e Engenharia de MeioAmbiente, gestão integrada segurança, qualidadee meio ambiente. É co-autor de seis publicações.

AdimarFrancisco,produtorfamiliar. Airrigação faz adiferença, masrequer gestão ededicação parahaver sucesso

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OFICINA 3Cafeicultura irrigada edesenvolvimento doagronegócio café

Pretende-se, inicialmente, fazer um diagnósticoda cafeicultura irrigada em todas as regiões bra-sileiras, num universo de cerca de 233 mil hec-tares, discorrendo sobre os principais sistemasde irrigação utilizados, custos de produção, ma-nejo da irrigação e oportunidades/riscos destaatividade em cada região.Pelo fato de o evento ser realizado no EspíritoSanto, maior ênfase será dada à produção doConilon irrigado, abordando principais sistemasutilizados, custos de produção e principais dife-renças no cultivo, comparando-se com o caféArábica.Estrategicamente, serão estudadas as possibili-dades do cultivo do café Conilon irrigado comomais uma opção para ocupar os perímetros pú-blicos, em baixas altitudes, com chances de atrairindústrias de solúveis, fazendo-se um grandediferencial para a região Nordeste, para o Semi-Árido e outras áreas de baixas altitudes que pos-sam ser exploradas de forma vantajosa. Este as-sunto foi iniciado no XVII Conird realizado emMossoró/RN, em 2007.Como prelecionistas na oficina, convidamos pro-fessores e pesquisadores da região, com grandeexperiência em café Conilon irrigado, bem comodemais pesquisadores do Núcleo de Cafeicultu-ra Irrigada do Consórcio Brasileiro de Pesquisae Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café).Também estarão presentes a Codevasf, o BNB,a Secretaria de Agricultura Familiar do MDA,dentre outros parceiros.

Coordenador: André Luís TAndré Luís TAndré Luís TAndré Luís TAndré Luís Teixeira Feixeira Feixeira Feixeira Feixeira Fernandesernandesernandesernandesernandes,professor da Uniube e coordenador do Núcleode Cafeicultura Irrigada do Consórcio Brasilei-ro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café co-ordenado pela Embrapa Café (ver minicurrículoe foto na conferência 3, p.23).

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PROGRAMAÇÃO:

Dia 28/07/2008 Dia 28/07/2008 Dia 28/07/2008 Dia 28/07/2008 Dia 28/07/2008 (1º dia)Agricultura familiar irrigada: conceitos, im-Agricultura familiar irrigada: conceitos, im-Agricultura familiar irrigada: conceitos, im-Agricultura familiar irrigada: conceitos, im-Agricultura familiar irrigada: conceitos, im-portância, principais características.portância, principais características.portância, principais características.portância, principais características.portância, principais características.Instrutor: Carlos E. Guanziroli, consultor do Ins-tituto Interamericano de Cooperação para aAgricultura (IICA).Economista formado pela Universidade deBuenos Aires, mestre pela Coppe/UFRJ em Pla-nejamento Regional, doutor pela UniversityCollege London em Economia Agrícola e pós-doutor pela University of California em Nego-ciações Agrícolas Internacionais. Professor ad-junto da Faculdade de Economia da Universi-dade Federal Fluminense, ex-consultor da FAOe do Banco Mundial, atualmente consultor doIICA Brasil.

Dia 29/07/2008 Dia 29/07/2008 Dia 29/07/2008 Dia 29/07/2008 Dia 29/07/2008 (2º dia)PPPPProdução Orgânica como alternativa pararodução Orgânica como alternativa pararodução Orgânica como alternativa pararodução Orgânica como alternativa pararodução Orgânica como alternativa paraagricultura familiar irrigadaagricultura familiar irrigadaagricultura familiar irrigadaagricultura familiar irrigadaagricultura familiar irrigadaInstrutor: Joe Carlo Viana Valle é secretário deCiência e Tecnologia para Inclusão Social do Mi-nistério da Ciência e Tecnologia.Engenheiro florestal, trabalha desde 1985 comprodução orgânica; fundou a Associação de Agri-cultura Ecológica do DF, a empresa “Granja Cai-pira Frango Feliz Ltda” e o Departamento deAgricultura Orgânica do Sindicato dos Produto-res Rurais do DF; ministrou e organizou várioscursos para produtores e técnicos emagroecologia / agricultura orgânica; é presidentedo Sindicato dos Produtores Orgânicos do DF; édiretor-presidente da Fazenda Malunga que tema liderança total no mercado de orgânicos do DF.

Dia 30/07/2008 Dia 30/07/2008 Dia 30/07/2008 Dia 30/07/2008 Dia 30/07/2008 (3º dia)Agricultura familiar irrigada em perímetrosAgricultura familiar irrigada em perímetrosAgricultura familiar irrigada em perímetrosAgricultura familiar irrigada em perímetrosAgricultura familiar irrigada em perímetrospúblicos e em áreas privadaspúblicos e em áreas privadaspúblicos e em áreas privadaspúblicos e em áreas privadaspúblicos e em áreas privadasInstrutor: Aureliano da Costa Matos, especia-lista do Instituto Interamericano de Coopera-ção para a Agricultura (IICA).Engenheiro agrônomo e advogado, especialistaem desenvolvimento rural sustentável, coordena-dor da Unidade de Gerenciamento de Projetos eresponsável pela área estratégica de educação ecapacitação do IICA. Nos locais onde trabalhou,dentre os quais o Mapa e a Embrapa, desenvol-veu atividades relacionadas à assistência técnica,tendo várias publicações sobre o tema.

Coordenador: Donivaldo PDonivaldo PDonivaldo PDonivaldo PDonivaldo Pedro Martinsedro Martinsedro Martinsedro Martinsedro Martins, do IICA(ver foto e minicurrículo no seminário 3, p.32).

O caféirrigadoestende-sepor cercade 233 milhectaresem todoo Brasil

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OFICINA 4Fruticultura irrigada e os arranjosprodutivos/comerciais

Nesta oficina, será abordada a importância dairrigação como fator determinante na manuten-ção da produção, da qualidade e da produtivi-dade para os mercados interno e externo. Asexigências para exportação, certificação erastreabilidade, os problemas fitossanitários nocampo e em pós-colheita, associados ou não airrigação. Será dado o foco em como controlá-los nas seguintes fruteiras irrigadas: mamão,maracujá, coco, manga, abacaxi e goiaba. Alémdisso, serão enfocados também os fatores quepodem limitar a produção dessas fruteiras, ten-do-se como exemplo a região norte do EspíritoSanto, com a oportunidade de diversosminicursos, depoimentos dos produtores, facili-dades de debates e formulações de propostaspara melhorar o setor, aproveitando-se ao má-ximo essa louvável localização do XVIII Conird,no norte capixaba.As fruteiras que estão alcançando exigentesmercados, como o americano, o europeu e o asi-ático, têm tido na irrigação e na drenagem mo-las mestras para garantir constantes e crescen-tes ofertas, melhores controles produtivos, maisqualidade para ganhar espaços. O grande desa-fio que se apresenta é o de racionalizar o uso daágua cada vez mais, economizar gastos com ener-gia, melhorar o manejo e a conservação dos re-cursos hídricos. Para ganhar mercados e auferirmais lucros, a fruticultura irrigada vai necessi-tar aprimorar os controles das doenças e pra-gas, fazendo-os de acordo com as crescentes exi-gências dos consumidores. E este é o foco daprodução integrada de frutas, o PIF.

Coordenadores:LLLLLaércio Zambolimaércio Zambolimaércio Zambolimaércio Zambolimaércio Zambolim, professorda Universidade Federal de Vi-çosa.Engenheiro agrônomo (1970),mestrado em MicrobiologiaAgrícola (1973), doutorado nosEUA pela University of Florida(1980), pós-doutorado em

biotecnologia na Universidade de Wisconsin eUniversidade da Califórnia (1990 e 1995). Pro-fessor titular do Departamento de Fitopatologiada Universidade Federal de Viçosa.Área de interesse: manejo integrado de doen-ças de plantas; culturas de interesse: café, bata-ta, fruteiras, soja, feijão e milho. É coordenador

nacional do curso de pós-graduação em prote-ção de plantas da UFV, membro da CTNBio.Autor de 25 livros nas áreas de doenças de fru-teiras, hortaliças, café e grãos. Coordenadornacional pelo Ministério da Agricultura Pecuá-ria e Abastecimento (Mapa) da produção inte-grada de batata e do café.

WWWWWaldir Cintra de Jesus Junioraldir Cintra de Jesus Junioraldir Cintra de Jesus Junioraldir Cintra de Jesus Junioraldir Cintra de Jesus Junior,professor e diretor do Centro deCiências Agrárias da Universi-dade Federal do Espírito Santo.Engenheiro agrônomo formadopela Universidade EstadualPaulista (Unesp/Botucatu,1995), mestrado e doutorado em

Fitopatologia pela Universidade Federal de Vi-çosa (1997 e 2001), tendo realizado parte dodoutorado na University of Hannover (Alema-nha) e pós-doutorado pela Escola Superior deAgricultura Luiz de Queiroz/USP (2003). Publi-cou 30 artigos científicos em revistas nacionaise internacionais, quatro livros, 40 capítulos delivros e vários boletins. Recebeu vários prêmiose títulos honoríficos, dentre os quais, destacam-se Prêmio Instituto de Engenharia, DiplomaHorácio Passos, Diploma Faculdade de Ciênci-as Agronômicas, Cidadão Espírito-Santense, etc.

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No Brasil, apenas38 produtoresde mamãohaviam aderidoà PIF,representandouma área de8.739 haplantados e umaprodução de305,8 miltoneladas(dados de 2007,Mapa)

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OFICINA 5Pastagens e cana-de-açúcarirrigadas para produção intensivade carne, leite, peles e outros finsda exploração animal

A economia brasileira tem passado por rápidastransformações nos últimos anos. Neste contex-to, ganham espaço novas concepções, ações eatitudes, em que produtividade, custo e eficiên-cia se impõem como regras básicas de sobrevi-vência em um mercado cada vez mais competi-tivo e globalizado. A conscientização dos pes-quisadores, técnicos e produtores rurais envol-vidos neste sistema, bem como o ajuste destenovo cenário é primordial para a competi-tividade da atividade de pecuária.Surge, então, a necessidade de se estabelecersistemas de produção em bases sustentáveis quecoloquem a pecuária brasileira no cenário mun-dial como socialmente benéfica, economicamen-te viável e ambientalmente adequada. O títuloda oficina sugere um equilibrado programa deforragens ao longo do ano, cujas vantagens edesvantagens precisam ficar explícitas para asdiversas categorias de animais.Conscientes da necessidade de aperfeiçoar a ati-vidade pecuária no Brasil, aproveitando-se ostrabalhos que a Associação Brasileira de Irriga-ção e Drenagem (ABID) tem fomentado nasmais diversas frentes, dar-se-á especial ênfasenessa oficina ao tema Produção Sustentável deLeite em Pastagem Irrigada, contando-se com acoordenação e o concurso de profissionais daEmbrapa Gado de Leite, a Intec Consultoria eAssessoria Ltda., a Universidade Federal de Vi-çosa e outras instituições colaboradoras, todasirmanadas com a ABID no Programa Coopera-tivo de Irrigação na Pecuária (PCIP). O objeti-vo é de estabelecimento de uma rede de pesqui-sa e transferência de tecnologias em pastagensirrigadas visando o compartilhamento de com-petências, infra-estrutura e recursos financeirosde diferentes instituições de pesquisa nacional.O que se pretende no XVIII Conird é a criaçãoda Rede Nacional de Avaliação de PastagemIrrigada (Renapai), que viabilizará um arranjofísico multiinstitucional em busca do compar-tilhamento de recursos e da complementaridadede competências, de modo a permitir ações nasdiferentes regiões brasileiras, estabelecendo-seum portifólio de projetos de pesquisas definidode forma consensual pelas instituições, gruposou núcleos que lhe comporão, desenvolvendotrabalhos com avaliação qualitativa e quantita-

tiva das pastagens irrigadas e sistemas apropria-dos de irrigação (equipamentos, manejo,fertirrigação etc.).Além disso, a Renapai possibilitará os seguintesbenefícios adicionais: a) estabelecimento de umbanco de dados experimentais compartilhadoentre as instituições; grupos ou núcleos partici-pantes da rede; b) implantação de unidades depesquisa permanentes, em pastos irrigados, coma finalidade de um sistema de monitoramentosocioeconômico e ambiental dos sistemas; e, c)divulgação de resultados em diversos níveis deinformação, para diferentes públicos.A expectativa é a de formular recomendaçõescomo essa e poder trabalhar a oficina do XVIIIConird com marcantes evoluções nesse trabalho.

PROGRAMAÇÃO:

Dia 28/07/2008 Dia 28/07/2008 Dia 28/07/2008 Dia 28/07/2008 Dia 28/07/2008 (1º dia)Moderador – Professor Rubens Alves de Olivei-ra (DEA/UFV).– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8hIntrodução à oficinaIntrodução à oficinaIntrodução à oficinaIntrodução à oficinaIntrodução à oficina, com os coordenadores.– De 8h às 8h40– De 8h às 8h40– De 8h às 8h40– De 8h às 8h40– De 8h às 8h40Sistema de PSistema de PSistema de PSistema de PSistema de Produção de Lrodução de Lrodução de Lrodução de Lrodução de Leite do Meio-Norteeite do Meio-Norteeite do Meio-Norteeite do Meio-Norteeite do Meio-Nortee recomendações de pastagens irrigadas come recomendações de pastagens irrigadas come recomendações de pastagens irrigadas come recomendações de pastagens irrigadas come recomendações de pastagens irrigadas commanejo intensivo para os solos e clima domanejo intensivo para os solos e clima domanejo intensivo para os solos e clima domanejo intensivo para os solos e clima domanejo intensivo para os solos e clima doMeio-Norte,Meio-Norte,Meio-Norte,Meio-Norte,Meio-Norte, com o pesquisador Braz HenriqueNunes Rodrigues, da Embrapa Meio-Norte.– De 8h40 às 9h20– De 8h40 às 9h20– De 8h40 às 9h20– De 8h40 às 9h20– De 8h40 às 9h20Sistema de PSistema de PSistema de PSistema de PSistema de Produção de Lrodução de Lrodução de Lrodução de Lrodução de Leite da Amazôniaeite da Amazôniaeite da Amazôniaeite da Amazôniaeite da Amazôniae recomendações de pastagens irrigadas come recomendações de pastagens irrigadas come recomendações de pastagens irrigadas come recomendações de pastagens irrigadas come recomendações de pastagens irrigadas commanejo intensivo para os solos e clima damanejo intensivo para os solos e clima damanejo intensivo para os solos e clima damanejo intensivo para os solos e clima damanejo intensivo para os solos e clima daAmazônia,Amazônia,Amazônia,Amazônia,Amazônia, com o professor Jair da Costa Oli-veira Filho.– De 9h20 às 10hDe 9h20 às 10hDe 9h20 às 10hDe 9h20 às 10hDe 9h20 às 10hIrrigação de PIrrigação de PIrrigação de PIrrigação de PIrrigação de Pastagem: perspectivas e reali-astagem: perspectivas e reali-astagem: perspectivas e reali-astagem: perspectivas e reali-astagem: perspectivas e reali-dades,dades,dades,dades,dades, com o professor Luís César Drumond(DEA/UFV).– De 10h às 10h30 – 1ª Mesa-redonda:De 10h às 10h30 – 1ª Mesa-redonda:De 10h às 10h30 – 1ª Mesa-redonda:De 10h às 10h30 – 1ª Mesa-redonda:De 10h às 10h30 – 1ª Mesa-redonda:Discussões finais sobre as perspectivas de pro-Discussões finais sobre as perspectivas de pro-Discussões finais sobre as perspectivas de pro-Discussões finais sobre as perspectivas de pro-Discussões finais sobre as perspectivas de pro-dução de leite com pastagem irrigada na Ama-dução de leite com pastagem irrigada na Ama-dução de leite com pastagem irrigada na Ama-dução de leite com pastagem irrigada na Ama-dução de leite com pastagem irrigada na Ama-zônia e no Meio-Norte,zônia e no Meio-Norte,zônia e no Meio-Norte,zônia e no Meio-Norte,zônia e no Meio-Norte, com a participação docoordenador da oficina, o moderador, ospalestrantes e dois convidados da platéia.

Dia 29/07/2008 Dia 29/07/2008 Dia 29/07/2008 Dia 29/07/2008 Dia 29/07/2008 (2º dia)Moderadora – Márcia Aparecida Sartori, daIntec Ambiental.– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8hRRRRRecapitulação dos trabalhos de 28/07 eecapitulação dos trabalhos de 28/07 eecapitulação dos trabalhos de 28/07 eecapitulação dos trabalhos de 28/07 eecapitulação dos trabalhos de 28/07 eO

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plaplaplaplaplanejamento para os objetivos da oficina –nejamento para os objetivos da oficina –nejamento para os objetivos da oficina –nejamento para os objetivos da oficina –nejamento para os objetivos da oficina –com os coordenadores.– De 8h às 8h40De 8h às 8h40De 8h às 8h40De 8h às 8h40De 8h às 8h40Manejo de águas residuárias da bovinoculturaManejo de águas residuárias da bovinoculturaManejo de águas residuárias da bovinoculturaManejo de águas residuárias da bovinoculturaManejo de águas residuárias da bovinoculturade leite para uso em pastagem e forragiculturade leite para uso em pastagem e forragiculturade leite para uso em pastagem e forragiculturade leite para uso em pastagem e forragiculturade leite para uso em pastagem e forragiculturairrigada: equipamentos, tratamento e dispo-irrigada: equipamentos, tratamento e dispo-irrigada: equipamentos, tratamento e dispo-irrigada: equipamentos, tratamento e dispo-irrigada: equipamentos, tratamento e dispo-siçãosiçãosiçãosiçãosição, com o consultor Rafael Oliveira Batista,da Intec Ambiental.– De 8h40 às 09h20De 8h40 às 09h20De 8h40 às 09h20De 8h40 às 09h20De 8h40 às 09h20Sistema de PSistema de PSistema de PSistema de PSistema de Produção de Lrodução de Lrodução de Lrodução de Lrodução de Leite do Cerrado eeite do Cerrado eeite do Cerrado eeite do Cerrado eeite do Cerrado erecomendações de pastagens irrigadas comrecomendações de pastagens irrigadas comrecomendações de pastagens irrigadas comrecomendações de pastagens irrigadas comrecomendações de pastagens irrigadas commanejo intensivo para os solos e clima domanejo intensivo para os solos e clima domanejo intensivo para os solos e clima domanejo intensivo para os solos e clima domanejo intensivo para os solos e clima doCerradCerradCerradCerradCerrado, com o pesquisador da Epamig, Cláu-dio Manoel Teixeira Vitor.– De 09h20 às 10hDe 09h20 às 10hDe 09h20 às 10hDe 09h20 às 10hDe 09h20 às 10hSistema de PSistema de PSistema de PSistema de PSistema de Produção de Lrodução de Lrodução de Lrodução de Lrodução de Leite do Semi-Ári-eite do Semi-Ári-eite do Semi-Ári-eite do Semi-Ári-eite do Semi-Ári-do e recomendações de pastagens irrigadasdo e recomendações de pastagens irrigadasdo e recomendações de pastagens irrigadasdo e recomendações de pastagens irrigadasdo e recomendações de pastagens irrigadascom manejo intensivo para os solos e climacom manejo intensivo para os solos e climacom manejo intensivo para os solos e climacom manejo intensivo para os solos e climacom manejo intensivo para os solos e climado Semi-Árido,do Semi-Árido,do Semi-Árido,do Semi-Árido,do Semi-Árido, com o pesquisador da EmbrapaSemi-Árido, Tadeu Voltolini.– De 10h às 10h30 -– 2ª Mesa-redonda:De 10h às 10h30 -– 2ª Mesa-redonda:De 10h às 10h30 -– 2ª Mesa-redonda:De 10h às 10h30 -– 2ª Mesa-redonda:De 10h às 10h30 -– 2ª Mesa-redonda:Discussões finais sobre as perspectivas de pro-dução de leite com pastagem irrigada no Cerra-do e no Semi-Árido, com a participação do co-ordenador da oficina, o moderador, ospalestrantes e dois convidados da platéia.

Dia 30/07/2008 Dia 30/07/2008 Dia 30/07/2008 Dia 30/07/2008 Dia 30/07/2008 (3º dia)Moderador – Wadson Sebastião Duarte da Ro-cha, pesquisador da Embrapa Gado de Leite.– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8hBalanço sobre os dois dias da oficina e estra-Balanço sobre os dois dias da oficina e estra-Balanço sobre os dois dias da oficina e estra-Balanço sobre os dois dias da oficina e estra-Balanço sobre os dois dias da oficina e estra-tégias para conclusão dos trabalhostégias para conclusão dos trabalhostégias para conclusão dos trabalhostégias para conclusão dos trabalhostégias para conclusão dos trabalhos, com oscoordenadores.– De 8h às 8h40– De 8h às 8h40– De 8h às 8h40– De 8h às 8h40– De 8h às 8h40FFFFFertirrigação em pastagens com manejo in-ertirrigação em pastagens com manejo in-ertirrigação em pastagens com manejo in-ertirrigação em pastagens com manejo in-ertirrigação em pastagens com manejo in-tensivo, com o professortensivo, com o professortensivo, com o professortensivo, com o professortensivo, com o professor FFFFFernando Fernando Fernando Fernando Fernando FrançarançarançarançarançaCunha (DEA/UFV).Cunha (DEA/UFV).Cunha (DEA/UFV).Cunha (DEA/UFV).Cunha (DEA/UFV).– De 8h40 às 9h20– De 8h40 às 9h20– De 8h40 às 9h20– De 8h40 às 9h20– De 8h40 às 9h20Sistema de PSistema de PSistema de PSistema de PSistema de Produção de Lrodução de Lrodução de Lrodução de Lrodução de Leite do Sudeste eeite do Sudeste eeite do Sudeste eeite do Sudeste eeite do Sudeste erecomendações de pastagens irrigadas comrecomendações de pastagens irrigadas comrecomendações de pastagens irrigadas comrecomendações de pastagens irrigadas comrecomendações de pastagens irrigadas commanejo intensivo para os solos e clima domanejo intensivo para os solos e clima domanejo intensivo para os solos e clima domanejo intensivo para os solos e clima domanejo intensivo para os solos e clima doSudesteSudesteSudesteSudesteSudeste, com Carlos Eugenio Martins, pesqui-sador da Embrapa Gado de Leite.– De 9h20 às 10h– De 9h20 às 10h– De 9h20 às 10h– De 9h20 às 10h– De 9h20 às 10hSistema de PSistema de PSistema de PSistema de PSistema de Produção de Lrodução de Lrodução de Lrodução de Lrodução de Leite do Sul e reco-eite do Sul e reco-eite do Sul e reco-eite do Sul e reco-eite do Sul e reco-mendações de pastagens irrigadas com ma-mendações de pastagens irrigadas com ma-mendações de pastagens irrigadas com ma-mendações de pastagens irrigadas com ma-mendações de pastagens irrigadas com ma-nejo intensivo para os solos e clima do Sulnejo intensivo para os solos e clima do Sulnejo intensivo para os solos e clima do Sulnejo intensivo para os solos e clima do Sulnejo intensivo para os solos e clima do Sul,com Ulisses Cecato, professor da UEM.– De 10h às 10h30 – 3ª Mesa-redonda:– De 10h às 10h30 – 3ª Mesa-redonda:– De 10h às 10h30 – 3ª Mesa-redonda:– De 10h às 10h30 – 3ª Mesa-redonda:– De 10h às 10h30 – 3ª Mesa-redonda:Discussões finais sobre as perspectivas de pro-Discussões finais sobre as perspectivas de pro-Discussões finais sobre as perspectivas de pro-Discussões finais sobre as perspectivas de pro-Discussões finais sobre as perspectivas de pro-dução de leite com pastagens irrigadas no Su-dução de leite com pastagens irrigadas no Su-dução de leite com pastagens irrigadas no Su-dução de leite com pastagens irrigadas no Su-dução de leite com pastagens irrigadas no Su-deste e no Sul, deste e no Sul, deste e no Sul, deste e no Sul, deste e no Sul, com a participação do coorde-

nador da oficina, o moderador, os palestrantese dois convidados da platéia.– De 17h às 18h - 4ª Mesa-redonda:De 17h às 18h - 4ª Mesa-redonda:De 17h às 18h - 4ª Mesa-redonda:De 17h às 18h - 4ª Mesa-redonda:De 17h às 18h - 4ª Mesa-redonda:Encerramento das discussões sobre PEncerramento das discussões sobre PEncerramento das discussões sobre PEncerramento das discussões sobre PEncerramento das discussões sobre ProduçãoroduçãoroduçãoroduçãoroduçãoSustentável de LSustentável de LSustentável de LSustentável de LSustentável de Leite em Peite em Peite em Peite em Peite em Pastagem Irrigada,astagem Irrigada,astagem Irrigada,astagem Irrigada,astagem Irrigada,com a elaboração de documento contendo ascom a elaboração de documento contendo ascom a elaboração de documento contendo ascom a elaboração de documento contendo ascom a elaboração de documento contendo asdiretrizes sobre a criação da Rdiretrizes sobre a criação da Rdiretrizes sobre a criação da Rdiretrizes sobre a criação da Rdiretrizes sobre a criação da Rede Nacionalede Nacionalede Nacionalede Nacionalede Nacionalde Pde Pde Pde Pde Pastagem Irrigada (Rastagem Irrigada (Rastagem Irrigada (Rastagem Irrigada (Rastagem Irrigada (Renapai)enapai)enapai)enapai)enapai), com todos osparticipantes.

Coordenadores:Carlos Antônio Brasileiro deCarlos Antônio Brasileiro deCarlos Antônio Brasileiro deCarlos Antônio Brasileiro deCarlos Antônio Brasileiro deAlencarAlencarAlencarAlencarAlencar, gerente de projetos daIntec Consultoria e AssessoriaLtda.Possui graduação em Engenha-ria Agrícola (1985), mestradoem Engenharia Agrícola (Irriga-ção e Drenagem, 1988) e dou-

torado em Engenharia Agrícola (RecursosHídricos e Ambientais, 2007), todos os cursospela Universidade Federal de Viçosa. Tem ex-periência na área administrativa (SupervisorTécnico - Leite Glória, Pró-Reitor Administra-tivo - Univale, Conselheiro – Crea/MG) e naárea de Engenharia Agrícola (ensino, pesquisae extensão pela Univale), com ênfase em Irriga-ção e Drenagem, atuando principalmente nosseguintes temas: projeto e manejo de irrigação,forrageiras, pastagem e bovinocultura de leite ede corte. Coordenou o Núcleo AvançadoEmbrapa Gado de Leite/Univale (2000-2007) eo Programa Hortivar/FAO-Univale (2007).

