EDITORIAL NOVA HOMEPAGE CAMPANHA DE MÍDIA … · cada vez mais importante para o Projeto...

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1 Boletim Informativo das Pesquisas de Paleotocas na Região Metropolitana de Porto Alegre Número 9 – Fevereiro de 2010 Site: www.ufrgs.br/paleotocas Distribuição Dirigida Responsável: Prof. Heinrich Frank Contato: [email protected] Fone: 51.30320382 EDITORIAL Graças aos trabalhos de campo e à ajuda de pessoas interessadas, temos condições de continuar a apresentar novas ocorrências de paleotocas e crotovinas na área de estudo. Desta vez, o achado mais espetacular é a Paleotoca do Arroio da Bica (leia na página 7). E já temos várias ocorrências a confirmar no futuro, prometendo muito trabalho e surpresas agradáveis. CAMPANHA DE MÍDIA CONTINUA A Campanha de Mídia está se tornando cada vez mais importante para o Projeto Paleotocas. Em outubro, após a publicação de uma matéria sobre paleotocas no Jornal NH, por exemplo, recebemos a comunicação de 3 ocorrências de paleotocas. Outra matéria foi publicada no Jornal “A Opinião” de Sapiranga, por iniciativa do Sr. Mário Bayer (veja reprodução na pg. 3). Por causa dela recebemos a comunicação de uma paleotoca em Santa Maria do Herval. A paleotoca é tão escondida que a equipe do Projeto Paleotocas jamais a teria encontrada simplesmente fazendo trabalho de campo. Nova matéria, desta vez sobre a Paleotoca de Riozinho, foi publicada no Jornal NH no início de dezembro por iniciativa do Sr. Primo Pasqualli (veja reprodução na matéria na pg. 4). No mesmo dia recebemos um telefonema comunicando outra ocorrência de paleotoca, desta vez no município de Nova Hartz. Dando continuidade a este tipo de divulgação, novas matérias estão sendo encaminhadas. NOVA HOMEPAGE A necessidade de ampliar as informações disponíveis ao público fez o Projeto Paleotocas criar outra homepage, desvinculando a questão das paleotocas da homepage original, do Museu de Mineralogia da UFRGS. Portanto, o novo endereço das informações sobre paleotocas está no site: www.ufrgs.br/paleotocas FUNGO ATACOU EXPLORADORA DE CAVERNAS Uma exploradora de cavernas (espeleóloga) do Distrito Federal adoeceu gravemente após a exploração de cavernas. Foi um caso de histoplasmose, “doença causada por um fungo amplamente disperso no solo rico em fezes de morcegos e de aves e contraída quando a pessoa inala os esporos do fungo suspensos no ar, por exemplo, quando se pisa em solo seco e infectado, ou por contato direto com o fungo” (leia mais em http://www.sbe.com.br/sbenoticias/SBENoticias_143.pdf ). A espeleóloga passou por emergência hospitalar e UTI. É um caso que ilustra o grande cuidado que se deve ter ao entrar em paleotocas habitadas por morcegos e aves. Nestes casos só se pode entrar usando máscara cirúrgica.

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Boletim Informativo das Pesquisas de Paleotocas na Região Metropolitana de Porto Alegre Número 9 – Fevereiro de 2010 Site: www.ufrgs.br/paleotocas Distribuição Dirigida Responsável: Prof. Heinrich Frank Contato: [email protected] Fone: 51.30320382

EDITORIAL

Graças aos trabalhos de campo e à ajuda de pessoas interessadas, temos condições de continuar a apresentar novas ocorrências de paleotocas e crotovinas na área de estudo. Desta vez, o achado mais espetacular é a Paleotoca do Arroio da Bica (leia na página 7). E já temos várias ocorrências a confirmar no futuro, prometendo muito trabalho e surpresas agradáveis.

CAMPANHA DE MÍDIA

CONTINUA A Campanha de Mídia está se tornando

cada vez mais importante para o Projeto Paleotocas. Em outubro, após a publicação de uma matéria sobre paleotocas no Jornal NH, por exemplo, recebemos a comunicação de 3 ocorrências de paleotocas.

Outra matéria foi publicada no Jornal “A Opinião” de Sapiranga, por iniciativa do Sr. Mário Bayer (veja reprodução na pg. 3). Por causa dela recebemos a comunicação de uma paleotoca em Santa Maria do Herval. A paleotoca é tão escondida que a equipe do Projeto Paleotocas jamais a teria encontrada simplesmente fazendo trabalho de campo.

