Editorial Curso de Agentes Culturais - KOINONIAFala, Galera! O Palavra de Jovem Rural registra,...

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Editorial Encarte do Boletim Trabalhadores Rurais e Direitos de KOINONIA - Ano III - Nº. 13. MAI/JUN 2008 - ISSN 1981-7533 Fala, Galera! O Palavra de Jovem Rural registra, nesta edição, a discussão dos direitos juvenis e a participação política da juventu- de. Um dos exemplos foi a I Con- ferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude, que acon- teceu no final de abril, em Brasí- lia, reunindo 1995 participantes, entre delegados eleitos em con- ferências estaduais e territoriais de todo o país e representantes do poder público. A conferência debateu temas que afetam a realidade da juventude brasileira e suas diferentes faces. Foram discutidos temas como: participação política, direitos, se- xualidade, cultura, entre outros, com o objetivo de eleger políticas públicas que atendam aos jovens. A juventude rural esteve presente na conferência e fez valer a sua voz organizando um grupo de tra- balho para debater as demandas da juventude rural. Antônio Neto, do MST, esteve na conferência e nos conta como foi a participa- ção da juventude rural através da entrevista concedida ao boletim. Temos ainda o artigo de Priscila Chagas sobre direitos juvenis e relatos sobre o trabalho de acom- panhamento da juventude rural fluminense. E também o conjunto de notícias sobre e para a juventude rural. Boa leitura! Nos meses de abril e maio foram realizadas as duas primeiras etapas do Curso de Agentes Culturais Jo- vens Rurais, em Alagoas. O curso, que já esta na sua 5ª edição, é re- alizado em 3 etapas: planejamen- to, monitoramento e avaliação das Ações Culturais. A primeira etapa foi realizada entre os dias 11 a 13 de abril e a segunda, entre os dias 31 de maio e 1º de junho. O curso é Curso de Agentes Culturais ministrado desde 2007 pelos edu- cadores populares Vanessa Barreto e Thiago Santos e tem como públi- co alvo jovens dos 16 aos 32 anos. Entre as ações planejadas para 2008 estão: palestras, oficinas sobre direitos e movimento so- cial no campo, forró, encontro com jogo de futebol, entre ou- tras. Essas atividades deverão ser realizadas até o final de Julho. Foi realizado entre os dias 6 e 8 de junho, em Delmiro Gouveia (AL), o Curso de Educação Conti- nuada, ministrado pelo Programa Saúde e Direitos, de KOINONIA, aos jovens que já participaram do Curso de Formação de Multipli- cadores em Saúde (1ª e 2ª etapas). Educação continuada em Delmiro Gouveia Fizeram parte do curso 14 jovens, sendo que somente sete deles ha- via participado das duas etapas iniciais. Mesmo assim, grupo teve uma boa assimilação do conteúdo proposto, sobre prevenção e trans- missão em HIV/Aids. Fonte: Coopabacs e KOINONIA Jorge Atilio Silva Iulianelli Fonte: Coppabacs e Coletivo de Jovens do Alto Sertão de Alagoas 3º Festival Cultural de Jovens Rurais abril de 2008, em Petrolândia (PE)

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Page 1: Editorial Curso de Agentes Culturais - KOINONIAFala, Galera! O Palavra de Jovem Rural registra, nesta edição, a discussão dos direitos juvenis e a participação política da juventu-de.

Editorial

Encarte do Boletim Trabalhadores Rurais e Direitos de KOINONIA - Ano III - Nº. 13. MAI/JUN 2008 - ISSN 1981-7533