Édio Luiz da CostaÉdio Luiz da CostaÉdio Luiz da CostaÉdio Luiz da CostaÉdio Luiz da Costa, pesquisa-dor da Epamig.Engenheiro agrícola (1991),com mestrado em EngenhariaAgrícola (2006), ambos os cur-sos pela Universidade Federalde Lavras, e com doutorado emRecursos Hídricos e Ambientais

(2005) pela Universidade Federal de Viçosa(UFV). Foi professor da Ufla e é pesquisadorda Epamig, onde exerce as funções de secretá-rio-executivo do Programa de AgriculturaIrrigada e coordenador de pesquisa da Epamig/CTCO. Áreas de atuação: manejo de irrigação,sistemas de irrigação, fertirrigação, qualidade deágua para irrigação e geoprocessamento. Desen-volve trabalhos de pesquisa em fruticultura,olericultura, cana-de-açúcar, oleaginosas e pas-tagens.

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40 ITEM • Nº 78 • 2.º trimestre 200840 ITEM • Nº 78 • 2.º trimestre 2008

OFICINA 6Uso eficiente da energia emprojetos de irrigação e evoluçõesna agricultura irrigada

O uso da irrigação está cada vez mais inseridono processo produtivo agrícola. Devido aos al-tos custos de implantação dos equipamentos deirrigação e de custeio das lavouras, o uso racio-nal da energia elétrica é fator fundamental paraque possa haver sucesso da atividade. Dados einformações de campo indicam falta de critéri-os e normas para o dimensionamento e a opera-ção dos equipamentos de irrigação: ora os equi-pamentos são subdimensionados, fazendo comque a cultura não dê o retorno (produtividade)a que se propõe; ora os equipamentos sãosuperdimensionados, onerando custos de im-plantação e também elevando o custeio da la-voura, causando um impacto negativo num mo-mento em que tanto se fala em questõesambientais e consumo racional da água na agri-cultura.

Coordenador: Giovanni BragaGiovanni BragaGiovanni BragaGiovanni BragaGiovanni Braga, presidente daAssociação de Irrigantes do Estado do EspíritoSanto (ver minicurrículo e foto na conferência1, p.18).

OFICINA 7Arranjos produtivos florestais como desenvolvimento da agriculturairrigada nas propriedades

Florestas plantadas, especialmente de eucalipto,para suprimento das necessidades de carvão emadeira, com preços convidativos; e mercadopromissor para suprir esses dois segmentos deconsumo, somados às perspectivas de se produ-zir álcool de celulose em futuro próximo, colo-cam o eucalipto numa oportunidade de merca-do praticamente ilimitada.A exploração de florestas aparece como umapromissora alternativa para as regiões serranas.O quadro das pastagens degradadas pode serrevertido com o plantio de florestas, com enor-me alcance para a sociedade. Só na Zona daMata Mineira, estima-se em mais de 1,6 milhãode hectares de pastagens degradadas que pode-riam ser destinados ao plantio de florestas, porterem perdido sua capacidade de suporte ao re-banho bovino.O

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No jornal Gazeta Mercantil, de 20/06/2008, opresidente do Conselho de Administração daParmalat revelou sua convicção de que o Bra-sil deverá ocupar, até 2013, o primeiro lugarmundial na produção de leite. Isto, embasado,entre outros fatores, na valorização do produ-to em nível de fazenda e na baixíssima médialeiteira nacional, de apenas 3 litros por vaca/dia, em contraste com 25 a 30 litros do reba-nho nos EUA e na Europa. Há condições dediminuir em 90% as áreas de pastagens, comganhos de produtividade e rentabilidade con-forme exemplos já em prática, com a intensifi-cação de produção por área.A introdução do manejo das pastagens irrigadas,juntamente a outras práticas de gestão, têm re-sultado em elevadas produções, liberando-seáreas para outras atividades.Isto é que iremos debater no XVIII Conird:como irrigar as pastagens com inúmeras vanta-gens sobre os atuais sistemas de pastejo e libe-rar áreas para outros cultivos, entre os quais, asflorestas plantadas destacam-se pela sua capa-cidade de adaptação a solos depauperados, gran-de potencial de produção de madeira e rendapara o produtor rural, com baixo investimentonessa atividade. Discutiremos também a implan-tação de sistemas agrosilvipastoris para a recom-posição das áreas e melhores alternativas de ren-da para as propriedades. Junto a esses temas, éobrigatória a discussão sobre o manejo susten-tável das bacias hidrográficas visando a conser-vação da água, a regularização dos fluxos dasnascentes, o controle das enchentes e os muitosusos racionais das águas, tanto para a atividadeagropecuária como para a garantia de abasteci-mento das cidades.Nesse contexto, surge a oportunidade de abor-dagem do manejo de sistemas agrosilviflorestaisem áreas de preservação permanente – matasciliares – em pequenas propriedades, tanto paraa obtenção de renda como para a preservaçãoambiental.

Coordenadores:João Câncio de Andrade Ara-João Câncio de Andrade Ara-João Câncio de Andrade Ara-João Câncio de Andrade Ara-João Câncio de Andrade Ara-újújújújújo, presidente da Sociedade deInvestigações Florestais (SIF).Engenheiro florestal, formadopela Universidade Federal deViçosa. Foi gerente florestal daCompanhia Paulista de FerroLigas, gerente de fomento flo-

restal da Aracruz Celulose e do IEF/MG. É pre-sidente da Sociedade de Investigações Flores-tais (SIF), uma parceria entre a UFV e as em-

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presas florestais; diretor da Empresa de Base &Distribuição Ltda., detentora da marcaHydroplan – EB – Tecnologia de Irrigação, compolímeros hidroabsorventes; diretor-proprietá-rio da Oliveira & Andrade, Engenharia e Proje-tos Ltda., empresa de consultoria na área de pla-nejamento, elaboração, administração e gestãode projetos e ativos florestais; superintendenteflorestal da Associação das Siderúrgicas para oFomento Florestal (Asflor), associação que con-grega 16 empresas siderúrgicas mineiras, respon-sável por plantios florestais através de fomentoflorestal de uma área anual de 24 mil hectares.

Antônio de Pádua NacifAntônio de Pádua NacifAntônio de Pádua NacifAntônio de Pádua NacifAntônio de Pádua Nacif, ge-rente-executivo do Pólo de Ex-celência em Florestas/ Sectes.Engenheiro agrônomo commestrado e doutorado emFitotecnia pela UniversidadeFederal de Viçosa. Foi pesqui-sador e diretor do Departamen-

to de Fitotecnia da Empresa de PesquisaAgropecuária de Minas Gerais (Epamig); geren-te-geral da Embrapa Café e coordenador doConsórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvi-mento do Café (CBP&D/Café) e do ProgramaNacional de Pesquisa e Desenvolvimento doCafé.

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OFICINA 8Reúso de águas servidas naagricultura irrigada

Nas duas últimas décadas, o uso de águas de qua-lidade inferior na agricultura aumentou signifi-cativamente, em razão dos seguintes fatores: di-ficuldades na busca por fontes alternativas deáguas para irrigação; custo elevado de fertilizan-tes; custo elevado de sistemas de tratamento deefluentes e reconhecimento do valor da ativida-de pelos órgãos gestores de recursos hídricos.No grupo das águas de qualidade inferior inclu-em-se: os efluentes de origem doméstica e in-dustrial, o efluente de lodo de esgoto (com maisde 95% de água), os dejetos líquidos de animais,os efluentes do processamento de produtos ve-getais; os efluentes da indústria de celulose epapel; os efluentes de agroindústrias; osefluentes de sistemas de drenagem; as águas sa-linas; e as águas ferruginosas.A utilização de águas residuárias na agriculturairrigada pode ser uma forma efetiva de controleda poluição, aumento da disponibilidade hídrica,redução na demanda de fertilizantes para adu-bação convencional apresentando, assim, bene-fícios econômicos, sociais e ambientais poden-do contribuir para melhoria das condições desaúde pública.Durante o XVIII Conird, teremos uma oficinatratando da “Utilização Sustentável de ÁguasResiduárias na Agricultura Irrigada”, onde serãoabordados os seguintes temas: manejo, equipa-mentos, tratamento e uso na agricultura irrigada,de águas residuárias da despolpa e lavagem dosfrutos do cafeeiro; da suinocultura e dabovinocultura; técnicas de tratamento e aplica-ção sustentável do esgoto doméstico para uso naagricultura irrigada; diretrizes para utilizaçãode esgoto sanitário tratado na fertirrigação de

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Desafios de gestão ao introduzir a irrigação: gerenciamento da fertirrigação, dos animais e das pastagens, abrigando-se todo orebanho em pequena área. A utilização do espaço liberado com florestas plantadas faz dessa mudança um bom negócio para oprodutor, para a revitalização das bacias hidrográficas e para toda a sociedade

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42 ITEM • Nº 78 • 2.º trimestre 200842 ITEM • Nº 78 • 2.º trimestre 2008

culturas; técnicas de tratamento de efluentes dolaticínio para uso na agricultura irrigada; pers-pectivas do uso de águas residuárias provenien-tes da indústria sucroalcooleira na agriculturairrigada. No encerramento, espera-se dos parti-cipantes a finalização de um documento conten-do as diretrizes sobre o uso de águas residuáriasde forma sustentável na agricultura irrigada.

PROGRAMAÇÃO

Dia: 28/07/2008Dia: 28/07/2008Dia: 28/07/2008Dia: 28/07/2008Dia: 28/07/2008 (1º dia):– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8hIntrodução à oficina Introdução à oficina Introdução à oficina Introdução à oficina Introdução à oficina pelo coordenador.– De 8h às 8h40– De 8h às 8h40– De 8h às 8h40– De 8h às 8h40– De 8h às 8h40Manejo de águas residuárias da despolpa eManejo de águas residuárias da despolpa eManejo de águas residuárias da despolpa eManejo de águas residuárias da despolpa eManejo de águas residuárias da despolpa elavagem dos frutos do cafeeiro para uso nalavagem dos frutos do cafeeiro para uso nalavagem dos frutos do cafeeiro para uso nalavagem dos frutos do cafeeiro para uso nalavagem dos frutos do cafeeiro para uso naagricultura irrigada: equipamentos, tratamen-agricultura irrigada: equipamentos, tratamen-agricultura irrigada: equipamentos, tratamen-agricultura irrigada: equipamentos, tratamen-agricultura irrigada: equipamentos, tratamen-to e disposiçãoto e disposiçãoto e disposiçãoto e disposiçãoto e disposição, com o professor AntonioTeixeira de Matos, UFV.– De 8h40 às 9h20– De 8h40 às 9h20– De 8h40 às 9h20– De 8h40 às 9h20– De 8h40 às 9h20Manejo de águas residuárias da suinoculturaManejo de águas residuárias da suinoculturaManejo de águas residuárias da suinoculturaManejo de águas residuárias da suinoculturaManejo de águas residuárias da suinoculturapara uso na agricultura irrigada: equipamen-para uso na agricultura irrigada: equipamen-para uso na agricultura irrigada: equipamen-para uso na agricultura irrigada: equipamen-para uso na agricultura irrigada: equipamen-tos, tratamento e disposiçãotos, tratamento e disposiçãotos, tratamento e disposiçãotos, tratamento e disposiçãotos, tratamento e disposição, com o professorLuís César Drumond, UFV.– De 9h20 às 10hDe 9h20 às 10hDe 9h20 às 10hDe 9h20 às 10hDe 9h20 às 10h3ª Oficina: Manejo de águas residuárias da3ª Oficina: Manejo de águas residuárias da3ª Oficina: Manejo de águas residuárias da3ª Oficina: Manejo de águas residuárias da3ª Oficina: Manejo de águas residuárias dabovinocultura para uso na agricultura irrigada:bovinocultura para uso na agricultura irrigada:bovinocultura para uso na agricultura irrigada:bovinocultura para uso na agricultura irrigada:bovinocultura para uso na agricultura irrigada:equipamentos, tratamento e disposição.equipamentos, tratamento e disposição.equipamentos, tratamento e disposição.equipamentos, tratamento e disposição.equipamentos, tratamento e disposição.– De 10h às 10h15De 10h às 10h15De 10h às 10h15De 10h às 10h15De 10h às 10h151ª Mesa-redonda: Discussões finais sobre as pers-1ª Mesa-redonda: Discussões finais sobre as pers-1ª Mesa-redonda: Discussões finais sobre as pers-1ª Mesa-redonda: Discussões finais sobre as pers-1ª Mesa-redonda: Discussões finais sobre as pers-pectivas e o manejo de águas residuárias dapectivas e o manejo de águas residuárias dapectivas e o manejo de águas residuárias dapectivas e o manejo de águas residuárias dapectivas e o manejo de águas residuárias daagroindústria na agricultura irrigadaagroindústria na agricultura irrigadaagroindústria na agricultura irrigadaagroindústria na agricultura irrigadaagroindústria na agricultura irrigada, com os pro-fessores Luiz César e Antonio Teixeira de Matos.– De 10h15 às 10h30– De 10h15 às 10h30– De 10h15 às 10h30– De 10h15 às 10h30– De 10h15 às 10h30Tempo reservado à perguntas: Platéia.

Dia: 29/072008 Dia: 29/072008 Dia: 29/072008 Dia: 29/072008 Dia: 29/072008 (2º dia):– De 7h30 às 8hDe 7h30 às 8hDe 7h30 às 8hDe 7h30 às 8hDe 7h30 às 8hRRRRRecapitulação dos trabalhos de 28/07 eecapitulação dos trabalhos de 28/07 eecapitulação dos trabalhos de 28/07 eecapitulação dos trabalhos de 28/07 eecapitulação dos trabalhos de 28/07 eplanejamento dos objetivos da oficina,planejamento dos objetivos da oficina,planejamento dos objetivos da oficina,planejamento dos objetivos da oficina,planejamento dos objetivos da oficina, pelocoordenador.

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– De 8h às 8h40– De 8h às 8h40– De 8h às 8h40– De 8h às 8h40– De 8h às 8h404ª Oficina: Técnicas de tratamento do esgoto4ª Oficina: Técnicas de tratamento do esgoto4ª Oficina: Técnicas de tratamento do esgoto4ª Oficina: Técnicas de tratamento do esgoto4ª Oficina: Técnicas de tratamento do esgotodoméstico para uso na agricultura irrigada,doméstico para uso na agricultura irrigada,doméstico para uso na agricultura irrigada,doméstico para uso na agricultura irrigada,doméstico para uso na agricultura irrigada,com a Dra. Sandra Parreiras Fonseca, da Copasa.– De 8h40 às 9h20De 8h40 às 9h20De 8h40 às 9h20De 8h40 às 9h20De 8h40 às 9h205ª Oficina: Equipamentos para aplicação sus-5ª Oficina: Equipamentos para aplicação sus-5ª Oficina: Equipamentos para aplicação sus-5ª Oficina: Equipamentos para aplicação sus-5ª Oficina: Equipamentos para aplicação sus-tentável de esgoto doméstico tratado,tentável de esgoto doméstico tratado,tentável de esgoto doméstico tratado,tentável de esgoto doméstico tratado,tentável de esgoto doméstico tratado, com oprofessor Antonio Teixeira de Matos, UFV.– De 9h20 às 10hDe 9h20 às 10hDe 9h20 às 10hDe 9h20 às 10hDe 9h20 às 10h6ª Oficina: Diretrizes para utilização de esgoto6ª Oficina: Diretrizes para utilização de esgoto6ª Oficina: Diretrizes para utilização de esgoto6ª Oficina: Diretrizes para utilização de esgoto6ª Oficina: Diretrizes para utilização de esgotosanitário tratado na fertirrigação de culturas.sanitário tratado na fertirrigação de culturas.sanitário tratado na fertirrigação de culturas.sanitário tratado na fertirrigação de culturas.sanitário tratado na fertirrigação de culturas.– De 10h às 10h15– De 10h às 10h15– De 10h às 10h15– De 10h às 10h15– De 10h às 10h152ª Mesa-redonda: Discussões finais sobre as2ª Mesa-redonda: Discussões finais sobre as2ª Mesa-redonda: Discussões finais sobre as2ª Mesa-redonda: Discussões finais sobre as2ª Mesa-redonda: Discussões finais sobre asperspectivas e o manejo de esgoto domésticoperspectivas e o manejo de esgoto domésticoperspectivas e o manejo de esgoto domésticoperspectivas e o manejo de esgoto domésticoperspectivas e o manejo de esgoto domésticotratado na agricultura irrigadatratado na agricultura irrigadatratado na agricultura irrigadatratado na agricultura irrigadatratado na agricultura irrigada, com a Dra.Sandra Parreiras Fonseca.– De 10h15 às 10h30De 10h15 às 10h30De 10h15 às 10h30De 10h15 às 10h30De 10h15 às 10h30Tempo reservado à perguntas: Platéia.

Dia 30/07/2008 Dia 30/07/2008 Dia 30/07/2008 Dia 30/07/2008 Dia 30/07/2008 (3º dia):– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8h– De 7h30 às 8hBalanço dos dois primeiros dias e estratégiasBalanço dos dois primeiros dias e estratégiasBalanço dos dois primeiros dias e estratégiasBalanço dos dois primeiros dias e estratégiasBalanço dos dois primeiros dias e estratégiaspara conclusão dos trabalhos da oficinapara conclusão dos trabalhos da oficinapara conclusão dos trabalhos da oficinapara conclusão dos trabalhos da oficinapara conclusão dos trabalhos da oficina, pelocoordenador.– De 8h às 8h40– De 8h às 8h40– De 8h às 8h40– De 8h às 8h40– De 8h às 8h407ª Oficina: Técnicas de tratamento de7ª Oficina: Técnicas de tratamento de7ª Oficina: Técnicas de tratamento de7ª Oficina: Técnicas de tratamento de7ª Oficina: Técnicas de tratamento deefluentes do laticínio para uso na agriculturaefluentes do laticínio para uso na agriculturaefluentes do laticínio para uso na agriculturaefluentes do laticínio para uso na agriculturaefluentes do laticínio para uso na agriculturairrigada.irrigada.irrigada.irrigada.irrigada.– De 8h40 às 9h20De 8h40 às 9h20De 8h40 às 9h20De 8h40 às 9h20De 8h40 às 9h208ª Oficina: P8ª Oficina: P8ª Oficina: P8ª Oficina: P8ª Oficina: Perspectivas do uso de águaserspectivas do uso de águaserspectivas do uso de águaserspectivas do uso de águaserspectivas do uso de águasresiduárias provenientes indústria sucroal-residuárias provenientes indústria sucroal-residuárias provenientes indústria sucroal-residuárias provenientes indústria sucroal-residuárias provenientes indústria sucroal-cooleira na agricultura irrigada,cooleira na agricultura irrigada,cooleira na agricultura irrigada,cooleira na agricultura irrigada,cooleira na agricultura irrigada, com HelioZanoti.– De 9h20 às 10h15De 9h20 às 10h15De 9h20 às 10h15De 9h20 às 10h15De 9h20 às 10h159ª Oficina: Encerramento das discussões so-9ª Oficina: Encerramento das discussões so-9ª Oficina: Encerramento das discussões so-9ª Oficina: Encerramento das discussões so-9ª Oficina: Encerramento das discussões so-bre o manejo de águas residuárias na agricul-bre o manejo de águas residuárias na agricul-bre o manejo de águas residuárias na agricul-bre o manejo de águas residuárias na agricul-bre o manejo de águas residuárias na agricul-tura irrigada, com a confecção de documentotura irrigada, com a confecção de documentotura irrigada, com a confecção de documentotura irrigada, com a confecção de documentotura irrigada, com a confecção de documentocontendo as diretrizes sobre o uso de águascontendo as diretrizes sobre o uso de águascontendo as diretrizes sobre o uso de águascontendo as diretrizes sobre o uso de águascontendo as diretrizes sobre o uso de águasresiduárias de forma sustentável na agricul-residuárias de forma sustentável na agricul-residuárias de forma sustentável na agricul-residuárias de forma sustentável na agricul-residuárias de forma sustentável na agricul-tura irrigada.tura irrigada.tura irrigada.tura irrigada.tura irrigada.

Coordenador:Antônio Alves SoaresAntônio Alves SoaresAntônio Alves SoaresAntônio Alves SoaresAntônio Alves Soares, profes-sor da UFV.Engenheiro agrícola, com Ph.D.em Engenharia de Irrigaçãopela Utah State University. Pro-fessor titular da UFV, ex-diretorcientífico da Fundação ArthurBernardes, bolsista do CNPq.

Participou da orientação de teses de mestrado edoutorado e tem publicado inúmeros artigos etrabalhos científicos e especializados.

No MS, oprodutor GilsonPinesso mantém

galpõescriatórios de

suínos,biodigestores e

reservatórioscobertos para a

coleta dechorume animal

e reservatóriosde água

residuária parareúso em

pastagens eoutras culturas

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Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 43Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 43

OFICINA 9Projetos em agricultura irrigada,sistemas de automações e deadequações da água para airrigação

Esta oficina deverá abordar inicialmente as con-dições básicas para se ter bons e adequados pro-jetos de irrigação, considerando os fatores eco-nômicos, culturais e ambientais que levem ao usoeficiente da água representado pela maior pro-dução para cada litro de água aplicado e levan-do a modernização da nossa agropecuária. O usoeficiência da irrigação começa com a escolha deum bom projeto de irrigação, sendo que um pro-jeto técnico leva em consideração os aspectosde solo, clima, atmosfera, topografia e cultura aser irrigada, que deverão ser discutidos.Considerando que não existe um melhor siste-ma de irrigação, e sim, aquele mais adequado àscondições dos recursos disponíveis na proprie-dade à cultura a ser irrigada, o valor do investi-mento em irrigação desejado e a vida útil doequipamento, quais os elementos básicos neces-sários para se ter um sistema que possa dar con-dições de o irrigante tirar dele todas as suaspotencialidades, tais como a quimigação. Osentraves ligados à comercialização e aceitaçãodos projetos também deverão ser discutidos.Uma vez com o projeto instalado, serão aborda-dos os procedimentos para avaliar seu desem-penho e se necessário for, melhorar suas condi-ções de operação, incluindo o manejo da irriga-ção, utilizando técnicas para disponibilizar águano momento e na quantidade adequada às cul-turas.Também os aspectos ligados à qualidade da água,oferta e disponibilidade da água em mananciaise legislação, bem como automação e sistemasde filtragem da água para irrigação deverão serdiscutidos nesta Oficina.Para o professor Fernando Tangerino, “Irriga-ção atualmente é definida como um conjuntode ações e conhecimento eclético e é essencialque os profissionais envolvidos com aagropecuária irrigada adotem todo um conjun-to de práticas. Esse conjunto vai desde a conser-vação de solo, cultivo mínimo ou o plantio dire-to, passando pelo terraceamento do solo, plan-tio e conservação das matas ciliares para que setenha água. A aquisição do sistema de irrigaçãodeve seguir critérios técnicos locais e ainda bus-car o uso eficiente da irrigação, controlando aágua aplicada e irrigando em períodos com me- OF

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nor umidade relativa e menor velocidade do ven-to e a irrigação noturna é um bom exemplo a seradotado.” Serviço: Área de Hidráulica e Irriga-ção: http://www.agr.feis.unesp.br/irrigacao.php

Coordenadores:FFFFFernando Braz Ternando Braz Ternando Braz Ternando Braz Ternando Braz TangerinoangerinoangerinoangerinoangerinoHernandeHernandeHernandeHernandeHernandez, professor daUnesp.Engenheiro agrônomo (1987) emestre em Produção Vegetalpela Unesp Jaboticabal, tendofeito o doutorado (1995) em Ir-rigação e Drenagem na Esalq/

SP e é livre docente. Atua na Unesp (Ilha Sol-teira) desde 1989, lecionando na graduação(Agronomia) e pós-graduação (Agronomia eEngenharia Civil) e pertence à área de Hidráu-lica e Irrigação, desenvolvendo atividades deensino, pesquisa e extensão rural objetivando amodernização da agricultura através da irrigaçãoe seu uso racional.É chefe do Departamento de Fitossanidade,Engenharia Rural e Solos (Defers), compostopor um corpo técnico de 22 docentes e nove co-laboradores em atividades técnicas de ensino,pesquisa e extensão, mantendo uma forte atua-ção na região oeste paulista dentro do segmen-to agropecuário, desenvolvendo pesquisas eprestação de serviços junto à comunidade, tan-to em parceria com o setor privado como comórgãos governamentais. Coordena também aárea de Hidráulica e Irrigação com atividadesde pesquisa e extensão universitária que se con-centram no manejo racional da irrigação,hidrologia aplicada à irrigação, sendo responsá-vel também por três estações agroclimatológicasna região oeste do Estado de São Paulo, quedisponibilizam diariamente todas as variáveisclimáticas, inclusive a evapotranspiração de re-ferência e ainda pelo portal da área de Hidráu-lica e Irrigação (www.agr.feis.unesp.br/irrigacao.php) com informações sobre agricul-tura irrigada e irrigação, contribuindo para amodernização da agricultura.

PPPPPaulo Emílio Paulo Emílio Paulo Emílio Paulo Emílio Paulo Emílio Pereira deereira deereira deereira deereira deAlbuquerquAlbuquerquAlbuquerquAlbuquerquAlbuquerque, pesquisador daEmbrapa Milho e Sorgo.Engenheiro agrícola, D.Sc. emIrrigação e Drenagem. Pesqui-sador da Embrapa Milho eSorgo há 21 anos, na área de Ir-rigação e Drenagem. Atua com

pesquisa e treinamento em manejo de irrigação,evapotranspiração, requerimento de água e

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coeficientes de culturas (Kc), mais notadamentede grãos. Atualmente, tem-se dedicado junto aospesquisadores de melhoramento genético e fisi-ologia de milho e sorgo na obtenção de linha-gens e genótipos de plantas tolerantes a seca,por meio do monitoramento no sistema solo-planta-atmosfera, e imposição do estressehídrico em campo e casa-de-vegetação.“Todos os projetos de irrigação e a implemen-tação de sistemas automáticos deve passar pri-meiro por um planejamento adequado do ma-nejo de irrigação, ou seja, como calcular o mo-mento de irrigar e a quantidade de águarequerida pela cultura em determinada fase doseu ciclo fenológico. Além disso, todas as variá-veis envolvidas e os coeficientes medidos ou es-timados previamente devem estar prontamentedisponíveis, de forma que não sejam gargalosfuturos a um processo de automação.Portanto, pensando nesse tema, isto é, com umenfoque num sistema que forneça água maisadequadamente às plantas é que uma propostade obter valores de coeficientes de cultura (Kc)mais apropriados à cultura, ao seu período dedesenvolvimento e a uma região específica, seráapresentada. Essa proposta deverá levar em con-ta todos esses fatores, mas também que seja defácil acesso ao interessado. Por isso, optou-se porlevá-la à rede mundial de computadores(internet), onde o usuário poderá, a partir deapenas três quesitos (cultura, região do Brasil eépoca), obter acesso a um banco de dados decoeficientes de cultura (Kc). Para isso, uma fer-ramenta será apresentada para a construção deuma plataforma de busca de valores de Kc paravárias culturas e regiões brasileiras, cujos dadosserão oriundos de trabalhos já publicados e demetodologias que determinam valores para usogeneralizado.”

