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Na bruma leve das paixões que vêm no vento, Tu vens, eu já escuto os teus sinais. Tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais. Há uma brisa a soprar sobre a cidade. Um vento suave que fala uma mensagem de esperança. É ADVENTO! O vento anuncia que “AQUELE” que há-de vir está a chegar. Este vento mensageiro traz nas pequenas coisas da vida sinais de que o grande SALVADOR está presente. Tu vens, Tu vens, eu já escuto os teus sinais. Tu vens, Tu vens, eu já escuto os teus sinais. Só quem ouve a voz dos seus sentimentos é capaz de encontrar estes sinais: a beleza de um sorriso, uma criança a brincar, o desabrochar de uma flor, o som das águas, o toque de um abraço amigo, um beijo carinhoso. São tantos os sinais vislumbráveis, mas a pressa rouba-nos a sensibilidade de os reconhecer. Tu chegas numa manhã de domingo e anunciam-te os sinos das catedrais. ADVENTO é tempo de espera. Raiz de esperança. O povo de Deus espera a vinda de JESUS. Sem ELE a ESPERANÇA é vã, não tem sentido. Tu vens, Tu vens, eu já escuto os teus sinais. Tu vens, Tu vens, eu já escuto os teus sinais. ADVENTO é tempo de preparar a vinda do MESSIAS. Ser a voz que clama no deserto. Apontar para a humanidade sinais de esperança, justiça e paz. Tu vens, Tu vens, eu já escuto os teus sinais. Tu vens, Tu vens, eu já escuto os teus sinais. Texto inspirado na canção “Anunciação” de Alceu Valença Trofa - Vila do Conde BOLETIM FORMATIVO E INFORMATIVO DA VIGARARIA NOVEMBRO 2010 EDITORIAL A Igreja começa neste domingo, 28 de Novembro, um tempo novo: é o tempo de ADVENTO, tempo de preparação para o Natal que se aproxima. Ressoa na liturgia deste tempo o convite a anunciar a feliz notícia: “DEUS VEM!ADVENTO, em latim, “ADVENTUS” significa “VINDA”. Em que consiste a vinda do Senhor? Será que esta vinda também nos envolve e responsabiliza? Caminhar em Tempo de ADVENTO é olhar para o nascimento de Cristo; é apontar para a Sua última vinda gloriosa; mas é também estarmos vigilantes e atentos às Suas vindas, no hoje das nossas vidas. Preparar o Natal é olhar para a vinda de Cristo. Ele já veio. Nasceu num lu- gar concreto e transformou a nossa história e a nossa vida. Naquela pequena povoação da Judeia, em Belém, nasceu Jesus, filho de Maria, e esse Menino iniciou um caminho do qual todos nós somos herdeiros. Olhar para esse acon- tecimento é sermos introduzidos na história da Salvação, no projecto de Deus que vem até nós. No ADVENTO também preparamos a última vinda do Senhor. Ele há-de vir na Sua Glória, no final dos tempos. O ADVENTO é um tempo favorável para a redescoberta de uma esperança não vaga nem ilusória, mas certa e confiável, porque está “ancorada” em Cristo, Deus feito homem, rochedo da nossa salva- ção. Com esta confiança construímos, agora, o nosso presente e olhamos para o futuro com olhos de esperança, com os olhos de Deus. Mas “DEUS VEM!”. Ele vem agora, no hoje das nossas vidas. ADVENTO é, por isso, tempo de vigilância e de oração, tempo de perceber e experimentar a presença de Deus, a sua visita constante às nossas vidas. Deus vem agora a nós de muitas maneiras, através dos acontecimentos e das pessoas. Seja, pois, este tempo um estímulo para estarmos com os olhos e os corações bem abertos, vigilantes e atentos à descoberta da presença de Deus nas nossas vidas. Veio, virá e vem sempre. É um Deus que continuamente se aproxima do ho- mem, o resgata e o recria. Não é um Deus ausente e desinteressado, mas é um Pai que vela por nós, com amor e carinho. O ADVENTO será, assim, um tempo para reconhecermos Deus tão próximo, que nos impele a agir, a reagir, a dar resposta ao Seu amor, a saborear a alegria da nossa filiação divina. Deus vem!”. Para compreendermos o significado profundo destas palavras podemos olhar para aquela, graças à qual se realizou, de modo único, singular, a vinda do Senhor: a Virgem Maria. “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o Seu Filho, nascido de uma mulher” (Gl 4,4). Este boletim pretende ajudar-nos a isso. Nas páginas centrais, o Dr. Sérgio Pinto, especialista em Bíblia, apresenta-nos o Evangelho de S. Mateus, que ao longo do ano ouviremos e contemplaremos. Mateus revela-nos JESUS como Filho de David, o herdeiro do reino e também como o Emanuel (“Deus connosco”), o Filho de Deus em quem se cumprem todas as expectativas do Antigo Testamento. Na última página, são propostas algumas considerações litúrgicas e espirituais sobre o tempo de Advento. Agora que Deus bate à porta, não tenhamos medo e deixemos que ELE pene- tre e enriqueça a nossa vida com os dons do seu amor. Seja esta a nossa oração: VINDE, SENHOR JESUS”! Pe Ricardo Silva Vigário Adjunto ESTÁ PERTO A SALVAÇÃO!