Fala, Galera! O Palavra de Jovem Rural registra, nesta edição, a discussão dos direitos juvenis e a participação política da juventu-de. Um dos exemplos foi a I Con-ferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude, que acon-teceu no final de abril, em Brasí-lia, reunindo 1995 participantes, entre delegados eleitos em con-ferências estaduais e territoriais de todo o país e representantes do poder público. A conferência debateu temas que afetam a realidade da juventude brasileira e suas diferentes faces. Foram discutidos temas como: participação política, direitos, se-xualidade, cultura, entre outros, com o objetivo de eleger políticas públicas que atendam aos jovens.A juventude rural esteve presente na conferência e fez valer a sua voz organizando um grupo de tra-balho para debater as demandas da juventude rural. Antônio Neto, do MST, esteve na conferência e nos conta como foi a participa-ção da juventude rural através da entrevista concedida ao boletim. Temos ainda o artigo de Priscila Chagas sobre direitos juvenis e relatos sobre o trabalho de acom-panhamento da juventude rural fluminense.E também o conjunto de notícias sobre e para a juventude rural.Boa leitura!

Nos meses de abril e maio foram realizadas as duas primeiras etapas do Curso de Agentes Culturais Jo-vens Rurais, em Alagoas. O curso, que já esta na sua 5ª edição, é re-alizado em 3 etapas: planejamen-to, monitoramento e avaliação das Ações Culturais. A primeira etapa foi realizada entre os dias 11 a 13 de abril e a segunda, entre os dias 31 de maio e 1º de junho. O curso é

Curso de Agentes Culturaisministrado desde 2007 pelos edu-cadores populares Vanessa Barreto e Thiago Santos e tem como públi-co alvo jovens dos 16 aos 32 anos.Entre as ações planejadas para 2008 estão: palestras, oficinas sobre direitos e movimento so-cial no campo, forró, encontro com jogo de futebol, entre ou-tras. Essas atividades deverão ser realizadas até o final de Julho.

Foi realizado entre os dias 6 e 8 de junho, em Delmiro Gouveia (AL), o Curso de Educação Conti-nuada, ministrado pelo Programa Saúde e Direitos, de KOINONIA, aos jovens que já participaram do Curso de Formação de Multipli-cadores em Saúde (1ª e 2ª etapas).

Educação continuada em Delmiro GouveiaFizeram parte do curso 14 jovens, sendo que somente sete deles ha-via participado das duas etapas iniciais. Mesmo assim, grupo teve uma boa assimilação do conteúdo proposto, sobre prevenção e trans-missão em HIV/Aids.

Fonte: Coopabacs e KOINONIA

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Fonte: Coppabacs e Coletivo de Jovens do Alto Sertão de Alagoas

3º Festival Cultural de Jovens Rurais abril de 2008,em Petrolândia (PE)

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Encarte Palavra de Jovem Rural do Boletim TRD. Ano III, nº13. MAI/JUN 2008

A 1ª Conferência Nacional de Juventude, realizada em Brasília de 27 a 30 de abril, foi encerrada com a votação das 69 resoluções e 22 prioridades para políticas públicas voltadas para a juven-tude. Essa etapa do evento, cha-

Jovens de Ouro Branco se articulam

Aconteceu no dia 16 de maio, no escritório da Federação das Associa-ções Comunitárias de Ouro Branco em Alagoas (Facob), a primeira reu-nião de juventude visando formar uma Comissão da Juventude no Sin-dicato dos Trabalhadores e Traba-lhadoras Rurais (STTR). A reunião contou com a presença de jovens do STTR, Facob, Cáritas Brasileira – Regional NE2 e da coordenadora da Comissão Estadual da Juventude da FETAG, Nayanna Carla. O obje-tivo dos jovens nessa primeira reu-nião foi buscar o apoio do sindicato e saber quais os procedimentos que devem ser tomados para formar a Comissão da Juventude.