OFICINA 10Uso de informaçõesagrometeorológicas naagricultura irrigada

Nesta oficina, se-rão discutidos as-suntos direta-mente relaciona-dos à agrometeo-rologia e promo-vida uma aproxi-mação entre ometeorologista eo produtor, entreas empresas dosetor e a realida-de da agriculturabrasileira. Umdos temas em dis-cussão será a redemeteorológ icanacional e capi-xaba e sua locali-zação, instrumen-tos aplicados àm e t e o r o l o g i a ,potencialidades de uso dos dados meteoro-lógicos na agricultura irrigada, ferramentas dis-poníveis para este fim. Estarão presentes nestaoficina, diversas autoridades ligadas àmeteorologia nacional, entre elas, representan-tes do Instituto Nacional de Meteorologia((Inmet), dos fornecedores de equipamentospara meteorologia, de professores da Ufes e daUFV, pesquisadores e técnicos que atuam dire-tamente com essa matéria. Assim, juntamentecom os produtores e demais técnicos que utili-zam direta ou indiretamente os dadosmeteorológicos na agricultura irrigada, estarásendo discutido o melhor arranjo nameteorologia brasileira para atender este setorprodutivo. Quais informações e como elas de-vem ser disponibilizadas para melhor atender aesse público? Que ferramentas permitem queeste público utilize estes dados de forma fácil eprecisa? Estes questionamentos, entre outros,deverão ser respondidos ao final dos três diasde duração desta oficina.

Coordenador: José Geraldo FJosé Geraldo FJosé Geraldo FJosé Geraldo FJosé Geraldo Ferreira da Silvaerreira da Silvaerreira da Silvaerreira da Silvaerreira da Silva,pesquisador do Incaper e coordenador do Siste-ma de Informações Agrometeorológicas do Es-tado do Espírito Santo (ver minicurrículo e fotono seminário 2, p.28).

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Oscoeficientes

de cultura(Kc) são

consideradosferramenta de

trabalhoessencial àagricultura

irrigada

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OFICINA 11Remuneração aos produtores porserviços ambientais

Sabe-se que os ecossistemas florestais oferecemà humanidade uma variedade de produtos e ser-viços no âmbito local, nacional e mundial. Osserviços ambientais são úteis e oferecidos pelosecossistemas para o homem. Dentre eles, podemser mencionados: a regulação das funçõeshídricas, a proteção de solos, a conservação e oincremento da biodiversidade, a regulação degases, a produção de oxigênio, o seqüestro decarbono, as belezas cênicas, dentre outros.A Lei 5.818/98, que dispõe sobre a Política Es-tadual de Recursos Hídricos do Estado do Espí-rito Santo, prevê mecanismos de compensaçãoàqueles proprietários que, no exercício de ativi-dades econômicas, assumem papel pro ativo eprotagonista, possibilitando, não só o seu pró-prio abastecimento, como também contribuin-do para o aumento da disponibilidade de água,em qualidade adequada, para que se possamrealizar também outras atividades produtivas emseu entorno.O Programa de Pagamento por ServiçosAmbientais tem como objetivo reconhecer ovalor econômico dos serviços ambientais pres-tados pela cobertura florestal e ao proporcio-nar, dentre outros, a melhoria de qualidade e oincremento na disponibilidade dos recursoshídricos. Este programa tem como fundamentoteórico a estreita relação entre a cobertura flo-restal em áreas estratégicas e a redução do pro-cesso de assoreamento de rios ou o aumento darecarga de aquíferos.Desta forma, a oficina sobre Remuneração aosprodutores por serviços ambientais se propõe adiscutir e apresentar mecanismos de pagamen-to por serviços ambientais e expor o modelo quevem sendo proposto no âmbito do Estado doEspírito Santo.Sua duração prevista é de quatro horas distri-buídas ao longo do período focando-se basica-mente:1 – P1 – P1 – P1 – P1 – Pagamento por Serviços Ambientais –agamento por Serviços Ambientais –agamento por Serviços Ambientais –agamento por Serviços Ambientais –agamento por Serviços Ambientais –Conceitos e Bases TConceitos e Bases TConceitos e Bases TConceitos e Bases TConceitos e Bases Teóricas (2 horas).eóricas (2 horas).eóricas (2 horas).eóricas (2 horas).eóricas (2 horas).Instrutores: Devanir Garcia dos Santos (ANA),Robson Monteiro dos Santos (Iema) e Luiz Son(Seag).2 – Técnicas de implementação de Serviços2 – Técnicas de implementação de Serviços2 – Técnicas de implementação de Serviços2 – Técnicas de implementação de Serviços2 – Técnicas de implementação de ServiçosAmbientais Ambientais Ambientais Ambientais Ambientais (1 hora)Instrutores: John Landers , da Associação doPlantio Direto no Cerrado (APDC) e Hans

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Cristian Schmidt (Projeto Corredores Ecológi-cos/ Iema).3 – Bolsa V3 – Bolsa V3 – Bolsa V3 – Bolsa V3 – Bolsa Verde/Perde/Perde/Perde/Perde/Produtores de Água – Dese-rodutores de Água – Dese-rodutores de Água – Dese-rodutores de Água – Dese-rodutores de Água – Dese-nho do Pnho do Pnho do Pnho do Pnho do Programa de Programa de Programa de Programa de Programa de Pagamento por Serviçosagamento por Serviçosagamento por Serviçosagamento por Serviçosagamento por ServiçosAmbientais no Estado do Espírito SantoAmbientais no Estado do Espírito SantoAmbientais no Estado do Espírito SantoAmbientais no Estado do Espírito SantoAmbientais no Estado do Espírito Santo(1 hora)Instrutores: Fábio Ahnert (Iema) e MarcosSossai (Iema).4- Ampla oportunidade para depoimentos e4- Ampla oportunidade para depoimentos e4- Ampla oportunidade para depoimentos e4- Ampla oportunidade para depoimentos e4- Ampla oportunidade para depoimentos edebates.debates.debates.debates.debates.

Coordenadores:Fábio AnhertFábio AnhertFábio AnhertFábio AnhertFábio Anhert, diretor de Recursos Hídricos doInstituto Estadual de Meio Ambiente e Recur-sos Hídricos (Iema). (Ver minicurrículo e fotono Seminário 1, p.27).

RRRRRobson Monteiro dos Santosobson Monteiro dos Santosobson Monteiro dos Santosobson Monteiro dos Santosobson Monteiro dos Santos, gerente de Re-cursos Hídricos do Instituto Estadual de MeioAmbiente e dos Recursos Hídricos (Iema).Graduado em Geografia, com mestrado emEngenharia Ambiental pela Universidade Fede-ral do Rio de Janeiro, com cursos de curta dura-ção em Climatologia, Fundamentos deHidrologia para planejamento e gestão, Análi-se socioeconômica para licenciamento ambiental,Gerência de projetos, Política econômica e Ges-tão de território e manejo de águas urbanas.

Devanir Garcia dos SantosDevanir Garcia dos SantosDevanir Garcia dos SantosDevanir Garcia dos SantosDevanir Garcia dos Santos,gerente de Conservação deÁgua e Solo da Agência Nacio-nal de Águas (ANA).Engenheiro agrônomo pelaUniversidade Federal de La-vras, com especialização em Ir-rigação pelo Instituto de Pesqui-

sa de Vercelli, Itália, e mestrado em Gestão Eco-nômica do Meio Ambiente pela Universidadede Brasília. Foi coordenador regional daRuralminas, membro do grupo responsável pelaelaboração de normas técnicas de irrigação edrenagem da Associação Brasileira de NormasTécnicas (ABNT), consultor do InstitutoInteramericano de Cooperação para a Agricul-tura (IICA) na Codevasf, consultor do Pnud eIICA na Secretaria Nacional de Irrigação e Se-cretaria de Recursos Hídricos, consultor pelaUnesco, ocupando o cargo de coordenador doNúcleo de Desenvolvimento dos Planos de Re-cursos Hídricos. Possui vários trabalhos publi-cados nas áreas de irrigação e drenagem, tarifasde água e planos de recursos hídricos, sendo co-autor de quatro livros.

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OFICINA 12Drenagem para a agriculturairrigada

A região de São Mateus é grande produtora defrutas onde, quando cultivadas em solos areno-sos com a presença de camada adensada a pou-ca profundidade, ocorre problema de drenagemsuperficial em época de chuvas, com a conse-qüente queda de produção.A oficina de drenagem ocorrerá com a partici-pação de instrutores de drenagem, funcionáriosdo Instituto Capixaba de Pesquisa, AssistênciaTécnica e Extensão Rural (Incaper), depoimen-tos de produtores e de fabricantes de tubos dedrenagem. O engenheiro agrônomo Manuel deJesus Batista introduzirá a questão da drenagemno sistema produtivo das culturas, enfocando asua importância e cuidados necessários para evi-tar problemas de drenagem, com base em suaexperiência de mais de 30 anos em drenagemagrícola.O depoimento de produtores servirá para a ca-racterização da drenagem na região, problemasenfrentados, tipo de solo em que ocorreu o pro-blema, solução adotada e a situação atual. OIncaper complementará com informações decomo a instituição tem reagido com relação aoproblema, e os fabricantes de tubos de drena-gem apresentarão os produtos existentes nomercado utilizados na implantação dos sistemasde drenagem.

A idéia da oficina é de se construir o conheci-mento com a participação dos interessados,equacionar a problemática da drenagem e, casonecessário, após visita de campo, sair com umelenco de sugestões para o encaminhamento doproblema com vistas à solução da drenagem naregião de São Mateus.

Coordenador:Hermínio Hideo SuguinoHermínio Hideo SuguinoHermínio Hideo SuguinoHermínio Hideo SuguinoHermínio Hideo Suguino, En-genheiro agrônomo.formado pela Escola Superiorde Agricultura Luiz de Queiroz/Universidade de São Paulo(Esalq/USP), mestre em Ciên-cia do Solo e Manejo de Águapela Wageningen Agricultural

University, Wageningen, Holanda e PhD emAgricultura e Engenharia de Irrigação pela UtahState University, Logan, em Utah, EUA. Funci-onário da Companhia de Desenvolvimento dosVales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf)desde 1977, lotado atualmente na Unidade deConservação da Água, Solo e Recursos Flores-tais. Especialista em estudo, projeto eimplementação de sistemas de drenagem super-ficial e subterrânea, tendo trabalhado nessa ins-tituição de 1978 a 2006, contribuindo para a con-solidação da prática da drenagem subterrâneapara a recuperação de solos salinizados dos pe-rímetros irrigados da região semi-árida. Instru-tor de cursos de drenagem, ex-assessor técnico-científico, autor de várias publicações no Brasile no exterior e participante em bancas examina-doras de teses de mestrado e doutorado.

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O engenheiro agrônomo Manuel de JesusBatista, autor do livro “Drenagem comoinstrumento de dessalinização e prevençãoda salinização de solos”, um verdadeiromanual com recomendações práticas paraquem se interessa pelo assunto, será umdos instrutores dessa oficina

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O que Pinheiros vai mostrar?Serão pastagens irrigadas, barragem coletiva,diferentes arranjos produtivos de fruticultura,diversificação e sistemas e produção, todos comtecnologias aplicáveis a toda a gama de produ-tores, fazendo-se refletir sobre diferentes orga-nizações para que se logre maior produtividadee melhor desenvolvimento.

Dia: 31/07/2008Dia: 31/07/2008Dia: 31/07/2008Dia: 31/07/2008Dia: 31/07/2008Horário de saída de São Mateus: 6h30Horário de saída de São Mateus: 6h30Horário de saída de São Mateus: 6h30Horário de saída de São Mateus: 6h30Horário de saída de São Mateus: 6h30Horário previsto de retorno a São Mateus:Horário previsto de retorno a São Mateus:Horário previsto de retorno a São Mateus:Horário previsto de retorno a São Mateus:Horário previsto de retorno a São Mateus:18h18h18h18h18h3030303030

O primeiro dia de campo do XVIII Conird estáprogramado para ser realizado em Pinheiros,com visitas a quatro propriedades rurais. Sob acoordenação do chefe do escritório do InstitutoEstadual do Meio Ambiente (Iema) em Pinhei-ros, Fábio Morani de Moraes, serão mostradase dadas explicações aos participantes do XVIIIConird sobre sistema de pastagens irrigadas naprodução de leite, usos múltiplos da água debarragens em Pinheiros, diversificação e siste-mas de produção de agricultura irrigada famili-ar, finalizando com visita a uma propriedaderural que desenvolve fruticultura irrigada, comdiferentes sistemas e arranjos produtivos, entreeles, os cultivos do mamão, da seringueira, domamão/café/ milho e do mamão/café/seringueira.Pinheiros está distante 70 km de São Mateus.Tem uma população de aproximadamente 21 milhabitantes e uma área de 975 km². A históriadesse município é bem recente, seu povoamen-to começou em meados do século XX, quandosurgiu o povoado de Pinheiro no local onde ocidadão José Pinheiro, um dos fundadores domunicípio, estabeleceu um armazém. Mais tar-de, a região passou a chamar-se Barrinha, dimi-nutivo do nome da sede, o município de Con-ceição da Barra. Pinheiros foi criado em 30/12/1963 pela lei estadual nº. 1.917, desmembrando-se de Conceição da Barra. Foi instalado em 22/04/1964, data em que se comemora o aniversá-rio do município.

PROGRAMAÇÃOSerão visitadas quatro propriedades rurais na re-gião, seguindo o seguinte roteiro e horários:

DIAS DE CAMPODIAS DE CAMPOEstação 1:Estação 1:Estação 1:Estação 1:Estação 1:Chegada prevista às 8h50, com saída às 9h50.O que vai ser visto: Sistema de produção de lei-te utilizando pastagens irrigadas.Estação 2:Estação 2:Estação 2:Estação 2:Estação 2:Chegada prevista para as 10h30 e saída às 12h.O que vai ser visto: Agricultura irrigada famili-ar, com diversificação agrícola em pequena pro-priedade.

Almoço previsto para as 13hAlmoço previsto para as 13hAlmoço previsto para as 13hAlmoço previsto para as 13hAlmoço previsto para as 13h

Estação 3:Estação 3:Estação 3:Estação 3:Estação 3:Chegada prevista para as 14h e saída às 15h30.O que vai ser visto: Diferentes sistemas produ-tivos irrigados, onde os participantes terão aoportunidade de conhecer os arranjos produti-vos de mamão, de seringueira; de mamão/ café /milho; e, de mamão / café / seringueira.Estação 4:Estação 4:Estação 4:Estação 4:Estação 4:Chegada prevista para as 16h20 e saída às 17h.O que vai ser visto: Barragem de usos múltiplos.

Coordenação:Fábio Morande de MoraisFábio Morande de MoraisFábio Morande de MoraisFábio Morande de MoraisFábio Morande de Morais, en-genheiro agrônomo, mestre emFitossanidade, chefe do escritó-rio de Pinheiros do Incaper.

Diferentessistemas deprodução serãoconhecidos,como o do cafécom seringueira

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São Mateus e Sooretama vãomostrar a cadeia do mamãoirrigado e novos arranjosprodutivos

Dia: 01/08/2008Dia: 01/08/2008Dia: 01/08/2008Dia: 01/08/2008Dia: 01/08/2008Saída: 7hSaída: 7hSaída: 7hSaída: 7hSaída: 7hHorário previsto de chegada a São Mateus:Horário previsto de chegada a São Mateus:Horário previsto de chegada a São Mateus:Horário previsto de chegada a São Mateus:Horário previsto de chegada a São Mateus:17h.17h.17h.17h.17h.

O segundo dia de campo do XVIII Conird estáprevendo visitas dos participantes a duas pro-priedades rurais, a primeira localizada em SãoMateus e a segunda no município de Sooterama.A coordenação desse dia estará a cargo do en-genheiro agrônomo José Altino Machado Filho,que trabalha no escritório regional do Incaperem Pinheiros.Segundo ele, o dia de campo sobre a cultura domamão abordará mais especificamente três te-mas relacionados ao sistema de produção, ma-nejo de irrigação e técnicas de drenagem parasolos típicos da região. Serão montadas três es-tações temáticas onde os participantes divididosem grupos, se revezarão entre palestras sobreestes temas. Espera-se, com isto, estabelecer umcontato dos participantes com os principais as-pectos técnicos da cultura do mamoeiro, de suaexploração na região norte do Espírito Santo,demonstrando seus pontos críticos epotencialidades.

PROGRAMAÇÃOEstação 1Estação 1Estação 1Estação 1Estação 1Horário previsto de chegada à propriedade ru-ral 1, de São Mateus: 9h, com saída prevista paraas 10h15.O que vai ser visto: Diferentes arranjos produti-vos, envolvendo culturas irrigadas do mamão,banana, seringueira e cacau.

AlmoçoAlmoçoAlmoçoAlmoçoAlmoço: às 12h, no município de Sooretama.

Estação 2Estação 2Estação 2Estação 2Estação 2Horário previsto de chegada à propriedade 2,localizada no município de Sooterama: 13h30,com saída prevista para as 15h30.O que vai ser visto: Lavoura de mamão irriga-do, onde serão abordados os seguintes aspectosda cultura: do mamoeiro:Sistema de manejo do solo e da cultura; drena-gem superficial de solo; e, manejo da irrigação.

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Coordenação:José Altino Machado FilhoJosé Altino Machado FilhoJosé Altino Machado FilhoJosé Altino Machado FilhoJosé Altino Machado Filho, doIncaper.Possui graduação em Agrono-mia pela Universidade Federalde Viçosa (1999) e mestrado emCiências Agrárias pela Univer-sidade de Brasília (2002), tendocomo área de concentração a

Fitotecnia. Atualmente é pesquisador de fisio-logia da produção e pós-colheita do InstitutoCapixaba de Pesquisa, Assistência Técnica eExtensão Rural (Incaper), lotado no CRDR-Nordeste em Linhares. Tem experiência na áreade Agronomia, com ênfase em Ecofisiologia Ve-getal, atuando principalmente nos seguintes te-mas: cultura do mamão, Produção Integrada e demais certificações. Atuou em diversas regiõesprodutoras do Centro-Oeste, Sudeste e Nordes-te, tendo amplo conhecimento dos principaiscultivos de fruteiras e suas cadeias produtivasnessas regiões.

A cadeia produtiva do mamão e novos arranjosprodutivos com o uso da irrigação serão atração dodia de campo em São Mateus e Sooretama

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Mesmo estando próximos e, praticamen-te, com o mesmo número de habitantes, cer-ca de 15 mil habitantes, São Mateus eSooterama são dois municípios diferentes,começando pela área ocupada: o primeiro seestende por 2.327,4 km² e, o segundo, numaárea quatro vezes menor, 587,7 km². A histó-ria dos dois também diverge, enquantoSooterama foi fundado em 1997, São Mateustem raízes mais profundas, sua fundação datade 1784, mantendo construções históricas emsua arquitetura.

A economia de São Mateus concentra-sena agropecuária. É um município com a agri-cultura mais diversificada do Brasil, onde des-taca-se o café, a cana-de-açúcar, a mandioca,o mamão papaia, a pimenta-do-reino, o coco(maior plantação da região sudeste), a serin-gueira e o palmito. Há também a criação debovinos (corte e produção leiteira), suínos eaves.

Com incentivos fiscais, a partir de 1980,houve a instalação de empresas florestais ealcooleiras, sendo expressiva a produção demadeira (eucalipto) para celulose. O petró-leo possui grande destaque para a economialocal desde 1967 e o turismo está fortalecen-do a economia de São Mateus.

Ilha de Guriri e o Projeto Tamar

São Mateus também é sede de uma dasunidades do Projeto Tamar, um dos projetosmais famosos e populares de preservação deespécies de tartarugas marinhas do Brasil. Éo único ponto de desova da tartaruga-de-cou-ro, a espécie mais ameaçada de extinção doterritório brasileiro.

Esse projeto foi criado em 1980 pelo en-tão IBDF (hoje, Ibama) e tem como objetivo

proteger as espécies de tartarugas marinhasque ocorrem no Brasil, através da geração dealternativas econômicas sustentáveis.

A Ilha de Guriri fica no município de SãoMateus e é considerada a maior do estado doEspírito Santo, com 102 km², limitada pelosrios Mariricu e São Mateus e pelo OceanoAtlântico. A parte norte da ilha de Guriri per-tence ao município de Conceição da Barra enela estão localizados lugarejos antes habita-dos por índios Tupinambás como Meleiras,Quadrado e Barreiras. Esses lugarejos estãoàs margens do Rio Cricaré (um dos braços doRio São Mateus) e contam com serviços debar e restaurantes, onde são servidas delicio-sas moquecas capixabas e frutos do mar.

A parte sul da ilha pertence a São Mateus.Nela encontra-se uma grande área urbana de-nominada Guriri, com uma extensão de apro-ximadamente 8 km de praia, iniciando ao nor-te na divisa com o município de Conceição daBarra e terminando ao sul, após o Parque dosAlbatrozes.

São Mateus tem 43 km de costa com prai-as de águas limpas e mornas, sem nenhum tipode poluição, que junto com o Projeto Tamar,atrai muitos turistas.

Rios de São Mateus

As bacias que compõem a paisagemhidrográfica de São Mateus são as dos riosBarra Seca, Itaúnas e São Mateus e seus aflu-entes. O Vale do Cricaré, um dos nomes dorio São Mateus, forma uma das mais belaspaisagens do estado do Espírito Santo. Eleserpenteia sobre o vale, desenhando o “S” e o“M”, as iniciais do nome da cidade.

Conheça um pouco sobre São Mateus

Rio SãoMateus,foz emConceição daBarra (ES)

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Em São Mateus, na praia de Guriri, existe uma unidade doProjeto Tamar, de preservação de tartarugas marinhas

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Associação de Irrigantes do ES quer aparceria do governo estadual para aconstrução de barragens no Estado

“Fizemos um pleito de construção de aproximadamente 80 barragens médias, emcaráter emergencial. Sabemos que a necessidade é muito maior”, diz o presidente da

Associação dos Irrigantes do Estado do Espírito Santo, Giovanni Braga. Ele defendeuma parceria entre produtores e o governo para o desenvolvimento de um programa

de reservação de água, voltado para suprir a demanda de água para a agriculturairrigada. Em entrevista à ITEM, Giovanni critica a burocracia do Estado na concessão

de outorgas de água e no licenciamento ambiental, o que, para ele, está criando“um conflito de papéis e não de água”. Giovanni Braga vê na realização do XVIII

Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem (XVIII Conird) uma oportunidade paradiscutir problemas como esse e também uma forma de adquirir novos

conhecimentos para otimizar a prática da irrigação, implementar novas culturas e,sobretudo, destacar a presença do Estado do Espírito Santo em irrigação no contexto

nacional. Além de presidir a Associação, Giovanni Braga é administrador rural e umespecialista em tecnologia da cachaça.

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Existe um pleito dosirrigantes do ES

para a construçãode cerca de 80

barragens médiasem parceria com ogoverno do Estado

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E N T R E V I S T A GIOVANNI BRAGA

ITEM: Como o senhor vê a importância do Con-gresso Nacional de Irrigação e Drenagem e suarealização em São Mateus, no norte capixaba?Giovanni: Entendemos como de extrema importân-cia para o setor de irrigação por vários fatores. A re-gião tem um grande potencial de irrigação e as pes-quisas não estão voltadas, prioritariamente, para onorte do Estado. Esse encontro vem marcar a pre-sença e dar visibilidade ao norte do Estado e ao Espí-rito Santo, na área de irrigação e de grandes áreasirrigadas, num contexto nacional. Temos muitos pro-blemas na região que são iguais aos de outras, espe-cialmente, do Nordeste do País.

ITEM: Qual é a sua expectativa em relação ao XVIIIConird?Giovanni: A expectativa é de um esclarecimentomaior dos produtores e, principalmente, de criar al-guns paradigmas em relação à irrigação. A imagemque se vende do produtor rural é a de quem conso-me muita água e desrespeita o meio ambiente. Oprodutor consome água tanto quanto outros consu-midores, porque, na verdade, a água utilizada na ir-rigação é, de alguma forma, devolvida para a natu-reza. E, em muitos casos, devolvida com melhor qua-lidade do que quando retirada do manancial. Preci-samos mostrar para a sociedade que o produtor podefazer o ‘meio de campo’ para ajudar a contornar pro-blemas em relação à água.

ITEM: Então, o que falta para ele fazer esse ‘meiode campo’?Giovanni: O produtor não tem o conhecimento sufi-ciente e nem tempo para mostrar o seu equipamen-to de irrigação e o seu trabalho para a sociedade.Tanto em utilização de água como em maior produ-tividade com a racional utilização dos recursoshídricos. Para mim, essa é a grande expectativa: fa-zer com que os produtores conheçam melhor o quetêm e criar uma relação com a sociedade sobre o queé irrigação, a agricultura irrigada. Afinal, o mundointeiro irriga, há milênios. O Brasil e o Espírito Santoestão, praticamente, começando a irrigar. Será queestamos trabalhando tão errado assim?

ITEM: O XVIII Conird refletirá essas questões...Giovanni: Acreditamos que sim. A programação estámuito bem concebida, com opções de oficinas queserão escolhidas pelos participantes, abordando di-versos temas, iniciando, cada um, nos dias 28, 29 e30/7 com esse trabalho. Depois, todos vão estar jun-tos atendendo a conferências, seminários, sessõespôsteres, visitas a estandes, dias de campo e oportu-nidades de muitas trocas de idéias. Mas o coordena-dor de cada oficina vai estar perseguindo um produ-

to dessas interlocuções, formatando propostas paraevoluirmos em nossos negócios. A água é a nossapreocupação maior; é a bola da vez. Precisamos criarexpectativas na área de pesquisa, trazer novas ativi-dades para o produtor desenvolver na região, novosequipamentos com consumo menor de água, comrelações de trabalho mais justas. Nada impede queuma nova cultura possa ser implantada na região;há tempos parecia um absurdo produzir uva no Nor-deste; hoje, o Vale do São Francisco está exportandouva. Pode não ser a uva uma cultura para o nortecapixaba, mas que venha desvincular o produtor des-sa questão café, café, café. Hoje, há grandes ativida-des se instalando na região, voltadas para a produ-ção do álcool, e as estatísticas indicam que o Brasildeverá aumentar este ano sua área irrigada em 150mil hectares, dos quais 23 mil hectares com canairrigada por gotejamento.

