Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima:...

17
Ano XII - Edição 137 - Fevereiro / 2015 Rua Begônia , 98 - Vila da Penha - RJ / CEP : 21.210-220 Fone : (21) 3252-1437 www.irmaoclarencio.org.br Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncio r Biblioteca “ Antônio Vieira Mendes ” Associe-se à nossa biblioteca e tenha direito a empréstimos de livros gratuitamente. r Campanha Doe uma lata de leite em pó desnatado (não serve leite modificado) e colabore com o trabalho de assistência aos idosos da Obra Social Antônio de Aquino ( obra social do Centro Espírita Léon Denis ). r Artesanato Dia - toda segunda-feira. Hora - 14:00 Local - C.E.Irmão Clarêncio. r Visita aos idosos do “Abrigo Cristo Redentor”. r Visita aos enfermos nos hospitais. r Visita aos enfermos nos lares em vários dias e horários. r Confecção e distribuição de “quentinhas” aos irmãos em situação de rua . Observação: Para participar das Frentes de Trabalho acima citadas, o voluntário deverá dirigir-se à Secretaria Administrativa do Centro Espírita Irmão Clarêncio para obter orien- tação. (21) 3252.1437 pág.14 Artigo: Após uma Perda, Seguir em Frente Personalidade Espírita: Miguel Vives Y Vives pág.7 Artigo: Nem Elite Nem Cegueira pág.17 Suplemento Infantojuvenil: Por uma Moeda pág.15 Reflexão: Sobre o Carnaval pág.13 pág.10 Revista Espírita: Príncipe de Hohenlohe Mensagem Mediúnica: Inácio pág3 pág4 Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima: Conclave de Líderes pág.1 2 Na Seara Mediúnica: Espíritos Perturbados Nesta Edição : Editorial SAÚDE, BEM PRECIOSO N este mês nossa Casa Espírita nos proporcionará uma manhã de estudos sobre a Cura, por ocasião do Encontro de Medicina Espiritual, apresentando a seção Técnicas de Passes. Falando em Cura, nosso pensamento se volta para Saúde. Pensemos um pouco sobre isso. Deus nos concedeu vários bens preciosos, dentre eles a Saúde e por ela devemos lutar. Sabem por quê? Veja a resposta na mensagem do Espírito Ignácio Bittencourt. Nessa mensagem o benfeitor também nos esclarece a razão de termos Saúde. Diz -nos que “o corpo reflete o que há no Espírito”. Portanto, temos que nos empenhar principalmente na nossa Cura Espiritual. O benfeitor Emmanuel também se pronuncia a respeito da Cura e, em sua mensagem, nos diz: “Que o homem comum se liberte da enfermidade, mas é imprescindível que entenda o valor da saúde”. O sofrimento e a doença são provenientes da nossa rebeldia diante das Leis de Deus. Seguir os ensinamentos de Jesus nos proporciona a Cura da alma, que é a verdadeira Cura. Mas... Muita cautela com os falsos cristos e os falsos profetas, nos alerta a irmã e benfeitora Yvonne Pereira: “Toda ilusão procura o revestimento da beleza e da coerência para sugerir realidade”. “Cautela, oração e vigilância!”. Paz para todos nós!

Transcript of Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima:...

Page 1: Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima: Conclave de Líderes pág.12 Na Seara Mediúnica: Espíritos Perturbados Nesta Edição

Ano XII - Edição 137 - Fevereiro / 2015

Rua Begônia , 98 - Vila da Penha - RJ / CEP : 21.210-220Fone : (21) 3252-1437

www.irmaoclarencio.org.br

Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncio

r Biblioteca “ Antônio Vieira Mendes ” Associe-se à nossa biblioteca e tenha direito a empréstimos de livros gratuitamente.

r Campanha Doe uma lata de leite em pó desnatado (não serve leite modificado) e colabore com o trabalho de assistência aos idosos da Obra Social Antônio de Aquino ( obra social do Centro Espírita Léon Denis ).

r ArtesanatoDia - toda segunda-feira.Hora - 14:00Local - C.E.Irmão Clarêncio.

r Visita aos idosos do “Abrigo Cristo Redentor”.

r Visita aos enfermos nos hospitais.

r Visita aos enfermos nos lares em vários dias e horários.

r Confecção e distribuição de “quentinhas” aos irmãos em situação de rua .

Observação:

Para participar das Frentes de Trabalho acima citadas, o voluntário deverá dirigir-se à Secretaria Administrativa do Centro Espírita Irmão Clarêncio para obter orien-tação.

(21) 3252.1437 pág.14

Artigo: Após uma Perda,Seguir em Frente

Personalidade Espírita:Miguel Vives Y Vivespág.7

Artigo:Nem Elite Nem Cegueira

pág.17Suplemento Infantojuvenil:Por uma Moeda

pág.15

Reflexão:Sobre o Carnaval

pág.13

pág.10Revista Espírita:Príncipe de Hohenlohe

Mensagem Mediúnica:Ináciopág3

pág4Espiritismo na Arte:Rafael Sanzio

pág.5Reforma Íntima:Conclave de Líderes

pág.12Na Seara Mediúnica:Espíritos Perturbados

Nesta Edição :

Editorial

Saúde, Bem PrecioSo

Neste mês nossa Casa Espírita nos proporcionará uma manhã de estudos sobre a Cura, por ocasião do Encontro de Medicina Espiritual, apresentando a seção Técnicas de Passes.Falando em Cura, nosso pensamento se volta para Saúde. Pensemos um

pouco sobre isso.Deus nos concedeu vários bens preciosos, dentre eles a Saúde e por ela

devemos lutar. Sabem por quê? Veja a resposta na mensagem do Espírito Ignácio Bittencourt. Nessa mensagem o benfeitor também nos esclarece a razão de termos Saúde. Diz -nos que “o corpo reflete o que há no Espírito”. Portanto, temos que nos empenhar principalmente na nossa Cura Espiritual.

O benfeitor Emmanuel também se pronuncia a respeito da Cura e, em sua mensagem, nos diz: “Que o homem comum se liberte da enfermidade, mas é imprescindível que entenda o valor da saúde”.

O sofrimento e a doença são provenientes da nossa rebeldia diante das Leis de Deus. Seguir os ensinamentos de Jesus nos proporciona a Cura da alma, que é a verdadeira Cura. Mas... Muita cautela com os falsos cristos e os falsos profetas, nos alerta a irmã e benfeitora Yvonne Pereira:

“Toda ilusão procura o revestimento da beleza e da coerência para sugerir realidade”.

“Cautela, oração e vigilância!”.Paz para todos nós!

Page 2: Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima: Conclave de Líderes pág.12 Na Seara Mediúnica: Espíritos Perturbados Nesta Edição

Clareando / Ano XII / Edição 137 / Fevereiro . 2015 - Pág . 2

Semeando o Evangelho de Jesus

Johann Heinrich Pestalozzi

Educação — Senda de Luz

mediunidade curadora (*)

“Eis que o Semeador saiu a semear.”

A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora. O médico dá o fruto de seus estudos, feitos, muita vez, à custa de sacrifícios

penosos. O magnetizador dá o seu próprio fluido, por vezes até a sua saúde. Podem pôr-lhes preço. O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos; não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam. Procure, pois, aquele que carece do que viver, recursos em qualquer parte, menos na mediunidade; não lhe consagre, se assim for preciso, senão o tempo de que material-mente possa dispor. Os Espíritos lhe levarão em conta o devotamento e os sacri-fícios, ao passo que se afastam dos que esperam fazer deles uma escada por onde subam.Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, capítulo XXVI, item 10, Editora CELD.(*) Subtítulo criado para este trecho do texto. Título do texto completo: "Mediunidade Gratuita".

Pestalozzi definiu a educação como sendo o desenvolvimento harmô-nico de todas as potencialidades

do ser, considerando como elementos latentes básicos no interior da criatura humana a inteligência, o sentimento e a vontade. Para ele, essa tríade, sintetizada em educar a cabeça, o coração e as mãos, ganhava uma amplitude incomensurável quando se cria a relação de Amor entre educador e educando.

Johann Heinrich Pestalozzi, sem dúvida, foi o educador do Amor. A ele devemos o mérito indiscutível de estabelecer as linhas afetivas da educação em maior proporção que outros pedagogos, demonstrando na sua própria vivência a eficácia de conduzir o processo educacional em elos de afeto.

Assinalamos em suas palavras na “Carta de Stans” a grandeza de suas concepções, como segue:

"Minha meta principal direcionou-se, an-tes de mais nada, a tornar as crianças irmãs, cultivando os primeiros sentimentos da vida em comum e desenvolvendo suas primeiras

“A Educação consiste na arte de formar os caracteres, incutir hábitos (...). Quando essa arte for conhecida, compreendida e prati-cada o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável”. (O Livro dos Espíritos, Questão 685 - Nota de Kardec).

“Só a Educação poderá reformar os homens”. (O Livro dos Espíritos, Questão 796)

o Que É educação (*)

faculdades nesse sentido. Com isso, minha in-tenção era fundir a casa no Espírito simples de uma grande comunidade familiar e, sobre a base de tal relacionamento e da predisposição por ele gerada, suscitar em todos um senti-mento de justiça e moralidade.

Atingi meu objetivo com razoável su-cesso. Em breve, viam-se setenta crianças mendigas, embrutecidas viverem juntas numa paz, num Amor, numa atenção recíproca e cordial que raramente se en-contram entre irmãos de uma mesma família.

Minha ação, nessas circunstâncias, partia do seguinte princípio: procura em primei-ro lugar fazer tuas crianças generosas. Pela satisfação diária de suas necessidades, im-pregnarás sua sensibilidade, sua experiência e sua ação de Amor e de caridade, que se estabelecerão e se consolidarão em seu ínti-mo. Depois, acostuma-as às práticas em que poderão exercitar e espalhar seguramente a benevolência em seu próprio círculo".

A grande conquista da educação, se-gundo o mestre suíço, é a autonomia

do homem pela maturidade de suas potências morais, que já se encontram em gérmen em seu mundo íntimo ao nascer. (...)

A visão "Pestaloziana" de educar, além de precursora, é perfeitamente compatível com a meta maior do Espiritismo, ou seja, o melhoramento moral da humanidade, a educação integral do homem bio-psíqui-co-espiritual.

Fonte: Laços de Afeto / Capítulo 3.Espírito: Ermance Dufaux.Psicografia: Wanderley S. de Oliveira.Editora Dufaux.

(*) Subtítulo criado para este trecho do texto. Título do texto completo:"Pestalozzi e a Educação do Coração".

Page 3: Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima: Conclave de Líderes pág.12 Na Seara Mediúnica: Espíritos Perturbados Nesta Edição

Clareando / Ano XII / Edição 137 / Fevereiro . 2015 - Pág . 3

Mensagem Mediúnica

Sempre prevaleçam em nossas almas as lições que Jesus nos deixou como prova do seu imenso amor por cada um de nós.