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Na bruma leve das paixões que vêm no vento, Tu vens, eu já escuto os teus sinais.Tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais.Há uma brisa a soprar sobre a cidade. Um vento suave que fala uma mensagem de esperança. É ADVENTO!

O vento anuncia que “AQUELE” que há-de vir está a chegar. Este vento mensageiro traz nas pequenas coisas da vida sinais de que o grande SALVADOR está presente.Tu vens, Tu vens, eu já escuto os teus sinais.Tu vens, Tu vens, eu já escuto os teus sinais.

Só quem ouve a voz dos seus sentimentos é capaz de encontrar estes sinais: a beleza de um sorriso, uma criança a brincar, o desabrochar de uma flor, o som das águas, o toque de um abraço amigo, um beijo carinhoso.

São tantos os sinais vislumbráveis, mas a pressa rouba-nos a sensibilidade de os reconhecer.Tu chegas numa manhã de domingo e anunciam-te os sinos das catedrais.

ADVENTO é tempo de espera. Raiz de esperança. O povo de Deus espera a vinda de JESUS. Sem ELE a ESPERANÇA é vã, não tem sentido.

Tu vens, Tu vens, eu já escuto os teus sinais. Tu vens, Tu vens, eu já escuto os teus sinais.ADVENTO é tempo de preparar a vinda do MESSIAS. Ser a voz que clama no deserto. Apontar para a humanidade sinais de esperança, justiça e paz.

Tu vens, Tu vens, eu já escuto os teus sinais.Tu vens, Tu vens, eu já escuto os teus sinais.

Texto inspirado na canção “Anunciação” de Alceu Valença

Trofa - Vila do CondeBoleTim FormaTiVo e

inFormaTiVo da Vigararia

noVemBro 2010

EDITORIAL

A Igreja começa neste domingo, 28 de Novembro, um tempo novo: é o tempo de ADVENTO, tempo de preparação para o Natal que se aproxima. Ressoa na liturgia deste tempo o convite a anunciar a feliz notícia: “DEUS VEM!”ADVENTO, em latim, “ADVENTUS” significa “VINDA”. Em que consiste a vinda do Senhor? Será que esta vinda também nos envolve e responsabiliza?Caminhar em Tempo de ADVENTO é olhar para o nascimento de Cristo; é apontar para a Sua última vinda gloriosa; mas é também estarmos vigilantes e atentos às Suas vindas, no hoje das nossas vidas.Preparar o Natal é olhar para a vinda de Cristo. Ele já veio. Nasceu num lu-gar concreto e transformou a nossa história e a nossa vida. Naquela pequena povoação da Judeia, em Belém, nasceu Jesus, filho de Maria, e esse Menino iniciou um caminho do qual todos nós somos herdeiros. Olhar para esse acon-tecimento é sermos introduzidos na história da Salvação, no projecto de Deus que vem até nós.No ADVENTO também preparamos a última vinda do Senhor. Ele há-de vir na Sua Glória, no final dos tempos. O ADVENTO é um tempo favorável para a redescoberta de uma esperança não vaga nem ilusória, mas certa e confiável, porque está “ancorada” em Cristo, Deus feito homem, rochedo da nossa salva-ção. Com esta confiança construímos, agora, o nosso presente e olhamos para o futuro com olhos de esperança, com os olhos de Deus.Mas “DEUS VEM!”. Ele vem agora, no hoje das nossas vidas. ADVENTO é, por isso, tempo de vigilância e de oração, tempo de perceber e experimentar a presença de Deus, a sua visita constante às nossas vidas. Deus vem agora a nós de muitas maneiras, através dos acontecimentos e das pessoas. Seja, pois, este tempo um estímulo para estarmos com os olhos e os corações bem abertos, vigilantes e atentos à descoberta da presença de Deus nas nossas vidas.Veio, virá e vem sempre. É um Deus que continuamente se aproxima do ho-mem, o resgata e o recria. Não é um Deus ausente e desinteressado, mas é um Pai que vela por nós, com amor e carinho. O ADVENTO será, assim, um tempo para reconhecermos Deus tão próximo, que nos impele a agir, a reagir, a dar resposta ao Seu amor, a saborear a alegria da nossa filiação divina.“Deus vem!”. Para compreendermos o significado profundo destas palavras podemos olhar para aquela, graças à qual se realizou, de modo único, singular, a vinda do Senhor: a Virgem Maria. “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o Seu Filho, nascido de uma mulher” (Gl 4,4).Este boletim pretende ajudar-nos a isso. Nas páginas centrais, o Dr. Sérgio Pinto, especialista em Bíblia, apresenta-nos o Evangelho de S. Mateus, que ao longo do ano ouviremos e contemplaremos. Mateus revela-nos JESUS como Filho de David, o herdeiro do reino e também como o Emanuel (“Deus connosco”), o Filho de Deus em quem se cumprem todas as expectativas do Antigo Testamento. Na última página, são propostas algumas considerações litúrgicas e espirituais sobre o tempo de Advento.Agora que Deus bate à porta, não tenhamos medo e deixemos que ELE pene-tre e enriqueça a nossa vida com os dons do seu amor. Seja esta a nossa oração: “VINDE, SENHOR JESUS”!