ITEM: O XVIII Conird enfocará a questão das re-servas de água em propriedades rurais. Como osenhor vê essa questão e quais as dificuldades parao incremento desta prática?Giovanni: Entendemos ser uma das questões demaior importância para o setor agrícola na regiãonorte do ES. Veja que a pecuária está partindo parao piquete rotacionado, com o uso de pastagensirrigadas. Temos que contar com a água acumuladapara atender aos períodos críticos de seca. A médiade precipitação pluviométrica da região é da ordemde 1,2 mil milímetros anuais, concentrada no perío-do de outubro a março, e precisamos ter água paratrabalhar no restante do ano. Daí, a necessidade deacumularmos água. Mas, para isso, é preciso existircritérios e o Espírito Santo hoje não tem informaçõessobre a disponibilidade de água em seus mananci-ais. Isso pode gerar conflitos em relação ao uso daágua. Entendemos que a forma mais prática e sim-ples seria a formação de uma parceria entre produ-tores e governo estadual, com critérios técnicos e

Além de otimizar aprática da irrigaçãoe implementarnovas culturas,Giovanni Bragaacredita que o XVIIIConird irá destacara presença doEstado do EspíritoSanto no contextonacional daagricultura irrigada

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ambientais, para a criação de um programa dereservação de águas. Um programa bem dimensio-nado resolverá grande parte da nossa demanda porágua para irrigação. Nossa proposta é de estabelecer-mos uma parceria, com distribuição de custos e parti-cipação do setor produtivo na construção das obrashidráulicas. Já para soluções a longo prazo e para aquestão da reservação saturada, temos outros manan-ciais na região e no sul da Bahia e, quem sabe, umatransposição de águas de bacias resolva a questão.

ITEM: Quais os pleitos pretendidos por meio des-sa parceria?Giovanni: A construção de aproximadamente 80barragens médias em propriedades rurais e em cará-ter emergencial. Sabemos que a necessidade é muitomaior, mas ainda não obtivemos uma resposta con-creta. É natural que existam questões técnicas e le-gais, mas é preciso que o Estado analise esse pleitode forma sensata.

ITEM: Como a Associação vê a questão das reser-vas naturais de água, da preservação das nascen-tes e dos mananciais?Giovanni: Essa questão envolve a conservação desolo, num casamento que tem que acontecer. As áre-as de preservação permanentes (APP) e de reservalegal em propriedades rurais devem existir. É umaquestão de sobrevivência e até mesmo de legalida-de. Hoje, se o produtor não tiver a outorga para ouso da água, não conseguirá financiamento bancá-rio. Cada vez mais, nós, produtores, estamos nosconscientizando sobre a importância da preservaçãodos recursos naturais. Mas ainda existem muitos pro-dutores que consideram absurdo o licenciamentopara construção de barragens ou a outorga para umairrigação.

ITEM: Mas antes dessa nova geração chegar, háalgo que se possa fazer com essa tomada de cons-ciência?Giovanni: O trabalho está apenas começando, maso primeiro passo foi dado. Precisamos dos órgãosambientais, responsáveis pelas fiscalizações, não tãoduros, rígidos, inflexíveis, porque existem situaçõesregionais. Precisamos que os órgãos ambientais te-nham sensibilidade para avaliar diferentes questões.Entendemos também que problemas de uma baciahidrográfica possam ser resolvidos dentro da própriabacia como questões dos rios São Mateus e Itaúnas.

ITEM: Como a Associação dos Irrigantes se inserenas questões dos Comitês de Bacias?Giovanni: O Comitê do Itaúnas foi criado em 2001.No Rio São Mateus, existe um Pró-Comitê e uma difi-

culdade maior porque é um rio federal, envolvendoquestões de dois Estados. Entendemos que um Co-mitê é importante e necessário. É um fórum ondetodos podem levar as suas necessidades e sugestões.O grande problema é que os Comitês foram monta-dos, e alguns estão em atividade sem o devido su-porte. Hoje, os Comitês estão quase à deriva, aban-donados, e sem estrutura mínima. Como caminharpara uma Agência de Bacia? Esse é um dosquestionamentos que levamos ao Conselho Estadualde Recursos Hídricos, onde a Associação dos Irrigantestem assento. Temos hoje a Lei 5.818, a Lei de Águasdo Estado, que estabelece parâmetros gerais paradiferentes situações, tanto para regiões de planície,como em São Mateus, Linhares e Pinheiros, como regi-ões montanhosas, como as de Domingos Martins. Sãosituações totalmente diferentes, mas a Lei é uma só.

ITEM: Como funciona a Associação de Irrigantes?Giovanni: A Associação foi fundada em 1985 comoAssociação dos Produtores de Culturas Irrigadas dePinheiros. Em 2000, precisamos fazer parte do Con-selho Estadual de Recursos Hídricos, para tanto, ti-nha que ser uma entidade com representação esta-dual. Então, ela passou a chamar-se Associação dosIrrigantes do Estado do Espírito Santo, que congregapequenos e grandes irrigantes. As culturas irrigadasrepresentam muito para a economia do Estado, maisde 50% da produção de café e hortigranjeiros, e, re-centemente, está atraindo a pecuária. Temos hoje emtorno de 80 associados, que são poucos, consideran-do o universo de 15 mil irrigantes no Estado.

ITEM: E quanto às dificuldades para a liberaçãode financiamentos para irrigação?Giovanni: Para a aquisição de equipamentos de irri-gação, consegue-se certa facilidade. A questão hojechama-se licenciamento. A outorga é justa e neces-sária, mas estamos enfrentando um grande proble-ma de avaliação. O Estado não sabe qual é a águadisponível nos rios. Por meio de modelos matemáti-cos, o governo supõe a existência de determinadosvolumes. Nessa questão, obtém a autorização quemchega primeiro. Entendemos que isso não é possível,pelo fato de um produtor desconhecer que existe umdeterminado prazo para pedir a sua outorga e o ou-tro, mais bem informado, chegar na frente. Será queisso é justo? Entendemos ser necessária uma revisãode critérios. E, aí, também entra a questão dareservação de águas. Como o Estado foi omisso nes-sa questão? O Estado se propôs a responder aos pro-cessos de outorga, num prazo de quatro meses e,hoje, temos pedidos com entrada de oito a dez me-ses que não foram nem analisados. Como fica o pro-dutor nesse caso?

E N T R E V I S T A

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“Esta é a obra estruturante da maior im-portância desta região na atualidade”, avaliouo prefeito de Pinheiros, Gildevan AlvesFernandes, referindo-se à construção da Bar-ragem de Pinheiros. Trata-se de uma obra des-tinada à reservação de água para diversos usos,beneficiando diretamente os municípios de Pi-nheiros e Boa Esperança. Está orçada em R$15 milhões e deverá ser entregue até o mês desetembro.

“É uma obra importante para a população,uma vez que vai beneficiar os sistemas de tra-tamento e de abastecimento de água de Pinhei-ros e Boa Esperança, permitindo também odesenvolvimento de projetos de irrigação, tu-rismo e piscicultura. É uma obra inédita naregião e espero que seja a primeira de tantasoutras necessárias”, disse o prefeito.

Gildevan destacou que as barragens exer-cem papel importante na região devido a fa-tores climáticos. “A seca é cíclica e temos queencontrar soluções de convivência. Muita águaque vai para o mar deve ser represada através

GIOVANNI BRAGA

Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 53

Gildevan AlvesFernandes

Para prefeito de Pinheiros, barragem éconquista da região norte do Estado

de barragens”. Se-gundo Gildevan, abarragem está sen-do construída comrecursos originári-os do Ministério daIntegração Nacio-nal com a contra-partida de 3% daPrefeitura de Pi-nheiros e o apoiodo governo estadu-al. A Barragem dePinheiros está sendo construída no RioItauninhas, integrante da Bacia Hidrográficado Rio Itaúnas. A Barragem de Pinheiros éconsiderada de porte médio, será utilizadapara usos múltiplos e deverá ocupar umaárea de 23,3 ha. Está projetada para ter umalâmina d’água com 7 km de extensão e ca-pacidade para armazenamento de 14 mi-lhões de m³ de água, beneficiando direta-mente 17 propriedades rurais.

A barragem dePinheiros, deporte médio, terácapacidade paraarmazenar umvolume de14 milhões dem3 de água

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IIIIITEM: Como o senhor avalia o fato de SãoTEM: Como o senhor avalia o fato de SãoTEM: Como o senhor avalia o fato de SãoTEM: Como o senhor avalia o fato de SãoTEM: Como o senhor avalia o fato de SãoMateus sediar o XVIII Conird e qual é a sua expec-Mateus sediar o XVIII Conird e qual é a sua expec-Mateus sediar o XVIII Conird e qual é a sua expec-Mateus sediar o XVIII Conird e qual é a sua expec-Mateus sediar o XVIII Conird e qual é a sua expec-tativa em relação aos resultados deste encontro?tativa em relação aos resultados deste encontro?tativa em relação aos resultados deste encontro?tativa em relação aos resultados deste encontro?tativa em relação aos resultados deste encontro?

Zuffo:Zuffo:Zuffo:Zuffo:Zuffo: O Congresso é de alto nível e já o conhe-cemos há alguns anos. Inclusive, o pessoal da Esalq,onde me formei, participa ativamente dele e da pró-pria Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem(ABID). Congressos itinerantes, como os Conirdsmotivam a integração dos temas científicos com asrealidades locais. Quando se realiza um congressodessa magnitude em um determinado lugar, o fluxode pessoas da região é um pouco maior e, ali, há umintercâmbio entre a realidade local e os pesquisado-res. É também onde o pesquisador, por exemplo, doRio Grande do Sul vai conhecer a realidade da irri-gação e drenagem do Espírito Santo. Então, esse in-tercâmbio é um dos papéis do Congresso.

ITEM: Como está a região em termos de pro-ITEM: Como está a região em termos de pro-ITEM: Como está a região em termos de pro-ITEM: Como está a região em termos de pro-ITEM: Como está a região em termos de pro-jetos de reservação de água?jetos de reservação de água?jetos de reservação de água?jetos de reservação de água?jetos de reservação de água?

Zuffo:Zuffo:Zuffo:Zuffo:Zuffo: A região extremo norte do Espírito Santoé caracterizada por chuvas inconstantes. A partir dadécada de 1980, os produtores ficaram preocupadoscom a falta de chuvas. Primeiro surgiu o advento dairrigação. Logo depois, precisou-se da água para ir-rigação e os produtores foram atrás da construçãode reservatórios. Os reservatórios aqui são pratica-mente todos feitos em rios perenes. Não existem riosintermitentes importantes na região. Aqui, na Baciado Itaúnas, há mais de 2 mil pequenos e médios re-servatórios. Praticamente, tudo foi feito pelos pro-dutores, com seus recursos e uma pequena ajuda dogoverno. Hoje, chegamos ao seguinte ponto: o pro-

Importância das represas para airrigação no norte do Espírito Santo

Importância das represas para airrigação no norte do Espírito Santo

54 ITEM • Nº 78 • 2.º trimestre 2008

Pastagensdegradadas,

represa e energiaelétrica,

ingredientes parafazer refletir sobre

intensificação daexploração bovina

com pastagensirrigadas e

liberação de áreaspara outros

negócios, comoreflorestamento

“S

Especialista em recursos hídricos destacaque o município de Pinheiros tornou-seo maior produtor de mamão do Brasil,

com o advento da irrigação.

e não fosse a irrigação, a agricultura dePinheiros não estaria nesse nível”, reco-nheceu o engenheiro agrônomo Valmir

José Zuffo, referindo-se ao fato de o municípiopinheirense, localizado no extremo norte doEspírito Santo, estar destacando-se na fruticul-tura nacional como o maior produtor de mamãodo Brasil. Há, também, a estimativa de colher,este ano, mais de 320 mil sacas de café, pratica-mente todo irrigado. Valmir considera a reali-zação do XVIII Congresso Nacional de Irriga-ção e Drenagem, em São Mateus, como de gran-de importância para o intercâmbio de experiên-cias, a atualização técnica e a ampliação de co-nhecimento dos produtores. “É um evento ondetudo sobre o tema estará lá”, afirmou, em en-trevista concedida à ITEM.

Valmir Zuffo é formado na Escola Superiorde Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), emPiracicaba (SP). É também especialista em Re-cursos Hídricos pela Universidade Federal deViçosa. Trabalha em Pinheiros há 17 anos, nasáreas de Planejamento e Produção Agrícola ePecuária, em atividades correlatas à área deRecursos Hídricos, como construção de barra-gens e orientação de irrigação, uso e manejo deágua.

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dutor, ao comprar um equipamento de irrigação, cui-da da construção de uma barragem. Isso tem permi-tido o avanço da irrigação e, praticamente toda agri-cultura que gera renda na região, é irrigada. Existempequenos cultivos de sequeiro, como da mandioca.O eucalipto e a cana-de-açúcar geram renda, mas nãono mesmo patamar das culturas irrigadas.

ITEM: Qual a dificuldade que o produtor en-ITEM: Qual a dificuldade que o produtor en-ITEM: Qual a dificuldade que o produtor en-ITEM: Qual a dificuldade que o produtor en-ITEM: Qual a dificuldade que o produtor en-frenta hoje para construir seu reservatório? É afrenta hoje para construir seu reservatório? É afrenta hoje para construir seu reservatório? É afrenta hoje para construir seu reservatório? É afrenta hoje para construir seu reservatório? É aliberação do órgão ambiental?liberação do órgão ambiental?liberação do órgão ambiental?liberação do órgão ambiental?liberação do órgão ambiental?

ZuffoZuffoZuffoZuffoZuffo: No nosso Estado existe a mesma caracte-rística da legislação ambiental do Brasil, que é frag-mentada, às vezes conflitante e redundante. Hoje, porexemplo, existem duas exigências para se construirbarragem: o licenciamento ambiental da barragem,a ser concedido pelo Instituto de DefesaAgropecuária e Florestal (Idaf), órgão de defesa sa-nitária do Estado, e a outorga, sob a responsabilida-de do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema).Na prática, são dois normativos ambientais para amesma coisa, e isso só atrapalha o produtor. Vê-seque até o próprio presidente Lula tem reclamado doentrave ambiental aos grandes projetos empresariaisno Brasil, construídos pelo governo. Acho que issonão ajuda ninguém. Legislação tem que sersimplificada e dentro da realidade.

ITEM: Como o senhor avalia a importância daITEM: Como o senhor avalia a importância daITEM: Como o senhor avalia a importância daITEM: Como o senhor avalia a importância daITEM: Como o senhor avalia a importância dairrigação e a reservação de águas nesta região?irrigação e a reservação de águas nesta região?irrigação e a reservação de águas nesta região?irrigação e a reservação de águas nesta região?irrigação e a reservação de águas nesta região?

ZuffoZuffoZuffoZuffoZuffo: Pinheiros é o maior produtor de mamãodo Brasil por causa da irrigação. Este município vaicolher mais de 320 mil sacas de café este ano, prati-camente todo irrigado . Temos outras pequenas cul-turas, como a goiaba, o maracujá, o abacaxi, que es-tão ajudando a alavancar a agricultura do norte doEstado. A irrigação tem importância econômica e, con-seqüentemente, os recursos hídricos são estratégicos.

ITEM: Existe também a questão da reservação,ITEM: Existe também a questão da reservação,ITEM: Existe também a questão da reservação,ITEM: Existe também a questão da reservação,ITEM: Existe também a questão da reservação,das águas superficiais e da recarga dos aqüíferos.das águas superficiais e da recarga dos aqüíferos.das águas superficiais e da recarga dos aqüíferos.das águas superficiais e da recarga dos aqüíferos.das águas superficiais e da recarga dos aqüíferos.O que tem sido feito aqui nesse sentido?O que tem sido feito aqui nesse sentido?O que tem sido feito aqui nesse sentido?O que tem sido feito aqui nesse sentido?O que tem sido feito aqui nesse sentido?

Zuffo:Zuffo:Zuffo:Zuffo:Zuffo: Essa questão da recarga de aqüíferos naregião depende muito da conservação do solo dasáreas agrícolas. É um assunto que ainda está muitono começo e há muito o que se fazer. A agriculturanessa região é relativamente nova, tem apenas 35anos. A conservação de solos vai ter que avançarmuito na questão relacionada com os recursoshídricos. Tenho proposto projetos e alternativas paratrabalhar as águas superficiais, a recarga dosaqüíferos, visando à preservação dos recursoshídricos.

ITEM: TITEM: TITEM: TITEM: TITEM: Tem havido resistências a essas pro-em havido resistências a essas pro-em havido resistências a essas pro-em havido resistências a essas pro-em havido resistências a essas pro-postas?postas?postas?postas?postas?

Zuffo:Zuffo:Zuffo:Zuffo:Zuffo: À medida que as idéias vão chegando, aspessoas vão-se acostumando com elas. Temos implan-

tado algumas áreas com esse tipo de consciência,como plantio de mamão e do eucalipto sem preparode solo. Outras culturas, como frutícolas e grãos, aexemplo de milho e feijão, estão começando a sercultivadas no Sistema de Plantio Direto. Essas atitu-des de conservação de solo estão aí no campo e opessoal está percebendo os efeitos que elas estão tra-zendo em produtividade, em segurança de produçãoe em conservação dos recursos hídricos.

ITEM: O senhor poderia estimar qual aITEM: O senhor poderia estimar qual aITEM: O senhor poderia estimar qual aITEM: O senhor poderia estimar qual aITEM: O senhor poderia estimar qual aestrutura de irrigação implantada atualmente naestrutura de irrigação implantada atualmente naestrutura de irrigação implantada atualmente naestrutura de irrigação implantada atualmente naestrutura de irrigação implantada atualmente naregião?região?região?região?região?

Zuffo: Zuffo: Zuffo: Zuffo: Zuffo: Nas décadas de 1980 e 1990, o número depivôs estava em torno de 80 a 90. Hoje, seguramente,são mais de 100 equipamentos de pivôs centrais. Já osistema de gotejamento começou a se expandir re-centemente. Temos também os novos métodos degotejamento subterrâneo. A linha de gotejadores ficaenterrada e o desperdício de água é praticamente ne-nhum, usa-se apenas o que a cultura consome. E, ofato de poder colocar adubo dentro da água, fazen-do-se a fertirrigação, potencializa a água e também orendimento da cultura. Certamente, neste Congres-so, teremos abordagens sobre tecnologias de ponta,projetos, protótipos e experimentos.

ITEM: Existe ainda a questão da automaçãoITEM: Existe ainda a questão da automaçãoITEM: Existe ainda a questão da automaçãoITEM: Existe ainda a questão da automaçãoITEM: Existe ainda a questão da automaçãoem irrigação, não é?em irrigação, não é?em irrigação, não é?em irrigação, não é?em irrigação, não é?

Zuffo: Zuffo: Zuffo: Zuffo: Zuffo: Automação mexe com a mão-de-obra, umproblema sério tanto no campo, como na cidade. Amão-de-obra está com um treinamento ruim e desa-parecendo. Então, a automação é bastante interes-sante para resolver esse problema. O conhecimentona área é importante, mas é preciso ter um mínimode pessoas para escolher e contratar e isso está cadavez mais difícil. A automação resolve esse problemade mão-de-obra para o campo, com a vantagem dedar precisão na quantidade de água que se precisa.

Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 55

Zuffo: alegislaçãoambiental do EStem as mesmascaracterísticas dalegislaçãonacional: éfragmentada, àsvezes, conflitantee redundante

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56 ITEM • Nº 78 • 2.º trimestre 2008

O professor da Ufes, Robson Bonomo,considera que a saída para aagricultura irrigada passa peloarmazenamento de água e a soluçãopara conflitos de seu uso, pela criaçãode Comitês de Bacia

Refletindo sobre as questões que envolvem a rela-ção dos produtores rurais da região com a dispo-nibilidade e utilização dos recursos hídricos, o pro-fessor Robson Bonomo considera a água fatorlimitante para o desenvolvimento da agricultura,no norte do Espírito Santo. Robson prevê a possi-bilidade de conflitos entre produtores pelo uso daágua e aponta a criação de Comitês de Bacias comouma saída para os entendimentos e a necessidadede armazenamento de água para a agriculturairrigada. A expectativa do professor é que esse temaseja amplamente debatido no XVIII Conird.

Natural de São Mateus,Robson Bonomo é pro-fessor da UniversidadeFederal do Espírito San-to e atua no Centro Uni-versitário Norte do Espí-rito Santo (Ceunes), emSão Mateus. É formadoem Agronomia e temmestrado e doutoradoem Irrigação e Drena-gem pela UniversidadeFederal de Viçosa.

ITEM – Qual é a expectativa do senhor em rela-ção ao XVIII Congresso Nacional de Irrigação eDrenagem que acontece em São Mateus?Bonomo – A expectativa é que haja grande parti-cipação de técnicos da área de irrigação e drena-gem de todo o Brasil e que haja também a impor-tante contribuição dos irrigantes do norte do Espí-rito Santo. Esperamos que sejam vinculados temasrelacionados com o uso eficiente de água, commelhor aproveitamento desse recurso.

ITEM – O Congresso traz uma preocupação es-pecial com relação à necessidade da reservaçãode água. Como o senhor vê essa questão?Bonomo – Acreditamos que a saída para a agricul-tura irrigada, no norte do Estado, passa peloarmazenamento de água, porque a disponibilida-

de média dos nossos mananciais é pequena e o po-tencial de área irrigada é grande. Então, temos queequacionar essa questão. Uma maneira de melhoraressa situação seria armazenar água no período chu-voso, para atender ao período seco.

ITEM – De que forma isso pode ser feito na re-gião? Existem incentivos? Há dificuldades e buro-cracia?Bonomo - Entendemos que existem dois entravespara esse armazenamento: a questão burocrática dolicenciamento ambiental e a questão de financiamen-to para obras nesse sentido. Acreditamos que existaa necessidade de uma política de treinamento dostécnicos e agricultores, mostrando a maneira corretae segura de construir a obra. Quanto à legislação, énecessário que haja esclarecimentos junto aos pro-dutores de como ela funciona e para que ela existe,enquanto que os órgãos públicos responsáveis pelolicenciamento se empenhassem para que esse pro-cesso se desse de forma mais rápida, menos travada.É difícil entender o tempo utilizado por um órgãoestadual, para dar respostas com relação a questõesde outorga de água e liberação de barragens, o queacaba inviabilizando projetos.

ITEM – Já existem conflitos regionais envolvendoo uso dos recursos hídricos?Bonomo - Observa-se na região a existência de pe-quenas propriedades, com nascentes e córregos co-muns, existindo certa dificuldade de integração en-tre os produtores em torno do conceito demicrobacia. Considero necessária uma ação gover-namental maior de incentivo ao associativismo vol-tado para ações de preservação. Já existem conflitosem relação ao uso da água e dificuldades de enten-dimento de que a água é um bem público e que to-dos têm direito a ela.

ITEM – A criação de Comitês de Microbacias seriaa solução?Bonomo – Acredito que sim. Talvez fosse mais efici-ente a criação de Comitês de pequenas bacias, ondeo produtor está sendo usuário mais específico. Elepensa, por exemplo, na Bacia do Rio São Mateus comoalgo maior que não afeta muito ele. ‘O rio vem deMinas, vai para o mar, estou meio fora disso, nãofaço captação na bacia do rio’, enquanto ele faz cap-tação em pequenas bacias, onde a escassez da águaafeta diretamente a ele e a seus vizinhos. Considerodifícil o processo de criação desses Comitês, mas éuma alternativa interessante de sobrevivência.

56 ITEM • Nº 78 • 2.º trimestre 2008

Especialista em irrigação analisa a agricultura irrigadada região norte capixaba

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Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 57Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 57

Restam apenas 4% da Mata Atlânticano entorno da Bacia do Rio Doce

(Igam) e com o Instituto Estadual de Meio Ambi-ente e Recursos Hídricos/ES (Iema), para apoiara organização e a operação de todos os CBHs comatuação na Bacia do Rio Doce. São seis em MinasGerais e três no Espírito Santo. Os CBHs encon-tram-se em níveis de organização bastante distin-tos, desde Comitês mais consolidados até os queagora estão sendo instituídos.

ITEM: Que tipo de contribuição esses Co-ITEM: Que tipo de contribuição esses Co-ITEM: Que tipo de contribuição esses Co-ITEM: Que tipo de contribuição esses Co-ITEM: Que tipo de contribuição esses Co-mitês de Bacia podem dar a essa Campanha pelomitês de Bacia podem dar a essa Campanha pelomitês de Bacia podem dar a essa Campanha pelomitês de Bacia podem dar a essa Campanha pelomitês de Bacia podem dar a essa Campanha peloCadastramento de Usuários, a qual está sendoCadastramento de Usuários, a qual está sendoCadastramento de Usuários, a qual está sendoCadastramento de Usuários, a qual está sendoCadastramento de Usuários, a qual está sendopromovida em MG? No ES, existe esse mesmopromovida em MG? No ES, existe esse mesmopromovida em MG? No ES, existe esse mesmopromovida em MG? No ES, existe esse mesmopromovida em MG? No ES, existe esse mesmotipo de preocupação por parte do Iema?tipo de preocupação por parte do Iema?tipo de preocupação por parte do Iema?tipo de preocupação por parte do Iema?tipo de preocupação por parte do Iema?

Murtha: Murtha: Murtha: Murtha: Murtha: É do interesse dos Comitês ter umcadastro bem-feito de usuários, pois isso possibili-ta quantificar demandas por recursos hídricos ecompará-las com as disponibilidades dos rios. Issoé condição essencial para a alocação da água dis-ponível entre os usuários, uma das atribuições dosórgãos gestores e dos CBHs. Estamos nos articu-lando com o Iema e com o Igam para termos umexcelente cadastro de usuários em toda a Bacia.Isto é fundamental para uma boa gestão.

IIIIITEM: O produtor rural, de modo geral,TEM: O produtor rural, de modo geral,TEM: O produtor rural, de modo geral,TEM: O produtor rural, de modo geral,TEM: O produtor rural, de modo geral,teme cadastrar-se, por causa da fiscalizaçãoteme cadastrar-se, por causa da fiscalizaçãoteme cadastrar-se, por causa da fiscalizaçãoteme cadastrar-se, por causa da fiscalizaçãoteme cadastrar-se, por causa da fiscalizaçãoambiental e dos empecilhos à sua atividade, cri-ambiental e dos empecilhos à sua atividade, cri-ambiental e dos empecilhos à sua atividade, cri-ambiental e dos empecilhos à sua atividade, cri-ambiental e dos empecilhos à sua atividade, cri-ados pela área de meio ambiente dos Estados.ados pela área de meio ambiente dos Estados.ados pela área de meio ambiente dos Estados.ados pela área de meio ambiente dos Estados.ados pela área de meio ambiente dos Estados.Como tem sido a relação entre o meio ambien-Como tem sido a relação entre o meio ambien-Como tem sido a relação entre o meio ambien-Como tem sido a relação entre o meio ambien-Como tem sido a relação entre o meio ambien-te e o meio produtivo nos Comitês de Bacia?te e o meio produtivo nos Comitês de Bacia?te e o meio produtivo nos Comitês de Bacia?te e o meio produtivo nos Comitês de Bacia?te e o meio produtivo nos Comitês de Bacia?