Estas lições têm servido a cada um de nós, quando de fato permitimos que as mesmas penetrem profundamente em nossa alma, levando-nos a refletir na compreensão das mesmas e da necessidade de pô-las em prática no dia a dia de nossas vidas.

O Senhor continua nos pastoreando, conduzindo-nos pelos caminhos da vida e da evolução. Junto a todos, em nome dEle, permanecem amigos e protetores espirituais que procuram, dentro dos limites de sua ação, e segundo as leis de Deus, ajudar-nos a vencer as lutas, a superar os obstáculos e dificuldades tão comuns num mundo como o nosso.

Mas, creiam que todos contam com o amor deste Senhor, deste pastor, que vem nos conduzindo neste processo evolutivo ao longo do tempo. Tenhamos todos a certeza de que este é um amigo no qual podemos confiar irrestritamente.

Ciclos e etapas vão sendo concluídas no fechamento de mais um ano da vida terrena. Um novo período de dias, meses neste ano que se aproxima, acenando-nos, com novas possibilidades de estudo, de crescimento, favorecendo-nos a evolução espiritual.

Oportunidades múltiplas surgirão no caminho de todos, mas, como nos disse o Senhor há algum tempo, que possamos todos ter os olhos de ver, para que essas oportunidades não sejam perdidas.

Fomos convidados, nesta reunião, a verificar sempre que todos já estão em condições de contribuir para a paz, para a harmonia, para a fraternidade, num mundo ainda tão conturbado quanto o nosso. Este é o convite que o Senhor deixa aos nossos corações no dia de hoje.

Um ano termina, um novo ano começará. Que possamos, pois, nos predispor a ter dentro de nós as lições de Jesus.

Um abraço de toda a Espiritualidade, de todos os amigos, dos vossos protetores e familiares aqui presentes.

Do irmão

InácIo

Graças a Deus!

(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Joaquim Couto, no CEIC, em 31 de dezembro de 2014).

“Procuremos o apoio do Céu, mas não nos esqueçamos do antigo dever de ajudar a Terra.”(Livro: Taça de Luz – Lição: Página de Alerta)

Page 4: Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima: Conclave de Líderes pág.12 Na Seara Mediúnica: Espíritos Perturbados Nesta Edição

Clareando / Ano XII / Edição 137 / Fevereiro . 2015 - Pág . 4

Espiritismo na

Web

“A emissora da Fraternidade”

Estrada do Dendê, nº 659Ilha do GovernadorRio de Janeiro - RJCEP: 21.920/000Fone: (21)3386.1400

Visite o site e ouça a programaçãowww.radioriodejaneiro.am.br

www.mansaodocaminho.com.br(Mansão do Caminho)

www.mediunidade.net(Encontro Espírita s/ Mediunidade - CELD)

www.map.org.br(Movimento de Amor ao Próximo)

www.minaseditora.com(Editora Minas)

Rad i oRio de Janeiro1400 khz AM

Agora o

"Centro Espírita Irmão Clarêncio" também está na web !!!Acesse e confira

www.irmaoclarencio.org.br

Dia : 08 / 02 / 2015 - 16 horasCulto no Lar de Ana Maria Martins

Atividades Doutrinárias

Ter você como sócio será muito importante para nós.Aguardamos sua inscrição.Que Jesus nos ilumine e abençoe.p

O CLE oferece ao sócio um Kit contendo :01 Livro Espírita01 DVD de Palestras 01 Edição da Revista de Estudos Espíritas ( publicação mensal do CELD)

Custo do Kit : R$22,00"O livro é um amigo sincero, bem-vindo tanto nos dias felizes quanto nos dias ruins.

Referimo-nos ao livro sério, útil, que instrui, consola, anima ..."(Léon Denis - Depois da Morte, Cap. LIII)

Ler e bom...Ler o que e bom, e melhor ainda !

Espiritismo na Arte

Rafael SanzIo

Rafael (Raffaello Santi ou Sanzio): pintor italiano (Urbino -1483/Roma -1520).

Foi arquiteto-chefe e superintendente dos edi-fícios na corte dos Papas Julio II e Leão X. Sua arte revela qualidades excepcionais: precisão do desenho, harmonia das linhas, colorido de delicadeza infinita. Apesar de ter mor-rido jovem, deixou várias obra primas que lhe deram a reputação de o maior pintor de todos os tempos.

a chegada de Rafael

Na época em que Miguel Ângelo e Leo-nardo competiam em Florença em 1504, chegou um jovem pintor proveniente da pequena cidade de Urbino, na província de Úmbria. Era Raffaello Santi, a quem conhecemos como Rafael (1483-1520). Tal como Miguel Ângelo e Leonardo da Vinci, Rafael teve Perugino como mestre. Perugino pertencia a geração dos artistas muito bem sucedidos que necessitavam de uma numerosa equipe de hábeis aprendizes para ajudá-los a executar as inúmeras enco-mendas que recebia .

Quando chegou a Florença deparou-se com um estimulante desafio. Leonardo e Miguel Ângelo; estavam criando padrões artísticos com que ninguém jamais sonha-ra. Rafael não perdeu a coragem por essa reputação gigantesca e decidido a aprender trabalhou até alcançar o nível dos mestres

“A beleza é um dos atributos divinos. Deus pôs nos seres e nas coisas esse encanto que nos atrai, nos seduz, nos cativa e enche a alma de admiração, às vezes de entusiasmo. (...) O Espiritismo vem abrir para a arte novas perspectivas, horizontes sem limites”.(Léon Denis / O Espiritismo na Arte / Parte I / Editora Léon Denis).“Em todos os domínios, a ideia espírita vai fecundar o pensamento em atividade”. (Léon Denis / O Problema do Ser e do Destino / Editora FEB).

mais velhos. Soube conjugar a concepção espiritual de Leonardo e a força de Miguel Ângelo, com a serena tradição da Antigui-dade clássica. Pintou poucos nus, porém desenhou muitos esboços de figuras nuas. Pode-se dizer que todas as figuras vestidas foram antes estudadas despidas.

Havia outra qualidade na obra de Rafael que era admirada por seus contemporâneos e por gerações subsequentes: a pura beleza de suas figuras. Rafael não copiava modelos específicos, preferindo seguir “certa ideia” formada em sua mente, usar deliberada-mente um tipo de beleza regular.

Segundo o relato do instrutor espiritual da médium Yvonne Pereira, a quem cha-mava de Charles, Frederico Chopin seria a reencarnação do poeta romano Ovídio, que viveu cerca de quarenta anos antes de Cristo, falecido no ano 16 da nossa era, e do pintor Rafael Sanzio, pois que o intelec-tual, o artista, na sua evolução pelo roteiro do Saber, dentro da Arte, há de passar por todas as suas facetas, sublimando-se até a comunhão com o Divino.gloRIa Machay

Fontes de Pesquisa:A História da Arte / E.H. Gombrich.Mediunidade na Bíblia / M.C. Arantes.O Nú a Óleo / J.M. Parramon.Espiritismo na Arte / Leon Denis.Devassando o Invisível / Yvonne A. Pereira.

Obs: Este artigo continua na Edição de Abril de 2015.

Page 5: Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima: Conclave de Líderes pág.12 Na Seara Mediúnica: Espíritos Perturbados Nesta Edição

Clareando / Ano XII / Edição 137 / Fevereiro . 2015 - Pág . 5

Reforma Íntima

conclave de lídereS (Parte do texto)

Constatamos um ascendente núme-ro de adeptos que têm desistido dos ideais de melhoria, em razão

do ônus voluntário que carreiam para si mesmos ao conceberem reforma íntima como um compromisso de angelitude imediata. O momento exige autocrítica e vigilância. Além do ônus do martírio a que se impõem, ilusões lamentáveis têm povoado a mente de muitos espíritas so-bre o porvir que os espera para além dos muros da morte, em razão dessa “angeli-tude de adorno” (...)

Os espíritas que desencarnam em melhores condições trazem em comum a persistência que nutriam no idealismo superior até o úl-timo dia em seus corpos físicos. Essa, porém, não tem sido “a marca moral” da maioria que variadas vezes tem se equivocado com este-reótipos de conduta espírita consagrada nos círculos da doutrina entre os homens (...).

Nessa passarela de perfis de compor-tamento socialmente aceitos dentro da Seara, a criatura sente-se excluída e fa-lida quando não consegue transpor os umbrais de seus impulsos, nem sempre conhecidos de si mesma, para atender aos quesitos que a inserem na condição de “verdadeiros espíritas”, conforme os critérios espontaneamente aceitos pela coletividade dos profitentes. A partir de então, se não conta com a fraternidade e a compreensão alheia arrefecem nos seus ideais ante os assédios da dor psicológica decorrente da autocobrança.

Somente sentindo-se aceita como é nos grupos de sua participação é que a criatu-ra encontra motivação para burilar-se nos campos do espírito. Essa não tem sido a realidade de muitos agrupamentos que, lamentavelmente, em muitas ocasiões, ao invés de cumprir o desiderato de serem Casas de Consolo e Verdade encarceram--se nos desfiladeiros de templos de hipo-crisia e intransigência.

A reforma íntima não pode mais se circunscrever a mero “artigo de discurso” para que haja um sentido evangélico nas ideias espirituais, que construímos na

Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?"Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo".(O Livro dos Espíritos / Allan Kardec / Questão 919)

“Nenhuma circunstância exterior substitui a experiência interna. E é só à luz dos acontecimentos internos que entendo a mim mesmo. São eles que constituem a singularidade de minha vida”.Carl Gustav Jung (Entrevista e Encontros / Editora Cultrix).

tarefa da comunicação de nossos prin-cípios. Carecemos dissecá-la com mais clareza para que a imaginação humana, limitada por ilusões, não a converta em “fórmula salvacionista” mensurando-a através desses estereótipos de pouco ou nenhum valor moral.

Tivemos três fases bem marcantes e entrelaçadas no movimento humano em torno das ideias espíritas: o fenô-meno, a caridade seguida da difusão e agora, mais que nunca, a interiorização. Entramos no período da maior idade, preparando-nos para aquisição de valo-res incorruptíveis. Nossa meta é o Es-piritismo por dentro, o intercâmbio de vivências morais à luz das bases que con-solidam a lógica do pensamento espírita. Na etapa da caridade em que predomi-nou a ocupação com o próximo, muitos corações inspiraram nos conceitos doutri-nários para transferir a outras existências a continuidade de seu progresso na me-lhoria espiritual. Raramente ouvimos esse enfoque descuidado nos dias hodiernos. Por outro lado, uma nova postura extre-mista desponta-se com vigor: a santidade instantânea. Se ontem havia um descuido em razão de fugas, hoje temos uma nova invigilância por causa da ilusão em “saltos evolutivos”.