Fonte: Blog Palavra de Jovem Rural

Resoluções da 1ª Conferência Nacional de Juventude1 - Garantir o acesso à terra ao jovem e à jovem rural, na faixa etária de 16 a 32 anos, independente do estado civil, por meio da reforma agrária, priorizando este segmen-to nas metas do programa de reforma agrária do governo federal, atendendo a sua diversidade de identidades sociais, e, em especial aos remanescentes de trabalho escravo. É fundamental a revisão dos índices de produtividade e o estabelecimento do limite da propriedade.2 - Garantia de políticas públicas integradas que promovam a geração de trabalho e renda para o jovem e a jovem do campo, com participação da juventude na sua ela-boração e gestão, assegurando o acesso à terra, à capacitação e ao desenvolvimento de tecnologia sustentável apropriada à agricultura familiar e camponesa voltada para a mudança de matriz tecnológica. Transformar o pronaf jovem em uma linha de cré-dito para produção.3 – Efetivar a educação do e no campo, pública, gratuita e de qualidade, implemen-tando as diretrizes operacionais da educação do campo, garantindo infra-estrutura e mudança curricular que contemple a diversidade regional, atendendo todos os níveis (básico, profissionalizante e superior), em especial investindo no fim do analfabetismo no meio rural. Que o estado assuma os custos dos centros familiares de formação por alternância e outras iniciativas de educação do campo, da sociedade civil sem fins lucrativo voltadas para juventude, da agricultura familiar e camponesa.Leia todas as resoluções em: http://www.juventude.gov.br/conferencia

Resoluções da 1ª Conferência Nacional de Juventudemado de Momento Interativo, reuniu todos os delegados para que defendessem suas propos-tas e elegessem as mais votadas. Publicamos abaixo uma síntese das resoluções voltadas para a Juventude do Campo:

Entre os dias 15 a 17 de maio o município de Conceição de Ma-cabu recebeu 31 participantes para o encontro promovido pela Fetag-RJ (Federação de Traba-lhadores na Agricultura do Rio de Janeiro) e assessorado por KOINONIA. O encontro faz par-

I Encontro Norte Fluminense de Jovens Ruraiste do projeto “Jovens campone-ses fluminenses participando e construindo cidadania integral e processos de organização social” que tem como objetivo a mobili-zação dos jovens rurais em todo o estado e a constituição de Co-letivos Regionais de Jovens Ru-rais. O Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) apóia o projeto. A região Norte Fluminen-se realizou o primeiro de uma série de encontros que acontecerão nas outras 4 regiões do estado: Lagos, Baixada, Sul e Baixada. A mobi-lização dos Jovens Rurais Flumi-nenses é feita pela Comissão de Estadual de Jovens da Fetag.

Curso de Multiplicadores de Saúde e Direitos

Aconteceu entre os dias 2 e 4 de junho o Curso de Formação de Multiplicadores em Saúde, no mu-nicípio de Glória (BA). Realizado pelo Programa Saúde e Direitos, de KOINONIA, em parceria com o Pólo Sindical das Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais do SMSF (PE/BA), o curso contou com a presença de 22 mulheres e um ho-mem. Durante o encontro foi ela-borado um planejamento para ser desenvolvido nos dois estados du-rante o mês de julho. Em Pernam-buco serão realizadas atividades nos municípios de Petrolândia, Ca-naubeira da Penha, Orocó, Itacuru-ba e Santa Maria da Boa Vista. Na Bahia, nos municípios de Chor-rochó, Paulo Afonso e Macururé. Foi proposto ainda que essas ações sejam realizadas com a participa-ção de homens e mulheres.

Fonte: KOINONIA e Pólo Sindical

Fonte: Fetag-RJ, Comissão Estadual de Jovens da Fetag-RJ e KOINONIA.

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I Encontro Regional Norte Fluminense de Jo-vens Rurais, em Conceição de Macabu (RJ)

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Encarte Palavra de Jovem Rural do Boletim TRD. Ano III, nº13. MAI/JUN 2008

PJRartigoJuventude: direitos e reconhecimento de direitos

Maria Priscila Lisa das Chagas*

Maria Priscila Lisa das ChagasCientista Social e assistente do Programa TRD.