Rio Doce emLinhares, ES:a sociedademobiliza-se paraaprender a gerirsuas águas

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A história nos mostra que aconquista do Rio Doce foi das maistardias. Um denso mistério cerca esseRio desde a descoberta do Brasil.Foram necessários dois séculos atéque os bandeirantes paulistasconseguissem romper os sertões dosGoitacazes e descobrissem o brilhodo ouro refulgindo em suas bateias.

esmo com menos tempo de exposição àexploração da cobertura vegetal origi-nal da Bacia, que em sua maior parte

era dominada pela Mata Atlântica, restam somen-te 4% de uma das maiores biodiversidades de flo-restas, com a degradação promovida por madei-reiras e a implantação de pastagens. “É uma Baciafortemente impactada pela ação humana”, descre-ve o especialista em Recursos Hídricos da Agên-cia Nacional das Águas (ANA), Ney AlbertNey AlbertNey AlbertNey AlbertNey AlbertMurtha, coorMurtha, coorMurtha, coorMurtha, coorMurtha, coordenador da Unidade AdministrativaRegional de Governador Valadares, encarregada dedar apoio institucional e operacional aos nove Co-mitês de Bacias, com atuação na Bacia do Rio Doce(seis em Minas Gerais e três no Espírito Santo).

Em entrevista à revista ITEM, Ney Murtha nosdá uma visão sobre a atual situação dessa Bacia,onde atividades importantes para a economia na-cional, como mineração, produção de celulose, si-derurgia e agricultura são desenvolvidas, e os re-cursos hídricos do Rio Doce desempenham umpapel fundamental.

ITEM: Qual é o papel da ANA na organiza-ITEM: Qual é o papel da ANA na organiza-ITEM: Qual é o papel da ANA na organiza-ITEM: Qual é o papel da ANA na organiza-ITEM: Qual é o papel da ANA na organiza-ção do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rioção do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rioção do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rioção do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rioção do Comitê da Bacia Hidrográfica do RioDoce (federal), que tipo de apoio presta aosDoce (federal), que tipo de apoio presta aosDoce (federal), que tipo de apoio presta aosDoce (federal), que tipo de apoio presta aosDoce (federal), que tipo de apoio presta aosCBHs de rios estaduais e em que nível de orga-CBHs de rios estaduais e em que nível de orga-CBHs de rios estaduais e em que nível de orga-CBHs de rios estaduais e em que nível de orga-CBHs de rios estaduais e em que nível de orga-nização se encontram esses Comitês?nização se encontram esses Comitês?nização se encontram esses Comitês?nização se encontram esses Comitês?nização se encontram esses Comitês?

Murtha: Murtha: Murtha: Murtha: Murtha: A ANA presta apoio técnico eoperacional ao CBH-Doce. É atribuiçãoinstitucional da ANA implementar a Política Na-cional de Recursos Hídricos e os Comitês são ospilares sobre os quais se apóia o Sistema. Traba-lhamos para consolidar os Comitês ao mesmo tem-po em que implementamos os instrumentos degestão. Temos um Termo de Cooperação Técnicacom o Instituto Mineiro de Gestão de Águas

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Como tem sido levada essa campanha para oComo tem sido levada essa campanha para oComo tem sido levada essa campanha para oComo tem sido levada essa campanha para oComo tem sido levada essa campanha para ocadastramento dos usuários nos Comitês decadastramento dos usuários nos Comitês decadastramento dos usuários nos Comitês decadastramento dos usuários nos Comitês decadastramento dos usuários nos Comitês deBacia? Qual tem sido a reação do setor produ-Bacia? Qual tem sido a reação do setor produ-Bacia? Qual tem sido a reação do setor produ-Bacia? Qual tem sido a reação do setor produ-Bacia? Qual tem sido a reação do setor produ-tivo rural, especialmente dos irrigantes?tivo rural, especialmente dos irrigantes?tivo rural, especialmente dos irrigantes?tivo rural, especialmente dos irrigantes?tivo rural, especialmente dos irrigantes?

Murtha: Murtha: Murtha: Murtha: Murtha: É preciso que o produtor saiba queestará mais protegido, se estiver regularizado. Ainformalidade é que traz um ambiente de insegu-rança para os investimentos e para a atividade pro-dutiva. Quem se regulariza e obtém a outorga tema garantia de que pode desenvolver suas ativida-des produtivas com a segurança da disponibilida-de futura, o que é fundamental para qualquer in-vestimento. A relação entre o produtor rural e osistema de gerenciamento tem sido de cooperação

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e participação. No CBH-Doce, temos a partici-pação ativa de setores produtivos rurais na defini-ção de ações e dos rumos da gestão. Essa é umanovidade da Política de Recursos Hídricos. O Es-tado democratiza-se para incluir em suas esferasde decisão os setores usuários e a sociedade civil. Neste contexto, o cadastramento só pode ser bem-feito, se contar com a parceria dos setores produ-tivos e temos contado, até agora, com essa coope-ração.

ITEM: Entre os usuários, a agricultura e, emITEM: Entre os usuários, a agricultura e, emITEM: Entre os usuários, a agricultura e, emITEM: Entre os usuários, a agricultura e, emITEM: Entre os usuários, a agricultura e, emespecial, a agricultura irrigada é apontada comoespecial, a agricultura irrigada é apontada comoespecial, a agricultura irrigada é apontada comoespecial, a agricultura irrigada é apontada comoespecial, a agricultura irrigada é apontada comoa principal usuária dos recursos hídricos. Comoa principal usuária dos recursos hídricos. Comoa principal usuária dos recursos hídricos. Comoa principal usuária dos recursos hídricos. Comoa principal usuária dos recursos hídricos. Comoa ANA tem-se conduzido em relação a este as-a ANA tem-se conduzido em relação a este as-a ANA tem-se conduzido em relação a este as-a ANA tem-se conduzido em relação a este as-a ANA tem-se conduzido em relação a este as-sunto?sunto?sunto?sunto?sunto?

Murtha: Murtha: Murtha: Murtha: Murtha: Sim, de fato a irrigação é uma dasgrandes usuárias de recursos hídricos e é um setorque apresenta ao sistema de gestão amplas opor-tunidades de trabalho, seja por meio da reduçãode perdas, pela escolha de culturas mais adequa-das à disponibilidade hídrica, pelo uso eficiente daágua, seja pela incorporação da visão própria dosirrigantes na gestão. Nesse sentido, a ANA tembuscado a inserção de uma visão mais sistêmica douso da água por setores rizicultores e canavieirospor meio de acordos de cooperação técnica. Éóbvio, no entanto, que a agricultura intensiva é umaatividade que pela própria natureza influencia adisponibilidade e o regime das águas. Existem em

A difícil tarefa para a formaçãode um Comitê de Bacia

Quem pensa que criar um Comitê de BaciaHidrográfica é fácil, está redondamente enganado...Seus integrantes, que representam diferentes seto-res usuários, são verdadeiros idealistas que se reú-nem para proteger um bem de toda uma socidade,um córrego, um riacho, um rio. Não contam com re-cursos financeiros e, geralmente, dependem da dis-posição de um parceiro, que empresta um local parareuniões ou dá algum tipo de apoio aos participan-tes. Um exemplo dessas dificuldades está na forma-ção do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio SantoAntônio, que integra uma Bacia maior, a do Rio Doce,de nível federal, com seriíssimos problemas de de-gradação ambiental.

O Rio Santo Antônio nasce na Serra do Espinhaço,no distrito de Santo Antônio do Cruzeiro, municípiode Conceição do Mato Dentro, MG, faz um percursode mais de 140 km em direção ao leste, passa por 29municípios e despeja suas águas no Rio Doce, na al-tura do município de Naque, também em território

Cachoeira do Tabuleiro, localizada no Ribeirão do Campo,que compõe a Bacia do Rio Santo Antônio, no municípiode Conceição do Mato Dentro, MG, com 273 m de quedalivre, é considerada a terceira mais alta do Brasil

Ney AlbertMurtha: o

produtor ruralestará mais

protegido seestiver

regularizado

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todo o País exemplos em que o Sistema deGerenciamento de Recursos Hídricos pode medi-ar conflitos especialmente entre os setores de irri-gação, geração de energia, abastecimento huma-no e outros, a fim de garantir o uso múltiplo daságuas e as prioridades de uso em caso de escassez.

ITEM: Quais são os planos e projetos emITEM: Quais são os planos e projetos emITEM: Quais são os planos e projetos emITEM: Quais são os planos e projetos emITEM: Quais são os planos e projetos emrelação à criação de uma agência das águas dorelação à criação de uma agência das águas dorelação à criação de uma agência das águas dorelação à criação de uma agência das águas dorelação à criação de uma agência das águas doRio Doce? É um projeto de longo, médio ouRio Doce? É um projeto de longo, médio ouRio Doce? É um projeto de longo, médio ouRio Doce? É um projeto de longo, médio ouRio Doce? É um projeto de longo, médio oucurto prazo? Em que nível estão as discussõescurto prazo? Em que nível estão as discussõescurto prazo? Em que nível estão as discussõescurto prazo? Em que nível estão as discussõescurto prazo? Em que nível estão as discussõesem torno desse assunto?em torno desse assunto?em torno desse assunto?em torno desse assunto?em torno desse assunto?

Murtha:Murtha:Murtha:Murtha:Murtha: Essa é uma discussão que ainda nãoestá na ordem do dia na Bacia. Podemos ver al-gumas iniciativas de um ou outro comitê para or-ganizar consórcios intermunicipais, que poderiamser reconhecidos como entidades equiparadas e,assim, exercerem o papel de agências. Mas a nossarealidade é de que não haverá recursos financei-ros oriundos da cobrança suficientes para a implan-tação de uma agência por Comitê. Nesse contex-to, o desenho de uma Agência de Bacia com capa-cidade operacional e técnica para apoiar adminis-trativamente os Comitês e gerenciar os projetosem toda a Bacia tem sido defendido por algunspensadores do problema. Talvez a solução idealesteja compreendida entre os extremos. É umprojeto para o segundo semestre de 2009, uma dis-cussão que será tocada logo no final e na seqüên-cia do Plano de Recursos Hídricos.

mineiro. Foi utilizado pelos bandeirantes, como viade penetração em busca de ouro e, aos poucos, fo-ram povoando as suas margens. É utilizado pela po-pulação para pesca, garimpo, lazer, turismo, comofonte de água e de energia, extração de areia e pro-dução de alimentos. E, também, como esgoto damaioria das cidades que cresceram às suas margens.

Empresas de mineração como a Vale e a MMXMineração e Metálicos S. A. fazem uso de suas águas,assim como a Cenibra, com plantações de eucaliptos.“Nosso objetivo é fazer um cadastro dos usuários ecapacitar técnicamente o produtor rural”, afirma Flá-via Martins Guerra Pantuza, presidente recém-eleitado CBH do Rio Santo Antônio, bióloga e diretora daFundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira(Funcesi), que considera o setor agropecuário comoo maior usuário dos recursos hídricos do Rio SantoAntônio, além da mineração. “A MMX, por exemplo,diz ela, já tem licenciamento ambiental para a cons-trução de um mineroduto para transporte do miné-rio da região até o porto, no Rio de Janeiro. Para mim,isso representa uma verdadeira transposição daságuas do Rio”, afirma ela.

Bacias hidrográficas do ES

Comitêsde baciasexistentes

Fonte: Iema/ES.

As bacias hidrográficas do Espírito Santo, de domínio nacional(envolve mais de uma unidade da Federação) e estadual, são 12:

1. Bacia Hidrográfica do Rio Itaúnas (estadual);2. Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus (nacional);3. Bacia Hidrográfica do Rio Doce (nacional);4. Bacia Hidrográfica do Rio Riacho (estadual);5. Bacia Hidrográfica do Rio Reis Magos (estadual);6. Bacia Hidrográfica de Santa Maria da Vitória (estadual);7. Bacia Hidrográfica do Rio Jucu (estadual);8. Bacia Hidrográfica do Rio Guarapari (estadual);9. Bacia Hidrográfica do Rio Benevente (estadual);10. Bacia Hidrográfica do Rio Novo (estadual);11. Bacia Hidrográfica do Rio Itapemirim (estadual); e12. Bacia Hidrográfica do Rio Itabapoana (federal).

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A agricultura irrigadanão pode se omitir

As decisões dos Comitês de Bacia têm força de lei e Vítor Feitosa entende ser fundamentala participação de todos os setores produtivos no seu processo de construção

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Criado em 2002, oComitê da Bacia do RioDoce está em processo

de discussão de seuplano de gerenciamento

e cada vez mais seorganizando. Diferente

de outros ComitêsNacionais de Bacia já

existentes, tem apostadona mobilização

comunitária, como noúltimo Fórum, que

reuniu mais de 100 milpessoas em Linhares, de

2 a 5/4/2008.

Doce ficou esquecida por muito tempo e suaconquista foi feita de forma desordenada, commigrações estrangeiras importantes (alemães,italianos e poloneses no ES, americanos emGovernador Valadares, MG), que, em 150 anos,tornou-a uma das Bacias mais degradadas doBrasil. Mais ainda que a Bacia do São Francis-co, cujo problema é outro, é um Rio deintegração nacional, com sete Estados envolvi-dos, que lidam com a questão de disponibilida-de de água. A Bacia do Rio Doce sempre teveágua abundante e isso atraiu investimentos fei-tos de forma desordenada. Tivemos o ciclo dominério, seguido pelo de transformação - da si-derurgia -; depois, veio o ciclo de exploração dafloresta da Mata Atlântica, que praticamente aeliminou, restando poucos remanescentes; e,depois, um processo de expansão urbanadesordenado, que provocou muitas diferenças

Secretário-executivo do Comitê da Bacia do Rio Doce alerta:

Comitê Nacional é o ponto de ligaçãode nove Comitês Estaduais, seis minei-ros e três capixabas. Seu secretário-exe-

cutivo é representante da Federação das Indús-trias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), VítorFeitosa, que em entrevista à revista ITEM, fa-lou sobre a Bacia do Rio Doce, seus problemas,as iniciativas necessárias e de como o Comitêestá-se articulando para se tornar um modelode gestão de recursos hídricos para todo o País.

Rio Doce, uma bacia degradada em 150Rio Doce, uma bacia degradada em 150Rio Doce, uma bacia degradada em 150Rio Doce, uma bacia degradada em 150Rio Doce, uma bacia degradada em 150anosanosanosanosanos

“A Bacia do Rio Doce foi preservada por umlongo tempo, considerando o Descobrimento doBrasil, até o início do século 19, por ser ela oúnico canal de acesso direto a Minas Gerais. Suaintegridade foi mantida por razões geopolíticasestratégicas da coroa portuguesa. A Bacia do Rio

O

Aspecto da Mata Atlântica no entorno da Bacia do Rio Doce

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sociais. Na Bacia do Rio Doce, encontramos ci-dades com um dos maiores e um dos menoresPIBs do Brasil. São 84 mil km² de área da Bacia,230 municípios (202 em MG e o restante no ES).Hoje, os grandes problemas da Bacia decorremdessa ocupação desordenada. No período daindustrialização mais intensa, as águas foramimpactadas por efluentes industriais não trata-dos, que aconteceu da metade do século 20, atéos anos de 1980, quando começaram a ser insta-lados equipamentos de proteção e de tratamen-to de efluentes. Têm-se problemas sérios de usodo solo, associados ao deflorestamento intenso,que eliminou Matas Ciliares e nascentes, pro-vocou processos erosivos intensos, que levarama carreamentos de sedimentos, fazendo com queo Rio Doce tivesse um nível de assoreamentomuito crítico. Tudo isso acaba gerando outrosmales como problemas de enchentes. Outro pro-blema do Rio Doce decorre da expansão urba-na, feita de forma desordenada e sem qualquerpreocupação com o tratamento de esgotos. Osaneamento acabou gerando uma situação críti-ca, hoje o Rio Doce tem problemas de algas ecianofíceas que levam algumas cidades, comopor exemplo o Baixo Guandu, no ES, a inter-romper o tratamento de água, devido ao altonível de toxidade. Além disso, a Bacia do RioDoce tem um alto potencial de aproveitamentohidráulico para geração de energia. Temos mui-tas hidrelétricas e culturas irrigadas, que acabamcompetindo e surgindo a necessidade degerenciamento adequado. Temos públicos mui-to importantes na Bacia: o produtor rural, osgestores urbanos, as indústrias, os empreendi-mentos hidrelétricos e florestais. Temos tambémgrandes centros de ensino, de pesquisa científi-ca e tecnológica, com as universidades (Ufes,UFV, Ufop, UFMG, Univale e outras), gerado-ras de conhecimento e potenciais alimentadoresde soluções tecnológicas para a Bacia.”

CBH – Rio Doce, cobrança por resultadosCBH – Rio Doce, cobrança por resultadosCBH – Rio Doce, cobrança por resultadosCBH – Rio Doce, cobrança por resultadosCBH – Rio Doce, cobrança por resultados“““““No Brasil, temos hoje três Comitês que es-

tão mais avançados que o do Rio Doce, por di-ferentes razões. Um é o Comitê da Bacia doParaíba do Sul (Ceivap), que foi o pioneiro.Começou há quase 30 anos e foi origem dos prin-cipais gestores da Agência Nacional de Águas,como Jerson Kelmann, que foi presidente daANA e hoje está na Aneel. Como pioneiro, in-troduziu instrumentos de gestão, fez seu planoe cadastramento de usuários e implantou a co-brança pelo uso da água em primeiro lugar. Osegundo, é a Bacia do PCJ, conjugação dos RiosPiracicaba, Capivari e Jundiaí, que também estácom instrumentos instalados e já cobra pelo usoda água. O Ceivap é um Comitê onde os três

Estados, MG, RJ e SP, têm participações iguais,apresenta um debate intenso, até desgastante, epaga o preço por ser pioneiro. O PCJ é um Co-mitê mais tranqüilo, de cara mais pública, por-que é conduzido por funcionários públicos, acobrança é bem-aceita pelos empresários e exis-te, porque falta água na região. O terceiro Co-mitê, que gerou uma polêmica nacional, é o SãoFrancisco, que tem seu plano pronto e está dis-cutindo a implantação da cobrança. Por ser umRio de integração nacional e símbolo da obrade transposição que o presidente Lula quer fa-zer, o Comitê acabou sendo atropelado pelosinteresses do próprio governo, o que acabouimpactando negativamente o seu andamento. Oquarto Comitê é o do Rio Doce, que está tendoum processo de construção interessante, porque,de todos os Comitês, é o que tem o melhor pro-cesso de mobilização. Só que mobilizar a socie-dade gera atrasos no desenvolvimento de açõesconcretas. Hoje, a grande cobrança que existeem cima do CBH - Rio Doce é a produção deresultados concretos. O Comitê nacional estábem articulado com os Comitês Estaduais e vaifazer a diferença alguns anos à frente”.

Onde está a agricultura irrigada?Onde está a agricultura irrigada?Onde está a agricultura irrigada?Onde está a agricultura irrigada?Onde está a agricultura irrigada?“““““Lamento muito dizer que a agricultura

irrigada faz-se muito ausente nos Comitês Esta-duais e no Comitê Nacional. É uma atividadeeconômica importante que recebe muitas críti-cas e acaba não se defendendo e nem mostran-do o seu valor, simplesmente porque não estápresente no Comitê. Ela não valoriza a existên-cia do Comitê e com isso, corre riscos muitograndes, inclusive, de conflitos de uso. Por exem-plo, o uso da água entre uma irrigação e umahidrelétrica pode fazer com que o Comitê, pornão ter sensibilidade para a agricultura irrigada,defina que a prioridade seja para a energia

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Vitor Feitosaconsidera aagricultura irrigadauma atividadeeconômicaimportante, masmuito ausente nosComitês estaduais eno Comitê Nacionalda BaciaHidrográfica do RioDoce

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elétrica ou outra qualquer, fazendo com que orecurso não fique disponível para a atividade,porque essa água só será disponível mediante aoutorga, que é o instrumento necessário para de-terminado empreendimento. Conheço muitopouco sobre a cultura irrigada no CBH - RioDoce, porque ela é discreta demais. Precisavaestar mais presente, assim como a mineração,da qual sou derivado. A mineração é uma ativi-dade muito criticada, mas está presente, põe ascartas na mesa e, com isso, temos conseguidoavanços importantes. É importante que a socie-dade da Bacia representada no Comitê entendaa importância de um setor para dar o justo valor.”

PPPPPor que a agricultura irrigada não está bemor que a agricultura irrigada não está bemor que a agricultura irrigada não está bemor que a agricultura irrigada não está bemor que a agricultura irrigada não está bemrepresentada nos Comitês?representada nos Comitês?representada nos Comitês?representada nos Comitês?representada nos Comitês?

“Acredito que seja desconhecimento do queé o Comitê e para que ele serve. Na realidade,tem gente que olha o Comitê e se afasta, pen-sando que isso é coisa de “ongueiro”, deambientalista, que não tem o que fazer. Ou en-tão, “esses caras estão querendo me cobrar”,“meter a mão no meu bolso”. Essas duas visõessão perigosas, porque Comitê não é ONG. É umórgão de Estado, criado por Decreto governa-mental. Neles, estão representados os usuários,com 40%; o setor público, com até 40% e o cha-mado terceiro setor, a sociedade civil organiza-da, com, no mínimo, 20% de participação. Asdecisões do Comitê têm força de lei e ele estáenvolvido, por exemplo, na construção do seuplano de gerenciamento, que é justamente, oinstrumento que dá o norte, a direção que oComitê deve seguir. Outra coisa é a cobrançapelo uso da água. Ela foi criada para fazer comque seu usuário a utilize racionalmente, parapreservá-la do melhor modo possível. A cobran-ça existe para tornar mais caro o pagamento pelaágua e para o empreendedor fazer o que se es-pera que ele faça, ou seja, usar com responsabi-lidade a água. Se você está fora, porque não querser cobrado, não adianta. De todo jeito, vai sercobrado, sem participar do processo. Por isso,entendo ser fundamental que todos os setoresprodutivos usuários de água se façam represen-tar no Comitê, para participar desse processode construção.”

Importância do produtor rural para os re-Importância do produtor rural para os re-Importância do produtor rural para os re-Importância do produtor rural para os re-Importância do produtor rural para os re-cursos hídricoscursos hídricoscursos hídricoscursos hídricoscursos hídricos

“O produtor rural é muito arredio, chora ereclama muito. Começa a se observar na Baciado Rio Doce, que esse produtor está-se aproxi-mando, começando a exercer alguns papéis e issoé muito importante. O que o Comitê quer é queo produtor trabalhe da maneira certa, que man-tenha a Mata Ciliar, a reserva legal. E ele fazen-

do isso, não só não pagará pela água, como tam-bém, já se discute dentro dos Comitês, que elevenha a receber dinheiro por serviçosambientais. O produtor reclama que a socieda-de, por meio das leis, exige que ele imobilize umaparcela de sua área produtiva para preservar, emfunção das futuras gerações, e ninguém o pagapor isso. Mas o conceito em discussão e que cres-ce cada vez mais é de pagar ao produtor rural,desde que ele demonstre que está prestando ser-viços ambientais, ou seja, recuperando nascen-tes e preservando áreas florestais acima do quedetermina a lei. Em vez de plantar milho ou cri-ar gado, ele vai plantar florestas e vai receberpor isso. Na realidade, precisamos ter o produ-tor rural nesse processo, porque ele tem a me-lhor capilaridade, está espalhado em toda Ba-cia, conhece cada nascente do seu terreno. Sesomarmos todos os produtores rurais, vamosconhecer toda a realidade hídrica da Bacia. Émuito mais importante que ele venha participardo processo. O Comitê deve existir para discutirproblemas e buscar soluções”.

Diferentes impressões sobre a agriculturaDiferentes impressões sobre a agriculturaDiferentes impressões sobre a agriculturaDiferentes impressões sobre a agriculturaDiferentes impressões sobre a agriculturairrigadairrigadairrigadairrigadairrigada

“Tenho duas impressões sobre a irrigação,contraditórias entre si. Uma é que a agriculturairrigada torna produtivas áreas anteriormenteimprodutivas, que não teriam condições de pro-duzir em condições normais e, com irrigação,passam a produzir riquezas. A outra visão é ne-gativa, pois me vem à mente a imagem dos kibutsde Israel, que colhem frutas e vegetais do deser-to, usando irrigação calibrada, por gotas, commuita tecnologia. Daí a impressão que tenho éque o setor desperdiça muita água.”

CBH-Rio Doce, maturidade prevista paraCBH-Rio Doce, maturidade prevista paraCBH-Rio Doce, maturidade prevista paraCBH-Rio Doce, maturidade prevista paraCBH-Rio Doce, maturidade prevista para20122012201220122012

“O Comitê está começando a elaborar o seuplano de gerenciamento, que deverá levar doisanos para ficar pronto. Nesse meio tempo, a dis-cussão sobre agência deverá avançar e ocadastramento dos usúarios, a cargo da ANA,também deverá ficar pronto. A partir daí, virá ainstalação da agência e será dado início ao pro-cesso de cobrança pelo uso da água. Acreditoque em 2012, vamos estar com o Comitê funcio-nando em sua plenitude, 10 anos depois de tersido instalado.”

PPPPPosições contraditórias do governo em re-osições contraditórias do governo em re-osições contraditórias do governo em re-osições contraditórias do governo em re-osições contraditórias do governo em re-lação aos Comitês de Bacialação aos Comitês de Bacialação aos Comitês de Bacialação aos Comitês de Bacialação aos Comitês de Bacia

“O que aconteceu no São Francisco foi frutode um processo muito específico e de um de-sentendimento sobre o que é um Comitê deBacia, por parte do próprio governo. Quando o

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governo Lula começou, houve um posicio-namento contra toda e qualquer agência, o mo-delo de gestão descentralizada das agências nãofoi aceito pelo governo, que não gosta disso.Acho que a decisão contrária do governoimpacta, mas o risco do ônus político e de deci-sões que não são aceitas pela sociedade é muitogrande. Em 2010, pode-se ter um novo cenáriopolítico, onde a transposição do São Franciscosimplesmente não aconteça. Porque isso, não éuma decisão da sociedade; é uma decisão degoverno, atropelando o Estado representadopelo Comitê. É um processo que enfraquece e,ao mesmo tempo, fortalece o Comitê.”

Mobilização por meio do FórumMobilização por meio do FórumMobilização por meio do FórumMobilização por meio do FórumMobilização por meio do Fórum“O Fórum da Bacia do Rio Doce realizado

em Linhares, ES, foi muito importante em ter-mos de mobilização, com debates sobre a reali-dade da Bacia. Permitiu a visão e mostra de vá-rios usuários. Houve até a realização de um

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Conheça o CBH – Rio Doce

O Comitê (federal) da Bacia Hidrográfica doRio Doce foi instituído pela Resolução nº 5, de10/4/2000, do Conselho Nacional de RecursosHídricos, com área de atuação em toda a Baciado Rio, localizada nos estados de Minas Gerais eEspírito Santo.