Inspirados em padrões de comporta-mentos rígidos da religião organizada, muitos discípulos da “boa nova espírita” asseveram seguir os exemplos de Jesus e Kardec guardando cenho carregado e dis-tância das atitudes espontâneas de alegria e afeto, alegando seguir as orientações doutrinárias como se houvesse um estilo exterior e predefinido de reconhecimen-to dos espíritas. A grandes malefícios tem levado essa cultura de “santificação de adorno” por impedir as criaturas a uma incursão nas profundezas de si mesmo, objetivando identificar as necessidades individuais de aprimoramento. Cada Es-pírito tem imperfeições próprias, únicas e, também, qualidades em diversificada in-tensidade e característica, não sendo útil

e nem sensato a adoção de um elenco de convenções religiosas de fora para dentro para serem seguidas.

Espiritismo é a mensagem da Boa Nova para os tempos atuais. Boa Nova quer dizer boa notícia, boa novidade e o principal sen-timento de quem comunica uma boa notícia é a alegria. Por mais avançadas que sejam as conquistas humanas, o Evangelho continua sendo a Grande Novidade desprezada pelos homens para que reine a paz e a equidade social; o caminho esquecido e protelado por se tratar da “porta estreita” que exige conduta austera e vigilância permanente. Boa conduta e vigilância, no entanto, não significam que se deva cobrir de tristeza e carranca a pretexto de ser responsável e íntegro.

Trabalhamos para que o movimento espírita se alinhe com os demais movi-mentos humanos que colaboram para o apressamento da regeneração. A des-peito de suas valorosas conquistas, não poderá triunfar ante os desafios sociais da atualidade sem assumir o compro-misso de projetos orientados para o crescimento pessoal. A tangibilidade da moral que sustenta os fundamentos do corpo doutrinário espírita constituirá o grande diferencial entre todos os méto-dos até hoje utilizados pela religião para conscientizar o homem. Fechar os olhos para essa necessidade poderá prolongar e fortalecer as primeiras sequelas palpá-veis do processo de institucionalização, o qual tem inspirado nocivos episódios de estagnação e dogmatismo nas concep-ções e nas atitudes no seio desse movimento.

Fonte: Reforma Íntima sem Martírio / Capítulo 30.Espírito:Ermance Dufaux.Psicografia:Wanderley Soares de Oliveira.Editora Dufaux.

Page 6: Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima: Conclave de Líderes pág.12 Na Seara Mediúnica: Espíritos Perturbados Nesta Edição

Clareando / Ano XII / Edição 137 / Fevereiro . 2015 - Pág . 6

Cursos no C.E.I.C.

Dia: Terça-feira / 19:30 às 21:00A Família na visão Espírita.Obras de André Luiz (Nosso Lar / Evolução em Dois Mundos).Obras de Yvonne Pereira (Devassando o Invisível / Ressurreição e vida).A vida de Yvonne A.Pereira COMP - Curso de Orientação Mediúnica e Passes.COTTE - Curso de Orientação para o Trabalho de Tratamento Espiritual.

Dia: Quarta-feira / 17:30 às 18:30Grupo de Estudos Antônio de Aquino(No Invisível)Dia: Quinta-feira / 15:00 às 16:30O que é o Espiritismo.História do Espiritismo ( 2° Semestre)O Livro dos Espíritos.O Evangelho Segundo o Espiritismo.O Livro dos Médiuns.O Céu e o Inferno.A Gênese.Obras Póstumas.Obras de Léon Denis (Livro: O Grande Enigma)

Dia: Quinta-feira / 18:20 às 19:10Estudos para o trabalho de Atendimen-to Espiritual (1ª, 2ª e 3ª Semanas) / Livro: Diálogo com as Sombras- Hermínio Corrêa de Miranda.Aprofundamento das Obras Básicas (4ª e 5ª Semanas): O Livro dos Espíritos.

Dia: Quinta-feira / 19:30 às 21:00O que é o Espiritismo.História do Espiritismo ( 2° Semestre)O Livro dos Espíritos.O Evangelho Segundo o Espiritismo.O Livro dos Médiuns.O Céu e o Inferno.A Gênese.Obras Póstumas.Obras de Léon Denis (Livro: O Grande Enígma)Revista Espírita.Dia : Sábado / 14:30 às 16:00Valorização da Vida (Aberto a Todos).

Dia : Sábado / 16:00 às 17:30O que é o Espiritismo.História do Espiritismo( 2° Semestre)O Livro dos Espíritos.O Evangelho Segundo o Espiritismo.O Livro dos Médiuns.O Céu e o Inferno.A Gênese.COMP- Curso de Orientação Mediúnica e Passes.O pensamento de Emmanuel ( 1º e 3° sábados do mês).Obras de Allan Kardec para Jovens de 18 a 25 anos.Curso Permanente para Médiuns do CEIC – CPMC (2º e 4º sábados do mês).atenção: não haveRá MaIS "Curso de atualização Para Médiuns".

Cursos no C.E.I.C.

Clareando as ideias com Kardec

Céu e Inferno - Esperanças e Consolações

liBerdade de conSciência Que é o que resulta dos embaraços que se oponham à liberdade de consciência?

“Constranger os homens a procederem em desa-cordo com o seu modo de pensar; fazê-los hipócritas. A liberdade de consciência é um dos caracteres da verdadeira civilização e do progresso.”Será respeitável toda e qualquer crença, ainda quando notoriamente falsa?

“Toda crença é respeitável, quando sincera e conducente à prática do bem. Condenáveis são as crenças que conduzam ao mal”.Será repreensível aquele que escandalize com a sua crença um outro que não pensa como ele?

“Isso é faltar com a caridade e atentar contra a liberdade de pensamento.”Será atentar contra a liberdade de cons-ciência pôr óbices a crenças capazes de cau-sar perturbações à sociedade?

“Podem reprimir-se os atos, mas a crença ín-tima é inacessível.” Reprimir os atos exteriores de uma crença, quando acarretam qualquer prejuízo a terceiros, não é atentar contra a li-berdade de consciência, pois que essa repressão em nada tira à crença a liberdade, que ela conserva integral.Para respeitar a liberdade de consciência, dever-se-á deixar que se propaguem doutrinas perniciosas, ou poder-se-á, sem atentar contra

Estudar Kardec é libertar-se de dogmas, crendices e superstições. É aprender a viver como espírito imortal a caminho da perfeição. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Jesus, (João, 8:32)

aquela liberdade, procurar trazer ao caminho da verdade os que se transviaram obedecendo a falsos princípios?

“Certamente que podeis e até deveis; mas, en-sinai, a exemplo de Jesus, servindo-vos da bran-dura e da persuasão e não da força, o que seria pior do que a crença daquele a quem desejaríeis convencer. Se alguma coisa se pode impor, é o bem e a fraternidade. Mas não cremos que o melhor meio de fazê-los admitidos seja obrar com violência. A convicção não se impõe.”Por que indícios se poderá reconhecer, entre todas as doutrinas que alimentam a pretensão de ser a expressão única da ver-dade, a que tem o direito de se apresentar como tal?

“Será aquela que mais homens de bem e me-nos hipócritas fizer, isto é, pela prática da lei de amor na sua maior pureza e na sua mais ampla aplicação. Esse o sinal por que reco-nhecereis que uma doutrina é boa, visto que toda doutrina que tiver por efeito semear a desunião e estabelecer uma linha de separação entre os filhos de Deus não pode deixar de ser falsa e perniciosa.”Fonte: O Livro dos Espíritos / Allan Kardec / Questões 837 a 842 / Editora FEB.

A obra O Céu e o Inferno, Allan Kar-dec, “objetiva demonstrar a imortalidade do Espírito e a condição que ele usufruirá

no mundo espiritual, como consequência de seus próprios atos”. (O Céu e o Inferno / Capa / 61ª Edição / Editora FEB).

E assim, reencarnando e desencarnando, o Espírito prossegue em sua jornada em busca da perfeição, sendo herdeiro de si mesmo.

códIgo Penal da vIda futuRa

O único meio de evitar ou atenuar as consequências futuras de uma falta, está no repará-la, desfazendo-a no presente. Quanto mais nos demorarmos na reparação de uma falta, tanto mais penosas e rigorosas serão, no futuro, as suas consequências.A situação do Espírito, no mundo espiritual, não é outra senão a por si mesmo preparada na vida corpórea. Mais tarde, outra encarnação

se lhe faculta para novas provas de expiação e reparação, com maior ou menor proveito, dependentes do seu livre-arbítrio; e se ele não se corrige, terá sempre uma missão a recome-çar, sempre e sempre mais acerba, de sorte que pode dizer-se que aquele que muito sofre na Terra, muito tinha a expiar; e os que gozam uma felicidade aparente, em que pesem aos seus vícios e inutilidades, pagá-la-ão mui caro em ulterior existência. Nesse sentido foi que Jesus disse: — “Bem-aventurados os aflitos, por-que serão consolados,”(O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V).Fonte: O Céu e o Inferno, Allan Kardec, 1ª Parte, Capítulo VII, itens 27 e 28, Editora FEB.

Page 7: Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima: Conclave de Líderes pág.12 Na Seara Mediúnica: Espíritos Perturbados Nesta Edição

Clareando / Ano XII / Edição 137 / Fevereiro . 2015 - Pág . 7

Sugestão de LeituraSe você deseja conhecer a Doutrina Espírita leia e estude primeiramente as Obras Básicas : O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo,O Livro dos Médiuns, O Céu e o Inferno e A Gênese.Com esse embasamento você saberá selecionar bons livros da Literatura Espírita.Sugestão do mês:tRIlhaS da lIbeRtação

eSPíRIto: Manoel PhIloMeno de MIRanda

PSIcogRafIa: dIvaldo PeReIRa fRanco

edItoRa feb

Personalidade Espírita

miguel viveS Y viveS : o aPóStolo do Bem

Nascido na Espanha e ali desencar-nado, na cidade de Tarrasa, no dia

23 de janeiro de 1906.A Espanha foi o berço dos grandes

Congressos Espíritas, tendo os espanhóis exercido verdadeiro pioneirismo nesse campo, bastando citar o Congresso Es-pírita Internacional de 1888, levado a efeito em Barcelona. Em congressos rea-lizados posteriormente, principalmente no de 1934, a delegação espanhola de-senvolveu ingente tarefa em favor da tese reencarnacionista.

Anteriormente à guerra civil de 1936 à 1939, a Espanha se destacava, de forma inusitada, na divulgação do Espiritismo, bastando dizer-se que já em 1873 havia sido proposto no Parlamento Espanhol o ensino da Doutrina Espírita.

MIguel vIveS y vIveS foi um dos mais destacados vultos do Espiritismo naquele país. Seu nome teve projeção mundial e sua ação foi das mais no-tórias. Quando um homem consegue cumprir fecunda tarefa na defesa e di-fusão do ideal que sustenta, fazendo dele um culto e predispondo-se a lutar de forma ininterrupta em seu favor, podemos, na realidade, qualificá-lo de apóstolo.

vIveS y vIveS foi o "Apóstolo do Espiritismo na Espanha" e, pela população de Tarrasa, era denominado Apóstolo do Bem.