Nova matéria, desta vez sobre a Paleotoca de Riozinho, foi publicada no Jornal NH no início de dezembro por iniciativa do Sr. Primo Pasqualli (veja reprodução na matéria na pg. 4). No mesmo dia recebemos um telefonema comunicando outra ocorrência de paleotoca, desta vez no município de Nova Hartz.

Dando continuidade a este tipo de divulgação, novas matérias estão sendo encaminhadas.

NOVA HOMEPAGE

A necessidade de ampliar as informações disponíveis ao público fez o Projeto Paleotocas criar outra homepage, desvinculando a questão das paleotocas da homepage original, do Museu de Mineralogia da UFRGS.

Portanto, o novo endereço das informações sobre paleotocas está no site:

www.ufrgs.br/paleotocas

FUNGO ATACOU EXPLORADORA DE CAVERNAS

Uma exploradora de cavernas (espeleóloga) do Distrito Federal adoeceu gravemente após a exploração de cavernas. Foi um caso de histoplasmose, “doença causada por um fungo amplamente disperso no solo rico em fezes de morcegos e de aves e contraída quando a pessoa inala os esporos do fungo suspensos no ar, por exemplo, quando se pisa em solo seco e infectado, ou por contato direto com o fungo” (leia mais em http://www.sbe.com.br/sbenoticias/SBENoticias_143.pdf). A espeleóloga passou por emergência hospitalar e UTI. É um caso que ilustra o grande cuidado que se deve ter ao entrar em paleotocas habitadas por morcegos e aves. Nestes casos só se pode entrar usando máscara cirúrgica.

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O QUE 2009 NOS ENSINOU

Os trabalhos efetuados durante o ano de 2009 revelaram dois fatos importantes a respeito das paleotocas: 1. As paleotocas e crotovinas que

estamos encontrando na maioria dos casos

ocorrem em grupos provavelmente porque se

trata de restos de abrigos subterrâneos muito

maiores. Cada abrigo é um complexo de túneis

e câmaras interligadas. Cada abrigo como um

todo tem um diâmetro de mais de 100 metros e

foi escavado em um local propício – com boa

insolação, sem possibilidade de alagamento,

seguro e próximo de uma fonte de água como

um riacho. Além disso, esse local propício foi

habitado por muito tempo e provavelmente por

várias espécies de animais escavadores.

2. Existem muito mais paleotocas e

crotovinas do que estávamos imaginando.

Como publicado no evento “PALEO RS

2009”, a densidade de restos de abrigos

subterrâneos que encontramos é de um abrigo

a cada 15,4 quilômetros quadrados. Mas a

densidade real é pelo menos três vezes maior,

ou seja, de um abrigo a cada 5 quilômetros

quadrados. Isso abre a perspectiva real de que

novas paleotocas e crotovinas apareçam à

medida que novas obras, com grandes cortes

no terreno, sejam feitas. Portanto, é necessário

ficar atento para não perder a oportunidade de

estudar estas novas paleotocas que surgirão

daqui para frente.

EVENTOS CIENTÍFICOS EM 2010

Há vários eventos científicos durante o

ano de 2010, nos quais novos dados sobre as

paleotocas, à medida que forem surgindo,

podem ser tornados públicos.

O VII Simpósio Brasileiro de

Paleontologia de Vertebrados está

programado para julho, no Rio de Janeiro. A

participação do Prof. Buchmann será possível,

trazendo pelo menos dois resumos. O 45º

Congresso de Brasileiro de Geologia será

realizado em Belém do Pará no final de

setembro.

O I Simpósio Latinoamericano de

Icnologia será realizado na UNISINOS de 30

de outubro a 7 de novembro. Icnofósseis são

traços deixados por animais pré-históricos:

pegadas, rastros e, é claro, paleotocas. Trata-se

de um evento no qual a participação do Projeto

Paleotocas é obrigatória, visto que a

UNISINOS está situada em uma região cheia

de paleotocas. Já está acertado que o Projeto

Paleotocas oferecerá uma excursão aos

participantes para visitar paleotocas na região.

Para encerrar o ano, haverá mais uma

Reunião Anual da Sociedade Brasileira de

Paleontologia. Na realidade, trata-se de

reuniões simultâneas no Rio Grande do Sul,

Santa Catarina/Paraná, São Paulo e outros

estados do Brasil. Pelo menos nas reuniões do

RS e de SP será possível trazer contribuições

com as novidades sobre paleotocas.