A sede do Comitê está localizada no municí-pio mineiro de Governador Valadares, sendo pre-sidido pelo prefeito municipal local, José BonifácioMourão. Há dois vice-presidentes, GuerinoBalestrassi, prefeito de Colatina (ES), e AfonsoBretas, do Sindicato Rural de GovernadorValadares. O secretário-executivo é Vítor Feitosa,representante da Federação das Indústrias do Es-tado de Minas Gerais (Fiemg).

Os nove Comitês Estaduais de Bacia que inte-gram o Comitê Nacional são:

Minas Gerais: Rios Piranga, Piracicaba, Santo An-tônio, Suaçuí, Caratinga e Manhuaçu.

Espírito Santo: Rios Guandu, Santa Maria do RioDoce e São José.

A Bacia Hidrográfica do Rio Doce tem cerca de83.400 km², dos quais 86% em Minas Gerais.

Extensão do Rio: 853 km, formado pelos RiosPiranga e Carmo, com nascentes nas Serras daMantiqueira e Espinhaço, MG.

Municípios envolvidos: 228, sendo 202 em MGe 26 no ES.

População da Bacia: cerca de 3,1 milhões dehabitantes.

Fórum mirim, com 300 crianças fazendo propos-tas para a Bacia, que depois foram levadas àconsideração do Comitê do Rio Doce. Foi umaverdadeira festa cívica da Bacia.

O Comitê Nacional tem o papel de integraçãoentre os nove Comitês Estaduais. São três aflu-entes do Rio Doce no Espírito Santo: existemos Comitês do Rio Guandu e de Santa Maria doRio Doce e o terceiro Comitê foi criado por oca-sião do recente Fórum do Rio Doce de Linhares:o Comitê do Rio São José. Com esses três Co-mitês do ES, mais os seis Comitês de MG, hojehá um grupo de trabalho com representantes dosComitês Estaduais discutindo mecanismos degovernança e integração, os quais permitem odesenvolvimento de trabalhos conjuntos. OsComitês Estaduais não estão subordinados aoComitê Nacional do Rio Doce, mas a atuaçãode um acaba interferindo no outro. Os Comitêstêm um processo de articulação e negociaçãoque precisa ser realizado.”

Principais afluentes: pela margem esquerda osRios Piracicaba, Santo Antônio e Suaçuí Grande,em MG, Pancas e São José, no ES; pela margemdireita os Rios Casca, Matipó, Caratinga-Cuieté eManhuaçu, em MG, e Guandu, no ES.

Economia: Às margens do Rio Doce estão três dasmaiores empresas siderúrgicas de Minas Gerais,a Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, a Acesitae a Usiminas. Além disso, lá se encontra a maiormineradora a céu aberto do mundo, a Compa-nhia Vale do Rio Doce (Vale). A Bacia tambémcontribui significativamente para as exportaçõesde café e de polpa de frutas.

Aspecto doRio Doce emLinhares, ES

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O responsável pelamobilização do ProjetoÁguas do Rio Doce,Pedro Paulo Martins, foium dos coordenadoresdo 4º Fórum das Águasdo Rio Doce, realizadode 2 a 5/4/2008, emLinhares, ES. Para ele,que é um empresário dosetor de comunicações eex-presidente do Comitê

do Rio Caratinga, um dos mais antigos da Bacia do RioDoce, a gestão das águas precisa ser compreendida epraticada por todos os setores sociais que utilizam dessebem econômico, um assunto que foi tratado com ênfaseno Fórum.

Pedro Paulo considera que 70% dos recursos hídricossão utilizados em irrigação e, nesse sentido, destacou aconsciência de otimização do uso da água no Norte doEspírito Santo, uma região, que, segundo ele, desdobra-se na prática da irrigação por gotejamento e micro-as-persão na fruticultura, em consórcio com outras cultu-ras, como forma de obter melhor aproveitamento dosrecursos hídricos. Durante a realização do Fórum dasÁguas, Pedro Paulo concedeu uma entrevista à ITEM.

O que é o Projeto Rio Doce?Segundo Pedro Paulo Martins, o Projeto Águas do Rio

Doce foi criado entre Minas Gerais e Espírito Santo emdefesa do Rio Doce. “Na verdade, uniu-se o que já existiade experiência em Minas, com o crescimento vivenciadopelo Espírito Santo, neste momento, em função dos re-cursos hídricos. Então, como gerenciar esses recursoshídricos se temos cada vez menos água para abastecer eatender às indústrias, à agricultura e ao consumo do-méstico?”, pergunta ele.

Com o arcabouço legal criado com a Lei 9.433, dasÁguas e, conseqüentemente, leis estaduais, houve a de-terminação de criação dos Comitês de Bacias. “A águapassou a ser um bem econômico e não mais um bempúblico como era até então. Com essa nova visão sobrerecursos hídricos, tornou-se necessário determinar quemvai usar a água, para que vai usar, como vai tratá-la edevolvê-la à natureza. A legislação entrou em vigor em1996, mas os Comitês demoraram quase 10 anos para seorganizarem. O Fórum realizado em Linhares, ES, repre-senta a união desses Comitês da Bacia Hidrográfica doRio Doce, a integração de todos os recantos das Bacias”,considera ele.

Papel da indústriaPedro Paulo considera que o papel do Estado é fazer a

gestão dos recursos hídricos. “A Lei das Águas é feita emcima do compartilhamento, da integração e da gestão.Então, nós, governo, sociedade civil, empresas e usuários,precisamos aprender a palavra gestão. Hoje os municípiosestão investindo muito no tratamento dos esgotos, na con-dição de melhor entregar a água para o rio. Mas a indús-tria, indiscutivelmente, foi a que deu o melhor exemplo.Saiu na frente e adaptou-se às leis. As indústrias estão-sepreparando para, em poucos anos, não mais contamina-rem os recursos hídricos”, analisa ele.

Pedro Paulo alerta para o alto consumo da água pelaagricultura irrigada, responsável pelo uso de cerca de 70%dos recursos hídricos. Ele lembrou a existência de algunscasos, em Minas Gerais, por exemplo, onde já existem Co-mitês deliberando sobre o fechamento de alguns pivôs, emfunção de outros usos prioritários da água, como o abaste-cimento humano.

“A questão de relacionamento entre usuários é um as-sunto novo e, nos Comitês, as pessoas sentam-se na mes-ma mesa e discutem, governo, sociedade e usuários”, afir-ma ele, mostrando a importância do papel dos Comitês deBacia. Ele lembrou negociações que foram conduzidas noCeará em um Comitê de Bacia com problemas de conflitono uso de recursos hídricos. Nesse caso, os fruticultoresnegociaram a água com os arrozeiros, isto é, conseguiramconvencer os produtores de arroz a ficarem aquele ano in-teiro sem plantar em função da fruticultura. Em compen-sação, empregaram os arrozeiros na fruticultura e paga-ram um bônus para cada produtor rural que não plantouarroz. Com isso, ganhou-se mais dinheiro com a agriculturaem função de um uso mais rentável da água, porque, na-quele momento, o mercado era mais favorável para a fruta.

Irrigação no Norte capixabaSegundo Pedro Paulo, a região formada pelos municí-

pios de Linhares, São Gabriel da Palha e São Mateus consti-tui um exemplo para a agricultura irrigada e o consumoracional da água para a produção de frutas.

“É uma região onde os produtores vêm-se desdobran-do com o uso da irrigação por gotejamento e sistemas demicroaspersão. Em Pedro Canário, estão começando a de-senvolver a goiaba, como em São Mateus, especialmente ocultivo do coco, em consórcio com outras culturas. Colo-cam a seringueira ou o cacau no meio da plantação dococo ou vice-versa. “Já imaginou ter uma floresta mais an-tiga e aproveitar melhor esse recurso, com um duplofaturamento. Essa é a grande mudança que está aconte-cendo”, finalizou ele.

64 ITEM • Nº 78 • 2.º trimestre 2008

Pedro Paulo Martins, líder e mobilizador do 4º Fórum das Águas do Rio Doce:

“Nós, governo, sociedade civil, empresas e usuários,precisamos aprender o que significa gestão das águas”

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Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 65Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 65

O Rio São Mateus (Cricaré) está-sedegradando e necessita de ações urgentes

de proteção e recuperação. Isso foiconstatado pela Expedição Ambiental da

Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus que,durante seis dias, percorreu os 26

municípios banhados pelo Rio, sendo 15 emMinas Gerais e 11 no Espírito Santo. A

Expedição foi formada por ambientalistas,estudantes, representantes de órgãos

ambientais federais, estaduais e municipaise de organizações não-governamentais.

Para os expedicionários, a iniciativa significaum passo importante em direção à criação

do Comitê desta Bacia Hidrográfica

A expediçãoambiental doSão Mateus foium passoimportante paraa criação doComitê da BaciaHidrográficadesse rio

o abraço simbólico à nascente do Rio,na Fazenda São Mateus, em Itambacuri,MG, no dia 14 de abril, ao abraço caloroso

das comunidades na chegada ao Porto Histórico deSão Mateus e no cais de Conceição da Barra, no dia19, a Expedição percorreu mais de 300 km do Rio.

A impressão dos que fizeram o percurso é unâ-nime: o Rio precisa de atenção. Além de receber oesgoto doméstico e pluvial das diversas cidades evilas localizadas às suas margens, a BaciaHidrográfica do Rio São Mateus sofre com a faltade proteção de nascentes e afluentes, com a agres-são dos despejos de lixo e de produtos poluentes,com assoreamentos e com a falta de vegetaçõesciliares em vários trechos. A comitiva foi recebidacalorosamente em várias cidades por onde passou.

Pelo mapeamento da Bacia

A intenção da Expedição, segundo seus organi-zadores, foi mapear toda a Bacia Hidrográfica doRio São Mateus, levantar dados, identificar os pro-blemas e chamar a atenção das populações para anecessidade de preservação do Rio. Um relatórioda Expedição será enviado ao Conselho Estadual

D

ExpediçãoAmbiental

constatadegradação doRio São Mateus

de Recursos Hídricos/ES. As informações reunidasserão registradas em um livro e em um vídeodocumentário, apresentando argumentos que visemà agilização do processo de criação do Comitê daBacia Hidrográfica do Rio São Mateus. A Expedi-ção foi organizada pela Associação de Defesa Ambi-ental da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus(Adersama), com apoio de empresas, órgãos públi-cos e várias entidades capixabas e mineiras.

“Aprendemos muito por onde passamos, maso nosso trabalho só está começando. Agora, maisdo que nunca, precisamos mobilizar a todos paranos ajudar a preservar a nossa Bacia Hidrográfica”,disse o presidente da Adersama, José Luiz Leite.

“Nessa Expedição, vi que temos capacidade deresolver problemas como recuperar matas e esta-belecer políticas consistentes para a preservaçãodo meio ambiente”, disse o presidente do Institu-to Pró-Rio Doce, Paulo Figueiredo, o Catatau. Eletambém atuou como organizador da Expedição epreviu a oficialização do Comitê da BaciaHidrográfica do Rio São Mateus dentro de um ano.

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Importância das parceriasPara Lauriano Zancanela, prefeito de São Mateus, é preciso ga-

rantir recursos financeiros para trabalhar na prática a recuperaçãodos mananciais e estabelecer políticas sobre a questão hídrica, umabandeira que envolva a todos, produtores rurais, sociedade civil,faculdades, universidades, escolas, a fim de ampliarmos as parce-rias. O prefeito de Conceição da Barra, Manoel Fonseca, tambémdestacou a parceria entre a população e o poder público comoforma de recuperação do Rio.

Para o secretário municipal de Meio Ambiente de São Mateus,o engenheiro agrônomo Antenor Malverdi Filho, não é fácil criarum Comitê de Bacia, principalmente de uma Bacia pequena. “Mas,para a nossa região, essa Bacia representa a sobrevivência da agri-cultura, da pecuária, da indústria, do comércio e da populaçãourbana”, afirmou ele. A secretária do Meio Ambiente e RecursosHídricos do ES, Maria da Glória Abaurre, destacou a importânciatanto da organização e do envolvimento da comunidade naimplementação de políticas, como também da capacitação de mem-bros do futuro Comitê de Bacia.

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“Onde não há água não há nada,não há gente, não há economia,as pessoas saem da roça vêm in-char a cidade, formando favelas”.A reflexão é do ativista ambientalPaulo Célio de Figueiredo, oCatatau. Administrador, especia-lista na área ambiental, presiden-te da ONG Instituto Pró-Rio Docee da Comissão Pró-Comitê do RioSão Mateus, em Minas Gerais,Catatau foi um dos coordenado-res da recente Expedição da Ba-cia Hidrográfica do Rio Cricaré.Este Rio, que nasce em MinasGerais, é um dos braços forma-dores do Rio São Mateus, com188 km de extensão, dos quais104 estão no Espírito Santo, e que

constitui uma importante bacia hidrográfica capixaba, quedeságua no município de Conceição da Barra, norte doEstado. Em entrevista à ITEM, Catatau descreve os impac-tos ambientais que esta Bacia vem sofrendo e vê na cria-ção do Comitê de Bacia, uma possibilidade de recupera-ção do Rio. Nesse contexto, destaca a necessidade da par-ticipação imprescindível dos produtores rurais que deveminserir-se nesse Comitê e conscientizarem-se da necessi-dade de planejamento de suas ações.

ITEM: Que avaliação o senhor faz da Bacia Hidrográficado Rio São Mateus, a partir da experiência dessa expe-dição?Catatau: Trata-se de uma Bacia altamente antropisada,com problemas ambientais e atividades altamenteimpactantes. Ainda é uma Bacia com boa quantidade deágua, as cabeceiras do Rio que estão em Minas Gerais,nos municípios de Itambacuri e São Félix de Minas, é umaregião ainda preservada com muita cobertura vegetal.Estamos concluindo os estudos para termos uma visãogeral da Bacia. Fizemos duas rotas, uma pelo braço sul,que nasce em São Félix de Minas, e outra pelo braço nor-te, que nasce em Itambacuri. Agora, vamos fazer uma ava-liação da Expedição que conheceu esses 310 km das nas-centes ao mar.

ITEM: Como o senhor vê o irrigante e o papel do pro-dutor rural na recuperação das nascentes, na conser-vação dos mananciais recurso hídrico para irrigar?

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Catatau: O grande objetivo desta expedição e do traba-lho que vem sendo desenvolvido há um ano é formar oComitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus. EsseComitê, imprescindivelmente, precisa ter a presença dosirrigantes e produtores rurais, que são os produtores deágua, os quais detêm água em suas propriedades e são,responsáveis principais pelo manejo e conservação daságuas. Se eles não manejarem bem esse recurso, irão pre-judicar a todos, o meio rural, a produção de grãos, aindústria e a cidade. Somos dependentes da proprieda-de rural.

ITEM: Então tudo deve começar na propriedade rural?Catatau: Hoje, o comportamento do Estado e de outrasinstituições é trabalhar na mobilização nas escolas e nasinstituições e não com o produtor rural. Estamos tentan-do reverter esse quadro, porque o produtor rural é a peçafundamental na questão dos recursos hídricos. Onde nãohá água não existe economia, as pessoas da roça que-bram e vêm inchar o meio urbano, formando favelas,aumentando o assistencialismo. Isso acaba provocandoo aumento da violência e suas conseqüências. É uma re-lação que até hoje não se computou como ambiental eque, no entanto, é ambiental, econômica, político-sociale histórica...

ITEM: Ao longo da Bacia, onde a agricultura irrigada émais explorada?Catatau: Certamente, no baixo Rio São Mateus. É umaregião onde as atividades estão mais voltadas para a ex-ploração do gado. As nascentes, apesar de estarem muitopreservadas, enfrentam questões ligadas à conservação depastagens. A comunidade de Itambacuri preserva as ma-tas na nascente, o que permite a chegada de águas cau-dalosas no Rio São Mateus. Mesmo assim, muitas nascen-tes se perderam. O baixo Rio São Mateus é uma regiãonivelada e a cidade de São Mateus, no Porto, está a 64 mde altitude do nível do mar, com uniformidade de terreno.Por outro lado, dentro de propriedades rurais, encontram-se locais estratégicos para se guardar água.

ITEM: Então, o que o produtor deve fazer?Catatau: É necessário que o produtor planeje sua pro-priedade rural, com destaque para a questão da preser-vação ambiental. Afinal, a vida não é só nossa, ela é tam-bém dos animais, dos microorganismos que vivem e con-vivem com a água e acabam gerando uma cadeiaalimentar.

Entrevista com o presidente do Comitê Pró-Bacia do Rio São Mateus:

Catatau: “O produtor rural é a peça fundamentalna conservação dos recursos hídricos”

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Comitês de Bacia instalados. Desses, sete sãoComitês de Bacia em rios de domínio da União(Bacias Interestaduais), a saber: Comitê deIntegração da Bacia do Rio Paraíba do Sul(Ceivap – MG, SP e RJ); Comitê das Bacias dosRios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (ComitêsPCJ – SP e MG); Comitê da Bacia do Rio Doce(CBH-Doce – MG e ES); Comitê da Bacia doRio São Francisco (CBHSF – MG, BA, PE, AL,SE, GO e DF); Comitê da Bacia do Rio VerdeGrande (CBH-Verde Grande – MG e BA); Co-mitê da Bacia do Rio Paranaíba (CBH-Paranaíba, em processo de instalação – MG, GO,DF e MS) e Comitê da Bacia do Rio Piranhas-Açu (em fase de instalação - RN e PB).

Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 67

omo e por que é formado um Comitê deBacia numa região do Estado? Quemcompõe esse Comitê? Quantos são os

Comitês formados e os resultados que eles vêmobtendo para a recuperação dos rios brasileiros?Como a agricultura irrigada faz-se representarnos Comitês existentes? Para responder essas eoutras perguntas, Rodrigo Flecha Ferreira Alves,superintendente de Apoio à Gestão de Recur-sos Hídricos da Agência Nacional de Águas(ANA) concedeu uma entrevista à revista ITEM.

ITEM: PITEM: PITEM: PITEM: PITEM: Primeiramente, faça um levanta-rimeiramente, faça um levanta-rimeiramente, faça um levanta-rimeiramente, faça um levanta-rimeiramente, faça um levanta-mento sobre os Comitês de Bacia brasileiros.mento sobre os Comitês de Bacia brasileiros.mento sobre os Comitês de Bacia brasileiros.mento sobre os Comitês de Bacia brasileiros.mento sobre os Comitês de Bacia brasileiros.

RRRRRodrigo: odrigo: odrigo: odrigo: odrigo: Temos hoje, no Brasil, cerca de 140

As estatísticas demonstram que o setor que mais utiliza a água para aimplementação de suas atividades é o agropecuário, especialmente, aagricultura irrigada. Para gerenciar e regulamentar esse produto precioso,que é a água, existe a Lei n° 9.433/97, a chamada Lei das Águas, que temcomo base os chamados Comitês de Bacia Hidrográfica.

Para que serve umComitê de Bacia?

C

O Projeto Jaíba,no Norte deMinas, tem umaoutorga de águaconcedida até1917 de 80m3/spara irrigar 67mil ha, apesarde atender aum consumode 24 mil ha

Para que serve umComitê de Bacia?

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ITEM: Qual foi o primeiro Comitê deITEM: Qual foi o primeiro Comitê deITEM: Qual foi o primeiro Comitê deITEM: Qual foi o primeiro Comitê deITEM: Qual foi o primeiro Comitê deBacia formado após a vigência da chamadaBacia formado após a vigência da chamadaBacia formado após a vigência da chamadaBacia formado após a vigência da chamadaBacia formado após a vigência da chamadaLLLLLei das Águas? Quais são os Comitês maisei das Águas? Quais são os Comitês maisei das Águas? Quais são os Comitês maisei das Águas? Quais são os Comitês maisei das Águas? Quais são os Comitês maisavançados e os mais recentes?avançados e os mais recentes?avançados e os mais recentes?avançados e os mais recentes?avançados e os mais recentes?

RRRRRodrigo:odrigo:odrigo:odrigo:odrigo: O primeiro Comitê de Bacia insta-lado em conformidade com a Lei no 9.433/97 (Leidas Águas) foi o Ceivap. Todavia, o primeiroComitê de Bacia no Brasil foi o Comitê da Ba-cia do Rio dos Sinos, no estado do Rio Grandedo Sul, criado em março de 1988.

Os Comitês PCJ e o Ceivap podem ser con-

68 ITEM • Nº 78 • 2.º trimestre 2008

siderados hoje como os mais avançados no queconcerne à implementação dos instrumentos degestão de recursos hídricos. Além de possuíremplanos de recursos hídricos, já praticam a cobran-ça pelo uso da água e suas respectivas agênciasde água já se encontram em funcionamento.

No Quadro a seguir, são apresentadas infor-mações gerais sobre os Comitês de Bacia em riosdo domínio da União, além do estádio atual re-ferente à implementação da gestão em cadaBacia.

Comitê Área (km2) População Municípios Criação Mobilização Instalação(IBGE 2000)

São Francisco AL 14.338 1.070.562 49 2001 2001 e 2002 2002BA 307.941 2.702.516 115DF 1.336 2.051.046 1GO 3.142 119.525 3MG 235.471 8.159.313 240PE 69.518 1.719.225 69SE 7.473 321.745 27Geral 639.219 16.143.932 504

Paraíba do Sul MG 20.700 1.148.012 88 1996 1996 e 1997 1997RJ 20.900 2.142.288 53SP 13.900 1.772.163 39Geral 55.500 5.062.463 180

Doce MG 71.700 2.891.268 202 2001 2001 e 2002 2002ES 11.700 694.155 26Geral 83.400 3.585.423 228

Paranaíba DF 6.660 2.032.000 1 2002 - -GO 144.300 3.640.000 136MG 66.600 1.582.000 55MS 4.440 92.000 4Geral 222.000 7.346.000 196

Verde Grande BA 4.016 113.173 9 2003 2004 2004MG 26.157 720.969 27Geral 30.173 834.142 36

Piranhas-Açu PA 26.183 914.343 102 2006 - -RN 17.498 449.459 46Geral 43.681 1.363.802 148

Piracicaba, MG 1.126 59.766 5 2002 2002 e 2003 2003Capivari SP 14.178 4.940.426 71e Jundiaí Geral 15.304 5.000.192 76

Legenda: U-União; E-Estados; M-Municípios; AU - Abastecimento urbano; IN - Indústria; IR - irrigação; PE - Pesca; LZ - Lazer/turismo; MI - Mineração

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ITEM: Dos Comitês em exercício, quantosITEM: Dos Comitês em exercício, quantosITEM: Dos Comitês em exercício, quantosITEM: Dos Comitês em exercício, quantosITEM: Dos Comitês em exercício, quantoscontam com a participação de representan-contam com a participação de representan-contam com a participação de representan-contam com a participação de representan-contam com a participação de representan-tes da agricultura irrigada? Se a agriculturates da agricultura irrigada? Se a agriculturates da agricultura irrigada? Se a agriculturates da agricultura irrigada? Se a agriculturates da agricultura irrigada? Se a agriculturairrigada não tem assento nos Comitês,irrigada não tem assento nos Comitês,irrigada não tem assento nos Comitês,irrigada não tem assento nos Comitês,irrigada não tem assento nos Comitês,quantos são os representantes do setor rural?quantos são os representantes do setor rural?quantos são os representantes do setor rural?quantos são os representantes do setor rural?quantos são os representantes do setor rural?

RRRRRodrigo:odrigo:odrigo:odrigo:odrigo: Como a agricultura irrigada, namaioria das Bacias, é o setor que mais utilizaágua, sempre há representantes desse setor nacomposição dos Comitês de Bacia. O númerode membros de cada setor é geralmente defini-do no regimento interno do Comitê. Nos Co-

Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 69

mitês Interestaduais, tem-se uma média de cer-ca de 10% de representantes do setoragropecuário em sua composição, variando de5% de representação no Ceivap (onde o setorindustrial tem um peso maior), até 23%, noCBH-Verde Grande.

ITEM: O que é necessário para integrarITEM: O que é necessário para integrarITEM: O que é necessário para integrarITEM: O que é necessário para integrarITEM: O que é necessário para integrarum Comitê de Bacia: ser ligado a um Sindi-um Comitê de Bacia: ser ligado a um Sindi-um Comitê de Bacia: ser ligado a um Sindi-um Comitê de Bacia: ser ligado a um Sindi-um Comitê de Bacia: ser ligado a um Sindi-cato, a uma ONG, a uma Fcato, a uma ONG, a uma Fcato, a uma ONG, a uma Fcato, a uma ONG, a uma Fcato, a uma ONG, a uma Federação, a umaederação, a umaederação, a umaederação, a umaederação, a umaConfederação?Confederação?Confederação?Confederação?Confederação?

Membros Composição Situação atual Principais Usos

62 Titulares Poder Público=32%(62 suplentes) (U=5,E=7,M=8)

Usuários=39%Comunidades indígenas=3%Sociedade Civil=26%

60 titulares Poder Público=35%(60 suplentes) (U=3,E=9,M=9)

Usuários=40%Sociedade Civil=25%

55 titulares Poder Público=40%(55 suplentes) (U=4,E=6,M=12)

Usuários=40%Sociedade Civil=20%

A definir A definir

35 titulares Poder Público=34%(33 suplentes) (U=2,E=4,M=6)

Usuários=40%Sociedade Civil=26%

A definir A definir

50 titulares Poder Público=40%50 suplentes) (U=3,E=7,M=10)

Usuários=40%Sociedade Civil=20%

o; HE - hidrelétrico; HV - hidroviário ; AQ - Aquaviário

AU, IR, PE, LZAU, IR, HE, AQ, HVIRIRAU, IN, IR, MIAU, IRAU, IR, PE, LZAU, IN, IR, HE

AU, IR, IN, HEAU, IN, IR, HEAU, IN, IRAU, IN, IR, HE

AU, IN, IR, MI, HEAU, IR, HEAU, IN, IR, MI, HE

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AU, PE, IR, HEAU, IR, AQAU, PE, IR, HE, AQ

AU, IN, IRIN, AU, IRAU, IN, IR

Unidade Administrativa da ANA em apoioà Secretaria Executiva, Câmaras Técnicasoperacionais, Câmaras ConsultivasRegionais operacionais, Plano de Baciaaprovado e Regularização de Usos(cadastro e outorga)em andamento

Entidade delegatária de funções de Agênciade Água operacional, Câmaras Técnicasoperacionais, Plano de Bacia emcomplementação, Regularização de Usos(cadastro e outorga) realizada eCobrança implantada (União, RJ e SP)

Unidade Administrativa da ANA em apoioà Secretaria Executiva, Câmaras Técnicasoperacionais e TDR do Plano de Baciaaprovado

Em processo de instalação

Secretaria do Comitê operacional, GrupoTécnico de Acompanhamento do Plano,Regularização de Usos (cadastro e outorga)em andamento e Alocação negociada emreservatórios

Em processo de instalaçãoPlano de Ordenamento e Regularização deUsos de Recursos Hídricos em andamento,incluindo aprovação de Marco Regulatório

Entidade delegatária de funções de Agênciade Água operacional, Câmaras Técnicasoperacionais, Plano de Bacia em revisão,Regularização de Usos (cadastro e outorga)realizada e Cobrança implantada (União e SP)

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70 ITEM • Nº 78 • 2.º trimestre 2008

RRRRRodrigo:odrigo:odrigo:odrigo:odrigo: A Lei das Águas definiu que osComitês de Bacia devem ser compostos por re-presentantes dos Poderes Públicos (com no má-ximo 40% do total de membros), dos usuáriosde água (com 40% do total de membros) e dasentidades civis de recursos hídricos (com nomínimo 20% do total de membros). Portanto,Federações, Confederações, Sindicatos, Associ-ações, Consórcios e ONGs que representem se-tores usuários ou a sociedade civil da Bacia po-dem fazer parte da composição do Comitê. AResolução nº 5 do Conselho Nacional de Re-cursos Hídricos estabelece as diretrizes para aformação dos Comitês de Bacia. No âmbito dosEstados, as diretrizes variam, devendo-se con-sultar a respectiva legislação de cada ente fede-rativo.