Foi um exemplo vivo de abnegação. Evangelizou pela palavra escrita e falada —

através da tribuna, do livro e da imprensa. Toda a sua obra se apoiou sobre a força moral da exemplificação e vivência dos ideais espíritas e cristãos.

Fundou a "Federação Espírita de Vallés", da qual surgiu a "Federação Espírita da Catalunha", entidade que teve vida efême-ra. Em Tarrasa fundou o "Centro Espírita Fraternidade Humana" e lançou a famosa obra "Guia Prático do Espírita", há muitos anos vertida para o português, em edição da Federação Espírita Brasileira. Mais recentemente, a "Edicel", de São Paulo, lançou, no vernáculo, a sua obra tam-bém famosa "O Tesouro dos Espíritas".

Foi também fundador da revista "União", órgão esse que se incorpou à re-vista "La Luz del Porvenir", de marcante atividade na difusão dos ideais reencar-nacionistas. Foi presidente do "Centro Barcelonês de Estudos Psicológicos".

Sua esplendorosa mediunidade fez com que se desenvolvesse, em Tarrasa, verda-deira obra em favor dos necessitados do corpo e da alma, socorrendo os desa-justados, os enfermos e os humildes, ao ponto de, ao desencarnar, causar profundo golpe à população daquela cidade espanhola. As fábricas paralisa-ram suas atividades, o comércio cerrou suas portas à hora do sepultamento do seu corpo, a fim de permitir aos seus empregados o acompanhamento do es-quife ao cemitério. Durante o trajeto, verdadeira muralha humana se formou

ao longo das ruas e na necrópole, no propósito de atender aos pedidos de todos que desejavam vê-lo, o ataúde permaneceu aberto durante uma hora e aproximadamente 5.000 pessoas desfi-laram diante dele.

Ele não era político, não cortejava a popularidade e, no entanto, graças ao seu exemplo de abnegação, recebeu uma das maiores consagrações públicas de sua terra, apesar de viver num país de profundas tradições católicas, onde homens e livros foram queimados no decorrer de muitos séculos.

MIguel vIveS foi notável espírita. Foi um homem que se dignificou pela prática das boas obras e pelo desempenho de verdadeira missão de tolerância e de amor.

Num dos seus escritos, publicados na revista "A Doutrina", órgão da Federa-ção Espírita do Paraná, de cuja institui-ção era sócio honorário, escreveu em 1906: "Os Centros Espíritas devem ser a catedra do Espírito de Verdade, por-que a não ter o Espírito de Luz a sua cátedra, teria sua influência o espírito do erro e infelizes desses espíritos que se acham sob a influência do espírito das trevas, porque pouco, muito pouco se adiantam na senda do progresso".

Fonte: Os Grandes Vultos do Espiritismo.Autor: Paulo Alves Godoy.

Page 8: Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima: Conclave de Líderes pág.12 Na Seara Mediúnica: Espíritos Perturbados Nesta Edição

Clareando / Ano XII / Edição 137 / Fevereiro . 2015 - Pág . 8

ConviteVenha estudar conoscoa vIda e as obRaS de

Yvonne A. PereiraProcure a Secretaria de Cursos

para informações

Yvonne Pereira - uma Seareira de Jesus

Emmanuel e os Evangelhos dos Apóstolos

F a l S o S c r i S t o S e F a l S o S P r o F e t a S

c u r a S

“Esta mulher, extremamente corajosa, enfrentou, sem revoltas, uma encarnação de renúncias, de sofrimentos e de carências inomináveis e teve como prova mais dura, a meu ver, o conhecimento de várias encarnações passadas em que faliu sistematicamente”.(Vera Leal Coutinho – Revista “O Médium”) - Fonte: O Voo de Uma Alma.

Irmãos

Toda ilusão procura o revestimento da beleza e da coerência para sugerir

realidade.Mesmo que tênue, mesmo que falso e

perecível, a curtíssimo prazo em termos de eternidade, esse revestimento encobre, aos olhos dos invigilantes, a ótica distorcida de ilusão.

Falsos cristos e falsos profetas! Magos da ilusão da Verdade sugerem teorias, frases ardilosamente estruturadas, técnicas de mídia modernas e de largo alcance; plan-tando ideias com aparência de profundas revelações, mas repletas de distorções da verdadeira Lei!

Falsos cristos e falsos profetas! Muito mais equivocados que as grotescas paró-dias de Napoleão, Neros, Messalinas e Morganas que povoam os manicômios do Planeta, ignorando solenemente a Lei de Causa e Efeito — Lei da Respon-sabilidade Maior — , reluzem como latão polido imitando ouro, sem nenhum valor

verdadeiro, apenas refletindo a cor doura-da ao contato com a luz!

Falsos cristos e falsos profetas! Sempre exis-tiram, desde os primórdios da Humanidade! Entretanto, ao se aproximar o final do ciclo, em que a certeza da reencarnação em outros mundos de provas e expiações se fará ne-cessária ao seu reequilíbrio, multiplicam-se e se aproveitam do clima de fim de século para projetar suas fantasias, tirar proveitos materiais e semear dor e dificuldades entre os habitantes inseguros desta Escola aben-çoada, os quais, por falta de raciocínio, se deixam levar como ovelhas conduzidas pelo pastoreio de lobos vorazes.

Sem nenhum escrúpulo, intentam projetar seu orgulho, soberba e prepo-tência nos valores de grandeza espiritual do próprio Cristo de Deus, inteiramente descompromissados com a humildade e mansuetude de Jesus, predicados que não lhes interessam, nem dizem respeito.

Cautela, irmãos! Falsos cristos e falsos profetas sempre os houve, às centenas!

Entretanto, no momento atual, as irra-diações luminosas de nossa Pátria, que se refletem pelo Mundo, incendeiam a cobiça dos falsos magos, provenientes do Oriente, visando deturpar os valores evan-gélicos trazidos pela Terceira Revelação.

Cautela, oração e vigilância!Sempre presente,yvonne

(Página recebida pela médium Marisa P. dos Santos Fonseca, na reunião do Grupo Ismael, da Federação Espírita Brasileira, em 11/4/1996) Fonte: Reformador – setembro 1996.

Realmente Jesus curou muitos enfermos e recomendou-os, de modo especial, aos discípulos.

Todavia, o Médico Celestial não se es-queceu de requisitar ao Reino Divino quantos se restauram nas deficiências humanas. Não nos interessa apenas a regeneração do veículo em que nos expressamos, mas, acima de tudo, o corretivo espiritual. Que o homem co-mum se liberte da enfermidade, mas é imprescindível que entenda o valor da saúde. Existe, porém, tanta dificuldade para compreendermos a lição oculta da moléstia no corpo, quanta se verifica em as-similarmos o apelo ao trabalho santifican-te que nos é endereçado pelo equilíbrio

“E curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: É chegado a vós o reino de Deus.” — Jesus. (Lucas, capítulo 10, versículo 9).

orgânico. Permitiria o Senhor a consti-tuição da harmonia celular apenas para que a vontade viciada viesse golpeá-la e quebrá-la em detrimento do espírito? O enfermo pretenderá o reajustamento das energias vitais, entretanto, cabe-lhe conhecer a prudência e o valor dos ele-mentos colocados à sua disposição na experiência edificante da Terra. Há cria-turas doentes que lastimam a retenção no leito e choram aflitas, não porque desejem renovar concepções acerca dos sagrados fundamentos da vida, mas por se sentirem impossibilitadas de prolon-gar os próprios desatinos. É sempre útil curar os enfermos, quando haja permis-são de ordem superior para isto, contudo,

em face de semelhante concessão do Al-tíssimo, é razoável que o interessado na bênção reconsidere as questões que lhe dizem respeito, compreendendo que raiou para seu espírito um novo dia no caminho redentor.

eMManuel

Fonte: O Pão Nosso / Lição 44 / Psicografia: Francisco Cândido Xavier / Editora FEB.

Page 9: Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima: Conclave de Líderes pág.12 Na Seara Mediúnica: Espíritos Perturbados Nesta Edição

Clareando / Ano XII / Edição 137 / Fevereiro . 2015 - Pág . 9

Mensagem Mediúnica

menSagenS do dia de FinadoSPRIMeIRa MenSageM

Meus amigos, irmãos e irmãs de ideal espírita.

Não se preocupem porque a minha palavra não vai ser longa; afinal de contas muitos estão esperando, não o JoSé JoRge se manifestar na manhã de hoje logo no Dia de Finados. Mas, eu não sou finado? Já estou aqui do outro lado como um morto, mas evidente-mente um morto ativo, um morto que está percorrendo Casas Espíritas, procurando de-senvolver o apoio àqueles que agora estão na condição de encarnados como divulgadores da nossa abençoada Doutrina.

Em realidade, a direção espiritual da Casa me solicitou que eu fizesse uma espécie de abertura, antecedendo a manifestação de duas irmãs: uma trabalhadora da Casa Es-pírita e fiel trabalhadora desta Casa; outra que também, na condição de encarnada, foi médium, porém em outras circunstâncias, numa outra forma de trabalhar com a sua mediunidade.

Vamos, então, para que esta primeira irmã se manifeste e possa trazer a sua palavra de incenti-vo aos vossos corações.(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Joaquim Couto, no CEIC, na prece pelo dia de finados, em 02 de novembro de 2014).

Segunda MenSageM

Minhas amigas, amigos aqui presentes, sinto--me tomada de uma grande emoção por estar neste momento junto não só aos corações mais próximos ao meu, mas acompanhando toda a emoção que se irradia dos vossos corações e que sensibilizam — e muito — os seus queridos, os seus familiares que estão juntos, próximos, tam-bém participando desta manhã de celebração em relação àqueles que já desencarnaram.

Eu sou simplesmente a zezé; não mudei muito, ainda estou contando com o apoio dos benfeitores espirituais da Casa. Como eu gostaria de poder traduzir para os corações de todos como valeu a pena passar pela vida material como encarnada, procurando não me entregar aos desânimos, às aflições, aos desesperos e sempre buscando sintonizar, co-locar o meu pensamento junto aos amigos e protetores espirituais que me seguiam mais de perto.

Todos aqui têm os seus momentos de lutas; todos aqui passam por testes, provas, algumas delas muito próximas de expiações, mas creiam que vocês não estão sozinhos dentro da vida; creiam firmemente no amparo, na proteção de amigos que vos acompanham já há algum tempo e que sabem que nem sempre podem modificar, podem intrometer-se e alterar aquilo que está nos desígnios de Deus; mas estão sem-pre junto inspirando, amparando, vibrando

intensamente, para que vocês possam evitar a queda e o desânimo e, dessa forma, muitas vezes aproximarem-se das depressões tão dolorosas.