Pe Ricardo SilvaVigário Adjunto

ESTÁ PERTO A SALVAÇÃO!

DESCOBRIR S. MATEUS

MATEUS e o seu EVANGELHO

Desde muito cedo o Evangelho de Mateus adqui-riu uma grande importância na teologia, na liturgia e nos demais âmbitos da vida eclesial. De todos os evangelhos é o mais comentado, o mais referido e o mais usado nos leccionários litúrgicos. É, também, o mais citado pelos Padres da Igreja e pelos antigos escritores eclesiásticos.

IMPORTÂNCIA

Entre as muitas razões da importância do Evange-lho de S. Mateus destaca-se o seu carácter didáctico e catequético, a riqueza de vida eclesial, o equilíbrio constante entre o passado e o presente, a maneira cuidada em apresentar a mensagem que se preten-de. O leitor encontra neste Evangelho, uma figura de Jesus, uma visão da salvação e um modelo comu-nitário, de grande valor; encontra uma dialéctica de posições estimulantes, a imagem de uma Igreja e de uma vida comunitária bem vincadas. Nos modelos de vida que o Evangelho de Mateus nos apresenta,

os crentes de hoje podem estar seguros de encontrar estímulos para o próprio ser e agir.

AUTOR

Mateus, ao contrário de Lucas (Lc 1, 1-4) e sobretudo de Paulo, não se apresenta na primeira pessoa. A tra-dição identificou, geralmente, o autor do Evangelho como o apóstolo Levi (Mc 2,14; Mt 9,9), mas isso não é um dado adquirido. Não existe um consenso quan-to à sua origem: alguns teólogos defendem um Ma-teus judeo-cristão e outros, pelo contrário, um Ma-teus pagão-cristão. No entanto, esta discordância não impede de traçar um quadro bem definido: Mateus é um escriba cristão que reconheceu em Jesus de Naza-ré o Messias que veio dar cumprimento às promessas antigas (Mt 1, 1), o Emanuel, Deus connosco (Mt 1, 23; 28,20). A atenção que este Evangelho reserva a Israel, o cumprimento das Escrituras, a organização do escrito, a sensibilidade linguística e a demonstra-ção da arte de ensinar, manifestam a figura de um escriba judeo-cristão com características extraídas do ambiente greco-helenista da diáspora.

LUGAR E DATA

O lugar onde foi escrito este Evangelho permane-ce discutível: Jerusalém e a Palestina, Cesareia, Fenícia, Alexandria e, sobretudo, Antioquia da Síria, são os lugares pos-síveis da sua composição. Mt 22,7, com a notícia do incêndio da cidade, insinua que o Evangelho tenha sido escrito depois da destruição de Jerusa-lém pelos romanos (no ano 70). Também uma certa organização eclesial que conhece os profetas e os cristãos justos (Mt 10,41; 23,34), mas não a

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estrutura espelhada nas cartas católicas, sugere uma época à volta da metade dos anos oitenta.

