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Estamos a quatro meses para terminar o ano e desde ju- nho as incertezas sobre o futuro de MARMINAS estão presen- tes em todos os dias das jornadas. Hoje temos em conta que ao final de dezembro desocuparemos as instalações que dividi- mos com o Programa AICMA, em Quito. Já iniciamos a revisão e organização dos arquivos físicos e digitais, certos de que em algum momento vão nos indicar quando, onde e a quem deve- mos entregá-los. De igual maneira, nossa carga de itens admi- nistrativos e operativos, também já foi atualizada. No nível operativo, hoje estamos com cinco Monitores In- teramericanos (MI), três MI na Cordilheira do Condor, com os equatorianos e dois MI no Vale do Cenepa, com os peruanos. A partir de setembro, teremos quatro MI, dois brasileiros e dois chilenos. De uma maneira geral, MARMINAS tem observado que as atividades seguem de acordo com o planejado na última ata de entendimento assinada entre os dois Países, em 25 de mar- ço de 2013 e que as operações de desminado humanitário, con- duzidas pelo CGDEOD (Equador) e pela DIGEDEHUME (Peru), estão sendo realizadas de acordo com as normas nacionais de cada país e com as normas internacionais. Todos os pontos ne- gativos observados pelos MI estão sendo reportados de forma imediata ao Programa AICMA EC-PE e a Junta Interamericana de Defesa (JID). Hoje, nosso principal desafio é manter a cada jornada a motivação e a concentração no desenvolvimento das opera- ções, não consumindo nossas energias e tempo com suposi- ções sobre o futuro desta Missão, depois de dezembro de 2013 e confiar que estão buscando a melhor solução para que Equa- dor e Peru tenham condições técnicas, materiais e financeiras para cumprir o prazo de término do desminado na fronteira co- mum, previsto para março (Peru) e outubro (Equador) de 2017. Que venha a jornada de setembro, que ocorrerá entre os dias 6 e 27. MARMINAS torce e está trabalhando para que em setembro finalmente se realize o seminário sobre desminado em área de selva e que se inicie o planejamento do exercício binaci- onal de desminado humanitário, previsto para o terceiro trimes- tre de 2013, com a participação de dez desminadores peruanos, de acordo com o a ata da VII Reunião de Autoridades Nacionais de Ação Contra as Minas Antipessoal Peru-Equador, assinada na cidade de Lima em março de 2013. EDITORIAL “AD AUGUSTA PER ANGUSTA” “Com satisfação eliminamos o sofrimento.” AGOSTO 2013 INFORME MENSAL ANO 6 Nº 8- 2013 [email protected] NESTA EDIÇÃO Pág. Editorial. 1 Um pouco dos dez anos de história em algumas imagens. 2 A importância da logística nas opera- ções de desminado: Chile um exemplo. 3 CNDH: Uma escola de paz. 4 e 5 Comunicação Social. 6 Pesquisa: Uso de raio laser para detectar minas terrestres. 6 MISS Ã O DE ASSISTÊNCIA PARA A REMOÇ Ã O DE MINAS NA AMÉRICA DO SUL(MARMINAS)

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Estamos a quatro meses para terminar o ano e desde ju-nho as incertezas sobre o futuro de MARMINAS estão presen-tes em todos os dias das jornadas. Hoje temos em conta que ao final de dezembro desocuparemos as instalações que dividi-mos com o Programa AICMA, em Quito. Já iniciamos a revisão e organização dos arquivos físicos e digitais, certos de que em algum momento vão nos indicar quando, onde e a quem deve-mos entregá-los. De igual maneira, nossa carga de itens admi-nistrativos e operativos, também já foi atualizada.

No nível operativo, hoje estamos com cinco Monitores In-teramericanos (MI), três MI na Cordilheira do Condor, com os equatorianos e dois MI no Vale do Cenepa, com os peruanos. A partir de setembro, teremos quatro MI, dois brasileiros e dois chilenos.

De uma maneira geral, MARMINAS tem observado que as atividades seguem de acordo com o planejado na última ata de entendimento assinada entre os dois Países, em 25 de mar-ço de 2013 e que as operações de desminado humanitário, con-duzidas pelo CGDEOD (Equador) e pela DIGEDEHUME (Peru), estão sendo realizadas de acordo com as normas nacionais de cada país e com as normas internacionais. Todos os pontos ne-gativos observados pelos MI estão sendo reportados de forma imediata ao Programa AICMA EC-PE e a Junta Interamericana de Defesa (JID).