Mantenham a fé e a confiança em Deus e, quanto a mim, na condição já do pós-desencarne, os meus contatos com Espíritos amigos da Casa são momentos de grande felicidade para mim Es-pírito e para todos aqueles que já passaram por esta Casa e hoje se encontram vinculados a ela, através das tarefas que a nossa querida Casa de-senvolve.

Estamos aqui, pois, com o coração amigo de todos, sempre grata à Casa que me acolheu, aos benfeitores espirituais dela que abriram portas para que eu aqui pudesse estar, trabalhando, exercendo a mediunidade sob os seus cuidados, sob a sua direção e, acima de tudo, sob as Leis do nosso querido e bom Deus.

Portanto, deixo aqui o meu abraço a todos vocês. De certa forma há momentos que ain-da sinto falta do convívio familiar, do convívio com os nossos momentos de trocas de pala-vras, das nossas conversas. E eu também tenho que dizer a vocês que, por incrível que pareça, embora haja uma diferença de idade, o meu neto, também aqui presente, sempre está nes-ses momentos me chamando à atenção. Minha filha, acredite nisso. De vez em quando ele me chama à atenção mesmo, mas estamos juntos e já estamos em tarefas; já estamos também aprofundando os nossos estudos, a cerca des-sas verdades imorredouras da nossa abençoada Doutrina Espírita.

O meu abraço, o meu carinho, o meu voto de estímulo, de progresso, de cresci-mento para cada um de vocês.

Da amiga, deste coração que quer todo o bem do mundo a cada um de vocês.

zezé

Graças a Deus! Graças a Deus!(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Joa-quim Couto, no CEIC, na prece pelo Dia de Fina-dos, em 02 de novembro de 2014).

teRceIRa MenSageM

Uma grande, mas uma imensa alegria se irradia do meu coração por estar aqui neste ambiente, sendo tão bem acolhida por amigos e por benfeitores espirituais.

Como encarnada fui médium, exerci as minhas faculdades mediúnicas, vinculada a outro tipo de orientação de fé e crença, mas uma das coisas que eu observo sempre — e que também conseguia perceber na condição de encarnada — é que médium sério está em toda parte; médium que respeita os seus guias e lhes tem respeito e sabe fazer bom uso das suas faculdades mediúnicas, também está em toda parte.

E como Deus não toma partido de A, B ou C, Ele simplesmente manifesta o seu poder,

o seu amor, a sua assistência, as suas bên-çãos por todos os canais daqueles que, na condição de médium, têm essa boa vontade, o desejo de servir, de fazer o bem e a caridade para socorrer aqueles que passam pelos cami-nhos da vida, nas suas lutas, nas suas dores e dificuldades.

Por que falamos assim? Porque é preciso sempre dizer àqueles que se encontram nas tarefas com a sua mediunidade que precisam estar muito na oração e na vigilância; isso era uma coisa que eu tinha muito cuidado na condição de médium e na condição de encar-nada, para que pudesse manter essa chamada sintonia, que vocês tanto citam, numa fonte boa, positiva; numa fonte que realmente es-tivesse vinculada ao pensamento Divino. Por-tanto, aos médiuns aqui presentes, que procu-rem realmente cultivar o hábito da vigilância e da oração e que, mesmo nos momentos das maiores lutas e dificuldades, creiam que guias, protetores espirituais estão a postos para so-correr e amparar.

Aí está — meus irmãos e minhas irmãzinhas — a prova do grande amor de Deus por cada um de nós.

Mas, já estão sinalizando. Quando encarnada às vezes eu tinha que ser chamada à atenção, porque ficava num discurso que não tinha fim. Eu peço que cada um de vocês releve. Deixo, então, aos corações de todos aqui reunidos, os meus votos de paz e progresso espiritual; que todos perseverem nos compromissos, nas tarefas assumidas nesta Casa e que aprendam a valorizar o teto que vos cobre a cabeça; aprendam a valorizá-lo; estou di-zendo isso por experiência própria.

Que Deus vos abençoe.Sou a irmã, médium e trabalhadora.O meu nome é neIa.Graças a Deus!

(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Joaquim Couto, no CEIC, na prece pelo dia de finados, em 02 de novembro de 2014).

Acesse oboletIM claReando

através do site www.irmaoclarencio.org.br

clique no linkInfoRMatIvo do ceIc

Page 10: Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima: Conclave de Líderes pág.12 Na Seara Mediúnica: Espíritos Perturbados Nesta Edição

Clareando / Ano XII / Edição 137 / Fevereiro . 2015 - Pág . 10

Revista Espírita

o PrínciPe de HoHenloHe — mÉdium curadord e P o i m e n t o

Senhores, venho entre vós com tanto mais prazer quanto minhas palavras podem tornar-se para

todos um útil assunto de instrução. Frágil instrumento da Providência, pude con-tribuir para fazer glorificar o seu nome e venho de boa vontade entre aqueles que têm por objetivo principal conduzir-se segundo as suas leis, e progredir tanto quanto neles está o caminho da per-feição. Vossos esforços são louváveis e me considerarei como muito honrado por assistir algumas vezes aos vossos trabalhos. Vamos, então, desde já, às manifestações que provocaram minha presença entre vós. Como dissestes com toda razão, a faculdade de que eu era dotado era simplesmente o resultado de uma mediunidade. Eu era instru-mento; os Espíritos agiam e, se algo eu pude, não foi senão por meu grande desejo de fazer o bem e pela convicção íntima de que tudo é possível a Deus. Eu acreditava!... e as curas que obtinha vinham incessantemente aumentar a minha fé. Como todas as faculdades mediúnicas, que hoje concorrem para a vulgarização do ensino espírita, a mediu-nidade curadora foi exercida em todos os tempos e por indivíduos pertencentes às diversas religiões. — Deus espalha por toda parte seus mais adiantados servos, para deles fazer balizas de progresso, en-tre os próprios que estão mais afastados da virtude e, direi mesmo, sobretudo en-tre estes... Como um bom pai que ama igualmente todos os filhos, sua solicitude se manifesta sobre todos, mas mais parti-cularmente sobre os que mais necessitam de apoio para avançar. — É assim que não é raro encontrar homens dotados de

“Allan Kardec, durante onze anos e quatro meses de trabalho intensivo (1858 – 1869), ofereceu-nos, ao vivo, toda a História do Espiritismo, no processo de seu desenvolvimento e sua propagação no século dezenove”. (Introdução, Revista Espírita de 1858, EDICEL).

Assim se expressa Allan Kardec sobre a Revista Espírita, em O Livro dos Médiuns, item 35 (4º): “Variada coletânea de fatos, de explicações teóricas e de trechos isolados, que complementam o que se encontra nas duas obras precedentes (O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns, conforme item 35-3º), formando-lhes, de certo modo, a aplicação”.

faculdades extraordinárias para a multi-dão, entre os simples. E, por esta palavra, eu entendo aqueles cuja pureza de senti-mentos não foi ofuscada pelo orgulho e pelo egoísmo. É verdade que a faculdade também pode existir em pessoas indig-nas, mas não é, nem poderia ser, senão passageira. É um meio enérgico de lhes abrir os olhos: tanto pior para os que se obstinam em mantê-los fechados. Entra-rão novamente na obscuridade de onde saíram, com a confusão e o ridículo por cortejo, se mesmo Deus não punir, desde esta vida, seu orgulho e sua obstinação em desconhecer a sua voz. Seja qual for a crença íntima de um indivíduo, se suas intenções forem puras, e se estiver inteiramente convencido da realidade do que crê, pode, em nome de Deus, operar grandes coisas. A fé transporta montanhas: dá a vista aos cegos e o enten-dimento espiritual aos que antes erravam nas trevas da rotina e do erro. Quanto à melhor maneira de exercer a faculdade de médium curador, há apenas uma: É ficar modesto e puro e referir a Deus e às potências que dirigem a faculdade tudo o que se realiza. Os que perdem os ins-trumentos da Providência é que não se julgam simples instrumentos; querem que seus méritos sejam em parte causa da escolha feita de sua pessoa; o orgulho os embriaga e o precipício se entreabre sob seus pés. Educado na religião ca-tólica, penetrado da santidade de suas máximas, tendo fé em seu ensino, como todos os meus contemporâneos, eu con-siderava como milagres as manifestações de que era objeto. Hoje sei que a coisa é muito natural e que pode e deve con-ciliar-se com a imutabilidade das leis do

Criador, para que sua grandeza e sua justiça permaneçam intactas. Deus não poderia fazer milagres!... porque então seria dar a presumir que a verdade não fosse bastante forte para afirmar-se por si mesma e, por outro lado, não seria ló-gico demonstrar a eterna harmonia das leis da Natureza, perturbando-as com fatos em desacordo com a sua essên-cia. Quanto a adquirir a faculdade de médium curador, não há método para isto; todo mundo pode, em certa me-dida, adquirir esta faculdade e, agindo em nome de Deus, cada um fará suas curas. Os privilegiados aumentarão em número à medida que a Doutrina se vul-garizar, e é muito simples, pois haverá mais indivíduos animados de sentimentos puros e desinteressados.

PRíncIPe de hohenlohe

(Sociedade de Paris, 26 de outubro de 1866 – Médium: Sr. Desliens)

Fonte: Revista Espírita, Allan Kardec, dezembro de 1866, Editora FEB.

Page 11: Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima: Conclave de Líderes pág.12 Na Seara Mediúnica: Espíritos Perturbados Nesta Edição

Clareando / Ano XII / Edição 137 / Fevereiro . 2015 - Pág . 11

Do Outro Lado da Vida

local: centRo eSPíRIta IRMão claRêncIo

Encontros EspíritasEm Fevereiro

17° encontRo eSPíRIta SobRe " a gêneSe" teMa - deuSdata - 01 /02 /2015

hoRa - 8:30 àS 13:00

25° encontRo eSPíRIta SobRe " MedIcIna eSPIRItual" Seção - técnIca de PaSSeS

data - 22 /02 /2015hoRa - 8:30 àS 13:00obSeRvação - SoMente PaRa MédIunS

PaScal lavIc(Havre, 9 de agosto de 1863)

Nota - Este Espírito, sem que o médium o conhecesse em vida, mesmo de nome, comunicou-se espontanea-mente.

Creio na bondade de Deus, que, na sua misericórdia, se compadecerá do meu Espírito. Tenho sofrido muito,

muito; pereci no mar. Meu Espírito, ligado ao corpo, vagou por muito tempo sobre as ondas. Deus...

(A comunicação foi interrompida, e no dia seguinte o Espírito prosseguiu.)