UNIDADE E ESTRUTURA

Muitos exegetas estudaram este Evangelho apresen-tando uma estrutura própria. A divisão mais simples é composta por três grandes partes:

1 – História das origens (1,1 – 4,16):

Jesus veio dar cumprimento às promessas de Deus ao povo. «Tudo se cumpriu como o Senhor tinha dito pelos profetas» (1,22; 2,5. 15. 18. 23; 3,3; 4,12-16; 8,17; 12,17-21; 13,35; 21,4; 27,9). Os mais pequenos detalhes da vida de Jesus estão sob o signo das Escrituras, ele é, por isso, o fio condutor das promessas antigas, como o Messias prometido por Deus, há muito tempo esperado pelo povo. Este Jesus, saindo do anonimato, ma-nifesta-Se ao povo (3,1 – 4,16), não defraudando as suas expectativas: “O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; e uma luz brilhou para os que viviam na região escura da morte” (4,16).

2 – Proclamação do Reino e reacções (4,17 – 16,20):

Jesus iniciou a proclamação do Reino em pa-lavras (cc.5-7) e obras (cc.8-9) e rapidamente “as multidões ficaram admiradas com o seu ensi-namento, porque Jesus ensinava como alguém que tem autoridade e não como os doutores da Lei” (7,28-29). Associou os discípulos à sua mis-são (9,35 – 11,1), provocando reacções diversas à proclamação do Reino (11,2 – 16,20).

3 – Paixão, morte e ressurreição de Jesus (16,21 – 28,20):

O caminho de Jesus para Jerusalém (16,21 – 20,16) é, também, o caminho da Igreja, a sua vida comunitária. Já em Jerusalém, o confronto com os adversários agudiza-se, confiando aos seus discípulos os ensinamentos sobre os acon-tecimentos futuros (20,17 – 25,46). A rejeição,

por parte dos adversários, desencadeia a paixão e morte (cc.26-27); a ressurreição (c.28) acentua a incredulidade por parte de Israel (28,11-15) e abre espaço a uma nova comunidade, aberta a todos os povos (28,16-20).

Mateus ajuda-nos a compreender como as ori-gens da Igreja estão enraizadas na sua tradição primitiva. A Igreja não é o “novo Israel”, mas o “verdadeiro Israel”. O cristão de hoje é convida-do a assumir a atitude dos discípulos de Jesus: conscientes, ainda, do caminho a percorrer, re-cebem a missão de anunciar a boa nova até aos confins da terra. Deste modo actualiza-se a rela-ção do crente com o seu Senhor. Por outro lado, Jesus Ressuscitado manifesta a sua presença per-manente (que privilégio!) e convida os crentes a voltarem-se para os seus ensinamentos.

Dr. Sérgio Pinto, in Catequistas n.º 61

FICHA TÉCNICAPropriedade: Vigararia Trofa - Vila do CondeDirecção e Coordenação: Pe. Ricardo Silva

Distribuição GratuitaTiragem: 7.500 exemplaresImpressão e Acabamento: Tipografia do Ave, S.A.

“O MISTéRIO DO hOMEM Só SE ESClARECE vERDADEIRAMEnTEnO MISTéRIO DO vERBO EnCARnADO” (GS 22)

COnSIDERAçõES lITúRgICAS E ESpIRITUAIS SOBRE O TEMpO DE ADvEnTOEstamos a iniciar mais um novo Ano Litúrgico (este ano,

o Ano A), durante o qual celebramos e actualizamos o Misté-rio da Salvação realizado por Cristo, que configura a nossa vida cristã nas sendas do tempo e do espaço. Com efeito, é exactamente isto que nós vivemos na liturgia: celebramos os tempos litúrgicos, actualizando o mistério neste caso, a vinda do Senhor, de forma a poder, por assim dizer, “caminhar nela” rumo à sua plena realização no fim dos tempos, mas experimentando desde já a sua virtude santificadora, dado que os “últimos tempos” já começaram com a morte e a res-surreição de Jesus Cristo.

A nossa redenção deve-se ao mistério da morte e ressur-reição de Jesus, ou seja, à Páscoa, por isso é lógico começar por celebrar o início dessa grande manifestação do amor de Deus, a sua vinda ao mundo: o Advento. Assim sendo, em cada ano, pelos finais de Novembro, a Igreja inicia o tempo do Advento com as primeiras vésperas do domingo mais pró-ximo de 30 de Novembro (e termina antes das primeiras vésperas do Natal!). Os domingos deste tempo chamam-se 1.º, 2.º, 3.º e 4.º domingos do Advento. Os dias de 16 a 24 de Dezembro (Novena do Natal) têm como objectivo a preparação interior mais intensa das festas do Natal. Deste modo, percebemos que o Advento e o Natal não são tempos independentes, mas intimamente relacionados!