ITEM: Quais são as maiores dificuldadesITEM: Quais são as maiores dificuldadesITEM: Quais são as maiores dificuldadesITEM: Quais são as maiores dificuldadesITEM: Quais são as maiores dificuldadespara formar um Comitê de Bacia?para formar um Comitê de Bacia?para formar um Comitê de Bacia?para formar um Comitê de Bacia?para formar um Comitê de Bacia?

RRRRRodrigo:odrigo:odrigo:odrigo:odrigo: Como a composição do Comitê étripartite, se a sociedade da Bacia não estiverorganizada e mobilizada em torno das questõesde recursos hídricos, dificilmente ele será for-mado. Ademais, é preciso que haja questõesobjetivas que impliquem efetivamente na neces-sidade de criação de um Comitê de Bacia. Deacordo com a Resolução nº 5 do CNRH, a pro-posta de instituição de um Comitê de Bacia de-verá ser subscrita pela maioria de, pelo menos,três dos seguintes segmentos: órgãos gestores derecursos hídricos estaduais; prefeituras munici-pais com território na Bacia; entidades repre-sentativas de usuários de água legalmente cons-tituídas; entidades civis de recursos hídricos atu-antes na Bacia. Portanto, é necessário haver umgrande envolvimento da sociedade da Baciacomo um todo na questão da água, para que umComitê de Bacia possa ser corretamente criadoe instalado.

ITEM: Qual é o apoio dado pelos gover-ITEM: Qual é o apoio dado pelos gover-ITEM: Qual é o apoio dado pelos gover-ITEM: Qual é o apoio dado pelos gover-ITEM: Qual é o apoio dado pelos gover-nos federal, estadual e municipal para a for-nos federal, estadual e municipal para a for-nos federal, estadual e municipal para a for-nos federal, estadual e municipal para a for-nos federal, estadual e municipal para a for-mação e condução de Comitês de Bacia?mação e condução de Comitês de Bacia?mação e condução de Comitês de Bacia?mação e condução de Comitês de Bacia?mação e condução de Comitês de Bacia?

RRRRRodrigo: odrigo: odrigo: odrigo: odrigo: Como o estádio de implemen-tação da Política Nacional de Recursos Hídricosé muito diferenciado nas diversas regiões doPaís, também há uma grande variação na for-ma com que os governos estaduais e a ANAtêm apoiado a criação e, sobretudo, o funcio-namento dos Comitês de Bacia. Há de se com-preender que a gestão de recursos hídrico faz-se mais urgente nas regiões onde há realmentenecessidade de equacionar temas estratégicosrelacionados com os recursos hídricos, a saber:escassez, inundações, conflitos, poluição, usoracional, etc. Após a criação de um Comitê deBacia pelo CNRH, a ANA e seus parceiros es-

tabelecem um programa de mobilização soci-al, constituído por diversas etapas, com vistasà instalação do Comitê. Todavia, o maior desa-fio é efetivamente fazer funcionar o Comitê deBacia. Nesse aspecto, a ANA tem, em perma-nência, prestado apoio técnico, financeiro, ad-ministrativo e operacional ao funcionamentodos Comitês de Bacia e à implementação dosinstrumentos de gestão. Ademais, o sucesso deum Comitê de Bacia passa obrigatoriamentepela construção de pautas e agendas estratégi-cas deliberativas.

ITEM: Quais são as contribuições dadasITEM: Quais são as contribuições dadasITEM: Quais são as contribuições dadasITEM: Quais são as contribuições dadasITEM: Quais são as contribuições dadaspelos Comitês de Bacia na recuperação dospelos Comitês de Bacia na recuperação dospelos Comitês de Bacia na recuperação dospelos Comitês de Bacia na recuperação dospelos Comitês de Bacia na recuperação dosrios brasileiros?rios brasileiros?rios brasileiros?rios brasileiros?rios brasileiros?

RRRRRodrigo:odrigo:odrigo:odrigo:odrigo: Os Comitês de Bacia têm comocompetência promover o debate das questõesrelacionadas com os recursos hídricos e articu-lar a atuação de entidades intervenientes, arbi-trar, em primeira instância administrativa, osconflitos relacionados com os recursos hídricos,aprovar o Plano de Recursos Hídricos da Baciaacompanhando sua execução, propor os usos depouca expressão para efeito de isenção daobrigatoriedade de outorga de direito de uso eestabelecer os mecanismos de cobrança pelo usoda água. Assim, o papel dos Comitês de Baciana recuperação, conservação e uso racional dosrecursos hídricos é de grande importância.

ITEM: Qual é o papel e importância doITEM: Qual é o papel e importância doITEM: Qual é o papel e importância doITEM: Qual é o papel e importância doITEM: Qual é o papel e importância doprodutor rural na recuperação de nascentes,produtor rural na recuperação de nascentes,produtor rural na recuperação de nascentes,produtor rural na recuperação de nascentes,produtor rural na recuperação de nascentes,manutenção do meio ambiente e de reservasmanutenção do meio ambiente e de reservasmanutenção do meio ambiente e de reservasmanutenção do meio ambiente e de reservasmanutenção do meio ambiente e de reservaslegais?legais?legais?legais?legais?

RRRRRodrigo: odrigo: odrigo: odrigo: odrigo: O produtor rural tem papel fun-damental no que concerne à utilização de práti-cas racionais de uso de solo e água, além da re-cuperação de nascentes e proteção de APPs.

ITEM: Sua opinião sobre o porquê de oITEM: Sua opinião sobre o porquê de oITEM: Sua opinião sobre o porquê de oITEM: Sua opinião sobre o porquê de oITEM: Sua opinião sobre o porquê de oprodutor rural e, em especial, o irrigante par-produtor rural e, em especial, o irrigante par-produtor rural e, em especial, o irrigante par-produtor rural e, em especial, o irrigante par-produtor rural e, em especial, o irrigante par-ticiparem pouco dos Comitês de Bacia. O queticiparem pouco dos Comitês de Bacia. O queticiparem pouco dos Comitês de Bacia. O queticiparem pouco dos Comitês de Bacia. O queticiparem pouco dos Comitês de Bacia. O quetem sido feito para atrair a participação des-tem sido feito para atrair a participação des-tem sido feito para atrair a participação des-tem sido feito para atrair a participação des-tem sido feito para atrair a participação des-se setor?se setor?se setor?se setor?se setor?

RRRRRodrigo:odrigo:odrigo:odrigo:odrigo: A afirmação de que o produtorrural participa pouco dos Comitês de Bacia nãoé de todo verdadeira, pois em todos os Comitêshá a representação do setor agropecuário. De-pendendo das características de cada Bacia, háuma maior ou menor participação dos produto-res rurais e dos irrigantes nos Comitês. Todavia,por entender que a participação do setor rural éde fundamental importância para o sucesso dagestão de recursos hídricos, a ANA vem traba-lhando com entidades representativas desse se-tor para garantir uma presença mais forte e qua-lificada nos Comitês de Bacia.

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Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 71

ITEM: A ANA tem o PITEM: A ANA tem o PITEM: A ANA tem o PITEM: A ANA tem o PITEM: A ANA tem o Programa do Programa do Programa do Programa do Programa do Pro-ro-ro-ro-ro-dutor de Águas. Ele funciona, onde? Quemdutor de Águas. Ele funciona, onde? Quemdutor de Águas. Ele funciona, onde? Quemdutor de Águas. Ele funciona, onde? Quemdutor de Águas. Ele funciona, onde? Quemtem ganhado dinheiro por conservar nascen-tem ganhado dinheiro por conservar nascen-tem ganhado dinheiro por conservar nascen-tem ganhado dinheiro por conservar nascen-tem ganhado dinheiro por conservar nascen-tes e o meio ambiente? Quais são os Estadostes e o meio ambiente? Quais são os Estadostes e o meio ambiente? Quais são os Estadostes e o meio ambiente? Quais são os Estadostes e o meio ambiente? Quais são os Estadosbrasileiros que também buscam algum tipobrasileiros que também buscam algum tipobrasileiros que também buscam algum tipobrasileiros que também buscam algum tipobrasileiros que também buscam algum tipode incentivo para o meio rural cuidar maisde incentivo para o meio rural cuidar maisde incentivo para o meio rural cuidar maisde incentivo para o meio rural cuidar maisde incentivo para o meio rural cuidar maisdos recursos hídricos?dos recursos hídricos?dos recursos hídricos?dos recursos hídricos?dos recursos hídricos?

RRRRRodrigo: odrigo: odrigo: odrigo: odrigo: A ANA tem um Programa Produ-tor de Água que visa criar incentivos aos produ-tores rurais que adotam boas práticasconservacionistas. O Programa funciona combase no princípio provedor-recebedor, o qualorienta todos os programas mundiais de paga-mento por serviços ambientais. Na prática sãofeitas transferências financeiras dos beneficiáriosdos serviços ambientais (boas práticas com con-servação do solo, conservação de floresta, recu-peração de APPs e RL), para aqueles agentesque provêem estes serviços. Portanto, não se tra-ta de um programa de governo com recursospara pagamento dos incentivos, mas sim de umesforço de criação de um mercado, no qual al-guns agentes demandam serviços ambientais eestão dispostos a pagar determinado valor poreles e, outros, estão dispostos a produzir estesserviços a determinado preço. O papel das enti-dades governamentais como a ANA, por exem-plo, é de apoiar a constituição desses mercadose, se necessário, alocar ou alavancar recursospara equalização dos preços.

A primeira experiência piloto do ProgramaProdutor de Água está sendo desenvolvida nasBacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí eos recursos para pagamento dos incentivos têmcomo origem duas fontes, a saber: a cobrançapelo uso da água, alocada pelos Comitês PCJ, eo orçamento da Prefeitura Municipal de Extre-ma, MG. Os trabalhos estão sendo desenvolvi-dos nas Sub-Bacias do Sistema Cantareira: Ri-beirão das Posses (Extrema, MG), Córrego doMoinho (Nazaré Paulista, SP) e Ribeirão Cancã(Joanópolis, SP). Os produtores rurais do Ri-beirão das Posses, que aderiram ao Programa,já estão recebendo os incentivos. Participam doprojeto, além da ANA, a Prefeitura Municipalde Extrema, os Comitês PCJ, a Secretaria deEstado de Meio Ambiente de São Paulo, a ONGThe Nature Conservancy – TNC, além de enti-dades como o IEF, a Sabesp e a Cati. Ademais,os estados de São Paulo, Minas Gerais, EspíritoSanto e Santa Catarina estão desenvolvendo ini-ciativas semelhantes.

Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 71

No ES, o governo está propondo a criação doPrograma de Pagamento por Serviços

Ambientais, que será tema de discussão emuma das oficinas do XVIII Conird

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72 ITEM • Nº 78 • 2.º trimestre 200872 ITEM • Nº 78 • 2.º trimestre 2008

RODRIGO FLECHA FERREIRA ALVES

SUPERINTENDENTE DE APOIO À GESTÃO DE RECURSOS

HÍDRICOS DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA)

Ao adotar a Bacia Hidrográfica comounidade territorial de planejamento egestão e permitir a criação deOrganismos de Bacia sob jurisdiçãofederal ou estadual, a Lei das Águasintensifica a complexidade do temagestão integrada e descentralizada deforma significativa, pois aumenta asinterfaces institucionais em uma áreaterritorial de planejamento, a BaciaHidrográfica, que não é coincidente comnenhum limite administrativo estadualou municipal.

Esse é o caso principalmente de Bacias nacio-nais, por envolverem a União e dois ou mais Esta-dos da Federação. Nessas Bacias, a dupladominialidade configura um sistema de gestão emduas esferas de atuação (federal e estadual), quepossuem a mesma missão institucional e são pro-fundamente interdependentes no seu conteúdo eaplicação. A Lei no 9.433/97 estabelece que a Uniãoarticular-se-á com os Estados, para o gerenciamentodos recursos hídricos de interesse comum. Da mes-ma forma, as leis estaduais estabelecem que os Es-tados deverão articular com a União, outros Esta-dos e municípios para o aproveitamento, controle emonitoramento dos recursos hídricos de interessecomum. Porém, nenhum texto legal delineia ou de-talha a forma como deve-se dar a articulação emBacias Hidrográficas nacionais, seja no tocante aosinstrumentos de gestão (outorga, fiscalização e co-brança) ou aos organismos de Bacia (relação entreo Comitê do rio principal e os Comitês de rios aflu-entes, sob jurisdição federal ou estadual). Ou seja, aimplantação e a operacionalização do sistema degestão e seus instrumentos em nível de Bacia

Hidrográfica - com vistas à recuperação, proteção,conservação e uso racional dos recursos hídricos -requerem o efetivo enfrentamento e a superaçãode desafios de diferentes tipos e magnitudes, comdestaque para os seguintes:

a) Busca de aperfeiçoamento da legislação –Trata-se de compatibilizar e harmonizar, por inter-médio de processo de negociação e via experiênciaadquirida na prática da gestão, a legislação e os de-mais normativos da União com os dos Estados e su-perar a questão da dominialidade dos corpos d’água,de forma que os procedimentos técnicos, jurídicose administrativos sejam conciliados. Essa questãoimpõe um dos maiores desafios para ogerenciamento integrado dos recursos hídricos doPaís, sobretudo diante da diversidade política, eco-nômica, social e ambiental das regiões brasileiras,que se reflete nos ritmos de regulamentação eimplementação dos sistemas estaduais de gestão derecursos hídricos, fortemente diferenciados de umente federado para outro. Além disso, aspectos re-lacionados com o arcabouço legal da administra-ção pública brasileira tendem a limitar a aplicaçãoda Lei das Águas.

b) Construção de uma lógica territorial de ges-tão – Ao instituir a Bacia Hidrográfica como unida-de territorial de planejamento e gestão busca-se su-perar uma lógica puramente setorial, que tem do-minado a gestão das águas no Brasil, e criar umalógica territorial de gestão integrada dos usos múl-tiplos. É de grande importância que os setores usu-ários sejam eficientes na lógica setorial, mas subor-dinados a uma lógica global de gerenciamento derecursos hídricos. Da mesma forma, faz-se necessá-rio que o sistema de gestão de Bacias Hidrográficasseja integrado ao sistema ambiental.

c) Mapa de Gestão – A Lei das Águas definiu aBacia Hidrográfica como unidade territorial para aimplementação da Política Nacional de RecursosHídricos. No entanto, as dimensões do País, a diver-sidade das condições socioeconômicas, culturais ehidrográficas, assim como os diferentes domíniosconstitucionais dos corpos hídricos criam a necessi-dade do estabelecimento de critérios de apoio à im-plantação do Singreh, no que concerne à definiçãodessas unidades. Em termos metodológicos, paraque se promova, de fato, a gestão integrada dosrecursos hídricos, é necessária a adoção de escalasvariáveis, segundo as diferentes perspectivas deanálise, tanto espacial, quanto setorial, que possam

Desafios à gestãodemocrática dosrecursos hídricos

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Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 73Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 73

dar conta de problemas tão diferenciados. A ANApropõe uma metodologia complementar mais flexí-vel que permite que os “recortes” espaciais sejamajustados aos diferentes fatores que interferem nadefinição das unidades gerenciais de recursoshídricos, cuja implementação deixaria de ser linearpara todas as regiões e passaria a oferecer alterna-tivas institucionais, evolutivas com o tempo, maisadequadas para cada caso. Assim, foramestabelecidas quatro tipologias de sistemasinstitucionais e instrumentos de gestão, que seriamadotadas segundo a escala de complexidade dosproblemas. As unidades que abrangem somente oterritório de uma Unidade da Federação não foraminicialmente classificadas. Entretanto, identificou-seque algumas possuem características queextrapolam as escalas local e estadual. Nessas uni-dades, a União deve apoiar as ações dos Estadospara o avanço na implementação dos instrumentosde gestão. O “Mapa de Gestão” não constitui umadeterminação unilateral sobre arranjos institucionaise instrumentos de gestão que devem ser instaladosem cada Bacia ou região hidrográfica, mas caracte-riza uma avaliação institucional sobre as priorida-des que devem ser observadas e a consistência dassoluções a serem empregadas nas diferentes Baciase regiões, sem prejuízo ou limitação prévia às inici-ativas locais que podem, perfeitamente, e de modolegítimo, avançar em relação às alternativas inicial-mente identificadas pelo “Mapa de Gestão”.

d) Capacitação das instituições – A capacitaçãoe o fortalecimento das instituições integrantes doSingreh, incluindo as entidades dos sistemas esta-duais, a partir de seus membros, com destaque paraos órgãos que definem as políticas e os gestores derecursos hídricos.

e) Desenvolvimento de regras de convivênciae de integração entre Comitês – Para o sucesso daoperacionalização dos instrumentos de gestão dosrecursos hídricos é essencial o estabelecimento deregras de convivência e integração entre Comitêssituados em uma mesma Bacia Hidrográfica. Pode-rão ser criados vários Comitês de Bacia, sob jurisdi-ção federal ou estadual, ou seja, poderá existir oComitê da Bacia do rio principal e Comitês em Sub-Bacias ou de trechos de Bacia. Por causa dasindefinições legais quanto à relação entre eles, faz-se necessário pactuar mecanismos, regras e pautasque permitam articular e integrar os diferentes or-ganismos de Bacia, harmonizando a atuação doconjunto.

f) Operacionalização e fortalecimento dos Co-mitês de Bacia – Trata-se de promover o funciona-mento dos Comitês com sustentabilidade, de formaque o colegiado tenha garantia de apoio técnico,financeiro e administrativo. Na nova concepção degestão compartilhada, o conhecimento técnico-ci-entífico deve ser colocado à disposição dos Comitêsde forma clara e objetiva, para que ele possa-se con-solidar como espaço efetivo de deliberação sobreprogramas estratégicos para a Bacia, com vistas àrevitalização dos rios e à garantia e otimização deseus usos múltiplos, de forma eficiente e democrá-tica;

g) Representatividade e representação -– A ob-servância da representatividade e representação dosmembros nos Conselhos e dos Comitês de Bacia con-duzirá ao fortalecimento desses colegiados e àefetivação das metas pactuadas no plano de recur-sos hídricos. Ademais, vale registrar que o Comitêde Bacia não é ONG e sim entidade com competên-cias consultivas, normativas e deliberativas sobre umbem público, a água.

h) Inserção dos municípios – O envolvimentodas instâncias municipais em ações de planejamen-to e conservação de solo e água, além da integraçãodos planos diretores urbanos com os planos de re-cursos hídricos, proporcionará a recuperação dasBacias Hidrográficas e a proteção dos recursoshídricos.

i) Convergência das políticas setoriais – A Po-lítica de Recursos Hídricos deverá integrar-se comas demais políticas setoriais, incluindo as políticasdos setores usuários, de forma que as discussões edefinições adotadas nos respectivos sistemas pos-sam potencializar a implementação do plano de re-cursos hídricos e atingir uma convergência focadano desenvolvimento sustentável da unidadeterritorial de planejamento e gestão.

Portanto, diante dos desafios apresentados,implementar o Singreh não é uma tarefa fácil. Re-quer a concepção de estratégias operacionais paratornar possível a aplicação dos princípios, conceitose instrumentos instituídos na legislação vigente, fe-deral e estaduais, superando as incompatibilidadesjurídico-administrativas e suprindo as omissões le-gais, mediante processos de negociação entre aspartes envolvidas, ou seja, construindo o pactofederativo de gestão pelas águas.

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Novos olhares sobre as áreasirrigadas no mundo, no Brasil e na

Bacia do Rio São Francisco

Arroz, uma das principais culturas irrigadas, quesegundo Christofidis, atinge cerca de 3,4 milhõesde hectares no Brasil

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DEMETRIOS CHRISTOFIDIS

MESTRE EM ENGENHARIA DE IRRIGAÇÃO PELA UNIVERSIDADE DE

SONTHAMPTON E DOUTOR EM GESTÃO AMBIENTAL, CENTRO DE

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL/ UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. DIRETOR DA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IRRIGAÇÃO E DRENAGEM (ABID).

Áreas Irrigadas Anualmenteno mundo

m trabalho de levantamento inédito foirealizado pelo International WaterManagement Institute (IWMI), no de-

nominado Global Irrigated Area Map (GIAM),que indicou que no final do século 20 as ÁreasIrrigadas Anualmente (AIAs), no mundo, eram480,7 milhões de hectares.

As AIAs baseiam-se na intensidade de usode uma superfície atendida por sistemas de irri-gação, levando em consideração as áreasirrigadas nas diversas safras ou ciclos anuais decultivo, durante as diversas estações do ano. AsAIAs compreendem a mais recente informaçãoestatística apresentada pelos relatórios dos di-versos países.

As AIAs são confirmadas definindo-se a in-tensidade de cultivo por safra, considerandocultivo único por safra, dois cultivos anuais oucultivo contínuo (cultivos permanentes). En-tão, computam-se as áreas totais cultivadas, fullpixel áreas (FPAs), que aparecem nos levanta-mentos correspondentes às áreas efetivamentecultivadas nos diversos ciclos/safras com a fra-ção de área irrigada em cada temporada,irrigated área faccions (IAFs), de cada ciclo decultivo. Este levantamento possibilita as sub-pixel áreas (SPAs), que constituem áreas efeti-vamente irrigadas da primeira safra, com a dasegunda safra, se houver, e dos cultivos contínu-os (permanentes), obtendo-se, assim, as AIAs(o trabalho informa que, para as resoluções deaté 30 m, as SPAs são iguais aos FPAs).

FOTO: EMATER / RS

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Áreas Sazonais Irrigadasno mundo

As AIAs correspondem ao somatório dasÁreas Sazonais Irrigadas (SIAs) no mundo, quecompreendem as áreas irrigadas na primeirasafra, adicionadas às da segunda safra e às doscultivos permanentes, que, em 1999, totalizavam480,7 milhões de hectares, formados assim:

a) estação 1 (primeira safra): 262,8 milhõesde hectares;

b) estação 2 (segunda safra): 176,5 milhõesde hectares;

c) cultivos contínuos (permanentes): 41,4milhões de hectares;

d) área total disponível para irrigação: 411,7milhões de hectares;

e) intensidade de irrigação: 117 %.

Pelo Sistema GIAM, a soma das áreasirrigadas na primeira safra, que corresponde aoprimeiro ciclo/estação (junho a outubro), soma-das às da segunda safra ou segundo ciclo/esta-ção (novembro a fevereiro), com as áreas decultivos contínuos (ou culturas permanentes),como pomares, possibilita obter as AIAs.

As SIAs são áreas irrigadas sazonalmenteequivalentes às áreas irrigadas usualmente apre-sentadas nas estatísticas de diversos países.

Área Total Disponível paraIrrigação no mundo

A Área Total Disponível para Irrigação(TAAI) no mundo é de 412 milhões de hecta-res, sendo inferior ao valor de AIAs que é de480,7 milhões de hectares.

A TAAI é a soma das áreas efetivamenteirrigadas em um certo e específico ciclo/estação,que estão equipadas com infra-estrutura hídricae sistemas para irrigação com as áreas que nãoestão plenamente em produção.

Segundo o levantamento do IWMI -GIAM,a TAAI é a área irrigada mais próxima daquelacitada pela FAO, como área equipada para irri-gação, que era de 274 milhões de hectares, em1999. Segundo Christofidis, em 2003, a áreamundial sob irrigação era de 278 milhões dehectares.

A TAAI é computada visando os valores defração de áreas irrigadas; Irrigated AreasFraction (IAFs), obtida em:

a) Estimativas do Google Earth (IAF-GEE),usando as imagens de altíssima resolução doGoogle.

b) Imagens de alta resolução (IAF-HRI),utilizando as imagens LANDSAT ETM+.

As Frações de Áreas Irrigadas (IAFs), paraobtenção da TAAI, incluem:

a) áreas irrigadas no momento da obtençãoda imagem (ex:safra/ ciclo/estação 1);

b) áreas não cultivadas/áreas não plantadas,apesar de estarem dotadas de sistemas de irri-gação (durante o período do ciclo/estação 1).

Países que lideram as áreasirrigadas no mundo

A China e a Índia detêm, em conjunto, 284milhões de hectares (59%) de toda AIA do mun-do. A China irriga 31,5% e a Índia 27,5%. AChina apresenta uma AIA de 152 milhões dehectares e a Índia de 132 milhões de hectares. ATAAI é de 108 milhões de hectares, na China, ede 100 milhões de hectares, na Índia.

Segundo o levantamento do IWMI, os paí-ses que seguem a China e a Índia em porcenta-gem de AIA, que soma em 480,7 milhões dehectares, são: EUA (5%), Rússia (3,5%) ePaquistão (3,3%), seguidos de nove países (Ar-gentina, Austrália, Bangladesh, Cazaquistão,Mianmar, Tailândia, Turquia, Uzbequistão eVietnã, todos estes com índices entre 1% e 2%).

Áreas irrigadas por continente

Da AIA, que corresponde a 480,7 milhõesde hectares, cerca de 75%, 375 milhões de hec-tares, situam-se na Ásia, seguida pela Europa,com 8%; pela América do Norte, com 7%; daAmérica do Sul, com 5%; da África, com 2%, eAustrália, com 2%.

Intensidade de Irrigação

O índice Intensidade de Irrigação (II)corresponde à relação entre o total de AIAs(que é o somatório das SIAs de cada estação decultivos e das culturas permanentes) e a TAAI,ou seja , II = AIA / TAAI .

A Intensidade de Irrigação global é de 117%.A Intensidade de Irrigação das duas nações lí-deres, China e Índia, é 141% e 132%, respecti-vamente. A Intensidade de Irrigação dos EUA,Rússia e Paquistão é de 117%, 129% e 123%,respectivamente.

A Intensidade de Irrigação dos continentese das regiões apresenta variações em decorrên-cia de diversos fatores, em especial por causado clima, sendo de 123% na África, de 131% naÁsia, de 40% na Austrália, de 92% na Europa eAmérica do Norte, de 118% na Oceania, de100% na América do Sul, de 101% no Brasil ede 113% na Bacia do Rio São Francisco.