3

Matéria publicada no Jornal “A Opinião”, de Sapiranga:

Matéria publicada no Jornal NH:

4

Jornal “A Opinião” (Spiranga) 4.12.2009

Riozinho | sexta-feira, 11 de dezembro de 2009 - 11h10

Toca gigante é encontrada às margens da ERS-239

Paleotoca está localizada próxima da rodovia estadual.

Claucia Ferreira/ Da Redação

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| Letra

Riozinho - "Eu era criança e sempre perguntava que toca era aquela. Meu pai e meu avô nunca me deram uma resposta que me convencesse. Este ano, lendo uma matéria do Jornal NH, descobri a resposta para a minha pergunta: é uma paleotoca". O relato é do aposentado Primo Pasqualli, de 72 anos, ao mostrar o local onde se localiza uma paleotoca, no interior de Riozinho. Conforme o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e geólogo, Heinrich Frank a toca gigante encontrada no município do Vale do Paranhana será objeto de pesquisa e de estudos, mas suas características apontam para uma paleotoca com mais de 7 metros de comprimento. Morador de Novo Hamburgo, mas natural de Riozinho, Pasqualli passou sua infância percorrendo os caminhos da estrada de chão batido, na ERS-239, na curva da toca, próximo a divisa com o município de Maquiné. "Quando passava por aqui via aquela toca e sempre queria saber quem tinha feito. Hoje sei que é uma toca cavada por tatus gigantes", narrou, ressaltando a importância de preservar o local que, na sua opinião, deve virar patrimônio histórico. "Isto é uma relíquia, é a nossa história", comenta o aposentado”. PESQUISA - Em meados de agosto, Pasquali e o professor Frank estiveram no localverificando a toca. Os estudiosos creem que esta é a primeira toca deste porte descoberta no Paranhana. "Tudo indica que é uma paleotoca. No seu interior, encontramos marcas de garras de um animal. Daqui para frente iremos recuperar as medidas das marcas e identificar qual o animal que fez a toca - provavelmente, tatus gigantes", explica o geólogo.

Foto: Claucia Ferreira/ GES-Especial

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Matéria publicada no Jornal “O Timoneiro”, de Canoas: Nova matéria foi publicada no jornal “O Timoneiro” de 8/1/10. No município de Canoas, as

chances de encontrar paleotocas são pequenas. Três quartos do município estão situados nas planícies de inundação dos rios Sinos e Gravataí, onde não deve haver paleotocas. O resto do município ocupa uma região de relevo suave, coxilhas amplas que podem ser ocupadas sem qualquer necessidade de grandes cortes (que poderiam expor eventuais paleotocas).

Vários trabalhos de campo efetuados na região não encontraram nenhuma estrutura, apenas raros cortes de no máximo 4 metros de altura, menores que o espesso manto de intemperismo que cobre as coxilhas. Mesmo assim, foi publicada matéria sobre paleotocas em um jornal da cidade, para “garimpar” algum retorno, de Canoas ou de outras regiões.

Passado um mês da publicação da matéria e sem qualquer retorno, está confirmada a primeira impressão: o surgimento de paleotocas em Canoas será muito difícil.