Hoje, nosso principal desafio é manter a cada jornada a motivação e a concentração no desenvolvimento das opera-ções, não consumindo nossas energias e tempo com suposi-ções sobre o futuro desta Missão, depois de dezembro de 2013 e confiar que estão buscando a melhor solução para que Equa-dor e Peru tenham condições técnicas, materiais e financeiras para cumprir o prazo de término do desminado na fronteira co-mum, previsto para março (Peru) e outubro (Equador) de 2017. Que venha a jornada de setembro, que ocorrerá entre os dias 6 e 27. MARMINAS torce e está trabalhando para que em setembro finalmente se realize o seminário sobre desminado em área de selva e que se inicie o planejamento do exercício binaci-onal de desminado humanitário, previsto para o terceiro trimes-tre de 2013, com a participação de dez desminadores peruanos, de acordo com o a ata da VII Reunião de Autoridades Nacionais de Ação Contra as Minas Antipessoal Peru-Equador, assinada na cidade de Lima em março de 2013.

EDITORIAL

“AD AUGUSTA PER ANGUSTA”

“Com satisfação eliminamos o sofrimento.”

AGOSTO 2013 INFORME MENSAL ANO 6

Nº 8- 2013

[email protected]

NESTA EDIÇÃO Pág.

Editorial. 1

Um pouco dos dez anos de história em algumas imagens.

2

A importância da logística nas opera-ções de desminado:

Chile um exemplo.

3

CNDH: Uma escola de paz.

4 e 5

Comunicação Social. 6

Pesquisa: Uso de raio laser para detectar minas terrestres.

6

M I S S Ã O D E A S S I S T Ê N C I A P A R A A R E M O Ç Ã O

D E M I N A S N A A M É R I C A D O S U L ( M A R M I N A S )

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UM POUCO DOS DEZ ANOS DE HISTÓRIA

EM ALGUMAS IMAGENS

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As fronteiras do Chile, nos extremos norte e sul, foram minadas durante as décadas de 70 e 80, com o objetivo de resguardar a soberania diante de constantes crises com alguns países vizinhos. Em 2003, no início do processo de desminado humanitário chileno e graças às experiências de oficiais e graduados que se capacitaram no exterior, foram obtidas importantes experiências que permitiram a escolha correta da Equipagem de Proteção Individual (EPI) e de equipamentos de detecção de acordo com a realidade chilena. Assim foi tomada a decisão de se adquirir um único modelo de detector e de EPI para todas as unida-des de desminado. Esta padronização, além dos aspectos logísticos e financeiros envolvidos, foi um acerto que permitiu a criação de uma dou-trina comum para todo Exército e Marinha Chilena, no que se refere a ins-trução e adestramento, para posterior aplicação da doutrina comum na limpeza dos campos minados. A padronização também contribuiu para que fosse possível contar com a assessoria técnica permanente por parte dos fabricantes, que por sua vez realizaram muitas capacitações no país, permitindo assim, que os desminadores adquirissem conhecimento para executar manutenção e reparos, de acordo com as especificações técni-cas dos fabricantes. E também contar com um estoque de sobressalentes que permitisse aumentar a vida útil dos equipamentos que normalmente são empregados sob condições climáticas adversas (umidade, vento, po-eira, frio, calor e água).

Em setembro de 2008, o Chile começou a receber equipamentos para se implantar o desminado mecânico. A chegada deste tipo de equi-pamento com tecnologia avançada, implicou em um grande esforço logís-tico, desde o momento do recebimento, até os dias de hoje, por se tratar de máquinas de grande porte que se encontram trabalhando há grandes distâncias uma da outra. A vinda dessas máquinas acelerou muito o pro-cesso de desminado, cujo prazo para terminar é no ano de 2020, além de ter aumentado a qualidade do processo.

Quanto às condições de trabalho dos desminadores, durante o planejamento do processo de desminado, se estabeleceu como condição básica que as unidades de desminado deveriam ser dotadas de instala-ções com alto padrão de bem estar, que permitisse aos militares realizar seu trabalho de forma segura e confortável, não importando a distância, o isolamento e as condições climáticas da área de operações. Assim, em 2004, o Canadá realizou a primeira doação de um acampamento de con-tainers. Hoje são quatro acampamentos modulares, que exigem um gran-de esforço logístico, para que sejam movimentados e manutenidos. Es-forço que é atenuado com a participação voluntária dos usuários em ter-mos de conservação e melhorias.

Sem nenhuma dúvida, o processo de desminado chileno é um exemplo de desafio logístico, que ao longo de dez anos vem tornando-se mais complexo em função dos locais de trabalho, dos novos equipamen-tos adquiridos, da evolução tecnológica, das mudanças climáticas e da necessidade em se manter cada vez mais elevado, o nível de conforto dos desminadores. Um desafio que vem sendo vencido com muito profis-sionalismo e dedicação.

(TEXTO DO CAP. PINTO (CHILE), MI DE MARMINAS)

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A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA NAS OPERAÇÕES DE DESMINADO:

CHILE UM EXEMPLO

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Em maio de 1998, o Estado Peruano ratificou a proibição sobre

o emprego, armazenamento, produção e transferência de minas anti-

pessoal e sobre a destruição das minas existentes em estoque, subs-

crita em Ottawa, Canadá, em 3 de dezembro de 1997. Em dezembro

de 2002, criou o Centro Peruano de Ação Contra as Minas Antipessoal

(CONTRAMINAS). Autoridade Nacional encarregada de propor a políti-

ca de estado sobre o tema, assim como supervisionar o cumprimento

dos objetivos da Convenção de Ottawa.