A motivação deste texto é contar sobre a discussão sobre direitos juvenis com a juventude rural flu-minense a partir do movimento sindical. Relatar como teve início o debate, alguns resultados obser-vados e qual o interesse desta ju-ventude na temática dos direitos.A juventude rural foi mobilizada pela Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Rio de Janeiro (Fetag-RJ), e assim debater sobre os direitos juvenis e a participação política desta na luta do Movi-mento Sindical. A articulação da juventude é fruto do II Encontro Estadual de Jovens Rurais Flumi-nense, ocorrido em outubro pas-sado, no qual se constituiu a Co-missão Estadual de Jovens Rurais Fluminense com a eleição de nove coordenadores e coordenadoras que mobilizou os e as jovens ru-rais das regiões de que são coor-denadores: Sul, Baixada, Serrana, Lagos e Norte com dois encontros estaduais e cinco regionais.Os encontros possibilitam o de-bate sobre direitos juvenis, como educação de qualidade e no cam-po, transporte, saúde e exercício da cidadania. O Brasil é um país de imensas desigualdades sociais, que possui muitas diferenças eco-nômicas, onde muitos ganham pouco e poucos ganham muito. Além disso, temos a precariedade no acesso aos serviços oferecidos à sociedade. O Estado deve prover a toda cidadã e todo cidadão bra-sileiro o acesso à escola, ao trans-porte público, ao serviço público de saúde, o saneamento básico e outros inúmeros serviços.

Jovens moradores das zonas ru-rais são excluídos socialmente e por isso estão à margem da socie-dade e dos serviços que o Estado deveria oferecer. Ao discutirmos os direitos e vida com dignidade. A luta por direitos demanda co-nhecimento dos mesmos. Ao ouvir sobre a falta de transporte escolar, a falta de professores, a precarieda-de do atendimento médico em seu município ou região, os jovens ou-vem inúmeras violações de direitos e reconhecem as situações, pois as vivenciam. Ouvir relatos seme-lhantes de outros jovens e perce-ber que as dificuldades vividas são compartilhadas os mobiliza a luta-rem juntos.Os encontros possibilitam dis-cutir temas que são importantes para os jovens e que estes reco-nhecem como importantes. Eles estabelecem relações e trocam experiências. Assim, o jovem da região sul troca informações com uma jovem da região norte flumi-nense - pois apesar da distância geográfica são próximas nas difi-culdades de garantia dos direitos juvenis. A rede fortalece as ações juvenis e os jovens se solidari-zam; unidos podem transformar a realidade.Muitos jovens que participaram do III Encontro Estadual de Jo-vens Rurais Fluminense, em abril último retornaram e novos atores incorporaram o processo. O posicionamento foi diferen-te: já não eram mais distantes e sim integrados, reconhecendo seus pares e descobrindo outras realidades. Os participantes per-

guntaram sobre os municípios e o que havia mudado. Aqueles jovens do encontro passado es-tavam mudados, amadurecidos, curiosos e cientes do papel que ali buscavam desempenhar: de sujeitos da história, história vi-vida por eles.As dificuldades ainda existem, como: a falta de professores de al-gumas disciplinas em Conceição de Macabu, Macaé e Carapebus; a falta de professor de alfabetiza-ção em Paraty; dificuldades para acessar a seguridade social após um acidente de trabalho, e tantas outras questões. Porém estavam ali jovens rurais que se mobili-zaram para ter transporte para es-cola, em Conceição de Macabu; famílias que se uniram para rei-vindicar escola para seus filhos em Paraty ou que participaram da vigília do Incra para acelerar a reformar agrária e a liberação das licenças ambientais dos assenta-mentos para todo o estado do Rio de Janeiro. Os jovens rurais fluminenses estão descobrindo seus direitos e como se articular para fazê-los valer. O reconhecimento dos direitos é fundamental para a luta e para o reconhecimento dos parceiros. Os jovens estão reconhecendo nos Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais como instâncias de luta por seus direitos. Além de cons-tatar a importância de estar no Movimento Sindical para lutar não apenas para os seus direitos e sim de todos os trabalhadores e trabalhadoras rurais.

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Encarte Palavra de Jovem Rural do Boletim TRD. Ano III, nº13. MAI/JUN 2008

Encarte produzido pelo Programa Trabalhadores Rurais e Direitos de KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço.