As tocas dos tatus gigantes pré-históricos

Os primeiros túneis achamos em 2008 em Novo Hamburgo, ao lado da BR-116. Túneis com diâmetros que podem passar de um metro e que se estendem dezenas de metros para dentro das coxilhas. Nas paredes dos túneis, marcas de poderosas garras, feitas pelos animais que escavaram estes túneis em tempos pré-históricos. As marcas, às vezes em grupos de 3 marcas paralelas, têm 2 cm de largura e até 60 cm de comprimento. Ainda não sabemos exatamente que animais os escavaram, mas podem ter sido tatus gigantes, animais com entre 50 e 200 quilos. A pesquisa a respeito destas “paleotocas” evoluiu, mobilizou um grupo de professores e estudantes de pósgraduação universitários e estamos conseguindo encontrar túneis em vários municípios: Alvorada, Viamão, Montenegro, Estância Velha, Novo Hamburgo, Campo Bom, Sapiranga, Nova Hartz e Agudo. Muitos dos túneis estão completamente entupidos por lama e são identificados apenas porque aparecem como uma feição circular escura em escavações recentes. Em Canoas não achamos nada ainda. Não deve haver túneis nas planícies de inundação do Rio dos Sinos e do Rio Gravataí (bairro Niterói e a região a Oeste do metrô). Mas nas áreas com coxilhas deve haver. Nos bairros Estância Velha, Nossa Senhora das Graças, Igara, toda a região ao redor da Ulbra, Guajuviras, etc. Precisamos de ajuda para localizar as paleotocas canoenses. Muitas das ocorrências que achamos até agora conseguimos encontrar fazendo trabalho de campo. Muitas outras, entretanto, estão tão escondidas que só conseguimos pesquisá-las porque fomos informados de sua existência. Por exemplo, as fantásticas paleotocas da Cetrisa: nos fundos do aterro sanitário de Sapiranga, um complexo de três túneis de diâmetros métricos e cheios de marcas de garra que convergem para uma câmara de repouso. Se você souber de uma paleotoca ou se suspeitar que algo possa ser uma paleotoca, aberta ou entupida, entre em contato conosco por e-mail ou pelo telefone (51) 9166.5063. O e-mail e uma série de informações e fotografias estão no site www.ufrgs.br/paleotocas. Fazendo essa pesquisa científica podemos resgatar alguns aspectos fascinantes da pré-história da nossa região. Heinrich Frank *Professor e biólogo

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NOVAS ESTRUTURAS - 1 Uma ocorrência de estruturas (crotovinas) foi encontrada ainda antes do Natal 2009 no

município de Estância Velha, em pleno perímetro urbano, a NW da Igreja Mórmon, na Rua dos Alpes, ao Norte da residência de número 332.

Todo o lado Oeste da Rua dos Alpes, com 350 metros de comprimento, apresenta cortes altos em arenito Botucatu (Pedra Grês). Em um destes cortes é possível constatar quatro crotovinas bem definidas, que se apresentam como manchas esféricas de sedimento marrom escuro em meio ao Arenito e ao manto de alteração do local. Uma quarta estrutura, como pode ser observado na imagem abaixo, é retangular e aparenta ser uma câmara de retorno ou de repouso. Uma saída a campo de vários integrantes do Projeto Paleotocas vistoriou o local e a conclusão foi a mesma: pode ter sido uma câmara de retorno.

Esta ocorrência fica a 480 metros da ocorrência da Rua Alecrim, uma medida que já foi constatada em outras ocasiões na região – em torno de 500 metros entre ocorrências adjacentes.

Aspecto geral da ocorrência: quatro crotovinas, duas destas mal definidas devido à umidade. Interessante o formato desta crotovina: não lembra um túnel, mas sim uma câmara preenchida.

Esta pequena crotovina, localizada 10 metros ao norte das outras, tinha passado completamente despercebida, escondida atrás de um tufo alto de capim.

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NOVAS ESTRUTURAS - 2 Motivado pelas informações sobre as paleotocas de Sapiranga, noticiadas no jornal “A

Opinião”, o Sr. Selson Haag, de Campo Bom, nos ligou para relatar que entrou em um “grande buraco”, na década de 60. Descreveu o local como “atrás do Arroio da Bica, em Nova Hartz, ao lado da estrada que sobe para Santa Maria do Herval, em meio a uma plantação de bananas”.

Iniciamos a pesquisa a respeito deste “buraco” em Nova Hartz e dedicamos uma tarde inteira a percorrer as estradas vicinais, perguntando moradores mais antigos sobre a “caverna dos bugres” ou “caverna dos Mucker”, como o buraco era conhecido. Sempre contando com a boa vontade dos moradores, finalmente encontramos as pessoas que podiam nos levar ao local: Mário e Aurélia Arnold. Passado o Natal, numa manhã de um dia abafado e quente, fomos conhecer o “buraco”.

Trata-se de uma espetacular paleotoca com 45 metros de comprimento. Os primeiros 38 metros possuem 3 metros de largura e um metro e meio de altura, os últimos 7 metros possuem 50 centímetros de largura e 70 centímetros de altura. Corre um pouco de água no piso, entra-se mais fácil com botas de borracha. O túnel se situa em pedra grês (Arenito Botucatu), muito provavelmente uma destas camadas de pedra grês que ocorrem entre dois derrames consecutivos de basalto (arenito interderrames ou “intertrap”). Um vídeo sobre esta paleotoca está disponível agora no site YouTube; basta escrever “Arroio da Bica” no mecanismo de busca.