A nível litúrgico, este tempo é caracterizado por uma moderada sobriedade nos ornamentos litúrgicos e numa atenção redobrada e dada à Palavra de Deus! A cor e os or-namentos dos espaços celebrativos não devem ser “antecipa-damente festivos”, a veste do sacerdote toma uma tonalidade roxa (ou rosa/ que simboliza a “expectativa da vinda”, a preparação, a esperança e o sentido da interioridade). Quanto aos símbolos, faça-se, por exemplo, com boa criatividade e moderação, a “coroa de Avento”; use-se, segundo os costumes de cada co-munidade, textos ou indicações litúrgicas sobre as temáticas da liturgia da palavra de cada domingo e sobre o espírito do Advento que sirvam para a formação; e tenha-se muito em conta a figura, o papel e a presença de Nossa Senhora nesta caminhada de preparação (…).

Quanto ao aspecto musical, as músicas e/ou os cânti-cos devem ser escolhidos de acordo com os temas litúrgicos de cada domingo ou do próprio tempo do Advento (para tal pode servir de ajuda as propostas que vêm na secção de liturgia do jornal diocesano Voz Portucalense, ou então, seguir uma boa proposta de cânticos para os tempos litúrgicos fortes que foram editados, num volume de cor azul, pelo Secretariado Nacional de Liturgia; é claro que os responsáveis pelos coros – e até os responsáveis da pastoral litúrgica – devem cultivar e aperfeiçoar continuamente a sensibilidade musical, o bom e modesto gosto litúrgico de saber procurar e escolher o pro-grama musical mais adequado e formativo para as nossas comunidades paroquiais!). Quantos aos instrumentos musicais ao serviço da liturgia, tenha-se em atenção a sensata moderação nas melo-dias, nos arranjos e nos acompanhamentos próprios deste tempo litúrgico (por exemplo, pode-se omitir o uso de alguns instru-

mentos com o objectivo de solenizar somente os dias mais festivos, e neste caso próximo, o Natal do Senhor)!

Quanto à espiritualidade, o Advento convida-nos a reflectir silenciosamente e com olhar vigilante a nossa vida para compreender esta presença constante de Deus, contem-plando o Senhor que está presente, que já veio e que há-de vir, e a tomarmos consciência desta verdade e de agir conse-quentemente! É a oportunidade propícia para nos ajudar a compreender que cada um dos acontecimentos do dia é um sinal que Deus nos faz, um vestígio da atenção que Ele tem por cada um de nós. “Vem Senhor e não tardes”. Este é um tem-po para fazer com especial atenção o exame da nossa cons-ciência e de melhorar a nossa pureza interior para receber a presença de Deus. É o momento para ver quais são as coisas que nos separam do Senhor para, deste modo, afastarmos de nós tudo aquilo que nos afasta d’Ele. Por isso é importante ir às raízes mesmas dos nossos actos, aos motivos que inspiram as nossas acções, de nos abeirarmos da Mesa do Senhor, a Eucaristia, e de reclinarmos no regaço de Deus. Celebremos o Sacramento da Reconciliação, que é a festa do reencon-tro e do perdão das nossas misérias! Porque assim, quando chegar o Natal, o nosso ser, espírito alma e corpo estarão dispostos para receber Jesus, o Verbo Encarnado! Mante-nhamos o estado de vigilância e esperança para lutar contra os “inimigos” e arrumar todas as “canas partidas” da nossa vida. Cuidemos e cultivemos com esmero e perseverança a nossa oração pessoal, a nossa caridade e evitemos a tibieza, mantendo em nós o desejo de santidade. Estejamos vigilan-tes com pequenos sacrifícios de louvor, que nos mantenham despertos para tudo o que é de Deus e nos mantenha atentos a evitar tudo o que nos desvie do caminho para Ele. Tenha-mos presente “Quem é O que vem, de onde vem e porque vem”. E com o coração limpo saiamos a receber o nosso Rei (e não um velho caquéctico de barbas brancas!), Jesus Cristo, Nosso Senhor! E Maria, a Mãe da Esperança, a Senhora do Adven-to, será a nossa ajuda e nos ensinará o caminho para chegar a Jesus, a verdadeira Luz do Mundo!

Pe. Bruno FerreiraVigário Paroquial de S. Martinho de Bougado

e Santiago de Bougado

ENCONTRO DE COROSDIA 12 DE DEzEMBRO

às 14,30 horas, na Igreja de Vilar

CPMDIA 25 DE FEVEREIRO a 9 DE ABRIL,

às 21,30 horas, na Igreja Nova da TrofaSE ÉS NOIVO INSCREVE-TE JUNTO DO TEU PáROCO

VAI ACONTECER..