As operações de desminado humanitário peruanas são executa-

das por meio de duas organizações, a Direção Geral de Desminado

Humanitário do Exército (DIGEDEHUME) e a Divisão de Segurança

Contra Minas da Polícia Nacional do Peru (DIVSECOM – PNP).

Com o passar dos anos, surgiu a necessidade de criação de uma

unidade responsável em formar mão de obra capacitada, no processo

de localização e destruição de minas de acordo com as Normas Inter-

nacionais de Ação Contra as Minas (IMAS). Assim, em outubro de

2009 é criado o Centro Nacional de Capacitação em Desminado Hu-

manitário (CNDH), cuja tarefa principal é oferecer capacitação, instru-

ção e aperfeiçoamento em técnicas de desminado humanitário para

peruanos e estrangeiros.

Desde a sua criação, o CNDH tem alcançado significativos êxi-

tos e avança firme em direção a sua visão de futuro, que é: Ser reco-

nhecido a nível nacional e internacional, como um centro que busca a

excelência na preparação do ser humano em operações de desmina-

do humanitário.

Ao longo de quatro anos de atividades, o CNDH formou um to-

tal de 619 alunos militares nacionais e estrangeiros, dos quais 37 per-

tencentes ao foram do Exército Equatoriano. Mais um exemplo de que

as diferenças que no passado levaram esses dois países ao estado de

beligerância, fazem parte do passado.

O calendário anual do CNDH contempla um total de sete cursos

a saber: adestrador de cães, básico de desminagem, controle de quali-

dade, instrutor, limpeza de campo de batalha, primeiros socorros e su-

pervisor.

Desde janeiro de 2013 o CNDH é dirigido pelo Major Luis

Miguel Belloso Morante e desde junho ultimo conta com o apoio em

sistema de rodizio mensal, dos Monitores Interamericanos de

MARMINAS, Capitão (EB) Ravázio e CT (FN) Fábio Cunha.

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CENTRO NACIONAL DE CAPACITAÇÃO EM DESMINADO HUMANITÁRIO: UMA

ESCOLA DE PAZ

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CENTRO NACIONAL DE CAPACITAÇÃO EM DESMINADO HUMANITÁRIO: UMA

ESCOLA DE PAZ

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1. ANIVERSÁRIO:

MISSÃO DE MARMINAS Correio eletrônico:

[email protected]

Telefone: (593 2) 222 9694

Direção e revisão

CMG (FN) JOSÉ ROBERTO NUNES DA SILVA

Textos

CMG (FN) JOSÉ ROBERTO NUNES DA SILVA

MAJOR (EB) ANTONIO VAZ FREIRE FILHO

CAP (EB) ROMULO FABIANO P. RAVAZIO

CAP (CHILE) RODRIGO H. PINTO DÍAZ

Edição e tradução

CT (FN) FABIO CAMARA CUNHA

CAP (CHILE) MARCELO A. GONZÁLEZ URBINA

Fotos

Arquivo de MARMINAS

Supervisionar e monitorar o trabalho realizado pelo

Equador e Peru, por intermédio do desenvolvimento de

atividades de treinamento, assessoria técnica e

monitoramento, a fim de certificar que as operações de

Desminagem Humanitária levadas a cabo pelo CGDEOD

(Equador) e pelo DIGEDEHUME (Peru), sejam realizadas de

acordo com as Normas Nacionais de cada País, desde que

estejam de acordo com as Normas Internacionais.

COMUNICAÇÃO SOCIAL

DATA NOME INSTITUIÇÃO

20/08 Rodrigo Hernán Pinto Díaz MARMINAS

Os integrantes de MARMINAS saúdam o Capitão Rodrigo Her-nán Pinto Díaz, Monitor Interamericano, por seu aniversário, desejan-do-lhe muita saúde, paz e sorte, extensivos a sua familia, hoje e sem-pre.

PESQUISA

USO DE RAIO LASER PARA IDENTIFICAR MINAS TERRESTRES E ARTEFATOS EXPLOSIVOS ENTERRADOS

O Escritório de Pesquisa Naval dos Estados Unidos está financiando uma pesquisa, cujo propósito é identificar a presença com o uso de raio laser, de gases emitidos por minas terrestres e explosivos enterrados. Segundo os pesquisadores, a técnica também poderia ser usada

para monitorar vazamentos gasosos de plantas químicas e até mesmo

para detectar a presença de gás natural, gases de efeito estufa e

poluição do ar.

http://spectrum.ieee.org/semiconductors/optoelectronics/using-lasers-to-

find-land-mines-and-ieds

2. NOTÍCIAS DA IMPRENSA:

Conheça a reportagem sobre desminado humanitário publicada na edição nº 11 da revista Nuestra Seguridad - revista do Ministério Coordenador de Segurança do Equador. http://www.nuestraseguridad.gob.ec/es/ediciones