...houve por bem permitir que as preces dos que ficaram na Terra me tirassem do estado de perturbação e incerteza em que me achava imerso. Esperaram-me por muito tempo e puderam enfim achar meu corpo. Este repousa atualmente, ao passo que o Espírito, libertado com dificulda-de, vê as faltas cometidas. Consumada a provação, Deus julga com justiça, a sua bondade estende-se aos arrependidos. Por muito tempo, juntos erraram o corpo e o Espírito, sendo essa a minha expiação. Segui o caminho reto, se quiserdes que Deus facilite o desprendimento de vosso Espírito. Vivei no seu amor, orai, e a mor-te, para tantos temerosa, vos será suavizada pelo conhecimento da vida que vos espera. Sucumbi no mar, e por muito tempo me

A vida do Espírito é imortal; a vida do corpo é transitória e passageira. Quando o corpo morre, o Espírito retoma a vida imortal, conservando sua individualidade, não perdendo seu corpo espiritual, ou seja, seu perispírito . (O Livro dos Espíritos / Allan Kardec / Questões 153, 150 e 150-a)

esperaram. Não poder desligar-me do corpo era para mim uma terrível provação, eis por que necessito das preces de quem, como vós, pos-sui a crença salvadora e pode pedir por mim ao Deus de justiça. Arrependo-me e espero ser per-doado. A 6 de agosto foi meu corpo encontrado. Eu era um pobre marinheiro e há muito tempo que morri. Orai por mim.

PaScal lavIc.

— P. Onde foi achado o vosso corpo?

— R. Não muito longe de vós.

Nota : O "Journal du Havre", de 11 de agosto de 1863, continha o seguinte tópico, do qual o médium não podia ter ciência:

"Noticiamos que a 6 do corrente se encontrara um resto de cadáver encalhado entre Bléville e La Hève. A cabeça, os braços e o busto tinham desaparecido, mas, apesar disso, pôde verificar-se a sua identidade pelos sapatos ainda presos aos pés. Foi reconhecido o corpo do pescador Lavic, que fora arrebatado a 11 de dezembro de bordo do navio L’Alerte, por uma rajada de mar. Lavic tinha 49 anos de idade e era natural da cidade de Calais. Foi a viúva quem lhe reconheceu a identidade."

Nota - A 12 de agosto, como se tratasse desse acontecimento no Centro em que o Espírito se manifestara pela primeira vez, deu este de novo, e espontaneamente, a seguinte comunicação:

Sou efetivamente PaScal lavIc, que tem necessidade das vossas preces. Podeis bene-ficiar-me, pois terrível foi a provação por mim experimentada. A separação do meu Espírito do corpo só se deu depois que reco-nheci as minhas faltas; e depois disso, ainda não totalmente destacado, acompanhava-o no oceano que o tragara. Orai, pois, para que Deus me perdoe e me conceda repouso. Orai, eu vo-lo suplico. Oxalá este desastra-do fim de uma infeliz vida terrena vos sirva de grande ensinamento! Deveis ter sempre em vista a vida futura, não deixando jamais de implorar a Deus a sua divina misericór-dia. Orai por mim; tenho necessidade que Deus de mim se compadeça.

PaScal lavIc.

Fonte: O Céu e o Inferno, Allan Kardec, 2ª parte, capítulo IV, Espíritos Sofredores, Editora FEB.

Em Março

7° encontRo eSPíRIta SobRe a vIda e obRa de

yvonne a. PeReIRa teMa - yvonne e aS MultIPlaS taRefaS coMo eSPíRIta

data - 15 /03 /2015

hoRa - 8:30 àS 13:00

Page 12: Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima: Conclave de Líderes pág.12 Na Seara Mediúnica: Espíritos Perturbados Nesta Edição

Clareando / Ano XII / Edição 137 / Fevereiro . 2015 - Pág . 12

Agora o

"Centro Espírita Irmão Clarêncio" também está na web !!!Acesse e confira

www.irmaoclarencio.org.br

Campanha CEIC

Ag. 0544 - c / c : 10227-0

O CEIC está em campanha para a construção do seu 2° pavimento . Necessita de ajuda financeira.

Você gostaria de colaborar?

O CEIC agradece desde já a sua colaboração.

Conta para depósito:

Ag. 6020 - c /c : 16496-5

Estamos aguardando você no Centro Espírita Irmão ClarêncioRua Begônia, 98 - Vila da Penha

Encaminhe sua proposta de anúncio à SandRa goeS e elIana aguIaR

Anuncie no

Na Seara Mediúnica

e S P í r i t o S P e r t u r B a d o SReunIão PúblIca de 01/08/60

É possível conhecê-los, de perto.Surgem, quase sempre, na ca-

tegoria de loucos e desmemoriados, entre a negação e a revolta.

São criaturas desencarnadas, Espíritos que perderam o corpo físico e, porque se detiveram deliberadamente na igno-rância ou na crueldade, não encontram agora senão as próprias recordações para viver e conviver.

Encerravam-se na avareza e prosseguem na clausura da sovinice.

Abandonavam-se à viciação e trans-formam-se em vampiros, à procura de quem lhes aceite as sugestões infelizes.

Abraçavam a delinquência e sofrem o látego do remorso, nos recessos da própria alma.

Confiavam-se à preguiça e carreiam a dor do arrependimento.

Zombavam das horas e não sabem o que fazer para que as horas não zom-bem deles.

São tantas as aflições que descobrem nas paisagens atormentadas da mente iludida, que são eles — homens e mulheres que escarneceram da vida — os verdadeiros autores de todas as concepções de inferno, além da morte, que hão aparecido no mun-do, desde a aurora da razão no campo da Humanidade.

Antigamente, a abordagem de se-melhantes companheiros era obscura e quase que impraticável.

Hoje, porém, com a mediunidade es-clarecida, é fácil aliviá-los e socorrê-los.

Podes, assim, vê-los e ouvi-los, nos círculos medianímicos, registrando-lhes as narrativas inquietantes e as palavras amargosas; no entanto, ajuda-os com respeito e carinho, como quem socorre amigos extraviados.

Não te gabes, porém, de doutriná-los e corrigi-los, porque a Divina Bondade nos permite atendê-los, buscando, com isto, corrigir-nos e doutrinar-nos na Ter-ra e além da Terra, a fim de que saiba-

Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. (O Livro dos Médiuns / Allan Kardec / Item 159, Editora FEB).

mos evitar todo erro, enquanto desfru-tamos o favor do bom tempo.

eMManuel

Fonte: Seara dos Médiuns / Psicografia: Francisco Cândido Xavier / Editora FEB.

coMPleMentação doutRInáRIa

Podem os Espíritos descrever a natu-reza de seus sofrimentos ou da felicidade de que gozam?

“Perfeitamente e as revelações desta espé-cie são um grande ensinamento para vós outros, porquanto vos iniciam no conhe-cimento da verdadeira natureza das penas e das recompensas futuras. Destruindo as falsas ideias que hajais formado a tal res-peito, elas tendem a reanimar a vossa fé e a vossa confiança na bondade de Deus. Os bons Espíritos se sentem felizes em vos descreverem a felicidade dos eleitos; os maus podem ser constrangidos a descrever seus sofrimentos, a fim de que o arrependi-mento os ganhe. Nisso encontram eles, às vezes, até uma espécie de alivio: é o des-graçado que se lamenta, na esperança de obter compaixão. “Não esqueçais de que o fim essencial, exclusivo, do Espiritismo é a vossa melhora e que, para o alcançardes, é que os Espíritos têm a permissão de vos ini-ciarem na vida futura, oferecendo-vos dela exemplos de que podeis aproveitar. Quanto mais vos identificardes com o mundo que vos espera, tanto menos saudosos vos senti-reis desse onde agora estais. Eis, em suma, o fim atual da revelação”.Fonte: O Livro dos Médiuns / Allan Kardec / Item 292 / Pergunta 22 / Editora FEB.

Page 13: Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima: Conclave de Líderes pág.12 Na Seara Mediúnica: Espíritos Perturbados Nesta Edição

Clareando / Ano XII / Edição 137 / Fevereiro . 2015 - Pág . 13

Diga não à eutanásia, ao aborto, ao suicídio e à pena de morte.

Valorize a Vida!

"Deus é o Senhor de nossas Vidas"

Artigo

a P ó S u m a P e r d a , S e g u i r e m F r e n t e

Toda a criatura terrena sofre algum tipo de perda. Pode ser a demissão de um emprego, um divórcio, um

acidente, um ente querido, um animal-zinho de estimação ou simplesmente o fato de envelhecer. Podemos considerar como perdas as mudanças de vida, sem-pre estressantes, mas compreendemos que também este tipo de experiência tem sua função em nossa existência. Há como transformarmos nosso sentimento de perda em uma experiência benéfica, algo que contribua para alcançarmos maior plenitude em nossas vidas, afinal, nada é por acaso. Precisamos reconhecer e aprender a lidar com esse sofrimento. De alguma forma ele vai nos trazer al-gum ensinamento.

O sofrimento assume diversos aspectos — físico, mental e emocional. Desamparo, ansiedade, insônia, medo, irritabilida-de, rancor, depressão, náusea, falta de ar, palpitações, mesmo pensamentos suicidas podem ser considerados como sintomas ou sinais de grande sofrimento.

É importante saber que chorar a perda é ab-solutamente normal. A sensação de vazio, de que a vida nunca mais será a mesma, como se o mundo tivesse virado pelo avesso, nada mais parece se encaixar ou fazer sentido; em nossa vida instala-se um total dese-quilíbrio; não conseguimos pensar nem tomar decisões; chegamos a conclusão de que não somos mais capazes de controlar nossas emoções; choramos por qualquer coisa; trememos ante o menor desafio. Todos esses sentimentos e sensações fazem parte da experiência do sofrimento. Não devemos ser subestimados ou considera-dos errados. Temos que enfrentá-los com o objetivo de retomarmos aos poucos nossas vidas para não sermos acometidos definiti-vamente naquela apatia no que diz respeito ao nosso aspecto físico, emocional e espi-ritual.

Quando morre um ente querido as nossas primeiras reações podem ser de diversas formas como: ficar em estado de choque, uma vertigem, ficar vagando sem saber o que fazer, etc. Mais tarde, às ve-zes não recordamos dessas sensações dos primeiros momentos. O esquecimento é uma espécie de ajuda da Natureza, nos

Há um tempo para tudo, uma estação propícia a cada ato, debaixo do Sol, um tempo para nascer, outro para morrer.” Eclesiastes 3:1.

permitindo fechar inconscientemente nossa mente até podermos começar a lidar com a súbita mudança em nossa vida.

É importante estarmos conscientes da realidade dos fatos. A nova situação é que, se sofreu uma perda, ela deve ser sentida com intensidade.

Não se deve reprimir a raiva, a tris-teza, a perturbação, o desamparo; são sentimentos absolutamente naturais e que devem ser canalizados para uma atividade física, algum esporte, ir para um lugar afastado onde possa gritar a vontade; liberar esses sentimentos só vai nos fazer bem. Não se deve escondê-los; se tivermos vontade de chorar, devemos chorar. Chorar é uma reação natural e necessária para a cura do corpo. Cho-rar ajuda a liberar substâncias químicas do organismo. A dor reprimida devora--nos por dentro e se manifesta através de uma série de problemas de saúde e enfermidades.