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Mananciais de água para irrigação

Globalmente considera-se que 61% da água de irrigação pro-vêm de mananciais de água de superfície e 39%, de água subter-rânea ou de uso conjuntivo. Contudo, a utilização de água sub-terrânea em alguns países tem crescido acentuadamente, de ma-neira que está excedendo a água de superfície. Na Índia, a águasubterrânea / conjuntiva representa 62% do total.

O uso conjuntivo refere-se ao uso conjunto de água subterrâ-nea e superficial.

Calendário e intensidade de cultivos

Os trabalhos do IWMI – GIAM permitem obter as caracte-rísticas dos cultivos irrigados, tais como, calendário de plantio,intensidade de cultivo e cultivos predominantes para cada classede área. Existe a possibilidade de simular a capacidade de cadaclasse de área irrigada, sendo útil na observação de padrões emudanças que ocorrem no espaço físico e de tempo.

Irrigação na América do Sul

Os dados da FAO de áreas irrigadas na Amé-rica do Sul indicaram, para 1999, um total de10,1 milhões de hectares, que correspondem àárea equipada com infra-estrutura de irrigação,enquanto o levantamento do IWMI – GIAMinforma que as SIAs da América do Sul, em 1999,totalizavam 17,1 milhões de hectares.

Este total produtivo sob irrigação foi forma-do da seguinte maneira:

a) estação 1 ( primeira safra ): 8,1 milhõesde hectares;

b) estação 2 ( segunda safra ): 3,4 milhões dehectares;

c) cultivos contínuos (permanentes): 5,6 mi-lhões de hectares;

d) área total disponível para irrigação: 17,5milhões de hectares;

e) intensidade de irrigação: 100 %.

Os dados do levantamento do IWMI –GIAM informam que as SIAs da BaciaHidrográfica do Rio São Francisco, em 1999,totalizavam 942.734 de hectares.

Este total produtivo sob irrigação foi forma-do como a seguir:

a) estação 1 (primeira safra): 442.761 hectares;

b) estação 2 (segunda safra): 397.312 hectares;

c) cultivos contínuos (permanentes):102.661hectares;

d) área total disponível para irrigação: 822.723hectares;

e) intensidade de irrigação: 113 %.

Os dados de cultivos irrigados, fornecidospela Companhia de Desenvolvimento dos Valesdo São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), emresultado do Cadastro Nacional de Usuários deRecursos Hídricos, realizado em 10 de julho de2007, nos estados de Alagoas, Bahia, MinasGerais, Pernambuco e Sergipe, indicam a exis-tência de uma área, sob irrigação de 348.413hectares, na Bacia do Rio São Francisco.

Observa-se que não foram incluídas, no re-ferido Cadastro, as áreas irrigadas do DistritoFederal e do estado de Goiás, que se encontramna área de abrangência da Bacia Hidrográficado Rio São Francisco.

Irrigação na Bacia do RioSão Francisco

A chamada nascentehistórica do Rio São

Francisco dá origem àCasca D’Anta, nomunicípio de São

Roque de Minas, MG

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Nº 78 • 2.º trimestre 2008 • ITEM 77

Irrigação no Brasil

Os dados da FAO de áreas irrigadas no Brasil indica-ram, para 1999, um total de 2,89 milhões de hectares , quecorrespondem à área equipada com infra-estrutura de ir-rigação. O levantamento do IWMI – GIAM informa queas SIAs do Brasil, em 1999, totalizavam 4,094 milhões dehectares.

Este total produtivo sob irrigação foi constituído daseguinte forma:

a) estação 1 (primeira safra): 2,169 milhões de hecta-res;

b) estação 2 (segunda safra): 871 mil de hectares;c) cultivos contínuos (permanentes): 1,074 milhão de

hectares;d) área total disponível para irrigação: 4,045 milhões

de hectares;e) intensidade de irrigação: 101 %.

Conclusões

As informações permitem alimentar as tomadas dedecisão desde os envolvidos com as políticas públicas,como no âmbito dos agricultores, uma delas associadaà intensidade de irrigação que é a de demonstrar ahabilidade dos irrigantes em serem eficazes na obten-ção do maior rendimento produtivo em cada ciclo decultivo temporário, com mais de uma safra anual, e ados cultivos permanentes com maior rendimento, apartir do potencial existente e de não terem em suaspropriedades áreas ociosas.

O indicador considera o adequado uso da base deprodução, representada pelos solos aptos à prática dairrigação, e da infra-estrutura hídrica de uso comum eparcelar de irrigação e drenagem agrícola. Além domanejo, do desejo do irrigante em produzir mais emelhor, envolvem os vínculos entre os fatores associa-dos a cultivo, solo, água, planta e clima, sem deixar delado a sazonalidade e seu elo às condiçõesmercadológicas, dentre outros fatores. Há situações emalguns países e regiões, onde as estações do ano sãomarcantes e os extremos climáticos inviabilizam maisde uma safra por ano em certos cultivos, a custos com-petitivos.

Estima-se que cerca de 1,7 milhão de hectares desolos dotados com infra-estrutura de irrigação no Bra-sil poderiam ter ampliado, em cerca de 30%, sua in-tensidade de irrigação, elevando-se o indicador atual,situado em 101%, para cerca de 130% , para ser com-patível com o que ocorre na Ásia e África, o que repre-sentaria um acréscimo da ordem de um terço na pro-dução agrícola sob irrigação, sem elevação substancialnos gastos com investimento em sistemas de irrigação,aplicando-se esforços nos fatores de produção dentroda parcela agrícola, evitando-se a ociosidade esubutilização dos meios produtivos.

Referências do Portal GIAM

O IWMI possibilita o portal de conhecimentodenominado GIAM-KG (((((http://www.iwmigian.orghttp://www.iwmigian.orghttp://www.iwmigian.orghttp://www.iwmigian.orghttp://www.iwmigian.org),que compreende:

a) Estatísticas das áreas irrigadas dos países(http://www.iwmigiam.org/stats).

b) Mapas impressos dos países, no denominadoGIAM Map Server, obtidos instantaneamente(http://www.iwmigiam.org.mapper.asp).

c) Imagens de mapas em alta e altíssima resoluçãono GIAM on Google(http://iwmigiam.org/info/main/index.asp).

d) GIAM web portal – produtos e dados queincluem mapas, imagens e métodos(http://www.iwmigiam.org).

O Rio São Francisco aumenta de volume e leva suas águas para mais cincoestados brasileiros

Ponte sobre as águas do Velho Chico, na região onde está localizado oPerímetro Irrigado de Juazeiro/Petrolina, um projeto público de irrigaçãoconsiderado bem-sucedido

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NOTAS TÉCNICAS Essa sessão da ITEM tem como objetivo divulgar informa-ções sobre projetos e potencialidades sobre a agricultura irrigada, notícias de articulações permanentes emfavor da organização das informações em determinadas áreas, enfim, abrigar assuntos de especial relevân-cia que, se disponibilizados, podem ajudar aos leitores e provocar maior intercâmbio entre os interessados.

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LAÉRCIO ZAMBOLIM

PROFESSOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

De acordo com a Organização dasNações Unidas para Agricultura eAlimentação (FAO), a produção mundialde frutas registrou crescimento de4,86%, no ano de 2005, em relação aoano anterior. O Brasil é o 3º maiorprodutor mundial, com 41,2 milhões detoneladas produzidas (6% da produçãomundial), atrás da China (167 milhõesde toneladas) e da Índia (57,9 milhõesde toneladas). O mercado mundial defrutas aponta para cifras anuaissuperiores a US$ 21 bilhões, sendoconstituído, em sua maior parte, porfrutas de clima temperado, típicas daprodução e do consumo no hemisférionorte, embora seja elevado o potencialde mercado para as frutas tropicais.Adicionando-se o valor das frutasprocessadas, estas cifras superam 55bilhões de dólares.

m alusão ao mercado internacional, existe umbaixo conhecimento da grande maioria dasfrutas tropicais, por carência em marketing, o

que dificulta a expansão comercial da fruta brasilei-ra. Apesar disso, nos últimos 14 anos, o Brasil au-mentou em mais de 11 vezes as exportações de fru-tas frescas, passando de US$ 54 milhões no início dadécada de 1990, para mais de US$ 642 milhões, noano de 2007 (919 mil toneladas). Somando-se as fru-

tas secas e castanhas de caju, foram exportadas 1 mi-lhão de toneladas, equivalentes a US$ 967,7 milhões.

Com relação ao setor industrial, oprocessamento de sucos de fruta está em franca ex-pansão, ocupando papel de relevância noagronegócio mundial, com destaque para os paísesem desenvolvimento, que são responsáveis pela me-tade das exportações mundiais. A demanda atual écrescente para sucos e polpas de frutas tropicais, prin-cipalmente de abacaxi, maracujá, manga e banana,que são responsáveis pela maioria das exportações.No caso específico do suco de laranja, o Brasil é omaior produtor e exportador mundial, com cerca de80% das transações internacionais. Esse crescimentogradativo vem-se caracterizando por uma série defatores, dentre os quais a preocupação dos consumi-dores com a saúde, o que redunda em aumento doconsumo de produtos naturais com pouco ou ne-nhum aditivo químico. A quantidade exportada desucos de frutas, em 2007, foi de 2,37 milhões dedólares, relativos a 2,16 milhões de toneladas, sendo51,26% maior que em 2006, e 100% maior que em2005.

Embora o volume das exportações de frutas fres-cas tenha aumentado 32% entre 2006 e 2007, é muitopouco, se considerarmos estas em relação ao mon-tante de frutas produzido. O Brasil exporta cerca de1,8% da sua produção de frutas in natura, ocupandoo 20º lugar entre os países exportadores. Entretanto,a tendência de aumento das exportações mostra-sepositiva para os próximos anos, o que torna o mo-mento atual oportuno para a conquista dos merca-dos internacionais, principalmente Comunidade Eu-ropéia e Nafta. Para isso, basta que o País tenha ca-pacidade de manter e ampliar os mercados interna-cionais de frutas e seus derivados, canalizando-se aoferta de frutas frescas e processadas de acordo coma demanda desses blocos econômicos.

Alguns comentários sobre aprodução integrada de frutas

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Apesar de o mercado interno consumir a quasetotalidade da produção nacional, o consumo percapita de frutas no Brasil, de acordo com o InstitutoBrasileiro de Fruticultura (Ibraf), é de apenas 57 kgpor ano, bem abaixo de países como Espanha (120kg/ano) ou Itália (114 kg/ano).

Produção integrada de frutas

A globalização de mercados, instaurada a partirda década passada, aliada às correntes e demandasde uma população mundial cada vez maisconscientizada e ativa na busca de seus direitos, cul-minou na necessidade de um indicador com identi-dade visual própria, reconhecido em nível internaci-onal, que assegurasse a produção dentro das deman-das das Boas Práticas Agrícolas (BPA) exigidas pelasociedade. Aliam-se às BPA os selos de certificaçãode qualidade de produto e de ambiente.

Países da Comunidade Européia como Espanha,França, Itália e outros, apoiados nos preceitos daOrganização Internacional de Luta Biológica e Inte-grada Contra os Animais e as Plantas Nocivas (OILB),desenvolveram, na década de 1980, o conceito deProdução Integrada (PI), visando atender às exigên-cias dos consumidores e das cadeias de distribuido-res e supermercados, em busca de alimentos sadiose com ausência de resíduos de agrotóxicos,ambientalmente corretos e socialmente justos, moti-vados por ações de órgãos de defesa dos consumi-dores.

Em 2006, o jornal japonês Nikkey, visando avaliara importância da rastreabilidade para o consumidordaquele país, publicou os resultados da seguinte pes-quisa de opinião: para 58,0% dos entrevistados, arastreabilidade é imprescindível; para 34,4%, arastreabilidade é importante; 6,3% dos entrevistadosnão acreditam em rastreabilidade; 1,2% não se im-porta com rastreabilidade; e 0,1% não deu opinião.

Em novembro de 2005, a missão DG Sanco daUnião Européia veio ao Brasil e visitou os sistemasprodutivos da maçã (Santa Catarina, Rio Grande doSul e Paraná) e do mamão (Espírito Santo e Bahia),com o objetivo de conhecer o Programa de ControleOficial do governo brasileiro para garantir arastreabilidade e a inocuidade das frutas exportadaspara a Europa. A missão, ao conhecer áreas sob sis-

tema de Produção Integrada de Frutas (PIF), verifi-cou os procedimentos adotados e concluiu que esteseram suficientes para cumprir as exigências da UniãoEuropéia, que, atualmente, é o maior cliente do Bra-sil na importação de frutas frescas e derivados.

O aperfeiçoamento dos mercados consumidores,a mudança de hábitos alimentares e a procura poralimentos seguros vêm pressionando os sistemas pro-dutivos para atenderem às novas demandas, o quepode ser comprovado pelas seguintes atitudes: (a)movimento dos consumidores, principalmente euro-peus, na busca de frutas e hortaliças sadias e comausência de resíduos de agroquímicos perniciosos àsaúde humana; (b) normas do setor varejista euro-peu, representado pelo Eurepgap (Euro-RetailerProduce Working Group – Eurep for Good AgriculturePratices – GAP), agora conhecido por Globalgap, quetem pressionado exportadores de frutas e hortaliçaspara o atendimento a regras de produção que levemem consideração: resíduos de agroquímicos, meioambiente e condições de trabalho e higiene.

Esta situação indica um estado de alerta e de ne-cessidade de transformação imediata e contundentenos procedimentos de produção e pós-colheita defrutas, para que o Brasil, sendo o 3º. maior produtorde frutas do mundo, possa se manter e avançar naconquista dos mercados consumidores.

Mercados mais exigentes

Com as exigências do comércio nacional e inter-nacional de produtos agropecuários advindas daglobalização, do crescimento populacional, da reci-procidade de cada país e da segurança dos alimen-tos, a qual está relacionada com a presença de peri-gos associados aos gêneros alimentícios, tornou-se

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236 produtoresnacionais demanga aderiram àPIF, produzindo306 mil toneladasem 2007 (dadosdo Mapa)

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uma realidade a necessidade de implementação daProdução Integrada (PI). O alimento seguro é alcan-çado por meio dos esforços combinados de todas aspartes que integram a cadeia alimentar, culminandona rastreabilidade, que é um dos componentes daPI. O sistema pressupõe o emprego de tecnologias,que permitam o controle efetivo do sistema produti-vo agropecuário, por meio do monitoramento detodas as etapas, desde a aquisição dos insumos até aoferta ao consumidor.

A adoção do sistema PI evoluiu em curto espaçode tempo, tomando conta de muitas áreas existen-tes em países tradicionais de produção de frutas. NaAmérica do Sul, a Argentina foi o primeiro país aimplantar a PIF, em 1997, seguida do Uruguai e doChile. No Brasil, atividades semelhantes tiveram iní-cio entre 1998 e 1999.

Naquela época, depois de várias discussões regi-onais, a Cadeia Produtiva da Maçã, por meio da As-sociação Brasileira de Produtores de Maçãs (ABPM),procurou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (MAPA), alegando que estava sofrendopressões comerciais relacionadas com as exportaçõesde maçã para a Comunidade Européia. O principalmotivo dessa mobilização deveu-se ao fato de queas exigências por maiores garantias sobre o processoprodutivo da fruta estavam cada vez mais fortes.Assim, o Brasil necessitava de um instrumento quepudesse orientar e institucionalizar um sistema deprodução que ao mesmo tempo atendesse às exigên-cias dos mercados compradores e fosse factível à re-alidade brasileira, levando-se em consideração, ain-da, a condição sine qua non da credibilidade e daconfiabilidade do sistema e dos trabalhos que seri-am desenvolvidos no País.

PIF exige visão holística

A PI tem por princípio, desde sua concepção, avisão sistêmica, inicialmente no manejo integrado depragas, evoluindo para a integração de processos emtoda a cadeia produtiva. Portanto, sua implantaçãodeve ser vista de forma holística, estruturada sobquatro pilares de sustentação: organização da baseprodutiva, sustentabilidade do sistema, monitora-mento dos processos e informação e banco de da-dos, componentes que interligam e consolidam osdemais processos. Está colocada no ápice da pirâmi-de como o nível mais evoluído em organização,tecnologia, manejo e outros componentes, num con-texto onde os patamares para inovação ecompetitividade são estratificados por níveis de de-senvolvimento e representa os vários estádios que oprodutor poderá ser inserido num contexto evolutivode produção.

Preceituados pela PI, os procedimentos de BoasPráticas Agrícolas adotados têm que ser vistos combase no rol de exigências dos mercados importado-res, rigorosos em requisitos de qualidade esustentabilidade, enfatizando sempre a proteção domeio ambiente, segurança alimentar, condições detrabalho, saúde humana e viabilidade econômica. Atítulo de exemplo, os compradores europeus viram apossibilidade de não importar maçãs produzidas emsistema convencional. Atualmente, na Suíça e Dina-marca, quase não existem mercados com frutas pro-duzidas por meio deste sitema.

Todo o arcabouço legal e organizacional da PI estáestruturado e encontra-se em plena expansão. A con-solidação dos produtores que optaram pela adesãoao Sistema deverá ser coroada com a aprovação doselo de certificação. Como na PI não existe umacertificação para transição do sistema convencional,a adesão deve-se completar com a plena adequaçãoao sistema, em todos os seus quesitos, exigindo es-forço adicional dos produtores rurais, o que será ple-namente compensado pelo posterior ganho em ter-mos de controles e das demais vantagens relatadasneste artigo. Portanto, o momento atual baseia-sena centralização de esforços na expansão do núme-ro de produtores efetivamente certificados, gerandovolume expressivo de produtos de qualidade aos con-sumidores, sem perder o foco na inserção de novasculturas ao sistema, inclusive para o atendimento dademanda crescente e estratégica em setores como oda agroenergia.

Por que adotar?

Os aspectos positivos da adoção do sistema PIFsão ganho de competitividade, agregação de valoraos produtos e desenvolvimento social. No entanto,sob a ótica da segurança alimentar, o maiorbeneficiário com a melhoria do sistema produtivo,respeitando os aspectos ambientais, sociais e outrosda produção agropecuária, sem dúvida, será o pró-prio homem. Conforme o conceito de Segurança Ali-mentar e Nutricional, explicitado por Newton GomesJúnior, onde a “assimetria de renda e preços dos ali-mentos à segurança e qualidade e sanidade dos pro-dutos, ao manejo adequado na produção, ao empre-go de culturas e meios não hostis ao ambiente, àmanutenção da diversidade cultural” são fatores quenecessariamente devem ser abordados para o plenoestabelecimento da segurança alimentar das popu-lações. Mudanças desta magnitude levam tempo eencontram barreiras difíceis de ser transpostas. Éimportante notar que a produção integrada é passí-vel de ser adotada por qualquer porte de produtor. Aparticipação de pequenos produtores e produtores

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familiares, organizados em associações ou coope-rativas, carece de apoio inicial, seja do governo oude outras instituições, conforme vem acontecendocom a parceria do MAPA/Instituto Nacional deMetrologia, Normalização e Qualidade Industrial(Inmetro) e o Serviço de Apoio às Micro e PequenasEmpresas (Sebrae), os quais conseguem subsidiaraté 50% dos custos com a certificação e análises deresíduos de agrotóxicos, aliados, também, à possi-bilidade da certificação conjunta por meio de asso-ciações ou cooperativas de produtores. A falta deapoio a esse tipo de produtor pode dificultar suaentrada e permanência nesse novo modo de produ-ção proposto.

Além disso, a não adequação dos sistemas pro-dutivos às diretrizes da PIF pode acarretar barreirasnão-tarifárias para os produtores. Este problema agra-va-se, na medida em que ainda não existe umaharmonização internacional de certificações, o que,muitas vezes, pode levar um produtor a ter que ado-tar diferentes certificações.

Com os resultados obtidos pela PIF, pode-se ima-ginar que o sistema de PI poderá consolidar-se comouma importante ferramenta para o desenvolvimentosustentável e garantia da segurança alimentar, aindaque existam aspectos a ser melhorados.

A inexistência de uma lei federal que discipline eoriente as políticas públicas no que diz respeito àsegurança do alimento; a carência de uma estruturagovernamental de assistência técnica e extensão ru-ral, que propicie uma adequada transferência detecnologia ao setor produtivo; o desconhecimentopor parte do setor varejista e consumidores dos be-nefícios propiciados pelo Sistema de Acompanhamen-to da Produção (Sapi); na área vegetal, o insuficientesuporte fitossanitário atualmente existente em mui-tas culturas, devido ao reduzido número de produ-tos registrados, muitas vezes obsoletos e questiona-dos por problemas agronômicos, toxicológicos eambientais, impedindo a certificação que somenteaceita a utilização de produtos registrados, que ofe-reçam segurança ambiental, e na saúde pública; afalta de organização associativa do setor produtivo;a carência de pesquisa agropecuária em alguns seto-res, especialmente quanto a tecnologias que sejamde baixo impacto ambiental e adaptadas à realidadedos pequenos produtores; a deficiente logística decomercialização existente em todo o Brasil são fato-res dentre outros que deverão ser devidamente leva-dos em consideração, analisados e trabalhados paraque se possa evoluir e desenvolver plenamente o Sapiem toda agropecuária nacional destinada a abaste-cer os mercados interno e externo com produtos cer-tificados pelo governo brasileiro e com a devidacredibilidade junto aos consumidores.

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Em 2007, 2.333produtoresbrasileiros, dediferentesprodutos, dasfrutas ao café,haviam aderidoà PIF

Existe a necessidade da formulação e, principal-mente, da implementação de políticas públicas quepossibilitem o estabelecimento da Segurança Alimen-tar, em particular do sistema PI, no âmbito das atri-buições das diversas instituições federais, estaduaise municipais, envolvendo a iniciativa privada em suasmais diversas representações e comprometendo asforças sociais para a satisfação das necessidades bá-sicas no seu sentido mais amplo. A atuação conjuntae concomitante desses órgãos governamentais, as-sociados aos organismos particulares em áreas comoagricultura, saúde, meio ambiente, relações interna-cionais, educação, desenvolvimento tecnológico, cul-tura, entre outros, possibilitará o estabelecimento dosdireitos inalienáveis ao cidadão para uma vida comsentido.

Desafio

Entretanto, todo esse boom no crescimento daprodução, produtividade e qualidade das fruteirasque estão alcançando os mercados exigentes tanto oamericano, quanto o europeu e o asiático, deve-se,em grande parte, à possibilidade da irrigação, cujatecnologia está totalmente disponível aos fruticulto-res. Portanto, o grande desafio de agora em diante écomo racionalizar o uso da água de irrigação, visan-do manter as reservas de água no subsolo e a neces-sidade das fruteiras, economizar gastos com energiano processo da irrigação e como controlar as doen-ças e pragas na fruticultura irrigada de tal maneiraque se possa ter um equilíbrio nas ações de controle,para que se minimize o uso de produtosfitossanitários.

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.abid.agr.br ou abid.org.brSite da Associação Brasileira de Irrigação eDrenagem (ABID), que vai dar acesso aosanais dos últimos Conirds e às edições darevista Item (Irrigação e Tecnologia Moder-na), a partir do número 48. Traz notícias so-bre a organização do XVIII Conird, em SãoMateus, ES, de 27/07 a 01/08/2008.

.agricultura.gov.br Portal do Ministério da Agricultura, Pecuá-ria e Abastecimento, com informações so-bre a estrutura da instituição governamen-tal, legislação, recursos humanos e notíciasatualizadas diariamente. Por meio deste por-tal, pode-se chegar aos sites de quaisquerórgãos ligados ao Ministério, entre eles:Embrapa, Instituto Nacional de Meteoro-logia, Ceagesp, Agrofit, Proagro, Secretariade Apoio Rural e Cooperativismo e ServiçoNacional de Proteção de Cultivares etc.

.ana.gov.brSite da Agência Nacional de Águas, que trazinformações interessantes para os pratican-tes e interessados na agricultura irrigada.

.apdc.org.brSite da Associação Brasileira do Plantio Dire-to, com notícias sobre o Sistema de PlantioDireto e o jornal Direto no Cerrado.

.bandesonline.com.brSite do Banco do Desenvolvimento do Espí-rito Santo, cujo objetivo é participar do de-senvolvimento sustentável do Espírito San-to, colaborando para viabilizar investimen-tos que gerem renda, emprego ecompetitividade da economia. O Bandes fi-nancia projetos e planos de negócios paraimplantação, ampliação, modernização equalificação de empreendedores e empreen-dimentos localizados no Estado.

.bnb.gov.brSite do Banco do Nordeste do Brasil S/A,onde se encontram informações atualizadassobre as atividades do BNB, com destaquepara o Etene (Escritório Técnico do EstudosEconômicos do Nordeste), com a Rede daIrrigação, que traz a relação de quem é quemna agricultura irrigada.

.es.gov.brSite do governo do Espírito Santo, quesediará no município de São Mateus, o XVIIIConird, de 27/07 a 01/08/2008, numa par-ceria entre governo estadual, municipal eABID. Traz notícias e informações sobre asprincipais atividades do governo e de suas

secretarias, inclusive a versão eletrônica donovo Plano de Desenvolvimento Estratégi-co da Agricultura Capixaba (Novo Pedeaeg)para o período 2007/2025.

.funarbe.org.brSite da Fundação Arthur Bernardes, que dáapoio à Universidade Federal de Viçosa. Trazinformações sobre o trabalho desenvolvidopor esta Universidade e sobre o Centev/UFV,incubadora de empresas com basetecnológica.

.icid.orgSite da International Commission onIrrigation and Drainage (Icid), localizada emNova Déli, Índia, com notícias internacionaissobre irrigação e drenagem, em inglês efrancês.

.inmet.gov.brSite do Instituto Nacional de Meteorologia,com informações sobre monitoramento,previsão e avisos especiais sobre condiçõesdo tempo, dados da rede de estaçõesmeteorológicas, prognóstico climático, in-formações agrometeorológicas, imagens desatélites meteorológicos, acervo da Biblio-teca Nacional de Meteorologia, publicações,links para organismos nacionais e interna-cionais ligados à meteorologia, além deoutras informações institucionais.

.integracao.gov.brPortal do Ministério da Integração Nacional,onde pode se chegar às informações daCodevasf (ou pelo site codevasf.gov.br),além de ter acesso a publicações como oFrutiséries e a revista Frutifatos, com ediçãosob a responsabilidade da Secretaria deInfra-Estrutura Hídrica.

.mda.gov.brPortal do Ministério do DesenvolvimentoAgrário, com notícias e informações de ins-tituições como o Instituto Nacional de Re-forma Agrária (Incra) e o Núcleo de EstudosAgrários de Desenvolvimento Rural (Nead),além de notícias de interesse do produtorrural.

.mma.gov.brPortal do Ministério do Meio Ambiente, comnotícias sobre meio ambiente e legislaçãoatualizada diariamente. Por meio desteportal, pode-se chegar a instituições liga-das como a Agência Nacional de Águas, coma política nacional de recursos hídricos e oIbama, com a política nacional do meioambiente.

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