Secretário Executivo de KOINONIARafael Soares de Oliveira

Coordenador do Programa Trabalhadores Ruraise Direitos e editor do boletim

Jorge Atílio Silva Iulianelli

Assistentes EditoriaisMaria Priscila Lisa das Chagas | Quitéria Maria Silva Ferreira

PesquisasAndréa Carvalho de Oliveira

Redação e RevisãoHelena Costa | Manoela Vianna | Márcia Evangelista

Diagramação e ImpressãoEditora Fonte Viva

EXPEDIENTE

Rua Santo Amaro, 129 - Glória - Rio de Janeiro/RJTel: (21) 2224-6713 - Fax: (21) 2221-3016

e-mail: [email protected] - site: www.koinonia.org.br

TRD: Você foi à CNPPJ repre-sentando qual organização?Neto: Fui à Conferência repre-sentando o MST e também o Coletivo Nacional de Juventude da Via Campesina – Brasil.

TRD: E quais as principais ban-deiras levadas pelo MST para a conferência?Neto: Na verdade não levamos nenhuma plataforma política para a Conferência, mas a nossa pauta principal é a reforma agrá-ria, que é uma forma de manter a nossa juventude no campo. TRD: Como foi a participação dos movimentos camponeses na CNPPJ?Neto: A Conferência, até o seu início, não tinha um espaço de discussão da juventude do cam-po. Por intermédio da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) e da Fetraf (Federação dos Traba-lhadores na Agricultura Fami-liar), conseguimos que se for-masse um Grupo de Trabalho de juventude do campo, em que pu-demos fazer o debate específico da nossa juventude. Isso mostra

PJRentrevista

a invisibilidade que a juventude do campo tem nas questões rela-cionadas às políticas públicas.

TRD: E quais demandas surgi-ram no GT?Neto: As demandas de sempre, que são: reforma agrária, educa-ção do campo, geração de em-prego e renda, combate às opres-sões, entre outras.

TRD: Quais os resultados no GT incorporados às resoluções fi-nais da CNPPJ?Neto: Conseguimos colocar duas propostas entre as 22 prioridades.

TRD: E quais foram?Neto: Das seis propostas mais votadas, se não me engano, uma delas foi a resolução que cons-truímos sobre acesso à terra e re-forma agrária. A segunda foi pela garantia de políticas públicas integradas que promovam a ge-ração de trabalho e renda para o jovem e a jovem do campo, com participação da juventude na sua elaboração e gestão. Asseguran-do o acesso à terra, à capacitação e ao desenvolvimento de tecnolo-gia sustentável apropriada à agri-

cultura familiar e camponesa, voltada para a mudança de ma-triz tecnológica. Transformar o Pronaf Jovem em uma linha de crédito para produção agrícola e não- agrícola.

TRD: O que você considera que são as bandeiras mais impor-tantes para a juventude campo-nesa no Brasil?Neto: Para nós do MST e da Via Campesina a reforma agrária é a bandeira principal e mais es-truturante para a juventude, mas não só a juventude. Reforma agrária que não é só distribui-ção de terra e sim uma reforma que propicia aos camponeses e camponesas educação, saúde, acesso ao credito, infra-estrutu-ra que possibilite a vida digna no campo e mais educação, ge-ração de emprego e renda. Essas são bandeiras que mobilizam a juventude camponesa.

Antônio Neto faz parte da coordenação do Coletivo Nacional de Juventude do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra e da Via Campesina, tem 25 anos e é formado em História. Conversou com Priscila Chagas, assistente do Programa

TRD, sobre a Conferência Nacional de Políticas Públicas para Juventude (CNPPJ).

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MST

Participaram da Conferência Nacional de Políticas da Juventude os jovens cam-poneses sertanejos nordestinos Jerson Jose de Souza, representante do Territó-rio de Itaparica (BA e PE), e Thiago San-tos Gomes, representante do Alto Sertão de Alagoas.