Parte do teto do túnel segue em grande parte a estrutura da pedra-grês, o que mostra que houve colapso de placas do teto. Em uma das laterais há uma série de marcas verticais feitas pela água que escorreu das paredes. Mas em torno de um terço do teto é coberto de marcas de garra (foto abaixo), o que mostra que se trata realmente de uma antiga paleotoca. Muito alterada e modificada, mas o túnel original foi um paleotoca.

Pesquisador na entrada da paleotoca do Arroio da Bica

Marcas de garra no teto da paleotoca do Arroio da Bica.

Vista da entrada por dentro.

O enorme túnel entra 45 metros morro adentro

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NOVAS ESTRUTURAS - 3 A região situada ao sul dos municípios localizados entre Estância Velha e Sapiranga é

formada por rochas muito antigas e um coxilhado mais suave. Em função disso, os grandes cortes no terreno são muito mais raros. A rodovia BR-386 (Tabaí-Canoas) percorre esta região. Nós vistoriamos várias dezenas de grandes cortes ao longo da rodovia entre Canoas e Lajeado, mas não conseguimos encontrar nenhuma paleotoca ou crotovina.

A única exceção foi em uma obra em Nova Santa Rita, onde foi realizado um enorme corte em uma coxilha para a implantação de uma revenda de caminhões Mercedes Benz. Vistoriamos o local várias vezes ao longo do processo de escavação e terraplenagem e no último corte (por enquanto) foi possível identificar dois grupos de estruturas que tem grandes possibilidades de serem antigos túneis. Estão completamente preenchidos e alterados, mas a cor do preenchimento é diferente da rocha do corte e suas dimensões (diâmetros ao redor de um metro) são compatíveis com muitas outras crotovinas bem melhor preservadas que encontramos até agora. Além disso, ocorrem em grupos, como outras crotovinas já identificadas.

Portanto, abaixo estão algumas imagens das crotovinas de Nova Santa Rita: Crotovinas de Fazenda Vilanov

Aspecto geral da escavação com a obra, ainda em fase de montagem dos pré-moldados.

Aspecto do primeiro conjunto de 3 crotovinas, situadas em meio à rocha amarelada da bancada inferior. Da terceira está preservada apenas uma parte da base, abaixo dos canos de concreto. Canos com 50 cm de diâmetro.

Imagem do segundo conjunto de crotovinas. A estrutura da esquerda lembra uma câmara, a crotovina do meio está muito bem definida e a estrutura da direita está tão destruída que não pode ser avaliada.

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NOVAS ESTRUTURAS - 4 As primeiras paleotocas da região situada entre Estância Velha e Nova Hartz foram

identificadas no segundo semestre de 2008 ao longo da BR-116, em Novo Hamburgo, ao lado de uma loja de piscinas em fibra de vidro. Na ocasião, foram encontradas neste local 3 paleotocas. Mais uma paleotoca, a famosa Toca 5, foi encontrada no mesmo local no final de dezembro/2008 e aberta durante o Carnaval de 2009. Desde então, este conjunto de 4 paleotocas está sendo acompanhado, com várias medidas para sua preservação e com o apoio dos proprietários da área.

Na frente de uma delas foi colocada uma lona, que já foi trocada 3 vezes. Crianças deslocaram a lona no final de janeiro 2010 para brincar na entrada da toca. Então fomos ao local, durante um TocaDay (uma dia de campo estudando paleotocas), arrumar tudo mais uma vez. Para nossa enorme surpresa, surgiu outra paleotoca ao lado desta toca. Com uma retroescavadeira, o proprietário da área alinhou o barranco atrás do prédio novo e achou a paleotoca nova.

As primeiras inspeções mostraram que se trata de um resto de paleotoca com aproximadamente 13 metros de comprimento, várias feições de colapso de teto, sinais evidentes de “afogamento” e muita terra fofa no final do túnel. Marcas de garra são raras. Vamos proteger a entrada da paleotoca com um tampão de madeira e verificar com cuidado quais as feições desta nova estrutura.

Aspecto da lona que cobre a entrada de uma paleotoca e da paleotoca que foi aberta agora, atrás do prédio.

Pesquisador realizando reconhecimento expedito. Aspecto de um desabamento visto do interior da toca em direção à entrada.