Quando entendemos e aceitamos a perda, começamos a reencontrar o nosso equilíbrio. Aceitar a morte do ser amado não significa concordar com ela; estamos apenas encarando a realidade. Com-preendemos que a pessoa se foi, que não teremos mais o contato físico, no entanto, nós a reencontraremos quando chegar a hora.

Uma perda é sempre irreparável. A dor é proporcional à intensidade dos sentimentos em relação à pessoa que desencarnou. Mas é importante nos darmos conta de que experimentar a dor a fundo já é uma forma de cura. Nós podemos — e conseguiremos —recuperar nossas forças e voltar à vida, continuando assim nosso processo de aprendizado.

O Sol se põe e a cada dia nasce outra vez. A pessoa atravessou um período de muita tensão emocional que pare-ceu insuportável. No entanto, chegou a hora de retomar sua vida, de seguir em frente. Um novo capítulo da sua existência irá começar. Procure ajuda sempre, seja da família, dos amigos ou mesmo dos grupos de terapia. Nossos entes queridos estarão sempre próximos,

mesmo que não estejamos conscientes de sua presença. Vamos usufruir das lembranças que guardamos deles, pois elas fazem parte do nosso patrimônio emocional e serão uma fonte perma-nente de alegrias.

A perda em geral é sempre dolorosa. Mas fazem parte da experiência de vida pela qual passamos, inevitavelmente. Todos sofreremos a perda de algo ou de alguém querido. Devemos ter cer-teza de que somos capazes de superar o sofrimento e sobreviver a isso. No momento de uma perda, nós podemos sentir certa culpa ou ter um sentimento de inutilidade, ou até achar que pode-ríamos ter feito algo mais para evitar a morte do ente querido. Mas essa autoa-cusação não ajuda em nada. Por mais intensa que seja a dor, temos que acre-ditar que nós somos maiores que ela. A nossa fé em Deus tem que ser maior que ela. A certeza de que não ficaremos desamparados diante do sofrimento é maior que ela. Não podemos esmorecer; devemos ressaltar o quanto nos amamos, o quanto gostamos de viver, o quanto precisamos trabalhar para ter força e coragem necessárias para retomarmos essa imensa aventura que é a vida.

MaRlI abInadeR

Fonte - Conversando com os Espíritos. Autor:James Praagh.

Page 14: Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima: Conclave de Líderes pág.12 Na Seara Mediúnica: Espíritos Perturbados Nesta Edição

Clareando / Ano XII / Edição 137 / Fevereiro . 2015 - Pág . 14

Medicina Espiritual - A Cura Real

Reflexão

Qual é, no Plano Espiritual, o conceito que se tem de saúde?

O espírito imortal precisa de um veí-culo para manifestar-se: o corpo. O perispírito, a mente, o espírito formam um conjunto de fatores que permite a expressão do pensamento do ser, do indivíduo, do espírito. Para que esse ser expresse, com clareza, o seu pensamento, ele deverá fazê-lo com sentimento; de-verá sentir a alegria de viver, o desejo, enfim, de viver.

Quando uma alma possui esse desejo de viver, pode-se dizer que é uma alma saudável, sem que necessariamente seja evoluída — ela é saudável. Ela pode sê-lo, portanto, porque ama a vida, trabalha pela vida, trabalha pelo seu progresso. Ela é um ser saudável que, associado a um corpo físico ou espiri-tual ou mental saudável, produz uma

“O corpo reflete o que há no Espírito. Sendo assim, o Espírito precisa ser curado primeiro. A Medicina Espiritual há de ser associada à Medicina Humana, em função de que uma vai cuidar do corpo e a outra, do Espírito. A Medicina Espiritual socorre o perispírito, mas também socorre o corpo; ela não se sobrepõe ao remédio, porque cada um age no seu campo; cada um tem a sua esfera de ação; cada um tem o seu momento”. (Ignácio Bittencourt — 19/04/1862 -18/02/1943)

S a ú d efelicidade geradora de progresso que o faz trabalhar na sua linha de progresso.

Para definir saúde, portanto, eu diria que é esse estado de espírito e de corpo que permite a eclosão das emoções, dos sentimentos, da felicidade de viver, para que a pessoa progrida, porque saúde sem progresso não faz sentido. Pode-se dizer que alguém é saudável se não progride? Então, parece-me que saúde seria bem definida assim: “É um estado d’alma em que o espírito e o corpo têm condi-ções de se encaminharem juntos para a sua linha de progresso”.

O médico que diz simplesmente para o paciente: “é preciso que tenhas saúde”, poderá dele ouvir: “para quê?” Ele terá que valorizar a vida do indivíduo, des-pertar-lhe o desejo de viver. Não será apenas prescrevendo remédios que ga-rantirá ao paciente a saúde de seu corpo.

Se a criatura não estiver associada ao desejo de viver, ela bloqueará, atrapa-lhará toda ação medicamentosa que lhe possibilite viver.

Então, por isso é que aqui na Espiritua-lidade, no mundo que nós habitamos, entendemos ser a saúde esse conjunto de fatores físicos e espirituais que, em sua essência, servem para que a alma imortal possa se encaminhar.

IgnácIo bIttencouRt

(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Altivo Carissimi Pamphiro, em 8/7/1996).

Fonte: Técnica de Passes – Bases e Princípios do Passe (2ª edição) / Luiz Dallarosa e Colaboradores / Editora Léon Denis.

Nenhum espírito equilibrado em face do bom senso, que deve presidir a existência

das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada que adormece as consciências, nas festas carnavalescas.

É lamentável que, na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza entre as sociedades que se pavoneiam com o título de civilização.

Enquanto os trabalhos e as dores aben-çoadas, geralmente incompreendidos pelos homens, lhes burilam o caráter e os senti-mentos, prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis do progresso espiritual, a licen-ciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros espíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que só os longos aprendizados fazem desaparecer.

S o B r e o c a r n a v a lHá nesses momentos de indisciplina sen-

timental o largo acesso das forças da treva nos corações e, às vezes, toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever.

Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidade e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem e se intensi-fiquem o olvido de obrigações sagradas por parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dos deveres sociais e divinos.

Ação altamente meritória seria a de empre-gar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos, na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho.

Ao lado dos mascarados da pseudoalegria passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam

com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem? Que os nossos irmãos espíritas compreendam se-melhantes objetivos de nossas despretensiosas opiniões, colaborando conosco, dentro das suas possibilidades, para que possamos re-construir e reedificar os costumes para o bem de todas as almas.

É incontestável que a sociedade pode, com o seu livre-arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas, enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza, ela só poderá fornecer com isso um eloquente atestado de sua miséria moral.

eMManuel

Psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier em Julho de 1939. (Encartado também na Revista Internacional de Espiritismo, exemplar de Janeiro de 2001 páginas 565 e 566 - Editora O Clarim).

Page 15: Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima: Conclave de Líderes pág.12 Na Seara Mediúnica: Espíritos Perturbados Nesta Edição

Clareando / Ano XII / Edição 137 / Fevereiro . 2015 - Pág . 15

Artigo

n e m e l i t e n e m c e g u e i r a

Foi entre pessoas bem simples de condição social, não foi dentre os doutos que Jesus escolheu seus

discípulos imediatos e, com eles, saiu es-palhando a Boa Nova. Lição grandiosa para todos os tempos!

Eram simples, criaturas humildes, mas foram escolhidas pelo Mestre, natural-mente porque, além da origem modesta deveriam reunir condições especiais para uma vida de apostolado, uma vida que exigia, antes de tudo, vocação de serviço com renúncia e sacrifício.

O fato de não ser letrado e pertencer a uma camada social muito obscura não quer dizer que alguém seja realmente hu-milde apenas por isso. Há muita gente que está na sarjeta, mas não quebra o or-gulho e, até mesmo, quando precisa pedir, demonstra ainda certo ar de arrogância.

Do mesmo modo, e é a experiência coti-diana que no-lo prova, podemos dizer que nem todo indivíduo iletrado é humilde.

Enquanto certas criaturas de grandes conhecimentos, verdadeiros filósofos e legítimos homens de ciência se calam por humildade, muitos analfabetos en-ciclopédicos (como dizia velho jornalista carioca) falam demais, e com pretensões de sapiência... Logo, não se pode afirmar que um indivíduo é realmente humilde somente porque é inculto. Não se pode, é claro, generalizar!

Os colaboradores diretos de Jesus saí-ram de ambiente social muito simples e eles próprios eram criaturas sem brilho intelectual, segundo os padrões do mun-do. Mas já eram espíritos bem vividos, bem trabalhados. Ainda que não tives-sem a cultura humana da época, traziam conhecimentos muito mais profundos através da vivência espiritual.

Havia neles, sem dúvida, um conjunto de qualidades, que somente Jesus conhecia. Psicólogo arguto e penetrante, Jesus conhe-cia os homens na intimidade da alma.

O fato, portanto, de Jesus se haver cerca-do de pessoas de condições humildes não quer dizer que se deva, por causa disto, desprezar o estudo, a cultura, enfim. Pau-lo de Tarso não foi uma das grandes vozes da mensagem do Cristianismo? Quanto mais culto é o indivíduo, mais aptidão deve ter para reconhecer os limites e os condicionamentos de sua cultura.

Não nos esqueçamos de que o Espi-ritismo está enfrentando, atualmente, uma sociedade muito diferente da so-ciedade dos primeiros cristãos. Cabe ao Espiritismo explicar a mensagem do Cristo, em termos do século XX, com argumentos adequados às mo-tivações atuais, sob pena de se deixar marginalizar diante de tantas e tão fre-quentes transformações sócio-culturais, científicas, tecnológicas, etc.

A organização de cursos de Doutri-na Espírita, visando ao estudo regular, de que falou Allan Kardec, em conexão com matérias de cultura geral e diversas disciplinas científicas, corresponde a uma necessidade da época.

Seria ingenuidade, senão evidente falta de visão da realidade histórica, no entan-to, pensar em formar uma elite no meio espírita, quando o objetivo dos cursos regulares é justamente o contrário? evi-tar que se crie um papado espírita, com um grupo de pontífices, ditando nor-mas ou dizendo a última palavra, como sentença final. A falta de cultura bem formada leva a essas discrepâncias. Além de tudo, a noção de elite, hoje em dia, está muito reduzida. Não tem mais o sentido de outrora. Anti-gamente, sim, porque apenas poucos podiam estudar ou chegar a um nível superior. Então, os que conseguiam estudar, cursar escolas superiores, for-mavam realmente uma elite doutoral e ficavam lá no vértice da pirâmide social, como se fossem os verdadeiros donos do saber.

Tudo mudou, de certos tempos para cá. As fontes de cultura estão aí, bibliotecas por toda parte, cursos de todos os tipos, oferecendo possibilidades a todos.

Desapareceu, portanto, aquela idéia de uma elite brilhante, detentora dos conhecimentos. O próprio saber hu-mano, hoje, é cada vez mais relativo e, por isso mesmo, quanto mais se estu-da, mais se tem o que aprender.

Naturalmente, como ocorre em todos os grupos humanos, os que estudam mais, os que têm mais condições de penetrar a fundo o âmago dos proble-mas, hão de ter mais possibilidades de executar certas tarefas menos comum. É o que também se dá no meio espírita, pois somos um movimento humano.

A responsabilidade também é maior, em razão do que se aprende e do bom uso que se deve fazer dos conhecimentos. Isto não quer dizer, de forma alguma, que o desen-volvimento cultural do Espiritismo em cursos, debates, congressos, seminários, por exemplo, venha a correr o risco de for-mar uma elite espírita. Nada disso!

Vamos admitir, ainda que seja por mera hipótese, pois ninguém está cogitando dis-to, que haja realmente grupos de elite no meio espírita. Seria alguma heresia? Algum escândalo? Há coisas mais escandalosas, sob o rótulo de humildade, infelizmente! E não seria melhor uma elite ou um grupo de elementos mais esclarecidos do que um falso líder, que se torna líder justamente porque encontra ambientes onde não há crítica nem debates?

A organização de cursos e a distribuição de cultura criam, cada vez mais, condições favoráveis ao desenvolvimento, à evolução daqueles que procuram no Espiritismo uma filosofia de vida e, por isso mesmo, precisam ser bem orientados.

Nos lugares onde se estuda e se analisa, onde se discute amplamente, não pode haver ambiente para o aparecimento de pontífices, pois os cursos elevam o nível intelectual, evitando que a seara espírita seja uma espécie de terra de cegos, onde qualquer pessoa, porque tem olho, por-que enxerga um pouquinho, se transforma logo em rei!...

É a cultura que fornece elementos de análise e comparação, a fim de que não se aceitem as coisas de olhos fechados, venham de quem venham.

deolIndo aMoRIM

(Retirado da Revista Estudos Espíritas - Maio de 1999 - Edições Léon Denis)

Page 16: Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima: Conclave de Líderes pág.12 Na Seara Mediúnica: Espíritos Perturbados Nesta Edição

Clareando / Ano XII / Edição 137 / Fevereiro . 2015 - Pág . 16

A Família na Visão Espírita

Procure a Secretaria de Cursos para informações

ConviteVenha estudar conosco as obras de

André Luiz

Procure a Secretaria de Cursos para informações

Venha estudar conosco as obras de

Léon Denis

Convite

ConviteVenha estudar conosco

A Família na Visão Espírita

Procure a Secretaria de Cursos para informações

“ Dedica uma das sete noites da semana ao Culto do Evangelho no Lar, a fim de que Jesus possa pernoitar em tua casa.”Joanna de ÂngelisFonte : S.O.S. FamíliaMédium: Divaldo Pereira Franco

Família

A palavra família sugere desde logo uma noção de proximidade, de ligação, de semelhança.

Tudo o que existe se classifica segun-do a sua natureza. Adotamos para isso classificações especiais. Chamamos de ser ao que tem vida, e de coisa ao ina-nimado. Mas distinguimos também os grupos que formam os seres e as coisas, diferenciando os minerais dos vegetais e dos animais, e os racionais dos irracio-nais. E seguimos subdividindo cada clas-se e categoria, segundo as características de cada gênero e espécie, até chegarmos aos derradeiros grupamentos familiares, que compreendem os pais e os filhos, os avós e os tios, os sogros e os primos, até atingirmos o indivíduo, na base da pirâ-mide social.

É a esse mais íntimo grupo de pessoas que chamamos comumente de família, a base natural da sociedade humana.

O conceito de família não se restringe, porém, a esse pequeno grupamento, es-truturado basicamente nas leis da heredi-tariedade corporal. Existem no Universo as grandes famílias siderais, as galáxias e as constelações com os seus sóis, pla-netas, satélites e cometas. Inumeráveis comunidades espirituais povoam as vas-tidões ilimitadas.

Acima e além das famílias consanguí-neas existem as famílias espirituais, cons-tituídas de almas que se afinam e se ligam por laços poderosos e indestrutíveis, es-tabelecidos e fortificados nas esteiras do tempo. A Humanidade terrestre é igual-mente uma grande família planetária, formada pelos povos de todas as raças e nações. A grande família de Jesus.

Realidade das mais importantes é que as interdependências entre os afins são tão fortes que o processo evolutivo é sempre grupal, apesar das diferenças individuais na escalada do aprimoramento, porque as inquebrantáveis ligações entre superiores e inferiores nunca se desfazem.

Por isso o amor ao próximo é essen-cial e a fraternidade é lei. Dependemos muito daqueles a quem nos ligamos, tanto quanto eles dependem de nós. Ninguém viaja sozinho pelos caminhos

Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?“Uma recrudescência do egoísmo”. (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão 775).

da vida. Se o barco familiar naufraga no mar das provações, todos do que nele seguem se afundam com ele, sofrendo disso as consequências, conforme for o grau de sua culpa, porque todos somos responsáveis por nós mesmos, e tam-bém uns pelos outros.

Pais, mães, filhos, genros e noras, so-gros e primos, avós e agregados, amigos e professores, chefes, associados e colegas, sacerdotes e governantes influenciam-se reciprocamente, ajudando-se ou desaju-dando-se no curso da jornada ascensional. E, nesse particular, quanto maior for o po-der de ascendência sobre outrem, maior a responsabilidade consciencial de cada um.

Essa verdade cresce de sentido e de importância na família humana, cujos ascendentes reencarnatórios derivam de sublimes laços de amor ou de débitos escuros e escabrosos. O Espiritismo é claro ao demonstrar que o acaso não existe e que ninguém se integra numa relação familiar sem motivo espiritual-mente relevante.

O lar da família não é somente a célula-mãe da sociedade humana. É também a base referencial de todas as experimentações vivenciais dos Espíri-tos reencarnantes. Sem fundamentá-lo no amor, não se pode pretender felicidadeFonte: Revista Reformador / Junho 1994 / Editorial / Editora FEB.

Page 17: Editorial - irmaoclarencio.org.br · Espiritismo na Arte: Rafael Sanzio pág.5 Reforma Íntima: Conclave de Líderes pág.12 Na Seara Mediúnica: Espíritos Perturbados Nesta Edição

Clareando / Ano XII / Edição 137 / Fevereiro . 2015 - Pág . 17

Aviso Importante

Temos evangelização para crianças nos mesmos horários das Reuniões Públicas, e para jovens, nos horários das Reuniões Públicas Noturnas.

Querido leitorIndicaremos mensalmente um bom livro doutrinário infantojuvenil, escrito especialmente para você . Leia e nos envie sua opinião .Que tal formar uma roda de leitura com seus amigos?

Dica do mês :vovô e aS folhaS de outono e outRaS hIStóRIaS

Autor: Alcione AlvesEditora EME

Suplemento Infantojuvenil

Por Uma moeda

F ernando era um menino de bom coração e sensível ao sofrimento dos outros.Certo dia, passando por uma rua na periferia da cidade, viu

uma casa muito pobrezinha e duas crianças magras e pálidas que brincavam à porta.

Num impulso, aproximou-se e puxou conversa com as crianças. Ficou sabendo que não tinham pai e que a mãe estava trabalhando para prover o sustento da casa. Disseram, também, que nada tinham comido ainda naquele dia e que só iam comer quando a mãe retornasse do trabalho.

Penalizado, Fernando desejou ajudar. Mas, como? Também não tinha recursos e seu pai trabalhava muito para que nada lhes faltasse no lar.

Teve uma ideia. Tinha muitos amigos e, se ele sozinho quase nada podia fazer, em conjunto eles poderiam fazer muito.

Reuniu os amigos e expôs seu plano. Se cada um contribuís-se com um pouco, ajudariam aquela família substancialmente. Todos aprovaram a ideia de Fernando. E mais, entusiasmados, resolveram pedir a colaboração de parentes, amigos e vizinhos, pois, angariando mais  recursos,   estenderiam  a  ajuda  a  outras famílias necessitadas.

E assim foi feito. Não apenas recebendo gêneros alimentí-cios, roupas, calçados, mas cada um também doando tempo de trabalho, fazendo companhia às crianças, ajudando na higiene doméstica e ensinando os deveres da escola.

Aos poucos, como eles previam, a assistência estendeu-se a outras famílias igualmente necessitadas e que residiam ali por perto.

Todos estavam felizes e otimistas.Pedindo a colaboração de um dos garotos na escola, que

Fernando sabia ser muito rico, ficou grandemente decepcionado, pois o menino respondeu indiferente:

— Nada tenho para dar.— Como? Você é o menino mais rico da escola! —

estranhou.Como Fernando continuasse a insistir, a contragosto o ga-

roto tirou uma pequena moeda do bolso e entregou-a dizendo:— Esta moeda é só o que posso dar.Perplexo, Fernando olhou a moeda e teve vontade de

não aceitar, por ser de valor insignificante. Porém, pegou a moeda, agradeceu e afastou-se, indignado.

Chegando a casa, comentou com a mãe o acontecido e terminou dizendo:

— Tive vontade de não aceitar a moeda, que é um insulto às necessidades alheias. Não vale nada!

A mãe fitou-o e disse serena:— Pois faria muito mal, meu filho. Você deve aprender

que na vida cada um dá o que tem. E isso, muitas vezes, não tem relação com o que a pessoa acredita possuir.

Surpreso, Fernando perguntou:— Como assim, mamãe? Não entendo. Ele é muito rico!...— Exatamente. Mas não aprendeu a dar nada de si. Por isso,

meu filho, essa moeda que você despreza tanto é a oportunidade do seu amigo doar alguma coisa, e que, para ele, representa muito. Compreendeu?

— Compreendi. A senhora quer dizer que a doação é um aprendizado que temos de exercitar — respondeu o menino, admirado das sábias palavras de sua mãe.

— Isso mesmo, meu filho. O egoísmo é uma doença da qual nos libertamos muito lentamente. E o seu amigo está dando os primeiros passos para vencer essa terrível chaga.

Fernando olhou para aquela moedinha que brilhava em sua mão com olhos diferentes e agradeceu a lição que recebera.

Fez um quadro com a moeda, colocando uma moldura e pendurou-o no seu quarto, em local bem visível, para que nunca mais se esquecesse da lição.

Um ano depois, aquele seu amigo já estava plenamente integrado no grupo e alegremente colaborando, muito feliz da vida, para espanto geral.

tIa célIa   

Fonte: Revista O Consolador, Fevereiro / 2009 (www.oconsolador.com.br)